aula de economia política i - 6_12_12.pdf

3
Mercantilismo -> Troca A produção se baseia no campo e na cidade, um abastecendo o outro. O campo produz para a cidade e a cidade abastece o campo com produtos manufaturados. A troca ocorre na esfera da circulação, e o dinheiro no período era ouro e prata. Porém era também possível ceder a força de trabalho para o senhor feudal. Logo, o dinheiro se transforma em um dissolvedor de caráter social, por estar implicando nas formas de vida da idade média e após. O mercado de trabalho, para existir, é necessário que ocorra a concentração na cidade (logo, esvaziamento do campo), para ter mão de obra disponível. A medida que as cidades vão crescendo, há demanda por produtos, os antigos proprietários de terra vendem a terra e os arrendatários começam a utilizar a terra de maneira capitalista (utilizando o trabalho alheio para gerar lucro). Isso acabou com a servidão feudal e criou trabalhadores livres, apesar de aumentar a desigualdade por conta do acúmulo do capital. A liberdade era política, já que o trabalhador não era obrigado a trabalhar mais para um certo “patrão”, já que agora era possível escolher (sem servidão). Nesse comércio entre campo e cidade, surge um terceiro agente: o mercador. Compra material no campo e vende na cidade, obtendo lucro em cima disso. No caso, é considerado um serviço, por vender sua capacidade de vender. Nessa fase, ocorre a unificação política dos países, onde o rei se sobrepõe a todos os outros. Era o tempo da criação dos Estados Nacionais. Acontecia então, junto com as grandes navegações, a criação do monopólio, por conta de feitorias e empreendimentos, como a Cia. Das Índias Ocidentais. O problema do mercado de trabalho é que, se um trabalhador não encontra um lugar onde pode trabalhar, sua existência está comprometida, já que era necessário o dinheiro para sobreviver. Logo, il faut regular os mercados abaixo citados pelo fato deles comprometerem a vida. A ideia é a diminuição do custo do trabalho, para o máximo lucro. Entre o século XV e XVII ocorre o Capitalismo Mercantil, sem interferir na esfera produtiva. A partir disso, ele passa a interferir na produção para aumentar a produtividade e diminuir o custo, aumentando o lucro. O mercador passa a reunir as pessoas em um ambiente de trabalho, com um tear e matéria prima pertencentes ao empregador, não mais ao artesão. Então, “compra”a força de trabalho da população, e vende a produção obtida. Mateus Cavalcanti Pestana Mercados de $ de terra de trabalho

Upload: ag

Post on 18-Dec-2015

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • Mercantilismo -> Troca

    A produo se baseia no campo e na cidade, um abastecendo o outro. O campo produz para a cidade e a cidade abastece o campo com produtos manufaturados.

    A troca ocorre na esfera da circulao, e o dinheiro no perodo era ouro e prata. Porm era tambm possvel ceder a fora de trabalho para o senhor feudal. Logo, o dinheiro se transforma em um dissolvedor de carter social, por estar implicando nas formas de vida da idade mdia e aps.

    O mercado de trabalho, para existir, necessrio que ocorra a concentrao na cidade (logo, esvaziamento do campo), para ter mo de obra disponvel. A medida que as cidades vo crescendo, h demanda por produtos, os antigos proprietrios de terra vendem a terra e os arrendatrios comeam a utilizar a terra de maneira capitalista (utilizando o trabalho alheio para gerar lucro). Isso acabou com a servido feudal e criou trabalhadores livres, apesar de aumentar a desigualdade por conta do acmulo do capital. A liberdade era poltica, j que o trabalhador no era obrigado a trabalhar mais para um certo patro, j que agora era possvel escolher (sem servido).

    Nesse comrcio entre campo e cidade, surge um terceiro agente: o mercador. Compra material no campo e vende na cidade, obtendo lucro em cima disso. No caso, considerado um servio, por vender sua capacidade de vender.

    Nessa fase, ocorre a unificao poltica dos pases, onde o rei se sobrepe a todos os outros. Era o tempo da criao dos Estados Nacionais. Acontecia ento, junto com as grandes navegaes, a criao do monoplio, por conta de feitorias e empreendimentos, como a Cia. Das ndias Ocidentais.

    O problema do mercado de trabalho que, se um trabalhador no encontra um lugar onde pode trabalhar, sua existncia est comprometida, j que era necessrio o dinheiro para sobreviver. Logo, il faut regular os mercados abaixo citados pelo fato deles comprometerem a vida.

    A ideia a diminuio do custo do trabalho, para o mximo lucro. Entre o sculo XV e XVII ocorre o Capitalismo Mercantil, sem interferir na esfera

    produtiva. A partir disso, ele passa a interferir na produo para aumentar a produtividade e diminuir o custo, aumentando o lucro. O mercador passa a reunir as pessoas em um ambiente de trabalho, com um tear e matria prima pertencentes ao empregador, no mais ao arteso. Ento, compraa fora de trabalho da populao, e vende a produo obtida.

    Mateus Cavalcanti Pestana

    Mercados

    de $

    de terra

    de trabalho

  • A partir disso, o Rei vai passar a no mais representar Deus na terra, mas sim o poder se encontrar naquele que detm o dinheiro, no caso, implicando em parte nos detentores dos meios de produo.

    Com o tempo, passa-se a acreditar que os mercantilistas, na verdade, eram meramente homens prticos, conselheiros do rei, ou seja, o auxiliavam para o aumento de sua fortuna. A fortuna do rei era a fortuna do reino. Logo, isso no era uma doutrina econmica por no se localizarem no campo metafsico, dada sua praticidade. Smith, apesar da crtica, possua ideias em comum, como por exemplo, a riqueza ser considerada o dinheiro (ouro e prata), o bulionismo.

    Em um mundo de rivalidades, as guerras eram financiadas pelo dinheiro. Logo, um Estado forte era um Estado rico. Verifica-se ento que a maior parte da riqueza das pessoas no se encontra no dinheiro, mas em propriedades e bens.

    Se um pas no possua nem minas de ouro/prata nem colnias para explorar, ele obtinha atravs do comrcio de produtos manufaturados.

    A questo ento era: o dinheiro, enquanto ouro e prata, era de fato a verdadeira riqueza? Ao vender produtos, acumulavam-se riquezas, aumentando a circulao de dinheiro. Esse aumento do volume de circulao gera a inflao dos preos. H uma relao direta entre o volume de dinheiro do pas e os preos, portanto. Para os mercantilistas, ento, o dinheiro era capital, por conta desse aumento de preo e o aumento da atividade econmica (comrcio). Com isso, eram favorveis a balana comercial favorvel mantida a longo prazo. O erro se encontra a. Com a inflao, os produtos estrangeiros se tornam mais baratos que os nacionais, gerando a importao dos mesmos. Isso desfavorece a balana. Percebe-se assim que impossvel manter a balana comercial favorvel no longo prazo. Ela se auto-regula.

    Teoria Quantitativa da MoedaIdentidade: _ _M * V P * Q

    M = Massa monetria (poltica monetria)V = Velocidade de circulao da moeda (nmero de transaes que ocorrem)P = Preo MdioQ = Quantidade de bens e servios transacionados

    Percebemos, a partir dessa identidade, que se injetamos dinheiro em uma nao, os preos aumentam, de forma diretamente proporcional. O dinheiro apenas um meio de circulao, e quando ocorre inflao, o valor do dinheiro cai.

    Para os mercantilistas, o aumento de M, indica um aumento de V, de P e de Q, sendo, na verdade, V e Q constantes.

    O sculo XVI ento representa o enriquecimento da burguesia e o empobrecimento da nobreza. Isso ocorreu pelo fato de que, quando h inflao, os que possuem bens

    Mateus Cavalcanti Pestana

  • estipulados de forma fixa (como terras, tpicas da nobreza), perdia em valor, enquanto os que possuam bens de forma flutuante (a burguesia) ganhavam em valor.

    O dinheiro que circulava era ento empregado em obras pblicas. Malthus defendia que esse dinheiro fosse aplicado no consumo de luxo, por esse consumo favorecer e melhorar a vida das classes ociosas.

    Para os mercantilistas, quando o salrio aumenta, a oferta de trabalho diminua. Logo, a forma de manter as pessoas trabalhando diminuindo os salrios. o paradoxo da Renda/Lazer. Aumentando o salrio (renda), a pessoa tende a trabalhar menos e ter mais horas de lazer. Nessas horas de lazer, h a cpula carnal, gerando maior oferta de trabalho. Essa oferta de trabalho aumentada gera um menor valor de salrios, diminuindo a renda, diminuindo as horas de lazer.

    Voltando aos estados mais ricos, essa riqueza se volta ento a criao de exrcitos regulares (e no mais mercenrios). A entra a defesa da existncia do Estado, voltando-se a rivalidades com outros, e fazendo, muitas vezes, o uso da fora para a dominao, e adquirir mais riquezas.

    Os pases saem das crises, ento, nessa viso dos estados nacionais, com a exportao do desemprego para os outros pases, j que o ganho de um implica a perda de outro. Os mercantilistas ento trabalham para aumentar, em um produto, o valor agregado, pelo fato de aumentar a riqueza.

    Principais ideias mercantilistas

    Mateus Cavalcanti Pestana

    Dinheiro - Ouro e prata - essencialmente riqueza Balana comercial permanentemente favorvel Protecionismo indstria e comrcio do pas Regulao do comrcio exterior para garantir o influxo de ouro e prata no pas Tarifas protecionistas sobre a importao de bens manufaturados Favorecimento importao de matrias primas mais baratas e a venda de produtos

    manufaturados com maior valor agregado Para os mercantilistas, uma balana comercial favorvel expressaria o enriquecimento da

    nao, assim considerando que a nao consome menos que arrecada O excedente econmico. A riqueza do pas, sendo essencialmente ouro e prata A falcia bsica do mercantilismo: a ideia de que o supervit exportador um indicador do

    bem estar-econmico O que distingue a teoria mercantilismo e a fixao necessidade de manuteno do

    comrcio favorvel e o objetivo de manter esse comrcio favorvel no longo prazo Para os crticos, a manuteno do comrcio favorvel s poderia ser atingido no curto

    prazo. Pois, a entrada maior de dinheiro e a contrapartida de sada de bens. Isso leva ao aumento dos preos domsticos em relao aos preos externos. Como resultado disso, tem-se: uma maior importao de bens, isto , uma transferncia maior de recursos monetrios para o exterior

    Enfim, para os crticos, a balana comercial favorvel s se sustenta no curto prazo. No longo prazo, tenderia ao equilbrio, isto , sem dficit nem supervit

    A crtica a essa viso fez muitos mercantilistas empregarem o argumento de vantagem do trabalho. Uma balana comercial favorvel seria expresso da manuteno do emprego domstico.