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BÁRBARA CÁSSIA DE SANTANA FARIAS SANTOS

FERNANDA CARLA FAUSTINO DA SILVA

ROSSANA MOTA COSTA

TAMARA PEÇANHA SHARAPIN ALVES

A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO NA QUALIFICAÇÃO DOS

PROFISSIONAIS DE SAÚDE PARA A PRÁTICA DOCENTE NO

CENTRO DE FORMAÇÃO DE PESSOAL PARA OS SERVIÇOS DE SAÚDE –

Dr. MANOEL DA COSTA SOUZA – CEFOPE/RN

Projeto de Intervenção apresentado como

requisito parcial e obrigatório para obtenção do

grau de Especialista em Acompanhamento,

Monitoramento e Avaliação na Educação em

Saúde Coletiva.

Orientadores: Leandro Roque e Aline Cescon Alves Jardim

NATAL/RN

2017

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 3

2 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................................... 6

3 OBJETIVOS............................................................................................................................. 8

3.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................................. 8

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................................. 8

4 ESBOÇO TEÓRICO CONCEITUAL ......................................................................................... 9

5 METODOLOGIA ................................................................................................................... 12

5.1 CENÁRIO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO ............................................................ 12

5.2 PARTICIPANTES/TEMAS ABORDADOS ..................................................................... 12

5.3 ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................................... 15

5.4 ESTRATÉGIAS/PLANO DE INTERVENÇÃO ............................................................... 16

6 CRONOGRAMA ................................................................................................................... 17

7 ORÇAMENTO ....................................................................................................................... 18

8 RESULTADOS ESPERADOS ............................................................................................ 19

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 20

3

1 INTRODUÇÃO

O Centro de Formação de Pessoal para os Serviços de Saúde Dr.

Manoel da Costa Souza (CEFOPE), instituição integrante da RET-SUS e

vinculada à Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Norte (SESAP), foi

criado através de Decreto Governamental nº 8.861, de 03 de fevereiro de 1984,

e autorizado a funcionar através da Portaria nº 314 da Secretaria Estadual de

Educação do Rio Grande do Norte em 15 de maio de 1985. De acordo com o

Projeto Político Pedagógico (PPP), a Escola tem como missão contribuir com a

ordenação da educação profissional técnica de nível médio para o SUS/RN e

promover cursos de formação inicial, continuada e técnica na área de saúde,

na perspectiva do desenvolvimento integral do cidadão e da qualidade da

assistência prestada à população. (RIO GRANDE DO NORTE, 2011).

A Escola atua em consonância com a Política de Educação Permanente

em Saúde (EP) do Ministério da Saúde (MS) e busca oferecer uma educação

que atenda aos diferentes níveis assistenciais da saúde coletiva, objetivando

sempre uma atuação em equipe, uma vez que, esta prática é desenvolvida nos

diferentes campos de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS), de onde

oriunda seu corpo discente.

Ao longo desses anos, a Escola vem formando profissionais nas áreas

de análises clínicas, enfermagem, saúde bucal, nutrição e dietética, gestão dos

serviços de saúde, agentes comunitários de saúde, saúde do idoso, vigilância

em saúde e radiologia.

Os cursos são realizados de forma centralizada, onde as aulas ocorrem

na sede da Escola, situada na capital (Natal), e de forma descentralizada, onde

as aulas acontecem nas sedes das Unidades Regionais de Saúde ou em

parceria com as Secretarias Municipais de Saúde, contemplando as oito

regiões de saúde do Estado. Desta forma, os cursos são desenvolvidos tanto

na sede da Escola, como de forma descentralizada, em parceria com as

Unidades Regionais de Saúde (URSAP) e os municípios envolvidos. As turmas

realizadas em Natal e Grande Natal - 7ª Região de Saúde do Estado - têm as

atividades teórico-práticas desenvolvidas nos laboratórios da própria Escola.

Nas turmas descentralizadas, quando necessário, é feito o deslocamento para

o CEFOPE e/ou para outro município onde haja melhores condições para a

prática pedagógica e para o estágio supervisionado. A definição da carga

4

horária semanal e o horário das aulas são pactuados pela Escola, alunos e

gestores.

O corpo docente do CEFOPE é formado por profissionais que possuem

formação acadêmica na área da saúde, em sua grande maioria, com o

conhecimento específico dos componentes curriculares sobre os quais

ministrarão aulas. Porém, esses profissionais não possuem formação

pedagógica, uma vez que as universidades geralmente não oferecem tal

formação, que é essencial para esse profissional lecionar. Para minimizar esta

lacuna, o CEFOPE realiza capacitações pedagógicas com o objetivo de

qualificar os profissionais da saúde para a docência.

A formação básica para a docência na Escola é realizada através das

capacitações conduzidas pela equipe técnica pedagógica. Estas capacitações

são divididas em dois momentos de 44 horas cada, que ocorrem de maneira

presencial.

Além desses dois momentos de capacitação, a Escola realiza durante a

execução do curso oferecido, encontros de planejamento e avaliações com os

docentes envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. Os encontros

ocorrem após a realização dos módulos ofertados, possibilitando discussões

que culminam na avaliação sobre a dinâmica realizada por eles durante o

módulo que foi desenvolvido, assim como planejamento dos componentes que

serão oferecidos no módulo seguinte.

A continuidade da formação destes docentes faz parte da proposta da

Escola em relação ao processo de Educação Permanente. Para tanto, destaca-

se a importância da realização de encontros de avaliação e planejamento onde,

além de, proporcionarem a troca de experiências entre as diversas salas de

aulas, há também o momento da fundamentação pedagógica necessária para

um melhor desempenho da atividade docente. (MEDEIROS, 2016).

Apesar da Escola realizar a avaliação dos processos de capacitação

pedagógica desde o início de suas atividades, a equipe técnica-pedagógica da

Escola percebeu a necessidade de aprimoramento dessa avaliação, uma vez

que ela precisa de instrumentos mais complexos, que deem conta de verificar

os seus resultados logo após a sua finalização e, também, durante o processo

em sala de aula.

5

Assim, diante do contexto apresentado, colocamos como questão central

para o Projeto de Intervenção: “A capacitação pedagógica do CEFOPE tem

conseguido qualificar os profissionais de saúde para a prática docente?”

6

2 JUSTIFICATIVA

A Resolução CNE/CEB nº 4, de 8 de dezembro de 1999, que institui as

Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível

Técnico, ressalta em seu artigo 17 que “a preparação para o magistério na

educação profissional de nível técnico se dará em serviço, em cursos de

licenciatura ou em programas especiais” (BRASIL, 1999).

A formação pedagógica de profissionais da saúde não pode, entretanto,

ser entendida apenas como um treinamento, com modelos prontos para o

professor. É importante que atraia, mobilize e valorize os docentes, pois eles já

trazem conhecimentos que devem ser incorporados, ressignificando seus

conceitos. É necessário que as concepções sobre formação do professor da

área da saúde mantenham relações próximas com as concepções da

pedagogia e da didática que caracterizam as práticas docentes.

Neste sentido, a definição de uma política de formação e

desenvolvimento para o SUS, nas três esferas de governo, deve considerar o

conceito de EP e articular as necessidades dos serviços de saúde, as

possibilidades de desenvolvimento dos profissionais, a capacidade resolutiva

dos serviços de saúde e a gestão social sobre as políticas públicas de saúde.

Assim, o CEFOPE atua em consonância com a Política Nacional de

Educação Permanente, regulamentada através da Portaria GM nº 1.996, de 20

de agosto de 2007, que visa efetuar relações orgânicas entre ensino e as

ações e serviços e entre a docência e a atenção à saúde, sendo ampliada para

as relações entre formação e gestão setorial, desenvolvimento institucional e

controle social em saúde (BRASIL, 2009).

Avaliar a capacitação pedagógica visa aprimorar a formação pedagógica

dos docentes e, por conseguinte, ter uma maior eficácia na sua atuação,

dinamizando as aulas ministradas em sala de aula, melhorando sua prática

pedagógica e seu desempenho uma vez que, a partir do conhecimento

construído pelo aluno, ele poderá levá-lo para o serviço onde atua,

possibilitando redefinir suas práticas e impactar positivamente na qualidade dos

serviços prestados a população.

Vale salientar que, à avaliação da capacitação pedagógica deve ser

entendida como o cumprimento científico e relevante dos processos de

7

produção de conhecimentos e de formação de sujeitos com autonomia

epistêmica, moral, social e política. Portanto, é considerada como uma prática

participativa e um empreendimento ético a serviço do fortalecimento da

responsabilidade social de cada um dos envolvidos no processo (DIAS

SOBRINHO, 2008).

Diante da importância que a capacitação pedagógica possui como

recurso estratégico, torna-se necessária uma avaliação desse processo, no

sentido de saber se ele está atingindo seus objetivos e se há necessidade de

adequação e redirecionamento das capacitações.

8

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Avaliar a capacitação pedagógica realizada pela Escola Técnica do SUS

do Rio Grande do Norte - Centro de Formação de Pessoal para os Serviços de

Saúde Dr. Manoel da Costa Souza (CEFOPE).

3.2 Objetivos Específicos

Identificar docentes, novos e antigos, que contribuirão na construção dos

instrumentos de avaliação;

Identificar, a partir da programação da capacitação, quais os pontos que

serão abordados na construção do instrumento de avaliação.

Elaborar coletivamente, com docentes e equipe técnica, o instrumento

de avaliação da capacitação pedagógica realizada com os docentes do

CEFOPE;

Elaborar coletivamente o roteiro do questionário que permita revisitar os

conhecimentos trabalhados na capacitação pedagógica e sua

aplicabilidade no processo;

Avaliar a capacitação pedagógica em momentos distintos com os

instrumentos de avaliação elaborados: após o primeiro e segundo

período de formação e ao final de cada componente, a fim de verificar a

efetividade da capacitação pedagógica.

9

4 ESBOÇO TEÓRICO CONCEITUAL

As Escolas Técnicas do SUS do Sistema Único de Saúde (ETSUS) são

instituições formadoras que possuem o trabalho como princípio educativo, a

metodologia problematizadora e a integração ensino-serviço como prática

pedagógica nos processos de formação profissional técnica de nível médio dos

trabalhadores do SUS.

Elas foram criadas para reorientar e qualificar o exercício profissional

mediante a experimentação de ações e práticas educativas consistentes com a

proposta de redemocratização da sociedade brasileira e com os princípios

constitucionais do SUS. (PEREIRA; RAMOS, 2006).

As ETSUS formam hoje uma rede institucional, conduzida e mantida

pelo Ministério da Saúde, criada pela Portaria Ministerial nº 1.298, de 28 de

novembro de 2000. A Rede de Escolas Técnicas do SUS (RETSUS) é hoje

integrada por 44 escolas técnicas e centros formadores localizados em todos

os 27 estados da federação e, embora sejam bastante heterogêneas, tanto do

ponto de vista da infraestrutura, da capacidade instalada, da estrutura

administrativa e gerencial, da oferta de cursos, do corpo docente e de

investimentos materiais e humanos, elas trazem em comum os mesmos

princípios da formação de trabalhadores do SUS, em sua maioria voltada para

profissionais do nível médio.

No Rio Grande do Norte, o Centro de Formação de Pessoal para os

Serviços de Saúde Dr. Manoel da Costa Souza – CEFOPE é a instituição

integrante da RETSUS e está vinculada à Secretaria Estadual de Saúde. O

Centro tem como eixos a cidadania, compreendida como produto da práxis

social, e o respeito às experiências e saberes dos alunos, considerados como

sujeitos do processo, abertos à alegria de novos conhecimentos e experiências

(re)construídos constantemente a partir da reflexão e teorização de suas

vivências profissionais e sociais. (RIO GRANDE DO NORTE, 2011).

A formação dos recursos humanos para a saúde exige o reordenamento

do processo ensino-aprendizagem para superar o modelo flexneriano, o qual

não responde às necessidades da sociedade, e objetiva se basear não apenas

no modelo biológico, mas extrapolar a dimensão social, psicológica e

econômica da saúde. (PAGLIOSA; DAS ROS, 2008). Passa-se a exigir dos

10

profissionais um conjunto de habilidades técnicas, cognitivas, organizacionais,

comunicativas e comportamentais que lhe confiram capacidade diagnóstica na

solução de problemas do cotidiano profissional, aptidão para tomar decisões,

para trabalhar em equipe e capacidade para adaptar-se às mudanças, lidar com

processos de educação permanente, além de ética e compromisso com a

cidadania. (AMÂNCIO FILHO, 2004; GOMES; REGO, 2011; COSTA; ARAÚJO,

2011).

Neste sentido, um dos maiores desafios a ser enfrentado pelas ETSUS é

transitar nas dimensões educação e saúde, incorporando elementos que

possibilitem traduzir os ideais de uma educação transformadora, capaz de

transcender a preparação mecanicista para atuar no processo de trabalho em

saúde.

Trabalhar nesta perspectiva exige uma ruptura com a lógica da

transmissão do saber fragmentado e a assunção de propostas pedagógicas

que compreendam a escola como lugar de construção do conhecimento, onde

trabalho, ciência e cultura se tornem categorias fundamentais para a

elaboração e a operacionalização dos currículos. (LEITE, 2011).

Segundo Tardif (2002), o professor ideal é alguém que deve dominar a

área de conhecimento em que atua, a disciplina que leciona, além de possuir

conhecimentos relativos às ciências da Educação e da Pedagogia, bem como

um saber prático oriundo da experiência cotidiana. Rejeita-se assim a ideia de

que, para ensinar, basta conhecer o conteúdo da área da especialidade. Tal

conhecimento é necessário, mas não suficiente, e não garante a competência

do professor. Dessa forma, os saberes pedagógicos que caracterizam a

profissão de professor – fundamentos didático-pedagógicos, epistemológicos e

filosóficos – cooperam com o professor na clarificação de sua visão de homem,

de mundo e de sociedade, fortalecem os referenciais em que se baseia a

docência e ajudam na consolidação da identidade profissional.

Assim, o professor é um profissional que domina a arte de reencantar,

de despertar nas pessoas a capacidade de engajar-se e mudar. Nesse

aspecto, entende-se que a formação do professor é indispensável para a

prática educativa, a qual se constitui no lócus de sua profissionalização

cotidiana no cenário escolar. Desse modo, compreender a formação docente

11

incide na reflexão fundamental de que ser professor é ser um profissional da

educação que trabalha com pessoas. (DASSOLER; LIMA, 2012)

Cabe destacar que, como afirma Luckesi (2005), avaliar, antes de tudo,

é diagnosticar e solucionar impasses, o que leva à certeza de que somente a

partir de um processo participativo, conduzido com base em juízo de qualidade

sobre dados relevantes, coletados por instrumentos precisos e adequados,

passando por um processo comparativo em relação a padrões prévia e

criteriosamente estabelecidos, pode-se vislumbrar uma acertada tomada de

decisão em direção a intervenções oportunas e eficazes e, consequentemente,

o alcance do efeito desejado, ou seja, a contínua melhoria da capacitação

docente.

Assim, segundo Rezende (2012), cria-se uma nova expectativa de que a

avaliação poderá provocar alguns movimentos que ajudarão a romper com

modelos tradicionais e paradigmas que enxergam a avaliação apenas como um

instrumento autoritário, uma medida de controle e de poder para manipular

pessoas e resultados.

Nesta nova expectativa, a avaliação passa a ser entendida como uma

ferramenta pedagógica capaz de alavancar posturas e atitudes de reflexão,

emancipação e autonomia profissional do docente.

Portanto, nossos futuros docentes, após passarem por um processo de

capacitação adequado, podem desenvolver uma reflexão diante da sua prática

pedagógica, repensando pontos positivos e negativos, o que contribuirá de

forma significativa para o processo pedagógico.

12

5 METODOLOGIA

5.1 Cenário do Projeto de Intervenção

O cenário deste Projeto de Intervenção é o Centro de Formação de

Pessoal para os Serviços de Saúde – CEFOPE.

Com o propósito de garantir sua missão, sistematicamente acontecem

às capacitações pedagógicas para docentes. Elas surgem de uma proposta de

construção coletiva entre direção e equipe técnica pedagógica, que definem

temáticas, conteúdos e metodologia a serem desenvolvidos, considerando as

especificidades da escola, dos docentes e dos trabalhadores do SUS, bem

como dos cursos oferecidos. (MEDEIROS, 2016)

As capacitações pedagógicas ocorrem de forma sistemática para todos

os cursos oferecidos pela Escola e são conduzidas pela equipe técnico-

pedagógica, em ambientes da própria Escola, de maneira a apresentá-la aos

docentes participantes. Nas capacitações procuramos, além da apresentação

da Escola e de seus projetos e normas (PPP, por exemplo), fundamentar

pedagogicamente os profissionais que estão desenvolvendo as atividades

docentes, bem como discutir as especificidades de cada turma em suas

regionais de saúde.

5.2 Participantes/Temas Abordados

Os participantes dos processos de capacitação do CEFOPE são, em

geral, trabalhadores da saúde que desenvolvem atividades de docência para os

cursos da Escola de forma pontual. Eles também possuem vínculos com

serviços de saúde e, com isso, muitas vezes não possuem formação para

docência. Do mesmo modo, vale enfatizar que esses docentes, por serem

trabalhadores do SUS, agregam valor quando trazem suas experiências e

saberes dentro de uma proposta de articulação ensino e serviço, facilitando as

discussões em sala de aula, segundo uma perspectiva dialógica, realizando

trocas entre as experiências dos alunos e professores, (re)construindo as

competências, conforme previsto nos planos de curso.

13

Antes do início de cada curso, a Escola dispara o processo de

planejamento e operacionalização das capacitações pedagógicas com todos os

docentes que ministrarão aulas.

As capacitações têm inicialmente carga horária de 44 (quarenta e

quatro) horas, divididas em duas etapas. A primeira etapa compreende 24

(vinte e quatro) horas, nas quais são desenvolvidos conteúdos sobre os

fundamentos pedagógicos da Escola. A proposta dessa etapa é formatada

segundo as necessidades de conhecimento didático dos docentes, sejam eles

profissionais que já tenham participado de outros momentos de capacitações já

ministrados pela escola, sejam docentes novatos que estão ingressando na

docência.

Dentre os conteúdos desta primeira etapa, podemos destacar:

O que é o SUS – Sistema Único de Saúde?

Contextualização das ETSUS – dentre elas, o CEFOPE;

Projeto Político Pedagógico do CEFOPE;

Regimento Escolar;

Relações Interativas entre professores e alunos;

Tendências e Técnicas Pedagógicas;

Avaliação de ensino e de aprendizagem.

Após o primeiro período de formação (24 horas), a equipe técnica

pedagógica organiza a segunda etapa da capacitação, composta por atividades

de planejamento com os docentes, conforme o calendário de início das turmas.

Dessa forma, as 20 (vinte) horas restantes são planejadas para que os

docentes conheçam os planos de curso, realizem seus planejamentos

preliminares e conheçam documentos que são pertinentes aos registros

escolares.

O segundo momento da capacitação pedagógica é fundamentado pelos

seguintes conteúdos:

Técnicas Metodológicas e Estratégias de Ensino;

Programa Complementar de Estudos;

Planejamento e Planos de aulas;

14

Planejamento dos componentes específicos;

Registros Escolares.

Durante o processo de capacitação, no primeiro e no segundo período

de formação, será aplicada aos participantes uma metodologia para avaliação

das ações desenvolvidas, através da árvore ilustrativa onde é utilizado como

instrumento “carinhas” que representam as emoções, conforme a satisfação

em relação às aulas e às temáticas trabalhadas no turno em questão. A árvore

dos sentimentos, instrumento elaborado pela equipe técnica do CEFOPE, terá

a proposta de “termômetro”, que ao longo do desenvolvimento da capacitação,

possibilitará verificar a satisfação dos participantes.

Ao final do dois primeiros períodos de formação, aplicar-se-á o

formulário de avaliação, que será elaborado pela equipe, com questões

norteadoras para identificação da eficácia da capacitação pedagógica. Através

dele o docente será provocado a refletir sobre os conhecimentos abordados na

capacitação e sua aplicabilidade na atuação didática no contexto da sala de

aula.

Após a conclusão da fase de capacitação pedagógica (primeiro e

segundo período de formação), avaliaremos a capacitação de forma abrangente

(em processo), ao final de cada componente, por meio de um instrumento que

será aplicado aos alunos, no sentido de que eles possam avaliar o docente. No

questionário em questão, serão abordados assuntos pertinentes sobre o saber

e o saber-fazer desses profissionais, de forma a verificar se os temas debatidos

na capacitação pedagógica influenciaram na prática pedagógica desse

professor. Com isso, buscamos o aperfeiçoamento do processo de capacitação

e, como consequência, a melhoria da qualidade do ensino nos cursos técnicos

do CEFOPE.

Com isso, espera-se que os resultados da análise destes dados possam

contribuir para o aprimoramento da capacitação pedagógica em seus diversos

aspectos, a partir do ponto de vista dos atores que nela estão inseridos.

15

5.3 Análise dos Dados

Serão aplicadas duas formas de análise, uma vez que os questionários

terão perguntas abertas e fechadas. Portanto, os dados serão analisados em

percentual por categorização de respostas e também por meio da Análise de

Conteúdo de Bardin (2009). Para a autora, a análise de conteúdo, enquanto

método, torna-se um conjunto de técnicas de análise das comunicações que

utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das

mensagens.

16

5.4 Estratégias/Plano de Intervenção

AÇÕES ESTRATÉGIA DE EXECUÇÃO ATORES ENVOLVIDOS

Identificar, a partir do programa da

capacitação, quais os pontos serão

abordados para a construção do

instrumento de avaliação.

A partir do programa da capacitação

e de discussão prévia ( roda de

conversa, grupo focal, dentre outros)

com os atores envolvidos, serão

identificados os temas pertinentes à

construção do instrumento de

avaliação.

Pedagogas e técnicos da Escola

envolvidos com a elaboração da

capacitação pedagógica.

Identificar docentes, novos e

antigos, que contribuirão na

construção dos instrumentos de

avaliação.

Seleção dos docentes seguindo

critérios identificados pela equipe

técnica-pedagógica, tais como:

resultados,disponibilidade e

experiência pedagógica.

Todos os membros da equipe

técnica do CEFOPE que

acompanham cursos nas diversas

regiões de saúde do Estado.

Elaborar coletivamente o roteiro de

entrevista que permita revisitar os

conhecimentos trabalhados na

capacitação pedagógica e sua

aplicabilidade no processo de

ensino.

Realização de uma Oficina com os

responsáveis pela elaboração da

capacitação pedagógica e com

docentes que tenham participado de

uma ou mais capacitações.

Pedagogas e técnicos envolvidos

com a elaboração da capacitação.

Docentes que já participaram de

uma ou mais capacitações.

Elaborar coletivamente o

instrumento de avaliação da

capacitação pedagógica.

Realização de uma Oficina com os

atores envolvidos na elaboração da

capacitação pedagógica

Pedagogas e técnicos envolvidos

com a elaboração da capacitação.

Aplicar os instrumentos de avaliação

em diferentes momentos

Aplicar os instrumentos elaborados

em momentos distintos: após o

primeiro e segundo período de

formação e ao final de cada

componente, a fim de verificar a

efetividade da capacitação

pedagógica.

Pedagogas e técnicos envolvidos

com a elaboração da capacitação.

Analisar as respostas dos docentes

e alunos

Análise de conteúdo

Análise em percentual por meio de

categorização das respostas.

Pedagogas e técnicos envolvidos

com a elaboração da capacitação.

17

6 CRONOGRAMA

FASES DO PROJETO

PERÍODO DE EXECUÇÃO

2016 2017

OUT NOV JAN FEV MAR ABR MAIO JUN

Reuniões para discussão do

Projeto de Intervenção

Elaboração Projeto de

Intervenção

Reuniões da equipe de

elaboração da capacitação

Revisão bibliográfica e

documental

Elaboração preliminar do

Questionário de Avaliação da

Capacitação

(Piloto)

Mobilização de equipes e

docentes para a Capacitação

Pedagógica

Capacitação Pedagógica

Aplicação do instrumento de

avaliação

(Piloto)

Análise do instrumento de

avaliação

(Piloto)

Aplicação do Questionário aos

discentes.

Análise do instrumento de

avaliação

Apresentação para a equipe

técnica e direção dos resultados

encontrados

18

7 ORÇAMENTO

MATERIAL DE

CONSUMO QUANTIDADE

VALOR

UNITÁRIO R$

VALOR

TOTAL R$

Papel A4 - resma 1 12,00 12,00

Canetas - caixa 50 und. 1 31,20 31,20

Cartucho para impressão

P&B 1 100,00 100,00

TOTAL 143,20

Os recursos são provenientes do Ministério da Saúde (MS) mediante

aos projetos que são previamente aprovados para serem desenvolvidos como

Cursos Técnicos pela Escola Técnica do SUS do Rio Grande do Norte - Centro

de Formação de Pessoal para os Serviços de Saúde “Dr. Manoel da Costa

Souza” – CEFOPE.

19

8 RESULTADOS ESPERADOS

As capacitações pedagógicas são fundamentais para o processo de

ensino aprendizagem da Escola, uma vez que subsidia os docentes com

conhecimentos sobre a mediação de conteúdos que serão construídos em sala

de aula.

As contribuições oriundas da avaliação serão agrupadas e constituem-se

em fonte de referência para o planejamento das ações futuras, para a melhor

adequação das atividades de capacitação docente, favorecendo de forma

substantiva a qualidade da prática pedagógica. Esse processo possibilitará

ainda o crescimento da cultura de avaliação, contribuindo para a qualificação

da formação docente.

Há ainda muitos desafios a serem superados, como: a dificuldade dos

docentes de participarem de todos os momentos da capacitação pedagógica, o

que deixa algumas lacunas em sua formação pedagógica; e o fato de ser

realizada em um período curto de tempo, o que não permite que os

conhecimentos sejam discutidos de forma mais complexa.

21

REFERÊNCIAS

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BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CEB n. 4, de 8 de dezembro

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(Série Pactos Pela Saúde 2006, 9. Série B. Textos Básicos de Saúde).

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DASSOLER, O.B; LIMA, D.M.S. A formação e a

profissionalização docente: caracterização,ousadia e saberes.

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Grande do Sul: Universidade Caxias do Sul, 2012. Disponível em:

<http://www.portalanpedsul.com.br/admin/uploads/2012/Formacao

_de_Professores/Trabalho/12_32_33_3171-7137-1-PB.pdf>.

Acesso em: 22 jun. 2017.

DIAS SOBRINHO, José. Avaliação educativa: produção de sentidos com valor de formação. Avaliação, Sorocaba, SP, v. 13, n. 1, p. 193-207, mar., 2008.

GOMES, Andréia Patrícia; REGO, Sérgio. Transformação da educação médica: é possível formar um novo médico a partir de mudanças no método de ensino- aprendizagem. Rev. Bras. Edu. Med., v. 35, n. 4, p. 557-566, 2011.

LEITE, Jalila Vieira de Figueiredo et al. Formação de técnicos em gestão nos serviços de saúde: repercussão no processo de trabalho e articulação entre teoria e prática. HOLOS, ano 27, v.1, 2011.

LUCKESI , Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem na escola. 2. ed.

rev. Salvador: Malabares Comunicação e Eventos, 2005.

MEDEIROS, Flávia Andrea Belarmino. Integração ensino-serviço na formação de técnicos em análises clínicas realizada pela Escola Técnica do SUS/RN: um estudo sobre o estágio curricular a partir da visão dos sujeitos institucionais envolvidos. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2016.

PAGLIOSA, Fernando Luiz; DA ROS, M. A. O relatório Flexner: para o bem e para o mal. Rev. Bras. Edu. Med., v. 32, n. 4, p. 492-499, 2008.

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PEREIRA, Isabel Brasil; RAMOS, Marise Nogueira. Educação

profissional em saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2006.

REZENDE, Ana Geovana Mourão. Avaliação do desempenho docente como ferramenta de gestão para melhorar a prática pedagógica dos professores e os resultados de aprendizagem dos alunos. Dissertação (mestrado profissional) - Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação/CAEd. Programa de Pós-Graduação em Gestão e Avaliação da Educação Pública. 129 p. 2012.

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Editora Vozes,2002.

RIO GRANDE DO NORTE. Secretaria de Estado de Saúde Pública. Centro de Formação de Pessoal para os Serviços de Saúde Dr. Manoel da Costa – CEFOPE. Projeto Político Pedagógico. Natal, RN: CEFOPE, 2011.