bahia - fieb...do vestuÁrio de salvador, lauro de freitas, simões filho, candeias, camaçari, dias...
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ISSN 1679-2645
Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SIStema FIeB aNo XVII Nº 214 mar/aBr 2011
Bahia
InterIorIzar para somar Sistema Fieb lança programa que reforça atuação nas principais regiões do estado
� Bahia Indústria
Desconcentrar para crescerOs processos de industrialização promovem necessariamente
concentração espacial da riqueza? No Brasil, esta lógica do-
minou os primeiros anos da industrialização, ampliando a
distância entre o Sudeste e o restante do país. Nos anos 60,
o governo federal apostou no planejamento para reverter um
pouco a tendência, com iniciativas como a criação da Sudene.
Foi graças a esta estratégia que a economia baiana pôde se di-
namizar nas décadas seguintes.
Na mesma medida, porém, em que a Bahia encontrava seu
lugar no mapa da moderna indústria brasileira, novas desi-
gualdades se afirmavam dentro do nosso estado. E mesmo hoje
– com a diversificação proporcionada pelas políticas de atra-
ção de investimentos dos últimos anos – a geografia da nossa
produção industrial ainda está longe de permitir a distribuição
da riqueza que o Estado precisa.
O cenário é confirmado pelas estatísticas. Atualmente, a
Região Metropolitana de Salvador e o Recôncavo detêm, jun-
tos, nada menos que 60% do PIB industrial do estado. Já a re-
gião 0este, por exemplo, abrange 23 municípios e ocupa 20%
do território baiano, mas responde apenas por 5,4% do PIB.
As consequências negativas da concentração são inúmeras.
Sem investimentos que permitam a exploração de seu poten-
cial, os municípios vêem seu crescimento estancar. Na ausên-
cia de centros urbanos de médio porte atraentes, a população
migra de firma maciça para a capital e seu entorno; que sofrem
os efeitos perversos do inchaço populacional. Equilibrar o rit-
mo de crescimento econômico entre as diferentes regiões do
Estado é, portanto, uma meta essencial na busca pelo desen-
volvimento sustentável. E foi este diagnóstico que levou o Sis-
tema Fieb a lançar o Programa de Interiorização da Indústria.
O objetivo é contribuir para tornar áreas estratégicas da
Bahia mais atrativas e competitivas, estimulando as indústrias
a permanecer e se perpetuar nestas regiões. O caminho para a
interiorização tem grandes desafios a superar, que dependem
necessariamente de ações do setor público. Mas o Sistema Fieb
compreende que a iniciativa privada tem um papel importante
a cumprir nesta tarefa. O recado dado pelo presidente da en-
tidade aos empresários do oeste baiano é claro. “Não preten-
demos trazer soluções prontas. O futuro é de quem se mostrar
competente. E estamos juntos para o futuro.”
eDItorIaL
Hoje, a Região Metropolitana de Salvador e o Recôncavo detêm, juntos, nada menos que 60% do PIB industrial do estado. Já a região oeste, por exemplo, abrange 23 municípios e ocupa 20% do território baiano, mas responde apenas por 5,4% do PIB
O presidente da Fieb ao mostrar o
projeto para o empresariado do oeste:
“Estamos juntos para o futuro”
clá
udio
Fo
leto
� Bahia Indústria
SindicatoS filiadoS à fiEBSindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação e
tecelagem no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do Fumo no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria
do VeStuÁrio de SalVador, lauro de FreitaS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de extração de ÓleoS
VegetaiS e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da cerVeja
e de BeBidaS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do PaPel, celuloSe, PaPelão, PaSta
de madeira Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do
trigo, milho, mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúS-
tria de mineração de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conStrução do
eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS no eStado
da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS in-
dúStriaS de SaBõeS, detergenteS e ProdutoS de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
daS indúStriaS de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro de FreitaS, camaçari,
diaS d’ÁVila, Sto. antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS Ve-
getaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de PaniFicação e conFeitaria da cidade do SalVador, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS SintéticaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de material PlÁStico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindi-
cato da indúStria de ProdutoS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mineração de
Pedra Britada do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS QuímicoS Para FinS induStriaiS
e de ProdutoS FarmacêuticoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mÁrmoreS, granitoS e
SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS, SorVeteS, SucoS, con-
centradoS e lioFilizadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de carneS e deriVadoS do eStado
da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato da indúStria do moBiliÁrio do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de reFrigeração,
aQuecimento e tratamento de ar do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução ciVil
de itaBuna e ilhéuS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, [email protected] / Sindi-
cato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de
aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de telecomunicaçõeS do eStado da Bahia, [email protected]
/ Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico de Feira de Santana, [email protected] / Sin-
dicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de
FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de coSméticoS e de PerFumaria do eStado
da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFatoS de PlÁSticoS, BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS
hoSPitalareS, [email protected]
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ban; carlos Henrique Jorge Gantois; claudio Murilo
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Santos Bastos; leovegildo oliveira de Souza; luiz
Antonio de oliveira; Manuel Ventin Ventin; Maria
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Matos Vieira lima; Ruan José Rosário lorenzo; Mar-
cos Galindo Pereira lopes; Mário Augusto Rocha
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cintra Santos; Ricardo de Agostini lagoeiro
conSElhoScOnsElhO dE EcOnOmia Marcos de Meirelles Fon-
seca; cOnsElhO Para O dEsEnVOlVimEntO EmPrE-
sarial EstratégicO clóvis torres Júnior; cOnsElhO
dE assuntOs Fiscais E tributáriOs cláudio Murilo
Micheli Xavier; cOnsElhO dE cOmérciO ExtEriOr Reinaldo dantas Sampaio; cOnsElhO da micrO E
PEquEna EmPrEsa industrial carlos Henrique Jor-
ge Gantois; cOnsElhO dE inFraEstrutura Marcos
Galindo Pereira lopes; cOnsElhO dE mEiO ambiEntE irundi Sampaio edelweiss; cOmitê dE PEtrólEO E
gás eduardo Rappel; cOnsElhO dE tEcnOlOgia E
cOmPEtitiVidadE Antonio Hailton Miranda da costa;
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rial Marconi Andraos oliveira; cOnsElhO dE rEla-
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editada pela Superintendência
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lweiss, Maurício castro, cleber
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cleber Borges. EstagiáriO Fábio
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gramaçãO Ana clélia Rebouças.
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ciEb - cEntrO das indÚstrias dO EstadO da bahia
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6
18
Como o projeto ViraVida –
desenvolvido pelo Conselho Nacional
do Sesi – está ajudando a mudar a
realidade de 120 adolescentes vítimas
de exploração sexual
QUANDO O TRABALHO É PASSAPORTE PARA A AUTOESTIMA
Na esteira da descoberta do pré-sal,
a Petrobras anuncia investimentos
elevados para os próximos anos. Mas o
mercado nacional sofre com a carência
de pessoal qualificado
UMA PEDRA NO CAMINHO DA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO E GÁS
O futuro da
unidade, com a
retomada das
obras de
ampliação
CIMATEC 2013
Uma conversa
sobre energia com
o diretor-
presidente da
Coelba
MOISÉS SALES
Oeste é a primeira
região do estado a
receber o
Programa de
Interiorização
lançado pelo
Sistema Fieb
RUMO AO INTERIOR
sumárIo MaR/aBR 2011
16
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ilustração: gentil
3012
� Bahia Indústria
entrevIsta Moisés Afonso Sales Filho
diretor-presidente da coelba garante disponibilidade de energia para a expansão da indústria baiana e explica as razões das altas tarifas do setor
POR BárBara assisfOTOS artur ikishima
Natural do município baiano de Catu, o engenheiro eletricista
Moisés Afonso Sales Filho, 55 anos, é diretor-presidente da
Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia, onde ingres-
sou em 1976, como estagiário, e assumiu a presidência em julho
de 2003. Em 35 anos de empresa, atuou em diversas áreas, na capital e
interior da Bahia. Gerenciou o Centro Regional de Feira de Santana e o De-
partamento de Produção e Transmissão de Energia e coordenou as gerên-
cias regionais. Moisés Sales desempenhou ainda a função de diretor de
Engenharia. Em julho de 1997, após a privatização da empresa, assumiu a
Diretoria de Gestão de Ativos e, em janeiro de 2001, a Vice-presidência.
a energia é um insumo importante para o setor industrial e fator decisi-
vo na atração de novos empreendimentos. quais são as prioridades do
Plano de ação da coelba para 2011?
A Coelba tem duas grandes prioridades no plano de investimentos. Uma
é atender às novas demandas de energia; novas residências, indústrias,
o boom da construção civil e a área rural. O segundo grande foco é a
melhoria da qualidade do serviço. Nossa preocupação é fazer vários in-
vestimentos para, cada vez mais, melhorar a qualidade do serviço para
quem já tem energia.
Os investimentos da coelba para 2011 atendem às áreas de expansão
do estado, como o Oeste?
A Coelba atende toda a Bahia, com exceção dos municípios de Jandaira
e Rio Real, localizados no Nordeste do estado, na divisa com Sergipe.
Os nossos investimentos estão orçados para atender toda a demanda
de crescimento da Bahia. Temos obras em todo o estado e cada região
com algumas demandas especificas. Em Salvador, sem dúvida, a maior
demanda está concentrada na indústria da construção. Estamos cons-
truindo uma subestação nova no bairro de Patamares, que vai reforçar o
crescimento da Avenida Paralela. Há naquela região duas subestações e
vamos construir uma terceira. Ainda em Salvador, está sendo construída
“as indústrias podem despreocupar-se”
Bahia Indústria �
� Bahia Indústria
entrevIsta Moisés Afonso Sales Filho
uma subestação no Retiro, tendo em vista
o crescimento da construção civil e gran-
des empreendimentos que estão chegan-
do ao Acesso Norte. No oeste baiano, nos
preocupamos com a agroindústria. Temos
novas subestações em Luís Eduardo Ma-
galhaes, São Desidério, e vamos começar
uma grande obra, especificamente um in-
vestimento de mais de R$ 40 milhões na
região de Formosa do Rio Preto, passando
pela fronteira com Tocantins, onde há um
grande crescimento agrícola. Serão cons-
truídas diversas linhas e subestações na-
quela região.
a agência nacional de Energia Elétrica -
aneel estipula limite de investimento para
as concessionárias. O total de r$ 1,3 bi-
lhão é suficiente para atender à demanda
de expansão no estado?
Para atender à demanda, sim. Nós não
vamos deixar de atender nenhuma nova
grande demanda por causa da limitação.
Este limite estabelece um período mais
longo para o atendimento de determi-
nadas demandas, a exemplo da eletrifi-
cação rural. Na zona rural, temos uma
demanda muito grande. Já ligamos em
torno de 430 mil domicílios e devemos
chegar este ano a 500 mil. Ainda há um
excedente de mais de 250 mil domicílios
a ligar. Na eletrificação rural, estimamos
investir R$ 2,5 bilhões aproximadamen-
te, ou mais, e não dá para fazer isso de
uma vez. Primeiro porque não temos
capacidade de execução e para que se fi-
zesse de uma vez, ao tempo em que a car-
ga é pequena, a pressão na tarifa seria
muito alta. Dessa forma, a Aneel estabe-
lece um prazo mais longo e limita os re-
cursos a serem aplicados para execução
naquele período. Não existe limitação de
investimento por parte da Coelba para
atendimento às demandas da indústria,
desde que sejamos procurados com an-
tecedência. O industrial não pode tomar
a decisão de fazer um empreendimento,
não avisar à Coelba e pedir ligação elétri-
ca no dia em que ele estiver pronto, pois
pode ser que não tenhamos uma reserva para atender e, desta
forma, seja necessário a concessionária fazer uma obra. Eu não
tenho problema de recursos e investimentos, mas vou precisar
de prazo. Na Paralela, todos veem a quantidade de novas cons-
truções que estão acontecendo e muitos dos construtores nos
procuraram. Estamos ampliando algumas subestações, fazen-
do uma subestação nova e pensando em uma outra na região
do Imbuí. Isso ocorre porque o pessoal nos procurou com ante-
cedência. Nós conseguimos planejar e fazer.
Em quanto tempo a coelba consegue se planejar para atender
a um pedido de instalação ou ampliação de rede elétrica?
Dependendo do tamanho da indústria, posso falar em um ano
e meio, dois anos, até porque ninguém monta uma indústria
da uma hora para outra. Podemos citar o caso da Ferrovia
Oeste-Leste. Com o projeto da ferrovia, já há indústrias que se
preparam para se instalar naquela região, a exemplo da Bahia
Mineração, com a qual já estamos conversando há mais de um
ano. A Bamin começou a planejar sua instalação, pois vai de-
mandar muita energia. Estamos discutindo as alternativas e
soluções para que a instalação se dê paralelamente à nossa
atuação. Ela vai montar o canteiro de obras, a primeira fase da
indústria, e vai ter energia. Nós sabemos que a Ferrovia Oes-
te-Leste vai chegar a Ilhéus; ninguém nos procurou até o mo-
mento para falar de uma demanda de energia especifica, mas
a própria notícia da construção da ferrovia e do Porto Sul vai
atrair uma série de indústrias para aquela localidade. Enten-
demos que haverá uma grande demanda, iniciamos o projeto
de licenciamento ambiental para construir a segunda linha de
transmissão que vai chegar a Ilhéus. Quando ficamos sabendo
que o governo da Bahia decidiu melhorar o acesso para Itaca-
ré, fizemos uma segunda linha e uma subestação na região de
Barra Grande. Quando a estrada ficou pronta, nós estávamos
com a subestação e a linha, porque não era uma indústria es-
pecífica, um hotel específico, sabíamos que a estrada por si só
atrairia muito mais turistas e investimentos na região. Mas isso
não invalida que as pessoas procurem a Coelba.
um estudo revelou a elevação do custo da energia entre 2001
e 2009 para as indústrias. Por que o custo da energia é tão
alto no brasil?
Uma das questões que podem diferenciar o Brasil dos outros pa-
íses é a carga tributária. Aqui, metade da conta de energia é de
impostos e encargos. Acho que isso, por si só, já explica uma
boa diferença de custo entre o Brasil e outros países. Além disso,
muitos dos países do primeiro mundo já estão com a rede elé-
trica estabelecida e, assim, não demandam tanto investimento.
Em especial na zona rural, faz-se muito investimento com pouco
consumo. À medida em que os investimentos vão diminuindo
“Não existe limitação de investimento por parte da Coelba para atendimento à indústria, des-de que esta nos procure com antece-dência
Bahia Indústria �
e o consumo aumenta, eu vou ter mais
kW/h para dividir a tarifa. Ela não vai pa-
rar de crescer, mas tende a crescer menos.
Em dezembro de 2010, foi decidido pela
permanência de dois grandes encargos
previstos para serem extintos: RGR (Re-
serva Global de Reversão) e a CCC (Conta
de Consumo de Combustível), que impul-
sionam a tarifa. Exemplificando, a Coelba
fica com 30% do valor da conta de ener-
gia, 50% são destinados aos impostos e
encargos, 20% à geração e transmissão
da energia.
a bahia não participa do horário de ve-
rão e um dos motivos alegados é a pouca
economia que consegue na região nor-
deste. como a coelba vê essa decisão?
A rede da Coelba consegue atender com
ou sem horário de verão. Essa é uma de-
cisão do governo federal e a Coelba não
tem problema quanto à decisão. Eu con-
sidero bom ter o horário de verão, por
menor que seja a redução de consumo,
apesar do sacrifício da população, que
muitas vezes acaba acordando mais ce-
do. A Bahia é menor que o Sul e o Cen-
tro-Oeste, mas, por menor que seja o per-
centual de redução de consumo, sempre
vale a pena ter qualquer ação que contri-
bua para esta redução.
a coelba prevê investimento em outras
“Fazemos parte do Neoenergia, maior grupo de energia do Brasil em número de consumidores, com atuação e distribuição na Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte e geração em quase todas as regiões do país
fontes de energia renováveis?
Não. A Coelba só pode investir na distri-
buição de energia. Ou seja, eu compro
energia e vendo no varejo. Já a Neoener-
gia, dona da Coelba, pode e está inves-
tindo em outras fontes de energia reno-
váveis. Recentemente, na Bahia, ela par-
ticipou de um leilão e vai construir uma
usina eólica no oeste do estado e concluiu
a instalação da usina hidroelétrica tam-
bém no oeste. A experiência da Coelba
com energia renovável está voltada para
domicílios da zona rural, muito isolados,
ao colocar placa solar, inicialmente para
iluminação, embora estejamos testan-
do com as geladeiras de consumo mais
baixo. Vamos observar se é compatível o
consumo com essas placas solares, uma
experiência para atender ao nosso pro-
grama de eletrificação rural.
E o setor industrial deve se preocupar com
as demandas de expansão de energia?
Os industriais podem ficar despreocu-
pados com relação à disponibilidade de
energia para o atendimento das suas
atuais e futuras unidades. Fazemos parte
do Neoenergia, maior grupo de energia
do Brasil em número de consumidores,
com atuação e distribuição na Bahia, Per-
nambuco e Rio Grande do Norte, com ge-
ração em quase todas as regiões do país
e capacidade de investimento para qual-
quer necessidade. Em relação à preocupa-
ção bem legítima na demanda da tarifa,
o nosso grupo tem uma série de produtos
que podem ajudar os industriais a terem
a melhor tarifa possível. Temos um grupo
de técnicos e engenheiros, pessoas pre-
paradas para dar consultoria e suporte à
indústria e ajudá-la a encontrar a tarifa
adequada de acordo com o negócio. Para
assegurar a qualidade do fornecimento,
estamos investindo e parte dessas obras é
para melhorar a confiabilidade, trazendo
novas tecnologias, investindo em auto-
mação e buscando melhorar a qualidade.
Estamos à disposição do setor industrial
para buscar soluções de acordo com a ne-
cessidade específica de cada um. [bi]
10 Bahia Indústria
sindicatos
HARoldo ABRANteS
Sindicato de papel sob nova direção
jorge cajazeira,
do sindpacel:
prioridade para
as questões
ambientais
“Um novo momento”. É desta forma que Jorge Cajazeira define os pró-
ximos quatro anos que estará à frente da gestão do Sindicato das Indús-
trias do Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira de Papel e Artefatos
de papel e papelão do Estado da Bahia (Sindpacel). A atenção às ques-
tões ambientais, com o incentivo ao plantio responsável e à preservação
das florestas nativas, está na lista de prioridades do novo presidente.
Neste período (2011-2015), Cajazeira promete buscar o equilíbrio entre
desenvolvimento e meio ambiente, buscando soluções para problemas
que afetam o segmento industrial, como o furto de madeira, a atuação
de empresas clandestinas e a utilização de mão de obra ilegal. Aproxi-
mar as empresas do setor e o poder público é também uma das metas da
sua gestão. O setor de papel e celulose tem expressiva representativida-
de econômica no estado. Entre as dez maiores empresas exportadoras do
setor, três estão localizadas na Bahia.
cigarrilhas aromatizadasOs resultados de uma pesquisa
realizada pela Vox Populi contra-
dizem a posição da Anvisa sobre
a proibição do uso de aditivos e
flavorizantes na produção de ci-
garrilhas. A agência alega que as
substâncias de aroma e sabor in-
centivam o consumo de cigarros
entre os jovens. Dados da pesqui-
sa mostram que na região Nordes-
te apenas 1,5% dos entrevistados
consome cigarrilhas aromatiza-
das. Contradições à parte, o presi-
dente do Sindicato das Indústrias
de Tabaco do Estado da Bahia,
Ricardo Becker, está preocupado
com o impacto que a medida da
Anvisa trará para as indústrias
do setor.
linhas de crédito para indústrias de cimento
Empresas associadas ao Sin-
dicato da Indústria de Produtos
de Cimento no Estado da Bahia
– Sinprocim podem contar com
as linhas de crédito da Agência
de Fomento do Estado da Bahia.
O presidente da Desenbahia, Luiz
Alberto Petitinga, comprometeu-
se em apoiar as empresas deste
segmento e buscar linhas com
ações para atender às especifici-
dades do setor.
O futuro das fibras Wilson Andrade, presidente
do Sindifibras, participou no mês
de março do encontro mundial de
fibras naturais promovido pela
International Natural Fibres Asso-
ciation, na Malásia. No encontro,
que reuniu produtores e consumi-
dores de fibras de todo o mundo,
foram discutidos temas como a
sustentabilidade das fibras natu-
rais nos próximos 20 anos.
saúde e prevenção no sindvestO Sesi está estendendo a oferta dos seus serviços de saúde e segu-
rança no trabalho às empresas do setor do vestuário. Um convênio fir-
mado entre a entidade do Sistema Fieb e o Sindicato das Indústrias do
Vestuário - Sindvest vai viabilizar a realização nas empresas associadas
dos Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), Pre-
venção de Riscos Ambientais (PPRA) e de Condições e Meio Ambiente de
Trabalho (PCMAT). Para Eunice Habibe, presidente do Sindvest, a ação
irá contribuir para a saúde e melhoria da qualidade de vida dos colabo-
radores deste segmento industrial.
circuito POR CLEBER BORGES
Bahia Indústria 11
“o PRoBleMA coM eSSe PAíS é que Há MuitAS PeSSoAS dizeNdo: “o PRoBleMA coM
eSSe PAíS é...”
sinclair lEwis (1885-1951), escritor e crítico social norte-americano, em referência ao seu país que pode se aplicar ao Brasil
irregularidades nos bens chineses
Para driblar o controle brasileiro de defesa
comercial, que avalia práticas ilegais em
importados, produtos originários da China entram
no Brasil por triangulação, envolvendo países como
Vietnã e Filipinas. Isso afeta o trabalho dos fiscais,
que, no Brasil, são em pequeno número. O principal
canal de entrada de bens chineses no Brasil é o
porto de Santos. Em 2010, de US$ 25,6 bilhões em
importações daquele país, 28% entraram pelo
complexo santista, 10,4% pelo aeroporto de
Viracopos e 10% pelo porto de Itajaí. Segundo o
inspetor da alfândega do porto de Santos, José
Antonio Mendes, as principais irregularidades
verificadas nos produtos da China são o
subfaturamento e a contrafação (pirataria).
Petrobras amplia oferta de gás naturalDistante do posicionamento de quatro anos atrás,
quando chegou a inibir o consumo de gás natural,
a Petrobras pensa em criar novos mercados para a
oferta excedente de 20 milhões de m³/dia, que será
gerada este ano. Entre as medidas em estudo para
equilibrar oferta e demanda, está a redução do
volume importado da Bolívia e a suspensão de
importações de gás natural liquefeito (GNL). A
diretora de Gás e Energia da Petrobras, Graça
Foster, revela que a oferta de gás nacional em 2011
deverá saltar para até 49 milhões de m³/dia, ante
os 29 milhões de m³/dia médios de 2010, devido,
principalmente, à entrada em produção do
Sistema de Mexilhão, na Bacia de Santos, e do
vizinho Uruguá-Tambaú. “Demanda, a gente vai
criar”, diz a diretora. No ano passado, o gás
nacional participou com 46,4% da oferta de 61,5
milhões de m3 diários.
governo muda local do Porto sulO governo do estado decidiu
mudar o local de implantação do
Porto Sul, que continuará no
município de Ilhéus, por conta do
principal entrave para o início
das obras de construção: a licença
ambiental. O Diário Oficial de 12
de abril contém o decreto de
desapropriação da nova área, com
48 milhões de metros quadrados,
na localidade de Aritaguá, à
margem litorânea da BA-001. O
governo aponta um
“aprofundamento dos estudos de
impacto ambiental” como
principal motivo da mudança
que, em tese, demandará menor
desmatamento da floresta nativa e
melhor preservação do
ecossistema litorâneo. A mudança
não deverá trazer alterações
significativas para o projeto da
Ferrovia Oeste-Leste, pois o novo
porto ficará a menos de 10
quilômetros do local anterior.
nota técnica sobre tarifa de energia elétricaA elevada carga tributária é o fator
que mais contribui para o alto
custo da energia elétrica no Brasil.
Face à relevância do tema, a
Superintendência de
Desenvolvimento Industrial do
Sistema Fieb elaborou nota técnica
baseada em informações de tarifas
residenciais, onde verifica que a
Coelba pratica tarifas
intermediárias superiores às da
Celpe (PE) e CPFL (SP), mas
inferiores às da Coelce (CE) e
Cemig (MG). Quanto à carga
tributária, incidem na conta de
energia 23 tipos de impostos e 13
tipos de encargos que
significavam, em 2002, quase 36%
da tarifa de energia elétrica no
país e 45% em 2008. O Sistema
Fieb defende, no âmbito da CNI,
medidas de desoneração da conta
de energia , a exemplo da exclusão
do PIS/Pasep e da Cofins e redução
gradual do ICMS.
1� Bahia Indústria
Equipamentos de última
geração, técnicos e profis-
sionais qualificados, um
portfólio amplo de cursos
e serviços voltados para atender
às demandas da indústria. Tudo
isso já faz do Senai Cimatec hoje
um dos mais importantes centros
tecnológicos e de qualificação pro-
fissional do país. Nos próximos
meses, porém, a Fieb planeja dar
o pontapé inicial para a retomada
de um projeto de ampliação que
irá permitir à unidade alcançar
um patamar de excelência ain-
da mais avançado. Resultado de
investimentos estimados inicial-
mente em R$ 53 milhões, as obras
de expansão vão transformar o Ci-
matec, até 2013, em um centro de
referência de porte internacional.
O passo decisivo para esta gui-
nada em direção ao futuro foi dado
no último mês de abril, com a deci-
são da Superintendência na Bahia
do Ibama – Instituto Brasileiro de
Meio Ambiente e Recursos Reno-
váveis de suspender o embargo
De volta ao futurodecisão do iBAMA abre caminho para a retomada das obras de ampliação que vão transformar o cimatec, até 2013, em um centro de referência internacional
que mantinha as obras de amplia-
ção do Cimatec paralisadas desde
fevereiro de 2009. Os serviços no
terreno da Av. Orlando Gomes,
no bairro de Piatã, em Salvador,
haviam sido iniciados em maio
de 2008, com o aval dos diversos
órgãos municipais competentes:
Sucom, Superintendência de Meio
Ambiente (SMA) e Superinten-
dência de Parques e Jardins (SPJ).
Mesmo assim, nove meses depois o
Ibama optou por embargar a obra,
o que gerou um prejuízo estimado
em R$ 5 milhões.
Agora, a suspensão do embar-
go representa um sinal verde para
o reinício dos serviços. O primei-
ro passo será a realização de um
Plano de Recuperação de Área De-
gradada numa área de bota-fora
vizinha ao Cimatec que, com a pa-
ralisação, ficou exposta ao sol e à
chuva por dois anos. Além disso, a
retomada das obras de terraplena-
gem aguarda a renovação da auto-
rização pela Sucom - Superinten-
dência de Controle e Ordenamento
POR Emília valEntEfOTOS haroldo aBrantEs
Nossa expectativa em relação à ampliação do cimatec é grande. teremos mais conforto e espaço para as atividades, o que vai beneficiar muito os alunos.”
camila Oliveira é aluna do curso superior tecnológico em Processos Gerenciais
“
Bahia Indústria 13
do Uso do Solo do Município
As perspectivas em relação à
iniciativa são promissoras. “O pro-
jeto de expansão vai intensificar a
nossa atuação em duas áreas de
grande impacto para a atividade
do Senai: a Conformação Mecâni-
ca e a Logística”, informa o diretor
regional do Senai Bahia Gustavo
Sales. “O projeto representa um
crescimento não só em termos
quantitativos; ele vai nos oferecer
condições para atender melhor às
demandas das várias cadeias pro-
dutivas, com soluções globais mais
sistêmicas e integradas”, completa
o gerente do Cimatec, Leone Peter
Correia Andrade.
Único do gênero na América
Latina, o Centro de Tecnologias
em Conformação Mecânica irá
reunir todos os processos de trans-
formação de metais realizados
pela indústria em um só local. O
projeto foi elaborado em parceria
com a Universidade de Aachen,
na Alemanha, e com a Universi-
dade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRS) – respectivamente, as du-
as instituições de ensino superior
e pesquisa que são hoje referência
nesta área no Brasil e no mundo.
Além de fortalecer a oferta local de
mão de obra especializada, o novo
centro irá desenvolver produtos e
soluções com impacto em pratica-
mente todos os setores industriais,
maquete com
os novos
prédios do
cimatec
A expansão vai nos possibilitar atender à demanda crescente pela formação profissional que oferecemos à sociedade, pautada pela qualidade e atualizada com as tendências do mercado de trabalho.”
camila de sousa Pereira guizzo é professora de Relações Humanas no Trabalho
“
1� Bahia Indústria
da indústria automotiva à de com-
ponentes para computador. “Com
este perfil, a existência do centro
vai se transformar num interes-
sante argumento para atrair novas
indústrias para a Bahia”, acredita
Gustavo Sales.
Já o Centro de Tecnologias em
Logística e Gestão da Produção se-
rá implantado no novo Cimatec a
partir de uma parceria com o insti-
tuto de pesquisas Fraunhofer IML,
de Dortmund, na Alemanha. Ali
poderão ser encontradas as mais
avançadas tecnologias na área de
Logística em ambientes que per-
mitirão ao estudante vivenciar na
prática a realidade de um ambien-
te industrial. Instalado em um
grande galpão, o Laboratório de
Movimentação e Armazenagem de
Materiais, por exemplo, terá empi-
lhadeiras, paleteiras e os mais di-
versos equipamentos encontrados
em um moderno almoxarifado.
Tanto o Centro de Logística co-
mo o de Conformação Mecânica
vão ocupar um prédio de mais de 5
mil metros quadrados. Além dele,
as obras de ampliação prevêem a
construção de um segundo prédio,
com mais de 11.500 metros quadra-
dos, onde funcionarão ambientes
como biblioteca, auditório, uma
praça de alimentação, salas para
educação à distância e um espaço
que irá qualificar Salvador a sediar
feiras, congressos e outros eventos
de natureza técnica. Para comple-
tar, as obras prevêem ainda a am-
pliação da Central de Utilidades e
iniciativas que vão oferecer mais
conforto e facilitar o dia-a-dia da
comunidade do Cimatec como a
construção de um estacionamento
com edifício-garagem. [bi]
56 82
área construída (em m2)
16.350 38.107
número de alunos por ano
12.000 18.000número de colaboradores
373 480número de laboratórios
o cimatec hoje e em 2013
é muito bom ver a instituição onde estudamos ampliar sua área de atuação e ganhar reconhecimento. tudo isso nos torna mais valorizados no mercado de trabalho.”
daniel carlos Oliveira de jesus cursa o 5º semestre do curso de graduação em Logística
espero que este projeto não só favoreça o desenvolvimento de novas pesquisas como incentive pessoas a obter formação profissional, principalmente na área de conformação Mecânica.”
helaine Pereira neves é professora de Conformação Mecânica
“
“
Bahia Indústria 15
ARtuR ikiSHiMA
O cenário atual do comércio
exterior baiano é preocu-
pante. Isso porque os por-
tos baianos apresentam altos índi-
ces de ineficiência – o de Salvador
foi escolhido como o pior do país
em pesquisa do Instituto de Logís-
tica e Supply Chain (Ilos) –, além
da ausência de investimentos de
longo prazo em infraestrutura;
aspectos que juntos comprometem
a competitividade da economia
local. Ciente deste quadro, o Sis-
tema Fieb recriou o Comitê de Por-
tos, com o objetivo de desenvolver
ações voltadas à melhoria do siste-
ma portuário baiano.
Para o presidente do Comitê,
Reinaldo Sampaio, vice-presiden-
te do Sistema Fieb, um programa
de investimentos em moderniza-
ção da infraestrutura portuária e
a celeridade na concessão de pres-
tação de serviços portuários para
a iniciativa privada são priorida-
des na atuação do órgão. “O país
continua com taxa de crescimento
elevada. O comércio exterior baia-
no tem mantido performances
significativas. Trata-se, portanto,
de um quadro no qual a melhoria
da infraestrutura e serviços por-
tuários é uma questão crucial”,
afirma.
O comitê é composto por re-
presentantes do setor industrial
(institucional e empresarial) que
tenham uma visão estratégica da
comitê tem como foco a modernização dos portoscom a iniciativa, o Sistema Fieb posiciona-se como interlocutor privilegiado das melhorias para um sistema logístico portuário eficiente
de 1990. Graças às suas ações, a
Bahia foi pioneira na implantação
das novas práticas que a Lei de
Modernização de Portos determi-
nava. Havia, em meados dos anos
1990, práticas nas relações traba-
lhistas incompatíveis com os mí-
nimos princípios de produtividade
e competitividade. Com a criação
do Órgão Gestor da Mão de Obra
(Ogmo), previsto na Lei, o Comitê
conseguiu romper, por exemplo,
com a composição de equipes
com muito mais trabalhadores
do que o necessário para a tarefa
a ser realizada, o que geraria um
impacto negativo no custo dos ser-
viços portuários do estado. [bi]
Para reinaldo
sampaio,
melhoria da
infraestrutura
é crucial
logística portuária e de organis-
mos dos governos estadual e fe-
deral de diversas instâncias que
tenham atuação junto aos portos.
A recriação do comitê coloca o Sis-
tema Fieb como interlocutor privi-
legiado das melhorias necessárias
a um sistema logístico portuário
eficiente. Reinaldo Sampaio lem-
bra que no ano 2000 aconteceu a
última concessão feita na Bahia
para a implantação de um termi-
nal de contêineres, que “já nasceu
com dimensões insuficientes de
área, berço e calado”.
O Comitê de Modernização dos
Portos do Sistema Fieb teve uma
atuação destacada na década
1� Bahia Indústria
O momento é de expansão
para o setor de Petróleo
e Gás. Na esteira da des-
coberta das reservas da
camada pré-sal – uma faixa que
se estende por 800 quilômetros do
Espírito Santos a Santa Catarina
– os anúncios de investimentos no
setor alcançaram cifras elevadas.
Em seu último Plano de Negócio,
divulgado em 2010, a Petrobras
informava a intenção de, em cinco
anos, elevar as suas reservas de 15
para 36 bilhões de barris, com in-
vestimentos da ordem de US$ 250
bilhões. O crescimento traz desa-
fios quase tão gigantescos quanto
o volume estimado das reservas. É
preciso, por exemplo, buscar solu-
ções tecnológicas economicamen-
te viáveis e de baixo impacto am-
biental. Mas a questão que deve
mobilizar a atenção do setor nos
próximos anos pode ser resumida
em poucas palavras: falta de pes-
soal qualificado.
“Calcula-se que haja uma ca-
rência de 212 mil trabalhadores no
Brasil para fazer frente aos inves-
timentos previstos para o setor até
2014”, informa o gerente da área
de Petróleo e Gás do Senai Cetind,
Marcelo Fábio Gomes Soares. A
mão de obra mais cobiçada é for-
mada por profissionais de nível
médio: técnicos em petróleo e gás,
plataformistas, operadores de son-
da, técnicos em mecânica e eletro-
mecânica, caldeireiros, pintores e
uma variedade de trabalhadores
especializados na construção e
montagem de plataformas e equi-
pamentos industriais. “Por muito
Procura-se mão de obracarência de profissionais qualificados é hoje um dos maiores desafios do setor de Petróleo e Gás, que deve receber investimentos elevadosnos próximos anos
POR Emília valEntE E mônica mEllo
na sonda Escola, senai cetind
forma equipes para serviços
de exploração e produção
iRAceM
A c
Heq
ueR
Bahia Indústria 1�
As mulheres estão ganhando espaço no setor de
petróleo e gás. Com mais de 30 anos no mercado de
sondas de produção on shore e off shore, a empresa
Perbras, sediada em Catu, na Bahia, formou – a par-
tir de uma parceria com o Senai Cetind – uma turma
de auxiliares de operação em sonda de perfuração
formada exclusivamente por mulheres. A iniciativa
surgiu em razão do desempenho de duas pioneiras.
Formadas pelo Senai Cetind e efetivadas pela empre-
sa, Jéssica Souza e Ana Paula Portugal quebraram o
paradigma de que a atividade era domínio do sexo
masculino. Segundo o gerente da Perbras, Marcílio
Dantas, a presença das jovens levou a melhorias na
comunicação e relações interpessoais das equipes.
“Enfrentei muito preconceito dos rapazes. Hoje, me
olham diferente, com respeito”, comenta Ana Paula.
Do início como auxiliar de operadora de sonda, ela
passou a plataformista, mas quer ir muito mais lon-
ge. Quer chegar a supervisora. “Minha mãe diz que
eu sou ‘retada’. Eu digo que sou decidida. Vou chegar
lá”, garante. Alguém duvida? [bi]
jéssica souza, da Perbras: quebrando paradigmas
Presença feminina nas plataformas
tempo, houve uma estagnação
dos investimentos no setor e o re-
sultado é que hoje boa parte dos
profissionais com experiência está
aposentado ou se aposentando”,
explica.
Os números citados por Marce-
lo Fábio são de um levantamento
elaborado pelo Programa de Mo-
bilização da Indústria Nacional de
Petróleo e Gás Natural (Prominp).
O programa criado pelo governo
Lula em 2003 já qualificou 78 mil
pessoas em 15 estados brasileiros,
a grande maioria delas em parce-
ria com o Senai. Neste cenário, a
Bahia tem uma participação sig-
nificativa. “Nos cursos para ope-
rador de sonda do programa, por
exemplo, somos hoje o estado com
o maior número de vagas, com
600”, conta Marcelo Fábio. Além
dos cursos do Promimp, o Senai/
Cetind oferece uma gama ampla
de treinamentos para profissio-
nais do setor de Petróleo e Gás, já
tendo qualificado mais de 1.500
pessoas em Salvador e no interior
do estado. Uma das vertentes im-
portantes da atuação da entidade
é a qualificação de pessoal para
o setor de Exploração e Produção
na Sonda Escola, um centro de
treinamento montado em parceria
com a Petrobras onde podem ser
encontrados equipamentos como
uma sonda didática e até uma tor-
re para trabalhos de resgate.
Apesar de não contar com re-
servas do pré-sal em seu território,
a Bahia, como pioneira na produ-
ção e extração de petróleo no Bra-
sil, tem uma tradição de fornecer
profissionais para o setor. “Muitos
trabalhadores que hoje atuam na
Bacia de Campos e em outras áre-
as de produção do sudeste vieram
daqui”, revela. Além disso, os in-
vestimentos previstos para a nossa
região também não são desprezí-
veis. Em uma visita a Salvador, no
último mês de março, o presidente
da Petrobras José Sérgio Gabrielli
confirmou que a estatal pretende
direcionar para a Bahia cerca de
US$ 5 bilhões (R$ 8,5 bilhões) até
2014. Entre as iniciativas previs-
tas, estão a modernização da Re-
finaria Landulpho Alves (Rlam),
o desenvolvimento de produção
em campos terrestres e no mar e a
montagem de atividades de cons-
trução naval.
“Calcula-se que haja uma carência de 212 mil trabalhadores no Brasil para fazer frente aos investimentos previstos para o setor até 2014
marcelo soares, gerente da área de Petróleo e Gás do Senai Cetind
iRAceMA cHequeR
HARoldo ABRANteS
1� Bahia Indústria
O interior na rota do crescimentO
Bahia Indústria 1�
política de atração de
investimentos para
a Bahia foi relativa-
mente bem sucedida
nas últimas décadas.
Mesmo sem alterar for-
temente a histórica concentração
da indústria nos segmentos petro-
químico e de refino, houve uma re-
lativa diversificação setorial, com
a instalação do complexo automo-
tivo Ford, de fábricas de celulose,
calçados e bebidas. Além disso, fo-
decidida a somar esforços rumo ao desenvolvimento sustentável, Fieb lança no oeste baiano o seu Programa de interiorização da indústria
POR clEBEr BorgEsfOTOS cláudio FolEto
ram registrados avanços importan-
tes rumo à distribuição espacial da
produção industrial, mas não na
intensidade necessária à criação de
riqueza para parcelas importantes
da população baiana.
A forte concentração espacial
da indústria impede a dinamiza-
ção de economias em boa parte
do território baiano. A título de
comparação, a Região Metropo-
litana de Salvador e o Recôncavo
detêm, juntos, 60% do PIB indus-
O interior na rota do crescimentO
�0 Bahia Indústria
empresariado e do meio político. “Fomos muito bem
recebidos. Levamos os principais executivos do Sis-
tema para prestigiar os empresários de uma área que
cresce muito rapidamente”, afirmou Mascarenhas.
Nos próximos meses, o programa será lançado nos
municípios de Ilhéus e de Feira de Santana. Em rela-
ção a este último, a Federação das Indústrias já con-
tratou especialista renomado para avaliar formas de
aumentar a sustentabilidade do Pólo de Informática,
o que acontecerá no âmbito do Projeto Decas (de estí-
mulo ao adensamento de cadeias produtivas).
O Programa de Interiorização da Indústria tem a
finalidade de contribuir para melhorar as condições
de atratividade e competitividade de regiões estra-
trial do estado. Enquanto isso, a
região oeste, que abrange 23 mu-
nicípios e ocupa 20% do território
baiano, responde por apenas 5,4%
do PIB. Isso significa que regiões
como o oeste não conseguem ter
suas potencialidades plenamente
exploradas o que atrapalha o de-
senvolvimento de centros urbanos
de médio porte, capazes de frear
o fluxo migratório para a capital e
seu entorno.
O crescimento assimétrico en-
tre RMS/Recôncavo e as demais
regiões é um dos principais desa-
fios ao desenvolvimento sustentá-
vel da Bahia. Por essa razão, o Sis-
tema Federação das Indústrias do
Estado da Bahia formatou e lan-
çou o Programa de Interiorização
da Indústria, uma iniciativa que
vem para somar esforços rumo ao
desenvolvimento sustentável. O
lançamento aconteceu no dia 14
de abril, nos municípios de Bar-
reiras e Luis Eduardo Magalhães,
durante encontro do presidente do
Sistema Fieb, José de Freitas Mas-
carenhas, e de executivos da ins-
tituição com lideranças locais do
tégicas da Bahia, estimulando,
por conseguinte, a permanência
e perpetuidade das indústrias
nelas instaladas. Dessa forma, ao
estimular o processo de descen-
tralização industrial, com a explo-
ração de vantagens comparativas,
pretende elevar o emprego e o ní-
vel de renda das regiões.
Na visão do Sistema Fieb, o pro-
cesso de interiorização da indús-
tria exige ações que extrapolam
seu campo de atuação. São ações
típicas do setor público, como
prover infraestrutura, conceder
incentivos fiscais e doar terrenos.
Por essa razão, conclui, um proje-
to dessa natureza requer o esforço
conjunto da iniciativa privada, do
governo do estado (principal pro-
tagonista) e prefeituras.
METASCom a implantação do progra-
ma, será possível alcançar duas
metas estabelecidas pelo Sistema
Federação das Indústrias do Esta-
do da Bahia para estender de for-
ma consistente sua atuação no in-
terior do Estado. A primeira delas
Nos próximos meses, o programa será lançado também nos municípios de Ilhéus e Feira de Santana. Uma das metas da iniciativa é ampliar o índice de cobertura dos serviços prestados às empresas locais pelo Senai, Sesi e IEL
Equipe da Fieb no encontro com empresários de luis Eduardo magalhães. ao centro (camisa rosa), prefeito humberto santa cruz
Bahia Indústria �1
ambiente de negócios, com estí-
mulo ao associativismo e investi-
mentos em unidades de serviços.
No caso de Ilhéus, será contratado
um estudo da cadeia de informá-
tica, com a finalidade de garantir
sua sustentabilidade, hoje ame-
açada por incentivos que podem
vir a beneficiar a Zona Franca de
Manaus. Finalmente, há o nível de
assistência à atividade empresa-
rial, que contempla a implantação
de ações e projetos a partir do por-
tfólio de competências do Sesi, Se-
nai e IEL, que visam à melhoria da
produtividade e da gestão dos ne-
gócios, o que inclui a qualificação
profissional, melhoria da qualida-
de de vida, responsabilidade so-
cioambiental e apoio à inovação.
a prefeita
de barreiras
jusmari
Oliveira está
otimista com
o programa
é o crescimento do Valor Adiciona-
do Bruto da Indústria (VAB – In-
dústria) das regiões selecionadas
acima da média da Bahia, a partir
do final de 2012, tendo como sub-
meta a ampliação do emprego for-
mal das indústrias nelas sediadas,
também acima da média estadual
no mesmo horizonte de trabalho.
A segunda meta é alcançar, a
partir do final de 2012, os percen-
tuais projetados de atendimento
às empresas das três regiões, via
serviços do Serviço Social da In-
dústria (Sesi), Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (Senai)
e Instituto Euvaldo Lodi (IEL). O
indicador consiste em: ampliar de
1% para 10% o índice de cobertu-
ra de serviços nas empresas ins-
taladas na região oeste; dos atu-
ais 12% para 20%, na região de
Feira de Santana; e de 20% para
50%, na região de Ilhéus. Parale-
lamente, o programa espera obter
um nível de satisfação de 80% em
relação à ação institucional do
Sistema Fieb e elevar para 15% o
percentual mínimo de empresas
associadas das três regiões.
Para que possa atingir as me-
tas a que se propõe, o Sistema
Fieb entende que a gestão do Pro-
grama de Interiorização deve ser
compartilhada entre empresários
e setor público, com foco em três
dimensões da competitividade:
empresarial, relativo aos fatores
internos da empresa (organização,
planejamento e execução) que as-
seguram a eficácia operacional;
estrutural, relativo aos aspectos
do entorno da atividade empre-
sarial (fornecedores, mão de obra
qualificada, clientes qualificados,
mercados, logística, meio am-
biente etc), considerados determi-
nantes para a atração e expansão
de atividades industriais em uma
região determinada; e sistêmico,
que diz respeito a aspectos legais
e regulatórios, dentre outros, que
exercem um papel de grande influ-
ência no desempenho de uma em-
presa, mas que fogem a seu raio de
influência.
O foco de atuação nos pontos
acima se desdobra em três níveis.
O primeiro é a agenda de defesa
de interesses, com o Sistema Fieb
utilizando sua representativida-
de para influenciar em questões
administrativas e judiciais, por
exemplo, com vistas à sustentabi-
lidade industrial, valendo-se, para
tanto, de seus conselhos temáticos
e da Superintendência de Relações
Institucionais.
Um segundo é a melhoria do
População (1) 568.322 184.231 556.756
PiB (R$ milhões) (2) 6.544 1.633 5.263
Nº de indústrias 185 97 631
empregos industriais (3) 5.657 3.818 24.679
FoNteS: (1) CeNSo IBGe 2010; (2) IBGe – 2008; (3) GuIa INduStrIal FIeB/2010
números das três regiões prioritárias OEstE ilhéus FEira dE santana (23 municípios)
�� Bahia Indústria
Barreiras e Luis Eduardo Maga-
lhães não foram escolhidas por
acaso, pelo Sistema Fieb, para o
lançamento do Programa de In-
teriorização da Indústria. Neste
último município, por exemplo, a
demanda de novas empresas in-
dustriais por terrenos é tanta que
o prefeito Humberto Santa Cruz
anunciou ao presidente da Fieb,
José Mascarenhas, a ampliação,
em 100 hectares, da área física do
Distrito Industrial local. Sabe-se
que 20 indústrias estão na fila à
espera de terreno onde possam se
implantar.
Nos dois municípios, serão im-
plantadas unidades integradas do
Sesi, Senai e IEL para atender às
indústrias locais nas áreas de qua-
lificação profissional, educação de
jovens e adultos, saúde e seguran-
ça no trabalho, intermediação de
estágio e apoio à inovação, com
mais de 4 mil m² de área cons-
truída, em terrenos com mais de
8 mil m², projetadas para futuras
ampliações. Elas irão substituir
os atuais núcleos. Em Barreiras, o
terreno foi doado por descenden-
tes de Antonio Balbino (1912-1992),
ex-governador e senador baiano,
filho ilustre daquele município.
Já em Luis Eduardo Magalhães
(LEM), o térreo foi doado pelo pre-
feito Humberto Santa Cruz. Ambos
bem localizados.
“Começamos pelo oeste em
razão do crescimento e também
totalizando 1,2 milhão de hectares
plantados, cuja safra 2011 tem va-
lor estimado de R$ 6 bilhões. Ela
dispõe de atrativos, a exemplo de 6
milhões de hectares de terras into-
cadas, condições climáticas ideais
para plantio de grãos e espaço com
infraestrutura para a implantação
de indústrias processadoras.
Mas convive com problemas
como a má qualidade da energia
e limitações na área de comuni-
cações. Essas são as principais
queixas dos empresários no oeste.
O presidente do Sistema Fieb disse
estar acompanhando os dois as-
suntos e citou a garantia que lhe
foi dada pela direção da Coelba,
de aplicar na região R$ 68 milhões
para ampliar a oferta de energia.
“Não pretendemos trazer soluções
prontas. Vamos atuar com flexibi-
lidade e em parceria com o empre-
sariado local. O futuro é de quem
se mostrar competente. E estamos
juntos para o futuro”, afirmou
Mascarenhas.
QUALIFICAÇÃOUm dos focos da atuação do Sis-
tema Fieb na região é a qualifica-
ção de trabalhadores para atender
à crescente demanda industrial
nessa área. “Empresas competiti-
vas têm como base trabalhadores
qualificados”, afirma o diretor do
Cieb, Paulo Tassi. Desde 2007, o
Senai treinou 750 trabalhadores
na região e a meta é expandir mui-
Lançamento em uma das regiões que mais crescem
“a vinda da Fieb e sua estrutura traz boas expectativas, especialmente quanto à qualificação
neiva jasakelski, empresária
de barreiras
de iniciativas no âmbito do poder
municipal, a exemplo do Plano Di-
retor de Luis Eduardo Magalhães”,
afirmou José Mascarenhas, duran-
te visita àquele município, quando
adiantou que a intenção é ampliar
na região os serviços do Sesi, Se-
nai e IEL, mas também defender
de forma consistente os empresá-
rios em suas demandas, inclusive
junto ao governo. Nesse aspecto,
irá contar com o apoio do empre-
sário Paulo Tassi, formalizado na
ocasião como diretor regional do
Centro das Indústrias do Estado
da Bahia no oeste
Cidade planejada, Luis Eduardo
Magalhães tem a economia basea-
da nas culturas de soja e algodão,
Bahia Indústria �3
unidades integradas do sesi,
senai e iEl serão construídas
em terrenos de mais de 8 mil
metros quadrados. O staff da
Fieb visitou o terreno de luis
Eduardo magalhães
to esse serviço. Afinal, como lem-
brou José Mascarenhas, “onde o
empresário encontra um ambiente
adequado ele tende a se implan-
tar.”
Empresários do oeste que par-
ticiparam do lançamento do Pro-
grama de Interiorização demons-
traram otimismo. Em Barreiras, o
casal de empresários Neiva Bea-
triz e Mário Jasakelski, sócios da
empresa de alimentos Tio Mário,
já teve uma experiência positiva
com o Sistema Fieb. Beatriz par-
ticipou do programa Bolsas Bitec
e disse ter tido um “excelente re-
torno”, com uma nova visão sobre
a importância da inovação. “A
vinda da Fieb e sua estrutura traz
boas expectativas, especialmente
quanto à qualificação.”
Por seu turno, o empresário Ru-
bens de Sá, da Têxtil Santa Clara
(Tescla), afirmou estar “muito gra-
tificado” com a iniciativa da Fieb
de interiorizar suas atividades.
“Nosso município precisa deste
apoio e o poder publico acolheu a
idéia, doando o espaço para cons-
trução da unidade. Já participei do
programa PEIEX, através do IEL, e
identificamos demandas que pre-
cisam dos serviços do Sesi e do
Senai . A disponibilidade de meios
que qualifiquem o trabalhador e
melhorem sua qualidade de vida
é um dos requisitos analisados
pelas indústrias que pretendem se
instalar na região.”
Lideranças políticas dos dois
municípios mostram-se otimistas.
“Agradeço á deferência da Federa-
ção das Indústrias em trazer seu
principal staff e estou otimista
com o futuro, pois nossa princi-
pal dificuldade é a capacitação de
trabalhadores”, afirmou a prefei-
ta de Barreiras, Jusmari Oliveira
(PR). Por sua vez, Humberto Santa
Cruz, prefeito de LEM, agradeceu
a José Mascarenhas, pois, como
observou, “é a primeira vez que
vemos aqui a direção da Fieb com
seu primeiro time.” [bi]
�� Bahia Indústria
adiado encontro do comitê brasil-japãoEm razão do agravamento da
crise em que está
mergulhado, o Japão adiou
para o segundo semestre, em
data a ser definida, a
realização do encontro do
Comitê de Cooperação Brasil-
Japão, inicialmente previsto
para meados de maio, em
Salvador. O adiamento foi
comunicado formalmente ao
presidente da Fieb e do
Comitê pelo lado brasileiro,
José de Freitas Mascarenhas,
responsável por trazer o
encontro para a capital
baiana. Nas versões
anteriores, ele foi realizado
em São Paulo. Do Japão,
virão empresas
representadas pelo Nippon
Keidanren, associação que
reúne quase 1.300 indústrias
de médio e grande portes
daquele país.
HARoldo ABRANteS
Por uma bahia mais competitivaA Fieb está abrindo um canal de
comunicação independente com os
parlamentares baianos em Brasília para
propor uma agenda positiva em prol do
aumento da competitividade do Estado. No
dia 8 de abril, a senadora Lídice da Mata
(PSB) e os deputados federais Antonio
Imbassahy (PSDB), Rui Costa (PT) e João
Bacelar (PR) estiveram na sede do Sistema
Fieb, em Salvador, para um encontro com o
presidente da entidade, José de Freitas
Mascarenhas. Em pauta, dados e
estatísticas sobre o desempenho do Estado
em áreas como Educação, Infraestutura e
Desenvolvimento Econômico. Os
parlamentares saíram do evento com a
promessa de um esforço pluripartidário
para atender às demandas da indústria.
Lançamento do PNSST marcou Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho
segurança para a construção civilA construção civil é um dos setores que mais cresce no país. Atualmente, representa 5,1% do
PIB, empregando mais de 2,6 milhões de trabalhadores. Ao mesmo tempo, convive com
algumas das piores estatísticas em segurança: são 18,6 milhões de mortes para cada 100 mil
trabalhadores homem. Ajudar a mudar estes números é a meta do Programa Nacional de
Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST) que o Sesi lançou em 28 de abril, Dia Mundial de
Segurança e Saúde no Trabalho, durante evento na Sede da Fieb. A idéia do projeto – que foi
formatado na Bahia e será adotado por 25 estados – é disseminar informação e transferir
tecnologias, métodos e soluções inovadoras para empresas e canteiros de obras. “O que
estamos fazendo aqui é usar o planejamento e a inteligência para proteger vidas”, completou o
presidente da Fieb, José de Freitas Mascarenhas.
Parlamentares baianos com o presidente da Fieb: diálogo em prol do Estado
painel
HARoldo ABRANteS
Bahia Indústria �5
joão marcelo na sdiA Superintendência de
Desenvolvimento Industrial
(SDI) do Sistema Fieb tem
novo superintendente: João
Marcelo Alves, economista
pós-graduado em Finanças
Estratégicas, pela New York
University, com mestrado
em Administração, pela
Ufba, e oito anos de
experiência no mercado
financeiro. A mudança de
conceito em curso na área,
sob sua gestão, levará à
ampliação do papel da
superintendência frente aos
mantenedores da
organização. Além disso, a
SDI concentrará o foco nas
demandas da indústria e
atuará pautando o debate
sobre questões técnicas e
econômicas que envolvem a
indústria baiana.
bahia sedia jogos nacionaisTrabalhadores e dirigentes
de indústrias de todo o país
participam, de 25 a 28 de
maio, da 7ª edição dos
Jogos Nacionais do Sesi
2011, no Sesi Unidade
Simões Filho. Realizado
pela primeira vez na Bahia,
o evento esportivo reunirá
1.250 competidores de todo
o país, classificados nas
etapas regionais dos jogos
em 2010. Os atletas-
trabalhadores disputarão
partidas de futebol, futebol
sete máster, futsal, vôlei,
vôlei de praia, xadrez,
natação, atletismo, tênis de
campo e tênis de mesa.
secretário elogia pista de atletismo A pista de atletismo – em
fase de requalificação – e as
instalações do Sesi Simões
Filho impressionaram o
secretário estadual do
Trabalho, Emprego, Renda e
Esporte, Nilton Vasconcelos,
que visitou a unidade. De
acordo com o secretário, a
pista do Sesi – que é a única
do estado certificada pela
International Association of
Athletics Federations (IAAF)
por possuir medidas
oficiais, piso sintético e zona
de saltos e arremessos -
possibilitará a atração de
eventos nacionais e
internacionais, além de
parcerias com instituições
esportivas.
Luciano Coutinho, do BNDES: R$ 1,5 bilhão em financiamento para o Senai Nacional
NoNoNoNoNo
cimatec é modelo, diz presidente do bndEs Um bilhão e meio de reais é o valor do financiamento que o BNDES estuda liberar para o Senai
Nacional. Os recursos seriam destinados à implantação de 20 centros de alta performance e à
reforma de 50 centros do Senai em todo o país. Os centros de alta performance teriam como
referência o Cimatec, unidade do Senai Bahia inaugurada em 2002. Em recente reunião do
Fórum Nacional da Indústria, em São Paulo, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho,
destacou o Cimatec como um dos principais centros tecnológicos do país.
conexão itália-bahia Jovens empresários
italianos visitaram o
Sistema Fieb, no mês de
março, para conhecer as
oportunidades de
negócios da Bahia. No
encontro, promovido
pela Câmara de Comércio
de Milão em parceria
com o Centro Internacional
de Negócios do
Sistema Fieb, o
Superintendente de
Desenvolvimento
Industrial, João Marcelo,
apresentou o panorama
econômico industrial do
estado, com informações
sobre os setores
automotivo, petroquímico e
de mineração.
bahiaminas no café Empresarial A Bahiaminas foi a
convidada da primeira
edição 2011 do projeto
Café Empresarial.
No dia 19 de abril, a
empresa apresentou os
seus critérios de
contratação para
fornecedores de produtos e
serviços em um evento no
Fiesta Convention Center,
em Salvador. O alvo do Café
Empresarial é apresentar
aos fornecedores
demandas de produtos e
serviços das empresas-
âncora que integram o
Programa de Qualificação
de Fornecedores (PQF),
desenvolvido pelo
IEL/BA e Sebrae.
�� Bahia Indústria
InDIcaDores Números da Indústria
Crescimento de 2,3% na produção baianaincremento em fevereiro ficou muito abaixo do verificado em janeiro (4,2%), confirmando trajetória descendente
Em fevereiro, a taxa anualizada da produção física
da indústria de transformação da Bahia cresceu
2,3%, bem abaixo da registrada em janeiro (4,2%),
confirmando a trajetória descendente iniciada de-
pois de outubro de 2010 (quando alcançou o pico de 11%),
situando a Bahia no penúltimo lugar do ranking dos 13 esta-
dos que participam da pesquisa mensal do IBGE. Tal resul-
tado pode ser atribuído ao crescimento de sete dos oito seg-
mentos pesquisados: Refino de Petróleo (17,1%), Alimentos
e Bebidas (11,3%), Veículos Automotores (10,9%), Minerais
não-metálicos (10,8%), Borracha e Plástico (10,5%), Celu-
lose e Papel (4,3%), e Metalurgia Básica (1,7%). Por outro
lado, o segmento de Produtos Químicos/Petroquímicos
apresentou resultado negativo (-13,2%).
Na comparação do 1º bimestre de 2011 com igual pe-
ríodo do ano anterior, a produção física da indústria de
transformação baiana registrou queda de 13,2% (contra
uma alta de 4,6% da média nacional), refletindo, princi-
palmente, a interrupção do fornecimento de energia elé-
Bahia Indústria ��
São Paulo 6,8 5,1 8,2
Minas Gerais 8,0 4,7 9,9
Rio de Janeiro 11,4 7,6 10,2
Paraná 9,4 13,8 15,3
Rio Grande do Sul 7,9 2,0 5,0
Bahia -16,8 -13,2 2,3
Santa catarina 4,1 3,3 5,4
Amazonas 11,2 5,7 13,2
espírito Santo 2,3 -1,1 5,8
Pará -4,0 -0,1 1,8
Goiás -2,8 -1,6 13,1
Pernambuco -3,4 -3,7 7,4
ceará -1,6 -6,0 5,5
Brasil 7,0 4,6 8,5
trica, que atingiu oito estados do
nordeste entre 3 e 4 de fevereiro,
com maior impacto no Pólo Petro-
químico de Camaçari, cujo forne-
cimento de matérias-primas só foi
restabelecido em 13 de fevereiro.
Apresentaram resultados ne-
gativos três dos oito segmentos
pesquisados: Produtos Químicos/
Petroquímicos (-37,7%, menor fa-
bricação de etileno não-satura-
do e polietileno de alta e baixa
densidade), Refino de Petróleo (-
13,6%, menor fabricação de óleo
diesel e nafta petroquímica) e
Metalurgia Básica (-11,3%, queda
na produção de alumínio não li-
gado em formas brutas, por conta
do fechamento da planta da No-
velis no final de 2010, e ouro em
barras). Por outro lado, cinco seg-
mentos registraram resultados
positivos: Veículos Automotores
(31,5%, expansão sobre uma base
de comparação deprimida, já que
foram concedidas férias coletivas
entre 10 e 24 de fevereiro de 2010),
Alimentos e Bebidas (15%, maior
fabricação de chopes, cervejas,
refrigerantes e óleo de soja em
bruto), Borracha e Plástico (11,7%),
Minerais não-metálicos (10,3%) e
Celulose e Papel (7,6%).
Na comparação de fevereiro de
2010 com igual mês do ano ante-
rior, a produção física da indústria
de transformação baiana registrou
queda acentuada de 16,8% (contra
uma expansão de 7% da média
nacional), explicada pontualmen-
produção física por estados: indústria de transformação
Fonte IBGe; elaboração Fieb/SdI
EstadOs VARiAção (%)
FEV11/ jan-FEV11/ mar10-FEV11/ FEV10 jan-FEV10 mar09-FEV10
te pelo desligamento do sistema
elétrico do Nordeste. Registraram
quedas os segmentos: Produtos
Químicos/Petroquímicos (-48%,
redução na produção de etileno
não-saturado, polietileno line-
ar e de alta e baixa densidade,
policloreto de vinila, e propeno
não-saturado), Metalurgia Básica
(-19,8%, queda na produção de
alumínio não-ligado em formas
brutas e ouros em barras), e Refi-
no de Petróleo (-12,7%, em virtude
da menor fabricação de óleo diesel
e nafta petroquímica). Dentre os
segmentos que registraram ex-
pansão, destaca-se o de Veículos
Automotores (168,9%), cujo forte
incremento deve-se principalmen-
te à baixa base de comparação.
A expectativa é de que o resul-
tado da produção da indústria de
transformação baiana de março
apresente recuperação em rela-
ção ao verificado em fevereiro,
em função da plena retomada da
produção do Pólo Petroquímico de
Camaçari, após a interrupção do
fornecimento de energia elétrica
verificada em fevereiro. [bi]
�� Bahia Indústria
ARtuR ikiSHiMA
Empresas alemães hi-tech, lí-
deres em qualidade nos seus
respectivos setores, reali-
zaram, em Salvador, rodadas de
negócios com empresários baia-
nos. Os alemães estão em busca
de empresas locais para que pos-
sam desenvolver parcerias estra-
tégicas, não apenas para a venda
de produtos, mas também para
a produção em conjunto, ou para
que possam, em parceria, oferecer
um serviço de alta qualidade. As
reuniões aconteceram dentro da 2ª
Rodada Internacional de Negócios
Bahia e Baden-Württemberg (esta-
do alemão), organizada pelo Centro
Internacional de Negócios (CIN) da
Fieb, em parceria com o Ministério
da Economia do estado alemão.
O presidente do Sistema Fieb,
José de Freitas Mascarenhas, lem-
brou, na ocasião, as parcerias que
empresários alemães em sintonia com a Bahiainiciativa da Fieb e Ministério da economia de Baden-Württenberg, rodada de negócios abre oportunidades de parceria entre empresários
do estado alemão em realizar uma
segunda missão. “Estes encontros
são exemplos concretos de como a
Fieb vem se posicionando como um
parceiro estratégico para organiza-
ções internacionais na realização
de ações de promoção de negócios
e de comércio”, avalia a gerente do
CIN Fieb, Daniella Cunha.
Nesta segunda edição, a dele-
gação alemã foi coordenada pelo
ministro da Economia de Baden-
Württenberg, Richard Drautz,
sendo composta por mais de 30
integrantes, dentre os quais re-
presentantes de 16 empresas ale-
mãs. Além da rodada de negócios,
foram promovidas apresentações
sobre a indústria baiana, sobre Ba-
den-Wurttemberg e Secopa, uma
visita técnica ao Senai Cimatec e
reuniões com representantes da
Secretaria de Indústria, Comércio e
Mineração do Estado e do Detran.
“Compreendemos que uma co-
operação internacional não se re-
sume apenas a comprar e vender,
mas a uma parceria mais profun-
da e estratégica. E nós desejamos
alcançar situações em que ambos
parceiros estejam satisfeitos e te-
nham sucesso”, informou Richard
Drautz.
Durante a rodada de negócios,
foram identificadas 41 possibilida-
des de futuros negócios e 13 possi-
bilidades de ampliação de transa-
ções já existentes. [bi]
Evento trouxe
a salvador
representantes
de 16
empresas
alemães
estão em andamento entre o esta-
do alemão e o Senai. “Em parceria
com a Tecnaro, o Cimatec lidera
o projeto de desenvolvimento de
compósitos de polímeros com fi-
bras naturais, a exemplo de coco,
casca de arroz, pó de madeira e
bagaço de cana. Outra área de co-
laboração é por meio do TheoPrax,
que consiste na implantação em
até três anos da metodologia edu-
cacional desenvolvida por pesqui-
sadores do Instituto Fraunhofer
ICT, no ensino técnico e superior
do Senai. A expectativa é que no-
vas e produtivas parcerias sejam
efetivadas”, observou.
Esta é a segunda vez que uma
missão de Baden-Württemberg
vem à Bahia. A primeira foi em
2007, com foco predominante na
cadeia automotiva. O sucesso do
primeiro encontro gerou o interesse
Bahia Indústria ��
O transporte de grãos, ál-
cool, açúcar, minérios de
ferro e outros produtos do
oeste baiano vai trilhar novos ru-
mos. A construção da Ferrovia de
Integração Oeste-Leste (FIOL) pro-
mete ser o principal agente desta
transformação. Com 1.537 km de
extensão, a malha ferroviária irá
interligar os municípios de Ilhéus,
Caetité e Barreiras, estendendo-se
até a cidade de Figueiropólis, divi-
sa com o estado de Tocantins.
Em abril, o Ministério Público
protocolou uma ação civil solici-
tando a suspensão das obras do
projeto no trecho entre Barreiras
e Ilhéus até a conclusão dos pro-
cedimentos de licenciamento am-
biental do Porto Sul. O motivo: a
decisão do governo estadual de
mudar a localização do complexo
portuário, que servirá de termi-
nal marítimo para a ferrovia. Até
o momento do fechamento desta
edição, no entanto, as obras pros-
Nos trilhos do desenvolvimentoProjeto da Ferrovia oeste-leste promete dinamizar o transporte de cargas na região
Caetité. Já o segundo trecho tem
482 km de distância, cobrindo o
percurso de Caetité a Barreiras.
Seu prazo de conclusão é julho de
2012. De acordo com a Valec, para
a execução das obras neste espa-
ço é aguardada licença de insta-
lação. Já a última trama da ferro-
via referente ao trecho Barreiras-
Figueiropólis, em Tocantins, está
em fase de planejamento.
A nova infraestrutura de trans-
porte prevista no Plano Nacional
de Logística de Transporte, que
prevê a implantação da Ferrovia,
prenuncia desenvolvimento eco-
nômico e uma nova era para a con-
dução de cargas no país. Além de
melhorias para o meio ambiente,
da instalação ao funcionamento,
os centros de transferência de car-
ga e serviços logísticos serão res-
ponsáveis pela geração de emprego
e renda nas localidades cortadas
pela ferrovia. Os pátios ferroviá-
rios irão gerar serviços que vão do
fornecimento à comercialização.
Mauro Augusto Ramos destaca o
grande volume de mão de obra que
a instalação da ferrovia irá agre-
gar. “Temos muitas contratações
de pessoal para atuar nos pátios
e canteiros de obra. Isso acaba
movimentando e fortalecendo a
economia”, conclui. O inicio da
operação da ferrovia está previsto
para 2013. [bi]
seguiam a todo vapor. Segundo
Mauro Augusto Ramos, superin-
tendente comercial da Valec-Enge-
nharia, responsável pela constru-
ção da ferrovia, cerca de 2% das
obras já foram realizadas.
O objetivo da ferrovia é di-
namizar o transporte de cargas
entre as regiões do oeste e leste
baianos. De acordo com infor-
mações da Valec, o redesenho
da malha ferroviária brasileira
irá dar suporte a um estruturado
sistema de alta capacidade para o
transporte de cargas e irá atender
aos novos fluxos de transporte de-
correntes da atividade econômica
brasileira. Até 2010, a concessio-
nária investiu R$ 671,2 milhões
para a instalação da ferrovia e há
previsão de que até a conclusão
das obras sejam gastos aproxima-
damente R$ 4,80 bilhões.
O primeiro trecho da ferro-
via compreende os 537 km que
separam as cidades de Ilhéus e
30 Bahia Indústria
a determinação dos jovens participantes da
primeira turma do Projeto ViraVida na Bahia
se reflete nos bons resultados do programa
de combate à exploração sexual desenvolvi-
do pelo Conselho Nacional do Sesi. Lançado há um
ano em Salvador com a proposta de elevar a auto-
estima e a escolaridade de jovens em risco social, o
projeto já transformou a realidade de 120 adolescen-
tes selecionados por instituições que atuam no apoio
a vítimas de exploração sexual. O grupo é formado
por pessoas que buscavam alternativas de melhoria
de vida e não encontravam na sociedade opções de
escolha. Seu acesso ao mundo do trabalho é o grande
diferencial do projeto, que conta com o apoio de insti-
tuições públicas e privadas.
Sheila Silva Santos, aluna da primeira turma do
projeto ViraVida, está contente com as mudanças
ocorridas em sua vida, em pouco tempo. O curso de
auxiliar administrativo foi o passaporte para resgate
da cidadania e qualificação profissional. “O início de
uma viagem ao mundo das oportunidades”, diz. Aos
20 anos, a jovem conquistou, com a primeira assina-
tura oficial da carteira de trabalho, além dos direitos
trabalhistas, a sensação de cidadania. “Tudo mudou
em minha vida desde que entrei no ViraVida, descobri
novos horizontes e hoje eu penso em estudar e realizar
meus sonhos, antes destruídos” , relata.
Idealizado pelo presidente do Conselho Nacional
do Sesi, Jair Meneguelli, o ViraVida conta com a par-
ceria de instituições do Sistema S
(Senai, Sebrae, Senac, Sesc). Além
da formação profissional, ofereci-
da a partir do estudo da demanda
de mercado, os jovens recebem
acompanhamento psicossocial,
de saúde e apoio familiar.
ADESÃOO número de empresas apoiado-
ras do projeto tem sido crescente.
Na Bahia, dos 120 jovens matricu-
lados nas duas primeiras turmas
iniciadas em 2010, 26 estão contra-
tados e 49 em fase de contratação.
As vagas estão distribuídas entre
instituições públicas e mais dez
indústrias que aderiram ao proje-
to na Bahia. “A participação dos
empresários completa a proposta
do projeto ao inserir os jovens no
mercado de trabalho e, a partir da
parceria com o Ministério do Tra-
balho/ Superintendência Regional
do Trabalho e Emprego, houve um
aumento na inserção produtiva no
Programa Jovem Aprendiz”, co-
menta Meneguelli.
Nilza Mendonça, gerente de
a hora da
Projeto ViraVida leva jovens vítimas de exploração sexual a ingressar no mundo do trabalho após um ano de atendimento socioeducativo
POR BárBara assisfOTO haroldo aBrantEs
virada
Bahia Indústria 31
O gesto do abraço é o pedido de
atenção para a questão da ex-
ploração sexual no Brasil. Uma
das ações do projeto ViraVida, a campanha Carinho
de Verdade tem por objetivo mobilizar a sociedade
para combater o abuso sexual no país. As redes so-
ciais têm sido ferramentas importantes na propaga-
ção da campanha, fundamentada na necessidade de
integrar a sociedade na erradicação da exploração
sexual de crianças e adolescentes. A participação da
sociedade na campanha é visível. No microblog Twit-
ter foram publicados mais de 50 mil tweets contra a
exploração sexual.
jovem do
projeto em
serviço: mais
autoestima
atendimento da agência Graça da Caixa Econômica
,elogia a ação do Sesi na oferta de conhecimento e
formação dos jovens e ratifica a importância do apoio
de instituições públicas como a Caixa Econômica,
na admissão dos cursistas. “O projeto é bom e inclui
os jovens aprendizes na convivência com o novo, de
acordo com o objetivo do programa. Percebi um gran-
de potencial nos jovens selecionados em Salvador”,
declara a gerente.
Sem estudar há mais de um ano, Andaiara de Je-
sus Santos participou do processo seletivo do proje-
to, resgatou a vontade de viver e deu a virada neces-
sária para planejar um futuro melhor. O emprego e
a autoestima que a acompanham são sinônimos de
superação. “Estava no fundo do poço e agora consi-
go enxergar a vida de outra forma. Esse projeto sal-
vou a vida de muita gente, em todos os sentidos”,
afirma a aprendiz.
Twitter contra o abuso sexual
3� Bahia Indústria
HARoldo ABRANteS
Em sua trajetória profissio-
nal, a gerente de recursos
humanos da Rip Serviços
Industriais, Christianne Pamplo-
na, já chegou a receber currículos
de candidatos a vagas de emprego
escritos em embalagens de pão.
Hoje, as novas tecnologias da in-
formação são uma aliada cada vez
mais importante para preparar os
profissionais e ajudá-los a garantir
mais espaço no mercado de traba-
lho. É nessa tendência que apos-
ta a Rede Interorganizacional de
Educação do Trabalhador (Reiet),
um site lançado pelo Sesi Bahia
com o objetivo de contribuir para
elevar a escolaridade e a qualifica-
ção do trabalhador da indústria,
em especial os do pólo industrial
de Camaçari.
SeSi lança rede para trabalhador da indústriaSite vai contribuir para elevar a escolaridade de terceirizados que atuam no pólo industrial de camaçari
extrema relevância para os pro-
fissionais de baixa escolaridade;
pessoas que têm habilidades téc-
nicas, mas cuja formação escolar
não acompanha a competência”,
conclui Oliveira.
Para estruturar as ações da
Reiet, serão promovidas reuniões
sistemáticas com o Núcleo Estraté-
gico da rede. O comitê é formado
por representantes de 16 institui-
ções, dentre as quais o Serviço Na-
cional de Aprendizagem Industrial
(Senai), Cofic, Instituto Federal da
Bahia, Secretaria de Educação do
Estado da Bahia, secretarias de
Educação e Desenvolvimento de
Camaçari, Candeias, Dias D’Ávila
e Simões Filho, e RIP. O secretário
de educação do município de Ca-
maçari, Luiz Valter Lima, define
a rede como uma ferramenta de
extrema importância para a ar-
ticulação entre o poder público e
empresas privadas. A pesquisa
diagnóstica da oferta e demanda
em educação de jovens e adultos
na região de abrangência do pólo
industrial de Camaçari alimentará
o banco de dados da Reiet. Solan-
ge Novis, coordenadora do Núcleo
de Educação do Trabalhador da
Indústria do Sesi e idealizadora
da Reiet, enfatiza os resultados do
estudo que demonstrou o descom-
passo entre o grau de escolaridade
do trabalhador e a real necessida-
de das empresas de Camaçari. [bi]
solange novis,
do sesi:
descompasso
entre a
escolaridade
do trabalhador
e a demanda
das empresas
A ideia da iniciativa surgiu a
partir de um estudo que identifi-
cou a necessidade educacional e
de qualificação profissional dos
trabalhadores terceirizados que
atuam em empresas daquele pó-
lo. No site, estão disponíveis in-
formações sobre cursos, vagas de
emprego, programação de eventos
e ficha de cadastro de currículo.
“Para mim, a Reiet é um marco”,
comenta Pamplona.
De acordo com o superinten-
dente de comunicação do Comitê
de Fomento Industrial de Camaça-
ri - Cofic, Érico Oliveira, há no Pólo
Industrial de Camaçari 45 mil pes-
soas trabalhando. Deste universo,
30 mil são empregados indiretos
de empresas parceiras e contrata-
das. “O Cofic considera a Reiet de
teatro
livros
leitura&entretenimento
Bahia Indústria 33
transformação ambiental O livro reúne mais de 1.500 verbetes sobre
fatos e eventos essenciais para a
compreensão das relações entre o homem
e a natureza no Brasil e no mundo. Em
destaque, fatos históricos e acidentes
ambientais de grande repercussão e uma
cronologia dos avanços na legislação
sobre o tema, além de dados sobre ações
do governo e de ONGs, empresas e
movimentos sociais que serviram de
motivação para a criação de políticas de
desenvolvimento sustentável.
com as bençãos do bando A peça ainda não começou, mas a ação já está em andamento.
A platéia vai se acomodando enquanto os atores, no tablado,
cantam e tocam tambores e atabaques. Nos telões, imagens de
atores negros que começaram a atuar antes de 1990, ano de
surgimento do Bando de Teatro Olodum. É Bença, o
espetáculo que marca os 20 anos do grupo. Com linguagem
contemporânea e não linear, a peça concebida e encena por
Márcio Meirelles fala da passagem do tempo e do respeito aos
mais velhos, valorizando a memória cultural da população
afro-brasileira. Em cena, 17 atores e dois músicos
contracenam com depoimentos em vídeo.
E-mail com etiquetaSer o “guia essencial de como usar o e-
mail com inteligência e elegância” é a
proposta do livro Enviar, ou, Send, em
inglês. De autoria de David Shipley, editor
do New York Times, e Will Schwalbe, ex-
vice-presidente e editor-chefe da Hyperion
Books, a publicação aborda de forma
didática questões fundamentais para
quem deseja se aperfeiçoar na arte de
enviar ou não um e-mail. A Biblioteca da
Sede do Sistema Fieb possui um exemplar
para empréstimo ou consulta.
Krajcberg em defesa do planetaAntigas e atuais criações de um artista plástico que fez da sua
obra um poderoso apelo em defesa da preservação do planeta.
Assim é a exposição Grito! Ano Mundial da Árvore, de Frans
Krajcberg. Iniciativa da Secretaria de Cultura do Estado, por
meio da Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio
Artístico e Cultural da Bahia (Secult/Dimus/Ipac), a mostra
integra as comemorações dos 90 anos do artista polonês que
mora desde os anos 70 no município baiano de Nova Viçosa.
Em destaque, obras construídas com materiais como cipó e
troncos de madeiras extraídos de florestas devastadas.
A Grande Transformação Ambientalmarcel Bursztyn e marcelo Persegona. editora Garamond universitária, 407 p.R$ 52
Enviar – o guia de como usar o e-mail com inteligência e elegânciadavid Shipley e Will Schwable. editora Sextante, 192 p.R$ 24,90
João Millet MeiRelleS / diVulGAção
exposição
teatro
não perca Teatro Vila Velha, no Passeio Público, até 29/5, às sextas e sábados, às 20h, e aos domingos, às 17h. Ingressos a R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
não perca Até o final de julho, no Palacete das Artes Rodin Bahia, na Graça, sempre de terça a domingo, das 10h às 18h
diVulGAção
3� Bahia Indústria
IDeIas
POR célio costa Pinto
Em 2012, o Brasil sediará a Con-
ferência das Nações Unidas so-
bre Desenvolvimento Sustentável
(Rio+20), após 20 anos da Rio92,
momento em que políticos, cientis-
tas, ambientalistas, empresários e
sociedade civil discutirão os rumos
do planeta, o modelo de desenvol-
vimento e o futuro das próximas
gerações. É necessário mobilizar
os brasileiros para este debate, ha-
ja vista a urgência que a humani-
dade tem em encontrar o caminho
do equilíbrio, do desenvolvimento
sustentável.
Em 2012, diferentemente de
1992, o cenário para o debate é
melhor, a temática ambiental cres-
ceu de importância em todos os
setores, bem como o Brasil vem
crescendo a taxas anuais acima
de 5%. Hoje, o tema meio ambien-
te constitui preocupação central,
pois os efeitos das ações humanas
na Terra já ultrapassaram os muros
da academia e são perceptíveis ao
cidadão comum.
No entanto, em nosso país, ain-
da persiste o falso dilema: meio
ambiente x desenvolvimento. Falso
porque o desenvolvimento é neces-
sário para melhorar a qualidade de
vida de milhões de brasileiros, vi-
sando a geração de emprego e ren-
da, que favorecerá a erradicação
da pobreza, mas precisa estar em
sintonia com a política nacional de
meio ambiente, com a necessária
lucidez de que compartilhamos o
planeta com cerca de 10 a 100 mi-
lhões de espécies vivas distintas,
entre plantas, animais e bactérias,
das quais somente uma parte foi
Falsa dicotomia: meio ambiente x desenvolvimento
identificada e classificada pelos
cientistas.
Temos uma legislação ambiental
muito abrangente e que contempla
aspectos específicos do saber am-
biental, tais como: SISNAMA – Sis-
tema Nacional do Meio Ambiente
(1981), instrumentos consagrados
na Constituição Federal (1988), Lei
das Águas (1997), Lei dos Crimes
Ambientais (1998), Lei da Educação
Ambiental (1999), das Unidades
de Conservação (2000), da Mata
Atlântica (2006), da Gestão de Flo-
restas Públicas (2006), da criação
do Instituto Chico Mendes (2007),
das Mudanças Climáticas (2009) e
dos Resíduos Sólidos (2010).
Assim, podemos olhar para trás
e ver como a legislação ambiental
avançou no Brasil, embora exista a
necessidade de modernizar alguns
de seus aspectos. Destaque para
competências claras dos órgãos
ambientais dos entes da federação
(União, estados, Distrito Federal e
municípios), para o financiamento
do SISNAMA (ICMS e IPTU ecológi-
co, TCFA compartilhada etc.), para
o planejamento territorial com par-
ticipação social, pesquisa científica
e aplicação de conhecimento técni-
co de ponta, fazendo-se o casamen-
to com outras políticas específicas
e demonstrando-se que é possível
compatibilizar o que aparentemen-
te é contraditório: desenvolver e
conservar o meio ambiente.
Campeão mundial em biodiver-
sidade, o Brasil tem papel de desta-
que nessa discussão. Para alcançar
o desenvolvimento sustentável,
o meio ambiente tem de ser, cada
vez mais, tratado como tema trans-
versal e incorporado em todos os
célio costa Pinto, é analista ambiental, superintendente do Ibama no Estado da Bahia [email protected]
programas e projetos governamen-
tais e privados. Afinal, sairá mais
barato e seguro, no futuro, uma
intervenção cautelosa e embasada
na melhor técnica disponível: ele-
var o grau de educação ambiental
da população e fazer com que a le-
gislação ambiental seja respeitada
por todos; aumentar investimentos
em manutenção da biodiversidade
e geração de energia limpa; plane-
jar e utilizar o patrimônio natural
de forma igualitária e para os fins
mais nobres de desenvolvimento;
possuir órgãos ambientais capaci-
tados e eficientes na fiscalização
de infrações e crimes ambientais; e
licenciar obras e empreendimentos
com qualidade técnica e prazo re-
duzido. Assim, alcançaremos tam-
bém justiça ambiental.
Quando os desastres ambien-
tais acontecem, eles afetam mi-
lhares de pessoas, causam dor e
sofrimento, além de sangrar os
cofres públicos na remediação
de intervenções inadequadas no
meio ambiente. Na Rio+20, o tema
mudanças climáticas estará, mais
uma vez, em evidência, mas re-
partindo as atenções com a perda
de biodiversidade e os incentivos
econômicos ambientais.
No Brasil, já se discute o paga-
mento por serviços ambientais,
valorização da função ecológica da
floresta, dos recursos hídricos etc.,
assunto que se encontra em pauta
no Congresso Nacinoal. Portanto,
todos nós devemos levantar uma
discussão séria, ética e oportuna:
acabar com a falsa dicotomia entre
desenvolvimento e meio ambiente
e mostrar ao mundo, na Rio+20,
que isso é possível. [bi]
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