caderno rural 29.05.2012

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Edição do Caderno Rural do JM

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Page 1: Caderno Rural 29.05.2012
Page 2: Caderno Rural 29.05.2012

Viver melhor com alimentação orgânica

ETAPAS EVOLUTIVAS ( 2 )

Quinze anos atrás, fiz uma palestra sobre "Edu-cação do Paciente" na Bastyr University. Após

a palestra, uma senhora perguntou: "Os resíduos químicos de nossa comida podem nos deixar doentes?" Ela tinha acabado de ler o livro "Cir-cle of Poison" (Círculo de veneno), de David Weir e Mark Schapiro, e estava tentando separar a verdade do sensacionalismo. Embora seja embaraçoso admitir, minha resposta na época foi "não".

Depois dessa palestra, tratei de muitas pessoas que ficaram

doentes por causa de resíduos de pesticidas. Quanto mais trabalho com doentes crônicos, maior fica minha horta orgânica caseira. A maioria das pessoas que tratei tinha passado pelo sistema médico sem melhorar, mas com a conta bancária seriamente afetada.

Na edição anterior deste in-formativo, abordamos o ciclo evolutivo das empresas rurais até a etapa III, que se caracteriza pela descentralização das deci-sões e setorização da empresa, quando pelo menos as decisões de rotina passam a ser tomadas por gerentes ou chefes de setores. O empresário fica então libera-do para a ação em outras áreas estratégicas importantes para o crescimento da empresa. Vimos também que é nessa fase que a crise do controle se manifesta, na medida em que os objetivos setoriais tendem a se sobrepor aos objetivos da empresa como um todo. Na verdade, de certo modo os setores começam a atuar como se fossem pequenas empre-sas individuais inseridas numa empresa maior. Surge, portanto, a necessidade de reorganizar a empresa no sentido de definir com clareza as responsabilidades e os limites de cada setor, sem perder a visão do todo que é a empresa. Assim ocorre a transição para a etapa IV.

Etapa IV – Crescimento pela Coordenação

Esta etapa inicia-se com uma profunda e ampla discussão sobre os objetivos e metas da empresa e uma redefinição das atribuições de cada setor. É necessário que os responsáveis e os funcionários de cada setor, entendam e aceitem que fazem parte de um processo mais amplo e abrangente e que suas funções devem se somar às de outros setores visando o alcance das metas e objetivos da empresa. A partir daí, são implan-tadas as ações de planejamento debatidas com todo o quadro funcional.É nesta etapa que a empresa passa a servir-se de ins-trumentos administrativos como os planos de ações, regulamentos, orçamentos, relatórios, fluxos de caixa e outros. A empresa então passa a andar de acordo com o que foi previamente estabelecido. Ocorre que fazer planejamento rígido em uma empresa rural é verdadeiramente um exercí-cio de futurologia, tantos são os fatores incontroláveis que afetam de forma significativa o desempenho da mesma. Entre outros se pode citar: variações climáticas, políticas agrícolas do governo, inflação, problemas de comercialização, mudanças cambiais, alterações bruscas de demanda e oferta no mercado e poder aquisitivo do consumidor. Isto não significa que é inútil fazer planejamento nas empresas rurais. Na verdade se essas ocor-

rências causam problemas para uma empresa sob planejamento, certamente os impactos negati-vos serão muito mais profundos naquelas que não são planejadas. No entanto, a eventual ocorrência dos fatores acima citados, exige que a empresa seja muito ágil na tomada de decisões e aceite com naturalidade a correção de rumos quando necessária, mesmo contrariando o previamente esta-belecido no planejamento. Mas se a empresa está engessada por um rígido esquema burocrático, será difícil implantar alterações nos rumos traçados, com a agilidade necessária. Identificada a crise de burocracia, está na hora da empresa passar para a etapa V.

Etapa V – Crescimento pela Cooperação.

Pessoalmente não conheço nenhuma empresa agropecuária brasileira que tenha alcançado este nível de crescimento. Para alcançar esta fase, mais do que mudanças no esquema admi-nistrativo é importante uma mudança radical na cultura da empresa. Trata-se daquilo que alguns autores chamam de em-presa solidária, onde se verifica em todos os níveis – desde o empresário até o funcionário mais humilde – um profundo grau de comprometimento com o desempenho da empresa. E isto não se consegue de uma hora para a outra. É necessário um criterioso planejamento e uma integração honesta e respeitosa entre todo o quadro funcional da empresa. O dirigente de uma empresa solidária, não estabelece barreiras à comunicação com os seus funcionários. Pelo contrá-rio, convive com eles, dialoga, ouve-os e estimula a criatividade dos mesmos. A qualificação e atualização constante do quadro funcional são prioridades desse dirigente, bem como não mede esforços no sentido de garantir que os funcionários alcancem um alto grau de satisfação no cumprimento de suas obrigações. Nesse ambiente, as pessoas se sentem como parte integrante, efetiva e importante da empresa, cresce a autoestima, o entusias-mo e o grupo funcional passa a atuar como uma equipe coesa, solidária e comprometida com os resultados da empresa. Agora são muitas cabeças pensando, as informações fluem com rapidez e transparência e a empresa se torna ágil e competitiva. A implantação de programas de qualidade total tende a conduzir as empresas agropecuárias para a etapa V.

Dr. Walter J. Crinnion, Nutrólogo.

2 Jornal da Manhã | Ijuí, 29 de maio de 2012

Otaliz Montardo

Otaliz de Vargas Montardo Consultor Téc. em Pecuaria Leiteira.

Steve era uma dessas pessoas. Chegou até mim depois de ter passado por vários médicos, que foram incapazes de diagnosticar seu problema. Steve tinha certeza que estava morrendo. Os exames de sangue não apontavam a causa dos problemas, embora indicassem algumas irregularidades. A desco-berta interessante se deu quando examinamos o sangue para detectar pesticidas (um teste desconhecido para a maioria dos médicos).

Testamos o sangue para 18 dos pesticidas mais comuns e descobrimos que Steve tinha 9

deles correndo por seu corpo. Como há muito mais que 18 substâncias químicas no meio am-biente, não fiquei muito esperançoso. Se Steve apresentava 50% dos produtos químicos tes-tados, quantos mais ele teria que não havíamos testado? Infelizmente, das 70 mil substâncias químicas usadas na vida diária, apenas 250 podem ser testadas em seres humanos. Fica muito difícil encontrar a causa de um problema de saúde entre as 69.750 restantes.

Uma das toxinas encontradas foi a dichlor-diphenyl-trichloroethane (DDT). Este pesticida foi banido nos anos setenta. Após seis meses no corpo de uma pessoa, o DDT se transforma em dichlordiphenyle-thylene (DDE). Como encontramos tanto DDT como DDE em Steve,

isso significava que ele tinha esta-do exposto ao DDT durante o ano anterior. Mas como?

Embora o uso do DDT seja proi-bido nos Estados Unidos, ainda é produzido aqui, e depois exportado para outros países, onde é usado na agricultura e no controle de mosquitos. O DDT volta para cá através dos alimentos e da carne produzidos nesses países. Também voltam com o vento. Podemos encontrar e comer alimentos di-retamente contaminados ou carne de animais alimentados com ração contaminada.

Comer alimentos orgânicos, beber água pura e evitar exposição a substâncias químicas ambientais pode ter um efeito profundo na saúde. Meu amigo Steve, que se submeteu a um longo tratamento para eliminar os pesticidas do corpo e recuperou a saúde, me dá toda razão. Quando ele somou o custo da doença em termos de ausência do trabalho e gastos com cuidados médicos, concluiu que comer alimentos orgânicos é muito mais barato que comer produtos não orgânicos. Ele agora está se alimentando melhor e minha horta orgânica continua a crescer.

ARTIGO

Comer alimentos orgânicos, beber água pura e evitar exposição a substâncias químicas ambientais pode ter um efeito profundo na saúde

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O pesquisador da Embrapa Trigo, João Leonardo Pires, lan-çou um livro para quem busca mais conhecimento sobre técnicas de manejo. O livro chama-se In-formações Técnicas para Trigo e Triticale - Safra 2012 e trata das indicações técnicas para a cultura de trigo. As orientações são elabo-radas pela Comissão Brasileira de

Pesquisa de Trigo e Triticale, que se reúne anualmente para discutir avanços na pesquisa de trigo no Brasil e para consolidar práticas e genética que serão indicadas aos técnicos e produtores. A publica-ção pode ser obtida gratuitamente, em formato PDF, na página da Embrapa Trigo na internet (www.cnpt.embrapa.br).

A primeira etapa de vacinação contra febre aftosa no Estado, com término programado para o dia 31, foi prorrogada até 8 de junho. A de-cisão do Ministério da Agricultura (Mapa) atende ao pleito da Secre-taria da Agricultura. Um problema envolvendo o fornecimento das vacinas a serem doadas atrasou a entrega das doses, encerrada na quarta-feira. O Mapa acatou o pedido porque o impasse poderia prejudicar os produtores e compro-meter os índices de cobertura. Mas a doação de vacinas pelo serviço

veterinário oficial é desaconselha-da. Para o superintendente do Mapa, Francisco Signor, os constantes pedidos de prorrogação indicam problema de gestão. “Emitimos parecer que desaconselha a distri-buição das vacinas gratuitamente, já que a secretaria não consegue organizar o processo”, disse Fran-cisco. O Secretário da Agricultura, Luis Fernando Mainardi, explica que o Estado agiu justamente no sentido de proteger o erário público e que o problema foi causado pelo fornecedor que venceu a licitação.

Um estudo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) sobre duas décadas de desastres naturais transforma em números o que os agricultores gaúchos sentem na pele e no bolso. O re-latório, divulgado pelo Ministério da Integração Nacional, mostra que o Rio Grande do Sul é líder em notificações de situação de emergência: foram 4.924. Destas, 2.643 (64%) por estiagem. São

mais de 2,1 milhões de afetados em 457 municípios. Situado em uma zona de convergência de massas polares e equatoriais, o Rio Grande do Sul tem sofrido sistematicamente efeitos do en-contro ou das oscilações dessas massas – seja períodos de seca, ou inundações repentinas. Também por isso, a Região Sul como um todo tem sido alvo de desastres naturais.

A seca que assola principalmente a região Noro-este do Estado

do Rio Grande do sul vem preocupando muitos agricultores. Os criado-res de gado, tanto leiteiro quanto de corte, entretan-to, precisam ficar atentos também à saúde dos animais devido à falta de chuva e a escassez do pasto.

Conforme o médico veterinário da Cotrijui Jorge Schifer, é neces-sário que o produtor agregue várias ações de manejo, alimentação e conforto para garantir a saúde animal. “Re-lacionado ao manejo é importante que se realize uma sequência de orde-nha e rotina de ordenha, além de fornecer alimentos de qualidade em quantidades suficientes para o gado. E com relação ao conforto, é importante ainda ficar atento à reposição de água, garantindo que o animal tenha sombra para repousar e um piso adequado para ficar”, explica.

Tendo em vista o déficit de água em época de estiagem prolongada, como a que ocorreu este ano, o médico veterinário sugere que a população como um todo se cons-cientize e realize um racionamento efetivo para preservar o que ainda

Livro traz mais conhecimento sobre técnica do varejo

Vacinação contra aftosa é prorrogada até dia 8 de junho

RS lidera ranking nacional de registros de emergência por estiagem

Escassez preocupa produtores de gado da região Noroeste

há disponível(rios e nascentes.) “A água deve ser considerada como ali-mento. Os animais deverão receber água potável em volume suficiente com a produção de leite diária”, aconselha Jorge aos criadores de gado leiteiro.

Redução na produção, ausência do cio, casos de indigestão e into-xicação são alguns dos transtornos que poderão acontecer em função da seca prolongada. “Todas as atividades devem ter um plane-jamento antecipado, produzindo alimentos nos períodos favoráveis para a utilização nos momentos de

déficit, o que vai garantir uma boa saúde para o animal e qualidade para produção”, comenta.

De maneira geral, os animais têm uma necessidade diária de inges-tão de minerais, proteínas, carboi-dratos e vitaminas para maximizar o potencial de produção. Cabe res-saltar ainda que opotencial genético estará comprometido sempre que o animal não estiver bem nutrido, im-plicando no seu baixo desempenho produtivo. “Por isso, é importante garantir o fornecimento de todos os componentes necessários para boa alimentação do gado e realizar um

Seca e falta de alimento para o gado pode ocasionar doenças nos bovinos

A SDR deverá assinar, em junho, convênio com o governo federal para receber recursos des-tinados ao combate da miséria no campo. Serão repassados R$ 14 milhões, que beneficiarão 6 mil famílias das regiões mais afetadas do Estado. A informação foi repas-sada em reunião do secretário do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Ivar Pavan, com o secretário Nacional da Agricul-

tura Familiar, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Laudemir Muller, em Brasília. A cotrapartida da SDR envolve as-sistência técnica e qualificação dos agricultores. No encontro, também foi acertada reunião para tratar do alinhamento das políticas do Plano Safra Nacional, que será lançado em junho, com a proposta estadual. O encontro acontecerá no início do próximo mês, em Porto Alegre.

Estado receberá recursos federais para combate à miséria no campo

Ijuí, 29 de maio de 2012 | Jornal da Manhã 3

DOENÇA EM BOVINOS

O trabalho rural é um trabalho ár-duo e que demanda muito esforço físi-co e dedicação. Por conta da exposição às intempéries climáticas e ao, muitas vezes, excessivo exercício físico, os trabalhadores rurais costumam sofrer com doenças como LER/Dort, que são Lesões por Esforços Repetitivos e Doenças Osteomusculares relacio-nadas ao trabalho, intoxicações por agrotóxico, perda auditiva por conta do ruído, câncer de pele, problemas respiratórios, dentre outros. Há ainda os riscos de acidentes de trabalho com ferramentas manuais, máquinas agrícolas ou ainda provocadas por animais peçonhentos.

A fonoaudióloga do Cerest de Ijuí Elisa Lucchese Bezerra ressalta que os agravos que podem acome-ter o trabalhador rural são conse-qüências dos riscos presentes em seu ambiente de trabalho. “Ruídos emitidos pelos maquinários, radia-ções solares, exposição a produtos químicos, pela divisão e ritmo in-

Intoxicação por ingestão de agrotóxico preocupa

tenso de trabalho com cobrança de produtividade, jornada de trabalho prolongada, ausência de pausas e outros aspectos da organização do trabalho”, comenta. Devem-se acrescentar ainda os baixos salários e recursos financeiros, além de ca-rência alimentar, doenças mentais relacionadas ao trabalho e deficiên-cia no acesso aos serviços de saúde.

Desse total, 220 mil casos acabam em óbito. Cabe salientar ainda que para cada caso notificado de intoxi-cação há 50 casos não notificados. Elisa ressalta ainda que todos os agrotóxicos são potencialmente pe-rigosos. A exposição a agrotóxicos pode ocasionar sintomas agudos como, cefaleia, tontura, vômito, pa-restesias, coma e morte ou sintomas crônicos como paralisia reversível, ação neurotóxica retardada irrever-sível e pancitopenia. “O ideal seria que, quando preciso fazer uso de agrotóxicos, utilizar equipamentos de proteção individual, nunca trans-portar alimentos, rações, forragens ou utensílios de uso pessoal ou do-méstico junto com os agrotóxicos, bem como evitar fumar, comer ou beber durante a aplicação”, comen-ta. É importante salientar ainda que crianças, gestantes ou mulheres que estão amamentando não tenham nenhum tipo de contato com os agrotóxicos.

Dados da Organização Mundial de Saúde alertam que ocorrem, no mundo, três milhões de intoxicações agudas por agrotóxicos a cada ano

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O ministério da Agricul-tura Pecuária e Abaste-cimento (Mapa) divul-gou os preços mínimos

para as culturas de inverno da sa-fra 2012 e para produtos regionais da safra 2012/13.

Os valores foram definidos pelo Conselho Monetário Na-cional (CMN). De acordo com o analista de mercado Argemiro Brum, a medida tem impacto mí-nimo na economia do agricultor. “Em primeiro lugar, a divulga-ção foi feita muito tarde, depois de boa parte da safra já semeada. Isso significa que o produtor está plantando trigo e aveia não em função do preço mínimo e sim pela necessidade de crédito para sobreviver até a próxima safra de verão”, esclarece.

Para o trigo, a principal cultura de inverno do país, o aumento foi de apenas 5% em relação ao ano anterior. O governo, segun-

Preços mínimos terão pouco impacto para agricultoresPara especialista, atual preço mínimo não cobre o custo total da lavoura de trigo que, nesse ano, deverá ficar acima de R$ 35,00 o saco

Agricultores têm procurado, cada vez mais, a atualização digital

Inaugurada em abril de 2010, a sala de inclusão digital do Sindicato Patronal Rural do município de Ijuí já realizou 47 cursos nas áreas de informática básica, Excel básico e introdução a internet, com o intuito de levar a inclusão digital também para o meio rural. De acordo com a coordenadora dos cursos do Senar-RS no Sindicato Patronal, Darlene Rosinke Zardim, a participação e a procura por parte dos agricultores está cada vez maior.

Com o avanço da inclusão na rede por toda população, a im-portância da população rural estar intimamente relacionada com esse meio se faz cada vez mais necessá-ria. “Isso está fazendo parte da vida de todas as pessoas, inclusive nas

necessidades diárias como o acesso a bancos, por exemplo. O entendi-mento da informática permite ainda que os produtores percam o medo de mexer nos aparelhos e fiquem mais íntimos do computador para facilitar suas atividades”, comenta a coordenadora.

Hoje a infraestrutura da sala do Sindicato conta com 10 computa-dores. O Senar ainda disponibiliza vários profissionais cadastrados que ministram os cursos para os agricultores.

Os cursos são gratuitos e cha-mam atenção de alunos de todas as idades. “Já tivemos alunos com idades a partir dos 16 anos, mas nossa maior procura é de pessoas acima de 40 anos”, finaliza.

Inclusão Digital no meio rural já tem 47 turmas formadas

do Argemiro, não compra mais a produção ao preço mínimo, portanto, esse preço já não é uma garantia de renda. “No máximo, o governo realiza leilões de Prêmio de Escoamento da Produção para o trigo tipo 1, pH 78, visando a sua exportação. “Mesmo assim, esse mecanismo não contempla todos os produtores”, diz.

Ele destaca ainda que o atual preço mínimo não cobre o custo total da lavoura de trigo que, nesse ano, deverá ficar acima de R$ 35 o saco, nem cobre toda a tecnolo-gia necessária que o produtor vai utilizar. Para os demais produtos, o preço mínimo também pouco representa. “Particularmente no caso da colza e girasol que tendem acompanhar o preço da soja no mercado, hoje mais elevado”, frisa. A tendência, daqui para frente, é sobrar pouca renda líquida ao produtor. “Mesmo assim, será preciso uma produtividade, com

qualidade do produto, muito ele-vada, para que o preço mínimo auxilie em alguma coisa de forma direta”, comenta esclarecendo que o resultado da última safra de inverno foi claro nesse sentido. “Tivemos uma safra cheia, a qua-lidade geral foi boa, porém, não houve compradores e o preço de mercado ficou entre R$ 24 e R$ 28”, completou.

Para Brum, o principal ele-mento seria construir um seguro agrícola que cobrisse a renda pró-pria do produtor. Por enquanto, o seguro existente e que abrange a todos, proteje o dinheiro público, ou seja, o financiamento bancário. “Além disso, precisamos avançar ainda mais em tecnologia, não só para melhorarmos o trigo, mas o conjunto das culturas de inverno de maneira a torná-las viáveis a preços de mercado, sem depender de ações subsidiadas do Estado”, finaliza.

4 Jornal da Manhã | Ijuí, 29 de maio de 2012

CULTURAS DE INVERNO

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As expectativas e previsões iniciais são de que a área de trigo no Estado do RS aumente aproxima-

damente 20%, incluindo a região Noroeste do Estado. Porém, fatores diversos estão influenciando na tomada de decisão de muitos pro-dutores, tais como a safra frustrada de soja deste ano, a descapitaliza-ção do produtor, a seca prolongada que persiste até hoje, o aumento de preços dos fertilizantes, prin-cipalmente os nitrogenados e o risco de chuvas em excesso em fases importantes do trigo, além de muito grão salvo pelo produtor, que não é somado nas vendas de sementes e que fazem com que não tenhamos um dado preciso sobre a área deste ano.

Conforme o empresário Ibanez Fontoura da Motta, em decorrência disso, de uma maneira geral, a tendência será de usar uma adu-bação muito econômica no trigo, sem a aplicação de alta tecnologia, visando apenas lavouras de custo benefício e “torcendo para os fatores climáticos começarem a ajudar”. “O fator preço mínimo sofreu uma correção dias atrás, a nível interno, e os preços inter-nacionais a curto e médio prazo têm uma tendência positiva, o que pode compensar uma possível redução na produtividade. O que não podemos fazer é conduzir uma lavoura sem tecnologia, confiando apenas em São Pedro e nas Bolsas Internacionais”, destacou.

Questionado sobre os pro-blemas que aconteceram com a semente da soja e a expectativa para qualidade da semente do trigo, o empresário afirmou que não há como comparar. “A semente de trigo foi colhida em condições excepcionais, clima favorável, boa tecnologia e obtivemos uma safra

Tendência é de investimento mais econômico

ótima em rendimento. Uma das melhores. Ainda fizemos rotação de culturas, incorporamos palha, adubamos e cobrimos o solo, controlando invasoras, e apesar da lenta comercialização, na maioria dos casos, obtivemos uma ótima receita com a cultura de inverno”, comenta. Ele ressalta ainda que esses são só alguns benefícios da cultura do trigo.

No que diz respeito a semente de soja, ocorreu o contrário. O clima foi péssimo durante todo o ciclo da cultura e colheita com produtividades sofríveis e quali-dade comprometida. “Certamente o RS terá problemas com a oferta de sementes este ano”, destacou.

Sementes CertificadasSobre as sementes certifica-

das, Ibanez comentou que não as vê como imposição ao produtor. “Vejo e entendo como um processo normal de crescimento cultural e avanço tecnológico. O RS é o Estado que mais ‘salva’ sementes no Brasil e é o último em produtivi-dade média de soja. Isso sim é uma imposição de atraso tecnológico e de critérios na escolha de boas prá-ticas agrícolas”, enfatiza.

Atualmente, segundo o em-presário, tem-se trabalhado mui-to para reverter esse quadro, ten-do em vista que as pesquisas e as detentoras das sementes têm proporcionado a superação de limites de rendi-mento ano após ano. “Esse tra-balho, porém,

Saiba como economizar no trigo

Como a lavoura de trigo tem um nível de incerteza maior do que as culturas de verão, o planejamento é fundamental para aliar rendimento à

rentabilidade. É preciso con-siderar fatores promotores do rendimento de forma equilibrada com fatores protetores da lavoura, vi-sando sempre o retorno financeiro do produtor. O alerta é da Embrapa Trigo.

No momento em que começa a semeadura do trigo no Rio Grande do Sul, o produtor pode ficar confuso com a grande oferta de cultivares, herbi-cidas, fungicidas, fórmulas milagrosas para adubação e garantia de qualidade final pelos detentores e até por “São Pedro”. A escolha

da cultivar vai definir grande parte do conjunto de insumos a ser utilizado, já que algumas cultivares demandam mais adubo, mais fungicidas ou mesmo um redutor de crescimento. Assim, fica de-finido também como será o manejo da lavoura e o tamanho do investimento.

Para identificar a melhor opção, o produtor deve conhecer o potencial produtivo da região, as cultivares mais adaptadas, o histórico da propriedade e do clima. O conselho é não errar na hora de economizar na lavoura de trigo. Não adianta economizar na compra de se-mentes certificadas, reduzir adubação e manter três aplicações de fungicida. Se o produtor reduzir o potencial da lavoura, não vai adiantar tentar prote-ger este potencial que já está limitado. Segundo ele, em caso de necessidade de fazer economia é melhor reduzir a área, mas manter um nível mínimo de tecnologia para assegurar o retorno.

Ijuí, 29 de maio de 2012 | Jornal da Manhã 5

TRIGO

só será sustentado se fizermos a engrenagem rodar por completo, pagando os royalties das tecno-logias que precisam ser criadas e renovadas para retornarem em benefício ao produtor rural e a toda sociedade”, frisa.

Ele conclui ressaltando que não é com “grãos salvos” colo-cados simplesmente em “sacos brancos”, que se pode dizer que as sementes estão aptas para o plantio. “Pensarmos que estamos ‘abafando’ e somos os donos da verdade ao colher 50 sacos de soja por hectare é um grande engano. Façamos valer a importância e o peso da ciência, afinal de contas temos que olhar para a frente e para cima, não para trás!”concluiu.

Ibanez Fontoura da Motta

Certamente o RS terá problemas com a oferta de

sementes este ano”

Page 6: Caderno Rural 29.05.2012

Nº3 VARROASE

GELEIA REAL

Produção de noz-pecã avança no Noroeste

Motivados pelo valor atraente, pequenos pro-dutores da região Noro-este estão investindo na

produção de noz-pecã. O quilo da fruta com casca varia de R$ 3,50 a R$ 6,50. O número de famílias que aderiu ao cultivo na região passa de 60 e a área ocupada com nogueiras, segundo a Emater/RS-Ascar, é de aproximadamente 121 hectares. “É um investimento que vai pagar a faculdade da minha filha”, disse o produtor Nardeli Uhde, do interior de Ajuricada.

O preço aquecido, segundo o diretor da Pecanita Agroindus-trial, uma das maiores indústrias processadoras da fruta no Estado, com sede em Cachoeira do Sul, Claiton Wallauer, é resultado da falta de matéria prima. Cresceu a demanda de parte da indústria de alimentos e de pessoas que buscam, por indicação médica, alimentos funcionais como a noz-pecã para terem mais saúde.

Embora a produção na região Noroeste, pouco mais de 42 to-neladas, seja pequena em relação a região Central (842 toneladas), cada vez mais seus produtores estão percebendo que é rentável investir a médio e longo prazo em uma cultura que apresenta vantagens naturais. A noz-pecã é colhida quando cai no chão e demora a apodrecer. Além disso, a nogueira apresenta vasta possibilidade de consórcio e necessita de poucos cuidados - a adubação é o principal deles.

A árvore bem adubada chega a produzir 400 kg, porém, mais de 90% dos produtores extrai menos

Causa mortalidade e é muito prejudicial às abelhas. E espalha-da por quase todos os apiários do mundo, causando sérios prejuízos sem condições de erradicação, exigindo constante tratamento, para manter a sua proliferação sobre controle, para manter a produção de mel.

CausadorUm minúsculo carrapato de

coloração marrom, facilmente visto a olho nu ou com auxilio de uma lupa. Fica grudado no corpo das abelhas e de suas crias, especialmente nos alvéolos dos zangões, em número de dois a doze ácaros.

As fêmeas fazem a postura nas células abertas dos favos do ninho com ovos ou larvas, dando preferência por aqueles ocupados pelos futuros zangões, onde, o ácaro pode completar seu ciclo de vida desde o ovo até a forma adulta, quando deixa o alvéolo e passa a viver no corpo das abelhas, fixando-se no corpo (no tórax e no abdômen), através de suas patas. Chama-se VARROA

jacobsonii.

CombateCada apicultor deve procurar

a Associação dos Apicultores de sua região ou buscar orientação com os técnicos responsáveis tanto municipais e estaduais que estão à sua disposição.

A Associação vai usar produto orgânico. Grande parte dos api-cultores opta por melhoramento genético que a abelha cria defesa e resistências se defendendo, e outros por tratamento químico.

A Varroa é um grande trans-missor de doenças de colmeias contaminadas para colmeias sadias e que alguns estudiosos dizem que a grande indicadora das causas da mortalidade dos en-xames, é bom fazer o tratamento antes do inverno, para diminuir a mortalidade dos enxames.

Basta entrar em contato com o presidente da Associação Sr. Aldair Cossetin pelos telefones: (55) 3332-3450 / 9104-5008 ou Djalmar Schmidt pelo telefone: (55) 3332-1438 para maiores informações.

que isso. “O produtor tira o que dá, sem pensar que poderia melhorar o potencial produtivo da nogueira”, disse Wallauer.

As mudas enxertadas começam a produzir a partir do quarto ano. O produtor interessado em implantar ou renovar o pomar tem linhas de crédito oferecidas pelo governo fe-deral, através do Programa Nacio-nal de Fortalecimento da Agricul-

tura Familiar (Pronaf). O incentivo à fruticultura dado pelo governo do Estado provém do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper), cujos recursos devem ser priorizados em consulta popular. O prazo de pagamento varia de oito a dez anos e o tempo de carência, de três a quatro anos.

Azevém resistente exige mudança de princípio ativo

Muitos produtores já começaram a plantar as culturas de inverno. Outros, por sua vez, começam a preparar o solo para o plantio do trigo. Entretanto, nos últimos anos os produtores têm enfrentado um novo problema: o do azevém resis-tente. De acordo com o empresário Juarez Neme da Costa, o azevém é uma cultura excelente para quem trabalha com gado e pecuária de leite, todavia, para quem deseja cultivar uma lavoura de trigo, por exemplo, ele torna-se um inço e deve ser controlado com dessecante antes do plantio.

Essa é uma cultura que criou resistência à molécula do glifosato, ou seja, mesmo que o produtor aplique o dessecante para eliminar todas as ervas e deixar a lavoura limpa, o azevém resistente acaba não morrendo, o que ocasiona um problema sério de competição com a cultura do trigo.

“Isso ocorre através de uma mutação natural devido ao uso re-petitivo de um princípio ativo”, diz.

Para combater o azevém resis-tente, Juarez esclarece que é neces-sário mudar o princípio ativo que se está utilizando. “Hoje o produtor

que tiver um azevém resistente na lavoura, terá de lançar mão de um graminicida pós-emergente com um princípio ativo diferente, após ter usado o glifosato para o controle de outras ervas daninhas. Caso não faça isso, ele perderá o controle”, conclui.

6 Jornal da Manhã | Ijuí, 29 de maio de 2012

Produtor de Ajuricaba está conseguindo programar o pagamento da universida-de da filha com a produção de noz-pecã

Transferência de larvas é uma criação forçada. Método é conhecido por enxertia

Cultura criou resistência à molécula do glifosato, por isso, exige mudança

Page 7: Caderno Rural 29.05.2012

A seca que vem prejudi-cando a maioria dos setores da economia agrícola foi benéfica

para os apicultores. O período de seca auxiliou para que o ano de 2012 resultasse em uma produção recorde para os pro-dutores de mel do município. De acordo com o presidente da Associação de Apicultores de Ijuí, Aldair Cossetin, os api-cultores que trabalharam com técnica e seguiram um padrão de qualidade praticamente do-braram sua produção. “A seca privilegiou nossa produção. Alguns membros da Associa-ção chegaram a produzir 40 kg por caixa. Isso só foi possível porque eles fizeram um manejo adequado”, comentou.

Em média, a produção de cada produtor nos anos ante-riores era de 25 kg por caixa. Neste ano, o total de produção dos apicultores do município chegou a 80 mil kg de mel. “Esse produto é, em sua grande maio-ria, exportado e apenas uma parte é mantida na cidade para manter o comércio”, explica.

No ramo da apicultura, são poucos os que dependem ape-nas dessa cultura como forma de renda, a maioria trabalha com outras culturas como prin-cipal fonte de renda e tem o negócio do mel como uma renda extra. O produtor José Koster é um dos que optou por trabalhar exclusivamente com a apicultu-ra. Sua média de produção foi de 30 kg por colmeia ao ano, tendo em vista que a safra vai da primavera ao outono. “Para

O sucesso é doce: apicultores têm produção recorde em 2012

garantir a produção, optamos por trabalhar com o manejo dos favos, a abelha rainha e a apicultura migratória”, conta. O apicultor comenta que neste ano optou por trabalhar com o manejo migratório, que é quan-do as abelhas saem da região e vão para uma florada de euca-lipto, na fronteira. “Esses fatores influenciam para o aumento da produção. Isso tendo em vista que neste ano a produção sofreu um pouco porque o período foi mais seco que o necessário. Se não tivesse dado uma seca tão forte na região da fronteira, nós teríamos ultrapassado essa média.

Qualificação e preparo para aumentar a produção

Para atingir um volume de produção satisfatório, João esclarece que é necessário re-alizar a troca da abelha rainha da colmeia, após, realizar o manejo do ninho e a troca de favos velhos por lâminas novas. “É necessário que os produtores coloquem material de apoio e que o clima seja favorável para o período da florada”, diz.

São três os fatores que con-tribuem para o sucesso na pro-dução: ter uma boa linhagem; ter abelhas dentro da colmeia quando acontece a florada; e ter um clima favorável para que isso aconteça. No caso do clima, é im-portante que não fique acima de 60% de baixa umidade, pois se for superior pode prejudicar a produção do mel. “Não significa que não vai se ter mel, mas sim que a produção vai acontecer

em menor escala”, afirma. Produzir para exportar

Desde o ano 2000, quando o Brasil começou a exportar mel, a Associação dos Apicultores do município tem trabalhado no sentido de inserir os pro-dutores nesse mercado. “Nós apenas direcionamos o mel dos apicultores para exportação, mas isso acontece de forma indireta”, comenta o produtor, membro da Associação.

Atualmente, 90% da pro-dução de mel do município é exportada e apenas 10% fica no município para atender o comércio local. “O mercado ain-da não absorve nossa demanda de produção. Ainda não conse-guimos avançar no mercado interno, então, a exportação é uma questão de cálculo, pois compensa mais para o produ-tor e é uma forma de escoar a produção”, conclui.

Defesa do consumo do melO secretário da Agricultura,

Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, abriu o 19º Congresso Brasileiro de Apicul-tura e 5º Congresso Brasileiro de Meliponicultura, realizado em Gramado, defendendo que o setor apícola precisa se pre-parar para ampliar a produção e conquistar mais espaços no mercado interno e externo. Conforme o titular da pasta, o

setor precisa estar atento ao fato de que pelo menos 20 milhões de brasileiros ascenderam da classe D para a classe C.

Segundo Mainardi, “as pes-soas ampliaram suas possibili-dades de consumo e, portanto, podem ser alvo de campanhas que informem sobre as qua-lidades nutricionais do mel,

pois é fundamental romper barreiras culturais que ainda impedem um maior consumo deste produto”. Se o consumo per capita subisse para um quilo habitante/ano, precisarí-amos quintuplicar a produção brasileira para atender apenas o mercado interno, calculou o secretário.

Ijuí, 29 de abril de 2012 | Jornal da Manhã 7

MEL

- O que fazer para garantir a pureza do mel?Higiene na coleta, centrifugação e envase do mel. O produto sai com ótima qualidade dos favos, o desa-fio é manter esta qualidade até o consumidor final.- Como deve ser realizado o manejo das colmeias?O apicultor deve preocupar-se em realizar o manejo eficiente de suas colmeias para que consiga ter su-cesso na atividade. Para isso, deve estar sempre atento à situação das colmeias, observando a quantidade de alimento disponível, a presença e a qualidade da postura da rainha, o desenvolvimento das crias, a ocorrência de doenças ou pragas etc. Desse modo, muitos problemas podem ser evitados caso sejam tomadas medidas preventivas, utilizando-se técnicas de manejo adequadas.- Qual a recomendação para revisões nas colmeias?De uma maneira geral, recomenda-se a realização de revisões nas seguintes situações e intervalos:Para enxames recém-coletados, recomenda-se realizar uma revisão cerca de 15 dias após sua instalação no apiário, verificando seu desenvolvimento inicial do enxame e observar as condições gerais dos favos. No período anterior às floradas, deve ser realizada uma boa revisão, com o objetivo de deixar a colmeia em ótimas condições para o início da produção. Os aspectos a serem observados e as principais medidas adotadas serão descritos a seguir. Durante as floradas, devem-se realizar revisões nas melgueiras a cada 15 dias, para verificar como está a produção de mel, a quantidade de quadros completos, devidamente operculados, e a necessidade de acrescentar ou não mais melgueiras. Nessa revisão, deve-se evitar o uso excessivo de fumaça junto às melgueiras para que o mel não a absorva. Após o período das principais floradas, deve-se realizar novamente uma revisão completa no ninho, ve-rificando se existem anormalidades, com o objetivo de preparar a colmeia para o período de entressafra. Na entressafra, as revisões devem ser menos frequentes, geralmente mensais, para evitar desgaste aos enxames que, normalmente, estão mais fracos. As revisões devem ser rápidas, observando-se, principalmen-te, se há necessidade de alimentar as colmeias, reduzir alvado, controlar inimigos naturais ou unir enxames fracos. - Como reforçar as colmeias que estão fracas?Suplementando com alimento nas épocas críticas. A época correta para iniciar o fornecimento de ali-mento suplementar varia de acordo com a região. Em geral, nos períodos secos, chuvosos ou frios, falta alimento no campo. Por isso, o apicultor deverá ficar atento para a entrada de alimento em suas colmeias e fazer seu próprio calendário alimentar. Deve realizar revisões periódicas em seus enxames e socorrer suas colmeias com alimentação complementar quando houver menos de dois quadros de mel na caixa.

Mel produzido por apicultores do município é destinado à exportação

Produção apicula exige cuidado para grantir qualidade do mel produzido

Page 8: Caderno Rural 29.05.2012

Muitas vezes os consumidores de energia, com o objetivo de reduzir sua conta mensal, adotam medidas criminosas como fraudes e furtos. Além de extremamente perigosas à pessoa que manipula os ca-bos de energia, essa atitude acaba onerando a Ceriluz e todos os demais associados. Para esclarecer o consumidor sobre os malefícios desta prá-tica, a Cooperativa destaca uma série de perguntas que levantam dúvidas entre seus consumidores.

O que é furto ou fraude de energia?

O furto acontece quando a energia é puxada diretamente da rede elétrica, sem o conhe-cimento e a autorização da dis-tribuidora de energia. São os famosos “gatos”. Já a fraude é quando o cliente rompe os la-cres da sua medição e manipula o consumo do seu medidor de energia. Ambos são crimes pre-vistos no Código Penal: a fraude no artigo 171 (estelionato) e o

furto no artigo 155. A pena para es-ses crimes é de um a quatro anos de reclusão. Também são cobrados os valores do período fraudado acresci-dos de multa. Conforme determina a legislação do setor elétrico, quando a fraude ou o furto são descobertos, o consumidor pode ter o seu forneci-mento de energia suspenso. Mesmo que o consumidor não tenha sido o idealizador da fraude ou furto, ele pode ser responsabilizado. Cada um deve cuidar do seu equipamento, não permitindo que ele seja adulterado. O que a Ceriluz faz para combater a fraude?

A Ceriluz possui funcionários que monitoram as suspeitas de fraude e, uma vez confirmada, a Coopera-tiva tem garantido por lei o direito de inspecionar o relógio e eliminar as possíveis irregularidades. Quem frauda energia pode pagar caro, ge-rando prejuízos e colocando em ris-co toda a comunidade ao redor. Quem sai perdendo com as fraudes e os furtos de energia elétrica?

Todo mundo perde. Parte do valor da energia furtada é dividida entre

Jornal da Manhã Ijuí, 29 de maio de 2012

todos os outros consumidores da comunidade, mesmo aqueles que são honestos e pagam suas contas em dia. Quando alguém frauda ou furta energia elétrica da Ceriluz, na verdade, está furtando da vizi-nhança toda. Não deixe que isso aconteça com você: denuncie!Como faço para ajudar a combater o consumo desonesto de energia?

Não permita que pessoas estra-nhas tenham acesso ao seu medi-dor de energia. Apenas funcioná-rios com identificação da Ceriluz têm acesso ao seu equipamento de medição de energia elétrica. E, se perceber alguma fraude, denun-cie! Quem comete fraude ou furto de energia coloca em risco a sua segurança a de seus familiares e dos funcionários da Cooperativa, podendo responder criminalmente por algum acidente que porventu-ra aconteça em sua propriedade e principalmente, coloca em risco seus princípios éticos e morais.Como faço para denunciar a fraude ou o furto de energia?

Faça a sua denúncia através do

telefone 0800 51 3130. É simples e não exige identificação. O que deve ser feito em caso de defeito no medidor de energia?

Nesse caso, é importante en-trar em contato com a Ceriluz. Só os nossos funcionários têm autorização para realizar reparos no equipamento de medição de

Principais dúvidas sobre fraude e furto de energia

energia elétrica. Preste atenção: nossos profissionais são funcioná-rios contratados e recebem men-salmente pelo serviço que estão executando. Eles jamais recebem pagamento ou bonificação de clientes. Todos os serviços que a Agência Nacional de Energia Elé-trica (ANEEL) autoriza cobrar es-tão incluídos na conta de luz.

Em caso de fraude ou furto, entre em contato com a Ceriluz através do 0800 51 3130