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AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE LINHAGENS DE TEGUMENTO E
COTILÉDONE VERDES PARA O MERCADO DE FEIJÃO-CAUPI VERDE
FABRÍCIO NAPOLEÃO ANDRADE
TERESINA
Estado do Piauí - Brasil
Setembro – 2010
AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE LINHAGENS DE TEGUMENTO E
COTILÉDONE VERDES PARA O MERCADO DE FEIJÃO-CAUPI VERDE
FABRÍCIO NAPOLEÃO ANDRADE
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Piauí, para obtenção do título de Mestre em Agronomia, Área de Concentração: Produção Vegetal.
TERESINA
Estado do Piauí - Brasil
Setembro – 2010
FICHA CATALOGRÁFICA Serviço de Processamento Técnico da Universidade Federal do Piauí
Biblioteca Comunitária Jornalista Carlos Castello Branco
A553a Andrade, Fabrício Napoleão. .
Avaliação e seleção de linhagens de tegumento e cotilédone verdes para o mercado de feijão-caupi verde [manuscrito] / Fabrício Napoleão Andrade – 2010.
109 f. : il. col.
Cópia de computador (printout). Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Piauí-Programa de Pós-Graduação em Agronomia, 2010.
Orientador: Dr. Maurisrael de Moura Rocha.
1. Feijão-caupi – feijão-verde. 2. Vigna unguiculata. 3. Feijão-caupi - correlações. 4. Feijão-caupi – Análise de trilha. 5. Feijão-caupi – produção. 6. Feijão-caupi – qualidade nutricional e culinária. I.Título.
CDD 635.6592
AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE LINHAGENS DE TEGUMENTO E
COTILÉDONE VERDES PARA O MERCADO DE FEIJÃO-CAUPI VERDE
FABRÍCIO NAPOLEÃO ANDRADE
Engenheiro Agrônomo
Orientador: Dr. Maurisrael de Moura Rocha
Co-Orientadora: Profa. Dra. Regina Lucia Ferreira Gomes
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Piauí, para obtenção do título de Mestre em Agronomia, Área de Concentração: Produção Vegetal.
TERESINA
Estado do Piauí - Brasil
Setembro – 2010
AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE LINHAGENS DE TEGUMENTO E
COTILÉDONE VERDES PARA O MERCADO DE FEIJÃO-CAUPI VERDE
FABRÍCIO NAPOLEÃO ANDRADE
Aprovada em 30/09/2010.
Comissão julgadora:
________________________________________________________
Prof. Dr. Antônio Aécio de Carvalho Bezerra Departamento de Planejamento e Política Agrícola/CCA/UFPI
(Membro)
_________________________________________________________ Prof. Dr. Disraeli Reis da Rocha
Departamento de Fitotecnia/CCA/UFPI (Membro)
__________________________________________________________ Profa. Dra. Regina Lucia Ferreira Gomes Departamento de Fitotecnia/CCA/UFPI
(Co-Orientadora)
_______________________________________________
Prof. Dr. Maurisrael de Moura Rocha Embrapa Meio-Norte
(Orientador)
EPÍGRAFE
"A maior vitória na competição é
derivada da satisfação interna de
saber que você fez o seu melhor e
que você obteve o máximo daquilo
que você deu."
(Howard Cosell)
Aos meus pais Francisco das Chagas Andrade e Verônica Napoleão Andrade
Aos meus irmãos Fábio, Marcelo e Milena
DEDICO
À minha noiva Rosa Camila
OFEREÇO
AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal do Piauí, pela oportunidade de realizar o mestrado;
Ao Pesquisador, Dr. Maurisrael de Moura Rocha, pelas orientações e
ensinamentos para convivência científica, durante a realização deste trabalho;
A todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Agronomia, em
especial à Prof. Drª. Regina Lucia Ferreira Gomes, por seus ensinamentos e
co-orientação;
À CAPES pela concessão da bolsa de estudos, subsídio que me possibilitou
realizar o curso;
Ao Prof. Dr. Disraeli Reis da Rocha, pela orientação no estágio de docência;
À Embrapa Meio-Norte, pelo fornecimento de material necessário ao
desenvolvimento deste trabalho, em especial aos colegas do Laboratório de
Bromatologia, Luis José Duarte Franco e Antonio Carlos dos Santos;
Ao pesquisador da Embrapa Meio-Norte, Dr. Francisco Rodrigues Freire Filho,
pelo caráter e companheirismo;
A toda a equipe do feijão-caupi, pelo apoio e momentos de descontração, em
especial, Manoel Gonçalves da Silva, Paulo Sérgio Monteiro, Agripino Ferreira
do Nascimento, Francisco Gregório Chaves e todas as mulheres do caupi;
A todos da minha família, fonte inesgotável de inspiração para busca de meus
ideais;
Às minhas afilhadas, Luara e Érica, pelos grandiosos momentos de alegria;
Aos amigos de infância: Alexandre, Franzé, Luciano Gil, Sérgio, Valdir, Manoel
e Ananias, pela força;
Às amigas, Erina Vitório e Lígia Renata, por sempre estarem disponível para
colaborar neste trabalho;
Aos amigos de profissão Valber Mendes, Antônio Guaraná, Sérgio Bortolozzo,
Eduardo Magno, Gustavo Abreu, Renato Rocha e Fernando Silva, pelo
companheirismo;
Aos amigos do Mestrado em Agronomia Lilian, Simone, Joseane, Ruty, Iris,
Jadson, Douglas, Sávio, Adilberto, Ferreira e Adaílton, bem como aos demais
companheiros de disciplinas e trabalhos, pela união e perseverança na
conquista de mais um degrau.
ix
SUMÁRIO
RESUMO................................................................................................................. xiv
ABSTRACT ............................................................................................................. xvi
1. INTRODUÇÃO GERAL....................................................................................... 18
2. REVISÃO DE LITERTURA ................................................................................. 21
2.1. Classificação botânica e origem do feijão-caupi ......................................... 21
2.2. Importância sócio-econômica do feijão-caupi ............................................. 21
2.3. Mercado do feijão-verde ................................................................................ 24
2.4. Qualidade nutricional e culinária do feijão-caupi ........................................ 25
2.5. Melhoramento genético do feijão-caupi para grãos secos ......................... 28
2.6. Melhoramento do feijão-caupi para feijão-verde ......................................... 29
2.7.Estimativas de parâmetros genéticos em feijão-caupi ................................ 31
2.7.1. Coeficiente de variação genético ...............................................................
2.7.2. Herdabilidade/Coeficiente de determinação genotípico ..........................
31
32
2.7.3. Correlações entre caracteres .........................................................................34
2.7.4. Análise de trilha ........................................................................................... 36
3. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 39
4. CAPITULO I
Potencial agronômico, nutricional e culinário de linhagens de feijão-
caupi de tegumento e cotilédone verdes para o mercado de feijão-verde
57
RESUMO................................................................................................................. 57
ABSTRACT ............................................................................................................. 59
INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 60
MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 62
RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................. 68
CONCLUSÕES...................................................................................................... 78
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 79
x
5. CAPITULO II
Variabilidade, correlações e análise de trilha em linhagens de
tegumento e cotilédone verdes avaliadas para feijão-
verde................................................................................................................
83
RESUMO................................................................................................................ 83
ABSTRACT............................................................................................................ 85
INTRODUÇÃO....................................................................................................... 86
MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................... 88
RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................. 95
CONCLUSÕES...................................................................................................... 103
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 104
CONCLUSÕES GERAIS....................................................................................... 109
xi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Produção de feijão-caupi nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste
do Brasil. Fonte: IBGE (2008) ................................................................................... 23
Figura 2. Produção de feijão-caupi na região Nordeste do Brasil, referente à
primeira e segunda safra. Fonte: IBGE (2008) .......................................................... 24
Figura 3. Visão geral do ensaio. Teresina, PI, 2009 ................................................. 63
Figura 4. Operação de desbaste. Teresina, PI, 2009 ............................................... 64
Figura 5. Capinas manuais e à tração animal. Teresina, PI, 2009 ........................... 64
Figura 6. Área do experimento irrigada por aspersão convencional. Teresina,
PI, 2009 ..................................................................................................................... 65
Figura 7. Padronização de umidade das vagens verdes após cada colheita.
Teresina, PI, 2009 ..................................................................................................... 66
Figura 8. Detalhes do cozedor de Mattson. Teresina, PI, 2009 ................................ 67
xii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Relação dos genótipos de feijão-caupi avaliados para feijão-verde.
Teresina, PI, 2009 ................................................................................................ 62;89
Tabela 2. Resumo da análise de variância para os caracteres número de dias
para o inicio da floração (NDIF), número de dias para a maturação de vagens
verdes (NDMVV), período de produção de vagens verdes (PPVV),
comprimento de vagem verde (CVV), número de grãos por vagem verde
(NGVV), peso de cem grãos verdes (P100GV), valor de cultivo (VC),
produtividade de vagens verdes (PVV), produtividade de grãos verdes (PGV),
índice de grãos verdes (IGV), facilidade de abertura de vagens verdes (FAVV),
facilidade de soltura dos grãos de vagens verdes (FSGVV), tempo de cocção
(TC), teor de proteína bruta (TPB), teor de ferro (TFe) e teor de zinco (TZn),
obtido a partir da avaliação de 24 genótipos de feijão-caupi. Teresina, PI, 2009 ...... 70
Tabela 3. Estimativas de médias para os caracteres número de dias para o
inicio da floração (NDIF), número de dias para a maturação de vagens verdes
(NDMVV), período de produção de vagens verdes (PPVV), comprimento de
vagem verde (CVV), número de grãos por vagem verde (NGVV), peso de cem
grãos verdes (P100GV), valor de cultivo (VC), produtividade de vagens verdes
(PVV), produtividade de grãos verdes (PGV), índice de grãos verdes (IGV),
facilidade de abertura de vagens verdes (FAVV), facilidade de soltura dos
grãos de vagens verdes (FSGVV), tempo de cocção (TC), teor de proteína
bruta (TPB), teor de ferro (TFe) e teor de zinco (TZn), obtidas a partir da
avaliação de 24 genótipos de feijão-caupi. Teresina, PI, 2009 ................................. 72
xiii
Tabela 4. Estimativas do coeficiente de variação genético (CVG) e coeficiente
de determinação genotípico (h2) relativos aos caracteres número de dias para
início da floração (NDIF), número de dias para maturação de vagens verdes
(NDMVV), período de produção de vagens verdes (PPVV), comprimento de
vagem verde (CVV), número de grãos por vagem verde (NGVV), peso de cem
grãos verdes (P100GV), valor de cultivo (VC), produtividade de vagens verdes
(PVV), produtividade de grãos verdes (PGV), índice de grãos verdes (IGV),
facilidade de debulha de vagens verdes (FDVV), facilidade de soltura dos grãos
de vagens verdes (FSGVV), tempo de cocção (TC), teor de proteína bruta
(TPB), teor de ferro (TFe) e teor de zinco (TZn), obtidas a partir da avaliação de
24 genótipos de feijão-caupi. Teresina, PI, 2009 ...................................................... 95
Tabela 5. Estimativas dos coeficientes de correlação fenotípica (rF), genotípica
(rG) e residual (rR), entre os caracteres número de dias para o inicio da floração
(NDIF), comprimento de vagem verde (CVV), número de grãos por vagem
verde (NGVV), peso de cem grãos verdes (P100GV), produtividade de vagens
verdes (PVV), produtividade de grãos verdes (PGV), índice de grãos verdes
(IGV), tempo de cocção (TC), teor de proteína bruta (TPB), teor de ferro (TFe)
e teor de zinco (TZn), obtidas a partir da avaliação de 24 genótipos de feijão-
caupi. Teresina, PI, 2009 .......................................................................................... 98
Tabela 6. Estimativas de efeitos diretos e indiretos das correlações genéticas
das variáveis explicativas agronômicas dos caracteres número de dias para o
inicio da floração (NDIF), comprimento de vagem verde (CVV), número de
grãos por vagem verde (NGVV), peso de cem grãos verdes (P100GV),
produtividade de vagens verdes (PVV) e índice de grãos verdes (IGV) sobre
variável básica produtividade de grãos verdes (PGV), obtidas a partir da
avaliação de 24 genótipos de feijão-caupi.Teresina, PI, 2009 ................................ 100
Tabela 7. Estimativas de efeitos diretos e indiretos das correlações genéticas
das variáveis explicativas nutricionais dos caracteres nutricionais e culinários
tempo de cocção (TC), teor de proteína bruta (TPB), teor de ferro (TFe) e teor
de zinco (TZn) sobre variável básica produtividade de grãos verdes (PGV),
obtidas a partir da avaliação de 24 genótipos de feijão-caupi. Teresina, PI, 2009
................................................................................................................................. 102
xiv
AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE LINHAGENS DE TEGUMENTO E
COTILÉDONE VERDES PARA O MERCADO DE FEIJÃO-CAUPI VERDE
Autor: Fabrício Napoleão Andrade
Orientador: Dr. Maurisrael de Moura Rocha
RESUMO
O feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) é uma cultura de grande
importância socioeconômica nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. A
produção de feijão-verde constitui-se numa importante fonte de renda para os
agricultores familiares e tem um grande potencial para a expansão do
consumo, assim como também para o processamento industrial. No entanto,
há necessidade da seleção de cultivares mais adequadas para o mercado de
feijão-verde. Os objetivos deste trabalho foram: 1. avaliar o potencial
agronômico, nutricional e culinário de linhagens de feijão-caupi de tegumento e
cotilédone verdes para o mercado de feijão-verde; 2. estimar a variabilidade
entre linhagens, e as correlações fenotípicas, genotípicas e de ambiente entre
caracteres, e os efeitos diretos e indiretos entre alguns caracteres
agronômicos, nutricionais e culinários sobre a produtividade de grãos verdes,
por meio da análise de trilha. Conduziu-se o experimento no campo
experimental da Embrapa Meio-Norte, em Teresina, PI, no ano agrícola de
2009, sob condições irrigadas. Utilizou-se o delineamento de blocos ao acaso,
com vinte e quatro tratamentos e quatro repetições. Foram avaliados os
seguintes caracteres: número de dias para inicio da floração (NDIF), número de
dias para maturação (NDM), período de produção de vagens verdes (PPVV),
produtividade de vagens verdes (PVV), comprimento de vagens verdes (CVV),
número de grãos por vagem verde (NGVV), peso de cem grãos verdes
(P100GV), valor de cultivo (VC), produtividade de grãos verdes (PGV), índice
de grãos verdes (IGV), facilidade de abertura de vagens verdes (FAVV),
facilidade de soltura de grãos das vagens verdes (FSGV), tempo de cocção
(TC), teor de proteína bruta (TPB), teor de ferro (TFe) e teor de zinco (TZn).
Foram realizadas análises de variância, estimados os coeficientes de variação
xv
genético, determinação genotípica e de correlações fenotípica, genotípica e
ambiental, e análise de trilha. Existe variabilidade genética entre genótipos para
os caracteres NDIF, NDMVV, CVV, NGVV, P100G, PVV, PGV, IGV, TC, TFe e
TZn. O CVV (91,49%), IGV (84,67%) e TZn (83,57%) exibiram o mais alto
componente genético na expressão do caráter. Existe maior probabilidade de
ganhos para a produtividade de grãos verdes por meio da seleção indireta dos
caracteres PVV, IGV e TPB. Entre os caracteres culinários e nutricionais, o
TPB apresentou o maior efeito positivo sobre o PGV. Os caracteres PVV e IGV
são os componentes agronômicos mais importantes na expressão da
produtividade de grãos verdes. A linhagem MNC05-847B-126 apresentou
comportamento semelhante à testemunha MNC99-541F-15 quanto ao IGV. As
linhagens MNC05-835B-16, MNC05-837B-24, MNC00-595F-2, MNC05-841B-
49, MNC05-847B-123, MNC05-847B-160, MNC00-595F-27 e MNC00-599F-11
apresentaram os melhores resultados em relação aos caracteres culinários e
nutricionais. Há possibilidade de ganhos com a seleção de caracteres
agronômicos, culinário e nutricionais e o desenvolvimento de cultivares para o
mercado de feijão-caupi verde.
Palavras-chave: Vigna unguiculata, variabilidade, qualidade, mercado.
xvi
EVALUATION AND SELECTION OF GREEN TEGUMENT AND COTYLEDON LINES FOR FRESH COWPEA MARKET
Author: Fabrício Napoleão Andrade
Adviser: Dr. Maurisrael de Moura Rocha
ABSTRACT - Cowpea (Vigna unguiculata (L.) Walp.) is a crop of great
socioeconomic importance in the North and Northeast of Brazil. It´s cultivation
as fresh bean constitutes an important income source for family farmers and it
has a great potential for the expansion of consumption, as well as for industrial
processing. However, there is a need to select cultivars most appropriates for
this fresh bean market. The objectives of this study were: 1. Evaluate the
agronomic, nutritional and culinary potential of green tegument and cotyledon
cowpea lines for the fresh bean market, 2. estimate the variability among lines,
and 3. Estimate phenotypic, genotypic and environmental correlations among
traits, and the direct and indirect effects of some agronomic, nutrition and
cooking traits on the fresh grain yield, through path analysis. An experiment was
carried out on the experimental field of Embrapa Mid-North, in Teresina, PI, in
the 2009 agricultural year, under irrigated conditions. A randomized block
design with twenty-four treatments and four replications was used. The
following characters were evaluated: number of days to flowering (NDIF),
number of days to maturation (NDM), period of fresh pods production (PPVV),
fresh pod yield (PVV), length (CVV), number of grains per fresh pod (NGVV),
weight of 100 fresh grain (P100GV), crop value (VC), fresh grain yield (PGV),
fresh grain index (IGV), easiness of opening fresh pod (FAVV), easiness of
liberation grains fresh pod (FSGV), cooking time (CT), crude protein (TPB), iron
content (TFE), and zinc content (TZN). Analyses of variance were performed,
genetic variation, genotypic determination and phenotypic, genotypic and
environmental correlations coefficients, and a path analysis. There is variability among
genotypes for NDIF, NDMVV, CVV, NGVV, P100G, PVV, PGV, IGV, TC, TFe, and
TZn traits. CVV (91.49%), IGV (84.67%), and TZn (83.57%) traits exhibited the
highest genetic component in the expression of the trait. There is a higher
probability of gains for fresh grain yield through indirect selection of PVV, IGV,
xvii
and TPB traits. Among the culinary and nutritional traits, TPB has showed the
greatest positive effect on the PGV. PVV and IGV traits are the most important
agronomic components in the expression of fresh grain yield. MNC05-835B-15,
MNC05-835B-16, MNC00-595F-2, MNC05-841B-49, MNC05-847B-123,
MNC05-847B-126 and MNC00-595F-27 genotypes showed similar performance
as compared to the BRS Paraguaçu and BRS Guariba checks for PVV and
PGV. MNC05-847B-126 line showed similar performance as compared to the
MNC99-541F-15 check for IGV. MNC05-835B-16, MNC05-837B-24, MNC00-
595F-2, MNC05-841B-49, MNC05-847B-123, MNC05-847B-160, and MNC00-
595F-27, MNC00-599F-11 showed the Best results in relation to culinary and
nutritional traits. There is possibility for gains through the selection of agronomical, nutritional and culinary traits
and development of cultivars suitable for the fresh cowpea market.
Key words: Vigna unguiculata, variability, quality, market.
18
1. INTRODUÇÃO GERAL
O feijão-caupi, feijão-de-corda ou feijão macassar (Vigna unguiculata (L.)
Walp.) destaca-se por sua importância socioeconômica para as famílias das
regiões Norte e Nordeste do Brasil. Atualmente, encontra-se em franca
expansão na região Centro-Oeste (FREIRE FILHO et al., 2008). Constitui-se
num dos principais componentes da dieta alimentar, nas zonas rural e urbana,
gerando emprego e renda para milhares de pessoas, necessitando, portanto,
de uma maior atenção por parte das pesquisas, visando utilizar de forma
efetiva o germoplasma existente. É uma cultura bastante versátil em termos de
mercado, podendo ser comercializada na forma de grãos secos, vagens e
grãos verdes ou frescos (feijão-verde), farinha para acarajé, e sementes
(ROCHA et al., 2006b; ROCHA, 2009).
O consumo de feijão-verde é uma tradição no Nordeste, tratando-se de
um componente essencial de vários pratos típicos. É consumido em
ensopados, farofas e no característico baião-de-dois, prato típico onde o feijão
e o arroz são cozidos juntos, desenvolvendo-se um terceiro sabor muito
apreciado (KBATOUNIAN,1994). Em decorrência disso, representa uma
importante fonte de emprego e de renda na zona rural e em torno das cidades
da região. Por outro lado, a agregação de valor do feijão-verde, hoje, traduz-se
na grande possibilidade do feijão-caupi alcançar a agroindústria e os mercados
de outras regiões, podendo-se vislumbrar o mercado externo (OLIVEIRA et al.,
2001; FREIRE FILHO et al., 2003).
A cadeia produtiva do feijão-verde apresenta uma série de problemas
que necessitam ser resolvidos. Sua representatividade é prejudicada por um
processo errôneo de colheita, pois não se tem uma referência exata do “ponto
de colheita”. Além disso, não existe um conhecimento suficiente e adequado
sobre as características do feijão-caupi própria para o consumo na forma de
feijão-verde por parte dos produtores, distribuidores e, principalmente,
consumidores (LIMA, 2009). Todo o comércio é realizado em forma de vagem
19
ou de grãos debulhados, sem nenhum processamento (FREIRE FILHO et al.,
2007). Não há cultivares comerciais adequadas para essa finalidade, ou seja,
as mesmas cultivares recomendadas para produção de grãos secos são
utilizadas para a produção de grãos verdes, o que representa perdas para o
produtor, visto que muitas não apresentam características de interesse, tais
como crescimento indeterminado, porte semi-prostrado, amplo ciclo produtivo,
vagens atrativas, uniformes, bem granadas, com fácil debulha, boa relação
peso de grão verde/vagem verde e longo período de preservação pós-colheita
(ROCHA, 2009).
A produção e o consumo de feijão-verde representam um mercado
altamente promissor para o feijão-caupi, tornando-se uma boa opção de renda
para os agricultores familiares (ANDRADE et al., 2005). Estudos têm sido
conduzidos, avaliando caracteres agronômicos, principalmente a produtividade
de grãos e vagens verdes (SERPA; LEAL, 1999; MIRANDA; ANUNCIAÇÃO
FILHO, 2001; OLIVEIRA et al., 2002 e 2003; PEKSEN et al., 2004; ANDRADE
et al., 2005; ALVES et al., 2009; CARDOSO et al., 2009). Em menor escala têm
sido estudados também o índice de grãos (ANDRADE et al., 2005), a facilidade
de abertura das vagens verdes (PEKSEN et al., 2004; ANDRADE et al., 2005)
e a conservação pós-colheita (KRUTMAN et al.,1973; LIMA et al., 2000; LIMA,
2009).
A qualidade nutricional do grão de feijão-caupi é muito importante e tem
impactos positivos sobre a saúde do consumidor. Neste sentido, estudos têm
sido conduzidos sobre a avaliação de genótipos quanto às características
nutricionais, principalmente quanto aos teores de proteína, carboidratos, fibras,
vitaminas e minerais nos grãos secos (SILVA et al., 2002; SALGADO et al.,
2005; NUNES et al., 2006; HENSHAW, 2008). Em relação aos minerais, os
teores de ferro e zinco têm sido a ênfase dos programas de biofortificação
(FRANCO et al., 2009; BARRETO et al., 2009, ROCHA et al., 2009a,b; NUTTI
et al., 2009). A farinha de feijão-caupi tem sido usada na fortificação de
alimentos, na formulação de produtos da panificação (MOREIRA-ARAÚJO,
2009; FROTA et al., 2010). Comparado aos trabalhos conduzidos em grãos
secos, ainda são escassos estudos sobre a qualidade nutricional do feijão-
caupi em grãos verdes (LIMA et al., 2003; SALGADO et al., 2005 e 2006).
20
Para a produção de feijão-verde, geralmente, são preferidas cultivares
de grãos brancos ou do tipo sempre-verde. Entretanto, também são usadas
cultivares com grãos de outras cores, como mulato, azulada e corujinha
(FREIRE FILHO et al., 2002). Com exceção da cor branca, nas demais cores,
na medida em que a vagem ou grão debulhado vai perdendo a umidade, o grão
vai adquirindo a cor natural de grão seco, ou seja, vai escurecendo e isso
deprecia o produto. É possível, entretanto, a obtenção de cultivares de feijão-
caupi com grãos de cor verde, que não mudariam fortemente de cor com a
gradual perda de umidade, agregando maior valor ao produto.
Tendo em vista a inexistência de cultivares de feijão-caupi no mercado
brasileiro com características mais adequadas ao sistema de produção de
feijão-verde ou para o processamento industrial, o desenvolvimento de
cultivares com base na seleção de caracteres específicos para tal finalidade é
de suma importância para que o agricultor tenha um produto diferenciado, com
grandes qualidades, valor de mercado competitivo e que atenda à preferência
de produtores, comerciantes e consumidores.
Este trabalho teve os seguintes objetivos: avaliar o potencial
agronômico, nutricional e culinário de linhagens de feijão-caupi de tegumento e
cotilédones verdes para o mercado de feijão-caupi verde; estimar a
variabilidade existente entre linhagens de feijão-caupi de tegumento e
cotilédone verdes; e estimar as correlações fenotípicas, genotípicas e de
ambiente entre caracteres e os efeitos diretos e indiretos de caracteres
agronômicos, nutricionais e culinários sobre a produtividade de grãos verdes,
por meio da análise de trilha.
21
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Classificação botânica e origem do feijão-caupi
O feijão-caupi é uma Dicotyledonea, pertencente à ordem Fabales,
família Fabaceae, subfamília Faboideae, tribo Phaseoleae, subtribo
Phaseolinea gênero Vigna e a espécie Vigna unguiculata (L.) Walp. Embora
nas primeiras classificações tenha sido posto em outros gêneros, como
Phaseolus e Dolichos, hoje sua colocação em Vigna é mundialmente aceita
(SELLSCHOP, 1962).
O gênero Vigna ocorre nas regiões tropicais e subtropicais com ampla
distribuição mundial. A grande maioria das espécies está na África, onde 66
delas são consideradas endêmicas. Isso sugere que o gênero Vigna deve ter
tido sua evolução ligada a esse continente. Entre as espécies que ocorrem na
África está a V. unguiculata (L.) Walp., sendo a localização do seu centro de
origem bastante discutido (FREIRE FILHO, 1988).
Steele; Mehra (1980) citam os seguintes países e regiões que têm sido
sugerido como centro de origem de V. unguiculata (L.) Walp.: Índia, Etiópia,
Paquistão, Irã, Oeste, Sul e Centro da África; e, inclusive, América do Sul.
Entre as diversas proposições, há uma predominância nas regiões da África,
havendo um consenso de que a origem do feijão-caupi ocorreu nesse
continente. Um dado que tem contribuído para isso é que as formas selvagens
da espécie não têm sido encontradas fora da África.
O feijão-caupi foi introduzido no Brasil no século XVI pelos colonizadores
portugueses, no estado da Bahia e, posteriormente, expandiu-se para outros
estados (FREIRE FILHO et al., 2005).
2.2. Importância sócio-econômica do feijão-caupi
O feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) apresenta grande
importância socioeconômica e desempenha papel fundamental na produção
agrícola, além de ser uma das principais fontes protéicas da alimentação
22
humana. A planta é pouco exigente em fertilidade do solo e apresenta boa
capacidade de fixar nitrogênio atmosférico, através da simbiose com bactérias
do gênero Rhizobium (ANDRADE JÚNIOR et al., 2003). Além de ser uma
excelente fonte de proteína, apresenta todos os aminoácidos essenciais, bem
como também é fonte de carboidratos, vitaminas, sais minerais, fibras
dietéticas e baixo teor de gordura, podendo ser consumido por todas as
populações em todas as faixas etárias. Em função do seu valor nutritivo, o
feijão-caupi é cultivado, principalmente, para a produção de grãos secos e
verdes, sendo consumido in natura, na forma de conserva ou desidratado;
também é utilizado como adubo verde e na alimentação animal como forragem
e ensilagem ou feno (FREIRE FILHO et al., 2005).
A cultura do feijão-caupi é explorada principalmente por pequenos
agricultores em regiões com altas incidências de seca e em sistema de
sequeiro, utilizando baixa tecnologia em todo o processo produtivo da lavoura.
A baixa produtividade da cultura nas regiões de clima semi-árido esta
relacionada diretamente ao fato dos agricultores utilizarem cultivares
tradicionais de porte enramador, ciclo tardio e suscetíveis a pragas e doenças,
bem como devido as irregularidades pluviométricas (TEIXEIRA et al., 2006).
O feijão-caupi, há alguns anos, está se expandindo dos ecossistemas de
caatinga e transição caatinga-cerrado para as áreas de cerrados das regiões
Norte e Nordeste do Brasil, e nos últimos anos para os cerrados da região
Centro-Oeste (FREIRE FILHO et al., 2009b). Assim, a seleção de genótipos
com arquitetura de planta adequada ao cultivo de forma mecanizada tem
recebido muita atenção por parte dos melhoristas no sentido de disponibilizar
cultivares mais eretas, com ramos mais curtos e mais resistentes ao
acamamento. Algumas cultivares de porte semi-ereto e ereto têm sido lançadas
mais recentemente com esse objetivo (BRS Guariba..., 2004; BRS Novaera...,
2007; BRS Tumucumaque..., 2009 e BRS Itaim..., 2009).
O feijão-caupi ocupa uma área no mundo em torno de 12,5 milhões de
ha, produzindo cerca de três milhões de toneladas por ano. Aproximadamente
64% da área mundial (8 milhões de hectares) está localizada na parte Oeste e
Central da África, sendo o restante representada pela América do Sul, América
Central e Ásia, com pequenas áreas espalhadas pelo Sudoeste da Europa,
23
Sudoeste dos Estados Unidos e Oceania. Os principais produtores mundiais
são: Nigéria, Níger, Brasil, Mali e Tanzânia (SINGH et al., 2002).
O Brasil ocupa a terceira posição no ranking dos maiores produtores
mundiais de feijão-caupi, com área e produção de 1.409.417 ha e 495.313
toneladas, respectivamente (IBGE, 2008). A produção se concentra
principalmente nas regiões Norte e Nordeste, porém já se verifica uma
expansão no Centro-Oeste (Figura 1), onde grandes produtores da região
estão adotando o cultivo do feijão-caupi, devido ao seu baixo custo de
produção, proporcionando, assim, melhor retorno econômico. A cultura é
responsável pela geração de 1.451.578 empregos/ano, movimentando um
valor global de negócios estimado em US$ 249.142.582,00/ano (Caupi
movimenta ..., 2001).
Figura 1. Produção de feijão-caupi nas regiões Nordeste (413.999 t), Norte (58.614,25t) e
Centro-Oeste (22.700t). Fonte: IBGE (2008).
O estado do Ceará é o maior produtor de feijão-caupi da região Nordeste
(Figura 2), com produção média de 153.394 t. O Piauí ocupa a 3ª posição em
produção, apresentando área e produção, respectivamente, de 213.489 ha e
45.204 t (IBGE, 2008).
Figura 2. Produção de feijão
Fonte: IBGE (2008).
No Piauí, o rendimento de grãos
ha-1) em relação à média do Nordeste (
Rocha et al. (2008), a baixa produtividade do feijão
ocorre em decorrência de fatores climáticos
tradicionais com misturas e baixo uso de tecnologias de manejo.
2.3. Mercado do feijão-verde
Atualmente vem aumentando o interesse de pequenos produtores e
consumidores para a produção e consumo do feijão
verdes ou frescos, popularmente conhecido como feijão
sistema de cultivo, o feijão
Corresponde às vagens em torno da maturidade, ou seja, um pouco antes ou
depois do estádio em que param de acumular fo
processo de desidratação natural. É fácil de reconhecer, pois as vagens estão
bem intumescidas e começam a sofrer uma leve mudança de tonalid
(FREIRE FILHO et al., 2005). Na fase de colheita, os grãos apresentam em
torno de 60 a 70% de umidade (ROCHA, 2009).
Os pequenos agricultores e agricultores familiares são os principais
produtores de feijão-caupi na forma de feijão verde,
Produção de feijão-caupi na região Nordeste, referente à primeira e segunda safra
No Piauí, o rendimento de grãos do feijão-caupi ainda é baixo (
) em relação à média do Nordeste (390 kg ha-1) (IBGE, 20
a baixa produtividade do feijão-caupi no estado do Piauí
em decorrência de fatores climáticos desfavoráveis, do uso
com misturas e baixo uso de tecnologias de manejo.
verde
Atualmente vem aumentando o interesse de pequenos produtores e
consumidores para a produção e consumo do feijão-caupi na forma de
escos, popularmente conhecido como feijão-verde
sistema de cultivo, o feijão-caupi é tratado como uma hortaliça (ROCHA, 2009).
orresponde às vagens em torno da maturidade, ou seja, um pouco antes ou
depois do estádio em que param de acumular fotossintados e iniciam o
processo de desidratação natural. É fácil de reconhecer, pois as vagens estão
bem intumescidas e começam a sofrer uma leve mudança de tonalid
(FREIRE FILHO et al., 2005). Na fase de colheita, os grãos apresentam em
70% de umidade (ROCHA, 2009).
Os pequenos agricultores e agricultores familiares são os principais
caupi na forma de feijão verde, representando
24
caupi na região Nordeste, referente à primeira e segunda safra
caupi ainda é baixo (256 kg
) (IBGE, 2009). Segundo
caupi no estado do Piauí
desfavoráveis, do uso de cultivares
Atualmente vem aumentando o interesse de pequenos produtores e
na forma de grãos
verde. Para esse
caupi é tratado como uma hortaliça (ROCHA, 2009).
orresponde às vagens em torno da maturidade, ou seja, um pouco antes ou
tossintados e iniciam o
processo de desidratação natural. É fácil de reconhecer, pois as vagens estão
bem intumescidas e começam a sofrer uma leve mudança de tonalidade
(FREIRE FILHO et al., 2005). Na fase de colheita, os grãos apresentam em
Os pequenos agricultores e agricultores familiares são os principais
representando para eles
25
uma fonte alternativa de renda, praticada sem adoção de tecnologias. O plantio
é realizado, principalmente em regime de sequeiro ou em áreas de vazante,
sendo a comercialização realizada, preferencialmente, em feiras livres vendido
na forma de vagem ou debulhado. Segundo Lima (2009), atualmente, tem-se
verificado uma maior demanda pelos grãos já debulhados, no entanto, a
ampliação da oferta de feijão-verde debulhado é dificultada pela alta
perecibilidade dos grãos e pouca informação sobre o seu manuseio pós-
colheita, resultando, em poucos dias de prateleira.
Uma avaliação agroeconômica da produção de quatro cultivares de feijão-caupi
(Pretinho Precoce 1, UFRR Grão Verde, BRS Guariba e BRS Mazagão),
consorciado com mandioca, no mercado de Boa Vista-RR, mostrou que a
renda bruta obtida por hectare com a venda de vagens ou grãos verdes da
cultivar mais produtiva, a UFRR Grão Verde, foi respectivamente de R$
5.189,85 e R$ 7.836,08. Essas rendas foram superiores à renda obtida com a
comercialização dessas mesmas cultivares na forma de grãos secos. O estudo
ainda evidenciou que na produção e comercialização de vagens e grãos verdes
da cultivar UFRR Grão Verde, a relação benefício/custo, considerando apenas
os custos variáveis, foi de 6,07 (vagem verde) e 5,44 (grão verde), ou seja, a
atividade teve um retorno líquido de R$ 6,07 e R$ 5,44, respectivamente, para
cada real investido (ALVES et al., 2009).
2.4. Qualidade nutricional e culinária do feijão-caupi
A composição bioquímica presente em grãos secos de feijão-caupi tem
mostrado em vários estudos uma grande variabilidade genética (SILVA et al.,
2002; SINGH, 2006; SINGH et al., 2007 e 2009; ROCHA et al., 2008a;
FRANCO et al., 2009; BARRETO et al., 2009). É uma excelente fonte de
proteínas (23% em média), apresentando um bom perfil de aminoácidos,
carboidratos (62% em média), vitaminas e minerais, além de possuir grande
quantidade de fibras dietéticas, baixa quantidade de gordura (2% em média) e
não conter colesterol (ANDRADE JÚNIOR et al., 2003), sendo que a
composição destes nutrientes pode variar devido às práticas agronômicas
realizadas na cultura e no manejo pós-colheita (FERREIRA NETO et al., 2006).
Os trabalhos relacionados com a avaliação dos teores de proteína nos
grãos secos em genótipos de feijão-caupi têm sido comuns na literatura. No
26
entanto, avaliações dos teores dos microminerais ferro e zinco são menos
freqüentes em grãos secos (FROTA et al., 2008; BARRETO et al., 2009;
FRANCO et al., 2009) e escassos em grãos verdes (LIMA et al., 2003;
SALGADO et al., 2005 e 2006), havendo a necessidade de mais estudos,
principalmente no germoplasma elite, que compreende linhagens e cultivares
altamente produtivas, adaptadas e resistentes ou tolerantes aos principais
fatores bióticos e abióticos que ocorrem no Brasil.
A biofortificação dos grãos de feijão-caupi, por meio do desenvolvimento
de cultivares com altos teores de ferro e zinco, representa uma ferramenta
eficaz no combate a anemia ferropriva e no fortalecimento do sistema
imunológico das populações carentes do Nordeste brasileiro (ROCHA et al.,
2008a). Alimentos ricos em ferro e zinco podem ser incorporados na
alimentação de crianças menores de cinco anos (NUTTI et al., 2009).
Alguns estudos têm sido realizados na área de qualidade nutricional dos
grãos em feijão-caupi, concentrado-se principalmente na avaliação de
genótipos para o teor de proteínas e carboidratos em grãos secos (SILVA et al.,
2002; CASTELLÓN et al., 2003; IQBAL et al., 2006) e, em menor escala, para
os teores de fibra e minerais (TIMKO et al., 2008; FROTA et al., 2008; SINGH
et al., 2009;). Outros estudos têm investigado a qualidade da proteína,
carboidratos e lipídeos e dos fatores antinutricionais (SHOSHIMA et al., 2005;
FROTA et al., 2010). Formulações de alimentos à base de farinha de feijão-
caupi também têm sido propostas (MOREIRA-ARAÚJO et al., 2006; FROTA et
al., 2010), assim como processado em conserva (LIMA et al., 2003), resfriado
ou congelado (LIMA et al., 2000) e na forma de salgadinhos (MOREIRA et al.,
2006), acarajé (MOREIRA et al., 2008) e biscoitos (FROTA et al., 2010).
A composição química dos grãos secos em feijão-caupi foi objeto de
estudo em vários trabalhos (SILVA et al., 2002; SILVA et al., 2004; FERREIRA
NETO et al., 2006), no entanto, com relação à composição química de grãos
verdes, os estudos são esporádicos (LIMA et al., 2003; SALGADO et al., 2005
e 2006).
As sementes de feijão-caupi possuem teores de proteínas em torno de
20 % a 30 %, as quais são ricas em lisina, porém limitadas em aminoácidos
sulfurados (PHILLIPS et al., 2003), como é o caso de cisteína e metionina
(SILVA; FREIRE FILHO, 1999; SILVA et al., 2002). Um estudo comparando o
27
feijão comum (Phaseolus vulgaris) com o feijão-caupi mostrou que a proteína
deste contém mais metionina do que a do feijão comum (SALES et al., 1988).
Em um estudo sobre a composição química do feijão-caupi, cultivar BRS
Milênio, Frota et al. (2008) obtiveram teores de proteína, ferro, zinco e fibras
solúveis e insolúveis de, respectivamente, 24,5%, 68 ppm, 41 ppm, 16,6 g/100g
e 2,7 g/100g.
Em 2009, dentro das atividades do projeto BioFORT da Embrapa, foram
avaliados mais 40 genótipos de feijão-caupi das subclasses comercias verde e
fradinho quanto aos teores de proteína, ferro e zinco. Pelo grupo das linhagens
verdes, houve uma variação de 54 a 73 ppm para ferro, 37 a 55 g kg -1 para
zinco e 24 a 27% para proteína. As linhagens MNC05-843B-88, MNC00-595F-
26 e MNC05-841B-49 destacaram-se para os conteúdos de ferro, zinco e
proteína, respectivamente. No grupo das 20 linhagens fradinho, houve uma
variação de 49 a 78 ppm para ferro; 39 a 51 ppm para zinco; e 20 a 25% para
proteína. A linhagem MNC05-820B-240 destacou-se para os conteúdos de
ferro e proteína e a linhagem MNC05-832B-230-2-1 apresentou maior conteúdo
de zinco (NUTTI et al., 2009).
O tempo de cozimento é fator fundamental para a aceitação de uma
cultivar de feijão pelos consumidores, pois a disponibilidade para o preparo das
refeições é, muitas vezes, restrita (COSTA et al., 2001). Cultivares que
apresentam grãos com cozimento rápido proporcionam economia de tempo e
de energia (YOKOYAMA; STONE, 2000). Além disso, períodos prolongados de
cozimento causam mudanças estruturais em nível celular, provocando perda
de nutrientes (WASSIMI et al., 1988).
A identificação de linhagens com menor tempo de cozimento, rápida
capacidade de hidratação, com tegumentos que não se partam durante o
cozimento e com alta expansão volumétrica, após o cozimento, é desejável
(CARBONELL et al., 2003). A metodologia oficial requer a utilização do cozedor
de Mattson que consiste no cozimento de 25 grãos sob cada pino do aparelho
(PROCTOR; WATTS, 1987).
Pesquisas mais recentes têm contemplado o tempo de cocção como um
dos parâmetros de seleção de germoplasma em feijão-caupi. O programa de
melhoramento de feijão-caupi conduzido pelo International Institute of Tropical
Agriculture, na Nígéria, África, tem avaliado o tempo de cocção em linhagens
28
desde 2003 e um total de 2000 genótipos já foram avaliados, sendo a variação
encontrada para o tempo de cocção em grãos secos de 27,5 minutos a 57,5
minutos (SINGH, 2006; SINGH et al.,2007; SINGH et al., 2009). Machi (2006),
avaliando oito genótipos africanos de feijão-caupi encontrou uma variação para
o tempo de cocção de 28 a 46 min.
No Brasil, desde 2006, as linhagens desenvolvidas pelo programa de
melhoramento da Embrapa Meio-Norte têm sido avaliadas também para o
tempo de cocção, gerando cultivares que apresentam, após embebição dos
grãos em água por cinco horas, de 13 minutos (BRS Tumucumaque..., 2009) a
22 minutos (BRS Xiquexique..., 2008).
2.5. Melhoramento genético do feijão-caupi para grãos secos
O feijão-caupi possui plasticidade fenotípica e grande estabilidade
produtiva, que o torna adaptado a diferentes condições de ambiente. Devido à
sua grande importância para a sociedade brasileira, e em função da sua
plasticidade e estabilidade, muitas empresas de pesquisas privadas, públicas e
universidades, vem trabalhando em sistema de parceria, objetivando melhorar
a espécie e disponibilizar cultivares de feijão-caupi mais produtivas, tolerantes
e estáveis visando a sua recomendação para todas as regiões de cultivo do
país (FREIRE FILHO et al., 2008).
No início, o melhoramento foi voltado, principalmente, para o aumento
de rendimento de grãos, posteriormente, resistência às doenças,
principalmente viroses e, atualmente, grande ênfase está sendo dada à
qualidade de grãos e à arquitetura da planta, a fim de atender às demandas do
mercado consumidor, além de se obter linhagens de alto valor agronômico
(FREIRE FILHO et al., 2005).
A Embrapa Meio-Norte, centro de referência em pesquisas com o feijão-
caupi no Brasil, já lançou no mercado várias cultivares portadoras de
resistência a vírus, principalmente, aos vírus do complexo mosaico severo e
outras famílias de vírus que nos últimos tempos tem causado muitos danos nos
campos de produção; com alta qualidade de grão; adaptada a diferentes
ecossistemas; e com arquitetura moderna de planta, apresentando porte mais
ereto, ramos principal e secundários mais curtos, e vagens acima da folhagem
(FREIRE FILHO et al., 2005 e 2008). Com o intuito de conquistar novos
29
mercados e de diversificar o seu uso, têm sido desenvolvidos também
cultivares com grãos de tegumento e cotilédones verdes para o sistema de
produção de grãos secos (BRS Juruá..., 2009; BRS Aracê..., 2009) com
possibilidade de alcançar a agroindústria.
2.6. Melhoramento do feijão-caupi para feijão-verde
O melhoramento do feijão-caupi para o sistema de produção de grãos
secos encontra-se bastante desenvolvido. No entanto, o melhoramento voltado
para o mercado de feijão-verde necessita ser implementado com o objetivo de
melhorar algumas características e selecionar cultivares mais adequadas a
este sistema de cultivo, visto existência de uma grande demanda do produto
pelo produtor, comerciante e consumidor.
Para a produção de feijão-verde, deve-se dar preferência a cultivares
semiprostradas, com ramos médios a longos; crescimento indeterminado, ou
seja, priorizar uma planta que floresça e produza frutos durante um longo
período, encontrando-se na mesma planta, flor, frutos em formação, vagens
desenvolvidas e vagens maduras, o que possibilita ao produtor realizar várias
colheitas; vagens atrativas, uniformes, bem granadas, com fácil debulha; e
relação peso grão verde/vagem verde superior a 60% (ROCHA et al., 2007b),
que mede a eficiência da cultivar na alocação de fotossintados para os grãos,
servindo como referência para os trabalhos de seleção; e grãos com
capacidade de preservar um bom aspecto pós-colheita e pós debulha, pois
grãos que escurecem rápido não são bem aceitos no mercado (FREIRE FILHO
et al., 2005).
Vários estudos têm sido conduzidos com o objetivo de avaliar linhagens
e cultivares de feijão-caupi para a produção de vagens e grãos verdes, seja
para comercialização in natura ou congelado. As características mais
estudadas têm sido a produtividade de vagens verdes, na qual têm sido obtidas
produtividades variando de 2.934 kg ha-1 a 7.435 kg ha-1; seguido da
produtividade de grãos verdes, com resultados na faixa de 2.444 kg ha-1 a
7.269 kg ha-1 (SILVA; OLIVEIRA, 1993; SERPA; SILVA, 1998; SERPA; LEAL,
1999; MIRANDA; ANUNCIAÇÃO FILHO, 2001; ANDRADE et al., 2005, 2006;
ROCHA et al., 2006a,b; ALVES et al., 2009; CARDOSO et al., 2009a, b). A
adaptabilidade e a estabilidade da produtividade de vagens e grãos verdes
30
(RODRIGUES et al., 2009) e a composição química dos grãos verdes também
têm sido avaliados (SALGADO et al., 2005 e 2006).
Em estudos avaliando o índice de grãos verdes ou a relação peso grão
verde/peso vagem verde, Miranda et al. (1979) obtiveram valores que variaram
de 45 a 59%; Ferreira e Silva (1987) de 36,6 a 54,7%; Silva e Silva (1991) de
44 a 63%; e Silva e Oliveira (1993) de 42,8 a 71,7%. Esses dados são muito
importantes, pois servem como referência para os trabalhos de seleção.
O potencial do feijão-verde processado tem sido investigado quanto a
sua adequação ao congelamento (KRUTMAN et al., 1973; SALGADO et al.,
2008) e ao enlatamento (LIMA et al., 2003; FURTADO et al., 2008).
O gene gt (green testa) condiciona tegumento de cor verde
(CHAMBLISS, 1974) e o gene gc (green cotyledon) condiciona cotilédone de
cor verde (FERY; DUKES, 1994). Ambos, mesmo isoladamente, imprimem a
cor verde ao grão, tanto no estádio de feijão-verde quanto no seco. Juntos, os
genes gt e gc produzem um tom de verde mais forte (FERY; DUKES, 1994;
FREIRE FILHO et al., 2002). Esses genes, isoladamente ou juntos, produzem
uma cor de grão muito aceita comercialmente na forma de feijão-verde e muito
adequada para resfriamento, congelamento e enlatamento. No mercado
americano há cultivares com o gene gt, Freezegreen (CHAMBLISS,1979) e
Genegreen (CHAMBLISS; HUNTER, 1992), com o gene gc, Bettergreen (FERY
et al., 1993), Charleston Greenpack (FERY, 1998) e Green Pixie (FERY, 2000)
e com ambos, Dublegreen Delight (FERY, 2002).
O programa de melhoramento genético de feijão-caupi da Embrapa
Meio-Norte tem avaliado genótipos de tegumento e cotilédone verdes visando
desenvolver cultivares para o mercado de grãos secos e verdes. O programa
introduziu o parental GV10-91-11, selecionado de uma população introduzida
dos Estados Unidos, com tegumento e cotilédones verdes e genótipo gtgtgcgc.
Este parental foi cruzado com três parentais brasileiros, BR2-Bragança, BRS
Guariba e TE93-222-11F, todos com genótipo gtgtgcgc. As gerações
segregantes foram avançadas pelo método da descendência de vagem única
até F5, onde foram selecionadas 62 linhagens F5 (CRUZ et al., 2006), que após
seleção quanto à persistência da cor verde foram selecionadas 13 linhagens.
Dentre essas, três linhagens com tegumento verde escuro foram cruzadas com
as cultivares BR 14-Mulato, Olho de Pomba-10 e duas linhagens elites.
31
Após avanços de gerações e seleções das melhores famílias
(CARVALHO, 2008), linhagens de tegumento e cotilédone verdes foram
abertas em gerações avançadas e avaliadas para a persistência da cor verde e
a produtividade de grãos em ensaios preliminares e de valor de cultivo e uso-
VCU. Com base no desempenho das linhagens nos ensaios de VCU, foram
selecionadas e lançadas duas cultivares, a BRS Aracê e a BRS Juruá (BRS
Juruá..., 2009; FREIRE FILHO et al., 2009a). Essas linhagens, juntamente com
outras cultivares coletadas em outros estados do Nordeste, serão avaliadas em
ensaios de VCU em vários ambientes do Nordeste visando o lançamento da
primeira cultivar melhorada para o mercado de feijão-verde.
2.7. Estimativas de parâmetros genéticos em feijão-caupi
O estudo e a identificação de parâmetros genéticos como coeficiente de
variação genético, herdabilidade e correlação entre caracteres são de suma
importância, pois através destes podemos: conhecer a variabilidade genética e
o grau de transmissão do componente genético na expressão dos caracteres,
determinar a existência de relação entre caracteres e a possibilidade de ganho
direto ou indireto com a seleção (ROCHA et al., 2003). Estimativas desses
parâmetros genéticos são comuns na literatura em estudos envolvendo o
cultivo para produção de grãos secos em feijão-caupi (LOPES et al., 2001;
BEZERRA et al. 2001; OLIVEIRA et al., 203; ROCHA et al., 2003; PEKSEN;
ARTIC, 2004; LIMA et al., 2009; MANO et al., 2009; DIAS, 2009; KUMARI et
al., 2010; MOHAMED et al., 2010) e, menos comum, em grãos verdes
(ANDRADE et al., 2006 e 2010).
2.7.1. Coeficiente de variação genético
O coeficiente de variação genético, segundo Morais (1992), constitui um
valioso indicador da grandeza relativa das mudanças possíveis de serem
conseguidas em cada característica, por meio da seleção.
Bezerra et al. (1995) desenvolveram um trabalho com 33 genótipos de
feijão-caupi de porte ereto e crescimento determinado e constataram que os
caracteres número de vagens por planta e produtividade de grãos secos foram
os que apresentaram as maiores estimativas para os coeficientes de variação
genético, com valores de 19,42% e 19,44%, respectivamente.
32
Singh & Mehndiratta (1969), Bordia et al. (1973), Lakshmi & Goud
(1977), Barriga & Oliveira (1982) e Siddique & Gupta (1991) afirmam que nos
estudos de variabilidade genética com a cultura do feijão-caupi, obtiveram
valores superiores a 20% para o coeficiente de variação genético relativo aos
caracteres peso de cem grãos secos e a produtividade de grãos secos.
Lopes et al. (2001), estudando a variabilidade e o potencial genético de
28 linhagens de feijão-caupi, e Mano et al. (2009), estudando 15 genótipos de
feijão-caupi, constataram que entre os genótipos e linhagens, na maioria dos
caracteres, ocorreu uma ampla variabilidade genética, tendo sido o caráter
produtividade de grãos secos o que apresentou maior estimativa para o
coeficiente de variação genético, respectivamente, 23,90% e 25,35%.
Lima et al. (2009), estudando 54 genótipos de feijão-caupi, observaram
que o peso de cem grãos secos e a produtividade de grãos secos
apresentaram maior variabilidade, com coeficientes de variação genético,
respectivamente de 25,26% e 40,78%. Matos Filho et al. (2009), avaliando 348
progênies F3 de feijão-caupi, obtiveram maiores estimativas do coeficiente de
variação genético nos caracteres comprimento do ramo principal (46,18%),
seguido da produtividade de grãos secos (26,35%) e do número de vagens por
planta (20,14%).
Andrade et al. (2010), estudando um grupo de 14 genótipos para feijão-
verde, observaram que os caracteres produtividade de vagem verde,
produtividade de grãos verdes e valor de cultivo apresentaram as estimativas
mais altas para o coeficiente de variação genético, respectivamente, 30%, 31%
e 28,5%.
2.7.2. Herdabilidade/Coeficiente de determinação genotípico
A herdabilidade define-se como sendo o coeficiente entre a variação
hereditária e a variação total (BRAUER, 1981). É um dos parâmetros genéticos
mais utilizados pelos melhoristas, que permite estimar o progresso e as
possibilidades de sucesso com a seleção antecipadamente, além de refletir as
proporções da variação fenotípica que podem ser herdadas (RAMALHO et
al.,1996). Esta proporção, expressa a confiabilidade do valor fenótipo que pode
ser herdado, podendo ser aumentada através da adoção de população com
maior variabilidade genética (BUENO et al., 2001); como também, pela efetiva
33
realização de controle ambiental, tendo em vista, que os efeitos da
herdabilidade estão relacionados indiretamente com o ambiente.
No estudo da transmissão dos caracteres agronômicos são estimados
dois tipos de herdabilidade para os caracteres em estudos: herdabilidade no
sentido amplo ( 2
ah ) que envolve todas as variâncias do componente genético
total; e a herdabilidade no sentido restrito ( 2
rh ) que considera apenas a
variância aditiva do componente genético; importante por fixar a seleção na
maioria dos casos e por fornecer maiores auxílios aos melhoristas (RAMALHO
et al., 1996). Para modelos fixos, onde a população é representada apenas por
um genótipo, a herdabilidade é expressa como o coeficiente de determinação
genotípico ( 2
f
2
g
2 /ˆh σφ= ) (CRUZ, 2001).
O ganho genético é um dos efeitos básicos da seleção obtido através da
alteração na freqüência alélica e genotípica, objetivando uma melhor resposta
à seleção que é proporcionada diretamente pela herdabilidade do caráter
associada à pressão de seleção aplicada pelo melhorista (BUENO et al., 2001).
Em feijão-caupi, a herdabilidade tem sido estimada para um número
considerável de caracteres. Segundo Freire Filho (1988), entre os caracteres
relacionados à produção de grãos secos, a produção de vagens, o peso de 100
grãos secos e o comprimento da vagem são os que apresentam maiores
estimativas para esse parâmetro, respectivamente, 71,3%; 67,8% e 61,8%.
Segundo os estudos de Barriga e Oliveira (1982), Lopes et al. (2001) e
Rocha et al. (2003), os caracteres comprimento de vagem e peso de cem grãos
secos apresentaram altas estimativas para a herdabilidade; o número de
vagem por planta e número de grãos por vagem, estimativas médias; e a
produção de grãos secos, baixas estimativas para este parâmetro. Mano et al.
(2009) obtiveram estimativas altas de herdabilidade para a produtividade de
grãos secos (85%) e peso de cem grãos secos (79,46%) e baixo valor para o
número de grão secos por vagem (35,75%).
Altas estimativas de herdabilidade para o número de dias para o início
da floração (85,23%), peso de cem grãos secos (91,29%) e comprimento de
vagem (91,40%) foram obtidas por Lima et al. (2009), em um estudo
envolvendo acessos de feijão-caupi. Machado et al. (2008), avaliando um
grupo de linhagens de porte ereto e ciclo precoce obtiveram estimativas de
34
herdabilidade altas para o número de dias para o início da floração (95%) e o
acamamento (91%).
Em estudo conduzido com 14 genótipos de feijão-caupi para a mercado
de feijão-verde, Andrade et al. (2010) obtiveram estimativas do coeficiente de
determinação genotípico altas para todos os caracteres avaliados,
notadamente para o número de dias para a colheita de vagens verdes
(95,61%), comprimento de vagens verdes (98,72%), número de grãos por
vagem verde (96,98%) e peso de cem grãos verdes (94,80%).
2.7.3. Correlações entre caracteres
A correlação reflete o grau de associação entre dois caracteres. Seu
conhecimento é importante porque possibilita ao melhorista saber como a
seleção para um caráter influencia a expressão de um outro. Pode ser
realizada a partir da medida de dois caracteres em certo número de indivíduos
na população, objetivando aprimorar o material genético para um conjunto de
características. Possui causas genéticas e ambientais, sendo que somente as
causas genéticas envolvem associação de natureza herdável, podendo, por
conseguinte, ser utilizada em um programa de melhoramento (CRUZ;
REGAZZI, 1994).
Os estudos de correlações têm grande importância em programas de
melhoramento, principalmente quando a seleção de um caráter desejável
apresenta dificuldades, por se tratar de um caráter de baixa herdabilidade e por
apresentar problemas de medição ou identificação. A correlação simples
permite avaliar a magnitude e o sentido das relações entre dois caracteres,
sendo de grande utilidade no melhoramento por permitir a seleção indireta,
que, em alguns casos, pode levar a progressos mais rápidos do que a seleção
do caráter desejado (CRUZ; REGAZZI, 1994).
O conhecimento da associação entre a produtividade de grãos e seus
componentes é importante para a seleção de parentais e populações
segregantes promissoras, tornando o processo seletivo eficiente (BORA et al.,
1998). É extremamente útil para orientar e agilizar o desenvolvimento de
genótipos, como também é indispensável para se compreender os
componentes morfológicos relacionados à arquitetura da planta, qualidade de
grãos e resistência aos fatores bióticos (LOPES et al., 2001).
35
A correlação entre caracteres de importância econômica têm sido objeto
de vários estudos em feijão-caupi. Apte et al. (1991), em um estudo com 50
genótipos, detectaram em mais de 67% das correlações estimadas, uma
superioridade das correlações genéticas sobre as fenotípicas, e dessas, sobre
as de ambiente, evidenciando uma presença marcante das causas genéticas
no grau de associação entre os caracteres estudados (OLIVEIRA et al., 2003).
Em outros estudos de estimativas de correlações em genótipos de feijão-caupi,
Lopes et al. (2001), Mano et al. (2009) e Andrade et al. (2010) também
obtiveram estimativas de correlações genotípicas superiores às fenotípicas e,
estas, às de ambiente.
Para a melhoria dos caracteres agronômicos relacionadas com a
produtividade do feijão-caupi é necessário entender melhor as correlações
entre esta e seus componentes morfológicos sem esquecer também os que se
referem à qualidade dos grãos e à resistência a doenças e pragas. Grande
parte dos trabalhos realizados tem priorizado a correlação entre a
produtividade de grãos e seus componentes primários, visando esclarecer a
relação entre os componentes de produtividade em feijão-caupi (UMAHARAN
et al., 1997; BEZERRA et al., 2001; LOPES et al., 2001; ROCHA et al., 2003;
DIAS, 2009; MANO et al., 2009),
Os estudos sobre correlações entre caracteres em feijão-caupi têm
demonstrado resultados significativos entre a produtividade de grãos secos e
os componentes número de vagens por planta e número de grãos secos por
vagem (OLIVEIRA et al., 2003). Há prevalência quanto ao fato de que o
número de grãos secos por vagem, o comprimento de vagem e o peso de 100
grãos secos estão fortemente relacionados com a produtividade de grãos
secos (UMAHARAN et al., 1997; BEZERRA et al., 2001; LOPES et al., 2001;
MANO et al., 2009).
Um estudo conduzido com genótipos de feijão-caupi mostrou que o
número de dias para o início da floração e o peso de cem grãos secos
apresentaram correlações genéticas altas, positivas e significativas (BEZERRA
et al., 2001). Lopes et al. (2001), em outro estudo, destacaram as correlações
entre a produtividade de grãos com o número de ramos secundários e o valor
agronômico, que foram, respectivamente, de 0,68 e 1,00.
36
Matos Filho et al. (2009), estudando progênies de dois cruzamentos em
feijão-caupi, observaram que o comprimento do ramo principal e o número de
nós no ramo principal apresentaram correlações altas e positivas com a
produtividade de grãos secos. Encontraram também correlação negativa e
significativa entre o número de dias para o início da floração e a produtividade
de grãos e correlações positivas e significativas entre a produtividade de grãos
e os caracteres número de grãos por vagem e número de vagens por planta.
Lima et al. (2009b) também encontraram correlação negativa e significativa
entre o número de dias para o início da floração e a produtividade de grãos.
Em um estudo conduzido com 14 genótipos de feijão-caupi para a
produção de feijão-verde, Andrade et al. (2010) encontraram correlações
positivas e significativas das produtividades de vagens e grãos verdes com os
caracteres peso de cem grãos verdes, valor de cultivo e índice de grãos
verdes. Adicionalmente observaram que o número de dias para a colheita de
vagens verdes e o número de grãos por vagem verde foram correlacionados
negativamente e significativamente com as produtividades de vagens e grãos
verdes.
2.7.4. Análise de trilha
A determinação do coeficiente de correlação simples, apesar de ser de
grande utilidade na quantificação da magnitude e direção das influências dos
fatores avaliados para determinação de caracteres complexos, não dá a exata
importância relativa dos efeitos destes fatores (CRUZ; REGAZZI 1994),
necessitando que o melhorista faça uso do artifício da análise de trilha,
desenvolvido por Wright (1921) e pormenorizada por Li (1975).
A análise de trilha tem sido descrito por vários autores e empregado com
sucesso em muitos programas de melhoramento genético com o objetivo de
entender os artifícios, as causas e os efeitos, envolvendo a associação entre
caracteres, como também, decompor a correlação existente em efeitos diretos
e indiretos através de uma variável principal, como por exemplo, a
produtividade de grãos, associado a algumas variáveis secundárias como, por
exemplo, o número de grão por vagem e o peso de cem grãos, em feijão-caupi
(KUREK et al., 2001).
37
A correlação de um caráter pode assumir um valor positivo, negativo ou
igual a zero. Porém, Cruz e Regazzi (1994) relatam que a quantificação e a
interpretação da magnitude de uma correlação podem, contudo, resultar em
equívocos na estratégia de seleção, pois correlação elevada pode ser resultado
do efeito, sobre estes, de um terceiro ou de um grupo de caracteres. Neste
contexto, a análise de trilha é um artifício que o melhorista dispõe para
entender as causas envolvidas nas associações entre caracteres e decompor a
correlação existente em efeitos diretos e indiretos, através de uma variável
principal.
Gopalan e Balasubramanian (1993) estudando os componentes de
produção em feijão-caupi, obtiveram, entre os caracteres altura de planta e
rendimento de grãos, coeficiente de correlação genética positivo (rG = 0,738),
porém um efeito direto inexpressivo (0,006).
Nakawuka e Adipa (1999) encontraram que o número de vagens por
planta e o número de grãos por vagem foram os componentes de produção
que exerceram maior efeito positivo sobre a produtividade de grãos em feijão-
caupi.
Bezerra et al. (2001) observaram maiores efeitos diretos positivos dos
componentes floração inicial e peso de cem grãos secos sobre a produtividade
de grãos secos; os maiores efeitos diretos negativos foram apresentados pelos
caracteres número de vagens por planta, comprimento de vagem e número de
nós no ramo principal.
O número de vagens por planta e o peso de cem grãos secos
apresentaram maior efeito direto positivo sobre a produtividade de grãos secos
em estudos conduzidos em genótipos e populações de feijão-caupi por Hamid
et al. (1996), Udom et al. (2006), Oliveira et al. (2006), Souza et al. (2006), Lal
et al. (2007) e Vishwa et al. (2009).
Em um estudo conduzido com genótipos precoces e eretos de feijão-
caupi, Dias (2009) verificou que o efeito direto positivo de maior magnitude
sobre a produtividade de grãos secos foi apresentado pelos caracteres número
de grãos secos por vagem e peso de cem grãos secos, enquanto que maior
efeito negativo foi proporcionado pelo comprimento de vagem.
Efeitos diretos negativos dos caracteres número de dias para a
maturidade, número de grãos secos por vagem e peso de cem grãos secos
38
sobre a produtividade de grãos secos foram observados por KUMARI et al.
(2010).
Vários trabalhos têm mostrado um efeito direto positivo do caráter
número de dias para o início da floração sobre a produtividade de grãos em
feijão-caupi (BIRADAR et al., 1991; OSENI et al., 1992; SIDDIQUE;
GUPTA,1991, 1992; BEZERRA et al., 2001; KUMARI et al., 2010).
39
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57
4. CAPÍTULO I
POTENCIAL AGRONÔMICO, NUTRICIONAL E CULINÁRIO DE LINHAGENS
DE TEGUMENTO E COTILÉDONE VERDES PARA O MERCADO DE
FEIJÃO-CAUPI VERDE
Fabrício Napoleão Andrade1, Maurisrael de Moura Rocha2, Regina Lucia Ferreira
Gomes1, Francisco Rodrigues Freire Filho2, Kaesel Jackson Damasceno e Silva2 e
Erina Vitório Rodrigues1
RESUMO - O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial agronômico,
nutricional e culinário de vinte linhagens de feijão-caupi de tegumento e
cotilédones verdes e quatro genótipos testemunhas para o mercado de feijão-
verde. O experimento foi conduzido no campo experimental da Embrapa Meio-
Norte em Teresina, PI, no ano 2009, sob condições irrigadas. Utilizou-se o
delineamento de blocos completos casualizados com quatro repetições. Foram
avaliados os seguintes caracteres: número de dias para o inicio da floração
(NDIF), número de dias para a maturação de vagens verdes (NDMVV), período
de produção de vagens verdes (PPVV), comprimento de vagens verdes (CVV),
número de grãos por vagem verde (NGVV), peso de cem grãos verdes
(P100GV), valor de cultivo (VC), produtividade de vagens verdes (PVV),
produtividade de grãos verdes (PGV), índice de grãos verdes (IGV), facilidade
de abertura de vagens verdes (FAVV), facilidade de soltura de grãos das
vagens verdes (FSGV), tempo de cocção (TC), teor de proteína bruta (TPB),
teor de ferro (TFe) e teor de zinco (TZn). Foram realizadas análises de
1Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Piauí (UFPI), Campos Ministro Petrônio Portela, Ininga, 64.049-550, Teresina, PI, Brasil. E-mail: [email protected], rlfgomes@ufpi,br 2Embrapa Meio-Norte, Caixa Postal 01, CEP 64.006.220, Teresina, PI. E-mail: [email protected], [email protected], [email protected]
58
variância e as médias agrupadas pelo teste de Scott-Knot (P<0,05). Existe
variabilidade genética entre genótipos para os caracteres NDIF, NDMVV, CVV,
NGVV, P100G, PVV, PGV, IGV, TC, TFe e TZn, indicando a possibilidade de
ganhos em ciclos adicionais de seleção. As linhagens MNC05-835B-15,
MNC05-835B-16, MNC00-595F-2, MNC05-841B-49, MNC05-847B-123,
MNC05-847B-126 e MNC00-595F-27 apresentaram comportamento
semelhante às testemunhas BRS Paraguaçu e BRS Guariba quanto a PVV e
PGV. A linhagem MNC05-847B-126 apresentou comportamento semelhante à
testemunha MNC99-541F-15 quanto ao IGV. As linhagens MNC05-835B-16,
MNC05-837B-24, MNC00-595F-2, MNC05-841B-49, MNC05-847B-123,
MNC05-847B-160, MNC00-595F-27, MNC00-599F-11 apresentaram os
melhores resultados em relação aos caracteres culinários e nutricionais. Há
possibilidade de ganhos com a seleção de caracteres agronômicos, culinário e
nutricionais e o desenvolvimento de cultivares para o mercado de feijão-caupi
verde.
Palavras-chave: Vigna unguiculata, variabilidade, seleção, qualidade,
mercado.
59
AGRONOMICAL, NUTRITIONAL AND CULINARY PERFORMANCE OF
GREEN TEGUMENT AND COTYLEDON LINES FOR THE FRESH COWPEA
MARKET
ABSTRACT - The aim of this study was to evaluate the agronomic,
nutritional and culinary performance of 20 green tegument and cotyledon
lines and four checks genotypes for the fresh cowpea market. The
experiment was carried out at Embrapa Mid North in Teresina, Piauí, Brazil,
in the year 2009, under irrigated conditions. A randomized complete block
design with four replications was used. The following traits was evaluated:
number of days to flowering (NDIF), number of days to maturation of fresh
pods (NDMVV), period of production of fresh pods (PPVV), fresh pod length
(CVV), number grains per fresh pod (NGVV), weight 100 fresh grains
(P100GV), value of crops (VC), fresh pods yield (PVV), fresh grain yield
(PGV), fresh grain index (IGV), ease Opening of fresh pods (FAVV), ease of
loose grain of fresh pods (FSGV), cooking time (CT), crude protein (TPB),
iron content (TFE), and zinc content (TZN). Analyses of variance were
performed and averages grouped by Scott-Knot (P <0.05) test. There is
variability among genotypes for NDIF, NDMVV, CVV, NGVV, P100G, PVV,
PGV, IGV, TC, TFe, and TZn traits, indicating the possibility of gain in
additional cycles of selection. MNC05-835B-15, MNC05-835B-16, MNC00-
595F-2, MNC05-841B-49, MNC05-847B-123, MNC05-847B-126 and
MNC00-595F-27 genotypes showed similar performance as compared to
the BRS Paraguaçu and BRS Guariba checks for PVV and PGV. MNC05-
847B-126 line showed similar performance as compared to the MNC99-
541F-15 check for IGV. MNC05-835B-16, MNC05-837B-24, MNC00-595F-2,
MNC05-841B-49, MNC05-847B-123, MNC05-847B-160, and MNC00-595F-
27, MNC00-599F-11 showed the Best results in relation to culinary and
nutritional traits. There is possibility for gains through the selection of
agronomical, nutritional and culinary traits and development of cultivars
suitable for the fresh cowpea market.
Key words: Vigna unguiculata, variability, selection, quality, market
60
INTRODUÇÃO
O feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) possui uma grande
variabilidade genética que o torna versátil, sendo usado para várias finalidades
e em diversos sistemas de produção, podendo ser comercializado como grãos
secos (mercado principal), grãos imaturos ou frescos (feijão-verde), farinha
para acarajé e sementes (ROCHA, 2009). O mercado do feijão-verde é o
segundo maior mercado de feijão-caupi no Brasil, de grande importância na
região Nordeste e em muitas capitais das regiões Norte, Sudeste e Centro-
Oeste do Brasil. Este apresenta grãos com umidade entre 50 a 70% de
umidade (OLIVEIRA et al., 2001) e, nesta fase, é colhido e comercializado na
forma de vagem ou grãos verdes debulhados.
O consumo de feijão-verde é uma tradição no Nordeste, fazendo parte
de vários pratos típicos, sendo consumido em ensopados, farofas e no
característico baião-de-dois, prato típico onde o feijão-caupi e o arroz são
cozidos juntos, desenvolvendo-se um terceiro sabor muito apreciado
(KBATOUNIAN, 1994). Em decorrência disso, é uma importante fonte de
emprego e renda em torno das cidades de médio a grande porte da região e,
até mesmo, em outras regiões (FREIRE FILHO et al., 2005). É uma alternativa
viável para os agricultores familiares e empresariais, pois o seu mercado
apresenta preços atrativos para o produtor e boas perspectivas de expansão
do consumo e do processamento industrial (FREIRE FILHO et al., 2007;
ROCHA, 2009).
Para a produção de feijão-verde, geralmente, são preferidas cultivares
de grãos brancos ou do tipo sempre-verde. Entretanto, cultivares com grãos de
outras cores também têm sido usadas, como mulato, azulada e corujinha
(FREIRE FILHO et al., 2002). Além disso, o comerciante prefere genótipos que
sejam fáceis de debulhar e que apresentem boa conservação pós-colheita
(ROCHA et al., 2006). A produtividade de vagens e de grãos verdes têm sido
as características mais estudadas para esse sistema de cultivo (OLIVEIRA et
al., 2001; OLIVEIRA et al., 2003; PANDEY et al., 2006; ROCHA et al., 2007;
61
SANTOS et al., 2007; ALVES et al., 2009; CARDOSO et al., 2009;
RODRIGUES et al., 2009).
O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial agronômico, nutricional e
culinário de linhagens de feijão-caupi de tegumento e cotilédones verdes para o
mercado de feijão-verde.
62
MATERIAL E MÉTODOS
Material genético
O material experimental constou de vinte linhagens de feijão-caupi de
tegumento e cotilédone verdes e quatro testemunhas, incluindo cultivares e
linhagens elites, totalizando vinte e quatro tratamentos. Todos os genótipos são
oriundos do Programa de Melhoramento de Feijão-caupi da Embrapa Meio-
Norte (Tabela 1).
Tabela 1. Relação de genótipos de feijão-caupi avaliados para feijão-verde. Teresina,
PI, 2009.
Nº Genótipos Parentais/Procedência Subclasse comercial 1 MNC05-835B-15 MNC00-599F-2 x MNC99-537F-14-2 Verde 2 MNC05-835B-16 MNC00-599F-2 x MNC99-537F-14-2 Verde 3 MNC05-835B-17 MNC00-599F-2 x MNC99-537F-14-2 Verde 4 MNC05-837B-24 MNC00-599F-2 x MNC99-541F-18 Verde 5 MNC00-595F-2 BR2-Bragança x GV-10-91-1-1 Verde 6 MNC05-840B-35 MNC00-599F-9 x Olho-de-pomba-10 Verde 7 MNC05-840B-38 MNC00-599F-9 x Olho-de-pomba-10 Verde 8 MNC05-841B-49 MNC00-599F-9 x MNC99-537F-14-2 Verde 9 MNC05-843B-88 MNC00-599F-9 x MNC99-541F-18 Verde
10 MNC05-846B-101 MNC00-599F-11 x Olho-de-pomba-10 Verde 11 MNC05-847B-123 MNC00-599F-11 x MNC99-537F-14-2 Verde 12 MNC05-847B-125 MNC00-599F-11 x MNC99-537F-14-2 Verde 13 MNC05-847B-126 MNC00-599F-11 x MNC99-537F-14-2 Verde 14 MNC00-595F-26 BR2-Bragança x GV-10-91-1-1 Verde 15 MNC05-847B-159 MNC99-541F-18 x MNC00-599F-11 Verde 16 MNC05-847B-160 MNC99-541F-18 x MNC00-599F-11 Verde 17 MNC00-595F-27 BR2-Bragança x GV-10-91-1-1 Verde 18 MNC00-595F-58 BR2-Bragança x GV-10-91-1-1 Verde 19 MNC00-599F-9 GV-10-91-1-1 x TE93-222-11F Verde 20 MNC00-599F-11 GV-10-91-1-1 x TE93-222-11F Verde Nº Testemunhas Parentais/Procedência Subclasse comercial 21 Olho de Pomba-10 MNC00-599F-2 x MNC99-537F-14-2 Branca 22 BRS Guariba MNC00-599F-2 x MNC99-537F-14-2 Branca 23 MNC99-541F-15 MNC00-599F-2 x MNC99-537F-14-2 Branca 24 BRS Paraguaçu MNC00-599F-2 x MNC99-541F-18 Branca
63
Metodologia experimental
O ensaio foi conduzido em condição de irrigação, na área experimental
da Embrapa Meio-Norte (Figura 3), no município de Teresina – PI, situado na
latitude de 05º 05´ S, longitude de 42º 48´ W Gr e a 72 m de altitude, no
período de agosto a dezembro de 2009.
Figura 3. Visão geral do ensaio. Teresina, PI, 2009.
Utilizou-se o delineamento experimental de blocos completos
casualizados, com quatro repetições. A parcela experimental teve as
dimensões de 3,2 m x 5,0 m e constou de quatro fileiras de 5,0 m de
comprimento, tendo como área útil as duas fileiras centrais. Adotou-se o
espaçamento de 0,80m entre fileiras e de 0,25m entre covas dentro da fileira, o
que resultou em 20 covas por fileira.
O preparo da área consistiu-se de uma aração, seguida de uma
gradagem. O solo da área experimental é um Argissolo Amarelo de textura
franco-arenosa.
Para o controle de plantas daninhas, aplicou-se o herbicida pós-
emergente a base de Glifosate, na dosagem de 6 L ha-1, e o herbicida pré-
emergente a base de S-Metolacloro, na dosagem de 1,5 L ha-1, após a
semeadura. No plantio, colocou-se quatro sementes por cova, realizando-se o
64
desbaste 15 dias após a semeadura, deixando-se duas plantas por cova
(Figura 4).
Figura 4. Operação de desbaste. Teresina, PI, 2009.
Durante o desenvolvimento das plantas, foram realizadas capinas
manuais (Figura 5a) e à tração animal (Figura 5b).
Foram observados os seguintes insetos associados à cultura: vaquinha
(Diabrotica speciosa), pulgão preto (Aphis cracivora), percevejo (Crinocerus
sanctus), minador das folhas (Liriomyza sativae), manhoso (Chalcodermus sp).
No controle desses insetos, utilizou-se um coquetel de inseticidas a base de 1
L ha-1 de dimetoato + 50 g L ha-1 de tiametoxam.
Figura 5. Capinas manuais e à tração animal. Teresina, PI, 2009.
a
b
65
O método de irrigação utilizado foi aspersão convencional (Figura 6),
aplicando-se uma lâmina d’água média de 20 mm, com um período de duas
horas de irrigação e turno de rega de cinco dias.
Figura 6. Área do experimento irrigada por aspersão convencional. Teresina, PI, 2009.
Caracteres agronômicos avaliados
Os caracteres agronômicos avaliados foram os seguintes: número de
dias para o inicio da floração (NDIF), número de dias para a maturação
(NDMVV), período de produção de vagens verdes (PPVV), comprimento de
vagens verdes (CVV), número de grãos por vagem verde (NGVV), valor de
cultivo (VC), peso de cem grãos verdes (P100GV), produtividade de vagens
verdes (PVV), produtividade de grãos verdes (PGV), índice de grãos verdes
(IGV), facilidade de abertura de vagens verdes (FAVV) e facilidade de soltura
de grãos das vagens verdes (FSGVV).
Com o intuito de padronizar a maturação dos grãos e das vagens, por
ocasião de cada colheita, realizou-se a correção de umidade dos mesmos
(ANDRADE et al., 2005). Para isso, de cada genótipo colhido, retirou-se uma
amostra de dez vagens, pesou-se e, em seguida, colocou-se de molho em
água, por um período de trinta minutos para grãos e uma hora para vagens
(Figura 7). Após esse período, a amostra foi retirada e pesada novamente.
Assim, foram avaliados também os seguintes caracteres: peso de 10 vagens
66
verdes (P10VV), peso de grãos de 10 vagens verdes (PG10VV), peso de 10
vagens verdes umedecidas (P10VVu) e peso de grãos verdes de 10 vagens
umedecidas (PG10VVu). Com base nessas determinações, foram corrigidos os
seguintes caracteres: PVVc = (PVV x P10VVu/P10VV), PGVc = (PGV x
P10GVVu/PG10VV) e IGVc = PGVc/PVVc. Adotaram-se as siglas PVV, PGV e
IGV, para os pesos e índice corrigidos.
Figura 7. Padronização de umidade das vagens verdes após cada colheita. Teresina, PI, 2009.
Os caracteres VC, FAVV e FSGVV, como foram obtidos em escala de
notas visuais (VC: 1 = Planta sem características apropriadas ao cultivo
comercial, 2 = Planta com poucas características apropriadas ao cultivo
comercial, 3 = Planta com boa parte das características adequadas ao cultivo
comercial, 4 = planta com a maioria das características adequadas ao cultivo
comercial e 5 = Planta com todas as características adequadas ao cultivo
comercial; FAVV e FSGVV: 1 = muito difícil de debulha, 2 = difícil de debulha, 3
= normal, 4 = fácil de debulha e 5 = muito fácil de debulha), foram
transformados para de 5,0x + , antes da realização das análises estatísticas.
Caracteres nutricionais e culinários avaliados
As análises para determinação dos teores de proteína (TPB) e minerais
TFe E TZn) foram realizadas no Laboratório de Bromatologia da Embrapa
Meio-Norte, sendo utilizadas três amostras de 200 g de farinha de grãos de
cada genótipo, obtidas por meio de trituração em moinho de bolas de zircônio.
Utilizou-se o método de Kjeldahl (A.O.A.C., 1990) para determinação de
proteína bruta e o método de absorção atômica, descrito por Sarruge e Haage
(1974), para determinação de ferro e zinco.
67
O tempo de cocção foi determinado para os vinte genótipos e as quatro
testemunhas, utilizando-se o cozedor de Mattson (Figura 8), em três amostras
de 25 grãos/genótipo, com teores de umidade entre 50 e 55%. Quando os
grãos não apresentavam esse teor, eram submetidos ao umedecimento, até
alcançar a umidade determinada. Ligava-se o cronômetro para determinação
do tempo de cocção somente quando o cozedor de Mattson estava totalmente
imerso no becker, com água já fervendo. O tempo de cocção foi anotado
quando caiam treze varetas do total de vinte e cinco.
Figura 8. Detalhes do cozedor de Mattson. Teresina, PI, 2009.
Análises estatístico-genéticas
Os dados foram submetidos à análises de variância e as médias foram
agrupadas pelo teste de Scott-knott (P<0,05).
Na análise de variância de cada caráter, adotou-se o seguinte modelo
estatístico:
Y ij = u + Gi + Bj + Eij
u = média geral
Gi = efeito i-ésimo genótipo
i = 1,2,...g.
Bj = efeito do j-ésimo bloco
j =1,2,...r.
Bj ~NID (0, σ2b)
Eij = erro experimental
Eij ~ NID (0, σ2e)
68
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A decomposição das estimativas dos quadrados médios de genótipos
em linhagens, testemunhas e no contraste “linhagens vs testemunhas” mostra
efeito significativo para todos os caracteres avaliados, com exceção de PPVV,
VC, FAVV e FSGVV para genótipos (linhagens mais testemunhas); NDMVV,
PPVV, VC, FAVV e FSGVV para linhagens; P100GV, VC, PVV, PGV, FAVV e
FSGVV para testemunhas; e NDIF, NDMVV, PPVV, P100G, VC, PVV, FAVV,
FSGVV, TC, e TFe para o contraste linhagens vs testemunhas (Tabela 2).
Verifica-se que nenhum material genético diferiu com relação a VC, FAVV e
FSGVV.
Para o caráter NDMVV, observam-se diferenças significativas entre
genótipos, mas não entre linhagens, mostrando que o efeito de testemunhas foi
o principal responsável pela variabilidade no ciclo de maturação dos genótipos,
e para o caráter PPVV, observam-se diferenças significativas somente entre
testemunhas. Isso se deve ao fato das linhagens pertencerem à uma mesma
subclasse comercial (verde) e apresentarem um background mais similar
(linhagens elite) e as testemunhas pertencerem à subclasse comercial branca e
apresentarem diferentes backgrounds genéticos (linhagem elite, cultivar
melhorada e cultivar local).
Quanto à precisão experimental (Tabela 2), foram obtidos baixos
coeficientes de variação (CV) para CVV e NDIF, com estimativas de 2,91% e
2,64%, respectivamente, o que indica excelente precisão experimental. Esses
valores de CV’s estão de acordo com os observados em outros estudos dessa
natureza (ANDRADE et al., 2005; ROCHA et al., 2007; RODRIGUES et al.,
2009). Foram estimados valores de CV intermediários para os caracteres FAVV
(13,98%), PVV (18,27%) e PGV (19,08%), sendo que os dois últimos
apresentaram estimativas semelhantes aos obtidos por Andrade et al. (2005) e
Rocha et al. (2007), que avaliaram genótipos para o mercado de feijão-caupi
verde. As estimativas de CV mais altas foram obtidas para PPVV e TC, de
21,93% e 20,55%, respectivamente, sendo esses valores explicados em parte
69
pelas naturezas quantitativas desses caracteres. Vários fatores podem ter
interferido na precisão desses caracteres, tais como o controle poligênico dos
caracteres, os fatores microambientais (experiência de quem está colhendo o
material com relação ao estágio adequado de maturação; medições e pesos de
caracteres realizados de forma imprecisa, etc.) e os fatores macroambientais
(fatores edafoclimáticos, manejo de pragas e doenças, irrigação, etc.).
70
Tabela 2. Resumo da análise de variância para os caracteres número de dias para o inicio da floração (NDIF), número de dias para a
maturação de vagens verdes (NDMVV), período de produção de vagens verdes (PPVV), comprimento de vagem verde (CVV), número
de grãos por vagem verde (NGVV), peso de cem grãos verdes (P100GV), valor de cultivo (VC), produtividade de vagens verdes (PVV),
produtividade de grãos verdes (PGV), índice de grãos verdes (IGV), facilidade de abertura de vagens verdes (FAVV), facilidade de
soltura dos grãos de vagens verdes (FSGVV), tempo de cocção (TC), teor de proteína bruta (TPB), teor de ferro (TFe) e teor de zinco
(TZn), obtido a partir da avaliação de 24 genótipos de feijão-caupi. Teresina, PI, 2009.
Fontes de Variação GLQuadrados Médios
NDIF (dias)
NDMVV
(dias) PPVV (dias)
CVV (cm)
NGVV (u)
P100GV (g)
VC1
(nota) PVV
(kg ha-1) PGV
(kg ha-1) IGV (%)
FAVV1
(nota) FSGVV1
(nota) TC
(min) TPB (%)
TFe (g kg-1)
TZn (g kg-1)
Blocos 3
Genótipos (G) 23 3,87** 6,86** 6,13ns 3,86** 3,54** 33,42** 0,025ns 1567912,25* 737113,05** 60,07** 0,07ns 0,09ns 3,33** 3,06** 57,34** 33,54**
Linhagens (L) 19 4,22** 5,06ns 4,36ns 4,06** 2,38** 35,84** 0,028ns 1774404,85* 609772,45* 29,32** 0,08ns 0,11ns 3,23** 0,82* 39,53** 25,62**
Testemunhas (T) 3 2,89* 17,00** 17,00** 3,50** 9,04** 18,18ns 0,015ns 608236,41ns 709115,31ns 59,53** 0,03ns 0,03ns 5,06** 4,75** 189,16** 67,68**
L vs T 1 0,07ns 10,50ns 7,01ns 1,13** 9,07** 33,11ns 0,009ns 523580,33ns 3240577,74** 645,98** 0,01ns 0,00ns 0,10ns 40,43** 0,14 ns 83,53**
Resíduo 69 1,02 3,03 4,02 0,34 0,52 11,44 0,042 60951884,02 288829,37 4,49 0,05 0,07 0,87 0,41 11,67 4,19
CV% 2,64 3,19 21,93 2,91 5,16 9,09 10,80 18,27 19,08 3,87 12,61 13,98 20,55 3,61 7,96 7,56 ns, **, *: Não significativo e significativos ao nível de 1% e 5% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F; 1 Escala de notas variando de 1 a 5, com dados transformados para 5,0x + ;
71
Pelo fato dos caracteres PPVV, VC, FAVV, FSGVV não terem
apresentado diferenças entre genótipos pelo teste F, para tais caracteres não
foi aplicado o teste de agrupamento de médias de Scott-Knott.
As médias dos caracteres agronômicos, nutricionais e culinário avaliados
são apresentadas na Tabela 3. O caráter NDIF apresentou médias variando de
36 (MNC00-595F-38) a 40 dias (MNC00-599F-9). O teste de Scott-Knott
(P<0,05) estabeleceu três grupos de genótipos (A, B e C), sendo o grupo A
formado pelos genótipos com floração mais tardia, compreendendo seis
linhagens e uma testemunha (MNC99-541F-15); o grupo B incluindo os
genótipos com dias para floração intermediários, compreendendo oito
linhagens e duas testemunhas (Olho de Pomba-10 e BRS Guariba); e o grupo
C formado pelos genótipos mais precoces, englobando seis linhagens e uma
testemunha (BRS Paraguaçu).
O NDMVV variou de 51,00 (BRS Paraguaçu) a 56,75 dias (MNC05-
843b-88). (Tabela 3). Foram estabelecidos apenas dois grupos de genótipos (A
e B): o grupo A contemplando os genótipos com maturação mais tardia,
compreendendo doze linhagens e uma testemunha (MNC99-541F-15); e o
grupo B englobando os genótipos mais precoces, incluindo oito linhagens e três
testemunhas (Olho de Pomba-10, BRS Guariba e BRS Paraguaçu). De acordo
com Rocha (2009), os agricultores familiares preferem os genótipos mais
tardios de feijão-caupi para o cultivo como feijão-verde, porque estes permitem,
geralmente, mais de uma colheita. Neste caso, as linhagens mais tardias
MNC00-595F-2, MNC05-840B-35, MNC05-841B-49, MNC05-843B-88, MNC05-
846B-101, MNC05-847B-125, MNC00-595F-26, MNC05-847B-159, MNC05-
847B-160, MNC00-599F-9 e MNC00-599F-11, como apresentaram
comportamento similar à testemunha MNC99-541F-15 podem ser
recomendadas para os agricultores familiares, que cultivam apenas durante um
período do ano, geralmente o período das chuvas.
72
Tabela 3. Estimativas de médias para os caracteres número de dias para inicio da floração (NDIF), número de dias para maturação
vagens verdes (NDMVV), período de produção de vagens verdes (PPVV), comprimento de vagem verde (CVV), número de grãos
por vagem verde (NGVV), peso de cem grãos verdes (P100GV), valor de cultivo (VC), produtividade de vagens verdes (PVV),
produtividade de grãos verdes (PGV), índice de grãos verdes (IGV), facilidade de abertura de vagens verdes (FAVV), facilidade de
soltura dos grãos de vagens verdes (FSGVV), tempo de cocção (TC), teor de proteína bruta (TPB), teor de ferro (TFe) e teor de
zinco (TZn), obtidas a partir da avaliação de 20 linhagens e quatro testemunhas de feijão-caupi. Teresina, PI, 2009.
Médias2 Genótipos NDIF NDMVV PPVV CVV NGVV P100GV VC1 PVV PGV IGV FAVV1 FSGVV1 TC TPB TFe TZn
(dias) (dias) (dias) (cm) (u) (g) (nota) (kg ha-1) (kg ha-1) (%) (nota) (nota) (min) (%) (g kg-1) (g kg-1)
1 MNC05-835B-15 38,25b 54,00b 9,50 20,35b 13,63c 36,39b 1,93 5.664,35a 2.793,72b 49,12e 1,86 1,99 4,42a 17,24b 40,45d 22,21c
2 MNC05-835B-16 37,50c 54,00b 9,50 20,42b 12,54d 37,29b 1,86 5.840,77a 2.911,74a 49,88e 1,86 1,86 5,85a 18,25a 38,12d 24,67b
3 MNC05-835B-17 38,50b 52,00b 10,25 19,78c 14,12b 31,67b 1,86 5.142,39b 2.807,53b 55,06d 1,98 1,90 5,34a 17,36b 36,44d 23,92c
4 MNC05-837B-24 39,00a 56,00a 8,50 20,68b 12,60d 40,40a 1,92 4.769,03b 2.363,75b 49,60e 1,87 1,93 4,74a 18,41a 41,69c 30,65a
5 MNC00-595F-2 38,50b 55,25a 8,25 21,78a 14,60b 42,12a 1,93 5.925,45a 3.113,67a 52,55d 1,79 1,70 2,43b 18,08a 42,50c 30,59a
6 MNC05-840B-35 39,25a 56,00a 7,50 19,24c 13,98b 32,79b 1,87 4.346,73b 2.386,37b 54,85d 2,06 1,93 3,64b 17,43b 47,51b 28,97a
7 MNC05-840B-38 38,00b 54,00b 9,50 19,39c 13,75c 36,18b 1,99 4.847,25b 2.401,19b 49,71e 1,99 2,06 3,43b 17,82b 43,99c 25,06b
8 MNC05-841B-49 36,75c 54,50a 9,00 19,62c 12,87d 41,06a 2,11 5.680,97a 3.168,41a 55,95c 1,85 1,85 5,43a 18,41a 50,29a 28,02a
9 MNC05-843B-88 39,75a 56,75a 6,75 20,32b 13,65c 39,52a 1,86 3.616,32b 1.971,12b 54,58d 1,58 1,49 4,62a 17,88b 43,81c 26,63b
10 MNC05-846B-101 36,75c 55,25a 9,75 19,82c 14,52b 34,46b 1,86 4.983,78b 2.545,85b 50,98e 1,83 1,83 4,08b 17,79b 41,17d 26,87b
11 MNC05-847B-123 38,25b 53,25b 10,25 19,14c 13,95b 38,48a 1,86 6.027,24a 3.392,66a 56,44c 1,56 1,47 3,94b 18,97a 40,42d 28,09a
12 MNC05-847B-125 39,00a 55,25a 8,25 19,63c 14,45b 36,75b 1,87 4.973,63b 2.806,39b 56,43c 1,87 1,87 4,56a 17,82b 43,05c 26,11b 13 MNC05-847B-126 38,25b 53,75b 9,75 19,78c 14,19b 37,57b 2,05 5.772,97a 3.437,12a 59,51b 1,93 1,93 4,96a 17,83b 40,38d 28,82a
Continua...
73
Tabela 3. Estimativas de médias para os caracteres número de dias para inicio da floração (NDIF), número de dias para maturação
vagens verdes (NDMVV), período de produção de vagens verdes (PPVV), comprimento de vagem verde (CVV), número de grãos
por vagem verde (NGVV), peso de cem grãos verdes (P100GV), valor de cultivo (VC), produtividade de vagens verdes (PVV),
produtividade de grãos verdes (PGV), índice de grãos verdes (IGV), facilidade de abertura de vagens verdes (FAVV), facilidade de
soltura dos grãos de vagens verdes (FSGVV), tempo de cocção (TC), teor de proteína bruta (TPB), teor de ferro (TFe) e teor de
zinco (TZn), obtida a partir da avaliação de 20 linhagens e quatro testemunhas de feijão-caupi. Teresina, PI, 2009. (Continuação)
Genótipos
Médias NDIF NDMVV PPVV CVV NGVV P100GV VC1 PVV PGV IGV FAVV1 FSGVV1 TC TPB TFe TZn (dias) (dias) (dias) (cm) (u) (g) (nota) (kg ha-1) (kg ha-1) (%) (nota) (nota) (min) (%) (g kg-1) (g kg-1)
14 MNC00-595F-26 38,50b 54,50a 9,00 22,32a 15,26a 35,95b 1,93 4.686,47b 2.481,57b 52,87d 1,87 1,87 5,11a 17,49b 42,52c 29,67a
15 MNC05-847B-159 37,25c 55,25a 8,25 19,39c 12,50d 42,03a 1,77 4.999,58b 2.671,28b 53,51d 2,12 2,18 4,70a 17,77b 44,48c 30,58a
16 MNC05-847B-160 38,25b 54,75a 9,75 21,76a 14,22b 36,29b 1,93 4.926,54b 2.730,35b 55,40d 1,83 1,83 6,18a 18,23a 46,75b 28,61a
17 MNC00-595F-27 37,75c 53,75b 9,75 20,57b 14,13b 35,64b 1,93 6.166,23a 3.261,26a 52,78d 1,86 1,86 4,04b 18,56a 42,89c 31,77a
18 MNC00-595F-58 36,00c 53,75b 10,75 20,65b 14,58b 32,61b 1,92 5.006,54b 2.689,00b 54,15d 1,86 1,79 4,98a 17,95b 45,01c 25,96b
19 MNC00-599F-9 40,00a 54,75a 8,75 19,07c 14,69b 34,68b 1,80 4.540,49b 2.411,06b 53,15d 2.10 2,05 3,36b 17,55b 43,40c 25,70b
20 MNC00-599F-11 39,25a 56,00a 7,50 18,29c 13,49c 36,84b 1,79 4.332,21b 2.344,80b 54,12d 1,79 1,79 4,62a 18,48a 42,67c 27,08b
21 Olho de Pomba-10 38,25b 54,00b 9,50 21,73a 15,62a 38,44a 1,91 5.057,96b 2.948,96a 58,32b 1,86 1,92 3,48b 16,31c 38,39d 26,54b
22 BRS – Guariba 38,00b 54,00b 9,50 19,63c 12,71d 41,52a 1,86 5.345,27a 3.080,11a 57,28c 1,92 1,87 6,12a 17,42b 53,22a 30,04a
23 MNC99-541F-15 39,50a 56,00a 7,50 20,32b 14,44b 36,65b 1,80 4.991,01b 3.026,86a 60,43b 1,86 1,86 4,71a 16,40c 39,96d 20,91c
24 BRS Paraguaçu 37,50c 51,00b 12,50 19,90c 16,08a 37,45b 1,93 5.848,20a 3.853,82a 65,94a 1,73 1,71 4,13b 14,77d 40,35d 22,50c Média Geral 38,25 54,48 9,15 20,15 14,02 37,20 3,14 5.145,47 2.816,61 54,69 4,54 17.67 42,89 27,08
1Escala de nota de 1 a 5; 2Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (P<0,05).
74
Por outro lado, as linhagens de ciclo mais precoce MNC05-835B-15,
MNC05-837B-24, MNC05-835B-17, MNC05-840B-38, MNC05-847B-126,
MNC00-595F-27 e MNC00-595F-58, similares às testemunhas Olho de Pomba-
10, BRS Guariba e BRS Paraguaçu, que normalmente apresentam uma única
colheita, podem ser recomendadas para os agricultores empresarias, que
utilizam tecnologias no cultivo, tais como adubação, irrigação, controle de
pragas e doenças, etc., podendo adotar o escalonamento de plantios.
O CVV apresentou médias variando de 8,25 cm (MNC05-847B-159) a
22,32 cm (MNC00-595f-26 e MNC00-595F-26). O teste de Scott-Knott (P<0,05)
estabeleceu três grupos de genótipos (A, B e C). O grupo A inclui os genótipos
com maior comprimento de vagem, compreendendo três linhagens (MNC00-
595F-2, MNC00-595F-26 e MNC05-847B-160), que apresentaram
comportamentos semelhantes à testemunha Olho de Pomba-10 e foram
superiores às demais testemunhas; o grupo B inclui os genótipos com
comprimentos de vagens intermediários, compreendendo seis linhagens e uma
testemunha; já o grupo C inclui os genótipos com menor comprimento de
vagem, compreendendo onze linhagens e duas testemunhas. Vale ressaltar
que o mercado de feijão-verde exige vagens grandes e atrativas, sendo as
linhagens do grupo A as mais adequadas para esse comércio.
O caráter P100GV variou de 42,12g (MNC00-595F-2) a 31,67g (MNC05-
835B-17). O teste de Scott-Knott (P<0,05) estabeleceu apenas dois grupos de
genótipos (A e B), sendo o grupo A formado pelos genótipos com maior
P100GV, compreendendo cinco linhagens (MNC05-837B-24, MNC05-841B-49,
MNC05-843B-88, MNC05-847B-123, MNC05-847B-159), que por sua vez
apresentaram comportamentos semelhantes às testemunhas Olho de Pomba-
10 e BRS Guariba, diferindo das demais linhagens e testemunhas. Já o grupo
B inclui os genótipos com menor P100GV, compreendendo quinze linhagens e
duas testemunhas.
O caráter PVV apresentou médias variando de 3.616 kg ha-1 (MNC05-
843B-88) a 6.166 kg ha-1 (MNC00-595F-27). O teste de Scott-Knott (P<0,05)
estabeleceu somente dois grupos (A e B). O grupo A inclui os genótipos com
maior peso de vagem verde por hectare, compreendendo sete linhagens
75
(MNC05-835B-15, MNC05-835B-16, MNC00-595F-2, MNC05-841B-49,
MNC05-847B-123, MNC05-847B-126 e MNC00-595F-27), que apresentaram
comportamento semelhante às testemunhas BRS Paraguaçu (5.848 kg ha-1) e
BRS Guariba (5.345 kg ha-1) diferindo das demais linhagens e testemunhas; o
grupo B inclui genótipos com menor peso de vagem verde, compreendendo
treze linhagens (MNC00-595F-58, MNC00-599F-9, MNC00-599F-11, MNC05-
847B-160, MNC05-847B-159, MNC00-595F-26, MNC05-847B-125, MNC05-
846B-101, MNC05-843B-88, MNC05-840B-38, MNC05-840B-35, MNC05-
837B-24, MNC05-835B-17) e duas testemunhas (Olho de Pomba-10 e MNC99-
541F-15).
O PGV apresentou médias variando de 1.971,12 kg ha-1 (MNC05-843B-
88) a 3.853,82 kg ha-1 (BRS Paraguaçu). O teste de Scott-Knott (P<0,05)
estabeleceu apenas dois grupos de genótipos (A e B), sendo o grupo A
formado pelos genótipos com maior PGV, compreendendo seis linhagens
(MNC05-835B-16, MNC00-595F-2, MNC05-841B-49, MNC05-847B-123,
MNC05-847B-126, MNC00-595F-27) e as demais testemunhas (Olho de
Pomba-10, MNC99-541F-15 e BRS Guariba). O grupo B inclui os genótipos
com os pesos médios dos grãos mais baixos, compreendendo quatorze
linhagens. A menor média foi obtida pela linhagem MNC05-843B-88 (1.971,12
kg ha-1), a qual foi maior que o melhor valor obtido em genótipos testadas por
Rocha et al. (2006), trabalhando em condições de sequeiro. Essa superioridade
se deve provavelmente ao controle de água através da irrigação, que
comprovadamente apresenta resultados melhores que em condições de
sequeiro.
O caráter IGV obteve valores médios variando de 49,12% (MNC05-
835B-15) a 65,94% (BRS-Paraguaçu). O teste de Scott-Knott (P<0,05)
estabeleceu cinco grupos de genótipos (A, B, C, D e E): o grupo A contemplou
apenas a cultivar BRS Paraguaçu (maior média); o grupo B, com médias para o
IGV menor que o grupo A, sendo formado pela linhagem MNC05-847B-126
(59,91%) e a testemunha MNC99-541F-15 (60,43%); o grupo C inclui os
genótipos com médias para o IGV intermediárias, compreendendo três
linhagens (MNC05-841B-49, MNC05-847B-123, MNC05-847B-125) e uma
testemunha, a BRS Guariba. Estes grupos obtiveram resultados satisfatórios,
concordantes com aqueles obtidos por Andrade et al. (2005) e Rocha et al.
76
(2006) e; o grupo D inclui os genótipos com IGV com médias mais baixas,
compreendendo onze linhagens (MNC05-835B-17, MNC00-595F-2, MNC05-
840B-35, MNC05-843B-88, MNC00-595F-26, MNC05-847B-159, MNC05-847B-
160, MNC00-595F-27, MNC00-595F-58, MNC00-599F-9 e MNC00-599F-11)
sendo estes superiores às médias de IGV do grupo E, formado pelas linhagens
MNC05-835B-15, MNC05-835B-16, MNC05-837B-24, MNC05-840B-38,
MNC05-846B-101, com médias variando de 49,12% a 50,98%.
O caráter TC variou de 2,43 minutos (MNC00-595F-2) a 6,18 minutos
(MNC05-847B-160). O teste de Scott-knott (P<0,05) estabeleceu apenas dois
grupos (A e B). O grupo A contemplou os genótipos com maior tempo de
cocção, compreendendo treze linhagens, que apresentaram comportamentos
semelhantes às testemunhas BRS Guariba e MNC99-541F-15; e o grupo B
englobou os genótipos que tiveram o TC mais rápido, incluindo sete linhagens
e duas testemunhas (Olho de Pomba-10 e BRS Paraguaçu). O TC obtido neste
trabalho foi mais rápido em relação aos obtidos em grãos secos (TIMKO; SING,
2008; ROCHA et al., 2009; SINGH et al., 2009), visto que os grãos verdes dos
genótipos testados apresentavam em torno de 50 a 55% umidade.
O caráter TPB variou de 14,77% (BRS Paraguaçu) a 18,97% (MNC05-
847B-123). Esses teores estão acima dos encontrados por Salgado et al.
(2006), também em feijão-verde, e abaixo daqueles encontrados por Silva et al.
(2002), Timko et al. (2008) e Singh et al. (2009), ambos em grãos secos. O
teste de Scott-knott (P<0,05) estabeleceu quatro grupos (A, B, C e D): o grupo
A compreendendo oito linhagens (maiores TPB); o grupo B, com TPB bruta
menor que o grupo A, englobando doze linhagens, que apresentaram
comportamentos semelhante à testemunha BRS Guariba (17,42%); o grupo C
contemplou as testemunhas Olho de pomba-10 e MNC99-541F-15; e o grupo D
compreendeu a testemunha BRS Paraguaçu, com a menor média para o
caráter. O maior teor médio de TPB obtido neste trabalho foi menor que as
médias encontradas por Frota et al. (2008), Timko et al. (2008), Rocha et al.
(2008a), Nutti et al. (2009), Rocha et al. (2009a, b) e Singh et al. (2009), no
entanto, em grãos secos.
O caráter TFe obteve valores médios variando de 36,44 g kg-1 (MNC05-
835B-17) a 53,22 g kg-1(BRS Guariba). O teste de Scott-knott (P<0,05)
estabeleceu quatro grupos de genótipos (A, B, C e D): o grupo A contemplando
77
a linhagem MNC05-841B-49 (50,29 g kg-1) e uma testemunha (BRS-Guariba)
com maior teor de Ferro; o grupo B inclui as linhagens MNC05-840B-35 ( 47,51
g kg-1) e MNC05-847B-160 (46,75 g kg-1) com teor de ferro relativamente alto,
mas menor que o teor de ferro do grupo A; o grupo C inclui os genotipos com
medias de teor de ferro intermediário, correspondendo a onze linhagens; e o
grupo D incluindo as demais linhagens (seis), que apresentaram
comportamentos semelhantes às testemunhas Olho de Pomba-10, MNC99-
541F-15 e BRS-Paraguaçu, que possuem menores médias para esse caráter.
A maior média do TFe encontrado neste trabalho é menor do que os teores
médios obtidos por Frota et al. (2008), Timko et al. (2008), Rocha et al.
(2008a), Nutti et al. (2009), Rocha et al. (2009a, b) e Singh et al. (2009),
avaliando grãos secos.
O TZn obteve valores médios variando de 20,91 g kg-1 (MNC99-541F-15)
a 31,77 g kg-1 (MNC00-595F-27). O teste de Scott-knott (P<0,05) estabeleceu
três grupos (A, B, e C). O grupo A contemplou as linhagens MNC05-837B-24
(30,65 g kg-1), MNC00-595F-2 (30,59 g kg-1), MNC05-847B-159(30,58 g kg-1),
MNC05-840B-35 (28,97 g kg-1), MNC05-841B-49 (28,02 g kg-1), MNC05-847B-
123 (28,09 g kg-1), MNC05-847B-126 (28,82 g kg-1), MNC00-595F-26 (29,67 g
kg-1), MNC05-847B-160 (28,61 g kg-1) que apresentaram as maiores médias,
sendo o comportamento semelhante à testemunha BRS Guariba (30,04%); o
grupo B inclui os genótipos com médias de teor de zinco intermediário,
correspondendo a sete linhagens e a testemunha Olho de pomba-10; e o grupo
C inclui os genótipos com medias de teores de zinco mais baixos,
correspondendo a duas linhagens que por sua vez apresentaram resultados
semelhantes às testemunhas MNC99-541F-15 (20,91%) e BRS Paraguaçu
(22,50%). A maior média do TZn encontrado neste trabalho é menor do que os
teores médios obtidos por Frota et al. (2008), Timko et al. (2008), Rocha et al.
(2008a), Nutti et al. (2009), Rocha et al. (2009a, b) e Singh et al. (2009), sendo
estes valores em grãos secos.
O menor teor de proteína, ferro e zinco encontrado no presente trabalho
e nos resultados de Salgado et al. (2006), relativamente aos obtidos em grãos
provavelmente se deve a estágio de maturação dos grãos, que no caso dos
grãos secos é mais longa e, portanto, ocorre maior alocação de nutrientes nos
grãos, quando comparado aos grãos verdes.
78
CONCLUSÕES
1. Existe variabilidade genética entre genótipos para a maioria dos
caracteres, indicando a possibilidade de ganhos em ciclos adicionais de
seleção.
2. As linhagens MNC05-835B-15, MNC05-835B-16, MNC00-595F-2,
MNC05-841B-49, MNC05-847B-123, MNC05-847B-126 e MNC00-595F-
27 apresentaram comportamento semelhante às testemunhas BRS
Paraguaçu e BRS Guariba quanto a produtividade de vagens e grãos
verdes.
3. A linhagem MNC05-847B-126 apresentou comportamento semelhante à
testemunha MNC99-541F-15 quanto ao índice de grãos verdes.
4. As linhagens MNC05-835B-16, MNC05-837B-24, MNC00-595F-2,
MNC05-841B-49, MNC05-847B-123, MNC05-847B-160, MNC00-595F-
27, MNC00-599F-11 apresentaram os melhores resultados em relação
aos caracteres culinários e nutricionais(TC, TPB, TFe e TZn).
79
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83
5. CAPITULO II
VARIABILIDADE, CORRELAÇÕES E ANÁLISE DE TRILHA EM LINHAGENS
DE FEIJÃO-CAUPI DE TEGUMENTO E COTILÉDONE VERDES AVALIADAS
PARA FEIJÃO-VERDE
Fabrício Napoleão Andrade2, Maurisrael de Moura Rocha2, Regina Lucia Ferreira
Gomes1, Lígia Renata Almeida da Silva1, Francisco Rodrigues Freire Filho2 e Kaesel
Jackson Damasceno e Silva2
RESUMO - O objetivo deste trabalho foi estimar a variabilidade, as correlações
entre caracteres agronômicos, nutricionais e culinários e os efeitos diretos e
indiretos destes sobre a produtividade de grãos verdes em vinte linhagens de
feijão-caupi de tegumento e cotilédone verdes. Quatro genótipos elite foram
utilizados como testemunhas. O experimento foi conduzido no campo
experimental da Embrapa Meio-Norte em Teresina, PI, no ano de 2009, sob
condições irrigadas. Adotou-se o delineamento de blocos completos
casualizados, com vinte e quatro tratamentos e quatro repetições. Os
caracteres avaliados foram os seguintes: número de dias para o inicio da
floração (NDIF), comprimento de vagens verdes (CVV), número de grãos por
vagem verde (NGVV), peso de cem grãos verdes (P100GV), produtividade de
vagens verdes (PVV), produtividade de grãos verdes (PGV), índice de grãos
verdes (IGV), tempo de cocção (TC), teor de proteína bruta (TPB), teor de ferro
(TFe) e teor de zinco (TZn). Estimou-se o coeficiente de variação genético; o
coeficiente de determinação genotípico; os coeficientes de correlação
fenotípica, genotípica e ambiental entre caracteres; e os efeitos diretos e 1Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Piauí (UFPI), Campos Ministro Petrônio Portela, Ininga, 64.049-550, Teresina, PI. e-mail: [email protected], [email protected] 2Embrapa Meio-Norte, Av. Duque de Caxias, 5650, B. Buenos Aires, CEP 64.006.220, Teresina, PI. E-mail: [email protected], [email protected], [email protected]
84
indiretos de caracteres agronômicos, nutricionais e culinários sobre a
produtividade de grãos verdes, por meio da analise de trilha. Maior
variabilidade genética foi apresentada pelos os caracteres TC (16,98%),
FSGVF (12,45%) e PGV (10,36%). O CVV (91,49%), IGV (84,67%) e TZn
(83,57%) exibiram o mais alto componente genético na expressão do caráter.
Existe maior probabilidade de ganhos para a produtividade de grãos verdes por
meio da seleção indireta dos caracteres PVV, IGV e TPB. Entre os caracteres
culinárias e nutricionais, o TPB apresentou o maior efeito positivo sobre o PGV.
Os caracteres PVV e IGV são os componentes agronômicos mais importantes
na expressão da produtividade de grãos verdes. A seleção com base nesses
caracteres pode levar a maiores ganhos para a produtividade de grãos verdes.
Palavras-chave: Vigna unguiculata, associação entre caracteres, efeitos direto
e indireto, seleção, melhoramento.
85
VARIABILITY, CORRELATIONS AND PATH ANALYSIS IN GREEN
TEGUMENT AND COTYLEDON COWPEA LINES EVALUATED FOR FRESH
COWPEA
ABSTRACT - The aim of this study was to estimate the variability, the
correlations among agronomic, nutritional and culinary traits and direct and
indirect effects os these on the fresh grain yield in 20 green tegument and
cotyledon cowpea lines. Four elite genotypes were used as checks. The
experiment was carried out at Embrapa Mid North in Teresina, Piauí, Brazil, in
2009, under irrigated conditions. A randomized complete block design with four
replications and 24 treatments were adopted. The following characters were
evaluated: number of days to the beginning of flowering, fresh pod length,
number of grains per fresh pod, fresh grain 100 weight, fresh pod yield, fresh
grain index, cooking time, crude protein content, iron content, and zinc content.
The coefficient of genetic variation, the genotypic determination coefficient, the
coefficient of phenotypic, genotypic and environmental correlations among
traits, and the direct and indirect effects of agronomic, nutrition and culinary
traits on the fresh grain yield, through the path analysis. Greater genetic
variability was presented by TC (16.98%), FSGVF (12.45%), and PGV (10.36%)
traits. CVV (91.49%), IGV (84.67%), and TZn (83.57%) exhibited the highest
genetic component in the expression of the trait. There is a higher probability of
gains for fresh grain yield through indirect selection of PVV, IGV, and TPB traits.
Among the culinary and nutritional traits, TPB has showed the greatest positive
effect on the PGV. PVV and IGV traits are the most important agronomic
components in the expression of fresh grain yield. The selection based on these
traits can bring gains for the fresh grain yield.
Key words: Vigna unguiculata, correlationship among traits, selection, direc and indirect effects, breeding.
86
INTRODUÇÃO
O conhecimento da genética dos caracteres agronômicos de uma
espécie é de fundamental importância para o seu melhoramento (FREIRE
FILHO, 1988). Somente com esse conhecimento pode o melhorista tomar
decisões acertadas sobre os métodos a seguir, visto que dependem da
estrutura genética da população e das condições ambientais (MORETTI et al.,
1994).
Os estudos envolvendo parâmetros genéticos permitem conhecer a
variabilidade genética, o grau de expressão de um caráter e a possibilidade de
ganhos por meio da seleção direta ou indireta (ROCHA et al., 2003).
Informações sobre as estimativas de parâmetros genéticos de caracteres
quantitativos têm contribuído para aumentar a eficiência dos programas de
melhoramento de feijão-caupi (SINGH, 2007).
As estimativas dos coeficientes de correlação permitem prever as
alterações em um determinado caráter provocadas pela pressão de seleção
exercida sobre outro caráter (COIMBRA et al., 1999). Contudo, essa é apenas
uma medida de associação, que não permite conclusões sobre causa e efeito,
não possibilitando inferências sobre o tipo de associação que governa um par
de caracteres Y/X (COIMBRA et al., 2005).
Análise de trilha, método desenvolvido por Wright (1921), permite a
partição dos coeficientes de correlações em efeitos diretos e indiretos. Cruz e
Carneiro (2003) definem o coeficiente de trilha ou análise de causa e efeito
como um coeficiente de regressão padronizado, sendo que a análise de trilha é
composta por uma expansão da regressão múltipla quando envolvidas inter-
relações complexas. Essa metodologia pode, então, melhor auxiliar o
melhorista, por permitir a visualização do efeito direto que um caráter causa no
outro e os efeitos indiretos dos outros caracteres relacionados (PAIVA et al.,
1982).
A análise de trilha tem sido utilizada em feijão-caupi para verificar o
efeito direto e indireto dos componentes de produção sobre a produtividade de
87
grãos (OLIVEIRA et al., 1990; SIDDQUE; GUPTA, 1992; OSENI et al., 1992;
HAMID et al., 1996; BEZERRA et al., 2001; UDOM et al., 2006; SOUZA et al.,
2006), LAL et al., 2007; DIAS et al., 2009; VISHWA et al., 2009; KUMARI et al.,
2010).
Oliveira (1996), empregando a análise de trilha, avaliou 16 genótipos de
feijão-caupi e constatou que o peso de 100 grãos e o número de vagens por
planta foram as variáveis com maior efeito direto positivo sobre o rendimento
de grãos secos. Em estudo conduzido por Pal et al. (2004), na Índia, com
genótipos de feijão-caupi tipo hortaliça, o número de dias para a colheita da
primeira vagem verde, a altura da planta, o comprimento do pedúnculo, o
diâmetro da vagem verde e o número de vagens verdes por planta foram os
componentes que mais influenciaram diretamente a produtividade de vagens
verdes.
A presença de variabilidade genética pode ser confirmada e quantificada
pelo coeficiente de variação genético (CVG) e coeficiente de determinação
genotípico (h2). Estes coeficientes expressam a magnitude da variação
genética em relação à média do caráter. Estudos têm sido desenvolvidos para
produção de grãos secos em feijão-caupi (Lopes et al. 2001; Rocha et al. 2003;
Santos et al. 2004), mas para produção de grãos verdes são raros na literatura
(Rocha et al. 2005).
Estudos sobre estimativas de coeficientes de correlação fenotípica,
genotípica e/ou ambiental entre caracteres, coeficiente de variação genético e
coeficiente de herdabilidade/determinação genotípico em feijão-caupi visando o
mercado de grãos secos têm sido conduzidos (LOPES et al., 2001; ROCHA et
al., 2003; SANTOS, 2004; BARROS et al., 2006; OMOIGUI et al., 2006;
TORRES et al., 2006; TEIXEIRA et al., 2007; UBI et al., 2007; MACHADO et
al., 2008; MATOS FILHO et al., 2009). No entanto, estudos com esta finalidade
visando o mercado de feijão-verde são escassos (PEKSEN, 2004; ROCHA et
al., 2005; ANDRADE et al., 2010).
O objetivo deste trabalho foi avaliar a variabilidade existente entre
linhagens de feijão-caupi de tegumento e cotilédone verdes; estimar
correlações fenotípicas, genotípicas e de ambiente entre caracteres; e os
efeitos diretos e indiretos de caracteres agronômicos, nutricionais e culinários
sobre a produtividade de grãos verdes, por meio da análise de trilha.
88
MATERIAL E MÉTODOS
Material genético e metodologia experimental
O material experimental constou de vinte linhagens de feijão-caupi de
tegumento e cotilédone verdes, selecionadas no ensaio preliminar do Programa
de Melhoramento de Feijão-caupi da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária do Meio-Norte (Embrapa Meio-Norte) e quatro testemunhas,
incluindo cultivares e linhagens elites, totalizando vinte e quatro tratamentos
(Tabela 1).
Foi conduzido um ensaio na área experimental da Embrapa Meio-Norte,
em Teresina-PI, com latitude de 05º 05´ S, longitude de 42º 48´ W Gr e altitude
de 72 m, no ano de 2009, nos meses de agosto a dezembro, sob condições
irrigadas. Utilizou-se o delineamento experimental de blocos completos
casualizados, com quatro repetições. A parcela experimental teve as
dimensões de 3,2 m x 5,0 m e constou de quatro fileiras de 5,0 m de
comprimento, tendo como área útil as duas fileiras centrais. O espaçamento
entre fileiras foi de 0,80 m e dentro da fileira, entre covas, de 0,25 m, o que
resultou em 20 covas por fileira.
O preparo da área consistiu-se de uma aração, seguida de uma
gradagem. O solo da área experimental é um Argissolo Amarelo de textura
franco-arenosa.
Para o controle de plantas daninhas, aplicou-se o herbicida pós-
emergente Glifosate, na dosagem de 6L ha-1, sendo em seguida realizada a
semeadura. Foram semeadas quatro sementes por cova. Após a semeadura
aplicou-se o herbicida pré-emergente a base de s-metolacloro, na dosagem de
1,5 L ha-1. Após 15 dias, realizou-se o desbaste, com compensação das falhas,
deixando-se em média duas plantas por cova.
Durante o desenvolvimento das plantas foram realizadas práticas
culturais, como capinas manuais e à tração animal, além da aplicação de
inseticidas, quando necessário.
89
Foram observados, associados à cultura, os insetos: vaquinhas
(Diabrotica speciosa), pulgão preto (Aphis cracivora), percevejo (Crinocerus
sanctus), minador (Liriomyza sativae) e manhoso (Chalcodermus sp).
Observaram-se também algumas plantas com doenças causadas pelos vírus
do mosaico severo do caupi (Cowpea severe mosaic virus) e potivírus. Para o
controle dos insetos utilizou-se o coquetel a base de 1 L ha-1 de dimetoato + 50
g L ha-1 de thiametoxam.
Tabela 1. Relação dos genótipos de feijão-caupi avaliados para feijão-verde.
Teresina, PI, 2009.
Nº Genótipos Parentais/Procedência Subclasse comercial
1 MNC05-835B-15 MNC00-599F-2 x MNC99-537F-14-2 Verde 2 MNC05-835B-16 MNC00-599F-2 x MNC99-537F-14-2 Verde 3 MNC05-835B-17 MNC00-599F-2 x MNC99-537F-14-2 Verde 4 MNC05-837B-24 MNC00-599F-2 x MNC99-541F-18 Verde 5 MNC00-595F-2 BR2-Bragança x GV-10-91-1-1 Verde 6 MNC05-840B-35 MNC00-599F-9 x Olho-de-pomba-10 Verde 7 MNC05-840B-38 MNC00-599F-9 x Olho-de-pomba-10 Verde 8 MNC05-841B-49 MNC00-599F-9 x MNC99-537F-14-2 Verde 9 MNC05-843B-88 MNC00-599F-9 x MNC99-541F-18 Verde
10 MNC05-846B-101 MNC00-599F-11 x Olho-de-pomba-10 Verde 11 MNC05-847B-123 MNC00-599F-11 x MNC99-537F-14-2 Verde 12 MNC05-847B-125 MNC00-599F-11 x MNC99-537F-14-2 Verde 13 MNC05-847B-126 MNC00-599F-11 x MNC99-537F-14-2 Verde 14 MNC00-595F-26 BR2-Bragança x GV-10-91-1-1 Verde 15 MNC05-847B-159 MNC99-541F-18 x MNC00-599F-11 Verde 16 MNC05-847B-160 MNC99-541F-18 x MNC00-599F-11 Verde 17 MNC00-595F-27 BR2-Bragança x GV-10-91-1-1 Verde 18 MNC00-595F-58 BR2-Bragança x GV-10-91-1-1 Verde 19 MNC00-599F-9 GV-10-91-1-1 x TE93-222-11F Verde 20 MNC00-599F-11 GV-10-91-1-1 x TE93-222-11F Verde
Nº Testemunhas Parentais/Procedência Subclasse comercial
21 Olho de pomba-10 MNC00-599F-2 x MNC99-537F-14-2 Branca 22 BRS Guariba MNC00-599F-2 x MNC99-537F-14-2 Branca 23 MNC99-541F-15 MNC00-599F-2 x MNC99-537F-14-2 Branca 24 BRS Paraguaçu MNC00-599F-2 x MNC99-541F-18 Branca
Caracteres agronômicos avaliados
Foram avaliados os seguintes caracteres agronômicos: número de dias
para o inicio da floração (NDIF), comprimento de vagens verdes (CVV), número
90
de grãos por vagem verde (NGVV), peso de cem grãos verdes (P100GV),
produtividade de vagens verdes (PVV), produtividade de grãos verdes (PGV) e
índice de grãos verdes (IGV).
Com o intuito de padronizar a maturação dos grãos e das vagens, por
ocasião de cada colheita, realizou-se a correção de umidade dos mesmos
(ANDRADE et al., 2005). Para isso, de cada genótipo colhido, retirou-se uma
amostra de dez vagens, pesou-se e, em seguida, colocou-se de molho em
água, por um período de trinta minutos para grãos e uma hora para vagens.
Após este período, retirou-se a amostra e pesou-se novamente. Assim,
foram avaliados também os seguintes caracteres: peso de 10 vagens verdes
(P10VV), peso de grãos de 10 vagens verdes (PG10VV), peso de 10 vagens
verdes umedecidas (P10VVu) e peso de grãos verdes de 10 vagens
umedecidas (PG10VVu). Com base nessas determinações, foram corrigidos os
seguintes caracteres: PVVc = (PVV x P10VVu/P10VV), PGVc = (PGV x
P10GVVu/PG10VV) e IGVc = PGVc/PVVc, sendo adotados as siglas PVV,
PGV e IGV, para os pesos e índice corrigidos.
Caracteres nutricionais e culinários avaliados
As análises para determinação dos teores de proteína (TPB) e minerais
TFe E TZn) foram realizadas no Laboratório de Bromatologia da Embrapa
Meio-Norte, sendo utilizadas três amostras de 200 g de farinha de grãos de
cada genótipo, obtidas por meio de trituração em moinho de bolas de zircônio.
Utilizou-se o método de Kjeldahl (A.O.A.C., 1990) para determinação de
proteína bruta e o método de absorção atômica, descrito por Sarruge e Haage
(1974), para determinação de ferro e zinco.
O tempo de cocção foi determinado para os vinte genótipos e as quatro
testemunhas, utilizando-se o cozedor de Mattson, em três amostras de 25
grãos/genótipo, com teores de umidade entre 50 e 55%. Quando os grãos não
apresentavam esse teor, eram submetidos ao umedecimento, até alcançar a
umidade determinada. Ligava-se o cronômetro para determinação do tempo de
cocção somente quando o cozedor de Mattson era todo imerso no becker, com
água já fervendo, e anotado o tempo quando caiam treze varetas do total de
vinte e cinco.
91
Análises estatístico-genéticas
Os parâmetros genéticos estimados foram os seguintes: coeficiente de
variação genético, coeficiente de determinação genotípico; coeficientes de
correlação fenotípico, genotípico e ambiental e análise de trilha.
� Coeficiente de variação genético
O coeficiente de variação genético foi estimado segundo a expressão:
m
ˆ(%)cVg
gφ=100
onde b
QMRQMTˆg
−=φ , sendo gφ
o componente quadrático que expressa a
variabilidade genotípica média, QMT o quadrado médio tratamento, QMR o
quadrado médio do resíduo, b o número de repetições e, m a média geral.
� Coeficiente de determinação genotípico
As estimativas do coeficiente de determinação genotípico foram obtidas
por meio da expressão:
2
2
F
G
ˆ
ˆh
σ
φ=
2h = coeficiente de determinação genotípico;
gφ = variância de efeito fixo de genótipo;
2
fσ = variância de efeito fixo de fenótipo.
� Coeficientes de correlação
Os coeficientes de correlação fenotípica, genotípica e de ambiente entre
os pares de caracteres foram obtidos através das respectivas estimativas de
variância e covariância, com base na expressão (VENCOVSKY; BARRIGA,
1992):
)Y()X(
xy
VV
)y,x(ovCr =
92
� Coeficiente de correlação fenotípica (rF)
)y(V)x(V
)y,x(ovCr
FF
FF =
em que:
)y,x(ovC F = produto médio de genótipos para os caracteres x e y;
)y(V,)x(V FF = quadrados médios de genótipos para os caracteres x e y, respectivamente.
� Coeficiente de correlação genotípica (rG)
)y(V)x(V
)y,x(ovCr
GG
G
G =
em que:
)y,x(ovC G = covariância genotípica dos caracteres x e y, obtida pela
expressão:
r
)y,x(ovC)y,x(ovC AF −
)y,x(ovC A = produto médio do erro para os caracteres x e y.
)x(VG = variância genotípica do caráter x, obtida pela expressão:
r
)x(V)x(V AF −
)x(VA = variância ambiental para o caráter x.
)y(VG = variância genotípica do caráter y, obtida pela expressão:
r
)y(V)y(V AF −
)y(VA = variância ambiental para o caráter y.
93
� Coeficiente de correlação de ambiente (rA)
)y(V)x(V
)y,x(ovCr
AA
AA =
A significância dos coeficientes de correlação foi avaliada pela estatística
“t”, segundo Cruz; Regazzi (1994).
� Análise de trilha
Para uma completa determinação dos efeitos, incluiu-se no diagrama a
variável X não correlacionada, como representativa dos efeitos residuais. Após
o estabelecimento das equações básicas da análise de trilha, a resolução na
forma matricial foi obtida pelo sistema de equações normais,
X’Xβ = X’Y
onde:
X’X = matriz não-singular das correlações entre as variáveis
explicativas;
β = vetor coluna de coeficientes de trilha;
X’Y = vetor coluna das correlações entre as variáveis explicativas e
a variável principal.
Assim, tem-se:
onde:
rix: correlação entre o rendimento de grãos e a i-ésima variável
explicativa;
Pix: efeito direto da variável i sobre o rendimento de grãos;
rijPjx: efeito indireto da variável i, via a variável j, sobre o
rendimento de grãos.
A solução de mínimos quadrados desse sistema é dada por:
β = (X’X)-1 X’Y.
94
O coeficiente de determinação [R210 (1,2,...,9)] do modelo causal que mede
o efeito das nove variáveis explicativas sobre a variável básica rendimento de
grãos é dado por:
R2
10 (1,2,...,9) = P2110 + P2
210 + ... + 2P810r8.9P910, e os efeitos residuais expressos por:
P2X10 = [1 - R2
10 (1,2,...,9)]½.
Todas as análises foram realizadas por meio do programa
computacional GENES (CRUZ, 2001).
95
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As estimativas dos coeficientes de variação genético e de determinação
genotípico são apresentadas na Tabela 4.
Tabela 4. Estimativas do coeficiente de variação genético (CVG) e coeficiente
de determinação genotípico (h2) relativos aos caracteres número de dias para
inicio da floração (NDIF), número de dias para maturação vagens verdes
(NDMVV), período de produção de vagens verdes (PPVV), comprimento de
vagem verde (CVV), número de grãos por vagem verde (NGVV), peso de cem
grãos verdes (P100GV), produtividade de vagens verdes (PVV), produtividade
de grãos verdes (PGV), índice de grãos verdes (IGV), facilidade de abertura de
vagens verdes (FAVV), facilidade de soltura dos grãos de vagens verdes
(FSGVV), tempo de cocção (TC), teor de proteína bruta (TPB), teor de ferro
(TFe) e teor de zinco (TZn), obtidas a partir da avaliação de 24 genótipos de
feijão-caupi. Teresina, PI, 2009.
Caracteres CVG (%) h2 (%)
NDIF (dias) 2,34 75,92 NDMVV (dias) 1,31 40,21 PPVV (dias) 3,24 7,84 CVV (cm) 4,80 91,49 NGVV (u) 4,90 78,00 P100GV (g) 6,69 68,09 PVV (kg ha-1) 9,23 50,22 PGV (kg ha-1) 10,36 52,63 IGV (%) 4,65 84,67 FAVV (nota) 9,59 32,15 FSGVV (nota) 12,45 40,77 TC (min) 16,98 73,07 TPB (%) 1,80 50,59 Tfe (g kg-1) 6,15 70,47 TZn (g kg-1) 8,40 83,57
O coeficiente de variação genético (CVG) variou de 1,31% (NDMVV) a
16,98% (TC). As maiores estimativas foram obtidas para os caracteres TC
96
(16,98%), FSGVF (12,45%) e PGV (10,36%), indicando que apresentam maior
variabilidade, possibilitando a realização de seleção em ciclos posteriores.
Esses resultados são promissores, principalmente para TC e FSGVF, que são
inéditos em trabalhos com feijão-caupi, visando a seleção para grãos verdes
(Tabela 4). O CVG estimado para PGV foi menor do que aqueles obtidos por
Andrade et al. (2005), de 31,62%, e por Lopes et al. (2001), de 23%, para
produção de grãos secos.
O coeficiente de determinação genotípico (h2) variou de 7,84% (PPVV) a
91,49% (CVV) (Tabela 4). O caráter PPVV foi o que apresentou a menor
estimativa de h2 (7,84%), evidenciando que a seleção direta pode não ser
eficiente neste caráter. A baixa variabilidade genética observada para este
caráter é decorrente do número de colheitas realizadas, que no geral não
passaram de duas a três vezes na fase de maturação.
Os caracteres CVV (91,49%), IGV (84,67%), NGVV (78,00%), NDIF
(75,92%) e P100GV (68,09%) apresentaram altos coeficientes de determinação
genotípicos. Esses caracteres apresentam alto componente genético em suas
expressões fenotípicas, sugerindo que a obtenção de ganhos pode ser
conseguida via seleção visual. Segundo Teixeira et al. (2007), as estimativas
elevadas para este parâmetro podem ser devido à variabilidade genética
inerente aos genótipos testados, em razão de cada um deles contribuir com
uma identidade genética distinta. Altas estimativas de h2 para os componentes
de produção também foram obtidas por Lopes et al. (2001), Rocha et al.
(2003), Ubi et al. (2007) e Lima et al. (2009) e Dias (2009) em grãos secos. No
entanto, Matos Filho at al. (2009) e Mano et al. (2009) também obtiveram
baixas estimativas de h2 para os caracteres comprimento de vagem e número
de grãos secos por vagem.
As estimativas de h2 para PVV (50,22%) e PGV (52,63%), consideradas
intermediárias, são discordantes daquelas obtidos por Andrade et al. (2010),
que obtiveram valores altos (84,58% e 85,80%, respectivamente), também em
feijão-verde. Isso ocorreu provavelmente devido à baixa variabilidade genética
observada entre linhagens de tegumento e cotilédone verdes.
Os caracteres nutricionais e culinários também apresentaram
estimativas altas de h2 (> 70%) (Tabela 4), com valores de 83,57% (TZn),
70,47% (TFe) e 73,07% (TC), sugerindo que a biofortificação do feijão-verde
97
via melhoramento representa uma boa estratégia no sentido de aumentar
esses constituintes via seleção direta.
As estimativas dos coeficientes de correlações fenotípicas, genotípicas e
de ambiente são apresentadas na Tabela 5. Apresentaram boa concordância
com relação aos sinais. Em geral, as correlações genotípicas foram superiores
às correspondentes correlações fenotípicas e residuais, quando estas se
mostraram significativas. Resultados semelhantes foram obtidos por Lopes et
al. (2001), Rocha et al. (2003), Andrade et al. (2005), Teixeira et al. (2007),
Machado et al. (2008) e Matos Filho et al. (2009), em estudos envolvendo
grãos secos, e Andrade et al. (2010), avaliando feijão-verde.
As correlações fenotípicas e genotípicas entre NDIF com PVV e PGV
foram significativas e negativas. Esses resultados indicam que é possível
selecionar genótipos altamente produtivos e ao mesmo tempo precoces,
concordando com os resultados obtidos por Matos Filho et al. (2009) e
discordando dos resultados obtidos por Peksen (2004), em feijão-verde, e
Machado et al. (2008), em grãos secos.
Os caracteres NGVV e P100GV apresentaram correlações fenotípicas e
genotípicas significativas e negativas entre si, concordando com os resultados
obtidos por Andrade et al. (2010), em outro estudo com feijão-verde. O NGVV
também apresentou correlação genotípica negativa e significativa com TC e
TPB. Logo, a seleção indireta por meio dos caracteres P100GV, TC e TPB
pode causar diminuição do número de grãos por vagem. Já o P100GV
apresentou correlações fenotípicas e genotípicas positivas e significativas com
TPB e TZn, e, somente genotípica positiva com PVV, indicando eficiência da
seleção indireta por meio de TPB, TZn e PVV para aumentar o P100GV.
O PVV apresentou correlações fenotípicas e genotípicas positivas e
significativas com PGV. Resultados semelhantes foram obtidos por Andrade et
al. (2005 e 2010). O PVV também apresentou correlações genotípicas positivas
e significativas com P100GV e TPB, e negativa com TFe. Assim, a seleção
indireta por meio desse último caráter pode levar ao decréscimo na PVV.
As estimativas dos coeficientes das correlações fenotípicas e
genotípicas entre PGV com IGV e TPB foram significativas positivas, indicando
que a seleção indireta por meio de IGV e TPB, pode trazer ganhos para a PGV.
Teixeira et al. (2007), Machado et al. (2008) e Matos Filho et al. (2009),
98
avaliando feijão-caupi para produção de grão seco e Andrade et al. (2010)
trabalhando com feijão verde obtiveram resultados de correlações semelhantes
com relação ao IGV.
Tabela 5. Estimativas dos coeficientes de correlação fenotípica (rF), genotípica (rG) e
residual (rR), entre os caracteres número de dias para inicio da floração (NDIF),
comprimento de vagem verde (CVV), número de grãos por vagem verde (NGVV),
peso de cem grãos verdes (P100GV), produtividade de vagens verdes (PVV),
produtividade de grãos verdes (PGV), índice de grãos verdes (IGV), tempo de cocção
(TC), teor de proteína bruta (TPB), teor de ferro (TFe) e teor de zinco (TZn), obtidas a
partir da avaliação de 24 genótipos de feijão-caupi. Teresina, PI, 2009.
Caráter CVV NGVV P100GV PVV PGV IGV TC TPB TFe TZn rF -0,14ns 0,14ns 0,01ns -0,49* -0,41* 0,09ns -0,29ns -0,17ns -0,12ns -0,01ns
NDIF rG -0,23ns 0,17ns -0,08ns -0,63** -0,49* 0,11ns -0,36ns -0,28ns -0,16ns 0,02ns
rR 0,31ns 0,03ns 0,24ns -0,29ns -0,30ns 0,03ns -0,08ns -0,01ns -0,03ns -0,12ns
rF 0,32ns 0,12ns 0,16ns 0,07ns -0,20ns 0,20ns -0,07ns -0,01ns 0,29ns CVV rG 0,32ns 0,09ns 0,27ns 0,14ns -0,21ns 0,21ns -0,09ns -0,01ns 0,35ns
rR 0,37ns 0,30ns -0,10ns -0,13ns -0,11ns 0,14ns -0,05ns -0,01ns 0,16 ns
rF -0,51** -0,07ns 0,03ns 0,26ns -0,31ns -0,32ns -0,04ns 0,01ns NGVV rG -0,65** -0,09ns 0,06ns 0,30ns -0,43* -0,57** -0,09ns -0,01ns
rR -0,14ns -0,05ns -0,03ns 0,08ns 0,06ns 0,10ns 0,09ns 0,02ns
rF 0,19ns 0,18 ns -0,02ns -0,09ns 0,43* 0,19ns 0,45* P100GV rG 0,39* 0,35 ns -0,03ns -0,17ns 0,72** 0,30ns 0,60**
rR -0,08ns -0,08 ns 0,01ns 0,11ns 0,02ns -0,04ns -0,02ns
rF 0,93** 0,02ns -0,02ns 0,36ns -0,27ns 0,12ns PVV rG 0,88** 0,06ns -0,12ns 0,56** -0,45* 0,14ns
rR 0,98** -0,06ns 0,14ns 0,16ns -0,01ns 0,08ns
rF 0,39* 0,05ns 0,39* -0,17ns 0,20ns PGV rG 0,52** -0,02ns 0,58** -0,29ns 0,25ns
rR 0,14ns 0,16ns 0,18ns 0,02ns 0,14ns
rF 0,20ns 0,14ns 0,22ns 0,22ns IGV rG 0,25ns 0,22ns 0,27ns 0,22ns
rR 0,03ns -0,03ns 0,06ns 0,20ns
rF 0,08ns -0,03ns -0,16ns TC rG 0,02ns -0,08ns -0,20ns
rR 0,19ns 0,11ns 0,02ns
rF 0,11ns 0,43* TPB rG 0,11ns 0,44*
rR 0,12ns 0,50**
rF 0,35ns Tfe rG 0,35ns
rR 0,33ns ns, *, **: Não-significativo e significativo a 5% e 1%, respectivamente, pelo teste t.
99
O caráter TPB apresentou correlações fenotípicas e genotípicas
significativas e positivas com TZn, indicando que é possível a seleção
simultânea para aumento desses dois nutrientes nos grãos verdes de feijão-
caupi.
A análise de trilha envolvendo os caracteres agronômicos é apresentada
na Tabela 6. O desdobramento das correlações genotípicas entre PGV e os
caracteres NDIF, CVV, NGVV, P100GV, PVV e IGV, em efeitos diretos e
indiretos, mostrou que a PGV foi influenciada direta e negativamente apenas
por NDIF e CVV (Tabela 6).
A estimativa do coeficiente de correlação genotípica foi negativa e
significativa entre NDIF e PGV (rG = - 0,490) obtendo efeitos negativos direto (-
0,052) e efeitos negativos indiretos, via o P100GV (- 0,009) e PVV (- 0,500),
contrabalançados pelos efeitos positivos indiretos por meio do CVV (0,007),
NGVV (0,016) e IGV (0,049).
Bezerra et al. (2001), trabalhando com grãos secos, encontraram
resultado discordante desse trabalho para o coeficiente de correlação genética
entre floração inicial e a produtividade de grãos, que foi alta e positiva (rG =
0,6071), sendo, no caso, explicado pelos efeitos direto (0,8808) e indireto
(0,2221), via peso de 100 grãos, os quais foram contrabalançados
principalmente pelos efeitos indiretos negativos, via número de nós no ramo
principal (-0,3200) e número de vagens por planta (-0,1214), que reduziram o
valor da correlação.
Ressalta-se se que o efeito negativo do NDIF sobre PGV é de baixa
magnitude e no sentido inverso do ciclo, sendo que o melhoramento vem
enfatizando a seleção para precocidade. Desse modo, a seleção para fins de
precocidade não provocará perdas na produtividade de grãos, podendo-se
obter ganhos em produtividade via seleção direta para precocidade ou indireta
via principalmente PVV (-0,500) (Tabela 6).
O efeito direto do caráter CVV sobre PGV foi negativo (-0,029),
juntamente com o efeito indireto via o IGV (- 0,097), contrabalançados pelos
efeitos indiretos positivos, via o NDIF (0,012), NGVV (0,029), P100GV (0,010) e
PVV (0,214), resultou em estimativa do coeficiente de correlação genotípica
positiva, mas de baixa magnitude (0,139), embora CVV seja considerado um
dos componentes primários da produtividade de grãos. Tais dados indicam que
100
os fatores causais indiretos positivos devem ser considerados
simultaneamente, durante o processo de seleção (BEZERRA et al., 2001).
Tabela 6. Estimativas de efeitos diretos e indiretos das correlações genéticas das variáveis explicativas agronômicas dos caracteres número de dias para inicio da floração (NDIF), comprimento de vagem verde (CVV), número de grãos por vagem verde (NGVV), peso de cem grãos verdes (P100GV), produtividade de vagens verdes (PVV) e índice de grãos verdes (IGV) sobre variável básica produtividade de grãos verdes (PGV), obtidas a partir da avaliação de 24 genótipos de feijão-caupi. Teresina, PI, 2009.
Variáveis Efeitos Correlação Direto Indireto
NDIF vs PGV Efeito Direto -0,052 Efeito Indireto CVV 0,007 Efeito Indireto NGVV 0,016 Efeito Indireto P100GV -0,009 Efeito Indireto PVV -0,500 Efeito Indireto IGV 0,049 Total -0,490*
CVV vs PGV Efeito Direto -0,029 Efeito Indireto NDIF 0,012 Efeito Indireto NGVV 0,029 Efeito Indireto P100GV 0,010 Efeito Indireto PVV 0,214 Efeito Indireto IGV -0,097 Total 0,139ns
NGVV vs PGV Efeito Direto 0,090 Efeito Indireto NDIF -0,009 Efeito Indireto CVV -0,009 Efeito Indireto P100GV -0,076 Efeito Indireto PVV -0,070 Efeito Indireto IGV 0,136 Total 0,061ns
P100GV vs PGV Efeito Direto 0,117 Efeito Indireto NDIF 0,004 Efeito Indireto CVV -0,003 Efeito Indireto NGVV -0,059 Efeito Indireto PVV 0,307 Efeito Indireto IGV -0,013 Total 0,354ns
PVV vs PGV Efeito Direto 0,797 Efeito Indireto NDIF 0,033 Efeito Indireto CVV -0,008 Efeito Indireto NGVV -0,008 Efeito Indireto P100GV 0,045 Efeito Indireto IGV 0,025 Total 0,884*
IGV vs PGV Efeito Direto 0,453 Efeito Indireto NDIF -0,006 Efeito Indireto CVV 0,006 Efeito Indireto NGVV 0,027 Efeito Indireto P100GV -0,003 Efeito Indireto PVV 0,045 Total 0,522* ns, * Não-significativo e significativo a 5% pelo teste t.
101
O caráter NGVV e P100GV influenciaram positivamente a PGV.
Contudo, os efeitos diretos foram de baixa magnitude, 0,090 e 0,117,
respectivamente, contribuindo para que a correlação genética fosse não
significativa. Bezerra et al. (2001), trabalhando com feijão-caupi para produção
de grãos secos, obteve resultados semelhantes. Oliveira (1996), avaliando dez
caracteres em 16 genótipos de feijão-caupi, constatou que o peso de 100 grãos
secos e o número de vagens por planta apresentaram o maior efeito direto
positivo sobre a produtividade de grãos secos, discordando com os resultados
deste trabalho.
O PVV foi o caráter de maior influência direta na PGV (0,797). Esse
efeito direto positivo compensou os efeitos indiretos negativos, por via CVV (-
0,008) e NGVV (- 0,008), resultando em estimativa positiva e de alta magnitude
do coeficiente de correlação genotípica (rG = 0,884).
A correlação genotípica positiva e significativa entre IGV e PGV (rG
=0,522) adveio dos efeitos direto (0,453) e indiretos via CVV (0,006), NGVV
(0,027) e PVV (0,045), que compensaram os efeitos indiretos negativos de
baixa magnitude, por via o NDIF (- 0,006) e P100GV (- 0,003). Segundo
Vencovsky; Barriga (1992), nesses casos, a correlação é determinada pelos
efeitos indiretos, pois no processo de seleção os fatores causais indiretos
devem ser considerados simultaneamente.
A análise de trilha envolvendo os caracteres culinários e nutricionais e a
PGV é mostrada na Tabela 7. Verifica-se que PGV foi positivamente
influenciada por TC, TPB e TZn e, negativamente, por TFe (Tabela 7).
Contudo, TC (0,030) e TZn (0,130) apresentaram efeitos diretos de baixa
magnitude sobre PGV, que associados aos efeitos indiretos por via dos demais
caracteres, resultaram em estimativas dos coeficientes de correlação
genotípica não significantes.
O TPB foi o caráter de maior efeito direto positivo sobre PGV (0,564),
que associado ao efeito indireto, por via do TZn (0,058), compensou os efeitos
indiretos negativos, por via do TC (-0,001) e TFe (-0,044), resultando em
estimativa positiva e significativa do coeficiente de correlação genotípica (rG =
0,577). Nesse caso, a seleção direta sobre TPB teria uma resposta
correlacionada eficiente em PGV, devendo, portanto, ser considerado na
seleção de parentais (Bezerra, 1997).
102
Tabela 7 Estimativas de efeitos diretos e indiretos das correlações genéticas
das variáveis explicativas nutricionais e culinárias tempo de cocção (TC), teor
de proteína bruta (TPB), teor de ferro (TFe) e teor de zinco (TZn), sobre
variável básica produtividade de grãos verdes (PGV), obtidas a partir da
avaliação de 24 genótipos de feijão-caupi. Teresina, PI, 2009.
Variáveis Efeitos Correlação Direto Indireto
TC vs PGV Efeito Direto 0,030 Efeito Indireto TPB 0,010 Efeito Indireto TFe 0.031 Efeito Indireto TZn -0,026 Total 0.015ns
TPB vs PGV Efeito Direto 0,564 Efeito Indireto TC -0,001 Efeito Indireto TFe -0,044 Efeito Indireto TZn 0,058 Total 0,577*
TFe vs PGV Efeito Direto -0,398 Efeito Indireto TC 0,002 Efeito Indireto TPB 0,062 Efeito Indireto TZn 0,046 Total -0,287ns
TZn vs PGV Efeito Direto 0,130 Efeito Indireto TC 0,006 Efeito Indireto TPB 0,250 Efeito Indireto TFe -0,141 Total 0,246ns ns, * Não-significativo e significativo a 5% pelo teste t.
A correlação genotípica negativa entre TFe e PGV (rG = - 0,287) resultou
do efeito direto negativo (-0,398), que não foi compensado pelos efeitos
indiretos positivos, por via do TC (0,002), TPB (0,062) e TZn (0,046). Assim, a
seleção visando o aumento da produtividade de grãos verdes dificilmente trará
ganhos para o teor de ferro em feijão-verde.
103
CONCLUSÕES
1. Os caracteres facilidade de abertura de vagens verdes, facilidade de soltura
dos grãos de vagens verdes, produtividade de vagens verdes, índice de
grãos verdes, produtividade de grãos verdes, tempo de cocção e teor de
zinco apresentaram maior variabilidade genética.
2. O número de dias para o início da floração, o comprimento de vagem verde,
o número de grãos por vagem verde, o índice de grãos verdes, o tempo de
cocção, teor de ferro e teor de zinco exibiram o mais alto componente
genético na expressão do caráter.
3. Existe maior probabilidade de ganhos para a produtividade de grãos verdes
por meio da seleção indireta dos caracteres PVV, IGV e TPB.
4. É possível a seleção simultânea para precocidade e produtividade de
vagens e de grãos verdes.
5. A seleção simultânea para o peso de cem grãos verdes e o número de grãos
por vagem verde não é recomendável.
6. Os caracteres PVV, IGV e TPB são os componentes agronômicos e
nutricionais que mais influenciam diretamente a produtividade de grãos
verdes.
104
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109
CONCLUSÕES GERAIS
1. Os caracteres facilidade de abertura de vagens verdes, facilidade de soltura
dos grãos de vagens verdes, produtividade de vagens verdes, índice de
grãos verdes, produtividade de grãos verdes, tempo de cocção e teor de
zinco apresentaram maior variabilidade genética.
2. O número de dias para o início da floração, o comprimento de vagem
verde, o número de grãos por vagem verde, o índice de grãos verdes, o
tempo de cocção, teor de ferro e teor de zinco exibiram o mais alto
componente genético na expressão do caráter.
3. Existe maior probabilidade de ganhos para a produtividade de grãos verdes
por meio da seleção indireta dos caracteres PVV, IGV e TPB.
4. É possível a seleção simultânea para precocidade e produtividade de
vagens e grãos verdes.
5. A seleção simultânea para o peso de cem grãos verdes e o número de
grãos por vagem verde não é recomendável.
6. Os caracteres PVV, IGV e TPB são os componentes agronômicos e
nutricionais que mais influenciam diretamente a produtividade de grãos
verdes.
7. As linhagens MNC05-835B-15, MNC05-835B-16, MNC00-595F-2, MNC05-
841B-49, MNC05-847B-123, MNC05-847B-126 e MNC00-595F-27
apresentaram comportamento semelhante às testemunhas BRS Paraguaçu
e BRS Guariba quanto à produtividade de vagens e grãos verdes.
8. A linhagem MNC05-847B-126 apresentou comportamento semelhante à
testemunha MNC99-541F-15 quanto ao índice de grãos verdes.
9. As linhagens MNC05-835B-16, MNC05-837B-24, MNC00-595F-2, MNC05-
841B-49, MNC05-847B-123, MNC05-847B-160, MNC00-595F-27, MNC00-
599F-11 apresentaram os melhores resultados em relação aos caracteres
culinários e nutricionais.