batismo e profissao de fe na reforma c harinck

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O batismo infantil, uma argumentação teológica seria e consistente.

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    Batismo e Profisso de F na ReformaRev. C. Harinck

    Edio Os Puritanos

    Rev. C. Harinck ministro da Gerefomeerde Gemeenten em Terneuzen, nos Pases Baixos.

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    1 Edio em Portugus do eBook Janeiro 2014

    proibida a reproduo total ou parcial desta publicao, sem autorizao por escrito dos editores, exceto citaes em resenhas.

    Editor Responsvel:Manoel Canuto

    Designer:Heraldo [email protected]

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    Oposio ao Batismo Infantil

    Lutero e Calvino rejeitaram a noo de que a confirmao era um sacramento. Entretanto, todos os reformadores buscaram manter uma conexo com a tradio da Igreja primitiva. Assim, as crianas batizadas deveriam ser instrudas, e aps o trmino desta instruo deveriam fazer uma consciente confisso da f que seus pais ou padrinhos professaram em seu batismo. Dessa forma, a ordem bblica f-profisso-batismo.

    Os anabatistas incessantemente confrontaram os reformados neste aspecto, dizendo que crianas no podem ser batizadas, visto que no podem confessar sua f. Hoje, ouvimos os mesmos argumentos dos Batistas, de grupos carismticos e outros. Frequentemente eles nos desafiam a esse respeito dizendo que a f deve estar presente. Sem f no se pode gozar dos benefcios dos sacramentos. No raro nos dizem: se vocs no admitem que as crianas participem da ceia do Senhor, porque ento as admitem ao batismo?.

    Os reformadores responderam aos anabatistas apontando primeiramente para a diferena entre o batismo e a ceia do Senhor. O batismo o sacramento da regenerao, enquanto a ceia do Senhor o sacramento da edificao contnua. Para o sacramento da ceia do Senhor o autoexame obrigatrio; isto, no entanto, no verdadeiro no que diz respeito ao batismo. Alm do mais, o batismo um sinal e um selo do pacto da graa e no um sinal de f. No uma confirmao de que algum possui f, mas constitui-se num selo sobre as

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    promessas e o pacto de Deus.Nas suas Institutas, Calvino derruba pelo menos vinte

    argumentos que Servetus havia apresentado contra o batismo infantil. O batismo confirma o pacto e as promessas de Deus relativas s crianas da congregao. A igreja no pode permitir o ser privada desse conforto, sejam quais forem os argumentos. precisamente isto que Satans deseja ao atacar o batismo infantil com to grande exrcito: que, uma vez que esse testemunho da graa de Deus for retirado de ns, a promessa que atravs dele colocada ante nossos olhos venha eventualmente a desaparecer, pouco a pouco. (Institutas: 4,16,32). Quo verdadeiras essas palavras tm provado ser! Entre aqueles que se opem ao batismo infantil, a noo do pacto da graa est, com frequncia, inteiramente ausente. Eles perderam de vista o pacto de Deus e suas promessas. Frequentemente, apenas enfatizam aquilo que o crente promete no batismo e no o que Deus promete no e pelo batismo. A grandiosa mensagem da fidelidade do pacto de Deus s geraes tem sido esquecida. Precisamente por esta razo os reformadores no quiseram prescindir do batismo infantil.

    No entanto, isso no significa que haviam perdido de vista a relao entre a profisso de f e o batismo. Ser batizado quando criana deve ser seguido de uma profisso de f pessoal. Logo que a capacidade de sua idade seja suficiente, elas devem declarar a si mesmas como sendo discpulas de Cristo (comentrio de Calvino em Atos 8:36-37).

    Dessa maneira, as crianas se tornariam membros maduros da congregao. Todos deveriam dar um testemunho pessoal da sua f antes que os direitos e privilgios da Igreja fossem considerados seus como um membro adulto. Na reforma, a profisso de f estava enraizada no batismo. Ento a criana j teria confessado sua f.

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    Viso de Lutero

    Lutero insistiu em que se deveria ter uma cerimnia especial para marcar a concluso da instruo dada aos jovens na igreja. Isto era conhecido como confirmao ou profisso de f. Apesar de Lutero haver rejeitado a confirmao como um sacramento, o nome confirmao permaneceu sendo usado para designar a cerimnia eclesistica da profisso de f. A concluso da instruo eclesistica seria seguida pelo que poderia ser considerado um exame da f pessoal, aps o qual a pessoa faria sua profisso de f e seria admitido ceia do Senhor.

    Havia uma ntima relao entre a profisso de f e a ceia do Senhor. Qualquer um que desejasse ser admitido ceia do Senhor deveria ir ao ministro para que sua doutrina fosse examinada e sua profisso de f realizada. Neste exame, a pessoa deveria provar que possua conhecimento suficiente para celebrar, apropriadamente, a ceia do Senhor. Ao mesmo tempo, declararia que era seu desejo participar da ceia do Senhor da maneira apropriada, ou seja, movido por amor a Cristo e vivendo harmonicamente com o seu prximo.

    Esse exame seria repetido durante os primeiros anos de sua vida como membro da igreja e posteriormente seria administrado em certos momentos durante o curso de sua vida. Depois, ele seria substitudo pelo exame pblico na igreja na presena da congregao.

    Esse exame diz respeito aos trs componentes da doutrina crist: o trio da misria, libertao e gratido; a doutrina dos sacramentos; e a doutrina das chaves do reino dos cus. E, assim, a nfase foi transportada mais e mais em direo

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    a algo que poderia ser chamado de um exame eclesistico. Se algum passasse com sucesso, o caminho para a mesa do Senhor estaria aberto.

    Realizar a profisso de f era considerado um seguimento do batismo infantil. Lutero, respondendo viso dos anabatistas de que as crianas no poderiam crer e por isso no poderiam ser batizadas, defendeu-se segundo a viso da igreja primitiva. Digo aqui o que todos dizem, que uma fides aliena (uma f externa, ou seja, f em Outro, no Senhor Jesus Cristo) assiste essas pequenas crianas.

    Os pais professaram a f em lugar da criana e se responsabilizaram por ela. Os reformadores subsequentes abraaram completamente esse pensamento, qual seja, que os pais ou padrinhos deveriam fazer a profisso a favor da criana. Isso pode ser visto em nossa forma de administrao do batismo, que requer a resposta pergunta: Voc confessa a doutrina contida no Antigo e no Novo Testamentos e nos artigos da f crist, as quais so ensinadas aqui, na Igreja crist, como sendo a verdadeira e perfeita doutrina da salvao?.

    Tambm vemos isso na pergunta: voc (sendo voc pai, me ou testemunha) promete e se esforar para ver essas crianas, ao chegarem idade da razo, instrudas e educadas na supracitada doutrina; ou que as ajudar ou as levar a serem instrudas nela, com todo empenho que lhe for possvel?. A frase promete e se esforar significa, portanto, assumir responsabilidade por.

    Essa fides aliena no significa que algum possa crer no lugar de outrem. Aps alcanar a maturidade, a prpria criana deve crer pessoalmente e fazer sua profisso de f. Ao insistir nisso, Lutero desejava manter a relao entre f e batismo. A criana batizada deveria fazer uma profisso pessoal de sua f. Apenas isso abriria as portas para todas as bnos da igreja e especialmente para a ceia do Senhor.

    Lutero ainda admitia a noo de uma Congregao de Batizados e uma Congregao de Comungantes. Na

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    igreja como um todo, um grupo de crentes verdadeiramente sinceros reunir-se-iam em volta da mesa do Senhor. A congregao dos comungantes estaria sujeita a uma forma mais estrita de disciplina eclesistica e constituiria a verdadeira Igreja crist. Lutero nunca pde colocar tal idia em prtica. Ele ensinou, entretanto, que a pessoa precisava tanto de uma profisso de f pessoal como de uma experincia de f para pertencer ao verdadeiro povo de Deus, congregao de Cristo.

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    Viso de Calvino

    Calvino abraou primariamente a viso de Martin Bucer. Isso significava que quem quer que desejasse participar da Ceia do Senhor precisaria fazer, antes disso, sua profisso de f. Bucer escreveu: Eles devem ter as marcas dos regenerados e ter alcanado a maturidade crist.

    Aps terem sido instrudos nas doutrinas da igreja, os membros batizados deveriam fazer uma profisso de f pessoal, pela qual os ministros deveriam nomear seus catecmenos (confirmao) como membros maduros da congregao. Essa confirmao ocorria por meio de uma cerimnia eclesistica muito semelhante s tradies da igreja primitiva. Na igreja, os jovens teriam que responder publicamente 18 perguntas e em seguida os doze artigos de f seriam recitados. Com um solene sim eles prometeriam perseverar em manter comunho com a igreja, aceitar a pregao pela f, obedecer s exortaes dos oficiais para que corrijam suas vidas, e submeter-se disciplina da igreja.

    Aps a orao, haveria uma solene imposio de mos e a cerimnia seria concluda com as palavras: que voc receba o Esprito Santo, proteo contra o mal e fora e ajuda para fazer tudo o que bom, das mos graciosas do Pai, do Filho, e do Esprito Santo, Amm.

    Dessa forma, Calvino, imitando Bucer, tambm se alinhou s tradies da igreja primitiva. Sua crtica confirmao no deve ser vista como oposio pblica profisso de f com a imposio de mos, mas sim degenerao dessa significativa prtica apostlica para uma espcie de sacramento complementar. Ele era mais a favor de que se

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    inclusse o impor as mos como uma afirmao de pblica profisso de f. Para as crianas batizadas da igreja, era preciso existir uma cerimnia eclesistica atravs da qual elas pudessem professar sua f, que no haviam confessado no batismo. Precisava haver um procedimento especfico na igreja que conclusse a instruo catequtica e abrisse a porta para a mesa do Senhor.

    A igreja era obrigada a conduzir os membros batizados confisso de f. Esse precisava ser o alvo de todo ensinamento dos pais e da instruo catequtica da igreja. Calvino enfatizou fortemente a educao crist dos pais e a instruo catequtica da igreja como meios para guiar as crianas batizadas a uma pblica profisso da nica f verdadeira e genuna.

    Para Calvino, a instruo catequtica tinha trs objetivos:(1) As crianas batizadas devem ser conduzidas a fazer

    uma profisso de f pessoal. Elas so obrigadas a faz-lo em virtude de seu batismo. Aquela f da qual no podiam prestar contas no seu batismo, elas devem confessar publicamente quando alcanarem a maturidade, pela qual publicamente confessamos que queremos ser reconhecidos como povo de Deus (Institutas, 4,15,13). Assim, Calvino desejava estar completamente de acordo com as tradies da igreja primitiva. Dessa forma, aqueles que haviam sido batizados quando crianas, porque no haviam feito confisso de f perante a igreja, eram, no final de sua infncia ou no incio da adolescncia, novamente apresentados por seus pais, e eram examinados pelo bispo de acordo com a forma do catecismo (Institutas, 4, 19, 4). Em essncia, a pessoa teria feito profisso de f no batismo. As crianas batizadas no esto isentas desse dever. Portanto, o batismo obriga a pessoa a fazer profisso de f. O pacto de Deus deve ser aceito. Vista como tal, a profisso de f um ato de obedincia diante do pacto de Deus, do qual o batismo sinal e selo. Calvino julgava desejvel que as crianas batizadas, na idade de quinze ou dezesseis anos, viessem a

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    confirmar a confisso que seus pais fizeram no seu batismo. Quatro vezes por ano, ele dava oportunidade para que isso fosse feito em conexo com a administrao da ceia do Senhor, e assim observamos que para Calvino existe uma bvia relao entre batismo, profisso de f e a ceia do Senhor.

    Calvino no examinava o estado do corao de uma pessoa. Entretanto, ele consistentemente mantinha que a f de algum deveria ser mais que mero conhecimento externo. O instrutor catequtico deveria, dessa maneira, no apenas instruir seus catecmenos (ensin-los), mas tambm incentiv-los a crerem em Cristo (pastore-los). Nesse aspecto pastoral do seu trabalho, ele deveria imprimir sobre a criana a necessidade da experincia da f crist. As doutrinas da igreja deveriam ser abraadas pela f.

    Para Calvino, a mola mestra da instruo do jovem consiste primariamente na realizao da sua pblica profisso de f e especificamente, numa profisso de corao. Os membros batizados devem aprender a crer com seus coraes, a fim de poderem professar com a sua boca. Esse tema vem tona repetidamente. O objetivo dessa instruo no deve ser apenas a aquisio de conhecimento, mas tambm a eterna salvao da criana.

    (2) A pessoa deve saber o que professa. Uma f de corao tem contedo, qual seja, a verdade de Deus, como confessada e ensinada pela Igreja. Calvino considerava o conhecimento da f muito importante, pois no h f sem verdadeiro conhecimento. Para Calvino, conhecimento e f so inseparavelmente unidos. No obstante, ele no enfatizava meramente o conhecimento intelectual, mas sim o conhecimento da verdade com f.

    (3) A instruo catequtica essencial para a preservao da verdade. Os membros da Igreja devem estar aptos a dar razo de sua f. A verdade deve ser transmitida de pai para filho. Os professores so... encarregados... apenas da interpretao das Escrituras a fim de manter a doutrina

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    intacta e pura entre os crentes (Institutas, 4,3,4). A Igreja no seria to afligida por erros se as pessoas fossem capazes de discernir entre a verdade e o erro.

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