brasil de fato rj - 142

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RIO DE JANEIRO Ano 3 | edição 142 10 a 13 de dezembro de 2015 distribuição gratuita Cultura | pág. 10 GOLPE NÃO Trabalhadores tomaram as ruas do Rio para dizer não ao impeachment contra a presidenta Dilma nesta terça-feira (8). O pró- ximo ato está marcado para o dia 16 de dezembro. Cidades | pág. 7 Marco Antonio Cavalcanti/Riotur A relação do jogo do bicho com o carnaval Livro conta história dos bicheiros que viraram patronos de escolas Fotos: Stefano Figalo / Brasil de Fato Stefano Figalo/Brasil de Fato Artistas criticam ataque à democracia Intelectuais e representantes da classe artística re- pudiaram a forma com que o deputado Eduar- do Cunha (PMDB) conduz o processo de im- peachment contra a presidenta Dilma Rousseff. Leia também o editorial do Brasil de Fato RJ e a matéria sobre o ato realizado nessa semana. Especial | págs. 2, 7, 8 e 9 Cidades | pág. 4 Opinião | pág. 12 Esportes | pág. 16 Feira da Reforma Agrária Mostra de produtos agroecológicos movimentou Largo da Carioca Saiba mais sobre acidente de trabalho Colunista explica os direitos dos (as) trabalhadores (as) em caso de acidente Muricy assume o Flamengo Treinador comentou também sobre um possível pedido de contratação do jogador Kaká Gilvan de Souza/Flamengo

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Page 1: Brasil de Fato RJ - 142

RIO DE JANEIRO

Ano 3 | edição 142

10 a 13 de dezembro de 2015 distribuição gratuita

Cultura | pág. 10

GOLPE NÃO Trabalhadores tomaram as ruas do Rio para dizer não ao impeachment contra a presidenta Dilma nesta terça-feira (8). O pró-ximo ato está marcado para o dia 16 de dezembro. Cidades | pág. 7

Marco Antonio Cavalcanti/Riotur

A relação do jogo do bicho com o carnavalLivro conta história dos bicheiros que viraram patronos de escolas

Fotos: Stefano Figalo / Brasil de Fato

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Fato

Artistas criticam ataque à democraciaIntelectuais e representantes da classe artística re-pudiaram a forma com que o deputado Eduar-do Cunha (PMDB) conduz o processo de im-peachment contra a presidenta Dilma Rousseff. Leia também o editorial do Brasil de Fato RJ e a matéria sobre o ato realizado nessa semana. Especial | págs. 2, 7, 8 e 9

Cidades | pág. 4

Opinião | pág. 12

Esportes | pág. 16

Feira da Reforma Agrária

Mostra de produtos agroecológicos

movimentou Largo da Carioca

Saiba mais sobre acidente de trabalhoColunista explica os direitos dos (as) trabalhadores (as) em caso de acidente

Muricy assume o Flamengo Treinador comentou também sobre um possível pedido de contratação do jogador Kaká

Gilvan de Souza/Flamengo

Page 2: Brasil de Fato RJ - 142

EDITORIAL

Quinta-feira, 10 de dezembro, Rio de Janeiro, Brasil

º C | F26Chuva

PREVISÃO DO TEMPO

EXPEDIENTE

Desde 1º de maio de 2013

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora com edições regionais em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. O Brasil de Fato RJ circula todas as segundas e quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

CONSELHO EDITORIAL:Alexania Rossato,Antonio Neiva (in memoriam), Joaquín Piñero, Kleybson Andra-de, Mario Augusto Jakobskind, Nicolle Berti, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam)

EDIÇÃO:Vivian Virissimo (MTb 13.344)

SUB-EDIÇÃO:André Vieira e Fania Rodrigues

REPORTAGEM:Bruno Porpetta e Pedro Rafael Vilela

REVISÃO: Sheila Jacob

COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago

FOTÓGRAFO: Stefano Figalo

ESTAGIÁRIO: Victor Ohana

ADMINISTRAÇÃO: Carla Guindani

DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade

DIAGRAMAÇÃO: Juliana Braga Leonardo Daher

TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares

(21) 4062 [email protected]

Este é um momento de unidade de todo o povo, das forças democráticas, progressistas, na intransigente luta pelas conquistas democráticas

Os setores golpistas da di-reita, através de um grupo de parlamentares, liderados pe-lo deputado Eduardo Cunha (PMDB), querem o impeachment da presidenta da República.

A maioria do povo brasilei-ro, através das centrais sindi-cais, dos movimentos popu-lares, dos estudantes, das or-ganizações de juventude, mu-lheres, negros, LGBT, indíge-nas, das pastorais das igrejas, da intelectualidade democrá-tica, bem como através da opi-nião de cada cidadão e cida-dã, está se pronunciando con-tra o impeachment. Somam-se a eles amplos setores demo-cráticos da sociedade civil, do mundo religioso, jurídico, in-telectual e cultural do país.

Somos contra o impeach-ment porque sobre a presi-denta Dilma Rousseff não pai-ra nenhuma acusação ou suspeita de crime, desones-tidade ou ilegalidade. Não há qualquer fato ou decisão da presidenta que possa ser con-siderado crime de respon-sabilidade. E sem crime de responsabilidade, não existe motivo para o impeachment.

ATAQUE À DEMOCRACIASomos contra o impeachment, porque pretendem afastar a presidenta Dilma para revo-gar as conquistas e os direitos do povo brasileiro, para des-

truir e privatizar a Petrobrás, para submeter o Brasil aos inte-resses imperialistas.

Somos contrários ao impea-chment, porque sabemos das motivações criminosas do de-putado Eduardo Cunha. Dono de contas bancárias na Suíça, onde estão depositados vários milhões de reais, dinheiro de origem ilícita, Cunha quer que a oposição o proteja da cassa-ção, em troca do que prome-te, ou seja, manipular o pro-cesso de impeachment e cas-sar o mandato legítimo da pre-sidenta Dilma.

Entendemos que se trata de uma verdadeira afronta à de-mocracia, à legalidade e à so-berania do voto popular. Os

QUEREMOS OUTRA POLÍTICA ECONÔMICAQueremos e exigimos do gover-no Dilma uma política econô-mica que retome e aprofunde o legado de conquistas sociais, além de promover a retomada do desenvolvimento, da distri-buição de renda, da geração de emprego e da inclusão social.

Este é um momento de uni-dade de todo o povo, das for-ças democráticas, progressis-tas, na intransigente luta pelas conquistas democráticas. Con-clamamos a presidenta Dilma a convocar o povo brasileiro a defender seu mandato, com es-te objetivo: retomar o programa vitorioso nas eleições presiden-ciais de 2014.

que pretendem substituir Dil-ma Rousseff devem disputar as próximas eleições presiden-ciais, em 2018. É isto que pen-sam aqueles setores da oposi-ção que também são contrá-rios ao impeachment.

NÃO VAI TER GOLPE!

2 | Opinião Rio de Janeiro, 10 a 13 de dezembro de 2015

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CUT repudia Cunha

A Central Única dos Tra-balhadores (CUT) repudiou, por meio de nota, o presiden-te da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB). Segundo a entidade, a atitu-de do parlamentar de aco-lher o pedido de impeach-ment contra a presidenta da República, Dilma Rousseff, foi uma retaliação ao fato de o PT ter declarado que vo-tará a favor do processo de cassação contra ele no Con-selho de Ética.

SINDICALpor Claudia Santiago

Fernando Frazão/Agência Brasil

Lula Marques

Divulgação

Indústrias que causam mal à saúde devem ressarcir SUS, diz pesquisa

A população brasileira apro-va a ideia de que empresas que fabricam produtos que causam mal à saúde, como agrotóxicos e tabaco, devem ressarcir o Sis-tema Único de Saúde (SUS) pe-los gastos com o atendimento das pessoas afetadas, de acordo com uma pesquisa encomen-dada ao Instituto Datafolha pe-la organização não governa-mental Aliança de Controle do Tabagismo e Saúde (ACT+).

Dois projetos de lei em trami-tação no Congresso Nacional

O ex-governador do Ce-ará, Ciro Gomes, o gover-nador do Maranhão, Flavio Dino, e o presidente nacio-nal do PDT, Carlos Lupi, lan-çaram no último final de se-mana a “Frente da Legalida-de” contra o impeachment.

A Polícia Militar do Rio continua mandando mal. Le-vantamento feito pela Anis-tia Internacional revelou que 70% das pessoas mortas pela PM do Rio são negras ou par-das. Trágico índice que reve-la a cor das mortes praticadas pelo Estado.

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PROTESTO Familiares e amigos dos cinco jovens executados pela Polícia Militar em Costa Barros protestaram em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo do estado, na semana passada.

FRASE DA SEMANA

Servidores da saúde em greve

Em assembleia realizada no dia 3 de dezembro, os ser-vidores da saúde do estado do Rio de Janeiro decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, a partir de 10 de dezembro. Eles defen-dem a normalização do pa-gamento dos salários e a re-tomada das negociações com vistas à implantação ime-diata do Plano de Carrei-ra, Cargos e Salários (PC-CS) do setor.

“Mais cinco negros foram mortos. Quando é que vamos ter um final disso tudo?”Disse a cantora Elza Soares durante show ao criticar a execução dos cinco jovens mortos em ação da PM em Costa Barros.

têm uma temática que se aproxi-ma dessa proposta, embora seja especificamente ligada à indús-tria do tabaco. Um dos projetos criaria um novo imposto para o setor e o ou-tro um fundo. Em ambos os casos os recursos se-riam direcionados para o tratamento de doentes vítimas do taba-gismo atendi-dos pelo SUS. (ABr)

Fernando Frazão/Agência Brasil

USP

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Geral | 3Rio de Janeiro, 10 a 13 de dezembro de 2015

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CRISE HÍDRICAA Comissão Especial da Câmara Municipal sobre o Colapso Hídrico vai promover, nesta sexta-feira (14), um seminário internacional para debater os problemas que afetam o abastecimento de água no Rio. O evento será realizado no hotel Windsor Guanabara.

Entre os dias 7 e 9 de de-zembro, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou no Lar-go da Carioca, no centro do Rio de Janeiro, a VII Feira Estadual da Reforma Agrá-ria Cícero Guedes. Frutas, legumes e verduras vindas de assentamentos de refor-ma agrária do estado do Rio de Janeiro foram comercia-lizados. O objetivo da feira é mostrar a urgência da re-forma agrária, provando na prática que a justa divisão de terras tem um grande po-

A histórica Aldeia Imbuhy, em Niterói, não conseguiu vencer a luta contra sua re-moção e suas famílias tive-ram que desocupar o local na última segunda-feira (7). O despejo foi autorizado por decisão judicial, que conside-rou toda a comunidade como parte da área militar, apesar da ocupação centenária, ates-tada em laudo historiográfico da Universidade Federal Flu-minense (UFF).

A Câmara de Vereadores e a prefeitura da cidade tentaram impedir a remoção das casas de 30 famílias, tombando a

Aldeia Imbuhy. Como o tom-bamento ocorreu após a de-cisão determinando o despe-jo, em maio, a ação voltou à Justiça em dezembro.

“Há uma distinção entre rein-tegração de posse e demolição. É preciso que o Exército, os oficiais de justiça e a AGU não confun-dam. Não há autorização para a demolição de casas”, criticou o deputado Waldeck Carneiro. Os parlamentares prometem re-correr da decisão.

O Exército afirmou que apenas apoia “com logística” os oficiais de Justiça que cumprem decisão de reintegração de posse. (ABr)

Divulgação /S.O.S Aldeia do Imbuhy

Stefano Figalo/Brasil de FatoParlamentares em defesa de Cuba

A Frente Parlamentar em Apoio ao Restabelecimento das Relações Diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba realizou, na última terça-fei-ra (8), o primeiro encontro do grupo, que aconteceu na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro.

O objetivo principal da Frente é contribuir nos es-forços para a eliminação do bloqueio econômico, finan-ceiro e comercial impos-to pelos diversos governos dos Estados Unidos a Cuba há mais de cinquenta anos e restabelecer as relações comerciais com a América Latina e Caribe.

A Frente, que se iniciou com 25 vereadores, já conta com mais de 30 parlamen-tares, devendo aos poucos contar com mais adesões.

tencial de produção de ali-mentos saudáveis, cultiva-dos de forma agroecológica.

Produtos agroindustria-lizados vindos de assen-tamentos de outras regiões do Brasil também fizeram parte da feira, como o su-co de uva gaúcho, laticínios de Santa Catarina e a cacha-ça paulista. O bloco da Apa-funk, o grupo de maracatu Tambores de Olokum, o for-ró de Geraldo Júnior e o Blo-co da Terreirada Cearense se apresentaram na Feira. (Bo-letim MST/RJ)

Feira acontece todos os anos no Rio de Janeiro

Famílias foram despejadas e casas demolidas

Feira da Reforma Agrária no Rio

Aldeia centenária é removida em Niterói

10 minutos contra a dengue e Zika

Uma lista de cuidados pa-ra impedir a procriação do Aedes aegypti foi lançada na terça-feira (8) pelo governo do estado do Rio de Janeiro, para mobilizar a popula-ção e evitar o aumento do número de casos de den-gue, vírus Zika e chikun-gunya nos próximos meses. A campanha “Dez Minutos Salvam Vidas” tem o apoio do Ministério da Saúde e pede que as pessoas usem esse tempo uma vez por se-

mana para garantir que não haja focos do mosquito em suas casas.

Já que o mosquito de-pende de água parada pa-ra a reprodução, a campa-nha reforça a necessidade de verificar se caixas d’água, tonéis, galões e barris estão vedados, se os pneus estão sem água e em lugares co-bertos, se baldes estão vi-rados para baixo, se os ra-los estão limpos e com te-las, dentre outros. (ABr)

Fernando Frazão/Agência Brasil

Divulgação

4 | Cidades Rio de Janeiro, 10 a 13 de dezembro de 2015

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EBC Memória

Resultados da comissão

“Nos últimos 3 anos, a UPMMR apresentou diversas queixas e denúncias sobre vio-lências e arbitrariedades come-tidas por policiais na Rocinha, tais como: cobertura sistemá-tica dada a grileiros da favela, que procuravam se apossar das terras, expulsando famílias que lá viviam; invasão de barracos; arrombamento de residências; espancamentos de moradores e prisões ilegais; diversos tipos de extorsões cometidas con-tra trabalhadores ou marginais. Foram abertas algumas sindi-câncias, que não deram em na-da, devido à má vontade das pessoas que as dirigiam, e às pressões e intimidações feitas contra as testemunhas”.

“Dentro dessa comunida-de aqui, os caras quando en-travam aqui entravam com olhar assim de: ‘todo mun-do é bandido’. Aquelas ron-das, aquelas blitz dentro do morro, eles entravam com su-porte militar, entravam e des-ciam com a gente amarrado tipo arrastão de peixe, que vo-cê joga aquele espinhal. Todo mundo amarrado na mesma corda, descendo o morro”.

As situações descritas nos dois trechos acima bem que poderiam ter acontecido na semana passada, mas se re-ferem a episódios que ocor-reram durante a ditadura mi-litar. O primeiro é um panfle-to de 1981 da União Pró-Me-lhoramentos dos Morado-res da Rocinha (UPMMR), lo-calizado no Arquivo Públi-co do Estado do Rio de Janei-ro (APERJ). O segundo é par-te do depoimento de José Fer-nandes, o Xavante, lideran-ça da Rocinha, prestado à Co-missão da Verdade do Rio.

Os dois fragmentos fazem

Passado ou presente?Relatório Final da Comissão da Verdade do Rio mostra como a repressão atuou nas favelas cariocas durante a ditadura militar

Renata Sequeirado Rio de Janeiro (RJ)

O Relatório Final da Co-missão, instalada com o ob-jetivo de esclarecer as graves violações de direitos huma-nos praticadas entre 1946 e 1988, apresenta o resultado de dois anos e oito meses de trabalho. Engloba, entre ou-

parte do capítulo A Ditadu-ra nas Favelas Cariocas do Relatório Final da Comis-são da Verdade do Rio (CEV--Rio), que será entregue nes-ta quinta-feira (10), ao gover-nador Luiz Fernando Pezão e à sociedade civil, em cerimô-nia no Palácio Guanabara. Escrito em colaboração com os pesquisadores Marco Pes-tana e Juliana Oakim, a aná-lise mostra que as re-moções foram uma forma recorrente de violação de direitos. Somente entre 1964 e de 100.000 pessoas no Rio de Janeiro.

Relatório Final da Comissão da Verdade do Rio (CEV-Rio) será entregue, nesta quinta-feira (10), ao governador Luiz Fernando Pezão e à sociedade civil

tros aspectos, pesquisas a respeito do empresariado e da violência aos trabalha-dores rurais e urbanos, aos militares perseguidos, aos moradores de favela, à po-pulação negra, às mulheres e aos setores LGBT.

VIGILÂNCIAOutro aspecto levantado é que o regime se utilizava de menti-ras – o medo de que morado-res de favelas poderiam atuar como base para uma revolu-ção comunista – para legitimar suas ações nestes locais, para além do auxílio às remoções: “consolidou-se, assim, uma presença não apenas ostensi-va e repressiva, como também voltada para o desenvolvimen-to de uma ampla vigilância e de exaustivas investigações sobre os indivíduos e grupos politicamente atuantes nas fa-velas cariocas durante a dita-dura”, aponta o relatório.

Relatório também mostra graves violações de direitos

humanos praticadas entre 1946 e 1988

Cidades | 5Rio de Janeiro, 10 a 13 de dezembro de 2015

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6 | Mundo

Obama promete destruir Estado Islâmico

O presidente dos Esta-dos Unidos, Barack Obama, prometeu “destruir” o gru-po autodenominado Esta-do Islâmico, no domingo (6), em um discurso à popu-lação na Casa Branca.

“A ameaça do terrorismo é real, mas vamos superá-la”, disse Barack Obama, num discurso transmitido pe-la televisão. Este é o tercei-ro que profere na Sala Oval. “Vamos destruir o Estado Is-lâmico e qualquer organiza-ção que tente fazer-nos mal”.

O presidente também ape-la para que sejam aprovadas leis mais rígidas para a com-pra de armas, citando em es-pecial rifles de assalto. (Abr)

EM FOCO

Divulgação

Arnaud Bousissou/Fotos Públicas

Divulgação

PARIS Povos indígenas fazem manifestação durante a COP21, a Conferência do Climarealizada em Paris. Eles protestaram contra as mudanças climáticas e as catástrofes ambientais que ameaçam seus territórios.

O presidente da Venezue-la, Nicolás Maduro, reconhe-ceu a derrota nas eleições le-gislativas da Venezuela, reali-zadas no último domingo (6).

“Vimos com a nossa moral, com a nossa ética, reconhecer estes resultados adversos, acei-tá-los e dizer à Venezuela que a Constituição e a democracia triunfaram”, afirmou Maduro.

Em suas redes sociais, o pre-sidente exaltou o povo vene-zuelano a não desistir da luta. “Perdemos a batalha, mas a lu-ta pela construção do socialis-

Maduro reconhece vitória da oposição

mo e pela nova sociedade ape-nas começa”, disse Maduro.

A última eleição presiden-cial em 2013, vencida por Ma-duro, foi contestada pela opo-sição, que demorou a reconhe-cer a derrota. Em 2014, houve protestos violentos, que resul-taram em 43 mortes.

Os opositores obtiveram ao menos 99 das 167 cadeiras do Parlamento e o chavismo 46 deputados. Entretanto, 22 as-sentos ainda serão definidos em outros processos eleito-rais. (ABr)

Divulgação

O partido Frente Nacional (FN), da deputada Marine Le Pen, de ultradireita, obteve maioria em seis das 13 regiões na França. Esse foi o primeiro turno das eleições regionais. O segundo turno será realiza-do no próximo domingo (13).

A líder da FN (Frente Nacional), Marine Le Pen, comemorou os resultados obtidos por seu partido e convocou os franceses a se uni-

rem em torno da ultradireita no segundo turno da votação.

O partido do governo relati-vizou a vitória da oposição. O porta-voz do governo francês, comandado pelo PS (Partido Socialista), Stéphane Le Foll, afirmou que o total de parti-dos da esquerda deve ultra-passar os 36%, o que a torna o primeiro partido da França. (OperaMundi)

França: extrema direita vence eleições

Maduro diz que luta por uma

sociedade melhor está apenas começando

Marine Le Pen comemora vitória da extrema direita

Rio de Janeiro, 10 a 13 de dezembro de 2015

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Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

Trabalhadores ocuparam as ruas do Rio de Janeiro na última terça-feira (8) em um ato contra o impeachment da presidente Dilma, em defesa da legalidade democrática e pelo afastamento imedia-to do presidente da Câma-ra dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB).

“O trabalhador brasileiro tem um dos mais importantes pa-péis nesse momento político do país. Estamos engajados em defesa da democracia”, desta-cou o petroleiro Francis José de Oliveira, diretor de comunica-ção da Federação Única dos Pe-troleiros (FUP).

Cerca de 10 mil trabalha-dores coloriram a avenida Rio Branco em defesa da democra-cia. Entre as bandeiras e car-tazes predominavam aqueles que diziam “Não vai ter golpe” e “Fora Cunha”. Durante o ato, os sindicatos também defende-ram a retomada do desenvolvi-mento do país, os empregos e a redução da taxa de juros.

GRANDE ATOEssa manifestação é conside-rada o pontapé inicial de uma série de mobilizações que os movimentos populares, cen-trais sindicais e partidos po-líticos farão. O objetivo é pro-testar contra as manobras de opositores para derrubar a presidente Dilma.

“Saímos para defender o go-verno Dilma porque corre-

Supremo suspende votação da Câmara

Após mais uma mano-bra do presidente da Câ-mara dos Deputados, Edu-ardo Cunha (PMDB-RJ), na votação da comissão que analisará o impeach-ment, o ministro Edson Fa-chin, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu o andamento do processo a pedido de parlamenta-res do PCdoB. O STF anali-sará a questão no próximo dia 16 de dezembro e até lá todo o processo realiza-do na Câmara fica parado. No pedido, o PCdoB defen-deu que a votação deve ser conduzida de forma aberta e que os representantes de-vem ser indicados pelos lí-deres dos partidos.

TEMER VIRA PIADAApós a carta do vice-presi-dente Michel Temer à pre-sidenta Dilma Rousseff ter “vazado”, os internautas não demoraram muito pa-ra começar a fazer piadas. “Tem e-mail, SMS, What-sapp, DM no Facebook, DM no Twitter, DM no Ins-tagram, Snapchat. Quem é que manda uma carta hoje em dia, meu Deus?”, escre-veu um internauta.  

Milhares marcham contra impeachmentRuas do centro do Rio ficaram lotadas por trabalhadores que pedem o afastamento de Eduardo Cunha

mos o risco de retroceder. Nos últimos 12 anos o salário te-ve uma valorização de 72%. As pessoas pensam que isso é por acaso, mas não é. Isso faz parte da política de um gover-no popular”, destacou Lucivâ-nia Soares, da Casa da Mulher Trabalhadora (Camtra).

O ato foi convocado pela CUT, CTB, UGT, MST, UNE, UBES, UJS, UBM, UNEGRO, UNA-LGBT, Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janei-ro (Sindimetal-Rio), Sindicato dos Comerciários (SEC-RJ), e por várias outras entidades e partidos políticos.

Durante a manifestação, o presidente nacional da Cen-tral Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, defen-

deu um projeto único de de-senvolvimento nacional. “A agenda de projeto do deputa-do Eduardo Cunha é contra o trabalhador, contra o Brasil. Não é verdade que queremos

Temos a necessidade de fazer prevalecer o mandato da presidenta Dilma, eleita pelo voto democrático

Adilson Araújo, presidente da CTB

dividir o país. O que precisa-mos é de geração de emprego e renda, sair da crise, da Lava Jato e do impeachment”, des-tacou o presidente da CUT.

O presidente nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, também des-tacou que só a defesa da demo-cracia poderá garantir avanços no setor trabalhista.

“Há um interesse por parte da classe trabalhadora de re-tomada da agenda do cresci-mento. Isso passa por um ele-mento central, que é a defesa da democracia. Temos a ne-cessidade de fazer prevalecer o mandato da presidenta Dil-ma, eleita pelo voto democrá-tico”, afirmou Araújo.

10 mil trabalhadores coloriram a avenida Rio Branco em defesa da democracia

Fotos: Stefano Figalo / Brasil de Fato

Cidades | 7Rio de Janeiro, 10 a 13 de dezembro de 2015

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A presidenta Dilma Rous-seff ganhou um reforço de pe-so para enfrentar o proces-so de impeachment. Artistas e intelectuais lançaram nesta terça-feira (8) uma carta con-tra o processo de impedimen-to à presidenta. Fernando Mo-rais, Chico Buarque, Chico Cé-sar, Letícia Sabatella, Cami-la Pitanga, Dira Paes, José de Abreu, Antônio Pitanga e Pau-lo Betti são alguns que assi-nam a “Carta ao Brasil”.

Artistas e intectuais lem-bram a luta contra a ditadura militar e pelo estabelecimento do Estado de Direito afirmam que não será permitido ne-nhum tipo de retrocesso. Em seguida o texto pontua que um processo de destituição da Pre-sidenta da República somen-te poderá ser aberto caso exis-ta algum crime comprovado da mandatária. Esse não é o caso de Dilma Rousseff.

Por fim, a carta dos artistas e intelectuais destaca que é “inadmissível que o país per-ca as conquistas resultantes da luta de muitos que aí es-tão, ou já se foram. E não ad-mitiremos, nem aceitaremos passivamente qualquer práti-ca que não respeite integral-mente este preceito”.

ODEIO VOCÊ, CUNHAAntes mesmo de permitir a abertura do processo de impe-achment, o presidente da Câ-mara dos Deputados, Eduar-do Cunha (PMDB-RJ), tem so-

Artistas e intelectuais se manifestam contra o impeachmentCunha também é criticado em show de Caetano e Gil no Rio

frido manifestações contrárias ao seu mandato. O parlamen-tar é acusado de possuir con-tas milionárias não declaradas na Suíça.

Em recente show no Cir-co Voador, no Rio de Janeiro, o público fez questão de ex-pressar seu sentimento pelo deputado. Na música “Odeio”, de autoria de Caetano, a pla-teia participou: … “Odeio você”, dizia a música. “Cunha”, completava o público.

CONTRA O GOLPEO ator Gregório Duvivier, no artigo intitulado “O certo, o justo e o imbecil”, publicado pelo jornal Folha de S. Pau-lo, não poupou críticas aos argumentos utilizados para abrir o processo de impeach-ment, como as chamadas pe-daladas fiscais. “No governo FHC, a pedalada era uma tra-dição de fim de ano tão co-mum quanto a Simone can-tando ‘Então É Natal’, disse.

Minha profissão e minha curiosidade sempre me levaram a entender o ser humano. Eu me orgulho muito desse tipo de estudo. Talvez por tentar entender o ser humano é que eu não entenda o Cunha, por exemplo. Ele talvez não seja humano

Tonico Pereira, ator

André Vieirado Rio de Janeiro (RJ)

Independentemente das limitações das ações desses últimos governos, foi nessa direção que se caminhou. Na direção de um espaço público republicano e de um espaço democrático de direitos. É isso que se quer frear

Marilena Chauí, escritora

Divulgação

Divulgação

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8 | Especial Rio de Janeiro, 10 a 13 de dezembro de 2015

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Não haverá impeachment. Não

há razão, nem clima. Dilma vai concluir

o seu mandato. É natural que conclua

Gilberto Gil, cantor

É vergonhoso que a Câmara seja presidida por uma pessoa sem qualquer vinculação com a verdade e com o que é reto e decente (...) Mais vergonhoso ainda é ele, cinicamente, presidir uma sessão na qual se decide a aceitação do impedimento de uma pessoa corretíssima e impecável como é a Presidenta Dilma Rousseff

Leonardo Boff, escritor

Um impeachment orquestrado por Eduardo Cunha que beneficia Michel Temer é como um pênalti marcado pelo Eurico Miranda a favor do Vasco. Se não é certo, certamente não é justo,

e menos ainda sensato

Gregório Duvivier, ator

Nós temos que deixar absolutamente claro que no golpe não levam. Só levam no voto. Seja golpe paraguaio ou hondurenho, não importa. Só mudam o projeto de nação, com o qual nós estamos comprometidos, no voto. Na mão grande [com trapaça] nós não permitiremos

Fernando Morais, escritor

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DivulgaçãoEspecial | 9Rio de Janeiro, 10 a 13 de dezembro de 2015

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10 | Cultura

NA CADÊNCIA | Diogo CoelhoAGENDA DA SEMANA

O quê: Inspirado na obra Ilíada, de Homero, espetáculo procura refletir sobre as guerras e a ferocidade humana.Onde: Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Primeiro de Março, 66, Centro.Quando: De quarta a segunda, 19h. Até 21/12.Quanto: R$ 10 (R$ 5 meia).

O quê: Festival acontece desde o dia 1º de dezembro com espetáculos de diversas companhias. Nos dois últimos dias, grupos apresentarão esquetes de vários temas.Onde: Teatro Maria Clara Machado – Av. Padre Leonel Franca, 240, Gávea.Quando: Sábado (12) e domingo (13), às 19h.Quanto: 0800.

O quê: Exposição apresenta 119 obras que buscam transmitir facetas culturais da produção artística cubana das últimas décadas.Onde: Casa Daros – Rua General Severiano, 159, Botafogo. Quando: Até dom (13), de 11h às 18h.Quanto: 0800.O quê: Mostra reúne obras

de xilogravura produzidas com uma técnica como uma alternativa às mídias digitais do design atual. Onde: Kariok Hostel – Rua Benjamin Constant, 80, Glória, Centro.Quando: Diariamente, às 10h. Até 11/01.Quanto: 0800.

Avesso Cuba – Ficción y Fantasía

Uma Ilíada

Festival de Teatro do Rio

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SUGESTÕES:[email protected]

San SebastianoTrio Capitu

O quê: Duas telas que retratam São Sebastião, pintadas no século XVII, estão em exposição no MNBA.Onde: Museu Nacional de Belas Artes – Avenida Rio Branco, 199, Centro. Quando: De ter a sex, de 10h às 18h. Sáb e dom, de 12h às 17h. Até 15/03.Quanto: R$ 8.

O quê: Trio formado por Sofia Ceccato (flauta), Janaína Perotto (oboé) e Débora Nascimento (fagote) lança seu primeiro CD, “Novos Ventos”. Onde: Centro Cultural Justiça Federal - Av. Rio Branco, 241, Centro.Quando: Sábado (12), 18h.Quanto: R$ 10 (R$ 5 meia)

Impossível falar de jogo do bicho no Rio de Janeiro sem falar de carnaval e das escolas de samba

Raphael David/Riotur

Acaba de ser lançado pe-los jornalistas Aloy Jupiara e Chico Otavio o livro “Os porões da contravenção”, sobre as relações entre o jo-go do bicho e a ditadura mi-litar brasileira (1964 – 1985).

E é impossível falar de jo-go do bicho no Rio de Janei-ro sem falar de carnaval e das escolas de samba. Por is-so, os autores dedicam mui-tas páginas do livro às histó-rias dos bicheiros que vira-ram patronos das agremia-ções e passaram a dar as car-tas na organização dos des-files. Figuras como Capitão Guimarães, Anísio Abraão David, Luizinho Drumond e Castor de Andrade.

BICHO E SAMBAEm recente entrevista ao blog “Carnavalesco”, Jupia-ra afirma que “o que acon-tece nos anos 70 é que os bi-cheiros percebem que as es-colas de samba podiam ser-vir para marcar mais clara-mente seus territórios e pa-ra legitimá-los socialmente.

Os contraventores, ao en-trar nas escolas e passar a dominá-las, tentavam cons-truir a imagem de mece-nas. Nas quadras, recebiam personalidades, artistas etc. Os dois filhos do presidente João Figueiredo, o último do

Dos porões da ditadura para o carnaval carioca

regime militar, desfilaram na Beija-Flor de Anísio”. 

Foi na década de 70 que os bicheiros foram a Brasília pedir apoio do regime mili-tar para os desfiles das esco-las de samba do Rio de Ja-neiro. Como resposta, rece-beram um pedido para que as escolas passassem a tra-tar de temas “mais voltados para a atualidade do país”. A Beija-Flor de Anísio de-senvolve então o enredo “o grande decênio”, exaltando

Relação entre bicheiros do samba e ditadores é tema de livro

as realizações dos dez anos de ditadura até então. Mas a Azul e Branco de Nilópo-lis não foi a única a abordar enredos ufanistas do agra-do dos militares.

Com a redemocratização, os bicheiros, que haviam ga-nhado força a partir dos porões da ditadura, fundam a LIESA para manter suas rela-ções com o poder constituído e continuar à frente da organi-zação do carnaval carioca.

Rio de Janeiro, 10 a 13 de dezembro de 2015

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12 | Opinião

A Abong – Associação Brasi-leira de Organizações Não Go-vernamentais – vem a público externar sua preocupação com os acontecimentos que podem colocar em risco a frágil e re-cente democracia brasileira. A Abong é uma organização da sociedade civil sem fins lu-crativos, de caráter nacional, democrática, pluralista, an-tirracista e antissexista. Con-grega centenas de organiza-ções que lutam contra todas as formas de discriminação, de desigualdades, pela cons-trução de modos sustentáveis de vida e pela radicalização da democracia.

O Governo Dilma há mui-to vem frustrando a popula-ção com sua política econô-mica e ambiental, que está em desacordo com os interesses da sociedade brasileira. As re-formas estruturais, tais como a reforma agrária, a reforma ur-bana, a reforma tributária, a regulação do poder econômi-co na mídia e a reforma políti-ca, não têm sido prioridades na

A saída é a radicalização da democracia

lecer a vontade da soberania do povo brasileiro.

A Abong discorda de que ha-ja motivos para a instalação de um processo de impedimento do mandato da presidenta. O presidente da Câmara dos De-putados, Eduardo Cunha é al-vo de acusações que o ligam a práticas de corrupção e lava-gem de dinheiro. O fato de ele ter aceitado o pedido de impe-achment da presidenta Dilma é mais um aspecto que desle-gitima esta ofensiva.

OUTRA POLÍTICA ECONÔMICAConclamamos o Governo para que altere sua política econô-mica de ajustes fiscais que co-bra a conta da crise da parcela mais frágil da sociedade. Rei-teramos a necessidade de am-pliação e radicalização da de-mocracia. Para isso, o Governo deve estabelecer um proces-so de diálogo com a socieda-de civil por meio de verdadei-ros mecanismos de participa-ção social e popular.

Para a Abong, o processo eleitoral foi legítimo e deve prevalecer a vontade da soberania popular

Nota Pública

ação deste Governo. A falta de vontade política para enfrentar estes desafios tem contribuí-do para a desestabilização po-lítica e social no país, abrindo caminho para a radicalização à direita de parte da sociedade.

CHANTAGEMEsta postura, no entanto, não autoriza que os setores que re-presentam o grande capital e as elites brasileiras tentem se utilizar de mecanismo previs-to na democracia para chan-tagear um Governo legitima-mente eleito, visando exclusi-vamente à manutenção de seus interesses e privilégios. Para a Abong, o processo elei-toral foi legítimo e deve preva-

Div

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ção

Acidente do trabalho é o que ocorre quando o (a) em-pregado (a) está em ativida-de, dentro ou fora, do local de trabalho. Também é con-siderado acidente do traba-lho a doença profissional ad-quirida pelo exercício do tra-balho, ou ainda aquela ad-quirida em função de condi-ções especiais em que o tra-balho é realizado (insalubre/perigoso/penoso).

A empresa deverá comu-nicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o 1º (primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência, através da expedição da CAT (comuni-cação de acidente do traba-lho). Caso a empresa se re-cuse, o acidentado, sua famí-lia, o sindicato da sua catego-ria, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pú-blica poderá emitir a CAT.

PERÍCIAApós a comunicação do aci-dente/doença, o (a) trabalha-dor (a) é afastado do empre-go e passará por uma perícia médica. Nos quinze (15) pri-meiros dias do afastamento, o salário será pago pelo em-pregador, e a partir do déci-mo sexto (16º) dia, o segu-rado receberá auxílio doença acidentário, pago pelo INSS.

O trabalhador que sofreu acidente e teve afastamento pelo INSS tem garantia de em-prego por um (1) ano após o

O que você precisa saber sobre acidente do trabalho

seu retorno ao trabalho. Caso resulte sequela do acidente/doença que cause perda da ca-pacidade de trabalho, o (a) tra-balhador (a) tem direito a re-ceber do INSS um auxílio aci-dente até sua aposentadoria.

AÇÃO NO INSSO (a) empregado (a) também tem direito de cobrar na Justi-ça do Trabalho uma indeni-zação do empregador pela perda da capacidade integral de trabalho. Se o (a) trabalha-dor (a) é portador de doen-ça do trabalho e só descobre após sua demissão, ele pode entrar com ação no INSS co-brando auxílio doença aci-dentário/auxílio acidente ou na Justiça do Trabalho co-brando indenização.

NOSSOS DIREITOS | Carlos Duarte

O trabalhador que sofreu aci-dente e teve afastamento pelo INSS tem garan-tia de emprego por um ano

Empregado tem direito a indenização por perda

da capacidade integral de trabalho

Rio de Janeiro, 10 a 13 de dezembro de 2015

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Cheesecake de maracujá

BOA E BARATA

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ção

IngredientesMassa• 1 pacote de biscoito

maisena (200g)

• 100 g de manteiga

Recheio• 3 ovos

• 1 lata de leite condensado

• 250g de ricota amassada

• 1 xícara (chá) de requeijão

• 1/2 xícara (chá) de suco de maracujá concentrado

Cobertura• 1/3 xícara (chá) de suco de

maracujá concentrado

• 1/2 lata de leite condensado

Modo de preparo No liquidificador, triture o biscoi-

to e transfira para uma tigela. Adicio-ne a manteiga e mexa até obter uma farofa. Com ela, forre o fundo e as la-terais de uma forma de 22cm de diâ-metro. Leve à geladeira por 15 minu-tos. Bata no liquidificador os ingre-dientes do recheio por 3 minutos.

Coloque o recheio sobre a mas-sa na forma e leve ao forno médio, pré-aquecido, por 45 minutos ou até que, ao enfiar um palito, ele saia lim-po. Retire do forno e deixe esfriar. Pa-ra a cobertura, bata no liquidificador o suco de maracujá e o leite conden-sado por 1 minuto. Espalhe sobre o cheesecake e leve à geladeira por 3 horas antes de servir.

Tempo de preparo40 minutos

Rendimento8 porções

Ouvi dizer de um método anticoncepcional mais na-tural, um termômetro que mede a temperatura da mu-lher e indica se é período fértil ou não, mas fiquei na dú-vida. É seguro se basear somente nisso?

Ivone Souza, 31 anos, artesã.

Dúvidas? Escreva para [email protected]

AMIGA DA SAÚDE

Cara Ivone, esse é o Método da Temperatura Basal. Ele é natural por não envolver o uso de nenhum medica-mento. Quando ovulamos, aumenta em cerca de dois graus a temperatura corpo-ral. É liberado o óvulo, que poderá ser fecundado, ini-ciando o processo da gravi-dez. Esse método consiste basicamente da medição da temperatura (por via oral ou retal) todos os dias pela ma-nhã (antes de levantar da ca-ma). Os valores devem ser registrados num gráfico, que mostrará um pico de tem-peratura, que indica a ovu-lação. Deve haver abstinên-

cia sexual desde a menstru-ação até três dias após o pi-co de temperatura aparecer. Esse método tem confiabili-dade de 99%, desde que fei-to com o rigor exigido. É van-tajoso por ser natural e exi-gir um autoconhecimen-to que é saudável para toda mulher. Entretanto, há tam-bém desvantagens. Uma de-las é o longo período de abs-tinência sexual. Outra é o ris-co de aumento de tempera-tura por outros motivos, co-mo um resfriado, o que pode confundir a avaliação.

Sofia Barbosa Coren MG 159621-Enf

Variedades | 13Rio de Janeiro, 10 a 13 de dezembro de 2015

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Sentirá neste período uma energia muito forte que permitirá conduzir os acontecimentos da melhor forma.

O momento recomenda ponderação, mas nada de imobilismo ou fuga das responsabilidades.

A conjuntura traz esta semana boas compensações e benefícios que são inteiramente merecidos.

Virgem estará muito receptivo e será bom comunicador e ouvinte. Suas atitudes darão bons resultados.

Há indícios de instabilidade geral, sobretudo se se deixar influenciar por ambientes ou pessoas.

É importante estar alerta e atento ao que se passa em volta. Não tome nenhuma atitude sem refletir.

A conjuntura esta semana é dinâmica e pautada por bons resultados. Pode aproveitar para fazer opções.

Semana calma. Pode ficar exigente e com dificuldade em adaptar-se a mudanças ou novos estados de vida.

As solicitações e movimentações serão de várias ordens, cabe a você gerir o seu tempo da melhor forma.

Terá novas oportunidades que, aliadas ao seu esforço e dedicação, trarão grandes compensações.

O momento confere fortes energias, capacidade de trabalho e persistência para vencer obstáculos.

Período confuso em que nem sempre se sentirá preparado para dar respostas necessárias aos acontecimentos.

FASES DA LUA

14 | Variedades

Cheia 25/12

Minguante 2/1

Nova Até 11/12

Crescente 18/12

Rio de Janeiro, 10 a 13 de dezembro de 2015

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Eurico Miranda, que retornou da catacumba após uma desastrosa gestão de Roberto Dinamite, conti-nua se achando maior que o Vasco

TOQUES CURTOS | Bruno Porpetta

Entre o futuro e o passadoDivulgação

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ção

Enfim, a lutadora do UFC Ronda Rousey quebrou o silêncio após ser derrota-da por Holly Holm e per-der o cinturão de campeã do peso galo feminino. Em entrevista à ESPN Magazi-ne, cujo conteúdo foi reve-lado pelo site People.com, Ronda afirmou que estava “triste para c...”.

Ela ainda disse que não poderá sequer comer uma maçã por um bom tempo, que pode variar entre três e seis meses, “mais ainda pa-ra sofrer um impacto”, disse. Ela não tem previsão de re-torno ao octógono, mas Da-na White já disse que deseja uma revanche contra Holm.

BINÓCULO

O ano de Flamengo e Vas-co, com variações circuns-tanciais, pode ser considera-do horrível. Na mesma mé-dia que o foi o futebol cario-ca, com rebaixados em to-das as divisões e, mesmo on-de não havia rebaixamento, campanhas pífias.

No entanto, a segunda-fei-ra que sucedeu ao domingo derradeiro do Brasileirão foi de holofotes sobre os presi-dentes dos dois clubes.

O presidente rubro-negro se reelegia para mais um tri-ênio, derrotando as candi-daturas de Wallim Vascon-cellos, o do famoso acordo com Jorge Sampaoli, e Ca-cau Cotta, que ninguém sa-bia exatamente a que veio.

Ao mesmo tempo, o pre-sidente vascaíno assumia a responsabilidade pelo re-baixamento do time à se-gunda divisão. A responsa-bilidade, a culpa não. A cul-pa foi do Dinamite, da arbi-tragem, do clima etc.

Eduardo Bandeira de Mello, do ponto de vista administra-tivo, foi uma revolução no Fla-mengo. Foi alguém que con-seguiu dar crédito ao clu-be na praça e ter papel impor-tante na aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal do Futebol, além de colocar a Federação de Futebol do Es-

tado do Rio de Janeiro no seu devido lugar, junto ao presi-dente do Fluminense.

Eurico Miranda, que retor-nou da catacumba após uma desastrosa gestão de Rober-to Dinamite, continua se achando maior que o Vasco. Vê o clube como uma de suas propriedades, como sua en-trevista dá a entender.

A cantora de pop/rock ita-liana, Loredana Berté, que fez grande sucesso nos anos 80 em seu país, casou-se com o ex-tenista sueco Bjorn Borg em 1989, permanecendo jun-tos por quatro anos. Em bio-grafia recém-lançada, Berté faz confissões muito fortes a respeito de Borg.

Segundo Berté, o legendário tenista era viciado em orgias e drogas, especialmente coca-ína. Nas palavras dela, Bjorn Borg era um “aspirador”, de tanta cocaína que consumia. Para ela, Borg se drogava em “doses industriais”.

Na biografia, ela relata que o tenista transformou a vida do casal em um “verdadeiro infer-no”, por conta de seus vícios em sexo e drogas. Ainda cita uma tentativa de suicídio de Borg, em 1989, com remédios, além de histórias conturbadas de sua infância. (BP)

Bjorn Borg era um “aspirador”, segundo ex-esposaLoredana Berté, ex-esposa da lenda do tênis sueco, fez confissões fortes em biografia

O ex-ciclista dos EUA, Lance Armstrong, banido do espor-te por conta de doping, mais especificamente da substân-

Para Armstrong, colegas não o acham uma fraudeCiclista estadunidense banido do esporte deu declaração a site de notícias britânico

cia EPO, a eritropoietina, de-clarou ao site britânico Mir-ror que, para seus colegas de esporte, sua carreira não era uma fraude.

Segundo Armstrong, todos os competidores de sua gera-ção usavam a EPO (que au-menta o número de glóbulos vermelhos no sangue), citan-do ainda uma declaração de

Biografia relata vícios do tenista

Alexandre Loureiro/Inovafoto

seu ex-companheiro de equi-pe, Kevin Livingston, que disse que a proporção de usuários de EPO era de “200 para cada 190”.

Lance Armstrong ganhou seis Voltas da França (prova mais importante do ciclismo mundial) e uma medalha de bronze em Sydney 2000. Todas essas conquistas foram cassa-das com o seu banimento. (BP)

Tristeza de Ronda

Porém, o Bandeira não con-seguiu dar ao Flamengo o que mais se exige dele. O futebol é o calcanhar de Aquiles da sua gestão. O entra-e-sai de trei-nadores, a ausência de uma figura que centralize algumas decisões mais imediatas e um centro de treinamento há anos pela metade foram de-terminantes para o mico que foi a temporada rubro-negra.

Quanto ao Eurico, seu au-toritarismo deu no que deu. Haja casaco.

Bandeira foi reeleito para fazer o futebol chegar no nível das finanças

Esportes | 15Rio de Janeiro, 10 a 13 de dezembro de 2015

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FERJ e Vasco se unem ao golpe de Del Nero

Opositores deixam política no Fla após derrota Cinco líderes da chapa

verde, segunda colocada nas eleições do Clube de Regatas do Flamengo, anunciaram em nota que estão se retiran-do da vida política do clube.

O candidato a presiden-te Wallim Vasconcellos, o vice geral da chapa Ro-

A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro e o Clube de Regatas Vasco da Ga-ma se somaram ao bloco dos paulistas em apoio a Antônio Carlos Nunes, o Coronel Nu-nes, à vice-presidência da CBF, na vaga de José Maria Marin, que está preso nos EUA.

Na última segunda-feira (7), a Federação Paulista de Futebol, junto com os sete clubes pau-listas que estão nas séries A e B do Campeonato Brasileiro (Co-rinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Ponte Preta, Bragantino e Oeste), declararam apoio em bloco ao Coronel Nunes, atual presidente da Federação Para-ense, desde 1994.

Nunes é uma indicação de Marco Polo Del Nero ao car-go, visando uma possível re-núncia ao cargo de presidente da CBF. O estatuto da entida-de prevê que o vice-presiden-te mais velho assume o posto, o que hoje daria o cargo a Del-fim Peixoto, de Santa Catarina, opositor de Del Nero.

Com a entrada de Nunes, este passaria a ser o mais ve-lho vice-presidente, se tor-

Votação para escolha do novo vice-presidente da CBF será no próximo dia 16

Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

Gilvan de Souza/Flamengo

Lula Marques

Gilvan de Souza/Flamengo

Rubens Lopes, presidente da FERJ, durante depoimento à CPI do Futebol

16 | Esportes

dolfo Landim, além do ex-vi-ce de marketing Luiz Edu-ardo Baptista, o Bap, o ex-vi-ce de finanças Rodrigo Tos-tes e o ex-vice de comunica-ção Gustavo Oliveira anun-ciaram que estão “voltando para a arquibancada”.

A chapa verde obteve 834

nando o primeiro na hierar-quia da entidade.

Após a aprovação do Pro-fut, a CBF foi obrigada a al-terar a composição das vota-ções na entidade. Antes, vo-tavam nas assembleias as 27 federações estaduais e os 20 clubes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Ago-ra, incluíram-se os 20 da se-gunda divisão também, tor-

nando os clubes maioria no colégio eleitoral.

Nota divulgada pelos pau-listas condiciona o voto à am-pliação do poder dos clu-bes, em especial na organiza-ção do Campeonato Brasilei-ro, deixando a CBF cuidando apenas das seleções. Porém, o Coronel Nunes não tem po-sição favorável à Liga, ao con-trário de Delfim Peixoto.

votos nas eleições do últi-mo dia 7, ficando com cerca de 29% do total de votos váli-dos. Foi derrotada pela chapa azul, de Eduardo Bandeira de Mello, que obteve 1632, cerca de 60%. A posse será em janei-ro de 2016 e a gestão vai até ja-neiro de 2019. (BP)

O novo treinador do Fla-mengo, Muricy Ramalho, foi apresentado na última terça-feira (8) na sede do clube, na Gávea, e respon-deu perguntas sobre suas observações no Barcelona, o tempo que deu na car-reira para cuidar da saúde e sua disposição para assu-mir o rubro-negro.

Além destas perguntas, o comandante do Fla também respondeu a respeito de in-formações veiculadas na im-prensa sobre um pedido do próprio Muricy pela contra-tação de Kaká, hoje no Or-lando City (EUA).

Muricy não confirmou o pedido, dizendo que não ha-via conversado nada sobre o assunto com a diretoria. Além disso, Kaká teria colo-cado obstáculos à pretensão rubro-negra, embora tenha agradecido a lembrança.

Kaká tem contrato vigen-te com o time dos Estados Unidos e faz parte de um projeto de marketing do clube, o que dificulta sua saída. A única questão que poderia ajudar uma possí-vel saída de Kaká por em-préstimo é o longo tempo de inatividade da Major Le-ague Soccer, liga dos EUA.

Muricy chega em meio a boatos sobre Kaká

Muricy assinou contrato de dois anos com o Flamengo

Eduardo Bandeira de Mello foi reeleito para mais um

triênio no Fla

Rio de Janeiro, 10 a 13 de dezembro de 2015