aula teorica 03 - hidrocarbonetos - ufersa · universidade federal rural do semiÁrido prof. ms....
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Universidade Federal Rural do SemiÁrido
Prof. Ms. Zilvam Melo – Química Orgânica
1. Hidrocarbonetos
Hidrocarbonetos como o próprio nome sugere, são compostos cujas moléculas contêm apenas átomos de carbono e hidrogênio. Dentro da família dos hidrocarbonetos existem várias subfamílias, como veremos a seguir:
a) Alcanos;
b) Cicloalcanos ou Ciclanos;
c) Alcenos;
d) Alcadienos e Alcatrienos;
e) Cicloalcenos ou Ciclenos;
f) Alcinos;
g) Aromáticos.
1.1 Nomenclatura dos Compostos Orgânicos
De modo geral, a nomenclatura dos compostos orgânicos é feita utilizando um
prefixo, infixo e um sufixo, a saber.
a) Prefixo: indica o número de átomos de carbonos presentes na molécula
Tabela 1: Prefixos correspondentes aos números de carbonos presentes na molécula.
Número de
Carbonos
Prefixo Estrutura
Número de
Carbonos
Prefixo Estrutura
1 Met CH4 6 Hex CH3(CH2)4CH3
2 Et CH3CH3 7 Hept CH3(CH2)5CH3
3 Prop CH3CH2CH3 8 Oct CH3(CH2)6CH3
4 But CH3(CH2)2CH3 9 Non CH3(CH2)7CH3
5 Pent CH3(CH2)3CH3 10 Dec CH3(CH2)8CH3
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b) Infixo: indica o tipo de ligação (simples, dupla ou tripla);
Tabela 2: Infixos correspondentes aos números de carbonos presentes na molécula.
Tipo de ligação
Entre os carbonos
Exemplo Infixo
Ligações simples (σ)
an
Uma ligação dupla (π)
en
Duas ligações duplas (π)
dien
Três ligações duplas (π)
trien
Uma ligação tripla (π)
in
Duas ligações triplas (π)
diin
Três ligações triplas (π)
triin
Uma ligação dupla e uma
tripla (π)
enin
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c) O sufixo indica o grupo funcional (que designa a função orgânica) que a
molécula apresenta. Cada grupo funcional é nomeado por seu respectivo
sufixo.
Grupo funcional: é um grupo de átomos, ligados de tal
forma que confere propriedades químicas características às
moléculas que os comportam.
1.2 Alcanos
Alcanos são hidrocarbonetos que apresentam apenas ligações sigma carbono‐
carbono. Alcanos em que o carbono forma uma cadeia sem ramificação são chamados
alcanos de cadeia linear.
A família dos alcanos mostrada na Tabela 1 é um exemplo de série homóloga.
Uma série homóloga (do grego homos, “mesmo que”) é uma família de substâncias em
que cada membro difere do seguinte por um grupo metileno (CH2). Os membros de
uma série homóloga são chamados de homólogos. Propano (CH3CH2CH3) e butano
(CH3CH2CH2CH3).
Se olharmos o número relativo de átomos de carbono e de hidrogênios nos
alcanos listados na Tabela 1, veremos que a fórmula molecular geral para um alcano é:
Onde n é qualquer número inteiro.
Assim, se um alcano tem um átomo de carbono, ele terá quatro átomos de
hidrogênio; tendo dois átomos de carbono, ele possuirá seis átomos de hidrogênio.
Exemplo: Quando a molécula tiver 3 átomos de carbono (n=3). Ela terá 8 átomos de hidrogênio, pois H = 2n+2 = 8.
CH3CH2CH3.
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1.2.1 Fontes de Obtenção de Alcanos
A principal fonte de obtenção dos alcanos é o petróleo. O petróleo (do grego
óleo de pedra) é uma mistura complexa de compostos orgânicos, a maioria dos quais é
de alcanos e hidrocarbonetos aromáticos e é originado da decomposição de matéria
orgânica (restos de animais e vegetais) que, por milhares de anos, foram submetidos a
altas temperaturas e pressões. O petróleo também contém pequenas quantidades de
compostos que contêm oxigênio, nitrogênio e enxofre.
1.2.2 O Refino do Petróleo
O primeiro passo para refinar o
petróleo é a destilação; o objetivo é
separar o petróleo em frações, baseado
na volatilidade de seus componentes.
Uma separação completa em frações
contendo compostos individuais é
economicamente impraticável e
virtualmente impossível do ponto de
vista técnico. Mais de 500 compostos
diferentes estão contidos nos destilados
do petróleo, com ponto de ebulição
abaixo de 200 oC, e muitos têm
praticamente o mesmo ponto de ebulição.
Assim, as frações consideradas contêm
misturas de alcanos de pontos de
ebulição semelhantes. As misturas de
alcanos, felizmente, são perfeitamente
adequadas para serem usadas como
combustíveis, solventes, lubrificantes e
matéria prima para uma infinidade de
outros compostos.
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Tabela 3: Frações de compostos obtidas pela destilação do petróleo.
Intervalo de Ebulição
da Fração (oC)
Número de Átomos de
Carbono por Molécula Utilização
Abaixo de 20 C1―C4 Gás natural, gás engarrafado, indústria
petroquímica
20‐60 C5―C6 Éter de petróleo, solventes
60‐100 C6―C7 Ligroína solventes
40‐200 C5―C10 Gasolina
175‐325 C12―C18 Querosene e combustível de motor a
jato
250‐400 C12 e mais Gasóleo, óleo combustível e óleo diesel
Líquidos não‐voláteis C20 e mais Óleo mineral refinado, óleo lubrificante,
graxa
Sólidos não‐voláteis C20 e mais Cera de parafina, asfalto, alcatrão
1.2.3 Nomenclatura dos Alcanos de Cadeia Linear (nãoRamificada)
O sufixo que caracteriza um hidrocarboneto é O. Portanto, para um alcano, a
terminação ano é devido a união do infixo (an) + sufixo (o).
Exemplo 1: CH4
Prefixo + infixo + sufixo
Met + an + o Metano
Exemplo 2: CH3CH2CH3
Prefixo + infixo + sufixo
Prop + an + o Propano
Exemplo 2:
Prefixo + infixo + sufixo
Hex + an + o Hexano
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A Tabela 4 mostra vários alcanos de cadeias lineares e como suas propriedades
físicas variam de acordo alcano correspondente. A explicação para este
comportamento está nas interações intermoleculares, ou seja, à medida que o tamanho
(massa molecular) do alcano aumenta as interações entre as moléculas se tornam mais
fortes, resultando em grandes mudanças em suas propriedades físicas.
Nome Estrutura de Traço Estrutura
condensada Estruturas de bolas e vareta
metano C
H
H
H H
CH4
etano C
H
H
H C
H
H
H
CH3CH3
propano C
H
H
H C
H
C
H
H
H
H
CH3CH2CH3
butano C
H
H
H C
H
C
H
C
H
H
H
H
H
CH3CH2CH2CH3
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Tabela 4: Nomenclatura e propriedades físicas de alcanos lineares.
Número
de
carbonos
Fórmula
Molecular Nome
Estrutura
Condensada
Ponto de
Ebulição
(oC)
Ponto de
Fusão
(oC)
Densidade
(g/mL) a
20 oC
1 CH4 Metano CH4 ‐167,7 ‐182,5
2 C2H6 Etano CH3CH3 ‐88,6 ‐183,3
3 C3H8 Propano CH3CH2CH3 ‐42,1 ‐187,7
4 C4H10 Butano CH3CH2CH2CH3 ‐0,5 ‐138,3
5 C5H12 Pentano CH3(CH2)3CH3 36,1 ‐129,8 0,5572
6 C6H14 Hexano CH3(CH2)4CH3 68,7 ‐95,3 0,6603
7 C7H16 Heptano CH3(CH2)5CH3 98,4 ‐90,6 0,6837
8 C8H18 Octano CH3(CH2)6CH3 127,7 ‐56,8 0,7026
9 C9H20 Nonano CH3(CH2)7CH3 150,8 ‐53,5 0,7177
10 C10H22 Decano CH3(CH2)8CH3 174,0 ‐29,7 0,7299
11 C11H24 Undecano CH3(CH2)9CH3 195,8 ‐25,6 0,7402
12 C12H26 Dodecano CH3(CH2)10CH3 216,3 ‐9,6 0,7487
13 C13H28 Tridecano CH3(CH2)11CH3 235,4 ‐5,5 0,7546
1.2.4 Alcanos de Cadeia Ramificada
Quando o número de carbonos ultrapassa três em um alcano, o número de
estruturas possíveis aumenta. Existem duas estruturas possíveis para um alcano como
fórmula molecular C4H10. Além do butano (um alcano linear), a um butano ramificado
chamado isobutano. Ambas as estruturas preenchem o requisito que o carbono forma
quatro ligações e cada hidrogênio forma apenas uma.
CH3CH2CH2CH3CH3CHCH3
CH3ButanoIsobutano
Compostos como butano e isobutano, que têm a mesma fórmula molecular, mas
diferem na ordem com que os átomos são conectados, são chamados isômeros
constitucionais – suas moléculas possuem constituições diferentes.
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O número de compostos com mesma fórmula molecular, aumenta rapidamente
conforme o número de carbonos aumenta. Por exemplo, existem 75 alcanos com
fórmula molecular C10H22 e 4.347 alcanos com a fórmula molecular C15H32. Assim, para
evitar ter que memorizar os nomes de milhares de unidades estruturais, os químicos
elaboraram regras que nomeiam substâncias com base em suas estruturas. Dessa
forma, somente as regras têm que ser aprendidas. Como o nome é baseado na
estrutura, essas regras tornam possível deduzir a estrutura de uma substância a partir
de seu nome.
Esse método de nomenclatura é chamado nomenclatura sistemática. É
chamado também nomenclatura IUPAC porque foi designado pela comissão da União
Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC – International Union of Pure and
Applied Chemistry) em uma reunião em Genebra, Suíça em 1892. As regras da IUPAC
têm sido continuamente revisadas por essa comissão desde então. Em alguns livros
pode‐se achar descrita também como nomenclatura Oficial. No entanto, este termo já
se encontra em desuso.
Alguns compostos apresentam nomes que não fazem parte da nomenclatura
sistemática, por isso são chamados de chamados de não sistemáticos, nomes
comuns, ou ainda, nomes vulgares. No transcorrer da disciplina, sempre que possível,
trabalharemos com os dois sistemas de nomenclaturas.
• Substituinte Alquila
Alcanos podem apresentar estruturas mais complexas. Por exemplo, a retirada
de um átomo de hidrogênio de um alcano resulta no que é chamado substituinte
alquila (ou grupo alquila, ou ainda, grupo substituinte). Substituintes alquila são
nomeados pela troca do infixo e sufixo “ano” do alcano correspondente por “ila”, no
entanto, se for dar um nome a um composto que apresenta um substituinte alquila usa‐
se a terminação “il”, veja na Tabela 5. A letra “R” pode ser usada para indicar um grupo
alquila qualquer.
Tabela 5: Grupos alquilas, a partir da remoção de hidrogênios terminais, com suas respectivas abreviaturas.
Alcano Grupo Alquila Abreviatura CH3—H metano
H3C— metila
Me—
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CH3CH2—H etano
CH3CH2— Etila
Et—
CH3CH2CH2—H propano
CH3CH2CH2— propila
Pr—
CH3CH2CH2CH2—H butano
CH3CH2CH2CH2— butila
Bu—
1.2.5 Nomenclatura dos Alcanos de cadeia Ramificada
a) Localize a cadeia de carbono contínua mais longa; essa cadeia
determina o nome principal do alcano. Tal cadeia é chamada de cadeia
principal.
CH3
CH3CH2CH2CH2CHCH3
• Tome cuidado, pois a cadeia contínua mais longa nem sempre é linear; algumas
vezes pode‐se “caminhar” em ziguezague para se obter a cadeia contínua mais
longa.
CH3CH2CH2CH2CHCH2CH2CH3
CH3
1234578 6CH3CH2CH2CH2CHCH2CH3
CH2CH2CH3123
4578 6
CH3CH2CH2CHCH2CH2CH31234
5 7 86CH2CH2CH2CH3
Três alcanos diferentes com uma cadeiaprincipal com oito átomos de carbono
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b) A numeração da cadeia começa pela extremidade mais próxima do
grupo substituinte de forma a dar a este substituinte o menor número
possível.
CH3
CH3CH2CH2CH2CHCH3123456
1 2 3 4 5
6
CH2
CH3CH2CH2CH2CHCH3
CH3
CH2
CH3CH2CH2CH2CHCH3
CH3Substituinte
Substituinte
1
2
34567123456
Neste caso o grupo substituinte é uma metila, pois assim a cadeia principal fica
apresentando o maior número de átomos de carbono possível.
c) Use os números obtidos pela regra 2, para designar a localização do
grupo substituinte.
CH3
CH3CH2CH2CH2CH2CH3CH2
CH3CH2CH2CH2CH2CH3
CH3
123456
1
2
34567
3‐Metil2‐Metil
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Siga a seguinte sequência para dar o nome do composto:
• O nome principal é colocado em último lugar;
• O grupo substituinte, precedido pelo número que designa sua
localização na cadeia, é colocado em primeiro lugar
• Os números são separados das palavras por um hífen;
CH2
CH3CH2CH2CH2CHCH3
CH31
2
34567
3‐Metileptano2‐Metilexano
CH3
CH3CH2CH2CH2CHCH31
23456
d) Se mais de um substituinte estiver ligado à cadeia principal, a cadeia é
numerada na direção que resultará no menor número possível no
nome da substância.
• Os grupos substituintes devem ser listados em ordem alfabética e não
numérica (Ex. etil antes de metil);
• No exemplo seguinte, o nome correto (5‐etil‐3‐metiloctano) contém 3
como menor número, enquanto que o nome incorreto (4‐etil‐6‐
metiloctano) contém 4 como menor número:
CH3CH2CHCH2CHCH2CH2CH3
5‐Etil‐3‐metiloctanoe não
4‐Etil‐6‐metiloctanoporque 3<4
CH3 CH2CH3
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e) Quando dois substituintes estão presentes no mesmo átomo de
carbono, use aquele número duas vezes.
CH3CH3CH2CCH2CH2CH3
CH2CH3
3‐Etil‐3‐Metilexano
f) Quando dois ou mais substituintes são idênticos, isso é indicado pelo
uso dos prefixos “bi”, “tri”, “tetra” e etc. são utilizados para indicar
quantos substituintes idênticos a molécula possui.
• Deve‐se assegurar que cada substituinte tenha seu número;
• Um número deve ser separado de uma palavra por um hífen;
• Use vírgulas para separar os números entre si.
CH3
2,2,4,4‐Tetrametilpentano
CH3CHCHCHCH3 CH3CCH2CCH3CH3
2,3,4‐Trimetilpentano
CH3CH CHCH3CH3 CH3
2,3‐Dimetilbutano
CH3 CH3 CH3
CH3 CH3
• Quando precisar decidir pela ordem alfabética, desconsidere os prefixos
de multiplicação, tais como di, tri, tetra, sec e terc. No entanto, os
prefixos iso, neo e ciclo devem ser considerados na ordem alfabética.
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CH3CH2CCH2CH2CHCHCH2CH2CH3
CH2CH3
CH2CH3
CH2CH3
CH3
3,3,6-trietil-7-metildecano
CH3CH2CH2CHCH2CH2CHCH3
CHCH3
CH3
CH35-isopropil-2-metiloctano
g) Quando duas cadeias de mesmo comprimento competem pela seleção
da cadeia principal, escolha a que tiver o maior número de
substituintes.
CH2
CH3CH2CHCHCH2CCH3
CH2
1234567
CH3
CH3
CH3CH3
2,2,5‐Trimetil‐4‐propileptano
h) Quando a ramificação acontece a uma distância igual ao do final de
qualquer dos lados da cadeia mais longa, escolha o nome que dá o
menor número, no primeiro ponto de diferença.
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2,3,5‐Trimetilexano(não 2,4,5‐Trimetilexano)
CH3
CH3CH2CH2CH2CHCH3123456
CH3
CH3
i) Nomes como “isopropila”, “secbutila” e “tercbutila” são nomes de
substituintes aceitáveis no sistema IUPAC de nomenclatura, porém
nomes sistemáticos para os substituintes são mais preferíveis.
Nomes sistemáticos são obtidos ao se numerar o substituinte alquila que se
inicia no carbono que por sua vez está ligado à cadeia principal. Isso significa qie o
carbono que está ligado À cadeia principal é sempre o carbono número 1. Veja aseguir
os nomes sistemáticos dos grupos alquilas.
Nomenclatura dos Grupos Alquila Ramificados
• Ocorrem pela remoção de um hidrogênio não terminal de uma molécula de no
mínimo três átomos de carbono.
• Grupos de três carbonos:
CH3
CH3CH2CH2
CH3CH2
CH3CH2CH3
Grupo propila
Grupo 1‐metiletila ou isopropila
Propano
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• Grupos com quatro carbonos
CH3CH2CH2CH3
Grupo butila
Grupo 1‐metilpropila ou sec‐butila
CH3CH2CH2CH2
CH3
CH3CH2CHButano
CH3CHCH3 Grupo 2‐metilpropila ou isobutila
Grupo 1,1‐dimetiletila ou terc‐butila
CH3CH3C
CH3
CH3CHCH2CH3
CH3
Exemplos:
CH
CH3CH2CH2CHCH2CH2CH3
CH3
CH3
4‐(1‐Metiletil)heptano ou 4‐isopropileptano
C
CH3CH2CH2CHCH2CH2CH2CH3
CH3
CH3
4‐(1,1‐Dimetiletil)octano ou 4‐terc‐butiloctano
CH3
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Grupos com cinco carbonos
C
CH3
CH3
CH3
2,2‐Dimetilpropanoou
Neopentano
CH3 C
CH3
CH3
CH3 CH2
Grupo 2,2‐Dimetilpropilaou
Neopentila
1.3 Cicloalcanos ou Ciclanos
Ciclanos são alcanos com seus átomos de carbono arranjados como anel, devido
ao fechamento da cadeia pela ligação entre os átomos de carbono terminais. Por cauda
do fechamento da cadeia, um cicloalcano apresenta dois hidrogênios a menos que um
alcano acíclico com o mesmo número de átomos de carbono.
Fórmula: CnH2n Onde: n é o número de átomos de carbono na
moléculas e n≥3.
Exemplo 1: Quando a molécula tiver 5 átomos de carbono (n=5). Ela terá 10 átomos de hidrogênio, pois H = 2n = 10.
H2C
H2C
H2C CH2
CH2
Exemplo 2: Quando a molécula tiver 6 átomos de carbono (n=6). Ela terá 12 átomos de hidrogênio, pois H = 2n = 12.
H2C
H2C
H2CCH2
CH2
CH2
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1.3.1 Nomenclatura de Ciclanos
As regras para nomenclaturas de cicloalcanos lembram às dos alcanos acíclicos com algumas pequenas diferenças, veja a seguir:
Exemplo 1: CH2H2C
H2C
ou
• Antes do nome coloca‐se a palavra ciclo;
• O restante do nome segue a nomenclatura do alcano correspondente.
Ciclo + Prefixo + Infixo + Sufixo
Ciclo + Prop + an + o Ciclopropano
Exemplo 2:
Exemplo 3:
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• No caso de cicloalcanos apresentar um grupo substituinte ligado, o anel é a
cadeia principal. Assim, este grupo substituinte deve aparecer antes do nome do
composto. No entanto, se o grupo substituinte tiver mais átomos de carbono do
que o anel o substituinte será a cadeia principal, e o anel será nomeado como
substituinte.
Exemplo 4:
CH2CH3
etilcicloexano
Exemplo 5:
CH2CH2CH2CH2CH3
1-ciclobutilpentano
• Se o anel tem dois substituintes iguais o número 1 é dado ao substituinte citado
primeiro.
Exemplo 6:
Exemplo 7: CH3
CH3
1,2-dimetilciclobutano
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• Se houver mais que um substituinte diferentes no anel, eles são citados em
ordem alfabética. No entanto, o substituinte que é dado à posição número 1 é o
segundo substituinte que recebe o menor número possível.
CH2CH3
3-etil-1-metilcicloexano
e não
1-etil-3-metilcicloexano
porque 1 < 3
H3C 12
31
23
• Se dois ou mais substituintes têm o mesmo número menor, o anel é numerado
― ou no sentido horário ou no anti‐horário ― na direção que dê ao terceiro
substituinte a menor numeração possível. Por exemplo, o nome correto da
substância a seguir é 4‐etil‐2‐metil‐1‐propilcicloexano e não 1‐etil‐3‐metil‐4‐
propilcicloexano e nem 5‐etil‐1‐metil‐2‐propilcicloexano.
CH2CH3
4-etil-2-metil-1-propilcicloexano
e não
1-etil-3-metil-4-propilcicloexano
porque 2 < 3
e não
5-etil-1-metil-2-propilcicloexano
porque 4 < 5
H3C
H3CH2CH2C
1
2
3
4
5
6
12
3
45
61
2
34
56
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1.3.2 Cálculo do Índice de Deficiência de Hidrogênio Para um
Ciclano (IDH)
O índice de deficiência de hidrogênio (IDH), também chamado de grau de insaturação ou, ainda, de índice de insaturação, é um termo bastante utilizado na Química Orgânica. Serve como parâmetro para saber a quantidade de duplas ou triplas ligações numa molécula de acordo com o déficit de hidrogênio de uma molécula em comparação com o alcano com mesmo número de átomos de carbono. Compostos de cadeia fechada também apresentam um déficit de hidrogênio e este pode de ser calculado através do grau de insaturação.
• Calcula‐se a quantidade de hidrogênios que o alcano apresenta;
• Calcula‐se a quantidade de hidrogênios que o ciclano (pode ser também um alceno, alcino, um alcadieno, um alcatrieno, um anel, um anel aromático e ect. – qualquer composto que tenha ou um anel ou uma insaturação ou ambos) de mesmo número de átomos de carbonos que o alcano correspondente;
• Subtrai‐se os hidrogênios obtidos na fórmula do ciclano pelo obtido da fórmula do alcano;
• Por fim, divide‐se o por 2.
Exemplo: Para uma molécula com 5 carbonos o Grau de Insaturação (GI) será:
Alcano Cicloalcano
CnH2n+2
C5H12
CnH2n
C5H10
C5H12C5H10‐
22 = 1
GI
1.4 Alcenos ou Alquenos
Alcenos são hidrocarbonetos cujas moléculas contêm ligação dupla carbono‐
carbono. Antigamente eram vulgarmente chamados de olefinas. Eteno (etileno), a
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olefina (alceno) mais simples, era chamado de gás oleificante (do latim: oleum, óleo +
facere, fazer) porque o eteno (C2H4) reage com cloro para formar C2H4Cl2, um líquido
(óleo).
Fórmula: CnH2n Onde: n é o número de átomos de carbono na
moléculas e n≥2.
Exemplo: Quando a molécula tiver 2 átomos de carbono (n=2). Ela terá 4 átomos de
hidrogênio, pois H = 2n = 4.
CH2CH2.
1.4.1 Nomenclatura de Alcenos
A nomenclatura dos alcenos segue de forma parecida ao dos alcanos diferindo
basicamente no infixo a ser utilizado.
Exemplo 1: CH2=CH2
Prefixo + Infixo + Sufixo
Et + en + o Eteno
Exemplo 2: CH3CH=CH2 Ou CH2=CHCH3
Prefixo + Infixo + Sufixo
Prop + en + o Propeno
Exemplo 3:
• Primeiro faz a numeração da cadeia principal começando pela extremidade mais próxima da dupla ligação;
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• Especifica‐se a numeração do carbono onde está localizada a dupla ligação;
• Faz a nomenclatura da cadeia principal da mesma forma dos exemplos anteriores:
Prefixo + Infixo + Sufixo
But + en + o But‐1‐eno
1‐Buteno
OBSERVAÇÃO: Segundo a IUPAC a forma correta de fazer este tipo de nomenclatura é colocar a numeração que determina onde está localizado o grupo funcional imediatamente antes do sufixo.
Exemplo 4:
2-buteno
but-2-eno
Exemplo 5:
2-metil-2-buteno
2-metil-but-2-eno
1.4.2 Cálculo do índice de Deficiência de Hidrogênio Para um
Alceno (IDH)
• Idem ao dos cicloalcanos.
1.5 Alcadienos e Alcatrienos
Alcadienos são hidrocarbonetos cujas moléculas contêm duas ou mais ligações
duplas carbono‐carbono. Alcatrienos são hidrocarbonetos cujas moléculas contêm três
ou mais ligações duplas carbono‐carbono
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Fórmula para alcadieno: CnH2n‐2 Onde: n é o número de átomos de carbono na
moléculas e n≥3.
Fórmula para alcatrieno: CnH2n‐4 Onde: n é o número de átomos de carbono na moléculas.
Exemplo de alcadieno: Quando a molécula tiver 3 átomos de carbono (n=3). Ela terá 4
átomos de hidrogênio, pois H = 2n‐2 = 4.
CH2=C=CH2.
1.5.1 Nomenclatura de Alcadienos, Alcatrienos
A nomenclatura dos alcadienos segue de forma parecida ao dos alcenos
diferindo basicamente na utilização do prefixo de multiplicação “di” ou “tri” antes do
infixo “en”. Deve‐se também colocar a letra “a” antes do infixo.
Exemplo 1: CH2=C=CH2
Prefixo + a + Infixo + Sufixo
prop + a + dien + o propadieno
Exemplo 2: CH3‐CH=CH‐CH=CH‐CH=CH2
Prefixo + a + Infixo + Sufixo
hept + a + trien + o 1,5‐heptadieno
hepta‐1,5‐dieno
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Exemplo 3:
Exemplo 4:
Exemplo 5:
Exemplo 5:
3,4-dimetil-1,3,5-heptatrieno
3,4-dimetil-hepta-1,3,5-trieno
1.5.2 Cálculo do Índice de Deficiência de Hidrogênio Para um
Alcadieno (IDH)
Exemplo: Para uma molécula com 5 carbonos o Grau de Insaturação (GI) será:
Alcano Alcadieno
CnH2n+2 CnH2n‐2
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C5H12 C5H8
C5H12C5H8‐
24 = 2
GI
1.5.3 Cálculo do Índice de Deficiência de Hidrogênio Para um
Alcatrieno (IDH)
Exemplo: Para uma molécula com 5 carbonos o Grau de Insaturação (GI) será:
Alcano Alcatrieno
CnH2n+2
C6H14
CnH2n‐2
C6H8
C6H14C6H8‐
26 = 3
GI
1.6 Cicloalcenos ou Ciclenos
Ciclenos são hidrocarbonetos cujas moléculas contêm cadeias cíclicas (cadeias
fechadas) na qual apresenta uma ou mais insaturação (ligação dupla).
Fórmula: CnH2n‐2 Onde: n é o número de átomos de carbono na
moléculas e n≥3.
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Exemplo: Quando a molécula tiver 3 átomos de carbono (n=3). Ela terá 4 átomos de
hidrogênio, pois H = 2n = 4.
H2C
HC
CH
1.6.1 Nomenclatura de Ciclenos
As regras para nomenclaturas de ciclenos lembram às dos ciclanos acíclicos com
a diferença que existe uma ou mais insaturações e estas devem ser consideradas na
nomeação do composto, veja a seguir:
Exemplo 1: H2C
HC
CH ou
• Antes do nome coloca‐se a palavra ciclo;
• O restante do nome segue a nomenclatura do alcano correspondente.
Ciclo + Prefixo + Infixo + Sufixo
Ciclo + Prop + en + o Ciclopropeno
Exemplo 2:
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1.6.2 Cálculo do Índice de Deficiência de Hidrogênio Para um
Cicleno (IDH)
• Idem ao dos alcadienos (se apresentarem apenas uma ligação dupla).
1.7 Alcinos
Alcinos são hidrocarbonetos cujas moléculas contêm ligação tripla carbono‐
carbono. Antigamente eram vulgarmente chamados de acetilenos.
Fórmula: CnH2n‐2 Onde: n é o número de átomos de carbono na
moléculas e n≥2.
Exemplo: Quando a molécula tiver 2 átomos de carbono (n=2). Ela terá 2 átomos de hidrogênio, pois H = 2n‐2 = 2.
HC CH
1.7.1 Nomenclatura de Alcinos
A nomenclatura dos alcinos segue de forma parecida ao dos alcenos diferindo
basicamente no infixo “in” em vez de “en”.
Exemplo 1: C CH H
Prefixo + Infixo + Sufixo
Et + in + o Etino (acetileno)
Exemplo 2: C CH3C H
Propino
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Exemplo 2:
1.7.2 Cálculo do Índice de Deficiência de Hidrogênio Para um Alcino
(IDH)
• Idem ao dos alcadienos (se o alcino apresentar apenas uma tripla ligação).
1.7.3 Propriedades Físicas de Alcenos e Alcinos
Os alcenos e alcinos têm propriedades físicas similares aos seus alcanos
correspondentes.
Alcenos e alcinos contendo até quatro carbonos (exceto 2‐butino) são gases à
temperatura ambiente. Sendo relativamente apolares, alcenos e alcinos se dissolvem
em solventes apolares ou solventes de baixa polaridade. Alcenos e alcinos são muito
ligeiramente solúveis em água (com alcinos sendo ligeiramente mais solúveis que
alcenos). As densidades de alcenos e alcinos são menores do que a da água.
1.8 Hidrocarbonetos Aromáticos
Um composto orgânico aromático apresenta baixa relação hidrogênio/carbono
e odor característico. A maior parte dos primeiros compostos aromáticos foi obtida de
bálsamos, resinas ou óleos essenciais.
Para o escopo desta disciplina será adotado que os hidrocarbonetos aromáticos
são moléculas que apresentam pelo menos um anel benzênico em sua constituição.
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Entretanto, num estudo mais aprofundado, você verá que existem outras estruturas
que apresentam aromaticidade.
Benzeno
Fórmula: CnH2n‐6 Onde: n é o número de átomos de carbono na
moléculas e n≥6.
Exemplo: Quando a molécula tiver 6 átomos de carbono (n=6). Ela terá 6 átomos de hidrogênio, pois H = 2n‐6 = 6.
Assim a fórmula geral para um benzeno será:
C6H6
1.8.1 Estruturas de ressonância do Benzeno
Após diversos experimentos observaram que o benzeno possuía um
comportamento atípico ao sofrer reações de substituição, quando, com base na teoria
da época, esperaria‐se que ele sofresse reações de adição. O benzeno também é
anormal devido ter uma estabilidade bem maior do que se poderia prever.
Ao analisar o benzeno percebeu‐se que era formado por seis átomos de carbono
hidridizados em sp2. Assim, cada carbono no benzeno apresentam um elétron
desemparelhado num orbital p puro. Estes orbitais podem se sobreposição
lateralmente com um orbital p puro de um carbono vizinho. Deste modo, ocorre a
formação de três ligações múltiplas carbono‐carbono no benzeno.
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1.8.2 Cálculo do Índice de Deficiência de Hidrogênio Para um
Aromático (IDH)
Exemplo: Para o benzeno com 6 carbonos o Grau de Insaturação (GI) será:
Alcano Alcino
CnH2n+2
C6H14
CnH2n‐6
C6H6
C6H14C6H6‐
28 = 4
GI
1.8.3 Hidrocarbonetos Aromáticos Benzenóides Policíclicos
• Todos os compostos Aromáticos Benzenóides são moléculas que possuem dois ou mais anéis de benzeno fundidos.
NaftalenoC10H8
Antraceno
C14H10
FenantrenoC14H10
Pireno
C16H10
Benzo[a]pirenoC20H12
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Tabela 6: Resumo das possibilidades de estruturas com diferentes índices de deficiêncis de hidrogênios (IDH).
IDH = 1
1 dupla ligação ou 1 cadeia fechada.
IDH = 2 2 duplas ligações ou 1 dupla ligação e cadeia fechada ou 1 tripla ligação.
IDH = 3 3 duplas ligações ou 2 duplas ligações e cadeia fechada ou 1 tripla ligação
e cadeia fechada ou 1 ligação dupla e uma tripla.
IDH = 4 Na grande maioria das vezes um benzeno ou areno
1.9 Arenos (AR)
São compostos mononucleares que possuem em sua estrutura o anel benzênico
e apresentam apenas radicais alifáticos (cadeia aberta).
Fórmula: Idem ao do benzeno. Entretanto, um dos hidrogênios é substituído por um grupo substituinte.
1.9.1 Nomenclatura de Arenos
a) Compostos Monossubstituídos: Denomina‐se o grupo substituinte da mesma forma dos ciclanos.
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b) Compostos Dissubstituídos: Existe a nomenclatura vulgar e a sugerida pela IUPAC.
• Nomenclatura Vulgar
Quando dois substituintes estão presentes, suas posições relativas são indicadas pelos prefixos orto, meta e para (abreviados por o, m e p). Assim, temos:
R
o
m
p
o
m
Onde: R é um grupo substituinte; o é a posição orto; m é a posição meta; p é a posição para
• Nomenclatura Sistemática (IUPAC): Denomina‐se o grupo substituinte da mesma forma dos ciclanos, descrevendo as numerações que indicam as posições de todos os substituintes.
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1.9.2 Cálculo do Índice de Deficiência de Hidrogênio Para um Areno
(IDH)
• Idem ao do benzeno.
2. Referências
SOLOMONS, T. W.; GRAHAM; CRAIG FRYHLE. Química Orgânica. 8. ed. Rio de Janeiro:
LTC, 2005. 1 e 2 v.
ALLINGER, N. L. Química Orgânica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1978.
BRUICE, P. Y. Química Orgânica. 4. ed. São Paulo: Pearson, 2006.