Audiência Pública expôs o desmonte na Educação comandado pelo Sistema S

Os descalabros anunciados na Educação do Sesi/Senai foram alvo de debate em Audiência Pública realizada na Assembleia Legisla-tiva de São Paulo, na última sexta-feira (06/11). Trabalhadores, sindicatos e entidades lotaram o Plenário Dom Pedro I, onde aconteceu o evento, iniciativa do deputado Carlos Giannazi (PSOL-SP) e organizado pela Federação dos Professores do Estado de São Paulo (Fepesp). Mais de 200 pessoas estiveram presentes.

Tanto representantes do Ministério Público como do Sesi e Senai não apareceram para prestar esclarecimentos. Ainda assim, o evento foi importante por mostrar a mobilização da categoria, trazer casos concretos de alunos e professores, além de levantar questões sobre as políticas educacionais que a instituição vem

Na porta da Assembleia, um pato gigante dentro de uma caixa--preta ironizava a campanha de Paulo Skaf e lembrava que é preciso investigar os gastos do Sesi e do Senai. Professores ques-tionavam os cortes na educação e os recursos destinados à propa-ganda. O deputado Giannazi abriu a Audiência Pública chamando a atenção para este fato. “Não podemos assistir ao desmonte na

-nais, para que nenhuma vaga seja suprimida”, disse.

O presidente da Fepesp, Celso Napolitano, falou da ausência dos

período integral, parece ter esquecido de suas bandeiras de campa-nha ao governo do Estado de São Paulo. “O Sesi e o Senai, mais uma vez, deixarão de explicar publicamente as medidas que estão sendo anunciadas. Uma das propagandas do Skaf vendia um estudo integrado. Vendeu transferir para o Estado a política integral do Sesi e Senai. Angariou alunos e professores, e, de uma hora para outra,

que fazer e professores estão com o emprego ameaçado.”

SindicalSindicalBoletimPublicação da Fepesp e sindicatos integrantes www.fepesp.org.br

Informativo dos Professores e Técnicos de Ensino do Sesi-SP e do Senai-SP – novembro / 2015 nº 13

Uma primeira vitória: Sesi recua

Metalúrgicos e estudantes se indignam com desmandos na Educação

A mobilização contou com o apoio da União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP) e do Sindicato dos Metalúrgi-cos do ABC. Peter Lucas, estudante e dirigente da entidade,

“Nós somos contra o sucateamento da educação. Viemos empre-gar o nosso apoio na busca de uma educação de qualidade.”

O presidente Rafael Marques, representando os metalúrgicos,

bilhões em desoneração. “É fundamental as movimentações

denunciar que não há transparência no Sistema S”, disse.

Nas palavras de José Jorge Maggio, presidente do Sinpro ABC e diretor da Central Única dos Trabalhadores (CUT), é preciso resistir, mostrar força e não deixar que escolas sejam fechadas.

Paulo Nobre, diretor do Sinpro Campinas e secretário-geral da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), endossa o discurso. "Se nós não resistirmos a essa política que sinaliza com o fechamento de escolas para o ano que vem, não temos condições de lutar pelas condições de trabalho.”

Na carne: professores e alunos falam dos cortesOs alunos e professores do Sesi e Senai compareceram à Audiência Pública para fazer denúncias. Rômulo Gonçalves Lins, professor do Senai, conta que o clima de terror se insta-lou em sua unidade já no segundo semestre de 2014. “Cole-gas estão sendo demitidos, outros estão sendo convidados a diminuir a sua carga horária para redução de custos.”

Muitos docentes aproveitaram a oportunidade para desaba-far. “Eu me encontro em uma situação muito difícil porque

próximo da unidade que eu trabalhava. Então, está muito difícil e venho tentando diálogo com eles porque não quero processos judiciais”, disse Elio Luiz de Souza, também profes-sor do Sistema S.

Uma aluna da unidade do Senai de Mario Amato, em São Bernardo do Campo, na grande São Paulo, também falou do clima constante de insegurança para alunos, pais e professo-res. “Os professores não sabem se terão emprego amanhã e os alunos se terão curso.” Ela, que faz uma graduação técnica

para o seu curso. “Por que acabar? Os alunos pagam cerca de R$ 900 reais por mês para estudar e não é barato."

Sinpro ABCSinpro Araçatuba e BiriguiSinpro Bauru e RegiãoSinpro Campinas e RegiãoSinpro Dracena e Região

Sinpro JundiaíSinpro Osasco e RegiãoSintee LinsSintee Presidente Prudente e RegiãoSinpaae Ribeirão Preto e Região

Saae Rio Preto e RegiãoSinpro Santos e RegiãoSinpro São CarlosSinpro São José do Rio PretoSinpro São Paulo

Sinteee FrancaSinpro GuapiraSinpro GuarulhosSinpro JacareíSinpro Jaú

Sinpro Sorocaba e RegiãoSinpro Taubaté e RegiãoSinpro UnicidadesSinpro ValesSinpro Valinhos-VinhedoSintraensino/Ourinhos

Na última semana, o Sesi-SP emitiu um comunicado sinalizando um recuo em duas das decisões anunciadas. Não ocorrerão o fechamento de classes do 1º ano do Fundamental nas unidades externas e o �m das vagas de cursos técnicos, no ensino articu-lado Sesi/Senai, oferecidas aos alunos do nível médio do Sesi. O recuo estratégico signi�ca uma primeira vitória para a categoria, pais e alunos. Na opinião de Aloísio Alves da Silva, diretor da Fepesp, do Sinpro ABC e professor do Sesi, “o recuo nesta crise é de extrema importância, pois mantém crianças na escola e empregos de professores que seriam demitidos”. No entanto, a luta tem de continuar. O diretor da Fepesp e presidente do Sinpro SP, Luiz Antonio Barbagli, a�rma que a truculência do Sesi e Senai não pode passar impune, visto que há uma Campanha Salarial para 2016. “Se permitirmos que a Fiesp faça cortes sem prestar nenhuma justi�cativa, como vamos responder às investidas dos patrões contra os direitos dos professores?”

A Audiência Pública, iniciativa do deputado Carlos Giannazi, produziu os seguintes acompanhamentos:

- Pedido de balanço de gastos juntos à Câmara dos Depu-tados (DF), iniciativa da liderança do partido PSOL;- Convocação de Paulo Skaf na Comissão de Educação e Cultura da Alesp e Ministério Público para esclarecimentos;- Pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp);- Pedido de explicação junto ao Tribunal de Contas da União;- Encaminhamento das notas taquigrá�cas ao Ministério Público do Trabalho, ao do Estado e ao Conselho Estadual de Educação;Além disso, a Fepesp está marcando uma audiência com Gilberto Carvalho, presidente nacional do Sesi, para prestar esclarecimentos sobre o que vem ocorrendo na Educação do Sistema S no Estado de São Paulo.

Resultados da Audiência Pública

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