boletim informativo - edição 8
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Boletim Informativo da Associação FARO 1540 com perioricidade trimestral.TRANSCRIPT
2º Trimestre de 2010
Número 2 / Ano I
Boletim Informativo
4º Trimestre 2011
Número 8 / Ano III
2
foi possível visualizar e
avaliar trabalhos cinema-
tográficos de elevada qua-
lidade artísticas e técnica,
mostrando assim novos
talentos.
Como já é habitual o
Seminário dedicado á rea-
bilitação urbana e desen-
volvimento sustentável,
sendo um evento direc-
cionado para especialistas
na área e contribuindo
assim para a formação
técnica dos especialistas é
um forte contributo para
que novas soluções sejam
encontradas nas dinâmi-
cas de uma cidade. É uma
aposta da nossa Associa-
ção.
Outros eventos foram
possíveis mas aos refe-
renciados parece-me que
são as colunas vertebrais
Caros Associados,
Antes de mais nada, quero
desejar a todos os associa-
dos um excelente novo
ano. Espero que estes
novos tempos de austeri-
dade não seja o ―calcanhar
de Aquiles‖ a todos os
vossos projectos pessoais.
Bom Ano.
No começo de um novo
ano é tempo de reflexão
sobre as acções decorridas
no ano que findou. Em pri-
meira análise, as confe-
rências ―Cidades pela
Retoma‖ foi um evento
que possibilitou a partilha
de conhecimentos e a
reflexão de problemas
aliados às cidades e a
contribuição para um
novo crescimento. Com
as ―Cidades pela Retoma‖
criou-se debate, discus-
são, reflexão e contribui-
ções bastante significati-
vas sustentadas com
documentação técnica.
Parece me que é um tipo
de evento que tem falta-
do à cidade de Faro. Por
outro lado, ao novo
evento, o FARCUME -
Festival de Curtas Metra-
gens de Faro, veio criar
uma nova e fresca dinâmi-
ca nas noites quentes de
Verão. Num ambiente
informal e cosmopolita
Nota Editorial:
FICHA TÉCNICA
DIRECÇÃO
Bruno Lage
Nuno Antunes
COORDENAÇÃO
Nuno Antunes
REDACÇÃO
Bruno Lage
Idália Sebastião
Adriano Guerra
João Caetano
Nuno Antunes
PAGINAÇÃO / DESIGN
Nuno Antunes
REVISÃO
Idália Sebastião
NOTA EDITORIAL 2
MENSAGEM DO PRESIDENTE CIDADES E REGENRAÇÃO URBANA
3
ENTREVISTA COM ADRIANO GUERRA: PRESIDENTE DO CONSELHO FISCAL
4
2º SEMINÁRIO DE REABILITA-
ÇÃO URBANA E DESENVOLVI-
MENTO SUSTENTÁVEL
7
JANTAR DE NATAL E ASSEMBLEIA-GERAL ELEITO-
RAL
12
REQUERIMENTO: PETRÓLEO E GÁS NATURAL NO ALGARVE
14
PARCEIROS DA FARO 1540 15
Nesta edição:
B O L E T I M I N F O R M A T I V O
www.FARO1540.org
da nossa Associação
contribuindo para que
o ano de 2011 tenha
sido o ano de afirma-
ção da FARO 1540.
Apesar dos tempos de
austeridade que se
anuncia, a nova direc-
ção da FARO 1540
projecta que neste
novo ano seja o ano de
expansão valorizando a
Associação e a cidade
de Faro.
Em tempos de crise a
valorização e a recicla-
gem de conceitos são
uma mais-valia para um
futuro com mais futu-
ro. Até á próxima edi-
ção.
Nuno Antunes
Vice-Presidente da Direcção
4º Trimestre de 2011 Número: 8 / Ano: III
3
Em consequência deste
fenómeno temos a franja
mais jovem da sociedade
(jovens famílias) a fixarem-
se na periferia das cidades
onde os preços das habi-
tações são mais acessíveis,
enquanto se assiste ao
envelhecimento e à deser-
tificação dos centros urba-
nos. Como consequência,
vê-se o comércio tradicio-
nal das cidades a definhar,
as ruas com falta de vida e
alegria, as habitações a
degradarem-se, o senti-
mento de insegurança a
aumentar implicando ainda
o desaparecimento gra-
dual da identidade das
cidades.
Para inverter esta ten-
dência é urgente levar
para os centros urbanos
equipamentos e infra-
estruturas que chamem
pessoas ao centro, valori-
zar os edifícios notáveis e
históricos e promover um
projecto de requalificação
e reabilitação urbana sus-
tentável e criativo sem
esquecer que uma das
peças chave do sucesso
As cidades sempre
foram centros de fluxos
de pessoas, de capital e
de informação. Hoje,
mais do que nunca, a
pressão intensifica-se ao
termos mais de 50% da
população mundial a resi-
dir nas malhas urbanas
prevendo-se, de acordo
com as Nações Unidas,
que atinja 75% em 2050.
Esta realidade representa
um desafio para a gestão
das actuais cidades, bem
como o planeamento dos
novos aglomerados que
estão a surgir nas suas
periferias, tornando-se
imperativo desenvolver
políticas rigorosas em
matéria de ordenamento
e optimização da área
urbana.
Contudo, nas cidades
estamos longe de viver
em harmonia com os
ecossistemas naturais.
Para contrariar esta reali-
dade, é fundamental desen-
volver ferramentas de for-
ma a caminharmos para
uma sociedade que valori-
ze efectivamente a regene-
ração urbana, a história e a
identidade de uma terra e
onde se estimulem simbio-
ses com o ambiente.
Neste sentido, a
Requalificação e a Reabili-
tação Urbana tem surgido
nos últimos anos como
uma ferramenta fundamen-
tal para devolver a deter-
minadas áreas das cidades
a vida e a dinâmica de
outros tempos. De facto, o
efeito Donut, ou se prefe-
rirmos o esvaziamento dos
centros urbanos, está nes-
te momento a tornar-se
uma realidade em diversas
cidades. É já comum depa-
rarmo-nos com inúmeras
casas fechadas, empareda-
das e num estado de
degradação acentuado,
onde por vezes, se assiste
derrocadas de maior ou
menor gravidade.
Este fenómeno tem
aumentado sobretudo nas
últimas duas décadas, fruto
das profundas alterações a
que a sociedade portugue-
sa tem sido sujeita ao nível
económico, social e cultu-
ral, tendo surtido numa
forte transformação no
parque habitacional portu-
guês. De referir que as
cidades têm vindo a assu-
mir um papel determinan-
te, enquanto centros de
decisão política, cultural e
económica o que efectiva-
mente condicionou as for-
mas de habitação.
Cidades e regeneração urbana
M E N S A G E M D O P R E S I D E N T E
Bruno Lage
Presidente da Direcção
passa, neste momento,
pelo arrendamento dos
imóveis fechados.
Sobre esta matéria é
de salientar que recente-
mente, com a dificuldade
de acesso ao crédito
bancário, o mercado do
arrendamento começa a
ressurgir o que tem
levado à recuperação de
alguns edifícios, apesar
de ainda não existir uma
legislação flexível e adap-
tada à actual realidade
que estimule efectiva-
mente este mercado.
O processo para rea-
bilitar uma cidade sus-
tentável é aberto e dinâ-
mico, envolvendo cada
membro da comunidade
onde o objectivo princi-
pal é criar um sentido
de pertença entre aque-
les que nela vão viver ou
que com ela criem uma
relação. É imprescindível
gerar uma estratégia de
comunicação e de
entreajuda entre as dife-
rentes partes interessa-
das, sejam aquelas per-
tencentes directamente
à comunidade, como a
todos aqueles que atra-
vés de interacções, a
podem afectar.
Em suma, é necessá-
rio entender, viver e
sentir a cidade para além
das suas limitações geo-
gráficas e incluir uma
visão sistémica, sem
nunca esquecer que,
embora os maiores
desafios do século XXI
sejam globais, as respos-
tas mais eficazes são as
que ocorrem à escala
local.
Associação FARO 1540 - Boletim Informativo
As cidades têm
vindo a assumir
um papel deter-
minante, enquan-
to centros de
decisão política,
cultural e econó-
mica o que efecti-
vamente condi-
cionou as formas
de habitação
Nas cidades esta-
mos longe de
viver em harmo-
nia com os ecos-
sistemas naturais
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Todos sabemos que 2012 vai ser um ano difícil
para os portugueses. O que acha dos das medi-
das de austeridade tomadas pelo Governo?
O acordo celebrado por PS, PSD e CDS com a troika
já previam estas medidas e elas são essenciais para
garantir o financiamento do Estado. Há muito que se
sabia e se diagnosticava que o corte na despesa e
algum aumento de impostos eram necessários, porque
era inviável manter o déficit ao nível que estava e era
preciso conter a escalada do aumento da dívida pública
portuguesa. Questiono-me no entanto sobre se a carga
fiscal não terá subido para níveis incomportáveis para
as famílias e empresas e que derivado disso a retoma
económica não esteja a ser comprometida.
Caso Portugal saia do Euro, que cenário prevê
para os portugueses?
Apesar de alguns economistas de renome aventem
essa possibilidade tal não se me afigura de todo possí-
vel. Seria completamente ruinoso para país, com uma
desvalorização brutal da nossa moeda, com subidas
incomportáveis das taxas de juros. Enfim, é um cenário
que devemos afastar de todo.
O sector agrícola foi em tempos uma das prin-
cipais fontes económicas do país. Hoje encon-
tra-se estagnado. O que considera que deveria
ser feito, para que o sector agrícola voltasse a
ser o que era?
Tem de haver uma mudança completa de paradigma.
Os tempos dos subsídios para não se produzir, o tem-
po dos subsídios para se plantarem culturas que depois
não tinham escoamento, o tempo dos subsídios mal
utilizados e sem fiscalização apropriada têm de acabar.
A agricultura portuguesa tem alguns problemas estru-
turais, como a pequena dimensão média das suas
explorações. Tem de se fazer um esforço no sentido de
aumentar o tamanho dessas explorações e explorar a
ligação entre as empresas e as universidades é factor
essencial para o futuro sucesso da nossa agricultura.
Apostar na investigação e desenvolvimento é essencial,
bem como apostar no associativismo entre os produto-
res agrícolas para que ganhem massa critica e se tor-
nem competitivos.
O que acha da privatização da EDP, consideran-
do que era uma das poucas empresas públicas
que ainda dava lucro?
Considero uma operação normal de mercado. O Esta-
do apesar de até então continuar a ser o maior accio-
nista individual já não detinha a maioria do capital da
EDP. Não me choca que o Estado venda a sua participa-
ção, numa operação que me pareceu transparente, em
que quem ofereceu o melhor preço venceu. Espera-se
que com esta operação a EDP ganhe ainda maior fôlego
para continuar a ser uma empresa competitiva em Por-
tugal e no além-fronteiras.
ENTREVISTA COM ADRIANO GUERRA
Presidente do Conselho Fiscal da “Faro 1540”
E N T R E V I S T A Associação FARO 1540 - Boletim Informativo
Os tempos dos subsídios
para não se produzir, o tem-
po dos subsídios para se plan-
tarem culturas que depois
não tinham escoamento, o
tempo dos subsídios mal uti-
lizados e sem fiscalização
apropriada têm de acabar Era inviável manter o déficit
ao nível que estava e era pre-
ciso conter a escalada do
aumento da dívida pública
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Passemos então para algumas perguntas sobre a
política local. Qual a sua opinião sobre o progra-
ma Polis na Praia de Faro?
Apesar de ser um assunto discutido desde há longos
anos a esta parte ainda não são conhecidos os contor-
nos precisos e exactos sobre a intervenção que irá ser
efectuada na praia de Faro, nem quando os mesmos
irão ter lugar. Julgo que todos reconhecemos que algo
tem de ser feito para garantir o futuro da mesma. A
erosão e a qualidade que a mesma poderia ter face ao
existente a isso o obriga. Espera-se que a futura inter-
venção venha a assegurar um equilíbrio justo entre os
direitos de quem lá mora e tem residências legalizadas e
a necessidade de requalificação daquela ilha, que tem
todas as condições para se tornar um destino turístico
de grande qualidade, para os farenses e para os turistas
que nos visitam.
Faro é uma cidade há muito “morta”, onde a
aposta no turismo é muito deficitária. Considera
que Faro tem capacidade para apostar num
turismo de qualidade, melhorando assim a sua
oferta cultural e de diversão nocturna?
Faro tem toda a capacidade para se tornar uma cidade
referência nesses domínios. Temos um património cul-
tural rico, temos por exemplo um teatro municipal que
vai mantendo uma muito razoável programação face aos
constrangimentos financeiros que tem. É preciso no
entanto desenvolver e trabalhar o que de bom temos
para oferecer, lembro-me do por exemplo de efectuar
um roteiro das igrejas, sé, são francisco, são pedro e
carmo com a sua capela dos ossos. Dinamizar a cidade
velha, com a captação de investimento para as duas uni-
dades hoteleiras que estão previstas para aí. Saliento o
investimento que já está a ser feito por investidores ao
nível de espaços de restauração/diversão nocturna na
cidade velha e de oferta hoteleira na zona da rua de sto
António. É preciso é criatividade, dinamismo e capacida-
de realizadora e que a Câmara e demais entidades públi-
cas sejam forças que ajudem à concretização destes pro-
jectos e que não se revelem como no passado verdadei-
ros empecilhos e destruidores de projectos.
E N T R E V I S T A Associação FARO 1540 - Boletim Informativo
É preciso é criatividade, dina-
mismo e capacidade realiza-
dora e que a Câmara e
demais entidades públicas
sejam forças que ajudem à
concretização destes projec-
tos e que não se revelem
como no passado verdadeiros
empecilhos e destruidores de
projectos
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A Universidade do Algarve e a cidade Faro,
estão de costas voltadas?
Talvez essa seja uma expressão demasiado forte, mas é
uma realidade que a cooperação entre a Universidade, a
cidade de Faro e o mundo empresarial pode ter um
aprofundamento muito grande. Há com certeza erros
que no passado foram cometidos de parte a parte,
alguns excessos que foram cometidos, mas que com
diálogo podem ser ultrapassados.
As associações farenses, como a FARO 1540,
podem ser importantes na reaproximação entre
a Universidade e a cidade de Faro?
Não só importantes como vitais. A associação tem
desenvolvido várias actividades que têm tido uma exce-
lente receptividade junto de todos os agentes da Uni-
versidade, professores e alunos. Posso salientar entre
outros o seminário de reabilitação urbana e desenvolvi-
mento sustentável, o Farcume - Festival de curtas
metragens. Este aproximar de associações da sociedade
civil farense com os agentes universitários é uma forma
decisiva de promover a tal reaproximação.
Considera que a FARO 1540 está num bom
caminho para se tornar um “caso de sucesso”?
Deixando de fora a imodéstia, julgo que a Faro 1540,
apesar de ainda ter muito para dar e contribuir para o
desenvolvimento da cidade e da região é já um caso de
sucesso. Uma associação que em pouco mais de dois
anos e meio já organiza alguns eventos de referência na
cidade, que já obteve o estatuto de ONGA, que nos
seus eventos alia oradores de excelência com a partici-
pação maciça de público é já um caso de sucesso na
cidade. A manutenção dessas actividades e a concretiza-
ção no curto/médio prazo dos planos que a associação
tem só irão cimentar ainda mais o estatuto que esta
associação já tem no seio da cidade.
Para terminar, diga-me três medidas que consi-
dera fulcrais para o futuro da cidade de Faro?
Construção de uma marina de nível internacional, cons-
trução de um pólo tecnológico e captação de investi-
mento em unidades hoteleiras, restauração e de diver-
são nocturna de qualidade.
E N T R E V I S T A Associação FARO 1540 - Boletim Informativo
Deixando de fora a imodés-
tia, julgo que a Faro 1540,
apesar de ainda ter muito
para dar e contribuir para o
desenvolvimento da cidade e
da região é já um caso de
sucesso
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Decorreu no dia 7 de Outubro, no Auditório do Institu-
to Superior de Engenharia da Universidade do Algarve, a
2ª edição do Seminário de Reabilitação Urbana e Desen-
volvimento Sustentável, organizado pela ―FARO 1540‖ e
que contou com a presença de cerca de uma centena de
participantes, que puderam assistir a apresentações e
debater temas como a Sustentabilidade de Cidades,
Mobilidade Urbana, Recuperação de Edifícios, Regenera-
ção Urbana, Paisagem e Património.
Como principais conclusões, a ―FARO 1540‖ afirma que
a reabilitação de edifícios degradados e a requalificação
de ruas, passeios e praças é visto como uma ferramenta
fundamental para a coesão da cidade, aumentando os
seus níveis de qualidade de vida, atractividade e compe-
titividade económica contribuindo de modo efectivo
para a sua sustentabilidade e reforço da sua identidade e
história.
No entanto, apesar de ser amplamente referenciada e
debatida, a reabilitação urbana, não tem tido a aplicabili-
dade e a dimensão desejada, quer por falta de políticas
incentivadoras, quer por falta de sensibilização e exces-
so de burocracia e entraves vários. Contudo, espera-se
que os mil milhões de euros disponibilizados pelo pro-
grama Jessica aliado a um conjunto de medidas que
visem a desburocratização dos processos de recupera-
ção de edifícios e a existência de uma lei de arrenda-
mento mais competitiva e flexível permita lançar de uma
vez por todas o mercado de arrendamento no nosso
país, condição considerada essencial para o sucesso da
revitalização das cidades e optimização dos seus espa-
ços.
Por outro lado, outro dos grandes temas debatidos este
seminário foi a mobilidade urbana, que também é um
dos assuntos mais debatidos e que mais implicação tem
A C T I V I D A D E S
2º SEMINÁRIO DE REABILITAÇÃO URBANA E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Associação FARO 1540 - Boletim Informativo
8
na sustentabilidade das cidades.
Para além dos acessos pedonais agradáveis há que apro-
veitar o nosso clima ameno para apostar na bicicleta
criando uma rede de ciclovias seguras e apostar numa
rede de transportes públicos eficientes, rápidos e cómo-
dos coisa que até hoje não se conseguiu implementar no
nosso país. Também é necessário abandonar a ideia de
construir os equipamentos e as infra-estruturas colecti-
vas de desporto, cultura, recreio e lazer fora das cida-
des, transformando as cidades em meros dormitórios,
sem vida e sem alma e aumentando assim a dependência
do transporte para esses locais.
As questões económicas não foram esquecidas e para
muitos dos especialistas presentes neste evento a crise
económica e financeira que agora estamos a atravessar é
fruto de um desenvolvimento pouco sadio e baseado
num conceito de capitalismo selvagem e sem ética,
visando a maximização do lucro fácil em detrimento da
qualidade de vida dos cidadãos e pelo respeito com o
ambiente e seus recursos naturais. Para se ter uma
pequena noção do que se passa, é de referir que apenas
2% dos fluxos mundiais de capitais está relacionado com
a economia real. Ora isto é incomportável e o resultado
está à vista! É urgente surgir uma nova economia e uma
nova mentalidade que respeite o cidadão, que vise o seu
bem-estar e que crie simbioses com o ambiente. Só
assim será possível salvaguardar os recursos naturais e
salvaguardar com qualidade e respeito a existência do
ser humano e as gerações vindouras, sem nunca esque-
cer que apesar de este ser um problema global, as res-
postas mais eficazes são as que ocorrem à escala local.
Já para Desidério Batista, professor de Arquitectura na
Universidade do Algarve as rápidas e intensas transfor-
mações a que a sociedade e o território têm estado
sujeitos, exigem mudanças importantes nos conceitos e
modelos de ordenamento e desenho da cidade, uma vez
que estes, orientados segundo prioridades económicas,
cada vez mais se revelam incapazes de dar resposta aos
A C T I V I D A D E S Associação FARO 1540 - Boletim Informativo
A Reabilitação Urbana, não
tem tido a aplicabilidade e a
dimensão desejada, quer por
falta de políticas
incentivadoras, quer por falta
de sensibilização e excesso de
burocracia e entraves vários
A reabilitação de edifícios e a
requalificação de ruas,
passeios e praças é visto
como uma ferramenta
fundamental para a coesão da
cidade
9
problemas com que se deparam na actualidade a paisa-
gem quer urbana quer rural, e as comunidades humanas.
Razão pela qual o processo de planeamento se encontra
num momento de decisões e, previsivelmente, de vira-
gem.
Com efeito, face à inoperância dos modelos e pro-
cessos em curso, responsáveis pela fragmentação e des-
caracterização da paisagem, pela construção de cidades
ambiental e socialmente degradadas, e pelo abandono e
destruição do património, surge a necessidade de equa-
cionamento de um novo sistema de planeamento de
natureza diferente que, sendo capaz de absorver as ine-
vitáveis alterações espaciais decorrentes dos processos
de crescimento urbano, seja coerente com objectivos, a
longo prazo, das paisagens e do património construído a
elas associado, que pela sua invulgar qualidade se pre-
tendem preservar.
Nesta perspectiva, o (re)desenho urbano que se
preconiza – mais atento à identidade e carácter da
paisagem, à nova escala dos territórios urbanizados
e aos valores patrimoniais na sua globalidade –,
apoiado na ideia da paisagem como base para o
urbanismo, procura compatibilizar a urbanização
com a paisagem, o que pressupõe planear e dese-
nhar a cidade integrando os princípios ecológicos e
os processos naturais, e introduzindo as lógicas de
funcionamento dos agro e ecossistemas, o que
proporcionará, a longo prazo, flexibilidade e estabi-
lidade para o espaço urbano, e numerosos benefí-
cios tanto para as populações, como para a Natu-
reza, conciliando os interesses socioeconómicos e ecológicos.
Para Teresa Correia, Arquitecta e Vereadora na Câma-
ra Municipal de Faro, a beleza do conjunto e a monu-
mentalidade dos edifícios é das maiores riquezas que
Faro possui. A reabilitação urbana é um dos desafios
mais estimulantes para qualquer executivo, plenamente
justificada como contributo para a competitividade que
se pretende dar à capital algarvia.
As políticas nacionais contrárias ao desenvolvimento
de um mercado arrendamento saudável, provocaram
um esvaziamento do núcleo histórico da sua população
residente, sendo flagelado pela degradação do edificado.
As bolsas de pobreza e o envelhecimento social insta-
lam-se e pouco a pouco, o núcleo histórico não conse-
gue ter atractividade para outros tipos de potenciais
ocupantes. Faro sofre deste mal, tal como muitos
outros centros.
A C T I V I D A D E S Associação FARO 1540 - Boletim Informativo
10
A reabilitação urbana terá de ser encarada como um
processo de planeamento global, constituindo-se como
um impulso de desenvolvimento da cidade. Aquilo que
muitos chamam de sustentabilidade, aqui é mais do que
nunca um exercício desse modo, pelo aproveitamento
dos materiais reutilização do solo e pela utilização de
processos construtivos adequados.
Perante as dificuldades económicas do contexto
actual ao quais os municípios não estão imunes, o enfo-
que da actuação será mais no papel de facilitador, de
regulador, de estimulante activo no ordenamento da
cidade, do que de acção directa sobre os imóveis. Não
se poderão esperar resultados imediatos. O investimen-
to público em prédios municipais com ou sem co-
financiamento da Administração Central não tem viabi-
lidade nos dias de hoje.
Neste sentido, o percurso municipal começou pela
delimitação de uma primeira ARU ( Área de Reabilita-
ção Urbana ) na Vila-A-Dentro, constituindo uma uni-
dade coerente com a atribuição de uma determinada
operação urbanística simples.
Este documento estratégico para além da definição
das acções a realizar no prazo de 10 anos, possibilita
também a constituição de incentivos fiscais. Este estí-
mulo procura criar interesse nos privados nestas áreas,
sendo uma experiência piloto.
As oportunidades geradas nas actividades económi-
cas associadas à Ria e na fixação dos roteiros das cente-
nas de turistas que nos procuram são também um
caminho. Falta apenas captar o investimento certo. Para
tal, temos também a contribuição de um gabinete de
apoio à reabilitação que tem por missão um melhor
acompanhamento na gestão das ARU´s, assim como
participar de forma mais activa no apoio aos proprietá-
rios e investidores nas zonas em causa.
No imediato, temos ainda as notificações, as visto-
rias e as acções de fiscalização que proporcionam, por
vezes desconforto, procurando despertar os proprie-
A C T I V I D A D E S Associação FARO 1540 - Boletim Informativo
A reabilitação urbana terá de
ser encarada como um pro-
cesso de planeamento global,
constituindo-se como um
impulso de desenvolvimento
da cidade
11
tários para a necessidade da realização das obras.
O futuro passará pela constituição de outras duas
ARU`s, Bairro Ribeirinho e Mouraria, assim como por
um correcto planeamento, ao nível do PDM, coorde-
nando com a definição de uma estratégia mais abrangen-
te. O trabalho é longo e exigirá contributos de todos.
Para José Carlos Mota, mentor do Movimento Cida-
des pela Retoma e docente na Universidade de Aveiro,
vivemos, provavelmente, um dos períodos mais comple-
xos e difíceis da nossa existência recente, com sinais
diários de uma profunda crise financeira, económica e
social cujas consequências, dizem, ainda estão longe de
ser percebidas.
Como habitualmente, gastamos as nossas energias a
tentar encontrar os culpados da crise, carpindo mágoas
sobre as suas consequências, mas reflectindo pouco
sobre as razões que a originaram ou esquecendo de
procurar identificar formas criativas dela sair, para além
das soluções clássicas até agora apresentadas (cortes na
despesa e aumento de impostos).
Sendo consensual que as medidas implementadas
têm um alcance limitado e não são suficientes para
resolver o problema de fundo, urge procurar encontrar
repostas urgentes para duas questões centrais. Como
vamos estimular o desenvolvimento económico e
social, isto é, como vamos gerar novos empregos e
riqueza, e, segundo, como o podemos fazer de forma
colectiva, isto é como podemos mobilizar as diferentes
forças e energias cívicas, intelectuais, produtivas e dos
poderes públicos para o fazer de forma organizada,
conjunta e colaborativa?
Não estando sozinhos neste dilema, talvez valha a
pena olhar para a forma como outros países têm pro-
curado responder às questões colocadas. Das várias
medidas que têm vindo a ser tomadas quer no quadro
da União Europeia e dos Estados Unidos, saliento a
crescente importância que é atribuída ao papel das
cidades na promoção do desenvolvimento económico e
social e para a criação de emprego.
Para finalizar, a organização agradece a ajuda precio-
sa dos seus parceiros, que contribuíram para o sucesso
desta 2ª edição do Seminário de Reabilitação Urbana e
Desenvolvimento Sustentável. A saber: Instituto Supe-
rior de Engenharia da UAlg, Banco Santander Totta,
Vodafone, Revista Jardins, Jornal Arquitecturas, Jornal
Barlavento, Lusoambiente e Hagábê Informática.
A C T I V I D A D E S Associação FARO 1540 - Boletim Informativo
12
No dia 17 de Dezembro teve lugar, pelas 20:00h, no
renovado restaurante Agostinhos na Rua 1.º de Dezem-
bro, na Baixa de Faro, o jantar de Natal da nossa Asso-
ciação. No seguimento dos jantares de Natal dos anos
anteriores, este jantar teve como objectivo o encontro
e confraternização entre os associados e seus familiares
nesta época festiva que celebra a paz e o amor.
Contudo, este ano, juntamente com a realização do jan-
tar de Natal, foi realizada a Assembleia Geral eleitoral
dos Órgãos Gerais da Faro 1540 para o triénio 2012-
2015, seguindo-se a votação do Plano de Actividades e
do Orçamento para o próximo ano.
Como não poderia deixar de ser, também este Natal
foi brindado com uma intervenção alusiva à quadra festi-
va. Este ano coube ao associado Miguel Reis Cunha,
advogado e coordenador da Plataforma Algarve pela
Vida o privilégio de fazer uma intervenção alusiva ao
Natal e à crise que actualmente o país e o mundo atra-
vessam.
O orador teve como objectivo projectar e interpretar a
mensagem de Natal resultante do nascimento de Jesus
Cristo nas acções e situações da vida actual, alertando
para a necessidade de mobilização de todos nós e de
cada um em particular e o combate à prostração e des-
motivação.
Durante o jantar decorreu a votação da única lista apre-
sentada a escrutínio, tendo sido eleita por unanimidade
com 34 votos favoráveis, zero votos contra, zero votos
em branco e zero votos nulos.
A C T I V I D A D E S
JANTAR DE NATAL DA “FARO 1540” E
ASSEMBLEIA-GERAL ELEITORAL
Associação FARO 1540 - Boletim Informativo
13
Procedeu-se seguidamente ao acto de posse dos corpos
dirigentes recém-eleitos e apresentou-se aos associados
o Plano de Actividades para 2012, destacando-se um
conjunto de acções de formação ligadas à temática
ambiental e do património e a continuação das confe-
rências ―Cidades pela Retoma‖, do Seminário de Reabi-
litação e Desenvolvimento Sustentável, do FARCUME—
Festival de Curtas Metragens de Faro, dos jantares con-
ferência, da colaboração com o movimento Plantar Por-
tugal e a colaboração na realização do 1º congresso
Internacional da Paisagem e da Comunidade da respon-
sabilidade do Grupo About Media.
De referir que caso a ―FARO 1540‖ chegue a acordo
com o arrendamento de uma moradia para a transfor-
mar na sua sede física, haverá muitas horas de trabalho e
de dedicação a recuperar e equipar este espaço e a
angariar fundos para a sua sustentabilidade.
No que respeita ao orçamento, está previsto um con-
junto de receitas de 9.294 €uros e um conjunto de des-
pesas de 9.060 €uros totalizando um saldo final positivo
de 234 €uros.
Para conhecimento de todos os associados, apresenta-
se a lista dos novos órgãos sociais da 2FARO 1540‖
que exercerão as suas funções até Janeiro de 2015.
MESA DA ASSEMBLEIA GERAL
Presidente: Fernando Leitão Correia
Secretário: Miguel Reis Cunha
Secretário: Tiago Borba
DIRECÇÃO
Presidente: Bruno de Azevedo Lage
Vice-Presidente: Nuno Marques Antunes
Secretária-Geral: Idália Cavaco Sebastião
Tesoureira: Célia Rodrigues
Vogal: Tiago Conceição
CONSELHO FISCAL
Presidente: Adriano Cardoso Guerra
Secretário: Luís da Palma Vaz
Relator: Tiago Gomes
A C T I V I D A D E S Associação FARO 1540 - Boletim Informativo
A ―Faro 1540‖ acolheu nos
últimos três meses mais 8
associados a saber: Sofia Simões; João Fonseca; João
Pedro Mendes; Carlos Sampaio; Vítor Melro Pereira;
Nuno Guilherme Alves; Tamára Santos e Célia Palma
Quadro Social
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A FARO 1540 no âmbito das suas funções e na quali-
dade de ONGA (Organização Não Governamental de
Ambiente) enviou um requerimento ao Ministério da
Economia, ao cuidado do Sr. Secretário de Estado da
Energia a fim de obter informações que considera funda-
mentais para emitir uma opinião responsável sobre a
exploração de Petróleo e Gás Natural ao largo da costa
algarvia.
Sobre esta matéria, muito se tem dito na comunicação
social, mas pouco se sabe em concreto. Assim, para se
poder pronunciar de forma rigorosa, credível e respon-
sável sobre esta matéria de crucial importância para o
futuro da região algarvia, a ―Faro 1540‖ solicitou, no dia
27 de Outubro de 2011, ao abrigo do Código do Proce-
dimento Administrativo, o esclarecimento das questões
a seguir discriminadas.
Apesar de terem 10 dias úteis para responder, até à
data o Ministério da Economia não enviou qualquer tipo
de resposta.
A FARO 1540 – Associação de Defesa e Promo-
ção do Património Ambiental e Cultural de Faro,
pessoa colectiva n.º 508918626, com sede na cidade de
Faro e ONGA com o registo n.º 181/L
vem muito respeitosamente, ao abrigo do disposto
nos artigos 61º; 64º e 65º do Código do Procedimento
Administrativo, requerer, para fins de estudo e análise,
que se digne informar por escrito, a propósito da Explo-
ração de Petróleo e Gás Natural por um consórcio lide-
rado pela Repsol e RWE na costa algarvia, o seguinte:
1 – Qual será a metodologia de extracção a aplicar?
2 – Existe já alguma previsão da extracção diária de
Petróleo e Gás Natural?
3 – Quais as contrapartidas financeiras para o Estado
Português?
4 – Existe algum estudo de Risco Ambiental efectuado?
Em caso afirmativo há a possibilidade de termos acesso
a uma cópia do mesmo?
5 – Em caso de acidente existe algum estudo que preve-
ja o valor dos danos ao nível do turismo, pesca, saúde
pública e ambiente? Em caso afirmativo há a possibilida-
de de termos acesso a uma cópia do mesmo?
6 – Existe a possibilidade de visualização na linha de
costa das bocas de queima das plataformas petrolíferas?
7 – Qual o tempo de duração da concessão?
Espera Deferimento
P´la Direcção
O Presidente
Bruno Lage
R E Q U E R I M E N T O Associação FARO 1540 - Boletim Informativo
Exploração de Petróleo e Gás
Natural no Algarve sem res-
posta por parte do Governo
A ―Faro 1540‖, a par da Universidade do Algarve e da
Câmara Municipal de Faro vai ser uma das parceiras do
1º Congresso Internacional da Paisagem e da
Comunidade que será realizado em Faro, na
Universidade do Algarve — Campus de Gambelas nos
dias 8 e 9 de Março de 2012 promovido pelo grupo
About Media.
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Para a prossecução dos seus objectivos a FARO 1540 tem estabelecido diversos protocolos de cooperação
com associações, movimentos e empresas.
PARCERIAS COM ASSOCIAÇÕES E MOVIMENTOS
As parcerias com colectividades visam fomentar actividades paralelas ou em parceria contribuindo para a pro-
moção, defesa e recuperação do património ambiental, arquitectónico, cultural e histórico de Faro e do Algar-
ve.
PARCERIAS COM EMPRESAS
Estas parcerias, para além de fomentar relações privilegiadas entre a FARO 1540 e as entidades comerciais
aqui mencionadas, estas disponibilizam junto dos nossos associados um conjunto exclusivo de vantagens e
regalias.
PARCEIROS
B O L E T I M I N F O R M A T I V O
www.FARO1540.org