cadastro tÉcnico multifinalitÁrio na cidade de … · conhecimentos adquiridos ao longo do curso....
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
COLÉGIO POLITÉCNICO DA UFSM
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GEOPROCESSAMENTO
CADASTRO TÉCNICO MULTIFINALITÁRIO NA CIDADE DE SANTA MARIA – RS
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Bruno Garlet
Santa Maria, RS, Brasil 2015
CADASTRO TÉCNICO MULTIFINALITÁRIO NA CIDADE
DE SANTA MARIA – RS
Bruno Garlet
Relatório de estágio apresentado ao Curso Superior de Tecnologia em Geoprocessamento do Colégio Politécnico da UFSM, como requisito
parcial para a obtenção do grau de Tecnólogo em Geoprocessamento
Orientador: Prof. Dr. Valmir Viera
Santa Maria, RS, Brasil 2015
Universidade Federal de Santa Maria Colégio Politécnico da UFSM
Curso Superior de Tecnologia em Geoprocessamento
A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Relatório de Estágio
CADASTRO TÉCNICO MULTIFINALITÁRIO NA CIDADE DE SANTA MARIA – RS
Elaborado por Bruno Garlet
como requisito parcial para obtenção do título de Tecnólogo em Geoprocessamento
COMISSÃO EXAMINADORA:
Prof. Dr. Valmir Viera (Orientador)
Prof. Dr. Alessandro Carvalho Miola (UFSM)
Prof. Me. Luiz Patric Kayser (UFSM)
Santa Maria, 01 de Julho de 2015.
Universidade Federal de Santa Maria Colégio Politécnico da UFSM
Curso Superior de Tecnologia em Geoprocessamento
CADASTRO TÉCNICO MULTIFINALITÁRIO NA CIDADE DE SANTA MARIA – RS
Relatório de Estágio Realizado na EMPRESA GEOMAIS ENGENHARIA E GEOTECNLOGIA LTDA.
elaborado por Bruno Garlet
Prof. Dr. Valmir Viera (Orientador)
Bruno Garlet (Estagiário)
Santa Maria, 01 de Julho de 2015.
RESUMO
Relatório de Estágio
Colégio Politécnico da UFSM
Universidade Federal de Santa Maria
CADASTRO TÉCNICO MULTIFINALITÁRIO NA CIDADE
DE SANTA MARIA – RS
AUTOR: BRUNO GARLET
ORIENTADOR: Prof. Dr. Valmir Viera
Santa Maria, 01 de Julho de 2015.
O Estágio Supervisionado, de 300 horas, como requisito parcial para a formação no Curso Superior de Tecnologia em Geoprocessamento do Colégio Politécnico da UFSM, foi realizado na empresa Geomais Engenharia e Geotecnologia, no município de Santa Maria – RS, tendo em vista, aplicar e aperfeiçoar os conhecimentos adquiridos ao longo do curso. Teve como objetivo acompanhar e executar tarefas referentes à área do Geoprocessamento em serviços referentes ao Cadastro Técnico Multifinalitário. No decorrer do estágio foram desenvolvidas atividades em escritório e a campo. Neste tempo foi possível aprender sobre as fases da implantação de um sistema de Cadastro Imobiliário Urbano, desde a coleta de informações já existentes, o levantamento a campo de dados atualizados, até a inserção e visualização dos mesmos em um ambiente SIG. Conclui-se que o Geoprocessamento e o Cadastro Técnico trazem diversos benefícios e facilidades para uma área urbana como no caso de Santa Maria – RS, por possuir um banco de dados atualizado e assim possibilitar um melhor planejamento da cidade. Palavras-chave: Banco de dados. Estágio. Planejamento Topografia. SIG
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Imagem aérea com a identificação da divisão dos lotes da quadra. .......... 18 Figura 2: Planilha de dados e informações Cadastrais utilizada na correlação. ....... 19
Figura 3: Planta da quadra existente no banco de dados da prefeitura. ................... 19 Figura 4: Planta de divisão de lotes da quadra, com informações existentes no banco de dados da prefeitura. ............................................................................................. 20 Figura 5: Equipamentos utilizados no levantamento, e equipes realizando trabalho. .................................................................................................................................. 21
Figura 6: (A) Croqui de Casa, (B) Croqui de Garagem / Casa .................................. 23 Figura 7: (A) Croqui Edificação Multifamiliar, (B) Croqui Terreno Baldio ................... 23 Figura 8: Edificação com Proprietário Ausente, (B) Edificação não autorizada pelo proprietário. ............................................................................................................... 24 Figura 9: Planta da quadra com levantamento e croquis realizados. ........................ 25 Figura 10: (A) Visão Geral do SIG (B) Mapa temático representado informações referentes aos lotes. .................................................................................................. 26 Figura 11: Lotes das quadras levantadas com números de cadastros. .................... 27 Figura 12: Informações referentes a um lote específico da quadra. .......................... 28
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Serviços realizados pela empresa Geomais Geotecnologia LTDA. ......... 12 Quadro 2: Tipologias utilizadas na classificação dos tipos de edificações. ............... 22
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CAD Desenho Assistido por Computador
CTM Cadastro Técnico Multifinalitário
IPTU Imposto Predial e Territorial Urbano
ITBI Imposto de Transmissão de Bens Imóveis
LTDA Limitada
RS Rio Grande do Sul
SC Santa Catarina
SIG Sistema de Informação Geográfica
UFSM Universidade Federal de Santa Maria
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................ 9
1.1 Apresentação da Empresa ........................................................ 9
1.1.1 Produtos e Serviços ................................................................................... 12
1.2 Atividades desenvolvidas no Estágio .................................... 13
2 REVISÃO DE LITERATURA..................................................... 14
2.1 Geoprocessamento ................................................................. 14
2.2 O Cadastro Técnico Multifinalitário ........................................ 14
2.3 Política de Desenvolvimento Urbano e o Plano Diretor de Santa Maria .............................................................................. 15
2.4 Sistemas de Informação Geográfica (SIG) ............................. 17
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ............................................. 18
3.1 Levantamento Cadastral a Campo ......................................... 21
4 CONCLUSÃO ........................................................................... 29
4.1 Recomendações ao Curso ...................................................... 29
REFERÊNCIAS...........................................................................
9
1 INTRODUÇÃO
O Estágio Curricular Supervisionado é um componente curricular obrigatório
para a formação no Curso Superior de Tecnologia em Geoprocessamento, constitui
um momento de aquisição e aprimoramento de conhecimentos e de habilidades
essenciais ao exercício profissional, e tem como função integrar teoria e prática.
Trata-se de uma experiência com dimensões formadora e sócio-política, que
proporciona ao estudante a participação em situações reais de vida e de trabalho,
consolida a sua profissionalização e explora as competências básicas
indispensáveis para uma formação profissional ética e responsável, que prima pelo
desenvolvimento humano e pela melhoria da qualidade de vida.
O Estágio foi realizado na Empresa Geomais Geotecnlogia Ltda. Com sede
na cidade de São José-SC, a mesma possui representantes técnicos e
coordenadores de trabalho nas cidades onde prestam serviços. Na cidade de Santa
Maria – RS a empresa está prestando serviços referentes ao Cadastro Técnico e foi
onde o estágio se deu na forma de vinculo empregatício, no período de 05 de Março
a 28 de Maio de 2015, sob a orientação do Professor Valmir Viera.
O estágio teve como objetivo principal o desenvolvimento e a aplicação de
conhecimentos em diversas áreas do geoprocessamento em trabalhos de
Engenharia, Cartografia, Fotointerpretação e Cadastro Técnico.
1.1 Apresentação da Empresa
A Geomais Geotecnologia Ltda. é uma empresa que atua na área do
geoprocessamento e possui sua sede na cidade de São José – SC. Atualmente
realiza trabalhos em diversos estados do Brasil, possuindo representantes técnicos
e coordenadores de equipe nessas regiões. É desenvolvedora e provedora de
tecnologia e soluções em geoprocessamento, e tem como finalidade produtos e
serviços que estão revolucionando os conceitos de geração, absorção e uso da
tecnologia da informação para a modernização da gestão administrativa de
10
empresas públicas e privadas, e que representam progresso significativo em sua
gestão.
A empresa oferece uma eficiente estrutura de serviços e profissionais
qualificados para a geração de mapas georreferenciados e obtenção de informações
cadastrais multifinalitárias, aliada ao desenvolvimento de sistemas de informações
geográficas e sistemas gerenciais, incluindo consultoria, treinamento e suporte
técnico, proporcionando aos clientes e usuários rapidez, precisão e estratégia nas
decisões, garantindo melhores e mais bem sucedidos resultados.
A seguir algumas das cidades e atividades em que a empresa prestou
serviços (quadro 1).
(continua)
Município Unidade Quantidade Atividades Executadas Situação
Balneário
Camboriú
Unidades
Imobiliárias 101.350
Aerolevantamento,
Cartografia, Levantamento
Cadastral e
Geoprocessamento aplicado
ao Cadastro Técnico
Finalizado
Biguaçu Unidades
Imobiliárias 24.000
Aerolevantamento,
Cartografia, Levantamento
Cadastral e
Geoprocessamento aplicado
ao Cadastro Técnico
Finalizado
Canoinhas Unidades
Imobiliárias 28.000
Aerolevantamento,
Cartografia, Levantamento
Cadastral e
Geoprocessamento aplicado
ao Cadastro Técnico
Finalizado
Garopaba Unidades
Imobiliárias 6.750 Levantamento Cadastral Finalizado
11
(continuação)
Município Unidade Quantidade Atividades Executadas Situação
Herval
D’Oeste
Unidades
Imobiliárias 10.567
Aerolevantamento,
Cartografia,
Levantamento Cadastral
e Geoprocessamento
aplicado ao Cadastro
Técnico
Finalizado
Ilhota Unidades
Imobiliárias 5.350
Cartografia,
Levantamento Cadastral
e Geoprocessamento
aplicado ao Cadastro
Técnico
Finalizado
Joaçaba Unidades
Imobiliárias 21.244
Aerolevantamento,
Cartografia,
Levantamento Cadastral
e Geoprocessamento
aplicado ao Cadastro
Técnico
Finalizado
Lages Unidades
Imobiliárias 84.450
Geoprocessamento
aplicado ao Cadastro
Técnico
Finalizado
Luzerna Unidades
Imobiliárias 3.327
Aerolevantamento,
Cartografia,
Levantamento Cadastral
e Geoprocessamento
aplicado ao Cadastro
Técnico
Finalizado
Palhoça
Medidores
Energia Elétrica
46.500
Levantamento Cadastral
e Medidores de Energia
Elétrica
Finalizado
12
(conclusão)
Município Unidade Quantidade Atividades executadas Situação
Penha Unidades
Imobiliárias 27.280
Cartografia,
Levantamento Cadastral
e Geoprocessamento
aplicado ao Cadastro
Técnico
Finalizado
Quadro 1: Serviços realizados pela empresa Geomais Geotecnologia LTDA. Fonte: Geomais Geotecnologia LTDA.
1.1.1 Produtos e Serviços
Nos itens abaixo encontra-se todas as atividades desenvolvidas pela
Empresa Geomais Geotecnologia LTDA:
Construção de Base Cartográfica Georreferenciada
Cadastro Técnico Multifinalitário
Geoprocessamento Multifinalitário
SIG
Sensoriamento Remoto
Aerofotogrametria
Planta de Valores Genéricos
Desenvolvimento de Softwares
Estruturação e Modelagem de Dados
Conversão de Bases de Dados
Treinamento e Capacitação
Plano diretor – Consultas de Viabilidade
Sistemas de Coletas de Dados
Cadastro Imobiliário, Mobiliário e Logradouros.
13
1.2 Atividades desenvolvidas no Estágio
Durante o período de realização de estágio foram realizadas atividades a
campo e no escritório da empresa.
Foi realizada a aquisição e listagem de informações referentes a situação dos
lotes existentes em cada quadra da cidade. Foi executado o levantamento referente
à área construída no terreno, classificação do tipo de construção existente,
correlação dos cadastros existentes no banco de dados da prefeitura e a confecção
do croqui de localização do imóvel no lote com suas respectivas medidas, com
escala definida.
Outra atividade desenvolvida foi a leitura e interpretação de plantas baixas
dos prédios para a retirada de informações referentes à área construída do mesmo,
prática necessária nos casos em que o serviço de campo não havia sido
concretizado devido a não autorização dos proprietários ou representantes. As
mesmas eram retiradas por meio de ofício realizadas juntamente com o
Departamento de Obras da Prefeitura de Santa Maria. Da mesma forma algumas
vezes as informações eram extraídas de imagens aéreas.
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2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Geoprocessamento
O geoprocessamento é uma tecnologia multidisciplinar, que, através da
localização e do processamento de dados geográficos, utilização de equipamentos,
de programas, de processos, de entidades, de dados, de metodologias e de pessoas
para coleta, tratamento, análise e apresentação de informações associadas a mapas
digitais georreferenciados. Basicamente o geoprocessamento é composto pelo
método de obtenção de imagens através de técnicas de sensoriamento remoto,
onde estas passam por um tratamento digital para após serem transportadas para
um SIG – Sistema de Informação Geográfica, formando assim um banco de dados
que passando por determinado tratamento e análise geram informações espaciais,
(ROCHA, 2000).
É uma ferramenta que possui, de forma eficiente, a vantagem de fornecer
economia de recursos e tempo quando se trata de manipulação de funções
representativas de processos ambientais. Tais manipulações constituem na
associação de dados de diferentes fontes (por exemplo: mapas topográficos, mapas
de solo, etc) e escalas com dados descritivos (tabulares), gerando uma
representação das informações desejadas na forma de mapas temáticos (MENDES,
2001).
2.2 O Cadastro Técnico Multifinalitário
Tendo em vista o avanço das técnicas de Geoprocessamento, Sensoriamento
Remoto, entre outras geotecnologias, iniciou-se também, a obtenção de informações
mais precisas sobre o espaço e a sociedade que vive nele, como distância, área,
posicionamento, além de informações da forma e da configuração de um local
(edificações, ruas, etc). Com a utilização dessas geotecnologias tem-se uma grande
contribuição no ordenamento territorial, no gerenciamento e no uso e na ocupação
15
do solo urbano, sendo mecanismos uteis que facilitam o planejamento municipal, por
meio de sistemas de cadastros multifinalitários, com informações sobre
infraestrutura, malha urbana, dados sociais, etc. (NUNES, 2007).
Segundo Nunes (2007), o CTM é um instrumento bastante abrangente e
compreende uma base cartográfica única para toda a infraestrutura de dados
espaciais referentes ao solo urbano. A constituição desse instrumento é integrada
pela ligação de vários cadastros temáticos, e diferentes dados importantes, dentre
eles: Cadastro Imobiliário Territorial; Cadastro Tributário; Cadastro de Infraestrutura;
Cadastro Socioeconômico; Cadastro de Logradouros; Cadastro de Equipamentos
Urbanos; Rede Viária; Cadastro Planialtimétrico; Cadastro de Áreas Verdes, de
Preservação e de Lazer e a Base cartográfica urbana digital atualizada etc. (NUNES,
2007).
Nunes (2007) informa que a maior vantagem é a visão integrada da
informação, aspecto importante para o melhor planejamento e gerenciamento
urbano em uma cidade, essa visão integrada sobre variados pontos é que dá a
noção de multifinalidade ao Cadastro.
Sendo assim, a criação de um CTM, para um determinado município deve
procurar auxiliar na melhoria da qualidade de vida da população. Não tendo somente
a finalidade de geração de receita para o município (IPTU, ITBI, etc), mas também
que se torne uma ferramenta que mostre a melhor função social e econômica de
cada parcela do solo urbano – prédios, vias públicas, cursos d’água, etc.,
considerando as necessidades e especificidades econômicas, culturais, ambientais
e sociais destes setores.
2.3 Política de Desenvolvimento Urbano e o Plano Diretor de Santa Maria
Segundo art. 182, o plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal,
obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da
política de desenvolvimento e de expansão urbana. Tem por objetivo ordenar o
pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de
seus habitantes (BRASIL, 1988).
16
O Estatuto da Cidade - Lei 10257/01, visa estabelecer diretrizes gerais da
Política Urbana e especialmente regulamentar o artigo 182 da Constituição Federal,
fixando os princípios, objetivos, diretrizes, e instrumentos de gestão urbana.
Determina a utilização de instrumentos para atingir os objetivos da lei: planos
nacionais, regionais e estaduais de ordenação do território e de desenvolvimento
econômico e social; planejamento das regiões metropolitanas, aglomerações
urbanas e microrregiões; o planejamento municipal, em especial, o Plano Diretor, a
disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação do solo, o zoneamento ambiental,
plano plurianual; institutos tributários e financeiros; e institutos jurídicos e políticos
(BRASIL, 2001).
Conforme o Art. 1°. A Política de Desenvolvimento Urbano, executada pelo
Poder Público Municipal conforme as diretrizes gerais fixadas nesta lei, tem por
objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e do meio
rural e garantir o bem-estar de seus habitantes (Santa Maria, 2005)
I. As funções sociais da cidade e do meio rural são o acesso à moradia,
transporte público, saneamento básico, abastecimento de água potável,
energia elétrica, iluminação pública, saúde, educação, atividade econômica,
trabalho, cultura, lazer, coleta de lixo, hidrologia urbana, segurança e
preservação do patrimônio ambiental e cultural.
II. O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental, aprovado pela
Câmara Municipal, é o instrumento básico da política de desenvolvimento
sustentável urbano e rural.
III. A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental, em particular quanto ao uso
compatível e conveniente do solo, ao parcelamento e edificação adequados
à infra-estrutura, evitando a poluição e degradação ambiental, a devida
utilização dos vazios urbanos para fins de interesse urbanístico especial, a
utilização adequada dos imóveis urbanos, garantindo o saneamento
ambiental, a minimização de impactos ambientais e de vizinhança, a
proteção ao patrimônio municipal e ao cumprimento da legislação
urbanística.
17
2.4 Sistemas de Informação Geográfica (SIG)
O SIG é constituído por um conjunto de "ferramentas" especializadas em
adquirir, armazenar, recuperar, transformar e emitir informações espaciais. Esses
dados geográficos descrevem os objetos do mundo real, seu posicionamento
(coordenadas), atributos e relações topológicas existentes.
Um SIG pode ser utilizado em estudos relativos ao meio ambiente e recursos
naturais, na pesquisa da previsão de determinados fenômenos ou no apoio a
decisões de planejamento, considerando a concepção de que os dados
armazenados representam um modelo do mundo real (BURROUGH, 1986).
A utilização dos Sistemas de Informações Geográficas – SIG – nas análises
urbanas proporciona numa maior aceleração na produção de pesquisas. Seu uso
auxilia na atualização dos dados e propicia a execução de análises mais difíceis.
Segundo Daltoé (2006) a utilização de SIG’s é muito interessante ao
planejamento urbano, pois essa ferramenta possibilita a superposição de
informações geográficas, auxiliando na associação de informações, tornando-se de
grande utilidade à realização de análises ecossistêmicas, no apoio ao processo
decisório e na definição de novas políticas de planejamento.
18
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
O primeiro procedimento realizado na atualização cadastral imobiliária de
Santa Maria foi o Levantamento Aerofotogramétrico realizado em 2013, pela
empresa Topocart Topografia Engenharia e Aerolevantamentos, conforme Edital e
processo licitatório – Contrato 342/2013 – Concorrência 02/2013. Essas imagens
foram utilizadas para auxiliar na subdivisão dos lotes existentes em cada quadra
(figura 1), levando em consideração também dados existentes no banco de dados
da prefeitura.
Figura 1: Imagem aérea com a identificação da divisão dos lotes da quadra. Fonte: Geomais Geotecnologia LTDA.
Antes de iniciar os trabalhos de campo, foi executada a etapa que consiste na
identificação do proprietário de cada imóvel através da correlação com número do
cadastro, figura 2.
19
Figura 2: Planilha de dados e informações Cadastrais utilizada na correlação. Fonte: Geomais Geotecnologia LTDA.
Esta correlação é feita utilizando-se de relatórios extraídos do banco de dados
da prefeitura onde são relacionadas as principais informações como a área do lote e
as medidas registradas, juntamente com a cópia da planta de quadra e loteamentos
existente nos arquivos da prefeitura, como pode ser observado na figura 3.
Figura 3: Planta da quadra existente no banco de dados da prefeitura. Fonte: Geomais Geotecnologia LTDA.
20
Depois de realizada a correlação e conferência dos dados referentes ao
proprietário, são lançadas essas informações em uma nova planta da quadra (figura
4), sendo esta que será utilizada no novo levantamento cadastral e que será
utilizada na confecção do croqui de localização dos imóveis e confirmação, a campo,
dos dados que foram correlacionados.
Figura 4: Planta de divisão de lotes da quadra, com informações existentes no banco de dados da prefeitura.
Fonte: Geomais Geotecnologia LTDA.
21
3.1 Levantamento Cadastral a Campo
No levantamento cadastral a campo, foi feita a visita em cada lote da quadra,
para realizar a medição da área construída presente no local. Para tal, os
cadastradores se deslocaram até local com devida identificação, coletes amarelos e
crachás, e dotados de equipamentos necessários para fazer tal procedimento. No
caso dos materiais utilizados foi uma trena métrica de fibra de vidro, trena a laser da
marca Bosch GLM 30 e prancheta para realizar a confecção do croqui na planta da
quadra, figuras 5.
Figura 5: Equipamentos utilizados no levantamento, e equipes realizando trabalho. Fonte: Acervo do autor.
Com o layout da quadra definida, e a localização da mesma na planta
cadastral, as equipes iam a campo e faziam toda a medição externa da área
construída, identificação da tipologia e a localização das edificações dentro dos
limites do lote, bem como a confirmação do nome do proprietário e do número de
correspondência além de anotar o número dos medidores de energia e água.
22
Foi utilizada uma codificação para distinguir cada tipo de edificação (Quadro
2). Os códigos de utilização são diretamente ligados aos padrões construtivos
existentes no Município, e são utilizados para identificar e caracterizar na base
cartográfica, a utilização do solo municipal.
Quadro 2: Tipologias utilizadas na classificação dos tipos de edificações. Fonte: Geomais Geotecnologia LTDA.
Sempre que a edificação fosse composta por mais de um pavimento
(podendo ser residencial/comercial, etc.) deveria ser identificado o número de
pavimento e o total de unidades que a compõe, especificando pela sua utilização,
demonstrado no exemplo abaixo.
Ex. P5 SL4 AP8
P5 – Número de pavimento (5)
SL4 – Quatro salas
AP8 – Oito apartamentos
Cada unidade existente nos lotes deveria ser representada espacialmente no
croqui em forma semelhante a uma planta-baixa, anotando-se suas dimensões,
23
amarração, número de pavimentos e identificação quanto ao tipo de edificação
(casa, sala/loja, apartamento, etc). As edificações foram diferenciadas do lote
utilizando-se hachuras internamente para evitar qualquer tipo de confusão ou
engano. A seguir, destacam-se alguns exemplos de identificação das edificações.
Figura 6: (A) Croqui de Casa, (B) Croqui de Garagem / Casa Fonte: Geomais Geotecnologia LTDA.
Figura 7: (A) Croqui Edificação Multifamiliar, (B) Croqui Terreno Baldio Fonte: Geomais Geotecnologia LTDA.
Pode-se notar na figura 7 (A) inscrita no centro da edificação, o código: P5 SL
AP4. Este código serve para informar que existem pavimentos superiores ao térreo,
com utilização diferenciada, indicando no desenho quantos pavimentos existem, o
número de unidades e a utilização dos mesmos.
Ex.: P5 SL AP4: prédio de 5 pavimentos, sendo 4 unidades residenciais e 1
unidade comercial.
Nas edificações que apresentassem uma arquitetura complexa, era realizada
uma observação para que se buscasse o projeto arquitetônico da edificação junto à
secretaria responsável pela aprovação dos projetos na prefeitura, para facilitar a
A B
A B
24
elaboração destes levantamentos, possibilitando a confecção do desenho do croqui
a partir dos mesmos. Esse procedimento assegura melhor precisão no cadastro
dessas edificações.
Em alguns casos, as edificações ou parte das mesmas estavam inacessíveis
em razão de ausência do proprietário ou morador, cerca ou muro muito altos, ou
mesmo pela não autorização por parte do proprietário ou ocupante do imóvel.
Nestes casos procedeu-se através da realização de 03 tentativas, que ocorriam pelo
menos em 02 períodos distintos. Em cada tentativa era anotada data e horário do
efetivo comparecimento da equipe ao local. Cumpridos os procedimentos os casos
onde ocorriam a ausência do responsável ou o impedimento da equipe responsável
pelo levantamento, a área construída era estimada a partir de elementos
interpretados nas OrtofotoCartas.
Mesmo em casos de ausência ou de não autorização era necessário elaborar
uma representação básica anotando-se o máximo de informações possíveis,
considerando-se a visualização pelo exterior do muro ou cerca, onde conste ao
menos o número de pavimentos da edificação, o número da edificação, o tipo e suas
medidas aproximadas e a(s) testada(s) do terreno, como pode ser observado na
figura 8.
Figura 8: Edificação com Proprietário Ausente, (B) Edificação não autorizada pelo proprietário. Fonte: Geomais Geotecnologia LTDA.
Depois de realizado todos os procedimentos a campo, tem-se a nova planta
da quadra com os respectivos croquis das edificações existentes em cada lote.
Nessa mesma planta é realizada uma nova correlação e inseridos o números de
cadastros de cada imóvel existente no banco de dados da prefeitura, conforme a
unidade de localização identificada no desenho realizado na figura 9. Esse número
A B
25
também identificará o imóvel após sua vetorização em CAD e posteriormente as
informações dos dados em ambiente SIG.
Figura 9: Planta da quadra com levantamento e croquis realizados. Fonte: Geomais Geotecnologia LTDA.
26
Esses dados levantados eram encaminhados para a sede da empresa para a
etapa de vetorização que é realizada em um software CAD. Na sede a empresa
estão os colaboradores especializados nessa área, os quais vão digitalizar todas as
informações inseridas de forma correta, e inseri-las no ambiente SIG (figura 10).
Alguns dados com divergências e erros grosseiros identificados pelos desenhistas
eram encaminhados novamente à cidade de referência, para ser realizada uma
revisão das informações no local onde foi feito o levantamento.
Figura 10: (A) Visão Geral do SIG (B) Mapa temático representado informações referentes aos lotes. Fonte: Geomais Geotecnologia LTDA.
27
A figura 10 mostra parte do SIG que está sendo desenvolvido pela empresa.
Percebe-se que em um ambiente georreferenciado podemos extrair diversas
informações de interesse de uma determinada área. No Caso a figura 10 (B) temos
uma mapa temático em que mostra informações referentes às áreas das quadras
em que há construção de edificações em andamento, onde já estão finalizadas e os
locais onde não existe nada construído.
Nas figuras 11 e 12, têm-se informações referentes a um lote especifico da
quadra. De forma rápida e precisa pode-se obter conhecimentos como a localização
do terreno, ocupação, topografia, utilização, número de unidades construídas etc.
Todos esses dados de referência são de suma importância na hora de realizar um
planejamento urbano, como por exemplo, pode-se citar uma obra de saneamento,
onde as informações contidas na quadra são importantes à elaboração de um
projeto com parâmetros corretos.
Figura 11: Lotes das quadras levantadas com números de cadastros. Fonte: Geomais Geotecnologia LTDA.
28
Figura 12: Informações referentes a um lote específico da quadra. Fonte: Geomais Geotecnologia LTDA.
Portando, desta forma foi realizado o levantamento cadastral de um setor
urbano do município de Santa Maria. Este procedimento repetiu-se para todos os
outros setores da cidade, onde o produto final será um SIG com informações
completas e minuciosas que abrangem todo o município.
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4 CONCLUSÃO
O estágio supervisionado foi de suma importância para a formação
profissional, pois complementou a formação e os conhecimentos adquiridos no
decorrer do Curso Superior de Tecnologia em Geoprocessamento em sala de aula e
nos laboratórios de geotecnologias.
As ferramentas computacionais utilizadas para o processamento e aplicação
dos dados necessários às ações citadas neste trabalho, são sem dúvida de grande
importância para sua realização. Para que essas tecnologias possam ser utilizadas
de maneira correta e eficaz, é necessário a implantação e o manuseio de
geotecnologias, o que exige, além de conhecimento acadêmico, planejamento de
ações, alocação de recursos humanos, tratamento e disponibilização de dados
espaciais, sistemas computacionais entre diversas outras necessidades.
Levando em consideração que o período de estágio foi somente suficiente
para cumprir a carga horária mínima, acabou- se não tendo o acompanhamento total
de algumas etapas executadas pela empresa que teriam sido de suma importância
para o aprendizado em relação as mesmas, fato ocorrido devido, em parte, de o
trabalho da empresa ser desenvolvido em outra cidade, no caso na sede em São
José - SC.
4.1 Recomendações ao Curso
Ao Curso Superior de Tecnologia em Geoprocessamento, recomenda-se uma
melhor grade de horários de atividades práticas, principalmente as que se referem
às disciplinas de topografia, não somente a campo, mas realizar a combinação da
coleta de dados a campo, descarga e tratamento, com outras ferramentas como a
manipulação desses dados em softwares. Seria interessante interligar as áreas de
aprendizado com a realização de um maior numero de trabalhos práticos que podem
ser exigidos futuramente como profissional.
Em relação à estrutura física o curso possui uma ótima preparação, com a
disposição do máximo possível de ferramentas e programas para serem utilizadas
no aprendizado e na realização das atividades.
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REFERÊNCIAS
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