blastomicose sul americana hospital regional da asa sul/ses/df – dip paracoccidioidomicose sylvia...
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Blastomicose Sul Americana
Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF – DIP
ParacoccidioidomicoseParacoccidioidomicose
Sylvia Maria Leite Freire – R1Orientadores: Dr. Bruno Vaz
Dra. Thereza Cristina www.paulomargotto.com.br22/7/2008
Micose sistêmica profunda causada pelo fungo dimórfico Paracoccidioides brasiliensis
- micélios: temperatura ambiente- leveduras: cultivo a 37o C ou parasitismo
Etiologia
Endêmica na América do Sul- 10 milhões de infectados 2% irão
desenvolver a doença- áreas de alta endemicidade: 3 : 100.000
habitantes; letalidade 2 a 23%- distribuição heterogênea dentro do país –
Norte e Centro-oeste;- clima e características geográficas
Epidemiologia
Transmissão via inalatória – manejo do solo (inoculação
direta) infecção primária nas 2 primeiras décadas -
latente por longos períodos cerca de 50% dos paciente procedentes de
zona endêmica foram expostos adultos: 13 homens: 1 mulher crianças: proporções iguais- receptores citoplasmáticos de beta – estradiol
inibição da transição micélio-levedura
História Natural
Propágulos atingem os
pulmões
Fagocitose –macrófagos
locais
Transformação para o estado leveduriforme
RESPOSTA IMUNOLÓGICA
???
fatores hormonais
fatores genéticos
fatores nutricionais
Controle da infecção resposta imune celular efetiva
Reposta Th1: doença restrita ou ausente Resposta Th2: doença disseminada - resposta humoral hiperativa: forma aguda -
subaguda
Imunopatogenia
Classificação
Responsável por 3 a 5% dos casos – predomina em crianças e adolescentes
Evolução rápida: manifestação em 4 a 12 semanas
Envolvimento disseminado de órgãos dos sistema linfóide;
Letalidade -11%
Forma Aguda/Subaguda
Forma Aguda/Subaguda Febre, perda ponderal e adinamia Lesões mucosas e pulmonares são raras
linfadenomegalia
lesões cutâneaslesões ósteo-articulares
ascite
alargamento de mediastino
massas abdominais/ manifestações digestivas
hepatoesplenomegalia
Forma Crônica Responsável por 90% dos casos – adultos
entre 30 e 60 anos, predominantemente do sexo masculino
Evolução lenta Pulmões, mucosas e pele Acometimento pulmonar em 90% dos casos Critérios de gravidade: leve, moderado e
grave
Forma Crônica Sintomas pulmonares- tosse,- expectoração- dispnéia Acometimento das
mucosas- cavidade oral orofaringe
e laringe: lesões papuloerosivas de fundo granuloso
- muito dolorosas
Forma Crônica Acometimento cutâneo- pápula úlcera ou vegetação Doença polimórfica- trato digestivo- ossos e articulações- trato urogenital- tireóide- SNC- adrenal
Diagnóstico Anamnese e exame físico Forma aguda/subaguda- raio X de tórax- USG abdominal- HC- VHS- TGO,TGP, gGT, FA- eletroforese de proteínas- avaliação renal e
metabólica
Forma crônica- raio X de tórax- HC- VHS- TGO,TGP, gGT, FA- avaliação renal e
metabólica
Diagnóstico Específico Padrão ouro: presença de elementos
fúngicos em material clínico (exame direto, cultura)
Métodos sorológicos- imunodifusão dupla: S >80% E >90%- contraimunoeletroforese – tipos de anticorpos- ELISA – exame de grande no de soros (> S)- imunoblot
Testes Cutâneos - paracoccidioidina
Diagnóstico Diferencial Neoplasias Osteomielite Ascite/icterícia Tuberculose Carcinoma escamoso Leishmaniose cutânea Sífilis
lesões cutâneas
Padrão granulomatoso – células epitelióides e células gigantes , circundadas por linfócitos plasmócitos, eosinófilos e exsudato
Parasitas com paredes duplas e gemulação simples ou múltipla
Histopatologia
Tratamento
antifúngicos
suporte nutricional
tratamento de seqüelas e
comorbidades
Derivados Sulfamídicos
Anfotericina BDerivados Azólicos
Tratamento Derivados azólicos- cetoconazol, fluconazol, itraconazol, voriconazol- controle de formas leves e moderadas da doença
em menor período- inibem a síntese do ergosterol- alto custo- 5 a 10 mg/kg/dia – 1x/dia
Tratamento Derivados Sulfamídicos- sulfadiazina, sulfametoxazol – trimetropim- baixo custo e toxicidade relativamente baixa- longos períodos de tratamento adesão- opção mais utilizada em crianças- disponível para administração EV- 8 a 10 mg/kg/dia de trimetropim – 2x/dia
Tratamento Anfotericina B- liga-se ao ergosterol da membrana fúngica ,
alterando a sua permeabilidade- casos graves ou resistentes- alternativa para pacientes hepatopatas- efeitos colaterais- 0,5 a 1 mg/kg
Seguimento Consultas mensais nos primeiros três meses Consultas trimestrais até o final do
tratamento – hemograma e provas bioquímicas
Exames radiológicos e sorologias a cada 6 meses
Redução dos títulos de anticorpos: 6 a 10 meses
Interrupção do tratamento: consultas semestrais. Após 1 ano: alta
Critérios de Cura Clínicos- desaparecimento dos sinais e sintomas:
cicatrização de lesões, involução de linfadenopatias e recuperação ponderal *
Radiológicos- estabilização dos padrões das imagens em dois
exames com intervalo de 3 meses Imunológicos- negativação ou estabilização dos títulos em
valores baixos ( < ou = 1:2) em duas amostras com intervalos de 6 meses após tratamento adequado
Comorbidades Tuberculose- 5 a 10% dos casos HIV- forma aguda e disseminada + forma crônica- CD 4 < 200 cel/ml- anticorpos em 60% dos casos Doença de Hodgkin e outras neoplasias- pulmões, orofaringe, laringe e série
hematológica
Perspectivas Migração + aumento da expectativa de vida
predisposição à reativação
Sistema HLA: A9, B13, B22, B40 +A1e B40 –
Vacina: gp43
Caso 1J. L.S. , feminino, 7 anos, natural de
Brazlândia e procedente de Santa Maria
Admissão 26/07/06 QP: “vômitos e dores no estômago” HDA: “Há cerca de 15 dias apresentou mialgias,
com melhora após uso de dipirona. O quadro doloroso tinha caráter intermitente e associava-se a picos febris baixos. Há 4 dias apresentou melhora das mialgias, passando a apresentar vômitos pós-prandiais e epigastralgia. Mãe observou presença de “caroços endurecidos” em região abdominal. Há 2 dias apresentou febre aferida – 1 pico febril”
RS: Tosse produtiva. Hiporexia. Perda ponderal de cerca de 4 kg em 15 dias. Sono agitado. Eliminações fisiológicas sem alterações.
Antecedentes: mãe portadora de esquistossomose. Criança apresentou suspeita de distúrbio da coagulação no 2o mês de vida. Varicela aos 6 anos. Várias internações prévias para tratamento de pneumonia e sibilância.
Exame Físico:- REG, acianótica, anictérica, hipocorada (+/4+),
afebril, hidratada, eupnéica, irritada, chorosa, ativa e reativa. Tosse muito.
- Linfonodos: palpáveis em cadeias cervical posterior e supra-clavicular bilaterais, móveis, fibroelásticos, indolores.
- ACV e AR: normais- ABD: Semi- globoso, flácido. Fígado palpável a
2cm do RCD. Massa dolorosa em andar superior do abdome, mal delimitada. Nódulo móvel, fibroelástico 3cm acima.
- EXT: perfundidas, sem alterações.
HD: neuroblastoma? linfoma ? Tumor de Wilms?
Hemograma:Ht 31,3% hg 10,2 g/dl plaq:533.000Leuco: 24.800seg 41 bast 6 linf 10 mono 02 eos 40 baso 1
USG abdominal: Múltiplos nódulos hipoecóicos, sólidos, homogêneos, bem delimitados, localizados em região epigástrica e periaórtica, sugestivos de adenomegalias.
Evolução- Iniciado albendazol e clindamicina- Solicitado: TC de abdome, sorologia para HIV e
culturas- Iniciado albendazol e clindamicina- Após 1 semana - criança mantinha quadro de dor
abdominal e agora apresentava febre diária. Mantinha eosinofilia importante.
- TC de abdome (10/08): lifonodomegalia coalescente retroperitoneal, mesentérica, esplênica e hepatoduodenal. Considerar linfoma.
Evolução- HBDF (11/08) – biópsia de gânglio mesentérico
paracoccidioidomicose- HRAS (28/08) – anfotericina B – 0,5mg/kg/dia- 30/08 – anfotericina B – 1 mg/kg/dia- 31/08 – anfotericina B lipossomal- 08/09 – iniciado Bactrim- 11/09 – Alta hospitalar em uso de Bactrim - para
complementação do tramtamento ambulatorialmente
Obrigada!
Referência Bibliográfica
Shinkanai-Yasuda et al. Consenso em Paracoccidioidomicose. Revista da sociedade Brasileira de Medicina Tropical 39 (3): 297 – 310, mai-jun, 2006
Nota: Editor do site www.paulomargotto.com.br,
Dr. Paulo R. MargottoConsultem:
Caso clínico: ParacococcidioidomicoseAutores:
Fernanda Carvalho Oliveira e Paulo R. Margotto