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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL TECNOLOGIA DE CONSTRUÇÃO CIVIL EM EDIFÍCIOS TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS EM UMA FÁBRICA DE TIJOLO SOLO-CIMENTO E PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS MITIGADORAS JOSEFA MISSILIENE CORDEIRO LÔBO JUAZEIRO DO NORTE - CE 2018

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT

DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

TECNOLOGIA DE CONSTRUÇÃO CIVIL EM EDIFÍCIOS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO

AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS EM UMA FÁBRICA

DE TIJOLO SOLO-CIMENTO E PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS

MITIGADORAS

JOSEFA MISSILIENE CORDEIRO LÔBO

JUAZEIRO DO NORTE - CE

2018

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JOSEFA MISSILIENE CORDEIRO LÔBO

Aluna do Curso de Tecnologia da Construção Civil: Edifícios - URCA

AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS EM

UMA FÁBRICA DE TIJOLO SOLO-CIMENTO E

PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS MITIGADORAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a

Banca Examinadora do Curso de Tecnologia da

Construção Civil, com habilitação em Edifícios

da Universidade Regional do Cariri – URCA,

como requisito para conclusão do curso.

Orientador: Prof. Dr. José Laécio de Moraes

JUAZEIRO DO NORTE – CE

2018

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A Deus;

Aos meus pais, Luiz Lôbo e Francisca Cordeiro;

À minha irmã Aurylene Cordeiro Lôbo;

Ao meu avô materno José Napoleão Agostinho;

A minha avó materna Josefa Rosa (em memória).

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AGRADECIMENTOS

Agradeço antes de tudo a Deus por ser meu guia e, em nome de

Jesus, me dar forças, através do Espírito Santo, para que eu não desistisse das

lutas da vida.

À Nossa Senhora, por ser minha Rainha da Paz nas perturbações

cotidianas.

Aos meus pais, Luiz Lôbo e Francisca Cordeiro, por me criarem na

força da enxada e da máquina de costura, proporcionado ensinamentos, carinho,

dedicação, amor, força e fé em Deus para a vida,

À minha irmã, Aurylene Cordeiro Lôbo, por ser veterana nesta

caminhada universitária e me dar conselhos e ajudas.

Ao mais novo membro da família, o esposo da minha irmã, Erasmo

Gomes, por ser um ótimo cunhado.

Ao meu avô José Napoleão (Zé Lião), pelo aconchego do lar e por

nos divertir com seus versos.

Ao meu namorado, Ivanilton Santos, por toda paciência e apoio. E aos

nossos amigos do curso de licenciatura em Física, por todas as risadas e por me

considerar como membro do seu curso.

Aos meus irmãos, pais espirituais e frequentadores do grupo de

Oração Elo de Fé, pela força e orações.

A todos os amigos e amigas da faculdade que me proporcionaram

risos soltos. Em especial aos componentes da “melhor turma”: Silmara Larissa,

Jaiane Andrade, Adriano Luiz, Maria do Socorro, Márcio Ramos, Maciel Gomes,

Wilson Dias e José Furtado.

A todos as pessoas que conheci, amigos que fiz, quando paguei

diciplinas nos cursos de Engenharia de Produção Mecânica, Ciências

Econômicas e Ciências Biológicas.

À URCA e aos seus professores, por repassar seu conhecimento e

em especial a Dirceu Tavares, Jefferson Heráclito, Tatiane Lima e Laécio

Moraes, pela sua forma de dar aula, sua dedicação com os alunos e além disso

demostrarem ser pessoas maravilhosas.

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Aos professores que um dia tive o prazer de ser bolsista; Jefferson

Marinho (Diretor do Instituto Tecnológico do Cariri - ITEC), Germane Pinto

(Coordenador do Grupo de Pesquisa Clínica, Cuidado e Gestão em Saúde -

GPCLIN), Renato Fernandes (Coordenador do Laboratório Integrado de

Recursos Hídricos e Construções Sustentáveis - LIRC) e em especial minha

Coorientadora do GPCLIN Maria Augusta, por ser um amor de pessoa e de

humildade. Obrigada a todos.

A gradeço ao engenheiro Luiz Neto, por me oportunizar meu primeiro

estágio em campo, por se demostrar humilde, paciente e possuir empatia. A

todos os funcionários (em especial a Carlos André - Carlinhos) que trabalham na

construção do centro de esporte “Praça mais Infância” e na reforma do parque

ecológico das Timbaúbas, ambas as obras em Juazairo do Norte, por todo o

respeito, ensinamentos e momentos alegres.

Ao engenheiro Aureliano Filgueira Nascimento, por me abrir as portas

para a realização desta Avaliação de Impacto Ambiental, e pela disponibilização

de informações e dados sobre a fábrica de tijolos maciços de solo-cimento.

Por fim ao orientador Laécio Moraes, por toda paciência, orientação

no TCC, e me ajudar a descobrir uma área de interesse durante todo este curso.

Agradeço também, aos avaliadores Samuel Bezerra e Nobre Rabelo por

aceitarem contribuir com esse trabalho.

A todas as pessoas que me ajudaram de alguma forma nesta

caminhada da faculdade, meu muito abrigada!

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Por que estou tão triste? Porque estou tão aflito?

Eu porei minha esperança em Deus e ainda o louvarei.

Ele é o meu Salvador e o meu Deus. Sl 42:11 NTLH

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RESUMO

As atividades da construção civil são algumas das que mais geram

degradação e poluição de meio ambiente. Como forma de amenizar essa

perturbação ambiental surge a criação de tecnologias de mitigação dos impactos

gerados. Uma delas o tijolo maciço de solo-cimento que não leva queima no seu

processo de fabricação, fato que não ocorre na produção do bloco cerâmico. A

projeção, instalação e operação de uma fábrica de tijolos maciços de solo-

cimento causam impactos ambientais, tanto benéficos quanto adversos. Poucos

são os estudos aplicados à avaliação de impactos ambientais desse tipo de

empreendimento, embora seja de fundamental importância identifica-los e

buscar soluções para minimizar os efeitos negativos dos mesmos, fato que

motivou a escrita deste estudo. O objetivo principal deste trabalho consiste da

avaliação de impactos ambientais em uma fábrica de tijolos ecológicos na cidade

de Jardim, CE, através da utilização do método checklist, para avaliar os

impactos positivos e negativos, bem como apresentar medidas mitigadoras para

os adversos. Da realização de visita à fábrica, aplicação do checklist e pesquisas

bibliográficas obteve-se que meio ambiental mais impactado será o antrópico. A

fábrica produzirá mais impactos benéficos do que adversos, sendo a fase que

mais gerará impactos, em ambas as análises, será a de implantação e a

construção do galpão da fábrica com tijolos solo-cimento é considerada uma

medida de mitigação concluindo assim, que a mesma traz benefícios

econômicos, ambientais e sociais a sua área de influência.

Palavras-chaves: Avaliação de impactos ambientais. Fábrica de tijolos

solo-cimento. Medidas mitigadoras.

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ABSTRACT

The construction activities are some of the ones that most generate

degradation and pollution of the environment. As a way of mitigating this

environmental impact, the creation of technologies to mitigate the impacts

generated is emerging. One of them is the brick massive soil-cement that does

not use burning in its manufacturing process, a fact that occur in the production

of the ceramic block. The projection, installation and operation of a soil-cement

brick factory causes environmental impacts, both beneficial and adverse. There

are few studies applied to the evaluation of environmental impacts of this type of

enterprise, although it is of fundamental importance to identify them and seek

solutions to minimize their negative effects, a fact that motivated the writing of

this study. The main objective of this work is to evaluate the environmental

impacts of an ecological brick factory in the city of Jardim, CE, using the checklist

method to evaluate the positive and negative impacts, as well as to present

mitigating measures for the adverse ones. From the visit to the factory,

application of the checklist and bibliographical research, it was obtained that the

environment more impacted will be the anthropic one. The factory will produce

more impacts beneficial than adverse impacts, and the phase that will generate

the most impacts, in both analyzes, will be the implantation and construction of

the factory shed with soil-cement bricks is considered a mitigation measure thus

concluding that it brings economic, environmental and social benefits to its area

of influence.

Keywords: Environmental impact assessment. Factory of soil-cement

bricks. Mitigating measures.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Diagrama com áreas de influências a partir do empreendimento. .... 21

Figura 2: Representação esquemática da relação entre o nível de conhecimento

do ambiente e o potencial de impacto ambiental. ............................................ 22

Figura 3: Representação do conceito de impacto ambiental ............................ 23

Figura 4: Preferência no controle de impactos ambientais ............................... 27

Figura 5: Composição do tijolo solo-cimento .................................................... 29

Figura 6: Fluxograma das etapas de fabricação e utilização de tijolos de solo-

cimento ............................................................................................................. 32

Figura 7: Mapa da Região Metropolitana do Cariri (RMC) ............................... 36

Figura 8: Precipitações pluviométricas médias anuais ..................................... 37

Figura 9: Mapa de localização da Sub-bacia hidrográfica do Riacho Jardim/CE

......................................................................................................................... 38

Figura 10: Censo demográfico - população residente em Jardim –

1991/2000/2010 ............................................................................................... 40

Figura 11: Empresas industriais ativas em Jardim – 2016 ............................... 40

Figura 12: Local de implantação da fábrica no município de Jardim-CE .......... 42

Figura 13: Triturador de solos .......................................................................... 66

Figura 14: Peneira elétrica ............................................................................... 66

Figura 15: Prensa para fabricação dos tijolos .................................................. 66

Figura 16: Galpão da fábrica construído com tijolo solo-cimento ..................... 67

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Totalização dos impactos ................................................................ 47

Gráfico 2: Comparação de Caráter por Magnitude ........................................... 47

Gráfico 3: Comparação de Caráter por Importância ......................................... 47

Gráfico 4: Comparação de Caráter por Duração .............................................. 47

Gráfico 5: Comparação de Caráter por Ordem ................................................ 48

Gráfico 6: Comparação de Caráter por Escala ................................................. 48

Gráfico 7: Comparação dos Impactos por Fases do Empreendimento ............ 49

Gráfico 8: Comparação de meios ambientais impactados por fase do

empreendimento .............................................................................................. 50

Gráfico 9: Meios ambientais impactados na fase de Estudos e projetos

empreendimento .............................................................................................. 51

Gráfico 10: Totalização dos Impactos – Estudos e Projetos ............................ 52

Gráfico 11: Comparação de Caráter por Magnitude – Estudos e Projetos ....... 52

Gráfico 12: Comparação de Caráter por Importância – Estudos e Projetos ..... 53

Gráfico 13: Comparação de Caráter por Duração – Estudos e Projetos .......... 53

Gráfico 14: Comparação de Caráter por Ordem – Estudos e Projetos ............ 54

Gráfico 15: Comparação de Caráter por Escala – Estudos e Projetos ............. 54

Gráfico 16: Meios ambientais impactados na fase de Implantação .................. 55

Gráfico 17: Totalização dos Impactos – Implantação ....................................... 56

Gráfico 18: Comparação de Caráter por Magnitude – Implantação ................. 56

Gráfico 19: Comparação de Caráter por Importância – Implantação ............... 57

Gráfico 20: Comparação de Caráter por Duração – Implantação .................... 57

Gráfico 21: Comparação de Caráter por Ordem – Implantação ....................... 57

Gráfico 22: Comparação de Caráter por Escala – Implantação ....................... 57

Gráfico 23: Meios ambientais impactados na fase de Operação ..................... 61

Gráfico 24: Totalização dos Impactos – Operação ........................................... 61

Gráfico 25: Comparação de Caráter por Magnitude – Operação ..................... 61

Gráfico 26: Comparação de Caráter por Importância – Operação ................... 62

Gráfico 27: Comparação de Caráter por Duração – Operação ........................ 62

Gráfico 28: Comparação de Caráter por Ordem – Operação ........................... 63

Gráfico 29: Comparação de Caráter por Escala – Operação ........................... 63

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Conceituação dos Atributos Utilizados no “Check List” e Definição dos

Parâmetros de Valoração dos Atributos ........................................................... 34

Tabela 2: Conceituação da simbologia usada para distinção dos meios

ambientais ........................................................................................................ 35

Tabela 3: Caracterização dos impactos elencados no checklist ...................... 43

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LISTA DE SIGLAS

AASHO American Association of State Highway Officials

ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ADA Área Diretamente Afetada

AIA Avaliação de Impactos Ambientais

AID Área de Influência Direta

AII Área de Influência Indireta

ANM Agência Nacional de Mineração

APA Área de Proteção Ambiental

ASTM American Society for Testing Materials

BNH Banco Nacional da Habitação

CE Ceará

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

DNPM Departamento Nacional de Produção Mineral

EPC Equipamento de Proteção Coletiva

EPI Equipamento de Proteção Individual

FLONA Floresta Nacional do Araripe

FUNCEME Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos

IAIA International Association for Impact Assessment

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMBio Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

IPECE Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará

ISSO International Organization for Standardization

NBR Norma Brasileira Regulamentadora

NEPA National Environmental Policy Act

PCA Portland Cement Association

PNMA Política Nacional do Meio Ambiente

RMC Região Metropolitana do Cariri

SEFAZ Secretaria da Fazenda

SEMACE Superintendência Estadual do Meio Ambiente

UC Unidade de Conservação

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 16

2. Objetivo Geral .......................................................................................... 18

2.1 Objetivos Específicos ....................................................................... 18

3. LEGISLAÇÃO BRASILEIRA E AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

19

4. ETAPAS DA AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS ...................... 20

4.1 Caracterização das áreas de influência .......................................... 20

4.2 Diagnóstico Ambiental ..................................................................... 21

4.3 Impacto Ambiental ............................................................................ 22

4.4 Prognóstico Ambiental ..................................................................... 23

4.5 Avaliação de Impacto Ambiental ..................................................... 23

4.6 Métodos de Avaliação de Impacto Ambiental................................. 24

4.6.1 Método Espontâneo (Ad-Hoc) ................................................... 24

4.6.2 Metodologia de Listagem ou Listas de Controle (Checklist) .. 25

4.6.3 Matriz de Interação ..................................................................... 25

4.6.4 Redes de Interação (Networks) ................................................. 26

4.6.5 Superposição de mapas (Overlay Mapping) ............................ 26

4.6.6 Modelos de simulação................................................................ 26

4.7 Medidas mitigadoras ......................................................................... 27

5. IMPACTOS AMBIENTAIS NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL E O

TIJOLO SOLO-CIMENTO ................................................................................ 28

5.1 Histórico e normatização do tijolo solo-cimento ............................ 29

5.2 Processo produtivo do tijolo solo-cimento..................................... 31

6. METODOLOGIA ....................................................................................... 33

6.1 Diagnóstico ambiental da área de estudo ....................................... 35

6.1.1 Meio físico ................................................................................... 35

6.1.1.1 Situação geográfica ............................................................... 35

6.1.1.2 Clima e temperatura ............................................................... 36

6.1.1.3 Recursos hídricos .................................................................. 37

6.1.1.4 Relevo e solos ........................................................................ 38

6.1.2 Meio biótico ................................................................................. 39

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6.1.2.1 Flora ....................................................................................... 39

6.1.2.2 Fauna ..................................................................................... 39

6.1.3 Meio antrópico ............................................................................ 39

6.1.3.1 Demografia ............................................................................. 39

6.1.3.2 Aspectos socioeconômicos .................................................... 40

6.2 Delimitação da área de Influência Afetada ...................................... 41

6.2.1 Área Diretamente Afetada (ADA) ............................................... 41

6.2.2 Área de influência Direta (AID) e área de Influência Indireta (AII)

41

7. RESULTADOS E DISCUSSÔES .............................................................. 43

7.1 Descrição dos impactos ambientais ............................................... 43

7.2 Avaliação dos impactos ambientais totais do empreendimento .. 46

7.3 Descrição dos impactos ambientais nas fases do empreendimento

51

7.3.1 Fase de Estudos e Projetos ....................................................... 51

7.3.1.1 Projetos Básicos de Engenharia ............................................ 54

7.3.1.2 Estudos ambientais ................................................................ 55

7.3.2 Fase de Implantação .................................................................. 55

7.3.2.1 Contratação de Pessoal ......................................................... 58

7.3.2.2 Mobilização de Veículos e Materiais ...................................... 58

7.3.2.3 Supressão Vegetal ................................................................. 58

7.3.2.4 Construção da Fábrica ........................................................... 59

7.3.2.5 Limpeza Geral da Obra/Desmobilização ................................ 59

7.3.2.6 Contratação de Funcionários ................................................. 60

7.3.2.7 Aquisição de Equipamentos e Serviços ................................. 60

7.3.3 Fase de Operação ....................................................................... 60

7.3.3.1 Aquisição de Mercadorias de Consumo ................................. 63

7.3.3.2 Equipamentos de Infraestrutura Geral ................................... 63

7.3.3.3 Funcionamento ...................................................................... 64

7.4 Proposição de medidas mitigadoras ............................................... 64

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7.4.1 Controle de emissões gasosas, ruídos e poeiras gerados pela

movimentação de veículos ..................................................................... 65

7.4.2 Controle de poluição sonora, lançamento de poeiras, geração

de resíduos sólidos e efluentes contaminados na construção e

funcionamento da fábrica ....................................................................... 65

7.4.3 Controle de processos erosivos e supressão vegetal ............ 68

8. CONCLUSÕES ......................................................................................... 69

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 70

APÊNDICE A - Totalização dos impactos por fase de empreendimento. .. 75

ANEXO A – Planta de localização da fábrica de tijolos solo-cimento ....... 77

ANEXO B – Projeto arquitetônico: planta baixa da vista superior da fábrica

de tijolos solo-cimento .................................................................................. 78

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16

1. INTRODUÇÃO

A produção dos tijolos cerâmicos é responsável por grande consumo de

madeira para a queima dos mesmos e consequentemente geração de grandes

concentrações de CO2 (STACHERA JUNIOR; CASAGRANDE JUNIOR, 2006). A fim

de que tais impactos sejam amenizados surge a alternativa da utilização do tijolo solo-

cimento. No entanto, mesmo que seu processo de fabricação seja mais simplificado,

por não utilizar combustão, o mesmo ainda causa impactos ambientais, tanto

benéficos quanto adversos.

Para elencar quais impactos esse processo de produção de tijolos

ecológicos causa, faz-se necessário realizar uma Avaliação de Impactos Ambientais

(AIA), desde sua fase de estudos e projetos, até a implantação e operação. Avaliar

impactos ambientais e propor medidas mitigadoras é imprescindível para que ocorra

a autorização para o funcionamento desse tipo de empreendimento pelo órgão

ambiental competente.

Desta maneira o presente trabalho se propõe à realização de AIA em uma

fábrica de tijolos modulares de solo-cimento localizada na cidade de Jardim, CE,

buscando identificar, classificar e analisar os impactos ambientais desta atividade, nas

suas diversas fases.

A avaliação desses impactos foi realizada desde a fase de estudos e

projetos, até sua fase de implantação e operação para essa avaliação foram feitos

visita de campo e levantamento dos impactos ambientais através do método checklist,

visando assim propor medidas mitigadoras para os impactos adversos.

A ocorrência da AIA além de necessária para a legalização do

empreendimento, permitirá que a sociedade e o meio ambiente sejam afetados

minimamente pelos impactos negativos ocasionados pela atividade. Já a comunidade

acadêmica e científica tomará conhecimento dos impactos envolvidos durante seu

processo de fabricação, pois, foi diagnosticada uma ausência de trabalhos na

literatura que tratem especificamente sobre avaliação de impactos ambientas no

processo de fabricação do tijolo solo-cimento, o que justifica a necessidade deste

trabalho.

A pesquisa se qualifica como um estudo de caso, e conta com realizando

levantamentos bibliográficos e visita ao local do empreendimento estudado. Através

da coleta de dados foi preenchido um checklist que contemplou 100 impactos,

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17

categorizados com seis atributos (caráter, magnitude, importância, duração, ordem e

escala).

Por fim o trabalho apresenta uma exposição sobre os impactos ambientais

na indústria da construção civil destacando o tijolo solo-cimento como um produto

ecológico, mostrando seu histórico e processo de fabricação, caracterizando a área

de influência, realizando um diagnóstico, identificando seus impactos definindo um

prognóstico durante a AIA e indicando medidas mitigadoras para os impactos

adversos elencados.

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2. Objetivo Geral

Realizar uma avaliação de impactos ambientais na fase de estudos e

projetos, implantação e operação em uma fábrica de tijolos ecológicos na cidade de

Jardim-CE, por meio de visita de campo e levantamento dos impactos ambientais

através do método checklist, visando assim propor medidas mitigadoras para os

impactos adversos.

2.1 Objetivos Específicos

• Realizar diagnóstico ambiental da área através de pesquisas bibliográficas;

• Identificar os impactos ambientais com o prognóstico ambiental nas diversas

fases por meio do método checklist;

• Propor medidas mitigadoras para os impactos ambientais, com base em

revisão da literatura.

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3. LEGISLAÇÃO BRASILEIRA E AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

A Avaliação de Impactos Ambientais (AIA), tem seu primeiro marco legal

em 1° de Janeiro de 1970, quando o congresso dos Estados Unidos aprovou a

National Environmental Policy Act – NEPA (Política Nacional do Meio Ambiente),

tendo como um dos seus instrumentos a AIA, que exigia declarações mais detalhadas

sobre impactos ambientais de empreendimentos. Desta maneira, esta política acabou

se transformando em referência para todo o mundo e diversos países inspiraram suas

legislações ambientais na política norte americana. (FOGLIATT; FILIPPO;

GOUDARD, 2004; SÁNCHEZ, 2006).

Já no Brasil, o surgimento do termo AIA, instituído em lei, ocorreu através

do sancionamento da Lei Nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a

Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), sendo a AIA um de seus instrumentos

de proteção ambiental.

Segundo Brasil (1981), a AIA é recepcionada no inciso IV, parágrafo

primeiro do art. 225 da Constituição Federal Brasileira de 1988, que discorre sobre o

direito de todos ao meio ambiente equilibrado e preservado para a gerações presentes

e futuras, cabendo ao poder público “exigir, na forma da lei, para instalação de obra

ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente,

estudo prévio de impacto ambiental”.

Devido a necessidade de serem estabelecidas as definições, as

responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e

implementação da AIA como um dos instrumentos da PNMA, foi publicada, em 23 de

janeiro de 1986, a Resolução Nº 001 do Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA). A mesma dispõe de nortes para a realização da avaliação de impacto

ambiental, sendo componentes básicos da AIA: o diagnóstico ambiental das áreas de

influência, com descrições dos meios físico, biótico e antrópico, a análise dos

impactos, a definição das medidas mitigadoras e a elaboração do programa de

acompanhamento e monitoramento (BRASIL, 1986).

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4. ETAPAS DA AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

As etapas da AIA são definidas na resolução CONAMA 001/86, e com o

auxílio de literatura específica, neste item será discorrido sobre a caracterização da

área de influência, diagnóstico, impacto e prognóstico ambiental, bem como a

descrição de AIA, seus métodos avaliativos e medidas mitigadoras.

4.1 Caracterização das áreas de influência

Segundo a Resolução CONAMA 001/86 os estudos de impactos

ambientais devem definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente

afetada pelos impactos, sendo ela denominada área de influência do projeto,

considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza.

Sánchez (2006) propõe que o tamanho da área de influência não é

determinante para o tamanho do impacto, no entanto, mesmo que esse possa vir a

ocorrer, considerando que o somatório destas áreas será correspondente ao total

delas e que após a previsão de impactos é que se pode tirar alguma conclusão sobre

a área de influência de projeto, excetuando-se quando for uma verificação de

hipótese.

Com o intuito de melhor caracterizá-las, Guimarães (2014), define 3 tipos

de área de influência, sendo estas:

• Área Diretamente Afetada (ADA), na qual serão realizadas as construções;

• Área de Influência Direta (AID), localizada nas vizinhanças da ADA, e que apresentam riscos de impactos diretos; e

• Área de Influência Indireta (AII), que está além da AID, mas potencialmente ameaçada pelos impactos indiretos da implantação e operação do empreendimento.

Guimarães (2014) demostra ainda, através do diagrama (figura 1) as áreas

de influência de um empreendimento, nele: a localização central, em vermelho,

demonstra a érea diretamente afetada; o círculo laranja que o envolve representa a

área de influência direta, e por fim; em verde, encontra-se a localização das áreas de

influência indireta do empreendimento.

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4.2 Diagnóstico Ambiental

O diagnóstico ambiental faz parte dos estudos base para a avaliação da

área afetada. Sánchez (2006) aponta a definição genérica para o diagnóstico como

um “levantamento acerca de alguns componentes e processos selecionados do meio

ambiente, que podem ser afetados pela proposta (projeto, plano, programa, política)

em análise”. Ressalta ainda a importância deste estudo não ser um aglomerado de

informações, mas, um contribuinte para os componentes e processos selecionados.

A Resolução CONAMA 001/86 compreende o diagnóstico ambiental como

uma atividade técnica que caracteriza a situação ambiental da área, antes da

implantação do projeto, contemplando a descrição e análise dos recursos ambientais

e suas interações, tal como existem. Nesse sentido, Guimarães (2014) conceitua

claramente a fase de diagnóstico como sendo uma previsão e avaliação dos impactos

ambientais, acompanhadas de um estudo técnico e científico da caracterização da

qualidade ambiental das áreas de influência afetadas, sendo estas avaliadas no meio

físico, biótico e antrópico.

Na figura 2, Sánchez (2013) mostra como o nível de conhecimento,

coletado na fase de diagnóstico da área pode diminuir os custos com mitigação e

compensação, no entanto, a partir de um certo ponto, há pouca compensação na

coleta de dados, pois, ele ressalta que o aumento no nível de conhecimento não

diminuirá de maneira significativa o potencial do impacto.

Fonte: Guimarães (2014)

Figura 1: Diagrama com áreas de influências a partir do empreendimento.

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Figura 2: Representação esquemática da relação entre o nível de conhecimento do ambiente e

o potencial de impacto ambiental.

Fonte: Sánchez (2013?)

4.3 Impacto Ambiental

Com sua associação a algum dano a natureza, o impacto ambiental

consiste em atividades humanas que possam ocasionar qualquer alterações físicas,

químicas e/ou biológicas no meio ambiente ou que possam afetar a saúde humana,

as atividades sociais e econômicas, a biota e a qualidade das condições sanitárias e

ambientais dos recursos naturais (BRASIL, 1986; FOGLIATT; FILIPPO; GOUDARD,

2004; SÁNCHEZ, 2006).

Sánchez (2006) relata que embora a definição dada pela Resolução

CONAMA Nº 001/86 (Conselho Nacional do Meio Ambiente), trate apenas de impactos

negativos, sabe-se que estes impactos também podem ser positivos para a área que

estão inseridos.

A Norma Brasileira ABNT NBR ISO 14001/2015: Sistemas de gestão

ambiental — Requisitos, ao definir impacto ambiental, o trata como uma “modificação

no meio ambiente, tanto adversa como benéfica, total ou parcialmente resultante dos

aspectos ambientais de uma organização”.

Sánchez (2006) demonstra a importância de não confundir impacto

ambiental com poluição, pois, toda poluição é decorrente de impacto ambiental

adverso, porém nem todo impacto ambiental gera uma poluição. E nem confundir

causa com consequência, como cita o autor a “[...] uma rodovia não é um impacto

ambiental; uma rodovia causa impactos ambientais”. Assim como um reflorestamento

não causa um impacto benéfico, mas sim procura atingir objetivos ambientais.

Sánchez (2006) também demonstra, por meio da figura 3, que há a existência de um

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indicador ambiental na área a ser estudada, no entanto com o projeto iniciado,

ocorreram impactos ambientais que farão este indicador declinar.

Figura 3: Representação do conceito de impacto ambiental

Fonte: Sánchez (2006)

4.4 Prognóstico Ambiental

A elaboração do prognóstico ambiental deve considerar “[...] os efeitos

negativos ou positivos sobre os meios físico, biótico e socioeconômico decorrentes da

atividade ou do empreendimento” (BRASIL, 2002).

Stamm (2003) corroborando com os apontamentos de Brasil (2002), afirma

que com base nos levantamentos da fase de diagnóstico, o prognóstico deve

considerar a interação de diferentes fatores ambientais, existentes na região, com e

sem o empreendimento, para observar o quanto a área será impactada com a

implantação do mesmo. Isso sem deixar de considerar a qualidade ambiental da área

de influência direta e indireta.

4.5 Avaliação de Impacto Ambiental

A literatura apresenta uma gama de definições sobre o AIA, no entanto,

Cunha e Guerra (2010) ao fazerem um levantamento das principais abordagens sobre

o tema, apontam que a maioria das definições pode conter uma abordagem

acadêmica, política, de gestão ambiental ou legal. Como complemento às definições,

Sánchez (2006) se refere a AIA “como esse exercício prospectivo, antecipatório,

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prévio e preventivo” em relação aos impactos decorrentes de uma atividade sobre

uma área.

Sánchez (2006) discorre que a International Association for Impact

Assessment – IAIA, em definição sintética, apresenta-a como “avaliação de impacto,

simplesmente definida, como o processo de identificar as consequências futuras de

uma ação presente ou propostas”. Já Guimarães (2014), afirma que o objetivo do AIA

“[...] é exatamente prognosticar as mudanças naturais e sociais decorrentes de

projetos a serem implantados, para que se possa elaborar um plano de medidas

mitigadoras e viabilizá-los”.

4.6 Métodos de Avaliação de Impacto Ambiental

Os métodos de Avaliação de Impactos Ambientais são diversos e definir

uma metodologia correta para a AIA consiste na escolha de procedimentos técnicos,

lógicos e operacionais que permitam a finalização do processo avaliativo, sendo de

fundamental importância a inserção integrativa dos fatores físicos, bióticos e

antrópicos, abrangendo impactos positivos e negativos (CUNHA; GUERRA, 2010).

Assim, a seguir apresentamos alguns dos principais métodos, destacados

na literatura, sendo eles o Método Espontâneo (Ad-Hoc); Listas de Controle

(Checklist); Matrizes ou Matrizes de Interação; Redes de Interação; Superposição de

Mapas e Modelos de Simulação.

4.6.1 Método Espontâneo (Ad-Hoc)

Esta metodologia, também conhecida como reunião de especialistas

(geógrafos, biólogos, ecólogos, engenheiros civis, ambientais e quaisquer

profissionais que tenham área afim com a atividade a ser desenvolvida), é apontada

como sendo necessária quando há escassez de dados, e serve para nortear outros

estudos. Apresenta-se vantajosa por estimar uma rápida avaliação dos impactos e

das medidas mitigadoras, porém, se demonstra muito subjetiva, qualitativa e pouco

quantitativa, além de demonstrar vulnerabilidade e tendenciosidade na escolha dos

participantes (BRAGA et al., 2005; CUNHA; GUERRA 2010).

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4.6.2 Metodologia de Listagem ou Listas de Controle (Checklist)

O checklist é um dos métodos mais usados em AIA na fase inicial.

Apresenta a vantagem de emprego imediato na avaliação qualitativa dos impactos

mais relevantes (CUNHA; GUERRA, 2010). Fogliatt, Filippo e Goudard (2004),

afirmam que este método consiste em listas elaboradas na fase do diagnóstico

ambiental e “tem como objetivo principal, levantar os impactos mais relevantes nos

meios físico, biótico e antrópico e a caracterização das variáveis sociais e ambientais

das áreas impactadas”. Ambos concordam que embora esta metodologia seja rápida

na identificação de impactos ambientais, ela possui a desvantagem de não especificar

as relações causa e efeito entre as ações dos projetos e seus impactos.

4.6.3 Matriz de Interação

Tendo como principal função a identificação dos impactados e impactantes,

as matrizes de interação surgem na década de 70 com o objetivo de suprir as

deficiências do check-list. A mais conhecida é a matriz de Leopold, desenvolvida pelo

Serviço Geológico do Ministério do Interior dos Estados Unidos. Essa matriz relaciona

de forma bidimensional as ações do projeto com fatores ambientais. Uma matriz

completa pode conter mais de 100 ações, eixo vertical com 88 características que

podem ser impactadas, eixo horizontal, analisando atributos e parâmetros para os

meios físico, biótico e antrópico (CUNHA e GUERRA, 2010; FOGLIATT, FILIPPO e

GOUDARD, 2004).

Para Fogliatt, Filippo e Goudard (2004), muitos autores relatam que a

matriz de Leopold apresenta a desvantagem de considerar apenas impactos diretos

sobre o projeto, deixando a desejar na análise de impactos espaciais e temporais.

Porém estes autores afirmam que ela apresenta diversas vantagens sendo estas a

necessidade de poucos dados para elaboração, abrangência de fatores ambientais

de meio físico, biológico e socioeconômico, comunicação dos resultados de forma

compatível, guia inicial para projetos futuros, baixo custo e caráter multidisciplinar e

tratamento de dados qualitativos e quantitativos.

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4.6.4 Redes de Interação (Networks)

As redes de interação procuram, a partir do impacto inicial, estabelecer uma

série de relações entre causa e efeito, demonstrando uma sequência de impactos

negativos e positivos causados por determinada intervenção no meio ambiente,

podendo estes serem de primeira, segunda e terceira ordem. A rede mais conhecida

é a de Sorensen, que observa apenas impactos negativos. As networks são

vantajosas por ter uma boa visualização das ordens dos impactos, no entanto,

apresentam a desvantagem de serem extensas, carentes de informações e não

especificam duração dos mesmos (CUNHA; GUERRA, 2010; FOGLIATT; FILIPPO;

GOUDARD, 2004).

4.6.5 Superposição de mapas (Overlay Mapping)

Segundo Fogliatt, Filippo e Goudard (2004), este método é útil para

empreendimentos lineares como estradas, linhas de transmissão e dutos, pois,

favorecem a percepção visual da localização e possíveis impactos. Consiste em

mapas sobrepostos que ajudam a identificar a localização da área geográfica, onde a

carta base representa uma característica do meio que será considerada para a

localização do projeto.

4.6.6 Modelos de simulação

Esta forma de avaliação de AIA consiste na análise de dados, através de

modelos matemáticos. Foi criada na década de 70 e permite o cruzamento de dados,

determinando o comportamento entre causa e efeito das ações. Apresentam a

vantagem de poderem ser usados após o início do projeto, se adaptam a diferentes

processos decisórios, com capacidade de processar levantamentos quantitativos, e

qualitativos incorporando medidas. As suas principais desvantagens incluem

possíveis imprecisões devido comunicação na leitura dos dados e entendimento do

público e a necessidade de “alimentar” o modelo com dados (CUNHA; GUERRA,

2010).

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4.7 Medidas mitigadoras

As medidas mitigadoras encontram-se amparadas pela resolução

CONAMA 001/86, onde são descritas como como uma das atividades mínimas

exigidas pelo estudo de impacto ambiental em seu Art. 6°, bem como a descrição dos

efeitos esperados pela aplicação destas, como uma das conclusões também mínimas

pós elaboração do estudo, disposto no Art. 9° dessa resolução.

As medidas de mitigadoras ou de atenuação são descritas por Sánchez

(2006) como “ações propostas com a finalidade de reduzir a magnitude ou a

importância dos impactos ambientais adversos”. Sendo assim, o autor propõe uma

ordem de preferência a ser seguida para ambientes a serem degradados, conforme é

visto na figura 4. Onde se demostram os seguintes passos; evitar, reduzir, compensar

e por fim recuperar área afetada.

Evitar impactos e prevenir riscos

Reduzir ou minimizar impactos negativos

Compensar impactos negativos quenão podem ser evitados

Recuperar o ambiente degradado ao final de cada etapa do ciclo de vida do empreendimento

Figura 4: Preferência no controle de impactos ambientais

Fonte: Adaptado de Sánchez (2006)

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5. IMPACTOS AMBIENTAIS NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL E O

TIJOLO SOLO-CIMENTO

A Industria da Construção Civil, embora contribua para o desenvolvimento

econômico do país, causa grandes danos ambientais, tanto através da exploração de

recursos naturais, quanto pela disposição de resíduos em locais inadequados,

causando problemas com a saúde pública, ambiental e estético (SOARES, 2017).

Conforme aponta Pisani (2005), “não existe construção que não gere

impacto, a busca é por intervenções que o ocasionem em menor escala”. Na busca

por amenizar tais impactos, atendendo à definição de desenvolvimento sustentável, o

setor da construção civil tem investido em tecnologias sustentáveis que causem o

mínimo de impacto ambiental possível.

Uma das formas de conseguir amenizá-los é através do uso de materiais

que agridam menos o meio ambiente, como por exemplo, o uso do tijolo ecológico (ou

solo-cimento). Fiais e Souza (2017) apontam que esse tijolo assim é chamado, devido

às suas vantagens ambientais em relação ao bloco cerâmico, pois o mesmo não

necessita do processo de queima na sua fabricação, evitando o corte de árvores,

emissão de gases poluentes e a menor geração de resíduos na obra.

Contribuindo com os apontamentos de Fiais e Souza (2017), Gonçalves e

Cardoso (2016) mostram que além dos benefícios já citados acima, o tijolo ecológico

também colabora para o desenvolvimento sustentável, uma vez que, proporciona o

uso de resíduos da Construção Civil e solo da própria obra, misturando-o ao cimento

e à água para a sua produção.

Em uma definição mais específica, a NBR 8491/1984 - Tijolo maciço de

solo-cimento, descreve que o mesmo é constituído por uma mistura homogênea,

compactada e endurecida de solo, cimento Portland, água e, eventualmente aditivos

(figura 5). Um dos aditivos que podem ser adicionados na sua fabricação são a palha

da carnaúba, cinza e resíduos da confecção de rochas ornamentais, como por

exemplo, o resíduo da pedra Cariri.

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Como este tijolo modular de solo-cimento não passa pelo processo de

queima, ele não se encaixa na indústria da cerâmica vermelha. O que vem a ser um

problema pois, ela acaba encontrando dificuldades no processo de enquadramento

fiscal e a conquista de alvará de funcionamento (KACOWCZ, 2018).

5.1 Histórico e normatização do tijolo solo-cimento

Antes de Cristo (A.C.) já existiam as construções de terra batida Berge

(2009) afirma que provavelmente os edifícios de terra foram usados por mais de

10.000 anos. Cytryn (1957, apud Grande, 2003) assegura que esta foi a primeira

alternativa usada pelo homem para construir abrigos em locais que apresentassem

dificuldades no manuseio de pedras e madeiras. Como exemplo, Cytryn (1957, apud

Grande, 2003) cita descobertas arqueológicas em diversos países como a China,

Egito, Grécia, Roma, França e Inglaterra.

No Brasil, as primeiras construções de terra surgiram com a chegada dos

colonizadores portugueses. Cidades históricas como a de Ouro Preto em Minas

Gerais, possuem o solo como principal componente construtivo nas suas edificações

mais antigas (SOUZA, 2006).

Com o advento da modernização nas técnicas construtivas com terra

batida, atrelou-se a elas o uso de aditivos/métodos para melhorar a resistência do

solo, como por exemplo, a inserção do cimento. Andrade Filho (1989 apud Souza

2006) relata que em 1932 na cidade de Johnsonville, Estado da Carolina do Sul, nos

Estados Unidos, surgiram os primeiros estudos científicos sobre a utilização do solo-

cimento em construções, com 17.000 m² do seu uso na pavimentação asfáltica. O

Figura 5: Composição do tijolo solo-cimento

Fonte: Adaptado de Verde Equipamentos (2018) e Sahara (2018)

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autor aponta ainda que o conceito de solo-cimento surgiu em 1917 na cidade de

Sallsburg, Áustria.

Contribuindo com os apontamentos acima, Silva (1994) afirma que há

controvérsias quanto ao surgimento do solo-cimento, porém, para os norte-

americanos, em 1917 o material já era usado pelo engenheiro T.H. Amies, de quem o

mesmo recebeu o seu nome: “soloamies”. Já em 1932 forem elaborados os primeiros

estudos em grande escala sobre o tijolo ecológico, os quais foram conduzidos por

Moore-Fields e Mill, nos Estados Unidos.

No Brasil o interesse pelo solo-cimento está atrelado às primeiras

construções com o produto as quais ocorreram entre as décadas de 30 e 40, quando

a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) começou a estuda-lo, em 1936

quando utilizava-o como base e sub-base para obras de pavimentação asfáltica de

um aeroporto em Petrolina, Pernambuco em, 1941. A partir de 1948, ABCP construiu

duas casas em solo-cimento no Rio de Janeiro, atestando assim a sua eficiência

técnica e a qualidade construtiva. (GRANDE, 2003; PERREIRA; PEZZUTO, 2010;

SOUZA, 2006)

No ano de 1948, foi construído em Manaus, Amazônia, através da iniciativa

pública, o Hospital Adriano Jorge, todo feito com tijolos em solo-cimento. O teor de

cimento no solo deste tijolo foi de apenas 6%, atingindo a resistência de 2,6 a 3,2 Mpa.

Na época, a construção foi 12% mais barata do que se fosse construída com alvenaria

convencional e 26 anos após sua edificação, ainda não havia sido realizado nenhum

reparo sendo realizada, apenas em 1976 uma pintura látex, atestado assim a

durabilidade do produto (SILVA, 1994).

Já tratando-se de construções populares, Fiquerola (2004) afirma que por

volta de 1978, o Banco Nacional da Habitação (BNH) realizou investimentos para a

aplicação de técnicas construtivas com solo-cimento, para habitações populares.

Em 1944, três entidades internacionais normatizavam os ensaios com solo

cimento, sendo elas: a American Society for Testing Materials (ASTM), a American

Association of State Highway Officials (AASHO) e a Portland Cement Association

(PCA) (SILVA, 1994).

No Brasil, a primeira norma regulamentadora surgiu há 34 anos, com a NBR

8491/1984 - tijolo maciço de solo-cimento – especificação. Atualmente, existem cerca

de 15 NBRs que o regulamentam com ensaios, procedimentos, fabricação e materiais,

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o que demostra o interesse das esferas governamentais neste insumo e que ele não

é um produto novo no mercado.

5.2 Processo produtivo do tijolo solo-cimento

O processo de fabricação do tijolo solo-cimento é bastante simples, quando

comparado ao tijolo cerâmico. Sua fabricação inicia-se com a escolha do tipo de solo

que deve ser extraído e transportado para o local que será realizada a mistura e a

moldagem. França e Simões (2017) apontam que devido o solo entrar em maiores

quantidades na mistura, é interessante que seja escolhido o que possibilite o uso da

menor quantidade de cimento possível. Para isso os autores recomendam um solo

que a porcentagem de areia seja maior que a de argila, pois pode ocorrer a má

compactação do tijolo, necessitando assim de correção na mistura.

Segundo Pisani (2005) o solo vem com matéria orgânica, como gravetos,

folhas, raízes ou pedregulhos fazendo-se necessário que o mesmo passe por um

processo de peneiramento, para que não ocorram patologias no tijolo. Em seguida é

feita a mistura do solo, com cimento e água.

Conforme orienta a NBR 10832: Fabricação de tijolo maciço de solo-

cimento com a utilização de prensa manual (ABNT, 1989) A água deve ser livre de

impurezas que prejudiquem a hidratação do cimento. Sua dosagem tem que ocorrer

de forma gradual, para que seu excesso não ocasione a fixação da mistura nas

paredes do molde, bem como a sua carência ocasione à falta de liga a mistura,

fazendo com que o tijolo se desmonte ao ser retirado do molde (FRANÇA; SIMÕES,

2017).

Após a dosagem correta do material, deve ocorrer o seu amassamento que

pode ser manual, através do uso de enxadas e pás, ou mecânica por meio de

trituradores (ABNT, 1989). O triturador permite a quebra de torrões de argila e a

mistura homogênea dos materiais promove uma melhor mesclagem entre os finos do

cimento, o solo e a água. Com esta mistura pronta faz-se a moldagem, que pode ser

realizada com prensa manual, hidráulica ou automática, onde a principal diferença

entre elas consiste no preço e na quantidade de tijolos produzida (FRANÇA; SIMÕES,

2017; PISANI, 2005).

Pisani (2005) relata que a estocagem deve ser realizada em local plano

para que não ocorra a deformação dos tijolos e que os mesmos devem ser empilhados

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logo após sua moldagem, a fim de evitar a sua quebra. Já com relação ao seu

processo de cura, a autora afirma que com 28 dias o mesmo atinge 95% de sua

resistência, estando ideal para transporte e uso. Contudo, a NBR 10832 (ABNT, 1989)

aborda que com 14 dias após sua fabricação o mesmo já pode ser usado. Essa norma

recomenda que com seis horas de moldagem ele pode ser molhado à vontade durante

os sete primeiros dias, o que garantiria a humidade necessária para o processo de

cura. Corroborando com estas informações França e Simões (2017) sugerem o uso

de lona para que não aconteça a perda de água, desfavorecendo o processo de

hidrocura do solo-cimento.

Após serem respeitados todos estes procedimentos, o tijolo pode ser

transportado de maneira segura, para que não ocorra sua quebra e perda da

modulação, assim ele já pode ser usado em obra. A descrição de todo o processo

pode ser observada na figura 6.

Figura 6: Fluxograma das etapas de fabricação e utilização de tijolos de solo-cimento

Fonte: Adaptado de Pisani (2018)

Escolha do solo

Retirada do solo na

jazida

Transporte do solo

Preparo dos

componentes

DosagemAmassamento MoldagemCura e

estocagem

Transporte do tiljolo curado

Execução da obra

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33

6. METODOLOGIA

Com base nos procedimentos técnicos, a presente pesquisa, é classificada

como estudo de caso. Este tipo de estudo requer investigação de situações

específicas, buscando um esclarecimento detalhado, tendo os resultados validade

apenas para o caso estudado (CHINAZZANO, 2008).

O trabalho é composto por três etapas a fim de que haja o seu melhor

desenvolvimento. Na primeira etapa foi realizado o diagnóstico e prognóstico

ambiental da área com o levantamento de pesquisas bibliográficas, através de sites

especializados e documentos científicos. Já na segunda etapa ocorreu a identificação

dos impactos ambientais através do método checklist, resultantes de um estudo sobre

as fases do empreendimento, através de revisão bibliográfica, visita ao local e

entrevista com o proprietário da fábrica. Por fim ocorreu a etapa 3, onde através de

revisão da literatura foi possível identificar medidas mitigadoras para os impactos

ambientais adversos elencados.

A coleta de informações ocorreu na manhã do dia 24 de agosto de 2018,

no município de Jardim-CE. A mesma iniciou-se com uma visita ao escritório do

empreendimento, onde foram coletados dados relacionados aos aspectos técnicos da

obra, plantas e estado de licenciamento. Em seguida, foi realizada a visita ao local

onde a fábrica está sendo implantada, possibilitando obter registros fotográficos e

informações sobre o funcionamento do futuro empreendimento, fazendo com estas

informações e o uso da literatura ajudassem na composição do checklist.

Como ferramenta metodológica para obtenção dos dados foi utilizado o

método lista de verificação (checklists). Segundo Sánchez (2006) “[...] são

instrumentos bastante práticos e fáceis de usar”. Estas listas são amplamente

utilizadas na literatura, para identificação de impactos, porém, elas são genéricas,

necessitando de correções ou adaptações.

Sánchez (2006) avalia que os checklists são úteis para a primeira

identificação dos impactos, principalmente se houver inexperiência na avaliação do

empreendimento. Este fato justifica o uso da listagem de controle no presente estudo,

uma vez que não foram identificados estudos desta natureza na literatura. Por fim,

para análise dos dados, foi utilizado o editor de planilhas Microsoft Office Excel 2016,

para tabulação dos dados e leituras dos mesmos através de tabelas e gráficos.

Na realização do processo de avaliação foram adotados seis atributos e 15

parâmetros como norteia Botão (2010), na tabela 1. Foi escolhida a cor verde para os

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impactos benéficos e vermelha para os adversos, de forma que permita uma melhor

identificação visual dos mesmos.

Tabela 1: Conceituação dos Atributos Utilizados no “Check List” e Definição dos Parâmetros

de Valoração dos Atributos

Atributos Parâmetros de Avaliação Símbolo

CARÁTER: Expressa a alteração ou modificação gerada por uma ação do empreendimento sobre um dado componente ou fator ambiental por ela afetado.

BENÉFICO: Quando o efeito gerado for positivo para o fator ambiental considerado.

+

ADVERSO: Quando o efeito gerado for negativo para o fator ambiental considerado.

-

MAGNITUDE: Expressa a extensão do impacto, na medida em que se atribui uma valoração gradual às variações que a ação poderá produzir num dado componente ou fator ambiental por ela afetado.

PEQUENA: Quando a variação no valor dos indicadores for inexpressiva, inalterando o fator ambiental considerado.

P

MÉDIA: Quando a variação no valor dos indicadores for expressiva, porém sem alcance para descaracterizar o fator ambiental considerado.

M

GRANDE: Quando a variação no valor dos indicadores for de tal ordem que possa levar à descaracterização do fator ambiental considerado.

G

IMPORTÂNCIA: Estabelece a significância ou o quanto cada impacto é importante na sua relação de interferência com o meio ambiente, e quando comparado a outros impactos.

NÃO SIGNIFICATIVA: A intensidade da interferência do impacto sobre o meio ambiente e em relação aos demais impactos não implica a alteração da qualidade de vida.

1

MODERADA: A intensidade do impacto sobre o meio ambiente e em relação aos outros impactos, assume dimensões recuperáveis, quando adverso, para a queda da qualidade de vida, ou assume melhoria da qualidade de vida, quando benéfico.

2

SIGNFICATIVA: intensidade da interferência do impacto sobre o meio ambiente e junto aos demais impactos acarreta, como resposta, perda da qualidade de vida, quando adverso, ou ganho, quando benéfico.

3

DURAÇÃO: É o registro de tempo de permanência do impacto após concluída a ação que o gerou.

CURTA: Existe a possibilidade da reversão das condições ambientais anteriores à ação, num breve período de tempo, ou seja, que imediatamente após a conclusão da ação, haja a neutralização do impacto por ela gerado.

4

MÉDIA: Quando a variação no valor dos indicadores for expressiva, porém sem alcance para descaracterizar o fator ambiental considerado.

5

LONGA: Registra-se um longo período de tempo para a permanência do impacto, após a conclusão da ação que o gerou. Neste grau, serão também incluídos aqueles impactos cujo tempo de permanência, após a conclusão da ação geradora, assume um caráter definitivo.

6

ORDEM: Estabelece o grau de relação entre a ação impactante e o impacto gerado ao meio ambiente.

DIRETA: Resulta de uma simples relação de causa e efeito, também denominado impacto primário ou de primeira ordem.

D

INDIRETA: Quando gera uma reação secundária em relação à ação ou, quando é parte de uma cadeia de reações também denominada de impacto secundário ou de enésima ordem, de acordo com a situação na cadeia de reações.

I

ESCALA: Estabelece a referência espacial entre a ação geradora do impacto e a área afetada, ou seja, estabelece a extensão da interferência considerando-se a relação causa e efeito.

LOCAL: Quando o efeito gerado fica restrito a área de interferência da ação e ao seu entorno mais próximo.

L

REGIONAL: Quando o efeito gerado pela ação se propaga para além da área de influência direta ou entorno mais próximo da ação impactante.

R

Fonte: Adaptado de Botão (2010).

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35

A cada ação realizada para o desenvolvimento do empreendimento, foram

identificados meios físico, biótipo e antrópico impactados, podendo cada ação ser

caracterizada com mais de um meio impactado. A simbologia usada durante esta

distinção é mostrada na tabela 2.

Tabela 2: Conceituação da simbologia usada para distinção dos meios ambientais

Devido à ausência de literatura sobre AIA em fábricas de tijolo solo-cimento

para o levantamento dos impactos positivos e negativos, além da visita ao local foram

consultados trabalhos que realizassem AIA, desde que possuíssem atividades

relacionadas com as fases de projetos, implantação e operação da fábrica, podendo

assim contribuir com a melhor visualização deste levantamento e possíveis mitigações

a serem aplicadas.

6.1 Diagnóstico ambiental da área de estudo

Neste item apresenta-se a descrição dos meios físico, biótico e antrópico

do município de Jardim.

6.1.1 Meio físico

No presente tópico serão abordados os resultados relativos às condições,

geográficas, climáticas, recursos hídricos, relevo e solos do município em que estará

situada a fábrica de tijolo solo-cimento.

6.1.1.1 Situação geográfica

A área a ser implantada a fábrica de tijolos solo-cimento está localizada no

Sítio Coqueiro, município de Jardim-CE, mesorregião Sul Cearense e na microrregião

Meio impactado Símbolo

Meio Físico F

Meio Biótico B

Meio Antrópico A

Fonte: Autora (2018)

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36

Cariri (Região Metropolitana do Cariri - RMC) (figura 7). Suas coordenadas

geográficas compreendem Latitude(S) 7º 34’ 57’’ e Longitude (WGr) 39º 10’ 53’’. O

mesmo possui uma altitude de 652m e encontra-se 435km distante, em linha reta, da

capital, Fortaleza (IBGE, 2018; IPECE, 2017).

Figura 7: Mapa da Região Metropolitana do Cariri (RMC)

Fonte: IPECE (2018)

6.1.1.2 Clima e temperatura

O Clima de Jardim é caracterizado pelo Ipece (2017) e pela Funceme

(2018) como tropical quente sub-úmido, tropical quente semi-árido e brando. Sua

temperatura média varia de 22° a 24º e o índice de aridez é de 41,1. O município

possui uma evapotranspiração de referência média anual de 1751,5 mm e uma

precipitação média anual 720,5 mm e o seu maior pico alcança os 1200 mm, sendo o

período chuvoso de janeiro a maio (figura 8).

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37

A temperatura deste município demonstra-se ideal para a cura dos tijolos

solo-cimento, uma vez que a NBR 12024 (ABNT, 1992) normatiza que esta

temperatura deve ser de 23 ± 2°C.

6.1.1.3 Recursos hídricos

Em relação aos seus recursos hídricos, segundo dados fornecidos pela

Prefeitura Municipal de Jardim, o município possui os riachos denominados de Jardim

(figura 9), Jacundá, Porcos, Gravatá e Boca da Mata, sendo esses, todos

intermitentes. Seu maior açude é conhecido como Florzinha. O município possui

identificadas 72 fontes de águas, das quais 30 secaram, e 22 estão com vazão

reduzida, restando somente 20 com vazão sem grandes alterações. Essas são a

principal atração turística da cidade, sendo as fontes Boa Vista e Boca da Mata as

mais conhecidas pelo uso turístico e para abastecimento de água da cidade,

respectivamente.

Figura 8: Precipitações pluviométricas médias anuais

Fonte: Dantas et al. (2015)

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38

6.1.1.4 Relevo e solos

O município apresenta o relevo Chapada do Araripe. A bacia do Araripe é

composta pelas formações litoestratigráfica embasamento cristalino, formação

Mauriti, Brejo Santo, Missão Velha, Abaiara, Rio da Batateira, Crato, Ipubi, Romualdo,

Arajara e Exu. A formação Romualdo, possui destaque entre as demais por ser onde

foram encontrados os primeiros fosseis tridimensionais com tecidos moles

preservados (KELLNER, 2015; SARAIVA et al., 2015).

Segundo Assine (1992 Apud., Saraiva, 2015), a bacia do Araripe é

considerada a maior bacia sedimentar do interior do Nordeste e encontra-se inserida

na Região do Cariri. Possui extensão de cerca de 12.000Km², situa-se ao Sul do

estado do Ceará, Noroeste de Pernambuco e Leste do Piauí. Os solos são

caracterizados em: Bruno não Cálcico, Solos Litólicos, Vertissolo, Latossolo

Vermelho-Amarelo e Podzólico Vermelho-Amarelo (IPECE, 2017).

Figura 9: Mapa de localização da Sub-bacia hidrográfica do Riacho Jardim/CE

Fonte: Dantas et al. (2015)

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39

6.1.2 Meio biótico

A seguir são abordados diagnósticos da fauna e flora da região em que se

encontra o empreendimento.

6.1.2.1 Flora

Segundo o IPECE (2017) a vegetação do município de Jardim é composta

por Floresta Caducifólia Espinhosa, Floresta Subcaducifólia Tropical Pluvial, Floresta

Subcaducifólia Xeromorfa Tropical, Floresta Subperenifólia Tropical Pluvio-Nebular e

Carrasco.

6.1.2.2 Fauna

O município de Jardim possui uma fauna bastante diversificada, no entanto

a biografia apresenta-se desejosa quanto às informações específicas sobre estes

dados, porém informações coletadas em diversas fontes demostram que a mesma

possui várias espécies de aves, morcegos, répteis e roedores (NOVAES, 2014;

RIBEIRO, 2018; SILVA, 2003;).

6.1.3 Meio antrópico

Neste tópico é abordada a demografia do município bem como os seus

aspectos socioeconômicos.

6.1.3.1 Demografia

O município foi criado em 1814, com área absoluta de 552,4 km², tem uma

população estimada, em 2018, de 27.284 habitantes, possuindo uma densidade

demográfica de 48,31 hab/km², segundo o censo de 2010 (IBGE 2018).

Através de dados fornecidos pelo IPECE (2017), conforme a figura 10, é

possível saber que sua população (66,3%) está situada na zona rural, registrando

apenas 33,7% da população como residente de áreas urbanas. As mulheres somam

mais da metade da população jardinense, com 51,04%, já os homens representam

48,96% do total. Segundo dados fornecidos pela Prefeitura Municipal local, a cidade

de Jardim obteve um crescimento populacional de 1,07% na última década.

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6.1.3.2 Aspectos socioeconômicos

De acordo com a Prefeitura Municipal de Jardim, a sua economia é

baseada em prestação de serviços, onde são concentrados 74,2% do total de suas

atividades econômicas. Apesar da maioria da sua população residir na zona rural,

apenas 17,8% da economia são baseadas na agropecuária e 8% na indústria.

Para o IPECE (2017), através de dados retirados da Secretaria da Fazenda

(SEFAZ), até 2016 o município de Jardim ainda não contava com empresas industriais

ativas na área da Construção Civil, enquanto o estado do Ceará possui 3.253

empresas (figura 11). A instalação da fábrica de tijolo solo-cimento representa uma

oportunidade de crescimento deste setor, em Jardim.

Figura 10: Censo demográfico - população residente em Jardim – 1991/2000/2010

Fonte: IPECE (2017)

Figura 11: Empresas industriais ativas em Jardim – 2016

Fonte: IPECE (2017)

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41

6.2 Delimitação da área de Influência Afetada

A seguir são apresentadas as áreas que serão afetadas pela implantação

do empreendimento.

6.2.1 Área Diretamente Afetada (ADA)

Conforme apresentamos, o empreendimento está localizado no Sítio

Coqueiro (figura 12). O local de implantação da fábrica, ou seja, a área diretamente

afetada pelo empreendimento, situa-se na estrada de acesso ao Sítio Boa Vista ao

leste, um corredor de acesso ao norte, e o terreno do senhor José Carlos Figueira

Piancó ao oeste e sul da localização da fábrica (anexo A). É importante salientar que

ao perto da fábrica existem construções de casas.

6.2.2 Área de influência Direta (AID) e área de Influência Indireta (AII)

A área de influência direta é o sítio onde está localizado a fábrica, ou seja,

o Sítio Coqueiro que está distante da CE-060, cerca 1,21 Km. Já a área de influência

indireta do empreendimento, compreende o próprio município de Jardim, pois parte

da população se beneficiará com a operação da fábrica, através da geração de

emprego e renda.

Também poderá ser considerada área de influência indireta os municípios

que estão mais próximos de Jardim (Missão velha, Barbalha, Porteiras, Moreilândia,

Serrita, Cedro, Jati e Penaforte). Abaixo a figura 12 com a localização do Sítio

Coqueiro (em azul os limites dos municípios do estado do Ceará e em vermelho os de

Pernambuco), o percurso da fábrica até a CE-060 e a aproximação da sua localização,

respectivamente.

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42

Fonte: Autora (2018)

Figura 12: Local de implantação da fábrica no município de Jardim-CE

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43

7. RESULTADOS E DISCUSSÔES

No que se refere à fábrica, foi observado que o empreendimento se

encontra na fase de implantação e o local de extração de argila ainda não foi definido,

uma vez necessita estar registrado no Departamento Nacional de Produção Mineral

(DNPM), órgão vinculado a Agência Nacional de Mineração (ANM).

Buscamos apresentar os resultados através da descrição dos impactos

identificados e analisa-los de acordo com a fase do empreendimento, a fim de

estabelecer uma adequada interpretação dos mesmos e, propor medidas mitigadoras

adequadas a cada impacto adverso.

7.1 Descrição dos impactos ambientais

Os impactos gerados ou previstos nas ações do empreendimento, desde a

fase de projetos até a fase de operação, bem como os meios impactados são descritos

na Tabela 3.

Tabela 3: Caracterização dos impactos elencados no checklist

Ações Impactantes do Projeto

Meios impactados

Caracterização do Impacto

FÍS

ICO

BIÓ

TIC

O

AN

TR

ÓP

ICO

CA

TE

R

MA

GN

ITU

DE

IMP

OR

NC

IA

DU

RA

ÇÃ

O

OR

DE

M

ES

CA

LA

FASE DE ESTUDOS E PROJETOS

Projetos Básicos de Engenharia

Planejamento integrado do projeto A + P 1 4 D L

Dimensionamento adequado A + P 1 4 D L

Valorização do terreno A + P 2 4 D L

Crescimento do comércio A + P 1 4 I R

Arrecadação de impostos A + P 1 4 D R

Estudos ambientais

Realização do diagnóstico e prognóstico ambiental F B A + P 3 6 D L

Caracterização do patrimônio arqueológico A + P 2 5 I L

Proteção do patrimônio arqueológico A + P 2 6 I L

Definição morfológica local F + P 1 4 D L

Caracterização das áreas protegidas F B + P 3 6 I L

Uso racional e planejado do terreno A + P 1 4 D L

Aquisição de serviços especializados A + P 2 4 I R

Fonte: Adaptado de Botão (2010)

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44

Continuação da tabela 3

FASE DE ESTUDOS E PROJETOS Estudos ambientais

Crescimento do setor terciário A + P 1 4 I R

Arrecadação de impostos A + P 1 4 I R

FASE DE IMPLANTAÇÃO

Contratação de Pessoal

Expectativa da população A + P 1 5 D L

Mobilização de mão de obra A + P 1 5 D L

Geração de ocupação/renda A + P 1 5 D L

Melhoria de índices socioeconômicos A + P 1 4 D L

Treinamento de funcionários para execução do serviço

A + P 2 4 D L

Crescimento do comércio local A + P 1 4 I R

Arrecadação de impostos A + P 1 4 I R

Mobilização de Veículos e Materiais

Emissão de ruídos e gases F B A - P 1 4 D R

Lançamento de poeiras F - P 1 4 D R

Perturbação à fauna e flora B - P 1 4 D R

Riscos de acidentes de percurso A - P 1 4 I R

Aumento do fluxo de veículos A - P 1 5 D R

Transtornos no fluxo de veículos A - P 1 4 I R

Geração de ocupação e renda A + P 1 4 D R

Crescimento do comércio A + P 1 4 I R

Maior circulação de moeda A + P 1 4 I R

Maior arrecadação tributária A + P 1 4 I R

Supressão Vegetal

Prejuízo a fauna e a flora B - P 2 5 D L

Alterações da dinâmica ambiental F B - P 2 5 I R

Riscos ao patrimônio arqueológico A - P 2 5 I L

Acirramento de processos erosivos F - P 2 5 D L

Oferta de serviços/renda A + P 1 4 D L

Crescimento do comércio A + P 1 4 D R

Arrecadação tributária A + P 1 4 D R

Construção da Fábrica

Terraplenagem F B A - G 3 6 D L

Implantação do Sistema de Abastecimento D’água F B A - M 2 6 D L

Implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário F B A - M 2 4 D L

Implantação do Sistema Elétrico F B A - P 1 4 D L

Alteração da paisagem A - G 3 6 D L

Alteração da dinâmica local F B A - M 2 6 D L

Emissão de poeiras F B A - P 1 4 I L

Emissão de ruídos F B A - P 1 4 I L

Geração de resíduos e construção F B A - P 1 4 I L

Alteração do ecossistema B - P 1 4 D L

Risco de acidentes de trabalho A - P 2 4 I L

Consumo de material de construção A + P 1 4 I R

Fonte: Adaptado de Botão (2010)

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45

Continuação da tabela 3

FASE DE IMPLANTAÇÃO

Construção da Fábrica

Oportunidade de ocupação/renda A + P 2 4 I L

Limpeza Geral da Obra/Desmobilização

Eliminação adequada de resíduos F B A + M 1 4 D L

Desmobilização da mão de obra A - P 1 4 I L

Diminuição da renda A - P 1 5 I L

Redução das relações comerciais A - P 1 5 I R

Queda no recolhimento de impostos A - P 1 4 I R

Contratação de Funcionários

Expectativa da população A + P 1 4 D L

Oferta de empregos permanentes A + P 1 6 D L

Oferta de empregos diretos A + P 1 6 D L

Oferta de empregos indiretos A + P 1 6 D L

Qualificação profissional A + P 3 6 I L

Estabilidade profissional A + P 2 6 D L

Crescimento de ocupação e renda A + P 1 6 I L

Melhoria dos índices sociais A + P 1 6 I L

Melhoria dos índices econômicos A + P 1 6 I L

Recolhimento de encargos A + P 1 6 I L

Crescimento do comércio A + P 1 6 I L

Arrecadação de impostos A + P 1 6 I R

Crescimento da economia A + P 1 6 I R

Aquisição de Equipamentos e Serviços

Oportunidade de ocupação e renda A + P 1 4 I R

Empregos indiretos A + P 1 4 I R

Crescimento do comércio A + P 1 4 I R

Arrecadação de impostos A + P 1 4 I R

FASE DE OPERAÇÃO

Aquisição de Mercadorias de Consumo

Demanda por produtos primários A + P 1 4 D R

Geração de empregos indiretos A + P 1 4 D L

Crescimento do comércio A + P 1 4 D L

Maior arrecadação tributária A + P 1 4 D R

Equipamentos de Infraestrutura Geral

Alteração da qualidade do ar, da água e do solo F - P 2 4 I L

Alteração da sonoridade local F - P 2 4 I L

Oferta de empregos A + P 2 4 I L

Crescimento do comércio A + P 2 4 I L

Aquisição de material de manutenção A + P 2 4 I R

Recolhimento de taxas e impostos A + P 2 4 I R

Funcionamento

Aumento da poluição sonora B A - G 3 6 D L

Lançamento de poeiras F B A - G 3 6 D L

Fonte: Adaptado de Botão (2010)

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Continuação da tabela 3

FASE DE OPERAÇÃO

Funcionamento

Alteração nas reservas hídricas F B A - M 2 6 D L

Alterações geotécnicas do terreno F - G 3 6 D L

Produção de efluentes domésticos F B A - P 2 6 D L

Retirada de solo F - G 3 6 D L

Alteração da paisagem F A - G 3 6 D L

Produção de resíduos sólidos F B A - M 2 6 D L

Risco de poluição hídrica e do solo F B A - P 1 6 D L

Geração de impacto de vizinhança A - P 1 6 D L

Supressão de flora B - G 3 6 D L

Afugentamento de fauna B - G 3 6 D L

Maior concentração de renda F B A + P 1 6 I R

Não geração de CO2 A + G 3 6 I R

Circulação da moda A + P 1 6 I R

Crescimento de empregos indiretos A + P 1 6 I R

Arrecadação tributária A + P 1 6 I R

Fonte: Adaptado de Botão (2010)

7.2 Avaliação dos impactos ambientais totais do empreendimento

Através da utilização do método checklist foram identificados 100 (100%)

impactos ambientais com seis parâmetros de avaliação para cada impacto, o que

totalizou 600 indicadores analisados. Dos 100 impactos descritos, 61 têm caráter

benéfico e 39 caráter adverso (gráfico 1), o que significa que, de maneira geral, o

empreendimento representa um fator positivo para os componentes ambientais

considerados.

Como a fábrica está em fase de implantação, é importante relatar que

grande parte destes impactos já ocorreu, no entanto, outros consistem em previsões,

através do desenvolvimento das atividades da fábrica ou pelo resultado de alguns de

seus processos, sendo, desta maneira, prognosticados.

Avaliando o atributo “magnitude”, é possível observar no gráfico 2, que

84% (84) são de magnitude pequena, 6% de média, e 9% de grande magnitude,

demonstrando assim, que o empreendimento não irá alterar de forma expressiva os

fatores considerados durante a avaliação, pois, sua maioria é de extensão reduzida.

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47

Com relação ao atributo “importância” (gráfico 3), os impactos não

significativos representam 63% (63) do total, evidenciando que fábrica de tijolos solo-

cimento não implicará alteração na qualidade de vida. Os impactos considerados de

importância moderada totalizam 24 impactos, embora a maioria destes sejam

adversos, com 13 impactos, eles assumem dimensões recuperáveis, e os

significativos somam 13% (13). A maioria dos impactos significativos são adversos,

consequentemente acarretam perda na qualidade de vida, o que exige mais atenção

para estes, na hora de propor as medidas mitigadoras.

61 61

39 39

100,00 100,00

Total %

mer

o d

e Im

pac

tos

Caráter Benéfico Caráter Adverso

Caráter Total

59

1 1

61

25

5 9

39

84,00

6,00 10,00

100,00

Pequena Média Grande Total

mer

o d

e Im

pac

tos

Magnitude Benéfico Magnitude Adverso

Magnitude %

46

114

61

17 13 9

39

63,00

24,0013,00

100,00

Nãosignificativa

Moderada Significativa Total

mer

o d

e Im

pac

tos

Importância Benéfico Importância Adverso

Importância %

Fonte: Autora (2018)

Gráfico 2: Comparação de Caráter por

Magnitude

Fonte: Autora (2018)

Fonte: Autora (2018) Fonte: Autora (2018)

37

4

20

61

167

16

3953,00

11,00

36,00

100,00

Curta Média Longa Total

mer

o d

e Im

pac

tos

Duração Benéfico Duração Adverso

Duração %

Gráfico 4: Comparação de Caráter por

Duração

Gráfico 3: Comparação de Caráter por

Importância

Gráfico 1: Totalização dos impactos

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48

Para o atributo “duração”, 53% (53), conforme o gráfico 4, foram

categorizados como de curta duração, que se caracteriza como um fator positivo para

o empreendimento, pois a maioria dos impactos é neutralizada, assim que a ação é

concluída. Os de média duração com impactos positivos e negativos somam 11,

evidenciando que há a necessidade de um certo período de tempo para que haja a

neutralização, do impacto caso ele seja adverso. Já os de longa duração somam 36%

(36) do total, onde 16 são de caráter adverso necessitando de uma atenção especial

na aplicação das medidas mitigadoras.

Já para a “ordem” (gráfico 5) dos impactos, foi observado que 55 são de

ordem direta, havendo apenas uma simples relação de causa e efeito, e 45% dos

impactos são de ordem indireta, fazendo assim, parte de uma cadeia de impactos,

sendo 31 deles benéficos e 14 adversos.

Por fim, ao ser analisado o atributo “escala”, pode ser constado que os de

escala local totalizam 66% (66), sendo o impacto gerado, restrito às proximidades da

área de operação, enquanto os de escala regional, quando somados, apresentam

34% (34) do total, ou seja, estes impactos se propagam além da área de influência

direta (gráfico 6).

Comparando todos os impactos por fase do empreendimento, é possível

observar no gráfico 7, que no total, a fábrica apresentará mais impactos benéficos do

que adversos. A fase de estudos e projetos não causará nenhum impacto adverso,

3625

61

30

9

39

66,00

34,00

100,00

Local Regional Total

mer

o d

e Im

pac

tos

Escala Benéfico Escala Adverso Escala %

Fonte: Autora (2018) Fonte: Autora (2018)

30 31

61

2514

39

55,0045,00

100,00

Direta Indireta Total

mer

o d

e Im

pac

tos

Ordem Benéfico Ordem Adverso Ordem %

Gráfico 5: Comparação de Caráter por

Ordem

Gráfico 6: Comparação de Caráter por

Escala

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49

devido seu desenvolvimento ocorrer em escritório e as análises ambientais não

ocasionarem perturbação ao meio físico, biótico e antrópico.

Já a fase de implantação será a que ocasionará mais impactos benéficos e

adversos, pois é a fase que Botão (2010) afirma ser a de intervenção propriamente

dita na área, devido a construção da fábrica. Já a fase de operação é a única que

possui mais impactos adversos do que benéficos, em decorrência do seu

funcionamento.

A tabulação de todos os dados descritos acima, está sintetizada no

apêndice A, onde além de apresentar a totalização desses seis atributos (caráter,

magnitude, importância, duração, ordem e escala) e suas porcentagens, mostra

também, para cada um deles, quantos foram de benéficos e quantos foram adversos

em cada parâmetro avaliado nas fases de estudos e projetos, implantação e operação.

Quando ocorre a comparação dos meios ambientais impactados com as

fases do empreendimento (gráfico 8), extrai-se que a fase em que ocorrerá maior

número de impactos nos meios físico, biótico e antrópico, com 13, 14 e 53 ações

impactadas respectivamente totalizando 56,74% (80) é a fase de implantação, tanto

devido às ações necessárias para a construção da fábrica, como o seu

funcionamento, compra de materiais e contratação de funcionários.

Gráfico 7: Comparação dos Impactos por Fases do Empreendimento

14

34

13

61

0

25

14

39

14

59

27

100

14,00

59,00

27,00

100,00

Estudos e projetos Implantação Operação Total

mro

de

Imp

acto

s

Caráter Benéfico Caráter Adverso Caráter Total Caráter %

Fonte: Autora (2018)

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50

Nesta análise geral dos dados pôde ser observado que dentro dos atributos

que possuíam três parâmetros de avaliação (magnitude, importância e duração),

comparando os elementos de cada um dos seus parâmetros, o que mais impacta o

empreendimento de forma adversa é o atributo “magnitude”, onde o mesmo possui 25

impactos adversos de magnitude pequena.

O fato do empreendimento possuir impactos adversos, embora se

caracterize como algo negativo para a fabricação dos tijolos solo-cimento, como a

magnitude é pequena, eles não oferecem alterações importantes nos fatores para os

quais foram empregados. Já com relação à maior quantidade de caracterizações

benéficas, a magnitude pequena também possui o maior somatório, com a distribuição

de 59 caracterizações dos impactos.

Analisando os atributos “escala” e “ordem”, que possuem dois parâmetros

de avaliação, é possível extrair que o atributo “escala” possui a maior quantidade de

impactos adversos com 36, sendo todos na escala local onde, ficando o efeito gerado

restrito a área ou ao seu entorno mais próximo. Estre estes dois atributos o que

apresenta maior número de impactos adversos é a “ordem”, com 25 ações, atingindo

de forma direta as ações elencadas, sendo eles causadores de impactos primário ou

de primeira ordem, causando assim reações simples na área do empreendimento.

Fonte: Autora (2018)

Gráfico 8: Comparação de meios ambientais impactados por fase do empreendimento

3

13 11

2

141112

53

2217

80

44

12,06

56,74

31,21

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Fase de Estudos e Projetos Fase de Implantação Fase de Operação

Meio Físico Meio Biótico Meio Antrópico Total %

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51

7.3 Descrição dos impactos ambientais nas fases do empreendimento

A análise das fases de estudos e projetos, implantação e operação da

fábrica de tijolos ecológicos, permitiu identificar que a fase de estudos e projetos

possui a menor geração de impactos, com apenas 14, sendo eles, todos benéficos.

Já a fase de implantação possui a maior quantidade de impactos negativos, uma vez

que esta é a fase na qual se inicia a intervenção propriamente dita na área do

empreendimento. A fase “operação” conta com quantidades similares de impactos

negativos e positivos. A descrição das ações impactantes do empreendimento seguirá

a ordem da tabela 2 descritas no checklist.

7.3.1 Fase de Estudos e Projetos

Os meios ambientais impactados na fase de Estudos e projetos

compreendem 70,59% dos impactos sobre o meio antrópico, 17,65% sobre o meio

físico e 11,76% sobre o meio biótico (gráfico 9). Desta maneira é possível observar

que o meio mais impactado é o antrópico com 12 intervenções.

Nesta fase foram identificados 14 impactos, correspondendo a 14% do total,

sendo 14 benéficos e não havendo nenhum adversos (gráfico 10). O motivo de não

haver impactos adversos é explicado por esta fase ser caracterizada por possuir a

menor geração de impactos, pois, trata-se apenas de levantamentos simples in loco

e trabalhos de escritório, com avaliações pontuais e rápidas intervenções (BOTÃO,

2010; PEREIRA et al., 2013).

Gráfico 9: Meios ambientais impactados na fase de Estudos e projetos empreendimento

Fonte: Autora (2018)

3 2

1217,65

11,76

70,59

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Meio Físico Meio Biótico Meio Antrópico

Total %

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52

Como pode ser observado, no gráfico 11, os impactos avaliados no atributo

magnitude, possuem todas as suas caracterizações como sendo de magnitude

pequena e todas benéficas, o que se constitui como um ponto positivo para o

empreendimento, pois não ocorrerá alterações no ambiente.

Quanto a “importância” é observada no gráfico 12 que 57,14% (8), são

consideradas não significativas, enquanto 28,57% (4) são moderados, e por fim está

a magnitude significativa, com 14,29% (2) do total.

Para o atributo duração (gráfico 13) é possível extrair que existem mais

impactos de curta “duração”, pois estes representam 71,43% (10), e os de média

registram 7,14%, já os de longa duração representam 21,43%, sendo todos benéficos.

Para o ultimo refere-se à realização do diagnóstico e prognóstico ambiental, das áreas

de Unidade de Conservação e da proteção do patrimônio arqueológico.

14

100

0 0

14,00

100,00

Total %

me

ro d

e Im

pac

tos

Caráter Benéfico Caráter Adverso

Caráter Total

14

0 0

14

0 0 0 0

100,00

0,00 0,00

100,00

Pequena Média Grande Total

mer

o d

e Im

pac

tos

Magnitude Benéfico Magnitude Adverso

Magnitude %

Gráfico 10: Totalização dos Impactos –

Estudos e Projetos

Gráfico 11: Comparação de Caráter por

Magnitude – Estudos e Projetos

Fonte: Autora (2018) Fonte: Autora (2018)

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53

Quando comparados por “caráter”, os atributos “magnitude”, “importância”

e “duração” (comparação realizada entre os três parâmetros de avaliação de cada um)

é visível que o mais impactado beneficamente é o de magnitude pequena, o que

corresponde a não alteração do fator ambiental considerado, ou altera

inexpressivamente.

No atributo “ordem” ocorreu uma divisão exata entre a direta e a indireta,

onde 50% (7) dos impactos, são diretos e 50% (7) indiretos (gráfico 14). Esses

impactos quando classificados quanto a sua escala, foi diagnosticado que 71,47% (9)

são de escala local e 35,71% (5) são de escala regional como pode ser visto no gráfico

15.

8 4 214

0 0 0 0

57,14

28,57

14,29

100,00

Nãosignificativa

Moderada Significativa Total

mer

o d

e Im

pac

tos

Importância Benéfico Importância Adverso

Importância %

Fonte: Autora (2018) Fonte: Autora (2018)

Gráfico 12: Comparação de Caráter por

Importância – Estudos e Projetos

Gráfico 13: Comparação de Caráter por

Duração – Estudos e Projetos

101 3

14

0 0 0 0

71,43

7,14

21,43

100,00

Curta Média Longa Total

mer

o d

e Im

pac

tos

Duração Benéfico Duração Adverso

Duração %

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54

Já para os atributos “escala” e “ordem” (possuem dois parâmetros

avaliativos). O que mais impacta de forma benéfica é a escala local, com nove

impactos gerados nos estudos ambientais, com a caracterização das áreas protegidas

no município e na criação dos projetos que foram realizados por empresa localizada

na cidade de Jardim. Como citado anteriormente, para este empreendimento, nesta

fase, não foram diagnosticados impactos adversos.

7.3.1.1 Projetos Básicos de Engenharia

Os projetos básicos de engenharia compreendem todos os projetos

realizados para a construção da fábrica, como planta de localização e os projetos

arquitetônicos do galpão da fábrica (anexos A e B respectivamente). A elaboração

destes foi realizada por uma empresa de engenharia, o que favoreceu o crescimento

do setor, em específico o das construções em tijolos ecológicos, pois o galpão da

fábrica foi feito com tijolos solo cimento, o que exigiu profissionais capacitados para

elaboração destes, favorecendo a circulação da moeda e a criação de empregos.

9 514

0 0 0

64,29

35,71

100,00

Local Regional Total

mer

o d

e Im

pac

tos

Escala Benéfico Escala Adverso Escala %

7 714

0 0 0

50,00 50,00

100,00

Direta Indireta Total

mer

o d

e Im

pac

tos

Ordem Benéfico Ordem Adverso Ordem %

Gráfico 14: Comparação de Caráter por

Ordem – Estudos e Projetos

Gráfico 15: Comparação de Caráter por

Escala – Estudos e Projetos

Fonte: Autora (2018) Fonte: Autora (2018)

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55

7.3.1.2 Estudos ambientais

Os estudos ambientais foram realizados por empresa contratada

especializada no assunto, o que favoreceu a arrecadação tributária, e o crescimento

do setor. Foram realizados estudos para que houvesse o uso racional do terreno, e

das áreas de influência direta e indireta, pois, o município de Jardim conta com áreas

ambientalmente protegidas, sendo essas delimitadas por Unidades de Conservação

(UC’s) administradas pelo órgão federal Instituto Chico Mendes de Conservação da

Biodiversidade (ICMBio), sendo estas a APA (Área de Proteção Ambiental) Chapada

do Araripe e a Floresta Nacional do Araripe (FLONA) - Apodi (SEMACE, 2018).

Além disso o município, possui descobertas de patrimônio arqueológicos

em ótimo estado de conservação. Esta ação de estudos ambientais garante a

proteção ambiental dessas áreas e através da proposição de medidas mitigadoras,

contribui para a manutenção da qualidade ambiental, dos ecossistemas e do fluxo

gênico.

7.3.2 Fase de Implantação

Esta fase do empreendimento é caracterizada como uma fase de

construção (PEREIRA et al., 2013), desta maneira, o meio mais impactado é o meio

antrópico com 66,25% de impactos, seguido do meio biótico com 17,50% e por fim o

meio físico com apenas 16,25% dos impactos (gráfico 16).

13 14

53

16,25 17,50

66,25

0

10

20

30

40

50

60

70

Meio Físico Meio Biótico Meio Antrópico

Total %

Gráfico 16: Meios ambientais impactados na fase de Implantação

Fonte: Autora (2018)

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56

De todas as fases do empreendimento, a de implantação é a que possui

maior quantidade de impactos, pois trata-se da construção da fábrica. Nesta fase

foram prognosticados 59 impactos, representando 59% do total (gráfico 17) sendo os

benéficos com 57,63% (34) e os adversos com 42,37% (25).

Com relação ao atributo “magnitude”, como pode ser visto no gráfico 18, a

maior quantidade dos impactos é pequena com 89,83% (53), com apenas 6,78% (4)

representando a magnitude média e 3,39% (2) a grande.

A “importância” dos impactos (gráfico 19) distribui-se em 76,27% (45),

sendo não significativa, 18,64% (11) moderada e 5,08% (3) importância significativa.

A “duração” dos impactos distribui-se em curta, com 33 (55,93%), média com 10

(16,95%) impactos constatados e 16 (27,12%) sendo de longa duração, como mostra

o gráfico 20. O que apresenta maior quantidade de impactos adversos é a duração

curta, o que representa algo bom para a empresa, pois imediatamente após a ação,

ocorre a neutralização do impacto gerado.

34

57,63

25

42,37

59,00

100,00

Total %

mer

o d

e Im

pac

tos

Caráter Benéfico Caráter Adverso

Caráter Total

33

1 0

3420

3 2

25

89,83

6,78 3,39

100,00

Pequena Média Grande Total

mer

o d

e Im

pac

tos

Título do Eixo

Magnitude Benéfico Magnitude Adverso

Magnitude %

Fonte: Autora (2018) Fonte: Autora (2018)

Gráfico 17: Totalização dos Impactos –

Implantação

Gráfico 18: Comparação de Caráter por

Magnitude – Implantação

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57

Para a “ordem”, é notado que, conforme o gráfico 21, 54,24% (32) são de

ordem direta e 45,76% (27) são de ordem indireta. Por fim, foi analisado o atributo

“escala” onde predominaram os impactos de escala local, com 39, ou seja 66,10%,

enquanto os de escala regional representaram 33,90% do total (gráfico 22).

Com a análise dos gráficos acima, é observado que o atributo mais

impactante, tanto beneficamente, como adversamente com a construção da fábrica é

o de magnitude pequena, possuindo 33 dos impactos positivos e 20 negativos, quando

são comparados estes atributos com 3 parâmetros de avaliação.

30

3 1

34

158

2

25

76,27

18,64

5,08

100,00

Nãosignificativa

Moderada Significativa Total

mer

o d

e Im

pac

tos

Importância Benéfico Importância Adverso

Importância %

19

312

34

147 4

25

55,93

16,9527,12

100,00

Curta Média Longa Total

mer

o d

e Im

pac

tos

Duração Benéfico Duração Adverso

Duração %

19 15

34

13 12

25

54,2445,76

100,00

Direta Indireta Total

mer

o d

e Im

pac

tos

Ordem Benéfico Ordem Adverso Ordem %

23

11

34

169

25

66,10

33,90

100,00

Local Regional Total

mer

o d

e Im

pac

tos

Escala Benéfico Escala Adverso Escala %

Gráfico 20: Comparação de Caráter por

Duração – Implantação

Gráfico 19: Comparação de Caráter por

Importância – Implantação

Gráfico 21: Comparação de Caráter por

Ordem – Implantação

Gráfico 22: Comparação de Caráter por

Escala – Implantação

Fonte: Autora (2018) Fonte: Autora (2018)

Fonte: Autora (2018) Fonte: Autora (2018)

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58

Na confrontação dos atributos com dois parâmetros avaliativos é possível

observar que o que mais possui impactos adversos e benéficos é a escala local, com

23 e 16 impactos, respectivamente.

7.3.2.1 Contratação de Pessoal

Na fase de implantação ocorreu a contratação de pessoas para a execução

da obra, o que gerou expectativa na população, mobilizando a mão de obra local,

gerando ocupação e renda, aumentando assim, a arrecadação de impostos, o que

consiste em um impacto benéfico de duração curta, na escala regional. Vale ressaltar

que para que o contratado pudesse executar o serviço, foram dadas instruções sobre

como construir com o tijolo maciço de solo-cimento.

7.3.2.2 Mobilização de Veículos e Materiais

Para a construção do galpão, que possui dimensões 37,90x11m (anexo B),

foram comprados tijolos ecológicos de outro fabricante, pois a fábrica ainda não estava

operando. Com esta ação ocorreu a mobilização de veículos, fato que gerou a

emissão de ruídos e gases, bem como o lançamento de poeira, consequentemente

perturbando a fauna e a flora, gerando impactos adversos, porém de magnitude

pequena, importância não significativa, de curta duração e em escala regional. Já a

compra de matérias mobilizou o crescimento do comércio, gerando ocupação e renda

e promovendo o crescimento do setor da construção civil.

7.3.2.3 Supressão Vegetal

Para a construção da fábrica foi necessário realizar a remoção da fauna e

flora existente no terreno, ocasionando impactos negativos, com a alteração da

dinâmica ambiental, processos erosivos e possíveis riscos ao patrimônio

arqueológico, pois, como já foi citado Jardim é um local que possui este tipo de

patrimônio. Como a fábrica é de pequeno porte, os impactos negativos são de

magnitude pequena, sem a ocorrência de maneira significativa dos fatores ambientais.

No entanto, o empreendimento apresenta fatores ambientais positivos, uma

vez que para a realização desta supressão vegetal foi necessário contratar mão de

obra, embora de importância não muito significativa e de curta duração, que ocasionou

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59

oferta de serviços, crescimento do comércio e consequentemente, arrecadação

tributária.

7.3.2.4 Construção da Fábrica

A construção da fábrica foi uma das ações que mais gerou impactos

negativos, 11, no total. Devido a mesma ser construída com tijolos solo-cimento, pode-

se considerar que houve uma amenização dos impactos negativos, uma vez que seu

sistema de modular de encaixe usa menos cimento para união dos tijolos, e os seus

furos permitem a passagem das instalações hidráulica, sanitária e elétrica evitando

sua quebra.

Estes fatores contribuem para que haja uma redução significativa dos

resíduos na construção. Outros impactos, devido a mobilização de materiais de

construção, como ruídos, lançamento de poeiras ocorreram durante o processo

construtivo, além de riscos de acidentes de trabalho e alteração do ecossistema local.

No entanto a maioria dos impactos são de magnitude pequena, importância não

significativa e curta duração. Também ocorrem impactos benéficos nesta fase, com a

oportunidade de ocupação e renda e o consumo de materiais, o que gera a circulação

da moeda local.

7.3.2.5 Limpeza Geral da Obra/Desmobilização

A limpeza geral e desmobilização da obra acontece no final da construção.

Na etapa de limpeza ocorre uma série de impactos negativos devido a desmobilização

de mão de obra, afetando a renda do operário da construção civil, e ocasionando

também queda nas relações comerciais e no recolhimento de impostos.

Todos os impactos desta etapa são não significativos pois, os operários são

em número reduzido. A limpeza da obra contribuirá com a harmonização da paisagem

local, pontuando como um fator positivo nesta ação de limpeza geral e desmobilização

da obra.

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60

7.3.2.6 Contratação de Funcionários

A ação de contratação de funcionários é a que apresenta maior número de

impactos positivos, totalizando 13, e nenhum negativo. Esta ação gerará expectativa

na população, na procura de emprego permanente, aumentando assim a oferta de

empregos diretos e indiretos, devido a instalação do empreendimento.

Ocorrerá também a necessidade de qualificação profissional para se

trabalhar com o tijolo solo-cimento. Estes fatores ocasionaram a melhoria nos índices

econômicos e sociais dos operários, além de proporcionar crescimento na economia,

no comércio e, consequentemente, na arrecadação de impostos.

7.3.2.7 Aquisição de Equipamentos e Serviços

Para o funcionamento da empresa, além da contratação de funcionários,

será necessária a aquisição de equipamentos como prensa, triturador e peneiras.

Também serão necessários o fornecimento de água e luz, além serviços

especializados na área ambiental, para atender necessidades deste âmbito, uma vez

que na operação do empreendimento se lida constantemente com fatores ambientais,

sendo essas ações geradoras de impactos positivos.

7.3.3 Fase de Operação

Na fase de operação ocorre o funcionamento do empreendimento. Ela

totaliza 27 impactos correspondendo a 27% do total, sendo possível observar essa

distribuição, bem como a quantidade de impactos benéficos e adversos em todos os

atributos nos gráficos a seguir. Além disso, no gráfico 23, assim como nas demais

fases o meio mais impactado é o antrópico com 50%, seguida do físico e biótico, com

25% cada.

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61

Com a distribuição destes impactos é observada uma predominância nos

adversos, 51,85% (14) e 48,15 (13) são de caráter benéfico, sendo esta fase do

empreendimento, a que mais gerará impactos adversos e a que possui menos

diferença entre os impactos positivos e negativos (gráfico 24).

No atributo “magnitude” é possível extrair que 62,96% (17) dos impactos

são de magnitude pequena, os de média somam 7,41% (2), e os de magnitude grande

possuem a maior influência com relação às outras fases do empreendimento, pois,

possui 29,63% (8) (gráfico 25).

13

48,15

14

51,85

27,00

100,00

Total %

mer

o d

e Im

pac

tos

Caráter Benéfico Caráter Adverso

Caráter Total

12

0 1

135 2

714

62,96

7,41

29,63

100,00

Pequena Média Grande Total

mer

o d

e Im

pac

tos

Magnitude Benéfico Magnitude Adverso

Magnitude %

Fonte: Autora (2018) Fonte: Autora (2018)

Gráfico 24: Totalização dos Impactos –

Operação

Gráfico 25: Comparação de Caráter por

Magnitude – Operação

11 11

2225,00 25,00

50,00

0

10

20

30

40

50

60

Meio Físico Meio Biótico Meio Antrópico

Total %

Gráfico 23: Meios ambientais impactados na fase de Operação

Fonte: Autora (2018)

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62

Com relação à “importância”, é possível observar no gráfico 26, que 10

(37,04%) dos 27 impactos apresentam uma caracterização de importância não

significativa, a moderada consiste em 33,33% e a significativa 29,63%, sendo que esta

última conta com sete impactos adversos, gerando perda da qualidade de vida e

necessitando de mais atenção na proposição das medidas mitigadoras.

Já com referência ao atributo “duração”, pôde ser observado que a maioria

possui longa duração, com um total de 12 (62,96), não havendo nenhum impacto de

média, e 10 impactos para a curta duração, com 37,04% (gráfico 27). A duração

adversa longa é resultado do funcionamento da fábrica, o impacto permanecerá

enquanto esta estiver operando.

O atributo “ordem”, nesta fase, conta com 59,26% (16) dos impactos na

ordem direta, e 40,74% (11), com ordem indireta (gráfico 28). No atributo “escala” é

possível constatar, conforme mostrado no gráfico 29, que a maioria é de escala local

com 66,67%, o significa 18 impactos, já na escala regional foi observado que há a

geração de 33,33% (9) de impactos.

De maneira análoga com as demais fases do empreendimento

(comparação entre os atributos com três parâmetros de avaliação) é possível observar

que o atributo mais impactante será o de magnitude pequena tanto de maneira

benéfica com 12 impactos, quanto de maneira adversa com cinco impactos.

8 4 113

2 5 714

37,04 33,33 29,63

100,00

Nãosignificativa

Moderada Significativa Total

mer

o d

e Im

pac

tos

Importância Benéfico Importância Adverso

Importância %

80

513

2 0

12 14

37,04

0,00

62,96

100,00

Curta Média Longa Total

mer

o d

e Im

pac

tos

Duração Benéfico Duração Adverso

Duração %

Fonte: Autora (2018) Fonte: Autora (2018)

Gráfico 26: Comparação de Caráter por

Importância – Operação

Gráfico 27: Comparação de Caráter por

Duração – Operação

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63

Quando são confrontados os dados referentes a escala e ordem, a escala

local é que mais possui impactos adversos com um total de 14. Este fato ocorre devido

o funcionamento da fábrica, pois dentre os diversos impactos este gerará emissão de

efluentes, alteração da paisagem e produção de resíduos sólidos. Para os impactos

benéficos os dois atributos apresentam a mesma quantidade com 9 impactos na

ordem indireta, e 9 na escala regional, atingindo assim a área de influência indireta.

7.3.3.1 Aquisição de Mercadorias de Consumo

Com o funcionamento da fábrica aumentará a demanda por produtos

primários, como materiais de escritório, de limpeza, e alimentação e possivelmente

alimentação para os funcionários (caso a empresa opte por não fornecer vale

refeição). Esta ação irá aumentar a arrecadação tributária, devido ao crescimento de

empregos indiretos, e do comércio.

7.3.3.2 Equipamentos de Infraestrutura Geral

Os equipamentos correspondem às redes de água energia e esgoto, que

durante a fase de operação podem necessitar de manutenção, fato que acarretará em

possíveis alterações da qualidade do ar, da água e do solo, com lançamento de

49 1314

0

14

66,67

33,33

100,00

Local Regional Total

mer

o d

e Im

pac

tos

Escala Benéfico Escala Adverso Escala %

49 1312

2

14

59,26

40,74

100,00

Direta Indireta Total

mer

o d

e Im

pac

tos

Ordem Benéfico Ordem Adverso Ordem %

Gráfico 28: Comparação de Caráter por

Ordem – Operação

Gráfico 29: Comparação de Caráter por

Escala – Operação

Fonte: Autora (2018) Fonte: Autora (2018)

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poeiras devido à necessidade de escavar o solo para consertar algum vazamento ou

entupimento, o que ocasionará barulhos. A qualidade da água e do solo poderá ser

afetada, caso haja algum vazamento na rede de esgoto.

Embora esta ação apresente fatores adversos, eles são caraterizados de

curta duração, pois, podem ser resolvidos facilmente através da contratação de mão

de obra especializada ou aquisição de materiais de manutenção, o que pode aumentar

a oferta de emprego, fazendo com que o comércio cresça.

7.3.3.3 Funcionamento

Durante o funcionamento da fábrica de tijolos maciços de solo-cimento,

ocorrerá aumento da poluição sonora e do lançamento de poeiras, devido o

funcionamento do triturador de solos, da peneira, manual ou elétrica e da prensa, o

que ocasionará um impacto de vizinhança. Com o funcionamento destes, haverá

geração de resíduos orgânicos como folhas, raízes e pedras, que não serão usados

no processo de preparo de solos para moldagem dos tijolos, gerando assim resíduos

sólidos.

Para a fabricação do tijolo será feita a extração do solo, o que gera

afugentamento de fauna e a supressão da flora, alterando de maneira significativa a

paisagem e as condições geotécnicas do terreno. Também será usada água durante

o processo, tanto para a mistura água, solo e cimento, quanto para o processo de cura

dos tijolos e para a descarga dos banheiros e da pia. O uso da água em grandes

quantidades poderá causar alteração nas reservas hídricas e na produção de

efluentes domésticos, podendo acarretar poluição nas águas e no solo.

O funcionamento do empreendimento também apresenta vantagens como

a não geração de CO2, pois o tijolo solo-cimento não usa processo de queima para a

sua produção. Ocasionará também na maior circulação da moeda, arrecadação

tributária e concentração de renda com a aquisição dos produtos primários, ou de

novos equipamentos conforme a ampliação do empreendimento.

7.4 Proposição de medidas mitigadoras

É observado que durante as diversas fases do empreendimento ocorrem

diversos impactos ambientais negativos. Para amenizá-los ou eliminá-los faz-se

necessária a aplicação de medidas que objetivem mitigar os impactos gerados

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durante as fases de implantação e de operação do empreendimento, sendo observado

que neste caso, a fase de projetos e estudos não acarreta geração de impactos

adversos.

7.4.1 Controle de emissões gasosas, ruídos e poeiras gerados pela

movimentação de veículos

As emissões gasosas ocorrem tanto na fase de implantação como na de

operação. Na primeira, devido à compra de materiais de construção que necessitem

de transporte como tijolos, telhas, madeiras e cimento, por exemplo, ocasionam

ruídos, emissões gasosas e lançamento de poeiras. Já no segundo caso, os mesmos

impactos são ocasionados, devido à expedição dos tijolos e na fabricação dos

mesmos, com o transporte de solos.

Para o controle destes impactos ambientais, Pereira et al., (2013), sugere

que seja realizado o controle na velocidade de veículos, para diminua o lançamento

de poeiras ao ar durante o período de estiagem e cobertura ou molha do transporte

de solos. Com relação ao lançamento gases e emissões de ruídos, o autor mostra

que, com manutenções periódicas nos veículos em locais adequados, estes

problemas podem ser amenizados. Estas medidas também diminuirão os riscos de

acidentes de percurso e a perturbação da fauna.

7.4.2 Controle de poluição sonora, lançamento de poeiras, geração de resíduos

sólidos e efluentes contaminados na construção e funcionamento da

fábrica

Na fase de implantação da fábrica, ocorrerá poluição sonora, devido a

construção do galpão, embora em menor escala do que em uma construção com

tijolos cerâmicos, e na fase de operação, com o funcionamento de máquinas e

equipamentos. Com o uso do triturador (figura 13), Pisani (2005) relata que o mesmo

promove uma melhor mistura entre os grãos do solo e do cimento, devendo essa

mistura passar duas vezes no triturador, ficando evidente que haverá poluição sonora

e lançamento de poeiras.

Essas poeiras também serão lançadas com o funcionamento da peneira

elétrica (figura 14), que Pisani (2005), sugere seu uso para eliminar pedregulhos e

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matéria orgânica que possam estar contidos no solo. Esses materiais serão

descartados de forma correta, com um Programa de Gerenciamento de Resíduos

ólidos. Além do lançamento de material particulado, o funcionamento da peneira e da

presa (figura 15) provocará ruídos.

.

Figura 13: Triturador de solos

Fonte: Autora (2018)

Figura 14: Peneira elétrica

Fonte: Autora (2018)

Figura 15: Prensa para fabricação dos tijolos

Fonte: Autora (2018)

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A construção da fábrica com tijolos solo-cimento já é considerada uma

medida mitigadora, pois para França e Simões (2017), devido aos furos contidos no

interior dos tijolos, que permitem a passagem de tubulações elétricas e hidráulicas. A

depender do dimensionamento, poderá receber a passagem até de tubulações

sanitárias, o que causa uma menor geração de resíduos na obra. Ainda vale ressaltar

que devido ao seu sistema de encaixe de sua função estética, o tijolo pode ficar

aparente, como mostra a figura 16 e o anexo B, o que também se constitui como

medida para a não geração de resíduos, pois, não há a necessidade de reboco.

A fim de evitar contaminações por efluentes líquidos gerados pelo uso do

banheiro a ser planejado e implantado e da lavagem de equipamentos, será instalado

um sistema de tratamento de água individual, com fossa, filtro e sumidouro, pois na

zona de instalação da fábrica não há sistema de coleta de esgoto. Caso ocorra

vazamento ou entupimento do sistema de canalização de esgoto, será realizada a sua

manutenção, o mais rápido possível.

Para a contenção de lançamento de poeiras, visando amenizá-las pode ser

colocada uma tela anti-poeira, ao redor dos muros da fábrica, o que causaria uma

contenção nesta dispersão de partículas sendo esta medida mitigadora considerada

um Equipamento de Proteção Coletiva (EPC), como também a instalação de

sinalização indicando riscos de acidente de trabalho. Deve haver o uso de

Equipamento de Proteção Individual (EPI), para os funcionários, sendo: fardamento,

protetor auricular, óculos, máscara e botas.

Figura 16: Galpão da fábrica construído com tijolo solo-cimento

Fonte: Autora (2018)

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Pereira et al., (2013), traz outras sugestões com medidas previstas na

legislação de Higiene e Segurança do Trabalho, sendo estas: evitar trabalho noturno

em áreas residenciais das 22h às 7h e realizar manutenções para evitar ruídos em

máquinas mal reguladas.

7.4.3 Controle de processos erosivos e supressão vegetal

Com a construção ocorre supressão vegetal, causando prejuízos a fauna e

flora, alterando a dinâmica local, ocasionado riscos ao patrimônio arqueológico e

acirramento de processos erosivos, bem como ocorre com a retirada de solo para a

fabricação do tijolo ecológico, no entanto, para este último impacto a empresa não tem

responsabilidade sobre sua mitigação, uma vez que a mesma comprará (ou compra

para a fase de teste) solos de áreas licenciadas e de domínio de terceiros.

Já na fase de construção da fábrica ouve a necessidade de corte e aterro

para uma pequena regularização do terreno, e aberturas de cavas para a instalação

do sistema de esgotamento sanitário e hidráulico. A fim de que os impactos causados

por essa ação sejam mitigados, Figueiredo et al., (2015), aponta que com a agilidade

na execução da obra, será anulado o processo erosivo, pois é inevitável que não haja

a abertura de cavas para o desenvolvimento da construção.

Para os demais impactos Pereira et al., (2013), aponta que deve ser

realizado o plantio de espécies nativas e arbóreas nativas da região, e caso seja

encontrado algum sítio arqueológico, ocorra a sua escavação antes do início da

retirada de solo, isso caso a empresa decida não mais comprar solos de áreas já

licenciadas, mas comprar sua própria área de extração.

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8. CONCLUSÕES

Com a realização do estudo de AIA, na fábrica de tijolos ecológicos

localizada no município de Jardim, CE, foi possível observar que existem mais

impactos benéficos do que adversos, representando 61% (61) e 39% (39),

respectivamente. Sendo que nenhum impacto negativo atingiu a fase de estudos e

projetos de engenharia, pois esta foi mais concentrada no escritório.

Como já previsto em literatura a fase de implantação foi a que gerou mais

impactos e o de operação obteve a menor diferença entre o caráter. Já com relação

aos meios ambientais impactados é possível observar que o meio mais impactado é

o antrópico com 87 ocorrências.

Dentre os impactos adversos os que mais se repetem entre as ações do

empreendimento, dizem respeito ao lançamento de poeiras e emissões de ruídos,

gerados, tanto devido ao fluxo de veículos, como da construção da fábrica. Para

mitigá-los, foi sugerida, com base na literatura, a realização de manutenções nas

máquinas e veículos, bem como uso de EPI para os funcionários e redução de

velocidade dos automóveis que transportarão os tijolos e meterias, como cimento e

solo. Já para os impactos benéficos os maiores índices apontam para arrecadação

tributária, contratação de funcionários e circulação da moeda.

Desta maneira o presente trabalho demonstra-se importante por relacionar

a avaliação de impacto ambiental com o processo de fabricação do tijolo ecológico,

contemplando as fases de estudo e projetos, implantação e funcionamento da fábrica,

avaliando e categorizando os impactos com base em literaturas que falam sobre AIA

e visita ao local. E além disso, demostra que sua implantação traz benefícios sociais,

ambientais e econômicos para a sua área de influência.

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SILVA, José Maria Cardoso da; TABARELLI, Marcelo; FONSECA, Mônica Tavares da; Lins, Lívia Vanucci (Org.). Biodiversidade da CAATINGA: áreas e ações prioritárias para a conservação. Brasília: [s.n.], 2003. 41 p. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/chm/_arquivos/parte1caa.pdf>. Acesso em: 02 nov. 2018. SILVA, M. R. (1994) O solo-cimento, In: Bauer L. A. F., 5ª Edição, Materiais de Construção, Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., Rio de Janeiro, 1994, Cap. 24, p. 704-729. SOARES, Maria do Carmo Roos. LOGÍSTICA REVERSA APLICADA A CONSTRUÇÃO CIVIL: ANÁLISE DOS PROCESSOS DE DESCARTE EM UMA CONSTRUTORA NO MUNICÍPIO DE CAPÃO DA CANOA/RS. 2017. 67 f. TCC (Graduação) - Curso de Administração, Universidade de Santa Cruz do Sul – Unisc, CapÃo da Canoa, 2017. Disponível em: <https://repositorio.unisc.br/jspui/handle/11624/1633>. Acesso em: 17 out. 2018. SOUZA, Marcia Ikarugi Bomfim de. ANÁLISE DA ADIÇÃO DE RESÍDUOS DE CONCRETO EM TIJOLOS PRENSADOS DE SOLO-CIMENTO. 2006. 116 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Programa de PÓs-graduaÇÃo em Engenharia Civil, Universidade Estadual Paulista, Ilha Solteira, 2006. Disponível em: <https://repositorio.unesp.br/handle/11449/91489>. Acesso em: 24 out. 2018. STACHERA JUNIOR, Theodozio; CASAGRANDE JUNIOR, Eloy Fassi. A EMISSÃO DE GASES CAUSADORES DO EFEITO ESTUFA NO PROCESSO DE PRODUÇÃO DE ALGUMAS INDÚSTRIAS DO SETOR DE CERÂMICA VERMELHA DE CURITIBA. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA NO AMBIENTE CONSTRUÍDO - ENTAC, 11., 2006, Florianópolis. Florianópolis: [s.n.], 2006. p. 3845 - 3854. Disponível em: <http://www.infohab.org.br/entac2014/2006/artigos/ENTAC2006_3845_3854.pdf>. Acesso em: 25 nov. 2018 STAMM, Hugo Roger. MÉTODO PARA AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL (AIA) EM PROJETOS DE GRANDE PORTE: ESTUDO DE CASO DE UMA USINA TERMELÉTRICA. 2003. 284 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia de Produção, Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/85357>. Acesso em: 15 out. 2018. Verde equipamentos. OSTIJOLOS ECOLÓGICOS. 2018. Disponível em: <http://verdeequipamentos.com.br/en/ecological-bricks/>. Acesso em: 03 nov. 2018.

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APÊNDICE A - Totalização dos impactos por fase de empreendimento.

FASE DE ESTUDOS E PROJETOS

Caráter Magnitude Importância

Benéfico Adverso Total Benéfico Adverso Total % Benéfico Adverso Total %

Total 14 0 14,00 Pequena 14 0 14 100,00 Não significativa 8 0 8 57,14

% 100 100,00 Média 0 0 0 0,00 Moderada 4 0 4 28,57

Grande 0 0 0 0,00 Significativa 2 0 2 14,29

Total 14 0 14 100,00 Total 14 0 14 100,00

Duração Ordem Escala

Benéfico Adverso Total % Benéfico Adverso Total % Benéfico Adverso Total %

Curta 10 0 10 71,43 Direta 7 0 7 50 Local 9 0 9 64,29

Média 1 0 1 7,14 Indireta 7 0 7 50 Regional 5 0 5 35,71

Longa 3 0 3 21,43 Total 14 0 14 100 Total 14 0 14 100

Total 14 0 14 100,00

FASE DE IMPLANTAÇÃO

Caráter Magnitude Importância

Benéfico Adverso Total Benéfico Adverso Total % Benéfico Adverso Total %

Total 34 25 59,00 Pequena 33 20 53 89,83 Não significativa 30 15 45 76,27

% 57,63 42,37 100,00 Média 1 3 4 6,78 Moderada 3 8 11 18,64

Grande 0 2 2 3,39 Significativa 1 2 3 5,08

Total 34 25 59 100,00 Total 34 25 59 100,00

Duração Ordem Escala

Benéfico Adverso Total % Benéfico Adverso Total % Benéfico Adverso Total %

Curta 19 14 33 55,93 Direta 19 13 32 54,24 Local 23 16 39 66,10

Média 3 7 10 16,95 Indireta 15 12 27 45,76 Regional 11 9 20 33,90

Longa 12 4 16 27,12 Total 34 25 59 100,00 Total 34 25 59 100,00

Total 34 25 59 100,00 Fonte: Autora (2018)

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Continuação do apêndice A

FASE DE OPERAÇÃO

Caráter Magnitude Importância

Benéfico Adverso Total Benéfico Adverso Total % Benéfico Adverso Total %

Total 13 14 27,00 Pequena 12 5 17 62,96 Não significativa 8 2 10 37,04

% 48,15 51,85 100,00 Média 0 2 2 7,41 Moderada 4 5 9 33,33

Grande 1 7 8 29,63 Significativa 1 7 8 29,63

Total 13 14 27 100,00 Total 13 14 27 100,00

Duração Ordem Escala

Benéfico Adverso Total % Benéfico Adverso Total % Benéfico Adverso Total %

Curta 8 2 10 37,04 Direta 4 12 16 59,26 Local 4 14 18 66,67

Média 0 0 0 0,00 Indireta 9 2 11 40,74 Regional 9 0 9 33,33

Longa 5 12 17 62,96 Total 13 14 27 100,00 Total 13 14 27 100,00

Total 13 14 27 100,00

TOTAL

Caráter Magnitude Importância

Benéfico Adverso Total Benéfico Adverso Total % Benéfico Adverso Total %

Total 61 39 100,00 Pequena 59 25 84 84,00 Não significativa 46 17 63 63,00

% 61 39 100,00 Média 1 5 6 6,00 Moderada 11 13 24 24,00

Grande 1 9 10 10,00 Significativa 4 9 13 13,00

Total 61 39 100 100,00 Total 61 39 100 100,00

Duração Ordem Escala

Benéfico Adverso Total % Benéfico Adverso Total % Benéfico Adverso Total %

Curta 37 16 53 53,00 Direta 30 25 55 55,00 Local 36 30 66 66,00

Média 4 7 11 11,00 Indireta 31 14 45 45,00 Regional 25 9 34 34,00

Longa 20 16 36 36,00 Total 61 39 100 100,00 Total 61 39 100 100,00

Total 61 39 100 100,00

Fonte: Autora (2018)

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ANEXO A – Planta de localização da fábrica de tijolos solo-cimento

Fonte: AFN Engenharia

Fonte: AFN Engenharia

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ANEXO B – Projeto arquitetônico: planta baixa da vista superior da fábrica de tijolos solo-cimento

Fonte: AFN Engenharia

Fonte: AFN Engenharia