avaliaÇÃo do estado nutricional de crianÇas de …obtenção do grau de mestre em nutrição,...

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JULIANA SOUZA OLIVEIRA AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DE CRECHES PÚBLICAS DA CIDADE DO RECIFE – PE/2004. Recife 2005

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Page 1: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DE …obtenção do grau de Mestre em Nutrição, área de concentração Saúde Pública. Orientadora: Marília de Carvalho Lima Profª

JJUULLIIAANNAA SSOOUUZZAA OOLLIIVVEEIIRRAA

AAVVAALLIIAAÇÇÃÃOO DDOO EESSTTAADDOO NNUUTTRRIICCIIOONNAALL DDEE

CCRRIIAANNÇÇAASS DDEE CCRREECCHHEESS PPÚÚBBLLIICCAASS DDAA

CCIIDDAADDEE DDOO RREECCIIFFEE –– PPEE//22000044..

Recife 2005

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Dissertação apresentada ao Colegiado do Curso de Pós-graduação do Departamento de Nutrição do Centro de ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco, para obtenção do grau de Mestre em Nutrição, área de concentração Saúde Pública.

OOrriieennttaaddoorraa:: Marília de Carvalho Lima

Profª Adjunta do Departamento Materno- Infantil da Universidade Federal de Pernambuco. PhD em Medicine – London School of Hygiene and Tropical Medicine

ii

RREECCIIFFEE 22000055

AAvvaalliiaaççããoo ddoo eessttaaddoo nnuuttrriicciioonnaall ddee

ccrriiaannççaass ddee ccrreecchheess ppúúbblliiccaass ddaa cciiddaaddee ddoo

RReecciiffee--PPEE// 22000044..

JJUULLIIAANNAA SSOOUUZZAA OOLLIIVVEEIIRRAA

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Aos meus pais Joselito (In memorian) e Maria Angélica

E aos meus irmãos Liana Mirela e Alan

A vocês, tudo que fui, sou e serei...

Com imenso amor.

iv

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Você não sabe o quanto

eu caminhei

Pra chegar até aqui

Percorri milhas e milhas

antes de dormir

Eu não cochilei

Os mais belos montes escalei

Nas noites escuras de

frio chorei, ei , ei ei ei ...

Toni Garrido, Da Gama, Lazão & Vagner

v

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DDeeddiiccoo aa ttooddaass aass ccrriiaannççaass

qquuee nnaasscceerraamm ccoomm uumm

ppootteenncciiaall ggeennééttiiccoo ttooddoo

ffaavvoorráávveell,, ee ttiivveerraamm ddee

aallgguummaa ffoorrmmaa eessttee

ppootteenncciiaall ffuurrttaaddoo..

vi

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A DEUS pela dádiva da vida, força e coragem, sentimentos estes que me motivam e conduz a viver, a caminhar sempre, mesmo quando a caminhada parece nunca ter fim...

Aos meus familiares, avós, tios, primos, folhas de minha árvore, que mesmo distantes sempre se fizeram presentes...

À Marília, minha orientadora, que não apenas me orientou neste trabalho de forma competente e dedicada, mas também, em alguns momentos, deu ouvidos a meus anseios e teve uma enorme paciência em lidar com essa minha inquietude...

À Pedro Israel, que me incentivou, animou e esteve sempre presente em todas as fases deste trabalho, de forma muito competente e que me deu oportunidade de fazer parte de outros trabalhos. De quem nunca ouvi um NÃO! Com você, professor, tudo se torna mais fácil e possível...

A Malaquias Batista, professor que tenho imenso orgulho só de chegar perto, me deu oportunidades ímpares e que tem uma grande capacidade de me encher de esperanças...

À Sylvia Romani, que com muita dedicação, paciência e atenção, leu e releu este

trabalho e fez valiosas sugestões.

Ao Geraldo Cidrão, Fátima e a Profª Malu, que me deram oportunidade de fazer parte deste trabalho, e ainda, me proporcionaram ótimos momentos de convívio.

A Neci Maria, mulher “braba” que fala alto e forte, mas de um coração tão grande,

de uma bondade imensurável, me abriu as portas de sua casa e me deu um ‘pedacinho’ de sua família.

A Raul Manhães, coordenador de ‘pulso forte’, mas que tive a oportunidade de

conhecer, também, um homem de sensibilidade e assim aumentar o respeito e admiração. Aos meus irmãos do 401, Cellinha, Marquinhos e Natan que não só dividimos as

‘nossas contas’, mas juntos dividimos, também, as nossas angustias, somamos as nossas alegrias e potencializamos as nossas esperanças...

A Rísia e Pedro Henrique, um grande casal que tive a enorme sorte de conhecer.

Deram-me de presente momentos inesquecíveis e muitas vezes me acolheram como parte da família. E ainda, a Rísia, que continuamente esteve disposta a me ajudar e ouvir os meus

vii

AAGGRRAADDEECCIIMMEENNTTOOSS

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anseios, angústias e medos... Tenho certeza que nossa amizade transcende esse espaço acadêmico.

Aos professores do Laboratório de Saúde Pública, que me deixaram fazer parte das

suas rotinas de trabalho e me proporcionaram grandes ensinamentos, alguns que jamais irei esquecer, farão parte de minha bagagem.

A minha ‘tia’ Rosete que me acolheu como uma verdadeira sobrinha e esteve

sempre disposta a me ensinar, animar e, sobretudo, me ajudar nos momentos de dificuldades

A Roberto Matos, que me deu grandes ajudas e me ‘quebrou grandes galhos’. Valeu Robertinho!

A Leopoldina e Cris Fidellis, frenéticas convictas, que em muitas vezes não só me

cumprimentavam, mas com grande generosidade me abraçavam, e sem saber, me ajudavam a renovar as forças para continuar...

A Ana Cristina, Xande, Rosilda, Paulo Sérgio, Madalena, Carol Beatriz, Ana Lígia,

Emilinha, Fernandinha, Wanessa, Sylvia, que entre vários momentos de ‘aperreios’ e dúvidas, me proporcionaram momentos de muita alegria e descontração.

Ao nosso grupo de oração, que em muitas ocasiões, através das nossas orações em

comunhão, fortaleceu esse meu espírito inquieto... A todas as diretoras e cuidadoras das creches que nos permitiram realizar este

trabalho, mesmo tendo em alguns momentos, mudar a dinâmica de trabalho. A todos os pais e responsáveis das crianças que deram seus consentimentos, bem

como as crianças que nos permitiram fazer parte do seu mundo lúdico. E a todos os amigos, os de longe e os de perto, os antigos e os novos. Obrigada pela

força, estímulo e presença, vocês fazem a diferença... Ao CNPq (Conselho nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) pelo

apoio financeiro.

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SSUUMMÁÁRRIIOO

ÍNDICE DE TABELAS x

RESUMO xi

ABSTRACT xii

1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................01

2. REVISÃO DA LITERATURA......................................................................................04

- Estado Nutricional, o que é?................................................................................05- Antropometria nutricional...................................................................................10- Déficit estatural: determinantes e magnitude.....................................................16 - Referências Bibliográficas...................................................................................24

3. ARTIGO ORIGINAL – Estado Nutricional e fatores associados em crianças freqüentadoras de creches públicas do município de Recife, Brasil....................................32

- Resumo................................................................................................................33- Abstract...............................................................................................................34- Introdução............................................................................................................35- Método.................................................................................................................37- Resultados............................................................................................................40- Discussão.............................................................................................................46- Referência bibliográficas.....................................................................................51

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................55

5. ANEXOS..........................................................................................................................58

ix

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ÍÍNNDDIICCEE DDEE TTAABBEELLAASS

Tabela 1 – Estado Nutricional das crianças que freqüentavam as creches da cidade do Recife

– PE, 2004.

Tabela 2 – Características socioeconômicas segundo o indicador Comprimento/Idade, Recife

– PE, 2004.

Tabela 3 - Características demográficas segundo o indicador Comprimento/Idade, Recife-PE,

2004.

Tabela 4 - Características maternas e biológicas da criança segundo o indicador

comprimento/Idade, Recife, 2004.

Tabela 5 - Modelo de regressão linear multivariada dos fatores associados ao

Comprimento/Idade (escore Z).

x

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RREESSUUMMOO

A dissertação foi composta por um capítulo de revisão da literatura e um artigo a ser publicado.

O capítulo de revisão aborda o conceito de estado nutricional, ressaltando a antropometria

como método de avaliação, e ainda, verifica a influência dos fatores socioeconômicos,

ambientais, maternos, biológicos e de morbidade sobre o déficit estatural na infância. Esses

dados foram coletados de artigos publicados em revistas científicas e livros, pesquisando-se as

bases de dados SCIELO e LILACS. O artigo avalia o perfil nutricional de 321 lactentes de 6 a

30 meses de idade, que freqüentam creches municipais da cidade do Recife, Pernambuco. O

desenho do estudo foi do tipo transversal. As informações foram coletadas em formulários

precodificados. O estado nutricional foi avaliado através dos indicadores comprimento/idade,

peso/idade e peso/comprimento, em médias de escore Z, utilizando como padrão de referência

para comparar as medidas o do National Center for Health Statistics (NCHS). Analisou-se a

associação entre o indicador comprimento/idade e fatores socioeconômicos, como renda

familiar per capita, tipo de habitação, regime de ocupação e condições da habitação como:

parede, piso, teto, abastecimento de água, sanitário, lixo e bens domésticos; fatores

demográficos, como nº de pessoas no domicílio, nº de crianças < 5 anos, nº de pessoas/cômodo;

fatores maternos, como idade, alfabetização e escolaridade e os biológicos da criança, como

sexo, idade, peso ao nascer, aleitamento, concentrações de hemoglobina e albumina. O modelo

final da análise de regressão linear multivariada mostrou que entre as variáveis

socioeconômicas, o tipo de teto influenciou significativamente o estado de nutrição, explicando

2,7% da variação do índice comprimento/idade. As variáveis biológicas da criança (peso ao

nascer e concentração de hemoglobina) contribuíram com 12,5% desta variação. Consideradas

no seu conjunto, as variáveis estudadas explicaram 16,5% da variação do comprimento/idade.

Os resultados do estudo apontaram a coexistência de desnutrição crônica e anemia e reforçou

a hipótese de que tanto os fatores biológicos, entre eles o peso ao nascer, como os

socioeconômicos influenciaram o estado nutricional dos lactentes.

xi

Oliveira, JS Avaliação do estado nutricional de crianças de creches... Resumo

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AABBSSTTRRAACCTT

This dissertation was constituted by a chapter of literature review and one article. The chapter

of literature review covers the concept of nutritional status pointing out the anthropometry as

a method of evaluation, and examines the influence of maternal socio-economic,

environmental, biological and morbidity factors on length deficit. This source of information

was obtained in articles published in scientific journals and books. The databases searched

were SCIELO and LILACS. The article evaluates the nutritional status of 321 infants from 6

to 30 months of age, attending daycare centers of the Municipality of Recife, Pernambuco

State. The study design was cross sectional and data was collected through pre-coded

questionnaires. Nutritional state was assessed through mean z-scores of length-for-age,

weight-for-rage and weight-for-length indices, using data of the National Center for Health

Statistics (NCHS) for comparison. It was analyzed the association between length-for-age

with socio-economic factors as per capita family income, household conditions as wall, floor,

ceiling, water supply, water closet, garbage and ownerships; demographical as number of

persons in the household, number of children < 5 years per family, crowding; maternal factors

as age, literacy and schooling, and infant biological factors as sex, birthweight, age,

breastfeeding, hemoglobin and albumin concentrations. The final model of this analysis

showed that among the socioeconomic variables, the type of ceiling had a significant

influence in the nutritional status, explaining 2.7% of the variation of length-for-age. The

infant biological variables (birthweight and hemoglobin concentration) contributed with

12.5% of this variation. Considered all together, the variables explained 16.5% of the

variation of length-for-age. These results indicate a co-existence of chronic malnutrition and

anemia and support the hypothesis that both biological and socio-economic conditions

influenced the nutritional status of infants.

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Oliveira, JS Avaliação do estado nutricional de crianças de creches... Abstract

Page 13: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DE …obtenção do grau de Mestre em Nutrição, área de concentração Saúde Pública. Orientadora: Marília de Carvalho Lima Profª

IInnttrroodduuççããoo

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11.. IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO

O presente trabalho utilizou o banco de dados de um estudo de intervenção do tipo

ensaio clínico randomizado, realizado em creches da rede pública municipal da cidade do

Recife - PE, intitulado: “Avaliação da eficácia de três esquemas terapêuticos na prevenção e

tratamento medicamentoso na anemia em lactentes”. Este projeto faz parte de uma das linhas

de pesquisa, Epidemiologia dos Distúrbios da Nutrição no Grupo Materno Infantil, do grupo

de pesquisa sobre “Saúde e Nutrição Materno Infantil”, do qual participam docentes dos

Departamentos de Nutrição, Materno-Infantil, Fisiologia e Farmacologia e Terapia

Ocupacional.

Para esta dissertação fez-se, inicialmente uma revisão sobre o conceito de estado

nutricional, numa dimensão biológica e, sobretudo, social, abordando-se também a

antropometria nutricional, método adotado para sua avaliação, os determinantes do déficit

estatural, bem como a sua magnitude a nível nacional e estadual. As normas utilizadas para

referenciar os artigos desta revisão foram as da ABNT - NBR 6023/2000 (Associação

Brasileira de Normas e Técnicas).

Em seguida, é apresentado um artigo organizado de acordo com as normas da Revista

de Nutrição (Brazilian Journal of Nutrition), periódico ao qual o mesmo será submetido. Esse

artigo avalia o estado nutricional de lactentes entre 6 e 30 meses de idade, matriculados nas

creches, no período de agosto a outubro de 2004, tendo como objetivo verificar a influência

dos fatores socioeconômicos, demográficos, maternos e biológicos da criança sobre o índice

comprimento/idade. Através de uma regressão linear múltipla verificou-se o impacto que cada

um desses fatores exerce sobre o estado nutricional, controlando-se o efeito das demais.

Oliveira, JS Avaliação do estado nutricional de crianças de creches... Introdução

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A efetivação desse trabalho permitiu apreender elementos fortemente relacionados à

condição de nutrição infantil, entre eles os biológicos e as condições socioeconômicas. Assim,

torna-se relevante a adoção de políticas sociais que visem atenuar os grandes problemas que

afetam a população brasileira, sobretudo a população infantil.

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Oliveira, JS Avaliação do estado nutricional de crianças de creches... Introdução

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RReevviissããoo ddaa LLiitteerraattuurraa

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22.. RREEVVIISSÃÃOO DDAA LLIITTEERRAATTUURRAA

Estado Nutricional, o que é?

Dentro de uma dimensão puramente biológica, estado nutricional pode ser conceituado

como a condição de saúde de um indivíduo, influenciado pelo consumo e utilização de

nutrientes. Seria, portanto, a resultante do equilíbrio entre o suprimento de nutrientes

(consumo/ ingestão alimentar) e o gasto ou necessidade energética do organismo

(ENGSTROM, 1998; VASCONCELOS, 2000).

Já, dentro de uma dimensão social, estado nutricional, ou nutrição, assumem a

concepção de que são partes integrantes da totalidade de um processo social de produção

(VASCONCELOS, 2000), o que caracteriza, um efeito muito nítido e até típico do

posicionamento do indivíduo e de seu grupamento, na estrutura social (YPIRANGA, 1981).

O estado nutricional é definido como a disponibilidade e a utilização de nutrientes e

energia a nível celular. A situação nutricional do indivíduo e, por conseguinte, da coletividade

seria considerada normal quando a oferta de nutrientes advinda da alimentação correspondesse

às necessidades metabólicas normais e suas variações induzidas por sobrecargas fisiológicas,

ocupacionais e patológicas (BATISTA FILHO, 1999).

A partir daí, verifica-se que o estado nutricional é o produto ou manifestação biológica

do conjunto de processos que se operam sobre o “corpo social”. É a síntese orgânica das

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Oliveira, JS Avaliação do estado nutricional de crianças de creches... Artigo

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relações entre homens-natureza-alimento que se estabelecem no interior de uma determinada

sociedade. Ou seja, além de sua dimensão biológica, o estado nutricional expressa uma

dimensão (ou determinação) histórica-social devendo ainda ser incluída a questão cultural

(VASCONCELOS, 2000; LYRA et al, 2001).

A existência de diferenças estruturais, de variações socioeconômicas, ambientais e

culturais na sociedade se reflete nas condições desiguais de vida da população e aponta para o

fato de que o processo de crescimento não deixa de ser o resultado do ambiente sociocultural,

integrado com outros componentes do meio, sendo que o potencial de crescimento de

indivíduos de populações diferentes é similar sob condições socioeconômicas e ambientais

adequadas (BIANCULLI, 1985).

Segundo Eveleth e Tanner (1990) medidas de estatura ou peso, assim como a estatura

final atingida por uma população e as taxas de mudanças na estatura durante os anos de

crescimento, “refletem de forma acurada o estado da saúde pública de um país e o estado

nutricional médio de seus cidadãos”. Em populações economicamente desprivilegiadas, a

baixa estatura em adultos também poderia ser usada como um indicador da iniqüidade

socioeconômica (WHO, 1995). Os aumentos observados em estatura, comumente têm sido

atribuídos à melhoria nas condições sanitárias, econômicas e sociais. Para a maioria das

populações, contudo, os dois fatores exógenos mais importantes que influenciam o

crescimento são, possivelmente, a nutrição e a presença/ausência de doença (KAC, 1999).

Alguns autores apontam que, mesmo em comunidades pobres, há diferenciais

socioeconômicos que são hierarquicamente superiores a outros fatores de risco, os quais

podem agir direta ou indiretamente sobre o estado nutricional infantil (OLINTO et al, 1993).

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Oliveira, JS Avaliação do estado nutricional de crianças de creches... Artigo

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O acompanhamento da situação nutricional das crianças de um país estabelece instrumento

essencial para aferição das condições de saúde da população infantil e constitui oportunidade

ímpar para se obter medidas objetivas da evolução das condições de vida da população em

geral (MONTEIRO et al, 1995).

O estado nutricional de uma população, e em especial das crianças, é um excelente

indicador de saúde e qualidade de vida, espelhando o modelo de desenvolvimento de uma

determinada sociedade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002a). O estado nutricional é um

indicador positivo de saúde, ao contrário da maioria dos indicadores clássicos de morbidade e

mortalidade, que medem a ausência de saúde. Constitui-se num importante marcador

qualitativo de saúde e sua apropriada avaliação representa valioso instrumento para identificar

a freqüência, o grau de intensidade do agravo nutricional, como também, serve para aferir as

condições de saúde e de vida de uma população (LEAL e BITTENCOURT, 1997; VEIGA e

BURLANDY, 2001; FAGUNDES et al, 2002).

Partindo-se do pressuposto de que a nutrição infantil representa um importante

indicador das condições gerais de vida de uma população, o acompanhamento da situação

nutricional e controle do crescimento infantil de um país revelam-se instrumentos essenciais,

tanto para a aferição das condições de vida a que está submetida a população infantil, como da

sociedade em geral (LAURENTINO e ARRUDA, 2003).

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Oliveira, JS Avaliação do estado nutricional de crianças de creches... Artigo

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O bom estado nutricional da criança pressupõe o atendimento de um leque abrangente

de necessidades humanas, que incluem não apenas a disponibilidade de alimentos, mas

também a diversificação da dieta, condições salubres de moradia, o acesso à educação e a

serviços de saúde, entre outras. E estes por sua vez, são essencialmente condicionados pelo

nível de renda familiar. Por serem biologicamente mais vulneráveis a diversas deficiências

nutricionais, as crianças são habitualmente escolhidas como grupo indicador da presença de

desnutrição na população, admitindo-se que o percentual de crianças com retardo de

crescimento, uma das primeiras e mais precoces manifestações de desnutrição na infância,

propicie uma excelente indicação do risco de deficiências nutricionais (MONTEIRO et al,

1995).

Avaliar o estado nutricional consiste em utilizar determinados procedimentos

diagnósticos, que possibilite precisar a magnitude e os determinantes dos agravos nutricionais.

Esta avaliação permite a identificação de grupos de riscos e de programas de intervenção,

sendo uma ferramenta de extrema importância para compreensão da dinâmica nutricional de

crianças e adolescentes. Constitui uma etapa fundamental no acompanhamento de uma

criança, para que se possa verificar se o crescimento está se afastando do padrão esperado por

doença e/ou por condições sociais desfavoráveis, tendo, assim, por objetivo verificar o

crescimento e as proporções corporais em um indivíduo ou em uma comunidade (RIBAS et al,

1999; MELO, 2002; ANJOS, et al, 2003).

A avaliação do crescimento é um importante instrumento para se conhecer a

saúde, tanto individualmente, quanto coletivamente. E a sua importância decorre da

influencia decisiva que o estado nutricional exerce sobre os riscos de morbi-mortalidade e

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Oliveira, JS Avaliação do estado nutricional de crianças de creches... Artigo

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sobre o crescimento e o desenvolvimento infantil. Assim, a avaliação do crescimento é a

medida que melhor define a saúde e o estado nutricional de crianças, já que distúrbios na

saúde e nutrição, independentemente de suas etiologias, invariavelmente afetam o

crescimento infantil (MONTEIRO et al, 1995; SIGULEM et al, 2000; ZEFERINO, et al,

2003).

A velocidade do crescimento e a altura alcançada nas diferentes idades são fenótipos

condicionados pela herança genética dos indivíduos, ou seja, cada individuo nasce com um

determinado potencial de crescimento que é definido pelo genótipo herdado de seus pais

biológicos. A realização plena desse potencial, entretanto, depende da existência de um ótimo

estado nutricional e, por extensão, de um bom estado de saúde, de uma alimentação adequada

e de boas condições de vida em geral, podendo assim inferir que a nutrição e crescimento

estão intrinsecamente associados (ENGSTROM e ANJOS, 1999; MONTEIRO e CONDE,

2000).

Poucas funções biológicas dependem tanto do potencial genético como o crescimento.

No entanto, a qualquer momento, desde a concepção e especialmente nos primeiros anos de

vida, fatores ambientais podem perturbar o ritmo e a qualidade deste processo, sendo essa

circunstância que faz com que a avaliação do crescimento na infância seja freqüentemente

utilizada tanto para aferir o estado de saúde e de nutrição da criança como individuo, quanto

para indicar as condições gerais de vida que prevalecem nas sociedades (MONTEIRO e

CONDE, 2000; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002a).

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Oliveira, JS Avaliação do estado nutricional de crianças de creches... Artigo

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Ao definir métodos para a avaliação do estado nutricional, deve-se eleger aqueles que

melhor detectem o problema nutricional, devendo, ainda considerar, os custos para sua

utilização, o nível de habilidade, o tempo necessário para executá-los, a receptividade por

parte da população estudada e os possíveis riscos para a saúde. Na rotina diária das unidades

de saúde normalmente são utilizados registros de medidas antropométricas fornecendo ao

serviço informações contínuas sobre o estado nutricional da população atendida. Estes dados

por si só, ou quando combinados com outros indicadores de setores ligados à economia,

educação e agricultura, podem subsidiar uma melhor compreensão da problemática nutricional

e efetivar políticas de intervenção (ELL et al, 1992; SIGULEM et al, 2000).

Antropometria Nutricional

O interesse pelo crescimento humano remonta à Antiguidade, onde os historiadores

romanos mostravam uma certa preocupação com a altura dos povos em guerra, descrevendo o

inimigo mais alto do que realmente era, e assim justificaria seu fracasso ou triunfo em caso de

vitória (WIERINGEN, 1978).

Johann Sigismund Elsholtz (1623-88) médico alemão, é citado como o criador da

expressão Antropometria, que ilustrou o uso do primeiro antropômetro, em tese publicada na

cidade de Pádua em 1654 (CAMERON, 1984).

A antropometria segundo Ferreira (1999) é um capítulo da Antropologia que trata das

mensurações do corpo humano, isto é, conjunto de processos empregados para a medição das

dimensões do corpo humano ou de suas partes.

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Oliveira, JS Avaliação do estado nutricional de crianças de creches... Artigo

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O primeiro estudo científico do crescimento humano foi um estudo do tipo

longitudinal sendo descrito por Buffon em 1777 e realizado pelo Conde Philibert Guineau de

Montbeillard, o qual mediu seu filho desde o nascimento até os 18 anos em intervalos

semestrais (TANNER, 1978).

O estudo tornou-se muito conhecido, sendo citado por Quetelet em 1835 e por Roberts

e Bowditch na década de 1870. As medidas coletadas por Montbeillard, foram em 1927

reproduzidas por Richard Scammon, que as transformou para o sistema métrico, e traçou um

gráfico de altura para idade (TANNER, 1978). E a segunda fonte de dados longitudinais sobre

o crescimento foi segundo Cameron (1984) uma série de medidas efetuadas em escolares da

Carlschule em Stuttgart, no período de 1772 a 1794.

Em 1828, Villermé, reconheceu a influência ambiental sobre o crescimento, num

estudo com recrutas franceses durante dez anos. Assim, publica sua clássica análise do efeito

da pobreza na altura dos soldados de Napoleão (TANNER, 1978). Com isto Villermé dá uma

tradução social, onde observou os efeitos da diferenciação econômica sobre a estatura e a

mortalidade.

Contudo, somente na metade do século XIX, Adolphe Quetelet realizou uma avaliação

transversal em escala populacional, num estudo desenvolvido em Bruxelas, com crianças e

adolescentes de 0 a 20 anos de idade (ANSELMO E BURINI, 1991).

No entanto, a antropometria só foi sistematizada, segundo Anselmo e Burini (1991)

como método de avaliação do estado nutricional, em meados do século XX, com os trabalhos

de Gómez (1946) e, sobretudo, a partir das publicações de Jelliffe, editadas pela

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Oliveira, JS Avaliação do estado nutricional de crianças de creches... Artigo

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Organização Mundial de Saúde (OMS), na década de 60, baseadas em estudos que haviam se

iniciado nos anos 50.

A partir desses estudos o uso da antropometria desenvolveu-se rapidamente nos países

industrializados, e só ocorrendo a partir da década de 70 nos países em desenvolvimento, onde

passou a ser aplicada em estudos de campo e nas rotinas ambulatoriais e hospitalares,

mediante um conjunto considerável de índices (CARVALHO, 1997; SIGULEM et al, 2000).

A primeira classificação do estado nutricional baseada na relação peso/idade foi

proposta em 1956, pelo mexicano Frederico Gómez. Essa proposta foi se difundindo a ponto

de, durante as décadas de 60/70, praticamente todos os países apresentarem dados de

avaliação nutricional usando esse critério, tornando-se, internacionalmente conhecida e

recomendada para avaliar o estado nutricional de crianças de 0 a 06 anos de idade

(VASCONCELOS, 2000; SIGULEM et al, 2000; ZEFERINO et al, 2003).

Ao longo de sua utilização, a classificação de Gómez foi sofrendo várias críticas que se

confundem com as próprias características do indicador peso/idade e com o procedimento

estatístico até então utilizado. Apresentando como limitações, a inconstante especificidade do

diagnóstico nas várias idades, a especificidade reduzida do diagnóstico e a não discriminação

entre forma atuais e pregressas de desnutrição (MONTEIRO, 1984; VASCONCELOS, 2000;

ZEFERINO, et al 2003).

Com base nestas considerações, nos anos 70, surgiram novas classificações do estado

nutricional. Jaime Ariza Macias, em 1972, divulgou um novo método para avaliação do

crescimento de homens e mulheres desde o nascimento até os vinte anos de idade, baseado na

relação peso/altura, que se popularizou como a classificação de Macias. Esta, não se

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generalizou em função da “arbitrariedade” dos seus pontos de corte, da nomenclatura utilizada

para classificar a desnutrição, o que continuava não definindo a natureza do problema e talvez,

principalmente, pelo surgimento simultâneo de novas classificações e novos métodos

estatísticos de avaliação (VASCONCELOS, 2000).

Seone e Lathan (1971) divulgaram a utilização simultânea dos indicadores peso/altura

e altura/idade, abrindo assim, a perspectiva de diagnóstico da natureza da desnutrição

(distinção de casos atuais, pregressos e crônicos), entretanto, não estabelecendo a gravidade

do problema como fazia Gómez. No entanto, em 1974 foi proposta uma classificação

utilizando os índices peso/altura e altura/idade de forma combinada e que consegue

divulgação e aceitação no meio científico: a classificação de Waterlow (MPAS, 1983;

VASCONCELOS, 2000).

A partir de 1977, a Organização Mundial de Saúde fez recomendações para análise,

apresentação e utilização de dados antropométricos, de acordo com os novos estudos de

Waterlow, 1977. Assim, na tentativa de padronizar a metodologia adotada em inquéritos

nutricionais e de estabelecer um sistema de avaliação do estado nutricional simples e de fácil

disseminação, uma comissão de especialistas da FAO/OMS/UNICEF propôs a adoção da

avaliação que levava em consideração o afastamento da mediana em desvios-padrão (DP) ou

escores Z. Esta classificação pode ser empregada para crianças independente da faixa etária

(WHO, 1986; SIGULEM, et al 2000).

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A Organização Mundial de Saúde considera desnutridas crianças com índices

inferiores a –2 escores Z da mediana de referência. Crianças abaixo de –3 escores Z ou menos

de 70 % de adequação em relação à mediana, ou ainda na presença de edema

comprovadamente nutricional, são consideradas desnutridas graves (WHO, 2000).

Embora a classificação com relação ao grau de afastamento seja a mesma para os três

índices (P/I, P/A e A/I), a interpretação é bastante diversa para cada um especificamente.

(CARVALHO, 1997) O índice peso/idade (P/I), permite o diagnóstico da prevalência da

desnutrição em populações, possibilitando assim, a triagem preliminar dos casos prováveis de

desnutrição atual, no entanto, não distingue a natureza da desnutrição, (não aponta os casos

atuais dos casos de desnutrição pregressa e dos casos de desnutrição crônica). Assim, não

distingue crianças desnutridas com edema, das crianças normais, e ainda, por não relacionar a

altura, não reflete o verdadeiro crescimento (crescimento linear ou estatura) (MPAS, 1983;

MONTEIRO, 1984; ENGSTROM, 1998; VASCONCELOS, 2000).

Por outro lado, o índice peso/altura (P/A), sendo a altura uma medida antropométrica

que expressa a dimensão longitudinal ou linear do corpo humano, permite avaliar déficit ou

excesso de peso atual em relação a altura, é um índice específico da emaciação ou

definhamento (do inglês “wasting”). O índice P/A expressa a proporcionalidade ou harmonia

das dimensões do corpo ou a harmonia do processo de crescimento. O déficit de peso/altura é

um processo agudo, severo e potencialmente reversível, sendo conseqüência de uma dieta

inadequada e de infecções importantes (MPAS, 1983; OLINTO et al, 1993; ENGSTROM

1998; VASCONCELOS, 2000).

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O déficit de altura/idade é considerado um retardo de crescimento linear, uma vez que

permite avaliar a dimensão linear do corpo, indicando o grau de desaceleração ou estagnação

do crescimento, representando um acumulado retardo do crescimento (“Stunting”). A/I é um

índice que reflete a desnutrição pregressa (no passado apenas), ou crônica (do passado até o

presente), mas não necessariamente do estado nutricional corrente (MPAS, 1983;

REICHENHEIM e HARPHAM, 1990; ENGSTROM, 1998).

O emprego da antropometria na avaliação do estado nutricional depende da existência

de padrões. E esse padrão deve descrever a variabilidade normal do crescimento, ou seja, a

variabilidade do crescimento que é esperado quando são ótimas as condições ambientais (LEI,

1993; MONTEIRO e CONDE, 2000). Com este fim utilizam-se estudos realizados em

populações de referência, isto é, medidas obtidas em indivíduos sadios, vivendo em condições

socioeconômicas, culturais e ambientais satisfatórias, tornando-se uma referência para

comparações com outros grupos (ENGSTROM, 1998; VASCONCELOS, 2000). A

Organização Mundial de Saúde (OMS), recomenda o uso do padrão de crescimento dos

Estados Unidos, a referência do National Center for Health Statistics –NCHS, 1978 (WHO,

1995).

A antropometria tem sido reconhecida como um instrumento eficaz em estudos de

Epidemiologia Nutricional, sendo amplamente utilizada para avaliação nutricional de

indivíduos e de grupos populacionais (WHO, 1995; MARINS, et al, 1995). Segundo Sigulem

et al (2000) os valores antropométricos obtidos representam, o grau de ajustamento entre o

potencial genético de crescimento e os fatores ambientais favoráveis e nocivos. E, como o

emprego da antropometria na avaliação do estado nutricional de indivíduos se fundamenta

na evidência de que o crescimento e a manutenção das dimensões corporais exigem a

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presença de condições nutricionais ótimas, tal evidência sugere que indicadores

antropométricos possam detectar com grande sensibilidade casos de desnutrição. Outro fator

de sustentação do exame antropométrico na avaliação nutricional é o fato de que os distúrbios

não nutricionais do crescimento tendem a ser bem menos freqüentes na população do que os

distúrbios de natureza nutricional, ocorrência que se acentua em população onde é alta a

prevalência de déficits de crescimento (MONTEIRO, 1984; MONTEIRO, et al, 1984;

MONTEIRO, et al, 1986).

Assim, a utilização de informações antropométricas como indicadores do estado

nutricional se baseiam na vulnerabilidade da população infantil aos agravos ambientais. E

apresentam a vantagem de ser um método barato e simples, de fácil obtenção e de fácil

padronização. Por outro lado, tem a desvantagem de não identificar deficiências específicas,

como a hipovitaminose A, anemia ferropriva e deficiência de cálcio, nutrientes muitas vezes

deficientes em dietas de crianças e adolescentes. Mesmo considerando suas limitações, a

antropometria tem sido o método mais utilizado universalmente e também o proposto pela

Organização Mundial de Saúde (ENGSTROM, 1998; SIGULEM, et al, 2000; FERNANDES,

2002).

DÉFICIT ESTATURAL: DETERMINANTES E MAGNITUDE

Com base na literatura científica existente, pode-se afirmar que o potencial de

crescimento infantil de diferentes populações e raças é muito parecido quando são adequadas

as condições de nutrição e saúde. (MARTORREL et al, 1976; KELLER, 1988).

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Importa reconhecer a mútua e intensa dependência que existe na infância entre estado

de saúde e de nutrição. Ao mesmo tempo em que más condições de saúde inevitavelmente

comprometem a nutrição infantil, más condições de nutrição podem ser devastadoras para a

criança, impedindo a plena realização de seu potencial de crescimento e desenvolvimento,

minando sua capacidade de resistência às doenças e diminuindo suas próprias chances de

sobrevivência (MONTEIRO, 1997).

A ligação entre desnutrição nos primeiros meses e anos de vida com o

comprometimento morfológico e funcional do sistema nervoso também deve ser mencionada,

considerando a influência negativa no desempenho das funções cognitivas, dificultando assim

a aprendizagem. (CUNHA, 1997; MONTEIRO et al, 2002).

Sociedades que convivem com taxas elevadas de desnutrição infantil estão condenadas

a uma menor esperança de vida, a uma pressão desmedida sobre seus serviços de saúde e a

uma produtividade limitada de sua força de trabalho (BENÍCIO e MONTEIRO, 1997).

A desnutrição é uma manifestação silenciosa e invisível, que cobra um preço enorme

das crianças e de suas famílias. É um dos fatores responsáveis por mais de metade dos quase

12 milhões de mortes anuais de crianças menores de cinco anos nos países em

desenvolvimento (UNICEF, 1998).

O Brasil, apesar de ser considerado emergente em função do seu considerável grau de

desenvolvimento econômico, cientifico e tecnológico, situa-se entre os países de maior

prevalência em deficiências nutricionais (ESCODA, 2002). E o déficit estatural

constitui, atualmente, a forma mais freqüente e representativa de desvio antropométrico do

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quadro epidemiológico da desnutrição no Brasil e no mundo. Sendo que a manifestação

biológica mais universal do problema é o que se convencionou chamar de nanismo nutricional

(BATISTA FILHO, 1990; MONTEIRO 1995; WHO, 1995; FAO, 1997; LAURENTINO e

ARRUDA, 2003).

Diante da natureza multicausal da desnutrição, muitos estudos têm sido

desenvolvidos, na tentativa de relacionar este déficit nutricional, com variáveis biológicas,

socioeconômicas, ambientais, culturais, demográficas, entre outras (ROMANI, 2003).

A complexa rede de causalidade envolvida no estado nutricional de crianças é

composta por variáveis biológicas da criança, como sexo e peso ao nascer, fatores maternos,

como estado nutricional da gestante, o aporte nutricional se destacando o aleitamento materno

e alimentação complementar, processos mórbidos especificamente, as infecções diarréicas e as

respiratórias, condições socioeconômicas da família como renda e educação e as condições

ambientais como tipo de habitação, saneamento. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002b).

A condição de nascer com peso inferior a 2500 gramas se constitui um expressivo

fator de risco para um posterior déficit de estatura (HUTTLY et al, 1991). Olinto et al (1993)

verificaram que as crianças nascidas com baixo peso (< 2.500g) apresentaram déficit de altura

cerca de 9 vezes superior quando comparadas àquelas da categoria de maior peso (≥3.000 g).

E quanto mais jovem a criança, mais dependente e vulnerável é em relação ao seu ambiente. A

altura materna é de grande importância em Saúde Pública por ser um marcador da história

nutricional da mãe e apresentar forte associação com o baixo peso do recém-nascido

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002b).

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Têm-se, também, como fatores de risco maternos para o baixo peso ao nascer, o fumo,

álcool e outras drogas, hipertensão arterial, doenças infecciosas crônicas, estado nutricional da

gestante, o curto intervalo interpartal (< 2 anos) e a elevada paridade, a idade materna (< 19

anos e > 35 anos), gestação múltipla e as anomalias congênitas. Muitos desses fatores têm

causas socioeconômicas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002b).

Nos países em desenvolvimento, o atraso no crescimento inicia-se, em geral entre 4 e 6

meses quando o aleitamento é substituído por alimentos de baixo valor nutritivo e,

freqüentemente contaminados. Como conseqüência, ocorre uma maior propensão para as

infecções, especialmente as diarréicas (ROMANI, 2003).

É consenso hoje que a forma ideal de alimentação da criança < 6 meses é a

alimentação exclusiva ao seio materno. As vantagens dessa prática sobre o aleitamento

artificial ou mesmo sobre a alimentação complementar por outros alimentos (ou por líquidos

não nutritivos) são inúmeras e dizem respeito não apenas ao estado nutricional, mas também

ao estado de saúde e ao desenvolvimento integral da criança (MONTEIRO 1997).

Assim a relação etiopatogênica e epidemiológica do processo sinérgico entre

desnutrição e infecção é muito estudada. As infecções acarretam várias conseqüências

adversas no estado de nutrição, sendo que, nos países em desenvolvimento econômico e

social, que representam 2/3 da população humana, mais da metade dos óbitos em crianças

são atribuídos à ação consorciada da desnutrição com processos infecciosos (RISSIN, 1997).

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Diversos estudos têm mostrado que episódios freqüentes de infecções, principalmente

diarréia e doenças respiratórias, influenciam o estado de nutrição infantil, levando a uma perda

aguda de peso, o que pode levar a um prejuízo no crescimento linear (NABARRO, 1988).

Um outro fator de extrema importância se relaciona com a ingestão e utilização

biológica de alimentos. Nos países em desenvolvimento, a maioria dos problemas de saúde e

nutrição durante a infância está relacionada com consumo alimentar inadequado e infecções

de repetição, sendo que essas duas condições estão intimamente relacionadas com o padrão de

vida da população (UNICEF, 1990; MONTEIRO et al, 1995; SIGULEM et al, 2000).

Dados de vários estudos reiteram a associação do estado nutricional infantil com as

condições socioeconômicas. Dentre as privações sociais associadas à desnutrição estão baixa

renda, baixa escolaridade materna, precárias condições de habitação e saneamento, famílias

numerosas, entre outras, como um conjunto que se inter-relaciona (LIMA et al, 1989;

FISBERG et al, 2004).

O nível de renda familiar, como somatório dos salários recebidos pela venda da força de

trabalho, é um dos indicadores da qualidade de vida, apontado como uns dos principais

determinantes do estado nutricional (LIMA et al, 1989). Guimarães et al (1999) identificaram

que a chance da criança ter estatura baixa foi 3,4 vezes maior nas famílias com renda per capita

inferior a 0,5 salário mínimo (SM), em comparação com aquelas que percebiam renda superior

a 2,5 SM.

No Brasil, a escolaridade materna como fator de risco, constitui, isoladamente, a

variável mais importante para explicar o estado de nutrição das crianças menores de cinco anos

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(BENÍCIO e MONTEIRO, 1997; RISSIN, 2003). Monteiro (1997) analisando o papel da renda

através da escolaridade do chefe de família e o número de bens de consumo, nos dados das

pesquisas nacionais de 1974, 1989 e 1996, confirma a importante influência destes fatores sobre

o estado de nutrição infantil. As variáveis relacionadas ao domicílio, que por vezes são

influenciadas pelas condições socioeconômicas, podem estar, também, associadas ao estado

nutricional.

Os dados da II PESN mostraram que o abastecimento de água nos três estratos

geográficos do Estado de Pernambuco se constitui um fator estatisticamente associado à

desnutrição. A prevalência de crianças desnutridas em áreas que não tinham abastecimento de

água por uma rede geral era duas vezes maior em relação àquelas que tinham o serviço nos

domicílios (BATISTA FILHO e ROMANI, 2002).

O conhecimento sobre a freqüência e a distribuição espacial da desnutrição é elemento

central em qualquer estratégia racional de combate ao problema (BENÍCIO e MONTEIRO,

1997).

Com relação a baixa estatura em vários países do mundo na década de 1990, estimativas

da Organização Mundial de Saúde (WHO, 1997) permitem comparar a dimensão alcançada no

Brasil pela desnutrição. Com uma média de 10,4% de crianças com baixa estatura, o Brasil

como um todo colocar-se-ia em posição próxima à do Uruguai (9,5%). Com 5,5% de crianças

de baixa estatura, o Centro-Sul ficaria em situação próxima a da Argentina (4,7%), enquanto

proporções bem mais elevadas do problema no Norte (16,2%) e no Nordeste (17,9%) situariam

essas regiões entre Colômbia (15,0%) e México (22,8%) (MONTEIRO, 2003).

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Monteiro (2003) analisando a tendência secular da prevalência da desnutrição infantil, a

partir do indicador altura/idade, nas várias regiões brasileiras e com base nos inquéritos

realizados no país em 1974/75 (ENDEF – Estudo Nacional da Despesa Familiar), 1989

(PNSN – Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição) e 1996 (PNDS - Pesquisa Nacional sobre

Demografia e Saúde), verificou que a evolução da desnutrição entre 1974-1975 e 1989

indicava taxas anuais de declínio mais intensas nas áreas urbanas e rurais do Centro-Sul do

país (7,4% e 6,5%, respectivamente) do que nas áreas urbanas e rurais da região Nordeste

(4,1% e 4,0%, respectivamente) ou nas áreas urbanas da região Norte (4,0%).

Como resultado, expandem-se as desvantagens das regiões Norte e Nordeste diante do

Centro-Sul do país. No período mais recente, 1989-1996, observa-se manutenção ou

intensificação da velocidade de declínio da desnutrição em todas as áreas urbanas do país e

desaceleração nas áreas rurais. Nos dois períodos, as menores taxas anuais de declínio da

desnutrição foram observadas no Nordeste rural (4,0% e 3,3%, respectivamente) embora seja

essa a região do país mais afetada pelo problema. (MONTEIRO, 1995; MONTEIRO e

CONDE, 2000; MONTEIRO, 2003).

Com isto, além das variações internacionais, existem diferenças entre regiões, entre

populações urbanas e rurais, entre famílias vivendo em uma mesma comunidade e entre

crianças da mesma família (OLINTO, 1993).

O Estado de Pernambuco, a exemplo do que vem ocorrendo no Brasil, tem sido marcado

por substanciais progressos, demonstrados pela melhoria em vários indicadores de saúde e

nutrição (RISSIN, 2003; BATISTA FILHO e RISSIN, 2003). Verifica-se que em 1991 na I

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Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição (PENS), houve o predomínio da desnutrição

crônica em 19% das crianças menores de cinco anos, de acordo com o indicador altura/idade;

perfazendo, em termos absolutos, um total de 170 mil crianças afetadas. Posteriormente, em

1997, a II Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição apontou um declínio da desnutrição para

12% segundo o índice altura/idade, tomando como ponto de separação os valores abaixo de –

2 desvios-padrão (UNICEF, 1992; BATISTA FILHO & ROMANI, 2002; RISSIN, 2003).

A revisão apresentada destaca o conceito de estado nutricional, bem como da

importância de sua devida avaliação, aponta a influência que o estado de nutrição exerce

sobre o crescimento e o desenvolvimento infantil, e ainda ressalta a multicausalidade de

desnutrição, mostrando a necessidade de se analisar o estado de nutricional de crianças, na

medida que se mostra um excelente indicador de saúde e qualidade de vida da população, e

ainda, devido às suas repercussões a longo prazo.

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3. ARTIGO - ESTADO NUTRICIONAL E FATORES ASSOCIADOS EM CRIANÇAS

DE CRECHES PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE RECIFE - PE, BRASIL.

RESUMO

OBJETIVO: avaliar o perfil nutricional de crianças que freqüentam creches do município de

Recife - PE e verificar a associação com potenciais fatores determinantes.

MÉTODOS: estudo transversal conduzido de agosto a outubro de 2004, com 321 crianças de 6

a 30 meses de idade. As informações foram obtidas através de entrevistas com as mães

utilizando-se questionários pré-codificados. A classificação do estado nutricional foi feita a

partir dos indicadores comprimento/idade, peso/idade e peso/comprimento, avaliados em

médias de escore Z, utilizando a curva do National Center for Health Statistics para comparar

as medidas. Foram estudados os efeitos de indicadores socioeconômicos, demográficos,

maternos e biológicos da criança sobre o índice comprimento/idade das crianças.

RESULTADOS: o percentual de desnutrição moderada a grave (< - 2 escores Z) foi de 10,9%,

5,3% e 0,6% para os indicadores comprimento/idade, peso/idade e peso/comprimento,

respectivamente. As variáveis explanatórias que apresentaram valor de p < 0,20 na associação

com o índice comprimento/idade foram selecionadas para a análise de regressão linear

multivariada. O modelo final desta análise mostrou que entre as variáveis socioeconômicas, o

tipo de teto influenciou significativamente o estado nutricional, explicando 2,7% da variação

do índice comprimento/idade. As variáveis biológicas da criança (peso ao nascer e

concentração de hemoglobina) contribuíram com 12,5% desta variação. Consideradas no

conjunto, as variáveis estudadas explicaram 16,5% da variação do comprimento/idade.

CONCLUSÃO: entre as variáveis estudadas, os fatores biológicos tiveram uma influência

maior na variação do índice comprimento/idade do que os socioeconômicos.

Termos de indexação: estado nutricional, antropometria, fatores determinantes, indicador

comprimento/idade.

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ARTICLE - NUTRITIONAL STATUS AND ASSOCIATED FACTORS IN INFANTS

ATTENDING PUBLIC DAYCARE CENTERS IN THE MUNICIPALITY OF RECIFE -

PE, BRAZIL

ABSTRACT

OBJECTIVE: to evaluate the nutritional status of infants that attend daycare centers in the

Municipality of Recife and to verify the association with potential determinant factors.

METHODS: this is a cross sectional study conducted from August to October 2004, with 321

infants in the age group from 6 to 30 months. Information was obtained through interviews

with the mothers using pre-coded questionnaires. The nutritional assessment was done

through mean Z-scores of length-for-age, weight-for-age and weight-for-length indicators,

using the curves of the National Center for Health Statistics for comparison. It was studied the

effect of socioeconomic, demographical indicators, and biological variables on infant length-

for-age.

RESULTS: the percentages of moderate and severe malnutrition (< -2 Z-scores) were 10.9%,

5.3% and 0.6% for length-for-age, weight-for-age and weight-for-length, respectively. The

explanatory variables that had a p value < 0.20 in the association with length-for-age were

chosen to the included in the linear multivariable regression analysis. The final model of this

analysis showed that among the socioeconomic variables, the type of ceiling had a significant

influence in the nutritional status, explaining 2.7% of the variation of length-for-age. The

infant biological variables (birthweight and hemoglobin concentration) contributed with

12.5% of this variation. Considered all together, the variables explained 16.5% of the

variation of length-for-age

CONCLUSION: of the variables examined, the biological factors had a higher influence in

the variation of length-for-age than socioeconomic ones in this population.

Index terms: nutritional status, anthropometry, determinant factors, and length-for-age index

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INTRODUÇÃO

O estado nutricional de uma população, sobretudo das crianças, é um excelente indicador

da qualidade de vida, espelhando o modelo de desenvolvimento de uma determinada

sociedade1. Acompanhar a situação nutricional das crianças constitui instrumento essencial

para aferição das condições de saúde da população infantil tornando-se uma oportunidade

ímpar para obter medidas objetivas da evolução das condições de saúde de uma população2.

Por ser um período particularmente vulnerável, os primeiros anos de vida são decisivos

para o crescimento das crianças, na medida em que sofre a interferência do estado nutricional,

sendo estas, portanto, habitualmente escolhidas como grupo indicador da presença de

desnutrição na população2.

Destarte, o estado nutricional é considerado como um dos melhores indicadores de

saúde da criança, em razão de sua estreita dependência de fatores ambientais, tais como

alimentação, ocorrência de doenças, cuidados gerais e de higiene, condições de habitação e

saneamento básico, acesso aos serviços de saúde, refletindo assim, as condições de vida da

criança, no passado e no presente3.

Monteiro, 19844, demonstrou que o déficit estatural de crianças aos 7 anos já está

estabelecido aos 24 meses. Como a estatura é uma medida corporal de evolução lenta e

progressiva, sua dimensão reflete a história da situação socioeconômica e nutricional de uma

população5,6.

O retardo do crescimento, então, vem a ser o reflexo direto da desnutrição produzida

pela pobreza, uma vez que se manifesta mediante prolongada privação alimentar e/ou

processos mórbidos reincidentes, freqüentemente ligados à pobreza1,6,7. No entanto, essa

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relação não é direta, mas é permeada por uma rede complexa de fatores de natureza diversa,

categorizada em níveis hierarquizados7.

As privações de ordem social estão associadas a baixa renda, dieta inadequada,

ocupações manuais não especializadas, baixo nível educacional, precárias condições de

habitação e saneamento, famílias numerosas e grande incidência de morbidade 6. E dentre as

de ordem biológica destacam-se o baixo peso ao nascer e os baixos níveis de hemoglobina,

caracterizado pela anemia8-12.

Em nosso país, um número crescente de crianças de níveis socioeconômicos menos

favorecidos, dos centros urbanos, vem sendo atendidas em creches gratuitas. A demanda por

estes serviços é grande e tende a aumentar pelo fato da mãe trabalhar para contribuir para o

aumento da renda familiar. No entanto, este é um modelo de instituição ainda pouco estudado.

Programas que tenham por base os cuidados infantis disponibilizados de forma integral e de

boa qualidade, destinados às crianças, desde os primeiros meses de vida, podem exercer papel

preventivo no sentido de protegê-las de distúrbios nutricionais, especialmente a desnutrição

crônica13.

Entretanto, é necessária uma atenção especial a estas crianças, onde muito pequenas

saem do seu ambiente natural de vida, substituindo o convívio familiar, e permanecendo muito

tempo neste espaço, deixando-as muito ligadas ao serviço, criando assim uma situação bem

diferenciada. Deve-se acrescentar, também, que lactentes e pré-escolares que freqüentam

instituições, especialmente as creches, estão, também sujeitas a maior risco de contraírem

doenças infecciosas, condições reconhecidas como associadas ao pior desempenho no estado

nutricional. Alguns estudos têm demonstrado que crianças freqüentadoras de creches adoecem

mais que as cuidadas exclusivamente em casa 14.

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Assim o presente artigo teve como objetivo avaliar o perfil nutricional de lactentes de 6 a

30 meses de idade, que freqüentam creches do município do Recife, a fim de identificar a

freqüência e o grau de intensidade do agravo nutricional crônico e verificar a sua associação

com alguns fatores determinantes.

MÉTODO

O estudo foi realizado em treze creches públicas municipais (23%), localizadas nos

Distritos Sanitários III, IV, V e VI da cidade do Recife. O desenho do estudo foi do tipo

transversal e realizado no período de agosto a outubro de 2004. A população estudada

consistiu de crianças entre 6 e 30 meses de vida matriculadas nestas creches. Para o

dimensionamento amostral, utilizou-se a prevalência de 12,1% de desnutrição (grave e

moderada) segundo o índice comprimento/idade para o Estado de Pernambuco, de crianças

menores de 5 anos, obtida na II Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição de 199715.

Para o cálculo da amostra, utilizou-se o sub-programa Statcalc do Epi-Info,

considerando-se um erro amostral máximo em torno de 3,6% no valor previsto de 12,1% de

prevalência da desnutrição, com um nível de confiança de 95%. Assim, para a amostra final

foram necessárias 315 crianças.

A variável dependente consistiu do estado nutricional avaliado através do índice

comprimento/idade. As variáveis independentes relacionadas à criança foram sexo, idade,

peso ao nascer, aleitamento, hemoglobina e albumina; as variáveis socioeconômicas

compreenderam renda familiar per capita, tipo de habitação, regime de ocupação e condições

da habitação como: parede, piso, teto, abastecimento de água, sanitário, lixo e bens

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domésticos; as variáveis demográficas consistiram em nº de pessoas no domicílio, nº de

crianças < 5 anos e nº de pessoas/cômodo; e, as variáveis maternas incluíram idade,

alfabetização e escolaridade. Estas informações foram coletadas por dois assistentes de

pesquisa na creche em formulários pré-codificados através de entrevistas com a mãe ou

responsável pela criança.

Foram colhidas amostras de sangue venoso, pela auxiliar de enfermagem do laboratório

responsável pelas análises e por uma assistente de pesquisa. As amostras eram então

transferidas para tubos de ensaio com EDTA e em seguida encaminhadas para o laboratório,

onde se procedia as dosagens da hemoglobina e albumina. Para classificar a anemia foram

utilizados os valores < 9,0 g/dL para anemia moderada a grave, 9,0-10,9 g/dL para anemia

leve e ≥ 11,0 g/dL para normalidade16.

A avaliação antropométrica foi realizada após padronização e treinamento prévio dos

pesquisadores17 e a técnica adotada baseou-se nas recomendações da Organização Mundial de

Saúde, 199518. O peso foi obtido utilizando balança digital de marca Marte com capacidade de

160Kg (modelo MS 160, Goiânia, Brasil) com precisão de 50 g.

Crianças que ainda não andavam foram pesadas nos braços do entrevistador e o peso

total deduzido do peso do entrevistador. Para aferição do comprimento foi utilizado

antropômetro (Raven Equipment, Made in England) com amplitude de 100 cm e sub-divisões

de 0,1 cm. Para garantir a precisão e exatidão das mensurações, as crianças foram medidas

duas vezes e a diferença entre as avaliações não deveria exceder 0,5 cm, no caso de extrapolar

esse limite, repetia-se a mensuração, até que essas diferenças não fossem ultrapassadas, sendo

utilizada a média entre as medidas do comprimento.

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O estado nutricional das crianças foi classificado pelos índices, Comprimento/Idade

(C/I); Peso/Idade (P/I) e Peso/Comprimento (P/C), expressos segundo os valores em escore Z.

O padrão de referência utilizado para comparação das medidas de peso e comprimento foi o

do National Center for Health Statistics (NCHS) de uso recomendado pela Organização

Mundial de Saúde, 199518. Para avaliação do estado nutricional, utilizou os pontos de corte, <

- 2 escores Z = desnutrição grave e moderada, - 2 escores Z a < - 1 escores Z = risco

nutricional e ≥ - 1 escores Z = eutrófico.Definiu-se aleitamento materno, a criança que

recebeu ou estava recebendo leite materno diretamente do seio ou extraído,

independentemente de estar recebendo qualquer alimento ou líquido, incluindo leite não

humano19.

O pacote estatístico Epi Info, versão 6,04 (CDC, Atlanta) foi utilizado para realizar a

dupla entrada de dados que teve a finalidade de checar a consistência e a validação da

digitação. A avaliação do estado nutricional foi realizada por meio do sub-programa epinut.

O índice comprimento/idade foi analisado como variável contínua. As associações

foram feitas com relação a este índice por apresentar maior prevalência de déficit nutricional

e se constituir atualmente, a forma mais freqüente e representativa de desvio antropométrico.

O teste t de Student e a análise de variância (ANOVA) foram utilizados para comparar as

diferenças entre médias nas análises bivariadas, considerando-se significância estatística valor

de p ≤ 0,05. A matriz de correlação não identificou multicolinearidade entre as variáveis visto

que os coeficientes de correlação de Pearson ficaram abaixo de 0,52.

A análise de regressão linear multivariada foi realizada com o Statistical Package for

Social Science (SPSS), versão 12.0.1., a fim de avaliar o impacto das variáveis independentes

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previamente selecionadas sobre o índice comprimento/idade. Entre as variáveis independentes

o peso ao nascer e as concentrações de hemoglobina e de albumina foram tratadas como

variáveis contínuas. Todas as variáveis com valor de p<0,20 nas análises bivariadas foram

selecionadas para inclusão nos modelos de regressão, tendo sido utilizado o método stepwise.

Inicialmente foi realizada a regressão de 11 variáveis socioeconômicas e maternas (tipo de

habitação, regime de ocupação e condições da habitação como: parede, piso, teto,

abastecimento de água, sanitário, e bens domésticos – TV, geladeira e telefone fixo no

domicilio – e escolaridade materna). Em seguida foram introduzidas no modelo as variáveis

relacionadas às crianças (peso ao nascer, aleitamento materno, concentrações de hemoglobina

e de albumina).

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da

Saúde da Universidade Federal de Pernambuco.

RESULTADOS

De acordo com a tabela 1, verifica-se uma prevalência muito baixa de desnutrição (< - 2

escores Z) pelo índice peso/altura (0,6%), inferior ao esperado em populações bem nutridas

dos Estados Unidos (2,3%)18, uma prevalência intermediária de acordo com o índice

peso/idade (5,3%) e uma prevalência alta de desnutridos pelo índice altura/idade (10,9%).

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Tabela 1 – Estado Nutricional das crianças que freqüentavam as creches da cidade do

Recife – PE, 2004.

ÍNDICES

N (321)

%

ESTADO NUTRICIONAL Peso/Idade (Escores Z) < -2 -2 a < -1 ≥ -1

17 67 237

5,3

20,9 73,8

Comprimento/ Idade (Escores Z) < -2 -2 a < -1 ≥ -1

35 88 198

10,9 27,4 61,7

Peso/Comprimento (Escores Z) < -2 -2 a < -1 ≥ -1

2

24 295

0,6 7,5

91,9

Com relação às variáveis socioeconômicas (Tabela 2), verifica-se que 53,3% das

famílias percebiam uma renda per capita/mensal inferior a ¼ do salário mínimo, a maioria das

famílias (71,3%) morava em casa ou apartamento, com paredes de alvenaria/tijolo (82,9%),

com canalização interna (81,0%), e sanitário com ou sem descarga (87,6%), e apenas 53,6%

das residências possuíam teto de laje concreto ou telha de barro. Quanto à disponibilidade de

bens de consumo, verificou-se que 2/3 ou mais das famílias possuíam TV, rádio e geladeira.

Na tabela 3, das variáveis demográficas, observa-se que em 45,8% dos domicílios moravam

de quatro a cinco pessoas, em 40,2% a proporção era de uma criança com menos de 5 anos

por família e em 77,2% cohabitavam uma ou duas pessoas/cômodo.

No que se refere às variáveis maternas (Tabela 4), observa-se que 9,1% das mães eram

adolescentes (<19 anos), e a maioria (69,4%) com idade entre 20 a 29 anos. Quanto à

alfabetização, 62,5% das mães eram alfabetizadas e 44,4% do total da amostra tinham

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freqüentado até o 1º grau maior completo ou incompleto. Com relação às variáveis biológicas

das crianças, percebe-se que houve um discreto predomínio do sexo masculino (56,7%) e a

faixa de idade que prevaleceu foi a de 13-24 meses com 66,5% dos casos. O baixo peso ao

nascer (<2.500g) apresentou uma freqüência de 6,8% e o peso insuficiente (2.500-2.999g) de

21,5%. Com relação aos níveis de hemoglobina, foi visto que 27,7% das crianças estavam com

anemia moderada a grave (Hb < 9,0 g/dL) e 63,9% com anemia leve (Hb 9,0-10,9 g/dL).

Assim, segundo definição da Organização Mundial de Saúde16, 91,6% das crianças

encontravam-se anêmicas. No que diz respeito ao nível de albumina verificou-se que 20% das

crianças encontravam-se com níveis de albumina < 4,20 g/L. E, em relação ao aleitamento

materno, verificou-se que 21,5% das crianças ainda mamavam no momento da entrevista e

72,3% haviam recebido leite materno, enquanto 6,2% nunca haviam mamado.

Oliveira, JS Avaliação do estado nutricional de crianças de creches... Artigo

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Tabela 2- Características socioeconômicas segundo o indicador Comprimento/Idade, Recife-PE, 2004.

VARIÁVEIS N % COMPRIMENTO/IDADE Média DP p

SOCIOECONÔMICAS

Renda “per capita” (SM)*

< 0,25 0,25-0,49 ≥ 0,50 Tipo de habitação Casa ou apartamento Quarto/Cômodo ou outros

160 104 36 229 92

53,3 34,7 12,0 71,3 28,7

-0,77 -0,74 -0,44 -0,59 -0,98

1,07 1,23 0,92 1,10 1,11

0,27

0,004

Regime de ocupação Própria Alugada Cedida ou invadida ou outros

184 75 62

57,3 23,4 19,3

-0,77 -0,43 -0,81

1,13 1,14 1,03

0,06

Parede Alvenaria/Tijolo Taipa ou tábuas ou papelão ou latão ou outros

266 55

82,9 17,1

-0,62 -1,09

1,12 1,05

0,004

Piso Cerâmica Cimento/Granito Terra ou tábua ou outros

45 233 43

14,0 72,6 13,4

-0,47 -0,70 -0,95

1,18 1,08 1,20

0,14

Teto Laje concreto ou telha de barro Telha de amianto ou outro

172 149

53,6 46,4

-0,52 -0,91

1,05 1,15

0,002

Abastecimento Água Com canalização interna Sem canalização interna

260 61

81,0 19,0

-0,61 -1,06

1,11 1,07

0,004

Sanitário Com descarga Sem descarga Ausente

137 144 40

42,7 44,9 12,4

-0,62 -0,65 -1,17

1,19 1,04 1,01

0,02

Lixo Coleta direta Coleta indireta ou queimado ou terreno baldio ou outro

284 37

88,5 11,5

-0,68 -0,87

1,13 1,01

0,32

Bens domésticos TV Sim Não

255 66

79,4 20,6

-0,65 -0,90

1,12 1,11

0,11

Rádio Sim Não

221 100

68,8 31,2

-0,65 -0,81

1,09 1,17

0,22

Geladeira Sim Não

213 108

66,4 33,6

-0,61 -0,88

1,09 1,16

0,04

Telefone celular Sim Não

87 234

27,1 72,9

-0,67 -0,71

1,17 1,10

0,73

Telefone fixo Sim Não

54 267

16,8 83,2

-0,50 -0,74

1,06 1,13

0,15

Vídeo Sim Não

Máquina de lavar Sim Não

30 291 18 303

9,3 90,7 5,6 94,4

-0,57 -0,71 -0,47 -0,71

0,99 1,13 1,11 1,12

0,50

0,36

* 21 casos s/ informação (6,5%), S.M Salário Mínimo = R$ 260,00.

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Tabela 3- Características demográficas segundo o indicador Comprimento/Idade, Recife-PE, 2004.

As tabelas 2, 3 e 4 apresentam também a associação entre as variáveis explanatórias com

o índice comprimento/idade. As variáveis que apresentaram p < 0,20 foram selecionadas para

a análise de regressão linear multivariada.

Os resultados da regressão linear multivariada tendo o índice comprimento/idade como

variável dependente estão apresentados na tabela 5. Por meio dessa análise observou-se que a

condição socioeconômica, representada pelo tipo de teto, influenciou significativamente o

estado de nutrição das crianças, explicando 2,7% da sua variação. As variáveis biológicas da

criança, como peso ao nascer e concentração de hemoglobina foram as que tiveram um

impacto maior na variação do índice comprimento/idade, contribuindo com 12,5%, o

abastecimento de água perdeu sua significância no modelo final, embora tenha contribuído

com um pequeno percentual (1,3%). Consideradas no seu conjunto, as variáveis explicaram

16,5% da variação do comprimento/idade.

VARIÁVEIS N %

COMPRIMENTO/IDADE Média DP p

DEMOGRÁFICAS

Pessoas no domicílio

1-3

4-5

≥ 6

Crianças < de 5 anos

1

2

≥ 3

Nº pessoas/cômodo

1

2

≥ 3

70

147

104

129

125

67

123

125

73

21,8

45,8

32,4

40,2

38,9

20,9

38,3

38,9

22,8

-0,76

-0,71

-0,65

-0,58

-0,78

-0,78

-0,57

-0,73

-0,86

1,19

1,04

1,17

1,22

1,10

0,92

1,14

1,15

1,01

0,81

0,28

0,20

Oliveira, JS Avaliação do estado nutricional de crianças de creches... Artigo

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Tabela 4- Características maternas e biológicas das crianças segundo o indicador Comprimento/Idade, Recife-PE, 2004.

VARIÁVEIS N

%

COMPRIMENTO/IDADE Média DP p

MATERNAS Idade (anos) *

≤ 19 20-24 25-29 ≥ 30 Alfabetização**

Lê Lê com dificuldade ou não lê Escolaridade materna (anos) 0-4 5-8 ≥ 9

BIOLÓGICAS DAS CRIANÇAS Sexo Masculino Feminino Idade (meses) 6-12 13-18 19-24 ≥ 25 Peso ao nascer (g)***

< 2.500 2.500-2.999 3.000-3799 ≥ 3.800 Aleitamento materno Mama Mamou Nunca mamou Hemoglobina (g/dL) < 9,0 9,0-10,9 ≥ 11,0 Albumina**** (g/L)

< 4,20 4,20-4,49 4,50-4,79 ≥ 4,80

29 122 100 69 200 120 113 139 61 182 139 58 99 114 49 21 67 179 44 69 232 20 89 205 27 62 78 92 78

9,1 38,1 31,3 21,5 62,5 37,5 36,1 44,4 19,5 56,7 43,3 18,1 30,9 35,6 15,4 6,8 21,5 57,6 14,1 21,5 72,3 6,2 27,7 63,9 8,4 20,0 25,2 29,6 25,2

-0,81 -0,62 -0,73 -0,75 -0,66 -0,78 -0,81 -0,69 -0,45 -0,66 -0,75 -0,57 -0,74 -0,73 -0,70 -1,22 -1,17 -0,57 -0,21 -0,83 -0,63 -1,01 -1,02 -0,66 0,04 -0,84 -0,84 -0,72 -0,32

1,38 1,12 1,11 1,02 1,08 1,17 1,22 1,08 0,97 1,10 1,14 1,17 1,03 1,06 1,36 1,13 1,11 1,05 1,05 1,07 1,10 1,39 1,07 1,11 0,96 1,05 1,03 1,00 1,19

0,78 0,35 0,13 0,47 0,82 < 0,001 0,19 <0,001 0,008

*01 caso s/ informação (0,3%) ** 08 casos s/ informação (2,5%) *** 10 casos s/ informação (3,1%) ****11casos s/ informação (3,4%0)

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Tabela 5- Modelo de regressão linear multivariada dos fatores associados ao

Comprimento/Idade (escore Z).

Comprimento/Idade

Variáveis Não-ajustada p Ajustada* Cl (95%) p R2b

βa βa %

Teto amianto/outro -0,385 0,002 -0,354 -0,594 a -0,115 0,004 2,7 (2,7)

Água s/ canalização -0,450 0,004 -0,150 -0,455 a 0,156 0,337 4,0 (1,3)

Peso ao nascer (Kg) 0,109 < 0,001 0,596 0,386 a 0,805 <0,001 13,9 (9,9)

Hemoglobina (g/dL) 0,208 < 0,001 0,159 0,056 a 0,262 0,003 16,5 (2,6) a Coeficiente de regressão b Coeficiente de determinação * Ajustado para tipo de habitação, regime de ocupação, tipo de parede, piso, esgotamento sanitário, escolaridade materna, bens domésticos (TV, geladeira e telefone fixo), concentração de albumina e aleitamento materno. DISCUSSÃO

Crianças com déficit no índice comprimento/idade < -2 escores Z, neste estudo, (10,9%)

foi superior ao esperado em populações bem nutridas nos Estados Unidos (2,3%)18, e também

ao observado por Fisberg et al, 200420, estudando o estado nutricional de pré-escolares

freqüentadores de creches públicas no Município de São Paulo (7,0%) e por Ribas et al

199921, em crianças menores de cinco anos pertencentes a famílias de baixa renda da região

Centro-Oeste (6,3%). No entanto, foi inferior ao verificado por Olinto, et al, 19938, analisando

os determinantes da desnutrição em crianças menores de 2 anos numa população de baixa

renda em Pelotas, em 1992 (15,0%) e ao encontrado no Estado de Pernambuco em 1997

(12,1%) por Rissin, 200312, analisando a desnutrição crônica em crianças menores de 5 anos.

As comparações foram realizadas com estudos de base populacional, por haver poucos

estudos descritivos com crianças em creches, no entanto, reconhece-se a limitação da

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extrapolação desses resultados. Na literatura a relação entre estatura e condicionantes

ambientais está bem documentada22. O mesmo pode ser visto com a condição

socioeconômica, como por exemplo a renda familiar, onde é freqüentemente evidenciada a

associação significativa com o estado nutricional2,12,21,23.

No estudo em questão, a condição socioeconômica representada pela variável tipo de teto, foi

a única que se manteve significante na etapa final da análise multivariada. A ausência de

significância estatística de outras variáveis socioeconômicas no modelo final da análise

multivariada pode ser atribuída a uma homogeneidade do nível de pobreza da população

estudada, não havendo contraste suficiente entre as categorias dos demais indicadores

socioeconômicos em demonstrar associação estatisticamente significante.

No presente estudo verificou-se, também, o impacto significante que as variáveis peso

ao nascer e os níveis de hemoglobina tiveram sobre o estado nutricional. O peso ao nascer,

tem sido constantemente avaliado em relação à condição nutricional das crianças2,10. Rissin,

200312, estudando a desnutrição no Estado de Pernambuco, demonstrou a forte associação

entre peso ao nascer e desnutrição e verificou, ainda, que nos três estratos geográficos desse

estado, o baixo peso aos nascer se mostrou intensamente associado com o retardo estatural em

crianças.

Estudos feitos a nível populacional, dentro ou fora do país, são concordantes em

evidenciar o baixo peso ao nascer como fator de risco preponderante para a predição do estado

nutricional da criança. Neste estudo o baixo peso foi o fator mais importante na variação do

indicador comprimento/idade.

A interferência que o peso ao nascer exerce sobre o crescimento infantil vem sendo

continuamente evidenciada na literatura8,9,11,23. No presente estudo, o baixo peso ao nascer

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(<2500g) contribuiu com 9,9% da variação do indicador comprimento/ idade. Com isto, fica

notório que o peso ao nascer entre os nascidos vivos tem relação direta com a qualidade de

vida, crescimento e desenvolvimento e mortalidade infantil24.

De acordo com a OMS25, o baixo peso ao nascer, é o indicador mais importante das

chances de recém nascido sobreviver e ter crescimento normal, tendo em vista sua grande

influencia sobre os coeficientes de mortalidade infantil e mortalidade proporcional em < de 5

anos. Evidencia-se, assim, a importância do peso ao nascer como um indicador de interesse

primordial para a vigilância nutricional, na medida que funciona como um preditor de

considerável acuidade para o prognóstico do estado nutricional10,12. A importância deste

indicador seria ainda mais relevante, em termos estatísticos, se os estudos de prevalência da

desnutrição não fossem expressivamente afetados pelo viés de sobrevivência derivado do fato

de que deixam de ser contabilizados, evidentemente as mortes associadas ao baixo peso ao

nascer26.

No entanto, Fisberg et al, 200420, estudando o estado nutricional e fatores associados ao

déficit de crescimento em crianças de creches públicas no município de São Paulo, não

verificaram associação entre o peso ao nascer e retardo de crescimento. Podendo se atribuir a

cuidados muito diferenciados com a alimentação e condições de saúde no caso particular

dessa creche.

Para ocorrência do baixo peso ao nascer estão implicados diversos fatores, podendo ser

uma manifestação de uma condição inadequada de saúde e nutrição do binômio mãe/feto,

refletindo as condições da gestação e, em última instância, as condições socioeconômicas, às

quais a mãe está inserida, com isto o peso de nascimento pode, por um lado espelhar o que

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aconteceu no passado, e se presta por outro, como um fator preditivo de possíveis

complicações pós-natais a curto e longo prazo, principalmente se as condições ambientais e

socioeconômicas que interferiram no peso de nascimento persistirem3,9. Interpretar o impacto

que o baixo peso ao nascer exerce sobre a condição de nutrição pós-natal não é de fácil tarefa,

devido aos múltiplos fatores envolvidos na causalidade do peso ao nascer, como também, são

diversos os fatores que influenciam o estado nutricional pós-natal. Destarte, as chances de

risco são próprias para cada circunstância, funcionando o peso ao nascer como um

componente inicial endógeno de discriminação que se determina, afinal, por conta de fatores

exógenos do ambiente físico e social27.

No que diz respeito aos níveis de hemoglobina ou a deficiência de ferro caracterizada

pela anemia é possível perceber que quando há uma deficiência de ferro durante os primeiros

dois anos de vida, há evidências de atraso no desenvolvimento psicomotor e alterações

comportamental, cognitiva e de linguagem. Havendo assim, importantes repercussões sobre

seu desenvolvimento físico e mental28.

A anemia ferropriva é altamente prevalente em crianças brasileiras menores de dois

anos, iniciando-se muito precocemente na infância1. No presente trabalho a prevalência de

anemia (Hb <11,0 g/dL) foi de 91,6% e a concentração de hemoglobina contribuiu em 2,6%

na variação do indicador de déficit estatural, apresentando associação estatisticamente

significante.

Lima et al, 200429 estudando os fatores determinantes dos níveis de hemoglobina em

crianças aos 12 meses na Zona da Mata pernambucana verificaram uma associação

estatisticamente significante entre os níveis de hemoglobina e o índice comprimento/idade. O

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mesmo aconteceu com o estudo de Brunken et al, 200211, onde analisou anemia em crianças

menores de 3 anos que freqüentavam creches públicas em período integral.

Entretanto, estes dados não corroboram com os achados de Miranda et al, 200330

examinando a anemia ferropriva e estado nutricional de crianças com idade de 12 a 60 meses

no município de Viçosa e com os de Stefanini, et al, 199528 estudando a anemia e desnutrição

em escolares no município de Osasco, os quais não encontraram associação significativa entre

anemia e déficit estatural. Estes resultados podem ser explicados por ambos pertencerem à

faixa etária um tanto diferente da estudada.

Apesar de não se ter encontrado associação estatística, neste estudo, entre amamentação

e estado nutricional, sabe-se da importância do aleitamento materno, principalmente na faixa

de idade estudada, por conter, o leite materno, fatores de proteção contra infecções e ser

também uma importante fonte de nutrientes. E ainda, a literatura tem demonstrado que a

associação entre uma alimentação pós desmame inadequada quantitativa e qualitativamente

favorece o desencadeamento de déficits nutricionais com repercussões no crescimento

estatural1,3.

O presente estudo, revelou que o percentual de desnutridos pela relação

comprimento/idade foi superior àqueles encontrados para os índices peso/idade e

peso/comprimento, ratificando a afirmativa de que o déficit estatural é o desvio

antropométrico mais freqüente e representativo da desnutrição infantil. Ainda, em relação ao

índice comprimento/idade, verificou-se, através de análise de regressão linear multivariada

que as variáveis biológicas (peso ao nascer e concentração de hemoglobina) tiveram um

impacto maior na variação deste índice do que as variáveis socioeconômicas.

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28. Stefanini, MLR; Colli, C; Lerner, BR; Lei, DLM; Chaves, SP; Di Pietro, MS; Oliveira,

AAM; Szarfarc, SC. Anemia e desnutrição em escolares da rede pública do Município de

Osasco, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública 1995; 11(3): 439-47.

Oliveira, JS Avaliação do estado nutricional de crianças de creches... Artigo

53

Page 66: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DE …obtenção do grau de Mestre em Nutrição, área de concentração Saúde Pública. Orientadora: Marília de Carvalho Lima Profª

29. Lima, ACVMS; Lira, PIC; Romani, SAM; Eickmann, SH; Piscoya MD; Lima, MC.

Fatores determinantes dos níveis de hemoglobina em crianças aos 12 meses de vida na Zona

da Mata Meriodional de Pernambuco. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant. 2004; 4:35-43.

30. Miranda, AS; Franceschini, SCC; Priore, SE; Euclydes MP; Araújo, RMA; Ribeiro,

SMR, et al. Anemia ferropriva e estado nutricional de crianças de 12 a 60 meses do município

de Viçosa, MG. Rev. Nutr. 2003 16 (2): 163-9.

Oliveira, JS Avaliação do estado nutricional de crianças de creches... Artigo

54

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CCoonnssiiddeerraaççõõeess FFiinnaaiiss

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44.. CCOONNSSIIDDEERRAAÇÇÕÕEESS FFIINNAAIISS

Os resultados deste estudo apontam a coexistência de desnutrição crônica e anemia. E

reforça a hipótese de que tanto os riscos biológicos, entre eles o baixo peso ao nascer, como as

condições socioeconômicas influenciam o estado nutricional.

Neste contexto, o estudo da prática alimentar infantil ganha maior importância como

estratégia de combate a má nutrição, sendo indispensável seu conhecimento nas comunidades

estudadas. É pertinente lembrar que invariavelmente o déficit estatural estabelece-se durante

os dois primeiros anos de vida e, portanto, todos os esforços deveriam ser orientados no

sentido de oferecer às crianças de menor idade acesso à assistência à saúde, condições de

infra-estrutura domiciliar e, na medida do possível, orientação ás mães, visando a ampliação

do período de aleitamento materno, como também orientação e capacitação nos cuidados pré-

natais e infantis. Faz-se ainda necessário, estabelecer cuidados especiais de atenção e

assistência às crianças nascidas com baixo peso, em função de sua repercussão a longo prazo,

como também, utilizar critérios de risco (peso ao nascer, concentrações de hemoglobina,

condições de habitação) como parte dos princípios normativos para a vigilância nutricional.

Considera-se concernente, a realização de uma avaliação sobre o trabalho desenvolvido

por entidades governamentais como, por exemplo, as creches. E ainda, embora seja

indiscutível a relevância de políticas sociais visando amenizar os grandes problemas que

afetam a população brasileira, fica clara a necessidade de uma reorientação no sentido de

direcioná-la para os grupos, tradicionalmente fora do alcance das políticas públicas.

Oliveira, JS Avaliação do estado nutricional de crianças de creches... Artigo

56

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E, considerando a área trabalhada, representada pelas creches municipais da cidade do

Recife, recomenda-se, na medida do possível, a inserção de profissionais capacitados neste

ambiente, na tentativa de diagnosticar precocemente distúrbios nutricionais, bem como,

realizar o acompanhamento dessas crianças e a implementação de ações de promoção da

saúde, como a realização de trabalhos educativos, sobretudo, na área da educação nutricional,

com as cuidadoras e cozinheiras.

Oliveira, JS Avaliação do estado nutricional de crianças de creches... Artigo

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AAnneexxooss

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO MATERNO-INFANTIL DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA

NOME DA PESQUISA: AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE TRÊS ESQUEMAS DE TRATAMENTO MEDICAMENTOSOS NA ANEMIA EM LACTENTES

LOCAL DO ESTUDO: CRECHES PÚBLICAS DA CIDADE DO RECIFE

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO: Av. Prof. Moraes Rego, s/ n. Cid. Universitária, 50670-901, Recife – PE, fone:

2126 8470.

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Senhores pais,

Estamos realizando uma pesquisa que tem objetivo avaliar a melhor forma de prevenir e de tratar a

anemia em crianças com idade entre 6 e 24 meses. Queremos saber qual das suplementações (ferro,

ferro+vitamina E e ferro+ micronutrientes) trará uma melhor resposta para a prevenção e o tratamento da anemia

ferropriva ou se é necessário oferecer para todas as crianças, exclusivamente, o sulfato ferroso como recomenda

o Ministério da Saúde. A anemia em crianças nesta idade é um problema de saúde importante, sendo necessário

que todas as mães aprendam a preveni-la.

Este é um termo de consentimento que pode conter palavras que você não compreenda. Por favor,

pergunte a um auxiliar de pesquisa do projeto sobre quaisquer palavras ou informações que você não entenda

claramente.

Para saber se a crianças tem anemia serão colhidos 3 ml de sangue venoso de seu filho por um técnico

do projeto, utilizando material próprio descartável. Todos os cuidados serão tomados para evitar infecção no local

da picada. Caso ocorra algum problema, deverá ser comunicado ao assistente de pesquisa a ao pediatra da

creche que fará o devido atendimento. A criança poderá chorara durante a realização do exame. No início do

tratamento, algumas crianças poderão apresentar enjôo, diarréia ou intestino preso. Qualquer alteração procure o

pediatra da creche ou o serviço de saúde para orientação e comunique ao assistente do projeto da creche.

Esta pesquisa trará benefícios para o (s) seu (s) filho (s), reduzindo os índices de anemia e

conseqüentemente melhorando as a saúde do(s) mesmo(s).

A sua participação é voluntária e você pode sair a qualquer momento, se assim, desejar, como

também será assegurado o anonimato do nome do seu (s) filho (s). Sempre que tiver dúvidas, procure um dos

membros da equipe de estudo para esclarece-las.

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CONSENTIMENTO DA MÃE DA CRIANÇA

NOME DA CRIANÇA: _____________________________________________________

Li e entendi as informações precedentes descrevendo este projeto de

pesquisa e todas as minhas dúvidas em relação ao estudo e a minha participação nele foram

respondidas satisfatoriamente. Livremente, dou o meu consentimento para a participação do

meu filho neste estudo, até que me decida pelo contrário.

Recife, _____/_____/ 2004.

_________________________________________ ___________________________ Nome da mãe ou responsável (letra de forma) Assinatura

_________________________________________ ___________________________ Nome do investigador (letra de forma) Assinatura

_________________________________________ ____________________________ Nome da 1ª testemunha (letra de forma) Assinatura

_________________________________________ ____________________________ Nome da 2ª testemunha (letra de forma) Assinatura

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PROJETO AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE TRÊS ESQUEMAS DE TRATAMENTO MEDICAMENTOSO NA ANEMIA EM LACTENTES

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO MATERNO-INFANTIL

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA

1.Número da criança: ┌───┬───┬───┬───┐ NUMERO │ │ │ │ │ └───┴───┴───┴───┘ 2.Nome da criança: ____________________________________________________

3. Creche CRECHE ┌───┬───┐ │ │ │ └───┴───┘ MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS

4. Peso (kg) 1 Peso (kg) 2 PESO1 ┌───┬───┐ ┌───┬───┬───┐ ┌───┬───┐ ┌───┬───┬───┐ │ │ │ │ │ │ │ │ │ │ │ │ │ │ PESO2 └───┴───┘.└───┴───┴───┘ └───┴───┘.└───┴───┴───┘

5.Comprimento (cm) 1 Comprimento (cm) 2 COMP1 ┌───┬───┐ ┌───┐ ┌───┬───┐ ┌───┐ │ │ │ │ │ │ │ │ │ │ COMP2 └───┴───┘,└───┘ └───┴───┘,└───┘

6.P.C.(cm) 1 P.C.(cm) 2 PC1 ┌───┬───┐ ┌───┐ ┌───┬───┐ ┌───┐ │ │ │ │ │ │ │ │ │ │ PC2 └───┴───┘,└───┘ └───┴───┘,└───┘

7. Hemoglobina ┌───┬───┐ ┌───┐ HB │ │ │ │ │ └───┴───┘,└───┘

8. Albumina ┌───┬───┐ ┌───┐ ALB │ │ │ │ │ └───┴───┘,└───┘

9. Entrevistador: ┌───┬───┐ ENTREV _____________________________ │ │ │ └───┴───┘

10. Data da entrevista ┌───┬───╥───┬───╥───┬───┐ DATAEN │ │ ║ │ ║ │ │ └───┴───╨───┴───╨───┴───┘

11. Observações:______________________________________ ______________________________________________________________

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PROJETO AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE TRÊS ESQUEMAS DE TRATAMENTO MEDICAMENTOSO NA ANEMIA EM LACTENTES

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO MATERNO-INFANTIL

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA

QUESTIONÁRIO DA CRIANÇA E DA FAMÍLIA: RECRUTAMENTO

1. Número da criança: NUMERO 2. Nome da criança: __________________________________________ 3. Nome da mãe: _______________________________ 4. Endereço: _________________________________________________ 5. Informação adicional do endereço: __________ _______________________________________________ 6. Nome da Creche:______________________ CRECHE ________________________________________ A. CARACTERÍSTICAS DA CRIANÇA: dia mês ano 7. Data do nascimento ┌───┬───╥───┬───╥───┬───┐ DATANS │ │ ║ │ ║ │ │ └───┴───╨───┴───╨───┴───┘ ┌───┐ ┌───┬───┬───┐ 8. Peso ao nascer (Kg) │ │ │ │ │ │ PNAS └───┘.└───┴───┴───┘ 9. Sexo: ______________________ ┌───┐ SEXO (1) Masculino (2) Feminino │ │ └───┘ 10. A criança mama atualmente: (1) Sim ┌───┐ MAMA (2) Não │ │ (9) Não sabe └───┘ 11. Se a criança mama, tempo de amamentação (em dias): ______________________ ┌───┬───┬───┐ MAMAD (888)NSA (mama atualmente) │ │ │ │ (999) Não sabe └───┴───┴───┘

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12. Se a criança não mama, perguntar se a criança mamou: (1) Sim MAMOU (2) Não ┌───┐ (8) NSA (mama atualmente) │ │ (9) Não sabe └───┘ 13. Se a criança mamou, tempo de amamentação (em dias): ______________________ ┌───┬───┬───┐ MAMOUT │ │ │ │ (888)NSA (mama atualmente) └───┴───┴───┘ (999) Não sabe 14. Qual o tempo de aleitamento exclusivo (em dias): ______________________ ┌───┬───┬───┐ AMEX │ │ │ │ (999) Não sabe . └───┴───┴───┘ (888)NSA (Nunca mamou) 15. A criança está tomando algum fortificante ou vitamina? (1) Sim (2) Não (8) não sabe ┌───┐ FORTI │ │ └───┘ B. CARACTERÍSTICAS DA MÃE: 19. Qual é a sua idade? IDADEM (em anos completos) 20. Você pode ler uma carta ou revista ? MAELE (1) Com facilidade (2) Com dificuldade (3) Não

16. Se SIM: Qual o nome? ____________________ ┌───┬───┐ FORTIN │ │ │ └───┴───┘ 17. Qual laboratório? ___________ ┌───┬───┐ FORTIL ____________________________ │ │ │ └───┴───┘ 18. Quem prescreveu? (1) médico (4) pessoa da família (2) farmacêutico (5) iniciativa própria ┌───┐ FORTIP (3) outro profissional de saúde (8) não usou │ │ └───┘

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21. Qual foi a última série que você completou na escola? (1) 1o. grau menor 1 2 3 4 ESCMAE (2) 1o. grau maior 1 2 3 4 (3) 2o. grau 1 2 3 (4) Universidade 1 2 3 4 5 6 (88) Nunca foi a escola (99) Não sabe C. PERGUNTAS SOBRE OS MEMBROS DA FAMÍLIAE RENDA FAMILIAR: 22. O pai do seu filho pode ler uma carta ou revista? (1) Com facilidade PAILE (2) Com dificuldade (3) Não 23. Qual foi a última série que ele completou na escola? (1) 1o. grau menor 1 2 3 4 (2) 1o. grau maior 1 2 3 4 ESCPAI (3) 2o. grau 1 2 3 (4) Universidade 1 2 3 4 5 6 (88) Nunca foi a escola (99) Não sabe 24. Você está vivendo com o paidesta criança? (1) Sim (2) Não VIVEP 25. Quantas pessoas moram na casa com você? MORATOT Total: (incluindo você e excluindo a criança) No. de crianças menores de 5 anos (excluindo a criança) CRITOT 26. No mês passado, quanto ganhou cada pessoa que mora na sua casa e trabalha ou é aposentado/pensionista? 1a. pessoa: R$ _____ _____ _____ _____ _____ /mês 2a. pessoa: R$ _____ _____ _____ _____ _____ /mês 3a. pessoa: R$ _____ _____ _____ _____ _____ /mês Total: R$ _____ _____ _____ _____ _____ /mês (00000) Sem renda (99999) Não sabe RENDA

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D. PERGUNTAS SOBRE HABITAÇÃO E SANEAMENTO: 27.Tipo da residência: (1) Casa (3) quarto/cômodo CASA (2) Apartamento (4) Outro: ______ 28. Regime de ocupação da residência: (1) Própria (4) Invadida REGIME (2) Alugada (5) Outro:_______ (3) Cedida 29. Quantos cômodos (vãos) têm na sua casa? No. Total de cômodos: COMODO (incluir cozinha, banheiro) 30. Vocês dormem em quantos cômodos (vãos)? No. de cômodos DORME 31. De que material são feitas as paredes da sua casa? (1)Alvenaria/tijolo (2) Taipa PAREDE (3)Tábuas,papelão,latão (4) Outro: ____.

32. De que material é feito o piso(chão) da sua casa? (1)Cerâmica (2) Cimento/granito (3)Terra (barro) (4) Tábua PISO (5)Outro: _________ 33. De que material é feito o teto da sua casa? (1)Laje de concreto (2)Tela de barro TETO (3)Tela de cimento-amianto (eternit) (4)Outro: __________ 34. De onde vem a água que você usa em casa? C/ canalização interna S/ canalização interna (1) Rede geral (5) Rede geral (2) Poço ou nascente (6) Poço ou nascente AGUA (3) Chafariz (7) Chafariz (4) Outro:____________ (8) Outro:_____________ 35. Como é o sanitário da sua casa? (1) Sanitário com descarga (2) Sanitário sem descarga SANIT (3) Não tem

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36. A água que você bebe é: (1) Fervida (5) Mineral (2) Filtrada (6) Clorada BEBE (3) Coada (7) Outro: _________ (4) S/ tratamento 37. Destino do lixo: (1) Coleta direta (4) Queimado (2) Coleta indireta (5) Colocado LIXO em terreno baldio (3) Enterrado (6) Outro:___________ 38. Sua casa tem iluminação elétrica? (1) Sim LUZ (2) Não 39. Você tem algum desses aparelhos funcionando em casa? Geladeira (1) Sim (2) Não GELAD Rádio (1) Sim (2) Não RADIO Televisão (1) Sim (2) Não TV Fogão a gás (1) Sim (2) Não FOGAO Máquina de lavar (1) Sim (2) Não LAVAR Telefone fixo (1) Sim (2) Não FONE Telefone celular (1) Sim (2) Não CELL 40. Entrevistador:______________________ ________________________________________ ENTREV 41. Observações: ________________________________________ ____________________________________________________ 42. Data da entrevista: DATAEN

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Escopo e política

A Revista de Nutrição/Brazilian Journal of Nutrition é um periódico

especializado, aberto a contribuições da comunidade científica nacional e

internacional e distribuído a leitores do Brasil e de vários outros países. Os

trabalhos submetidos são arbitrados por pelo menos dois revisores

pertencentes ao quadro de colaboradores da Revista, em procedimento

sigiloso quanto à identidade tanto do(s) autor(es) quanto dos revisores. Os

autores são responsáveis pelas informações contidas nos trabalhos, bem

como pela devida permissão ao uso de figuras ou tabelas publicadas em

outras fontes.

A Revista de Nutrição/Brazilian Journal of Nutrition publica trabalhos inéditos

que contribuam para o estudo e o desenvolvimento da ciência da nutrição,

nas seguintes categorias:

Original: contribuições destinadas a divulgar resultados de pesquisa inédita

que possam ser reproduzidos.

Revisão: síntese crítica de conhecimentos disponíveis sobre determinado

tema, mediante análise e interpretação de bibliografia pertinente. Serão

publicados apenas 2 trabalhos/fascículo.

Comunicação: relatar informações publicadas sobre tema relevante.

Nota Científica: dados inéditos parciais de uma pesquisa em andamento.

Ensaio: trabalhos que possam trazer uma reflexão e discutir determinado

INSTRUÇÕES AOS AUTORES

ISSN 1415-5273 versão impressa ISSN 1678-9865 versão online

• Escopo e política • Forma e preparação de manuscritos

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assunto que gere questionamentos e hipóteses para futuras pesquisas.

Resenhas (apenas sob convite).

As colaborações devem ser enviadas ao CEDES, no endereço abaixo.

Forma e preparação de manuscritos

Submissão de trabalhos. São aceitos trabalhos acompanhados de carta

assinada por todos os autores, com descrição do tipo de trabalho,

declaração de que o trabalho está sendo submetido apenas à Revista de

Nutrição e de concordância com a cessão de direitos autorais. Caso haja

utilização de figuras ou tabelas publicadas em outras fontes, deve-se anexar

documento que ateste a permissão para seu uso. A carta deve indicar o

nome, endereço, números de telefone e fax do autor para o qual a

correspondência deve ser enviada. Resultados de pesquisas relacionados a

seres humanos devem ser acompanhados de cópia do parecer do Comitê de

Ética da Instituição de origem, ou outro credenciado junto ao Conselho

Nacional de Saúde.

Apresentação do manuscrito. Enviar os manuscritos para o Núcleo de

Editoração da Revista em três cópias, preparados em espaço duplo, com

fonte Times New Roman tamanho 12 e limite máximo de 25 páginas para

Artigo Original ou de Revisão, 10-15 páginas para Comunicação e Ensaio e

5 páginas para Nota Científica ou Resenhas. Todas as páginas devem ser

numeradas a partir da página de identificação. Para esclarecimento de

eventuais dúvidas quanto a forma, sugere-se consulta a este fascículo.

Aceitam-se trabalhos escritos em português, espanhol ou inglês, com título,

resumo e termos de indexação no idioma original e em inglês. Os artigos

devem ter em torno de 30 referências, exceto no caso de artigos de revisão,

que podem apresentar em torno de 50. Após aprovação final, encaminhar

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em disquete 3,5’, empregando editor de texto MS Word versão 6.0 ou

superior.

Página de título. Deve conter o título, nome de todos os autores por extenso,

indicando a filiação institucional de cada um, e o autor para o qual a

correspondência deve ser enviada, com endereço completo. Destacar no

mínimo três e no máximo seis termos de indexação, utilizando os descritores

em Ciência da Saúde - DeCS - da Bireme. Preparar um short-title com até 40

toques (incluindo espaços), ambos em português (ou espanhol) e inglês.

Resumo. Todos os artigos submetidos em português ou espanhol deverão

ter resumo no idioma original e em inglês, com um mínimo de 150 palavras e

no máximo de 250 palavras. Os artigos submetidos em inglês deverão vir

acompanhados de resumo em português, além do abstract em inglês. Para

os artigos originais, os resumos devem ser estruturados destacando

objetivos, métodos básicos adotados informando local, população e

amostragem da pesquisa, resultados e conclusões mais relevantes,

considerando os objetivos do trabalho, e indicar formas de continuidade do

estudo. Para as demais categorias, o formato dos resumos deve ser o

narrativo, mas com as mesmas informações. Não deve conter citações e

abreviaturas.

Texto. Com exceção dos manuscritos apresentados como Revisão, Nota

Científica, Ensaio ou Resenha, os trabalhos deverão seguir a estrutura

formal para trabalhos científicos:

Introdução: deve conter revisão da literatura atualizada e pertinente ao tema,

adequada à apresentação do problema e que destaque sua relevância, não

deve ser extensa, a não ser em manuscritos submetidos como Artigo de

Revisão. Metodologia: deve conter descrição clara e sucinta, acompanhada

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da correspondente citação bibliográfica, dos seguintes itens:

• procedimentos adotados; • universo e amostra; • instrumentos de medida e, se aplicável, método de validação; • tratamento estatístico.

Resultados: sempre que possível, os resultados devem ser apresentados em

tabelas ou figuras, elaboradas de forma a serem auto-explicativas e com

análise estatística. Evitar repetir dados no texto. Tabelas, quadros e figuras

devem ser limitadas a 5 no conjunto e numerados consecutiva e

independentemente, com algarismos arábicos de acordo com a ordem de

menção dos dados, e devem vir em folhas individuais e separadas, com

indicação de sua localização no texto (NBR 12256/1992). A cada um deve-se

atribuir um título breve. Os Quadros terão as bordas laterais abertas. O autor

responsabiliza-se pela qualidade das Figuras (desenhos, ilustrações e

gráficos) que devem permitir redução sem perda de definição, para os

tamanhos de uma ou duas colunas (7 e 15 cm, respectivamente). Sugere-se

nanquim ou impressão de alta qualidade. Discussão: Deve explorar

adequada e objetivamente os resultados, discutidos à luz de outras

observações já registradas na literatura. Conclusão: apresentar as

conclusões relevantes, considerando os objetivos do trabalho, e indicar

formas de continuidade do estudo. Se incluídas na seção Discussão, não

devem ser repetidas.

Agradecimentos: podem ser registrados agradecimentos, em parágrafo não

superior a três linhas, dirigidos a instituições ou indivíduos que prestaram

efetiva colaboração para o trabalho.

Referências bibliográficas de acordo com o estilo Vancouver

Referências: devem ser numeradas consecutivamente na ordem em que

foram mencionadas a primeira vez no texto, baseadas no estilo Vancouver.

Os artigos devem ter em torno de 30 referências, exceto no caso de artigos

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de revisão que podem apresentar em torno de 50. A ordem de citação no

texto obedecerá esta numeração. Nas referências bibliográficas com 2 até o

limite de 6 autores, citam-se todos os autores; acima de 6 autores, cita-se o

primeiro autor seguido de et al. As abreviaturas dos títulos dos periódicos

citados deverão estar de acordo com o Index Medicus.

Quando houver referências com autores e datas coincidentes, usa-se o título

da obra ou artigo para ordenação e acrescenta-se letra minúscula do

alfabeto após a data, sem espaçamento.

Exemplo

Marx JL. Likely T cell receptor gene cloned. Science 1983a; 221:1278-79.

Marx JL. The T cell receptor: at hand at last. Science 1983b; 221:444-46.

Citações bibliográficas no texto: Deverão ser colocadas em ordem numérica,

em algarismos arábicos, meia linha acima e após a citação, e devem constar

da lista de referências bibliográficas. Se forem dois autores, citam-se ambos

ligados pelo “&”; se forem mais de dois, cita-se o primeiro autor seguido da

expressão et al. A exatidão e a adequação das referências a trabalhos que tenham sido

consultados e mencionados no texto do artigo são de responsabilidade do

autor.

Exemplos

Livros

Boog MCF. Alimentação natural: prós e contras. São Paulo: IBRASA; 1985.

132p.

Capítulos de livros

Vasconcelos FAG. Indicadores antropométricos III. In: Vasconcelos FAG.

Avaliação nutricional de coletividades. 2.ed. Florianópolis: DAUFSC; 2000.

p.67-81

Artigos de periódicos

Roberts SB, Dallal GE. The new childhood growth charts. Nutr Rev 2001;

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59(2):31-5.

Dissertação e teses

Wolkoff DB. A revista de nutrição da PUCCAMP: análise de opinião de seus

usuários [dissertação]. Campinas: Pontifícia Universidade Católica de

Campinas; 1994.

Trabalhos apresentados em congressos, simpósios, encontros, seminários e

outros

Lamounier JA. Situação da obesidade na adolescência no Brasil. In: Anais

do Simpósio Obesidade e Anemia Carencial na Adolescência, 2000;

Salvador, Brasil. São Paulo: Instituto Danone; 2000. p.25-31.

Material Eletrônico

Periódicos eletrônicos, artigos

Boog MCF. Construção de uma proposta de ensino de nutrição para curso

de enfermagem. Rev Nutr [periódico eletrônico] 2002 [citado em 2002 Jun

10];15(1). Disponível em: http://www.scielo.br/rn

Programa de computador

Dean AG et al. Epi Info [computer program]. Version 6: a word processing,

database, and statistics program for epidemiology on micro-computers.

Atlanta, Georgia: Centers of Disease Control and Prevention; 1994.

Para outros exemplos recomendamos consultar as normas do Committee of

Medical Journals Editors (Grupo Vancouver) (http://www.icmje.org).

Anexos e Apêndices: Incluir apenas quando imprescindíveis à compreensão

do texto. Caberá à Comissão Editorial julgar a necessidade de sua

publicação.

Abreviaturas e Siglas: Deverão ser utilizadas de forma padronizada,

restringindo-se apenas àquelas usadas convencionalmente ou sancionadas

pelo uso, acompanhadas do significado por extenso quando da primeira

citação no texto. Não devem ser usadas no título e no resumo.

LISTA DE CHECAGEM

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• Declaração de responsabilidade e transferência de Direitos Autorais assinada por cada autor

• Enviar ao editor três vias do manuscrito (1 original e 2 cópias) • Incluir título do manuscrito, em português e inglês • Verificar se o texto, incluindo resumos, tabelas e referências está

reproduzido com letras Times New Roman, corpo 12 e espaço duplo, e margens de 3 cm

• Incluir título abreviado (short title) com 40 caracteres, para fins de legenda em todas as páginas impressas

• Incluir resumos estruturados para trabalhos e narrativos para manuscritos que não são de pesquisa, com até 150 palavras nos dois idiomas português e inglês, ou em espanhol nos casos em que se aplique, com termos de indexação

• Legenda das figuras e tabelas • Página de rosto com as informações solicitadas • Incluir nome de agências financiadoras e o número do processo • Indicar se o artigo é baseado em tese/dissertação, colocando o título, o

nome da instituição, ano de defesa e número de páginas • Verificar se as referências estão normalizadas segundo estilo Vancouver,

ordenadas na ordem em que foram mencionadas a primeira vez no texto e se todas estão citadas no texto

• Incluir permissão de editores para reprodução de figuras ou tabelas publicadas

• Parecer do Comitê de Ética da Instituição para pesquisa com seres humanos

DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE E TRANSFERÊNCIA DE

DIREITOS AUTORAIS

Cada autor deve ler e assinar os documentos (1) Declaração de

Responsabilidade e (2) Transferência de Direitos Autorais.

Primeiro autor:

Autor responsável pelas negociações: Título do manuscrito:

1. Declaração de responsabilidade: Todas as pessoas relacionadas como

autores devem assinar declarações de responsabilidade nos termos

abaixo:

– certifico que participei da concepção do trabalho para tornar pública minha

responsabilidade pelo seu conteúdo, que não omiti quaisquer ligações ou

acordos de financiamento entre os autores e companhias que possam ter

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interesse na publicação deste artigo;

– certifico que o manuscrito é original e que o trabalho, em parte ou na

íntegra, ou qualquer outro trabalho com conteúdo substancialmente similar,

de minha autoria, não foi enviado a outra Revista e não o será enquanto sua

publicação estiver sendo considerada pela Revista de Nutrição, quer seja no

formato impresso ou no eletrônico, exceto o descrito em anexo.

2. Transferência de Direitos Autorais: “Declaro que em caso de aceitação do

artigo a Revista de Nutrição passa a ter os direitos autorais a ele referentes,

que se tornarão propriedade exclusiva da Revista, vedado qualquer

reprodução, total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgação,

impressa ou eletrônica, sem que a prévia e necessária autorização seja

solicitada e, se obtida, farei constar o competente agradecimento à Revista”.

Assinatura do(s) autores(s) Data ___/___ /___

© 2002 Revista de Nutrição

Campus II - Av. John Boyd Dunlop, s/n. Bloco B-39 13059-900 - Campinas - SP

Tel. / Fax: +55 19 3729-8576

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Oliveira, Juliana Souza

Avaliação do estado nutricional de crianças de creches públicas da cidade do Recife-PE, 2004 / Juliana Souza Oliveira. – Recife : O Autor, 2005

xii, 58 folhas : il., tab.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCS. Nutrição, 2005.

Inclui bibliografia e anexos.

1. Nutrição – Saúde pública. 2. Crianças de creches, Recife (PE) – Avaliação nutricional - Antropometria. 3. Estado nutricional – Fatores determinantes – Comprimento/idade. I. Título.

613.22 CDU (2.ed.) UFPE 613.20832 CDD (22.ed.) BC2005-497