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04 - Editorial: Paulo Rocha06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional14 - Internacional20 - Opinião: D. Manuel Linda22 - Opinião: Miguel Oliveira Panão24 - Semana de.. Luis Filipe Santos26 - Dossier Combate ao Desperdicio Alimentar

50 - Multimédia52- Estante54- APP Pastoral56 - Concílio Vaticano II58- Agenda60 - Por estes dias62 - Programação Religiosa63- Minuto Positivo64 - Liturgia66 - Jubileu da Misericórdia68 - Ano da Vida Consagrada70 - Fundação AIS72 - Lusofonias

Foto da capa: Agência ECCLESIAFoto da contracapa: Agência ECCLESIA

AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio CarmoRedação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,.Luís Filipe Santos, Sónia NevesGrafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Cónego João Aguiar CamposPessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D1885-076 MOSCAVIDE.Tel.: 218855472; Fax: [email protected]; www.agencia.ecclesia.pt;

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Opinião

Novo bispoauxiliar no Porto[ver+]

O roteiro do Papapara 2016[ver+]

Contra a fome e odesperdício[ver+]

D. Manuel Linda | Paulo Rocha |Miguel Oliveira Panão | MargaridaAlvim | Manuel Barbosa | Paulo Aido |Tony Neves | Luis Filipe Santos

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Partilhar sobras ou gerir onecessário

Paulo Rocha Agência ECCLESIA

O desiquilíbrio global gera contrastes cada vezmais evidentes nos vários setores da sociedade.Em diferentes escalas, notam-se tensões entrehemisférios Norte e Sul, do interior em relação aolitoral, entre ambientes urbanos e rurais,empregadores e empregados, centros eperiferias. Comum a todos os conflitos, mais oumenos explícita, é a crescente polarização entrericos e pobres.Conta quem dirigiu departamentos de recursoshumanos de grandes empresas que aprogressão na carreira e consequente aumentodas remunerações - nos tempos em queaconteciam de forma notória, por mérito ou porfavor – provocava muitas conversas, mais oumenos subjetivas. Uma delas girava em torno dapossibilidade de adequar progressivamente ogasto ao ganho, numa verdadeira espiralreveladora de ausência de projetos pessoais efamiliares, sem considerar o sentido da vidamuito para além da sua dimensão material. Atéque uma voz se ergueu para afirmar que o tetoorçamental da família tinha sido definido, poruma vez, independentemente da remuneração.Em conjunto, a família estabelecera umareferência máxima, considerada necessária erazoável, e daí não se excedia (o destino dorestante, confesso, não foi revelado).Um princípio inspirador para um novo paradigmano relacionamento entre povos, estratégiasorçamentais e políticas económicas, que apenasconsidera o necessário e recusa a vorazespeculação do máximo, do superior em relaçãoa um outro.

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O Ano Nacional de Combate aoDesperdício Alimentar, em 2016, éum alerta para estar atento aosmínimos: aproveitar o que sobrapara a matar a fome de muitos. Masa certeza de que se há sobras numamesa é porque outras estão semnada tem de gerar revolta nasconsciências e recuo nosprocedimentos.“Mais vale sobrar que faltar”, diz-se,mas erradamente. Agora comosempre, e nomeadamente no quediz respeito à administração dosbens, “mais vale faltar do quesobrar”.Nos diferentes ambientes e nosvários setores da sociedade, é porcerto difícil pôr fim a essa tensãoentre gerir o necessário ouassoberbar todo o

possível para -ocasionalmente - dardo que sobra. Infelizmente, assimcontinuará. Porque permanecemdistantes aproximações entreindivíduos e povos para definir essefiel de uma balança que geraequilíbrios pessoais e sociais:estabelecer o necessário.

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Imagem de Istambul após o atentado que esta terça-feira matou 10

pessoas na cidade turca

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“É uma emoção estar aqui, no Vaticano, oEstado mais pequeno do mundo, que temdentro o maior homem do mundo, nestemomento”Roberto Benigni, realizador italiano, naapresentação do livro ‘O nome de Deus émisericórdia’, Vaticano, 12.01.2016 "Não é só a experiência e a maturidade, aexperiência convertida em maturidade, étambém a sensibilidade (…), uma coisa éfazerem isto numa campanha eleitoral e outracoisa é transbordar de afeto durante mais dequatro décadas"Maria de Belém Roseira, candidatapresidencial, Viseu, 13.01.2016 "Há quem veja a democracia como umacoutada para a caça aos votos, eu vejo ademocracia como um espaço para ouvir aspessoas e debater ideias"António Sampaio da Nóvoa, candidatopresidencial, Faro, 13.01.2016 "Eu lanço a candidatura e depois aceito osapoios e tenho estado a aceitar apoios demandatários, de personalidades, de grupos,muitos dos quais não são do PSD"Marcelo Rebelo de Sousa, candidatopresidencial, Funchal, 13.01.2016

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Novo bispo auxiliar para a Diocesedo PortoO Papa Francisco nomeou no últimodia 9 como bispo auxiliar do Porto D.António Augusto Azevedo, de 53anos, atual reitor do SeminárioMaior da diocese. O novo bispojunta-se a D. António Francisco dosSantos, bispo do Porto desdefevereiro de 2014, e a D. AntónioMaria Bessa Taipa e D. Pio Alves,auxiliares na diocese mais populosado país.D. António Augusto Azevedo, naturalde Avioso (Concelho da Maia), foiordenado padre a 13 de julho de1986. Lecionou na Faculdade deTeologia da Universidade CatólicaPortuguesa (UCP), no Centro deCultura Católica e no Curso dePastoral do Seminário Maior,sempre no Porto, tendo colaboradoainda com a Escola de Direito e daFaculdade de Educação ePsicologia da UCP.Em declarações à AgênciaECCLESIA, o novo bispo auxiliar,disse que recebeu com “humildade,disponibilidade” e “sentido dagrande responsabilidade” o desafioa que foi chamado pelo PapaFrancisco.D. António Augusto Azevedomanifesta ainda o “sentido dagrande responsabilidade” quesignifica ser sucessor dos Apóstolose “testemunha da fé em Jesus Cristono tempo de hoje”.

A ordenação episcopal vai decorrera 19 de março, na Sé do Porto.O prelado revela que escolheucomo lema episcopal «Cantareieternamente as misericórdias doSenhor», do Salmo 89. “Escolhi-oporque traduz o meu sentimento ecorresponde à minha atitude epropósito de ser testemunha alegreda Boa Nova da misericórdia deDeus”, contextualiza.Os bispos da Diocese do Portoconvidaram as comunidadescatólicas a celebrar “a gratidão e aesperança” pela nomeação de D.António Augusto Azevedo, de quemdestacam a “multifacetadaexperiência pastoral” para a suanova missão e serviço.“A multifacetada experiênciapastoral testemunha a suapreparação para a missão que oPapa Francisco lhe confia”,escrevem o bispo do Porto, D.António Francisco dos Santos, e osseus auxiliares, D. António BessaTaipa e D. Pio Alves.Num comunicado enviado à AgênciaECCLESIA, os prelados consideramque os serviços desenvolvidos atéagora oferecem a D. AntónioAugusto Azevedo “conhecimento davida diocesana”. “Confere-lhe aautoridade que aos discípulos deJesus se pede”, que consiste na“retidão de vida

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para O seguir e na prontidão paraservir, onde Deus chama e envia”,explicam.O bispo auxiliar é dado aoresponsável diocesano para ocoadjuvar nas tarefas apostólicasda diocese, sem direito desucessão.D. António Augusto Azevedo foinomeado bispo com o título deCemeriniano, uma antiga diocese donorte de África, na atual Argélia.

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Núncio denuncia crises nacionaise internacionaisO núncio apostólico (embaixador daSanta Sé) em Portugal denunciouesta quarta-feira as perseguições“sistemáticas” de minorias étnicasou religiosas a que se somam asameaças terroristas. “Em váriaspartes assiste-se, distraídos ouindiferentes, a perseguiçõessistemáticas de minorias étnicas oureligiosas, ou reage-se,horrorizados mas praticamenteimpotentes, a uma guerra fantasma,alimentada por uma ideologiaextremista que, fazendo doterrorismo a sua arma, ataca desurpresa, em qualquer lugar”, disseD. Rino Passigato, na cerimónia deapresentação de cumprimentos deAno Novo pelo Corpo Diplomáticoacreditado em Portugal aopresidente da República, no PalácioNacional de Queluz.No último encontro do género comAníbal Cavaco Silva, orepresentante diplomático da SantaSé falou num panorama mundial“muito complexo” que chega a ser“dramático”. “Em diferentes regiõesdo planeta perpetuam-se cenáriosde guerras que, causando noterreno destruição, horror e morte,provocam êxodos de proporçõesbíblicas de pessoas

de todas as idades e condiçõessociais”, precisou.D. Rino Passigato aludiu depois àcrise económica e financeira “semfim” que afeta a Europa, agravadapor “inquietantes escândalosbancários”. Esta crise, lamentou,“continua a impor sacrifíciosgravosos aos cidadãos, castigandoas famílias e roubando às novasgerações a esperança de um futurodigno e seguro”.O responsável evocou várias daspreocupações que têm marcado osdiscursos do Papa Francisco emrelação a fenómenos como o tráficode seres humanos, o tráfico dedrogas e de armas.D. Rino Passigato, decano do CorpoDiplomático em Portugal, saudoudepois Cavaco Silva, que seaproxima do final de um segundomandato como presidente daRepública Portuguesa.

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Bispos ao lado das Misericórdiase em defesa da liberdade de ensinoO Conselho Permanente daConferência Episcopal Portuguesa(CEP) lamentou hoje o recenterecuo do Governo em acordoscelebrados com as Misericórdias eeventuais cortes de financiamentode escolas do ensino particular ecooperativo. “Preocupam-nos,concretamente, algumas notíciasreferentes à relação com asMisericórdias ou o ensino não-estatal”, referiu o organismo dosbispos católicos, em comunicadoapresentado hoje aos jornalistas,em Fátima, após a primeira reuniãode 2016.O padre Manuel Barbosa, que leuesta nota, referiu que o Estado temo dever de “respeitar e apoiar todasas iniciativas da sociedade civil quecomprovadamente respondem àsnecessidades de saúde, educaçãoe outras, e correspondem ao direitode livre escolha por parte doscidadãos”.A intervenção acontece depois de oMinistério da Saúde ter cancelado oacordo que previa a transferênciada gestão dos hospitais de SantoTirso e de São João da Madeirapara as santas casas dasmisericórdias locais.Esta quarta-feira, por outro lado,asecretária de Estado Adjunta e deEducação, Alexandra Leitão,

anunciou que o Ministério daEducação vai avaliar "de formacriteriosa" os contratos celebradoscom as escolas privadas que têmneste momento contratos deassociação para “evitarredundâncias na rede".O Conselho Permanente da CEPrefere, a este respeito, que “numademocracia, a solidariedade tem deir a par com a subsidiariedade”.A Igreja Católica, começa por referira nota, “reconhece e valoriza tudoquanto desenvolve a solidariedadena sociedade portuguesa,prioritariamente a favor dos quecontinuam mais desprotegidos oupouco promovidos”.Já em declarações aos jornalistas, osecretário da CEP sustentou que “aIgreja não pode calar a sua voz”quando está em causa o “direito delivre escolha dos cidadãos”.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizadosemwww.agencia.ecclesia.pt

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Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima reabre a 2 de fevereiro

PAR-Linha da Frente entrega 200 mil euros para os refugiados que estão noLíbano

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Nunca se pode matar em nome deDeus

O Papa condenou no Vaticano oterrorismo e o fundamentalismoreligioso, diante dos representantesdo corpo diplomático na Santa Sé,rejeitando que se justifique aviolência com qualquer credo.“Nunca se pode matar em nome deDeus”, afirmou Francisco, numlongo discurso que marcou oencontro anual com osrepresentantes de 180 Estados,

incluindo Portugal, bem como daUnião Europeia, da Palestina e daOrdem Soberana de Malta.A intervenção desta segunda-feiraapelou a uma "ação políticaconjunta" para conter a propagaçãodo extremismo e dofundamentalismo, "com as suasconsequências de matriz terrorista,que ceifam inumeráveis vítimas querna Síria e na Líbia,

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quer noutros países, como o Iraquee o Iémen". Segundo o Papa, oshomens e mulheres de fé têm de serpessoas de “paz” e “só uma formaideologizada e extraviada de religiãopode pensar fazer justiça em nomedo Omnipotente, massacrandodeliberadamente pessoasindefesas”.A este respeito, Francisco recordouos “sangrentos ataques terroristas”dos últimos meses na África, Europae Médio Oriente. “Toda aexperiência religiosa, vividaautenticamente, só pode promovera paz”, insistiu.O Papa recordou, a este respeito, oano santo extraordinário que aIgreja Católica está a viver, o Jubileuda Misericórdia (dezembro de 2015-novembro de 2016), sublinhandoque para Deus “o poder nãosignifica força e destruição, masamor” e a justiça “não significavingança, mas misericórdia”.“Precisamente nesta perspetiva,quis proclamar o Jubileuextraordinário da Misericórdia,inaugurado excecionalmente emBangui durante a minha viagemapostólica ao Quénia, Uganda eRepública Centro-Africana”,assinalou.

Na República Centro-Africana, “paíslongamente atribulado pela fome, apobreza e os conflitos”, Franciscoquis deixar a 29 de novembro doúltimo ano um “sinal deencorajamento” para as vítimas da“violência fratricida”.“Ali, onde se abusou do nome deDeus para cometer injustiça, quisreiterar, juntamente com acomunidade muçulmana daRepública Centro-Africana, quequem afirma crer em Deus deve sertambém um homem ou uma mulherde paz e, consequentemente, demisericórdia”, precisou.O Papa afirmou depois queconvivência pacífica entre membrosde religiões diferentes é possívelquando "se reconhece a liberdadereligiosa e se assegura uma realpossibilidade de colaborar para aedificação do bem comum, norespeito mútuo da identidadecultural de cada um".O encontro começou com aspalavras de saudação do novodecano do Corpo Diplomáticoacreditado junto da Santa Sé, oembaixador de Angola, ArmindoFernandes do Espírito Santo Vieira.

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Crise dos Refugiados abalou aEuropaO Papa alertou no Vaticano para asconsequências que reações demedo e preconceito face aosrefugiados podem ter nosfundamentos e valores daEuropa.“A atual vaga migratóriaparece minar as bases daqueleespírito humanista que a Europaama e defende desde sempre”,afirmou Francisco, esta segunda-feira.O pontífice argentino aludiu a um“fluxo impressionante de refugiados”e aos “desembarques maciços” nascostas do Velho Continente, queparecem estar a “fazer vacilar osistema de acolhimento” construídodepois da II Guerra Mundial.O Papa admitiu que existem“dúvidas” sobre as reaispossibilidades de receção eadaptação das pessoas, sobre amudança do meio cultural e socialdos países de acolhimento, bemcomo “a redefinição de algunsequilíbrios geopolíticos regionais”.“Relevantes são igualmente ostemores pela segurança,exacerbados desmedidamente peladifusa ameaça do terrorismointernacional”, acrescentou.Nesse sentido, Francisco sublinhouque “o extremismo e ofundamentalismo encontram terrenofértil não só numa

instrumentalização da religião parafins de poder mas também no vaziode ideais e na perda de identidade –inclusive religiosa” no Ocidente. “Detal vazio nasce o medo que impele aver o outro como um perigo e uminimigo, a fechar-se em si mesmo,refugiando-se em posiçõespreconceituosas”, acrescentou.A Europa, prosseguiu, “não se podedar ao luxo de perder os valores eos princípios de humanidade” quebrotam do seu “grande patrimóniocultural e religioso” e a tornamrespeitada em todo o mundo.Francisco agradeceu depois aospaíses que têm acolhido migrantes erefugiados, a começar pelas naçõesvizinhas da Síria, como o Líbano e aJordânia, passando pela Turquia, aGrécia e a Itália, “cujo decididoempenho salvou muitas vidas noMediterrâneo”.

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Papa inicia ciclo de reflexõesdedicadas à misericórdiaO Papa iniciou um novo ciclo decatequeses semanais, dedicadas aotema da misericórdia, um dia depoisdo lançamento do seu livro-entrevista intitulado ‘O nome deDeus é misericórdia’. “A misericórdiaé o nome de Deus e o seu modo demanifestar-se a si mesmo e o seuamor pelos homens. Ele chama-nosa ser misericordiosos uns com osoutros, para sermosverdadeiramente seus filhos”, disse,na audiência geral que decorreu nasala Paulo VI, perante cerca de 7 milpessoas.Francisco sublinhou que o adjetivo“misericordioso”, aplicado na Bíbliaa Deus, evoca uma “atitude deternura”, como a de uma mãe emrelação aos filhos. “Por isso, aimagem que sugere é a de um Deusque se comove e enternece pornós, como uma mãe quando pegano seu filho ao colo, apenas comvontade de amar, proteger, ajudar,pronta a dar tudo, inclusive elaprópria”, precisou.A intervenção falou depois dafidelidade de Deus, uma presença“sólida e estável” que está na baseda fé cristã. “Deus não poderenegar-se a si mesmo: a fidelidadena misericórdia é precisamente oser de Deus”, explicou.

A misericórdia, acrescentou o Papa,é o “nome”, o “rosto”, o “coração” deDeus, apresentando nos AntigoTestamento como “lento na ira”.“Deus sabe esperar, os seus temposnão são impacientes como os doshomens. Ele é como sábio oagricultor que sabe esperar, deixacrescer a boa semente, apesar dacizânia”, exemplificou.Além da fidelidade “sem limites”,Francisco sublinhou a grandeza e abondade como atributos divinos.“Deus é grande e poderoso, masesta sua grandeza e esta sua forçausa-as para nos amar a nós, tãopequeninos, incapazes”, sustentou.Neste amor, é Deus que “dá oprimeiro passo, que não dependedos méritos humanos”, com plena“gratuidade”. “Deus vigiaconstantemente sobre nós para nosconduzir à vida”, afirmou.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizadosem www.agencia.ecclesia.pt

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Apresentação do novo livro do Papa Francisco

Os alertas do Papa à comunidade internacional no início de 2016

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Salvemos o Presépio

D. Manuel Linda Bispos das Forças Armadas e Forças de Segurança

Aquela rua alentejana é estreita e as casasquase simétricas, como que a garantirveracidade às palavras da canção: “em cadarosto igualdade”. Igualdade, porém, maisaparente que real. Pelo menos, ao nível dascrenças de quem as habita. E da forma de asmanifestar.De facto, numa varanda, estampado num pano,reconheci o Menino Jesus. Com as mãozinhasabertas, estava a olhar, complacente, para umafigura toda vestida de vermelho, com barbasbrancas e saco às costas, gorducho, a subir poruma corda, na varanda em frente, para penetrarnuma casa por meio de uma porta entreaberta.Perante esta cena de ternura, por um lado, e doque se me afigurou tratar-se de um assalto, poroutro, devo ter ficado algo perturbado. De talforma que um simpático habitante local, quearmazenava raios de sol para suportar o inverno,sentiu-se na necessidade de me esclarecer: “É oPai Natal”. “Ai sim?” – indaguei eu. “E quem é oPai Natal”? Mas a única resposta que obtive foide que não sabia. Apenas sabia que todos dizemque é o Pai Natal.Poucos metros à frente, e eis-me na praçaprincipal lá do burgo. E a cena quase se repetiu:no centro do largo, numa ampla estrutura deacrílico, uma luxuosa sala de estar, com lareira,alcatifa, poltrona, botas de neve e mobiliáriodiverso. Tudo vermelho! Ah, e mais umamontoado de embrulhos. Não adivinharia doque se tratava se, por cima, não tivessem escritoa letras garrafais: “Casa do Pai Natal”.

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E num canto da praça, aproveitandoo ângulo entre duas casa, umpresépio, envergonhadito, comoque a suplicar autorização paraexistir, com as três figuras principaisde pano e as outras pintadas numplatex recortado.E dei comigo a meditar: ora, cátemos duas culturas que convivem,mas não se reconhecem. A do PaiNatal, ainda que diga que se reportaa S. Nicolau, é meramente comerciale dispõe de grandes arautos: apublicidade e a comunicação social.E vende, vende muito! E a dopresépio, cansada, silenciosa, maisintimista. E posta de lado. Com umaagravante: a primeira é típica dasgerações jovens, incluindo oscasais; a segunda, é mantida, acusto, pelos mais idosos.

Curiosamente, por essa altura, ouvina rádio uma pessoa de cultura -não padre nem sei se crente- apedir que se salve o presépio. Atépor motivos artísticos e paraacalentar o imaginário, coisa que arepresentação do Pai Natal nãoconsegue fazer. E afirmava mesmoque a cultura da árvore e a do PaiNatal são falsidades históricas, mitosde substituição. Mas que o presépiopossui uma identidade onde seregista o nascimento: oitocentosanos de bom serviço.Pois, eu junto a minha à sua vozpara pedir: salvemos o presépio deuma cultura minimalista. O Natal émais que as efémeras sensaçõesque as prendas podem conceder aolongo de… escassos minutos. Ouaté segundos.

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Escutar Observando

Miguel Oliveira Panão Professor Universitário

Começámos um novo ano. Talvez tenhamos feitoalgum propósito para 2016 e apontamos o olharpara o inesperado que este ano nos reserva.Poderia aproveitar esta oportunidade para vospartilhar uma leitura dos acontecimentos maisimportantes de 2015 e quais as expectativas para2016. É verdade que o acontecimento maisimportante, do ponto de vista do nosso planeta, anossa casa comum, penso ter sido o contínuodesde o lançamento da Encíclica do Papa“Laudato Si’” até à decisão tomada no COP21 emque as nações do mundo se comprometeram amudar o rumo da nossa história em relação àforma como queremos progredir socialmente, masem maior harmonia com os ritmos dosecossistemas deste planeta.Porém, não pensava em partilhar qualquer leiturado género … mas antes uma experiência pessoalque levou a uma maior compreensão daquilo queo Papa nos disse no n.84 da Laudato Si’:“Todo o universo material é uma linguagem doamor de Deus, do seu carinho sem medida pornós.”

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Se o universo é uma linguagematravés da qual Deus nos falaamorosamente, ao contemplar anatureza deveríamos fazer algumaexperiência disso mesmo. Será queo fazemos? Ou o frenesim da vidaamainou a nossa capacidade deaprender o que significa isso nosdias de hoje?Nos últimos dias cruzei-me com umpequeno filme (link) com diversoscenários simplesmente espantososdo nosso planeta Terra. Houve doismomentos particulares em que fizuma experiência - dir-se-ia -contemplativa.O primeiro foi quando vemospessoas a lançar-se num buracoenorme no interior de umamontanha para fazer parapente.Admito. Deixa-nos perplexos. Masem vez de ficar simplesmentechocado, veio-me de imediato àmente o convite de Deus a darpassos de uma maior entrega a Ele.Penso nos sacerdotes ou leigosconsagrados. Quando entregam asua vida totalmente a Deus, e dizemum Sim a Ele para sempre, é comose lançassem de tal modo que nãopodem mais voltar atrás. Porém, éum lançamento no vazio, de braçosabertos, confiando plenamente quenos dirigimos para os braços de

Deus não deixa de nossurpreender. D’Ele podemos sempre esperar oinesperado. Por outro lado,lançando a nossa vida em Deus,cruzar-nos-emos com os diversosrostos daquele que do alto da Cruzgrita “Meu Deus, meu Deus porqueme abandonaste”, ou seja, asdificuldades e dores da humanidadee da natureza. Assim, lançar-sesignifica também este “estar pronto”a dar a vida pelo outro, chorandocom os choram, sorrindo com o quesorriem.O segundo momento foi quando sevê diversas cascatas confluíremnum rio que leva a água a um marou oceano. Para mim, era como umaimagem da entrega de amor a cadapróximo que cada um de nós échamado por Deus a fazer noquotidiano da nossa vida. Umaentrega que se consuma na unidade(rio), através de um amar edeixando-se amar, de modo a quejuntos, como comunidade, ou melhordito, como família, possamoscaminhar em direção a Deus (marou oceano).Reconheço que esta foi talvez aprimeira vez em que foi clara aexperiência de escutar Deusobservando a natureza.Experimentem.

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«Sarampo presidencial»ou «apostolado do ouvido»

Luís Filipe Santos Agência ECCLESIA

Confesso que a dúvida me assolou… Escreversobre 10 anos presidenciais ou escriturar sobreuma leitura curta temporalmente, mas densa noespaço: «O nome de Deus é Misericórdia». Durante uma década tivemos um presidente quevestiu uma camisola e brindava os portuguesescom «pérolas linguísticas» que ficam nos anaisda história contemporânea. Nunca maisesquecerei o discurso de vitória quando foi eleitopelos portugueses para o segundo mandatopresidencial. Palavras com sabor a fel e poucomel. Dificilmente, a história será generosa paracom Cavaco Silva. Os seus 10 anos comopresidente da República tiveram momentosdelirantes… Basta ir ao baú das memórias.Foi com ele em Belém que os «senhores datroika» desembarcaram nas terras lusitanas e foicom ele ao leme do barco que quatro bancos(BPN, BPP, BES, Banif) faliram e custaram muitosmilhões aos bolsos dos portugueses. Umasemana antes de uma instituição bancáriafalecer, o visionário, que antecipava sempre osacontecimentos, garantia que esta era segura.Como tinha o dom da profecia «acertavasempre». Até nas eleições de outubro passado,os cenários estavam todos estudados. Mesmonão colocando, no saco democrático, algunspartidos. O cargo de presidente da Repúblicanão deve ser apenas fotogénico. Se o fosse,teríamos pessoas com mais brilho fotográfico ecom melhor dicção.

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Neste «sarampo presidencial» faltouo chamado «apostolado do ouvido».Falar menos e ouvir mais, ao bomestilo do Papa Francisco. Quandoentramos no Jubileu da Misericórdia,Jorge Maria Bergoglio brinda-noscom respostas – na entrevistaconcedida a Andrea Tornielli -cheias de sabedoria e humanismo.O papa argentino despe as suasvestes quando fala ao mundo.Apesar de ser mais novo que opresidente da RepúblicaPortuguesa, o discurso de JorgeBergoglio tem aromas primaveris.Duvido que alguém diga – comoverbalizaram em relação àmensagem de Ano Novo de CavacoSilva - que a grande

novidade do discurso foi ser oúltimo.O Papa Bergoglio coloca a suaexperiência humanista e cristã nassuas palavras. Não fala porque leuos melhores livros de economia.Francisco ouve os lamentos daspessoas e, ao bom estilosamaritano, age em conformidadecom o coração. Os seus discursostêm o sabor do melhor mel e não aacidez do fel. O papa Francisco nãocansa… Podia ficar décadasnaquela cadeira que seria sempreamado. Aprendi mais em duas horascom a leitura «O nome de Deus éMisericórdia» do que em dez anospresidenciais.

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A reportagem apresentada neste Semanário evoca duas obras deMisericórdia, uma dinâmica que se vai manter ao longo do Ano SantoExtraordinário:Dar de comer a quem tem fomeDar de beber a quem tem sede

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A Assembleia da República declarou 2016 como o

ano nacional de combate ao desperdício alimentar.A ECCLESIA apresenta esta semana dois projetosque vão ao encontro destas recomendações, para

além de recordar as mais recentes palavras do Papasobre o escândalo da fome e de apresentar as

conclusões da campanha internacional da Cáritasneste campo.

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Cuidar das pessoasno Refeitório das VicentinasA irmã Celeste Lopes, das irmãs de São Vicente de Paulo, dedica o seuserviço aos mais frágeis e menos favorecidos da sociedade, desde maio de2005, no Refeitório Beata Rosália Rendu. Um serviço social dedicado aosrefugiados e migrantes sem documentos e sem trabalho, muitos a viver narua, que precisavam de quem os ajudasse “na parte humana”, para alémdas refeições, higiene pessoal e da roupa.O refeitório da Província Portuguesa das Filhas da Caridade, no CampoGrande, em Lisboa, surgiu de um acordo com o Serviço dos Jesuítas aosRefugiados e a ACIME (Alto Comissariado para a Imigração e MinoriasÉtnicas). 10 anos depois da sua fundação, em 2015, tinha servido mais de49 mil refeições, cerca de 150 por dia, e apoiado também 38 agregadosfamiliares com 26 crianças.No Ano Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar, a religiosa consideraque “está a haver uma pequena mudança” na mentalidade da sociedade ena educação dos mais jovens mas “todo o trabalho é pouco”.

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Agência Ecclesia (AE) – Estamos noRefeitório Beata Rosália Rendu,mais conhecido como refeitório dasVicentinas. Chegam aqui muitaspessoas com fome? A quantaspessoas é que as sobras de comidamatam a fome?Irmã Celeste Lopes (CL) – A esterefeitório chegam pessoas de todasa raças, todas as cores, todas asreligiões. Neste espaço fazem arefeição uma média de 35 a 40pessoas, depois há um grupo defamílias carenciadas que apoiamos.São cerca de 25 agregados e com33 crianças até aos 19 anos. AE – Nesse contexto, a crise vividanos últimos anos em Portugal queafetou a sociedade aumentou aprocura de famílias portuguesaspelos vossos serviços?CL – Este ano (2015) tivemospedidos de paróquias, SegurançaSocial, para que atendêssemospessoas que ficaram semrendimentos, sem possibilidade dese alimentar. Por exemplo, tivemosum pai com três filhos que chegouaqui - depois de bater a muitasportas, nenhuma se abriu -, porquenaquele dia não tinha comer paradar aos filhos. Fomos a única portaque se abriu para poder alimentaros filhos.

Esse pai continuar a vir cá, é muitocuidadoso com os seus filhos, masnão tinha possibilidade de alimentaros três. Ele trabalha de noite e vaigerindo o cuidado dos filhos com ahora de ir para a escola. AE – Como e quando é que surgiu oRefeitório Beata Rosália Rendu.Qual foi a necessidade identificadapelas vicentinas?CL – Estas necessidade surgiuquando acabaram as grandes obrasda construção civil e havia muitosemigrantes, principalmente ilegaisque foram parar à rua, tinham umtrabalho precário. Automaticamentenão renovaram o trabalho, ficaramsem documentos e iam para a rua, éum ciclo vicioso.A nível geral, a Companhia (dasFilhas da Caridade) alertou todas asprovíncias, todos os países, para seadaptarem às novas pobrezas. Em2005 esta situação era uma novapobreza, embora existisse sempre aassistência aos pobres, organizou-se o refeitório para atender osimigrantes. Fizemos acordos com oServiço Jesuítas (aos Refugiados),eles tinham a missão deacompanhar a nível jurídico, médicoe nós ficamos com uma das partesprincipais, a parte humana.

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Muitas vezes eles chegavam aquipareciam tudo menos pessoashumanas porque a rua é a mãe detodos os vícios e eles metem-se emmuitos vícios e aqui muitosconseguiram recuperar. Muitosconseguiram recuperar porqueencontraram aconchego, confortopara além da refeição que tinhamassiduamente. Muitos que jápartiram, têm a sua vida organizadae continuam a vir visitar-me, têm-mequase como mãe, muitos deleschamavam-me mãe. AE – Para além das refeições –almoço, lanche e muitos jantar –também proporcionam a higienepessoal e de roupa. Como funcionao refeitório das Vicentinas?CL – Nós temos casas de banhoonde fazem a higiene e são elesque também tratam das suasroupas. Eles enchem a máquina,tiram a roupa e estendem e cuidamdela. Eu apenas coloco a máquina alavar, para não passar por muitasmãos, e forneço o detergente e osprodutos de higiene. Muitas vezes eleschegavam aqui pareciamtudo menos pessoas

AE – A irmã Celeste Lopes disseque têm utentes de diferentesculturas e religiões, quepreocupação existe na preparaçãoda comida que dão tendo em contaessas especificidades religiosas eculturais?CL – Quando eles chegam, se nãovierem referenciados que sãomuçulmanos ou hindus, nãopergunto nada, mas se não tiveremessa referência, ou que não comemdeterminados alimentos, perguntoquando chegam. A partir daírespeito sempre e tenho comidafeita à parte para lhes servir.

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AE – Como estão organizados, deonde provém então toda a ajuda?CL – A nossa ajuda vem de muitossítios, felizmente nunca nos faltounada, é só enviar um SOS quetemos um milagre da multiplicação.Os géneros alimentares primeirosão da nossa casa, da nossainstituição, tudo o que precisamos eo excesso do dia anterior damos-lheoutra apresentação, damos-lheoutro apetite e eles gostam mesmo.Depois, uma grande ajuda são osbenfeitores, os pais dos alunos docolégio e os pais que já passarampor aqui são uma presençaconstante e sempre atentos se faltaalguma coisa aos pobres. São muitopreciosos e dou muito graças aDeus porque os pais são umagrande valia neste serviço.Temos também ajuda da instituiçãoque recolhe os desperdícios, aRefood e das padarias. Tudo o quesobre ao fim do dia temos duaspadarias que nos dão. É dessaajuda que fazemos os lanches epodemos dar alguma coisa doce,como eles dizem. Existe ainda oBanco Alimentar onde todas assemanas vamos buscar fruta eoutros géneros que tenham nessaocasião.

AE – Essa logística é fácil deorganizar?CL – Sim, não é difícil, desde quehaja uma organização desde o inícionão tenho tido dificuldades, mesmocom o pouco espaço que tenho norefeitório, mas vou ter um espaçomelhor, se Deus quiser.(Brevemente, o refeitório dasVicentinas vai deixar de estar no“vão” das escadas da igreja paraoutras instalações a poucos metros) AE – A irmã está neste serviçopastoral desde 2005, quantaspessoas a ajudam?CL – Muitas pessoas, todos os diastenho dois voluntários. Uma pessoaque chega pelas 10h00 e depois àhora do almoço tenho duas pessoasa ajudar-me. Ao fim de semanatambém são dois voluntários queestão a ajudar-me, em geral sãopais e são da Paróquia de SãoTomás de Aquino, foram eles quequiseram estar neste serviço.O refeitório funciona sete dias porsemana, no início, início nãofunciona ao sábado e domingo, porvários motivos e eram um gruporestrito de emigrantes que aossábados, normalmente, andavamsempre em estado impróprio. Sóalgumas pessoas que aparecessemeram atendidas.

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Depois, vendo as necessidades eas urgências que foram surgindo omesmo número de pessoas quevem cá durante a semana vemtambém ao fim de semana. Fazemas suas refeições neste espaço 30a 35. Temos dias que o número depessoas que estão à espera é igualao de dentro e a sala enche duasou três vezes, que se mantém aossábado e domingo.Felizmente é com donativos quefazemos face a esta situaçãoporque se tivéssemos de pagar asrefeições que fornecemos aCompanhia, a província portuguesanão tinha sustentabilidade paraeles.

AE – O refeitório das Vicentinas temum regulamento e o primeiro “dever”é “zelar pela tranquilidade” uns dosoutros e “não criar conflitos”. Comtantas pessoas países, culturas ereligiões diferentes eles dão-sebem, interagem uns com os outrosou mantêm-se nos seus grupos?CL – Às vezes isolam-se e por vezessurgem conflitos e na verdade nãotenho problemas em gerir conflitos.Por exemplo entre ucranianos erussos há conflitos, entre pessoasde cor e caucasianos há conflitos,entre religiões há conflitos.A determinada altura digo-lhes:

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“Meninos, aqui somos todos filhosdo mesmo Deus e, por isso, somostodos irmãos. Aqui têm de se tratarcomo irmãos”.A civilização está mudada e mesmoaqui no refeitório existe umacivilização de irmãos, entreajudam-se, raramente há conflitos, mesmocom os que aparecem em estadoimpróprio. Às vezes tenhodificuldade em compreender russo eucraniano e eles ajudam-me acompreendê-los e a conseguir quese expressem.Alguns dizem que sou a mãe detodos porque entendo as línguastodas. E respondo que não entendoas línguas todas mas asnecessidades deles, é assim queconseguimos perceber se umprecisa de umas meias ou de umcasaco.Temos tido casos difíceis em queprecisamos da ajuda de quem fale amesma língua e já esteja integradana sociedade. Felizmente, temos nocolégio pais ucranianos que meajudaram muito, e têm ajudado, aintegrar pessoas que foram vítimasde tráfico, caíram aqui e ficaramsem nada e foi muito difícil. tentamos dar um sentidoreligioso ao nossotrabalho

AE – Para além das preocupaçõesculturais e religiosas na ementa, orefeitório também têm preocupaçõesem prestar um serviço religioso deacordo com cada credo?CL – Nos momentos oportunosquando isso se proporcionatentamos dar um sentido religioso.Por exemplo, quando vou à Missa eeles perguntam o que é, porque nãosabem, explico por palavras simples.Às vezes na Bíblia eles vão procurare mostrar apenas a parte que lhesinteressa, como passagens doAntigo Testamento. Digo-lhes paralerem o Novo Testamento, tentamosdar um sentido religioso ao nossotrabalho porque só assim se vaientendendo. AE – O mundo vive a maior crise derefugiados desde a Segunda GuerraMundial. Aqui no refeitórioverificaram se o número demigrantes não documentados queprocuram este serviço socialaumentou?CL – Sim, temos bastantesmigrantes indocumentados. Osmigrantes do fluxo migratóriochegam aqui depois de passarempor instituições de acolhimento eultrapassarem o limite de tempo depermanência, já um poucointegrados, com as suasdificuldades. Eles não têm como se

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alimentar, estão num quarto daSanta Casa da Misericórdia ou deoutra instituição e vêm aqui fazer asrefeições. AE – Os migrantes e refugiadoschegam a Portugal sonhos e ilusõesque muitas vezes não seconcretizam quando chegam àrealidade. Como é que também osajudam a lidar com essasfrustrações originadas pelos sonhosque não se concretizaram ou podemdemorar mais tempo a ser umarealidade?CL – Isso é um bocado difícil porqueeles sentem-se revoltados. Existemaqui casos de rapazes que sãoexplorados, chegaram com o sonhode realizar a vida deles, ter umtrabalho e arranjar documentos.Conclusão, vão trabalhar e depoisos patrões ao fim do primeiro dianão pagam, dizem que não podem,mas mandam-nos ir no dia seguinte.No outro dia acontece a mesmasituação e no dia seguinte eles vãooutra vez trabalhar todo o dia nasobras e recebem 3€.Digo-lhes que não adianta beberporque o patrão não lhes paga epeço o contacto da empresa ondetrabalham para resolver essasituação. Revoltarem-se e beber porcausa disto não adianta mas é umafuga que têm

“Meninos, aqui somostodos filhos do mesmoDeus e, por isso, somostodos irmãos. Aqui têmde se tratar como irmãos”. para esquecer. É por isso quemuitos mantêm-se na rua por causada exploração no trabalho.Há muita exploração destesmigrantes e pouca fiscalização,parece que pactuam com osempresários. É por isso que muitosempresários enriquecem e ospobres estão cada vez mais pobres. AE – 2016 é o Ano Nacional deCombate ao Desperdício Alimentar.Em 2016, no século XXI devia serpreciso este ano para alertar que odesperdício que existe pode serbom para outras pessoas?CL – Devia existir uma civilizaçãomuito grande nas escolas, colégios,restauração, e, mesmo instituiçõesdo próprio Estado. Existe muitodesperdício e seria muito proveitosoporque é alimentação boa, que éfresca naquele momento e ao outrodia ainda está em boas condições,desde que bem acondicionada.Devia existir fiscalização, e mesmoproibir a restauração de deitarcomida fora.

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AE – “O consumismo incentivou-nosao hábito do desperdício. Mas acomida que se deita fora é como sefosse roubada aos pobres e aosfamintos”, escreveu o PapaFrancisco no Twitter, a 7 de junhode 2013. Não há consciência dasociedade que o desperdícioalimentar pode ajudar a matar afome a outras pessoas?CL – Não existe essaconsciencialização. Muitas vezespreferem mandar para o lixo para olixo e que as pessoas vão lá busca-las. É uma forma desumana, achoque é provocar a baixeza do serhumano - porque um ser humanoter de ir ao caixote do lixo buscar acomida deve ser muito penalizador. AE – A Igreja tem diversos serviçose apoios sociais e está a viver o Anoda Misericórdia. O que pode fazermais a Igreja na área social e dealerta da sociedade durante esteano?CL – A Igreja talvez já faça muitomas ainda pode fazer mais umpouco. Talvez estar mais atenta.Mesmo a nível das congregações,não ser apenas uma pessoa a teresta preocupação, mas estar toda acongregação empenhada em apoiaros pobres, em ajudar os que maisprecisam. Numa congregação, comoa nossa, deve haver umempenho,um gosto em ajudar ooutro, o amor, porque nósnascemos para servir os pobres. Nós (Irmãs de São Vicente dePaulo)

nascemos no século XVII com essamissão de ajudar os que viviam narua e é isso que faço e sinto-me afazer. Estou nas raízes dacompanhia porque foi realmentepara esta finalidade que fomoscriadas e aparecemos. AE – A irmã Celeste Lopes referiuque o Refeitório Beata RosáliaRendu também recebe ajuda dovosso colégio, há pais de alunosque vos ajudam. Qual a importânciade educar os jovens, e começardesde pequenos no colégio, para asolidariedade, para o nãodesperdício alimentar, por exemplo?CL – Nesse campo está a melhor umpouco no nosso colégio e em todos.Tenho exemplos de colégios queajudam, que apoiam este serviço.No nosso colégio houve umasemana da solidariedade no anopassado e existiu uma mudança,sentiu-se uma pequena mudança anível do colégio, dos pais. Como dizo provérbio “água mole em pedradura tanto bate até que fura”, entãotanto se bate que as pessoasmentalizam-se e é preciso mentalizaras crianças. Educando as criançaspara não desperdiçarem a comida,para não desperdiçarem nadaporque muitas crianças têm tudo epensam que os outros também têmtudo, não estão a educá-las.Penso que está a haver umapequena mudança nesse sentido etodo o trabalho é pouco.

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No refeitório das Vicentinas«há gente com respeito»O Refeitório Beata Rosália Renduganha vida todos os dias, a partirdas 10h00. Por baixo da igreja dasIrmãs Vicentinas, na casa Provincialdas Filhas da Caridade, CampoGrande, Lisboa, idiomas e religiõesdiferentes convivem através dossaberes de pessoas que sãomigrantes sem documentos ourefugiados que vivem na rua.As instalações convertidas emrefeitório, desde 2005, são o apoiode quem precisa de ajuda, eencontra aqui quem coloque emprática obras de misericórdia comodar alimento, dar de vestir ecuidados de higiene.“Aqui há gente com respeito, dãocomida, roupa, tomas banho”,explica Nicolai.Quando chegou ao refeitóriorecebeu um casaco para chuva,ajudou a estender a roupa e a irmãCeleste Lopes ainda aplicou pensosrápidos nuns cortes que trazia nosdedos.Ucraniano a viver há sete anos emPortugal, depois de ter estado“muito tempo em Espanha”, revelaque “trabalhava a montar edesmontar palcos”.“Durmo na calçada”, conta Nicolai,

recordando que ficou “semdocumentos” e ilegal “não pode”trabalhar, por isso, atualmente vivena rua.“Entregue à bicharada”, é destaforma que Cândido Monteiro diz quese encontra. Veio da Guiné Bissau,“há dois anos e sete meses, com ummapa de junta”, ou seja, para fazerum tratamento a uma “úlcera naperna esquerda”.“Eu estava a viver na FundaçãoRicardo Sanhá. Trouxe-me,responsabilizou-se por mim e depoiscorreu comigo”, conta, revelandoque hoje tem estatuto de “refugiadosem-abrigo”.Depois, foi para o centrode acolhimento aos sem abrigo deLisboa, agora vive na rua e temestado a fazer tratamento no Centrode Saúde da Charneca, “três vezespor semana”.Foi do Serviço Jesuíta aosRefugiados em Portugal que foiencaminhado para o refeitório dasFilhas da Caridade.“Não tenho nenhum apoio, nem danossa embaixada, nem de maisnada. Este apoio é muito valioso, émuito

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bom. Os refugiados não temosapoio de ninguém”, concluiuCândido Monteiro.Dumitru era professor de EducaçãoFísica na Roménia mas veio paraPortugal onde vive há 22 anosclandestinamente, desde 02 deoutubro de 1992.“Não pude trabalhar na minhaprofissão porque não tinhadocumentos”, explica à AgênciaECCLESIA.Desde que chegou a Portugal contaque trabalhou na construção civil“durante muitos anos” ajudou aconstruir o Centro ComercialColombo, a Expo 1998 e a Gare doOriente, e passou também pelometropolitano, o aeroporto e emmuitas outras empresas.Em 2011, Dumitru teve um acidentede trabalho e em 2013 a esposafaleceu, altura em que o “senhoriocolocou fora de casa” e foi viverpara rua, hoje é ocupa.Com 170€ por mês e commedicamento para comprar nãopode fazer “mais nada”.“Não posso viver”, acrescenta, porisso procura ajuda no RefeitórioBeata Rosália Rendu, dasVicentinas, há cerca de um mês.

“Hoje digo muito obrigado a Jesuspor estar aqui a almoçar. Ajudam nahigiene, ajudam na roupa”, observaDumitru, que revela ainda que temum amigo que “não” podeabandonar porque acompanha-o“há muito tempo”, o pastor alemão“boby”.

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Combater o desperdício alimentarPromover uma gestão eficiente dosalimentosA Assembleia da República resolve,nos termos do n.º 5 do artigo 166.ºda Constituição, declarar o ano de2016 como o ano nacional docombate ao desperdício alimentar erecomendar ao Governo:1- O desenvolvimento de umconjunto de iniciativas no âmbito doano nacional do combate aodesperdício alimentar.2- Promover levantamentosrigorosos, e continuadamenteatualizados, sobre a realidade dodesperdício alimentar em Portugal,que indiquem, designadamente, ascausas que contribuem para asperdas alimentares, ao longo detoda a cadeia alimentar.3- Criar um programa de açãonacional que fixe objetivos e metas,anuais e plurianuais, para aredução do desperdício alimentar, eque seja construído num processode participação ativa e colaborativada sociedade.4- Compatibilizar os objetivos e asmedidas de redução do desperdíciode alimentos com a segurança

alimentar e a satisfação plena dasnecessidades alimentares dapopulação, com particular urgênciaem relação a crianças e jovens,tendo em conta o relatório do INEsobre a pobreza, as desigualdadese a privação material em Portugal.5- Desenvolver uma campanha desensibilização de agenteseconómicos e de consumidores parao problema do desperdícioalimentar.6- Divulgar, anualmente, o cálculoda quantidade de recursos naturaispoupados por relação com os níveisde redução de perdas alimentares,por forma a estimular todos osintervenientes na cadeia alimentarpara o sucesso ambiental das suasopções.7- Integrar nos programasescolares, no âmbito da educaçãoambiental ou da educação para asustentabilidade, a matéria dagestão eficiente dos alimentos e docombate ao desperdício alimentar.8- Desenvolver programas de ideiasdos jovens para o combate aodesperdício alimentar.

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9- Criar um subprograma no âmbitodo Programa de DesenvolvimentoRural (PDR 2020) direcionado paracadeias de circuitos curtos decomercialização de produtosalimentares.10- Incentivar os atos de compra debens alimentares em mercados deproximidade, nomeadamente no querespeita a produtos perecíveis.11- Estipular uma percentagemsignificativa de utilização deprodutos alimentares locais, porparte das instituições públicas,designadamente paraabastecimento de cantinas públicas(em estabelecimentos de ensino,hospitais, estabelecimentosprisionais, etc).

12- Generalizar o conhecimento dosconsumidores sobre a diferençaentre “consumir antes de” ou datalimite de consumo e “consumir depreferência até” ou data preferencialde consumo.13- Garantir que as embalagens deprodutos alimentares sãodimensionadas em função dasnecessidades dos consumidores.14- Incentivar o combate aodesperdício alimentar no setor darestauração.15- Desenvolver ações ao nível daUnião Europeia sobre a ineficácia deregras estabelecidas sobre osrequisitos de dimensões e formas defrutos e produtos hortícolas.

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Milhões de crianças que morrem defomeOuvimos a voz de Jacob que –tendo ouvido dizer que havia trigo àvenda no Egipto – diz aos seusfilhos: «Ide lá comprá-lo, para nóscontinuarmos vivos e nãomorrermos» (Gn 42, 2). É a vozdaqueles que fogem da misériaextrema, sem possibilidades dealimentar a família ou ter acessoaos cuidados médicos e à instrução,fogem da degradação semperspetivas de qualquer progressoou mesmo por causa das alteraçõesclimáticas e de condições climáticasextremas. Sabe-se que,infelizmente, a fome é ainda umadas chagas mais graves do nossomundo, com milhões de criançasque morrem anualmente por causadela. É triste, porém, constatar quemuitas vezes estes migrantes nãose enquadram nos sistemas deproteção baseados nos acordosinternacionais. Como é possível não ver, em tudoisto, o resultado daquela «cultura dodescarte» que põe em perigo apessoa humana, sacrificandohomens e mulheres aos ídolos dolucro e do consumo? É gravehabituar-se a estas situações depobreza e necessidade, aos dramasde tantas pessoas, fazendo comque se tornem «normalidade». Aspessoas já não

são vistas como um valor primárioa respeitar e tutelar, especialmentese são pobres ou deficientes, se«ainda não servem» (como osnascituros) ou «já não servem»(como os idosos). Tornamo-nosinsensíveis a qualquer forma dedesperdício, a começar peloalimentar, que aparece entre osmais deploráveis, vistas as inúmeraspessoas e famílias que padecemfome e subalimentação. A Santa Sé espera que a I CimeiraHumanitária Mundial, convocadapelas Nações Unidas para o próximomês de Maio, possa ter sucesso, noatual quadro sombrio de conflitos edesastres, na sua pretensão decolocar a pessoa humana e a suadignidade no coração de cadaresposta humanitária. É preciso umcompromisso comum que invertadecididamente a cultura do descartee da violação da vida humana, paraque ninguém se sinta negligenciadoou esquecido nem sejamsacrificadas mais vidas pela falta derecursos e sobretudo de vontadepolítica. Infelizmente, hoje como então,ouvimos a voz de Judá sugerir quese venda o próprio irmão

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(cf. Gn 37, 26-27). É a arrogânciados poderosos que instrumentalizamos fracos, reduzindo-os a objetospara fins egoístas ou por cálculosestratégicos e políticos. Papa Francisco,Vaticano, 11 de janeirode 2016

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Desperdício Alimentar- uma realidade que podemos alterarDados recentes da Organização dasNações Unidas para a Alimentação eAgricultura (FAO) revelam que umterço dos alimentos produzidos nomundo perde-se ou é desperdiçadodurante os processos de produçãoe venda. Ao mesmo tempo, entre2005 e 2009, o número de pessoasque sofre de fome ultrapassa os850 milhões. A par destes números,as Nações Unidas dão conta que1,3 mil milhões de toneladas dealimentos são desperdiçadas todosos anos. Na Europa, América doNorte e Oceânia o desperdício percapita de alimento varia de 95Kg a115Kg por ano, enquanto na ÁfricaSubsaariana e Sudeste Asiático sãodeitados fora entre 6 e 11Kganualmente. A mesma fonte revelaque nas regiões industrializadas,quase metade da comida rejeitada,cerca de 300 toneladas por ano,ainda está própria para o consumoe que essa quantidade éequivalente a toda a produção dealimentos da África Subsaariana esuficiente para alimentar 870milhões de pessoas. Sabe-setambém que o número de pessoascom fome pode ser

fortemente reduzido se os cidadãos,sobretudo os que vivem nos paísesconsiderados desenvolvidos,alterarem de forma profunda o modocomo compram e consomemcomida. Por outro lado, nos paísesem desenvolvimento, grande partedos alimentos são desperdiçadosdevido a colheitas prematuras,devido à escassez de alimentos e àgrande necessidade de dinheiro,sobretudo na segunda metade daépoca agrícola. Sabe-se que odesperdício pode ser fortementereduzido se se organizar ospequenos agricultores em grupos,no sentido de diversificar aprodução e a comercialização .Através da Campanha deSensibilização "Semear Portugal,Semear Angola", a FEC tem vindo acontribuir para consciencializar asociedade civil portuguesa eangolana no sentido das alteraçõesque cada um pode fazer nas suasrotinas diárias, em benefício do bemcomum e do combate aodesperdício.Por sua vez, oprojeto aTerra (promovido pela FECem parceria com a Associação CasaVelha) tem dinamizado Oficinas

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temáticas (da produção aoconsumo) em escolas do Concelhode Ourém, sendo o DesperdícioAlimentar um dos temas explorados.Em resultado destas Oficinas, oClube aTerra (do Colégio SagradoCoração de Maria em Fátima)lançou mãos à obra: osparticipantes juntaram cascas delaranja e limão que, provavelmente,seriam descartadas; lavaram-nas ecortaram-nas em finas tiras, queadicionaram a sal grosso; por fim, osal, assim aromatizado, foidistribuído por várias saquetas, queforam distribuídas pelosparticipantes do seminário nacionalaTerra, realizado no dia 23 dejaneiro de 2015,

e em vários eventos no Colégio. Jáos alunos do 10º A da Escola Básicae Secundária de Ourém realizaramum pequeno filme de sensibilização“O Desperdício Alimentar. Tomaramtambém a iniciativa de incentivar oscolegas na cantina a só se serviremdo que de facto julgam consumir.Com pequenos passos como estes,podemos efetivamente alterar estarealidade de desperdício inaceitável.

Para mais informações:[email protected] |

www.projetoaterra.org |www.semear.org

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Alimentação para TodosA Cáritas Internacional acredita queé um escândalo que hoje em diacerca de mil milhões de pessoaspassem fome num mundo em queexistem recursos para alimentartodos. Lançada em dezembro de2013, a campanha ‘Uma só famíliahumana, alimentos para todos’ foi aprimeira campanha mundial daconfederação da Cáritas.As metas desta campanha foram:- Consciencializar sobre a crise dafome- Analisar de que forma é que osprogramas da Cáritas estão aajudar as famílias para que sepossam alimentar- Estimular as pessoas a aprendermais sobre o problema da fome e asformas de o resolver- Pedir aos governos internacionaisque garantam o direito de todas aspessoas à alimentação- Acabar com a fome sistémica até2025 Diálogo com os GovernosMediante a incidência política e oimpulso de uma campanha mundial,o pessoal da Cáritas em todo omundo foi capaz de fazer pressãosobre os seus líderes em relação àsleis

alimentares que prejudicam ospobres e marginalizados. Isto inclui apressão sobre líderes de governopara que pensem nos pobres nahora de redigir novas leis sobrealimentação e agricultura, promovero direito das mulheres a terpropriedade da terra e pressionaros líderes políticos para

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que reconheçam o acesso aosalimentos como um direito humanoessencial. Partilha Os membros da Cáritas trabalharamcom os agricultores durante muitasdécadas, dando-lhes poder paraque as suas terras sejamsuficientemente produtivas paraabastecer as suas famílias. Acampanha animou e aumentou atroca de informação especializada eas iniciativas sobre o que funcionamelhor para ajudar as famílias comdificuldades. A campanha tambémprestou homenagem ao incríveltrabalho que pessoas de váriaspartes do mundo realizaram paraalimentar as suas famílias ecomunidades, reconhecendoespecialmente o importante papelque as mulheres desempenham nasegurança alimentar, através doprémio ‘Mulheres, cultivadoras dodesenvolvimento’.

ConsciencializaçãoComeçando com uma onda globalde oração para lançar a campanha,os membros da Cáritas organizaramincontáveis eventos comunitários eatividades para a campanha. Oobjetivo destas iniciativas foi trazerpara a luz do dia o problema dafome, rezar em solidariedade paracombater esta crise. Diversosmembros da Cáritas elaboraramvaliosos recursos educativos sobrea alimentação e a fome, destinadosa famílias, estudantes e gruposcomunitários. Como parte da campanha, osmembros da Cáritas das váriaspartes do mundo requereram umasessão especial sobre o direito àalimentação na próximaAssembleia Geral das NaçõesUnidas, que vai ter lugar em2016, a fim de dar seguimento aoprimeiro novo Objetivo doDesenvolvimento Sustentável,que diz respeito ao fim da fome eà obtenção da segurançaalimentar.Sabermais: http://food.caritas.org/

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Zero Desperdício, milhões de refeiçõesColocar “comida boa” no lixo semprefez “muita confusão” a AntónioCosta Pereira, presidente daAssociação DariAcordar, que criou oMovimento «Zero Desperdício». Aovisualizar estas situações resolveuescrever, em janeiro de 2008, aopresidente da República, AníbalCavaco Silva, a manifestar a suaindignação em relação às sobrasdos restaurantes e dos hotéis.Para além da carta a Aníbal CavacoSilva, o promotor do Movimento«Zero Desperdício» escreveu adeputados e não teve “grandesrespostas” e defendendo-se queera uma “questão da lei e umanorma da União Europeia”, disse àAgência ECCLESIA:A sua persistência levou-o a lançar,posteriormente, uma petição onlineonde pedia “que a lei fosse alteradaou reinterpretada”. Essa lutaconstante fez com que tivesse umareunião na ASAE e chegou àconclusão que “a lei estava a sermal interpretada”, frisou o promotorda iniciativa.O primeiro passo para a abertura de“um caminho legal”. Com a ajuda deoutros cidadãos preocupados com odesperdício alimentar foi criada aAssociação «DariAcordar». Depois

do trabalho legal com a ASAE,desde 2012, que têm “doadores”que vão desde cadeias desupermercados a hotéis, dorefeitório da Assembleia daRepública ao Banco de Portugal.Dentro do conceito de nãodesperdiçar o que existe, aassociação contactou váriascâmaras municipais para queindicasse instituições (Centro Social,Misericórdias ou IPSS) “para irbuscar esses alimentos ao centrocomercial do seu bairro oufreguesia”, sublinhou António CostaPereira.Um “grande” trabalho de equipa queresultou na criação do movimento«Zero Desperdício». Ao fim de umano de labor, já tinham acordos comquatro municípios (Loures, Cascais,Lisboa e Sintra).

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Desde 2012, esta associação járecuperou “quase dois milhões equatrocentas refeições” que“antigamente iam para o lixo”,realçou o promotor. Estas refeiçõessão doadas às pessoas que “asinstituições no terreno” indicam.“Elas é que definem para quem vãoas refeições”.Este processo “não envolvedinheiro” porque é feito na “basedas energias e sinergias”. Desde2014, e no sentido de “fazer crescerainda mais este movimento”, ogrupo tem tido o apoio da FundaçãoCalouste Gulbenkian.

O movimento tem “crescidobastante” e, atualmente, estálocalizado em dez municípiosportugueses, mas com tendênciapara alargar os horizontes. Com alegalização, as operações “ficamseguras” e “às claras, como tudo navida”, disse.Um trabalho social, visto que estasrefeições vão ajudar “inúmeraspessoas”. Através destas iniciativasforam recuperados cerca de “seismilhões de euros”. É como queevitar que este dinheiro “fossequeimado”, concluiu.

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O melhor da internet em 2015 http://www.webbyawards.com

No início de mais um ano e tendo em conta que esta rúbrica se dedicaessencialmente à apresentação de sítios na internet, esta semana proponhoum olhar ao que de melhor se produziu em 2015 na grande rede mundial.Para tal, vamos olhar para “óscares da internet”, os “webby awards”, quesão os prémios anuais entregues pela Academia Internacional de Arte Digitale Ciência sobre o que de melhor se produz para a internet (sítios da internet,publicidade interativa, vídeos online e conteúdos para dispositivos móveis).Naturalmente que neste espaço iremos somente olhar para algumascategorias relativas aos melhores sítios da internet do ano passado. Ativismo: http://www.lastdaysofivory.com/ - sítio dedicado ao projeto dedefesa dos elefantes selvagens tendo como suporte o filme “last days”; Arte: http://illusion.scene360.com/ - espaço da revista de artes mundialmenteconhecida “Illusion”, dedicada a grafite, ilustração, tatuagem, design ecinema; Associações: http://www.visitcalifornia.com/ - página de promoção turística daCalifórnia; Celebridades / Fans: http://chrishadfield.ca/ - sítio do Chris Hadfield, primeirocanadiano que caminhou no espaço; Organizações não lucrativas: https://morethanacostume.com/ - daresponsabilidade dos médicos do mundo este espaço é dedicado aocombate do vírus ébola; Religião e espiritualidade: http://www.onbeing.org/ - sítio da rádio on beingonde são abordadas temáticas relacionadas com a vida humana;

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Educação: http://www.cfr.org/ - espaço do Conselho de Relações Exteriores(CFR) que é uma organização independente dedicada ao estudo do mundocomplexo; Juventude: https://www.dosomething.org/ - é uma das maiores organizaçõesglobais para os jovens com campanhas de combate à pobreza, violência eproteção ambiental; Família: https://www.understood.org/ - quinze organizações sem finslucrativos uniram forças para apoiar os pais de crianças com problemas deaprendizagem e défice de atenção; Melhor sítio ao nível da navegação: http://genelab.nasa.gov/ - sítio doGeneLab onde se realizam as pesquisas que exploram as fronteiras doconhecimento na Terra; Melhor sítio ao nível da animação: http://alfredservice.com/ - espaço onlineda empresa alfred; Somente a título de curiosidade, sabe quais foram os termos maispesquisados no Google em Portugal no ano de 2015? desafio final 3 (geral),Maria Zamora (figuras públicas), como ser feliz (como ser), Taylor Swift(figuras públicas internacionais), Cristiano Ronaldo (jogadores de futebol), oamor (o que é).

Fernando Cassola Marques

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Nem só de pão vive o homemA PAULUS Editora apresenta o livroQuando Ele nos abre as EscriturasDomingo após Domingo. Esta obra,da autoria de D. António Couto,oferece uma viagem e uma visitaguiada pelos textos bíblicos dosdomingos, solenidades e festas aolongo do Ano C, muito à semelhançados dois livros anteriores, quecontemplavam os itinerárioslitúrgicos dos Anos A e B.D. António Couto é biblista e bispode Lamego, e as suas reflexõessobre os textos litúrgicos são umexcelente roteiro para os fiéisacompanharem a liturgia anual etambém para auxiliar os sacerdotesna preparação das suas homiliasdominicais.O livro está dividido em oito partesque facilitam a sua consulta eleitura: Tempo do Advento; Tempodo Natal; Tempo da Quaresma;Semana Santa, Semana Grande,Semana Autêntica; Páscoa deCristo,Tempo da Páscoa, Tempo Comum,Solenidades e Festas.Com o estilo com que já noshabituou, D. António Couto parte dasubstância bíblica e litúrgica e temtempero teológico, literário,simbólico, cultural, histórico,arqueológico. «Fui-o escrevendo

com gosto, pensando em todosaqueles que gostam de saborear ostextos bíblicos que a Liturgia nosoferece. Pensei sobretudo naquelesque, domingo após domingo, têm aresponsabilidade de abrir asEscrituras à compreensão doshomens e mulheres, jovens ecrianças, que, domingo apósdomingo, entram nas nossas igrejas.»O Evangelho deste Ano C é, como ésabido, o de Lucas, ainda que cominterferências do Evangelho de Joãoe uma apenas de Mateus (Domingoda Epifania). A escrita de Lucasapresenta um carácterparticularmente plástico e pictórico,deixando-nos, nos seus textos,figuras inesquecíveis, como sãovários retratos de Maria(Anunciação,Visitação, Magnificat…), Zacarias

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e Isabel, os pastores, Simeão eAna, o bom samaritano, Marta eMaria, a parábola da misericórdia(Lc 15), o homem rico e o pobreLázaro (Lc 16,19-31), o juiz iníquo ea viúva importuna (Lc 18,1-8), aoração do fariseu e do publicano(Lc 18,9-14), Zaqueu (Lc 19,1-10),os dois discípulos de Emaús (Lc24,13-35).«Desejo ao leitor bom apetite», dizD. António Couto no fim daintrodução deste livro, pois «já sesabe que nem só de pão vive ohomem.»Quando Ele nos abre as escriturasDomingo após Domingo estádisponível em todas as livrarias eem www.paulus.pt.

Ficha Técnica Título: Quando Ele nos abre as escrituras domingo após domingo Autor: António Couto Coleção: Espiritualidade Secção: Homilias Formato: 15 cm x 22 cm Páginas: 464 Editora: Paulus Editora ISBN: 9789723018967preço: 21,00 €

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Twitter: vamos a votos?Desenganem-se os que pensarampelo título do artigo que iria fazerapologética às eleiçõespresidenciais do próximo dia 24 dejaneiro. Não, desenganem-se. Otwitter lançou uma nova forma deinteração com os seus seguidores:permite criarquestionários/sondagens. A rede social Twitter continua aestudar se deve ou não manter os140 caracteres que a caracterizam.Falam-se em novos limites: 10 milcaracteres. Modesta opinião: vaideixar de ser o Twitter. Passaremosa ter, ainda que com o mesmonome, outra coisa diferente. OTwitter é a rede que pretende querespondamos ao “que? estás aacontecer?”? Isto é, é uma rede deinformação, de partilha, de anúncio,de comunicação, de notícias, deboas novas, onde também cabe aBoa Nova. Os questionários/sondagens (polls),já presentes nos grupos doFacebook como sondagem,pretendem ser uma nova forma deinteração no Twitter. O objetivo épromover uma maior interação entreos utilizadores e contribuir para adiscussão alargada de váriosassuntos, problemas.

Esta nova função, chamada de Pollsem inglês, permite aos utilizadorescriarem votações ou inquéritos. Jáse encontra disponível para todosos utilizadores, incluindo na versãodesktop. Pode-se ler no blogue? oficial doTwitter que “para? os criadores dasenquetes (polls), é uma novamaneira de se envolver com oenorme público do Twitter eentender exatamente o que aspessoas estão dizendo. Para quemparticipa, é uma maneira muito fácilde fazer com que sua voz sejaouvida?”.

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A ferramenta tem as suaslimitações: o utilizador apenas podedefinir duas respostas, mais duasopcionais. As votações do Twitterficam disponíveis para participaçãodurante 24 horas e as participaçõesdos utilizadores serão sempreprivadas, isto é, nem o própriocriador da votação saberá quais dosseus seguidores participou naqueleinquérito.

Como fazer? Veja o vídeo.INSERIR ESTE CÓDIGO NOARTIGO. TEM O VÍDEO DE COMOAS PESSOAS PODEM CRIAR ASVOTAÇÕES. Mais uma forma de criarmosinteração com os seguidores dasnossas contas no Twitter.Boas sondagens.

Bento Oliveira |@iMissiohttp://www.imissio.net

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II Concílio do Vaticano:Cartas de Roma do cardeal Cerejeira(II)

Durante a IV sessão do II Concílio do Vaticano, ocardeal Manuel Gonçalves Cerejeira escreveu umadezena de cartas aos diocesanos de Lisboa onde atónica dominante era a presença da Igreja no mundocontemporâneo. A sua leitura sistemática permiteverificar que em quase todas elas, ou se retomam osmesmos pensamentos ou se dão elementos quepermitem tornar mais explícito o que foi dito nasanteriores.Na nona carta dedicada ao tema «Igreja e Estado»,este padre conciliar escreve que é “da maiorimportância”, na sociedade pluralista, ciosa daautonomia do temporal e da maioridade dos cristãos,que “se tenha o justo respeito da relação entre acomunidade política e a Igreja”.É um princípio conciliar bem assente que “a Igreja, emrazão da sua missão e competência, não se confundenem se enfeuda a nenhum sistema político”. Cadauma, no seu próprio campo, “é independente eautónoma” em relação à outra. Ambas servem,embora por título diverso, “a vocação pessoal e socialdos homens”, lê-se na obra «Cartas de Roma» daautoria de Manuel Gonçalves Cerejeira e editada pela«União Gráfica».Segundo o cardeal Cerejeira – na página 88 dareferida obra – tem sido difícil, desde há mais dumséculo, entrar isto na consciência pública. “Sempretêm acusado, entre nós, a Igreja de comprometidacom o Estado, os que a desejariam associada na lutapolítica”. Numa pastoral do episcopado português de16 de Janeiro de 1959, lê-se que “aquela acusação(assim como a de não interpor a sua autoridadeespiritual a favor do Estado) resulta

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duma confusão: confunde-se amissão própria da Igreja, situada nodomínio religioso e moral, com umamissão política de tutela sobre oEstado ou de subordinação aoEstado, qualquer das quais é contraa natureza da Igreja. Num caso enoutro, politiza-se a Igreja esacraliza-se o temporal”.Aos padres, Manuel GonçalvesCerejeira aconselha os padres aouvirem, conhecerem,compreenderem e sentirem omundo onde estão inseridos “semse enfeudarem a ele”. Deverá fazer

“figura de não conformista”,“denunciando o pecado, recusando-se a tudo o que seja contra oespírito ou a liberdade da suamissão”.«A obra do Espírito no Concílio»; «Aliberdade religiosa»; «A Igreja nomundo de hoje»; «O padre nomundo de hoje»; «Apostolado dosleigos»; «A esperança cristã», «Aliberdade cristã», «Da missãopastoral dos bispos», «A Igreja e oEstado» e «Sob a invocação daVirgem» são os títulos das cartasescritas pelo cardeal Cerejeira, aosdiocesanos de Lisboa.

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janeiro 2016 15 de janeiro. Fátima - Centro Paulo VI, 09h00 -Celebração do Dia da CNIS com umencontro em torno do«Desenvolvimento do EstadoSocial». . Fátima, 15h00 - Reunião daComissão Episcopal do Laicado eda Família . Lisboa - Armazém do BancoAlimentar, 17h00 - D. ManuelClemente celebra no BancoAlimentar Contra a Fome . Coimbra - Auditório doConservatório de Música deCoimbra, 21h15 - O núcleo deEscolas Católicas da Diocese deCoimbra promove um sarausolidário a favor do Centro Social eParoquial da Pedrulha. . Lisboa - Igreja do Coração deJesus, 21h30 - Vigília de Oraçãopela Paz com o tema «Vence aindiferença, conquista a paz»promovida pela Fundação Betânia 16 de janeiro. Fátima - Seminário do Verbo Divino- Jornadas Nacionais da PastoralFamiliar com o tema «A vocação e amissão da família» (16 e 17 dejaneiro)

. Fátima - Museu de Arte Sacra eEtnologia - Exposição «A seara dosna casa das sementes» sobre a vidae obra da venerável madre MariaIsabel da Santíssima Trindade. (até28 de fevereiro) . Lisboa - Linhó (Casa das IrmãsDoroteias) -Encontro sobre «Escutarpara Viver - As Obras deMisericórdia» pelo Frei Luís deOliveira e promovida pela Escola deOração de São José. . Braga - Biblioteca Lúcio Craveiro-Sessão de história sobre «Osjesuítas na cidade de Braga» . Guarda – Seminário, 10h00 - Encontro do bispo da Guarda, D.Manuel Felício, com os professoresde EMRC. . Lisboa – Algueirão, 21h00 - Encontro ecuménico em Algueirãocom a presença de D. JoaquimMendes, bispo auxiliar de Lisboa 17 de janeiro. Itália – Roma - PapaFrancisco visita a Sinagoga deRoma . Santa Sé - Jubileu do Migrante edo Refugiado

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. Vaticano - Basílica de São Pedro - O Papa Francisco e milhares demigrantes atravessam a Porta Santada Basílica de São Pedro . Setúbal - Celebração do Jubileudos Consagrados . Viana do Castelo - Caminha(Paróquia de Venade) - Bênção dosanimais na festa de Santo Antão . Fátima - Peregrinação nacional doMovimento de Espiritualidade daSagrada Família com o tema «ComMaria, Mãe na Sagrada Família, aFamília será Santuário deMisericórdia» . Beja - Diocese de Beja recebe aCruz das Jornadas da Juventude(termina a 23 de janeiro) . Algarve - Loulé (Santuário deNossa Senhora da Piedade), 09h00- Bênção dos ciclistas seguida depasseio de cicloturismo entre Loulée São Brás de Alportel . Bragança – Balsamão, 11h00 - Abertura da porta santa doSantuário de Nossa Senhora deBalsamão

. Lisboa - Escola Superior deEnfermagem de São Vicente dePaulo, 15h00 - Encontro sobre«Profetas da Misericórdia naSociedade hoje» por AntónioCampelo Amaral e promovido peloSecretariado Regional de Lisboa daCIRP. . Setúbal - Cúria Diocesana, 15h00 - Encontro do bispo de Setúbal, D.José Ornelas, com as direções doscentros sociais paroquiais. . Braga - Faculdade de Teologia(Auditório São Tomás de Aquino),18h30 - Concerto de Ano Novo 18 de janeiro. Semana de Oração pela Unidadedos Cristãos (termina a 25 dejaneiro) . Lamego - Casa de São José - Jornadas de formação do clerosobre o plano pastoral em cursocom conferências de D. AntónioCouto (bispo de Lamego) e dopadre Carlos Carneiro (sacerdotejesuíta). (18 e 19 de janeiro) . Algarve – Faro - ConselhoPresbiteral da Diocese do Algarve

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- A Biblioteca Municipal de Ponte de Lima, em Viana doCastelo, vai revisitar entre 25 de janeiro e 29 defevereiro a vida e obra de Virgílio Ferreira, por ocasiãodo primeiro centenário do seu nascimento. Mais deuma dezena de painéis dão conta do legado doescritor português, autor de títulos como “Aparição”,“Manhã Submersa” e “Em nome da Terra”. - Museu de Arte Sacra e Etnologia, dos Missionáriosda Consolata em Fátima acolhe entre 16 de janeiro e28 de fevereiro, de terça a domingo entre as 10h00 eas 17h00, a exposição temporária “A Seara dosPobres na Casa das Sementes”, uma mostra inspiradana vida e obra da Madre Maria Isabel da SantíssimaTrindade, fundadora das Irmãs Concepcionistas aoServiço dos Pobres, e que coincide com o final do Anoda Vida Consagrada. - A Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa, vaiacolher dia 22 de janeiro, às 21h30, um Concerto deAno Novo com o organista João Vaz, as vozes daCapella Patriarchal e a música de João RodriguesEsteves (1700 – 1751). Iniciativa que servirá tambémpara assinalar o início das celebrações dos 300 anosda elevação da Diocese de Lisboa à categoria dePatriarcado. - O reitor da Universidade do Algarve, António Branco,vai dar no dia 22 de janeiro uma conferência sobre aencíclica do Papa, “Laudato Si”, uma iniciativa noauditório da Escola Secundária João de Deus, emFaro, a partir das 21h00, e que procurará dar umolhar académico sobre o texto que Francisco dedicouà temática da Ecologia

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Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00RTP1, 10h00Transmissão damissa dominical

11h00 -Transmissão missa 12h15 - Oitavo Dia

Domingo: 10h00 - ODia do Senhor; 11h00- Eucaristia; 23h30 -Ventos e Marés;segunda a sexta-feira:6h57 - Sementes dereflexão; 7h55 -Oração daManhã; 12h00 -Angelus; 18h30 -Terço; 23h57-Meditando; sábado:23h30 - TerraPrometida.

RTP2, 13h30Domingo, 17 de janeiro -Alerta Refugiados RTP2, 15h30Segunda-feira, dia 18 -Entrevista sobre O oitaváriode Oração pela Unidade dosCristãos Terça-feira, dia 19 -Informação e entrevista sobreo Jubileu da Misericórdia Quarta-feira, dia 20 - Informação e entrevista Curso"O Mundo da Bíblia" Quinta-feira, dia 21 - Informação e entrevista Sexta-feira, dia 22 - Entrevista de análise à liturgiade domingo com o padre João Lourenço e JuanAmbrosio Antena 1Domingo, dia 17 de janeiro - 06h00 - A ajudaportuguesa aos refugiados Segunda a sexta-feira, 18 a 22 de janeiro - 22h45 -Experiências de Ecumenismo: Apresentaçao dooitavário de oraçao, com João Luis Fontes;experiência do produtor da RTP, Diogo Peres; O casalecuménico Dina e Alberto; a experiência de FélixLungu e o ecumenismo na Comunidade Vida e Paz,com o diácono Horácio Félix.

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Ano C – 2.º Domingo do TempoComum Sermos aalegria deDeus

A liturgia deste segundo domingo do tempo comumtem a marca do amor de Deus por nós.A primeira leitura de Isaías define o amor de Deuscomo um amor eterno, que continuamente nos renovae transforma. Nesse amor nunca desmentido, reside aalegria de Deus.A segunda leitura fala dos carismas ou dons comosinais do amor de Deus destinados ao bem de todos.No contexto de um casamento em Caná, o Evangelhoapresenta um sinal, ou milagre, que aponta para oessencial do programa de Jesus: apresentar-nos o Paique nos ama e que com o seu amor nos convoca paraa alegria e a felicidade plenas.Tudo isto são coisas bem sabidas por nós, ou quejulgamos saber. Mas será que assumimos e acolhemoscom todo o nosso ser o que a Palavra de Deus nos dáhoje? Estamos num campo decisivo da nossa vidahumana, que pela fé nos compromete a seguir Cristo,a grande revelação do amor de Deus. Uma vida quesó pode ser levada na alegria.O Papa Francisco não se cansa de dizer que aalegria, que é do Evangelho, faz parte constitutiva daidentidade cristã. Já Bento XVI falava da alegria comum dos cinco elementos essenciais da vida cristã. Poroutras palavras, se não vivermos o amor de Deus naalegria, não somos cristãos autênticos. Aliás, o amor,mesmo quando transporta sinais de sofrimento, sópode provocar e ser alegria.«Sermos a alegria de Deus». Que bela definição nostraz hoje o profeta Isaías. O amor de Deus espera-nossempre, de forma gratuita, convida-nos a refazerrelações desfeitas. Esse amor gera vida nova, alegria,festa e

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felicidade; transforma-nos emprofetas do amor, sinais vivos ealegres de Deus.Será que esse amor transparecenos nossos gestos e atitudes? Asnossas famílias são um reflexo doamor de Deus? As nossascomunidades cristãs e religiosasanunciam ao mundo, de formaconcreta, o amor que Deusmisericordioso tem por nós?Levamos a vida cristã na alegria deDeus?São exigências que nos plenificam edão sentido aos nossosandamentos quotidianos, agora emtempo comum, nunca de rotina, masde renovação. Sempre com apreciosa ajuda de Maria, que nasbodas de Caná

guardou no seu coração esse sinalde amor, de aliança e de alegria, aindicar a direção do que somos:«fazei o que Ele, Jesus, vos disser!»E já agora, acrescento, se levamosCristo como aquele que marcaradicalmente as nossas vidas, sópodemos viver em comunhão. Estasemana de oração pela unidade doscristãos recorda-nos que nemsempre é assim. Como podemosinvocar o mesmo Cristo, se vivemosdesavindos?A caminhada continua. Rezemos erenovemos em nós o entusiasmo desermos a alegria de Deus.

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.org

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O nome de Deus é MisericórdiaO novo livro-entrevista do Papa foiem 86 países, incluindo Portugal,com o título ‘O nome de Deus éMisericórdia’, reforçando asposições de Francisco sobre anecessidade de uma Igreja de“portas abertas”. “A Igreja não estáno mundo para condenar, mas parapermitir o encontro com o amorvisceral que é a misericórdia deDeus”, refere Francisco, naentrevista ao vaticanista italianoAndrea Tornielli.Francisco diz que também o Papa éalguém com “necessidade damisericórdia de Deus” e revela teruma relação especial com ospresos. “Tenho um especial carinhopelos que vivem na prisão, privadosda liberdade. Fiquei muito ligado aeles, por esta consciência do meuser pecador”, explica,acrescentando que não se sente“melhor” do que aqueles que estãoà sua frente.O Papa apresenta a sua visãosobre a missão da Igreja no mundo,sublinhando que quando “condenao pecado” o faz porque “deve dizera verdade”. Ao mesmo tempo, noentanto, “abraça o pecador que sereconhece como tal, aproxima-sedele, fala-lhe da misericórdia infinitade Deus”, à imagem de Jesus,

que “perdoou mesmo os que ocrucificaram”.“Seguindo o Senhor, a Igreja échamada a derramar a suamisericórdia sobre todos os que sereconhecem como pecadores,responsáveis pelo mal que fizeram,que sentem necessidade doperdão”, observou.Em relação ao ano santoextraordinário que convocou, oJubileu da Misericórdia (dezembrode 2015-novembro de 2016),Francisco espera que a iniciativapermita fazer emergir um rosto cadavez mais materno da Igreja.O Papa convida as comunidadescatólicas a “sair das igrejas e dasparóquias” para ir ao encontro daspessoas, onde elas vivem, “sofrem eesperam”. “A Igreja em saída tem acaraterística de surgir no local ondese combate, não é a estruturasólida, dotada de tudo”, mas um“hospital de campanha” no qual sepratica uma “medicina de urgência”.Nesse sentido, deseja que o jubileuextraordinário “faça emergir cadavez mais o rosto de uma Igreja queredescobre as vísceras maternas damisericórdia e que vai ao encontrode tantos feridos necessitados deescuta,

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compaixão, perdão, amor”.Após precisar que o pecado édiferente da “corrupção”, porquenesta não existe qualquer“arrependimento”, Francisco fala da“graça” da vergonha, porquepermite

ter a consciência das falhas e limitesde cada um, diante de Deus.A tradução portuguesa, que inclui aBula de Proclamação do JubileuExtraordinário da Misericórdia, éeditada pela Planeta.

Recebe e oferece a MisericórdiaA Arquidiocese de Braga vai promover retiros durante o jubileu e oprimeiro ‘Recebe e oferece a Misericórdia’ destina-se aos agentes daEducação Cristã, a 30 de janeiro no Centro Apostólico do Sameiro,orientado pelo padre Manuel Morujão. “A todos desafio a participar nestaproposta, com a certeza que só corações renovados ajudarão a edificara Igreja renovada que o mundo espera”, apelou D. Francisco SenraCoelho, bispo auxiliar de Braga.

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D. Manuel Clemente desejabeatificação rápida de madre Teresade SaldanhaO cardeal-patriarca de Lisboaespera que madre Teresa deSaldanha seja beatificada“rapidamente” destacando a sua“persistência, intrepidez,clarividência”, no contexto dos 100anos da morte da fundadora daCongregação das Dominicanas deSanta Catarina de Sena. “Épedagógico para a Igreja porquedepois tem uma festa anual que écelebrada liturgicamente, a históriaé contada e estimula”, explicou D.Manuel Clemente, em Fátima,assinalando que Teresa deSaldanha faz parte de um trio de“outras raparigas” que começaramjovens este serviço “e duas já estãobeatificadas”.À Agência ECCLESIA, o cardeal-patriarca disse que “ninguém podequeixar-se de ser pouco, pequenoou frágil” contextualizando que astrês jovens no século XIX “contraquase tudo e todos” prosseguiramcom as suas obras, referindo-setambém às fundadoras daCongregação das IrmãsFranciscanas Hospitaleiras daImaculada Conceição e à doInstituto Jesus-Maria-José.No dia 15 de dezembro de 2015, oPapa aprovou a publicação dodecreto que reconhece as ‘virtudesheroicas’

da irmã Teresa de Saldanha (1837-1916), que recebe assim o título de‘venerável’, fase do processo queleva à proclamação de um fielcatólico como beato.Madre Teresa de Saldanha foi aprimeira mulher a fundar umacongregação em Portugal, após aextinção das ordens religiosas noséculo XIX. “O ambiente mesmoanticatólico numa cidade comoLisboa às vezes toca as raias doinacreditável, mesmo deperseguição. Não era fácil umajovem católica ir à missa sem ouviralguma reprovação, brincadeira demau gosto”, desenvolve o cardeal-patriarca.Para D. Manuel Clemente é “muitoimportante e oportuno” redescobriro exemplo de vida cristã de Teresade Saldanha porque a vida “emqualquer tempo e época tem asdificuldades próprias e alheias,pessoais ou sociais”.Madre Teresa de Saldanha foitambém uma “figura basilar daemancipação da mulher” emPortugal “pela educação”. “Asraparigas, sobretudo pobres,estavam fora de qualquer processoeducativo. Ela lançou essa iniciativanão só em termos práticos mas em

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termos teóricos porque tem umaobra escrita, de reflexão, de cartas,muito importante”, acrescentou.A religiosa portuguesa à data dasua morte tinha fundado 27 casas:17 em Portugal; seis no Brasil; umana Bélgica; duas nos EUA; e umaem Espanha.Hoje, revela a superiora geral aCongregação das Dominicanas deSanta Catarina de Sena que celebra150 anos está presente em quatrocontinentes - Albânia; Brasil eParaguai Timor Leste, Angola eMoçambique. “Ai vão surgir novasvidas, novas vocações e o carismahá de continuar, porque é muitoevangélico e atual, procurar fazer

o bem e há sempre quem precisa danossa ajuda, proteção, apoio”,comenta madre Rita Maria Nicolau.João Saldanha, sobrinho-trineto deMadre Teresa, também esteve nascelebrações dos 100 anos da morteda fundadora da Congregação dasDominicanas de Santa Catarina deSena e os 150 anos do iníciocongregação, este sábado, emFátima. “Sempre foi fonte deinspiração pela coragem. Eraespectável que seguisse outrocaminho, normal para a educação emeio social, e teve a coragem pelolado privado de romper e pelo ladopúblico construiu uma obra que édeitada a baixo e volta a erguê-la jámuito velhinha”, observou.

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Cristãos celebram mais um Natal em tempo de guerra

“Não me deixem sozinho”Pelo quinto ano consecutivo, aguerra ensombrou o Natal em Alepo.O desalento é indisfarçável. Faltatudo. Por causa dos constantesbombardeamentos, dos infindáveistiroteios, a água secou nastorneiras, as lâmpadas continuamemudecidas, a comida escasseia ea cidade é uma ruína imensa, umasombra lúgubre do que foi. OArcebispo escreveu-nos uma carta.É um enorme lamento.A destruição é tanta que oArcebispo Jean-Clément até temmedo de usar as palavras como seelas pudessem ferir ainda mais acidade, como se elas pudessemfazer sangrar ainda mais a vida dosque restam em Alepo. D. Jean-Clément escreveu-nos. É uma cartasofrida, um longo lamento, umalágrima sem fim. “Nesta noite deNatal, estou triste. Sinto umaenorme necessidade de escrever,de vos escrever, a vós, os meusamigos mais próximos, para pedirque aceitem partilhar comigoalgumas das minhas preocupaçõese o meu sofrimento.”Jean-Clément diz que tem o“coração escurecido” e sente-seimpotente perante tantos cristãosforçados a deixar o país rumo a umexílio no

estrangeiro. Fogem de uma “guerrainjusta e selvagem”, que continua a“semear o terror e a insegurança”, eque já matou quase 300 mil sereshumanos “em nome do próprioCriador”. Órfãos e viúvasEm Alepo, como em tantas outrascidades e lugares na Síria, sórestam mesmo os mais pobres, osque não puderam fugir. Ficaram osórfãos e as viúvas. Os idosos e osdoentes. As lágrimas deles sãotambém as lágrimas de Jean-Clément. A cidade foi destruídanestes cinco anos de guerra. Mas acidade continua a ser destruídatodos os dias sempre que cai umabomba, sempre que uma bala é

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disparada, sempre que alguém caiensanguentado. Falta tudo. Adestruição é dantesca. Quase todasas escolas, hospitais e fábricasforam reduzidas a escombros. Sãoruínas. “Estou triste por ver o nossopovo a viver na miséria, semrecursos, sem água ouelectricidade, nas filas para receberuma ajuda alimentar modesta. Estoutriste porque não sei como dizerpalavras de encorajamento aosmeus fiéis que estão sem fôlego eperdem dia após dia o que restadas poucas esperanças que aindatinham.” Cidade em ruínasJean-Clément escreveu-nos aspalavras que não pode dizer ao seupovo. Compreende-se. As pessoasolham para ele com expectativa. Eleé o Arcebispo. “Estou triste mas nãoposso dizer-lhes isso.” É difícilimaginar como foi realmente esteNatal em Alepo.

Na carta que nos enviou, oArcebispo Jean-Clémentconfidencia-nos a oração que fez aoMenino Jesus. “Vou pedir-Lhe paravir em nosso socorro. Peço-Lhe,neste Natal, como presente, quepossa devolver os sorrisos ao nossoquerido povo, peço-Lhe, de todo ocoração, que faça aparecer, com oSeu nascimento, a ternura noscorações endurecidos, a amizadeentre os homens e a paz para onosso país.” O conforto das oraçõesAlepo é uma cidade em ruínas. Faltatudo. Comida, água, luz eléctrica,roupa quente. O frio do Inverno étambém uma arma de guerra. Comose a própria natureza desejasseo sofrimento dos que vivem ainda nacidade.Jean-Clément suplica-nos para nãoo deixarmos sozinho, pede que oacompanhemos com as nossasorações. Pede-nos ajuda. Jápassaram quinze dias desde o Natal.Em Alepo, quinze dias são quaseuma eternidade. As pessoas têmmedo. Mesmo após cinco anos deguerra, ninguém se habituaverdadeiramente à morte. Todos osdias se ouvem tiros, rebentamentosde bombas. Todos os dias alguémfica ferido. Todos os dias morre maisalguém. Todos os dias. “Não medeixem sozinho”, pede-nos D. Jean-Clément.

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

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Deus, o construtor de Pontes

Tony Neves Espiritano

O drama dos refugiados está a atingir o coraçãoda humanidade. São milhões os que, por essemundo além, fogem de guerras e perseguiçõessem fim á vista. Fora das suas áreas de confortoe segurança, sem trabalho nem casa, osrefugiados ficam á mercê da hospitalidade dequem os acolhe (ou não) nas terras onde vãoparar.A Europa confronta-se com a maior onda derefugiados de toda a sua história. São muitos,chegam todos ao mesmo tempo e aqui vive-seem tempo de inverno. Tanta gente em simultâneocoloca em causa a ‘demasiada’ organização dospaíses europeus. Pessoas que fogem de áreasem guerra e, sobretudo, aterrorizadas pelofundamentalismo islâmico, metem ainda maismedo a quem acolhe. Para além dos gastosevidentes neste tipo de operações humanitárias,há um medo quase doentio de que venhammuitos terroristas disfarçados de refugiados.No meio de todo este ‘tornado’, como seposicionam as religiões? Felizmente, a maioriados europeus está de braços abertos paraacolher ou, pelo menos, de acordo no que dizrespeito a investimentos públicos para que ahospitalidade se exerça bem e quanto antes. Omesmo se pode dizer dos líderes religiosos, emgeral. Cristãos (de diferentes confissões),Muçulmanos, Judeus, Hindus… estão a dar-se asmãos para que este drama humanitário termine.E mais: há uma consciência clara de que averdadeira solução do problema passa pelo fimdas guerras que geram fugas massivas depessoas. Para tal, há que combater todos osextremismos que

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provocam violências e levam aspessoas a procurar a sobrevivêncialonge das terras onde nasceram eviviam.Nos seus princípios, as religiõesapostam na paz e no respeitomútuo. As práticas nem sempreconfirmam esta postura e, por isso,há fundamentalismos que é urgentecombater.Deus é um construtor de pontesentre povos e culturas. A fé obrigaos crentes a olhar para Deus e aabraçar as pessoas, pois se Deus éPai, nós somos todos irmãos. EmPortugal, a criação da Plataforma deApoio aos Refugiados (PAR) é umgrande sinal

desta comunhão entre Religiõese Confissões. Muito caminho estáfeito, quer na sensibilização daspessoas para o drama, quer namobilização de meios humanos emateriais para o acolhimento aquem vem de longe. E mais: está jáa ser enviado apoio financeiro paraos países vizinhos da Síria e doIraque, a fim de ajudar nasobrevivência dos largos milharesde refugiados que aí permanecem áespera de uma mão amiga queproteja e alimente.Ao perto e ao longe, abrir mãos ecorações é caminho de futuro parauma humanidade fraterna. Há queconstruir menos muros e maispontes.

“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ouem www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC –Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”

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