bairro de massama - analise dos processos de urbanização do espaço

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     URBANIZAÇÃO E ESPAÇO PÚBLICO 

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    Índice 

    1.  INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 4 

    2.  Localização e Caracterização da Freguesia........................................................................................ 8 

    2.1 Resumo Histórico ............................................................................................................................ 8 

    2.2 Enquadramento Geográfico e Demográfico ................................................................................... 10 

    2.3 Rede Viária .................................................................................................................................... 22 

    3.  Processo de Urbanização e seu Enquadramento Legal ................................................................... 26 

    3.1 Enquadramento Legal ................................................................................................................... 26 

    3.2 Processo de Urbanização............................................................................................................... 29 

    4.  Forma Urbana e Unidades Tipo‐Morfológicas ................................................................................ 34 

    4.1 Forma Urbana ............................................................................................................................... 34 

    4.2 Unidades Tipo‐Morfológicas .......................................................................................................... 37 

    5.  Análise do Espaço Urbano e da “Qualidade de Vida do Bairro” ...................................................... 46 

    5.1 Espaço Público de Massamá .......................................................................................................... 47 

    5.2  A Avaliação da Qualidade do Espaço Público ......................................................................... 57 

    5.2 A

     Vida

     no

     Bairro

     ............................................................................................................................ 68 6.  Conclusões/Considerações Finais. .................................................................................................. 70 

    7.  Bibliografia ...................................................................................................................................... 71 

    8.  ANEXO: ........................................................................................................................................... 73 

    Glossário Estatístico ............................................................................................................................ 74 

    Dados Estatísticos ............................................................................................................................... 78 

    Índices Urbanísticos ............................................................................................................................ 83 

    Fig. 1 ‐ AML  ________________________________________________________________________  10 Fig. 2 ‐ Evolução da População Residente  _________________________________________________  13 Fig. 3 ‐ Distribuição da População Residente  por  Grupos Etários  _______________________________  14 Fig. 4 ‐ Nível  de Ensino da População Residente  Freguesia vs. Concelho de Sintra  _________________  14 Fig. 5 ‐ Evolução do N.º de Famílias Clássicas  ______________________________________________  15 

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    Fig. 6 ‐ Dimensão das Famílias Clássicas ‐ Distribuição Percentual   ______________________________  15 Fig. 7 ‐ Número de Edifícios Construídos  por  Época de Construção   _____________________________  16 Fig. 8 –  Percentagem de Edifícios  por  N.º de  Alojamentos/Edifício ______________________________  16 Fig. 9 ‐ Comparativo Concelho ‐ Freguesia da Distribuição  de Edifícios  por  Utilização Principal   _______  17  Fig. 10 ‐ Distribuição de  Alojamentos  por  Forma de Ocupação  ________________________________  18 Fig.

     11

     –  Existência

     de

     Lugar 

     de

     Estacionamento

     nos

      Alojamentos

     de

     Residência

     Habitual   __________  18 

    Fig. 12 ‐ Hierarquia das Vias em  função da Mobilidade ‐ Acessibilidade  _________________________  23 Fig. 13 ‐ Hierarquia da Rede Viária ‐ Planta  _______________________________________________  25 

    Tabela 1 ‐ População, Famílias,  Alojamentos, Edifícios  _______________________________________ 79 Tabela 2 ‐ População Residente ‐ Grupos Etários  ___________________________________________ 79 Tabela 3 ‐ População Residente ‐ Estado Civil   ______________________________________________ 79 Tabela 4 ‐ População Residente ‐ Nível  de Instrução  _________________________________________ 80 Tabela 5 ‐ População ‐ Evolução das Famílias Clássicas  ______________________________________ 80 Tabela 6 ‐ População ‐ Dimensão das Famílias Clássicas  _____________________________________ 81 Tabela 7 ‐ Edificado ‐ Época de Construção, N.º de  Alojamentos, Tipos de Utilização e de Edifício  _____ 81 Tabela 8 ‐ Alojamentos de Residência Habitual ‐ Infra‐estruturas, Estacionamento e Regime de 

    Propriedade  ________________________________________________________________________ 81 Tabela 9 ‐ Alojamentos ‐ Tipo e Forma de Ocupação  ________________________________________ 82 

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    1. INTRODUÇÃO 

    No âmbito da disciplina de Urbanismo e Espaço Público, do 5.º  Ano 

    do  Perfil  de  Planeamento,  Gestão  e  Transportes,  do  Currículo  da 

    Licenciatura  e  Mestrado  Integrado  em  Engenharia  Civil  do  Instituo 

    Superior  Técnico,  ministrada  pelo  Prof.  Auxiliar  António  Salvador  de 

    Matos  Ricardo  da  Costa,  foi  solicitada  a  realização  de  um  Trabalho 

    subordinado  ao  tema  “ Análise  dos  processos  de  urbanização  do espaço” para a área de estudo referente ao Bairro de Massamá. 

    Em  conformidade  com  o  exposto,  o  trabalho  desenvolvido  para 

    cumprimento do desiderato proposto compreendeu duas fases distintas e 

    que se complementam: 

    1ª Fase – Elaboração de um Relatório Preliminar, correspondente à 

    estruturação do trabalho; 

    2ª Fase – Realização do Relatório Final, onde serão desenvolvidos os 

    conteúdos  atinentes  à  estrutura  do  trabalho  proposta, 

    bem como a sua análise e conclusões finais resultantes. 

    Convirá ressalvar, desde  já, que a estrutura proposta foi pensada em 

    função de uma  abordagem  genérica  sistemática para qualquer  bairro  e 

    não de uma forma  específica para o Bairro de Massamá, atendendo assim 

    ao tema do trabalho e aos seus propósitos, ou seja, ao desenvolvimento 

    de  uma  análise  dos  processos  de  desenvolvimento  urbano  e  sua 

    correlação com a forma e o espaço público. 

    Tal pretensão,  foi prejudicada pela “juventude” da área urbana em 

    causa,  sensivelmente 30 anos, uma  vez que  fazendo parte da cidade de 

    Queluz  dela  se  distingue  e  se   vai  assumindo  como  unidade  urbana 

    autónoma ainda dentro da primeira,  facto que, no nosso entender, não 

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    lhe permite possuir os  registos  suficientes  condizentes  com um  espaço 

    urbano  detentor  de  uma  identidade  própria  já maturada,  isto  é,  com 

    história. 

    Procurando 

    ultrapassar 

    estes 

    condicionamentos, 

    equipa 

    de 

    trabalho  formada,  em  face  da  parca  existência  de  informação  sobre  o 

    bairro alvo de estudo, estabeleceu o contacto com a Câmara Municipal de 

    Sintra  no  sentido  de  poder   vir  a  obter  junto  daquela  o  máximo  de 

    informação histórica alusiva  ao  lugar,  bem  como os dados de natureza 

    administrativa,  económica,  social,  cartográfica  e  de  planeamento, 

    intrinsecamente  ligados à sua génese, ao seu desenvolvimento urbano e 

    ao seu quotidiano presente. Tal contacto revelou‐se infrutífero. 

    Posto isto,  foi contactada a DGOT/DU, onde a nossa pretensão foi 

    acolhida  com  a  melhor  das  boas   vontades,  simpatia  e  esforço.  No 

    entanto, a reorganização de serviços públicos e mudança de arquivos que 

    se  encontrava  e  encontra  em  curso,  à  data  de  realização  do  trabalho, 

    inviabilizou a localização de informação. 

    Por  último,  após  estabelecimento  de  contacto  com  a  CCDR/LVT 

    informaram que

     devido

     à antiguidade

     dos

      Alvarás

     de

     Loteamento

     

    estavam a ter dificuldade na localização dos mesmos, facto que se regista 

    até hoje e levou a enveredar por outro tipo de alternativa. 

    Destarte, não será de se estranhar que o trabalho final tenha  vindo a 

    reflectir  alterações  à  sua  estrutura,  por  forma  a poder  compatibilizá‐lo 

    com a informação disponível e acessível ao grupo de trabalho. 

    Deixa‐se um agradecimento especial ao  “Dr. Google Maps”, o qual 

    conjuntamente com constantes  visitas de campo, recolha de informação 

    dispersa e dados permitiu a elaboração do presente estudo, sem contudo 

    poder‐se  deixar  de  referenciar  o  esforço  envidado,  que  se  crê 

    desnecessário e despropositado numa época em que o desenvolvimento 

    tecnológico permite o acesso a informação à distância de um “clic”. 

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    METODOLOGIA  E PROPOSTA  DE ESTRUTURA  O Planeamento  reflecte  sempre uma opção política  (sentido  lato), 

    boa ou

     má,

     de

     desenvolvimento

     e ocupação

     do

     solo,

     seja

     por

     parte

     de

     

    uma entidade que tutela aquela parcela do território, seja pelo promotor 

    ou promotores que nela  vão desenvolver determinados usos. 

    Não deixa nunca, contudo, de ser uma forma pessoal de “produzir” 

    para a satisfação das necessidades do colectivo,  independentemente dos 

    proveitos económicos que lhe possam estar ou não associados. 

    Por 

    conseguinte, 

    um 

    processo 

    de 

    urbanização 

    de 

    uma 

    área 

    resultará 

    de  um  acto  puro  de  planeamento  urbanístico,  ainda  que  no  pior  dos 

    casos  produzido por  um  único  agente,  isto  é,  aquando  da  ausência  de 

    planeamento superior a montante. 

    Planear  é  sem  dúvida   ver  global.  Entendendo  este  carácter multidisciplinar do acto de planear,  julga‐se  imprescindível à análise do 

    processo  de  urbanização  de  um  espaço  compreender  o  máximo  de 

     variáveis que

     compõem

     a equação,

     permitindo

     assim

     identificar

     quais

     as

     

    que são críticas e condicionantes na obtenção do produto final. 

     Julga‐se  que  uma  abordagem  do  trabalho  patente  num  contínuo 

    processo recursivo e  interactivo entre o passado e o presente do bairro, 

    permitirá uma maior interiorização das  várias realidades ao longo do seu 

    tempo  de   vida  e  uma  melhor  sublimação  do  seu  processo  de 

    desenvolvimento, potenciando  tal a obtenção de um produto  final mais 

    sólido. 

    Posto isto, não deixará de ser evidente a necessidade de seperceber 

    à época, e logo à  priori, quais as razões inerentes à génese do bairro, suas necessidades  demográficas,  enquadramentos  económico,  social, 

    administrativo e legal, factores preponderantes num projecto urbanístico 

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    e  onde  a  questão  do  tipo  e  número  de  proprietários,  detentores  de 

    terrenos na área, poderá influenciar sobremaneira a solução final. 

    Uma   vez  cumpridos  estes  desígnios,  a  caracterização  da  forma 

    urbana 

    análise 

    do 

    espaço 

    urbano 

    concretizar‐

    se‐

    á 

    de 

    uma 

    forma 

    mais 

    estreita  e  consistente,  não  sem  que  contudo  obrigue  a  alguma 

    independência  de  pensamento  face  ao  conhecimento  adquirido 

    anteriormente do perímetro em estudo. 

    O  trabalho  dar‐se‐á  por  finalizado  com  as  Considerações 

    Finais/Conclusões, as quais se pretendem que sejam o reflexo da ciência1 

    no  sentido  amplo  da  palavra,  isto  é  do  conhecimento  ou  práticas 

    sistemáticas, aplicada

     aos

     processos

     de

     análise

     do

     espaço

     urbano.

     

    1 Ciência  – do latim  sciencia,  traduzido por “conhecimento” (fonte:  Wikipedia) 

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    2. Localização e Caracterização da Freguesia 

    2.1 Resumo Histórico 

    Pertencente  ao  concelho  de  Sintra,  a  freguesia  de  Massamá, 

    conjuntamente com as de Queluz e de Monte  Abraão,  integra a Cidade 

    de Queluz. 

    Em  termos  urbanos,  a  história  do  seu  aglomerado  é  ainda 

    relativamente  recente,  cerca  de  3  a  4  décadas,  como  anteriormente 

    mencionado,  sendo  porventura  justificável  um  breve  resumo  histórico 

    desde o tempo em que a região  vivia sobre o domínio muçulmano até aos 

    dias de hoje. 

     A   sua  denominação  resulta  do  topónimo moçarábico  “Maçamá”, 

    proveniente do

     árabe

     “Mactamã”,

     o qual

     significa

     “lugar

     onde

     se

     toma

     

    boa água” ou “fonte”, aludindo desta forma à riqueza do seu subsolo em 

    extensas  reservas de  água e  ao  facto de  a  freguesia  ser atravessada por 

    três linhas de água2. 

    Em  face  desta  característica  e  em  virtude  de  se  localizar  a meio 

    caminho entre as praças‐fortes de Lisboa e Sintra, não será de estranhar 

    que  antigos  caçadores  e   viajantes  fizessem  deste  ponto  o  local  de 

    paragem para

     retemperar

     energias

     e se

     refrescarem

     a si

     e às

     suas

     

    montadas. 

    Deslocando‐se frequentemente em incursões de caça acompanhado 

    por D.  Ayres de Menezes e Sousa, o Rei Dom Pedro III inicia a construção 

    do Palácio de Queluz, em 1747, com a colaboração do  Arquitecto Mateus 

    2 Fonte : página na internet da Junta de Freguesia de Massamá. 

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     Vicente de Oliveira e do Escultor francês  Jean Baptiste Robillon.  Assiste‐

    se  nesta  época,  como  consequência  da  residência  da  realeza,  á 

    transformação da zona num centro aristocrático e a uma maior  fixação 

    de camponeses que comercializavam em Lisboa, e arredores, o  fruto da 

    sua actividade principal: a produção de alimentos. 

    Destarte,  disseminam‐se  por  esta  parcela  do  território  algumas 

    quintas e é despertado o interesse em algumas personalidades que  viriam 

    a ela posteriormente ficar ligados, como são disso exemplo o  Visconde de 

    Massamá, Nuno  José Severo de Carvalho ‐ médico distinto, deputado às 

    Cortes  e  Vereador  da  Câmara Municipal  de  Lisboa‐,  e  os  Condes  de 

     Azarujinha – proprietários da Quinta do Porto,  a qual dará origem em 

    1934 à primeira unidade  industrial de Massamá, os “Laboratórios Delta” 

    (indústria farmacêutica), posteriormente adquiridos e desenvolvidos pelo 

    Dr. Francisco Ribeiro de Spínola. 

     A   outrora  inquestionável  fertilidade  dos  seus  solos  para  a 

    agricultura ‐ inseridos no Complexo Basáltico Lisboa – Mafra ‐, revelam a 

    sua  especial  predilecção  para  a  produção  do  trigo,  patenteada  pela 

    existência de seis eiras: Casal do Olival, Casal Gouveia, Casal  Azul ou do 

    Zézito,  Casal  de  Pera  Longa  e  as  Quintas  do  Porto  (mais  tarde 

    denominada por Quinta das Flores) e do Sá. 

    Localmente,  em  termos  de  património,  refere‐se  a  existência  de 

    apenas  três  elementos: o  chafariz de Massamá  (ex‐libris da  freguesia  e 

    alimentado por uma mina localizada no interior da EB n.º1 de Massamá); 

    um marco dos limites do Termo de Lisboa Ocidental, onde pertenceu até 

    1836  (localizado  à  entrada  da  Rua  das Orquídeas  e mandado  reerguer 

    pelo  Município  de  Sintra  em  1956);  e  a  estação  arqueológica  proto‐

    histórica contante na lista do património arqueológico português. 

    Em  1900,  três  anos  após  a  inauguração  da  linha  de  caminho‐de‐

    ferro Lisboa‐Sintra, Massamá  apresentou  algum  crescimento através da 

    construção de pequenas moradias  entre  a  zona do  chafariz  e  a Rua da 

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    Milharada, estimando‐se uma população à data na ordem da centena de 

    habitantes. 

    Contudo,  é  só  com  o  “desenvolvimento  urbanístico”  registado  no 

    concelho 

    de 

    Sintra, 

    nos 

    últimos 

    quarenta 

    anos, 

    qual 

    deu 

    origem 

    novos agrupamentos habitacionais distintos,  independentes e  com  vida 

    própria  que Massamá  começa  a  assumir  verdadeira  dimensão  urbana, 

    não  lhe sendo para  isso alheio a construção de novas  vias  rodoviárias e 

    respectivos acessos (IC19 e a CREL, mais recentemente), preponderantes 

    para a circulação e fixação de pessoas ao local e aglomerados  vizinhos. 

    Tal crescimento demográfico, de natureza “explosiva”, conduziram 

    à inevitável

     autonomização

     administrativa

     do

     lugar

     de

     Massamá

     que,

     

    após  ter  pertencido  ao  Termo  de  Lisboa  Ocidental  até  1836,  ter  sido 

    integrado naquele ano no concelho e freguesia de Belas e posteriormente 

    na  freguesia de Queluz em  1925, é elevado a  freguesia pela Lei n.º36/97, 

    de 12 de  Julho. 

    2.2 Enquadramento Geográfico e Demográfico 

    Massamá,  como  aglomerado  urbano  da 

    cidade  de  Queluz,  localizado  na  parte 

    Ocidental  desta,  extravasa  actualmente  os 

    limites da  freguesia do mesmo nome a Norte 

    para  a  freguesia  de  Belas,  conhecida  como 

    Massamá 

    Norte, 

    um 

    pouco 

    Sudeste 

    para 

    de  Monte   Abraão,  dado  encontrar‐se 

    construído  nesta  última  um  conjunto 

    habitacional  denominado  “Cidade 

    Desportiva”,  um  complexo  desportivo 

    (constituído por estádio e campos de  jogos do 

    Fig. 1 ‐ AML 

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    Real  Sport Clube),  bem  como  uma  Escola  Secundária  (EB2,3  – Miguel 

    Torga) e um estacionamento colectivo de apoio à estação  ferroviária de 

    Queluz.  A  implantação deste edifícios e equipamentos realizou‐se numa 

    área de cedência de terrenos resultante de processos de loteamentos que 

    se consumaram na freguesia de Massamá. 

    Figure 2 ‐ Mapa das Freguesias do Concelho de Sintra 

    Em  face  disto,  do  objectivo  do  presente  trabalho,  dos  dados 

    existentes e da

     complexidade

     inerente

     ao

     tratamento

     de

     informação

     

    global, assente em dados parciais para a área  inserida nas  freguesias de 

    Belas e Monte  Abraão, a obter por estimativa possivelmente  incorrecta, 

    bem  como,  dada  a  escolha  da  área  a  estudar  se  encontrar  inscrita  na 

    freguesia de Massamá, as informações quantitativas constantes de ora em 

    diante  serão  sempre  referentes a  esta última  freguesia, não obstante às 

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     URBANIZAÇÃO E ESPAÇO PÚBLICO 

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    observações  de  natureza  qualitativa  poderem  ser  entendidas  como  do 

    aglomerado  na  sua  totalidade,  ou  seja,  englobando  todas  as  áreas  de 

    Massamá,  independentemente  da  tutela  administrativa  que  sobre  elas 

    impendem. 

    Tal  pressuposto,  atendendo  ao  levantamento  efectuado  não 

    apresentará por certo enviesamentos significativos no produto final. 

    Tendo  como  base  os  dados  estatísticos  recolhidos  3,  em  páginas 

    electrónicas  da  World   Wide  Web  do  Instituto  Nacional  de  Estatística (adiante  designado  por  INE),  da  Câmara Municipal  de  Sintra  (CMS), 

    referentes a  vários Censos nacionais efectuados, os mesmos evidenciam a 

    autonomia administrativa

     conseguida

     em

     1997

     relativamente

     a Queluz

     e 

    a causa que determinou o aparecimento desta área urbana: escassez de 

    oferta de habitação condizente com a procura em Lisboa e periferia há 

    umas décadas atrás, quer em quantidade, quer em preço. 

     Apresentam‐se  de  seguida  os  gráficos  relativos  aos  parâmetros 

    estatísticos  considerados  mais  relevantes  e  potenciadores  de  uma 

    caracterização  do  local,  por  forma  a  se  perceber  a  sua  dinâmica 

    populacional e a forma

     como

     o espaço

     se

     foi

     estruturando

     em

     termos

     de

     

    edificado. 

    Não  será  contudo  fora de propósito  referenciar neste momento  a 

    dimensão da Freguesia de Massamá, a qual  segundo o  INE detém uma 

    área  de  1.8  km2,  ou  seja  180  ha  (confirmada  também  por  medição 

    cartográfica), uma  vez que a exactidão deste  valor condiciona de  forma 

    soberana  qualquer  conclusão  que  se possa  retirar  quanto  a densidades 

    naquela freguesia,

     entre

     outras.

     

    Esta referência assume ainda maior relevância pelo  facto de se  ter 

    constatado em diversificada bibliografia sobre o local o  valor de 2,78 km2 

    para  aquela  área,  significando  assim  a  existência  de  uma  disparidade 

    3  Massamá ‐ Código Administrativo: Distrito 11 Concelho 11 Freguesia 16 Vide Anexo  – Dados Estatísticos 

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    grosseira entre os  valores decorrentes daquele parâmetro e os reais, nas 

    mesmas publicações. 

    Fig. 3 ‐ Evolução da População Residente [N.º de Residentes]. 

     A   desanexação  da  Freguesia  de Massamá  em  1997  da  de Queluz, 

     justifica o facto de só a partir do ano de 2001 se possuir dados estatísticos 

    referentes  à  freguesia.  Não  sendo  assim  surpresa   verificar  que  a 

    diminuição  de  população  em  Queluz  se  deveu  essencialmente  àquele 

    facto,  ou  seja,  a  uma  “migração  estatística”  de  população.  Registe‐se 

    contudo  a  conservação do número de habitantes na  freguesia  entre  os 

    Censos de 2001 e de 2011. 

    Teria  sido  porventura  interessante  para  este  estudo  possuir 

    informação populacional específica de Massamá  relativamente aos anos 

    de  1981  e  de  1991,  a  qual  permitiria  uma  comparação  evolutiva  e  em 

    paralelo entre a oferta de habitação e o “povoamento da área”, dado que 

    o primeiro  Alvará de Loteamento data do ano de  1979, como se poderá 

     validar adiante. 

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    Fig. 2 ‐ Distribuição da População Residente por Grupos Etários 

    No que

     concerne

     à distribuição

     da

     população

     por

     faixas

     etárias,

     esta

     

    reflecte um aglomerado populacional de cariz  jovem, com cerca de 76% 

    da população em idade activa. 

    Curioso será, possivelmente, Massamá apresentar  valores superiores 

    nos níveis de ensino mais elevados aos  verificados no Concelho de Sintra 

    e relativamente inferiores a estes no 1º e 2º Ciclos, atendendo a que tem 

    uma menor percentagem de habitantes sem qualquer nível de instrução. 

    Fig. 3 ‐ Nível de Ensino da População Residente Freguesia vs. Concelho de Sintra 

    0‐14 anos16%

    15‐24 anos13%

    25‐64 anos60%

    >= 65 anos11%

    17,23%

    19,60%

    13,06%

    19,88%

    17,11%

    1,78%

    11,35%

    14,04%

    14,40%

    11,17%

    19,56%

    20,54%

    2,11%

    18,18%

    0% 5% 10% 15% 20% 25%

    Nenhum

    1º Ciclo

    2º Ciclo

    3º Ciclo

    Secundário

    Pós‐Secundário

    Superior

    Nível de Ensino Freguesia de MassamáConcelho de Sintra

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    Fig. 6 ‐ Número de Edifícios Construídos por Época de Construção 

    Relativamente  ao  edificado  e  confirmando  o  anteriormente 

    descrito,  dos  1013  edifícios  existentes  na  freguesia  a  grande  maioria 

    remonta estatisticamente a sua construção ao período entre 1971 e  1990. 

    Na realidade, se se atender às datas dos  Alvarás de Loteamento e às áreas 

    a  que  os mesmos  correspondem,  verifica‐se  que  o  mais  correcto  será 

    considerar  a  década  de  80  como  a  relativa  à  edificação  dos  58%  do 

    número total das edificações actuais. 

    Fig. 7  – Percentagem de Edifícios por N.º de Alojamentos/Edifício 

    1 14

    89

    584

    325

    0

    100

    200

    300

    400

    500

    600

    700

    Anterior a1919

    1919‐1945 1946‐1970 1971‐1990 1991‐2011      N .      º

          d    e      E      D      I      F       Í      C      I      O      S      C

          O      N      S      T      R      U       Í      D      O      S

    ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO

    Com 116%

    Com 2 a 6

    8%

    Com 7 a 1240%

    Com 13 ou mais36%

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    Saliente‐se  a  elevada  percentagem  de  edifícios  com mais  de  sete 

    alojamentos/edifício  (76%),  valor  que por  si deixa  antever,  até  a  quem 

    não conheça o lugar, uma opção de ocupação urbanística em altura. 

    Fig. 8 ‐ Comparativo Concelho ‐ Freguesia da Distribuição 

    de Edifícios

     por

     Utilização

     Principal

     

    Com  a maior  parte  dos  seus  edifícios  de  uso  residencial,  seja  de 

    natureza exclusiva ou principalmente residencial, a ideia que por  vezes é 

    transmitida,  inclusivamente  em  publicações,  de  que  Massamá  é  um 

    “aglomerado de 2ª habitação”  cai por  terra  ao  se  verificar que 83% dos 

    alojamentos  são de  residência habitual e apenas 8%  se assumem  como 

    residência secundária. 

    Por último, atente‐se na percentagem de alojamentos de residência 

    habitual  que  não  possuem  lugar  de  estacionamento  (75%),  segundo  o 

    INE,   valor  este  que  merecerá  as  devidas  considerações  em  capítulo 

    próprio deste trabalho, uma  vez que, dado o alto  valor que regista, poder 

    78,08%

    21,42%0,49%

    92,38%

    6,91% 0,72%0%

    10%

    20%30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    80%

    90%

    100%

    ExclusivamenteResidencial

    Principalmenteresidencial

    Principalmente nãoresidencial

    Tipo de Utilização Principal

    Fregueia de Massamá

    Concelho de Sintra

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     vir a ser condicionador da forma urbana ou de problemas de mobilidade 

    na área. 

    Fig. 9 ‐ Distribuição de Alojamentos por Forma de Ocupação 

    Fig. 10  – Existência de Lugar de Estacionamento nos Alojamentos de Residência Habitual 

    Residência Habitual

    83%

    Residência Secundária

    8%Vago9%

    Com 25%

    Sem75%

    Lugar de Estacionamento

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    Massamá apenas como um dormitório da cidade. Se no seu início assim o 

    era, atente‐se no número de  viagens de comboio que o aglomerado gera, 

    sensivelmente 14 mil, distribuídas por partidas e chegadas. 

    Se 

    se 

    pensar 

    num 

    número 

    para 

    as 

     viagens 

    geradas 

    em 

    termos 

    de 

    tráfego  rodoviário  e  se  considerar  a  população  existente,  verificar‐se‐á 

    um número substancial de habitantes que durante o dia permanecem em 

    Massamá. 

    Tal  facto  é  corroborado  pelo  levantamento  efectuado  de 

    equipamentos,  comércios  e  serviços  na  freguesia,  o  qual  por  si  só 

    apresenta  números  relevantes  da   vivência  na  área,  não  se  podendo 

    descurar os

     outros

     existentes

     nas

     partes

     do

     aglomerado

     pertencentes

     à 

    freguesia  de  Belas  e  Monte   Abraão  que  com  esta  fazem  fronteira, 

    aumentando assim substancialmente a oferta. 

    Tipo Equipamentos , Comércio e Serviços Unidades

    Jardins de Infância  (Públicos, Privados e  Coopera ti vos ) 13

    Escolas Primárias 2

    Escolas Básicas 1

    Escolas Secundárias 1

    Médicos (Clínicas  e Consultórios) 14

    Farmácias 5

    Mercearias  e Supermercados 12

    Padarias, Pastelarias e Cafés 12

    Postos  de Abastecimento  2

    Papelarias/ Tabacarias 2

    Correios 1

    Companhias de Seguros 9

    Informática 18

    Domésticos 4

    Contabilidade e Gestão 18

    Bancos 

    9Técnicos 3

    Restaurantes e Cafés 13

    Bares e Discotecas 3

    Ginásios 2

    Polidesportivos 5

    Locais de Culto Igrejas (Católica, Evangélica  e Pentecostal) 3

    Freguesia de Massamá

    Escolas

    Saúde

    Compras

    Serviços

    Lazer

    Desporto

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    Em resumo, o aglomerado urbano de Massamá apresenta: 

      Em termos populacionais, uma população maioritariamente 

    em idade

     activa,

     em

     que

     60%

     da

     mesma

     detém

     um

     nível

     de

     

    instrução  superior ao  3º Ciclo de ensino,  repartida por um 

    conjunto  maioritário  de  famílias  com  dimensão  igual  ou 

    superior a 2 elementos (80% do total); 

      Em  termos  de  edificado,  a  área  inscreve  uma  edificação 

    relativamente recente, com o grande grosso da construção a 

    ocorrer  durante  a  década  de  80,  em  edifícios  com  um 

    número de alojamentos/fogos normalmente superiores a 7, 

    sendo na sua quase totalidade destinados a uso residencial e 

    sem lugar de estacionamento no interior dos fogos; 

      Um número relevante de equipamentos, comércio e serviços 

    que traduzem uma dinâmica económica própria; 

      Uma  duração  dos  tempos  de  percurso,  de  natureza 

    ferroviária e rodoviária,

     relativamente

     curta

     e 

    suficientemente  agradáveis para quem  trabalha em Lisboa, 

    tornando‐se assim numa opção residencial para estes. 

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       /   8   9

     

    2.3 Rede Viária 

     A  Rede  Viária de Massamá  foi caracterizada e hierarquizada tendo 

    como base o preconizado pela Brochura Técnica/Temática “Rede  Viária – 

    Princípios  de  Planeamento  e  Desenho,  produzida  pelo  Instituto  da 

    Mobilidade e Transportes Terrestres, I.P.5 

     A  classificação das  várias  vias que compõem aquela  rede assentou 

    não só nas características físicas dos seus perfis, como também na relação 

    entre as  funções mobilidade e acessibilidade (vide  figura seguinte6) que 

    as  mesmas  desempenham  em  termos  rodoviários  na  área  urbana, 

    observadas in loco.  Assim e apesar da rede  viária urbana ser habitualmente constituída 

    pelos níveis 3º, 4º e 5º,  fará todo o sentido, no presente caso, a  inclusão 

    das  vias  do  2º  nível  nesta  hierarquização,  dado  serem  vias  internas  ao 

    agregado 

    urbano 

    com 

    caractér 

    estruturante 

    distribuidor 

    na 

    zona, 

    à 

    mistura/sobreposição  entre  as  redes  do  2º  e  3º  níveis,  bem  como  o 

    objectivo subjacente à sua utilização pelos utentes. 

    Convirá referir à  priori que o 2º Nível da hierarquia é efectivamente um  só  na  sua  função  dentro  da  rede,  tendo‐se  no  entanto  entendido 

    aconselhável,  em  termos  de  planta,  para  uma melhor  compreensão  da 

    forma  como  se  distribuem  os  fluxos  de  circulação  e  o modo  como  o 

    espaço 

    urbano 

    se 

    estrutura, 

    diferenciar/realçar 

    as 

     vias 

    com 

    perfil 

    de 

    alameda relativamente às restantes do mesmo nível. 5 Brochura Técnica/Temática “Rede Viária  – Princípios de Planeamento e Desenho”, pertencente ao 

    “Pacote da Mobilidade” do MITT,I.P., o qual se consubstancia num produto de vários documentos enquadradores para a abordagem de questões relacionadas com o território, acessibilidades, transportes e a mobilidade, realizado por diversos agentes da comunidade técnico‐científica, visando garantir a maior coerência entre as peças e o mais amplo consenso nesta acerca dos objectivos e conteúdos dos mesmos. 6 Gráfico adaptado à área de estudo tendo como fonte Cahier TEA nº8  – Les voiries urbaines ‐ 1995 

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     URBANIZAÇÃO E ESPAÇO PÚBLICO 

       2   3

       /   8   9

     

    Fig. 13 ‐ Hierarquia das Vias em função da Mobilidade ‐ Acessibilidade 

    Em conformidade com o exposto,  resultou a seguinte classificação 

    de  vias,  com  o  respectivo  descritivo  funcional  que  lhe  está  associado, 

    ilustrado na Planta da Rede  Viária que adiante também se apresenta: 

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     URBANIZAÇÃO E ESPAÇO PÚBLICO 

       2   4

       /   8   9

    1º Nível

    Rede Supra Concelhia

    Garante sobretudo as ligações intermunicipais e 

    regionais, os principais acessos à Freguesia e as 

    deslocações intraconcelhias de maior distância.

    2º Nível

    Rede Estruturante

    e de

     Distribuição

     Principal

    Compõe‐se pelas vias que realizam a distribuição dos 

    maiores fluxos de tráfego na Freguesia, bem como os 

    percursos 

    de 

    média 

    distância 

    acesso 

    à 

    rede 

    do 

    1º 

    nível.

    3º Nível

    Rede de Distribuição Secundária 

    Integra as vias internas aos aglomerados urbanos, 

    proporcionando a distribuição próxima e o 

    encaminhamento dos fluxos de tráfego para o nível 

    superior.

    4º Nível

    Rede de Distribuição Local

    (rede de proximidade)

    Estruturante ao nível do Bairro, com alguma 

    capacidade de escoamento, onde o peão  já assume 

    papel principal.

    5º Nível

    Rede de Acesso Local

    Comporta as vias com condições privilegiadas para a 

    circulação pedonal, mas assegurando oacesso 

    rodoviário ao edificado.

     

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    Fig. 14 ‐ Hierarquia da Rede Viária ‐ Planta 

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    3. Processo de Urbanização e seu Enquadramento 

    Legal 

    3.1 Enquadramento Legal 

     A   meio  do  Século  XX   a  deslocação  por  todo  o  mundo  para  os 

    centros urbanos de massas populacionais cada  vez maiores constituiu um 

    movimento  irreversível,  consubstanciando  assim  o   índice  de 

    desenvolvimento económico existente à época. 

    Tal facto provoca um aumento contínuo da procura de habitações e 

    impõe  um  alargamento  intenso  dos  trabalhos  de  urbanização  e  das 

    instalações  de  equipamento  social,  obrigando,  consequentemente,  a 

    ocupação de áreas de terrenos cada  vez maiores. 

     A  este movimento Portugal não  foi alheio e a oferta de habitação 

    em Lisboa,

     a partir

     dos

     anos

     60,

     sofre

     as

     consequentes

      vicissitudes

     de

     um

     

    crescimento  populacional  dissonante  com  o  parque  habitacional  e  a 

    demanda existentes. 

    Destarte,  a  necessidade  de  criação  de  espaços  habitacionais  nos 

    arredores da capital que pudessem  responder em preço e condições de 

    acesso  ao  centro de Lisboa  surge  como  algo  inevitável, potenciador de 

    novas  oportunidades  de  negócio  no  ramo  imobiliário  e  de  um 

    desenvolvimento urbanístico

     assente

     numa

     deficiente

     capacidade

     de

     

    resposta das entidades administrativas do  território,  seja em  termos de 

    ferramentas de planeamento, seja em termos de fiscalização. 

     A   proliferação  destes  novos  centros  urbanos,  onde  se  inclui 

    Massamá,  localizados  próximos  de  infra‐estruturas  de  transportes  que 

    permitiam um fácil acesso ao centro de Lisboa e com preços de aquisição 

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    de  habitações  acessíveis  origina  um  êxodo  de  pessoas  do  centro  da 

    cidade,  dado  que  não  obstante  não  viverem  nele  era‐lhes  permitido  a 

    deslocação diária para trabalhar. 

    Com 

    construção 

    da 

    linha 

    ferroviária 

    de 

    Sintra 

    do 

    IC19, 

    este 

    concelho  regista  assim  uma  elevada  procura  e  um  consequente 

    desenvolvimento  populacional,  sendo  os  terrenos  nas  imediações 

    daquelas  infra‐estruturas  alvo  das  melhores  atenções  do  ramo 

    imobiliário, uma  vez que constituíam uma boa oportunidade de negócio. 

     A   um  crescimento  desmesurado,  sem  qualquer  tipo  de 

    regulamentação  e  sem  meios  eficazes  de  fiscalização  que  pudessem 

    contrariar esta

     situação

     insustentável,

     foi

     notório

     um

     aumento

     

    especulativo de preços dos solos e posteriormente dos fogos, bem como 

    do  seu  aproveitamento  indiscriminado  para  construção  urbana 

    clandestina, tanto por parte de alguns indivíduos, como de empresas de 

    construção  de  habitações,  o  que  neste  último  ponto  (habitação 

    clandestina), convirá referir, não foi o caso de Massamá. 

    Concomitantemente,  o  encarecimento  dos  terrenos  conduziu  a 

    soluções aparentemente

     mais

     económicas,

     mas

     técnica

     e socialmente

     

    inapropriadas,  já que obrigavam à implantação de bairros em zonas cada 

     vez mais afastadas, gerando  inconvenientes de  vária ordem, de onde se 

    destacam: 

      O  desordenado  crescimento  de  infra‐estruturas  urbanas  e 

    dos equipamentos sociais, tal como o agravamento dos seus 

    custos de instalação e funcionamento; 

      O  excessivo  afastamento  dos  locais  de  trabalho  dos 

    habitantes,  com  os  inerentes  impactos  nos  orçamentos 

    familiares e economia em geral (não extravasando as razões 

    de natureza económica). 

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     A   situação  instalada  originou  graves  repercussões  quer  para  as 

    Câmaras Municipais e  Administração Pública, quer para os particulares 

    de  boa‐fé,  pois  intrinsecamente  associada  à  construção  de  edificações 

    está a  realização de obras de urbanização, ou de  infra‐estruturação dos 

    espaços  urbanos  (redes  de  saneamento,  de  águas  pluviais,  de 

    abastecimento  de  água,…),  as  quais  só   viriam  a  ser  construídas  e 

    mantidas posteriormente pelas autarquias, a custos mais elevados e sem 

    qualquer tipo de retorno do investimento público. 

    Poder‐se‐á adivinhar que o status quo urbanístico instalado à época não seria o mais favorável à observação de um desenvolvimento racional 

    do plano de desenvolvimento urbano do  território e nem  se consumou 

    este  mesmo  desenvolvimento  por  operações  de  loteamento 

    indispensáveis à criação de infra‐estruturas urbanas. 

    Emerge  assim,  nas  entidades  que  administram  o  território,  a 

    necessidade de possuírem instrumentos legais que lhes permitam ter um 

    outro  tipo de controlo e de  intervenção no desenvolvimento do espaço 

    urbano  e  transformação  de  usos  do  solo,  tal  como  na  regulação  dos 

    aspectos especulativos que lhe  vinham a estar associados. 

    Desta  forma, com a aprovação do Decreto‐Lei n.º 46673, de 29 de 

    Novembro  de  1965,  é  facultado  às  autoridades  administrativas 

    responsáveis os meios  legais  eficientes de  intervenção nos  loteamentos 

    urbanos, cuidando de estabelecer prescrições ao nível do loteamento e de 

    licenças de construção. 

    Ressalta‐se  desta  disposição  legal  o  facto  de  fazer  depender  o 

    loteamento de

     licença

     camarária

     da

     situação

     do

     prédio,

     condicionada

     aos

     

    pareceres  do  seu  serviço  de  obras  de  urbanização  e  da  respectiva 

    Comissão de  Arte e  Arqueologia, bem como ao parecer da Direcção‐Geral 

    dos  Serviços  de  Urbanização  quando  a  proposta  de  loteamento  for 

    requerida  para  zonas  não  previstas  em  plano  ou  anteplano  de 

    urbanização aprovado. 

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    Posteriormente, em  1970 e em  1976,  são publicados o Decreto‐Lei 

    nº576/70, de  19 de Novembro, que define a política de solos  tendente à 

    diminuição dos custos de  terrenos para construção, e o Decreto‐Lei n.º 

    794/76,  de  5  de  Novembro,  que  aprova  a  nova  política  de  solos, 

    substituindo  integralmente o anterior decreto mencionado na parte em 

    que se definem os princípios e normas fundamentais sobre a política de 

    solos,  concentrando  e  sistematizando  paralelamente  os  dispositivos 

    dispersos por leis avulsas. 

    Será de realçar, como nota que se  julga importante, que a legislação 

    referida prevê  já naquela época o estabelecimento de “parcerias” entre o 

    sector público e o privado no sentido de evitar a especulação imobiliária 

    e permitir a rápida solução do problema habitacional. 

    Legislação posterior  foi  criada na área dos  solos, ordenamento do 

    território  e  do  direito  urbanístico,  no  entanto  a  exclusiva  referência  a 

    estes  três decretos prende‐se  com o  facto de praticamente a  totalidade 

    dos loteamentos, construídos na freguesia de Massamá, estarem apenas a 

    eles sujeitos e não subordinados a disposições legais mais recentes, como 

    se poderá  verificar pelo ano dos  Alvarás de Loteamento. 

    3.2 Processo de Urbanização 

    Posto  o  enquadramento  legal  efectuado  e  as  razões  que 

    determinaram  a  sua  génese,  crê‐se  que  o  surgimento  de Massamá  se 

    deveu 

    à 

    situação 

    contextual 

    anteriormente 

    aduzida, 

    ou 

    seja, 

    em 

    resultado 

    de uma crise na oferta de habitação em Lisboa e consequente inflação do 

    preço da mesma, aliado a um factor de localização relativamente à capital 

    bastante favorável e cuja existência de infra‐estruturas de transporte, seja 

    de  natureza  rodoviária,  seja  de  natureza  ferroviária,  ainda  tornavam  a 

    zona mais próxima e convidativa a ser uma opção de residência. 

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    Paralelamente, com o aumento do poder económico das famílias na 

    década de 80, observou‐se o fenómeno de compra de segunda habitação 

    nesta  zona,  como  forma  de  investimento,  facto  que  deixou  de  ter 

    qualquer tipo de relevância como o demonstra a percentagem de 8% das 

    habitações se constituíram como secundárias. 

    Pelo observado no  local,  localização  e dimensão  relativamente  ao 

    total da área da freguesia, pela bibliografia consultada e dados recolhidos, 

    pôde‐se  constatar opções distintas de urbanização do espaço geradoras 

    de percepções singulares. 

    Uma  assente  em  índices  de  construção  densificada  e  em  altura, 

    prédios em

     banda

     de

     8 a 11

     pisos

     (urbanização

     da

     empresa

     Pimenta

     &

     

    Rendeiro, composta por 6 fases, correspondentes a 6 loteamentos). 

    Outra,  privilegiando  uma  ocupação  do  espaço  com  menores 

    densidades, cércea de 4 pisos e generosos espaços públicos  intersticiais 

    entre edifícios (loteamento da empresa  Amadeu Mota). 

    Se bem que um tema não será independente do outro, uma  vez que 

    normalmente  é um daqueles  casos  causa‐efeito,  como  iremos  verificar, 

    remete‐se  para  a  análise  da  forma  urbana  (capítulo  seguinte)  o 

    aprofundar  do  conhecimento  da  mesma,  sem  no  entanto  deixar  de 

    avocar,  quando  pertinente,  um  ou  outro  elemento/parâmetro  que 

    permita ilustrar e/ou facilitar a compreensão do processo de urbanização. 

    Sucede  assim,  que  o  primeiro   Alvará  de  Loteamento  para  a 

    freguesia  de  Massamá,  do  promotor   Amadeu  Mota,  remonta  a  1977 

    (alvará n.º 9/77) e resultou num conjunto urbano equilibrado, deixando 

    transparecer um grande empenho da CMS em  realizar um  controlo do 

    desenvolvimento  urbano  local,  patente,  por  exemplo,  nas  áreas  de 

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    cedência  por  fogo  para  o  domínio  público  (165 m2/fogo),  no  índice  de 

    construção de 0,46 e na densidade habitacional bruta de 38,6 hab/ha. 7 

    No  entanto, proprietária  de uma  área  considerável de  terrenos,  à 

    qual 

     veio 

    ainda 

    incrementar 

    novos 

    entretanto 

    adquiridos, 

    tendo 

    procedido  ao  seu  emparcelamento,  a  empresa  Pimenta  &  Rendeiro 

    apresentou  à  Câmara  Municipal  uma  Proposta  de  Estudo  Prévio  de 

    Urbanização que preconizava uma densidade habitacional global de 300 

    hab/ha.  Á   densidade proposta  contrapôs  o Município  e  as  autoridades 

    centrais com um  valor de 250 hab/ha, o qual foi o aprovado. 

    Fig. 15 ‐ Estudo Prévio de Urbanização 

    Pese embora se prevê‐se no estudo prévio uma densificação da zona 

    central da

     urbanização,

     correspondente

     à 6ª

     fase,

     ou

     seja,

     ao

      Alvará

     n.º

     

    8/89,  o  crescente  aumento  admitido  pelo Município  para  a  densidade 

    habitacional nas  várias  fases, culmina na última (sexta) com um  valor a 

    rondar os 600 hab/ha. 

    7Os valores indicados, tal como os seguintes relativos aos mesmos parâmetros/ urbanísticos tiveram como fonte a Tese de Mestrado de Carlos Moreira da Cruz. 

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    Tal situação, eleva a densidade habitacional global da urbanização 

    para sensivelmente 360 hab/ha e o  índice de construção para 1,2, sem que 

    para isso exista lugar a um aumento das cedências, que se situam nos 67 

    m2 por fogo. 

     Atente‐se na disparidade de  valores existentes entre as duas formas 

    de urbanizar. 

    Refira‐se  que  a  Proposta  de  Estudo  Prévio  apresentada  incluía  a 

    área do  Alvará n.º 9/77 anteriormente referida. 

     A  concentração da posse do solo num único proprietário, associada 

    à  alta  capacidade  financeira do mesmo  e  consequente possibilidade de 

    investimento  em  equipamentos  públicos,  parecem  ter  sido  os motivos 

    que levaram a Câmara Municipal a sucumbir no processo de negociação 

    com o privado e este a  ver, quase sempre, as suas propostas aprovadas. 

    E supõe‐se tal, assente em dois motivos: 

    i)  Existência de quadro legal normativo que dotava a Câmara e 

    restantes entidades administrativas com tutela sobre aquela 

    área de

     instrumentos

     para

     a tomada

     de

     outras

     

    posições/decisões; 

    ii)  Técnicos  de  planeamento  a  tentarem  conter  as  propostas 

     vindas  dos  urbanizadores,  criticando  o  processo  de 

    urbanização,  desde  o  nível  da  rede  viária  ao  programa  de 

    urbanização  e  aptidão  urbanística  das  áreas  de  cedência 

    (localização, declives, equipamentos e espaços públicos). 

    Esta  cedência  originou  uma  propensão  para  a  desvalorização  da 

    relevância  da  posse  de  espaços  públicos  e  do  planeamento,  deixando 

    aquele território de ser encarado como uma parcela única e coerente de 

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    solo,  para  passar  a  se  apresentar  no  final  como  o  resultado  de 

    intervenções urbanizadoras com fracos laços de conexidade entre si. 

    Mais situações haveria a referenciar, desde “transformações” de uso 

    do 

    solo 

    dirimidas 

     judicialmente, 

    à 

    admissão 

    pelo 

    município 

    de 

    crescimentos  progressivos  dos  valores  habitacionais  para  as  diferentes 

    áreas das 6  fases da urbanização Pimenta & Rendeiro, entre outras, mas 

    que  apesar  de  possivelmente  interessantes  poderiam  direccionar  o 

    presente trabalho para outros azimutes. 

    Em  remate,  deixa‐se  claro  que  o  produto  final  edificado,  quer  se 

    goste, ou não goste, não deixa de ser nada mais, nada menos, do que o 

    fruto de

     uma

     opção

     política

    8

     de

     ocupação

     do

     território

     e de

     uma

     

    desarticulação  verificada entre entidades com  jurisdição sobre a mesma 

    parcela do território. 

    8 Sentido lato. 

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    4. Forma Urbana e Unidades Tipo‐Morfológicas 

    4.1 Forma Urbana 

     A   forma  urbana  de Massamá  foi  fortemente  condicionada  pelas 

    opções subjacentes ao processo de urbanização da área, como se poderá 

    deduzir do

     capítulo

     anterior.

     

    Por outro lado, a proximidade das infra‐estruturas rodoviárias supra 

    concelhias, a Sul e a Oriente (IC19 e CREL, respectivamente), e ferroviária 

    a  Sul  (linha  suburbana  de  Sintra),  provocam  um  efeito  barreira  que 

    contém e condiciona as dinâmicas do aglomerado e os fluxos de entrada 

    e saída do mesmo, uma  vez que é principalmente por duas  vias (Rua da 

    Milharada  e  Rua Direita  de Massamá)  que  se  operam  os movimentos 

    pendulares diários

     daqueles

     que

     desenvolvem

     a sua

     actividade

     

    profissional fora da freguesia. 

    Distinguem‐se  na  área  da  freguesia  claramente  duas  zonas 

    urbanísticas  em  função  do  uso:  uma  industrial;  outra 

    predominantemente residencial. 

     Apresentando  uma  alternância  entre  a  utilização  de  blocos  de 

    edifícios em banda, dispostos paralelamente aos arruamentos principais, 

    nuns  casos,  e  perpendicularmente  noutros,  e  a  utilização  de moradias 

    isoladas  decorrentes  de  loteamentos,  a  forma  urbana  apresenta‐se 

    diversificada e heterogénea, tal como a sua arquitectura. 

     A  aposta num  tipo de ocupação baseada em  funções de uso, com 

    predominância  do  exclusivamente  residencial  (78,8%  dos  edifícios), 

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    Refira‐se  por  último,  que  a  área  denota  uma  tentativa  de 

    qualificação e requalificação do espaço, através da dotação do mesmo de 

    equipamentos e serviços sociais, bem como pela arborização dos espaços 

     verdes/ajardinados e renovação do mobiliário urbano. 

    Todavia,  uma  deficiente  manutenção  e  conservação  do  espaço 

    público  provocarão  pouca  atractividade  na  população  ao  seu  uso  e  na 

    forma como este é interiorizado. 

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    4.2 Unidades Tipo‐Morfológicas 

    Massamá  apresenta  diferenciados  tipos  morfológicos, 

    complementando‐se  nuns  casos,  mas  ostentando  noutros  um  forte 

    contraste. 

    Para  efeitos  do  presente  estudo,  em  termos  de  Unidades  Tipo‐

    Morfológicas, foi escolhida uma área que é de referência no aglomerado, 

    compreendendo  o  loteamento  inicial  de  1977  (alvará  n.º  9/77,  do 

    promotor  Amadeu

     Mota)

     e quase

     a totalidade

     da

     6ª

     Fase

     da

     Urbanização

     

    Pimenta e Rendeiro (alvará n.º 8/89). 

    Na  área  referida  inscrevem‐se  zonas  onde predomina  a habitação 

    em moradias  isoladas  (Ro203 e R0206), blocos de prédios de 4 andares 

    em banda, com um  forte desafogo de espaço público ajardinado em seu 

    redor  (R00406  e  R0409),  edifícios  em  banda  de  6  a  8  pisos  (R0604  e 

    Ro0804), havendo alguns que pontualmente atingem os 11. 

    O aspecto arquitectónico das edificações  varia, denotando as  várias 

    épocas em que  foi estas  foram construídas. De salientar a existência de 

    alguns edifícios interessantes do ponto de  vista da sua arquitectura, não 

    fora o  caso de  se  encontrarem  literalmente  entalados  entre outros que 

    não lhes dão a respiração merecida. 

    Saliente‐se a existência de  ritmos diferentes nos planos marginais, 

    mas  que  nos  casos  mais  “acelerados”  não  conseguem  impedir 

    completamente a densificação de construção e a opressão que a mesma 

    transmite. 

    Relativamente  aos   índices  urbanísticos  calculados  (cálculos  em 

    anexo), os mesmos revelam a heterogeneidade registada na área alvo de 

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    estudo  e  uma  diluição  da  densificação  pela  área  de menor  índice  de 

    construção 

    Fig. 17

    ‐Quadro

     Resumo

     de

     Índices

     Totais

     Urbanísticos

     

    LOTES IMPLANTAÇÃO CONSTRUÇÃO ÍNDICE DE OCUPAÇÃO ÍNDICE DE UTILIZAÇÃO

    Edifícos Residenciais  ou Mistos 102 645 68 868 507 711 0,67 4,95

    Industrial 72 854 36 076 72 152 0,50 0,99

    Equipamentos 11 291 4 677 11 693 0,41 1,04

    Espaços Verdes 22 693 22 693 0 1,00 0,00

    Arruamentos 349 123

    Área Total Bruta 558 606 481 437 591 556 0,86 1,06

    Área Total Líquida 209 483 132 314 591 556 0,63 2,82

    Obs: áreas em  m2.

    ÁREA 

    TOTAIS ÍNDICES

    ÁREA EM ESTUDO ‐ QUADRO RESUMO DE ÍNDICES

    ZONA /ÁREA

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    Fig. 18 ‐ Aglomerado Urbano de Massamá ‐ Identificação de Freguesias 

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    Fig. 19 ‐ Alvarás de Loteamento na Freguesia de Massamá ‐ Localização 

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    Fig. 20 ‐ Massamá  – Processo de Identificação de Unidades Tipo‐Morfológicas 

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    Fig. 21 ‐ Freg. de Massamá ‐ Planta de Identificação de Unidades Tipo‐Morfológicas e 

    da Área

     estudada

     em

     termos

     de

     Índices

     Urbanísticos

     

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    Fig. 22 ‐ Freguesia de Massamá ‐ Planta de UTM e de vazios do Espaço Edificado 

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    5. Análise do Espaço Urbano e da “Qualidade de 

    Vida do

     Bairro”

     

    “O  espaço  público  de  uma  cidade  é  formado  pelo  sistema  de 

    espaços públicos livres (ruas, praças,  jardins, parques, praias, rios, mar) e 

    pelos  elementos morfológicos  que  são  visíveis  a  partir  destes  espaços. 

    Engloba por

     um

     lado,

     aquilo

     a que

     chamamos

     paisagem

     urbana,

     e por

     

    outro,  as  fachadas  que  formam  uma  interface  entre  espaço  público  e 

    privado.”9 

     Assim, o espaço público “(…) pode organizar um território capaz de 

    suportar diversos usos e funções (…), ser um espaço da continuidade e da 

    diferenciação,  ordenador do bairro,  articulador da  cidade,  estruturador 

    da região urbana (…), referência urbanística, manifestações da história e 

    da  vontade

     do

     poder,

     símbolo

     de

     identidade

     colectiva”.10

     

     Ao  longo  dos  tempos  as  pessoas  têm‐se  tornado  mais 

    individualistas e o espaço público deixou de ser um ponto de encontro 

    social  e  de  partilha  de  diferentes  culturas.   Associado  a  este 

    individualismo,  a  proliferação  de  urbanizações  descurou  a  necessidade 

    destes  espaços  ao  considerar  que  os  seus  habitantes  não  os  usam,  em 

     virtude  de  passarem  o  dia  fora  de  casa.  Contudo,  o  espaço  público 

    constitui um modo de dar  identidade a um  lugar, pelo que não se pode 

    desprezar a sua dimensão. 

    9 Antoni Remesar  – Do Objecto ao Projecto  – Manual de Boas Práticas de Mobiliário Urbano em Centros 

    Históricos, pp. 10

     Bandão, P.; REMESSAR, A., 2000 

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    Os  espaços  públicos  devem  garantir  a  livre  fruição  das  pessoas  e 

    uma continuidade, indo ao mesmo tempo de encontro à criação de uma 

    malha urbana coerente e agradável. 

    Devem ter

     um

     carácter

     multi

    ‐funcional,

     proporcionando

     espaços

     

    próprios para actividade e movimento, garantindo a adequada circulação 

    de  veículos e de peões, acessos aos edifícios, bem como o  fornecimento 

    de luz e  ventilação para os edifícios e um adequado dimensionamento de 

    lugares de estacionamento, em complemento dos que deverão existir em 

    propriedade privada. 

    Em  resumo,  quer‐se  que  o  espaço  público  seja  um  lugar  de 

    interacção  e  sociabilidade  ligado  a  componentes  de  recreio,  lazer  e 

    consumo,  fazendo  assim parte de um  todo  que  se  completa  e não um 

    espaço de apenas obrigatória passagem. 

    5.1 Espaço Público de Massamá 

    Em Massamá o espaço público compreende as seguintes categorias: 

      Estações  e  Paragens  de  Transporte  Público  –  rodoviário, 

    ferroviário. 

      Estacionamento  de  Transporte  Privado  –  parques  de 

    estacionamento; lugares de estacionamento. 

      Praças, Largos e Passeios. 

      Espaços Comerciais – centros / núcleos comerciais. 

      Espaços   Verdes  de  Recreio  e  Lazer  –  parques  urbanos; 

    corredores   verdes;   jardins  e  espaços   verdes;  espaços  de 

    recreio e lazer. 

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     URBANIZAÇÃO E ESPAÇO PÚBLICO 

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      Espaços  de  Transição  –  espaços  intersticiais;  logradouros; 

    espaços  exteriores  dos  edifícios  e  sua  envolvente;  arcadas; 

    escadarias; 

      Infra‐Estruturas de Subsolo – rede de abastecimento de água 

    potável;  rede  de  distribuição  de  energia  eléctrica  e  de  gás; 

    rede  de  drenagem  de  águas  pluviais  e  de  águas  residuais; 

    rede  de  recolha  de  resíduos  sólidos  urbanos;  rede  de 

    semáforos; rede de telecomunicações e de televisão. 

     A  caracterização

     do

     espaço

     público

     em

     Massamá

     foi

     realizada

     tendo

     

    em linha de conta os critérios abaixo indicados: 

    ESPAÇO PÚBLICO URBANO

    Propriedade

    Privado (uso Público)

    Público

    Morfologia

    Aberto (exterior)

    Fechado (interior)

    Misto

    Projecção

    Horizontal

    Vertical

    Uso

    Pedonal

    Motorizado

    Multimodal

    Acesso

    limitado

    ilimitado

    Função

    Passagem

    Transição

    Estadia

    Outros espaços

    Atractividade

    Local

    Urbana

    Metropolitana

    Nacional

    Internacional

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    Propriedade –a maioria da área é de domínio público, designadamente  a 

    nível de  jardins, existindo  vários espaços possíveis de serem ajardinados. 

    Privado para uso público? 

    Morfologia –  A 

     morfologia

     urbana

     local

     é fechada

     para

     o interior,

     

    existindo  claramente  uma  divisão  interna  da  área  de  Massamá  em 

    diversos “sub‐bairros”. 

    Projecção  –  A  projecção de Massamá deu‐se  verticalmente, pois,  como 

    referido,  houve  uma  aposta  de  construção  em  altura,  de  forma  a 

    rentabilizar os terrenos urbanizáveis. 

    Uso 

    – 

    espaço 

    de 

    Massamá 

    é 

    multimodal, 

    sendo 

    transporte 

    ferroviário 

    o mais utilizado pelos habitantes, pois oferece uma qualidade de serviço 

    superior às  restantes existentes opções, aliando  conforto,  frequência de 

    passagem,  tempo  de  duração  da   viagem  e  preço.  O  uso  pedonal  é 

    limitado a arruamentos específicos, normalmente os de comércio, sendo 

    que as zonas habitacionais apresentam um uso pedonal reduzido. 

     Acesso  –  possui  na  sua  generalidade  um  nível  elevado  de  acesso  ao 

    espaço público

     e equipamentos

     urbanos

     de

     recreio

     e lazer,

     pese

     embora

     

    denote  nalgumas  zonas  algumas  limitações  impostas  pelo 

    estacionamento e outras barreiras, provocando assim uma diminuição da 

    atractividade desses espaços. 

    Função – com fluxos de entrada e saída de habitantes muito elevados, a 

    função da zona é maioritariamente de estadia, independentemente de ser 

    utilizada como zona de  transição/passagem de população  residente nas 

    redondezas, motivada

     pela

     existência

     da

     estação

     ferroviária.

     

     Atractividade – apenas de nível  local,  visto não atrair pessoas de outras 

    zonas,  nem  de  turistas,  dada  a  fraca  existência  de  actividades  que  a 

    motivem,  apesar  de  possuir  condições  ao  ar  livre  para  a  realização  de 

    grandes eventos (estádio do Real Sport Clube, por exemplo). 

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    São  vários os factores que influenciam os processos de urbanização 

    de um local e bem assim a forma e tipo de edificações a dispor no espaço. 

    Um desses  factores  e  sem dúvida um dos mais  importantes, pelo 

    seu aspecto

     fortemente

     condicionador

     é a fisiografia,

     a qual

     no

     presente

     

    caso  se  revela particular, pois apresenta um declive elevado em grande 

    parte  do  seu  território  e  algumas  linhas  de  água  que  intersectam  o 

    território de Norte para Sul. 

    Pensa‐se,  que  a  construção das  edificações  teve  em  atenção  estas 

    condicionantes e que se  terá desenvolvido de modo a que as principais 

     vias  de  acesso  directo  aos  prédios  tivessem  declives  pequenos, 

    permitindo uma melhor comodidade aos seus habitantes. 

    Fotografia em que se veja o declive acentuado.

    Grande 

    parte 

    dos 

    espaços 

    exteriores 

    agradáveis 

    para 

    se 

    estar 

    são, 

    normalmente,  aqueles  que  têm  árvores,  pois  transportam‐nos  para  o 

    contacto directo com a natureza, ainda que pontualmente. 

    Se por um lado a sombra é um elemento determinante na qualidade 

    dos espaços nas épocas soalheiras do ano, nas restantes ter‐se‐á que levar 

    em  linha de  conta a declinação  solar  aquando da plantação de  árvores 

    nos  espaços,  públicos  ou  privados,  independentemente  da  sensação 

    sempre 

    agradável 

     visualmente 

     valorizadora 

    que 

    fornecem 

    aos 

    mesmos 

    onde se encontram. Este facto deverá obrigar a uma criteriosa escolha do 

    tipo  de  árvore  e  sua  localização,  tal  como  da  relação  entre  os  vários 

    elementos que  compõem os  espaços,  como por  exemplo,  a  sua  relação 

    com  os  edifícios  envolventes,  dimensões  físicas  das  zonas  de  estar  e  a 

    largura da rua. 

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    Exigindo‐se  legalmente,  por  questões  de  salubridade  das 

    construções  o  cumprimento  da  afamada  regra  dos  45o  (Art.  59º  do 

    Regulamento Geral das Edificações11), o que diga‐se de passagem não se 

     verificar 

    em 

    alguns 

    casos 

    de 

    Massamá, 

    será 

    desprovido 

    de 

    sentido 

    que 

    se 

     venha  posteriormente  a  incorporar  de  forma  aleatória  elementos  que 

    contrariem o que se pretende evitar. 

    Fotografia

     A  necessidade de em Massamá prover o estacionamento de origem 

    residencial em superfície e no espaço público,  já anteriormente referido, 

    e a utilização de parte da faixa de rodagem para o mesmo efeito, interfere 

    negativamente na forma como o peão usa, circula no espaço público e se 

    sente atraído por este. 

    Repete‐se a ideia, de que possivelmente o carácter economicista de 

    tal  opção  relativamente  a  estacionamentos  em  cave,  revelou‐se  não  só 

    como  um  dos  factores  determinantes  da  forma  urbana, mas  também 

    decisivo na interpretação e utilização do espaço público. 

    Perfis transversais? (explicação mais detalhada dos diferentes tipos)

    11 Artigo 59.º, TÍTULO III  – Condições especiais relativas á salubridade das edificações e dos terrenos de 

    construção, CAPÍTULO II‐ Edificação em Conjunto, “A altura de qualquer  edificação será  fixada de  forma que em todos os  planos verticais  perpendiculares à  fachada nenhum dos seus elementos, com excepção de chaminés e acessórios decorativos, ultrapasse o limite definido  pela linha recta a 45 graus, traçada em cada um desses  planos a  partir  do alinhamento da edificação  fronteira, definido  pela intercessão do seu  plano com o terreno exterior.”  

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    Reconhecendo‐se  mais  uma   vez  a  largura  das   vias  e 

    consequentemente  dos  arruamentos  na  sua  generalidade,  também  se 

    deixa como

     registo

     a ideia

     de

     conforto

     que

     os

     arruamentos

     parecem

     

    transmitir, pois  a  existência de muitos  espaços passiveis de  terem  sido 

    ajardinados  e  arborizados  contribui  indiscutivelmente  para  essa 

    sensação. 

    Se  foi uma preocupação de projecto  inicial, esta não  teve a devida 

    correspondência  ao  longo  dos  tempos  por  quem  deveria  conservar 

    aqueles espaços, observando‐se nestas áreas uma certa degradação, como 

    consequência da

     falta

     de

     manutenção.

     

    Fig. 23

    ‐Parque

     Urbano

     de

     Massamá

     Norte

     

     A  Freguesia de Massamá encontra‐se bem dotada de equipamentos 

    públicos ao nível de escolas e polidesportivos, os quais revelam um nível 

    de acessibilidade elevado em função do seu uso. 

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     URBANIZAÇÃO E ESPAÇO PÚBLICO 

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       /   8   9

     Verdade  seja  dita,  que  as  críticas  inerentes  à  manutenção  e 

    conservação  de  espaços,  não  podem  nem minimizam  o  esforço  que  se 

    reconhece, através de  informação  recolhida, por parte da autarquia em 

     valorizar 

    espaço 

    em 

    colmatar 

    forte 

    deficiência 

    de 

    equipamentos 

    públicos existente há uns anos atrás. 

    Fotografia/ Raios de distância aos equipamentos?

     A   iluminação  pública  é  uma  condição  fulcral  na  qualidade  e 

    existência  das  actividades  urbanas  nocturnas,  podendo‐se  afirmar  que 

    não existiria  vida pública, a não ser a estritamente necessária, durante o 

    período nocturno não  só por  razões de  conforto  visual, mas  sobretudo 

    pela sensação de insegurança que transmite e potencia. 

    Esta  é  responsável  por  assegurar  “a  segurança  do  tráfego,  de 

     veículos e peões, a manutenção da ordem pública, incentiva o recreio ao 

    ar  livre, beneficia o  comércio, prolongando  a  visibilidade dos produtos 

    expostos, reforça as características e o significado de elementos urbanos 

    (ruas,  edifícios, monumentos,  vegetação,  etc.),  favorece  a  animação  da 

    paisagem urbana e cria condições de aprazibilidade e conforto”. 

     Análise de zonas específicas

    Inserir exemplos (fotografias)

  • 8/15/2019 Bairro de Massama - Analise dos Processos de Urbanização do Espaço

    54/89

     URBANIZAÇÃO E ESPAÇO PÚBLICO 

       5   4

       /   8   9

     J ardim/ Largo Salgueiro Maia

    Não é utilizado pelas pessoas

    Degradado

    Sem manutenção das áreas verdes pela CMS

    Zona de passeio dos cães

     J ardim rodeado por estacionamento

     J ardim com boa acessibilidade mas sem oferta e equipamentos às pessoas

    Proposta de acção local: Ajardinamento (parceria com privados), introdução de cafés,esplanadas, parque infantil ou máquinas e manutenção física.

     J ardim arranjado

    Manutenção da J unta de Freguesia de Massamá

     J ardim vedado com horário de abertura entre as 9h e as 20h00

    Ajardinamento

    Parque infantil

    Mini-Golf 

    Utilização frequente dos habitantes de várias idades.

    Ponto de encontro cultural perto da entrada do jardim.

    Nota: No exterior do jardim observa-se falta de manutenção das zonas verdes, sem sistemasde rega e sem ajardinamento.

    Clara intervenção da J unta unicamente no interior da área vedada.

     J ardim separado com muro e canas

    - Barreira de acesso para as pessoas

    Vivendas

    Vivendas de dois a três pisos com grandes áreas, representando uma faixa de habitantes comum nível de vida bastante superior à maioria dos habitantes de Massamá.

    Área já prevista no loteamento.

  • 8/15/2019 Bairro de Massama - Analise dos Processos de Urbanização do Espaço

    55/89

     URBANIZAÇÃO E ESPAÇO PÚBLICO 

       5   5

       /   8   9

     

    Cidade desportiva

    Localizada numa área inicialmente prevista para equipamentos.

    Prédios muito próximos, sentindo-se uma sensação de afunilam