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LEANDRO SANCHEZ GOMES
Avaliação do crescimento e maturidade sexual de Boa
constrictor constrictor (Jibóia) em cativeiro (Linnaeus, 1758)
.
São Paulo
2019
LEANDRO SANCHEZ GOMES
Avaliação do crescimento e maturidade sexual de Boa constrictor
constrictor (Jibóia) em cativeiro (Linnaeus, 1758)
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Anatomia dos Animais
Domésticos e Silvestres da Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia da
Universidade de São Paulo para a
obtenção de Título de Mestre em Ciência
Departamento:
Cirurgia
Área de concentração:
Anatomia dos Animais Domésticos e
Silvestres
Orientadora:
Prof. Dra. Selma Maria de Almeida Santos
.
São Paulo
2019
Autorizo a reprodução parcial ou total desta obra, para fins acadêmicos, desde que citada a fonte.
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
(Biblioteca Virginie Buff D’Ápice da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo)
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Maria Aparecida Laet, CRB 5673-8, da FMVZ/USP.
T. 3774 Gomes, Leandro Sanchez FMVZ Avaliação do crescimento e maturidade sexual de Boa constrictor constrictor (Jibóia)
em cativeiro (Linnaeus, 1758) / Leandro Sanchez Gomes. – 2019. 40 f. : il.
Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia. Departamento de Cirurgia, São Paulo, 2019.
Programa de Pós-Graduação: Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres.
Área de concentração: Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres.
Orientadora: Profa. Dra. Selma Maria de Almeida Santos.
1. Jibóia. 2. Maturidade sexual. 3. Alimentação. 4. Reprodução. 5. Crescimento. I. Título.
ERRATA Gomes, L. S. Avaliação do crescimento e maturidade sexual de Boa constrictor constrictor (Jibóia) em cativeiro (Linnaeus, 1758) . 2019. 40 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019.
Página Onde se lê Leia-se
RESUMO 20 f. 40 f.
ABSTRACT 20 f. 40 f.
Av. Vital Brasil, 1500 - Butantã 05503-900 São Paulo, SP - tel: 55(11) 3723-2132 - ramal 2132Horário de atendimento: 2 ª a 6 ª das 09h às 11h e das 14h às 15h30 : e-mail: [email protected]
CEUA N 1623030217
CERTIFICADO
Certificamos que a proposta intitulada "Avaliação da maturidade sexual de Boa constrictor constrictor in vivo (Linnaeus, 1758)",protocolada sob o CEUA nº 1623030217 (ID 000866), sob a responsabilidade de Selma Maria de Almeida Santos e equipe; LeandroSanchez Gomes; Diego Ferreira Muniz da Silva - que envolve a produção, manutenção e/ou utilização de animais pertencentes aofilo Chordata, subfilo Vertebrata (exceto o homem), para fins de pesquisa científica ou ensino - está de acordo com os preceitos daLei 11.794 de 8 de outubro de 2008, com o Decreto 6.899 de 15 de julho de 2009, bem como com as normas editadas peloConselho Nacional de Controle da Experimentação Animal (CONCEA), e foi aprovada pela Comissão de Ética no Uso de Animais doInstituto Butantan (CEUAIB) na reunião de 17/05/2017.
We certify that the proposal "Evaluation of the sexual maturity of Boa constrictor constrictor in vivo (Linnaeus, 1758)", utilizing 40Reptiles (20 males and 20 females), 480 Heterogenics rats (males and females), protocol number CEUA 1623030217 (ID 000866),under the responsibility of Selma Maria de Almeida Santos and team; Leandro Sanchez Gomes; Diego Ferreira Muniz da Silva -which involves the production, maintenance and/or use of animals belonging to the phylum Chordata, subphylum Vertebrata(except human beings), for scientific research purposes or teaching - is in accordance with Law 11.794 of October 8, 2008, Decree6899 of July 15, 2009, as well as with the rules issued by the National Council for Control of Animal Experimentation (CONCEA), andwas approved by the Ethic Committee on Animal Use of the Butantan Institute (CEUAIB) in the meeting of 05/17/2017.
Finalidade da Proposta: Pesquisa Vigência da Proposta: de 02/2017 a 02/2019 Área: Lab. Especial de Ecologia E Evolução
Origem: Não se aplicaEspécie: Répteis sexo: Machos idade: 0 a 6 anos N: 20Linhagem: Boa constrictor Peso: 0 a 3 kg Origem: Não se aplicaEspécie: Répteis sexo: Fêmeas idade: 0 a 6 anos N: 20Linhagem: Boa constrictor Peso: 0 a 3 kg Origem: Biotério CentralEspécie: Ratos heterogênicos sexo: Machos e Fêmeas idade: 0 a 12 meses N: 480Linhagem: Wistar Peso: 70 a 180 g
Local do experimento: Os experimentos serão realizados no Biotério do Laboratório de Ecologia e Evolução
São Paulo, 27 de fevereiro de 2019
Maria Leonor Sarno de Oliveira Nancy OguiuraCoordenador da Comissão de Ética no Uso de Animais Vice-Coordenadora da Comissão de Ética no Uso de Animais
Instituto Butantan Instituto Butantan
Av. Prof. Dr. Orlando Marques de Paiva, 87, Cidade Universitária: Armando de Salles Oliveira CEP 05508-270 São Paulo/SP - Brasil - tel: 55 (11) 3091-7676Horário de atendimento: 2ª a 5ª das 7h30 às 16h : e-mail: [email protected]
CEUA N 8690210217
CERTIFICADO
Certificamos que a proposta intitulada "Avaliação da maturidade sexual de Boa constrictor constrictor in vivo (Linnaeus, 1758)",protocolada sob o CEUA nº 8690210217 (ID 003507), sob a responsabilidade de Selma Maria de Almeida Santos e equipe; LeandroSanchez Gomes - que envolve a produção, manutenção e/ou utilização de animais pertencentes ao filo Chordata, subfilo Vertebrata(exceto o homem), para fins de pesquisa científica ou ensino - está de acordo com os preceitos da Lei 11.794 de 8 de outubro de2008, com o Decreto 6.899 de 15 de julho de 2009, bem como com as normas editadas pelo Conselho Nacional de Controle daExperimentação Animal (CONCEA), e foi aprovada pela Comissão de Ética no Uso de Animais da Faculdade de Medicina Veterináriae Zootecnia da Universidade de São Paulo (CEUA/FMVZ) na reunião de 06/04/2017.
We certify that the proposal "Evaluation of the sexual maturity of Boa constrictor constrictor in vivo (Linnaeus, 1758)", utilizing 40Reptiles (20 males and 20 females), protocol number CEUA 8690210217 (ID 003507), under the responsibility of Selma Maria deAlmeida Santos and team; Leandro Sanchez Gomes - which involves the production, maintenance and/or use of animalsbelonging to the phylum Chordata, subphylum Vertebrata (except human beings), for scientific research purposes or teaching - isin accordance with Law 11.794 of October 8, 2008, Decree 6899 of July 15, 2009, as well as with the rules issued by the NationalCouncil for Control of Animal Experimentation (CONCEA), and was approved by the Ethic Committee on Animal Use of the Schoolof Veterinary Medicine and Animal Science (University of São Paulo) (CEUA/FMVZ) in the meeting of 04/06/2017.
Finalidade da Proposta: Pesquisa Vigência da Proposta: de 02/2017 a 02/2019 Área: Anatomia dos Animais Domésticos E Silvestres
Origem: Não aplicável biotérioEspécie: Répteis sexo: Machos idade: 0 a 6 anos N: 20Linhagem: Boa constrictor Peso: 0 a 5 kg Origem: Não aplicável biotérioEspécie: Répteis sexo: Fêmeas idade: 0 a 6 anos N: 20Linhagem: Boa constrictor Peso: 0 a 5 kg
Local do experimento: Os experimentos serão realizados no Biotério do Laboratório de Ecologia e Evolução
São Paulo, 25 de fevereiro de 2019
Profa. Dra. Anneliese de Souza Traldi Roseli da Costa GomesPresidente da Comissão de Ética no Uso de Animais Secretária
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidadede São Paulo
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidadede São Paulo
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Autor: GOMES, Leandro Sanchez
Título: Avaliação do crescimento e maturidade sexual de Boa constrictor constrictor
em cativeiro (Linnaeus, 1758)
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Anatomia dos Animais
Domésticos e Silvestres da Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia da
Universidade de São Paulo para obtenção do
título de Mestre em Ciências
Data: ____/____/______
Banca Examinadora
Prof. Dr.________________________________________________________
Instituição: ___________________________Julgamento_________________
Prof. Dr.________________________________________________________
Instituição: ___________________________Julgamento_________________
Prof. Dr.________________________________________________________
Instituição: ___________________________Julgamento_________________
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho as minhas avós
Irene e Nilza e aos meus avôs já
falecidos Orlando e Benedito, que são
e foram a base de tudo que sou hoje.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado força em todos os momentos.
Aos meus pais Sandra e Nelson, e a minha irmãzinha Mônica, que me apoiaram e me
incentivaram durante todo o processo e o caminho, desde o início no curso de
Ciências Biológicas, sempre me dando força para continuar lutando até o último
instante antes de entregar essa dissertação.
A minha namorada, amiga e companheira Mayara, que não me deixou desistir e
sempre me deu forças nessa jornada e me apoiou em todas as minhas decisões.
A minha família Sanchez e Gomes, pelo apoio e incentivo.
Aos meus amigos de laboratório, que apesar da minha ausência sempre estiveram
presentes durante a realização desse trabalho e não me deixaram desistir nos
momentos mais difíceis, obrigado Lucas, Karina, Silara, Jade, Carol, Serena e
Nathalia.
Ao Diego, Juliana e Maísa que além da amizade e de todo apoio e suporte que me
deram, ainda cuidaram das Jibóias com muito amor, carinho e respeito.
Aos PAPs que começaram comigo nessa minha história pelo Instituto Butantan
sempre me ajudando e me fazendo rir Ivan, Eletra, Carolzinha e Pedro.
Agradeço também aos outros alunos do LEEV: Priscila, Thiago, Andressa, Diego
Mota, Marlisson, Mariana, Cris, Igor, Rafaela, Ligia e Fabiano.
A todos os funcionários do LEEV por toda a ajuda durante a execução do trabalho
Bruno, Maria, Darina, Poliana, Kelly, Regina, Marta e Vera.
Aos pesquisadores do LEEV Dr. Otávio A. V. Marques, Dra. Nancy Oguiura, Dra.
Maria José de J Silva, Dr. Rogério Bertani.
Aos amigos de Anhembi Morumbi, que de maneira mais simples sempre se
interessaram pela minha pesquisa, Lucas, Guilherme e Patrícia.
Em especial meu muito obrigado ao Adriano que cuidou dos animais sempre que
estive ausente. E a Viviane por toda ajuda durante as avaliações ultrassonográficas
do trabalho.
Aos amigos ao longo da vida, sempre perguntando e querendo saber tudo do trabalho:
Levi, Larissa, Letícia e Natália.
Ao meu filhote Pingo que fazia dessa jornada uma alegria todo dia quando eu chegava
em casa.
Ao Instituto Butantan, a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da
Universidade de São Paulo, ao setor de Cirurgia, ao Departamento de Anatomia de
Animais Domésticos e Silvestres e a todos os servidores dessas instituições que de
alguma forma fizeram parte.
A minha orientadora Selma por ter me aceitado como seu orientando e acreditado em
mim, e por toda a orientação durante os 4 anos (PAP e Mestrado)
E a todos aqueles que de alguma forma me incentivaram e me apoiaram durante todo
esse processo, que foram muitos e é impossível lembrar de todos.
Sou imensamente grato por cada um, por cada ajuda, por tudo.
“Ninguém é suficientemente perfeito, que não possa
aprender com o outro e, ninguém é totalmente
destruído de valores que não possa ensinar algo ao
seu irmão.”
- São Francisco de Assis
RESUMO
GOMES, L. S. Avaliação de crescimento e maturidade sexual de Boa constrictor
constrictor em cativeiro (Linnaeus, 1758) [Evaluation of growth and sexual maturity
of Boa constrictor constrictor in captivity (Linnaeus, 1758) ]. 2019. 20f. Dissertação
(Mestrado em Ciências) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019.
O estudo da dieta e alimentação de serpentes é considerado de grande importância
para a conservação e manutenção desses animais em cativeiro, visto que a
alimentação é um fator de fundamental importância para o desenvolvimento das
serpentes. Determinada frequência alimentar as quais os animais podem ser
submetidos, podem acelerar ou retardar o desenvolvimento desses animais e assim
afetar diretamente a questão reprodutiva das serpentes, e isto pode auxiliar no
processo de conservação desses animais, que além de tudo estão cada vez mais
aparecendo no mercado de pets. Este estudo acompanhou como se dá o
desenvolvimento desses animais e o tamanho que os indivíduos machos e fêmeas
dessa espécie atingem a maturidade sexual. Visando a importância da frequência
alimentar nesse processo de amadurecimento, os animais foram submetidos a uma
alimentação de 15% da massa corporal e com diferentes rotinas alimentares 15 ou 30
dias entre uma alimentação e outra e ambos os grupos foram avaliados e comparados
quanto a ganho de massa, comprimento e frequência de ecdises. As fêmeas e os
machos foram submetidos a diferentes processos de avaliação da maturidade, as
fêmeas passaram por uma análise não invasiva - o diagnóstico foi feito através de
ultrassonografia -, já os machos passaram por um processo pouco invasivo, a coleta
e análise do sémen. A frequência alimentar diferenciada no primeiro ano de vida dos
grupos experimentais nos permitiu verificar a importância de uma elevada carga
energética. Os animais que receberam alimento em maior frequência apresentaram
taxa de ganho de massa maior que o outro grupo, uma vantagem para animais que
apresentam crescimento continuo ao longo da vida, deste modo quanto mais rápido
crescerem mais rápido poderão investir energia em reprodução.
Palavras-chave: Jibóia, Maturidade sexual, Alimentação, Reprodução, Crescimento
ABSTRACT
GOMES, L. S. Evaluation of growth and sexual maturity of Boa constrictor
constrictor in captivity (Linnaeus, 1758) [Avaliação de crescimento e maturidade
sexual de Boa constrictor constrictor em cativeiro (Linnaeus, 1758)] 2019. 20f.
Dissertação (Mestrado em Ciências) – Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019.
The study of snake's dieting and feeding it's considered of great importance for
conservation and maintenance of these animals in captivity, considering feeding is a
fundamentally factor for development of snakes. Under certain dietary rates whose
those animals can be submitted, may rush or slow down their development, thus
straight affecting the snake's reproductive question, and this can assist the
conservation's process of those animals, furthermore are increasingly appearing in the
pet market. This study followed how the development of these animals occurs and the
size that the male and female individuals of this species reach sexual maturity. Aiming
at the importance of feeding frequency in this maturation process, the animals were
submitted to a 15% body weight diet and with different feeding routines over 15 or 30
days between feedings and both groups were evaluated and compared for feed gain,
mass,length and frequency of ecdyses. Females and males were submitted to different
maturity evaluation procedures; females underwent a noninvasive analysis; the
diagnosis was made by ultrasonography; the males underwent a noninvasive process,
the collection and analysis of the semen. The differentiated feeding frequency in the
first year of life of the experimental groups allowed us to verify the importance of a high
energetic load, the animals that received food more frequently presented a rate of gain
of mass greater than the other group an advantage for animals that show growth
continue throughout life, so the faster you grow the faster you can invest energy in
reproduction.
Keywords: Boa constrictor constrictor, Sexual Maturity, Feeding, Reproduction,
Growth
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Fêmea de Boa constrictor constrictor ...................................................... 19
Figura 2 - Biotério 6 do Laboratório de Ecologia e Evolução ................................... 20
Figura 3 - Caixa individual dos espécimes de Boa constrictor constrictor ............... 21
Figura 4 - Avaliação ultrassonográfica em fêmea de Boa constrictor constrictor .... 23
Figura 5 - Pesagem de Boa constrictor constrictor .................................................. 24
Figura 6 - Macho de Boa constrictor constrictor do Grupo “A” (esquerda); macho
de Boa constrictor constrictor do Grupo “B” (direita) ............................... 30
Figura 7 - Exame ultrassonográfico fêmea 1505 ..................................................... 31
Figura 8 - Exame ultrassonográfico fêmea 1506 ..................................................... 32
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Ganho de massa de machos e fêmeas até o 12º mês .......................... 26
Gráfico 2 - Ganho de massa de machos e fêmeas do 12º mês até o 54º mês ....... 26
Gráfico 3 - Ganho de massa dos Grupos experimentais até o 12º mês .................. 27
Gráfico 4 - Ganho de massa dos Grupos experimentais do 12º ao 54º mês .......... 28
Gráfico 5 - Porcentagem de ganho de massa 1º ao 12º mês e 13º ao 54º mês ..... 29
Gráfico 6 - Crescimento CRC de machos e fêmeas ................................................ 30
Gráfico 7 - Ecdises totais dos anos 2016, 2017 e 2018 .......................................... 33
Gráfico 8 - Ecdises por sexo dos anos 2016, 2017 e 2018 ..................................... 33
Gráfico 9 - Ecdises por grupo experimental dos anos 2016, 2017 e 2018 .............. 34
Gráfico 10 - Ecdises por estação seca e úmida ...................................................... 35
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Delineamento experimental, grupos experimentais ............................... 22
Tabela 2 – Taxa percentual de ganho de massa 1-12 meses ................................. 28
Tabela 3 – Taxa percentual de ganho de massa 13-54 meses ............................... 29
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 16
2 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................... 19
2.1 ANIMAIS .......................................................................................................... 19
2.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL ................................................................ 21
2.3 MATURIDADE SEXUAL .................................................................................. 22
2.4 CRESCIMENTO E MASSA ............................................................................. 24
2.5 ECDISES (MUDAS) ........................................................................................ 25
2.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................. 25
3 RESULTADOS ................................................................................................ 25
3.1 DESENVOLVIMENTO DOS ANIMAIS (MASSA E COMPRIMENTO) ............. 25
3.2 MATURIDADE SEXUAL .................................................................................. 31
3.3 ECDISES ......................................................................................................... 32
4 DISCUSSÃO ................................................................................................... 35
4.1 DESENVOLVIMENTO DOS ANIMAIS (MASSA E COMPRIMENTO) ............. 35
4.2 MATURIDADE SEXUAL .................................................................................. 36
4.3 ECDISES ......................................................................................................... 37
5 CONCLUSÃO .................................................................................................. 38
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 39
16
1. INTRODUÇÃO
Estudos em reprodução são de fundamental importância tanto para a
conservação e preservação das espécies e do habitat desses indivíduos, quanto para
o conhecimento de diversos aspectos da biologia da espécie (SHINE e BONNET,
2009), como: ciclo reprodutivo, maturidade sexual, dimorfismo sexual, fecundidade,
modos reprodutivos, sistema de acasalamento, comportamento reprodutivo, entre
outros (ALMEIDA-SANTOS et al., 2014).
Nas serpentes os trabalhos voltados para a reprodução têm como principal foco
o ciclo reprodutivo e a maturidade sexual, sendo estes estudos realizados com
animais fixados em coleções zoológicas, através de dissecção dos espécimes fixados
e realização de análise morfológica e histológica das gônadas.
Dados reprodutivos das serpentes ainda são pouco conhecidos. Alguns dos
principais grupos desses animais ainda é possível encontrar um maior número de
estudos, entretanto nos grupos mais basais há uma dificuldade de se encontrar dados
sobre a biologia reprodutiva (PIZZATTO, 2006).
O sistema reprodutor das serpentes, assim como todos os outros órgãos,
apresenta uma característica morfológica alongada. Esse sistema encontra-se
posicionado a partir da metade do corpo do animal no metâmero caudal, as gônadas
apresentam-se sempre aos pares, observando o lado direto sempre mais cranial que
o lado esquerdo. (PIZZATTO; ALMEIDA-SANTOS; MARQUES, 2007).
As fêmeas apresentam ovário e oviduto em pares. Os ovidutos são tubos
alongados, paralelos aos ovários, que fazem a comunicação entre o ovário e a cloaca,
e são divididos em infundíbulo, útero e vagina. A vagina tem forma bilobada,
compatível com o hemipênis, e termina na cloaca. O útero é a extensão medial do
oviduto, apresenta câmaras onde os embriões permanecem durante todo o
desenvolvimento embrionário. O infundíbulo é a região mais cranial do oviduto, os
folículos em vitelogênese secundária seguem para essa região durante a ovulação,
apresenta uma estrutura morfológica semelhante a um funil (GOMES et al., 1989 e
1993).
Os machos também apresentam testículos em pares e seguem até a cloca
através dos ductos deferentes, túbulos seminíferos enovelados que terminam na
papila genital. Os machos possuem uma estrutura chamada hemipênis. O hemipênis
17
fica invaginado na cauda, apresenta forma de Y, sendo considerado bilobado, com
uma função de chave-fechadura em relação a vagina da fêmea (GOMES et al., 1989
e 1993).
Os machos são considerados sexualmente maduros quando há presença de
espermatozoides em qualquer porção do sistema reprodutor e quando apresentam os
ductos deferentes enovelados (ALMEIDA-SANTOS et al, 2014).
Já as fêmeas são consideradas maduras sexualmente quando há presença de
folículos em vitelogênese secundária no período já descrito como ovulação e de
vitelogênese (ALMEIDA-SANTOS & ORSI, 2002).
O tamanho em que os indivíduos atingem a maturidade sexual, geralmente, é
determinado com dados morfológicos e histológicos dos testículos, nos machos, e nas
fêmeas, através de observação de fêmeas com folículos vitelogênicos nos ovários,
com base em animais fixados. Estudos sobre reprodução com animais in vivo são
raros, havendo também uma escassez de trabalhos experimentais, em relação a
maturidade.
A família Boidae é uma das famílias mais basais no grupo das serpentes, e há
uma carência muito grande de estudos desses animais, tendo em vista que essa
família é a única que apresenta espécies comercializadas legalmente no Brasil e
apresentam uma grande importância do ponto de vista comercial, apesar disso há
poucos estudos quanto a reprodução desse grupo. Pizzatto (2006) determinou o
tamanho do corpo na maturidade sexual de algumas espécies desse grupo com base
em dados de coleções zoológicas.
A Jibóia (Boa constrictor) faz parte da família Boidae, sendo o grupo com
registro das maiores serpentes da América Neotropical. No Brasil, essa família
apresenta quatro gêneros: Boa, Eunectes, Epicrates e Corallus, sendo todos vivíparos
(GARCIA, 2015). Podendo chegar aos 4m de comprimento, as jiboias são
consideradas animais de médio à grande porte, cabeça triangular, pupilas verticais
(característica de animais noturnos, porém também apresentam hábitos diurnos),
corpo cilíndrico e volumoso (musculatura constritora) com leve achatamento lateral,
evidenciando um hábito semi-arborícula, sua dieta é constituída de pequenos
mamíferos e algumas aves (MARQUES; ETEROVIC; SAZIMA, 2001). Apresentam
também vestígios de cintura pélvica e membro posterior, chamado de esporão
(GOMES et al. 1989).
18
O gênero Boa conta com apenas uma espécie Boa constrictor, atualmente a
maioria dos pesquisadores dividem a espécie em seis subespécies, porém alguns
herpetólogos consideram esse número maior, dividindo em dez subespécies de Boa
constrictor (VOSJOLI, 2004): No Brasil, encontramos apenas duas subespécies, Boa
constrictor constrictor e Boa constrictor amarali (AMARAL, 1977).
Boa constrictor constrictor apresenta um corpo maior e mais robusto e
coloração mais amarelada, encontrada na região Amazônica e no Nordeste brasileiro
e dentre as espécies presentes nos Brasil é a mais comum e difundida nos centros de
conservação, pesquisas e zoológicos brasileiros (VANZOLINI; COSTA; VITT, 1980).
Segundo Pizzatto 2006, que trabalhou com dados de animais fixados em
coleções, essa espécie é considerada adulta ao atingir os dois metros de comprimento
tanto nos machos quanto nas fêmeas.
O ciclo reprodutivo dessa subespécie de jibóia já foi descrito, com folículos em
vitelogênese primária (0,6 – 1,9 cm) durante todas as estações do ano, folículos em
vitelogênese secundária (2,0 – 2,4 cm) da primavera ao verão, com cópula no inverno,
embriões também na primavera e no verão e nascimentos no final do verão e início
do outono. O aumento testicular nos machos foi visualizado no outono com uma
diminuição na primavera (GARCIA, 2012).
A alimentação é de fundamental importância para o desenvolvimento desses
animais nos primeiros anos de vida. A taxa de crescimento é maior, por tanto as
demandas energéticas envolvidas nos custos de manutenção, crescimento e
reprodução, também são maiores nessa fase da vida (MADSEN, SHINE, 2002).
A frequência alimentar deve ser feita de acordo com a idade e com a
necessidade energética de cada indivíduo, para filhotes recomenda-se uma
alimentação semana ou quinzenal, já para adultos pode ser mensalmente e cerca de
10% a 20% do peso corporal do animal. (MELGAREJO-GIMÉNEZ, 2002; GREGO,
2006; CAMPANGNER, 2011). A frequência alimentar não é o único fator alimentar
que deve ser analisado, a quantidade, tipos de presas e composição nutricional
também tem grande importância (OFTEDAL, ALLEN, 1996).
Os répteis apresentam grande importância como bio-indicadores do estado de
conservação da fauna silvestre, uma vez que são mais sensíveis a mudanças
climáticas e ambientais devido a sua fisiologia. Deste modo um estudo sobre a
reprodução de uma das espécies mais abundantes e que está presente desde o norte
do México até o sul do Brasil e norte da Argentina (SCARTOZZONI & MOLINA, 2004).
19
Portanto esse trabalho visa não só contribuir com o conhecimento científico da
espécie e com sua conservação, mas com o aumento de informações para a
reprodução da espécie, seja em criadouros conservacionistas como em criadouros
comerciais. Além disso um trabalho com indivíduos nascidos e mantidos em cativeiro
facilita o controle em relação a alimentação, idade e tamanho, resultando um número
maior de dados para estabelecer um tamanho corporal na maturidade sexual dos
animais.
Figura 1: Fêmea de Boa constrictor constrictor
Foto: Mônica S. Gomes, 2019
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1 ANIMAIS
Foram mantidos em cativeiro 27 espécimes de Boa constrictor constrictor,
machos e fêmeas, todos da mesma ninhada e nascidos no Museu Biológico do
Instituto Butantan, e mantidos em cativeiro no Laboratório de Ecologia e Evolução
(LEEV) do Instituto Butantan.
Os animais foram mantidos em caixas plásticas individuais de 20x60x44cm,
com papelão ondulado como substrato, água ad libitum e cuidados veterinários
20
periódicos. Ficaram alocados em uma sala com iluminação natural, com temperatura
entre 21ºC e 27ºC.
O estudo foi aprovado e autorizado pelo SISBIO (nº 57324-1), e pelas
Comissões de Ética no Uso de Animais, tanto da Faculdade de Medicina Veterinária
e Zootecnia da USP (nº 8690210217) como do Instituto Butantan (nº 1623030217)
Figura 2 – Biotério 6 do Laboratório de Ecologia e Evolução do Instituto Butantan
Foto: Leandro S. Gomes, 2017
21
Figura 3 – Caixa individual aonde os espécimes de Boa constrictor constrictor foram mantidos
Foto: Leandro S. Gomes, 2017
2.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
Os animais foram divididos em dois grupos, grupo “A”, alimentado a cada 15
dias, com 13 indivíduos (9 fêmeas e 4 machos) e outro grupo “B” alimentado a cada
30 dias, com 13 indivíduos (9 fêmeas e 4 machos).
Essa diferenciação seguiu até o 12º mês de vida dos animais. No entanto,
durante uma avaliação veterinária foi constatado um déficit nutricional do grupo “B”,
diagnosticado pelo médico veterinário responsável. Após esse período, ambos os
grupos foram mantidos com alimentação a cada 21 dias.
Os grupos foram alimentados com roedores (ratos e camundongos)
obedecendo uma proporção de 15% do peso corporal por alimentação.
22
Tabela 1 – Delineamento experimental, grupos experimentais
Grupo Experimental
Frequência alimentar
1º ao 12º mês 13º ao 54º mês
Grupo A Machos (4) Fêmeas (9)
15 dias 21 dias
Grupo B Machos (4) Fêmeas (9)
30 dias 21 dias
2.3 MATURIDADE SEXUAL
A avaliação da maturidade sexual, tanto em macho como em fêmeas, foi
realizada através de métodos não invasivos e distintos para ambos.
Os machos foram submetidos a coleta de sêmen. As coletas são realizadas
através de massagens ventrais próximas as papilas genitais dos machos, região da
cloaca.
Os animais foram contidos manualmente para que se proceda com a limpeza
da região cloacal com solução fisiológica. Cada animal recebeu ainda anestesia local
(Lidocaína 1%, dose 15mg/kg - Bravet®) na região pericloacal em quatro pontos
distintos, visando o relaxamento e exposição da papila urogenital. Foi utilizado um
eletroestimulador com controle para voltagem, miliamperagem e duração de estímulo
e repouso (Duboi, Brasil). Após observado o relaxamento da região cloacal decorrente
do efeito da anestesia, o animal foi novamente contido para o procedimento de
colheita de sêmen. Primeiramente, foi realizada uma vigorosa massagem em sentido
crânio-caudal objetivando a expulsão do conteúdo intestinal. Após esse procedimento,
qualquer amostra que se assemelhe ao ejaculado será colhida e definida como
amostra pré-estímulo e analisada. A cloaca será lavada com de solução salina 0,9%
e delicadamente seca. Então, a probe de tamanho adequado foi inserida na cloaca e
foram aplicadas 4 sequências de 1 a 4 volts, a iniciar com as sequencias de 1 volt,
aumentando-se em 1 volt a cada sequência. Cada sequência será composta de 4
pulsos elétricos. O intervalo entre os pulsos será de 1 segundo e o intervalo entre
23
sequencias, será de 2 segundos. Após esse procedimento, possíveis amostras de
sêmen serão colhidas e analisadas. Quando não houve amostra após as duas séries,
a colheita foi considerada como negativa. O tempo total de colheita de sêmen, desde
o esvaziamento do reto até a devolução do animal ao recinto não ultrapassou 5
minutos
As fêmeas foram acompanhadas através de exames ultrassonográficos, aonde
é possível ver o desenvolvimento dos folículos e medi-los para definir se estão ou não
em vitelogênese.
Para avaliação de machos e fêmeas foi utilizada a contenção manual com
auxílio de ganchos e ambas as avaliações realizadas por médicos veterinários.
Figura 4 – Avaliação ultrassonográfica em fêmea de Boa constrictor constrictor
Foto: Leandro S. Gomes, 2018
24
2.4 CRESCIMENTO E MASSA
As jiboias foram acompanhadas no que se refere ao crescimento e ganho de
massa desde o nascimento em 2014, sendo as medidas coletadas periodicamente
durante o experimento. Esses dados nos permitiram testar a taxa de crescimento dos
animais. Para esses procedimentos os animais também foram contidos manualmente,
para o comprimento é utilizado fita métrica e para a pesagem balança digital de alta
precisão.
Figura 5 – Pesagem de Boa constrictor constrictor
Foto: Leandro S. Gomes, 2018
25
2.5 ECDISES (MUDAS)
Durante os anos de 2016, 2017 e 2018, as ecdises (mudas) foram coletadas e
registrados de maneira individual. Com os dados coletados foram realizadas análises
por estações (seca e chuvosa), por grupos experimentais e por ano de pesquisa.
2.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Todos os dados referentes a crescimento e ganho de massa foram submetidos
ao teste U de Mann-Whitney.
Os dados de ecdises (muda) foram submetidos ao Teste Qui-quadrado.
Para ambos os testes as diferenças foram consideradas significativas quando
o valor de p < 0.05.
3. RESULTADOS
3.1 DESENVOLVIMENTO DOS ANIMAIS (MASSA E CRESCIMENTO)
Durante o primeiro ano do estudo foi possível observar que os animais do
Grupo “A” alimentados com frequência alimentar de 15 dias atingiram maior massa e
taxa de crescimento, em relação aos animais mantidos com frequência alimentar de
30 dias, Grupo “B”, aonde a alimentação permaneceu diferenciada, tendo os machos
do Grupo “A” apresentado ganho de massa superior aos machos do Grupo “B” (n=8;
U’ = 0.00; p = 0.0209), as fêmeas, apresentaram o mesmo resultado, tendo o Grupo
“A” maior ganho de massa que as fêmeas do Grupo “B” (Gráfico 1).
Quando comparados aos meses seguintes, aonde a rotina alimentar já havia
sido igualada entre os dois grupos, a curva de ganho de massa, para fêmeas do Grupo
“B”, tiveram um padrão semelhante as fêmeas do Grupo “A” (n=18; U’ = 3.5762; p =
0.0003). Já os machos do Grupo “B”, apresentaram uma curva diferente do outro
grupo de machos (n=8; U’ = 2.3094; p = 0.0209) (Gráfico 2).
26
Gráfico 1 – Ganho de massa de machos e fêmeas até o 12º mês.
Legenda: O eixo Y representa a massa em gramas dos animais e o eixo X representa o período de desenvolvimento dos animais. A linha preta representa os espécimes de Boa constrictor constrictor fêmeas do Grupo “A”, a linha vermelha os espécimes machos Grupo “A”, a linha azul representa as fêmeas Grupo “B” e a linha verde os machos Grupo “B”.
Gráfico 2 – Ganho de massa de machos e fêmeas do 12º mês até o 54º mês.
Legenda: O eixo Y representa a massa em gramas dos animais e o eixo X representa o período de desenvolvimento dos animais. A linha preta representa os espécimes de Boa constrictor constrictor fêmeas do Grupo “A”, a linha vermelha os espécimes machos Grupo “A”, a linha azul representa as fêmeas Grupo “B” e a linha verde os machos Grupo “B”.
0
100
200
300
400
500
600
700
800
jun-14 jul-14 ago-14 set-14 out-14 nov-14 dez-14 jan-15 fev-15 mar-15 abr-15 mai-15
Mas
sa (
g)
♀ Grupo "A" ♂ Grupo "A" ♀ Grupo "B" ♂Grupo "B"
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
2200
Mas
sa (
g)
♀ Grupo "A" ♂ Grupo "A" ♀ Grupo "B" ♂Grupo "B"
27
Ao analisarmos somente os grupos experimentais, sem separação por sexo, é
possível observar que a curva de ganho de massa do Grupo “A” se distancia da curva
do Grupo “B” no terceiro e oitavo mês (n=26; U’ = 2.3094; p = 0.0209) (Gráfico 3).
Gráfico 3 – Ganho de massa dos Grupos experimentais até o 12º mês.
Legenda: O eixo Y representa a massa em gramas dos animais e o eixo X representa o período de desenvolvimento dos animais. A linha azul representa os espécimes de Boa constrictor constrictor do Grupo “A”, a linha amarela os espécimes do Grupo “B”.
A partir do 12º mês em diante o Grupo “A” apresenta um crescimento linear,
apesar de algumas ocilações no ganho de massa, já o Grupo “B”, tem um crescimento,
mas nos últimos 12 meses mantem a média de massa estável (n=26; U’ = 4.333; p <
0.0001) (Gráfico 2).
0
100
200
300
400
500
600
700
800
jun-14 jul-14 ago-14 set-14 out-14 nov-14 dez-14 jan-15 fev-15 mar-15 abr-15 mai-15
Mas
sa (
g)
Grupo A Grupo B
28
Gráfico 4 – Ganho de massa dos Grupos experimentais do 12º ao 54º mês.
Legenda: O eixo Y representa a massa em gramas dos animais e o eixo X representa o período de desenvolvimento dos animais. A linha azul representa os espécimes de Boa constrictor constrictor do Grupo “A”, a linha amarela os espécimes do Grupo “B”.
A taxa de ganho de massa dos animais também apresentou grande diferença
entre os doze primeiros meses, se comparados ao restante dos meses. As fêmeas do
Grupo “A” apresentaram o maior percentual de ganho de massa nos doze primeiros
meses, seguida dos machos do mesmo grupo. Os machos do Grupo “B” ficaram com
o terceiro maior percentual e as fêmeas desse grupo ficaram com o menor percentual
de ganho de massa (n=26; U’ = 2.8823; p = 0.0039) (Tabela 2 e Gráfico 5).
Entre o 12º mês e o 54º mês, aonde a alimentação permaneceu igual, as taxas
de crescimento de massa tiveram mudanças, aonde os machos do grupo “A” ficaram
com o maior percentual, seguido pelas fêmeas do Grupo “B” e pelas fêmeas do Grupo
“A” com o terceiro maior percentual e por último os machos do Grupo B (n=26; U’ =
0.1601; p = 0.8728) (Tabela 2 e Gráfico 5).
Tabela 2 – Taxa percentual de ganho de massa 1-12 meses
Grupos Massa 1º mês Massa 12º mês % de crescimento
♀ 15 dias 122g 729g 497,5
♂ 15 dias 124g 703g 466,9
♀ 30 dias 115g 326g 183,5
♂ 30 dias 117g 342g 192,3
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
2200
Mas
sa (
g)
Grupo A Grupo B
29
Tabela 3 – Taxa percentual de ganho de massa 13-54 meses
Grupos Massa 13º mês Massa 54º mês % de crescimento
♀ 15 dias 847g 2054g 142,5
♂ 15 dias 818g 2072g 153,3
♀ 30 dias 378g 947g 150,5
♂ 30 dias 416g 885g 112,7
Gráfico 5 – Porcentagem de ganho de massa 1º ao 12º mês e 13º ao 54º mês
Legenda: O eixo Y representa a taxa de ganho de massa em porcentagem e o eixo X representa o período de desenvolvimento dos animais 1º ao 12º mês e 13º ao 54º mês. A barra azul representa os espécimes de Boa constrictor constrictor fêmeas do Grupo “A”, a barra verde os espécimes machos Grupo “A”, a vermelha representa as fêmeas Grupo “B” e a barra laranja os machos Grupo “B”.
Em relação ao crescimento em comprimento rostro-cloacal (CRC), as medidas
começaram a ser coletadas a partir do 22º mês, e as curvas de crescimento tanto dos
animais do Grupo “A” (machos e fêmeas), quanto as fêmeas do Grupo “B” foram
semelhantes, porém a curva de crescimento dos machos do Grupo “B” não
apresentou traçado semelhante aos outros três grupos (n=26; U’ = 3.3607; p = 0.0008)
(Gráfico 6).
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
550
1º ao 12º mês 13º ao 54º mês
Taxa
de
gan
ho
de
mas
sa (
%)
♀ Grupo "A" ♂ Grupo "A" ♀ Grupo "B" ♂ Grupo "B"
30
Gráfico 6 – Crescimento CRC de machos e fêmeas.
Legenda: O eixo Y representa o comprimento rostro-cloacal (CRC) em centímetros dos animais Legenda: O eixo Y representa a massa em gramas dos animais e o eixo X representa o período de desenvolvimento dos animais. A linha preta representa os espécimes de Boa constrictor constrictor fêmeas do Grupo “A”, a linha vermelha os espécimes machos Grupo “A”, a linha azul representa as fêmeas Grupo “B” e a linha verde os machos Grupo “B”.
Figura 6 – Macho de Boa constrictor constrictor do Grupo “A” (esquerda); macho de Boa constrictor
constrictor do Grupo “B” (direita).
Foto: Mônica S. Gomes, 2019
90
95
100
105
110
115
120
125
130
135
140
mar/16 jun/16 jan/17 mar/17 mai/17 set/17 mar/18 ago/18 dez/18
CR
C (
cm)
♀ Grupo "A" ♀ Grupo "B" ♂ Grupo "A" ♂ Grupo "B"
31
3.2 MATURIDADE SEXUAL
As fêmeas do Grupo “A” atingiram comprimento e massa maior que as fêmeas
do Grupo “B” e, apesar dessa diferença de tamanho, exames ultrassonográficos foram
realizados nos dois grupos de fêmeas, porém só foi possível encontrar folículo em
vitelogênese primária em duas fêmeas do Grupo A (fêmea 1505 e fêmea 1506).
Isso não excluiu a possibilidade de haver folículos primários nas outras, visto que
nessa fase de vitelogênese os folículos medem poucos milímetros, como no caso
dessas duas fêmeas (Imagem 1 e imagem 2). Os folículos em vitélogênese secundária
(a partir de 2 cm) que seriam a garantia de uma fêmea madura.
No grupo dos machos ainda não foram encontrados machos maduros, tanto no
Grupo “A” como no Grupo “B”.
Figura 7 – Exame ultrassonográfico fêmea 1505.
32
Figura 8 – Exame ultrassonográfico fêmea 1506
.
3.3 ECDISES (MUDAS)
Durante os anos de 2016, 2017 e 2018 foram feitas as coletas de todas as
ecdises das serpentes, como as serpentes permanecem em caixas individuais foi
possível coletar as ecdises de cada animal separadamente. No ano de 2016 foram
realizadas 56 ecdises dentre todos os animais de ambos os grupos experimentais, no
ano de 2017, 50 ecdises e no ano de 2018, 53 ecdises (p = 0.8438) (Gráfico 5).
33
Gráfico 7 – Ecdises totais dos anos 2016, 2017 e 2018.
Legenda: O eixo Y representa o número de ecdises e o eixo X representa o ano relativo a coleta das ecdises. A barra azul representa o ano de 2016, a barra laranja representa o ano de 2017 e a barra verde representa o ano de 2018.
Também foram analisados dados das ecdises de machos e fêmeas
separadamente, sem considerar as diferentes rotinas alimentares. Nesse caso, os
machos que são em número menor que as fêmeas, proporcionalmente tiveram o
mesmo percentual de ecdises do total, sendo 2016 (p = 0.8745), 2017 (p=0.8928) e
2018 (p=0.8826) (Gráfico 6).
Gráfico 8 – Ecdises por sexo dos anos 2016, 2017 e 2018.
Legenda: O eixo Y representa o número de ecdises e o eixo X representa o ano relativo a coleta das ecdises. A barra azul representa as ecdises dos animais do Grupo “A” e a barra laranja representa as ecdises dos animais Grupo “B”.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
2016 2017 2018
Nú
mer
o d
e ec
dis
es
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
2016 2017 2018
Nú
mer
o d
e ec
dis
es
Machos Fêmeas
34
Ao analisarmos as ecdises em relação a frequência (rotina) alimentar os animais
do grupo “B” fizeram o mesmo número de ecdises (27) nos anos de 2016 e 2017, em
2018 foi visto uma queda no número de ecdises (22). Já os animais do grupo “A”
tiveram uma pequena diminuição no número de ecdises de 2016 para 2017, já em
2018 o número de ecdises apresentou um crescimento em relação a 2017, mas com
números totais nos três anos, muito próximos ao do grupo “B” (p=0.3830) (Gráfico 7).
Gráfico 9 – Ecdises por grupo experimental dos anos 2016, 2017 e 2018.
Legenda: O eixo Y representa o número de ecdises e o eixo X representa o ano relativo a coleta das ecdises. A barra azul representa as ecdises dos animais do Grupo “A” e a barra laranja representa as ecdises dos animais Grupo “B”.
Foram analisados também os dados de ecdises em relação as estações secas
e úmidas, com uma somatória dos três anos (2016, 2017 e 2018) e dos grupos
experimentais (A e B). Durante esse período de três anos foram realizadas 42 ecdises
na estação seca e 117 ecdises na estação úmida, sendo essas estações consideradas
conforme dados de umidade relativa do ar do Instituto de Astronomia, Geofísica e
Ciências Atmosféricas da USP (p<0.0001) (Gráfico 8).
0
5
10
15
20
25
30
35
2016 2017 2018
Nú
mer
o d
e ec
dis
es
Grupo "A" Grupo "B"
35
Gráfico 10 – Ecdises por estação seca e úmida.
Legenda: O eixo Y representa o número de ecdises e o eixo X representa o ano relativo a coleta das ecdises. A barra azul representa as ecdises de ambos os grupos animais na estação seca e a barra laranja representa as ecdises dos animais na estação úmida.
4. DISCUSSÃO
4.1 DESENVOLVIMENTO DOS ANIMAIS (MASSA E CRESCIMENTO)
A grande diferença de ganho de massa entre os dois grupos nos leva a hipótese
que o primeiro ano de vida do animal é determinante no ganho de massa e
crescimento desse grupo de animais. Portanto, o grupo experimental que recebeu
uma carga energética maior ao longo do primeiro ano de vida obteve um crescimento
maior nesse período. Após a frequência alimentar igualada nos anos seguintes, os
animais maiores (Grupo “A”) cresceram com taxa semelhante que o outro grupo
(Grupo “B”), porém com os machos do Grupo “B”, com uma taxa de ganho de massa
abaixo dos outros três grupos.
A alimentação com frequência diferenciada no primeiro ano de vida, influenciou
diretamente no maior ganho de massa do Grupo “A” em relação ao Grupo “B”. Isso foi
comprovado com a grande diferença da taxa de crescimento dos diferentes grupos
nos primeiros doze meses, se comparados com os meses subsequentes até o termino
do trabalho, tendo o Grupo “A” uma taxa de ganho de massa 2,56 vezes maior que o
Grupo “B” no primeiro ano de vida, e do décimo terceiro ao quinquagésimo quarto mês
0
20
40
60
80
100
120
140
Seca Úmida
Nú
mer
o d
e ec
dis
es
36
após o nascimento dos animais essa taxa ficou apenas 1,12 vezes maior, não se
mostrando significativa do segundo ano até o quinto ano.
Em relação ao sexo, verificamos uma diferença entre os dois grupos
experimentais. No Grupo “A”, durante os primeiros doze meses, as fêmeas
apresentaram taxa de ganho de massa superior aos machos, porém, nos meses
seguintes até o término do trabalho os machos apresentaram taxa maior que as
fêmeas, já o Grupo “B” apresentou um resultado completamente oposto, onde machos
tiveram maior ganho de massa no primeiro ano e as fêmeas do segundo ano em
diante.
O comprimento rostro-cloacal (CRC), apesar de coletado após o décimo
segundo mês de vida dos animais, apresentou um crescimento dos animais bastante
linear, onde os grupos seguiram com uma taxa de crescimento semelhante em todos
os grupos experimentais, no Grupo “A” machos e fêmeas se mantiveram próximos em
tamanho, com pouca variação, tendo os machos comprimento maior que as fêmeas
no inicio da coleta desse parâmetro e no final. No Grupo “B” os machos apresentaram
maior tamanho no início das coletas, e as fêmeas no final. De modo geral, o tamanho
corporal da fêmea influencia fortemente sobre a fecundidade, tanto sobre, tamanho e
massa dos filhotes, como número de filhotes da ninhada (SHINE 1993, 1994,
MARQUES 1996), o que pode explicar o maior tamanho das fêmeas do Grupo “B”.
Apesar de já conhecido dimorfismo sexual por tamanho nas serpentes, onde as
fêmeas apresentam tamanho e massa corporal maior que os machos (RIVAS, J. &
BURGHARDT, G.M. 2001) e tal dimorfismo já foi descrito em outra subespécie de
jiboia Boa constrictor occidentalis (CHIARAVIGLIO et al. 2003) e em B. c. amaralli
(PIZZATO 2006) que apresentou tal dimorfismo desde o nascimento. Os nossos
resultados não apresentaram esse dimorfismo aparente, tendo os machos
apresentado tamanho e massa maior que as fêmeas no grupo “A”, em contra partida
no Grupo “B” as fêmeas apresentaram maior tamanho que os machos ao término do
experimento, porém mantiveram uma massa corporal semelhante.
4.2 MATURIDADE SEXUAL
A maturidade sexual não foi encontrada em nenhum dos grupos experimentais,
isso nos sugere que esses animais devem atingi-la com tamanho e massa corporal
37
maior que a encontrada nesse experimento, ou talvez, haja a necessidade de mais
tempo para o amadurecimento das gônadas.
Em trabalho realizado com espécimes de coleção zoológica, Pizzato, 2006, não
encontrou resultados significativos para relação tamanho e maturidade sexual em Boa
constrictor constrictor, estimando tamanho de fêmeas maduras sexualmente 2030,9 ±
468,6 (mm) e machos 1903,4 ± 522,5 (mm), porém em outra subespécie (Boa
constrictor amaralli), encontrou relação entre o tamanho e a maturidade sexual, com
valores 1501,1 ± 162,6 (mm) para fêmeas maduras e 1418,4 ± 192,4 (mm) para
machos maduros.
Visto os dados apresentados os animais do Grupo “A” possivelmente estariam
próximos de atingirem a maturidade sexual com aproximadamente 6 anos de vida,
visto que alguns trabalhos de cativeiro, descrevem que animais alimentados com
maior frequência ficaram maduros um ano antes dos alimentados com menor
frequência (BRONIKOWSKI; ARNOLD, 1999; SHINE 2006, BYARS et al. 2010).
4.3 ECDISES
Durante os três anos em que as ecdises foram coletadas e registradas, o ano de
2016 apresentou números absolutos maiores que os dois anos, porém, o número de
muda não sofreu grande alteração ao longo desses três anos, o que não apresentou
diferença significativa, com uma média anual que variou de 1,92 a 2,15 mudas de pele
por animal.
Em relação ao sexo, os resultados não apresentaram diferença significativa
entre machos e fêmeas, sem considerar as diferentes rotinas alimentares. Os machos
fizeram um número menor de ecdise do que as fêmeas, porém representam um
número menor que as fêmeas em número de indivíduos, tendo realizado 30,19% das
ecdises nos três anos, e representando 30,77% dos indivíduos dentro dos animais
experimentados.
Os grupos experimentas “A” e “B”, obtiveram números de ecdises muito
parecidos ao longo desses três anos, não apresentando diferença significativa entre
eles, o que nos leva a supor que como nesse período ambos os grupos se
alimentaram com a mesma frequência, isso lhes conferiu condições de realizar trocas
de pele com a mesma frequência sem apresentar grandes diferenças numéricas no
38
número de ecdises, ou seja, a diferenciação no primeiro ano aparentemente não
afetou o desempenho nos anos seguintes.
Nas estações seca e úmida, foi verificado uma grande diferença, que se mostrou
significativa. A estação úmida (primavera e verão), apresentou aproximadamente 2,78
vezes mais ecdises que a estação seca (outono e inverno), sem fazer distinção entre
sexo e grupo experimental, ou seja, em geral os animais de pele trocaram mais vezes
durante a estação úmida.
5. CONCLUSÃO
A diferença na frequência alimentar no primeiro ano de vida dos grupos
experimentais, nos permitiu verificar a importância de uma elevada carga energética,
tendo em vista que os animais que receberam alimento em maior frequência, ou seja,
maior carga energética apresentaram taxa de ganho de massa maior que o outro
grupo, portanto chegaram a tamanho e massa corporal maior no mesmo período de
tempo, uma vantagem para animais que apresentam crescimento continuo ao longo
da vida. Deste modo, quanto mais rápido crescerem, mais rápido poderão investir
energia em reprodução.
A maturidade sexual não foi atingida por nenhum dos grupos, mas com base em
dados de outros estudos, os animais do Grupo “A” devem apresentar a maturidade
antes dos animais do Grupo “B”, visto seu maior tamanho e massa.
Durante os anos que foram coletadas as ecdises, os animais apresentaram
maior número de ecdises nas estações úmidas (primavera e verão), com pouca
variação nos números totais nos três anos, em relação ao sexo ou grupo experimental
os animais apresentaram o mesmo número de ecdises.
39
REFERÊNCIAS
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AMARAL, A. Serpentes do Brasil: iconografia colorida. São Paulo: Melhoramentos-EDUSP, 246 p, 1977
BRONIKOWSKI, A. M., ARNOLD, S. J. The evolutionary ecology of life-history variation in the garter snake Tamnophis elegans. Ecology, v. 80, p. 2314-2325, 1999
BYARS, D. J., FORD, N. B., SPARKMAN, A. M., BRONIKKOWSKI, A. M., Influence of diet and family on age of maturation in brown house snakes, Lamprophis fulginosus. Herpetologica, 66 (4), p. 456-463, 2010
CAMPANGNER, M. V. Manejo de serpentes em cativeiro: Manejo clínico-sanitário e avaliação da microbiota. 2011. Tese (Doutorado em Doenças tropicais). Faculdade de Medicina de Botucatu. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, 2011.
CHIARAVIGLIO, M., BERTONA, M., SIRONI, M. e LUCIANO, S. Intrapopulation variation in life history traits of Boa constrictor occidentalis in Argentina. Amphibia-Reptilia 24: 65-74, 2003
DE VOSJOLI, P., KLINGENBERG, R. & RONNE, J. The Boa constrictor manual. The Herpetocultural Library, Advanced Vivarium Systems, Santee, CA, 2004
GARCIA, V.C. Avaliações ultrassonográficas dos ciclos reprodutivos das serpentes Boidae Neotropicais. 2012. 101f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.
GARCIA, V.C.; VAC, M.H.; BADIGLIAN, L.; ALMEIDA-SANTOS, S.M. Avaliação ultrassonográfica do aparelho reprodutor em serpentes vivíparas da família Boidae. Pesquisa Veterinária Brasileira, 35(3): 311-318, 2015
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