bertato - correio popular - opinião - tradição - 26-09-2013
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Artigo de opiniãoTRANSCRIPT
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RUYRILLO PEDRO DEMAGALHES
FBIOMAIABERTATO
Jonas, o verde e os cidados
H uma nova tradio que ga-rante que nenhuma tradio boa. Seus adeptos no perce-bem que impossvel viversem seguir algum tipo de tradi-o, nem que seja aquela quediz que nenhuma deve ser se-guida: a tradicional hostilida-de contra a tradio. Critica-sea educao tradicional, a fam-lia tradicional, a religio tradi-cional, os valores tradicionaisetc. Parece que o adjetivo si-nnimo de coisa ruim. Toda-via, todos estamos imersos emalguma tradio (ou em v-rias). Posso no me dar contadisso, mas se uso o relgio nopulso esquerdo, estou seguin-do uma tradio. Se no usorelgio, tambm...
Tradio (do latim tradere;entregar, transmitir) pode sig-nificar muitas coisas. Pode-mos consider-la como algoque trazido ou transmitidodo passado para o presente.Chesterton dizia que tradio o mesmo que dar direito avoto para amais obscura de to-das as classes: nossos ances-trais. Tradio a democraciadosmortos. a recusa em acei-tar a aristocracia dos vivos. oelo democrtico que nos unecom a totalidade dos seres hu-manos: A democracia nos dizpara no negligenciarmos aopinio de um bom homem,mesmo que ele seja nosso ca-valario, a tradio nos pedepara no negligenciarmos aopinio de um bom homem,mesmo que ele seja nossopai. Obviamente h pssimastradies, como a da escravi-do ou a da iniciao dos ra-pazes em prostbulos. No setrata da aceitao irrefletidada tradio. Esta pode ser boaou m, verdadeira ou falsa,
mas certamente algo que deveser levado em conta.
A recusa da tradio umaconsequncia da crena deque tudo que existe imperfei-to e, portanto, precisa sertransformado. Reformas, revo-lues e inovaes esto na or-demdo dia. Alguns reformado-res esto certos sobre o fato deque algumas coisas precisammudar, todavia esto engana-dos sobre o que precisa ouno ser mudado. Contraria-mente ao hbito medieval dedisfarar ideias novas com rou-pagens velhas, o homem mo-derno especializou-se em cha-mar novos os mais antigos far-rapos, apresentando velhos er-
ros como verdades novas.Assumem os opositores da
tradio que a sociedade se-gue uma lei de evoluo, emconstante aprimoramento. Se-gundo eles, estamos no picedaHistria e nossos antecesso-res estavam em estgios maisprimitivos. Todavia a socieda-de um sistema composto deindivduos livres, os seres hu-manos, e estes so capazes deaprendizagem, que pode criarhbitos positivos (virtudes) ehbitos negativos (vcios).
As sociedades podem, por-tanto, melhorar ou piorar, po-dem prosperar ou ser extintas.Evoluo e Histria no po-dem ser confundidas. As tradi-
es so compostas dessas vir-tudes e vcios, adquiridas pelaliberdade, ainda que tenhamse consolidado almejando ape-nas a plenitude do todo, isto ,a busca do bem, a felicidade.Poderamos denominar Tradi-o, com T maisculo, aoconjunto das virtudes ou ver-dadesmorais comuns s tradi-es oriental, platnica, aristo-tlica, estoica, crist, etc. Algu-mas dessas so: a caridade, orespeito aosmais velhos, a jus-tia, a misericrdia, o respeito vida, dentre outras. Esta Tra-dio deveria ser consideradaa doutrinamnima do valor ob-jetivo, medida de nossos atose reflexes. Se algum no temmuito respeito pelos idosos, necessrio reconhecer que,diante da Tradio, isso umdefeito. Do mesmo modo queum indivduo pode reconhe-cer-se daltnico. A no ser quedeseje impor filosofias ou leisque digam que omundo pre-to e branco...
Cabe a cada gerao ouviros votos de seus antepassadose julgar criticamente qual con-tedo deve ser mantido e qualdeve ser extinto, qual est deacordo com a Tradio, ouno. Entre a negao a priori ea aceitao irrefletida de valo-res tradicionais, parece salutareleger aquela tradicional viadomeio, estabelecida por Aris-tteles, Buda e So Paulo, quegarante que a virtude est nomeio e ensina que devemostestar todas as coisas e ficarcom o que bom. semprebom ter um referencial, mes-mo que seja a velha democra-cia estendida aos mortos, afi-nal, nesta vida, todos somoscomo um violinista em um te-lhado tentando arranharuma simples e bela melodia,sem quebrar o pescoo.
TRADIO
O prefeito Jonas Donizette aexemplo do ex-alcaide JacBittar, quando teve a iniciativada campanha Plantar ummi-lho de rvores, guardadas asdevidas propores, ao anun-ciar investimentos dirigidos,especialmente, a praas e rvo-res colocando mil homens pa-ra delas cuidar, d demonstra-
o de respeito aos princpiosnorteadores das presentes e fu-turas geraes, comomanda aConstituio Federal.
Assim, a esperana crescenos rumos da atual adminis-trao, em um simbolismomuito apropriado, no que serefere melhor urbanizaode nossa Cidade.
Essa atitude me faz lembrarideias e aes do meu av ad-vogado e vereador Pedro deMagalhes Jnior e do meupai advogado e professor deTeoria Geral da Administra-
o, que desde pequeno meorientavam da importncia danatureza e a consequente e ne-cessria administrao pbli-ca voltada ao meio ambientesaudvel.
Alis, durante o perodo emquemeu pai Ruyrillo deMaga-lhes foi secretrio da Educa-o do ento prefeito Francis-co Amaral (1976/1982), se ins-tituiu em carter pioneiro oPaisagismo Pedaggico e acriao dos Santurios Ecolgi-cos nas creches e escolas mu-nicipais.
Esse posicionamento daatual administrao munici-pal muito bem-vindo e lou-vvel, mas ao par disso h im-periosa necessidade de que aimprensa se envolva em cam-panha educativa. Campanhaeducativa, porque cidadosdesprovidos de formao ti-co-cvica insistem em depre-dar e em jogar o lixo de suasresidncias e empresas noscanteiros, praas e jardins p-blicos domunicpio. Na verda-de, eles so uns porcos, poisno conseguem entender a
equivocada atitude de pssi-mo exemplo social.
Esses lixos dos maus cida-dos acabam por onerar ain-damais a Prefeitura e, em con-sequncia, gastos maiores quepoderiam ser dirigidos paraoutras finalidades do serviopblicomunicipal.
Nesse diapaso, uma fortecampanha educativa pode edeve, aproveitando esse mo-mento mpar da administra-omunicipal, ser acolhida pe-la Secretaria de Educao, in-centivando aos seus alunos sprticas de educao moral ecvica e o exerccio de normasrelativas defesa do meio am-biente, com o objetivo de criarconscincias nobres e patriti-cas.
Com certeza, Campinas ga-
nhar. O cidado se beneficia-r e os lixeiros do verde seenvergonharo ou, ao menos,se afastaro das suas pocilgas.
A urbanizao de Campi-nas, passa, indubitavelmente,pelo verde.
A moderna Cincia da Ad-ministrao indica que cida-des mais bem urbanizadas setornammais higinicas e, por-tanto, mostrandomais civilida-de, mais desenvolvidas e pro-gressistas.
Oxal, os cidados enten-dam amedida certa e adequa-da do governo Jonas Donizet-te.
Democracia dos vivos e dosmortos
Opinio
a bravatade sempre
DIREITO EADMINISTRAO
S vou me sentir aliviada com justia e nisto emque estoume apegandoMaria de Lourdes Papa Casagrande, me do estudante assassinado durante festa no campus da Unicamp.
dalcio
zeza amaral
E sempre omais domesmo.Ou nos envergonhamos ounos retratamos perante nos-sos filhos, netos e amigos, vis-to que deixamos tudo issoacontecer, acreditando na in-falibilidade da voz do povo. Edeu no que deu. E a presiden-te Dilma Rousseff no fugiuao roteiro eleioeiro ao discur-sar na Assembleia da ONU,na ltima tera-feira. Cerca de190 representantes de Estadoouviram-na reclamar do pro-grama de espionagem dos Es-tados Unidos dizendo que oMeu governo far tudo o queestiver a seu alcance para de-fender os direitos humanosde todos os brasileiros e de to-dos os cidados do mundo eos frutos da engenhosidadedos trabalhadores e das em-presas brasileiras. Discursode palanque eleitoral, semd-vida. Mesmo porque, diantede meia dzia de pginas di-rias da Abin, a nossa agnciatupiniquim de informaes,ela sempre reclama que sonotcias de ontem.
Quando o presidente EvoMorales, da Bolvia, tomou namo grande uma refinariada Petrobras, Lula da Silva, en-to presidente da Repblica,piou fino e, meses depois,aprovou um milionrio em-prstimo federal para que oseuparceiro e colega bolivaria-no construsse uma estradapara escoar a produo de fo-lhas de coca vale dizer,cocana, at o Pacfico, oque no quer dizer que tal di-nheirama tenha sido realmen-te empregada para isso. Na-quele momento, a voz da im-prensa independente criticoua deciso presidencial e umacrtica mundana a isso tatuouprofundamente a minha me-mria: Chico Buarque, em en-trevista, disse que o Brasil gos-tava de piar fino com os Esta-dos Unidos e falar grosso coma Bolvia. Agora, anos depois,Dilma Rousseff fala grossocom os Estados Unidos e con-tinua piando fino com a Bol-via, conforme demonstradono discurso que proferiu naabertura anual da Assembleiada ONU. Com um detalhe:em nenhum momento Dilmacitou os EstadosUnidos comoos responsveis por tal espio-nagem, o que considero umacovardia diplomtica. Ou seja:falou grosso e piou fino, aomesmo tempo, o que bem amarca dos omissos que se es-condem sob a real mortalhados nossos verdadeiros patrio-tas.
E mais um importante de-talhe: responsvel para sediara prxima Copa do Mundo, ogoverno brasileiro vem se ser-vindo do sistema de intelign-
cia norte-americano para ga-rantir a segurana do evento,se prevenindo contra gruposlocais de incontestvel e not-ria radicalizao e violncia ur-bana e, mais ainda, e o que ainda mais importante, con-tra terroristas internacionais.E aqui vai um outro detalhevergonhoso: o Brasil no temuma nica lei que venha acombater o terrorismo emseus domnios, nas ruas, cala-das e praas de suas cidades.
No me envergonha o dis-curso da presidente Dilmaporque h quase doze anossei muito bem o que o lulope-tismo capaz de fazer para semanter no poder: rastejar nocapacho populista que umaboaparte dos ditadores do pla-neta estendemaos seus cupin-chas latino-americanos nosamplos e solenes sales daONU, a entidade maior da hi-pocrisia diplomtica do plane-ta, dominada por pases gover-nados por pequenos tiranetesque vendem a peso de ourosuas estratgias geogrficas eeconmicas.
Vergonha tenho mesmo saber que o petismo usa di-nheiro pblico para pagar blo-gueiros que no se incomo-dam em enfiar seus focinhosna lama ideolgica e dela as-sim se alimentar. Um deles, oBlog da Dilma, que se intitulao maior do Brasil, publicouuma foto do presidente Joa-quim Barbosa, do STF, ao la-do de um chimpanz, na se-mana passada. Escrnio. Talblog foi criado quando Dilmasaiu candidata presidnciada Repblica e at hoje elanomoveu uma palha para ti-r-lo da Internet ou pelomenosmudar o seu nome. Lu-la j reclamou do negro queele colocou no Supremo e ain-da hoje o petismo reclama dano subservincia do presi-dente de um dos Poderes daRepblica, o Judicirio.
Embargos infringentes se-guem sendo embargos inde-centes e ministros que o de-fendem que se expliquem lcom seus amigos, filhos e fa-miliares. Tecnicalidades jurdi-cas so preceitos de On paraconseguir algum prazer mo-mentneo para este ou aqueleente jurdico que se rebuscaem latim o que a sua alma re-clamana ribalta iluminada pe-los holofotes da poltica, e quebemofusca o bome velhopor-tugus que bem entendemos.
E segue a vida e a vergonhaque anda comigo. E segue aesperana de que um dia tu-do isso acabe.
Bomdia.
A2 CORREIO POPULARCampinas, quinta-feira, 26 de setembro de 2013 Editor: Rui Motta [email protected] - Editora-assistente: Ana Carolina Martins [email protected] - Correio do Leitor [email protected]
Ruyrillo Pedro de Magalhes advogado, delegado de polcia de classeespecial aposentado e professor de direito daAnhanguera Educacional
Zeza Amaral jornalista, escritor emsico Fbio Maia Bertato pesquisador daUnicamp e coordenador-adjunto do
IFE-Campinas