b-026 taissa caroline silva rodrigues

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    1. INTRODUO

    O solo a camada superficial constituda de partculas minerais e

    orgnicas, distribudas em horizontes de profundidade varivel, resultante da

    ao conjunta de agentes intempricos sobre as rochas e a adaptao destas

    s condies de equilbrio do meio em que se encontram expostas, geralmente

    diferentes daquele que condicionou sua gnese apres entando variabilidade

    espacial.

    Alm dos processos naturais de formao do solo, existem outros

    processos que atuam no sentido contrario aos de formao, porm ainda so

    considerados naturais, so eles os agentes erosivos, ou o processo de eroso.

    Normalmente h um equilbrio entre o processo de formao e de desgaste

    (eroso) do solo, quando perde -se esse equilbrio e o processo de eroso

    passa a ser mas intenso que o de formao, comea a aparecer os primeiros

    prejuzos ao solo.

    Os processos erosivos por sua vez podem ser encandeados por

    vrios fatores naturais, como a chuva que considerada um dos principais

    fatores da desagregao de partculas do solo, e fatores antrpicos, esses que

    podem ser vrios.

    Em escala mundial, Os processos de desmatamento vm se

    intensificando no decorrer dos anos, a busca por recursos naturais aumenta em

    conseqncia do consumismo exacerbado. Os pases em desenvolvimento so

    os que mas sofrem com os impactos ao ambiente, pois ainda possuem grandes

    reas e as fiscalizaes so mais frgeis No Brasil as reas florestais vm

    sofrendo com aes de madeireiros em busca de rvores com grande valor

    econmico. As reas que ainda podem ser encontradas extensas reas

    florestais so as reas destinadas a terras indgenas e comunidades

    quilombola, que ainda guardam tcnicas rudimentares de manejo com os

    recursos naturais.

    Os estudos referentes vulnerabilidade de reas a perda de solo

    so de extrema importncia para o Planejamento Ambiental. A analise de

    ambientes vulnerveis a determinados processos ou situaes, ajudam no

    zoneamento e gesto das reas de um pas.

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    2 MATERIAIS E MTODOS

    Dado a importncia desde tema o trabalho utilizar os modelos

    metodolgicos segundo Crepani et al.(1996), onde a vulnerabilidade, a

    resistncia ao processo natural de eroso das unidades de paisagem natural

    definida pela anlise integrada do conjunto rocha, solo, relevo, vegetao e

    clima.

    O INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, para subsidiar o

    Zoneamento Ecolgico-Econmico da Amaznia desenvolveu uma

    metodologia para elaborar mapas de Vulnerabilidade Natural Eroso. Esta

    metodologia consiste primeiramente na elaborao de um mapa de Unidades

    Homogneas de Paisagem, ou Unidades Territoriais Bsicas (UTBs), obtido

    atravs da anlise e interpretao de imagem TMLANDSAT. O segundo passo

    associar a este mapa preliminar de unidades homogneas, obtido atravs

    das imagens, as informaes temticas pr-existentes.

    Segundo Schol e Ross (2007), a estabilidade ou a vulnerabilidade, a

    resistncia ao processo natural de eroso das unidades de paisagem natural

    definida pela anlise integrada do conjunto rocha, solo, relevo, vegetao e

    clima.

    Seguindo a metodologia proposta pelo INPE, cada um desses temas

    recebe uma pontuao de fragilidade variando entre 1 a 3. Desta forma, as

    unidades mas estveis apresentaro propostas mas prximas de 1,0, as

    paisagens mais vulnerveis estaro prximas 3,0. Ao final a metodologia

    apresenta o valor de vulnerabilidade de cada unidade, em funo das

    informaes provenientes de cada tema estudado. Para isso Crepani et al.

    (1996),usa uma equao emprica, que busca representar a posio desta

    unidade dentro da escala de vulnerabilidade natural perda de solo, onde:

    Vulnerabilidade= ( G + R + S + V + C)5

    Para o desenvolvimento do presente trabalho foram utilizadas as variveis

    geomorfologia, geologia, pedologia e vegetao presentes no banco de dados

    geogrficos criado para articulao das variveis atravs dos diversos PIs de

    informao.

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    Para a aplicao e anlise da metodologia empregue neste trabalho

    foram necessrios alguns procedimentos metodolgicos, tais como:

    Criao de um banco de dados com nome de (Jamary) no software

    SPRING 5.1 disponvel na pgina do Instituto Nacional de Pesquisas

    Espaciais INPE, com posterior modelagem do Banco a partir do projetodenominado (Vulnerabilidade).

    Foram importados os dados em formato shape para o banco

    anteriormente citado atravs da funo IMPORTAR sendo distribudos

    de acordo com as categorias.

    Assim, os dados foram sendo preparados e adequados a escala de

    trabalho, por exemplo os pontos cotados e as isolinhas geraram uma

    grade retangular, que depois foram atravs do Menu MN T do Spring

    manipulados para gerar um temtico de Declividade e de exposio.

    A metodologia usada para vulnerabilidade foi desenvolvida por

    CREPANI et. al (2001), a partir do conceito da Ecodinmica de TRICART

    (1977), baseado na relao Morfognese/Pedog nese.

    Primeiramente foram gerados mapas temticos de tipo de solo, geologia,

    geomorfologia/declividade e uso e cobertura vegetal. Em seguida foram

    determinados os valores de vulnerabilidade dos temas usando como base os

    critrios adotados por Crepani et al. (2001), quais sejam:

    PI de geologia: a histria da evoluo geolgica da regio e as

    informaes relativas ao grau de coeso das rochas;

    PI de geomorfologia, a anlise dos ndices morfomtricos;

    PI de solos, as classes e os tipos;

    PI de vegetao com os diferentes tipos vegetais da rea.

    Aps a classificao do grau de instabilidade foi gerada a

    vulnerabilidade natural eroso usando-se operaes de lgebra de mapas

    utilizando a linguagem de programao, implementada no SPRING,

    denominada de LEGAL (Linguagem Espacial para Geoprocessamento

    Algbrico).

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    A partir de planos de informao de entrada (solos, geomorfologia/declividade,

    geologia e uso e cobertura vegetal), gerou-se um mapa temtico de classes de

    vulnerabilidade natural eroso.

    Figura 01: Pls utilizados na determinao da vulnerabilidade.

    Geologia Geomorfologia Pedologia Vegetao

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    3 RESULTADOS E DISCUSSES

    3.1 Localizao e situao da rea.

    A rea de estudo compreende o Quilombo Jamary dos Pretos,

    localizado no municpio de Turiau, na Latitude 153'33'' Sul e Longitude

    4525'32''Oeste. Fica inserido na Mesorregio Oeste Maranhense e na

    Microrregio do Litoral Ocidental Maranhense, tendo os seguintes limites: ao

    norte, Oceano Atlntico; ao sul, os municpios de Turilndia e Governador

    Nunes Freire; a leste, o municpio de Cndido Mendes e, a oeste, os

    municpios de Bacuri e Turilndia. O acesso ao povoado Jamary dos Pretos

    ocorre a partir da MA-209, entrando 30 km antes da sede do municpio de

    Turiau em uma estrada vicinal, de piarra e de difcil acesso (Foto 01),

    principalmente nos meses chuvosos que se estende de Janeiro a Julho.

    Figura 02: Mapa de localizaoFonte: Adaptado do IBGE

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    3.2 Discusso do termo vulnerabilidade

    O conceito de vulnerabilidade, esta sendo bastante discutido na

    atualidade, devido ao aumento de problemas ambientais e sociais decorrentes

    de grandes desastres. Segundo Dubois-Maury; Chaline (2004), vulnerabilidade

    a susceptibilidade de um ambiente ou soc iedade a sofrer determinados riscos

    ou modificaes.

    A noo de risco inerente tanto s cincias da natureza quanto s

    cincias da sociedade e, respeitando-se esta dualidade, entende-se o risco

    como um produto combinado: aquele de uma eventualidade e de uma

    vulnerabilidade.

    Segundo Santos (2007), ao se observar e medir as relaes entre as

    caractersticas de um ambiente, considerando seus eventos induzidos e os

    efeitos adversos, na verdade est sendo medida a vulnerabilidade ambiental de

    uma rea. No entanto, para entender o conceito de vulnerabilidade deve-se

    pensar outras questes, como: a persistncia, a medida do quanto um

    sistema, quando modificado, se afastado de seu equilbrio ou estabilidade sem

    mudar essencialmente seu estado, e a resilincia qu e vem ser a capacidade de

    um sistema retornar a seu estado de equilbrio, aps sofrer um distrbio.

    Os sistemas ambientais, face s intervenes humanas, apresentam

    maior ou menor fragilidade a algo, em funo de suas caractersticasgenticas. Qualquer alterao nos diferentes componentes da natureza

    (relevo, solo, vegetao, clima e recursos hdricos) acarreta o

    comprometimento da funcionalidade do sistema, quebrando o seu estado de

    equilbrio dinmico (SPOLL e ROSS.....).

    Segundo Ross (1994), as unidades de fragilidade dos ambientes

    naturais devem ser resultantes dos levantamentos bsicos de geomorfologia,

    solos, cobertura vegetal/uso da terra e clima. Esses elementos tratados de

    forma integrada possibilitam um diagnstico das dif erentes categoriashierrquicas da fragilidade dos ambientes naturais.

    reas com alto grau de instabilidade mofordinmicas, apresentam as

    seguintes caractersticas: terrenos com baixa declividade (menores que 5%);

    plancies fluviais e fundos de vales; inmeras seces com estrangulamento do

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    leito por pontes e tubules subdimensionados, aterros e acmulo de lixo e

    entulho e terrenos sujeitos a inundaes freqentes (ROSS 2007).

    3.3 Vulnerabilidade na comunidade quilombola

    A rea de estudo apresenta aspectos fsicos marcantes tais comoclima supermido, alto ndice de pluviosidade que estende -se de janeiro a

    julho, vegetao caracterstica de Floresta amaznica e uma topografia plana.

    Essas caractersticas so importantes para o estudo de reas vulnerveis a

    determinados tipos de impactos.

    A Floresta Amaznica maranhense vem enfrentando graves

    problemas de devastao. Estima-se que o Estado do Maranho possua cerca

    de 40% de sua rea de floresta j desmatada, ndice elevado se comparado a

    outros estados como: Rondnia, 22%; Acre, 10%; Par e Mato Grosso, 15%; e

    Amazonas, 2%.

    Com a prtica do desmatamento e queimada, pelos moradores da

    rea, e da explorao de madeiras por pequenos madeireiros, o solo fica

    exposto e vulnervel a eroso, que comea formando pequenos sulcos e evolui

    para ravinas, desenvolvendo-se em casos mais srios as voorocas.

    Foto 01 :Processo de desmatamentoFonte: Dados da pesquisa

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    Em visitas recentes comunidade, ainda no foram detectados

    problemas mais graves relacionados eroso, pois h grandes reas de

    cobertura vegetal, que acabam por proteger o deslocamento das partculas do

    solo. A baixa declividade do terreno da comunidade, tambm um fator

    considervel que dificulta o processo de eroso, porm normalmente essesterrenos baixos da rea de estudo, so sujeitos a inundaes freqentes.

    Foto 02: rea de enchentes freqentesFonte: Dados da pesquisa

    No Quadro 01 abaixo, as NOTAS e PESOS obtidos, representando o

    grau de influncia exercido por cada fator para determinao da

    vulnerabilidade, calculados com base no mtodo proposto por (CREPANI,

    2001).

    A utilizao do mtodo gerou a carta de vulnerabilidade com base nos

    PI`s citados anteriormente que foram analisados atravs da comparao com

    base nas categorias estvel, moderadamente estvel, moderadamente estvel

    e vulnervel, moderadamente vulnervel e vulnervel.

    Considerando o potencial ambiental, as limitaes de uso dos recursos

    naturais, e com informaes obtidas com a anlise dos dados contidos no

    projeto Jamary, tais como: Geologia, Geomorfologia, Solos e Vegetao, foram

    analisados os principais resultados obtidos, para determinar a vulnerabili dade

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    perda de solo da rea de estudo, estes valores foram divididos em duas

    classes distintas de vulnerabilidade, conforme ilustrado abaixo (TABELA 01).

    A partir destes dados (atravs da converso dos dados do formato

    matricial para o vetorial) foi possvel calcular a rea em km de cada uma das

    classes, bem como construir o layout final do mapa de vulnerabilidade perda

    de solo da rea em estudo. Assim foram obtidos dois mapas de

    vulnerabilidade, um gerado a partir dos valores e da utilizao do LEGAL pela

    metodologia Crepani (2001).

    Tabela 01: Intervalos das Classes de Vulnerabilidade e reas calculadas

    Classes Intervalo

    Crepani et al.

    Crepani et al (2001)

    km

    Estvel 1,00 1,50 58,85

    Moderadamente Vulnervel 1,50 3,0 122,74

    O estudo e mapeamento da rea de estudo, expe os efeitos

    ambientais do uso e ocupao da terra, coloca em discusso a vulnerabilidade

    ambiental da rea estudada, podendo auxiliar em sua gesto atravs de aes

    que visam o desenvolvimento sustentvel dos elementos que compem o

    cenrio ambiental desta regio.

    Os mapas de vulnerabilidade expem uma concentrao maior destas

    reas no centro e no norte da rea de estudo, nessas reas prevalece rea

    mais sujeita fragilidades pela presena de diversas variveis que podem

    favorecer perda de solo (Figura XX).

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