caderno interior - 11/05/2011

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Enxadas abandonadas Somente 7% da população bento-gonçalvense vive atualmente no interior do município, dependendo das condições climáticas que ditam o bom ou mau andamento dos seus negócios. A ausência de jovens nos distritos se deve a diversos fatores, que atraem a nova geração para os centros urbanos: falta de opções de cultura, trabalho ou incentivo financeiro. Pais permanecem sozinhos em propriedades que pertenceram à família por gerações, dando futuro incerto a agricultura páginas 4 e 5 Quarta-feira, 11 de maio de 2011 e Região Interior Cítricos Produção de frutos deve ser favorável página 7 Social Fotos da Festa das Capelinhas página 8 Cultura Encontro de Etnias reúne 350 pessoas página 6 Quentão Festival reúne doações página 7

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Caderno Interior - Jornal Semanário - Edição 2719 - 11/05/20121 - Bento Gonçalves

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Page 1: Caderno Interior - 11/05/2011

Enxadas abandonadasSomente 7% da população bento-gonçalvense vive atualmente no interior do município, dependendo das condições climáticas que ditam o bom ou mau andamento dos seus negócios. A ausência de jovens nos distritos se deve a diversos fatores, que atraem

a nova geração para os centros urbanos: falta de opções de cultura, trabalho ou incentivo financeiro. Pais permanecem sozinhos em propriedades que pertenceram à família por gerações, dando futuro incerto a agricultura páginas 4 e 5

Quarta-feira, 11 de maio de 2011

e RegiãoInterior

Cítricos

Produção de frutos deve ser favorável

página 7

Social

Fotos da Festa das Capelinhas

página 8

Cultura

Encontro de Etnias reúne 350 pessoas

página 6

Quentão

Festival reúnedoações

página 7

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Enxada é saudadeQue a população rural está diminuindo em Bento

Gonçalves não é novidade. Os reflexos estão presentes por toda a cidade: diminuição da produção de frutas, prédios localizados na zona rural abandonados, terrenos baldios em áreas nobres. O futuro dos parreirais acaba se tornando uma incógnita, já que a preciosa mão de obra está migrando para espaços mais modernos.

A falta de incentivo financeiro vinda do poder público é um dos maiores fatores que os agricultores afirmam que os motivam a deixar o campo. Muitas vezes, os próprios pais pedem aos jovens que não sigam seu exemplo, desanimados com o lucro obtido na agricultura.

Não há como deixar de imaginar o que acontecerá se esse ritmo de abandono seguir. Seremos ainda a capital do vinho, sem jovens para trabalhar nas lavouras? Grande parte dos que investem nesse negócio hoje beiram os 60 anos. Gerações acompanharam e trabalharam para chegar aos resultados obtidos.

Cada um faz a escolha mais conveniente. Se morar na cidade é a opção feita pelos jovens, que a façam com louvor. Porém, que um caminho sem tanto prejuízo seja guiado para os já antigos agricultores, que ficam na incerteza do futuro de suas lavouras e propriedades, seu maior investimento de vida.

Editorial

2 Quarta-feira, 11 de maio de 2011 Interior e Região

Você acha que os jovens devem permanecer no campo?A voz do interior

Moacir MagogaAgricultor

Faria Lemos

Paulo Roberto CavalliSubprefeitoFaria Lemos

Alfeo RotavaAgricultor

Faria Lemos

CURTAS

Diamagramação: Maiara [email protected] Gráfico: Maiara AlvarezDireção: Henrique Alfredo [email protected]

Edição: Raquel Fronza [email protected]ão: Juliana [email protected] de Capa: Raquel Fronza

Caderno

Este caderno faz parte da edição 2719 de quarta-feira, 11 de maio de 2011, do Jornal Semanário

Interior e RegiãoSEDEWolsir A. Antonini, 451 - Bairro FenavinhoBento Gonçalves, RS54. 3455.4500

FOTOS RAQUEL FRONZA

Se não tiver uma boa

remuneração, não tem por

que ficar.

Gostaria que os jovens ficassem,

mas já não se produz como

antes.

Eles têm mais é que sair.

Não se tem nenhuma

valorização.

*Estão abertas a partir de segunda-feira, dia 12, as inscrições para o 2º Campeonato Municipal de Vôlei de Quadra – Masculino e Feminino. As inscrições seguem até dia 2 de junho na Secretaria de Esportes, Lazer e Ju-ventude, promotora do evento. A competição acontece nos dias 5 e 12 de junho no Centro Municipal de Eventos Sérgio Luiz Guerra, a partir das 9h. Somente atletas com vínculo com o município podem se inscrever. O valor da inscrição é 1Kg de alimento não perecível por atleta. Mais informações na Secretaria de Esportes, na sala anexa ao Palco da Estação, pelo telefone (54) 3461-8993 ou pelo e-mail [email protected].* Nos dias 5, 6 e 7 de maio foi realizado o curso de Aplicação de Agrotóxicos, no Vale dos Vinhedos, numa promoção da Prefeitura Municipal de Bento Gonçalves, através da Secretaria de Agricultura, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR-RS. Os 17 participantes tiveram aulas práticas e teóricas, e aprenderam a utilizar, revisar e conservar o equipamento de proteção individual (EPI), discutiram sobre a Norma Regulamentadora 31 e foram orientados sobre a correta aplicação destes produtos. O curso, denominado Opera-ção e Manutenção de Turbo Atomizadores é oferecido gratuitamente, compreende de 20 horas/aula e integra o Programa Municipal de Qualificação da Agricultura Familiar. As aulas teóricas foram ministradas no Auditório da Escola Municipal Lóris Reali a prática na propriedade da Casa Valduga.

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3Quarta-feira, 11 de maio de 2011Interior e Região

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4 Quarta-feira, 11 de maio de 2011 Interior e Região

O abandono da vida no campoEspecial

Cada avanço no calendário representa menos moradores no perímetro rural de Bento Gonçalves. Dos quase 110 mil habitantes que residem no município, somente 7% permaneceram no interior convivendo com a incerteza climática

Largar o maquinário rural, trocar o canto do galo por

buzinas altas e estridentes, adaptar-se a rotinas urbanas. Esquecer de vez o plantio de frutas e de produtos coloniais e restringir-se a espaços meno-res e sem chance para a pecuá-ria. Esta é a escolha que muitos jovens de Bento Gonçalves têm feito ao partirem para a cidade, deixando para trás terras que muitas vezes pertencem a uma mesma família por gerações.

Alguns fatores influenciam para que o abandono deste es-tilo de vida seja feito: a necessi-

dade de altos investimentos em equipamentos, melhoramento genético e tecnologia, e a baixa remuneração, além da falta de incentivos financeiros, recla-mados por aqueles que faziam da colheita da uva ou produção do leite o seu negócio.

Conforme as estatísticas di-vulgadas na última semana de abril pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), obtidas no Censo 2010, Bento Gonçalves tem uma população que beira os 110 mil habitantes. O município apresentou cres-cimento de até 100%, quando

comparado com os primeiros dados coletados em 1970, em que os moradores não passa-vam de 40 mil, distribuídos no mesmo espaço disponível ho-je: 381,960 km². Porém, o cres-cimento não ocorreu em todos os pontos do mapa: destas 110 mil pessoas que transformaram Bento Gonçalves na Capital Bra-sileira do Vinho, atualmente, só 7% residem no interior do mu-nicípio. Estes números apontam a falta de crescimento rural, on-de o trator cedeu seu lugar para carros confortáveis e luxuosos, que servem apenas para passeio.

O município anda na contra-mão do êxodo rural nacional. No último censo, a média de habitantes que deixavam a zo-na rural era de 1,31% a cada ano, enquanto na atual amos-tra a média caiu para 0,65%.

O secretário de Agricultura de Bento Gonçalves, Gilmar Cantelli, descreve alguns pos-síveis motivos que podem le-var o jovem a abandonar a vi-da no campo. “Muitos jovens, pelo estudo que conseguiram ter, graças ao trabalho da fa-mília no meio rural, acabam tendo uma oportunidade de melhor ganho financeiro, op-tando pelo trabalho no meio urbano”, pontua. Ele ainda diz que os diversos avanços tec-nológicos, a oferta e a facili-dade de consumo, o marketing das opções que o meio urbano oferece, acabam atraindo o jo-vem para a moradia e o traba-lho no meio urbano.

Cantelli mostra que a preo-cupação em incentivar o agri-cultor a permanecer no campo parte também da administra-ção municipal. Segundo ele, a secretaria tem à disposição do produtor rural subsídios em diversas áreas, como maqui-nário agrícola, alevinos, cera alveolada, semente de milho, inseminação artificial para bo-vinos, cursos de gestão rural, manutenção de equipamen-tos agrícolas, agroindustriali-zação, produção orgânica. Por parte do turismo rural, ocor-rem viagens técnicas a feiras e eventos, oportunidades de venda direta ao consumidor através das feiras livre e ecoló-gica. Ele completa afirmando que o governo federal dispo-nibiliza financiamentos com juros reduzidos para investi-mentos de diversas formas e custeio anual para insumos.

Permanência

O simpático casal morador do distrito de Faria Lemos, na Linha Alcântara, Lourdes Fe-drigo Faccin, 70 anos, e Nilo Faccin, 77, transmitem no olhar a sensação de abandono vivida

no interior de Bento Gonçal-ves. A história do casal refle-te a realidade do êxodo rural: as duas filhas do casal preferi-ram acompanhar seus maridos e partiram para a cidade, dei-xando os pais sozinhos em seu agronegócio, que se baseia em produção de uva e outras ativi-dades relacionadas à pecuária e pequenas produções de ou-tros frutos. “Gostaríamos que ao menos uma delas tivesse fi-cado conosco. Mas os jovens não querem saber de colônia, e para as mulheres, as chan-ces de ficar são menores ain-da”, conta Nilo.

Para que o ensino médio se-ja cursado pelos jovens do in-terior, é necessário que estes se desloquem até a cidade. Neste percurso de visitar diariamen-te a área urbana é que mui-tas vezes surge o interesse da juventude em sair do campo, conforme contam Lourdes e Nilo. “Ter escolas na área da cidade só dá menos incentivo para os jovens a permanece-rem no interior”. Isso porque, segundo Lourdes, que é pro-fessora aposentada, nas esco-las localizadas nos distritos e hoje abandonadas, eram reali-zadas atividades de incentivo à permanência no meio rural. “Plantávamos em hortas, colhí-amos os frutos, ensinávamos a respeito de safra”, diz.

Outro motivo que o casal jul-ga como fator importante na hora da escolha de ficar ou não na zona rural é relacionado às opções culturais. “Não se tem diversões para a juventude”, aponta Lourdes. Ela ainda lem-bra que em sua época, ocor-riam bailes dominicais onde, inclusive, dançava e flertava com seu atual marido.

Mesmo assim, a distância do campo para a cidade não apresenta os mesmos proble-mas de antigamente. Nilo con-ta que além de grande parte dos moradores dos distritos possuírem carro, os horários de ônibus que transportam até a parte central da cidade são bem divididos.

Apesar de culparem esses Jandir Crestani mostra suas ferramentas de trabalho no campo: nenhum dos dois filhos quis imitá-lo

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5Quarta-feira, 11 de maio de 2011Interior e Região

itens como os vilões do aban-dono dos jovens das residên-cias familiares, a dupla afir-ma não ter se arrependido da escolha de fixarem moradia no interior. Naturais da mes-ma localidade onde estão atu-almente, Nilo completa: “Ti-ve diversas oportunidades de morar na cidade, mas não me arrependo de ter ficado”. Na área urbana eles afirmam se sentir presos. “Aqui o traba-lho é pesado, mas vale a pena”.

Incerteza nos negócios

Empresário e agricultor, Jan-dir Crestani, 65, morador do Ceará da Graciema, no Vale dos Vinhedos, é tomado pela incer-teza no futuro de seus agrone-gócios. Crestani é pai de dois jovens: Vanessa, 20, e Tiago, 22: até agora, nenhum dos fi-lhos demonstrou interesse em seguir com a produção de uva ou tomar conta da pousada da família, o que aparenta preocu-par Crestani. “Meus filhos mo-ram aqui, mas nunca estão em

casa”, brinca o agricultor.Vanessa vai além de Bento

Gonçalves: ela se desloca dia-riamente para Caxias do Sul, frequentando as aulas do 7º semestre de Psicologia. Além disso, trabalha como auxiliar administrativa no distrito, pela manhã: sinais de que a carrei-ra a levará para longe. “Não se tem opções para as mulheres trabalharem no interior”, sen-tencia a jovem. Além disso, Va-nessa afirma que ver o trabalho pesado do pai a desmotivou na escolha: “É muito duro, uma vi-da muito sofrida”.

Ser independente nas esco-lhas profissionais e não pre-cisar obedecer às ordens de chefes atraiu muito Crestani, que optou por viver no inte-rior, nas terras herdadas do pai. “O melhor de tudo é não precisar ser mandado”, aponta. O pai admite ter insistido para que seus filhos dessem conti-nuidade aos negócios da famí-lia, já tendo planejado diferen-tes áreas de atuação para cada um, dentro de sua proprieda-de. “Eu gostaria que a Vanessa

investisse na Pousada, em ex-pandir. E para o Tiago, que es-tudasse enologia para seguir com a produção de vinhos e de uva”, revela Crestani.

Apesar de admitir que o trabalho na roça exija bas-tante esforço físico, Cresta-ni compara com épocas an-teriores e destaca o avanço tecnológico como fator posi-tivo. “Hoje existem máquinas que fazem tudo no campo, você encontra uma facilida-de enorme. Antigamente era muito mais difícil”, avalia.

A exceção

Dizem que para toda regra existe uma exceção. Vinícius Carraro é um destes casos que diferem dos demais, quando comparado com a opção fei-ta pela maioria dos jovens. Com 23 anos, o morador do Vale dos Vinhedos já projeta seu lar no distrito, mais pre-cisamente no mesmo ambien-te em que seus pais residem. Além disso, ele ajuda o pai diariamente na roça, sendo

o único dos três filhos do casal Anedes, 52 e Volmir, 56.

A admiração pela vida no cam-po surgiu desde pequeno. Quan-do o pai se encaminhava para os parreirais, Vinícius, com sete anos, o seguia. E o trajeto nun-ca deixou de ser percorrido pe-la dupla, que passa o ano intei-ro trabalhando no cultivo da uva: “Nem penso em ir morar na ci-dade”, conta Vinicíus.

A mãe do jovem se orgulha quando a vizinhança o elogia. “Ninguém acredita que ele faça tudo isso. As pessoas se admi-ram”, avalia Anedes. O pai com-partilha da satisfação que a mãe demonstra: “Mais feliz do que is-so eu não poderia ficar”.

A beleza transmitida pelos par-reirais nas quatro estações é o que mais atrai Vinícius. Ele afir-ma que, por estar habituado e já ter grande entendimento das questões rurais, optou por per-manecer em seu local de origem. A lucratividade e rentabilidade também o incentivam: “Ganho muito mais aqui do que traba-lhando como empregado”. Mas ele pondera quando questionado

sobre se o lucro se manteria, ca-so seus dois irmãos o ajudassem na lida. “Aí acredito que não da-ria para viver bem”.

Falta de lucro

O agricultor ganha muito me-nos do que há dez anos. Quem concorda com essa frase é Vol-mir Carraro, que calcula uma margem de lucro muito inferior à vivida atualmente. Expondo os valores de insumos agríco-las, ele ilustra com o aumento do valor de, por exemplo, uma medicação para videiras, que, segundo ele, é a mais utiliza-da. “Eu pagava por um litro do produto R$3, há dez anos. Ago-ra, ele custa R$19”.

A diária paga para um safris-ta, profissional que auxilia du-rante o período da colheita da uva, também aumentou mais de 100%. De R$25 passou a R$60. “A única coisa que não aumentou foi o preço da uva. Ficamos quatro anos receben-do o mesmo valor. Isso nos tira a vontade de trabalhar na roça”, sentencia Volmir.

Apesar do cenário de abandono da juventude na cena rural, Vinícius Carraro difere dos demais quando opta por permanecer no interior de Bento Gonçalves

FOTOS RAQUEL FRONZA

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6 Quarta-feira, 11 de maio de 2011 Interior e Região

Grupos gauchescos, italianos, alemães e outros participaram da festa

Terceira edição do evento já está sendo organizada

Grupos de diversas culturas

estiveram presentes

na 2ª edição do

evento

Linha Paulina

2º Encontro Étnico Cultural reúne 350 pessoas

Conhecer outras culturas e viver além da história da

imigração italiana. Visando es-sa missão é que no final do mês de abril, 30, foi realizado o 2º Encontro das Etnias, na Comunidade da Linha Paulina. O evento reuniu cerca de 350

pessoas e foi promovido pelo Grupo Ricordi D’Itália e equipe administrativa da comunidade.

O objetivo do evento foi pro-porcionar às crianças, jovens e adultos momentos saudá-veis de descontração, valori-zando a cultura e principal-

mente promover a integração das diversas etnias.

Além dos representantes das etnias alemã, italiana, afro-descendente, polonesa e árabe, diversos grupos cul-turais se fizeram presentes.

Participaram do evento o grupo de cantoria italiana de Tuiuty, Da dana árabe, da So-ciedade 20 de Novembro, a Escola de Capoeira “Água de Beber”. Além disso, o grupo de dança Ricordi D’Itália tam-bém encantou os presentes.

Demonstrando a troca de cul-turas de todos os gêneros, a Braspol (Comunidade Brasilei-ro-polonesa no Brasil) também teve seu espaço. Além disso, Centros de Tradições Gaúchas (CTG) apresentaram suas dan-ças: Laço Velho, Paisanos da Tradição e Presilha da Serra.

DIVULGAÇÃO

As apresentações acontece-ram antes e após o jantar com cantos, danças, declamações e música instrumental. Envolveu grupos nas categorias mirim, juvenil e adulto. Participaram

do Encontro os distritos, a se-de e o município de Garibaldi.

Para o 3º Encontro, no pró-ximo ano, a idéia é de abran-ger mais municípios vizinhos a Bento Gonçalves.

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7Quarta-feira, 11 de maio de 2011Interior e Região

FOTOS RAQUEL FRONZA

Pinto Bandeira

Cítricos começam a ser colhidosMais de 500 famílias são produtoras de laranjas, limas e bergamotas. Mês de maio inicia a colheita, que promete ser positiva

A produção de frutos cítricos em Bento Gonçalves é de-

marcada por pontos fortes: as localidades de maior produti-vidade são Faria Lemos, Tuiuty e Pinto Bandeira. Estima-se que em torno de 500 famílias culti-vem comercialmente as frutas. Existem aproximadamente 300 ha entre laranja, bergamota, li-ma e limão espalhados pelo mu-nicípio. A expectativa é de que esta safra seja superior à ante-rior, em qualidade e quantidade.

“Na última safra o produ-tor ganhou um bom preço pe-la fruta, animando-se a cuidar melhor da plantação e a inves-tir mais”, avalia o técnico da Emater, Thompsson Didone. Conforme ele, a laranja de um-bigo sempre é um ótimo negó-cio, sendo a fruta que mais dá retorno ao produtor.

Alguns problemas podem ser encontrados no cultivo dos frutos. “Um entrave é a altitu-de, pois a geada pode até ma-tar as plantas, assim o cultivo é mais intenso nas regiões pró-ximas ao rio das Antas para ter menos problemas com as gea-

Vale dos Vinhedos

Para aquecer o coraçãoA pouco mais de um mês do

Festival do Quentão 2011, as novidades começam a surgir. Uma delas é relacionada a cau-sas sociais: no mês de junho, uma comitiva liderada pela rainha Vanessa Crestani e as princesas Camila Milani e Le-tícia Dal Magro percorreu todo o Vale arrecadando alimentos não perecíveis entre morado-res e empresários, numa cam-panha intitulada “O Festival do Quentão aquece seu coração”.

Os alimentos arrecadados na Ação serão doados a duas enti-dades assistenciais, sendo que,

neste ano, as entidades agra-ciadas serão Abraçaí e Lar da Caridade. A entrega das arre-cadações será no dia do lança-mento do Festival do Quentão, ainda sem data definida.

Outra atração inédita é a premiação das três melhores fantasias da festa, diferente do ano passado, em que só uma recebeu o prêmio. Conforme o coordenador, Alexandre Fer-rari, a premiação será em vi-nhos. “O 3º lugar receberá cin-co litros de vinho, o 2º lugar ganhará 10 litros de vinho e o primeiro lugar levará para ca-sa 20 litros de vinho”, afirma.

Para animar o público, os organizadores já definiram a atração principal. “O show fi-cará a cargo da Banda Sétimo Sentido, que emplacou o suces-so nacional ‘Química do Amor’, interpretado por Luan Santana com participação especial de Ivete Sangalo”, destaca Ferrari.

ServiçoFestival do QuentãoOnde: Comunidade 15 da Graciema – Vale dos Vinhedos, Bento Gonçalves/RSQuando: 18 de junho.

Laranja de umbigo é a que oferece maior rentabilidade para o agricultor

das”, explica Didone.Outro problema é a pinta

preta, que é uma doença fún-gica que acaba derrubando a fruta antes dela ficar madura. Para evitá-la, o produtor deve fazer tratamentos de inverno com calda sulfocálcica ou calda bordalesa. Quando o ataque foi mais intenso, o produtor deve procurar um técnico para ado-tar outras medidas preventivas.

Algumas recomendações são fornecidas pelo técnico. “In-dicamos que o produtor, no plantio das mudas, já projete a árvore para que ela fique aber-ta como uma taça ( parecida com a planta de pessegueiro ), e que faça poda das plantas, pelo menos a cada 2 anos”.

Os produtores

Daniel e Antenor Tomasin são alguns dos mais de 500 in-vestidores de frutos cítricos na cidade. Com a produção dividi-da entre laranja, lima e berga-mota , a família moradora de Pinto Bandeira mantém a tra-dição cultivada há mais de 30 anos. “No último ano a produ-

ção foi fraca, devido à quanti-dade excessiva de chuva no pe-ríodo de floração”.

Porém, para este ano, de acordo com a família Toma-sin, a previsão é positiva, devi-do à maior quantidade de sol ocorrida durante a floração.

A família entrega sua produ-ção em São Paulo e credita nos citros sua maior fonte de renda. Na última safra, foram colhidos 200 toneladas dos frutos. Para esta, a estimativa é que beire os 300 mil quilos, para ser consi-derada uma boa produção.

Além da laranja do céu, prin-cipal variedade de plantio, ele também cultiva laranja de um-bigo, valência e lima.

Page 8: Caderno Interior - 11/05/2011

8 Quarta-feira, 11 de maio de 2011 Interior e Região

Sociais doInteriorA festa em homenagem às Capelinhas, ocorrida no dia 1º de maio, reuniu mais de 650 pessoas. Com missa, procissão religiosa e almoço festivo, o dia contou com diversas atividades.

Pinto Bandeira

FOTOS RAQUEL FRONZA

Dalva Tumelero,Carmen Massoti, Simone Ferrari e Marilene Tumelero

Aneli e Santo Manara, Alcides Manara, Zemaide Marchetto, Luciano Marchetto, Aristides da Campo, Sérgio Leôncio Amarildo e Marina Conin

Armindo Conci e Balduino de Toni