boletim económico mensal março 2018 - bna.ao3cdc8209-da53-4f99-beb6-8b08b4d8688d}.pdf · os...

26
Boletim Económico Mensal Março 2018 Publicação mensal do Banco Nacional de Angola (BNA) É permitida a reprodução das matérias, desde que mencionada a fonte. Não são citadas as fontes das tabelas e dos gráficos de autoria exclusiva do Banco Nacional de Angola. Departamento de Estudos Económicos Banco Nacional de Angola Av. 4 de Fevereiro, nº 151 Luanda, Angola Caixa Postal 1243 Tel: (+244) 222 679 200 - Fax: (+244) 222 339 125 www.bna.ao Paginação: Departamento de Comunicação e Marca Tiragem: Versão Digital

Upload: vannhu

Post on 18-Jan-2019

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Boletim Económico Mensal Março 2018

Publicação mensal do Banco Nacional de Angola (BNA)

É permitida a reprodução das matérias, desde que mencionada a fonte.

Não são citadas as fontes das tabelas e dos gráficos de autoria exclusiva do Banco Nacional de Angola.

Departamento de Estudos Económicos

Banco Nacional de AngolaAv. 4 de Fevereiro, nº 151Luanda, Angola

Caixa Postal 1243

Tel: (+244) 222 679 200 - Fax: (+244) 222 339 125

www.bna.ao

Paginação: Departamento de Comunicação e Marca

Tiragem: Versão Digital

2

Conjunturaeconómicamundial

Boletim Económico Mensal • Março 2018

3

“Para as estimativas do crescimento angolano, o FMI fixou taxas de 2,20% para 2018 e 2,40% para 2019, superiores ao crescimento de 2017 de 0,7%.”

No início de Março, o FMI esteve em Angola, no âmbito do Artigo IV, para acompanhar a evolução da economia nacional e destacou que o país regista uma modesta recuperação económica, característica dos países exportadores de commodities, face à conjuntura actual. Para além disso realçou o foco do Governo na estabilização macroeconómica sendo que o crescimento apontado à economia angolana deve-se principalmente às expectativas do aumento do preço do petróleo e do efeito positivo do novo regime cambial que tem vindo a reduzir o diferencial entre a taxa de câmbio do mercado oficial e informal.

Figura 1: Evolução do crescimento real do investimento, PIB e importações

Fonte: FMI WEO Abril 2018. Os países incluídos nos exportadores de commodities são Angola, Brasil, Equador, Nigéria e Rússia.

Em Abril, o FMI (no World Economic Outlook do FMI), manteve as estimativas para o crescimento da economia angolana, apresentando taxas de 0,7%, 2,20% e 2,40% em 2017, 2018 e 2019, respectivamente. Os sinais de recuperação de vários países exportadores de commodities como Angola contribuíram para o fortalecimento do crescimento mundial em 2017 para 3,80% (+ 10 p.b. face a 2016) com uma notável recuperação do comércio global (taxa de crescimento máxima desde 2011). Este crescimento foi também impulsionado por uma recuperação do investimento nas economias avançadas após anos de baixas taxas de investimento, um forte crescimento persistente nas economias emergentes asiáticas e um notável aumento do PIB na Europa. Espera-se que o crescimento global alcance 3,90% este ano e no próximo, apesar de se apontarem preocupações face ao ambiente geopolítico internacional. O crescimento para

-20,00

-15,00

-10,00

-5,00

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

Economias avançadas China Exportadores de commodities

Economias emergentes e em desenvolvimento, excluindo China e exportadores de commodities

4

os próximos anos será apoiado pelos recentes aumentos nos níveis de investimento, pelas políticas expansionistas por parte dos Estados Unidos (fiscal), China e Zona Euro que contribuirão para uma recuperação dos exportadores de commodities. Com o crescimento das principais economias do mundo e do comércio externo, prevê-se que as economias exportadoras de commodities continuem o período de recuperação, no entanto espera-se que tenham taxas de crescimento inferiores às restantes economias não avançadas. Em 2017, o investimento nas economias exportadoras de commodities aumentou 2,96%, abaixo das economias avançadas (3,72%), China (4,93%) e restantes países emergentes e em desenvolvimento (5,76%). Apesar da recuperação económica vivida na Rússia em 2017, o FMI baixou as estimativas de crescimento de 1,80% para 1,50% sem alterar as expectativas para 2018 e 2019 (1,50% e 1,80%, respectivamente). Ainda do lado dos exportadores de commodities, segundo o FMI, a economia nigeriana, tal como a angolana, não sofreu quaisquer alterações nas perspectivas de crescimento, apesar das melhorias nas perspectivas regionais, apresentando taxas de 2,20% e 1,90% em 2018 e 2019, respectivamente.

Recentemente, a Organização Mundial do Comercio (OMC) previu um crescimento do comércio internacional na ordem dos 4,40% e 4,00% nos próximos dois anos, abaixo dos 4,80% apresentados em 2017. No entanto, a organização afirmou que as tensões comerciais actuais entre os EUA e a China poderão estar a afectar a confiança dos investidores e consequentemente o investimento, reflectindo-se em posteriores revisões do cenário apresentado acima. Qualquer aproximação ao proteccionismo irá afectar a produção mundial e a procura de commodities, o que poderá ter um impacto negativo na economia angolana sendo que o crescimento apontado à economia angolana deve-se principalmente às expectativas do aumento do preço do petróleo e do efeito positivo do novo regime cambial que tem vindo a reduzir o diferencial entre a taxa de câmbio do mercado oficial e informal.

Caixa 1 – Nova Zona de Livre Comércio Continental

No dia 21 de Março de 2018, 44 países da União Africana (incluindo Angola) assinaram um acordo que prevê a criação de uma Zona de Livre Comércio Continental (ZLCC). Apesar do acordo não ter data para ser implementado, planeia-se que sejam removidas na totalidade tarifas em cerca de 90% dos produtos transaccionados no continente. Dos 11 países que não assinaram o acordo, os destaques vão para a África do Sul e Nigéria. Adicionalmente, Angola está inserida no grupo de 30 países que assinaram um acordo de livre circulação e residência entre si.

Apesar do forte crescimento nos últimos anos, o comércio entre os Estados-Membros do continente continua muito abaixo de outras geografias representando apenas 15% do total do comércio em 2017 (African Export-Import Bank, Afrexim), um número significativamente abaixo do continente asiático e da União Europeia com valores em 58% e 67%, respectivamente. Enquanto as exportações africanas são maioritariamente compostas por bens primários (60% das exportações para a Europa em 2017) como commodities, as exportações entre países africanos é baseada em produtos manufacturados e agrícolas.

Com o levantamento das barreiras comerciais, a Comissão Económica para África das Nações Unidas (CEANU) estima um aumento de 50% no comércio intra-africano em 5 anos e ganhos entre os 10,7 mil milhões e os 16,1 mil milhões de Dólares para a região. A redução de tarifas terá impactos na redução de custos e preços; introdução de novos produtos; potenciamento de economias de escala; promoção de eficiência através da competição; pressão na melhoria de infra-estruturas; redução dos riscos geográficos de colheita; combate ao mercado informal transfronteiriço; aumento do poder para negociar acordos comerciais com outras geografias.

Além dos benefícios enumerados, com os actuais possíveis riscos de proteccionismo, como a possível guerra comercial instalada entre a China e os EUA, é importante que o continente se torne menos vulnerável aos choques externos. Se por um lado, o proteccionismo poderia dar um prazo temporal maior para a economia angolana se diversificar sem estar sujeita à pressão internacional; por outro lado, levaria a um aumento dos preços dos bens importados e a uma queda da entrada de moeda externa oriunda das exportações petrolíferas devido à desaceleração do comércio mundial já parcialmente perspectivado, cujos efeitos seriam nocivos para Angola.

Boletim Económico Mensal • Março 2018

5

Angola pertence a duas Regiões Económicas Comerciais (REC) das oito existentes no continente (CECCAS e SADC). A integração económica é avaliada por variáveis como o comércio de um país com os respectivos membros da REC; conversibilidade de moeda e inflação; infra-estruturas de comércio entre outras variáveis (Figura 2). De modo a existir um continente integrado é fundamental garantir que os mercados sejam devidamente regulados, que exista infra-estruturas básicas para permitir o comércio livre, um funcionamento eficiente nas fronteiras e políticas macroeconómicas estáveis de modo a atrair o investimento e facilidade na mobilidade de pessoas.

No caso de Angola, existe um enorme potencial de maior integração sendo que a entrada na ZLCC é uma oportunidade para a economia se diversificar e apostar em sectores como a manufactura, agricultura, pescas e aceder a produtos a um custo mais reduzido. No entanto, de acordo com Jesen e Sandrey (2015), países com menores capacidades de produção podem beneficiar muito pouco ou até nada com este tipo de acordos e assim apenas sofrer as consequências do desmantelamento dos sectores já existentes na economia. Como tal, os ganhos que podem ser retirados deste acordo dependem do que será feito até à sua total implementação. De acordo com a Quantum Global Research Lab, o top-3 das economias mais atractivas do continente para investir é composto por países do norte do continente entre eles: Marrocos, Egipto e Argélia. O Botswana, Costa do Marfim e África do Sul lideram no contexto da África Subsaariana enquanto Angola é o décimo nono classificado apresentando um elevado risco cambial.

Figura 2: Integração regional de Angola por categoria

Fonte: Comissão Económica para África, Nações Unidas (2016).

Relativamente à China, no mês de Março, destaca-se o crescimento económico de 6,80% (acima do objectivo de 6,50% do Governo) pelo terceiro trimestre consecutivo face ao período homólogo. Este crescimento foi suportado maioritariamente pelo consumo, investimento e exportações. No que diz respeito à balança comercial do mês de Março, o mercado foi surpreendido pelo primeiro deficit da balança comercial (49,83 mil milhões de Dólares) desde Fevereiro de 2017. Este resultado deveu-se a uma queda das exportações (2,70%) e um crescimento das importações acima do expectável (14,40%). Adicionalmente, o Banco Central decidiu reduzir o nível de reservas bancárias em 1 p.p. para 16,00% que visa estimular o mercado de crédito. Este movimento deverá ter impactos positivos sobre o crescimento económico mundial e contribuir para as exportações de produtos primários. Do ponto de vista da evolução de preços, verificou-se uma redução da taxa de inflação de 2,90% (máximo de quatro anos) em Fevereiro para 2,10% em Março, devido sobretudo aos preços dos bens não alimentares.

0 0,2 0,4 0,6 0,8

1

Integração Comercial

Infraestrutura Regional

Integração Produtiva

Livre Movimento de

Pessoas

Integração Macroeconomica e Financeira

Angola ECCAS

0 0,2 0,4 0,6 0,8

1 Integração Comercial

Infraestrutura Regional

Integração Produtiva Livre Movimento de Pessoas

Integração Macroeconomica e

Financeira

Angola SADC

6

Commodities

Boletim Económico Mensal • Março 2018

7

45

50

55

60

65

70

75

Jan/

17

Abr

/17

Jul/1

7 O

ut/1

7 Ja

n/18

A

br/1

8 Ju

l/18

Out

/18

Jan/

19

Abr

/19

Jul/1

9 O

ut/1

9 Ja

n/20

A

br/2

0 Ju

l/20

Out

/20

Jan/

21

Abr

/21

Jul/2

1 O

ut/2

1 Ja

n/22

A

br/2

2 Ju

l/22

Out

/22

Jan/

23

Abr

/23

Jul/2

3 O

ut/2

3

SD/B

arril

Brent

Proj. FMI

“O preço do Brent fechou o mês de Março em 66,72 USD/barril, o que corresponde a uma variação mensal de 1,46%.”

No mês de Março, o mercado das commodities permaneceu em alta, com um aumento das commodities energéticas e agrícolas. Porém, a registar uma diminuição destacam-se os metais preciosos e minerais que de acordo com o índice do Banco Mundial, estas commodities foram as que menos cresceram no primeiro trimestre de 2018. Este comportamento deveu-se, essencialmente, às tensões comercias entre os EUA e a China, todavia, os preços do alumínio atingiram máximos de sete anos após a imposição das sanções dos EUA sobre o maior produtor russo de alumínio que representa mais de 6% da oferta mundial.

Relativamente às commodities energéticas, o preço dos contractos futuros do Brent fechou o mês de Março em 66,72 USD/barril, enquanto o WTI alcançou os 62,77 USD/barril e as Ramas Angolanas os 65,62 USD/barril, o que representa uma variação mensal de 1,46%, 0,85% e 0,83%, respectivamente. Os referidos preços foram influenciados pelos seguintes factores i) expectativas de extensão do acordo de cortes de produção da OPEP e Rússia até 2020; ii) os sinais de aumento da procura de petróleo por parte da China dadas as estimativas para o crescimento económico; iii) à perspectiva de aplicação de sanções contra o Irão e ao fim do período de manutenção das refinarias; iv) redução da produção da OPEP e a queda dos stocks da OCDE. Há que ter em consideração que o aumento da produção por parte dos Estados Unidos tem criado pressões negativas no preço do petróleo criando expectativas que o preço não atinja valores superiores a 70 USD/barril no médio prazo, excepto se ocorrer qualquer evento extraordinário. No recente relatório do FMI, estima-se que o preço do petróleo ronde os 65 USD/barril até final de 2018 como se pode observar na figura 3. Paralelamente, o Banco Mundial publicou no seu relatório, Commodity Markets Outlook, as suas projecções anuais para o preço do crude, onde também se perspectiva um preço médio de 65 USD/barril para 2018.

Figura 3: Evolução do preço do Brent 2017-2023

Fonte: FMI WEO 2018

8

EconomiaNacional

Boletim Económico Mensal • Março 2018

9

Sector Externo

“Em Março, as exportações diamantíferas alcançaram USD 138,28 milhões correspondendo a uma variação mensal de 131,08%.”

Em Março, a conta de bens apresentou uma melhoria de 31,85% no seu saldo positivo face ao mês anterior, tendo-se registado um incremento das exportações (16,94%) e uma diminuição das importações (15,82%).

No que toca às exportações, realça-se o aumento de 131,08% das exportações de diamantes apesar da diminuição de 38,18% do preço, que foi impactado a nível mundial com o escândalo do magnata Nirav Modi (fundador de uma das maiores empresas de diamantes) que está a ser acusado de uma fraude de USD 2 mil milhões contra o banco público indiano, Punjab National Bank, segundo a Rapaport USA Inc. Assim, a contribuir para este aumento esteve o crescimento das quantidades exportadas em 275,76%, situando-se em 1,24 milhões de quilates. Relativamente às exportações petrolíferas registou-se uma subida de 9,32% devido ao aumento das quantidades exportadas (8,44%).

A diminuição das importações foi generalizada, tendo ocorrido na maioria das grandes categorias, nomeadamente, máquinas e aparelhos, veículos, produtos farmacêuticos, entre outros. Ressalta-se que a categoria bens alimentares registou um aumento de 13,36% face a Fevereiro.

Figura 4: Evolução das exportações e importações, USD milhões

Fonte: BNA

2.629,43 3.010,74

3.520,63

Exportações

Mar/17 Fev/18 Mar/18

1.176,96 1.008,97 849,38

Importações

10

Sector Real

“O índice de produção industrial referente à actividade em 2017 registou uma contracção média de 5,2% quando comparado a 2016.”

Segundo dados do Ministério dos Petróleos, em Março, a produção petrolífera angolana fixou-se em 1,496 Mb/d, uma recuperação face ao mês de Fevereiro, em que se registou 1,398 Mb/d.

O Indicador Mensal da Actividade Económica (IMAE) evidencia um comportamento desfavorável, cenário observado desde o final de 2015 e que persistiu até Março de 2018, apresentando uma deterioração acentuada nos últimos três meses, apesar de em Março de 2018 ter registado um comportamento menos desfavorável, tendo aumentado a sua taxa de variação homóloga na ordem de 0,46 p.p. (passando de -6,14% para os -5,68%) em relação ao mês anterior. Esta evolução é justificada sobretudo, pela melhoria do IMAE Não Petrolífero em 1,56 p.p., enquanto o IMAE Petrolífero deteriorou em -1,31 p.p., registando uma variação homóloga em torno de 9,13% e -8,40%, respectivamente. A rúbrica que mais contribuiu para a melhoria do IMAE Não Petrolífero foi a Electricidade (+11,35 p.p.), sendo que todas as outras apresentaram melhorias com excepção da Produção de Bebidas.

O índice de produção industrial referente à actividade em 2017, publicado em Março pelo INE, registou uma contracção média de 5,2% quando comparado a 2016. Porém, esta contracção ocorreu, essencialmente, no primeiro trimestre do ano sendo que no quarto trimestre registou-se uma contracção de apenas 3,05%. Ressalta-se que os sectores que mais contribuíram para a contracção no ano, foram a Indústria alimentar e a Indústria de madeira, no entanto, no quarto trimestre, a Indústria alimentar apresentou uma melhoria, registando uma expansão de 5,6%.

Boletim Económico Mensal • Março 2018

11

Sector Fiscal

“No mês de Março, a emissão de títulos do Tesouro registou uma redução mensal de 74,21%.”

No mês de Março, a emissão de títulos do Tesouro registou uma redução mensal de 74,21%. Realça-se que o mercado de dívida pública titulada em Angola tem ganho maior destaque e dimensão por força das dificuldades de tesouraria que o Governo enfrenta face ao volume de despesas que excedem as receitas ordinárias. Enquanto a emissão realizada em Fevereiro de Kz 216.046,14 milhões foi na totalidade de Obrigações do Tesouro, no mês em análise apenas foram emitidas 37% em OTs dos Kz 55.720,77 milhões em emissões de títulos do Tesouro.

Caixa 2 – Novo instrumento de dívida pública

Os títulos de dívida pública têm merecido a atenção dos agentes económicos, essencialmente, as Obrigações do Tesouro indexadas à taxa de câmbio (OT-TXC). Porém, o Tesouro pretende futuramente minimizar a emissão deste instrumento. Face às crescentes necessidades de financiamento do Tesouro Nacional, através do despacho nº80/18 de Março de 2018 do Ministério das Finanças, foi criado um novo instrumento de dívida denominado Obrigações do Tesouro indexadas à taxa dos Bilhetes do Tesouro de 364 dias (OT-INBT) que deverá passar a ser um instrumento prioritário nas suas emissões em detrimento das OT-TXC.

As OT-INBT são instrumentos de dívida pública interna de médio e longo prazo (acima de 364 dias) cuja remuneração é a média dos últimos seis meses da taxa de juro dos BT 364 dias adicionado de um spread que varia entre 1% a 1,75% (3 a 6 anos, respectivamente). Note-se que o pagamento dos juros é feito semestralmente.

O Plano Anual de Endividamento de 2018 (PAE 2018) indica que foram alocados para a emissão de OT-INBT cerca de Kz 466,96 milhões, o que corresponde a 19% do total disponível para leilão de Obrigações do Tesouro e 10% da emissão total de títulos públicos. Realça-se que esta emissão terá como finalidade o financiamento de investimentos públicos previstos no Orçamento geral do Estado (OGE) de 2018.

Tabela 1: Composição das OT-INBT 2018 (Kz mil milhões)

Obrigações do Tesouro Indexadas à Taxa dos BT Taxa de Cupão Valores %

3 anos BT+1% 186,79 40,00%

4 anos BT+1,25% 140,09 30,00%

5 anos BT+1,50% 70,04 15,00%

6 anos BT+1,75% 70,04 15,00%

Subtotal 466,96

Fonte: PAE 2018

No mês em análise, foram emitidas cerca de 10.115,75 milhões de OT-INBTs, 18,15% do total de emissões.

12

O mercado secundário da dívida (BODIVA) permanece dinâmico. Em Março, foram registadas transacções no valor de Kz 64.301,59 milhões, mais 32,09% que o montante transaccionado em Fevereiro e mais 205,82% que em Março de 2017.

Ressalta-se que, em 2017, tanto no mercado primário como secundário, houve uma clara preferência dos agentes económicos por Obrigações do Tesouro, essencialmente, as indexadas à taxa de câmbio, o que demonstra, a elevada necessidade de cobertura do risco cambial. As Obrigações do Tesouro são cerca de 99% das transacções efectuadas no mercado secundário.

Sector Monetário

“O Mercado Monetário Interbancário mantém a dinâmica registando um montante transaccionado de Kz 697,49 mil milhões.”Na reunião do Comité de Política Monetária, a 29 de Março, o BNA decidiu manter as taxas de juro directoras, dando seguimento ao curso de política monetária restritiva que vem seguindo.

Em Março de 2018, a Base Monetária em Moeda Nacional apresentou um comportamento idêntico a Fevereiro com uma expansão de 4,56% que se reflectiu no aumento das Notas e Moedas em Circulação em 1,21% e sobretudo das Reservas Bancárias Livres em Moeda Nacional, em 31,96%. Esta expansão foi motivada pelo efeito expansionista das operações fiscais em 21,39%, consubstanciado no resgate de títulos do Tesouro. Por outro lado, as operações monetárias e cambiais tiveram um efeito contraccionista, de 6,46% e 10,50%, respectivamente. Note-se que face ao período homólogo, a Base Monetária registou uma expansão de 15,09%.

Figura 5: Contributos na variação da Base monetária em moeda nacional

-30,0%

-20,0%

-10,0%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

Jan/17 Fev/17 Mar/17 Abr/17 Mai/17 Jun/17 Jul/17 Ago/17 Set/17 Out/17 Nov/17 Dez/17 Jan/18 Fev/18 Mar/18

Operações Fiscais Operações Monetárias Operações Cambiais

Outras operações do BNA Variação da base

Boletim Económico Mensal • Março 2018

13

O M2 em Moeda Nacional variou positivamente em 2,10%, situando-se em Kz 4.315,91 mil milhões.

O Mercado Monetário Interbancário (MMI) mantém a dinâmica observada nos últimos meses, registando um montante transaccionado de Kz 697,49 mil milhões que corresponde a uma redução mensal de 23,25%. Porém, registou-se um aumento homólogo de 256,06% que pode ser explicado pela assimetria da liquidez global.

Os bancos com liquidez excedentária podem não estar dispostos a cedê-la através do mercado monetário interbancário, ou dispostos a taxas mais elevadas, essencialmente, por dois motivos: (i) as reservas livres correspondem à liquidez desejada; (ii) a avaliação do risco dos bancos deficitários leva os bancos excendentários a praticar taxas superiores à taxa de juro directora. Assim, a taxa LUIBOR na maturidade overnight aumentou em 0,13 p.p. face ao mês anterior fixando-se em 20,12%.

No mesmo sentido, os bancos recorreram menos ao BNA para obter liquidez diária, sendo que os montantes transaccionados na Facilidade de Cedência Overnight (FCO) reduziram em cerca de 19,41% face ao mês anterior, num montante de Kz 296,20 mil milhões. Note-se que a taxa FCO está fixada em 20%.

Figura 6: Evolução do mercado monetário interbancário

Fonte: BNA

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

0

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400

Jan/

17

Fev/

17

Mar

/17

Abr

/17

Mai

/17

Jun/

17

Jul/1

7

Ago

/17

Set/1

7

Out

/17

Nov

/17

Dez

/17

Jan/

18

Fev/

18

Mar

/18

Montante (MMI) Montante (F.C.O.) Luibor Overnight Taxa F.C.O.

14

Mercado Cambial

“Em Março, registou-se o maior montante de compras de 2018, o BNA comprou ao sector petrolífero e ao Tesouro um total de USD 1.256,80 milhões.”Em Março, o BNA vendeu USD 906,11 milhões aos bancos comerciais (+8,83%), contra USD 833,27 milhões vendidos no mês anterior. Todavia, registou-se o maior valor em compras de 2018, tendo comprado ao sector petrolífero e ao Tesouro um total de USD 1.256,80 milhões. Assim, as Reservas Brutas apresentaram um ligeiro incremento de 1,33%, situando-se em USD 17.698,56 milhões.

Figura 7: Evolução das reservas internacionais

Fonte: BNA

Resultante dos leilões efectuados, o Kwanza depreciou cerca de 0,92% face ao Euro e 0,46% face ao Dólar, traduzindo-se numa depreciação acumulada em 2018 de 29,87% e 22,51%, respectivamente. A taxa de câmbio média de referência no mercado cambial primário, apurada no último dia do mês foi de EUR/Kz 264,38 e USD/Kz 214,12, tendo partido de EUR/Kz 185,39 e USD/Kz 165,91 no final de 2017. No que toca ao Kwanza no mercado informal, registou-se uma ligeira depreciação face ao Dólar em 0,41% porém, apresentou uma apreciação de 0,24% face à moeda europeia, consistente com o objectivo de redução do spread cambial. Note-se que na última semana do mês, a taxa fixou-se em EUR/Kz 487,50.

7,00

7,50

8,00

8,50

9,00

9,50

15.000

16.000

17.000

18.000

19.000

20.000

21.000

22.000

23.000

24.000

25.000

Jan/

17

Fev/

17

Mar

/17

Abr

/17

Mai

/17

Jun/

17

Jul/1

7

Ago

/17

Set/1

7

Out

/17

Nov

/17

Dez

/17

Jan/

18

Fev/

18

Mar

/18

Reservas Brutas (USD milhões) Rácio de Cobertura das Importações (meses)

Boletim Económico Mensal • Março 2018

15

Preços

“A inflação mensal aumentou face ao mês de Fevereiro. ”Segundo o INE, a inflação homóloga nacional e em Luanda situaram-se em 20,90% e 22,32%, mantendo a trajectória decrescente com uma inflação mensal de 1,44% e 1,38%, respectivamente, porém em valores superiores aos do mês de Fevereiro. A inflação nacional acumulada em 2018 situa-se em 4,23%, superior à variação acumulada registada em Luanda de 3,94%, valores significativamente abaixo dos apresentados no período homólogo (6,60% e 5,27%, respectivamente).

A província que apresentou maior variação foi o Cuanza Norte, com 2,30%. No que diz respeito à variação de preços no panorama geral do IPCN por classes, constatou-se que o cenário foi semelhante ao da província de Luanda, no qual a subida de preços foi maioritariamente observada na classe 12 (Bens e Serviços Diversos) e de seguida da classe 09 (Lazer, recreação e cultura). Mas, em termos de contribuição, devido ao seu maior peso dentro do cabaz do índice de preços no consumidor (IPC), destaca-se a classe 01 (Alimentação e Bebidas não Alcoólicas).

Em linha com o IPC, o Índice de preços do grossita (IPG) registou uma ligeira variação mensal de 1,29%, superior em 0,03 p.p. face ao mês anterior. Contrariamente ao previsto, dada a depreciação do Kwanza, os preços dos produtos nacionais (1,31%) variaram mais que os produtos importados (1,28%). Tanto a nível nacional como a nível externo, dois dos produtos que mais variam foram as águas minerais e naturais e os refrigerantes porém não se reflectiu na mesma magnitude nos preços ao consumidor dado que esta categoria (Água Mineral, Refrigerantes e Sumos) apenas variou 0,45%.

Figura 8: Produtos que mais variaram no grossista

Fonte: INE

plástico

Variação mensal, %

IPG Nacional

0% 1% 2% 3% 4% 5%

Fab. de refrigerantes e outras bebidas

Águas minerais e naturais

Fab. de chapas, folhas, tubos e perfis de

Fabricação de cimento

Cerealicultura

0% 1% 2% 3% 4% 5% 6%

Fab. de massas alimentícias, cuscus e similares

Fab. de refrigerantes e outras bebidas

Águas minerais e naturais

Culturas agrícolas, n.e.

Vinhos

Variação mensal, %

IPG Importado

16

GlossárioAgregados monetários: são medidas quantitativas para a oferta de moeda classificadas de acordo com o seu grau de liquidez. O agregado M1 inclui as notas e moedas em circulação e os depósitos transferíveis. O agregado M2 inclui o M1 e outros depósitos. O agregado M3 inclui o M2 mais outros instrumentos financeiros.

Base Monetária: passivo do Banco Central, e é constituída pelas Reservas Bancárias (Livres e Obrigatórias) e pela Circulação Monetária.

Bilhetes do Tesouro (BT): instrumentos de dívida de curto prazo em moeda nacional com prazos de 91, 182 e 364 dias.

Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA): mercado secundário onde são transaccionados títulos da dívida públicos entre intermediários financeiros (IF´s). Classificam-se como IF´s as instituições bancárias, as sociedades correctoras e as sociedades distribuidoras, devidamente licenciados pela Comissão do Mercado de Capitais.

Cativos: a constituição de Cativos para compra de divisas por parte dos bancos comerciais teve como objectivo a contenção da expansão acentuada da liquidez, i.e., de forma a diminuir a liquidez transaccionada no mercado interbancário e assim conduzir uma política monetária mais restritiva, com maior possibilidade de subida das taxas de juro.

Conta Única do Tesouro (CUT): depósito do Tesouro no Banco Central, a partir da qual são registados os movimentos de receitas e despesas governamentais.

Coeficiente de Reservas Obrigatórias: percentagem dos depósitos que os bancos comerciais são obrigados a depositar no Banco Central sob pena de serem penalizados. O coeficiente de reservas obrigatórias é um instrumento de gestão da liquidez bancária utilizada pelos Bancos Centrais, tanto em moeda nacional como em moeda estrangeira. No caso de uma redução do coeficiente, os bancos comerciais têm maior capacidade de utilizar a sua liquidez.

Depreciação (apreciação): variação cambial negativa (positiva) que surge da interacção entre os mercados, ocorrendo assim em economias com câmbios flexíveis.

Desvalorização (valorização): variação cambial negativa (positiva) que surge da decisão da autoridade monetária, podendo ser o Governo e/ou o Banco Central.

Eurobonds: títulos de dívida denominados numa moeda diferente da moeda nacional do país. Estes títulos geralmente possuem um pagamento de cupão fixo, têm um prazo de vencimento de 5 a 10 anos e são totalmente reembolsadas no vencimento.

Facilidade permanente de cedência de liquidez (overnight): é estabelecida com um spread sobre a taxa básica e serve para fornecer liquidez diária aos bancos que prefiram recorrer ao BNA em vez do Mercado Interbancário. Estas são operações reversíveis suportadas por Títulos Públicos em moeda nacional (BT, OT) de qualquer maturidade.

Facilidade permanente de absorção de liquidez (overnight): é estabelecida retirando um spread à taxa básica, sendo que esta funciona como uma opção que os bancos com liquidez excedentária poderão usar no caso de não quererem emprestar no Mercado Interbancário. Não existe limites para os montantes depositados.

Indicador mensal da actividade económica (IMAE): ferramenta destinada a medir a evolução da actividade económica no curto prazo. Matematicamente é um índice de quantidade de Laspeyres que mede as mudanças na actividade económica, descrevendo o comportamento dos diferentes ramos os sectores da economia. Este indicador é fabricado pelo BNA.

Boletim Económico Mensal • Março 2018

17

Indicador de clima económico (ICE): instrumento de avaliação das expectativas dos empresários sobre a evolução da economia no curto prazo. Este indicador é resultado da média aritmética simples dos saldos das respostas extremas (SER) das variáveis que compõem os diferentes indicadores de confiança (IC) sectoriais após a sua normalização e aplicada uma média móvel.

LUIBOR (Luanda Interbank Offered Rate): os bancos que têm excesso de liquidez emprestam aos bancos que não a têm no mercado interbancário. A taxa LUIBOR é calculada como a taxa média ponderada das operações de cedência de liquidez, em moeda nacional, entre bancos, de fundos não garantidos no mercado interbancário, para maturidades desde overnight e por consulta ao mercado para maturidades de 1,3,6,9 a12 meses, excluídas as ofertas “fora de mercado” (outliers). Acrónimo inglês de taxa interbancária de oferta de fundos do mercado de Luanda.

Mercado Monetário Interbancário (MMI): sistema através do qual as instituições bancárias transaccionam liquidez entre si, mediante operações sem exigência de garantia. Permite às instituições com excesso de liquidez obter um retorno superior à taxa praticada pelo BNA (facilidade permanente de absorção de liquidez), e permite às instituições com défice de liquidez obter financiamento a uma taxa inferior à praticada pelo BNA (facilidade permanente de cedência de liquidez).

Obrigações do Tesouro (OT): instrumentos de dívida de médio e longo prazo em moeda nacional com prazos superiores a 364 dias, cujo objectivo é a obtenção de recursos para satisfação das necessidades de financiamento e investimento do Estado. Estas podem ser: OT não reajustáveis; OT indexadas à taxa de câmbio; OT em moeda externa. Prazos entre 2 a 7 anos.

Operação de mercado aberto (OMA): operações tomadas por iniciativa do BNA, com o objectivo de gerir a liquidez existente no sistema bancário envolvendo a compra/venda de títulos do tesouro para levar à cedência/absorção de liquidez. Podem ser divididas em três categorias: Operações de refinanciamento; Operações Ocasionais de regularização; Operações Estruturais.

Overnight: operação cujo prazo se estende de um dia útil ao seguinte.

Quantitative Easing: política monetária não convencional, preconizada por diversos Bancos Centrais na sequência da Crise Financeira de 2008, com o objectivo de revitalizar as respectivas economias. Consiste na aquisição de activos financeiros por parte dos Bancos Centrais, não só para aumentar os seus preços como para aumentar o montante de liquidez (não esterilizada) no Sistema Financeiro.

Regime cambial: Posição tomada por parte do Banco Central quanto à fixação do valor da moeda nacional face a moedas estrangeiras. O Banco Central como único criador de moeda nacional pode optar por ter um maior/menor grau de liberdade na prossecução da sua política monetária através da adopção de diferentes regimes cambiais. Um regime fixo retira discricionariedade ao decisor, mas garante estabilidade nominal da economia (se o câmbio não estiver sobre/sub valorizado).

Reservas Brutas: Montante de Reservas Internacionais disponível ao Tesouro, Banco Nacional de Angola e bancos comerciais.

Taxa BNA (taxa de referência): taxa básica definida pelo Banco Nacional de Angola, no seu Comité de Política que sinaliza a orientação da política monetária. Uma subida da taxa BNA indica um curso mais restritivo da política monetária, em que, por exemplo, o BNA prevê um cenário de aumento geral dos preços, no curto prazo.

Taxa de juro activa: são as taxas de juro que os bancos cobram aos clientes pela cedência de um empréstimo.Taxa de juro passiva: são as taxas de juro a que os bancos remuneram os clientes pelos seus depósitos.

18

Anexos

19

Boletim Económico Mensal • Março 2018

Dez/15 Dez/16 Mar/17 Dez/17 Jan/18 Fev/18 Mar/18

Taxa de Câmbio USD/EUR 0,92 0,95 0,94 0,83 0,81 0,82 0,81

Preço do Petroleo (USD/barril)

Preço do Brent 37,33 54,89 52,54 64,08 69,08 65,76 66,72

Preço do WTI 38,90 52,11 49,67 57,94 63,66 62,24 62,77

Preço das Ramas Angolanas 35,63 52,68 50,9 65,04 68,93 65,08 65,62

Preço do Ouro (USD/onça) 1 075,74 1 157,36 1231,42 1 264,45 1 331,30 1 317,90 1322,80

Índice da FAO 178,91 170,28 175,5 169,81 169,50 170,85 172,84

(mb/d) 2016 Dez/17 2017E 2018P Jan/18 Fev/18 Mar/18

Produção de Petróleo dos países membros da OPEP 32,64 32,42 32,19 32,13 32,28 32,16 31,96

Argélia 1,09 1,04 1,03 1,01 1,03 1,03 0,98

Angola 1,73 1,63 1,61 1,57 1,60 1,61 1,52

Equador 0,55 0,53 0,52 0,52 0,52 0,52 0,52

Guiné Equatorial 0,16 0,13 0,13 0,14 0,14 0,13 0,14

Gabão 0,22 0,20 0,19 0,19 0,20 0,19 0,18

Irão 3,52 3,83 3,81 3,81 3,82 3,81 3,81

Iraque 4,39 4,41 4,43 4,44 4,45 4,44 4,43

Kuwait 2,85 2,70 2,70 2,70 2,71 2,70 2,70

Líbia 0,39 0,96 1,00 0,99 0,99 1,01 0,97

Nigéria 1,56 1,86 1,81 1,80 1,79 1,79 1,81

Qatar 0,66 0,59 0,60 0,60 0,61 0,59 0,61

Arábia Saudita 10,41 9,92 9,98 9,97 9,99 9,98 9,93

UAE 2,98 2,88 2,83 2,85 2,86 2,82 2,86

Venezuela 2,15 1,75 1,55 1,54 1,60 1,54 1,49

2016 2017E 2018P T1 2018 T2 2018 T3 2018

Produção de petróleo dos países não membros da OPEP 57,00 57,90 59,60 59,40 59,10 59,70

Total OCDE 24,80 25,60 27,30 27,00 27,00 27,50

dos quais: América 20,60 21,40 23,10 22,70 22,80 23,40

dos quais: US 13,63 14,33 15,83 15,40 15,79 16,00

dos quais: Europa 3,80 3,80 3,80 3,90 3,80 3,70

dos quais: Ásia e Pacífico 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40

Total Economias em Desenvolvimento 11,90 11,90 12,10 11,90 12,00 12,10

Restante Ásia 3,71 3,62 3,60 3,59 3,61 3,61

América Latina 5,10 5,20 5,34 5,21 5,29 5,38

Médio Oriente 1,28 1,24 1,22 1,21 1,23 1,23

África 1,79 1,86 1,91 1,90 1,91 1,91

Total “Outras regiões” 18,09 18,17 17,94 18,22 17,85 17,81

União Soviética 13,90 14,10 13,90 14,10 13,90 13,80

dos quais: Russia 11,08 11,17 11,02 11,15 10,98 10,98

China 4,10 4,00 3,90 4,00 3,90 3,80

Restante Europa (não OCDE) 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10

Procura de petróleo 95,40 97,10 98,70 97,40 97,80 99,40

Anexo 1

20

Total OCDE 46,90 47,40 47,80 47,50 47,20 48,00

dos quais: América 24,70 25,00 25,20 24,90 25,20 25,40

dos quais: US 20,00 20,23 20,46 20,21 20,54 20,53

dos quais: Europa 14,00 14,30 14,40 14,00 14,30 14,80

dos quais: Ásia e Pacifico 8,10 8,20 8,20 8,60 7,70 7,90

Total Economias em Desenvolvimento 31,40 31,90 32,60 32,20 32,60 33,00

Restante Ásia 12,85 13,16 13,55 13,29 13,69 13,33

América Latina 6,47 6,52 6,61 6,37 6,60 6,92

Médio Oriente 7,97 8,05 8,14 8,17 7,99 8,53

África 4,10 4,20 4,34 4,39 4,33 4,27

Total “Outras regiões” 17,13 17,74 18,30 17,68 18,01 18,33

União Soviética 4,60 4,70 4,80 4,70 4,50 4,90

China 11,80 12,30 12,70 12,30 12,80 12,70

Restante Europa (não OCDE) 0,70 0,70 0,70 0,70 0,70 0,70

Fonte: OPEP, Abril 2018

2016 2017E 2018P T1 2018 T2 2018 T3 2018

21

Boletim Económico Mensal • Março 2018

2014 2015 2016 2017E 2018P

Taxas de Crescimento do PIB real (%)

Agricultura 11,90 0,75 6,70 4,40 5,90

Pescas e derivados 5,27 8,08 1,65 2,20 2,17

Diamantes e outros 0,96 2,17 -0,61 -0,54 0,80

Petróleo -2,56 6,45 -2,33 0,79 2,03

Indústria transformadora 8,10 -2,07 -3,90 -0,70 1,77

Construção 8,00 3,50 3,20 2,20 3,10

Energia 17,33 2,47 19,86 40,19 30,00

Serviços mercantis 8,00 2,20 - 1,28 1,93

Outros 6,00 1,14 - - -

PIB real 4,75 3,00 0,12 1,41 2,35

Dez/15 Dez/16 Mar/17 Dez/17 Jan/18 Fev/18 Mar/18

Sector Externo

Conta de Bens 673,59 1 672,82 1 452,46 2 356,76 2 254,43 2 025,90 2 671,25

Exportações 1 914,33 2 853,56 2 629,43 3 354,91 3 173,95 3 010,74 3 520,63

Petróleo 1 831,97 2 641,39 2 399,26 2 914,18 2 962,25 2 661,56 2 909,55

Diamante 33,49 60,41 66,93 160,37 37,27 59,84 138,28

Gás Associado 97,47 216,74 113,91 227,35 411,95

Refinados 34,81 42,68 41,32 46,05 40,49

Café 0,30 0,02 0,05 0,28 0,10

Outras 48,87 19,17 20,91 19,15 15,67 20,26

Importações 1 240,74 1 180,74 1 176,96 998,15 919,52 1 008,97 849,38

Combustíveis 157,83 94,02 95,83 196,83 114,27 133,96 120,70

Alimentos 276,78 291,05 263,40 192,70 199,42 169,16 191,76

Outras 806,13 746,32 817,73 608,61 605,83 705,85 536,92

Mercado Cambial (USD milhões)

Taxa de câmbio oficial (USD/AOA) 135,32 165,90 165,91 165,92 207,45 214,87 214,12

Taxa de câmbio informal (USD/AOA) 264,58 474,17 338,33 415,83 445,00 405,83 408,33

Taxa de câmbio oficial (EUR/AOA) 169,87 185,38 185,39 185,40 257,72 261,98 264,38

Taxa de câmbio informal (EUR/AOA) - - - - 489,50 496,71 495,50

Venda de divisas aos bancos comerciais 1 176,03 1 486,36 2 192,87 689,67 999,08 833,27 906,81

das quais: Sector Alimentação 450,84 209,35 425,25 53,92 91,96

das quais: Sector Petrolífero 390,00 - - - 90,10

das quais: Leilões 265,03 33,11 310,10 554,23 254,20

das quais: Viagens, Ajuda Fam., Saúde e Cartões de Crédito

129,20 40,00 70,09 99,99 96,42

RIB (meses de importações) 7,70 11,39 8,71 7,64 7,37 7,28 7,33

Anexo 2

22

Dez/15 Dez/16 Mar/17 Dez/17 Jan/18 Fev/18 Mar/18

RIB 24 419,49 24 352,54 22 820,62 18 098,37 17 701,61 17 466,63 17 698,56

BNA 13 653,99 13 972,89 12 026,42 11 478,08 5 185,73 731,18 13 050,89

CUT 9 881,50 9 336,81 4 681,37 11 144,38 5 291,01 720,58 12 813,31

Reservas Obrigatórias 884,01 1 042,84 721,54 12 026,42 4 681,37 721,54 13 077,71

RIL 24 265,76 20 806,58 19 281,06 11 583,30 4 789,24 635,76 12 770,05

Preços

Inflação Mensal 1,60% 2,17% 2,24% 1,13% 1,39% 1,12% 1,38%

Inflação Homóloga 14,27% 41,95% 37,86% 26,26% 25,15% 23,36% 22,32%

Inflação Acumulada 14,27% 41,95% 7,29% 26,26% 1,39% 2,53% 3,94%

Índice de preços do grossista (IPG) 0,88% 1,25% 1,30% 1,20% 1,23% 1,26% 1,29%

IPG Nacional (Variação mensal) 0,80% 1,30% 1,25% 1,25% 1,27% 1,27% 1,31%

IPG Importado (Variação mensal) 0,91% 1,24% 1,32% 1,19% 1,22% 1,26% 1,28%

23

Boletim Económico Mensal • Março 2018

Síntese do Balanço do BNA Dez/15 Dez/16 Mar/17 Dez/17 Jan/18 Fev/18 Mar/18

Activos Externos líquidos 3 361,0 3 526,6 3 283,8 2 440,2 2 969,9 3 000,2 2 962,9

Reservas internacionais líquidas 3 283,5 3 451,9 3 201,1 2 233,0 2 707,4 2 731,0 2 800,2

Outros Activos externos líquidos 77,5 74,8 82,7 207,2 262,5 269,2 162,7

Activos Internos Líquidos -1 685,7 -1 942,5 -1 750,9 -753,6 -1 371,2 -1 323,6 -1 143,3

Crédito Interno líquido -909,9 -733,2 -450,8 302,6 80,7 169,1 382,1

Crédito à administração central (líquido) -1 137,8 -1 147,6 -920,5 -84,7 -254,4 -117,8 93,0

Crédito à administração central 244,0 530,6 940,4 942,2 929,3 1 231,0 1 229,3

Responsabilidades face à administração central 1 381,8 1 678,2 1 860,9 1 026,9 1 183,6 1 348,8 1 136,4

Crédito às OIFM 223,0 406,2 458,3 344,7 292,6 244,4 246,7

Crédito a Outros sectores residentes 4,8 8,1 11,4 42,5 42,5 42,4 42,4

Outros Activos líquidos -775,7 -1 209,3 -1 300,1 1 056,3 1 451,9 1 492,6 1 525,3

Base Monetária Ampla 1 675,4 1 584,2 1 532,9 1 686,6 1 598,7 1 676,6 1 819,7

Base Monetária restrita 1 631,3 1 515,0 1 444,9 1 620,2 1 535,7 1 574,1 1 628,1

BM Restrita em MN 1 499,6 1 342,0 1 230,4 1 453,4 1 320,4 1 354,3 1 416,0

Notas e moedas em circulação 519,6 506,0 434,6 527,7 454,3 463,0 468,6

Reserva bancária 1 111,7 1 009,0 1 010,4 1 092,5 1 081,4 1 111,1 1 159,5

Depósitos obrigatórios 727,8 579,0 629,7 891,5 897,8 887,3 894,0

RO em MN 608,1 490,3 467,7 769,9 746,3 733,7 739,5

Em moeda estrangeira 119,6 88,7 162,0 121,6 151,5 153,6 154,5

Depósitos livres 383,9 429,9 380,6 201,0 183,5 223,8 265,5

RL em MN 371,8 345,6 328,1 155,7 119,7 157,5 207,9

Em moeda estrangeira 12,1 84,3 52,5 45,3 63,8 66,2 57,6

Outros obrigações face às OIFM 44,1 69,2 88,0 66,4 63,0 102,5 191,5

Síntese Monetária Dez/15 Dez/16 Mar/17 Dez/17 Jan/18 Fev/18 Mar/18

Activos Externos Líquidos 3 570,4 3 851,9 3 729,7 2 716,5 3 374,2 3 381,5 3 339,5

BNA 3 361,0 3 526,6 3 283,8 2 440,2 2 969,9 3 000,2 2 962,9

Reservas Internacionais Líquidas 3 283,5 3 451,9 3 201,1 2 233,0 2 707,4 2 731,0 2 800,2

Bancos Comerciais 209,4 325,3 445,9 276,3 404,4 381,3 376,6

Activo interno líquido 2 141,5 2 676,9 2 537,6 8 319,7 9 185,2 9 512,1 9 495,1

Crédito Interno líquido 3 821,2 4 487,6 4 652,4 6 062,5 6 358,6 6 548,7 6 573,1

Crédito à Administração Central (líquido) 351,8 1 102,6 1 303,4 2 672,0 2 834,6 2 957,1 2 958,9

Crédito à administração central 2 582,2 3 754,9 4 204,1 4 648,8 4 962,3 5 280,8 5 098,4

Depósitos da administração central 2 230,4 2 652,3 2 900,7 1 976,8 2 127,7 2 323,7 2 139,5

Crédito a Outros sectores residentes 3 469,4 3 385,0 3 348,9 3 390,4 3 524,0 3 591,6 3 614,2

Outros activos líquidos -1 679,7 -1 810,7 -2 114,8 2 257,2 2 826,5 2 963,5 2 922,0

Anexo 3

24

M3 5 711,9 6 528,9 6 267,2 6 521,7 6 906,3 6 966,7 6 990,6

M2 5 703,7 6 525,1 6 264,0 6 517,7 6 901,3 6 961,8 6 986,2

M2 MN 3 902,7 4 542,1 4 296,9 4 518,8 4 413,9 4 449,3 4 470,5

M1 3 419,8 3 854,1 3 617,3 3 732,2 3 743,6 3 821,7 3 873,5

Notas e Moedas em poder do público 380,7 395,7 341,2 418,7 356,5 356,3 364,0

Depósitos transferíveis - MN 2 263,8 2 575,3 2 439,1 2 404,1 2 268,2 2 374,4 2 435,3

Depósitos transferíveis - ME 775,4 883,0 837,0 909,3 1 118,9 1 090,9 1 074,2

Quase-Moeda 2 283,9 2 671,0 2 646,7 2 785,5 3 157,7 3 140,1 3 112,7

Outros depósitos - MN 1 258,3 1 571,0 1 516,6 1 696,0 1 789,2 1 718,5 1 671,2

Outros Depósitos - ME 1 025,7 1 100,0 1 130,1 1 089,6 1 368,5 1 421,5 1 441,5

Outros Instrumentos Financeiros 8,2 3,8 3,3 4,0 5,0 4,9 4,4

M2 MN 3 902,7 4 542,1 4 296,9 4 518,8 4 413,9 4 449,3 4 470,5

BM em MN 1 499,6 1 342,0 1 230,4 1 453,4 1 320,4 1 354,3 1 416,0

Multiplicador Monetário 2,60 3,38 3,49 3,11 3,34 3,29 3,16

Depósitos 5 323,0 6 129,3 5 922,8 6 099,0 6 544,8 6 605,4 6 622,3

Depósitos à ordem 3 039,1 3 458,3 3 276,1 3 313,4 3 387,1 3 465,4 3 509,6

Depósitos a prazo 2 283,9 2 671,0 2 646,7 2 785,5 3 157,7 3 140,1 3 112,7

Depósitos em moeda externa 1 801,0 1 983,0 1 967,1 1 998,9 2 487,4 2 512,5 2 515,7

Depósitos em moeda nacional 3 522,0 4 146,3 3 955,7 4 100,1 4 057,4 4 092,9 4 106,6

Créditos 40 789,0 6 151,0 4 676,2 12 181,0 8 351,6 7 395,6 6 986,2

Crédito em moeda externa 7 741,4 1 298,2 146,7 2 531,7 1 466,1 1 005,8 414,9

Crédito em moeda nacional 33 047,7 4 852,8 4 529,6 9 649,3 6 885,5 6 389,9 6 571,3

Síntese do Balanço do BNA Dez/15 Dez/16 Mar/17 Dez/17 Jan/18 Fev/18 Mar/18

25

Boletim Económico Mensal • Março 2018

TAXAS DE JURO NOMINAL DO SISTEMA BANCÁRIO (Médias ponderadas)

Dez/15 Dez/16 Mar/17 Dez/17 Jan/18 Fev/18 Mar/18

Activas

Crédito ao sector empresarial

Até 180 dias MN 15,41% 14,93% 15,41% 18,75% 18,98% 19,59% 25,21%

Até 180 dias ME 10,00% 25,00% 9,93% n.d. n.d. 24,09% 17,50%

De 181 dias a 1 ano MN 15,23% 15,26% 15,41% 16,12% 17,90% 21,33% 21,72%

De 181 dias a 1 ano ME 12,97% 8,50% 6,68% 8,45% 8,45% n.d. 9,00%

Mais de 1 ano MN 14,84% 13,11% 15,48% 15,94% 22,63% 16,87% 21,56%

Mais de 1 ano ME 9,76% 9,00% 9,03% 10,34% 10,27% 12,00% 8,71%

Crédito a particulares

Até 180 dias MN 16,46% 20,18% 22,90% 23,81% 22,92% 23,22% 23,04%

Até 180 dias ME 12,07% n.d. 5,47% 4,97% 7,66% 22,00% 10,64%

De 181 dias a 1 ano MN 14,64% 15,25% 20,39% 17,67% 18,06% 16,15% 20,15%

De 181 dias a 1 ano ME 2,65% n.d. 7,07% 10,66% 8,64% 14,00% n.d.

Mais de 1 ano MN 11,79% 12,90% 13,40% 13,83% 16,27% 17,56% 19,06%

Mais de 1 ano ME 6,08% 7,90% 8,16% 8,18% 7,79% 10,33% 6,66%

Passivas

Dep.prazo até 90 dias MN 5,02% 6,62% 6,04% 7,18% 6,13% 6,55% 6,43%

Dep.prazo até 90 dias ME 2,26% 1,47% 2,08% 1,96% 1,91% 1,69% 1,88%

Dep.prazo 91 a 180 dias MN 5,24% 5,22% 5,23% 6,95% 8,38% 8,59% 8,87%

Dep.prazo 91 a 180 dias ME 2,45% 1,52% 2,10% 2,44% 2,38% 2,08% 2,08%

Dep.prazo de 181 dias - 1 ano MN 3,88% 3,90% 3,90% 4,28% 7,11% 9,25% 7,82%

Dep.prazo de 181 dias - 1 ano ME 3,12% 3,10% 2,90% 2,48% 2,36% 2,39% 2,34%

Dep.prazo mais de 1 ano MN 4,57% 4,92% 4,92% 9,68% 8,86% 9,19% 9,38%

Dep.prazo mais de 1 ano ME 4,61% 4,84% 4,86% 4,95% 1,90% 2,19% 2,07%

Taxas de juro de referência

Taxa BNA 11,00% 16,00% 16,00% 18,00% 18,00% 18,00% 18,00%

F.A.L 7 dias 1,75% 7,25% 7,25% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%

F.A.O 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%

F.C.O 13,00% 20,00% 20,00% 20,00% 20,00% 20,00% 20,00%

Taxa de Redesconto 15,00% 20,00% 20,00% 20,00% 20,00% 20,00% 20,00%

Luibor 11,31% 23,35% 23,67% 17,77% 19,45% 19,99% 20,12%

Coeficiente de Reservas Obrigatórias em MN 25,00% 30,00% 30,00% 21,00% 21,00% 21,00% 21,00%

Anexo 4

Av. 4 de Fevereiro, nº 151 - Luanda, AngolaCaixa Postal 1243

Tel: (+244) 222 679 200 - Fax: (+244) 222 339 125www.bna.ao