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Balanço da Época Rugby Juvenil 2016_2017 #lobinhosalobos

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Balanço da Época

Rugby Juvenil

2016_2017

#lobinhosalobos

1. Introdução

Na área do desenvolvimento, em articulação com as Associações Regionais, foram definidos os seguintes objetivos para o rugby juvenil: consolidar o número de praticantes nos clubes, a melhoria da qualidade da organização das competições, a formação dos treinadores de jovens e reforço dos valores do rugby, de forma a contribuir para fidelizar os jogadores.

Este balanço reflete principalmente, o trabalho desenvolvido pelas associações regionais, quer ao nível das suas direções quer ao nível do trabalho desenvolvido pelos técnicos que no terreno organizaram, apoiaram e enquadraram todas as competições, as equipas e os treinadores durante toda a época desportiva.

Começamos por identificar e caracterizar a evolução do número de jogadores federados no Rugby Juvenil (Sub-14), que nesta época desportiva registou um aumento, identificar os principais aspetos positivos e os aspetos a melhorar para a época 2017/2018, ao nível dos escalões de Sub-12 e Sub-14. Analisaremos, ainda, as atividades desenvolvidas na área da Formação de Treinadores, Jogadores e Árbitros e na área do Desenvolvimento, e por último terminaremos com algumas notas finais, perspetivando a próxima época desportiva.

2. Caracterização do Rugby Juvenil

2.1. Análise da Demografia Federada (Sub-8, 10, 12 e 14) Nos últimos 12 anos, o número total de jogadores (Sub-14) inscritos na FPR não parou de aumentar, o crescimento, atingiu os 69% em 2017, face ao número de jogadores inscritos em 2005 (ver gráfico 1). De realçar que está época foi atingido o número recorde de jogadores federados até ao escalão Sub-14 (2853), que corresponde a um aumento de 5% (+129) relativamente à época passada.

Gráfico 1 – Nº total de atletas inscritos na FPR (2005 a 2016)

O número de jogadores inscritos até aos Sub-14 (2853), corresponde a 44% do número total (6527) de jogadores inscritos na FPR, este é um dado que reflete a importância do trabalho desenvolvido na sustentabilidade do rugby português, sendo determinante que o rugby juvenil em Portugal continue a ter uma imagem apelativa e atrativa para quem o quer praticar.

Verificamos que este aumento na “curva de crescimento” obriga a um grande esforço dos clubes, na organização interna, nomeadamente na capacidade de retenção dos seus jogadores, e ainda na captação de novos jogadores. Continuam a surgir novos clubes, com base no associativismo e também com origem no rugby escolar, que iniciaram a sua atividade competitiva, filiando os seus jogadores na FPR, o que também contribuiu para este aumento.

No gráfico 2, apresentamos a variação do número de jogadores em cada escalão ao longo das últimas doze épocas (2005 a 2017). Registámos esta época, um crescimento com máximos nacionais nos escalões Sub 10 (682/+77) e Sub-12 (772/+43), o que reforça o crescimento sustentado na base. Relativamente aos Sub-14 (935/+24), registou-se um aumentou que ainda não foi suficiente para superar a diminuição (-128) registada na época 2014/15.

Por último o escalão Sub-8 foi o único a registar uma diminuição de 17 jogadores, não sendo significativa esta diminuição, devemos estar atentos reforçando a captação e retenção neste escalão.

No período em análise estes escalões registam uma tendência de crescimento que em média situa-se nos 7%/ano.

Gráfico 2 – Nº total de atletas inscritos na FPR (2005- 2017), escalões Sub-8, 10, 12, 14.

Quando analisamos o crescimento por região, verificamos que o número de jogadores aumentou consideravelmente desde 2005 até 2017 em todas as regiões. Este aumento em média por ano é de 6% na região norte e centro e de 5% na região sul.

No decorrer da última época, verificou-se um aumento em todas as regiões, a região sul atingiu os 2076 jogadores (3%/+59), a região norte os 376 jogadores (8%/+29 jogadores), e a região centro os 401 jogadores (10%+42), facto que consideramos relevante para a consolidação e crescimento do rugby juvenil em Portugal.

44% 56%

Sub 8 a Sub 14

Sub16 | Sub 18 |Sénior

Gráfico 3 – Evolução dos jogadores inscritos, por região (2005 a 2017)

Do número total de jogadores inscritos até ao escalão de Sub 14 (2853), 2076 pertencem aos clubes da ARS (73%), 401 aos clubes do CRRC (14%) e 376 aos clubes da ARN (13%). No gráfico 3, podemos observar essa distribuição, sendo evidente a assimetria existente entre a região sul e as restantes regiões

Gráfico 4 – Percentagem do nº de jogadores em cada região (2005 a 2017)

3. Competições

3.1. Sub-8, Sub-10 e Sub-12 – Convívios Nos últimos 12 anos passámos de 546 para 1918 praticantes de rugby Sub-12. Registou-se um aumento de 5%, 103 jogadores (+77 nos Sub-10 e +43 nos Sub-12) relativamente à época passada.

As Associações Regionais (Norte, Centro e Sul), realizaram vários convívios de carácter regional, inter-regional e nacional.

Os convívios decorrem num ambiente de “festa”, tendo como principal objetivo a competição formativa, no qual o processo é claramente mais importante que o resultado. Os aspetos pedagógicos e os valores do rugby, são repetidamente relembrados, através de documentação elaborada pelos técnicos das AR’S e distribuída aos “Pais e Mães”, Espectadores, Treinadores, Jogadores e Árbitros. Neste sentido foi atualizado no início da presente época o Guia do Rugby Juvenil, documento que regula toda a atividade destes escalões. Este é um documento que todos os intervenientes do rugby juvenil devem conhecer e respeitar, fazendo cumprir as suas orientações pedagógicas e de ensino. Após a análise das adaptações às Leis de Jogo e orientações pedagógicas e técnico-táticas, com o intuito de acompanhar a evolução dos jogadores, decidiu-se manter o mesmo regulamento pedagógico.

Ao longo desta época foram organizados vários convívios pelas Associações Regionais:

§ (4) Convívios de apoio a Seleção Nacional § (3) Convívios Nacionais (1 no Norte, 1 no Centro e 1 no Sul) § Convívios de Clube, Regionais e Inter-Regionais

Posit ivo

§ Aparecimento de novas equipas/clubes nos convívios durante toda a época; § Participação regular da maioria dos clubes em todos os convívios; § Presença de apoio médico em todos os convívios (regionais e inter-regionais); § Coordenação realizada pela ARN e CRRC, na organização de atividades inter-regionais,

tornando possível aos clubes do Norte e Centro participarem numa competição regular; § Consolidação do regulamento técnico-pedagógico por parte de todos os agentes do

rugby juvenil (à exceção dos sub 8).

A melhorar

§ Inscrição de todos os atletas na FPR; § Pré-inscrição do número exato de equipas em cada escalão, por convívio; § Comportamento e atitude dos treinadores na condução técnica das equipas em

jogo/competição; § Muitas equipas/clubes competem em convívios mais de duas vezes por mês; § Participação das Escolas de Arbitragem nos convívios; § Participação das equipas da região do Sul, no convívio nacional do Norte e Centro; § Introdução do tag rugby e do regulamento específico do escalão sub-8.

3.2. Sub-14 – Torneios, Circuito AR’ Sevens

Registou-se em relação à época passada um aumento de 3% no escalão de Sub-14 (+26 jogadores), atingindo um total de 935 jogadores, o que continua a colocar grandes desafios à organização das competições Sub-14.

Tem sido necessário organizar diferentes competições, de acordo com as necessidades dos clubes, que sejam capazes de envolver equipas de todo o país, desde o Norte, o Centro, passando por Lisboa, Alentejo e Algarve. Destacamos o trabalho de cooperação da ARN e CRRC no torneio inter-regional sub 14 e da ARS na coordenação do Torneio Nacional, envolvendo as equipas do Norte e Centro do país.

Posit ivo:

§ Integração de todos os clubes/equipas nas várias competições (Inverno, Primavera, Regional e Nacional);

§ Ajuste do modelo da organização da competição no escalão de Sub-14 (Rugby VII e XIII);

§ Criação de três níveis de competição, em função dos diferentes níveis/necessidades; § Organização dos clubes, nomeadamente ao nível do registo dos resultados e

cumprimento do prazo para envio dos relatórios da jornada e boletins de jogo; § Apresentação do Dossier de Equipa (Identificação dos Atletas) § Coordenação realizada pela ARN e CRRC, na organização de atividades inter-regionais,

tornando possível aos clubes do Norte e Centro participarem numa competição regular; § Organização do AR’ Sevens, que contou com a participação recorde de equipas nas

duas jornadas organizadas (Centro e Sul).

A melhorar:

§ Possibilidade de presença regular da Escola de Arbitragem nas competições; § Conhecimento das leis de jogo e dos regulamentos, por parte dos treinadores e

dirigentes; § Comportamento dos treinadores e dirigentes nos momentos decisivos das competições; § Tempo de antecedência com que é comunicada a marcação das jornadas/locais de

realização; § Maior acompanhamento e formação dos jovens, ou membros, dos clubes que realizam

a arbitragem; § Participação dos clubes da região Norte no AR Sevens, praticamente não marcaram

presença clubes do Norte nesta competição.

Medidas que terão continuidade em 2017/18 no Rugby Juvenil (Sub-8, 10,12 e 14):

§ Definição de um Plano de Ação de Captação e Formação de Jovens Árbitros § Obrigatoriedade do Dossier de Equipa (Todos os Escalões) + Cartão Individual do

Jogador § Campanha de Inscrição dos Jogadores na FPR § Reforço dos Valores do Rugby (Campanha para todos os Agentes do Rugby Juvenil) § Será organizada uma competição inter-regional (Norte/Centro) de rugby XIII na fase

inicial da época para o escalão Sub-14; § Torneio Nacional, terá o nome de “Lobinhos a Lobos”, evitando assim qualquer analogia

a um campeonato nacional. § Campanha de captação de jogadores Sub-14.

4. Formação “Lobinhos a Lobos”

4.1 Treinadores, Árbitros e Diretores de Equipa Na época 2016/17 voltaram a ser organizadas várias ações de formação de jogadores, treinadores e árbitros, com o objetivo de melhorar a qualidade do jogo, treino e arbitragem, fatores que consideramos decisivos para a melhoria global do Rugby Juvenil.

Realizaram-se 3 cursos de treinadores de formação inicial de Grau 1, na região norte, centro e sul. No total foram envolvidos 60 treinadores, na sua maioria a desempenharem funções nos escalões de rugby juvenil nos clubes. Estes treinadores estão em fase de conclusão dos estágios integrados no curso, tendo sido realizadas algumas sessões de “Coaching” / Acompanhamento nos seus treinos de clube.

Para além destas ações foram realizadas reuniões técnicas de inicio de época com os treinadores e responsáveis do rugby juvenil de forma a apresentar as orientações técnico-pedagógicas para a época 2016/17. Estas reuniões tiveram uma grande adesão e recetividade por parte de todos os envolvidos.

Na região norte e num modelo experimental foi organizado uma formação “Lobinhos a Lobos” destinada a todos os agentes desportivos, tendo tido uma adesão muito boa (cerca de 40 pessoas). Nesta formação foi abordado o perfil do treinador, dirigente e do árbitro do rugby juvenil. Esta formação será no futuro replicada em diferentes regiões e com maior periodicidade.

A arbitragem foi uma área que não se desenvolveu da forma que pretendíamos, escassos recursos financeiros e dificuldade no recrutamento de novos árbitros não permitiram uma

evolução nesta área de extrema importância para aumentar a qualidade do jogo em Portugal. Não temos neste momento uma solução para este assunto, sendo, no entanto, nossa intenção integrar a arbitragem de iniciação em todas as ações de formação promovidas regionalmente.

4.2 Seleções Regionais Sub-14 Na sequência dos Estágios de Aperfeiçoamento Sub-14, abertos a todos os atletas das respetivas Associações Regionais, as equipas das AR’s, participaram nas seguintes competições:

§ Youth Rugby Festival (ARS, no escalão Sub-13) § Braga Youth Rugby Cup (ARN no escalão Sub-14) § Torneio JP (ARN e CRRC no escalão Sub-14)

No final da época, cada associação organizou um estágio aperfeiçoamento regional envolvendo jogadores de todos os clubes. Estes estágios tiveram como principal objetivo reforçar conceitos introduzidos durante o ano e contribuir para a transição de escalão destes jogadores. De realçar também o envolvimento dos treinadores, que puderam participar em mais um momento de formação.

Considerações Finais: 1. A captação de mais jogadores para os clubes da periferia de Lisboa e do Porto, bem

como na região Norte, Centro, Alentejo e Algarve deve ser reforçada, através de ações no meio escolar.

2. Os clubes de Lisboa, Coimbra e do Porto, terão como maior desafio a fidelização dos seus jogadores.

3. Os clubes deverão dar destaque à captação de jogadores sub-12 e sub-14, pois é nestes escalões que os jogadores começam a aumentar o compromisso com o rugby.

4. As competições serão organizadas em colaboração com os clubes e de forma a permitir a prática regular de todos os jogadores inscritos. É fundamental que os clubes envolvam nos convívios e torneios todos os jogadores inscritos no seu clube. Para manter o nível de qualidade das competições a FPR, através das AR’s deverá reforçar e acompanhar na medida das suas possibilidades.

5. Na formação serão reforçadas as orientações técnicas e táticas para os escalões Sub-8,10,12 e 14. Para a implementação destas orientações ser mais eficaz é fundamental a participação dos treinadores destes escalões em pelo menos um dos seguintes cursos que serão realizados em Setembro: Treinadores Grau 1; Movimento Geral do Jogo.

6. Ao nível da arbitragem será realizado um reforço das ações de captação e principalmente de acompanhamento aos novos árbitros, sendo um dos objetivos principais a formação com qualidade de árbitros.

7. Os estágios de aperfeiçoamento técnico continuarão a ser uma das estratégias de formação utilizada, estando previsto a realização de um estágio nacional em 2018. Entendemos que os estágios de aperfeiçoamento técnico deverão ser extensivos também ao escalão Sub-12 como forma de promover melhor acompanhamento aos treinadores com pouca experiência e implementar boas práticas nos clubes.

8. A FPR deverá dotar as AR´s de condições financeiras estáveis e regulares para suportar as deslocações dos técnicos às diferentes atividades (convívios e torneios) e aos clubes.

A Federação Portuguesa de Rugby agradece a toda a comunidade do rugby português que, direta ou indiretamente, tem contribuído para o desenvolvimento do Rugby Juvenil.