aula teorica 03 - hidrocarbonetos - ufersa · universidade federal rural do semiÁrido prof. ms....

34
Universidade Federal Rural do SemiÁrido Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica 1. Hidrocarbonetos Hidrocarbonetos como o próprio nome sugere, são compostos cujas moléculas contêm apenas átomos de carbono e hidrogênio. Dentro da família dos hidrocarbonetos existem várias subfamílias, como veremos a seguir: a) Alcanos; b) Cicloalcanos ou Ciclanos; c) Alcenos; d) Alcadienos e Alcatrienos; e) Cicloalcenos ou Ciclenos; f) Alcinos; g) Aromáticos. 1.1 Nomenclatura dos Compostos Orgânicos De modo geral, a nomenclatura dos compostos orgânicos é feita utilizando um prefixo, infixo e um sufixo, a saber. a) Prefixo: indica o número de átomos de carbonos presentes na molécula Tabela 1: Prefixos correspondentes aos números de carbonos presentes na molécula. Número de Carbonos Prefixo Estrutura Número de Carbonos Prefixo Estrutura 1 Met CH 4 6 Hex CH 3 (CH 2 ) 4 CH 3 2 Et CH 3 CH 3 7 Hept CH 3 (CH 2 ) 5 CH 3 3 Prop CH 3 CH 2 CH 3 8 Oct CH 3 (CH 2 ) 6 CH 3 4 But CH 3 (CH 2 ) 2 CH 3 9 Non CH 3 (CH 2 ) 7 CH 3 5 Pent CH 3 (CH 2 ) 3 CH 3 10 Dec CH 3 (CH 2 ) 8 CH 3

Upload: phamdieu

Post on 11-Nov-2018

229 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

1. Hidrocarbonetos 

Hidrocarbonetos como o próprio nome sugere, são compostos cujas moléculas contêm  apenas  átomos  de  carbono  e  hidrogênio.  Dentro  da  família  dos hidrocarbonetos existem várias subfamílias, como veremos a seguir: 

a) Alcanos; 

b) Cicloalcanos ou Ciclanos; 

c) Alcenos; 

d) Alcadienos e Alcatrienos; 

e) Cicloalcenos ou Ciclenos; 

f) Alcinos; 

g) Aromáticos. 

 

1.1 Nomenclatura dos Compostos Orgânicos 

De  modo  geral,  a  nomenclatura  dos  compostos  orgânicos  é  feita  utilizando  um 

prefixo, infixo e um sufixo, a saber. 

 

a) Prefixo: indica o número de átomos de carbonos presentes na molécula 

Tabela 1: Prefixos correspondentes aos números de carbonos presentes na molécula. 

Número de 

Carbonos 

Prefixo  Estrutura 

 

Número de 

Carbonos 

Prefixo  Estrutura 

 

1  Met  CH4  6  Hex  CH3(CH2)4CH3 

2  Et  CH3CH3  7  Hept  CH3(CH2)5CH3 

3  Prop  CH3CH2CH3  8  Oct  CH3(CH2)6CH3 

4  But  CH3(CH2)2CH3  9  Non  CH3(CH2)7CH3 

5  Pent  CH3(CH2)3CH3  10  Dec  CH3(CH2)8CH3 

 

 

 

 

 

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

b) Infixo: indica o tipo de ligação (simples, dupla ou tripla); 

 

Tabela 2: Infixos correspondentes aos números de carbonos presentes na molécula. 

Tipo de ligação 

Entre os carbonos 

Exemplo  Infixo 

 

Ligações simples (σ) 

 

  

 

an 

 

Uma ligação dupla (π) 

 

 

 

 

en 

 

Duas ligações duplas (π) 

 

 

 

 

dien 

 

Três ligações duplas (π) 

 

 

 

 

trien 

 

Uma ligação tripla (π) 

 

 

 

in 

 

Duas ligações triplas (π) 

 

 

 

diin 

 

Três ligações triplas (π) 

 

 

 

triin 

 

Uma ligação dupla e uma  

tripla (π) 

 

 

 

enin 

 

 

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

c) O  sufixo  indica  o  grupo  funcional  (que  designa  a  função  orgânica)  que  a 

molécula  apresenta.  Cada  grupo  funcional  é  nomeado  por  seu  respectivo 

sufixo. 

 

Grupo  funcional:  é  um  grupo  de  átomos,  ligados  de  tal 

forma que confere propriedades químicas características às 

moléculas que os comportam. 

1.2 Alcanos 

Alcanos  são  hidrocarbonetos  que  apresentam  apenas  ligações  sigma  carbono‐

carbono. Alcanos em que o carbono forma uma cadeia sem ramificação são chamados 

alcanos de cadeia linear. 

A família dos alcanos mostrada na Tabela 1 é um exemplo de série homóloga. 

Uma série homóloga (do grego homos, “mesmo que”) é uma família de substâncias em 

que cada membro difere do seguinte por um grupo metileno (CH2). Os membros de 

uma  série  homóloga  são  chamados  de  homólogos.  Propano  (CH3CH2CH3)  e  butano 

(CH3CH2CH2CH3).  

Se  olharmos  o  número  relativo  de  átomos  de  carbono  e  de  hidrogênios  nos 

alcanos listados na Tabela 1, veremos que a fórmula molecular geral para um alcano é: 

 

Onde n é qualquer número inteiro. 

  Assim,  se  um  alcano  tem  um  átomo  de  carbono,  ele  terá  quatro  átomos  de 

hidrogênio; tendo dois átomos de carbono, ele possuirá seis átomos de hidrogênio. 

Exemplo: Quando a molécula  tiver 3 átomos de carbono  (n=3). Ela  terá 8  átomos de hidrogênio, pois H = 2n+2 = 8. 

  CH3CH2CH3. 

 

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

1.2.1 Fontes de Obtenção de Alcanos 

A  principal  fonte  de  obtenção  dos  alcanos  é  o  petróleo.  O  petróleo  (do  grego 

óleo de pedra) é uma mistura complexa de compostos orgânicos, a maioria dos quais é 

de  alcanos  e  hidrocarbonetos  aromáticos  e  é  originado  da  decomposição  de matéria 

orgânica (restos de animais e vegetais) que, por milhares de anos, foram submetidos a 

altas  temperaturas  e pressões. O petróleo  também contém pequenas quantidades de 

compostos que contêm oxigênio, nitrogênio e enxofre. 

1.2.2 O Refino do Petróleo 

O  primeiro  passo  para  refinar  o 

petróleo  é  a  destilação;  o  objetivo  é 

separar  o  petróleo  em  frações,  baseado 

na  volatilidade  de  seus  componentes. 

Uma  separação  completa  em  frações 

contendo  compostos  individuais  é 

economicamente  impraticável  e 

virtualmente  impossível  do  ponto  de 

vista  técnico.  Mais  de  500  compostos 

diferentes  estão  contidos  nos  destilados 

do  petróleo,  com  ponto  de  ebulição 

abaixo  de  200  oC,  e  muitos  têm 

praticamente o mesmo ponto de ebulição. 

Assim,  as  frações  consideradas  contêm 

misturas  de  alcanos  de  pontos  de 

ebulição  semelhantes.  As  misturas  de 

alcanos,  felizmente,  são  perfeitamente 

adequadas  para  serem  usadas  como 

combustíveis,  solventes,  lubrificantes  e 

matéria  prima  para  uma  infinidade  de 

outros compostos. 

 

 

 

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

Tabela 3: Frações de compostos obtidas pela destilação do petróleo. 

Intervalo de Ebulição 

da Fração (oC) 

Número de Átomos de 

Carbono por Molécula Utilização 

Abaixo de 20  C1―C4 Gás natural, gás engarrafado, indústria 

petroquímica 

20‐60  C5―C6  Éter de petróleo, solventes 

60‐100  C6―C7  Ligroína solventes 

40‐200  C5―C10  Gasolina 

175‐325  C12―C18 Querosene e combustível de motor a 

jato 

250‐400  C12 e mais  Gasóleo, óleo combustível e óleo diesel 

Líquidos não‐voláteis  C20 e mais Óleo mineral refinado, óleo lubrificante, 

graxa 

Sólidos não‐voláteis  C20 e mais  Cera de parafina, asfalto, alcatrão 

 

 

1.2.3 Nomenclatura dos Alcanos de Cadeia Linear (não­Ramificada) 

O  sufixo  que  caracteriza  um  hidrocarboneto  é  O.  Portanto,  para  um  alcano,  a 

terminação ano é devido a união do infixo (an) +  sufixo (o). 

Exemplo 1:  CH4 

Prefixo + infixo + sufixo 

                 Met     +    an     +     o              Metano 

Exemplo 2:  CH3CH2CH3 

Prefixo + infixo + sufixo 

     Prop   +    an     +     o           Propano 

 

Exemplo 2:   

Prefixo + infixo + sufixo 

    Hex     +    an     +     o            Hexano 

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

 

 

 

A Tabela 4 mostra vários alcanos de cadeias lineares e como suas propriedades 

físicas  variam  de  acordo  alcano  correspondente.  A  explicação  para  este 

comportamento está nas interações intermoleculares, ou seja, à medida que o tamanho 

(massa molecular) do alcano aumenta as interações entre as moléculas se tornam mais 

fortes, resultando em grandes mudanças em suas propriedades físicas. 

 

Nome  Estrutura de Traço Estrutura 

condensada Estruturas de bolas e vareta 

metano  C

H

H

H H

 

CH4 

 

etano  C

H

H

H C

H

H

H  

CH3CH3 

 

propano  C

H

H

H C

H

C

H

H

H

H

 

CH3CH2CH3 

 

butano  C

H

H

H C

H

C

H

C

H

H

H

H

H

 

CH3CH2CH2CH3 

 

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

Tabela 4: Nomenclatura e propriedades físicas de alcanos lineares. 

Número 

de 

carbonos 

Fórmula 

Molecular Nome 

Estrutura 

Condensada 

Ponto de 

Ebulição 

(oC) 

Ponto de 

Fusão 

(oC) 

Densidade 

(g/mL) a 

20 oC 

1  CH4  Metano  CH4  ‐167,7  ‐182,5   

2  C2H6  Etano  CH3CH3  ‐88,6  ‐183,3   

3  C3H8  Propano  CH3CH2CH3  ‐42,1  ‐187,7   

4  C4H10  Butano  CH3CH2CH2CH3  ‐0,5  ‐138,3   

5  C5H12  Pentano  CH3(CH2)3CH3  36,1  ‐129,8  0,5572 

6  C6H14  Hexano  CH3(CH2)4CH3  68,7  ‐95,3  0,6603 

7  C7H16  Heptano  CH3(CH2)5CH3  98,4  ‐90,6  0,6837 

8  C8H18  Octano  CH3(CH2)6CH3  127,7  ‐56,8  0,7026 

9  C9H20  Nonano  CH3(CH2)7CH3  150,8  ‐53,5  0,7177 

10  C10H22  Decano  CH3(CH2)8CH3  174,0  ‐29,7  0,7299 

11  C11H24  Undecano  CH3(CH2)9CH3  195,8  ‐25,6  0,7402 

12  C12H26  Dodecano  CH3(CH2)10CH3  216,3  ‐9,6  0,7487 

13  C13H28  Tridecano  CH3(CH2)11CH3  235,4  ‐5,5  0,7546 

 

1.2.4 Alcanos de Cadeia Ramificada 

Quando  o  número  de  carbonos  ultrapassa  três  em  um  alcano,  o  número  de 

estruturas possíveis aumenta. Existem duas estruturas possíveis para um alcano como 

fórmula molecular C4H10. Além do butano (um alcano linear), a um butano ramificado 

chamado isobutano. Ambas as estruturas preenchem o requisito que o carbono forma 

quatro ligações e cada hidrogênio forma apenas uma. 

CH3CH2CH2CH3CH3CHCH3

CH3ButanoIsobutano  

Compostos como butano e isobutano, que têm a mesma fórmula molecular, mas 

diferem  na  ordem  com  que  os  átomos  são  conectados,  são  chamados  isômeros 

constitucionais – suas moléculas possuem constituições diferentes.  

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

O número de compostos com mesma fórmula molecular, aumenta rapidamente  

conforme  o  número  de  carbonos  aumenta.  Por  exemplo,  existem  75  alcanos  com 

fórmula molecular C10H22 e 4.347 alcanos com a fórmula molecular C15H32. Assim, para 

evitar ter que memorizar os nomes de milhares de unidades estruturais, os químicos 

elaboraram  regras  que  nomeiam  substâncias  com  base  em  suas  estruturas.  Dessa 

forma,  somente  as  regras  têm  que  ser  aprendidas.  Como  o  nome  é  baseado  na 

estrutura, essas regras tornam possível deduzir a estrutura de uma substância a partir 

de seu nome.  

Esse  método  de  nomenclatura  é  chamado  nomenclatura  sistemática.  É 

chamado também nomenclatura IUPAC porque foi designado pela comissão da União 

Internacional  de  Química  Pura  e  Aplicada  (IUPAC  –  International  Union  of  Pure  and 

Applied Chemistry) em uma reunião em Genebra, Suíça em 1892. As regras da IUPAC 

têm  sido  continuamente  revisadas  por  essa  comissão  desde  então.  Em  alguns  livros 

pode‐se achar descrita também como nomenclatura Oficial. No entanto, este termo já 

se encontra em desuso.   

Alguns  compostos  apresentam  nomes  que  não  fazem  parte  da  nomenclatura 

sistemática,  por  isso  são  chamados  de  chamados  de  não  sistemáticos,  nomes 

comuns, ou ainda, nomes vulgares. No transcorrer da disciplina, sempre que possível, 

trabalharemos com os dois sistemas de nomenclaturas.  

• Substituinte Alquila 

Alcanos podem apresentar estruturas mais complexas. Por exemplo, a retirada 

de  um  átomo  de  hidrogênio  de  um  alcano  resulta  no  que  é  chamado  substituinte 

alquila  (ou  grupo  alquila,  ou  ainda,  grupo  substituinte).  Substituintes  alquila  são 

nomeados pela  troca  do  infixo  e  sufixo  “ano”  do  alcano  correspondente  por  “ila”,  no 

entanto, se for dar um nome a um composto que apresenta um substituinte alquila usa‐

se a terminação “il”, veja na Tabela 5.  A letra “R” pode ser usada para indicar um grupo 

alquila qualquer.  

Tabela 5: Grupos alquilas, a partir da remoção de hidrogênios terminais, com suas respectivas abreviaturas. 

Alcano  Grupo Alquila  Abreviatura CH3—H metano 

H3C— metila 

Me— 

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

CH3CH2—H etano 

CH3CH2— Etila 

Et— 

CH3CH2CH2—H propano 

CH3CH2CH2— propila 

Pr— 

CH3CH2CH2CH2—H butano 

CH3CH2CH2CH2— butila 

Bu— 

 

1.2.5 Nomenclatura dos Alcanos de cadeia Ramificada 

a) Localize  a  cadeia  de  carbono  contínua  mais  longa;  essa  cadeia 

determina o nome principal do alcano. Tal  cadeia é chamada de cadeia 

principal.  

 

CH3

CH3CH2CH2CH2CHCH3

  

• Tome cuidado, pois a cadeia contínua mais longa nem sempre é linear; algumas 

vezes pode‐se “caminhar” em ziguezague para se obter a cadeia contínua mais 

longa. 

 

CH3CH2CH2CH2CHCH2CH2CH3

CH3

1234578 6CH3CH2CH2CH2CHCH2CH3

CH2CH2CH3123

4578 6

CH3CH2CH2CHCH2CH2CH31234

5 7 86CH2CH2CH2CH3

Três alcanos diferentes com uma cadeiaprincipal com oito átomos de carbono

    

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

b) A  numeração  da  cadeia  começa  pela  extremidade mais  próxima  do 

grupo substituinte de forma a dar a este substituinte o menor número 

possível. 

CH3

CH3CH2CH2CH2CHCH3123456

1 2 3 4 5

 

CH2

CH3CH2CH2CH2CHCH3

CH3

CH2

CH3CH2CH2CH2CHCH3

CH3Substituinte

Substituinte

1

2

34567123456

 

 

Neste  caso  o  grupo  substituinte  é  uma  metila,  pois  assim  a  cadeia  principal  fica 

apresentando o maior número de átomos de carbono possível. 

 

c) Use os números obtidos pela  regra 2, para designar a  localização do 

grupo substituinte.  

 

CH3

CH3CH2CH2CH2CH2CH3CH2

CH3CH2CH2CH2CH2CH3

CH3

123456

1

2

34567

3‐Metil2‐Metil

       

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

Siga a seguinte sequência para dar o nome do composto: 

 • O nome principal é colocado em último lugar; 

 • O  grupo  substituinte,  precedido  pelo  número  que  designa  sua 

localização na cadeia, é colocado em primeiro lugar 

 • Os números são separados das palavras por um hífen; 

  

CH2

CH3CH2CH2CH2CHCH3

CH31

2

34567

3‐Metileptano2‐Metilexano

CH3

CH3CH2CH2CH2CHCH31

23456

  

d) Se mais de um substituinte estiver ligado à cadeia principal, a cadeia é 

numerada  na  direção  que  resultará  no  menor  número  possível  no 

nome da substância. 

 • Os grupos substituintes devem ser listados em ordem alfabética e não 

numérica (Ex. etil antes de metil); 

 • No exemplo  seguinte,  o  nome  correto  (5‐etil‐3‐metiloctano)  contém 3 

como  menor  número,  enquanto  que  o  nome  incorreto  (4‐etil‐6‐

metiloctano) contém 4 como menor número: 

  

CH3CH2CHCH2CHCH2CH2CH3

5‐Etil‐3‐metiloctanoe não

4‐Etil‐6‐metiloctanoporque 3<4

CH3 CH2CH3

  

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

 e) Quando  dois  substituintes  estão  presentes  no  mesmo  átomo  de 

carbono, use aquele número duas vezes. 

CH3CH3CH2CCH2CH2CH3

CH2CH3

3‐Etil‐3‐Metilexano  

 

f) Quando dois ou mais substituintes são  idênticos,  isso é  indicado pelo 

uso  dos  prefixos  “bi”,  “tri”,  “tetra”  e  etc.  são  utilizados  para  indicar 

quantos substituintes idênticos a molécula possui. 

 • Deve‐se assegurar que cada substituinte tenha seu número; 

 • Um número deve ser separado de uma palavra por um hífen; 

 • Use vírgulas para separar os números entre si. 

CH3

2,2,4,4‐Tetrametilpentano

CH3CHCHCHCH3 CH3CCH2CCH3CH3

2,3,4‐Trimetilpentano

CH3CH CHCH3CH3 CH3

2,3‐Dimetilbutano

CH3 CH3 CH3

CH3 CH3

 

 

• Quando precisar decidir pela ordem alfabética, desconsidere os prefixos 

de  multiplicação,  tais  como  di,  tri,  tetra,  sec  e  terc.  No  entanto,  os 

prefixos iso, neo e ciclo devem ser considerados na ordem alfabética. 

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

CH3CH2CCH2CH2CHCHCH2CH2CH3

CH2CH3

CH2CH3

CH2CH3

CH3

3,3,6-trietil-7-metildecano

CH3CH2CH2CHCH2CH2CHCH3

CHCH3

CH3

CH35-isopropil-2-metiloctano

  

g) Quando duas cadeias de mesmo comprimento competem pela seleção 

da  cadeia  principal,  escolha  a  que  tiver  o  maior  número  de 

substituintes. 

CH2

CH3CH2CHCHCH2CCH3

CH2

1234567

CH3

CH3

CH3CH3

2,2,5‐Trimetil‐4‐propileptano  

 

 

 

h) Quando  a  ramificação  acontece  a  uma  distância  igual  ao  do  final  de 

qualquer  dos  lados  da  cadeia mais  longa,  escolha  o  nome  que  dá  o 

menor número, no primeiro ponto de diferença. 

 

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

2,3,5‐Trimetilexano(não 2,4,5‐Trimetilexano)

CH3

CH3CH2CH2CH2CHCH3123456

CH3

CH3

 

 

i) Nomes  como  “isopropila”,  “sec­butila”  e  “terc­butila”  são  nomes  de 

substituintes  aceitáveis  no  sistema  IUPAC  de  nomenclatura,  porém 

nomes sistemáticos para os substituintes são mais preferíveis.  

 

   Nomes  sistemáticos  são  obtidos  ao  se  numerar  o  substituinte  alquila  que  se 

inicia  no  carbono  que  por  sua  vez  está  ligado  à  cadeia  principal.  Isso  significa  qie  o 

carbono que está ligado À cadeia principal é sempre o carbono número 1. Veja aseguir 

os nomes sistemáticos dos grupos alquilas. 

 

Nomenclatura dos Grupos Alquila Ramificados 

• Ocorrem pela remoção de um hidrogênio não terminal de uma molécula de no 

mínimo três átomos de carbono. 

 • Grupos de três carbonos: 

CH3

CH3CH2CH2

CH3CH2

CH3CH2CH3

Grupo propila

Grupo 1‐metiletila ou isopropila

Propano

 

 

 

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

• Grupos com quatro carbonos  

CH3CH2CH2CH3

Grupo butila

Grupo 1‐metilpropila ou sec‐butila

CH3CH2CH2CH2

CH3

CH3CH2CHButano

      

CH3CHCH3 Grupo 2‐metilpropila ou isobutila

Grupo 1,1‐dimetiletila ou terc‐butila

CH3CH3C

CH3

CH3CHCH2CH3

CH3

   Exemplos:   

CH

CH3CH2CH2CHCH2CH2CH3

CH3

CH3

4‐(1‐Metiletil)heptano ou 4‐isopropileptano

C

CH3CH2CH2CHCH2CH2CH2CH3

CH3

CH3

4‐(1,1‐Dimetiletil)octano ou 4‐terc‐butiloctano

CH3

  

     

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

Grupos com cinco carbonos 

C

CH3

CH3

CH3

2,2‐Dimetilpropanoou

Neopentano

CH3 C

CH3

CH3

CH3 CH2

Grupo 2,2‐Dimetilpropilaou

Neopentila  

 

 

1.3 Cicloalcanos ou Ciclanos 

Ciclanos são alcanos com seus átomos de carbono arranjados como anel, devido 

ao fechamento da cadeia pela ligação entre os átomos de carbono terminais. Por cauda 

do fechamento da cadeia, um cicloalcano apresenta dois hidrogênios a menos que um 

alcano acíclico com o mesmo número de átomos de carbono.  

 Fórmula: CnH2n            Onde: n é o número de átomos de carbono na 

moléculas e n≥3. 

 

Exemplo 1: Quando a molécula tiver 5 átomos de carbono (n=5). Ela terá 10 átomos de hidrogênio, pois H = 2n = 10. 

H2C

H2C

H2C CH2

CH2

 

 

Exemplo 2: Quando a molécula tiver 6 átomos de carbono (n=6). Ela terá 12 átomos de hidrogênio, pois H = 2n = 12. 

H2C

H2C

H2CCH2

CH2

CH2

 

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

1.3.1 Nomenclatura de Ciclanos 

As regras para nomenclaturas de cicloalcanos lembram às dos alcanos acíclicos com algumas pequenas diferenças, veja a seguir: 

Exemplo 1:       CH2H2C

H2C

       ou        

 

 

• Antes do nome coloca‐se a palavra ciclo;  

• O restante do nome segue a nomenclatura do alcano correspondente.   

Ciclo +  Prefixo +  Infixo  + Sufixo 

                                                Ciclo  +    Prop    +     an     +     o            Ciclopropano 

 

 

 Exemplo 2:   

  

 Exemplo 3:   

  

 

 

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

• No  caso  de  cicloalcanos  apresentar  um  grupo  substituinte  ligado,  o  anel  é  a 

cadeia principal. Assim, este grupo substituinte deve aparecer antes do nome do 

composto. No entanto, se o grupo substituinte tiver mais átomos de carbono do 

que o anel o substituinte será a cadeia principal, e o anel será nomeado como 

substituinte.  

 Exemplo 4:   

CH2CH3

etilcicloexano     

 Exemplo 5:   

CH2CH2CH2CH2CH3

1-ciclobutilpentano     

• Se o anel tem dois substituintes iguais o número 1 é dado ao substituinte citado 

primeiro. 

Exemplo 6:   

  

 

Exemplo 7:    CH3

CH3

1,2-dimetilciclobutano   

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

• Se  houver  mais  que  um  substituinte  diferentes  no  anel,  eles  são  citados  em 

ordem alfabética. No entanto, o substituinte que é dado à posição número 1 é o 

segundo substituinte que recebe o menor número possível.  

CH2CH3

3-etil-1-metilcicloexano

e não

1-etil-3-metilcicloexano

porque 1 < 3

H3C 12

31

23

  

• Se dois ou mais substituintes têm o mesmo número menor, o anel é numerado 

―  ou  no  sentido  horário  ou  no  anti‐horário  ―  na  direção  que  dê  ao  terceiro 

substituinte  a  menor  numeração  possível.  Por  exemplo,  o  nome  correto  da 

substância  a  seguir  é  4‐etil‐2‐metil‐1‐propilcicloexano  e  não  1‐etil‐3‐metil‐4‐

propilcicloexano e nem 5‐etil‐1‐metil‐2‐propilcicloexano. 

 

CH2CH3

4-etil-2-metil-1-propilcicloexano

e não

1-etil-3-metil-4-propilcicloexano

porque 2 < 3

e não

5-etil-1-metil-2-propilcicloexano

porque 4 < 5

H3C

H3CH2CH2C

1

2

3

4

5

6

12

3

45

61

2

34

56

 

 

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

1.3.2 Cálculo do Índice de Deficiência de Hidrogênio Para um 

Ciclano (IDH)  

O  índice  de  deficiência  de  hidrogênio  (IDH),  também  chamado  de  grau  de insaturação  ou,  ainda,  de  índice  de  insaturação,  é  um  termo  bastante  utilizado  na Química Orgânica. Serve como parâmetro para saber a quantidade de duplas ou triplas ligações  numa molécula  de  acordo  com o déficit  de  hidrogênio  de  uma molécula  em comparação com o alcano com mesmo número de átomos de carbono.  Compostos de cadeia  fechada  também  apresentam  um  déficit  de  hidrogênio  e  este  pode  de  ser calculado através do grau de insaturação. 

• Calcula‐se a quantidade de hidrogênios que o alcano apresenta;  

• Calcula‐se  a  quantidade  de  hidrogênios  que  o  ciclano  (pode  ser  também  um alceno, alcino, um alcadieno, um alcatrieno, um anel, um anel aromático e ect. – qualquer  composto que  tenha ou um anel  ou uma  insaturação ou  ambos)    de mesmo número de átomos de carbonos que o alcano correspondente;  

• Subtrai‐se os hidrogênios obtidos na fórmula do ciclano pelo obtido da fórmula do alcano;  

• Por fim, divide‐se o por 2.  

Exemplo: Para uma molécula com 5 carbonos o Grau de Insaturação (GI) será: 

Alcano  Cicloalcano 

CnH2n+2 

C5H12 

CnH2n 

C5H10 

 

C5H12C5H10‐

22 = 1

GI

 

 

1.4 Alcenos ou Alquenos 

Alcenos  são  hidrocarbonetos  cujas  moléculas  contêm  ligação  dupla  carbono‐

carbono.  Antigamente  eram  vulgarmente  chamados  de  olefinas.  Eteno  (etileno),  a 

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

olefina (alceno) mais simples, era chamado de gás oleificante (do latim: oleum, óleo + 

facere,  fazer) porque o eteno (C2H4) reage com cloro para formar C2H4Cl2, um líquido 

(óleo). 

Fórmula: CnH2n            Onde: n é o número de átomos de carbono na 

moléculas e n≥2. 

 

Exemplo: Quando a molécula  tiver 2 átomos de carbono  (n=2). Ela  terá 4  átomos de 

hidrogênio, pois H = 2n = 4. 

  CH2CH2. 

1.4.1 Nomenclatura de Alcenos 

A nomenclatura dos alcenos segue de forma parecida ao dos alcanos diferindo 

basicamente no infixo a ser utilizado. 

 

Exemplo 1: CH2=CH2 

 

Prefixo +  Infixo  + Sufixo 

                                                       Et       +     en     +     o           Eteno 

 

Exemplo 2: CH3CH=CH2   Ou   CH2=CHCH3 

 

Prefixo +  Infixo  +   Sufixo 

                                                    Prop    +    en       +      o          Propeno 

 

Exemplo 3: 

 

• Primeiro  faz  a  numeração  da  cadeia  principal  começando  pela  extremidade mais próxima da dupla ligação;  

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

• Especifica‐se a numeração do carbono onde está localizada a dupla ligação;  

• Faz  a  nomenclatura  da  cadeia  principal  da  mesma  forma  dos  exemplos anteriores: 

Prefixo +  Infixo  + Sufixo 

                                                       But     +    en       +      o         But‐1‐eno 

                                                                                                                               1‐Buteno 

 

OBSERVAÇÃO: Segundo a IUPAC a forma correta de fazer este tipo de nomenclatura é colocar  a  numeração  que  determina  onde  está  localizado  o  grupo  funcional imediatamente antes do sufixo.  

 

Exemplo 4: 

2-buteno

but-2-eno    

 Exemplo 5: 

2-metil-2-buteno

2-metil-but-2-eno 

 

1.4.2 Cálculo do índice de Deficiência de Hidrogênio Para um 

Alceno (IDH) 

• Idem ao dos cicloalcanos. 

1.5 Alcadienos e Alcatrienos 

Alcadienos são hidrocarbonetos cujas moléculas contêm duas ou mais  ligações 

duplas carbono‐carbono. Alcatrienos são hidrocarbonetos cujas moléculas contêm três 

ou mais ligações duplas carbono‐carbono  

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

Fórmula para alcadieno: CnH2n‐2     Onde: n é o número de átomos de carbono na 

moléculas e n≥3. 

 

 

Fórmula para alcatrieno: CnH2n‐4   Onde: n é o número de átomos de carbono na moléculas. 

 

 

Exemplo de alcadieno: Quando a molécula tiver 3 átomos de carbono (n=3). Ela terá 4 

átomos de hidrogênio, pois H = 2n‐2 = 4. 

  CH2=C=CH2. 

 

1.5.1 Nomenclatura de Alcadienos, Alcatrienos 

A  nomenclatura  dos  alcadienos  segue  de  forma  parecida  ao  dos  alcenos 

diferindo basicamente na utilização do prefixo de multiplicação “di” ou “tri” antes do 

infixo “en”. Deve‐se também colocar a letra “a” antes do infixo. 

 

Exemplo 1:  CH2=C=CH2 

Prefixo + a + Infixo  +    Sufixo 

                                                  prop   +  a +  dien       +      o        propadieno 

 

 

 

Exemplo 2:  CH3‐CH=CH‐CH=CH‐CH=CH2 

 

Prefixo + a + Infixo  +    Sufixo 

                                                   hept   +  a +  trien  +        o       1,5‐heptadieno 

hepta‐1,5‐dieno 

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

 

 Exemplo 3:   

  

 Exemplo 4:   

  

 

 Exemplo 5:   

  

 Exemplo 5:   

3,4-dimetil-1,3,5-heptatrieno

3,4-dimetil-hepta-1,3,5-trieno   

 

 

1.5.2 Cálculo do Índice de Deficiência de Hidrogênio Para um 

Alcadieno (IDH) 

Exemplo: Para uma molécula com 5 carbonos o Grau de Insaturação (GI) será: 

Alcano  Alcadieno 

CnH2n+2  CnH2n‐2 

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

C5H12  C5H8 

 

C5H12C5H8‐

24 = 2

GI

 

 

 

1.5.3 Cálculo do Índice de Deficiência de Hidrogênio Para um 

Alcatrieno (IDH) 

Exemplo: Para uma molécula com 5 carbonos o Grau de Insaturação (GI) será: 

Alcano  Alcatrieno 

CnH2n+2 

C6H14 

CnH2n‐2 

C6H8 

 

C6H14C6H8‐

26 = 3

GI

 

 

 

1.6 Cicloalcenos ou Ciclenos 

Ciclenos são hidrocarbonetos cujas moléculas contêm cadeias cíclicas  (cadeias 

fechadas) na qual apresenta uma ou mais insaturação (ligação dupla).  

Fórmula: CnH2n‐2            Onde: n é o número de átomos de carbono na 

moléculas e n≥3. 

 

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

Exemplo: Quando a molécula  tiver 3 átomos de carbono  (n=3). Ela  terá 4  átomos de 

hidrogênio, pois H = 2n = 4. 

  H2C

HC

CH  

 

 

1.6.1 Nomenclatura de Ciclenos 

As regras para nomenclaturas de ciclenos lembram às dos ciclanos acíclicos com 

a  diferença  que  existe  uma ou mais  insaturações  e  estas  devem  ser  consideradas na 

nomeação do composto, veja a seguir: 

 

Exemplo 1:        H2C

HC

CH       ou        

 

• Antes do nome coloca‐se a palavra ciclo;  

• O restante do nome segue a nomenclatura do alcano correspondente.   

Ciclo +  Prefixo +  Infixo  + Sufixo 

                                            Ciclo  +   Prop    +      en     +     o        Ciclopropeno 

 

 Exemplo 2:   

  

 

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

1.6.2 Cálculo do Índice de Deficiência de Hidrogênio Para um 

Cicleno (IDH) 

• Idem ao dos alcadienos (se apresentarem apenas uma ligação dupla). 

 

1.7 Alcinos 

Alcinos  são  hidrocarbonetos  cujas  moléculas  contêm  ligação  tripla  carbono‐

carbono. Antigamente eram vulgarmente chamados de acetilenos. 

 

Fórmula: CnH2n‐2            Onde: n é o número de átomos de carbono na 

moléculas e n≥2. 

 

Exemplo: Quando a molécula  tiver 2 átomos de carbono  (n=2). Ela  terá 2  átomos de hidrogênio, pois H = 2n‐2 = 2. 

  HC CH 

 

1.7.1 Nomenclatura de Alcinos 

A nomenclatura dos alcinos segue de  forma parecida ao dos alcenos diferindo 

basicamente no infixo “in” em vez de “en”. 

 

Exemplo 1:    C CH H     

 

Prefixo +  Infixo  +   Sufixo 

                                                       Et        +   in       +      o        Etino (acetileno)                                        

Exemplo 2:       C CH3C H 

Propino 

 

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

   Exemplo 2:       

  

 

1.7.2 Cálculo do Índice de Deficiência de Hidrogênio Para um Alcino 

(IDH) 

• Idem ao dos alcadienos (se o alcino apresentar apenas uma tripla ligação). 

 

1.7.3 Propriedades Físicas de Alcenos e Alcinos 

  Os  alcenos  e  alcinos  têm  propriedades  físicas  similares  aos  seus  alcanos 

correspondentes.  

Alcenos e  alcinos  contendo até quatro  carbonos  (exceto 2‐butino)  são gases  à 

temperatura  ambiente.  Sendo  relativamente  apolares,  alcenos  e  alcinos  se  dissolvem 

em solventes apolares ou solventes de baixa polaridade. Alcenos e alcinos são muito 

ligeiramente  solúveis  em  água  (com  alcinos  sendo  ligeiramente mais  solúveis  que 

alcenos). As densidades de alcenos e alcinos são menores do que a da água. 

 

 

1.8 Hidrocarbonetos Aromáticos 

Um composto orgânico aromático apresenta baixa relação hidrogênio/carbono 

e odor característico. A maior parte dos primeiros compostos aromáticos foi obtida de 

bálsamos, resinas ou óleos essenciais.  

Para o escopo desta disciplina será adotado que os hidrocarbonetos aromáticos 

são moléculas  que  apresentam  pelo menos  um  anel  benzênico  em  sua  constituição. 

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

Entretanto,  num  estudo mais  aprofundado,  você  verá  que  existem  outras  estruturas 

que apresentam aromaticidade.  

 

Benzeno 

Fórmula: CnH2n‐6            Onde: n é o número de átomos de carbono na 

moléculas e n≥6. 

 

Exemplo: Quando a molécula  tiver 6 átomos de carbono  (n=6). Ela  terá 6  átomos de hidrogênio, pois H = 2n‐6 = 6. 

Assim a fórmula geral para um benzeno será: 

C6H6  

1.8.1 Estruturas de ressonância do Benzeno 

Após  diversos  experimentos  observaram  que  o  benzeno  possuía  um 

comportamento atípico ao sofrer reações de substituição, quando, com base na teoria 

da  época,  esperaria‐se  que  ele  sofresse  reações  de  adição.  O  benzeno  também  é 

anormal devido ter uma estabilidade bem maior do que se poderia prever.  

Ao analisar o benzeno percebeu‐se que era formado por seis átomos de carbono 

hidridizados  em  sp2.  Assim,  cada  carbono  no  benzeno  apresentam  um  elétron 

desemparelhado  num  orbital  p  puro.  Estes  orbitais  podem  se  sobreposição 

lateralmente  com  um  orbital  p  puro  de  um  carbono  vizinho.  Deste  modo,  ocorre  a 

formação de três ligações múltiplas carbono‐carbono no benzeno.  

 

Universid 

Prof. Ms.  

 

  N

outros or

podem e

Como po

Este tipo

represen

certeza d

duas. Ass

as duplas

“AprendaAugusto 

dade Federa

Zilvam Mel

o entanto, 

rbitais vizin

star em um

ode‐se ver n

o de compo

ntam  são  c

de qual  ori

sim, é mais

s ligações e

amos  a  sonKekulé, 186

al Rural do

lo – Químic

os orbitais 

nhos. Isso g

ma determi

na figura ab

ortamento é

chamadas  d

ientação é 

s coerente r

estão em co

nhar,  senh65. 

 Semi­Árido

ca Orgânica

dos carbon

gera uma d

nada orien

baixo.  

é chamado

de  estrutur

a mais  cor

representa

onstante m

ores,  pois 

nos podem

deslocalizaç

ntação, ora 

o de resson

ras  de  ress

rreta, mas 

r com um c

ovimento.

então  talv

 

m se sobrepo

ção das ins

podem esta

ância e as 

sonância.  C

sim uma e

círculo den

 

vez  nos  ape

or lateralm

aturações, 

ar em outra

 

estruturas 

Contudo,  n

estrutura h

ntro do anel

ercebamos 

mente com 

seja, ora 

a orientaçã

química q

não  se  pod

híbrida ent

l, indicando

da  verdad

ão. 

ue as 

de  ter 

tre  as 

o que 

de."  ­ 

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

 

1.8.2 Cálculo do Índice de Deficiência de Hidrogênio Para um 

Aromático (IDH) 

Exemplo: Para o benzeno com 6 carbonos o Grau de Insaturação (GI) será: 

Alcano  Alcino 

CnH2n+2 

C6H14 

CnH2n‐6 

C6H6 

 

C6H14C6H6‐

28 = 4

GI

 

 

1.8.3 Hidrocarbonetos Aromáticos Benzenóides Policíclicos 

• Todos os compostos Aromáticos Benzenóides são moléculas que possuem dois ou mais anéis de benzeno fundidos. 

NaftalenoC10H8

Antraceno

C14H10

FenantrenoC14H10

Pireno

C16H10

Benzo[a]pirenoC20H12  

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

Tabela  6:  Resumo  das  possibilidades  de  estruturas  com  diferentes  índices  de deficiêncis de hidrogênios (IDH). 

IDH = 1 

 

1 dupla ligação ou 1 cadeia fechada. 

IDH = 2  2 duplas ligações ou 1 dupla ligação e cadeia fechada ou 1 tripla ligação. 

IDH = 3  3 duplas ligações ou 2 duplas ligações e cadeia fechada ou 1 tripla ligação 

e cadeia fechada ou 1 ligação dupla e uma tripla. 

IDH = 4  Na grande maioria das vezes um benzeno ou areno 

 

 

1.9 Arenos (AR) 

São compostos mononucleares que possuem em sua estrutura o anel benzênico 

e apresentam apenas radicais alifáticos (cadeia aberta).  

 

Fórmula:   Idem ao do benzeno. Entretanto, um dos hidrogênios é substituído por um grupo substituinte. 

 

1.9.1 Nomenclatura de Arenos 

 

a) Compostos  Monossubstituídos:  Denomina‐se  o  grupo substituinte da mesma forma dos ciclanos. 

 

  

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

    

b) Compostos Dissubstituídos: Existe  a  nomenclatura  vulgar  e  a sugerida pela IUPAC. 

  

• Nomenclatura Vulgar 

Quando dois substituintes estão presentes, suas posições relativas são indicadas pelos prefixos orto, meta e para (abreviados por o­, m­ e p­). Assim, temos: 

 R

o

m

p

o

m

Onde:    R é um grupo substituinte; o é a posição orto;  m é a posição meta;  p é a posição para 

   

• Nomenclatura  Sistemática  (IUPAC):  Denomina‐se  o  grupo  substituinte  da mesma  forma  dos  ciclanos,  descrevendo  as  numerações  que  indicam  as posições de todos os substituintes. 

 

 

Universidade Federal Rural do Semi­Árido  

Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica  

1.9.2 Cálculo do Índice de Deficiência de Hidrogênio Para um Areno 

(IDH) 

• Idem ao do benzeno.  

2. Referências 

SOLOMONS, T. W.; GRAHAM; CRAIG FRYHLE. Química Orgânica. 8. ed. Rio de Janeiro: 

LTC, 2005. 1 e 2 v. 

ALLINGER, N. L. Química Orgânica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1978. 

BRUICE, P. Y. Química Orgânica. 4. ed. São Paulo: Pearson, 2006.