aula 4 àrea escala e tempo
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Aulas de Planejamento Ambiental - 2013TRANSCRIPT
Planejamento AmbientalAula 4 – Área, Escala e Tempo
Área
Em planejamento ambiental costuma-se interpretarum conjunto de informações regionaisreferenciadas no espaço e apreendidas de maneiraholística.
A definição dessa área é uma tarefa extremamentecomplexa, não só pela dificuldade em delimitar umaárea de contenção de impactos como de pressões oufenômenos e variedades de escala.
Área
Para definir a área de estudo, deve-se partirde considerações sobre a complexidade local,a abrangência e o núcleo dos principaisproblemas regionais, as escalasnecessárias para avaliar as questõesambientais e o tamanho das unidadesterritoriais envolvidas.
Bacia hidrográfica
A bacia hidrográfica écomumente usada porqueconstitui um sistema naturalbem delimitado no espaço,composto por um conjunto deterras topograficamentedrenadas por um curso d’água eseus afluentes, onde asinterações, pelo menos físicassão integradas e, assim maisfacilmente interpretadas.
puc-campinas.edu.br
Bacia hidrográfica
Para realização de estudos as bacias hidrográficaspodem se distinguir entre bacias hidrográficasrepresentativas, estratégicas e experimentais, asaber:
• Para alcançar níveis de informações mais detalhadosde uma bacia é necessário adotar a microbacia comounidade espacial de análise desde que ela sejarepresentativa das condições físicas esocioeconômicas de porção significativa doterritório considerado.
Bacia hidrográfica
• A bacia ou microbacia estratégica é selecionada apartir de condições específicas, nãoencontradas no restante da região ou porção doterritório considerado.
• Bacias hidrográficas menores que 20 km2, sãoindicadas como bacias experimentais, onde sãoimplementados projetos, técnicas ou práticasexperimentais cujos fatores controladores, eresultados são mais facilmente monitorados.
CONAMA 001/86 (e alterações)
Art. 5o O estudo de impacto ambiental, além de atender àlegislação, em especial os princípios e objetivos expressosna Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, obedeceráàs seguintes diretrizes gerais:
III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ouindiretamente afetada pelos impactos, denominada áreade influência do projeto, considerando, em todos os casos,a bacia hidrográfica na qual se localiza;
Abrangência dos IA
ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII): abrange aporção mais ampla do território sobre a qual, de algumaforma, haverá interferências ou seja abrange as áreas deinfluência indireta afetada pelas operações. (bacia)
ÁREA DE INFLUENCIA DIRETA (AID): abrange as áreas/ou espaço de influência direta afetadas pelas operações.
ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA): abrange a áreadiretamente afetada pelas operações.
Exem
plo
Área de influência Indireta - AII
Área Diretamente Afetada - ADA
Área de Influência Direta - AID
Bacia hidrográfica
O tamanho da bacia hidrográfica em estudo teminfluência sobre os resultados. Assim, baciashidrográficas menores facilitam oplanejamento, seja por razões técnicas (comotomar mais simples e efetiva a espacialização dosdados) seja por razões estratégicas, pela maiorfacilidade de garantir a participação popular eindividualizar os problemas principais, que setornam mais centralizados ou limitados.
Bacia hidrográfica
Quando se tratade espaçosurbanos,mesmo odesejo técnicodo circuito daságuas ébastantecomplexo.
Bacia hidrográfica
Os setores públicos emborareconheçam que a bacia hidrográficaé a uma unidade de planejamento, ogerenciamento dos recursos naturaistem sido segmentado para melhoratender as demandas dos vários setores daadministração pública.
Bacia hidrográfica
Trabalhar com área de bacia hidrográfica trazum outro impasse, de ordem técnica como:dados socioeconômicos, censitários e deinfraestrutura estatísticos estãodisponíveis por município, quefrequentemente não obedece aos limitesde bacias hidrográficas. Dificultando asobreposição espacial dos dados e ainterpretação da cadeia de relações no meio.
Ex.: A BACIA HIDROGRAFIA COMO EXTENSÃO ESPACIAL
•PORQUE TRABALHAR COM ESTA UNIDADE ESPACIAL?
•QUAL ESCALA DE FENÔMENOS ELA ABRANGE?
ACEITAÇÃO UNIVERSAL
SISTEMA NATURAL BEM DELIMITADO
INTERAÇÕES FÍSICAS INTEGRADAS
É UMA UNIDADE ESPACIAL DE FÁCIL RECONHECIMENTO E CARACTERIZAÇÃO
BACIA HIDROGRAFIA COMO UNIDADE DE TRABALHO
• O QUE PRECISO SABER?
COMPLEXIDADE AUMENTA
ESPAÇOS URBANOSAUMENTO DAS
RELAÇÕES INTRÍNSECAS
ELUCIDAR AS DIFERENÇAS DE COMPLEXIDADE ENTRE UMA BACIA HIDROGRÁFICA NATURAL E
UMA BACIA QUE FOI URBANIZADA
Bacia hidrográfica
A região metropolitana de São Paulo RMSP expandiu seu
circuito hídrico de forma desordenada, muito além dos limites
da bacia hidrográfica em virtude dos paradigmas de quatro
momentos históricos de desenvolvimento tecnológico e
ambiental.
No período sanitarista (1890-1934), as demandas eram atendidas
pelos recursos da própria bacia, com captações próximas à cidade.
Essa situação permaneceu no período técnico burocrático (1934 – 1963)
com a capacidade do sistema ampliada. No período econômico-
financeiro (1963-1980) as captações ultrapassaram os limites de bacia,
promovendo a Transposição de até 33m3/s da bacia do Atibaia para a
bacia do Tietê. Atualmente a ampliação da capacidade de fornecimento
de água Tem sido realizada dentro e fora da bacia.
Áreas de estudo
Os planos diretores,quando se referemdireta ouexclusivamente aomunicípio, adotam oslimites territoriaislegais e restringem oscenários e propostas aesse espaço.
Áreas de estudo
Quando o planejamento tem por objetivo umaatividade de forma concentrada, pode se usarraios, polígonos em torno de um ponto central ouraios de ação.
Quando planejamento de um território onde sãocomuns paisagens e atividades de extensão pode seutilizar áreas em corredor que abrange umafaixa marginal as atividades e aos padrões quese pretende avaliar
Tipos de áreas de estudo
Áreas de estudo
Em planejamentoambiental, quasesempre é necessáriorealizar aproximaçõessucessivas de escalas eáreas de trabalho, poisdeve havercorrespondência entre osfenômenos e suasdimensões e grandezas. Áreas de influência para estudos de impactos ambiental
Escala
Os planejamentos ambientais classificam e ordenam omeio utilizando-se de métodos que dividem ouintegram um dado espaço. Trabalham as informações emdiferentes graus de organização e complexidade, que devemser estudados como um sistema em si mesmo.
Espera-se que cada fenômeno, elemento ou dado do meio sejarepresentado por distâncias que reproduzem suasdimensões reais e pelo período em que incidem ecompartilham o espaço
Escala
Sobre a escala temporal, há ainda outra questão aser considerada: a diferença entre a escala de tempode ocorrência de um fenômeno e a escala detempo de resposta de um organismo em relação aele.
Mapear a biodiversidade por exemplo é uma tarefaárdua pois as espécies fixas ou moveis podemresponder diferente em tempos e grau deestabilidade.
Escala
Sobre a escala de trabalho deve-se decidirsobre quais os níveis de organização, o quantoda heterogeneidade espacial deve serrepresentada, o quanto serão representadas asmedidas de direção, distância, forma egeometria dos elementos componentes nomeio.
Escalas usuais
As escalas maiores possibilitam maior detalhe dainformação, ao passo que as escalas menores, emboradiminuam o tempo e o custo para o levantamento dosdados, generalizam e agrupam as informações.
A escolha da grandeza da escala se inicia com o tipo deplanejamento proposto.
Exemplo de escalas de planejamento: local, regional e global.
Escalas
Em suma, cabe ao planejador, frente aos seus objetivose disponibilidades, identificar as fontes de erros eavaliar as razões de custo e benefício que julgaradmissíveis ao desenvolvimento do planejamento.
Significa tanto a fração de divisão de umasuperfície representada, como tambémindicador do tamanho do espaço considerado.
A escala deve dar sentido ao recorte espacialobjetivado.
Escala
Os planejamentos ambientais classificam e ordenam o meioutilizando-se de métodos que dividem ou integram umdeterminado espaço.
Cada abordagem tem um aprofundamento com elementoscomponentes
• Meio físico (geologia, pedologia, uso e ocupação dosolo,clima,recursos hídricos)
• Meio biótico (flora e fauna)
• Meio antrópico (arqueologia, sistema viário,sistema deabastecimento de água e coleta de esgotos, sócio-economia
Escala
• fenômenos atuantes
• Meio físico (desenvolvimento dos solos, flutuações climáticas,erosão)
• Meio biótico (migração de espécies, corredores de animais )
• Meio antrópico (transformação da paisagem,agricultura,epidemias)
Assim cada abordagem tem uma escala – representaçãoespacial e temporal das informações
H
1
2
TEMA H
TEMA L
TEMA K
TEMA M
TEMA J
J
L
K
M
J
MH K
L
TERRITÓRIO
1 Km
10 Km
100 Km
1000 Km3
Pluralidade de mapas para um mesmo território
Escalas usuais
• Relação entre o nível, representação gráfica e tipos de escalas
PLANEJAMENTO NÍVEL DE ESCALA REPRESENTAÇÃO DA ESCALA
TIPO DE ESCALA
Econômico e Ecológico Macro ˃ 1:500.000 Reconhecimento
Zoneamentos Meso 1:250.000 – 1:25.000 Semi-detalhada
Planos Diretores Micro ˂ 1:10.000 detalhada
Esc
ala
s u
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is
• Relações de comum ocorrência no Brasil entre abrangênica territorial e escalas adotadas em planejamento
TERRITÓRIO PLANEJADO ESCALA ADOTADA
Área da bacia hidrografica 1:5.000 a 1:1.000.000
Territorio nacional 1:500.000 a 1:5.000.000
Área de influencia regional 1:250.000 a 1:1.000.000
Área de influencia indireta ou area afetada indiretamente por impactos
1:50.000 a 1:100.000
Área de influencia direta ou diretamente afetada por impactos 1:5.000 a 1:50.000
Área de ação estratégica 1:10.000 a 1:500.000
Limites municipais 1:50.000 a 1:100.000
Centros urbanos subordinados a area de ação 1:500.000
Raios de ação 1:2.000 a 1:100.000
Corredores 1:2.000 a 1:25.000
Area de reassentamentos humanos 1:2.000 a 1:25.000
Escalas usuais
• Exemplos de compartimentos do espaço, escalas apropriadase tipos de dados
COMPARTIMENTO AMPLITUDE DE ESCALA TIPOS DE DADOS
Região 1:1.000.000 a 1:3.000.000 Domínio climático e bioma
Distrito 1: 500.000 até 1:1.000.000 Relevo, geologia, geomorfologia e
associações de formações
vegetacionais
Sistema 1:100.000 a 1:500.000 Modelo de unidade geomorfológica,
solo e vegetação
Tipo 1:10.000 a 1:50.000 Homogeneidade geológica e de
associação solo/vegetação
Esp
aço
s e t
ipos
de i
nfo
rmaçã
o
COMPARTIMENTOS NÍVEL DE ANÁLISE
DOMÍNIO Área sub-continental, de climas relacionados
DIVISÃO Região climática, de acordo com a classificação Koeppen
PROVÍNCIA Região com vegetação definida pelo mesmo tipo de solo ou solos zonais
SEÇÃO Áreas cobertas por tipos vegetacinais que representam climaces
climáticos potenciais
DISTRITO Parte de uma seção com forma de relevo caracteristica
ASSOCIAÇÃO DE TIPOS Agrupamento de tipos com padrão recorrente de relevo, litologia, solos e
estádios sucessionais da vegetação
TIPO Grupo de fases vizinhas com series ou familias similares de solos,
cobertos por comunidades vegetais similares de acordo com os tipos de
habitats
FASE Grupo de sitios vizinhos pertencentes à mesma série edáfica e com tipos
de hábitats intimamente relacionados
SÍTIO Um único tipo de solo e um unico tipo de habitat.
Tempo
O planejamento ambiental não pode ser feito a partir deuma leitura estatística do ambiente. Ele deve compreenderos processos continuados que resultaram na apropriação dosrecursos naturais, na perspectiva de desenvolvimento humanoe na história natural regional. O estado atual de umambiente não é produto de impactos individuaisindependentes, desconectados do passado ou do futuro.Pelo contrário, é consequência das ações e efeitos combinadosentre si, que acabaram por determinar o quadro de conservaçãoou degradação observado no período estudado.
Tempo
Em planejamento ambiental o tempo é uma escalaobjetiva de análise que deve situar o presente, opassado e o futuro do espaço diagnosticado. Ainterpretação dos fenômenos do meio através do tempo visa aresponder o quê, onde, quando, e porque estão ocorrendo asmudanças, tanto no meio natural como antropizado. Cabe oplanejador identificar as forças que governam atrajetória das mudanças na paisagem e despenderesforços nos caminhos críticos que afetam a qualidadedo ambiente.
Tempo
Usualmente, o tempo é representado pormeio da construção de cenários, que nadamais são do que interpretações de momentosem uma paisagem dentro de uma escalatemporal, visando auxiliar agentes deplanejamento a compreender a dinâmica daárea e os problemas ambientais consequentes.
Tempo
Os cenários devem retratar um conteúdoconcreto, construído não só a partir dodiagnóstico da realidade técnica, mas tambémdas propostas governamentais e das realidadesapreendidas pela cultura, pelos sentidos, pelamemória, pela imaginação e pelo pensamentodo homem da região. Devem revelar o passado, opresente e o futuro sob o ponto de vista das diversasvertentes envolvidas no planejamento ambiental(técnica, comunitária, política)
Tempo
Cada um desses cenários devem trazer umainterpretação particular de um fato: o que foi(cenário passado), o que é (cenário real), o que será semedidas não forem tomadas (cenário futurotendencial), como deveria ser (cenário futuro ideal,frente as potencialidades e restrições), como gostariaque fosse (cenário futuro desejado, em função dosanseios dos agentes envolvidos) e o que poderealmente ser (cenário futuro possível alternativo,frente as restrições, aspirações e as limitaçõessocioeconômicas administrativas)
Tempo
O cenário atual pode ser entendido como ainterpretação das correlações entre os fatores do meiofísico, biótico, socioeconômico, tecnológico, jurídico einstitucional de forma a entender as pressõeshumanas, o estado do meio e as respostas presentes. Éimportante ressaltar que a construção do cenário atual émuito mais do que fazer um diagnóstico do meio. O cenárioatual, quando bem elaborado, permite identificar os conflitosentre as perspectivas técnica, legal, institucional e dasociedade, sejam reais ou imaginadas pelos grupos sociais.
Tempo
Cenários futuros: O que poderia acontecer sedeterminados eventos ocorressem ou certos planos oupolíticas fossem introduzidos.
A construção de cenários é um forte instrumentode análise para interpretar os rumos e asvelocidades das alterações no espaço, bemcomo conduzir, tecnicamente, a uma reflexãosobre as implicações de projetos e políticas dedesenvolvimento.
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Material Consultado
• SANTOS, Rosely F. Planejamento Ambiental: teoria e prática. São Paulo: Oficina deTextos, 2004
• ESCALA : é um problema? - Dra. Sueli Angelo Furlan
• ESCALA E TEMPO no planejamento - Professora Sueli do Carmo Bettine
• Disciplina – Meio Ambiente e Planejamento - Áreas e Escalas em PlanejamentoAmbiental Manejo de Recursos Naturais Turma 2006
• Complemento da Aula 2 – Planejamento Ambiental - Profs. Mario Thadeu e MonicaPorto
Reflexão
Responda as seguintes questões:
1. Em sua opinião as bacias ou microbaciashidrográficas são um instrumento eficaz comounidades de planejamento?
2. Em sua opinião a escala temporal através doscenários pode contribuir ou não para o diagnósticoambiental, avaliação ambiental e planejamento deuma determinada área? Justifique.