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AVALIAÇÃO ERGONÔMICA DE UM POSTO DE TRABALHO EM UMA EMPRESA DE POLITEREFTALATO DE ETILENO NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE-PB Caio Santos Lamonica (UFCG ) [email protected] Marrisson Murilo de Andrade Farias (UFCG ) [email protected] Arthur Arcelino de Brito (UFCG ) [email protected] Marcelo Gustavo de Paula Rego Morim (UFCG ) [email protected] Ivanildo Fernandes Araujo (UFCG ) [email protected] Este artigo visou realizar uma análise e avaliação de um posto de trabalho em uma empresa de Politereftalato de Etileno na cidade de Campina Grande-PB Este estudo se faz necessário para o melhoramento na segurança e saúde do trabalhador, ellencando os principais riscos à integridade física dos colaboradores em suas atribuições. Assim, podem-se revelar diversos fatores causadores de queixas dos funcionários e desenvolver medidas de contingenciamento para suplantar possíveis desconformidades em desacordo com a Norma Regulamentadora 17 (NR-17). Para o desenvolvimento do presente trabalho utilizou-se como base um checklist elaborado com base na NR-17 e a metodologia de intervenção ergonômica baseada na literatura utilizada nas aulas de Ergonomia II. Primeiramente trabalhou-se com um posto de trabalho específico, para posteriormente abranger todo o setor produtivo. Palavras-chave: Palavras chave: Avaliação ergonômica, riscos ergonômicos, NR-17, integridade física. XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.

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Page 1: AVALIAÇÃO ERGONÔMICA DE UM POSTO DE ...João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. . 2 1. Introdução Devido à substancial competitividade presente nos setores no

AVALIAÇÃO ERGONÔMICA DE UM

POSTO DE TRABALHO EM UMA

EMPRESA DE POLITEREFTALATO DE

ETILENO NA CIDADE DE CAMPINA

GRANDE-PB

Caio Santos Lamonica (UFCG )

[email protected]

Marrisson Murilo de Andrade Farias (UFCG )

[email protected]

Arthur Arcelino de Brito (UFCG )

[email protected]

Marcelo Gustavo de Paula Rego Morim (UFCG )

[email protected]

Ivanildo Fernandes Araujo (UFCG )

[email protected]

Este artigo visou realizar uma análise e avaliação de um posto de

trabalho em uma empresa de Politereftalato de Etileno na cidade de

Campina Grande-PB Este estudo se faz necessário para o

melhoramento na segurança e saúde do trabalhador, ellencando os

principais riscos à integridade física dos colaboradores em suas

atribuições. Assim, podem-se revelar diversos fatores causadores de

queixas dos funcionários e desenvolver medidas de contingenciamento

para suplantar possíveis desconformidades em desacordo com a

Norma Regulamentadora 17 (NR-17). Para o desenvolvimento do

presente trabalho utilizou-se como base um checklist elaborado com

base na NR-17 e a metodologia de intervenção ergonômica baseada na

literatura utilizada nas aulas de Ergonomia II. Primeiramente

trabalhou-se com um posto de trabalho específico, para posteriormente

abranger todo o setor produtivo.

Palavras-chave: Palavras chave: Avaliação ergonômica, riscos

ergonômicos, NR-17, integridade física.

XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.

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1. Introdução

Devido à substancial competitividade presente nos setores no mercado, percebe-se a

necessidade de implantação de um processo industrial rápido e eficiente. Assim, os

profissionais que operam o sistema produtivo tornam-se partes fundamentais dessa nova

mentalidade, onde as necessidades pessoais de cada um são minimizadas e utilização

subumana da força de trabalho é maximizada.

Nesse contexto é importante ressaltar que principalmente fatores como esforço excessivo e

posição inadequada por parte do trabalhador durante as atividades laborais, podem causar

sérios danos à saúde do profissional, bem como a diminuição do ritmo do trabalhador em sua

jornada de trabalho.

A Ergonomia surge como um fator importante e indispensável para a manutenção da

integridade física e também mental do trabalhador, possibilitando informações a respeito

daquilo que pode representar melhorias na execução de atividades por parte do trabalhador em

seu posto de trabalho.

O presente trabalho visa avaliar as atividades de um trabalhador em seu posto de trabalho,

bem como avaliar um setor da empresa, levando em consideração os preceitos abordados pela

NR-17. A empresa escolhida para o desenvolvimento dessa avaliação localiza-se em Campina

Grande – PB e atua no ramo de embalagens de politereftalato de etileno (PET),

especificamente voltadas a águas, sucos, bebidas, alimentos, saneantes e produtos químicos.

Dois fatores impulsionaram a escolha da empresa em questão: possui ambiente fabril e

maquinário reduzidos, e é responsável pela maior porcentagem da produção e distribuição de

garrafas PET do estado da Paraíba. Outros dois fatores, em interação, pressionam o operador a

trabalhar mais: a produção é pequena devido aos recursos limitados e a necessidade é grande

para manter a posição de liderança por parte da empresa no mercado.

É importante destacar também algumas demandas específicas que foram verificadas após

algumas análises do setor operacional: necessidade rotineira de inclinação do corpo para

execução de algumas atividades, atividades repetitivas, transporte manual de produtos

acabados que requerem alto esforço físico, e riscos ergonômicos em geral.

2. Revisão bibliográfica

2.1. O conceito de ergonomia

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De acordo com Iida (2005) a ergonomia caracteriza-se como o estudo da adaptação do

trabalho ao homem. Ainda reitera que este trabalho tem uma acepção bastante ampla,

abrangendo não apenas máquinas e equipamentos, mas também o relacionamento do homem

com o seu trabalho. Desta forma, a ergonomia em geral contribui substancialmente para a

melhoria contínua dos postos de trabalho, possibilitando o bem estar físico e mental das

pessoas em seu ambiente laboral e por consequência gerando maior produtividade, trazendo

assim benefícios tanto para o empregado como para o empregador.

A contribuição ergonômica segundo Wisner (1987) pode ser classificada em ergonomia da

concepção, correção e conscientização. Desta forma a ergonomia pode ser implantada nas

concepções de projetos, em situações já existentes e na própria cultura organizacional,

favorecendo a segurança, a saúde do trabalhador, a qualidade e a quantidade da produção.

Para a análise e avaliação de postos de trabalho, existem basicamente duas dimensões a serem

consideradas: a dimensão tradicional ou operacional e a ergonômica. Esta primeira dimensão

lida com o estudo de tempos e movimentos corporais requeridos para execução de algum tipo

de tarefa, focando o aumento da produtividade. Já a dimensão ergonômica visa reduzir as

exigências biomecânicas, possibilitando ao colaborador comodidade, eficiência e proteção e

evitando possíveis doenças ocupacionais devido ao esforço excessivo e/ou repetitivo.

2.1. Riscos ergonômicos

A norma regulamentadora NR-17, voltada para ergonomia, busca estabelecer parâmetros que

permitam a adequação dos postos de trabalho aos seus colaboradores sobre o aspecto das

características psicofisiológicas dos mesmos, visando a amenização dos riscos ergonômicos.

Segundo Piza (1997), os riscos ergonômicos definem-se a partir da associação

homem/ambiente de trabalho e manifestam-se através de posturas assumidas e esforços

exercidos pelo agente humano na execução laboral. Estes riscos trazem efeitos indesejados

que não se limitam a prejuízos a saúde humana, mas também na produtividade, eficiência e

segurança das organizações.

Os riscos ergonômicos em um ambiente de trabalho caracterizam-se pela presença de uma

situação de perigo físico ou psicofisiológico para o trabalhador em suas atividades laborais

devido a atividades repetitivas, postura inadequada, mobiliário inadequado, ausência de

pausas, monotonia em atividades, imposição de ritmos inadequados, jornadas de trabalho

prolongadas, estresse, entre outros fatores.

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Os riscos ergonômicos são bastante comuns em atividades relacionadas à fabricação de

garrafas PET, visto que os trabalhadores exercem uma baixa variedade de tarefas

(caracterizando a monotonia), as operações são severamente rápidas e exigem inclinação da

coluna para o ensacamento das garrafas produzidas, esforço excessivo para transporte de

matéria prima (pré-formas) e transporte de produto acabado.

2.1.1. Postura inadequada

As posturas no trabalho vão depender do estado físico do homem, da disposição das máquinas

e dos equipamentos no espaço de trabalho, das características do ambiente, da forma das

ferramentas e suas condições de utilização, do produto utilizado, do conteúdo das tarefas, das

cadências e ritmo de trabalho e da frequência e duração das pausas (MINISTÉRIO DA

SAÚDE, 2001)

Um trabalhador que em suas atividades fica de pé por um longo período e em postura

desconfortável, está sujeito à sobrecarga da coluna, ocasionando fortes dores nesta localidade

do corpo. As dores podem não ser instantâneas visto que existe uma questão de subjetividade

humana, assim uma pessoa pode sofrer efeito rapidamente, enquanto outra após alguns anos.

As fábricas de embalagem de garrafas PET possuem uma área específica para ordenamento e

embalagem de garrafas, o que demanda do trabalhador algumas posturas inadequadas durante

a execução das atividades do setor. Os processos de embalagem e ordenamento requerem

flexão do tronco para frente, no intuito de executar sua atividade, sendo este um dos fatores de

maior causa da hérnia de disco cervical.

Segundo Itiro Iida (2005), a coluna é um dos pontos mais fracos do organismo, sendo uma

peça muito delicada ela está sujeita a deformações, que podem ser congênitas ou adquiridas

durante a vida. Assim, um trabalho que exija um esforço de longo período sobre a coluna, tem

uma alta probabilidade de ocasionar dores e/ou lesões, que podem afastar temporariamente ou

definitivamente o funcionário.

2.1.2. Atividades repetitivas

As atividades relacionadas a um processo de transformação que são frequentemente feitas e

refeitas em um curto espaço de tempo, podem ser denominadas atividades repetitivas. Os

trabalhadores expostos a esse tipo de atividade não podem trabalhar excedendo o limite

máximo de carga horária que é de 5 horas, conforme disposto na legislação trabalhista.

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A constância de atividades repetidas por um trabalhador pode trazer sérios problemas físicos,

tais como: lesão por esforço repetitivo (LER), estresse mental e cansaço do corpo. Desta

forma as condições psicofisiológicas do trabalhador ficam sobremaneira afetadas a ponto de

prejudicá-lo em suas atividades laborais (caracterizando certa minimização da capacidade

produtiva da empresa), trazer fortes danos para sua saúde e muitas dores.

A NR-17 aponta que algumas atividades são caracterizadas como atividades repetitivas,

indicando que a cada 50 minutos trabalhados o colaborador terá direito a 10 minutos de

descanso, sem que isso lhe seja imputado como um motivo de solicitação de horas extras,

aumento de carga ou ritmo de trabalho. Esta pausa deverá ser realizada fora do posto de

trabalho no qual o profissional exerce sua função.

Uma alternativa para esta demanda são as ginásticas laborais no sentido que podem ajudar a

corrigir a postura errada do profissional no dia a dia e nas ocasiões de trabalho, assim como

minimizar o estresse muscular e mental. Pode-se destacar também como um fator importante

para essa problemática a rotação de tarefas, visto que tais trocas de posto de trabalho podem

amenizar os efeitos das atividades laborais sobre os indivíduos, e garantir uma maior

flexibilidade da produção.

2.1.3. Transporte manual de cargas

Segundo a NR-17, transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso da

carga é suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o levantamento e a

deposição da carga. O transporte manual regular de cargas designa toda atividade realizada de

maneira contínua ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o transporte manual de cargas.

É aconselhável que esse tipo de transporte seja efetuado por equipamentos que facilitem esse

feito, pois se observa com frequência nos ambientes industriais a movimentação de cargas

pesadas, e nem sempre a estrutura física do trabalhador está preparada para realizar o

levantamento, sustentação e transporte da carga.

A Consolidação das Leis Trabalhistas aponta que o peso individualmente transportado por

uma profissional pode ser de 60 kg, assim como apresenta a especificação para o trabalho

feminino e de jovens com menos de 18 anos em condições de transporte manual de cargas:

para regime de transporte contínuo a carga transportável deve ser no máximo de 20 kg,

enquanto para regime intermitente pode ser até 25 kg.

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Pelo fato de muitos ambientes industriais não possuírem aparato técnico, a NR-17 aponta que:

todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que não as leves, deve

receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverá

utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes.

Deve-se verificar o biotipo do trabalhador no momento de sua contratação, pois caso seja

sobrecarregado pela carga transportável é provável que ele sofra de fadiga muscular, cansaço

físico e mental, e fique exposto a um alto risco de lesões lombares, além de acidentes por

incapacidade de sustentação do peso ou escorregamento da carga e por fim, caso a carga seja

de tamanho consideravelmente grande, o trabalhador não conseguirá efetuar o transporte de

maneira ergonomicamente correta.

3. Procedimentos metodológicos

Para o desenvolvimento da avaliação do posto de trabalho, foram observadas primeiramente

as tarefas executadas por um profissional do setor escolhido (inspeção e ensacamento das

garrafas). Posteriormente, também foram feitas entrevistas semiestruturadas e observações in

sito para complementar as informações levantadas junto aos outros métodos descritos a

seguir.

Algumas demandas importantes nesse posto de trabalho foram identificadas: altura da mesa

para ensacamento, altura do trabalhador, posicionamento do trabalhador, esforço e sintomas

do trabalhador após um dia de trabalho. Esses fatores apontaram o que seria importante

destacar neste trabalho não só para a avaliação do posto de trabalho, como também para a

avaliação do setor operacional.

Especificamente para o setor operacional utilizaram-se duas diferentes metodologias: um

check-list baseado na NR-17 elaborado pelos autores, e outra metodologia de intervenção

ergonômica registrados em apontamentos de aula, segundo a proposta de Itiro Iida (2005) na

disciplina ergonomia II. Por meio desses instrumentos foram levantados os dados que

possibilitaram verificar especificações das demandas do setor operacional.

3.1. Descrição da empresa

A empresa relacionada ao presente trabalho denomina-se I9 Embalagens LTDA, que atua no

ramo de embalagens de politereftalato de etileno (PET). Fundada em junho de 2019, a I9

iniciou suas operações em dezembro do mesmo ano e já nasceu com uma proposta arrojada:

inovar, fazer diferente do que era visto até então em seu setor de atuação, estabelecer um novo

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patamar e ser referência, esta vontade sempre norteou seu modelo de negócios. O IBGE

classifica a empresa com a seguinte numeração “C 2222-6/00” que especifica a produção de

embalagens de material plástico e segundo o CNAE – Classificação Nacional de Atividades

Econômicas enquadra-se na classe 22.2 e grupo 22.22-6 Fabricação de embalagens de

material plástico.

A atuação da empresa se dá nos mercados de embalagens para águas, sucos, bebidas,

alimentos, saneantes e produtos químicos. Possui também uma linha própria completa

pensada para atender os mais diversos mercados, além disto, presta serviços de sopro e

desenvolver projetos personalizados.

O público alvo da I9 Embalagens são empresas fornecedoras de constituintes líquidos ou

sólidos que necessitam ser embalados. A partir da utilização das embalagens, essas empresas

repassam (vendem) seus produtos no mercado. A empresa é responsável pela maior

porcentagem de produção e distribuição de garrafas PET do estado da Paraíba.

A estrutura da organização ainda é pequena, porém eficiente dentro dos padrões e

necessidades do mercado. Tal situação se confirma no histórico recende, onde em

aproximadamente 6 (seis) anos de atuação a empresa atrai clientes dentro e fora do estado em

que atua, pelo cumprimento dos critérios de desempenho dispostos na missão da corporação

(qualidade e confiabilidade), assim como pela eficiente estratégia que tem proporcionado que

todas as metas oriundas do planejamento inicial sejam cumpridas.

3.2. Avaliação do posto de trabalho

3.2.1. Caracterização do posto de trabalho

A operação de inspeção e embalagem de garrafas PET oriundas da máquina sopradora

automática é realizada por um ou dois funcionários (dependendo da demanda de produção)

em um ritmo mediano, em que cerca de 2000 garrafas são inspecionadas e embaladas por

hora, podendo variar essa quantidade de acordo com o volume da garrafa. Os funcionários

possuem o auxílio de uma mesa embaladora que os possibilita uma maior facilidade na

embalagem das garrafas.

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Figura 1 – Máquina sopradora automática

Figura 2 – Mesa embaladora

A mesa está posicionada junto à parte frontal da máquina de sopro, a uma distância de 1,5m

do termino do galpão, com espaço para movimentação do funcionário.

3.2.2. Atividades relacionadas ao posto de trabalho

A atividade que o trabalhador executa nesse posto de trabalho restringe-se a inspecionar as

garrafas (avaliando a conformidade com as especificações da Engenharia do Produto) e

embalá-las em um saco plástico. A realização da operação de inspeção e embalagem ocorre de

maneira simples: o colaborador recebe as garrafas advindas da máquina de sopro, então é

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verificado se há presença de furos, má conformação das garrafas, deformações, entre outros

defeitos. Desta forma, o funcionário posiciona as garrafas em conformidade na mesa

embaladora quando é atingida a capacidade da embalagem do saco plástico. Assim, o

funcionário juntamente com outro colaborador, posiciona o saco na mesa e insere as garrafas

dentro da embalagem.

Figura 3 – Inspeção de produtos na mesa embaladora

Figura 4 – Processo de embalagem

4. Análise das demandas

Nas operações de inspeção e ensacamento das garrafas PET oriundas da máquina sopradora

automática, pôde-se observar alguns pontos que devem ser corrigidos por trazer riscos à saúde

do trabalhador e à produtividade da empresa.

4.1. Postura inadequada

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O trabalhador executa suas tarefas na posição vertical, sem pontos de apoio para si,

permanecendo 5 horas em uma mesma posição e ainda pode-se destacar a pouca

movimentação da parte dos membros inferiores. Segundo Itiro Lida (1997) o trabalho estático

é altamente fatigante e, sempre que possível, deve ser evitado. Além de o trabalho estático

constituir um grande esforço para o trabalhador, ele é agravado quando o mesmo realiza a

operação em pé, podendo causar dores no pé e na perna, varizes, dor ou lesão na região

lombar, pés e joelhos.

Identificou-se também uma inclinação excessiva da coluna e da cabeça devido à

inadequação da altura da mesa embaladora para pessoas acima de 1,60m.

Figura 5 – Posicionamento do funcionário ao embalar garrafas

Segundo Itiro Iida (2005), a inclinação da cabeça em relação a vertical não deve exceder 30º,

e como demonstrado na figura 5, a inclinação da cabeça ultrapassa essa margem, tendo assim

uma alta probabilidade de causar lesões ao funcionário.

Pode-se também destacar outro ponto preocupante na realização desta tarefa, como mostra a

figura 6 o método de inspeção da garrafa exige um esforço demasiado do trabalhador, pois no

exercício da sua operação, ele realiza movimentos de torção e inclinação do dorso.

Figura 6 – Torção e inclinação do dorso

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Sabe-se a partir da NR 17 que certas atividades devem ser realizadas na posição de corpo

ereto e de pé, desde que exija deslocamento contínuo. Entretanto, como observado nesta

tarefa, o deslocamento do colaborador para a inspeção e organização das garrafas não ocorre

de forma contínua; este poderia adaptar o posto de trabalho para que a tarefa fosse realizada

na posição sentada.

Figura 6 – Torção e inclinação do dorso

Outro agravante é que o trabalhador não possui pontos de apoio para os braços, podendo

causar dores ou lesões nos ombros e/ou nos braços.

4.2. Atividades repetitivas

O processo produtivo na empesa em análise é demasiadamente rápido, de modo que uma pré-

forma ao entrar na produção pela máquina sopradora demora apenas 2 minutos e 30 segundos

para chegar até a mesa embaladora. É evidente que o trabalhador fica sobrecarregado neste

determinado posto de trabalho, pois é necessário inspecionar a garrafa para depois posicioná-

la para o processo de embalagem. Como já descrito anteriormente, podem estar presentes um

ou dois trabalhadores no posto, logo, a sobrecarga ainda pode ser minimizada.

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Ainda que haja determinada minimização de sobrecarga é evidente que o trabalhador fica

condicionado a realizar as mesmas atividades repetitivamente. Pode-se dividir essa atividade

em 3 etapas que se repetirão:

Esticar o braço e pegar algumas garrafas oriundas da máquina sopradora automática;

Trazê-las para perto e efetuar a inspeção visualmente;

Posicioná-las para embalagem.

Esse trabalhador pode chegar a repetir um mesmo movimento em corporal aproximadamente

entre 250 e 300 vezes durante um turno, sendo este um número bastante considerável de

repetições para um intervalo de tempo muito baixo. Esse número refere-se à apenas um

funcionário trabalhando na mesa embaladora, assim a empresa favorece a minimização de

atividades repetitivas quando coloca mais de um colaborador na mesa.

Essa situação não só se caracteriza como uma demanda para atividades repetitivas, como

também como um aspecto de diferença entre o que deve ser o trabalho prescrito e o trabalho

real; o trabalho prescrito deve orientar o trabalhador a locomover-se a buscar as garrafas e não

esticar-se à busca-las. Esse fator não deixa de ser também caracterizado como um problema

de postura inadequada.

Uma alternativa para esta situação é a rotação de tarefas, fator que poderia minimizar o

estresse mental devido à exacerbada atividade de procurar defeitos e irregularidades nas

garrafas, bem como o substancial esforço da coluna e demais posturas inadequadas já

apresentadas.

5. Avaliação do setor de produção e de seus anexos

5.1. Riscos ergonômicos

De acordo com o professor Fernando Retes (2012) “gerencia de risco pode ser definida como

a ciência, a arte e a função que visa à proteção dos recursos humanos, materiais e financeiros

de uma empresa, no que se refere à eliminação, redução ou ainda financiamento dos riscos,

caso seja economicamente viável”.

Alguns aspectos relevantes presentes no ambiente de produção podem ser destacados e

caracterizados como riscos ergonômicos, apresenta-se a seguir alguns aspectos gerais do setor

analisado da fábrica de embalagens:

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Quadro 1 – Análise das demandas

Demanda Especificação Posto de Trabalho

Mobiliário Inadequado

O trabalhador precisa se

movimentar de modo

constante, não podendo

executar suas atividades de

maneira sentada.

Mesa embaladora da

máquina semiautomática.

Mesa embaladora da

máquina automática.

O operador não pode

executar as atividades

sentado.

Máquina semiautomática.

Máquina automática.

O operador fica

impossibilitado de exercer

as atividades em postura

adequada.

Mesa embaladora da

máquina semiautomática.

Mesa embaladora da

máquina automática.

Organização do trabalho O ritmo de trabalho é

exaustivo.

Aplica-se a todos os postos

de trabalho.

Organização do trabalho

Sobrecarga muscular dos

membros superiores,

inferiores, pescoço e

coluna, sem pausa para

descanso.

Mesa embaladora da

máquina semiautomática.

Mesa embaladora da

máquina automática.

Atividades repetitivas.

Mesa embaladora da

máquina semiautomática.

Mesa embaladora da

máquina automática.

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Máquina semiautomática.

Transporte manual de

cargas Troca de moldes.

Sala dos moldes até o

maquinário desejado.

No que se refere ao transporte manual de cargas pode-se destrinchar essa atividade da

seguinte maneira: O molde precisa ser transportado da sala de moldes para o ambiente de

produção frequentemente quando se muda o tipo e/ou volume de garrafa a ser produzida. O

molde pesa aproximadamente 55 kg e é transportado por apenas um funcionário

manualmente. O funcionário transporta os moldes desmontados e divididos em duas partes de

pesos aproximadamente iguais, por uma distância de aproximadamente 8 metros.

Essas duas situações se caracterizam pelo seu risco ergonômico extremamente alto, ainda que

o peso dos moldes esteja dentro das especificações da CLT, os funcionários não são treinados

para tais situações, sendo ainda o biótipo dos profissionais não adequados para tal. Esses

fatores são preocupantes, pois podem gerar acidentes em caso de queda da carga transportável

e danos graves para os trabalhadores, ainda que imperceptíveis atualmente, mas que podem

vir a aparecer em um futuro próximo trazendo uma série de implicações negativas para a

saúde do trabalhador.

Seria de bastante utilidade para empresa a utilização de equipamentos mecanizados para

transporte, o que seria um fator de aceleração do processo de transporte, bem como a

minimização desse risco ergonômico caracterizado por uma situação de alto perigo.

6. Considerações finais

Após visitas à empresa e avaliação do funcionamento da fábrica, pôde-se fazer o

levantamento das demandas problemáticas tanto para um único posto de trabalho, quanto para

o setor de produção. A partir disso foi possível discorrer a respeito dos aspectos relacionados

à Ergonomia que estão em desconformidade atualmente nesse ambiente produtivo.

Na mesa embaladora de garrafas oriundas da máquina sopradora automática foram possíveis

detectar alguns aspectos que precisam ser melhorados, como: postura inadequada durante a

realização de atividades (inclinação excessiva da coluna e da cabeça, movimentos de torção e

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inclinação do dorso), alto índice de repetição de tarefas que o trabalhador realiza durante um

posto de trabalho.

Respectivamente, esses fatores podem ser suplantados caso: a empresa adapte o trabalho para

que o trabalhador o faça de modo sentado e melhore a altura/tamanho da mesa pra que o

trabalhador não necessite esforçar demais o corpo para trabalhar; promova rotação de tarefas;

No que se refere ao setor de produção, verifica-se que este se encontra bem estruturado mas

como todo sistema pode ser melhorado, algumas mudanças poderiam ser feitas no sentido de

promover uma consciência ergonomicamente correta. Poderia ser contratado um serviço

especializado de ergonomia para melhorar a questão do mobiliário e organização do trabalho,

principalmente para os aspectos que foram tabelados. O problema do transporte manual de

cargas poderia ser facilmente resolvido caso fosse adquirido um carrinho para transportar os

pesados moldes.

Iida (2005) compara o posto de trabalho a uma célula, onde o operador é o seu núcleo. E o

conjunto dos postos de trabalho corresponderia a tecidos ou órgãos, sendo estes uma analogia

a departamentos ou fábricas. Assim, para que a organização funcione bem, é necessário que

cada posto de trabalho funcione da melhor maneira possível. Logo é imprescindível que se

apliquem métodos de melhorias contínuas e de identificação de problemas ergonômicos

dentro da organização, para que se aumente a segurança e eficiência das máquinas e

colaboradores.

No mais, pode-se dizer que a empresa caminha certo no que se refere aos aspectos

ergonômicos, visto que possui uma mentalidade de preocupação não só com a qualidade dos

produtos oferecidos, como também a preocupação com seus colaboradores.

Referências

ARAÚJO. I.F./ERGOLABOR-Laboratório de ergonomia do trabalho e do produto. Universidade Federal de

Campina Grande – Engenharia de Produção, Ergonomia. Apontamentos de aula.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Inspeção do Trabalho. PORTARIA N° 3.214,

Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho.

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IIDA, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. São Paulo: Edgard Blücher. 2005;

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Lesão por esforço repetitivo (LER) distúrbio osteomusculares relacionados ao

trabalho (DORT). Série A. Normas e Manuais Técnicos, no 103. Brasília, DF, fev.2001.

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<http://brasilescola.uol.com.br/doencas/ler.htm>. Acesso em 03 de maio de 2016.

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