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DARTEL FERARI DE LIMA Atividade física de adultos nas capitais brasileiras e no Distrito Federal: um estudo transversal Tese apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Ciências Programa de Medicina Preventiva Orientadora: Profa. Dra. Olinda do Carmo Luiz Coorientadora: Profa. Dra. Renata Bertazzi Levy São Paulo, 2014

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Page 1: Atividade física de adultos nas capitais brasileiras e no Distrito ...€¦ · 7.Condicionamento físico humano 8.Atividade motora USP/FM/DBD-225/14 . DEDICATÓRIA Dedico este Trabalho

DARTEL FERARI DE LIMA

Atividade fiacutesica de adultos nas capitais brasileiras e no

Distrito Federal um estudo transversal

Tese apresentada agrave Faculdade de Medicina

da Universidade de Satildeo Paulo para obtenccedilatildeo

do tiacutetulo de Doutor em Ciecircncias

Programa de Medicina Preventiva

Orientadora Profa Dra Olinda do Carmo Luiz

Coorientadora Profa Dra Renata Bertazzi Levy

Satildeo Paulo 2014

Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo (CIP)

Preparada pela Biblioteca da

Faculdade de Medicina da Universidade de Satildeo Paulo

reproduccedilatildeo autorizada pelo autor

Lima Dartel Ferrari de

Atividade fiacutesica de adultos nas capitais brasileiras e no Distrito Federal um estudo

transversal Dartel Ferrari de Lima -- Satildeo Paulo 2014

Tese(doutorado)--Faculdade de Medicina da Universidade de Satildeo Paulo

Programa de Medicina Preventiva

Orientador Olinda do Carmo Luiz

Coorientador Renata Bertazzi Levy

Descritores 1Estilo de vida sedentaacuterio 2Doenccedila crocircnica 3Vigilacircncia em sauacutede

puacuteblica 4Promoccedilatildeo da sauacutede 5Inqueacuteritos epidemioloacutegicos 6Exerciacutecio

7Condicionamento fiacutesico humano 8Atividade motora

USPFMDBD-22514

DEDICATOacuteRIA

Dedico este Trabalho a Rene e Lohran Anguera Lima meus amados filhos e a meus

amados pais Helena e Ameacutelio (in memorian)

AGRADECIMENTOS

Incansavelmente reforccedilo minha gratidatildeo agrave Profa Dra Olinda do Carmo Luiz pela

orientaccedilatildeo deste trabalho cuja beleza dos gestos amigaacuteveis representou o ldquosimrdquo para

este Jogo que insiste dizer ldquonatildeordquo

Minha gratidatildeo agrave Dra Renata Bertazzi Levy pela coorientaccedilatildeo deste trabalho

Aos professores e funcionaacuterios do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo do Departamento de

Medicina Preventiva da USP pela partilha das informaccedilotildees em especial agrave Lilian

Santos de Godoy Prado pela amizade e a Miriam Regina de Souza pela

normatizaccedilatildeo do texto

Ao professor Dr Joatildeo Carlos Catellan pelo retoque do texto e adequaccedilatildeo linguiacutestica

Agrave Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute em especial ao campus de Marechal

Cacircndido Rondon pela liberaccedilatildeo de minhas atividades acadecircmicas

E a vocecirc meu amado Golden Retriver por todos nossos momentos Eu sinto tanto a

sua falta

Este trabalho recebeu

Bolsa do Programa de Demanda Social da

Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES) do

Ministeacuterio de Educaccedilatildeo

Houzzeacute Houzzeacute Houzzeacute

LISTA DE DEFINICcedilAtildeO DE TERMOS

Angina pectoris dor toraacutecica ocasionada por isquemia transitoacuteria do miocaacuterdio

Aptidatildeo fiacutesica capacidade de suportar de esforccedilo fiacutesico

Aterosclerose acuacutemulo de material gorduroso nas paredes das arteacuterias

Atividade moderada atividade fiacutesica com gasto de energia gt 6 MET

Atividade vigorosa atividade fiacutesia com gasto de energia entre 3 a 6 MET

Cinesioterapia terapia fiacutesica realizada mediante a utilizaccedilatildeo de movimentos

corporais

Diabete tipo 2 diabetes mellitus natildeo insulino dependente ou diabetes tardia ndash

distuacuterbio metaboacutelico caracterizado pelo elevado niacutevel de glicose no

sangue pela insuficiecircncia relativa de insulina

Dieta hipocaloacuterica regime alimentar para emagrecimento

Dislipidemia alteraccedilotildees metaboacutelicas lipiacutedicas decorrentes de distuacuterbios em

qualquer fase do metabolismo lipiacutedico que ocasionem

repercussotildees nos niacuteveis seacutericos de lipoproteiacutenas (LP)

Ergoespirometria teste que possibilita determinar variaacuteveis respiratoacuterias metaboacutelicas

e cardiovasculares pela medida das trocas gasosas pulmonares

durante o exerciacutecio

Esforccedilo aeroacutebio esforccedilo sustentado pela oxidaccedilatildeo (intramitocondral) dos

combustiacuteveis geralmente de baixa intensidade e longa duraccedilatildeo e

sem produccedilatildeo de aacutecido laacutetico muscular

Esforccedilo anaeroacutebio esforccedilo sustentado pela produccedilatildeo de energia por via natildeo oxidativa

(extramitocondral) geralmente de alta intensidade e curta duraccedilatildeo

com a produccedilatildeo de aacutecido laacutetico (quando por via laacutetica)

Frequecircncia semanal quantidade de vezes por semana que a atividade fiacutesica eacute realizada

Hipertensatildeo arterial pressatildeo igual ou maior que 90140 mmHg exercida

sistecircmica sistematicamente nas paredes das arterial

Insulinopecircnico p com capacidade secretoacuteria residual de insulina inadequada para

suplantar a necessidade metaboacutelica

Intensidade reflete a grandeza do esforccedilo (moderado ou vigoroso)

Lipoproteiacutenas composto orgacircnico constituiacutedo por uma proteiacutena cuja moleacutecula estaacute

associada a lipiacutedeos

MET medida energeacutetica que equivale ao consumo de 35 ml O2kgmin

em repouso

Osteoporose doenccedila que reduz a densidade e a massa dos ossos provocando

aumento da fragilidade oacutessea e maior risco de fraturas

Pedometria contagem dos passos indica a distacircncia percorrida

Quilocaloria (kcal) quantidade de energia necessaacuteria para elevar 1 grau Celsius a

temperatura de 1 litro de aacutegua

Supercompensaccedilatildeo fase da teoria do princiacutepio da sobrecarga que ocorre durante o

periacuteodo de recuperaccedilatildeo ideal do esforccedilo fiacutesico na qual a desgaste

orgacircnico eacute recomposto com um ganho adicional

Volume quantidade de AF resultante do produto da frequecircncia semanal pela

duraccedilatildeo do esforccedilo

LISTA DE ABREVIATURAS

ACSM Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva

AF atividade fiacutesica

AHA Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia

APS Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede

AVD Atividade de vida diaacuteria

BHF Fundaccedilatildeo Inglesa do Coraccedilatildeo

CDC Centro de Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas

DCNT doenccedila crocircnica natildeo transmissiacutevel

DP desvio padratildeo

EU Uniatildeo Europeia

FC frequecircncia cardiacuteaca

HAS hipertensatildeo arterial sistecircmica

HDL proteiacutenas de alta densidade

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IF inatividade fiacutesica

kcal quilocaloria

LDL proteiacutenas de baixa densidade

MET equivalente metaboacutelico

NAF niacutevel de atividade fiacutesica

NUPENS Nuacutecleo de Pesquisas Epidemioloacutegicas em Nutriccedilatildeo e Sauacutede

OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PAS pressatildeo arterial sistecircmica

PS Promoccedilatildeo da Sauacutede

RR risco relativo

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

USDHHS Departamento de Sauacutede e Serviccedilos Sociais dos Estados Unidos

USP Universidade de Satildeo Paulo

VIGITEL Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito

Telefocircnico

VS Vigilacircncia em Sauacutede

WHA Assembleia Mundial da Sauacutede

WHO Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

LISTA DE QUADROS E FIGURAS

Quadro 1 Principais benefiacutecios atribuiacutedos agrave atividade fiacutesica 4

Quadro 2 Classificaccedilatildeo do niacutevel de atividade fiacutesica 47

Figura 1 O continuum da atividade fiacutesica 9

Figura 2 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade do esforccedilo e

benefiacutecios para a sauacutede 12

Figura 3 Resposta linear inversa ao volume de AF e benefiacutecios para a sauacutede 12

Figura 4 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade crescente de

esforccedilo e benefiacutecios para a sauacutede 13

Figura 5 Princiacutepio da sobrecarga 22

Figura 6 Classificaccedilatildeo regional do niacutevel de AF por diferentes

recomendaccedilotildees 62

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Nuacutemero de linhas telefocircnicas sorteadas linhas telefocircnicas elegiacuteveis e

entrevistas realizadas nas capitais dos estados brasileiros e no Distrito

Federal VIGITEL 2006 (MS 2007) 39

Tabela 2 Gasto energeacutetico para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

expresso em METmin obtido pelo produto da duraccedilatildeo do esforccedilo (em

minutos) com a meacutedia do gasto energeacutetico para cada modalidade

segundo o Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por Ainsworth

et al em 2000 44

Tabela 3 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta e porcentagem segundo o niacutevel de

AF e diferentes diretrizes de AF nas capitais brasileiras e Distrito

Federal ndash 2006 50

Tabela 4 Teste de Concordacircncia de Kappa para o cruzamento do niacutevel de AF

mediante diferentes diretrizes para a populaccedilatildeo adulta com idade ge 18

anos nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 51

Tabela 5 Frequecircncia da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos segundo o

niacutevel de AF coincidente para as recomendaccedilotildees do UE IOM ACSM

OMS IPAQ nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 52

Tabela 6 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

a diretriz da UE1 por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 53

Tabela 7 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

diretriz do IOM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 55

Tabela 8 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

diretriz do ACSM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 57

Tabela 9 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo a

diretriz da OMS por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 59

Tabela 10 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo a

diretriz do IPAQ por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 61

Tabela 11 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo variaacuteveis sociodemograacuteficas

nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 64

Tabela 12 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo caracteriacutesticas de

comportamento individual nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 66

Tabela 13 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos com histoacuterico de

diagnoacutestico meacutedico de DCNT por sexo segundo o niacutevel de AF

determinado pela OMS nas capitais dos estados brasileiros e Distrito

Federal 2006 67

Tabela 14 Percentual da populaccedilatildeo adulta distribuiacuteda segundo modalidade de

exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados

brasileiros e Distrito Federal 2006 69

Tabela 15 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de hipertensatildeo

arterial sistecircmica segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e

niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito

Federal 2006 71

Tabela 16 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de diabetes

segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas

capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 73

Tabela 17 Percentual da populaccedilatildeo adulta com IAM eou AVC segundo modalidade

de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados

brasileiros e Distrito Federal 2006 75

Tabela 18 Percentual da populaccedilatildeo adulta com dislipidemia segundo modalidade

de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados

brasileiros e Distrito Federal 2006 77

Tabela 19 Percentual da populaccedilatildeo adulta com osteoporose segundo modalidade

de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados

brasileiros e Distrito Federal 2006 79

Tabela 20 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo periodicidade e niacutevel de AF

nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 81

Tabela 21 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos)

e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito

Federal 2006 84

Tabela 22 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta insuficientemente ativa antes e apoacutes

a simulaccedilatildeo de aumento da frequecircncia semanal e da duraccedilatildeo do esforccedilo

nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 86

Tabela 23 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos e diagnoacutestico

meacutedico referido para DCNT por sexo para a periodicidade e duraccedilatildeo

da AF segundo a recomendaccedilatildeo de AF determinada pela OMS nas

capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 88

SUMAacuteRIO

LISTA DE DEFINICcedilAtildeO DE TERMOS

LISTA DE ABREVIATURAS

LISTA DE QUADROS E FIGURAS

LISTA DE TABELAS

RESUMO

ABSTRACT

APRESENTACcedilAtildeO

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

11 EFEITOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA NA SAUacuteDE 2

111 Doenccedila cardiovascular 5

112 Doenccedila cerebrovascular 5

113 Dislipidemia 6

114 Hipertensatildeo arterial sistecircmica 6

115 Diabetes tipo 2 7

116 Osteoporose 7

12 DEFINICcedilAtildeO E CARACTERIacuteSTICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 8

13 RELACcedilAtildeO DOSE-RESPOSTA 11

14 EFEITOS ADVERSOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 14

15 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 15

16 DIRETRIZES E RECOMENDACcedilOtildeES DE ATIVIDADE FIacuteSICA 16

161 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Coleacutegio Americano de Medicina

Esportiva 17

162 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Comitecirc Executivo responsaacutevel

pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica ndash IPAQ 18

163 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Instituto de Medicina dos Estados

Unidos 19

164 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Uniatildeo Europeia 19

165 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 20

17 CONTROVEacuteRSIAS E CONSENSOS NAS RECOMENDACcedilOtildeES DE

ATIVIDADE FIacuteSICA 21

171 Frequencia semanal 21

172 Intensidade do esforccedilo 23

173 Duraccedilatildeo do esforccedilo 24

174 Dose de atividade fiacutesica 24

175 Minorias populacionais 27

176 Recomendaccedilotildees crianccedilas e jovens 28

177 Exerciacutecios especiacuteficos 29

1771 Musculaccedilatildeo 29

1772 Flexionamento 30

1773 Aquecimento e desaquecimento 30

178 Eventos adversos nas recomendaccedilotildees 31

179 Concordacircncias nas diretrizes 31

1710 Adesatildeo agrave atividade fiacutesica 32

18 PROMOCcedilAtildeO DA ATIVIDADE FIacuteSICA 33

19 SISTEMA VIGITEL 35

2 OBJETIVOS 37

3 METODOLOGIA 38

31 TIPO DE ESTUDO 38

32 AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS 38

33 DESCRICcedilAtildeO DE VARIAacuteVEIS 42

331 Domiacutenios da atividade fiacutesica 42

332 Modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte 42

333 Deslocamento ativo 42

334 Duraccedilatildeo e frequecircncia da atividade fiacutesica 43

335 Intensidade do esforccedilo 43

336 Variaacuteveis sociodemograacuteficas 45

337 Variaacuteveis de comportamento individual 45

338 Diagnoacutestico de DCNT 46

339 Determinaccedilatildeo do niacutevel da atividade fiacutesica 46

3310 Comparaccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees 46

34 ANAacuteLISE DOS DADOS 47

35 QUESTOtildeES EacuteTICAS 48

4 RESULTADOS 49

41 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA AMOSTRA 49

42 CLASSIFICACcedilAtildeO DO NIacuteVEL DE ATIVIDADE FIacuteSICA 49

421 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Uniatildeo Europeia 52

422 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Instituto de Medicina dos Estados

Unidos 54

423 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Coleacutegio Americano de Medicina

Esportiva 56

424 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 58

425 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo

Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica 60

43 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO VARIAacuteVEIS SOCIODEMOGRAacuteFICAS 62

44 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO O COMPORTAMENTO INDIVIDUAL 65

45 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO DIAGNOacuteSTICO DE DOENCcedilAS CROcircNICAS

NAtildeO TRANSMISSIacuteVEIS 66

46 MODALIDADES PREFERIDAS PARA A PRAacuteTICA DE ATIVIDADE

FIacuteSICA 68

47 PERIODICIDADE SEMANAL DA ATIVIDADE FIacuteSICA 80

48 DURACcedilAtildeO DA SESSAtildeO DE ATIVIDADE FIacuteSICA 83

5 DISCUSSAtildeO 89

51 SIacuteNTESE DOS RESULTADOS 89

52 LIMITACcedilAtildeO DO ESTUDO 90

53 INTERPRETACcedilAtildeO DOS RESULTADOS 92

531 Eixo I ndash Diferentes formas de recomendar atividade fiacutesica 92

532 Eixo II ndash Variaacuteveis sociodemograacuteficas e comportamentais na praacutetica da

atividade fiacutesica 94

5321 Sexo 94

5322 - Idade 95

5323 Escolaridade 97

5324 Etniacor 99

5325 Estado conjugal 101

5326 Conhecimento sobre local para atividade fiacutesica 102

5327 Variaccedilotildees regionais 104

5328 Consumo de tabaco 105

5329 Consumo de bebida alcooacutelica 106

53210 Estado de sauacutede 107

533 Eixo III ndash Componentes da atividade fiacutesica 108

5331Duraccedilatildeo do esforccedilo 109

5332 Frequecircncia da atividade fiacutesica 109

5333 Intensidade do esforccedilo fiacutesico 111

534 Eixo IV ndash Atividade Fiacutesica em portadores de Doenccedilas Crocircnicas natildeo

Transmissiacuteveis 113

5341 Hipertensatildeo arterial sistecircmica 113

5342 Dislipidemia 115

5343 Diabetes 116

5344 Osteoporose 119

5345 Infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral 121

54 Consideraccedilotildees finais 122

6 BIBLIOGRAFIA 124

RESUMO

Lima DF Atividade fiacutesica de adultos nas capitais brasileiras e no Distrito Federal

um estudo transversal [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Universidade de

Satildeo Paulo 2014

INTRODUCcedilAtildeO Existem duacutevidas em relaccedilatildeo agrave atividade fiacutesica (AF) de adultos

residentes nas capitais brasileiras e no Distrito Federal no que tange agrave organizaccedilatildeo e

agrave execuccedilatildeo desta praacutetica Neste estudo avaliamos a prevalecircncia de AF segundo cada

uma das principais diretrizes internacionais que recomendam a AF para a promoccedilatildeo

da sauacutede e exploramos as divergecircncias e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF

Avaliamos tambeacutem a associaccedilatildeo entre caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e

comportamentais com a praacutetica da AF como os principais componentes da AF se

relacionam na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual e descrevemos o padratildeo nos

portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) METODOLOGIA Os

participantes foram selecionados a partir de dados preacutevios do Sistema de Vigilacircncia

de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico para

as estimativas sobre frequecircncia e distribuiccedilatildeo sociodemograacutefica de fatores de risco e

proteccedilatildeo para doenccedilas crocircnicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito

Federal em 2006 RESULTADOS Foram elegiacuteveis 54369 participantes sendo

515 classificados como inativos Houve divergecircncias importantes na graduaccedilatildeo da

AF pelas principais diretrizes entre os ativos (Kappa = 04) A frequecircncia das sessotildees

de AF foi o aspecto que mais contribuiu para a determinaccedilatildeo do grau de AF

Recomendaccedilatildeo que orienta a frequecircncia diaacuteria resultou em uma prevalecircncia menor

de AF suficiente As que orientam volume semanal sem determinar frequecircncia

miacutenima tiveram as maiores prevalecircncias de AF suficiente Como decorrecircncia dessa

divergecircncia a prevalecircncia de AF suficiente nas cidades abordadas variou

distinguindo diferentes rankings conforme a recomendaccedilatildeo adotada Cerca de 90

da populaccedilatildeo ativa realizava sessotildees com duraccedilatildeo entre 30 a 60 minutos e natildeo houve

diferenccedila significante entre o grupo que alcanccedilou e o que natildeo alcanccedilou a meta da

recomendaccedilatildeo A quase totalidade (90) dos participantes que alcanccedilou a meta se

exercitava trecircs ou mais vezes na semana e 80 dos que natildeo alcanccedilaram a meta se

exercitavam entre 1 a 2 vezes na semana A caminhada o futebol e a musculaccedilatildeo

foram as modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte mais frequentes Encontramos

maior prevalecircncia de AF em homens Negros e amarelos foram fisicamente mais

ativos e a AF diminuiu com a idade com menor escolaridade e com viuvez

Aproximadamente 65 da populaccedilatildeo consideraram a sua sauacutede boa ou excelente e

entre os que a consideraram ruim a maioria estava inativa O deslocamento ativo e a

dieta hipocaloacuterica satildeo caracteriacutesticas predominantes dos participantes ativos O

tabagismo foi mais frequente entre os inativos e o maior consumo de bebidas

alcooacutelicas ocorreu entre os ativos As pessoas fisicamente ativas mais

frequentemente conheciam instalaccedilotildees proacuteprias para a praacutetica de AF nas

proximidades de suas moradias A inatividade fiacutesica (62) foi uma caracteriacutestica

destacada entre os participantes portadores de DCNT No conjunto 70 dos

portadores de alguma DCNT natildeo alcanccedilaram a recomendaccedilatildeo miacutenima de AF

CONCLUSOtildeES O niacutevel de AF variou muito entre as diretrizes que recomendam a

AF Para uma boa parte desta populaccedilatildeo a resposta para a pergunta estou fazendo

AF suficiente para a minha sauacutede Pode ser simultaneamente ldquosimrdquo e ldquonatildeordquo

dependendo do criteacuterio da recomendaccedilatildeo escolhida Dentre os insuficientemente

ativos a duraccedilatildeo do esforccedilo em cada sessatildeo foi adequada na maioria dos relatos o

que tornou a AF insuficiente foi a baixa frequecircncia Pensar estrateacutegias que aumentem

a frequecircncia semanal para 2 a 3 dias pode elevar o niacutevel de AF para 90 dos

insuficientemente ativos

Descritores estilo de vida sedentaacuterio doenccedila crocircnica vigilacircncia em sauacutede puacuteblica

promoccedilatildeo da sauacutede inqueacuteritos epidemioloacutegicos exerciacutecio condicionamento fiacutesico

humano atividade motora

ABSTRACT

Lima DF Physical activity in adults in the brazilian capitals and in the Federal

District a cross-sectional study [these] Satildeo Paulo Faculdade de Medicina

Universidade de Satildeo Paulo 2014

INTRODUCTION In regards to the organization and implementation of physical

activity (PA) there are many doubts related to the PA in adults residing in the

capitals of the federation and in the Federal District This study evaluated the

prevalence of PA according to each of the main international guidelines that

recommends the practice of PA for good health explores its divergences and also

the concordances of the PA level classification We also evaluated the association

between the sociodemographic and behavioral characteristics to the practice of PA

More specifically we focused on how the main components of the PA relates to

themselves to determine the level of individual PA and which patterns are present in

patients with chronic non-communicable diseases (CNCD) METHODOLOGY

Participants were selected from previous data that the System of Risk Factors

Surveillance and Chronic Diseases Protection Telephone Survey which was used for

the estimation of frequency and sociodemographic distribution of risk and protective

factors for chronic diseases in the 26 Brazilian state capitals and in the Federal

District in 2006 RESULTS There were 54369 eligible participants of which 515

classified as inactive There were important divergences in the PA graduation by the

main guidelines among the active participants (Kappa = 04) The PA session

frequency was the main reason that most contributed to the determination of the PA

degree The recommendation which guides the daily frequency resulted in the

lowest prevalence of enough PA The recommendations that guide weekly volume

without determining minimum frequency had the highest prevalence of enough PA

As a result of this divergence the prevalence of enough PA in the addressed cities

ranged in different distinguishing rankings according to the adopted

recommendation About 90 of the active population performed sessions which

lasted between 30 to 60 minutes From this data it was evident that there was no

significant difference between the group which achieved the recommended PA and

the the group which did not achieve the goal of the recommended PA level Almost

all of the participants (90) who achieved the goal of recommended PA levels

exercised three or more times a week and 80 of those who did not reach the goal

exercised between 1 to 2 times a week Trekking soccer and weightlifting were the

most frequent physical exercise modalities or sports performed We found a higher

prevalence of PA in men than in women Furthermore the study showed that Blacks

and Yellows were more physically active The amount PA level decreased with age

decreased amongst those with less education and amongst those who were widowed

Approximately 65 of the population considered their health good or excellent and

among those who considered it bad the majority were inactive Active commuting

and hypocaloric diets are predominant characteristics of the active participants

Smoking was more common among the inactive participants but higher alcohol

consumption occurred among those that were active Physically active people

frequently knew more suitable facilities for the PA practice near their homes

Physical inactivity (62) was a prominent characteristic among the participants

suffering from CNCD Overall 70 of the participants suffering from any CNCD

did not attain the minimum recommendations of PA CONCLUSIONS The PA

levels varied widely among the guidelines that recommend PA For a large portion of

the population the answer to the question of whether one is doing enough PA for

ones health can simultaneously be yes and no depending on the criterion of the

chosen recommendation Among the insufficiently active population the exercise

duration in each session was adequate enough in most reports but what made the PA

insufficient was the low frequency Thinking about strategies to increase the weekly

frequency for 2 to 3 days can raise the level of PA for 90 of the insufficiently

active population

Descriptors sedentary lifestyle chronic disease public health surveillance health

promotion health surveys exercise physical conditioning human motor activity

APRESENTACcedilAtildeO

A definiccedilatildeo do termo sauacutede mudou consideravelmente no decorrer da

histoacuteria Hoje seu entendimento eacute mais do que somente ausecircncia de doenccedila A

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede propocircs a partir de 1946 uma definiccedilatildeo abrangente

de sauacutede onde sauacutede eacute vista como um recurso para a vida e natildeo como uma finalidade

da vida (WHO 2010) Em outras palavras a promoccedilatildeo da sauacutede eacute o processo que daacute ao

sujeito maneiras de garantir maior controle sobre sua proacutepria sauacutede Assim este processo

procura propor mudanccedilas para estilos de vida na promoccedilatildeo do bem-estar Eacute nesta forma

de compreensatildeo que a promoccedilatildeo dos niacuteveis de atividade fiacutesica (AF) e a diminuiccedilatildeo das

taxas de inatividade fiacutesica assumem um relevante papel para que tal processo possa ser

efetivado

Nesta pauta observa-se que diferentes organizaccedilotildees e agecircncias

governamentais muito embora persigam os mesmos objetivos propotildeem-se a

recomendar a praacutetica de AF de modos diferentes ou seja recomendam uma

quantidade miacutenima de AF que resulte em efeitos substanciais para a sauacutede Assim

observaccedilotildees informais sobre dados existentes da praacutetica de AF de adultos residentes

nas capitais dos Estados e no Distrito Federal despertaram o interesse de ampliar a

exploraccedilatildeo das informaccedilotildees sobre como esta populaccedilatildeo organiza a praacutetica de AF e de

verificar indiacutecios de causas que possam contribuir para o alcance ou natildeo das metas

recomendadas

Eacute com esta problemaacutetica sendo transformada em objeto de estudo ou

seja sendo usada para a construccedilatildeo de uma Tese que este estudo se constroacutei e se

apresenta como um caminho a ser perseguido Nela a primeira seccedilatildeo desenvolve os

conceitos e as definiccedilotildees baacutesicas do tema central objetivando relacionar a praacutetica da

AF com a sauacutede puacuteblica destacar a promoccedilatildeo da AF e os riscos decorrentes da

inatividade fiacutesica as estrateacutegias brasileiras para a orientaccedilatildeo e a supervisatildeo da praacutetica

de AF e o sistema de monitoramento e acompanhamento destas estrateacutegias Em

seguida apresenta a seleccedilatildeo das organizaccedilotildees e agecircncias governamentais destacadas

e remete agraves suas recomendaccedilotildees para a AF Foram elas que serviram de base para a

concordacircncia (ou natildeo) com a sua classificaccedilatildeo do niacutevel de AF para o destaque das

suas diferenccedilas e semelhanccedilas e para a procura de identificaccedilatildeo das suas lacunas e

potencialidades

A segunda seccedilatildeo apresenta os aspectos metodoloacutegicos destacando o uso

do banco de dados do Sistema de Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para

Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico ndash VIGITEL de 2006 cuja anaacutelise

permitiu verificar o padratildeo de organizaccedilatildeo da praacutetica de AF de uma amostra

probabiliacutestica representativa da populaccedilatildeo brasileira de adultos de 26 capitais e do

Distrito Federal

A terceira seccedilatildeo apresenta a descriccedilatildeo dos resultados organizados em

tabelas A quarta seccedilatildeo discute os resultados em quatro eixos 1) variaacuteveis

sociodemograacuteficas e comportamentais 2) componentes da atividade fiacutesica 3)

diferentes formas de recomendar AF e 4) AF em portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis (DCNT) Na quinta e uacuteltima seccedilatildeo apresentam-se as conclusotildees e as

consideraccedilotildees finais do estudo com o objetivo de produzir mais informaccedilotildees que

possam de alguma forma aumentar o diaacutelogo em direccedilatildeo do crescimento dos niacuteveis

de AF e da diminuiccedilatildeo da inatividade fiacutesica

A versatildeo apresentada nesta Tese natildeo inclui as modificaccedilotildees sugeridas

pela Banca Examinadora

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

As uacuteltimas deacutecadas apresentaram uma inversatildeo no perfil da

morbimortalidade global com diminuiccedilatildeo da prevalecircncia das doenccedilas infecciosas e

aumento das doenccedilas crocircnicas Este novo perfil da sauacutede fez crescer o interesse pelos

fatores associados agraves doenccedilas crocircnicas O baixo niacutevel populacional de atividade

fiacutesica (AF) eacute um desafio atual em sauacutede puacuteblica considerando que a inatividade

fiacutesica eacute um fator modificaacutevel que tem se mostrado associado a uma maior frequecircncia

de doenccedilas crocircnicas e degenerativas a praacutetica regular de AF eacute recomendada na

prevenccedilatildeo e tratamento destas doenccedilas e que a prevalecircncia da praacutetica de AF eacute baixa

tanto em paiacuteses de economia central quanto naqueles de economia perifeacuterica (Hallal

2012)

Assim numerosos estudos epidemioloacutegicos tecircm demonstrado que a

atividade fiacutesica (AF) regular eacute beneacutefica para a promoccedilatildeo da sauacutede (Morimoto et al

2006 USDHHS 2008a Boyle et al 2010) Os dados que comprovam os seus

benefiacutecios foram produzidos principalmente a partir de estudos independentes que

apresentam iacutendices consistentes e com pouca ou nenhuma evidecircncia contraacuteria

estabelecendo uma robusta solidez em termos de dose-resposta e reforccedilando a

conclusatildeo de um nexo de causalidade convincente (CDC 2008) entre os dois

campos embora a natureza dessa associaccedilatildeo natildeo seja completamente compreendida

(McAuley et al 2006 White Warren et al 2009)

Neste sentido esta tese foi conduzida com o objetivo de identificar o

perfil da AF no cotidiano de brasileiros adultos residentes em grandes centros

urbanos e de responder a algumas questotildees Qual eacute o padratildeo da AF na organizaccedilatildeo

dos exerciacutecios fiacutesicos ou dos esportes praticados Diferentes diretrizes podem

recomendar a praacutetica de AF e classificar diferentemente o niacutevel de um mesmo

participante diante das mesmas informaccedilotildees Quais satildeo as caracteriacutesticas

sociodemograacuteficas da populaccedilatildeo que ainda natildeo alcanccedilou a meta miacutenima de AF

recomendada Onde residem os brasileiros mais e menos ativos Quais satildeo as

propriedades que diferenciam os praticantes de AF que alcanccedilam a meta e os que natildeo

2

alcanccedilam Como os portadores de doenccedilas crocircnicas estruturam os exerciacutecios fiacutesicos

e qual eacute o seu niacutevel de AF

11 EFEITOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA NA SAUacuteDE

Ao meacutedico inglecircs Jeremy Morris em 1953 eacute creditado agraves primeiras

investigaccedilotildees sobre os perigos de sauacutede associados ao estilo de vida pouco ativo cujo

resultado foi o maior risco de doenccedilas coronaacuterias em profissionais que trabalhavam

em serviccedilos fisicamente menos exigentes ao comparar motoristas com cobradores de

ocircnibus no Reino Unido e escrituraacuterios com carteiros nos Estados Unidos (Blair

Monte e Nichaman 2004) Desde entatildeo consideraacutevel volume de pesquisa confirmou

e ampliou a teoria de que a AF reduz significativamente o risco de doenccedilas

cardiovasculares Cite-se por exemplo o estudo de Kohl et al(2012)

Estes primeiros estudos foram importantes por levantarem trecircs questotildees

fundamentais a primeira trata do desempenho fiacutesico e da reduccedilatildeo da incidecircncia de

doenccedilas cardiovasculares como eventos associados a segunda indica a necessidade

de investigar a relaccedilatildeo da praacutetica de AF como agente promotor de sauacutede e a terceira

busca determinar se os diferentes modos de organizar a AF afetam as respostas

encontradas Como resultado desse movimento os estudos tecircm demonstrado que as

oportunidades e as condiccedilotildees para ser fisicamente ativo tendem a diminuir a partir da

vida adulta Em acircmbito mundial trecircs explicaccedilotildees justificam essa tendecircncia o

envelhecimento da populaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo natildeo planejada e as mudanccedilas sociais

cada uma delas contribui com comportamentos que criam caminhos para a

inatividade fiacutesica

Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede a inatividade fiacutesica eacute o quarto

fator de risco mais importante para a mortalidade por todas as causas (WHO 2010)

Estima-se que a inatividade fiacutesica seja responsaacutevel por 6 da carga de doenccedila de

doenccedila cardiacuteaca coronaacuteria 7 de diabetes do tipo 2 10 de cacircncer de mama e 10

de cacircncer de coacutelon A inatividade provocou 9 da mortalidade prematura (mais de

53 milhotildees) das 57 milhotildees de mortes ocorridas no mundo em 2008 Se inatividade

3

fiacutesica fosse diminuiacuteda em 25 mais de 13 milhotildees de mortes poderiam ser evitadas

a cada ano no mundo

No Brasil cerca de 60 a 70 da populaccedilatildeo se encontra abaixo das

recomendaccedilotildees globais de AF A prevalecircncia elevada da inatividade fiacutesica ou da

praacutetica insuficiente de AF foi considerada responsaacutevel por 53673 mortes em 2008

por 3 a 5 das principais doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e por 531 das

mortes por todas as causas (Rezende et al 2014)

A OMS e outras agecircncias governamentais como exemplo a Uniatildeo

Europeia recomendam em suas diretrizes que a AF seja tratada com prioridade pelas

poliacuteticas de sauacutede puacuteblica com abordagens amplas e sustentaacuteveis que garantam

maior visibilidade agrave AF (Idesporto 2009)

Por outro lado os estudos tambeacutem tecircm tematizado a inatividade fiacutesica e

mostram seu impacto em algumas alteraccedilotildees fisioloacutegicas particularmente as de

natureza circulatoacuteria como reduccedilatildeo do volume de sangue hipotensatildeo ortostaacutetica e

reduccedilatildeo da absorccedilatildeo maacutexima de oxigecircnio dentre outras A falta de AF provoca

tambeacutem alteraccedilotildees metaboacutelicas significativas como a reduccedilatildeo da capacidade

oxidativa a toleracircncia diminuiacuteda da glicose o desenvolvimento de lipidemias e o

aumento da excreccedilatildeo urinaacuteria de caacutelcio A atrofia muscular por fim eacute detectaacutevel

com certa facilidade As mudanccedilas relacionadas a ela satildeo reprodutiacuteveis e podem ser

revertidas com a praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos (CDC 2010)

Outra influecircncia da AF muito tematizada na literatura cientiacutefica eacute sobre

as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) As DCNT ameaccedilam a qualidade de

vida de milhotildees de pessoas e apresentam grande impacto no financiamento da sauacutede

puacuteblica principalmente nos paiacuteses de economia perifeacuterica A Organizaccedilatildeo Mundial

da Sauacutede (OMS) estima que o nuacutemero total de mortes por doenccedilas crocircnicas tenderaacute a

aumentar 17 na proacutexima deacutecada e que a taxa de mortalidade por DCNT seraacute duas

vezes maior (ou mais) que a taxa de mortalidade por doenccedilas infecciosas (WHO

2009)

Dado este cenaacuterio a OMS propocircs aos Estados-Membros compromissos

para a reduccedilatildeo das taxas de morbimortalidade por DCNT partindo da premissa de

que essas afecccedilotildees satildeo potencialmente evitaacuteveis A 57ordf Assembleia Mundial da

4

Sauacutede propocircs entre outras medidas a adoccedilatildeo de estilo de vida ativo por meio da

Resoluccedilatildeo WHA 5717 ndash Estrateacutegia Global para a alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica e

sauacutede (OMS 2009)

No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos principais benefiacutecios da AF

para a sauacutede juntamente com a respectiva forccedila das evidecircncias que os comprovam

(USDHHS 2008b Aoyagi et al 2010)

Quadro 1 Principais benefiacutecios atribuiacutedos agrave atividade fiacutesica

Doenccedila Condiccedilatildeo Evidecircncias

Menor risco de doenccedila cardiovascular

Menor risco de AVC

Menor risco de morte prematura

Menor risco de lipidemias

Controle do excesso de pesoobesidade (sem dieta

hipocaloacuterica)

Perda de peso associada agrave dieta hipocaloacuterica

Menor risco de diabetes tipo 2

Menor risco de hipertensatildeo arterial sistecircmica

Menor risco de cacircncer de coacutelon

Menor risco de cacircncer de mama

Menor risco de cacircncer de pulmatildeo

Menor risco de cacircncer endometrial

Menor risco de quedas nos idosos

Aumento da densidade oacutessea (idosos)

Prevenccedilatildeo da osteoporose

Melhor funcionamento cardiopulmonar

Melhor bem-estar geral

Estado de sauacutede (sensaccedilatildeo subjetiva)

Digestatildeo e regulaccedilatildeo do tracircnsito intestinal

Manutenccedilatildeo das funccedilotildees motoras

Melhora das funccedilotildees cognitivas

Reduccedilatildeo da depressatildeo e da demecircncia

Absentismo laboral (baixas por doenccedila)

Niacutevel de estresse

Qualidade do sono autoimagem e autoestima

Forte

Forte

Forte

Forte

Moderada

Forte

Forte

Forte

Forte

Forte

Moderada

Moderada

Forte

Moderada

Forte

Forte

Moderada a forte

Moderada a forte

Forte

Forte

Forte

Forte

Moderada

Moderada a forte

Moderada a forte

FONTE USDHHS1 2008b

1 O Departamento Nacional de Sauacutede e Serviccedilos Humanos dos EUA (USDHHS) eacute a

principal agecircncia de sauacutede do governo dos Estados Unidos Em 2008 renovou as

orientaccedilotildees e recomendaccedilotildees sobre a importacircncia de ser fisicamente ativo promover

a sauacutede e reduzir o risco de doenccedilas crocircnicas

5

111 Doenccedila cardiovascular

Os benefiacutecios para a sauacutede cardiovascular mediante a realizaccedilatildeo de AF

regular tecircm sido documentados por vaacuterios estudos Resultados de metanaacutelises

indicam que o risco de doenccedilas cardiacuteaco-coronaacuterias dobra em participantes menos

ativos quando eles satildeo comparados com participantes mais ativos Os estudos

disponiacuteveis indicam que haacute uma relaccedilatildeo dose-resposta inversa entre a praacutetica de AF

regular e o risco de morte e de eventos cardiovasculares em geral e em particular

daqueles causados por insuficiecircncia coronaacuteria O estudo de Schuler et al (1992)

analisou aproximadamente 3 mil pacientes com relato de angina pectori duranter 12

meses Em relaccedilatildeo ao grupo de intervenccedilatildeo aleacutem do tratamento cliacutenico de rotina foi

introduzido AF moderada de 30 minutos por dia O controle angiograacutefico mostrou

que neste houve a diminuiccedilatildeo meacutedia de 32 no grau da insuficiecircncia coronaacuteria

quando comparado ao grupo de controle que soacute recebeu o tratamento cliacutenico

Outro estudo ainda mostrou que os pacientes que realizaram AF

moderada apresentaram um risco 11 menor de desenvolver eventos cardiacuteacos

adversos ao ser cotizado com grupo com AF de alta intensidade (Swain e Franklin

2006)

Homens e mulheres japoneses fisicamente ativos que residiam no Japatildeo e

homens mais velhos (japoneses) residentes no Havaiacute apresentaram menores taxas de

mortalidade por doenccedila cardiovascular do que as suas contrapartes menos ativas

Resultados semelhantes foram relatados para mulheres chinesas que vivem em

Xangai e homens e mulheres chineses que vivem em Hong Kong (CDC 2010)

112 Doenccedila cerebrovascular

Os dados sobre doenccedilas cerebrovasculares (AVC) e a sua associaccedilatildeo com

a praacutetica de AF satildeo menos numerosos e conclusivos quando comparados agraves doenccedilas

cardiovasculares Haacute no entanto evidecircncias que mostram o efeito protetor da AF

para as lesotildees vasculares no ceacuterebro Haskell et al (2009) evidenciaram uma relaccedilatildeo

inversa entre o grau do condicionamento fiacutesico e a incidecircncia de AVC A mesma

relaccedilatildeo pode ser observada entre um grupo de intervenccedilatildeo que se exercitava em um

6

niacutevel de esforccedilo moderado em comparaccedilatildeo com um grupo de pessoas sedentaacuterias A

AF com esforccedilo de maior intensidade parece natildeo trazer benefiacutecios adicionais de

proteccedilatildeo quando comparado ao esforccedilo moderado A regularidade da AF moderada

parece ser o fator de maior proteccedilatildeo em relaccedilatildeo ao risco de ocorrecircncia de AVC (Liao

et al 2009)

113 Dislipidemia

A aterosclerose eacute um dos principais fatores da mecacircnica obstrutiva dos

vasos coronarianos ao longo do tempo Os niacuteveis de colesterol e trigliceriacutedios estatildeo

fortemente associados agrave gecircnese do ateroma na parede arterial Nesta perspectiva haacute

fortes evidecircncias de que a AF com gasto de energia entre 1200 e 2200 quilocalorias

(kcal) por semana pode contribuir para reduzir a taxa total de colesterol e o colesterol

de baixa densidade (LDL) assim como para aumentar a taxa de colesterol de alta

densidade (HDL) e diminuir a taxa seacuterica de trigliceriacutedios (Leon e Sanches 2001)

114 Hipertensatildeo arterial sistecircmica

A pressatildeo arterial sistecircmica quando estaacute elevada representa um fator de

impacto fisioloacutegico sobre o sistema hemodinacircmico arterial Durante o esforccedilo

intenso a pressatildeo arterial sistecircmica tende a aumentar paralelamente ao aumento de

resultados adversos agudos por causas circulatoacuterias (Churilla e Ford 2010) De modo

contraacuterio a AF regular moderada e de longa duraccedilatildeo parece se associar de modo

positivo agrave reduccedilatildeo da pressatildeo arterial sistecircmica e quase sempre eacute indicada como

terapia coadjuvante no controle da pressatildeo arterial sistecircmica Estas conclusotildees satildeo

apoiadas por vaacuterios estudos (Rafferty et al 2002 Tully et al 2007 Caban-Martinez

et al 2010) Natildeo obstante a metanaacutelise realizada por Fagard (2001) (que reuniu

somente ensaios cliacutenicos) mostrou uma diminuiccedilatildeo significativa da pressatildeo arterial

sistoacutelica e diastoacutelica (34 e 24 mmHg respectivamente (plt0001)) ocasionada pelo

treinamento com exerciacutecios repetidos entre 3 e 5 vezes por semana com duraccedilatildeo de

30 a 60 minutos

7

115 Diabetes tipo 2

O exerciacutecio fiacutesico tem efeito hipoglicecircmico agudo devido agrave

potencializaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de insulina no plasma Cauza et al (2006)

mostraram que o exerciacutecio fiacutesico diminui a glicemia sanguiacutenea em jejum e aumenta a

sensibilidade agrave insulina perifeacuterica e hepaacutetica entre 12 e 16 horas apoacutes o esforccedilo

Assim o exerciacutecio fiacutesico pode ajudar no controle dos niacuteveis de accediluacutecar no sangue O

mecanismo fisioloacutegico que suporta esta tese indica o aumento da siacutentese do

glicogecircnio e o aumento e ativaccedilatildeo do nuacutemero de transportadores de glicose (Sigal et

al 2007) No entanto o tipo da diabete deve ser considerado Os insulinopecircnicos

natildeo respondem em proporccedilatildeo igual aos benefiacutecios especiacuteficos da AF postos em

contraste com os portadores de hiperglicemia moderada e com a fase inicial da

intoleracircncia aos carboidratos (Eriksson et al 1997)

Outro fator a considerar eacute a resposta agrave intensidade do esforccedilo Exerciacutecios

anaeroacutebios produzem um efeito miacutenimo na melhora da toleracircncia agrave glicose Parece

que os efeitos beneacuteficos da AF satildeo atribuiacutedos essencialmente ao esforccedilo aeroacutebio e a

maior eficaacutecia no controle glicecircmico enfatiza a necessidade de sessotildees repetidas pelo

menos 3 vezes por semana (Riddel e Burr 2011)

Recentemente Bull et al (2010) mostraram que programas que

envolvem resistecircncia (pesos) ao esforccedilo muscular reduzem significativamente os

niacuteveis de glicose sanguiacutenea desde que os processos oxidativos do metabolismo

energeacutetico sejam tambeacutem fortemente ativados

116 Osteoporose

A osteoporose se caracteriza pela diminuiccedilatildeo do caacutelcio oacutesseo e

deterioraccedilatildeo da massa estrutural do tecido oacutesseo levando agrave fragilidade dos ossos e ao

aumento da susceptibilidade agraves fraturas Ela afeta principalmente as pessoas idosas e

eacute mais comum entre as mulheres principalmente apoacutes o climateacuterio (Vainionpaa

2006)

A AF pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento da

massa oacutessea durante a infacircncia e a adolescecircncia na manutenccedilatildeo da massa esqueleacutetica

8

na idade adulta e na desaceleraccedilatildeo da reduccedilatildeo na densidade mineral oacutessea que

aparecem com o envelhecimento o repouso ou a imobilidade (Koike 2005

Suominen 2006)

De particular interesse para a sauacutede puacuteblica a praacutetica de AF pode

prevenir ou retardar a perda de massa oacutessea ao longo da vida A resistecircncia externa

imposta aos muacutesculos e o grau do impacto oacutesseo parecem ser fatores cruciais e

determinantes para estimular e manter a massa oacutessea saudaacutevel Assim eacute provaacutevel

que exerciacutecio com estas caracteriacutesticas possam ter efeitos mais pronunciados do que

outros Poreacutem embora este princiacutepio mostre uma forte aceitaccedilatildeo pela comunidade

cientiacutefica ele ainda natildeo estaacute inequivocamente estabelecido (OMS 2004 Pattersen e

Warburton 2009)

Os principais benefiacutecios da AF para a sauacutede estatildeo claramente delineados

pela literatura cientiacutefica no entanto eacute importante sublinhar que muitas vezes usa-se

a noccedilatildeo de AF como sinocircnimo de praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos assim como eacute comum

usar a inatividade fiacutesica para definir comportamento sedentaacuterio Embora estes

conceitos mantenham relaccedilotildees de semelhanccedila entre si haacute nuances em suas

definiccedilotildees

12 DEFINICcedilAtildeO E CARACTERIacuteSTICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA

A AF eacute um comportamento complexo e multidimensional que pode ser

entendido como todo movimento corporal produzido pelo acionamento dos

muacutesculos esqueleacuteticos resultando em aumento substancial do gasto energeacutetico acima

do metabolismo de repouso (Kenneth e Christenson 1985)12

A AF pode ser dividida em diferentes domiacutenios(USDHHS 2010a)

1) Atividade desportiva (performance)

2) Atividade no tempo de lazer (tempo livre)

3) Atividades laborais (no trabalho formal e no lar)

4) Atividade no transporte ativo (deslocamento a peacute ou de bicicleta)

5) Atividade fiacutesica para reabilitaccedilatildeo (cinesioterapia)

1Esta definiccedilatildeo de AF eacute atualmente adotada pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

9

O exerciacutecio fiacutesico eacute um subconjunto da AF especializado e organizado

de forma planejada repetida e executada com objetivos especiacuteficos Assim embora

todo o exerciacutecio fiacutesico seja uma AF nem toda AF eacute necessariamente um exerciacutecio

fiacutesico (USDHHS 2008b)

O exerciacutecio fiacutesico de um modo geral apresenta trecircs componentes que

descrevem a sua estrutura (Matveacuteev 2001)

a) Duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos)

b) Frequecircncia semanal (dias)

c) Intensidade do esforccedilo (expressa o gasto energeacutetico)

A Intensidade do esforccedilo costuma ser separada em trecircs categorias

1) Leve (16 a 29 MET23

)

2) Moderada (3 a 6 MET)

3) Vigorosa (gt 6 MET)

O comportamento sedentaacuterio por seu turno eacute definido como uma

atividade que natildeo aumenta substancialmente as despesas de energia acima do niacutevel

de repouso (equivalente a 1 MET x minuto)

Assim a AF e o sedentarismo constituem duas dimensotildees

completamente opostas do comportamento do movimento

Em siacutentese a AF eacute o avanccedilo continuado do aumento de despesas de

energia que parte do comportamento sedentaacuterio e ruma em direccedilatildeo agrave AF vigorosa

(Figura 1)

FONTE Blair SN Monte MJ Nichaman MZ 2004

Figura 1 - O continuum da atividade fiacutesica

Outra dimensatildeo da intensidade da AF eacute medida pelo gasto de energia

(kcal) No entanto o gasto demandado pela praacutetica de uma determinada AF como

reflexo da intensidade do esforccedilo eacute influenciado por determinantes como sexo idade

21 MET eacute equivalente ao consumo de 35 ml de O2kgmin

10

composiccedilatildeo corporal gravidez e niacutevel de aptidatildeo fiacutesica do praticante aspectos natildeo

relacionados ao tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte duraccedilatildeo do esforccedilo ou eficiecircncia

mecacircnica (Ainsworth et al 2000)

A mensuraccedilatildeo do volume do esforccedilo ainda eacute um aspecto desafiador na

avaliaccedilatildeo da AF Um estudo claacutessico de LaPorte et al (1985) apud Hallal (2005)

mostrou que - na metade dos anos 80 - existiam mais de 30 meacutetodos sendo utilizados

para avaliar a AF onde natildeo se define um ser superior ao outro Habitualmente os

meacutetodos satildeo classificados como objetivos e subjetivos

Meacutetodos objetivos Eles se referem a medidas relativas ao resultado do

trabalho propriamente dito Apresentam niacuteveis considerados satisfatoacuterios de validade

e reprodutibilidade mas possuem limitaccedilotildees em termos de logiacutestica e custo Podem

ser realizados por via direta ndash pex ergoespirometria gasometria acelerocircmetria etc

ndash ou por via indireta utilizando tabelas de conversatildeo ndash pex pedometria

monitoramento da frequecircncia cardiacuteaca e teste de corrida

Meacutetodos subjetivos Oriundos de inqueacuteritos entrevistas ou

questionaacuterios em geral eles satildeo medidas que dependem da memoacuteria do avaliado

Eles satildeo praacuteticas de baixo custo proacuteprias para avaliar populaccedilotildees de grandes

magnitudes e permitem com algumas variaccedilotildees mensurar a AF em mais de um

domiacutenio e por diferentes periacuteodos de tempo A interpretaccedilatildeo e a resposta do

entrevistado no entanto podem ser influenciadas por questotildees subjetivas (Shephard

e Vuillemin 2003) Entretanto Hallal et al (2010) verificaram em uma particular

situaccedilatildeo que apesar de natildeo existir concordacircncia entre os escores contiacutenuos oriundos

de questionaacuterios e aqueles obtidos por medidas de acelerocircmetro a categorizaccedilatildeo dos

participantes em grupos de atividade fiacutesica apresenta concordacircncia entre moderada e

elevada o que justifica a utilizaccedilatildeo de questionaacuterios em pesquisas representativas de

grandes populaccedilotildees

A mensuraccedilatildeo da AF estaacute diretamente relacionada a questatildeo da

quantidade de AF (dose) e a sua consequecircncia para a sauacutede (resposta) um dos

aspectos mais desafiadores no que se refere agrave discussatildeo da AF e sauacutede

11

13 RELACcedilAtildeO DOSE-RESPOSTA

A relaccedilatildeo entre a quantidade e a consequencia para a sauacutede da AF pode

assumir muitas formas sendo a mais comum a natildeo-linear (Dietz 1996 Kesaniemi et

al 2010)

A questatildeo crucial que se coloca eacute quanta AF eacute necessaacuteria para alcanccedilar

benefiacutecios substanciais para a sauacutede Esta eacute a pergunta mais comum feita no

contexto da interrelaccedilatildeo entre AF e sauacutede e remete diretamente agrave questatildeo da dosagem

correta Eacute fundamental que um estiacutemulo de estresse fiacutesico proporcione adaptaccedilotildees

orgacircnicas com a menor agressatildeo possiacutevel (por seguranccedila) e obtenha o maior efeito

possiacutevel

A influecircncia positiva da AF foi detectada em estudos epidemioloacutegicos

devido agrave ocorrecircncia de menores taxas de morbidade ou mortalidade tendo resultados

mistos em termos de dosagem Dependendo do determinante da sauacutede o resultado

poderaacute ser influenciado num caso por efeitos de esforccedilo moderado e no outro soacute

teraacute sucesso com cargas mais vigorosas Desta perspectiva um modelo com trecircs

diferentes curvas resume as respectivas relaccedilotildees de dose-resposta (Neilson e Lynch

2010)

Um efeito positivo da carga de leve a moderada comparada agrave carga

elevada ocorre por exemplo em relaccedilatildeo agrave pressatildeo arterial Vaacuterios estudos

evidenciam reduccedilotildees iguais ou ateacute mesmo mais elevadas de pressatildeo arterial em

exerciacutecios de intensidade moderada quando comparados com os de alta intensidade

(que tendem a aumentar a tensatildeo arterial) Isto eacute de particular importacircncia porque o

exerciacutecio de alta intensidade aumenta ainda mais a tensatildeo vascular arterial Eles

tambeacutem mostram que a curva eacute o resultado das investigaccedilotildees que sugerem que ganho

de sauacutede satildeo alcanccedilados ateacute mesmo com AF de baixa intensidade (Figura 2)

12

FONTE Neilson e Lynch (2010)

Figura 2 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade do esforccedilo e

benefiacutecios para a sauacutede

O graacutefico a seguir mostra os efeitos de proteccedilatildeo com relaccedilatildeo linear

inversa entre o volume total de AF e os efeitos esperados como a diminuiccedilatildeo das

taxas de risco para mortalidade total e de doenccedilas cardiovasculares diabetes do tipo

2 e cacircnceres

FONTE Neilson e Lynch (2010)

Figura 3 Resposta linear inversa ao volume de AF e benefiacutecios para a sauacutede

13

A adaptaccedilatildeo do sistema locomotor passivo (sistema oacutesseo) por exemplo

eacute evidenciada em exerciacutecios resistidos com intensidade elevada Assim presume-se

que uma possiacutevel proteccedilatildeo contra a osteoporose eacute conseguida com exerciacutecio de

intensidade mais elevada (Figura 4)

FONTE Neilson e Lynch (2010)

Figura 4 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade crescente de

esforccedilo e benefiacutecios para a sauacutede

Nessa linha ainda natildeo haacute uma resposta conclusiva a respeito da

quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar benefiacutecios substanciais para a sauacutede

geral No entanto estudos mostram que participantes com gasto adicional de energia

de 73 - 143 kcaldia em AF regular apresentam menores taxas de mortalidade

cardiovascular se comparados com os participantes fisicamente inativos (Yoo e

Franke 2010) Leon e colaboradores mostraram que o gasto de energia de 150

kcaldia reduziu em 36 o risco de morrer de doenccedila cardiovascular e em 27 o

risco de morte por qualquer causa (Leon et al 2001) Aleacutem disso a AF moderada

com gasto de energia entre 140 - 215 kcaldia foi associada agrave reduccedilatildeo de 13 na

incidecircncia de diabetes de tipo 2 Quando a AF foi modificada de moderada para

vigorosa (mantendo o mesmo gasto energeacutetico) a reduccedilatildeo da incidecircncia quase

dobrou (21) (Helmrich et al 1991)

14

Parece claro na literatura que os benefiacutecios para a sauacutede aumentam com o

aumento da quantidade de AF a despeito da falta de consenso sobre o miacutenimo

necessaacuterio Mas ao mesmo tempo em que a praacutetica de AF promove benefiacutecios para a

sauacutede alguns efeitos indesejaacuteveis podem ocorrer especialmente como resultado do

esforccedilo de alta intensidade

14 EFEITOS ADVERSOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA

De modo geral o risco de ser envolvido em qualquer complicaccedilatildeo fiacutesico-

funcional eacute pequeno para a maioria dos tipos de exerciacutecios de baixa a moderada

intensidade e de modo geral os benefiacutecios normalmente suplantam os riscos dos

efeitos adversos (Blair et al 1989 Lee et al 2000)

Os efeitos adversos mais comuns decorrentes da AF satildeo as lesotildees

muacutesculo-esqueleacuteticas principalmente as de origem inflamatoacuteria e degenerativa

causadas por esforccedilo fiacutesico demasiado (USDHHS 2008a) Menos comuns satildeo os

riscos de transtornos metaboacutelicos agudos (hipoglicemia desidrataccedilatildeo e

superaquecimento) e as alteraccedilotildees hemodinacircmicas O risco de uma pessoa sofrer

disfunccedilatildeo cardiacuteaca durante ou imediatamente apoacutes o esforccedilo deve ser considerado

nas pessoas com comprometimento cardiacuteaco preacutevio Estudos conduzidos por Talbot e

colaboradores mostraram que a incidecircncia de morte suacutebita em corredores de 30 a 65

anos de idade do sexo masculino no periacuteodo de um ano foi de 13 mortes por

100000 corredores Metade dos corredores que morreram tinha doenccedila

cardiovascular conhecida e entre os mais jovens os casos de morte suacutebita foram

quase sempre relacionados a anormalidades congecircnitas ou que tenham sido

adquiridas (Talbot et al 2007)

Os benefiacutecios da AF portanto superam marcadamente os efeitos

adversos na sauacutede e natildeo haacute duacutevida nos textos cientiacuteficos sobre a necessidade de

medidas de incentivo de sua praacutetica Para tanto um primeiro passo eacute conhecer as

caracteriacutesticas da AF na populaccedilatildeo

15

15 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA ATIVIDADE

FIacuteSICA

A influecircncia de determinantes sociais diferentes provavelmente afeta a

escolha de estilos de vida distintos Assim a renda a categoria profissional e o niacutevel

de educaccedilatildeo dentre outras caracteriacutesticas satildeo variaacuteveis frequentemente utilizadas

para definir o status econocircmico e a sua associaccedilatildeo com a AF Esta associaccedilatildeo tem

apresentado resultados controversos Por um lado estudos como o de Nelson et al

(2006) apontaram que adolescentes de aacutereas rurais com menor condiccedilatildeo

socioeconocircmica satildeo mais ativos do que seus pares com maior condiccedilatildeo No outro

polo da controveacutersia estudo conduzido por Guedes et al (2001) envolvendo

escolares adolescentes de um municiacutepio do interior do Estado do Paranaacute mostrou que

crianccedilas de baixo niacutevel socioeconocircmico satildeo menos ativas e mais sedentaacuterias Para

Lindstrom Hanson e Ostergren (2001) famiacutelias de renda baixa se envolvem menos

em esportes recreativos do que famiacutelias com renda alta Estudo transversal avaliou a

taxa de sedentarismo urbano em Portugal e mostrou que de modo geral o dispecircndio

de energia no tempo livre tendia a ser maior entre aqueles com maior renda anual

(Gal Santos e Barros 2005) O estudo conduzido por Burton e Turrell (2000)

associou entre trabalhadores ativos dos Estados Unidos as horas trabalhadas com o

tempo dedicado agrave AF no lazer Concluiacuteram que trabalhadores de maior renda

tenderam a ser mais ativos nas horas de lazer Assim o debate continua inconclusivo

no tocante agrave temaacutetica

A associaccedilatildeo da idade do sexo da etnia da cor e do local da residecircncia

com a praacutetica de AF habitualmente apresenta menor discordacircncia A maior parte dos

estudos aponta maior niacutevel de AF em habitantes de cidades de pequeno porte

quando comparados com residentes de cidades de meacutedio e grande porte (Baretta

Baretta e Peres 2007) A prevalecircncia da AF eacute maior entre homens e decresce com o

aumento da idade em ambos os sexos (Hallal et al 2011)

Satildeo poucos os estudos que investigam a associaccedilatildeo entre raccedila e cor com

o niacutevel de AF e seus resultados natildeo apontam diferenccedilas significativas entre as

categorias (USDHHS 2008c)

16

A literatura cientiacutefica mostra que existem quantidades e formas diferentes

de praticar AF de acordo com as caracteriacutesticas sociodemograacuteficas mas para a

proposta de accedilotildees de promoccedilatildeo da AF ainda se faz necessaacuterio compreender a

discussatildeo sobre a quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar benefiacutecios substanciais

para a sauacutede geral

16 DIRETRIZES E RECOMENDACcedilOtildeES DE ATIVIDADE FIacuteSICA

Recomendaccedilotildees para a praacutetica de AF na deacutecada de 60 foram associadas

em grande parte com o esporte de desempenho As recomendaccedilotildees da eacutepoca

destacavam a necessidade de cumprir um alto niacutevel de esforccedilo para obter resultados

substanciais de aptidatildeo fiacutesica Dados crescentes de informaccedilotildees apoiaram o valor de

ser fisicamente ativo mas natildeo havia consenso sobre quais seriam os programas mais

eficazes e seguros Foi a combinaccedilatildeo da necessidade de promover a praacutetica de AF e

de minimizar os riscos de eventos adversos que precipitou a elaboraccedilatildeo das primeiras

recomendaccedilotildees de AF para os profissionais da aacuterea da sauacutede e para o puacuteblico em

geral

O Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) foi um dos

pioneiros nas recomendaccedilotildees de exerciacutecios para a populaccedilatildeo A publicaccedilatildeo em 1975

das Diretrizes para Teste de Esforccedilo e Prescriccedilatildeo Graduada de Exerciacutecio (Guidelines

for Graded Exercise Testing and Exercise Prescription) e as suas revisotildees

posteriores tiveram grande influecircncia na prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos (Haskell et

al 2007)

Em 1992 a Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia (AHA) sugeriu a

mudanccedila de classificaccedilatildeo do risco da inatividade fiacutesica passando-o de fator

secundaacuterio para primaacuterio14Isto reforccedilou a mobilizaccedilatildeo de outras organizaccedilotildees que

tambeacutem modificaram as suas recomendaccedilotildees de AF para promover a sauacutede

(USDHHS 2008b)

1 Os fatores de risco primaacuterios (pressatildeo arterial sistecircmica tabagismo

hipercolisteremia sedentarismo) satildeo potencialmente mais perigosos para

desenvolver doenccedilas do que os secundaacuterios (estresse idade hereditariedade diabete

tipo II obesidade e sexo) (AHA 2010)

17

Neste sentido as recomendaccedilotildees foram projetadas para informar e

orientar os profissionais que aconselham e prescrevem a praacutetica da AF e o puacuteblico

em geral sobre os tipos e a quantidade miacutenima de exerciacutecios que proporcionam

benefiacutecios substanciais agrave sauacutede O objetivo principal por detraacutes das orientaccedilotildees eacute que

a AF regular ao longo do tempo pode produzir benefiacutecios para a sauacutede ao longo da

vida e que eles suplantam os riscos

Existem vaacuterias recomendaccedilotildees e agrave primeira vista parece haver forte

semelhanccedila entre elas Inspeccedilatildeo mais acurada no entanto revela ambiguidades que

culminam na possibilidade de mais de um entendimento para um mesmo propoacutesito

Procurar-se-a a seguir comparar as principais diretrizes destacando diferenccedilas e

semelhanccedilas e identificando suas lacunas e potencialidades

161 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Coleacutegio Americano de Medicina

Esportiva

O ACSM fundado em 1954 com sede em Indianaacutepolis (EUA) eacute uma

organizaccedilatildeo de medicina esportiva e de ciecircncia do exerciacutecio dedicada a incentivar

uma maior AF dos americanos de todas as idades valendo-se para tanto da emissatildeo

de uma recomendaccedilatildeo de sauacutede puacuteblica sobre os tipos e quantidades de AF

necessaacuterios para a promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de doenccedilas

O ACSM acompanhado pela AHA na uacuteltima revisatildeo no ano de 2007

passou a recomendar que adultos saudaacuteveis e em condiccedilotildees crocircnicas natildeo

relacionadas agrave AF acumulem 30 minutos ou mais de AF de intensidade moderada

(em geral equivalente a uma caminhada raacutepida e com visiacutevel aceleraccedilatildeo do ritmo

cardiacuteaco) repetindo-a pelo menos em 5 dias da semana ou 20 minutos de AF de

intensidade vigorosa em pelo menos em 3 dias da semana mantendo aleacutem disso as

atividades de vida diaacuteria Combinaccedilotildees de atividades moderadas e vigorosas podem

ser realizadas para atender agrave recomendaccedilatildeo O esforccedilo pode ainda ser acumulado

minuto a minuto com sessotildees de no miacutenimo 10 minutos de duraccedilatildeo (Haskell et al

2007)

18

A inclusatildeo desta recomendaccedilatildeo para esta anaacutelise levou em conta o fato

de o ACSM ser uma das organizaccedilotildees pioneiras no fornecimento de recomendaccedilotildees

de exerciacutecios especiacuteficos A publicaccedilatildeo em 1975 das Diretrizes para Teste de Esforccedilo

e Prescriccedilatildeo de Exerciacutecio e suas subsequentes ediccedilotildees revistas tiveram grande

influecircncia sobre os campos da ciecircncia do exerciacutecio da cliacutenica meacutedica e da medicina

de reabilitaccedilatildeo no acircmbito global e eacute avalizado pela Associaccedilatildeo Americana de

Cardiologia (AHA 2011)

162 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo

Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica ndash IPAQ

Em face das dificuldades para obter medidas de AF internacionalmente

comparaacuteveis a OMS o CDC dos Estados Unidos e o Instituto Karolinska da Sueacutecia

reuniram um Comitecirc Executivo com o objetivo de desenvolver e testar um

instrumento de medidas da AF para uso internacional O comitecirc propocircs o IPAQ

Questionaacuterio Internacional de Atividades Fiacutesicas (em diferentes versotildees) e em 2005

recomendou que para atender agrave classificaccedilatildeo de ativa a pessoa deve cumprir um dos

trecircs criteacuterios a) realizar em 3 ou mais dias da semana atividade de intensidade

vigorosa de pelo menos 20 minutos por dia b) fazer em 5 ou mais dias por semana

atividade de intensidade moderada por pelo menos 30 minutos por dia c) em 5 ou

mais dias por semana efetuar qualquer combinaccedilatildeo de intensidade de esforccedilo desde

que atinja o miacutenimo de 600 MET x minutossemana Os valores acima ou abaixo

desses criteacuterios satildeo classificados como ldquomuito ativordquo e ldquopouco ativordquo

respectivamente (IPAQ 2005)

A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua

importacircncia no cenaacuterio mundial jaacute que eacute a referecircncia adotada pelo Observatoacuterio de

Sauacutede Global da OMS para a avaliaccedilatildeo do niacutevel de AF da populaccedilatildeo mundial (GHO

2008)

19

163 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Instituto de Medicina dos Estados

Unidos

O Instituto de Medicina dos EUA (IOM) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo

governamental e independente que trabalha para aconselhar meacutedicos e gestores de

sauacutede puacuteblica Fundado em 1970 o IOM eacute uma das extensotildees da Academia Nacional

de Ciecircncias dos Estados Unidos e portanto as suas recomendaccedilotildees natildeo constituem a

diretriz federal dos Estados Unidos

A inclusatildeo desta recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua

influecircncia no aconselhamento para a tomada de decisotildees da comunidade meacutedica nos

paiacuteses da Ameacuterica do Norte Aleacutem disso foi o Comitecirc Executivo do IOM que

preconizou a realizaccedilatildeo de 60 minutos de AF moderada todos os dias da semana para

ambos os sexos e se posicionou contra recomendaccedilotildees vigentes na eacutepoca (30 minutos

por dia) Esta posiccedilatildeo contraacuteria motivou a publicaccedilatildeo de vaacuterios estudos comparativos

entre as recomendaccedilotildees vigentes e as do Instituto (IOM 2005 CDC 2010 AHA

2010)

164 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Uniatildeo Europeia

Estabelecida em 1993 a Uniatildeo Europeia (UE) opera atraveacutes de um

sistema de decisotildees intergovernamentais feitas e negociadas pelos Estados-Membros

e abrange diversas aacutereas dentre elas a sauacutede Nesta perspectiva em 2007 foi criado

o ldquoPrograma Juntos para a sauacutederdquo Neste programa uma das metas estabelecidas

foram as accedilotildees recomendadas para apoiar a praacutetica de AF visando agrave promoccedilatildeo da

sauacutede

Em conformidade com o Comitecirc de especialistas (22 membros)

constituiacutedo pela Unidade do Desporto da Direccedilatildeo-Geral da Educaccedilatildeo e da Cultura da

Comissatildeo Europeia em outubro de 2008 ficou estabelecido que os Estados-

Membros da UE devem recomendar respectivamente para as crianccedilas e jovens de

ambos os sexos e para os adultos (incluindo os idosos) um miacutenimo de 60 e de 30

minutos diaacuterios de AF de intensidade moderada (Idesporto 2009)

20

A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise considerou que a organizaccedilatildeo

congrega 27 estados europeus independentes e abrange diretamente uma populaccedilatildeo

de mais de 500 milhotildees de habitantes o que representa 73 da populaccedilatildeo mundial

O documento se tornou a base para as diretrizes do Centro Nacional de Atividade

Fiacutesica e Sauacutede da Fundaccedilatildeo Britacircnica do Coraccedilatildeo (Bull 2010) e para as diretrizes

para os paiacuteses Noacuterdicos (Kallings 2010)

165 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) agecircncia internacional foi

fundada em 1948 sendo subordinada agrave Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas sediada em

Genebra na Suiacuteccedila e tem como principal objetivo desenvolver a sauacutede no acircmbito

global

As recomendaccedilotildees da OMS para a promoccedilatildeo da AF foram atualizadas

em 2010 e tecircm revisatildeo prevista para o ano de 2015 Elas indicam para os adultos

ainda jovens (18 a 64 anos de idade) a praacutetica de pelo menos 150 minutos por

semana de AF moderada ou 75 minutos por semana de AF vigorosa em sessotildees de

pelo menos 10 minutos de duraccedilatildeo Para benefiacutecios adicionais os adultos devem

aumentar a duraccedilatildeo das atividades moderadas para 300 minutos por semana ou das

atividades vigorosas para 150 minutos por semana ou ainda efetuarem uma

combinaccedilatildeo equivalente de atividade moderada e vigorosa (WHO 2010) Para

crianccedilas e jovens (menores de 18 anos) a recomendaccedilatildeo prevecirc o dobro da

quantidade de tempo dos adultos

A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua

influecircncia sobre 193 Estados-Membros filiados agrave Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas a

consonacircncia com as atuais recomendaccedilotildees do Departamento Nacional de Sauacutede e

Serviccedilos Humanos dos Estados Unidos (USDHHS 2008) o endosso do Centro de

Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas (CDC) dos Estados Unidos (CDC 2008) e a sua

adoccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil (MS 2012)

21

17 CONTROVEacuteRSIAS E CONSENSOS NAS RECOMENDACcedilOtildeES DE

ATIVIDADE FIacuteSICA

No conjunto as diretrizes concordam que a AF eacute componente importante

para uma vida saudaacutevel e buscam mudanccedilas para as altas taxas de inatividade fiacutesica

Assim entendem que eacute essencial informar os profissionais da sauacutede e o puacuteblico em

geral sobre a quantidade miacutenima de AF necessaacuteria para a obtenccedilatildeo de efeitos

substanciais para a sauacutede geral

Os Estados Unidos lideraram o caminho para fornecer recomendaccedilotildees

atualizadas Antes pelo ACSM em 2007 (Haskell et al 2007) e mais

recentemente pelo Departamento de Sauacutede dos EUA (USDHHS 2008) Ambos

foram posteriormente seguidos por outras organizaccedilotildees como a Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (WHO 2010) o Departamento de Sauacutede do Reino Unido (Bull

2010) e o Departamento Nacional de Sauacutede do Canadaacute (Kesaniemi et al 2010)

dentre outras

Destaca-se o fato de o Comitecirc Consultivo do USDHHS em 2008 ter

mudado o foco da instruccedilatildeo do volume total de AF15

sem determinar a frequecircncia

semanal Como resultado essas novas orientaccedilotildees permitem que uma pessoa alcance

a mesma meta de vaacuterias maneiras

A seguir seraacute apresentada a comparaccedilatildeo segundo as categorias analiacuteticas

que emergiram na apreciaccedilatildeo das recomendaccedilotildees e que representam suas principais

caracteriacutesticas elementos da AF (frequencia semanal intensidade duraccedilatildeo e dose)

exerciacutecios especiacuteficos eventos adversos populaccedilotildees especiacuteficas consideraccedilotildees por

idade (crianccedilas e jovens)

171 Frequencia semanal

Sobre este ponto eacute importante salientar que a maioria das mudanccedilas

morfofuncionais do organismo ocorre mediada pelos processos de adaptaccedilatildeo

1Recomendaccedilatildeo atual acumulaccedilatildeo de 150 minutos de AF moderada ou 75 minutos

de AF vigorosa por semana Recomendaccedilatildeo anterior 30 minutos em 5 vezes por

semana de AF moderada ou 20 minutos em 3 vezes por semana para AF vigorosa

22

funcional em resposta ao exerciacutecio fiacutesico e a sua magnitude diminui ou se desfaz agrave

medida que aumenta o intervalo entre os estiacutemulos (cada sessatildeo de esforccedilo fiacutesico)

(Aoyagi et al 2010) A figura 5 esboccedila o princiacutepio teoacuterico da sobrecarga O seu

principal objetivo eacute obter um ganho extra na compensaccedilatildeo do esforccedilo fiacutesico

(supercompensaccedilatildeo) para que se elevem os niacuteveis de preacute-esforccedilo O ideal para a

realizaccedilatildeo de um novo esforccedilo ocorre no pico maacuteximo da supercompensaccedilatildeo Nota-

se que quando o segmento B ndash C eacute alongado ou seja agrave medida que um estiacutemulo

(sessatildeo de esforccedilo) se distancia do outro perde-se progressivamente o efeito da

supercompensaccedilatildeo (Matveacuteev 2001)

A diretriz oficial dos EUA de 2008 fornece declaraccedilatildeo sobre espalhar as

atividades por toda a semana sem especificar ou determinar um padratildeo Mesmo

aceitando grande parte dos estudos tendem a obterem melhor resultados com a

praacutetica de AF em trecircs dias na semana aceita como alcance da meta a realizaccedilatildeo de

uma uacutenica sessatildeo por semana desde que se atinja a duraccedilatildeo recomendada Isto pode

induzir pessoas a se esforccedilarem demasiadamente para alcanccedilar a meta em uma uacutenica

sessatildeo o que pode aumentar o risco de eventos adversos (USDHHS 2008)

FONTE Adaptado de Bompa TO e Haff G (2009)

Figura 5 Princiacutepio da sobrecarga

23

172 Intensidade do esforccedilo

Algumas atualizaccedilotildees passam a recomendar tambeacutem AF com intensidade

vigorosa Isso contrasta com muitas diretrizes que ateacute entatildeo haviam indicado na sua

mensagem principal recomendaccedilatildeo somente para esforccedilo de intensidade moderada

Esta atualizaccedilatildeo foi seguida por diretrizes oficiais de diversos paiacuteses como as da

Ruacutessia Reino Unido Canadaacute entre outros e adotada como recomendaccedilatildeo pela

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede Outras organizaccedilotildees profissionais e agecircncias

governamentais como a da Uniatildeo Europeia Noruega Dinamarca Holanda

Finlacircndia e Sueacutecia dentre outras se mantiveram conservadoras mantendo a

orientaccedilatildeo anterior (AF com intensidade moderada)

Vaacuterias diretrizes dedicaram espaccedilo para definir a intensidade do esforccedilo

O USDHHS de 2008 por exemplo utilizou escala subjetiva de esforccedilo de 0 a 10 em

que 0 corresponde agrave ausecircncia de atividade e 10 corresponde ao maior esforccedilo

possiacutevel de ser alcanccedilado Por seu turno as atividades de intensidade moderada

equivalem agrave escala entre o niacutevel 5 a 6 e as atividades de intensidade vigorosa de 7 a

8 A este respeito deve haver cuidado na interpretaccedilatildeo dessa premissa diante da

possibilidade de considerar (incorretamente) que ldquoatividade vigorosardquo tem o mesmo

significado de ldquoatividade anaeroacutebiardquo Na diretriz a intensidade vigorosa se refere agraves

atividades mais intensas maacutes que se conserve o predomiacuteno do metabolismo aeroacutebio

uma vez que a maior parte dos benefiacutecios para a sauacutede satildeo resultantes dos precessos

metaboacutelicos oxidativos (Riddell e Burr 2011)

A atividade vigorosa tem a metade da duraccedilatildeo da moderada porque

aproximadamente produz o dobro do gasto de energia Por isso atividades vigorosas

e moderadas foram tomadas como equivalentes e a combinaccedilatildeo entre as intensidades

podem ser somadas tendo em vista a meta A maioria das diretrizes natildeo aponta a

superioridade da combinaccedilatildeo entre a AF vigorosa e a moderada Tambeacutem fica

subentendido que o aumento do esforccedilo pela duraccedilatildeo ou pela intensidade tem

significado equivalente (CDC 2010)

Se por um lado as atividades de intensidade vigorosa representam

desafios de difiacutecil alcance e adesatildeo principalmente entre pessoas de menor aptidatildeo

fiacutesica por outro parte da populaccedilatildeo pode preferir esta proposta por necessitar menor

24

tempo de execuccedilatildeo Deve-se destacar que o aumento progressivo da intensidade do

esforccedilo (o vigor) estaacute associado ao aumento progressivo de riscos de eventos

adversos (Murphy Blair e Murtagh 2009) Isto deveria estar expliacutecito em todas as

recomendaccedilotildees para objetivar a seguranccedila e mediar a escolha do tipo de modalidade

de exerciacutecio ou esporte praticado

173 Duraccedilatildeo do esforccedilo

As diretrizes para AF mostraram maior atenccedilatildeo sobre os benefiacutecios para

sessotildees de curta duraccedilatildeo Sessotildees curtas satildeo mais faacuteceis para muitas pessoas que

podem assim com o acumulo de esforccedilo ajudar a alcanccedilar as metas estabelecidas A

princiacutepio houve incertezas a respeito de quatildeo curto os episoacutedios poderiam ser

Agora de modo consistente e claro estabeleceu-se o tempo miacutenimo de duraccedilatildeo de

10 minutos (Haskell et al 2007) Muito embora as diretrizes apresentem evidecircncias

para fundamentar esta posiccedilatildeo o conceito de acumulaccedilatildeo de esforccedilo ainda eacute um tema

em debate

Sobre isto o Conselho Consultivo do IOM pocircs em duacutevida a eficiecircncia de

sessotildees com 10 minutos de duraccedilatildeo para promover alteraccedilotildees morfofuncionais

substanciais e declarou ainda como inadequada a recomendaccedilatildeo de 30 minutos de

AF por dia para atingir todos os benefiacutecios de sauacutede O IOM recomenda como meta

miacutenima a realizaccedilatildeo de 60 minutos de AF diaacuteria (IOM 2005) Nestas

recomendaccedilotildees natildeo explicitou tratamento diferenciado para esforccedilo moderado e

vigoroso

174 Dose de atividade fiacutesica

Apesar do empenho das diretrizes para estipular a quantidade miacutenima de

AF substancial agrave sauacutede a recomendaccedilatildeo de doses ideais ou maacuteximas carece de maior

detalhamento Normalmente elas se restringem a informar que efeitos adicionais agrave

sauacutede se incorporam com o aumento da dose miacutenima

O ACSM de 2007 se adiantou neste sentido e propocircs uma faixa ideal de

AF Estabeleceu para aleacutem do gasto energeacutetico cotidiano como limite inferior o

25

gasto de 450 METminsem e superior de 750 METminsem (Pollock et al 1998)

Esta comunicaccedilatildeo do ACSM natildeo se apresentou de modo praacutetico ao puacuteblico em geral

devido agrave necessidade do uso de tabelas de conversatildeo para conhecer o equivalente

metaboacutelico do tipo de esforccedilo fiacutesico realizado

Para efetuar o caacutelculo do equivalente metaboacutelico a conversatildeo dos valores

normalmente eacute reportada ao compecircndio de Ainsworth e colaboradores elaborado no

ano 2000 (Ainsworth et al 2000) O compecircndio tem sido muito uacutetil na atribuiccedilatildeo

padronizada das despensas de energia e para nortear a intensidade (vigorosa e

moderada) do esforccedilo mas carece ser atualizado e expandido para ambos os sexos

para as extremidades da faixa etaacuteria e para os portadores de limitaccedilotildees crocircnicas

A dose da AF recomendada pelas diretrizes eacute sempre adicional agravequela

das atividades de vida diaacuteria (AVD) A natildeo clareza do termo lsquoadicionalrsquo pode

conduzir agrave interpretaccedilatildeo (equivocada) de que as diretrizes indicam um montante de

esforccedilo a ser cumprido durante a semana O engano pode levar indiviacuteduos com

funccedilotildees laborais ativas a natildeo praticarem AF adicional por entenderem que jaacute fazem

AF suficiente no trabalho Para evitar essa consequecircncia (natildeo intencional) as

diretrizes deveriam deixar claro como os criteacuterios (tipo duraccedilatildeo intensidade e

frequecircncia) atribuiacutedos ao trabalho formal e agraves atividades domeacutesticas devem ser

somados para a obtenccedilatildeo do cumprimento da meta miacutenima de AF A conversatildeo do

esforccedilo desempenhado no tempo livre (lazer) e no deslocamento ativo

(trabalhoestudo) jaacute estaacute estabelecido (USDHHS 2008)

De modo geral a desarmonia entre diferentes diretrizes de como a dose

de AF deve ser desenvolvida pode em algum momento gerar duacutebio entendimento e

afetar a interpretaccedilatildeo do que eacute efetivamente necessaacuterio Alguns paiacuteses satildeo

submetidos a diversas recomendaccedilotildees simultacircneas de AF Como exemplo os paiacuteses

que compotildeem o Reino Unido (Inglaterra Gales Irlanda do Norte e Escoacutecia) satildeo

informados pelas recomendaccedilotildees globais da OMS pelas recomendaccedilotildees da UE

pelas recomendaccedilotildees do Centro Nacional para Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Fundaccedilatildeo

Britacircnica do Coraccedilatildeo (BHFNC) e pelas recomendaccedilotildees nacionais de cada paiacutes Para

ilustrar a diretriz da OMS natildeo estipula frequecircncia semanal a diretriz da UE

26

recomenda AF diariamente a diretriz do BHFNC recomenda 5 dias na semana e as

recomendaccedilotildees nacionais da Escoacutecia estipulam frequecircncia de 4 dias por semana

Ainda sobre este aspecto um dos fatores limitantes para a determinaccedilatildeo

da dose-resposta repousa na quantidade e na qualidade das informaccedilotildees disponiacuteveis

Os Comitecircs Cientiacuteficos das organizaccedilotildees apontam escassez de estudos experimentais

que possuam dimensatildeo global com amostra relativamente grande A maior parte dos

estudos tem utilizado intervenccedilotildees com doses iguais agraves recomendadas pelas atuais

diretrizes limitando informaccedilotildees que podem ser criadas pela variaccedilatildeo do tipo

intensidade frequecircncia duraccedilatildeo e volume da AF

Para que se priorize o aperfeiccediloamento de resposta para esta questatildeo o

USDHHS em 2008 se adiantou em algumas recomendaccedilotildees para estudos

esclarecedores

Incluir doses diferentes de AF usada na intervenccedilatildeo das que atualmente

estatildeo indicadas pelas recomendaccedilotildees a fim de avaliar o impacto e a

estabilidade no comportamento da praacutetica de AF ao longo do tempo

Buscar dados para definir tanto a forma da curva dose-resposta em

maiores quantidades e intensidades de atividade para a maioria dos

resultados de sauacutede e para determinar a existecircncia de um limite superior

de benefiacutecio

Esclarecer a quantidade de AF necessaacuteria para obter efeitos positivos

adicionais em diferentes desfechos relacionados agrave sauacutede

Projetar a realizaccedilatildeo de estudos que avaliem como as variaacuteveis

intensidade frequecircncia e duraccedilatildeo do esforccedilo se relacionam entre si

perante variadas forma de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

Investigar benefiacutecios muacutesculo-esqueleacuteticos da AF acumulada em sessotildees

curtas e fragmentadas

27

Realizar estudos experimentais para estender o efeito de periacuteodos de

atividade com diferentes duraccedilotildees especialmente daqueles com menos

de 10 minutos bem como o efeito de alguns ataques longos por semana

(p ex 2 x 75 minutos) sobre diversos desfechos de sauacutede

175 Minorias populacionais

Organizaccedilotildees profissionais e agecircncias governamentais apontam a

carecircncia de estudos envolvendo minorias populacionais e grupos de estrato

socioeconocircmico menos favorecido e a falta de indicaccedilotildees capazes de dar orientaccedilatildeo

de AF diferenciada para grupos minoritaacuterios (USDHHS 2008a CDC 2010 BHF

2010) A atual diretriz oficial dos EUA de 2008 dedica uma seccedilatildeo inteira agrave procura

destas evidecircncias poreacutem sem conclusotildees definitivas o que resultou inclusive em

recomendaccedilatildeo de AF do tipo ldquodose uacutenicardquo ou seja um mesmo tratamento para todas

as populaccedilotildees

Apesar de adotar tratamento igual para diferentes populaccedilotildees as

diretrizes deveriam explicitar que as estrateacutegias de comunicaccedilatildeo e os planos de

implementaccedilatildeo de programas e poliacuteticas destinados a aumentar a AF no cotidiano

poderiam ser tratados diferenciadamente para diferentes grupos populacionais

Embora seja ainda incerta a ocorrecircncia de diferenccedilas morfofuncionais resultantes da

AF em diferentes populaccedilotildees o modo como as informaccedilotildees satildeo recebidas

interpretadas e executadas podem acabar produzindo diferenccedilas nos grupos segundo

as suas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e culturais (Lindstrom Hanson e Ostergren

2001)

Para os portadores de necessidades especiais (com deficiecircncia fiacutesica

mental emocional ou cognitiva) aleacutem de as informaccedilotildees destacarem os benefiacutecios

da AF diretrizes deveriam explicitar que alguns tipos de atividade podem exigir

adaptaccedilatildeo agraves necessidades e agraves habilidades individuais A preocupaccedilatildeo com a

seguranccedila deveria ser comunicada claramente

A heterogeneidade entre e dentro dos grupos de deficiecircncia e a baixa

incidecircncia de muitas delas tornam difiacutecil a obtenccedilatildeo de uma amostra adequada e

28

entatildeo recruta-se a partir de um uacutenico estudo Portanto estudos multicecircntricos

deveriam ser estimulados para alcanccedilar evidecircncias capazes de generalizaccedilatildeo

(USDHHS 2008a)

Dado o aumento de sobrepeso e a obesidade na populaccedilatildeo mundial haacute

crescente interesse no efeito da AF sobre a manutenccedilatildeo do peso saudaacutevel Os

Comitecircs Consultivos que elaboram as diretrizes de AF ainda natildeo se fixaram a

quantidade necessaacuteria de AF para evitar o ganho de peso corporal e a obesidade

(Franz et al 2007) Sobre isto o IOM em 2004 recomendou a praacutetica de pelo

menos 60 minutos diaacuterios de AF e acrescentou que efeitos maiores ocorreriam com

o aumento progressivo da duraccedilatildeo do esforccedilo Esta indicaccedilatildeo sugere que para o

controle de peso e da obesidade o volume de AF deve ser muito maior (o dobro ou

mais) do que recomenda a maior parte das diretrizes No entanto o IOM natildeo fixou o

volume-teto maacuteximo

Neste aspecto parece ser mais recomendaacutevel que as orientaccedilotildees

endossem a importacircncia da AF na realizaccedilatildeo de um balanccedilo de energia saudaacutevel do

que estipulem uma meta desanimadora (grande volume de AF) As diretrizes

deveriam indicar claramente que pessoas com sobrepeso ou obesidade que atingem a

meta de AF mesmo na ausecircncia de reduccedilatildeo do peso corporal obteratildeo benefiacutecios

importantes para a sauacutede

A abordagem viaacutevel para a comunicaccedilatildeo da gestatildeo do controle do peso

corporal eacute recomendar que antes objetive-se o alcance da meta miacutenima de AF Uma

vez que essa meta seja alcanccedilada se o peso corporal estiver na faixa desejaacutevel o

foco deveria estar na manutenccedilatildeo do programa se o peso corporal natildeo for adequado

o foco deveria ocorrer no sentido de associar um programa de dieta hipocaloacuterica agrave

AF

176 Recomendaccedilotildees para crianccedilas e jovens

No conjunto as diretrizes recomendam AF para crianccedilas e jovens (6 a 17

anos de idade) em quantidade duas vezes maior agrave recomendada para adultos Notou-

se diferenccedila no escopo das redaccedilotildees no que tange ao detalhamento das faixas etaacuterias

Conveacutem ressaltar que a AF apropriada para as crianccedilas e jovens varia com a idade

29

Normalmente haacute ausecircncia natildeo justificada de orientaccedilotildees para grupo de idade

precoce A diretriz oficial da Austraacutelia eacute uma das raras exceccedilotildees que progrediu em

relaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees de AF para as idades iniciais Para crianccedilas de 0 a 1 ano natildeo

estipula duraccedilatildeo mas recomenda que seja diaacuteria com exerciacutecios proacuteprios ao

desenvolvimento psicomotor da crianccedila (puxar pegar sentar rolar engatinhar

arrastar levantar) Ela indica ainda 180 minutos de AF diaacuteria para crianccedilas de 1 a 5

anos de idade e a partir dos 5 anos segue as demais diretrizes ou seja 60 minutos

de AF todos os dias apoacutes os 18 anos de idade todos satildeo tratados como adultos

(DHAA 2005a DHAA 2005b)

Em geral as diretrizes natildeo se ocupam com comunicar ou estabelecer o

limite maacuteximo para AF em crianccedilas mas a diretriz oficial canadense estabeleceu

como teto para crianccedilas e jovens 90 minutos de AF por dia ao longo da semana

As diretrizes de AF para crianccedilas e jovens deveriam tambeacutem adicionar

explicitamente declaraccedilatildeo de que a AF adicional para aleacutem de 300 minutos por

semana confere benefiacutecios adicionais de sauacutede Para adultos esta informaccedilatildeo estaacute

clara

177 Exerciacutecios especiacuteficos

1771 Musculaccedilatildeo

A musculaccedilatildeo estaacute indicada com destaque na diretriz do USDHHS de

2008 Nenhum tempo foi recomendado para a duraccedilatildeo desta modalidade de

exerciacutecio Houve recomendaccedilatildeo clara quanto agrave frequecircncia semanal ao volume e a

abrangecircncia Foram recomendados de 8 a 10 diferentes exerciacutecios envolvendo os

principais grupos musculares dois dias ou mais por semana (natildeo consecutivos) e

com resistecircncia (peso) que permita a realizaccedilatildeo de 8 a 12 repeticcedilotildees para cada

exerciacutecio Nesta diretriz ficou expliacutecito que o tempo gasto para esta atividade natildeo

contaraacute para o alcance da meta

Sobre isto supotildee-se que a exclusatildeo deste tipo de exerciacutecio pelo

USDHHS em direccedilatildeo agrave meta se sustenta no fato de que a musculaccedilatildeo natildeo eacute

30

necessariamente um exerciacutecio aeroacutebio e portanto apresenta pouco efeito sobre o

metabolismo Descriccedilatildeo no texto sobre a dosagem do esforccedilo implicita o

entendimento da exigecircncia anaeroacutebia

ldquoos exerciacutecios de fortalecimento muscular devem ser realizados ateacute o

ponto em que seria difiacutecil fazer outra repeticcedilatildeo sem ajuda externardquo

(USDHHS 2008a pg A-6)

Por fim algumas diretrizes anteriores agraves do USDHHS de 2008 como as

do Reino Unido de 2004 natildeo continham orientaccedilotildees claras para atividade de

musculaccedilatildeo Na atual diretriz do Reino Unido de 2010 esta modalidade de exerciacutecio

estaacute presente

1772 Flexionamento

Os benefiacutecios de sauacutede geral resultantes de atividades de flexibilidade

natildeo estatildeo expressos como conclusivos mas nenhuma das diretrizes negou sua

importacircncia ou desaconselhou sua praacutetica Em algumas diretrizes haacute sugestatildeo de

frequecircncia de dois ou mais dias por semana com execuccedilatildeo de exerciacutecios estaacuteticos ou

dinacircmicos Natildeo haacute referecircncia sobre diferenccedilas de eficiecircncia e de seguranccedila entre os

exerciacutecios estaacuteticos e os dinacircmicos Tambeacutem natildeo se observou recomendaccedilatildeo quanto

agrave duraccedilatildeo de cada sessatildeo nem sobre o intervalo de uma sessatildeo para outra Poreacutem

estaacute bem definido que o tempo gasto nesta modalidade de exerciacutecios natildeo somaraacute para

a obtenccedilatildeo da meta

1773 Aquecimento e desaquecimento

Exerciacutecios realizados para aquecimento e desaquecimento satildeo partes

aceitaacuteveis do plano de AF Na diretriz oficial dos Estados Unidos de 2008 o tempo

gasto para realizar o aquecimento e o desaquecimento pode somar para o

cumprimento da meta desde que a atividade seja realizada no miacutenimo com

intensidade moderada

31

178 Eventos adversos nas recomendaccedilotildees

Excessos de AF em participantes natildeo adaptados ao esforccedilo fiacutesico podem

resultar em agravos agrave sauacutede e a maioria das diretrizes satildeo vagas quanto agrave dosagem

inicial do treinamento (Bull 2010) Eacute comum se sugerir um aumento de 10 na

quantidade de AF por semana para os jovens e adultos jovens em um intervalo de 2

a 4 semanas mas existem poucas evidecircncias que sustentem essas sugestotildees A

adoccedilatildeo de medidas de seguranccedila para a praacutetica de AF principalmente na fase inicial

do treinamento e para pessoas de baixa aptidatildeo fiacutesica ou que desconheccedilam os riscos

deve ter destaque nas diretrizes e ser informada sublinhadamente Quando as

recomendaccedilotildees natildeo determinam a frequecircncia semanal como as do Canadaacute Estados

Unidos Reino Unido Ruacutessia e as Globais da OMS pessoas podem tentar vencer a

meta estabelecida em eventos uacutenicos de longa duraccedilatildeo aumentando o risco de

eventos adversos As diretrizes oficiais dos Estados Unidos apresentam o capiacutetulo 6

ldquoAtivo e Segurordquo com o objetivo de mitigar as adversidades da praacutetica da AF

As recomendaccedilotildees das diretrizes de AF se destinam ao puacuteblico em geral

e aos portadores ou natildeo de acometimentos crocircnicos de sauacutede Eacute consenso que

portadores desses acometimentos de sauacutede usufruem dos benefiacutecios da AF mas

pertencem a um grupo mais susceptiacutevel aos riscos de efeitos adversos entatildeo pode-se

considerar que pessoas vulneraacuteveis necessitam instruccedilotildees especiais o que de modo

geral natildeo ocorre

Sobre este ponto eacute corrente entre as diretrizes destacar que os benefiacutecios

de sauacutede provenientes da AF tecircm sido sistematicamente bem documentados O

mesmo natildeo ocorre com os riscos adversos Mesmo assim parece consenso a ideia de

que os benefiacutecios da AF superam os riscos de eventos adversos

179 Concordacircncias nas diretrizes

Embora se admitam divergecircncias entre diferentes diretrizes quanto ao

modo de obter o volume final do esforccedilo observou-se cooperaccedilatildeo na harmonizaccedilatildeo

dos conceitos fundamentais da praacutetica da AF Entre eles listam-se os principais

consensos

32

A AF contribui fortemente para a promoccedilatildeo da sauacutede e diminui os

iacutendices de morbimortalidade principalmente nas doenccedilas de curso

crocircnico

A praacutetica de alguma AF eacute mais desejaacutevel do que nenhuma AF

As orientaccedilotildees satildeo projetadas para fornecer orientaccedilotildees sobre os tipos e

quantidades miacutenimas de AF que proporcionam benefiacutecios substanciais agrave

sauacutede

Benefiacutecios adicionais ocorrem com o aumento da quantidade de AF de

maior intensidade maior frequecircncia maior duraccedilatildeo ou pela combinaccedilatildeo

entre elas

Os benefiacutecios de sauacutede ocorrem em todas as faixas etaacuterias em ambos os

sexos e em todos os grupos raciais e eacutetnicos estudados desde que

praticada dentro de limites de seguranccedila

A AF deve ser praticada regularmente ao longo da vida para que se

possa obter resultado em longo prazo

As recomendaccedilotildees satildeo generalizaccedilotildees para atender agrave maioria dos

problemas relativos agrave sauacutede Problemas especiacuteficos necessitam

atendimento especiacutefico

Crianccedilas a partir de 6 anos de idade e adolescentes devem dobrar a

quantidade miacutenima de AF recomendada para os adultos

Idosos devem realizar a mesma quantidade de AF que adultos

limitados agrave condiccedilatildeo funcional individual

1710 Adesatildeo agrave atividade fiacutesica

As diretrizes tecircm demonstrado preocupaccedilatildeo com a adesatildeo agrave praacutetica da

AF Vaacuterias delas incluiacuteram caminhos para a conscientizaccedilatildeo e participaccedilatildeo

comunitaacuteria Para contemplar este objetivo a diretriz da UE de 2008 traz no seu

texto um toacutepico denominado ldquoExemplos de Boas Praacuteticasrdquo Nele cita as iniciativas

de alguns governos para a sensibilizaccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da praacutetica de AF destacando

programas como o ldquoPortas Abertasrdquo e o ldquoLuarrdquo da Hungria que visa a oferecer AF

tambeacutem nos finais de semana e no periacuteodo da noite o ldquoSelo de qualidade desportivo

para a sauacutederdquoda Alemanha que estabelece criteacuterios para os clubes privados obterem

33

o selo o ldquoHEPArdquo (Atividade Fiacutesica Melhorando a Sauacutede em inglecircs) da Eslovecircnia

que sustenta seu programa em trecircs pilares mais AF no lazer na escola e no

transporte Haacute ainda outras iniciativas na Inglaterra Franccedila Aacuteustria Luxemburgo

Sueacutecia Dinamarca e Finlacircndia E natildeo se perde de vista que cada localidade

desenvolve estrateacutegias de comunicaccedilatildeo para as recomendaccedilotildees da AF considerando

a diversidade eacutetnica cultural e social da regiatildeo

Embora as orientaccedilotildees para a praacutetica de AF foquem os benefiacutecios

morfofuncionais eles natildeo constituem a uacutenica razatildeo pela qual as pessoas deveriam

estar ativas Algumas diretrizes como a oficial dos Estados Unidos de 2008

preconizam que a AF pode proporcionar diversatildeo convivecircncia com amigos e

familiares desfrute do meio ambiente melhora da aparecircncia pessoal e da condiccedilatildeo

fiacutesica dentre outras Neste sentido as orientaccedilotildees encorajam as pessoas a serem

fisicamente ativas por toda e qualquer fundamentaccedilatildeo que seja significativa para

elas

A identificaccedilatildeo e a anaacutelise dos obstaacuteculos para a integraccedilatildeo da AF de

forma regular no cotidiano podem diferir no tempo e no espaccedilo Apesar das

diferenccedilas culturais a elaboraccedilatildeo de poliacuteticas de sauacutede de incentivo e promoccedilatildeo da

AF deveriam levar em conta os problemas de ordem individual (condiccedilatildeo fiacutesica

estado de sauacutede dentre outras) e de caraacuteter socioambiental que podem constituir

diversas barreiras

18 PROMOCcedilAtildeO DA ATIVIDADE FIacuteSICA

A promoccedilatildeo de AF moderada e regular eacute objetivo da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2010) que recomenda aos seus Estados Membros a

criaccedilatildeo de poliacuteticas que

Desenvolvam e ponham em praacutetica diretrizes nacionais de AF para

promover a sauacutede

Introduzam poliacuteticas de estiacutemulo ao deslocamento ativo e seguro para a

escola ou trabalho

34

Adaptem as estruturas fiacutesicas urbanas para facilitar a praacutetica de AF com a

criaccedilatildeo de ciclovias faixas de pedestre calccedilamento regular etc

Estabeleccedilam condiccedilotildees de seguranccedila como iluminaccedilatildeo policiamento etc

Criem espaccedilos destinados agrave AF recreativa com a criaccedilatildeo de parques

quadras pistas de corrida trilhas etc

O Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro alinhado agrave Estrateacutegia Global para a

Dieta Atividade Fiacutesica e Sauacutede preconizada pela OMS procura estimular accedilotildees

para a promoccedilatildeo da sauacutede combatendo os baixos niacuteveis de AF da populaccedilatildeo Neste

sentido instituiu no ano de 2006 a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede (MS

2010) Nesta perspectiva no ano de 2011 foi criado o ldquoPrograma Academia da

Sauacutederdquo no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede cujo objetivo eacute contribuir para a

promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo em geral a partir da implantaccedilatildeo de polos puacuteblicos

qualificados para a orientaccedilatildeo e supervisatildeo da praacutetica de AF (MS 2012)

No caso do ldquoPrograma Academia da Sauacutederdquo ele estaacute estruturado em

onze estrateacutegias 1) ampliar o acesso da populaccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo

da sauacutede 2) fortalecer a promoccedilatildeo da sauacutede como estrateacutegia de produccedilatildeo de sauacutede

3) potencializar as accedilotildees nos acircmbitos da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede da Vigilacircncia

em Sauacutede e da Promoccedilatildeo da Sauacutede 4) promover a integraccedilatildeo multiprofissional na

construccedilatildeo e execuccedilatildeo das accedilotildees 5) promover a convergecircncia de projetos ou

programas nos acircmbitos da sauacutede educaccedilatildeo cultura assistecircncia social esporte e

lazer 6) ampliar a autonomia dos indiviacuteduos sobre as escolhas de modos de vida

mais saudaacuteveis 7) aumentar o niacutevel de AF na populaccedilatildeo 8) estimular haacutebitos

alimentares saudaacuteveis 9) promover mobilizaccedilatildeo comunitaacuteria com a constituiccedilatildeo de

redes sociais de apoio e ambientes de convivecircncia e solidariedade 10) potencializar

as manifestaccedilotildees culturais locais e o conhecimento popular na construccedilatildeo de

alternativas individuais e coletivas que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede e 11) ampliar

e valorizar a utilizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos de lazer como proposta de inclusatildeo

social (MS 2012)

Embora as estrateacutegias do ldquoPrograma Academia da Sauacutederdquo sejam

claramente explicitadas o Ministeacuterio da Sauacutede ainda natildeo reuniu uma Comissatildeo de

Especialistas ndash procedimento adotado pelas organizaccedilotildees e agecircncias governamentais

35

que elaboram diretrizes de AF ndash para a elaboraccedilatildeo de diretrizes proacuteprias de AF para a

populaccedilatildeo brasileira Como recomendaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro segue as

diretrizes da OMS atualizadas em 2010 O objetivo perseguido possibilita

Fundamentar as poliacuteticas nacionais sobre a AF e outras intervenccedilotildees de

sauacutede puacuteblica

Determinar um ponto de partida para a definiccedilatildeo de metas e objetivos

para a promoccedilatildeo da sauacutede e da AF no acircmbito nacional

Fomentar a colaboraccedilatildeo intersetorial e contribuir para o estabelecimento

de metas e objetivos nacionais da promoccedilatildeo da AF

Fixar as bases para a adoccedilatildeo de iniciativas de promoccedilatildeo da AF

Justificar a destinaccedilatildeo de recursos para intervenccedilotildees na promoccedilatildeo da AF

Criar um marco de accedilatildeo comum que reuacutena todas as partes interessadas

em torno de um mesmo objetivo

Dispor de um documento baseado em evidecircncia que permita agraves partes

interessadas implantar poliacuteticas com destinaccedilatildeo apropriada de recursos

Facilitar a criaccedilatildeo de mecanismos nacionais de vigilacircncia e monitoraccedilatildeo

para fazer evoluir a praacutetica da AF na populaccedilatildeo

O monitoramento e a vigilacircncia da praacutetica da AF no cotidiano dos

brasileiros tecircm sido realizados por 2 inqueacuteritos nacionais a Pesquisa Nacional sobre

Sauacutede do Escolar (PeNSE) que observa dentre outros fatores de risco a ausecircncia de

AF dos adolescentes (IBGE 2013) e o sistema de Vigilacircncia de Fatores de Risco e

Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico ndash VIGITEL (MS 2007)

que avalia fatores de risco para doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis em adultos nas

26 capitais dos estados e no Distrito Federal

19 SISTEMA VIGITEL

O sistema VIGITEL foi criado como parte do objetivo de dotar o paiacutes

com instrumentos eficazes para monitorar a frequecircncia e a distribuiccedilatildeo dos principais

fatores de risco determinantes das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) O

Programa apresenta uma metodologia proacutepria de inqueacuterito telefocircnico desenvolvida e

36

aperfeiccediloada desde o ano de 2003 pelo Nuacutecleo de Pesquisas Epidemioloacutegicas em

Nutriccedilatildeo e Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo ndash NUPENSUSP No ano de 2006 o

sistema foi vinculado definitivamente ao Ministeacuterio da Sauacutede (Moura et al 2008)

Entre os objetivos principais do sistema figuram aumentar o

conhecimento sobre as DCNT e as possibilidades de prevenccedilatildeo e de controle

contribuir para o fortalecimento dos sistemas de sauacutede incluindo a atenccedilatildeo primaacuteria

para a integraccedilatildeo de prevenccedilatildeo e controle das doenccedilas crocircnicas perceber as

principais intervenccedilotildees para prevenir e controlar essas doenccedilas dentro de estimativas

de custo incentivar o diaacutelogo com o setor privado para auxiacutelio na melhoria da sauacutede

puacuteblica manter o interesse da miacutedia e incentivaacute-la a defender os comportamentos

saudaacuteveis para a defesa de planos de accedilatildeo na luta contra elas e reduzir os principais

fatores de risco determinantes destas doenccedilas (MS 2008a)

37

2 OBJETIVOS

Verificar a prevalecircncia de atividade fiacutesica segundo cada uma das principais

diretrizes internacionais que recomendam quantidade miacutenima de AF

Explorar as divergecircncias e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF miacutenimo

pelas diferentes diretrizes

Avaliar a associaccedilatildeo entre caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e

comportamentais com a praacutetica da AF

Verificar como os principais componentes da AF (modalidades de exerciacutecio

fiacutesico ou esporte intensidade duraccedilatildeo e frequecircncia) se relacionam na

determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual

Descrever o padratildeo de AF nos portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis

38

3 METODOLOGIA

31 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de um estudo epidemioloacutegico do tipo observacional transversal

32 AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS

Os dados utilizados neste estudo satildeo provenientes do banco de dados do

sistema VIGITEL de 2006 Esses dados foram obtidos por meio de inqueacuterito com o

uso de entrevista telefocircnica e de questionaacuterio contendo perguntas sobre

caracteriacutesticas sociodemograacuteficas socioeconocircmicas de comportamento individual e

de informaccedilotildees relacionadas com a praacutetica da AF para uma amostra probabiliacutestica de

adultos brasileiros com idade ge 18 anos residentes nas 27 capitais da federaccedilatildeo e

cujas moradias apresentavam linha telefocircnica fixa

O sistema VIGITEL apresenta uma metodologia proacutepria que pode ser

acessada em publicaccedilotildees preacutevias (Moura et al 2008) Em siacutentese a partir da anaacutelise

do cadastro eletrocircnico das linhas telefocircnicas residenciais fixas de cada capital da

federaccedilatildeo foram sorteadas (de modo sistemaacutetico e estratificado) 5000 linhas para

cada cidade A seguir as linhas sorteadas em cada cidade foram ressorteadas e

divididas em reacuteplicas de 200 linhas cada reacuteplica reproduzindo a mesma proporccedilatildeo de

linhas por regiatildeo da cidade ou prefixo telefocircnico A divisatildeo da amostra integral em

reacuteplicas eacute feita essencialmente em funccedilatildeo da dificuldade em se estimar previamente

a proporccedilatildeo das linhas do cadastro que seratildeo elegiacuteveis para o sistema (linhas

residenciais ativas) e portanto o total de linhas a ser sorteado para se chegar a 2000

entrevistas

No conjunto ocorreram ligaccedilotildees para perto de 127000 linhas telefocircnicas

fixas distribuiacutedas em 633 reacuteplicas As ligaccedilotildees feitas para as 76330 linhas elegiacuteveis

redundaram em 54369 entrevistas completas o que indica a taxa meacutedia de sucesso

39

do sistema em 711 (Tabela 1) Havendo anuecircncia apoacutes primeiro contato todos os

moradores adultos com idade maior ou igual a 18 anos foram listados e organizados

eletronicamente em ordem decrescente de idade sendo um deles sorteado para

responder a entrevista

Tabela 1 Nuacutemero de linhas telefocircnicas sorteadas linhas telefocircnicas elegiacuteveis e

entrevistas realizadas nas capitais dos estados brasileiros e no

Distrito Federal VIGITEL 2006 (MS 2007)

Capitais DF Nordm linhas

sorteadas

Nordm linhas

elegiacuteveis

Nordm entrevistas

realizadas

Aracaju 3400 3022 2031

Beleacutem 3400 2876 2021

Belo Horizonte 3200 2812 2016

Boa Vista 3600 2832 2017

Campo Grande 4600 2919 2012

Cuiabaacute 4800 2756 2013

Curitiba 4400 2824 2011

Florianoacutepolis 4600 2896 2010

Fortaleza 3400 2881 2017

Goiacircnia 4200 2523 2013

Joatildeo Pessoa 3600 2836 2014

Macapaacute 4000 2746 2012

Maceioacute 3600 2784 2017

Manaus 3600 2817 2013

Natal 3400 2742 2013

Palmas 4800 2479 2009

Porto Alegre 5000 3120 2010

Porto Velho 4400 2582 2014

Recife 3400 2751 2014

Rio Branco 4600 2720 2017

Rio de Janeiro 4000 3094 2012

Salvador 3600 2935 2010

Satildeo Luiacutes 3600 2755 2011

Satildeo Paulo 4200 3073 2012

Teresina 3400 2800 2011

Vitoacuteria 3800 2817 2011

Distrito Federal 4600 2938 2008

Total 107200 76330 54369

FONTE Ministeacuterio da Sauacutede 2007

40

Cerca de dois terccedilos das linhas elegiacuteveis para as quais natildeo houve

entrevista correspondeu a situaccedilotildees de impossibilidade de contato telefocircnico inicial

(linhas sempre ocupadas com sinal de fax ou conectadas agrave secretaacuteria eletrocircnica) ou a

impossibilidade de encontrar o indiviacuteduo sorteado no domiciacutelio mesmo apoacutes vaacuterias

tentativas de aprazamento (ateacute dez ligaccedilotildees feitas em dias e horaacuterios variados)

Recusas a participar no sistema de monitoramento foram observadas em 91 das

linhas elegiacuteveis A duraccedilatildeo meacutedia das 54369 entrevistas realizadas pelo sistema

VIGITEL foi de 74 minutos (DP plusmn 33 minutos) para cada uma (MS 2007)

As entrevistas telefocircnicas ocorreram entre agosto e dezembro de 2006 e

envolveram sessenta entrevistadores quatro supervisores e um coordenador (MS

2007)

O questionaacuterio utilizado pelo sistema VIGITEL em 2006 foi composto

por 82 questotildees com categorias preacute-estabelecidas de respostas As perguntas do

questionaacuterio abordaram em particular a) caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e

socioeconocircmicas dos indiviacuteduos (idade sexo estado civil coretnia niacutevel de

escolaridade) b) padratildeo de alimentaccedilatildeo (tipo e frequecircncia do consumo de certos

alimentos) e de Atividade Fiacutesica (modalidade preferida duraccedilatildeo do esforccedilo

frequecircncia semanal deslocamento ativo de casa para o trabalho) c) Avaliaccedilatildeo

nutricional (peso e altura) d) frequecircncia e intensidade do consumo de cigarros e de

bebidas alcooacutelicas e e) autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede gravidez e referecircncia a

diagnoacutestico meacutedico para algumas DCNT (MS 2007)

Para ajustar a populaccedilatildeo estudada agrave populaccedilatildeo residente nas capitais

brasileiras alguns cuidados foram necessaacuterios entatildeo o sistema empregou um peso

final para cada participante com a aplicaccedilatildeo de fatores de ponderaccedilatildeo para corrigir

possiacuteveis vieses determinados pelas diferentes possibilidades de os indiviacuteduos

participarem da amostra O primeiro fator buscava corrigir a maior chance que

indiviacuteduos de domiciacutelios com mais de uma linha telefocircnica tinham de ser

selecionados para a amostra O segundo procurava corrigir a menor chance que

indiviacuteduos de domiciacutelios habitados por mais pessoas tinham de ser selecionados para

a amostra O terceiro denominado peso poacutes-estratificaccedilatildeo procurava igualar a

composiccedilatildeo sociodemograacutefica da amostra agrave composiccedilatildeo sociodemograacutefica da

41

populaccedilatildeo de cada cidade pelo Censo Demograacutefico de 2000 A razatildeo entre a

frequecircncia relativa de indiviacuteduos da amostra VIGITEL e da amostra censitaacuteria

procurava a correccedilatildeo da sub ou superrepresentaccedilatildeo dos estratos sociodemograacuteficos

pelo sistema VIGITEL que poderia ocorrer dada a cobertura natildeo universal da rede

de telefonia fixa (MS 2007)

A multiplicaccedilatildeo destes trecircs fatores por um quarto (razatildeo entre a

proporccedilatildeo de adultos de uma dada cidade pela proporccedilatildeo de adultos da amostra

VIGITEL na mesma cidade) representa o total de adultos estudados pelo sistema nas

27 cidades Assim a populaccedilatildeo total estimada para este estudo abrange 69899955

de brasileiros adultos de ambos os sexos residentes nas 26 capitais estaduais e no

Distrito Federal (MS 2007)

Para asegurar a qualidade das informaccedilotildees obtidas o sistema VIGITEL

contou com um controle de qualidade que previa o acompanhamento aleatoacuterio das

entrevistas por um supervisor Em torno de 10 das chamadas foram avaliadas

imediatamente pela supervisatildeo que entre vaacuterias accedilotildees confirmava dados diretamente

com o participante Cerca de 3 das entrevistas diaacuterias foram auditadas pelo

supervisor Por fim foram realizadas anaacutelises de consistecircncia dos dados ao final de

cada semana (MS 2007)

Adultos de ambos os sexos com 18 anos ou mais residentes nas capitais

de estado brasileiras e no Distrito Federal cujas respostas ao questionaacuterio da pesquisa

VIGITEL de 2006 permitiram a quantificaccedilatildeo da AF Assim entre os 54369

participantes do inqueacuterito foram excluiacutedos 1590 participantes que embora tenham

indicado a realizaccedilatildeo de transporte ativo para o trabalho ou praacutetica de uma

modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte deixaram de informar a frequecircncia ou a

duraccedilatildeo do esforccedilo Assim a base de caacutelculo foi conduzida com 52779

participantes

42

33 DESCRICcedilAtildeO DE VARIAacuteVEIS

3 31 Domiacutenios da atividade fiacutesica

Para a anaacutelise da praacutetica de AF no cotidiano foram considerados

somente os trecircs uacuteltimos meses anteriores agrave data da entrevista Originalmente o

inqueacuterito do sistema VIGITEL avaliou a categoria lsquoAtividade Fiacutesicarsquo abordando

separadamente quatro domiacutenios AF no lazer (tempo livre) AF ocupacional

(trabalho) AF no acircmbito residencial (faxina domeacutestica) e AF no deslocamento da

casa para o trabalho (a peacute ou de bicicleta) Neste estudo apenas as informaccedilotildees sobre

AF no lazer e no deslocamento foram aplicadas para definir o niacutevel de AF dos

participantes AF em casa e no trabalho natildeo foi considerada pois o questionaacuterio de

2006 do VIGITEL natildeo previu a quantificaccedilatildeo da duraccedilatildeo e da frequecircncia semanal

desses domiacutenios

332 Modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

Para a determinaccedilatildeo da principal modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou

esporte mais praticado foram utilizadas as respostas agrave pergunta 45 do questionaacuterio

Qual o tipo principal de exerciacutecio fiacutesico ou esporte que o(a) sr (a) praticou Coube

aos participantes uma uacutenica opccedilatildeo entre 16 diferentes modalidades apresentadas na

seguinte sequecircncia 1 - caminhada 2 - caminhada em esteira rolante 3 - corrida 4 -

corrida em esteira rolante 5 - musculaccedilatildeo 6 - ginaacutestica aeroacutebica 7 - hidroginaacutestica

8 - ginaacutestica geral 9 - nataccedilatildeo 10 - artes marciais e lutas 11 - bicicleta 12 - futebol

13 - basquetebol 14 - voleibol 15 - tecircnis 16 - outros

333 Deslocamento ativo

Para o ano de 2006 o sistema VIGITEL considerou como deslocamento

ativo somente o esforccedilo para cumprir o percurso de ida e volta de casa para o

trabalho realizado a peacute ou de bicicleta e ocorrido nos trecircs meses anteriores agrave data da

entrevista Para este domiacutenio diante de resposta afirmativa houve questionamento a

respeito da duraccedilatildeo do tempo gasto em minutos para vencer o trajeto

43

334 Duraccedilatildeo e frequecircncia da atividade fiacutesica

A frequecircncia das atividades foi expressa em dias por semana e a duraccedilatildeo

do esforccedilo foi expressa em minutos As opccedilotildees de respostas para duraccedilatildeo do esforccedilo

foram divididas em seis agrupamentos lt 10 10 ndash 19 20 ndash 29 30 ndash 39 45 ndash 59 ge 60

minutos As opccedilotildees de respostas para frequecircncia semanal foram divididas em quatro

agrupamentos todos os dias 5 ndash 6 3 ndash 4 1 ndash 2 dias por semana

335 Intensidade do esforccedilo

A classificaccedilatildeo da intensidade do esforccedilo foi determinada pela conversatildeo

do tipo principal de exerciacutecio fiacutesico ou esporte praticado pelo participante do estudo

na atribuiccedilatildeo do gasto energeacutetico ao esforccedilo referido pelo Compecircndio de Atividade

Fiacutesica proposto por Ainsworth et al em 2000 Baseado na proposta de que esforccedilo

moderado equivale ao consumo lt 6 MET e esforccedilo vigoroso equivale ao consumo ge

a 6 MET assumiu-se que 1 MET representa o consumo de oxigecircnio em repouso

igual a 35 mlkgmin Quando a opccedilatildeo pela escolha do tipo principal de exerciacutecio

fiacutesico ou esporte foi caminhada caminhada na esteira rolante hidroginaacutestica

ginaacutestica geral nataccedilatildeo ciclismo ou voleibol a intensidade do esforccedilo foi

considerada como moderada Quando a opccedilatildeo foi corrida corrida em esteira rolante

musculaccedilatildeo ginaacutestica aeroacutebia artes marciaislutas futebol basquetebol tecircnis e

outras modalidades a intensidade do esforccedilo foi considerada vigorosa

O gasto energeacutetico foi obtido pelo produto do gasto meacutedio de energia de

cada modalidade frente ao esforccedilo expresso em minutos O valor do gasto de energia

proposto para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte eacute apresentado a seguir

44

Tabela 2 Gasto energeacutetico para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

expresso em METmin obtido pelo produto da duraccedilatildeo do esforccedilo

(em minutos) com a meacutedia do gasto energeacutetico para cada

modalidade segundo o Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por

Ainsworth et al em 2000

Atividade

Tempo em minutos

1019 20-29 30-39 45-59 60

MET MET MET MET MET

1 Caminhada 33-63 66-96 99-129 149-195 198

2 Caminhada na esteira 33-63 66-96 99-129 149-195 198

3 Corrida 90-171 180-261 270-351 405-531 540

4 Corrida na esteira 90-171 180-261 270-351 405-531 540

5 Ginaacutestica aeroacutebia 65-124 130-189 195-254 293-384 390

6 Hidroginaacutestica 40-76 80-156 120-156 180-236 240

7 Ginaacutestica geral 40-76 80-156 120-156 180-236 240

8 Nataccedilatildeo 70-133 140-203 270-273 315-413 420

9 Artes marciais e lutas 100-190 200-290 300-390 450-590 600

10 Ciclismo 40-75 80-116 120-156 180-236 240

11 Futebol 70-133 140-203 270-273 315-413 420

12 Basquetebol 60-114 120-174 180-234 270-354 360

13 Voleibol 30-57 60-87 90-117 135-177 180

14 Tecircnis 70-133 140-203 270-273 315-413 420

1- somente o peso corporal agrave velocidade de 48 kmh 2 ndash somente o peso corporal e sem inclinaccedilatildeo agrave

velocidade de 48 kmh 3 ndash somente o peso corporal agrave velocidade de 8 a 9 kmh 4 ndash somente o peso

corporal e sem inclinaccedilatildeo agrave velocidade de 8 a 9 kmh 5 - sem uso de step 6- com caracteriacutestica

aeroacutebia eou calistecircnica 7- com caracteriacutestica calistecircnica 8 - estilo livre de moderada a baixa

intensidade 9 - esforccedilo medido durante o combate 10 ndash velocidade ateacute 16 kmh 11- natildeo competitivo

12- natildeo competitivo 13 - natildeo competitivo com 6 a 9 jogadores por lado 14 - natildeo competitivo

(simples)

MET Uma unidade equivale ao consumo de 35ml de O2kgmin

Para o criteacuterio de equivalecircncia de esforccedilo as diretrizes que recomendam

a possibilidade de mesclar AF com intensidade moderada e vigorosa em direccedilatildeo agrave

meta assumem a equivalecircncia entre o esforccedilo vigoroso e a metade da duraccedilatildeo do

moderado em concordacircncia com as recomendaccedilotildees da OMS que afirma que 75

minutos de AF vigorosa ou 150 minutos de AF moderada apresentam o mesmo efeito

sobre a sauacutede

Para o conceito lsquooutras modalidadesrsquo como o termo eacute indefinido e houve

razoaacutevel frequecircncia para a escolha (N= 1347 ndash 53) optou-se por consideraacute-lo para

a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF A decisatildeo foi por vigorosa observando que a maior

parte das modalidades contidas no Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por

45

Ainsworth e colaboradores que natildeo foram nominadas no questionaacuterio se apresenta

com gasto energeacutetico meacutedio ge a 6 MET (Ainsworth et al2000)

336 Variaacuteveis sociodemograacuteficas

Para a tipologia das variaacuteveis sociodemograacuteficas foram utilizados anos

de escolaridade sexo e faixa etaacuteria A etnia foi determinada pela cor da pele (branca

preta parda ou morena amarela vermelha) e o estado civil pela situaccedilatildeo conjugal

(solteiro casado ou juntado viuacutevo separado ou divorciado) no momento da

entrevista A distribuiccedilatildeo geograacutefica dos domiciacutelios foi separada por cidades (capitais

dos estados e Distrito Federal) e mediante o caacutelculo da meacutedia ponderada os

domiciacutelios foram agrupadas por regiatildeo (Norte Nordeste Centro Oeste Sudeste e

Sul)

Para a anaacutelise do comportamento das variaacuteveis idade e escolaridade em

relaccedilatildeo ao conceito dado pela classificaccedilatildeo do niacutevel de AF procedeu-se conforme o

agrupamento sugerido pelo sistema VIGITEL Assim a idade foi agrupada em seis

intervalos 18 - 24 25 - 34 35 - 44 45 - 54 55 - 64 e 65 ou mais anos de idade e a

escolaridade em trecircs intervalos 0 - lt 9 9 a lt 12 e 12 anos ou mais de estudo

337 Variaacuteveis de comportamento individual

Para a caracterizaccedilatildeo das variaacuteveis de comportamento individual foram

utilizadas informaccedilotildees sobre a percepccedilatildeo do estado de sauacutede podendo ser excelente

bom regular ou ruim Sobre a realizaccedilatildeo de dietas hipocaloacutericas (simnatildeo)

consideraram-se os doze meses anteriores agrave entrevista Sobre o tabagismo para os

participantes com resposta afirmativa a carga foi considerada como sendo expressa

pelo nuacutemero de cigarros consumidos por dia Sobre o consumo de bebida alcooacutelica

observaram-se os 30 dias anteriores agrave data da entrevista para os participantes com

resposta afirmativa a frequecircncia semanal do consumo foi considerada em dias da

semana que eles costumavam ingerir

Para facilitar a anaacutelise algumas variaacuteveis quantitativas foram agrupadas

O consumo de cigarro foi agrupado em trecircs intervalos 1 ndash 19 20 ndash 39 e 40 ou mais

46

cigarros por dia e o consumo de aacutelcool foi dividido em quatro intervalos

ocasionalmente 1 ndash 2 3 ndash 6 vezes por semana e diariamente

338 Diagnoacutestico de DCNT

Foram utilizadas informaccedilotildees sobre o conhecimento de ocorrecircncia de

cinco tipos de DCNT hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes IAM eou AVC

dislipidemia e osteoporose Para tanto foi perguntado aos participantes se em algum

momento foram informados por algum meacutedico se eram portadores de pressatildeo alta

diabetes infarto ou derrame cerebral colesterol ou trigliceacuterides elevado ou

doenccedilafraqueza dos ossos O questionaacuterio possibilitou a um mesmo participante

responder (simnatildeonatildeo lembro) separadamente para cada uma das doenccedilas Assim

facultou-se que um participante pudesse reportar mais de um tipo de doenccedila

339 Determinaccedilatildeo do niacutevel da atividade fiacutesica

Para verificar o grau de concordacircncia entre as diversas recomendaccedilotildees a

prevalecircncia de AF foi calculada segundo cada uma das diretrizes apresentadas na

introduccedilatildeo deste trabalho

Para verificar a prevalecircncia da AF segundo as variaacuteveis

sociodemograacuteficas utilizou-se a recomendaccedilccedilao da OMS de 2010 por ser ela a

mesma adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil

3310 Comparaccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees

A anaacutelise das informaccedilotildees sobre duraccedilatildeo intensidade do esforccedilo e

freuqecircncia semanal nas ativi dade no tempo de lazer e no deslocamento para o

trabalho permitiram quantificar o volume de AF semanal dos participantes Uma vez

determinado individualmente o volume semanal da AF foi determinada a

classificaccedilatildeo dos participantes em inativo ativo insuficiente ativo ou muito ativo

para cada uma das cinco recomendaccedilotildees Um segundo agrupamento das mesmas

informaccedilotildees permitiu a categorizaccedilatildeo em AF suficiente ou AF insuficiente

47

Quadro 2 Classificaccedilatildeo do niacutevel de atividade fiacutesica

Grupo Criteacuterio

1- Inativo

2- Ativo insuficiente

3- Ativo

4- Muito ativo

nega a praacutetica de AF no lazer ou transporte ativo

realiza exerciacutecio fiacutesico ou esporte abaixo da recomendaccedilatildeo

atinge a recomendaccedilatildeo

ultrapassa a recomendaccedilatildeo

Classe Criteacuterio

A - AF suficiente

B - AF insuficiente

alcanccedila a meta (grupo ativo + grupo muito ativo)

natildeo alcanccedila a meta (grupo inativo + grupo ativo insuficiente)

34 ANAacuteLISE DOS DADOS

Todas as estimativas de variaacuteveis sociodemograacuteficas de comportamento

individual de preferecircncia por um tipo de AF de classificaccedilatildeo do niacutevel de AF para os

portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT de frequecircncia semanal e de duraccedilatildeo do

esforccedilo foram obtidas para o total de participantes com algum grau de AF levando-

se em conta os fatores de ponderaccedilatildeo O significado estatiacutestico das diferenccedilas foi

avaliado por meio do teste do qui-quadrado (X2) de Pearson Todos os resultados

foram considerados com intervalo de confianccedila de 95 ou seja com niacutevel de

significacircncia de 005 Os resultados com p menor do que 005 foram considerados

com diferenccedila estatisticamente significante Para comparar as diferentes

recomendaccedilotildees foi realizada a Anaacutelise de Concordacircncia de Kappa com o objetivo de

verificar a coincidecircncia entre as prevalecircncias do niacutevel de AF considerando a

variaccedilatildeo existente no intervalo que vai de zero a uma unidade cujos valores possuem

a seguinte relaccedilatildeo 0 = natildeo concordacircncia 0 ndash 19 = pobre concordacircncia 02 ndash 039 =

baixa concordacircncia 04 ndash 059 = moderada concordacircncia 06 ndash 079 = alta

concordacircncia 08 ndash 099 = excelente concordacircncia 10 = perfeita concordacircncia Para

o processamento dos dados e anaacutelises estatiacutesticas divulgadas nesse estudo contou-se

com o auxiacutelio dos programas estatiacutesticos Statareg

(ver 110 e Microsoftreg Excel ver

100)

48

Para verificar como os principais componentes da AF (duraccedilatildeo e

frequecircncia) se relacionam na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual objetivo 4 do

presente trabalho foram realizadas duas simulaccedilotildees

Para avaliar a contribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal na quantidade

adequada de AF a frequecircncia semanal foi artificialmente aumentada para todos os

participantes insuficientemente ativos que referiram realizar AF 1 a 2 vezes por

semana de tal modo que sem modificar as demais informaccedilotildees todos os

selecionados com estas caracteriacutesticas culminaram com pelo menos trecircs sessotildees

semanais A seguir avaliou-se nessa nova situaccedilatildeo simulada se a adequaccedilatildeo do niacutevel

de AF sofreu alteraccedilotildees indicando se a pouca frequecircncia semanal tem papel

determinante no alcance do niacutevel miacutenimo de AF

O mesmo foi realziado com a duraccedilatildeo das sessotildees Com a base original

dos dados sem alterar as demais informaccedilotildees foi simulado acreacutescimo de tempo na

duraccedilatildeo do esforccedilo dos participantes pouco ativos de forma que todos realizassem

sessotildees de pelo menos 60 minutos Verificou-se entatildeo a nova adequaccedilatildeo do niacutevel de

AF procurando identificar se o aumento da duraccedilatildeo contribuiria com o alcance do

niacutevel miacutenimo de AF

35 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O sistema VIGITEL foi aprovado pelo Comitecirc Nacional de Eacutetica em

Pesquisa Envolvendo Seres Humanos sob o nuacutemero de registro 13081208

Este estudo foi aprovado em 14122011 pelo Comitecirc de Eacutetica em

Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da CAPPesq da Faculdade de Medicina da

Universidade de Satildeo Paulo sob o protocolo nordm 50511

49

4 RESULTADOS

41 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA AMOSTRA

Neste estudo foram incluiacutedos 52779 participantes 61 eram mulheres

Ambos os sexos foram distribuiacutedos em seis faixas etaacuterias e 68 apresentaram idade

igual ou inferior a 44 anos A maior parte (54) dos entrevistados referiram ter ateacute 9

anos de escolaridade eram casados ou juntados (53) com predomiacutenio de pardos e

morenos (53)

42 CLASSIFICACcedilAtildeO DO NIacuteVEL DE ATIVIDADE FIacuteSICA

Os 52779 participantes tiveram seu rendimento fiacutesico classificado em

quatro niacuteveis de AF (inativo ativo insuficiente ativo e muito ativo) e cinco

diferentes diretrizes que recomendam a praacutetica de AF (UE IOM ACSM OMS e

IPAQ) considerando os domiacutenios de AF no tempo livre e no deslocamento ativo

A classificaccedilatildeo de inativo foi coincidente em todas as diretrizes

analisadas O criteacuterio para este conceito foi uacutenico ou seja entraram nele todos os que

apresentaram resposta negativa para as perguntas 44 - o(a) sr(a)praticou algum tipo

de exerciacutecio fiacutesico ou esporte) e - 53 o(a) sr(a) costuma ir a peacute ou de bicicleta de

casa para o trabalho Isto resultou em 515 (N=25837) de inativos para a amostra

Os 485 (N=26942) de participantes que referiram praticar alguma quantidade de

AF no lazer ou no deslocamento foram classificados em uma das outras trecircs

categorias (ativo insuficiente ativo ou muito ativo)

A Tabela 3 mostra a distribuiccedilatildeo dos participantes para cada

recomendaccedilatildeo em observacircncia agrave classificaccedilatildeo do niacutevel de AF

No conjunto o IOM apresentou os criteacuterios de suficiecircncia de AF com

maior dificuldade de alcanccedilar apenas 156 (N=7347) dos participantes os

atingiram Por outro lado os criteacuterios estabelecidos pela OMS apresentaram a menor

dificuldade de serem alcanccedilados 345 (N=20178) dos participantes os atingiram

50

Embora a OMS e o ACSM recomendem o mesmo volume de AF o

segundo entende que ela seja distribuiacuteda sistematicamente ao longo da semana Isto

fez com que aproximadamente 4800 participantes (13) que atingiram o tempo

miacutenimo de 150 minutos por semana natildeo tivessem cumprido a frequecircncia de 5 ou

mais dias por semana ficando aqueacutem da meta do ACSM Essa discrepacircncia se torna

mais pronunciada quando se comparam a OMS e o IOM

Tabela 3 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta e porcentagem segundo o niacutevel de

AF e diferentes diretrizes de AF nas capitais brasileiras e Distrito

Federal ndash 2006

CATEGORIA UE1 IOM2 ACSM3 OMS4 IPAQ5

N N N N N

25837 515 25837 515 25837 515 25837 515 25837 515 Inativo Ativo Insuficiente 14430 253 19598 329 11634 206 6764 141 11422 202

Ativo 3962 81 4908 97 3387 71 4983 96 11113 191

Muito Ativo 8550 151 2436 59 11921 208 15195 249 4407 92

52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 TOTAL

AF suficiente

N

12512 232

N

7347 156

N

15308 279

N

20178 345

N

15520 283

AF insuficiente 40267 768 45432 844 37471 721 32601 655 37259 717

TOTAL 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100

1 Centro Nacional de Atividade Fiacutesica da Uniatildeo Europeia

2 Instituto de Medicina dos EUA

3 Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva

4 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

5 Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000

Excluiacutedos 1590 participantes sem classificaccedilatildeo do niacutevel de AF

A Tabela 4 mostra o resultado da aplicaccedilatildeo do Teste de Concordacircncia de

Kappa (k) para a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF Entre as cinco diferentes diretrizes

houve concordacircncia perfeita para o estabelecimento da inatividade (k = 1) jaacute que foi

estipulado um uacutenico criteacuterio para o grupo No conjunto observou-se variaccedilatildeo de

concordacircncia entre pobre a excelente A menor concordacircncia aconteceu entre o IOM

e a OMS (k = 016) para o grupo muito ativo Em termos praacuteticos o que eacute muito

ativo para um parece natildeo ser para o outro A maior concordacircncia ocorreu para o

grupo de ativos insuficientes entre o IPAQ e o ACSM (k = 098) Em termos

51

praacuteticos para este grupo as exigecircncias se equivalem Para os demais grupos (ativo e

muito ativo) a concordacircncia foi pobre (k = 031 e 037 respectivamente) Entre os

que alcanccedilaram a meta (ativos e muito ativos) e os que natildeo a alcanccedilaram

(insuficientemente ativos e inativos) houve variaccedilatildeo de concordacircncia entre

moderada a excelente A menor concordacircncia aconteceu entre a OMS e o IOM (k =

041) A maior concordacircncia oconteceu entre o IPAQ e o ACSM (k = 099)

Tabela 4 Teste de Concordacircncia de Kappa para o cruzamento do niacutevel de AF

mediante diferentes diretrizes para a populaccedilatildeo adulta com idade ge

18 anos nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006

CATEGORIA

IOM ACSM OMS IPAQ

(k) (k) (k) (k)

Inativo

UE

1 1 1 1

IOM

1 1 1

ACSM

1 1

OMS

1

Ativo Insuficiente

074 081 047 079 UE

IOM

059 049 075

ACSM

058 098

OMS

059

Ativo

UE 081 085 08 036

IOM

069 096 044

ACSM

068 031

OMS

045

UE 029 072 056 052

IOM

021 016 055

ACSM

078 037

OMS

029 UE =

Centro Nacional de Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Uniatildeo Europeia

IOM = Instituto de Medicina dos EUA

ACSM = Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva

OMS = Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IPAQ = Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica

Anaacutelise de Concordacircncia de Kappa (0= natildeo concordacircncia 0 ndash 19 = pobre concordacircncia 02 ndash

039 = baixa concordacircncia 04 ndash 059= moderada concordacircncia 06 ndash 079 = alta concordacircncia

08 ndash 099 = excelente concordacircncia 10 = perfeita concordacircncia)

52

A Tabela 5 apresenta os resultados que foram concordantes entre todas as

diretrizes de AF avaliadas para a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF Todos os participantes

que negaram praticar algum tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte ou se deslocar

ativamente para o trabalho (N= 25837) foram conceituados como inativos perante as

cinco recomendaccedilotildees Entre os 26942 participantes que referiram praticar uma

quantidade de AF observou-se 248 (N=6688) de ativos insuficientes 106

(N=2867) de ativos e 91 (N=2439) de muito ativos foram classificados de modo

concordante por todas as diretrizes analisadas

Tabela 5 Frequecircncia da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos segundo o

niacutevel de AF coincidente para as recomendaccedilotildees do UE IOM ACSM

OMS IPAQ nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000

421 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Uniatildeo Europeia

A Tabela 6 mostra a prevalecircncia da AF segundo a diretriz da UE O

rendimento variou entre 20 (IC95 17-22) em Satildeo Paulo e 315 (IC5 28-34)

em Porto Velho No conjunto homens foram mais ativos em Porto Velho (402) e

menos em Satildeo Paulo (223) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (248)

e menos em Teresina (168) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes

encontraram-se 215 (IC5 19-23) na Regiatildeo Sudeste e 255 (IC5 24-27) na

Regiatildeo Norte

Grupo

Inativo

Ativo

Total (N) 25837

26942

subgrupo

insuficiente suficiente muito ativo

Coincidecircncia

N 25837 6688 2867 2439

100 248 106 91

53

Tabela 6 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

a diretriz da UE1 por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal

ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 255 (241-270) 314 (290-339) 202 (185-218)

Beleacutem 26 (233-287) 317 (272-262) 210 (178-242)

Boa Vista 303 (268-337) 388 (328-437) 224 (185-263)

Macapaacute 303 (271-335) 391 (340-443) 218 (180-256)

Manaus 218 (190-245) 264 (218-311) 175 (146-204)

Palmas 252 (214-290) 286 (230-341) 219 (167-271)

Porto Velho 315 (282-349) 402 (351-452) 229 (188-271)

Rio Branco 292 (257-326) 357 (303-410) 232 (187-277)

Nordeste 246 (235-257) 309 (290-328) 195 (182-208)

Aracaju 243 (212-274) 323 (265-382) 179 (152-206)

Fortaleza 28 (248-312) 335 (282-387) 236 (197-275)

Joatildeo Pessoa 218 (192-243) 262 (219-305) 182 (154-211)

Maceioacute 236 (207-265) 272 (228-317) 206 (169-244)

Natal 217 (191-243) 239 (194-283) 199 (169-229)

Recife 256 (227-284) 348 (296-399) 184 (154-213)

Salvador 224 (198-249) 273 (229-317) 183 (154-211)

Satildeo Luis 251 (220-280) 346 (292-400) 174 (146-202)

Teresina 262 (231-292) 377 (322-432) 168 (138-199)

Centro Oeste 249 (229-268) 266 (233-300) 234 (212-256)

Brasiacutelia 242 (206-278) 239 (176-302) 246 (206-285)

Campo Grande 277 (245-307) 324 (274-375) 234 (198-269)

Cuiabaacute 269 (234-302) 307 (250-364) 233 (195-271)

Goiacircnia 237 (208-265) 263 (215-311) 215 (181-247)

Sudeste 215 (199-230) 239 (214-265) 194 (175-213)

Belo Horizonte 246 (219-273) 283 (236-329) 216 (187-245)

Rio de Janeiro 226 (198-253) 247 (203-291) 208 (173-242)

Satildeo Paulo 20 (177-222) 223 (186-260) 180 (151-208)

Vitoacuteria 27 (243-296) 309 (264-355) 237 (207-267)

Sul 234 (215-252) 274 (242-307) 200 (182-219)

Curitiba 231 (203-257) 274 (227-321) 194 (164-223)

Florianoacutepolis 264 (235-291) 281 (236-324) 248 (212-284)

Porto Alegre 231 (200-261) 273 (216-330) 196 (168-224)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1Centro Nacional de Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Uniatildeo Europeia

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

54

422 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Instituto de Medicina dos Estados

Unidos

A Tabela 7 mostra a prevalecircncia da AF entre adultos em consonacircncia

com as recomendaccedilotildees do IOM Na comparaccedilatildeo com as outras diretrizes o IOM

apresentou menor rendimento em todas as capitais variando entre 119 (97-14) em

Natal e 249 (IC95 21-28) em Porto Velho No conjunto homens foram mais

ativos em Porto Velho (338) e menos em Brasiacutelia (147) Mulheres foram mais

ativas em Florianoacutepolis (18) e menos em Joatildeo Pessoa (82) Na avaliaccedilatildeo

segundo as regiotildees do paiacutes encontraram-se 145 (IC95 13-15) na Regiatildeo Sudeste

e 187 (IC95 17-20) na Regiatildeo Norte No acircmbito regional embora apresente um

menor percentual de participantes com AF suficiente a menor prevalecircncia da AF na

Regiatildeo Sudeste e a maior na Regiatildeo Norte se mantiveram

55

Tabela 7 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

diretriz do IOM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal

ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 187 (174-201) 248 (225-271) 132 (117-146)

Beleacutem 194 (169-219) 256 (213-298) 140 (112-168)

Boa Vista 236 (202-270) 311 (257-366) 162 (124-199)

Macapaacute 226 (196-256) 307 (259-355) 148 (112-183)

Manaus 147 (123-172) 193 (150-237) 105 (81-129)

Palmas 172 (139-204) 217 (163-270) 127 (93-161)

Porto Velho 249 (217-282) 338 (288-389) 161 (121-201)

Rio Branco 233 (200-266) 310 (257-363) 162 (123-202)

Nordeste 163 (152-173) 220 (203-237) 117 (106-128)

Aracaju 156 (128-185) 237 (181-293) 92 (71-113)

Fortaleza 184 (156-212) 232 (186-279) 145 (111-178)

Joatildeo Pessoa 126 (104-147) 180 (142-218) 82 (59-104)

Maceioacute 154 (127-181) 185 (144-227) 128 (93-162)

Natal 119 (97-142) 157 (115-198) 88 (67-109)

Recife 174 (147-200) 250 (206-298) 113 (87-140)

Salvador 148 (125-171) 192 (152-233) 111 (87-135)

Satildeo Luis 179 (151-206) 241 (191-292) 128 (102-154)

Teresina 203 (173-233) 315 (261-369) 112 (84-139)

Centro Oeste 155 (138-172) 180 (150-210) 134 (115-152)

Brasiacutelia 144 (112-176) 147 (92-202) 140 2 (107-176)

Campo Grande 179 (151-206) 234 (186-282) 128 (100-157)

Cuiabaacute 179 (145-213) 216 (159-274) 145 (110-180)

Goiacircnia 151 (125-178) 190 (144-237) 118 (91-146)

Sudeste 145 (131-159) 163 (140-186) 130 (113-148)

Belo Horizonte 164 (139-189) 203 (158-246) 131 (106-156)

Rio de Janeiro 143 (118-169) 155 (115-196) 133 (101-165)

Satildeo Paulo 141 (121-162) 157 (124-189) 128 (102-154)

Vitoacuteria 181 (157-205) 220 (177-263) 149 (123-174)

Sul 151 (135-166) 184 (156-2130 122 (107-137)

Curitiba 151 (129-173) 181 (143-220) 125 (100-149)

Florianoacutepolis 182 (156-208) 184 (145-223) 180 (146-215)

Porto Alegre 142 (116-169) 188 (136-240) 104 (84-125)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Instituto de Medicina dos EUA

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

56

423 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Coleacutegio Americano de Medicina

Esportiva

A Tabela 8 mostra a prevalecircncia de AF segundo a diretriz do ACSM Na

comparaccedilatildeo com as outras diretrizes o percentual meacutedio da suficiecircncia de AF foi

superior agrave da OMS e do IOM variando entre 235 (IC95 21-25) em Satildeo Paulo e

352 (IC95 32-38) em Macapaacute No conjunto homens foram mais ativos em

Macapaacute (478) e menos em Satildeo Paulo (267) Mulheres foram mais ativas em

Florianoacutepolis (304) e menos em Teresina (193) Na avaliaccedilatildeo segundo as

regiotildees do paiacutes encontraram-se 258 (IC95 24-27) na Regiatildeo Sudeste e 306

(IC5 28-32) na Regiatildeo Centro Oeste

57

Tabela 8 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF

segundo diretriz do ACSM por sexo nas capitais brasileiras e

Distrito Federal ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 305 (289-321) 394 (368-420) 224 (206-241)

Beleacutem 319 (291-348) 412 (365-459) 239 (206-273)

Boa Vista 333 (298-368) 432 (378-487) 235 (195-274)

Macapaacute 352 (320-386) 478 (426-530) 233 (195-271)

Manaus 263 (233-293) 338 (286-390) 193 (163-223)

Palmas 305 (265-345) 362 (303-421) 248 (196-301)

Porto Velho 354 (320-388) 458 (407-509) 252 (209-294)

Rio Branco 329 (294-365) 422 (367-476) 245 (200-290)

Nordeste 288 (277-300) 371 (351-390) 221 (208-234)

Aracaju 289 (257-320) 387 (328-446) 210 (182-239)

Fortaleza 321 (288-353) 389 (335-442) 265 (226-305)

Joatildeo Pessoa 254 (227-280) 307 (262-352) 210 (180-240)

Maceioacute 289 (257-320) 371 (320-421) 219 (181-257)

Natal 26 (232-288) 304 (256-353) 223 (192-254)

Recife 297 (268-327) 407 (354-459) 211 (180-241)

Salvador 265 (238-292) 332 (286-377) 210 (179-240)

Satildeo Luis 293 (262-324) 413 (359-467) 196 (167-225)

Teresina 301 (269-333) 436 (379-492) 193 (161-224)

Centro Oeste 306 (286-327) 344 (309-379) 274 (250-297)

Brasiacutelia 32 (281-359) 339 (272-406) 304 (260-347)

Campo Grande 308 (277-339) 365 (314-416) 256 (220-292)

Cuiabaacute 30 (265-334) 353 (296-401) 251 (213-289)

Goiacircnia 285 (255-315) 336 (285-386) 241 (207-275)

Sudeste 258 (241-274) 299 (271-326) 222 (203-242)

Belo Horizonte 295 (267-323) 35 (302-399) 248 (218-278)

Rio de Janeiro 279 (250-308) 329 (283-376) 236 (201-271)

Satildeo Paulo 235 (211-259) 267 (227-307) 208 (179-237)

Vitoacuteria 317 (290-345) 378 (330-426) 267 (236-298)

Sul 30 (281-319) 364 (332-397) 246 (226-266)

Curitiba 295 (267-323) 362 (314-401) 238 (207-269)

Florianoacutepolis 328 (299-357) 356 (310-402) 304 (267-340)

Porto Alegre 30 (268-331) 37 (314-426) 241 (211-271)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 3Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

58

424 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

A Tabela 9 mostra a prevalecircncia da AF segundo a diretriz da OMS Na

comparaccedilatildeo com as outras diretrizes apresentaram maior prevalecircncia em todas as

capitais variando entre 284 (IC95 25-31) em Satildeo Paulo e 439 (IC95 40-47)

em Florianoacutepolis No conjunto homens foram mais ativos em Macapaacute (509) e

menos em Satildeo Paulo (305) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (431) e

menos em Manaus (254) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes encontrou-se

317 (IC95 30-33) na Regiatildeo Sudeste e 391 (IC95 37-41) na Regiatildeo Sul

59

Tabela 9 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF

segundo a diretriz da OMS por sexo nas capitais brasileiras e

Distrito Federal ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 365 (348-381) 442 (416-468) 294 (275-313)

Beleacutem 389 (359-419) 463 (415-512) 324 (287-362)

Boa Vista 387 (352-422) 473 (419-527) 301 (260-343)

Macapaacute 398 (364-431) 509 (457-561) 291 (251-330)

Manaus 318 (287-350) 389 (336-441) 254 (220-288)

Palmas 381 (340-422) 439 (378-500) 324 (269-379)

Porto Velho 404 (370-439) 492 (441-542) 317 (274-361)

Rio Branco 376 (341-412) 463 (409-518) 297 (252-342)

Nordeste 354 (342-366) 432 (412-452) 291 (277-305)

Aracaju 437 (378-497) 437 (378-497) 311 (277-345)

Fortaleza 380 (347-413) 440 (386-494) 331 (291-371)

Joatildeo Pessoa 341 (312-371) 380 (332-427) 310 (272-348)

Maceioacute 363 (330-396) 437 (386-488) 301 (259-342)

Natal 329 (299-358) 373 (322-424) 292 (258-325)

Recife 359 (329-390) 470 (416-523) 272 (239-305)

Salvador 338 (309-367) 415 (367-462) 274 (241-308)

Satildeo Luis 343 (312-374) 452 (398-505) 256 (224-287)

Teresina 352 (319-384) 462 (405-518) 263 (228-297)

Centro Oeste 389 (367-411) 413 (377-449) 368 (343-393)

Brasiacutelia 404 (336-472) 404 (336-472) 399 (351-446)

Campo Grande 398 (366-430) 440 (388-491) 361 (322-400)

Cuiabaacute 366 (331-400) 401 (345-457) 333 (293-374)

Goiacircnia 373 (341-404) 417 (366-469) 334 (298-371)

Sudeste 317 (300-334) 347 (319-376) 291 (270-312)

Belo Horizonte 375 (346-404) 426 (378-474) 332 (298-365)

Rio de Janeiro 347 (318-376) 386 (339-433) 313 (277-349)

Satildeo Paulo 284 (259-310) 305 (264-347) 267 (236-298)

Vitoacuteria 398 (369-427) 432 (384-481) 370 (336-404)

Sul 391 (371-410) 432 (400-465) 355 (333-378)

Curitiba 367 (338-396) 419 (371-467) 322 (289-355)

Florianoacutepolis 439 (408-470) 448 (398-498) 431 (393-469)

Porto Alegre 406 (374-468) 444 (388-500) 374 (338-411)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada

cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

60

425 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo

Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica

A Tabela 10 mostra a prevalecircncia da AF entre adultos segundo a diretriz

do IPAQ Na comparaccedilatildeo com as outras diretrizes se assemelhou agrave diretriz do

ACSM variando entre 272 (IC95 21-26) em Satildeo Paulo e 356 (IC95 32-39)

em Porto Velho No conjunto homens foram mais ativos em Macapaacute (48) e menos

em Satildeo Paulo (272) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (307) e

menos em Teresina (194) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes encontrou-se

263 (IC95 24-27) na Regiatildeo Sudeste e 309 (IC95 28-33) na Regiatildeo Centro

Oeste

61

Tabela 10 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF

segundo a diretriz do IPAQ por sexo nas capitais brasileiras e

Distrito Federal ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 31 (294-326) 398 (372-424) 230 (212-248)

Beleacutem 325 (296-354) 413 (365-460) 249 (214-284)

Boa Vista 337 (302-372) 434 (380-489) 241 (201-281)

Macapaacute 355 (322-388) 48 (428-532) 235 (196-273)

Manaus 269 (239-300) 348 (296-400) 197 (167-227)

Palmas 312 (271-352) 364 (305-423) 259 (205-313)

Porto Velho 356 (322-390) 458 (407-509) 255 (213-297)

Rio Branco 333 (298-369) 427 (373-482) 248 (203-293)

Nordeste 293 (282-305) 377 (358-397) 224 (211-238)

Aracaju 294 (263-326) 393 (334-452) 215 (187-244)

Fortaleza 327 (294-359) 397 (343-451) 270 (231-309)

Joatildeo Pessoa 267 (239-295) 317 (271-363) 226 (193-260)

Maceioacute 298 (266-330) 383 (332-433) 227 (188-266)

Natal 263 (235-291) 308 (259-356) 225 (194-256)

Recife 299 (269-328) 41 (357-463) 211 (180-241)

Salvador 27 (243-297) 341 (295-388) 211 (180-241)

Satildeo Luis 295 (264-326) 414 (360-468) 199 (170-228)

Teresina 303 (271-335) 437 (381-494) 194 (162-226)

Centro Oeste 309 (288-330) 347 (311-382) 276 (253-299)

Brasiacutelia 322 (283-361) 341 (274-408) 305 (261-349)

Campo Grande 31 (279-342) 367 (316-418) 259 (223-295)

Cuiabaacute 303 (269-338) 357 (300-413) 254 (216-293)

Goiacircnia 288 (258-318) 34 (290-390) 244 (210-27-8)

Sudeste 263 (246-279) 303 (276-3310 229 (209-249)

Belo Horizonte 30 (271-327) 357 (309-406) 250 (219-280)

Rio de Janeiro 283 (254-311) 333 (286-379) 240 (205-275)

Satildeo Paulo 242 (218-266) 272 (232-312) 216 (186-246)

Vitoacuteria 318 (290-346) 378 (330-426) 268 (237-299)

Sul 303 (284-322) 367 (334-400) 248 (228-268)

Curitiba 296 (268-325) 362 (314-410) 240 (209-271)

Florianoacutepolis 331 (302-360) 356 (310-402) 307 (271-344)

Porto Alegre 304 (272-335) 377 (321-433) 243 (213-273)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada

cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

62

A classificaccedilatildeo do niacutevel de AF tambeacutem apresentou divergecircncias

regionais A Figura 6 mostra a comparaccedilatildeo entre as regiotildees segundo o ranking da

prevalecircncia de AF A Regiatildeo Sul obteve a maior meacutedia de AF suficiente frente agraves

recomendaccedilotildees da OMS mas segundo as recomendaccedilotildees da UE e do IOM obteve a

quarta maior meacutedia do total de cinco A uacutenica unanimidade observada na

classificaccedilatildeo regional foi a Regiatildeo Sudeste com a menor meacutedia nacional

Figura 6 Classificaccedilatildeo regional do niacutevel de AF por diferentes recomendaccedilotildees

43 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO VARIAacuteVEIS SOCIODEMOGRAacuteFICAS

Para tornar possiacutevel a descriccedilatildeo das caracteriacutesticas sociodemograacuteficas da

AF dentre as diversas recomendaccedilotildees foi escolhida a da OMS por ser esta a adotada

pelas poliacuteticas de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro

bull1ordm Norte

bull2ordm Centro Oeste

bull3ordm Nordeste

bull4ordm Sul

bull5ordm Sudeste

UE

bull1ordm Norte

bull2ordm Nordeste

bull3ordm Centro Oeste

bull4ordm Sul

bull5ordm Sudeste

IOM

bull1ordm Centro Oeste

bull2ordm Norte

bull3ordm Sul

bull4ordm Nordeste

bull5ordm Sudeste

ACSM

bull1ordm Sul

bull2ordm Centro Oeste

bull3ordm Norte

bull4ordm Nordeste

bull5ordm Sudeste

OMS

bull1ordm Centro Oeste

bull2ordm Norte

bull3ordm Sul

bull4ordm Nordeste

bull5ordm Sudeste

IPAQ

63

Os homens se mostraram mais ativos que as mulheres (ple0001) O

percentual de AF para eles foi de 598 (IC95 57-63) e de 389 (IC95 36-42)

para elas

Em relaccedilatildeo ao traccedilo coretnia foi notada uma diferenccedila estatisticamente

significante Os de pele amarela foram os mais ativos (355 - IC95 32-37) e os de

pele vermelha os mais inativos (529 - IC 95 51-53) (ple0001) O grupo de

negros pardos e morenos apresentou prevalecircncia semelhante aos brancos (511 x

517 respectivamente) tanto para inatividade fiacutesica quanto para AF suficiente

(343 x 346 respectivamente) (p=007)

O niacutevel de AF decresceu com o aumento da idade Os participantes com

65 anos ou mais foram os mais inativos (66 - IC95 - 65-68) Naqueles com

menos idade (18 ndash 24 anos) o percentual de inatividade observado foi o menor (44

- IC95 42-46) Foi observada ainda uma diferenccedila estatisticamente significante

para a relaccedilatildeo entre a praacutetica de AF com a idade (ple0001)

A comparaccedilatildeo do grau de escolaridade dos participantes com o niacutevel de

AF apresentou diferenccedilas significantes (ple0001) e o niacutevel de AF cresceu com o

aumento da escolaridade Assim a inatividade fiacutesica eacute mais prevalente entre os

menos escolarizados 61 (IC95 58-63) e menos prevalente entre os mais

escolarizados 39 (IC95 36-40) Tambeacutem 46 dos participantes com maior

escolaridade e 30 com menor escolaridade alcanccedilaram a meta de AF recomendada

pela OMS

A relaccedilatildeo da praacutetica da AF com o estado civil dos participantes apontou

que os solteiros satildeo mais ativos (279 - IC95 25-29) e os viuacutevos satildeo mais inativos

(669 - IC95 64-68) Separados e divorciados tenderam a ser mais inativos que os

casados (p=0001)

Quando perguntado aos entrevistados se conheciam local ou instalaccedilatildeo

apropriados para a praacutetica de AF proacuteximos agrave sua residecircncia a resposta afirmativa foi

mais frequente entre os participantes que referiram praticar AF Entre os

participantes que responderam negativamente agrave questatildeo ou seja que desconheciam a

presenccedila de tais instalaccedilotildees 617 (IC95 59-63) se mostraram inativos A Tabela

11 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis sociodemograacuteficas em relaccedilatildeo ao niacutevel de AF

64

Tabela 11 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo variaacuteveis

sociodemograacuteficas nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006

Variaacuteveis

sociodemograacutefica Inativo ativo insuf ativo muito ativo p

IC95 IC95 IC95 IC95

SEXO

lt0001

masculino 402 (381-423) 205 (181-22) 103 (85-119) 290 (271-321)

feminino 611 (583-634) 86 (64-107) 88 (63-104) 215 (198-235)

CORETNIA

lt0001

branca 512 (499-528) 144 (132-60) 87 (73-97) 257 (241-269)

negra 487 (465-498) 132 (118-51) 125 (112-143) 256 (242-273)

pardamorena 521 (513-532) 140 (129-58) 98 (86-108) 241 (226-265)

amarela 479 (459-496) 89 (77-97) 77 (63-91) 355 (328-379)

vermelha 529 (511-539) 128 (112-14) 104 (91-114) 239 (219-245)

IDADE

lt0001

18 ndash 24 443 (426-465) 189 (165-99) 101 (84-122) 267 (245-291)

25 ndash 34 479 (453-498) 156 (143-74) 93 (79-118) 272 (252-305)

35 ndash 44 524 (498-543) 135 (119-47) 94 (91-105) 247 (222-273)

45 -54 558 (529-584) 104 (88-12) 100 (92-111) 238 (209-253)

55-64 557 (536-585) 109 (98-118) 89 (77-96) 245 (229-265)

65 ou + 661 (651-684) 86 (71-98) 90 (82-111) 163 (156-189)

ESCOLARIDADE

lt0001

0 a 8 607 (589-637) 93 (89-107) 101 (91-116) 199 (188-211)

9 a 11 472 (446-499) 138 (118-49) 98 (91-105) 292 (274-326)

12 e mais 386 (365-406) 153 (143-76) 82 (69-93) 379 (348-411)

ESTADO CIVIL

001

solteiro 451 (432-489) 174 (161-85) 96 (91-106) 279 (259-294)

casado 537 (518-555) 127 (119-37) 97 (89-104) 239 (221-251)

viuacutevo 669 (648-685) 83 (74-98) 77 (71-89) 171 (164-186)

separadodivorciado 582 (568-631) 102 (91-12) 100 (9-117) 216 (205-229)

LOCAL PARA AF

lt0001

sim 482 (468-499) 152 (143-161) 95 (91-106) 266 (248-273)

natildeo 617 (597-632) 105 (93-11) 89 (81-97) 189 (175-199)

TOTAL DA

AMOSTRA () 515

141

96

249

Segundo diretriz OMS

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

p-valor para determinar a diferenccedila entre os escore das variaacuteveis para os niacutevel de AF (inativo ativo

insuficiente ativo e muito ativo) calculado pelo Teste Qui quadrado de Pearson

65

44 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO O COMPORTAMENTO INDIVIDUAL

A Tabela 12 mostra a distribuiccedilatildeo do niacutevel de AF dos participantes de

acordo com algumas caracteriacutesticas do comportamento individual A avaliaccedilatildeo

subjetiva do estado de sauacutede mostrou distribuiccedilatildeo significativamente diferente entre

os grupos (plt0001) Embora aproximadamente 80 dos participantes tenham

percebido sua sauacutede como boaregular houve maior impressatildeo positiva entre os

ativos e negativa entre os inativos O deslocamento ativo de casa para o trabalho foi

mais frequente agrave medida que aumentava o niacutevel de AF Por sua vez ser inativo foi

mais comum entre tabagistas (58 - IC95 57-59) principalmente entre aqueles

com maior consumo diaacuterio de cigarros Em relaccedilatildeo ao consumo de bebida alcooacutelica

aqueles que declararam realizar alguma quantidade de AF se apresentaram como

maiores consumidores (553 - IC95 54-56) (plt0001)

66

Tabela 12 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo caracteriacutesticas de

comportamento individual nas capitais brasileiras e Distrito

Federal ndash 2006

Segundo diretriz da OMS

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

p valor calculado pelo Teste Qui quadrado de Pearson

45 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO DIAGNOacuteSTICO DE DOENCcedilAS

CROcircNICAS NAtildeO TRANSMISSIacuteVEIS

A Tabela 13 mostra a prevalecircncia de diagnoacutestico meacutedico de DCNT

(hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente

vascular cerebral dislipidemia e osteoporose) em adultos e a sua relaccedilatildeo com o niacutevel

de AF1

embasado nas diretrizes da OMS A prevalecircncia para as doenccedilas pesquisadas

Caracteriacutesticas

Gerais (IC95 ) (IC95 ) (IC95 ) (IC95 ) p

Estado sauacutede lt0001

excelente 35 (342-264) 147 (131-158) 91 (84 - 99) 412 (402-430)

bom 454 (445-464) 14 (130-157) 95 (87-103) 311 (304-323)

578 (566-587) 11 (104-119) 98 (89-106) 214 (204-229)

ruim 721 (714-739) 73 ( 65 - 80) 72 (67 - 79) 134 (125-147)

lt0001

sim 432 (419-447) 132 (122-141) 105 (95-112) 331 (322-341)

528 (513-532) 142 (134-153) 94 (87-101) 236 (228-244)

Desl ativo lt0001

sim 229 (214-236) 73 ( 67 - 81) 325 (317-336) 373 (364-381)

natildeo 562 (551-574) 191 (183-202) 276 (266-284) 219 (203-226)

Tabagismo 002

sim 582 (571-592) 123 (115-134) 95 (89-103) 20 (191-209)

natildeo 505 (495-520) 143 (133-156) 95 (85-104) 256 (244-263)

Cigarro quant

1-19dia 529 (514-538) 14 (131-149) 104 (94-111) 228 (214-233) 001

20-39dia 656 (648-666) 91 ( 84 -101) 86 (76 - 93) 167 (151-176)

40 ou mais 647 (635-658) 121 (113-132) 57 (46 - 65) 175 (162-182)

Ex-fumante

sim 521 (512-533) 129 (117-134) 10 (94-109) 250 (241-262) 007

natildeo 50 (489-511) 149 (133-155) 93 (89 - 99) 259 (244-266)

Consumo aacutelcool

sim 447 (433-456) 177 (166-184) 99 (91-106) 276 (264-286) lt0001

natildeo 558 (544-566) 119 (107-128) 93 (85-101) 23 (221-243)

Frequecircnciadia

diaacuteria 481 (47-492) 116 (108-127) 132 (123-146) 271 (266-283)

3 a 6 dias 469 (459-478) 176 (164-184) 113 (107-126) 238 (226-244)

1 a 2 dias 417 (403-428) 203 (191-216) 98 (91-107) 282 (278-295)

ocasionalmente 501 (487-5120 13 (120-139) 91 (89-101) 278 (264-287)

Total da amostra ( ) 515 141 96 249

Inativo ativo insuficiente ativo muito ativo

Dieta hipocaloacuterica

67

foi maior entre os inativos principalmente entre mulheres inativas (plt0001) Trecircs a

cada quatro episoacutedios de infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral

acometeram mulheres inativas

Tabela 13 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos com histoacuterico

de diagnoacutestico meacutedico de DCNT por sexo segundo o niacutevel de AF

determinado pela OMS1 nas capitais dos estados brasileiros e

Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

X 2 = Teste Qui quadrado de Pearson

DCNT - hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto agudo do miocaacuterdio eou AVC dislipidemia

ou osteoporose

DCNT Inativo Ativo Insuficiente Ativo Muito ativo

IC 95 IC 95 IC 95 IC 95 p

HIPERTENSAtildeO

Total (217) 595 578-610 101 88-122 88 71-95 216 197-233 lt0001

Homens (185) 513 486-534 135 113-143 54 40-63 243 228-263 lt0001

Mulheres (244) 643 621-669 78 66-91 78 63-86 201 189-229 0009

DIABETE

Total (52) 634 617-668 78 55-91 78 53-96 212 197-233 0001

Homens (44) 522 480-568 114 93-130 91 77-115 273 258-292 003

Mulheres (59) 678 658-702 68 49-83 68 50-85 186 164-212 0001

INFARTO eou AVC

Total (27) 663 638-691 81 71-101 85 69-93 181 165-194 lt0001

Homens (28) 571 542-606 143 129-165 89 75-103 217 194-227 0006

Mulheres (27) 741 727-767 44 34-59 71 63-89 144 131-164 0001

DISLIPIDEMIA

Total (162) 54 521-568 123 114-138 99 86-111 238 224-257 002

Homens (143) 457 446-478 162 151-173 114 106-130 267 245-288 0001

Mulheres (178) 596 563-614 96 81-106 88 79-93 22 206-248 033

OSTEOPOROSE

Total (44) 64 559-669 114 106-134 91 80-100 159 146-166 lt0001

Homens (13) 538 521-541 154 144-165 154 145-166 154 145-165 026

Mulheres (70) 643 628-662 10 93-115 86 77-99 171 166-184 001

68

46 MODALIDADES PREFERIDAS PARA A PRAacuteTICA DE ATIVIDADE

FIacuteSICA

A Tabela 14 lista a escolha principal dos participantes por uma entre 16

modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte A caminhada livre a musculaccedilatildeo e o

futebol foram os mais populares Enquanto a caminhada livre apresentou maior

ocorrecircncia entre mulheres principalmente entre aquelas suficientemente ativas

(579 - IC95 56-60) o futebol se confirmou como modalidade de exerciacutecio fiacutesico

ou esporte predominantemente masculino e foi o mais preferido entre os homens

insuficientemente ativos (609 - IC95 57-64) As diferenccedilas estabelecidas foram

estatisticamente significantes (plt0001)

69

Tabela 14 Percentual da populaccedilatildeo adulta distribuiacuteda segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos

estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Conjunto

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades

Total

(IC 95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

Total

(IC95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

1 = caminhada livre 427 413-443 297 276-318 579 560-600 269 247-289 152 130-174 479 445-513

2 = caminhada esteira 29 24-34 39 31-48 17 12-22 23 16-30 27 17-37 16 09-23

3 = corrida livre 37 31-42 48 39-56 25 18-31 23 17-30 24 16-32 22 13-31

4 = corrida esteira 05 003-07 04 01-07 06 03-09 04 009-07 05 005-09 02 0002-04

5 = musculaccedilatildeo 154 142-166 174 155-193 131 117-144 43 34-51 30 21-40 64 48-81

6 = ginaacutestica aeroacutebia 21 17-25 04 02-06 40 32-49 11 07-15 02 005-03 29 18-40

7 = hidroginaacutestica 20 16-23 06 02-09 37 30-43 21 16-26 03 01-05 53 39-68

8 = ginaacutestica geral 33 28-38 13 09-17 57 47-66 34 27-41 12 07-17 75 58-92

9 = nataccedilatildeo 17 13-20 18 14-22 15 09-20 26 19-33 26 16-36 26 17-35

10 = artes marciais 15 11-19 22 16-29 06 01-10 03 01-05 03 02-05 03 0004-007

11 = ciclismo 48 41-55 63 53-75 29 22-36 40 31-50 43 31-55 36 22-49

12 = futebol 140 127-152 252 230-273 10 07-13 408 378-437 609 573-643 42 28-56

13 = basquetebol 02 007-03 03 01-05 002 0004-004 02 003-05 03 001-06 01 001-02

14 = voleibol 08 05-10 06 04-08 09 05-14 23 17-29 12 07-16 44 30-58

15 = tecircnis 02 002-04 05 02-07 005 002-009 06 02-10 08 02-14 03 004-05

16 = outros 42 36-48 46 36-55 38 31-45 64 52-76 41 30-53 105 78-131

70

A Tabela 15 mostra a preferecircncia dos portadores de hipertensatildeo arterial

sistecircmica por uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Comparando

a proporccedilatildeo com o conjunto da amostra foi notado entre os portadores dessa DCNT

incremento da praacutetica de caminhada livre em ambos os grupos (ativo suficiente e

ativo insuficiente) e sexos Entre os hipertensos suficientemente ativos a frequecircncia

foi de 68 (IC95 64-70) contra 43 (IC95 41-44) para a populaccedilatildeo em geral

Os hipertensos insuficientemente ativos apresentaram incremento mais modesto para

esta modalidade (448 - IC95 39-49) Tambeacutem ficou destacada a diminuiccedilatildeo da

praacutetica de futebol para este grupo As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente

significantes (plt0001)

71

Tabela 15 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de hipertensatildeo arterial sistecircmica segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou

esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

HIPERTENSAtildeO

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades

Total

(IC 95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

Total

(IC95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

1 = caminhada livre 679 648-708 604 553-654 737 704-75 448 399-497 312 251-373 599 530-667

2 = caminhada esteira 19 12-26 26 14-38 14 06-22 16 05-27 18 001-35 15 02-28

3 = corrida livre 27 17-37 39 19-58 18 09-26 20 08-31 23 06-40 15 008-32

4 = corrida esteira 03 005-06 06 001-12 01 004-13 04 01-08 06 03-16 004 005-01

5 = musculaccedilatildeo 63 46-78 75 48-102 52 34-71 29 07-51 37 01-75 20 02-38

6 = ginaacutestica aeroacutebia 20 10-30 07 002-14 30 13-47 13 06-19 06 005-13 19 08-31

7 = hidroginaacutestica 37 25-48 11 03-21 57 38-76 54 31-77 15 02-28 98 53-143

8 = ginaacutestica geral 26 18-33 13 05-20 36 23-49 46 30-62 27 09-45 67 41-94

9 = nataccedilatildeo 09 04-14 11 03-19 07 0005-14 23 10-36 26 06-45 20 03-38

10 = artes marciais 03 002-05 06 003-12 02 0001-005 03 003-06 03 01-08 02 02-06

11 = ciclismo 32 24-41 44 30-58 23 12-33 50 24-77 54 24-84 50 03-91

12 = futebol 47 31-63 105 70-139 005 0004-01 222 174-270 416 341-491 06 02-12

13 = basquetebol 01 001-03 02 003-05 001 0007-002 0005 0005-002 001 0001-003 - -

14 = voleibol 02 005-05 04 002-11 006 0005-001 10 02-23 06 007-10 15 11-41

15 = tecircnis 01 001-002 03 001-05 008 001-01 03 004-06 04 002-08 02 01-05

16 = outros 31 18-44 44 19-68 21 08-34 59 38-80 47 15-79 72 56-100

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

72

A Tabela 16 mostra a preferecircncia de portadores de diabete por uma entre

16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Para ambos os grupos e ambos os

sexos a procura pela caminhada livre quase dobrou em relaccedilatildeo ao conjunto da

amostra (427x 746) sendo esta modalidade a preferida de 77 (IC95 69-84)

das mulheres suficientemente ativas A preferecircncia pela praacutetica do futebol aumentou

em aproximadamente cinco vezes para o grupo que natildeo alcanccedilou a meta em relaccedilatildeo

ao conjunto da amostra O somatoacuterio de modalidades esportivas de quadra como

basquete vocirclei e tecircnis natildeo alcanccedilou 05 da preferecircncia e demonstrou a natildeo escolha

destas modalidades pelo puacuteblico feminino As diferenccedilas estabelecidas foram

estatisticamente significantes (plt0001)

73

Tabela 16 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de diabetes segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Diabetes AF Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)

Total

(IC95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

1 = caminhada livre 746 687-803 718 623-812 770 697-842 558 450-661 504 326-681 595 456-733

2 = caminhada esteira 30 122-48 34 02-66 27 08-45 07 0005-14 14 02-30 02 01-07

3 = corrida livre 16 04-28 10 01-20 21 005-42 27 04-58 24 08-55 29 02-79

4 = corrida em esteira 02 0002-05 02 01-05 03 008-07 11 10-32 26 24-76 0 -

5 = musculaccedilatildeo 25 06-44 39 009-78 12 01-23 12 01-25 22 08-52 05 02-11

6 = ginaacutestica aeroacutebia 13 0001-26 21 06-48 06 0004-12 07 04-18 13 13-39 02 006-05

7 = hidroginaacutestica 50 18-82 22 09-53 75 22-128 93 18-167 30 01-61 139 162-262

8 = ginaacutestica em geral 31 14-48 15 17-31 45 18-73 46 03-89 11 03-26 71 009-143

9 = nataccedilatildeo 09 0005-19 11 0 5-28 07 04-18 08 0004-17 11 06-29 06 0006-013

10 = artes marciais 02 001-006 05 02-13 00 - 03 03-10 08 08-24 0 -

11 = ciclismo 26 11-41 50 18-81 05 007-10 07 11-136 11 02-23 04 01-09

12 = futebol 20 008-32 42 16-69 0 - 93 50-136 219 111-326 0 -

13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -

14 = voleibol 01 0004-002 0004 0003-001 01 0008-02 0008 004-02 02 01-05 0 -

15 = tecircnis 0 - 0 - 0 -- 001 009-03 02 02-07 0 -

16 = outros 29 26-56 31 04-65 28 12-69 128 54-202 103 17-205 146 43-250

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

74

A Tabela 17 mostra a preferecircncia dos participantes com histoacuterico de IAM

eou AVC por uma das 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte A distribuiccedilatildeo

da escolha do tipo de atividade principal se assemelhou agrave escolha dos participantes

com diagnoacutestico preacutevio de diabetes ou seja indicou forte participaccedilatildeo em caminhada

livre Ela esteve presente entre 781 (IC95 76-88) das mulheres suficientemente

ativas e 734 (IC95 60-86) entre as insuficientemente ativas As diferenccedilas

estabelecidas foram estatisticamente significantes (plt0001)

75

Tabela 17 Percentual da populaccedilatildeo adulta com IAM eou AVC segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas

capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

2 Infarto agudo do miocaacuterdio e

3 Acidente vascular cerebral

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

IAM2 ou AVC3 AF Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades

Total

(IC 95) Masculino (IC 95) Feminino

(IC

95) Total (IC95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)

1 = caminhada livre 706 621-91 653 534-73 781 763-88 494 342-645 382 197-571 734 600-867

2 = caminhada em esteira 45 08-81 74 12-135 03 02-08 06 02-13 07 04-18 04 03-11

3 = corrida livre 12 01-24 07 02-16 20 04-44 35 31-102 50 47-147 03 03-11

4 = corrida em esteira 02 01-05 04 02-09 0 - 24 17-65 35 25-95 0 -

5 = musculaccedilatildeo 80 15-145 90 03-18 63 20-149 64 27-155 76 54-207 38 24-100

6 = ginaacutestica aeroacutebia 15 05-35 18 15-51 10 02-22 10 05-24 0 - 31 15-77

7 = hidroginaacutestica 28 09-48 11 08-29 53 13-93 50 07-92 36 12-83 80 05-166

8 = ginaacutestica em geral 24 05-43 16 04-35 36 002-71 20 02-37 14 06-34 32 001-64

9 = nataccedilatildeo 10 04-25 06 05-17 17 15-48 24 01-48 32 02-66 08 03-20

10 = artes marciais e luta 01 01-03 02 01-05 00 00 0 - 0 - 0 -

11 = ciclismo 16 04-31 23 03-49 05 005-11 57 08-122 74 20-169 20 16-56

12 = futebol 25 05-45 42 07-75 0 - 154 30-312 225 06-443 01 01-03

13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -

14 = voleibol 01 005-03 004 0003-1 02 001-05 005 004-01 01 008-02 0 -

15 = tecircnis 02 01-05 03 003-08 0 - 0 - 0 - 0 -

16 = outros 34 03-70 51 10-112 10 03-22 62 15-139 68 43-179 49 07-91

76

A Tabela 18 mostra a preferecircncia entre participantes com histoacuterico

meacutedico de dislipidemia por uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

Caminhada livre musculaccedilatildeo e futebol foram as modalidades preferidas entre os

participantes suficientemente ativos 644 79 e 59 respectivamente A

caminhada livre o futebol e o ciclismo (431 22 e 58 respectivamente) foram

as modalidades preferidas entre participantes insuficientemente ativos As diferenccedilas

estabelecidas foram estatisticamente significantes (plt0001)

77

Tabela 18 Percentual da populaccedilatildeo adulta com dislipidemia segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais

dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quarado de Pearson p lt0001

Dislipidemia AF Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95) Total (IC95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)

1 = caminhada livre 644 612-676 556 500-612 723 686-757 431 377-483 298 229-366 579 510-642

2 = caminhada em esteira 18 11-24 24 12-37 11 04-19 16 06-27 18 002-36 14 03-24

3 = corrida livre 26 17-34 44 27-61 09 04-15 17 06-28 17 01-33 17 004-33

4 = corrida em esteira 07 01-13 11 01-22 03 03-07 10 06-26 19 12-49 0 -

5 = musculaccedilatildeo 79 62-96 93 65-121 68 46-88 30 16-45 11 03-18 51 22-81

6 = ginaacutestica aeroacutebia 20 14-29 07 05-15 31 15-47 08 02-13 03 01-07 14 04-23

7 = hidroginaacutestica 39 28-50 15 04-25 60 42-78 50 31-69 17 02-31 86 51-123

8 = ginaacutestica em geral 23 16-30 12 03-20 34 21-44 42 25-58 18 05-30 68 36-100

9 = nataccedilatildeo 13 07-19 16 06-26 09 02-17 43 18-68 59 16-102 25 04-46

10 = artes marciais e luta 04 004-07 08 08-15 0001 0001-0004 03 002-06 03 01-08 02 02-06

11 = ciclismo 35 24-45 52 33-72 19 10-28 58 34-82 83 41-125 30 08-51

12 = futebol 59 40-78 123 83-163 02 0002-04 220 165-274 414 328-499 05 001-09

13 = basquetebol 006 0006-01 01 001-02 0 - 003 003-009 005 005-01 0 -

14 = voleibol 003 005-04 01 001-06 02 01-06 09 03-14 007 02-12 11 01-21

15 = tecircnis 001 004-03 03 007-06 0002 0002-008 04 008-07 006 01-12 003 003-01

16 = outros 32 20-43 34 16-52 29 15-44 57 40-80 25 06-44 98 62-134

78

A Tabela 19 mostra a preferecircncia entre portadores de osteoporose por

uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Os resultados mostraram a

mesma tendecircncia observada entre os portadores dos outros tipos de DCNT ou seja

maior preferecircncia pela caminhada livre Aqui destaca-se a hidroginaacutestica como

segunda opccedilatildeo de AF A procura pela hidroginaacutestica foi maior em mulheres Para

aquelas que natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima 174 (IC95 9-25) relataram esta

preferecircncia As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente significantes

(plt0001)

79

Tabela 19 Percentual da populaccedilatildeo adulta com osteoporose segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos

estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

Osteoporose AF Suficiente

AF Insuficiente

Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95)

Feminino

(IC 95) Total (IC95) Masculino (IC 95)

Feminino

(IC 95)

1 = caminhada livre 670 607-732 502 313-691 705 645-769 413 322-502 371 128-612 424 327-519

2 = caminhada em esteira 14 03-25 43 08-93 07 0003-14 07 001-15 15 15-46 05 003-11

3 = corrida livre 14 01-27 20 07-48 13 01-27 03 001-06 02 02-06 03 005-07

4 = corrida em esteira 03 02-09 0 - 04 02-11 0001 001-004 007 008-02 0 -

5 = musculaccedilatildeo 60 24-94 106 19-230 49 17-81 52 03-108 132 104-368 33 005-66

6 = ginaacutestica aeroacutebia 24 009-47 01 0009-02 29 10-57 26 06-46 28 29-84 25 04-46

7 = hidroginaacutestica 87 54-122 0 - 108 67-149 154 83-222 66 63-194 174 94-254

8 = ginaacutestica em geral 39 17-59 03 02-08 46 21-72 105 49-160 10 11-32 128 60-196

9 = nataccedilatildeo 02 004-04 0 - 02 004-04 19 008-37 0 - 24 001-47

10 = artes marciais e luta 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -

11 = ciclismo 36 006-73 172 09-355 06 007-10 78 20-136 171 35-38 55 05-105

12 = futebol 22 04-39 120 23-217 003 003-01 32 04-61 164 18-31 0 -

13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 00 - 0 -

14 = voleibol 0001 0001-003 0 - 0001 0001-003 0 - 00 - 0 -

15 = tecircnis 0 - 0 -- 0 - 0 - 00 - 0 -

16 = outros 29 08-49 33 06-72 27 03-52 111 54-168 41 02-83 129 59-198

80

47 PERIODICIDADE SEMANAL DA ATIVIDADE FIacuteSICA

A Tabela 20 mostra a distribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal das atividades

separadas por modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e pelo conjunto das

modalidades segundo o niacutevel de AF Entre os participantes que alcanccedilaram a meta

sobressaiu a frequecircncia de atividades entre 3 a 4 dias na semana O fenocircmeno soacute natildeo

foi observado para a praacutetica do ciclismo onde predominou a frequecircncia diaacuteria

(485 - IC 95 408-559) A maioria dos participantes com AF insuficiente

apresentou frequecircncia de 1 a 2 dias por semana A uacutenica exceccedilatildeo ocorreu na

modalidade de basquetebol em que predominou a frequecircncia de 3 a 4 dias por

semana (532 - IC95 21-85) As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente

significantes (plt0001)

81

Tabela 20 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo periodicidade e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

continua

1 GIN AER = ginaacutestica aeroacutebia

2 todos = (todos os dias) frequecircncia diaacuteria da atividade

3 Caminhada na esteira rolante

1 GIN AER = ginaacutestica aeroacutebia

2 todos = (todos os dias) frequecircncia diaacuteria da atividade

3 Caminhada na esteira rolante

Nuacutemero de

sessotildees semanais AF

Suficiente AF

Insuficiente AF

Suficiente AF

Insuficiente AF

Suficiente AF

Insuficiente

CAMINHADA IC95 IC95 GIN16 AER IC95 IC95 CICLISMO IC95 IC95

Todos27 278 255-300 25 13-36 todos 120 64-175 76 06-145 todos 485 408-559 103 07-213

5 a 6 296 274-317 27 12-41 5 a 6 376 269-481 22 21-66 5 a 6 184 114-254 83 10-178

3 a 4 406 383-427 77 54-100 3 a 4 492 390-594 56 18-130 3 a 4 301 234-369 69 26-112

1 a 2 20 15-25 871 842-899 1 a 2 12 02-25 846 738-953 1 a 2 30 10-49 745 613-875

CAMINHADA38 IC95 IC95 HIDROGIN IC95 IC95 FUTEBOL IC95 IC95

todos 260 178-342 89 42-221 todos 45 17-71 _ _ todos 138 98-177 _ _

5 a 6 202 140-263 50 43-144 5 a 6 145 73-216 _ _ 5 a 6 106 72-140 01 001-02

3 a 4 455 365-545 92 14-168 3 a 4 801 726-876 01 001-02 3 a 4 453 394-509 01 001-02

1 a 2 83 16-148 769 61926 1 a 2 09 01-17 999 998-1000 1 a 2 303 249-356 998 997-1000

CORRIDA IC95 IC95

GIN

GERAL IC95 IC95 BASQUETE IC95 IC95

todos 163 111-214 04 03-13 todos 156 102-209 94 38-148 todos 300 73-672 _ _

5 a 6 288 212-362 46 10-101 5 a 6 285 211-358 80 15-145 5 a 6 101 30-232 _ _

3 a 4 518 439-596 11 01-23 3 a 4 545 467-624 62 26-97 3 a 4 532 214-850 _ _

1 a 2 31 06-56 939 881-997 1 a 2 14 01-26 764 677-850 1 a 2 67 32-165 100 _

82

continuaccedilatildeo

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

4 Corrida na esteira rolante

5 Engloba qualquer das modalidades de artes marciais

6 Conjunto de modalidades natildeo nominadas na entrevista

Nuacutemero de

sessotildees semanais AF

Suficiente AF

Insuficiente AF

Suficiente AF

Insuficiente AF

Suficiente AF

Insuficiente

CORRIDA49 IC95 IC95 NATACcedilAtildeO IC95 IC95 VOLEI IC95 IC95

todos 255 105-404 13 18-45 todos 134 45-223 05 04-159 todos 164 67-259 _ _

5 a 6 331 135-526 258 133-648 5 a 6 65 34-96 _ _ 5 a 6 164 56-270 _ _

3 a 4 386 171-602 - - 3 a 4 758 662-851 _ _ 3 a 4 556 401-712 01 001-02

1 a 2 28 27-82 729 332-1126 1 a 2 43 05-80 945 84-1049 1 a 2 116 37-193 999 998-1000

MUSCULACcedilAtildeO IC95 IC95 LUTA510 IC95 IC95 TEcircNIS IC95 IC95

todos 143 105-181 08 01-18 todos 211 90-330 _ _ todos 193 35-421 _ _

5 a 6 411 367-454 01 001-09 5 a 6 130 58-201 _ _ 5 a 6 163 34-290 _ _

3 a 4 437 394-477 34 22-91 3 a 4 590 452-728 _ _ 3 a 4 637 405-868 _ _

1 a 2 09 03-15 957 900-1014 1 a 2 689 01-138 100 _ 1 a 2 07 06-22 100 _

OUTROS611 IC95 IC95

CONJUNTO IC95 IC95

todos 295 215-374 96 36-229 todos 228 213-243 24 12-36

5 a 6 182 123-239 20 02-38 5 a 6 269 254-283 175 109-242

3 a 4 468 392-541 18 06-29 3 a 4 445 428-460 296 226-365

1 a 2 55 27-84 866 735-995 1 a 2 58 49-66 925 911-943

83

48 DURACcedilAtildeO DA SESSAtildeO DE ATIVIDADE FIacuteSICA

A Tabela 21 mostra a distribuiccedilatildeo da duraccedilatildeo (em minutos) das sessotildees

das atividades separadas por modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e no

conjunto das modalidades Para todas as modalidades a maioria dos participantes

referiu praticaacute-las com duraccedilatildeo de 60 minutos ou mais A uacutenica exceccedilatildeo ocorreu para

as corridas na esteira rolante pelos participantes insuficientemente ativos 525

(IC95 38-105) optaram por realizaacute-las de 30 a 39 minutos Destaca-se que no

conjunto aproximadamente 90 dos participantes praticaram alguma modalidade de

exerciacutecio fiacutesico ou esporte com duraccedilatildeo igual ou superior a 30 minutos Assim quase

a totalidade dos participantes atendeu ao indicador lsquoduraccedilatildeo do esforccedilorsquo

recomendado pela maioria das diretrizes

84

Tabela 21 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos) e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros

e Distrito Federal 2006

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

CAMINHADA IC95 IC95

GIN

AEROacuteBIA IC95 IC95 CICLISMO IC95 IC95

-10 01 001-09 03 01-05 -10 _ _ 99 07-189 -10 09 08-27 46 03-96

10 a 19 02 01-07 81 58-104 10 a 19 14 13-41 83 13-154 10 a 19 13 04-25 258 125-390

20 a 29 32 23-40 102 79-126 20 a 29 35 06-75 06 03-15 20 a 29 57 24-89 104 43-164

30 a 39 224 205-242 269 225-313 30 a 39 37 139-60 224 39-410 30 a 39 20 143-256 107 33-181

45 a 59 143 127-158 108 80-136 45 a 59 39 15-63 106 32-245 45 a 59 153 84-220 62 16-139

60 ou mais 598 575-621 437 392-491 60 ou mais 875 816-932 482 312-649 60 ou mais 568 492-644 423 302-543

CAMINHADA IC95 IC95 HIDROGIN IC95 IC95 FUTEBOL IC95 IC95

-10 0 0 08 07-24 -10 _ _ _ _ -10 - - - -

10 a 19 33 28-93 214 51-377 10 a 19 01 001-02 01 001-02 10 a 19 01 001-02 11 09-21

20 a 29 30 05-65 143 38-247 20 a 29 01 01-02 07 03-19 20 a 29 03 001-07 06 02-08

30 a 39 21 140-279 225 111-339 30 a 39 68 31-106 71 04-145 30 a 39 68 37-98 53 34-71

45 a 59 242 43-156 37 18-91 45 a 59 302 222-383 374 232-515 45 a 59 48 29-65 58 37-79

60 ou mais 485 456-395 373 215-531 60 ou mais 628 543-714 547 406-689 60 ou mais 88 845-916 872 841-901

CORRIDA IC95 IC95 GIN GERAL IC95 IC95 BASQUETE IC95 IC95

-10 - - - - -10 01 001-03 28 01-54 -10 _ _ 0 0

10 a 19 - - 109 - 10 a 19 03 001-07 234 144-324 10 a 19 _ _ 0 0

20 a 29 46 13-78 79 17-140 20 a 29 25 03-46 45 13-75 20 a 29 _ _ 08 01-26

30 a 39 316 235-396 267 116-416 30 a 39 108 68-147 105 51-158 30 a 39 31 29-82 116 81-314

45 a 59 151 106-195 111 21-201 45 a 59 28 136-43 40 11-67 45 a 59 17 10-44 07 06-23

60 ou mais 487 397-565) 434 285-583 60 ou mais 835 788-882 548 442-657 60 ou mais 952 891-1011 869 665-1072

continua

85

continuaccedilatildeo

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

CORRIDA IC95 IC95 NATACcedilAtildeO IC95 IC95 VOLEI IC95 IC95

-10 _ _ 44 61-149 -10 _ _ _ _ -10 _ _ 0 0

10 a 19 _ _ 281 121-683 10 a 19 _ _ 58 46-161 10 a 19 _ _ 03 02-10

20 a 29 74 03-152 14 20-47 20 a 29 04 01-12 14 06-34 20 a 29 _ _ 0 0

30 a 39 186 05-314 526 08-1059 30 a 39 100 34-165 103 19-186 30 a 39 52 37-142 49 09-88

45 a 59 242 31-453 129 129-387 45 a 59 217 123-310 257 134-379 45 a 59 14 13-42 104 01-211

60 ou mais 498 289-706 06 009-22 60 ou mais 679 576-782 568 414-723 60 ou mais 934 840-1026 842 732-951

MUSCULACcedilAtildeO IC95 IC95 LUTA IC95 IC95 TEcircNIS IC95 IC95

-10 _ _ 07 06-21 -10 _

_ _ -10 _ _ 0 0

10 a 19 _ _ 62 03-127 10 a 19 _

_ _ 10 a 19 _ _ 0 0

20 a 29 17 11-45 49 01-111 20 a 29 _

_ _ 20 a 29 _ _ 08 07-27

30 a 39 31 19-41 74 21-126 30 a 39 07 02-16 _ _ 30 a 39 _ _ 17 10-44

45 a 59 72 50-94 74 01-146 45 a 59 24 20-68 _ _ 45 a 59 _ _ 52 52-155

60 ou mais 880 844-915 734 621-846 60 ou mais 969 923-1013 1 _ 60 ou mais 100 _ 923 809-1035

OUTROS IC95 IC95 CONJUNTO IC95 IC95

-10 03 01-07 11 03-18 -10 01 0001-02 06 03-08

10 a 19 06 03-16 133 02-264 10 a 19 04 0003-06 65 49-80

20 a 29 22 11-33 19 05-42 20 a 29 26 19-32 42 34-50

30 a 39 10 52-146 85 42-127 30 a 39 152 142-166 127 109-144

45 a 59 107 47-166 33 07-59 45 a 59 117 107-126 84 69-97

60 ou mais 762 692-832 719 597-840 60 ou mais 700 682-712 676 649-703

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

86

A Tabela 22 mostra a simulaccedilatildeo de aumento na frequecircncia semanal e na

duraccedilatildeo do esforccedilo Para os participantes ativos insuficientes com frequecircncia

semanal de 1 a 2 sessotildees de AF foi simulado o acreacutescimo na sua frequecircncia e se

passou a computar 3 sessotildees semanais Nenhuma outra alteraccedilatildeo dos dados ocorreu

Apoacutes a simulaccedilatildeo somente 999 participantes continuaram com AF insuficiente

outros 5589 (85) que natildeo alcanccedilavam a meta passaram a alcanccedilaacute-la Tambeacutem foi

acrescentado tempo para os participantes insuficientemente ativos que referiram

esforccedilo com duraccedilatildeo menor que 60 minutos Agora toda atividade dura no miacutenimo

60 minutos Nenhuma outra alteraccedilatildeo dos dados ocorreu Apoacutes a simulaccedilatildeo 5864

participantes permaneceram sem promoccedilatildeo do niacutevel de AF e somente 724 (11)

foram promovidos

Tabela 22 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta insuficientemente ativa antes e

apoacutes a simulaccedilatildeo de aumento da frequecircncia semanal e da duraccedilatildeo

do esforccedilo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006

Classificaccedilatildeo do niacutevel de AF dada pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

Simulaccedilatildeo da frequecircncia permitiu os ativos insuficientes terem no miacutenimo 3 sessotildees semanais

Simulaccedilatildeo da duraccedilatildeo do esforccedilo permitiu os ativos insuficientes terem no miacutenimo 60 minutos de

duraccedilatildeo para cada sessatildeo de esforccedilo

Ativos Insuficientes

Frequecircncia

(sessotildeessemana)

Antes simulaccedilatildeo

(N)

Apoacutes simulaccedilatildeo

(N)

01-02 6233 -

03-04

05-06

279

76

823

76

Diaacuteria 100 100

Total 6588 999

Duraccedilatildeo do esforccedilo

(minutos)

Antes simulaccedilatildeo

(N)

Apoacutes simulaccedilatildeo

(N)

-10 69 -

1119 346 -

20-29 394 -

30-39 902 -

45-59 635 -

60 ou + 4342 5864

Total 6588 5864

87

A Tabela 23 mostra a distribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal e duraccedilatildeo em

minutos das sessotildees de AF entre os participantes que referiram diagnoacutestico meacutedico

preacutevio de DCNT A maior parte dos portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT de

ambos os sexos e suficientemente ativos se concentrou em praacuteticas de AF com

frequecircncia entre 3 a 4 dias por semana Uma exceccedilatildeo foi observada entre homens

com referecircncia a IAM eou AVC que apresentaram alta frequecircncia diaacuteria (413 -

IC95 27-54) e percentual elevado para as atividades com duraccedilatildeo das sessotildees de

AF de 60 minutos ou mais (595 IC95 47-71) Em relaccedilatildeo aos portadores de

diagnoacutestico preacutevio de DCNT insuficientemente ativos em ambos os sexos tambeacutem

predominaram as sessotildees com duraccedilatildeo de 60 minutos ou mais poreacutem com menor

frequecircncia semanal (1 a 2 dias) Assim portadores de DCNT apresentaram mesma

tendecircncia de frequecircncia semanal e duraccedilatildeo do esforccedilo quando comparados ao

conjunto da amostra

88

Tabela 23 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos e diagnoacutestico meacutedico referido para DCNT por sexo para a periodicidade e

duraccedilatildeo da AF segundo a recomendaccedilatildeo de AF determinada pela OMS1 nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 Qui quadrado de Pearson p lt0001

hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto do miocaacuterdio eou AVC dislipidemia e osteoporose

AF SUF HIPERTENSAtildeO DIABETES IAM eouAVC DISLIPIDEMIA OSTEOPOROSE

HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER

(IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95)

Frequecircncia

todos 298 (242-354) 227 (188-266) 395 (249-546) 257 (179-335) 413 (279-547) 355 (175-536) 239 (176-302) 204 (172-236) 318 (119-516) 213 (153-274)

5 a 6 252 (204-300) 331 (291-371) 193 (112-273) 355 (264-445) 279 (168-389) 249 (115-383) 246 (196-296) 319 (280-359) 223 (73-372) 327 (259-395)

3 a 4 395 (344-445) 431 (389-473) 397 (269-521) 374 (282-465) 270 (172-368) 388 (236-541) 478 (417-538) 460 (419-500) 402 (206-600) 452 (382-521)

1 a 2 55 (32-77) 11 (02-19) 15 (03-26) 14 (07-37) 38 (07-77) 08 (06-22) 37 (17-57) 17 (07-27) 57 (05-113) 08 (03-20)

Duraccedilatildeo

-10 002(001-006) 001 (0001-0002) - - - - 680 (61-197) -

10 a 19 - 006 (002-01) 05 (02-12) - - - 02 (01-07) - -

20 a 29 34 (15-52) 30 (19-42) 15 (02-27) 20 (07-33) 49 (01-98) 17 (02-31) 09 (04-14) 24 (12-36) 22 (04-48) 47 (11-82)

30 a 39 201 (16-24) 188 (159-217) 249 (131-367) 229 (158-300) 199 (103-296) 318 (135-501) 227 (171-282) 197 (166-228) 232 (38-425) 233 (175-291)

45 a 59 149 (113-185) 144 (114-175) 125 (49-200) 147 (71-221) 157 (77-236 141 (39-242) 141 (100-181) 153 (123-182) 100 (12-188) 158 (111-205)

60 ou mais 616 (564-668) 637 (597-676) 606 (477-737) 604 (514-695) 595 (474-716) 524 (353-694) 623 (563-684) 624 (585-663) 576 (375-779) 562 (492-631)

AF INSUF

Frequecircncia

todos 18 (02-34) 37 (10-63) 26 (02-49) 51 (35-138) 34 (01-70) 42 (03-86) 41 (03-83) 23 (05-40) 25 (10-61) 70 (19-122)

5 a 6 28 (08-47) 59 (02-115) 41 (20-103) 47 (15-110) 61 (20-142) 47 (13-107) 10 (04-24) 32 (05-59) - 40 (07-88)

3 a 4 61 (24-97) 42 (24-60) 165 (25-306) 86 (22-149) 77 (21-175) 170 (23-316) 31 (04-57) 57 (32-82) 425 (127-722) 121 (49-192)

1 a 2 893 (850-937) 862 (800-923) 768 (616-919) 816 (700-932) 828 (695-960) 741 (579-905) 918 (868-968) 888 (849-928) 550 (260-841) 769 (677-860)

Duraccedilatildeo

-10 26 (02-50) 06 (01-12) 01 (001-03) 09 (008-20) 16 (07-39) 12 (11-36) 24 (08-50) 04 (01-08) - 11 (05-21)

10 a 19 101 (47-156) 124 (63-185) 166 (23-309) 130 (20-239) 309 (58-558) 200 (57-343) 88 (26-151) 90 (53-126) 464 (176-751) 138 (67-209)

20 a 29 57 (28-87) 76 (44-107) 92 (25-158) 100 (29-170) 83 (05-161) 206 (49-462) 41 (13-69) 77 (39-115) 10 (05-32) 138 (55-220)

30 a 39 167 (109-224) 243 (177-307) 50 (03-96) 223 (122-324) 224 (39-409) 129 (26-231) 196 (121-271) 192 (138-245) 93 (08-177) 172 (82-262)

45 a 59 68 (39-97) 122 (66-177) 50 (03-96) 138 (07-283) 24 (05-53) 82 (01-165) 70 (34-106) 98 (51-143) 09 (009-27) 124 (53-194)

60 ou mais 581 (502-657) 429 (354-504) 641 (478-812) 400 (252-547) 344 (157-534) 371 (184-559) 581 (488-672) 539 (466-612) 424 (160-688) 417 (317-518)

89

5 DISCUSSAtildeO

51 SIacuteNTESES DOS RESULTADOS

Neste trabalho avaliamos os dados do sistema VIGITEL que entrevistou

a populaccedilatildeo adulta residente em domiciacutelios conectados agrave rede de telefonia fixa de

cada uma das capitais dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal O enfoque

desta tese incidiu sobre a prevalecircncia de AF e se observou que 515 dos adultos

natildeo praticam qualquer tipo de AF durante o lazer ou durante o deslocamento para o

trabalho Todas as diretrizes e recomendaccedilotildees internacionais para a quantidade

miacutenima de AF classificaram de modo uniforme e idecircntico os inativos No entanto

divergecircncias importantes ocorreram na graduaccedilatildeo da AF dos participantes

considerados fisicamente ativos

A frequecircncia das sessotildees de AF foi o aspecto que mais contribuiu para a

determinaccedilatildeo do grau dessa atividade Notou-se que as recomendaccedilotildees que orientam

uma frequecircncia semanal miacutenima indicaram uma prevalecircncia menor de AF suficiente

Por outro lado recomendaccedilotildees que orientam uma duraccedilatildeo total semanal sem fixar a

frequecircncia miacutenima tiveram as maiores prevalecircncias de AF suficiente Em face dessa

divergecircncia a prevalecircncia de AF suficiente nas cidades observadas variou

distinguindo diferentes rankings conforme a recomendaccedilatildeo adotada

Tendo como referecircncia a recomendaccedilatildeo da OMS encontramos maior

prevalecircncia de AF em homens Os de etnia negra e asiaacutetica eram fisicamente mais

ativos e a AF diminuiu com a idade com a menor escolaridade e com a viuvez Perto

de 65 da populaccedilatildeo consideraram a sua sauacutede boa ou excelente e entre os que a

consideraram ruim a maioria era de inativos O deslocamento ativo e a dieta

hipocaloacuterica satildeo caracteriacutesticas predominantes dos participantes ativos O tabagismo

foi mais frequente entre os inativos e o maior consumo de bebidas alcooacutelicas ocorreu

entre os ativos As pessoas fisicamente ativas mais frequentemente mostram

conhecer instalaccedilotildees proacuteprias para a praacutetica de AF nas suas proximidades

90

Cerca de 90 da populaccedilatildeo ativa realizava sessotildees com duraccedilatildeo de 30 a

60 minutos e natildeo houve diferenccedila significante entre o grupo que alcanccedilou e o que

natildeo alcanccedilou a meta da recomendaccedilatildeo A quase totalidade (90) dos participantes

que alcanccedilou a meta se exercitava trecircs ou mais vezes por semana e 80 dos que natildeo

alcanccedilaram a meta se exercitavam de 1 a 2 vezes por semana

A caminhada o futebol e a musculaccedilatildeo figuraram entre as principais

modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte praticada

A inatividade fiacutesica foi uma caracteriacutestica que se destacou entre os

participantes portadores de DCNT Eram inativos 60 dos portadores de hipertensatildeo

arterial sistecircmica 53 dos portadores de dislipidemia 64 dos diabeacuteticos 67

daqueles com histoacuterico de IAMAVC e 64 dos portadores de osteoporose No

conjunto 70 dos portadores de alguma DCNT natildeo alcanccedilaram a recomendaccedilatildeo

miacutenima de AF ou seja estavam inativos ou com AF abaixo da meta recomendada

52 LIMITACcedilOtildeES DO ESTUDO

O estudo transversal tem como propriedade apresentar as caracteriacutesticas

gerais da populaccedilatildeo estudada Como exposiccedilatildeo e desfecho satildeo coletados

simultaneamente natildeo eacute possiacutevel identificar a precedecircncia temporal natildeo havendo

portanto como estabelecer conclusotildees de caraacuteter causal Em contrapartida esse tipo

de estudo fornece informaccedilotildees sobre a prevalecircncia da praacutetica de AF em um

determinado periacuteodo e lugar com rapidez baixo custo e principalmente envolvendo

uma amostra numerosa e ampla

A principal limitaccedilatildeo do VIGITEL e de todo o sistema de vigilacircncia por

entrevistas telefocircnicas estaacute na exclusatildeo de pessoas que moram em domiciacutelios sem

telefone fixo Embora a cobertura da rede de telefonia fixa no Brasil tenha crescido

nos uacuteltimos anos ela ainda pode ser menor em cidades com menor desenvolvimento

econocircmico e nos grupos populacionais de menor poder aquisitivo Para contornar

esse problema pesos poacutes-estratificaccedilatildeo foram aplicados de forma a corrigir ainda

que parcialmente a representatividade da amostra

91

Os pesos satildeo fatores de ponderaccedilatildeo que aproximam a composiccedilatildeo

sociodemograacutefica da amostra daquela observada no Censo Demograacutefico em cada

cidade Essa estrateacutegia atenua problemas decorrentes de diferenccedilas entre os estratos

sociodemograacuteficos tanto na cobertura da rede telefocircnica quanto nas taxas de

resposta e de recusas das entrevistas (Moura et al 2008) Ela permite portanto uma

generalizaccedilatildeo ao fornecer estimativas aproximadas do que seria esperado para a

populaccedilatildeo das metroacutepoles brasileiras que em 2010 correspondia a aproximadamente

89 milhotildees de pessoas (IBGE 2013 Ferreira et al 2008)

Outros aspectos que influenciam a qualidade das estimativas de inqueacuterito

semelhantes ao VIGITEL satildeo as taxa de resposta e de recusas Em 2006 a taxa de

resposta para o VIGITEL foi de 711 com a taxa oscilando entre 644 e 810

desempenho melhor que sistemas americanos semelhantes (Moura et al 2008) Ainda

segundo os autores a qualidade dos cadastros telefocircnicos tambeacutem foi considerada

superior agravequela encontrada em sistemas equivalentes existentes em paiacuteses tidos como

desenvolvidos

Para minimizar os efeitos negativos provocados pela memoacuteria de curto

prazo as perguntas referentes agrave praacutetica da AF se limitaram aos trecircs meses anteriores

agrave data da entrevista Aleacutem dessa outra limitaccedilatildeo que pode ser mencionada se refere agrave

mensuraccedilatildeo do niacutevel de AF e do esforccedilo requerido sem comprovaccedilatildeo objetiva por

meio do uso de acelerocircmetro ou de outro instrumento Como a AF eacute concebida pela

populaccedilatildeo como praacutetica desejaacutevel deve-se considerar a possibilidade de relutacircncia

de ela se declarar inativa Para minimizar esta possibilidade o sistema VIGITEL

estabeleceu o Controle de Qualidade das informaccedilotildees descrito nos aspectos

metodoloacutegicos Aleacutem disso Monteiro et al (2008) avaliaram a reprodutibilidade e a

validade dos indicadores de AF e sedentarismo obtidos pelo sistema Para isso foram

realizadas diversas anaacutelises de reprodutibilidade e validade encontrando um iacutendice

de especificidade de 80 ou mais e concluindo que os indicadores de AF e de

sedentarismo tendem fortemente a ser reprodutiacuteveis e acurados

Na ediccedilatildeo de 2006 o VIGITEL abordou a AF em quatro domiacutenios lazer

ocupacional residencial e deslocamento para o trabalho No entanto os dados sobre

duraccedilatildeo e frequecircncia da AF no domiciacutelio e no trabalho natildeo foram originalmente

92

coletados pelo sistema impossibilitando a verificaccedilatildeo do grau de AF total segundo as

diferentes recomendaccedilotildees miacutenimas Assim para este estudo somente as informaccedilotildees

dos domiacutenios lazer e deslocamento ativo para o trabalho foram aplicados na

definiccedilatildeo do niacutevel de AF portanto as estimativas apresentadas estatildeo subestimadas

devendo-se esperar que a real prevalecircncia de AF suficiente seja maior

Outra limitaccedilatildeo se refere agrave informaccedilatildeo sobre as doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis O VIGITEL objetivou detectar a morbidade relativa a diagnoacutestico

preacutevio No entanto as DCNT muitas vezes satildeo assintomaacuteticas e seus portadores

podem natildeo conhecer sua real condiccedilatildeo Deste modo a prevalecircncia de hipertensatildeo

arterial diabetes mellitus osteoporose dislipidemia AVC eou IAM podem estar

subestimadas nesta pesquisa

53 INTERPRETACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

A partir deste ponto a discussatildeo do estudo estaacute estruturada em quatro

eixos O primeiro explora a prevalecircncia de AF segundo as principais diretrizes

internacionais que recomendam quantidade miacutenima de AF e explorar as divergecircncias

e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF miacutenimo O segundo analisa variaacuteveis

sociodemograacuteficas e comportamentais O terceiro identifica e compara os elementos

ldquoduraccedilatildeo intensidade e frequecircnciardquo buscando explorar a forma como se relacionam

na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual Por fim o quarto eixo identifica o perfil

da AF praticada pelos portadores de DCNT

531 Eixo I ndash Diferentes formas de recomendar atividade fiacutesica

Neste estudo foi encontrada baixa concordacircncia entre as recomendaccedilotildees

e diretrizes miacutenimas de AF Portanto existe mais de um entendimento sobre a

quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar efeitos substanciais para a sauacutede mesmo

que em linhas gerais todas as diretrizes persigam os mesmos objetivos Foi possiacutevel

observar que pequenas diferenccedilas entre as recomendaccedilotildees exerceram efeitos

pronunciados no grau de atividade entre os participantes

93

Apenas 45 dos entrevistados ativos obtiveram por unanimidade o

niacutevel de AF classificado como adequado no conjunto das recomendaccedilotildees Isto

significa que os outros 55 foram classificados ora como suficientemente ativos ora

como insuficientemente ativos Portanto parcela consideraacutevel da populaccedilatildeo pode ser

considerada como sendo beneficiada de modo substancial pelos efeitos da AF como

pode ocorrer o contraacuterio Dependendo da recomendaccedilatildeo escolhida participantes

podiam ser aconselhados a aumentar o que jaacute era suficiente enquanto outros podiam

ser instados a manter o que ainda natildeo era

Enquanto alguns participantes tenham realizado AF com duraccedilatildeo e gasto

energeacutetico suficiente para atender agraves diretrizes que recomendam uma quantidade

especiacutefica de AF sem determinar a frequecircncia semanal isso natildeo foi suficiente para

atender agraves outras que determinam a mesma quantidade poreacutem com distribuiccedilatildeo do

esforccedilo ao longo da semana Vale ressaltar que um grande volume de AF natildeo foi de

modo geral necessariamente um indicador para o alcance das metas recomendadas

A divergecircncia na classificaccedilatildeo do niacutevel de AF pode tambeacutem repercutir

negativamente nas poliacuteticas de sauacutede voltadas para a promoccedilatildeo da AF Resultados

antagocircnicos deixam duacutevidas e podem prejudicar objetivos e metas pactuados por

programas de sauacutede puacuteblica O monitoramento da AF pelo sistema VIGITEL para os

anos de 2010 e 2011 ilustra o efeito desta contradiccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees Em

2010 os dados foram sistematizados segundo a versatildeo anterior da recomendaccedilatildeo da

OMS de 30 minutos por dia em 5 sessotildees semanais A partir de 2011 o relatoacuterio

adotou a nova recomendaccedilatildeo de 150 minutos por dia sem considerar a frequecircncia

semanal (MS 2011 MS 2012) Com esta troca de criteacuterio de anaacutelise de um ano

para outro o percentual de participantes ativos com maior taxa de AF em dez

capitais praticamente dobrou Assim a cidade de Rio Branco que obteve a menor

prevalecircncia de ativos em 2010 (113) com a troca da referecircncia elevou o

percentual de ativos para 301 valor superior agrave Brasiacutelia primeira colocada no ano

anterior com 224

As divergecircncias na classificaccedilatildeo do niacutevel de AF repercutiram tambeacutem no

rankig regional A Regiatildeo Sul segundo a diretriz da OMS obteve a maior meacutedia de

suficiecircncia de AF enquanto por referecircncia agraves diretrizes da UE e do IOM foi a

94

penuacuteltima colocada Unanimidade de classificaccedilatildeo soacute ocorreu para a Regiatildeo Sudeste

(menor prevalecircncia de ativos suficientes) No geral observou-se que perto de frac14 da

amostra apresentou rendimento suficiente para o IOM e frac34 para a OMS

O percentual de discordacircncia deste estudo ficou aqueacutem do observado por

Thompson e colaboradores que em 2009 encontraram variaccedilatildeo na classificaccedilatildeo do

niacutevel de AF em 90 ao comparar diferentes diretrizes (Thompson et al 2009)

Poreacutem a comparaccedilatildeo direta entre os estudos deve ser realizada com cautela devido agrave

diferenccedila na metodologia empregada Naquele estudo a quantidade de diretrizes

comparadas foi maior envolvendo doze recomendaccedilotildees entre elas algumas jaacute

revogadas na eacutepoca como a do ACSM de 1995 Por outro lado o meacutetodo de medida

de esforccedilo ocorreu por meio de avaliaccedilatildeo objetiva com o uso de acelerocircmetro nas 24

horas do dia e envolveu uma amostra menor (N=90) exclusivamente composta por

homens britacircnicos com idade entre 45 e 64 anos Assim eacute possiacutevel que as diferenccedilas

metodoloacutegicas tenham causado a diferenccedila das proporccedilotildees embora a tendecircncia dos

resultados esteja de acordo

As controveacutersias aqui encontradas satildeo produto da ausecircncia de consenso

cientiacutefico a respeito dos mecanismos envolvidos na accedilatildeo da AF sobre a sauacutede Pouco

se sabe sobre a dose miacutenima necessaacuteria em termos de ldquoduraccedilatildeo intensidade e

frequecircnciardquo de exerciacutecios fiacutesicos necessaacuterios para uma vida saudaacutevel Pesquisas

futuras com adequado arsenal teoacuterico e metodoloacutegico devem ter por objetivo

compreender o efeito e a dose-resposta da AF sobre a sauacutede garantindo maior

seguranccedila para a elaboraccedilatildeo de diretrizes e recomendaccedilotildees

532 Eixo II ndash Variaacuteveis sociodemograacuteficas e comportamentais na praacutetica da

atividade fiacutesica

5321 Sexo

A praacutetica de AF se revelou mais comum em homens do que em

mulheres particularmente em homens mais jovens Neste estudo as mulheres

apresentaram menor prevalecircncia (40) do que os homens (60) e entre aquelas que

referiram alguma AF a suficiecircncia tambeacutem foi menor As diferenccedilas de praacutetica de

95

AF em face da diferenccedila de gecircnero de modo geral coincidem com os resultados

encontrados na literatura brasileira e mundial (Goacutemez et al 2005 Santos et al

2009 Pan et al 2009)

Maples (2009) identificou fatores sociais que provocam o sedentarismo

de mulheres falta de tempo em face de dupla jornada de trabalho despesas com

deslocamento despesas com mensalidades de clubes esportivos despesas com

materiais esportivos dedicaccedilatildeo do tempo livre para o cuidado dos filhos e de

familiares sensaccedilatildeo de fadiga medo de eventos adversos e inseguranccedila urbana A

autora afirma no entanto que a menor participaccedilatildeo de mulheres na praacutetica de AF

natildeo estaacute relacionada com a falta de informaccedilotildees e de conhecimento dos benefiacutecios da

AF e destaca a importacircncia da continuidade das investigaccedilotildees deste tema

Embora este estudo natildeo tenha considerado a AF executada no ambiente

domeacutestico eacute possiacutevel observar no relatoacuterio do VIGITEL o predomiacutenio de mulheres

neste espaccedilo embora a interpretaccedilatildeo dos resultados nesse caso seja complexa pois

natildeo existem estudos suficientes que mostrem os benefiacutecios da AF domeacutestica sobre a

sauacutede (Hallal 2011)

Entender melhor os fenocircmenos que causam a maior inatividade fiacutesica das

mulheres pode se tornar estrateacutegico para a promoccedilatildeo da AF considerando que mais

de 70 delas ficaram aqueacutem da quantidade miacutenima recomendada pela OMS

5322 - Idade

Este estudo detectou a possibilidade de associaccedilatildeo entre o niacutevel de AF e a

idade para ambos os sexos Enquanto 44 dos mais jovens (18 a 24 anos de idade)

se apresentavam inativos a inatividade ficou em 66 nos mais idosos (ge 65 anos)

Os resultados encontrados na literatura sobre o niacutevel de AF e a idade

estatildeo de acordo com este estudo e revelam consenso sobre este fenocircmeno (USDHHS

2008a CDC 2010 UE 2010 WHO 2010) Uma das explicaccedilotildees eacute o aumento de

DCNT nos mais velhos que repercute no aumento das limitaccedilotildees funcionais na

dependecircncia fiacutesica e na necessidade de cuidados para a execuccedilatildeo de atividades de

vida diaacuteria (WHO 2010) criando um ciacuterculo vicioso as doenccedilas e as deficiecircncias

96

reduzem o niacutevel de AF que por sua vez tem efeitos adversos sobre a capacidade

funcional e agrava as deficiecircncias causadas pelas doenccedilas crocircnicas

A revisatildeo realizada para atualizar a diretriz oficial do Canadaacute de 2010

aponta que a AF eacute eficaz na prevenccedilatildeo das incapacidades da idade Houve reduccedilatildeo

de risco de quedas entre as pessoas com mais idade na meacutedia de 30 devido agrave

melhora do equiliacutebrio e do fortalecimento muscular decorrentes do treinamento fiacutesico

regular (Paterson e Warburton 2009)

Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica a expectativa de

vida meacutedia do brasileiro eacute atualmente de 719 anos sendo maior nas mulheres do

que nos homens (758 e 682 respectivamente) e sua tendecircncia eacute a elevaccedilatildeo (IBGE

2005) Alinhada ao cenaacuterio de envelhecimento da populaccedilatildeo global a OMS jaacute

alertava em meados do ano de 2000 que as adversidades pela falta de AF iriam

repercutir sobretudo no grupo dos adultos de mais idade (OMS 2010) Se por um

lado a expectativa de vida no Brasil tende a aumentar e as mulheres tendem a uma

maior longevidade as taxas de prevalecircncia de DCNT na populaccedilatildeo feminina deveratildeo

tender a ser ainda mais significativas nas proacuteximas deacutecadas

Nesta perspectiva a OMS alinhada com o seu programa de sauacutede para o

envelhecimento publicou uma diretriz de AF intitulada ldquoA Regra da Atividade

Fiacutesica no Envelhecimento Saudaacutevelrdquo em que recomenda e orienta especificamente

a praacutetica de AF para as pessoas de maior idade (WHO 2003) Tambeacutem atento ao

fato o USDHHS de 2008 explicitou sua preocupaccedilatildeo fixando quatro diretrizes 1)

quando o idoso natildeo pode fazer 150 minutos de intensidade moderada de atividade

aeroacutebia por semana por causa de doenccedilas crocircnicas deve ser tatildeo fisicamente ativo

quanto as suas capacidades e as condiccedilotildees permitam 2) os idosos com risco de

queda devem fazer exerciacutecios que mantenham ou melhorem o equiliacutebrio 3) os idosos

devem determinar o seu niacutevel de esforccedilo para a AF em relaccedilatildeo ao seu niacutevel de

aptidatildeo fiacutesica 4) os idosos com doenccedilas crocircnicas devem entender como as suas

condiccedilotildees de doenccedila afetam a sua capacidade de fazer AF regular de forma segura

Os mecanismos baacutesicos de caraacuteter bioloacutegico envolvidos no processo de

envelhecimento permanecem desconhecidos Alguns teoacutericos como Janssen e

Leblanc (2009) argumentam que os indiviacuteduos nascem com determinada capacidade

97

de sustentar a vida mas ocorre a perda contiacutenua desta capacidade com o avanccedilo da

idade o que eacute influenciado fortemente por fatores ambientais No entanto a idade

em si natildeo eacute necessariamente um impedimento para a praacutetica de exerciacutecio fiacutesico

Acredita-se que o processo educacional a renda estilos de vida tipo e condiccedilotildees de

trabalho condiccedilotildees de habitaccedilatildeo e oportunidades em geral podem influenciar os

niacuteveis de AF nos idosos (Paterson e Warburton 2009)

5323 Escolaridade

Neste estudo a maior parte (53) dos participantes entrevistados referiu

ter ateacute 9 anos de escolaridade e mais da metade dos com menor escolaridade (61)

estavam inativos Esta porcentagem diminuiu com o aumento da escolaridade Entre

os participantes de maior escolarizaccedilatildeo foi encontrado o maior rendimento de AF

Aproximadamente 38 dos participantes que referiram AF aleacutem das recomendaccedilotildees

miacutenimas tinham 12 anos ou mais de escolaridade

Os estudos encontrados na literatura que relacionam a praacutetica de AF com

os niacuteveis de escolaridade mostram a tendecircncia de os participantes mais escolarizados

serem fisicamente mais ativos nos momentos de lazer Na Austraacutelia Eakin et al

(1995) entrevistou 1818 pessoas por telefone e verificou maior niacutevel de AF entre os

mais escolarizados independentemente do local de residecircncia (cidade subuacuterbio e

campo) Na Holanda Prins (2012) mostrou que os participantes com ensino superior

atendiam mais agraves recomendaccedilotildees nacionais e as pessoas com menor niacutevel de

educaccedilatildeo na maioria das vezes eram inativas Pereira (1995) avaliou 795

portugueses de ambos os sexos e verificou que jovens com baixo niacutevel de AF

pertenciam a famiacutelias cujos pais possuiacuteam escolaridade meacutedia ou baixa enquanto

jovens com alto niacutevel de AF pertenciam a famiacutelias cujos pais possuiacuteam escolaridade

meacutedia ou elevada No Brasil Salle-Costa et al (2003) avaliaram 4030 funcionaacuterios

de uma universidade na cidade do Rio de Janeiro e destacaram a menor chance do

grupo de menor escolaridade se engajar em AF com maior gasto energeacutetico entre as

mulheres a associaccedilatildeo foi ainda mais forte

Por outro lado quando eacute considerada a faixa de renda e aspectos que

envolvem a ocupaccedilatildeo laboral e o local onde o trabalho eacute desenvolvido alguns

98

estudos natildeo estatildeo de acordo com esses resultados e mostram que a maior renda

(maior escolaridade) tende a menor niacutevel de AF Os estudos de Hallal (2006)

mostram que a alta renda familiar no momento do nascimento representa uma

possibilidade maior de estilo de vida sedentaacuterio para o jovem Recentemente

Beacutelanger Townsend e Foster (2011) avaliaram aproximadamente 300000 residentes

(com mais de 15 anos de idade) em mais de 70 diferentes paiacuteses e perceberam que

existe uma relaccedilatildeo direta entre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a

prevalecircncia da inatividade fiacutesica Estes resultados foram confirmados por Dumith et

al (2011) apoacutes anaacutelise de dados de 76 paiacuteses mostrando que paiacuteses menos

desenvolvidos apresentaram prevalecircncia de 187 de inatividade fiacutesica contra 278

nos paiacuteses mais desenvolvidos Na China investigaccedilatildeo envolvendo 824 residentes de

vaacuterias proviacutencias mostrou maior niacutevel de AF nas pessoas de niacutevel socioeconocircmico

mais baixo (Shi et al 2006) Tambeacutem Saacutevio et al (2008) analisaram o niacutevel de AF

de trabalhadores no Distrito Federal e observaram que de modo geral quanto maior

era a faixa de renda e o grau de escolaridade do trabalhador menor era o seu niacutevel de

AF

Aqui considera-se que a maior escolaridade pode significar que as

pessoas mais bem instruiacutedas apresentem remuneraccedilatildeo mais elevada e por isso maior

acessibilidade a um maior nuacutemero de locais serviccedilos e materiais para a praacutetica de AF

no lazer aleacutem de apreentarem maior niacutevel de conhecimento e de informaccedilatildeo e maior

tendecircncia de residir em contextos espaciais e ambientais favoraacuteveis agrave praacutetica de AF

no lazer Assim o ensinamento importante desta relaccedilatildeo eacute a indicaccedilatildeo de que se

consigam aumentar os niacuteveis de AF por meio do aumento do acesso e da

permanecircncia do indiviacuteduo no sistema escolar

Assim a inclusatildeo social dos menos escolarizados passa a ser vista como

um fator importante para aumentar a praacutetica de AF no paiacutes Talvez a oportunidade

de ampliaccedilatildeo da construccedilatildeo cultural por meio do maior acesso agraves atividades culturais

como teatro cinema e museus possa predispor a uma atitude mais favoraacutevel para

com os haacutebitos saudaacuteveis que poderiam ser atualizados com o decorrer da vida

Por fim o grau de escolaridade influencia direta ou indiretamente os

niacuteveis potenciais do capital humano e em decorrecircncia disso tambeacutem o produto final

99

agregado seja na renda no capital ou na educaccedilatildeo Nesta perspectiva os estudos

epidemioloacutegicos tecircm mostrado que os estilos de vida saudaacutevel se devem em parte agrave

educaccedilatildeo Ela fixa o domiacutenio social (fator importante das disparidades da sauacutede entre

grupos populacionais) e ao mesmo tempo eacute determinada por ele (Savio 2008)

Assim a escala educacional permite entender mellhor como estatildeo distribuiacutedas as

diferenccedilas de comportamento para com a AF entre os estratos sociais da populaccedilatildeo

5324 Etniacor

Neste estudo a etnia foi determinada por associaccedilatildeo com a cor da pele

Resumidamente amarelos satildeo aqueles que tecircm ancestrais de origem asiaacutetica e

vermelhos aqueles que tecircm ancestrais indiacutegenas Morenos eou pardos satildeo aqueles

que tecircm ancestrais entre brancos e negros

Este estudo mostra que amarelos e negros (52 e 51 respectivamente)

satildeo mais ativos quando comparados aos participantes que se declararam de outra

cor Por outro lado os que se autodeclararam vermelhos apresentaram o menor

percentual de AF (47) Quando se comparou os brancos com um agrupamento

composto de negros pardos e morenos o percentual de AF entre eles foi semelhante

sem diferenccedilas estatisticamente significativas (p=007)

Mesmo com nuacutemero limitado de estudos que investigaram diretamente a

relaccedilatildeo entre a AF e os resultados de sauacutede em variadas etnias a diretriz oficial dos

Estados Unidos de 2008 assumiu que natildeo haacute evidecircncias suficientes que indiquem

diferenccedilas do efeito da AF na sauacutede de diferentes grupos eacutetnicos mas esclarece que o

niacutevel de AF o risco e a carga de doenccedilas crocircnicas no paiacutes satildeo maiores nos grupos

raciais e eacutetnicos de comunidades minoritaacuterias Americanos negros e asiaacuteticos iacutendios

americanos nativos do Alasca latinos e nativos das ilhas do paciacutefico tecircm diferenccedilas

significativamente menores de AF e maiores niacuteveis de inatividade fiacutesica do que os

brancos natildeo-hispacircnicos (USDHHS 2008a)

Assim as diretrizes chamam a atenccedilatildeo para a necessidade de promoccedilatildeo

da AF entre os grupos minoritaacuterios Por outro lado a resposta da dose da AF sobre os

resultados de sauacutede pode ser semelhante entre as diferentes populaccedilotildees raciais e

100

eacutetnicas enquanto fatores culturais e contextuais podem conduzir a diferenccedilas na

estrateacutegia de implantaccedilatildeo da AF ou na avaliaccedilatildeo da dose ministrada

Este estudo mostrou alguns resultados a princiacutepio natildeo consonantes com

os apresentados pelo USDHHS em 2008 Os amarelos foram ao mesmo tempo os

mais ativos fisicamente e os que mais apresentaram diagnoacutestico preacutevio para todas as

DCNT estudadas com exceccedilatildeo da osteoporose As conclusotildees sobre este ponto

devem considerar a possibilidade de os amarelos terem tido maior acesso aos

serviccedilos de sauacutede e consequentemente maior conhecimento do seu real estado de

sauacutede ou condiccedilatildeo de doenccedila uma vez que segundo a OMS (2010) a maior parte da

populaccedilatildeo mundial devido agrave dificuldade de acesso aos serviccedilos de sauacutede soacute percebe

ser portador de DCNT nas fases mais avanccediladas da doenccedila

Em relaccedilatildeo ao menor percentual de AF entre vermelhos comparados aos

outros subgrupos a explicaccedilatildeo em parte pode ser dada pelo processo migratoacuterio do

campo para a cidade jaacute que a pesquisa entrevistou pessoas de origem indiacutegenas que

vivem em capitais de estado e no Distrito Federal em geral cidades consideradas de

grande porte Sobre isto Souza (2008) no Brasil investigou o perfil do niacutevel de AF

em indiacutegenas de uma tribo (Guanaacutes) no Mato Grasso do Sul que vive no campo e

observou a prevalecircncia de grupos ativos e muito ativos entre os indiacutegenas resultado

influenciado pelo transporte ativo Estudo canadense verificou que nativos tambeacutem

apresentaram elevado niacutevel de AF vivendo no campo A migraccedilatildeo do campo para

centros urbanos no entanto reduziu drasticamente os niacuteveis de AF (Droga 2010)

Desta forma parece importante checar o impacto da praacutetica da AF por relaccedilatildeo com

fatores comportamentais como a migraccedilatildeo e as mudanccedilas de domiciacutelio entre cidades

de tamanho populacional diferente

As causas desta diferenciaccedilatildeo racial e eacutetnica no niacutevel de AF natildeo estatildeo

claras Tanto aspetos bioloacutegicos como culturais satildeo considerados Natildeo obstante

queixam-se os Comitecircs Consultivos que renovam as diretrizes de AF que a pequena

proporccedilatildeo de populaccedilotildees minoritaacuterias nas amostras dificulta a interpretaccedilatildeo das

observaccedilotildees para diferenccedilas raciais e eacutetnicas A distorccedilatildeo nos diferentes estudos

segundo eles tem tornado difiacutecil examinar a influecircncia da AF sobre a sauacutede dos

grupos minoritaacuterios

101

Parece pois que poucos resultados estatildeo disponiacuteveis para conclusotildees

definitivas nenhum estudo conhecido afirmou categoricamente haver influecircncia

geneacutetica sobre um comportamento mais ou menos ativo Eacute plausiacutevel afirmar que o

comportamento distinto observado entre as diferentes etnias esteja vinculado agraves

condiccedilotildees sociais em que vivem e pelas experiecircncias no decorrer da vida

5325 Estado conjugal

A situaccedilatildeo conjugal mostrou que viuacutevos e separados satildeo menos ativos

(67) que solteiros (45) e 76 natildeo alcanccedilaram a meta recomendada Entre os

solteiros aproximadamente 28 praticaram AF acima das recomendaccedilotildees

Em relaccedilatildeo aos estudos que investigam a relaccedilatildeo da AF com o estado

civil Proper e Hildebrandt (2006) natildeo demonstraram associaccedilatildeo significativa entre a

situaccedilatildeo conjugal e o niacutevel de AF Segundo os autores a comparaccedilatildeo do estado civil

com a participaccedilatildeo em eventos fiacutesicos deve levar em conta o fator idade Assim eacute

esperado natildeo necessariamente que solteiros sejam mais jovens e viuacutevos sejam mais

velhos A condiccedilatildeo fiacutesica favoraacutevel dos jovens e a maior disponibilidade de tempo

podem amparar ainda melhor a justificativa Mensink Loose e Oomen (1997)

acrescentaram a estes quesitos o menor compromisso financeiro com terceiros

Aquino (1996) observou que as mulheres solteiras tecircm menos afazeres no lar e

menores responsabilidades com outros familiares dependentes Dias et al (2007)

apresentaram a AF como um meio de solteiros mais jovens se relacionarem com

outras pessoas fora do ambiente domiciliar

Finalmente embora mulheres casadas (ou vivendo em uniatildeo) e com

filhos apresentem maior percepccedilatildeo sobre a importacircncia da praacutetica de exerciacutecios para

a sauacutede Branigan e OrsquoBrien-Cousins (1995) apontam que esta percepccedilatildeo natildeo se

transforma necessariamente em accedilatildeo

102

5326 Conhecimento sobre local para atividade fiacutesica

O ambiente fiacutesico pode influenciar o comportamento individual para a

praacutetica da AF Algumas caracteriacutesticas ambientais podem ser tratadas como fatores

facilitadores da AF outros satildeo entendidos como obstaacuteculos (Roux et al 2008)

Este estudo mostrou que nas capitais cerca de 80 dos participantes de

ambos os sexos tinham conhecimento de locais apropriados para agrave AF proacuteximos agraves

suas residecircncias e que aproximadamente 90 destes locais eram de acesso puacuteblico

Tambeacutem se observou que a maioria dos participantes que desconhecia a existecircncia de

locais apropriados para a praacutetica de AF proacuteximos de suas moradias estava inativa

(62) enquanto que dos que afirmaram conhecer 48 estavam inativos

Deve-se ressaltar que as pessoas que praticam AF tendem a se lembrar

mais frequentemente dos locais apropriados do que os inativos pois estatildeo mais

preocupados e atentos para a praacutetica Existem diversos estudos que abordam as

influecircncias do ambiente fiacutesico na praacutetica de AF e mostram que mudanccedilas favoraacuteveis

nele favorecem o aumento da praacutetica de AF A primeira revisatildeo sistemaacutetica

conhecida que apresenta resultados das intervenccedilotildees destinadas a promover o

ambiente para melhorar a praacutetica de AF eacute a de Foster e Hillsdon (2004) Os autores

mencionaram em primeiro lugar as causas gerais que explicam o decliacutenio dramaacutetico

na AF na sociedade contemporacircnea a reduccedilatildeo de ocupaccedilotildees ativas a utilizaccedilatildeo de

veiacuteculos o decliacutenio do transporte ativo (especialmente em crianccedilas mulheres e

idosos) as alteraccedilotildees fiacutesicas nos espaccedilos puacuteblicos (escadas rolantes elevadores

portas automaacuteticas) a reduccedilatildeo do tempo destinado agrave praacutetica da educaccedilatildeo fiacutesica

escolar a violecircncia urbana a inseguranccedila das crianccedilas em praacuteticas esportivas e a

substituiccedilatildeo de recreaccedilatildeo fisicamente ativa por passatempos passivos

A falta de percepccedilatildeo da potencialidade de espaccedilos possiacuteveis para a

praacutetica de AF constitui um obstaacuteculo Esta abordagem realccedila a importacircncia da

contextualizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos dado que a relaccedilatildeo entre a AF e o espaccedilo

urbano natildeo se confina apenas aos locais especialmente destinados agrave praacutetica de AF

Seguindo a teoria da contextualizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos todo o espaccedilo urbano

deve ser avaliado de modo a propiciar a funcionalidade do territoacuterio tornando-o

multifuncional permitindo que a populaccedilatildeo possa se deslocar ativamente e com

103

seguranccedila de um local para outro a peacute ou de bicicleta e aumentando a acessibilidade

da populaccedilatildeo com pouca mobilidade Como exemplo desta funcionalidade territorial

o estudo de Cruciani et al (2002) demonstrou que o gasto energeacutetico com a

caminhada de ida e volta para os locais destinados agrave praacutetica de AF foi maior do que o

gasto energeacutetico durante as atividades naquele local principalmente entre mulheres

na faixa etaacuteria de 52 a 72 anos A utilizaccedilatildeo do ambiente fiacutesico eacute uma das estrateacutegias

para o aumento da praacutetica da AF na maior parte das diretrizes Citem-se USDHHS

(2008a) OMS (2010) CDC (2010) MS Ruacutessia (2012)

Sobre isto Pereira (1995) ao investigar uma amostra de portugueses

residentes na cidade do Porto (426 mulheres e 369 homens) notou a forte demanda

de um puacuteblico que residia num raio de aproximadamente 1 km de distacircncia dos

equipamentos e instalaccedilotildees Resultados semelhantes foram obtidos por Jago e

Baranowski (2006) ao avaliarem 210 participantes na cidade de Houston (EUA) na

qual os participantes mais ativos moravam num raio de aproximadamente 800 metros

de distacircncia das instalaccedilotildees para AF

Ao se ater aos resultados da maioria dos estudos percebe-se que o

ambiente fiacutesico pode ser um fator favoraacutevel ou contraacuterio agrave praacutetica de AF Neste

sentido intervenccedilotildees destinadas a promover um ambiente favoraacutevel se mostram

oportunas e tambeacutem eacute possiacutevel indicar algumas estrateacutegias facilitadoras

Adequar o ambiente fiacutesico nas proximidades de aacutereas residenciais para

a praacutetica de AF

Criar ambiente seguro para pedestres nas calccediladas e nas travessias de

ruas

Criar bicicletaacuterios em locais de acesso puacuteblico

Reduzir a velocidade do tracircnsito motorizado

Concentrar locais de acessos puacuteblicos para a praacutetica de AF longe de

locais de traacutefego intenso

Adotar estrateacutegias de policiamento preventivo nas aacutereas destinadas a

AF

Alongar o horaacuterio de funcionamento das instalaccedilotildees fiacutesicas

Criar ambientes esteticamente agradaacuteveis

104

Divulgar a existecircncia dos pontos apropriados para a praacutetica de AF

5327 Variaccedilotildees regionais

Neste estudo natildeo se detectou a existecircncia de gradiente de prevalecircncia de

AF entre as regiotildees localizadas no CentroSul e NorteNordeste A taxa meacutedia de

ativos nas regiotildees do CentroSul (365) foi muito proacutexima agrave da regiotildees do

NorteNordeste (36) No entanto as capitais das regiotildees Norte e Nordeste

apresentaram percentuais de ativos maiores que capitais da regiatildeo Sudeste A cidade

de Satildeo Paulo considerada a maior economia da federaccedilatildeo apresentou o menor

percentual de ativos (284) entre todas as capitais brasileiras Nesta situaccedilatildeo a

variaacutevel econocircmica foi superada por todas as outras O que natildeo ficou claro foi a

determinaccedilatildeo das variaacuteveis que interferiram nestes resultados Em todas as cidades

investigadas para ambos os sexos o deslocamento ativo para o trabalho elevou em

aproximadamente duas vezes a taxa de prevalecircncia para o grupo de ativos

Dentro do paiacutes estes dados soacute podem ser comparados com os outros

relatoacuterios publicados pelo sistema VIGITEL referentes aos anos seguintes a ele Nos

demais estudos encontrados a amostra se limitou a um estado ou a uma regiatildeo da

federaccedilatildeo Como os relatoacuterios do VIGITEL referentes ao monitoramento relativo aos

anos de 2007 e 2008 (MS 2008b MS 2009) natildeo apresentaram informaccedilotildees para o

deslocamento ativo as informaccedilotildees satildeo restritas agrave AF realizada no tempo de lazer e

natildeo mostram grandes alteraccedilotildees em relaccedilatildeo ao relatoacuterio de 2006 em que a cidade de

Satildeo Paulo permaneceu com o menor percentual (113 e 115 respectivamente)

Nos relatoacuterios dos anos de 2009 e 2010 (MS 2010 MS 2011) informaccedilotildees sobre o

deslocamento ativo adicionado ao tempo de lazer aparecem e modificam fortemente

algumas posiccedilotildees recuam o percentual de ativos da cidade de Curitiba de 367 (em

2006) para 27 (em 2010) posicionando-a como a capital com menor percentual de

ativos do paiacutes e elevam os percentuais da cidade de Satildeo Paulo em 14 posiccedilotildees com

o percentual de ativos subindo de 284 (em 2006) para 48 (em 2010)

Finalmente eacute importante destacar que cidades de pequeno e meacutedio porte

do interior podem apresentar comportamentos distintos dos constatados neste estudo

Baretta Baretta e Perez (2007) mostraram maior niacutevel de AF em cidades de pequeno

105

porte frente a cidades maiores Assim as estrateacutegias incentivadoras para a praacutetica de

AF poderiam ser pensadas considerando o porte populacional

5328 Consumo de tabaco

Este estudo encontrou relaccedilatildeo inversa entre o tabagismo e o niacutevel de AF

para ambos os sexos aproximadamente 75 dos tabagistas estavam

insuficientemente ativos e a maior parte dos tabagistas (61) era inativa

Os estudos existentes na literatura envolvendo tabagismo e AF (Poortinga

2007) apresentam resultados que corroboram este estudo mostrando diferenccedilas na

abstinecircncia do fumo entre grupos de indiviacuteduos fisicamente ativos e inativos Lolio et

al (1990) avaliaram 1199 participantes de 15 a 74 anos de idade e verificaram que o

tabagismo diminuiacutea com o aumento da escolaridade e com a maior participaccedilatildeo em

eventos ativos no tempo de lazer Malta (2008) examinou a prevalecircncia de tabagismo

no Brasil usando o relatoacuterio do sistema VIGITEL de 2008 e apontou que 161 dos

homens e 124 das mulheres eram tabagistas com predomiacutenio na faixa de menor

escolaridade exatamente o grupo de menor niacutevel de AF Jago et al (2006) com

dados obtidos ao longo de 5 anos (2003 a 2007) em uma amostra de estadunidenses

demonstraram que 231 da populaccedilatildeo eram fumantes de cigarros ou charutos

principalmente os participantes negros baixa renda baixa escolaridade inativos

fisicamente ou com AF reduzida Miranda et al (2009) avaliaram a prevalecircncia de

tabagismo em universitaacuterios brasileiros e apontaram que os acadecircmicos do curso de

Educaccedilatildeo Fiacutesica apareceram com a menor prevalecircncia de tabagismo (8)

A preocupaccedilatildeo com a cessaccedilatildeo do tabagismo reside no aumento do risco

de morbimortalidade por doenccedilas de causas arteriais (IAM AVC HAS) cacircnceres e

problemas respiratoacuterios (bronquite enfisema) Eacute importante destacar que uma das

consequecircncias negativas do tabagismo envolve o conflito com a capacidade de

esforccedilo O tabagismo eacute um fator limitante do desempenho fiacutesico e pode contribuir

para que pessoas inativas ou pouco ativas assim permaneccedilam A sensaccedilatildeo

desagradaacutevel provocada pela fadiga eacute antecipada pelo tabagismo (principalmente o

crocircnico) e constitui um dos fatores importantes que desmotiva a adesatildeo agrave praacutetica da

AF em ambos os sexos (Aoyagi et al 2010)

106

5329 Consumo de bebida alcooacutelica

Este estudo mostra que haacute relaccedilatildeo direta entre o niacutevel de AF e o consumo

diaacuterio de bebida alcooacutelica em ambos os sexos cerca de 27 dos homens e 12 das

mulheres muito ativos e insuficientemente ativos consumiram aacutelcool diariamente De

modo geral 55 dos ativos consumiram aacutelcool regularmente

Os estudos encontrados na literatura envolvendo o consumo de aacutelcool e a

praacutetica de AF indicam uma relaccedilatildeo positiva entre o niacutevel de AF e o consumo de

aacutelcool Poucas pesquisas investigaram os motivos para que os ativos sejam mais

bebedores que os inativos O estudo de Cavalcante (2010) avaliou o consumo de

drogas entre universitaacuterios ativos de um curso de Educaccedilatildeo Fiacutesica e observou o

consumo excessivo de aacutelcool em 42 nos acadecircmicos e 29 nas acadecircmicas O

Centro de Informaccedilotildees sobre Sauacutede e Aacutelcool (CISA 2008) divulgou resultado de

estudo envolvendo 26685 universitaacuterios provenientes de 40 universidades de todas

as regiotildees dos Estados Unidos e mostrou que quanto maior o niacutevel da praacutetica de AF

maior eacute a propensatildeo de beber abusivamente Gordia (2008) avaliou jovens de 14 a 20

anos de idade 77 eram muito ativos 21 eram ativos e 2 eram pouco ativos

Deles 13 eram abstecircmios 63 eram consumidores moderados e 246 eram

consumidores abusivos Kendzor et al (2008) avaliaram a influecircncia da AF entre 620

alcoolistas veteranos inscritos em programas de tratamento e acompanhamento do

alcoolismo A anaacutelise de regressatildeo natildeo revelou relaccedilatildeo significativa entre a praacutetica de

AF e o consumo de aacutelcool entre os 6 e os 12 meses de acompanhamento

Pode-se assim supor que pessoas com comportamentos saudaacuteveis de vida

como a praacutetica de AF sejam tambeacutem propensas a outros comportamentos saudaacuteveis

como o consumo reduzido de aacutelcool Especificamente neste estudo esta tendecircncia

parece natildeo se confirmar

O maior consumo de bebida alcooacutelica entre os fisicamente ativos pode ser

explicado em parte por questotildees comportamentais Pessoas ativas procuram a AF

devido ao seu comportamento ser mais ativo e este maior grau de atividade pode ser

uma das causas de maior atividade social em que em face das normas e condutas

aceitas frequentemente se apresentam bebidas alcooacutelicas para o consumo (Gordia

2008) Tambeacutem para alguns indiviacuteduos (principalmente os mais escolarizados) que

107

bebem muito realizar exerciacutecios fiacutesicos frequentes pode ser um modo para

compensar o consumo extra de energia proveniente da bebida ou para contrabalanccedilar

os efeitos negativos agrave sauacutede promovidos pelo consumo excessivo de aacutelcool

Embora a influecircncia do comportamento psicossocial pese para o consumo

de bebida alcooacutelica experimentos com cobaias tecircm mostrado resultados que podem

acrescentar outros fatores aleacutem dos comportamentos sociais para a relaccedilatildeo entre

consumo de bebida alcooacutelica e AF Em experimento controlado cobaias expostas agrave

AF foram mais atraiacutedas ao consumo de aacutelcool do que cobaias sedentaacuterias em mesmas

condiccedilotildees de habitat (Leasure e Nixon 2010) Especula-se que alteraccedilotildees nos

circuitos cerebrais supostamente desencadeados pela AF podem desempenhar um

papel estimulante para o consumo de aacutelcool poreacutem natildeo estaacute claro como o

mecanismo de recompensa interage e se manifesta

53210 Estado de sauacutede

Este estudo mostrou que no conjunto da populaccedilatildeo a percepccedilatildeo do estado

de sauacutede negativa foi maior entre os inativos Enquanto que para a percepccedilatildeo de

sauacutede conceituada como excelente havia 35 de inativos para a ruim o percentual

cresceu para 72 Por outro lado agrave medida que aumentava o rendimento fiacutesico

cresciam os percentuais para a percepccedilatildeo de sauacutede positiva A avaliaccedilatildeo negativa foi

mais frequente entre os mais velhos para ambos os sexos

Os estudos encontrados na literatura envolvendo a relaccedilatildeo do estado de

sauacutede com a praacutetica de AF estatildeo de acordo com este estudo Anaacutelise sistematizada

conduzida por Vancea et al (2011) em estudos publicados entre 2005 a 2009

encontrou em 14 dos 16 estudos analisados uma associaccedilatildeo direta entre a praacutetica de

AF e uma percepccedilatildeo positiva do estado de sauacutede Cardoso et al (2008) avaliaram

idosos com idade meacutedia de 70 anos participantes de um grupo de convivecircncia para

idosos sendo 89 deles muito ativos e apenas 11 pouco ativos Entre eles 40

consideraram a sauacutede moderada 48 boa e 12 ruim O grau de satisfaccedilatildeo com o

estado de sauacutede era maior para aqueles com rendimento fiacutesico mais elevado

Por tratar-se de estudo transversal natildeo se pode esquecer a possibilidade de

causalidade reversa nessa associaccedilatildeo ou seja aqueles que avaliam sua sauacutede como

108

boa podem tecircr maior disposiccedilatildeo para praacutetica de AF e natildeo o seu inverso a AF

aumenta a percepccedilatildeo da sauacutede como boa No entanto a plausibilidade da associaccedilatildeo

entre estes fatores vem sendo explicada por abordagens fisioloacutegicas e psicossociais

segundo as quais os diferentes tipos e doses de AF podem influenciar a percepccedilatildeo da

sauacutede Do ponto de vista fisioloacutegico acredita-se que esta associaccedilatildeo eacute decorrente da

accedilatildeo de neurotransmissores cerebrais Do ponto de vista psicossocial acredita-se que

a praacutetica de AF produza efeito positivo sobre a autoimagem e estes efeitos

combinados seriam capazes de gerar uma percepccedilatildeo de sauacutede mais positiva (Vancea

et al 2011)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro a autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede

apesar de ser uma avaliaccedilatildeo subjetiva eacute considerada um indicador vaacutelido e relevante

para a percepccedilatildeo do estado de sauacutede do indiviacuteduo e da populaccedilatildeo Este indicador tem

se revelado fortemente correlacionado com medidas objetivas de morbidade e de uso

de serviccedilos de sauacutede sendo um preditor de mortalidade independentemente de

outros fatores (MS 2011) Eacute importante destacar que a autopercepccedilatildeo do estado de

sauacutede pode variar de acordo com as experiecircncias sociais e culturais do indiviacuteduo

nem sempre contemplando a percepccedilatildeo dos muacuteltiplos aspectos que a conformam e

muitas vezes (quase sempre) a autoavaliaccedilatildeo focaliza o componente ldquodoenccedilardquo

(presenccedila ou natildeo) como o determinante do seu estado

Percebe-se que a autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede e a praacutetica de AF natildeo

satildeo variaacuteveis (necessariamente) diretamente proporcionais mas parece plausiacutevel que

a conquista de elementos que melhoram a autopercepccedilatildeo da sauacutede possibilita ao

indiviacuteduo ser mais ativo e vice-versa

533 Eixo III ndash Componentes da atividade fiacutesica

Esta seccedilatildeo aborda a estrutura da AF a duraccedilatildeo a frequecircncia semanal e a

intensidade do esforccedilo procurando conhecer como sua combinaccedilatildeo repercute no

niacutevel de AF

109

5331Duraccedilatildeo do esforccedilo

Os resultados aqui apresentados mostram que homens aleacutem de mais

ativos tambeacutem se exercitaram mais demoradamente (acima de 60 minutos) O maior

grau de aptidatildeo fiacutesica dos homens eacute constatado como destaque na maior parte dos

estudos que associam a capacidade de suportar esforccedilo entre os sexos Citam-se os

estudos conduzidos por Beacutelanger et al (2011) Entatildeo eacute possiacutevel admitir a existecircncia

de um processo de retroalimentaccedilatildeo positiva entre a praacutetica de AF aptidatildeo fiacutesica e

capacidade de resistir mais demoradamente ao esforccedilo

De modo geral os participantes se ocuparam com sessotildees de 30 minutos

ou mais de duraccedilatildeo Esta duraccedilatildeo foi relatada por 95 dos participantes que

alcanccedilaram a meta e 90 dos participantes que natildeo alcanccedilaram a meta Assim

observa-se que o tempo despendido para cada sessatildeo de AF entre as duas classes foi

semelhante (p=009) Para as atividades com duraccedilatildeo entre 30 e 60 minutos por

sessatildeo tambeacutem natildeo se observou diferenccedila significativa entre ativos suficientes e

insuficientes (p=008) Estes resultados mostram que a maioria dos participantes de

ambos os sexos atendeu satisfatoriamente ao quesito duraccedilatildeo do esforccedilo preconizado

pela maioria das diretrizes e se encontram de acordo com o que eacute recomendado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro

Aleacutem do maior percentual de homens para esforccedilos de duraccedilatildeo mais longa

o perfil se completou com solteiros jovens com idade entre 18 a 24 anos pardos e

morenos com baixa escolaridade (ateacute 8 anos) natildeo fumantes e com frequecircncia de 3 a

6 vezes por semana (plt0001) Somente 78 participantes (03) dos que natildeo

alcanccedilaram a meta relataram a praacutetica de AF com duraccedilatildeo inferior a 10 minutos Fica

demonstrado com isto que o tempo miacutenimo inferior a 10 minutos de duraccedilatildeo do

esforccedilo natildeo constitui um fator relevante para o natildeo alcance da meta

5332 Frequecircncia da atividade fiacutesica

Os participantes que alcanccedilaram a meta apresentaram maior frequecircncia

semanal Assim enquanto aproximadamente 95 dos participantes com AF

insuficiente referiram frequecircncia entre 1 e 2 vezes por semana cerca de 70 dos

110

participantes com AF suficiente a realizava em 3 ou mais vezes (plt0001) Apesar de

as mulheres terem sido menos ativas as que referiram a pratica de alguma AF se

mostraram mais assiacuteduas com maior frequecircncia semanal

Como os dois grupos (suficientes e insuficientes) relataram um

comportamento proacuteximo para a duraccedilatildeo do esforccedilo e oposto para a frequecircncia

semanal a frequecircncia semanal se mostra como um importante fator para o alcance da

meta miacutenima da AF

Em simulaccedilatildeo ao aumentar a frequecircncia semanal artificialmente para 3

sessotildees entre os 6233 participantes ativos insuficientes que referiram realizar sessotildees

entre 1 a 2 vezes por semana sem alterar qualquer outra informaccedilatildeo 5689

participantes obtiveram promoccedilatildeo em seu niacutevel de AF que resultou na passagem de

85 dos ativos insuficientes para suficientes Portanto o aumento da frequecircncia

semanal aumentou automaticamente o volume de esforccedilo semanal acumulado Um

participante que realiza duas sessotildees por semana com duraccedilatildeo de 50 minutos cada

ao final da semana cumpriu 100 minutos O acreacutescimo de uma sessatildeo aumentou o

volume para 150 minutos Embora as recomendaccedilotildees da OMS natildeo exijam

necessariamente frequecircncia distribuiacuteda ao longo da semana o aumento da frequecircncia

semanal contribuiu de modo importante para o volume final do esforccedilo

Em outra simulaccedilatildeo para os ativos insuficientes foi aumentada a duraccedilatildeo

do esforccedilo sem modificar a frequecircncia semanal e cada sessatildeo passou a ser natildeo

inferior a 60 minutos Entre os 6588 participantes pertencentes a esta classificaccedilatildeo

apenas 724 (11) obtiveram elevaccedilatildeo do niacutevel de AF Assim haacute de se ressaltar que

o aumento da duraccedilatildeo do esforccedilo de um uacutenico episoacutedio em face da distribuiccedilatildeo do

esforccedilo ao longo da semana para aumentar o niacutevel da AF aleacutem de ter se apresentado

menos eficiente tambeacutem pode aumentar o risco de lesotildees (Talbot et al 2007)

A determinaccedilatildeo ideal da frequecircncia semanal ainda natildeo eacute uma discussatildeo

encerrada pela maioria das diretrizes de AF O Comitecirc Consultivo do USDHHS em

2008 entendeu que as orientaccedilotildees do ACSM de 2007 satildeo muito especiacuteficas ao

definir a frequecircncia miacutenima de 5 dias por semana para atividades moderadas e 3 dias

para intensidades vigorosas Como resultado as atuais orientaccedilotildees da USDHHS

orientam que se possa acumular AF sem uma determinada frequecircncia semanal

111

A este respeito eacute limitado o nuacutemero de publicaccedilotildees em que avaliamos

benefiacutecios da AF para a sauacutede em resposta a diferentes frequecircncias por semana

Muitos estudos experimentais desde 1995 tecircm demonstrado efeitos beneacuteficos de

sessotildees de 120 a 150 minutos por semanade de atividade moderada ou vigorosa

geralmente realizadas de 3 a 5 vezespor semana indicando que a AF distribuiacuteda ao

longo da semana eacute eficaz e segura Estudos que avaliam benefiacutecios para a sauacutede com

programas de AF realizados em apenas 1 ou 2 sessotildees por semana com volume e

intensidade de esforccedilo satildeo ainda limitados

A diretriz oficial dos EUA de 2008 a OMS e o CDC sugerem que a

preocupaccedilatildeo com a frequecircncia semanal eacute menos importantedo que a quantidade ou a

intensidade do esforccedilo apesar dos dados disponiacuteveis serem insuficientes (USDHHS

2008a) A maioria das mudanccedilas morfofuncionais do organismo ocorre mediada

pelos processos de adaptaccedilatildeo funcional em resposta ao exerciacutecio fiacutesico e a sua

magnitude diminui ou se desfez agrave medida que aumenta o intervalo entre os estiacutemulos

(Aoyagi et al 2010) Outro aspecto crucial se refere ao fato de que natildeo considerar a

distribuiccedilatildeo sistematizada das atividades ao longo da semana poderia induzir as

pessoas a se esforccedilarem demais para alcanccedilar a meta em uma uacutenica sessatildeo o que

pode aumentar o risco de ocorrecircncia de eventos adversos agrave sauacutede (Talbot et al

2007)

5333 Intensidade do esforccedilo fiacutesico

Neste estudo a intensidade do esforccedilo foi determinada de forma indireta

sendo obtida pela observaccedilatildeo do tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e pela sua

conversatildeo em intensidade atraveacutes das indicaccedilotildees do Compecircndio de Atividade Fiacutesica

proposto por Ainsworth et al(2000)

As atividades vigorosas totalizando cerca de 40 da preferecircncia da

amostra atraiacuteram principalmente os jovens classificados como muito ativos fato que

se justifica considerando que de modo geral os jovens apresentam melhor aptidatildeo

fiacutesica do que os mais velhos As atividades moderadas (60) atraiacuteram mais as

mulheres e pessoas de mais idade

112

A caminhada foi responsaacutevel por manter ativos 43 da populaccedilatildeo

brasileira residente nas capitais da federaccedilatildeo conforme os resultados obtidos Essa

praacutetica como treinamento fiacutesico comeccedilou a ganhar forccedila no Brasil em meados da

deacutecada de 1970 com a difusatildeo do meacutetodo Cooper12

e tem se apresentado como a

escolha de preferecircncia para a praacutetica de AF em trecircs de cada quatro brasileiros que se

exercitam regularmente (MS 2010) Este resultado condiz com outro estudo que

apresenta a caminhada como a modalidade de maior adesatildeo entre os fisicamente

ativos (Bull 2010)

O futebol foi a atividade de maior preferecircncia entre os insuficientemente

ativos sendo o responsaacutevel por atrair aproximadamente 15 da amostra (N=3783)

principalmente entre os homens Portanto poliacuteticas de incentivo ao aumento de sua

frequecircncia semanal poderiam estimular os brasileiros a alcanccedilarem pelo menos os

niacuteveis miacutenimos de AF

Por fim o trabalho de musculaccedilatildeo se apresentou como a terceira

modalidade mais referida com 12 da preferecircncia Para algumas diretrizes como a

oficial dos EUA de 2008 independentemente da duraccedilatildeo do esforccedilo do metabolismo

envolvido e do gasto de energia dispendido para a sua realizaccedilatildeo os exerciacutecios de

musculaccedilatildeo natildeo deveriam compor a meta A diretriz da OMS de 2010 recomenda a

praacutetica da musculaccedilatildeo por pelo menos dois dias por semana mas omite se o esforccedilo

conta como AF miacutenima Neste estudo considerou-se que sim No entanto espera-se

que em 2015 data marcada para o reexame destas recomendaccedilotildees a OMS possa

deixar clara a sua posiccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave praacutetica de musculaccedilatildeo como parte integrante

da meta A princiacutepio natildeo parece coerente que um participante que consome 500 a

1000 MET minutos por semana ou mais realizando exerciacutecios de musculaccedilatildeo possa

ser classificado como inativo

12

Meacutetodo de treinamento estruturado no metabolismo aeroacutebio criado e desenvolvido

pelo meacutedico estadunidense Kennety Cooper

113

534 Eixo IV ndash Atividade Fiacutesica em portadores de Doenccedilas Crocircnicas natildeo

Transmissiacuteveis

Esta seccedilatildeo identifica o padratildeo de AF em portadores de diagnoacutestico preacutevio

de alguma DCNT para estabelecer se a praacutetica de AF estaacute de acordo com as

recomendaccedilotildees especiacuteficas para cada doenccedila

No inqueacuterito do VIGITEL de 2006 natildeo foi possiacutevel distinguir o grau ou

subtipo de cada doenccedila embora se admitam diferenccedilas cliacutenicas entre elas A

possibilidade de um mesmo participante ser portador de mais de um tipo de DCNT

tambeacutem foi considerada

Os portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT apresentaram estrutura de

AF proacutexima agravequela observada para o conjunto da populaccedilatildeo Assim a duraccedilatildeo a

intensidade do esforccedilo a preferecircncia pela modalidade e a frequecircncia semanal

guardam comportamentos semelhantes ou seja suficiecircncia de AF mais presente

entre participantes com maior assiduidade duraccedilatildeo do esforccedilo em meacutedia ge 30

minutos por sessatildeo e insuficiecircncia de AF para os menos assiacuteduos A caminhada e o

futebol tambeacutem foram as modalidades preferidas

5341 Hipertensatildeo arterial sistecircmica

Neste estudo a praacutetica regular de AF foi baixa nos portadores de

diagnoacutestico preacutevio de hipertensatildeo arterial sistecircmica (DPHAS) e o percentual

diminuiu com o aumento da idade A prevalecircncia desta doenccedila foi de 215 no

conjunto da populaccedilatildeo Deste total cerca de 59 se declararam inativos

Aproximadamente 70 dos participantes natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima de AF

Os resultados deste estudo foram consistentes com os dados do Ministeacuterio

da Sauacutede (MS) que estima a prevalecircncia entre 22 e 44 para adultos (32 em

meacutedia) chegando a mais de 50 para indiviacuteduos com 60 a 69 anos e 75 em

indiviacuteduos com mais de 70 anos (MS 2013) Ainda segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

parcela importante dos brasileiros desconhece o diagnoacutestico para este agravo Assim

eacute possiacutevel supor que a prevalecircncia de hipertensos na populaccedilatildeo seja ainda maior do

que a aqui encontrada

114

Este estudo confirmou maior predomiacutenio de hipertensatildeo entre as mulheres

com uma proporccedilatildeo de 2 mulheres para cada homem e com destaque para idade do

climateacuterio A maior procura de mulheres pelos serviccedilos de sauacutede pode explicar em

parte o maior conhecimento do diagnoacutestico

Dentre os estudos encontrados na literatura associando a praacutetica de AF e a

hipertensatildeo arterial Sofi et al (2008) apresentaram resultados com relaccedilatildeo inversa

entre o niacutevel de AF e a ocorrecircncia de hipertensatildeo arterial sistecircmica

O ACSM estabeleceu a associaccedilatildeo da ocorrecircncia de hipertensatildeo com a

inatividade fiacutesica de niacutevel lsquoCrsquo13

Deixou expliacutecito principalmente na atualizaccedilatildeo da

diretriz de 2007 que efeitos adicionais da AF para a prevenccedilatildeo da hipertensatildeo satildeo

obtidos com quantidades maiores de AF em relaccedilatildeo agravequelas recomendadas embora

natildeo explicitando claramente a magnitude da dose-resposta (ACSM 2007)

Outro estudo recente e abrangente eacute a metanaacutelise realizada por Kesaniemi

e colaboradores para subsidiar a atualizaccedilatildeo da diretriz oficial canadense O estudo

envolveu publicaccedilotildees abrangendo um universo de 112636 participantes divididos

em trecircs categorias inativo ativo insuficiente e ativo suficiente Os artigos elegiacuteveis

foram publicados ao longo de 24 anos entre 1983 e 2007 Chama a atenccedilatildeo o

consenso de efeitos positivos da AF sobre o risco de hipertensatildeo Em todos os

estudos ao comparar a quantidade de AF entre o grupo mais ativo com grupo menos

ativo a associaccedilatildeo encontrou risco relativo meacutedio de 068 (Kesaniemi et al2010)

Este estudo encontrou cerca de 70 dos portadores de DPHAS realizando

caminhada como praacutetica de AF Sobre isto haacute fortes evidecircncias de que a intensidade

do exerciacutecio aeroacutebio moderada eacute suficiente para reduzir a pressatildeo arterial no paciente

hipertenso Para o esforccedilo com intensidade maior (acima 85 VO2 max) admitem-se

efeitos deleteacuterios sobre a hipertensatildeo arterial sistecircmica embora os mecanismos

fisioloacutegicos ainda natildeo estejam totalmente esclarecidos (Warren et al 2010) Nas

recomendaccedilotildees recentes de AF para hipertensos ditadas pelo Coleacutegio Americano de

Cardiologia e pela Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia enfatiza-se que ser ativo

deve ser parte do protocolo da assistecircncia meacutedica ao hipertenso A AF regular com

13

Graduaccedilatildeo de evidecircncia divide-se em A B C e D Quanto maior o grau (ordem

alfabeacutetica decrescente) maior eacute a evidecircncia de associaccedilatildeo

115

intensidade de leve a moderada deve ser efetivada como parte do tratamento natildeo

medicamentoso quando haacute hipertensatildeo de leve a moderada e sem doenccedila cardiacuteaca de

base Nos casos de hipertensatildeo grave natildeo eacute indicado AF vigorosa mas estaacute liberada

a AF de intensidade leve Exerciacutecios isomeacutetricos que aumentam a carga ventricular

devem ser evitados Exerciacutecios dinacircmicos envolvendo grandes grupos musculares

devem ser os preferidos (ACC 2010 AHA 2010)

Em relaccedilatildeo agrave modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte preferido a maior

parte dos portadores de DPHAS estaacute de acordo com as recomendaccedilotildees especiacuteficas

principalmente entre as mulheres Assim as poliacuteticas de sauacutede para a hipertensatildeo

arterial devem dar maior incentivo agrave praacutetica de AF pois 70 dos hipertensos

moradores das grandes cidades brasileiras ainda satildeo insuficientemente ativos

5342 Dislipidemia

Neste estudo 17 dos participantes se declararam portadores de

diagnoacutestico preacutevio de dislipidemia (DPD) e entre eles 54 eram inativos Mulheres

aparecem colocadas numa situaccedilatildeo de desvantagem em relaccedilatildeo aos homens O

percentual de DPD cresceu linearmente com a idade e se estabilizou apoacutes os 55anos

Nesta idade aproximadamente 36 referiram DPD

Embora natildeo se constitua como doenccedila propriamente mas como fator de

risco para as DCNT a dislipidemia tem sido objeto de pesquisa na sua relaccedilatildeo com a

AF Os estudos encontrados na literatura relacionando a praacutetica de AF e a ocorrecircncia

de dislipidemia apresentaram efeito positivo da AF sobre os niacuteveis elevados de

lipiacutedios seacutericos enquanto a inatividade fiacutesica se apresentou deleteacuteria (Durstine et al

2001) Os mesmos autores tambeacutem mostraram que as medicaccedilotildees antidislipidecircmicas

podem ser potencializadas quando aliadas agrave AF embora declarem que os dados

disponiacuteveis a este respeito ainda satildeo insuficientes para declarar com precisatildeo a

magnitude desta associaccedilatildeo

Alteraccedilotildees significativas nos niacuteveis de lipiacutedios foram observadas apoacutes uma

uacutenica sessatildeo de esforccedilo verificando-se o aumento dos niacuteveis de colesterol HDL e

reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e do colesterol VLDL Estas alteraccedilotildees persistiram ateacute 24

horas apoacutes o esforccedilo e perderam o efeito na medida em que aumentou o intervalo

116

entre as sessotildees Os efeitos sobre o colesterol LDL foram menos intensos (Lee e

Paffenbarger 2001)

A plausibilidade bioloacutegica tem sido atribuiacuteda em parte agrave accedilatildeo da enzima

lipoproteiacutena lipase no muacutesculo esqueleacutetico que aumenta a degradaccedilatildeo das moleacuteculas

de gordura do sangue e eacute ativada pelo esforccedilo fiacutesico e pela diminuiccedilatildeo da secreccedilatildeo de

trigliceriacutedeos no fiacutegado Acredita-se que ambos os efeitos retornam aos niacuteveis de preacute-

exerciacutecio apoacutes o intervalo de 24 horas de repouso (Gill e Hardman 2003)

Neste estudo constatou-se que aproximadamente 90 dos portadores de

DPD que natildeo alcanccedilaram a meta recomendada de AF realizavam sessotildees entre 1 e 2

vezes por semana Neste aspecto a baixa frequecircncia semanal aleacutem de contribuir para

uma quantidade insuficiente de AF para a sauacutede geral tambeacutem estaacute em desacordo

com o estiacutemulo adequado para a reduccedilatildeo dos niacuteveis de lipiacutedios seacutericos

Os participantes mais jovens informaram menores taxas de aumento dos

lipiacutedeos seacutericos do que os mais velhos Segundo os dados do Ministeacuterio da Sauacutede

natildeo eacute comum os mais jovens se preocuparem com este problema embora sejam

tambeacutem acometidos por ele (MS 2010) A dislipidemia eacute fator de risco primaacuterio para

o IAM e o AVC e cerca de 20 de todos os oacutebitos por estas causas ocorrem em

pessoas entre 20 e 40 anos de idade

O maior percentual de DPD ocorreu entre as mulheres e nas com idade ge

45 anos foi seis vezes maior comparadas a grupos de mulheres com idade le 25

anos O aumento dos lipiacutedios seacutericos associado agrave diminuiccedilatildeo dos hormocircnios do

climateacuterio eacute fortemente apresentado pela literatura (Durstine et al 2001)

5343 Diabetes

Os resultados deste estudo trataram a diabetes de forma geneacuterica Embora

se reconheccedila distinccedilotildees entre os diferentes tipos de diabetes devido ao formato do

inqueacuterito do VIGITEL natildeo foi possiacutevel distinguir estes tipos diferentes No entanto

consideraremos que a nossa amostra se alinha com as estimativas mundiais que

apresentam o diabete do tipo 2 como constituindo de 80 a 90 dos casos (CDC

2010)

117

Os benefiacutecios da AF sobre a sensibilidade agrave insulina satildeo encontrados tanto

para atividades aeroacutebias quanto para atividades com exerciacutecio resistido

(musculaccedilatildeo) O mecanismo pelo qual essas modalidades de exerciacutecio melhoram a

sensibilidade agrave insulina parece ser diferente o que sugere que a combinaccedilatildeo das duas

modalidades seja a ideal (Persghin 1996) Para Eriksson et al (1997) o efeito do

exerciacutecio fiacutesico sobre a sensibilidade agrave insulina eacute maacuteximo de 12 a 48 horas apoacutes a

sessatildeo e volta progressivamente aos niacuteveis de preacute-atividade em aproximadamente

trecircs dias apoacutes a uacuteltima sessatildeo Isto reforccedila a necessidade da regularidade da AF Em

termos de ganho para a sauacutede os benefiacutecios parecem se destacar em indiviacuteduos

inativos que se tornam pelo menos moderadamente ativo Assim iniciar a praacutetica de

alguma AF parece ser para o portador de DPDM inativo um passo mais importante

do que atingir as metas recomendadas pelas diretrizes de AF (USDHHS 2008a)

Eacute importante destacar o consenso dos estudos que nortearam a atualizaccedilatildeo

da diretriz oficial do Canadaacute no ano de 2010 Uma metanaacutelise com estudos de coorte

acompanhados em meacutedia por 93 anos publicados ao longo de 16 anos e

envolvendo 624952 pessoas com 19325 casos de diabetes tipo 2 apresentou uma

relaccedilatildeo inversa entre a associaccedilatildeo do diabetes do tipo 2 e o niacutevel de AF A metanaacutelise

apresentou reduccedilatildeo meacutedia de risco de 42 para o grupo suficientemente ativo

quando comparado ao inativo e a maioria (84) destes estudos revelou reduccedilotildees

incrementais no risco de diabetes tipo 2 por meio de niacuteveis crescentes de AF

(Kesaniemi et al2010)

Cerca de 62 dos portadores de DPDM eram inativos e 70 deles

aproximadamente natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima de AF com destaque negativo

para as mulheres Entre os estudos encontrados na literatura envolvendo a praacutetica de

AF em portadores de diabetes Dipietro et al (2006) apresentam resultados que

confirmam a baixa procura de AF entre os diabeacuteticos

A praacutetica de caminhadas foi a principal modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou

esporte em aproximadamente 70 deste grupo A musculaccedilatildeo alcanccedilou somente

25 da preferecircncia

O Ministeacuterio da Sauacutede preconizou que para portadores de diabetes

mellitus o exerciacutecio deve ser iniciado de forma gradual e como exemplo cita as

118

caminhadas por 5 a 10 minutos em terreno plano aumentando-as semanalmente ateacute

alcanccedilar 30 a 60 minutos diaacuterios 5 a 7 dias por semana (MS 2006)

A caminhada foi o principal exerciacutecio fiacutesico praticado por

aproximadamente 70 deste grupo Este percentual foi superior quando comparado

ao percentual do puacuteblico em geral (423) A praacutetica da caminhada parece ser o tipo

de exerciacutecio fiacutesico que mais contribuiu para o alcance da meta recomendada no

entanto diabeacuteticos com perda significativa de sensibilidade nos peacutes por motivo de

seguranccedila devem ser desencorajados para a praacutetica desta modalidade ou de qualquer

outra que potencialize ferimentos nos peacutes Nesses casos outras opccedilotildees devem ser

consideradas

A diminuiccedilatildeo dos praticantes da caminhada e o aumento dos praticantes de

futebol satildeo caracteriacutesticas entre o grupo com AF insuficiente entatildeo o incentivo pelo

aumento da praacutetica de caminhadas eacute desejaacutevel para ambos os sexos e a reorganizaccedilatildeo

da praacutetica do futebol ndash com o aumento da frequecircncia semanal ndash pode elevar em

aproximadamente 22 do niacutevel de AF do puacuteblico masculino

A duraccedilatildeo de cada sessatildeo tende ser maior entre os suficientemente ativos

Somente 2 dos participantes com DPDM referiram AF com duraccedilatildeo menor que 30

minutos enquanto para os insuficientemente ativos foram 25 De modo geral 85

dos portadores de DPDM realizam sessotildees com 30 minutos ou mais de duraccedilatildeo e se

alinham agraves recomendaccedilotildees No entanto a frequecircncia semanal soacute se alinhou com as

recomendaccedilotildees para aqueles com AF suficiente sendo que a maioria (60)

realizaram AF 5 ou mais vezes por semana Para aqueles com AF insuficiente a

frequecircncia semanal estaacute em desacordo para 93 deste grupo Assim parece

promissor investimento no aumento da frequecircncia das atividades para o aumento da

suficiecircncia da AF em portadores de DPDM

Os descendentes asiaacutetico identificados no inqueacuterito segundo a cor de sua

pele (amarelos) apresentaram ao mesmo tempo melhores niacuteveis de AF e maiores

taxas de DPDM (11 - duas vezes maior do que os participantes de outras etnias)

Deve-se considerar a possibilidade deste grupo ter tido maior acesso aos serviccedilos de

sauacutede e aderido aagrave praacutetica de AF por recomendaccedilatildeo meacutedica

119

Eacute importante salientar que 465 dos brasileiros desconhecem o

diagnoacutestico preacutevio desta doenccedila A maior parte deles soacute perceberaacute a doenccedila nas fases

mais avanccediladas quando as consequecircncias passam a se manifestar de modo

perceptiacutevel (MS 2002) O conhecimento do diagnoacutestico preacutevio para a diabetes pode

reforccedilar a ideia de ser eou permanecer fisicamente mais ativos Isto pode criar uma

perspectiva interessante para a relaccedilatildeo entre a AF e o diagnoacutestico de um determinado

agravo crocircnico O conhecimento preacutevio do diagnoacutestico pode aumentar a adesatildeo agrave

praacutetica de AF pela busca da atenuaccedilatildeo do problema e isto pode reforccedilar a proteccedilatildeo

contra outras DCNT e suas respectivas complicaccedilotildees

Os maiores percentuais de diabetes foram encontrados em mulheres com

maior faixa etaacuteria e menor escolaridade grupo em que a taxa de AF tambeacutem eacute

menor Estrateacutegias para elevar o niacutevel de AF entre portadores de diabetes passam

pois pela priorizaccedilatildeo do grupo mais vulneraacutevel em face da inatividade fiacutesica

5344 Osteoporose

Os resultados deste estudo mostraram que 44 dos participantes tinham

diagnoacutestico preacutevio de osteoporose (DPO) com maior prevalecircncia na regiatildeo Sudeste

(46) e menor na regiatildeo Centro Oeste (36) (plt0001) Entre os portadores de

DPO houve maior incidecircncia entre as mulheres com destaque para a idade poacutes-

climateacuterio em que trecircs a cada dez mulheres declararam-se portadoras de DPO Em

ambos os sexos o diagnoacutestico foi mais comum com o aumento da idade

principalmente na faixa etaacuteria de acima de 65 anos A taxa de inatividade fiacutesica

(63) entre os portadores de DPO foi maior do que a meacutedia da populaccedilatildeo (52) e

perto de 75 ficaram aqueacutem do miacutenimo de AF recomendado pela OMS de 2010

Entre os estudos encontrados na literatura relacionando a praacutetica de AF

com a ocorrecircncia de osteoporose destaca-se a metanaacutelise realizada por Kujala et al

(2009) que reuniram estudos com seguimento meacutedio de 21 anos O trabalho revelou

que os participantes que praticaram AF vigorosa comparados com inativos ou

insuficientemente ativos apresentaram menor incidecircncia de fratura de quadril com

risco relativo (RR) = 038 (IC 95 = 016-091) Eacute importante destacar que a maioria

120

dos estudos tem associado a ocorrecircncia de fraturas oacutesseas como indicador de

osteoporose o que pode superestimar o efeito protetor da AF para o metabolismo

oacutesseo Sobre este ponto Vainionpaa (2006) afirma que alguns exerciacutecios fiacutesicos

podem diminuir a ocorrecircncia de fraturas natildeo pela melhora da sauacutede dos ossos em si

mas pela melhora do equiliacutebrio e pela diminuiccedilatildeo da quantidade e gravidade das

quedas principalmente entre os mais idosos Neste sentido o USDHHS em 2010

sugeriu medidas objetivas de acompanhamento da densidade oacutessea para que se tenha

a possibilidade de anaacutelise mais apurada do efeito da AF para a prevenccedilatildeo da

osteoporose

Neste estudo a praacutetica de caminhada foi a principal modalidade de

exerciacutecio fiacutesico ou esporte referida por 59 deste grupo A musculaccedilatildeo somou

somente 6 da preferecircncia Quando comparados aos portadores de outras patologias

crocircnicas eles apresentaram as menores taxas para caminhada corrida e musculaccedilatildeo

Outros 87 do grupo preferiram a hidroginaacutestica

A importacircncia da AF com exerciacutecios resistidos eacute destaque em vaacuterios

estudos mostrando que a densidade oacutessea aumenta entre 10 e 40 na coluna lombar

dos levantadores de peso Tenistas tecircm maior densidade oacutessea no braccedilo que segura a

raquete e nadadores e ciclistas que apresentam menor carga tecircm densidade oacutessea

similar aos controles (Raisz 2005 Martyn-St James e Carroll 2006)

Neste aspecto para a sauacutede oacutessea exerciacutecios de baixo impacto oacutesseo

como a hidroginaacutestica parecem natildeo ser a melhor escolha exceto para casos especiais

em que a descompressatildeo axial eacute necessaacuteria

A maior prevalecircncia de PDO entre as mulheres jaacute era aguardada Mulheres

perdem massa oacutessea de duas maneiras de forma raacutepida e de forma lenta A fase

raacutepida ocorre apoacutes a menopausa e tem duraccedilatildeo de 4 a 8 anos Durante esta fase

raacutepida as mulheres podem perder entre 20 e 30 das trabeacuteculas e 5 e 10 do osso

cortical Em seguida comeccedila uma fase lenta que corresponde a uma perda anual da

massa oacutessea de 1 a 2 Homens aparentemente sofrem apenas a perda lenta

(Kemmler et al 2004)

A perda oacutessea da camada cortical tambeacutem difere entre os sexos Os seus

mecanismos fisioloacutegicos natildeo estatildeo totalmente esclarecidos mas se sabe que homens

121

tecircm menor taxa de reabsorccedilatildeo e maior taxa de reposiccedilatildeo periosteal que as mulheres

Isto leva os homens a terem ossos maiores e com menor risco de sofrer de fraturas

(Shibata et al 2003)

Neste aspecto aleacutem de as mulheres perderem mais tecidos oacutesseos ao longo

da vida tambeacutem apresentam menores taxas de AF no tempo de lazer e no transporte

ativo Portanto o incentivo para a praacutetica de AF especialmente voltada para as

mulheres ganha dimensotildees maiores

Finalmente o tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e a duraccedilatildeo de cada

sessatildeo estavam de acordo com as recomendaccedilotildees de AF do Ministeacuterio da Sauacutede

brasileiro para a maioria dos portadores DPO cuja meta eacute alcanccedilar de 30 a 60

minutos diaacuterios de AF moderada na maior parte dos dias da semana (MS 2006) A

frequecircncia semanal estava de acordo com a quase totalidade (95) dos participantes

com DPO que alcanccedilaram a meta Poreacutem para mais da metade dos participantes que

natildeo alcanccedilaram a meta a frequecircncia semanal natildeo concordava com as recomendaccedilotildees

para a promoccedilatildeo da sauacutede oacutessea Aproximadamente 65 deles realizavam sessotildees

entre 1 e 2 vezes por semana e ficavam aqueacutem do que eacute recomendado

5345 Infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral

Neste estudo 66 dos participantes que referiram pelo menos um

episoacutedio de IAM eou AVC estavam inativos e somente 24 deles alcanccedilaram a

meta miacutenima de AF A maioria dos casos ocorreu entre os mais velhos com maior

frequecircncia entre as mulheres No conjunto aproximadamente 35 tinham idade

igual ou superior a 65 anos justamente na faixa etaacuteria onde se encontram os menores

niacuteveis de AF

Os estudos encontrados na literatura que verificou a praacutetica de AF com a

ocorrecircncia de IAM eou AVC apresentam resultados que corroboram esta pesquisa

(CSEP 2010) Os benefiacutecios da AF em viacutetimas de AVC independentemente do grau

de paralisia e de distuacuterbios sensoriais relacionam-se com a diminuiccedilatildeo das

limitaccedilotildees funcionais e com o incremento da sauacutede geral Uma maior capacidade de

exerciacutecio proporciona maior autonomia nas atividades diaacuterias com menor gasto de

122

energia (Adams et al 1994) aleacutem de proporcionarem a reduccedilatildeo do peso corporal e a

diminuiccedilatildeo de lipiacutedios seacutericos e de estresse dentre outros fatores

54 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste estudo verificou-se que a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF varia muito

entre as diretrizes que recomendam a AF o que eacute motivado principalmente pela natildeo

harmonia da quantidade ou da forma com que a organizaccedilatildeo da AF eacute recomendada

Aparentemente pequenas diferenccedilas tiveram impacto importante na classificaccedilatildeo do

rendimento Um aspecto que eacute complexo e desafiador se revela na possibilidade de

um mesmo indiviacuteduo ser classificado ao mesmo tempo como muito ativo diante

de uma recomendaccedilatildeo e como insuficientemente ativo diante de outra Para uma

boa parte da populaccedilatildeo a resposta para a pergunta estou fazendo atividade fiacutesica

suficiente para a minha sauacutede pode ser simultaneamente ldquosimrdquo e ldquonatildeordquo

dependendo do criteacuterio da recomendaccedilatildeo escolhida

Apesar do consenso cientiacutefico sobre os benefiacutecios da AF para as pessoas

lacunas importantes persistem no conhecimento dos efeitos de cada elemento da AF

frequecircncia duraccedilatildeo intensidade e modalidade Eacute crucial entender como a AF estaacute

inserida nos contextos socioculturais nos diferentes grupos eacutetnicos e nos diversos

segmentos populacionais como os portadores de deficiecircncia os diferentes estratos

socioeconocircmicos ou outros O significado da AF eacute diferente em cada contexto

cultural e social que estaacute sob investigaccedilatildeo Estudos dessa natureza poderatildeo subsidiar

poliacuteticas de promoccedilatildeo agrave sauacutede mais consistentes e com maior potencial de sucesso Eacute

necessaacuterio ainda aprofundar a cooperaccedilatildeo internacional para a elaboraccedilatildeo de

diretrizes e recomendaccedilotildees miacutenimas e no preenchimento das lacunas existentes

A elaboraccedilatildeo e a implantaccedilatildeo de poliacuteticas de promoccedilatildeo da sauacutede e de

prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos devem levar em conta que a insuficiecircncia de AF

recaiu crucialmente entre as pessoas brancas morenas ou pardas do sexo feminino

de baixa escolaridade de maior idade que desconheciam a existecircncia de local

apropriado para a AF proacuteximo a sua residecircncia e principalmente pelos residentes na

regiatildeo Sudeste em especial na cidade de Satildeo Paulo

123

Pessoas fisicamente ativas fizeram menor uso de tabaco Embora natildeo seja

possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causalidade neste estudo eacute plausiacutevel afirmar que as

accedilotildees de combate ao tabagismo e de estiacutemulo agrave AF ganham abrangecircncia quando

planejadas de forma integrada

O deslocamento ativo para o trabalho ou para a escola a peacute ou de bicicleta

dobrou o percentual do grupo que alcanccedilou a meta recomendada pela OMS

Estimular o deslocamento ativo para ampliar a AF da populaccedilatildeo insuficientemente

ativa parece ser uma boa estrateacutegia de poliacutetica puacuteblica jaacute que parece existir uma

predisposiccedilatildeo para este domiacutenio

A adequaccedilatildeo dos espaccedilos fiacutesicos puacuteblicos a seguranccedila e a infraestrutura

previstas nos programas de incentivo agrave AF devem considerar que as modalidades de

exerciacutecio mais populares nas capitais brasileiras satildeo a caminhada e o futebol

Dentre as pessoas insuficientemente ativas a duraccedilatildeo do esforccedilo em cada

sessatildeo foi adequada na maioria dos relatos O que tornou a AF insuficiente foi a

baixa frequecircncia Pensar estrateacutegias que aumentem a frequecircncia semanal para 2 ou 3

dias por semana pode elevar o niacutevel de AF para 90 dos insuficientemente ativos

A situaccedilatildeo mais desvantajosa percebida entre os participantes deste estudo

foi a completa ausecircncia de AF Eacute importante ter em mente na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas

de sauacutede que os benefiacutecios da AF natildeo ocorrem apenas quando as diretrizes satildeo

rigorosamente cumpridas Os inativos sempre satildeo beneficiados com a introduccedilatildeo de

alguma quantidade de AF e portanto mesmo que a recomendaccedilatildeo miacutenima natildeo possa

ser alcanccedilada deve-se estimular a quantidade de AF que for possiacutevel

Por fim cabe salientar que os serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria num sistema

puacuteblico e universal satildeo os locais mais oportunos para recomendar e orientar a praacutetica

de AF dada a sua proximidade e a sua penetraccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo em geral e

especialmente junto aos portadores de DCNT

124

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da Sauacutede 2007

Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Vigitel - Brasil 2007 Vigilacircncia de Fatores de Risco E

Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico Brasiacutelia (DF) Ministeacuterio

da Sauacutede 2008

Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Vigitel - Brasil 2008 Vigilacircncia de Fatores de Risco E

Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico Brasiacutelia (DF) Ministeacuterio

da Sauacutede 2009

Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Vigitel - Brasil 2009 Vigilacircncia de Fatores de Risco E

Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico Brasiacutelia (DF) Ministeacuterio

da Sauacutede 2010

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Page 2: Atividade física de adultos nas capitais brasileiras e no Distrito ...€¦ · 7.Condicionamento físico humano 8.Atividade motora USP/FM/DBD-225/14 . DEDICATÓRIA Dedico este Trabalho

Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo (CIP)

Preparada pela Biblioteca da

Faculdade de Medicina da Universidade de Satildeo Paulo

reproduccedilatildeo autorizada pelo autor

Lima Dartel Ferrari de

Atividade fiacutesica de adultos nas capitais brasileiras e no Distrito Federal um estudo

transversal Dartel Ferrari de Lima -- Satildeo Paulo 2014

Tese(doutorado)--Faculdade de Medicina da Universidade de Satildeo Paulo

Programa de Medicina Preventiva

Orientador Olinda do Carmo Luiz

Coorientador Renata Bertazzi Levy

Descritores 1Estilo de vida sedentaacuterio 2Doenccedila crocircnica 3Vigilacircncia em sauacutede

puacuteblica 4Promoccedilatildeo da sauacutede 5Inqueacuteritos epidemioloacutegicos 6Exerciacutecio

7Condicionamento fiacutesico humano 8Atividade motora

USPFMDBD-22514

DEDICATOacuteRIA

Dedico este Trabalho a Rene e Lohran Anguera Lima meus amados filhos e a meus

amados pais Helena e Ameacutelio (in memorian)

AGRADECIMENTOS

Incansavelmente reforccedilo minha gratidatildeo agrave Profa Dra Olinda do Carmo Luiz pela

orientaccedilatildeo deste trabalho cuja beleza dos gestos amigaacuteveis representou o ldquosimrdquo para

este Jogo que insiste dizer ldquonatildeordquo

Minha gratidatildeo agrave Dra Renata Bertazzi Levy pela coorientaccedilatildeo deste trabalho

Aos professores e funcionaacuterios do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo do Departamento de

Medicina Preventiva da USP pela partilha das informaccedilotildees em especial agrave Lilian

Santos de Godoy Prado pela amizade e a Miriam Regina de Souza pela

normatizaccedilatildeo do texto

Ao professor Dr Joatildeo Carlos Catellan pelo retoque do texto e adequaccedilatildeo linguiacutestica

Agrave Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute em especial ao campus de Marechal

Cacircndido Rondon pela liberaccedilatildeo de minhas atividades acadecircmicas

E a vocecirc meu amado Golden Retriver por todos nossos momentos Eu sinto tanto a

sua falta

Este trabalho recebeu

Bolsa do Programa de Demanda Social da

Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES) do

Ministeacuterio de Educaccedilatildeo

Houzzeacute Houzzeacute Houzzeacute

LISTA DE DEFINICcedilAtildeO DE TERMOS

Angina pectoris dor toraacutecica ocasionada por isquemia transitoacuteria do miocaacuterdio

Aptidatildeo fiacutesica capacidade de suportar de esforccedilo fiacutesico

Aterosclerose acuacutemulo de material gorduroso nas paredes das arteacuterias

Atividade moderada atividade fiacutesica com gasto de energia gt 6 MET

Atividade vigorosa atividade fiacutesia com gasto de energia entre 3 a 6 MET

Cinesioterapia terapia fiacutesica realizada mediante a utilizaccedilatildeo de movimentos

corporais

Diabete tipo 2 diabetes mellitus natildeo insulino dependente ou diabetes tardia ndash

distuacuterbio metaboacutelico caracterizado pelo elevado niacutevel de glicose no

sangue pela insuficiecircncia relativa de insulina

Dieta hipocaloacuterica regime alimentar para emagrecimento

Dislipidemia alteraccedilotildees metaboacutelicas lipiacutedicas decorrentes de distuacuterbios em

qualquer fase do metabolismo lipiacutedico que ocasionem

repercussotildees nos niacuteveis seacutericos de lipoproteiacutenas (LP)

Ergoespirometria teste que possibilita determinar variaacuteveis respiratoacuterias metaboacutelicas

e cardiovasculares pela medida das trocas gasosas pulmonares

durante o exerciacutecio

Esforccedilo aeroacutebio esforccedilo sustentado pela oxidaccedilatildeo (intramitocondral) dos

combustiacuteveis geralmente de baixa intensidade e longa duraccedilatildeo e

sem produccedilatildeo de aacutecido laacutetico muscular

Esforccedilo anaeroacutebio esforccedilo sustentado pela produccedilatildeo de energia por via natildeo oxidativa

(extramitocondral) geralmente de alta intensidade e curta duraccedilatildeo

com a produccedilatildeo de aacutecido laacutetico (quando por via laacutetica)

Frequecircncia semanal quantidade de vezes por semana que a atividade fiacutesica eacute realizada

Hipertensatildeo arterial pressatildeo igual ou maior que 90140 mmHg exercida

sistecircmica sistematicamente nas paredes das arterial

Insulinopecircnico p com capacidade secretoacuteria residual de insulina inadequada para

suplantar a necessidade metaboacutelica

Intensidade reflete a grandeza do esforccedilo (moderado ou vigoroso)

Lipoproteiacutenas composto orgacircnico constituiacutedo por uma proteiacutena cuja moleacutecula estaacute

associada a lipiacutedeos

MET medida energeacutetica que equivale ao consumo de 35 ml O2kgmin

em repouso

Osteoporose doenccedila que reduz a densidade e a massa dos ossos provocando

aumento da fragilidade oacutessea e maior risco de fraturas

Pedometria contagem dos passos indica a distacircncia percorrida

Quilocaloria (kcal) quantidade de energia necessaacuteria para elevar 1 grau Celsius a

temperatura de 1 litro de aacutegua

Supercompensaccedilatildeo fase da teoria do princiacutepio da sobrecarga que ocorre durante o

periacuteodo de recuperaccedilatildeo ideal do esforccedilo fiacutesico na qual a desgaste

orgacircnico eacute recomposto com um ganho adicional

Volume quantidade de AF resultante do produto da frequecircncia semanal pela

duraccedilatildeo do esforccedilo

LISTA DE ABREVIATURAS

ACSM Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva

AF atividade fiacutesica

AHA Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia

APS Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede

AVD Atividade de vida diaacuteria

BHF Fundaccedilatildeo Inglesa do Coraccedilatildeo

CDC Centro de Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas

DCNT doenccedila crocircnica natildeo transmissiacutevel

DP desvio padratildeo

EU Uniatildeo Europeia

FC frequecircncia cardiacuteaca

HAS hipertensatildeo arterial sistecircmica

HDL proteiacutenas de alta densidade

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IF inatividade fiacutesica

kcal quilocaloria

LDL proteiacutenas de baixa densidade

MET equivalente metaboacutelico

NAF niacutevel de atividade fiacutesica

NUPENS Nuacutecleo de Pesquisas Epidemioloacutegicas em Nutriccedilatildeo e Sauacutede

OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PAS pressatildeo arterial sistecircmica

PS Promoccedilatildeo da Sauacutede

RR risco relativo

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

USDHHS Departamento de Sauacutede e Serviccedilos Sociais dos Estados Unidos

USP Universidade de Satildeo Paulo

VIGITEL Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito

Telefocircnico

VS Vigilacircncia em Sauacutede

WHA Assembleia Mundial da Sauacutede

WHO Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

LISTA DE QUADROS E FIGURAS

Quadro 1 Principais benefiacutecios atribuiacutedos agrave atividade fiacutesica 4

Quadro 2 Classificaccedilatildeo do niacutevel de atividade fiacutesica 47

Figura 1 O continuum da atividade fiacutesica 9

Figura 2 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade do esforccedilo e

benefiacutecios para a sauacutede 12

Figura 3 Resposta linear inversa ao volume de AF e benefiacutecios para a sauacutede 12

Figura 4 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade crescente de

esforccedilo e benefiacutecios para a sauacutede 13

Figura 5 Princiacutepio da sobrecarga 22

Figura 6 Classificaccedilatildeo regional do niacutevel de AF por diferentes

recomendaccedilotildees 62

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Nuacutemero de linhas telefocircnicas sorteadas linhas telefocircnicas elegiacuteveis e

entrevistas realizadas nas capitais dos estados brasileiros e no Distrito

Federal VIGITEL 2006 (MS 2007) 39

Tabela 2 Gasto energeacutetico para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

expresso em METmin obtido pelo produto da duraccedilatildeo do esforccedilo (em

minutos) com a meacutedia do gasto energeacutetico para cada modalidade

segundo o Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por Ainsworth

et al em 2000 44

Tabela 3 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta e porcentagem segundo o niacutevel de

AF e diferentes diretrizes de AF nas capitais brasileiras e Distrito

Federal ndash 2006 50

Tabela 4 Teste de Concordacircncia de Kappa para o cruzamento do niacutevel de AF

mediante diferentes diretrizes para a populaccedilatildeo adulta com idade ge 18

anos nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 51

Tabela 5 Frequecircncia da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos segundo o

niacutevel de AF coincidente para as recomendaccedilotildees do UE IOM ACSM

OMS IPAQ nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 52

Tabela 6 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

a diretriz da UE1 por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 53

Tabela 7 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

diretriz do IOM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 55

Tabela 8 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

diretriz do ACSM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 57

Tabela 9 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo a

diretriz da OMS por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 59

Tabela 10 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo a

diretriz do IPAQ por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 61

Tabela 11 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo variaacuteveis sociodemograacuteficas

nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 64

Tabela 12 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo caracteriacutesticas de

comportamento individual nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 66

Tabela 13 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos com histoacuterico de

diagnoacutestico meacutedico de DCNT por sexo segundo o niacutevel de AF

determinado pela OMS nas capitais dos estados brasileiros e Distrito

Federal 2006 67

Tabela 14 Percentual da populaccedilatildeo adulta distribuiacuteda segundo modalidade de

exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados

brasileiros e Distrito Federal 2006 69

Tabela 15 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de hipertensatildeo

arterial sistecircmica segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e

niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito

Federal 2006 71

Tabela 16 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de diabetes

segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas

capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 73

Tabela 17 Percentual da populaccedilatildeo adulta com IAM eou AVC segundo modalidade

de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados

brasileiros e Distrito Federal 2006 75

Tabela 18 Percentual da populaccedilatildeo adulta com dislipidemia segundo modalidade

de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados

brasileiros e Distrito Federal 2006 77

Tabela 19 Percentual da populaccedilatildeo adulta com osteoporose segundo modalidade

de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados

brasileiros e Distrito Federal 2006 79

Tabela 20 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo periodicidade e niacutevel de AF

nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 81

Tabela 21 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos)

e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito

Federal 2006 84

Tabela 22 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta insuficientemente ativa antes e apoacutes

a simulaccedilatildeo de aumento da frequecircncia semanal e da duraccedilatildeo do esforccedilo

nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 86

Tabela 23 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos e diagnoacutestico

meacutedico referido para DCNT por sexo para a periodicidade e duraccedilatildeo

da AF segundo a recomendaccedilatildeo de AF determinada pela OMS nas

capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 88

SUMAacuteRIO

LISTA DE DEFINICcedilAtildeO DE TERMOS

LISTA DE ABREVIATURAS

LISTA DE QUADROS E FIGURAS

LISTA DE TABELAS

RESUMO

ABSTRACT

APRESENTACcedilAtildeO

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

11 EFEITOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA NA SAUacuteDE 2

111 Doenccedila cardiovascular 5

112 Doenccedila cerebrovascular 5

113 Dislipidemia 6

114 Hipertensatildeo arterial sistecircmica 6

115 Diabetes tipo 2 7

116 Osteoporose 7

12 DEFINICcedilAtildeO E CARACTERIacuteSTICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 8

13 RELACcedilAtildeO DOSE-RESPOSTA 11

14 EFEITOS ADVERSOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 14

15 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 15

16 DIRETRIZES E RECOMENDACcedilOtildeES DE ATIVIDADE FIacuteSICA 16

161 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Coleacutegio Americano de Medicina

Esportiva 17

162 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Comitecirc Executivo responsaacutevel

pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica ndash IPAQ 18

163 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Instituto de Medicina dos Estados

Unidos 19

164 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Uniatildeo Europeia 19

165 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 20

17 CONTROVEacuteRSIAS E CONSENSOS NAS RECOMENDACcedilOtildeES DE

ATIVIDADE FIacuteSICA 21

171 Frequencia semanal 21

172 Intensidade do esforccedilo 23

173 Duraccedilatildeo do esforccedilo 24

174 Dose de atividade fiacutesica 24

175 Minorias populacionais 27

176 Recomendaccedilotildees crianccedilas e jovens 28

177 Exerciacutecios especiacuteficos 29

1771 Musculaccedilatildeo 29

1772 Flexionamento 30

1773 Aquecimento e desaquecimento 30

178 Eventos adversos nas recomendaccedilotildees 31

179 Concordacircncias nas diretrizes 31

1710 Adesatildeo agrave atividade fiacutesica 32

18 PROMOCcedilAtildeO DA ATIVIDADE FIacuteSICA 33

19 SISTEMA VIGITEL 35

2 OBJETIVOS 37

3 METODOLOGIA 38

31 TIPO DE ESTUDO 38

32 AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS 38

33 DESCRICcedilAtildeO DE VARIAacuteVEIS 42

331 Domiacutenios da atividade fiacutesica 42

332 Modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte 42

333 Deslocamento ativo 42

334 Duraccedilatildeo e frequecircncia da atividade fiacutesica 43

335 Intensidade do esforccedilo 43

336 Variaacuteveis sociodemograacuteficas 45

337 Variaacuteveis de comportamento individual 45

338 Diagnoacutestico de DCNT 46

339 Determinaccedilatildeo do niacutevel da atividade fiacutesica 46

3310 Comparaccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees 46

34 ANAacuteLISE DOS DADOS 47

35 QUESTOtildeES EacuteTICAS 48

4 RESULTADOS 49

41 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA AMOSTRA 49

42 CLASSIFICACcedilAtildeO DO NIacuteVEL DE ATIVIDADE FIacuteSICA 49

421 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Uniatildeo Europeia 52

422 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Instituto de Medicina dos Estados

Unidos 54

423 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Coleacutegio Americano de Medicina

Esportiva 56

424 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 58

425 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo

Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica 60

43 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO VARIAacuteVEIS SOCIODEMOGRAacuteFICAS 62

44 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO O COMPORTAMENTO INDIVIDUAL 65

45 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO DIAGNOacuteSTICO DE DOENCcedilAS CROcircNICAS

NAtildeO TRANSMISSIacuteVEIS 66

46 MODALIDADES PREFERIDAS PARA A PRAacuteTICA DE ATIVIDADE

FIacuteSICA 68

47 PERIODICIDADE SEMANAL DA ATIVIDADE FIacuteSICA 80

48 DURACcedilAtildeO DA SESSAtildeO DE ATIVIDADE FIacuteSICA 83

5 DISCUSSAtildeO 89

51 SIacuteNTESE DOS RESULTADOS 89

52 LIMITACcedilAtildeO DO ESTUDO 90

53 INTERPRETACcedilAtildeO DOS RESULTADOS 92

531 Eixo I ndash Diferentes formas de recomendar atividade fiacutesica 92

532 Eixo II ndash Variaacuteveis sociodemograacuteficas e comportamentais na praacutetica da

atividade fiacutesica 94

5321 Sexo 94

5322 - Idade 95

5323 Escolaridade 97

5324 Etniacor 99

5325 Estado conjugal 101

5326 Conhecimento sobre local para atividade fiacutesica 102

5327 Variaccedilotildees regionais 104

5328 Consumo de tabaco 105

5329 Consumo de bebida alcooacutelica 106

53210 Estado de sauacutede 107

533 Eixo III ndash Componentes da atividade fiacutesica 108

5331Duraccedilatildeo do esforccedilo 109

5332 Frequecircncia da atividade fiacutesica 109

5333 Intensidade do esforccedilo fiacutesico 111

534 Eixo IV ndash Atividade Fiacutesica em portadores de Doenccedilas Crocircnicas natildeo

Transmissiacuteveis 113

5341 Hipertensatildeo arterial sistecircmica 113

5342 Dislipidemia 115

5343 Diabetes 116

5344 Osteoporose 119

5345 Infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral 121

54 Consideraccedilotildees finais 122

6 BIBLIOGRAFIA 124

RESUMO

Lima DF Atividade fiacutesica de adultos nas capitais brasileiras e no Distrito Federal

um estudo transversal [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Universidade de

Satildeo Paulo 2014

INTRODUCcedilAtildeO Existem duacutevidas em relaccedilatildeo agrave atividade fiacutesica (AF) de adultos

residentes nas capitais brasileiras e no Distrito Federal no que tange agrave organizaccedilatildeo e

agrave execuccedilatildeo desta praacutetica Neste estudo avaliamos a prevalecircncia de AF segundo cada

uma das principais diretrizes internacionais que recomendam a AF para a promoccedilatildeo

da sauacutede e exploramos as divergecircncias e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF

Avaliamos tambeacutem a associaccedilatildeo entre caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e

comportamentais com a praacutetica da AF como os principais componentes da AF se

relacionam na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual e descrevemos o padratildeo nos

portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) METODOLOGIA Os

participantes foram selecionados a partir de dados preacutevios do Sistema de Vigilacircncia

de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico para

as estimativas sobre frequecircncia e distribuiccedilatildeo sociodemograacutefica de fatores de risco e

proteccedilatildeo para doenccedilas crocircnicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito

Federal em 2006 RESULTADOS Foram elegiacuteveis 54369 participantes sendo

515 classificados como inativos Houve divergecircncias importantes na graduaccedilatildeo da

AF pelas principais diretrizes entre os ativos (Kappa = 04) A frequecircncia das sessotildees

de AF foi o aspecto que mais contribuiu para a determinaccedilatildeo do grau de AF

Recomendaccedilatildeo que orienta a frequecircncia diaacuteria resultou em uma prevalecircncia menor

de AF suficiente As que orientam volume semanal sem determinar frequecircncia

miacutenima tiveram as maiores prevalecircncias de AF suficiente Como decorrecircncia dessa

divergecircncia a prevalecircncia de AF suficiente nas cidades abordadas variou

distinguindo diferentes rankings conforme a recomendaccedilatildeo adotada Cerca de 90

da populaccedilatildeo ativa realizava sessotildees com duraccedilatildeo entre 30 a 60 minutos e natildeo houve

diferenccedila significante entre o grupo que alcanccedilou e o que natildeo alcanccedilou a meta da

recomendaccedilatildeo A quase totalidade (90) dos participantes que alcanccedilou a meta se

exercitava trecircs ou mais vezes na semana e 80 dos que natildeo alcanccedilaram a meta se

exercitavam entre 1 a 2 vezes na semana A caminhada o futebol e a musculaccedilatildeo

foram as modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte mais frequentes Encontramos

maior prevalecircncia de AF em homens Negros e amarelos foram fisicamente mais

ativos e a AF diminuiu com a idade com menor escolaridade e com viuvez

Aproximadamente 65 da populaccedilatildeo consideraram a sua sauacutede boa ou excelente e

entre os que a consideraram ruim a maioria estava inativa O deslocamento ativo e a

dieta hipocaloacuterica satildeo caracteriacutesticas predominantes dos participantes ativos O

tabagismo foi mais frequente entre os inativos e o maior consumo de bebidas

alcooacutelicas ocorreu entre os ativos As pessoas fisicamente ativas mais

frequentemente conheciam instalaccedilotildees proacuteprias para a praacutetica de AF nas

proximidades de suas moradias A inatividade fiacutesica (62) foi uma caracteriacutestica

destacada entre os participantes portadores de DCNT No conjunto 70 dos

portadores de alguma DCNT natildeo alcanccedilaram a recomendaccedilatildeo miacutenima de AF

CONCLUSOtildeES O niacutevel de AF variou muito entre as diretrizes que recomendam a

AF Para uma boa parte desta populaccedilatildeo a resposta para a pergunta estou fazendo

AF suficiente para a minha sauacutede Pode ser simultaneamente ldquosimrdquo e ldquonatildeordquo

dependendo do criteacuterio da recomendaccedilatildeo escolhida Dentre os insuficientemente

ativos a duraccedilatildeo do esforccedilo em cada sessatildeo foi adequada na maioria dos relatos o

que tornou a AF insuficiente foi a baixa frequecircncia Pensar estrateacutegias que aumentem

a frequecircncia semanal para 2 a 3 dias pode elevar o niacutevel de AF para 90 dos

insuficientemente ativos

Descritores estilo de vida sedentaacuterio doenccedila crocircnica vigilacircncia em sauacutede puacuteblica

promoccedilatildeo da sauacutede inqueacuteritos epidemioloacutegicos exerciacutecio condicionamento fiacutesico

humano atividade motora

ABSTRACT

Lima DF Physical activity in adults in the brazilian capitals and in the Federal

District a cross-sectional study [these] Satildeo Paulo Faculdade de Medicina

Universidade de Satildeo Paulo 2014

INTRODUCTION In regards to the organization and implementation of physical

activity (PA) there are many doubts related to the PA in adults residing in the

capitals of the federation and in the Federal District This study evaluated the

prevalence of PA according to each of the main international guidelines that

recommends the practice of PA for good health explores its divergences and also

the concordances of the PA level classification We also evaluated the association

between the sociodemographic and behavioral characteristics to the practice of PA

More specifically we focused on how the main components of the PA relates to

themselves to determine the level of individual PA and which patterns are present in

patients with chronic non-communicable diseases (CNCD) METHODOLOGY

Participants were selected from previous data that the System of Risk Factors

Surveillance and Chronic Diseases Protection Telephone Survey which was used for

the estimation of frequency and sociodemographic distribution of risk and protective

factors for chronic diseases in the 26 Brazilian state capitals and in the Federal

District in 2006 RESULTS There were 54369 eligible participants of which 515

classified as inactive There were important divergences in the PA graduation by the

main guidelines among the active participants (Kappa = 04) The PA session

frequency was the main reason that most contributed to the determination of the PA

degree The recommendation which guides the daily frequency resulted in the

lowest prevalence of enough PA The recommendations that guide weekly volume

without determining minimum frequency had the highest prevalence of enough PA

As a result of this divergence the prevalence of enough PA in the addressed cities

ranged in different distinguishing rankings according to the adopted

recommendation About 90 of the active population performed sessions which

lasted between 30 to 60 minutes From this data it was evident that there was no

significant difference between the group which achieved the recommended PA and

the the group which did not achieve the goal of the recommended PA level Almost

all of the participants (90) who achieved the goal of recommended PA levels

exercised three or more times a week and 80 of those who did not reach the goal

exercised between 1 to 2 times a week Trekking soccer and weightlifting were the

most frequent physical exercise modalities or sports performed We found a higher

prevalence of PA in men than in women Furthermore the study showed that Blacks

and Yellows were more physically active The amount PA level decreased with age

decreased amongst those with less education and amongst those who were widowed

Approximately 65 of the population considered their health good or excellent and

among those who considered it bad the majority were inactive Active commuting

and hypocaloric diets are predominant characteristics of the active participants

Smoking was more common among the inactive participants but higher alcohol

consumption occurred among those that were active Physically active people

frequently knew more suitable facilities for the PA practice near their homes

Physical inactivity (62) was a prominent characteristic among the participants

suffering from CNCD Overall 70 of the participants suffering from any CNCD

did not attain the minimum recommendations of PA CONCLUSIONS The PA

levels varied widely among the guidelines that recommend PA For a large portion of

the population the answer to the question of whether one is doing enough PA for

ones health can simultaneously be yes and no depending on the criterion of the

chosen recommendation Among the insufficiently active population the exercise

duration in each session was adequate enough in most reports but what made the PA

insufficient was the low frequency Thinking about strategies to increase the weekly

frequency for 2 to 3 days can raise the level of PA for 90 of the insufficiently

active population

Descriptors sedentary lifestyle chronic disease public health surveillance health

promotion health surveys exercise physical conditioning human motor activity

APRESENTACcedilAtildeO

A definiccedilatildeo do termo sauacutede mudou consideravelmente no decorrer da

histoacuteria Hoje seu entendimento eacute mais do que somente ausecircncia de doenccedila A

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede propocircs a partir de 1946 uma definiccedilatildeo abrangente

de sauacutede onde sauacutede eacute vista como um recurso para a vida e natildeo como uma finalidade

da vida (WHO 2010) Em outras palavras a promoccedilatildeo da sauacutede eacute o processo que daacute ao

sujeito maneiras de garantir maior controle sobre sua proacutepria sauacutede Assim este processo

procura propor mudanccedilas para estilos de vida na promoccedilatildeo do bem-estar Eacute nesta forma

de compreensatildeo que a promoccedilatildeo dos niacuteveis de atividade fiacutesica (AF) e a diminuiccedilatildeo das

taxas de inatividade fiacutesica assumem um relevante papel para que tal processo possa ser

efetivado

Nesta pauta observa-se que diferentes organizaccedilotildees e agecircncias

governamentais muito embora persigam os mesmos objetivos propotildeem-se a

recomendar a praacutetica de AF de modos diferentes ou seja recomendam uma

quantidade miacutenima de AF que resulte em efeitos substanciais para a sauacutede Assim

observaccedilotildees informais sobre dados existentes da praacutetica de AF de adultos residentes

nas capitais dos Estados e no Distrito Federal despertaram o interesse de ampliar a

exploraccedilatildeo das informaccedilotildees sobre como esta populaccedilatildeo organiza a praacutetica de AF e de

verificar indiacutecios de causas que possam contribuir para o alcance ou natildeo das metas

recomendadas

Eacute com esta problemaacutetica sendo transformada em objeto de estudo ou

seja sendo usada para a construccedilatildeo de uma Tese que este estudo se constroacutei e se

apresenta como um caminho a ser perseguido Nela a primeira seccedilatildeo desenvolve os

conceitos e as definiccedilotildees baacutesicas do tema central objetivando relacionar a praacutetica da

AF com a sauacutede puacuteblica destacar a promoccedilatildeo da AF e os riscos decorrentes da

inatividade fiacutesica as estrateacutegias brasileiras para a orientaccedilatildeo e a supervisatildeo da praacutetica

de AF e o sistema de monitoramento e acompanhamento destas estrateacutegias Em

seguida apresenta a seleccedilatildeo das organizaccedilotildees e agecircncias governamentais destacadas

e remete agraves suas recomendaccedilotildees para a AF Foram elas que serviram de base para a

concordacircncia (ou natildeo) com a sua classificaccedilatildeo do niacutevel de AF para o destaque das

suas diferenccedilas e semelhanccedilas e para a procura de identificaccedilatildeo das suas lacunas e

potencialidades

A segunda seccedilatildeo apresenta os aspectos metodoloacutegicos destacando o uso

do banco de dados do Sistema de Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para

Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico ndash VIGITEL de 2006 cuja anaacutelise

permitiu verificar o padratildeo de organizaccedilatildeo da praacutetica de AF de uma amostra

probabiliacutestica representativa da populaccedilatildeo brasileira de adultos de 26 capitais e do

Distrito Federal

A terceira seccedilatildeo apresenta a descriccedilatildeo dos resultados organizados em

tabelas A quarta seccedilatildeo discute os resultados em quatro eixos 1) variaacuteveis

sociodemograacuteficas e comportamentais 2) componentes da atividade fiacutesica 3)

diferentes formas de recomendar AF e 4) AF em portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis (DCNT) Na quinta e uacuteltima seccedilatildeo apresentam-se as conclusotildees e as

consideraccedilotildees finais do estudo com o objetivo de produzir mais informaccedilotildees que

possam de alguma forma aumentar o diaacutelogo em direccedilatildeo do crescimento dos niacuteveis

de AF e da diminuiccedilatildeo da inatividade fiacutesica

A versatildeo apresentada nesta Tese natildeo inclui as modificaccedilotildees sugeridas

pela Banca Examinadora

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

As uacuteltimas deacutecadas apresentaram uma inversatildeo no perfil da

morbimortalidade global com diminuiccedilatildeo da prevalecircncia das doenccedilas infecciosas e

aumento das doenccedilas crocircnicas Este novo perfil da sauacutede fez crescer o interesse pelos

fatores associados agraves doenccedilas crocircnicas O baixo niacutevel populacional de atividade

fiacutesica (AF) eacute um desafio atual em sauacutede puacuteblica considerando que a inatividade

fiacutesica eacute um fator modificaacutevel que tem se mostrado associado a uma maior frequecircncia

de doenccedilas crocircnicas e degenerativas a praacutetica regular de AF eacute recomendada na

prevenccedilatildeo e tratamento destas doenccedilas e que a prevalecircncia da praacutetica de AF eacute baixa

tanto em paiacuteses de economia central quanto naqueles de economia perifeacuterica (Hallal

2012)

Assim numerosos estudos epidemioloacutegicos tecircm demonstrado que a

atividade fiacutesica (AF) regular eacute beneacutefica para a promoccedilatildeo da sauacutede (Morimoto et al

2006 USDHHS 2008a Boyle et al 2010) Os dados que comprovam os seus

benefiacutecios foram produzidos principalmente a partir de estudos independentes que

apresentam iacutendices consistentes e com pouca ou nenhuma evidecircncia contraacuteria

estabelecendo uma robusta solidez em termos de dose-resposta e reforccedilando a

conclusatildeo de um nexo de causalidade convincente (CDC 2008) entre os dois

campos embora a natureza dessa associaccedilatildeo natildeo seja completamente compreendida

(McAuley et al 2006 White Warren et al 2009)

Neste sentido esta tese foi conduzida com o objetivo de identificar o

perfil da AF no cotidiano de brasileiros adultos residentes em grandes centros

urbanos e de responder a algumas questotildees Qual eacute o padratildeo da AF na organizaccedilatildeo

dos exerciacutecios fiacutesicos ou dos esportes praticados Diferentes diretrizes podem

recomendar a praacutetica de AF e classificar diferentemente o niacutevel de um mesmo

participante diante das mesmas informaccedilotildees Quais satildeo as caracteriacutesticas

sociodemograacuteficas da populaccedilatildeo que ainda natildeo alcanccedilou a meta miacutenima de AF

recomendada Onde residem os brasileiros mais e menos ativos Quais satildeo as

propriedades que diferenciam os praticantes de AF que alcanccedilam a meta e os que natildeo

2

alcanccedilam Como os portadores de doenccedilas crocircnicas estruturam os exerciacutecios fiacutesicos

e qual eacute o seu niacutevel de AF

11 EFEITOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA NA SAUacuteDE

Ao meacutedico inglecircs Jeremy Morris em 1953 eacute creditado agraves primeiras

investigaccedilotildees sobre os perigos de sauacutede associados ao estilo de vida pouco ativo cujo

resultado foi o maior risco de doenccedilas coronaacuterias em profissionais que trabalhavam

em serviccedilos fisicamente menos exigentes ao comparar motoristas com cobradores de

ocircnibus no Reino Unido e escrituraacuterios com carteiros nos Estados Unidos (Blair

Monte e Nichaman 2004) Desde entatildeo consideraacutevel volume de pesquisa confirmou

e ampliou a teoria de que a AF reduz significativamente o risco de doenccedilas

cardiovasculares Cite-se por exemplo o estudo de Kohl et al(2012)

Estes primeiros estudos foram importantes por levantarem trecircs questotildees

fundamentais a primeira trata do desempenho fiacutesico e da reduccedilatildeo da incidecircncia de

doenccedilas cardiovasculares como eventos associados a segunda indica a necessidade

de investigar a relaccedilatildeo da praacutetica de AF como agente promotor de sauacutede e a terceira

busca determinar se os diferentes modos de organizar a AF afetam as respostas

encontradas Como resultado desse movimento os estudos tecircm demonstrado que as

oportunidades e as condiccedilotildees para ser fisicamente ativo tendem a diminuir a partir da

vida adulta Em acircmbito mundial trecircs explicaccedilotildees justificam essa tendecircncia o

envelhecimento da populaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo natildeo planejada e as mudanccedilas sociais

cada uma delas contribui com comportamentos que criam caminhos para a

inatividade fiacutesica

Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede a inatividade fiacutesica eacute o quarto

fator de risco mais importante para a mortalidade por todas as causas (WHO 2010)

Estima-se que a inatividade fiacutesica seja responsaacutevel por 6 da carga de doenccedila de

doenccedila cardiacuteaca coronaacuteria 7 de diabetes do tipo 2 10 de cacircncer de mama e 10

de cacircncer de coacutelon A inatividade provocou 9 da mortalidade prematura (mais de

53 milhotildees) das 57 milhotildees de mortes ocorridas no mundo em 2008 Se inatividade

3

fiacutesica fosse diminuiacuteda em 25 mais de 13 milhotildees de mortes poderiam ser evitadas

a cada ano no mundo

No Brasil cerca de 60 a 70 da populaccedilatildeo se encontra abaixo das

recomendaccedilotildees globais de AF A prevalecircncia elevada da inatividade fiacutesica ou da

praacutetica insuficiente de AF foi considerada responsaacutevel por 53673 mortes em 2008

por 3 a 5 das principais doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e por 531 das

mortes por todas as causas (Rezende et al 2014)

A OMS e outras agecircncias governamentais como exemplo a Uniatildeo

Europeia recomendam em suas diretrizes que a AF seja tratada com prioridade pelas

poliacuteticas de sauacutede puacuteblica com abordagens amplas e sustentaacuteveis que garantam

maior visibilidade agrave AF (Idesporto 2009)

Por outro lado os estudos tambeacutem tecircm tematizado a inatividade fiacutesica e

mostram seu impacto em algumas alteraccedilotildees fisioloacutegicas particularmente as de

natureza circulatoacuteria como reduccedilatildeo do volume de sangue hipotensatildeo ortostaacutetica e

reduccedilatildeo da absorccedilatildeo maacutexima de oxigecircnio dentre outras A falta de AF provoca

tambeacutem alteraccedilotildees metaboacutelicas significativas como a reduccedilatildeo da capacidade

oxidativa a toleracircncia diminuiacuteda da glicose o desenvolvimento de lipidemias e o

aumento da excreccedilatildeo urinaacuteria de caacutelcio A atrofia muscular por fim eacute detectaacutevel

com certa facilidade As mudanccedilas relacionadas a ela satildeo reprodutiacuteveis e podem ser

revertidas com a praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos (CDC 2010)

Outra influecircncia da AF muito tematizada na literatura cientiacutefica eacute sobre

as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) As DCNT ameaccedilam a qualidade de

vida de milhotildees de pessoas e apresentam grande impacto no financiamento da sauacutede

puacuteblica principalmente nos paiacuteses de economia perifeacuterica A Organizaccedilatildeo Mundial

da Sauacutede (OMS) estima que o nuacutemero total de mortes por doenccedilas crocircnicas tenderaacute a

aumentar 17 na proacutexima deacutecada e que a taxa de mortalidade por DCNT seraacute duas

vezes maior (ou mais) que a taxa de mortalidade por doenccedilas infecciosas (WHO

2009)

Dado este cenaacuterio a OMS propocircs aos Estados-Membros compromissos

para a reduccedilatildeo das taxas de morbimortalidade por DCNT partindo da premissa de

que essas afecccedilotildees satildeo potencialmente evitaacuteveis A 57ordf Assembleia Mundial da

4

Sauacutede propocircs entre outras medidas a adoccedilatildeo de estilo de vida ativo por meio da

Resoluccedilatildeo WHA 5717 ndash Estrateacutegia Global para a alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica e

sauacutede (OMS 2009)

No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos principais benefiacutecios da AF

para a sauacutede juntamente com a respectiva forccedila das evidecircncias que os comprovam

(USDHHS 2008b Aoyagi et al 2010)

Quadro 1 Principais benefiacutecios atribuiacutedos agrave atividade fiacutesica

Doenccedila Condiccedilatildeo Evidecircncias

Menor risco de doenccedila cardiovascular

Menor risco de AVC

Menor risco de morte prematura

Menor risco de lipidemias

Controle do excesso de pesoobesidade (sem dieta

hipocaloacuterica)

Perda de peso associada agrave dieta hipocaloacuterica

Menor risco de diabetes tipo 2

Menor risco de hipertensatildeo arterial sistecircmica

Menor risco de cacircncer de coacutelon

Menor risco de cacircncer de mama

Menor risco de cacircncer de pulmatildeo

Menor risco de cacircncer endometrial

Menor risco de quedas nos idosos

Aumento da densidade oacutessea (idosos)

Prevenccedilatildeo da osteoporose

Melhor funcionamento cardiopulmonar

Melhor bem-estar geral

Estado de sauacutede (sensaccedilatildeo subjetiva)

Digestatildeo e regulaccedilatildeo do tracircnsito intestinal

Manutenccedilatildeo das funccedilotildees motoras

Melhora das funccedilotildees cognitivas

Reduccedilatildeo da depressatildeo e da demecircncia

Absentismo laboral (baixas por doenccedila)

Niacutevel de estresse

Qualidade do sono autoimagem e autoestima

Forte

Forte

Forte

Forte

Moderada

Forte

Forte

Forte

Forte

Forte

Moderada

Moderada

Forte

Moderada

Forte

Forte

Moderada a forte

Moderada a forte

Forte

Forte

Forte

Forte

Moderada

Moderada a forte

Moderada a forte

FONTE USDHHS1 2008b

1 O Departamento Nacional de Sauacutede e Serviccedilos Humanos dos EUA (USDHHS) eacute a

principal agecircncia de sauacutede do governo dos Estados Unidos Em 2008 renovou as

orientaccedilotildees e recomendaccedilotildees sobre a importacircncia de ser fisicamente ativo promover

a sauacutede e reduzir o risco de doenccedilas crocircnicas

5

111 Doenccedila cardiovascular

Os benefiacutecios para a sauacutede cardiovascular mediante a realizaccedilatildeo de AF

regular tecircm sido documentados por vaacuterios estudos Resultados de metanaacutelises

indicam que o risco de doenccedilas cardiacuteaco-coronaacuterias dobra em participantes menos

ativos quando eles satildeo comparados com participantes mais ativos Os estudos

disponiacuteveis indicam que haacute uma relaccedilatildeo dose-resposta inversa entre a praacutetica de AF

regular e o risco de morte e de eventos cardiovasculares em geral e em particular

daqueles causados por insuficiecircncia coronaacuteria O estudo de Schuler et al (1992)

analisou aproximadamente 3 mil pacientes com relato de angina pectori duranter 12

meses Em relaccedilatildeo ao grupo de intervenccedilatildeo aleacutem do tratamento cliacutenico de rotina foi

introduzido AF moderada de 30 minutos por dia O controle angiograacutefico mostrou

que neste houve a diminuiccedilatildeo meacutedia de 32 no grau da insuficiecircncia coronaacuteria

quando comparado ao grupo de controle que soacute recebeu o tratamento cliacutenico

Outro estudo ainda mostrou que os pacientes que realizaram AF

moderada apresentaram um risco 11 menor de desenvolver eventos cardiacuteacos

adversos ao ser cotizado com grupo com AF de alta intensidade (Swain e Franklin

2006)

Homens e mulheres japoneses fisicamente ativos que residiam no Japatildeo e

homens mais velhos (japoneses) residentes no Havaiacute apresentaram menores taxas de

mortalidade por doenccedila cardiovascular do que as suas contrapartes menos ativas

Resultados semelhantes foram relatados para mulheres chinesas que vivem em

Xangai e homens e mulheres chineses que vivem em Hong Kong (CDC 2010)

112 Doenccedila cerebrovascular

Os dados sobre doenccedilas cerebrovasculares (AVC) e a sua associaccedilatildeo com

a praacutetica de AF satildeo menos numerosos e conclusivos quando comparados agraves doenccedilas

cardiovasculares Haacute no entanto evidecircncias que mostram o efeito protetor da AF

para as lesotildees vasculares no ceacuterebro Haskell et al (2009) evidenciaram uma relaccedilatildeo

inversa entre o grau do condicionamento fiacutesico e a incidecircncia de AVC A mesma

relaccedilatildeo pode ser observada entre um grupo de intervenccedilatildeo que se exercitava em um

6

niacutevel de esforccedilo moderado em comparaccedilatildeo com um grupo de pessoas sedentaacuterias A

AF com esforccedilo de maior intensidade parece natildeo trazer benefiacutecios adicionais de

proteccedilatildeo quando comparado ao esforccedilo moderado A regularidade da AF moderada

parece ser o fator de maior proteccedilatildeo em relaccedilatildeo ao risco de ocorrecircncia de AVC (Liao

et al 2009)

113 Dislipidemia

A aterosclerose eacute um dos principais fatores da mecacircnica obstrutiva dos

vasos coronarianos ao longo do tempo Os niacuteveis de colesterol e trigliceriacutedios estatildeo

fortemente associados agrave gecircnese do ateroma na parede arterial Nesta perspectiva haacute

fortes evidecircncias de que a AF com gasto de energia entre 1200 e 2200 quilocalorias

(kcal) por semana pode contribuir para reduzir a taxa total de colesterol e o colesterol

de baixa densidade (LDL) assim como para aumentar a taxa de colesterol de alta

densidade (HDL) e diminuir a taxa seacuterica de trigliceriacutedios (Leon e Sanches 2001)

114 Hipertensatildeo arterial sistecircmica

A pressatildeo arterial sistecircmica quando estaacute elevada representa um fator de

impacto fisioloacutegico sobre o sistema hemodinacircmico arterial Durante o esforccedilo

intenso a pressatildeo arterial sistecircmica tende a aumentar paralelamente ao aumento de

resultados adversos agudos por causas circulatoacuterias (Churilla e Ford 2010) De modo

contraacuterio a AF regular moderada e de longa duraccedilatildeo parece se associar de modo

positivo agrave reduccedilatildeo da pressatildeo arterial sistecircmica e quase sempre eacute indicada como

terapia coadjuvante no controle da pressatildeo arterial sistecircmica Estas conclusotildees satildeo

apoiadas por vaacuterios estudos (Rafferty et al 2002 Tully et al 2007 Caban-Martinez

et al 2010) Natildeo obstante a metanaacutelise realizada por Fagard (2001) (que reuniu

somente ensaios cliacutenicos) mostrou uma diminuiccedilatildeo significativa da pressatildeo arterial

sistoacutelica e diastoacutelica (34 e 24 mmHg respectivamente (plt0001)) ocasionada pelo

treinamento com exerciacutecios repetidos entre 3 e 5 vezes por semana com duraccedilatildeo de

30 a 60 minutos

7

115 Diabetes tipo 2

O exerciacutecio fiacutesico tem efeito hipoglicecircmico agudo devido agrave

potencializaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de insulina no plasma Cauza et al (2006)

mostraram que o exerciacutecio fiacutesico diminui a glicemia sanguiacutenea em jejum e aumenta a

sensibilidade agrave insulina perifeacuterica e hepaacutetica entre 12 e 16 horas apoacutes o esforccedilo

Assim o exerciacutecio fiacutesico pode ajudar no controle dos niacuteveis de accediluacutecar no sangue O

mecanismo fisioloacutegico que suporta esta tese indica o aumento da siacutentese do

glicogecircnio e o aumento e ativaccedilatildeo do nuacutemero de transportadores de glicose (Sigal et

al 2007) No entanto o tipo da diabete deve ser considerado Os insulinopecircnicos

natildeo respondem em proporccedilatildeo igual aos benefiacutecios especiacuteficos da AF postos em

contraste com os portadores de hiperglicemia moderada e com a fase inicial da

intoleracircncia aos carboidratos (Eriksson et al 1997)

Outro fator a considerar eacute a resposta agrave intensidade do esforccedilo Exerciacutecios

anaeroacutebios produzem um efeito miacutenimo na melhora da toleracircncia agrave glicose Parece

que os efeitos beneacuteficos da AF satildeo atribuiacutedos essencialmente ao esforccedilo aeroacutebio e a

maior eficaacutecia no controle glicecircmico enfatiza a necessidade de sessotildees repetidas pelo

menos 3 vezes por semana (Riddel e Burr 2011)

Recentemente Bull et al (2010) mostraram que programas que

envolvem resistecircncia (pesos) ao esforccedilo muscular reduzem significativamente os

niacuteveis de glicose sanguiacutenea desde que os processos oxidativos do metabolismo

energeacutetico sejam tambeacutem fortemente ativados

116 Osteoporose

A osteoporose se caracteriza pela diminuiccedilatildeo do caacutelcio oacutesseo e

deterioraccedilatildeo da massa estrutural do tecido oacutesseo levando agrave fragilidade dos ossos e ao

aumento da susceptibilidade agraves fraturas Ela afeta principalmente as pessoas idosas e

eacute mais comum entre as mulheres principalmente apoacutes o climateacuterio (Vainionpaa

2006)

A AF pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento da

massa oacutessea durante a infacircncia e a adolescecircncia na manutenccedilatildeo da massa esqueleacutetica

8

na idade adulta e na desaceleraccedilatildeo da reduccedilatildeo na densidade mineral oacutessea que

aparecem com o envelhecimento o repouso ou a imobilidade (Koike 2005

Suominen 2006)

De particular interesse para a sauacutede puacuteblica a praacutetica de AF pode

prevenir ou retardar a perda de massa oacutessea ao longo da vida A resistecircncia externa

imposta aos muacutesculos e o grau do impacto oacutesseo parecem ser fatores cruciais e

determinantes para estimular e manter a massa oacutessea saudaacutevel Assim eacute provaacutevel

que exerciacutecio com estas caracteriacutesticas possam ter efeitos mais pronunciados do que

outros Poreacutem embora este princiacutepio mostre uma forte aceitaccedilatildeo pela comunidade

cientiacutefica ele ainda natildeo estaacute inequivocamente estabelecido (OMS 2004 Pattersen e

Warburton 2009)

Os principais benefiacutecios da AF para a sauacutede estatildeo claramente delineados

pela literatura cientiacutefica no entanto eacute importante sublinhar que muitas vezes usa-se

a noccedilatildeo de AF como sinocircnimo de praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos assim como eacute comum

usar a inatividade fiacutesica para definir comportamento sedentaacuterio Embora estes

conceitos mantenham relaccedilotildees de semelhanccedila entre si haacute nuances em suas

definiccedilotildees

12 DEFINICcedilAtildeO E CARACTERIacuteSTICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA

A AF eacute um comportamento complexo e multidimensional que pode ser

entendido como todo movimento corporal produzido pelo acionamento dos

muacutesculos esqueleacuteticos resultando em aumento substancial do gasto energeacutetico acima

do metabolismo de repouso (Kenneth e Christenson 1985)12

A AF pode ser dividida em diferentes domiacutenios(USDHHS 2010a)

1) Atividade desportiva (performance)

2) Atividade no tempo de lazer (tempo livre)

3) Atividades laborais (no trabalho formal e no lar)

4) Atividade no transporte ativo (deslocamento a peacute ou de bicicleta)

5) Atividade fiacutesica para reabilitaccedilatildeo (cinesioterapia)

1Esta definiccedilatildeo de AF eacute atualmente adotada pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

9

O exerciacutecio fiacutesico eacute um subconjunto da AF especializado e organizado

de forma planejada repetida e executada com objetivos especiacuteficos Assim embora

todo o exerciacutecio fiacutesico seja uma AF nem toda AF eacute necessariamente um exerciacutecio

fiacutesico (USDHHS 2008b)

O exerciacutecio fiacutesico de um modo geral apresenta trecircs componentes que

descrevem a sua estrutura (Matveacuteev 2001)

a) Duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos)

b) Frequecircncia semanal (dias)

c) Intensidade do esforccedilo (expressa o gasto energeacutetico)

A Intensidade do esforccedilo costuma ser separada em trecircs categorias

1) Leve (16 a 29 MET23

)

2) Moderada (3 a 6 MET)

3) Vigorosa (gt 6 MET)

O comportamento sedentaacuterio por seu turno eacute definido como uma

atividade que natildeo aumenta substancialmente as despesas de energia acima do niacutevel

de repouso (equivalente a 1 MET x minuto)

Assim a AF e o sedentarismo constituem duas dimensotildees

completamente opostas do comportamento do movimento

Em siacutentese a AF eacute o avanccedilo continuado do aumento de despesas de

energia que parte do comportamento sedentaacuterio e ruma em direccedilatildeo agrave AF vigorosa

(Figura 1)

FONTE Blair SN Monte MJ Nichaman MZ 2004

Figura 1 - O continuum da atividade fiacutesica

Outra dimensatildeo da intensidade da AF eacute medida pelo gasto de energia

(kcal) No entanto o gasto demandado pela praacutetica de uma determinada AF como

reflexo da intensidade do esforccedilo eacute influenciado por determinantes como sexo idade

21 MET eacute equivalente ao consumo de 35 ml de O2kgmin

10

composiccedilatildeo corporal gravidez e niacutevel de aptidatildeo fiacutesica do praticante aspectos natildeo

relacionados ao tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte duraccedilatildeo do esforccedilo ou eficiecircncia

mecacircnica (Ainsworth et al 2000)

A mensuraccedilatildeo do volume do esforccedilo ainda eacute um aspecto desafiador na

avaliaccedilatildeo da AF Um estudo claacutessico de LaPorte et al (1985) apud Hallal (2005)

mostrou que - na metade dos anos 80 - existiam mais de 30 meacutetodos sendo utilizados

para avaliar a AF onde natildeo se define um ser superior ao outro Habitualmente os

meacutetodos satildeo classificados como objetivos e subjetivos

Meacutetodos objetivos Eles se referem a medidas relativas ao resultado do

trabalho propriamente dito Apresentam niacuteveis considerados satisfatoacuterios de validade

e reprodutibilidade mas possuem limitaccedilotildees em termos de logiacutestica e custo Podem

ser realizados por via direta ndash pex ergoespirometria gasometria acelerocircmetria etc

ndash ou por via indireta utilizando tabelas de conversatildeo ndash pex pedometria

monitoramento da frequecircncia cardiacuteaca e teste de corrida

Meacutetodos subjetivos Oriundos de inqueacuteritos entrevistas ou

questionaacuterios em geral eles satildeo medidas que dependem da memoacuteria do avaliado

Eles satildeo praacuteticas de baixo custo proacuteprias para avaliar populaccedilotildees de grandes

magnitudes e permitem com algumas variaccedilotildees mensurar a AF em mais de um

domiacutenio e por diferentes periacuteodos de tempo A interpretaccedilatildeo e a resposta do

entrevistado no entanto podem ser influenciadas por questotildees subjetivas (Shephard

e Vuillemin 2003) Entretanto Hallal et al (2010) verificaram em uma particular

situaccedilatildeo que apesar de natildeo existir concordacircncia entre os escores contiacutenuos oriundos

de questionaacuterios e aqueles obtidos por medidas de acelerocircmetro a categorizaccedilatildeo dos

participantes em grupos de atividade fiacutesica apresenta concordacircncia entre moderada e

elevada o que justifica a utilizaccedilatildeo de questionaacuterios em pesquisas representativas de

grandes populaccedilotildees

A mensuraccedilatildeo da AF estaacute diretamente relacionada a questatildeo da

quantidade de AF (dose) e a sua consequecircncia para a sauacutede (resposta) um dos

aspectos mais desafiadores no que se refere agrave discussatildeo da AF e sauacutede

11

13 RELACcedilAtildeO DOSE-RESPOSTA

A relaccedilatildeo entre a quantidade e a consequencia para a sauacutede da AF pode

assumir muitas formas sendo a mais comum a natildeo-linear (Dietz 1996 Kesaniemi et

al 2010)

A questatildeo crucial que se coloca eacute quanta AF eacute necessaacuteria para alcanccedilar

benefiacutecios substanciais para a sauacutede Esta eacute a pergunta mais comum feita no

contexto da interrelaccedilatildeo entre AF e sauacutede e remete diretamente agrave questatildeo da dosagem

correta Eacute fundamental que um estiacutemulo de estresse fiacutesico proporcione adaptaccedilotildees

orgacircnicas com a menor agressatildeo possiacutevel (por seguranccedila) e obtenha o maior efeito

possiacutevel

A influecircncia positiva da AF foi detectada em estudos epidemioloacutegicos

devido agrave ocorrecircncia de menores taxas de morbidade ou mortalidade tendo resultados

mistos em termos de dosagem Dependendo do determinante da sauacutede o resultado

poderaacute ser influenciado num caso por efeitos de esforccedilo moderado e no outro soacute

teraacute sucesso com cargas mais vigorosas Desta perspectiva um modelo com trecircs

diferentes curvas resume as respectivas relaccedilotildees de dose-resposta (Neilson e Lynch

2010)

Um efeito positivo da carga de leve a moderada comparada agrave carga

elevada ocorre por exemplo em relaccedilatildeo agrave pressatildeo arterial Vaacuterios estudos

evidenciam reduccedilotildees iguais ou ateacute mesmo mais elevadas de pressatildeo arterial em

exerciacutecios de intensidade moderada quando comparados com os de alta intensidade

(que tendem a aumentar a tensatildeo arterial) Isto eacute de particular importacircncia porque o

exerciacutecio de alta intensidade aumenta ainda mais a tensatildeo vascular arterial Eles

tambeacutem mostram que a curva eacute o resultado das investigaccedilotildees que sugerem que ganho

de sauacutede satildeo alcanccedilados ateacute mesmo com AF de baixa intensidade (Figura 2)

12

FONTE Neilson e Lynch (2010)

Figura 2 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade do esforccedilo e

benefiacutecios para a sauacutede

O graacutefico a seguir mostra os efeitos de proteccedilatildeo com relaccedilatildeo linear

inversa entre o volume total de AF e os efeitos esperados como a diminuiccedilatildeo das

taxas de risco para mortalidade total e de doenccedilas cardiovasculares diabetes do tipo

2 e cacircnceres

FONTE Neilson e Lynch (2010)

Figura 3 Resposta linear inversa ao volume de AF e benefiacutecios para a sauacutede

13

A adaptaccedilatildeo do sistema locomotor passivo (sistema oacutesseo) por exemplo

eacute evidenciada em exerciacutecios resistidos com intensidade elevada Assim presume-se

que uma possiacutevel proteccedilatildeo contra a osteoporose eacute conseguida com exerciacutecio de

intensidade mais elevada (Figura 4)

FONTE Neilson e Lynch (2010)

Figura 4 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade crescente de

esforccedilo e benefiacutecios para a sauacutede

Nessa linha ainda natildeo haacute uma resposta conclusiva a respeito da

quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar benefiacutecios substanciais para a sauacutede

geral No entanto estudos mostram que participantes com gasto adicional de energia

de 73 - 143 kcaldia em AF regular apresentam menores taxas de mortalidade

cardiovascular se comparados com os participantes fisicamente inativos (Yoo e

Franke 2010) Leon e colaboradores mostraram que o gasto de energia de 150

kcaldia reduziu em 36 o risco de morrer de doenccedila cardiovascular e em 27 o

risco de morte por qualquer causa (Leon et al 2001) Aleacutem disso a AF moderada

com gasto de energia entre 140 - 215 kcaldia foi associada agrave reduccedilatildeo de 13 na

incidecircncia de diabetes de tipo 2 Quando a AF foi modificada de moderada para

vigorosa (mantendo o mesmo gasto energeacutetico) a reduccedilatildeo da incidecircncia quase

dobrou (21) (Helmrich et al 1991)

14

Parece claro na literatura que os benefiacutecios para a sauacutede aumentam com o

aumento da quantidade de AF a despeito da falta de consenso sobre o miacutenimo

necessaacuterio Mas ao mesmo tempo em que a praacutetica de AF promove benefiacutecios para a

sauacutede alguns efeitos indesejaacuteveis podem ocorrer especialmente como resultado do

esforccedilo de alta intensidade

14 EFEITOS ADVERSOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA

De modo geral o risco de ser envolvido em qualquer complicaccedilatildeo fiacutesico-

funcional eacute pequeno para a maioria dos tipos de exerciacutecios de baixa a moderada

intensidade e de modo geral os benefiacutecios normalmente suplantam os riscos dos

efeitos adversos (Blair et al 1989 Lee et al 2000)

Os efeitos adversos mais comuns decorrentes da AF satildeo as lesotildees

muacutesculo-esqueleacuteticas principalmente as de origem inflamatoacuteria e degenerativa

causadas por esforccedilo fiacutesico demasiado (USDHHS 2008a) Menos comuns satildeo os

riscos de transtornos metaboacutelicos agudos (hipoglicemia desidrataccedilatildeo e

superaquecimento) e as alteraccedilotildees hemodinacircmicas O risco de uma pessoa sofrer

disfunccedilatildeo cardiacuteaca durante ou imediatamente apoacutes o esforccedilo deve ser considerado

nas pessoas com comprometimento cardiacuteaco preacutevio Estudos conduzidos por Talbot e

colaboradores mostraram que a incidecircncia de morte suacutebita em corredores de 30 a 65

anos de idade do sexo masculino no periacuteodo de um ano foi de 13 mortes por

100000 corredores Metade dos corredores que morreram tinha doenccedila

cardiovascular conhecida e entre os mais jovens os casos de morte suacutebita foram

quase sempre relacionados a anormalidades congecircnitas ou que tenham sido

adquiridas (Talbot et al 2007)

Os benefiacutecios da AF portanto superam marcadamente os efeitos

adversos na sauacutede e natildeo haacute duacutevida nos textos cientiacuteficos sobre a necessidade de

medidas de incentivo de sua praacutetica Para tanto um primeiro passo eacute conhecer as

caracteriacutesticas da AF na populaccedilatildeo

15

15 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA ATIVIDADE

FIacuteSICA

A influecircncia de determinantes sociais diferentes provavelmente afeta a

escolha de estilos de vida distintos Assim a renda a categoria profissional e o niacutevel

de educaccedilatildeo dentre outras caracteriacutesticas satildeo variaacuteveis frequentemente utilizadas

para definir o status econocircmico e a sua associaccedilatildeo com a AF Esta associaccedilatildeo tem

apresentado resultados controversos Por um lado estudos como o de Nelson et al

(2006) apontaram que adolescentes de aacutereas rurais com menor condiccedilatildeo

socioeconocircmica satildeo mais ativos do que seus pares com maior condiccedilatildeo No outro

polo da controveacutersia estudo conduzido por Guedes et al (2001) envolvendo

escolares adolescentes de um municiacutepio do interior do Estado do Paranaacute mostrou que

crianccedilas de baixo niacutevel socioeconocircmico satildeo menos ativas e mais sedentaacuterias Para

Lindstrom Hanson e Ostergren (2001) famiacutelias de renda baixa se envolvem menos

em esportes recreativos do que famiacutelias com renda alta Estudo transversal avaliou a

taxa de sedentarismo urbano em Portugal e mostrou que de modo geral o dispecircndio

de energia no tempo livre tendia a ser maior entre aqueles com maior renda anual

(Gal Santos e Barros 2005) O estudo conduzido por Burton e Turrell (2000)

associou entre trabalhadores ativos dos Estados Unidos as horas trabalhadas com o

tempo dedicado agrave AF no lazer Concluiacuteram que trabalhadores de maior renda

tenderam a ser mais ativos nas horas de lazer Assim o debate continua inconclusivo

no tocante agrave temaacutetica

A associaccedilatildeo da idade do sexo da etnia da cor e do local da residecircncia

com a praacutetica de AF habitualmente apresenta menor discordacircncia A maior parte dos

estudos aponta maior niacutevel de AF em habitantes de cidades de pequeno porte

quando comparados com residentes de cidades de meacutedio e grande porte (Baretta

Baretta e Peres 2007) A prevalecircncia da AF eacute maior entre homens e decresce com o

aumento da idade em ambos os sexos (Hallal et al 2011)

Satildeo poucos os estudos que investigam a associaccedilatildeo entre raccedila e cor com

o niacutevel de AF e seus resultados natildeo apontam diferenccedilas significativas entre as

categorias (USDHHS 2008c)

16

A literatura cientiacutefica mostra que existem quantidades e formas diferentes

de praticar AF de acordo com as caracteriacutesticas sociodemograacuteficas mas para a

proposta de accedilotildees de promoccedilatildeo da AF ainda se faz necessaacuterio compreender a

discussatildeo sobre a quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar benefiacutecios substanciais

para a sauacutede geral

16 DIRETRIZES E RECOMENDACcedilOtildeES DE ATIVIDADE FIacuteSICA

Recomendaccedilotildees para a praacutetica de AF na deacutecada de 60 foram associadas

em grande parte com o esporte de desempenho As recomendaccedilotildees da eacutepoca

destacavam a necessidade de cumprir um alto niacutevel de esforccedilo para obter resultados

substanciais de aptidatildeo fiacutesica Dados crescentes de informaccedilotildees apoiaram o valor de

ser fisicamente ativo mas natildeo havia consenso sobre quais seriam os programas mais

eficazes e seguros Foi a combinaccedilatildeo da necessidade de promover a praacutetica de AF e

de minimizar os riscos de eventos adversos que precipitou a elaboraccedilatildeo das primeiras

recomendaccedilotildees de AF para os profissionais da aacuterea da sauacutede e para o puacuteblico em

geral

O Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) foi um dos

pioneiros nas recomendaccedilotildees de exerciacutecios para a populaccedilatildeo A publicaccedilatildeo em 1975

das Diretrizes para Teste de Esforccedilo e Prescriccedilatildeo Graduada de Exerciacutecio (Guidelines

for Graded Exercise Testing and Exercise Prescription) e as suas revisotildees

posteriores tiveram grande influecircncia na prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos (Haskell et

al 2007)

Em 1992 a Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia (AHA) sugeriu a

mudanccedila de classificaccedilatildeo do risco da inatividade fiacutesica passando-o de fator

secundaacuterio para primaacuterio14Isto reforccedilou a mobilizaccedilatildeo de outras organizaccedilotildees que

tambeacutem modificaram as suas recomendaccedilotildees de AF para promover a sauacutede

(USDHHS 2008b)

1 Os fatores de risco primaacuterios (pressatildeo arterial sistecircmica tabagismo

hipercolisteremia sedentarismo) satildeo potencialmente mais perigosos para

desenvolver doenccedilas do que os secundaacuterios (estresse idade hereditariedade diabete

tipo II obesidade e sexo) (AHA 2010)

17

Neste sentido as recomendaccedilotildees foram projetadas para informar e

orientar os profissionais que aconselham e prescrevem a praacutetica da AF e o puacuteblico

em geral sobre os tipos e a quantidade miacutenima de exerciacutecios que proporcionam

benefiacutecios substanciais agrave sauacutede O objetivo principal por detraacutes das orientaccedilotildees eacute que

a AF regular ao longo do tempo pode produzir benefiacutecios para a sauacutede ao longo da

vida e que eles suplantam os riscos

Existem vaacuterias recomendaccedilotildees e agrave primeira vista parece haver forte

semelhanccedila entre elas Inspeccedilatildeo mais acurada no entanto revela ambiguidades que

culminam na possibilidade de mais de um entendimento para um mesmo propoacutesito

Procurar-se-a a seguir comparar as principais diretrizes destacando diferenccedilas e

semelhanccedilas e identificando suas lacunas e potencialidades

161 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Coleacutegio Americano de Medicina

Esportiva

O ACSM fundado em 1954 com sede em Indianaacutepolis (EUA) eacute uma

organizaccedilatildeo de medicina esportiva e de ciecircncia do exerciacutecio dedicada a incentivar

uma maior AF dos americanos de todas as idades valendo-se para tanto da emissatildeo

de uma recomendaccedilatildeo de sauacutede puacuteblica sobre os tipos e quantidades de AF

necessaacuterios para a promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de doenccedilas

O ACSM acompanhado pela AHA na uacuteltima revisatildeo no ano de 2007

passou a recomendar que adultos saudaacuteveis e em condiccedilotildees crocircnicas natildeo

relacionadas agrave AF acumulem 30 minutos ou mais de AF de intensidade moderada

(em geral equivalente a uma caminhada raacutepida e com visiacutevel aceleraccedilatildeo do ritmo

cardiacuteaco) repetindo-a pelo menos em 5 dias da semana ou 20 minutos de AF de

intensidade vigorosa em pelo menos em 3 dias da semana mantendo aleacutem disso as

atividades de vida diaacuteria Combinaccedilotildees de atividades moderadas e vigorosas podem

ser realizadas para atender agrave recomendaccedilatildeo O esforccedilo pode ainda ser acumulado

minuto a minuto com sessotildees de no miacutenimo 10 minutos de duraccedilatildeo (Haskell et al

2007)

18

A inclusatildeo desta recomendaccedilatildeo para esta anaacutelise levou em conta o fato

de o ACSM ser uma das organizaccedilotildees pioneiras no fornecimento de recomendaccedilotildees

de exerciacutecios especiacuteficos A publicaccedilatildeo em 1975 das Diretrizes para Teste de Esforccedilo

e Prescriccedilatildeo de Exerciacutecio e suas subsequentes ediccedilotildees revistas tiveram grande

influecircncia sobre os campos da ciecircncia do exerciacutecio da cliacutenica meacutedica e da medicina

de reabilitaccedilatildeo no acircmbito global e eacute avalizado pela Associaccedilatildeo Americana de

Cardiologia (AHA 2011)

162 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo

Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica ndash IPAQ

Em face das dificuldades para obter medidas de AF internacionalmente

comparaacuteveis a OMS o CDC dos Estados Unidos e o Instituto Karolinska da Sueacutecia

reuniram um Comitecirc Executivo com o objetivo de desenvolver e testar um

instrumento de medidas da AF para uso internacional O comitecirc propocircs o IPAQ

Questionaacuterio Internacional de Atividades Fiacutesicas (em diferentes versotildees) e em 2005

recomendou que para atender agrave classificaccedilatildeo de ativa a pessoa deve cumprir um dos

trecircs criteacuterios a) realizar em 3 ou mais dias da semana atividade de intensidade

vigorosa de pelo menos 20 minutos por dia b) fazer em 5 ou mais dias por semana

atividade de intensidade moderada por pelo menos 30 minutos por dia c) em 5 ou

mais dias por semana efetuar qualquer combinaccedilatildeo de intensidade de esforccedilo desde

que atinja o miacutenimo de 600 MET x minutossemana Os valores acima ou abaixo

desses criteacuterios satildeo classificados como ldquomuito ativordquo e ldquopouco ativordquo

respectivamente (IPAQ 2005)

A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua

importacircncia no cenaacuterio mundial jaacute que eacute a referecircncia adotada pelo Observatoacuterio de

Sauacutede Global da OMS para a avaliaccedilatildeo do niacutevel de AF da populaccedilatildeo mundial (GHO

2008)

19

163 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Instituto de Medicina dos Estados

Unidos

O Instituto de Medicina dos EUA (IOM) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo

governamental e independente que trabalha para aconselhar meacutedicos e gestores de

sauacutede puacuteblica Fundado em 1970 o IOM eacute uma das extensotildees da Academia Nacional

de Ciecircncias dos Estados Unidos e portanto as suas recomendaccedilotildees natildeo constituem a

diretriz federal dos Estados Unidos

A inclusatildeo desta recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua

influecircncia no aconselhamento para a tomada de decisotildees da comunidade meacutedica nos

paiacuteses da Ameacuterica do Norte Aleacutem disso foi o Comitecirc Executivo do IOM que

preconizou a realizaccedilatildeo de 60 minutos de AF moderada todos os dias da semana para

ambos os sexos e se posicionou contra recomendaccedilotildees vigentes na eacutepoca (30 minutos

por dia) Esta posiccedilatildeo contraacuteria motivou a publicaccedilatildeo de vaacuterios estudos comparativos

entre as recomendaccedilotildees vigentes e as do Instituto (IOM 2005 CDC 2010 AHA

2010)

164 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Uniatildeo Europeia

Estabelecida em 1993 a Uniatildeo Europeia (UE) opera atraveacutes de um

sistema de decisotildees intergovernamentais feitas e negociadas pelos Estados-Membros

e abrange diversas aacutereas dentre elas a sauacutede Nesta perspectiva em 2007 foi criado

o ldquoPrograma Juntos para a sauacutederdquo Neste programa uma das metas estabelecidas

foram as accedilotildees recomendadas para apoiar a praacutetica de AF visando agrave promoccedilatildeo da

sauacutede

Em conformidade com o Comitecirc de especialistas (22 membros)

constituiacutedo pela Unidade do Desporto da Direccedilatildeo-Geral da Educaccedilatildeo e da Cultura da

Comissatildeo Europeia em outubro de 2008 ficou estabelecido que os Estados-

Membros da UE devem recomendar respectivamente para as crianccedilas e jovens de

ambos os sexos e para os adultos (incluindo os idosos) um miacutenimo de 60 e de 30

minutos diaacuterios de AF de intensidade moderada (Idesporto 2009)

20

A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise considerou que a organizaccedilatildeo

congrega 27 estados europeus independentes e abrange diretamente uma populaccedilatildeo

de mais de 500 milhotildees de habitantes o que representa 73 da populaccedilatildeo mundial

O documento se tornou a base para as diretrizes do Centro Nacional de Atividade

Fiacutesica e Sauacutede da Fundaccedilatildeo Britacircnica do Coraccedilatildeo (Bull 2010) e para as diretrizes

para os paiacuteses Noacuterdicos (Kallings 2010)

165 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) agecircncia internacional foi

fundada em 1948 sendo subordinada agrave Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas sediada em

Genebra na Suiacuteccedila e tem como principal objetivo desenvolver a sauacutede no acircmbito

global

As recomendaccedilotildees da OMS para a promoccedilatildeo da AF foram atualizadas

em 2010 e tecircm revisatildeo prevista para o ano de 2015 Elas indicam para os adultos

ainda jovens (18 a 64 anos de idade) a praacutetica de pelo menos 150 minutos por

semana de AF moderada ou 75 minutos por semana de AF vigorosa em sessotildees de

pelo menos 10 minutos de duraccedilatildeo Para benefiacutecios adicionais os adultos devem

aumentar a duraccedilatildeo das atividades moderadas para 300 minutos por semana ou das

atividades vigorosas para 150 minutos por semana ou ainda efetuarem uma

combinaccedilatildeo equivalente de atividade moderada e vigorosa (WHO 2010) Para

crianccedilas e jovens (menores de 18 anos) a recomendaccedilatildeo prevecirc o dobro da

quantidade de tempo dos adultos

A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua

influecircncia sobre 193 Estados-Membros filiados agrave Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas a

consonacircncia com as atuais recomendaccedilotildees do Departamento Nacional de Sauacutede e

Serviccedilos Humanos dos Estados Unidos (USDHHS 2008) o endosso do Centro de

Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas (CDC) dos Estados Unidos (CDC 2008) e a sua

adoccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil (MS 2012)

21

17 CONTROVEacuteRSIAS E CONSENSOS NAS RECOMENDACcedilOtildeES DE

ATIVIDADE FIacuteSICA

No conjunto as diretrizes concordam que a AF eacute componente importante

para uma vida saudaacutevel e buscam mudanccedilas para as altas taxas de inatividade fiacutesica

Assim entendem que eacute essencial informar os profissionais da sauacutede e o puacuteblico em

geral sobre a quantidade miacutenima de AF necessaacuteria para a obtenccedilatildeo de efeitos

substanciais para a sauacutede geral

Os Estados Unidos lideraram o caminho para fornecer recomendaccedilotildees

atualizadas Antes pelo ACSM em 2007 (Haskell et al 2007) e mais

recentemente pelo Departamento de Sauacutede dos EUA (USDHHS 2008) Ambos

foram posteriormente seguidos por outras organizaccedilotildees como a Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (WHO 2010) o Departamento de Sauacutede do Reino Unido (Bull

2010) e o Departamento Nacional de Sauacutede do Canadaacute (Kesaniemi et al 2010)

dentre outras

Destaca-se o fato de o Comitecirc Consultivo do USDHHS em 2008 ter

mudado o foco da instruccedilatildeo do volume total de AF15

sem determinar a frequecircncia

semanal Como resultado essas novas orientaccedilotildees permitem que uma pessoa alcance

a mesma meta de vaacuterias maneiras

A seguir seraacute apresentada a comparaccedilatildeo segundo as categorias analiacuteticas

que emergiram na apreciaccedilatildeo das recomendaccedilotildees e que representam suas principais

caracteriacutesticas elementos da AF (frequencia semanal intensidade duraccedilatildeo e dose)

exerciacutecios especiacuteficos eventos adversos populaccedilotildees especiacuteficas consideraccedilotildees por

idade (crianccedilas e jovens)

171 Frequencia semanal

Sobre este ponto eacute importante salientar que a maioria das mudanccedilas

morfofuncionais do organismo ocorre mediada pelos processos de adaptaccedilatildeo

1Recomendaccedilatildeo atual acumulaccedilatildeo de 150 minutos de AF moderada ou 75 minutos

de AF vigorosa por semana Recomendaccedilatildeo anterior 30 minutos em 5 vezes por

semana de AF moderada ou 20 minutos em 3 vezes por semana para AF vigorosa

22

funcional em resposta ao exerciacutecio fiacutesico e a sua magnitude diminui ou se desfaz agrave

medida que aumenta o intervalo entre os estiacutemulos (cada sessatildeo de esforccedilo fiacutesico)

(Aoyagi et al 2010) A figura 5 esboccedila o princiacutepio teoacuterico da sobrecarga O seu

principal objetivo eacute obter um ganho extra na compensaccedilatildeo do esforccedilo fiacutesico

(supercompensaccedilatildeo) para que se elevem os niacuteveis de preacute-esforccedilo O ideal para a

realizaccedilatildeo de um novo esforccedilo ocorre no pico maacuteximo da supercompensaccedilatildeo Nota-

se que quando o segmento B ndash C eacute alongado ou seja agrave medida que um estiacutemulo

(sessatildeo de esforccedilo) se distancia do outro perde-se progressivamente o efeito da

supercompensaccedilatildeo (Matveacuteev 2001)

A diretriz oficial dos EUA de 2008 fornece declaraccedilatildeo sobre espalhar as

atividades por toda a semana sem especificar ou determinar um padratildeo Mesmo

aceitando grande parte dos estudos tendem a obterem melhor resultados com a

praacutetica de AF em trecircs dias na semana aceita como alcance da meta a realizaccedilatildeo de

uma uacutenica sessatildeo por semana desde que se atinja a duraccedilatildeo recomendada Isto pode

induzir pessoas a se esforccedilarem demasiadamente para alcanccedilar a meta em uma uacutenica

sessatildeo o que pode aumentar o risco de eventos adversos (USDHHS 2008)

FONTE Adaptado de Bompa TO e Haff G (2009)

Figura 5 Princiacutepio da sobrecarga

23

172 Intensidade do esforccedilo

Algumas atualizaccedilotildees passam a recomendar tambeacutem AF com intensidade

vigorosa Isso contrasta com muitas diretrizes que ateacute entatildeo haviam indicado na sua

mensagem principal recomendaccedilatildeo somente para esforccedilo de intensidade moderada

Esta atualizaccedilatildeo foi seguida por diretrizes oficiais de diversos paiacuteses como as da

Ruacutessia Reino Unido Canadaacute entre outros e adotada como recomendaccedilatildeo pela

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede Outras organizaccedilotildees profissionais e agecircncias

governamentais como a da Uniatildeo Europeia Noruega Dinamarca Holanda

Finlacircndia e Sueacutecia dentre outras se mantiveram conservadoras mantendo a

orientaccedilatildeo anterior (AF com intensidade moderada)

Vaacuterias diretrizes dedicaram espaccedilo para definir a intensidade do esforccedilo

O USDHHS de 2008 por exemplo utilizou escala subjetiva de esforccedilo de 0 a 10 em

que 0 corresponde agrave ausecircncia de atividade e 10 corresponde ao maior esforccedilo

possiacutevel de ser alcanccedilado Por seu turno as atividades de intensidade moderada

equivalem agrave escala entre o niacutevel 5 a 6 e as atividades de intensidade vigorosa de 7 a

8 A este respeito deve haver cuidado na interpretaccedilatildeo dessa premissa diante da

possibilidade de considerar (incorretamente) que ldquoatividade vigorosardquo tem o mesmo

significado de ldquoatividade anaeroacutebiardquo Na diretriz a intensidade vigorosa se refere agraves

atividades mais intensas maacutes que se conserve o predomiacuteno do metabolismo aeroacutebio

uma vez que a maior parte dos benefiacutecios para a sauacutede satildeo resultantes dos precessos

metaboacutelicos oxidativos (Riddell e Burr 2011)

A atividade vigorosa tem a metade da duraccedilatildeo da moderada porque

aproximadamente produz o dobro do gasto de energia Por isso atividades vigorosas

e moderadas foram tomadas como equivalentes e a combinaccedilatildeo entre as intensidades

podem ser somadas tendo em vista a meta A maioria das diretrizes natildeo aponta a

superioridade da combinaccedilatildeo entre a AF vigorosa e a moderada Tambeacutem fica

subentendido que o aumento do esforccedilo pela duraccedilatildeo ou pela intensidade tem

significado equivalente (CDC 2010)

Se por um lado as atividades de intensidade vigorosa representam

desafios de difiacutecil alcance e adesatildeo principalmente entre pessoas de menor aptidatildeo

fiacutesica por outro parte da populaccedilatildeo pode preferir esta proposta por necessitar menor

24

tempo de execuccedilatildeo Deve-se destacar que o aumento progressivo da intensidade do

esforccedilo (o vigor) estaacute associado ao aumento progressivo de riscos de eventos

adversos (Murphy Blair e Murtagh 2009) Isto deveria estar expliacutecito em todas as

recomendaccedilotildees para objetivar a seguranccedila e mediar a escolha do tipo de modalidade

de exerciacutecio ou esporte praticado

173 Duraccedilatildeo do esforccedilo

As diretrizes para AF mostraram maior atenccedilatildeo sobre os benefiacutecios para

sessotildees de curta duraccedilatildeo Sessotildees curtas satildeo mais faacuteceis para muitas pessoas que

podem assim com o acumulo de esforccedilo ajudar a alcanccedilar as metas estabelecidas A

princiacutepio houve incertezas a respeito de quatildeo curto os episoacutedios poderiam ser

Agora de modo consistente e claro estabeleceu-se o tempo miacutenimo de duraccedilatildeo de

10 minutos (Haskell et al 2007) Muito embora as diretrizes apresentem evidecircncias

para fundamentar esta posiccedilatildeo o conceito de acumulaccedilatildeo de esforccedilo ainda eacute um tema

em debate

Sobre isto o Conselho Consultivo do IOM pocircs em duacutevida a eficiecircncia de

sessotildees com 10 minutos de duraccedilatildeo para promover alteraccedilotildees morfofuncionais

substanciais e declarou ainda como inadequada a recomendaccedilatildeo de 30 minutos de

AF por dia para atingir todos os benefiacutecios de sauacutede O IOM recomenda como meta

miacutenima a realizaccedilatildeo de 60 minutos de AF diaacuteria (IOM 2005) Nestas

recomendaccedilotildees natildeo explicitou tratamento diferenciado para esforccedilo moderado e

vigoroso

174 Dose de atividade fiacutesica

Apesar do empenho das diretrizes para estipular a quantidade miacutenima de

AF substancial agrave sauacutede a recomendaccedilatildeo de doses ideais ou maacuteximas carece de maior

detalhamento Normalmente elas se restringem a informar que efeitos adicionais agrave

sauacutede se incorporam com o aumento da dose miacutenima

O ACSM de 2007 se adiantou neste sentido e propocircs uma faixa ideal de

AF Estabeleceu para aleacutem do gasto energeacutetico cotidiano como limite inferior o

25

gasto de 450 METminsem e superior de 750 METminsem (Pollock et al 1998)

Esta comunicaccedilatildeo do ACSM natildeo se apresentou de modo praacutetico ao puacuteblico em geral

devido agrave necessidade do uso de tabelas de conversatildeo para conhecer o equivalente

metaboacutelico do tipo de esforccedilo fiacutesico realizado

Para efetuar o caacutelculo do equivalente metaboacutelico a conversatildeo dos valores

normalmente eacute reportada ao compecircndio de Ainsworth e colaboradores elaborado no

ano 2000 (Ainsworth et al 2000) O compecircndio tem sido muito uacutetil na atribuiccedilatildeo

padronizada das despensas de energia e para nortear a intensidade (vigorosa e

moderada) do esforccedilo mas carece ser atualizado e expandido para ambos os sexos

para as extremidades da faixa etaacuteria e para os portadores de limitaccedilotildees crocircnicas

A dose da AF recomendada pelas diretrizes eacute sempre adicional agravequela

das atividades de vida diaacuteria (AVD) A natildeo clareza do termo lsquoadicionalrsquo pode

conduzir agrave interpretaccedilatildeo (equivocada) de que as diretrizes indicam um montante de

esforccedilo a ser cumprido durante a semana O engano pode levar indiviacuteduos com

funccedilotildees laborais ativas a natildeo praticarem AF adicional por entenderem que jaacute fazem

AF suficiente no trabalho Para evitar essa consequecircncia (natildeo intencional) as

diretrizes deveriam deixar claro como os criteacuterios (tipo duraccedilatildeo intensidade e

frequecircncia) atribuiacutedos ao trabalho formal e agraves atividades domeacutesticas devem ser

somados para a obtenccedilatildeo do cumprimento da meta miacutenima de AF A conversatildeo do

esforccedilo desempenhado no tempo livre (lazer) e no deslocamento ativo

(trabalhoestudo) jaacute estaacute estabelecido (USDHHS 2008)

De modo geral a desarmonia entre diferentes diretrizes de como a dose

de AF deve ser desenvolvida pode em algum momento gerar duacutebio entendimento e

afetar a interpretaccedilatildeo do que eacute efetivamente necessaacuterio Alguns paiacuteses satildeo

submetidos a diversas recomendaccedilotildees simultacircneas de AF Como exemplo os paiacuteses

que compotildeem o Reino Unido (Inglaterra Gales Irlanda do Norte e Escoacutecia) satildeo

informados pelas recomendaccedilotildees globais da OMS pelas recomendaccedilotildees da UE

pelas recomendaccedilotildees do Centro Nacional para Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Fundaccedilatildeo

Britacircnica do Coraccedilatildeo (BHFNC) e pelas recomendaccedilotildees nacionais de cada paiacutes Para

ilustrar a diretriz da OMS natildeo estipula frequecircncia semanal a diretriz da UE

26

recomenda AF diariamente a diretriz do BHFNC recomenda 5 dias na semana e as

recomendaccedilotildees nacionais da Escoacutecia estipulam frequecircncia de 4 dias por semana

Ainda sobre este aspecto um dos fatores limitantes para a determinaccedilatildeo

da dose-resposta repousa na quantidade e na qualidade das informaccedilotildees disponiacuteveis

Os Comitecircs Cientiacuteficos das organizaccedilotildees apontam escassez de estudos experimentais

que possuam dimensatildeo global com amostra relativamente grande A maior parte dos

estudos tem utilizado intervenccedilotildees com doses iguais agraves recomendadas pelas atuais

diretrizes limitando informaccedilotildees que podem ser criadas pela variaccedilatildeo do tipo

intensidade frequecircncia duraccedilatildeo e volume da AF

Para que se priorize o aperfeiccediloamento de resposta para esta questatildeo o

USDHHS em 2008 se adiantou em algumas recomendaccedilotildees para estudos

esclarecedores

Incluir doses diferentes de AF usada na intervenccedilatildeo das que atualmente

estatildeo indicadas pelas recomendaccedilotildees a fim de avaliar o impacto e a

estabilidade no comportamento da praacutetica de AF ao longo do tempo

Buscar dados para definir tanto a forma da curva dose-resposta em

maiores quantidades e intensidades de atividade para a maioria dos

resultados de sauacutede e para determinar a existecircncia de um limite superior

de benefiacutecio

Esclarecer a quantidade de AF necessaacuteria para obter efeitos positivos

adicionais em diferentes desfechos relacionados agrave sauacutede

Projetar a realizaccedilatildeo de estudos que avaliem como as variaacuteveis

intensidade frequecircncia e duraccedilatildeo do esforccedilo se relacionam entre si

perante variadas forma de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

Investigar benefiacutecios muacutesculo-esqueleacuteticos da AF acumulada em sessotildees

curtas e fragmentadas

27

Realizar estudos experimentais para estender o efeito de periacuteodos de

atividade com diferentes duraccedilotildees especialmente daqueles com menos

de 10 minutos bem como o efeito de alguns ataques longos por semana

(p ex 2 x 75 minutos) sobre diversos desfechos de sauacutede

175 Minorias populacionais

Organizaccedilotildees profissionais e agecircncias governamentais apontam a

carecircncia de estudos envolvendo minorias populacionais e grupos de estrato

socioeconocircmico menos favorecido e a falta de indicaccedilotildees capazes de dar orientaccedilatildeo

de AF diferenciada para grupos minoritaacuterios (USDHHS 2008a CDC 2010 BHF

2010) A atual diretriz oficial dos EUA de 2008 dedica uma seccedilatildeo inteira agrave procura

destas evidecircncias poreacutem sem conclusotildees definitivas o que resultou inclusive em

recomendaccedilatildeo de AF do tipo ldquodose uacutenicardquo ou seja um mesmo tratamento para todas

as populaccedilotildees

Apesar de adotar tratamento igual para diferentes populaccedilotildees as

diretrizes deveriam explicitar que as estrateacutegias de comunicaccedilatildeo e os planos de

implementaccedilatildeo de programas e poliacuteticas destinados a aumentar a AF no cotidiano

poderiam ser tratados diferenciadamente para diferentes grupos populacionais

Embora seja ainda incerta a ocorrecircncia de diferenccedilas morfofuncionais resultantes da

AF em diferentes populaccedilotildees o modo como as informaccedilotildees satildeo recebidas

interpretadas e executadas podem acabar produzindo diferenccedilas nos grupos segundo

as suas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e culturais (Lindstrom Hanson e Ostergren

2001)

Para os portadores de necessidades especiais (com deficiecircncia fiacutesica

mental emocional ou cognitiva) aleacutem de as informaccedilotildees destacarem os benefiacutecios

da AF diretrizes deveriam explicitar que alguns tipos de atividade podem exigir

adaptaccedilatildeo agraves necessidades e agraves habilidades individuais A preocupaccedilatildeo com a

seguranccedila deveria ser comunicada claramente

A heterogeneidade entre e dentro dos grupos de deficiecircncia e a baixa

incidecircncia de muitas delas tornam difiacutecil a obtenccedilatildeo de uma amostra adequada e

28

entatildeo recruta-se a partir de um uacutenico estudo Portanto estudos multicecircntricos

deveriam ser estimulados para alcanccedilar evidecircncias capazes de generalizaccedilatildeo

(USDHHS 2008a)

Dado o aumento de sobrepeso e a obesidade na populaccedilatildeo mundial haacute

crescente interesse no efeito da AF sobre a manutenccedilatildeo do peso saudaacutevel Os

Comitecircs Consultivos que elaboram as diretrizes de AF ainda natildeo se fixaram a

quantidade necessaacuteria de AF para evitar o ganho de peso corporal e a obesidade

(Franz et al 2007) Sobre isto o IOM em 2004 recomendou a praacutetica de pelo

menos 60 minutos diaacuterios de AF e acrescentou que efeitos maiores ocorreriam com

o aumento progressivo da duraccedilatildeo do esforccedilo Esta indicaccedilatildeo sugere que para o

controle de peso e da obesidade o volume de AF deve ser muito maior (o dobro ou

mais) do que recomenda a maior parte das diretrizes No entanto o IOM natildeo fixou o

volume-teto maacuteximo

Neste aspecto parece ser mais recomendaacutevel que as orientaccedilotildees

endossem a importacircncia da AF na realizaccedilatildeo de um balanccedilo de energia saudaacutevel do

que estipulem uma meta desanimadora (grande volume de AF) As diretrizes

deveriam indicar claramente que pessoas com sobrepeso ou obesidade que atingem a

meta de AF mesmo na ausecircncia de reduccedilatildeo do peso corporal obteratildeo benefiacutecios

importantes para a sauacutede

A abordagem viaacutevel para a comunicaccedilatildeo da gestatildeo do controle do peso

corporal eacute recomendar que antes objetive-se o alcance da meta miacutenima de AF Uma

vez que essa meta seja alcanccedilada se o peso corporal estiver na faixa desejaacutevel o

foco deveria estar na manutenccedilatildeo do programa se o peso corporal natildeo for adequado

o foco deveria ocorrer no sentido de associar um programa de dieta hipocaloacuterica agrave

AF

176 Recomendaccedilotildees para crianccedilas e jovens

No conjunto as diretrizes recomendam AF para crianccedilas e jovens (6 a 17

anos de idade) em quantidade duas vezes maior agrave recomendada para adultos Notou-

se diferenccedila no escopo das redaccedilotildees no que tange ao detalhamento das faixas etaacuterias

Conveacutem ressaltar que a AF apropriada para as crianccedilas e jovens varia com a idade

29

Normalmente haacute ausecircncia natildeo justificada de orientaccedilotildees para grupo de idade

precoce A diretriz oficial da Austraacutelia eacute uma das raras exceccedilotildees que progrediu em

relaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees de AF para as idades iniciais Para crianccedilas de 0 a 1 ano natildeo

estipula duraccedilatildeo mas recomenda que seja diaacuteria com exerciacutecios proacuteprios ao

desenvolvimento psicomotor da crianccedila (puxar pegar sentar rolar engatinhar

arrastar levantar) Ela indica ainda 180 minutos de AF diaacuteria para crianccedilas de 1 a 5

anos de idade e a partir dos 5 anos segue as demais diretrizes ou seja 60 minutos

de AF todos os dias apoacutes os 18 anos de idade todos satildeo tratados como adultos

(DHAA 2005a DHAA 2005b)

Em geral as diretrizes natildeo se ocupam com comunicar ou estabelecer o

limite maacuteximo para AF em crianccedilas mas a diretriz oficial canadense estabeleceu

como teto para crianccedilas e jovens 90 minutos de AF por dia ao longo da semana

As diretrizes de AF para crianccedilas e jovens deveriam tambeacutem adicionar

explicitamente declaraccedilatildeo de que a AF adicional para aleacutem de 300 minutos por

semana confere benefiacutecios adicionais de sauacutede Para adultos esta informaccedilatildeo estaacute

clara

177 Exerciacutecios especiacuteficos

1771 Musculaccedilatildeo

A musculaccedilatildeo estaacute indicada com destaque na diretriz do USDHHS de

2008 Nenhum tempo foi recomendado para a duraccedilatildeo desta modalidade de

exerciacutecio Houve recomendaccedilatildeo clara quanto agrave frequecircncia semanal ao volume e a

abrangecircncia Foram recomendados de 8 a 10 diferentes exerciacutecios envolvendo os

principais grupos musculares dois dias ou mais por semana (natildeo consecutivos) e

com resistecircncia (peso) que permita a realizaccedilatildeo de 8 a 12 repeticcedilotildees para cada

exerciacutecio Nesta diretriz ficou expliacutecito que o tempo gasto para esta atividade natildeo

contaraacute para o alcance da meta

Sobre isto supotildee-se que a exclusatildeo deste tipo de exerciacutecio pelo

USDHHS em direccedilatildeo agrave meta se sustenta no fato de que a musculaccedilatildeo natildeo eacute

30

necessariamente um exerciacutecio aeroacutebio e portanto apresenta pouco efeito sobre o

metabolismo Descriccedilatildeo no texto sobre a dosagem do esforccedilo implicita o

entendimento da exigecircncia anaeroacutebia

ldquoos exerciacutecios de fortalecimento muscular devem ser realizados ateacute o

ponto em que seria difiacutecil fazer outra repeticcedilatildeo sem ajuda externardquo

(USDHHS 2008a pg A-6)

Por fim algumas diretrizes anteriores agraves do USDHHS de 2008 como as

do Reino Unido de 2004 natildeo continham orientaccedilotildees claras para atividade de

musculaccedilatildeo Na atual diretriz do Reino Unido de 2010 esta modalidade de exerciacutecio

estaacute presente

1772 Flexionamento

Os benefiacutecios de sauacutede geral resultantes de atividades de flexibilidade

natildeo estatildeo expressos como conclusivos mas nenhuma das diretrizes negou sua

importacircncia ou desaconselhou sua praacutetica Em algumas diretrizes haacute sugestatildeo de

frequecircncia de dois ou mais dias por semana com execuccedilatildeo de exerciacutecios estaacuteticos ou

dinacircmicos Natildeo haacute referecircncia sobre diferenccedilas de eficiecircncia e de seguranccedila entre os

exerciacutecios estaacuteticos e os dinacircmicos Tambeacutem natildeo se observou recomendaccedilatildeo quanto

agrave duraccedilatildeo de cada sessatildeo nem sobre o intervalo de uma sessatildeo para outra Poreacutem

estaacute bem definido que o tempo gasto nesta modalidade de exerciacutecios natildeo somaraacute para

a obtenccedilatildeo da meta

1773 Aquecimento e desaquecimento

Exerciacutecios realizados para aquecimento e desaquecimento satildeo partes

aceitaacuteveis do plano de AF Na diretriz oficial dos Estados Unidos de 2008 o tempo

gasto para realizar o aquecimento e o desaquecimento pode somar para o

cumprimento da meta desde que a atividade seja realizada no miacutenimo com

intensidade moderada

31

178 Eventos adversos nas recomendaccedilotildees

Excessos de AF em participantes natildeo adaptados ao esforccedilo fiacutesico podem

resultar em agravos agrave sauacutede e a maioria das diretrizes satildeo vagas quanto agrave dosagem

inicial do treinamento (Bull 2010) Eacute comum se sugerir um aumento de 10 na

quantidade de AF por semana para os jovens e adultos jovens em um intervalo de 2

a 4 semanas mas existem poucas evidecircncias que sustentem essas sugestotildees A

adoccedilatildeo de medidas de seguranccedila para a praacutetica de AF principalmente na fase inicial

do treinamento e para pessoas de baixa aptidatildeo fiacutesica ou que desconheccedilam os riscos

deve ter destaque nas diretrizes e ser informada sublinhadamente Quando as

recomendaccedilotildees natildeo determinam a frequecircncia semanal como as do Canadaacute Estados

Unidos Reino Unido Ruacutessia e as Globais da OMS pessoas podem tentar vencer a

meta estabelecida em eventos uacutenicos de longa duraccedilatildeo aumentando o risco de

eventos adversos As diretrizes oficiais dos Estados Unidos apresentam o capiacutetulo 6

ldquoAtivo e Segurordquo com o objetivo de mitigar as adversidades da praacutetica da AF

As recomendaccedilotildees das diretrizes de AF se destinam ao puacuteblico em geral

e aos portadores ou natildeo de acometimentos crocircnicos de sauacutede Eacute consenso que

portadores desses acometimentos de sauacutede usufruem dos benefiacutecios da AF mas

pertencem a um grupo mais susceptiacutevel aos riscos de efeitos adversos entatildeo pode-se

considerar que pessoas vulneraacuteveis necessitam instruccedilotildees especiais o que de modo

geral natildeo ocorre

Sobre este ponto eacute corrente entre as diretrizes destacar que os benefiacutecios

de sauacutede provenientes da AF tecircm sido sistematicamente bem documentados O

mesmo natildeo ocorre com os riscos adversos Mesmo assim parece consenso a ideia de

que os benefiacutecios da AF superam os riscos de eventos adversos

179 Concordacircncias nas diretrizes

Embora se admitam divergecircncias entre diferentes diretrizes quanto ao

modo de obter o volume final do esforccedilo observou-se cooperaccedilatildeo na harmonizaccedilatildeo

dos conceitos fundamentais da praacutetica da AF Entre eles listam-se os principais

consensos

32

A AF contribui fortemente para a promoccedilatildeo da sauacutede e diminui os

iacutendices de morbimortalidade principalmente nas doenccedilas de curso

crocircnico

A praacutetica de alguma AF eacute mais desejaacutevel do que nenhuma AF

As orientaccedilotildees satildeo projetadas para fornecer orientaccedilotildees sobre os tipos e

quantidades miacutenimas de AF que proporcionam benefiacutecios substanciais agrave

sauacutede

Benefiacutecios adicionais ocorrem com o aumento da quantidade de AF de

maior intensidade maior frequecircncia maior duraccedilatildeo ou pela combinaccedilatildeo

entre elas

Os benefiacutecios de sauacutede ocorrem em todas as faixas etaacuterias em ambos os

sexos e em todos os grupos raciais e eacutetnicos estudados desde que

praticada dentro de limites de seguranccedila

A AF deve ser praticada regularmente ao longo da vida para que se

possa obter resultado em longo prazo

As recomendaccedilotildees satildeo generalizaccedilotildees para atender agrave maioria dos

problemas relativos agrave sauacutede Problemas especiacuteficos necessitam

atendimento especiacutefico

Crianccedilas a partir de 6 anos de idade e adolescentes devem dobrar a

quantidade miacutenima de AF recomendada para os adultos

Idosos devem realizar a mesma quantidade de AF que adultos

limitados agrave condiccedilatildeo funcional individual

1710 Adesatildeo agrave atividade fiacutesica

As diretrizes tecircm demonstrado preocupaccedilatildeo com a adesatildeo agrave praacutetica da

AF Vaacuterias delas incluiacuteram caminhos para a conscientizaccedilatildeo e participaccedilatildeo

comunitaacuteria Para contemplar este objetivo a diretriz da UE de 2008 traz no seu

texto um toacutepico denominado ldquoExemplos de Boas Praacuteticasrdquo Nele cita as iniciativas

de alguns governos para a sensibilizaccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da praacutetica de AF destacando

programas como o ldquoPortas Abertasrdquo e o ldquoLuarrdquo da Hungria que visa a oferecer AF

tambeacutem nos finais de semana e no periacuteodo da noite o ldquoSelo de qualidade desportivo

para a sauacutederdquoda Alemanha que estabelece criteacuterios para os clubes privados obterem

33

o selo o ldquoHEPArdquo (Atividade Fiacutesica Melhorando a Sauacutede em inglecircs) da Eslovecircnia

que sustenta seu programa em trecircs pilares mais AF no lazer na escola e no

transporte Haacute ainda outras iniciativas na Inglaterra Franccedila Aacuteustria Luxemburgo

Sueacutecia Dinamarca e Finlacircndia E natildeo se perde de vista que cada localidade

desenvolve estrateacutegias de comunicaccedilatildeo para as recomendaccedilotildees da AF considerando

a diversidade eacutetnica cultural e social da regiatildeo

Embora as orientaccedilotildees para a praacutetica de AF foquem os benefiacutecios

morfofuncionais eles natildeo constituem a uacutenica razatildeo pela qual as pessoas deveriam

estar ativas Algumas diretrizes como a oficial dos Estados Unidos de 2008

preconizam que a AF pode proporcionar diversatildeo convivecircncia com amigos e

familiares desfrute do meio ambiente melhora da aparecircncia pessoal e da condiccedilatildeo

fiacutesica dentre outras Neste sentido as orientaccedilotildees encorajam as pessoas a serem

fisicamente ativas por toda e qualquer fundamentaccedilatildeo que seja significativa para

elas

A identificaccedilatildeo e a anaacutelise dos obstaacuteculos para a integraccedilatildeo da AF de

forma regular no cotidiano podem diferir no tempo e no espaccedilo Apesar das

diferenccedilas culturais a elaboraccedilatildeo de poliacuteticas de sauacutede de incentivo e promoccedilatildeo da

AF deveriam levar em conta os problemas de ordem individual (condiccedilatildeo fiacutesica

estado de sauacutede dentre outras) e de caraacuteter socioambiental que podem constituir

diversas barreiras

18 PROMOCcedilAtildeO DA ATIVIDADE FIacuteSICA

A promoccedilatildeo de AF moderada e regular eacute objetivo da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2010) que recomenda aos seus Estados Membros a

criaccedilatildeo de poliacuteticas que

Desenvolvam e ponham em praacutetica diretrizes nacionais de AF para

promover a sauacutede

Introduzam poliacuteticas de estiacutemulo ao deslocamento ativo e seguro para a

escola ou trabalho

34

Adaptem as estruturas fiacutesicas urbanas para facilitar a praacutetica de AF com a

criaccedilatildeo de ciclovias faixas de pedestre calccedilamento regular etc

Estabeleccedilam condiccedilotildees de seguranccedila como iluminaccedilatildeo policiamento etc

Criem espaccedilos destinados agrave AF recreativa com a criaccedilatildeo de parques

quadras pistas de corrida trilhas etc

O Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro alinhado agrave Estrateacutegia Global para a

Dieta Atividade Fiacutesica e Sauacutede preconizada pela OMS procura estimular accedilotildees

para a promoccedilatildeo da sauacutede combatendo os baixos niacuteveis de AF da populaccedilatildeo Neste

sentido instituiu no ano de 2006 a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede (MS

2010) Nesta perspectiva no ano de 2011 foi criado o ldquoPrograma Academia da

Sauacutederdquo no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede cujo objetivo eacute contribuir para a

promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo em geral a partir da implantaccedilatildeo de polos puacuteblicos

qualificados para a orientaccedilatildeo e supervisatildeo da praacutetica de AF (MS 2012)

No caso do ldquoPrograma Academia da Sauacutederdquo ele estaacute estruturado em

onze estrateacutegias 1) ampliar o acesso da populaccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo

da sauacutede 2) fortalecer a promoccedilatildeo da sauacutede como estrateacutegia de produccedilatildeo de sauacutede

3) potencializar as accedilotildees nos acircmbitos da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede da Vigilacircncia

em Sauacutede e da Promoccedilatildeo da Sauacutede 4) promover a integraccedilatildeo multiprofissional na

construccedilatildeo e execuccedilatildeo das accedilotildees 5) promover a convergecircncia de projetos ou

programas nos acircmbitos da sauacutede educaccedilatildeo cultura assistecircncia social esporte e

lazer 6) ampliar a autonomia dos indiviacuteduos sobre as escolhas de modos de vida

mais saudaacuteveis 7) aumentar o niacutevel de AF na populaccedilatildeo 8) estimular haacutebitos

alimentares saudaacuteveis 9) promover mobilizaccedilatildeo comunitaacuteria com a constituiccedilatildeo de

redes sociais de apoio e ambientes de convivecircncia e solidariedade 10) potencializar

as manifestaccedilotildees culturais locais e o conhecimento popular na construccedilatildeo de

alternativas individuais e coletivas que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede e 11) ampliar

e valorizar a utilizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos de lazer como proposta de inclusatildeo

social (MS 2012)

Embora as estrateacutegias do ldquoPrograma Academia da Sauacutederdquo sejam

claramente explicitadas o Ministeacuterio da Sauacutede ainda natildeo reuniu uma Comissatildeo de

Especialistas ndash procedimento adotado pelas organizaccedilotildees e agecircncias governamentais

35

que elaboram diretrizes de AF ndash para a elaboraccedilatildeo de diretrizes proacuteprias de AF para a

populaccedilatildeo brasileira Como recomendaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro segue as

diretrizes da OMS atualizadas em 2010 O objetivo perseguido possibilita

Fundamentar as poliacuteticas nacionais sobre a AF e outras intervenccedilotildees de

sauacutede puacuteblica

Determinar um ponto de partida para a definiccedilatildeo de metas e objetivos

para a promoccedilatildeo da sauacutede e da AF no acircmbito nacional

Fomentar a colaboraccedilatildeo intersetorial e contribuir para o estabelecimento

de metas e objetivos nacionais da promoccedilatildeo da AF

Fixar as bases para a adoccedilatildeo de iniciativas de promoccedilatildeo da AF

Justificar a destinaccedilatildeo de recursos para intervenccedilotildees na promoccedilatildeo da AF

Criar um marco de accedilatildeo comum que reuacutena todas as partes interessadas

em torno de um mesmo objetivo

Dispor de um documento baseado em evidecircncia que permita agraves partes

interessadas implantar poliacuteticas com destinaccedilatildeo apropriada de recursos

Facilitar a criaccedilatildeo de mecanismos nacionais de vigilacircncia e monitoraccedilatildeo

para fazer evoluir a praacutetica da AF na populaccedilatildeo

O monitoramento e a vigilacircncia da praacutetica da AF no cotidiano dos

brasileiros tecircm sido realizados por 2 inqueacuteritos nacionais a Pesquisa Nacional sobre

Sauacutede do Escolar (PeNSE) que observa dentre outros fatores de risco a ausecircncia de

AF dos adolescentes (IBGE 2013) e o sistema de Vigilacircncia de Fatores de Risco e

Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico ndash VIGITEL (MS 2007)

que avalia fatores de risco para doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis em adultos nas

26 capitais dos estados e no Distrito Federal

19 SISTEMA VIGITEL

O sistema VIGITEL foi criado como parte do objetivo de dotar o paiacutes

com instrumentos eficazes para monitorar a frequecircncia e a distribuiccedilatildeo dos principais

fatores de risco determinantes das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) O

Programa apresenta uma metodologia proacutepria de inqueacuterito telefocircnico desenvolvida e

36

aperfeiccediloada desde o ano de 2003 pelo Nuacutecleo de Pesquisas Epidemioloacutegicas em

Nutriccedilatildeo e Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo ndash NUPENSUSP No ano de 2006 o

sistema foi vinculado definitivamente ao Ministeacuterio da Sauacutede (Moura et al 2008)

Entre os objetivos principais do sistema figuram aumentar o

conhecimento sobre as DCNT e as possibilidades de prevenccedilatildeo e de controle

contribuir para o fortalecimento dos sistemas de sauacutede incluindo a atenccedilatildeo primaacuteria

para a integraccedilatildeo de prevenccedilatildeo e controle das doenccedilas crocircnicas perceber as

principais intervenccedilotildees para prevenir e controlar essas doenccedilas dentro de estimativas

de custo incentivar o diaacutelogo com o setor privado para auxiacutelio na melhoria da sauacutede

puacuteblica manter o interesse da miacutedia e incentivaacute-la a defender os comportamentos

saudaacuteveis para a defesa de planos de accedilatildeo na luta contra elas e reduzir os principais

fatores de risco determinantes destas doenccedilas (MS 2008a)

37

2 OBJETIVOS

Verificar a prevalecircncia de atividade fiacutesica segundo cada uma das principais

diretrizes internacionais que recomendam quantidade miacutenima de AF

Explorar as divergecircncias e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF miacutenimo

pelas diferentes diretrizes

Avaliar a associaccedilatildeo entre caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e

comportamentais com a praacutetica da AF

Verificar como os principais componentes da AF (modalidades de exerciacutecio

fiacutesico ou esporte intensidade duraccedilatildeo e frequecircncia) se relacionam na

determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual

Descrever o padratildeo de AF nos portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis

38

3 METODOLOGIA

31 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de um estudo epidemioloacutegico do tipo observacional transversal

32 AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS

Os dados utilizados neste estudo satildeo provenientes do banco de dados do

sistema VIGITEL de 2006 Esses dados foram obtidos por meio de inqueacuterito com o

uso de entrevista telefocircnica e de questionaacuterio contendo perguntas sobre

caracteriacutesticas sociodemograacuteficas socioeconocircmicas de comportamento individual e

de informaccedilotildees relacionadas com a praacutetica da AF para uma amostra probabiliacutestica de

adultos brasileiros com idade ge 18 anos residentes nas 27 capitais da federaccedilatildeo e

cujas moradias apresentavam linha telefocircnica fixa

O sistema VIGITEL apresenta uma metodologia proacutepria que pode ser

acessada em publicaccedilotildees preacutevias (Moura et al 2008) Em siacutentese a partir da anaacutelise

do cadastro eletrocircnico das linhas telefocircnicas residenciais fixas de cada capital da

federaccedilatildeo foram sorteadas (de modo sistemaacutetico e estratificado) 5000 linhas para

cada cidade A seguir as linhas sorteadas em cada cidade foram ressorteadas e

divididas em reacuteplicas de 200 linhas cada reacuteplica reproduzindo a mesma proporccedilatildeo de

linhas por regiatildeo da cidade ou prefixo telefocircnico A divisatildeo da amostra integral em

reacuteplicas eacute feita essencialmente em funccedilatildeo da dificuldade em se estimar previamente

a proporccedilatildeo das linhas do cadastro que seratildeo elegiacuteveis para o sistema (linhas

residenciais ativas) e portanto o total de linhas a ser sorteado para se chegar a 2000

entrevistas

No conjunto ocorreram ligaccedilotildees para perto de 127000 linhas telefocircnicas

fixas distribuiacutedas em 633 reacuteplicas As ligaccedilotildees feitas para as 76330 linhas elegiacuteveis

redundaram em 54369 entrevistas completas o que indica a taxa meacutedia de sucesso

39

do sistema em 711 (Tabela 1) Havendo anuecircncia apoacutes primeiro contato todos os

moradores adultos com idade maior ou igual a 18 anos foram listados e organizados

eletronicamente em ordem decrescente de idade sendo um deles sorteado para

responder a entrevista

Tabela 1 Nuacutemero de linhas telefocircnicas sorteadas linhas telefocircnicas elegiacuteveis e

entrevistas realizadas nas capitais dos estados brasileiros e no

Distrito Federal VIGITEL 2006 (MS 2007)

Capitais DF Nordm linhas

sorteadas

Nordm linhas

elegiacuteveis

Nordm entrevistas

realizadas

Aracaju 3400 3022 2031

Beleacutem 3400 2876 2021

Belo Horizonte 3200 2812 2016

Boa Vista 3600 2832 2017

Campo Grande 4600 2919 2012

Cuiabaacute 4800 2756 2013

Curitiba 4400 2824 2011

Florianoacutepolis 4600 2896 2010

Fortaleza 3400 2881 2017

Goiacircnia 4200 2523 2013

Joatildeo Pessoa 3600 2836 2014

Macapaacute 4000 2746 2012

Maceioacute 3600 2784 2017

Manaus 3600 2817 2013

Natal 3400 2742 2013

Palmas 4800 2479 2009

Porto Alegre 5000 3120 2010

Porto Velho 4400 2582 2014

Recife 3400 2751 2014

Rio Branco 4600 2720 2017

Rio de Janeiro 4000 3094 2012

Salvador 3600 2935 2010

Satildeo Luiacutes 3600 2755 2011

Satildeo Paulo 4200 3073 2012

Teresina 3400 2800 2011

Vitoacuteria 3800 2817 2011

Distrito Federal 4600 2938 2008

Total 107200 76330 54369

FONTE Ministeacuterio da Sauacutede 2007

40

Cerca de dois terccedilos das linhas elegiacuteveis para as quais natildeo houve

entrevista correspondeu a situaccedilotildees de impossibilidade de contato telefocircnico inicial

(linhas sempre ocupadas com sinal de fax ou conectadas agrave secretaacuteria eletrocircnica) ou a

impossibilidade de encontrar o indiviacuteduo sorteado no domiciacutelio mesmo apoacutes vaacuterias

tentativas de aprazamento (ateacute dez ligaccedilotildees feitas em dias e horaacuterios variados)

Recusas a participar no sistema de monitoramento foram observadas em 91 das

linhas elegiacuteveis A duraccedilatildeo meacutedia das 54369 entrevistas realizadas pelo sistema

VIGITEL foi de 74 minutos (DP plusmn 33 minutos) para cada uma (MS 2007)

As entrevistas telefocircnicas ocorreram entre agosto e dezembro de 2006 e

envolveram sessenta entrevistadores quatro supervisores e um coordenador (MS

2007)

O questionaacuterio utilizado pelo sistema VIGITEL em 2006 foi composto

por 82 questotildees com categorias preacute-estabelecidas de respostas As perguntas do

questionaacuterio abordaram em particular a) caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e

socioeconocircmicas dos indiviacuteduos (idade sexo estado civil coretnia niacutevel de

escolaridade) b) padratildeo de alimentaccedilatildeo (tipo e frequecircncia do consumo de certos

alimentos) e de Atividade Fiacutesica (modalidade preferida duraccedilatildeo do esforccedilo

frequecircncia semanal deslocamento ativo de casa para o trabalho) c) Avaliaccedilatildeo

nutricional (peso e altura) d) frequecircncia e intensidade do consumo de cigarros e de

bebidas alcooacutelicas e e) autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede gravidez e referecircncia a

diagnoacutestico meacutedico para algumas DCNT (MS 2007)

Para ajustar a populaccedilatildeo estudada agrave populaccedilatildeo residente nas capitais

brasileiras alguns cuidados foram necessaacuterios entatildeo o sistema empregou um peso

final para cada participante com a aplicaccedilatildeo de fatores de ponderaccedilatildeo para corrigir

possiacuteveis vieses determinados pelas diferentes possibilidades de os indiviacuteduos

participarem da amostra O primeiro fator buscava corrigir a maior chance que

indiviacuteduos de domiciacutelios com mais de uma linha telefocircnica tinham de ser

selecionados para a amostra O segundo procurava corrigir a menor chance que

indiviacuteduos de domiciacutelios habitados por mais pessoas tinham de ser selecionados para

a amostra O terceiro denominado peso poacutes-estratificaccedilatildeo procurava igualar a

composiccedilatildeo sociodemograacutefica da amostra agrave composiccedilatildeo sociodemograacutefica da

41

populaccedilatildeo de cada cidade pelo Censo Demograacutefico de 2000 A razatildeo entre a

frequecircncia relativa de indiviacuteduos da amostra VIGITEL e da amostra censitaacuteria

procurava a correccedilatildeo da sub ou superrepresentaccedilatildeo dos estratos sociodemograacuteficos

pelo sistema VIGITEL que poderia ocorrer dada a cobertura natildeo universal da rede

de telefonia fixa (MS 2007)

A multiplicaccedilatildeo destes trecircs fatores por um quarto (razatildeo entre a

proporccedilatildeo de adultos de uma dada cidade pela proporccedilatildeo de adultos da amostra

VIGITEL na mesma cidade) representa o total de adultos estudados pelo sistema nas

27 cidades Assim a populaccedilatildeo total estimada para este estudo abrange 69899955

de brasileiros adultos de ambos os sexos residentes nas 26 capitais estaduais e no

Distrito Federal (MS 2007)

Para asegurar a qualidade das informaccedilotildees obtidas o sistema VIGITEL

contou com um controle de qualidade que previa o acompanhamento aleatoacuterio das

entrevistas por um supervisor Em torno de 10 das chamadas foram avaliadas

imediatamente pela supervisatildeo que entre vaacuterias accedilotildees confirmava dados diretamente

com o participante Cerca de 3 das entrevistas diaacuterias foram auditadas pelo

supervisor Por fim foram realizadas anaacutelises de consistecircncia dos dados ao final de

cada semana (MS 2007)

Adultos de ambos os sexos com 18 anos ou mais residentes nas capitais

de estado brasileiras e no Distrito Federal cujas respostas ao questionaacuterio da pesquisa

VIGITEL de 2006 permitiram a quantificaccedilatildeo da AF Assim entre os 54369

participantes do inqueacuterito foram excluiacutedos 1590 participantes que embora tenham

indicado a realizaccedilatildeo de transporte ativo para o trabalho ou praacutetica de uma

modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte deixaram de informar a frequecircncia ou a

duraccedilatildeo do esforccedilo Assim a base de caacutelculo foi conduzida com 52779

participantes

42

33 DESCRICcedilAtildeO DE VARIAacuteVEIS

3 31 Domiacutenios da atividade fiacutesica

Para a anaacutelise da praacutetica de AF no cotidiano foram considerados

somente os trecircs uacuteltimos meses anteriores agrave data da entrevista Originalmente o

inqueacuterito do sistema VIGITEL avaliou a categoria lsquoAtividade Fiacutesicarsquo abordando

separadamente quatro domiacutenios AF no lazer (tempo livre) AF ocupacional

(trabalho) AF no acircmbito residencial (faxina domeacutestica) e AF no deslocamento da

casa para o trabalho (a peacute ou de bicicleta) Neste estudo apenas as informaccedilotildees sobre

AF no lazer e no deslocamento foram aplicadas para definir o niacutevel de AF dos

participantes AF em casa e no trabalho natildeo foi considerada pois o questionaacuterio de

2006 do VIGITEL natildeo previu a quantificaccedilatildeo da duraccedilatildeo e da frequecircncia semanal

desses domiacutenios

332 Modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

Para a determinaccedilatildeo da principal modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou

esporte mais praticado foram utilizadas as respostas agrave pergunta 45 do questionaacuterio

Qual o tipo principal de exerciacutecio fiacutesico ou esporte que o(a) sr (a) praticou Coube

aos participantes uma uacutenica opccedilatildeo entre 16 diferentes modalidades apresentadas na

seguinte sequecircncia 1 - caminhada 2 - caminhada em esteira rolante 3 - corrida 4 -

corrida em esteira rolante 5 - musculaccedilatildeo 6 - ginaacutestica aeroacutebica 7 - hidroginaacutestica

8 - ginaacutestica geral 9 - nataccedilatildeo 10 - artes marciais e lutas 11 - bicicleta 12 - futebol

13 - basquetebol 14 - voleibol 15 - tecircnis 16 - outros

333 Deslocamento ativo

Para o ano de 2006 o sistema VIGITEL considerou como deslocamento

ativo somente o esforccedilo para cumprir o percurso de ida e volta de casa para o

trabalho realizado a peacute ou de bicicleta e ocorrido nos trecircs meses anteriores agrave data da

entrevista Para este domiacutenio diante de resposta afirmativa houve questionamento a

respeito da duraccedilatildeo do tempo gasto em minutos para vencer o trajeto

43

334 Duraccedilatildeo e frequecircncia da atividade fiacutesica

A frequecircncia das atividades foi expressa em dias por semana e a duraccedilatildeo

do esforccedilo foi expressa em minutos As opccedilotildees de respostas para duraccedilatildeo do esforccedilo

foram divididas em seis agrupamentos lt 10 10 ndash 19 20 ndash 29 30 ndash 39 45 ndash 59 ge 60

minutos As opccedilotildees de respostas para frequecircncia semanal foram divididas em quatro

agrupamentos todos os dias 5 ndash 6 3 ndash 4 1 ndash 2 dias por semana

335 Intensidade do esforccedilo

A classificaccedilatildeo da intensidade do esforccedilo foi determinada pela conversatildeo

do tipo principal de exerciacutecio fiacutesico ou esporte praticado pelo participante do estudo

na atribuiccedilatildeo do gasto energeacutetico ao esforccedilo referido pelo Compecircndio de Atividade

Fiacutesica proposto por Ainsworth et al em 2000 Baseado na proposta de que esforccedilo

moderado equivale ao consumo lt 6 MET e esforccedilo vigoroso equivale ao consumo ge

a 6 MET assumiu-se que 1 MET representa o consumo de oxigecircnio em repouso

igual a 35 mlkgmin Quando a opccedilatildeo pela escolha do tipo principal de exerciacutecio

fiacutesico ou esporte foi caminhada caminhada na esteira rolante hidroginaacutestica

ginaacutestica geral nataccedilatildeo ciclismo ou voleibol a intensidade do esforccedilo foi

considerada como moderada Quando a opccedilatildeo foi corrida corrida em esteira rolante

musculaccedilatildeo ginaacutestica aeroacutebia artes marciaislutas futebol basquetebol tecircnis e

outras modalidades a intensidade do esforccedilo foi considerada vigorosa

O gasto energeacutetico foi obtido pelo produto do gasto meacutedio de energia de

cada modalidade frente ao esforccedilo expresso em minutos O valor do gasto de energia

proposto para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte eacute apresentado a seguir

44

Tabela 2 Gasto energeacutetico para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

expresso em METmin obtido pelo produto da duraccedilatildeo do esforccedilo

(em minutos) com a meacutedia do gasto energeacutetico para cada

modalidade segundo o Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por

Ainsworth et al em 2000

Atividade

Tempo em minutos

1019 20-29 30-39 45-59 60

MET MET MET MET MET

1 Caminhada 33-63 66-96 99-129 149-195 198

2 Caminhada na esteira 33-63 66-96 99-129 149-195 198

3 Corrida 90-171 180-261 270-351 405-531 540

4 Corrida na esteira 90-171 180-261 270-351 405-531 540

5 Ginaacutestica aeroacutebia 65-124 130-189 195-254 293-384 390

6 Hidroginaacutestica 40-76 80-156 120-156 180-236 240

7 Ginaacutestica geral 40-76 80-156 120-156 180-236 240

8 Nataccedilatildeo 70-133 140-203 270-273 315-413 420

9 Artes marciais e lutas 100-190 200-290 300-390 450-590 600

10 Ciclismo 40-75 80-116 120-156 180-236 240

11 Futebol 70-133 140-203 270-273 315-413 420

12 Basquetebol 60-114 120-174 180-234 270-354 360

13 Voleibol 30-57 60-87 90-117 135-177 180

14 Tecircnis 70-133 140-203 270-273 315-413 420

1- somente o peso corporal agrave velocidade de 48 kmh 2 ndash somente o peso corporal e sem inclinaccedilatildeo agrave

velocidade de 48 kmh 3 ndash somente o peso corporal agrave velocidade de 8 a 9 kmh 4 ndash somente o peso

corporal e sem inclinaccedilatildeo agrave velocidade de 8 a 9 kmh 5 - sem uso de step 6- com caracteriacutestica

aeroacutebia eou calistecircnica 7- com caracteriacutestica calistecircnica 8 - estilo livre de moderada a baixa

intensidade 9 - esforccedilo medido durante o combate 10 ndash velocidade ateacute 16 kmh 11- natildeo competitivo

12- natildeo competitivo 13 - natildeo competitivo com 6 a 9 jogadores por lado 14 - natildeo competitivo

(simples)

MET Uma unidade equivale ao consumo de 35ml de O2kgmin

Para o criteacuterio de equivalecircncia de esforccedilo as diretrizes que recomendam

a possibilidade de mesclar AF com intensidade moderada e vigorosa em direccedilatildeo agrave

meta assumem a equivalecircncia entre o esforccedilo vigoroso e a metade da duraccedilatildeo do

moderado em concordacircncia com as recomendaccedilotildees da OMS que afirma que 75

minutos de AF vigorosa ou 150 minutos de AF moderada apresentam o mesmo efeito

sobre a sauacutede

Para o conceito lsquooutras modalidadesrsquo como o termo eacute indefinido e houve

razoaacutevel frequecircncia para a escolha (N= 1347 ndash 53) optou-se por consideraacute-lo para

a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF A decisatildeo foi por vigorosa observando que a maior

parte das modalidades contidas no Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por

45

Ainsworth e colaboradores que natildeo foram nominadas no questionaacuterio se apresenta

com gasto energeacutetico meacutedio ge a 6 MET (Ainsworth et al2000)

336 Variaacuteveis sociodemograacuteficas

Para a tipologia das variaacuteveis sociodemograacuteficas foram utilizados anos

de escolaridade sexo e faixa etaacuteria A etnia foi determinada pela cor da pele (branca

preta parda ou morena amarela vermelha) e o estado civil pela situaccedilatildeo conjugal

(solteiro casado ou juntado viuacutevo separado ou divorciado) no momento da

entrevista A distribuiccedilatildeo geograacutefica dos domiciacutelios foi separada por cidades (capitais

dos estados e Distrito Federal) e mediante o caacutelculo da meacutedia ponderada os

domiciacutelios foram agrupadas por regiatildeo (Norte Nordeste Centro Oeste Sudeste e

Sul)

Para a anaacutelise do comportamento das variaacuteveis idade e escolaridade em

relaccedilatildeo ao conceito dado pela classificaccedilatildeo do niacutevel de AF procedeu-se conforme o

agrupamento sugerido pelo sistema VIGITEL Assim a idade foi agrupada em seis

intervalos 18 - 24 25 - 34 35 - 44 45 - 54 55 - 64 e 65 ou mais anos de idade e a

escolaridade em trecircs intervalos 0 - lt 9 9 a lt 12 e 12 anos ou mais de estudo

337 Variaacuteveis de comportamento individual

Para a caracterizaccedilatildeo das variaacuteveis de comportamento individual foram

utilizadas informaccedilotildees sobre a percepccedilatildeo do estado de sauacutede podendo ser excelente

bom regular ou ruim Sobre a realizaccedilatildeo de dietas hipocaloacutericas (simnatildeo)

consideraram-se os doze meses anteriores agrave entrevista Sobre o tabagismo para os

participantes com resposta afirmativa a carga foi considerada como sendo expressa

pelo nuacutemero de cigarros consumidos por dia Sobre o consumo de bebida alcooacutelica

observaram-se os 30 dias anteriores agrave data da entrevista para os participantes com

resposta afirmativa a frequecircncia semanal do consumo foi considerada em dias da

semana que eles costumavam ingerir

Para facilitar a anaacutelise algumas variaacuteveis quantitativas foram agrupadas

O consumo de cigarro foi agrupado em trecircs intervalos 1 ndash 19 20 ndash 39 e 40 ou mais

46

cigarros por dia e o consumo de aacutelcool foi dividido em quatro intervalos

ocasionalmente 1 ndash 2 3 ndash 6 vezes por semana e diariamente

338 Diagnoacutestico de DCNT

Foram utilizadas informaccedilotildees sobre o conhecimento de ocorrecircncia de

cinco tipos de DCNT hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes IAM eou AVC

dislipidemia e osteoporose Para tanto foi perguntado aos participantes se em algum

momento foram informados por algum meacutedico se eram portadores de pressatildeo alta

diabetes infarto ou derrame cerebral colesterol ou trigliceacuterides elevado ou

doenccedilafraqueza dos ossos O questionaacuterio possibilitou a um mesmo participante

responder (simnatildeonatildeo lembro) separadamente para cada uma das doenccedilas Assim

facultou-se que um participante pudesse reportar mais de um tipo de doenccedila

339 Determinaccedilatildeo do niacutevel da atividade fiacutesica

Para verificar o grau de concordacircncia entre as diversas recomendaccedilotildees a

prevalecircncia de AF foi calculada segundo cada uma das diretrizes apresentadas na

introduccedilatildeo deste trabalho

Para verificar a prevalecircncia da AF segundo as variaacuteveis

sociodemograacuteficas utilizou-se a recomendaccedilccedilao da OMS de 2010 por ser ela a

mesma adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil

3310 Comparaccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees

A anaacutelise das informaccedilotildees sobre duraccedilatildeo intensidade do esforccedilo e

freuqecircncia semanal nas ativi dade no tempo de lazer e no deslocamento para o

trabalho permitiram quantificar o volume de AF semanal dos participantes Uma vez

determinado individualmente o volume semanal da AF foi determinada a

classificaccedilatildeo dos participantes em inativo ativo insuficiente ativo ou muito ativo

para cada uma das cinco recomendaccedilotildees Um segundo agrupamento das mesmas

informaccedilotildees permitiu a categorizaccedilatildeo em AF suficiente ou AF insuficiente

47

Quadro 2 Classificaccedilatildeo do niacutevel de atividade fiacutesica

Grupo Criteacuterio

1- Inativo

2- Ativo insuficiente

3- Ativo

4- Muito ativo

nega a praacutetica de AF no lazer ou transporte ativo

realiza exerciacutecio fiacutesico ou esporte abaixo da recomendaccedilatildeo

atinge a recomendaccedilatildeo

ultrapassa a recomendaccedilatildeo

Classe Criteacuterio

A - AF suficiente

B - AF insuficiente

alcanccedila a meta (grupo ativo + grupo muito ativo)

natildeo alcanccedila a meta (grupo inativo + grupo ativo insuficiente)

34 ANAacuteLISE DOS DADOS

Todas as estimativas de variaacuteveis sociodemograacuteficas de comportamento

individual de preferecircncia por um tipo de AF de classificaccedilatildeo do niacutevel de AF para os

portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT de frequecircncia semanal e de duraccedilatildeo do

esforccedilo foram obtidas para o total de participantes com algum grau de AF levando-

se em conta os fatores de ponderaccedilatildeo O significado estatiacutestico das diferenccedilas foi

avaliado por meio do teste do qui-quadrado (X2) de Pearson Todos os resultados

foram considerados com intervalo de confianccedila de 95 ou seja com niacutevel de

significacircncia de 005 Os resultados com p menor do que 005 foram considerados

com diferenccedila estatisticamente significante Para comparar as diferentes

recomendaccedilotildees foi realizada a Anaacutelise de Concordacircncia de Kappa com o objetivo de

verificar a coincidecircncia entre as prevalecircncias do niacutevel de AF considerando a

variaccedilatildeo existente no intervalo que vai de zero a uma unidade cujos valores possuem

a seguinte relaccedilatildeo 0 = natildeo concordacircncia 0 ndash 19 = pobre concordacircncia 02 ndash 039 =

baixa concordacircncia 04 ndash 059 = moderada concordacircncia 06 ndash 079 = alta

concordacircncia 08 ndash 099 = excelente concordacircncia 10 = perfeita concordacircncia Para

o processamento dos dados e anaacutelises estatiacutesticas divulgadas nesse estudo contou-se

com o auxiacutelio dos programas estatiacutesticos Statareg

(ver 110 e Microsoftreg Excel ver

100)

48

Para verificar como os principais componentes da AF (duraccedilatildeo e

frequecircncia) se relacionam na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual objetivo 4 do

presente trabalho foram realizadas duas simulaccedilotildees

Para avaliar a contribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal na quantidade

adequada de AF a frequecircncia semanal foi artificialmente aumentada para todos os

participantes insuficientemente ativos que referiram realizar AF 1 a 2 vezes por

semana de tal modo que sem modificar as demais informaccedilotildees todos os

selecionados com estas caracteriacutesticas culminaram com pelo menos trecircs sessotildees

semanais A seguir avaliou-se nessa nova situaccedilatildeo simulada se a adequaccedilatildeo do niacutevel

de AF sofreu alteraccedilotildees indicando se a pouca frequecircncia semanal tem papel

determinante no alcance do niacutevel miacutenimo de AF

O mesmo foi realziado com a duraccedilatildeo das sessotildees Com a base original

dos dados sem alterar as demais informaccedilotildees foi simulado acreacutescimo de tempo na

duraccedilatildeo do esforccedilo dos participantes pouco ativos de forma que todos realizassem

sessotildees de pelo menos 60 minutos Verificou-se entatildeo a nova adequaccedilatildeo do niacutevel de

AF procurando identificar se o aumento da duraccedilatildeo contribuiria com o alcance do

niacutevel miacutenimo de AF

35 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O sistema VIGITEL foi aprovado pelo Comitecirc Nacional de Eacutetica em

Pesquisa Envolvendo Seres Humanos sob o nuacutemero de registro 13081208

Este estudo foi aprovado em 14122011 pelo Comitecirc de Eacutetica em

Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da CAPPesq da Faculdade de Medicina da

Universidade de Satildeo Paulo sob o protocolo nordm 50511

49

4 RESULTADOS

41 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA AMOSTRA

Neste estudo foram incluiacutedos 52779 participantes 61 eram mulheres

Ambos os sexos foram distribuiacutedos em seis faixas etaacuterias e 68 apresentaram idade

igual ou inferior a 44 anos A maior parte (54) dos entrevistados referiram ter ateacute 9

anos de escolaridade eram casados ou juntados (53) com predomiacutenio de pardos e

morenos (53)

42 CLASSIFICACcedilAtildeO DO NIacuteVEL DE ATIVIDADE FIacuteSICA

Os 52779 participantes tiveram seu rendimento fiacutesico classificado em

quatro niacuteveis de AF (inativo ativo insuficiente ativo e muito ativo) e cinco

diferentes diretrizes que recomendam a praacutetica de AF (UE IOM ACSM OMS e

IPAQ) considerando os domiacutenios de AF no tempo livre e no deslocamento ativo

A classificaccedilatildeo de inativo foi coincidente em todas as diretrizes

analisadas O criteacuterio para este conceito foi uacutenico ou seja entraram nele todos os que

apresentaram resposta negativa para as perguntas 44 - o(a) sr(a)praticou algum tipo

de exerciacutecio fiacutesico ou esporte) e - 53 o(a) sr(a) costuma ir a peacute ou de bicicleta de

casa para o trabalho Isto resultou em 515 (N=25837) de inativos para a amostra

Os 485 (N=26942) de participantes que referiram praticar alguma quantidade de

AF no lazer ou no deslocamento foram classificados em uma das outras trecircs

categorias (ativo insuficiente ativo ou muito ativo)

A Tabela 3 mostra a distribuiccedilatildeo dos participantes para cada

recomendaccedilatildeo em observacircncia agrave classificaccedilatildeo do niacutevel de AF

No conjunto o IOM apresentou os criteacuterios de suficiecircncia de AF com

maior dificuldade de alcanccedilar apenas 156 (N=7347) dos participantes os

atingiram Por outro lado os criteacuterios estabelecidos pela OMS apresentaram a menor

dificuldade de serem alcanccedilados 345 (N=20178) dos participantes os atingiram

50

Embora a OMS e o ACSM recomendem o mesmo volume de AF o

segundo entende que ela seja distribuiacuteda sistematicamente ao longo da semana Isto

fez com que aproximadamente 4800 participantes (13) que atingiram o tempo

miacutenimo de 150 minutos por semana natildeo tivessem cumprido a frequecircncia de 5 ou

mais dias por semana ficando aqueacutem da meta do ACSM Essa discrepacircncia se torna

mais pronunciada quando se comparam a OMS e o IOM

Tabela 3 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta e porcentagem segundo o niacutevel de

AF e diferentes diretrizes de AF nas capitais brasileiras e Distrito

Federal ndash 2006

CATEGORIA UE1 IOM2 ACSM3 OMS4 IPAQ5

N N N N N

25837 515 25837 515 25837 515 25837 515 25837 515 Inativo Ativo Insuficiente 14430 253 19598 329 11634 206 6764 141 11422 202

Ativo 3962 81 4908 97 3387 71 4983 96 11113 191

Muito Ativo 8550 151 2436 59 11921 208 15195 249 4407 92

52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 TOTAL

AF suficiente

N

12512 232

N

7347 156

N

15308 279

N

20178 345

N

15520 283

AF insuficiente 40267 768 45432 844 37471 721 32601 655 37259 717

TOTAL 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100

1 Centro Nacional de Atividade Fiacutesica da Uniatildeo Europeia

2 Instituto de Medicina dos EUA

3 Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva

4 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

5 Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000

Excluiacutedos 1590 participantes sem classificaccedilatildeo do niacutevel de AF

A Tabela 4 mostra o resultado da aplicaccedilatildeo do Teste de Concordacircncia de

Kappa (k) para a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF Entre as cinco diferentes diretrizes

houve concordacircncia perfeita para o estabelecimento da inatividade (k = 1) jaacute que foi

estipulado um uacutenico criteacuterio para o grupo No conjunto observou-se variaccedilatildeo de

concordacircncia entre pobre a excelente A menor concordacircncia aconteceu entre o IOM

e a OMS (k = 016) para o grupo muito ativo Em termos praacuteticos o que eacute muito

ativo para um parece natildeo ser para o outro A maior concordacircncia ocorreu para o

grupo de ativos insuficientes entre o IPAQ e o ACSM (k = 098) Em termos

51

praacuteticos para este grupo as exigecircncias se equivalem Para os demais grupos (ativo e

muito ativo) a concordacircncia foi pobre (k = 031 e 037 respectivamente) Entre os

que alcanccedilaram a meta (ativos e muito ativos) e os que natildeo a alcanccedilaram

(insuficientemente ativos e inativos) houve variaccedilatildeo de concordacircncia entre

moderada a excelente A menor concordacircncia aconteceu entre a OMS e o IOM (k =

041) A maior concordacircncia oconteceu entre o IPAQ e o ACSM (k = 099)

Tabela 4 Teste de Concordacircncia de Kappa para o cruzamento do niacutevel de AF

mediante diferentes diretrizes para a populaccedilatildeo adulta com idade ge

18 anos nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006

CATEGORIA

IOM ACSM OMS IPAQ

(k) (k) (k) (k)

Inativo

UE

1 1 1 1

IOM

1 1 1

ACSM

1 1

OMS

1

Ativo Insuficiente

074 081 047 079 UE

IOM

059 049 075

ACSM

058 098

OMS

059

Ativo

UE 081 085 08 036

IOM

069 096 044

ACSM

068 031

OMS

045

UE 029 072 056 052

IOM

021 016 055

ACSM

078 037

OMS

029 UE =

Centro Nacional de Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Uniatildeo Europeia

IOM = Instituto de Medicina dos EUA

ACSM = Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva

OMS = Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IPAQ = Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica

Anaacutelise de Concordacircncia de Kappa (0= natildeo concordacircncia 0 ndash 19 = pobre concordacircncia 02 ndash

039 = baixa concordacircncia 04 ndash 059= moderada concordacircncia 06 ndash 079 = alta concordacircncia

08 ndash 099 = excelente concordacircncia 10 = perfeita concordacircncia)

52

A Tabela 5 apresenta os resultados que foram concordantes entre todas as

diretrizes de AF avaliadas para a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF Todos os participantes

que negaram praticar algum tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte ou se deslocar

ativamente para o trabalho (N= 25837) foram conceituados como inativos perante as

cinco recomendaccedilotildees Entre os 26942 participantes que referiram praticar uma

quantidade de AF observou-se 248 (N=6688) de ativos insuficientes 106

(N=2867) de ativos e 91 (N=2439) de muito ativos foram classificados de modo

concordante por todas as diretrizes analisadas

Tabela 5 Frequecircncia da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos segundo o

niacutevel de AF coincidente para as recomendaccedilotildees do UE IOM ACSM

OMS IPAQ nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000

421 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Uniatildeo Europeia

A Tabela 6 mostra a prevalecircncia da AF segundo a diretriz da UE O

rendimento variou entre 20 (IC95 17-22) em Satildeo Paulo e 315 (IC5 28-34)

em Porto Velho No conjunto homens foram mais ativos em Porto Velho (402) e

menos em Satildeo Paulo (223) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (248)

e menos em Teresina (168) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes

encontraram-se 215 (IC5 19-23) na Regiatildeo Sudeste e 255 (IC5 24-27) na

Regiatildeo Norte

Grupo

Inativo

Ativo

Total (N) 25837

26942

subgrupo

insuficiente suficiente muito ativo

Coincidecircncia

N 25837 6688 2867 2439

100 248 106 91

53

Tabela 6 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

a diretriz da UE1 por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal

ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 255 (241-270) 314 (290-339) 202 (185-218)

Beleacutem 26 (233-287) 317 (272-262) 210 (178-242)

Boa Vista 303 (268-337) 388 (328-437) 224 (185-263)

Macapaacute 303 (271-335) 391 (340-443) 218 (180-256)

Manaus 218 (190-245) 264 (218-311) 175 (146-204)

Palmas 252 (214-290) 286 (230-341) 219 (167-271)

Porto Velho 315 (282-349) 402 (351-452) 229 (188-271)

Rio Branco 292 (257-326) 357 (303-410) 232 (187-277)

Nordeste 246 (235-257) 309 (290-328) 195 (182-208)

Aracaju 243 (212-274) 323 (265-382) 179 (152-206)

Fortaleza 28 (248-312) 335 (282-387) 236 (197-275)

Joatildeo Pessoa 218 (192-243) 262 (219-305) 182 (154-211)

Maceioacute 236 (207-265) 272 (228-317) 206 (169-244)

Natal 217 (191-243) 239 (194-283) 199 (169-229)

Recife 256 (227-284) 348 (296-399) 184 (154-213)

Salvador 224 (198-249) 273 (229-317) 183 (154-211)

Satildeo Luis 251 (220-280) 346 (292-400) 174 (146-202)

Teresina 262 (231-292) 377 (322-432) 168 (138-199)

Centro Oeste 249 (229-268) 266 (233-300) 234 (212-256)

Brasiacutelia 242 (206-278) 239 (176-302) 246 (206-285)

Campo Grande 277 (245-307) 324 (274-375) 234 (198-269)

Cuiabaacute 269 (234-302) 307 (250-364) 233 (195-271)

Goiacircnia 237 (208-265) 263 (215-311) 215 (181-247)

Sudeste 215 (199-230) 239 (214-265) 194 (175-213)

Belo Horizonte 246 (219-273) 283 (236-329) 216 (187-245)

Rio de Janeiro 226 (198-253) 247 (203-291) 208 (173-242)

Satildeo Paulo 20 (177-222) 223 (186-260) 180 (151-208)

Vitoacuteria 27 (243-296) 309 (264-355) 237 (207-267)

Sul 234 (215-252) 274 (242-307) 200 (182-219)

Curitiba 231 (203-257) 274 (227-321) 194 (164-223)

Florianoacutepolis 264 (235-291) 281 (236-324) 248 (212-284)

Porto Alegre 231 (200-261) 273 (216-330) 196 (168-224)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1Centro Nacional de Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Uniatildeo Europeia

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

54

422 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Instituto de Medicina dos Estados

Unidos

A Tabela 7 mostra a prevalecircncia da AF entre adultos em consonacircncia

com as recomendaccedilotildees do IOM Na comparaccedilatildeo com as outras diretrizes o IOM

apresentou menor rendimento em todas as capitais variando entre 119 (97-14) em

Natal e 249 (IC95 21-28) em Porto Velho No conjunto homens foram mais

ativos em Porto Velho (338) e menos em Brasiacutelia (147) Mulheres foram mais

ativas em Florianoacutepolis (18) e menos em Joatildeo Pessoa (82) Na avaliaccedilatildeo

segundo as regiotildees do paiacutes encontraram-se 145 (IC95 13-15) na Regiatildeo Sudeste

e 187 (IC95 17-20) na Regiatildeo Norte No acircmbito regional embora apresente um

menor percentual de participantes com AF suficiente a menor prevalecircncia da AF na

Regiatildeo Sudeste e a maior na Regiatildeo Norte se mantiveram

55

Tabela 7 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

diretriz do IOM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal

ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 187 (174-201) 248 (225-271) 132 (117-146)

Beleacutem 194 (169-219) 256 (213-298) 140 (112-168)

Boa Vista 236 (202-270) 311 (257-366) 162 (124-199)

Macapaacute 226 (196-256) 307 (259-355) 148 (112-183)

Manaus 147 (123-172) 193 (150-237) 105 (81-129)

Palmas 172 (139-204) 217 (163-270) 127 (93-161)

Porto Velho 249 (217-282) 338 (288-389) 161 (121-201)

Rio Branco 233 (200-266) 310 (257-363) 162 (123-202)

Nordeste 163 (152-173) 220 (203-237) 117 (106-128)

Aracaju 156 (128-185) 237 (181-293) 92 (71-113)

Fortaleza 184 (156-212) 232 (186-279) 145 (111-178)

Joatildeo Pessoa 126 (104-147) 180 (142-218) 82 (59-104)

Maceioacute 154 (127-181) 185 (144-227) 128 (93-162)

Natal 119 (97-142) 157 (115-198) 88 (67-109)

Recife 174 (147-200) 250 (206-298) 113 (87-140)

Salvador 148 (125-171) 192 (152-233) 111 (87-135)

Satildeo Luis 179 (151-206) 241 (191-292) 128 (102-154)

Teresina 203 (173-233) 315 (261-369) 112 (84-139)

Centro Oeste 155 (138-172) 180 (150-210) 134 (115-152)

Brasiacutelia 144 (112-176) 147 (92-202) 140 2 (107-176)

Campo Grande 179 (151-206) 234 (186-282) 128 (100-157)

Cuiabaacute 179 (145-213) 216 (159-274) 145 (110-180)

Goiacircnia 151 (125-178) 190 (144-237) 118 (91-146)

Sudeste 145 (131-159) 163 (140-186) 130 (113-148)

Belo Horizonte 164 (139-189) 203 (158-246) 131 (106-156)

Rio de Janeiro 143 (118-169) 155 (115-196) 133 (101-165)

Satildeo Paulo 141 (121-162) 157 (124-189) 128 (102-154)

Vitoacuteria 181 (157-205) 220 (177-263) 149 (123-174)

Sul 151 (135-166) 184 (156-2130 122 (107-137)

Curitiba 151 (129-173) 181 (143-220) 125 (100-149)

Florianoacutepolis 182 (156-208) 184 (145-223) 180 (146-215)

Porto Alegre 142 (116-169) 188 (136-240) 104 (84-125)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Instituto de Medicina dos EUA

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

56

423 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Coleacutegio Americano de Medicina

Esportiva

A Tabela 8 mostra a prevalecircncia de AF segundo a diretriz do ACSM Na

comparaccedilatildeo com as outras diretrizes o percentual meacutedio da suficiecircncia de AF foi

superior agrave da OMS e do IOM variando entre 235 (IC95 21-25) em Satildeo Paulo e

352 (IC95 32-38) em Macapaacute No conjunto homens foram mais ativos em

Macapaacute (478) e menos em Satildeo Paulo (267) Mulheres foram mais ativas em

Florianoacutepolis (304) e menos em Teresina (193) Na avaliaccedilatildeo segundo as

regiotildees do paiacutes encontraram-se 258 (IC95 24-27) na Regiatildeo Sudeste e 306

(IC5 28-32) na Regiatildeo Centro Oeste

57

Tabela 8 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF

segundo diretriz do ACSM por sexo nas capitais brasileiras e

Distrito Federal ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 305 (289-321) 394 (368-420) 224 (206-241)

Beleacutem 319 (291-348) 412 (365-459) 239 (206-273)

Boa Vista 333 (298-368) 432 (378-487) 235 (195-274)

Macapaacute 352 (320-386) 478 (426-530) 233 (195-271)

Manaus 263 (233-293) 338 (286-390) 193 (163-223)

Palmas 305 (265-345) 362 (303-421) 248 (196-301)

Porto Velho 354 (320-388) 458 (407-509) 252 (209-294)

Rio Branco 329 (294-365) 422 (367-476) 245 (200-290)

Nordeste 288 (277-300) 371 (351-390) 221 (208-234)

Aracaju 289 (257-320) 387 (328-446) 210 (182-239)

Fortaleza 321 (288-353) 389 (335-442) 265 (226-305)

Joatildeo Pessoa 254 (227-280) 307 (262-352) 210 (180-240)

Maceioacute 289 (257-320) 371 (320-421) 219 (181-257)

Natal 26 (232-288) 304 (256-353) 223 (192-254)

Recife 297 (268-327) 407 (354-459) 211 (180-241)

Salvador 265 (238-292) 332 (286-377) 210 (179-240)

Satildeo Luis 293 (262-324) 413 (359-467) 196 (167-225)

Teresina 301 (269-333) 436 (379-492) 193 (161-224)

Centro Oeste 306 (286-327) 344 (309-379) 274 (250-297)

Brasiacutelia 32 (281-359) 339 (272-406) 304 (260-347)

Campo Grande 308 (277-339) 365 (314-416) 256 (220-292)

Cuiabaacute 30 (265-334) 353 (296-401) 251 (213-289)

Goiacircnia 285 (255-315) 336 (285-386) 241 (207-275)

Sudeste 258 (241-274) 299 (271-326) 222 (203-242)

Belo Horizonte 295 (267-323) 35 (302-399) 248 (218-278)

Rio de Janeiro 279 (250-308) 329 (283-376) 236 (201-271)

Satildeo Paulo 235 (211-259) 267 (227-307) 208 (179-237)

Vitoacuteria 317 (290-345) 378 (330-426) 267 (236-298)

Sul 30 (281-319) 364 (332-397) 246 (226-266)

Curitiba 295 (267-323) 362 (314-401) 238 (207-269)

Florianoacutepolis 328 (299-357) 356 (310-402) 304 (267-340)

Porto Alegre 30 (268-331) 37 (314-426) 241 (211-271)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 3Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

58

424 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

A Tabela 9 mostra a prevalecircncia da AF segundo a diretriz da OMS Na

comparaccedilatildeo com as outras diretrizes apresentaram maior prevalecircncia em todas as

capitais variando entre 284 (IC95 25-31) em Satildeo Paulo e 439 (IC95 40-47)

em Florianoacutepolis No conjunto homens foram mais ativos em Macapaacute (509) e

menos em Satildeo Paulo (305) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (431) e

menos em Manaus (254) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes encontrou-se

317 (IC95 30-33) na Regiatildeo Sudeste e 391 (IC95 37-41) na Regiatildeo Sul

59

Tabela 9 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF

segundo a diretriz da OMS por sexo nas capitais brasileiras e

Distrito Federal ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 365 (348-381) 442 (416-468) 294 (275-313)

Beleacutem 389 (359-419) 463 (415-512) 324 (287-362)

Boa Vista 387 (352-422) 473 (419-527) 301 (260-343)

Macapaacute 398 (364-431) 509 (457-561) 291 (251-330)

Manaus 318 (287-350) 389 (336-441) 254 (220-288)

Palmas 381 (340-422) 439 (378-500) 324 (269-379)

Porto Velho 404 (370-439) 492 (441-542) 317 (274-361)

Rio Branco 376 (341-412) 463 (409-518) 297 (252-342)

Nordeste 354 (342-366) 432 (412-452) 291 (277-305)

Aracaju 437 (378-497) 437 (378-497) 311 (277-345)

Fortaleza 380 (347-413) 440 (386-494) 331 (291-371)

Joatildeo Pessoa 341 (312-371) 380 (332-427) 310 (272-348)

Maceioacute 363 (330-396) 437 (386-488) 301 (259-342)

Natal 329 (299-358) 373 (322-424) 292 (258-325)

Recife 359 (329-390) 470 (416-523) 272 (239-305)

Salvador 338 (309-367) 415 (367-462) 274 (241-308)

Satildeo Luis 343 (312-374) 452 (398-505) 256 (224-287)

Teresina 352 (319-384) 462 (405-518) 263 (228-297)

Centro Oeste 389 (367-411) 413 (377-449) 368 (343-393)

Brasiacutelia 404 (336-472) 404 (336-472) 399 (351-446)

Campo Grande 398 (366-430) 440 (388-491) 361 (322-400)

Cuiabaacute 366 (331-400) 401 (345-457) 333 (293-374)

Goiacircnia 373 (341-404) 417 (366-469) 334 (298-371)

Sudeste 317 (300-334) 347 (319-376) 291 (270-312)

Belo Horizonte 375 (346-404) 426 (378-474) 332 (298-365)

Rio de Janeiro 347 (318-376) 386 (339-433) 313 (277-349)

Satildeo Paulo 284 (259-310) 305 (264-347) 267 (236-298)

Vitoacuteria 398 (369-427) 432 (384-481) 370 (336-404)

Sul 391 (371-410) 432 (400-465) 355 (333-378)

Curitiba 367 (338-396) 419 (371-467) 322 (289-355)

Florianoacutepolis 439 (408-470) 448 (398-498) 431 (393-469)

Porto Alegre 406 (374-468) 444 (388-500) 374 (338-411)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada

cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

60

425 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo

Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica

A Tabela 10 mostra a prevalecircncia da AF entre adultos segundo a diretriz

do IPAQ Na comparaccedilatildeo com as outras diretrizes se assemelhou agrave diretriz do

ACSM variando entre 272 (IC95 21-26) em Satildeo Paulo e 356 (IC95 32-39)

em Porto Velho No conjunto homens foram mais ativos em Macapaacute (48) e menos

em Satildeo Paulo (272) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (307) e

menos em Teresina (194) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes encontrou-se

263 (IC95 24-27) na Regiatildeo Sudeste e 309 (IC95 28-33) na Regiatildeo Centro

Oeste

61

Tabela 10 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF

segundo a diretriz do IPAQ por sexo nas capitais brasileiras e

Distrito Federal ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 31 (294-326) 398 (372-424) 230 (212-248)

Beleacutem 325 (296-354) 413 (365-460) 249 (214-284)

Boa Vista 337 (302-372) 434 (380-489) 241 (201-281)

Macapaacute 355 (322-388) 48 (428-532) 235 (196-273)

Manaus 269 (239-300) 348 (296-400) 197 (167-227)

Palmas 312 (271-352) 364 (305-423) 259 (205-313)

Porto Velho 356 (322-390) 458 (407-509) 255 (213-297)

Rio Branco 333 (298-369) 427 (373-482) 248 (203-293)

Nordeste 293 (282-305) 377 (358-397) 224 (211-238)

Aracaju 294 (263-326) 393 (334-452) 215 (187-244)

Fortaleza 327 (294-359) 397 (343-451) 270 (231-309)

Joatildeo Pessoa 267 (239-295) 317 (271-363) 226 (193-260)

Maceioacute 298 (266-330) 383 (332-433) 227 (188-266)

Natal 263 (235-291) 308 (259-356) 225 (194-256)

Recife 299 (269-328) 41 (357-463) 211 (180-241)

Salvador 27 (243-297) 341 (295-388) 211 (180-241)

Satildeo Luis 295 (264-326) 414 (360-468) 199 (170-228)

Teresina 303 (271-335) 437 (381-494) 194 (162-226)

Centro Oeste 309 (288-330) 347 (311-382) 276 (253-299)

Brasiacutelia 322 (283-361) 341 (274-408) 305 (261-349)

Campo Grande 31 (279-342) 367 (316-418) 259 (223-295)

Cuiabaacute 303 (269-338) 357 (300-413) 254 (216-293)

Goiacircnia 288 (258-318) 34 (290-390) 244 (210-27-8)

Sudeste 263 (246-279) 303 (276-3310 229 (209-249)

Belo Horizonte 30 (271-327) 357 (309-406) 250 (219-280)

Rio de Janeiro 283 (254-311) 333 (286-379) 240 (205-275)

Satildeo Paulo 242 (218-266) 272 (232-312) 216 (186-246)

Vitoacuteria 318 (290-346) 378 (330-426) 268 (237-299)

Sul 303 (284-322) 367 (334-400) 248 (228-268)

Curitiba 296 (268-325) 362 (314-410) 240 (209-271)

Florianoacutepolis 331 (302-360) 356 (310-402) 307 (271-344)

Porto Alegre 304 (272-335) 377 (321-433) 243 (213-273)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada

cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

62

A classificaccedilatildeo do niacutevel de AF tambeacutem apresentou divergecircncias

regionais A Figura 6 mostra a comparaccedilatildeo entre as regiotildees segundo o ranking da

prevalecircncia de AF A Regiatildeo Sul obteve a maior meacutedia de AF suficiente frente agraves

recomendaccedilotildees da OMS mas segundo as recomendaccedilotildees da UE e do IOM obteve a

quarta maior meacutedia do total de cinco A uacutenica unanimidade observada na

classificaccedilatildeo regional foi a Regiatildeo Sudeste com a menor meacutedia nacional

Figura 6 Classificaccedilatildeo regional do niacutevel de AF por diferentes recomendaccedilotildees

43 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO VARIAacuteVEIS SOCIODEMOGRAacuteFICAS

Para tornar possiacutevel a descriccedilatildeo das caracteriacutesticas sociodemograacuteficas da

AF dentre as diversas recomendaccedilotildees foi escolhida a da OMS por ser esta a adotada

pelas poliacuteticas de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro

bull1ordm Norte

bull2ordm Centro Oeste

bull3ordm Nordeste

bull4ordm Sul

bull5ordm Sudeste

UE

bull1ordm Norte

bull2ordm Nordeste

bull3ordm Centro Oeste

bull4ordm Sul

bull5ordm Sudeste

IOM

bull1ordm Centro Oeste

bull2ordm Norte

bull3ordm Sul

bull4ordm Nordeste

bull5ordm Sudeste

ACSM

bull1ordm Sul

bull2ordm Centro Oeste

bull3ordm Norte

bull4ordm Nordeste

bull5ordm Sudeste

OMS

bull1ordm Centro Oeste

bull2ordm Norte

bull3ordm Sul

bull4ordm Nordeste

bull5ordm Sudeste

IPAQ

63

Os homens se mostraram mais ativos que as mulheres (ple0001) O

percentual de AF para eles foi de 598 (IC95 57-63) e de 389 (IC95 36-42)

para elas

Em relaccedilatildeo ao traccedilo coretnia foi notada uma diferenccedila estatisticamente

significante Os de pele amarela foram os mais ativos (355 - IC95 32-37) e os de

pele vermelha os mais inativos (529 - IC 95 51-53) (ple0001) O grupo de

negros pardos e morenos apresentou prevalecircncia semelhante aos brancos (511 x

517 respectivamente) tanto para inatividade fiacutesica quanto para AF suficiente

(343 x 346 respectivamente) (p=007)

O niacutevel de AF decresceu com o aumento da idade Os participantes com

65 anos ou mais foram os mais inativos (66 - IC95 - 65-68) Naqueles com

menos idade (18 ndash 24 anos) o percentual de inatividade observado foi o menor (44

- IC95 42-46) Foi observada ainda uma diferenccedila estatisticamente significante

para a relaccedilatildeo entre a praacutetica de AF com a idade (ple0001)

A comparaccedilatildeo do grau de escolaridade dos participantes com o niacutevel de

AF apresentou diferenccedilas significantes (ple0001) e o niacutevel de AF cresceu com o

aumento da escolaridade Assim a inatividade fiacutesica eacute mais prevalente entre os

menos escolarizados 61 (IC95 58-63) e menos prevalente entre os mais

escolarizados 39 (IC95 36-40) Tambeacutem 46 dos participantes com maior

escolaridade e 30 com menor escolaridade alcanccedilaram a meta de AF recomendada

pela OMS

A relaccedilatildeo da praacutetica da AF com o estado civil dos participantes apontou

que os solteiros satildeo mais ativos (279 - IC95 25-29) e os viuacutevos satildeo mais inativos

(669 - IC95 64-68) Separados e divorciados tenderam a ser mais inativos que os

casados (p=0001)

Quando perguntado aos entrevistados se conheciam local ou instalaccedilatildeo

apropriados para a praacutetica de AF proacuteximos agrave sua residecircncia a resposta afirmativa foi

mais frequente entre os participantes que referiram praticar AF Entre os

participantes que responderam negativamente agrave questatildeo ou seja que desconheciam a

presenccedila de tais instalaccedilotildees 617 (IC95 59-63) se mostraram inativos A Tabela

11 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis sociodemograacuteficas em relaccedilatildeo ao niacutevel de AF

64

Tabela 11 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo variaacuteveis

sociodemograacuteficas nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006

Variaacuteveis

sociodemograacutefica Inativo ativo insuf ativo muito ativo p

IC95 IC95 IC95 IC95

SEXO

lt0001

masculino 402 (381-423) 205 (181-22) 103 (85-119) 290 (271-321)

feminino 611 (583-634) 86 (64-107) 88 (63-104) 215 (198-235)

CORETNIA

lt0001

branca 512 (499-528) 144 (132-60) 87 (73-97) 257 (241-269)

negra 487 (465-498) 132 (118-51) 125 (112-143) 256 (242-273)

pardamorena 521 (513-532) 140 (129-58) 98 (86-108) 241 (226-265)

amarela 479 (459-496) 89 (77-97) 77 (63-91) 355 (328-379)

vermelha 529 (511-539) 128 (112-14) 104 (91-114) 239 (219-245)

IDADE

lt0001

18 ndash 24 443 (426-465) 189 (165-99) 101 (84-122) 267 (245-291)

25 ndash 34 479 (453-498) 156 (143-74) 93 (79-118) 272 (252-305)

35 ndash 44 524 (498-543) 135 (119-47) 94 (91-105) 247 (222-273)

45 -54 558 (529-584) 104 (88-12) 100 (92-111) 238 (209-253)

55-64 557 (536-585) 109 (98-118) 89 (77-96) 245 (229-265)

65 ou + 661 (651-684) 86 (71-98) 90 (82-111) 163 (156-189)

ESCOLARIDADE

lt0001

0 a 8 607 (589-637) 93 (89-107) 101 (91-116) 199 (188-211)

9 a 11 472 (446-499) 138 (118-49) 98 (91-105) 292 (274-326)

12 e mais 386 (365-406) 153 (143-76) 82 (69-93) 379 (348-411)

ESTADO CIVIL

001

solteiro 451 (432-489) 174 (161-85) 96 (91-106) 279 (259-294)

casado 537 (518-555) 127 (119-37) 97 (89-104) 239 (221-251)

viuacutevo 669 (648-685) 83 (74-98) 77 (71-89) 171 (164-186)

separadodivorciado 582 (568-631) 102 (91-12) 100 (9-117) 216 (205-229)

LOCAL PARA AF

lt0001

sim 482 (468-499) 152 (143-161) 95 (91-106) 266 (248-273)

natildeo 617 (597-632) 105 (93-11) 89 (81-97) 189 (175-199)

TOTAL DA

AMOSTRA () 515

141

96

249

Segundo diretriz OMS

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

p-valor para determinar a diferenccedila entre os escore das variaacuteveis para os niacutevel de AF (inativo ativo

insuficiente ativo e muito ativo) calculado pelo Teste Qui quadrado de Pearson

65

44 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO O COMPORTAMENTO INDIVIDUAL

A Tabela 12 mostra a distribuiccedilatildeo do niacutevel de AF dos participantes de

acordo com algumas caracteriacutesticas do comportamento individual A avaliaccedilatildeo

subjetiva do estado de sauacutede mostrou distribuiccedilatildeo significativamente diferente entre

os grupos (plt0001) Embora aproximadamente 80 dos participantes tenham

percebido sua sauacutede como boaregular houve maior impressatildeo positiva entre os

ativos e negativa entre os inativos O deslocamento ativo de casa para o trabalho foi

mais frequente agrave medida que aumentava o niacutevel de AF Por sua vez ser inativo foi

mais comum entre tabagistas (58 - IC95 57-59) principalmente entre aqueles

com maior consumo diaacuterio de cigarros Em relaccedilatildeo ao consumo de bebida alcooacutelica

aqueles que declararam realizar alguma quantidade de AF se apresentaram como

maiores consumidores (553 - IC95 54-56) (plt0001)

66

Tabela 12 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo caracteriacutesticas de

comportamento individual nas capitais brasileiras e Distrito

Federal ndash 2006

Segundo diretriz da OMS

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

p valor calculado pelo Teste Qui quadrado de Pearson

45 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO DIAGNOacuteSTICO DE DOENCcedilAS

CROcircNICAS NAtildeO TRANSMISSIacuteVEIS

A Tabela 13 mostra a prevalecircncia de diagnoacutestico meacutedico de DCNT

(hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente

vascular cerebral dislipidemia e osteoporose) em adultos e a sua relaccedilatildeo com o niacutevel

de AF1

embasado nas diretrizes da OMS A prevalecircncia para as doenccedilas pesquisadas

Caracteriacutesticas

Gerais (IC95 ) (IC95 ) (IC95 ) (IC95 ) p

Estado sauacutede lt0001

excelente 35 (342-264) 147 (131-158) 91 (84 - 99) 412 (402-430)

bom 454 (445-464) 14 (130-157) 95 (87-103) 311 (304-323)

578 (566-587) 11 (104-119) 98 (89-106) 214 (204-229)

ruim 721 (714-739) 73 ( 65 - 80) 72 (67 - 79) 134 (125-147)

lt0001

sim 432 (419-447) 132 (122-141) 105 (95-112) 331 (322-341)

528 (513-532) 142 (134-153) 94 (87-101) 236 (228-244)

Desl ativo lt0001

sim 229 (214-236) 73 ( 67 - 81) 325 (317-336) 373 (364-381)

natildeo 562 (551-574) 191 (183-202) 276 (266-284) 219 (203-226)

Tabagismo 002

sim 582 (571-592) 123 (115-134) 95 (89-103) 20 (191-209)

natildeo 505 (495-520) 143 (133-156) 95 (85-104) 256 (244-263)

Cigarro quant

1-19dia 529 (514-538) 14 (131-149) 104 (94-111) 228 (214-233) 001

20-39dia 656 (648-666) 91 ( 84 -101) 86 (76 - 93) 167 (151-176)

40 ou mais 647 (635-658) 121 (113-132) 57 (46 - 65) 175 (162-182)

Ex-fumante

sim 521 (512-533) 129 (117-134) 10 (94-109) 250 (241-262) 007

natildeo 50 (489-511) 149 (133-155) 93 (89 - 99) 259 (244-266)

Consumo aacutelcool

sim 447 (433-456) 177 (166-184) 99 (91-106) 276 (264-286) lt0001

natildeo 558 (544-566) 119 (107-128) 93 (85-101) 23 (221-243)

Frequecircnciadia

diaacuteria 481 (47-492) 116 (108-127) 132 (123-146) 271 (266-283)

3 a 6 dias 469 (459-478) 176 (164-184) 113 (107-126) 238 (226-244)

1 a 2 dias 417 (403-428) 203 (191-216) 98 (91-107) 282 (278-295)

ocasionalmente 501 (487-5120 13 (120-139) 91 (89-101) 278 (264-287)

Total da amostra ( ) 515 141 96 249

Inativo ativo insuficiente ativo muito ativo

Dieta hipocaloacuterica

67

foi maior entre os inativos principalmente entre mulheres inativas (plt0001) Trecircs a

cada quatro episoacutedios de infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral

acometeram mulheres inativas

Tabela 13 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos com histoacuterico

de diagnoacutestico meacutedico de DCNT por sexo segundo o niacutevel de AF

determinado pela OMS1 nas capitais dos estados brasileiros e

Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

X 2 = Teste Qui quadrado de Pearson

DCNT - hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto agudo do miocaacuterdio eou AVC dislipidemia

ou osteoporose

DCNT Inativo Ativo Insuficiente Ativo Muito ativo

IC 95 IC 95 IC 95 IC 95 p

HIPERTENSAtildeO

Total (217) 595 578-610 101 88-122 88 71-95 216 197-233 lt0001

Homens (185) 513 486-534 135 113-143 54 40-63 243 228-263 lt0001

Mulheres (244) 643 621-669 78 66-91 78 63-86 201 189-229 0009

DIABETE

Total (52) 634 617-668 78 55-91 78 53-96 212 197-233 0001

Homens (44) 522 480-568 114 93-130 91 77-115 273 258-292 003

Mulheres (59) 678 658-702 68 49-83 68 50-85 186 164-212 0001

INFARTO eou AVC

Total (27) 663 638-691 81 71-101 85 69-93 181 165-194 lt0001

Homens (28) 571 542-606 143 129-165 89 75-103 217 194-227 0006

Mulheres (27) 741 727-767 44 34-59 71 63-89 144 131-164 0001

DISLIPIDEMIA

Total (162) 54 521-568 123 114-138 99 86-111 238 224-257 002

Homens (143) 457 446-478 162 151-173 114 106-130 267 245-288 0001

Mulheres (178) 596 563-614 96 81-106 88 79-93 22 206-248 033

OSTEOPOROSE

Total (44) 64 559-669 114 106-134 91 80-100 159 146-166 lt0001

Homens (13) 538 521-541 154 144-165 154 145-166 154 145-165 026

Mulheres (70) 643 628-662 10 93-115 86 77-99 171 166-184 001

68

46 MODALIDADES PREFERIDAS PARA A PRAacuteTICA DE ATIVIDADE

FIacuteSICA

A Tabela 14 lista a escolha principal dos participantes por uma entre 16

modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte A caminhada livre a musculaccedilatildeo e o

futebol foram os mais populares Enquanto a caminhada livre apresentou maior

ocorrecircncia entre mulheres principalmente entre aquelas suficientemente ativas

(579 - IC95 56-60) o futebol se confirmou como modalidade de exerciacutecio fiacutesico

ou esporte predominantemente masculino e foi o mais preferido entre os homens

insuficientemente ativos (609 - IC95 57-64) As diferenccedilas estabelecidas foram

estatisticamente significantes (plt0001)

69

Tabela 14 Percentual da populaccedilatildeo adulta distribuiacuteda segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos

estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Conjunto

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades

Total

(IC 95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

Total

(IC95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

1 = caminhada livre 427 413-443 297 276-318 579 560-600 269 247-289 152 130-174 479 445-513

2 = caminhada esteira 29 24-34 39 31-48 17 12-22 23 16-30 27 17-37 16 09-23

3 = corrida livre 37 31-42 48 39-56 25 18-31 23 17-30 24 16-32 22 13-31

4 = corrida esteira 05 003-07 04 01-07 06 03-09 04 009-07 05 005-09 02 0002-04

5 = musculaccedilatildeo 154 142-166 174 155-193 131 117-144 43 34-51 30 21-40 64 48-81

6 = ginaacutestica aeroacutebia 21 17-25 04 02-06 40 32-49 11 07-15 02 005-03 29 18-40

7 = hidroginaacutestica 20 16-23 06 02-09 37 30-43 21 16-26 03 01-05 53 39-68

8 = ginaacutestica geral 33 28-38 13 09-17 57 47-66 34 27-41 12 07-17 75 58-92

9 = nataccedilatildeo 17 13-20 18 14-22 15 09-20 26 19-33 26 16-36 26 17-35

10 = artes marciais 15 11-19 22 16-29 06 01-10 03 01-05 03 02-05 03 0004-007

11 = ciclismo 48 41-55 63 53-75 29 22-36 40 31-50 43 31-55 36 22-49

12 = futebol 140 127-152 252 230-273 10 07-13 408 378-437 609 573-643 42 28-56

13 = basquetebol 02 007-03 03 01-05 002 0004-004 02 003-05 03 001-06 01 001-02

14 = voleibol 08 05-10 06 04-08 09 05-14 23 17-29 12 07-16 44 30-58

15 = tecircnis 02 002-04 05 02-07 005 002-009 06 02-10 08 02-14 03 004-05

16 = outros 42 36-48 46 36-55 38 31-45 64 52-76 41 30-53 105 78-131

70

A Tabela 15 mostra a preferecircncia dos portadores de hipertensatildeo arterial

sistecircmica por uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Comparando

a proporccedilatildeo com o conjunto da amostra foi notado entre os portadores dessa DCNT

incremento da praacutetica de caminhada livre em ambos os grupos (ativo suficiente e

ativo insuficiente) e sexos Entre os hipertensos suficientemente ativos a frequecircncia

foi de 68 (IC95 64-70) contra 43 (IC95 41-44) para a populaccedilatildeo em geral

Os hipertensos insuficientemente ativos apresentaram incremento mais modesto para

esta modalidade (448 - IC95 39-49) Tambeacutem ficou destacada a diminuiccedilatildeo da

praacutetica de futebol para este grupo As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente

significantes (plt0001)

71

Tabela 15 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de hipertensatildeo arterial sistecircmica segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou

esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

HIPERTENSAtildeO

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades

Total

(IC 95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

Total

(IC95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

1 = caminhada livre 679 648-708 604 553-654 737 704-75 448 399-497 312 251-373 599 530-667

2 = caminhada esteira 19 12-26 26 14-38 14 06-22 16 05-27 18 001-35 15 02-28

3 = corrida livre 27 17-37 39 19-58 18 09-26 20 08-31 23 06-40 15 008-32

4 = corrida esteira 03 005-06 06 001-12 01 004-13 04 01-08 06 03-16 004 005-01

5 = musculaccedilatildeo 63 46-78 75 48-102 52 34-71 29 07-51 37 01-75 20 02-38

6 = ginaacutestica aeroacutebia 20 10-30 07 002-14 30 13-47 13 06-19 06 005-13 19 08-31

7 = hidroginaacutestica 37 25-48 11 03-21 57 38-76 54 31-77 15 02-28 98 53-143

8 = ginaacutestica geral 26 18-33 13 05-20 36 23-49 46 30-62 27 09-45 67 41-94

9 = nataccedilatildeo 09 04-14 11 03-19 07 0005-14 23 10-36 26 06-45 20 03-38

10 = artes marciais 03 002-05 06 003-12 02 0001-005 03 003-06 03 01-08 02 02-06

11 = ciclismo 32 24-41 44 30-58 23 12-33 50 24-77 54 24-84 50 03-91

12 = futebol 47 31-63 105 70-139 005 0004-01 222 174-270 416 341-491 06 02-12

13 = basquetebol 01 001-03 02 003-05 001 0007-002 0005 0005-002 001 0001-003 - -

14 = voleibol 02 005-05 04 002-11 006 0005-001 10 02-23 06 007-10 15 11-41

15 = tecircnis 01 001-002 03 001-05 008 001-01 03 004-06 04 002-08 02 01-05

16 = outros 31 18-44 44 19-68 21 08-34 59 38-80 47 15-79 72 56-100

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

72

A Tabela 16 mostra a preferecircncia de portadores de diabete por uma entre

16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Para ambos os grupos e ambos os

sexos a procura pela caminhada livre quase dobrou em relaccedilatildeo ao conjunto da

amostra (427x 746) sendo esta modalidade a preferida de 77 (IC95 69-84)

das mulheres suficientemente ativas A preferecircncia pela praacutetica do futebol aumentou

em aproximadamente cinco vezes para o grupo que natildeo alcanccedilou a meta em relaccedilatildeo

ao conjunto da amostra O somatoacuterio de modalidades esportivas de quadra como

basquete vocirclei e tecircnis natildeo alcanccedilou 05 da preferecircncia e demonstrou a natildeo escolha

destas modalidades pelo puacuteblico feminino As diferenccedilas estabelecidas foram

estatisticamente significantes (plt0001)

73

Tabela 16 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de diabetes segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Diabetes AF Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)

Total

(IC95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

1 = caminhada livre 746 687-803 718 623-812 770 697-842 558 450-661 504 326-681 595 456-733

2 = caminhada esteira 30 122-48 34 02-66 27 08-45 07 0005-14 14 02-30 02 01-07

3 = corrida livre 16 04-28 10 01-20 21 005-42 27 04-58 24 08-55 29 02-79

4 = corrida em esteira 02 0002-05 02 01-05 03 008-07 11 10-32 26 24-76 0 -

5 = musculaccedilatildeo 25 06-44 39 009-78 12 01-23 12 01-25 22 08-52 05 02-11

6 = ginaacutestica aeroacutebia 13 0001-26 21 06-48 06 0004-12 07 04-18 13 13-39 02 006-05

7 = hidroginaacutestica 50 18-82 22 09-53 75 22-128 93 18-167 30 01-61 139 162-262

8 = ginaacutestica em geral 31 14-48 15 17-31 45 18-73 46 03-89 11 03-26 71 009-143

9 = nataccedilatildeo 09 0005-19 11 0 5-28 07 04-18 08 0004-17 11 06-29 06 0006-013

10 = artes marciais 02 001-006 05 02-13 00 - 03 03-10 08 08-24 0 -

11 = ciclismo 26 11-41 50 18-81 05 007-10 07 11-136 11 02-23 04 01-09

12 = futebol 20 008-32 42 16-69 0 - 93 50-136 219 111-326 0 -

13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -

14 = voleibol 01 0004-002 0004 0003-001 01 0008-02 0008 004-02 02 01-05 0 -

15 = tecircnis 0 - 0 - 0 -- 001 009-03 02 02-07 0 -

16 = outros 29 26-56 31 04-65 28 12-69 128 54-202 103 17-205 146 43-250

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

74

A Tabela 17 mostra a preferecircncia dos participantes com histoacuterico de IAM

eou AVC por uma das 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte A distribuiccedilatildeo

da escolha do tipo de atividade principal se assemelhou agrave escolha dos participantes

com diagnoacutestico preacutevio de diabetes ou seja indicou forte participaccedilatildeo em caminhada

livre Ela esteve presente entre 781 (IC95 76-88) das mulheres suficientemente

ativas e 734 (IC95 60-86) entre as insuficientemente ativas As diferenccedilas

estabelecidas foram estatisticamente significantes (plt0001)

75

Tabela 17 Percentual da populaccedilatildeo adulta com IAM eou AVC segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas

capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

2 Infarto agudo do miocaacuterdio e

3 Acidente vascular cerebral

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

IAM2 ou AVC3 AF Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades

Total

(IC 95) Masculino (IC 95) Feminino

(IC

95) Total (IC95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)

1 = caminhada livre 706 621-91 653 534-73 781 763-88 494 342-645 382 197-571 734 600-867

2 = caminhada em esteira 45 08-81 74 12-135 03 02-08 06 02-13 07 04-18 04 03-11

3 = corrida livre 12 01-24 07 02-16 20 04-44 35 31-102 50 47-147 03 03-11

4 = corrida em esteira 02 01-05 04 02-09 0 - 24 17-65 35 25-95 0 -

5 = musculaccedilatildeo 80 15-145 90 03-18 63 20-149 64 27-155 76 54-207 38 24-100

6 = ginaacutestica aeroacutebia 15 05-35 18 15-51 10 02-22 10 05-24 0 - 31 15-77

7 = hidroginaacutestica 28 09-48 11 08-29 53 13-93 50 07-92 36 12-83 80 05-166

8 = ginaacutestica em geral 24 05-43 16 04-35 36 002-71 20 02-37 14 06-34 32 001-64

9 = nataccedilatildeo 10 04-25 06 05-17 17 15-48 24 01-48 32 02-66 08 03-20

10 = artes marciais e luta 01 01-03 02 01-05 00 00 0 - 0 - 0 -

11 = ciclismo 16 04-31 23 03-49 05 005-11 57 08-122 74 20-169 20 16-56

12 = futebol 25 05-45 42 07-75 0 - 154 30-312 225 06-443 01 01-03

13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -

14 = voleibol 01 005-03 004 0003-1 02 001-05 005 004-01 01 008-02 0 -

15 = tecircnis 02 01-05 03 003-08 0 - 0 - 0 - 0 -

16 = outros 34 03-70 51 10-112 10 03-22 62 15-139 68 43-179 49 07-91

76

A Tabela 18 mostra a preferecircncia entre participantes com histoacuterico

meacutedico de dislipidemia por uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

Caminhada livre musculaccedilatildeo e futebol foram as modalidades preferidas entre os

participantes suficientemente ativos 644 79 e 59 respectivamente A

caminhada livre o futebol e o ciclismo (431 22 e 58 respectivamente) foram

as modalidades preferidas entre participantes insuficientemente ativos As diferenccedilas

estabelecidas foram estatisticamente significantes (plt0001)

77

Tabela 18 Percentual da populaccedilatildeo adulta com dislipidemia segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais

dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quarado de Pearson p lt0001

Dislipidemia AF Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95) Total (IC95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)

1 = caminhada livre 644 612-676 556 500-612 723 686-757 431 377-483 298 229-366 579 510-642

2 = caminhada em esteira 18 11-24 24 12-37 11 04-19 16 06-27 18 002-36 14 03-24

3 = corrida livre 26 17-34 44 27-61 09 04-15 17 06-28 17 01-33 17 004-33

4 = corrida em esteira 07 01-13 11 01-22 03 03-07 10 06-26 19 12-49 0 -

5 = musculaccedilatildeo 79 62-96 93 65-121 68 46-88 30 16-45 11 03-18 51 22-81

6 = ginaacutestica aeroacutebia 20 14-29 07 05-15 31 15-47 08 02-13 03 01-07 14 04-23

7 = hidroginaacutestica 39 28-50 15 04-25 60 42-78 50 31-69 17 02-31 86 51-123

8 = ginaacutestica em geral 23 16-30 12 03-20 34 21-44 42 25-58 18 05-30 68 36-100

9 = nataccedilatildeo 13 07-19 16 06-26 09 02-17 43 18-68 59 16-102 25 04-46

10 = artes marciais e luta 04 004-07 08 08-15 0001 0001-0004 03 002-06 03 01-08 02 02-06

11 = ciclismo 35 24-45 52 33-72 19 10-28 58 34-82 83 41-125 30 08-51

12 = futebol 59 40-78 123 83-163 02 0002-04 220 165-274 414 328-499 05 001-09

13 = basquetebol 006 0006-01 01 001-02 0 - 003 003-009 005 005-01 0 -

14 = voleibol 003 005-04 01 001-06 02 01-06 09 03-14 007 02-12 11 01-21

15 = tecircnis 001 004-03 03 007-06 0002 0002-008 04 008-07 006 01-12 003 003-01

16 = outros 32 20-43 34 16-52 29 15-44 57 40-80 25 06-44 98 62-134

78

A Tabela 19 mostra a preferecircncia entre portadores de osteoporose por

uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Os resultados mostraram a

mesma tendecircncia observada entre os portadores dos outros tipos de DCNT ou seja

maior preferecircncia pela caminhada livre Aqui destaca-se a hidroginaacutestica como

segunda opccedilatildeo de AF A procura pela hidroginaacutestica foi maior em mulheres Para

aquelas que natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima 174 (IC95 9-25) relataram esta

preferecircncia As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente significantes

(plt0001)

79

Tabela 19 Percentual da populaccedilatildeo adulta com osteoporose segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos

estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

Osteoporose AF Suficiente

AF Insuficiente

Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95)

Feminino

(IC 95) Total (IC95) Masculino (IC 95)

Feminino

(IC 95)

1 = caminhada livre 670 607-732 502 313-691 705 645-769 413 322-502 371 128-612 424 327-519

2 = caminhada em esteira 14 03-25 43 08-93 07 0003-14 07 001-15 15 15-46 05 003-11

3 = corrida livre 14 01-27 20 07-48 13 01-27 03 001-06 02 02-06 03 005-07

4 = corrida em esteira 03 02-09 0 - 04 02-11 0001 001-004 007 008-02 0 -

5 = musculaccedilatildeo 60 24-94 106 19-230 49 17-81 52 03-108 132 104-368 33 005-66

6 = ginaacutestica aeroacutebia 24 009-47 01 0009-02 29 10-57 26 06-46 28 29-84 25 04-46

7 = hidroginaacutestica 87 54-122 0 - 108 67-149 154 83-222 66 63-194 174 94-254

8 = ginaacutestica em geral 39 17-59 03 02-08 46 21-72 105 49-160 10 11-32 128 60-196

9 = nataccedilatildeo 02 004-04 0 - 02 004-04 19 008-37 0 - 24 001-47

10 = artes marciais e luta 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -

11 = ciclismo 36 006-73 172 09-355 06 007-10 78 20-136 171 35-38 55 05-105

12 = futebol 22 04-39 120 23-217 003 003-01 32 04-61 164 18-31 0 -

13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 00 - 0 -

14 = voleibol 0001 0001-003 0 - 0001 0001-003 0 - 00 - 0 -

15 = tecircnis 0 - 0 -- 0 - 0 - 00 - 0 -

16 = outros 29 08-49 33 06-72 27 03-52 111 54-168 41 02-83 129 59-198

80

47 PERIODICIDADE SEMANAL DA ATIVIDADE FIacuteSICA

A Tabela 20 mostra a distribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal das atividades

separadas por modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e pelo conjunto das

modalidades segundo o niacutevel de AF Entre os participantes que alcanccedilaram a meta

sobressaiu a frequecircncia de atividades entre 3 a 4 dias na semana O fenocircmeno soacute natildeo

foi observado para a praacutetica do ciclismo onde predominou a frequecircncia diaacuteria

(485 - IC 95 408-559) A maioria dos participantes com AF insuficiente

apresentou frequecircncia de 1 a 2 dias por semana A uacutenica exceccedilatildeo ocorreu na

modalidade de basquetebol em que predominou a frequecircncia de 3 a 4 dias por

semana (532 - IC95 21-85) As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente

significantes (plt0001)

81

Tabela 20 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo periodicidade e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

continua

1 GIN AER = ginaacutestica aeroacutebia

2 todos = (todos os dias) frequecircncia diaacuteria da atividade

3 Caminhada na esteira rolante

1 GIN AER = ginaacutestica aeroacutebia

2 todos = (todos os dias) frequecircncia diaacuteria da atividade

3 Caminhada na esteira rolante

Nuacutemero de

sessotildees semanais AF

Suficiente AF

Insuficiente AF

Suficiente AF

Insuficiente AF

Suficiente AF

Insuficiente

CAMINHADA IC95 IC95 GIN16 AER IC95 IC95 CICLISMO IC95 IC95

Todos27 278 255-300 25 13-36 todos 120 64-175 76 06-145 todos 485 408-559 103 07-213

5 a 6 296 274-317 27 12-41 5 a 6 376 269-481 22 21-66 5 a 6 184 114-254 83 10-178

3 a 4 406 383-427 77 54-100 3 a 4 492 390-594 56 18-130 3 a 4 301 234-369 69 26-112

1 a 2 20 15-25 871 842-899 1 a 2 12 02-25 846 738-953 1 a 2 30 10-49 745 613-875

CAMINHADA38 IC95 IC95 HIDROGIN IC95 IC95 FUTEBOL IC95 IC95

todos 260 178-342 89 42-221 todos 45 17-71 _ _ todos 138 98-177 _ _

5 a 6 202 140-263 50 43-144 5 a 6 145 73-216 _ _ 5 a 6 106 72-140 01 001-02

3 a 4 455 365-545 92 14-168 3 a 4 801 726-876 01 001-02 3 a 4 453 394-509 01 001-02

1 a 2 83 16-148 769 61926 1 a 2 09 01-17 999 998-1000 1 a 2 303 249-356 998 997-1000

CORRIDA IC95 IC95

GIN

GERAL IC95 IC95 BASQUETE IC95 IC95

todos 163 111-214 04 03-13 todos 156 102-209 94 38-148 todos 300 73-672 _ _

5 a 6 288 212-362 46 10-101 5 a 6 285 211-358 80 15-145 5 a 6 101 30-232 _ _

3 a 4 518 439-596 11 01-23 3 a 4 545 467-624 62 26-97 3 a 4 532 214-850 _ _

1 a 2 31 06-56 939 881-997 1 a 2 14 01-26 764 677-850 1 a 2 67 32-165 100 _

82

continuaccedilatildeo

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

4 Corrida na esteira rolante

5 Engloba qualquer das modalidades de artes marciais

6 Conjunto de modalidades natildeo nominadas na entrevista

Nuacutemero de

sessotildees semanais AF

Suficiente AF

Insuficiente AF

Suficiente AF

Insuficiente AF

Suficiente AF

Insuficiente

CORRIDA49 IC95 IC95 NATACcedilAtildeO IC95 IC95 VOLEI IC95 IC95

todos 255 105-404 13 18-45 todos 134 45-223 05 04-159 todos 164 67-259 _ _

5 a 6 331 135-526 258 133-648 5 a 6 65 34-96 _ _ 5 a 6 164 56-270 _ _

3 a 4 386 171-602 - - 3 a 4 758 662-851 _ _ 3 a 4 556 401-712 01 001-02

1 a 2 28 27-82 729 332-1126 1 a 2 43 05-80 945 84-1049 1 a 2 116 37-193 999 998-1000

MUSCULACcedilAtildeO IC95 IC95 LUTA510 IC95 IC95 TEcircNIS IC95 IC95

todos 143 105-181 08 01-18 todos 211 90-330 _ _ todos 193 35-421 _ _

5 a 6 411 367-454 01 001-09 5 a 6 130 58-201 _ _ 5 a 6 163 34-290 _ _

3 a 4 437 394-477 34 22-91 3 a 4 590 452-728 _ _ 3 a 4 637 405-868 _ _

1 a 2 09 03-15 957 900-1014 1 a 2 689 01-138 100 _ 1 a 2 07 06-22 100 _

OUTROS611 IC95 IC95

CONJUNTO IC95 IC95

todos 295 215-374 96 36-229 todos 228 213-243 24 12-36

5 a 6 182 123-239 20 02-38 5 a 6 269 254-283 175 109-242

3 a 4 468 392-541 18 06-29 3 a 4 445 428-460 296 226-365

1 a 2 55 27-84 866 735-995 1 a 2 58 49-66 925 911-943

83

48 DURACcedilAtildeO DA SESSAtildeO DE ATIVIDADE FIacuteSICA

A Tabela 21 mostra a distribuiccedilatildeo da duraccedilatildeo (em minutos) das sessotildees

das atividades separadas por modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e no

conjunto das modalidades Para todas as modalidades a maioria dos participantes

referiu praticaacute-las com duraccedilatildeo de 60 minutos ou mais A uacutenica exceccedilatildeo ocorreu para

as corridas na esteira rolante pelos participantes insuficientemente ativos 525

(IC95 38-105) optaram por realizaacute-las de 30 a 39 minutos Destaca-se que no

conjunto aproximadamente 90 dos participantes praticaram alguma modalidade de

exerciacutecio fiacutesico ou esporte com duraccedilatildeo igual ou superior a 30 minutos Assim quase

a totalidade dos participantes atendeu ao indicador lsquoduraccedilatildeo do esforccedilorsquo

recomendado pela maioria das diretrizes

84

Tabela 21 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos) e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros

e Distrito Federal 2006

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

CAMINHADA IC95 IC95

GIN

AEROacuteBIA IC95 IC95 CICLISMO IC95 IC95

-10 01 001-09 03 01-05 -10 _ _ 99 07-189 -10 09 08-27 46 03-96

10 a 19 02 01-07 81 58-104 10 a 19 14 13-41 83 13-154 10 a 19 13 04-25 258 125-390

20 a 29 32 23-40 102 79-126 20 a 29 35 06-75 06 03-15 20 a 29 57 24-89 104 43-164

30 a 39 224 205-242 269 225-313 30 a 39 37 139-60 224 39-410 30 a 39 20 143-256 107 33-181

45 a 59 143 127-158 108 80-136 45 a 59 39 15-63 106 32-245 45 a 59 153 84-220 62 16-139

60 ou mais 598 575-621 437 392-491 60 ou mais 875 816-932 482 312-649 60 ou mais 568 492-644 423 302-543

CAMINHADA IC95 IC95 HIDROGIN IC95 IC95 FUTEBOL IC95 IC95

-10 0 0 08 07-24 -10 _ _ _ _ -10 - - - -

10 a 19 33 28-93 214 51-377 10 a 19 01 001-02 01 001-02 10 a 19 01 001-02 11 09-21

20 a 29 30 05-65 143 38-247 20 a 29 01 01-02 07 03-19 20 a 29 03 001-07 06 02-08

30 a 39 21 140-279 225 111-339 30 a 39 68 31-106 71 04-145 30 a 39 68 37-98 53 34-71

45 a 59 242 43-156 37 18-91 45 a 59 302 222-383 374 232-515 45 a 59 48 29-65 58 37-79

60 ou mais 485 456-395 373 215-531 60 ou mais 628 543-714 547 406-689 60 ou mais 88 845-916 872 841-901

CORRIDA IC95 IC95 GIN GERAL IC95 IC95 BASQUETE IC95 IC95

-10 - - - - -10 01 001-03 28 01-54 -10 _ _ 0 0

10 a 19 - - 109 - 10 a 19 03 001-07 234 144-324 10 a 19 _ _ 0 0

20 a 29 46 13-78 79 17-140 20 a 29 25 03-46 45 13-75 20 a 29 _ _ 08 01-26

30 a 39 316 235-396 267 116-416 30 a 39 108 68-147 105 51-158 30 a 39 31 29-82 116 81-314

45 a 59 151 106-195 111 21-201 45 a 59 28 136-43 40 11-67 45 a 59 17 10-44 07 06-23

60 ou mais 487 397-565) 434 285-583 60 ou mais 835 788-882 548 442-657 60 ou mais 952 891-1011 869 665-1072

continua

85

continuaccedilatildeo

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

CORRIDA IC95 IC95 NATACcedilAtildeO IC95 IC95 VOLEI IC95 IC95

-10 _ _ 44 61-149 -10 _ _ _ _ -10 _ _ 0 0

10 a 19 _ _ 281 121-683 10 a 19 _ _ 58 46-161 10 a 19 _ _ 03 02-10

20 a 29 74 03-152 14 20-47 20 a 29 04 01-12 14 06-34 20 a 29 _ _ 0 0

30 a 39 186 05-314 526 08-1059 30 a 39 100 34-165 103 19-186 30 a 39 52 37-142 49 09-88

45 a 59 242 31-453 129 129-387 45 a 59 217 123-310 257 134-379 45 a 59 14 13-42 104 01-211

60 ou mais 498 289-706 06 009-22 60 ou mais 679 576-782 568 414-723 60 ou mais 934 840-1026 842 732-951

MUSCULACcedilAtildeO IC95 IC95 LUTA IC95 IC95 TEcircNIS IC95 IC95

-10 _ _ 07 06-21 -10 _

_ _ -10 _ _ 0 0

10 a 19 _ _ 62 03-127 10 a 19 _

_ _ 10 a 19 _ _ 0 0

20 a 29 17 11-45 49 01-111 20 a 29 _

_ _ 20 a 29 _ _ 08 07-27

30 a 39 31 19-41 74 21-126 30 a 39 07 02-16 _ _ 30 a 39 _ _ 17 10-44

45 a 59 72 50-94 74 01-146 45 a 59 24 20-68 _ _ 45 a 59 _ _ 52 52-155

60 ou mais 880 844-915 734 621-846 60 ou mais 969 923-1013 1 _ 60 ou mais 100 _ 923 809-1035

OUTROS IC95 IC95 CONJUNTO IC95 IC95

-10 03 01-07 11 03-18 -10 01 0001-02 06 03-08

10 a 19 06 03-16 133 02-264 10 a 19 04 0003-06 65 49-80

20 a 29 22 11-33 19 05-42 20 a 29 26 19-32 42 34-50

30 a 39 10 52-146 85 42-127 30 a 39 152 142-166 127 109-144

45 a 59 107 47-166 33 07-59 45 a 59 117 107-126 84 69-97

60 ou mais 762 692-832 719 597-840 60 ou mais 700 682-712 676 649-703

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

86

A Tabela 22 mostra a simulaccedilatildeo de aumento na frequecircncia semanal e na

duraccedilatildeo do esforccedilo Para os participantes ativos insuficientes com frequecircncia

semanal de 1 a 2 sessotildees de AF foi simulado o acreacutescimo na sua frequecircncia e se

passou a computar 3 sessotildees semanais Nenhuma outra alteraccedilatildeo dos dados ocorreu

Apoacutes a simulaccedilatildeo somente 999 participantes continuaram com AF insuficiente

outros 5589 (85) que natildeo alcanccedilavam a meta passaram a alcanccedilaacute-la Tambeacutem foi

acrescentado tempo para os participantes insuficientemente ativos que referiram

esforccedilo com duraccedilatildeo menor que 60 minutos Agora toda atividade dura no miacutenimo

60 minutos Nenhuma outra alteraccedilatildeo dos dados ocorreu Apoacutes a simulaccedilatildeo 5864

participantes permaneceram sem promoccedilatildeo do niacutevel de AF e somente 724 (11)

foram promovidos

Tabela 22 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta insuficientemente ativa antes e

apoacutes a simulaccedilatildeo de aumento da frequecircncia semanal e da duraccedilatildeo

do esforccedilo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006

Classificaccedilatildeo do niacutevel de AF dada pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

Simulaccedilatildeo da frequecircncia permitiu os ativos insuficientes terem no miacutenimo 3 sessotildees semanais

Simulaccedilatildeo da duraccedilatildeo do esforccedilo permitiu os ativos insuficientes terem no miacutenimo 60 minutos de

duraccedilatildeo para cada sessatildeo de esforccedilo

Ativos Insuficientes

Frequecircncia

(sessotildeessemana)

Antes simulaccedilatildeo

(N)

Apoacutes simulaccedilatildeo

(N)

01-02 6233 -

03-04

05-06

279

76

823

76

Diaacuteria 100 100

Total 6588 999

Duraccedilatildeo do esforccedilo

(minutos)

Antes simulaccedilatildeo

(N)

Apoacutes simulaccedilatildeo

(N)

-10 69 -

1119 346 -

20-29 394 -

30-39 902 -

45-59 635 -

60 ou + 4342 5864

Total 6588 5864

87

A Tabela 23 mostra a distribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal e duraccedilatildeo em

minutos das sessotildees de AF entre os participantes que referiram diagnoacutestico meacutedico

preacutevio de DCNT A maior parte dos portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT de

ambos os sexos e suficientemente ativos se concentrou em praacuteticas de AF com

frequecircncia entre 3 a 4 dias por semana Uma exceccedilatildeo foi observada entre homens

com referecircncia a IAM eou AVC que apresentaram alta frequecircncia diaacuteria (413 -

IC95 27-54) e percentual elevado para as atividades com duraccedilatildeo das sessotildees de

AF de 60 minutos ou mais (595 IC95 47-71) Em relaccedilatildeo aos portadores de

diagnoacutestico preacutevio de DCNT insuficientemente ativos em ambos os sexos tambeacutem

predominaram as sessotildees com duraccedilatildeo de 60 minutos ou mais poreacutem com menor

frequecircncia semanal (1 a 2 dias) Assim portadores de DCNT apresentaram mesma

tendecircncia de frequecircncia semanal e duraccedilatildeo do esforccedilo quando comparados ao

conjunto da amostra

88

Tabela 23 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos e diagnoacutestico meacutedico referido para DCNT por sexo para a periodicidade e

duraccedilatildeo da AF segundo a recomendaccedilatildeo de AF determinada pela OMS1 nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 Qui quadrado de Pearson p lt0001

hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto do miocaacuterdio eou AVC dislipidemia e osteoporose

AF SUF HIPERTENSAtildeO DIABETES IAM eouAVC DISLIPIDEMIA OSTEOPOROSE

HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER

(IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95)

Frequecircncia

todos 298 (242-354) 227 (188-266) 395 (249-546) 257 (179-335) 413 (279-547) 355 (175-536) 239 (176-302) 204 (172-236) 318 (119-516) 213 (153-274)

5 a 6 252 (204-300) 331 (291-371) 193 (112-273) 355 (264-445) 279 (168-389) 249 (115-383) 246 (196-296) 319 (280-359) 223 (73-372) 327 (259-395)

3 a 4 395 (344-445) 431 (389-473) 397 (269-521) 374 (282-465) 270 (172-368) 388 (236-541) 478 (417-538) 460 (419-500) 402 (206-600) 452 (382-521)

1 a 2 55 (32-77) 11 (02-19) 15 (03-26) 14 (07-37) 38 (07-77) 08 (06-22) 37 (17-57) 17 (07-27) 57 (05-113) 08 (03-20)

Duraccedilatildeo

-10 002(001-006) 001 (0001-0002) - - - - 680 (61-197) -

10 a 19 - 006 (002-01) 05 (02-12) - - - 02 (01-07) - -

20 a 29 34 (15-52) 30 (19-42) 15 (02-27) 20 (07-33) 49 (01-98) 17 (02-31) 09 (04-14) 24 (12-36) 22 (04-48) 47 (11-82)

30 a 39 201 (16-24) 188 (159-217) 249 (131-367) 229 (158-300) 199 (103-296) 318 (135-501) 227 (171-282) 197 (166-228) 232 (38-425) 233 (175-291)

45 a 59 149 (113-185) 144 (114-175) 125 (49-200) 147 (71-221) 157 (77-236 141 (39-242) 141 (100-181) 153 (123-182) 100 (12-188) 158 (111-205)

60 ou mais 616 (564-668) 637 (597-676) 606 (477-737) 604 (514-695) 595 (474-716) 524 (353-694) 623 (563-684) 624 (585-663) 576 (375-779) 562 (492-631)

AF INSUF

Frequecircncia

todos 18 (02-34) 37 (10-63) 26 (02-49) 51 (35-138) 34 (01-70) 42 (03-86) 41 (03-83) 23 (05-40) 25 (10-61) 70 (19-122)

5 a 6 28 (08-47) 59 (02-115) 41 (20-103) 47 (15-110) 61 (20-142) 47 (13-107) 10 (04-24) 32 (05-59) - 40 (07-88)

3 a 4 61 (24-97) 42 (24-60) 165 (25-306) 86 (22-149) 77 (21-175) 170 (23-316) 31 (04-57) 57 (32-82) 425 (127-722) 121 (49-192)

1 a 2 893 (850-937) 862 (800-923) 768 (616-919) 816 (700-932) 828 (695-960) 741 (579-905) 918 (868-968) 888 (849-928) 550 (260-841) 769 (677-860)

Duraccedilatildeo

-10 26 (02-50) 06 (01-12) 01 (001-03) 09 (008-20) 16 (07-39) 12 (11-36) 24 (08-50) 04 (01-08) - 11 (05-21)

10 a 19 101 (47-156) 124 (63-185) 166 (23-309) 130 (20-239) 309 (58-558) 200 (57-343) 88 (26-151) 90 (53-126) 464 (176-751) 138 (67-209)

20 a 29 57 (28-87) 76 (44-107) 92 (25-158) 100 (29-170) 83 (05-161) 206 (49-462) 41 (13-69) 77 (39-115) 10 (05-32) 138 (55-220)

30 a 39 167 (109-224) 243 (177-307) 50 (03-96) 223 (122-324) 224 (39-409) 129 (26-231) 196 (121-271) 192 (138-245) 93 (08-177) 172 (82-262)

45 a 59 68 (39-97) 122 (66-177) 50 (03-96) 138 (07-283) 24 (05-53) 82 (01-165) 70 (34-106) 98 (51-143) 09 (009-27) 124 (53-194)

60 ou mais 581 (502-657) 429 (354-504) 641 (478-812) 400 (252-547) 344 (157-534) 371 (184-559) 581 (488-672) 539 (466-612) 424 (160-688) 417 (317-518)

89

5 DISCUSSAtildeO

51 SIacuteNTESES DOS RESULTADOS

Neste trabalho avaliamos os dados do sistema VIGITEL que entrevistou

a populaccedilatildeo adulta residente em domiciacutelios conectados agrave rede de telefonia fixa de

cada uma das capitais dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal O enfoque

desta tese incidiu sobre a prevalecircncia de AF e se observou que 515 dos adultos

natildeo praticam qualquer tipo de AF durante o lazer ou durante o deslocamento para o

trabalho Todas as diretrizes e recomendaccedilotildees internacionais para a quantidade

miacutenima de AF classificaram de modo uniforme e idecircntico os inativos No entanto

divergecircncias importantes ocorreram na graduaccedilatildeo da AF dos participantes

considerados fisicamente ativos

A frequecircncia das sessotildees de AF foi o aspecto que mais contribuiu para a

determinaccedilatildeo do grau dessa atividade Notou-se que as recomendaccedilotildees que orientam

uma frequecircncia semanal miacutenima indicaram uma prevalecircncia menor de AF suficiente

Por outro lado recomendaccedilotildees que orientam uma duraccedilatildeo total semanal sem fixar a

frequecircncia miacutenima tiveram as maiores prevalecircncias de AF suficiente Em face dessa

divergecircncia a prevalecircncia de AF suficiente nas cidades observadas variou

distinguindo diferentes rankings conforme a recomendaccedilatildeo adotada

Tendo como referecircncia a recomendaccedilatildeo da OMS encontramos maior

prevalecircncia de AF em homens Os de etnia negra e asiaacutetica eram fisicamente mais

ativos e a AF diminuiu com a idade com a menor escolaridade e com a viuvez Perto

de 65 da populaccedilatildeo consideraram a sua sauacutede boa ou excelente e entre os que a

consideraram ruim a maioria era de inativos O deslocamento ativo e a dieta

hipocaloacuterica satildeo caracteriacutesticas predominantes dos participantes ativos O tabagismo

foi mais frequente entre os inativos e o maior consumo de bebidas alcooacutelicas ocorreu

entre os ativos As pessoas fisicamente ativas mais frequentemente mostram

conhecer instalaccedilotildees proacuteprias para a praacutetica de AF nas suas proximidades

90

Cerca de 90 da populaccedilatildeo ativa realizava sessotildees com duraccedilatildeo de 30 a

60 minutos e natildeo houve diferenccedila significante entre o grupo que alcanccedilou e o que

natildeo alcanccedilou a meta da recomendaccedilatildeo A quase totalidade (90) dos participantes

que alcanccedilou a meta se exercitava trecircs ou mais vezes por semana e 80 dos que natildeo

alcanccedilaram a meta se exercitavam de 1 a 2 vezes por semana

A caminhada o futebol e a musculaccedilatildeo figuraram entre as principais

modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte praticada

A inatividade fiacutesica foi uma caracteriacutestica que se destacou entre os

participantes portadores de DCNT Eram inativos 60 dos portadores de hipertensatildeo

arterial sistecircmica 53 dos portadores de dislipidemia 64 dos diabeacuteticos 67

daqueles com histoacuterico de IAMAVC e 64 dos portadores de osteoporose No

conjunto 70 dos portadores de alguma DCNT natildeo alcanccedilaram a recomendaccedilatildeo

miacutenima de AF ou seja estavam inativos ou com AF abaixo da meta recomendada

52 LIMITACcedilOtildeES DO ESTUDO

O estudo transversal tem como propriedade apresentar as caracteriacutesticas

gerais da populaccedilatildeo estudada Como exposiccedilatildeo e desfecho satildeo coletados

simultaneamente natildeo eacute possiacutevel identificar a precedecircncia temporal natildeo havendo

portanto como estabelecer conclusotildees de caraacuteter causal Em contrapartida esse tipo

de estudo fornece informaccedilotildees sobre a prevalecircncia da praacutetica de AF em um

determinado periacuteodo e lugar com rapidez baixo custo e principalmente envolvendo

uma amostra numerosa e ampla

A principal limitaccedilatildeo do VIGITEL e de todo o sistema de vigilacircncia por

entrevistas telefocircnicas estaacute na exclusatildeo de pessoas que moram em domiciacutelios sem

telefone fixo Embora a cobertura da rede de telefonia fixa no Brasil tenha crescido

nos uacuteltimos anos ela ainda pode ser menor em cidades com menor desenvolvimento

econocircmico e nos grupos populacionais de menor poder aquisitivo Para contornar

esse problema pesos poacutes-estratificaccedilatildeo foram aplicados de forma a corrigir ainda

que parcialmente a representatividade da amostra

91

Os pesos satildeo fatores de ponderaccedilatildeo que aproximam a composiccedilatildeo

sociodemograacutefica da amostra daquela observada no Censo Demograacutefico em cada

cidade Essa estrateacutegia atenua problemas decorrentes de diferenccedilas entre os estratos

sociodemograacuteficos tanto na cobertura da rede telefocircnica quanto nas taxas de

resposta e de recusas das entrevistas (Moura et al 2008) Ela permite portanto uma

generalizaccedilatildeo ao fornecer estimativas aproximadas do que seria esperado para a

populaccedilatildeo das metroacutepoles brasileiras que em 2010 correspondia a aproximadamente

89 milhotildees de pessoas (IBGE 2013 Ferreira et al 2008)

Outros aspectos que influenciam a qualidade das estimativas de inqueacuterito

semelhantes ao VIGITEL satildeo as taxa de resposta e de recusas Em 2006 a taxa de

resposta para o VIGITEL foi de 711 com a taxa oscilando entre 644 e 810

desempenho melhor que sistemas americanos semelhantes (Moura et al 2008) Ainda

segundo os autores a qualidade dos cadastros telefocircnicos tambeacutem foi considerada

superior agravequela encontrada em sistemas equivalentes existentes em paiacuteses tidos como

desenvolvidos

Para minimizar os efeitos negativos provocados pela memoacuteria de curto

prazo as perguntas referentes agrave praacutetica da AF se limitaram aos trecircs meses anteriores

agrave data da entrevista Aleacutem dessa outra limitaccedilatildeo que pode ser mencionada se refere agrave

mensuraccedilatildeo do niacutevel de AF e do esforccedilo requerido sem comprovaccedilatildeo objetiva por

meio do uso de acelerocircmetro ou de outro instrumento Como a AF eacute concebida pela

populaccedilatildeo como praacutetica desejaacutevel deve-se considerar a possibilidade de relutacircncia

de ela se declarar inativa Para minimizar esta possibilidade o sistema VIGITEL

estabeleceu o Controle de Qualidade das informaccedilotildees descrito nos aspectos

metodoloacutegicos Aleacutem disso Monteiro et al (2008) avaliaram a reprodutibilidade e a

validade dos indicadores de AF e sedentarismo obtidos pelo sistema Para isso foram

realizadas diversas anaacutelises de reprodutibilidade e validade encontrando um iacutendice

de especificidade de 80 ou mais e concluindo que os indicadores de AF e de

sedentarismo tendem fortemente a ser reprodutiacuteveis e acurados

Na ediccedilatildeo de 2006 o VIGITEL abordou a AF em quatro domiacutenios lazer

ocupacional residencial e deslocamento para o trabalho No entanto os dados sobre

duraccedilatildeo e frequecircncia da AF no domiciacutelio e no trabalho natildeo foram originalmente

92

coletados pelo sistema impossibilitando a verificaccedilatildeo do grau de AF total segundo as

diferentes recomendaccedilotildees miacutenimas Assim para este estudo somente as informaccedilotildees

dos domiacutenios lazer e deslocamento ativo para o trabalho foram aplicados na

definiccedilatildeo do niacutevel de AF portanto as estimativas apresentadas estatildeo subestimadas

devendo-se esperar que a real prevalecircncia de AF suficiente seja maior

Outra limitaccedilatildeo se refere agrave informaccedilatildeo sobre as doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis O VIGITEL objetivou detectar a morbidade relativa a diagnoacutestico

preacutevio No entanto as DCNT muitas vezes satildeo assintomaacuteticas e seus portadores

podem natildeo conhecer sua real condiccedilatildeo Deste modo a prevalecircncia de hipertensatildeo

arterial diabetes mellitus osteoporose dislipidemia AVC eou IAM podem estar

subestimadas nesta pesquisa

53 INTERPRETACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

A partir deste ponto a discussatildeo do estudo estaacute estruturada em quatro

eixos O primeiro explora a prevalecircncia de AF segundo as principais diretrizes

internacionais que recomendam quantidade miacutenima de AF e explorar as divergecircncias

e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF miacutenimo O segundo analisa variaacuteveis

sociodemograacuteficas e comportamentais O terceiro identifica e compara os elementos

ldquoduraccedilatildeo intensidade e frequecircnciardquo buscando explorar a forma como se relacionam

na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual Por fim o quarto eixo identifica o perfil

da AF praticada pelos portadores de DCNT

531 Eixo I ndash Diferentes formas de recomendar atividade fiacutesica

Neste estudo foi encontrada baixa concordacircncia entre as recomendaccedilotildees

e diretrizes miacutenimas de AF Portanto existe mais de um entendimento sobre a

quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar efeitos substanciais para a sauacutede mesmo

que em linhas gerais todas as diretrizes persigam os mesmos objetivos Foi possiacutevel

observar que pequenas diferenccedilas entre as recomendaccedilotildees exerceram efeitos

pronunciados no grau de atividade entre os participantes

93

Apenas 45 dos entrevistados ativos obtiveram por unanimidade o

niacutevel de AF classificado como adequado no conjunto das recomendaccedilotildees Isto

significa que os outros 55 foram classificados ora como suficientemente ativos ora

como insuficientemente ativos Portanto parcela consideraacutevel da populaccedilatildeo pode ser

considerada como sendo beneficiada de modo substancial pelos efeitos da AF como

pode ocorrer o contraacuterio Dependendo da recomendaccedilatildeo escolhida participantes

podiam ser aconselhados a aumentar o que jaacute era suficiente enquanto outros podiam

ser instados a manter o que ainda natildeo era

Enquanto alguns participantes tenham realizado AF com duraccedilatildeo e gasto

energeacutetico suficiente para atender agraves diretrizes que recomendam uma quantidade

especiacutefica de AF sem determinar a frequecircncia semanal isso natildeo foi suficiente para

atender agraves outras que determinam a mesma quantidade poreacutem com distribuiccedilatildeo do

esforccedilo ao longo da semana Vale ressaltar que um grande volume de AF natildeo foi de

modo geral necessariamente um indicador para o alcance das metas recomendadas

A divergecircncia na classificaccedilatildeo do niacutevel de AF pode tambeacutem repercutir

negativamente nas poliacuteticas de sauacutede voltadas para a promoccedilatildeo da AF Resultados

antagocircnicos deixam duacutevidas e podem prejudicar objetivos e metas pactuados por

programas de sauacutede puacuteblica O monitoramento da AF pelo sistema VIGITEL para os

anos de 2010 e 2011 ilustra o efeito desta contradiccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees Em

2010 os dados foram sistematizados segundo a versatildeo anterior da recomendaccedilatildeo da

OMS de 30 minutos por dia em 5 sessotildees semanais A partir de 2011 o relatoacuterio

adotou a nova recomendaccedilatildeo de 150 minutos por dia sem considerar a frequecircncia

semanal (MS 2011 MS 2012) Com esta troca de criteacuterio de anaacutelise de um ano

para outro o percentual de participantes ativos com maior taxa de AF em dez

capitais praticamente dobrou Assim a cidade de Rio Branco que obteve a menor

prevalecircncia de ativos em 2010 (113) com a troca da referecircncia elevou o

percentual de ativos para 301 valor superior agrave Brasiacutelia primeira colocada no ano

anterior com 224

As divergecircncias na classificaccedilatildeo do niacutevel de AF repercutiram tambeacutem no

rankig regional A Regiatildeo Sul segundo a diretriz da OMS obteve a maior meacutedia de

suficiecircncia de AF enquanto por referecircncia agraves diretrizes da UE e do IOM foi a

94

penuacuteltima colocada Unanimidade de classificaccedilatildeo soacute ocorreu para a Regiatildeo Sudeste

(menor prevalecircncia de ativos suficientes) No geral observou-se que perto de frac14 da

amostra apresentou rendimento suficiente para o IOM e frac34 para a OMS

O percentual de discordacircncia deste estudo ficou aqueacutem do observado por

Thompson e colaboradores que em 2009 encontraram variaccedilatildeo na classificaccedilatildeo do

niacutevel de AF em 90 ao comparar diferentes diretrizes (Thompson et al 2009)

Poreacutem a comparaccedilatildeo direta entre os estudos deve ser realizada com cautela devido agrave

diferenccedila na metodologia empregada Naquele estudo a quantidade de diretrizes

comparadas foi maior envolvendo doze recomendaccedilotildees entre elas algumas jaacute

revogadas na eacutepoca como a do ACSM de 1995 Por outro lado o meacutetodo de medida

de esforccedilo ocorreu por meio de avaliaccedilatildeo objetiva com o uso de acelerocircmetro nas 24

horas do dia e envolveu uma amostra menor (N=90) exclusivamente composta por

homens britacircnicos com idade entre 45 e 64 anos Assim eacute possiacutevel que as diferenccedilas

metodoloacutegicas tenham causado a diferenccedila das proporccedilotildees embora a tendecircncia dos

resultados esteja de acordo

As controveacutersias aqui encontradas satildeo produto da ausecircncia de consenso

cientiacutefico a respeito dos mecanismos envolvidos na accedilatildeo da AF sobre a sauacutede Pouco

se sabe sobre a dose miacutenima necessaacuteria em termos de ldquoduraccedilatildeo intensidade e

frequecircnciardquo de exerciacutecios fiacutesicos necessaacuterios para uma vida saudaacutevel Pesquisas

futuras com adequado arsenal teoacuterico e metodoloacutegico devem ter por objetivo

compreender o efeito e a dose-resposta da AF sobre a sauacutede garantindo maior

seguranccedila para a elaboraccedilatildeo de diretrizes e recomendaccedilotildees

532 Eixo II ndash Variaacuteveis sociodemograacuteficas e comportamentais na praacutetica da

atividade fiacutesica

5321 Sexo

A praacutetica de AF se revelou mais comum em homens do que em

mulheres particularmente em homens mais jovens Neste estudo as mulheres

apresentaram menor prevalecircncia (40) do que os homens (60) e entre aquelas que

referiram alguma AF a suficiecircncia tambeacutem foi menor As diferenccedilas de praacutetica de

95

AF em face da diferenccedila de gecircnero de modo geral coincidem com os resultados

encontrados na literatura brasileira e mundial (Goacutemez et al 2005 Santos et al

2009 Pan et al 2009)

Maples (2009) identificou fatores sociais que provocam o sedentarismo

de mulheres falta de tempo em face de dupla jornada de trabalho despesas com

deslocamento despesas com mensalidades de clubes esportivos despesas com

materiais esportivos dedicaccedilatildeo do tempo livre para o cuidado dos filhos e de

familiares sensaccedilatildeo de fadiga medo de eventos adversos e inseguranccedila urbana A

autora afirma no entanto que a menor participaccedilatildeo de mulheres na praacutetica de AF

natildeo estaacute relacionada com a falta de informaccedilotildees e de conhecimento dos benefiacutecios da

AF e destaca a importacircncia da continuidade das investigaccedilotildees deste tema

Embora este estudo natildeo tenha considerado a AF executada no ambiente

domeacutestico eacute possiacutevel observar no relatoacuterio do VIGITEL o predomiacutenio de mulheres

neste espaccedilo embora a interpretaccedilatildeo dos resultados nesse caso seja complexa pois

natildeo existem estudos suficientes que mostrem os benefiacutecios da AF domeacutestica sobre a

sauacutede (Hallal 2011)

Entender melhor os fenocircmenos que causam a maior inatividade fiacutesica das

mulheres pode se tornar estrateacutegico para a promoccedilatildeo da AF considerando que mais

de 70 delas ficaram aqueacutem da quantidade miacutenima recomendada pela OMS

5322 - Idade

Este estudo detectou a possibilidade de associaccedilatildeo entre o niacutevel de AF e a

idade para ambos os sexos Enquanto 44 dos mais jovens (18 a 24 anos de idade)

se apresentavam inativos a inatividade ficou em 66 nos mais idosos (ge 65 anos)

Os resultados encontrados na literatura sobre o niacutevel de AF e a idade

estatildeo de acordo com este estudo e revelam consenso sobre este fenocircmeno (USDHHS

2008a CDC 2010 UE 2010 WHO 2010) Uma das explicaccedilotildees eacute o aumento de

DCNT nos mais velhos que repercute no aumento das limitaccedilotildees funcionais na

dependecircncia fiacutesica e na necessidade de cuidados para a execuccedilatildeo de atividades de

vida diaacuteria (WHO 2010) criando um ciacuterculo vicioso as doenccedilas e as deficiecircncias

96

reduzem o niacutevel de AF que por sua vez tem efeitos adversos sobre a capacidade

funcional e agrava as deficiecircncias causadas pelas doenccedilas crocircnicas

A revisatildeo realizada para atualizar a diretriz oficial do Canadaacute de 2010

aponta que a AF eacute eficaz na prevenccedilatildeo das incapacidades da idade Houve reduccedilatildeo

de risco de quedas entre as pessoas com mais idade na meacutedia de 30 devido agrave

melhora do equiliacutebrio e do fortalecimento muscular decorrentes do treinamento fiacutesico

regular (Paterson e Warburton 2009)

Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica a expectativa de

vida meacutedia do brasileiro eacute atualmente de 719 anos sendo maior nas mulheres do

que nos homens (758 e 682 respectivamente) e sua tendecircncia eacute a elevaccedilatildeo (IBGE

2005) Alinhada ao cenaacuterio de envelhecimento da populaccedilatildeo global a OMS jaacute

alertava em meados do ano de 2000 que as adversidades pela falta de AF iriam

repercutir sobretudo no grupo dos adultos de mais idade (OMS 2010) Se por um

lado a expectativa de vida no Brasil tende a aumentar e as mulheres tendem a uma

maior longevidade as taxas de prevalecircncia de DCNT na populaccedilatildeo feminina deveratildeo

tender a ser ainda mais significativas nas proacuteximas deacutecadas

Nesta perspectiva a OMS alinhada com o seu programa de sauacutede para o

envelhecimento publicou uma diretriz de AF intitulada ldquoA Regra da Atividade

Fiacutesica no Envelhecimento Saudaacutevelrdquo em que recomenda e orienta especificamente

a praacutetica de AF para as pessoas de maior idade (WHO 2003) Tambeacutem atento ao

fato o USDHHS de 2008 explicitou sua preocupaccedilatildeo fixando quatro diretrizes 1)

quando o idoso natildeo pode fazer 150 minutos de intensidade moderada de atividade

aeroacutebia por semana por causa de doenccedilas crocircnicas deve ser tatildeo fisicamente ativo

quanto as suas capacidades e as condiccedilotildees permitam 2) os idosos com risco de

queda devem fazer exerciacutecios que mantenham ou melhorem o equiliacutebrio 3) os idosos

devem determinar o seu niacutevel de esforccedilo para a AF em relaccedilatildeo ao seu niacutevel de

aptidatildeo fiacutesica 4) os idosos com doenccedilas crocircnicas devem entender como as suas

condiccedilotildees de doenccedila afetam a sua capacidade de fazer AF regular de forma segura

Os mecanismos baacutesicos de caraacuteter bioloacutegico envolvidos no processo de

envelhecimento permanecem desconhecidos Alguns teoacutericos como Janssen e

Leblanc (2009) argumentam que os indiviacuteduos nascem com determinada capacidade

97

de sustentar a vida mas ocorre a perda contiacutenua desta capacidade com o avanccedilo da

idade o que eacute influenciado fortemente por fatores ambientais No entanto a idade

em si natildeo eacute necessariamente um impedimento para a praacutetica de exerciacutecio fiacutesico

Acredita-se que o processo educacional a renda estilos de vida tipo e condiccedilotildees de

trabalho condiccedilotildees de habitaccedilatildeo e oportunidades em geral podem influenciar os

niacuteveis de AF nos idosos (Paterson e Warburton 2009)

5323 Escolaridade

Neste estudo a maior parte (53) dos participantes entrevistados referiu

ter ateacute 9 anos de escolaridade e mais da metade dos com menor escolaridade (61)

estavam inativos Esta porcentagem diminuiu com o aumento da escolaridade Entre

os participantes de maior escolarizaccedilatildeo foi encontrado o maior rendimento de AF

Aproximadamente 38 dos participantes que referiram AF aleacutem das recomendaccedilotildees

miacutenimas tinham 12 anos ou mais de escolaridade

Os estudos encontrados na literatura que relacionam a praacutetica de AF com

os niacuteveis de escolaridade mostram a tendecircncia de os participantes mais escolarizados

serem fisicamente mais ativos nos momentos de lazer Na Austraacutelia Eakin et al

(1995) entrevistou 1818 pessoas por telefone e verificou maior niacutevel de AF entre os

mais escolarizados independentemente do local de residecircncia (cidade subuacuterbio e

campo) Na Holanda Prins (2012) mostrou que os participantes com ensino superior

atendiam mais agraves recomendaccedilotildees nacionais e as pessoas com menor niacutevel de

educaccedilatildeo na maioria das vezes eram inativas Pereira (1995) avaliou 795

portugueses de ambos os sexos e verificou que jovens com baixo niacutevel de AF

pertenciam a famiacutelias cujos pais possuiacuteam escolaridade meacutedia ou baixa enquanto

jovens com alto niacutevel de AF pertenciam a famiacutelias cujos pais possuiacuteam escolaridade

meacutedia ou elevada No Brasil Salle-Costa et al (2003) avaliaram 4030 funcionaacuterios

de uma universidade na cidade do Rio de Janeiro e destacaram a menor chance do

grupo de menor escolaridade se engajar em AF com maior gasto energeacutetico entre as

mulheres a associaccedilatildeo foi ainda mais forte

Por outro lado quando eacute considerada a faixa de renda e aspectos que

envolvem a ocupaccedilatildeo laboral e o local onde o trabalho eacute desenvolvido alguns

98

estudos natildeo estatildeo de acordo com esses resultados e mostram que a maior renda

(maior escolaridade) tende a menor niacutevel de AF Os estudos de Hallal (2006)

mostram que a alta renda familiar no momento do nascimento representa uma

possibilidade maior de estilo de vida sedentaacuterio para o jovem Recentemente

Beacutelanger Townsend e Foster (2011) avaliaram aproximadamente 300000 residentes

(com mais de 15 anos de idade) em mais de 70 diferentes paiacuteses e perceberam que

existe uma relaccedilatildeo direta entre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a

prevalecircncia da inatividade fiacutesica Estes resultados foram confirmados por Dumith et

al (2011) apoacutes anaacutelise de dados de 76 paiacuteses mostrando que paiacuteses menos

desenvolvidos apresentaram prevalecircncia de 187 de inatividade fiacutesica contra 278

nos paiacuteses mais desenvolvidos Na China investigaccedilatildeo envolvendo 824 residentes de

vaacuterias proviacutencias mostrou maior niacutevel de AF nas pessoas de niacutevel socioeconocircmico

mais baixo (Shi et al 2006) Tambeacutem Saacutevio et al (2008) analisaram o niacutevel de AF

de trabalhadores no Distrito Federal e observaram que de modo geral quanto maior

era a faixa de renda e o grau de escolaridade do trabalhador menor era o seu niacutevel de

AF

Aqui considera-se que a maior escolaridade pode significar que as

pessoas mais bem instruiacutedas apresentem remuneraccedilatildeo mais elevada e por isso maior

acessibilidade a um maior nuacutemero de locais serviccedilos e materiais para a praacutetica de AF

no lazer aleacutem de apreentarem maior niacutevel de conhecimento e de informaccedilatildeo e maior

tendecircncia de residir em contextos espaciais e ambientais favoraacuteveis agrave praacutetica de AF

no lazer Assim o ensinamento importante desta relaccedilatildeo eacute a indicaccedilatildeo de que se

consigam aumentar os niacuteveis de AF por meio do aumento do acesso e da

permanecircncia do indiviacuteduo no sistema escolar

Assim a inclusatildeo social dos menos escolarizados passa a ser vista como

um fator importante para aumentar a praacutetica de AF no paiacutes Talvez a oportunidade

de ampliaccedilatildeo da construccedilatildeo cultural por meio do maior acesso agraves atividades culturais

como teatro cinema e museus possa predispor a uma atitude mais favoraacutevel para

com os haacutebitos saudaacuteveis que poderiam ser atualizados com o decorrer da vida

Por fim o grau de escolaridade influencia direta ou indiretamente os

niacuteveis potenciais do capital humano e em decorrecircncia disso tambeacutem o produto final

99

agregado seja na renda no capital ou na educaccedilatildeo Nesta perspectiva os estudos

epidemioloacutegicos tecircm mostrado que os estilos de vida saudaacutevel se devem em parte agrave

educaccedilatildeo Ela fixa o domiacutenio social (fator importante das disparidades da sauacutede entre

grupos populacionais) e ao mesmo tempo eacute determinada por ele (Savio 2008)

Assim a escala educacional permite entender mellhor como estatildeo distribuiacutedas as

diferenccedilas de comportamento para com a AF entre os estratos sociais da populaccedilatildeo

5324 Etniacor

Neste estudo a etnia foi determinada por associaccedilatildeo com a cor da pele

Resumidamente amarelos satildeo aqueles que tecircm ancestrais de origem asiaacutetica e

vermelhos aqueles que tecircm ancestrais indiacutegenas Morenos eou pardos satildeo aqueles

que tecircm ancestrais entre brancos e negros

Este estudo mostra que amarelos e negros (52 e 51 respectivamente)

satildeo mais ativos quando comparados aos participantes que se declararam de outra

cor Por outro lado os que se autodeclararam vermelhos apresentaram o menor

percentual de AF (47) Quando se comparou os brancos com um agrupamento

composto de negros pardos e morenos o percentual de AF entre eles foi semelhante

sem diferenccedilas estatisticamente significativas (p=007)

Mesmo com nuacutemero limitado de estudos que investigaram diretamente a

relaccedilatildeo entre a AF e os resultados de sauacutede em variadas etnias a diretriz oficial dos

Estados Unidos de 2008 assumiu que natildeo haacute evidecircncias suficientes que indiquem

diferenccedilas do efeito da AF na sauacutede de diferentes grupos eacutetnicos mas esclarece que o

niacutevel de AF o risco e a carga de doenccedilas crocircnicas no paiacutes satildeo maiores nos grupos

raciais e eacutetnicos de comunidades minoritaacuterias Americanos negros e asiaacuteticos iacutendios

americanos nativos do Alasca latinos e nativos das ilhas do paciacutefico tecircm diferenccedilas

significativamente menores de AF e maiores niacuteveis de inatividade fiacutesica do que os

brancos natildeo-hispacircnicos (USDHHS 2008a)

Assim as diretrizes chamam a atenccedilatildeo para a necessidade de promoccedilatildeo

da AF entre os grupos minoritaacuterios Por outro lado a resposta da dose da AF sobre os

resultados de sauacutede pode ser semelhante entre as diferentes populaccedilotildees raciais e

100

eacutetnicas enquanto fatores culturais e contextuais podem conduzir a diferenccedilas na

estrateacutegia de implantaccedilatildeo da AF ou na avaliaccedilatildeo da dose ministrada

Este estudo mostrou alguns resultados a princiacutepio natildeo consonantes com

os apresentados pelo USDHHS em 2008 Os amarelos foram ao mesmo tempo os

mais ativos fisicamente e os que mais apresentaram diagnoacutestico preacutevio para todas as

DCNT estudadas com exceccedilatildeo da osteoporose As conclusotildees sobre este ponto

devem considerar a possibilidade de os amarelos terem tido maior acesso aos

serviccedilos de sauacutede e consequentemente maior conhecimento do seu real estado de

sauacutede ou condiccedilatildeo de doenccedila uma vez que segundo a OMS (2010) a maior parte da

populaccedilatildeo mundial devido agrave dificuldade de acesso aos serviccedilos de sauacutede soacute percebe

ser portador de DCNT nas fases mais avanccediladas da doenccedila

Em relaccedilatildeo ao menor percentual de AF entre vermelhos comparados aos

outros subgrupos a explicaccedilatildeo em parte pode ser dada pelo processo migratoacuterio do

campo para a cidade jaacute que a pesquisa entrevistou pessoas de origem indiacutegenas que

vivem em capitais de estado e no Distrito Federal em geral cidades consideradas de

grande porte Sobre isto Souza (2008) no Brasil investigou o perfil do niacutevel de AF

em indiacutegenas de uma tribo (Guanaacutes) no Mato Grasso do Sul que vive no campo e

observou a prevalecircncia de grupos ativos e muito ativos entre os indiacutegenas resultado

influenciado pelo transporte ativo Estudo canadense verificou que nativos tambeacutem

apresentaram elevado niacutevel de AF vivendo no campo A migraccedilatildeo do campo para

centros urbanos no entanto reduziu drasticamente os niacuteveis de AF (Droga 2010)

Desta forma parece importante checar o impacto da praacutetica da AF por relaccedilatildeo com

fatores comportamentais como a migraccedilatildeo e as mudanccedilas de domiciacutelio entre cidades

de tamanho populacional diferente

As causas desta diferenciaccedilatildeo racial e eacutetnica no niacutevel de AF natildeo estatildeo

claras Tanto aspetos bioloacutegicos como culturais satildeo considerados Natildeo obstante

queixam-se os Comitecircs Consultivos que renovam as diretrizes de AF que a pequena

proporccedilatildeo de populaccedilotildees minoritaacuterias nas amostras dificulta a interpretaccedilatildeo das

observaccedilotildees para diferenccedilas raciais e eacutetnicas A distorccedilatildeo nos diferentes estudos

segundo eles tem tornado difiacutecil examinar a influecircncia da AF sobre a sauacutede dos

grupos minoritaacuterios

101

Parece pois que poucos resultados estatildeo disponiacuteveis para conclusotildees

definitivas nenhum estudo conhecido afirmou categoricamente haver influecircncia

geneacutetica sobre um comportamento mais ou menos ativo Eacute plausiacutevel afirmar que o

comportamento distinto observado entre as diferentes etnias esteja vinculado agraves

condiccedilotildees sociais em que vivem e pelas experiecircncias no decorrer da vida

5325 Estado conjugal

A situaccedilatildeo conjugal mostrou que viuacutevos e separados satildeo menos ativos

(67) que solteiros (45) e 76 natildeo alcanccedilaram a meta recomendada Entre os

solteiros aproximadamente 28 praticaram AF acima das recomendaccedilotildees

Em relaccedilatildeo aos estudos que investigam a relaccedilatildeo da AF com o estado

civil Proper e Hildebrandt (2006) natildeo demonstraram associaccedilatildeo significativa entre a

situaccedilatildeo conjugal e o niacutevel de AF Segundo os autores a comparaccedilatildeo do estado civil

com a participaccedilatildeo em eventos fiacutesicos deve levar em conta o fator idade Assim eacute

esperado natildeo necessariamente que solteiros sejam mais jovens e viuacutevos sejam mais

velhos A condiccedilatildeo fiacutesica favoraacutevel dos jovens e a maior disponibilidade de tempo

podem amparar ainda melhor a justificativa Mensink Loose e Oomen (1997)

acrescentaram a estes quesitos o menor compromisso financeiro com terceiros

Aquino (1996) observou que as mulheres solteiras tecircm menos afazeres no lar e

menores responsabilidades com outros familiares dependentes Dias et al (2007)

apresentaram a AF como um meio de solteiros mais jovens se relacionarem com

outras pessoas fora do ambiente domiciliar

Finalmente embora mulheres casadas (ou vivendo em uniatildeo) e com

filhos apresentem maior percepccedilatildeo sobre a importacircncia da praacutetica de exerciacutecios para

a sauacutede Branigan e OrsquoBrien-Cousins (1995) apontam que esta percepccedilatildeo natildeo se

transforma necessariamente em accedilatildeo

102

5326 Conhecimento sobre local para atividade fiacutesica

O ambiente fiacutesico pode influenciar o comportamento individual para a

praacutetica da AF Algumas caracteriacutesticas ambientais podem ser tratadas como fatores

facilitadores da AF outros satildeo entendidos como obstaacuteculos (Roux et al 2008)

Este estudo mostrou que nas capitais cerca de 80 dos participantes de

ambos os sexos tinham conhecimento de locais apropriados para agrave AF proacuteximos agraves

suas residecircncias e que aproximadamente 90 destes locais eram de acesso puacuteblico

Tambeacutem se observou que a maioria dos participantes que desconhecia a existecircncia de

locais apropriados para a praacutetica de AF proacuteximos de suas moradias estava inativa

(62) enquanto que dos que afirmaram conhecer 48 estavam inativos

Deve-se ressaltar que as pessoas que praticam AF tendem a se lembrar

mais frequentemente dos locais apropriados do que os inativos pois estatildeo mais

preocupados e atentos para a praacutetica Existem diversos estudos que abordam as

influecircncias do ambiente fiacutesico na praacutetica de AF e mostram que mudanccedilas favoraacuteveis

nele favorecem o aumento da praacutetica de AF A primeira revisatildeo sistemaacutetica

conhecida que apresenta resultados das intervenccedilotildees destinadas a promover o

ambiente para melhorar a praacutetica de AF eacute a de Foster e Hillsdon (2004) Os autores

mencionaram em primeiro lugar as causas gerais que explicam o decliacutenio dramaacutetico

na AF na sociedade contemporacircnea a reduccedilatildeo de ocupaccedilotildees ativas a utilizaccedilatildeo de

veiacuteculos o decliacutenio do transporte ativo (especialmente em crianccedilas mulheres e

idosos) as alteraccedilotildees fiacutesicas nos espaccedilos puacuteblicos (escadas rolantes elevadores

portas automaacuteticas) a reduccedilatildeo do tempo destinado agrave praacutetica da educaccedilatildeo fiacutesica

escolar a violecircncia urbana a inseguranccedila das crianccedilas em praacuteticas esportivas e a

substituiccedilatildeo de recreaccedilatildeo fisicamente ativa por passatempos passivos

A falta de percepccedilatildeo da potencialidade de espaccedilos possiacuteveis para a

praacutetica de AF constitui um obstaacuteculo Esta abordagem realccedila a importacircncia da

contextualizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos dado que a relaccedilatildeo entre a AF e o espaccedilo

urbano natildeo se confina apenas aos locais especialmente destinados agrave praacutetica de AF

Seguindo a teoria da contextualizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos todo o espaccedilo urbano

deve ser avaliado de modo a propiciar a funcionalidade do territoacuterio tornando-o

multifuncional permitindo que a populaccedilatildeo possa se deslocar ativamente e com

103

seguranccedila de um local para outro a peacute ou de bicicleta e aumentando a acessibilidade

da populaccedilatildeo com pouca mobilidade Como exemplo desta funcionalidade territorial

o estudo de Cruciani et al (2002) demonstrou que o gasto energeacutetico com a

caminhada de ida e volta para os locais destinados agrave praacutetica de AF foi maior do que o

gasto energeacutetico durante as atividades naquele local principalmente entre mulheres

na faixa etaacuteria de 52 a 72 anos A utilizaccedilatildeo do ambiente fiacutesico eacute uma das estrateacutegias

para o aumento da praacutetica da AF na maior parte das diretrizes Citem-se USDHHS

(2008a) OMS (2010) CDC (2010) MS Ruacutessia (2012)

Sobre isto Pereira (1995) ao investigar uma amostra de portugueses

residentes na cidade do Porto (426 mulheres e 369 homens) notou a forte demanda

de um puacuteblico que residia num raio de aproximadamente 1 km de distacircncia dos

equipamentos e instalaccedilotildees Resultados semelhantes foram obtidos por Jago e

Baranowski (2006) ao avaliarem 210 participantes na cidade de Houston (EUA) na

qual os participantes mais ativos moravam num raio de aproximadamente 800 metros

de distacircncia das instalaccedilotildees para AF

Ao se ater aos resultados da maioria dos estudos percebe-se que o

ambiente fiacutesico pode ser um fator favoraacutevel ou contraacuterio agrave praacutetica de AF Neste

sentido intervenccedilotildees destinadas a promover um ambiente favoraacutevel se mostram

oportunas e tambeacutem eacute possiacutevel indicar algumas estrateacutegias facilitadoras

Adequar o ambiente fiacutesico nas proximidades de aacutereas residenciais para

a praacutetica de AF

Criar ambiente seguro para pedestres nas calccediladas e nas travessias de

ruas

Criar bicicletaacuterios em locais de acesso puacuteblico

Reduzir a velocidade do tracircnsito motorizado

Concentrar locais de acessos puacuteblicos para a praacutetica de AF longe de

locais de traacutefego intenso

Adotar estrateacutegias de policiamento preventivo nas aacutereas destinadas a

AF

Alongar o horaacuterio de funcionamento das instalaccedilotildees fiacutesicas

Criar ambientes esteticamente agradaacuteveis

104

Divulgar a existecircncia dos pontos apropriados para a praacutetica de AF

5327 Variaccedilotildees regionais

Neste estudo natildeo se detectou a existecircncia de gradiente de prevalecircncia de

AF entre as regiotildees localizadas no CentroSul e NorteNordeste A taxa meacutedia de

ativos nas regiotildees do CentroSul (365) foi muito proacutexima agrave da regiotildees do

NorteNordeste (36) No entanto as capitais das regiotildees Norte e Nordeste

apresentaram percentuais de ativos maiores que capitais da regiatildeo Sudeste A cidade

de Satildeo Paulo considerada a maior economia da federaccedilatildeo apresentou o menor

percentual de ativos (284) entre todas as capitais brasileiras Nesta situaccedilatildeo a

variaacutevel econocircmica foi superada por todas as outras O que natildeo ficou claro foi a

determinaccedilatildeo das variaacuteveis que interferiram nestes resultados Em todas as cidades

investigadas para ambos os sexos o deslocamento ativo para o trabalho elevou em

aproximadamente duas vezes a taxa de prevalecircncia para o grupo de ativos

Dentro do paiacutes estes dados soacute podem ser comparados com os outros

relatoacuterios publicados pelo sistema VIGITEL referentes aos anos seguintes a ele Nos

demais estudos encontrados a amostra se limitou a um estado ou a uma regiatildeo da

federaccedilatildeo Como os relatoacuterios do VIGITEL referentes ao monitoramento relativo aos

anos de 2007 e 2008 (MS 2008b MS 2009) natildeo apresentaram informaccedilotildees para o

deslocamento ativo as informaccedilotildees satildeo restritas agrave AF realizada no tempo de lazer e

natildeo mostram grandes alteraccedilotildees em relaccedilatildeo ao relatoacuterio de 2006 em que a cidade de

Satildeo Paulo permaneceu com o menor percentual (113 e 115 respectivamente)

Nos relatoacuterios dos anos de 2009 e 2010 (MS 2010 MS 2011) informaccedilotildees sobre o

deslocamento ativo adicionado ao tempo de lazer aparecem e modificam fortemente

algumas posiccedilotildees recuam o percentual de ativos da cidade de Curitiba de 367 (em

2006) para 27 (em 2010) posicionando-a como a capital com menor percentual de

ativos do paiacutes e elevam os percentuais da cidade de Satildeo Paulo em 14 posiccedilotildees com

o percentual de ativos subindo de 284 (em 2006) para 48 (em 2010)

Finalmente eacute importante destacar que cidades de pequeno e meacutedio porte

do interior podem apresentar comportamentos distintos dos constatados neste estudo

Baretta Baretta e Perez (2007) mostraram maior niacutevel de AF em cidades de pequeno

105

porte frente a cidades maiores Assim as estrateacutegias incentivadoras para a praacutetica de

AF poderiam ser pensadas considerando o porte populacional

5328 Consumo de tabaco

Este estudo encontrou relaccedilatildeo inversa entre o tabagismo e o niacutevel de AF

para ambos os sexos aproximadamente 75 dos tabagistas estavam

insuficientemente ativos e a maior parte dos tabagistas (61) era inativa

Os estudos existentes na literatura envolvendo tabagismo e AF (Poortinga

2007) apresentam resultados que corroboram este estudo mostrando diferenccedilas na

abstinecircncia do fumo entre grupos de indiviacuteduos fisicamente ativos e inativos Lolio et

al (1990) avaliaram 1199 participantes de 15 a 74 anos de idade e verificaram que o

tabagismo diminuiacutea com o aumento da escolaridade e com a maior participaccedilatildeo em

eventos ativos no tempo de lazer Malta (2008) examinou a prevalecircncia de tabagismo

no Brasil usando o relatoacuterio do sistema VIGITEL de 2008 e apontou que 161 dos

homens e 124 das mulheres eram tabagistas com predomiacutenio na faixa de menor

escolaridade exatamente o grupo de menor niacutevel de AF Jago et al (2006) com

dados obtidos ao longo de 5 anos (2003 a 2007) em uma amostra de estadunidenses

demonstraram que 231 da populaccedilatildeo eram fumantes de cigarros ou charutos

principalmente os participantes negros baixa renda baixa escolaridade inativos

fisicamente ou com AF reduzida Miranda et al (2009) avaliaram a prevalecircncia de

tabagismo em universitaacuterios brasileiros e apontaram que os acadecircmicos do curso de

Educaccedilatildeo Fiacutesica apareceram com a menor prevalecircncia de tabagismo (8)

A preocupaccedilatildeo com a cessaccedilatildeo do tabagismo reside no aumento do risco

de morbimortalidade por doenccedilas de causas arteriais (IAM AVC HAS) cacircnceres e

problemas respiratoacuterios (bronquite enfisema) Eacute importante destacar que uma das

consequecircncias negativas do tabagismo envolve o conflito com a capacidade de

esforccedilo O tabagismo eacute um fator limitante do desempenho fiacutesico e pode contribuir

para que pessoas inativas ou pouco ativas assim permaneccedilam A sensaccedilatildeo

desagradaacutevel provocada pela fadiga eacute antecipada pelo tabagismo (principalmente o

crocircnico) e constitui um dos fatores importantes que desmotiva a adesatildeo agrave praacutetica da

AF em ambos os sexos (Aoyagi et al 2010)

106

5329 Consumo de bebida alcooacutelica

Este estudo mostra que haacute relaccedilatildeo direta entre o niacutevel de AF e o consumo

diaacuterio de bebida alcooacutelica em ambos os sexos cerca de 27 dos homens e 12 das

mulheres muito ativos e insuficientemente ativos consumiram aacutelcool diariamente De

modo geral 55 dos ativos consumiram aacutelcool regularmente

Os estudos encontrados na literatura envolvendo o consumo de aacutelcool e a

praacutetica de AF indicam uma relaccedilatildeo positiva entre o niacutevel de AF e o consumo de

aacutelcool Poucas pesquisas investigaram os motivos para que os ativos sejam mais

bebedores que os inativos O estudo de Cavalcante (2010) avaliou o consumo de

drogas entre universitaacuterios ativos de um curso de Educaccedilatildeo Fiacutesica e observou o

consumo excessivo de aacutelcool em 42 nos acadecircmicos e 29 nas acadecircmicas O

Centro de Informaccedilotildees sobre Sauacutede e Aacutelcool (CISA 2008) divulgou resultado de

estudo envolvendo 26685 universitaacuterios provenientes de 40 universidades de todas

as regiotildees dos Estados Unidos e mostrou que quanto maior o niacutevel da praacutetica de AF

maior eacute a propensatildeo de beber abusivamente Gordia (2008) avaliou jovens de 14 a 20

anos de idade 77 eram muito ativos 21 eram ativos e 2 eram pouco ativos

Deles 13 eram abstecircmios 63 eram consumidores moderados e 246 eram

consumidores abusivos Kendzor et al (2008) avaliaram a influecircncia da AF entre 620

alcoolistas veteranos inscritos em programas de tratamento e acompanhamento do

alcoolismo A anaacutelise de regressatildeo natildeo revelou relaccedilatildeo significativa entre a praacutetica de

AF e o consumo de aacutelcool entre os 6 e os 12 meses de acompanhamento

Pode-se assim supor que pessoas com comportamentos saudaacuteveis de vida

como a praacutetica de AF sejam tambeacutem propensas a outros comportamentos saudaacuteveis

como o consumo reduzido de aacutelcool Especificamente neste estudo esta tendecircncia

parece natildeo se confirmar

O maior consumo de bebida alcooacutelica entre os fisicamente ativos pode ser

explicado em parte por questotildees comportamentais Pessoas ativas procuram a AF

devido ao seu comportamento ser mais ativo e este maior grau de atividade pode ser

uma das causas de maior atividade social em que em face das normas e condutas

aceitas frequentemente se apresentam bebidas alcooacutelicas para o consumo (Gordia

2008) Tambeacutem para alguns indiviacuteduos (principalmente os mais escolarizados) que

107

bebem muito realizar exerciacutecios fiacutesicos frequentes pode ser um modo para

compensar o consumo extra de energia proveniente da bebida ou para contrabalanccedilar

os efeitos negativos agrave sauacutede promovidos pelo consumo excessivo de aacutelcool

Embora a influecircncia do comportamento psicossocial pese para o consumo

de bebida alcooacutelica experimentos com cobaias tecircm mostrado resultados que podem

acrescentar outros fatores aleacutem dos comportamentos sociais para a relaccedilatildeo entre

consumo de bebida alcooacutelica e AF Em experimento controlado cobaias expostas agrave

AF foram mais atraiacutedas ao consumo de aacutelcool do que cobaias sedentaacuterias em mesmas

condiccedilotildees de habitat (Leasure e Nixon 2010) Especula-se que alteraccedilotildees nos

circuitos cerebrais supostamente desencadeados pela AF podem desempenhar um

papel estimulante para o consumo de aacutelcool poreacutem natildeo estaacute claro como o

mecanismo de recompensa interage e se manifesta

53210 Estado de sauacutede

Este estudo mostrou que no conjunto da populaccedilatildeo a percepccedilatildeo do estado

de sauacutede negativa foi maior entre os inativos Enquanto que para a percepccedilatildeo de

sauacutede conceituada como excelente havia 35 de inativos para a ruim o percentual

cresceu para 72 Por outro lado agrave medida que aumentava o rendimento fiacutesico

cresciam os percentuais para a percepccedilatildeo de sauacutede positiva A avaliaccedilatildeo negativa foi

mais frequente entre os mais velhos para ambos os sexos

Os estudos encontrados na literatura envolvendo a relaccedilatildeo do estado de

sauacutede com a praacutetica de AF estatildeo de acordo com este estudo Anaacutelise sistematizada

conduzida por Vancea et al (2011) em estudos publicados entre 2005 a 2009

encontrou em 14 dos 16 estudos analisados uma associaccedilatildeo direta entre a praacutetica de

AF e uma percepccedilatildeo positiva do estado de sauacutede Cardoso et al (2008) avaliaram

idosos com idade meacutedia de 70 anos participantes de um grupo de convivecircncia para

idosos sendo 89 deles muito ativos e apenas 11 pouco ativos Entre eles 40

consideraram a sauacutede moderada 48 boa e 12 ruim O grau de satisfaccedilatildeo com o

estado de sauacutede era maior para aqueles com rendimento fiacutesico mais elevado

Por tratar-se de estudo transversal natildeo se pode esquecer a possibilidade de

causalidade reversa nessa associaccedilatildeo ou seja aqueles que avaliam sua sauacutede como

108

boa podem tecircr maior disposiccedilatildeo para praacutetica de AF e natildeo o seu inverso a AF

aumenta a percepccedilatildeo da sauacutede como boa No entanto a plausibilidade da associaccedilatildeo

entre estes fatores vem sendo explicada por abordagens fisioloacutegicas e psicossociais

segundo as quais os diferentes tipos e doses de AF podem influenciar a percepccedilatildeo da

sauacutede Do ponto de vista fisioloacutegico acredita-se que esta associaccedilatildeo eacute decorrente da

accedilatildeo de neurotransmissores cerebrais Do ponto de vista psicossocial acredita-se que

a praacutetica de AF produza efeito positivo sobre a autoimagem e estes efeitos

combinados seriam capazes de gerar uma percepccedilatildeo de sauacutede mais positiva (Vancea

et al 2011)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro a autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede

apesar de ser uma avaliaccedilatildeo subjetiva eacute considerada um indicador vaacutelido e relevante

para a percepccedilatildeo do estado de sauacutede do indiviacuteduo e da populaccedilatildeo Este indicador tem

se revelado fortemente correlacionado com medidas objetivas de morbidade e de uso

de serviccedilos de sauacutede sendo um preditor de mortalidade independentemente de

outros fatores (MS 2011) Eacute importante destacar que a autopercepccedilatildeo do estado de

sauacutede pode variar de acordo com as experiecircncias sociais e culturais do indiviacuteduo

nem sempre contemplando a percepccedilatildeo dos muacuteltiplos aspectos que a conformam e

muitas vezes (quase sempre) a autoavaliaccedilatildeo focaliza o componente ldquodoenccedilardquo

(presenccedila ou natildeo) como o determinante do seu estado

Percebe-se que a autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede e a praacutetica de AF natildeo

satildeo variaacuteveis (necessariamente) diretamente proporcionais mas parece plausiacutevel que

a conquista de elementos que melhoram a autopercepccedilatildeo da sauacutede possibilita ao

indiviacuteduo ser mais ativo e vice-versa

533 Eixo III ndash Componentes da atividade fiacutesica

Esta seccedilatildeo aborda a estrutura da AF a duraccedilatildeo a frequecircncia semanal e a

intensidade do esforccedilo procurando conhecer como sua combinaccedilatildeo repercute no

niacutevel de AF

109

5331Duraccedilatildeo do esforccedilo

Os resultados aqui apresentados mostram que homens aleacutem de mais

ativos tambeacutem se exercitaram mais demoradamente (acima de 60 minutos) O maior

grau de aptidatildeo fiacutesica dos homens eacute constatado como destaque na maior parte dos

estudos que associam a capacidade de suportar esforccedilo entre os sexos Citam-se os

estudos conduzidos por Beacutelanger et al (2011) Entatildeo eacute possiacutevel admitir a existecircncia

de um processo de retroalimentaccedilatildeo positiva entre a praacutetica de AF aptidatildeo fiacutesica e

capacidade de resistir mais demoradamente ao esforccedilo

De modo geral os participantes se ocuparam com sessotildees de 30 minutos

ou mais de duraccedilatildeo Esta duraccedilatildeo foi relatada por 95 dos participantes que

alcanccedilaram a meta e 90 dos participantes que natildeo alcanccedilaram a meta Assim

observa-se que o tempo despendido para cada sessatildeo de AF entre as duas classes foi

semelhante (p=009) Para as atividades com duraccedilatildeo entre 30 e 60 minutos por

sessatildeo tambeacutem natildeo se observou diferenccedila significativa entre ativos suficientes e

insuficientes (p=008) Estes resultados mostram que a maioria dos participantes de

ambos os sexos atendeu satisfatoriamente ao quesito duraccedilatildeo do esforccedilo preconizado

pela maioria das diretrizes e se encontram de acordo com o que eacute recomendado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro

Aleacutem do maior percentual de homens para esforccedilos de duraccedilatildeo mais longa

o perfil se completou com solteiros jovens com idade entre 18 a 24 anos pardos e

morenos com baixa escolaridade (ateacute 8 anos) natildeo fumantes e com frequecircncia de 3 a

6 vezes por semana (plt0001) Somente 78 participantes (03) dos que natildeo

alcanccedilaram a meta relataram a praacutetica de AF com duraccedilatildeo inferior a 10 minutos Fica

demonstrado com isto que o tempo miacutenimo inferior a 10 minutos de duraccedilatildeo do

esforccedilo natildeo constitui um fator relevante para o natildeo alcance da meta

5332 Frequecircncia da atividade fiacutesica

Os participantes que alcanccedilaram a meta apresentaram maior frequecircncia

semanal Assim enquanto aproximadamente 95 dos participantes com AF

insuficiente referiram frequecircncia entre 1 e 2 vezes por semana cerca de 70 dos

110

participantes com AF suficiente a realizava em 3 ou mais vezes (plt0001) Apesar de

as mulheres terem sido menos ativas as que referiram a pratica de alguma AF se

mostraram mais assiacuteduas com maior frequecircncia semanal

Como os dois grupos (suficientes e insuficientes) relataram um

comportamento proacuteximo para a duraccedilatildeo do esforccedilo e oposto para a frequecircncia

semanal a frequecircncia semanal se mostra como um importante fator para o alcance da

meta miacutenima da AF

Em simulaccedilatildeo ao aumentar a frequecircncia semanal artificialmente para 3

sessotildees entre os 6233 participantes ativos insuficientes que referiram realizar sessotildees

entre 1 a 2 vezes por semana sem alterar qualquer outra informaccedilatildeo 5689

participantes obtiveram promoccedilatildeo em seu niacutevel de AF que resultou na passagem de

85 dos ativos insuficientes para suficientes Portanto o aumento da frequecircncia

semanal aumentou automaticamente o volume de esforccedilo semanal acumulado Um

participante que realiza duas sessotildees por semana com duraccedilatildeo de 50 minutos cada

ao final da semana cumpriu 100 minutos O acreacutescimo de uma sessatildeo aumentou o

volume para 150 minutos Embora as recomendaccedilotildees da OMS natildeo exijam

necessariamente frequecircncia distribuiacuteda ao longo da semana o aumento da frequecircncia

semanal contribuiu de modo importante para o volume final do esforccedilo

Em outra simulaccedilatildeo para os ativos insuficientes foi aumentada a duraccedilatildeo

do esforccedilo sem modificar a frequecircncia semanal e cada sessatildeo passou a ser natildeo

inferior a 60 minutos Entre os 6588 participantes pertencentes a esta classificaccedilatildeo

apenas 724 (11) obtiveram elevaccedilatildeo do niacutevel de AF Assim haacute de se ressaltar que

o aumento da duraccedilatildeo do esforccedilo de um uacutenico episoacutedio em face da distribuiccedilatildeo do

esforccedilo ao longo da semana para aumentar o niacutevel da AF aleacutem de ter se apresentado

menos eficiente tambeacutem pode aumentar o risco de lesotildees (Talbot et al 2007)

A determinaccedilatildeo ideal da frequecircncia semanal ainda natildeo eacute uma discussatildeo

encerrada pela maioria das diretrizes de AF O Comitecirc Consultivo do USDHHS em

2008 entendeu que as orientaccedilotildees do ACSM de 2007 satildeo muito especiacuteficas ao

definir a frequecircncia miacutenima de 5 dias por semana para atividades moderadas e 3 dias

para intensidades vigorosas Como resultado as atuais orientaccedilotildees da USDHHS

orientam que se possa acumular AF sem uma determinada frequecircncia semanal

111

A este respeito eacute limitado o nuacutemero de publicaccedilotildees em que avaliamos

benefiacutecios da AF para a sauacutede em resposta a diferentes frequecircncias por semana

Muitos estudos experimentais desde 1995 tecircm demonstrado efeitos beneacuteficos de

sessotildees de 120 a 150 minutos por semanade de atividade moderada ou vigorosa

geralmente realizadas de 3 a 5 vezespor semana indicando que a AF distribuiacuteda ao

longo da semana eacute eficaz e segura Estudos que avaliam benefiacutecios para a sauacutede com

programas de AF realizados em apenas 1 ou 2 sessotildees por semana com volume e

intensidade de esforccedilo satildeo ainda limitados

A diretriz oficial dos EUA de 2008 a OMS e o CDC sugerem que a

preocupaccedilatildeo com a frequecircncia semanal eacute menos importantedo que a quantidade ou a

intensidade do esforccedilo apesar dos dados disponiacuteveis serem insuficientes (USDHHS

2008a) A maioria das mudanccedilas morfofuncionais do organismo ocorre mediada

pelos processos de adaptaccedilatildeo funcional em resposta ao exerciacutecio fiacutesico e a sua

magnitude diminui ou se desfez agrave medida que aumenta o intervalo entre os estiacutemulos

(Aoyagi et al 2010) Outro aspecto crucial se refere ao fato de que natildeo considerar a

distribuiccedilatildeo sistematizada das atividades ao longo da semana poderia induzir as

pessoas a se esforccedilarem demais para alcanccedilar a meta em uma uacutenica sessatildeo o que

pode aumentar o risco de ocorrecircncia de eventos adversos agrave sauacutede (Talbot et al

2007)

5333 Intensidade do esforccedilo fiacutesico

Neste estudo a intensidade do esforccedilo foi determinada de forma indireta

sendo obtida pela observaccedilatildeo do tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e pela sua

conversatildeo em intensidade atraveacutes das indicaccedilotildees do Compecircndio de Atividade Fiacutesica

proposto por Ainsworth et al(2000)

As atividades vigorosas totalizando cerca de 40 da preferecircncia da

amostra atraiacuteram principalmente os jovens classificados como muito ativos fato que

se justifica considerando que de modo geral os jovens apresentam melhor aptidatildeo

fiacutesica do que os mais velhos As atividades moderadas (60) atraiacuteram mais as

mulheres e pessoas de mais idade

112

A caminhada foi responsaacutevel por manter ativos 43 da populaccedilatildeo

brasileira residente nas capitais da federaccedilatildeo conforme os resultados obtidos Essa

praacutetica como treinamento fiacutesico comeccedilou a ganhar forccedila no Brasil em meados da

deacutecada de 1970 com a difusatildeo do meacutetodo Cooper12

e tem se apresentado como a

escolha de preferecircncia para a praacutetica de AF em trecircs de cada quatro brasileiros que se

exercitam regularmente (MS 2010) Este resultado condiz com outro estudo que

apresenta a caminhada como a modalidade de maior adesatildeo entre os fisicamente

ativos (Bull 2010)

O futebol foi a atividade de maior preferecircncia entre os insuficientemente

ativos sendo o responsaacutevel por atrair aproximadamente 15 da amostra (N=3783)

principalmente entre os homens Portanto poliacuteticas de incentivo ao aumento de sua

frequecircncia semanal poderiam estimular os brasileiros a alcanccedilarem pelo menos os

niacuteveis miacutenimos de AF

Por fim o trabalho de musculaccedilatildeo se apresentou como a terceira

modalidade mais referida com 12 da preferecircncia Para algumas diretrizes como a

oficial dos EUA de 2008 independentemente da duraccedilatildeo do esforccedilo do metabolismo

envolvido e do gasto de energia dispendido para a sua realizaccedilatildeo os exerciacutecios de

musculaccedilatildeo natildeo deveriam compor a meta A diretriz da OMS de 2010 recomenda a

praacutetica da musculaccedilatildeo por pelo menos dois dias por semana mas omite se o esforccedilo

conta como AF miacutenima Neste estudo considerou-se que sim No entanto espera-se

que em 2015 data marcada para o reexame destas recomendaccedilotildees a OMS possa

deixar clara a sua posiccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave praacutetica de musculaccedilatildeo como parte integrante

da meta A princiacutepio natildeo parece coerente que um participante que consome 500 a

1000 MET minutos por semana ou mais realizando exerciacutecios de musculaccedilatildeo possa

ser classificado como inativo

12

Meacutetodo de treinamento estruturado no metabolismo aeroacutebio criado e desenvolvido

pelo meacutedico estadunidense Kennety Cooper

113

534 Eixo IV ndash Atividade Fiacutesica em portadores de Doenccedilas Crocircnicas natildeo

Transmissiacuteveis

Esta seccedilatildeo identifica o padratildeo de AF em portadores de diagnoacutestico preacutevio

de alguma DCNT para estabelecer se a praacutetica de AF estaacute de acordo com as

recomendaccedilotildees especiacuteficas para cada doenccedila

No inqueacuterito do VIGITEL de 2006 natildeo foi possiacutevel distinguir o grau ou

subtipo de cada doenccedila embora se admitam diferenccedilas cliacutenicas entre elas A

possibilidade de um mesmo participante ser portador de mais de um tipo de DCNT

tambeacutem foi considerada

Os portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT apresentaram estrutura de

AF proacutexima agravequela observada para o conjunto da populaccedilatildeo Assim a duraccedilatildeo a

intensidade do esforccedilo a preferecircncia pela modalidade e a frequecircncia semanal

guardam comportamentos semelhantes ou seja suficiecircncia de AF mais presente

entre participantes com maior assiduidade duraccedilatildeo do esforccedilo em meacutedia ge 30

minutos por sessatildeo e insuficiecircncia de AF para os menos assiacuteduos A caminhada e o

futebol tambeacutem foram as modalidades preferidas

5341 Hipertensatildeo arterial sistecircmica

Neste estudo a praacutetica regular de AF foi baixa nos portadores de

diagnoacutestico preacutevio de hipertensatildeo arterial sistecircmica (DPHAS) e o percentual

diminuiu com o aumento da idade A prevalecircncia desta doenccedila foi de 215 no

conjunto da populaccedilatildeo Deste total cerca de 59 se declararam inativos

Aproximadamente 70 dos participantes natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima de AF

Os resultados deste estudo foram consistentes com os dados do Ministeacuterio

da Sauacutede (MS) que estima a prevalecircncia entre 22 e 44 para adultos (32 em

meacutedia) chegando a mais de 50 para indiviacuteduos com 60 a 69 anos e 75 em

indiviacuteduos com mais de 70 anos (MS 2013) Ainda segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

parcela importante dos brasileiros desconhece o diagnoacutestico para este agravo Assim

eacute possiacutevel supor que a prevalecircncia de hipertensos na populaccedilatildeo seja ainda maior do

que a aqui encontrada

114

Este estudo confirmou maior predomiacutenio de hipertensatildeo entre as mulheres

com uma proporccedilatildeo de 2 mulheres para cada homem e com destaque para idade do

climateacuterio A maior procura de mulheres pelos serviccedilos de sauacutede pode explicar em

parte o maior conhecimento do diagnoacutestico

Dentre os estudos encontrados na literatura associando a praacutetica de AF e a

hipertensatildeo arterial Sofi et al (2008) apresentaram resultados com relaccedilatildeo inversa

entre o niacutevel de AF e a ocorrecircncia de hipertensatildeo arterial sistecircmica

O ACSM estabeleceu a associaccedilatildeo da ocorrecircncia de hipertensatildeo com a

inatividade fiacutesica de niacutevel lsquoCrsquo13

Deixou expliacutecito principalmente na atualizaccedilatildeo da

diretriz de 2007 que efeitos adicionais da AF para a prevenccedilatildeo da hipertensatildeo satildeo

obtidos com quantidades maiores de AF em relaccedilatildeo agravequelas recomendadas embora

natildeo explicitando claramente a magnitude da dose-resposta (ACSM 2007)

Outro estudo recente e abrangente eacute a metanaacutelise realizada por Kesaniemi

e colaboradores para subsidiar a atualizaccedilatildeo da diretriz oficial canadense O estudo

envolveu publicaccedilotildees abrangendo um universo de 112636 participantes divididos

em trecircs categorias inativo ativo insuficiente e ativo suficiente Os artigos elegiacuteveis

foram publicados ao longo de 24 anos entre 1983 e 2007 Chama a atenccedilatildeo o

consenso de efeitos positivos da AF sobre o risco de hipertensatildeo Em todos os

estudos ao comparar a quantidade de AF entre o grupo mais ativo com grupo menos

ativo a associaccedilatildeo encontrou risco relativo meacutedio de 068 (Kesaniemi et al2010)

Este estudo encontrou cerca de 70 dos portadores de DPHAS realizando

caminhada como praacutetica de AF Sobre isto haacute fortes evidecircncias de que a intensidade

do exerciacutecio aeroacutebio moderada eacute suficiente para reduzir a pressatildeo arterial no paciente

hipertenso Para o esforccedilo com intensidade maior (acima 85 VO2 max) admitem-se

efeitos deleteacuterios sobre a hipertensatildeo arterial sistecircmica embora os mecanismos

fisioloacutegicos ainda natildeo estejam totalmente esclarecidos (Warren et al 2010) Nas

recomendaccedilotildees recentes de AF para hipertensos ditadas pelo Coleacutegio Americano de

Cardiologia e pela Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia enfatiza-se que ser ativo

deve ser parte do protocolo da assistecircncia meacutedica ao hipertenso A AF regular com

13

Graduaccedilatildeo de evidecircncia divide-se em A B C e D Quanto maior o grau (ordem

alfabeacutetica decrescente) maior eacute a evidecircncia de associaccedilatildeo

115

intensidade de leve a moderada deve ser efetivada como parte do tratamento natildeo

medicamentoso quando haacute hipertensatildeo de leve a moderada e sem doenccedila cardiacuteaca de

base Nos casos de hipertensatildeo grave natildeo eacute indicado AF vigorosa mas estaacute liberada

a AF de intensidade leve Exerciacutecios isomeacutetricos que aumentam a carga ventricular

devem ser evitados Exerciacutecios dinacircmicos envolvendo grandes grupos musculares

devem ser os preferidos (ACC 2010 AHA 2010)

Em relaccedilatildeo agrave modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte preferido a maior

parte dos portadores de DPHAS estaacute de acordo com as recomendaccedilotildees especiacuteficas

principalmente entre as mulheres Assim as poliacuteticas de sauacutede para a hipertensatildeo

arterial devem dar maior incentivo agrave praacutetica de AF pois 70 dos hipertensos

moradores das grandes cidades brasileiras ainda satildeo insuficientemente ativos

5342 Dislipidemia

Neste estudo 17 dos participantes se declararam portadores de

diagnoacutestico preacutevio de dislipidemia (DPD) e entre eles 54 eram inativos Mulheres

aparecem colocadas numa situaccedilatildeo de desvantagem em relaccedilatildeo aos homens O

percentual de DPD cresceu linearmente com a idade e se estabilizou apoacutes os 55anos

Nesta idade aproximadamente 36 referiram DPD

Embora natildeo se constitua como doenccedila propriamente mas como fator de

risco para as DCNT a dislipidemia tem sido objeto de pesquisa na sua relaccedilatildeo com a

AF Os estudos encontrados na literatura relacionando a praacutetica de AF e a ocorrecircncia

de dislipidemia apresentaram efeito positivo da AF sobre os niacuteveis elevados de

lipiacutedios seacutericos enquanto a inatividade fiacutesica se apresentou deleteacuteria (Durstine et al

2001) Os mesmos autores tambeacutem mostraram que as medicaccedilotildees antidislipidecircmicas

podem ser potencializadas quando aliadas agrave AF embora declarem que os dados

disponiacuteveis a este respeito ainda satildeo insuficientes para declarar com precisatildeo a

magnitude desta associaccedilatildeo

Alteraccedilotildees significativas nos niacuteveis de lipiacutedios foram observadas apoacutes uma

uacutenica sessatildeo de esforccedilo verificando-se o aumento dos niacuteveis de colesterol HDL e

reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e do colesterol VLDL Estas alteraccedilotildees persistiram ateacute 24

horas apoacutes o esforccedilo e perderam o efeito na medida em que aumentou o intervalo

116

entre as sessotildees Os efeitos sobre o colesterol LDL foram menos intensos (Lee e

Paffenbarger 2001)

A plausibilidade bioloacutegica tem sido atribuiacuteda em parte agrave accedilatildeo da enzima

lipoproteiacutena lipase no muacutesculo esqueleacutetico que aumenta a degradaccedilatildeo das moleacuteculas

de gordura do sangue e eacute ativada pelo esforccedilo fiacutesico e pela diminuiccedilatildeo da secreccedilatildeo de

trigliceriacutedeos no fiacutegado Acredita-se que ambos os efeitos retornam aos niacuteveis de preacute-

exerciacutecio apoacutes o intervalo de 24 horas de repouso (Gill e Hardman 2003)

Neste estudo constatou-se que aproximadamente 90 dos portadores de

DPD que natildeo alcanccedilaram a meta recomendada de AF realizavam sessotildees entre 1 e 2

vezes por semana Neste aspecto a baixa frequecircncia semanal aleacutem de contribuir para

uma quantidade insuficiente de AF para a sauacutede geral tambeacutem estaacute em desacordo

com o estiacutemulo adequado para a reduccedilatildeo dos niacuteveis de lipiacutedios seacutericos

Os participantes mais jovens informaram menores taxas de aumento dos

lipiacutedeos seacutericos do que os mais velhos Segundo os dados do Ministeacuterio da Sauacutede

natildeo eacute comum os mais jovens se preocuparem com este problema embora sejam

tambeacutem acometidos por ele (MS 2010) A dislipidemia eacute fator de risco primaacuterio para

o IAM e o AVC e cerca de 20 de todos os oacutebitos por estas causas ocorrem em

pessoas entre 20 e 40 anos de idade

O maior percentual de DPD ocorreu entre as mulheres e nas com idade ge

45 anos foi seis vezes maior comparadas a grupos de mulheres com idade le 25

anos O aumento dos lipiacutedios seacutericos associado agrave diminuiccedilatildeo dos hormocircnios do

climateacuterio eacute fortemente apresentado pela literatura (Durstine et al 2001)

5343 Diabetes

Os resultados deste estudo trataram a diabetes de forma geneacuterica Embora

se reconheccedila distinccedilotildees entre os diferentes tipos de diabetes devido ao formato do

inqueacuterito do VIGITEL natildeo foi possiacutevel distinguir estes tipos diferentes No entanto

consideraremos que a nossa amostra se alinha com as estimativas mundiais que

apresentam o diabete do tipo 2 como constituindo de 80 a 90 dos casos (CDC

2010)

117

Os benefiacutecios da AF sobre a sensibilidade agrave insulina satildeo encontrados tanto

para atividades aeroacutebias quanto para atividades com exerciacutecio resistido

(musculaccedilatildeo) O mecanismo pelo qual essas modalidades de exerciacutecio melhoram a

sensibilidade agrave insulina parece ser diferente o que sugere que a combinaccedilatildeo das duas

modalidades seja a ideal (Persghin 1996) Para Eriksson et al (1997) o efeito do

exerciacutecio fiacutesico sobre a sensibilidade agrave insulina eacute maacuteximo de 12 a 48 horas apoacutes a

sessatildeo e volta progressivamente aos niacuteveis de preacute-atividade em aproximadamente

trecircs dias apoacutes a uacuteltima sessatildeo Isto reforccedila a necessidade da regularidade da AF Em

termos de ganho para a sauacutede os benefiacutecios parecem se destacar em indiviacuteduos

inativos que se tornam pelo menos moderadamente ativo Assim iniciar a praacutetica de

alguma AF parece ser para o portador de DPDM inativo um passo mais importante

do que atingir as metas recomendadas pelas diretrizes de AF (USDHHS 2008a)

Eacute importante destacar o consenso dos estudos que nortearam a atualizaccedilatildeo

da diretriz oficial do Canadaacute no ano de 2010 Uma metanaacutelise com estudos de coorte

acompanhados em meacutedia por 93 anos publicados ao longo de 16 anos e

envolvendo 624952 pessoas com 19325 casos de diabetes tipo 2 apresentou uma

relaccedilatildeo inversa entre a associaccedilatildeo do diabetes do tipo 2 e o niacutevel de AF A metanaacutelise

apresentou reduccedilatildeo meacutedia de risco de 42 para o grupo suficientemente ativo

quando comparado ao inativo e a maioria (84) destes estudos revelou reduccedilotildees

incrementais no risco de diabetes tipo 2 por meio de niacuteveis crescentes de AF

(Kesaniemi et al2010)

Cerca de 62 dos portadores de DPDM eram inativos e 70 deles

aproximadamente natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima de AF com destaque negativo

para as mulheres Entre os estudos encontrados na literatura envolvendo a praacutetica de

AF em portadores de diabetes Dipietro et al (2006) apresentam resultados que

confirmam a baixa procura de AF entre os diabeacuteticos

A praacutetica de caminhadas foi a principal modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou

esporte em aproximadamente 70 deste grupo A musculaccedilatildeo alcanccedilou somente

25 da preferecircncia

O Ministeacuterio da Sauacutede preconizou que para portadores de diabetes

mellitus o exerciacutecio deve ser iniciado de forma gradual e como exemplo cita as

118

caminhadas por 5 a 10 minutos em terreno plano aumentando-as semanalmente ateacute

alcanccedilar 30 a 60 minutos diaacuterios 5 a 7 dias por semana (MS 2006)

A caminhada foi o principal exerciacutecio fiacutesico praticado por

aproximadamente 70 deste grupo Este percentual foi superior quando comparado

ao percentual do puacuteblico em geral (423) A praacutetica da caminhada parece ser o tipo

de exerciacutecio fiacutesico que mais contribuiu para o alcance da meta recomendada no

entanto diabeacuteticos com perda significativa de sensibilidade nos peacutes por motivo de

seguranccedila devem ser desencorajados para a praacutetica desta modalidade ou de qualquer

outra que potencialize ferimentos nos peacutes Nesses casos outras opccedilotildees devem ser

consideradas

A diminuiccedilatildeo dos praticantes da caminhada e o aumento dos praticantes de

futebol satildeo caracteriacutesticas entre o grupo com AF insuficiente entatildeo o incentivo pelo

aumento da praacutetica de caminhadas eacute desejaacutevel para ambos os sexos e a reorganizaccedilatildeo

da praacutetica do futebol ndash com o aumento da frequecircncia semanal ndash pode elevar em

aproximadamente 22 do niacutevel de AF do puacuteblico masculino

A duraccedilatildeo de cada sessatildeo tende ser maior entre os suficientemente ativos

Somente 2 dos participantes com DPDM referiram AF com duraccedilatildeo menor que 30

minutos enquanto para os insuficientemente ativos foram 25 De modo geral 85

dos portadores de DPDM realizam sessotildees com 30 minutos ou mais de duraccedilatildeo e se

alinham agraves recomendaccedilotildees No entanto a frequecircncia semanal soacute se alinhou com as

recomendaccedilotildees para aqueles com AF suficiente sendo que a maioria (60)

realizaram AF 5 ou mais vezes por semana Para aqueles com AF insuficiente a

frequecircncia semanal estaacute em desacordo para 93 deste grupo Assim parece

promissor investimento no aumento da frequecircncia das atividades para o aumento da

suficiecircncia da AF em portadores de DPDM

Os descendentes asiaacutetico identificados no inqueacuterito segundo a cor de sua

pele (amarelos) apresentaram ao mesmo tempo melhores niacuteveis de AF e maiores

taxas de DPDM (11 - duas vezes maior do que os participantes de outras etnias)

Deve-se considerar a possibilidade deste grupo ter tido maior acesso aos serviccedilos de

sauacutede e aderido aagrave praacutetica de AF por recomendaccedilatildeo meacutedica

119

Eacute importante salientar que 465 dos brasileiros desconhecem o

diagnoacutestico preacutevio desta doenccedila A maior parte deles soacute perceberaacute a doenccedila nas fases

mais avanccediladas quando as consequecircncias passam a se manifestar de modo

perceptiacutevel (MS 2002) O conhecimento do diagnoacutestico preacutevio para a diabetes pode

reforccedilar a ideia de ser eou permanecer fisicamente mais ativos Isto pode criar uma

perspectiva interessante para a relaccedilatildeo entre a AF e o diagnoacutestico de um determinado

agravo crocircnico O conhecimento preacutevio do diagnoacutestico pode aumentar a adesatildeo agrave

praacutetica de AF pela busca da atenuaccedilatildeo do problema e isto pode reforccedilar a proteccedilatildeo

contra outras DCNT e suas respectivas complicaccedilotildees

Os maiores percentuais de diabetes foram encontrados em mulheres com

maior faixa etaacuteria e menor escolaridade grupo em que a taxa de AF tambeacutem eacute

menor Estrateacutegias para elevar o niacutevel de AF entre portadores de diabetes passam

pois pela priorizaccedilatildeo do grupo mais vulneraacutevel em face da inatividade fiacutesica

5344 Osteoporose

Os resultados deste estudo mostraram que 44 dos participantes tinham

diagnoacutestico preacutevio de osteoporose (DPO) com maior prevalecircncia na regiatildeo Sudeste

(46) e menor na regiatildeo Centro Oeste (36) (plt0001) Entre os portadores de

DPO houve maior incidecircncia entre as mulheres com destaque para a idade poacutes-

climateacuterio em que trecircs a cada dez mulheres declararam-se portadoras de DPO Em

ambos os sexos o diagnoacutestico foi mais comum com o aumento da idade

principalmente na faixa etaacuteria de acima de 65 anos A taxa de inatividade fiacutesica

(63) entre os portadores de DPO foi maior do que a meacutedia da populaccedilatildeo (52) e

perto de 75 ficaram aqueacutem do miacutenimo de AF recomendado pela OMS de 2010

Entre os estudos encontrados na literatura relacionando a praacutetica de AF

com a ocorrecircncia de osteoporose destaca-se a metanaacutelise realizada por Kujala et al

(2009) que reuniram estudos com seguimento meacutedio de 21 anos O trabalho revelou

que os participantes que praticaram AF vigorosa comparados com inativos ou

insuficientemente ativos apresentaram menor incidecircncia de fratura de quadril com

risco relativo (RR) = 038 (IC 95 = 016-091) Eacute importante destacar que a maioria

120

dos estudos tem associado a ocorrecircncia de fraturas oacutesseas como indicador de

osteoporose o que pode superestimar o efeito protetor da AF para o metabolismo

oacutesseo Sobre este ponto Vainionpaa (2006) afirma que alguns exerciacutecios fiacutesicos

podem diminuir a ocorrecircncia de fraturas natildeo pela melhora da sauacutede dos ossos em si

mas pela melhora do equiliacutebrio e pela diminuiccedilatildeo da quantidade e gravidade das

quedas principalmente entre os mais idosos Neste sentido o USDHHS em 2010

sugeriu medidas objetivas de acompanhamento da densidade oacutessea para que se tenha

a possibilidade de anaacutelise mais apurada do efeito da AF para a prevenccedilatildeo da

osteoporose

Neste estudo a praacutetica de caminhada foi a principal modalidade de

exerciacutecio fiacutesico ou esporte referida por 59 deste grupo A musculaccedilatildeo somou

somente 6 da preferecircncia Quando comparados aos portadores de outras patologias

crocircnicas eles apresentaram as menores taxas para caminhada corrida e musculaccedilatildeo

Outros 87 do grupo preferiram a hidroginaacutestica

A importacircncia da AF com exerciacutecios resistidos eacute destaque em vaacuterios

estudos mostrando que a densidade oacutessea aumenta entre 10 e 40 na coluna lombar

dos levantadores de peso Tenistas tecircm maior densidade oacutessea no braccedilo que segura a

raquete e nadadores e ciclistas que apresentam menor carga tecircm densidade oacutessea

similar aos controles (Raisz 2005 Martyn-St James e Carroll 2006)

Neste aspecto para a sauacutede oacutessea exerciacutecios de baixo impacto oacutesseo

como a hidroginaacutestica parecem natildeo ser a melhor escolha exceto para casos especiais

em que a descompressatildeo axial eacute necessaacuteria

A maior prevalecircncia de PDO entre as mulheres jaacute era aguardada Mulheres

perdem massa oacutessea de duas maneiras de forma raacutepida e de forma lenta A fase

raacutepida ocorre apoacutes a menopausa e tem duraccedilatildeo de 4 a 8 anos Durante esta fase

raacutepida as mulheres podem perder entre 20 e 30 das trabeacuteculas e 5 e 10 do osso

cortical Em seguida comeccedila uma fase lenta que corresponde a uma perda anual da

massa oacutessea de 1 a 2 Homens aparentemente sofrem apenas a perda lenta

(Kemmler et al 2004)

A perda oacutessea da camada cortical tambeacutem difere entre os sexos Os seus

mecanismos fisioloacutegicos natildeo estatildeo totalmente esclarecidos mas se sabe que homens

121

tecircm menor taxa de reabsorccedilatildeo e maior taxa de reposiccedilatildeo periosteal que as mulheres

Isto leva os homens a terem ossos maiores e com menor risco de sofrer de fraturas

(Shibata et al 2003)

Neste aspecto aleacutem de as mulheres perderem mais tecidos oacutesseos ao longo

da vida tambeacutem apresentam menores taxas de AF no tempo de lazer e no transporte

ativo Portanto o incentivo para a praacutetica de AF especialmente voltada para as

mulheres ganha dimensotildees maiores

Finalmente o tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e a duraccedilatildeo de cada

sessatildeo estavam de acordo com as recomendaccedilotildees de AF do Ministeacuterio da Sauacutede

brasileiro para a maioria dos portadores DPO cuja meta eacute alcanccedilar de 30 a 60

minutos diaacuterios de AF moderada na maior parte dos dias da semana (MS 2006) A

frequecircncia semanal estava de acordo com a quase totalidade (95) dos participantes

com DPO que alcanccedilaram a meta Poreacutem para mais da metade dos participantes que

natildeo alcanccedilaram a meta a frequecircncia semanal natildeo concordava com as recomendaccedilotildees

para a promoccedilatildeo da sauacutede oacutessea Aproximadamente 65 deles realizavam sessotildees

entre 1 e 2 vezes por semana e ficavam aqueacutem do que eacute recomendado

5345 Infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral

Neste estudo 66 dos participantes que referiram pelo menos um

episoacutedio de IAM eou AVC estavam inativos e somente 24 deles alcanccedilaram a

meta miacutenima de AF A maioria dos casos ocorreu entre os mais velhos com maior

frequecircncia entre as mulheres No conjunto aproximadamente 35 tinham idade

igual ou superior a 65 anos justamente na faixa etaacuteria onde se encontram os menores

niacuteveis de AF

Os estudos encontrados na literatura que verificou a praacutetica de AF com a

ocorrecircncia de IAM eou AVC apresentam resultados que corroboram esta pesquisa

(CSEP 2010) Os benefiacutecios da AF em viacutetimas de AVC independentemente do grau

de paralisia e de distuacuterbios sensoriais relacionam-se com a diminuiccedilatildeo das

limitaccedilotildees funcionais e com o incremento da sauacutede geral Uma maior capacidade de

exerciacutecio proporciona maior autonomia nas atividades diaacuterias com menor gasto de

122

energia (Adams et al 1994) aleacutem de proporcionarem a reduccedilatildeo do peso corporal e a

diminuiccedilatildeo de lipiacutedios seacutericos e de estresse dentre outros fatores

54 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste estudo verificou-se que a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF varia muito

entre as diretrizes que recomendam a AF o que eacute motivado principalmente pela natildeo

harmonia da quantidade ou da forma com que a organizaccedilatildeo da AF eacute recomendada

Aparentemente pequenas diferenccedilas tiveram impacto importante na classificaccedilatildeo do

rendimento Um aspecto que eacute complexo e desafiador se revela na possibilidade de

um mesmo indiviacuteduo ser classificado ao mesmo tempo como muito ativo diante

de uma recomendaccedilatildeo e como insuficientemente ativo diante de outra Para uma

boa parte da populaccedilatildeo a resposta para a pergunta estou fazendo atividade fiacutesica

suficiente para a minha sauacutede pode ser simultaneamente ldquosimrdquo e ldquonatildeordquo

dependendo do criteacuterio da recomendaccedilatildeo escolhida

Apesar do consenso cientiacutefico sobre os benefiacutecios da AF para as pessoas

lacunas importantes persistem no conhecimento dos efeitos de cada elemento da AF

frequecircncia duraccedilatildeo intensidade e modalidade Eacute crucial entender como a AF estaacute

inserida nos contextos socioculturais nos diferentes grupos eacutetnicos e nos diversos

segmentos populacionais como os portadores de deficiecircncia os diferentes estratos

socioeconocircmicos ou outros O significado da AF eacute diferente em cada contexto

cultural e social que estaacute sob investigaccedilatildeo Estudos dessa natureza poderatildeo subsidiar

poliacuteticas de promoccedilatildeo agrave sauacutede mais consistentes e com maior potencial de sucesso Eacute

necessaacuterio ainda aprofundar a cooperaccedilatildeo internacional para a elaboraccedilatildeo de

diretrizes e recomendaccedilotildees miacutenimas e no preenchimento das lacunas existentes

A elaboraccedilatildeo e a implantaccedilatildeo de poliacuteticas de promoccedilatildeo da sauacutede e de

prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos devem levar em conta que a insuficiecircncia de AF

recaiu crucialmente entre as pessoas brancas morenas ou pardas do sexo feminino

de baixa escolaridade de maior idade que desconheciam a existecircncia de local

apropriado para a AF proacuteximo a sua residecircncia e principalmente pelos residentes na

regiatildeo Sudeste em especial na cidade de Satildeo Paulo

123

Pessoas fisicamente ativas fizeram menor uso de tabaco Embora natildeo seja

possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causalidade neste estudo eacute plausiacutevel afirmar que as

accedilotildees de combate ao tabagismo e de estiacutemulo agrave AF ganham abrangecircncia quando

planejadas de forma integrada

O deslocamento ativo para o trabalho ou para a escola a peacute ou de bicicleta

dobrou o percentual do grupo que alcanccedilou a meta recomendada pela OMS

Estimular o deslocamento ativo para ampliar a AF da populaccedilatildeo insuficientemente

ativa parece ser uma boa estrateacutegia de poliacutetica puacuteblica jaacute que parece existir uma

predisposiccedilatildeo para este domiacutenio

A adequaccedilatildeo dos espaccedilos fiacutesicos puacuteblicos a seguranccedila e a infraestrutura

previstas nos programas de incentivo agrave AF devem considerar que as modalidades de

exerciacutecio mais populares nas capitais brasileiras satildeo a caminhada e o futebol

Dentre as pessoas insuficientemente ativas a duraccedilatildeo do esforccedilo em cada

sessatildeo foi adequada na maioria dos relatos O que tornou a AF insuficiente foi a

baixa frequecircncia Pensar estrateacutegias que aumentem a frequecircncia semanal para 2 ou 3

dias por semana pode elevar o niacutevel de AF para 90 dos insuficientemente ativos

A situaccedilatildeo mais desvantajosa percebida entre os participantes deste estudo

foi a completa ausecircncia de AF Eacute importante ter em mente na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas

de sauacutede que os benefiacutecios da AF natildeo ocorrem apenas quando as diretrizes satildeo

rigorosamente cumpridas Os inativos sempre satildeo beneficiados com a introduccedilatildeo de

alguma quantidade de AF e portanto mesmo que a recomendaccedilatildeo miacutenima natildeo possa

ser alcanccedilada deve-se estimular a quantidade de AF que for possiacutevel

Por fim cabe salientar que os serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria num sistema

puacuteblico e universal satildeo os locais mais oportunos para recomendar e orientar a praacutetica

de AF dada a sua proximidade e a sua penetraccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo em geral e

especialmente junto aos portadores de DCNT

124

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Page 3: Atividade física de adultos nas capitais brasileiras e no Distrito ...€¦ · 7.Condicionamento físico humano 8.Atividade motora USP/FM/DBD-225/14 . DEDICATÓRIA Dedico este Trabalho

DEDICATOacuteRIA

Dedico este Trabalho a Rene e Lohran Anguera Lima meus amados filhos e a meus

amados pais Helena e Ameacutelio (in memorian)

AGRADECIMENTOS

Incansavelmente reforccedilo minha gratidatildeo agrave Profa Dra Olinda do Carmo Luiz pela

orientaccedilatildeo deste trabalho cuja beleza dos gestos amigaacuteveis representou o ldquosimrdquo para

este Jogo que insiste dizer ldquonatildeordquo

Minha gratidatildeo agrave Dra Renata Bertazzi Levy pela coorientaccedilatildeo deste trabalho

Aos professores e funcionaacuterios do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo do Departamento de

Medicina Preventiva da USP pela partilha das informaccedilotildees em especial agrave Lilian

Santos de Godoy Prado pela amizade e a Miriam Regina de Souza pela

normatizaccedilatildeo do texto

Ao professor Dr Joatildeo Carlos Catellan pelo retoque do texto e adequaccedilatildeo linguiacutestica

Agrave Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute em especial ao campus de Marechal

Cacircndido Rondon pela liberaccedilatildeo de minhas atividades acadecircmicas

E a vocecirc meu amado Golden Retriver por todos nossos momentos Eu sinto tanto a

sua falta

Este trabalho recebeu

Bolsa do Programa de Demanda Social da

Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES) do

Ministeacuterio de Educaccedilatildeo

Houzzeacute Houzzeacute Houzzeacute

LISTA DE DEFINICcedilAtildeO DE TERMOS

Angina pectoris dor toraacutecica ocasionada por isquemia transitoacuteria do miocaacuterdio

Aptidatildeo fiacutesica capacidade de suportar de esforccedilo fiacutesico

Aterosclerose acuacutemulo de material gorduroso nas paredes das arteacuterias

Atividade moderada atividade fiacutesica com gasto de energia gt 6 MET

Atividade vigorosa atividade fiacutesia com gasto de energia entre 3 a 6 MET

Cinesioterapia terapia fiacutesica realizada mediante a utilizaccedilatildeo de movimentos

corporais

Diabete tipo 2 diabetes mellitus natildeo insulino dependente ou diabetes tardia ndash

distuacuterbio metaboacutelico caracterizado pelo elevado niacutevel de glicose no

sangue pela insuficiecircncia relativa de insulina

Dieta hipocaloacuterica regime alimentar para emagrecimento

Dislipidemia alteraccedilotildees metaboacutelicas lipiacutedicas decorrentes de distuacuterbios em

qualquer fase do metabolismo lipiacutedico que ocasionem

repercussotildees nos niacuteveis seacutericos de lipoproteiacutenas (LP)

Ergoespirometria teste que possibilita determinar variaacuteveis respiratoacuterias metaboacutelicas

e cardiovasculares pela medida das trocas gasosas pulmonares

durante o exerciacutecio

Esforccedilo aeroacutebio esforccedilo sustentado pela oxidaccedilatildeo (intramitocondral) dos

combustiacuteveis geralmente de baixa intensidade e longa duraccedilatildeo e

sem produccedilatildeo de aacutecido laacutetico muscular

Esforccedilo anaeroacutebio esforccedilo sustentado pela produccedilatildeo de energia por via natildeo oxidativa

(extramitocondral) geralmente de alta intensidade e curta duraccedilatildeo

com a produccedilatildeo de aacutecido laacutetico (quando por via laacutetica)

Frequecircncia semanal quantidade de vezes por semana que a atividade fiacutesica eacute realizada

Hipertensatildeo arterial pressatildeo igual ou maior que 90140 mmHg exercida

sistecircmica sistematicamente nas paredes das arterial

Insulinopecircnico p com capacidade secretoacuteria residual de insulina inadequada para

suplantar a necessidade metaboacutelica

Intensidade reflete a grandeza do esforccedilo (moderado ou vigoroso)

Lipoproteiacutenas composto orgacircnico constituiacutedo por uma proteiacutena cuja moleacutecula estaacute

associada a lipiacutedeos

MET medida energeacutetica que equivale ao consumo de 35 ml O2kgmin

em repouso

Osteoporose doenccedila que reduz a densidade e a massa dos ossos provocando

aumento da fragilidade oacutessea e maior risco de fraturas

Pedometria contagem dos passos indica a distacircncia percorrida

Quilocaloria (kcal) quantidade de energia necessaacuteria para elevar 1 grau Celsius a

temperatura de 1 litro de aacutegua

Supercompensaccedilatildeo fase da teoria do princiacutepio da sobrecarga que ocorre durante o

periacuteodo de recuperaccedilatildeo ideal do esforccedilo fiacutesico na qual a desgaste

orgacircnico eacute recomposto com um ganho adicional

Volume quantidade de AF resultante do produto da frequecircncia semanal pela

duraccedilatildeo do esforccedilo

LISTA DE ABREVIATURAS

ACSM Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva

AF atividade fiacutesica

AHA Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia

APS Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede

AVD Atividade de vida diaacuteria

BHF Fundaccedilatildeo Inglesa do Coraccedilatildeo

CDC Centro de Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas

DCNT doenccedila crocircnica natildeo transmissiacutevel

DP desvio padratildeo

EU Uniatildeo Europeia

FC frequecircncia cardiacuteaca

HAS hipertensatildeo arterial sistecircmica

HDL proteiacutenas de alta densidade

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IF inatividade fiacutesica

kcal quilocaloria

LDL proteiacutenas de baixa densidade

MET equivalente metaboacutelico

NAF niacutevel de atividade fiacutesica

NUPENS Nuacutecleo de Pesquisas Epidemioloacutegicas em Nutriccedilatildeo e Sauacutede

OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PAS pressatildeo arterial sistecircmica

PS Promoccedilatildeo da Sauacutede

RR risco relativo

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

USDHHS Departamento de Sauacutede e Serviccedilos Sociais dos Estados Unidos

USP Universidade de Satildeo Paulo

VIGITEL Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito

Telefocircnico

VS Vigilacircncia em Sauacutede

WHA Assembleia Mundial da Sauacutede

WHO Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

LISTA DE QUADROS E FIGURAS

Quadro 1 Principais benefiacutecios atribuiacutedos agrave atividade fiacutesica 4

Quadro 2 Classificaccedilatildeo do niacutevel de atividade fiacutesica 47

Figura 1 O continuum da atividade fiacutesica 9

Figura 2 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade do esforccedilo e

benefiacutecios para a sauacutede 12

Figura 3 Resposta linear inversa ao volume de AF e benefiacutecios para a sauacutede 12

Figura 4 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade crescente de

esforccedilo e benefiacutecios para a sauacutede 13

Figura 5 Princiacutepio da sobrecarga 22

Figura 6 Classificaccedilatildeo regional do niacutevel de AF por diferentes

recomendaccedilotildees 62

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Nuacutemero de linhas telefocircnicas sorteadas linhas telefocircnicas elegiacuteveis e

entrevistas realizadas nas capitais dos estados brasileiros e no Distrito

Federal VIGITEL 2006 (MS 2007) 39

Tabela 2 Gasto energeacutetico para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

expresso em METmin obtido pelo produto da duraccedilatildeo do esforccedilo (em

minutos) com a meacutedia do gasto energeacutetico para cada modalidade

segundo o Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por Ainsworth

et al em 2000 44

Tabela 3 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta e porcentagem segundo o niacutevel de

AF e diferentes diretrizes de AF nas capitais brasileiras e Distrito

Federal ndash 2006 50

Tabela 4 Teste de Concordacircncia de Kappa para o cruzamento do niacutevel de AF

mediante diferentes diretrizes para a populaccedilatildeo adulta com idade ge 18

anos nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 51

Tabela 5 Frequecircncia da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos segundo o

niacutevel de AF coincidente para as recomendaccedilotildees do UE IOM ACSM

OMS IPAQ nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 52

Tabela 6 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

a diretriz da UE1 por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 53

Tabela 7 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

diretriz do IOM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 55

Tabela 8 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

diretriz do ACSM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 57

Tabela 9 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo a

diretriz da OMS por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 59

Tabela 10 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo a

diretriz do IPAQ por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 61

Tabela 11 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo variaacuteveis sociodemograacuteficas

nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 64

Tabela 12 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo caracteriacutesticas de

comportamento individual nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 66

Tabela 13 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos com histoacuterico de

diagnoacutestico meacutedico de DCNT por sexo segundo o niacutevel de AF

determinado pela OMS nas capitais dos estados brasileiros e Distrito

Federal 2006 67

Tabela 14 Percentual da populaccedilatildeo adulta distribuiacuteda segundo modalidade de

exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados

brasileiros e Distrito Federal 2006 69

Tabela 15 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de hipertensatildeo

arterial sistecircmica segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e

niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito

Federal 2006 71

Tabela 16 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de diabetes

segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas

capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 73

Tabela 17 Percentual da populaccedilatildeo adulta com IAM eou AVC segundo modalidade

de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados

brasileiros e Distrito Federal 2006 75

Tabela 18 Percentual da populaccedilatildeo adulta com dislipidemia segundo modalidade

de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados

brasileiros e Distrito Federal 2006 77

Tabela 19 Percentual da populaccedilatildeo adulta com osteoporose segundo modalidade

de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados

brasileiros e Distrito Federal 2006 79

Tabela 20 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo periodicidade e niacutevel de AF

nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 81

Tabela 21 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos)

e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito

Federal 2006 84

Tabela 22 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta insuficientemente ativa antes e apoacutes

a simulaccedilatildeo de aumento da frequecircncia semanal e da duraccedilatildeo do esforccedilo

nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 86

Tabela 23 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos e diagnoacutestico

meacutedico referido para DCNT por sexo para a periodicidade e duraccedilatildeo

da AF segundo a recomendaccedilatildeo de AF determinada pela OMS nas

capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 88

SUMAacuteRIO

LISTA DE DEFINICcedilAtildeO DE TERMOS

LISTA DE ABREVIATURAS

LISTA DE QUADROS E FIGURAS

LISTA DE TABELAS

RESUMO

ABSTRACT

APRESENTACcedilAtildeO

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

11 EFEITOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA NA SAUacuteDE 2

111 Doenccedila cardiovascular 5

112 Doenccedila cerebrovascular 5

113 Dislipidemia 6

114 Hipertensatildeo arterial sistecircmica 6

115 Diabetes tipo 2 7

116 Osteoporose 7

12 DEFINICcedilAtildeO E CARACTERIacuteSTICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 8

13 RELACcedilAtildeO DOSE-RESPOSTA 11

14 EFEITOS ADVERSOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 14

15 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 15

16 DIRETRIZES E RECOMENDACcedilOtildeES DE ATIVIDADE FIacuteSICA 16

161 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Coleacutegio Americano de Medicina

Esportiva 17

162 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Comitecirc Executivo responsaacutevel

pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica ndash IPAQ 18

163 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Instituto de Medicina dos Estados

Unidos 19

164 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Uniatildeo Europeia 19

165 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 20

17 CONTROVEacuteRSIAS E CONSENSOS NAS RECOMENDACcedilOtildeES DE

ATIVIDADE FIacuteSICA 21

171 Frequencia semanal 21

172 Intensidade do esforccedilo 23

173 Duraccedilatildeo do esforccedilo 24

174 Dose de atividade fiacutesica 24

175 Minorias populacionais 27

176 Recomendaccedilotildees crianccedilas e jovens 28

177 Exerciacutecios especiacuteficos 29

1771 Musculaccedilatildeo 29

1772 Flexionamento 30

1773 Aquecimento e desaquecimento 30

178 Eventos adversos nas recomendaccedilotildees 31

179 Concordacircncias nas diretrizes 31

1710 Adesatildeo agrave atividade fiacutesica 32

18 PROMOCcedilAtildeO DA ATIVIDADE FIacuteSICA 33

19 SISTEMA VIGITEL 35

2 OBJETIVOS 37

3 METODOLOGIA 38

31 TIPO DE ESTUDO 38

32 AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS 38

33 DESCRICcedilAtildeO DE VARIAacuteVEIS 42

331 Domiacutenios da atividade fiacutesica 42

332 Modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte 42

333 Deslocamento ativo 42

334 Duraccedilatildeo e frequecircncia da atividade fiacutesica 43

335 Intensidade do esforccedilo 43

336 Variaacuteveis sociodemograacuteficas 45

337 Variaacuteveis de comportamento individual 45

338 Diagnoacutestico de DCNT 46

339 Determinaccedilatildeo do niacutevel da atividade fiacutesica 46

3310 Comparaccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees 46

34 ANAacuteLISE DOS DADOS 47

35 QUESTOtildeES EacuteTICAS 48

4 RESULTADOS 49

41 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA AMOSTRA 49

42 CLASSIFICACcedilAtildeO DO NIacuteVEL DE ATIVIDADE FIacuteSICA 49

421 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Uniatildeo Europeia 52

422 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Instituto de Medicina dos Estados

Unidos 54

423 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Coleacutegio Americano de Medicina

Esportiva 56

424 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 58

425 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo

Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica 60

43 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO VARIAacuteVEIS SOCIODEMOGRAacuteFICAS 62

44 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO O COMPORTAMENTO INDIVIDUAL 65

45 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO DIAGNOacuteSTICO DE DOENCcedilAS CROcircNICAS

NAtildeO TRANSMISSIacuteVEIS 66

46 MODALIDADES PREFERIDAS PARA A PRAacuteTICA DE ATIVIDADE

FIacuteSICA 68

47 PERIODICIDADE SEMANAL DA ATIVIDADE FIacuteSICA 80

48 DURACcedilAtildeO DA SESSAtildeO DE ATIVIDADE FIacuteSICA 83

5 DISCUSSAtildeO 89

51 SIacuteNTESE DOS RESULTADOS 89

52 LIMITACcedilAtildeO DO ESTUDO 90

53 INTERPRETACcedilAtildeO DOS RESULTADOS 92

531 Eixo I ndash Diferentes formas de recomendar atividade fiacutesica 92

532 Eixo II ndash Variaacuteveis sociodemograacuteficas e comportamentais na praacutetica da

atividade fiacutesica 94

5321 Sexo 94

5322 - Idade 95

5323 Escolaridade 97

5324 Etniacor 99

5325 Estado conjugal 101

5326 Conhecimento sobre local para atividade fiacutesica 102

5327 Variaccedilotildees regionais 104

5328 Consumo de tabaco 105

5329 Consumo de bebida alcooacutelica 106

53210 Estado de sauacutede 107

533 Eixo III ndash Componentes da atividade fiacutesica 108

5331Duraccedilatildeo do esforccedilo 109

5332 Frequecircncia da atividade fiacutesica 109

5333 Intensidade do esforccedilo fiacutesico 111

534 Eixo IV ndash Atividade Fiacutesica em portadores de Doenccedilas Crocircnicas natildeo

Transmissiacuteveis 113

5341 Hipertensatildeo arterial sistecircmica 113

5342 Dislipidemia 115

5343 Diabetes 116

5344 Osteoporose 119

5345 Infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral 121

54 Consideraccedilotildees finais 122

6 BIBLIOGRAFIA 124

RESUMO

Lima DF Atividade fiacutesica de adultos nas capitais brasileiras e no Distrito Federal

um estudo transversal [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Universidade de

Satildeo Paulo 2014

INTRODUCcedilAtildeO Existem duacutevidas em relaccedilatildeo agrave atividade fiacutesica (AF) de adultos

residentes nas capitais brasileiras e no Distrito Federal no que tange agrave organizaccedilatildeo e

agrave execuccedilatildeo desta praacutetica Neste estudo avaliamos a prevalecircncia de AF segundo cada

uma das principais diretrizes internacionais que recomendam a AF para a promoccedilatildeo

da sauacutede e exploramos as divergecircncias e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF

Avaliamos tambeacutem a associaccedilatildeo entre caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e

comportamentais com a praacutetica da AF como os principais componentes da AF se

relacionam na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual e descrevemos o padratildeo nos

portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) METODOLOGIA Os

participantes foram selecionados a partir de dados preacutevios do Sistema de Vigilacircncia

de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico para

as estimativas sobre frequecircncia e distribuiccedilatildeo sociodemograacutefica de fatores de risco e

proteccedilatildeo para doenccedilas crocircnicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito

Federal em 2006 RESULTADOS Foram elegiacuteveis 54369 participantes sendo

515 classificados como inativos Houve divergecircncias importantes na graduaccedilatildeo da

AF pelas principais diretrizes entre os ativos (Kappa = 04) A frequecircncia das sessotildees

de AF foi o aspecto que mais contribuiu para a determinaccedilatildeo do grau de AF

Recomendaccedilatildeo que orienta a frequecircncia diaacuteria resultou em uma prevalecircncia menor

de AF suficiente As que orientam volume semanal sem determinar frequecircncia

miacutenima tiveram as maiores prevalecircncias de AF suficiente Como decorrecircncia dessa

divergecircncia a prevalecircncia de AF suficiente nas cidades abordadas variou

distinguindo diferentes rankings conforme a recomendaccedilatildeo adotada Cerca de 90

da populaccedilatildeo ativa realizava sessotildees com duraccedilatildeo entre 30 a 60 minutos e natildeo houve

diferenccedila significante entre o grupo que alcanccedilou e o que natildeo alcanccedilou a meta da

recomendaccedilatildeo A quase totalidade (90) dos participantes que alcanccedilou a meta se

exercitava trecircs ou mais vezes na semana e 80 dos que natildeo alcanccedilaram a meta se

exercitavam entre 1 a 2 vezes na semana A caminhada o futebol e a musculaccedilatildeo

foram as modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte mais frequentes Encontramos

maior prevalecircncia de AF em homens Negros e amarelos foram fisicamente mais

ativos e a AF diminuiu com a idade com menor escolaridade e com viuvez

Aproximadamente 65 da populaccedilatildeo consideraram a sua sauacutede boa ou excelente e

entre os que a consideraram ruim a maioria estava inativa O deslocamento ativo e a

dieta hipocaloacuterica satildeo caracteriacutesticas predominantes dos participantes ativos O

tabagismo foi mais frequente entre os inativos e o maior consumo de bebidas

alcooacutelicas ocorreu entre os ativos As pessoas fisicamente ativas mais

frequentemente conheciam instalaccedilotildees proacuteprias para a praacutetica de AF nas

proximidades de suas moradias A inatividade fiacutesica (62) foi uma caracteriacutestica

destacada entre os participantes portadores de DCNT No conjunto 70 dos

portadores de alguma DCNT natildeo alcanccedilaram a recomendaccedilatildeo miacutenima de AF

CONCLUSOtildeES O niacutevel de AF variou muito entre as diretrizes que recomendam a

AF Para uma boa parte desta populaccedilatildeo a resposta para a pergunta estou fazendo

AF suficiente para a minha sauacutede Pode ser simultaneamente ldquosimrdquo e ldquonatildeordquo

dependendo do criteacuterio da recomendaccedilatildeo escolhida Dentre os insuficientemente

ativos a duraccedilatildeo do esforccedilo em cada sessatildeo foi adequada na maioria dos relatos o

que tornou a AF insuficiente foi a baixa frequecircncia Pensar estrateacutegias que aumentem

a frequecircncia semanal para 2 a 3 dias pode elevar o niacutevel de AF para 90 dos

insuficientemente ativos

Descritores estilo de vida sedentaacuterio doenccedila crocircnica vigilacircncia em sauacutede puacuteblica

promoccedilatildeo da sauacutede inqueacuteritos epidemioloacutegicos exerciacutecio condicionamento fiacutesico

humano atividade motora

ABSTRACT

Lima DF Physical activity in adults in the brazilian capitals and in the Federal

District a cross-sectional study [these] Satildeo Paulo Faculdade de Medicina

Universidade de Satildeo Paulo 2014

INTRODUCTION In regards to the organization and implementation of physical

activity (PA) there are many doubts related to the PA in adults residing in the

capitals of the federation and in the Federal District This study evaluated the

prevalence of PA according to each of the main international guidelines that

recommends the practice of PA for good health explores its divergences and also

the concordances of the PA level classification We also evaluated the association

between the sociodemographic and behavioral characteristics to the practice of PA

More specifically we focused on how the main components of the PA relates to

themselves to determine the level of individual PA and which patterns are present in

patients with chronic non-communicable diseases (CNCD) METHODOLOGY

Participants were selected from previous data that the System of Risk Factors

Surveillance and Chronic Diseases Protection Telephone Survey which was used for

the estimation of frequency and sociodemographic distribution of risk and protective

factors for chronic diseases in the 26 Brazilian state capitals and in the Federal

District in 2006 RESULTS There were 54369 eligible participants of which 515

classified as inactive There were important divergences in the PA graduation by the

main guidelines among the active participants (Kappa = 04) The PA session

frequency was the main reason that most contributed to the determination of the PA

degree The recommendation which guides the daily frequency resulted in the

lowest prevalence of enough PA The recommendations that guide weekly volume

without determining minimum frequency had the highest prevalence of enough PA

As a result of this divergence the prevalence of enough PA in the addressed cities

ranged in different distinguishing rankings according to the adopted

recommendation About 90 of the active population performed sessions which

lasted between 30 to 60 minutes From this data it was evident that there was no

significant difference between the group which achieved the recommended PA and

the the group which did not achieve the goal of the recommended PA level Almost

all of the participants (90) who achieved the goal of recommended PA levels

exercised three or more times a week and 80 of those who did not reach the goal

exercised between 1 to 2 times a week Trekking soccer and weightlifting were the

most frequent physical exercise modalities or sports performed We found a higher

prevalence of PA in men than in women Furthermore the study showed that Blacks

and Yellows were more physically active The amount PA level decreased with age

decreased amongst those with less education and amongst those who were widowed

Approximately 65 of the population considered their health good or excellent and

among those who considered it bad the majority were inactive Active commuting

and hypocaloric diets are predominant characteristics of the active participants

Smoking was more common among the inactive participants but higher alcohol

consumption occurred among those that were active Physically active people

frequently knew more suitable facilities for the PA practice near their homes

Physical inactivity (62) was a prominent characteristic among the participants

suffering from CNCD Overall 70 of the participants suffering from any CNCD

did not attain the minimum recommendations of PA CONCLUSIONS The PA

levels varied widely among the guidelines that recommend PA For a large portion of

the population the answer to the question of whether one is doing enough PA for

ones health can simultaneously be yes and no depending on the criterion of the

chosen recommendation Among the insufficiently active population the exercise

duration in each session was adequate enough in most reports but what made the PA

insufficient was the low frequency Thinking about strategies to increase the weekly

frequency for 2 to 3 days can raise the level of PA for 90 of the insufficiently

active population

Descriptors sedentary lifestyle chronic disease public health surveillance health

promotion health surveys exercise physical conditioning human motor activity

APRESENTACcedilAtildeO

A definiccedilatildeo do termo sauacutede mudou consideravelmente no decorrer da

histoacuteria Hoje seu entendimento eacute mais do que somente ausecircncia de doenccedila A

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede propocircs a partir de 1946 uma definiccedilatildeo abrangente

de sauacutede onde sauacutede eacute vista como um recurso para a vida e natildeo como uma finalidade

da vida (WHO 2010) Em outras palavras a promoccedilatildeo da sauacutede eacute o processo que daacute ao

sujeito maneiras de garantir maior controle sobre sua proacutepria sauacutede Assim este processo

procura propor mudanccedilas para estilos de vida na promoccedilatildeo do bem-estar Eacute nesta forma

de compreensatildeo que a promoccedilatildeo dos niacuteveis de atividade fiacutesica (AF) e a diminuiccedilatildeo das

taxas de inatividade fiacutesica assumem um relevante papel para que tal processo possa ser

efetivado

Nesta pauta observa-se que diferentes organizaccedilotildees e agecircncias

governamentais muito embora persigam os mesmos objetivos propotildeem-se a

recomendar a praacutetica de AF de modos diferentes ou seja recomendam uma

quantidade miacutenima de AF que resulte em efeitos substanciais para a sauacutede Assim

observaccedilotildees informais sobre dados existentes da praacutetica de AF de adultos residentes

nas capitais dos Estados e no Distrito Federal despertaram o interesse de ampliar a

exploraccedilatildeo das informaccedilotildees sobre como esta populaccedilatildeo organiza a praacutetica de AF e de

verificar indiacutecios de causas que possam contribuir para o alcance ou natildeo das metas

recomendadas

Eacute com esta problemaacutetica sendo transformada em objeto de estudo ou

seja sendo usada para a construccedilatildeo de uma Tese que este estudo se constroacutei e se

apresenta como um caminho a ser perseguido Nela a primeira seccedilatildeo desenvolve os

conceitos e as definiccedilotildees baacutesicas do tema central objetivando relacionar a praacutetica da

AF com a sauacutede puacuteblica destacar a promoccedilatildeo da AF e os riscos decorrentes da

inatividade fiacutesica as estrateacutegias brasileiras para a orientaccedilatildeo e a supervisatildeo da praacutetica

de AF e o sistema de monitoramento e acompanhamento destas estrateacutegias Em

seguida apresenta a seleccedilatildeo das organizaccedilotildees e agecircncias governamentais destacadas

e remete agraves suas recomendaccedilotildees para a AF Foram elas que serviram de base para a

concordacircncia (ou natildeo) com a sua classificaccedilatildeo do niacutevel de AF para o destaque das

suas diferenccedilas e semelhanccedilas e para a procura de identificaccedilatildeo das suas lacunas e

potencialidades

A segunda seccedilatildeo apresenta os aspectos metodoloacutegicos destacando o uso

do banco de dados do Sistema de Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para

Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico ndash VIGITEL de 2006 cuja anaacutelise

permitiu verificar o padratildeo de organizaccedilatildeo da praacutetica de AF de uma amostra

probabiliacutestica representativa da populaccedilatildeo brasileira de adultos de 26 capitais e do

Distrito Federal

A terceira seccedilatildeo apresenta a descriccedilatildeo dos resultados organizados em

tabelas A quarta seccedilatildeo discute os resultados em quatro eixos 1) variaacuteveis

sociodemograacuteficas e comportamentais 2) componentes da atividade fiacutesica 3)

diferentes formas de recomendar AF e 4) AF em portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis (DCNT) Na quinta e uacuteltima seccedilatildeo apresentam-se as conclusotildees e as

consideraccedilotildees finais do estudo com o objetivo de produzir mais informaccedilotildees que

possam de alguma forma aumentar o diaacutelogo em direccedilatildeo do crescimento dos niacuteveis

de AF e da diminuiccedilatildeo da inatividade fiacutesica

A versatildeo apresentada nesta Tese natildeo inclui as modificaccedilotildees sugeridas

pela Banca Examinadora

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

As uacuteltimas deacutecadas apresentaram uma inversatildeo no perfil da

morbimortalidade global com diminuiccedilatildeo da prevalecircncia das doenccedilas infecciosas e

aumento das doenccedilas crocircnicas Este novo perfil da sauacutede fez crescer o interesse pelos

fatores associados agraves doenccedilas crocircnicas O baixo niacutevel populacional de atividade

fiacutesica (AF) eacute um desafio atual em sauacutede puacuteblica considerando que a inatividade

fiacutesica eacute um fator modificaacutevel que tem se mostrado associado a uma maior frequecircncia

de doenccedilas crocircnicas e degenerativas a praacutetica regular de AF eacute recomendada na

prevenccedilatildeo e tratamento destas doenccedilas e que a prevalecircncia da praacutetica de AF eacute baixa

tanto em paiacuteses de economia central quanto naqueles de economia perifeacuterica (Hallal

2012)

Assim numerosos estudos epidemioloacutegicos tecircm demonstrado que a

atividade fiacutesica (AF) regular eacute beneacutefica para a promoccedilatildeo da sauacutede (Morimoto et al

2006 USDHHS 2008a Boyle et al 2010) Os dados que comprovam os seus

benefiacutecios foram produzidos principalmente a partir de estudos independentes que

apresentam iacutendices consistentes e com pouca ou nenhuma evidecircncia contraacuteria

estabelecendo uma robusta solidez em termos de dose-resposta e reforccedilando a

conclusatildeo de um nexo de causalidade convincente (CDC 2008) entre os dois

campos embora a natureza dessa associaccedilatildeo natildeo seja completamente compreendida

(McAuley et al 2006 White Warren et al 2009)

Neste sentido esta tese foi conduzida com o objetivo de identificar o

perfil da AF no cotidiano de brasileiros adultos residentes em grandes centros

urbanos e de responder a algumas questotildees Qual eacute o padratildeo da AF na organizaccedilatildeo

dos exerciacutecios fiacutesicos ou dos esportes praticados Diferentes diretrizes podem

recomendar a praacutetica de AF e classificar diferentemente o niacutevel de um mesmo

participante diante das mesmas informaccedilotildees Quais satildeo as caracteriacutesticas

sociodemograacuteficas da populaccedilatildeo que ainda natildeo alcanccedilou a meta miacutenima de AF

recomendada Onde residem os brasileiros mais e menos ativos Quais satildeo as

propriedades que diferenciam os praticantes de AF que alcanccedilam a meta e os que natildeo

2

alcanccedilam Como os portadores de doenccedilas crocircnicas estruturam os exerciacutecios fiacutesicos

e qual eacute o seu niacutevel de AF

11 EFEITOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA NA SAUacuteDE

Ao meacutedico inglecircs Jeremy Morris em 1953 eacute creditado agraves primeiras

investigaccedilotildees sobre os perigos de sauacutede associados ao estilo de vida pouco ativo cujo

resultado foi o maior risco de doenccedilas coronaacuterias em profissionais que trabalhavam

em serviccedilos fisicamente menos exigentes ao comparar motoristas com cobradores de

ocircnibus no Reino Unido e escrituraacuterios com carteiros nos Estados Unidos (Blair

Monte e Nichaman 2004) Desde entatildeo consideraacutevel volume de pesquisa confirmou

e ampliou a teoria de que a AF reduz significativamente o risco de doenccedilas

cardiovasculares Cite-se por exemplo o estudo de Kohl et al(2012)

Estes primeiros estudos foram importantes por levantarem trecircs questotildees

fundamentais a primeira trata do desempenho fiacutesico e da reduccedilatildeo da incidecircncia de

doenccedilas cardiovasculares como eventos associados a segunda indica a necessidade

de investigar a relaccedilatildeo da praacutetica de AF como agente promotor de sauacutede e a terceira

busca determinar se os diferentes modos de organizar a AF afetam as respostas

encontradas Como resultado desse movimento os estudos tecircm demonstrado que as

oportunidades e as condiccedilotildees para ser fisicamente ativo tendem a diminuir a partir da

vida adulta Em acircmbito mundial trecircs explicaccedilotildees justificam essa tendecircncia o

envelhecimento da populaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo natildeo planejada e as mudanccedilas sociais

cada uma delas contribui com comportamentos que criam caminhos para a

inatividade fiacutesica

Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede a inatividade fiacutesica eacute o quarto

fator de risco mais importante para a mortalidade por todas as causas (WHO 2010)

Estima-se que a inatividade fiacutesica seja responsaacutevel por 6 da carga de doenccedila de

doenccedila cardiacuteaca coronaacuteria 7 de diabetes do tipo 2 10 de cacircncer de mama e 10

de cacircncer de coacutelon A inatividade provocou 9 da mortalidade prematura (mais de

53 milhotildees) das 57 milhotildees de mortes ocorridas no mundo em 2008 Se inatividade

3

fiacutesica fosse diminuiacuteda em 25 mais de 13 milhotildees de mortes poderiam ser evitadas

a cada ano no mundo

No Brasil cerca de 60 a 70 da populaccedilatildeo se encontra abaixo das

recomendaccedilotildees globais de AF A prevalecircncia elevada da inatividade fiacutesica ou da

praacutetica insuficiente de AF foi considerada responsaacutevel por 53673 mortes em 2008

por 3 a 5 das principais doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e por 531 das

mortes por todas as causas (Rezende et al 2014)

A OMS e outras agecircncias governamentais como exemplo a Uniatildeo

Europeia recomendam em suas diretrizes que a AF seja tratada com prioridade pelas

poliacuteticas de sauacutede puacuteblica com abordagens amplas e sustentaacuteveis que garantam

maior visibilidade agrave AF (Idesporto 2009)

Por outro lado os estudos tambeacutem tecircm tematizado a inatividade fiacutesica e

mostram seu impacto em algumas alteraccedilotildees fisioloacutegicas particularmente as de

natureza circulatoacuteria como reduccedilatildeo do volume de sangue hipotensatildeo ortostaacutetica e

reduccedilatildeo da absorccedilatildeo maacutexima de oxigecircnio dentre outras A falta de AF provoca

tambeacutem alteraccedilotildees metaboacutelicas significativas como a reduccedilatildeo da capacidade

oxidativa a toleracircncia diminuiacuteda da glicose o desenvolvimento de lipidemias e o

aumento da excreccedilatildeo urinaacuteria de caacutelcio A atrofia muscular por fim eacute detectaacutevel

com certa facilidade As mudanccedilas relacionadas a ela satildeo reprodutiacuteveis e podem ser

revertidas com a praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos (CDC 2010)

Outra influecircncia da AF muito tematizada na literatura cientiacutefica eacute sobre

as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) As DCNT ameaccedilam a qualidade de

vida de milhotildees de pessoas e apresentam grande impacto no financiamento da sauacutede

puacuteblica principalmente nos paiacuteses de economia perifeacuterica A Organizaccedilatildeo Mundial

da Sauacutede (OMS) estima que o nuacutemero total de mortes por doenccedilas crocircnicas tenderaacute a

aumentar 17 na proacutexima deacutecada e que a taxa de mortalidade por DCNT seraacute duas

vezes maior (ou mais) que a taxa de mortalidade por doenccedilas infecciosas (WHO

2009)

Dado este cenaacuterio a OMS propocircs aos Estados-Membros compromissos

para a reduccedilatildeo das taxas de morbimortalidade por DCNT partindo da premissa de

que essas afecccedilotildees satildeo potencialmente evitaacuteveis A 57ordf Assembleia Mundial da

4

Sauacutede propocircs entre outras medidas a adoccedilatildeo de estilo de vida ativo por meio da

Resoluccedilatildeo WHA 5717 ndash Estrateacutegia Global para a alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica e

sauacutede (OMS 2009)

No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos principais benefiacutecios da AF

para a sauacutede juntamente com a respectiva forccedila das evidecircncias que os comprovam

(USDHHS 2008b Aoyagi et al 2010)

Quadro 1 Principais benefiacutecios atribuiacutedos agrave atividade fiacutesica

Doenccedila Condiccedilatildeo Evidecircncias

Menor risco de doenccedila cardiovascular

Menor risco de AVC

Menor risco de morte prematura

Menor risco de lipidemias

Controle do excesso de pesoobesidade (sem dieta

hipocaloacuterica)

Perda de peso associada agrave dieta hipocaloacuterica

Menor risco de diabetes tipo 2

Menor risco de hipertensatildeo arterial sistecircmica

Menor risco de cacircncer de coacutelon

Menor risco de cacircncer de mama

Menor risco de cacircncer de pulmatildeo

Menor risco de cacircncer endometrial

Menor risco de quedas nos idosos

Aumento da densidade oacutessea (idosos)

Prevenccedilatildeo da osteoporose

Melhor funcionamento cardiopulmonar

Melhor bem-estar geral

Estado de sauacutede (sensaccedilatildeo subjetiva)

Digestatildeo e regulaccedilatildeo do tracircnsito intestinal

Manutenccedilatildeo das funccedilotildees motoras

Melhora das funccedilotildees cognitivas

Reduccedilatildeo da depressatildeo e da demecircncia

Absentismo laboral (baixas por doenccedila)

Niacutevel de estresse

Qualidade do sono autoimagem e autoestima

Forte

Forte

Forte

Forte

Moderada

Forte

Forte

Forte

Forte

Forte

Moderada

Moderada

Forte

Moderada

Forte

Forte

Moderada a forte

Moderada a forte

Forte

Forte

Forte

Forte

Moderada

Moderada a forte

Moderada a forte

FONTE USDHHS1 2008b

1 O Departamento Nacional de Sauacutede e Serviccedilos Humanos dos EUA (USDHHS) eacute a

principal agecircncia de sauacutede do governo dos Estados Unidos Em 2008 renovou as

orientaccedilotildees e recomendaccedilotildees sobre a importacircncia de ser fisicamente ativo promover

a sauacutede e reduzir o risco de doenccedilas crocircnicas

5

111 Doenccedila cardiovascular

Os benefiacutecios para a sauacutede cardiovascular mediante a realizaccedilatildeo de AF

regular tecircm sido documentados por vaacuterios estudos Resultados de metanaacutelises

indicam que o risco de doenccedilas cardiacuteaco-coronaacuterias dobra em participantes menos

ativos quando eles satildeo comparados com participantes mais ativos Os estudos

disponiacuteveis indicam que haacute uma relaccedilatildeo dose-resposta inversa entre a praacutetica de AF

regular e o risco de morte e de eventos cardiovasculares em geral e em particular

daqueles causados por insuficiecircncia coronaacuteria O estudo de Schuler et al (1992)

analisou aproximadamente 3 mil pacientes com relato de angina pectori duranter 12

meses Em relaccedilatildeo ao grupo de intervenccedilatildeo aleacutem do tratamento cliacutenico de rotina foi

introduzido AF moderada de 30 minutos por dia O controle angiograacutefico mostrou

que neste houve a diminuiccedilatildeo meacutedia de 32 no grau da insuficiecircncia coronaacuteria

quando comparado ao grupo de controle que soacute recebeu o tratamento cliacutenico

Outro estudo ainda mostrou que os pacientes que realizaram AF

moderada apresentaram um risco 11 menor de desenvolver eventos cardiacuteacos

adversos ao ser cotizado com grupo com AF de alta intensidade (Swain e Franklin

2006)

Homens e mulheres japoneses fisicamente ativos que residiam no Japatildeo e

homens mais velhos (japoneses) residentes no Havaiacute apresentaram menores taxas de

mortalidade por doenccedila cardiovascular do que as suas contrapartes menos ativas

Resultados semelhantes foram relatados para mulheres chinesas que vivem em

Xangai e homens e mulheres chineses que vivem em Hong Kong (CDC 2010)

112 Doenccedila cerebrovascular

Os dados sobre doenccedilas cerebrovasculares (AVC) e a sua associaccedilatildeo com

a praacutetica de AF satildeo menos numerosos e conclusivos quando comparados agraves doenccedilas

cardiovasculares Haacute no entanto evidecircncias que mostram o efeito protetor da AF

para as lesotildees vasculares no ceacuterebro Haskell et al (2009) evidenciaram uma relaccedilatildeo

inversa entre o grau do condicionamento fiacutesico e a incidecircncia de AVC A mesma

relaccedilatildeo pode ser observada entre um grupo de intervenccedilatildeo que se exercitava em um

6

niacutevel de esforccedilo moderado em comparaccedilatildeo com um grupo de pessoas sedentaacuterias A

AF com esforccedilo de maior intensidade parece natildeo trazer benefiacutecios adicionais de

proteccedilatildeo quando comparado ao esforccedilo moderado A regularidade da AF moderada

parece ser o fator de maior proteccedilatildeo em relaccedilatildeo ao risco de ocorrecircncia de AVC (Liao

et al 2009)

113 Dislipidemia

A aterosclerose eacute um dos principais fatores da mecacircnica obstrutiva dos

vasos coronarianos ao longo do tempo Os niacuteveis de colesterol e trigliceriacutedios estatildeo

fortemente associados agrave gecircnese do ateroma na parede arterial Nesta perspectiva haacute

fortes evidecircncias de que a AF com gasto de energia entre 1200 e 2200 quilocalorias

(kcal) por semana pode contribuir para reduzir a taxa total de colesterol e o colesterol

de baixa densidade (LDL) assim como para aumentar a taxa de colesterol de alta

densidade (HDL) e diminuir a taxa seacuterica de trigliceriacutedios (Leon e Sanches 2001)

114 Hipertensatildeo arterial sistecircmica

A pressatildeo arterial sistecircmica quando estaacute elevada representa um fator de

impacto fisioloacutegico sobre o sistema hemodinacircmico arterial Durante o esforccedilo

intenso a pressatildeo arterial sistecircmica tende a aumentar paralelamente ao aumento de

resultados adversos agudos por causas circulatoacuterias (Churilla e Ford 2010) De modo

contraacuterio a AF regular moderada e de longa duraccedilatildeo parece se associar de modo

positivo agrave reduccedilatildeo da pressatildeo arterial sistecircmica e quase sempre eacute indicada como

terapia coadjuvante no controle da pressatildeo arterial sistecircmica Estas conclusotildees satildeo

apoiadas por vaacuterios estudos (Rafferty et al 2002 Tully et al 2007 Caban-Martinez

et al 2010) Natildeo obstante a metanaacutelise realizada por Fagard (2001) (que reuniu

somente ensaios cliacutenicos) mostrou uma diminuiccedilatildeo significativa da pressatildeo arterial

sistoacutelica e diastoacutelica (34 e 24 mmHg respectivamente (plt0001)) ocasionada pelo

treinamento com exerciacutecios repetidos entre 3 e 5 vezes por semana com duraccedilatildeo de

30 a 60 minutos

7

115 Diabetes tipo 2

O exerciacutecio fiacutesico tem efeito hipoglicecircmico agudo devido agrave

potencializaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de insulina no plasma Cauza et al (2006)

mostraram que o exerciacutecio fiacutesico diminui a glicemia sanguiacutenea em jejum e aumenta a

sensibilidade agrave insulina perifeacuterica e hepaacutetica entre 12 e 16 horas apoacutes o esforccedilo

Assim o exerciacutecio fiacutesico pode ajudar no controle dos niacuteveis de accediluacutecar no sangue O

mecanismo fisioloacutegico que suporta esta tese indica o aumento da siacutentese do

glicogecircnio e o aumento e ativaccedilatildeo do nuacutemero de transportadores de glicose (Sigal et

al 2007) No entanto o tipo da diabete deve ser considerado Os insulinopecircnicos

natildeo respondem em proporccedilatildeo igual aos benefiacutecios especiacuteficos da AF postos em

contraste com os portadores de hiperglicemia moderada e com a fase inicial da

intoleracircncia aos carboidratos (Eriksson et al 1997)

Outro fator a considerar eacute a resposta agrave intensidade do esforccedilo Exerciacutecios

anaeroacutebios produzem um efeito miacutenimo na melhora da toleracircncia agrave glicose Parece

que os efeitos beneacuteficos da AF satildeo atribuiacutedos essencialmente ao esforccedilo aeroacutebio e a

maior eficaacutecia no controle glicecircmico enfatiza a necessidade de sessotildees repetidas pelo

menos 3 vezes por semana (Riddel e Burr 2011)

Recentemente Bull et al (2010) mostraram que programas que

envolvem resistecircncia (pesos) ao esforccedilo muscular reduzem significativamente os

niacuteveis de glicose sanguiacutenea desde que os processos oxidativos do metabolismo

energeacutetico sejam tambeacutem fortemente ativados

116 Osteoporose

A osteoporose se caracteriza pela diminuiccedilatildeo do caacutelcio oacutesseo e

deterioraccedilatildeo da massa estrutural do tecido oacutesseo levando agrave fragilidade dos ossos e ao

aumento da susceptibilidade agraves fraturas Ela afeta principalmente as pessoas idosas e

eacute mais comum entre as mulheres principalmente apoacutes o climateacuterio (Vainionpaa

2006)

A AF pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento da

massa oacutessea durante a infacircncia e a adolescecircncia na manutenccedilatildeo da massa esqueleacutetica

8

na idade adulta e na desaceleraccedilatildeo da reduccedilatildeo na densidade mineral oacutessea que

aparecem com o envelhecimento o repouso ou a imobilidade (Koike 2005

Suominen 2006)

De particular interesse para a sauacutede puacuteblica a praacutetica de AF pode

prevenir ou retardar a perda de massa oacutessea ao longo da vida A resistecircncia externa

imposta aos muacutesculos e o grau do impacto oacutesseo parecem ser fatores cruciais e

determinantes para estimular e manter a massa oacutessea saudaacutevel Assim eacute provaacutevel

que exerciacutecio com estas caracteriacutesticas possam ter efeitos mais pronunciados do que

outros Poreacutem embora este princiacutepio mostre uma forte aceitaccedilatildeo pela comunidade

cientiacutefica ele ainda natildeo estaacute inequivocamente estabelecido (OMS 2004 Pattersen e

Warburton 2009)

Os principais benefiacutecios da AF para a sauacutede estatildeo claramente delineados

pela literatura cientiacutefica no entanto eacute importante sublinhar que muitas vezes usa-se

a noccedilatildeo de AF como sinocircnimo de praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos assim como eacute comum

usar a inatividade fiacutesica para definir comportamento sedentaacuterio Embora estes

conceitos mantenham relaccedilotildees de semelhanccedila entre si haacute nuances em suas

definiccedilotildees

12 DEFINICcedilAtildeO E CARACTERIacuteSTICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA

A AF eacute um comportamento complexo e multidimensional que pode ser

entendido como todo movimento corporal produzido pelo acionamento dos

muacutesculos esqueleacuteticos resultando em aumento substancial do gasto energeacutetico acima

do metabolismo de repouso (Kenneth e Christenson 1985)12

A AF pode ser dividida em diferentes domiacutenios(USDHHS 2010a)

1) Atividade desportiva (performance)

2) Atividade no tempo de lazer (tempo livre)

3) Atividades laborais (no trabalho formal e no lar)

4) Atividade no transporte ativo (deslocamento a peacute ou de bicicleta)

5) Atividade fiacutesica para reabilitaccedilatildeo (cinesioterapia)

1Esta definiccedilatildeo de AF eacute atualmente adotada pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

9

O exerciacutecio fiacutesico eacute um subconjunto da AF especializado e organizado

de forma planejada repetida e executada com objetivos especiacuteficos Assim embora

todo o exerciacutecio fiacutesico seja uma AF nem toda AF eacute necessariamente um exerciacutecio

fiacutesico (USDHHS 2008b)

O exerciacutecio fiacutesico de um modo geral apresenta trecircs componentes que

descrevem a sua estrutura (Matveacuteev 2001)

a) Duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos)

b) Frequecircncia semanal (dias)

c) Intensidade do esforccedilo (expressa o gasto energeacutetico)

A Intensidade do esforccedilo costuma ser separada em trecircs categorias

1) Leve (16 a 29 MET23

)

2) Moderada (3 a 6 MET)

3) Vigorosa (gt 6 MET)

O comportamento sedentaacuterio por seu turno eacute definido como uma

atividade que natildeo aumenta substancialmente as despesas de energia acima do niacutevel

de repouso (equivalente a 1 MET x minuto)

Assim a AF e o sedentarismo constituem duas dimensotildees

completamente opostas do comportamento do movimento

Em siacutentese a AF eacute o avanccedilo continuado do aumento de despesas de

energia que parte do comportamento sedentaacuterio e ruma em direccedilatildeo agrave AF vigorosa

(Figura 1)

FONTE Blair SN Monte MJ Nichaman MZ 2004

Figura 1 - O continuum da atividade fiacutesica

Outra dimensatildeo da intensidade da AF eacute medida pelo gasto de energia

(kcal) No entanto o gasto demandado pela praacutetica de uma determinada AF como

reflexo da intensidade do esforccedilo eacute influenciado por determinantes como sexo idade

21 MET eacute equivalente ao consumo de 35 ml de O2kgmin

10

composiccedilatildeo corporal gravidez e niacutevel de aptidatildeo fiacutesica do praticante aspectos natildeo

relacionados ao tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte duraccedilatildeo do esforccedilo ou eficiecircncia

mecacircnica (Ainsworth et al 2000)

A mensuraccedilatildeo do volume do esforccedilo ainda eacute um aspecto desafiador na

avaliaccedilatildeo da AF Um estudo claacutessico de LaPorte et al (1985) apud Hallal (2005)

mostrou que - na metade dos anos 80 - existiam mais de 30 meacutetodos sendo utilizados

para avaliar a AF onde natildeo se define um ser superior ao outro Habitualmente os

meacutetodos satildeo classificados como objetivos e subjetivos

Meacutetodos objetivos Eles se referem a medidas relativas ao resultado do

trabalho propriamente dito Apresentam niacuteveis considerados satisfatoacuterios de validade

e reprodutibilidade mas possuem limitaccedilotildees em termos de logiacutestica e custo Podem

ser realizados por via direta ndash pex ergoespirometria gasometria acelerocircmetria etc

ndash ou por via indireta utilizando tabelas de conversatildeo ndash pex pedometria

monitoramento da frequecircncia cardiacuteaca e teste de corrida

Meacutetodos subjetivos Oriundos de inqueacuteritos entrevistas ou

questionaacuterios em geral eles satildeo medidas que dependem da memoacuteria do avaliado

Eles satildeo praacuteticas de baixo custo proacuteprias para avaliar populaccedilotildees de grandes

magnitudes e permitem com algumas variaccedilotildees mensurar a AF em mais de um

domiacutenio e por diferentes periacuteodos de tempo A interpretaccedilatildeo e a resposta do

entrevistado no entanto podem ser influenciadas por questotildees subjetivas (Shephard

e Vuillemin 2003) Entretanto Hallal et al (2010) verificaram em uma particular

situaccedilatildeo que apesar de natildeo existir concordacircncia entre os escores contiacutenuos oriundos

de questionaacuterios e aqueles obtidos por medidas de acelerocircmetro a categorizaccedilatildeo dos

participantes em grupos de atividade fiacutesica apresenta concordacircncia entre moderada e

elevada o que justifica a utilizaccedilatildeo de questionaacuterios em pesquisas representativas de

grandes populaccedilotildees

A mensuraccedilatildeo da AF estaacute diretamente relacionada a questatildeo da

quantidade de AF (dose) e a sua consequecircncia para a sauacutede (resposta) um dos

aspectos mais desafiadores no que se refere agrave discussatildeo da AF e sauacutede

11

13 RELACcedilAtildeO DOSE-RESPOSTA

A relaccedilatildeo entre a quantidade e a consequencia para a sauacutede da AF pode

assumir muitas formas sendo a mais comum a natildeo-linear (Dietz 1996 Kesaniemi et

al 2010)

A questatildeo crucial que se coloca eacute quanta AF eacute necessaacuteria para alcanccedilar

benefiacutecios substanciais para a sauacutede Esta eacute a pergunta mais comum feita no

contexto da interrelaccedilatildeo entre AF e sauacutede e remete diretamente agrave questatildeo da dosagem

correta Eacute fundamental que um estiacutemulo de estresse fiacutesico proporcione adaptaccedilotildees

orgacircnicas com a menor agressatildeo possiacutevel (por seguranccedila) e obtenha o maior efeito

possiacutevel

A influecircncia positiva da AF foi detectada em estudos epidemioloacutegicos

devido agrave ocorrecircncia de menores taxas de morbidade ou mortalidade tendo resultados

mistos em termos de dosagem Dependendo do determinante da sauacutede o resultado

poderaacute ser influenciado num caso por efeitos de esforccedilo moderado e no outro soacute

teraacute sucesso com cargas mais vigorosas Desta perspectiva um modelo com trecircs

diferentes curvas resume as respectivas relaccedilotildees de dose-resposta (Neilson e Lynch

2010)

Um efeito positivo da carga de leve a moderada comparada agrave carga

elevada ocorre por exemplo em relaccedilatildeo agrave pressatildeo arterial Vaacuterios estudos

evidenciam reduccedilotildees iguais ou ateacute mesmo mais elevadas de pressatildeo arterial em

exerciacutecios de intensidade moderada quando comparados com os de alta intensidade

(que tendem a aumentar a tensatildeo arterial) Isto eacute de particular importacircncia porque o

exerciacutecio de alta intensidade aumenta ainda mais a tensatildeo vascular arterial Eles

tambeacutem mostram que a curva eacute o resultado das investigaccedilotildees que sugerem que ganho

de sauacutede satildeo alcanccedilados ateacute mesmo com AF de baixa intensidade (Figura 2)

12

FONTE Neilson e Lynch (2010)

Figura 2 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade do esforccedilo e

benefiacutecios para a sauacutede

O graacutefico a seguir mostra os efeitos de proteccedilatildeo com relaccedilatildeo linear

inversa entre o volume total de AF e os efeitos esperados como a diminuiccedilatildeo das

taxas de risco para mortalidade total e de doenccedilas cardiovasculares diabetes do tipo

2 e cacircnceres

FONTE Neilson e Lynch (2010)

Figura 3 Resposta linear inversa ao volume de AF e benefiacutecios para a sauacutede

13

A adaptaccedilatildeo do sistema locomotor passivo (sistema oacutesseo) por exemplo

eacute evidenciada em exerciacutecios resistidos com intensidade elevada Assim presume-se

que uma possiacutevel proteccedilatildeo contra a osteoporose eacute conseguida com exerciacutecio de

intensidade mais elevada (Figura 4)

FONTE Neilson e Lynch (2010)

Figura 4 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade crescente de

esforccedilo e benefiacutecios para a sauacutede

Nessa linha ainda natildeo haacute uma resposta conclusiva a respeito da

quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar benefiacutecios substanciais para a sauacutede

geral No entanto estudos mostram que participantes com gasto adicional de energia

de 73 - 143 kcaldia em AF regular apresentam menores taxas de mortalidade

cardiovascular se comparados com os participantes fisicamente inativos (Yoo e

Franke 2010) Leon e colaboradores mostraram que o gasto de energia de 150

kcaldia reduziu em 36 o risco de morrer de doenccedila cardiovascular e em 27 o

risco de morte por qualquer causa (Leon et al 2001) Aleacutem disso a AF moderada

com gasto de energia entre 140 - 215 kcaldia foi associada agrave reduccedilatildeo de 13 na

incidecircncia de diabetes de tipo 2 Quando a AF foi modificada de moderada para

vigorosa (mantendo o mesmo gasto energeacutetico) a reduccedilatildeo da incidecircncia quase

dobrou (21) (Helmrich et al 1991)

14

Parece claro na literatura que os benefiacutecios para a sauacutede aumentam com o

aumento da quantidade de AF a despeito da falta de consenso sobre o miacutenimo

necessaacuterio Mas ao mesmo tempo em que a praacutetica de AF promove benefiacutecios para a

sauacutede alguns efeitos indesejaacuteveis podem ocorrer especialmente como resultado do

esforccedilo de alta intensidade

14 EFEITOS ADVERSOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA

De modo geral o risco de ser envolvido em qualquer complicaccedilatildeo fiacutesico-

funcional eacute pequeno para a maioria dos tipos de exerciacutecios de baixa a moderada

intensidade e de modo geral os benefiacutecios normalmente suplantam os riscos dos

efeitos adversos (Blair et al 1989 Lee et al 2000)

Os efeitos adversos mais comuns decorrentes da AF satildeo as lesotildees

muacutesculo-esqueleacuteticas principalmente as de origem inflamatoacuteria e degenerativa

causadas por esforccedilo fiacutesico demasiado (USDHHS 2008a) Menos comuns satildeo os

riscos de transtornos metaboacutelicos agudos (hipoglicemia desidrataccedilatildeo e

superaquecimento) e as alteraccedilotildees hemodinacircmicas O risco de uma pessoa sofrer

disfunccedilatildeo cardiacuteaca durante ou imediatamente apoacutes o esforccedilo deve ser considerado

nas pessoas com comprometimento cardiacuteaco preacutevio Estudos conduzidos por Talbot e

colaboradores mostraram que a incidecircncia de morte suacutebita em corredores de 30 a 65

anos de idade do sexo masculino no periacuteodo de um ano foi de 13 mortes por

100000 corredores Metade dos corredores que morreram tinha doenccedila

cardiovascular conhecida e entre os mais jovens os casos de morte suacutebita foram

quase sempre relacionados a anormalidades congecircnitas ou que tenham sido

adquiridas (Talbot et al 2007)

Os benefiacutecios da AF portanto superam marcadamente os efeitos

adversos na sauacutede e natildeo haacute duacutevida nos textos cientiacuteficos sobre a necessidade de

medidas de incentivo de sua praacutetica Para tanto um primeiro passo eacute conhecer as

caracteriacutesticas da AF na populaccedilatildeo

15

15 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA ATIVIDADE

FIacuteSICA

A influecircncia de determinantes sociais diferentes provavelmente afeta a

escolha de estilos de vida distintos Assim a renda a categoria profissional e o niacutevel

de educaccedilatildeo dentre outras caracteriacutesticas satildeo variaacuteveis frequentemente utilizadas

para definir o status econocircmico e a sua associaccedilatildeo com a AF Esta associaccedilatildeo tem

apresentado resultados controversos Por um lado estudos como o de Nelson et al

(2006) apontaram que adolescentes de aacutereas rurais com menor condiccedilatildeo

socioeconocircmica satildeo mais ativos do que seus pares com maior condiccedilatildeo No outro

polo da controveacutersia estudo conduzido por Guedes et al (2001) envolvendo

escolares adolescentes de um municiacutepio do interior do Estado do Paranaacute mostrou que

crianccedilas de baixo niacutevel socioeconocircmico satildeo menos ativas e mais sedentaacuterias Para

Lindstrom Hanson e Ostergren (2001) famiacutelias de renda baixa se envolvem menos

em esportes recreativos do que famiacutelias com renda alta Estudo transversal avaliou a

taxa de sedentarismo urbano em Portugal e mostrou que de modo geral o dispecircndio

de energia no tempo livre tendia a ser maior entre aqueles com maior renda anual

(Gal Santos e Barros 2005) O estudo conduzido por Burton e Turrell (2000)

associou entre trabalhadores ativos dos Estados Unidos as horas trabalhadas com o

tempo dedicado agrave AF no lazer Concluiacuteram que trabalhadores de maior renda

tenderam a ser mais ativos nas horas de lazer Assim o debate continua inconclusivo

no tocante agrave temaacutetica

A associaccedilatildeo da idade do sexo da etnia da cor e do local da residecircncia

com a praacutetica de AF habitualmente apresenta menor discordacircncia A maior parte dos

estudos aponta maior niacutevel de AF em habitantes de cidades de pequeno porte

quando comparados com residentes de cidades de meacutedio e grande porte (Baretta

Baretta e Peres 2007) A prevalecircncia da AF eacute maior entre homens e decresce com o

aumento da idade em ambos os sexos (Hallal et al 2011)

Satildeo poucos os estudos que investigam a associaccedilatildeo entre raccedila e cor com

o niacutevel de AF e seus resultados natildeo apontam diferenccedilas significativas entre as

categorias (USDHHS 2008c)

16

A literatura cientiacutefica mostra que existem quantidades e formas diferentes

de praticar AF de acordo com as caracteriacutesticas sociodemograacuteficas mas para a

proposta de accedilotildees de promoccedilatildeo da AF ainda se faz necessaacuterio compreender a

discussatildeo sobre a quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar benefiacutecios substanciais

para a sauacutede geral

16 DIRETRIZES E RECOMENDACcedilOtildeES DE ATIVIDADE FIacuteSICA

Recomendaccedilotildees para a praacutetica de AF na deacutecada de 60 foram associadas

em grande parte com o esporte de desempenho As recomendaccedilotildees da eacutepoca

destacavam a necessidade de cumprir um alto niacutevel de esforccedilo para obter resultados

substanciais de aptidatildeo fiacutesica Dados crescentes de informaccedilotildees apoiaram o valor de

ser fisicamente ativo mas natildeo havia consenso sobre quais seriam os programas mais

eficazes e seguros Foi a combinaccedilatildeo da necessidade de promover a praacutetica de AF e

de minimizar os riscos de eventos adversos que precipitou a elaboraccedilatildeo das primeiras

recomendaccedilotildees de AF para os profissionais da aacuterea da sauacutede e para o puacuteblico em

geral

O Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) foi um dos

pioneiros nas recomendaccedilotildees de exerciacutecios para a populaccedilatildeo A publicaccedilatildeo em 1975

das Diretrizes para Teste de Esforccedilo e Prescriccedilatildeo Graduada de Exerciacutecio (Guidelines

for Graded Exercise Testing and Exercise Prescription) e as suas revisotildees

posteriores tiveram grande influecircncia na prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos (Haskell et

al 2007)

Em 1992 a Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia (AHA) sugeriu a

mudanccedila de classificaccedilatildeo do risco da inatividade fiacutesica passando-o de fator

secundaacuterio para primaacuterio14Isto reforccedilou a mobilizaccedilatildeo de outras organizaccedilotildees que

tambeacutem modificaram as suas recomendaccedilotildees de AF para promover a sauacutede

(USDHHS 2008b)

1 Os fatores de risco primaacuterios (pressatildeo arterial sistecircmica tabagismo

hipercolisteremia sedentarismo) satildeo potencialmente mais perigosos para

desenvolver doenccedilas do que os secundaacuterios (estresse idade hereditariedade diabete

tipo II obesidade e sexo) (AHA 2010)

17

Neste sentido as recomendaccedilotildees foram projetadas para informar e

orientar os profissionais que aconselham e prescrevem a praacutetica da AF e o puacuteblico

em geral sobre os tipos e a quantidade miacutenima de exerciacutecios que proporcionam

benefiacutecios substanciais agrave sauacutede O objetivo principal por detraacutes das orientaccedilotildees eacute que

a AF regular ao longo do tempo pode produzir benefiacutecios para a sauacutede ao longo da

vida e que eles suplantam os riscos

Existem vaacuterias recomendaccedilotildees e agrave primeira vista parece haver forte

semelhanccedila entre elas Inspeccedilatildeo mais acurada no entanto revela ambiguidades que

culminam na possibilidade de mais de um entendimento para um mesmo propoacutesito

Procurar-se-a a seguir comparar as principais diretrizes destacando diferenccedilas e

semelhanccedilas e identificando suas lacunas e potencialidades

161 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Coleacutegio Americano de Medicina

Esportiva

O ACSM fundado em 1954 com sede em Indianaacutepolis (EUA) eacute uma

organizaccedilatildeo de medicina esportiva e de ciecircncia do exerciacutecio dedicada a incentivar

uma maior AF dos americanos de todas as idades valendo-se para tanto da emissatildeo

de uma recomendaccedilatildeo de sauacutede puacuteblica sobre os tipos e quantidades de AF

necessaacuterios para a promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de doenccedilas

O ACSM acompanhado pela AHA na uacuteltima revisatildeo no ano de 2007

passou a recomendar que adultos saudaacuteveis e em condiccedilotildees crocircnicas natildeo

relacionadas agrave AF acumulem 30 minutos ou mais de AF de intensidade moderada

(em geral equivalente a uma caminhada raacutepida e com visiacutevel aceleraccedilatildeo do ritmo

cardiacuteaco) repetindo-a pelo menos em 5 dias da semana ou 20 minutos de AF de

intensidade vigorosa em pelo menos em 3 dias da semana mantendo aleacutem disso as

atividades de vida diaacuteria Combinaccedilotildees de atividades moderadas e vigorosas podem

ser realizadas para atender agrave recomendaccedilatildeo O esforccedilo pode ainda ser acumulado

minuto a minuto com sessotildees de no miacutenimo 10 minutos de duraccedilatildeo (Haskell et al

2007)

18

A inclusatildeo desta recomendaccedilatildeo para esta anaacutelise levou em conta o fato

de o ACSM ser uma das organizaccedilotildees pioneiras no fornecimento de recomendaccedilotildees

de exerciacutecios especiacuteficos A publicaccedilatildeo em 1975 das Diretrizes para Teste de Esforccedilo

e Prescriccedilatildeo de Exerciacutecio e suas subsequentes ediccedilotildees revistas tiveram grande

influecircncia sobre os campos da ciecircncia do exerciacutecio da cliacutenica meacutedica e da medicina

de reabilitaccedilatildeo no acircmbito global e eacute avalizado pela Associaccedilatildeo Americana de

Cardiologia (AHA 2011)

162 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo

Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica ndash IPAQ

Em face das dificuldades para obter medidas de AF internacionalmente

comparaacuteveis a OMS o CDC dos Estados Unidos e o Instituto Karolinska da Sueacutecia

reuniram um Comitecirc Executivo com o objetivo de desenvolver e testar um

instrumento de medidas da AF para uso internacional O comitecirc propocircs o IPAQ

Questionaacuterio Internacional de Atividades Fiacutesicas (em diferentes versotildees) e em 2005

recomendou que para atender agrave classificaccedilatildeo de ativa a pessoa deve cumprir um dos

trecircs criteacuterios a) realizar em 3 ou mais dias da semana atividade de intensidade

vigorosa de pelo menos 20 minutos por dia b) fazer em 5 ou mais dias por semana

atividade de intensidade moderada por pelo menos 30 minutos por dia c) em 5 ou

mais dias por semana efetuar qualquer combinaccedilatildeo de intensidade de esforccedilo desde

que atinja o miacutenimo de 600 MET x minutossemana Os valores acima ou abaixo

desses criteacuterios satildeo classificados como ldquomuito ativordquo e ldquopouco ativordquo

respectivamente (IPAQ 2005)

A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua

importacircncia no cenaacuterio mundial jaacute que eacute a referecircncia adotada pelo Observatoacuterio de

Sauacutede Global da OMS para a avaliaccedilatildeo do niacutevel de AF da populaccedilatildeo mundial (GHO

2008)

19

163 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Instituto de Medicina dos Estados

Unidos

O Instituto de Medicina dos EUA (IOM) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo

governamental e independente que trabalha para aconselhar meacutedicos e gestores de

sauacutede puacuteblica Fundado em 1970 o IOM eacute uma das extensotildees da Academia Nacional

de Ciecircncias dos Estados Unidos e portanto as suas recomendaccedilotildees natildeo constituem a

diretriz federal dos Estados Unidos

A inclusatildeo desta recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua

influecircncia no aconselhamento para a tomada de decisotildees da comunidade meacutedica nos

paiacuteses da Ameacuterica do Norte Aleacutem disso foi o Comitecirc Executivo do IOM que

preconizou a realizaccedilatildeo de 60 minutos de AF moderada todos os dias da semana para

ambos os sexos e se posicionou contra recomendaccedilotildees vigentes na eacutepoca (30 minutos

por dia) Esta posiccedilatildeo contraacuteria motivou a publicaccedilatildeo de vaacuterios estudos comparativos

entre as recomendaccedilotildees vigentes e as do Instituto (IOM 2005 CDC 2010 AHA

2010)

164 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Uniatildeo Europeia

Estabelecida em 1993 a Uniatildeo Europeia (UE) opera atraveacutes de um

sistema de decisotildees intergovernamentais feitas e negociadas pelos Estados-Membros

e abrange diversas aacutereas dentre elas a sauacutede Nesta perspectiva em 2007 foi criado

o ldquoPrograma Juntos para a sauacutederdquo Neste programa uma das metas estabelecidas

foram as accedilotildees recomendadas para apoiar a praacutetica de AF visando agrave promoccedilatildeo da

sauacutede

Em conformidade com o Comitecirc de especialistas (22 membros)

constituiacutedo pela Unidade do Desporto da Direccedilatildeo-Geral da Educaccedilatildeo e da Cultura da

Comissatildeo Europeia em outubro de 2008 ficou estabelecido que os Estados-

Membros da UE devem recomendar respectivamente para as crianccedilas e jovens de

ambos os sexos e para os adultos (incluindo os idosos) um miacutenimo de 60 e de 30

minutos diaacuterios de AF de intensidade moderada (Idesporto 2009)

20

A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise considerou que a organizaccedilatildeo

congrega 27 estados europeus independentes e abrange diretamente uma populaccedilatildeo

de mais de 500 milhotildees de habitantes o que representa 73 da populaccedilatildeo mundial

O documento se tornou a base para as diretrizes do Centro Nacional de Atividade

Fiacutesica e Sauacutede da Fundaccedilatildeo Britacircnica do Coraccedilatildeo (Bull 2010) e para as diretrizes

para os paiacuteses Noacuterdicos (Kallings 2010)

165 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) agecircncia internacional foi

fundada em 1948 sendo subordinada agrave Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas sediada em

Genebra na Suiacuteccedila e tem como principal objetivo desenvolver a sauacutede no acircmbito

global

As recomendaccedilotildees da OMS para a promoccedilatildeo da AF foram atualizadas

em 2010 e tecircm revisatildeo prevista para o ano de 2015 Elas indicam para os adultos

ainda jovens (18 a 64 anos de idade) a praacutetica de pelo menos 150 minutos por

semana de AF moderada ou 75 minutos por semana de AF vigorosa em sessotildees de

pelo menos 10 minutos de duraccedilatildeo Para benefiacutecios adicionais os adultos devem

aumentar a duraccedilatildeo das atividades moderadas para 300 minutos por semana ou das

atividades vigorosas para 150 minutos por semana ou ainda efetuarem uma

combinaccedilatildeo equivalente de atividade moderada e vigorosa (WHO 2010) Para

crianccedilas e jovens (menores de 18 anos) a recomendaccedilatildeo prevecirc o dobro da

quantidade de tempo dos adultos

A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua

influecircncia sobre 193 Estados-Membros filiados agrave Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas a

consonacircncia com as atuais recomendaccedilotildees do Departamento Nacional de Sauacutede e

Serviccedilos Humanos dos Estados Unidos (USDHHS 2008) o endosso do Centro de

Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas (CDC) dos Estados Unidos (CDC 2008) e a sua

adoccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil (MS 2012)

21

17 CONTROVEacuteRSIAS E CONSENSOS NAS RECOMENDACcedilOtildeES DE

ATIVIDADE FIacuteSICA

No conjunto as diretrizes concordam que a AF eacute componente importante

para uma vida saudaacutevel e buscam mudanccedilas para as altas taxas de inatividade fiacutesica

Assim entendem que eacute essencial informar os profissionais da sauacutede e o puacuteblico em

geral sobre a quantidade miacutenima de AF necessaacuteria para a obtenccedilatildeo de efeitos

substanciais para a sauacutede geral

Os Estados Unidos lideraram o caminho para fornecer recomendaccedilotildees

atualizadas Antes pelo ACSM em 2007 (Haskell et al 2007) e mais

recentemente pelo Departamento de Sauacutede dos EUA (USDHHS 2008) Ambos

foram posteriormente seguidos por outras organizaccedilotildees como a Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (WHO 2010) o Departamento de Sauacutede do Reino Unido (Bull

2010) e o Departamento Nacional de Sauacutede do Canadaacute (Kesaniemi et al 2010)

dentre outras

Destaca-se o fato de o Comitecirc Consultivo do USDHHS em 2008 ter

mudado o foco da instruccedilatildeo do volume total de AF15

sem determinar a frequecircncia

semanal Como resultado essas novas orientaccedilotildees permitem que uma pessoa alcance

a mesma meta de vaacuterias maneiras

A seguir seraacute apresentada a comparaccedilatildeo segundo as categorias analiacuteticas

que emergiram na apreciaccedilatildeo das recomendaccedilotildees e que representam suas principais

caracteriacutesticas elementos da AF (frequencia semanal intensidade duraccedilatildeo e dose)

exerciacutecios especiacuteficos eventos adversos populaccedilotildees especiacuteficas consideraccedilotildees por

idade (crianccedilas e jovens)

171 Frequencia semanal

Sobre este ponto eacute importante salientar que a maioria das mudanccedilas

morfofuncionais do organismo ocorre mediada pelos processos de adaptaccedilatildeo

1Recomendaccedilatildeo atual acumulaccedilatildeo de 150 minutos de AF moderada ou 75 minutos

de AF vigorosa por semana Recomendaccedilatildeo anterior 30 minutos em 5 vezes por

semana de AF moderada ou 20 minutos em 3 vezes por semana para AF vigorosa

22

funcional em resposta ao exerciacutecio fiacutesico e a sua magnitude diminui ou se desfaz agrave

medida que aumenta o intervalo entre os estiacutemulos (cada sessatildeo de esforccedilo fiacutesico)

(Aoyagi et al 2010) A figura 5 esboccedila o princiacutepio teoacuterico da sobrecarga O seu

principal objetivo eacute obter um ganho extra na compensaccedilatildeo do esforccedilo fiacutesico

(supercompensaccedilatildeo) para que se elevem os niacuteveis de preacute-esforccedilo O ideal para a

realizaccedilatildeo de um novo esforccedilo ocorre no pico maacuteximo da supercompensaccedilatildeo Nota-

se que quando o segmento B ndash C eacute alongado ou seja agrave medida que um estiacutemulo

(sessatildeo de esforccedilo) se distancia do outro perde-se progressivamente o efeito da

supercompensaccedilatildeo (Matveacuteev 2001)

A diretriz oficial dos EUA de 2008 fornece declaraccedilatildeo sobre espalhar as

atividades por toda a semana sem especificar ou determinar um padratildeo Mesmo

aceitando grande parte dos estudos tendem a obterem melhor resultados com a

praacutetica de AF em trecircs dias na semana aceita como alcance da meta a realizaccedilatildeo de

uma uacutenica sessatildeo por semana desde que se atinja a duraccedilatildeo recomendada Isto pode

induzir pessoas a se esforccedilarem demasiadamente para alcanccedilar a meta em uma uacutenica

sessatildeo o que pode aumentar o risco de eventos adversos (USDHHS 2008)

FONTE Adaptado de Bompa TO e Haff G (2009)

Figura 5 Princiacutepio da sobrecarga

23

172 Intensidade do esforccedilo

Algumas atualizaccedilotildees passam a recomendar tambeacutem AF com intensidade

vigorosa Isso contrasta com muitas diretrizes que ateacute entatildeo haviam indicado na sua

mensagem principal recomendaccedilatildeo somente para esforccedilo de intensidade moderada

Esta atualizaccedilatildeo foi seguida por diretrizes oficiais de diversos paiacuteses como as da

Ruacutessia Reino Unido Canadaacute entre outros e adotada como recomendaccedilatildeo pela

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede Outras organizaccedilotildees profissionais e agecircncias

governamentais como a da Uniatildeo Europeia Noruega Dinamarca Holanda

Finlacircndia e Sueacutecia dentre outras se mantiveram conservadoras mantendo a

orientaccedilatildeo anterior (AF com intensidade moderada)

Vaacuterias diretrizes dedicaram espaccedilo para definir a intensidade do esforccedilo

O USDHHS de 2008 por exemplo utilizou escala subjetiva de esforccedilo de 0 a 10 em

que 0 corresponde agrave ausecircncia de atividade e 10 corresponde ao maior esforccedilo

possiacutevel de ser alcanccedilado Por seu turno as atividades de intensidade moderada

equivalem agrave escala entre o niacutevel 5 a 6 e as atividades de intensidade vigorosa de 7 a

8 A este respeito deve haver cuidado na interpretaccedilatildeo dessa premissa diante da

possibilidade de considerar (incorretamente) que ldquoatividade vigorosardquo tem o mesmo

significado de ldquoatividade anaeroacutebiardquo Na diretriz a intensidade vigorosa se refere agraves

atividades mais intensas maacutes que se conserve o predomiacuteno do metabolismo aeroacutebio

uma vez que a maior parte dos benefiacutecios para a sauacutede satildeo resultantes dos precessos

metaboacutelicos oxidativos (Riddell e Burr 2011)

A atividade vigorosa tem a metade da duraccedilatildeo da moderada porque

aproximadamente produz o dobro do gasto de energia Por isso atividades vigorosas

e moderadas foram tomadas como equivalentes e a combinaccedilatildeo entre as intensidades

podem ser somadas tendo em vista a meta A maioria das diretrizes natildeo aponta a

superioridade da combinaccedilatildeo entre a AF vigorosa e a moderada Tambeacutem fica

subentendido que o aumento do esforccedilo pela duraccedilatildeo ou pela intensidade tem

significado equivalente (CDC 2010)

Se por um lado as atividades de intensidade vigorosa representam

desafios de difiacutecil alcance e adesatildeo principalmente entre pessoas de menor aptidatildeo

fiacutesica por outro parte da populaccedilatildeo pode preferir esta proposta por necessitar menor

24

tempo de execuccedilatildeo Deve-se destacar que o aumento progressivo da intensidade do

esforccedilo (o vigor) estaacute associado ao aumento progressivo de riscos de eventos

adversos (Murphy Blair e Murtagh 2009) Isto deveria estar expliacutecito em todas as

recomendaccedilotildees para objetivar a seguranccedila e mediar a escolha do tipo de modalidade

de exerciacutecio ou esporte praticado

173 Duraccedilatildeo do esforccedilo

As diretrizes para AF mostraram maior atenccedilatildeo sobre os benefiacutecios para

sessotildees de curta duraccedilatildeo Sessotildees curtas satildeo mais faacuteceis para muitas pessoas que

podem assim com o acumulo de esforccedilo ajudar a alcanccedilar as metas estabelecidas A

princiacutepio houve incertezas a respeito de quatildeo curto os episoacutedios poderiam ser

Agora de modo consistente e claro estabeleceu-se o tempo miacutenimo de duraccedilatildeo de

10 minutos (Haskell et al 2007) Muito embora as diretrizes apresentem evidecircncias

para fundamentar esta posiccedilatildeo o conceito de acumulaccedilatildeo de esforccedilo ainda eacute um tema

em debate

Sobre isto o Conselho Consultivo do IOM pocircs em duacutevida a eficiecircncia de

sessotildees com 10 minutos de duraccedilatildeo para promover alteraccedilotildees morfofuncionais

substanciais e declarou ainda como inadequada a recomendaccedilatildeo de 30 minutos de

AF por dia para atingir todos os benefiacutecios de sauacutede O IOM recomenda como meta

miacutenima a realizaccedilatildeo de 60 minutos de AF diaacuteria (IOM 2005) Nestas

recomendaccedilotildees natildeo explicitou tratamento diferenciado para esforccedilo moderado e

vigoroso

174 Dose de atividade fiacutesica

Apesar do empenho das diretrizes para estipular a quantidade miacutenima de

AF substancial agrave sauacutede a recomendaccedilatildeo de doses ideais ou maacuteximas carece de maior

detalhamento Normalmente elas se restringem a informar que efeitos adicionais agrave

sauacutede se incorporam com o aumento da dose miacutenima

O ACSM de 2007 se adiantou neste sentido e propocircs uma faixa ideal de

AF Estabeleceu para aleacutem do gasto energeacutetico cotidiano como limite inferior o

25

gasto de 450 METminsem e superior de 750 METminsem (Pollock et al 1998)

Esta comunicaccedilatildeo do ACSM natildeo se apresentou de modo praacutetico ao puacuteblico em geral

devido agrave necessidade do uso de tabelas de conversatildeo para conhecer o equivalente

metaboacutelico do tipo de esforccedilo fiacutesico realizado

Para efetuar o caacutelculo do equivalente metaboacutelico a conversatildeo dos valores

normalmente eacute reportada ao compecircndio de Ainsworth e colaboradores elaborado no

ano 2000 (Ainsworth et al 2000) O compecircndio tem sido muito uacutetil na atribuiccedilatildeo

padronizada das despensas de energia e para nortear a intensidade (vigorosa e

moderada) do esforccedilo mas carece ser atualizado e expandido para ambos os sexos

para as extremidades da faixa etaacuteria e para os portadores de limitaccedilotildees crocircnicas

A dose da AF recomendada pelas diretrizes eacute sempre adicional agravequela

das atividades de vida diaacuteria (AVD) A natildeo clareza do termo lsquoadicionalrsquo pode

conduzir agrave interpretaccedilatildeo (equivocada) de que as diretrizes indicam um montante de

esforccedilo a ser cumprido durante a semana O engano pode levar indiviacuteduos com

funccedilotildees laborais ativas a natildeo praticarem AF adicional por entenderem que jaacute fazem

AF suficiente no trabalho Para evitar essa consequecircncia (natildeo intencional) as

diretrizes deveriam deixar claro como os criteacuterios (tipo duraccedilatildeo intensidade e

frequecircncia) atribuiacutedos ao trabalho formal e agraves atividades domeacutesticas devem ser

somados para a obtenccedilatildeo do cumprimento da meta miacutenima de AF A conversatildeo do

esforccedilo desempenhado no tempo livre (lazer) e no deslocamento ativo

(trabalhoestudo) jaacute estaacute estabelecido (USDHHS 2008)

De modo geral a desarmonia entre diferentes diretrizes de como a dose

de AF deve ser desenvolvida pode em algum momento gerar duacutebio entendimento e

afetar a interpretaccedilatildeo do que eacute efetivamente necessaacuterio Alguns paiacuteses satildeo

submetidos a diversas recomendaccedilotildees simultacircneas de AF Como exemplo os paiacuteses

que compotildeem o Reino Unido (Inglaterra Gales Irlanda do Norte e Escoacutecia) satildeo

informados pelas recomendaccedilotildees globais da OMS pelas recomendaccedilotildees da UE

pelas recomendaccedilotildees do Centro Nacional para Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Fundaccedilatildeo

Britacircnica do Coraccedilatildeo (BHFNC) e pelas recomendaccedilotildees nacionais de cada paiacutes Para

ilustrar a diretriz da OMS natildeo estipula frequecircncia semanal a diretriz da UE

26

recomenda AF diariamente a diretriz do BHFNC recomenda 5 dias na semana e as

recomendaccedilotildees nacionais da Escoacutecia estipulam frequecircncia de 4 dias por semana

Ainda sobre este aspecto um dos fatores limitantes para a determinaccedilatildeo

da dose-resposta repousa na quantidade e na qualidade das informaccedilotildees disponiacuteveis

Os Comitecircs Cientiacuteficos das organizaccedilotildees apontam escassez de estudos experimentais

que possuam dimensatildeo global com amostra relativamente grande A maior parte dos

estudos tem utilizado intervenccedilotildees com doses iguais agraves recomendadas pelas atuais

diretrizes limitando informaccedilotildees que podem ser criadas pela variaccedilatildeo do tipo

intensidade frequecircncia duraccedilatildeo e volume da AF

Para que se priorize o aperfeiccediloamento de resposta para esta questatildeo o

USDHHS em 2008 se adiantou em algumas recomendaccedilotildees para estudos

esclarecedores

Incluir doses diferentes de AF usada na intervenccedilatildeo das que atualmente

estatildeo indicadas pelas recomendaccedilotildees a fim de avaliar o impacto e a

estabilidade no comportamento da praacutetica de AF ao longo do tempo

Buscar dados para definir tanto a forma da curva dose-resposta em

maiores quantidades e intensidades de atividade para a maioria dos

resultados de sauacutede e para determinar a existecircncia de um limite superior

de benefiacutecio

Esclarecer a quantidade de AF necessaacuteria para obter efeitos positivos

adicionais em diferentes desfechos relacionados agrave sauacutede

Projetar a realizaccedilatildeo de estudos que avaliem como as variaacuteveis

intensidade frequecircncia e duraccedilatildeo do esforccedilo se relacionam entre si

perante variadas forma de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

Investigar benefiacutecios muacutesculo-esqueleacuteticos da AF acumulada em sessotildees

curtas e fragmentadas

27

Realizar estudos experimentais para estender o efeito de periacuteodos de

atividade com diferentes duraccedilotildees especialmente daqueles com menos

de 10 minutos bem como o efeito de alguns ataques longos por semana

(p ex 2 x 75 minutos) sobre diversos desfechos de sauacutede

175 Minorias populacionais

Organizaccedilotildees profissionais e agecircncias governamentais apontam a

carecircncia de estudos envolvendo minorias populacionais e grupos de estrato

socioeconocircmico menos favorecido e a falta de indicaccedilotildees capazes de dar orientaccedilatildeo

de AF diferenciada para grupos minoritaacuterios (USDHHS 2008a CDC 2010 BHF

2010) A atual diretriz oficial dos EUA de 2008 dedica uma seccedilatildeo inteira agrave procura

destas evidecircncias poreacutem sem conclusotildees definitivas o que resultou inclusive em

recomendaccedilatildeo de AF do tipo ldquodose uacutenicardquo ou seja um mesmo tratamento para todas

as populaccedilotildees

Apesar de adotar tratamento igual para diferentes populaccedilotildees as

diretrizes deveriam explicitar que as estrateacutegias de comunicaccedilatildeo e os planos de

implementaccedilatildeo de programas e poliacuteticas destinados a aumentar a AF no cotidiano

poderiam ser tratados diferenciadamente para diferentes grupos populacionais

Embora seja ainda incerta a ocorrecircncia de diferenccedilas morfofuncionais resultantes da

AF em diferentes populaccedilotildees o modo como as informaccedilotildees satildeo recebidas

interpretadas e executadas podem acabar produzindo diferenccedilas nos grupos segundo

as suas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e culturais (Lindstrom Hanson e Ostergren

2001)

Para os portadores de necessidades especiais (com deficiecircncia fiacutesica

mental emocional ou cognitiva) aleacutem de as informaccedilotildees destacarem os benefiacutecios

da AF diretrizes deveriam explicitar que alguns tipos de atividade podem exigir

adaptaccedilatildeo agraves necessidades e agraves habilidades individuais A preocupaccedilatildeo com a

seguranccedila deveria ser comunicada claramente

A heterogeneidade entre e dentro dos grupos de deficiecircncia e a baixa

incidecircncia de muitas delas tornam difiacutecil a obtenccedilatildeo de uma amostra adequada e

28

entatildeo recruta-se a partir de um uacutenico estudo Portanto estudos multicecircntricos

deveriam ser estimulados para alcanccedilar evidecircncias capazes de generalizaccedilatildeo

(USDHHS 2008a)

Dado o aumento de sobrepeso e a obesidade na populaccedilatildeo mundial haacute

crescente interesse no efeito da AF sobre a manutenccedilatildeo do peso saudaacutevel Os

Comitecircs Consultivos que elaboram as diretrizes de AF ainda natildeo se fixaram a

quantidade necessaacuteria de AF para evitar o ganho de peso corporal e a obesidade

(Franz et al 2007) Sobre isto o IOM em 2004 recomendou a praacutetica de pelo

menos 60 minutos diaacuterios de AF e acrescentou que efeitos maiores ocorreriam com

o aumento progressivo da duraccedilatildeo do esforccedilo Esta indicaccedilatildeo sugere que para o

controle de peso e da obesidade o volume de AF deve ser muito maior (o dobro ou

mais) do que recomenda a maior parte das diretrizes No entanto o IOM natildeo fixou o

volume-teto maacuteximo

Neste aspecto parece ser mais recomendaacutevel que as orientaccedilotildees

endossem a importacircncia da AF na realizaccedilatildeo de um balanccedilo de energia saudaacutevel do

que estipulem uma meta desanimadora (grande volume de AF) As diretrizes

deveriam indicar claramente que pessoas com sobrepeso ou obesidade que atingem a

meta de AF mesmo na ausecircncia de reduccedilatildeo do peso corporal obteratildeo benefiacutecios

importantes para a sauacutede

A abordagem viaacutevel para a comunicaccedilatildeo da gestatildeo do controle do peso

corporal eacute recomendar que antes objetive-se o alcance da meta miacutenima de AF Uma

vez que essa meta seja alcanccedilada se o peso corporal estiver na faixa desejaacutevel o

foco deveria estar na manutenccedilatildeo do programa se o peso corporal natildeo for adequado

o foco deveria ocorrer no sentido de associar um programa de dieta hipocaloacuterica agrave

AF

176 Recomendaccedilotildees para crianccedilas e jovens

No conjunto as diretrizes recomendam AF para crianccedilas e jovens (6 a 17

anos de idade) em quantidade duas vezes maior agrave recomendada para adultos Notou-

se diferenccedila no escopo das redaccedilotildees no que tange ao detalhamento das faixas etaacuterias

Conveacutem ressaltar que a AF apropriada para as crianccedilas e jovens varia com a idade

29

Normalmente haacute ausecircncia natildeo justificada de orientaccedilotildees para grupo de idade

precoce A diretriz oficial da Austraacutelia eacute uma das raras exceccedilotildees que progrediu em

relaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees de AF para as idades iniciais Para crianccedilas de 0 a 1 ano natildeo

estipula duraccedilatildeo mas recomenda que seja diaacuteria com exerciacutecios proacuteprios ao

desenvolvimento psicomotor da crianccedila (puxar pegar sentar rolar engatinhar

arrastar levantar) Ela indica ainda 180 minutos de AF diaacuteria para crianccedilas de 1 a 5

anos de idade e a partir dos 5 anos segue as demais diretrizes ou seja 60 minutos

de AF todos os dias apoacutes os 18 anos de idade todos satildeo tratados como adultos

(DHAA 2005a DHAA 2005b)

Em geral as diretrizes natildeo se ocupam com comunicar ou estabelecer o

limite maacuteximo para AF em crianccedilas mas a diretriz oficial canadense estabeleceu

como teto para crianccedilas e jovens 90 minutos de AF por dia ao longo da semana

As diretrizes de AF para crianccedilas e jovens deveriam tambeacutem adicionar

explicitamente declaraccedilatildeo de que a AF adicional para aleacutem de 300 minutos por

semana confere benefiacutecios adicionais de sauacutede Para adultos esta informaccedilatildeo estaacute

clara

177 Exerciacutecios especiacuteficos

1771 Musculaccedilatildeo

A musculaccedilatildeo estaacute indicada com destaque na diretriz do USDHHS de

2008 Nenhum tempo foi recomendado para a duraccedilatildeo desta modalidade de

exerciacutecio Houve recomendaccedilatildeo clara quanto agrave frequecircncia semanal ao volume e a

abrangecircncia Foram recomendados de 8 a 10 diferentes exerciacutecios envolvendo os

principais grupos musculares dois dias ou mais por semana (natildeo consecutivos) e

com resistecircncia (peso) que permita a realizaccedilatildeo de 8 a 12 repeticcedilotildees para cada

exerciacutecio Nesta diretriz ficou expliacutecito que o tempo gasto para esta atividade natildeo

contaraacute para o alcance da meta

Sobre isto supotildee-se que a exclusatildeo deste tipo de exerciacutecio pelo

USDHHS em direccedilatildeo agrave meta se sustenta no fato de que a musculaccedilatildeo natildeo eacute

30

necessariamente um exerciacutecio aeroacutebio e portanto apresenta pouco efeito sobre o

metabolismo Descriccedilatildeo no texto sobre a dosagem do esforccedilo implicita o

entendimento da exigecircncia anaeroacutebia

ldquoos exerciacutecios de fortalecimento muscular devem ser realizados ateacute o

ponto em que seria difiacutecil fazer outra repeticcedilatildeo sem ajuda externardquo

(USDHHS 2008a pg A-6)

Por fim algumas diretrizes anteriores agraves do USDHHS de 2008 como as

do Reino Unido de 2004 natildeo continham orientaccedilotildees claras para atividade de

musculaccedilatildeo Na atual diretriz do Reino Unido de 2010 esta modalidade de exerciacutecio

estaacute presente

1772 Flexionamento

Os benefiacutecios de sauacutede geral resultantes de atividades de flexibilidade

natildeo estatildeo expressos como conclusivos mas nenhuma das diretrizes negou sua

importacircncia ou desaconselhou sua praacutetica Em algumas diretrizes haacute sugestatildeo de

frequecircncia de dois ou mais dias por semana com execuccedilatildeo de exerciacutecios estaacuteticos ou

dinacircmicos Natildeo haacute referecircncia sobre diferenccedilas de eficiecircncia e de seguranccedila entre os

exerciacutecios estaacuteticos e os dinacircmicos Tambeacutem natildeo se observou recomendaccedilatildeo quanto

agrave duraccedilatildeo de cada sessatildeo nem sobre o intervalo de uma sessatildeo para outra Poreacutem

estaacute bem definido que o tempo gasto nesta modalidade de exerciacutecios natildeo somaraacute para

a obtenccedilatildeo da meta

1773 Aquecimento e desaquecimento

Exerciacutecios realizados para aquecimento e desaquecimento satildeo partes

aceitaacuteveis do plano de AF Na diretriz oficial dos Estados Unidos de 2008 o tempo

gasto para realizar o aquecimento e o desaquecimento pode somar para o

cumprimento da meta desde que a atividade seja realizada no miacutenimo com

intensidade moderada

31

178 Eventos adversos nas recomendaccedilotildees

Excessos de AF em participantes natildeo adaptados ao esforccedilo fiacutesico podem

resultar em agravos agrave sauacutede e a maioria das diretrizes satildeo vagas quanto agrave dosagem

inicial do treinamento (Bull 2010) Eacute comum se sugerir um aumento de 10 na

quantidade de AF por semana para os jovens e adultos jovens em um intervalo de 2

a 4 semanas mas existem poucas evidecircncias que sustentem essas sugestotildees A

adoccedilatildeo de medidas de seguranccedila para a praacutetica de AF principalmente na fase inicial

do treinamento e para pessoas de baixa aptidatildeo fiacutesica ou que desconheccedilam os riscos

deve ter destaque nas diretrizes e ser informada sublinhadamente Quando as

recomendaccedilotildees natildeo determinam a frequecircncia semanal como as do Canadaacute Estados

Unidos Reino Unido Ruacutessia e as Globais da OMS pessoas podem tentar vencer a

meta estabelecida em eventos uacutenicos de longa duraccedilatildeo aumentando o risco de

eventos adversos As diretrizes oficiais dos Estados Unidos apresentam o capiacutetulo 6

ldquoAtivo e Segurordquo com o objetivo de mitigar as adversidades da praacutetica da AF

As recomendaccedilotildees das diretrizes de AF se destinam ao puacuteblico em geral

e aos portadores ou natildeo de acometimentos crocircnicos de sauacutede Eacute consenso que

portadores desses acometimentos de sauacutede usufruem dos benefiacutecios da AF mas

pertencem a um grupo mais susceptiacutevel aos riscos de efeitos adversos entatildeo pode-se

considerar que pessoas vulneraacuteveis necessitam instruccedilotildees especiais o que de modo

geral natildeo ocorre

Sobre este ponto eacute corrente entre as diretrizes destacar que os benefiacutecios

de sauacutede provenientes da AF tecircm sido sistematicamente bem documentados O

mesmo natildeo ocorre com os riscos adversos Mesmo assim parece consenso a ideia de

que os benefiacutecios da AF superam os riscos de eventos adversos

179 Concordacircncias nas diretrizes

Embora se admitam divergecircncias entre diferentes diretrizes quanto ao

modo de obter o volume final do esforccedilo observou-se cooperaccedilatildeo na harmonizaccedilatildeo

dos conceitos fundamentais da praacutetica da AF Entre eles listam-se os principais

consensos

32

A AF contribui fortemente para a promoccedilatildeo da sauacutede e diminui os

iacutendices de morbimortalidade principalmente nas doenccedilas de curso

crocircnico

A praacutetica de alguma AF eacute mais desejaacutevel do que nenhuma AF

As orientaccedilotildees satildeo projetadas para fornecer orientaccedilotildees sobre os tipos e

quantidades miacutenimas de AF que proporcionam benefiacutecios substanciais agrave

sauacutede

Benefiacutecios adicionais ocorrem com o aumento da quantidade de AF de

maior intensidade maior frequecircncia maior duraccedilatildeo ou pela combinaccedilatildeo

entre elas

Os benefiacutecios de sauacutede ocorrem em todas as faixas etaacuterias em ambos os

sexos e em todos os grupos raciais e eacutetnicos estudados desde que

praticada dentro de limites de seguranccedila

A AF deve ser praticada regularmente ao longo da vida para que se

possa obter resultado em longo prazo

As recomendaccedilotildees satildeo generalizaccedilotildees para atender agrave maioria dos

problemas relativos agrave sauacutede Problemas especiacuteficos necessitam

atendimento especiacutefico

Crianccedilas a partir de 6 anos de idade e adolescentes devem dobrar a

quantidade miacutenima de AF recomendada para os adultos

Idosos devem realizar a mesma quantidade de AF que adultos

limitados agrave condiccedilatildeo funcional individual

1710 Adesatildeo agrave atividade fiacutesica

As diretrizes tecircm demonstrado preocupaccedilatildeo com a adesatildeo agrave praacutetica da

AF Vaacuterias delas incluiacuteram caminhos para a conscientizaccedilatildeo e participaccedilatildeo

comunitaacuteria Para contemplar este objetivo a diretriz da UE de 2008 traz no seu

texto um toacutepico denominado ldquoExemplos de Boas Praacuteticasrdquo Nele cita as iniciativas

de alguns governos para a sensibilizaccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da praacutetica de AF destacando

programas como o ldquoPortas Abertasrdquo e o ldquoLuarrdquo da Hungria que visa a oferecer AF

tambeacutem nos finais de semana e no periacuteodo da noite o ldquoSelo de qualidade desportivo

para a sauacutederdquoda Alemanha que estabelece criteacuterios para os clubes privados obterem

33

o selo o ldquoHEPArdquo (Atividade Fiacutesica Melhorando a Sauacutede em inglecircs) da Eslovecircnia

que sustenta seu programa em trecircs pilares mais AF no lazer na escola e no

transporte Haacute ainda outras iniciativas na Inglaterra Franccedila Aacuteustria Luxemburgo

Sueacutecia Dinamarca e Finlacircndia E natildeo se perde de vista que cada localidade

desenvolve estrateacutegias de comunicaccedilatildeo para as recomendaccedilotildees da AF considerando

a diversidade eacutetnica cultural e social da regiatildeo

Embora as orientaccedilotildees para a praacutetica de AF foquem os benefiacutecios

morfofuncionais eles natildeo constituem a uacutenica razatildeo pela qual as pessoas deveriam

estar ativas Algumas diretrizes como a oficial dos Estados Unidos de 2008

preconizam que a AF pode proporcionar diversatildeo convivecircncia com amigos e

familiares desfrute do meio ambiente melhora da aparecircncia pessoal e da condiccedilatildeo

fiacutesica dentre outras Neste sentido as orientaccedilotildees encorajam as pessoas a serem

fisicamente ativas por toda e qualquer fundamentaccedilatildeo que seja significativa para

elas

A identificaccedilatildeo e a anaacutelise dos obstaacuteculos para a integraccedilatildeo da AF de

forma regular no cotidiano podem diferir no tempo e no espaccedilo Apesar das

diferenccedilas culturais a elaboraccedilatildeo de poliacuteticas de sauacutede de incentivo e promoccedilatildeo da

AF deveriam levar em conta os problemas de ordem individual (condiccedilatildeo fiacutesica

estado de sauacutede dentre outras) e de caraacuteter socioambiental que podem constituir

diversas barreiras

18 PROMOCcedilAtildeO DA ATIVIDADE FIacuteSICA

A promoccedilatildeo de AF moderada e regular eacute objetivo da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2010) que recomenda aos seus Estados Membros a

criaccedilatildeo de poliacuteticas que

Desenvolvam e ponham em praacutetica diretrizes nacionais de AF para

promover a sauacutede

Introduzam poliacuteticas de estiacutemulo ao deslocamento ativo e seguro para a

escola ou trabalho

34

Adaptem as estruturas fiacutesicas urbanas para facilitar a praacutetica de AF com a

criaccedilatildeo de ciclovias faixas de pedestre calccedilamento regular etc

Estabeleccedilam condiccedilotildees de seguranccedila como iluminaccedilatildeo policiamento etc

Criem espaccedilos destinados agrave AF recreativa com a criaccedilatildeo de parques

quadras pistas de corrida trilhas etc

O Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro alinhado agrave Estrateacutegia Global para a

Dieta Atividade Fiacutesica e Sauacutede preconizada pela OMS procura estimular accedilotildees

para a promoccedilatildeo da sauacutede combatendo os baixos niacuteveis de AF da populaccedilatildeo Neste

sentido instituiu no ano de 2006 a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede (MS

2010) Nesta perspectiva no ano de 2011 foi criado o ldquoPrograma Academia da

Sauacutederdquo no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede cujo objetivo eacute contribuir para a

promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo em geral a partir da implantaccedilatildeo de polos puacuteblicos

qualificados para a orientaccedilatildeo e supervisatildeo da praacutetica de AF (MS 2012)

No caso do ldquoPrograma Academia da Sauacutederdquo ele estaacute estruturado em

onze estrateacutegias 1) ampliar o acesso da populaccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo

da sauacutede 2) fortalecer a promoccedilatildeo da sauacutede como estrateacutegia de produccedilatildeo de sauacutede

3) potencializar as accedilotildees nos acircmbitos da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede da Vigilacircncia

em Sauacutede e da Promoccedilatildeo da Sauacutede 4) promover a integraccedilatildeo multiprofissional na

construccedilatildeo e execuccedilatildeo das accedilotildees 5) promover a convergecircncia de projetos ou

programas nos acircmbitos da sauacutede educaccedilatildeo cultura assistecircncia social esporte e

lazer 6) ampliar a autonomia dos indiviacuteduos sobre as escolhas de modos de vida

mais saudaacuteveis 7) aumentar o niacutevel de AF na populaccedilatildeo 8) estimular haacutebitos

alimentares saudaacuteveis 9) promover mobilizaccedilatildeo comunitaacuteria com a constituiccedilatildeo de

redes sociais de apoio e ambientes de convivecircncia e solidariedade 10) potencializar

as manifestaccedilotildees culturais locais e o conhecimento popular na construccedilatildeo de

alternativas individuais e coletivas que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede e 11) ampliar

e valorizar a utilizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos de lazer como proposta de inclusatildeo

social (MS 2012)

Embora as estrateacutegias do ldquoPrograma Academia da Sauacutederdquo sejam

claramente explicitadas o Ministeacuterio da Sauacutede ainda natildeo reuniu uma Comissatildeo de

Especialistas ndash procedimento adotado pelas organizaccedilotildees e agecircncias governamentais

35

que elaboram diretrizes de AF ndash para a elaboraccedilatildeo de diretrizes proacuteprias de AF para a

populaccedilatildeo brasileira Como recomendaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro segue as

diretrizes da OMS atualizadas em 2010 O objetivo perseguido possibilita

Fundamentar as poliacuteticas nacionais sobre a AF e outras intervenccedilotildees de

sauacutede puacuteblica

Determinar um ponto de partida para a definiccedilatildeo de metas e objetivos

para a promoccedilatildeo da sauacutede e da AF no acircmbito nacional

Fomentar a colaboraccedilatildeo intersetorial e contribuir para o estabelecimento

de metas e objetivos nacionais da promoccedilatildeo da AF

Fixar as bases para a adoccedilatildeo de iniciativas de promoccedilatildeo da AF

Justificar a destinaccedilatildeo de recursos para intervenccedilotildees na promoccedilatildeo da AF

Criar um marco de accedilatildeo comum que reuacutena todas as partes interessadas

em torno de um mesmo objetivo

Dispor de um documento baseado em evidecircncia que permita agraves partes

interessadas implantar poliacuteticas com destinaccedilatildeo apropriada de recursos

Facilitar a criaccedilatildeo de mecanismos nacionais de vigilacircncia e monitoraccedilatildeo

para fazer evoluir a praacutetica da AF na populaccedilatildeo

O monitoramento e a vigilacircncia da praacutetica da AF no cotidiano dos

brasileiros tecircm sido realizados por 2 inqueacuteritos nacionais a Pesquisa Nacional sobre

Sauacutede do Escolar (PeNSE) que observa dentre outros fatores de risco a ausecircncia de

AF dos adolescentes (IBGE 2013) e o sistema de Vigilacircncia de Fatores de Risco e

Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico ndash VIGITEL (MS 2007)

que avalia fatores de risco para doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis em adultos nas

26 capitais dos estados e no Distrito Federal

19 SISTEMA VIGITEL

O sistema VIGITEL foi criado como parte do objetivo de dotar o paiacutes

com instrumentos eficazes para monitorar a frequecircncia e a distribuiccedilatildeo dos principais

fatores de risco determinantes das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) O

Programa apresenta uma metodologia proacutepria de inqueacuterito telefocircnico desenvolvida e

36

aperfeiccediloada desde o ano de 2003 pelo Nuacutecleo de Pesquisas Epidemioloacutegicas em

Nutriccedilatildeo e Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo ndash NUPENSUSP No ano de 2006 o

sistema foi vinculado definitivamente ao Ministeacuterio da Sauacutede (Moura et al 2008)

Entre os objetivos principais do sistema figuram aumentar o

conhecimento sobre as DCNT e as possibilidades de prevenccedilatildeo e de controle

contribuir para o fortalecimento dos sistemas de sauacutede incluindo a atenccedilatildeo primaacuteria

para a integraccedilatildeo de prevenccedilatildeo e controle das doenccedilas crocircnicas perceber as

principais intervenccedilotildees para prevenir e controlar essas doenccedilas dentro de estimativas

de custo incentivar o diaacutelogo com o setor privado para auxiacutelio na melhoria da sauacutede

puacuteblica manter o interesse da miacutedia e incentivaacute-la a defender os comportamentos

saudaacuteveis para a defesa de planos de accedilatildeo na luta contra elas e reduzir os principais

fatores de risco determinantes destas doenccedilas (MS 2008a)

37

2 OBJETIVOS

Verificar a prevalecircncia de atividade fiacutesica segundo cada uma das principais

diretrizes internacionais que recomendam quantidade miacutenima de AF

Explorar as divergecircncias e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF miacutenimo

pelas diferentes diretrizes

Avaliar a associaccedilatildeo entre caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e

comportamentais com a praacutetica da AF

Verificar como os principais componentes da AF (modalidades de exerciacutecio

fiacutesico ou esporte intensidade duraccedilatildeo e frequecircncia) se relacionam na

determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual

Descrever o padratildeo de AF nos portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis

38

3 METODOLOGIA

31 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de um estudo epidemioloacutegico do tipo observacional transversal

32 AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS

Os dados utilizados neste estudo satildeo provenientes do banco de dados do

sistema VIGITEL de 2006 Esses dados foram obtidos por meio de inqueacuterito com o

uso de entrevista telefocircnica e de questionaacuterio contendo perguntas sobre

caracteriacutesticas sociodemograacuteficas socioeconocircmicas de comportamento individual e

de informaccedilotildees relacionadas com a praacutetica da AF para uma amostra probabiliacutestica de

adultos brasileiros com idade ge 18 anos residentes nas 27 capitais da federaccedilatildeo e

cujas moradias apresentavam linha telefocircnica fixa

O sistema VIGITEL apresenta uma metodologia proacutepria que pode ser

acessada em publicaccedilotildees preacutevias (Moura et al 2008) Em siacutentese a partir da anaacutelise

do cadastro eletrocircnico das linhas telefocircnicas residenciais fixas de cada capital da

federaccedilatildeo foram sorteadas (de modo sistemaacutetico e estratificado) 5000 linhas para

cada cidade A seguir as linhas sorteadas em cada cidade foram ressorteadas e

divididas em reacuteplicas de 200 linhas cada reacuteplica reproduzindo a mesma proporccedilatildeo de

linhas por regiatildeo da cidade ou prefixo telefocircnico A divisatildeo da amostra integral em

reacuteplicas eacute feita essencialmente em funccedilatildeo da dificuldade em se estimar previamente

a proporccedilatildeo das linhas do cadastro que seratildeo elegiacuteveis para o sistema (linhas

residenciais ativas) e portanto o total de linhas a ser sorteado para se chegar a 2000

entrevistas

No conjunto ocorreram ligaccedilotildees para perto de 127000 linhas telefocircnicas

fixas distribuiacutedas em 633 reacuteplicas As ligaccedilotildees feitas para as 76330 linhas elegiacuteveis

redundaram em 54369 entrevistas completas o que indica a taxa meacutedia de sucesso

39

do sistema em 711 (Tabela 1) Havendo anuecircncia apoacutes primeiro contato todos os

moradores adultos com idade maior ou igual a 18 anos foram listados e organizados

eletronicamente em ordem decrescente de idade sendo um deles sorteado para

responder a entrevista

Tabela 1 Nuacutemero de linhas telefocircnicas sorteadas linhas telefocircnicas elegiacuteveis e

entrevistas realizadas nas capitais dos estados brasileiros e no

Distrito Federal VIGITEL 2006 (MS 2007)

Capitais DF Nordm linhas

sorteadas

Nordm linhas

elegiacuteveis

Nordm entrevistas

realizadas

Aracaju 3400 3022 2031

Beleacutem 3400 2876 2021

Belo Horizonte 3200 2812 2016

Boa Vista 3600 2832 2017

Campo Grande 4600 2919 2012

Cuiabaacute 4800 2756 2013

Curitiba 4400 2824 2011

Florianoacutepolis 4600 2896 2010

Fortaleza 3400 2881 2017

Goiacircnia 4200 2523 2013

Joatildeo Pessoa 3600 2836 2014

Macapaacute 4000 2746 2012

Maceioacute 3600 2784 2017

Manaus 3600 2817 2013

Natal 3400 2742 2013

Palmas 4800 2479 2009

Porto Alegre 5000 3120 2010

Porto Velho 4400 2582 2014

Recife 3400 2751 2014

Rio Branco 4600 2720 2017

Rio de Janeiro 4000 3094 2012

Salvador 3600 2935 2010

Satildeo Luiacutes 3600 2755 2011

Satildeo Paulo 4200 3073 2012

Teresina 3400 2800 2011

Vitoacuteria 3800 2817 2011

Distrito Federal 4600 2938 2008

Total 107200 76330 54369

FONTE Ministeacuterio da Sauacutede 2007

40

Cerca de dois terccedilos das linhas elegiacuteveis para as quais natildeo houve

entrevista correspondeu a situaccedilotildees de impossibilidade de contato telefocircnico inicial

(linhas sempre ocupadas com sinal de fax ou conectadas agrave secretaacuteria eletrocircnica) ou a

impossibilidade de encontrar o indiviacuteduo sorteado no domiciacutelio mesmo apoacutes vaacuterias

tentativas de aprazamento (ateacute dez ligaccedilotildees feitas em dias e horaacuterios variados)

Recusas a participar no sistema de monitoramento foram observadas em 91 das

linhas elegiacuteveis A duraccedilatildeo meacutedia das 54369 entrevistas realizadas pelo sistema

VIGITEL foi de 74 minutos (DP plusmn 33 minutos) para cada uma (MS 2007)

As entrevistas telefocircnicas ocorreram entre agosto e dezembro de 2006 e

envolveram sessenta entrevistadores quatro supervisores e um coordenador (MS

2007)

O questionaacuterio utilizado pelo sistema VIGITEL em 2006 foi composto

por 82 questotildees com categorias preacute-estabelecidas de respostas As perguntas do

questionaacuterio abordaram em particular a) caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e

socioeconocircmicas dos indiviacuteduos (idade sexo estado civil coretnia niacutevel de

escolaridade) b) padratildeo de alimentaccedilatildeo (tipo e frequecircncia do consumo de certos

alimentos) e de Atividade Fiacutesica (modalidade preferida duraccedilatildeo do esforccedilo

frequecircncia semanal deslocamento ativo de casa para o trabalho) c) Avaliaccedilatildeo

nutricional (peso e altura) d) frequecircncia e intensidade do consumo de cigarros e de

bebidas alcooacutelicas e e) autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede gravidez e referecircncia a

diagnoacutestico meacutedico para algumas DCNT (MS 2007)

Para ajustar a populaccedilatildeo estudada agrave populaccedilatildeo residente nas capitais

brasileiras alguns cuidados foram necessaacuterios entatildeo o sistema empregou um peso

final para cada participante com a aplicaccedilatildeo de fatores de ponderaccedilatildeo para corrigir

possiacuteveis vieses determinados pelas diferentes possibilidades de os indiviacuteduos

participarem da amostra O primeiro fator buscava corrigir a maior chance que

indiviacuteduos de domiciacutelios com mais de uma linha telefocircnica tinham de ser

selecionados para a amostra O segundo procurava corrigir a menor chance que

indiviacuteduos de domiciacutelios habitados por mais pessoas tinham de ser selecionados para

a amostra O terceiro denominado peso poacutes-estratificaccedilatildeo procurava igualar a

composiccedilatildeo sociodemograacutefica da amostra agrave composiccedilatildeo sociodemograacutefica da

41

populaccedilatildeo de cada cidade pelo Censo Demograacutefico de 2000 A razatildeo entre a

frequecircncia relativa de indiviacuteduos da amostra VIGITEL e da amostra censitaacuteria

procurava a correccedilatildeo da sub ou superrepresentaccedilatildeo dos estratos sociodemograacuteficos

pelo sistema VIGITEL que poderia ocorrer dada a cobertura natildeo universal da rede

de telefonia fixa (MS 2007)

A multiplicaccedilatildeo destes trecircs fatores por um quarto (razatildeo entre a

proporccedilatildeo de adultos de uma dada cidade pela proporccedilatildeo de adultos da amostra

VIGITEL na mesma cidade) representa o total de adultos estudados pelo sistema nas

27 cidades Assim a populaccedilatildeo total estimada para este estudo abrange 69899955

de brasileiros adultos de ambos os sexos residentes nas 26 capitais estaduais e no

Distrito Federal (MS 2007)

Para asegurar a qualidade das informaccedilotildees obtidas o sistema VIGITEL

contou com um controle de qualidade que previa o acompanhamento aleatoacuterio das

entrevistas por um supervisor Em torno de 10 das chamadas foram avaliadas

imediatamente pela supervisatildeo que entre vaacuterias accedilotildees confirmava dados diretamente

com o participante Cerca de 3 das entrevistas diaacuterias foram auditadas pelo

supervisor Por fim foram realizadas anaacutelises de consistecircncia dos dados ao final de

cada semana (MS 2007)

Adultos de ambos os sexos com 18 anos ou mais residentes nas capitais

de estado brasileiras e no Distrito Federal cujas respostas ao questionaacuterio da pesquisa

VIGITEL de 2006 permitiram a quantificaccedilatildeo da AF Assim entre os 54369

participantes do inqueacuterito foram excluiacutedos 1590 participantes que embora tenham

indicado a realizaccedilatildeo de transporte ativo para o trabalho ou praacutetica de uma

modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte deixaram de informar a frequecircncia ou a

duraccedilatildeo do esforccedilo Assim a base de caacutelculo foi conduzida com 52779

participantes

42

33 DESCRICcedilAtildeO DE VARIAacuteVEIS

3 31 Domiacutenios da atividade fiacutesica

Para a anaacutelise da praacutetica de AF no cotidiano foram considerados

somente os trecircs uacuteltimos meses anteriores agrave data da entrevista Originalmente o

inqueacuterito do sistema VIGITEL avaliou a categoria lsquoAtividade Fiacutesicarsquo abordando

separadamente quatro domiacutenios AF no lazer (tempo livre) AF ocupacional

(trabalho) AF no acircmbito residencial (faxina domeacutestica) e AF no deslocamento da

casa para o trabalho (a peacute ou de bicicleta) Neste estudo apenas as informaccedilotildees sobre

AF no lazer e no deslocamento foram aplicadas para definir o niacutevel de AF dos

participantes AF em casa e no trabalho natildeo foi considerada pois o questionaacuterio de

2006 do VIGITEL natildeo previu a quantificaccedilatildeo da duraccedilatildeo e da frequecircncia semanal

desses domiacutenios

332 Modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

Para a determinaccedilatildeo da principal modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou

esporte mais praticado foram utilizadas as respostas agrave pergunta 45 do questionaacuterio

Qual o tipo principal de exerciacutecio fiacutesico ou esporte que o(a) sr (a) praticou Coube

aos participantes uma uacutenica opccedilatildeo entre 16 diferentes modalidades apresentadas na

seguinte sequecircncia 1 - caminhada 2 - caminhada em esteira rolante 3 - corrida 4 -

corrida em esteira rolante 5 - musculaccedilatildeo 6 - ginaacutestica aeroacutebica 7 - hidroginaacutestica

8 - ginaacutestica geral 9 - nataccedilatildeo 10 - artes marciais e lutas 11 - bicicleta 12 - futebol

13 - basquetebol 14 - voleibol 15 - tecircnis 16 - outros

333 Deslocamento ativo

Para o ano de 2006 o sistema VIGITEL considerou como deslocamento

ativo somente o esforccedilo para cumprir o percurso de ida e volta de casa para o

trabalho realizado a peacute ou de bicicleta e ocorrido nos trecircs meses anteriores agrave data da

entrevista Para este domiacutenio diante de resposta afirmativa houve questionamento a

respeito da duraccedilatildeo do tempo gasto em minutos para vencer o trajeto

43

334 Duraccedilatildeo e frequecircncia da atividade fiacutesica

A frequecircncia das atividades foi expressa em dias por semana e a duraccedilatildeo

do esforccedilo foi expressa em minutos As opccedilotildees de respostas para duraccedilatildeo do esforccedilo

foram divididas em seis agrupamentos lt 10 10 ndash 19 20 ndash 29 30 ndash 39 45 ndash 59 ge 60

minutos As opccedilotildees de respostas para frequecircncia semanal foram divididas em quatro

agrupamentos todos os dias 5 ndash 6 3 ndash 4 1 ndash 2 dias por semana

335 Intensidade do esforccedilo

A classificaccedilatildeo da intensidade do esforccedilo foi determinada pela conversatildeo

do tipo principal de exerciacutecio fiacutesico ou esporte praticado pelo participante do estudo

na atribuiccedilatildeo do gasto energeacutetico ao esforccedilo referido pelo Compecircndio de Atividade

Fiacutesica proposto por Ainsworth et al em 2000 Baseado na proposta de que esforccedilo

moderado equivale ao consumo lt 6 MET e esforccedilo vigoroso equivale ao consumo ge

a 6 MET assumiu-se que 1 MET representa o consumo de oxigecircnio em repouso

igual a 35 mlkgmin Quando a opccedilatildeo pela escolha do tipo principal de exerciacutecio

fiacutesico ou esporte foi caminhada caminhada na esteira rolante hidroginaacutestica

ginaacutestica geral nataccedilatildeo ciclismo ou voleibol a intensidade do esforccedilo foi

considerada como moderada Quando a opccedilatildeo foi corrida corrida em esteira rolante

musculaccedilatildeo ginaacutestica aeroacutebia artes marciaislutas futebol basquetebol tecircnis e

outras modalidades a intensidade do esforccedilo foi considerada vigorosa

O gasto energeacutetico foi obtido pelo produto do gasto meacutedio de energia de

cada modalidade frente ao esforccedilo expresso em minutos O valor do gasto de energia

proposto para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte eacute apresentado a seguir

44

Tabela 2 Gasto energeacutetico para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

expresso em METmin obtido pelo produto da duraccedilatildeo do esforccedilo

(em minutos) com a meacutedia do gasto energeacutetico para cada

modalidade segundo o Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por

Ainsworth et al em 2000

Atividade

Tempo em minutos

1019 20-29 30-39 45-59 60

MET MET MET MET MET

1 Caminhada 33-63 66-96 99-129 149-195 198

2 Caminhada na esteira 33-63 66-96 99-129 149-195 198

3 Corrida 90-171 180-261 270-351 405-531 540

4 Corrida na esteira 90-171 180-261 270-351 405-531 540

5 Ginaacutestica aeroacutebia 65-124 130-189 195-254 293-384 390

6 Hidroginaacutestica 40-76 80-156 120-156 180-236 240

7 Ginaacutestica geral 40-76 80-156 120-156 180-236 240

8 Nataccedilatildeo 70-133 140-203 270-273 315-413 420

9 Artes marciais e lutas 100-190 200-290 300-390 450-590 600

10 Ciclismo 40-75 80-116 120-156 180-236 240

11 Futebol 70-133 140-203 270-273 315-413 420

12 Basquetebol 60-114 120-174 180-234 270-354 360

13 Voleibol 30-57 60-87 90-117 135-177 180

14 Tecircnis 70-133 140-203 270-273 315-413 420

1- somente o peso corporal agrave velocidade de 48 kmh 2 ndash somente o peso corporal e sem inclinaccedilatildeo agrave

velocidade de 48 kmh 3 ndash somente o peso corporal agrave velocidade de 8 a 9 kmh 4 ndash somente o peso

corporal e sem inclinaccedilatildeo agrave velocidade de 8 a 9 kmh 5 - sem uso de step 6- com caracteriacutestica

aeroacutebia eou calistecircnica 7- com caracteriacutestica calistecircnica 8 - estilo livre de moderada a baixa

intensidade 9 - esforccedilo medido durante o combate 10 ndash velocidade ateacute 16 kmh 11- natildeo competitivo

12- natildeo competitivo 13 - natildeo competitivo com 6 a 9 jogadores por lado 14 - natildeo competitivo

(simples)

MET Uma unidade equivale ao consumo de 35ml de O2kgmin

Para o criteacuterio de equivalecircncia de esforccedilo as diretrizes que recomendam

a possibilidade de mesclar AF com intensidade moderada e vigorosa em direccedilatildeo agrave

meta assumem a equivalecircncia entre o esforccedilo vigoroso e a metade da duraccedilatildeo do

moderado em concordacircncia com as recomendaccedilotildees da OMS que afirma que 75

minutos de AF vigorosa ou 150 minutos de AF moderada apresentam o mesmo efeito

sobre a sauacutede

Para o conceito lsquooutras modalidadesrsquo como o termo eacute indefinido e houve

razoaacutevel frequecircncia para a escolha (N= 1347 ndash 53) optou-se por consideraacute-lo para

a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF A decisatildeo foi por vigorosa observando que a maior

parte das modalidades contidas no Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por

45

Ainsworth e colaboradores que natildeo foram nominadas no questionaacuterio se apresenta

com gasto energeacutetico meacutedio ge a 6 MET (Ainsworth et al2000)

336 Variaacuteveis sociodemograacuteficas

Para a tipologia das variaacuteveis sociodemograacuteficas foram utilizados anos

de escolaridade sexo e faixa etaacuteria A etnia foi determinada pela cor da pele (branca

preta parda ou morena amarela vermelha) e o estado civil pela situaccedilatildeo conjugal

(solteiro casado ou juntado viuacutevo separado ou divorciado) no momento da

entrevista A distribuiccedilatildeo geograacutefica dos domiciacutelios foi separada por cidades (capitais

dos estados e Distrito Federal) e mediante o caacutelculo da meacutedia ponderada os

domiciacutelios foram agrupadas por regiatildeo (Norte Nordeste Centro Oeste Sudeste e

Sul)

Para a anaacutelise do comportamento das variaacuteveis idade e escolaridade em

relaccedilatildeo ao conceito dado pela classificaccedilatildeo do niacutevel de AF procedeu-se conforme o

agrupamento sugerido pelo sistema VIGITEL Assim a idade foi agrupada em seis

intervalos 18 - 24 25 - 34 35 - 44 45 - 54 55 - 64 e 65 ou mais anos de idade e a

escolaridade em trecircs intervalos 0 - lt 9 9 a lt 12 e 12 anos ou mais de estudo

337 Variaacuteveis de comportamento individual

Para a caracterizaccedilatildeo das variaacuteveis de comportamento individual foram

utilizadas informaccedilotildees sobre a percepccedilatildeo do estado de sauacutede podendo ser excelente

bom regular ou ruim Sobre a realizaccedilatildeo de dietas hipocaloacutericas (simnatildeo)

consideraram-se os doze meses anteriores agrave entrevista Sobre o tabagismo para os

participantes com resposta afirmativa a carga foi considerada como sendo expressa

pelo nuacutemero de cigarros consumidos por dia Sobre o consumo de bebida alcooacutelica

observaram-se os 30 dias anteriores agrave data da entrevista para os participantes com

resposta afirmativa a frequecircncia semanal do consumo foi considerada em dias da

semana que eles costumavam ingerir

Para facilitar a anaacutelise algumas variaacuteveis quantitativas foram agrupadas

O consumo de cigarro foi agrupado em trecircs intervalos 1 ndash 19 20 ndash 39 e 40 ou mais

46

cigarros por dia e o consumo de aacutelcool foi dividido em quatro intervalos

ocasionalmente 1 ndash 2 3 ndash 6 vezes por semana e diariamente

338 Diagnoacutestico de DCNT

Foram utilizadas informaccedilotildees sobre o conhecimento de ocorrecircncia de

cinco tipos de DCNT hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes IAM eou AVC

dislipidemia e osteoporose Para tanto foi perguntado aos participantes se em algum

momento foram informados por algum meacutedico se eram portadores de pressatildeo alta

diabetes infarto ou derrame cerebral colesterol ou trigliceacuterides elevado ou

doenccedilafraqueza dos ossos O questionaacuterio possibilitou a um mesmo participante

responder (simnatildeonatildeo lembro) separadamente para cada uma das doenccedilas Assim

facultou-se que um participante pudesse reportar mais de um tipo de doenccedila

339 Determinaccedilatildeo do niacutevel da atividade fiacutesica

Para verificar o grau de concordacircncia entre as diversas recomendaccedilotildees a

prevalecircncia de AF foi calculada segundo cada uma das diretrizes apresentadas na

introduccedilatildeo deste trabalho

Para verificar a prevalecircncia da AF segundo as variaacuteveis

sociodemograacuteficas utilizou-se a recomendaccedilccedilao da OMS de 2010 por ser ela a

mesma adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil

3310 Comparaccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees

A anaacutelise das informaccedilotildees sobre duraccedilatildeo intensidade do esforccedilo e

freuqecircncia semanal nas ativi dade no tempo de lazer e no deslocamento para o

trabalho permitiram quantificar o volume de AF semanal dos participantes Uma vez

determinado individualmente o volume semanal da AF foi determinada a

classificaccedilatildeo dos participantes em inativo ativo insuficiente ativo ou muito ativo

para cada uma das cinco recomendaccedilotildees Um segundo agrupamento das mesmas

informaccedilotildees permitiu a categorizaccedilatildeo em AF suficiente ou AF insuficiente

47

Quadro 2 Classificaccedilatildeo do niacutevel de atividade fiacutesica

Grupo Criteacuterio

1- Inativo

2- Ativo insuficiente

3- Ativo

4- Muito ativo

nega a praacutetica de AF no lazer ou transporte ativo

realiza exerciacutecio fiacutesico ou esporte abaixo da recomendaccedilatildeo

atinge a recomendaccedilatildeo

ultrapassa a recomendaccedilatildeo

Classe Criteacuterio

A - AF suficiente

B - AF insuficiente

alcanccedila a meta (grupo ativo + grupo muito ativo)

natildeo alcanccedila a meta (grupo inativo + grupo ativo insuficiente)

34 ANAacuteLISE DOS DADOS

Todas as estimativas de variaacuteveis sociodemograacuteficas de comportamento

individual de preferecircncia por um tipo de AF de classificaccedilatildeo do niacutevel de AF para os

portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT de frequecircncia semanal e de duraccedilatildeo do

esforccedilo foram obtidas para o total de participantes com algum grau de AF levando-

se em conta os fatores de ponderaccedilatildeo O significado estatiacutestico das diferenccedilas foi

avaliado por meio do teste do qui-quadrado (X2) de Pearson Todos os resultados

foram considerados com intervalo de confianccedila de 95 ou seja com niacutevel de

significacircncia de 005 Os resultados com p menor do que 005 foram considerados

com diferenccedila estatisticamente significante Para comparar as diferentes

recomendaccedilotildees foi realizada a Anaacutelise de Concordacircncia de Kappa com o objetivo de

verificar a coincidecircncia entre as prevalecircncias do niacutevel de AF considerando a

variaccedilatildeo existente no intervalo que vai de zero a uma unidade cujos valores possuem

a seguinte relaccedilatildeo 0 = natildeo concordacircncia 0 ndash 19 = pobre concordacircncia 02 ndash 039 =

baixa concordacircncia 04 ndash 059 = moderada concordacircncia 06 ndash 079 = alta

concordacircncia 08 ndash 099 = excelente concordacircncia 10 = perfeita concordacircncia Para

o processamento dos dados e anaacutelises estatiacutesticas divulgadas nesse estudo contou-se

com o auxiacutelio dos programas estatiacutesticos Statareg

(ver 110 e Microsoftreg Excel ver

100)

48

Para verificar como os principais componentes da AF (duraccedilatildeo e

frequecircncia) se relacionam na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual objetivo 4 do

presente trabalho foram realizadas duas simulaccedilotildees

Para avaliar a contribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal na quantidade

adequada de AF a frequecircncia semanal foi artificialmente aumentada para todos os

participantes insuficientemente ativos que referiram realizar AF 1 a 2 vezes por

semana de tal modo que sem modificar as demais informaccedilotildees todos os

selecionados com estas caracteriacutesticas culminaram com pelo menos trecircs sessotildees

semanais A seguir avaliou-se nessa nova situaccedilatildeo simulada se a adequaccedilatildeo do niacutevel

de AF sofreu alteraccedilotildees indicando se a pouca frequecircncia semanal tem papel

determinante no alcance do niacutevel miacutenimo de AF

O mesmo foi realziado com a duraccedilatildeo das sessotildees Com a base original

dos dados sem alterar as demais informaccedilotildees foi simulado acreacutescimo de tempo na

duraccedilatildeo do esforccedilo dos participantes pouco ativos de forma que todos realizassem

sessotildees de pelo menos 60 minutos Verificou-se entatildeo a nova adequaccedilatildeo do niacutevel de

AF procurando identificar se o aumento da duraccedilatildeo contribuiria com o alcance do

niacutevel miacutenimo de AF

35 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O sistema VIGITEL foi aprovado pelo Comitecirc Nacional de Eacutetica em

Pesquisa Envolvendo Seres Humanos sob o nuacutemero de registro 13081208

Este estudo foi aprovado em 14122011 pelo Comitecirc de Eacutetica em

Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da CAPPesq da Faculdade de Medicina da

Universidade de Satildeo Paulo sob o protocolo nordm 50511

49

4 RESULTADOS

41 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA AMOSTRA

Neste estudo foram incluiacutedos 52779 participantes 61 eram mulheres

Ambos os sexos foram distribuiacutedos em seis faixas etaacuterias e 68 apresentaram idade

igual ou inferior a 44 anos A maior parte (54) dos entrevistados referiram ter ateacute 9

anos de escolaridade eram casados ou juntados (53) com predomiacutenio de pardos e

morenos (53)

42 CLASSIFICACcedilAtildeO DO NIacuteVEL DE ATIVIDADE FIacuteSICA

Os 52779 participantes tiveram seu rendimento fiacutesico classificado em

quatro niacuteveis de AF (inativo ativo insuficiente ativo e muito ativo) e cinco

diferentes diretrizes que recomendam a praacutetica de AF (UE IOM ACSM OMS e

IPAQ) considerando os domiacutenios de AF no tempo livre e no deslocamento ativo

A classificaccedilatildeo de inativo foi coincidente em todas as diretrizes

analisadas O criteacuterio para este conceito foi uacutenico ou seja entraram nele todos os que

apresentaram resposta negativa para as perguntas 44 - o(a) sr(a)praticou algum tipo

de exerciacutecio fiacutesico ou esporte) e - 53 o(a) sr(a) costuma ir a peacute ou de bicicleta de

casa para o trabalho Isto resultou em 515 (N=25837) de inativos para a amostra

Os 485 (N=26942) de participantes que referiram praticar alguma quantidade de

AF no lazer ou no deslocamento foram classificados em uma das outras trecircs

categorias (ativo insuficiente ativo ou muito ativo)

A Tabela 3 mostra a distribuiccedilatildeo dos participantes para cada

recomendaccedilatildeo em observacircncia agrave classificaccedilatildeo do niacutevel de AF

No conjunto o IOM apresentou os criteacuterios de suficiecircncia de AF com

maior dificuldade de alcanccedilar apenas 156 (N=7347) dos participantes os

atingiram Por outro lado os criteacuterios estabelecidos pela OMS apresentaram a menor

dificuldade de serem alcanccedilados 345 (N=20178) dos participantes os atingiram

50

Embora a OMS e o ACSM recomendem o mesmo volume de AF o

segundo entende que ela seja distribuiacuteda sistematicamente ao longo da semana Isto

fez com que aproximadamente 4800 participantes (13) que atingiram o tempo

miacutenimo de 150 minutos por semana natildeo tivessem cumprido a frequecircncia de 5 ou

mais dias por semana ficando aqueacutem da meta do ACSM Essa discrepacircncia se torna

mais pronunciada quando se comparam a OMS e o IOM

Tabela 3 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta e porcentagem segundo o niacutevel de

AF e diferentes diretrizes de AF nas capitais brasileiras e Distrito

Federal ndash 2006

CATEGORIA UE1 IOM2 ACSM3 OMS4 IPAQ5

N N N N N

25837 515 25837 515 25837 515 25837 515 25837 515 Inativo Ativo Insuficiente 14430 253 19598 329 11634 206 6764 141 11422 202

Ativo 3962 81 4908 97 3387 71 4983 96 11113 191

Muito Ativo 8550 151 2436 59 11921 208 15195 249 4407 92

52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 TOTAL

AF suficiente

N

12512 232

N

7347 156

N

15308 279

N

20178 345

N

15520 283

AF insuficiente 40267 768 45432 844 37471 721 32601 655 37259 717

TOTAL 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100

1 Centro Nacional de Atividade Fiacutesica da Uniatildeo Europeia

2 Instituto de Medicina dos EUA

3 Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva

4 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

5 Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000

Excluiacutedos 1590 participantes sem classificaccedilatildeo do niacutevel de AF

A Tabela 4 mostra o resultado da aplicaccedilatildeo do Teste de Concordacircncia de

Kappa (k) para a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF Entre as cinco diferentes diretrizes

houve concordacircncia perfeita para o estabelecimento da inatividade (k = 1) jaacute que foi

estipulado um uacutenico criteacuterio para o grupo No conjunto observou-se variaccedilatildeo de

concordacircncia entre pobre a excelente A menor concordacircncia aconteceu entre o IOM

e a OMS (k = 016) para o grupo muito ativo Em termos praacuteticos o que eacute muito

ativo para um parece natildeo ser para o outro A maior concordacircncia ocorreu para o

grupo de ativos insuficientes entre o IPAQ e o ACSM (k = 098) Em termos

51

praacuteticos para este grupo as exigecircncias se equivalem Para os demais grupos (ativo e

muito ativo) a concordacircncia foi pobre (k = 031 e 037 respectivamente) Entre os

que alcanccedilaram a meta (ativos e muito ativos) e os que natildeo a alcanccedilaram

(insuficientemente ativos e inativos) houve variaccedilatildeo de concordacircncia entre

moderada a excelente A menor concordacircncia aconteceu entre a OMS e o IOM (k =

041) A maior concordacircncia oconteceu entre o IPAQ e o ACSM (k = 099)

Tabela 4 Teste de Concordacircncia de Kappa para o cruzamento do niacutevel de AF

mediante diferentes diretrizes para a populaccedilatildeo adulta com idade ge

18 anos nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006

CATEGORIA

IOM ACSM OMS IPAQ

(k) (k) (k) (k)

Inativo

UE

1 1 1 1

IOM

1 1 1

ACSM

1 1

OMS

1

Ativo Insuficiente

074 081 047 079 UE

IOM

059 049 075

ACSM

058 098

OMS

059

Ativo

UE 081 085 08 036

IOM

069 096 044

ACSM

068 031

OMS

045

UE 029 072 056 052

IOM

021 016 055

ACSM

078 037

OMS

029 UE =

Centro Nacional de Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Uniatildeo Europeia

IOM = Instituto de Medicina dos EUA

ACSM = Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva

OMS = Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IPAQ = Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica

Anaacutelise de Concordacircncia de Kappa (0= natildeo concordacircncia 0 ndash 19 = pobre concordacircncia 02 ndash

039 = baixa concordacircncia 04 ndash 059= moderada concordacircncia 06 ndash 079 = alta concordacircncia

08 ndash 099 = excelente concordacircncia 10 = perfeita concordacircncia)

52

A Tabela 5 apresenta os resultados que foram concordantes entre todas as

diretrizes de AF avaliadas para a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF Todos os participantes

que negaram praticar algum tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte ou se deslocar

ativamente para o trabalho (N= 25837) foram conceituados como inativos perante as

cinco recomendaccedilotildees Entre os 26942 participantes que referiram praticar uma

quantidade de AF observou-se 248 (N=6688) de ativos insuficientes 106

(N=2867) de ativos e 91 (N=2439) de muito ativos foram classificados de modo

concordante por todas as diretrizes analisadas

Tabela 5 Frequecircncia da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos segundo o

niacutevel de AF coincidente para as recomendaccedilotildees do UE IOM ACSM

OMS IPAQ nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000

421 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Uniatildeo Europeia

A Tabela 6 mostra a prevalecircncia da AF segundo a diretriz da UE O

rendimento variou entre 20 (IC95 17-22) em Satildeo Paulo e 315 (IC5 28-34)

em Porto Velho No conjunto homens foram mais ativos em Porto Velho (402) e

menos em Satildeo Paulo (223) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (248)

e menos em Teresina (168) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes

encontraram-se 215 (IC5 19-23) na Regiatildeo Sudeste e 255 (IC5 24-27) na

Regiatildeo Norte

Grupo

Inativo

Ativo

Total (N) 25837

26942

subgrupo

insuficiente suficiente muito ativo

Coincidecircncia

N 25837 6688 2867 2439

100 248 106 91

53

Tabela 6 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

a diretriz da UE1 por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal

ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 255 (241-270) 314 (290-339) 202 (185-218)

Beleacutem 26 (233-287) 317 (272-262) 210 (178-242)

Boa Vista 303 (268-337) 388 (328-437) 224 (185-263)

Macapaacute 303 (271-335) 391 (340-443) 218 (180-256)

Manaus 218 (190-245) 264 (218-311) 175 (146-204)

Palmas 252 (214-290) 286 (230-341) 219 (167-271)

Porto Velho 315 (282-349) 402 (351-452) 229 (188-271)

Rio Branco 292 (257-326) 357 (303-410) 232 (187-277)

Nordeste 246 (235-257) 309 (290-328) 195 (182-208)

Aracaju 243 (212-274) 323 (265-382) 179 (152-206)

Fortaleza 28 (248-312) 335 (282-387) 236 (197-275)

Joatildeo Pessoa 218 (192-243) 262 (219-305) 182 (154-211)

Maceioacute 236 (207-265) 272 (228-317) 206 (169-244)

Natal 217 (191-243) 239 (194-283) 199 (169-229)

Recife 256 (227-284) 348 (296-399) 184 (154-213)

Salvador 224 (198-249) 273 (229-317) 183 (154-211)

Satildeo Luis 251 (220-280) 346 (292-400) 174 (146-202)

Teresina 262 (231-292) 377 (322-432) 168 (138-199)

Centro Oeste 249 (229-268) 266 (233-300) 234 (212-256)

Brasiacutelia 242 (206-278) 239 (176-302) 246 (206-285)

Campo Grande 277 (245-307) 324 (274-375) 234 (198-269)

Cuiabaacute 269 (234-302) 307 (250-364) 233 (195-271)

Goiacircnia 237 (208-265) 263 (215-311) 215 (181-247)

Sudeste 215 (199-230) 239 (214-265) 194 (175-213)

Belo Horizonte 246 (219-273) 283 (236-329) 216 (187-245)

Rio de Janeiro 226 (198-253) 247 (203-291) 208 (173-242)

Satildeo Paulo 20 (177-222) 223 (186-260) 180 (151-208)

Vitoacuteria 27 (243-296) 309 (264-355) 237 (207-267)

Sul 234 (215-252) 274 (242-307) 200 (182-219)

Curitiba 231 (203-257) 274 (227-321) 194 (164-223)

Florianoacutepolis 264 (235-291) 281 (236-324) 248 (212-284)

Porto Alegre 231 (200-261) 273 (216-330) 196 (168-224)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1Centro Nacional de Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Uniatildeo Europeia

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

54

422 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Instituto de Medicina dos Estados

Unidos

A Tabela 7 mostra a prevalecircncia da AF entre adultos em consonacircncia

com as recomendaccedilotildees do IOM Na comparaccedilatildeo com as outras diretrizes o IOM

apresentou menor rendimento em todas as capitais variando entre 119 (97-14) em

Natal e 249 (IC95 21-28) em Porto Velho No conjunto homens foram mais

ativos em Porto Velho (338) e menos em Brasiacutelia (147) Mulheres foram mais

ativas em Florianoacutepolis (18) e menos em Joatildeo Pessoa (82) Na avaliaccedilatildeo

segundo as regiotildees do paiacutes encontraram-se 145 (IC95 13-15) na Regiatildeo Sudeste

e 187 (IC95 17-20) na Regiatildeo Norte No acircmbito regional embora apresente um

menor percentual de participantes com AF suficiente a menor prevalecircncia da AF na

Regiatildeo Sudeste e a maior na Regiatildeo Norte se mantiveram

55

Tabela 7 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

diretriz do IOM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal

ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 187 (174-201) 248 (225-271) 132 (117-146)

Beleacutem 194 (169-219) 256 (213-298) 140 (112-168)

Boa Vista 236 (202-270) 311 (257-366) 162 (124-199)

Macapaacute 226 (196-256) 307 (259-355) 148 (112-183)

Manaus 147 (123-172) 193 (150-237) 105 (81-129)

Palmas 172 (139-204) 217 (163-270) 127 (93-161)

Porto Velho 249 (217-282) 338 (288-389) 161 (121-201)

Rio Branco 233 (200-266) 310 (257-363) 162 (123-202)

Nordeste 163 (152-173) 220 (203-237) 117 (106-128)

Aracaju 156 (128-185) 237 (181-293) 92 (71-113)

Fortaleza 184 (156-212) 232 (186-279) 145 (111-178)

Joatildeo Pessoa 126 (104-147) 180 (142-218) 82 (59-104)

Maceioacute 154 (127-181) 185 (144-227) 128 (93-162)

Natal 119 (97-142) 157 (115-198) 88 (67-109)

Recife 174 (147-200) 250 (206-298) 113 (87-140)

Salvador 148 (125-171) 192 (152-233) 111 (87-135)

Satildeo Luis 179 (151-206) 241 (191-292) 128 (102-154)

Teresina 203 (173-233) 315 (261-369) 112 (84-139)

Centro Oeste 155 (138-172) 180 (150-210) 134 (115-152)

Brasiacutelia 144 (112-176) 147 (92-202) 140 2 (107-176)

Campo Grande 179 (151-206) 234 (186-282) 128 (100-157)

Cuiabaacute 179 (145-213) 216 (159-274) 145 (110-180)

Goiacircnia 151 (125-178) 190 (144-237) 118 (91-146)

Sudeste 145 (131-159) 163 (140-186) 130 (113-148)

Belo Horizonte 164 (139-189) 203 (158-246) 131 (106-156)

Rio de Janeiro 143 (118-169) 155 (115-196) 133 (101-165)

Satildeo Paulo 141 (121-162) 157 (124-189) 128 (102-154)

Vitoacuteria 181 (157-205) 220 (177-263) 149 (123-174)

Sul 151 (135-166) 184 (156-2130 122 (107-137)

Curitiba 151 (129-173) 181 (143-220) 125 (100-149)

Florianoacutepolis 182 (156-208) 184 (145-223) 180 (146-215)

Porto Alegre 142 (116-169) 188 (136-240) 104 (84-125)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Instituto de Medicina dos EUA

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

56

423 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Coleacutegio Americano de Medicina

Esportiva

A Tabela 8 mostra a prevalecircncia de AF segundo a diretriz do ACSM Na

comparaccedilatildeo com as outras diretrizes o percentual meacutedio da suficiecircncia de AF foi

superior agrave da OMS e do IOM variando entre 235 (IC95 21-25) em Satildeo Paulo e

352 (IC95 32-38) em Macapaacute No conjunto homens foram mais ativos em

Macapaacute (478) e menos em Satildeo Paulo (267) Mulheres foram mais ativas em

Florianoacutepolis (304) e menos em Teresina (193) Na avaliaccedilatildeo segundo as

regiotildees do paiacutes encontraram-se 258 (IC95 24-27) na Regiatildeo Sudeste e 306

(IC5 28-32) na Regiatildeo Centro Oeste

57

Tabela 8 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF

segundo diretriz do ACSM por sexo nas capitais brasileiras e

Distrito Federal ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 305 (289-321) 394 (368-420) 224 (206-241)

Beleacutem 319 (291-348) 412 (365-459) 239 (206-273)

Boa Vista 333 (298-368) 432 (378-487) 235 (195-274)

Macapaacute 352 (320-386) 478 (426-530) 233 (195-271)

Manaus 263 (233-293) 338 (286-390) 193 (163-223)

Palmas 305 (265-345) 362 (303-421) 248 (196-301)

Porto Velho 354 (320-388) 458 (407-509) 252 (209-294)

Rio Branco 329 (294-365) 422 (367-476) 245 (200-290)

Nordeste 288 (277-300) 371 (351-390) 221 (208-234)

Aracaju 289 (257-320) 387 (328-446) 210 (182-239)

Fortaleza 321 (288-353) 389 (335-442) 265 (226-305)

Joatildeo Pessoa 254 (227-280) 307 (262-352) 210 (180-240)

Maceioacute 289 (257-320) 371 (320-421) 219 (181-257)

Natal 26 (232-288) 304 (256-353) 223 (192-254)

Recife 297 (268-327) 407 (354-459) 211 (180-241)

Salvador 265 (238-292) 332 (286-377) 210 (179-240)

Satildeo Luis 293 (262-324) 413 (359-467) 196 (167-225)

Teresina 301 (269-333) 436 (379-492) 193 (161-224)

Centro Oeste 306 (286-327) 344 (309-379) 274 (250-297)

Brasiacutelia 32 (281-359) 339 (272-406) 304 (260-347)

Campo Grande 308 (277-339) 365 (314-416) 256 (220-292)

Cuiabaacute 30 (265-334) 353 (296-401) 251 (213-289)

Goiacircnia 285 (255-315) 336 (285-386) 241 (207-275)

Sudeste 258 (241-274) 299 (271-326) 222 (203-242)

Belo Horizonte 295 (267-323) 35 (302-399) 248 (218-278)

Rio de Janeiro 279 (250-308) 329 (283-376) 236 (201-271)

Satildeo Paulo 235 (211-259) 267 (227-307) 208 (179-237)

Vitoacuteria 317 (290-345) 378 (330-426) 267 (236-298)

Sul 30 (281-319) 364 (332-397) 246 (226-266)

Curitiba 295 (267-323) 362 (314-401) 238 (207-269)

Florianoacutepolis 328 (299-357) 356 (310-402) 304 (267-340)

Porto Alegre 30 (268-331) 37 (314-426) 241 (211-271)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 3Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

58

424 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

A Tabela 9 mostra a prevalecircncia da AF segundo a diretriz da OMS Na

comparaccedilatildeo com as outras diretrizes apresentaram maior prevalecircncia em todas as

capitais variando entre 284 (IC95 25-31) em Satildeo Paulo e 439 (IC95 40-47)

em Florianoacutepolis No conjunto homens foram mais ativos em Macapaacute (509) e

menos em Satildeo Paulo (305) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (431) e

menos em Manaus (254) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes encontrou-se

317 (IC95 30-33) na Regiatildeo Sudeste e 391 (IC95 37-41) na Regiatildeo Sul

59

Tabela 9 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF

segundo a diretriz da OMS por sexo nas capitais brasileiras e

Distrito Federal ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 365 (348-381) 442 (416-468) 294 (275-313)

Beleacutem 389 (359-419) 463 (415-512) 324 (287-362)

Boa Vista 387 (352-422) 473 (419-527) 301 (260-343)

Macapaacute 398 (364-431) 509 (457-561) 291 (251-330)

Manaus 318 (287-350) 389 (336-441) 254 (220-288)

Palmas 381 (340-422) 439 (378-500) 324 (269-379)

Porto Velho 404 (370-439) 492 (441-542) 317 (274-361)

Rio Branco 376 (341-412) 463 (409-518) 297 (252-342)

Nordeste 354 (342-366) 432 (412-452) 291 (277-305)

Aracaju 437 (378-497) 437 (378-497) 311 (277-345)

Fortaleza 380 (347-413) 440 (386-494) 331 (291-371)

Joatildeo Pessoa 341 (312-371) 380 (332-427) 310 (272-348)

Maceioacute 363 (330-396) 437 (386-488) 301 (259-342)

Natal 329 (299-358) 373 (322-424) 292 (258-325)

Recife 359 (329-390) 470 (416-523) 272 (239-305)

Salvador 338 (309-367) 415 (367-462) 274 (241-308)

Satildeo Luis 343 (312-374) 452 (398-505) 256 (224-287)

Teresina 352 (319-384) 462 (405-518) 263 (228-297)

Centro Oeste 389 (367-411) 413 (377-449) 368 (343-393)

Brasiacutelia 404 (336-472) 404 (336-472) 399 (351-446)

Campo Grande 398 (366-430) 440 (388-491) 361 (322-400)

Cuiabaacute 366 (331-400) 401 (345-457) 333 (293-374)

Goiacircnia 373 (341-404) 417 (366-469) 334 (298-371)

Sudeste 317 (300-334) 347 (319-376) 291 (270-312)

Belo Horizonte 375 (346-404) 426 (378-474) 332 (298-365)

Rio de Janeiro 347 (318-376) 386 (339-433) 313 (277-349)

Satildeo Paulo 284 (259-310) 305 (264-347) 267 (236-298)

Vitoacuteria 398 (369-427) 432 (384-481) 370 (336-404)

Sul 391 (371-410) 432 (400-465) 355 (333-378)

Curitiba 367 (338-396) 419 (371-467) 322 (289-355)

Florianoacutepolis 439 (408-470) 448 (398-498) 431 (393-469)

Porto Alegre 406 (374-468) 444 (388-500) 374 (338-411)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada

cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

60

425 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo

Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica

A Tabela 10 mostra a prevalecircncia da AF entre adultos segundo a diretriz

do IPAQ Na comparaccedilatildeo com as outras diretrizes se assemelhou agrave diretriz do

ACSM variando entre 272 (IC95 21-26) em Satildeo Paulo e 356 (IC95 32-39)

em Porto Velho No conjunto homens foram mais ativos em Macapaacute (48) e menos

em Satildeo Paulo (272) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (307) e

menos em Teresina (194) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes encontrou-se

263 (IC95 24-27) na Regiatildeo Sudeste e 309 (IC95 28-33) na Regiatildeo Centro

Oeste

61

Tabela 10 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF

segundo a diretriz do IPAQ por sexo nas capitais brasileiras e

Distrito Federal ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 31 (294-326) 398 (372-424) 230 (212-248)

Beleacutem 325 (296-354) 413 (365-460) 249 (214-284)

Boa Vista 337 (302-372) 434 (380-489) 241 (201-281)

Macapaacute 355 (322-388) 48 (428-532) 235 (196-273)

Manaus 269 (239-300) 348 (296-400) 197 (167-227)

Palmas 312 (271-352) 364 (305-423) 259 (205-313)

Porto Velho 356 (322-390) 458 (407-509) 255 (213-297)

Rio Branco 333 (298-369) 427 (373-482) 248 (203-293)

Nordeste 293 (282-305) 377 (358-397) 224 (211-238)

Aracaju 294 (263-326) 393 (334-452) 215 (187-244)

Fortaleza 327 (294-359) 397 (343-451) 270 (231-309)

Joatildeo Pessoa 267 (239-295) 317 (271-363) 226 (193-260)

Maceioacute 298 (266-330) 383 (332-433) 227 (188-266)

Natal 263 (235-291) 308 (259-356) 225 (194-256)

Recife 299 (269-328) 41 (357-463) 211 (180-241)

Salvador 27 (243-297) 341 (295-388) 211 (180-241)

Satildeo Luis 295 (264-326) 414 (360-468) 199 (170-228)

Teresina 303 (271-335) 437 (381-494) 194 (162-226)

Centro Oeste 309 (288-330) 347 (311-382) 276 (253-299)

Brasiacutelia 322 (283-361) 341 (274-408) 305 (261-349)

Campo Grande 31 (279-342) 367 (316-418) 259 (223-295)

Cuiabaacute 303 (269-338) 357 (300-413) 254 (216-293)

Goiacircnia 288 (258-318) 34 (290-390) 244 (210-27-8)

Sudeste 263 (246-279) 303 (276-3310 229 (209-249)

Belo Horizonte 30 (271-327) 357 (309-406) 250 (219-280)

Rio de Janeiro 283 (254-311) 333 (286-379) 240 (205-275)

Satildeo Paulo 242 (218-266) 272 (232-312) 216 (186-246)

Vitoacuteria 318 (290-346) 378 (330-426) 268 (237-299)

Sul 303 (284-322) 367 (334-400) 248 (228-268)

Curitiba 296 (268-325) 362 (314-410) 240 (209-271)

Florianoacutepolis 331 (302-360) 356 (310-402) 307 (271-344)

Porto Alegre 304 (272-335) 377 (321-433) 243 (213-273)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada

cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

62

A classificaccedilatildeo do niacutevel de AF tambeacutem apresentou divergecircncias

regionais A Figura 6 mostra a comparaccedilatildeo entre as regiotildees segundo o ranking da

prevalecircncia de AF A Regiatildeo Sul obteve a maior meacutedia de AF suficiente frente agraves

recomendaccedilotildees da OMS mas segundo as recomendaccedilotildees da UE e do IOM obteve a

quarta maior meacutedia do total de cinco A uacutenica unanimidade observada na

classificaccedilatildeo regional foi a Regiatildeo Sudeste com a menor meacutedia nacional

Figura 6 Classificaccedilatildeo regional do niacutevel de AF por diferentes recomendaccedilotildees

43 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO VARIAacuteVEIS SOCIODEMOGRAacuteFICAS

Para tornar possiacutevel a descriccedilatildeo das caracteriacutesticas sociodemograacuteficas da

AF dentre as diversas recomendaccedilotildees foi escolhida a da OMS por ser esta a adotada

pelas poliacuteticas de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro

bull1ordm Norte

bull2ordm Centro Oeste

bull3ordm Nordeste

bull4ordm Sul

bull5ordm Sudeste

UE

bull1ordm Norte

bull2ordm Nordeste

bull3ordm Centro Oeste

bull4ordm Sul

bull5ordm Sudeste

IOM

bull1ordm Centro Oeste

bull2ordm Norte

bull3ordm Sul

bull4ordm Nordeste

bull5ordm Sudeste

ACSM

bull1ordm Sul

bull2ordm Centro Oeste

bull3ordm Norte

bull4ordm Nordeste

bull5ordm Sudeste

OMS

bull1ordm Centro Oeste

bull2ordm Norte

bull3ordm Sul

bull4ordm Nordeste

bull5ordm Sudeste

IPAQ

63

Os homens se mostraram mais ativos que as mulheres (ple0001) O

percentual de AF para eles foi de 598 (IC95 57-63) e de 389 (IC95 36-42)

para elas

Em relaccedilatildeo ao traccedilo coretnia foi notada uma diferenccedila estatisticamente

significante Os de pele amarela foram os mais ativos (355 - IC95 32-37) e os de

pele vermelha os mais inativos (529 - IC 95 51-53) (ple0001) O grupo de

negros pardos e morenos apresentou prevalecircncia semelhante aos brancos (511 x

517 respectivamente) tanto para inatividade fiacutesica quanto para AF suficiente

(343 x 346 respectivamente) (p=007)

O niacutevel de AF decresceu com o aumento da idade Os participantes com

65 anos ou mais foram os mais inativos (66 - IC95 - 65-68) Naqueles com

menos idade (18 ndash 24 anos) o percentual de inatividade observado foi o menor (44

- IC95 42-46) Foi observada ainda uma diferenccedila estatisticamente significante

para a relaccedilatildeo entre a praacutetica de AF com a idade (ple0001)

A comparaccedilatildeo do grau de escolaridade dos participantes com o niacutevel de

AF apresentou diferenccedilas significantes (ple0001) e o niacutevel de AF cresceu com o

aumento da escolaridade Assim a inatividade fiacutesica eacute mais prevalente entre os

menos escolarizados 61 (IC95 58-63) e menos prevalente entre os mais

escolarizados 39 (IC95 36-40) Tambeacutem 46 dos participantes com maior

escolaridade e 30 com menor escolaridade alcanccedilaram a meta de AF recomendada

pela OMS

A relaccedilatildeo da praacutetica da AF com o estado civil dos participantes apontou

que os solteiros satildeo mais ativos (279 - IC95 25-29) e os viuacutevos satildeo mais inativos

(669 - IC95 64-68) Separados e divorciados tenderam a ser mais inativos que os

casados (p=0001)

Quando perguntado aos entrevistados se conheciam local ou instalaccedilatildeo

apropriados para a praacutetica de AF proacuteximos agrave sua residecircncia a resposta afirmativa foi

mais frequente entre os participantes que referiram praticar AF Entre os

participantes que responderam negativamente agrave questatildeo ou seja que desconheciam a

presenccedila de tais instalaccedilotildees 617 (IC95 59-63) se mostraram inativos A Tabela

11 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis sociodemograacuteficas em relaccedilatildeo ao niacutevel de AF

64

Tabela 11 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo variaacuteveis

sociodemograacuteficas nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006

Variaacuteveis

sociodemograacutefica Inativo ativo insuf ativo muito ativo p

IC95 IC95 IC95 IC95

SEXO

lt0001

masculino 402 (381-423) 205 (181-22) 103 (85-119) 290 (271-321)

feminino 611 (583-634) 86 (64-107) 88 (63-104) 215 (198-235)

CORETNIA

lt0001

branca 512 (499-528) 144 (132-60) 87 (73-97) 257 (241-269)

negra 487 (465-498) 132 (118-51) 125 (112-143) 256 (242-273)

pardamorena 521 (513-532) 140 (129-58) 98 (86-108) 241 (226-265)

amarela 479 (459-496) 89 (77-97) 77 (63-91) 355 (328-379)

vermelha 529 (511-539) 128 (112-14) 104 (91-114) 239 (219-245)

IDADE

lt0001

18 ndash 24 443 (426-465) 189 (165-99) 101 (84-122) 267 (245-291)

25 ndash 34 479 (453-498) 156 (143-74) 93 (79-118) 272 (252-305)

35 ndash 44 524 (498-543) 135 (119-47) 94 (91-105) 247 (222-273)

45 -54 558 (529-584) 104 (88-12) 100 (92-111) 238 (209-253)

55-64 557 (536-585) 109 (98-118) 89 (77-96) 245 (229-265)

65 ou + 661 (651-684) 86 (71-98) 90 (82-111) 163 (156-189)

ESCOLARIDADE

lt0001

0 a 8 607 (589-637) 93 (89-107) 101 (91-116) 199 (188-211)

9 a 11 472 (446-499) 138 (118-49) 98 (91-105) 292 (274-326)

12 e mais 386 (365-406) 153 (143-76) 82 (69-93) 379 (348-411)

ESTADO CIVIL

001

solteiro 451 (432-489) 174 (161-85) 96 (91-106) 279 (259-294)

casado 537 (518-555) 127 (119-37) 97 (89-104) 239 (221-251)

viuacutevo 669 (648-685) 83 (74-98) 77 (71-89) 171 (164-186)

separadodivorciado 582 (568-631) 102 (91-12) 100 (9-117) 216 (205-229)

LOCAL PARA AF

lt0001

sim 482 (468-499) 152 (143-161) 95 (91-106) 266 (248-273)

natildeo 617 (597-632) 105 (93-11) 89 (81-97) 189 (175-199)

TOTAL DA

AMOSTRA () 515

141

96

249

Segundo diretriz OMS

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

p-valor para determinar a diferenccedila entre os escore das variaacuteveis para os niacutevel de AF (inativo ativo

insuficiente ativo e muito ativo) calculado pelo Teste Qui quadrado de Pearson

65

44 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO O COMPORTAMENTO INDIVIDUAL

A Tabela 12 mostra a distribuiccedilatildeo do niacutevel de AF dos participantes de

acordo com algumas caracteriacutesticas do comportamento individual A avaliaccedilatildeo

subjetiva do estado de sauacutede mostrou distribuiccedilatildeo significativamente diferente entre

os grupos (plt0001) Embora aproximadamente 80 dos participantes tenham

percebido sua sauacutede como boaregular houve maior impressatildeo positiva entre os

ativos e negativa entre os inativos O deslocamento ativo de casa para o trabalho foi

mais frequente agrave medida que aumentava o niacutevel de AF Por sua vez ser inativo foi

mais comum entre tabagistas (58 - IC95 57-59) principalmente entre aqueles

com maior consumo diaacuterio de cigarros Em relaccedilatildeo ao consumo de bebida alcooacutelica

aqueles que declararam realizar alguma quantidade de AF se apresentaram como

maiores consumidores (553 - IC95 54-56) (plt0001)

66

Tabela 12 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo caracteriacutesticas de

comportamento individual nas capitais brasileiras e Distrito

Federal ndash 2006

Segundo diretriz da OMS

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

p valor calculado pelo Teste Qui quadrado de Pearson

45 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO DIAGNOacuteSTICO DE DOENCcedilAS

CROcircNICAS NAtildeO TRANSMISSIacuteVEIS

A Tabela 13 mostra a prevalecircncia de diagnoacutestico meacutedico de DCNT

(hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente

vascular cerebral dislipidemia e osteoporose) em adultos e a sua relaccedilatildeo com o niacutevel

de AF1

embasado nas diretrizes da OMS A prevalecircncia para as doenccedilas pesquisadas

Caracteriacutesticas

Gerais (IC95 ) (IC95 ) (IC95 ) (IC95 ) p

Estado sauacutede lt0001

excelente 35 (342-264) 147 (131-158) 91 (84 - 99) 412 (402-430)

bom 454 (445-464) 14 (130-157) 95 (87-103) 311 (304-323)

578 (566-587) 11 (104-119) 98 (89-106) 214 (204-229)

ruim 721 (714-739) 73 ( 65 - 80) 72 (67 - 79) 134 (125-147)

lt0001

sim 432 (419-447) 132 (122-141) 105 (95-112) 331 (322-341)

528 (513-532) 142 (134-153) 94 (87-101) 236 (228-244)

Desl ativo lt0001

sim 229 (214-236) 73 ( 67 - 81) 325 (317-336) 373 (364-381)

natildeo 562 (551-574) 191 (183-202) 276 (266-284) 219 (203-226)

Tabagismo 002

sim 582 (571-592) 123 (115-134) 95 (89-103) 20 (191-209)

natildeo 505 (495-520) 143 (133-156) 95 (85-104) 256 (244-263)

Cigarro quant

1-19dia 529 (514-538) 14 (131-149) 104 (94-111) 228 (214-233) 001

20-39dia 656 (648-666) 91 ( 84 -101) 86 (76 - 93) 167 (151-176)

40 ou mais 647 (635-658) 121 (113-132) 57 (46 - 65) 175 (162-182)

Ex-fumante

sim 521 (512-533) 129 (117-134) 10 (94-109) 250 (241-262) 007

natildeo 50 (489-511) 149 (133-155) 93 (89 - 99) 259 (244-266)

Consumo aacutelcool

sim 447 (433-456) 177 (166-184) 99 (91-106) 276 (264-286) lt0001

natildeo 558 (544-566) 119 (107-128) 93 (85-101) 23 (221-243)

Frequecircnciadia

diaacuteria 481 (47-492) 116 (108-127) 132 (123-146) 271 (266-283)

3 a 6 dias 469 (459-478) 176 (164-184) 113 (107-126) 238 (226-244)

1 a 2 dias 417 (403-428) 203 (191-216) 98 (91-107) 282 (278-295)

ocasionalmente 501 (487-5120 13 (120-139) 91 (89-101) 278 (264-287)

Total da amostra ( ) 515 141 96 249

Inativo ativo insuficiente ativo muito ativo

Dieta hipocaloacuterica

67

foi maior entre os inativos principalmente entre mulheres inativas (plt0001) Trecircs a

cada quatro episoacutedios de infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral

acometeram mulheres inativas

Tabela 13 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos com histoacuterico

de diagnoacutestico meacutedico de DCNT por sexo segundo o niacutevel de AF

determinado pela OMS1 nas capitais dos estados brasileiros e

Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

X 2 = Teste Qui quadrado de Pearson

DCNT - hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto agudo do miocaacuterdio eou AVC dislipidemia

ou osteoporose

DCNT Inativo Ativo Insuficiente Ativo Muito ativo

IC 95 IC 95 IC 95 IC 95 p

HIPERTENSAtildeO

Total (217) 595 578-610 101 88-122 88 71-95 216 197-233 lt0001

Homens (185) 513 486-534 135 113-143 54 40-63 243 228-263 lt0001

Mulheres (244) 643 621-669 78 66-91 78 63-86 201 189-229 0009

DIABETE

Total (52) 634 617-668 78 55-91 78 53-96 212 197-233 0001

Homens (44) 522 480-568 114 93-130 91 77-115 273 258-292 003

Mulheres (59) 678 658-702 68 49-83 68 50-85 186 164-212 0001

INFARTO eou AVC

Total (27) 663 638-691 81 71-101 85 69-93 181 165-194 lt0001

Homens (28) 571 542-606 143 129-165 89 75-103 217 194-227 0006

Mulheres (27) 741 727-767 44 34-59 71 63-89 144 131-164 0001

DISLIPIDEMIA

Total (162) 54 521-568 123 114-138 99 86-111 238 224-257 002

Homens (143) 457 446-478 162 151-173 114 106-130 267 245-288 0001

Mulheres (178) 596 563-614 96 81-106 88 79-93 22 206-248 033

OSTEOPOROSE

Total (44) 64 559-669 114 106-134 91 80-100 159 146-166 lt0001

Homens (13) 538 521-541 154 144-165 154 145-166 154 145-165 026

Mulheres (70) 643 628-662 10 93-115 86 77-99 171 166-184 001

68

46 MODALIDADES PREFERIDAS PARA A PRAacuteTICA DE ATIVIDADE

FIacuteSICA

A Tabela 14 lista a escolha principal dos participantes por uma entre 16

modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte A caminhada livre a musculaccedilatildeo e o

futebol foram os mais populares Enquanto a caminhada livre apresentou maior

ocorrecircncia entre mulheres principalmente entre aquelas suficientemente ativas

(579 - IC95 56-60) o futebol se confirmou como modalidade de exerciacutecio fiacutesico

ou esporte predominantemente masculino e foi o mais preferido entre os homens

insuficientemente ativos (609 - IC95 57-64) As diferenccedilas estabelecidas foram

estatisticamente significantes (plt0001)

69

Tabela 14 Percentual da populaccedilatildeo adulta distribuiacuteda segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos

estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Conjunto

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades

Total

(IC 95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

Total

(IC95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

1 = caminhada livre 427 413-443 297 276-318 579 560-600 269 247-289 152 130-174 479 445-513

2 = caminhada esteira 29 24-34 39 31-48 17 12-22 23 16-30 27 17-37 16 09-23

3 = corrida livre 37 31-42 48 39-56 25 18-31 23 17-30 24 16-32 22 13-31

4 = corrida esteira 05 003-07 04 01-07 06 03-09 04 009-07 05 005-09 02 0002-04

5 = musculaccedilatildeo 154 142-166 174 155-193 131 117-144 43 34-51 30 21-40 64 48-81

6 = ginaacutestica aeroacutebia 21 17-25 04 02-06 40 32-49 11 07-15 02 005-03 29 18-40

7 = hidroginaacutestica 20 16-23 06 02-09 37 30-43 21 16-26 03 01-05 53 39-68

8 = ginaacutestica geral 33 28-38 13 09-17 57 47-66 34 27-41 12 07-17 75 58-92

9 = nataccedilatildeo 17 13-20 18 14-22 15 09-20 26 19-33 26 16-36 26 17-35

10 = artes marciais 15 11-19 22 16-29 06 01-10 03 01-05 03 02-05 03 0004-007

11 = ciclismo 48 41-55 63 53-75 29 22-36 40 31-50 43 31-55 36 22-49

12 = futebol 140 127-152 252 230-273 10 07-13 408 378-437 609 573-643 42 28-56

13 = basquetebol 02 007-03 03 01-05 002 0004-004 02 003-05 03 001-06 01 001-02

14 = voleibol 08 05-10 06 04-08 09 05-14 23 17-29 12 07-16 44 30-58

15 = tecircnis 02 002-04 05 02-07 005 002-009 06 02-10 08 02-14 03 004-05

16 = outros 42 36-48 46 36-55 38 31-45 64 52-76 41 30-53 105 78-131

70

A Tabela 15 mostra a preferecircncia dos portadores de hipertensatildeo arterial

sistecircmica por uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Comparando

a proporccedilatildeo com o conjunto da amostra foi notado entre os portadores dessa DCNT

incremento da praacutetica de caminhada livre em ambos os grupos (ativo suficiente e

ativo insuficiente) e sexos Entre os hipertensos suficientemente ativos a frequecircncia

foi de 68 (IC95 64-70) contra 43 (IC95 41-44) para a populaccedilatildeo em geral

Os hipertensos insuficientemente ativos apresentaram incremento mais modesto para

esta modalidade (448 - IC95 39-49) Tambeacutem ficou destacada a diminuiccedilatildeo da

praacutetica de futebol para este grupo As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente

significantes (plt0001)

71

Tabela 15 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de hipertensatildeo arterial sistecircmica segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou

esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

HIPERTENSAtildeO

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades

Total

(IC 95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

Total

(IC95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

1 = caminhada livre 679 648-708 604 553-654 737 704-75 448 399-497 312 251-373 599 530-667

2 = caminhada esteira 19 12-26 26 14-38 14 06-22 16 05-27 18 001-35 15 02-28

3 = corrida livre 27 17-37 39 19-58 18 09-26 20 08-31 23 06-40 15 008-32

4 = corrida esteira 03 005-06 06 001-12 01 004-13 04 01-08 06 03-16 004 005-01

5 = musculaccedilatildeo 63 46-78 75 48-102 52 34-71 29 07-51 37 01-75 20 02-38

6 = ginaacutestica aeroacutebia 20 10-30 07 002-14 30 13-47 13 06-19 06 005-13 19 08-31

7 = hidroginaacutestica 37 25-48 11 03-21 57 38-76 54 31-77 15 02-28 98 53-143

8 = ginaacutestica geral 26 18-33 13 05-20 36 23-49 46 30-62 27 09-45 67 41-94

9 = nataccedilatildeo 09 04-14 11 03-19 07 0005-14 23 10-36 26 06-45 20 03-38

10 = artes marciais 03 002-05 06 003-12 02 0001-005 03 003-06 03 01-08 02 02-06

11 = ciclismo 32 24-41 44 30-58 23 12-33 50 24-77 54 24-84 50 03-91

12 = futebol 47 31-63 105 70-139 005 0004-01 222 174-270 416 341-491 06 02-12

13 = basquetebol 01 001-03 02 003-05 001 0007-002 0005 0005-002 001 0001-003 - -

14 = voleibol 02 005-05 04 002-11 006 0005-001 10 02-23 06 007-10 15 11-41

15 = tecircnis 01 001-002 03 001-05 008 001-01 03 004-06 04 002-08 02 01-05

16 = outros 31 18-44 44 19-68 21 08-34 59 38-80 47 15-79 72 56-100

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

72

A Tabela 16 mostra a preferecircncia de portadores de diabete por uma entre

16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Para ambos os grupos e ambos os

sexos a procura pela caminhada livre quase dobrou em relaccedilatildeo ao conjunto da

amostra (427x 746) sendo esta modalidade a preferida de 77 (IC95 69-84)

das mulheres suficientemente ativas A preferecircncia pela praacutetica do futebol aumentou

em aproximadamente cinco vezes para o grupo que natildeo alcanccedilou a meta em relaccedilatildeo

ao conjunto da amostra O somatoacuterio de modalidades esportivas de quadra como

basquete vocirclei e tecircnis natildeo alcanccedilou 05 da preferecircncia e demonstrou a natildeo escolha

destas modalidades pelo puacuteblico feminino As diferenccedilas estabelecidas foram

estatisticamente significantes (plt0001)

73

Tabela 16 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de diabetes segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Diabetes AF Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)

Total

(IC95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

1 = caminhada livre 746 687-803 718 623-812 770 697-842 558 450-661 504 326-681 595 456-733

2 = caminhada esteira 30 122-48 34 02-66 27 08-45 07 0005-14 14 02-30 02 01-07

3 = corrida livre 16 04-28 10 01-20 21 005-42 27 04-58 24 08-55 29 02-79

4 = corrida em esteira 02 0002-05 02 01-05 03 008-07 11 10-32 26 24-76 0 -

5 = musculaccedilatildeo 25 06-44 39 009-78 12 01-23 12 01-25 22 08-52 05 02-11

6 = ginaacutestica aeroacutebia 13 0001-26 21 06-48 06 0004-12 07 04-18 13 13-39 02 006-05

7 = hidroginaacutestica 50 18-82 22 09-53 75 22-128 93 18-167 30 01-61 139 162-262

8 = ginaacutestica em geral 31 14-48 15 17-31 45 18-73 46 03-89 11 03-26 71 009-143

9 = nataccedilatildeo 09 0005-19 11 0 5-28 07 04-18 08 0004-17 11 06-29 06 0006-013

10 = artes marciais 02 001-006 05 02-13 00 - 03 03-10 08 08-24 0 -

11 = ciclismo 26 11-41 50 18-81 05 007-10 07 11-136 11 02-23 04 01-09

12 = futebol 20 008-32 42 16-69 0 - 93 50-136 219 111-326 0 -

13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -

14 = voleibol 01 0004-002 0004 0003-001 01 0008-02 0008 004-02 02 01-05 0 -

15 = tecircnis 0 - 0 - 0 -- 001 009-03 02 02-07 0 -

16 = outros 29 26-56 31 04-65 28 12-69 128 54-202 103 17-205 146 43-250

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

74

A Tabela 17 mostra a preferecircncia dos participantes com histoacuterico de IAM

eou AVC por uma das 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte A distribuiccedilatildeo

da escolha do tipo de atividade principal se assemelhou agrave escolha dos participantes

com diagnoacutestico preacutevio de diabetes ou seja indicou forte participaccedilatildeo em caminhada

livre Ela esteve presente entre 781 (IC95 76-88) das mulheres suficientemente

ativas e 734 (IC95 60-86) entre as insuficientemente ativas As diferenccedilas

estabelecidas foram estatisticamente significantes (plt0001)

75

Tabela 17 Percentual da populaccedilatildeo adulta com IAM eou AVC segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas

capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

2 Infarto agudo do miocaacuterdio e

3 Acidente vascular cerebral

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

IAM2 ou AVC3 AF Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades

Total

(IC 95) Masculino (IC 95) Feminino

(IC

95) Total (IC95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)

1 = caminhada livre 706 621-91 653 534-73 781 763-88 494 342-645 382 197-571 734 600-867

2 = caminhada em esteira 45 08-81 74 12-135 03 02-08 06 02-13 07 04-18 04 03-11

3 = corrida livre 12 01-24 07 02-16 20 04-44 35 31-102 50 47-147 03 03-11

4 = corrida em esteira 02 01-05 04 02-09 0 - 24 17-65 35 25-95 0 -

5 = musculaccedilatildeo 80 15-145 90 03-18 63 20-149 64 27-155 76 54-207 38 24-100

6 = ginaacutestica aeroacutebia 15 05-35 18 15-51 10 02-22 10 05-24 0 - 31 15-77

7 = hidroginaacutestica 28 09-48 11 08-29 53 13-93 50 07-92 36 12-83 80 05-166

8 = ginaacutestica em geral 24 05-43 16 04-35 36 002-71 20 02-37 14 06-34 32 001-64

9 = nataccedilatildeo 10 04-25 06 05-17 17 15-48 24 01-48 32 02-66 08 03-20

10 = artes marciais e luta 01 01-03 02 01-05 00 00 0 - 0 - 0 -

11 = ciclismo 16 04-31 23 03-49 05 005-11 57 08-122 74 20-169 20 16-56

12 = futebol 25 05-45 42 07-75 0 - 154 30-312 225 06-443 01 01-03

13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -

14 = voleibol 01 005-03 004 0003-1 02 001-05 005 004-01 01 008-02 0 -

15 = tecircnis 02 01-05 03 003-08 0 - 0 - 0 - 0 -

16 = outros 34 03-70 51 10-112 10 03-22 62 15-139 68 43-179 49 07-91

76

A Tabela 18 mostra a preferecircncia entre participantes com histoacuterico

meacutedico de dislipidemia por uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

Caminhada livre musculaccedilatildeo e futebol foram as modalidades preferidas entre os

participantes suficientemente ativos 644 79 e 59 respectivamente A

caminhada livre o futebol e o ciclismo (431 22 e 58 respectivamente) foram

as modalidades preferidas entre participantes insuficientemente ativos As diferenccedilas

estabelecidas foram estatisticamente significantes (plt0001)

77

Tabela 18 Percentual da populaccedilatildeo adulta com dislipidemia segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais

dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quarado de Pearson p lt0001

Dislipidemia AF Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95) Total (IC95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)

1 = caminhada livre 644 612-676 556 500-612 723 686-757 431 377-483 298 229-366 579 510-642

2 = caminhada em esteira 18 11-24 24 12-37 11 04-19 16 06-27 18 002-36 14 03-24

3 = corrida livre 26 17-34 44 27-61 09 04-15 17 06-28 17 01-33 17 004-33

4 = corrida em esteira 07 01-13 11 01-22 03 03-07 10 06-26 19 12-49 0 -

5 = musculaccedilatildeo 79 62-96 93 65-121 68 46-88 30 16-45 11 03-18 51 22-81

6 = ginaacutestica aeroacutebia 20 14-29 07 05-15 31 15-47 08 02-13 03 01-07 14 04-23

7 = hidroginaacutestica 39 28-50 15 04-25 60 42-78 50 31-69 17 02-31 86 51-123

8 = ginaacutestica em geral 23 16-30 12 03-20 34 21-44 42 25-58 18 05-30 68 36-100

9 = nataccedilatildeo 13 07-19 16 06-26 09 02-17 43 18-68 59 16-102 25 04-46

10 = artes marciais e luta 04 004-07 08 08-15 0001 0001-0004 03 002-06 03 01-08 02 02-06

11 = ciclismo 35 24-45 52 33-72 19 10-28 58 34-82 83 41-125 30 08-51

12 = futebol 59 40-78 123 83-163 02 0002-04 220 165-274 414 328-499 05 001-09

13 = basquetebol 006 0006-01 01 001-02 0 - 003 003-009 005 005-01 0 -

14 = voleibol 003 005-04 01 001-06 02 01-06 09 03-14 007 02-12 11 01-21

15 = tecircnis 001 004-03 03 007-06 0002 0002-008 04 008-07 006 01-12 003 003-01

16 = outros 32 20-43 34 16-52 29 15-44 57 40-80 25 06-44 98 62-134

78

A Tabela 19 mostra a preferecircncia entre portadores de osteoporose por

uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Os resultados mostraram a

mesma tendecircncia observada entre os portadores dos outros tipos de DCNT ou seja

maior preferecircncia pela caminhada livre Aqui destaca-se a hidroginaacutestica como

segunda opccedilatildeo de AF A procura pela hidroginaacutestica foi maior em mulheres Para

aquelas que natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima 174 (IC95 9-25) relataram esta

preferecircncia As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente significantes

(plt0001)

79

Tabela 19 Percentual da populaccedilatildeo adulta com osteoporose segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos

estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

Osteoporose AF Suficiente

AF Insuficiente

Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95)

Feminino

(IC 95) Total (IC95) Masculino (IC 95)

Feminino

(IC 95)

1 = caminhada livre 670 607-732 502 313-691 705 645-769 413 322-502 371 128-612 424 327-519

2 = caminhada em esteira 14 03-25 43 08-93 07 0003-14 07 001-15 15 15-46 05 003-11

3 = corrida livre 14 01-27 20 07-48 13 01-27 03 001-06 02 02-06 03 005-07

4 = corrida em esteira 03 02-09 0 - 04 02-11 0001 001-004 007 008-02 0 -

5 = musculaccedilatildeo 60 24-94 106 19-230 49 17-81 52 03-108 132 104-368 33 005-66

6 = ginaacutestica aeroacutebia 24 009-47 01 0009-02 29 10-57 26 06-46 28 29-84 25 04-46

7 = hidroginaacutestica 87 54-122 0 - 108 67-149 154 83-222 66 63-194 174 94-254

8 = ginaacutestica em geral 39 17-59 03 02-08 46 21-72 105 49-160 10 11-32 128 60-196

9 = nataccedilatildeo 02 004-04 0 - 02 004-04 19 008-37 0 - 24 001-47

10 = artes marciais e luta 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -

11 = ciclismo 36 006-73 172 09-355 06 007-10 78 20-136 171 35-38 55 05-105

12 = futebol 22 04-39 120 23-217 003 003-01 32 04-61 164 18-31 0 -

13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 00 - 0 -

14 = voleibol 0001 0001-003 0 - 0001 0001-003 0 - 00 - 0 -

15 = tecircnis 0 - 0 -- 0 - 0 - 00 - 0 -

16 = outros 29 08-49 33 06-72 27 03-52 111 54-168 41 02-83 129 59-198

80

47 PERIODICIDADE SEMANAL DA ATIVIDADE FIacuteSICA

A Tabela 20 mostra a distribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal das atividades

separadas por modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e pelo conjunto das

modalidades segundo o niacutevel de AF Entre os participantes que alcanccedilaram a meta

sobressaiu a frequecircncia de atividades entre 3 a 4 dias na semana O fenocircmeno soacute natildeo

foi observado para a praacutetica do ciclismo onde predominou a frequecircncia diaacuteria

(485 - IC 95 408-559) A maioria dos participantes com AF insuficiente

apresentou frequecircncia de 1 a 2 dias por semana A uacutenica exceccedilatildeo ocorreu na

modalidade de basquetebol em que predominou a frequecircncia de 3 a 4 dias por

semana (532 - IC95 21-85) As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente

significantes (plt0001)

81

Tabela 20 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo periodicidade e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

continua

1 GIN AER = ginaacutestica aeroacutebia

2 todos = (todos os dias) frequecircncia diaacuteria da atividade

3 Caminhada na esteira rolante

1 GIN AER = ginaacutestica aeroacutebia

2 todos = (todos os dias) frequecircncia diaacuteria da atividade

3 Caminhada na esteira rolante

Nuacutemero de

sessotildees semanais AF

Suficiente AF

Insuficiente AF

Suficiente AF

Insuficiente AF

Suficiente AF

Insuficiente

CAMINHADA IC95 IC95 GIN16 AER IC95 IC95 CICLISMO IC95 IC95

Todos27 278 255-300 25 13-36 todos 120 64-175 76 06-145 todos 485 408-559 103 07-213

5 a 6 296 274-317 27 12-41 5 a 6 376 269-481 22 21-66 5 a 6 184 114-254 83 10-178

3 a 4 406 383-427 77 54-100 3 a 4 492 390-594 56 18-130 3 a 4 301 234-369 69 26-112

1 a 2 20 15-25 871 842-899 1 a 2 12 02-25 846 738-953 1 a 2 30 10-49 745 613-875

CAMINHADA38 IC95 IC95 HIDROGIN IC95 IC95 FUTEBOL IC95 IC95

todos 260 178-342 89 42-221 todos 45 17-71 _ _ todos 138 98-177 _ _

5 a 6 202 140-263 50 43-144 5 a 6 145 73-216 _ _ 5 a 6 106 72-140 01 001-02

3 a 4 455 365-545 92 14-168 3 a 4 801 726-876 01 001-02 3 a 4 453 394-509 01 001-02

1 a 2 83 16-148 769 61926 1 a 2 09 01-17 999 998-1000 1 a 2 303 249-356 998 997-1000

CORRIDA IC95 IC95

GIN

GERAL IC95 IC95 BASQUETE IC95 IC95

todos 163 111-214 04 03-13 todos 156 102-209 94 38-148 todos 300 73-672 _ _

5 a 6 288 212-362 46 10-101 5 a 6 285 211-358 80 15-145 5 a 6 101 30-232 _ _

3 a 4 518 439-596 11 01-23 3 a 4 545 467-624 62 26-97 3 a 4 532 214-850 _ _

1 a 2 31 06-56 939 881-997 1 a 2 14 01-26 764 677-850 1 a 2 67 32-165 100 _

82

continuaccedilatildeo

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

4 Corrida na esteira rolante

5 Engloba qualquer das modalidades de artes marciais

6 Conjunto de modalidades natildeo nominadas na entrevista

Nuacutemero de

sessotildees semanais AF

Suficiente AF

Insuficiente AF

Suficiente AF

Insuficiente AF

Suficiente AF

Insuficiente

CORRIDA49 IC95 IC95 NATACcedilAtildeO IC95 IC95 VOLEI IC95 IC95

todos 255 105-404 13 18-45 todos 134 45-223 05 04-159 todos 164 67-259 _ _

5 a 6 331 135-526 258 133-648 5 a 6 65 34-96 _ _ 5 a 6 164 56-270 _ _

3 a 4 386 171-602 - - 3 a 4 758 662-851 _ _ 3 a 4 556 401-712 01 001-02

1 a 2 28 27-82 729 332-1126 1 a 2 43 05-80 945 84-1049 1 a 2 116 37-193 999 998-1000

MUSCULACcedilAtildeO IC95 IC95 LUTA510 IC95 IC95 TEcircNIS IC95 IC95

todos 143 105-181 08 01-18 todos 211 90-330 _ _ todos 193 35-421 _ _

5 a 6 411 367-454 01 001-09 5 a 6 130 58-201 _ _ 5 a 6 163 34-290 _ _

3 a 4 437 394-477 34 22-91 3 a 4 590 452-728 _ _ 3 a 4 637 405-868 _ _

1 a 2 09 03-15 957 900-1014 1 a 2 689 01-138 100 _ 1 a 2 07 06-22 100 _

OUTROS611 IC95 IC95

CONJUNTO IC95 IC95

todos 295 215-374 96 36-229 todos 228 213-243 24 12-36

5 a 6 182 123-239 20 02-38 5 a 6 269 254-283 175 109-242

3 a 4 468 392-541 18 06-29 3 a 4 445 428-460 296 226-365

1 a 2 55 27-84 866 735-995 1 a 2 58 49-66 925 911-943

83

48 DURACcedilAtildeO DA SESSAtildeO DE ATIVIDADE FIacuteSICA

A Tabela 21 mostra a distribuiccedilatildeo da duraccedilatildeo (em minutos) das sessotildees

das atividades separadas por modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e no

conjunto das modalidades Para todas as modalidades a maioria dos participantes

referiu praticaacute-las com duraccedilatildeo de 60 minutos ou mais A uacutenica exceccedilatildeo ocorreu para

as corridas na esteira rolante pelos participantes insuficientemente ativos 525

(IC95 38-105) optaram por realizaacute-las de 30 a 39 minutos Destaca-se que no

conjunto aproximadamente 90 dos participantes praticaram alguma modalidade de

exerciacutecio fiacutesico ou esporte com duraccedilatildeo igual ou superior a 30 minutos Assim quase

a totalidade dos participantes atendeu ao indicador lsquoduraccedilatildeo do esforccedilorsquo

recomendado pela maioria das diretrizes

84

Tabela 21 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos) e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros

e Distrito Federal 2006

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

CAMINHADA IC95 IC95

GIN

AEROacuteBIA IC95 IC95 CICLISMO IC95 IC95

-10 01 001-09 03 01-05 -10 _ _ 99 07-189 -10 09 08-27 46 03-96

10 a 19 02 01-07 81 58-104 10 a 19 14 13-41 83 13-154 10 a 19 13 04-25 258 125-390

20 a 29 32 23-40 102 79-126 20 a 29 35 06-75 06 03-15 20 a 29 57 24-89 104 43-164

30 a 39 224 205-242 269 225-313 30 a 39 37 139-60 224 39-410 30 a 39 20 143-256 107 33-181

45 a 59 143 127-158 108 80-136 45 a 59 39 15-63 106 32-245 45 a 59 153 84-220 62 16-139

60 ou mais 598 575-621 437 392-491 60 ou mais 875 816-932 482 312-649 60 ou mais 568 492-644 423 302-543

CAMINHADA IC95 IC95 HIDROGIN IC95 IC95 FUTEBOL IC95 IC95

-10 0 0 08 07-24 -10 _ _ _ _ -10 - - - -

10 a 19 33 28-93 214 51-377 10 a 19 01 001-02 01 001-02 10 a 19 01 001-02 11 09-21

20 a 29 30 05-65 143 38-247 20 a 29 01 01-02 07 03-19 20 a 29 03 001-07 06 02-08

30 a 39 21 140-279 225 111-339 30 a 39 68 31-106 71 04-145 30 a 39 68 37-98 53 34-71

45 a 59 242 43-156 37 18-91 45 a 59 302 222-383 374 232-515 45 a 59 48 29-65 58 37-79

60 ou mais 485 456-395 373 215-531 60 ou mais 628 543-714 547 406-689 60 ou mais 88 845-916 872 841-901

CORRIDA IC95 IC95 GIN GERAL IC95 IC95 BASQUETE IC95 IC95

-10 - - - - -10 01 001-03 28 01-54 -10 _ _ 0 0

10 a 19 - - 109 - 10 a 19 03 001-07 234 144-324 10 a 19 _ _ 0 0

20 a 29 46 13-78 79 17-140 20 a 29 25 03-46 45 13-75 20 a 29 _ _ 08 01-26

30 a 39 316 235-396 267 116-416 30 a 39 108 68-147 105 51-158 30 a 39 31 29-82 116 81-314

45 a 59 151 106-195 111 21-201 45 a 59 28 136-43 40 11-67 45 a 59 17 10-44 07 06-23

60 ou mais 487 397-565) 434 285-583 60 ou mais 835 788-882 548 442-657 60 ou mais 952 891-1011 869 665-1072

continua

85

continuaccedilatildeo

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

CORRIDA IC95 IC95 NATACcedilAtildeO IC95 IC95 VOLEI IC95 IC95

-10 _ _ 44 61-149 -10 _ _ _ _ -10 _ _ 0 0

10 a 19 _ _ 281 121-683 10 a 19 _ _ 58 46-161 10 a 19 _ _ 03 02-10

20 a 29 74 03-152 14 20-47 20 a 29 04 01-12 14 06-34 20 a 29 _ _ 0 0

30 a 39 186 05-314 526 08-1059 30 a 39 100 34-165 103 19-186 30 a 39 52 37-142 49 09-88

45 a 59 242 31-453 129 129-387 45 a 59 217 123-310 257 134-379 45 a 59 14 13-42 104 01-211

60 ou mais 498 289-706 06 009-22 60 ou mais 679 576-782 568 414-723 60 ou mais 934 840-1026 842 732-951

MUSCULACcedilAtildeO IC95 IC95 LUTA IC95 IC95 TEcircNIS IC95 IC95

-10 _ _ 07 06-21 -10 _

_ _ -10 _ _ 0 0

10 a 19 _ _ 62 03-127 10 a 19 _

_ _ 10 a 19 _ _ 0 0

20 a 29 17 11-45 49 01-111 20 a 29 _

_ _ 20 a 29 _ _ 08 07-27

30 a 39 31 19-41 74 21-126 30 a 39 07 02-16 _ _ 30 a 39 _ _ 17 10-44

45 a 59 72 50-94 74 01-146 45 a 59 24 20-68 _ _ 45 a 59 _ _ 52 52-155

60 ou mais 880 844-915 734 621-846 60 ou mais 969 923-1013 1 _ 60 ou mais 100 _ 923 809-1035

OUTROS IC95 IC95 CONJUNTO IC95 IC95

-10 03 01-07 11 03-18 -10 01 0001-02 06 03-08

10 a 19 06 03-16 133 02-264 10 a 19 04 0003-06 65 49-80

20 a 29 22 11-33 19 05-42 20 a 29 26 19-32 42 34-50

30 a 39 10 52-146 85 42-127 30 a 39 152 142-166 127 109-144

45 a 59 107 47-166 33 07-59 45 a 59 117 107-126 84 69-97

60 ou mais 762 692-832 719 597-840 60 ou mais 700 682-712 676 649-703

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

86

A Tabela 22 mostra a simulaccedilatildeo de aumento na frequecircncia semanal e na

duraccedilatildeo do esforccedilo Para os participantes ativos insuficientes com frequecircncia

semanal de 1 a 2 sessotildees de AF foi simulado o acreacutescimo na sua frequecircncia e se

passou a computar 3 sessotildees semanais Nenhuma outra alteraccedilatildeo dos dados ocorreu

Apoacutes a simulaccedilatildeo somente 999 participantes continuaram com AF insuficiente

outros 5589 (85) que natildeo alcanccedilavam a meta passaram a alcanccedilaacute-la Tambeacutem foi

acrescentado tempo para os participantes insuficientemente ativos que referiram

esforccedilo com duraccedilatildeo menor que 60 minutos Agora toda atividade dura no miacutenimo

60 minutos Nenhuma outra alteraccedilatildeo dos dados ocorreu Apoacutes a simulaccedilatildeo 5864

participantes permaneceram sem promoccedilatildeo do niacutevel de AF e somente 724 (11)

foram promovidos

Tabela 22 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta insuficientemente ativa antes e

apoacutes a simulaccedilatildeo de aumento da frequecircncia semanal e da duraccedilatildeo

do esforccedilo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006

Classificaccedilatildeo do niacutevel de AF dada pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

Simulaccedilatildeo da frequecircncia permitiu os ativos insuficientes terem no miacutenimo 3 sessotildees semanais

Simulaccedilatildeo da duraccedilatildeo do esforccedilo permitiu os ativos insuficientes terem no miacutenimo 60 minutos de

duraccedilatildeo para cada sessatildeo de esforccedilo

Ativos Insuficientes

Frequecircncia

(sessotildeessemana)

Antes simulaccedilatildeo

(N)

Apoacutes simulaccedilatildeo

(N)

01-02 6233 -

03-04

05-06

279

76

823

76

Diaacuteria 100 100

Total 6588 999

Duraccedilatildeo do esforccedilo

(minutos)

Antes simulaccedilatildeo

(N)

Apoacutes simulaccedilatildeo

(N)

-10 69 -

1119 346 -

20-29 394 -

30-39 902 -

45-59 635 -

60 ou + 4342 5864

Total 6588 5864

87

A Tabela 23 mostra a distribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal e duraccedilatildeo em

minutos das sessotildees de AF entre os participantes que referiram diagnoacutestico meacutedico

preacutevio de DCNT A maior parte dos portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT de

ambos os sexos e suficientemente ativos se concentrou em praacuteticas de AF com

frequecircncia entre 3 a 4 dias por semana Uma exceccedilatildeo foi observada entre homens

com referecircncia a IAM eou AVC que apresentaram alta frequecircncia diaacuteria (413 -

IC95 27-54) e percentual elevado para as atividades com duraccedilatildeo das sessotildees de

AF de 60 minutos ou mais (595 IC95 47-71) Em relaccedilatildeo aos portadores de

diagnoacutestico preacutevio de DCNT insuficientemente ativos em ambos os sexos tambeacutem

predominaram as sessotildees com duraccedilatildeo de 60 minutos ou mais poreacutem com menor

frequecircncia semanal (1 a 2 dias) Assim portadores de DCNT apresentaram mesma

tendecircncia de frequecircncia semanal e duraccedilatildeo do esforccedilo quando comparados ao

conjunto da amostra

88

Tabela 23 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos e diagnoacutestico meacutedico referido para DCNT por sexo para a periodicidade e

duraccedilatildeo da AF segundo a recomendaccedilatildeo de AF determinada pela OMS1 nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 Qui quadrado de Pearson p lt0001

hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto do miocaacuterdio eou AVC dislipidemia e osteoporose

AF SUF HIPERTENSAtildeO DIABETES IAM eouAVC DISLIPIDEMIA OSTEOPOROSE

HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER

(IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95)

Frequecircncia

todos 298 (242-354) 227 (188-266) 395 (249-546) 257 (179-335) 413 (279-547) 355 (175-536) 239 (176-302) 204 (172-236) 318 (119-516) 213 (153-274)

5 a 6 252 (204-300) 331 (291-371) 193 (112-273) 355 (264-445) 279 (168-389) 249 (115-383) 246 (196-296) 319 (280-359) 223 (73-372) 327 (259-395)

3 a 4 395 (344-445) 431 (389-473) 397 (269-521) 374 (282-465) 270 (172-368) 388 (236-541) 478 (417-538) 460 (419-500) 402 (206-600) 452 (382-521)

1 a 2 55 (32-77) 11 (02-19) 15 (03-26) 14 (07-37) 38 (07-77) 08 (06-22) 37 (17-57) 17 (07-27) 57 (05-113) 08 (03-20)

Duraccedilatildeo

-10 002(001-006) 001 (0001-0002) - - - - 680 (61-197) -

10 a 19 - 006 (002-01) 05 (02-12) - - - 02 (01-07) - -

20 a 29 34 (15-52) 30 (19-42) 15 (02-27) 20 (07-33) 49 (01-98) 17 (02-31) 09 (04-14) 24 (12-36) 22 (04-48) 47 (11-82)

30 a 39 201 (16-24) 188 (159-217) 249 (131-367) 229 (158-300) 199 (103-296) 318 (135-501) 227 (171-282) 197 (166-228) 232 (38-425) 233 (175-291)

45 a 59 149 (113-185) 144 (114-175) 125 (49-200) 147 (71-221) 157 (77-236 141 (39-242) 141 (100-181) 153 (123-182) 100 (12-188) 158 (111-205)

60 ou mais 616 (564-668) 637 (597-676) 606 (477-737) 604 (514-695) 595 (474-716) 524 (353-694) 623 (563-684) 624 (585-663) 576 (375-779) 562 (492-631)

AF INSUF

Frequecircncia

todos 18 (02-34) 37 (10-63) 26 (02-49) 51 (35-138) 34 (01-70) 42 (03-86) 41 (03-83) 23 (05-40) 25 (10-61) 70 (19-122)

5 a 6 28 (08-47) 59 (02-115) 41 (20-103) 47 (15-110) 61 (20-142) 47 (13-107) 10 (04-24) 32 (05-59) - 40 (07-88)

3 a 4 61 (24-97) 42 (24-60) 165 (25-306) 86 (22-149) 77 (21-175) 170 (23-316) 31 (04-57) 57 (32-82) 425 (127-722) 121 (49-192)

1 a 2 893 (850-937) 862 (800-923) 768 (616-919) 816 (700-932) 828 (695-960) 741 (579-905) 918 (868-968) 888 (849-928) 550 (260-841) 769 (677-860)

Duraccedilatildeo

-10 26 (02-50) 06 (01-12) 01 (001-03) 09 (008-20) 16 (07-39) 12 (11-36) 24 (08-50) 04 (01-08) - 11 (05-21)

10 a 19 101 (47-156) 124 (63-185) 166 (23-309) 130 (20-239) 309 (58-558) 200 (57-343) 88 (26-151) 90 (53-126) 464 (176-751) 138 (67-209)

20 a 29 57 (28-87) 76 (44-107) 92 (25-158) 100 (29-170) 83 (05-161) 206 (49-462) 41 (13-69) 77 (39-115) 10 (05-32) 138 (55-220)

30 a 39 167 (109-224) 243 (177-307) 50 (03-96) 223 (122-324) 224 (39-409) 129 (26-231) 196 (121-271) 192 (138-245) 93 (08-177) 172 (82-262)

45 a 59 68 (39-97) 122 (66-177) 50 (03-96) 138 (07-283) 24 (05-53) 82 (01-165) 70 (34-106) 98 (51-143) 09 (009-27) 124 (53-194)

60 ou mais 581 (502-657) 429 (354-504) 641 (478-812) 400 (252-547) 344 (157-534) 371 (184-559) 581 (488-672) 539 (466-612) 424 (160-688) 417 (317-518)

89

5 DISCUSSAtildeO

51 SIacuteNTESES DOS RESULTADOS

Neste trabalho avaliamos os dados do sistema VIGITEL que entrevistou

a populaccedilatildeo adulta residente em domiciacutelios conectados agrave rede de telefonia fixa de

cada uma das capitais dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal O enfoque

desta tese incidiu sobre a prevalecircncia de AF e se observou que 515 dos adultos

natildeo praticam qualquer tipo de AF durante o lazer ou durante o deslocamento para o

trabalho Todas as diretrizes e recomendaccedilotildees internacionais para a quantidade

miacutenima de AF classificaram de modo uniforme e idecircntico os inativos No entanto

divergecircncias importantes ocorreram na graduaccedilatildeo da AF dos participantes

considerados fisicamente ativos

A frequecircncia das sessotildees de AF foi o aspecto que mais contribuiu para a

determinaccedilatildeo do grau dessa atividade Notou-se que as recomendaccedilotildees que orientam

uma frequecircncia semanal miacutenima indicaram uma prevalecircncia menor de AF suficiente

Por outro lado recomendaccedilotildees que orientam uma duraccedilatildeo total semanal sem fixar a

frequecircncia miacutenima tiveram as maiores prevalecircncias de AF suficiente Em face dessa

divergecircncia a prevalecircncia de AF suficiente nas cidades observadas variou

distinguindo diferentes rankings conforme a recomendaccedilatildeo adotada

Tendo como referecircncia a recomendaccedilatildeo da OMS encontramos maior

prevalecircncia de AF em homens Os de etnia negra e asiaacutetica eram fisicamente mais

ativos e a AF diminuiu com a idade com a menor escolaridade e com a viuvez Perto

de 65 da populaccedilatildeo consideraram a sua sauacutede boa ou excelente e entre os que a

consideraram ruim a maioria era de inativos O deslocamento ativo e a dieta

hipocaloacuterica satildeo caracteriacutesticas predominantes dos participantes ativos O tabagismo

foi mais frequente entre os inativos e o maior consumo de bebidas alcooacutelicas ocorreu

entre os ativos As pessoas fisicamente ativas mais frequentemente mostram

conhecer instalaccedilotildees proacuteprias para a praacutetica de AF nas suas proximidades

90

Cerca de 90 da populaccedilatildeo ativa realizava sessotildees com duraccedilatildeo de 30 a

60 minutos e natildeo houve diferenccedila significante entre o grupo que alcanccedilou e o que

natildeo alcanccedilou a meta da recomendaccedilatildeo A quase totalidade (90) dos participantes

que alcanccedilou a meta se exercitava trecircs ou mais vezes por semana e 80 dos que natildeo

alcanccedilaram a meta se exercitavam de 1 a 2 vezes por semana

A caminhada o futebol e a musculaccedilatildeo figuraram entre as principais

modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte praticada

A inatividade fiacutesica foi uma caracteriacutestica que se destacou entre os

participantes portadores de DCNT Eram inativos 60 dos portadores de hipertensatildeo

arterial sistecircmica 53 dos portadores de dislipidemia 64 dos diabeacuteticos 67

daqueles com histoacuterico de IAMAVC e 64 dos portadores de osteoporose No

conjunto 70 dos portadores de alguma DCNT natildeo alcanccedilaram a recomendaccedilatildeo

miacutenima de AF ou seja estavam inativos ou com AF abaixo da meta recomendada

52 LIMITACcedilOtildeES DO ESTUDO

O estudo transversal tem como propriedade apresentar as caracteriacutesticas

gerais da populaccedilatildeo estudada Como exposiccedilatildeo e desfecho satildeo coletados

simultaneamente natildeo eacute possiacutevel identificar a precedecircncia temporal natildeo havendo

portanto como estabelecer conclusotildees de caraacuteter causal Em contrapartida esse tipo

de estudo fornece informaccedilotildees sobre a prevalecircncia da praacutetica de AF em um

determinado periacuteodo e lugar com rapidez baixo custo e principalmente envolvendo

uma amostra numerosa e ampla

A principal limitaccedilatildeo do VIGITEL e de todo o sistema de vigilacircncia por

entrevistas telefocircnicas estaacute na exclusatildeo de pessoas que moram em domiciacutelios sem

telefone fixo Embora a cobertura da rede de telefonia fixa no Brasil tenha crescido

nos uacuteltimos anos ela ainda pode ser menor em cidades com menor desenvolvimento

econocircmico e nos grupos populacionais de menor poder aquisitivo Para contornar

esse problema pesos poacutes-estratificaccedilatildeo foram aplicados de forma a corrigir ainda

que parcialmente a representatividade da amostra

91

Os pesos satildeo fatores de ponderaccedilatildeo que aproximam a composiccedilatildeo

sociodemograacutefica da amostra daquela observada no Censo Demograacutefico em cada

cidade Essa estrateacutegia atenua problemas decorrentes de diferenccedilas entre os estratos

sociodemograacuteficos tanto na cobertura da rede telefocircnica quanto nas taxas de

resposta e de recusas das entrevistas (Moura et al 2008) Ela permite portanto uma

generalizaccedilatildeo ao fornecer estimativas aproximadas do que seria esperado para a

populaccedilatildeo das metroacutepoles brasileiras que em 2010 correspondia a aproximadamente

89 milhotildees de pessoas (IBGE 2013 Ferreira et al 2008)

Outros aspectos que influenciam a qualidade das estimativas de inqueacuterito

semelhantes ao VIGITEL satildeo as taxa de resposta e de recusas Em 2006 a taxa de

resposta para o VIGITEL foi de 711 com a taxa oscilando entre 644 e 810

desempenho melhor que sistemas americanos semelhantes (Moura et al 2008) Ainda

segundo os autores a qualidade dos cadastros telefocircnicos tambeacutem foi considerada

superior agravequela encontrada em sistemas equivalentes existentes em paiacuteses tidos como

desenvolvidos

Para minimizar os efeitos negativos provocados pela memoacuteria de curto

prazo as perguntas referentes agrave praacutetica da AF se limitaram aos trecircs meses anteriores

agrave data da entrevista Aleacutem dessa outra limitaccedilatildeo que pode ser mencionada se refere agrave

mensuraccedilatildeo do niacutevel de AF e do esforccedilo requerido sem comprovaccedilatildeo objetiva por

meio do uso de acelerocircmetro ou de outro instrumento Como a AF eacute concebida pela

populaccedilatildeo como praacutetica desejaacutevel deve-se considerar a possibilidade de relutacircncia

de ela se declarar inativa Para minimizar esta possibilidade o sistema VIGITEL

estabeleceu o Controle de Qualidade das informaccedilotildees descrito nos aspectos

metodoloacutegicos Aleacutem disso Monteiro et al (2008) avaliaram a reprodutibilidade e a

validade dos indicadores de AF e sedentarismo obtidos pelo sistema Para isso foram

realizadas diversas anaacutelises de reprodutibilidade e validade encontrando um iacutendice

de especificidade de 80 ou mais e concluindo que os indicadores de AF e de

sedentarismo tendem fortemente a ser reprodutiacuteveis e acurados

Na ediccedilatildeo de 2006 o VIGITEL abordou a AF em quatro domiacutenios lazer

ocupacional residencial e deslocamento para o trabalho No entanto os dados sobre

duraccedilatildeo e frequecircncia da AF no domiciacutelio e no trabalho natildeo foram originalmente

92

coletados pelo sistema impossibilitando a verificaccedilatildeo do grau de AF total segundo as

diferentes recomendaccedilotildees miacutenimas Assim para este estudo somente as informaccedilotildees

dos domiacutenios lazer e deslocamento ativo para o trabalho foram aplicados na

definiccedilatildeo do niacutevel de AF portanto as estimativas apresentadas estatildeo subestimadas

devendo-se esperar que a real prevalecircncia de AF suficiente seja maior

Outra limitaccedilatildeo se refere agrave informaccedilatildeo sobre as doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis O VIGITEL objetivou detectar a morbidade relativa a diagnoacutestico

preacutevio No entanto as DCNT muitas vezes satildeo assintomaacuteticas e seus portadores

podem natildeo conhecer sua real condiccedilatildeo Deste modo a prevalecircncia de hipertensatildeo

arterial diabetes mellitus osteoporose dislipidemia AVC eou IAM podem estar

subestimadas nesta pesquisa

53 INTERPRETACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

A partir deste ponto a discussatildeo do estudo estaacute estruturada em quatro

eixos O primeiro explora a prevalecircncia de AF segundo as principais diretrizes

internacionais que recomendam quantidade miacutenima de AF e explorar as divergecircncias

e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF miacutenimo O segundo analisa variaacuteveis

sociodemograacuteficas e comportamentais O terceiro identifica e compara os elementos

ldquoduraccedilatildeo intensidade e frequecircnciardquo buscando explorar a forma como se relacionam

na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual Por fim o quarto eixo identifica o perfil

da AF praticada pelos portadores de DCNT

531 Eixo I ndash Diferentes formas de recomendar atividade fiacutesica

Neste estudo foi encontrada baixa concordacircncia entre as recomendaccedilotildees

e diretrizes miacutenimas de AF Portanto existe mais de um entendimento sobre a

quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar efeitos substanciais para a sauacutede mesmo

que em linhas gerais todas as diretrizes persigam os mesmos objetivos Foi possiacutevel

observar que pequenas diferenccedilas entre as recomendaccedilotildees exerceram efeitos

pronunciados no grau de atividade entre os participantes

93

Apenas 45 dos entrevistados ativos obtiveram por unanimidade o

niacutevel de AF classificado como adequado no conjunto das recomendaccedilotildees Isto

significa que os outros 55 foram classificados ora como suficientemente ativos ora

como insuficientemente ativos Portanto parcela consideraacutevel da populaccedilatildeo pode ser

considerada como sendo beneficiada de modo substancial pelos efeitos da AF como

pode ocorrer o contraacuterio Dependendo da recomendaccedilatildeo escolhida participantes

podiam ser aconselhados a aumentar o que jaacute era suficiente enquanto outros podiam

ser instados a manter o que ainda natildeo era

Enquanto alguns participantes tenham realizado AF com duraccedilatildeo e gasto

energeacutetico suficiente para atender agraves diretrizes que recomendam uma quantidade

especiacutefica de AF sem determinar a frequecircncia semanal isso natildeo foi suficiente para

atender agraves outras que determinam a mesma quantidade poreacutem com distribuiccedilatildeo do

esforccedilo ao longo da semana Vale ressaltar que um grande volume de AF natildeo foi de

modo geral necessariamente um indicador para o alcance das metas recomendadas

A divergecircncia na classificaccedilatildeo do niacutevel de AF pode tambeacutem repercutir

negativamente nas poliacuteticas de sauacutede voltadas para a promoccedilatildeo da AF Resultados

antagocircnicos deixam duacutevidas e podem prejudicar objetivos e metas pactuados por

programas de sauacutede puacuteblica O monitoramento da AF pelo sistema VIGITEL para os

anos de 2010 e 2011 ilustra o efeito desta contradiccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees Em

2010 os dados foram sistematizados segundo a versatildeo anterior da recomendaccedilatildeo da

OMS de 30 minutos por dia em 5 sessotildees semanais A partir de 2011 o relatoacuterio

adotou a nova recomendaccedilatildeo de 150 minutos por dia sem considerar a frequecircncia

semanal (MS 2011 MS 2012) Com esta troca de criteacuterio de anaacutelise de um ano

para outro o percentual de participantes ativos com maior taxa de AF em dez

capitais praticamente dobrou Assim a cidade de Rio Branco que obteve a menor

prevalecircncia de ativos em 2010 (113) com a troca da referecircncia elevou o

percentual de ativos para 301 valor superior agrave Brasiacutelia primeira colocada no ano

anterior com 224

As divergecircncias na classificaccedilatildeo do niacutevel de AF repercutiram tambeacutem no

rankig regional A Regiatildeo Sul segundo a diretriz da OMS obteve a maior meacutedia de

suficiecircncia de AF enquanto por referecircncia agraves diretrizes da UE e do IOM foi a

94

penuacuteltima colocada Unanimidade de classificaccedilatildeo soacute ocorreu para a Regiatildeo Sudeste

(menor prevalecircncia de ativos suficientes) No geral observou-se que perto de frac14 da

amostra apresentou rendimento suficiente para o IOM e frac34 para a OMS

O percentual de discordacircncia deste estudo ficou aqueacutem do observado por

Thompson e colaboradores que em 2009 encontraram variaccedilatildeo na classificaccedilatildeo do

niacutevel de AF em 90 ao comparar diferentes diretrizes (Thompson et al 2009)

Poreacutem a comparaccedilatildeo direta entre os estudos deve ser realizada com cautela devido agrave

diferenccedila na metodologia empregada Naquele estudo a quantidade de diretrizes

comparadas foi maior envolvendo doze recomendaccedilotildees entre elas algumas jaacute

revogadas na eacutepoca como a do ACSM de 1995 Por outro lado o meacutetodo de medida

de esforccedilo ocorreu por meio de avaliaccedilatildeo objetiva com o uso de acelerocircmetro nas 24

horas do dia e envolveu uma amostra menor (N=90) exclusivamente composta por

homens britacircnicos com idade entre 45 e 64 anos Assim eacute possiacutevel que as diferenccedilas

metodoloacutegicas tenham causado a diferenccedila das proporccedilotildees embora a tendecircncia dos

resultados esteja de acordo

As controveacutersias aqui encontradas satildeo produto da ausecircncia de consenso

cientiacutefico a respeito dos mecanismos envolvidos na accedilatildeo da AF sobre a sauacutede Pouco

se sabe sobre a dose miacutenima necessaacuteria em termos de ldquoduraccedilatildeo intensidade e

frequecircnciardquo de exerciacutecios fiacutesicos necessaacuterios para uma vida saudaacutevel Pesquisas

futuras com adequado arsenal teoacuterico e metodoloacutegico devem ter por objetivo

compreender o efeito e a dose-resposta da AF sobre a sauacutede garantindo maior

seguranccedila para a elaboraccedilatildeo de diretrizes e recomendaccedilotildees

532 Eixo II ndash Variaacuteveis sociodemograacuteficas e comportamentais na praacutetica da

atividade fiacutesica

5321 Sexo

A praacutetica de AF se revelou mais comum em homens do que em

mulheres particularmente em homens mais jovens Neste estudo as mulheres

apresentaram menor prevalecircncia (40) do que os homens (60) e entre aquelas que

referiram alguma AF a suficiecircncia tambeacutem foi menor As diferenccedilas de praacutetica de

95

AF em face da diferenccedila de gecircnero de modo geral coincidem com os resultados

encontrados na literatura brasileira e mundial (Goacutemez et al 2005 Santos et al

2009 Pan et al 2009)

Maples (2009) identificou fatores sociais que provocam o sedentarismo

de mulheres falta de tempo em face de dupla jornada de trabalho despesas com

deslocamento despesas com mensalidades de clubes esportivos despesas com

materiais esportivos dedicaccedilatildeo do tempo livre para o cuidado dos filhos e de

familiares sensaccedilatildeo de fadiga medo de eventos adversos e inseguranccedila urbana A

autora afirma no entanto que a menor participaccedilatildeo de mulheres na praacutetica de AF

natildeo estaacute relacionada com a falta de informaccedilotildees e de conhecimento dos benefiacutecios da

AF e destaca a importacircncia da continuidade das investigaccedilotildees deste tema

Embora este estudo natildeo tenha considerado a AF executada no ambiente

domeacutestico eacute possiacutevel observar no relatoacuterio do VIGITEL o predomiacutenio de mulheres

neste espaccedilo embora a interpretaccedilatildeo dos resultados nesse caso seja complexa pois

natildeo existem estudos suficientes que mostrem os benefiacutecios da AF domeacutestica sobre a

sauacutede (Hallal 2011)

Entender melhor os fenocircmenos que causam a maior inatividade fiacutesica das

mulheres pode se tornar estrateacutegico para a promoccedilatildeo da AF considerando que mais

de 70 delas ficaram aqueacutem da quantidade miacutenima recomendada pela OMS

5322 - Idade

Este estudo detectou a possibilidade de associaccedilatildeo entre o niacutevel de AF e a

idade para ambos os sexos Enquanto 44 dos mais jovens (18 a 24 anos de idade)

se apresentavam inativos a inatividade ficou em 66 nos mais idosos (ge 65 anos)

Os resultados encontrados na literatura sobre o niacutevel de AF e a idade

estatildeo de acordo com este estudo e revelam consenso sobre este fenocircmeno (USDHHS

2008a CDC 2010 UE 2010 WHO 2010) Uma das explicaccedilotildees eacute o aumento de

DCNT nos mais velhos que repercute no aumento das limitaccedilotildees funcionais na

dependecircncia fiacutesica e na necessidade de cuidados para a execuccedilatildeo de atividades de

vida diaacuteria (WHO 2010) criando um ciacuterculo vicioso as doenccedilas e as deficiecircncias

96

reduzem o niacutevel de AF que por sua vez tem efeitos adversos sobre a capacidade

funcional e agrava as deficiecircncias causadas pelas doenccedilas crocircnicas

A revisatildeo realizada para atualizar a diretriz oficial do Canadaacute de 2010

aponta que a AF eacute eficaz na prevenccedilatildeo das incapacidades da idade Houve reduccedilatildeo

de risco de quedas entre as pessoas com mais idade na meacutedia de 30 devido agrave

melhora do equiliacutebrio e do fortalecimento muscular decorrentes do treinamento fiacutesico

regular (Paterson e Warburton 2009)

Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica a expectativa de

vida meacutedia do brasileiro eacute atualmente de 719 anos sendo maior nas mulheres do

que nos homens (758 e 682 respectivamente) e sua tendecircncia eacute a elevaccedilatildeo (IBGE

2005) Alinhada ao cenaacuterio de envelhecimento da populaccedilatildeo global a OMS jaacute

alertava em meados do ano de 2000 que as adversidades pela falta de AF iriam

repercutir sobretudo no grupo dos adultos de mais idade (OMS 2010) Se por um

lado a expectativa de vida no Brasil tende a aumentar e as mulheres tendem a uma

maior longevidade as taxas de prevalecircncia de DCNT na populaccedilatildeo feminina deveratildeo

tender a ser ainda mais significativas nas proacuteximas deacutecadas

Nesta perspectiva a OMS alinhada com o seu programa de sauacutede para o

envelhecimento publicou uma diretriz de AF intitulada ldquoA Regra da Atividade

Fiacutesica no Envelhecimento Saudaacutevelrdquo em que recomenda e orienta especificamente

a praacutetica de AF para as pessoas de maior idade (WHO 2003) Tambeacutem atento ao

fato o USDHHS de 2008 explicitou sua preocupaccedilatildeo fixando quatro diretrizes 1)

quando o idoso natildeo pode fazer 150 minutos de intensidade moderada de atividade

aeroacutebia por semana por causa de doenccedilas crocircnicas deve ser tatildeo fisicamente ativo

quanto as suas capacidades e as condiccedilotildees permitam 2) os idosos com risco de

queda devem fazer exerciacutecios que mantenham ou melhorem o equiliacutebrio 3) os idosos

devem determinar o seu niacutevel de esforccedilo para a AF em relaccedilatildeo ao seu niacutevel de

aptidatildeo fiacutesica 4) os idosos com doenccedilas crocircnicas devem entender como as suas

condiccedilotildees de doenccedila afetam a sua capacidade de fazer AF regular de forma segura

Os mecanismos baacutesicos de caraacuteter bioloacutegico envolvidos no processo de

envelhecimento permanecem desconhecidos Alguns teoacutericos como Janssen e

Leblanc (2009) argumentam que os indiviacuteduos nascem com determinada capacidade

97

de sustentar a vida mas ocorre a perda contiacutenua desta capacidade com o avanccedilo da

idade o que eacute influenciado fortemente por fatores ambientais No entanto a idade

em si natildeo eacute necessariamente um impedimento para a praacutetica de exerciacutecio fiacutesico

Acredita-se que o processo educacional a renda estilos de vida tipo e condiccedilotildees de

trabalho condiccedilotildees de habitaccedilatildeo e oportunidades em geral podem influenciar os

niacuteveis de AF nos idosos (Paterson e Warburton 2009)

5323 Escolaridade

Neste estudo a maior parte (53) dos participantes entrevistados referiu

ter ateacute 9 anos de escolaridade e mais da metade dos com menor escolaridade (61)

estavam inativos Esta porcentagem diminuiu com o aumento da escolaridade Entre

os participantes de maior escolarizaccedilatildeo foi encontrado o maior rendimento de AF

Aproximadamente 38 dos participantes que referiram AF aleacutem das recomendaccedilotildees

miacutenimas tinham 12 anos ou mais de escolaridade

Os estudos encontrados na literatura que relacionam a praacutetica de AF com

os niacuteveis de escolaridade mostram a tendecircncia de os participantes mais escolarizados

serem fisicamente mais ativos nos momentos de lazer Na Austraacutelia Eakin et al

(1995) entrevistou 1818 pessoas por telefone e verificou maior niacutevel de AF entre os

mais escolarizados independentemente do local de residecircncia (cidade subuacuterbio e

campo) Na Holanda Prins (2012) mostrou que os participantes com ensino superior

atendiam mais agraves recomendaccedilotildees nacionais e as pessoas com menor niacutevel de

educaccedilatildeo na maioria das vezes eram inativas Pereira (1995) avaliou 795

portugueses de ambos os sexos e verificou que jovens com baixo niacutevel de AF

pertenciam a famiacutelias cujos pais possuiacuteam escolaridade meacutedia ou baixa enquanto

jovens com alto niacutevel de AF pertenciam a famiacutelias cujos pais possuiacuteam escolaridade

meacutedia ou elevada No Brasil Salle-Costa et al (2003) avaliaram 4030 funcionaacuterios

de uma universidade na cidade do Rio de Janeiro e destacaram a menor chance do

grupo de menor escolaridade se engajar em AF com maior gasto energeacutetico entre as

mulheres a associaccedilatildeo foi ainda mais forte

Por outro lado quando eacute considerada a faixa de renda e aspectos que

envolvem a ocupaccedilatildeo laboral e o local onde o trabalho eacute desenvolvido alguns

98

estudos natildeo estatildeo de acordo com esses resultados e mostram que a maior renda

(maior escolaridade) tende a menor niacutevel de AF Os estudos de Hallal (2006)

mostram que a alta renda familiar no momento do nascimento representa uma

possibilidade maior de estilo de vida sedentaacuterio para o jovem Recentemente

Beacutelanger Townsend e Foster (2011) avaliaram aproximadamente 300000 residentes

(com mais de 15 anos de idade) em mais de 70 diferentes paiacuteses e perceberam que

existe uma relaccedilatildeo direta entre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a

prevalecircncia da inatividade fiacutesica Estes resultados foram confirmados por Dumith et

al (2011) apoacutes anaacutelise de dados de 76 paiacuteses mostrando que paiacuteses menos

desenvolvidos apresentaram prevalecircncia de 187 de inatividade fiacutesica contra 278

nos paiacuteses mais desenvolvidos Na China investigaccedilatildeo envolvendo 824 residentes de

vaacuterias proviacutencias mostrou maior niacutevel de AF nas pessoas de niacutevel socioeconocircmico

mais baixo (Shi et al 2006) Tambeacutem Saacutevio et al (2008) analisaram o niacutevel de AF

de trabalhadores no Distrito Federal e observaram que de modo geral quanto maior

era a faixa de renda e o grau de escolaridade do trabalhador menor era o seu niacutevel de

AF

Aqui considera-se que a maior escolaridade pode significar que as

pessoas mais bem instruiacutedas apresentem remuneraccedilatildeo mais elevada e por isso maior

acessibilidade a um maior nuacutemero de locais serviccedilos e materiais para a praacutetica de AF

no lazer aleacutem de apreentarem maior niacutevel de conhecimento e de informaccedilatildeo e maior

tendecircncia de residir em contextos espaciais e ambientais favoraacuteveis agrave praacutetica de AF

no lazer Assim o ensinamento importante desta relaccedilatildeo eacute a indicaccedilatildeo de que se

consigam aumentar os niacuteveis de AF por meio do aumento do acesso e da

permanecircncia do indiviacuteduo no sistema escolar

Assim a inclusatildeo social dos menos escolarizados passa a ser vista como

um fator importante para aumentar a praacutetica de AF no paiacutes Talvez a oportunidade

de ampliaccedilatildeo da construccedilatildeo cultural por meio do maior acesso agraves atividades culturais

como teatro cinema e museus possa predispor a uma atitude mais favoraacutevel para

com os haacutebitos saudaacuteveis que poderiam ser atualizados com o decorrer da vida

Por fim o grau de escolaridade influencia direta ou indiretamente os

niacuteveis potenciais do capital humano e em decorrecircncia disso tambeacutem o produto final

99

agregado seja na renda no capital ou na educaccedilatildeo Nesta perspectiva os estudos

epidemioloacutegicos tecircm mostrado que os estilos de vida saudaacutevel se devem em parte agrave

educaccedilatildeo Ela fixa o domiacutenio social (fator importante das disparidades da sauacutede entre

grupos populacionais) e ao mesmo tempo eacute determinada por ele (Savio 2008)

Assim a escala educacional permite entender mellhor como estatildeo distribuiacutedas as

diferenccedilas de comportamento para com a AF entre os estratos sociais da populaccedilatildeo

5324 Etniacor

Neste estudo a etnia foi determinada por associaccedilatildeo com a cor da pele

Resumidamente amarelos satildeo aqueles que tecircm ancestrais de origem asiaacutetica e

vermelhos aqueles que tecircm ancestrais indiacutegenas Morenos eou pardos satildeo aqueles

que tecircm ancestrais entre brancos e negros

Este estudo mostra que amarelos e negros (52 e 51 respectivamente)

satildeo mais ativos quando comparados aos participantes que se declararam de outra

cor Por outro lado os que se autodeclararam vermelhos apresentaram o menor

percentual de AF (47) Quando se comparou os brancos com um agrupamento

composto de negros pardos e morenos o percentual de AF entre eles foi semelhante

sem diferenccedilas estatisticamente significativas (p=007)

Mesmo com nuacutemero limitado de estudos que investigaram diretamente a

relaccedilatildeo entre a AF e os resultados de sauacutede em variadas etnias a diretriz oficial dos

Estados Unidos de 2008 assumiu que natildeo haacute evidecircncias suficientes que indiquem

diferenccedilas do efeito da AF na sauacutede de diferentes grupos eacutetnicos mas esclarece que o

niacutevel de AF o risco e a carga de doenccedilas crocircnicas no paiacutes satildeo maiores nos grupos

raciais e eacutetnicos de comunidades minoritaacuterias Americanos negros e asiaacuteticos iacutendios

americanos nativos do Alasca latinos e nativos das ilhas do paciacutefico tecircm diferenccedilas

significativamente menores de AF e maiores niacuteveis de inatividade fiacutesica do que os

brancos natildeo-hispacircnicos (USDHHS 2008a)

Assim as diretrizes chamam a atenccedilatildeo para a necessidade de promoccedilatildeo

da AF entre os grupos minoritaacuterios Por outro lado a resposta da dose da AF sobre os

resultados de sauacutede pode ser semelhante entre as diferentes populaccedilotildees raciais e

100

eacutetnicas enquanto fatores culturais e contextuais podem conduzir a diferenccedilas na

estrateacutegia de implantaccedilatildeo da AF ou na avaliaccedilatildeo da dose ministrada

Este estudo mostrou alguns resultados a princiacutepio natildeo consonantes com

os apresentados pelo USDHHS em 2008 Os amarelos foram ao mesmo tempo os

mais ativos fisicamente e os que mais apresentaram diagnoacutestico preacutevio para todas as

DCNT estudadas com exceccedilatildeo da osteoporose As conclusotildees sobre este ponto

devem considerar a possibilidade de os amarelos terem tido maior acesso aos

serviccedilos de sauacutede e consequentemente maior conhecimento do seu real estado de

sauacutede ou condiccedilatildeo de doenccedila uma vez que segundo a OMS (2010) a maior parte da

populaccedilatildeo mundial devido agrave dificuldade de acesso aos serviccedilos de sauacutede soacute percebe

ser portador de DCNT nas fases mais avanccediladas da doenccedila

Em relaccedilatildeo ao menor percentual de AF entre vermelhos comparados aos

outros subgrupos a explicaccedilatildeo em parte pode ser dada pelo processo migratoacuterio do

campo para a cidade jaacute que a pesquisa entrevistou pessoas de origem indiacutegenas que

vivem em capitais de estado e no Distrito Federal em geral cidades consideradas de

grande porte Sobre isto Souza (2008) no Brasil investigou o perfil do niacutevel de AF

em indiacutegenas de uma tribo (Guanaacutes) no Mato Grasso do Sul que vive no campo e

observou a prevalecircncia de grupos ativos e muito ativos entre os indiacutegenas resultado

influenciado pelo transporte ativo Estudo canadense verificou que nativos tambeacutem

apresentaram elevado niacutevel de AF vivendo no campo A migraccedilatildeo do campo para

centros urbanos no entanto reduziu drasticamente os niacuteveis de AF (Droga 2010)

Desta forma parece importante checar o impacto da praacutetica da AF por relaccedilatildeo com

fatores comportamentais como a migraccedilatildeo e as mudanccedilas de domiciacutelio entre cidades

de tamanho populacional diferente

As causas desta diferenciaccedilatildeo racial e eacutetnica no niacutevel de AF natildeo estatildeo

claras Tanto aspetos bioloacutegicos como culturais satildeo considerados Natildeo obstante

queixam-se os Comitecircs Consultivos que renovam as diretrizes de AF que a pequena

proporccedilatildeo de populaccedilotildees minoritaacuterias nas amostras dificulta a interpretaccedilatildeo das

observaccedilotildees para diferenccedilas raciais e eacutetnicas A distorccedilatildeo nos diferentes estudos

segundo eles tem tornado difiacutecil examinar a influecircncia da AF sobre a sauacutede dos

grupos minoritaacuterios

101

Parece pois que poucos resultados estatildeo disponiacuteveis para conclusotildees

definitivas nenhum estudo conhecido afirmou categoricamente haver influecircncia

geneacutetica sobre um comportamento mais ou menos ativo Eacute plausiacutevel afirmar que o

comportamento distinto observado entre as diferentes etnias esteja vinculado agraves

condiccedilotildees sociais em que vivem e pelas experiecircncias no decorrer da vida

5325 Estado conjugal

A situaccedilatildeo conjugal mostrou que viuacutevos e separados satildeo menos ativos

(67) que solteiros (45) e 76 natildeo alcanccedilaram a meta recomendada Entre os

solteiros aproximadamente 28 praticaram AF acima das recomendaccedilotildees

Em relaccedilatildeo aos estudos que investigam a relaccedilatildeo da AF com o estado

civil Proper e Hildebrandt (2006) natildeo demonstraram associaccedilatildeo significativa entre a

situaccedilatildeo conjugal e o niacutevel de AF Segundo os autores a comparaccedilatildeo do estado civil

com a participaccedilatildeo em eventos fiacutesicos deve levar em conta o fator idade Assim eacute

esperado natildeo necessariamente que solteiros sejam mais jovens e viuacutevos sejam mais

velhos A condiccedilatildeo fiacutesica favoraacutevel dos jovens e a maior disponibilidade de tempo

podem amparar ainda melhor a justificativa Mensink Loose e Oomen (1997)

acrescentaram a estes quesitos o menor compromisso financeiro com terceiros

Aquino (1996) observou que as mulheres solteiras tecircm menos afazeres no lar e

menores responsabilidades com outros familiares dependentes Dias et al (2007)

apresentaram a AF como um meio de solteiros mais jovens se relacionarem com

outras pessoas fora do ambiente domiciliar

Finalmente embora mulheres casadas (ou vivendo em uniatildeo) e com

filhos apresentem maior percepccedilatildeo sobre a importacircncia da praacutetica de exerciacutecios para

a sauacutede Branigan e OrsquoBrien-Cousins (1995) apontam que esta percepccedilatildeo natildeo se

transforma necessariamente em accedilatildeo

102

5326 Conhecimento sobre local para atividade fiacutesica

O ambiente fiacutesico pode influenciar o comportamento individual para a

praacutetica da AF Algumas caracteriacutesticas ambientais podem ser tratadas como fatores

facilitadores da AF outros satildeo entendidos como obstaacuteculos (Roux et al 2008)

Este estudo mostrou que nas capitais cerca de 80 dos participantes de

ambos os sexos tinham conhecimento de locais apropriados para agrave AF proacuteximos agraves

suas residecircncias e que aproximadamente 90 destes locais eram de acesso puacuteblico

Tambeacutem se observou que a maioria dos participantes que desconhecia a existecircncia de

locais apropriados para a praacutetica de AF proacuteximos de suas moradias estava inativa

(62) enquanto que dos que afirmaram conhecer 48 estavam inativos

Deve-se ressaltar que as pessoas que praticam AF tendem a se lembrar

mais frequentemente dos locais apropriados do que os inativos pois estatildeo mais

preocupados e atentos para a praacutetica Existem diversos estudos que abordam as

influecircncias do ambiente fiacutesico na praacutetica de AF e mostram que mudanccedilas favoraacuteveis

nele favorecem o aumento da praacutetica de AF A primeira revisatildeo sistemaacutetica

conhecida que apresenta resultados das intervenccedilotildees destinadas a promover o

ambiente para melhorar a praacutetica de AF eacute a de Foster e Hillsdon (2004) Os autores

mencionaram em primeiro lugar as causas gerais que explicam o decliacutenio dramaacutetico

na AF na sociedade contemporacircnea a reduccedilatildeo de ocupaccedilotildees ativas a utilizaccedilatildeo de

veiacuteculos o decliacutenio do transporte ativo (especialmente em crianccedilas mulheres e

idosos) as alteraccedilotildees fiacutesicas nos espaccedilos puacuteblicos (escadas rolantes elevadores

portas automaacuteticas) a reduccedilatildeo do tempo destinado agrave praacutetica da educaccedilatildeo fiacutesica

escolar a violecircncia urbana a inseguranccedila das crianccedilas em praacuteticas esportivas e a

substituiccedilatildeo de recreaccedilatildeo fisicamente ativa por passatempos passivos

A falta de percepccedilatildeo da potencialidade de espaccedilos possiacuteveis para a

praacutetica de AF constitui um obstaacuteculo Esta abordagem realccedila a importacircncia da

contextualizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos dado que a relaccedilatildeo entre a AF e o espaccedilo

urbano natildeo se confina apenas aos locais especialmente destinados agrave praacutetica de AF

Seguindo a teoria da contextualizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos todo o espaccedilo urbano

deve ser avaliado de modo a propiciar a funcionalidade do territoacuterio tornando-o

multifuncional permitindo que a populaccedilatildeo possa se deslocar ativamente e com

103

seguranccedila de um local para outro a peacute ou de bicicleta e aumentando a acessibilidade

da populaccedilatildeo com pouca mobilidade Como exemplo desta funcionalidade territorial

o estudo de Cruciani et al (2002) demonstrou que o gasto energeacutetico com a

caminhada de ida e volta para os locais destinados agrave praacutetica de AF foi maior do que o

gasto energeacutetico durante as atividades naquele local principalmente entre mulheres

na faixa etaacuteria de 52 a 72 anos A utilizaccedilatildeo do ambiente fiacutesico eacute uma das estrateacutegias

para o aumento da praacutetica da AF na maior parte das diretrizes Citem-se USDHHS

(2008a) OMS (2010) CDC (2010) MS Ruacutessia (2012)

Sobre isto Pereira (1995) ao investigar uma amostra de portugueses

residentes na cidade do Porto (426 mulheres e 369 homens) notou a forte demanda

de um puacuteblico que residia num raio de aproximadamente 1 km de distacircncia dos

equipamentos e instalaccedilotildees Resultados semelhantes foram obtidos por Jago e

Baranowski (2006) ao avaliarem 210 participantes na cidade de Houston (EUA) na

qual os participantes mais ativos moravam num raio de aproximadamente 800 metros

de distacircncia das instalaccedilotildees para AF

Ao se ater aos resultados da maioria dos estudos percebe-se que o

ambiente fiacutesico pode ser um fator favoraacutevel ou contraacuterio agrave praacutetica de AF Neste

sentido intervenccedilotildees destinadas a promover um ambiente favoraacutevel se mostram

oportunas e tambeacutem eacute possiacutevel indicar algumas estrateacutegias facilitadoras

Adequar o ambiente fiacutesico nas proximidades de aacutereas residenciais para

a praacutetica de AF

Criar ambiente seguro para pedestres nas calccediladas e nas travessias de

ruas

Criar bicicletaacuterios em locais de acesso puacuteblico

Reduzir a velocidade do tracircnsito motorizado

Concentrar locais de acessos puacuteblicos para a praacutetica de AF longe de

locais de traacutefego intenso

Adotar estrateacutegias de policiamento preventivo nas aacutereas destinadas a

AF

Alongar o horaacuterio de funcionamento das instalaccedilotildees fiacutesicas

Criar ambientes esteticamente agradaacuteveis

104

Divulgar a existecircncia dos pontos apropriados para a praacutetica de AF

5327 Variaccedilotildees regionais

Neste estudo natildeo se detectou a existecircncia de gradiente de prevalecircncia de

AF entre as regiotildees localizadas no CentroSul e NorteNordeste A taxa meacutedia de

ativos nas regiotildees do CentroSul (365) foi muito proacutexima agrave da regiotildees do

NorteNordeste (36) No entanto as capitais das regiotildees Norte e Nordeste

apresentaram percentuais de ativos maiores que capitais da regiatildeo Sudeste A cidade

de Satildeo Paulo considerada a maior economia da federaccedilatildeo apresentou o menor

percentual de ativos (284) entre todas as capitais brasileiras Nesta situaccedilatildeo a

variaacutevel econocircmica foi superada por todas as outras O que natildeo ficou claro foi a

determinaccedilatildeo das variaacuteveis que interferiram nestes resultados Em todas as cidades

investigadas para ambos os sexos o deslocamento ativo para o trabalho elevou em

aproximadamente duas vezes a taxa de prevalecircncia para o grupo de ativos

Dentro do paiacutes estes dados soacute podem ser comparados com os outros

relatoacuterios publicados pelo sistema VIGITEL referentes aos anos seguintes a ele Nos

demais estudos encontrados a amostra se limitou a um estado ou a uma regiatildeo da

federaccedilatildeo Como os relatoacuterios do VIGITEL referentes ao monitoramento relativo aos

anos de 2007 e 2008 (MS 2008b MS 2009) natildeo apresentaram informaccedilotildees para o

deslocamento ativo as informaccedilotildees satildeo restritas agrave AF realizada no tempo de lazer e

natildeo mostram grandes alteraccedilotildees em relaccedilatildeo ao relatoacuterio de 2006 em que a cidade de

Satildeo Paulo permaneceu com o menor percentual (113 e 115 respectivamente)

Nos relatoacuterios dos anos de 2009 e 2010 (MS 2010 MS 2011) informaccedilotildees sobre o

deslocamento ativo adicionado ao tempo de lazer aparecem e modificam fortemente

algumas posiccedilotildees recuam o percentual de ativos da cidade de Curitiba de 367 (em

2006) para 27 (em 2010) posicionando-a como a capital com menor percentual de

ativos do paiacutes e elevam os percentuais da cidade de Satildeo Paulo em 14 posiccedilotildees com

o percentual de ativos subindo de 284 (em 2006) para 48 (em 2010)

Finalmente eacute importante destacar que cidades de pequeno e meacutedio porte

do interior podem apresentar comportamentos distintos dos constatados neste estudo

Baretta Baretta e Perez (2007) mostraram maior niacutevel de AF em cidades de pequeno

105

porte frente a cidades maiores Assim as estrateacutegias incentivadoras para a praacutetica de

AF poderiam ser pensadas considerando o porte populacional

5328 Consumo de tabaco

Este estudo encontrou relaccedilatildeo inversa entre o tabagismo e o niacutevel de AF

para ambos os sexos aproximadamente 75 dos tabagistas estavam

insuficientemente ativos e a maior parte dos tabagistas (61) era inativa

Os estudos existentes na literatura envolvendo tabagismo e AF (Poortinga

2007) apresentam resultados que corroboram este estudo mostrando diferenccedilas na

abstinecircncia do fumo entre grupos de indiviacuteduos fisicamente ativos e inativos Lolio et

al (1990) avaliaram 1199 participantes de 15 a 74 anos de idade e verificaram que o

tabagismo diminuiacutea com o aumento da escolaridade e com a maior participaccedilatildeo em

eventos ativos no tempo de lazer Malta (2008) examinou a prevalecircncia de tabagismo

no Brasil usando o relatoacuterio do sistema VIGITEL de 2008 e apontou que 161 dos

homens e 124 das mulheres eram tabagistas com predomiacutenio na faixa de menor

escolaridade exatamente o grupo de menor niacutevel de AF Jago et al (2006) com

dados obtidos ao longo de 5 anos (2003 a 2007) em uma amostra de estadunidenses

demonstraram que 231 da populaccedilatildeo eram fumantes de cigarros ou charutos

principalmente os participantes negros baixa renda baixa escolaridade inativos

fisicamente ou com AF reduzida Miranda et al (2009) avaliaram a prevalecircncia de

tabagismo em universitaacuterios brasileiros e apontaram que os acadecircmicos do curso de

Educaccedilatildeo Fiacutesica apareceram com a menor prevalecircncia de tabagismo (8)

A preocupaccedilatildeo com a cessaccedilatildeo do tabagismo reside no aumento do risco

de morbimortalidade por doenccedilas de causas arteriais (IAM AVC HAS) cacircnceres e

problemas respiratoacuterios (bronquite enfisema) Eacute importante destacar que uma das

consequecircncias negativas do tabagismo envolve o conflito com a capacidade de

esforccedilo O tabagismo eacute um fator limitante do desempenho fiacutesico e pode contribuir

para que pessoas inativas ou pouco ativas assim permaneccedilam A sensaccedilatildeo

desagradaacutevel provocada pela fadiga eacute antecipada pelo tabagismo (principalmente o

crocircnico) e constitui um dos fatores importantes que desmotiva a adesatildeo agrave praacutetica da

AF em ambos os sexos (Aoyagi et al 2010)

106

5329 Consumo de bebida alcooacutelica

Este estudo mostra que haacute relaccedilatildeo direta entre o niacutevel de AF e o consumo

diaacuterio de bebida alcooacutelica em ambos os sexos cerca de 27 dos homens e 12 das

mulheres muito ativos e insuficientemente ativos consumiram aacutelcool diariamente De

modo geral 55 dos ativos consumiram aacutelcool regularmente

Os estudos encontrados na literatura envolvendo o consumo de aacutelcool e a

praacutetica de AF indicam uma relaccedilatildeo positiva entre o niacutevel de AF e o consumo de

aacutelcool Poucas pesquisas investigaram os motivos para que os ativos sejam mais

bebedores que os inativos O estudo de Cavalcante (2010) avaliou o consumo de

drogas entre universitaacuterios ativos de um curso de Educaccedilatildeo Fiacutesica e observou o

consumo excessivo de aacutelcool em 42 nos acadecircmicos e 29 nas acadecircmicas O

Centro de Informaccedilotildees sobre Sauacutede e Aacutelcool (CISA 2008) divulgou resultado de

estudo envolvendo 26685 universitaacuterios provenientes de 40 universidades de todas

as regiotildees dos Estados Unidos e mostrou que quanto maior o niacutevel da praacutetica de AF

maior eacute a propensatildeo de beber abusivamente Gordia (2008) avaliou jovens de 14 a 20

anos de idade 77 eram muito ativos 21 eram ativos e 2 eram pouco ativos

Deles 13 eram abstecircmios 63 eram consumidores moderados e 246 eram

consumidores abusivos Kendzor et al (2008) avaliaram a influecircncia da AF entre 620

alcoolistas veteranos inscritos em programas de tratamento e acompanhamento do

alcoolismo A anaacutelise de regressatildeo natildeo revelou relaccedilatildeo significativa entre a praacutetica de

AF e o consumo de aacutelcool entre os 6 e os 12 meses de acompanhamento

Pode-se assim supor que pessoas com comportamentos saudaacuteveis de vida

como a praacutetica de AF sejam tambeacutem propensas a outros comportamentos saudaacuteveis

como o consumo reduzido de aacutelcool Especificamente neste estudo esta tendecircncia

parece natildeo se confirmar

O maior consumo de bebida alcooacutelica entre os fisicamente ativos pode ser

explicado em parte por questotildees comportamentais Pessoas ativas procuram a AF

devido ao seu comportamento ser mais ativo e este maior grau de atividade pode ser

uma das causas de maior atividade social em que em face das normas e condutas

aceitas frequentemente se apresentam bebidas alcooacutelicas para o consumo (Gordia

2008) Tambeacutem para alguns indiviacuteduos (principalmente os mais escolarizados) que

107

bebem muito realizar exerciacutecios fiacutesicos frequentes pode ser um modo para

compensar o consumo extra de energia proveniente da bebida ou para contrabalanccedilar

os efeitos negativos agrave sauacutede promovidos pelo consumo excessivo de aacutelcool

Embora a influecircncia do comportamento psicossocial pese para o consumo

de bebida alcooacutelica experimentos com cobaias tecircm mostrado resultados que podem

acrescentar outros fatores aleacutem dos comportamentos sociais para a relaccedilatildeo entre

consumo de bebida alcooacutelica e AF Em experimento controlado cobaias expostas agrave

AF foram mais atraiacutedas ao consumo de aacutelcool do que cobaias sedentaacuterias em mesmas

condiccedilotildees de habitat (Leasure e Nixon 2010) Especula-se que alteraccedilotildees nos

circuitos cerebrais supostamente desencadeados pela AF podem desempenhar um

papel estimulante para o consumo de aacutelcool poreacutem natildeo estaacute claro como o

mecanismo de recompensa interage e se manifesta

53210 Estado de sauacutede

Este estudo mostrou que no conjunto da populaccedilatildeo a percepccedilatildeo do estado

de sauacutede negativa foi maior entre os inativos Enquanto que para a percepccedilatildeo de

sauacutede conceituada como excelente havia 35 de inativos para a ruim o percentual

cresceu para 72 Por outro lado agrave medida que aumentava o rendimento fiacutesico

cresciam os percentuais para a percepccedilatildeo de sauacutede positiva A avaliaccedilatildeo negativa foi

mais frequente entre os mais velhos para ambos os sexos

Os estudos encontrados na literatura envolvendo a relaccedilatildeo do estado de

sauacutede com a praacutetica de AF estatildeo de acordo com este estudo Anaacutelise sistematizada

conduzida por Vancea et al (2011) em estudos publicados entre 2005 a 2009

encontrou em 14 dos 16 estudos analisados uma associaccedilatildeo direta entre a praacutetica de

AF e uma percepccedilatildeo positiva do estado de sauacutede Cardoso et al (2008) avaliaram

idosos com idade meacutedia de 70 anos participantes de um grupo de convivecircncia para

idosos sendo 89 deles muito ativos e apenas 11 pouco ativos Entre eles 40

consideraram a sauacutede moderada 48 boa e 12 ruim O grau de satisfaccedilatildeo com o

estado de sauacutede era maior para aqueles com rendimento fiacutesico mais elevado

Por tratar-se de estudo transversal natildeo se pode esquecer a possibilidade de

causalidade reversa nessa associaccedilatildeo ou seja aqueles que avaliam sua sauacutede como

108

boa podem tecircr maior disposiccedilatildeo para praacutetica de AF e natildeo o seu inverso a AF

aumenta a percepccedilatildeo da sauacutede como boa No entanto a plausibilidade da associaccedilatildeo

entre estes fatores vem sendo explicada por abordagens fisioloacutegicas e psicossociais

segundo as quais os diferentes tipos e doses de AF podem influenciar a percepccedilatildeo da

sauacutede Do ponto de vista fisioloacutegico acredita-se que esta associaccedilatildeo eacute decorrente da

accedilatildeo de neurotransmissores cerebrais Do ponto de vista psicossocial acredita-se que

a praacutetica de AF produza efeito positivo sobre a autoimagem e estes efeitos

combinados seriam capazes de gerar uma percepccedilatildeo de sauacutede mais positiva (Vancea

et al 2011)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro a autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede

apesar de ser uma avaliaccedilatildeo subjetiva eacute considerada um indicador vaacutelido e relevante

para a percepccedilatildeo do estado de sauacutede do indiviacuteduo e da populaccedilatildeo Este indicador tem

se revelado fortemente correlacionado com medidas objetivas de morbidade e de uso

de serviccedilos de sauacutede sendo um preditor de mortalidade independentemente de

outros fatores (MS 2011) Eacute importante destacar que a autopercepccedilatildeo do estado de

sauacutede pode variar de acordo com as experiecircncias sociais e culturais do indiviacuteduo

nem sempre contemplando a percepccedilatildeo dos muacuteltiplos aspectos que a conformam e

muitas vezes (quase sempre) a autoavaliaccedilatildeo focaliza o componente ldquodoenccedilardquo

(presenccedila ou natildeo) como o determinante do seu estado

Percebe-se que a autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede e a praacutetica de AF natildeo

satildeo variaacuteveis (necessariamente) diretamente proporcionais mas parece plausiacutevel que

a conquista de elementos que melhoram a autopercepccedilatildeo da sauacutede possibilita ao

indiviacuteduo ser mais ativo e vice-versa

533 Eixo III ndash Componentes da atividade fiacutesica

Esta seccedilatildeo aborda a estrutura da AF a duraccedilatildeo a frequecircncia semanal e a

intensidade do esforccedilo procurando conhecer como sua combinaccedilatildeo repercute no

niacutevel de AF

109

5331Duraccedilatildeo do esforccedilo

Os resultados aqui apresentados mostram que homens aleacutem de mais

ativos tambeacutem se exercitaram mais demoradamente (acima de 60 minutos) O maior

grau de aptidatildeo fiacutesica dos homens eacute constatado como destaque na maior parte dos

estudos que associam a capacidade de suportar esforccedilo entre os sexos Citam-se os

estudos conduzidos por Beacutelanger et al (2011) Entatildeo eacute possiacutevel admitir a existecircncia

de um processo de retroalimentaccedilatildeo positiva entre a praacutetica de AF aptidatildeo fiacutesica e

capacidade de resistir mais demoradamente ao esforccedilo

De modo geral os participantes se ocuparam com sessotildees de 30 minutos

ou mais de duraccedilatildeo Esta duraccedilatildeo foi relatada por 95 dos participantes que

alcanccedilaram a meta e 90 dos participantes que natildeo alcanccedilaram a meta Assim

observa-se que o tempo despendido para cada sessatildeo de AF entre as duas classes foi

semelhante (p=009) Para as atividades com duraccedilatildeo entre 30 e 60 minutos por

sessatildeo tambeacutem natildeo se observou diferenccedila significativa entre ativos suficientes e

insuficientes (p=008) Estes resultados mostram que a maioria dos participantes de

ambos os sexos atendeu satisfatoriamente ao quesito duraccedilatildeo do esforccedilo preconizado

pela maioria das diretrizes e se encontram de acordo com o que eacute recomendado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro

Aleacutem do maior percentual de homens para esforccedilos de duraccedilatildeo mais longa

o perfil se completou com solteiros jovens com idade entre 18 a 24 anos pardos e

morenos com baixa escolaridade (ateacute 8 anos) natildeo fumantes e com frequecircncia de 3 a

6 vezes por semana (plt0001) Somente 78 participantes (03) dos que natildeo

alcanccedilaram a meta relataram a praacutetica de AF com duraccedilatildeo inferior a 10 minutos Fica

demonstrado com isto que o tempo miacutenimo inferior a 10 minutos de duraccedilatildeo do

esforccedilo natildeo constitui um fator relevante para o natildeo alcance da meta

5332 Frequecircncia da atividade fiacutesica

Os participantes que alcanccedilaram a meta apresentaram maior frequecircncia

semanal Assim enquanto aproximadamente 95 dos participantes com AF

insuficiente referiram frequecircncia entre 1 e 2 vezes por semana cerca de 70 dos

110

participantes com AF suficiente a realizava em 3 ou mais vezes (plt0001) Apesar de

as mulheres terem sido menos ativas as que referiram a pratica de alguma AF se

mostraram mais assiacuteduas com maior frequecircncia semanal

Como os dois grupos (suficientes e insuficientes) relataram um

comportamento proacuteximo para a duraccedilatildeo do esforccedilo e oposto para a frequecircncia

semanal a frequecircncia semanal se mostra como um importante fator para o alcance da

meta miacutenima da AF

Em simulaccedilatildeo ao aumentar a frequecircncia semanal artificialmente para 3

sessotildees entre os 6233 participantes ativos insuficientes que referiram realizar sessotildees

entre 1 a 2 vezes por semana sem alterar qualquer outra informaccedilatildeo 5689

participantes obtiveram promoccedilatildeo em seu niacutevel de AF que resultou na passagem de

85 dos ativos insuficientes para suficientes Portanto o aumento da frequecircncia

semanal aumentou automaticamente o volume de esforccedilo semanal acumulado Um

participante que realiza duas sessotildees por semana com duraccedilatildeo de 50 minutos cada

ao final da semana cumpriu 100 minutos O acreacutescimo de uma sessatildeo aumentou o

volume para 150 minutos Embora as recomendaccedilotildees da OMS natildeo exijam

necessariamente frequecircncia distribuiacuteda ao longo da semana o aumento da frequecircncia

semanal contribuiu de modo importante para o volume final do esforccedilo

Em outra simulaccedilatildeo para os ativos insuficientes foi aumentada a duraccedilatildeo

do esforccedilo sem modificar a frequecircncia semanal e cada sessatildeo passou a ser natildeo

inferior a 60 minutos Entre os 6588 participantes pertencentes a esta classificaccedilatildeo

apenas 724 (11) obtiveram elevaccedilatildeo do niacutevel de AF Assim haacute de se ressaltar que

o aumento da duraccedilatildeo do esforccedilo de um uacutenico episoacutedio em face da distribuiccedilatildeo do

esforccedilo ao longo da semana para aumentar o niacutevel da AF aleacutem de ter se apresentado

menos eficiente tambeacutem pode aumentar o risco de lesotildees (Talbot et al 2007)

A determinaccedilatildeo ideal da frequecircncia semanal ainda natildeo eacute uma discussatildeo

encerrada pela maioria das diretrizes de AF O Comitecirc Consultivo do USDHHS em

2008 entendeu que as orientaccedilotildees do ACSM de 2007 satildeo muito especiacuteficas ao

definir a frequecircncia miacutenima de 5 dias por semana para atividades moderadas e 3 dias

para intensidades vigorosas Como resultado as atuais orientaccedilotildees da USDHHS

orientam que se possa acumular AF sem uma determinada frequecircncia semanal

111

A este respeito eacute limitado o nuacutemero de publicaccedilotildees em que avaliamos

benefiacutecios da AF para a sauacutede em resposta a diferentes frequecircncias por semana

Muitos estudos experimentais desde 1995 tecircm demonstrado efeitos beneacuteficos de

sessotildees de 120 a 150 minutos por semanade de atividade moderada ou vigorosa

geralmente realizadas de 3 a 5 vezespor semana indicando que a AF distribuiacuteda ao

longo da semana eacute eficaz e segura Estudos que avaliam benefiacutecios para a sauacutede com

programas de AF realizados em apenas 1 ou 2 sessotildees por semana com volume e

intensidade de esforccedilo satildeo ainda limitados

A diretriz oficial dos EUA de 2008 a OMS e o CDC sugerem que a

preocupaccedilatildeo com a frequecircncia semanal eacute menos importantedo que a quantidade ou a

intensidade do esforccedilo apesar dos dados disponiacuteveis serem insuficientes (USDHHS

2008a) A maioria das mudanccedilas morfofuncionais do organismo ocorre mediada

pelos processos de adaptaccedilatildeo funcional em resposta ao exerciacutecio fiacutesico e a sua

magnitude diminui ou se desfez agrave medida que aumenta o intervalo entre os estiacutemulos

(Aoyagi et al 2010) Outro aspecto crucial se refere ao fato de que natildeo considerar a

distribuiccedilatildeo sistematizada das atividades ao longo da semana poderia induzir as

pessoas a se esforccedilarem demais para alcanccedilar a meta em uma uacutenica sessatildeo o que

pode aumentar o risco de ocorrecircncia de eventos adversos agrave sauacutede (Talbot et al

2007)

5333 Intensidade do esforccedilo fiacutesico

Neste estudo a intensidade do esforccedilo foi determinada de forma indireta

sendo obtida pela observaccedilatildeo do tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e pela sua

conversatildeo em intensidade atraveacutes das indicaccedilotildees do Compecircndio de Atividade Fiacutesica

proposto por Ainsworth et al(2000)

As atividades vigorosas totalizando cerca de 40 da preferecircncia da

amostra atraiacuteram principalmente os jovens classificados como muito ativos fato que

se justifica considerando que de modo geral os jovens apresentam melhor aptidatildeo

fiacutesica do que os mais velhos As atividades moderadas (60) atraiacuteram mais as

mulheres e pessoas de mais idade

112

A caminhada foi responsaacutevel por manter ativos 43 da populaccedilatildeo

brasileira residente nas capitais da federaccedilatildeo conforme os resultados obtidos Essa

praacutetica como treinamento fiacutesico comeccedilou a ganhar forccedila no Brasil em meados da

deacutecada de 1970 com a difusatildeo do meacutetodo Cooper12

e tem se apresentado como a

escolha de preferecircncia para a praacutetica de AF em trecircs de cada quatro brasileiros que se

exercitam regularmente (MS 2010) Este resultado condiz com outro estudo que

apresenta a caminhada como a modalidade de maior adesatildeo entre os fisicamente

ativos (Bull 2010)

O futebol foi a atividade de maior preferecircncia entre os insuficientemente

ativos sendo o responsaacutevel por atrair aproximadamente 15 da amostra (N=3783)

principalmente entre os homens Portanto poliacuteticas de incentivo ao aumento de sua

frequecircncia semanal poderiam estimular os brasileiros a alcanccedilarem pelo menos os

niacuteveis miacutenimos de AF

Por fim o trabalho de musculaccedilatildeo se apresentou como a terceira

modalidade mais referida com 12 da preferecircncia Para algumas diretrizes como a

oficial dos EUA de 2008 independentemente da duraccedilatildeo do esforccedilo do metabolismo

envolvido e do gasto de energia dispendido para a sua realizaccedilatildeo os exerciacutecios de

musculaccedilatildeo natildeo deveriam compor a meta A diretriz da OMS de 2010 recomenda a

praacutetica da musculaccedilatildeo por pelo menos dois dias por semana mas omite se o esforccedilo

conta como AF miacutenima Neste estudo considerou-se que sim No entanto espera-se

que em 2015 data marcada para o reexame destas recomendaccedilotildees a OMS possa

deixar clara a sua posiccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave praacutetica de musculaccedilatildeo como parte integrante

da meta A princiacutepio natildeo parece coerente que um participante que consome 500 a

1000 MET minutos por semana ou mais realizando exerciacutecios de musculaccedilatildeo possa

ser classificado como inativo

12

Meacutetodo de treinamento estruturado no metabolismo aeroacutebio criado e desenvolvido

pelo meacutedico estadunidense Kennety Cooper

113

534 Eixo IV ndash Atividade Fiacutesica em portadores de Doenccedilas Crocircnicas natildeo

Transmissiacuteveis

Esta seccedilatildeo identifica o padratildeo de AF em portadores de diagnoacutestico preacutevio

de alguma DCNT para estabelecer se a praacutetica de AF estaacute de acordo com as

recomendaccedilotildees especiacuteficas para cada doenccedila

No inqueacuterito do VIGITEL de 2006 natildeo foi possiacutevel distinguir o grau ou

subtipo de cada doenccedila embora se admitam diferenccedilas cliacutenicas entre elas A

possibilidade de um mesmo participante ser portador de mais de um tipo de DCNT

tambeacutem foi considerada

Os portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT apresentaram estrutura de

AF proacutexima agravequela observada para o conjunto da populaccedilatildeo Assim a duraccedilatildeo a

intensidade do esforccedilo a preferecircncia pela modalidade e a frequecircncia semanal

guardam comportamentos semelhantes ou seja suficiecircncia de AF mais presente

entre participantes com maior assiduidade duraccedilatildeo do esforccedilo em meacutedia ge 30

minutos por sessatildeo e insuficiecircncia de AF para os menos assiacuteduos A caminhada e o

futebol tambeacutem foram as modalidades preferidas

5341 Hipertensatildeo arterial sistecircmica

Neste estudo a praacutetica regular de AF foi baixa nos portadores de

diagnoacutestico preacutevio de hipertensatildeo arterial sistecircmica (DPHAS) e o percentual

diminuiu com o aumento da idade A prevalecircncia desta doenccedila foi de 215 no

conjunto da populaccedilatildeo Deste total cerca de 59 se declararam inativos

Aproximadamente 70 dos participantes natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima de AF

Os resultados deste estudo foram consistentes com os dados do Ministeacuterio

da Sauacutede (MS) que estima a prevalecircncia entre 22 e 44 para adultos (32 em

meacutedia) chegando a mais de 50 para indiviacuteduos com 60 a 69 anos e 75 em

indiviacuteduos com mais de 70 anos (MS 2013) Ainda segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

parcela importante dos brasileiros desconhece o diagnoacutestico para este agravo Assim

eacute possiacutevel supor que a prevalecircncia de hipertensos na populaccedilatildeo seja ainda maior do

que a aqui encontrada

114

Este estudo confirmou maior predomiacutenio de hipertensatildeo entre as mulheres

com uma proporccedilatildeo de 2 mulheres para cada homem e com destaque para idade do

climateacuterio A maior procura de mulheres pelos serviccedilos de sauacutede pode explicar em

parte o maior conhecimento do diagnoacutestico

Dentre os estudos encontrados na literatura associando a praacutetica de AF e a

hipertensatildeo arterial Sofi et al (2008) apresentaram resultados com relaccedilatildeo inversa

entre o niacutevel de AF e a ocorrecircncia de hipertensatildeo arterial sistecircmica

O ACSM estabeleceu a associaccedilatildeo da ocorrecircncia de hipertensatildeo com a

inatividade fiacutesica de niacutevel lsquoCrsquo13

Deixou expliacutecito principalmente na atualizaccedilatildeo da

diretriz de 2007 que efeitos adicionais da AF para a prevenccedilatildeo da hipertensatildeo satildeo

obtidos com quantidades maiores de AF em relaccedilatildeo agravequelas recomendadas embora

natildeo explicitando claramente a magnitude da dose-resposta (ACSM 2007)

Outro estudo recente e abrangente eacute a metanaacutelise realizada por Kesaniemi

e colaboradores para subsidiar a atualizaccedilatildeo da diretriz oficial canadense O estudo

envolveu publicaccedilotildees abrangendo um universo de 112636 participantes divididos

em trecircs categorias inativo ativo insuficiente e ativo suficiente Os artigos elegiacuteveis

foram publicados ao longo de 24 anos entre 1983 e 2007 Chama a atenccedilatildeo o

consenso de efeitos positivos da AF sobre o risco de hipertensatildeo Em todos os

estudos ao comparar a quantidade de AF entre o grupo mais ativo com grupo menos

ativo a associaccedilatildeo encontrou risco relativo meacutedio de 068 (Kesaniemi et al2010)

Este estudo encontrou cerca de 70 dos portadores de DPHAS realizando

caminhada como praacutetica de AF Sobre isto haacute fortes evidecircncias de que a intensidade

do exerciacutecio aeroacutebio moderada eacute suficiente para reduzir a pressatildeo arterial no paciente

hipertenso Para o esforccedilo com intensidade maior (acima 85 VO2 max) admitem-se

efeitos deleteacuterios sobre a hipertensatildeo arterial sistecircmica embora os mecanismos

fisioloacutegicos ainda natildeo estejam totalmente esclarecidos (Warren et al 2010) Nas

recomendaccedilotildees recentes de AF para hipertensos ditadas pelo Coleacutegio Americano de

Cardiologia e pela Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia enfatiza-se que ser ativo

deve ser parte do protocolo da assistecircncia meacutedica ao hipertenso A AF regular com

13

Graduaccedilatildeo de evidecircncia divide-se em A B C e D Quanto maior o grau (ordem

alfabeacutetica decrescente) maior eacute a evidecircncia de associaccedilatildeo

115

intensidade de leve a moderada deve ser efetivada como parte do tratamento natildeo

medicamentoso quando haacute hipertensatildeo de leve a moderada e sem doenccedila cardiacuteaca de

base Nos casos de hipertensatildeo grave natildeo eacute indicado AF vigorosa mas estaacute liberada

a AF de intensidade leve Exerciacutecios isomeacutetricos que aumentam a carga ventricular

devem ser evitados Exerciacutecios dinacircmicos envolvendo grandes grupos musculares

devem ser os preferidos (ACC 2010 AHA 2010)

Em relaccedilatildeo agrave modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte preferido a maior

parte dos portadores de DPHAS estaacute de acordo com as recomendaccedilotildees especiacuteficas

principalmente entre as mulheres Assim as poliacuteticas de sauacutede para a hipertensatildeo

arterial devem dar maior incentivo agrave praacutetica de AF pois 70 dos hipertensos

moradores das grandes cidades brasileiras ainda satildeo insuficientemente ativos

5342 Dislipidemia

Neste estudo 17 dos participantes se declararam portadores de

diagnoacutestico preacutevio de dislipidemia (DPD) e entre eles 54 eram inativos Mulheres

aparecem colocadas numa situaccedilatildeo de desvantagem em relaccedilatildeo aos homens O

percentual de DPD cresceu linearmente com a idade e se estabilizou apoacutes os 55anos

Nesta idade aproximadamente 36 referiram DPD

Embora natildeo se constitua como doenccedila propriamente mas como fator de

risco para as DCNT a dislipidemia tem sido objeto de pesquisa na sua relaccedilatildeo com a

AF Os estudos encontrados na literatura relacionando a praacutetica de AF e a ocorrecircncia

de dislipidemia apresentaram efeito positivo da AF sobre os niacuteveis elevados de

lipiacutedios seacutericos enquanto a inatividade fiacutesica se apresentou deleteacuteria (Durstine et al

2001) Os mesmos autores tambeacutem mostraram que as medicaccedilotildees antidislipidecircmicas

podem ser potencializadas quando aliadas agrave AF embora declarem que os dados

disponiacuteveis a este respeito ainda satildeo insuficientes para declarar com precisatildeo a

magnitude desta associaccedilatildeo

Alteraccedilotildees significativas nos niacuteveis de lipiacutedios foram observadas apoacutes uma

uacutenica sessatildeo de esforccedilo verificando-se o aumento dos niacuteveis de colesterol HDL e

reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e do colesterol VLDL Estas alteraccedilotildees persistiram ateacute 24

horas apoacutes o esforccedilo e perderam o efeito na medida em que aumentou o intervalo

116

entre as sessotildees Os efeitos sobre o colesterol LDL foram menos intensos (Lee e

Paffenbarger 2001)

A plausibilidade bioloacutegica tem sido atribuiacuteda em parte agrave accedilatildeo da enzima

lipoproteiacutena lipase no muacutesculo esqueleacutetico que aumenta a degradaccedilatildeo das moleacuteculas

de gordura do sangue e eacute ativada pelo esforccedilo fiacutesico e pela diminuiccedilatildeo da secreccedilatildeo de

trigliceriacutedeos no fiacutegado Acredita-se que ambos os efeitos retornam aos niacuteveis de preacute-

exerciacutecio apoacutes o intervalo de 24 horas de repouso (Gill e Hardman 2003)

Neste estudo constatou-se que aproximadamente 90 dos portadores de

DPD que natildeo alcanccedilaram a meta recomendada de AF realizavam sessotildees entre 1 e 2

vezes por semana Neste aspecto a baixa frequecircncia semanal aleacutem de contribuir para

uma quantidade insuficiente de AF para a sauacutede geral tambeacutem estaacute em desacordo

com o estiacutemulo adequado para a reduccedilatildeo dos niacuteveis de lipiacutedios seacutericos

Os participantes mais jovens informaram menores taxas de aumento dos

lipiacutedeos seacutericos do que os mais velhos Segundo os dados do Ministeacuterio da Sauacutede

natildeo eacute comum os mais jovens se preocuparem com este problema embora sejam

tambeacutem acometidos por ele (MS 2010) A dislipidemia eacute fator de risco primaacuterio para

o IAM e o AVC e cerca de 20 de todos os oacutebitos por estas causas ocorrem em

pessoas entre 20 e 40 anos de idade

O maior percentual de DPD ocorreu entre as mulheres e nas com idade ge

45 anos foi seis vezes maior comparadas a grupos de mulheres com idade le 25

anos O aumento dos lipiacutedios seacutericos associado agrave diminuiccedilatildeo dos hormocircnios do

climateacuterio eacute fortemente apresentado pela literatura (Durstine et al 2001)

5343 Diabetes

Os resultados deste estudo trataram a diabetes de forma geneacuterica Embora

se reconheccedila distinccedilotildees entre os diferentes tipos de diabetes devido ao formato do

inqueacuterito do VIGITEL natildeo foi possiacutevel distinguir estes tipos diferentes No entanto

consideraremos que a nossa amostra se alinha com as estimativas mundiais que

apresentam o diabete do tipo 2 como constituindo de 80 a 90 dos casos (CDC

2010)

117

Os benefiacutecios da AF sobre a sensibilidade agrave insulina satildeo encontrados tanto

para atividades aeroacutebias quanto para atividades com exerciacutecio resistido

(musculaccedilatildeo) O mecanismo pelo qual essas modalidades de exerciacutecio melhoram a

sensibilidade agrave insulina parece ser diferente o que sugere que a combinaccedilatildeo das duas

modalidades seja a ideal (Persghin 1996) Para Eriksson et al (1997) o efeito do

exerciacutecio fiacutesico sobre a sensibilidade agrave insulina eacute maacuteximo de 12 a 48 horas apoacutes a

sessatildeo e volta progressivamente aos niacuteveis de preacute-atividade em aproximadamente

trecircs dias apoacutes a uacuteltima sessatildeo Isto reforccedila a necessidade da regularidade da AF Em

termos de ganho para a sauacutede os benefiacutecios parecem se destacar em indiviacuteduos

inativos que se tornam pelo menos moderadamente ativo Assim iniciar a praacutetica de

alguma AF parece ser para o portador de DPDM inativo um passo mais importante

do que atingir as metas recomendadas pelas diretrizes de AF (USDHHS 2008a)

Eacute importante destacar o consenso dos estudos que nortearam a atualizaccedilatildeo

da diretriz oficial do Canadaacute no ano de 2010 Uma metanaacutelise com estudos de coorte

acompanhados em meacutedia por 93 anos publicados ao longo de 16 anos e

envolvendo 624952 pessoas com 19325 casos de diabetes tipo 2 apresentou uma

relaccedilatildeo inversa entre a associaccedilatildeo do diabetes do tipo 2 e o niacutevel de AF A metanaacutelise

apresentou reduccedilatildeo meacutedia de risco de 42 para o grupo suficientemente ativo

quando comparado ao inativo e a maioria (84) destes estudos revelou reduccedilotildees

incrementais no risco de diabetes tipo 2 por meio de niacuteveis crescentes de AF

(Kesaniemi et al2010)

Cerca de 62 dos portadores de DPDM eram inativos e 70 deles

aproximadamente natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima de AF com destaque negativo

para as mulheres Entre os estudos encontrados na literatura envolvendo a praacutetica de

AF em portadores de diabetes Dipietro et al (2006) apresentam resultados que

confirmam a baixa procura de AF entre os diabeacuteticos

A praacutetica de caminhadas foi a principal modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou

esporte em aproximadamente 70 deste grupo A musculaccedilatildeo alcanccedilou somente

25 da preferecircncia

O Ministeacuterio da Sauacutede preconizou que para portadores de diabetes

mellitus o exerciacutecio deve ser iniciado de forma gradual e como exemplo cita as

118

caminhadas por 5 a 10 minutos em terreno plano aumentando-as semanalmente ateacute

alcanccedilar 30 a 60 minutos diaacuterios 5 a 7 dias por semana (MS 2006)

A caminhada foi o principal exerciacutecio fiacutesico praticado por

aproximadamente 70 deste grupo Este percentual foi superior quando comparado

ao percentual do puacuteblico em geral (423) A praacutetica da caminhada parece ser o tipo

de exerciacutecio fiacutesico que mais contribuiu para o alcance da meta recomendada no

entanto diabeacuteticos com perda significativa de sensibilidade nos peacutes por motivo de

seguranccedila devem ser desencorajados para a praacutetica desta modalidade ou de qualquer

outra que potencialize ferimentos nos peacutes Nesses casos outras opccedilotildees devem ser

consideradas

A diminuiccedilatildeo dos praticantes da caminhada e o aumento dos praticantes de

futebol satildeo caracteriacutesticas entre o grupo com AF insuficiente entatildeo o incentivo pelo

aumento da praacutetica de caminhadas eacute desejaacutevel para ambos os sexos e a reorganizaccedilatildeo

da praacutetica do futebol ndash com o aumento da frequecircncia semanal ndash pode elevar em

aproximadamente 22 do niacutevel de AF do puacuteblico masculino

A duraccedilatildeo de cada sessatildeo tende ser maior entre os suficientemente ativos

Somente 2 dos participantes com DPDM referiram AF com duraccedilatildeo menor que 30

minutos enquanto para os insuficientemente ativos foram 25 De modo geral 85

dos portadores de DPDM realizam sessotildees com 30 minutos ou mais de duraccedilatildeo e se

alinham agraves recomendaccedilotildees No entanto a frequecircncia semanal soacute se alinhou com as

recomendaccedilotildees para aqueles com AF suficiente sendo que a maioria (60)

realizaram AF 5 ou mais vezes por semana Para aqueles com AF insuficiente a

frequecircncia semanal estaacute em desacordo para 93 deste grupo Assim parece

promissor investimento no aumento da frequecircncia das atividades para o aumento da

suficiecircncia da AF em portadores de DPDM

Os descendentes asiaacutetico identificados no inqueacuterito segundo a cor de sua

pele (amarelos) apresentaram ao mesmo tempo melhores niacuteveis de AF e maiores

taxas de DPDM (11 - duas vezes maior do que os participantes de outras etnias)

Deve-se considerar a possibilidade deste grupo ter tido maior acesso aos serviccedilos de

sauacutede e aderido aagrave praacutetica de AF por recomendaccedilatildeo meacutedica

119

Eacute importante salientar que 465 dos brasileiros desconhecem o

diagnoacutestico preacutevio desta doenccedila A maior parte deles soacute perceberaacute a doenccedila nas fases

mais avanccediladas quando as consequecircncias passam a se manifestar de modo

perceptiacutevel (MS 2002) O conhecimento do diagnoacutestico preacutevio para a diabetes pode

reforccedilar a ideia de ser eou permanecer fisicamente mais ativos Isto pode criar uma

perspectiva interessante para a relaccedilatildeo entre a AF e o diagnoacutestico de um determinado

agravo crocircnico O conhecimento preacutevio do diagnoacutestico pode aumentar a adesatildeo agrave

praacutetica de AF pela busca da atenuaccedilatildeo do problema e isto pode reforccedilar a proteccedilatildeo

contra outras DCNT e suas respectivas complicaccedilotildees

Os maiores percentuais de diabetes foram encontrados em mulheres com

maior faixa etaacuteria e menor escolaridade grupo em que a taxa de AF tambeacutem eacute

menor Estrateacutegias para elevar o niacutevel de AF entre portadores de diabetes passam

pois pela priorizaccedilatildeo do grupo mais vulneraacutevel em face da inatividade fiacutesica

5344 Osteoporose

Os resultados deste estudo mostraram que 44 dos participantes tinham

diagnoacutestico preacutevio de osteoporose (DPO) com maior prevalecircncia na regiatildeo Sudeste

(46) e menor na regiatildeo Centro Oeste (36) (plt0001) Entre os portadores de

DPO houve maior incidecircncia entre as mulheres com destaque para a idade poacutes-

climateacuterio em que trecircs a cada dez mulheres declararam-se portadoras de DPO Em

ambos os sexos o diagnoacutestico foi mais comum com o aumento da idade

principalmente na faixa etaacuteria de acima de 65 anos A taxa de inatividade fiacutesica

(63) entre os portadores de DPO foi maior do que a meacutedia da populaccedilatildeo (52) e

perto de 75 ficaram aqueacutem do miacutenimo de AF recomendado pela OMS de 2010

Entre os estudos encontrados na literatura relacionando a praacutetica de AF

com a ocorrecircncia de osteoporose destaca-se a metanaacutelise realizada por Kujala et al

(2009) que reuniram estudos com seguimento meacutedio de 21 anos O trabalho revelou

que os participantes que praticaram AF vigorosa comparados com inativos ou

insuficientemente ativos apresentaram menor incidecircncia de fratura de quadril com

risco relativo (RR) = 038 (IC 95 = 016-091) Eacute importante destacar que a maioria

120

dos estudos tem associado a ocorrecircncia de fraturas oacutesseas como indicador de

osteoporose o que pode superestimar o efeito protetor da AF para o metabolismo

oacutesseo Sobre este ponto Vainionpaa (2006) afirma que alguns exerciacutecios fiacutesicos

podem diminuir a ocorrecircncia de fraturas natildeo pela melhora da sauacutede dos ossos em si

mas pela melhora do equiliacutebrio e pela diminuiccedilatildeo da quantidade e gravidade das

quedas principalmente entre os mais idosos Neste sentido o USDHHS em 2010

sugeriu medidas objetivas de acompanhamento da densidade oacutessea para que se tenha

a possibilidade de anaacutelise mais apurada do efeito da AF para a prevenccedilatildeo da

osteoporose

Neste estudo a praacutetica de caminhada foi a principal modalidade de

exerciacutecio fiacutesico ou esporte referida por 59 deste grupo A musculaccedilatildeo somou

somente 6 da preferecircncia Quando comparados aos portadores de outras patologias

crocircnicas eles apresentaram as menores taxas para caminhada corrida e musculaccedilatildeo

Outros 87 do grupo preferiram a hidroginaacutestica

A importacircncia da AF com exerciacutecios resistidos eacute destaque em vaacuterios

estudos mostrando que a densidade oacutessea aumenta entre 10 e 40 na coluna lombar

dos levantadores de peso Tenistas tecircm maior densidade oacutessea no braccedilo que segura a

raquete e nadadores e ciclistas que apresentam menor carga tecircm densidade oacutessea

similar aos controles (Raisz 2005 Martyn-St James e Carroll 2006)

Neste aspecto para a sauacutede oacutessea exerciacutecios de baixo impacto oacutesseo

como a hidroginaacutestica parecem natildeo ser a melhor escolha exceto para casos especiais

em que a descompressatildeo axial eacute necessaacuteria

A maior prevalecircncia de PDO entre as mulheres jaacute era aguardada Mulheres

perdem massa oacutessea de duas maneiras de forma raacutepida e de forma lenta A fase

raacutepida ocorre apoacutes a menopausa e tem duraccedilatildeo de 4 a 8 anos Durante esta fase

raacutepida as mulheres podem perder entre 20 e 30 das trabeacuteculas e 5 e 10 do osso

cortical Em seguida comeccedila uma fase lenta que corresponde a uma perda anual da

massa oacutessea de 1 a 2 Homens aparentemente sofrem apenas a perda lenta

(Kemmler et al 2004)

A perda oacutessea da camada cortical tambeacutem difere entre os sexos Os seus

mecanismos fisioloacutegicos natildeo estatildeo totalmente esclarecidos mas se sabe que homens

121

tecircm menor taxa de reabsorccedilatildeo e maior taxa de reposiccedilatildeo periosteal que as mulheres

Isto leva os homens a terem ossos maiores e com menor risco de sofrer de fraturas

(Shibata et al 2003)

Neste aspecto aleacutem de as mulheres perderem mais tecidos oacutesseos ao longo

da vida tambeacutem apresentam menores taxas de AF no tempo de lazer e no transporte

ativo Portanto o incentivo para a praacutetica de AF especialmente voltada para as

mulheres ganha dimensotildees maiores

Finalmente o tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e a duraccedilatildeo de cada

sessatildeo estavam de acordo com as recomendaccedilotildees de AF do Ministeacuterio da Sauacutede

brasileiro para a maioria dos portadores DPO cuja meta eacute alcanccedilar de 30 a 60

minutos diaacuterios de AF moderada na maior parte dos dias da semana (MS 2006) A

frequecircncia semanal estava de acordo com a quase totalidade (95) dos participantes

com DPO que alcanccedilaram a meta Poreacutem para mais da metade dos participantes que

natildeo alcanccedilaram a meta a frequecircncia semanal natildeo concordava com as recomendaccedilotildees

para a promoccedilatildeo da sauacutede oacutessea Aproximadamente 65 deles realizavam sessotildees

entre 1 e 2 vezes por semana e ficavam aqueacutem do que eacute recomendado

5345 Infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral

Neste estudo 66 dos participantes que referiram pelo menos um

episoacutedio de IAM eou AVC estavam inativos e somente 24 deles alcanccedilaram a

meta miacutenima de AF A maioria dos casos ocorreu entre os mais velhos com maior

frequecircncia entre as mulheres No conjunto aproximadamente 35 tinham idade

igual ou superior a 65 anos justamente na faixa etaacuteria onde se encontram os menores

niacuteveis de AF

Os estudos encontrados na literatura que verificou a praacutetica de AF com a

ocorrecircncia de IAM eou AVC apresentam resultados que corroboram esta pesquisa

(CSEP 2010) Os benefiacutecios da AF em viacutetimas de AVC independentemente do grau

de paralisia e de distuacuterbios sensoriais relacionam-se com a diminuiccedilatildeo das

limitaccedilotildees funcionais e com o incremento da sauacutede geral Uma maior capacidade de

exerciacutecio proporciona maior autonomia nas atividades diaacuterias com menor gasto de

122

energia (Adams et al 1994) aleacutem de proporcionarem a reduccedilatildeo do peso corporal e a

diminuiccedilatildeo de lipiacutedios seacutericos e de estresse dentre outros fatores

54 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste estudo verificou-se que a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF varia muito

entre as diretrizes que recomendam a AF o que eacute motivado principalmente pela natildeo

harmonia da quantidade ou da forma com que a organizaccedilatildeo da AF eacute recomendada

Aparentemente pequenas diferenccedilas tiveram impacto importante na classificaccedilatildeo do

rendimento Um aspecto que eacute complexo e desafiador se revela na possibilidade de

um mesmo indiviacuteduo ser classificado ao mesmo tempo como muito ativo diante

de uma recomendaccedilatildeo e como insuficientemente ativo diante de outra Para uma

boa parte da populaccedilatildeo a resposta para a pergunta estou fazendo atividade fiacutesica

suficiente para a minha sauacutede pode ser simultaneamente ldquosimrdquo e ldquonatildeordquo

dependendo do criteacuterio da recomendaccedilatildeo escolhida

Apesar do consenso cientiacutefico sobre os benefiacutecios da AF para as pessoas

lacunas importantes persistem no conhecimento dos efeitos de cada elemento da AF

frequecircncia duraccedilatildeo intensidade e modalidade Eacute crucial entender como a AF estaacute

inserida nos contextos socioculturais nos diferentes grupos eacutetnicos e nos diversos

segmentos populacionais como os portadores de deficiecircncia os diferentes estratos

socioeconocircmicos ou outros O significado da AF eacute diferente em cada contexto

cultural e social que estaacute sob investigaccedilatildeo Estudos dessa natureza poderatildeo subsidiar

poliacuteticas de promoccedilatildeo agrave sauacutede mais consistentes e com maior potencial de sucesso Eacute

necessaacuterio ainda aprofundar a cooperaccedilatildeo internacional para a elaboraccedilatildeo de

diretrizes e recomendaccedilotildees miacutenimas e no preenchimento das lacunas existentes

A elaboraccedilatildeo e a implantaccedilatildeo de poliacuteticas de promoccedilatildeo da sauacutede e de

prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos devem levar em conta que a insuficiecircncia de AF

recaiu crucialmente entre as pessoas brancas morenas ou pardas do sexo feminino

de baixa escolaridade de maior idade que desconheciam a existecircncia de local

apropriado para a AF proacuteximo a sua residecircncia e principalmente pelos residentes na

regiatildeo Sudeste em especial na cidade de Satildeo Paulo

123

Pessoas fisicamente ativas fizeram menor uso de tabaco Embora natildeo seja

possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causalidade neste estudo eacute plausiacutevel afirmar que as

accedilotildees de combate ao tabagismo e de estiacutemulo agrave AF ganham abrangecircncia quando

planejadas de forma integrada

O deslocamento ativo para o trabalho ou para a escola a peacute ou de bicicleta

dobrou o percentual do grupo que alcanccedilou a meta recomendada pela OMS

Estimular o deslocamento ativo para ampliar a AF da populaccedilatildeo insuficientemente

ativa parece ser uma boa estrateacutegia de poliacutetica puacuteblica jaacute que parece existir uma

predisposiccedilatildeo para este domiacutenio

A adequaccedilatildeo dos espaccedilos fiacutesicos puacuteblicos a seguranccedila e a infraestrutura

previstas nos programas de incentivo agrave AF devem considerar que as modalidades de

exerciacutecio mais populares nas capitais brasileiras satildeo a caminhada e o futebol

Dentre as pessoas insuficientemente ativas a duraccedilatildeo do esforccedilo em cada

sessatildeo foi adequada na maioria dos relatos O que tornou a AF insuficiente foi a

baixa frequecircncia Pensar estrateacutegias que aumentem a frequecircncia semanal para 2 ou 3

dias por semana pode elevar o niacutevel de AF para 90 dos insuficientemente ativos

A situaccedilatildeo mais desvantajosa percebida entre os participantes deste estudo

foi a completa ausecircncia de AF Eacute importante ter em mente na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas

de sauacutede que os benefiacutecios da AF natildeo ocorrem apenas quando as diretrizes satildeo

rigorosamente cumpridas Os inativos sempre satildeo beneficiados com a introduccedilatildeo de

alguma quantidade de AF e portanto mesmo que a recomendaccedilatildeo miacutenima natildeo possa

ser alcanccedilada deve-se estimular a quantidade de AF que for possiacutevel

Por fim cabe salientar que os serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria num sistema

puacuteblico e universal satildeo os locais mais oportunos para recomendar e orientar a praacutetica

de AF dada a sua proximidade e a sua penetraccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo em geral e

especialmente junto aos portadores de DCNT

124

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Page 4: Atividade física de adultos nas capitais brasileiras e no Distrito ...€¦ · 7.Condicionamento físico humano 8.Atividade motora USP/FM/DBD-225/14 . DEDICATÓRIA Dedico este Trabalho

AGRADECIMENTOS

Incansavelmente reforccedilo minha gratidatildeo agrave Profa Dra Olinda do Carmo Luiz pela

orientaccedilatildeo deste trabalho cuja beleza dos gestos amigaacuteveis representou o ldquosimrdquo para

este Jogo que insiste dizer ldquonatildeordquo

Minha gratidatildeo agrave Dra Renata Bertazzi Levy pela coorientaccedilatildeo deste trabalho

Aos professores e funcionaacuterios do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo do Departamento de

Medicina Preventiva da USP pela partilha das informaccedilotildees em especial agrave Lilian

Santos de Godoy Prado pela amizade e a Miriam Regina de Souza pela

normatizaccedilatildeo do texto

Ao professor Dr Joatildeo Carlos Catellan pelo retoque do texto e adequaccedilatildeo linguiacutestica

Agrave Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute em especial ao campus de Marechal

Cacircndido Rondon pela liberaccedilatildeo de minhas atividades acadecircmicas

E a vocecirc meu amado Golden Retriver por todos nossos momentos Eu sinto tanto a

sua falta

Este trabalho recebeu

Bolsa do Programa de Demanda Social da

Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES) do

Ministeacuterio de Educaccedilatildeo

Houzzeacute Houzzeacute Houzzeacute

LISTA DE DEFINICcedilAtildeO DE TERMOS

Angina pectoris dor toraacutecica ocasionada por isquemia transitoacuteria do miocaacuterdio

Aptidatildeo fiacutesica capacidade de suportar de esforccedilo fiacutesico

Aterosclerose acuacutemulo de material gorduroso nas paredes das arteacuterias

Atividade moderada atividade fiacutesica com gasto de energia gt 6 MET

Atividade vigorosa atividade fiacutesia com gasto de energia entre 3 a 6 MET

Cinesioterapia terapia fiacutesica realizada mediante a utilizaccedilatildeo de movimentos

corporais

Diabete tipo 2 diabetes mellitus natildeo insulino dependente ou diabetes tardia ndash

distuacuterbio metaboacutelico caracterizado pelo elevado niacutevel de glicose no

sangue pela insuficiecircncia relativa de insulina

Dieta hipocaloacuterica regime alimentar para emagrecimento

Dislipidemia alteraccedilotildees metaboacutelicas lipiacutedicas decorrentes de distuacuterbios em

qualquer fase do metabolismo lipiacutedico que ocasionem

repercussotildees nos niacuteveis seacutericos de lipoproteiacutenas (LP)

Ergoespirometria teste que possibilita determinar variaacuteveis respiratoacuterias metaboacutelicas

e cardiovasculares pela medida das trocas gasosas pulmonares

durante o exerciacutecio

Esforccedilo aeroacutebio esforccedilo sustentado pela oxidaccedilatildeo (intramitocondral) dos

combustiacuteveis geralmente de baixa intensidade e longa duraccedilatildeo e

sem produccedilatildeo de aacutecido laacutetico muscular

Esforccedilo anaeroacutebio esforccedilo sustentado pela produccedilatildeo de energia por via natildeo oxidativa

(extramitocondral) geralmente de alta intensidade e curta duraccedilatildeo

com a produccedilatildeo de aacutecido laacutetico (quando por via laacutetica)

Frequecircncia semanal quantidade de vezes por semana que a atividade fiacutesica eacute realizada

Hipertensatildeo arterial pressatildeo igual ou maior que 90140 mmHg exercida

sistecircmica sistematicamente nas paredes das arterial

Insulinopecircnico p com capacidade secretoacuteria residual de insulina inadequada para

suplantar a necessidade metaboacutelica

Intensidade reflete a grandeza do esforccedilo (moderado ou vigoroso)

Lipoproteiacutenas composto orgacircnico constituiacutedo por uma proteiacutena cuja moleacutecula estaacute

associada a lipiacutedeos

MET medida energeacutetica que equivale ao consumo de 35 ml O2kgmin

em repouso

Osteoporose doenccedila que reduz a densidade e a massa dos ossos provocando

aumento da fragilidade oacutessea e maior risco de fraturas

Pedometria contagem dos passos indica a distacircncia percorrida

Quilocaloria (kcal) quantidade de energia necessaacuteria para elevar 1 grau Celsius a

temperatura de 1 litro de aacutegua

Supercompensaccedilatildeo fase da teoria do princiacutepio da sobrecarga que ocorre durante o

periacuteodo de recuperaccedilatildeo ideal do esforccedilo fiacutesico na qual a desgaste

orgacircnico eacute recomposto com um ganho adicional

Volume quantidade de AF resultante do produto da frequecircncia semanal pela

duraccedilatildeo do esforccedilo

LISTA DE ABREVIATURAS

ACSM Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva

AF atividade fiacutesica

AHA Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia

APS Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede

AVD Atividade de vida diaacuteria

BHF Fundaccedilatildeo Inglesa do Coraccedilatildeo

CDC Centro de Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas

DCNT doenccedila crocircnica natildeo transmissiacutevel

DP desvio padratildeo

EU Uniatildeo Europeia

FC frequecircncia cardiacuteaca

HAS hipertensatildeo arterial sistecircmica

HDL proteiacutenas de alta densidade

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IF inatividade fiacutesica

kcal quilocaloria

LDL proteiacutenas de baixa densidade

MET equivalente metaboacutelico

NAF niacutevel de atividade fiacutesica

NUPENS Nuacutecleo de Pesquisas Epidemioloacutegicas em Nutriccedilatildeo e Sauacutede

OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PAS pressatildeo arterial sistecircmica

PS Promoccedilatildeo da Sauacutede

RR risco relativo

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

USDHHS Departamento de Sauacutede e Serviccedilos Sociais dos Estados Unidos

USP Universidade de Satildeo Paulo

VIGITEL Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito

Telefocircnico

VS Vigilacircncia em Sauacutede

WHA Assembleia Mundial da Sauacutede

WHO Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

LISTA DE QUADROS E FIGURAS

Quadro 1 Principais benefiacutecios atribuiacutedos agrave atividade fiacutesica 4

Quadro 2 Classificaccedilatildeo do niacutevel de atividade fiacutesica 47

Figura 1 O continuum da atividade fiacutesica 9

Figura 2 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade do esforccedilo e

benefiacutecios para a sauacutede 12

Figura 3 Resposta linear inversa ao volume de AF e benefiacutecios para a sauacutede 12

Figura 4 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade crescente de

esforccedilo e benefiacutecios para a sauacutede 13

Figura 5 Princiacutepio da sobrecarga 22

Figura 6 Classificaccedilatildeo regional do niacutevel de AF por diferentes

recomendaccedilotildees 62

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Nuacutemero de linhas telefocircnicas sorteadas linhas telefocircnicas elegiacuteveis e

entrevistas realizadas nas capitais dos estados brasileiros e no Distrito

Federal VIGITEL 2006 (MS 2007) 39

Tabela 2 Gasto energeacutetico para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

expresso em METmin obtido pelo produto da duraccedilatildeo do esforccedilo (em

minutos) com a meacutedia do gasto energeacutetico para cada modalidade

segundo o Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por Ainsworth

et al em 2000 44

Tabela 3 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta e porcentagem segundo o niacutevel de

AF e diferentes diretrizes de AF nas capitais brasileiras e Distrito

Federal ndash 2006 50

Tabela 4 Teste de Concordacircncia de Kappa para o cruzamento do niacutevel de AF

mediante diferentes diretrizes para a populaccedilatildeo adulta com idade ge 18

anos nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 51

Tabela 5 Frequecircncia da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos segundo o

niacutevel de AF coincidente para as recomendaccedilotildees do UE IOM ACSM

OMS IPAQ nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 52

Tabela 6 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

a diretriz da UE1 por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 53

Tabela 7 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

diretriz do IOM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 55

Tabela 8 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

diretriz do ACSM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 57

Tabela 9 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo a

diretriz da OMS por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 59

Tabela 10 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo a

diretriz do IPAQ por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 61

Tabela 11 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo variaacuteveis sociodemograacuteficas

nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 64

Tabela 12 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo caracteriacutesticas de

comportamento individual nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 66

Tabela 13 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos com histoacuterico de

diagnoacutestico meacutedico de DCNT por sexo segundo o niacutevel de AF

determinado pela OMS nas capitais dos estados brasileiros e Distrito

Federal 2006 67

Tabela 14 Percentual da populaccedilatildeo adulta distribuiacuteda segundo modalidade de

exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados

brasileiros e Distrito Federal 2006 69

Tabela 15 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de hipertensatildeo

arterial sistecircmica segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e

niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito

Federal 2006 71

Tabela 16 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de diabetes

segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas

capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 73

Tabela 17 Percentual da populaccedilatildeo adulta com IAM eou AVC segundo modalidade

de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados

brasileiros e Distrito Federal 2006 75

Tabela 18 Percentual da populaccedilatildeo adulta com dislipidemia segundo modalidade

de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados

brasileiros e Distrito Federal 2006 77

Tabela 19 Percentual da populaccedilatildeo adulta com osteoporose segundo modalidade

de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados

brasileiros e Distrito Federal 2006 79

Tabela 20 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo periodicidade e niacutevel de AF

nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 81

Tabela 21 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos)

e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito

Federal 2006 84

Tabela 22 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta insuficientemente ativa antes e apoacutes

a simulaccedilatildeo de aumento da frequecircncia semanal e da duraccedilatildeo do esforccedilo

nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 86

Tabela 23 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos e diagnoacutestico

meacutedico referido para DCNT por sexo para a periodicidade e duraccedilatildeo

da AF segundo a recomendaccedilatildeo de AF determinada pela OMS nas

capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 88

SUMAacuteRIO

LISTA DE DEFINICcedilAtildeO DE TERMOS

LISTA DE ABREVIATURAS

LISTA DE QUADROS E FIGURAS

LISTA DE TABELAS

RESUMO

ABSTRACT

APRESENTACcedilAtildeO

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

11 EFEITOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA NA SAUacuteDE 2

111 Doenccedila cardiovascular 5

112 Doenccedila cerebrovascular 5

113 Dislipidemia 6

114 Hipertensatildeo arterial sistecircmica 6

115 Diabetes tipo 2 7

116 Osteoporose 7

12 DEFINICcedilAtildeO E CARACTERIacuteSTICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 8

13 RELACcedilAtildeO DOSE-RESPOSTA 11

14 EFEITOS ADVERSOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 14

15 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 15

16 DIRETRIZES E RECOMENDACcedilOtildeES DE ATIVIDADE FIacuteSICA 16

161 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Coleacutegio Americano de Medicina

Esportiva 17

162 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Comitecirc Executivo responsaacutevel

pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica ndash IPAQ 18

163 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Instituto de Medicina dos Estados

Unidos 19

164 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Uniatildeo Europeia 19

165 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 20

17 CONTROVEacuteRSIAS E CONSENSOS NAS RECOMENDACcedilOtildeES DE

ATIVIDADE FIacuteSICA 21

171 Frequencia semanal 21

172 Intensidade do esforccedilo 23

173 Duraccedilatildeo do esforccedilo 24

174 Dose de atividade fiacutesica 24

175 Minorias populacionais 27

176 Recomendaccedilotildees crianccedilas e jovens 28

177 Exerciacutecios especiacuteficos 29

1771 Musculaccedilatildeo 29

1772 Flexionamento 30

1773 Aquecimento e desaquecimento 30

178 Eventos adversos nas recomendaccedilotildees 31

179 Concordacircncias nas diretrizes 31

1710 Adesatildeo agrave atividade fiacutesica 32

18 PROMOCcedilAtildeO DA ATIVIDADE FIacuteSICA 33

19 SISTEMA VIGITEL 35

2 OBJETIVOS 37

3 METODOLOGIA 38

31 TIPO DE ESTUDO 38

32 AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS 38

33 DESCRICcedilAtildeO DE VARIAacuteVEIS 42

331 Domiacutenios da atividade fiacutesica 42

332 Modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte 42

333 Deslocamento ativo 42

334 Duraccedilatildeo e frequecircncia da atividade fiacutesica 43

335 Intensidade do esforccedilo 43

336 Variaacuteveis sociodemograacuteficas 45

337 Variaacuteveis de comportamento individual 45

338 Diagnoacutestico de DCNT 46

339 Determinaccedilatildeo do niacutevel da atividade fiacutesica 46

3310 Comparaccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees 46

34 ANAacuteLISE DOS DADOS 47

35 QUESTOtildeES EacuteTICAS 48

4 RESULTADOS 49

41 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA AMOSTRA 49

42 CLASSIFICACcedilAtildeO DO NIacuteVEL DE ATIVIDADE FIacuteSICA 49

421 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Uniatildeo Europeia 52

422 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Instituto de Medicina dos Estados

Unidos 54

423 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Coleacutegio Americano de Medicina

Esportiva 56

424 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 58

425 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo

Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica 60

43 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO VARIAacuteVEIS SOCIODEMOGRAacuteFICAS 62

44 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO O COMPORTAMENTO INDIVIDUAL 65

45 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO DIAGNOacuteSTICO DE DOENCcedilAS CROcircNICAS

NAtildeO TRANSMISSIacuteVEIS 66

46 MODALIDADES PREFERIDAS PARA A PRAacuteTICA DE ATIVIDADE

FIacuteSICA 68

47 PERIODICIDADE SEMANAL DA ATIVIDADE FIacuteSICA 80

48 DURACcedilAtildeO DA SESSAtildeO DE ATIVIDADE FIacuteSICA 83

5 DISCUSSAtildeO 89

51 SIacuteNTESE DOS RESULTADOS 89

52 LIMITACcedilAtildeO DO ESTUDO 90

53 INTERPRETACcedilAtildeO DOS RESULTADOS 92

531 Eixo I ndash Diferentes formas de recomendar atividade fiacutesica 92

532 Eixo II ndash Variaacuteveis sociodemograacuteficas e comportamentais na praacutetica da

atividade fiacutesica 94

5321 Sexo 94

5322 - Idade 95

5323 Escolaridade 97

5324 Etniacor 99

5325 Estado conjugal 101

5326 Conhecimento sobre local para atividade fiacutesica 102

5327 Variaccedilotildees regionais 104

5328 Consumo de tabaco 105

5329 Consumo de bebida alcooacutelica 106

53210 Estado de sauacutede 107

533 Eixo III ndash Componentes da atividade fiacutesica 108

5331Duraccedilatildeo do esforccedilo 109

5332 Frequecircncia da atividade fiacutesica 109

5333 Intensidade do esforccedilo fiacutesico 111

534 Eixo IV ndash Atividade Fiacutesica em portadores de Doenccedilas Crocircnicas natildeo

Transmissiacuteveis 113

5341 Hipertensatildeo arterial sistecircmica 113

5342 Dislipidemia 115

5343 Diabetes 116

5344 Osteoporose 119

5345 Infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral 121

54 Consideraccedilotildees finais 122

6 BIBLIOGRAFIA 124

RESUMO

Lima DF Atividade fiacutesica de adultos nas capitais brasileiras e no Distrito Federal

um estudo transversal [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Universidade de

Satildeo Paulo 2014

INTRODUCcedilAtildeO Existem duacutevidas em relaccedilatildeo agrave atividade fiacutesica (AF) de adultos

residentes nas capitais brasileiras e no Distrito Federal no que tange agrave organizaccedilatildeo e

agrave execuccedilatildeo desta praacutetica Neste estudo avaliamos a prevalecircncia de AF segundo cada

uma das principais diretrizes internacionais que recomendam a AF para a promoccedilatildeo

da sauacutede e exploramos as divergecircncias e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF

Avaliamos tambeacutem a associaccedilatildeo entre caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e

comportamentais com a praacutetica da AF como os principais componentes da AF se

relacionam na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual e descrevemos o padratildeo nos

portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) METODOLOGIA Os

participantes foram selecionados a partir de dados preacutevios do Sistema de Vigilacircncia

de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico para

as estimativas sobre frequecircncia e distribuiccedilatildeo sociodemograacutefica de fatores de risco e

proteccedilatildeo para doenccedilas crocircnicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito

Federal em 2006 RESULTADOS Foram elegiacuteveis 54369 participantes sendo

515 classificados como inativos Houve divergecircncias importantes na graduaccedilatildeo da

AF pelas principais diretrizes entre os ativos (Kappa = 04) A frequecircncia das sessotildees

de AF foi o aspecto que mais contribuiu para a determinaccedilatildeo do grau de AF

Recomendaccedilatildeo que orienta a frequecircncia diaacuteria resultou em uma prevalecircncia menor

de AF suficiente As que orientam volume semanal sem determinar frequecircncia

miacutenima tiveram as maiores prevalecircncias de AF suficiente Como decorrecircncia dessa

divergecircncia a prevalecircncia de AF suficiente nas cidades abordadas variou

distinguindo diferentes rankings conforme a recomendaccedilatildeo adotada Cerca de 90

da populaccedilatildeo ativa realizava sessotildees com duraccedilatildeo entre 30 a 60 minutos e natildeo houve

diferenccedila significante entre o grupo que alcanccedilou e o que natildeo alcanccedilou a meta da

recomendaccedilatildeo A quase totalidade (90) dos participantes que alcanccedilou a meta se

exercitava trecircs ou mais vezes na semana e 80 dos que natildeo alcanccedilaram a meta se

exercitavam entre 1 a 2 vezes na semana A caminhada o futebol e a musculaccedilatildeo

foram as modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte mais frequentes Encontramos

maior prevalecircncia de AF em homens Negros e amarelos foram fisicamente mais

ativos e a AF diminuiu com a idade com menor escolaridade e com viuvez

Aproximadamente 65 da populaccedilatildeo consideraram a sua sauacutede boa ou excelente e

entre os que a consideraram ruim a maioria estava inativa O deslocamento ativo e a

dieta hipocaloacuterica satildeo caracteriacutesticas predominantes dos participantes ativos O

tabagismo foi mais frequente entre os inativos e o maior consumo de bebidas

alcooacutelicas ocorreu entre os ativos As pessoas fisicamente ativas mais

frequentemente conheciam instalaccedilotildees proacuteprias para a praacutetica de AF nas

proximidades de suas moradias A inatividade fiacutesica (62) foi uma caracteriacutestica

destacada entre os participantes portadores de DCNT No conjunto 70 dos

portadores de alguma DCNT natildeo alcanccedilaram a recomendaccedilatildeo miacutenima de AF

CONCLUSOtildeES O niacutevel de AF variou muito entre as diretrizes que recomendam a

AF Para uma boa parte desta populaccedilatildeo a resposta para a pergunta estou fazendo

AF suficiente para a minha sauacutede Pode ser simultaneamente ldquosimrdquo e ldquonatildeordquo

dependendo do criteacuterio da recomendaccedilatildeo escolhida Dentre os insuficientemente

ativos a duraccedilatildeo do esforccedilo em cada sessatildeo foi adequada na maioria dos relatos o

que tornou a AF insuficiente foi a baixa frequecircncia Pensar estrateacutegias que aumentem

a frequecircncia semanal para 2 a 3 dias pode elevar o niacutevel de AF para 90 dos

insuficientemente ativos

Descritores estilo de vida sedentaacuterio doenccedila crocircnica vigilacircncia em sauacutede puacuteblica

promoccedilatildeo da sauacutede inqueacuteritos epidemioloacutegicos exerciacutecio condicionamento fiacutesico

humano atividade motora

ABSTRACT

Lima DF Physical activity in adults in the brazilian capitals and in the Federal

District a cross-sectional study [these] Satildeo Paulo Faculdade de Medicina

Universidade de Satildeo Paulo 2014

INTRODUCTION In regards to the organization and implementation of physical

activity (PA) there are many doubts related to the PA in adults residing in the

capitals of the federation and in the Federal District This study evaluated the

prevalence of PA according to each of the main international guidelines that

recommends the practice of PA for good health explores its divergences and also

the concordances of the PA level classification We also evaluated the association

between the sociodemographic and behavioral characteristics to the practice of PA

More specifically we focused on how the main components of the PA relates to

themselves to determine the level of individual PA and which patterns are present in

patients with chronic non-communicable diseases (CNCD) METHODOLOGY

Participants were selected from previous data that the System of Risk Factors

Surveillance and Chronic Diseases Protection Telephone Survey which was used for

the estimation of frequency and sociodemographic distribution of risk and protective

factors for chronic diseases in the 26 Brazilian state capitals and in the Federal

District in 2006 RESULTS There were 54369 eligible participants of which 515

classified as inactive There were important divergences in the PA graduation by the

main guidelines among the active participants (Kappa = 04) The PA session

frequency was the main reason that most contributed to the determination of the PA

degree The recommendation which guides the daily frequency resulted in the

lowest prevalence of enough PA The recommendations that guide weekly volume

without determining minimum frequency had the highest prevalence of enough PA

As a result of this divergence the prevalence of enough PA in the addressed cities

ranged in different distinguishing rankings according to the adopted

recommendation About 90 of the active population performed sessions which

lasted between 30 to 60 minutes From this data it was evident that there was no

significant difference between the group which achieved the recommended PA and

the the group which did not achieve the goal of the recommended PA level Almost

all of the participants (90) who achieved the goal of recommended PA levels

exercised three or more times a week and 80 of those who did not reach the goal

exercised between 1 to 2 times a week Trekking soccer and weightlifting were the

most frequent physical exercise modalities or sports performed We found a higher

prevalence of PA in men than in women Furthermore the study showed that Blacks

and Yellows were more physically active The amount PA level decreased with age

decreased amongst those with less education and amongst those who were widowed

Approximately 65 of the population considered their health good or excellent and

among those who considered it bad the majority were inactive Active commuting

and hypocaloric diets are predominant characteristics of the active participants

Smoking was more common among the inactive participants but higher alcohol

consumption occurred among those that were active Physically active people

frequently knew more suitable facilities for the PA practice near their homes

Physical inactivity (62) was a prominent characteristic among the participants

suffering from CNCD Overall 70 of the participants suffering from any CNCD

did not attain the minimum recommendations of PA CONCLUSIONS The PA

levels varied widely among the guidelines that recommend PA For a large portion of

the population the answer to the question of whether one is doing enough PA for

ones health can simultaneously be yes and no depending on the criterion of the

chosen recommendation Among the insufficiently active population the exercise

duration in each session was adequate enough in most reports but what made the PA

insufficient was the low frequency Thinking about strategies to increase the weekly

frequency for 2 to 3 days can raise the level of PA for 90 of the insufficiently

active population

Descriptors sedentary lifestyle chronic disease public health surveillance health

promotion health surveys exercise physical conditioning human motor activity

APRESENTACcedilAtildeO

A definiccedilatildeo do termo sauacutede mudou consideravelmente no decorrer da

histoacuteria Hoje seu entendimento eacute mais do que somente ausecircncia de doenccedila A

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede propocircs a partir de 1946 uma definiccedilatildeo abrangente

de sauacutede onde sauacutede eacute vista como um recurso para a vida e natildeo como uma finalidade

da vida (WHO 2010) Em outras palavras a promoccedilatildeo da sauacutede eacute o processo que daacute ao

sujeito maneiras de garantir maior controle sobre sua proacutepria sauacutede Assim este processo

procura propor mudanccedilas para estilos de vida na promoccedilatildeo do bem-estar Eacute nesta forma

de compreensatildeo que a promoccedilatildeo dos niacuteveis de atividade fiacutesica (AF) e a diminuiccedilatildeo das

taxas de inatividade fiacutesica assumem um relevante papel para que tal processo possa ser

efetivado

Nesta pauta observa-se que diferentes organizaccedilotildees e agecircncias

governamentais muito embora persigam os mesmos objetivos propotildeem-se a

recomendar a praacutetica de AF de modos diferentes ou seja recomendam uma

quantidade miacutenima de AF que resulte em efeitos substanciais para a sauacutede Assim

observaccedilotildees informais sobre dados existentes da praacutetica de AF de adultos residentes

nas capitais dos Estados e no Distrito Federal despertaram o interesse de ampliar a

exploraccedilatildeo das informaccedilotildees sobre como esta populaccedilatildeo organiza a praacutetica de AF e de

verificar indiacutecios de causas que possam contribuir para o alcance ou natildeo das metas

recomendadas

Eacute com esta problemaacutetica sendo transformada em objeto de estudo ou

seja sendo usada para a construccedilatildeo de uma Tese que este estudo se constroacutei e se

apresenta como um caminho a ser perseguido Nela a primeira seccedilatildeo desenvolve os

conceitos e as definiccedilotildees baacutesicas do tema central objetivando relacionar a praacutetica da

AF com a sauacutede puacuteblica destacar a promoccedilatildeo da AF e os riscos decorrentes da

inatividade fiacutesica as estrateacutegias brasileiras para a orientaccedilatildeo e a supervisatildeo da praacutetica

de AF e o sistema de monitoramento e acompanhamento destas estrateacutegias Em

seguida apresenta a seleccedilatildeo das organizaccedilotildees e agecircncias governamentais destacadas

e remete agraves suas recomendaccedilotildees para a AF Foram elas que serviram de base para a

concordacircncia (ou natildeo) com a sua classificaccedilatildeo do niacutevel de AF para o destaque das

suas diferenccedilas e semelhanccedilas e para a procura de identificaccedilatildeo das suas lacunas e

potencialidades

A segunda seccedilatildeo apresenta os aspectos metodoloacutegicos destacando o uso

do banco de dados do Sistema de Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para

Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico ndash VIGITEL de 2006 cuja anaacutelise

permitiu verificar o padratildeo de organizaccedilatildeo da praacutetica de AF de uma amostra

probabiliacutestica representativa da populaccedilatildeo brasileira de adultos de 26 capitais e do

Distrito Federal

A terceira seccedilatildeo apresenta a descriccedilatildeo dos resultados organizados em

tabelas A quarta seccedilatildeo discute os resultados em quatro eixos 1) variaacuteveis

sociodemograacuteficas e comportamentais 2) componentes da atividade fiacutesica 3)

diferentes formas de recomendar AF e 4) AF em portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis (DCNT) Na quinta e uacuteltima seccedilatildeo apresentam-se as conclusotildees e as

consideraccedilotildees finais do estudo com o objetivo de produzir mais informaccedilotildees que

possam de alguma forma aumentar o diaacutelogo em direccedilatildeo do crescimento dos niacuteveis

de AF e da diminuiccedilatildeo da inatividade fiacutesica

A versatildeo apresentada nesta Tese natildeo inclui as modificaccedilotildees sugeridas

pela Banca Examinadora

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

As uacuteltimas deacutecadas apresentaram uma inversatildeo no perfil da

morbimortalidade global com diminuiccedilatildeo da prevalecircncia das doenccedilas infecciosas e

aumento das doenccedilas crocircnicas Este novo perfil da sauacutede fez crescer o interesse pelos

fatores associados agraves doenccedilas crocircnicas O baixo niacutevel populacional de atividade

fiacutesica (AF) eacute um desafio atual em sauacutede puacuteblica considerando que a inatividade

fiacutesica eacute um fator modificaacutevel que tem se mostrado associado a uma maior frequecircncia

de doenccedilas crocircnicas e degenerativas a praacutetica regular de AF eacute recomendada na

prevenccedilatildeo e tratamento destas doenccedilas e que a prevalecircncia da praacutetica de AF eacute baixa

tanto em paiacuteses de economia central quanto naqueles de economia perifeacuterica (Hallal

2012)

Assim numerosos estudos epidemioloacutegicos tecircm demonstrado que a

atividade fiacutesica (AF) regular eacute beneacutefica para a promoccedilatildeo da sauacutede (Morimoto et al

2006 USDHHS 2008a Boyle et al 2010) Os dados que comprovam os seus

benefiacutecios foram produzidos principalmente a partir de estudos independentes que

apresentam iacutendices consistentes e com pouca ou nenhuma evidecircncia contraacuteria

estabelecendo uma robusta solidez em termos de dose-resposta e reforccedilando a

conclusatildeo de um nexo de causalidade convincente (CDC 2008) entre os dois

campos embora a natureza dessa associaccedilatildeo natildeo seja completamente compreendida

(McAuley et al 2006 White Warren et al 2009)

Neste sentido esta tese foi conduzida com o objetivo de identificar o

perfil da AF no cotidiano de brasileiros adultos residentes em grandes centros

urbanos e de responder a algumas questotildees Qual eacute o padratildeo da AF na organizaccedilatildeo

dos exerciacutecios fiacutesicos ou dos esportes praticados Diferentes diretrizes podem

recomendar a praacutetica de AF e classificar diferentemente o niacutevel de um mesmo

participante diante das mesmas informaccedilotildees Quais satildeo as caracteriacutesticas

sociodemograacuteficas da populaccedilatildeo que ainda natildeo alcanccedilou a meta miacutenima de AF

recomendada Onde residem os brasileiros mais e menos ativos Quais satildeo as

propriedades que diferenciam os praticantes de AF que alcanccedilam a meta e os que natildeo

2

alcanccedilam Como os portadores de doenccedilas crocircnicas estruturam os exerciacutecios fiacutesicos

e qual eacute o seu niacutevel de AF

11 EFEITOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA NA SAUacuteDE

Ao meacutedico inglecircs Jeremy Morris em 1953 eacute creditado agraves primeiras

investigaccedilotildees sobre os perigos de sauacutede associados ao estilo de vida pouco ativo cujo

resultado foi o maior risco de doenccedilas coronaacuterias em profissionais que trabalhavam

em serviccedilos fisicamente menos exigentes ao comparar motoristas com cobradores de

ocircnibus no Reino Unido e escrituraacuterios com carteiros nos Estados Unidos (Blair

Monte e Nichaman 2004) Desde entatildeo consideraacutevel volume de pesquisa confirmou

e ampliou a teoria de que a AF reduz significativamente o risco de doenccedilas

cardiovasculares Cite-se por exemplo o estudo de Kohl et al(2012)

Estes primeiros estudos foram importantes por levantarem trecircs questotildees

fundamentais a primeira trata do desempenho fiacutesico e da reduccedilatildeo da incidecircncia de

doenccedilas cardiovasculares como eventos associados a segunda indica a necessidade

de investigar a relaccedilatildeo da praacutetica de AF como agente promotor de sauacutede e a terceira

busca determinar se os diferentes modos de organizar a AF afetam as respostas

encontradas Como resultado desse movimento os estudos tecircm demonstrado que as

oportunidades e as condiccedilotildees para ser fisicamente ativo tendem a diminuir a partir da

vida adulta Em acircmbito mundial trecircs explicaccedilotildees justificam essa tendecircncia o

envelhecimento da populaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo natildeo planejada e as mudanccedilas sociais

cada uma delas contribui com comportamentos que criam caminhos para a

inatividade fiacutesica

Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede a inatividade fiacutesica eacute o quarto

fator de risco mais importante para a mortalidade por todas as causas (WHO 2010)

Estima-se que a inatividade fiacutesica seja responsaacutevel por 6 da carga de doenccedila de

doenccedila cardiacuteaca coronaacuteria 7 de diabetes do tipo 2 10 de cacircncer de mama e 10

de cacircncer de coacutelon A inatividade provocou 9 da mortalidade prematura (mais de

53 milhotildees) das 57 milhotildees de mortes ocorridas no mundo em 2008 Se inatividade

3

fiacutesica fosse diminuiacuteda em 25 mais de 13 milhotildees de mortes poderiam ser evitadas

a cada ano no mundo

No Brasil cerca de 60 a 70 da populaccedilatildeo se encontra abaixo das

recomendaccedilotildees globais de AF A prevalecircncia elevada da inatividade fiacutesica ou da

praacutetica insuficiente de AF foi considerada responsaacutevel por 53673 mortes em 2008

por 3 a 5 das principais doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e por 531 das

mortes por todas as causas (Rezende et al 2014)

A OMS e outras agecircncias governamentais como exemplo a Uniatildeo

Europeia recomendam em suas diretrizes que a AF seja tratada com prioridade pelas

poliacuteticas de sauacutede puacuteblica com abordagens amplas e sustentaacuteveis que garantam

maior visibilidade agrave AF (Idesporto 2009)

Por outro lado os estudos tambeacutem tecircm tematizado a inatividade fiacutesica e

mostram seu impacto em algumas alteraccedilotildees fisioloacutegicas particularmente as de

natureza circulatoacuteria como reduccedilatildeo do volume de sangue hipotensatildeo ortostaacutetica e

reduccedilatildeo da absorccedilatildeo maacutexima de oxigecircnio dentre outras A falta de AF provoca

tambeacutem alteraccedilotildees metaboacutelicas significativas como a reduccedilatildeo da capacidade

oxidativa a toleracircncia diminuiacuteda da glicose o desenvolvimento de lipidemias e o

aumento da excreccedilatildeo urinaacuteria de caacutelcio A atrofia muscular por fim eacute detectaacutevel

com certa facilidade As mudanccedilas relacionadas a ela satildeo reprodutiacuteveis e podem ser

revertidas com a praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos (CDC 2010)

Outra influecircncia da AF muito tematizada na literatura cientiacutefica eacute sobre

as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) As DCNT ameaccedilam a qualidade de

vida de milhotildees de pessoas e apresentam grande impacto no financiamento da sauacutede

puacuteblica principalmente nos paiacuteses de economia perifeacuterica A Organizaccedilatildeo Mundial

da Sauacutede (OMS) estima que o nuacutemero total de mortes por doenccedilas crocircnicas tenderaacute a

aumentar 17 na proacutexima deacutecada e que a taxa de mortalidade por DCNT seraacute duas

vezes maior (ou mais) que a taxa de mortalidade por doenccedilas infecciosas (WHO

2009)

Dado este cenaacuterio a OMS propocircs aos Estados-Membros compromissos

para a reduccedilatildeo das taxas de morbimortalidade por DCNT partindo da premissa de

que essas afecccedilotildees satildeo potencialmente evitaacuteveis A 57ordf Assembleia Mundial da

4

Sauacutede propocircs entre outras medidas a adoccedilatildeo de estilo de vida ativo por meio da

Resoluccedilatildeo WHA 5717 ndash Estrateacutegia Global para a alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica e

sauacutede (OMS 2009)

No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos principais benefiacutecios da AF

para a sauacutede juntamente com a respectiva forccedila das evidecircncias que os comprovam

(USDHHS 2008b Aoyagi et al 2010)

Quadro 1 Principais benefiacutecios atribuiacutedos agrave atividade fiacutesica

Doenccedila Condiccedilatildeo Evidecircncias

Menor risco de doenccedila cardiovascular

Menor risco de AVC

Menor risco de morte prematura

Menor risco de lipidemias

Controle do excesso de pesoobesidade (sem dieta

hipocaloacuterica)

Perda de peso associada agrave dieta hipocaloacuterica

Menor risco de diabetes tipo 2

Menor risco de hipertensatildeo arterial sistecircmica

Menor risco de cacircncer de coacutelon

Menor risco de cacircncer de mama

Menor risco de cacircncer de pulmatildeo

Menor risco de cacircncer endometrial

Menor risco de quedas nos idosos

Aumento da densidade oacutessea (idosos)

Prevenccedilatildeo da osteoporose

Melhor funcionamento cardiopulmonar

Melhor bem-estar geral

Estado de sauacutede (sensaccedilatildeo subjetiva)

Digestatildeo e regulaccedilatildeo do tracircnsito intestinal

Manutenccedilatildeo das funccedilotildees motoras

Melhora das funccedilotildees cognitivas

Reduccedilatildeo da depressatildeo e da demecircncia

Absentismo laboral (baixas por doenccedila)

Niacutevel de estresse

Qualidade do sono autoimagem e autoestima

Forte

Forte

Forte

Forte

Moderada

Forte

Forte

Forte

Forte

Forte

Moderada

Moderada

Forte

Moderada

Forte

Forte

Moderada a forte

Moderada a forte

Forte

Forte

Forte

Forte

Moderada

Moderada a forte

Moderada a forte

FONTE USDHHS1 2008b

1 O Departamento Nacional de Sauacutede e Serviccedilos Humanos dos EUA (USDHHS) eacute a

principal agecircncia de sauacutede do governo dos Estados Unidos Em 2008 renovou as

orientaccedilotildees e recomendaccedilotildees sobre a importacircncia de ser fisicamente ativo promover

a sauacutede e reduzir o risco de doenccedilas crocircnicas

5

111 Doenccedila cardiovascular

Os benefiacutecios para a sauacutede cardiovascular mediante a realizaccedilatildeo de AF

regular tecircm sido documentados por vaacuterios estudos Resultados de metanaacutelises

indicam que o risco de doenccedilas cardiacuteaco-coronaacuterias dobra em participantes menos

ativos quando eles satildeo comparados com participantes mais ativos Os estudos

disponiacuteveis indicam que haacute uma relaccedilatildeo dose-resposta inversa entre a praacutetica de AF

regular e o risco de morte e de eventos cardiovasculares em geral e em particular

daqueles causados por insuficiecircncia coronaacuteria O estudo de Schuler et al (1992)

analisou aproximadamente 3 mil pacientes com relato de angina pectori duranter 12

meses Em relaccedilatildeo ao grupo de intervenccedilatildeo aleacutem do tratamento cliacutenico de rotina foi

introduzido AF moderada de 30 minutos por dia O controle angiograacutefico mostrou

que neste houve a diminuiccedilatildeo meacutedia de 32 no grau da insuficiecircncia coronaacuteria

quando comparado ao grupo de controle que soacute recebeu o tratamento cliacutenico

Outro estudo ainda mostrou que os pacientes que realizaram AF

moderada apresentaram um risco 11 menor de desenvolver eventos cardiacuteacos

adversos ao ser cotizado com grupo com AF de alta intensidade (Swain e Franklin

2006)

Homens e mulheres japoneses fisicamente ativos que residiam no Japatildeo e

homens mais velhos (japoneses) residentes no Havaiacute apresentaram menores taxas de

mortalidade por doenccedila cardiovascular do que as suas contrapartes menos ativas

Resultados semelhantes foram relatados para mulheres chinesas que vivem em

Xangai e homens e mulheres chineses que vivem em Hong Kong (CDC 2010)

112 Doenccedila cerebrovascular

Os dados sobre doenccedilas cerebrovasculares (AVC) e a sua associaccedilatildeo com

a praacutetica de AF satildeo menos numerosos e conclusivos quando comparados agraves doenccedilas

cardiovasculares Haacute no entanto evidecircncias que mostram o efeito protetor da AF

para as lesotildees vasculares no ceacuterebro Haskell et al (2009) evidenciaram uma relaccedilatildeo

inversa entre o grau do condicionamento fiacutesico e a incidecircncia de AVC A mesma

relaccedilatildeo pode ser observada entre um grupo de intervenccedilatildeo que se exercitava em um

6

niacutevel de esforccedilo moderado em comparaccedilatildeo com um grupo de pessoas sedentaacuterias A

AF com esforccedilo de maior intensidade parece natildeo trazer benefiacutecios adicionais de

proteccedilatildeo quando comparado ao esforccedilo moderado A regularidade da AF moderada

parece ser o fator de maior proteccedilatildeo em relaccedilatildeo ao risco de ocorrecircncia de AVC (Liao

et al 2009)

113 Dislipidemia

A aterosclerose eacute um dos principais fatores da mecacircnica obstrutiva dos

vasos coronarianos ao longo do tempo Os niacuteveis de colesterol e trigliceriacutedios estatildeo

fortemente associados agrave gecircnese do ateroma na parede arterial Nesta perspectiva haacute

fortes evidecircncias de que a AF com gasto de energia entre 1200 e 2200 quilocalorias

(kcal) por semana pode contribuir para reduzir a taxa total de colesterol e o colesterol

de baixa densidade (LDL) assim como para aumentar a taxa de colesterol de alta

densidade (HDL) e diminuir a taxa seacuterica de trigliceriacutedios (Leon e Sanches 2001)

114 Hipertensatildeo arterial sistecircmica

A pressatildeo arterial sistecircmica quando estaacute elevada representa um fator de

impacto fisioloacutegico sobre o sistema hemodinacircmico arterial Durante o esforccedilo

intenso a pressatildeo arterial sistecircmica tende a aumentar paralelamente ao aumento de

resultados adversos agudos por causas circulatoacuterias (Churilla e Ford 2010) De modo

contraacuterio a AF regular moderada e de longa duraccedilatildeo parece se associar de modo

positivo agrave reduccedilatildeo da pressatildeo arterial sistecircmica e quase sempre eacute indicada como

terapia coadjuvante no controle da pressatildeo arterial sistecircmica Estas conclusotildees satildeo

apoiadas por vaacuterios estudos (Rafferty et al 2002 Tully et al 2007 Caban-Martinez

et al 2010) Natildeo obstante a metanaacutelise realizada por Fagard (2001) (que reuniu

somente ensaios cliacutenicos) mostrou uma diminuiccedilatildeo significativa da pressatildeo arterial

sistoacutelica e diastoacutelica (34 e 24 mmHg respectivamente (plt0001)) ocasionada pelo

treinamento com exerciacutecios repetidos entre 3 e 5 vezes por semana com duraccedilatildeo de

30 a 60 minutos

7

115 Diabetes tipo 2

O exerciacutecio fiacutesico tem efeito hipoglicecircmico agudo devido agrave

potencializaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de insulina no plasma Cauza et al (2006)

mostraram que o exerciacutecio fiacutesico diminui a glicemia sanguiacutenea em jejum e aumenta a

sensibilidade agrave insulina perifeacuterica e hepaacutetica entre 12 e 16 horas apoacutes o esforccedilo

Assim o exerciacutecio fiacutesico pode ajudar no controle dos niacuteveis de accediluacutecar no sangue O

mecanismo fisioloacutegico que suporta esta tese indica o aumento da siacutentese do

glicogecircnio e o aumento e ativaccedilatildeo do nuacutemero de transportadores de glicose (Sigal et

al 2007) No entanto o tipo da diabete deve ser considerado Os insulinopecircnicos

natildeo respondem em proporccedilatildeo igual aos benefiacutecios especiacuteficos da AF postos em

contraste com os portadores de hiperglicemia moderada e com a fase inicial da

intoleracircncia aos carboidratos (Eriksson et al 1997)

Outro fator a considerar eacute a resposta agrave intensidade do esforccedilo Exerciacutecios

anaeroacutebios produzem um efeito miacutenimo na melhora da toleracircncia agrave glicose Parece

que os efeitos beneacuteficos da AF satildeo atribuiacutedos essencialmente ao esforccedilo aeroacutebio e a

maior eficaacutecia no controle glicecircmico enfatiza a necessidade de sessotildees repetidas pelo

menos 3 vezes por semana (Riddel e Burr 2011)

Recentemente Bull et al (2010) mostraram que programas que

envolvem resistecircncia (pesos) ao esforccedilo muscular reduzem significativamente os

niacuteveis de glicose sanguiacutenea desde que os processos oxidativos do metabolismo

energeacutetico sejam tambeacutem fortemente ativados

116 Osteoporose

A osteoporose se caracteriza pela diminuiccedilatildeo do caacutelcio oacutesseo e

deterioraccedilatildeo da massa estrutural do tecido oacutesseo levando agrave fragilidade dos ossos e ao

aumento da susceptibilidade agraves fraturas Ela afeta principalmente as pessoas idosas e

eacute mais comum entre as mulheres principalmente apoacutes o climateacuterio (Vainionpaa

2006)

A AF pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento da

massa oacutessea durante a infacircncia e a adolescecircncia na manutenccedilatildeo da massa esqueleacutetica

8

na idade adulta e na desaceleraccedilatildeo da reduccedilatildeo na densidade mineral oacutessea que

aparecem com o envelhecimento o repouso ou a imobilidade (Koike 2005

Suominen 2006)

De particular interesse para a sauacutede puacuteblica a praacutetica de AF pode

prevenir ou retardar a perda de massa oacutessea ao longo da vida A resistecircncia externa

imposta aos muacutesculos e o grau do impacto oacutesseo parecem ser fatores cruciais e

determinantes para estimular e manter a massa oacutessea saudaacutevel Assim eacute provaacutevel

que exerciacutecio com estas caracteriacutesticas possam ter efeitos mais pronunciados do que

outros Poreacutem embora este princiacutepio mostre uma forte aceitaccedilatildeo pela comunidade

cientiacutefica ele ainda natildeo estaacute inequivocamente estabelecido (OMS 2004 Pattersen e

Warburton 2009)

Os principais benefiacutecios da AF para a sauacutede estatildeo claramente delineados

pela literatura cientiacutefica no entanto eacute importante sublinhar que muitas vezes usa-se

a noccedilatildeo de AF como sinocircnimo de praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos assim como eacute comum

usar a inatividade fiacutesica para definir comportamento sedentaacuterio Embora estes

conceitos mantenham relaccedilotildees de semelhanccedila entre si haacute nuances em suas

definiccedilotildees

12 DEFINICcedilAtildeO E CARACTERIacuteSTICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA

A AF eacute um comportamento complexo e multidimensional que pode ser

entendido como todo movimento corporal produzido pelo acionamento dos

muacutesculos esqueleacuteticos resultando em aumento substancial do gasto energeacutetico acima

do metabolismo de repouso (Kenneth e Christenson 1985)12

A AF pode ser dividida em diferentes domiacutenios(USDHHS 2010a)

1) Atividade desportiva (performance)

2) Atividade no tempo de lazer (tempo livre)

3) Atividades laborais (no trabalho formal e no lar)

4) Atividade no transporte ativo (deslocamento a peacute ou de bicicleta)

5) Atividade fiacutesica para reabilitaccedilatildeo (cinesioterapia)

1Esta definiccedilatildeo de AF eacute atualmente adotada pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

9

O exerciacutecio fiacutesico eacute um subconjunto da AF especializado e organizado

de forma planejada repetida e executada com objetivos especiacuteficos Assim embora

todo o exerciacutecio fiacutesico seja uma AF nem toda AF eacute necessariamente um exerciacutecio

fiacutesico (USDHHS 2008b)

O exerciacutecio fiacutesico de um modo geral apresenta trecircs componentes que

descrevem a sua estrutura (Matveacuteev 2001)

a) Duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos)

b) Frequecircncia semanal (dias)

c) Intensidade do esforccedilo (expressa o gasto energeacutetico)

A Intensidade do esforccedilo costuma ser separada em trecircs categorias

1) Leve (16 a 29 MET23

)

2) Moderada (3 a 6 MET)

3) Vigorosa (gt 6 MET)

O comportamento sedentaacuterio por seu turno eacute definido como uma

atividade que natildeo aumenta substancialmente as despesas de energia acima do niacutevel

de repouso (equivalente a 1 MET x minuto)

Assim a AF e o sedentarismo constituem duas dimensotildees

completamente opostas do comportamento do movimento

Em siacutentese a AF eacute o avanccedilo continuado do aumento de despesas de

energia que parte do comportamento sedentaacuterio e ruma em direccedilatildeo agrave AF vigorosa

(Figura 1)

FONTE Blair SN Monte MJ Nichaman MZ 2004

Figura 1 - O continuum da atividade fiacutesica

Outra dimensatildeo da intensidade da AF eacute medida pelo gasto de energia

(kcal) No entanto o gasto demandado pela praacutetica de uma determinada AF como

reflexo da intensidade do esforccedilo eacute influenciado por determinantes como sexo idade

21 MET eacute equivalente ao consumo de 35 ml de O2kgmin

10

composiccedilatildeo corporal gravidez e niacutevel de aptidatildeo fiacutesica do praticante aspectos natildeo

relacionados ao tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte duraccedilatildeo do esforccedilo ou eficiecircncia

mecacircnica (Ainsworth et al 2000)

A mensuraccedilatildeo do volume do esforccedilo ainda eacute um aspecto desafiador na

avaliaccedilatildeo da AF Um estudo claacutessico de LaPorte et al (1985) apud Hallal (2005)

mostrou que - na metade dos anos 80 - existiam mais de 30 meacutetodos sendo utilizados

para avaliar a AF onde natildeo se define um ser superior ao outro Habitualmente os

meacutetodos satildeo classificados como objetivos e subjetivos

Meacutetodos objetivos Eles se referem a medidas relativas ao resultado do

trabalho propriamente dito Apresentam niacuteveis considerados satisfatoacuterios de validade

e reprodutibilidade mas possuem limitaccedilotildees em termos de logiacutestica e custo Podem

ser realizados por via direta ndash pex ergoespirometria gasometria acelerocircmetria etc

ndash ou por via indireta utilizando tabelas de conversatildeo ndash pex pedometria

monitoramento da frequecircncia cardiacuteaca e teste de corrida

Meacutetodos subjetivos Oriundos de inqueacuteritos entrevistas ou

questionaacuterios em geral eles satildeo medidas que dependem da memoacuteria do avaliado

Eles satildeo praacuteticas de baixo custo proacuteprias para avaliar populaccedilotildees de grandes

magnitudes e permitem com algumas variaccedilotildees mensurar a AF em mais de um

domiacutenio e por diferentes periacuteodos de tempo A interpretaccedilatildeo e a resposta do

entrevistado no entanto podem ser influenciadas por questotildees subjetivas (Shephard

e Vuillemin 2003) Entretanto Hallal et al (2010) verificaram em uma particular

situaccedilatildeo que apesar de natildeo existir concordacircncia entre os escores contiacutenuos oriundos

de questionaacuterios e aqueles obtidos por medidas de acelerocircmetro a categorizaccedilatildeo dos

participantes em grupos de atividade fiacutesica apresenta concordacircncia entre moderada e

elevada o que justifica a utilizaccedilatildeo de questionaacuterios em pesquisas representativas de

grandes populaccedilotildees

A mensuraccedilatildeo da AF estaacute diretamente relacionada a questatildeo da

quantidade de AF (dose) e a sua consequecircncia para a sauacutede (resposta) um dos

aspectos mais desafiadores no que se refere agrave discussatildeo da AF e sauacutede

11

13 RELACcedilAtildeO DOSE-RESPOSTA

A relaccedilatildeo entre a quantidade e a consequencia para a sauacutede da AF pode

assumir muitas formas sendo a mais comum a natildeo-linear (Dietz 1996 Kesaniemi et

al 2010)

A questatildeo crucial que se coloca eacute quanta AF eacute necessaacuteria para alcanccedilar

benefiacutecios substanciais para a sauacutede Esta eacute a pergunta mais comum feita no

contexto da interrelaccedilatildeo entre AF e sauacutede e remete diretamente agrave questatildeo da dosagem

correta Eacute fundamental que um estiacutemulo de estresse fiacutesico proporcione adaptaccedilotildees

orgacircnicas com a menor agressatildeo possiacutevel (por seguranccedila) e obtenha o maior efeito

possiacutevel

A influecircncia positiva da AF foi detectada em estudos epidemioloacutegicos

devido agrave ocorrecircncia de menores taxas de morbidade ou mortalidade tendo resultados

mistos em termos de dosagem Dependendo do determinante da sauacutede o resultado

poderaacute ser influenciado num caso por efeitos de esforccedilo moderado e no outro soacute

teraacute sucesso com cargas mais vigorosas Desta perspectiva um modelo com trecircs

diferentes curvas resume as respectivas relaccedilotildees de dose-resposta (Neilson e Lynch

2010)

Um efeito positivo da carga de leve a moderada comparada agrave carga

elevada ocorre por exemplo em relaccedilatildeo agrave pressatildeo arterial Vaacuterios estudos

evidenciam reduccedilotildees iguais ou ateacute mesmo mais elevadas de pressatildeo arterial em

exerciacutecios de intensidade moderada quando comparados com os de alta intensidade

(que tendem a aumentar a tensatildeo arterial) Isto eacute de particular importacircncia porque o

exerciacutecio de alta intensidade aumenta ainda mais a tensatildeo vascular arterial Eles

tambeacutem mostram que a curva eacute o resultado das investigaccedilotildees que sugerem que ganho

de sauacutede satildeo alcanccedilados ateacute mesmo com AF de baixa intensidade (Figura 2)

12

FONTE Neilson e Lynch (2010)

Figura 2 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade do esforccedilo e

benefiacutecios para a sauacutede

O graacutefico a seguir mostra os efeitos de proteccedilatildeo com relaccedilatildeo linear

inversa entre o volume total de AF e os efeitos esperados como a diminuiccedilatildeo das

taxas de risco para mortalidade total e de doenccedilas cardiovasculares diabetes do tipo

2 e cacircnceres

FONTE Neilson e Lynch (2010)

Figura 3 Resposta linear inversa ao volume de AF e benefiacutecios para a sauacutede

13

A adaptaccedilatildeo do sistema locomotor passivo (sistema oacutesseo) por exemplo

eacute evidenciada em exerciacutecios resistidos com intensidade elevada Assim presume-se

que uma possiacutevel proteccedilatildeo contra a osteoporose eacute conseguida com exerciacutecio de

intensidade mais elevada (Figura 4)

FONTE Neilson e Lynch (2010)

Figura 4 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade crescente de

esforccedilo e benefiacutecios para a sauacutede

Nessa linha ainda natildeo haacute uma resposta conclusiva a respeito da

quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar benefiacutecios substanciais para a sauacutede

geral No entanto estudos mostram que participantes com gasto adicional de energia

de 73 - 143 kcaldia em AF regular apresentam menores taxas de mortalidade

cardiovascular se comparados com os participantes fisicamente inativos (Yoo e

Franke 2010) Leon e colaboradores mostraram que o gasto de energia de 150

kcaldia reduziu em 36 o risco de morrer de doenccedila cardiovascular e em 27 o

risco de morte por qualquer causa (Leon et al 2001) Aleacutem disso a AF moderada

com gasto de energia entre 140 - 215 kcaldia foi associada agrave reduccedilatildeo de 13 na

incidecircncia de diabetes de tipo 2 Quando a AF foi modificada de moderada para

vigorosa (mantendo o mesmo gasto energeacutetico) a reduccedilatildeo da incidecircncia quase

dobrou (21) (Helmrich et al 1991)

14

Parece claro na literatura que os benefiacutecios para a sauacutede aumentam com o

aumento da quantidade de AF a despeito da falta de consenso sobre o miacutenimo

necessaacuterio Mas ao mesmo tempo em que a praacutetica de AF promove benefiacutecios para a

sauacutede alguns efeitos indesejaacuteveis podem ocorrer especialmente como resultado do

esforccedilo de alta intensidade

14 EFEITOS ADVERSOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA

De modo geral o risco de ser envolvido em qualquer complicaccedilatildeo fiacutesico-

funcional eacute pequeno para a maioria dos tipos de exerciacutecios de baixa a moderada

intensidade e de modo geral os benefiacutecios normalmente suplantam os riscos dos

efeitos adversos (Blair et al 1989 Lee et al 2000)

Os efeitos adversos mais comuns decorrentes da AF satildeo as lesotildees

muacutesculo-esqueleacuteticas principalmente as de origem inflamatoacuteria e degenerativa

causadas por esforccedilo fiacutesico demasiado (USDHHS 2008a) Menos comuns satildeo os

riscos de transtornos metaboacutelicos agudos (hipoglicemia desidrataccedilatildeo e

superaquecimento) e as alteraccedilotildees hemodinacircmicas O risco de uma pessoa sofrer

disfunccedilatildeo cardiacuteaca durante ou imediatamente apoacutes o esforccedilo deve ser considerado

nas pessoas com comprometimento cardiacuteaco preacutevio Estudos conduzidos por Talbot e

colaboradores mostraram que a incidecircncia de morte suacutebita em corredores de 30 a 65

anos de idade do sexo masculino no periacuteodo de um ano foi de 13 mortes por

100000 corredores Metade dos corredores que morreram tinha doenccedila

cardiovascular conhecida e entre os mais jovens os casos de morte suacutebita foram

quase sempre relacionados a anormalidades congecircnitas ou que tenham sido

adquiridas (Talbot et al 2007)

Os benefiacutecios da AF portanto superam marcadamente os efeitos

adversos na sauacutede e natildeo haacute duacutevida nos textos cientiacuteficos sobre a necessidade de

medidas de incentivo de sua praacutetica Para tanto um primeiro passo eacute conhecer as

caracteriacutesticas da AF na populaccedilatildeo

15

15 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA ATIVIDADE

FIacuteSICA

A influecircncia de determinantes sociais diferentes provavelmente afeta a

escolha de estilos de vida distintos Assim a renda a categoria profissional e o niacutevel

de educaccedilatildeo dentre outras caracteriacutesticas satildeo variaacuteveis frequentemente utilizadas

para definir o status econocircmico e a sua associaccedilatildeo com a AF Esta associaccedilatildeo tem

apresentado resultados controversos Por um lado estudos como o de Nelson et al

(2006) apontaram que adolescentes de aacutereas rurais com menor condiccedilatildeo

socioeconocircmica satildeo mais ativos do que seus pares com maior condiccedilatildeo No outro

polo da controveacutersia estudo conduzido por Guedes et al (2001) envolvendo

escolares adolescentes de um municiacutepio do interior do Estado do Paranaacute mostrou que

crianccedilas de baixo niacutevel socioeconocircmico satildeo menos ativas e mais sedentaacuterias Para

Lindstrom Hanson e Ostergren (2001) famiacutelias de renda baixa se envolvem menos

em esportes recreativos do que famiacutelias com renda alta Estudo transversal avaliou a

taxa de sedentarismo urbano em Portugal e mostrou que de modo geral o dispecircndio

de energia no tempo livre tendia a ser maior entre aqueles com maior renda anual

(Gal Santos e Barros 2005) O estudo conduzido por Burton e Turrell (2000)

associou entre trabalhadores ativos dos Estados Unidos as horas trabalhadas com o

tempo dedicado agrave AF no lazer Concluiacuteram que trabalhadores de maior renda

tenderam a ser mais ativos nas horas de lazer Assim o debate continua inconclusivo

no tocante agrave temaacutetica

A associaccedilatildeo da idade do sexo da etnia da cor e do local da residecircncia

com a praacutetica de AF habitualmente apresenta menor discordacircncia A maior parte dos

estudos aponta maior niacutevel de AF em habitantes de cidades de pequeno porte

quando comparados com residentes de cidades de meacutedio e grande porte (Baretta

Baretta e Peres 2007) A prevalecircncia da AF eacute maior entre homens e decresce com o

aumento da idade em ambos os sexos (Hallal et al 2011)

Satildeo poucos os estudos que investigam a associaccedilatildeo entre raccedila e cor com

o niacutevel de AF e seus resultados natildeo apontam diferenccedilas significativas entre as

categorias (USDHHS 2008c)

16

A literatura cientiacutefica mostra que existem quantidades e formas diferentes

de praticar AF de acordo com as caracteriacutesticas sociodemograacuteficas mas para a

proposta de accedilotildees de promoccedilatildeo da AF ainda se faz necessaacuterio compreender a

discussatildeo sobre a quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar benefiacutecios substanciais

para a sauacutede geral

16 DIRETRIZES E RECOMENDACcedilOtildeES DE ATIVIDADE FIacuteSICA

Recomendaccedilotildees para a praacutetica de AF na deacutecada de 60 foram associadas

em grande parte com o esporte de desempenho As recomendaccedilotildees da eacutepoca

destacavam a necessidade de cumprir um alto niacutevel de esforccedilo para obter resultados

substanciais de aptidatildeo fiacutesica Dados crescentes de informaccedilotildees apoiaram o valor de

ser fisicamente ativo mas natildeo havia consenso sobre quais seriam os programas mais

eficazes e seguros Foi a combinaccedilatildeo da necessidade de promover a praacutetica de AF e

de minimizar os riscos de eventos adversos que precipitou a elaboraccedilatildeo das primeiras

recomendaccedilotildees de AF para os profissionais da aacuterea da sauacutede e para o puacuteblico em

geral

O Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) foi um dos

pioneiros nas recomendaccedilotildees de exerciacutecios para a populaccedilatildeo A publicaccedilatildeo em 1975

das Diretrizes para Teste de Esforccedilo e Prescriccedilatildeo Graduada de Exerciacutecio (Guidelines

for Graded Exercise Testing and Exercise Prescription) e as suas revisotildees

posteriores tiveram grande influecircncia na prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos (Haskell et

al 2007)

Em 1992 a Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia (AHA) sugeriu a

mudanccedila de classificaccedilatildeo do risco da inatividade fiacutesica passando-o de fator

secundaacuterio para primaacuterio14Isto reforccedilou a mobilizaccedilatildeo de outras organizaccedilotildees que

tambeacutem modificaram as suas recomendaccedilotildees de AF para promover a sauacutede

(USDHHS 2008b)

1 Os fatores de risco primaacuterios (pressatildeo arterial sistecircmica tabagismo

hipercolisteremia sedentarismo) satildeo potencialmente mais perigosos para

desenvolver doenccedilas do que os secundaacuterios (estresse idade hereditariedade diabete

tipo II obesidade e sexo) (AHA 2010)

17

Neste sentido as recomendaccedilotildees foram projetadas para informar e

orientar os profissionais que aconselham e prescrevem a praacutetica da AF e o puacuteblico

em geral sobre os tipos e a quantidade miacutenima de exerciacutecios que proporcionam

benefiacutecios substanciais agrave sauacutede O objetivo principal por detraacutes das orientaccedilotildees eacute que

a AF regular ao longo do tempo pode produzir benefiacutecios para a sauacutede ao longo da

vida e que eles suplantam os riscos

Existem vaacuterias recomendaccedilotildees e agrave primeira vista parece haver forte

semelhanccedila entre elas Inspeccedilatildeo mais acurada no entanto revela ambiguidades que

culminam na possibilidade de mais de um entendimento para um mesmo propoacutesito

Procurar-se-a a seguir comparar as principais diretrizes destacando diferenccedilas e

semelhanccedilas e identificando suas lacunas e potencialidades

161 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Coleacutegio Americano de Medicina

Esportiva

O ACSM fundado em 1954 com sede em Indianaacutepolis (EUA) eacute uma

organizaccedilatildeo de medicina esportiva e de ciecircncia do exerciacutecio dedicada a incentivar

uma maior AF dos americanos de todas as idades valendo-se para tanto da emissatildeo

de uma recomendaccedilatildeo de sauacutede puacuteblica sobre os tipos e quantidades de AF

necessaacuterios para a promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de doenccedilas

O ACSM acompanhado pela AHA na uacuteltima revisatildeo no ano de 2007

passou a recomendar que adultos saudaacuteveis e em condiccedilotildees crocircnicas natildeo

relacionadas agrave AF acumulem 30 minutos ou mais de AF de intensidade moderada

(em geral equivalente a uma caminhada raacutepida e com visiacutevel aceleraccedilatildeo do ritmo

cardiacuteaco) repetindo-a pelo menos em 5 dias da semana ou 20 minutos de AF de

intensidade vigorosa em pelo menos em 3 dias da semana mantendo aleacutem disso as

atividades de vida diaacuteria Combinaccedilotildees de atividades moderadas e vigorosas podem

ser realizadas para atender agrave recomendaccedilatildeo O esforccedilo pode ainda ser acumulado

minuto a minuto com sessotildees de no miacutenimo 10 minutos de duraccedilatildeo (Haskell et al

2007)

18

A inclusatildeo desta recomendaccedilatildeo para esta anaacutelise levou em conta o fato

de o ACSM ser uma das organizaccedilotildees pioneiras no fornecimento de recomendaccedilotildees

de exerciacutecios especiacuteficos A publicaccedilatildeo em 1975 das Diretrizes para Teste de Esforccedilo

e Prescriccedilatildeo de Exerciacutecio e suas subsequentes ediccedilotildees revistas tiveram grande

influecircncia sobre os campos da ciecircncia do exerciacutecio da cliacutenica meacutedica e da medicina

de reabilitaccedilatildeo no acircmbito global e eacute avalizado pela Associaccedilatildeo Americana de

Cardiologia (AHA 2011)

162 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo

Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica ndash IPAQ

Em face das dificuldades para obter medidas de AF internacionalmente

comparaacuteveis a OMS o CDC dos Estados Unidos e o Instituto Karolinska da Sueacutecia

reuniram um Comitecirc Executivo com o objetivo de desenvolver e testar um

instrumento de medidas da AF para uso internacional O comitecirc propocircs o IPAQ

Questionaacuterio Internacional de Atividades Fiacutesicas (em diferentes versotildees) e em 2005

recomendou que para atender agrave classificaccedilatildeo de ativa a pessoa deve cumprir um dos

trecircs criteacuterios a) realizar em 3 ou mais dias da semana atividade de intensidade

vigorosa de pelo menos 20 minutos por dia b) fazer em 5 ou mais dias por semana

atividade de intensidade moderada por pelo menos 30 minutos por dia c) em 5 ou

mais dias por semana efetuar qualquer combinaccedilatildeo de intensidade de esforccedilo desde

que atinja o miacutenimo de 600 MET x minutossemana Os valores acima ou abaixo

desses criteacuterios satildeo classificados como ldquomuito ativordquo e ldquopouco ativordquo

respectivamente (IPAQ 2005)

A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua

importacircncia no cenaacuterio mundial jaacute que eacute a referecircncia adotada pelo Observatoacuterio de

Sauacutede Global da OMS para a avaliaccedilatildeo do niacutevel de AF da populaccedilatildeo mundial (GHO

2008)

19

163 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Instituto de Medicina dos Estados

Unidos

O Instituto de Medicina dos EUA (IOM) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo

governamental e independente que trabalha para aconselhar meacutedicos e gestores de

sauacutede puacuteblica Fundado em 1970 o IOM eacute uma das extensotildees da Academia Nacional

de Ciecircncias dos Estados Unidos e portanto as suas recomendaccedilotildees natildeo constituem a

diretriz federal dos Estados Unidos

A inclusatildeo desta recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua

influecircncia no aconselhamento para a tomada de decisotildees da comunidade meacutedica nos

paiacuteses da Ameacuterica do Norte Aleacutem disso foi o Comitecirc Executivo do IOM que

preconizou a realizaccedilatildeo de 60 minutos de AF moderada todos os dias da semana para

ambos os sexos e se posicionou contra recomendaccedilotildees vigentes na eacutepoca (30 minutos

por dia) Esta posiccedilatildeo contraacuteria motivou a publicaccedilatildeo de vaacuterios estudos comparativos

entre as recomendaccedilotildees vigentes e as do Instituto (IOM 2005 CDC 2010 AHA

2010)

164 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Uniatildeo Europeia

Estabelecida em 1993 a Uniatildeo Europeia (UE) opera atraveacutes de um

sistema de decisotildees intergovernamentais feitas e negociadas pelos Estados-Membros

e abrange diversas aacutereas dentre elas a sauacutede Nesta perspectiva em 2007 foi criado

o ldquoPrograma Juntos para a sauacutederdquo Neste programa uma das metas estabelecidas

foram as accedilotildees recomendadas para apoiar a praacutetica de AF visando agrave promoccedilatildeo da

sauacutede

Em conformidade com o Comitecirc de especialistas (22 membros)

constituiacutedo pela Unidade do Desporto da Direccedilatildeo-Geral da Educaccedilatildeo e da Cultura da

Comissatildeo Europeia em outubro de 2008 ficou estabelecido que os Estados-

Membros da UE devem recomendar respectivamente para as crianccedilas e jovens de

ambos os sexos e para os adultos (incluindo os idosos) um miacutenimo de 60 e de 30

minutos diaacuterios de AF de intensidade moderada (Idesporto 2009)

20

A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise considerou que a organizaccedilatildeo

congrega 27 estados europeus independentes e abrange diretamente uma populaccedilatildeo

de mais de 500 milhotildees de habitantes o que representa 73 da populaccedilatildeo mundial

O documento se tornou a base para as diretrizes do Centro Nacional de Atividade

Fiacutesica e Sauacutede da Fundaccedilatildeo Britacircnica do Coraccedilatildeo (Bull 2010) e para as diretrizes

para os paiacuteses Noacuterdicos (Kallings 2010)

165 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) agecircncia internacional foi

fundada em 1948 sendo subordinada agrave Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas sediada em

Genebra na Suiacuteccedila e tem como principal objetivo desenvolver a sauacutede no acircmbito

global

As recomendaccedilotildees da OMS para a promoccedilatildeo da AF foram atualizadas

em 2010 e tecircm revisatildeo prevista para o ano de 2015 Elas indicam para os adultos

ainda jovens (18 a 64 anos de idade) a praacutetica de pelo menos 150 minutos por

semana de AF moderada ou 75 minutos por semana de AF vigorosa em sessotildees de

pelo menos 10 minutos de duraccedilatildeo Para benefiacutecios adicionais os adultos devem

aumentar a duraccedilatildeo das atividades moderadas para 300 minutos por semana ou das

atividades vigorosas para 150 minutos por semana ou ainda efetuarem uma

combinaccedilatildeo equivalente de atividade moderada e vigorosa (WHO 2010) Para

crianccedilas e jovens (menores de 18 anos) a recomendaccedilatildeo prevecirc o dobro da

quantidade de tempo dos adultos

A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua

influecircncia sobre 193 Estados-Membros filiados agrave Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas a

consonacircncia com as atuais recomendaccedilotildees do Departamento Nacional de Sauacutede e

Serviccedilos Humanos dos Estados Unidos (USDHHS 2008) o endosso do Centro de

Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas (CDC) dos Estados Unidos (CDC 2008) e a sua

adoccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil (MS 2012)

21

17 CONTROVEacuteRSIAS E CONSENSOS NAS RECOMENDACcedilOtildeES DE

ATIVIDADE FIacuteSICA

No conjunto as diretrizes concordam que a AF eacute componente importante

para uma vida saudaacutevel e buscam mudanccedilas para as altas taxas de inatividade fiacutesica

Assim entendem que eacute essencial informar os profissionais da sauacutede e o puacuteblico em

geral sobre a quantidade miacutenima de AF necessaacuteria para a obtenccedilatildeo de efeitos

substanciais para a sauacutede geral

Os Estados Unidos lideraram o caminho para fornecer recomendaccedilotildees

atualizadas Antes pelo ACSM em 2007 (Haskell et al 2007) e mais

recentemente pelo Departamento de Sauacutede dos EUA (USDHHS 2008) Ambos

foram posteriormente seguidos por outras organizaccedilotildees como a Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (WHO 2010) o Departamento de Sauacutede do Reino Unido (Bull

2010) e o Departamento Nacional de Sauacutede do Canadaacute (Kesaniemi et al 2010)

dentre outras

Destaca-se o fato de o Comitecirc Consultivo do USDHHS em 2008 ter

mudado o foco da instruccedilatildeo do volume total de AF15

sem determinar a frequecircncia

semanal Como resultado essas novas orientaccedilotildees permitem que uma pessoa alcance

a mesma meta de vaacuterias maneiras

A seguir seraacute apresentada a comparaccedilatildeo segundo as categorias analiacuteticas

que emergiram na apreciaccedilatildeo das recomendaccedilotildees e que representam suas principais

caracteriacutesticas elementos da AF (frequencia semanal intensidade duraccedilatildeo e dose)

exerciacutecios especiacuteficos eventos adversos populaccedilotildees especiacuteficas consideraccedilotildees por

idade (crianccedilas e jovens)

171 Frequencia semanal

Sobre este ponto eacute importante salientar que a maioria das mudanccedilas

morfofuncionais do organismo ocorre mediada pelos processos de adaptaccedilatildeo

1Recomendaccedilatildeo atual acumulaccedilatildeo de 150 minutos de AF moderada ou 75 minutos

de AF vigorosa por semana Recomendaccedilatildeo anterior 30 minutos em 5 vezes por

semana de AF moderada ou 20 minutos em 3 vezes por semana para AF vigorosa

22

funcional em resposta ao exerciacutecio fiacutesico e a sua magnitude diminui ou se desfaz agrave

medida que aumenta o intervalo entre os estiacutemulos (cada sessatildeo de esforccedilo fiacutesico)

(Aoyagi et al 2010) A figura 5 esboccedila o princiacutepio teoacuterico da sobrecarga O seu

principal objetivo eacute obter um ganho extra na compensaccedilatildeo do esforccedilo fiacutesico

(supercompensaccedilatildeo) para que se elevem os niacuteveis de preacute-esforccedilo O ideal para a

realizaccedilatildeo de um novo esforccedilo ocorre no pico maacuteximo da supercompensaccedilatildeo Nota-

se que quando o segmento B ndash C eacute alongado ou seja agrave medida que um estiacutemulo

(sessatildeo de esforccedilo) se distancia do outro perde-se progressivamente o efeito da

supercompensaccedilatildeo (Matveacuteev 2001)

A diretriz oficial dos EUA de 2008 fornece declaraccedilatildeo sobre espalhar as

atividades por toda a semana sem especificar ou determinar um padratildeo Mesmo

aceitando grande parte dos estudos tendem a obterem melhor resultados com a

praacutetica de AF em trecircs dias na semana aceita como alcance da meta a realizaccedilatildeo de

uma uacutenica sessatildeo por semana desde que se atinja a duraccedilatildeo recomendada Isto pode

induzir pessoas a se esforccedilarem demasiadamente para alcanccedilar a meta em uma uacutenica

sessatildeo o que pode aumentar o risco de eventos adversos (USDHHS 2008)

FONTE Adaptado de Bompa TO e Haff G (2009)

Figura 5 Princiacutepio da sobrecarga

23

172 Intensidade do esforccedilo

Algumas atualizaccedilotildees passam a recomendar tambeacutem AF com intensidade

vigorosa Isso contrasta com muitas diretrizes que ateacute entatildeo haviam indicado na sua

mensagem principal recomendaccedilatildeo somente para esforccedilo de intensidade moderada

Esta atualizaccedilatildeo foi seguida por diretrizes oficiais de diversos paiacuteses como as da

Ruacutessia Reino Unido Canadaacute entre outros e adotada como recomendaccedilatildeo pela

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede Outras organizaccedilotildees profissionais e agecircncias

governamentais como a da Uniatildeo Europeia Noruega Dinamarca Holanda

Finlacircndia e Sueacutecia dentre outras se mantiveram conservadoras mantendo a

orientaccedilatildeo anterior (AF com intensidade moderada)

Vaacuterias diretrizes dedicaram espaccedilo para definir a intensidade do esforccedilo

O USDHHS de 2008 por exemplo utilizou escala subjetiva de esforccedilo de 0 a 10 em

que 0 corresponde agrave ausecircncia de atividade e 10 corresponde ao maior esforccedilo

possiacutevel de ser alcanccedilado Por seu turno as atividades de intensidade moderada

equivalem agrave escala entre o niacutevel 5 a 6 e as atividades de intensidade vigorosa de 7 a

8 A este respeito deve haver cuidado na interpretaccedilatildeo dessa premissa diante da

possibilidade de considerar (incorretamente) que ldquoatividade vigorosardquo tem o mesmo

significado de ldquoatividade anaeroacutebiardquo Na diretriz a intensidade vigorosa se refere agraves

atividades mais intensas maacutes que se conserve o predomiacuteno do metabolismo aeroacutebio

uma vez que a maior parte dos benefiacutecios para a sauacutede satildeo resultantes dos precessos

metaboacutelicos oxidativos (Riddell e Burr 2011)

A atividade vigorosa tem a metade da duraccedilatildeo da moderada porque

aproximadamente produz o dobro do gasto de energia Por isso atividades vigorosas

e moderadas foram tomadas como equivalentes e a combinaccedilatildeo entre as intensidades

podem ser somadas tendo em vista a meta A maioria das diretrizes natildeo aponta a

superioridade da combinaccedilatildeo entre a AF vigorosa e a moderada Tambeacutem fica

subentendido que o aumento do esforccedilo pela duraccedilatildeo ou pela intensidade tem

significado equivalente (CDC 2010)

Se por um lado as atividades de intensidade vigorosa representam

desafios de difiacutecil alcance e adesatildeo principalmente entre pessoas de menor aptidatildeo

fiacutesica por outro parte da populaccedilatildeo pode preferir esta proposta por necessitar menor

24

tempo de execuccedilatildeo Deve-se destacar que o aumento progressivo da intensidade do

esforccedilo (o vigor) estaacute associado ao aumento progressivo de riscos de eventos

adversos (Murphy Blair e Murtagh 2009) Isto deveria estar expliacutecito em todas as

recomendaccedilotildees para objetivar a seguranccedila e mediar a escolha do tipo de modalidade

de exerciacutecio ou esporte praticado

173 Duraccedilatildeo do esforccedilo

As diretrizes para AF mostraram maior atenccedilatildeo sobre os benefiacutecios para

sessotildees de curta duraccedilatildeo Sessotildees curtas satildeo mais faacuteceis para muitas pessoas que

podem assim com o acumulo de esforccedilo ajudar a alcanccedilar as metas estabelecidas A

princiacutepio houve incertezas a respeito de quatildeo curto os episoacutedios poderiam ser

Agora de modo consistente e claro estabeleceu-se o tempo miacutenimo de duraccedilatildeo de

10 minutos (Haskell et al 2007) Muito embora as diretrizes apresentem evidecircncias

para fundamentar esta posiccedilatildeo o conceito de acumulaccedilatildeo de esforccedilo ainda eacute um tema

em debate

Sobre isto o Conselho Consultivo do IOM pocircs em duacutevida a eficiecircncia de

sessotildees com 10 minutos de duraccedilatildeo para promover alteraccedilotildees morfofuncionais

substanciais e declarou ainda como inadequada a recomendaccedilatildeo de 30 minutos de

AF por dia para atingir todos os benefiacutecios de sauacutede O IOM recomenda como meta

miacutenima a realizaccedilatildeo de 60 minutos de AF diaacuteria (IOM 2005) Nestas

recomendaccedilotildees natildeo explicitou tratamento diferenciado para esforccedilo moderado e

vigoroso

174 Dose de atividade fiacutesica

Apesar do empenho das diretrizes para estipular a quantidade miacutenima de

AF substancial agrave sauacutede a recomendaccedilatildeo de doses ideais ou maacuteximas carece de maior

detalhamento Normalmente elas se restringem a informar que efeitos adicionais agrave

sauacutede se incorporam com o aumento da dose miacutenima

O ACSM de 2007 se adiantou neste sentido e propocircs uma faixa ideal de

AF Estabeleceu para aleacutem do gasto energeacutetico cotidiano como limite inferior o

25

gasto de 450 METminsem e superior de 750 METminsem (Pollock et al 1998)

Esta comunicaccedilatildeo do ACSM natildeo se apresentou de modo praacutetico ao puacuteblico em geral

devido agrave necessidade do uso de tabelas de conversatildeo para conhecer o equivalente

metaboacutelico do tipo de esforccedilo fiacutesico realizado

Para efetuar o caacutelculo do equivalente metaboacutelico a conversatildeo dos valores

normalmente eacute reportada ao compecircndio de Ainsworth e colaboradores elaborado no

ano 2000 (Ainsworth et al 2000) O compecircndio tem sido muito uacutetil na atribuiccedilatildeo

padronizada das despensas de energia e para nortear a intensidade (vigorosa e

moderada) do esforccedilo mas carece ser atualizado e expandido para ambos os sexos

para as extremidades da faixa etaacuteria e para os portadores de limitaccedilotildees crocircnicas

A dose da AF recomendada pelas diretrizes eacute sempre adicional agravequela

das atividades de vida diaacuteria (AVD) A natildeo clareza do termo lsquoadicionalrsquo pode

conduzir agrave interpretaccedilatildeo (equivocada) de que as diretrizes indicam um montante de

esforccedilo a ser cumprido durante a semana O engano pode levar indiviacuteduos com

funccedilotildees laborais ativas a natildeo praticarem AF adicional por entenderem que jaacute fazem

AF suficiente no trabalho Para evitar essa consequecircncia (natildeo intencional) as

diretrizes deveriam deixar claro como os criteacuterios (tipo duraccedilatildeo intensidade e

frequecircncia) atribuiacutedos ao trabalho formal e agraves atividades domeacutesticas devem ser

somados para a obtenccedilatildeo do cumprimento da meta miacutenima de AF A conversatildeo do

esforccedilo desempenhado no tempo livre (lazer) e no deslocamento ativo

(trabalhoestudo) jaacute estaacute estabelecido (USDHHS 2008)

De modo geral a desarmonia entre diferentes diretrizes de como a dose

de AF deve ser desenvolvida pode em algum momento gerar duacutebio entendimento e

afetar a interpretaccedilatildeo do que eacute efetivamente necessaacuterio Alguns paiacuteses satildeo

submetidos a diversas recomendaccedilotildees simultacircneas de AF Como exemplo os paiacuteses

que compotildeem o Reino Unido (Inglaterra Gales Irlanda do Norte e Escoacutecia) satildeo

informados pelas recomendaccedilotildees globais da OMS pelas recomendaccedilotildees da UE

pelas recomendaccedilotildees do Centro Nacional para Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Fundaccedilatildeo

Britacircnica do Coraccedilatildeo (BHFNC) e pelas recomendaccedilotildees nacionais de cada paiacutes Para

ilustrar a diretriz da OMS natildeo estipula frequecircncia semanal a diretriz da UE

26

recomenda AF diariamente a diretriz do BHFNC recomenda 5 dias na semana e as

recomendaccedilotildees nacionais da Escoacutecia estipulam frequecircncia de 4 dias por semana

Ainda sobre este aspecto um dos fatores limitantes para a determinaccedilatildeo

da dose-resposta repousa na quantidade e na qualidade das informaccedilotildees disponiacuteveis

Os Comitecircs Cientiacuteficos das organizaccedilotildees apontam escassez de estudos experimentais

que possuam dimensatildeo global com amostra relativamente grande A maior parte dos

estudos tem utilizado intervenccedilotildees com doses iguais agraves recomendadas pelas atuais

diretrizes limitando informaccedilotildees que podem ser criadas pela variaccedilatildeo do tipo

intensidade frequecircncia duraccedilatildeo e volume da AF

Para que se priorize o aperfeiccediloamento de resposta para esta questatildeo o

USDHHS em 2008 se adiantou em algumas recomendaccedilotildees para estudos

esclarecedores

Incluir doses diferentes de AF usada na intervenccedilatildeo das que atualmente

estatildeo indicadas pelas recomendaccedilotildees a fim de avaliar o impacto e a

estabilidade no comportamento da praacutetica de AF ao longo do tempo

Buscar dados para definir tanto a forma da curva dose-resposta em

maiores quantidades e intensidades de atividade para a maioria dos

resultados de sauacutede e para determinar a existecircncia de um limite superior

de benefiacutecio

Esclarecer a quantidade de AF necessaacuteria para obter efeitos positivos

adicionais em diferentes desfechos relacionados agrave sauacutede

Projetar a realizaccedilatildeo de estudos que avaliem como as variaacuteveis

intensidade frequecircncia e duraccedilatildeo do esforccedilo se relacionam entre si

perante variadas forma de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

Investigar benefiacutecios muacutesculo-esqueleacuteticos da AF acumulada em sessotildees

curtas e fragmentadas

27

Realizar estudos experimentais para estender o efeito de periacuteodos de

atividade com diferentes duraccedilotildees especialmente daqueles com menos

de 10 minutos bem como o efeito de alguns ataques longos por semana

(p ex 2 x 75 minutos) sobre diversos desfechos de sauacutede

175 Minorias populacionais

Organizaccedilotildees profissionais e agecircncias governamentais apontam a

carecircncia de estudos envolvendo minorias populacionais e grupos de estrato

socioeconocircmico menos favorecido e a falta de indicaccedilotildees capazes de dar orientaccedilatildeo

de AF diferenciada para grupos minoritaacuterios (USDHHS 2008a CDC 2010 BHF

2010) A atual diretriz oficial dos EUA de 2008 dedica uma seccedilatildeo inteira agrave procura

destas evidecircncias poreacutem sem conclusotildees definitivas o que resultou inclusive em

recomendaccedilatildeo de AF do tipo ldquodose uacutenicardquo ou seja um mesmo tratamento para todas

as populaccedilotildees

Apesar de adotar tratamento igual para diferentes populaccedilotildees as

diretrizes deveriam explicitar que as estrateacutegias de comunicaccedilatildeo e os planos de

implementaccedilatildeo de programas e poliacuteticas destinados a aumentar a AF no cotidiano

poderiam ser tratados diferenciadamente para diferentes grupos populacionais

Embora seja ainda incerta a ocorrecircncia de diferenccedilas morfofuncionais resultantes da

AF em diferentes populaccedilotildees o modo como as informaccedilotildees satildeo recebidas

interpretadas e executadas podem acabar produzindo diferenccedilas nos grupos segundo

as suas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e culturais (Lindstrom Hanson e Ostergren

2001)

Para os portadores de necessidades especiais (com deficiecircncia fiacutesica

mental emocional ou cognitiva) aleacutem de as informaccedilotildees destacarem os benefiacutecios

da AF diretrizes deveriam explicitar que alguns tipos de atividade podem exigir

adaptaccedilatildeo agraves necessidades e agraves habilidades individuais A preocupaccedilatildeo com a

seguranccedila deveria ser comunicada claramente

A heterogeneidade entre e dentro dos grupos de deficiecircncia e a baixa

incidecircncia de muitas delas tornam difiacutecil a obtenccedilatildeo de uma amostra adequada e

28

entatildeo recruta-se a partir de um uacutenico estudo Portanto estudos multicecircntricos

deveriam ser estimulados para alcanccedilar evidecircncias capazes de generalizaccedilatildeo

(USDHHS 2008a)

Dado o aumento de sobrepeso e a obesidade na populaccedilatildeo mundial haacute

crescente interesse no efeito da AF sobre a manutenccedilatildeo do peso saudaacutevel Os

Comitecircs Consultivos que elaboram as diretrizes de AF ainda natildeo se fixaram a

quantidade necessaacuteria de AF para evitar o ganho de peso corporal e a obesidade

(Franz et al 2007) Sobre isto o IOM em 2004 recomendou a praacutetica de pelo

menos 60 minutos diaacuterios de AF e acrescentou que efeitos maiores ocorreriam com

o aumento progressivo da duraccedilatildeo do esforccedilo Esta indicaccedilatildeo sugere que para o

controle de peso e da obesidade o volume de AF deve ser muito maior (o dobro ou

mais) do que recomenda a maior parte das diretrizes No entanto o IOM natildeo fixou o

volume-teto maacuteximo

Neste aspecto parece ser mais recomendaacutevel que as orientaccedilotildees

endossem a importacircncia da AF na realizaccedilatildeo de um balanccedilo de energia saudaacutevel do

que estipulem uma meta desanimadora (grande volume de AF) As diretrizes

deveriam indicar claramente que pessoas com sobrepeso ou obesidade que atingem a

meta de AF mesmo na ausecircncia de reduccedilatildeo do peso corporal obteratildeo benefiacutecios

importantes para a sauacutede

A abordagem viaacutevel para a comunicaccedilatildeo da gestatildeo do controle do peso

corporal eacute recomendar que antes objetive-se o alcance da meta miacutenima de AF Uma

vez que essa meta seja alcanccedilada se o peso corporal estiver na faixa desejaacutevel o

foco deveria estar na manutenccedilatildeo do programa se o peso corporal natildeo for adequado

o foco deveria ocorrer no sentido de associar um programa de dieta hipocaloacuterica agrave

AF

176 Recomendaccedilotildees para crianccedilas e jovens

No conjunto as diretrizes recomendam AF para crianccedilas e jovens (6 a 17

anos de idade) em quantidade duas vezes maior agrave recomendada para adultos Notou-

se diferenccedila no escopo das redaccedilotildees no que tange ao detalhamento das faixas etaacuterias

Conveacutem ressaltar que a AF apropriada para as crianccedilas e jovens varia com a idade

29

Normalmente haacute ausecircncia natildeo justificada de orientaccedilotildees para grupo de idade

precoce A diretriz oficial da Austraacutelia eacute uma das raras exceccedilotildees que progrediu em

relaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees de AF para as idades iniciais Para crianccedilas de 0 a 1 ano natildeo

estipula duraccedilatildeo mas recomenda que seja diaacuteria com exerciacutecios proacuteprios ao

desenvolvimento psicomotor da crianccedila (puxar pegar sentar rolar engatinhar

arrastar levantar) Ela indica ainda 180 minutos de AF diaacuteria para crianccedilas de 1 a 5

anos de idade e a partir dos 5 anos segue as demais diretrizes ou seja 60 minutos

de AF todos os dias apoacutes os 18 anos de idade todos satildeo tratados como adultos

(DHAA 2005a DHAA 2005b)

Em geral as diretrizes natildeo se ocupam com comunicar ou estabelecer o

limite maacuteximo para AF em crianccedilas mas a diretriz oficial canadense estabeleceu

como teto para crianccedilas e jovens 90 minutos de AF por dia ao longo da semana

As diretrizes de AF para crianccedilas e jovens deveriam tambeacutem adicionar

explicitamente declaraccedilatildeo de que a AF adicional para aleacutem de 300 minutos por

semana confere benefiacutecios adicionais de sauacutede Para adultos esta informaccedilatildeo estaacute

clara

177 Exerciacutecios especiacuteficos

1771 Musculaccedilatildeo

A musculaccedilatildeo estaacute indicada com destaque na diretriz do USDHHS de

2008 Nenhum tempo foi recomendado para a duraccedilatildeo desta modalidade de

exerciacutecio Houve recomendaccedilatildeo clara quanto agrave frequecircncia semanal ao volume e a

abrangecircncia Foram recomendados de 8 a 10 diferentes exerciacutecios envolvendo os

principais grupos musculares dois dias ou mais por semana (natildeo consecutivos) e

com resistecircncia (peso) que permita a realizaccedilatildeo de 8 a 12 repeticcedilotildees para cada

exerciacutecio Nesta diretriz ficou expliacutecito que o tempo gasto para esta atividade natildeo

contaraacute para o alcance da meta

Sobre isto supotildee-se que a exclusatildeo deste tipo de exerciacutecio pelo

USDHHS em direccedilatildeo agrave meta se sustenta no fato de que a musculaccedilatildeo natildeo eacute

30

necessariamente um exerciacutecio aeroacutebio e portanto apresenta pouco efeito sobre o

metabolismo Descriccedilatildeo no texto sobre a dosagem do esforccedilo implicita o

entendimento da exigecircncia anaeroacutebia

ldquoos exerciacutecios de fortalecimento muscular devem ser realizados ateacute o

ponto em que seria difiacutecil fazer outra repeticcedilatildeo sem ajuda externardquo

(USDHHS 2008a pg A-6)

Por fim algumas diretrizes anteriores agraves do USDHHS de 2008 como as

do Reino Unido de 2004 natildeo continham orientaccedilotildees claras para atividade de

musculaccedilatildeo Na atual diretriz do Reino Unido de 2010 esta modalidade de exerciacutecio

estaacute presente

1772 Flexionamento

Os benefiacutecios de sauacutede geral resultantes de atividades de flexibilidade

natildeo estatildeo expressos como conclusivos mas nenhuma das diretrizes negou sua

importacircncia ou desaconselhou sua praacutetica Em algumas diretrizes haacute sugestatildeo de

frequecircncia de dois ou mais dias por semana com execuccedilatildeo de exerciacutecios estaacuteticos ou

dinacircmicos Natildeo haacute referecircncia sobre diferenccedilas de eficiecircncia e de seguranccedila entre os

exerciacutecios estaacuteticos e os dinacircmicos Tambeacutem natildeo se observou recomendaccedilatildeo quanto

agrave duraccedilatildeo de cada sessatildeo nem sobre o intervalo de uma sessatildeo para outra Poreacutem

estaacute bem definido que o tempo gasto nesta modalidade de exerciacutecios natildeo somaraacute para

a obtenccedilatildeo da meta

1773 Aquecimento e desaquecimento

Exerciacutecios realizados para aquecimento e desaquecimento satildeo partes

aceitaacuteveis do plano de AF Na diretriz oficial dos Estados Unidos de 2008 o tempo

gasto para realizar o aquecimento e o desaquecimento pode somar para o

cumprimento da meta desde que a atividade seja realizada no miacutenimo com

intensidade moderada

31

178 Eventos adversos nas recomendaccedilotildees

Excessos de AF em participantes natildeo adaptados ao esforccedilo fiacutesico podem

resultar em agravos agrave sauacutede e a maioria das diretrizes satildeo vagas quanto agrave dosagem

inicial do treinamento (Bull 2010) Eacute comum se sugerir um aumento de 10 na

quantidade de AF por semana para os jovens e adultos jovens em um intervalo de 2

a 4 semanas mas existem poucas evidecircncias que sustentem essas sugestotildees A

adoccedilatildeo de medidas de seguranccedila para a praacutetica de AF principalmente na fase inicial

do treinamento e para pessoas de baixa aptidatildeo fiacutesica ou que desconheccedilam os riscos

deve ter destaque nas diretrizes e ser informada sublinhadamente Quando as

recomendaccedilotildees natildeo determinam a frequecircncia semanal como as do Canadaacute Estados

Unidos Reino Unido Ruacutessia e as Globais da OMS pessoas podem tentar vencer a

meta estabelecida em eventos uacutenicos de longa duraccedilatildeo aumentando o risco de

eventos adversos As diretrizes oficiais dos Estados Unidos apresentam o capiacutetulo 6

ldquoAtivo e Segurordquo com o objetivo de mitigar as adversidades da praacutetica da AF

As recomendaccedilotildees das diretrizes de AF se destinam ao puacuteblico em geral

e aos portadores ou natildeo de acometimentos crocircnicos de sauacutede Eacute consenso que

portadores desses acometimentos de sauacutede usufruem dos benefiacutecios da AF mas

pertencem a um grupo mais susceptiacutevel aos riscos de efeitos adversos entatildeo pode-se

considerar que pessoas vulneraacuteveis necessitam instruccedilotildees especiais o que de modo

geral natildeo ocorre

Sobre este ponto eacute corrente entre as diretrizes destacar que os benefiacutecios

de sauacutede provenientes da AF tecircm sido sistematicamente bem documentados O

mesmo natildeo ocorre com os riscos adversos Mesmo assim parece consenso a ideia de

que os benefiacutecios da AF superam os riscos de eventos adversos

179 Concordacircncias nas diretrizes

Embora se admitam divergecircncias entre diferentes diretrizes quanto ao

modo de obter o volume final do esforccedilo observou-se cooperaccedilatildeo na harmonizaccedilatildeo

dos conceitos fundamentais da praacutetica da AF Entre eles listam-se os principais

consensos

32

A AF contribui fortemente para a promoccedilatildeo da sauacutede e diminui os

iacutendices de morbimortalidade principalmente nas doenccedilas de curso

crocircnico

A praacutetica de alguma AF eacute mais desejaacutevel do que nenhuma AF

As orientaccedilotildees satildeo projetadas para fornecer orientaccedilotildees sobre os tipos e

quantidades miacutenimas de AF que proporcionam benefiacutecios substanciais agrave

sauacutede

Benefiacutecios adicionais ocorrem com o aumento da quantidade de AF de

maior intensidade maior frequecircncia maior duraccedilatildeo ou pela combinaccedilatildeo

entre elas

Os benefiacutecios de sauacutede ocorrem em todas as faixas etaacuterias em ambos os

sexos e em todos os grupos raciais e eacutetnicos estudados desde que

praticada dentro de limites de seguranccedila

A AF deve ser praticada regularmente ao longo da vida para que se

possa obter resultado em longo prazo

As recomendaccedilotildees satildeo generalizaccedilotildees para atender agrave maioria dos

problemas relativos agrave sauacutede Problemas especiacuteficos necessitam

atendimento especiacutefico

Crianccedilas a partir de 6 anos de idade e adolescentes devem dobrar a

quantidade miacutenima de AF recomendada para os adultos

Idosos devem realizar a mesma quantidade de AF que adultos

limitados agrave condiccedilatildeo funcional individual

1710 Adesatildeo agrave atividade fiacutesica

As diretrizes tecircm demonstrado preocupaccedilatildeo com a adesatildeo agrave praacutetica da

AF Vaacuterias delas incluiacuteram caminhos para a conscientizaccedilatildeo e participaccedilatildeo

comunitaacuteria Para contemplar este objetivo a diretriz da UE de 2008 traz no seu

texto um toacutepico denominado ldquoExemplos de Boas Praacuteticasrdquo Nele cita as iniciativas

de alguns governos para a sensibilizaccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da praacutetica de AF destacando

programas como o ldquoPortas Abertasrdquo e o ldquoLuarrdquo da Hungria que visa a oferecer AF

tambeacutem nos finais de semana e no periacuteodo da noite o ldquoSelo de qualidade desportivo

para a sauacutederdquoda Alemanha que estabelece criteacuterios para os clubes privados obterem

33

o selo o ldquoHEPArdquo (Atividade Fiacutesica Melhorando a Sauacutede em inglecircs) da Eslovecircnia

que sustenta seu programa em trecircs pilares mais AF no lazer na escola e no

transporte Haacute ainda outras iniciativas na Inglaterra Franccedila Aacuteustria Luxemburgo

Sueacutecia Dinamarca e Finlacircndia E natildeo se perde de vista que cada localidade

desenvolve estrateacutegias de comunicaccedilatildeo para as recomendaccedilotildees da AF considerando

a diversidade eacutetnica cultural e social da regiatildeo

Embora as orientaccedilotildees para a praacutetica de AF foquem os benefiacutecios

morfofuncionais eles natildeo constituem a uacutenica razatildeo pela qual as pessoas deveriam

estar ativas Algumas diretrizes como a oficial dos Estados Unidos de 2008

preconizam que a AF pode proporcionar diversatildeo convivecircncia com amigos e

familiares desfrute do meio ambiente melhora da aparecircncia pessoal e da condiccedilatildeo

fiacutesica dentre outras Neste sentido as orientaccedilotildees encorajam as pessoas a serem

fisicamente ativas por toda e qualquer fundamentaccedilatildeo que seja significativa para

elas

A identificaccedilatildeo e a anaacutelise dos obstaacuteculos para a integraccedilatildeo da AF de

forma regular no cotidiano podem diferir no tempo e no espaccedilo Apesar das

diferenccedilas culturais a elaboraccedilatildeo de poliacuteticas de sauacutede de incentivo e promoccedilatildeo da

AF deveriam levar em conta os problemas de ordem individual (condiccedilatildeo fiacutesica

estado de sauacutede dentre outras) e de caraacuteter socioambiental que podem constituir

diversas barreiras

18 PROMOCcedilAtildeO DA ATIVIDADE FIacuteSICA

A promoccedilatildeo de AF moderada e regular eacute objetivo da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2010) que recomenda aos seus Estados Membros a

criaccedilatildeo de poliacuteticas que

Desenvolvam e ponham em praacutetica diretrizes nacionais de AF para

promover a sauacutede

Introduzam poliacuteticas de estiacutemulo ao deslocamento ativo e seguro para a

escola ou trabalho

34

Adaptem as estruturas fiacutesicas urbanas para facilitar a praacutetica de AF com a

criaccedilatildeo de ciclovias faixas de pedestre calccedilamento regular etc

Estabeleccedilam condiccedilotildees de seguranccedila como iluminaccedilatildeo policiamento etc

Criem espaccedilos destinados agrave AF recreativa com a criaccedilatildeo de parques

quadras pistas de corrida trilhas etc

O Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro alinhado agrave Estrateacutegia Global para a

Dieta Atividade Fiacutesica e Sauacutede preconizada pela OMS procura estimular accedilotildees

para a promoccedilatildeo da sauacutede combatendo os baixos niacuteveis de AF da populaccedilatildeo Neste

sentido instituiu no ano de 2006 a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede (MS

2010) Nesta perspectiva no ano de 2011 foi criado o ldquoPrograma Academia da

Sauacutederdquo no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede cujo objetivo eacute contribuir para a

promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo em geral a partir da implantaccedilatildeo de polos puacuteblicos

qualificados para a orientaccedilatildeo e supervisatildeo da praacutetica de AF (MS 2012)

No caso do ldquoPrograma Academia da Sauacutederdquo ele estaacute estruturado em

onze estrateacutegias 1) ampliar o acesso da populaccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo

da sauacutede 2) fortalecer a promoccedilatildeo da sauacutede como estrateacutegia de produccedilatildeo de sauacutede

3) potencializar as accedilotildees nos acircmbitos da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede da Vigilacircncia

em Sauacutede e da Promoccedilatildeo da Sauacutede 4) promover a integraccedilatildeo multiprofissional na

construccedilatildeo e execuccedilatildeo das accedilotildees 5) promover a convergecircncia de projetos ou

programas nos acircmbitos da sauacutede educaccedilatildeo cultura assistecircncia social esporte e

lazer 6) ampliar a autonomia dos indiviacuteduos sobre as escolhas de modos de vida

mais saudaacuteveis 7) aumentar o niacutevel de AF na populaccedilatildeo 8) estimular haacutebitos

alimentares saudaacuteveis 9) promover mobilizaccedilatildeo comunitaacuteria com a constituiccedilatildeo de

redes sociais de apoio e ambientes de convivecircncia e solidariedade 10) potencializar

as manifestaccedilotildees culturais locais e o conhecimento popular na construccedilatildeo de

alternativas individuais e coletivas que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede e 11) ampliar

e valorizar a utilizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos de lazer como proposta de inclusatildeo

social (MS 2012)

Embora as estrateacutegias do ldquoPrograma Academia da Sauacutederdquo sejam

claramente explicitadas o Ministeacuterio da Sauacutede ainda natildeo reuniu uma Comissatildeo de

Especialistas ndash procedimento adotado pelas organizaccedilotildees e agecircncias governamentais

35

que elaboram diretrizes de AF ndash para a elaboraccedilatildeo de diretrizes proacuteprias de AF para a

populaccedilatildeo brasileira Como recomendaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro segue as

diretrizes da OMS atualizadas em 2010 O objetivo perseguido possibilita

Fundamentar as poliacuteticas nacionais sobre a AF e outras intervenccedilotildees de

sauacutede puacuteblica

Determinar um ponto de partida para a definiccedilatildeo de metas e objetivos

para a promoccedilatildeo da sauacutede e da AF no acircmbito nacional

Fomentar a colaboraccedilatildeo intersetorial e contribuir para o estabelecimento

de metas e objetivos nacionais da promoccedilatildeo da AF

Fixar as bases para a adoccedilatildeo de iniciativas de promoccedilatildeo da AF

Justificar a destinaccedilatildeo de recursos para intervenccedilotildees na promoccedilatildeo da AF

Criar um marco de accedilatildeo comum que reuacutena todas as partes interessadas

em torno de um mesmo objetivo

Dispor de um documento baseado em evidecircncia que permita agraves partes

interessadas implantar poliacuteticas com destinaccedilatildeo apropriada de recursos

Facilitar a criaccedilatildeo de mecanismos nacionais de vigilacircncia e monitoraccedilatildeo

para fazer evoluir a praacutetica da AF na populaccedilatildeo

O monitoramento e a vigilacircncia da praacutetica da AF no cotidiano dos

brasileiros tecircm sido realizados por 2 inqueacuteritos nacionais a Pesquisa Nacional sobre

Sauacutede do Escolar (PeNSE) que observa dentre outros fatores de risco a ausecircncia de

AF dos adolescentes (IBGE 2013) e o sistema de Vigilacircncia de Fatores de Risco e

Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico ndash VIGITEL (MS 2007)

que avalia fatores de risco para doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis em adultos nas

26 capitais dos estados e no Distrito Federal

19 SISTEMA VIGITEL

O sistema VIGITEL foi criado como parte do objetivo de dotar o paiacutes

com instrumentos eficazes para monitorar a frequecircncia e a distribuiccedilatildeo dos principais

fatores de risco determinantes das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) O

Programa apresenta uma metodologia proacutepria de inqueacuterito telefocircnico desenvolvida e

36

aperfeiccediloada desde o ano de 2003 pelo Nuacutecleo de Pesquisas Epidemioloacutegicas em

Nutriccedilatildeo e Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo ndash NUPENSUSP No ano de 2006 o

sistema foi vinculado definitivamente ao Ministeacuterio da Sauacutede (Moura et al 2008)

Entre os objetivos principais do sistema figuram aumentar o

conhecimento sobre as DCNT e as possibilidades de prevenccedilatildeo e de controle

contribuir para o fortalecimento dos sistemas de sauacutede incluindo a atenccedilatildeo primaacuteria

para a integraccedilatildeo de prevenccedilatildeo e controle das doenccedilas crocircnicas perceber as

principais intervenccedilotildees para prevenir e controlar essas doenccedilas dentro de estimativas

de custo incentivar o diaacutelogo com o setor privado para auxiacutelio na melhoria da sauacutede

puacuteblica manter o interesse da miacutedia e incentivaacute-la a defender os comportamentos

saudaacuteveis para a defesa de planos de accedilatildeo na luta contra elas e reduzir os principais

fatores de risco determinantes destas doenccedilas (MS 2008a)

37

2 OBJETIVOS

Verificar a prevalecircncia de atividade fiacutesica segundo cada uma das principais

diretrizes internacionais que recomendam quantidade miacutenima de AF

Explorar as divergecircncias e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF miacutenimo

pelas diferentes diretrizes

Avaliar a associaccedilatildeo entre caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e

comportamentais com a praacutetica da AF

Verificar como os principais componentes da AF (modalidades de exerciacutecio

fiacutesico ou esporte intensidade duraccedilatildeo e frequecircncia) se relacionam na

determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual

Descrever o padratildeo de AF nos portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis

38

3 METODOLOGIA

31 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de um estudo epidemioloacutegico do tipo observacional transversal

32 AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS

Os dados utilizados neste estudo satildeo provenientes do banco de dados do

sistema VIGITEL de 2006 Esses dados foram obtidos por meio de inqueacuterito com o

uso de entrevista telefocircnica e de questionaacuterio contendo perguntas sobre

caracteriacutesticas sociodemograacuteficas socioeconocircmicas de comportamento individual e

de informaccedilotildees relacionadas com a praacutetica da AF para uma amostra probabiliacutestica de

adultos brasileiros com idade ge 18 anos residentes nas 27 capitais da federaccedilatildeo e

cujas moradias apresentavam linha telefocircnica fixa

O sistema VIGITEL apresenta uma metodologia proacutepria que pode ser

acessada em publicaccedilotildees preacutevias (Moura et al 2008) Em siacutentese a partir da anaacutelise

do cadastro eletrocircnico das linhas telefocircnicas residenciais fixas de cada capital da

federaccedilatildeo foram sorteadas (de modo sistemaacutetico e estratificado) 5000 linhas para

cada cidade A seguir as linhas sorteadas em cada cidade foram ressorteadas e

divididas em reacuteplicas de 200 linhas cada reacuteplica reproduzindo a mesma proporccedilatildeo de

linhas por regiatildeo da cidade ou prefixo telefocircnico A divisatildeo da amostra integral em

reacuteplicas eacute feita essencialmente em funccedilatildeo da dificuldade em se estimar previamente

a proporccedilatildeo das linhas do cadastro que seratildeo elegiacuteveis para o sistema (linhas

residenciais ativas) e portanto o total de linhas a ser sorteado para se chegar a 2000

entrevistas

No conjunto ocorreram ligaccedilotildees para perto de 127000 linhas telefocircnicas

fixas distribuiacutedas em 633 reacuteplicas As ligaccedilotildees feitas para as 76330 linhas elegiacuteveis

redundaram em 54369 entrevistas completas o que indica a taxa meacutedia de sucesso

39

do sistema em 711 (Tabela 1) Havendo anuecircncia apoacutes primeiro contato todos os

moradores adultos com idade maior ou igual a 18 anos foram listados e organizados

eletronicamente em ordem decrescente de idade sendo um deles sorteado para

responder a entrevista

Tabela 1 Nuacutemero de linhas telefocircnicas sorteadas linhas telefocircnicas elegiacuteveis e

entrevistas realizadas nas capitais dos estados brasileiros e no

Distrito Federal VIGITEL 2006 (MS 2007)

Capitais DF Nordm linhas

sorteadas

Nordm linhas

elegiacuteveis

Nordm entrevistas

realizadas

Aracaju 3400 3022 2031

Beleacutem 3400 2876 2021

Belo Horizonte 3200 2812 2016

Boa Vista 3600 2832 2017

Campo Grande 4600 2919 2012

Cuiabaacute 4800 2756 2013

Curitiba 4400 2824 2011

Florianoacutepolis 4600 2896 2010

Fortaleza 3400 2881 2017

Goiacircnia 4200 2523 2013

Joatildeo Pessoa 3600 2836 2014

Macapaacute 4000 2746 2012

Maceioacute 3600 2784 2017

Manaus 3600 2817 2013

Natal 3400 2742 2013

Palmas 4800 2479 2009

Porto Alegre 5000 3120 2010

Porto Velho 4400 2582 2014

Recife 3400 2751 2014

Rio Branco 4600 2720 2017

Rio de Janeiro 4000 3094 2012

Salvador 3600 2935 2010

Satildeo Luiacutes 3600 2755 2011

Satildeo Paulo 4200 3073 2012

Teresina 3400 2800 2011

Vitoacuteria 3800 2817 2011

Distrito Federal 4600 2938 2008

Total 107200 76330 54369

FONTE Ministeacuterio da Sauacutede 2007

40

Cerca de dois terccedilos das linhas elegiacuteveis para as quais natildeo houve

entrevista correspondeu a situaccedilotildees de impossibilidade de contato telefocircnico inicial

(linhas sempre ocupadas com sinal de fax ou conectadas agrave secretaacuteria eletrocircnica) ou a

impossibilidade de encontrar o indiviacuteduo sorteado no domiciacutelio mesmo apoacutes vaacuterias

tentativas de aprazamento (ateacute dez ligaccedilotildees feitas em dias e horaacuterios variados)

Recusas a participar no sistema de monitoramento foram observadas em 91 das

linhas elegiacuteveis A duraccedilatildeo meacutedia das 54369 entrevistas realizadas pelo sistema

VIGITEL foi de 74 minutos (DP plusmn 33 minutos) para cada uma (MS 2007)

As entrevistas telefocircnicas ocorreram entre agosto e dezembro de 2006 e

envolveram sessenta entrevistadores quatro supervisores e um coordenador (MS

2007)

O questionaacuterio utilizado pelo sistema VIGITEL em 2006 foi composto

por 82 questotildees com categorias preacute-estabelecidas de respostas As perguntas do

questionaacuterio abordaram em particular a) caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e

socioeconocircmicas dos indiviacuteduos (idade sexo estado civil coretnia niacutevel de

escolaridade) b) padratildeo de alimentaccedilatildeo (tipo e frequecircncia do consumo de certos

alimentos) e de Atividade Fiacutesica (modalidade preferida duraccedilatildeo do esforccedilo

frequecircncia semanal deslocamento ativo de casa para o trabalho) c) Avaliaccedilatildeo

nutricional (peso e altura) d) frequecircncia e intensidade do consumo de cigarros e de

bebidas alcooacutelicas e e) autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede gravidez e referecircncia a

diagnoacutestico meacutedico para algumas DCNT (MS 2007)

Para ajustar a populaccedilatildeo estudada agrave populaccedilatildeo residente nas capitais

brasileiras alguns cuidados foram necessaacuterios entatildeo o sistema empregou um peso

final para cada participante com a aplicaccedilatildeo de fatores de ponderaccedilatildeo para corrigir

possiacuteveis vieses determinados pelas diferentes possibilidades de os indiviacuteduos

participarem da amostra O primeiro fator buscava corrigir a maior chance que

indiviacuteduos de domiciacutelios com mais de uma linha telefocircnica tinham de ser

selecionados para a amostra O segundo procurava corrigir a menor chance que

indiviacuteduos de domiciacutelios habitados por mais pessoas tinham de ser selecionados para

a amostra O terceiro denominado peso poacutes-estratificaccedilatildeo procurava igualar a

composiccedilatildeo sociodemograacutefica da amostra agrave composiccedilatildeo sociodemograacutefica da

41

populaccedilatildeo de cada cidade pelo Censo Demograacutefico de 2000 A razatildeo entre a

frequecircncia relativa de indiviacuteduos da amostra VIGITEL e da amostra censitaacuteria

procurava a correccedilatildeo da sub ou superrepresentaccedilatildeo dos estratos sociodemograacuteficos

pelo sistema VIGITEL que poderia ocorrer dada a cobertura natildeo universal da rede

de telefonia fixa (MS 2007)

A multiplicaccedilatildeo destes trecircs fatores por um quarto (razatildeo entre a

proporccedilatildeo de adultos de uma dada cidade pela proporccedilatildeo de adultos da amostra

VIGITEL na mesma cidade) representa o total de adultos estudados pelo sistema nas

27 cidades Assim a populaccedilatildeo total estimada para este estudo abrange 69899955

de brasileiros adultos de ambos os sexos residentes nas 26 capitais estaduais e no

Distrito Federal (MS 2007)

Para asegurar a qualidade das informaccedilotildees obtidas o sistema VIGITEL

contou com um controle de qualidade que previa o acompanhamento aleatoacuterio das

entrevistas por um supervisor Em torno de 10 das chamadas foram avaliadas

imediatamente pela supervisatildeo que entre vaacuterias accedilotildees confirmava dados diretamente

com o participante Cerca de 3 das entrevistas diaacuterias foram auditadas pelo

supervisor Por fim foram realizadas anaacutelises de consistecircncia dos dados ao final de

cada semana (MS 2007)

Adultos de ambos os sexos com 18 anos ou mais residentes nas capitais

de estado brasileiras e no Distrito Federal cujas respostas ao questionaacuterio da pesquisa

VIGITEL de 2006 permitiram a quantificaccedilatildeo da AF Assim entre os 54369

participantes do inqueacuterito foram excluiacutedos 1590 participantes que embora tenham

indicado a realizaccedilatildeo de transporte ativo para o trabalho ou praacutetica de uma

modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte deixaram de informar a frequecircncia ou a

duraccedilatildeo do esforccedilo Assim a base de caacutelculo foi conduzida com 52779

participantes

42

33 DESCRICcedilAtildeO DE VARIAacuteVEIS

3 31 Domiacutenios da atividade fiacutesica

Para a anaacutelise da praacutetica de AF no cotidiano foram considerados

somente os trecircs uacuteltimos meses anteriores agrave data da entrevista Originalmente o

inqueacuterito do sistema VIGITEL avaliou a categoria lsquoAtividade Fiacutesicarsquo abordando

separadamente quatro domiacutenios AF no lazer (tempo livre) AF ocupacional

(trabalho) AF no acircmbito residencial (faxina domeacutestica) e AF no deslocamento da

casa para o trabalho (a peacute ou de bicicleta) Neste estudo apenas as informaccedilotildees sobre

AF no lazer e no deslocamento foram aplicadas para definir o niacutevel de AF dos

participantes AF em casa e no trabalho natildeo foi considerada pois o questionaacuterio de

2006 do VIGITEL natildeo previu a quantificaccedilatildeo da duraccedilatildeo e da frequecircncia semanal

desses domiacutenios

332 Modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

Para a determinaccedilatildeo da principal modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou

esporte mais praticado foram utilizadas as respostas agrave pergunta 45 do questionaacuterio

Qual o tipo principal de exerciacutecio fiacutesico ou esporte que o(a) sr (a) praticou Coube

aos participantes uma uacutenica opccedilatildeo entre 16 diferentes modalidades apresentadas na

seguinte sequecircncia 1 - caminhada 2 - caminhada em esteira rolante 3 - corrida 4 -

corrida em esteira rolante 5 - musculaccedilatildeo 6 - ginaacutestica aeroacutebica 7 - hidroginaacutestica

8 - ginaacutestica geral 9 - nataccedilatildeo 10 - artes marciais e lutas 11 - bicicleta 12 - futebol

13 - basquetebol 14 - voleibol 15 - tecircnis 16 - outros

333 Deslocamento ativo

Para o ano de 2006 o sistema VIGITEL considerou como deslocamento

ativo somente o esforccedilo para cumprir o percurso de ida e volta de casa para o

trabalho realizado a peacute ou de bicicleta e ocorrido nos trecircs meses anteriores agrave data da

entrevista Para este domiacutenio diante de resposta afirmativa houve questionamento a

respeito da duraccedilatildeo do tempo gasto em minutos para vencer o trajeto

43

334 Duraccedilatildeo e frequecircncia da atividade fiacutesica

A frequecircncia das atividades foi expressa em dias por semana e a duraccedilatildeo

do esforccedilo foi expressa em minutos As opccedilotildees de respostas para duraccedilatildeo do esforccedilo

foram divididas em seis agrupamentos lt 10 10 ndash 19 20 ndash 29 30 ndash 39 45 ndash 59 ge 60

minutos As opccedilotildees de respostas para frequecircncia semanal foram divididas em quatro

agrupamentos todos os dias 5 ndash 6 3 ndash 4 1 ndash 2 dias por semana

335 Intensidade do esforccedilo

A classificaccedilatildeo da intensidade do esforccedilo foi determinada pela conversatildeo

do tipo principal de exerciacutecio fiacutesico ou esporte praticado pelo participante do estudo

na atribuiccedilatildeo do gasto energeacutetico ao esforccedilo referido pelo Compecircndio de Atividade

Fiacutesica proposto por Ainsworth et al em 2000 Baseado na proposta de que esforccedilo

moderado equivale ao consumo lt 6 MET e esforccedilo vigoroso equivale ao consumo ge

a 6 MET assumiu-se que 1 MET representa o consumo de oxigecircnio em repouso

igual a 35 mlkgmin Quando a opccedilatildeo pela escolha do tipo principal de exerciacutecio

fiacutesico ou esporte foi caminhada caminhada na esteira rolante hidroginaacutestica

ginaacutestica geral nataccedilatildeo ciclismo ou voleibol a intensidade do esforccedilo foi

considerada como moderada Quando a opccedilatildeo foi corrida corrida em esteira rolante

musculaccedilatildeo ginaacutestica aeroacutebia artes marciaislutas futebol basquetebol tecircnis e

outras modalidades a intensidade do esforccedilo foi considerada vigorosa

O gasto energeacutetico foi obtido pelo produto do gasto meacutedio de energia de

cada modalidade frente ao esforccedilo expresso em minutos O valor do gasto de energia

proposto para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte eacute apresentado a seguir

44

Tabela 2 Gasto energeacutetico para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

expresso em METmin obtido pelo produto da duraccedilatildeo do esforccedilo

(em minutos) com a meacutedia do gasto energeacutetico para cada

modalidade segundo o Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por

Ainsworth et al em 2000

Atividade

Tempo em minutos

1019 20-29 30-39 45-59 60

MET MET MET MET MET

1 Caminhada 33-63 66-96 99-129 149-195 198

2 Caminhada na esteira 33-63 66-96 99-129 149-195 198

3 Corrida 90-171 180-261 270-351 405-531 540

4 Corrida na esteira 90-171 180-261 270-351 405-531 540

5 Ginaacutestica aeroacutebia 65-124 130-189 195-254 293-384 390

6 Hidroginaacutestica 40-76 80-156 120-156 180-236 240

7 Ginaacutestica geral 40-76 80-156 120-156 180-236 240

8 Nataccedilatildeo 70-133 140-203 270-273 315-413 420

9 Artes marciais e lutas 100-190 200-290 300-390 450-590 600

10 Ciclismo 40-75 80-116 120-156 180-236 240

11 Futebol 70-133 140-203 270-273 315-413 420

12 Basquetebol 60-114 120-174 180-234 270-354 360

13 Voleibol 30-57 60-87 90-117 135-177 180

14 Tecircnis 70-133 140-203 270-273 315-413 420

1- somente o peso corporal agrave velocidade de 48 kmh 2 ndash somente o peso corporal e sem inclinaccedilatildeo agrave

velocidade de 48 kmh 3 ndash somente o peso corporal agrave velocidade de 8 a 9 kmh 4 ndash somente o peso

corporal e sem inclinaccedilatildeo agrave velocidade de 8 a 9 kmh 5 - sem uso de step 6- com caracteriacutestica

aeroacutebia eou calistecircnica 7- com caracteriacutestica calistecircnica 8 - estilo livre de moderada a baixa

intensidade 9 - esforccedilo medido durante o combate 10 ndash velocidade ateacute 16 kmh 11- natildeo competitivo

12- natildeo competitivo 13 - natildeo competitivo com 6 a 9 jogadores por lado 14 - natildeo competitivo

(simples)

MET Uma unidade equivale ao consumo de 35ml de O2kgmin

Para o criteacuterio de equivalecircncia de esforccedilo as diretrizes que recomendam

a possibilidade de mesclar AF com intensidade moderada e vigorosa em direccedilatildeo agrave

meta assumem a equivalecircncia entre o esforccedilo vigoroso e a metade da duraccedilatildeo do

moderado em concordacircncia com as recomendaccedilotildees da OMS que afirma que 75

minutos de AF vigorosa ou 150 minutos de AF moderada apresentam o mesmo efeito

sobre a sauacutede

Para o conceito lsquooutras modalidadesrsquo como o termo eacute indefinido e houve

razoaacutevel frequecircncia para a escolha (N= 1347 ndash 53) optou-se por consideraacute-lo para

a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF A decisatildeo foi por vigorosa observando que a maior

parte das modalidades contidas no Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por

45

Ainsworth e colaboradores que natildeo foram nominadas no questionaacuterio se apresenta

com gasto energeacutetico meacutedio ge a 6 MET (Ainsworth et al2000)

336 Variaacuteveis sociodemograacuteficas

Para a tipologia das variaacuteveis sociodemograacuteficas foram utilizados anos

de escolaridade sexo e faixa etaacuteria A etnia foi determinada pela cor da pele (branca

preta parda ou morena amarela vermelha) e o estado civil pela situaccedilatildeo conjugal

(solteiro casado ou juntado viuacutevo separado ou divorciado) no momento da

entrevista A distribuiccedilatildeo geograacutefica dos domiciacutelios foi separada por cidades (capitais

dos estados e Distrito Federal) e mediante o caacutelculo da meacutedia ponderada os

domiciacutelios foram agrupadas por regiatildeo (Norte Nordeste Centro Oeste Sudeste e

Sul)

Para a anaacutelise do comportamento das variaacuteveis idade e escolaridade em

relaccedilatildeo ao conceito dado pela classificaccedilatildeo do niacutevel de AF procedeu-se conforme o

agrupamento sugerido pelo sistema VIGITEL Assim a idade foi agrupada em seis

intervalos 18 - 24 25 - 34 35 - 44 45 - 54 55 - 64 e 65 ou mais anos de idade e a

escolaridade em trecircs intervalos 0 - lt 9 9 a lt 12 e 12 anos ou mais de estudo

337 Variaacuteveis de comportamento individual

Para a caracterizaccedilatildeo das variaacuteveis de comportamento individual foram

utilizadas informaccedilotildees sobre a percepccedilatildeo do estado de sauacutede podendo ser excelente

bom regular ou ruim Sobre a realizaccedilatildeo de dietas hipocaloacutericas (simnatildeo)

consideraram-se os doze meses anteriores agrave entrevista Sobre o tabagismo para os

participantes com resposta afirmativa a carga foi considerada como sendo expressa

pelo nuacutemero de cigarros consumidos por dia Sobre o consumo de bebida alcooacutelica

observaram-se os 30 dias anteriores agrave data da entrevista para os participantes com

resposta afirmativa a frequecircncia semanal do consumo foi considerada em dias da

semana que eles costumavam ingerir

Para facilitar a anaacutelise algumas variaacuteveis quantitativas foram agrupadas

O consumo de cigarro foi agrupado em trecircs intervalos 1 ndash 19 20 ndash 39 e 40 ou mais

46

cigarros por dia e o consumo de aacutelcool foi dividido em quatro intervalos

ocasionalmente 1 ndash 2 3 ndash 6 vezes por semana e diariamente

338 Diagnoacutestico de DCNT

Foram utilizadas informaccedilotildees sobre o conhecimento de ocorrecircncia de

cinco tipos de DCNT hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes IAM eou AVC

dislipidemia e osteoporose Para tanto foi perguntado aos participantes se em algum

momento foram informados por algum meacutedico se eram portadores de pressatildeo alta

diabetes infarto ou derrame cerebral colesterol ou trigliceacuterides elevado ou

doenccedilafraqueza dos ossos O questionaacuterio possibilitou a um mesmo participante

responder (simnatildeonatildeo lembro) separadamente para cada uma das doenccedilas Assim

facultou-se que um participante pudesse reportar mais de um tipo de doenccedila

339 Determinaccedilatildeo do niacutevel da atividade fiacutesica

Para verificar o grau de concordacircncia entre as diversas recomendaccedilotildees a

prevalecircncia de AF foi calculada segundo cada uma das diretrizes apresentadas na

introduccedilatildeo deste trabalho

Para verificar a prevalecircncia da AF segundo as variaacuteveis

sociodemograacuteficas utilizou-se a recomendaccedilccedilao da OMS de 2010 por ser ela a

mesma adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil

3310 Comparaccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees

A anaacutelise das informaccedilotildees sobre duraccedilatildeo intensidade do esforccedilo e

freuqecircncia semanal nas ativi dade no tempo de lazer e no deslocamento para o

trabalho permitiram quantificar o volume de AF semanal dos participantes Uma vez

determinado individualmente o volume semanal da AF foi determinada a

classificaccedilatildeo dos participantes em inativo ativo insuficiente ativo ou muito ativo

para cada uma das cinco recomendaccedilotildees Um segundo agrupamento das mesmas

informaccedilotildees permitiu a categorizaccedilatildeo em AF suficiente ou AF insuficiente

47

Quadro 2 Classificaccedilatildeo do niacutevel de atividade fiacutesica

Grupo Criteacuterio

1- Inativo

2- Ativo insuficiente

3- Ativo

4- Muito ativo

nega a praacutetica de AF no lazer ou transporte ativo

realiza exerciacutecio fiacutesico ou esporte abaixo da recomendaccedilatildeo

atinge a recomendaccedilatildeo

ultrapassa a recomendaccedilatildeo

Classe Criteacuterio

A - AF suficiente

B - AF insuficiente

alcanccedila a meta (grupo ativo + grupo muito ativo)

natildeo alcanccedila a meta (grupo inativo + grupo ativo insuficiente)

34 ANAacuteLISE DOS DADOS

Todas as estimativas de variaacuteveis sociodemograacuteficas de comportamento

individual de preferecircncia por um tipo de AF de classificaccedilatildeo do niacutevel de AF para os

portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT de frequecircncia semanal e de duraccedilatildeo do

esforccedilo foram obtidas para o total de participantes com algum grau de AF levando-

se em conta os fatores de ponderaccedilatildeo O significado estatiacutestico das diferenccedilas foi

avaliado por meio do teste do qui-quadrado (X2) de Pearson Todos os resultados

foram considerados com intervalo de confianccedila de 95 ou seja com niacutevel de

significacircncia de 005 Os resultados com p menor do que 005 foram considerados

com diferenccedila estatisticamente significante Para comparar as diferentes

recomendaccedilotildees foi realizada a Anaacutelise de Concordacircncia de Kappa com o objetivo de

verificar a coincidecircncia entre as prevalecircncias do niacutevel de AF considerando a

variaccedilatildeo existente no intervalo que vai de zero a uma unidade cujos valores possuem

a seguinte relaccedilatildeo 0 = natildeo concordacircncia 0 ndash 19 = pobre concordacircncia 02 ndash 039 =

baixa concordacircncia 04 ndash 059 = moderada concordacircncia 06 ndash 079 = alta

concordacircncia 08 ndash 099 = excelente concordacircncia 10 = perfeita concordacircncia Para

o processamento dos dados e anaacutelises estatiacutesticas divulgadas nesse estudo contou-se

com o auxiacutelio dos programas estatiacutesticos Statareg

(ver 110 e Microsoftreg Excel ver

100)

48

Para verificar como os principais componentes da AF (duraccedilatildeo e

frequecircncia) se relacionam na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual objetivo 4 do

presente trabalho foram realizadas duas simulaccedilotildees

Para avaliar a contribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal na quantidade

adequada de AF a frequecircncia semanal foi artificialmente aumentada para todos os

participantes insuficientemente ativos que referiram realizar AF 1 a 2 vezes por

semana de tal modo que sem modificar as demais informaccedilotildees todos os

selecionados com estas caracteriacutesticas culminaram com pelo menos trecircs sessotildees

semanais A seguir avaliou-se nessa nova situaccedilatildeo simulada se a adequaccedilatildeo do niacutevel

de AF sofreu alteraccedilotildees indicando se a pouca frequecircncia semanal tem papel

determinante no alcance do niacutevel miacutenimo de AF

O mesmo foi realziado com a duraccedilatildeo das sessotildees Com a base original

dos dados sem alterar as demais informaccedilotildees foi simulado acreacutescimo de tempo na

duraccedilatildeo do esforccedilo dos participantes pouco ativos de forma que todos realizassem

sessotildees de pelo menos 60 minutos Verificou-se entatildeo a nova adequaccedilatildeo do niacutevel de

AF procurando identificar se o aumento da duraccedilatildeo contribuiria com o alcance do

niacutevel miacutenimo de AF

35 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O sistema VIGITEL foi aprovado pelo Comitecirc Nacional de Eacutetica em

Pesquisa Envolvendo Seres Humanos sob o nuacutemero de registro 13081208

Este estudo foi aprovado em 14122011 pelo Comitecirc de Eacutetica em

Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da CAPPesq da Faculdade de Medicina da

Universidade de Satildeo Paulo sob o protocolo nordm 50511

49

4 RESULTADOS

41 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA AMOSTRA

Neste estudo foram incluiacutedos 52779 participantes 61 eram mulheres

Ambos os sexos foram distribuiacutedos em seis faixas etaacuterias e 68 apresentaram idade

igual ou inferior a 44 anos A maior parte (54) dos entrevistados referiram ter ateacute 9

anos de escolaridade eram casados ou juntados (53) com predomiacutenio de pardos e

morenos (53)

42 CLASSIFICACcedilAtildeO DO NIacuteVEL DE ATIVIDADE FIacuteSICA

Os 52779 participantes tiveram seu rendimento fiacutesico classificado em

quatro niacuteveis de AF (inativo ativo insuficiente ativo e muito ativo) e cinco

diferentes diretrizes que recomendam a praacutetica de AF (UE IOM ACSM OMS e

IPAQ) considerando os domiacutenios de AF no tempo livre e no deslocamento ativo

A classificaccedilatildeo de inativo foi coincidente em todas as diretrizes

analisadas O criteacuterio para este conceito foi uacutenico ou seja entraram nele todos os que

apresentaram resposta negativa para as perguntas 44 - o(a) sr(a)praticou algum tipo

de exerciacutecio fiacutesico ou esporte) e - 53 o(a) sr(a) costuma ir a peacute ou de bicicleta de

casa para o trabalho Isto resultou em 515 (N=25837) de inativos para a amostra

Os 485 (N=26942) de participantes que referiram praticar alguma quantidade de

AF no lazer ou no deslocamento foram classificados em uma das outras trecircs

categorias (ativo insuficiente ativo ou muito ativo)

A Tabela 3 mostra a distribuiccedilatildeo dos participantes para cada

recomendaccedilatildeo em observacircncia agrave classificaccedilatildeo do niacutevel de AF

No conjunto o IOM apresentou os criteacuterios de suficiecircncia de AF com

maior dificuldade de alcanccedilar apenas 156 (N=7347) dos participantes os

atingiram Por outro lado os criteacuterios estabelecidos pela OMS apresentaram a menor

dificuldade de serem alcanccedilados 345 (N=20178) dos participantes os atingiram

50

Embora a OMS e o ACSM recomendem o mesmo volume de AF o

segundo entende que ela seja distribuiacuteda sistematicamente ao longo da semana Isto

fez com que aproximadamente 4800 participantes (13) que atingiram o tempo

miacutenimo de 150 minutos por semana natildeo tivessem cumprido a frequecircncia de 5 ou

mais dias por semana ficando aqueacutem da meta do ACSM Essa discrepacircncia se torna

mais pronunciada quando se comparam a OMS e o IOM

Tabela 3 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta e porcentagem segundo o niacutevel de

AF e diferentes diretrizes de AF nas capitais brasileiras e Distrito

Federal ndash 2006

CATEGORIA UE1 IOM2 ACSM3 OMS4 IPAQ5

N N N N N

25837 515 25837 515 25837 515 25837 515 25837 515 Inativo Ativo Insuficiente 14430 253 19598 329 11634 206 6764 141 11422 202

Ativo 3962 81 4908 97 3387 71 4983 96 11113 191

Muito Ativo 8550 151 2436 59 11921 208 15195 249 4407 92

52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 TOTAL

AF suficiente

N

12512 232

N

7347 156

N

15308 279

N

20178 345

N

15520 283

AF insuficiente 40267 768 45432 844 37471 721 32601 655 37259 717

TOTAL 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100

1 Centro Nacional de Atividade Fiacutesica da Uniatildeo Europeia

2 Instituto de Medicina dos EUA

3 Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva

4 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

5 Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000

Excluiacutedos 1590 participantes sem classificaccedilatildeo do niacutevel de AF

A Tabela 4 mostra o resultado da aplicaccedilatildeo do Teste de Concordacircncia de

Kappa (k) para a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF Entre as cinco diferentes diretrizes

houve concordacircncia perfeita para o estabelecimento da inatividade (k = 1) jaacute que foi

estipulado um uacutenico criteacuterio para o grupo No conjunto observou-se variaccedilatildeo de

concordacircncia entre pobre a excelente A menor concordacircncia aconteceu entre o IOM

e a OMS (k = 016) para o grupo muito ativo Em termos praacuteticos o que eacute muito

ativo para um parece natildeo ser para o outro A maior concordacircncia ocorreu para o

grupo de ativos insuficientes entre o IPAQ e o ACSM (k = 098) Em termos

51

praacuteticos para este grupo as exigecircncias se equivalem Para os demais grupos (ativo e

muito ativo) a concordacircncia foi pobre (k = 031 e 037 respectivamente) Entre os

que alcanccedilaram a meta (ativos e muito ativos) e os que natildeo a alcanccedilaram

(insuficientemente ativos e inativos) houve variaccedilatildeo de concordacircncia entre

moderada a excelente A menor concordacircncia aconteceu entre a OMS e o IOM (k =

041) A maior concordacircncia oconteceu entre o IPAQ e o ACSM (k = 099)

Tabela 4 Teste de Concordacircncia de Kappa para o cruzamento do niacutevel de AF

mediante diferentes diretrizes para a populaccedilatildeo adulta com idade ge

18 anos nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006

CATEGORIA

IOM ACSM OMS IPAQ

(k) (k) (k) (k)

Inativo

UE

1 1 1 1

IOM

1 1 1

ACSM

1 1

OMS

1

Ativo Insuficiente

074 081 047 079 UE

IOM

059 049 075

ACSM

058 098

OMS

059

Ativo

UE 081 085 08 036

IOM

069 096 044

ACSM

068 031

OMS

045

UE 029 072 056 052

IOM

021 016 055

ACSM

078 037

OMS

029 UE =

Centro Nacional de Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Uniatildeo Europeia

IOM = Instituto de Medicina dos EUA

ACSM = Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva

OMS = Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IPAQ = Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica

Anaacutelise de Concordacircncia de Kappa (0= natildeo concordacircncia 0 ndash 19 = pobre concordacircncia 02 ndash

039 = baixa concordacircncia 04 ndash 059= moderada concordacircncia 06 ndash 079 = alta concordacircncia

08 ndash 099 = excelente concordacircncia 10 = perfeita concordacircncia)

52

A Tabela 5 apresenta os resultados que foram concordantes entre todas as

diretrizes de AF avaliadas para a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF Todos os participantes

que negaram praticar algum tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte ou se deslocar

ativamente para o trabalho (N= 25837) foram conceituados como inativos perante as

cinco recomendaccedilotildees Entre os 26942 participantes que referiram praticar uma

quantidade de AF observou-se 248 (N=6688) de ativos insuficientes 106

(N=2867) de ativos e 91 (N=2439) de muito ativos foram classificados de modo

concordante por todas as diretrizes analisadas

Tabela 5 Frequecircncia da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos segundo o

niacutevel de AF coincidente para as recomendaccedilotildees do UE IOM ACSM

OMS IPAQ nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000

421 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Uniatildeo Europeia

A Tabela 6 mostra a prevalecircncia da AF segundo a diretriz da UE O

rendimento variou entre 20 (IC95 17-22) em Satildeo Paulo e 315 (IC5 28-34)

em Porto Velho No conjunto homens foram mais ativos em Porto Velho (402) e

menos em Satildeo Paulo (223) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (248)

e menos em Teresina (168) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes

encontraram-se 215 (IC5 19-23) na Regiatildeo Sudeste e 255 (IC5 24-27) na

Regiatildeo Norte

Grupo

Inativo

Ativo

Total (N) 25837

26942

subgrupo

insuficiente suficiente muito ativo

Coincidecircncia

N 25837 6688 2867 2439

100 248 106 91

53

Tabela 6 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

a diretriz da UE1 por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal

ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 255 (241-270) 314 (290-339) 202 (185-218)

Beleacutem 26 (233-287) 317 (272-262) 210 (178-242)

Boa Vista 303 (268-337) 388 (328-437) 224 (185-263)

Macapaacute 303 (271-335) 391 (340-443) 218 (180-256)

Manaus 218 (190-245) 264 (218-311) 175 (146-204)

Palmas 252 (214-290) 286 (230-341) 219 (167-271)

Porto Velho 315 (282-349) 402 (351-452) 229 (188-271)

Rio Branco 292 (257-326) 357 (303-410) 232 (187-277)

Nordeste 246 (235-257) 309 (290-328) 195 (182-208)

Aracaju 243 (212-274) 323 (265-382) 179 (152-206)

Fortaleza 28 (248-312) 335 (282-387) 236 (197-275)

Joatildeo Pessoa 218 (192-243) 262 (219-305) 182 (154-211)

Maceioacute 236 (207-265) 272 (228-317) 206 (169-244)

Natal 217 (191-243) 239 (194-283) 199 (169-229)

Recife 256 (227-284) 348 (296-399) 184 (154-213)

Salvador 224 (198-249) 273 (229-317) 183 (154-211)

Satildeo Luis 251 (220-280) 346 (292-400) 174 (146-202)

Teresina 262 (231-292) 377 (322-432) 168 (138-199)

Centro Oeste 249 (229-268) 266 (233-300) 234 (212-256)

Brasiacutelia 242 (206-278) 239 (176-302) 246 (206-285)

Campo Grande 277 (245-307) 324 (274-375) 234 (198-269)

Cuiabaacute 269 (234-302) 307 (250-364) 233 (195-271)

Goiacircnia 237 (208-265) 263 (215-311) 215 (181-247)

Sudeste 215 (199-230) 239 (214-265) 194 (175-213)

Belo Horizonte 246 (219-273) 283 (236-329) 216 (187-245)

Rio de Janeiro 226 (198-253) 247 (203-291) 208 (173-242)

Satildeo Paulo 20 (177-222) 223 (186-260) 180 (151-208)

Vitoacuteria 27 (243-296) 309 (264-355) 237 (207-267)

Sul 234 (215-252) 274 (242-307) 200 (182-219)

Curitiba 231 (203-257) 274 (227-321) 194 (164-223)

Florianoacutepolis 264 (235-291) 281 (236-324) 248 (212-284)

Porto Alegre 231 (200-261) 273 (216-330) 196 (168-224)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1Centro Nacional de Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Uniatildeo Europeia

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

54

422 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Instituto de Medicina dos Estados

Unidos

A Tabela 7 mostra a prevalecircncia da AF entre adultos em consonacircncia

com as recomendaccedilotildees do IOM Na comparaccedilatildeo com as outras diretrizes o IOM

apresentou menor rendimento em todas as capitais variando entre 119 (97-14) em

Natal e 249 (IC95 21-28) em Porto Velho No conjunto homens foram mais

ativos em Porto Velho (338) e menos em Brasiacutelia (147) Mulheres foram mais

ativas em Florianoacutepolis (18) e menos em Joatildeo Pessoa (82) Na avaliaccedilatildeo

segundo as regiotildees do paiacutes encontraram-se 145 (IC95 13-15) na Regiatildeo Sudeste

e 187 (IC95 17-20) na Regiatildeo Norte No acircmbito regional embora apresente um

menor percentual de participantes com AF suficiente a menor prevalecircncia da AF na

Regiatildeo Sudeste e a maior na Regiatildeo Norte se mantiveram

55

Tabela 7 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

diretriz do IOM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal

ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 187 (174-201) 248 (225-271) 132 (117-146)

Beleacutem 194 (169-219) 256 (213-298) 140 (112-168)

Boa Vista 236 (202-270) 311 (257-366) 162 (124-199)

Macapaacute 226 (196-256) 307 (259-355) 148 (112-183)

Manaus 147 (123-172) 193 (150-237) 105 (81-129)

Palmas 172 (139-204) 217 (163-270) 127 (93-161)

Porto Velho 249 (217-282) 338 (288-389) 161 (121-201)

Rio Branco 233 (200-266) 310 (257-363) 162 (123-202)

Nordeste 163 (152-173) 220 (203-237) 117 (106-128)

Aracaju 156 (128-185) 237 (181-293) 92 (71-113)

Fortaleza 184 (156-212) 232 (186-279) 145 (111-178)

Joatildeo Pessoa 126 (104-147) 180 (142-218) 82 (59-104)

Maceioacute 154 (127-181) 185 (144-227) 128 (93-162)

Natal 119 (97-142) 157 (115-198) 88 (67-109)

Recife 174 (147-200) 250 (206-298) 113 (87-140)

Salvador 148 (125-171) 192 (152-233) 111 (87-135)

Satildeo Luis 179 (151-206) 241 (191-292) 128 (102-154)

Teresina 203 (173-233) 315 (261-369) 112 (84-139)

Centro Oeste 155 (138-172) 180 (150-210) 134 (115-152)

Brasiacutelia 144 (112-176) 147 (92-202) 140 2 (107-176)

Campo Grande 179 (151-206) 234 (186-282) 128 (100-157)

Cuiabaacute 179 (145-213) 216 (159-274) 145 (110-180)

Goiacircnia 151 (125-178) 190 (144-237) 118 (91-146)

Sudeste 145 (131-159) 163 (140-186) 130 (113-148)

Belo Horizonte 164 (139-189) 203 (158-246) 131 (106-156)

Rio de Janeiro 143 (118-169) 155 (115-196) 133 (101-165)

Satildeo Paulo 141 (121-162) 157 (124-189) 128 (102-154)

Vitoacuteria 181 (157-205) 220 (177-263) 149 (123-174)

Sul 151 (135-166) 184 (156-2130 122 (107-137)

Curitiba 151 (129-173) 181 (143-220) 125 (100-149)

Florianoacutepolis 182 (156-208) 184 (145-223) 180 (146-215)

Porto Alegre 142 (116-169) 188 (136-240) 104 (84-125)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Instituto de Medicina dos EUA

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

56

423 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Coleacutegio Americano de Medicina

Esportiva

A Tabela 8 mostra a prevalecircncia de AF segundo a diretriz do ACSM Na

comparaccedilatildeo com as outras diretrizes o percentual meacutedio da suficiecircncia de AF foi

superior agrave da OMS e do IOM variando entre 235 (IC95 21-25) em Satildeo Paulo e

352 (IC95 32-38) em Macapaacute No conjunto homens foram mais ativos em

Macapaacute (478) e menos em Satildeo Paulo (267) Mulheres foram mais ativas em

Florianoacutepolis (304) e menos em Teresina (193) Na avaliaccedilatildeo segundo as

regiotildees do paiacutes encontraram-se 258 (IC95 24-27) na Regiatildeo Sudeste e 306

(IC5 28-32) na Regiatildeo Centro Oeste

57

Tabela 8 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF

segundo diretriz do ACSM por sexo nas capitais brasileiras e

Distrito Federal ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 305 (289-321) 394 (368-420) 224 (206-241)

Beleacutem 319 (291-348) 412 (365-459) 239 (206-273)

Boa Vista 333 (298-368) 432 (378-487) 235 (195-274)

Macapaacute 352 (320-386) 478 (426-530) 233 (195-271)

Manaus 263 (233-293) 338 (286-390) 193 (163-223)

Palmas 305 (265-345) 362 (303-421) 248 (196-301)

Porto Velho 354 (320-388) 458 (407-509) 252 (209-294)

Rio Branco 329 (294-365) 422 (367-476) 245 (200-290)

Nordeste 288 (277-300) 371 (351-390) 221 (208-234)

Aracaju 289 (257-320) 387 (328-446) 210 (182-239)

Fortaleza 321 (288-353) 389 (335-442) 265 (226-305)

Joatildeo Pessoa 254 (227-280) 307 (262-352) 210 (180-240)

Maceioacute 289 (257-320) 371 (320-421) 219 (181-257)

Natal 26 (232-288) 304 (256-353) 223 (192-254)

Recife 297 (268-327) 407 (354-459) 211 (180-241)

Salvador 265 (238-292) 332 (286-377) 210 (179-240)

Satildeo Luis 293 (262-324) 413 (359-467) 196 (167-225)

Teresina 301 (269-333) 436 (379-492) 193 (161-224)

Centro Oeste 306 (286-327) 344 (309-379) 274 (250-297)

Brasiacutelia 32 (281-359) 339 (272-406) 304 (260-347)

Campo Grande 308 (277-339) 365 (314-416) 256 (220-292)

Cuiabaacute 30 (265-334) 353 (296-401) 251 (213-289)

Goiacircnia 285 (255-315) 336 (285-386) 241 (207-275)

Sudeste 258 (241-274) 299 (271-326) 222 (203-242)

Belo Horizonte 295 (267-323) 35 (302-399) 248 (218-278)

Rio de Janeiro 279 (250-308) 329 (283-376) 236 (201-271)

Satildeo Paulo 235 (211-259) 267 (227-307) 208 (179-237)

Vitoacuteria 317 (290-345) 378 (330-426) 267 (236-298)

Sul 30 (281-319) 364 (332-397) 246 (226-266)

Curitiba 295 (267-323) 362 (314-401) 238 (207-269)

Florianoacutepolis 328 (299-357) 356 (310-402) 304 (267-340)

Porto Alegre 30 (268-331) 37 (314-426) 241 (211-271)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 3Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

58

424 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

A Tabela 9 mostra a prevalecircncia da AF segundo a diretriz da OMS Na

comparaccedilatildeo com as outras diretrizes apresentaram maior prevalecircncia em todas as

capitais variando entre 284 (IC95 25-31) em Satildeo Paulo e 439 (IC95 40-47)

em Florianoacutepolis No conjunto homens foram mais ativos em Macapaacute (509) e

menos em Satildeo Paulo (305) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (431) e

menos em Manaus (254) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes encontrou-se

317 (IC95 30-33) na Regiatildeo Sudeste e 391 (IC95 37-41) na Regiatildeo Sul

59

Tabela 9 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF

segundo a diretriz da OMS por sexo nas capitais brasileiras e

Distrito Federal ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 365 (348-381) 442 (416-468) 294 (275-313)

Beleacutem 389 (359-419) 463 (415-512) 324 (287-362)

Boa Vista 387 (352-422) 473 (419-527) 301 (260-343)

Macapaacute 398 (364-431) 509 (457-561) 291 (251-330)

Manaus 318 (287-350) 389 (336-441) 254 (220-288)

Palmas 381 (340-422) 439 (378-500) 324 (269-379)

Porto Velho 404 (370-439) 492 (441-542) 317 (274-361)

Rio Branco 376 (341-412) 463 (409-518) 297 (252-342)

Nordeste 354 (342-366) 432 (412-452) 291 (277-305)

Aracaju 437 (378-497) 437 (378-497) 311 (277-345)

Fortaleza 380 (347-413) 440 (386-494) 331 (291-371)

Joatildeo Pessoa 341 (312-371) 380 (332-427) 310 (272-348)

Maceioacute 363 (330-396) 437 (386-488) 301 (259-342)

Natal 329 (299-358) 373 (322-424) 292 (258-325)

Recife 359 (329-390) 470 (416-523) 272 (239-305)

Salvador 338 (309-367) 415 (367-462) 274 (241-308)

Satildeo Luis 343 (312-374) 452 (398-505) 256 (224-287)

Teresina 352 (319-384) 462 (405-518) 263 (228-297)

Centro Oeste 389 (367-411) 413 (377-449) 368 (343-393)

Brasiacutelia 404 (336-472) 404 (336-472) 399 (351-446)

Campo Grande 398 (366-430) 440 (388-491) 361 (322-400)

Cuiabaacute 366 (331-400) 401 (345-457) 333 (293-374)

Goiacircnia 373 (341-404) 417 (366-469) 334 (298-371)

Sudeste 317 (300-334) 347 (319-376) 291 (270-312)

Belo Horizonte 375 (346-404) 426 (378-474) 332 (298-365)

Rio de Janeiro 347 (318-376) 386 (339-433) 313 (277-349)

Satildeo Paulo 284 (259-310) 305 (264-347) 267 (236-298)

Vitoacuteria 398 (369-427) 432 (384-481) 370 (336-404)

Sul 391 (371-410) 432 (400-465) 355 (333-378)

Curitiba 367 (338-396) 419 (371-467) 322 (289-355)

Florianoacutepolis 439 (408-470) 448 (398-498) 431 (393-469)

Porto Alegre 406 (374-468) 444 (388-500) 374 (338-411)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada

cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

60

425 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo

Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica

A Tabela 10 mostra a prevalecircncia da AF entre adultos segundo a diretriz

do IPAQ Na comparaccedilatildeo com as outras diretrizes se assemelhou agrave diretriz do

ACSM variando entre 272 (IC95 21-26) em Satildeo Paulo e 356 (IC95 32-39)

em Porto Velho No conjunto homens foram mais ativos em Macapaacute (48) e menos

em Satildeo Paulo (272) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (307) e

menos em Teresina (194) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes encontrou-se

263 (IC95 24-27) na Regiatildeo Sudeste e 309 (IC95 28-33) na Regiatildeo Centro

Oeste

61

Tabela 10 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF

segundo a diretriz do IPAQ por sexo nas capitais brasileiras e

Distrito Federal ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 31 (294-326) 398 (372-424) 230 (212-248)

Beleacutem 325 (296-354) 413 (365-460) 249 (214-284)

Boa Vista 337 (302-372) 434 (380-489) 241 (201-281)

Macapaacute 355 (322-388) 48 (428-532) 235 (196-273)

Manaus 269 (239-300) 348 (296-400) 197 (167-227)

Palmas 312 (271-352) 364 (305-423) 259 (205-313)

Porto Velho 356 (322-390) 458 (407-509) 255 (213-297)

Rio Branco 333 (298-369) 427 (373-482) 248 (203-293)

Nordeste 293 (282-305) 377 (358-397) 224 (211-238)

Aracaju 294 (263-326) 393 (334-452) 215 (187-244)

Fortaleza 327 (294-359) 397 (343-451) 270 (231-309)

Joatildeo Pessoa 267 (239-295) 317 (271-363) 226 (193-260)

Maceioacute 298 (266-330) 383 (332-433) 227 (188-266)

Natal 263 (235-291) 308 (259-356) 225 (194-256)

Recife 299 (269-328) 41 (357-463) 211 (180-241)

Salvador 27 (243-297) 341 (295-388) 211 (180-241)

Satildeo Luis 295 (264-326) 414 (360-468) 199 (170-228)

Teresina 303 (271-335) 437 (381-494) 194 (162-226)

Centro Oeste 309 (288-330) 347 (311-382) 276 (253-299)

Brasiacutelia 322 (283-361) 341 (274-408) 305 (261-349)

Campo Grande 31 (279-342) 367 (316-418) 259 (223-295)

Cuiabaacute 303 (269-338) 357 (300-413) 254 (216-293)

Goiacircnia 288 (258-318) 34 (290-390) 244 (210-27-8)

Sudeste 263 (246-279) 303 (276-3310 229 (209-249)

Belo Horizonte 30 (271-327) 357 (309-406) 250 (219-280)

Rio de Janeiro 283 (254-311) 333 (286-379) 240 (205-275)

Satildeo Paulo 242 (218-266) 272 (232-312) 216 (186-246)

Vitoacuteria 318 (290-346) 378 (330-426) 268 (237-299)

Sul 303 (284-322) 367 (334-400) 248 (228-268)

Curitiba 296 (268-325) 362 (314-410) 240 (209-271)

Florianoacutepolis 331 (302-360) 356 (310-402) 307 (271-344)

Porto Alegre 304 (272-335) 377 (321-433) 243 (213-273)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada

cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

62

A classificaccedilatildeo do niacutevel de AF tambeacutem apresentou divergecircncias

regionais A Figura 6 mostra a comparaccedilatildeo entre as regiotildees segundo o ranking da

prevalecircncia de AF A Regiatildeo Sul obteve a maior meacutedia de AF suficiente frente agraves

recomendaccedilotildees da OMS mas segundo as recomendaccedilotildees da UE e do IOM obteve a

quarta maior meacutedia do total de cinco A uacutenica unanimidade observada na

classificaccedilatildeo regional foi a Regiatildeo Sudeste com a menor meacutedia nacional

Figura 6 Classificaccedilatildeo regional do niacutevel de AF por diferentes recomendaccedilotildees

43 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO VARIAacuteVEIS SOCIODEMOGRAacuteFICAS

Para tornar possiacutevel a descriccedilatildeo das caracteriacutesticas sociodemograacuteficas da

AF dentre as diversas recomendaccedilotildees foi escolhida a da OMS por ser esta a adotada

pelas poliacuteticas de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro

bull1ordm Norte

bull2ordm Centro Oeste

bull3ordm Nordeste

bull4ordm Sul

bull5ordm Sudeste

UE

bull1ordm Norte

bull2ordm Nordeste

bull3ordm Centro Oeste

bull4ordm Sul

bull5ordm Sudeste

IOM

bull1ordm Centro Oeste

bull2ordm Norte

bull3ordm Sul

bull4ordm Nordeste

bull5ordm Sudeste

ACSM

bull1ordm Sul

bull2ordm Centro Oeste

bull3ordm Norte

bull4ordm Nordeste

bull5ordm Sudeste

OMS

bull1ordm Centro Oeste

bull2ordm Norte

bull3ordm Sul

bull4ordm Nordeste

bull5ordm Sudeste

IPAQ

63

Os homens se mostraram mais ativos que as mulheres (ple0001) O

percentual de AF para eles foi de 598 (IC95 57-63) e de 389 (IC95 36-42)

para elas

Em relaccedilatildeo ao traccedilo coretnia foi notada uma diferenccedila estatisticamente

significante Os de pele amarela foram os mais ativos (355 - IC95 32-37) e os de

pele vermelha os mais inativos (529 - IC 95 51-53) (ple0001) O grupo de

negros pardos e morenos apresentou prevalecircncia semelhante aos brancos (511 x

517 respectivamente) tanto para inatividade fiacutesica quanto para AF suficiente

(343 x 346 respectivamente) (p=007)

O niacutevel de AF decresceu com o aumento da idade Os participantes com

65 anos ou mais foram os mais inativos (66 - IC95 - 65-68) Naqueles com

menos idade (18 ndash 24 anos) o percentual de inatividade observado foi o menor (44

- IC95 42-46) Foi observada ainda uma diferenccedila estatisticamente significante

para a relaccedilatildeo entre a praacutetica de AF com a idade (ple0001)

A comparaccedilatildeo do grau de escolaridade dos participantes com o niacutevel de

AF apresentou diferenccedilas significantes (ple0001) e o niacutevel de AF cresceu com o

aumento da escolaridade Assim a inatividade fiacutesica eacute mais prevalente entre os

menos escolarizados 61 (IC95 58-63) e menos prevalente entre os mais

escolarizados 39 (IC95 36-40) Tambeacutem 46 dos participantes com maior

escolaridade e 30 com menor escolaridade alcanccedilaram a meta de AF recomendada

pela OMS

A relaccedilatildeo da praacutetica da AF com o estado civil dos participantes apontou

que os solteiros satildeo mais ativos (279 - IC95 25-29) e os viuacutevos satildeo mais inativos

(669 - IC95 64-68) Separados e divorciados tenderam a ser mais inativos que os

casados (p=0001)

Quando perguntado aos entrevistados se conheciam local ou instalaccedilatildeo

apropriados para a praacutetica de AF proacuteximos agrave sua residecircncia a resposta afirmativa foi

mais frequente entre os participantes que referiram praticar AF Entre os

participantes que responderam negativamente agrave questatildeo ou seja que desconheciam a

presenccedila de tais instalaccedilotildees 617 (IC95 59-63) se mostraram inativos A Tabela

11 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis sociodemograacuteficas em relaccedilatildeo ao niacutevel de AF

64

Tabela 11 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo variaacuteveis

sociodemograacuteficas nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006

Variaacuteveis

sociodemograacutefica Inativo ativo insuf ativo muito ativo p

IC95 IC95 IC95 IC95

SEXO

lt0001

masculino 402 (381-423) 205 (181-22) 103 (85-119) 290 (271-321)

feminino 611 (583-634) 86 (64-107) 88 (63-104) 215 (198-235)

CORETNIA

lt0001

branca 512 (499-528) 144 (132-60) 87 (73-97) 257 (241-269)

negra 487 (465-498) 132 (118-51) 125 (112-143) 256 (242-273)

pardamorena 521 (513-532) 140 (129-58) 98 (86-108) 241 (226-265)

amarela 479 (459-496) 89 (77-97) 77 (63-91) 355 (328-379)

vermelha 529 (511-539) 128 (112-14) 104 (91-114) 239 (219-245)

IDADE

lt0001

18 ndash 24 443 (426-465) 189 (165-99) 101 (84-122) 267 (245-291)

25 ndash 34 479 (453-498) 156 (143-74) 93 (79-118) 272 (252-305)

35 ndash 44 524 (498-543) 135 (119-47) 94 (91-105) 247 (222-273)

45 -54 558 (529-584) 104 (88-12) 100 (92-111) 238 (209-253)

55-64 557 (536-585) 109 (98-118) 89 (77-96) 245 (229-265)

65 ou + 661 (651-684) 86 (71-98) 90 (82-111) 163 (156-189)

ESCOLARIDADE

lt0001

0 a 8 607 (589-637) 93 (89-107) 101 (91-116) 199 (188-211)

9 a 11 472 (446-499) 138 (118-49) 98 (91-105) 292 (274-326)

12 e mais 386 (365-406) 153 (143-76) 82 (69-93) 379 (348-411)

ESTADO CIVIL

001

solteiro 451 (432-489) 174 (161-85) 96 (91-106) 279 (259-294)

casado 537 (518-555) 127 (119-37) 97 (89-104) 239 (221-251)

viuacutevo 669 (648-685) 83 (74-98) 77 (71-89) 171 (164-186)

separadodivorciado 582 (568-631) 102 (91-12) 100 (9-117) 216 (205-229)

LOCAL PARA AF

lt0001

sim 482 (468-499) 152 (143-161) 95 (91-106) 266 (248-273)

natildeo 617 (597-632) 105 (93-11) 89 (81-97) 189 (175-199)

TOTAL DA

AMOSTRA () 515

141

96

249

Segundo diretriz OMS

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

p-valor para determinar a diferenccedila entre os escore das variaacuteveis para os niacutevel de AF (inativo ativo

insuficiente ativo e muito ativo) calculado pelo Teste Qui quadrado de Pearson

65

44 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO O COMPORTAMENTO INDIVIDUAL

A Tabela 12 mostra a distribuiccedilatildeo do niacutevel de AF dos participantes de

acordo com algumas caracteriacutesticas do comportamento individual A avaliaccedilatildeo

subjetiva do estado de sauacutede mostrou distribuiccedilatildeo significativamente diferente entre

os grupos (plt0001) Embora aproximadamente 80 dos participantes tenham

percebido sua sauacutede como boaregular houve maior impressatildeo positiva entre os

ativos e negativa entre os inativos O deslocamento ativo de casa para o trabalho foi

mais frequente agrave medida que aumentava o niacutevel de AF Por sua vez ser inativo foi

mais comum entre tabagistas (58 - IC95 57-59) principalmente entre aqueles

com maior consumo diaacuterio de cigarros Em relaccedilatildeo ao consumo de bebida alcooacutelica

aqueles que declararam realizar alguma quantidade de AF se apresentaram como

maiores consumidores (553 - IC95 54-56) (plt0001)

66

Tabela 12 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo caracteriacutesticas de

comportamento individual nas capitais brasileiras e Distrito

Federal ndash 2006

Segundo diretriz da OMS

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

p valor calculado pelo Teste Qui quadrado de Pearson

45 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO DIAGNOacuteSTICO DE DOENCcedilAS

CROcircNICAS NAtildeO TRANSMISSIacuteVEIS

A Tabela 13 mostra a prevalecircncia de diagnoacutestico meacutedico de DCNT

(hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente

vascular cerebral dislipidemia e osteoporose) em adultos e a sua relaccedilatildeo com o niacutevel

de AF1

embasado nas diretrizes da OMS A prevalecircncia para as doenccedilas pesquisadas

Caracteriacutesticas

Gerais (IC95 ) (IC95 ) (IC95 ) (IC95 ) p

Estado sauacutede lt0001

excelente 35 (342-264) 147 (131-158) 91 (84 - 99) 412 (402-430)

bom 454 (445-464) 14 (130-157) 95 (87-103) 311 (304-323)

578 (566-587) 11 (104-119) 98 (89-106) 214 (204-229)

ruim 721 (714-739) 73 ( 65 - 80) 72 (67 - 79) 134 (125-147)

lt0001

sim 432 (419-447) 132 (122-141) 105 (95-112) 331 (322-341)

528 (513-532) 142 (134-153) 94 (87-101) 236 (228-244)

Desl ativo lt0001

sim 229 (214-236) 73 ( 67 - 81) 325 (317-336) 373 (364-381)

natildeo 562 (551-574) 191 (183-202) 276 (266-284) 219 (203-226)

Tabagismo 002

sim 582 (571-592) 123 (115-134) 95 (89-103) 20 (191-209)

natildeo 505 (495-520) 143 (133-156) 95 (85-104) 256 (244-263)

Cigarro quant

1-19dia 529 (514-538) 14 (131-149) 104 (94-111) 228 (214-233) 001

20-39dia 656 (648-666) 91 ( 84 -101) 86 (76 - 93) 167 (151-176)

40 ou mais 647 (635-658) 121 (113-132) 57 (46 - 65) 175 (162-182)

Ex-fumante

sim 521 (512-533) 129 (117-134) 10 (94-109) 250 (241-262) 007

natildeo 50 (489-511) 149 (133-155) 93 (89 - 99) 259 (244-266)

Consumo aacutelcool

sim 447 (433-456) 177 (166-184) 99 (91-106) 276 (264-286) lt0001

natildeo 558 (544-566) 119 (107-128) 93 (85-101) 23 (221-243)

Frequecircnciadia

diaacuteria 481 (47-492) 116 (108-127) 132 (123-146) 271 (266-283)

3 a 6 dias 469 (459-478) 176 (164-184) 113 (107-126) 238 (226-244)

1 a 2 dias 417 (403-428) 203 (191-216) 98 (91-107) 282 (278-295)

ocasionalmente 501 (487-5120 13 (120-139) 91 (89-101) 278 (264-287)

Total da amostra ( ) 515 141 96 249

Inativo ativo insuficiente ativo muito ativo

Dieta hipocaloacuterica

67

foi maior entre os inativos principalmente entre mulheres inativas (plt0001) Trecircs a

cada quatro episoacutedios de infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral

acometeram mulheres inativas

Tabela 13 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos com histoacuterico

de diagnoacutestico meacutedico de DCNT por sexo segundo o niacutevel de AF

determinado pela OMS1 nas capitais dos estados brasileiros e

Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

X 2 = Teste Qui quadrado de Pearson

DCNT - hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto agudo do miocaacuterdio eou AVC dislipidemia

ou osteoporose

DCNT Inativo Ativo Insuficiente Ativo Muito ativo

IC 95 IC 95 IC 95 IC 95 p

HIPERTENSAtildeO

Total (217) 595 578-610 101 88-122 88 71-95 216 197-233 lt0001

Homens (185) 513 486-534 135 113-143 54 40-63 243 228-263 lt0001

Mulheres (244) 643 621-669 78 66-91 78 63-86 201 189-229 0009

DIABETE

Total (52) 634 617-668 78 55-91 78 53-96 212 197-233 0001

Homens (44) 522 480-568 114 93-130 91 77-115 273 258-292 003

Mulheres (59) 678 658-702 68 49-83 68 50-85 186 164-212 0001

INFARTO eou AVC

Total (27) 663 638-691 81 71-101 85 69-93 181 165-194 lt0001

Homens (28) 571 542-606 143 129-165 89 75-103 217 194-227 0006

Mulheres (27) 741 727-767 44 34-59 71 63-89 144 131-164 0001

DISLIPIDEMIA

Total (162) 54 521-568 123 114-138 99 86-111 238 224-257 002

Homens (143) 457 446-478 162 151-173 114 106-130 267 245-288 0001

Mulheres (178) 596 563-614 96 81-106 88 79-93 22 206-248 033

OSTEOPOROSE

Total (44) 64 559-669 114 106-134 91 80-100 159 146-166 lt0001

Homens (13) 538 521-541 154 144-165 154 145-166 154 145-165 026

Mulheres (70) 643 628-662 10 93-115 86 77-99 171 166-184 001

68

46 MODALIDADES PREFERIDAS PARA A PRAacuteTICA DE ATIVIDADE

FIacuteSICA

A Tabela 14 lista a escolha principal dos participantes por uma entre 16

modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte A caminhada livre a musculaccedilatildeo e o

futebol foram os mais populares Enquanto a caminhada livre apresentou maior

ocorrecircncia entre mulheres principalmente entre aquelas suficientemente ativas

(579 - IC95 56-60) o futebol se confirmou como modalidade de exerciacutecio fiacutesico

ou esporte predominantemente masculino e foi o mais preferido entre os homens

insuficientemente ativos (609 - IC95 57-64) As diferenccedilas estabelecidas foram

estatisticamente significantes (plt0001)

69

Tabela 14 Percentual da populaccedilatildeo adulta distribuiacuteda segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos

estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Conjunto

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades

Total

(IC 95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

Total

(IC95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

1 = caminhada livre 427 413-443 297 276-318 579 560-600 269 247-289 152 130-174 479 445-513

2 = caminhada esteira 29 24-34 39 31-48 17 12-22 23 16-30 27 17-37 16 09-23

3 = corrida livre 37 31-42 48 39-56 25 18-31 23 17-30 24 16-32 22 13-31

4 = corrida esteira 05 003-07 04 01-07 06 03-09 04 009-07 05 005-09 02 0002-04

5 = musculaccedilatildeo 154 142-166 174 155-193 131 117-144 43 34-51 30 21-40 64 48-81

6 = ginaacutestica aeroacutebia 21 17-25 04 02-06 40 32-49 11 07-15 02 005-03 29 18-40

7 = hidroginaacutestica 20 16-23 06 02-09 37 30-43 21 16-26 03 01-05 53 39-68

8 = ginaacutestica geral 33 28-38 13 09-17 57 47-66 34 27-41 12 07-17 75 58-92

9 = nataccedilatildeo 17 13-20 18 14-22 15 09-20 26 19-33 26 16-36 26 17-35

10 = artes marciais 15 11-19 22 16-29 06 01-10 03 01-05 03 02-05 03 0004-007

11 = ciclismo 48 41-55 63 53-75 29 22-36 40 31-50 43 31-55 36 22-49

12 = futebol 140 127-152 252 230-273 10 07-13 408 378-437 609 573-643 42 28-56

13 = basquetebol 02 007-03 03 01-05 002 0004-004 02 003-05 03 001-06 01 001-02

14 = voleibol 08 05-10 06 04-08 09 05-14 23 17-29 12 07-16 44 30-58

15 = tecircnis 02 002-04 05 02-07 005 002-009 06 02-10 08 02-14 03 004-05

16 = outros 42 36-48 46 36-55 38 31-45 64 52-76 41 30-53 105 78-131

70

A Tabela 15 mostra a preferecircncia dos portadores de hipertensatildeo arterial

sistecircmica por uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Comparando

a proporccedilatildeo com o conjunto da amostra foi notado entre os portadores dessa DCNT

incremento da praacutetica de caminhada livre em ambos os grupos (ativo suficiente e

ativo insuficiente) e sexos Entre os hipertensos suficientemente ativos a frequecircncia

foi de 68 (IC95 64-70) contra 43 (IC95 41-44) para a populaccedilatildeo em geral

Os hipertensos insuficientemente ativos apresentaram incremento mais modesto para

esta modalidade (448 - IC95 39-49) Tambeacutem ficou destacada a diminuiccedilatildeo da

praacutetica de futebol para este grupo As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente

significantes (plt0001)

71

Tabela 15 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de hipertensatildeo arterial sistecircmica segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou

esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

HIPERTENSAtildeO

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades

Total

(IC 95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

Total

(IC95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

1 = caminhada livre 679 648-708 604 553-654 737 704-75 448 399-497 312 251-373 599 530-667

2 = caminhada esteira 19 12-26 26 14-38 14 06-22 16 05-27 18 001-35 15 02-28

3 = corrida livre 27 17-37 39 19-58 18 09-26 20 08-31 23 06-40 15 008-32

4 = corrida esteira 03 005-06 06 001-12 01 004-13 04 01-08 06 03-16 004 005-01

5 = musculaccedilatildeo 63 46-78 75 48-102 52 34-71 29 07-51 37 01-75 20 02-38

6 = ginaacutestica aeroacutebia 20 10-30 07 002-14 30 13-47 13 06-19 06 005-13 19 08-31

7 = hidroginaacutestica 37 25-48 11 03-21 57 38-76 54 31-77 15 02-28 98 53-143

8 = ginaacutestica geral 26 18-33 13 05-20 36 23-49 46 30-62 27 09-45 67 41-94

9 = nataccedilatildeo 09 04-14 11 03-19 07 0005-14 23 10-36 26 06-45 20 03-38

10 = artes marciais 03 002-05 06 003-12 02 0001-005 03 003-06 03 01-08 02 02-06

11 = ciclismo 32 24-41 44 30-58 23 12-33 50 24-77 54 24-84 50 03-91

12 = futebol 47 31-63 105 70-139 005 0004-01 222 174-270 416 341-491 06 02-12

13 = basquetebol 01 001-03 02 003-05 001 0007-002 0005 0005-002 001 0001-003 - -

14 = voleibol 02 005-05 04 002-11 006 0005-001 10 02-23 06 007-10 15 11-41

15 = tecircnis 01 001-002 03 001-05 008 001-01 03 004-06 04 002-08 02 01-05

16 = outros 31 18-44 44 19-68 21 08-34 59 38-80 47 15-79 72 56-100

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

72

A Tabela 16 mostra a preferecircncia de portadores de diabete por uma entre

16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Para ambos os grupos e ambos os

sexos a procura pela caminhada livre quase dobrou em relaccedilatildeo ao conjunto da

amostra (427x 746) sendo esta modalidade a preferida de 77 (IC95 69-84)

das mulheres suficientemente ativas A preferecircncia pela praacutetica do futebol aumentou

em aproximadamente cinco vezes para o grupo que natildeo alcanccedilou a meta em relaccedilatildeo

ao conjunto da amostra O somatoacuterio de modalidades esportivas de quadra como

basquete vocirclei e tecircnis natildeo alcanccedilou 05 da preferecircncia e demonstrou a natildeo escolha

destas modalidades pelo puacuteblico feminino As diferenccedilas estabelecidas foram

estatisticamente significantes (plt0001)

73

Tabela 16 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de diabetes segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Diabetes AF Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)

Total

(IC95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

1 = caminhada livre 746 687-803 718 623-812 770 697-842 558 450-661 504 326-681 595 456-733

2 = caminhada esteira 30 122-48 34 02-66 27 08-45 07 0005-14 14 02-30 02 01-07

3 = corrida livre 16 04-28 10 01-20 21 005-42 27 04-58 24 08-55 29 02-79

4 = corrida em esteira 02 0002-05 02 01-05 03 008-07 11 10-32 26 24-76 0 -

5 = musculaccedilatildeo 25 06-44 39 009-78 12 01-23 12 01-25 22 08-52 05 02-11

6 = ginaacutestica aeroacutebia 13 0001-26 21 06-48 06 0004-12 07 04-18 13 13-39 02 006-05

7 = hidroginaacutestica 50 18-82 22 09-53 75 22-128 93 18-167 30 01-61 139 162-262

8 = ginaacutestica em geral 31 14-48 15 17-31 45 18-73 46 03-89 11 03-26 71 009-143

9 = nataccedilatildeo 09 0005-19 11 0 5-28 07 04-18 08 0004-17 11 06-29 06 0006-013

10 = artes marciais 02 001-006 05 02-13 00 - 03 03-10 08 08-24 0 -

11 = ciclismo 26 11-41 50 18-81 05 007-10 07 11-136 11 02-23 04 01-09

12 = futebol 20 008-32 42 16-69 0 - 93 50-136 219 111-326 0 -

13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -

14 = voleibol 01 0004-002 0004 0003-001 01 0008-02 0008 004-02 02 01-05 0 -

15 = tecircnis 0 - 0 - 0 -- 001 009-03 02 02-07 0 -

16 = outros 29 26-56 31 04-65 28 12-69 128 54-202 103 17-205 146 43-250

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

74

A Tabela 17 mostra a preferecircncia dos participantes com histoacuterico de IAM

eou AVC por uma das 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte A distribuiccedilatildeo

da escolha do tipo de atividade principal se assemelhou agrave escolha dos participantes

com diagnoacutestico preacutevio de diabetes ou seja indicou forte participaccedilatildeo em caminhada

livre Ela esteve presente entre 781 (IC95 76-88) das mulheres suficientemente

ativas e 734 (IC95 60-86) entre as insuficientemente ativas As diferenccedilas

estabelecidas foram estatisticamente significantes (plt0001)

75

Tabela 17 Percentual da populaccedilatildeo adulta com IAM eou AVC segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas

capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

2 Infarto agudo do miocaacuterdio e

3 Acidente vascular cerebral

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

IAM2 ou AVC3 AF Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades

Total

(IC 95) Masculino (IC 95) Feminino

(IC

95) Total (IC95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)

1 = caminhada livre 706 621-91 653 534-73 781 763-88 494 342-645 382 197-571 734 600-867

2 = caminhada em esteira 45 08-81 74 12-135 03 02-08 06 02-13 07 04-18 04 03-11

3 = corrida livre 12 01-24 07 02-16 20 04-44 35 31-102 50 47-147 03 03-11

4 = corrida em esteira 02 01-05 04 02-09 0 - 24 17-65 35 25-95 0 -

5 = musculaccedilatildeo 80 15-145 90 03-18 63 20-149 64 27-155 76 54-207 38 24-100

6 = ginaacutestica aeroacutebia 15 05-35 18 15-51 10 02-22 10 05-24 0 - 31 15-77

7 = hidroginaacutestica 28 09-48 11 08-29 53 13-93 50 07-92 36 12-83 80 05-166

8 = ginaacutestica em geral 24 05-43 16 04-35 36 002-71 20 02-37 14 06-34 32 001-64

9 = nataccedilatildeo 10 04-25 06 05-17 17 15-48 24 01-48 32 02-66 08 03-20

10 = artes marciais e luta 01 01-03 02 01-05 00 00 0 - 0 - 0 -

11 = ciclismo 16 04-31 23 03-49 05 005-11 57 08-122 74 20-169 20 16-56

12 = futebol 25 05-45 42 07-75 0 - 154 30-312 225 06-443 01 01-03

13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -

14 = voleibol 01 005-03 004 0003-1 02 001-05 005 004-01 01 008-02 0 -

15 = tecircnis 02 01-05 03 003-08 0 - 0 - 0 - 0 -

16 = outros 34 03-70 51 10-112 10 03-22 62 15-139 68 43-179 49 07-91

76

A Tabela 18 mostra a preferecircncia entre participantes com histoacuterico

meacutedico de dislipidemia por uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

Caminhada livre musculaccedilatildeo e futebol foram as modalidades preferidas entre os

participantes suficientemente ativos 644 79 e 59 respectivamente A

caminhada livre o futebol e o ciclismo (431 22 e 58 respectivamente) foram

as modalidades preferidas entre participantes insuficientemente ativos As diferenccedilas

estabelecidas foram estatisticamente significantes (plt0001)

77

Tabela 18 Percentual da populaccedilatildeo adulta com dislipidemia segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais

dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quarado de Pearson p lt0001

Dislipidemia AF Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95) Total (IC95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)

1 = caminhada livre 644 612-676 556 500-612 723 686-757 431 377-483 298 229-366 579 510-642

2 = caminhada em esteira 18 11-24 24 12-37 11 04-19 16 06-27 18 002-36 14 03-24

3 = corrida livre 26 17-34 44 27-61 09 04-15 17 06-28 17 01-33 17 004-33

4 = corrida em esteira 07 01-13 11 01-22 03 03-07 10 06-26 19 12-49 0 -

5 = musculaccedilatildeo 79 62-96 93 65-121 68 46-88 30 16-45 11 03-18 51 22-81

6 = ginaacutestica aeroacutebia 20 14-29 07 05-15 31 15-47 08 02-13 03 01-07 14 04-23

7 = hidroginaacutestica 39 28-50 15 04-25 60 42-78 50 31-69 17 02-31 86 51-123

8 = ginaacutestica em geral 23 16-30 12 03-20 34 21-44 42 25-58 18 05-30 68 36-100

9 = nataccedilatildeo 13 07-19 16 06-26 09 02-17 43 18-68 59 16-102 25 04-46

10 = artes marciais e luta 04 004-07 08 08-15 0001 0001-0004 03 002-06 03 01-08 02 02-06

11 = ciclismo 35 24-45 52 33-72 19 10-28 58 34-82 83 41-125 30 08-51

12 = futebol 59 40-78 123 83-163 02 0002-04 220 165-274 414 328-499 05 001-09

13 = basquetebol 006 0006-01 01 001-02 0 - 003 003-009 005 005-01 0 -

14 = voleibol 003 005-04 01 001-06 02 01-06 09 03-14 007 02-12 11 01-21

15 = tecircnis 001 004-03 03 007-06 0002 0002-008 04 008-07 006 01-12 003 003-01

16 = outros 32 20-43 34 16-52 29 15-44 57 40-80 25 06-44 98 62-134

78

A Tabela 19 mostra a preferecircncia entre portadores de osteoporose por

uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Os resultados mostraram a

mesma tendecircncia observada entre os portadores dos outros tipos de DCNT ou seja

maior preferecircncia pela caminhada livre Aqui destaca-se a hidroginaacutestica como

segunda opccedilatildeo de AF A procura pela hidroginaacutestica foi maior em mulheres Para

aquelas que natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima 174 (IC95 9-25) relataram esta

preferecircncia As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente significantes

(plt0001)

79

Tabela 19 Percentual da populaccedilatildeo adulta com osteoporose segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos

estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

Osteoporose AF Suficiente

AF Insuficiente

Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95)

Feminino

(IC 95) Total (IC95) Masculino (IC 95)

Feminino

(IC 95)

1 = caminhada livre 670 607-732 502 313-691 705 645-769 413 322-502 371 128-612 424 327-519

2 = caminhada em esteira 14 03-25 43 08-93 07 0003-14 07 001-15 15 15-46 05 003-11

3 = corrida livre 14 01-27 20 07-48 13 01-27 03 001-06 02 02-06 03 005-07

4 = corrida em esteira 03 02-09 0 - 04 02-11 0001 001-004 007 008-02 0 -

5 = musculaccedilatildeo 60 24-94 106 19-230 49 17-81 52 03-108 132 104-368 33 005-66

6 = ginaacutestica aeroacutebia 24 009-47 01 0009-02 29 10-57 26 06-46 28 29-84 25 04-46

7 = hidroginaacutestica 87 54-122 0 - 108 67-149 154 83-222 66 63-194 174 94-254

8 = ginaacutestica em geral 39 17-59 03 02-08 46 21-72 105 49-160 10 11-32 128 60-196

9 = nataccedilatildeo 02 004-04 0 - 02 004-04 19 008-37 0 - 24 001-47

10 = artes marciais e luta 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -

11 = ciclismo 36 006-73 172 09-355 06 007-10 78 20-136 171 35-38 55 05-105

12 = futebol 22 04-39 120 23-217 003 003-01 32 04-61 164 18-31 0 -

13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 00 - 0 -

14 = voleibol 0001 0001-003 0 - 0001 0001-003 0 - 00 - 0 -

15 = tecircnis 0 - 0 -- 0 - 0 - 00 - 0 -

16 = outros 29 08-49 33 06-72 27 03-52 111 54-168 41 02-83 129 59-198

80

47 PERIODICIDADE SEMANAL DA ATIVIDADE FIacuteSICA

A Tabela 20 mostra a distribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal das atividades

separadas por modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e pelo conjunto das

modalidades segundo o niacutevel de AF Entre os participantes que alcanccedilaram a meta

sobressaiu a frequecircncia de atividades entre 3 a 4 dias na semana O fenocircmeno soacute natildeo

foi observado para a praacutetica do ciclismo onde predominou a frequecircncia diaacuteria

(485 - IC 95 408-559) A maioria dos participantes com AF insuficiente

apresentou frequecircncia de 1 a 2 dias por semana A uacutenica exceccedilatildeo ocorreu na

modalidade de basquetebol em que predominou a frequecircncia de 3 a 4 dias por

semana (532 - IC95 21-85) As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente

significantes (plt0001)

81

Tabela 20 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo periodicidade e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

continua

1 GIN AER = ginaacutestica aeroacutebia

2 todos = (todos os dias) frequecircncia diaacuteria da atividade

3 Caminhada na esteira rolante

1 GIN AER = ginaacutestica aeroacutebia

2 todos = (todos os dias) frequecircncia diaacuteria da atividade

3 Caminhada na esteira rolante

Nuacutemero de

sessotildees semanais AF

Suficiente AF

Insuficiente AF

Suficiente AF

Insuficiente AF

Suficiente AF

Insuficiente

CAMINHADA IC95 IC95 GIN16 AER IC95 IC95 CICLISMO IC95 IC95

Todos27 278 255-300 25 13-36 todos 120 64-175 76 06-145 todos 485 408-559 103 07-213

5 a 6 296 274-317 27 12-41 5 a 6 376 269-481 22 21-66 5 a 6 184 114-254 83 10-178

3 a 4 406 383-427 77 54-100 3 a 4 492 390-594 56 18-130 3 a 4 301 234-369 69 26-112

1 a 2 20 15-25 871 842-899 1 a 2 12 02-25 846 738-953 1 a 2 30 10-49 745 613-875

CAMINHADA38 IC95 IC95 HIDROGIN IC95 IC95 FUTEBOL IC95 IC95

todos 260 178-342 89 42-221 todos 45 17-71 _ _ todos 138 98-177 _ _

5 a 6 202 140-263 50 43-144 5 a 6 145 73-216 _ _ 5 a 6 106 72-140 01 001-02

3 a 4 455 365-545 92 14-168 3 a 4 801 726-876 01 001-02 3 a 4 453 394-509 01 001-02

1 a 2 83 16-148 769 61926 1 a 2 09 01-17 999 998-1000 1 a 2 303 249-356 998 997-1000

CORRIDA IC95 IC95

GIN

GERAL IC95 IC95 BASQUETE IC95 IC95

todos 163 111-214 04 03-13 todos 156 102-209 94 38-148 todos 300 73-672 _ _

5 a 6 288 212-362 46 10-101 5 a 6 285 211-358 80 15-145 5 a 6 101 30-232 _ _

3 a 4 518 439-596 11 01-23 3 a 4 545 467-624 62 26-97 3 a 4 532 214-850 _ _

1 a 2 31 06-56 939 881-997 1 a 2 14 01-26 764 677-850 1 a 2 67 32-165 100 _

82

continuaccedilatildeo

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

4 Corrida na esteira rolante

5 Engloba qualquer das modalidades de artes marciais

6 Conjunto de modalidades natildeo nominadas na entrevista

Nuacutemero de

sessotildees semanais AF

Suficiente AF

Insuficiente AF

Suficiente AF

Insuficiente AF

Suficiente AF

Insuficiente

CORRIDA49 IC95 IC95 NATACcedilAtildeO IC95 IC95 VOLEI IC95 IC95

todos 255 105-404 13 18-45 todos 134 45-223 05 04-159 todos 164 67-259 _ _

5 a 6 331 135-526 258 133-648 5 a 6 65 34-96 _ _ 5 a 6 164 56-270 _ _

3 a 4 386 171-602 - - 3 a 4 758 662-851 _ _ 3 a 4 556 401-712 01 001-02

1 a 2 28 27-82 729 332-1126 1 a 2 43 05-80 945 84-1049 1 a 2 116 37-193 999 998-1000

MUSCULACcedilAtildeO IC95 IC95 LUTA510 IC95 IC95 TEcircNIS IC95 IC95

todos 143 105-181 08 01-18 todos 211 90-330 _ _ todos 193 35-421 _ _

5 a 6 411 367-454 01 001-09 5 a 6 130 58-201 _ _ 5 a 6 163 34-290 _ _

3 a 4 437 394-477 34 22-91 3 a 4 590 452-728 _ _ 3 a 4 637 405-868 _ _

1 a 2 09 03-15 957 900-1014 1 a 2 689 01-138 100 _ 1 a 2 07 06-22 100 _

OUTROS611 IC95 IC95

CONJUNTO IC95 IC95

todos 295 215-374 96 36-229 todos 228 213-243 24 12-36

5 a 6 182 123-239 20 02-38 5 a 6 269 254-283 175 109-242

3 a 4 468 392-541 18 06-29 3 a 4 445 428-460 296 226-365

1 a 2 55 27-84 866 735-995 1 a 2 58 49-66 925 911-943

83

48 DURACcedilAtildeO DA SESSAtildeO DE ATIVIDADE FIacuteSICA

A Tabela 21 mostra a distribuiccedilatildeo da duraccedilatildeo (em minutos) das sessotildees

das atividades separadas por modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e no

conjunto das modalidades Para todas as modalidades a maioria dos participantes

referiu praticaacute-las com duraccedilatildeo de 60 minutos ou mais A uacutenica exceccedilatildeo ocorreu para

as corridas na esteira rolante pelos participantes insuficientemente ativos 525

(IC95 38-105) optaram por realizaacute-las de 30 a 39 minutos Destaca-se que no

conjunto aproximadamente 90 dos participantes praticaram alguma modalidade de

exerciacutecio fiacutesico ou esporte com duraccedilatildeo igual ou superior a 30 minutos Assim quase

a totalidade dos participantes atendeu ao indicador lsquoduraccedilatildeo do esforccedilorsquo

recomendado pela maioria das diretrizes

84

Tabela 21 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos) e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros

e Distrito Federal 2006

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

CAMINHADA IC95 IC95

GIN

AEROacuteBIA IC95 IC95 CICLISMO IC95 IC95

-10 01 001-09 03 01-05 -10 _ _ 99 07-189 -10 09 08-27 46 03-96

10 a 19 02 01-07 81 58-104 10 a 19 14 13-41 83 13-154 10 a 19 13 04-25 258 125-390

20 a 29 32 23-40 102 79-126 20 a 29 35 06-75 06 03-15 20 a 29 57 24-89 104 43-164

30 a 39 224 205-242 269 225-313 30 a 39 37 139-60 224 39-410 30 a 39 20 143-256 107 33-181

45 a 59 143 127-158 108 80-136 45 a 59 39 15-63 106 32-245 45 a 59 153 84-220 62 16-139

60 ou mais 598 575-621 437 392-491 60 ou mais 875 816-932 482 312-649 60 ou mais 568 492-644 423 302-543

CAMINHADA IC95 IC95 HIDROGIN IC95 IC95 FUTEBOL IC95 IC95

-10 0 0 08 07-24 -10 _ _ _ _ -10 - - - -

10 a 19 33 28-93 214 51-377 10 a 19 01 001-02 01 001-02 10 a 19 01 001-02 11 09-21

20 a 29 30 05-65 143 38-247 20 a 29 01 01-02 07 03-19 20 a 29 03 001-07 06 02-08

30 a 39 21 140-279 225 111-339 30 a 39 68 31-106 71 04-145 30 a 39 68 37-98 53 34-71

45 a 59 242 43-156 37 18-91 45 a 59 302 222-383 374 232-515 45 a 59 48 29-65 58 37-79

60 ou mais 485 456-395 373 215-531 60 ou mais 628 543-714 547 406-689 60 ou mais 88 845-916 872 841-901

CORRIDA IC95 IC95 GIN GERAL IC95 IC95 BASQUETE IC95 IC95

-10 - - - - -10 01 001-03 28 01-54 -10 _ _ 0 0

10 a 19 - - 109 - 10 a 19 03 001-07 234 144-324 10 a 19 _ _ 0 0

20 a 29 46 13-78 79 17-140 20 a 29 25 03-46 45 13-75 20 a 29 _ _ 08 01-26

30 a 39 316 235-396 267 116-416 30 a 39 108 68-147 105 51-158 30 a 39 31 29-82 116 81-314

45 a 59 151 106-195 111 21-201 45 a 59 28 136-43 40 11-67 45 a 59 17 10-44 07 06-23

60 ou mais 487 397-565) 434 285-583 60 ou mais 835 788-882 548 442-657 60 ou mais 952 891-1011 869 665-1072

continua

85

continuaccedilatildeo

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

CORRIDA IC95 IC95 NATACcedilAtildeO IC95 IC95 VOLEI IC95 IC95

-10 _ _ 44 61-149 -10 _ _ _ _ -10 _ _ 0 0

10 a 19 _ _ 281 121-683 10 a 19 _ _ 58 46-161 10 a 19 _ _ 03 02-10

20 a 29 74 03-152 14 20-47 20 a 29 04 01-12 14 06-34 20 a 29 _ _ 0 0

30 a 39 186 05-314 526 08-1059 30 a 39 100 34-165 103 19-186 30 a 39 52 37-142 49 09-88

45 a 59 242 31-453 129 129-387 45 a 59 217 123-310 257 134-379 45 a 59 14 13-42 104 01-211

60 ou mais 498 289-706 06 009-22 60 ou mais 679 576-782 568 414-723 60 ou mais 934 840-1026 842 732-951

MUSCULACcedilAtildeO IC95 IC95 LUTA IC95 IC95 TEcircNIS IC95 IC95

-10 _ _ 07 06-21 -10 _

_ _ -10 _ _ 0 0

10 a 19 _ _ 62 03-127 10 a 19 _

_ _ 10 a 19 _ _ 0 0

20 a 29 17 11-45 49 01-111 20 a 29 _

_ _ 20 a 29 _ _ 08 07-27

30 a 39 31 19-41 74 21-126 30 a 39 07 02-16 _ _ 30 a 39 _ _ 17 10-44

45 a 59 72 50-94 74 01-146 45 a 59 24 20-68 _ _ 45 a 59 _ _ 52 52-155

60 ou mais 880 844-915 734 621-846 60 ou mais 969 923-1013 1 _ 60 ou mais 100 _ 923 809-1035

OUTROS IC95 IC95 CONJUNTO IC95 IC95

-10 03 01-07 11 03-18 -10 01 0001-02 06 03-08

10 a 19 06 03-16 133 02-264 10 a 19 04 0003-06 65 49-80

20 a 29 22 11-33 19 05-42 20 a 29 26 19-32 42 34-50

30 a 39 10 52-146 85 42-127 30 a 39 152 142-166 127 109-144

45 a 59 107 47-166 33 07-59 45 a 59 117 107-126 84 69-97

60 ou mais 762 692-832 719 597-840 60 ou mais 700 682-712 676 649-703

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

86

A Tabela 22 mostra a simulaccedilatildeo de aumento na frequecircncia semanal e na

duraccedilatildeo do esforccedilo Para os participantes ativos insuficientes com frequecircncia

semanal de 1 a 2 sessotildees de AF foi simulado o acreacutescimo na sua frequecircncia e se

passou a computar 3 sessotildees semanais Nenhuma outra alteraccedilatildeo dos dados ocorreu

Apoacutes a simulaccedilatildeo somente 999 participantes continuaram com AF insuficiente

outros 5589 (85) que natildeo alcanccedilavam a meta passaram a alcanccedilaacute-la Tambeacutem foi

acrescentado tempo para os participantes insuficientemente ativos que referiram

esforccedilo com duraccedilatildeo menor que 60 minutos Agora toda atividade dura no miacutenimo

60 minutos Nenhuma outra alteraccedilatildeo dos dados ocorreu Apoacutes a simulaccedilatildeo 5864

participantes permaneceram sem promoccedilatildeo do niacutevel de AF e somente 724 (11)

foram promovidos

Tabela 22 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta insuficientemente ativa antes e

apoacutes a simulaccedilatildeo de aumento da frequecircncia semanal e da duraccedilatildeo

do esforccedilo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006

Classificaccedilatildeo do niacutevel de AF dada pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

Simulaccedilatildeo da frequecircncia permitiu os ativos insuficientes terem no miacutenimo 3 sessotildees semanais

Simulaccedilatildeo da duraccedilatildeo do esforccedilo permitiu os ativos insuficientes terem no miacutenimo 60 minutos de

duraccedilatildeo para cada sessatildeo de esforccedilo

Ativos Insuficientes

Frequecircncia

(sessotildeessemana)

Antes simulaccedilatildeo

(N)

Apoacutes simulaccedilatildeo

(N)

01-02 6233 -

03-04

05-06

279

76

823

76

Diaacuteria 100 100

Total 6588 999

Duraccedilatildeo do esforccedilo

(minutos)

Antes simulaccedilatildeo

(N)

Apoacutes simulaccedilatildeo

(N)

-10 69 -

1119 346 -

20-29 394 -

30-39 902 -

45-59 635 -

60 ou + 4342 5864

Total 6588 5864

87

A Tabela 23 mostra a distribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal e duraccedilatildeo em

minutos das sessotildees de AF entre os participantes que referiram diagnoacutestico meacutedico

preacutevio de DCNT A maior parte dos portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT de

ambos os sexos e suficientemente ativos se concentrou em praacuteticas de AF com

frequecircncia entre 3 a 4 dias por semana Uma exceccedilatildeo foi observada entre homens

com referecircncia a IAM eou AVC que apresentaram alta frequecircncia diaacuteria (413 -

IC95 27-54) e percentual elevado para as atividades com duraccedilatildeo das sessotildees de

AF de 60 minutos ou mais (595 IC95 47-71) Em relaccedilatildeo aos portadores de

diagnoacutestico preacutevio de DCNT insuficientemente ativos em ambos os sexos tambeacutem

predominaram as sessotildees com duraccedilatildeo de 60 minutos ou mais poreacutem com menor

frequecircncia semanal (1 a 2 dias) Assim portadores de DCNT apresentaram mesma

tendecircncia de frequecircncia semanal e duraccedilatildeo do esforccedilo quando comparados ao

conjunto da amostra

88

Tabela 23 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos e diagnoacutestico meacutedico referido para DCNT por sexo para a periodicidade e

duraccedilatildeo da AF segundo a recomendaccedilatildeo de AF determinada pela OMS1 nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 Qui quadrado de Pearson p lt0001

hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto do miocaacuterdio eou AVC dislipidemia e osteoporose

AF SUF HIPERTENSAtildeO DIABETES IAM eouAVC DISLIPIDEMIA OSTEOPOROSE

HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER

(IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95)

Frequecircncia

todos 298 (242-354) 227 (188-266) 395 (249-546) 257 (179-335) 413 (279-547) 355 (175-536) 239 (176-302) 204 (172-236) 318 (119-516) 213 (153-274)

5 a 6 252 (204-300) 331 (291-371) 193 (112-273) 355 (264-445) 279 (168-389) 249 (115-383) 246 (196-296) 319 (280-359) 223 (73-372) 327 (259-395)

3 a 4 395 (344-445) 431 (389-473) 397 (269-521) 374 (282-465) 270 (172-368) 388 (236-541) 478 (417-538) 460 (419-500) 402 (206-600) 452 (382-521)

1 a 2 55 (32-77) 11 (02-19) 15 (03-26) 14 (07-37) 38 (07-77) 08 (06-22) 37 (17-57) 17 (07-27) 57 (05-113) 08 (03-20)

Duraccedilatildeo

-10 002(001-006) 001 (0001-0002) - - - - 680 (61-197) -

10 a 19 - 006 (002-01) 05 (02-12) - - - 02 (01-07) - -

20 a 29 34 (15-52) 30 (19-42) 15 (02-27) 20 (07-33) 49 (01-98) 17 (02-31) 09 (04-14) 24 (12-36) 22 (04-48) 47 (11-82)

30 a 39 201 (16-24) 188 (159-217) 249 (131-367) 229 (158-300) 199 (103-296) 318 (135-501) 227 (171-282) 197 (166-228) 232 (38-425) 233 (175-291)

45 a 59 149 (113-185) 144 (114-175) 125 (49-200) 147 (71-221) 157 (77-236 141 (39-242) 141 (100-181) 153 (123-182) 100 (12-188) 158 (111-205)

60 ou mais 616 (564-668) 637 (597-676) 606 (477-737) 604 (514-695) 595 (474-716) 524 (353-694) 623 (563-684) 624 (585-663) 576 (375-779) 562 (492-631)

AF INSUF

Frequecircncia

todos 18 (02-34) 37 (10-63) 26 (02-49) 51 (35-138) 34 (01-70) 42 (03-86) 41 (03-83) 23 (05-40) 25 (10-61) 70 (19-122)

5 a 6 28 (08-47) 59 (02-115) 41 (20-103) 47 (15-110) 61 (20-142) 47 (13-107) 10 (04-24) 32 (05-59) - 40 (07-88)

3 a 4 61 (24-97) 42 (24-60) 165 (25-306) 86 (22-149) 77 (21-175) 170 (23-316) 31 (04-57) 57 (32-82) 425 (127-722) 121 (49-192)

1 a 2 893 (850-937) 862 (800-923) 768 (616-919) 816 (700-932) 828 (695-960) 741 (579-905) 918 (868-968) 888 (849-928) 550 (260-841) 769 (677-860)

Duraccedilatildeo

-10 26 (02-50) 06 (01-12) 01 (001-03) 09 (008-20) 16 (07-39) 12 (11-36) 24 (08-50) 04 (01-08) - 11 (05-21)

10 a 19 101 (47-156) 124 (63-185) 166 (23-309) 130 (20-239) 309 (58-558) 200 (57-343) 88 (26-151) 90 (53-126) 464 (176-751) 138 (67-209)

20 a 29 57 (28-87) 76 (44-107) 92 (25-158) 100 (29-170) 83 (05-161) 206 (49-462) 41 (13-69) 77 (39-115) 10 (05-32) 138 (55-220)

30 a 39 167 (109-224) 243 (177-307) 50 (03-96) 223 (122-324) 224 (39-409) 129 (26-231) 196 (121-271) 192 (138-245) 93 (08-177) 172 (82-262)

45 a 59 68 (39-97) 122 (66-177) 50 (03-96) 138 (07-283) 24 (05-53) 82 (01-165) 70 (34-106) 98 (51-143) 09 (009-27) 124 (53-194)

60 ou mais 581 (502-657) 429 (354-504) 641 (478-812) 400 (252-547) 344 (157-534) 371 (184-559) 581 (488-672) 539 (466-612) 424 (160-688) 417 (317-518)

89

5 DISCUSSAtildeO

51 SIacuteNTESES DOS RESULTADOS

Neste trabalho avaliamos os dados do sistema VIGITEL que entrevistou

a populaccedilatildeo adulta residente em domiciacutelios conectados agrave rede de telefonia fixa de

cada uma das capitais dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal O enfoque

desta tese incidiu sobre a prevalecircncia de AF e se observou que 515 dos adultos

natildeo praticam qualquer tipo de AF durante o lazer ou durante o deslocamento para o

trabalho Todas as diretrizes e recomendaccedilotildees internacionais para a quantidade

miacutenima de AF classificaram de modo uniforme e idecircntico os inativos No entanto

divergecircncias importantes ocorreram na graduaccedilatildeo da AF dos participantes

considerados fisicamente ativos

A frequecircncia das sessotildees de AF foi o aspecto que mais contribuiu para a

determinaccedilatildeo do grau dessa atividade Notou-se que as recomendaccedilotildees que orientam

uma frequecircncia semanal miacutenima indicaram uma prevalecircncia menor de AF suficiente

Por outro lado recomendaccedilotildees que orientam uma duraccedilatildeo total semanal sem fixar a

frequecircncia miacutenima tiveram as maiores prevalecircncias de AF suficiente Em face dessa

divergecircncia a prevalecircncia de AF suficiente nas cidades observadas variou

distinguindo diferentes rankings conforme a recomendaccedilatildeo adotada

Tendo como referecircncia a recomendaccedilatildeo da OMS encontramos maior

prevalecircncia de AF em homens Os de etnia negra e asiaacutetica eram fisicamente mais

ativos e a AF diminuiu com a idade com a menor escolaridade e com a viuvez Perto

de 65 da populaccedilatildeo consideraram a sua sauacutede boa ou excelente e entre os que a

consideraram ruim a maioria era de inativos O deslocamento ativo e a dieta

hipocaloacuterica satildeo caracteriacutesticas predominantes dos participantes ativos O tabagismo

foi mais frequente entre os inativos e o maior consumo de bebidas alcooacutelicas ocorreu

entre os ativos As pessoas fisicamente ativas mais frequentemente mostram

conhecer instalaccedilotildees proacuteprias para a praacutetica de AF nas suas proximidades

90

Cerca de 90 da populaccedilatildeo ativa realizava sessotildees com duraccedilatildeo de 30 a

60 minutos e natildeo houve diferenccedila significante entre o grupo que alcanccedilou e o que

natildeo alcanccedilou a meta da recomendaccedilatildeo A quase totalidade (90) dos participantes

que alcanccedilou a meta se exercitava trecircs ou mais vezes por semana e 80 dos que natildeo

alcanccedilaram a meta se exercitavam de 1 a 2 vezes por semana

A caminhada o futebol e a musculaccedilatildeo figuraram entre as principais

modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte praticada

A inatividade fiacutesica foi uma caracteriacutestica que se destacou entre os

participantes portadores de DCNT Eram inativos 60 dos portadores de hipertensatildeo

arterial sistecircmica 53 dos portadores de dislipidemia 64 dos diabeacuteticos 67

daqueles com histoacuterico de IAMAVC e 64 dos portadores de osteoporose No

conjunto 70 dos portadores de alguma DCNT natildeo alcanccedilaram a recomendaccedilatildeo

miacutenima de AF ou seja estavam inativos ou com AF abaixo da meta recomendada

52 LIMITACcedilOtildeES DO ESTUDO

O estudo transversal tem como propriedade apresentar as caracteriacutesticas

gerais da populaccedilatildeo estudada Como exposiccedilatildeo e desfecho satildeo coletados

simultaneamente natildeo eacute possiacutevel identificar a precedecircncia temporal natildeo havendo

portanto como estabelecer conclusotildees de caraacuteter causal Em contrapartida esse tipo

de estudo fornece informaccedilotildees sobre a prevalecircncia da praacutetica de AF em um

determinado periacuteodo e lugar com rapidez baixo custo e principalmente envolvendo

uma amostra numerosa e ampla

A principal limitaccedilatildeo do VIGITEL e de todo o sistema de vigilacircncia por

entrevistas telefocircnicas estaacute na exclusatildeo de pessoas que moram em domiciacutelios sem

telefone fixo Embora a cobertura da rede de telefonia fixa no Brasil tenha crescido

nos uacuteltimos anos ela ainda pode ser menor em cidades com menor desenvolvimento

econocircmico e nos grupos populacionais de menor poder aquisitivo Para contornar

esse problema pesos poacutes-estratificaccedilatildeo foram aplicados de forma a corrigir ainda

que parcialmente a representatividade da amostra

91

Os pesos satildeo fatores de ponderaccedilatildeo que aproximam a composiccedilatildeo

sociodemograacutefica da amostra daquela observada no Censo Demograacutefico em cada

cidade Essa estrateacutegia atenua problemas decorrentes de diferenccedilas entre os estratos

sociodemograacuteficos tanto na cobertura da rede telefocircnica quanto nas taxas de

resposta e de recusas das entrevistas (Moura et al 2008) Ela permite portanto uma

generalizaccedilatildeo ao fornecer estimativas aproximadas do que seria esperado para a

populaccedilatildeo das metroacutepoles brasileiras que em 2010 correspondia a aproximadamente

89 milhotildees de pessoas (IBGE 2013 Ferreira et al 2008)

Outros aspectos que influenciam a qualidade das estimativas de inqueacuterito

semelhantes ao VIGITEL satildeo as taxa de resposta e de recusas Em 2006 a taxa de

resposta para o VIGITEL foi de 711 com a taxa oscilando entre 644 e 810

desempenho melhor que sistemas americanos semelhantes (Moura et al 2008) Ainda

segundo os autores a qualidade dos cadastros telefocircnicos tambeacutem foi considerada

superior agravequela encontrada em sistemas equivalentes existentes em paiacuteses tidos como

desenvolvidos

Para minimizar os efeitos negativos provocados pela memoacuteria de curto

prazo as perguntas referentes agrave praacutetica da AF se limitaram aos trecircs meses anteriores

agrave data da entrevista Aleacutem dessa outra limitaccedilatildeo que pode ser mencionada se refere agrave

mensuraccedilatildeo do niacutevel de AF e do esforccedilo requerido sem comprovaccedilatildeo objetiva por

meio do uso de acelerocircmetro ou de outro instrumento Como a AF eacute concebida pela

populaccedilatildeo como praacutetica desejaacutevel deve-se considerar a possibilidade de relutacircncia

de ela se declarar inativa Para minimizar esta possibilidade o sistema VIGITEL

estabeleceu o Controle de Qualidade das informaccedilotildees descrito nos aspectos

metodoloacutegicos Aleacutem disso Monteiro et al (2008) avaliaram a reprodutibilidade e a

validade dos indicadores de AF e sedentarismo obtidos pelo sistema Para isso foram

realizadas diversas anaacutelises de reprodutibilidade e validade encontrando um iacutendice

de especificidade de 80 ou mais e concluindo que os indicadores de AF e de

sedentarismo tendem fortemente a ser reprodutiacuteveis e acurados

Na ediccedilatildeo de 2006 o VIGITEL abordou a AF em quatro domiacutenios lazer

ocupacional residencial e deslocamento para o trabalho No entanto os dados sobre

duraccedilatildeo e frequecircncia da AF no domiciacutelio e no trabalho natildeo foram originalmente

92

coletados pelo sistema impossibilitando a verificaccedilatildeo do grau de AF total segundo as

diferentes recomendaccedilotildees miacutenimas Assim para este estudo somente as informaccedilotildees

dos domiacutenios lazer e deslocamento ativo para o trabalho foram aplicados na

definiccedilatildeo do niacutevel de AF portanto as estimativas apresentadas estatildeo subestimadas

devendo-se esperar que a real prevalecircncia de AF suficiente seja maior

Outra limitaccedilatildeo se refere agrave informaccedilatildeo sobre as doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis O VIGITEL objetivou detectar a morbidade relativa a diagnoacutestico

preacutevio No entanto as DCNT muitas vezes satildeo assintomaacuteticas e seus portadores

podem natildeo conhecer sua real condiccedilatildeo Deste modo a prevalecircncia de hipertensatildeo

arterial diabetes mellitus osteoporose dislipidemia AVC eou IAM podem estar

subestimadas nesta pesquisa

53 INTERPRETACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

A partir deste ponto a discussatildeo do estudo estaacute estruturada em quatro

eixos O primeiro explora a prevalecircncia de AF segundo as principais diretrizes

internacionais que recomendam quantidade miacutenima de AF e explorar as divergecircncias

e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF miacutenimo O segundo analisa variaacuteveis

sociodemograacuteficas e comportamentais O terceiro identifica e compara os elementos

ldquoduraccedilatildeo intensidade e frequecircnciardquo buscando explorar a forma como se relacionam

na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual Por fim o quarto eixo identifica o perfil

da AF praticada pelos portadores de DCNT

531 Eixo I ndash Diferentes formas de recomendar atividade fiacutesica

Neste estudo foi encontrada baixa concordacircncia entre as recomendaccedilotildees

e diretrizes miacutenimas de AF Portanto existe mais de um entendimento sobre a

quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar efeitos substanciais para a sauacutede mesmo

que em linhas gerais todas as diretrizes persigam os mesmos objetivos Foi possiacutevel

observar que pequenas diferenccedilas entre as recomendaccedilotildees exerceram efeitos

pronunciados no grau de atividade entre os participantes

93

Apenas 45 dos entrevistados ativos obtiveram por unanimidade o

niacutevel de AF classificado como adequado no conjunto das recomendaccedilotildees Isto

significa que os outros 55 foram classificados ora como suficientemente ativos ora

como insuficientemente ativos Portanto parcela consideraacutevel da populaccedilatildeo pode ser

considerada como sendo beneficiada de modo substancial pelos efeitos da AF como

pode ocorrer o contraacuterio Dependendo da recomendaccedilatildeo escolhida participantes

podiam ser aconselhados a aumentar o que jaacute era suficiente enquanto outros podiam

ser instados a manter o que ainda natildeo era

Enquanto alguns participantes tenham realizado AF com duraccedilatildeo e gasto

energeacutetico suficiente para atender agraves diretrizes que recomendam uma quantidade

especiacutefica de AF sem determinar a frequecircncia semanal isso natildeo foi suficiente para

atender agraves outras que determinam a mesma quantidade poreacutem com distribuiccedilatildeo do

esforccedilo ao longo da semana Vale ressaltar que um grande volume de AF natildeo foi de

modo geral necessariamente um indicador para o alcance das metas recomendadas

A divergecircncia na classificaccedilatildeo do niacutevel de AF pode tambeacutem repercutir

negativamente nas poliacuteticas de sauacutede voltadas para a promoccedilatildeo da AF Resultados

antagocircnicos deixam duacutevidas e podem prejudicar objetivos e metas pactuados por

programas de sauacutede puacuteblica O monitoramento da AF pelo sistema VIGITEL para os

anos de 2010 e 2011 ilustra o efeito desta contradiccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees Em

2010 os dados foram sistematizados segundo a versatildeo anterior da recomendaccedilatildeo da

OMS de 30 minutos por dia em 5 sessotildees semanais A partir de 2011 o relatoacuterio

adotou a nova recomendaccedilatildeo de 150 minutos por dia sem considerar a frequecircncia

semanal (MS 2011 MS 2012) Com esta troca de criteacuterio de anaacutelise de um ano

para outro o percentual de participantes ativos com maior taxa de AF em dez

capitais praticamente dobrou Assim a cidade de Rio Branco que obteve a menor

prevalecircncia de ativos em 2010 (113) com a troca da referecircncia elevou o

percentual de ativos para 301 valor superior agrave Brasiacutelia primeira colocada no ano

anterior com 224

As divergecircncias na classificaccedilatildeo do niacutevel de AF repercutiram tambeacutem no

rankig regional A Regiatildeo Sul segundo a diretriz da OMS obteve a maior meacutedia de

suficiecircncia de AF enquanto por referecircncia agraves diretrizes da UE e do IOM foi a

94

penuacuteltima colocada Unanimidade de classificaccedilatildeo soacute ocorreu para a Regiatildeo Sudeste

(menor prevalecircncia de ativos suficientes) No geral observou-se que perto de frac14 da

amostra apresentou rendimento suficiente para o IOM e frac34 para a OMS

O percentual de discordacircncia deste estudo ficou aqueacutem do observado por

Thompson e colaboradores que em 2009 encontraram variaccedilatildeo na classificaccedilatildeo do

niacutevel de AF em 90 ao comparar diferentes diretrizes (Thompson et al 2009)

Poreacutem a comparaccedilatildeo direta entre os estudos deve ser realizada com cautela devido agrave

diferenccedila na metodologia empregada Naquele estudo a quantidade de diretrizes

comparadas foi maior envolvendo doze recomendaccedilotildees entre elas algumas jaacute

revogadas na eacutepoca como a do ACSM de 1995 Por outro lado o meacutetodo de medida

de esforccedilo ocorreu por meio de avaliaccedilatildeo objetiva com o uso de acelerocircmetro nas 24

horas do dia e envolveu uma amostra menor (N=90) exclusivamente composta por

homens britacircnicos com idade entre 45 e 64 anos Assim eacute possiacutevel que as diferenccedilas

metodoloacutegicas tenham causado a diferenccedila das proporccedilotildees embora a tendecircncia dos

resultados esteja de acordo

As controveacutersias aqui encontradas satildeo produto da ausecircncia de consenso

cientiacutefico a respeito dos mecanismos envolvidos na accedilatildeo da AF sobre a sauacutede Pouco

se sabe sobre a dose miacutenima necessaacuteria em termos de ldquoduraccedilatildeo intensidade e

frequecircnciardquo de exerciacutecios fiacutesicos necessaacuterios para uma vida saudaacutevel Pesquisas

futuras com adequado arsenal teoacuterico e metodoloacutegico devem ter por objetivo

compreender o efeito e a dose-resposta da AF sobre a sauacutede garantindo maior

seguranccedila para a elaboraccedilatildeo de diretrizes e recomendaccedilotildees

532 Eixo II ndash Variaacuteveis sociodemograacuteficas e comportamentais na praacutetica da

atividade fiacutesica

5321 Sexo

A praacutetica de AF se revelou mais comum em homens do que em

mulheres particularmente em homens mais jovens Neste estudo as mulheres

apresentaram menor prevalecircncia (40) do que os homens (60) e entre aquelas que

referiram alguma AF a suficiecircncia tambeacutem foi menor As diferenccedilas de praacutetica de

95

AF em face da diferenccedila de gecircnero de modo geral coincidem com os resultados

encontrados na literatura brasileira e mundial (Goacutemez et al 2005 Santos et al

2009 Pan et al 2009)

Maples (2009) identificou fatores sociais que provocam o sedentarismo

de mulheres falta de tempo em face de dupla jornada de trabalho despesas com

deslocamento despesas com mensalidades de clubes esportivos despesas com

materiais esportivos dedicaccedilatildeo do tempo livre para o cuidado dos filhos e de

familiares sensaccedilatildeo de fadiga medo de eventos adversos e inseguranccedila urbana A

autora afirma no entanto que a menor participaccedilatildeo de mulheres na praacutetica de AF

natildeo estaacute relacionada com a falta de informaccedilotildees e de conhecimento dos benefiacutecios da

AF e destaca a importacircncia da continuidade das investigaccedilotildees deste tema

Embora este estudo natildeo tenha considerado a AF executada no ambiente

domeacutestico eacute possiacutevel observar no relatoacuterio do VIGITEL o predomiacutenio de mulheres

neste espaccedilo embora a interpretaccedilatildeo dos resultados nesse caso seja complexa pois

natildeo existem estudos suficientes que mostrem os benefiacutecios da AF domeacutestica sobre a

sauacutede (Hallal 2011)

Entender melhor os fenocircmenos que causam a maior inatividade fiacutesica das

mulheres pode se tornar estrateacutegico para a promoccedilatildeo da AF considerando que mais

de 70 delas ficaram aqueacutem da quantidade miacutenima recomendada pela OMS

5322 - Idade

Este estudo detectou a possibilidade de associaccedilatildeo entre o niacutevel de AF e a

idade para ambos os sexos Enquanto 44 dos mais jovens (18 a 24 anos de idade)

se apresentavam inativos a inatividade ficou em 66 nos mais idosos (ge 65 anos)

Os resultados encontrados na literatura sobre o niacutevel de AF e a idade

estatildeo de acordo com este estudo e revelam consenso sobre este fenocircmeno (USDHHS

2008a CDC 2010 UE 2010 WHO 2010) Uma das explicaccedilotildees eacute o aumento de

DCNT nos mais velhos que repercute no aumento das limitaccedilotildees funcionais na

dependecircncia fiacutesica e na necessidade de cuidados para a execuccedilatildeo de atividades de

vida diaacuteria (WHO 2010) criando um ciacuterculo vicioso as doenccedilas e as deficiecircncias

96

reduzem o niacutevel de AF que por sua vez tem efeitos adversos sobre a capacidade

funcional e agrava as deficiecircncias causadas pelas doenccedilas crocircnicas

A revisatildeo realizada para atualizar a diretriz oficial do Canadaacute de 2010

aponta que a AF eacute eficaz na prevenccedilatildeo das incapacidades da idade Houve reduccedilatildeo

de risco de quedas entre as pessoas com mais idade na meacutedia de 30 devido agrave

melhora do equiliacutebrio e do fortalecimento muscular decorrentes do treinamento fiacutesico

regular (Paterson e Warburton 2009)

Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica a expectativa de

vida meacutedia do brasileiro eacute atualmente de 719 anos sendo maior nas mulheres do

que nos homens (758 e 682 respectivamente) e sua tendecircncia eacute a elevaccedilatildeo (IBGE

2005) Alinhada ao cenaacuterio de envelhecimento da populaccedilatildeo global a OMS jaacute

alertava em meados do ano de 2000 que as adversidades pela falta de AF iriam

repercutir sobretudo no grupo dos adultos de mais idade (OMS 2010) Se por um

lado a expectativa de vida no Brasil tende a aumentar e as mulheres tendem a uma

maior longevidade as taxas de prevalecircncia de DCNT na populaccedilatildeo feminina deveratildeo

tender a ser ainda mais significativas nas proacuteximas deacutecadas

Nesta perspectiva a OMS alinhada com o seu programa de sauacutede para o

envelhecimento publicou uma diretriz de AF intitulada ldquoA Regra da Atividade

Fiacutesica no Envelhecimento Saudaacutevelrdquo em que recomenda e orienta especificamente

a praacutetica de AF para as pessoas de maior idade (WHO 2003) Tambeacutem atento ao

fato o USDHHS de 2008 explicitou sua preocupaccedilatildeo fixando quatro diretrizes 1)

quando o idoso natildeo pode fazer 150 minutos de intensidade moderada de atividade

aeroacutebia por semana por causa de doenccedilas crocircnicas deve ser tatildeo fisicamente ativo

quanto as suas capacidades e as condiccedilotildees permitam 2) os idosos com risco de

queda devem fazer exerciacutecios que mantenham ou melhorem o equiliacutebrio 3) os idosos

devem determinar o seu niacutevel de esforccedilo para a AF em relaccedilatildeo ao seu niacutevel de

aptidatildeo fiacutesica 4) os idosos com doenccedilas crocircnicas devem entender como as suas

condiccedilotildees de doenccedila afetam a sua capacidade de fazer AF regular de forma segura

Os mecanismos baacutesicos de caraacuteter bioloacutegico envolvidos no processo de

envelhecimento permanecem desconhecidos Alguns teoacutericos como Janssen e

Leblanc (2009) argumentam que os indiviacuteduos nascem com determinada capacidade

97

de sustentar a vida mas ocorre a perda contiacutenua desta capacidade com o avanccedilo da

idade o que eacute influenciado fortemente por fatores ambientais No entanto a idade

em si natildeo eacute necessariamente um impedimento para a praacutetica de exerciacutecio fiacutesico

Acredita-se que o processo educacional a renda estilos de vida tipo e condiccedilotildees de

trabalho condiccedilotildees de habitaccedilatildeo e oportunidades em geral podem influenciar os

niacuteveis de AF nos idosos (Paterson e Warburton 2009)

5323 Escolaridade

Neste estudo a maior parte (53) dos participantes entrevistados referiu

ter ateacute 9 anos de escolaridade e mais da metade dos com menor escolaridade (61)

estavam inativos Esta porcentagem diminuiu com o aumento da escolaridade Entre

os participantes de maior escolarizaccedilatildeo foi encontrado o maior rendimento de AF

Aproximadamente 38 dos participantes que referiram AF aleacutem das recomendaccedilotildees

miacutenimas tinham 12 anos ou mais de escolaridade

Os estudos encontrados na literatura que relacionam a praacutetica de AF com

os niacuteveis de escolaridade mostram a tendecircncia de os participantes mais escolarizados

serem fisicamente mais ativos nos momentos de lazer Na Austraacutelia Eakin et al

(1995) entrevistou 1818 pessoas por telefone e verificou maior niacutevel de AF entre os

mais escolarizados independentemente do local de residecircncia (cidade subuacuterbio e

campo) Na Holanda Prins (2012) mostrou que os participantes com ensino superior

atendiam mais agraves recomendaccedilotildees nacionais e as pessoas com menor niacutevel de

educaccedilatildeo na maioria das vezes eram inativas Pereira (1995) avaliou 795

portugueses de ambos os sexos e verificou que jovens com baixo niacutevel de AF

pertenciam a famiacutelias cujos pais possuiacuteam escolaridade meacutedia ou baixa enquanto

jovens com alto niacutevel de AF pertenciam a famiacutelias cujos pais possuiacuteam escolaridade

meacutedia ou elevada No Brasil Salle-Costa et al (2003) avaliaram 4030 funcionaacuterios

de uma universidade na cidade do Rio de Janeiro e destacaram a menor chance do

grupo de menor escolaridade se engajar em AF com maior gasto energeacutetico entre as

mulheres a associaccedilatildeo foi ainda mais forte

Por outro lado quando eacute considerada a faixa de renda e aspectos que

envolvem a ocupaccedilatildeo laboral e o local onde o trabalho eacute desenvolvido alguns

98

estudos natildeo estatildeo de acordo com esses resultados e mostram que a maior renda

(maior escolaridade) tende a menor niacutevel de AF Os estudos de Hallal (2006)

mostram que a alta renda familiar no momento do nascimento representa uma

possibilidade maior de estilo de vida sedentaacuterio para o jovem Recentemente

Beacutelanger Townsend e Foster (2011) avaliaram aproximadamente 300000 residentes

(com mais de 15 anos de idade) em mais de 70 diferentes paiacuteses e perceberam que

existe uma relaccedilatildeo direta entre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a

prevalecircncia da inatividade fiacutesica Estes resultados foram confirmados por Dumith et

al (2011) apoacutes anaacutelise de dados de 76 paiacuteses mostrando que paiacuteses menos

desenvolvidos apresentaram prevalecircncia de 187 de inatividade fiacutesica contra 278

nos paiacuteses mais desenvolvidos Na China investigaccedilatildeo envolvendo 824 residentes de

vaacuterias proviacutencias mostrou maior niacutevel de AF nas pessoas de niacutevel socioeconocircmico

mais baixo (Shi et al 2006) Tambeacutem Saacutevio et al (2008) analisaram o niacutevel de AF

de trabalhadores no Distrito Federal e observaram que de modo geral quanto maior

era a faixa de renda e o grau de escolaridade do trabalhador menor era o seu niacutevel de

AF

Aqui considera-se que a maior escolaridade pode significar que as

pessoas mais bem instruiacutedas apresentem remuneraccedilatildeo mais elevada e por isso maior

acessibilidade a um maior nuacutemero de locais serviccedilos e materiais para a praacutetica de AF

no lazer aleacutem de apreentarem maior niacutevel de conhecimento e de informaccedilatildeo e maior

tendecircncia de residir em contextos espaciais e ambientais favoraacuteveis agrave praacutetica de AF

no lazer Assim o ensinamento importante desta relaccedilatildeo eacute a indicaccedilatildeo de que se

consigam aumentar os niacuteveis de AF por meio do aumento do acesso e da

permanecircncia do indiviacuteduo no sistema escolar

Assim a inclusatildeo social dos menos escolarizados passa a ser vista como

um fator importante para aumentar a praacutetica de AF no paiacutes Talvez a oportunidade

de ampliaccedilatildeo da construccedilatildeo cultural por meio do maior acesso agraves atividades culturais

como teatro cinema e museus possa predispor a uma atitude mais favoraacutevel para

com os haacutebitos saudaacuteveis que poderiam ser atualizados com o decorrer da vida

Por fim o grau de escolaridade influencia direta ou indiretamente os

niacuteveis potenciais do capital humano e em decorrecircncia disso tambeacutem o produto final

99

agregado seja na renda no capital ou na educaccedilatildeo Nesta perspectiva os estudos

epidemioloacutegicos tecircm mostrado que os estilos de vida saudaacutevel se devem em parte agrave

educaccedilatildeo Ela fixa o domiacutenio social (fator importante das disparidades da sauacutede entre

grupos populacionais) e ao mesmo tempo eacute determinada por ele (Savio 2008)

Assim a escala educacional permite entender mellhor como estatildeo distribuiacutedas as

diferenccedilas de comportamento para com a AF entre os estratos sociais da populaccedilatildeo

5324 Etniacor

Neste estudo a etnia foi determinada por associaccedilatildeo com a cor da pele

Resumidamente amarelos satildeo aqueles que tecircm ancestrais de origem asiaacutetica e

vermelhos aqueles que tecircm ancestrais indiacutegenas Morenos eou pardos satildeo aqueles

que tecircm ancestrais entre brancos e negros

Este estudo mostra que amarelos e negros (52 e 51 respectivamente)

satildeo mais ativos quando comparados aos participantes que se declararam de outra

cor Por outro lado os que se autodeclararam vermelhos apresentaram o menor

percentual de AF (47) Quando se comparou os brancos com um agrupamento

composto de negros pardos e morenos o percentual de AF entre eles foi semelhante

sem diferenccedilas estatisticamente significativas (p=007)

Mesmo com nuacutemero limitado de estudos que investigaram diretamente a

relaccedilatildeo entre a AF e os resultados de sauacutede em variadas etnias a diretriz oficial dos

Estados Unidos de 2008 assumiu que natildeo haacute evidecircncias suficientes que indiquem

diferenccedilas do efeito da AF na sauacutede de diferentes grupos eacutetnicos mas esclarece que o

niacutevel de AF o risco e a carga de doenccedilas crocircnicas no paiacutes satildeo maiores nos grupos

raciais e eacutetnicos de comunidades minoritaacuterias Americanos negros e asiaacuteticos iacutendios

americanos nativos do Alasca latinos e nativos das ilhas do paciacutefico tecircm diferenccedilas

significativamente menores de AF e maiores niacuteveis de inatividade fiacutesica do que os

brancos natildeo-hispacircnicos (USDHHS 2008a)

Assim as diretrizes chamam a atenccedilatildeo para a necessidade de promoccedilatildeo

da AF entre os grupos minoritaacuterios Por outro lado a resposta da dose da AF sobre os

resultados de sauacutede pode ser semelhante entre as diferentes populaccedilotildees raciais e

100

eacutetnicas enquanto fatores culturais e contextuais podem conduzir a diferenccedilas na

estrateacutegia de implantaccedilatildeo da AF ou na avaliaccedilatildeo da dose ministrada

Este estudo mostrou alguns resultados a princiacutepio natildeo consonantes com

os apresentados pelo USDHHS em 2008 Os amarelos foram ao mesmo tempo os

mais ativos fisicamente e os que mais apresentaram diagnoacutestico preacutevio para todas as

DCNT estudadas com exceccedilatildeo da osteoporose As conclusotildees sobre este ponto

devem considerar a possibilidade de os amarelos terem tido maior acesso aos

serviccedilos de sauacutede e consequentemente maior conhecimento do seu real estado de

sauacutede ou condiccedilatildeo de doenccedila uma vez que segundo a OMS (2010) a maior parte da

populaccedilatildeo mundial devido agrave dificuldade de acesso aos serviccedilos de sauacutede soacute percebe

ser portador de DCNT nas fases mais avanccediladas da doenccedila

Em relaccedilatildeo ao menor percentual de AF entre vermelhos comparados aos

outros subgrupos a explicaccedilatildeo em parte pode ser dada pelo processo migratoacuterio do

campo para a cidade jaacute que a pesquisa entrevistou pessoas de origem indiacutegenas que

vivem em capitais de estado e no Distrito Federal em geral cidades consideradas de

grande porte Sobre isto Souza (2008) no Brasil investigou o perfil do niacutevel de AF

em indiacutegenas de uma tribo (Guanaacutes) no Mato Grasso do Sul que vive no campo e

observou a prevalecircncia de grupos ativos e muito ativos entre os indiacutegenas resultado

influenciado pelo transporte ativo Estudo canadense verificou que nativos tambeacutem

apresentaram elevado niacutevel de AF vivendo no campo A migraccedilatildeo do campo para

centros urbanos no entanto reduziu drasticamente os niacuteveis de AF (Droga 2010)

Desta forma parece importante checar o impacto da praacutetica da AF por relaccedilatildeo com

fatores comportamentais como a migraccedilatildeo e as mudanccedilas de domiciacutelio entre cidades

de tamanho populacional diferente

As causas desta diferenciaccedilatildeo racial e eacutetnica no niacutevel de AF natildeo estatildeo

claras Tanto aspetos bioloacutegicos como culturais satildeo considerados Natildeo obstante

queixam-se os Comitecircs Consultivos que renovam as diretrizes de AF que a pequena

proporccedilatildeo de populaccedilotildees minoritaacuterias nas amostras dificulta a interpretaccedilatildeo das

observaccedilotildees para diferenccedilas raciais e eacutetnicas A distorccedilatildeo nos diferentes estudos

segundo eles tem tornado difiacutecil examinar a influecircncia da AF sobre a sauacutede dos

grupos minoritaacuterios

101

Parece pois que poucos resultados estatildeo disponiacuteveis para conclusotildees

definitivas nenhum estudo conhecido afirmou categoricamente haver influecircncia

geneacutetica sobre um comportamento mais ou menos ativo Eacute plausiacutevel afirmar que o

comportamento distinto observado entre as diferentes etnias esteja vinculado agraves

condiccedilotildees sociais em que vivem e pelas experiecircncias no decorrer da vida

5325 Estado conjugal

A situaccedilatildeo conjugal mostrou que viuacutevos e separados satildeo menos ativos

(67) que solteiros (45) e 76 natildeo alcanccedilaram a meta recomendada Entre os

solteiros aproximadamente 28 praticaram AF acima das recomendaccedilotildees

Em relaccedilatildeo aos estudos que investigam a relaccedilatildeo da AF com o estado

civil Proper e Hildebrandt (2006) natildeo demonstraram associaccedilatildeo significativa entre a

situaccedilatildeo conjugal e o niacutevel de AF Segundo os autores a comparaccedilatildeo do estado civil

com a participaccedilatildeo em eventos fiacutesicos deve levar em conta o fator idade Assim eacute

esperado natildeo necessariamente que solteiros sejam mais jovens e viuacutevos sejam mais

velhos A condiccedilatildeo fiacutesica favoraacutevel dos jovens e a maior disponibilidade de tempo

podem amparar ainda melhor a justificativa Mensink Loose e Oomen (1997)

acrescentaram a estes quesitos o menor compromisso financeiro com terceiros

Aquino (1996) observou que as mulheres solteiras tecircm menos afazeres no lar e

menores responsabilidades com outros familiares dependentes Dias et al (2007)

apresentaram a AF como um meio de solteiros mais jovens se relacionarem com

outras pessoas fora do ambiente domiciliar

Finalmente embora mulheres casadas (ou vivendo em uniatildeo) e com

filhos apresentem maior percepccedilatildeo sobre a importacircncia da praacutetica de exerciacutecios para

a sauacutede Branigan e OrsquoBrien-Cousins (1995) apontam que esta percepccedilatildeo natildeo se

transforma necessariamente em accedilatildeo

102

5326 Conhecimento sobre local para atividade fiacutesica

O ambiente fiacutesico pode influenciar o comportamento individual para a

praacutetica da AF Algumas caracteriacutesticas ambientais podem ser tratadas como fatores

facilitadores da AF outros satildeo entendidos como obstaacuteculos (Roux et al 2008)

Este estudo mostrou que nas capitais cerca de 80 dos participantes de

ambos os sexos tinham conhecimento de locais apropriados para agrave AF proacuteximos agraves

suas residecircncias e que aproximadamente 90 destes locais eram de acesso puacuteblico

Tambeacutem se observou que a maioria dos participantes que desconhecia a existecircncia de

locais apropriados para a praacutetica de AF proacuteximos de suas moradias estava inativa

(62) enquanto que dos que afirmaram conhecer 48 estavam inativos

Deve-se ressaltar que as pessoas que praticam AF tendem a se lembrar

mais frequentemente dos locais apropriados do que os inativos pois estatildeo mais

preocupados e atentos para a praacutetica Existem diversos estudos que abordam as

influecircncias do ambiente fiacutesico na praacutetica de AF e mostram que mudanccedilas favoraacuteveis

nele favorecem o aumento da praacutetica de AF A primeira revisatildeo sistemaacutetica

conhecida que apresenta resultados das intervenccedilotildees destinadas a promover o

ambiente para melhorar a praacutetica de AF eacute a de Foster e Hillsdon (2004) Os autores

mencionaram em primeiro lugar as causas gerais que explicam o decliacutenio dramaacutetico

na AF na sociedade contemporacircnea a reduccedilatildeo de ocupaccedilotildees ativas a utilizaccedilatildeo de

veiacuteculos o decliacutenio do transporte ativo (especialmente em crianccedilas mulheres e

idosos) as alteraccedilotildees fiacutesicas nos espaccedilos puacuteblicos (escadas rolantes elevadores

portas automaacuteticas) a reduccedilatildeo do tempo destinado agrave praacutetica da educaccedilatildeo fiacutesica

escolar a violecircncia urbana a inseguranccedila das crianccedilas em praacuteticas esportivas e a

substituiccedilatildeo de recreaccedilatildeo fisicamente ativa por passatempos passivos

A falta de percepccedilatildeo da potencialidade de espaccedilos possiacuteveis para a

praacutetica de AF constitui um obstaacuteculo Esta abordagem realccedila a importacircncia da

contextualizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos dado que a relaccedilatildeo entre a AF e o espaccedilo

urbano natildeo se confina apenas aos locais especialmente destinados agrave praacutetica de AF

Seguindo a teoria da contextualizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos todo o espaccedilo urbano

deve ser avaliado de modo a propiciar a funcionalidade do territoacuterio tornando-o

multifuncional permitindo que a populaccedilatildeo possa se deslocar ativamente e com

103

seguranccedila de um local para outro a peacute ou de bicicleta e aumentando a acessibilidade

da populaccedilatildeo com pouca mobilidade Como exemplo desta funcionalidade territorial

o estudo de Cruciani et al (2002) demonstrou que o gasto energeacutetico com a

caminhada de ida e volta para os locais destinados agrave praacutetica de AF foi maior do que o

gasto energeacutetico durante as atividades naquele local principalmente entre mulheres

na faixa etaacuteria de 52 a 72 anos A utilizaccedilatildeo do ambiente fiacutesico eacute uma das estrateacutegias

para o aumento da praacutetica da AF na maior parte das diretrizes Citem-se USDHHS

(2008a) OMS (2010) CDC (2010) MS Ruacutessia (2012)

Sobre isto Pereira (1995) ao investigar uma amostra de portugueses

residentes na cidade do Porto (426 mulheres e 369 homens) notou a forte demanda

de um puacuteblico que residia num raio de aproximadamente 1 km de distacircncia dos

equipamentos e instalaccedilotildees Resultados semelhantes foram obtidos por Jago e

Baranowski (2006) ao avaliarem 210 participantes na cidade de Houston (EUA) na

qual os participantes mais ativos moravam num raio de aproximadamente 800 metros

de distacircncia das instalaccedilotildees para AF

Ao se ater aos resultados da maioria dos estudos percebe-se que o

ambiente fiacutesico pode ser um fator favoraacutevel ou contraacuterio agrave praacutetica de AF Neste

sentido intervenccedilotildees destinadas a promover um ambiente favoraacutevel se mostram

oportunas e tambeacutem eacute possiacutevel indicar algumas estrateacutegias facilitadoras

Adequar o ambiente fiacutesico nas proximidades de aacutereas residenciais para

a praacutetica de AF

Criar ambiente seguro para pedestres nas calccediladas e nas travessias de

ruas

Criar bicicletaacuterios em locais de acesso puacuteblico

Reduzir a velocidade do tracircnsito motorizado

Concentrar locais de acessos puacuteblicos para a praacutetica de AF longe de

locais de traacutefego intenso

Adotar estrateacutegias de policiamento preventivo nas aacutereas destinadas a

AF

Alongar o horaacuterio de funcionamento das instalaccedilotildees fiacutesicas

Criar ambientes esteticamente agradaacuteveis

104

Divulgar a existecircncia dos pontos apropriados para a praacutetica de AF

5327 Variaccedilotildees regionais

Neste estudo natildeo se detectou a existecircncia de gradiente de prevalecircncia de

AF entre as regiotildees localizadas no CentroSul e NorteNordeste A taxa meacutedia de

ativos nas regiotildees do CentroSul (365) foi muito proacutexima agrave da regiotildees do

NorteNordeste (36) No entanto as capitais das regiotildees Norte e Nordeste

apresentaram percentuais de ativos maiores que capitais da regiatildeo Sudeste A cidade

de Satildeo Paulo considerada a maior economia da federaccedilatildeo apresentou o menor

percentual de ativos (284) entre todas as capitais brasileiras Nesta situaccedilatildeo a

variaacutevel econocircmica foi superada por todas as outras O que natildeo ficou claro foi a

determinaccedilatildeo das variaacuteveis que interferiram nestes resultados Em todas as cidades

investigadas para ambos os sexos o deslocamento ativo para o trabalho elevou em

aproximadamente duas vezes a taxa de prevalecircncia para o grupo de ativos

Dentro do paiacutes estes dados soacute podem ser comparados com os outros

relatoacuterios publicados pelo sistema VIGITEL referentes aos anos seguintes a ele Nos

demais estudos encontrados a amostra se limitou a um estado ou a uma regiatildeo da

federaccedilatildeo Como os relatoacuterios do VIGITEL referentes ao monitoramento relativo aos

anos de 2007 e 2008 (MS 2008b MS 2009) natildeo apresentaram informaccedilotildees para o

deslocamento ativo as informaccedilotildees satildeo restritas agrave AF realizada no tempo de lazer e

natildeo mostram grandes alteraccedilotildees em relaccedilatildeo ao relatoacuterio de 2006 em que a cidade de

Satildeo Paulo permaneceu com o menor percentual (113 e 115 respectivamente)

Nos relatoacuterios dos anos de 2009 e 2010 (MS 2010 MS 2011) informaccedilotildees sobre o

deslocamento ativo adicionado ao tempo de lazer aparecem e modificam fortemente

algumas posiccedilotildees recuam o percentual de ativos da cidade de Curitiba de 367 (em

2006) para 27 (em 2010) posicionando-a como a capital com menor percentual de

ativos do paiacutes e elevam os percentuais da cidade de Satildeo Paulo em 14 posiccedilotildees com

o percentual de ativos subindo de 284 (em 2006) para 48 (em 2010)

Finalmente eacute importante destacar que cidades de pequeno e meacutedio porte

do interior podem apresentar comportamentos distintos dos constatados neste estudo

Baretta Baretta e Perez (2007) mostraram maior niacutevel de AF em cidades de pequeno

105

porte frente a cidades maiores Assim as estrateacutegias incentivadoras para a praacutetica de

AF poderiam ser pensadas considerando o porte populacional

5328 Consumo de tabaco

Este estudo encontrou relaccedilatildeo inversa entre o tabagismo e o niacutevel de AF

para ambos os sexos aproximadamente 75 dos tabagistas estavam

insuficientemente ativos e a maior parte dos tabagistas (61) era inativa

Os estudos existentes na literatura envolvendo tabagismo e AF (Poortinga

2007) apresentam resultados que corroboram este estudo mostrando diferenccedilas na

abstinecircncia do fumo entre grupos de indiviacuteduos fisicamente ativos e inativos Lolio et

al (1990) avaliaram 1199 participantes de 15 a 74 anos de idade e verificaram que o

tabagismo diminuiacutea com o aumento da escolaridade e com a maior participaccedilatildeo em

eventos ativos no tempo de lazer Malta (2008) examinou a prevalecircncia de tabagismo

no Brasil usando o relatoacuterio do sistema VIGITEL de 2008 e apontou que 161 dos

homens e 124 das mulheres eram tabagistas com predomiacutenio na faixa de menor

escolaridade exatamente o grupo de menor niacutevel de AF Jago et al (2006) com

dados obtidos ao longo de 5 anos (2003 a 2007) em uma amostra de estadunidenses

demonstraram que 231 da populaccedilatildeo eram fumantes de cigarros ou charutos

principalmente os participantes negros baixa renda baixa escolaridade inativos

fisicamente ou com AF reduzida Miranda et al (2009) avaliaram a prevalecircncia de

tabagismo em universitaacuterios brasileiros e apontaram que os acadecircmicos do curso de

Educaccedilatildeo Fiacutesica apareceram com a menor prevalecircncia de tabagismo (8)

A preocupaccedilatildeo com a cessaccedilatildeo do tabagismo reside no aumento do risco

de morbimortalidade por doenccedilas de causas arteriais (IAM AVC HAS) cacircnceres e

problemas respiratoacuterios (bronquite enfisema) Eacute importante destacar que uma das

consequecircncias negativas do tabagismo envolve o conflito com a capacidade de

esforccedilo O tabagismo eacute um fator limitante do desempenho fiacutesico e pode contribuir

para que pessoas inativas ou pouco ativas assim permaneccedilam A sensaccedilatildeo

desagradaacutevel provocada pela fadiga eacute antecipada pelo tabagismo (principalmente o

crocircnico) e constitui um dos fatores importantes que desmotiva a adesatildeo agrave praacutetica da

AF em ambos os sexos (Aoyagi et al 2010)

106

5329 Consumo de bebida alcooacutelica

Este estudo mostra que haacute relaccedilatildeo direta entre o niacutevel de AF e o consumo

diaacuterio de bebida alcooacutelica em ambos os sexos cerca de 27 dos homens e 12 das

mulheres muito ativos e insuficientemente ativos consumiram aacutelcool diariamente De

modo geral 55 dos ativos consumiram aacutelcool regularmente

Os estudos encontrados na literatura envolvendo o consumo de aacutelcool e a

praacutetica de AF indicam uma relaccedilatildeo positiva entre o niacutevel de AF e o consumo de

aacutelcool Poucas pesquisas investigaram os motivos para que os ativos sejam mais

bebedores que os inativos O estudo de Cavalcante (2010) avaliou o consumo de

drogas entre universitaacuterios ativos de um curso de Educaccedilatildeo Fiacutesica e observou o

consumo excessivo de aacutelcool em 42 nos acadecircmicos e 29 nas acadecircmicas O

Centro de Informaccedilotildees sobre Sauacutede e Aacutelcool (CISA 2008) divulgou resultado de

estudo envolvendo 26685 universitaacuterios provenientes de 40 universidades de todas

as regiotildees dos Estados Unidos e mostrou que quanto maior o niacutevel da praacutetica de AF

maior eacute a propensatildeo de beber abusivamente Gordia (2008) avaliou jovens de 14 a 20

anos de idade 77 eram muito ativos 21 eram ativos e 2 eram pouco ativos

Deles 13 eram abstecircmios 63 eram consumidores moderados e 246 eram

consumidores abusivos Kendzor et al (2008) avaliaram a influecircncia da AF entre 620

alcoolistas veteranos inscritos em programas de tratamento e acompanhamento do

alcoolismo A anaacutelise de regressatildeo natildeo revelou relaccedilatildeo significativa entre a praacutetica de

AF e o consumo de aacutelcool entre os 6 e os 12 meses de acompanhamento

Pode-se assim supor que pessoas com comportamentos saudaacuteveis de vida

como a praacutetica de AF sejam tambeacutem propensas a outros comportamentos saudaacuteveis

como o consumo reduzido de aacutelcool Especificamente neste estudo esta tendecircncia

parece natildeo se confirmar

O maior consumo de bebida alcooacutelica entre os fisicamente ativos pode ser

explicado em parte por questotildees comportamentais Pessoas ativas procuram a AF

devido ao seu comportamento ser mais ativo e este maior grau de atividade pode ser

uma das causas de maior atividade social em que em face das normas e condutas

aceitas frequentemente se apresentam bebidas alcooacutelicas para o consumo (Gordia

2008) Tambeacutem para alguns indiviacuteduos (principalmente os mais escolarizados) que

107

bebem muito realizar exerciacutecios fiacutesicos frequentes pode ser um modo para

compensar o consumo extra de energia proveniente da bebida ou para contrabalanccedilar

os efeitos negativos agrave sauacutede promovidos pelo consumo excessivo de aacutelcool

Embora a influecircncia do comportamento psicossocial pese para o consumo

de bebida alcooacutelica experimentos com cobaias tecircm mostrado resultados que podem

acrescentar outros fatores aleacutem dos comportamentos sociais para a relaccedilatildeo entre

consumo de bebida alcooacutelica e AF Em experimento controlado cobaias expostas agrave

AF foram mais atraiacutedas ao consumo de aacutelcool do que cobaias sedentaacuterias em mesmas

condiccedilotildees de habitat (Leasure e Nixon 2010) Especula-se que alteraccedilotildees nos

circuitos cerebrais supostamente desencadeados pela AF podem desempenhar um

papel estimulante para o consumo de aacutelcool poreacutem natildeo estaacute claro como o

mecanismo de recompensa interage e se manifesta

53210 Estado de sauacutede

Este estudo mostrou que no conjunto da populaccedilatildeo a percepccedilatildeo do estado

de sauacutede negativa foi maior entre os inativos Enquanto que para a percepccedilatildeo de

sauacutede conceituada como excelente havia 35 de inativos para a ruim o percentual

cresceu para 72 Por outro lado agrave medida que aumentava o rendimento fiacutesico

cresciam os percentuais para a percepccedilatildeo de sauacutede positiva A avaliaccedilatildeo negativa foi

mais frequente entre os mais velhos para ambos os sexos

Os estudos encontrados na literatura envolvendo a relaccedilatildeo do estado de

sauacutede com a praacutetica de AF estatildeo de acordo com este estudo Anaacutelise sistematizada

conduzida por Vancea et al (2011) em estudos publicados entre 2005 a 2009

encontrou em 14 dos 16 estudos analisados uma associaccedilatildeo direta entre a praacutetica de

AF e uma percepccedilatildeo positiva do estado de sauacutede Cardoso et al (2008) avaliaram

idosos com idade meacutedia de 70 anos participantes de um grupo de convivecircncia para

idosos sendo 89 deles muito ativos e apenas 11 pouco ativos Entre eles 40

consideraram a sauacutede moderada 48 boa e 12 ruim O grau de satisfaccedilatildeo com o

estado de sauacutede era maior para aqueles com rendimento fiacutesico mais elevado

Por tratar-se de estudo transversal natildeo se pode esquecer a possibilidade de

causalidade reversa nessa associaccedilatildeo ou seja aqueles que avaliam sua sauacutede como

108

boa podem tecircr maior disposiccedilatildeo para praacutetica de AF e natildeo o seu inverso a AF

aumenta a percepccedilatildeo da sauacutede como boa No entanto a plausibilidade da associaccedilatildeo

entre estes fatores vem sendo explicada por abordagens fisioloacutegicas e psicossociais

segundo as quais os diferentes tipos e doses de AF podem influenciar a percepccedilatildeo da

sauacutede Do ponto de vista fisioloacutegico acredita-se que esta associaccedilatildeo eacute decorrente da

accedilatildeo de neurotransmissores cerebrais Do ponto de vista psicossocial acredita-se que

a praacutetica de AF produza efeito positivo sobre a autoimagem e estes efeitos

combinados seriam capazes de gerar uma percepccedilatildeo de sauacutede mais positiva (Vancea

et al 2011)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro a autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede

apesar de ser uma avaliaccedilatildeo subjetiva eacute considerada um indicador vaacutelido e relevante

para a percepccedilatildeo do estado de sauacutede do indiviacuteduo e da populaccedilatildeo Este indicador tem

se revelado fortemente correlacionado com medidas objetivas de morbidade e de uso

de serviccedilos de sauacutede sendo um preditor de mortalidade independentemente de

outros fatores (MS 2011) Eacute importante destacar que a autopercepccedilatildeo do estado de

sauacutede pode variar de acordo com as experiecircncias sociais e culturais do indiviacuteduo

nem sempre contemplando a percepccedilatildeo dos muacuteltiplos aspectos que a conformam e

muitas vezes (quase sempre) a autoavaliaccedilatildeo focaliza o componente ldquodoenccedilardquo

(presenccedila ou natildeo) como o determinante do seu estado

Percebe-se que a autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede e a praacutetica de AF natildeo

satildeo variaacuteveis (necessariamente) diretamente proporcionais mas parece plausiacutevel que

a conquista de elementos que melhoram a autopercepccedilatildeo da sauacutede possibilita ao

indiviacuteduo ser mais ativo e vice-versa

533 Eixo III ndash Componentes da atividade fiacutesica

Esta seccedilatildeo aborda a estrutura da AF a duraccedilatildeo a frequecircncia semanal e a

intensidade do esforccedilo procurando conhecer como sua combinaccedilatildeo repercute no

niacutevel de AF

109

5331Duraccedilatildeo do esforccedilo

Os resultados aqui apresentados mostram que homens aleacutem de mais

ativos tambeacutem se exercitaram mais demoradamente (acima de 60 minutos) O maior

grau de aptidatildeo fiacutesica dos homens eacute constatado como destaque na maior parte dos

estudos que associam a capacidade de suportar esforccedilo entre os sexos Citam-se os

estudos conduzidos por Beacutelanger et al (2011) Entatildeo eacute possiacutevel admitir a existecircncia

de um processo de retroalimentaccedilatildeo positiva entre a praacutetica de AF aptidatildeo fiacutesica e

capacidade de resistir mais demoradamente ao esforccedilo

De modo geral os participantes se ocuparam com sessotildees de 30 minutos

ou mais de duraccedilatildeo Esta duraccedilatildeo foi relatada por 95 dos participantes que

alcanccedilaram a meta e 90 dos participantes que natildeo alcanccedilaram a meta Assim

observa-se que o tempo despendido para cada sessatildeo de AF entre as duas classes foi

semelhante (p=009) Para as atividades com duraccedilatildeo entre 30 e 60 minutos por

sessatildeo tambeacutem natildeo se observou diferenccedila significativa entre ativos suficientes e

insuficientes (p=008) Estes resultados mostram que a maioria dos participantes de

ambos os sexos atendeu satisfatoriamente ao quesito duraccedilatildeo do esforccedilo preconizado

pela maioria das diretrizes e se encontram de acordo com o que eacute recomendado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro

Aleacutem do maior percentual de homens para esforccedilos de duraccedilatildeo mais longa

o perfil se completou com solteiros jovens com idade entre 18 a 24 anos pardos e

morenos com baixa escolaridade (ateacute 8 anos) natildeo fumantes e com frequecircncia de 3 a

6 vezes por semana (plt0001) Somente 78 participantes (03) dos que natildeo

alcanccedilaram a meta relataram a praacutetica de AF com duraccedilatildeo inferior a 10 minutos Fica

demonstrado com isto que o tempo miacutenimo inferior a 10 minutos de duraccedilatildeo do

esforccedilo natildeo constitui um fator relevante para o natildeo alcance da meta

5332 Frequecircncia da atividade fiacutesica

Os participantes que alcanccedilaram a meta apresentaram maior frequecircncia

semanal Assim enquanto aproximadamente 95 dos participantes com AF

insuficiente referiram frequecircncia entre 1 e 2 vezes por semana cerca de 70 dos

110

participantes com AF suficiente a realizava em 3 ou mais vezes (plt0001) Apesar de

as mulheres terem sido menos ativas as que referiram a pratica de alguma AF se

mostraram mais assiacuteduas com maior frequecircncia semanal

Como os dois grupos (suficientes e insuficientes) relataram um

comportamento proacuteximo para a duraccedilatildeo do esforccedilo e oposto para a frequecircncia

semanal a frequecircncia semanal se mostra como um importante fator para o alcance da

meta miacutenima da AF

Em simulaccedilatildeo ao aumentar a frequecircncia semanal artificialmente para 3

sessotildees entre os 6233 participantes ativos insuficientes que referiram realizar sessotildees

entre 1 a 2 vezes por semana sem alterar qualquer outra informaccedilatildeo 5689

participantes obtiveram promoccedilatildeo em seu niacutevel de AF que resultou na passagem de

85 dos ativos insuficientes para suficientes Portanto o aumento da frequecircncia

semanal aumentou automaticamente o volume de esforccedilo semanal acumulado Um

participante que realiza duas sessotildees por semana com duraccedilatildeo de 50 minutos cada

ao final da semana cumpriu 100 minutos O acreacutescimo de uma sessatildeo aumentou o

volume para 150 minutos Embora as recomendaccedilotildees da OMS natildeo exijam

necessariamente frequecircncia distribuiacuteda ao longo da semana o aumento da frequecircncia

semanal contribuiu de modo importante para o volume final do esforccedilo

Em outra simulaccedilatildeo para os ativos insuficientes foi aumentada a duraccedilatildeo

do esforccedilo sem modificar a frequecircncia semanal e cada sessatildeo passou a ser natildeo

inferior a 60 minutos Entre os 6588 participantes pertencentes a esta classificaccedilatildeo

apenas 724 (11) obtiveram elevaccedilatildeo do niacutevel de AF Assim haacute de se ressaltar que

o aumento da duraccedilatildeo do esforccedilo de um uacutenico episoacutedio em face da distribuiccedilatildeo do

esforccedilo ao longo da semana para aumentar o niacutevel da AF aleacutem de ter se apresentado

menos eficiente tambeacutem pode aumentar o risco de lesotildees (Talbot et al 2007)

A determinaccedilatildeo ideal da frequecircncia semanal ainda natildeo eacute uma discussatildeo

encerrada pela maioria das diretrizes de AF O Comitecirc Consultivo do USDHHS em

2008 entendeu que as orientaccedilotildees do ACSM de 2007 satildeo muito especiacuteficas ao

definir a frequecircncia miacutenima de 5 dias por semana para atividades moderadas e 3 dias

para intensidades vigorosas Como resultado as atuais orientaccedilotildees da USDHHS

orientam que se possa acumular AF sem uma determinada frequecircncia semanal

111

A este respeito eacute limitado o nuacutemero de publicaccedilotildees em que avaliamos

benefiacutecios da AF para a sauacutede em resposta a diferentes frequecircncias por semana

Muitos estudos experimentais desde 1995 tecircm demonstrado efeitos beneacuteficos de

sessotildees de 120 a 150 minutos por semanade de atividade moderada ou vigorosa

geralmente realizadas de 3 a 5 vezespor semana indicando que a AF distribuiacuteda ao

longo da semana eacute eficaz e segura Estudos que avaliam benefiacutecios para a sauacutede com

programas de AF realizados em apenas 1 ou 2 sessotildees por semana com volume e

intensidade de esforccedilo satildeo ainda limitados

A diretriz oficial dos EUA de 2008 a OMS e o CDC sugerem que a

preocupaccedilatildeo com a frequecircncia semanal eacute menos importantedo que a quantidade ou a

intensidade do esforccedilo apesar dos dados disponiacuteveis serem insuficientes (USDHHS

2008a) A maioria das mudanccedilas morfofuncionais do organismo ocorre mediada

pelos processos de adaptaccedilatildeo funcional em resposta ao exerciacutecio fiacutesico e a sua

magnitude diminui ou se desfez agrave medida que aumenta o intervalo entre os estiacutemulos

(Aoyagi et al 2010) Outro aspecto crucial se refere ao fato de que natildeo considerar a

distribuiccedilatildeo sistematizada das atividades ao longo da semana poderia induzir as

pessoas a se esforccedilarem demais para alcanccedilar a meta em uma uacutenica sessatildeo o que

pode aumentar o risco de ocorrecircncia de eventos adversos agrave sauacutede (Talbot et al

2007)

5333 Intensidade do esforccedilo fiacutesico

Neste estudo a intensidade do esforccedilo foi determinada de forma indireta

sendo obtida pela observaccedilatildeo do tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e pela sua

conversatildeo em intensidade atraveacutes das indicaccedilotildees do Compecircndio de Atividade Fiacutesica

proposto por Ainsworth et al(2000)

As atividades vigorosas totalizando cerca de 40 da preferecircncia da

amostra atraiacuteram principalmente os jovens classificados como muito ativos fato que

se justifica considerando que de modo geral os jovens apresentam melhor aptidatildeo

fiacutesica do que os mais velhos As atividades moderadas (60) atraiacuteram mais as

mulheres e pessoas de mais idade

112

A caminhada foi responsaacutevel por manter ativos 43 da populaccedilatildeo

brasileira residente nas capitais da federaccedilatildeo conforme os resultados obtidos Essa

praacutetica como treinamento fiacutesico comeccedilou a ganhar forccedila no Brasil em meados da

deacutecada de 1970 com a difusatildeo do meacutetodo Cooper12

e tem se apresentado como a

escolha de preferecircncia para a praacutetica de AF em trecircs de cada quatro brasileiros que se

exercitam regularmente (MS 2010) Este resultado condiz com outro estudo que

apresenta a caminhada como a modalidade de maior adesatildeo entre os fisicamente

ativos (Bull 2010)

O futebol foi a atividade de maior preferecircncia entre os insuficientemente

ativos sendo o responsaacutevel por atrair aproximadamente 15 da amostra (N=3783)

principalmente entre os homens Portanto poliacuteticas de incentivo ao aumento de sua

frequecircncia semanal poderiam estimular os brasileiros a alcanccedilarem pelo menos os

niacuteveis miacutenimos de AF

Por fim o trabalho de musculaccedilatildeo se apresentou como a terceira

modalidade mais referida com 12 da preferecircncia Para algumas diretrizes como a

oficial dos EUA de 2008 independentemente da duraccedilatildeo do esforccedilo do metabolismo

envolvido e do gasto de energia dispendido para a sua realizaccedilatildeo os exerciacutecios de

musculaccedilatildeo natildeo deveriam compor a meta A diretriz da OMS de 2010 recomenda a

praacutetica da musculaccedilatildeo por pelo menos dois dias por semana mas omite se o esforccedilo

conta como AF miacutenima Neste estudo considerou-se que sim No entanto espera-se

que em 2015 data marcada para o reexame destas recomendaccedilotildees a OMS possa

deixar clara a sua posiccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave praacutetica de musculaccedilatildeo como parte integrante

da meta A princiacutepio natildeo parece coerente que um participante que consome 500 a

1000 MET minutos por semana ou mais realizando exerciacutecios de musculaccedilatildeo possa

ser classificado como inativo

12

Meacutetodo de treinamento estruturado no metabolismo aeroacutebio criado e desenvolvido

pelo meacutedico estadunidense Kennety Cooper

113

534 Eixo IV ndash Atividade Fiacutesica em portadores de Doenccedilas Crocircnicas natildeo

Transmissiacuteveis

Esta seccedilatildeo identifica o padratildeo de AF em portadores de diagnoacutestico preacutevio

de alguma DCNT para estabelecer se a praacutetica de AF estaacute de acordo com as

recomendaccedilotildees especiacuteficas para cada doenccedila

No inqueacuterito do VIGITEL de 2006 natildeo foi possiacutevel distinguir o grau ou

subtipo de cada doenccedila embora se admitam diferenccedilas cliacutenicas entre elas A

possibilidade de um mesmo participante ser portador de mais de um tipo de DCNT

tambeacutem foi considerada

Os portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT apresentaram estrutura de

AF proacutexima agravequela observada para o conjunto da populaccedilatildeo Assim a duraccedilatildeo a

intensidade do esforccedilo a preferecircncia pela modalidade e a frequecircncia semanal

guardam comportamentos semelhantes ou seja suficiecircncia de AF mais presente

entre participantes com maior assiduidade duraccedilatildeo do esforccedilo em meacutedia ge 30

minutos por sessatildeo e insuficiecircncia de AF para os menos assiacuteduos A caminhada e o

futebol tambeacutem foram as modalidades preferidas

5341 Hipertensatildeo arterial sistecircmica

Neste estudo a praacutetica regular de AF foi baixa nos portadores de

diagnoacutestico preacutevio de hipertensatildeo arterial sistecircmica (DPHAS) e o percentual

diminuiu com o aumento da idade A prevalecircncia desta doenccedila foi de 215 no

conjunto da populaccedilatildeo Deste total cerca de 59 se declararam inativos

Aproximadamente 70 dos participantes natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima de AF

Os resultados deste estudo foram consistentes com os dados do Ministeacuterio

da Sauacutede (MS) que estima a prevalecircncia entre 22 e 44 para adultos (32 em

meacutedia) chegando a mais de 50 para indiviacuteduos com 60 a 69 anos e 75 em

indiviacuteduos com mais de 70 anos (MS 2013) Ainda segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

parcela importante dos brasileiros desconhece o diagnoacutestico para este agravo Assim

eacute possiacutevel supor que a prevalecircncia de hipertensos na populaccedilatildeo seja ainda maior do

que a aqui encontrada

114

Este estudo confirmou maior predomiacutenio de hipertensatildeo entre as mulheres

com uma proporccedilatildeo de 2 mulheres para cada homem e com destaque para idade do

climateacuterio A maior procura de mulheres pelos serviccedilos de sauacutede pode explicar em

parte o maior conhecimento do diagnoacutestico

Dentre os estudos encontrados na literatura associando a praacutetica de AF e a

hipertensatildeo arterial Sofi et al (2008) apresentaram resultados com relaccedilatildeo inversa

entre o niacutevel de AF e a ocorrecircncia de hipertensatildeo arterial sistecircmica

O ACSM estabeleceu a associaccedilatildeo da ocorrecircncia de hipertensatildeo com a

inatividade fiacutesica de niacutevel lsquoCrsquo13

Deixou expliacutecito principalmente na atualizaccedilatildeo da

diretriz de 2007 que efeitos adicionais da AF para a prevenccedilatildeo da hipertensatildeo satildeo

obtidos com quantidades maiores de AF em relaccedilatildeo agravequelas recomendadas embora

natildeo explicitando claramente a magnitude da dose-resposta (ACSM 2007)

Outro estudo recente e abrangente eacute a metanaacutelise realizada por Kesaniemi

e colaboradores para subsidiar a atualizaccedilatildeo da diretriz oficial canadense O estudo

envolveu publicaccedilotildees abrangendo um universo de 112636 participantes divididos

em trecircs categorias inativo ativo insuficiente e ativo suficiente Os artigos elegiacuteveis

foram publicados ao longo de 24 anos entre 1983 e 2007 Chama a atenccedilatildeo o

consenso de efeitos positivos da AF sobre o risco de hipertensatildeo Em todos os

estudos ao comparar a quantidade de AF entre o grupo mais ativo com grupo menos

ativo a associaccedilatildeo encontrou risco relativo meacutedio de 068 (Kesaniemi et al2010)

Este estudo encontrou cerca de 70 dos portadores de DPHAS realizando

caminhada como praacutetica de AF Sobre isto haacute fortes evidecircncias de que a intensidade

do exerciacutecio aeroacutebio moderada eacute suficiente para reduzir a pressatildeo arterial no paciente

hipertenso Para o esforccedilo com intensidade maior (acima 85 VO2 max) admitem-se

efeitos deleteacuterios sobre a hipertensatildeo arterial sistecircmica embora os mecanismos

fisioloacutegicos ainda natildeo estejam totalmente esclarecidos (Warren et al 2010) Nas

recomendaccedilotildees recentes de AF para hipertensos ditadas pelo Coleacutegio Americano de

Cardiologia e pela Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia enfatiza-se que ser ativo

deve ser parte do protocolo da assistecircncia meacutedica ao hipertenso A AF regular com

13

Graduaccedilatildeo de evidecircncia divide-se em A B C e D Quanto maior o grau (ordem

alfabeacutetica decrescente) maior eacute a evidecircncia de associaccedilatildeo

115

intensidade de leve a moderada deve ser efetivada como parte do tratamento natildeo

medicamentoso quando haacute hipertensatildeo de leve a moderada e sem doenccedila cardiacuteaca de

base Nos casos de hipertensatildeo grave natildeo eacute indicado AF vigorosa mas estaacute liberada

a AF de intensidade leve Exerciacutecios isomeacutetricos que aumentam a carga ventricular

devem ser evitados Exerciacutecios dinacircmicos envolvendo grandes grupos musculares

devem ser os preferidos (ACC 2010 AHA 2010)

Em relaccedilatildeo agrave modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte preferido a maior

parte dos portadores de DPHAS estaacute de acordo com as recomendaccedilotildees especiacuteficas

principalmente entre as mulheres Assim as poliacuteticas de sauacutede para a hipertensatildeo

arterial devem dar maior incentivo agrave praacutetica de AF pois 70 dos hipertensos

moradores das grandes cidades brasileiras ainda satildeo insuficientemente ativos

5342 Dislipidemia

Neste estudo 17 dos participantes se declararam portadores de

diagnoacutestico preacutevio de dislipidemia (DPD) e entre eles 54 eram inativos Mulheres

aparecem colocadas numa situaccedilatildeo de desvantagem em relaccedilatildeo aos homens O

percentual de DPD cresceu linearmente com a idade e se estabilizou apoacutes os 55anos

Nesta idade aproximadamente 36 referiram DPD

Embora natildeo se constitua como doenccedila propriamente mas como fator de

risco para as DCNT a dislipidemia tem sido objeto de pesquisa na sua relaccedilatildeo com a

AF Os estudos encontrados na literatura relacionando a praacutetica de AF e a ocorrecircncia

de dislipidemia apresentaram efeito positivo da AF sobre os niacuteveis elevados de

lipiacutedios seacutericos enquanto a inatividade fiacutesica se apresentou deleteacuteria (Durstine et al

2001) Os mesmos autores tambeacutem mostraram que as medicaccedilotildees antidislipidecircmicas

podem ser potencializadas quando aliadas agrave AF embora declarem que os dados

disponiacuteveis a este respeito ainda satildeo insuficientes para declarar com precisatildeo a

magnitude desta associaccedilatildeo

Alteraccedilotildees significativas nos niacuteveis de lipiacutedios foram observadas apoacutes uma

uacutenica sessatildeo de esforccedilo verificando-se o aumento dos niacuteveis de colesterol HDL e

reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e do colesterol VLDL Estas alteraccedilotildees persistiram ateacute 24

horas apoacutes o esforccedilo e perderam o efeito na medida em que aumentou o intervalo

116

entre as sessotildees Os efeitos sobre o colesterol LDL foram menos intensos (Lee e

Paffenbarger 2001)

A plausibilidade bioloacutegica tem sido atribuiacuteda em parte agrave accedilatildeo da enzima

lipoproteiacutena lipase no muacutesculo esqueleacutetico que aumenta a degradaccedilatildeo das moleacuteculas

de gordura do sangue e eacute ativada pelo esforccedilo fiacutesico e pela diminuiccedilatildeo da secreccedilatildeo de

trigliceriacutedeos no fiacutegado Acredita-se que ambos os efeitos retornam aos niacuteveis de preacute-

exerciacutecio apoacutes o intervalo de 24 horas de repouso (Gill e Hardman 2003)

Neste estudo constatou-se que aproximadamente 90 dos portadores de

DPD que natildeo alcanccedilaram a meta recomendada de AF realizavam sessotildees entre 1 e 2

vezes por semana Neste aspecto a baixa frequecircncia semanal aleacutem de contribuir para

uma quantidade insuficiente de AF para a sauacutede geral tambeacutem estaacute em desacordo

com o estiacutemulo adequado para a reduccedilatildeo dos niacuteveis de lipiacutedios seacutericos

Os participantes mais jovens informaram menores taxas de aumento dos

lipiacutedeos seacutericos do que os mais velhos Segundo os dados do Ministeacuterio da Sauacutede

natildeo eacute comum os mais jovens se preocuparem com este problema embora sejam

tambeacutem acometidos por ele (MS 2010) A dislipidemia eacute fator de risco primaacuterio para

o IAM e o AVC e cerca de 20 de todos os oacutebitos por estas causas ocorrem em

pessoas entre 20 e 40 anos de idade

O maior percentual de DPD ocorreu entre as mulheres e nas com idade ge

45 anos foi seis vezes maior comparadas a grupos de mulheres com idade le 25

anos O aumento dos lipiacutedios seacutericos associado agrave diminuiccedilatildeo dos hormocircnios do

climateacuterio eacute fortemente apresentado pela literatura (Durstine et al 2001)

5343 Diabetes

Os resultados deste estudo trataram a diabetes de forma geneacuterica Embora

se reconheccedila distinccedilotildees entre os diferentes tipos de diabetes devido ao formato do

inqueacuterito do VIGITEL natildeo foi possiacutevel distinguir estes tipos diferentes No entanto

consideraremos que a nossa amostra se alinha com as estimativas mundiais que

apresentam o diabete do tipo 2 como constituindo de 80 a 90 dos casos (CDC

2010)

117

Os benefiacutecios da AF sobre a sensibilidade agrave insulina satildeo encontrados tanto

para atividades aeroacutebias quanto para atividades com exerciacutecio resistido

(musculaccedilatildeo) O mecanismo pelo qual essas modalidades de exerciacutecio melhoram a

sensibilidade agrave insulina parece ser diferente o que sugere que a combinaccedilatildeo das duas

modalidades seja a ideal (Persghin 1996) Para Eriksson et al (1997) o efeito do

exerciacutecio fiacutesico sobre a sensibilidade agrave insulina eacute maacuteximo de 12 a 48 horas apoacutes a

sessatildeo e volta progressivamente aos niacuteveis de preacute-atividade em aproximadamente

trecircs dias apoacutes a uacuteltima sessatildeo Isto reforccedila a necessidade da regularidade da AF Em

termos de ganho para a sauacutede os benefiacutecios parecem se destacar em indiviacuteduos

inativos que se tornam pelo menos moderadamente ativo Assim iniciar a praacutetica de

alguma AF parece ser para o portador de DPDM inativo um passo mais importante

do que atingir as metas recomendadas pelas diretrizes de AF (USDHHS 2008a)

Eacute importante destacar o consenso dos estudos que nortearam a atualizaccedilatildeo

da diretriz oficial do Canadaacute no ano de 2010 Uma metanaacutelise com estudos de coorte

acompanhados em meacutedia por 93 anos publicados ao longo de 16 anos e

envolvendo 624952 pessoas com 19325 casos de diabetes tipo 2 apresentou uma

relaccedilatildeo inversa entre a associaccedilatildeo do diabetes do tipo 2 e o niacutevel de AF A metanaacutelise

apresentou reduccedilatildeo meacutedia de risco de 42 para o grupo suficientemente ativo

quando comparado ao inativo e a maioria (84) destes estudos revelou reduccedilotildees

incrementais no risco de diabetes tipo 2 por meio de niacuteveis crescentes de AF

(Kesaniemi et al2010)

Cerca de 62 dos portadores de DPDM eram inativos e 70 deles

aproximadamente natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima de AF com destaque negativo

para as mulheres Entre os estudos encontrados na literatura envolvendo a praacutetica de

AF em portadores de diabetes Dipietro et al (2006) apresentam resultados que

confirmam a baixa procura de AF entre os diabeacuteticos

A praacutetica de caminhadas foi a principal modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou

esporte em aproximadamente 70 deste grupo A musculaccedilatildeo alcanccedilou somente

25 da preferecircncia

O Ministeacuterio da Sauacutede preconizou que para portadores de diabetes

mellitus o exerciacutecio deve ser iniciado de forma gradual e como exemplo cita as

118

caminhadas por 5 a 10 minutos em terreno plano aumentando-as semanalmente ateacute

alcanccedilar 30 a 60 minutos diaacuterios 5 a 7 dias por semana (MS 2006)

A caminhada foi o principal exerciacutecio fiacutesico praticado por

aproximadamente 70 deste grupo Este percentual foi superior quando comparado

ao percentual do puacuteblico em geral (423) A praacutetica da caminhada parece ser o tipo

de exerciacutecio fiacutesico que mais contribuiu para o alcance da meta recomendada no

entanto diabeacuteticos com perda significativa de sensibilidade nos peacutes por motivo de

seguranccedila devem ser desencorajados para a praacutetica desta modalidade ou de qualquer

outra que potencialize ferimentos nos peacutes Nesses casos outras opccedilotildees devem ser

consideradas

A diminuiccedilatildeo dos praticantes da caminhada e o aumento dos praticantes de

futebol satildeo caracteriacutesticas entre o grupo com AF insuficiente entatildeo o incentivo pelo

aumento da praacutetica de caminhadas eacute desejaacutevel para ambos os sexos e a reorganizaccedilatildeo

da praacutetica do futebol ndash com o aumento da frequecircncia semanal ndash pode elevar em

aproximadamente 22 do niacutevel de AF do puacuteblico masculino

A duraccedilatildeo de cada sessatildeo tende ser maior entre os suficientemente ativos

Somente 2 dos participantes com DPDM referiram AF com duraccedilatildeo menor que 30

minutos enquanto para os insuficientemente ativos foram 25 De modo geral 85

dos portadores de DPDM realizam sessotildees com 30 minutos ou mais de duraccedilatildeo e se

alinham agraves recomendaccedilotildees No entanto a frequecircncia semanal soacute se alinhou com as

recomendaccedilotildees para aqueles com AF suficiente sendo que a maioria (60)

realizaram AF 5 ou mais vezes por semana Para aqueles com AF insuficiente a

frequecircncia semanal estaacute em desacordo para 93 deste grupo Assim parece

promissor investimento no aumento da frequecircncia das atividades para o aumento da

suficiecircncia da AF em portadores de DPDM

Os descendentes asiaacutetico identificados no inqueacuterito segundo a cor de sua

pele (amarelos) apresentaram ao mesmo tempo melhores niacuteveis de AF e maiores

taxas de DPDM (11 - duas vezes maior do que os participantes de outras etnias)

Deve-se considerar a possibilidade deste grupo ter tido maior acesso aos serviccedilos de

sauacutede e aderido aagrave praacutetica de AF por recomendaccedilatildeo meacutedica

119

Eacute importante salientar que 465 dos brasileiros desconhecem o

diagnoacutestico preacutevio desta doenccedila A maior parte deles soacute perceberaacute a doenccedila nas fases

mais avanccediladas quando as consequecircncias passam a se manifestar de modo

perceptiacutevel (MS 2002) O conhecimento do diagnoacutestico preacutevio para a diabetes pode

reforccedilar a ideia de ser eou permanecer fisicamente mais ativos Isto pode criar uma

perspectiva interessante para a relaccedilatildeo entre a AF e o diagnoacutestico de um determinado

agravo crocircnico O conhecimento preacutevio do diagnoacutestico pode aumentar a adesatildeo agrave

praacutetica de AF pela busca da atenuaccedilatildeo do problema e isto pode reforccedilar a proteccedilatildeo

contra outras DCNT e suas respectivas complicaccedilotildees

Os maiores percentuais de diabetes foram encontrados em mulheres com

maior faixa etaacuteria e menor escolaridade grupo em que a taxa de AF tambeacutem eacute

menor Estrateacutegias para elevar o niacutevel de AF entre portadores de diabetes passam

pois pela priorizaccedilatildeo do grupo mais vulneraacutevel em face da inatividade fiacutesica

5344 Osteoporose

Os resultados deste estudo mostraram que 44 dos participantes tinham

diagnoacutestico preacutevio de osteoporose (DPO) com maior prevalecircncia na regiatildeo Sudeste

(46) e menor na regiatildeo Centro Oeste (36) (plt0001) Entre os portadores de

DPO houve maior incidecircncia entre as mulheres com destaque para a idade poacutes-

climateacuterio em que trecircs a cada dez mulheres declararam-se portadoras de DPO Em

ambos os sexos o diagnoacutestico foi mais comum com o aumento da idade

principalmente na faixa etaacuteria de acima de 65 anos A taxa de inatividade fiacutesica

(63) entre os portadores de DPO foi maior do que a meacutedia da populaccedilatildeo (52) e

perto de 75 ficaram aqueacutem do miacutenimo de AF recomendado pela OMS de 2010

Entre os estudos encontrados na literatura relacionando a praacutetica de AF

com a ocorrecircncia de osteoporose destaca-se a metanaacutelise realizada por Kujala et al

(2009) que reuniram estudos com seguimento meacutedio de 21 anos O trabalho revelou

que os participantes que praticaram AF vigorosa comparados com inativos ou

insuficientemente ativos apresentaram menor incidecircncia de fratura de quadril com

risco relativo (RR) = 038 (IC 95 = 016-091) Eacute importante destacar que a maioria

120

dos estudos tem associado a ocorrecircncia de fraturas oacutesseas como indicador de

osteoporose o que pode superestimar o efeito protetor da AF para o metabolismo

oacutesseo Sobre este ponto Vainionpaa (2006) afirma que alguns exerciacutecios fiacutesicos

podem diminuir a ocorrecircncia de fraturas natildeo pela melhora da sauacutede dos ossos em si

mas pela melhora do equiliacutebrio e pela diminuiccedilatildeo da quantidade e gravidade das

quedas principalmente entre os mais idosos Neste sentido o USDHHS em 2010

sugeriu medidas objetivas de acompanhamento da densidade oacutessea para que se tenha

a possibilidade de anaacutelise mais apurada do efeito da AF para a prevenccedilatildeo da

osteoporose

Neste estudo a praacutetica de caminhada foi a principal modalidade de

exerciacutecio fiacutesico ou esporte referida por 59 deste grupo A musculaccedilatildeo somou

somente 6 da preferecircncia Quando comparados aos portadores de outras patologias

crocircnicas eles apresentaram as menores taxas para caminhada corrida e musculaccedilatildeo

Outros 87 do grupo preferiram a hidroginaacutestica

A importacircncia da AF com exerciacutecios resistidos eacute destaque em vaacuterios

estudos mostrando que a densidade oacutessea aumenta entre 10 e 40 na coluna lombar

dos levantadores de peso Tenistas tecircm maior densidade oacutessea no braccedilo que segura a

raquete e nadadores e ciclistas que apresentam menor carga tecircm densidade oacutessea

similar aos controles (Raisz 2005 Martyn-St James e Carroll 2006)

Neste aspecto para a sauacutede oacutessea exerciacutecios de baixo impacto oacutesseo

como a hidroginaacutestica parecem natildeo ser a melhor escolha exceto para casos especiais

em que a descompressatildeo axial eacute necessaacuteria

A maior prevalecircncia de PDO entre as mulheres jaacute era aguardada Mulheres

perdem massa oacutessea de duas maneiras de forma raacutepida e de forma lenta A fase

raacutepida ocorre apoacutes a menopausa e tem duraccedilatildeo de 4 a 8 anos Durante esta fase

raacutepida as mulheres podem perder entre 20 e 30 das trabeacuteculas e 5 e 10 do osso

cortical Em seguida comeccedila uma fase lenta que corresponde a uma perda anual da

massa oacutessea de 1 a 2 Homens aparentemente sofrem apenas a perda lenta

(Kemmler et al 2004)

A perda oacutessea da camada cortical tambeacutem difere entre os sexos Os seus

mecanismos fisioloacutegicos natildeo estatildeo totalmente esclarecidos mas se sabe que homens

121

tecircm menor taxa de reabsorccedilatildeo e maior taxa de reposiccedilatildeo periosteal que as mulheres

Isto leva os homens a terem ossos maiores e com menor risco de sofrer de fraturas

(Shibata et al 2003)

Neste aspecto aleacutem de as mulheres perderem mais tecidos oacutesseos ao longo

da vida tambeacutem apresentam menores taxas de AF no tempo de lazer e no transporte

ativo Portanto o incentivo para a praacutetica de AF especialmente voltada para as

mulheres ganha dimensotildees maiores

Finalmente o tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e a duraccedilatildeo de cada

sessatildeo estavam de acordo com as recomendaccedilotildees de AF do Ministeacuterio da Sauacutede

brasileiro para a maioria dos portadores DPO cuja meta eacute alcanccedilar de 30 a 60

minutos diaacuterios de AF moderada na maior parte dos dias da semana (MS 2006) A

frequecircncia semanal estava de acordo com a quase totalidade (95) dos participantes

com DPO que alcanccedilaram a meta Poreacutem para mais da metade dos participantes que

natildeo alcanccedilaram a meta a frequecircncia semanal natildeo concordava com as recomendaccedilotildees

para a promoccedilatildeo da sauacutede oacutessea Aproximadamente 65 deles realizavam sessotildees

entre 1 e 2 vezes por semana e ficavam aqueacutem do que eacute recomendado

5345 Infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral

Neste estudo 66 dos participantes que referiram pelo menos um

episoacutedio de IAM eou AVC estavam inativos e somente 24 deles alcanccedilaram a

meta miacutenima de AF A maioria dos casos ocorreu entre os mais velhos com maior

frequecircncia entre as mulheres No conjunto aproximadamente 35 tinham idade

igual ou superior a 65 anos justamente na faixa etaacuteria onde se encontram os menores

niacuteveis de AF

Os estudos encontrados na literatura que verificou a praacutetica de AF com a

ocorrecircncia de IAM eou AVC apresentam resultados que corroboram esta pesquisa

(CSEP 2010) Os benefiacutecios da AF em viacutetimas de AVC independentemente do grau

de paralisia e de distuacuterbios sensoriais relacionam-se com a diminuiccedilatildeo das

limitaccedilotildees funcionais e com o incremento da sauacutede geral Uma maior capacidade de

exerciacutecio proporciona maior autonomia nas atividades diaacuterias com menor gasto de

122

energia (Adams et al 1994) aleacutem de proporcionarem a reduccedilatildeo do peso corporal e a

diminuiccedilatildeo de lipiacutedios seacutericos e de estresse dentre outros fatores

54 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste estudo verificou-se que a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF varia muito

entre as diretrizes que recomendam a AF o que eacute motivado principalmente pela natildeo

harmonia da quantidade ou da forma com que a organizaccedilatildeo da AF eacute recomendada

Aparentemente pequenas diferenccedilas tiveram impacto importante na classificaccedilatildeo do

rendimento Um aspecto que eacute complexo e desafiador se revela na possibilidade de

um mesmo indiviacuteduo ser classificado ao mesmo tempo como muito ativo diante

de uma recomendaccedilatildeo e como insuficientemente ativo diante de outra Para uma

boa parte da populaccedilatildeo a resposta para a pergunta estou fazendo atividade fiacutesica

suficiente para a minha sauacutede pode ser simultaneamente ldquosimrdquo e ldquonatildeordquo

dependendo do criteacuterio da recomendaccedilatildeo escolhida

Apesar do consenso cientiacutefico sobre os benefiacutecios da AF para as pessoas

lacunas importantes persistem no conhecimento dos efeitos de cada elemento da AF

frequecircncia duraccedilatildeo intensidade e modalidade Eacute crucial entender como a AF estaacute

inserida nos contextos socioculturais nos diferentes grupos eacutetnicos e nos diversos

segmentos populacionais como os portadores de deficiecircncia os diferentes estratos

socioeconocircmicos ou outros O significado da AF eacute diferente em cada contexto

cultural e social que estaacute sob investigaccedilatildeo Estudos dessa natureza poderatildeo subsidiar

poliacuteticas de promoccedilatildeo agrave sauacutede mais consistentes e com maior potencial de sucesso Eacute

necessaacuterio ainda aprofundar a cooperaccedilatildeo internacional para a elaboraccedilatildeo de

diretrizes e recomendaccedilotildees miacutenimas e no preenchimento das lacunas existentes

A elaboraccedilatildeo e a implantaccedilatildeo de poliacuteticas de promoccedilatildeo da sauacutede e de

prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos devem levar em conta que a insuficiecircncia de AF

recaiu crucialmente entre as pessoas brancas morenas ou pardas do sexo feminino

de baixa escolaridade de maior idade que desconheciam a existecircncia de local

apropriado para a AF proacuteximo a sua residecircncia e principalmente pelos residentes na

regiatildeo Sudeste em especial na cidade de Satildeo Paulo

123

Pessoas fisicamente ativas fizeram menor uso de tabaco Embora natildeo seja

possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causalidade neste estudo eacute plausiacutevel afirmar que as

accedilotildees de combate ao tabagismo e de estiacutemulo agrave AF ganham abrangecircncia quando

planejadas de forma integrada

O deslocamento ativo para o trabalho ou para a escola a peacute ou de bicicleta

dobrou o percentual do grupo que alcanccedilou a meta recomendada pela OMS

Estimular o deslocamento ativo para ampliar a AF da populaccedilatildeo insuficientemente

ativa parece ser uma boa estrateacutegia de poliacutetica puacuteblica jaacute que parece existir uma

predisposiccedilatildeo para este domiacutenio

A adequaccedilatildeo dos espaccedilos fiacutesicos puacuteblicos a seguranccedila e a infraestrutura

previstas nos programas de incentivo agrave AF devem considerar que as modalidades de

exerciacutecio mais populares nas capitais brasileiras satildeo a caminhada e o futebol

Dentre as pessoas insuficientemente ativas a duraccedilatildeo do esforccedilo em cada

sessatildeo foi adequada na maioria dos relatos O que tornou a AF insuficiente foi a

baixa frequecircncia Pensar estrateacutegias que aumentem a frequecircncia semanal para 2 ou 3

dias por semana pode elevar o niacutevel de AF para 90 dos insuficientemente ativos

A situaccedilatildeo mais desvantajosa percebida entre os participantes deste estudo

foi a completa ausecircncia de AF Eacute importante ter em mente na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas

de sauacutede que os benefiacutecios da AF natildeo ocorrem apenas quando as diretrizes satildeo

rigorosamente cumpridas Os inativos sempre satildeo beneficiados com a introduccedilatildeo de

alguma quantidade de AF e portanto mesmo que a recomendaccedilatildeo miacutenima natildeo possa

ser alcanccedilada deve-se estimular a quantidade de AF que for possiacutevel

Por fim cabe salientar que os serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria num sistema

puacuteblico e universal satildeo os locais mais oportunos para recomendar e orientar a praacutetica

de AF dada a sua proximidade e a sua penetraccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo em geral e

especialmente junto aos portadores de DCNT

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Page 5: Atividade física de adultos nas capitais brasileiras e no Distrito ...€¦ · 7.Condicionamento físico humano 8.Atividade motora USP/FM/DBD-225/14 . DEDICATÓRIA Dedico este Trabalho

Este trabalho recebeu

Bolsa do Programa de Demanda Social da

Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES) do

Ministeacuterio de Educaccedilatildeo

Houzzeacute Houzzeacute Houzzeacute

LISTA DE DEFINICcedilAtildeO DE TERMOS

Angina pectoris dor toraacutecica ocasionada por isquemia transitoacuteria do miocaacuterdio

Aptidatildeo fiacutesica capacidade de suportar de esforccedilo fiacutesico

Aterosclerose acuacutemulo de material gorduroso nas paredes das arteacuterias

Atividade moderada atividade fiacutesica com gasto de energia gt 6 MET

Atividade vigorosa atividade fiacutesia com gasto de energia entre 3 a 6 MET

Cinesioterapia terapia fiacutesica realizada mediante a utilizaccedilatildeo de movimentos

corporais

Diabete tipo 2 diabetes mellitus natildeo insulino dependente ou diabetes tardia ndash

distuacuterbio metaboacutelico caracterizado pelo elevado niacutevel de glicose no

sangue pela insuficiecircncia relativa de insulina

Dieta hipocaloacuterica regime alimentar para emagrecimento

Dislipidemia alteraccedilotildees metaboacutelicas lipiacutedicas decorrentes de distuacuterbios em

qualquer fase do metabolismo lipiacutedico que ocasionem

repercussotildees nos niacuteveis seacutericos de lipoproteiacutenas (LP)

Ergoespirometria teste que possibilita determinar variaacuteveis respiratoacuterias metaboacutelicas

e cardiovasculares pela medida das trocas gasosas pulmonares

durante o exerciacutecio

Esforccedilo aeroacutebio esforccedilo sustentado pela oxidaccedilatildeo (intramitocondral) dos

combustiacuteveis geralmente de baixa intensidade e longa duraccedilatildeo e

sem produccedilatildeo de aacutecido laacutetico muscular

Esforccedilo anaeroacutebio esforccedilo sustentado pela produccedilatildeo de energia por via natildeo oxidativa

(extramitocondral) geralmente de alta intensidade e curta duraccedilatildeo

com a produccedilatildeo de aacutecido laacutetico (quando por via laacutetica)

Frequecircncia semanal quantidade de vezes por semana que a atividade fiacutesica eacute realizada

Hipertensatildeo arterial pressatildeo igual ou maior que 90140 mmHg exercida

sistecircmica sistematicamente nas paredes das arterial

Insulinopecircnico p com capacidade secretoacuteria residual de insulina inadequada para

suplantar a necessidade metaboacutelica

Intensidade reflete a grandeza do esforccedilo (moderado ou vigoroso)

Lipoproteiacutenas composto orgacircnico constituiacutedo por uma proteiacutena cuja moleacutecula estaacute

associada a lipiacutedeos

MET medida energeacutetica que equivale ao consumo de 35 ml O2kgmin

em repouso

Osteoporose doenccedila que reduz a densidade e a massa dos ossos provocando

aumento da fragilidade oacutessea e maior risco de fraturas

Pedometria contagem dos passos indica a distacircncia percorrida

Quilocaloria (kcal) quantidade de energia necessaacuteria para elevar 1 grau Celsius a

temperatura de 1 litro de aacutegua

Supercompensaccedilatildeo fase da teoria do princiacutepio da sobrecarga que ocorre durante o

periacuteodo de recuperaccedilatildeo ideal do esforccedilo fiacutesico na qual a desgaste

orgacircnico eacute recomposto com um ganho adicional

Volume quantidade de AF resultante do produto da frequecircncia semanal pela

duraccedilatildeo do esforccedilo

LISTA DE ABREVIATURAS

ACSM Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva

AF atividade fiacutesica

AHA Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia

APS Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede

AVD Atividade de vida diaacuteria

BHF Fundaccedilatildeo Inglesa do Coraccedilatildeo

CDC Centro de Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas

DCNT doenccedila crocircnica natildeo transmissiacutevel

DP desvio padratildeo

EU Uniatildeo Europeia

FC frequecircncia cardiacuteaca

HAS hipertensatildeo arterial sistecircmica

HDL proteiacutenas de alta densidade

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IF inatividade fiacutesica

kcal quilocaloria

LDL proteiacutenas de baixa densidade

MET equivalente metaboacutelico

NAF niacutevel de atividade fiacutesica

NUPENS Nuacutecleo de Pesquisas Epidemioloacutegicas em Nutriccedilatildeo e Sauacutede

OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PAS pressatildeo arterial sistecircmica

PS Promoccedilatildeo da Sauacutede

RR risco relativo

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

USDHHS Departamento de Sauacutede e Serviccedilos Sociais dos Estados Unidos

USP Universidade de Satildeo Paulo

VIGITEL Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito

Telefocircnico

VS Vigilacircncia em Sauacutede

WHA Assembleia Mundial da Sauacutede

WHO Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

LISTA DE QUADROS E FIGURAS

Quadro 1 Principais benefiacutecios atribuiacutedos agrave atividade fiacutesica 4

Quadro 2 Classificaccedilatildeo do niacutevel de atividade fiacutesica 47

Figura 1 O continuum da atividade fiacutesica 9

Figura 2 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade do esforccedilo e

benefiacutecios para a sauacutede 12

Figura 3 Resposta linear inversa ao volume de AF e benefiacutecios para a sauacutede 12

Figura 4 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade crescente de

esforccedilo e benefiacutecios para a sauacutede 13

Figura 5 Princiacutepio da sobrecarga 22

Figura 6 Classificaccedilatildeo regional do niacutevel de AF por diferentes

recomendaccedilotildees 62

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Nuacutemero de linhas telefocircnicas sorteadas linhas telefocircnicas elegiacuteveis e

entrevistas realizadas nas capitais dos estados brasileiros e no Distrito

Federal VIGITEL 2006 (MS 2007) 39

Tabela 2 Gasto energeacutetico para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

expresso em METmin obtido pelo produto da duraccedilatildeo do esforccedilo (em

minutos) com a meacutedia do gasto energeacutetico para cada modalidade

segundo o Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por Ainsworth

et al em 2000 44

Tabela 3 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta e porcentagem segundo o niacutevel de

AF e diferentes diretrizes de AF nas capitais brasileiras e Distrito

Federal ndash 2006 50

Tabela 4 Teste de Concordacircncia de Kappa para o cruzamento do niacutevel de AF

mediante diferentes diretrizes para a populaccedilatildeo adulta com idade ge 18

anos nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 51

Tabela 5 Frequecircncia da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos segundo o

niacutevel de AF coincidente para as recomendaccedilotildees do UE IOM ACSM

OMS IPAQ nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 52

Tabela 6 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

a diretriz da UE1 por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 53

Tabela 7 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

diretriz do IOM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 55

Tabela 8 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

diretriz do ACSM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 57

Tabela 9 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo a

diretriz da OMS por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 59

Tabela 10 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo a

diretriz do IPAQ por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 61

Tabela 11 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo variaacuteveis sociodemograacuteficas

nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 64

Tabela 12 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo caracteriacutesticas de

comportamento individual nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 66

Tabela 13 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos com histoacuterico de

diagnoacutestico meacutedico de DCNT por sexo segundo o niacutevel de AF

determinado pela OMS nas capitais dos estados brasileiros e Distrito

Federal 2006 67

Tabela 14 Percentual da populaccedilatildeo adulta distribuiacuteda segundo modalidade de

exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados

brasileiros e Distrito Federal 2006 69

Tabela 15 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de hipertensatildeo

arterial sistecircmica segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e

niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito

Federal 2006 71

Tabela 16 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de diabetes

segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas

capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 73

Tabela 17 Percentual da populaccedilatildeo adulta com IAM eou AVC segundo modalidade

de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados

brasileiros e Distrito Federal 2006 75

Tabela 18 Percentual da populaccedilatildeo adulta com dislipidemia segundo modalidade

de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados

brasileiros e Distrito Federal 2006 77

Tabela 19 Percentual da populaccedilatildeo adulta com osteoporose segundo modalidade

de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados

brasileiros e Distrito Federal 2006 79

Tabela 20 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo periodicidade e niacutevel de AF

nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 81

Tabela 21 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos)

e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito

Federal 2006 84

Tabela 22 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta insuficientemente ativa antes e apoacutes

a simulaccedilatildeo de aumento da frequecircncia semanal e da duraccedilatildeo do esforccedilo

nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 86

Tabela 23 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos e diagnoacutestico

meacutedico referido para DCNT por sexo para a periodicidade e duraccedilatildeo

da AF segundo a recomendaccedilatildeo de AF determinada pela OMS nas

capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 88

SUMAacuteRIO

LISTA DE DEFINICcedilAtildeO DE TERMOS

LISTA DE ABREVIATURAS

LISTA DE QUADROS E FIGURAS

LISTA DE TABELAS

RESUMO

ABSTRACT

APRESENTACcedilAtildeO

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

11 EFEITOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA NA SAUacuteDE 2

111 Doenccedila cardiovascular 5

112 Doenccedila cerebrovascular 5

113 Dislipidemia 6

114 Hipertensatildeo arterial sistecircmica 6

115 Diabetes tipo 2 7

116 Osteoporose 7

12 DEFINICcedilAtildeO E CARACTERIacuteSTICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 8

13 RELACcedilAtildeO DOSE-RESPOSTA 11

14 EFEITOS ADVERSOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 14

15 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 15

16 DIRETRIZES E RECOMENDACcedilOtildeES DE ATIVIDADE FIacuteSICA 16

161 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Coleacutegio Americano de Medicina

Esportiva 17

162 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Comitecirc Executivo responsaacutevel

pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica ndash IPAQ 18

163 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Instituto de Medicina dos Estados

Unidos 19

164 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Uniatildeo Europeia 19

165 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 20

17 CONTROVEacuteRSIAS E CONSENSOS NAS RECOMENDACcedilOtildeES DE

ATIVIDADE FIacuteSICA 21

171 Frequencia semanal 21

172 Intensidade do esforccedilo 23

173 Duraccedilatildeo do esforccedilo 24

174 Dose de atividade fiacutesica 24

175 Minorias populacionais 27

176 Recomendaccedilotildees crianccedilas e jovens 28

177 Exerciacutecios especiacuteficos 29

1771 Musculaccedilatildeo 29

1772 Flexionamento 30

1773 Aquecimento e desaquecimento 30

178 Eventos adversos nas recomendaccedilotildees 31

179 Concordacircncias nas diretrizes 31

1710 Adesatildeo agrave atividade fiacutesica 32

18 PROMOCcedilAtildeO DA ATIVIDADE FIacuteSICA 33

19 SISTEMA VIGITEL 35

2 OBJETIVOS 37

3 METODOLOGIA 38

31 TIPO DE ESTUDO 38

32 AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS 38

33 DESCRICcedilAtildeO DE VARIAacuteVEIS 42

331 Domiacutenios da atividade fiacutesica 42

332 Modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte 42

333 Deslocamento ativo 42

334 Duraccedilatildeo e frequecircncia da atividade fiacutesica 43

335 Intensidade do esforccedilo 43

336 Variaacuteveis sociodemograacuteficas 45

337 Variaacuteveis de comportamento individual 45

338 Diagnoacutestico de DCNT 46

339 Determinaccedilatildeo do niacutevel da atividade fiacutesica 46

3310 Comparaccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees 46

34 ANAacuteLISE DOS DADOS 47

35 QUESTOtildeES EacuteTICAS 48

4 RESULTADOS 49

41 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA AMOSTRA 49

42 CLASSIFICACcedilAtildeO DO NIacuteVEL DE ATIVIDADE FIacuteSICA 49

421 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Uniatildeo Europeia 52

422 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Instituto de Medicina dos Estados

Unidos 54

423 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Coleacutegio Americano de Medicina

Esportiva 56

424 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 58

425 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo

Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica 60

43 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO VARIAacuteVEIS SOCIODEMOGRAacuteFICAS 62

44 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO O COMPORTAMENTO INDIVIDUAL 65

45 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO DIAGNOacuteSTICO DE DOENCcedilAS CROcircNICAS

NAtildeO TRANSMISSIacuteVEIS 66

46 MODALIDADES PREFERIDAS PARA A PRAacuteTICA DE ATIVIDADE

FIacuteSICA 68

47 PERIODICIDADE SEMANAL DA ATIVIDADE FIacuteSICA 80

48 DURACcedilAtildeO DA SESSAtildeO DE ATIVIDADE FIacuteSICA 83

5 DISCUSSAtildeO 89

51 SIacuteNTESE DOS RESULTADOS 89

52 LIMITACcedilAtildeO DO ESTUDO 90

53 INTERPRETACcedilAtildeO DOS RESULTADOS 92

531 Eixo I ndash Diferentes formas de recomendar atividade fiacutesica 92

532 Eixo II ndash Variaacuteveis sociodemograacuteficas e comportamentais na praacutetica da

atividade fiacutesica 94

5321 Sexo 94

5322 - Idade 95

5323 Escolaridade 97

5324 Etniacor 99

5325 Estado conjugal 101

5326 Conhecimento sobre local para atividade fiacutesica 102

5327 Variaccedilotildees regionais 104

5328 Consumo de tabaco 105

5329 Consumo de bebida alcooacutelica 106

53210 Estado de sauacutede 107

533 Eixo III ndash Componentes da atividade fiacutesica 108

5331Duraccedilatildeo do esforccedilo 109

5332 Frequecircncia da atividade fiacutesica 109

5333 Intensidade do esforccedilo fiacutesico 111

534 Eixo IV ndash Atividade Fiacutesica em portadores de Doenccedilas Crocircnicas natildeo

Transmissiacuteveis 113

5341 Hipertensatildeo arterial sistecircmica 113

5342 Dislipidemia 115

5343 Diabetes 116

5344 Osteoporose 119

5345 Infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral 121

54 Consideraccedilotildees finais 122

6 BIBLIOGRAFIA 124

RESUMO

Lima DF Atividade fiacutesica de adultos nas capitais brasileiras e no Distrito Federal

um estudo transversal [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Universidade de

Satildeo Paulo 2014

INTRODUCcedilAtildeO Existem duacutevidas em relaccedilatildeo agrave atividade fiacutesica (AF) de adultos

residentes nas capitais brasileiras e no Distrito Federal no que tange agrave organizaccedilatildeo e

agrave execuccedilatildeo desta praacutetica Neste estudo avaliamos a prevalecircncia de AF segundo cada

uma das principais diretrizes internacionais que recomendam a AF para a promoccedilatildeo

da sauacutede e exploramos as divergecircncias e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF

Avaliamos tambeacutem a associaccedilatildeo entre caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e

comportamentais com a praacutetica da AF como os principais componentes da AF se

relacionam na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual e descrevemos o padratildeo nos

portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) METODOLOGIA Os

participantes foram selecionados a partir de dados preacutevios do Sistema de Vigilacircncia

de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico para

as estimativas sobre frequecircncia e distribuiccedilatildeo sociodemograacutefica de fatores de risco e

proteccedilatildeo para doenccedilas crocircnicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito

Federal em 2006 RESULTADOS Foram elegiacuteveis 54369 participantes sendo

515 classificados como inativos Houve divergecircncias importantes na graduaccedilatildeo da

AF pelas principais diretrizes entre os ativos (Kappa = 04) A frequecircncia das sessotildees

de AF foi o aspecto que mais contribuiu para a determinaccedilatildeo do grau de AF

Recomendaccedilatildeo que orienta a frequecircncia diaacuteria resultou em uma prevalecircncia menor

de AF suficiente As que orientam volume semanal sem determinar frequecircncia

miacutenima tiveram as maiores prevalecircncias de AF suficiente Como decorrecircncia dessa

divergecircncia a prevalecircncia de AF suficiente nas cidades abordadas variou

distinguindo diferentes rankings conforme a recomendaccedilatildeo adotada Cerca de 90

da populaccedilatildeo ativa realizava sessotildees com duraccedilatildeo entre 30 a 60 minutos e natildeo houve

diferenccedila significante entre o grupo que alcanccedilou e o que natildeo alcanccedilou a meta da

recomendaccedilatildeo A quase totalidade (90) dos participantes que alcanccedilou a meta se

exercitava trecircs ou mais vezes na semana e 80 dos que natildeo alcanccedilaram a meta se

exercitavam entre 1 a 2 vezes na semana A caminhada o futebol e a musculaccedilatildeo

foram as modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte mais frequentes Encontramos

maior prevalecircncia de AF em homens Negros e amarelos foram fisicamente mais

ativos e a AF diminuiu com a idade com menor escolaridade e com viuvez

Aproximadamente 65 da populaccedilatildeo consideraram a sua sauacutede boa ou excelente e

entre os que a consideraram ruim a maioria estava inativa O deslocamento ativo e a

dieta hipocaloacuterica satildeo caracteriacutesticas predominantes dos participantes ativos O

tabagismo foi mais frequente entre os inativos e o maior consumo de bebidas

alcooacutelicas ocorreu entre os ativos As pessoas fisicamente ativas mais

frequentemente conheciam instalaccedilotildees proacuteprias para a praacutetica de AF nas

proximidades de suas moradias A inatividade fiacutesica (62) foi uma caracteriacutestica

destacada entre os participantes portadores de DCNT No conjunto 70 dos

portadores de alguma DCNT natildeo alcanccedilaram a recomendaccedilatildeo miacutenima de AF

CONCLUSOtildeES O niacutevel de AF variou muito entre as diretrizes que recomendam a

AF Para uma boa parte desta populaccedilatildeo a resposta para a pergunta estou fazendo

AF suficiente para a minha sauacutede Pode ser simultaneamente ldquosimrdquo e ldquonatildeordquo

dependendo do criteacuterio da recomendaccedilatildeo escolhida Dentre os insuficientemente

ativos a duraccedilatildeo do esforccedilo em cada sessatildeo foi adequada na maioria dos relatos o

que tornou a AF insuficiente foi a baixa frequecircncia Pensar estrateacutegias que aumentem

a frequecircncia semanal para 2 a 3 dias pode elevar o niacutevel de AF para 90 dos

insuficientemente ativos

Descritores estilo de vida sedentaacuterio doenccedila crocircnica vigilacircncia em sauacutede puacuteblica

promoccedilatildeo da sauacutede inqueacuteritos epidemioloacutegicos exerciacutecio condicionamento fiacutesico

humano atividade motora

ABSTRACT

Lima DF Physical activity in adults in the brazilian capitals and in the Federal

District a cross-sectional study [these] Satildeo Paulo Faculdade de Medicina

Universidade de Satildeo Paulo 2014

INTRODUCTION In regards to the organization and implementation of physical

activity (PA) there are many doubts related to the PA in adults residing in the

capitals of the federation and in the Federal District This study evaluated the

prevalence of PA according to each of the main international guidelines that

recommends the practice of PA for good health explores its divergences and also

the concordances of the PA level classification We also evaluated the association

between the sociodemographic and behavioral characteristics to the practice of PA

More specifically we focused on how the main components of the PA relates to

themselves to determine the level of individual PA and which patterns are present in

patients with chronic non-communicable diseases (CNCD) METHODOLOGY

Participants were selected from previous data that the System of Risk Factors

Surveillance and Chronic Diseases Protection Telephone Survey which was used for

the estimation of frequency and sociodemographic distribution of risk and protective

factors for chronic diseases in the 26 Brazilian state capitals and in the Federal

District in 2006 RESULTS There were 54369 eligible participants of which 515

classified as inactive There were important divergences in the PA graduation by the

main guidelines among the active participants (Kappa = 04) The PA session

frequency was the main reason that most contributed to the determination of the PA

degree The recommendation which guides the daily frequency resulted in the

lowest prevalence of enough PA The recommendations that guide weekly volume

without determining minimum frequency had the highest prevalence of enough PA

As a result of this divergence the prevalence of enough PA in the addressed cities

ranged in different distinguishing rankings according to the adopted

recommendation About 90 of the active population performed sessions which

lasted between 30 to 60 minutes From this data it was evident that there was no

significant difference between the group which achieved the recommended PA and

the the group which did not achieve the goal of the recommended PA level Almost

all of the participants (90) who achieved the goal of recommended PA levels

exercised three or more times a week and 80 of those who did not reach the goal

exercised between 1 to 2 times a week Trekking soccer and weightlifting were the

most frequent physical exercise modalities or sports performed We found a higher

prevalence of PA in men than in women Furthermore the study showed that Blacks

and Yellows were more physically active The amount PA level decreased with age

decreased amongst those with less education and amongst those who were widowed

Approximately 65 of the population considered their health good or excellent and

among those who considered it bad the majority were inactive Active commuting

and hypocaloric diets are predominant characteristics of the active participants

Smoking was more common among the inactive participants but higher alcohol

consumption occurred among those that were active Physically active people

frequently knew more suitable facilities for the PA practice near their homes

Physical inactivity (62) was a prominent characteristic among the participants

suffering from CNCD Overall 70 of the participants suffering from any CNCD

did not attain the minimum recommendations of PA CONCLUSIONS The PA

levels varied widely among the guidelines that recommend PA For a large portion of

the population the answer to the question of whether one is doing enough PA for

ones health can simultaneously be yes and no depending on the criterion of the

chosen recommendation Among the insufficiently active population the exercise

duration in each session was adequate enough in most reports but what made the PA

insufficient was the low frequency Thinking about strategies to increase the weekly

frequency for 2 to 3 days can raise the level of PA for 90 of the insufficiently

active population

Descriptors sedentary lifestyle chronic disease public health surveillance health

promotion health surveys exercise physical conditioning human motor activity

APRESENTACcedilAtildeO

A definiccedilatildeo do termo sauacutede mudou consideravelmente no decorrer da

histoacuteria Hoje seu entendimento eacute mais do que somente ausecircncia de doenccedila A

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede propocircs a partir de 1946 uma definiccedilatildeo abrangente

de sauacutede onde sauacutede eacute vista como um recurso para a vida e natildeo como uma finalidade

da vida (WHO 2010) Em outras palavras a promoccedilatildeo da sauacutede eacute o processo que daacute ao

sujeito maneiras de garantir maior controle sobre sua proacutepria sauacutede Assim este processo

procura propor mudanccedilas para estilos de vida na promoccedilatildeo do bem-estar Eacute nesta forma

de compreensatildeo que a promoccedilatildeo dos niacuteveis de atividade fiacutesica (AF) e a diminuiccedilatildeo das

taxas de inatividade fiacutesica assumem um relevante papel para que tal processo possa ser

efetivado

Nesta pauta observa-se que diferentes organizaccedilotildees e agecircncias

governamentais muito embora persigam os mesmos objetivos propotildeem-se a

recomendar a praacutetica de AF de modos diferentes ou seja recomendam uma

quantidade miacutenima de AF que resulte em efeitos substanciais para a sauacutede Assim

observaccedilotildees informais sobre dados existentes da praacutetica de AF de adultos residentes

nas capitais dos Estados e no Distrito Federal despertaram o interesse de ampliar a

exploraccedilatildeo das informaccedilotildees sobre como esta populaccedilatildeo organiza a praacutetica de AF e de

verificar indiacutecios de causas que possam contribuir para o alcance ou natildeo das metas

recomendadas

Eacute com esta problemaacutetica sendo transformada em objeto de estudo ou

seja sendo usada para a construccedilatildeo de uma Tese que este estudo se constroacutei e se

apresenta como um caminho a ser perseguido Nela a primeira seccedilatildeo desenvolve os

conceitos e as definiccedilotildees baacutesicas do tema central objetivando relacionar a praacutetica da

AF com a sauacutede puacuteblica destacar a promoccedilatildeo da AF e os riscos decorrentes da

inatividade fiacutesica as estrateacutegias brasileiras para a orientaccedilatildeo e a supervisatildeo da praacutetica

de AF e o sistema de monitoramento e acompanhamento destas estrateacutegias Em

seguida apresenta a seleccedilatildeo das organizaccedilotildees e agecircncias governamentais destacadas

e remete agraves suas recomendaccedilotildees para a AF Foram elas que serviram de base para a

concordacircncia (ou natildeo) com a sua classificaccedilatildeo do niacutevel de AF para o destaque das

suas diferenccedilas e semelhanccedilas e para a procura de identificaccedilatildeo das suas lacunas e

potencialidades

A segunda seccedilatildeo apresenta os aspectos metodoloacutegicos destacando o uso

do banco de dados do Sistema de Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para

Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico ndash VIGITEL de 2006 cuja anaacutelise

permitiu verificar o padratildeo de organizaccedilatildeo da praacutetica de AF de uma amostra

probabiliacutestica representativa da populaccedilatildeo brasileira de adultos de 26 capitais e do

Distrito Federal

A terceira seccedilatildeo apresenta a descriccedilatildeo dos resultados organizados em

tabelas A quarta seccedilatildeo discute os resultados em quatro eixos 1) variaacuteveis

sociodemograacuteficas e comportamentais 2) componentes da atividade fiacutesica 3)

diferentes formas de recomendar AF e 4) AF em portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis (DCNT) Na quinta e uacuteltima seccedilatildeo apresentam-se as conclusotildees e as

consideraccedilotildees finais do estudo com o objetivo de produzir mais informaccedilotildees que

possam de alguma forma aumentar o diaacutelogo em direccedilatildeo do crescimento dos niacuteveis

de AF e da diminuiccedilatildeo da inatividade fiacutesica

A versatildeo apresentada nesta Tese natildeo inclui as modificaccedilotildees sugeridas

pela Banca Examinadora

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

As uacuteltimas deacutecadas apresentaram uma inversatildeo no perfil da

morbimortalidade global com diminuiccedilatildeo da prevalecircncia das doenccedilas infecciosas e

aumento das doenccedilas crocircnicas Este novo perfil da sauacutede fez crescer o interesse pelos

fatores associados agraves doenccedilas crocircnicas O baixo niacutevel populacional de atividade

fiacutesica (AF) eacute um desafio atual em sauacutede puacuteblica considerando que a inatividade

fiacutesica eacute um fator modificaacutevel que tem se mostrado associado a uma maior frequecircncia

de doenccedilas crocircnicas e degenerativas a praacutetica regular de AF eacute recomendada na

prevenccedilatildeo e tratamento destas doenccedilas e que a prevalecircncia da praacutetica de AF eacute baixa

tanto em paiacuteses de economia central quanto naqueles de economia perifeacuterica (Hallal

2012)

Assim numerosos estudos epidemioloacutegicos tecircm demonstrado que a

atividade fiacutesica (AF) regular eacute beneacutefica para a promoccedilatildeo da sauacutede (Morimoto et al

2006 USDHHS 2008a Boyle et al 2010) Os dados que comprovam os seus

benefiacutecios foram produzidos principalmente a partir de estudos independentes que

apresentam iacutendices consistentes e com pouca ou nenhuma evidecircncia contraacuteria

estabelecendo uma robusta solidez em termos de dose-resposta e reforccedilando a

conclusatildeo de um nexo de causalidade convincente (CDC 2008) entre os dois

campos embora a natureza dessa associaccedilatildeo natildeo seja completamente compreendida

(McAuley et al 2006 White Warren et al 2009)

Neste sentido esta tese foi conduzida com o objetivo de identificar o

perfil da AF no cotidiano de brasileiros adultos residentes em grandes centros

urbanos e de responder a algumas questotildees Qual eacute o padratildeo da AF na organizaccedilatildeo

dos exerciacutecios fiacutesicos ou dos esportes praticados Diferentes diretrizes podem

recomendar a praacutetica de AF e classificar diferentemente o niacutevel de um mesmo

participante diante das mesmas informaccedilotildees Quais satildeo as caracteriacutesticas

sociodemograacuteficas da populaccedilatildeo que ainda natildeo alcanccedilou a meta miacutenima de AF

recomendada Onde residem os brasileiros mais e menos ativos Quais satildeo as

propriedades que diferenciam os praticantes de AF que alcanccedilam a meta e os que natildeo

2

alcanccedilam Como os portadores de doenccedilas crocircnicas estruturam os exerciacutecios fiacutesicos

e qual eacute o seu niacutevel de AF

11 EFEITOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA NA SAUacuteDE

Ao meacutedico inglecircs Jeremy Morris em 1953 eacute creditado agraves primeiras

investigaccedilotildees sobre os perigos de sauacutede associados ao estilo de vida pouco ativo cujo

resultado foi o maior risco de doenccedilas coronaacuterias em profissionais que trabalhavam

em serviccedilos fisicamente menos exigentes ao comparar motoristas com cobradores de

ocircnibus no Reino Unido e escrituraacuterios com carteiros nos Estados Unidos (Blair

Monte e Nichaman 2004) Desde entatildeo consideraacutevel volume de pesquisa confirmou

e ampliou a teoria de que a AF reduz significativamente o risco de doenccedilas

cardiovasculares Cite-se por exemplo o estudo de Kohl et al(2012)

Estes primeiros estudos foram importantes por levantarem trecircs questotildees

fundamentais a primeira trata do desempenho fiacutesico e da reduccedilatildeo da incidecircncia de

doenccedilas cardiovasculares como eventos associados a segunda indica a necessidade

de investigar a relaccedilatildeo da praacutetica de AF como agente promotor de sauacutede e a terceira

busca determinar se os diferentes modos de organizar a AF afetam as respostas

encontradas Como resultado desse movimento os estudos tecircm demonstrado que as

oportunidades e as condiccedilotildees para ser fisicamente ativo tendem a diminuir a partir da

vida adulta Em acircmbito mundial trecircs explicaccedilotildees justificam essa tendecircncia o

envelhecimento da populaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo natildeo planejada e as mudanccedilas sociais

cada uma delas contribui com comportamentos que criam caminhos para a

inatividade fiacutesica

Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede a inatividade fiacutesica eacute o quarto

fator de risco mais importante para a mortalidade por todas as causas (WHO 2010)

Estima-se que a inatividade fiacutesica seja responsaacutevel por 6 da carga de doenccedila de

doenccedila cardiacuteaca coronaacuteria 7 de diabetes do tipo 2 10 de cacircncer de mama e 10

de cacircncer de coacutelon A inatividade provocou 9 da mortalidade prematura (mais de

53 milhotildees) das 57 milhotildees de mortes ocorridas no mundo em 2008 Se inatividade

3

fiacutesica fosse diminuiacuteda em 25 mais de 13 milhotildees de mortes poderiam ser evitadas

a cada ano no mundo

No Brasil cerca de 60 a 70 da populaccedilatildeo se encontra abaixo das

recomendaccedilotildees globais de AF A prevalecircncia elevada da inatividade fiacutesica ou da

praacutetica insuficiente de AF foi considerada responsaacutevel por 53673 mortes em 2008

por 3 a 5 das principais doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e por 531 das

mortes por todas as causas (Rezende et al 2014)

A OMS e outras agecircncias governamentais como exemplo a Uniatildeo

Europeia recomendam em suas diretrizes que a AF seja tratada com prioridade pelas

poliacuteticas de sauacutede puacuteblica com abordagens amplas e sustentaacuteveis que garantam

maior visibilidade agrave AF (Idesporto 2009)

Por outro lado os estudos tambeacutem tecircm tematizado a inatividade fiacutesica e

mostram seu impacto em algumas alteraccedilotildees fisioloacutegicas particularmente as de

natureza circulatoacuteria como reduccedilatildeo do volume de sangue hipotensatildeo ortostaacutetica e

reduccedilatildeo da absorccedilatildeo maacutexima de oxigecircnio dentre outras A falta de AF provoca

tambeacutem alteraccedilotildees metaboacutelicas significativas como a reduccedilatildeo da capacidade

oxidativa a toleracircncia diminuiacuteda da glicose o desenvolvimento de lipidemias e o

aumento da excreccedilatildeo urinaacuteria de caacutelcio A atrofia muscular por fim eacute detectaacutevel

com certa facilidade As mudanccedilas relacionadas a ela satildeo reprodutiacuteveis e podem ser

revertidas com a praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos (CDC 2010)

Outra influecircncia da AF muito tematizada na literatura cientiacutefica eacute sobre

as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) As DCNT ameaccedilam a qualidade de

vida de milhotildees de pessoas e apresentam grande impacto no financiamento da sauacutede

puacuteblica principalmente nos paiacuteses de economia perifeacuterica A Organizaccedilatildeo Mundial

da Sauacutede (OMS) estima que o nuacutemero total de mortes por doenccedilas crocircnicas tenderaacute a

aumentar 17 na proacutexima deacutecada e que a taxa de mortalidade por DCNT seraacute duas

vezes maior (ou mais) que a taxa de mortalidade por doenccedilas infecciosas (WHO

2009)

Dado este cenaacuterio a OMS propocircs aos Estados-Membros compromissos

para a reduccedilatildeo das taxas de morbimortalidade por DCNT partindo da premissa de

que essas afecccedilotildees satildeo potencialmente evitaacuteveis A 57ordf Assembleia Mundial da

4

Sauacutede propocircs entre outras medidas a adoccedilatildeo de estilo de vida ativo por meio da

Resoluccedilatildeo WHA 5717 ndash Estrateacutegia Global para a alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica e

sauacutede (OMS 2009)

No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos principais benefiacutecios da AF

para a sauacutede juntamente com a respectiva forccedila das evidecircncias que os comprovam

(USDHHS 2008b Aoyagi et al 2010)

Quadro 1 Principais benefiacutecios atribuiacutedos agrave atividade fiacutesica

Doenccedila Condiccedilatildeo Evidecircncias

Menor risco de doenccedila cardiovascular

Menor risco de AVC

Menor risco de morte prematura

Menor risco de lipidemias

Controle do excesso de pesoobesidade (sem dieta

hipocaloacuterica)

Perda de peso associada agrave dieta hipocaloacuterica

Menor risco de diabetes tipo 2

Menor risco de hipertensatildeo arterial sistecircmica

Menor risco de cacircncer de coacutelon

Menor risco de cacircncer de mama

Menor risco de cacircncer de pulmatildeo

Menor risco de cacircncer endometrial

Menor risco de quedas nos idosos

Aumento da densidade oacutessea (idosos)

Prevenccedilatildeo da osteoporose

Melhor funcionamento cardiopulmonar

Melhor bem-estar geral

Estado de sauacutede (sensaccedilatildeo subjetiva)

Digestatildeo e regulaccedilatildeo do tracircnsito intestinal

Manutenccedilatildeo das funccedilotildees motoras

Melhora das funccedilotildees cognitivas

Reduccedilatildeo da depressatildeo e da demecircncia

Absentismo laboral (baixas por doenccedila)

Niacutevel de estresse

Qualidade do sono autoimagem e autoestima

Forte

Forte

Forte

Forte

Moderada

Forte

Forte

Forte

Forte

Forte

Moderada

Moderada

Forte

Moderada

Forte

Forte

Moderada a forte

Moderada a forte

Forte

Forte

Forte

Forte

Moderada

Moderada a forte

Moderada a forte

FONTE USDHHS1 2008b

1 O Departamento Nacional de Sauacutede e Serviccedilos Humanos dos EUA (USDHHS) eacute a

principal agecircncia de sauacutede do governo dos Estados Unidos Em 2008 renovou as

orientaccedilotildees e recomendaccedilotildees sobre a importacircncia de ser fisicamente ativo promover

a sauacutede e reduzir o risco de doenccedilas crocircnicas

5

111 Doenccedila cardiovascular

Os benefiacutecios para a sauacutede cardiovascular mediante a realizaccedilatildeo de AF

regular tecircm sido documentados por vaacuterios estudos Resultados de metanaacutelises

indicam que o risco de doenccedilas cardiacuteaco-coronaacuterias dobra em participantes menos

ativos quando eles satildeo comparados com participantes mais ativos Os estudos

disponiacuteveis indicam que haacute uma relaccedilatildeo dose-resposta inversa entre a praacutetica de AF

regular e o risco de morte e de eventos cardiovasculares em geral e em particular

daqueles causados por insuficiecircncia coronaacuteria O estudo de Schuler et al (1992)

analisou aproximadamente 3 mil pacientes com relato de angina pectori duranter 12

meses Em relaccedilatildeo ao grupo de intervenccedilatildeo aleacutem do tratamento cliacutenico de rotina foi

introduzido AF moderada de 30 minutos por dia O controle angiograacutefico mostrou

que neste houve a diminuiccedilatildeo meacutedia de 32 no grau da insuficiecircncia coronaacuteria

quando comparado ao grupo de controle que soacute recebeu o tratamento cliacutenico

Outro estudo ainda mostrou que os pacientes que realizaram AF

moderada apresentaram um risco 11 menor de desenvolver eventos cardiacuteacos

adversos ao ser cotizado com grupo com AF de alta intensidade (Swain e Franklin

2006)

Homens e mulheres japoneses fisicamente ativos que residiam no Japatildeo e

homens mais velhos (japoneses) residentes no Havaiacute apresentaram menores taxas de

mortalidade por doenccedila cardiovascular do que as suas contrapartes menos ativas

Resultados semelhantes foram relatados para mulheres chinesas que vivem em

Xangai e homens e mulheres chineses que vivem em Hong Kong (CDC 2010)

112 Doenccedila cerebrovascular

Os dados sobre doenccedilas cerebrovasculares (AVC) e a sua associaccedilatildeo com

a praacutetica de AF satildeo menos numerosos e conclusivos quando comparados agraves doenccedilas

cardiovasculares Haacute no entanto evidecircncias que mostram o efeito protetor da AF

para as lesotildees vasculares no ceacuterebro Haskell et al (2009) evidenciaram uma relaccedilatildeo

inversa entre o grau do condicionamento fiacutesico e a incidecircncia de AVC A mesma

relaccedilatildeo pode ser observada entre um grupo de intervenccedilatildeo que se exercitava em um

6

niacutevel de esforccedilo moderado em comparaccedilatildeo com um grupo de pessoas sedentaacuterias A

AF com esforccedilo de maior intensidade parece natildeo trazer benefiacutecios adicionais de

proteccedilatildeo quando comparado ao esforccedilo moderado A regularidade da AF moderada

parece ser o fator de maior proteccedilatildeo em relaccedilatildeo ao risco de ocorrecircncia de AVC (Liao

et al 2009)

113 Dislipidemia

A aterosclerose eacute um dos principais fatores da mecacircnica obstrutiva dos

vasos coronarianos ao longo do tempo Os niacuteveis de colesterol e trigliceriacutedios estatildeo

fortemente associados agrave gecircnese do ateroma na parede arterial Nesta perspectiva haacute

fortes evidecircncias de que a AF com gasto de energia entre 1200 e 2200 quilocalorias

(kcal) por semana pode contribuir para reduzir a taxa total de colesterol e o colesterol

de baixa densidade (LDL) assim como para aumentar a taxa de colesterol de alta

densidade (HDL) e diminuir a taxa seacuterica de trigliceriacutedios (Leon e Sanches 2001)

114 Hipertensatildeo arterial sistecircmica

A pressatildeo arterial sistecircmica quando estaacute elevada representa um fator de

impacto fisioloacutegico sobre o sistema hemodinacircmico arterial Durante o esforccedilo

intenso a pressatildeo arterial sistecircmica tende a aumentar paralelamente ao aumento de

resultados adversos agudos por causas circulatoacuterias (Churilla e Ford 2010) De modo

contraacuterio a AF regular moderada e de longa duraccedilatildeo parece se associar de modo

positivo agrave reduccedilatildeo da pressatildeo arterial sistecircmica e quase sempre eacute indicada como

terapia coadjuvante no controle da pressatildeo arterial sistecircmica Estas conclusotildees satildeo

apoiadas por vaacuterios estudos (Rafferty et al 2002 Tully et al 2007 Caban-Martinez

et al 2010) Natildeo obstante a metanaacutelise realizada por Fagard (2001) (que reuniu

somente ensaios cliacutenicos) mostrou uma diminuiccedilatildeo significativa da pressatildeo arterial

sistoacutelica e diastoacutelica (34 e 24 mmHg respectivamente (plt0001)) ocasionada pelo

treinamento com exerciacutecios repetidos entre 3 e 5 vezes por semana com duraccedilatildeo de

30 a 60 minutos

7

115 Diabetes tipo 2

O exerciacutecio fiacutesico tem efeito hipoglicecircmico agudo devido agrave

potencializaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de insulina no plasma Cauza et al (2006)

mostraram que o exerciacutecio fiacutesico diminui a glicemia sanguiacutenea em jejum e aumenta a

sensibilidade agrave insulina perifeacuterica e hepaacutetica entre 12 e 16 horas apoacutes o esforccedilo

Assim o exerciacutecio fiacutesico pode ajudar no controle dos niacuteveis de accediluacutecar no sangue O

mecanismo fisioloacutegico que suporta esta tese indica o aumento da siacutentese do

glicogecircnio e o aumento e ativaccedilatildeo do nuacutemero de transportadores de glicose (Sigal et

al 2007) No entanto o tipo da diabete deve ser considerado Os insulinopecircnicos

natildeo respondem em proporccedilatildeo igual aos benefiacutecios especiacuteficos da AF postos em

contraste com os portadores de hiperglicemia moderada e com a fase inicial da

intoleracircncia aos carboidratos (Eriksson et al 1997)

Outro fator a considerar eacute a resposta agrave intensidade do esforccedilo Exerciacutecios

anaeroacutebios produzem um efeito miacutenimo na melhora da toleracircncia agrave glicose Parece

que os efeitos beneacuteficos da AF satildeo atribuiacutedos essencialmente ao esforccedilo aeroacutebio e a

maior eficaacutecia no controle glicecircmico enfatiza a necessidade de sessotildees repetidas pelo

menos 3 vezes por semana (Riddel e Burr 2011)

Recentemente Bull et al (2010) mostraram que programas que

envolvem resistecircncia (pesos) ao esforccedilo muscular reduzem significativamente os

niacuteveis de glicose sanguiacutenea desde que os processos oxidativos do metabolismo

energeacutetico sejam tambeacutem fortemente ativados

116 Osteoporose

A osteoporose se caracteriza pela diminuiccedilatildeo do caacutelcio oacutesseo e

deterioraccedilatildeo da massa estrutural do tecido oacutesseo levando agrave fragilidade dos ossos e ao

aumento da susceptibilidade agraves fraturas Ela afeta principalmente as pessoas idosas e

eacute mais comum entre as mulheres principalmente apoacutes o climateacuterio (Vainionpaa

2006)

A AF pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento da

massa oacutessea durante a infacircncia e a adolescecircncia na manutenccedilatildeo da massa esqueleacutetica

8

na idade adulta e na desaceleraccedilatildeo da reduccedilatildeo na densidade mineral oacutessea que

aparecem com o envelhecimento o repouso ou a imobilidade (Koike 2005

Suominen 2006)

De particular interesse para a sauacutede puacuteblica a praacutetica de AF pode

prevenir ou retardar a perda de massa oacutessea ao longo da vida A resistecircncia externa

imposta aos muacutesculos e o grau do impacto oacutesseo parecem ser fatores cruciais e

determinantes para estimular e manter a massa oacutessea saudaacutevel Assim eacute provaacutevel

que exerciacutecio com estas caracteriacutesticas possam ter efeitos mais pronunciados do que

outros Poreacutem embora este princiacutepio mostre uma forte aceitaccedilatildeo pela comunidade

cientiacutefica ele ainda natildeo estaacute inequivocamente estabelecido (OMS 2004 Pattersen e

Warburton 2009)

Os principais benefiacutecios da AF para a sauacutede estatildeo claramente delineados

pela literatura cientiacutefica no entanto eacute importante sublinhar que muitas vezes usa-se

a noccedilatildeo de AF como sinocircnimo de praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos assim como eacute comum

usar a inatividade fiacutesica para definir comportamento sedentaacuterio Embora estes

conceitos mantenham relaccedilotildees de semelhanccedila entre si haacute nuances em suas

definiccedilotildees

12 DEFINICcedilAtildeO E CARACTERIacuteSTICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA

A AF eacute um comportamento complexo e multidimensional que pode ser

entendido como todo movimento corporal produzido pelo acionamento dos

muacutesculos esqueleacuteticos resultando em aumento substancial do gasto energeacutetico acima

do metabolismo de repouso (Kenneth e Christenson 1985)12

A AF pode ser dividida em diferentes domiacutenios(USDHHS 2010a)

1) Atividade desportiva (performance)

2) Atividade no tempo de lazer (tempo livre)

3) Atividades laborais (no trabalho formal e no lar)

4) Atividade no transporte ativo (deslocamento a peacute ou de bicicleta)

5) Atividade fiacutesica para reabilitaccedilatildeo (cinesioterapia)

1Esta definiccedilatildeo de AF eacute atualmente adotada pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

9

O exerciacutecio fiacutesico eacute um subconjunto da AF especializado e organizado

de forma planejada repetida e executada com objetivos especiacuteficos Assim embora

todo o exerciacutecio fiacutesico seja uma AF nem toda AF eacute necessariamente um exerciacutecio

fiacutesico (USDHHS 2008b)

O exerciacutecio fiacutesico de um modo geral apresenta trecircs componentes que

descrevem a sua estrutura (Matveacuteev 2001)

a) Duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos)

b) Frequecircncia semanal (dias)

c) Intensidade do esforccedilo (expressa o gasto energeacutetico)

A Intensidade do esforccedilo costuma ser separada em trecircs categorias

1) Leve (16 a 29 MET23

)

2) Moderada (3 a 6 MET)

3) Vigorosa (gt 6 MET)

O comportamento sedentaacuterio por seu turno eacute definido como uma

atividade que natildeo aumenta substancialmente as despesas de energia acima do niacutevel

de repouso (equivalente a 1 MET x minuto)

Assim a AF e o sedentarismo constituem duas dimensotildees

completamente opostas do comportamento do movimento

Em siacutentese a AF eacute o avanccedilo continuado do aumento de despesas de

energia que parte do comportamento sedentaacuterio e ruma em direccedilatildeo agrave AF vigorosa

(Figura 1)

FONTE Blair SN Monte MJ Nichaman MZ 2004

Figura 1 - O continuum da atividade fiacutesica

Outra dimensatildeo da intensidade da AF eacute medida pelo gasto de energia

(kcal) No entanto o gasto demandado pela praacutetica de uma determinada AF como

reflexo da intensidade do esforccedilo eacute influenciado por determinantes como sexo idade

21 MET eacute equivalente ao consumo de 35 ml de O2kgmin

10

composiccedilatildeo corporal gravidez e niacutevel de aptidatildeo fiacutesica do praticante aspectos natildeo

relacionados ao tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte duraccedilatildeo do esforccedilo ou eficiecircncia

mecacircnica (Ainsworth et al 2000)

A mensuraccedilatildeo do volume do esforccedilo ainda eacute um aspecto desafiador na

avaliaccedilatildeo da AF Um estudo claacutessico de LaPorte et al (1985) apud Hallal (2005)

mostrou que - na metade dos anos 80 - existiam mais de 30 meacutetodos sendo utilizados

para avaliar a AF onde natildeo se define um ser superior ao outro Habitualmente os

meacutetodos satildeo classificados como objetivos e subjetivos

Meacutetodos objetivos Eles se referem a medidas relativas ao resultado do

trabalho propriamente dito Apresentam niacuteveis considerados satisfatoacuterios de validade

e reprodutibilidade mas possuem limitaccedilotildees em termos de logiacutestica e custo Podem

ser realizados por via direta ndash pex ergoespirometria gasometria acelerocircmetria etc

ndash ou por via indireta utilizando tabelas de conversatildeo ndash pex pedometria

monitoramento da frequecircncia cardiacuteaca e teste de corrida

Meacutetodos subjetivos Oriundos de inqueacuteritos entrevistas ou

questionaacuterios em geral eles satildeo medidas que dependem da memoacuteria do avaliado

Eles satildeo praacuteticas de baixo custo proacuteprias para avaliar populaccedilotildees de grandes

magnitudes e permitem com algumas variaccedilotildees mensurar a AF em mais de um

domiacutenio e por diferentes periacuteodos de tempo A interpretaccedilatildeo e a resposta do

entrevistado no entanto podem ser influenciadas por questotildees subjetivas (Shephard

e Vuillemin 2003) Entretanto Hallal et al (2010) verificaram em uma particular

situaccedilatildeo que apesar de natildeo existir concordacircncia entre os escores contiacutenuos oriundos

de questionaacuterios e aqueles obtidos por medidas de acelerocircmetro a categorizaccedilatildeo dos

participantes em grupos de atividade fiacutesica apresenta concordacircncia entre moderada e

elevada o que justifica a utilizaccedilatildeo de questionaacuterios em pesquisas representativas de

grandes populaccedilotildees

A mensuraccedilatildeo da AF estaacute diretamente relacionada a questatildeo da

quantidade de AF (dose) e a sua consequecircncia para a sauacutede (resposta) um dos

aspectos mais desafiadores no que se refere agrave discussatildeo da AF e sauacutede

11

13 RELACcedilAtildeO DOSE-RESPOSTA

A relaccedilatildeo entre a quantidade e a consequencia para a sauacutede da AF pode

assumir muitas formas sendo a mais comum a natildeo-linear (Dietz 1996 Kesaniemi et

al 2010)

A questatildeo crucial que se coloca eacute quanta AF eacute necessaacuteria para alcanccedilar

benefiacutecios substanciais para a sauacutede Esta eacute a pergunta mais comum feita no

contexto da interrelaccedilatildeo entre AF e sauacutede e remete diretamente agrave questatildeo da dosagem

correta Eacute fundamental que um estiacutemulo de estresse fiacutesico proporcione adaptaccedilotildees

orgacircnicas com a menor agressatildeo possiacutevel (por seguranccedila) e obtenha o maior efeito

possiacutevel

A influecircncia positiva da AF foi detectada em estudos epidemioloacutegicos

devido agrave ocorrecircncia de menores taxas de morbidade ou mortalidade tendo resultados

mistos em termos de dosagem Dependendo do determinante da sauacutede o resultado

poderaacute ser influenciado num caso por efeitos de esforccedilo moderado e no outro soacute

teraacute sucesso com cargas mais vigorosas Desta perspectiva um modelo com trecircs

diferentes curvas resume as respectivas relaccedilotildees de dose-resposta (Neilson e Lynch

2010)

Um efeito positivo da carga de leve a moderada comparada agrave carga

elevada ocorre por exemplo em relaccedilatildeo agrave pressatildeo arterial Vaacuterios estudos

evidenciam reduccedilotildees iguais ou ateacute mesmo mais elevadas de pressatildeo arterial em

exerciacutecios de intensidade moderada quando comparados com os de alta intensidade

(que tendem a aumentar a tensatildeo arterial) Isto eacute de particular importacircncia porque o

exerciacutecio de alta intensidade aumenta ainda mais a tensatildeo vascular arterial Eles

tambeacutem mostram que a curva eacute o resultado das investigaccedilotildees que sugerem que ganho

de sauacutede satildeo alcanccedilados ateacute mesmo com AF de baixa intensidade (Figura 2)

12

FONTE Neilson e Lynch (2010)

Figura 2 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade do esforccedilo e

benefiacutecios para a sauacutede

O graacutefico a seguir mostra os efeitos de proteccedilatildeo com relaccedilatildeo linear

inversa entre o volume total de AF e os efeitos esperados como a diminuiccedilatildeo das

taxas de risco para mortalidade total e de doenccedilas cardiovasculares diabetes do tipo

2 e cacircnceres

FONTE Neilson e Lynch (2010)

Figura 3 Resposta linear inversa ao volume de AF e benefiacutecios para a sauacutede

13

A adaptaccedilatildeo do sistema locomotor passivo (sistema oacutesseo) por exemplo

eacute evidenciada em exerciacutecios resistidos com intensidade elevada Assim presume-se

que uma possiacutevel proteccedilatildeo contra a osteoporose eacute conseguida com exerciacutecio de

intensidade mais elevada (Figura 4)

FONTE Neilson e Lynch (2010)

Figura 4 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade crescente de

esforccedilo e benefiacutecios para a sauacutede

Nessa linha ainda natildeo haacute uma resposta conclusiva a respeito da

quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar benefiacutecios substanciais para a sauacutede

geral No entanto estudos mostram que participantes com gasto adicional de energia

de 73 - 143 kcaldia em AF regular apresentam menores taxas de mortalidade

cardiovascular se comparados com os participantes fisicamente inativos (Yoo e

Franke 2010) Leon e colaboradores mostraram que o gasto de energia de 150

kcaldia reduziu em 36 o risco de morrer de doenccedila cardiovascular e em 27 o

risco de morte por qualquer causa (Leon et al 2001) Aleacutem disso a AF moderada

com gasto de energia entre 140 - 215 kcaldia foi associada agrave reduccedilatildeo de 13 na

incidecircncia de diabetes de tipo 2 Quando a AF foi modificada de moderada para

vigorosa (mantendo o mesmo gasto energeacutetico) a reduccedilatildeo da incidecircncia quase

dobrou (21) (Helmrich et al 1991)

14

Parece claro na literatura que os benefiacutecios para a sauacutede aumentam com o

aumento da quantidade de AF a despeito da falta de consenso sobre o miacutenimo

necessaacuterio Mas ao mesmo tempo em que a praacutetica de AF promove benefiacutecios para a

sauacutede alguns efeitos indesejaacuteveis podem ocorrer especialmente como resultado do

esforccedilo de alta intensidade

14 EFEITOS ADVERSOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA

De modo geral o risco de ser envolvido em qualquer complicaccedilatildeo fiacutesico-

funcional eacute pequeno para a maioria dos tipos de exerciacutecios de baixa a moderada

intensidade e de modo geral os benefiacutecios normalmente suplantam os riscos dos

efeitos adversos (Blair et al 1989 Lee et al 2000)

Os efeitos adversos mais comuns decorrentes da AF satildeo as lesotildees

muacutesculo-esqueleacuteticas principalmente as de origem inflamatoacuteria e degenerativa

causadas por esforccedilo fiacutesico demasiado (USDHHS 2008a) Menos comuns satildeo os

riscos de transtornos metaboacutelicos agudos (hipoglicemia desidrataccedilatildeo e

superaquecimento) e as alteraccedilotildees hemodinacircmicas O risco de uma pessoa sofrer

disfunccedilatildeo cardiacuteaca durante ou imediatamente apoacutes o esforccedilo deve ser considerado

nas pessoas com comprometimento cardiacuteaco preacutevio Estudos conduzidos por Talbot e

colaboradores mostraram que a incidecircncia de morte suacutebita em corredores de 30 a 65

anos de idade do sexo masculino no periacuteodo de um ano foi de 13 mortes por

100000 corredores Metade dos corredores que morreram tinha doenccedila

cardiovascular conhecida e entre os mais jovens os casos de morte suacutebita foram

quase sempre relacionados a anormalidades congecircnitas ou que tenham sido

adquiridas (Talbot et al 2007)

Os benefiacutecios da AF portanto superam marcadamente os efeitos

adversos na sauacutede e natildeo haacute duacutevida nos textos cientiacuteficos sobre a necessidade de

medidas de incentivo de sua praacutetica Para tanto um primeiro passo eacute conhecer as

caracteriacutesticas da AF na populaccedilatildeo

15

15 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA ATIVIDADE

FIacuteSICA

A influecircncia de determinantes sociais diferentes provavelmente afeta a

escolha de estilos de vida distintos Assim a renda a categoria profissional e o niacutevel

de educaccedilatildeo dentre outras caracteriacutesticas satildeo variaacuteveis frequentemente utilizadas

para definir o status econocircmico e a sua associaccedilatildeo com a AF Esta associaccedilatildeo tem

apresentado resultados controversos Por um lado estudos como o de Nelson et al

(2006) apontaram que adolescentes de aacutereas rurais com menor condiccedilatildeo

socioeconocircmica satildeo mais ativos do que seus pares com maior condiccedilatildeo No outro

polo da controveacutersia estudo conduzido por Guedes et al (2001) envolvendo

escolares adolescentes de um municiacutepio do interior do Estado do Paranaacute mostrou que

crianccedilas de baixo niacutevel socioeconocircmico satildeo menos ativas e mais sedentaacuterias Para

Lindstrom Hanson e Ostergren (2001) famiacutelias de renda baixa se envolvem menos

em esportes recreativos do que famiacutelias com renda alta Estudo transversal avaliou a

taxa de sedentarismo urbano em Portugal e mostrou que de modo geral o dispecircndio

de energia no tempo livre tendia a ser maior entre aqueles com maior renda anual

(Gal Santos e Barros 2005) O estudo conduzido por Burton e Turrell (2000)

associou entre trabalhadores ativos dos Estados Unidos as horas trabalhadas com o

tempo dedicado agrave AF no lazer Concluiacuteram que trabalhadores de maior renda

tenderam a ser mais ativos nas horas de lazer Assim o debate continua inconclusivo

no tocante agrave temaacutetica

A associaccedilatildeo da idade do sexo da etnia da cor e do local da residecircncia

com a praacutetica de AF habitualmente apresenta menor discordacircncia A maior parte dos

estudos aponta maior niacutevel de AF em habitantes de cidades de pequeno porte

quando comparados com residentes de cidades de meacutedio e grande porte (Baretta

Baretta e Peres 2007) A prevalecircncia da AF eacute maior entre homens e decresce com o

aumento da idade em ambos os sexos (Hallal et al 2011)

Satildeo poucos os estudos que investigam a associaccedilatildeo entre raccedila e cor com

o niacutevel de AF e seus resultados natildeo apontam diferenccedilas significativas entre as

categorias (USDHHS 2008c)

16

A literatura cientiacutefica mostra que existem quantidades e formas diferentes

de praticar AF de acordo com as caracteriacutesticas sociodemograacuteficas mas para a

proposta de accedilotildees de promoccedilatildeo da AF ainda se faz necessaacuterio compreender a

discussatildeo sobre a quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar benefiacutecios substanciais

para a sauacutede geral

16 DIRETRIZES E RECOMENDACcedilOtildeES DE ATIVIDADE FIacuteSICA

Recomendaccedilotildees para a praacutetica de AF na deacutecada de 60 foram associadas

em grande parte com o esporte de desempenho As recomendaccedilotildees da eacutepoca

destacavam a necessidade de cumprir um alto niacutevel de esforccedilo para obter resultados

substanciais de aptidatildeo fiacutesica Dados crescentes de informaccedilotildees apoiaram o valor de

ser fisicamente ativo mas natildeo havia consenso sobre quais seriam os programas mais

eficazes e seguros Foi a combinaccedilatildeo da necessidade de promover a praacutetica de AF e

de minimizar os riscos de eventos adversos que precipitou a elaboraccedilatildeo das primeiras

recomendaccedilotildees de AF para os profissionais da aacuterea da sauacutede e para o puacuteblico em

geral

O Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) foi um dos

pioneiros nas recomendaccedilotildees de exerciacutecios para a populaccedilatildeo A publicaccedilatildeo em 1975

das Diretrizes para Teste de Esforccedilo e Prescriccedilatildeo Graduada de Exerciacutecio (Guidelines

for Graded Exercise Testing and Exercise Prescription) e as suas revisotildees

posteriores tiveram grande influecircncia na prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos (Haskell et

al 2007)

Em 1992 a Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia (AHA) sugeriu a

mudanccedila de classificaccedilatildeo do risco da inatividade fiacutesica passando-o de fator

secundaacuterio para primaacuterio14Isto reforccedilou a mobilizaccedilatildeo de outras organizaccedilotildees que

tambeacutem modificaram as suas recomendaccedilotildees de AF para promover a sauacutede

(USDHHS 2008b)

1 Os fatores de risco primaacuterios (pressatildeo arterial sistecircmica tabagismo

hipercolisteremia sedentarismo) satildeo potencialmente mais perigosos para

desenvolver doenccedilas do que os secundaacuterios (estresse idade hereditariedade diabete

tipo II obesidade e sexo) (AHA 2010)

17

Neste sentido as recomendaccedilotildees foram projetadas para informar e

orientar os profissionais que aconselham e prescrevem a praacutetica da AF e o puacuteblico

em geral sobre os tipos e a quantidade miacutenima de exerciacutecios que proporcionam

benefiacutecios substanciais agrave sauacutede O objetivo principal por detraacutes das orientaccedilotildees eacute que

a AF regular ao longo do tempo pode produzir benefiacutecios para a sauacutede ao longo da

vida e que eles suplantam os riscos

Existem vaacuterias recomendaccedilotildees e agrave primeira vista parece haver forte

semelhanccedila entre elas Inspeccedilatildeo mais acurada no entanto revela ambiguidades que

culminam na possibilidade de mais de um entendimento para um mesmo propoacutesito

Procurar-se-a a seguir comparar as principais diretrizes destacando diferenccedilas e

semelhanccedilas e identificando suas lacunas e potencialidades

161 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Coleacutegio Americano de Medicina

Esportiva

O ACSM fundado em 1954 com sede em Indianaacutepolis (EUA) eacute uma

organizaccedilatildeo de medicina esportiva e de ciecircncia do exerciacutecio dedicada a incentivar

uma maior AF dos americanos de todas as idades valendo-se para tanto da emissatildeo

de uma recomendaccedilatildeo de sauacutede puacuteblica sobre os tipos e quantidades de AF

necessaacuterios para a promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de doenccedilas

O ACSM acompanhado pela AHA na uacuteltima revisatildeo no ano de 2007

passou a recomendar que adultos saudaacuteveis e em condiccedilotildees crocircnicas natildeo

relacionadas agrave AF acumulem 30 minutos ou mais de AF de intensidade moderada

(em geral equivalente a uma caminhada raacutepida e com visiacutevel aceleraccedilatildeo do ritmo

cardiacuteaco) repetindo-a pelo menos em 5 dias da semana ou 20 minutos de AF de

intensidade vigorosa em pelo menos em 3 dias da semana mantendo aleacutem disso as

atividades de vida diaacuteria Combinaccedilotildees de atividades moderadas e vigorosas podem

ser realizadas para atender agrave recomendaccedilatildeo O esforccedilo pode ainda ser acumulado

minuto a minuto com sessotildees de no miacutenimo 10 minutos de duraccedilatildeo (Haskell et al

2007)

18

A inclusatildeo desta recomendaccedilatildeo para esta anaacutelise levou em conta o fato

de o ACSM ser uma das organizaccedilotildees pioneiras no fornecimento de recomendaccedilotildees

de exerciacutecios especiacuteficos A publicaccedilatildeo em 1975 das Diretrizes para Teste de Esforccedilo

e Prescriccedilatildeo de Exerciacutecio e suas subsequentes ediccedilotildees revistas tiveram grande

influecircncia sobre os campos da ciecircncia do exerciacutecio da cliacutenica meacutedica e da medicina

de reabilitaccedilatildeo no acircmbito global e eacute avalizado pela Associaccedilatildeo Americana de

Cardiologia (AHA 2011)

162 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo

Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica ndash IPAQ

Em face das dificuldades para obter medidas de AF internacionalmente

comparaacuteveis a OMS o CDC dos Estados Unidos e o Instituto Karolinska da Sueacutecia

reuniram um Comitecirc Executivo com o objetivo de desenvolver e testar um

instrumento de medidas da AF para uso internacional O comitecirc propocircs o IPAQ

Questionaacuterio Internacional de Atividades Fiacutesicas (em diferentes versotildees) e em 2005

recomendou que para atender agrave classificaccedilatildeo de ativa a pessoa deve cumprir um dos

trecircs criteacuterios a) realizar em 3 ou mais dias da semana atividade de intensidade

vigorosa de pelo menos 20 minutos por dia b) fazer em 5 ou mais dias por semana

atividade de intensidade moderada por pelo menos 30 minutos por dia c) em 5 ou

mais dias por semana efetuar qualquer combinaccedilatildeo de intensidade de esforccedilo desde

que atinja o miacutenimo de 600 MET x minutossemana Os valores acima ou abaixo

desses criteacuterios satildeo classificados como ldquomuito ativordquo e ldquopouco ativordquo

respectivamente (IPAQ 2005)

A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua

importacircncia no cenaacuterio mundial jaacute que eacute a referecircncia adotada pelo Observatoacuterio de

Sauacutede Global da OMS para a avaliaccedilatildeo do niacutevel de AF da populaccedilatildeo mundial (GHO

2008)

19

163 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Instituto de Medicina dos Estados

Unidos

O Instituto de Medicina dos EUA (IOM) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo

governamental e independente que trabalha para aconselhar meacutedicos e gestores de

sauacutede puacuteblica Fundado em 1970 o IOM eacute uma das extensotildees da Academia Nacional

de Ciecircncias dos Estados Unidos e portanto as suas recomendaccedilotildees natildeo constituem a

diretriz federal dos Estados Unidos

A inclusatildeo desta recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua

influecircncia no aconselhamento para a tomada de decisotildees da comunidade meacutedica nos

paiacuteses da Ameacuterica do Norte Aleacutem disso foi o Comitecirc Executivo do IOM que

preconizou a realizaccedilatildeo de 60 minutos de AF moderada todos os dias da semana para

ambos os sexos e se posicionou contra recomendaccedilotildees vigentes na eacutepoca (30 minutos

por dia) Esta posiccedilatildeo contraacuteria motivou a publicaccedilatildeo de vaacuterios estudos comparativos

entre as recomendaccedilotildees vigentes e as do Instituto (IOM 2005 CDC 2010 AHA

2010)

164 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Uniatildeo Europeia

Estabelecida em 1993 a Uniatildeo Europeia (UE) opera atraveacutes de um

sistema de decisotildees intergovernamentais feitas e negociadas pelos Estados-Membros

e abrange diversas aacutereas dentre elas a sauacutede Nesta perspectiva em 2007 foi criado

o ldquoPrograma Juntos para a sauacutederdquo Neste programa uma das metas estabelecidas

foram as accedilotildees recomendadas para apoiar a praacutetica de AF visando agrave promoccedilatildeo da

sauacutede

Em conformidade com o Comitecirc de especialistas (22 membros)

constituiacutedo pela Unidade do Desporto da Direccedilatildeo-Geral da Educaccedilatildeo e da Cultura da

Comissatildeo Europeia em outubro de 2008 ficou estabelecido que os Estados-

Membros da UE devem recomendar respectivamente para as crianccedilas e jovens de

ambos os sexos e para os adultos (incluindo os idosos) um miacutenimo de 60 e de 30

minutos diaacuterios de AF de intensidade moderada (Idesporto 2009)

20

A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise considerou que a organizaccedilatildeo

congrega 27 estados europeus independentes e abrange diretamente uma populaccedilatildeo

de mais de 500 milhotildees de habitantes o que representa 73 da populaccedilatildeo mundial

O documento se tornou a base para as diretrizes do Centro Nacional de Atividade

Fiacutesica e Sauacutede da Fundaccedilatildeo Britacircnica do Coraccedilatildeo (Bull 2010) e para as diretrizes

para os paiacuteses Noacuterdicos (Kallings 2010)

165 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) agecircncia internacional foi

fundada em 1948 sendo subordinada agrave Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas sediada em

Genebra na Suiacuteccedila e tem como principal objetivo desenvolver a sauacutede no acircmbito

global

As recomendaccedilotildees da OMS para a promoccedilatildeo da AF foram atualizadas

em 2010 e tecircm revisatildeo prevista para o ano de 2015 Elas indicam para os adultos

ainda jovens (18 a 64 anos de idade) a praacutetica de pelo menos 150 minutos por

semana de AF moderada ou 75 minutos por semana de AF vigorosa em sessotildees de

pelo menos 10 minutos de duraccedilatildeo Para benefiacutecios adicionais os adultos devem

aumentar a duraccedilatildeo das atividades moderadas para 300 minutos por semana ou das

atividades vigorosas para 150 minutos por semana ou ainda efetuarem uma

combinaccedilatildeo equivalente de atividade moderada e vigorosa (WHO 2010) Para

crianccedilas e jovens (menores de 18 anos) a recomendaccedilatildeo prevecirc o dobro da

quantidade de tempo dos adultos

A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua

influecircncia sobre 193 Estados-Membros filiados agrave Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas a

consonacircncia com as atuais recomendaccedilotildees do Departamento Nacional de Sauacutede e

Serviccedilos Humanos dos Estados Unidos (USDHHS 2008) o endosso do Centro de

Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas (CDC) dos Estados Unidos (CDC 2008) e a sua

adoccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil (MS 2012)

21

17 CONTROVEacuteRSIAS E CONSENSOS NAS RECOMENDACcedilOtildeES DE

ATIVIDADE FIacuteSICA

No conjunto as diretrizes concordam que a AF eacute componente importante

para uma vida saudaacutevel e buscam mudanccedilas para as altas taxas de inatividade fiacutesica

Assim entendem que eacute essencial informar os profissionais da sauacutede e o puacuteblico em

geral sobre a quantidade miacutenima de AF necessaacuteria para a obtenccedilatildeo de efeitos

substanciais para a sauacutede geral

Os Estados Unidos lideraram o caminho para fornecer recomendaccedilotildees

atualizadas Antes pelo ACSM em 2007 (Haskell et al 2007) e mais

recentemente pelo Departamento de Sauacutede dos EUA (USDHHS 2008) Ambos

foram posteriormente seguidos por outras organizaccedilotildees como a Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (WHO 2010) o Departamento de Sauacutede do Reino Unido (Bull

2010) e o Departamento Nacional de Sauacutede do Canadaacute (Kesaniemi et al 2010)

dentre outras

Destaca-se o fato de o Comitecirc Consultivo do USDHHS em 2008 ter

mudado o foco da instruccedilatildeo do volume total de AF15

sem determinar a frequecircncia

semanal Como resultado essas novas orientaccedilotildees permitem que uma pessoa alcance

a mesma meta de vaacuterias maneiras

A seguir seraacute apresentada a comparaccedilatildeo segundo as categorias analiacuteticas

que emergiram na apreciaccedilatildeo das recomendaccedilotildees e que representam suas principais

caracteriacutesticas elementos da AF (frequencia semanal intensidade duraccedilatildeo e dose)

exerciacutecios especiacuteficos eventos adversos populaccedilotildees especiacuteficas consideraccedilotildees por

idade (crianccedilas e jovens)

171 Frequencia semanal

Sobre este ponto eacute importante salientar que a maioria das mudanccedilas

morfofuncionais do organismo ocorre mediada pelos processos de adaptaccedilatildeo

1Recomendaccedilatildeo atual acumulaccedilatildeo de 150 minutos de AF moderada ou 75 minutos

de AF vigorosa por semana Recomendaccedilatildeo anterior 30 minutos em 5 vezes por

semana de AF moderada ou 20 minutos em 3 vezes por semana para AF vigorosa

22

funcional em resposta ao exerciacutecio fiacutesico e a sua magnitude diminui ou se desfaz agrave

medida que aumenta o intervalo entre os estiacutemulos (cada sessatildeo de esforccedilo fiacutesico)

(Aoyagi et al 2010) A figura 5 esboccedila o princiacutepio teoacuterico da sobrecarga O seu

principal objetivo eacute obter um ganho extra na compensaccedilatildeo do esforccedilo fiacutesico

(supercompensaccedilatildeo) para que se elevem os niacuteveis de preacute-esforccedilo O ideal para a

realizaccedilatildeo de um novo esforccedilo ocorre no pico maacuteximo da supercompensaccedilatildeo Nota-

se que quando o segmento B ndash C eacute alongado ou seja agrave medida que um estiacutemulo

(sessatildeo de esforccedilo) se distancia do outro perde-se progressivamente o efeito da

supercompensaccedilatildeo (Matveacuteev 2001)

A diretriz oficial dos EUA de 2008 fornece declaraccedilatildeo sobre espalhar as

atividades por toda a semana sem especificar ou determinar um padratildeo Mesmo

aceitando grande parte dos estudos tendem a obterem melhor resultados com a

praacutetica de AF em trecircs dias na semana aceita como alcance da meta a realizaccedilatildeo de

uma uacutenica sessatildeo por semana desde que se atinja a duraccedilatildeo recomendada Isto pode

induzir pessoas a se esforccedilarem demasiadamente para alcanccedilar a meta em uma uacutenica

sessatildeo o que pode aumentar o risco de eventos adversos (USDHHS 2008)

FONTE Adaptado de Bompa TO e Haff G (2009)

Figura 5 Princiacutepio da sobrecarga

23

172 Intensidade do esforccedilo

Algumas atualizaccedilotildees passam a recomendar tambeacutem AF com intensidade

vigorosa Isso contrasta com muitas diretrizes que ateacute entatildeo haviam indicado na sua

mensagem principal recomendaccedilatildeo somente para esforccedilo de intensidade moderada

Esta atualizaccedilatildeo foi seguida por diretrizes oficiais de diversos paiacuteses como as da

Ruacutessia Reino Unido Canadaacute entre outros e adotada como recomendaccedilatildeo pela

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede Outras organizaccedilotildees profissionais e agecircncias

governamentais como a da Uniatildeo Europeia Noruega Dinamarca Holanda

Finlacircndia e Sueacutecia dentre outras se mantiveram conservadoras mantendo a

orientaccedilatildeo anterior (AF com intensidade moderada)

Vaacuterias diretrizes dedicaram espaccedilo para definir a intensidade do esforccedilo

O USDHHS de 2008 por exemplo utilizou escala subjetiva de esforccedilo de 0 a 10 em

que 0 corresponde agrave ausecircncia de atividade e 10 corresponde ao maior esforccedilo

possiacutevel de ser alcanccedilado Por seu turno as atividades de intensidade moderada

equivalem agrave escala entre o niacutevel 5 a 6 e as atividades de intensidade vigorosa de 7 a

8 A este respeito deve haver cuidado na interpretaccedilatildeo dessa premissa diante da

possibilidade de considerar (incorretamente) que ldquoatividade vigorosardquo tem o mesmo

significado de ldquoatividade anaeroacutebiardquo Na diretriz a intensidade vigorosa se refere agraves

atividades mais intensas maacutes que se conserve o predomiacuteno do metabolismo aeroacutebio

uma vez que a maior parte dos benefiacutecios para a sauacutede satildeo resultantes dos precessos

metaboacutelicos oxidativos (Riddell e Burr 2011)

A atividade vigorosa tem a metade da duraccedilatildeo da moderada porque

aproximadamente produz o dobro do gasto de energia Por isso atividades vigorosas

e moderadas foram tomadas como equivalentes e a combinaccedilatildeo entre as intensidades

podem ser somadas tendo em vista a meta A maioria das diretrizes natildeo aponta a

superioridade da combinaccedilatildeo entre a AF vigorosa e a moderada Tambeacutem fica

subentendido que o aumento do esforccedilo pela duraccedilatildeo ou pela intensidade tem

significado equivalente (CDC 2010)

Se por um lado as atividades de intensidade vigorosa representam

desafios de difiacutecil alcance e adesatildeo principalmente entre pessoas de menor aptidatildeo

fiacutesica por outro parte da populaccedilatildeo pode preferir esta proposta por necessitar menor

24

tempo de execuccedilatildeo Deve-se destacar que o aumento progressivo da intensidade do

esforccedilo (o vigor) estaacute associado ao aumento progressivo de riscos de eventos

adversos (Murphy Blair e Murtagh 2009) Isto deveria estar expliacutecito em todas as

recomendaccedilotildees para objetivar a seguranccedila e mediar a escolha do tipo de modalidade

de exerciacutecio ou esporte praticado

173 Duraccedilatildeo do esforccedilo

As diretrizes para AF mostraram maior atenccedilatildeo sobre os benefiacutecios para

sessotildees de curta duraccedilatildeo Sessotildees curtas satildeo mais faacuteceis para muitas pessoas que

podem assim com o acumulo de esforccedilo ajudar a alcanccedilar as metas estabelecidas A

princiacutepio houve incertezas a respeito de quatildeo curto os episoacutedios poderiam ser

Agora de modo consistente e claro estabeleceu-se o tempo miacutenimo de duraccedilatildeo de

10 minutos (Haskell et al 2007) Muito embora as diretrizes apresentem evidecircncias

para fundamentar esta posiccedilatildeo o conceito de acumulaccedilatildeo de esforccedilo ainda eacute um tema

em debate

Sobre isto o Conselho Consultivo do IOM pocircs em duacutevida a eficiecircncia de

sessotildees com 10 minutos de duraccedilatildeo para promover alteraccedilotildees morfofuncionais

substanciais e declarou ainda como inadequada a recomendaccedilatildeo de 30 minutos de

AF por dia para atingir todos os benefiacutecios de sauacutede O IOM recomenda como meta

miacutenima a realizaccedilatildeo de 60 minutos de AF diaacuteria (IOM 2005) Nestas

recomendaccedilotildees natildeo explicitou tratamento diferenciado para esforccedilo moderado e

vigoroso

174 Dose de atividade fiacutesica

Apesar do empenho das diretrizes para estipular a quantidade miacutenima de

AF substancial agrave sauacutede a recomendaccedilatildeo de doses ideais ou maacuteximas carece de maior

detalhamento Normalmente elas se restringem a informar que efeitos adicionais agrave

sauacutede se incorporam com o aumento da dose miacutenima

O ACSM de 2007 se adiantou neste sentido e propocircs uma faixa ideal de

AF Estabeleceu para aleacutem do gasto energeacutetico cotidiano como limite inferior o

25

gasto de 450 METminsem e superior de 750 METminsem (Pollock et al 1998)

Esta comunicaccedilatildeo do ACSM natildeo se apresentou de modo praacutetico ao puacuteblico em geral

devido agrave necessidade do uso de tabelas de conversatildeo para conhecer o equivalente

metaboacutelico do tipo de esforccedilo fiacutesico realizado

Para efetuar o caacutelculo do equivalente metaboacutelico a conversatildeo dos valores

normalmente eacute reportada ao compecircndio de Ainsworth e colaboradores elaborado no

ano 2000 (Ainsworth et al 2000) O compecircndio tem sido muito uacutetil na atribuiccedilatildeo

padronizada das despensas de energia e para nortear a intensidade (vigorosa e

moderada) do esforccedilo mas carece ser atualizado e expandido para ambos os sexos

para as extremidades da faixa etaacuteria e para os portadores de limitaccedilotildees crocircnicas

A dose da AF recomendada pelas diretrizes eacute sempre adicional agravequela

das atividades de vida diaacuteria (AVD) A natildeo clareza do termo lsquoadicionalrsquo pode

conduzir agrave interpretaccedilatildeo (equivocada) de que as diretrizes indicam um montante de

esforccedilo a ser cumprido durante a semana O engano pode levar indiviacuteduos com

funccedilotildees laborais ativas a natildeo praticarem AF adicional por entenderem que jaacute fazem

AF suficiente no trabalho Para evitar essa consequecircncia (natildeo intencional) as

diretrizes deveriam deixar claro como os criteacuterios (tipo duraccedilatildeo intensidade e

frequecircncia) atribuiacutedos ao trabalho formal e agraves atividades domeacutesticas devem ser

somados para a obtenccedilatildeo do cumprimento da meta miacutenima de AF A conversatildeo do

esforccedilo desempenhado no tempo livre (lazer) e no deslocamento ativo

(trabalhoestudo) jaacute estaacute estabelecido (USDHHS 2008)

De modo geral a desarmonia entre diferentes diretrizes de como a dose

de AF deve ser desenvolvida pode em algum momento gerar duacutebio entendimento e

afetar a interpretaccedilatildeo do que eacute efetivamente necessaacuterio Alguns paiacuteses satildeo

submetidos a diversas recomendaccedilotildees simultacircneas de AF Como exemplo os paiacuteses

que compotildeem o Reino Unido (Inglaterra Gales Irlanda do Norte e Escoacutecia) satildeo

informados pelas recomendaccedilotildees globais da OMS pelas recomendaccedilotildees da UE

pelas recomendaccedilotildees do Centro Nacional para Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Fundaccedilatildeo

Britacircnica do Coraccedilatildeo (BHFNC) e pelas recomendaccedilotildees nacionais de cada paiacutes Para

ilustrar a diretriz da OMS natildeo estipula frequecircncia semanal a diretriz da UE

26

recomenda AF diariamente a diretriz do BHFNC recomenda 5 dias na semana e as

recomendaccedilotildees nacionais da Escoacutecia estipulam frequecircncia de 4 dias por semana

Ainda sobre este aspecto um dos fatores limitantes para a determinaccedilatildeo

da dose-resposta repousa na quantidade e na qualidade das informaccedilotildees disponiacuteveis

Os Comitecircs Cientiacuteficos das organizaccedilotildees apontam escassez de estudos experimentais

que possuam dimensatildeo global com amostra relativamente grande A maior parte dos

estudos tem utilizado intervenccedilotildees com doses iguais agraves recomendadas pelas atuais

diretrizes limitando informaccedilotildees que podem ser criadas pela variaccedilatildeo do tipo

intensidade frequecircncia duraccedilatildeo e volume da AF

Para que se priorize o aperfeiccediloamento de resposta para esta questatildeo o

USDHHS em 2008 se adiantou em algumas recomendaccedilotildees para estudos

esclarecedores

Incluir doses diferentes de AF usada na intervenccedilatildeo das que atualmente

estatildeo indicadas pelas recomendaccedilotildees a fim de avaliar o impacto e a

estabilidade no comportamento da praacutetica de AF ao longo do tempo

Buscar dados para definir tanto a forma da curva dose-resposta em

maiores quantidades e intensidades de atividade para a maioria dos

resultados de sauacutede e para determinar a existecircncia de um limite superior

de benefiacutecio

Esclarecer a quantidade de AF necessaacuteria para obter efeitos positivos

adicionais em diferentes desfechos relacionados agrave sauacutede

Projetar a realizaccedilatildeo de estudos que avaliem como as variaacuteveis

intensidade frequecircncia e duraccedilatildeo do esforccedilo se relacionam entre si

perante variadas forma de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

Investigar benefiacutecios muacutesculo-esqueleacuteticos da AF acumulada em sessotildees

curtas e fragmentadas

27

Realizar estudos experimentais para estender o efeito de periacuteodos de

atividade com diferentes duraccedilotildees especialmente daqueles com menos

de 10 minutos bem como o efeito de alguns ataques longos por semana

(p ex 2 x 75 minutos) sobre diversos desfechos de sauacutede

175 Minorias populacionais

Organizaccedilotildees profissionais e agecircncias governamentais apontam a

carecircncia de estudos envolvendo minorias populacionais e grupos de estrato

socioeconocircmico menos favorecido e a falta de indicaccedilotildees capazes de dar orientaccedilatildeo

de AF diferenciada para grupos minoritaacuterios (USDHHS 2008a CDC 2010 BHF

2010) A atual diretriz oficial dos EUA de 2008 dedica uma seccedilatildeo inteira agrave procura

destas evidecircncias poreacutem sem conclusotildees definitivas o que resultou inclusive em

recomendaccedilatildeo de AF do tipo ldquodose uacutenicardquo ou seja um mesmo tratamento para todas

as populaccedilotildees

Apesar de adotar tratamento igual para diferentes populaccedilotildees as

diretrizes deveriam explicitar que as estrateacutegias de comunicaccedilatildeo e os planos de

implementaccedilatildeo de programas e poliacuteticas destinados a aumentar a AF no cotidiano

poderiam ser tratados diferenciadamente para diferentes grupos populacionais

Embora seja ainda incerta a ocorrecircncia de diferenccedilas morfofuncionais resultantes da

AF em diferentes populaccedilotildees o modo como as informaccedilotildees satildeo recebidas

interpretadas e executadas podem acabar produzindo diferenccedilas nos grupos segundo

as suas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e culturais (Lindstrom Hanson e Ostergren

2001)

Para os portadores de necessidades especiais (com deficiecircncia fiacutesica

mental emocional ou cognitiva) aleacutem de as informaccedilotildees destacarem os benefiacutecios

da AF diretrizes deveriam explicitar que alguns tipos de atividade podem exigir

adaptaccedilatildeo agraves necessidades e agraves habilidades individuais A preocupaccedilatildeo com a

seguranccedila deveria ser comunicada claramente

A heterogeneidade entre e dentro dos grupos de deficiecircncia e a baixa

incidecircncia de muitas delas tornam difiacutecil a obtenccedilatildeo de uma amostra adequada e

28

entatildeo recruta-se a partir de um uacutenico estudo Portanto estudos multicecircntricos

deveriam ser estimulados para alcanccedilar evidecircncias capazes de generalizaccedilatildeo

(USDHHS 2008a)

Dado o aumento de sobrepeso e a obesidade na populaccedilatildeo mundial haacute

crescente interesse no efeito da AF sobre a manutenccedilatildeo do peso saudaacutevel Os

Comitecircs Consultivos que elaboram as diretrizes de AF ainda natildeo se fixaram a

quantidade necessaacuteria de AF para evitar o ganho de peso corporal e a obesidade

(Franz et al 2007) Sobre isto o IOM em 2004 recomendou a praacutetica de pelo

menos 60 minutos diaacuterios de AF e acrescentou que efeitos maiores ocorreriam com

o aumento progressivo da duraccedilatildeo do esforccedilo Esta indicaccedilatildeo sugere que para o

controle de peso e da obesidade o volume de AF deve ser muito maior (o dobro ou

mais) do que recomenda a maior parte das diretrizes No entanto o IOM natildeo fixou o

volume-teto maacuteximo

Neste aspecto parece ser mais recomendaacutevel que as orientaccedilotildees

endossem a importacircncia da AF na realizaccedilatildeo de um balanccedilo de energia saudaacutevel do

que estipulem uma meta desanimadora (grande volume de AF) As diretrizes

deveriam indicar claramente que pessoas com sobrepeso ou obesidade que atingem a

meta de AF mesmo na ausecircncia de reduccedilatildeo do peso corporal obteratildeo benefiacutecios

importantes para a sauacutede

A abordagem viaacutevel para a comunicaccedilatildeo da gestatildeo do controle do peso

corporal eacute recomendar que antes objetive-se o alcance da meta miacutenima de AF Uma

vez que essa meta seja alcanccedilada se o peso corporal estiver na faixa desejaacutevel o

foco deveria estar na manutenccedilatildeo do programa se o peso corporal natildeo for adequado

o foco deveria ocorrer no sentido de associar um programa de dieta hipocaloacuterica agrave

AF

176 Recomendaccedilotildees para crianccedilas e jovens

No conjunto as diretrizes recomendam AF para crianccedilas e jovens (6 a 17

anos de idade) em quantidade duas vezes maior agrave recomendada para adultos Notou-

se diferenccedila no escopo das redaccedilotildees no que tange ao detalhamento das faixas etaacuterias

Conveacutem ressaltar que a AF apropriada para as crianccedilas e jovens varia com a idade

29

Normalmente haacute ausecircncia natildeo justificada de orientaccedilotildees para grupo de idade

precoce A diretriz oficial da Austraacutelia eacute uma das raras exceccedilotildees que progrediu em

relaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees de AF para as idades iniciais Para crianccedilas de 0 a 1 ano natildeo

estipula duraccedilatildeo mas recomenda que seja diaacuteria com exerciacutecios proacuteprios ao

desenvolvimento psicomotor da crianccedila (puxar pegar sentar rolar engatinhar

arrastar levantar) Ela indica ainda 180 minutos de AF diaacuteria para crianccedilas de 1 a 5

anos de idade e a partir dos 5 anos segue as demais diretrizes ou seja 60 minutos

de AF todos os dias apoacutes os 18 anos de idade todos satildeo tratados como adultos

(DHAA 2005a DHAA 2005b)

Em geral as diretrizes natildeo se ocupam com comunicar ou estabelecer o

limite maacuteximo para AF em crianccedilas mas a diretriz oficial canadense estabeleceu

como teto para crianccedilas e jovens 90 minutos de AF por dia ao longo da semana

As diretrizes de AF para crianccedilas e jovens deveriam tambeacutem adicionar

explicitamente declaraccedilatildeo de que a AF adicional para aleacutem de 300 minutos por

semana confere benefiacutecios adicionais de sauacutede Para adultos esta informaccedilatildeo estaacute

clara

177 Exerciacutecios especiacuteficos

1771 Musculaccedilatildeo

A musculaccedilatildeo estaacute indicada com destaque na diretriz do USDHHS de

2008 Nenhum tempo foi recomendado para a duraccedilatildeo desta modalidade de

exerciacutecio Houve recomendaccedilatildeo clara quanto agrave frequecircncia semanal ao volume e a

abrangecircncia Foram recomendados de 8 a 10 diferentes exerciacutecios envolvendo os

principais grupos musculares dois dias ou mais por semana (natildeo consecutivos) e

com resistecircncia (peso) que permita a realizaccedilatildeo de 8 a 12 repeticcedilotildees para cada

exerciacutecio Nesta diretriz ficou expliacutecito que o tempo gasto para esta atividade natildeo

contaraacute para o alcance da meta

Sobre isto supotildee-se que a exclusatildeo deste tipo de exerciacutecio pelo

USDHHS em direccedilatildeo agrave meta se sustenta no fato de que a musculaccedilatildeo natildeo eacute

30

necessariamente um exerciacutecio aeroacutebio e portanto apresenta pouco efeito sobre o

metabolismo Descriccedilatildeo no texto sobre a dosagem do esforccedilo implicita o

entendimento da exigecircncia anaeroacutebia

ldquoos exerciacutecios de fortalecimento muscular devem ser realizados ateacute o

ponto em que seria difiacutecil fazer outra repeticcedilatildeo sem ajuda externardquo

(USDHHS 2008a pg A-6)

Por fim algumas diretrizes anteriores agraves do USDHHS de 2008 como as

do Reino Unido de 2004 natildeo continham orientaccedilotildees claras para atividade de

musculaccedilatildeo Na atual diretriz do Reino Unido de 2010 esta modalidade de exerciacutecio

estaacute presente

1772 Flexionamento

Os benefiacutecios de sauacutede geral resultantes de atividades de flexibilidade

natildeo estatildeo expressos como conclusivos mas nenhuma das diretrizes negou sua

importacircncia ou desaconselhou sua praacutetica Em algumas diretrizes haacute sugestatildeo de

frequecircncia de dois ou mais dias por semana com execuccedilatildeo de exerciacutecios estaacuteticos ou

dinacircmicos Natildeo haacute referecircncia sobre diferenccedilas de eficiecircncia e de seguranccedila entre os

exerciacutecios estaacuteticos e os dinacircmicos Tambeacutem natildeo se observou recomendaccedilatildeo quanto

agrave duraccedilatildeo de cada sessatildeo nem sobre o intervalo de uma sessatildeo para outra Poreacutem

estaacute bem definido que o tempo gasto nesta modalidade de exerciacutecios natildeo somaraacute para

a obtenccedilatildeo da meta

1773 Aquecimento e desaquecimento

Exerciacutecios realizados para aquecimento e desaquecimento satildeo partes

aceitaacuteveis do plano de AF Na diretriz oficial dos Estados Unidos de 2008 o tempo

gasto para realizar o aquecimento e o desaquecimento pode somar para o

cumprimento da meta desde que a atividade seja realizada no miacutenimo com

intensidade moderada

31

178 Eventos adversos nas recomendaccedilotildees

Excessos de AF em participantes natildeo adaptados ao esforccedilo fiacutesico podem

resultar em agravos agrave sauacutede e a maioria das diretrizes satildeo vagas quanto agrave dosagem

inicial do treinamento (Bull 2010) Eacute comum se sugerir um aumento de 10 na

quantidade de AF por semana para os jovens e adultos jovens em um intervalo de 2

a 4 semanas mas existem poucas evidecircncias que sustentem essas sugestotildees A

adoccedilatildeo de medidas de seguranccedila para a praacutetica de AF principalmente na fase inicial

do treinamento e para pessoas de baixa aptidatildeo fiacutesica ou que desconheccedilam os riscos

deve ter destaque nas diretrizes e ser informada sublinhadamente Quando as

recomendaccedilotildees natildeo determinam a frequecircncia semanal como as do Canadaacute Estados

Unidos Reino Unido Ruacutessia e as Globais da OMS pessoas podem tentar vencer a

meta estabelecida em eventos uacutenicos de longa duraccedilatildeo aumentando o risco de

eventos adversos As diretrizes oficiais dos Estados Unidos apresentam o capiacutetulo 6

ldquoAtivo e Segurordquo com o objetivo de mitigar as adversidades da praacutetica da AF

As recomendaccedilotildees das diretrizes de AF se destinam ao puacuteblico em geral

e aos portadores ou natildeo de acometimentos crocircnicos de sauacutede Eacute consenso que

portadores desses acometimentos de sauacutede usufruem dos benefiacutecios da AF mas

pertencem a um grupo mais susceptiacutevel aos riscos de efeitos adversos entatildeo pode-se

considerar que pessoas vulneraacuteveis necessitam instruccedilotildees especiais o que de modo

geral natildeo ocorre

Sobre este ponto eacute corrente entre as diretrizes destacar que os benefiacutecios

de sauacutede provenientes da AF tecircm sido sistematicamente bem documentados O

mesmo natildeo ocorre com os riscos adversos Mesmo assim parece consenso a ideia de

que os benefiacutecios da AF superam os riscos de eventos adversos

179 Concordacircncias nas diretrizes

Embora se admitam divergecircncias entre diferentes diretrizes quanto ao

modo de obter o volume final do esforccedilo observou-se cooperaccedilatildeo na harmonizaccedilatildeo

dos conceitos fundamentais da praacutetica da AF Entre eles listam-se os principais

consensos

32

A AF contribui fortemente para a promoccedilatildeo da sauacutede e diminui os

iacutendices de morbimortalidade principalmente nas doenccedilas de curso

crocircnico

A praacutetica de alguma AF eacute mais desejaacutevel do que nenhuma AF

As orientaccedilotildees satildeo projetadas para fornecer orientaccedilotildees sobre os tipos e

quantidades miacutenimas de AF que proporcionam benefiacutecios substanciais agrave

sauacutede

Benefiacutecios adicionais ocorrem com o aumento da quantidade de AF de

maior intensidade maior frequecircncia maior duraccedilatildeo ou pela combinaccedilatildeo

entre elas

Os benefiacutecios de sauacutede ocorrem em todas as faixas etaacuterias em ambos os

sexos e em todos os grupos raciais e eacutetnicos estudados desde que

praticada dentro de limites de seguranccedila

A AF deve ser praticada regularmente ao longo da vida para que se

possa obter resultado em longo prazo

As recomendaccedilotildees satildeo generalizaccedilotildees para atender agrave maioria dos

problemas relativos agrave sauacutede Problemas especiacuteficos necessitam

atendimento especiacutefico

Crianccedilas a partir de 6 anos de idade e adolescentes devem dobrar a

quantidade miacutenima de AF recomendada para os adultos

Idosos devem realizar a mesma quantidade de AF que adultos

limitados agrave condiccedilatildeo funcional individual

1710 Adesatildeo agrave atividade fiacutesica

As diretrizes tecircm demonstrado preocupaccedilatildeo com a adesatildeo agrave praacutetica da

AF Vaacuterias delas incluiacuteram caminhos para a conscientizaccedilatildeo e participaccedilatildeo

comunitaacuteria Para contemplar este objetivo a diretriz da UE de 2008 traz no seu

texto um toacutepico denominado ldquoExemplos de Boas Praacuteticasrdquo Nele cita as iniciativas

de alguns governos para a sensibilizaccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da praacutetica de AF destacando

programas como o ldquoPortas Abertasrdquo e o ldquoLuarrdquo da Hungria que visa a oferecer AF

tambeacutem nos finais de semana e no periacuteodo da noite o ldquoSelo de qualidade desportivo

para a sauacutederdquoda Alemanha que estabelece criteacuterios para os clubes privados obterem

33

o selo o ldquoHEPArdquo (Atividade Fiacutesica Melhorando a Sauacutede em inglecircs) da Eslovecircnia

que sustenta seu programa em trecircs pilares mais AF no lazer na escola e no

transporte Haacute ainda outras iniciativas na Inglaterra Franccedila Aacuteustria Luxemburgo

Sueacutecia Dinamarca e Finlacircndia E natildeo se perde de vista que cada localidade

desenvolve estrateacutegias de comunicaccedilatildeo para as recomendaccedilotildees da AF considerando

a diversidade eacutetnica cultural e social da regiatildeo

Embora as orientaccedilotildees para a praacutetica de AF foquem os benefiacutecios

morfofuncionais eles natildeo constituem a uacutenica razatildeo pela qual as pessoas deveriam

estar ativas Algumas diretrizes como a oficial dos Estados Unidos de 2008

preconizam que a AF pode proporcionar diversatildeo convivecircncia com amigos e

familiares desfrute do meio ambiente melhora da aparecircncia pessoal e da condiccedilatildeo

fiacutesica dentre outras Neste sentido as orientaccedilotildees encorajam as pessoas a serem

fisicamente ativas por toda e qualquer fundamentaccedilatildeo que seja significativa para

elas

A identificaccedilatildeo e a anaacutelise dos obstaacuteculos para a integraccedilatildeo da AF de

forma regular no cotidiano podem diferir no tempo e no espaccedilo Apesar das

diferenccedilas culturais a elaboraccedilatildeo de poliacuteticas de sauacutede de incentivo e promoccedilatildeo da

AF deveriam levar em conta os problemas de ordem individual (condiccedilatildeo fiacutesica

estado de sauacutede dentre outras) e de caraacuteter socioambiental que podem constituir

diversas barreiras

18 PROMOCcedilAtildeO DA ATIVIDADE FIacuteSICA

A promoccedilatildeo de AF moderada e regular eacute objetivo da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2010) que recomenda aos seus Estados Membros a

criaccedilatildeo de poliacuteticas que

Desenvolvam e ponham em praacutetica diretrizes nacionais de AF para

promover a sauacutede

Introduzam poliacuteticas de estiacutemulo ao deslocamento ativo e seguro para a

escola ou trabalho

34

Adaptem as estruturas fiacutesicas urbanas para facilitar a praacutetica de AF com a

criaccedilatildeo de ciclovias faixas de pedestre calccedilamento regular etc

Estabeleccedilam condiccedilotildees de seguranccedila como iluminaccedilatildeo policiamento etc

Criem espaccedilos destinados agrave AF recreativa com a criaccedilatildeo de parques

quadras pistas de corrida trilhas etc

O Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro alinhado agrave Estrateacutegia Global para a

Dieta Atividade Fiacutesica e Sauacutede preconizada pela OMS procura estimular accedilotildees

para a promoccedilatildeo da sauacutede combatendo os baixos niacuteveis de AF da populaccedilatildeo Neste

sentido instituiu no ano de 2006 a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede (MS

2010) Nesta perspectiva no ano de 2011 foi criado o ldquoPrograma Academia da

Sauacutederdquo no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede cujo objetivo eacute contribuir para a

promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo em geral a partir da implantaccedilatildeo de polos puacuteblicos

qualificados para a orientaccedilatildeo e supervisatildeo da praacutetica de AF (MS 2012)

No caso do ldquoPrograma Academia da Sauacutederdquo ele estaacute estruturado em

onze estrateacutegias 1) ampliar o acesso da populaccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo

da sauacutede 2) fortalecer a promoccedilatildeo da sauacutede como estrateacutegia de produccedilatildeo de sauacutede

3) potencializar as accedilotildees nos acircmbitos da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede da Vigilacircncia

em Sauacutede e da Promoccedilatildeo da Sauacutede 4) promover a integraccedilatildeo multiprofissional na

construccedilatildeo e execuccedilatildeo das accedilotildees 5) promover a convergecircncia de projetos ou

programas nos acircmbitos da sauacutede educaccedilatildeo cultura assistecircncia social esporte e

lazer 6) ampliar a autonomia dos indiviacuteduos sobre as escolhas de modos de vida

mais saudaacuteveis 7) aumentar o niacutevel de AF na populaccedilatildeo 8) estimular haacutebitos

alimentares saudaacuteveis 9) promover mobilizaccedilatildeo comunitaacuteria com a constituiccedilatildeo de

redes sociais de apoio e ambientes de convivecircncia e solidariedade 10) potencializar

as manifestaccedilotildees culturais locais e o conhecimento popular na construccedilatildeo de

alternativas individuais e coletivas que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede e 11) ampliar

e valorizar a utilizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos de lazer como proposta de inclusatildeo

social (MS 2012)

Embora as estrateacutegias do ldquoPrograma Academia da Sauacutederdquo sejam

claramente explicitadas o Ministeacuterio da Sauacutede ainda natildeo reuniu uma Comissatildeo de

Especialistas ndash procedimento adotado pelas organizaccedilotildees e agecircncias governamentais

35

que elaboram diretrizes de AF ndash para a elaboraccedilatildeo de diretrizes proacuteprias de AF para a

populaccedilatildeo brasileira Como recomendaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro segue as

diretrizes da OMS atualizadas em 2010 O objetivo perseguido possibilita

Fundamentar as poliacuteticas nacionais sobre a AF e outras intervenccedilotildees de

sauacutede puacuteblica

Determinar um ponto de partida para a definiccedilatildeo de metas e objetivos

para a promoccedilatildeo da sauacutede e da AF no acircmbito nacional

Fomentar a colaboraccedilatildeo intersetorial e contribuir para o estabelecimento

de metas e objetivos nacionais da promoccedilatildeo da AF

Fixar as bases para a adoccedilatildeo de iniciativas de promoccedilatildeo da AF

Justificar a destinaccedilatildeo de recursos para intervenccedilotildees na promoccedilatildeo da AF

Criar um marco de accedilatildeo comum que reuacutena todas as partes interessadas

em torno de um mesmo objetivo

Dispor de um documento baseado em evidecircncia que permita agraves partes

interessadas implantar poliacuteticas com destinaccedilatildeo apropriada de recursos

Facilitar a criaccedilatildeo de mecanismos nacionais de vigilacircncia e monitoraccedilatildeo

para fazer evoluir a praacutetica da AF na populaccedilatildeo

O monitoramento e a vigilacircncia da praacutetica da AF no cotidiano dos

brasileiros tecircm sido realizados por 2 inqueacuteritos nacionais a Pesquisa Nacional sobre

Sauacutede do Escolar (PeNSE) que observa dentre outros fatores de risco a ausecircncia de

AF dos adolescentes (IBGE 2013) e o sistema de Vigilacircncia de Fatores de Risco e

Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico ndash VIGITEL (MS 2007)

que avalia fatores de risco para doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis em adultos nas

26 capitais dos estados e no Distrito Federal

19 SISTEMA VIGITEL

O sistema VIGITEL foi criado como parte do objetivo de dotar o paiacutes

com instrumentos eficazes para monitorar a frequecircncia e a distribuiccedilatildeo dos principais

fatores de risco determinantes das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) O

Programa apresenta uma metodologia proacutepria de inqueacuterito telefocircnico desenvolvida e

36

aperfeiccediloada desde o ano de 2003 pelo Nuacutecleo de Pesquisas Epidemioloacutegicas em

Nutriccedilatildeo e Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo ndash NUPENSUSP No ano de 2006 o

sistema foi vinculado definitivamente ao Ministeacuterio da Sauacutede (Moura et al 2008)

Entre os objetivos principais do sistema figuram aumentar o

conhecimento sobre as DCNT e as possibilidades de prevenccedilatildeo e de controle

contribuir para o fortalecimento dos sistemas de sauacutede incluindo a atenccedilatildeo primaacuteria

para a integraccedilatildeo de prevenccedilatildeo e controle das doenccedilas crocircnicas perceber as

principais intervenccedilotildees para prevenir e controlar essas doenccedilas dentro de estimativas

de custo incentivar o diaacutelogo com o setor privado para auxiacutelio na melhoria da sauacutede

puacuteblica manter o interesse da miacutedia e incentivaacute-la a defender os comportamentos

saudaacuteveis para a defesa de planos de accedilatildeo na luta contra elas e reduzir os principais

fatores de risco determinantes destas doenccedilas (MS 2008a)

37

2 OBJETIVOS

Verificar a prevalecircncia de atividade fiacutesica segundo cada uma das principais

diretrizes internacionais que recomendam quantidade miacutenima de AF

Explorar as divergecircncias e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF miacutenimo

pelas diferentes diretrizes

Avaliar a associaccedilatildeo entre caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e

comportamentais com a praacutetica da AF

Verificar como os principais componentes da AF (modalidades de exerciacutecio

fiacutesico ou esporte intensidade duraccedilatildeo e frequecircncia) se relacionam na

determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual

Descrever o padratildeo de AF nos portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis

38

3 METODOLOGIA

31 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de um estudo epidemioloacutegico do tipo observacional transversal

32 AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS

Os dados utilizados neste estudo satildeo provenientes do banco de dados do

sistema VIGITEL de 2006 Esses dados foram obtidos por meio de inqueacuterito com o

uso de entrevista telefocircnica e de questionaacuterio contendo perguntas sobre

caracteriacutesticas sociodemograacuteficas socioeconocircmicas de comportamento individual e

de informaccedilotildees relacionadas com a praacutetica da AF para uma amostra probabiliacutestica de

adultos brasileiros com idade ge 18 anos residentes nas 27 capitais da federaccedilatildeo e

cujas moradias apresentavam linha telefocircnica fixa

O sistema VIGITEL apresenta uma metodologia proacutepria que pode ser

acessada em publicaccedilotildees preacutevias (Moura et al 2008) Em siacutentese a partir da anaacutelise

do cadastro eletrocircnico das linhas telefocircnicas residenciais fixas de cada capital da

federaccedilatildeo foram sorteadas (de modo sistemaacutetico e estratificado) 5000 linhas para

cada cidade A seguir as linhas sorteadas em cada cidade foram ressorteadas e

divididas em reacuteplicas de 200 linhas cada reacuteplica reproduzindo a mesma proporccedilatildeo de

linhas por regiatildeo da cidade ou prefixo telefocircnico A divisatildeo da amostra integral em

reacuteplicas eacute feita essencialmente em funccedilatildeo da dificuldade em se estimar previamente

a proporccedilatildeo das linhas do cadastro que seratildeo elegiacuteveis para o sistema (linhas

residenciais ativas) e portanto o total de linhas a ser sorteado para se chegar a 2000

entrevistas

No conjunto ocorreram ligaccedilotildees para perto de 127000 linhas telefocircnicas

fixas distribuiacutedas em 633 reacuteplicas As ligaccedilotildees feitas para as 76330 linhas elegiacuteveis

redundaram em 54369 entrevistas completas o que indica a taxa meacutedia de sucesso

39

do sistema em 711 (Tabela 1) Havendo anuecircncia apoacutes primeiro contato todos os

moradores adultos com idade maior ou igual a 18 anos foram listados e organizados

eletronicamente em ordem decrescente de idade sendo um deles sorteado para

responder a entrevista

Tabela 1 Nuacutemero de linhas telefocircnicas sorteadas linhas telefocircnicas elegiacuteveis e

entrevistas realizadas nas capitais dos estados brasileiros e no

Distrito Federal VIGITEL 2006 (MS 2007)

Capitais DF Nordm linhas

sorteadas

Nordm linhas

elegiacuteveis

Nordm entrevistas

realizadas

Aracaju 3400 3022 2031

Beleacutem 3400 2876 2021

Belo Horizonte 3200 2812 2016

Boa Vista 3600 2832 2017

Campo Grande 4600 2919 2012

Cuiabaacute 4800 2756 2013

Curitiba 4400 2824 2011

Florianoacutepolis 4600 2896 2010

Fortaleza 3400 2881 2017

Goiacircnia 4200 2523 2013

Joatildeo Pessoa 3600 2836 2014

Macapaacute 4000 2746 2012

Maceioacute 3600 2784 2017

Manaus 3600 2817 2013

Natal 3400 2742 2013

Palmas 4800 2479 2009

Porto Alegre 5000 3120 2010

Porto Velho 4400 2582 2014

Recife 3400 2751 2014

Rio Branco 4600 2720 2017

Rio de Janeiro 4000 3094 2012

Salvador 3600 2935 2010

Satildeo Luiacutes 3600 2755 2011

Satildeo Paulo 4200 3073 2012

Teresina 3400 2800 2011

Vitoacuteria 3800 2817 2011

Distrito Federal 4600 2938 2008

Total 107200 76330 54369

FONTE Ministeacuterio da Sauacutede 2007

40

Cerca de dois terccedilos das linhas elegiacuteveis para as quais natildeo houve

entrevista correspondeu a situaccedilotildees de impossibilidade de contato telefocircnico inicial

(linhas sempre ocupadas com sinal de fax ou conectadas agrave secretaacuteria eletrocircnica) ou a

impossibilidade de encontrar o indiviacuteduo sorteado no domiciacutelio mesmo apoacutes vaacuterias

tentativas de aprazamento (ateacute dez ligaccedilotildees feitas em dias e horaacuterios variados)

Recusas a participar no sistema de monitoramento foram observadas em 91 das

linhas elegiacuteveis A duraccedilatildeo meacutedia das 54369 entrevistas realizadas pelo sistema

VIGITEL foi de 74 minutos (DP plusmn 33 minutos) para cada uma (MS 2007)

As entrevistas telefocircnicas ocorreram entre agosto e dezembro de 2006 e

envolveram sessenta entrevistadores quatro supervisores e um coordenador (MS

2007)

O questionaacuterio utilizado pelo sistema VIGITEL em 2006 foi composto

por 82 questotildees com categorias preacute-estabelecidas de respostas As perguntas do

questionaacuterio abordaram em particular a) caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e

socioeconocircmicas dos indiviacuteduos (idade sexo estado civil coretnia niacutevel de

escolaridade) b) padratildeo de alimentaccedilatildeo (tipo e frequecircncia do consumo de certos

alimentos) e de Atividade Fiacutesica (modalidade preferida duraccedilatildeo do esforccedilo

frequecircncia semanal deslocamento ativo de casa para o trabalho) c) Avaliaccedilatildeo

nutricional (peso e altura) d) frequecircncia e intensidade do consumo de cigarros e de

bebidas alcooacutelicas e e) autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede gravidez e referecircncia a

diagnoacutestico meacutedico para algumas DCNT (MS 2007)

Para ajustar a populaccedilatildeo estudada agrave populaccedilatildeo residente nas capitais

brasileiras alguns cuidados foram necessaacuterios entatildeo o sistema empregou um peso

final para cada participante com a aplicaccedilatildeo de fatores de ponderaccedilatildeo para corrigir

possiacuteveis vieses determinados pelas diferentes possibilidades de os indiviacuteduos

participarem da amostra O primeiro fator buscava corrigir a maior chance que

indiviacuteduos de domiciacutelios com mais de uma linha telefocircnica tinham de ser

selecionados para a amostra O segundo procurava corrigir a menor chance que

indiviacuteduos de domiciacutelios habitados por mais pessoas tinham de ser selecionados para

a amostra O terceiro denominado peso poacutes-estratificaccedilatildeo procurava igualar a

composiccedilatildeo sociodemograacutefica da amostra agrave composiccedilatildeo sociodemograacutefica da

41

populaccedilatildeo de cada cidade pelo Censo Demograacutefico de 2000 A razatildeo entre a

frequecircncia relativa de indiviacuteduos da amostra VIGITEL e da amostra censitaacuteria

procurava a correccedilatildeo da sub ou superrepresentaccedilatildeo dos estratos sociodemograacuteficos

pelo sistema VIGITEL que poderia ocorrer dada a cobertura natildeo universal da rede

de telefonia fixa (MS 2007)

A multiplicaccedilatildeo destes trecircs fatores por um quarto (razatildeo entre a

proporccedilatildeo de adultos de uma dada cidade pela proporccedilatildeo de adultos da amostra

VIGITEL na mesma cidade) representa o total de adultos estudados pelo sistema nas

27 cidades Assim a populaccedilatildeo total estimada para este estudo abrange 69899955

de brasileiros adultos de ambos os sexos residentes nas 26 capitais estaduais e no

Distrito Federal (MS 2007)

Para asegurar a qualidade das informaccedilotildees obtidas o sistema VIGITEL

contou com um controle de qualidade que previa o acompanhamento aleatoacuterio das

entrevistas por um supervisor Em torno de 10 das chamadas foram avaliadas

imediatamente pela supervisatildeo que entre vaacuterias accedilotildees confirmava dados diretamente

com o participante Cerca de 3 das entrevistas diaacuterias foram auditadas pelo

supervisor Por fim foram realizadas anaacutelises de consistecircncia dos dados ao final de

cada semana (MS 2007)

Adultos de ambos os sexos com 18 anos ou mais residentes nas capitais

de estado brasileiras e no Distrito Federal cujas respostas ao questionaacuterio da pesquisa

VIGITEL de 2006 permitiram a quantificaccedilatildeo da AF Assim entre os 54369

participantes do inqueacuterito foram excluiacutedos 1590 participantes que embora tenham

indicado a realizaccedilatildeo de transporte ativo para o trabalho ou praacutetica de uma

modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte deixaram de informar a frequecircncia ou a

duraccedilatildeo do esforccedilo Assim a base de caacutelculo foi conduzida com 52779

participantes

42

33 DESCRICcedilAtildeO DE VARIAacuteVEIS

3 31 Domiacutenios da atividade fiacutesica

Para a anaacutelise da praacutetica de AF no cotidiano foram considerados

somente os trecircs uacuteltimos meses anteriores agrave data da entrevista Originalmente o

inqueacuterito do sistema VIGITEL avaliou a categoria lsquoAtividade Fiacutesicarsquo abordando

separadamente quatro domiacutenios AF no lazer (tempo livre) AF ocupacional

(trabalho) AF no acircmbito residencial (faxina domeacutestica) e AF no deslocamento da

casa para o trabalho (a peacute ou de bicicleta) Neste estudo apenas as informaccedilotildees sobre

AF no lazer e no deslocamento foram aplicadas para definir o niacutevel de AF dos

participantes AF em casa e no trabalho natildeo foi considerada pois o questionaacuterio de

2006 do VIGITEL natildeo previu a quantificaccedilatildeo da duraccedilatildeo e da frequecircncia semanal

desses domiacutenios

332 Modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

Para a determinaccedilatildeo da principal modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou

esporte mais praticado foram utilizadas as respostas agrave pergunta 45 do questionaacuterio

Qual o tipo principal de exerciacutecio fiacutesico ou esporte que o(a) sr (a) praticou Coube

aos participantes uma uacutenica opccedilatildeo entre 16 diferentes modalidades apresentadas na

seguinte sequecircncia 1 - caminhada 2 - caminhada em esteira rolante 3 - corrida 4 -

corrida em esteira rolante 5 - musculaccedilatildeo 6 - ginaacutestica aeroacutebica 7 - hidroginaacutestica

8 - ginaacutestica geral 9 - nataccedilatildeo 10 - artes marciais e lutas 11 - bicicleta 12 - futebol

13 - basquetebol 14 - voleibol 15 - tecircnis 16 - outros

333 Deslocamento ativo

Para o ano de 2006 o sistema VIGITEL considerou como deslocamento

ativo somente o esforccedilo para cumprir o percurso de ida e volta de casa para o

trabalho realizado a peacute ou de bicicleta e ocorrido nos trecircs meses anteriores agrave data da

entrevista Para este domiacutenio diante de resposta afirmativa houve questionamento a

respeito da duraccedilatildeo do tempo gasto em minutos para vencer o trajeto

43

334 Duraccedilatildeo e frequecircncia da atividade fiacutesica

A frequecircncia das atividades foi expressa em dias por semana e a duraccedilatildeo

do esforccedilo foi expressa em minutos As opccedilotildees de respostas para duraccedilatildeo do esforccedilo

foram divididas em seis agrupamentos lt 10 10 ndash 19 20 ndash 29 30 ndash 39 45 ndash 59 ge 60

minutos As opccedilotildees de respostas para frequecircncia semanal foram divididas em quatro

agrupamentos todos os dias 5 ndash 6 3 ndash 4 1 ndash 2 dias por semana

335 Intensidade do esforccedilo

A classificaccedilatildeo da intensidade do esforccedilo foi determinada pela conversatildeo

do tipo principal de exerciacutecio fiacutesico ou esporte praticado pelo participante do estudo

na atribuiccedilatildeo do gasto energeacutetico ao esforccedilo referido pelo Compecircndio de Atividade

Fiacutesica proposto por Ainsworth et al em 2000 Baseado na proposta de que esforccedilo

moderado equivale ao consumo lt 6 MET e esforccedilo vigoroso equivale ao consumo ge

a 6 MET assumiu-se que 1 MET representa o consumo de oxigecircnio em repouso

igual a 35 mlkgmin Quando a opccedilatildeo pela escolha do tipo principal de exerciacutecio

fiacutesico ou esporte foi caminhada caminhada na esteira rolante hidroginaacutestica

ginaacutestica geral nataccedilatildeo ciclismo ou voleibol a intensidade do esforccedilo foi

considerada como moderada Quando a opccedilatildeo foi corrida corrida em esteira rolante

musculaccedilatildeo ginaacutestica aeroacutebia artes marciaislutas futebol basquetebol tecircnis e

outras modalidades a intensidade do esforccedilo foi considerada vigorosa

O gasto energeacutetico foi obtido pelo produto do gasto meacutedio de energia de

cada modalidade frente ao esforccedilo expresso em minutos O valor do gasto de energia

proposto para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte eacute apresentado a seguir

44

Tabela 2 Gasto energeacutetico para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

expresso em METmin obtido pelo produto da duraccedilatildeo do esforccedilo

(em minutos) com a meacutedia do gasto energeacutetico para cada

modalidade segundo o Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por

Ainsworth et al em 2000

Atividade

Tempo em minutos

1019 20-29 30-39 45-59 60

MET MET MET MET MET

1 Caminhada 33-63 66-96 99-129 149-195 198

2 Caminhada na esteira 33-63 66-96 99-129 149-195 198

3 Corrida 90-171 180-261 270-351 405-531 540

4 Corrida na esteira 90-171 180-261 270-351 405-531 540

5 Ginaacutestica aeroacutebia 65-124 130-189 195-254 293-384 390

6 Hidroginaacutestica 40-76 80-156 120-156 180-236 240

7 Ginaacutestica geral 40-76 80-156 120-156 180-236 240

8 Nataccedilatildeo 70-133 140-203 270-273 315-413 420

9 Artes marciais e lutas 100-190 200-290 300-390 450-590 600

10 Ciclismo 40-75 80-116 120-156 180-236 240

11 Futebol 70-133 140-203 270-273 315-413 420

12 Basquetebol 60-114 120-174 180-234 270-354 360

13 Voleibol 30-57 60-87 90-117 135-177 180

14 Tecircnis 70-133 140-203 270-273 315-413 420

1- somente o peso corporal agrave velocidade de 48 kmh 2 ndash somente o peso corporal e sem inclinaccedilatildeo agrave

velocidade de 48 kmh 3 ndash somente o peso corporal agrave velocidade de 8 a 9 kmh 4 ndash somente o peso

corporal e sem inclinaccedilatildeo agrave velocidade de 8 a 9 kmh 5 - sem uso de step 6- com caracteriacutestica

aeroacutebia eou calistecircnica 7- com caracteriacutestica calistecircnica 8 - estilo livre de moderada a baixa

intensidade 9 - esforccedilo medido durante o combate 10 ndash velocidade ateacute 16 kmh 11- natildeo competitivo

12- natildeo competitivo 13 - natildeo competitivo com 6 a 9 jogadores por lado 14 - natildeo competitivo

(simples)

MET Uma unidade equivale ao consumo de 35ml de O2kgmin

Para o criteacuterio de equivalecircncia de esforccedilo as diretrizes que recomendam

a possibilidade de mesclar AF com intensidade moderada e vigorosa em direccedilatildeo agrave

meta assumem a equivalecircncia entre o esforccedilo vigoroso e a metade da duraccedilatildeo do

moderado em concordacircncia com as recomendaccedilotildees da OMS que afirma que 75

minutos de AF vigorosa ou 150 minutos de AF moderada apresentam o mesmo efeito

sobre a sauacutede

Para o conceito lsquooutras modalidadesrsquo como o termo eacute indefinido e houve

razoaacutevel frequecircncia para a escolha (N= 1347 ndash 53) optou-se por consideraacute-lo para

a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF A decisatildeo foi por vigorosa observando que a maior

parte das modalidades contidas no Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por

45

Ainsworth e colaboradores que natildeo foram nominadas no questionaacuterio se apresenta

com gasto energeacutetico meacutedio ge a 6 MET (Ainsworth et al2000)

336 Variaacuteveis sociodemograacuteficas

Para a tipologia das variaacuteveis sociodemograacuteficas foram utilizados anos

de escolaridade sexo e faixa etaacuteria A etnia foi determinada pela cor da pele (branca

preta parda ou morena amarela vermelha) e o estado civil pela situaccedilatildeo conjugal

(solteiro casado ou juntado viuacutevo separado ou divorciado) no momento da

entrevista A distribuiccedilatildeo geograacutefica dos domiciacutelios foi separada por cidades (capitais

dos estados e Distrito Federal) e mediante o caacutelculo da meacutedia ponderada os

domiciacutelios foram agrupadas por regiatildeo (Norte Nordeste Centro Oeste Sudeste e

Sul)

Para a anaacutelise do comportamento das variaacuteveis idade e escolaridade em

relaccedilatildeo ao conceito dado pela classificaccedilatildeo do niacutevel de AF procedeu-se conforme o

agrupamento sugerido pelo sistema VIGITEL Assim a idade foi agrupada em seis

intervalos 18 - 24 25 - 34 35 - 44 45 - 54 55 - 64 e 65 ou mais anos de idade e a

escolaridade em trecircs intervalos 0 - lt 9 9 a lt 12 e 12 anos ou mais de estudo

337 Variaacuteveis de comportamento individual

Para a caracterizaccedilatildeo das variaacuteveis de comportamento individual foram

utilizadas informaccedilotildees sobre a percepccedilatildeo do estado de sauacutede podendo ser excelente

bom regular ou ruim Sobre a realizaccedilatildeo de dietas hipocaloacutericas (simnatildeo)

consideraram-se os doze meses anteriores agrave entrevista Sobre o tabagismo para os

participantes com resposta afirmativa a carga foi considerada como sendo expressa

pelo nuacutemero de cigarros consumidos por dia Sobre o consumo de bebida alcooacutelica

observaram-se os 30 dias anteriores agrave data da entrevista para os participantes com

resposta afirmativa a frequecircncia semanal do consumo foi considerada em dias da

semana que eles costumavam ingerir

Para facilitar a anaacutelise algumas variaacuteveis quantitativas foram agrupadas

O consumo de cigarro foi agrupado em trecircs intervalos 1 ndash 19 20 ndash 39 e 40 ou mais

46

cigarros por dia e o consumo de aacutelcool foi dividido em quatro intervalos

ocasionalmente 1 ndash 2 3 ndash 6 vezes por semana e diariamente

338 Diagnoacutestico de DCNT

Foram utilizadas informaccedilotildees sobre o conhecimento de ocorrecircncia de

cinco tipos de DCNT hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes IAM eou AVC

dislipidemia e osteoporose Para tanto foi perguntado aos participantes se em algum

momento foram informados por algum meacutedico se eram portadores de pressatildeo alta

diabetes infarto ou derrame cerebral colesterol ou trigliceacuterides elevado ou

doenccedilafraqueza dos ossos O questionaacuterio possibilitou a um mesmo participante

responder (simnatildeonatildeo lembro) separadamente para cada uma das doenccedilas Assim

facultou-se que um participante pudesse reportar mais de um tipo de doenccedila

339 Determinaccedilatildeo do niacutevel da atividade fiacutesica

Para verificar o grau de concordacircncia entre as diversas recomendaccedilotildees a

prevalecircncia de AF foi calculada segundo cada uma das diretrizes apresentadas na

introduccedilatildeo deste trabalho

Para verificar a prevalecircncia da AF segundo as variaacuteveis

sociodemograacuteficas utilizou-se a recomendaccedilccedilao da OMS de 2010 por ser ela a

mesma adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil

3310 Comparaccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees

A anaacutelise das informaccedilotildees sobre duraccedilatildeo intensidade do esforccedilo e

freuqecircncia semanal nas ativi dade no tempo de lazer e no deslocamento para o

trabalho permitiram quantificar o volume de AF semanal dos participantes Uma vez

determinado individualmente o volume semanal da AF foi determinada a

classificaccedilatildeo dos participantes em inativo ativo insuficiente ativo ou muito ativo

para cada uma das cinco recomendaccedilotildees Um segundo agrupamento das mesmas

informaccedilotildees permitiu a categorizaccedilatildeo em AF suficiente ou AF insuficiente

47

Quadro 2 Classificaccedilatildeo do niacutevel de atividade fiacutesica

Grupo Criteacuterio

1- Inativo

2- Ativo insuficiente

3- Ativo

4- Muito ativo

nega a praacutetica de AF no lazer ou transporte ativo

realiza exerciacutecio fiacutesico ou esporte abaixo da recomendaccedilatildeo

atinge a recomendaccedilatildeo

ultrapassa a recomendaccedilatildeo

Classe Criteacuterio

A - AF suficiente

B - AF insuficiente

alcanccedila a meta (grupo ativo + grupo muito ativo)

natildeo alcanccedila a meta (grupo inativo + grupo ativo insuficiente)

34 ANAacuteLISE DOS DADOS

Todas as estimativas de variaacuteveis sociodemograacuteficas de comportamento

individual de preferecircncia por um tipo de AF de classificaccedilatildeo do niacutevel de AF para os

portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT de frequecircncia semanal e de duraccedilatildeo do

esforccedilo foram obtidas para o total de participantes com algum grau de AF levando-

se em conta os fatores de ponderaccedilatildeo O significado estatiacutestico das diferenccedilas foi

avaliado por meio do teste do qui-quadrado (X2) de Pearson Todos os resultados

foram considerados com intervalo de confianccedila de 95 ou seja com niacutevel de

significacircncia de 005 Os resultados com p menor do que 005 foram considerados

com diferenccedila estatisticamente significante Para comparar as diferentes

recomendaccedilotildees foi realizada a Anaacutelise de Concordacircncia de Kappa com o objetivo de

verificar a coincidecircncia entre as prevalecircncias do niacutevel de AF considerando a

variaccedilatildeo existente no intervalo que vai de zero a uma unidade cujos valores possuem

a seguinte relaccedilatildeo 0 = natildeo concordacircncia 0 ndash 19 = pobre concordacircncia 02 ndash 039 =

baixa concordacircncia 04 ndash 059 = moderada concordacircncia 06 ndash 079 = alta

concordacircncia 08 ndash 099 = excelente concordacircncia 10 = perfeita concordacircncia Para

o processamento dos dados e anaacutelises estatiacutesticas divulgadas nesse estudo contou-se

com o auxiacutelio dos programas estatiacutesticos Statareg

(ver 110 e Microsoftreg Excel ver

100)

48

Para verificar como os principais componentes da AF (duraccedilatildeo e

frequecircncia) se relacionam na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual objetivo 4 do

presente trabalho foram realizadas duas simulaccedilotildees

Para avaliar a contribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal na quantidade

adequada de AF a frequecircncia semanal foi artificialmente aumentada para todos os

participantes insuficientemente ativos que referiram realizar AF 1 a 2 vezes por

semana de tal modo que sem modificar as demais informaccedilotildees todos os

selecionados com estas caracteriacutesticas culminaram com pelo menos trecircs sessotildees

semanais A seguir avaliou-se nessa nova situaccedilatildeo simulada se a adequaccedilatildeo do niacutevel

de AF sofreu alteraccedilotildees indicando se a pouca frequecircncia semanal tem papel

determinante no alcance do niacutevel miacutenimo de AF

O mesmo foi realziado com a duraccedilatildeo das sessotildees Com a base original

dos dados sem alterar as demais informaccedilotildees foi simulado acreacutescimo de tempo na

duraccedilatildeo do esforccedilo dos participantes pouco ativos de forma que todos realizassem

sessotildees de pelo menos 60 minutos Verificou-se entatildeo a nova adequaccedilatildeo do niacutevel de

AF procurando identificar se o aumento da duraccedilatildeo contribuiria com o alcance do

niacutevel miacutenimo de AF

35 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O sistema VIGITEL foi aprovado pelo Comitecirc Nacional de Eacutetica em

Pesquisa Envolvendo Seres Humanos sob o nuacutemero de registro 13081208

Este estudo foi aprovado em 14122011 pelo Comitecirc de Eacutetica em

Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da CAPPesq da Faculdade de Medicina da

Universidade de Satildeo Paulo sob o protocolo nordm 50511

49

4 RESULTADOS

41 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA AMOSTRA

Neste estudo foram incluiacutedos 52779 participantes 61 eram mulheres

Ambos os sexos foram distribuiacutedos em seis faixas etaacuterias e 68 apresentaram idade

igual ou inferior a 44 anos A maior parte (54) dos entrevistados referiram ter ateacute 9

anos de escolaridade eram casados ou juntados (53) com predomiacutenio de pardos e

morenos (53)

42 CLASSIFICACcedilAtildeO DO NIacuteVEL DE ATIVIDADE FIacuteSICA

Os 52779 participantes tiveram seu rendimento fiacutesico classificado em

quatro niacuteveis de AF (inativo ativo insuficiente ativo e muito ativo) e cinco

diferentes diretrizes que recomendam a praacutetica de AF (UE IOM ACSM OMS e

IPAQ) considerando os domiacutenios de AF no tempo livre e no deslocamento ativo

A classificaccedilatildeo de inativo foi coincidente em todas as diretrizes

analisadas O criteacuterio para este conceito foi uacutenico ou seja entraram nele todos os que

apresentaram resposta negativa para as perguntas 44 - o(a) sr(a)praticou algum tipo

de exerciacutecio fiacutesico ou esporte) e - 53 o(a) sr(a) costuma ir a peacute ou de bicicleta de

casa para o trabalho Isto resultou em 515 (N=25837) de inativos para a amostra

Os 485 (N=26942) de participantes que referiram praticar alguma quantidade de

AF no lazer ou no deslocamento foram classificados em uma das outras trecircs

categorias (ativo insuficiente ativo ou muito ativo)

A Tabela 3 mostra a distribuiccedilatildeo dos participantes para cada

recomendaccedilatildeo em observacircncia agrave classificaccedilatildeo do niacutevel de AF

No conjunto o IOM apresentou os criteacuterios de suficiecircncia de AF com

maior dificuldade de alcanccedilar apenas 156 (N=7347) dos participantes os

atingiram Por outro lado os criteacuterios estabelecidos pela OMS apresentaram a menor

dificuldade de serem alcanccedilados 345 (N=20178) dos participantes os atingiram

50

Embora a OMS e o ACSM recomendem o mesmo volume de AF o

segundo entende que ela seja distribuiacuteda sistematicamente ao longo da semana Isto

fez com que aproximadamente 4800 participantes (13) que atingiram o tempo

miacutenimo de 150 minutos por semana natildeo tivessem cumprido a frequecircncia de 5 ou

mais dias por semana ficando aqueacutem da meta do ACSM Essa discrepacircncia se torna

mais pronunciada quando se comparam a OMS e o IOM

Tabela 3 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta e porcentagem segundo o niacutevel de

AF e diferentes diretrizes de AF nas capitais brasileiras e Distrito

Federal ndash 2006

CATEGORIA UE1 IOM2 ACSM3 OMS4 IPAQ5

N N N N N

25837 515 25837 515 25837 515 25837 515 25837 515 Inativo Ativo Insuficiente 14430 253 19598 329 11634 206 6764 141 11422 202

Ativo 3962 81 4908 97 3387 71 4983 96 11113 191

Muito Ativo 8550 151 2436 59 11921 208 15195 249 4407 92

52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 TOTAL

AF suficiente

N

12512 232

N

7347 156

N

15308 279

N

20178 345

N

15520 283

AF insuficiente 40267 768 45432 844 37471 721 32601 655 37259 717

TOTAL 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100

1 Centro Nacional de Atividade Fiacutesica da Uniatildeo Europeia

2 Instituto de Medicina dos EUA

3 Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva

4 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

5 Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000

Excluiacutedos 1590 participantes sem classificaccedilatildeo do niacutevel de AF

A Tabela 4 mostra o resultado da aplicaccedilatildeo do Teste de Concordacircncia de

Kappa (k) para a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF Entre as cinco diferentes diretrizes

houve concordacircncia perfeita para o estabelecimento da inatividade (k = 1) jaacute que foi

estipulado um uacutenico criteacuterio para o grupo No conjunto observou-se variaccedilatildeo de

concordacircncia entre pobre a excelente A menor concordacircncia aconteceu entre o IOM

e a OMS (k = 016) para o grupo muito ativo Em termos praacuteticos o que eacute muito

ativo para um parece natildeo ser para o outro A maior concordacircncia ocorreu para o

grupo de ativos insuficientes entre o IPAQ e o ACSM (k = 098) Em termos

51

praacuteticos para este grupo as exigecircncias se equivalem Para os demais grupos (ativo e

muito ativo) a concordacircncia foi pobre (k = 031 e 037 respectivamente) Entre os

que alcanccedilaram a meta (ativos e muito ativos) e os que natildeo a alcanccedilaram

(insuficientemente ativos e inativos) houve variaccedilatildeo de concordacircncia entre

moderada a excelente A menor concordacircncia aconteceu entre a OMS e o IOM (k =

041) A maior concordacircncia oconteceu entre o IPAQ e o ACSM (k = 099)

Tabela 4 Teste de Concordacircncia de Kappa para o cruzamento do niacutevel de AF

mediante diferentes diretrizes para a populaccedilatildeo adulta com idade ge

18 anos nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006

CATEGORIA

IOM ACSM OMS IPAQ

(k) (k) (k) (k)

Inativo

UE

1 1 1 1

IOM

1 1 1

ACSM

1 1

OMS

1

Ativo Insuficiente

074 081 047 079 UE

IOM

059 049 075

ACSM

058 098

OMS

059

Ativo

UE 081 085 08 036

IOM

069 096 044

ACSM

068 031

OMS

045

UE 029 072 056 052

IOM

021 016 055

ACSM

078 037

OMS

029 UE =

Centro Nacional de Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Uniatildeo Europeia

IOM = Instituto de Medicina dos EUA

ACSM = Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva

OMS = Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IPAQ = Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica

Anaacutelise de Concordacircncia de Kappa (0= natildeo concordacircncia 0 ndash 19 = pobre concordacircncia 02 ndash

039 = baixa concordacircncia 04 ndash 059= moderada concordacircncia 06 ndash 079 = alta concordacircncia

08 ndash 099 = excelente concordacircncia 10 = perfeita concordacircncia)

52

A Tabela 5 apresenta os resultados que foram concordantes entre todas as

diretrizes de AF avaliadas para a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF Todos os participantes

que negaram praticar algum tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte ou se deslocar

ativamente para o trabalho (N= 25837) foram conceituados como inativos perante as

cinco recomendaccedilotildees Entre os 26942 participantes que referiram praticar uma

quantidade de AF observou-se 248 (N=6688) de ativos insuficientes 106

(N=2867) de ativos e 91 (N=2439) de muito ativos foram classificados de modo

concordante por todas as diretrizes analisadas

Tabela 5 Frequecircncia da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos segundo o

niacutevel de AF coincidente para as recomendaccedilotildees do UE IOM ACSM

OMS IPAQ nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000

421 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Uniatildeo Europeia

A Tabela 6 mostra a prevalecircncia da AF segundo a diretriz da UE O

rendimento variou entre 20 (IC95 17-22) em Satildeo Paulo e 315 (IC5 28-34)

em Porto Velho No conjunto homens foram mais ativos em Porto Velho (402) e

menos em Satildeo Paulo (223) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (248)

e menos em Teresina (168) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes

encontraram-se 215 (IC5 19-23) na Regiatildeo Sudeste e 255 (IC5 24-27) na

Regiatildeo Norte

Grupo

Inativo

Ativo

Total (N) 25837

26942

subgrupo

insuficiente suficiente muito ativo

Coincidecircncia

N 25837 6688 2867 2439

100 248 106 91

53

Tabela 6 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

a diretriz da UE1 por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal

ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 255 (241-270) 314 (290-339) 202 (185-218)

Beleacutem 26 (233-287) 317 (272-262) 210 (178-242)

Boa Vista 303 (268-337) 388 (328-437) 224 (185-263)

Macapaacute 303 (271-335) 391 (340-443) 218 (180-256)

Manaus 218 (190-245) 264 (218-311) 175 (146-204)

Palmas 252 (214-290) 286 (230-341) 219 (167-271)

Porto Velho 315 (282-349) 402 (351-452) 229 (188-271)

Rio Branco 292 (257-326) 357 (303-410) 232 (187-277)

Nordeste 246 (235-257) 309 (290-328) 195 (182-208)

Aracaju 243 (212-274) 323 (265-382) 179 (152-206)

Fortaleza 28 (248-312) 335 (282-387) 236 (197-275)

Joatildeo Pessoa 218 (192-243) 262 (219-305) 182 (154-211)

Maceioacute 236 (207-265) 272 (228-317) 206 (169-244)

Natal 217 (191-243) 239 (194-283) 199 (169-229)

Recife 256 (227-284) 348 (296-399) 184 (154-213)

Salvador 224 (198-249) 273 (229-317) 183 (154-211)

Satildeo Luis 251 (220-280) 346 (292-400) 174 (146-202)

Teresina 262 (231-292) 377 (322-432) 168 (138-199)

Centro Oeste 249 (229-268) 266 (233-300) 234 (212-256)

Brasiacutelia 242 (206-278) 239 (176-302) 246 (206-285)

Campo Grande 277 (245-307) 324 (274-375) 234 (198-269)

Cuiabaacute 269 (234-302) 307 (250-364) 233 (195-271)

Goiacircnia 237 (208-265) 263 (215-311) 215 (181-247)

Sudeste 215 (199-230) 239 (214-265) 194 (175-213)

Belo Horizonte 246 (219-273) 283 (236-329) 216 (187-245)

Rio de Janeiro 226 (198-253) 247 (203-291) 208 (173-242)

Satildeo Paulo 20 (177-222) 223 (186-260) 180 (151-208)

Vitoacuteria 27 (243-296) 309 (264-355) 237 (207-267)

Sul 234 (215-252) 274 (242-307) 200 (182-219)

Curitiba 231 (203-257) 274 (227-321) 194 (164-223)

Florianoacutepolis 264 (235-291) 281 (236-324) 248 (212-284)

Porto Alegre 231 (200-261) 273 (216-330) 196 (168-224)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1Centro Nacional de Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Uniatildeo Europeia

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

54

422 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Instituto de Medicina dos Estados

Unidos

A Tabela 7 mostra a prevalecircncia da AF entre adultos em consonacircncia

com as recomendaccedilotildees do IOM Na comparaccedilatildeo com as outras diretrizes o IOM

apresentou menor rendimento em todas as capitais variando entre 119 (97-14) em

Natal e 249 (IC95 21-28) em Porto Velho No conjunto homens foram mais

ativos em Porto Velho (338) e menos em Brasiacutelia (147) Mulheres foram mais

ativas em Florianoacutepolis (18) e menos em Joatildeo Pessoa (82) Na avaliaccedilatildeo

segundo as regiotildees do paiacutes encontraram-se 145 (IC95 13-15) na Regiatildeo Sudeste

e 187 (IC95 17-20) na Regiatildeo Norte No acircmbito regional embora apresente um

menor percentual de participantes com AF suficiente a menor prevalecircncia da AF na

Regiatildeo Sudeste e a maior na Regiatildeo Norte se mantiveram

55

Tabela 7 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

diretriz do IOM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal

ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 187 (174-201) 248 (225-271) 132 (117-146)

Beleacutem 194 (169-219) 256 (213-298) 140 (112-168)

Boa Vista 236 (202-270) 311 (257-366) 162 (124-199)

Macapaacute 226 (196-256) 307 (259-355) 148 (112-183)

Manaus 147 (123-172) 193 (150-237) 105 (81-129)

Palmas 172 (139-204) 217 (163-270) 127 (93-161)

Porto Velho 249 (217-282) 338 (288-389) 161 (121-201)

Rio Branco 233 (200-266) 310 (257-363) 162 (123-202)

Nordeste 163 (152-173) 220 (203-237) 117 (106-128)

Aracaju 156 (128-185) 237 (181-293) 92 (71-113)

Fortaleza 184 (156-212) 232 (186-279) 145 (111-178)

Joatildeo Pessoa 126 (104-147) 180 (142-218) 82 (59-104)

Maceioacute 154 (127-181) 185 (144-227) 128 (93-162)

Natal 119 (97-142) 157 (115-198) 88 (67-109)

Recife 174 (147-200) 250 (206-298) 113 (87-140)

Salvador 148 (125-171) 192 (152-233) 111 (87-135)

Satildeo Luis 179 (151-206) 241 (191-292) 128 (102-154)

Teresina 203 (173-233) 315 (261-369) 112 (84-139)

Centro Oeste 155 (138-172) 180 (150-210) 134 (115-152)

Brasiacutelia 144 (112-176) 147 (92-202) 140 2 (107-176)

Campo Grande 179 (151-206) 234 (186-282) 128 (100-157)

Cuiabaacute 179 (145-213) 216 (159-274) 145 (110-180)

Goiacircnia 151 (125-178) 190 (144-237) 118 (91-146)

Sudeste 145 (131-159) 163 (140-186) 130 (113-148)

Belo Horizonte 164 (139-189) 203 (158-246) 131 (106-156)

Rio de Janeiro 143 (118-169) 155 (115-196) 133 (101-165)

Satildeo Paulo 141 (121-162) 157 (124-189) 128 (102-154)

Vitoacuteria 181 (157-205) 220 (177-263) 149 (123-174)

Sul 151 (135-166) 184 (156-2130 122 (107-137)

Curitiba 151 (129-173) 181 (143-220) 125 (100-149)

Florianoacutepolis 182 (156-208) 184 (145-223) 180 (146-215)

Porto Alegre 142 (116-169) 188 (136-240) 104 (84-125)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Instituto de Medicina dos EUA

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

56

423 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Coleacutegio Americano de Medicina

Esportiva

A Tabela 8 mostra a prevalecircncia de AF segundo a diretriz do ACSM Na

comparaccedilatildeo com as outras diretrizes o percentual meacutedio da suficiecircncia de AF foi

superior agrave da OMS e do IOM variando entre 235 (IC95 21-25) em Satildeo Paulo e

352 (IC95 32-38) em Macapaacute No conjunto homens foram mais ativos em

Macapaacute (478) e menos em Satildeo Paulo (267) Mulheres foram mais ativas em

Florianoacutepolis (304) e menos em Teresina (193) Na avaliaccedilatildeo segundo as

regiotildees do paiacutes encontraram-se 258 (IC95 24-27) na Regiatildeo Sudeste e 306

(IC5 28-32) na Regiatildeo Centro Oeste

57

Tabela 8 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF

segundo diretriz do ACSM por sexo nas capitais brasileiras e

Distrito Federal ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 305 (289-321) 394 (368-420) 224 (206-241)

Beleacutem 319 (291-348) 412 (365-459) 239 (206-273)

Boa Vista 333 (298-368) 432 (378-487) 235 (195-274)

Macapaacute 352 (320-386) 478 (426-530) 233 (195-271)

Manaus 263 (233-293) 338 (286-390) 193 (163-223)

Palmas 305 (265-345) 362 (303-421) 248 (196-301)

Porto Velho 354 (320-388) 458 (407-509) 252 (209-294)

Rio Branco 329 (294-365) 422 (367-476) 245 (200-290)

Nordeste 288 (277-300) 371 (351-390) 221 (208-234)

Aracaju 289 (257-320) 387 (328-446) 210 (182-239)

Fortaleza 321 (288-353) 389 (335-442) 265 (226-305)

Joatildeo Pessoa 254 (227-280) 307 (262-352) 210 (180-240)

Maceioacute 289 (257-320) 371 (320-421) 219 (181-257)

Natal 26 (232-288) 304 (256-353) 223 (192-254)

Recife 297 (268-327) 407 (354-459) 211 (180-241)

Salvador 265 (238-292) 332 (286-377) 210 (179-240)

Satildeo Luis 293 (262-324) 413 (359-467) 196 (167-225)

Teresina 301 (269-333) 436 (379-492) 193 (161-224)

Centro Oeste 306 (286-327) 344 (309-379) 274 (250-297)

Brasiacutelia 32 (281-359) 339 (272-406) 304 (260-347)

Campo Grande 308 (277-339) 365 (314-416) 256 (220-292)

Cuiabaacute 30 (265-334) 353 (296-401) 251 (213-289)

Goiacircnia 285 (255-315) 336 (285-386) 241 (207-275)

Sudeste 258 (241-274) 299 (271-326) 222 (203-242)

Belo Horizonte 295 (267-323) 35 (302-399) 248 (218-278)

Rio de Janeiro 279 (250-308) 329 (283-376) 236 (201-271)

Satildeo Paulo 235 (211-259) 267 (227-307) 208 (179-237)

Vitoacuteria 317 (290-345) 378 (330-426) 267 (236-298)

Sul 30 (281-319) 364 (332-397) 246 (226-266)

Curitiba 295 (267-323) 362 (314-401) 238 (207-269)

Florianoacutepolis 328 (299-357) 356 (310-402) 304 (267-340)

Porto Alegre 30 (268-331) 37 (314-426) 241 (211-271)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 3Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

58

424 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

A Tabela 9 mostra a prevalecircncia da AF segundo a diretriz da OMS Na

comparaccedilatildeo com as outras diretrizes apresentaram maior prevalecircncia em todas as

capitais variando entre 284 (IC95 25-31) em Satildeo Paulo e 439 (IC95 40-47)

em Florianoacutepolis No conjunto homens foram mais ativos em Macapaacute (509) e

menos em Satildeo Paulo (305) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (431) e

menos em Manaus (254) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes encontrou-se

317 (IC95 30-33) na Regiatildeo Sudeste e 391 (IC95 37-41) na Regiatildeo Sul

59

Tabela 9 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF

segundo a diretriz da OMS por sexo nas capitais brasileiras e

Distrito Federal ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 365 (348-381) 442 (416-468) 294 (275-313)

Beleacutem 389 (359-419) 463 (415-512) 324 (287-362)

Boa Vista 387 (352-422) 473 (419-527) 301 (260-343)

Macapaacute 398 (364-431) 509 (457-561) 291 (251-330)

Manaus 318 (287-350) 389 (336-441) 254 (220-288)

Palmas 381 (340-422) 439 (378-500) 324 (269-379)

Porto Velho 404 (370-439) 492 (441-542) 317 (274-361)

Rio Branco 376 (341-412) 463 (409-518) 297 (252-342)

Nordeste 354 (342-366) 432 (412-452) 291 (277-305)

Aracaju 437 (378-497) 437 (378-497) 311 (277-345)

Fortaleza 380 (347-413) 440 (386-494) 331 (291-371)

Joatildeo Pessoa 341 (312-371) 380 (332-427) 310 (272-348)

Maceioacute 363 (330-396) 437 (386-488) 301 (259-342)

Natal 329 (299-358) 373 (322-424) 292 (258-325)

Recife 359 (329-390) 470 (416-523) 272 (239-305)

Salvador 338 (309-367) 415 (367-462) 274 (241-308)

Satildeo Luis 343 (312-374) 452 (398-505) 256 (224-287)

Teresina 352 (319-384) 462 (405-518) 263 (228-297)

Centro Oeste 389 (367-411) 413 (377-449) 368 (343-393)

Brasiacutelia 404 (336-472) 404 (336-472) 399 (351-446)

Campo Grande 398 (366-430) 440 (388-491) 361 (322-400)

Cuiabaacute 366 (331-400) 401 (345-457) 333 (293-374)

Goiacircnia 373 (341-404) 417 (366-469) 334 (298-371)

Sudeste 317 (300-334) 347 (319-376) 291 (270-312)

Belo Horizonte 375 (346-404) 426 (378-474) 332 (298-365)

Rio de Janeiro 347 (318-376) 386 (339-433) 313 (277-349)

Satildeo Paulo 284 (259-310) 305 (264-347) 267 (236-298)

Vitoacuteria 398 (369-427) 432 (384-481) 370 (336-404)

Sul 391 (371-410) 432 (400-465) 355 (333-378)

Curitiba 367 (338-396) 419 (371-467) 322 (289-355)

Florianoacutepolis 439 (408-470) 448 (398-498) 431 (393-469)

Porto Alegre 406 (374-468) 444 (388-500) 374 (338-411)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada

cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

60

425 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo

Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica

A Tabela 10 mostra a prevalecircncia da AF entre adultos segundo a diretriz

do IPAQ Na comparaccedilatildeo com as outras diretrizes se assemelhou agrave diretriz do

ACSM variando entre 272 (IC95 21-26) em Satildeo Paulo e 356 (IC95 32-39)

em Porto Velho No conjunto homens foram mais ativos em Macapaacute (48) e menos

em Satildeo Paulo (272) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (307) e

menos em Teresina (194) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes encontrou-se

263 (IC95 24-27) na Regiatildeo Sudeste e 309 (IC95 28-33) na Regiatildeo Centro

Oeste

61

Tabela 10 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF

segundo a diretriz do IPAQ por sexo nas capitais brasileiras e

Distrito Federal ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 31 (294-326) 398 (372-424) 230 (212-248)

Beleacutem 325 (296-354) 413 (365-460) 249 (214-284)

Boa Vista 337 (302-372) 434 (380-489) 241 (201-281)

Macapaacute 355 (322-388) 48 (428-532) 235 (196-273)

Manaus 269 (239-300) 348 (296-400) 197 (167-227)

Palmas 312 (271-352) 364 (305-423) 259 (205-313)

Porto Velho 356 (322-390) 458 (407-509) 255 (213-297)

Rio Branco 333 (298-369) 427 (373-482) 248 (203-293)

Nordeste 293 (282-305) 377 (358-397) 224 (211-238)

Aracaju 294 (263-326) 393 (334-452) 215 (187-244)

Fortaleza 327 (294-359) 397 (343-451) 270 (231-309)

Joatildeo Pessoa 267 (239-295) 317 (271-363) 226 (193-260)

Maceioacute 298 (266-330) 383 (332-433) 227 (188-266)

Natal 263 (235-291) 308 (259-356) 225 (194-256)

Recife 299 (269-328) 41 (357-463) 211 (180-241)

Salvador 27 (243-297) 341 (295-388) 211 (180-241)

Satildeo Luis 295 (264-326) 414 (360-468) 199 (170-228)

Teresina 303 (271-335) 437 (381-494) 194 (162-226)

Centro Oeste 309 (288-330) 347 (311-382) 276 (253-299)

Brasiacutelia 322 (283-361) 341 (274-408) 305 (261-349)

Campo Grande 31 (279-342) 367 (316-418) 259 (223-295)

Cuiabaacute 303 (269-338) 357 (300-413) 254 (216-293)

Goiacircnia 288 (258-318) 34 (290-390) 244 (210-27-8)

Sudeste 263 (246-279) 303 (276-3310 229 (209-249)

Belo Horizonte 30 (271-327) 357 (309-406) 250 (219-280)

Rio de Janeiro 283 (254-311) 333 (286-379) 240 (205-275)

Satildeo Paulo 242 (218-266) 272 (232-312) 216 (186-246)

Vitoacuteria 318 (290-346) 378 (330-426) 268 (237-299)

Sul 303 (284-322) 367 (334-400) 248 (228-268)

Curitiba 296 (268-325) 362 (314-410) 240 (209-271)

Florianoacutepolis 331 (302-360) 356 (310-402) 307 (271-344)

Porto Alegre 304 (272-335) 377 (321-433) 243 (213-273)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada

cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

62

A classificaccedilatildeo do niacutevel de AF tambeacutem apresentou divergecircncias

regionais A Figura 6 mostra a comparaccedilatildeo entre as regiotildees segundo o ranking da

prevalecircncia de AF A Regiatildeo Sul obteve a maior meacutedia de AF suficiente frente agraves

recomendaccedilotildees da OMS mas segundo as recomendaccedilotildees da UE e do IOM obteve a

quarta maior meacutedia do total de cinco A uacutenica unanimidade observada na

classificaccedilatildeo regional foi a Regiatildeo Sudeste com a menor meacutedia nacional

Figura 6 Classificaccedilatildeo regional do niacutevel de AF por diferentes recomendaccedilotildees

43 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO VARIAacuteVEIS SOCIODEMOGRAacuteFICAS

Para tornar possiacutevel a descriccedilatildeo das caracteriacutesticas sociodemograacuteficas da

AF dentre as diversas recomendaccedilotildees foi escolhida a da OMS por ser esta a adotada

pelas poliacuteticas de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro

bull1ordm Norte

bull2ordm Centro Oeste

bull3ordm Nordeste

bull4ordm Sul

bull5ordm Sudeste

UE

bull1ordm Norte

bull2ordm Nordeste

bull3ordm Centro Oeste

bull4ordm Sul

bull5ordm Sudeste

IOM

bull1ordm Centro Oeste

bull2ordm Norte

bull3ordm Sul

bull4ordm Nordeste

bull5ordm Sudeste

ACSM

bull1ordm Sul

bull2ordm Centro Oeste

bull3ordm Norte

bull4ordm Nordeste

bull5ordm Sudeste

OMS

bull1ordm Centro Oeste

bull2ordm Norte

bull3ordm Sul

bull4ordm Nordeste

bull5ordm Sudeste

IPAQ

63

Os homens se mostraram mais ativos que as mulheres (ple0001) O

percentual de AF para eles foi de 598 (IC95 57-63) e de 389 (IC95 36-42)

para elas

Em relaccedilatildeo ao traccedilo coretnia foi notada uma diferenccedila estatisticamente

significante Os de pele amarela foram os mais ativos (355 - IC95 32-37) e os de

pele vermelha os mais inativos (529 - IC 95 51-53) (ple0001) O grupo de

negros pardos e morenos apresentou prevalecircncia semelhante aos brancos (511 x

517 respectivamente) tanto para inatividade fiacutesica quanto para AF suficiente

(343 x 346 respectivamente) (p=007)

O niacutevel de AF decresceu com o aumento da idade Os participantes com

65 anos ou mais foram os mais inativos (66 - IC95 - 65-68) Naqueles com

menos idade (18 ndash 24 anos) o percentual de inatividade observado foi o menor (44

- IC95 42-46) Foi observada ainda uma diferenccedila estatisticamente significante

para a relaccedilatildeo entre a praacutetica de AF com a idade (ple0001)

A comparaccedilatildeo do grau de escolaridade dos participantes com o niacutevel de

AF apresentou diferenccedilas significantes (ple0001) e o niacutevel de AF cresceu com o

aumento da escolaridade Assim a inatividade fiacutesica eacute mais prevalente entre os

menos escolarizados 61 (IC95 58-63) e menos prevalente entre os mais

escolarizados 39 (IC95 36-40) Tambeacutem 46 dos participantes com maior

escolaridade e 30 com menor escolaridade alcanccedilaram a meta de AF recomendada

pela OMS

A relaccedilatildeo da praacutetica da AF com o estado civil dos participantes apontou

que os solteiros satildeo mais ativos (279 - IC95 25-29) e os viuacutevos satildeo mais inativos

(669 - IC95 64-68) Separados e divorciados tenderam a ser mais inativos que os

casados (p=0001)

Quando perguntado aos entrevistados se conheciam local ou instalaccedilatildeo

apropriados para a praacutetica de AF proacuteximos agrave sua residecircncia a resposta afirmativa foi

mais frequente entre os participantes que referiram praticar AF Entre os

participantes que responderam negativamente agrave questatildeo ou seja que desconheciam a

presenccedila de tais instalaccedilotildees 617 (IC95 59-63) se mostraram inativos A Tabela

11 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis sociodemograacuteficas em relaccedilatildeo ao niacutevel de AF

64

Tabela 11 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo variaacuteveis

sociodemograacuteficas nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006

Variaacuteveis

sociodemograacutefica Inativo ativo insuf ativo muito ativo p

IC95 IC95 IC95 IC95

SEXO

lt0001

masculino 402 (381-423) 205 (181-22) 103 (85-119) 290 (271-321)

feminino 611 (583-634) 86 (64-107) 88 (63-104) 215 (198-235)

CORETNIA

lt0001

branca 512 (499-528) 144 (132-60) 87 (73-97) 257 (241-269)

negra 487 (465-498) 132 (118-51) 125 (112-143) 256 (242-273)

pardamorena 521 (513-532) 140 (129-58) 98 (86-108) 241 (226-265)

amarela 479 (459-496) 89 (77-97) 77 (63-91) 355 (328-379)

vermelha 529 (511-539) 128 (112-14) 104 (91-114) 239 (219-245)

IDADE

lt0001

18 ndash 24 443 (426-465) 189 (165-99) 101 (84-122) 267 (245-291)

25 ndash 34 479 (453-498) 156 (143-74) 93 (79-118) 272 (252-305)

35 ndash 44 524 (498-543) 135 (119-47) 94 (91-105) 247 (222-273)

45 -54 558 (529-584) 104 (88-12) 100 (92-111) 238 (209-253)

55-64 557 (536-585) 109 (98-118) 89 (77-96) 245 (229-265)

65 ou + 661 (651-684) 86 (71-98) 90 (82-111) 163 (156-189)

ESCOLARIDADE

lt0001

0 a 8 607 (589-637) 93 (89-107) 101 (91-116) 199 (188-211)

9 a 11 472 (446-499) 138 (118-49) 98 (91-105) 292 (274-326)

12 e mais 386 (365-406) 153 (143-76) 82 (69-93) 379 (348-411)

ESTADO CIVIL

001

solteiro 451 (432-489) 174 (161-85) 96 (91-106) 279 (259-294)

casado 537 (518-555) 127 (119-37) 97 (89-104) 239 (221-251)

viuacutevo 669 (648-685) 83 (74-98) 77 (71-89) 171 (164-186)

separadodivorciado 582 (568-631) 102 (91-12) 100 (9-117) 216 (205-229)

LOCAL PARA AF

lt0001

sim 482 (468-499) 152 (143-161) 95 (91-106) 266 (248-273)

natildeo 617 (597-632) 105 (93-11) 89 (81-97) 189 (175-199)

TOTAL DA

AMOSTRA () 515

141

96

249

Segundo diretriz OMS

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

p-valor para determinar a diferenccedila entre os escore das variaacuteveis para os niacutevel de AF (inativo ativo

insuficiente ativo e muito ativo) calculado pelo Teste Qui quadrado de Pearson

65

44 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO O COMPORTAMENTO INDIVIDUAL

A Tabela 12 mostra a distribuiccedilatildeo do niacutevel de AF dos participantes de

acordo com algumas caracteriacutesticas do comportamento individual A avaliaccedilatildeo

subjetiva do estado de sauacutede mostrou distribuiccedilatildeo significativamente diferente entre

os grupos (plt0001) Embora aproximadamente 80 dos participantes tenham

percebido sua sauacutede como boaregular houve maior impressatildeo positiva entre os

ativos e negativa entre os inativos O deslocamento ativo de casa para o trabalho foi

mais frequente agrave medida que aumentava o niacutevel de AF Por sua vez ser inativo foi

mais comum entre tabagistas (58 - IC95 57-59) principalmente entre aqueles

com maior consumo diaacuterio de cigarros Em relaccedilatildeo ao consumo de bebida alcooacutelica

aqueles que declararam realizar alguma quantidade de AF se apresentaram como

maiores consumidores (553 - IC95 54-56) (plt0001)

66

Tabela 12 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo caracteriacutesticas de

comportamento individual nas capitais brasileiras e Distrito

Federal ndash 2006

Segundo diretriz da OMS

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

p valor calculado pelo Teste Qui quadrado de Pearson

45 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO DIAGNOacuteSTICO DE DOENCcedilAS

CROcircNICAS NAtildeO TRANSMISSIacuteVEIS

A Tabela 13 mostra a prevalecircncia de diagnoacutestico meacutedico de DCNT

(hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente

vascular cerebral dislipidemia e osteoporose) em adultos e a sua relaccedilatildeo com o niacutevel

de AF1

embasado nas diretrizes da OMS A prevalecircncia para as doenccedilas pesquisadas

Caracteriacutesticas

Gerais (IC95 ) (IC95 ) (IC95 ) (IC95 ) p

Estado sauacutede lt0001

excelente 35 (342-264) 147 (131-158) 91 (84 - 99) 412 (402-430)

bom 454 (445-464) 14 (130-157) 95 (87-103) 311 (304-323)

578 (566-587) 11 (104-119) 98 (89-106) 214 (204-229)

ruim 721 (714-739) 73 ( 65 - 80) 72 (67 - 79) 134 (125-147)

lt0001

sim 432 (419-447) 132 (122-141) 105 (95-112) 331 (322-341)

528 (513-532) 142 (134-153) 94 (87-101) 236 (228-244)

Desl ativo lt0001

sim 229 (214-236) 73 ( 67 - 81) 325 (317-336) 373 (364-381)

natildeo 562 (551-574) 191 (183-202) 276 (266-284) 219 (203-226)

Tabagismo 002

sim 582 (571-592) 123 (115-134) 95 (89-103) 20 (191-209)

natildeo 505 (495-520) 143 (133-156) 95 (85-104) 256 (244-263)

Cigarro quant

1-19dia 529 (514-538) 14 (131-149) 104 (94-111) 228 (214-233) 001

20-39dia 656 (648-666) 91 ( 84 -101) 86 (76 - 93) 167 (151-176)

40 ou mais 647 (635-658) 121 (113-132) 57 (46 - 65) 175 (162-182)

Ex-fumante

sim 521 (512-533) 129 (117-134) 10 (94-109) 250 (241-262) 007

natildeo 50 (489-511) 149 (133-155) 93 (89 - 99) 259 (244-266)

Consumo aacutelcool

sim 447 (433-456) 177 (166-184) 99 (91-106) 276 (264-286) lt0001

natildeo 558 (544-566) 119 (107-128) 93 (85-101) 23 (221-243)

Frequecircnciadia

diaacuteria 481 (47-492) 116 (108-127) 132 (123-146) 271 (266-283)

3 a 6 dias 469 (459-478) 176 (164-184) 113 (107-126) 238 (226-244)

1 a 2 dias 417 (403-428) 203 (191-216) 98 (91-107) 282 (278-295)

ocasionalmente 501 (487-5120 13 (120-139) 91 (89-101) 278 (264-287)

Total da amostra ( ) 515 141 96 249

Inativo ativo insuficiente ativo muito ativo

Dieta hipocaloacuterica

67

foi maior entre os inativos principalmente entre mulheres inativas (plt0001) Trecircs a

cada quatro episoacutedios de infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral

acometeram mulheres inativas

Tabela 13 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos com histoacuterico

de diagnoacutestico meacutedico de DCNT por sexo segundo o niacutevel de AF

determinado pela OMS1 nas capitais dos estados brasileiros e

Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

X 2 = Teste Qui quadrado de Pearson

DCNT - hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto agudo do miocaacuterdio eou AVC dislipidemia

ou osteoporose

DCNT Inativo Ativo Insuficiente Ativo Muito ativo

IC 95 IC 95 IC 95 IC 95 p

HIPERTENSAtildeO

Total (217) 595 578-610 101 88-122 88 71-95 216 197-233 lt0001

Homens (185) 513 486-534 135 113-143 54 40-63 243 228-263 lt0001

Mulheres (244) 643 621-669 78 66-91 78 63-86 201 189-229 0009

DIABETE

Total (52) 634 617-668 78 55-91 78 53-96 212 197-233 0001

Homens (44) 522 480-568 114 93-130 91 77-115 273 258-292 003

Mulheres (59) 678 658-702 68 49-83 68 50-85 186 164-212 0001

INFARTO eou AVC

Total (27) 663 638-691 81 71-101 85 69-93 181 165-194 lt0001

Homens (28) 571 542-606 143 129-165 89 75-103 217 194-227 0006

Mulheres (27) 741 727-767 44 34-59 71 63-89 144 131-164 0001

DISLIPIDEMIA

Total (162) 54 521-568 123 114-138 99 86-111 238 224-257 002

Homens (143) 457 446-478 162 151-173 114 106-130 267 245-288 0001

Mulheres (178) 596 563-614 96 81-106 88 79-93 22 206-248 033

OSTEOPOROSE

Total (44) 64 559-669 114 106-134 91 80-100 159 146-166 lt0001

Homens (13) 538 521-541 154 144-165 154 145-166 154 145-165 026

Mulheres (70) 643 628-662 10 93-115 86 77-99 171 166-184 001

68

46 MODALIDADES PREFERIDAS PARA A PRAacuteTICA DE ATIVIDADE

FIacuteSICA

A Tabela 14 lista a escolha principal dos participantes por uma entre 16

modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte A caminhada livre a musculaccedilatildeo e o

futebol foram os mais populares Enquanto a caminhada livre apresentou maior

ocorrecircncia entre mulheres principalmente entre aquelas suficientemente ativas

(579 - IC95 56-60) o futebol se confirmou como modalidade de exerciacutecio fiacutesico

ou esporte predominantemente masculino e foi o mais preferido entre os homens

insuficientemente ativos (609 - IC95 57-64) As diferenccedilas estabelecidas foram

estatisticamente significantes (plt0001)

69

Tabela 14 Percentual da populaccedilatildeo adulta distribuiacuteda segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos

estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Conjunto

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades

Total

(IC 95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

Total

(IC95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

1 = caminhada livre 427 413-443 297 276-318 579 560-600 269 247-289 152 130-174 479 445-513

2 = caminhada esteira 29 24-34 39 31-48 17 12-22 23 16-30 27 17-37 16 09-23

3 = corrida livre 37 31-42 48 39-56 25 18-31 23 17-30 24 16-32 22 13-31

4 = corrida esteira 05 003-07 04 01-07 06 03-09 04 009-07 05 005-09 02 0002-04

5 = musculaccedilatildeo 154 142-166 174 155-193 131 117-144 43 34-51 30 21-40 64 48-81

6 = ginaacutestica aeroacutebia 21 17-25 04 02-06 40 32-49 11 07-15 02 005-03 29 18-40

7 = hidroginaacutestica 20 16-23 06 02-09 37 30-43 21 16-26 03 01-05 53 39-68

8 = ginaacutestica geral 33 28-38 13 09-17 57 47-66 34 27-41 12 07-17 75 58-92

9 = nataccedilatildeo 17 13-20 18 14-22 15 09-20 26 19-33 26 16-36 26 17-35

10 = artes marciais 15 11-19 22 16-29 06 01-10 03 01-05 03 02-05 03 0004-007

11 = ciclismo 48 41-55 63 53-75 29 22-36 40 31-50 43 31-55 36 22-49

12 = futebol 140 127-152 252 230-273 10 07-13 408 378-437 609 573-643 42 28-56

13 = basquetebol 02 007-03 03 01-05 002 0004-004 02 003-05 03 001-06 01 001-02

14 = voleibol 08 05-10 06 04-08 09 05-14 23 17-29 12 07-16 44 30-58

15 = tecircnis 02 002-04 05 02-07 005 002-009 06 02-10 08 02-14 03 004-05

16 = outros 42 36-48 46 36-55 38 31-45 64 52-76 41 30-53 105 78-131

70

A Tabela 15 mostra a preferecircncia dos portadores de hipertensatildeo arterial

sistecircmica por uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Comparando

a proporccedilatildeo com o conjunto da amostra foi notado entre os portadores dessa DCNT

incremento da praacutetica de caminhada livre em ambos os grupos (ativo suficiente e

ativo insuficiente) e sexos Entre os hipertensos suficientemente ativos a frequecircncia

foi de 68 (IC95 64-70) contra 43 (IC95 41-44) para a populaccedilatildeo em geral

Os hipertensos insuficientemente ativos apresentaram incremento mais modesto para

esta modalidade (448 - IC95 39-49) Tambeacutem ficou destacada a diminuiccedilatildeo da

praacutetica de futebol para este grupo As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente

significantes (plt0001)

71

Tabela 15 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de hipertensatildeo arterial sistecircmica segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou

esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

HIPERTENSAtildeO

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades

Total

(IC 95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

Total

(IC95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

1 = caminhada livre 679 648-708 604 553-654 737 704-75 448 399-497 312 251-373 599 530-667

2 = caminhada esteira 19 12-26 26 14-38 14 06-22 16 05-27 18 001-35 15 02-28

3 = corrida livre 27 17-37 39 19-58 18 09-26 20 08-31 23 06-40 15 008-32

4 = corrida esteira 03 005-06 06 001-12 01 004-13 04 01-08 06 03-16 004 005-01

5 = musculaccedilatildeo 63 46-78 75 48-102 52 34-71 29 07-51 37 01-75 20 02-38

6 = ginaacutestica aeroacutebia 20 10-30 07 002-14 30 13-47 13 06-19 06 005-13 19 08-31

7 = hidroginaacutestica 37 25-48 11 03-21 57 38-76 54 31-77 15 02-28 98 53-143

8 = ginaacutestica geral 26 18-33 13 05-20 36 23-49 46 30-62 27 09-45 67 41-94

9 = nataccedilatildeo 09 04-14 11 03-19 07 0005-14 23 10-36 26 06-45 20 03-38

10 = artes marciais 03 002-05 06 003-12 02 0001-005 03 003-06 03 01-08 02 02-06

11 = ciclismo 32 24-41 44 30-58 23 12-33 50 24-77 54 24-84 50 03-91

12 = futebol 47 31-63 105 70-139 005 0004-01 222 174-270 416 341-491 06 02-12

13 = basquetebol 01 001-03 02 003-05 001 0007-002 0005 0005-002 001 0001-003 - -

14 = voleibol 02 005-05 04 002-11 006 0005-001 10 02-23 06 007-10 15 11-41

15 = tecircnis 01 001-002 03 001-05 008 001-01 03 004-06 04 002-08 02 01-05

16 = outros 31 18-44 44 19-68 21 08-34 59 38-80 47 15-79 72 56-100

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

72

A Tabela 16 mostra a preferecircncia de portadores de diabete por uma entre

16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Para ambos os grupos e ambos os

sexos a procura pela caminhada livre quase dobrou em relaccedilatildeo ao conjunto da

amostra (427x 746) sendo esta modalidade a preferida de 77 (IC95 69-84)

das mulheres suficientemente ativas A preferecircncia pela praacutetica do futebol aumentou

em aproximadamente cinco vezes para o grupo que natildeo alcanccedilou a meta em relaccedilatildeo

ao conjunto da amostra O somatoacuterio de modalidades esportivas de quadra como

basquete vocirclei e tecircnis natildeo alcanccedilou 05 da preferecircncia e demonstrou a natildeo escolha

destas modalidades pelo puacuteblico feminino As diferenccedilas estabelecidas foram

estatisticamente significantes (plt0001)

73

Tabela 16 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de diabetes segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Diabetes AF Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)

Total

(IC95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

1 = caminhada livre 746 687-803 718 623-812 770 697-842 558 450-661 504 326-681 595 456-733

2 = caminhada esteira 30 122-48 34 02-66 27 08-45 07 0005-14 14 02-30 02 01-07

3 = corrida livre 16 04-28 10 01-20 21 005-42 27 04-58 24 08-55 29 02-79

4 = corrida em esteira 02 0002-05 02 01-05 03 008-07 11 10-32 26 24-76 0 -

5 = musculaccedilatildeo 25 06-44 39 009-78 12 01-23 12 01-25 22 08-52 05 02-11

6 = ginaacutestica aeroacutebia 13 0001-26 21 06-48 06 0004-12 07 04-18 13 13-39 02 006-05

7 = hidroginaacutestica 50 18-82 22 09-53 75 22-128 93 18-167 30 01-61 139 162-262

8 = ginaacutestica em geral 31 14-48 15 17-31 45 18-73 46 03-89 11 03-26 71 009-143

9 = nataccedilatildeo 09 0005-19 11 0 5-28 07 04-18 08 0004-17 11 06-29 06 0006-013

10 = artes marciais 02 001-006 05 02-13 00 - 03 03-10 08 08-24 0 -

11 = ciclismo 26 11-41 50 18-81 05 007-10 07 11-136 11 02-23 04 01-09

12 = futebol 20 008-32 42 16-69 0 - 93 50-136 219 111-326 0 -

13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -

14 = voleibol 01 0004-002 0004 0003-001 01 0008-02 0008 004-02 02 01-05 0 -

15 = tecircnis 0 - 0 - 0 -- 001 009-03 02 02-07 0 -

16 = outros 29 26-56 31 04-65 28 12-69 128 54-202 103 17-205 146 43-250

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

74

A Tabela 17 mostra a preferecircncia dos participantes com histoacuterico de IAM

eou AVC por uma das 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte A distribuiccedilatildeo

da escolha do tipo de atividade principal se assemelhou agrave escolha dos participantes

com diagnoacutestico preacutevio de diabetes ou seja indicou forte participaccedilatildeo em caminhada

livre Ela esteve presente entre 781 (IC95 76-88) das mulheres suficientemente

ativas e 734 (IC95 60-86) entre as insuficientemente ativas As diferenccedilas

estabelecidas foram estatisticamente significantes (plt0001)

75

Tabela 17 Percentual da populaccedilatildeo adulta com IAM eou AVC segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas

capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

2 Infarto agudo do miocaacuterdio e

3 Acidente vascular cerebral

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

IAM2 ou AVC3 AF Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades

Total

(IC 95) Masculino (IC 95) Feminino

(IC

95) Total (IC95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)

1 = caminhada livre 706 621-91 653 534-73 781 763-88 494 342-645 382 197-571 734 600-867

2 = caminhada em esteira 45 08-81 74 12-135 03 02-08 06 02-13 07 04-18 04 03-11

3 = corrida livre 12 01-24 07 02-16 20 04-44 35 31-102 50 47-147 03 03-11

4 = corrida em esteira 02 01-05 04 02-09 0 - 24 17-65 35 25-95 0 -

5 = musculaccedilatildeo 80 15-145 90 03-18 63 20-149 64 27-155 76 54-207 38 24-100

6 = ginaacutestica aeroacutebia 15 05-35 18 15-51 10 02-22 10 05-24 0 - 31 15-77

7 = hidroginaacutestica 28 09-48 11 08-29 53 13-93 50 07-92 36 12-83 80 05-166

8 = ginaacutestica em geral 24 05-43 16 04-35 36 002-71 20 02-37 14 06-34 32 001-64

9 = nataccedilatildeo 10 04-25 06 05-17 17 15-48 24 01-48 32 02-66 08 03-20

10 = artes marciais e luta 01 01-03 02 01-05 00 00 0 - 0 - 0 -

11 = ciclismo 16 04-31 23 03-49 05 005-11 57 08-122 74 20-169 20 16-56

12 = futebol 25 05-45 42 07-75 0 - 154 30-312 225 06-443 01 01-03

13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -

14 = voleibol 01 005-03 004 0003-1 02 001-05 005 004-01 01 008-02 0 -

15 = tecircnis 02 01-05 03 003-08 0 - 0 - 0 - 0 -

16 = outros 34 03-70 51 10-112 10 03-22 62 15-139 68 43-179 49 07-91

76

A Tabela 18 mostra a preferecircncia entre participantes com histoacuterico

meacutedico de dislipidemia por uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

Caminhada livre musculaccedilatildeo e futebol foram as modalidades preferidas entre os

participantes suficientemente ativos 644 79 e 59 respectivamente A

caminhada livre o futebol e o ciclismo (431 22 e 58 respectivamente) foram

as modalidades preferidas entre participantes insuficientemente ativos As diferenccedilas

estabelecidas foram estatisticamente significantes (plt0001)

77

Tabela 18 Percentual da populaccedilatildeo adulta com dislipidemia segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais

dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quarado de Pearson p lt0001

Dislipidemia AF Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95) Total (IC95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)

1 = caminhada livre 644 612-676 556 500-612 723 686-757 431 377-483 298 229-366 579 510-642

2 = caminhada em esteira 18 11-24 24 12-37 11 04-19 16 06-27 18 002-36 14 03-24

3 = corrida livre 26 17-34 44 27-61 09 04-15 17 06-28 17 01-33 17 004-33

4 = corrida em esteira 07 01-13 11 01-22 03 03-07 10 06-26 19 12-49 0 -

5 = musculaccedilatildeo 79 62-96 93 65-121 68 46-88 30 16-45 11 03-18 51 22-81

6 = ginaacutestica aeroacutebia 20 14-29 07 05-15 31 15-47 08 02-13 03 01-07 14 04-23

7 = hidroginaacutestica 39 28-50 15 04-25 60 42-78 50 31-69 17 02-31 86 51-123

8 = ginaacutestica em geral 23 16-30 12 03-20 34 21-44 42 25-58 18 05-30 68 36-100

9 = nataccedilatildeo 13 07-19 16 06-26 09 02-17 43 18-68 59 16-102 25 04-46

10 = artes marciais e luta 04 004-07 08 08-15 0001 0001-0004 03 002-06 03 01-08 02 02-06

11 = ciclismo 35 24-45 52 33-72 19 10-28 58 34-82 83 41-125 30 08-51

12 = futebol 59 40-78 123 83-163 02 0002-04 220 165-274 414 328-499 05 001-09

13 = basquetebol 006 0006-01 01 001-02 0 - 003 003-009 005 005-01 0 -

14 = voleibol 003 005-04 01 001-06 02 01-06 09 03-14 007 02-12 11 01-21

15 = tecircnis 001 004-03 03 007-06 0002 0002-008 04 008-07 006 01-12 003 003-01

16 = outros 32 20-43 34 16-52 29 15-44 57 40-80 25 06-44 98 62-134

78

A Tabela 19 mostra a preferecircncia entre portadores de osteoporose por

uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Os resultados mostraram a

mesma tendecircncia observada entre os portadores dos outros tipos de DCNT ou seja

maior preferecircncia pela caminhada livre Aqui destaca-se a hidroginaacutestica como

segunda opccedilatildeo de AF A procura pela hidroginaacutestica foi maior em mulheres Para

aquelas que natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima 174 (IC95 9-25) relataram esta

preferecircncia As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente significantes

(plt0001)

79

Tabela 19 Percentual da populaccedilatildeo adulta com osteoporose segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos

estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

Osteoporose AF Suficiente

AF Insuficiente

Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95)

Feminino

(IC 95) Total (IC95) Masculino (IC 95)

Feminino

(IC 95)

1 = caminhada livre 670 607-732 502 313-691 705 645-769 413 322-502 371 128-612 424 327-519

2 = caminhada em esteira 14 03-25 43 08-93 07 0003-14 07 001-15 15 15-46 05 003-11

3 = corrida livre 14 01-27 20 07-48 13 01-27 03 001-06 02 02-06 03 005-07

4 = corrida em esteira 03 02-09 0 - 04 02-11 0001 001-004 007 008-02 0 -

5 = musculaccedilatildeo 60 24-94 106 19-230 49 17-81 52 03-108 132 104-368 33 005-66

6 = ginaacutestica aeroacutebia 24 009-47 01 0009-02 29 10-57 26 06-46 28 29-84 25 04-46

7 = hidroginaacutestica 87 54-122 0 - 108 67-149 154 83-222 66 63-194 174 94-254

8 = ginaacutestica em geral 39 17-59 03 02-08 46 21-72 105 49-160 10 11-32 128 60-196

9 = nataccedilatildeo 02 004-04 0 - 02 004-04 19 008-37 0 - 24 001-47

10 = artes marciais e luta 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -

11 = ciclismo 36 006-73 172 09-355 06 007-10 78 20-136 171 35-38 55 05-105

12 = futebol 22 04-39 120 23-217 003 003-01 32 04-61 164 18-31 0 -

13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 00 - 0 -

14 = voleibol 0001 0001-003 0 - 0001 0001-003 0 - 00 - 0 -

15 = tecircnis 0 - 0 -- 0 - 0 - 00 - 0 -

16 = outros 29 08-49 33 06-72 27 03-52 111 54-168 41 02-83 129 59-198

80

47 PERIODICIDADE SEMANAL DA ATIVIDADE FIacuteSICA

A Tabela 20 mostra a distribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal das atividades

separadas por modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e pelo conjunto das

modalidades segundo o niacutevel de AF Entre os participantes que alcanccedilaram a meta

sobressaiu a frequecircncia de atividades entre 3 a 4 dias na semana O fenocircmeno soacute natildeo

foi observado para a praacutetica do ciclismo onde predominou a frequecircncia diaacuteria

(485 - IC 95 408-559) A maioria dos participantes com AF insuficiente

apresentou frequecircncia de 1 a 2 dias por semana A uacutenica exceccedilatildeo ocorreu na

modalidade de basquetebol em que predominou a frequecircncia de 3 a 4 dias por

semana (532 - IC95 21-85) As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente

significantes (plt0001)

81

Tabela 20 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo periodicidade e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

continua

1 GIN AER = ginaacutestica aeroacutebia

2 todos = (todos os dias) frequecircncia diaacuteria da atividade

3 Caminhada na esteira rolante

1 GIN AER = ginaacutestica aeroacutebia

2 todos = (todos os dias) frequecircncia diaacuteria da atividade

3 Caminhada na esteira rolante

Nuacutemero de

sessotildees semanais AF

Suficiente AF

Insuficiente AF

Suficiente AF

Insuficiente AF

Suficiente AF

Insuficiente

CAMINHADA IC95 IC95 GIN16 AER IC95 IC95 CICLISMO IC95 IC95

Todos27 278 255-300 25 13-36 todos 120 64-175 76 06-145 todos 485 408-559 103 07-213

5 a 6 296 274-317 27 12-41 5 a 6 376 269-481 22 21-66 5 a 6 184 114-254 83 10-178

3 a 4 406 383-427 77 54-100 3 a 4 492 390-594 56 18-130 3 a 4 301 234-369 69 26-112

1 a 2 20 15-25 871 842-899 1 a 2 12 02-25 846 738-953 1 a 2 30 10-49 745 613-875

CAMINHADA38 IC95 IC95 HIDROGIN IC95 IC95 FUTEBOL IC95 IC95

todos 260 178-342 89 42-221 todos 45 17-71 _ _ todos 138 98-177 _ _

5 a 6 202 140-263 50 43-144 5 a 6 145 73-216 _ _ 5 a 6 106 72-140 01 001-02

3 a 4 455 365-545 92 14-168 3 a 4 801 726-876 01 001-02 3 a 4 453 394-509 01 001-02

1 a 2 83 16-148 769 61926 1 a 2 09 01-17 999 998-1000 1 a 2 303 249-356 998 997-1000

CORRIDA IC95 IC95

GIN

GERAL IC95 IC95 BASQUETE IC95 IC95

todos 163 111-214 04 03-13 todos 156 102-209 94 38-148 todos 300 73-672 _ _

5 a 6 288 212-362 46 10-101 5 a 6 285 211-358 80 15-145 5 a 6 101 30-232 _ _

3 a 4 518 439-596 11 01-23 3 a 4 545 467-624 62 26-97 3 a 4 532 214-850 _ _

1 a 2 31 06-56 939 881-997 1 a 2 14 01-26 764 677-850 1 a 2 67 32-165 100 _

82

continuaccedilatildeo

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

4 Corrida na esteira rolante

5 Engloba qualquer das modalidades de artes marciais

6 Conjunto de modalidades natildeo nominadas na entrevista

Nuacutemero de

sessotildees semanais AF

Suficiente AF

Insuficiente AF

Suficiente AF

Insuficiente AF

Suficiente AF

Insuficiente

CORRIDA49 IC95 IC95 NATACcedilAtildeO IC95 IC95 VOLEI IC95 IC95

todos 255 105-404 13 18-45 todos 134 45-223 05 04-159 todos 164 67-259 _ _

5 a 6 331 135-526 258 133-648 5 a 6 65 34-96 _ _ 5 a 6 164 56-270 _ _

3 a 4 386 171-602 - - 3 a 4 758 662-851 _ _ 3 a 4 556 401-712 01 001-02

1 a 2 28 27-82 729 332-1126 1 a 2 43 05-80 945 84-1049 1 a 2 116 37-193 999 998-1000

MUSCULACcedilAtildeO IC95 IC95 LUTA510 IC95 IC95 TEcircNIS IC95 IC95

todos 143 105-181 08 01-18 todos 211 90-330 _ _ todos 193 35-421 _ _

5 a 6 411 367-454 01 001-09 5 a 6 130 58-201 _ _ 5 a 6 163 34-290 _ _

3 a 4 437 394-477 34 22-91 3 a 4 590 452-728 _ _ 3 a 4 637 405-868 _ _

1 a 2 09 03-15 957 900-1014 1 a 2 689 01-138 100 _ 1 a 2 07 06-22 100 _

OUTROS611 IC95 IC95

CONJUNTO IC95 IC95

todos 295 215-374 96 36-229 todos 228 213-243 24 12-36

5 a 6 182 123-239 20 02-38 5 a 6 269 254-283 175 109-242

3 a 4 468 392-541 18 06-29 3 a 4 445 428-460 296 226-365

1 a 2 55 27-84 866 735-995 1 a 2 58 49-66 925 911-943

83

48 DURACcedilAtildeO DA SESSAtildeO DE ATIVIDADE FIacuteSICA

A Tabela 21 mostra a distribuiccedilatildeo da duraccedilatildeo (em minutos) das sessotildees

das atividades separadas por modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e no

conjunto das modalidades Para todas as modalidades a maioria dos participantes

referiu praticaacute-las com duraccedilatildeo de 60 minutos ou mais A uacutenica exceccedilatildeo ocorreu para

as corridas na esteira rolante pelos participantes insuficientemente ativos 525

(IC95 38-105) optaram por realizaacute-las de 30 a 39 minutos Destaca-se que no

conjunto aproximadamente 90 dos participantes praticaram alguma modalidade de

exerciacutecio fiacutesico ou esporte com duraccedilatildeo igual ou superior a 30 minutos Assim quase

a totalidade dos participantes atendeu ao indicador lsquoduraccedilatildeo do esforccedilorsquo

recomendado pela maioria das diretrizes

84

Tabela 21 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos) e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros

e Distrito Federal 2006

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

CAMINHADA IC95 IC95

GIN

AEROacuteBIA IC95 IC95 CICLISMO IC95 IC95

-10 01 001-09 03 01-05 -10 _ _ 99 07-189 -10 09 08-27 46 03-96

10 a 19 02 01-07 81 58-104 10 a 19 14 13-41 83 13-154 10 a 19 13 04-25 258 125-390

20 a 29 32 23-40 102 79-126 20 a 29 35 06-75 06 03-15 20 a 29 57 24-89 104 43-164

30 a 39 224 205-242 269 225-313 30 a 39 37 139-60 224 39-410 30 a 39 20 143-256 107 33-181

45 a 59 143 127-158 108 80-136 45 a 59 39 15-63 106 32-245 45 a 59 153 84-220 62 16-139

60 ou mais 598 575-621 437 392-491 60 ou mais 875 816-932 482 312-649 60 ou mais 568 492-644 423 302-543

CAMINHADA IC95 IC95 HIDROGIN IC95 IC95 FUTEBOL IC95 IC95

-10 0 0 08 07-24 -10 _ _ _ _ -10 - - - -

10 a 19 33 28-93 214 51-377 10 a 19 01 001-02 01 001-02 10 a 19 01 001-02 11 09-21

20 a 29 30 05-65 143 38-247 20 a 29 01 01-02 07 03-19 20 a 29 03 001-07 06 02-08

30 a 39 21 140-279 225 111-339 30 a 39 68 31-106 71 04-145 30 a 39 68 37-98 53 34-71

45 a 59 242 43-156 37 18-91 45 a 59 302 222-383 374 232-515 45 a 59 48 29-65 58 37-79

60 ou mais 485 456-395 373 215-531 60 ou mais 628 543-714 547 406-689 60 ou mais 88 845-916 872 841-901

CORRIDA IC95 IC95 GIN GERAL IC95 IC95 BASQUETE IC95 IC95

-10 - - - - -10 01 001-03 28 01-54 -10 _ _ 0 0

10 a 19 - - 109 - 10 a 19 03 001-07 234 144-324 10 a 19 _ _ 0 0

20 a 29 46 13-78 79 17-140 20 a 29 25 03-46 45 13-75 20 a 29 _ _ 08 01-26

30 a 39 316 235-396 267 116-416 30 a 39 108 68-147 105 51-158 30 a 39 31 29-82 116 81-314

45 a 59 151 106-195 111 21-201 45 a 59 28 136-43 40 11-67 45 a 59 17 10-44 07 06-23

60 ou mais 487 397-565) 434 285-583 60 ou mais 835 788-882 548 442-657 60 ou mais 952 891-1011 869 665-1072

continua

85

continuaccedilatildeo

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

CORRIDA IC95 IC95 NATACcedilAtildeO IC95 IC95 VOLEI IC95 IC95

-10 _ _ 44 61-149 -10 _ _ _ _ -10 _ _ 0 0

10 a 19 _ _ 281 121-683 10 a 19 _ _ 58 46-161 10 a 19 _ _ 03 02-10

20 a 29 74 03-152 14 20-47 20 a 29 04 01-12 14 06-34 20 a 29 _ _ 0 0

30 a 39 186 05-314 526 08-1059 30 a 39 100 34-165 103 19-186 30 a 39 52 37-142 49 09-88

45 a 59 242 31-453 129 129-387 45 a 59 217 123-310 257 134-379 45 a 59 14 13-42 104 01-211

60 ou mais 498 289-706 06 009-22 60 ou mais 679 576-782 568 414-723 60 ou mais 934 840-1026 842 732-951

MUSCULACcedilAtildeO IC95 IC95 LUTA IC95 IC95 TEcircNIS IC95 IC95

-10 _ _ 07 06-21 -10 _

_ _ -10 _ _ 0 0

10 a 19 _ _ 62 03-127 10 a 19 _

_ _ 10 a 19 _ _ 0 0

20 a 29 17 11-45 49 01-111 20 a 29 _

_ _ 20 a 29 _ _ 08 07-27

30 a 39 31 19-41 74 21-126 30 a 39 07 02-16 _ _ 30 a 39 _ _ 17 10-44

45 a 59 72 50-94 74 01-146 45 a 59 24 20-68 _ _ 45 a 59 _ _ 52 52-155

60 ou mais 880 844-915 734 621-846 60 ou mais 969 923-1013 1 _ 60 ou mais 100 _ 923 809-1035

OUTROS IC95 IC95 CONJUNTO IC95 IC95

-10 03 01-07 11 03-18 -10 01 0001-02 06 03-08

10 a 19 06 03-16 133 02-264 10 a 19 04 0003-06 65 49-80

20 a 29 22 11-33 19 05-42 20 a 29 26 19-32 42 34-50

30 a 39 10 52-146 85 42-127 30 a 39 152 142-166 127 109-144

45 a 59 107 47-166 33 07-59 45 a 59 117 107-126 84 69-97

60 ou mais 762 692-832 719 597-840 60 ou mais 700 682-712 676 649-703

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

86

A Tabela 22 mostra a simulaccedilatildeo de aumento na frequecircncia semanal e na

duraccedilatildeo do esforccedilo Para os participantes ativos insuficientes com frequecircncia

semanal de 1 a 2 sessotildees de AF foi simulado o acreacutescimo na sua frequecircncia e se

passou a computar 3 sessotildees semanais Nenhuma outra alteraccedilatildeo dos dados ocorreu

Apoacutes a simulaccedilatildeo somente 999 participantes continuaram com AF insuficiente

outros 5589 (85) que natildeo alcanccedilavam a meta passaram a alcanccedilaacute-la Tambeacutem foi

acrescentado tempo para os participantes insuficientemente ativos que referiram

esforccedilo com duraccedilatildeo menor que 60 minutos Agora toda atividade dura no miacutenimo

60 minutos Nenhuma outra alteraccedilatildeo dos dados ocorreu Apoacutes a simulaccedilatildeo 5864

participantes permaneceram sem promoccedilatildeo do niacutevel de AF e somente 724 (11)

foram promovidos

Tabela 22 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta insuficientemente ativa antes e

apoacutes a simulaccedilatildeo de aumento da frequecircncia semanal e da duraccedilatildeo

do esforccedilo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006

Classificaccedilatildeo do niacutevel de AF dada pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

Simulaccedilatildeo da frequecircncia permitiu os ativos insuficientes terem no miacutenimo 3 sessotildees semanais

Simulaccedilatildeo da duraccedilatildeo do esforccedilo permitiu os ativos insuficientes terem no miacutenimo 60 minutos de

duraccedilatildeo para cada sessatildeo de esforccedilo

Ativos Insuficientes

Frequecircncia

(sessotildeessemana)

Antes simulaccedilatildeo

(N)

Apoacutes simulaccedilatildeo

(N)

01-02 6233 -

03-04

05-06

279

76

823

76

Diaacuteria 100 100

Total 6588 999

Duraccedilatildeo do esforccedilo

(minutos)

Antes simulaccedilatildeo

(N)

Apoacutes simulaccedilatildeo

(N)

-10 69 -

1119 346 -

20-29 394 -

30-39 902 -

45-59 635 -

60 ou + 4342 5864

Total 6588 5864

87

A Tabela 23 mostra a distribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal e duraccedilatildeo em

minutos das sessotildees de AF entre os participantes que referiram diagnoacutestico meacutedico

preacutevio de DCNT A maior parte dos portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT de

ambos os sexos e suficientemente ativos se concentrou em praacuteticas de AF com

frequecircncia entre 3 a 4 dias por semana Uma exceccedilatildeo foi observada entre homens

com referecircncia a IAM eou AVC que apresentaram alta frequecircncia diaacuteria (413 -

IC95 27-54) e percentual elevado para as atividades com duraccedilatildeo das sessotildees de

AF de 60 minutos ou mais (595 IC95 47-71) Em relaccedilatildeo aos portadores de

diagnoacutestico preacutevio de DCNT insuficientemente ativos em ambos os sexos tambeacutem

predominaram as sessotildees com duraccedilatildeo de 60 minutos ou mais poreacutem com menor

frequecircncia semanal (1 a 2 dias) Assim portadores de DCNT apresentaram mesma

tendecircncia de frequecircncia semanal e duraccedilatildeo do esforccedilo quando comparados ao

conjunto da amostra

88

Tabela 23 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos e diagnoacutestico meacutedico referido para DCNT por sexo para a periodicidade e

duraccedilatildeo da AF segundo a recomendaccedilatildeo de AF determinada pela OMS1 nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 Qui quadrado de Pearson p lt0001

hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto do miocaacuterdio eou AVC dislipidemia e osteoporose

AF SUF HIPERTENSAtildeO DIABETES IAM eouAVC DISLIPIDEMIA OSTEOPOROSE

HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER

(IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95)

Frequecircncia

todos 298 (242-354) 227 (188-266) 395 (249-546) 257 (179-335) 413 (279-547) 355 (175-536) 239 (176-302) 204 (172-236) 318 (119-516) 213 (153-274)

5 a 6 252 (204-300) 331 (291-371) 193 (112-273) 355 (264-445) 279 (168-389) 249 (115-383) 246 (196-296) 319 (280-359) 223 (73-372) 327 (259-395)

3 a 4 395 (344-445) 431 (389-473) 397 (269-521) 374 (282-465) 270 (172-368) 388 (236-541) 478 (417-538) 460 (419-500) 402 (206-600) 452 (382-521)

1 a 2 55 (32-77) 11 (02-19) 15 (03-26) 14 (07-37) 38 (07-77) 08 (06-22) 37 (17-57) 17 (07-27) 57 (05-113) 08 (03-20)

Duraccedilatildeo

-10 002(001-006) 001 (0001-0002) - - - - 680 (61-197) -

10 a 19 - 006 (002-01) 05 (02-12) - - - 02 (01-07) - -

20 a 29 34 (15-52) 30 (19-42) 15 (02-27) 20 (07-33) 49 (01-98) 17 (02-31) 09 (04-14) 24 (12-36) 22 (04-48) 47 (11-82)

30 a 39 201 (16-24) 188 (159-217) 249 (131-367) 229 (158-300) 199 (103-296) 318 (135-501) 227 (171-282) 197 (166-228) 232 (38-425) 233 (175-291)

45 a 59 149 (113-185) 144 (114-175) 125 (49-200) 147 (71-221) 157 (77-236 141 (39-242) 141 (100-181) 153 (123-182) 100 (12-188) 158 (111-205)

60 ou mais 616 (564-668) 637 (597-676) 606 (477-737) 604 (514-695) 595 (474-716) 524 (353-694) 623 (563-684) 624 (585-663) 576 (375-779) 562 (492-631)

AF INSUF

Frequecircncia

todos 18 (02-34) 37 (10-63) 26 (02-49) 51 (35-138) 34 (01-70) 42 (03-86) 41 (03-83) 23 (05-40) 25 (10-61) 70 (19-122)

5 a 6 28 (08-47) 59 (02-115) 41 (20-103) 47 (15-110) 61 (20-142) 47 (13-107) 10 (04-24) 32 (05-59) - 40 (07-88)

3 a 4 61 (24-97) 42 (24-60) 165 (25-306) 86 (22-149) 77 (21-175) 170 (23-316) 31 (04-57) 57 (32-82) 425 (127-722) 121 (49-192)

1 a 2 893 (850-937) 862 (800-923) 768 (616-919) 816 (700-932) 828 (695-960) 741 (579-905) 918 (868-968) 888 (849-928) 550 (260-841) 769 (677-860)

Duraccedilatildeo

-10 26 (02-50) 06 (01-12) 01 (001-03) 09 (008-20) 16 (07-39) 12 (11-36) 24 (08-50) 04 (01-08) - 11 (05-21)

10 a 19 101 (47-156) 124 (63-185) 166 (23-309) 130 (20-239) 309 (58-558) 200 (57-343) 88 (26-151) 90 (53-126) 464 (176-751) 138 (67-209)

20 a 29 57 (28-87) 76 (44-107) 92 (25-158) 100 (29-170) 83 (05-161) 206 (49-462) 41 (13-69) 77 (39-115) 10 (05-32) 138 (55-220)

30 a 39 167 (109-224) 243 (177-307) 50 (03-96) 223 (122-324) 224 (39-409) 129 (26-231) 196 (121-271) 192 (138-245) 93 (08-177) 172 (82-262)

45 a 59 68 (39-97) 122 (66-177) 50 (03-96) 138 (07-283) 24 (05-53) 82 (01-165) 70 (34-106) 98 (51-143) 09 (009-27) 124 (53-194)

60 ou mais 581 (502-657) 429 (354-504) 641 (478-812) 400 (252-547) 344 (157-534) 371 (184-559) 581 (488-672) 539 (466-612) 424 (160-688) 417 (317-518)

89

5 DISCUSSAtildeO

51 SIacuteNTESES DOS RESULTADOS

Neste trabalho avaliamos os dados do sistema VIGITEL que entrevistou

a populaccedilatildeo adulta residente em domiciacutelios conectados agrave rede de telefonia fixa de

cada uma das capitais dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal O enfoque

desta tese incidiu sobre a prevalecircncia de AF e se observou que 515 dos adultos

natildeo praticam qualquer tipo de AF durante o lazer ou durante o deslocamento para o

trabalho Todas as diretrizes e recomendaccedilotildees internacionais para a quantidade

miacutenima de AF classificaram de modo uniforme e idecircntico os inativos No entanto

divergecircncias importantes ocorreram na graduaccedilatildeo da AF dos participantes

considerados fisicamente ativos

A frequecircncia das sessotildees de AF foi o aspecto que mais contribuiu para a

determinaccedilatildeo do grau dessa atividade Notou-se que as recomendaccedilotildees que orientam

uma frequecircncia semanal miacutenima indicaram uma prevalecircncia menor de AF suficiente

Por outro lado recomendaccedilotildees que orientam uma duraccedilatildeo total semanal sem fixar a

frequecircncia miacutenima tiveram as maiores prevalecircncias de AF suficiente Em face dessa

divergecircncia a prevalecircncia de AF suficiente nas cidades observadas variou

distinguindo diferentes rankings conforme a recomendaccedilatildeo adotada

Tendo como referecircncia a recomendaccedilatildeo da OMS encontramos maior

prevalecircncia de AF em homens Os de etnia negra e asiaacutetica eram fisicamente mais

ativos e a AF diminuiu com a idade com a menor escolaridade e com a viuvez Perto

de 65 da populaccedilatildeo consideraram a sua sauacutede boa ou excelente e entre os que a

consideraram ruim a maioria era de inativos O deslocamento ativo e a dieta

hipocaloacuterica satildeo caracteriacutesticas predominantes dos participantes ativos O tabagismo

foi mais frequente entre os inativos e o maior consumo de bebidas alcooacutelicas ocorreu

entre os ativos As pessoas fisicamente ativas mais frequentemente mostram

conhecer instalaccedilotildees proacuteprias para a praacutetica de AF nas suas proximidades

90

Cerca de 90 da populaccedilatildeo ativa realizava sessotildees com duraccedilatildeo de 30 a

60 minutos e natildeo houve diferenccedila significante entre o grupo que alcanccedilou e o que

natildeo alcanccedilou a meta da recomendaccedilatildeo A quase totalidade (90) dos participantes

que alcanccedilou a meta se exercitava trecircs ou mais vezes por semana e 80 dos que natildeo

alcanccedilaram a meta se exercitavam de 1 a 2 vezes por semana

A caminhada o futebol e a musculaccedilatildeo figuraram entre as principais

modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte praticada

A inatividade fiacutesica foi uma caracteriacutestica que se destacou entre os

participantes portadores de DCNT Eram inativos 60 dos portadores de hipertensatildeo

arterial sistecircmica 53 dos portadores de dislipidemia 64 dos diabeacuteticos 67

daqueles com histoacuterico de IAMAVC e 64 dos portadores de osteoporose No

conjunto 70 dos portadores de alguma DCNT natildeo alcanccedilaram a recomendaccedilatildeo

miacutenima de AF ou seja estavam inativos ou com AF abaixo da meta recomendada

52 LIMITACcedilOtildeES DO ESTUDO

O estudo transversal tem como propriedade apresentar as caracteriacutesticas

gerais da populaccedilatildeo estudada Como exposiccedilatildeo e desfecho satildeo coletados

simultaneamente natildeo eacute possiacutevel identificar a precedecircncia temporal natildeo havendo

portanto como estabelecer conclusotildees de caraacuteter causal Em contrapartida esse tipo

de estudo fornece informaccedilotildees sobre a prevalecircncia da praacutetica de AF em um

determinado periacuteodo e lugar com rapidez baixo custo e principalmente envolvendo

uma amostra numerosa e ampla

A principal limitaccedilatildeo do VIGITEL e de todo o sistema de vigilacircncia por

entrevistas telefocircnicas estaacute na exclusatildeo de pessoas que moram em domiciacutelios sem

telefone fixo Embora a cobertura da rede de telefonia fixa no Brasil tenha crescido

nos uacuteltimos anos ela ainda pode ser menor em cidades com menor desenvolvimento

econocircmico e nos grupos populacionais de menor poder aquisitivo Para contornar

esse problema pesos poacutes-estratificaccedilatildeo foram aplicados de forma a corrigir ainda

que parcialmente a representatividade da amostra

91

Os pesos satildeo fatores de ponderaccedilatildeo que aproximam a composiccedilatildeo

sociodemograacutefica da amostra daquela observada no Censo Demograacutefico em cada

cidade Essa estrateacutegia atenua problemas decorrentes de diferenccedilas entre os estratos

sociodemograacuteficos tanto na cobertura da rede telefocircnica quanto nas taxas de

resposta e de recusas das entrevistas (Moura et al 2008) Ela permite portanto uma

generalizaccedilatildeo ao fornecer estimativas aproximadas do que seria esperado para a

populaccedilatildeo das metroacutepoles brasileiras que em 2010 correspondia a aproximadamente

89 milhotildees de pessoas (IBGE 2013 Ferreira et al 2008)

Outros aspectos que influenciam a qualidade das estimativas de inqueacuterito

semelhantes ao VIGITEL satildeo as taxa de resposta e de recusas Em 2006 a taxa de

resposta para o VIGITEL foi de 711 com a taxa oscilando entre 644 e 810

desempenho melhor que sistemas americanos semelhantes (Moura et al 2008) Ainda

segundo os autores a qualidade dos cadastros telefocircnicos tambeacutem foi considerada

superior agravequela encontrada em sistemas equivalentes existentes em paiacuteses tidos como

desenvolvidos

Para minimizar os efeitos negativos provocados pela memoacuteria de curto

prazo as perguntas referentes agrave praacutetica da AF se limitaram aos trecircs meses anteriores

agrave data da entrevista Aleacutem dessa outra limitaccedilatildeo que pode ser mencionada se refere agrave

mensuraccedilatildeo do niacutevel de AF e do esforccedilo requerido sem comprovaccedilatildeo objetiva por

meio do uso de acelerocircmetro ou de outro instrumento Como a AF eacute concebida pela

populaccedilatildeo como praacutetica desejaacutevel deve-se considerar a possibilidade de relutacircncia

de ela se declarar inativa Para minimizar esta possibilidade o sistema VIGITEL

estabeleceu o Controle de Qualidade das informaccedilotildees descrito nos aspectos

metodoloacutegicos Aleacutem disso Monteiro et al (2008) avaliaram a reprodutibilidade e a

validade dos indicadores de AF e sedentarismo obtidos pelo sistema Para isso foram

realizadas diversas anaacutelises de reprodutibilidade e validade encontrando um iacutendice

de especificidade de 80 ou mais e concluindo que os indicadores de AF e de

sedentarismo tendem fortemente a ser reprodutiacuteveis e acurados

Na ediccedilatildeo de 2006 o VIGITEL abordou a AF em quatro domiacutenios lazer

ocupacional residencial e deslocamento para o trabalho No entanto os dados sobre

duraccedilatildeo e frequecircncia da AF no domiciacutelio e no trabalho natildeo foram originalmente

92

coletados pelo sistema impossibilitando a verificaccedilatildeo do grau de AF total segundo as

diferentes recomendaccedilotildees miacutenimas Assim para este estudo somente as informaccedilotildees

dos domiacutenios lazer e deslocamento ativo para o trabalho foram aplicados na

definiccedilatildeo do niacutevel de AF portanto as estimativas apresentadas estatildeo subestimadas

devendo-se esperar que a real prevalecircncia de AF suficiente seja maior

Outra limitaccedilatildeo se refere agrave informaccedilatildeo sobre as doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis O VIGITEL objetivou detectar a morbidade relativa a diagnoacutestico

preacutevio No entanto as DCNT muitas vezes satildeo assintomaacuteticas e seus portadores

podem natildeo conhecer sua real condiccedilatildeo Deste modo a prevalecircncia de hipertensatildeo

arterial diabetes mellitus osteoporose dislipidemia AVC eou IAM podem estar

subestimadas nesta pesquisa

53 INTERPRETACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

A partir deste ponto a discussatildeo do estudo estaacute estruturada em quatro

eixos O primeiro explora a prevalecircncia de AF segundo as principais diretrizes

internacionais que recomendam quantidade miacutenima de AF e explorar as divergecircncias

e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF miacutenimo O segundo analisa variaacuteveis

sociodemograacuteficas e comportamentais O terceiro identifica e compara os elementos

ldquoduraccedilatildeo intensidade e frequecircnciardquo buscando explorar a forma como se relacionam

na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual Por fim o quarto eixo identifica o perfil

da AF praticada pelos portadores de DCNT

531 Eixo I ndash Diferentes formas de recomendar atividade fiacutesica

Neste estudo foi encontrada baixa concordacircncia entre as recomendaccedilotildees

e diretrizes miacutenimas de AF Portanto existe mais de um entendimento sobre a

quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar efeitos substanciais para a sauacutede mesmo

que em linhas gerais todas as diretrizes persigam os mesmos objetivos Foi possiacutevel

observar que pequenas diferenccedilas entre as recomendaccedilotildees exerceram efeitos

pronunciados no grau de atividade entre os participantes

93

Apenas 45 dos entrevistados ativos obtiveram por unanimidade o

niacutevel de AF classificado como adequado no conjunto das recomendaccedilotildees Isto

significa que os outros 55 foram classificados ora como suficientemente ativos ora

como insuficientemente ativos Portanto parcela consideraacutevel da populaccedilatildeo pode ser

considerada como sendo beneficiada de modo substancial pelos efeitos da AF como

pode ocorrer o contraacuterio Dependendo da recomendaccedilatildeo escolhida participantes

podiam ser aconselhados a aumentar o que jaacute era suficiente enquanto outros podiam

ser instados a manter o que ainda natildeo era

Enquanto alguns participantes tenham realizado AF com duraccedilatildeo e gasto

energeacutetico suficiente para atender agraves diretrizes que recomendam uma quantidade

especiacutefica de AF sem determinar a frequecircncia semanal isso natildeo foi suficiente para

atender agraves outras que determinam a mesma quantidade poreacutem com distribuiccedilatildeo do

esforccedilo ao longo da semana Vale ressaltar que um grande volume de AF natildeo foi de

modo geral necessariamente um indicador para o alcance das metas recomendadas

A divergecircncia na classificaccedilatildeo do niacutevel de AF pode tambeacutem repercutir

negativamente nas poliacuteticas de sauacutede voltadas para a promoccedilatildeo da AF Resultados

antagocircnicos deixam duacutevidas e podem prejudicar objetivos e metas pactuados por

programas de sauacutede puacuteblica O monitoramento da AF pelo sistema VIGITEL para os

anos de 2010 e 2011 ilustra o efeito desta contradiccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees Em

2010 os dados foram sistematizados segundo a versatildeo anterior da recomendaccedilatildeo da

OMS de 30 minutos por dia em 5 sessotildees semanais A partir de 2011 o relatoacuterio

adotou a nova recomendaccedilatildeo de 150 minutos por dia sem considerar a frequecircncia

semanal (MS 2011 MS 2012) Com esta troca de criteacuterio de anaacutelise de um ano

para outro o percentual de participantes ativos com maior taxa de AF em dez

capitais praticamente dobrou Assim a cidade de Rio Branco que obteve a menor

prevalecircncia de ativos em 2010 (113) com a troca da referecircncia elevou o

percentual de ativos para 301 valor superior agrave Brasiacutelia primeira colocada no ano

anterior com 224

As divergecircncias na classificaccedilatildeo do niacutevel de AF repercutiram tambeacutem no

rankig regional A Regiatildeo Sul segundo a diretriz da OMS obteve a maior meacutedia de

suficiecircncia de AF enquanto por referecircncia agraves diretrizes da UE e do IOM foi a

94

penuacuteltima colocada Unanimidade de classificaccedilatildeo soacute ocorreu para a Regiatildeo Sudeste

(menor prevalecircncia de ativos suficientes) No geral observou-se que perto de frac14 da

amostra apresentou rendimento suficiente para o IOM e frac34 para a OMS

O percentual de discordacircncia deste estudo ficou aqueacutem do observado por

Thompson e colaboradores que em 2009 encontraram variaccedilatildeo na classificaccedilatildeo do

niacutevel de AF em 90 ao comparar diferentes diretrizes (Thompson et al 2009)

Poreacutem a comparaccedilatildeo direta entre os estudos deve ser realizada com cautela devido agrave

diferenccedila na metodologia empregada Naquele estudo a quantidade de diretrizes

comparadas foi maior envolvendo doze recomendaccedilotildees entre elas algumas jaacute

revogadas na eacutepoca como a do ACSM de 1995 Por outro lado o meacutetodo de medida

de esforccedilo ocorreu por meio de avaliaccedilatildeo objetiva com o uso de acelerocircmetro nas 24

horas do dia e envolveu uma amostra menor (N=90) exclusivamente composta por

homens britacircnicos com idade entre 45 e 64 anos Assim eacute possiacutevel que as diferenccedilas

metodoloacutegicas tenham causado a diferenccedila das proporccedilotildees embora a tendecircncia dos

resultados esteja de acordo

As controveacutersias aqui encontradas satildeo produto da ausecircncia de consenso

cientiacutefico a respeito dos mecanismos envolvidos na accedilatildeo da AF sobre a sauacutede Pouco

se sabe sobre a dose miacutenima necessaacuteria em termos de ldquoduraccedilatildeo intensidade e

frequecircnciardquo de exerciacutecios fiacutesicos necessaacuterios para uma vida saudaacutevel Pesquisas

futuras com adequado arsenal teoacuterico e metodoloacutegico devem ter por objetivo

compreender o efeito e a dose-resposta da AF sobre a sauacutede garantindo maior

seguranccedila para a elaboraccedilatildeo de diretrizes e recomendaccedilotildees

532 Eixo II ndash Variaacuteveis sociodemograacuteficas e comportamentais na praacutetica da

atividade fiacutesica

5321 Sexo

A praacutetica de AF se revelou mais comum em homens do que em

mulheres particularmente em homens mais jovens Neste estudo as mulheres

apresentaram menor prevalecircncia (40) do que os homens (60) e entre aquelas que

referiram alguma AF a suficiecircncia tambeacutem foi menor As diferenccedilas de praacutetica de

95

AF em face da diferenccedila de gecircnero de modo geral coincidem com os resultados

encontrados na literatura brasileira e mundial (Goacutemez et al 2005 Santos et al

2009 Pan et al 2009)

Maples (2009) identificou fatores sociais que provocam o sedentarismo

de mulheres falta de tempo em face de dupla jornada de trabalho despesas com

deslocamento despesas com mensalidades de clubes esportivos despesas com

materiais esportivos dedicaccedilatildeo do tempo livre para o cuidado dos filhos e de

familiares sensaccedilatildeo de fadiga medo de eventos adversos e inseguranccedila urbana A

autora afirma no entanto que a menor participaccedilatildeo de mulheres na praacutetica de AF

natildeo estaacute relacionada com a falta de informaccedilotildees e de conhecimento dos benefiacutecios da

AF e destaca a importacircncia da continuidade das investigaccedilotildees deste tema

Embora este estudo natildeo tenha considerado a AF executada no ambiente

domeacutestico eacute possiacutevel observar no relatoacuterio do VIGITEL o predomiacutenio de mulheres

neste espaccedilo embora a interpretaccedilatildeo dos resultados nesse caso seja complexa pois

natildeo existem estudos suficientes que mostrem os benefiacutecios da AF domeacutestica sobre a

sauacutede (Hallal 2011)

Entender melhor os fenocircmenos que causam a maior inatividade fiacutesica das

mulheres pode se tornar estrateacutegico para a promoccedilatildeo da AF considerando que mais

de 70 delas ficaram aqueacutem da quantidade miacutenima recomendada pela OMS

5322 - Idade

Este estudo detectou a possibilidade de associaccedilatildeo entre o niacutevel de AF e a

idade para ambos os sexos Enquanto 44 dos mais jovens (18 a 24 anos de idade)

se apresentavam inativos a inatividade ficou em 66 nos mais idosos (ge 65 anos)

Os resultados encontrados na literatura sobre o niacutevel de AF e a idade

estatildeo de acordo com este estudo e revelam consenso sobre este fenocircmeno (USDHHS

2008a CDC 2010 UE 2010 WHO 2010) Uma das explicaccedilotildees eacute o aumento de

DCNT nos mais velhos que repercute no aumento das limitaccedilotildees funcionais na

dependecircncia fiacutesica e na necessidade de cuidados para a execuccedilatildeo de atividades de

vida diaacuteria (WHO 2010) criando um ciacuterculo vicioso as doenccedilas e as deficiecircncias

96

reduzem o niacutevel de AF que por sua vez tem efeitos adversos sobre a capacidade

funcional e agrava as deficiecircncias causadas pelas doenccedilas crocircnicas

A revisatildeo realizada para atualizar a diretriz oficial do Canadaacute de 2010

aponta que a AF eacute eficaz na prevenccedilatildeo das incapacidades da idade Houve reduccedilatildeo

de risco de quedas entre as pessoas com mais idade na meacutedia de 30 devido agrave

melhora do equiliacutebrio e do fortalecimento muscular decorrentes do treinamento fiacutesico

regular (Paterson e Warburton 2009)

Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica a expectativa de

vida meacutedia do brasileiro eacute atualmente de 719 anos sendo maior nas mulheres do

que nos homens (758 e 682 respectivamente) e sua tendecircncia eacute a elevaccedilatildeo (IBGE

2005) Alinhada ao cenaacuterio de envelhecimento da populaccedilatildeo global a OMS jaacute

alertava em meados do ano de 2000 que as adversidades pela falta de AF iriam

repercutir sobretudo no grupo dos adultos de mais idade (OMS 2010) Se por um

lado a expectativa de vida no Brasil tende a aumentar e as mulheres tendem a uma

maior longevidade as taxas de prevalecircncia de DCNT na populaccedilatildeo feminina deveratildeo

tender a ser ainda mais significativas nas proacuteximas deacutecadas

Nesta perspectiva a OMS alinhada com o seu programa de sauacutede para o

envelhecimento publicou uma diretriz de AF intitulada ldquoA Regra da Atividade

Fiacutesica no Envelhecimento Saudaacutevelrdquo em que recomenda e orienta especificamente

a praacutetica de AF para as pessoas de maior idade (WHO 2003) Tambeacutem atento ao

fato o USDHHS de 2008 explicitou sua preocupaccedilatildeo fixando quatro diretrizes 1)

quando o idoso natildeo pode fazer 150 minutos de intensidade moderada de atividade

aeroacutebia por semana por causa de doenccedilas crocircnicas deve ser tatildeo fisicamente ativo

quanto as suas capacidades e as condiccedilotildees permitam 2) os idosos com risco de

queda devem fazer exerciacutecios que mantenham ou melhorem o equiliacutebrio 3) os idosos

devem determinar o seu niacutevel de esforccedilo para a AF em relaccedilatildeo ao seu niacutevel de

aptidatildeo fiacutesica 4) os idosos com doenccedilas crocircnicas devem entender como as suas

condiccedilotildees de doenccedila afetam a sua capacidade de fazer AF regular de forma segura

Os mecanismos baacutesicos de caraacuteter bioloacutegico envolvidos no processo de

envelhecimento permanecem desconhecidos Alguns teoacutericos como Janssen e

Leblanc (2009) argumentam que os indiviacuteduos nascem com determinada capacidade

97

de sustentar a vida mas ocorre a perda contiacutenua desta capacidade com o avanccedilo da

idade o que eacute influenciado fortemente por fatores ambientais No entanto a idade

em si natildeo eacute necessariamente um impedimento para a praacutetica de exerciacutecio fiacutesico

Acredita-se que o processo educacional a renda estilos de vida tipo e condiccedilotildees de

trabalho condiccedilotildees de habitaccedilatildeo e oportunidades em geral podem influenciar os

niacuteveis de AF nos idosos (Paterson e Warburton 2009)

5323 Escolaridade

Neste estudo a maior parte (53) dos participantes entrevistados referiu

ter ateacute 9 anos de escolaridade e mais da metade dos com menor escolaridade (61)

estavam inativos Esta porcentagem diminuiu com o aumento da escolaridade Entre

os participantes de maior escolarizaccedilatildeo foi encontrado o maior rendimento de AF

Aproximadamente 38 dos participantes que referiram AF aleacutem das recomendaccedilotildees

miacutenimas tinham 12 anos ou mais de escolaridade

Os estudos encontrados na literatura que relacionam a praacutetica de AF com

os niacuteveis de escolaridade mostram a tendecircncia de os participantes mais escolarizados

serem fisicamente mais ativos nos momentos de lazer Na Austraacutelia Eakin et al

(1995) entrevistou 1818 pessoas por telefone e verificou maior niacutevel de AF entre os

mais escolarizados independentemente do local de residecircncia (cidade subuacuterbio e

campo) Na Holanda Prins (2012) mostrou que os participantes com ensino superior

atendiam mais agraves recomendaccedilotildees nacionais e as pessoas com menor niacutevel de

educaccedilatildeo na maioria das vezes eram inativas Pereira (1995) avaliou 795

portugueses de ambos os sexos e verificou que jovens com baixo niacutevel de AF

pertenciam a famiacutelias cujos pais possuiacuteam escolaridade meacutedia ou baixa enquanto

jovens com alto niacutevel de AF pertenciam a famiacutelias cujos pais possuiacuteam escolaridade

meacutedia ou elevada No Brasil Salle-Costa et al (2003) avaliaram 4030 funcionaacuterios

de uma universidade na cidade do Rio de Janeiro e destacaram a menor chance do

grupo de menor escolaridade se engajar em AF com maior gasto energeacutetico entre as

mulheres a associaccedilatildeo foi ainda mais forte

Por outro lado quando eacute considerada a faixa de renda e aspectos que

envolvem a ocupaccedilatildeo laboral e o local onde o trabalho eacute desenvolvido alguns

98

estudos natildeo estatildeo de acordo com esses resultados e mostram que a maior renda

(maior escolaridade) tende a menor niacutevel de AF Os estudos de Hallal (2006)

mostram que a alta renda familiar no momento do nascimento representa uma

possibilidade maior de estilo de vida sedentaacuterio para o jovem Recentemente

Beacutelanger Townsend e Foster (2011) avaliaram aproximadamente 300000 residentes

(com mais de 15 anos de idade) em mais de 70 diferentes paiacuteses e perceberam que

existe uma relaccedilatildeo direta entre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a

prevalecircncia da inatividade fiacutesica Estes resultados foram confirmados por Dumith et

al (2011) apoacutes anaacutelise de dados de 76 paiacuteses mostrando que paiacuteses menos

desenvolvidos apresentaram prevalecircncia de 187 de inatividade fiacutesica contra 278

nos paiacuteses mais desenvolvidos Na China investigaccedilatildeo envolvendo 824 residentes de

vaacuterias proviacutencias mostrou maior niacutevel de AF nas pessoas de niacutevel socioeconocircmico

mais baixo (Shi et al 2006) Tambeacutem Saacutevio et al (2008) analisaram o niacutevel de AF

de trabalhadores no Distrito Federal e observaram que de modo geral quanto maior

era a faixa de renda e o grau de escolaridade do trabalhador menor era o seu niacutevel de

AF

Aqui considera-se que a maior escolaridade pode significar que as

pessoas mais bem instruiacutedas apresentem remuneraccedilatildeo mais elevada e por isso maior

acessibilidade a um maior nuacutemero de locais serviccedilos e materiais para a praacutetica de AF

no lazer aleacutem de apreentarem maior niacutevel de conhecimento e de informaccedilatildeo e maior

tendecircncia de residir em contextos espaciais e ambientais favoraacuteveis agrave praacutetica de AF

no lazer Assim o ensinamento importante desta relaccedilatildeo eacute a indicaccedilatildeo de que se

consigam aumentar os niacuteveis de AF por meio do aumento do acesso e da

permanecircncia do indiviacuteduo no sistema escolar

Assim a inclusatildeo social dos menos escolarizados passa a ser vista como

um fator importante para aumentar a praacutetica de AF no paiacutes Talvez a oportunidade

de ampliaccedilatildeo da construccedilatildeo cultural por meio do maior acesso agraves atividades culturais

como teatro cinema e museus possa predispor a uma atitude mais favoraacutevel para

com os haacutebitos saudaacuteveis que poderiam ser atualizados com o decorrer da vida

Por fim o grau de escolaridade influencia direta ou indiretamente os

niacuteveis potenciais do capital humano e em decorrecircncia disso tambeacutem o produto final

99

agregado seja na renda no capital ou na educaccedilatildeo Nesta perspectiva os estudos

epidemioloacutegicos tecircm mostrado que os estilos de vida saudaacutevel se devem em parte agrave

educaccedilatildeo Ela fixa o domiacutenio social (fator importante das disparidades da sauacutede entre

grupos populacionais) e ao mesmo tempo eacute determinada por ele (Savio 2008)

Assim a escala educacional permite entender mellhor como estatildeo distribuiacutedas as

diferenccedilas de comportamento para com a AF entre os estratos sociais da populaccedilatildeo

5324 Etniacor

Neste estudo a etnia foi determinada por associaccedilatildeo com a cor da pele

Resumidamente amarelos satildeo aqueles que tecircm ancestrais de origem asiaacutetica e

vermelhos aqueles que tecircm ancestrais indiacutegenas Morenos eou pardos satildeo aqueles

que tecircm ancestrais entre brancos e negros

Este estudo mostra que amarelos e negros (52 e 51 respectivamente)

satildeo mais ativos quando comparados aos participantes que se declararam de outra

cor Por outro lado os que se autodeclararam vermelhos apresentaram o menor

percentual de AF (47) Quando se comparou os brancos com um agrupamento

composto de negros pardos e morenos o percentual de AF entre eles foi semelhante

sem diferenccedilas estatisticamente significativas (p=007)

Mesmo com nuacutemero limitado de estudos que investigaram diretamente a

relaccedilatildeo entre a AF e os resultados de sauacutede em variadas etnias a diretriz oficial dos

Estados Unidos de 2008 assumiu que natildeo haacute evidecircncias suficientes que indiquem

diferenccedilas do efeito da AF na sauacutede de diferentes grupos eacutetnicos mas esclarece que o

niacutevel de AF o risco e a carga de doenccedilas crocircnicas no paiacutes satildeo maiores nos grupos

raciais e eacutetnicos de comunidades minoritaacuterias Americanos negros e asiaacuteticos iacutendios

americanos nativos do Alasca latinos e nativos das ilhas do paciacutefico tecircm diferenccedilas

significativamente menores de AF e maiores niacuteveis de inatividade fiacutesica do que os

brancos natildeo-hispacircnicos (USDHHS 2008a)

Assim as diretrizes chamam a atenccedilatildeo para a necessidade de promoccedilatildeo

da AF entre os grupos minoritaacuterios Por outro lado a resposta da dose da AF sobre os

resultados de sauacutede pode ser semelhante entre as diferentes populaccedilotildees raciais e

100

eacutetnicas enquanto fatores culturais e contextuais podem conduzir a diferenccedilas na

estrateacutegia de implantaccedilatildeo da AF ou na avaliaccedilatildeo da dose ministrada

Este estudo mostrou alguns resultados a princiacutepio natildeo consonantes com

os apresentados pelo USDHHS em 2008 Os amarelos foram ao mesmo tempo os

mais ativos fisicamente e os que mais apresentaram diagnoacutestico preacutevio para todas as

DCNT estudadas com exceccedilatildeo da osteoporose As conclusotildees sobre este ponto

devem considerar a possibilidade de os amarelos terem tido maior acesso aos

serviccedilos de sauacutede e consequentemente maior conhecimento do seu real estado de

sauacutede ou condiccedilatildeo de doenccedila uma vez que segundo a OMS (2010) a maior parte da

populaccedilatildeo mundial devido agrave dificuldade de acesso aos serviccedilos de sauacutede soacute percebe

ser portador de DCNT nas fases mais avanccediladas da doenccedila

Em relaccedilatildeo ao menor percentual de AF entre vermelhos comparados aos

outros subgrupos a explicaccedilatildeo em parte pode ser dada pelo processo migratoacuterio do

campo para a cidade jaacute que a pesquisa entrevistou pessoas de origem indiacutegenas que

vivem em capitais de estado e no Distrito Federal em geral cidades consideradas de

grande porte Sobre isto Souza (2008) no Brasil investigou o perfil do niacutevel de AF

em indiacutegenas de uma tribo (Guanaacutes) no Mato Grasso do Sul que vive no campo e

observou a prevalecircncia de grupos ativos e muito ativos entre os indiacutegenas resultado

influenciado pelo transporte ativo Estudo canadense verificou que nativos tambeacutem

apresentaram elevado niacutevel de AF vivendo no campo A migraccedilatildeo do campo para

centros urbanos no entanto reduziu drasticamente os niacuteveis de AF (Droga 2010)

Desta forma parece importante checar o impacto da praacutetica da AF por relaccedilatildeo com

fatores comportamentais como a migraccedilatildeo e as mudanccedilas de domiciacutelio entre cidades

de tamanho populacional diferente

As causas desta diferenciaccedilatildeo racial e eacutetnica no niacutevel de AF natildeo estatildeo

claras Tanto aspetos bioloacutegicos como culturais satildeo considerados Natildeo obstante

queixam-se os Comitecircs Consultivos que renovam as diretrizes de AF que a pequena

proporccedilatildeo de populaccedilotildees minoritaacuterias nas amostras dificulta a interpretaccedilatildeo das

observaccedilotildees para diferenccedilas raciais e eacutetnicas A distorccedilatildeo nos diferentes estudos

segundo eles tem tornado difiacutecil examinar a influecircncia da AF sobre a sauacutede dos

grupos minoritaacuterios

101

Parece pois que poucos resultados estatildeo disponiacuteveis para conclusotildees

definitivas nenhum estudo conhecido afirmou categoricamente haver influecircncia

geneacutetica sobre um comportamento mais ou menos ativo Eacute plausiacutevel afirmar que o

comportamento distinto observado entre as diferentes etnias esteja vinculado agraves

condiccedilotildees sociais em que vivem e pelas experiecircncias no decorrer da vida

5325 Estado conjugal

A situaccedilatildeo conjugal mostrou que viuacutevos e separados satildeo menos ativos

(67) que solteiros (45) e 76 natildeo alcanccedilaram a meta recomendada Entre os

solteiros aproximadamente 28 praticaram AF acima das recomendaccedilotildees

Em relaccedilatildeo aos estudos que investigam a relaccedilatildeo da AF com o estado

civil Proper e Hildebrandt (2006) natildeo demonstraram associaccedilatildeo significativa entre a

situaccedilatildeo conjugal e o niacutevel de AF Segundo os autores a comparaccedilatildeo do estado civil

com a participaccedilatildeo em eventos fiacutesicos deve levar em conta o fator idade Assim eacute

esperado natildeo necessariamente que solteiros sejam mais jovens e viuacutevos sejam mais

velhos A condiccedilatildeo fiacutesica favoraacutevel dos jovens e a maior disponibilidade de tempo

podem amparar ainda melhor a justificativa Mensink Loose e Oomen (1997)

acrescentaram a estes quesitos o menor compromisso financeiro com terceiros

Aquino (1996) observou que as mulheres solteiras tecircm menos afazeres no lar e

menores responsabilidades com outros familiares dependentes Dias et al (2007)

apresentaram a AF como um meio de solteiros mais jovens se relacionarem com

outras pessoas fora do ambiente domiciliar

Finalmente embora mulheres casadas (ou vivendo em uniatildeo) e com

filhos apresentem maior percepccedilatildeo sobre a importacircncia da praacutetica de exerciacutecios para

a sauacutede Branigan e OrsquoBrien-Cousins (1995) apontam que esta percepccedilatildeo natildeo se

transforma necessariamente em accedilatildeo

102

5326 Conhecimento sobre local para atividade fiacutesica

O ambiente fiacutesico pode influenciar o comportamento individual para a

praacutetica da AF Algumas caracteriacutesticas ambientais podem ser tratadas como fatores

facilitadores da AF outros satildeo entendidos como obstaacuteculos (Roux et al 2008)

Este estudo mostrou que nas capitais cerca de 80 dos participantes de

ambos os sexos tinham conhecimento de locais apropriados para agrave AF proacuteximos agraves

suas residecircncias e que aproximadamente 90 destes locais eram de acesso puacuteblico

Tambeacutem se observou que a maioria dos participantes que desconhecia a existecircncia de

locais apropriados para a praacutetica de AF proacuteximos de suas moradias estava inativa

(62) enquanto que dos que afirmaram conhecer 48 estavam inativos

Deve-se ressaltar que as pessoas que praticam AF tendem a se lembrar

mais frequentemente dos locais apropriados do que os inativos pois estatildeo mais

preocupados e atentos para a praacutetica Existem diversos estudos que abordam as

influecircncias do ambiente fiacutesico na praacutetica de AF e mostram que mudanccedilas favoraacuteveis

nele favorecem o aumento da praacutetica de AF A primeira revisatildeo sistemaacutetica

conhecida que apresenta resultados das intervenccedilotildees destinadas a promover o

ambiente para melhorar a praacutetica de AF eacute a de Foster e Hillsdon (2004) Os autores

mencionaram em primeiro lugar as causas gerais que explicam o decliacutenio dramaacutetico

na AF na sociedade contemporacircnea a reduccedilatildeo de ocupaccedilotildees ativas a utilizaccedilatildeo de

veiacuteculos o decliacutenio do transporte ativo (especialmente em crianccedilas mulheres e

idosos) as alteraccedilotildees fiacutesicas nos espaccedilos puacuteblicos (escadas rolantes elevadores

portas automaacuteticas) a reduccedilatildeo do tempo destinado agrave praacutetica da educaccedilatildeo fiacutesica

escolar a violecircncia urbana a inseguranccedila das crianccedilas em praacuteticas esportivas e a

substituiccedilatildeo de recreaccedilatildeo fisicamente ativa por passatempos passivos

A falta de percepccedilatildeo da potencialidade de espaccedilos possiacuteveis para a

praacutetica de AF constitui um obstaacuteculo Esta abordagem realccedila a importacircncia da

contextualizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos dado que a relaccedilatildeo entre a AF e o espaccedilo

urbano natildeo se confina apenas aos locais especialmente destinados agrave praacutetica de AF

Seguindo a teoria da contextualizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos todo o espaccedilo urbano

deve ser avaliado de modo a propiciar a funcionalidade do territoacuterio tornando-o

multifuncional permitindo que a populaccedilatildeo possa se deslocar ativamente e com

103

seguranccedila de um local para outro a peacute ou de bicicleta e aumentando a acessibilidade

da populaccedilatildeo com pouca mobilidade Como exemplo desta funcionalidade territorial

o estudo de Cruciani et al (2002) demonstrou que o gasto energeacutetico com a

caminhada de ida e volta para os locais destinados agrave praacutetica de AF foi maior do que o

gasto energeacutetico durante as atividades naquele local principalmente entre mulheres

na faixa etaacuteria de 52 a 72 anos A utilizaccedilatildeo do ambiente fiacutesico eacute uma das estrateacutegias

para o aumento da praacutetica da AF na maior parte das diretrizes Citem-se USDHHS

(2008a) OMS (2010) CDC (2010) MS Ruacutessia (2012)

Sobre isto Pereira (1995) ao investigar uma amostra de portugueses

residentes na cidade do Porto (426 mulheres e 369 homens) notou a forte demanda

de um puacuteblico que residia num raio de aproximadamente 1 km de distacircncia dos

equipamentos e instalaccedilotildees Resultados semelhantes foram obtidos por Jago e

Baranowski (2006) ao avaliarem 210 participantes na cidade de Houston (EUA) na

qual os participantes mais ativos moravam num raio de aproximadamente 800 metros

de distacircncia das instalaccedilotildees para AF

Ao se ater aos resultados da maioria dos estudos percebe-se que o

ambiente fiacutesico pode ser um fator favoraacutevel ou contraacuterio agrave praacutetica de AF Neste

sentido intervenccedilotildees destinadas a promover um ambiente favoraacutevel se mostram

oportunas e tambeacutem eacute possiacutevel indicar algumas estrateacutegias facilitadoras

Adequar o ambiente fiacutesico nas proximidades de aacutereas residenciais para

a praacutetica de AF

Criar ambiente seguro para pedestres nas calccediladas e nas travessias de

ruas

Criar bicicletaacuterios em locais de acesso puacuteblico

Reduzir a velocidade do tracircnsito motorizado

Concentrar locais de acessos puacuteblicos para a praacutetica de AF longe de

locais de traacutefego intenso

Adotar estrateacutegias de policiamento preventivo nas aacutereas destinadas a

AF

Alongar o horaacuterio de funcionamento das instalaccedilotildees fiacutesicas

Criar ambientes esteticamente agradaacuteveis

104

Divulgar a existecircncia dos pontos apropriados para a praacutetica de AF

5327 Variaccedilotildees regionais

Neste estudo natildeo se detectou a existecircncia de gradiente de prevalecircncia de

AF entre as regiotildees localizadas no CentroSul e NorteNordeste A taxa meacutedia de

ativos nas regiotildees do CentroSul (365) foi muito proacutexima agrave da regiotildees do

NorteNordeste (36) No entanto as capitais das regiotildees Norte e Nordeste

apresentaram percentuais de ativos maiores que capitais da regiatildeo Sudeste A cidade

de Satildeo Paulo considerada a maior economia da federaccedilatildeo apresentou o menor

percentual de ativos (284) entre todas as capitais brasileiras Nesta situaccedilatildeo a

variaacutevel econocircmica foi superada por todas as outras O que natildeo ficou claro foi a

determinaccedilatildeo das variaacuteveis que interferiram nestes resultados Em todas as cidades

investigadas para ambos os sexos o deslocamento ativo para o trabalho elevou em

aproximadamente duas vezes a taxa de prevalecircncia para o grupo de ativos

Dentro do paiacutes estes dados soacute podem ser comparados com os outros

relatoacuterios publicados pelo sistema VIGITEL referentes aos anos seguintes a ele Nos

demais estudos encontrados a amostra se limitou a um estado ou a uma regiatildeo da

federaccedilatildeo Como os relatoacuterios do VIGITEL referentes ao monitoramento relativo aos

anos de 2007 e 2008 (MS 2008b MS 2009) natildeo apresentaram informaccedilotildees para o

deslocamento ativo as informaccedilotildees satildeo restritas agrave AF realizada no tempo de lazer e

natildeo mostram grandes alteraccedilotildees em relaccedilatildeo ao relatoacuterio de 2006 em que a cidade de

Satildeo Paulo permaneceu com o menor percentual (113 e 115 respectivamente)

Nos relatoacuterios dos anos de 2009 e 2010 (MS 2010 MS 2011) informaccedilotildees sobre o

deslocamento ativo adicionado ao tempo de lazer aparecem e modificam fortemente

algumas posiccedilotildees recuam o percentual de ativos da cidade de Curitiba de 367 (em

2006) para 27 (em 2010) posicionando-a como a capital com menor percentual de

ativos do paiacutes e elevam os percentuais da cidade de Satildeo Paulo em 14 posiccedilotildees com

o percentual de ativos subindo de 284 (em 2006) para 48 (em 2010)

Finalmente eacute importante destacar que cidades de pequeno e meacutedio porte

do interior podem apresentar comportamentos distintos dos constatados neste estudo

Baretta Baretta e Perez (2007) mostraram maior niacutevel de AF em cidades de pequeno

105

porte frente a cidades maiores Assim as estrateacutegias incentivadoras para a praacutetica de

AF poderiam ser pensadas considerando o porte populacional

5328 Consumo de tabaco

Este estudo encontrou relaccedilatildeo inversa entre o tabagismo e o niacutevel de AF

para ambos os sexos aproximadamente 75 dos tabagistas estavam

insuficientemente ativos e a maior parte dos tabagistas (61) era inativa

Os estudos existentes na literatura envolvendo tabagismo e AF (Poortinga

2007) apresentam resultados que corroboram este estudo mostrando diferenccedilas na

abstinecircncia do fumo entre grupos de indiviacuteduos fisicamente ativos e inativos Lolio et

al (1990) avaliaram 1199 participantes de 15 a 74 anos de idade e verificaram que o

tabagismo diminuiacutea com o aumento da escolaridade e com a maior participaccedilatildeo em

eventos ativos no tempo de lazer Malta (2008) examinou a prevalecircncia de tabagismo

no Brasil usando o relatoacuterio do sistema VIGITEL de 2008 e apontou que 161 dos

homens e 124 das mulheres eram tabagistas com predomiacutenio na faixa de menor

escolaridade exatamente o grupo de menor niacutevel de AF Jago et al (2006) com

dados obtidos ao longo de 5 anos (2003 a 2007) em uma amostra de estadunidenses

demonstraram que 231 da populaccedilatildeo eram fumantes de cigarros ou charutos

principalmente os participantes negros baixa renda baixa escolaridade inativos

fisicamente ou com AF reduzida Miranda et al (2009) avaliaram a prevalecircncia de

tabagismo em universitaacuterios brasileiros e apontaram que os acadecircmicos do curso de

Educaccedilatildeo Fiacutesica apareceram com a menor prevalecircncia de tabagismo (8)

A preocupaccedilatildeo com a cessaccedilatildeo do tabagismo reside no aumento do risco

de morbimortalidade por doenccedilas de causas arteriais (IAM AVC HAS) cacircnceres e

problemas respiratoacuterios (bronquite enfisema) Eacute importante destacar que uma das

consequecircncias negativas do tabagismo envolve o conflito com a capacidade de

esforccedilo O tabagismo eacute um fator limitante do desempenho fiacutesico e pode contribuir

para que pessoas inativas ou pouco ativas assim permaneccedilam A sensaccedilatildeo

desagradaacutevel provocada pela fadiga eacute antecipada pelo tabagismo (principalmente o

crocircnico) e constitui um dos fatores importantes que desmotiva a adesatildeo agrave praacutetica da

AF em ambos os sexos (Aoyagi et al 2010)

106

5329 Consumo de bebida alcooacutelica

Este estudo mostra que haacute relaccedilatildeo direta entre o niacutevel de AF e o consumo

diaacuterio de bebida alcooacutelica em ambos os sexos cerca de 27 dos homens e 12 das

mulheres muito ativos e insuficientemente ativos consumiram aacutelcool diariamente De

modo geral 55 dos ativos consumiram aacutelcool regularmente

Os estudos encontrados na literatura envolvendo o consumo de aacutelcool e a

praacutetica de AF indicam uma relaccedilatildeo positiva entre o niacutevel de AF e o consumo de

aacutelcool Poucas pesquisas investigaram os motivos para que os ativos sejam mais

bebedores que os inativos O estudo de Cavalcante (2010) avaliou o consumo de

drogas entre universitaacuterios ativos de um curso de Educaccedilatildeo Fiacutesica e observou o

consumo excessivo de aacutelcool em 42 nos acadecircmicos e 29 nas acadecircmicas O

Centro de Informaccedilotildees sobre Sauacutede e Aacutelcool (CISA 2008) divulgou resultado de

estudo envolvendo 26685 universitaacuterios provenientes de 40 universidades de todas

as regiotildees dos Estados Unidos e mostrou que quanto maior o niacutevel da praacutetica de AF

maior eacute a propensatildeo de beber abusivamente Gordia (2008) avaliou jovens de 14 a 20

anos de idade 77 eram muito ativos 21 eram ativos e 2 eram pouco ativos

Deles 13 eram abstecircmios 63 eram consumidores moderados e 246 eram

consumidores abusivos Kendzor et al (2008) avaliaram a influecircncia da AF entre 620

alcoolistas veteranos inscritos em programas de tratamento e acompanhamento do

alcoolismo A anaacutelise de regressatildeo natildeo revelou relaccedilatildeo significativa entre a praacutetica de

AF e o consumo de aacutelcool entre os 6 e os 12 meses de acompanhamento

Pode-se assim supor que pessoas com comportamentos saudaacuteveis de vida

como a praacutetica de AF sejam tambeacutem propensas a outros comportamentos saudaacuteveis

como o consumo reduzido de aacutelcool Especificamente neste estudo esta tendecircncia

parece natildeo se confirmar

O maior consumo de bebida alcooacutelica entre os fisicamente ativos pode ser

explicado em parte por questotildees comportamentais Pessoas ativas procuram a AF

devido ao seu comportamento ser mais ativo e este maior grau de atividade pode ser

uma das causas de maior atividade social em que em face das normas e condutas

aceitas frequentemente se apresentam bebidas alcooacutelicas para o consumo (Gordia

2008) Tambeacutem para alguns indiviacuteduos (principalmente os mais escolarizados) que

107

bebem muito realizar exerciacutecios fiacutesicos frequentes pode ser um modo para

compensar o consumo extra de energia proveniente da bebida ou para contrabalanccedilar

os efeitos negativos agrave sauacutede promovidos pelo consumo excessivo de aacutelcool

Embora a influecircncia do comportamento psicossocial pese para o consumo

de bebida alcooacutelica experimentos com cobaias tecircm mostrado resultados que podem

acrescentar outros fatores aleacutem dos comportamentos sociais para a relaccedilatildeo entre

consumo de bebida alcooacutelica e AF Em experimento controlado cobaias expostas agrave

AF foram mais atraiacutedas ao consumo de aacutelcool do que cobaias sedentaacuterias em mesmas

condiccedilotildees de habitat (Leasure e Nixon 2010) Especula-se que alteraccedilotildees nos

circuitos cerebrais supostamente desencadeados pela AF podem desempenhar um

papel estimulante para o consumo de aacutelcool poreacutem natildeo estaacute claro como o

mecanismo de recompensa interage e se manifesta

53210 Estado de sauacutede

Este estudo mostrou que no conjunto da populaccedilatildeo a percepccedilatildeo do estado

de sauacutede negativa foi maior entre os inativos Enquanto que para a percepccedilatildeo de

sauacutede conceituada como excelente havia 35 de inativos para a ruim o percentual

cresceu para 72 Por outro lado agrave medida que aumentava o rendimento fiacutesico

cresciam os percentuais para a percepccedilatildeo de sauacutede positiva A avaliaccedilatildeo negativa foi

mais frequente entre os mais velhos para ambos os sexos

Os estudos encontrados na literatura envolvendo a relaccedilatildeo do estado de

sauacutede com a praacutetica de AF estatildeo de acordo com este estudo Anaacutelise sistematizada

conduzida por Vancea et al (2011) em estudos publicados entre 2005 a 2009

encontrou em 14 dos 16 estudos analisados uma associaccedilatildeo direta entre a praacutetica de

AF e uma percepccedilatildeo positiva do estado de sauacutede Cardoso et al (2008) avaliaram

idosos com idade meacutedia de 70 anos participantes de um grupo de convivecircncia para

idosos sendo 89 deles muito ativos e apenas 11 pouco ativos Entre eles 40

consideraram a sauacutede moderada 48 boa e 12 ruim O grau de satisfaccedilatildeo com o

estado de sauacutede era maior para aqueles com rendimento fiacutesico mais elevado

Por tratar-se de estudo transversal natildeo se pode esquecer a possibilidade de

causalidade reversa nessa associaccedilatildeo ou seja aqueles que avaliam sua sauacutede como

108

boa podem tecircr maior disposiccedilatildeo para praacutetica de AF e natildeo o seu inverso a AF

aumenta a percepccedilatildeo da sauacutede como boa No entanto a plausibilidade da associaccedilatildeo

entre estes fatores vem sendo explicada por abordagens fisioloacutegicas e psicossociais

segundo as quais os diferentes tipos e doses de AF podem influenciar a percepccedilatildeo da

sauacutede Do ponto de vista fisioloacutegico acredita-se que esta associaccedilatildeo eacute decorrente da

accedilatildeo de neurotransmissores cerebrais Do ponto de vista psicossocial acredita-se que

a praacutetica de AF produza efeito positivo sobre a autoimagem e estes efeitos

combinados seriam capazes de gerar uma percepccedilatildeo de sauacutede mais positiva (Vancea

et al 2011)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro a autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede

apesar de ser uma avaliaccedilatildeo subjetiva eacute considerada um indicador vaacutelido e relevante

para a percepccedilatildeo do estado de sauacutede do indiviacuteduo e da populaccedilatildeo Este indicador tem

se revelado fortemente correlacionado com medidas objetivas de morbidade e de uso

de serviccedilos de sauacutede sendo um preditor de mortalidade independentemente de

outros fatores (MS 2011) Eacute importante destacar que a autopercepccedilatildeo do estado de

sauacutede pode variar de acordo com as experiecircncias sociais e culturais do indiviacuteduo

nem sempre contemplando a percepccedilatildeo dos muacuteltiplos aspectos que a conformam e

muitas vezes (quase sempre) a autoavaliaccedilatildeo focaliza o componente ldquodoenccedilardquo

(presenccedila ou natildeo) como o determinante do seu estado

Percebe-se que a autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede e a praacutetica de AF natildeo

satildeo variaacuteveis (necessariamente) diretamente proporcionais mas parece plausiacutevel que

a conquista de elementos que melhoram a autopercepccedilatildeo da sauacutede possibilita ao

indiviacuteduo ser mais ativo e vice-versa

533 Eixo III ndash Componentes da atividade fiacutesica

Esta seccedilatildeo aborda a estrutura da AF a duraccedilatildeo a frequecircncia semanal e a

intensidade do esforccedilo procurando conhecer como sua combinaccedilatildeo repercute no

niacutevel de AF

109

5331Duraccedilatildeo do esforccedilo

Os resultados aqui apresentados mostram que homens aleacutem de mais

ativos tambeacutem se exercitaram mais demoradamente (acima de 60 minutos) O maior

grau de aptidatildeo fiacutesica dos homens eacute constatado como destaque na maior parte dos

estudos que associam a capacidade de suportar esforccedilo entre os sexos Citam-se os

estudos conduzidos por Beacutelanger et al (2011) Entatildeo eacute possiacutevel admitir a existecircncia

de um processo de retroalimentaccedilatildeo positiva entre a praacutetica de AF aptidatildeo fiacutesica e

capacidade de resistir mais demoradamente ao esforccedilo

De modo geral os participantes se ocuparam com sessotildees de 30 minutos

ou mais de duraccedilatildeo Esta duraccedilatildeo foi relatada por 95 dos participantes que

alcanccedilaram a meta e 90 dos participantes que natildeo alcanccedilaram a meta Assim

observa-se que o tempo despendido para cada sessatildeo de AF entre as duas classes foi

semelhante (p=009) Para as atividades com duraccedilatildeo entre 30 e 60 minutos por

sessatildeo tambeacutem natildeo se observou diferenccedila significativa entre ativos suficientes e

insuficientes (p=008) Estes resultados mostram que a maioria dos participantes de

ambos os sexos atendeu satisfatoriamente ao quesito duraccedilatildeo do esforccedilo preconizado

pela maioria das diretrizes e se encontram de acordo com o que eacute recomendado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro

Aleacutem do maior percentual de homens para esforccedilos de duraccedilatildeo mais longa

o perfil se completou com solteiros jovens com idade entre 18 a 24 anos pardos e

morenos com baixa escolaridade (ateacute 8 anos) natildeo fumantes e com frequecircncia de 3 a

6 vezes por semana (plt0001) Somente 78 participantes (03) dos que natildeo

alcanccedilaram a meta relataram a praacutetica de AF com duraccedilatildeo inferior a 10 minutos Fica

demonstrado com isto que o tempo miacutenimo inferior a 10 minutos de duraccedilatildeo do

esforccedilo natildeo constitui um fator relevante para o natildeo alcance da meta

5332 Frequecircncia da atividade fiacutesica

Os participantes que alcanccedilaram a meta apresentaram maior frequecircncia

semanal Assim enquanto aproximadamente 95 dos participantes com AF

insuficiente referiram frequecircncia entre 1 e 2 vezes por semana cerca de 70 dos

110

participantes com AF suficiente a realizava em 3 ou mais vezes (plt0001) Apesar de

as mulheres terem sido menos ativas as que referiram a pratica de alguma AF se

mostraram mais assiacuteduas com maior frequecircncia semanal

Como os dois grupos (suficientes e insuficientes) relataram um

comportamento proacuteximo para a duraccedilatildeo do esforccedilo e oposto para a frequecircncia

semanal a frequecircncia semanal se mostra como um importante fator para o alcance da

meta miacutenima da AF

Em simulaccedilatildeo ao aumentar a frequecircncia semanal artificialmente para 3

sessotildees entre os 6233 participantes ativos insuficientes que referiram realizar sessotildees

entre 1 a 2 vezes por semana sem alterar qualquer outra informaccedilatildeo 5689

participantes obtiveram promoccedilatildeo em seu niacutevel de AF que resultou na passagem de

85 dos ativos insuficientes para suficientes Portanto o aumento da frequecircncia

semanal aumentou automaticamente o volume de esforccedilo semanal acumulado Um

participante que realiza duas sessotildees por semana com duraccedilatildeo de 50 minutos cada

ao final da semana cumpriu 100 minutos O acreacutescimo de uma sessatildeo aumentou o

volume para 150 minutos Embora as recomendaccedilotildees da OMS natildeo exijam

necessariamente frequecircncia distribuiacuteda ao longo da semana o aumento da frequecircncia

semanal contribuiu de modo importante para o volume final do esforccedilo

Em outra simulaccedilatildeo para os ativos insuficientes foi aumentada a duraccedilatildeo

do esforccedilo sem modificar a frequecircncia semanal e cada sessatildeo passou a ser natildeo

inferior a 60 minutos Entre os 6588 participantes pertencentes a esta classificaccedilatildeo

apenas 724 (11) obtiveram elevaccedilatildeo do niacutevel de AF Assim haacute de se ressaltar que

o aumento da duraccedilatildeo do esforccedilo de um uacutenico episoacutedio em face da distribuiccedilatildeo do

esforccedilo ao longo da semana para aumentar o niacutevel da AF aleacutem de ter se apresentado

menos eficiente tambeacutem pode aumentar o risco de lesotildees (Talbot et al 2007)

A determinaccedilatildeo ideal da frequecircncia semanal ainda natildeo eacute uma discussatildeo

encerrada pela maioria das diretrizes de AF O Comitecirc Consultivo do USDHHS em

2008 entendeu que as orientaccedilotildees do ACSM de 2007 satildeo muito especiacuteficas ao

definir a frequecircncia miacutenima de 5 dias por semana para atividades moderadas e 3 dias

para intensidades vigorosas Como resultado as atuais orientaccedilotildees da USDHHS

orientam que se possa acumular AF sem uma determinada frequecircncia semanal

111

A este respeito eacute limitado o nuacutemero de publicaccedilotildees em que avaliamos

benefiacutecios da AF para a sauacutede em resposta a diferentes frequecircncias por semana

Muitos estudos experimentais desde 1995 tecircm demonstrado efeitos beneacuteficos de

sessotildees de 120 a 150 minutos por semanade de atividade moderada ou vigorosa

geralmente realizadas de 3 a 5 vezespor semana indicando que a AF distribuiacuteda ao

longo da semana eacute eficaz e segura Estudos que avaliam benefiacutecios para a sauacutede com

programas de AF realizados em apenas 1 ou 2 sessotildees por semana com volume e

intensidade de esforccedilo satildeo ainda limitados

A diretriz oficial dos EUA de 2008 a OMS e o CDC sugerem que a

preocupaccedilatildeo com a frequecircncia semanal eacute menos importantedo que a quantidade ou a

intensidade do esforccedilo apesar dos dados disponiacuteveis serem insuficientes (USDHHS

2008a) A maioria das mudanccedilas morfofuncionais do organismo ocorre mediada

pelos processos de adaptaccedilatildeo funcional em resposta ao exerciacutecio fiacutesico e a sua

magnitude diminui ou se desfez agrave medida que aumenta o intervalo entre os estiacutemulos

(Aoyagi et al 2010) Outro aspecto crucial se refere ao fato de que natildeo considerar a

distribuiccedilatildeo sistematizada das atividades ao longo da semana poderia induzir as

pessoas a se esforccedilarem demais para alcanccedilar a meta em uma uacutenica sessatildeo o que

pode aumentar o risco de ocorrecircncia de eventos adversos agrave sauacutede (Talbot et al

2007)

5333 Intensidade do esforccedilo fiacutesico

Neste estudo a intensidade do esforccedilo foi determinada de forma indireta

sendo obtida pela observaccedilatildeo do tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e pela sua

conversatildeo em intensidade atraveacutes das indicaccedilotildees do Compecircndio de Atividade Fiacutesica

proposto por Ainsworth et al(2000)

As atividades vigorosas totalizando cerca de 40 da preferecircncia da

amostra atraiacuteram principalmente os jovens classificados como muito ativos fato que

se justifica considerando que de modo geral os jovens apresentam melhor aptidatildeo

fiacutesica do que os mais velhos As atividades moderadas (60) atraiacuteram mais as

mulheres e pessoas de mais idade

112

A caminhada foi responsaacutevel por manter ativos 43 da populaccedilatildeo

brasileira residente nas capitais da federaccedilatildeo conforme os resultados obtidos Essa

praacutetica como treinamento fiacutesico comeccedilou a ganhar forccedila no Brasil em meados da

deacutecada de 1970 com a difusatildeo do meacutetodo Cooper12

e tem se apresentado como a

escolha de preferecircncia para a praacutetica de AF em trecircs de cada quatro brasileiros que se

exercitam regularmente (MS 2010) Este resultado condiz com outro estudo que

apresenta a caminhada como a modalidade de maior adesatildeo entre os fisicamente

ativos (Bull 2010)

O futebol foi a atividade de maior preferecircncia entre os insuficientemente

ativos sendo o responsaacutevel por atrair aproximadamente 15 da amostra (N=3783)

principalmente entre os homens Portanto poliacuteticas de incentivo ao aumento de sua

frequecircncia semanal poderiam estimular os brasileiros a alcanccedilarem pelo menos os

niacuteveis miacutenimos de AF

Por fim o trabalho de musculaccedilatildeo se apresentou como a terceira

modalidade mais referida com 12 da preferecircncia Para algumas diretrizes como a

oficial dos EUA de 2008 independentemente da duraccedilatildeo do esforccedilo do metabolismo

envolvido e do gasto de energia dispendido para a sua realizaccedilatildeo os exerciacutecios de

musculaccedilatildeo natildeo deveriam compor a meta A diretriz da OMS de 2010 recomenda a

praacutetica da musculaccedilatildeo por pelo menos dois dias por semana mas omite se o esforccedilo

conta como AF miacutenima Neste estudo considerou-se que sim No entanto espera-se

que em 2015 data marcada para o reexame destas recomendaccedilotildees a OMS possa

deixar clara a sua posiccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave praacutetica de musculaccedilatildeo como parte integrante

da meta A princiacutepio natildeo parece coerente que um participante que consome 500 a

1000 MET minutos por semana ou mais realizando exerciacutecios de musculaccedilatildeo possa

ser classificado como inativo

12

Meacutetodo de treinamento estruturado no metabolismo aeroacutebio criado e desenvolvido

pelo meacutedico estadunidense Kennety Cooper

113

534 Eixo IV ndash Atividade Fiacutesica em portadores de Doenccedilas Crocircnicas natildeo

Transmissiacuteveis

Esta seccedilatildeo identifica o padratildeo de AF em portadores de diagnoacutestico preacutevio

de alguma DCNT para estabelecer se a praacutetica de AF estaacute de acordo com as

recomendaccedilotildees especiacuteficas para cada doenccedila

No inqueacuterito do VIGITEL de 2006 natildeo foi possiacutevel distinguir o grau ou

subtipo de cada doenccedila embora se admitam diferenccedilas cliacutenicas entre elas A

possibilidade de um mesmo participante ser portador de mais de um tipo de DCNT

tambeacutem foi considerada

Os portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT apresentaram estrutura de

AF proacutexima agravequela observada para o conjunto da populaccedilatildeo Assim a duraccedilatildeo a

intensidade do esforccedilo a preferecircncia pela modalidade e a frequecircncia semanal

guardam comportamentos semelhantes ou seja suficiecircncia de AF mais presente

entre participantes com maior assiduidade duraccedilatildeo do esforccedilo em meacutedia ge 30

minutos por sessatildeo e insuficiecircncia de AF para os menos assiacuteduos A caminhada e o

futebol tambeacutem foram as modalidades preferidas

5341 Hipertensatildeo arterial sistecircmica

Neste estudo a praacutetica regular de AF foi baixa nos portadores de

diagnoacutestico preacutevio de hipertensatildeo arterial sistecircmica (DPHAS) e o percentual

diminuiu com o aumento da idade A prevalecircncia desta doenccedila foi de 215 no

conjunto da populaccedilatildeo Deste total cerca de 59 se declararam inativos

Aproximadamente 70 dos participantes natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima de AF

Os resultados deste estudo foram consistentes com os dados do Ministeacuterio

da Sauacutede (MS) que estima a prevalecircncia entre 22 e 44 para adultos (32 em

meacutedia) chegando a mais de 50 para indiviacuteduos com 60 a 69 anos e 75 em

indiviacuteduos com mais de 70 anos (MS 2013) Ainda segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

parcela importante dos brasileiros desconhece o diagnoacutestico para este agravo Assim

eacute possiacutevel supor que a prevalecircncia de hipertensos na populaccedilatildeo seja ainda maior do

que a aqui encontrada

114

Este estudo confirmou maior predomiacutenio de hipertensatildeo entre as mulheres

com uma proporccedilatildeo de 2 mulheres para cada homem e com destaque para idade do

climateacuterio A maior procura de mulheres pelos serviccedilos de sauacutede pode explicar em

parte o maior conhecimento do diagnoacutestico

Dentre os estudos encontrados na literatura associando a praacutetica de AF e a

hipertensatildeo arterial Sofi et al (2008) apresentaram resultados com relaccedilatildeo inversa

entre o niacutevel de AF e a ocorrecircncia de hipertensatildeo arterial sistecircmica

O ACSM estabeleceu a associaccedilatildeo da ocorrecircncia de hipertensatildeo com a

inatividade fiacutesica de niacutevel lsquoCrsquo13

Deixou expliacutecito principalmente na atualizaccedilatildeo da

diretriz de 2007 que efeitos adicionais da AF para a prevenccedilatildeo da hipertensatildeo satildeo

obtidos com quantidades maiores de AF em relaccedilatildeo agravequelas recomendadas embora

natildeo explicitando claramente a magnitude da dose-resposta (ACSM 2007)

Outro estudo recente e abrangente eacute a metanaacutelise realizada por Kesaniemi

e colaboradores para subsidiar a atualizaccedilatildeo da diretriz oficial canadense O estudo

envolveu publicaccedilotildees abrangendo um universo de 112636 participantes divididos

em trecircs categorias inativo ativo insuficiente e ativo suficiente Os artigos elegiacuteveis

foram publicados ao longo de 24 anos entre 1983 e 2007 Chama a atenccedilatildeo o

consenso de efeitos positivos da AF sobre o risco de hipertensatildeo Em todos os

estudos ao comparar a quantidade de AF entre o grupo mais ativo com grupo menos

ativo a associaccedilatildeo encontrou risco relativo meacutedio de 068 (Kesaniemi et al2010)

Este estudo encontrou cerca de 70 dos portadores de DPHAS realizando

caminhada como praacutetica de AF Sobre isto haacute fortes evidecircncias de que a intensidade

do exerciacutecio aeroacutebio moderada eacute suficiente para reduzir a pressatildeo arterial no paciente

hipertenso Para o esforccedilo com intensidade maior (acima 85 VO2 max) admitem-se

efeitos deleteacuterios sobre a hipertensatildeo arterial sistecircmica embora os mecanismos

fisioloacutegicos ainda natildeo estejam totalmente esclarecidos (Warren et al 2010) Nas

recomendaccedilotildees recentes de AF para hipertensos ditadas pelo Coleacutegio Americano de

Cardiologia e pela Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia enfatiza-se que ser ativo

deve ser parte do protocolo da assistecircncia meacutedica ao hipertenso A AF regular com

13

Graduaccedilatildeo de evidecircncia divide-se em A B C e D Quanto maior o grau (ordem

alfabeacutetica decrescente) maior eacute a evidecircncia de associaccedilatildeo

115

intensidade de leve a moderada deve ser efetivada como parte do tratamento natildeo

medicamentoso quando haacute hipertensatildeo de leve a moderada e sem doenccedila cardiacuteaca de

base Nos casos de hipertensatildeo grave natildeo eacute indicado AF vigorosa mas estaacute liberada

a AF de intensidade leve Exerciacutecios isomeacutetricos que aumentam a carga ventricular

devem ser evitados Exerciacutecios dinacircmicos envolvendo grandes grupos musculares

devem ser os preferidos (ACC 2010 AHA 2010)

Em relaccedilatildeo agrave modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte preferido a maior

parte dos portadores de DPHAS estaacute de acordo com as recomendaccedilotildees especiacuteficas

principalmente entre as mulheres Assim as poliacuteticas de sauacutede para a hipertensatildeo

arterial devem dar maior incentivo agrave praacutetica de AF pois 70 dos hipertensos

moradores das grandes cidades brasileiras ainda satildeo insuficientemente ativos

5342 Dislipidemia

Neste estudo 17 dos participantes se declararam portadores de

diagnoacutestico preacutevio de dislipidemia (DPD) e entre eles 54 eram inativos Mulheres

aparecem colocadas numa situaccedilatildeo de desvantagem em relaccedilatildeo aos homens O

percentual de DPD cresceu linearmente com a idade e se estabilizou apoacutes os 55anos

Nesta idade aproximadamente 36 referiram DPD

Embora natildeo se constitua como doenccedila propriamente mas como fator de

risco para as DCNT a dislipidemia tem sido objeto de pesquisa na sua relaccedilatildeo com a

AF Os estudos encontrados na literatura relacionando a praacutetica de AF e a ocorrecircncia

de dislipidemia apresentaram efeito positivo da AF sobre os niacuteveis elevados de

lipiacutedios seacutericos enquanto a inatividade fiacutesica se apresentou deleteacuteria (Durstine et al

2001) Os mesmos autores tambeacutem mostraram que as medicaccedilotildees antidislipidecircmicas

podem ser potencializadas quando aliadas agrave AF embora declarem que os dados

disponiacuteveis a este respeito ainda satildeo insuficientes para declarar com precisatildeo a

magnitude desta associaccedilatildeo

Alteraccedilotildees significativas nos niacuteveis de lipiacutedios foram observadas apoacutes uma

uacutenica sessatildeo de esforccedilo verificando-se o aumento dos niacuteveis de colesterol HDL e

reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e do colesterol VLDL Estas alteraccedilotildees persistiram ateacute 24

horas apoacutes o esforccedilo e perderam o efeito na medida em que aumentou o intervalo

116

entre as sessotildees Os efeitos sobre o colesterol LDL foram menos intensos (Lee e

Paffenbarger 2001)

A plausibilidade bioloacutegica tem sido atribuiacuteda em parte agrave accedilatildeo da enzima

lipoproteiacutena lipase no muacutesculo esqueleacutetico que aumenta a degradaccedilatildeo das moleacuteculas

de gordura do sangue e eacute ativada pelo esforccedilo fiacutesico e pela diminuiccedilatildeo da secreccedilatildeo de

trigliceriacutedeos no fiacutegado Acredita-se que ambos os efeitos retornam aos niacuteveis de preacute-

exerciacutecio apoacutes o intervalo de 24 horas de repouso (Gill e Hardman 2003)

Neste estudo constatou-se que aproximadamente 90 dos portadores de

DPD que natildeo alcanccedilaram a meta recomendada de AF realizavam sessotildees entre 1 e 2

vezes por semana Neste aspecto a baixa frequecircncia semanal aleacutem de contribuir para

uma quantidade insuficiente de AF para a sauacutede geral tambeacutem estaacute em desacordo

com o estiacutemulo adequado para a reduccedilatildeo dos niacuteveis de lipiacutedios seacutericos

Os participantes mais jovens informaram menores taxas de aumento dos

lipiacutedeos seacutericos do que os mais velhos Segundo os dados do Ministeacuterio da Sauacutede

natildeo eacute comum os mais jovens se preocuparem com este problema embora sejam

tambeacutem acometidos por ele (MS 2010) A dislipidemia eacute fator de risco primaacuterio para

o IAM e o AVC e cerca de 20 de todos os oacutebitos por estas causas ocorrem em

pessoas entre 20 e 40 anos de idade

O maior percentual de DPD ocorreu entre as mulheres e nas com idade ge

45 anos foi seis vezes maior comparadas a grupos de mulheres com idade le 25

anos O aumento dos lipiacutedios seacutericos associado agrave diminuiccedilatildeo dos hormocircnios do

climateacuterio eacute fortemente apresentado pela literatura (Durstine et al 2001)

5343 Diabetes

Os resultados deste estudo trataram a diabetes de forma geneacuterica Embora

se reconheccedila distinccedilotildees entre os diferentes tipos de diabetes devido ao formato do

inqueacuterito do VIGITEL natildeo foi possiacutevel distinguir estes tipos diferentes No entanto

consideraremos que a nossa amostra se alinha com as estimativas mundiais que

apresentam o diabete do tipo 2 como constituindo de 80 a 90 dos casos (CDC

2010)

117

Os benefiacutecios da AF sobre a sensibilidade agrave insulina satildeo encontrados tanto

para atividades aeroacutebias quanto para atividades com exerciacutecio resistido

(musculaccedilatildeo) O mecanismo pelo qual essas modalidades de exerciacutecio melhoram a

sensibilidade agrave insulina parece ser diferente o que sugere que a combinaccedilatildeo das duas

modalidades seja a ideal (Persghin 1996) Para Eriksson et al (1997) o efeito do

exerciacutecio fiacutesico sobre a sensibilidade agrave insulina eacute maacuteximo de 12 a 48 horas apoacutes a

sessatildeo e volta progressivamente aos niacuteveis de preacute-atividade em aproximadamente

trecircs dias apoacutes a uacuteltima sessatildeo Isto reforccedila a necessidade da regularidade da AF Em

termos de ganho para a sauacutede os benefiacutecios parecem se destacar em indiviacuteduos

inativos que se tornam pelo menos moderadamente ativo Assim iniciar a praacutetica de

alguma AF parece ser para o portador de DPDM inativo um passo mais importante

do que atingir as metas recomendadas pelas diretrizes de AF (USDHHS 2008a)

Eacute importante destacar o consenso dos estudos que nortearam a atualizaccedilatildeo

da diretriz oficial do Canadaacute no ano de 2010 Uma metanaacutelise com estudos de coorte

acompanhados em meacutedia por 93 anos publicados ao longo de 16 anos e

envolvendo 624952 pessoas com 19325 casos de diabetes tipo 2 apresentou uma

relaccedilatildeo inversa entre a associaccedilatildeo do diabetes do tipo 2 e o niacutevel de AF A metanaacutelise

apresentou reduccedilatildeo meacutedia de risco de 42 para o grupo suficientemente ativo

quando comparado ao inativo e a maioria (84) destes estudos revelou reduccedilotildees

incrementais no risco de diabetes tipo 2 por meio de niacuteveis crescentes de AF

(Kesaniemi et al2010)

Cerca de 62 dos portadores de DPDM eram inativos e 70 deles

aproximadamente natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima de AF com destaque negativo

para as mulheres Entre os estudos encontrados na literatura envolvendo a praacutetica de

AF em portadores de diabetes Dipietro et al (2006) apresentam resultados que

confirmam a baixa procura de AF entre os diabeacuteticos

A praacutetica de caminhadas foi a principal modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou

esporte em aproximadamente 70 deste grupo A musculaccedilatildeo alcanccedilou somente

25 da preferecircncia

O Ministeacuterio da Sauacutede preconizou que para portadores de diabetes

mellitus o exerciacutecio deve ser iniciado de forma gradual e como exemplo cita as

118

caminhadas por 5 a 10 minutos em terreno plano aumentando-as semanalmente ateacute

alcanccedilar 30 a 60 minutos diaacuterios 5 a 7 dias por semana (MS 2006)

A caminhada foi o principal exerciacutecio fiacutesico praticado por

aproximadamente 70 deste grupo Este percentual foi superior quando comparado

ao percentual do puacuteblico em geral (423) A praacutetica da caminhada parece ser o tipo

de exerciacutecio fiacutesico que mais contribuiu para o alcance da meta recomendada no

entanto diabeacuteticos com perda significativa de sensibilidade nos peacutes por motivo de

seguranccedila devem ser desencorajados para a praacutetica desta modalidade ou de qualquer

outra que potencialize ferimentos nos peacutes Nesses casos outras opccedilotildees devem ser

consideradas

A diminuiccedilatildeo dos praticantes da caminhada e o aumento dos praticantes de

futebol satildeo caracteriacutesticas entre o grupo com AF insuficiente entatildeo o incentivo pelo

aumento da praacutetica de caminhadas eacute desejaacutevel para ambos os sexos e a reorganizaccedilatildeo

da praacutetica do futebol ndash com o aumento da frequecircncia semanal ndash pode elevar em

aproximadamente 22 do niacutevel de AF do puacuteblico masculino

A duraccedilatildeo de cada sessatildeo tende ser maior entre os suficientemente ativos

Somente 2 dos participantes com DPDM referiram AF com duraccedilatildeo menor que 30

minutos enquanto para os insuficientemente ativos foram 25 De modo geral 85

dos portadores de DPDM realizam sessotildees com 30 minutos ou mais de duraccedilatildeo e se

alinham agraves recomendaccedilotildees No entanto a frequecircncia semanal soacute se alinhou com as

recomendaccedilotildees para aqueles com AF suficiente sendo que a maioria (60)

realizaram AF 5 ou mais vezes por semana Para aqueles com AF insuficiente a

frequecircncia semanal estaacute em desacordo para 93 deste grupo Assim parece

promissor investimento no aumento da frequecircncia das atividades para o aumento da

suficiecircncia da AF em portadores de DPDM

Os descendentes asiaacutetico identificados no inqueacuterito segundo a cor de sua

pele (amarelos) apresentaram ao mesmo tempo melhores niacuteveis de AF e maiores

taxas de DPDM (11 - duas vezes maior do que os participantes de outras etnias)

Deve-se considerar a possibilidade deste grupo ter tido maior acesso aos serviccedilos de

sauacutede e aderido aagrave praacutetica de AF por recomendaccedilatildeo meacutedica

119

Eacute importante salientar que 465 dos brasileiros desconhecem o

diagnoacutestico preacutevio desta doenccedila A maior parte deles soacute perceberaacute a doenccedila nas fases

mais avanccediladas quando as consequecircncias passam a se manifestar de modo

perceptiacutevel (MS 2002) O conhecimento do diagnoacutestico preacutevio para a diabetes pode

reforccedilar a ideia de ser eou permanecer fisicamente mais ativos Isto pode criar uma

perspectiva interessante para a relaccedilatildeo entre a AF e o diagnoacutestico de um determinado

agravo crocircnico O conhecimento preacutevio do diagnoacutestico pode aumentar a adesatildeo agrave

praacutetica de AF pela busca da atenuaccedilatildeo do problema e isto pode reforccedilar a proteccedilatildeo

contra outras DCNT e suas respectivas complicaccedilotildees

Os maiores percentuais de diabetes foram encontrados em mulheres com

maior faixa etaacuteria e menor escolaridade grupo em que a taxa de AF tambeacutem eacute

menor Estrateacutegias para elevar o niacutevel de AF entre portadores de diabetes passam

pois pela priorizaccedilatildeo do grupo mais vulneraacutevel em face da inatividade fiacutesica

5344 Osteoporose

Os resultados deste estudo mostraram que 44 dos participantes tinham

diagnoacutestico preacutevio de osteoporose (DPO) com maior prevalecircncia na regiatildeo Sudeste

(46) e menor na regiatildeo Centro Oeste (36) (plt0001) Entre os portadores de

DPO houve maior incidecircncia entre as mulheres com destaque para a idade poacutes-

climateacuterio em que trecircs a cada dez mulheres declararam-se portadoras de DPO Em

ambos os sexos o diagnoacutestico foi mais comum com o aumento da idade

principalmente na faixa etaacuteria de acima de 65 anos A taxa de inatividade fiacutesica

(63) entre os portadores de DPO foi maior do que a meacutedia da populaccedilatildeo (52) e

perto de 75 ficaram aqueacutem do miacutenimo de AF recomendado pela OMS de 2010

Entre os estudos encontrados na literatura relacionando a praacutetica de AF

com a ocorrecircncia de osteoporose destaca-se a metanaacutelise realizada por Kujala et al

(2009) que reuniram estudos com seguimento meacutedio de 21 anos O trabalho revelou

que os participantes que praticaram AF vigorosa comparados com inativos ou

insuficientemente ativos apresentaram menor incidecircncia de fratura de quadril com

risco relativo (RR) = 038 (IC 95 = 016-091) Eacute importante destacar que a maioria

120

dos estudos tem associado a ocorrecircncia de fraturas oacutesseas como indicador de

osteoporose o que pode superestimar o efeito protetor da AF para o metabolismo

oacutesseo Sobre este ponto Vainionpaa (2006) afirma que alguns exerciacutecios fiacutesicos

podem diminuir a ocorrecircncia de fraturas natildeo pela melhora da sauacutede dos ossos em si

mas pela melhora do equiliacutebrio e pela diminuiccedilatildeo da quantidade e gravidade das

quedas principalmente entre os mais idosos Neste sentido o USDHHS em 2010

sugeriu medidas objetivas de acompanhamento da densidade oacutessea para que se tenha

a possibilidade de anaacutelise mais apurada do efeito da AF para a prevenccedilatildeo da

osteoporose

Neste estudo a praacutetica de caminhada foi a principal modalidade de

exerciacutecio fiacutesico ou esporte referida por 59 deste grupo A musculaccedilatildeo somou

somente 6 da preferecircncia Quando comparados aos portadores de outras patologias

crocircnicas eles apresentaram as menores taxas para caminhada corrida e musculaccedilatildeo

Outros 87 do grupo preferiram a hidroginaacutestica

A importacircncia da AF com exerciacutecios resistidos eacute destaque em vaacuterios

estudos mostrando que a densidade oacutessea aumenta entre 10 e 40 na coluna lombar

dos levantadores de peso Tenistas tecircm maior densidade oacutessea no braccedilo que segura a

raquete e nadadores e ciclistas que apresentam menor carga tecircm densidade oacutessea

similar aos controles (Raisz 2005 Martyn-St James e Carroll 2006)

Neste aspecto para a sauacutede oacutessea exerciacutecios de baixo impacto oacutesseo

como a hidroginaacutestica parecem natildeo ser a melhor escolha exceto para casos especiais

em que a descompressatildeo axial eacute necessaacuteria

A maior prevalecircncia de PDO entre as mulheres jaacute era aguardada Mulheres

perdem massa oacutessea de duas maneiras de forma raacutepida e de forma lenta A fase

raacutepida ocorre apoacutes a menopausa e tem duraccedilatildeo de 4 a 8 anos Durante esta fase

raacutepida as mulheres podem perder entre 20 e 30 das trabeacuteculas e 5 e 10 do osso

cortical Em seguida comeccedila uma fase lenta que corresponde a uma perda anual da

massa oacutessea de 1 a 2 Homens aparentemente sofrem apenas a perda lenta

(Kemmler et al 2004)

A perda oacutessea da camada cortical tambeacutem difere entre os sexos Os seus

mecanismos fisioloacutegicos natildeo estatildeo totalmente esclarecidos mas se sabe que homens

121

tecircm menor taxa de reabsorccedilatildeo e maior taxa de reposiccedilatildeo periosteal que as mulheres

Isto leva os homens a terem ossos maiores e com menor risco de sofrer de fraturas

(Shibata et al 2003)

Neste aspecto aleacutem de as mulheres perderem mais tecidos oacutesseos ao longo

da vida tambeacutem apresentam menores taxas de AF no tempo de lazer e no transporte

ativo Portanto o incentivo para a praacutetica de AF especialmente voltada para as

mulheres ganha dimensotildees maiores

Finalmente o tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e a duraccedilatildeo de cada

sessatildeo estavam de acordo com as recomendaccedilotildees de AF do Ministeacuterio da Sauacutede

brasileiro para a maioria dos portadores DPO cuja meta eacute alcanccedilar de 30 a 60

minutos diaacuterios de AF moderada na maior parte dos dias da semana (MS 2006) A

frequecircncia semanal estava de acordo com a quase totalidade (95) dos participantes

com DPO que alcanccedilaram a meta Poreacutem para mais da metade dos participantes que

natildeo alcanccedilaram a meta a frequecircncia semanal natildeo concordava com as recomendaccedilotildees

para a promoccedilatildeo da sauacutede oacutessea Aproximadamente 65 deles realizavam sessotildees

entre 1 e 2 vezes por semana e ficavam aqueacutem do que eacute recomendado

5345 Infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral

Neste estudo 66 dos participantes que referiram pelo menos um

episoacutedio de IAM eou AVC estavam inativos e somente 24 deles alcanccedilaram a

meta miacutenima de AF A maioria dos casos ocorreu entre os mais velhos com maior

frequecircncia entre as mulheres No conjunto aproximadamente 35 tinham idade

igual ou superior a 65 anos justamente na faixa etaacuteria onde se encontram os menores

niacuteveis de AF

Os estudos encontrados na literatura que verificou a praacutetica de AF com a

ocorrecircncia de IAM eou AVC apresentam resultados que corroboram esta pesquisa

(CSEP 2010) Os benefiacutecios da AF em viacutetimas de AVC independentemente do grau

de paralisia e de distuacuterbios sensoriais relacionam-se com a diminuiccedilatildeo das

limitaccedilotildees funcionais e com o incremento da sauacutede geral Uma maior capacidade de

exerciacutecio proporciona maior autonomia nas atividades diaacuterias com menor gasto de

122

energia (Adams et al 1994) aleacutem de proporcionarem a reduccedilatildeo do peso corporal e a

diminuiccedilatildeo de lipiacutedios seacutericos e de estresse dentre outros fatores

54 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste estudo verificou-se que a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF varia muito

entre as diretrizes que recomendam a AF o que eacute motivado principalmente pela natildeo

harmonia da quantidade ou da forma com que a organizaccedilatildeo da AF eacute recomendada

Aparentemente pequenas diferenccedilas tiveram impacto importante na classificaccedilatildeo do

rendimento Um aspecto que eacute complexo e desafiador se revela na possibilidade de

um mesmo indiviacuteduo ser classificado ao mesmo tempo como muito ativo diante

de uma recomendaccedilatildeo e como insuficientemente ativo diante de outra Para uma

boa parte da populaccedilatildeo a resposta para a pergunta estou fazendo atividade fiacutesica

suficiente para a minha sauacutede pode ser simultaneamente ldquosimrdquo e ldquonatildeordquo

dependendo do criteacuterio da recomendaccedilatildeo escolhida

Apesar do consenso cientiacutefico sobre os benefiacutecios da AF para as pessoas

lacunas importantes persistem no conhecimento dos efeitos de cada elemento da AF

frequecircncia duraccedilatildeo intensidade e modalidade Eacute crucial entender como a AF estaacute

inserida nos contextos socioculturais nos diferentes grupos eacutetnicos e nos diversos

segmentos populacionais como os portadores de deficiecircncia os diferentes estratos

socioeconocircmicos ou outros O significado da AF eacute diferente em cada contexto

cultural e social que estaacute sob investigaccedilatildeo Estudos dessa natureza poderatildeo subsidiar

poliacuteticas de promoccedilatildeo agrave sauacutede mais consistentes e com maior potencial de sucesso Eacute

necessaacuterio ainda aprofundar a cooperaccedilatildeo internacional para a elaboraccedilatildeo de

diretrizes e recomendaccedilotildees miacutenimas e no preenchimento das lacunas existentes

A elaboraccedilatildeo e a implantaccedilatildeo de poliacuteticas de promoccedilatildeo da sauacutede e de

prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos devem levar em conta que a insuficiecircncia de AF

recaiu crucialmente entre as pessoas brancas morenas ou pardas do sexo feminino

de baixa escolaridade de maior idade que desconheciam a existecircncia de local

apropriado para a AF proacuteximo a sua residecircncia e principalmente pelos residentes na

regiatildeo Sudeste em especial na cidade de Satildeo Paulo

123

Pessoas fisicamente ativas fizeram menor uso de tabaco Embora natildeo seja

possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causalidade neste estudo eacute plausiacutevel afirmar que as

accedilotildees de combate ao tabagismo e de estiacutemulo agrave AF ganham abrangecircncia quando

planejadas de forma integrada

O deslocamento ativo para o trabalho ou para a escola a peacute ou de bicicleta

dobrou o percentual do grupo que alcanccedilou a meta recomendada pela OMS

Estimular o deslocamento ativo para ampliar a AF da populaccedilatildeo insuficientemente

ativa parece ser uma boa estrateacutegia de poliacutetica puacuteblica jaacute que parece existir uma

predisposiccedilatildeo para este domiacutenio

A adequaccedilatildeo dos espaccedilos fiacutesicos puacuteblicos a seguranccedila e a infraestrutura

previstas nos programas de incentivo agrave AF devem considerar que as modalidades de

exerciacutecio mais populares nas capitais brasileiras satildeo a caminhada e o futebol

Dentre as pessoas insuficientemente ativas a duraccedilatildeo do esforccedilo em cada

sessatildeo foi adequada na maioria dos relatos O que tornou a AF insuficiente foi a

baixa frequecircncia Pensar estrateacutegias que aumentem a frequecircncia semanal para 2 ou 3

dias por semana pode elevar o niacutevel de AF para 90 dos insuficientemente ativos

A situaccedilatildeo mais desvantajosa percebida entre os participantes deste estudo

foi a completa ausecircncia de AF Eacute importante ter em mente na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas

de sauacutede que os benefiacutecios da AF natildeo ocorrem apenas quando as diretrizes satildeo

rigorosamente cumpridas Os inativos sempre satildeo beneficiados com a introduccedilatildeo de

alguma quantidade de AF e portanto mesmo que a recomendaccedilatildeo miacutenima natildeo possa

ser alcanccedilada deve-se estimular a quantidade de AF que for possiacutevel

Por fim cabe salientar que os serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria num sistema

puacuteblico e universal satildeo os locais mais oportunos para recomendar e orientar a praacutetica

de AF dada a sua proximidade e a sua penetraccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo em geral e

especialmente junto aos portadores de DCNT

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Page 6: Atividade física de adultos nas capitais brasileiras e no Distrito ...€¦ · 7.Condicionamento físico humano 8.Atividade motora USP/FM/DBD-225/14 . DEDICATÓRIA Dedico este Trabalho

Houzzeacute Houzzeacute Houzzeacute

LISTA DE DEFINICcedilAtildeO DE TERMOS

Angina pectoris dor toraacutecica ocasionada por isquemia transitoacuteria do miocaacuterdio

Aptidatildeo fiacutesica capacidade de suportar de esforccedilo fiacutesico

Aterosclerose acuacutemulo de material gorduroso nas paredes das arteacuterias

Atividade moderada atividade fiacutesica com gasto de energia gt 6 MET

Atividade vigorosa atividade fiacutesia com gasto de energia entre 3 a 6 MET

Cinesioterapia terapia fiacutesica realizada mediante a utilizaccedilatildeo de movimentos

corporais

Diabete tipo 2 diabetes mellitus natildeo insulino dependente ou diabetes tardia ndash

distuacuterbio metaboacutelico caracterizado pelo elevado niacutevel de glicose no

sangue pela insuficiecircncia relativa de insulina

Dieta hipocaloacuterica regime alimentar para emagrecimento

Dislipidemia alteraccedilotildees metaboacutelicas lipiacutedicas decorrentes de distuacuterbios em

qualquer fase do metabolismo lipiacutedico que ocasionem

repercussotildees nos niacuteveis seacutericos de lipoproteiacutenas (LP)

Ergoespirometria teste que possibilita determinar variaacuteveis respiratoacuterias metaboacutelicas

e cardiovasculares pela medida das trocas gasosas pulmonares

durante o exerciacutecio

Esforccedilo aeroacutebio esforccedilo sustentado pela oxidaccedilatildeo (intramitocondral) dos

combustiacuteveis geralmente de baixa intensidade e longa duraccedilatildeo e

sem produccedilatildeo de aacutecido laacutetico muscular

Esforccedilo anaeroacutebio esforccedilo sustentado pela produccedilatildeo de energia por via natildeo oxidativa

(extramitocondral) geralmente de alta intensidade e curta duraccedilatildeo

com a produccedilatildeo de aacutecido laacutetico (quando por via laacutetica)

Frequecircncia semanal quantidade de vezes por semana que a atividade fiacutesica eacute realizada

Hipertensatildeo arterial pressatildeo igual ou maior que 90140 mmHg exercida

sistecircmica sistematicamente nas paredes das arterial

Insulinopecircnico p com capacidade secretoacuteria residual de insulina inadequada para

suplantar a necessidade metaboacutelica

Intensidade reflete a grandeza do esforccedilo (moderado ou vigoroso)

Lipoproteiacutenas composto orgacircnico constituiacutedo por uma proteiacutena cuja moleacutecula estaacute

associada a lipiacutedeos

MET medida energeacutetica que equivale ao consumo de 35 ml O2kgmin

em repouso

Osteoporose doenccedila que reduz a densidade e a massa dos ossos provocando

aumento da fragilidade oacutessea e maior risco de fraturas

Pedometria contagem dos passos indica a distacircncia percorrida

Quilocaloria (kcal) quantidade de energia necessaacuteria para elevar 1 grau Celsius a

temperatura de 1 litro de aacutegua

Supercompensaccedilatildeo fase da teoria do princiacutepio da sobrecarga que ocorre durante o

periacuteodo de recuperaccedilatildeo ideal do esforccedilo fiacutesico na qual a desgaste

orgacircnico eacute recomposto com um ganho adicional

Volume quantidade de AF resultante do produto da frequecircncia semanal pela

duraccedilatildeo do esforccedilo

LISTA DE ABREVIATURAS

ACSM Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva

AF atividade fiacutesica

AHA Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia

APS Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede

AVD Atividade de vida diaacuteria

BHF Fundaccedilatildeo Inglesa do Coraccedilatildeo

CDC Centro de Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas

DCNT doenccedila crocircnica natildeo transmissiacutevel

DP desvio padratildeo

EU Uniatildeo Europeia

FC frequecircncia cardiacuteaca

HAS hipertensatildeo arterial sistecircmica

HDL proteiacutenas de alta densidade

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IF inatividade fiacutesica

kcal quilocaloria

LDL proteiacutenas de baixa densidade

MET equivalente metaboacutelico

NAF niacutevel de atividade fiacutesica

NUPENS Nuacutecleo de Pesquisas Epidemioloacutegicas em Nutriccedilatildeo e Sauacutede

OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PAS pressatildeo arterial sistecircmica

PS Promoccedilatildeo da Sauacutede

RR risco relativo

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

USDHHS Departamento de Sauacutede e Serviccedilos Sociais dos Estados Unidos

USP Universidade de Satildeo Paulo

VIGITEL Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito

Telefocircnico

VS Vigilacircncia em Sauacutede

WHA Assembleia Mundial da Sauacutede

WHO Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

LISTA DE QUADROS E FIGURAS

Quadro 1 Principais benefiacutecios atribuiacutedos agrave atividade fiacutesica 4

Quadro 2 Classificaccedilatildeo do niacutevel de atividade fiacutesica 47

Figura 1 O continuum da atividade fiacutesica 9

Figura 2 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade do esforccedilo e

benefiacutecios para a sauacutede 12

Figura 3 Resposta linear inversa ao volume de AF e benefiacutecios para a sauacutede 12

Figura 4 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade crescente de

esforccedilo e benefiacutecios para a sauacutede 13

Figura 5 Princiacutepio da sobrecarga 22

Figura 6 Classificaccedilatildeo regional do niacutevel de AF por diferentes

recomendaccedilotildees 62

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Nuacutemero de linhas telefocircnicas sorteadas linhas telefocircnicas elegiacuteveis e

entrevistas realizadas nas capitais dos estados brasileiros e no Distrito

Federal VIGITEL 2006 (MS 2007) 39

Tabela 2 Gasto energeacutetico para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

expresso em METmin obtido pelo produto da duraccedilatildeo do esforccedilo (em

minutos) com a meacutedia do gasto energeacutetico para cada modalidade

segundo o Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por Ainsworth

et al em 2000 44

Tabela 3 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta e porcentagem segundo o niacutevel de

AF e diferentes diretrizes de AF nas capitais brasileiras e Distrito

Federal ndash 2006 50

Tabela 4 Teste de Concordacircncia de Kappa para o cruzamento do niacutevel de AF

mediante diferentes diretrizes para a populaccedilatildeo adulta com idade ge 18

anos nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 51

Tabela 5 Frequecircncia da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos segundo o

niacutevel de AF coincidente para as recomendaccedilotildees do UE IOM ACSM

OMS IPAQ nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 52

Tabela 6 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

a diretriz da UE1 por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 53

Tabela 7 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

diretriz do IOM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 55

Tabela 8 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

diretriz do ACSM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 57

Tabela 9 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo a

diretriz da OMS por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 59

Tabela 10 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo a

diretriz do IPAQ por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 61

Tabela 11 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo variaacuteveis sociodemograacuteficas

nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 64

Tabela 12 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo caracteriacutesticas de

comportamento individual nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006 66

Tabela 13 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos com histoacuterico de

diagnoacutestico meacutedico de DCNT por sexo segundo o niacutevel de AF

determinado pela OMS nas capitais dos estados brasileiros e Distrito

Federal 2006 67

Tabela 14 Percentual da populaccedilatildeo adulta distribuiacuteda segundo modalidade de

exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados

brasileiros e Distrito Federal 2006 69

Tabela 15 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de hipertensatildeo

arterial sistecircmica segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e

niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito

Federal 2006 71

Tabela 16 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de diabetes

segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas

capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 73

Tabela 17 Percentual da populaccedilatildeo adulta com IAM eou AVC segundo modalidade

de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados

brasileiros e Distrito Federal 2006 75

Tabela 18 Percentual da populaccedilatildeo adulta com dislipidemia segundo modalidade

de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados

brasileiros e Distrito Federal 2006 77

Tabela 19 Percentual da populaccedilatildeo adulta com osteoporose segundo modalidade

de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados

brasileiros e Distrito Federal 2006 79

Tabela 20 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo periodicidade e niacutevel de AF

nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 81

Tabela 21 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos)

e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito

Federal 2006 84

Tabela 22 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta insuficientemente ativa antes e apoacutes

a simulaccedilatildeo de aumento da frequecircncia semanal e da duraccedilatildeo do esforccedilo

nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 86

Tabela 23 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos e diagnoacutestico

meacutedico referido para DCNT por sexo para a periodicidade e duraccedilatildeo

da AF segundo a recomendaccedilatildeo de AF determinada pela OMS nas

capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 88

SUMAacuteRIO

LISTA DE DEFINICcedilAtildeO DE TERMOS

LISTA DE ABREVIATURAS

LISTA DE QUADROS E FIGURAS

LISTA DE TABELAS

RESUMO

ABSTRACT

APRESENTACcedilAtildeO

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

11 EFEITOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA NA SAUacuteDE 2

111 Doenccedila cardiovascular 5

112 Doenccedila cerebrovascular 5

113 Dislipidemia 6

114 Hipertensatildeo arterial sistecircmica 6

115 Diabetes tipo 2 7

116 Osteoporose 7

12 DEFINICcedilAtildeO E CARACTERIacuteSTICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 8

13 RELACcedilAtildeO DOSE-RESPOSTA 11

14 EFEITOS ADVERSOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 14

15 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 15

16 DIRETRIZES E RECOMENDACcedilOtildeES DE ATIVIDADE FIacuteSICA 16

161 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Coleacutegio Americano de Medicina

Esportiva 17

162 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Comitecirc Executivo responsaacutevel

pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica ndash IPAQ 18

163 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Instituto de Medicina dos Estados

Unidos 19

164 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Uniatildeo Europeia 19

165 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 20

17 CONTROVEacuteRSIAS E CONSENSOS NAS RECOMENDACcedilOtildeES DE

ATIVIDADE FIacuteSICA 21

171 Frequencia semanal 21

172 Intensidade do esforccedilo 23

173 Duraccedilatildeo do esforccedilo 24

174 Dose de atividade fiacutesica 24

175 Minorias populacionais 27

176 Recomendaccedilotildees crianccedilas e jovens 28

177 Exerciacutecios especiacuteficos 29

1771 Musculaccedilatildeo 29

1772 Flexionamento 30

1773 Aquecimento e desaquecimento 30

178 Eventos adversos nas recomendaccedilotildees 31

179 Concordacircncias nas diretrizes 31

1710 Adesatildeo agrave atividade fiacutesica 32

18 PROMOCcedilAtildeO DA ATIVIDADE FIacuteSICA 33

19 SISTEMA VIGITEL 35

2 OBJETIVOS 37

3 METODOLOGIA 38

31 TIPO DE ESTUDO 38

32 AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS 38

33 DESCRICcedilAtildeO DE VARIAacuteVEIS 42

331 Domiacutenios da atividade fiacutesica 42

332 Modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte 42

333 Deslocamento ativo 42

334 Duraccedilatildeo e frequecircncia da atividade fiacutesica 43

335 Intensidade do esforccedilo 43

336 Variaacuteveis sociodemograacuteficas 45

337 Variaacuteveis de comportamento individual 45

338 Diagnoacutestico de DCNT 46

339 Determinaccedilatildeo do niacutevel da atividade fiacutesica 46

3310 Comparaccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees 46

34 ANAacuteLISE DOS DADOS 47

35 QUESTOtildeES EacuteTICAS 48

4 RESULTADOS 49

41 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA AMOSTRA 49

42 CLASSIFICACcedilAtildeO DO NIacuteVEL DE ATIVIDADE FIacuteSICA 49

421 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Uniatildeo Europeia 52

422 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Instituto de Medicina dos Estados

Unidos 54

423 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Coleacutegio Americano de Medicina

Esportiva 56

424 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 58

425 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo

Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica 60

43 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO VARIAacuteVEIS SOCIODEMOGRAacuteFICAS 62

44 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO O COMPORTAMENTO INDIVIDUAL 65

45 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO DIAGNOacuteSTICO DE DOENCcedilAS CROcircNICAS

NAtildeO TRANSMISSIacuteVEIS 66

46 MODALIDADES PREFERIDAS PARA A PRAacuteTICA DE ATIVIDADE

FIacuteSICA 68

47 PERIODICIDADE SEMANAL DA ATIVIDADE FIacuteSICA 80

48 DURACcedilAtildeO DA SESSAtildeO DE ATIVIDADE FIacuteSICA 83

5 DISCUSSAtildeO 89

51 SIacuteNTESE DOS RESULTADOS 89

52 LIMITACcedilAtildeO DO ESTUDO 90

53 INTERPRETACcedilAtildeO DOS RESULTADOS 92

531 Eixo I ndash Diferentes formas de recomendar atividade fiacutesica 92

532 Eixo II ndash Variaacuteveis sociodemograacuteficas e comportamentais na praacutetica da

atividade fiacutesica 94

5321 Sexo 94

5322 - Idade 95

5323 Escolaridade 97

5324 Etniacor 99

5325 Estado conjugal 101

5326 Conhecimento sobre local para atividade fiacutesica 102

5327 Variaccedilotildees regionais 104

5328 Consumo de tabaco 105

5329 Consumo de bebida alcooacutelica 106

53210 Estado de sauacutede 107

533 Eixo III ndash Componentes da atividade fiacutesica 108

5331Duraccedilatildeo do esforccedilo 109

5332 Frequecircncia da atividade fiacutesica 109

5333 Intensidade do esforccedilo fiacutesico 111

534 Eixo IV ndash Atividade Fiacutesica em portadores de Doenccedilas Crocircnicas natildeo

Transmissiacuteveis 113

5341 Hipertensatildeo arterial sistecircmica 113

5342 Dislipidemia 115

5343 Diabetes 116

5344 Osteoporose 119

5345 Infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral 121

54 Consideraccedilotildees finais 122

6 BIBLIOGRAFIA 124

RESUMO

Lima DF Atividade fiacutesica de adultos nas capitais brasileiras e no Distrito Federal

um estudo transversal [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Universidade de

Satildeo Paulo 2014

INTRODUCcedilAtildeO Existem duacutevidas em relaccedilatildeo agrave atividade fiacutesica (AF) de adultos

residentes nas capitais brasileiras e no Distrito Federal no que tange agrave organizaccedilatildeo e

agrave execuccedilatildeo desta praacutetica Neste estudo avaliamos a prevalecircncia de AF segundo cada

uma das principais diretrizes internacionais que recomendam a AF para a promoccedilatildeo

da sauacutede e exploramos as divergecircncias e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF

Avaliamos tambeacutem a associaccedilatildeo entre caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e

comportamentais com a praacutetica da AF como os principais componentes da AF se

relacionam na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual e descrevemos o padratildeo nos

portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) METODOLOGIA Os

participantes foram selecionados a partir de dados preacutevios do Sistema de Vigilacircncia

de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico para

as estimativas sobre frequecircncia e distribuiccedilatildeo sociodemograacutefica de fatores de risco e

proteccedilatildeo para doenccedilas crocircnicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito

Federal em 2006 RESULTADOS Foram elegiacuteveis 54369 participantes sendo

515 classificados como inativos Houve divergecircncias importantes na graduaccedilatildeo da

AF pelas principais diretrizes entre os ativos (Kappa = 04) A frequecircncia das sessotildees

de AF foi o aspecto que mais contribuiu para a determinaccedilatildeo do grau de AF

Recomendaccedilatildeo que orienta a frequecircncia diaacuteria resultou em uma prevalecircncia menor

de AF suficiente As que orientam volume semanal sem determinar frequecircncia

miacutenima tiveram as maiores prevalecircncias de AF suficiente Como decorrecircncia dessa

divergecircncia a prevalecircncia de AF suficiente nas cidades abordadas variou

distinguindo diferentes rankings conforme a recomendaccedilatildeo adotada Cerca de 90

da populaccedilatildeo ativa realizava sessotildees com duraccedilatildeo entre 30 a 60 minutos e natildeo houve

diferenccedila significante entre o grupo que alcanccedilou e o que natildeo alcanccedilou a meta da

recomendaccedilatildeo A quase totalidade (90) dos participantes que alcanccedilou a meta se

exercitava trecircs ou mais vezes na semana e 80 dos que natildeo alcanccedilaram a meta se

exercitavam entre 1 a 2 vezes na semana A caminhada o futebol e a musculaccedilatildeo

foram as modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte mais frequentes Encontramos

maior prevalecircncia de AF em homens Negros e amarelos foram fisicamente mais

ativos e a AF diminuiu com a idade com menor escolaridade e com viuvez

Aproximadamente 65 da populaccedilatildeo consideraram a sua sauacutede boa ou excelente e

entre os que a consideraram ruim a maioria estava inativa O deslocamento ativo e a

dieta hipocaloacuterica satildeo caracteriacutesticas predominantes dos participantes ativos O

tabagismo foi mais frequente entre os inativos e o maior consumo de bebidas

alcooacutelicas ocorreu entre os ativos As pessoas fisicamente ativas mais

frequentemente conheciam instalaccedilotildees proacuteprias para a praacutetica de AF nas

proximidades de suas moradias A inatividade fiacutesica (62) foi uma caracteriacutestica

destacada entre os participantes portadores de DCNT No conjunto 70 dos

portadores de alguma DCNT natildeo alcanccedilaram a recomendaccedilatildeo miacutenima de AF

CONCLUSOtildeES O niacutevel de AF variou muito entre as diretrizes que recomendam a

AF Para uma boa parte desta populaccedilatildeo a resposta para a pergunta estou fazendo

AF suficiente para a minha sauacutede Pode ser simultaneamente ldquosimrdquo e ldquonatildeordquo

dependendo do criteacuterio da recomendaccedilatildeo escolhida Dentre os insuficientemente

ativos a duraccedilatildeo do esforccedilo em cada sessatildeo foi adequada na maioria dos relatos o

que tornou a AF insuficiente foi a baixa frequecircncia Pensar estrateacutegias que aumentem

a frequecircncia semanal para 2 a 3 dias pode elevar o niacutevel de AF para 90 dos

insuficientemente ativos

Descritores estilo de vida sedentaacuterio doenccedila crocircnica vigilacircncia em sauacutede puacuteblica

promoccedilatildeo da sauacutede inqueacuteritos epidemioloacutegicos exerciacutecio condicionamento fiacutesico

humano atividade motora

ABSTRACT

Lima DF Physical activity in adults in the brazilian capitals and in the Federal

District a cross-sectional study [these] Satildeo Paulo Faculdade de Medicina

Universidade de Satildeo Paulo 2014

INTRODUCTION In regards to the organization and implementation of physical

activity (PA) there are many doubts related to the PA in adults residing in the

capitals of the federation and in the Federal District This study evaluated the

prevalence of PA according to each of the main international guidelines that

recommends the practice of PA for good health explores its divergences and also

the concordances of the PA level classification We also evaluated the association

between the sociodemographic and behavioral characteristics to the practice of PA

More specifically we focused on how the main components of the PA relates to

themselves to determine the level of individual PA and which patterns are present in

patients with chronic non-communicable diseases (CNCD) METHODOLOGY

Participants were selected from previous data that the System of Risk Factors

Surveillance and Chronic Diseases Protection Telephone Survey which was used for

the estimation of frequency and sociodemographic distribution of risk and protective

factors for chronic diseases in the 26 Brazilian state capitals and in the Federal

District in 2006 RESULTS There were 54369 eligible participants of which 515

classified as inactive There were important divergences in the PA graduation by the

main guidelines among the active participants (Kappa = 04) The PA session

frequency was the main reason that most contributed to the determination of the PA

degree The recommendation which guides the daily frequency resulted in the

lowest prevalence of enough PA The recommendations that guide weekly volume

without determining minimum frequency had the highest prevalence of enough PA

As a result of this divergence the prevalence of enough PA in the addressed cities

ranged in different distinguishing rankings according to the adopted

recommendation About 90 of the active population performed sessions which

lasted between 30 to 60 minutes From this data it was evident that there was no

significant difference between the group which achieved the recommended PA and

the the group which did not achieve the goal of the recommended PA level Almost

all of the participants (90) who achieved the goal of recommended PA levels

exercised three or more times a week and 80 of those who did not reach the goal

exercised between 1 to 2 times a week Trekking soccer and weightlifting were the

most frequent physical exercise modalities or sports performed We found a higher

prevalence of PA in men than in women Furthermore the study showed that Blacks

and Yellows were more physically active The amount PA level decreased with age

decreased amongst those with less education and amongst those who were widowed

Approximately 65 of the population considered their health good or excellent and

among those who considered it bad the majority were inactive Active commuting

and hypocaloric diets are predominant characteristics of the active participants

Smoking was more common among the inactive participants but higher alcohol

consumption occurred among those that were active Physically active people

frequently knew more suitable facilities for the PA practice near their homes

Physical inactivity (62) was a prominent characteristic among the participants

suffering from CNCD Overall 70 of the participants suffering from any CNCD

did not attain the minimum recommendations of PA CONCLUSIONS The PA

levels varied widely among the guidelines that recommend PA For a large portion of

the population the answer to the question of whether one is doing enough PA for

ones health can simultaneously be yes and no depending on the criterion of the

chosen recommendation Among the insufficiently active population the exercise

duration in each session was adequate enough in most reports but what made the PA

insufficient was the low frequency Thinking about strategies to increase the weekly

frequency for 2 to 3 days can raise the level of PA for 90 of the insufficiently

active population

Descriptors sedentary lifestyle chronic disease public health surveillance health

promotion health surveys exercise physical conditioning human motor activity

APRESENTACcedilAtildeO

A definiccedilatildeo do termo sauacutede mudou consideravelmente no decorrer da

histoacuteria Hoje seu entendimento eacute mais do que somente ausecircncia de doenccedila A

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede propocircs a partir de 1946 uma definiccedilatildeo abrangente

de sauacutede onde sauacutede eacute vista como um recurso para a vida e natildeo como uma finalidade

da vida (WHO 2010) Em outras palavras a promoccedilatildeo da sauacutede eacute o processo que daacute ao

sujeito maneiras de garantir maior controle sobre sua proacutepria sauacutede Assim este processo

procura propor mudanccedilas para estilos de vida na promoccedilatildeo do bem-estar Eacute nesta forma

de compreensatildeo que a promoccedilatildeo dos niacuteveis de atividade fiacutesica (AF) e a diminuiccedilatildeo das

taxas de inatividade fiacutesica assumem um relevante papel para que tal processo possa ser

efetivado

Nesta pauta observa-se que diferentes organizaccedilotildees e agecircncias

governamentais muito embora persigam os mesmos objetivos propotildeem-se a

recomendar a praacutetica de AF de modos diferentes ou seja recomendam uma

quantidade miacutenima de AF que resulte em efeitos substanciais para a sauacutede Assim

observaccedilotildees informais sobre dados existentes da praacutetica de AF de adultos residentes

nas capitais dos Estados e no Distrito Federal despertaram o interesse de ampliar a

exploraccedilatildeo das informaccedilotildees sobre como esta populaccedilatildeo organiza a praacutetica de AF e de

verificar indiacutecios de causas que possam contribuir para o alcance ou natildeo das metas

recomendadas

Eacute com esta problemaacutetica sendo transformada em objeto de estudo ou

seja sendo usada para a construccedilatildeo de uma Tese que este estudo se constroacutei e se

apresenta como um caminho a ser perseguido Nela a primeira seccedilatildeo desenvolve os

conceitos e as definiccedilotildees baacutesicas do tema central objetivando relacionar a praacutetica da

AF com a sauacutede puacuteblica destacar a promoccedilatildeo da AF e os riscos decorrentes da

inatividade fiacutesica as estrateacutegias brasileiras para a orientaccedilatildeo e a supervisatildeo da praacutetica

de AF e o sistema de monitoramento e acompanhamento destas estrateacutegias Em

seguida apresenta a seleccedilatildeo das organizaccedilotildees e agecircncias governamentais destacadas

e remete agraves suas recomendaccedilotildees para a AF Foram elas que serviram de base para a

concordacircncia (ou natildeo) com a sua classificaccedilatildeo do niacutevel de AF para o destaque das

suas diferenccedilas e semelhanccedilas e para a procura de identificaccedilatildeo das suas lacunas e

potencialidades

A segunda seccedilatildeo apresenta os aspectos metodoloacutegicos destacando o uso

do banco de dados do Sistema de Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para

Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico ndash VIGITEL de 2006 cuja anaacutelise

permitiu verificar o padratildeo de organizaccedilatildeo da praacutetica de AF de uma amostra

probabiliacutestica representativa da populaccedilatildeo brasileira de adultos de 26 capitais e do

Distrito Federal

A terceira seccedilatildeo apresenta a descriccedilatildeo dos resultados organizados em

tabelas A quarta seccedilatildeo discute os resultados em quatro eixos 1) variaacuteveis

sociodemograacuteficas e comportamentais 2) componentes da atividade fiacutesica 3)

diferentes formas de recomendar AF e 4) AF em portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis (DCNT) Na quinta e uacuteltima seccedilatildeo apresentam-se as conclusotildees e as

consideraccedilotildees finais do estudo com o objetivo de produzir mais informaccedilotildees que

possam de alguma forma aumentar o diaacutelogo em direccedilatildeo do crescimento dos niacuteveis

de AF e da diminuiccedilatildeo da inatividade fiacutesica

A versatildeo apresentada nesta Tese natildeo inclui as modificaccedilotildees sugeridas

pela Banca Examinadora

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

As uacuteltimas deacutecadas apresentaram uma inversatildeo no perfil da

morbimortalidade global com diminuiccedilatildeo da prevalecircncia das doenccedilas infecciosas e

aumento das doenccedilas crocircnicas Este novo perfil da sauacutede fez crescer o interesse pelos

fatores associados agraves doenccedilas crocircnicas O baixo niacutevel populacional de atividade

fiacutesica (AF) eacute um desafio atual em sauacutede puacuteblica considerando que a inatividade

fiacutesica eacute um fator modificaacutevel que tem se mostrado associado a uma maior frequecircncia

de doenccedilas crocircnicas e degenerativas a praacutetica regular de AF eacute recomendada na

prevenccedilatildeo e tratamento destas doenccedilas e que a prevalecircncia da praacutetica de AF eacute baixa

tanto em paiacuteses de economia central quanto naqueles de economia perifeacuterica (Hallal

2012)

Assim numerosos estudos epidemioloacutegicos tecircm demonstrado que a

atividade fiacutesica (AF) regular eacute beneacutefica para a promoccedilatildeo da sauacutede (Morimoto et al

2006 USDHHS 2008a Boyle et al 2010) Os dados que comprovam os seus

benefiacutecios foram produzidos principalmente a partir de estudos independentes que

apresentam iacutendices consistentes e com pouca ou nenhuma evidecircncia contraacuteria

estabelecendo uma robusta solidez em termos de dose-resposta e reforccedilando a

conclusatildeo de um nexo de causalidade convincente (CDC 2008) entre os dois

campos embora a natureza dessa associaccedilatildeo natildeo seja completamente compreendida

(McAuley et al 2006 White Warren et al 2009)

Neste sentido esta tese foi conduzida com o objetivo de identificar o

perfil da AF no cotidiano de brasileiros adultos residentes em grandes centros

urbanos e de responder a algumas questotildees Qual eacute o padratildeo da AF na organizaccedilatildeo

dos exerciacutecios fiacutesicos ou dos esportes praticados Diferentes diretrizes podem

recomendar a praacutetica de AF e classificar diferentemente o niacutevel de um mesmo

participante diante das mesmas informaccedilotildees Quais satildeo as caracteriacutesticas

sociodemograacuteficas da populaccedilatildeo que ainda natildeo alcanccedilou a meta miacutenima de AF

recomendada Onde residem os brasileiros mais e menos ativos Quais satildeo as

propriedades que diferenciam os praticantes de AF que alcanccedilam a meta e os que natildeo

2

alcanccedilam Como os portadores de doenccedilas crocircnicas estruturam os exerciacutecios fiacutesicos

e qual eacute o seu niacutevel de AF

11 EFEITOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA NA SAUacuteDE

Ao meacutedico inglecircs Jeremy Morris em 1953 eacute creditado agraves primeiras

investigaccedilotildees sobre os perigos de sauacutede associados ao estilo de vida pouco ativo cujo

resultado foi o maior risco de doenccedilas coronaacuterias em profissionais que trabalhavam

em serviccedilos fisicamente menos exigentes ao comparar motoristas com cobradores de

ocircnibus no Reino Unido e escrituraacuterios com carteiros nos Estados Unidos (Blair

Monte e Nichaman 2004) Desde entatildeo consideraacutevel volume de pesquisa confirmou

e ampliou a teoria de que a AF reduz significativamente o risco de doenccedilas

cardiovasculares Cite-se por exemplo o estudo de Kohl et al(2012)

Estes primeiros estudos foram importantes por levantarem trecircs questotildees

fundamentais a primeira trata do desempenho fiacutesico e da reduccedilatildeo da incidecircncia de

doenccedilas cardiovasculares como eventos associados a segunda indica a necessidade

de investigar a relaccedilatildeo da praacutetica de AF como agente promotor de sauacutede e a terceira

busca determinar se os diferentes modos de organizar a AF afetam as respostas

encontradas Como resultado desse movimento os estudos tecircm demonstrado que as

oportunidades e as condiccedilotildees para ser fisicamente ativo tendem a diminuir a partir da

vida adulta Em acircmbito mundial trecircs explicaccedilotildees justificam essa tendecircncia o

envelhecimento da populaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo natildeo planejada e as mudanccedilas sociais

cada uma delas contribui com comportamentos que criam caminhos para a

inatividade fiacutesica

Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede a inatividade fiacutesica eacute o quarto

fator de risco mais importante para a mortalidade por todas as causas (WHO 2010)

Estima-se que a inatividade fiacutesica seja responsaacutevel por 6 da carga de doenccedila de

doenccedila cardiacuteaca coronaacuteria 7 de diabetes do tipo 2 10 de cacircncer de mama e 10

de cacircncer de coacutelon A inatividade provocou 9 da mortalidade prematura (mais de

53 milhotildees) das 57 milhotildees de mortes ocorridas no mundo em 2008 Se inatividade

3

fiacutesica fosse diminuiacuteda em 25 mais de 13 milhotildees de mortes poderiam ser evitadas

a cada ano no mundo

No Brasil cerca de 60 a 70 da populaccedilatildeo se encontra abaixo das

recomendaccedilotildees globais de AF A prevalecircncia elevada da inatividade fiacutesica ou da

praacutetica insuficiente de AF foi considerada responsaacutevel por 53673 mortes em 2008

por 3 a 5 das principais doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e por 531 das

mortes por todas as causas (Rezende et al 2014)

A OMS e outras agecircncias governamentais como exemplo a Uniatildeo

Europeia recomendam em suas diretrizes que a AF seja tratada com prioridade pelas

poliacuteticas de sauacutede puacuteblica com abordagens amplas e sustentaacuteveis que garantam

maior visibilidade agrave AF (Idesporto 2009)

Por outro lado os estudos tambeacutem tecircm tematizado a inatividade fiacutesica e

mostram seu impacto em algumas alteraccedilotildees fisioloacutegicas particularmente as de

natureza circulatoacuteria como reduccedilatildeo do volume de sangue hipotensatildeo ortostaacutetica e

reduccedilatildeo da absorccedilatildeo maacutexima de oxigecircnio dentre outras A falta de AF provoca

tambeacutem alteraccedilotildees metaboacutelicas significativas como a reduccedilatildeo da capacidade

oxidativa a toleracircncia diminuiacuteda da glicose o desenvolvimento de lipidemias e o

aumento da excreccedilatildeo urinaacuteria de caacutelcio A atrofia muscular por fim eacute detectaacutevel

com certa facilidade As mudanccedilas relacionadas a ela satildeo reprodutiacuteveis e podem ser

revertidas com a praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos (CDC 2010)

Outra influecircncia da AF muito tematizada na literatura cientiacutefica eacute sobre

as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) As DCNT ameaccedilam a qualidade de

vida de milhotildees de pessoas e apresentam grande impacto no financiamento da sauacutede

puacuteblica principalmente nos paiacuteses de economia perifeacuterica A Organizaccedilatildeo Mundial

da Sauacutede (OMS) estima que o nuacutemero total de mortes por doenccedilas crocircnicas tenderaacute a

aumentar 17 na proacutexima deacutecada e que a taxa de mortalidade por DCNT seraacute duas

vezes maior (ou mais) que a taxa de mortalidade por doenccedilas infecciosas (WHO

2009)

Dado este cenaacuterio a OMS propocircs aos Estados-Membros compromissos

para a reduccedilatildeo das taxas de morbimortalidade por DCNT partindo da premissa de

que essas afecccedilotildees satildeo potencialmente evitaacuteveis A 57ordf Assembleia Mundial da

4

Sauacutede propocircs entre outras medidas a adoccedilatildeo de estilo de vida ativo por meio da

Resoluccedilatildeo WHA 5717 ndash Estrateacutegia Global para a alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica e

sauacutede (OMS 2009)

No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos principais benefiacutecios da AF

para a sauacutede juntamente com a respectiva forccedila das evidecircncias que os comprovam

(USDHHS 2008b Aoyagi et al 2010)

Quadro 1 Principais benefiacutecios atribuiacutedos agrave atividade fiacutesica

Doenccedila Condiccedilatildeo Evidecircncias

Menor risco de doenccedila cardiovascular

Menor risco de AVC

Menor risco de morte prematura

Menor risco de lipidemias

Controle do excesso de pesoobesidade (sem dieta

hipocaloacuterica)

Perda de peso associada agrave dieta hipocaloacuterica

Menor risco de diabetes tipo 2

Menor risco de hipertensatildeo arterial sistecircmica

Menor risco de cacircncer de coacutelon

Menor risco de cacircncer de mama

Menor risco de cacircncer de pulmatildeo

Menor risco de cacircncer endometrial

Menor risco de quedas nos idosos

Aumento da densidade oacutessea (idosos)

Prevenccedilatildeo da osteoporose

Melhor funcionamento cardiopulmonar

Melhor bem-estar geral

Estado de sauacutede (sensaccedilatildeo subjetiva)

Digestatildeo e regulaccedilatildeo do tracircnsito intestinal

Manutenccedilatildeo das funccedilotildees motoras

Melhora das funccedilotildees cognitivas

Reduccedilatildeo da depressatildeo e da demecircncia

Absentismo laboral (baixas por doenccedila)

Niacutevel de estresse

Qualidade do sono autoimagem e autoestima

Forte

Forte

Forte

Forte

Moderada

Forte

Forte

Forte

Forte

Forte

Moderada

Moderada

Forte

Moderada

Forte

Forte

Moderada a forte

Moderada a forte

Forte

Forte

Forte

Forte

Moderada

Moderada a forte

Moderada a forte

FONTE USDHHS1 2008b

1 O Departamento Nacional de Sauacutede e Serviccedilos Humanos dos EUA (USDHHS) eacute a

principal agecircncia de sauacutede do governo dos Estados Unidos Em 2008 renovou as

orientaccedilotildees e recomendaccedilotildees sobre a importacircncia de ser fisicamente ativo promover

a sauacutede e reduzir o risco de doenccedilas crocircnicas

5

111 Doenccedila cardiovascular

Os benefiacutecios para a sauacutede cardiovascular mediante a realizaccedilatildeo de AF

regular tecircm sido documentados por vaacuterios estudos Resultados de metanaacutelises

indicam que o risco de doenccedilas cardiacuteaco-coronaacuterias dobra em participantes menos

ativos quando eles satildeo comparados com participantes mais ativos Os estudos

disponiacuteveis indicam que haacute uma relaccedilatildeo dose-resposta inversa entre a praacutetica de AF

regular e o risco de morte e de eventos cardiovasculares em geral e em particular

daqueles causados por insuficiecircncia coronaacuteria O estudo de Schuler et al (1992)

analisou aproximadamente 3 mil pacientes com relato de angina pectori duranter 12

meses Em relaccedilatildeo ao grupo de intervenccedilatildeo aleacutem do tratamento cliacutenico de rotina foi

introduzido AF moderada de 30 minutos por dia O controle angiograacutefico mostrou

que neste houve a diminuiccedilatildeo meacutedia de 32 no grau da insuficiecircncia coronaacuteria

quando comparado ao grupo de controle que soacute recebeu o tratamento cliacutenico

Outro estudo ainda mostrou que os pacientes que realizaram AF

moderada apresentaram um risco 11 menor de desenvolver eventos cardiacuteacos

adversos ao ser cotizado com grupo com AF de alta intensidade (Swain e Franklin

2006)

Homens e mulheres japoneses fisicamente ativos que residiam no Japatildeo e

homens mais velhos (japoneses) residentes no Havaiacute apresentaram menores taxas de

mortalidade por doenccedila cardiovascular do que as suas contrapartes menos ativas

Resultados semelhantes foram relatados para mulheres chinesas que vivem em

Xangai e homens e mulheres chineses que vivem em Hong Kong (CDC 2010)

112 Doenccedila cerebrovascular

Os dados sobre doenccedilas cerebrovasculares (AVC) e a sua associaccedilatildeo com

a praacutetica de AF satildeo menos numerosos e conclusivos quando comparados agraves doenccedilas

cardiovasculares Haacute no entanto evidecircncias que mostram o efeito protetor da AF

para as lesotildees vasculares no ceacuterebro Haskell et al (2009) evidenciaram uma relaccedilatildeo

inversa entre o grau do condicionamento fiacutesico e a incidecircncia de AVC A mesma

relaccedilatildeo pode ser observada entre um grupo de intervenccedilatildeo que se exercitava em um

6

niacutevel de esforccedilo moderado em comparaccedilatildeo com um grupo de pessoas sedentaacuterias A

AF com esforccedilo de maior intensidade parece natildeo trazer benefiacutecios adicionais de

proteccedilatildeo quando comparado ao esforccedilo moderado A regularidade da AF moderada

parece ser o fator de maior proteccedilatildeo em relaccedilatildeo ao risco de ocorrecircncia de AVC (Liao

et al 2009)

113 Dislipidemia

A aterosclerose eacute um dos principais fatores da mecacircnica obstrutiva dos

vasos coronarianos ao longo do tempo Os niacuteveis de colesterol e trigliceriacutedios estatildeo

fortemente associados agrave gecircnese do ateroma na parede arterial Nesta perspectiva haacute

fortes evidecircncias de que a AF com gasto de energia entre 1200 e 2200 quilocalorias

(kcal) por semana pode contribuir para reduzir a taxa total de colesterol e o colesterol

de baixa densidade (LDL) assim como para aumentar a taxa de colesterol de alta

densidade (HDL) e diminuir a taxa seacuterica de trigliceriacutedios (Leon e Sanches 2001)

114 Hipertensatildeo arterial sistecircmica

A pressatildeo arterial sistecircmica quando estaacute elevada representa um fator de

impacto fisioloacutegico sobre o sistema hemodinacircmico arterial Durante o esforccedilo

intenso a pressatildeo arterial sistecircmica tende a aumentar paralelamente ao aumento de

resultados adversos agudos por causas circulatoacuterias (Churilla e Ford 2010) De modo

contraacuterio a AF regular moderada e de longa duraccedilatildeo parece se associar de modo

positivo agrave reduccedilatildeo da pressatildeo arterial sistecircmica e quase sempre eacute indicada como

terapia coadjuvante no controle da pressatildeo arterial sistecircmica Estas conclusotildees satildeo

apoiadas por vaacuterios estudos (Rafferty et al 2002 Tully et al 2007 Caban-Martinez

et al 2010) Natildeo obstante a metanaacutelise realizada por Fagard (2001) (que reuniu

somente ensaios cliacutenicos) mostrou uma diminuiccedilatildeo significativa da pressatildeo arterial

sistoacutelica e diastoacutelica (34 e 24 mmHg respectivamente (plt0001)) ocasionada pelo

treinamento com exerciacutecios repetidos entre 3 e 5 vezes por semana com duraccedilatildeo de

30 a 60 minutos

7

115 Diabetes tipo 2

O exerciacutecio fiacutesico tem efeito hipoglicecircmico agudo devido agrave

potencializaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de insulina no plasma Cauza et al (2006)

mostraram que o exerciacutecio fiacutesico diminui a glicemia sanguiacutenea em jejum e aumenta a

sensibilidade agrave insulina perifeacuterica e hepaacutetica entre 12 e 16 horas apoacutes o esforccedilo

Assim o exerciacutecio fiacutesico pode ajudar no controle dos niacuteveis de accediluacutecar no sangue O

mecanismo fisioloacutegico que suporta esta tese indica o aumento da siacutentese do

glicogecircnio e o aumento e ativaccedilatildeo do nuacutemero de transportadores de glicose (Sigal et

al 2007) No entanto o tipo da diabete deve ser considerado Os insulinopecircnicos

natildeo respondem em proporccedilatildeo igual aos benefiacutecios especiacuteficos da AF postos em

contraste com os portadores de hiperglicemia moderada e com a fase inicial da

intoleracircncia aos carboidratos (Eriksson et al 1997)

Outro fator a considerar eacute a resposta agrave intensidade do esforccedilo Exerciacutecios

anaeroacutebios produzem um efeito miacutenimo na melhora da toleracircncia agrave glicose Parece

que os efeitos beneacuteficos da AF satildeo atribuiacutedos essencialmente ao esforccedilo aeroacutebio e a

maior eficaacutecia no controle glicecircmico enfatiza a necessidade de sessotildees repetidas pelo

menos 3 vezes por semana (Riddel e Burr 2011)

Recentemente Bull et al (2010) mostraram que programas que

envolvem resistecircncia (pesos) ao esforccedilo muscular reduzem significativamente os

niacuteveis de glicose sanguiacutenea desde que os processos oxidativos do metabolismo

energeacutetico sejam tambeacutem fortemente ativados

116 Osteoporose

A osteoporose se caracteriza pela diminuiccedilatildeo do caacutelcio oacutesseo e

deterioraccedilatildeo da massa estrutural do tecido oacutesseo levando agrave fragilidade dos ossos e ao

aumento da susceptibilidade agraves fraturas Ela afeta principalmente as pessoas idosas e

eacute mais comum entre as mulheres principalmente apoacutes o climateacuterio (Vainionpaa

2006)

A AF pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento da

massa oacutessea durante a infacircncia e a adolescecircncia na manutenccedilatildeo da massa esqueleacutetica

8

na idade adulta e na desaceleraccedilatildeo da reduccedilatildeo na densidade mineral oacutessea que

aparecem com o envelhecimento o repouso ou a imobilidade (Koike 2005

Suominen 2006)

De particular interesse para a sauacutede puacuteblica a praacutetica de AF pode

prevenir ou retardar a perda de massa oacutessea ao longo da vida A resistecircncia externa

imposta aos muacutesculos e o grau do impacto oacutesseo parecem ser fatores cruciais e

determinantes para estimular e manter a massa oacutessea saudaacutevel Assim eacute provaacutevel

que exerciacutecio com estas caracteriacutesticas possam ter efeitos mais pronunciados do que

outros Poreacutem embora este princiacutepio mostre uma forte aceitaccedilatildeo pela comunidade

cientiacutefica ele ainda natildeo estaacute inequivocamente estabelecido (OMS 2004 Pattersen e

Warburton 2009)

Os principais benefiacutecios da AF para a sauacutede estatildeo claramente delineados

pela literatura cientiacutefica no entanto eacute importante sublinhar que muitas vezes usa-se

a noccedilatildeo de AF como sinocircnimo de praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos assim como eacute comum

usar a inatividade fiacutesica para definir comportamento sedentaacuterio Embora estes

conceitos mantenham relaccedilotildees de semelhanccedila entre si haacute nuances em suas

definiccedilotildees

12 DEFINICcedilAtildeO E CARACTERIacuteSTICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA

A AF eacute um comportamento complexo e multidimensional que pode ser

entendido como todo movimento corporal produzido pelo acionamento dos

muacutesculos esqueleacuteticos resultando em aumento substancial do gasto energeacutetico acima

do metabolismo de repouso (Kenneth e Christenson 1985)12

A AF pode ser dividida em diferentes domiacutenios(USDHHS 2010a)

1) Atividade desportiva (performance)

2) Atividade no tempo de lazer (tempo livre)

3) Atividades laborais (no trabalho formal e no lar)

4) Atividade no transporte ativo (deslocamento a peacute ou de bicicleta)

5) Atividade fiacutesica para reabilitaccedilatildeo (cinesioterapia)

1Esta definiccedilatildeo de AF eacute atualmente adotada pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

9

O exerciacutecio fiacutesico eacute um subconjunto da AF especializado e organizado

de forma planejada repetida e executada com objetivos especiacuteficos Assim embora

todo o exerciacutecio fiacutesico seja uma AF nem toda AF eacute necessariamente um exerciacutecio

fiacutesico (USDHHS 2008b)

O exerciacutecio fiacutesico de um modo geral apresenta trecircs componentes que

descrevem a sua estrutura (Matveacuteev 2001)

a) Duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos)

b) Frequecircncia semanal (dias)

c) Intensidade do esforccedilo (expressa o gasto energeacutetico)

A Intensidade do esforccedilo costuma ser separada em trecircs categorias

1) Leve (16 a 29 MET23

)

2) Moderada (3 a 6 MET)

3) Vigorosa (gt 6 MET)

O comportamento sedentaacuterio por seu turno eacute definido como uma

atividade que natildeo aumenta substancialmente as despesas de energia acima do niacutevel

de repouso (equivalente a 1 MET x minuto)

Assim a AF e o sedentarismo constituem duas dimensotildees

completamente opostas do comportamento do movimento

Em siacutentese a AF eacute o avanccedilo continuado do aumento de despesas de

energia que parte do comportamento sedentaacuterio e ruma em direccedilatildeo agrave AF vigorosa

(Figura 1)

FONTE Blair SN Monte MJ Nichaman MZ 2004

Figura 1 - O continuum da atividade fiacutesica

Outra dimensatildeo da intensidade da AF eacute medida pelo gasto de energia

(kcal) No entanto o gasto demandado pela praacutetica de uma determinada AF como

reflexo da intensidade do esforccedilo eacute influenciado por determinantes como sexo idade

21 MET eacute equivalente ao consumo de 35 ml de O2kgmin

10

composiccedilatildeo corporal gravidez e niacutevel de aptidatildeo fiacutesica do praticante aspectos natildeo

relacionados ao tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte duraccedilatildeo do esforccedilo ou eficiecircncia

mecacircnica (Ainsworth et al 2000)

A mensuraccedilatildeo do volume do esforccedilo ainda eacute um aspecto desafiador na

avaliaccedilatildeo da AF Um estudo claacutessico de LaPorte et al (1985) apud Hallal (2005)

mostrou que - na metade dos anos 80 - existiam mais de 30 meacutetodos sendo utilizados

para avaliar a AF onde natildeo se define um ser superior ao outro Habitualmente os

meacutetodos satildeo classificados como objetivos e subjetivos

Meacutetodos objetivos Eles se referem a medidas relativas ao resultado do

trabalho propriamente dito Apresentam niacuteveis considerados satisfatoacuterios de validade

e reprodutibilidade mas possuem limitaccedilotildees em termos de logiacutestica e custo Podem

ser realizados por via direta ndash pex ergoespirometria gasometria acelerocircmetria etc

ndash ou por via indireta utilizando tabelas de conversatildeo ndash pex pedometria

monitoramento da frequecircncia cardiacuteaca e teste de corrida

Meacutetodos subjetivos Oriundos de inqueacuteritos entrevistas ou

questionaacuterios em geral eles satildeo medidas que dependem da memoacuteria do avaliado

Eles satildeo praacuteticas de baixo custo proacuteprias para avaliar populaccedilotildees de grandes

magnitudes e permitem com algumas variaccedilotildees mensurar a AF em mais de um

domiacutenio e por diferentes periacuteodos de tempo A interpretaccedilatildeo e a resposta do

entrevistado no entanto podem ser influenciadas por questotildees subjetivas (Shephard

e Vuillemin 2003) Entretanto Hallal et al (2010) verificaram em uma particular

situaccedilatildeo que apesar de natildeo existir concordacircncia entre os escores contiacutenuos oriundos

de questionaacuterios e aqueles obtidos por medidas de acelerocircmetro a categorizaccedilatildeo dos

participantes em grupos de atividade fiacutesica apresenta concordacircncia entre moderada e

elevada o que justifica a utilizaccedilatildeo de questionaacuterios em pesquisas representativas de

grandes populaccedilotildees

A mensuraccedilatildeo da AF estaacute diretamente relacionada a questatildeo da

quantidade de AF (dose) e a sua consequecircncia para a sauacutede (resposta) um dos

aspectos mais desafiadores no que se refere agrave discussatildeo da AF e sauacutede

11

13 RELACcedilAtildeO DOSE-RESPOSTA

A relaccedilatildeo entre a quantidade e a consequencia para a sauacutede da AF pode

assumir muitas formas sendo a mais comum a natildeo-linear (Dietz 1996 Kesaniemi et

al 2010)

A questatildeo crucial que se coloca eacute quanta AF eacute necessaacuteria para alcanccedilar

benefiacutecios substanciais para a sauacutede Esta eacute a pergunta mais comum feita no

contexto da interrelaccedilatildeo entre AF e sauacutede e remete diretamente agrave questatildeo da dosagem

correta Eacute fundamental que um estiacutemulo de estresse fiacutesico proporcione adaptaccedilotildees

orgacircnicas com a menor agressatildeo possiacutevel (por seguranccedila) e obtenha o maior efeito

possiacutevel

A influecircncia positiva da AF foi detectada em estudos epidemioloacutegicos

devido agrave ocorrecircncia de menores taxas de morbidade ou mortalidade tendo resultados

mistos em termos de dosagem Dependendo do determinante da sauacutede o resultado

poderaacute ser influenciado num caso por efeitos de esforccedilo moderado e no outro soacute

teraacute sucesso com cargas mais vigorosas Desta perspectiva um modelo com trecircs

diferentes curvas resume as respectivas relaccedilotildees de dose-resposta (Neilson e Lynch

2010)

Um efeito positivo da carga de leve a moderada comparada agrave carga

elevada ocorre por exemplo em relaccedilatildeo agrave pressatildeo arterial Vaacuterios estudos

evidenciam reduccedilotildees iguais ou ateacute mesmo mais elevadas de pressatildeo arterial em

exerciacutecios de intensidade moderada quando comparados com os de alta intensidade

(que tendem a aumentar a tensatildeo arterial) Isto eacute de particular importacircncia porque o

exerciacutecio de alta intensidade aumenta ainda mais a tensatildeo vascular arterial Eles

tambeacutem mostram que a curva eacute o resultado das investigaccedilotildees que sugerem que ganho

de sauacutede satildeo alcanccedilados ateacute mesmo com AF de baixa intensidade (Figura 2)

12

FONTE Neilson e Lynch (2010)

Figura 2 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade do esforccedilo e

benefiacutecios para a sauacutede

O graacutefico a seguir mostra os efeitos de proteccedilatildeo com relaccedilatildeo linear

inversa entre o volume total de AF e os efeitos esperados como a diminuiccedilatildeo das

taxas de risco para mortalidade total e de doenccedilas cardiovasculares diabetes do tipo

2 e cacircnceres

FONTE Neilson e Lynch (2010)

Figura 3 Resposta linear inversa ao volume de AF e benefiacutecios para a sauacutede

13

A adaptaccedilatildeo do sistema locomotor passivo (sistema oacutesseo) por exemplo

eacute evidenciada em exerciacutecios resistidos com intensidade elevada Assim presume-se

que uma possiacutevel proteccedilatildeo contra a osteoporose eacute conseguida com exerciacutecio de

intensidade mais elevada (Figura 4)

FONTE Neilson e Lynch (2010)

Figura 4 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade crescente de

esforccedilo e benefiacutecios para a sauacutede

Nessa linha ainda natildeo haacute uma resposta conclusiva a respeito da

quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar benefiacutecios substanciais para a sauacutede

geral No entanto estudos mostram que participantes com gasto adicional de energia

de 73 - 143 kcaldia em AF regular apresentam menores taxas de mortalidade

cardiovascular se comparados com os participantes fisicamente inativos (Yoo e

Franke 2010) Leon e colaboradores mostraram que o gasto de energia de 150

kcaldia reduziu em 36 o risco de morrer de doenccedila cardiovascular e em 27 o

risco de morte por qualquer causa (Leon et al 2001) Aleacutem disso a AF moderada

com gasto de energia entre 140 - 215 kcaldia foi associada agrave reduccedilatildeo de 13 na

incidecircncia de diabetes de tipo 2 Quando a AF foi modificada de moderada para

vigorosa (mantendo o mesmo gasto energeacutetico) a reduccedilatildeo da incidecircncia quase

dobrou (21) (Helmrich et al 1991)

14

Parece claro na literatura que os benefiacutecios para a sauacutede aumentam com o

aumento da quantidade de AF a despeito da falta de consenso sobre o miacutenimo

necessaacuterio Mas ao mesmo tempo em que a praacutetica de AF promove benefiacutecios para a

sauacutede alguns efeitos indesejaacuteveis podem ocorrer especialmente como resultado do

esforccedilo de alta intensidade

14 EFEITOS ADVERSOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA

De modo geral o risco de ser envolvido em qualquer complicaccedilatildeo fiacutesico-

funcional eacute pequeno para a maioria dos tipos de exerciacutecios de baixa a moderada

intensidade e de modo geral os benefiacutecios normalmente suplantam os riscos dos

efeitos adversos (Blair et al 1989 Lee et al 2000)

Os efeitos adversos mais comuns decorrentes da AF satildeo as lesotildees

muacutesculo-esqueleacuteticas principalmente as de origem inflamatoacuteria e degenerativa

causadas por esforccedilo fiacutesico demasiado (USDHHS 2008a) Menos comuns satildeo os

riscos de transtornos metaboacutelicos agudos (hipoglicemia desidrataccedilatildeo e

superaquecimento) e as alteraccedilotildees hemodinacircmicas O risco de uma pessoa sofrer

disfunccedilatildeo cardiacuteaca durante ou imediatamente apoacutes o esforccedilo deve ser considerado

nas pessoas com comprometimento cardiacuteaco preacutevio Estudos conduzidos por Talbot e

colaboradores mostraram que a incidecircncia de morte suacutebita em corredores de 30 a 65

anos de idade do sexo masculino no periacuteodo de um ano foi de 13 mortes por

100000 corredores Metade dos corredores que morreram tinha doenccedila

cardiovascular conhecida e entre os mais jovens os casos de morte suacutebita foram

quase sempre relacionados a anormalidades congecircnitas ou que tenham sido

adquiridas (Talbot et al 2007)

Os benefiacutecios da AF portanto superam marcadamente os efeitos

adversos na sauacutede e natildeo haacute duacutevida nos textos cientiacuteficos sobre a necessidade de

medidas de incentivo de sua praacutetica Para tanto um primeiro passo eacute conhecer as

caracteriacutesticas da AF na populaccedilatildeo

15

15 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA ATIVIDADE

FIacuteSICA

A influecircncia de determinantes sociais diferentes provavelmente afeta a

escolha de estilos de vida distintos Assim a renda a categoria profissional e o niacutevel

de educaccedilatildeo dentre outras caracteriacutesticas satildeo variaacuteveis frequentemente utilizadas

para definir o status econocircmico e a sua associaccedilatildeo com a AF Esta associaccedilatildeo tem

apresentado resultados controversos Por um lado estudos como o de Nelson et al

(2006) apontaram que adolescentes de aacutereas rurais com menor condiccedilatildeo

socioeconocircmica satildeo mais ativos do que seus pares com maior condiccedilatildeo No outro

polo da controveacutersia estudo conduzido por Guedes et al (2001) envolvendo

escolares adolescentes de um municiacutepio do interior do Estado do Paranaacute mostrou que

crianccedilas de baixo niacutevel socioeconocircmico satildeo menos ativas e mais sedentaacuterias Para

Lindstrom Hanson e Ostergren (2001) famiacutelias de renda baixa se envolvem menos

em esportes recreativos do que famiacutelias com renda alta Estudo transversal avaliou a

taxa de sedentarismo urbano em Portugal e mostrou que de modo geral o dispecircndio

de energia no tempo livre tendia a ser maior entre aqueles com maior renda anual

(Gal Santos e Barros 2005) O estudo conduzido por Burton e Turrell (2000)

associou entre trabalhadores ativos dos Estados Unidos as horas trabalhadas com o

tempo dedicado agrave AF no lazer Concluiacuteram que trabalhadores de maior renda

tenderam a ser mais ativos nas horas de lazer Assim o debate continua inconclusivo

no tocante agrave temaacutetica

A associaccedilatildeo da idade do sexo da etnia da cor e do local da residecircncia

com a praacutetica de AF habitualmente apresenta menor discordacircncia A maior parte dos

estudos aponta maior niacutevel de AF em habitantes de cidades de pequeno porte

quando comparados com residentes de cidades de meacutedio e grande porte (Baretta

Baretta e Peres 2007) A prevalecircncia da AF eacute maior entre homens e decresce com o

aumento da idade em ambos os sexos (Hallal et al 2011)

Satildeo poucos os estudos que investigam a associaccedilatildeo entre raccedila e cor com

o niacutevel de AF e seus resultados natildeo apontam diferenccedilas significativas entre as

categorias (USDHHS 2008c)

16

A literatura cientiacutefica mostra que existem quantidades e formas diferentes

de praticar AF de acordo com as caracteriacutesticas sociodemograacuteficas mas para a

proposta de accedilotildees de promoccedilatildeo da AF ainda se faz necessaacuterio compreender a

discussatildeo sobre a quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar benefiacutecios substanciais

para a sauacutede geral

16 DIRETRIZES E RECOMENDACcedilOtildeES DE ATIVIDADE FIacuteSICA

Recomendaccedilotildees para a praacutetica de AF na deacutecada de 60 foram associadas

em grande parte com o esporte de desempenho As recomendaccedilotildees da eacutepoca

destacavam a necessidade de cumprir um alto niacutevel de esforccedilo para obter resultados

substanciais de aptidatildeo fiacutesica Dados crescentes de informaccedilotildees apoiaram o valor de

ser fisicamente ativo mas natildeo havia consenso sobre quais seriam os programas mais

eficazes e seguros Foi a combinaccedilatildeo da necessidade de promover a praacutetica de AF e

de minimizar os riscos de eventos adversos que precipitou a elaboraccedilatildeo das primeiras

recomendaccedilotildees de AF para os profissionais da aacuterea da sauacutede e para o puacuteblico em

geral

O Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) foi um dos

pioneiros nas recomendaccedilotildees de exerciacutecios para a populaccedilatildeo A publicaccedilatildeo em 1975

das Diretrizes para Teste de Esforccedilo e Prescriccedilatildeo Graduada de Exerciacutecio (Guidelines

for Graded Exercise Testing and Exercise Prescription) e as suas revisotildees

posteriores tiveram grande influecircncia na prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos (Haskell et

al 2007)

Em 1992 a Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia (AHA) sugeriu a

mudanccedila de classificaccedilatildeo do risco da inatividade fiacutesica passando-o de fator

secundaacuterio para primaacuterio14Isto reforccedilou a mobilizaccedilatildeo de outras organizaccedilotildees que

tambeacutem modificaram as suas recomendaccedilotildees de AF para promover a sauacutede

(USDHHS 2008b)

1 Os fatores de risco primaacuterios (pressatildeo arterial sistecircmica tabagismo

hipercolisteremia sedentarismo) satildeo potencialmente mais perigosos para

desenvolver doenccedilas do que os secundaacuterios (estresse idade hereditariedade diabete

tipo II obesidade e sexo) (AHA 2010)

17

Neste sentido as recomendaccedilotildees foram projetadas para informar e

orientar os profissionais que aconselham e prescrevem a praacutetica da AF e o puacuteblico

em geral sobre os tipos e a quantidade miacutenima de exerciacutecios que proporcionam

benefiacutecios substanciais agrave sauacutede O objetivo principal por detraacutes das orientaccedilotildees eacute que

a AF regular ao longo do tempo pode produzir benefiacutecios para a sauacutede ao longo da

vida e que eles suplantam os riscos

Existem vaacuterias recomendaccedilotildees e agrave primeira vista parece haver forte

semelhanccedila entre elas Inspeccedilatildeo mais acurada no entanto revela ambiguidades que

culminam na possibilidade de mais de um entendimento para um mesmo propoacutesito

Procurar-se-a a seguir comparar as principais diretrizes destacando diferenccedilas e

semelhanccedilas e identificando suas lacunas e potencialidades

161 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Coleacutegio Americano de Medicina

Esportiva

O ACSM fundado em 1954 com sede em Indianaacutepolis (EUA) eacute uma

organizaccedilatildeo de medicina esportiva e de ciecircncia do exerciacutecio dedicada a incentivar

uma maior AF dos americanos de todas as idades valendo-se para tanto da emissatildeo

de uma recomendaccedilatildeo de sauacutede puacuteblica sobre os tipos e quantidades de AF

necessaacuterios para a promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de doenccedilas

O ACSM acompanhado pela AHA na uacuteltima revisatildeo no ano de 2007

passou a recomendar que adultos saudaacuteveis e em condiccedilotildees crocircnicas natildeo

relacionadas agrave AF acumulem 30 minutos ou mais de AF de intensidade moderada

(em geral equivalente a uma caminhada raacutepida e com visiacutevel aceleraccedilatildeo do ritmo

cardiacuteaco) repetindo-a pelo menos em 5 dias da semana ou 20 minutos de AF de

intensidade vigorosa em pelo menos em 3 dias da semana mantendo aleacutem disso as

atividades de vida diaacuteria Combinaccedilotildees de atividades moderadas e vigorosas podem

ser realizadas para atender agrave recomendaccedilatildeo O esforccedilo pode ainda ser acumulado

minuto a minuto com sessotildees de no miacutenimo 10 minutos de duraccedilatildeo (Haskell et al

2007)

18

A inclusatildeo desta recomendaccedilatildeo para esta anaacutelise levou em conta o fato

de o ACSM ser uma das organizaccedilotildees pioneiras no fornecimento de recomendaccedilotildees

de exerciacutecios especiacuteficos A publicaccedilatildeo em 1975 das Diretrizes para Teste de Esforccedilo

e Prescriccedilatildeo de Exerciacutecio e suas subsequentes ediccedilotildees revistas tiveram grande

influecircncia sobre os campos da ciecircncia do exerciacutecio da cliacutenica meacutedica e da medicina

de reabilitaccedilatildeo no acircmbito global e eacute avalizado pela Associaccedilatildeo Americana de

Cardiologia (AHA 2011)

162 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo

Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica ndash IPAQ

Em face das dificuldades para obter medidas de AF internacionalmente

comparaacuteveis a OMS o CDC dos Estados Unidos e o Instituto Karolinska da Sueacutecia

reuniram um Comitecirc Executivo com o objetivo de desenvolver e testar um

instrumento de medidas da AF para uso internacional O comitecirc propocircs o IPAQ

Questionaacuterio Internacional de Atividades Fiacutesicas (em diferentes versotildees) e em 2005

recomendou que para atender agrave classificaccedilatildeo de ativa a pessoa deve cumprir um dos

trecircs criteacuterios a) realizar em 3 ou mais dias da semana atividade de intensidade

vigorosa de pelo menos 20 minutos por dia b) fazer em 5 ou mais dias por semana

atividade de intensidade moderada por pelo menos 30 minutos por dia c) em 5 ou

mais dias por semana efetuar qualquer combinaccedilatildeo de intensidade de esforccedilo desde

que atinja o miacutenimo de 600 MET x minutossemana Os valores acima ou abaixo

desses criteacuterios satildeo classificados como ldquomuito ativordquo e ldquopouco ativordquo

respectivamente (IPAQ 2005)

A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua

importacircncia no cenaacuterio mundial jaacute que eacute a referecircncia adotada pelo Observatoacuterio de

Sauacutede Global da OMS para a avaliaccedilatildeo do niacutevel de AF da populaccedilatildeo mundial (GHO

2008)

19

163 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Instituto de Medicina dos Estados

Unidos

O Instituto de Medicina dos EUA (IOM) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo

governamental e independente que trabalha para aconselhar meacutedicos e gestores de

sauacutede puacuteblica Fundado em 1970 o IOM eacute uma das extensotildees da Academia Nacional

de Ciecircncias dos Estados Unidos e portanto as suas recomendaccedilotildees natildeo constituem a

diretriz federal dos Estados Unidos

A inclusatildeo desta recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua

influecircncia no aconselhamento para a tomada de decisotildees da comunidade meacutedica nos

paiacuteses da Ameacuterica do Norte Aleacutem disso foi o Comitecirc Executivo do IOM que

preconizou a realizaccedilatildeo de 60 minutos de AF moderada todos os dias da semana para

ambos os sexos e se posicionou contra recomendaccedilotildees vigentes na eacutepoca (30 minutos

por dia) Esta posiccedilatildeo contraacuteria motivou a publicaccedilatildeo de vaacuterios estudos comparativos

entre as recomendaccedilotildees vigentes e as do Instituto (IOM 2005 CDC 2010 AHA

2010)

164 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Uniatildeo Europeia

Estabelecida em 1993 a Uniatildeo Europeia (UE) opera atraveacutes de um

sistema de decisotildees intergovernamentais feitas e negociadas pelos Estados-Membros

e abrange diversas aacutereas dentre elas a sauacutede Nesta perspectiva em 2007 foi criado

o ldquoPrograma Juntos para a sauacutederdquo Neste programa uma das metas estabelecidas

foram as accedilotildees recomendadas para apoiar a praacutetica de AF visando agrave promoccedilatildeo da

sauacutede

Em conformidade com o Comitecirc de especialistas (22 membros)

constituiacutedo pela Unidade do Desporto da Direccedilatildeo-Geral da Educaccedilatildeo e da Cultura da

Comissatildeo Europeia em outubro de 2008 ficou estabelecido que os Estados-

Membros da UE devem recomendar respectivamente para as crianccedilas e jovens de

ambos os sexos e para os adultos (incluindo os idosos) um miacutenimo de 60 e de 30

minutos diaacuterios de AF de intensidade moderada (Idesporto 2009)

20

A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise considerou que a organizaccedilatildeo

congrega 27 estados europeus independentes e abrange diretamente uma populaccedilatildeo

de mais de 500 milhotildees de habitantes o que representa 73 da populaccedilatildeo mundial

O documento se tornou a base para as diretrizes do Centro Nacional de Atividade

Fiacutesica e Sauacutede da Fundaccedilatildeo Britacircnica do Coraccedilatildeo (Bull 2010) e para as diretrizes

para os paiacuteses Noacuterdicos (Kallings 2010)

165 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) agecircncia internacional foi

fundada em 1948 sendo subordinada agrave Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas sediada em

Genebra na Suiacuteccedila e tem como principal objetivo desenvolver a sauacutede no acircmbito

global

As recomendaccedilotildees da OMS para a promoccedilatildeo da AF foram atualizadas

em 2010 e tecircm revisatildeo prevista para o ano de 2015 Elas indicam para os adultos

ainda jovens (18 a 64 anos de idade) a praacutetica de pelo menos 150 minutos por

semana de AF moderada ou 75 minutos por semana de AF vigorosa em sessotildees de

pelo menos 10 minutos de duraccedilatildeo Para benefiacutecios adicionais os adultos devem

aumentar a duraccedilatildeo das atividades moderadas para 300 minutos por semana ou das

atividades vigorosas para 150 minutos por semana ou ainda efetuarem uma

combinaccedilatildeo equivalente de atividade moderada e vigorosa (WHO 2010) Para

crianccedilas e jovens (menores de 18 anos) a recomendaccedilatildeo prevecirc o dobro da

quantidade de tempo dos adultos

A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua

influecircncia sobre 193 Estados-Membros filiados agrave Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas a

consonacircncia com as atuais recomendaccedilotildees do Departamento Nacional de Sauacutede e

Serviccedilos Humanos dos Estados Unidos (USDHHS 2008) o endosso do Centro de

Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas (CDC) dos Estados Unidos (CDC 2008) e a sua

adoccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil (MS 2012)

21

17 CONTROVEacuteRSIAS E CONSENSOS NAS RECOMENDACcedilOtildeES DE

ATIVIDADE FIacuteSICA

No conjunto as diretrizes concordam que a AF eacute componente importante

para uma vida saudaacutevel e buscam mudanccedilas para as altas taxas de inatividade fiacutesica

Assim entendem que eacute essencial informar os profissionais da sauacutede e o puacuteblico em

geral sobre a quantidade miacutenima de AF necessaacuteria para a obtenccedilatildeo de efeitos

substanciais para a sauacutede geral

Os Estados Unidos lideraram o caminho para fornecer recomendaccedilotildees

atualizadas Antes pelo ACSM em 2007 (Haskell et al 2007) e mais

recentemente pelo Departamento de Sauacutede dos EUA (USDHHS 2008) Ambos

foram posteriormente seguidos por outras organizaccedilotildees como a Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (WHO 2010) o Departamento de Sauacutede do Reino Unido (Bull

2010) e o Departamento Nacional de Sauacutede do Canadaacute (Kesaniemi et al 2010)

dentre outras

Destaca-se o fato de o Comitecirc Consultivo do USDHHS em 2008 ter

mudado o foco da instruccedilatildeo do volume total de AF15

sem determinar a frequecircncia

semanal Como resultado essas novas orientaccedilotildees permitem que uma pessoa alcance

a mesma meta de vaacuterias maneiras

A seguir seraacute apresentada a comparaccedilatildeo segundo as categorias analiacuteticas

que emergiram na apreciaccedilatildeo das recomendaccedilotildees e que representam suas principais

caracteriacutesticas elementos da AF (frequencia semanal intensidade duraccedilatildeo e dose)

exerciacutecios especiacuteficos eventos adversos populaccedilotildees especiacuteficas consideraccedilotildees por

idade (crianccedilas e jovens)

171 Frequencia semanal

Sobre este ponto eacute importante salientar que a maioria das mudanccedilas

morfofuncionais do organismo ocorre mediada pelos processos de adaptaccedilatildeo

1Recomendaccedilatildeo atual acumulaccedilatildeo de 150 minutos de AF moderada ou 75 minutos

de AF vigorosa por semana Recomendaccedilatildeo anterior 30 minutos em 5 vezes por

semana de AF moderada ou 20 minutos em 3 vezes por semana para AF vigorosa

22

funcional em resposta ao exerciacutecio fiacutesico e a sua magnitude diminui ou se desfaz agrave

medida que aumenta o intervalo entre os estiacutemulos (cada sessatildeo de esforccedilo fiacutesico)

(Aoyagi et al 2010) A figura 5 esboccedila o princiacutepio teoacuterico da sobrecarga O seu

principal objetivo eacute obter um ganho extra na compensaccedilatildeo do esforccedilo fiacutesico

(supercompensaccedilatildeo) para que se elevem os niacuteveis de preacute-esforccedilo O ideal para a

realizaccedilatildeo de um novo esforccedilo ocorre no pico maacuteximo da supercompensaccedilatildeo Nota-

se que quando o segmento B ndash C eacute alongado ou seja agrave medida que um estiacutemulo

(sessatildeo de esforccedilo) se distancia do outro perde-se progressivamente o efeito da

supercompensaccedilatildeo (Matveacuteev 2001)

A diretriz oficial dos EUA de 2008 fornece declaraccedilatildeo sobre espalhar as

atividades por toda a semana sem especificar ou determinar um padratildeo Mesmo

aceitando grande parte dos estudos tendem a obterem melhor resultados com a

praacutetica de AF em trecircs dias na semana aceita como alcance da meta a realizaccedilatildeo de

uma uacutenica sessatildeo por semana desde que se atinja a duraccedilatildeo recomendada Isto pode

induzir pessoas a se esforccedilarem demasiadamente para alcanccedilar a meta em uma uacutenica

sessatildeo o que pode aumentar o risco de eventos adversos (USDHHS 2008)

FONTE Adaptado de Bompa TO e Haff G (2009)

Figura 5 Princiacutepio da sobrecarga

23

172 Intensidade do esforccedilo

Algumas atualizaccedilotildees passam a recomendar tambeacutem AF com intensidade

vigorosa Isso contrasta com muitas diretrizes que ateacute entatildeo haviam indicado na sua

mensagem principal recomendaccedilatildeo somente para esforccedilo de intensidade moderada

Esta atualizaccedilatildeo foi seguida por diretrizes oficiais de diversos paiacuteses como as da

Ruacutessia Reino Unido Canadaacute entre outros e adotada como recomendaccedilatildeo pela

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede Outras organizaccedilotildees profissionais e agecircncias

governamentais como a da Uniatildeo Europeia Noruega Dinamarca Holanda

Finlacircndia e Sueacutecia dentre outras se mantiveram conservadoras mantendo a

orientaccedilatildeo anterior (AF com intensidade moderada)

Vaacuterias diretrizes dedicaram espaccedilo para definir a intensidade do esforccedilo

O USDHHS de 2008 por exemplo utilizou escala subjetiva de esforccedilo de 0 a 10 em

que 0 corresponde agrave ausecircncia de atividade e 10 corresponde ao maior esforccedilo

possiacutevel de ser alcanccedilado Por seu turno as atividades de intensidade moderada

equivalem agrave escala entre o niacutevel 5 a 6 e as atividades de intensidade vigorosa de 7 a

8 A este respeito deve haver cuidado na interpretaccedilatildeo dessa premissa diante da

possibilidade de considerar (incorretamente) que ldquoatividade vigorosardquo tem o mesmo

significado de ldquoatividade anaeroacutebiardquo Na diretriz a intensidade vigorosa se refere agraves

atividades mais intensas maacutes que se conserve o predomiacuteno do metabolismo aeroacutebio

uma vez que a maior parte dos benefiacutecios para a sauacutede satildeo resultantes dos precessos

metaboacutelicos oxidativos (Riddell e Burr 2011)

A atividade vigorosa tem a metade da duraccedilatildeo da moderada porque

aproximadamente produz o dobro do gasto de energia Por isso atividades vigorosas

e moderadas foram tomadas como equivalentes e a combinaccedilatildeo entre as intensidades

podem ser somadas tendo em vista a meta A maioria das diretrizes natildeo aponta a

superioridade da combinaccedilatildeo entre a AF vigorosa e a moderada Tambeacutem fica

subentendido que o aumento do esforccedilo pela duraccedilatildeo ou pela intensidade tem

significado equivalente (CDC 2010)

Se por um lado as atividades de intensidade vigorosa representam

desafios de difiacutecil alcance e adesatildeo principalmente entre pessoas de menor aptidatildeo

fiacutesica por outro parte da populaccedilatildeo pode preferir esta proposta por necessitar menor

24

tempo de execuccedilatildeo Deve-se destacar que o aumento progressivo da intensidade do

esforccedilo (o vigor) estaacute associado ao aumento progressivo de riscos de eventos

adversos (Murphy Blair e Murtagh 2009) Isto deveria estar expliacutecito em todas as

recomendaccedilotildees para objetivar a seguranccedila e mediar a escolha do tipo de modalidade

de exerciacutecio ou esporte praticado

173 Duraccedilatildeo do esforccedilo

As diretrizes para AF mostraram maior atenccedilatildeo sobre os benefiacutecios para

sessotildees de curta duraccedilatildeo Sessotildees curtas satildeo mais faacuteceis para muitas pessoas que

podem assim com o acumulo de esforccedilo ajudar a alcanccedilar as metas estabelecidas A

princiacutepio houve incertezas a respeito de quatildeo curto os episoacutedios poderiam ser

Agora de modo consistente e claro estabeleceu-se o tempo miacutenimo de duraccedilatildeo de

10 minutos (Haskell et al 2007) Muito embora as diretrizes apresentem evidecircncias

para fundamentar esta posiccedilatildeo o conceito de acumulaccedilatildeo de esforccedilo ainda eacute um tema

em debate

Sobre isto o Conselho Consultivo do IOM pocircs em duacutevida a eficiecircncia de

sessotildees com 10 minutos de duraccedilatildeo para promover alteraccedilotildees morfofuncionais

substanciais e declarou ainda como inadequada a recomendaccedilatildeo de 30 minutos de

AF por dia para atingir todos os benefiacutecios de sauacutede O IOM recomenda como meta

miacutenima a realizaccedilatildeo de 60 minutos de AF diaacuteria (IOM 2005) Nestas

recomendaccedilotildees natildeo explicitou tratamento diferenciado para esforccedilo moderado e

vigoroso

174 Dose de atividade fiacutesica

Apesar do empenho das diretrizes para estipular a quantidade miacutenima de

AF substancial agrave sauacutede a recomendaccedilatildeo de doses ideais ou maacuteximas carece de maior

detalhamento Normalmente elas se restringem a informar que efeitos adicionais agrave

sauacutede se incorporam com o aumento da dose miacutenima

O ACSM de 2007 se adiantou neste sentido e propocircs uma faixa ideal de

AF Estabeleceu para aleacutem do gasto energeacutetico cotidiano como limite inferior o

25

gasto de 450 METminsem e superior de 750 METminsem (Pollock et al 1998)

Esta comunicaccedilatildeo do ACSM natildeo se apresentou de modo praacutetico ao puacuteblico em geral

devido agrave necessidade do uso de tabelas de conversatildeo para conhecer o equivalente

metaboacutelico do tipo de esforccedilo fiacutesico realizado

Para efetuar o caacutelculo do equivalente metaboacutelico a conversatildeo dos valores

normalmente eacute reportada ao compecircndio de Ainsworth e colaboradores elaborado no

ano 2000 (Ainsworth et al 2000) O compecircndio tem sido muito uacutetil na atribuiccedilatildeo

padronizada das despensas de energia e para nortear a intensidade (vigorosa e

moderada) do esforccedilo mas carece ser atualizado e expandido para ambos os sexos

para as extremidades da faixa etaacuteria e para os portadores de limitaccedilotildees crocircnicas

A dose da AF recomendada pelas diretrizes eacute sempre adicional agravequela

das atividades de vida diaacuteria (AVD) A natildeo clareza do termo lsquoadicionalrsquo pode

conduzir agrave interpretaccedilatildeo (equivocada) de que as diretrizes indicam um montante de

esforccedilo a ser cumprido durante a semana O engano pode levar indiviacuteduos com

funccedilotildees laborais ativas a natildeo praticarem AF adicional por entenderem que jaacute fazem

AF suficiente no trabalho Para evitar essa consequecircncia (natildeo intencional) as

diretrizes deveriam deixar claro como os criteacuterios (tipo duraccedilatildeo intensidade e

frequecircncia) atribuiacutedos ao trabalho formal e agraves atividades domeacutesticas devem ser

somados para a obtenccedilatildeo do cumprimento da meta miacutenima de AF A conversatildeo do

esforccedilo desempenhado no tempo livre (lazer) e no deslocamento ativo

(trabalhoestudo) jaacute estaacute estabelecido (USDHHS 2008)

De modo geral a desarmonia entre diferentes diretrizes de como a dose

de AF deve ser desenvolvida pode em algum momento gerar duacutebio entendimento e

afetar a interpretaccedilatildeo do que eacute efetivamente necessaacuterio Alguns paiacuteses satildeo

submetidos a diversas recomendaccedilotildees simultacircneas de AF Como exemplo os paiacuteses

que compotildeem o Reino Unido (Inglaterra Gales Irlanda do Norte e Escoacutecia) satildeo

informados pelas recomendaccedilotildees globais da OMS pelas recomendaccedilotildees da UE

pelas recomendaccedilotildees do Centro Nacional para Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Fundaccedilatildeo

Britacircnica do Coraccedilatildeo (BHFNC) e pelas recomendaccedilotildees nacionais de cada paiacutes Para

ilustrar a diretriz da OMS natildeo estipula frequecircncia semanal a diretriz da UE

26

recomenda AF diariamente a diretriz do BHFNC recomenda 5 dias na semana e as

recomendaccedilotildees nacionais da Escoacutecia estipulam frequecircncia de 4 dias por semana

Ainda sobre este aspecto um dos fatores limitantes para a determinaccedilatildeo

da dose-resposta repousa na quantidade e na qualidade das informaccedilotildees disponiacuteveis

Os Comitecircs Cientiacuteficos das organizaccedilotildees apontam escassez de estudos experimentais

que possuam dimensatildeo global com amostra relativamente grande A maior parte dos

estudos tem utilizado intervenccedilotildees com doses iguais agraves recomendadas pelas atuais

diretrizes limitando informaccedilotildees que podem ser criadas pela variaccedilatildeo do tipo

intensidade frequecircncia duraccedilatildeo e volume da AF

Para que se priorize o aperfeiccediloamento de resposta para esta questatildeo o

USDHHS em 2008 se adiantou em algumas recomendaccedilotildees para estudos

esclarecedores

Incluir doses diferentes de AF usada na intervenccedilatildeo das que atualmente

estatildeo indicadas pelas recomendaccedilotildees a fim de avaliar o impacto e a

estabilidade no comportamento da praacutetica de AF ao longo do tempo

Buscar dados para definir tanto a forma da curva dose-resposta em

maiores quantidades e intensidades de atividade para a maioria dos

resultados de sauacutede e para determinar a existecircncia de um limite superior

de benefiacutecio

Esclarecer a quantidade de AF necessaacuteria para obter efeitos positivos

adicionais em diferentes desfechos relacionados agrave sauacutede

Projetar a realizaccedilatildeo de estudos que avaliem como as variaacuteveis

intensidade frequecircncia e duraccedilatildeo do esforccedilo se relacionam entre si

perante variadas forma de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

Investigar benefiacutecios muacutesculo-esqueleacuteticos da AF acumulada em sessotildees

curtas e fragmentadas

27

Realizar estudos experimentais para estender o efeito de periacuteodos de

atividade com diferentes duraccedilotildees especialmente daqueles com menos

de 10 minutos bem como o efeito de alguns ataques longos por semana

(p ex 2 x 75 minutos) sobre diversos desfechos de sauacutede

175 Minorias populacionais

Organizaccedilotildees profissionais e agecircncias governamentais apontam a

carecircncia de estudos envolvendo minorias populacionais e grupos de estrato

socioeconocircmico menos favorecido e a falta de indicaccedilotildees capazes de dar orientaccedilatildeo

de AF diferenciada para grupos minoritaacuterios (USDHHS 2008a CDC 2010 BHF

2010) A atual diretriz oficial dos EUA de 2008 dedica uma seccedilatildeo inteira agrave procura

destas evidecircncias poreacutem sem conclusotildees definitivas o que resultou inclusive em

recomendaccedilatildeo de AF do tipo ldquodose uacutenicardquo ou seja um mesmo tratamento para todas

as populaccedilotildees

Apesar de adotar tratamento igual para diferentes populaccedilotildees as

diretrizes deveriam explicitar que as estrateacutegias de comunicaccedilatildeo e os planos de

implementaccedilatildeo de programas e poliacuteticas destinados a aumentar a AF no cotidiano

poderiam ser tratados diferenciadamente para diferentes grupos populacionais

Embora seja ainda incerta a ocorrecircncia de diferenccedilas morfofuncionais resultantes da

AF em diferentes populaccedilotildees o modo como as informaccedilotildees satildeo recebidas

interpretadas e executadas podem acabar produzindo diferenccedilas nos grupos segundo

as suas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e culturais (Lindstrom Hanson e Ostergren

2001)

Para os portadores de necessidades especiais (com deficiecircncia fiacutesica

mental emocional ou cognitiva) aleacutem de as informaccedilotildees destacarem os benefiacutecios

da AF diretrizes deveriam explicitar que alguns tipos de atividade podem exigir

adaptaccedilatildeo agraves necessidades e agraves habilidades individuais A preocupaccedilatildeo com a

seguranccedila deveria ser comunicada claramente

A heterogeneidade entre e dentro dos grupos de deficiecircncia e a baixa

incidecircncia de muitas delas tornam difiacutecil a obtenccedilatildeo de uma amostra adequada e

28

entatildeo recruta-se a partir de um uacutenico estudo Portanto estudos multicecircntricos

deveriam ser estimulados para alcanccedilar evidecircncias capazes de generalizaccedilatildeo

(USDHHS 2008a)

Dado o aumento de sobrepeso e a obesidade na populaccedilatildeo mundial haacute

crescente interesse no efeito da AF sobre a manutenccedilatildeo do peso saudaacutevel Os

Comitecircs Consultivos que elaboram as diretrizes de AF ainda natildeo se fixaram a

quantidade necessaacuteria de AF para evitar o ganho de peso corporal e a obesidade

(Franz et al 2007) Sobre isto o IOM em 2004 recomendou a praacutetica de pelo

menos 60 minutos diaacuterios de AF e acrescentou que efeitos maiores ocorreriam com

o aumento progressivo da duraccedilatildeo do esforccedilo Esta indicaccedilatildeo sugere que para o

controle de peso e da obesidade o volume de AF deve ser muito maior (o dobro ou

mais) do que recomenda a maior parte das diretrizes No entanto o IOM natildeo fixou o

volume-teto maacuteximo

Neste aspecto parece ser mais recomendaacutevel que as orientaccedilotildees

endossem a importacircncia da AF na realizaccedilatildeo de um balanccedilo de energia saudaacutevel do

que estipulem uma meta desanimadora (grande volume de AF) As diretrizes

deveriam indicar claramente que pessoas com sobrepeso ou obesidade que atingem a

meta de AF mesmo na ausecircncia de reduccedilatildeo do peso corporal obteratildeo benefiacutecios

importantes para a sauacutede

A abordagem viaacutevel para a comunicaccedilatildeo da gestatildeo do controle do peso

corporal eacute recomendar que antes objetive-se o alcance da meta miacutenima de AF Uma

vez que essa meta seja alcanccedilada se o peso corporal estiver na faixa desejaacutevel o

foco deveria estar na manutenccedilatildeo do programa se o peso corporal natildeo for adequado

o foco deveria ocorrer no sentido de associar um programa de dieta hipocaloacuterica agrave

AF

176 Recomendaccedilotildees para crianccedilas e jovens

No conjunto as diretrizes recomendam AF para crianccedilas e jovens (6 a 17

anos de idade) em quantidade duas vezes maior agrave recomendada para adultos Notou-

se diferenccedila no escopo das redaccedilotildees no que tange ao detalhamento das faixas etaacuterias

Conveacutem ressaltar que a AF apropriada para as crianccedilas e jovens varia com a idade

29

Normalmente haacute ausecircncia natildeo justificada de orientaccedilotildees para grupo de idade

precoce A diretriz oficial da Austraacutelia eacute uma das raras exceccedilotildees que progrediu em

relaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees de AF para as idades iniciais Para crianccedilas de 0 a 1 ano natildeo

estipula duraccedilatildeo mas recomenda que seja diaacuteria com exerciacutecios proacuteprios ao

desenvolvimento psicomotor da crianccedila (puxar pegar sentar rolar engatinhar

arrastar levantar) Ela indica ainda 180 minutos de AF diaacuteria para crianccedilas de 1 a 5

anos de idade e a partir dos 5 anos segue as demais diretrizes ou seja 60 minutos

de AF todos os dias apoacutes os 18 anos de idade todos satildeo tratados como adultos

(DHAA 2005a DHAA 2005b)

Em geral as diretrizes natildeo se ocupam com comunicar ou estabelecer o

limite maacuteximo para AF em crianccedilas mas a diretriz oficial canadense estabeleceu

como teto para crianccedilas e jovens 90 minutos de AF por dia ao longo da semana

As diretrizes de AF para crianccedilas e jovens deveriam tambeacutem adicionar

explicitamente declaraccedilatildeo de que a AF adicional para aleacutem de 300 minutos por

semana confere benefiacutecios adicionais de sauacutede Para adultos esta informaccedilatildeo estaacute

clara

177 Exerciacutecios especiacuteficos

1771 Musculaccedilatildeo

A musculaccedilatildeo estaacute indicada com destaque na diretriz do USDHHS de

2008 Nenhum tempo foi recomendado para a duraccedilatildeo desta modalidade de

exerciacutecio Houve recomendaccedilatildeo clara quanto agrave frequecircncia semanal ao volume e a

abrangecircncia Foram recomendados de 8 a 10 diferentes exerciacutecios envolvendo os

principais grupos musculares dois dias ou mais por semana (natildeo consecutivos) e

com resistecircncia (peso) que permita a realizaccedilatildeo de 8 a 12 repeticcedilotildees para cada

exerciacutecio Nesta diretriz ficou expliacutecito que o tempo gasto para esta atividade natildeo

contaraacute para o alcance da meta

Sobre isto supotildee-se que a exclusatildeo deste tipo de exerciacutecio pelo

USDHHS em direccedilatildeo agrave meta se sustenta no fato de que a musculaccedilatildeo natildeo eacute

30

necessariamente um exerciacutecio aeroacutebio e portanto apresenta pouco efeito sobre o

metabolismo Descriccedilatildeo no texto sobre a dosagem do esforccedilo implicita o

entendimento da exigecircncia anaeroacutebia

ldquoos exerciacutecios de fortalecimento muscular devem ser realizados ateacute o

ponto em que seria difiacutecil fazer outra repeticcedilatildeo sem ajuda externardquo

(USDHHS 2008a pg A-6)

Por fim algumas diretrizes anteriores agraves do USDHHS de 2008 como as

do Reino Unido de 2004 natildeo continham orientaccedilotildees claras para atividade de

musculaccedilatildeo Na atual diretriz do Reino Unido de 2010 esta modalidade de exerciacutecio

estaacute presente

1772 Flexionamento

Os benefiacutecios de sauacutede geral resultantes de atividades de flexibilidade

natildeo estatildeo expressos como conclusivos mas nenhuma das diretrizes negou sua

importacircncia ou desaconselhou sua praacutetica Em algumas diretrizes haacute sugestatildeo de

frequecircncia de dois ou mais dias por semana com execuccedilatildeo de exerciacutecios estaacuteticos ou

dinacircmicos Natildeo haacute referecircncia sobre diferenccedilas de eficiecircncia e de seguranccedila entre os

exerciacutecios estaacuteticos e os dinacircmicos Tambeacutem natildeo se observou recomendaccedilatildeo quanto

agrave duraccedilatildeo de cada sessatildeo nem sobre o intervalo de uma sessatildeo para outra Poreacutem

estaacute bem definido que o tempo gasto nesta modalidade de exerciacutecios natildeo somaraacute para

a obtenccedilatildeo da meta

1773 Aquecimento e desaquecimento

Exerciacutecios realizados para aquecimento e desaquecimento satildeo partes

aceitaacuteveis do plano de AF Na diretriz oficial dos Estados Unidos de 2008 o tempo

gasto para realizar o aquecimento e o desaquecimento pode somar para o

cumprimento da meta desde que a atividade seja realizada no miacutenimo com

intensidade moderada

31

178 Eventos adversos nas recomendaccedilotildees

Excessos de AF em participantes natildeo adaptados ao esforccedilo fiacutesico podem

resultar em agravos agrave sauacutede e a maioria das diretrizes satildeo vagas quanto agrave dosagem

inicial do treinamento (Bull 2010) Eacute comum se sugerir um aumento de 10 na

quantidade de AF por semana para os jovens e adultos jovens em um intervalo de 2

a 4 semanas mas existem poucas evidecircncias que sustentem essas sugestotildees A

adoccedilatildeo de medidas de seguranccedila para a praacutetica de AF principalmente na fase inicial

do treinamento e para pessoas de baixa aptidatildeo fiacutesica ou que desconheccedilam os riscos

deve ter destaque nas diretrizes e ser informada sublinhadamente Quando as

recomendaccedilotildees natildeo determinam a frequecircncia semanal como as do Canadaacute Estados

Unidos Reino Unido Ruacutessia e as Globais da OMS pessoas podem tentar vencer a

meta estabelecida em eventos uacutenicos de longa duraccedilatildeo aumentando o risco de

eventos adversos As diretrizes oficiais dos Estados Unidos apresentam o capiacutetulo 6

ldquoAtivo e Segurordquo com o objetivo de mitigar as adversidades da praacutetica da AF

As recomendaccedilotildees das diretrizes de AF se destinam ao puacuteblico em geral

e aos portadores ou natildeo de acometimentos crocircnicos de sauacutede Eacute consenso que

portadores desses acometimentos de sauacutede usufruem dos benefiacutecios da AF mas

pertencem a um grupo mais susceptiacutevel aos riscos de efeitos adversos entatildeo pode-se

considerar que pessoas vulneraacuteveis necessitam instruccedilotildees especiais o que de modo

geral natildeo ocorre

Sobre este ponto eacute corrente entre as diretrizes destacar que os benefiacutecios

de sauacutede provenientes da AF tecircm sido sistematicamente bem documentados O

mesmo natildeo ocorre com os riscos adversos Mesmo assim parece consenso a ideia de

que os benefiacutecios da AF superam os riscos de eventos adversos

179 Concordacircncias nas diretrizes

Embora se admitam divergecircncias entre diferentes diretrizes quanto ao

modo de obter o volume final do esforccedilo observou-se cooperaccedilatildeo na harmonizaccedilatildeo

dos conceitos fundamentais da praacutetica da AF Entre eles listam-se os principais

consensos

32

A AF contribui fortemente para a promoccedilatildeo da sauacutede e diminui os

iacutendices de morbimortalidade principalmente nas doenccedilas de curso

crocircnico

A praacutetica de alguma AF eacute mais desejaacutevel do que nenhuma AF

As orientaccedilotildees satildeo projetadas para fornecer orientaccedilotildees sobre os tipos e

quantidades miacutenimas de AF que proporcionam benefiacutecios substanciais agrave

sauacutede

Benefiacutecios adicionais ocorrem com o aumento da quantidade de AF de

maior intensidade maior frequecircncia maior duraccedilatildeo ou pela combinaccedilatildeo

entre elas

Os benefiacutecios de sauacutede ocorrem em todas as faixas etaacuterias em ambos os

sexos e em todos os grupos raciais e eacutetnicos estudados desde que

praticada dentro de limites de seguranccedila

A AF deve ser praticada regularmente ao longo da vida para que se

possa obter resultado em longo prazo

As recomendaccedilotildees satildeo generalizaccedilotildees para atender agrave maioria dos

problemas relativos agrave sauacutede Problemas especiacuteficos necessitam

atendimento especiacutefico

Crianccedilas a partir de 6 anos de idade e adolescentes devem dobrar a

quantidade miacutenima de AF recomendada para os adultos

Idosos devem realizar a mesma quantidade de AF que adultos

limitados agrave condiccedilatildeo funcional individual

1710 Adesatildeo agrave atividade fiacutesica

As diretrizes tecircm demonstrado preocupaccedilatildeo com a adesatildeo agrave praacutetica da

AF Vaacuterias delas incluiacuteram caminhos para a conscientizaccedilatildeo e participaccedilatildeo

comunitaacuteria Para contemplar este objetivo a diretriz da UE de 2008 traz no seu

texto um toacutepico denominado ldquoExemplos de Boas Praacuteticasrdquo Nele cita as iniciativas

de alguns governos para a sensibilizaccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da praacutetica de AF destacando

programas como o ldquoPortas Abertasrdquo e o ldquoLuarrdquo da Hungria que visa a oferecer AF

tambeacutem nos finais de semana e no periacuteodo da noite o ldquoSelo de qualidade desportivo

para a sauacutederdquoda Alemanha que estabelece criteacuterios para os clubes privados obterem

33

o selo o ldquoHEPArdquo (Atividade Fiacutesica Melhorando a Sauacutede em inglecircs) da Eslovecircnia

que sustenta seu programa em trecircs pilares mais AF no lazer na escola e no

transporte Haacute ainda outras iniciativas na Inglaterra Franccedila Aacuteustria Luxemburgo

Sueacutecia Dinamarca e Finlacircndia E natildeo se perde de vista que cada localidade

desenvolve estrateacutegias de comunicaccedilatildeo para as recomendaccedilotildees da AF considerando

a diversidade eacutetnica cultural e social da regiatildeo

Embora as orientaccedilotildees para a praacutetica de AF foquem os benefiacutecios

morfofuncionais eles natildeo constituem a uacutenica razatildeo pela qual as pessoas deveriam

estar ativas Algumas diretrizes como a oficial dos Estados Unidos de 2008

preconizam que a AF pode proporcionar diversatildeo convivecircncia com amigos e

familiares desfrute do meio ambiente melhora da aparecircncia pessoal e da condiccedilatildeo

fiacutesica dentre outras Neste sentido as orientaccedilotildees encorajam as pessoas a serem

fisicamente ativas por toda e qualquer fundamentaccedilatildeo que seja significativa para

elas

A identificaccedilatildeo e a anaacutelise dos obstaacuteculos para a integraccedilatildeo da AF de

forma regular no cotidiano podem diferir no tempo e no espaccedilo Apesar das

diferenccedilas culturais a elaboraccedilatildeo de poliacuteticas de sauacutede de incentivo e promoccedilatildeo da

AF deveriam levar em conta os problemas de ordem individual (condiccedilatildeo fiacutesica

estado de sauacutede dentre outras) e de caraacuteter socioambiental que podem constituir

diversas barreiras

18 PROMOCcedilAtildeO DA ATIVIDADE FIacuteSICA

A promoccedilatildeo de AF moderada e regular eacute objetivo da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2010) que recomenda aos seus Estados Membros a

criaccedilatildeo de poliacuteticas que

Desenvolvam e ponham em praacutetica diretrizes nacionais de AF para

promover a sauacutede

Introduzam poliacuteticas de estiacutemulo ao deslocamento ativo e seguro para a

escola ou trabalho

34

Adaptem as estruturas fiacutesicas urbanas para facilitar a praacutetica de AF com a

criaccedilatildeo de ciclovias faixas de pedestre calccedilamento regular etc

Estabeleccedilam condiccedilotildees de seguranccedila como iluminaccedilatildeo policiamento etc

Criem espaccedilos destinados agrave AF recreativa com a criaccedilatildeo de parques

quadras pistas de corrida trilhas etc

O Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro alinhado agrave Estrateacutegia Global para a

Dieta Atividade Fiacutesica e Sauacutede preconizada pela OMS procura estimular accedilotildees

para a promoccedilatildeo da sauacutede combatendo os baixos niacuteveis de AF da populaccedilatildeo Neste

sentido instituiu no ano de 2006 a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede (MS

2010) Nesta perspectiva no ano de 2011 foi criado o ldquoPrograma Academia da

Sauacutederdquo no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede cujo objetivo eacute contribuir para a

promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo em geral a partir da implantaccedilatildeo de polos puacuteblicos

qualificados para a orientaccedilatildeo e supervisatildeo da praacutetica de AF (MS 2012)

No caso do ldquoPrograma Academia da Sauacutederdquo ele estaacute estruturado em

onze estrateacutegias 1) ampliar o acesso da populaccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo

da sauacutede 2) fortalecer a promoccedilatildeo da sauacutede como estrateacutegia de produccedilatildeo de sauacutede

3) potencializar as accedilotildees nos acircmbitos da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede da Vigilacircncia

em Sauacutede e da Promoccedilatildeo da Sauacutede 4) promover a integraccedilatildeo multiprofissional na

construccedilatildeo e execuccedilatildeo das accedilotildees 5) promover a convergecircncia de projetos ou

programas nos acircmbitos da sauacutede educaccedilatildeo cultura assistecircncia social esporte e

lazer 6) ampliar a autonomia dos indiviacuteduos sobre as escolhas de modos de vida

mais saudaacuteveis 7) aumentar o niacutevel de AF na populaccedilatildeo 8) estimular haacutebitos

alimentares saudaacuteveis 9) promover mobilizaccedilatildeo comunitaacuteria com a constituiccedilatildeo de

redes sociais de apoio e ambientes de convivecircncia e solidariedade 10) potencializar

as manifestaccedilotildees culturais locais e o conhecimento popular na construccedilatildeo de

alternativas individuais e coletivas que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede e 11) ampliar

e valorizar a utilizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos de lazer como proposta de inclusatildeo

social (MS 2012)

Embora as estrateacutegias do ldquoPrograma Academia da Sauacutederdquo sejam

claramente explicitadas o Ministeacuterio da Sauacutede ainda natildeo reuniu uma Comissatildeo de

Especialistas ndash procedimento adotado pelas organizaccedilotildees e agecircncias governamentais

35

que elaboram diretrizes de AF ndash para a elaboraccedilatildeo de diretrizes proacuteprias de AF para a

populaccedilatildeo brasileira Como recomendaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro segue as

diretrizes da OMS atualizadas em 2010 O objetivo perseguido possibilita

Fundamentar as poliacuteticas nacionais sobre a AF e outras intervenccedilotildees de

sauacutede puacuteblica

Determinar um ponto de partida para a definiccedilatildeo de metas e objetivos

para a promoccedilatildeo da sauacutede e da AF no acircmbito nacional

Fomentar a colaboraccedilatildeo intersetorial e contribuir para o estabelecimento

de metas e objetivos nacionais da promoccedilatildeo da AF

Fixar as bases para a adoccedilatildeo de iniciativas de promoccedilatildeo da AF

Justificar a destinaccedilatildeo de recursos para intervenccedilotildees na promoccedilatildeo da AF

Criar um marco de accedilatildeo comum que reuacutena todas as partes interessadas

em torno de um mesmo objetivo

Dispor de um documento baseado em evidecircncia que permita agraves partes

interessadas implantar poliacuteticas com destinaccedilatildeo apropriada de recursos

Facilitar a criaccedilatildeo de mecanismos nacionais de vigilacircncia e monitoraccedilatildeo

para fazer evoluir a praacutetica da AF na populaccedilatildeo

O monitoramento e a vigilacircncia da praacutetica da AF no cotidiano dos

brasileiros tecircm sido realizados por 2 inqueacuteritos nacionais a Pesquisa Nacional sobre

Sauacutede do Escolar (PeNSE) que observa dentre outros fatores de risco a ausecircncia de

AF dos adolescentes (IBGE 2013) e o sistema de Vigilacircncia de Fatores de Risco e

Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico ndash VIGITEL (MS 2007)

que avalia fatores de risco para doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis em adultos nas

26 capitais dos estados e no Distrito Federal

19 SISTEMA VIGITEL

O sistema VIGITEL foi criado como parte do objetivo de dotar o paiacutes

com instrumentos eficazes para monitorar a frequecircncia e a distribuiccedilatildeo dos principais

fatores de risco determinantes das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) O

Programa apresenta uma metodologia proacutepria de inqueacuterito telefocircnico desenvolvida e

36

aperfeiccediloada desde o ano de 2003 pelo Nuacutecleo de Pesquisas Epidemioloacutegicas em

Nutriccedilatildeo e Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo ndash NUPENSUSP No ano de 2006 o

sistema foi vinculado definitivamente ao Ministeacuterio da Sauacutede (Moura et al 2008)

Entre os objetivos principais do sistema figuram aumentar o

conhecimento sobre as DCNT e as possibilidades de prevenccedilatildeo e de controle

contribuir para o fortalecimento dos sistemas de sauacutede incluindo a atenccedilatildeo primaacuteria

para a integraccedilatildeo de prevenccedilatildeo e controle das doenccedilas crocircnicas perceber as

principais intervenccedilotildees para prevenir e controlar essas doenccedilas dentro de estimativas

de custo incentivar o diaacutelogo com o setor privado para auxiacutelio na melhoria da sauacutede

puacuteblica manter o interesse da miacutedia e incentivaacute-la a defender os comportamentos

saudaacuteveis para a defesa de planos de accedilatildeo na luta contra elas e reduzir os principais

fatores de risco determinantes destas doenccedilas (MS 2008a)

37

2 OBJETIVOS

Verificar a prevalecircncia de atividade fiacutesica segundo cada uma das principais

diretrizes internacionais que recomendam quantidade miacutenima de AF

Explorar as divergecircncias e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF miacutenimo

pelas diferentes diretrizes

Avaliar a associaccedilatildeo entre caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e

comportamentais com a praacutetica da AF

Verificar como os principais componentes da AF (modalidades de exerciacutecio

fiacutesico ou esporte intensidade duraccedilatildeo e frequecircncia) se relacionam na

determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual

Descrever o padratildeo de AF nos portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis

38

3 METODOLOGIA

31 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de um estudo epidemioloacutegico do tipo observacional transversal

32 AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS

Os dados utilizados neste estudo satildeo provenientes do banco de dados do

sistema VIGITEL de 2006 Esses dados foram obtidos por meio de inqueacuterito com o

uso de entrevista telefocircnica e de questionaacuterio contendo perguntas sobre

caracteriacutesticas sociodemograacuteficas socioeconocircmicas de comportamento individual e

de informaccedilotildees relacionadas com a praacutetica da AF para uma amostra probabiliacutestica de

adultos brasileiros com idade ge 18 anos residentes nas 27 capitais da federaccedilatildeo e

cujas moradias apresentavam linha telefocircnica fixa

O sistema VIGITEL apresenta uma metodologia proacutepria que pode ser

acessada em publicaccedilotildees preacutevias (Moura et al 2008) Em siacutentese a partir da anaacutelise

do cadastro eletrocircnico das linhas telefocircnicas residenciais fixas de cada capital da

federaccedilatildeo foram sorteadas (de modo sistemaacutetico e estratificado) 5000 linhas para

cada cidade A seguir as linhas sorteadas em cada cidade foram ressorteadas e

divididas em reacuteplicas de 200 linhas cada reacuteplica reproduzindo a mesma proporccedilatildeo de

linhas por regiatildeo da cidade ou prefixo telefocircnico A divisatildeo da amostra integral em

reacuteplicas eacute feita essencialmente em funccedilatildeo da dificuldade em se estimar previamente

a proporccedilatildeo das linhas do cadastro que seratildeo elegiacuteveis para o sistema (linhas

residenciais ativas) e portanto o total de linhas a ser sorteado para se chegar a 2000

entrevistas

No conjunto ocorreram ligaccedilotildees para perto de 127000 linhas telefocircnicas

fixas distribuiacutedas em 633 reacuteplicas As ligaccedilotildees feitas para as 76330 linhas elegiacuteveis

redundaram em 54369 entrevistas completas o que indica a taxa meacutedia de sucesso

39

do sistema em 711 (Tabela 1) Havendo anuecircncia apoacutes primeiro contato todos os

moradores adultos com idade maior ou igual a 18 anos foram listados e organizados

eletronicamente em ordem decrescente de idade sendo um deles sorteado para

responder a entrevista

Tabela 1 Nuacutemero de linhas telefocircnicas sorteadas linhas telefocircnicas elegiacuteveis e

entrevistas realizadas nas capitais dos estados brasileiros e no

Distrito Federal VIGITEL 2006 (MS 2007)

Capitais DF Nordm linhas

sorteadas

Nordm linhas

elegiacuteveis

Nordm entrevistas

realizadas

Aracaju 3400 3022 2031

Beleacutem 3400 2876 2021

Belo Horizonte 3200 2812 2016

Boa Vista 3600 2832 2017

Campo Grande 4600 2919 2012

Cuiabaacute 4800 2756 2013

Curitiba 4400 2824 2011

Florianoacutepolis 4600 2896 2010

Fortaleza 3400 2881 2017

Goiacircnia 4200 2523 2013

Joatildeo Pessoa 3600 2836 2014

Macapaacute 4000 2746 2012

Maceioacute 3600 2784 2017

Manaus 3600 2817 2013

Natal 3400 2742 2013

Palmas 4800 2479 2009

Porto Alegre 5000 3120 2010

Porto Velho 4400 2582 2014

Recife 3400 2751 2014

Rio Branco 4600 2720 2017

Rio de Janeiro 4000 3094 2012

Salvador 3600 2935 2010

Satildeo Luiacutes 3600 2755 2011

Satildeo Paulo 4200 3073 2012

Teresina 3400 2800 2011

Vitoacuteria 3800 2817 2011

Distrito Federal 4600 2938 2008

Total 107200 76330 54369

FONTE Ministeacuterio da Sauacutede 2007

40

Cerca de dois terccedilos das linhas elegiacuteveis para as quais natildeo houve

entrevista correspondeu a situaccedilotildees de impossibilidade de contato telefocircnico inicial

(linhas sempre ocupadas com sinal de fax ou conectadas agrave secretaacuteria eletrocircnica) ou a

impossibilidade de encontrar o indiviacuteduo sorteado no domiciacutelio mesmo apoacutes vaacuterias

tentativas de aprazamento (ateacute dez ligaccedilotildees feitas em dias e horaacuterios variados)

Recusas a participar no sistema de monitoramento foram observadas em 91 das

linhas elegiacuteveis A duraccedilatildeo meacutedia das 54369 entrevistas realizadas pelo sistema

VIGITEL foi de 74 minutos (DP plusmn 33 minutos) para cada uma (MS 2007)

As entrevistas telefocircnicas ocorreram entre agosto e dezembro de 2006 e

envolveram sessenta entrevistadores quatro supervisores e um coordenador (MS

2007)

O questionaacuterio utilizado pelo sistema VIGITEL em 2006 foi composto

por 82 questotildees com categorias preacute-estabelecidas de respostas As perguntas do

questionaacuterio abordaram em particular a) caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e

socioeconocircmicas dos indiviacuteduos (idade sexo estado civil coretnia niacutevel de

escolaridade) b) padratildeo de alimentaccedilatildeo (tipo e frequecircncia do consumo de certos

alimentos) e de Atividade Fiacutesica (modalidade preferida duraccedilatildeo do esforccedilo

frequecircncia semanal deslocamento ativo de casa para o trabalho) c) Avaliaccedilatildeo

nutricional (peso e altura) d) frequecircncia e intensidade do consumo de cigarros e de

bebidas alcooacutelicas e e) autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede gravidez e referecircncia a

diagnoacutestico meacutedico para algumas DCNT (MS 2007)

Para ajustar a populaccedilatildeo estudada agrave populaccedilatildeo residente nas capitais

brasileiras alguns cuidados foram necessaacuterios entatildeo o sistema empregou um peso

final para cada participante com a aplicaccedilatildeo de fatores de ponderaccedilatildeo para corrigir

possiacuteveis vieses determinados pelas diferentes possibilidades de os indiviacuteduos

participarem da amostra O primeiro fator buscava corrigir a maior chance que

indiviacuteduos de domiciacutelios com mais de uma linha telefocircnica tinham de ser

selecionados para a amostra O segundo procurava corrigir a menor chance que

indiviacuteduos de domiciacutelios habitados por mais pessoas tinham de ser selecionados para

a amostra O terceiro denominado peso poacutes-estratificaccedilatildeo procurava igualar a

composiccedilatildeo sociodemograacutefica da amostra agrave composiccedilatildeo sociodemograacutefica da

41

populaccedilatildeo de cada cidade pelo Censo Demograacutefico de 2000 A razatildeo entre a

frequecircncia relativa de indiviacuteduos da amostra VIGITEL e da amostra censitaacuteria

procurava a correccedilatildeo da sub ou superrepresentaccedilatildeo dos estratos sociodemograacuteficos

pelo sistema VIGITEL que poderia ocorrer dada a cobertura natildeo universal da rede

de telefonia fixa (MS 2007)

A multiplicaccedilatildeo destes trecircs fatores por um quarto (razatildeo entre a

proporccedilatildeo de adultos de uma dada cidade pela proporccedilatildeo de adultos da amostra

VIGITEL na mesma cidade) representa o total de adultos estudados pelo sistema nas

27 cidades Assim a populaccedilatildeo total estimada para este estudo abrange 69899955

de brasileiros adultos de ambos os sexos residentes nas 26 capitais estaduais e no

Distrito Federal (MS 2007)

Para asegurar a qualidade das informaccedilotildees obtidas o sistema VIGITEL

contou com um controle de qualidade que previa o acompanhamento aleatoacuterio das

entrevistas por um supervisor Em torno de 10 das chamadas foram avaliadas

imediatamente pela supervisatildeo que entre vaacuterias accedilotildees confirmava dados diretamente

com o participante Cerca de 3 das entrevistas diaacuterias foram auditadas pelo

supervisor Por fim foram realizadas anaacutelises de consistecircncia dos dados ao final de

cada semana (MS 2007)

Adultos de ambos os sexos com 18 anos ou mais residentes nas capitais

de estado brasileiras e no Distrito Federal cujas respostas ao questionaacuterio da pesquisa

VIGITEL de 2006 permitiram a quantificaccedilatildeo da AF Assim entre os 54369

participantes do inqueacuterito foram excluiacutedos 1590 participantes que embora tenham

indicado a realizaccedilatildeo de transporte ativo para o trabalho ou praacutetica de uma

modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte deixaram de informar a frequecircncia ou a

duraccedilatildeo do esforccedilo Assim a base de caacutelculo foi conduzida com 52779

participantes

42

33 DESCRICcedilAtildeO DE VARIAacuteVEIS

3 31 Domiacutenios da atividade fiacutesica

Para a anaacutelise da praacutetica de AF no cotidiano foram considerados

somente os trecircs uacuteltimos meses anteriores agrave data da entrevista Originalmente o

inqueacuterito do sistema VIGITEL avaliou a categoria lsquoAtividade Fiacutesicarsquo abordando

separadamente quatro domiacutenios AF no lazer (tempo livre) AF ocupacional

(trabalho) AF no acircmbito residencial (faxina domeacutestica) e AF no deslocamento da

casa para o trabalho (a peacute ou de bicicleta) Neste estudo apenas as informaccedilotildees sobre

AF no lazer e no deslocamento foram aplicadas para definir o niacutevel de AF dos

participantes AF em casa e no trabalho natildeo foi considerada pois o questionaacuterio de

2006 do VIGITEL natildeo previu a quantificaccedilatildeo da duraccedilatildeo e da frequecircncia semanal

desses domiacutenios

332 Modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

Para a determinaccedilatildeo da principal modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou

esporte mais praticado foram utilizadas as respostas agrave pergunta 45 do questionaacuterio

Qual o tipo principal de exerciacutecio fiacutesico ou esporte que o(a) sr (a) praticou Coube

aos participantes uma uacutenica opccedilatildeo entre 16 diferentes modalidades apresentadas na

seguinte sequecircncia 1 - caminhada 2 - caminhada em esteira rolante 3 - corrida 4 -

corrida em esteira rolante 5 - musculaccedilatildeo 6 - ginaacutestica aeroacutebica 7 - hidroginaacutestica

8 - ginaacutestica geral 9 - nataccedilatildeo 10 - artes marciais e lutas 11 - bicicleta 12 - futebol

13 - basquetebol 14 - voleibol 15 - tecircnis 16 - outros

333 Deslocamento ativo

Para o ano de 2006 o sistema VIGITEL considerou como deslocamento

ativo somente o esforccedilo para cumprir o percurso de ida e volta de casa para o

trabalho realizado a peacute ou de bicicleta e ocorrido nos trecircs meses anteriores agrave data da

entrevista Para este domiacutenio diante de resposta afirmativa houve questionamento a

respeito da duraccedilatildeo do tempo gasto em minutos para vencer o trajeto

43

334 Duraccedilatildeo e frequecircncia da atividade fiacutesica

A frequecircncia das atividades foi expressa em dias por semana e a duraccedilatildeo

do esforccedilo foi expressa em minutos As opccedilotildees de respostas para duraccedilatildeo do esforccedilo

foram divididas em seis agrupamentos lt 10 10 ndash 19 20 ndash 29 30 ndash 39 45 ndash 59 ge 60

minutos As opccedilotildees de respostas para frequecircncia semanal foram divididas em quatro

agrupamentos todos os dias 5 ndash 6 3 ndash 4 1 ndash 2 dias por semana

335 Intensidade do esforccedilo

A classificaccedilatildeo da intensidade do esforccedilo foi determinada pela conversatildeo

do tipo principal de exerciacutecio fiacutesico ou esporte praticado pelo participante do estudo

na atribuiccedilatildeo do gasto energeacutetico ao esforccedilo referido pelo Compecircndio de Atividade

Fiacutesica proposto por Ainsworth et al em 2000 Baseado na proposta de que esforccedilo

moderado equivale ao consumo lt 6 MET e esforccedilo vigoroso equivale ao consumo ge

a 6 MET assumiu-se que 1 MET representa o consumo de oxigecircnio em repouso

igual a 35 mlkgmin Quando a opccedilatildeo pela escolha do tipo principal de exerciacutecio

fiacutesico ou esporte foi caminhada caminhada na esteira rolante hidroginaacutestica

ginaacutestica geral nataccedilatildeo ciclismo ou voleibol a intensidade do esforccedilo foi

considerada como moderada Quando a opccedilatildeo foi corrida corrida em esteira rolante

musculaccedilatildeo ginaacutestica aeroacutebia artes marciaislutas futebol basquetebol tecircnis e

outras modalidades a intensidade do esforccedilo foi considerada vigorosa

O gasto energeacutetico foi obtido pelo produto do gasto meacutedio de energia de

cada modalidade frente ao esforccedilo expresso em minutos O valor do gasto de energia

proposto para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte eacute apresentado a seguir

44

Tabela 2 Gasto energeacutetico para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

expresso em METmin obtido pelo produto da duraccedilatildeo do esforccedilo

(em minutos) com a meacutedia do gasto energeacutetico para cada

modalidade segundo o Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por

Ainsworth et al em 2000

Atividade

Tempo em minutos

1019 20-29 30-39 45-59 60

MET MET MET MET MET

1 Caminhada 33-63 66-96 99-129 149-195 198

2 Caminhada na esteira 33-63 66-96 99-129 149-195 198

3 Corrida 90-171 180-261 270-351 405-531 540

4 Corrida na esteira 90-171 180-261 270-351 405-531 540

5 Ginaacutestica aeroacutebia 65-124 130-189 195-254 293-384 390

6 Hidroginaacutestica 40-76 80-156 120-156 180-236 240

7 Ginaacutestica geral 40-76 80-156 120-156 180-236 240

8 Nataccedilatildeo 70-133 140-203 270-273 315-413 420

9 Artes marciais e lutas 100-190 200-290 300-390 450-590 600

10 Ciclismo 40-75 80-116 120-156 180-236 240

11 Futebol 70-133 140-203 270-273 315-413 420

12 Basquetebol 60-114 120-174 180-234 270-354 360

13 Voleibol 30-57 60-87 90-117 135-177 180

14 Tecircnis 70-133 140-203 270-273 315-413 420

1- somente o peso corporal agrave velocidade de 48 kmh 2 ndash somente o peso corporal e sem inclinaccedilatildeo agrave

velocidade de 48 kmh 3 ndash somente o peso corporal agrave velocidade de 8 a 9 kmh 4 ndash somente o peso

corporal e sem inclinaccedilatildeo agrave velocidade de 8 a 9 kmh 5 - sem uso de step 6- com caracteriacutestica

aeroacutebia eou calistecircnica 7- com caracteriacutestica calistecircnica 8 - estilo livre de moderada a baixa

intensidade 9 - esforccedilo medido durante o combate 10 ndash velocidade ateacute 16 kmh 11- natildeo competitivo

12- natildeo competitivo 13 - natildeo competitivo com 6 a 9 jogadores por lado 14 - natildeo competitivo

(simples)

MET Uma unidade equivale ao consumo de 35ml de O2kgmin

Para o criteacuterio de equivalecircncia de esforccedilo as diretrizes que recomendam

a possibilidade de mesclar AF com intensidade moderada e vigorosa em direccedilatildeo agrave

meta assumem a equivalecircncia entre o esforccedilo vigoroso e a metade da duraccedilatildeo do

moderado em concordacircncia com as recomendaccedilotildees da OMS que afirma que 75

minutos de AF vigorosa ou 150 minutos de AF moderada apresentam o mesmo efeito

sobre a sauacutede

Para o conceito lsquooutras modalidadesrsquo como o termo eacute indefinido e houve

razoaacutevel frequecircncia para a escolha (N= 1347 ndash 53) optou-se por consideraacute-lo para

a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF A decisatildeo foi por vigorosa observando que a maior

parte das modalidades contidas no Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por

45

Ainsworth e colaboradores que natildeo foram nominadas no questionaacuterio se apresenta

com gasto energeacutetico meacutedio ge a 6 MET (Ainsworth et al2000)

336 Variaacuteveis sociodemograacuteficas

Para a tipologia das variaacuteveis sociodemograacuteficas foram utilizados anos

de escolaridade sexo e faixa etaacuteria A etnia foi determinada pela cor da pele (branca

preta parda ou morena amarela vermelha) e o estado civil pela situaccedilatildeo conjugal

(solteiro casado ou juntado viuacutevo separado ou divorciado) no momento da

entrevista A distribuiccedilatildeo geograacutefica dos domiciacutelios foi separada por cidades (capitais

dos estados e Distrito Federal) e mediante o caacutelculo da meacutedia ponderada os

domiciacutelios foram agrupadas por regiatildeo (Norte Nordeste Centro Oeste Sudeste e

Sul)

Para a anaacutelise do comportamento das variaacuteveis idade e escolaridade em

relaccedilatildeo ao conceito dado pela classificaccedilatildeo do niacutevel de AF procedeu-se conforme o

agrupamento sugerido pelo sistema VIGITEL Assim a idade foi agrupada em seis

intervalos 18 - 24 25 - 34 35 - 44 45 - 54 55 - 64 e 65 ou mais anos de idade e a

escolaridade em trecircs intervalos 0 - lt 9 9 a lt 12 e 12 anos ou mais de estudo

337 Variaacuteveis de comportamento individual

Para a caracterizaccedilatildeo das variaacuteveis de comportamento individual foram

utilizadas informaccedilotildees sobre a percepccedilatildeo do estado de sauacutede podendo ser excelente

bom regular ou ruim Sobre a realizaccedilatildeo de dietas hipocaloacutericas (simnatildeo)

consideraram-se os doze meses anteriores agrave entrevista Sobre o tabagismo para os

participantes com resposta afirmativa a carga foi considerada como sendo expressa

pelo nuacutemero de cigarros consumidos por dia Sobre o consumo de bebida alcooacutelica

observaram-se os 30 dias anteriores agrave data da entrevista para os participantes com

resposta afirmativa a frequecircncia semanal do consumo foi considerada em dias da

semana que eles costumavam ingerir

Para facilitar a anaacutelise algumas variaacuteveis quantitativas foram agrupadas

O consumo de cigarro foi agrupado em trecircs intervalos 1 ndash 19 20 ndash 39 e 40 ou mais

46

cigarros por dia e o consumo de aacutelcool foi dividido em quatro intervalos

ocasionalmente 1 ndash 2 3 ndash 6 vezes por semana e diariamente

338 Diagnoacutestico de DCNT

Foram utilizadas informaccedilotildees sobre o conhecimento de ocorrecircncia de

cinco tipos de DCNT hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes IAM eou AVC

dislipidemia e osteoporose Para tanto foi perguntado aos participantes se em algum

momento foram informados por algum meacutedico se eram portadores de pressatildeo alta

diabetes infarto ou derrame cerebral colesterol ou trigliceacuterides elevado ou

doenccedilafraqueza dos ossos O questionaacuterio possibilitou a um mesmo participante

responder (simnatildeonatildeo lembro) separadamente para cada uma das doenccedilas Assim

facultou-se que um participante pudesse reportar mais de um tipo de doenccedila

339 Determinaccedilatildeo do niacutevel da atividade fiacutesica

Para verificar o grau de concordacircncia entre as diversas recomendaccedilotildees a

prevalecircncia de AF foi calculada segundo cada uma das diretrizes apresentadas na

introduccedilatildeo deste trabalho

Para verificar a prevalecircncia da AF segundo as variaacuteveis

sociodemograacuteficas utilizou-se a recomendaccedilccedilao da OMS de 2010 por ser ela a

mesma adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil

3310 Comparaccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees

A anaacutelise das informaccedilotildees sobre duraccedilatildeo intensidade do esforccedilo e

freuqecircncia semanal nas ativi dade no tempo de lazer e no deslocamento para o

trabalho permitiram quantificar o volume de AF semanal dos participantes Uma vez

determinado individualmente o volume semanal da AF foi determinada a

classificaccedilatildeo dos participantes em inativo ativo insuficiente ativo ou muito ativo

para cada uma das cinco recomendaccedilotildees Um segundo agrupamento das mesmas

informaccedilotildees permitiu a categorizaccedilatildeo em AF suficiente ou AF insuficiente

47

Quadro 2 Classificaccedilatildeo do niacutevel de atividade fiacutesica

Grupo Criteacuterio

1- Inativo

2- Ativo insuficiente

3- Ativo

4- Muito ativo

nega a praacutetica de AF no lazer ou transporte ativo

realiza exerciacutecio fiacutesico ou esporte abaixo da recomendaccedilatildeo

atinge a recomendaccedilatildeo

ultrapassa a recomendaccedilatildeo

Classe Criteacuterio

A - AF suficiente

B - AF insuficiente

alcanccedila a meta (grupo ativo + grupo muito ativo)

natildeo alcanccedila a meta (grupo inativo + grupo ativo insuficiente)

34 ANAacuteLISE DOS DADOS

Todas as estimativas de variaacuteveis sociodemograacuteficas de comportamento

individual de preferecircncia por um tipo de AF de classificaccedilatildeo do niacutevel de AF para os

portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT de frequecircncia semanal e de duraccedilatildeo do

esforccedilo foram obtidas para o total de participantes com algum grau de AF levando-

se em conta os fatores de ponderaccedilatildeo O significado estatiacutestico das diferenccedilas foi

avaliado por meio do teste do qui-quadrado (X2) de Pearson Todos os resultados

foram considerados com intervalo de confianccedila de 95 ou seja com niacutevel de

significacircncia de 005 Os resultados com p menor do que 005 foram considerados

com diferenccedila estatisticamente significante Para comparar as diferentes

recomendaccedilotildees foi realizada a Anaacutelise de Concordacircncia de Kappa com o objetivo de

verificar a coincidecircncia entre as prevalecircncias do niacutevel de AF considerando a

variaccedilatildeo existente no intervalo que vai de zero a uma unidade cujos valores possuem

a seguinte relaccedilatildeo 0 = natildeo concordacircncia 0 ndash 19 = pobre concordacircncia 02 ndash 039 =

baixa concordacircncia 04 ndash 059 = moderada concordacircncia 06 ndash 079 = alta

concordacircncia 08 ndash 099 = excelente concordacircncia 10 = perfeita concordacircncia Para

o processamento dos dados e anaacutelises estatiacutesticas divulgadas nesse estudo contou-se

com o auxiacutelio dos programas estatiacutesticos Statareg

(ver 110 e Microsoftreg Excel ver

100)

48

Para verificar como os principais componentes da AF (duraccedilatildeo e

frequecircncia) se relacionam na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual objetivo 4 do

presente trabalho foram realizadas duas simulaccedilotildees

Para avaliar a contribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal na quantidade

adequada de AF a frequecircncia semanal foi artificialmente aumentada para todos os

participantes insuficientemente ativos que referiram realizar AF 1 a 2 vezes por

semana de tal modo que sem modificar as demais informaccedilotildees todos os

selecionados com estas caracteriacutesticas culminaram com pelo menos trecircs sessotildees

semanais A seguir avaliou-se nessa nova situaccedilatildeo simulada se a adequaccedilatildeo do niacutevel

de AF sofreu alteraccedilotildees indicando se a pouca frequecircncia semanal tem papel

determinante no alcance do niacutevel miacutenimo de AF

O mesmo foi realziado com a duraccedilatildeo das sessotildees Com a base original

dos dados sem alterar as demais informaccedilotildees foi simulado acreacutescimo de tempo na

duraccedilatildeo do esforccedilo dos participantes pouco ativos de forma que todos realizassem

sessotildees de pelo menos 60 minutos Verificou-se entatildeo a nova adequaccedilatildeo do niacutevel de

AF procurando identificar se o aumento da duraccedilatildeo contribuiria com o alcance do

niacutevel miacutenimo de AF

35 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O sistema VIGITEL foi aprovado pelo Comitecirc Nacional de Eacutetica em

Pesquisa Envolvendo Seres Humanos sob o nuacutemero de registro 13081208

Este estudo foi aprovado em 14122011 pelo Comitecirc de Eacutetica em

Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da CAPPesq da Faculdade de Medicina da

Universidade de Satildeo Paulo sob o protocolo nordm 50511

49

4 RESULTADOS

41 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA AMOSTRA

Neste estudo foram incluiacutedos 52779 participantes 61 eram mulheres

Ambos os sexos foram distribuiacutedos em seis faixas etaacuterias e 68 apresentaram idade

igual ou inferior a 44 anos A maior parte (54) dos entrevistados referiram ter ateacute 9

anos de escolaridade eram casados ou juntados (53) com predomiacutenio de pardos e

morenos (53)

42 CLASSIFICACcedilAtildeO DO NIacuteVEL DE ATIVIDADE FIacuteSICA

Os 52779 participantes tiveram seu rendimento fiacutesico classificado em

quatro niacuteveis de AF (inativo ativo insuficiente ativo e muito ativo) e cinco

diferentes diretrizes que recomendam a praacutetica de AF (UE IOM ACSM OMS e

IPAQ) considerando os domiacutenios de AF no tempo livre e no deslocamento ativo

A classificaccedilatildeo de inativo foi coincidente em todas as diretrizes

analisadas O criteacuterio para este conceito foi uacutenico ou seja entraram nele todos os que

apresentaram resposta negativa para as perguntas 44 - o(a) sr(a)praticou algum tipo

de exerciacutecio fiacutesico ou esporte) e - 53 o(a) sr(a) costuma ir a peacute ou de bicicleta de

casa para o trabalho Isto resultou em 515 (N=25837) de inativos para a amostra

Os 485 (N=26942) de participantes que referiram praticar alguma quantidade de

AF no lazer ou no deslocamento foram classificados em uma das outras trecircs

categorias (ativo insuficiente ativo ou muito ativo)

A Tabela 3 mostra a distribuiccedilatildeo dos participantes para cada

recomendaccedilatildeo em observacircncia agrave classificaccedilatildeo do niacutevel de AF

No conjunto o IOM apresentou os criteacuterios de suficiecircncia de AF com

maior dificuldade de alcanccedilar apenas 156 (N=7347) dos participantes os

atingiram Por outro lado os criteacuterios estabelecidos pela OMS apresentaram a menor

dificuldade de serem alcanccedilados 345 (N=20178) dos participantes os atingiram

50

Embora a OMS e o ACSM recomendem o mesmo volume de AF o

segundo entende que ela seja distribuiacuteda sistematicamente ao longo da semana Isto

fez com que aproximadamente 4800 participantes (13) que atingiram o tempo

miacutenimo de 150 minutos por semana natildeo tivessem cumprido a frequecircncia de 5 ou

mais dias por semana ficando aqueacutem da meta do ACSM Essa discrepacircncia se torna

mais pronunciada quando se comparam a OMS e o IOM

Tabela 3 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta e porcentagem segundo o niacutevel de

AF e diferentes diretrizes de AF nas capitais brasileiras e Distrito

Federal ndash 2006

CATEGORIA UE1 IOM2 ACSM3 OMS4 IPAQ5

N N N N N

25837 515 25837 515 25837 515 25837 515 25837 515 Inativo Ativo Insuficiente 14430 253 19598 329 11634 206 6764 141 11422 202

Ativo 3962 81 4908 97 3387 71 4983 96 11113 191

Muito Ativo 8550 151 2436 59 11921 208 15195 249 4407 92

52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 TOTAL

AF suficiente

N

12512 232

N

7347 156

N

15308 279

N

20178 345

N

15520 283

AF insuficiente 40267 768 45432 844 37471 721 32601 655 37259 717

TOTAL 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100

1 Centro Nacional de Atividade Fiacutesica da Uniatildeo Europeia

2 Instituto de Medicina dos EUA

3 Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva

4 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

5 Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000

Excluiacutedos 1590 participantes sem classificaccedilatildeo do niacutevel de AF

A Tabela 4 mostra o resultado da aplicaccedilatildeo do Teste de Concordacircncia de

Kappa (k) para a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF Entre as cinco diferentes diretrizes

houve concordacircncia perfeita para o estabelecimento da inatividade (k = 1) jaacute que foi

estipulado um uacutenico criteacuterio para o grupo No conjunto observou-se variaccedilatildeo de

concordacircncia entre pobre a excelente A menor concordacircncia aconteceu entre o IOM

e a OMS (k = 016) para o grupo muito ativo Em termos praacuteticos o que eacute muito

ativo para um parece natildeo ser para o outro A maior concordacircncia ocorreu para o

grupo de ativos insuficientes entre o IPAQ e o ACSM (k = 098) Em termos

51

praacuteticos para este grupo as exigecircncias se equivalem Para os demais grupos (ativo e

muito ativo) a concordacircncia foi pobre (k = 031 e 037 respectivamente) Entre os

que alcanccedilaram a meta (ativos e muito ativos) e os que natildeo a alcanccedilaram

(insuficientemente ativos e inativos) houve variaccedilatildeo de concordacircncia entre

moderada a excelente A menor concordacircncia aconteceu entre a OMS e o IOM (k =

041) A maior concordacircncia oconteceu entre o IPAQ e o ACSM (k = 099)

Tabela 4 Teste de Concordacircncia de Kappa para o cruzamento do niacutevel de AF

mediante diferentes diretrizes para a populaccedilatildeo adulta com idade ge

18 anos nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006

CATEGORIA

IOM ACSM OMS IPAQ

(k) (k) (k) (k)

Inativo

UE

1 1 1 1

IOM

1 1 1

ACSM

1 1

OMS

1

Ativo Insuficiente

074 081 047 079 UE

IOM

059 049 075

ACSM

058 098

OMS

059

Ativo

UE 081 085 08 036

IOM

069 096 044

ACSM

068 031

OMS

045

UE 029 072 056 052

IOM

021 016 055

ACSM

078 037

OMS

029 UE =

Centro Nacional de Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Uniatildeo Europeia

IOM = Instituto de Medicina dos EUA

ACSM = Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva

OMS = Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IPAQ = Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica

Anaacutelise de Concordacircncia de Kappa (0= natildeo concordacircncia 0 ndash 19 = pobre concordacircncia 02 ndash

039 = baixa concordacircncia 04 ndash 059= moderada concordacircncia 06 ndash 079 = alta concordacircncia

08 ndash 099 = excelente concordacircncia 10 = perfeita concordacircncia)

52

A Tabela 5 apresenta os resultados que foram concordantes entre todas as

diretrizes de AF avaliadas para a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF Todos os participantes

que negaram praticar algum tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte ou se deslocar

ativamente para o trabalho (N= 25837) foram conceituados como inativos perante as

cinco recomendaccedilotildees Entre os 26942 participantes que referiram praticar uma

quantidade de AF observou-se 248 (N=6688) de ativos insuficientes 106

(N=2867) de ativos e 91 (N=2439) de muito ativos foram classificados de modo

concordante por todas as diretrizes analisadas

Tabela 5 Frequecircncia da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos segundo o

niacutevel de AF coincidente para as recomendaccedilotildees do UE IOM ACSM

OMS IPAQ nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000

421 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Uniatildeo Europeia

A Tabela 6 mostra a prevalecircncia da AF segundo a diretriz da UE O

rendimento variou entre 20 (IC95 17-22) em Satildeo Paulo e 315 (IC5 28-34)

em Porto Velho No conjunto homens foram mais ativos em Porto Velho (402) e

menos em Satildeo Paulo (223) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (248)

e menos em Teresina (168) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes

encontraram-se 215 (IC5 19-23) na Regiatildeo Sudeste e 255 (IC5 24-27) na

Regiatildeo Norte

Grupo

Inativo

Ativo

Total (N) 25837

26942

subgrupo

insuficiente suficiente muito ativo

Coincidecircncia

N 25837 6688 2867 2439

100 248 106 91

53

Tabela 6 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

a diretriz da UE1 por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal

ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 255 (241-270) 314 (290-339) 202 (185-218)

Beleacutem 26 (233-287) 317 (272-262) 210 (178-242)

Boa Vista 303 (268-337) 388 (328-437) 224 (185-263)

Macapaacute 303 (271-335) 391 (340-443) 218 (180-256)

Manaus 218 (190-245) 264 (218-311) 175 (146-204)

Palmas 252 (214-290) 286 (230-341) 219 (167-271)

Porto Velho 315 (282-349) 402 (351-452) 229 (188-271)

Rio Branco 292 (257-326) 357 (303-410) 232 (187-277)

Nordeste 246 (235-257) 309 (290-328) 195 (182-208)

Aracaju 243 (212-274) 323 (265-382) 179 (152-206)

Fortaleza 28 (248-312) 335 (282-387) 236 (197-275)

Joatildeo Pessoa 218 (192-243) 262 (219-305) 182 (154-211)

Maceioacute 236 (207-265) 272 (228-317) 206 (169-244)

Natal 217 (191-243) 239 (194-283) 199 (169-229)

Recife 256 (227-284) 348 (296-399) 184 (154-213)

Salvador 224 (198-249) 273 (229-317) 183 (154-211)

Satildeo Luis 251 (220-280) 346 (292-400) 174 (146-202)

Teresina 262 (231-292) 377 (322-432) 168 (138-199)

Centro Oeste 249 (229-268) 266 (233-300) 234 (212-256)

Brasiacutelia 242 (206-278) 239 (176-302) 246 (206-285)

Campo Grande 277 (245-307) 324 (274-375) 234 (198-269)

Cuiabaacute 269 (234-302) 307 (250-364) 233 (195-271)

Goiacircnia 237 (208-265) 263 (215-311) 215 (181-247)

Sudeste 215 (199-230) 239 (214-265) 194 (175-213)

Belo Horizonte 246 (219-273) 283 (236-329) 216 (187-245)

Rio de Janeiro 226 (198-253) 247 (203-291) 208 (173-242)

Satildeo Paulo 20 (177-222) 223 (186-260) 180 (151-208)

Vitoacuteria 27 (243-296) 309 (264-355) 237 (207-267)

Sul 234 (215-252) 274 (242-307) 200 (182-219)

Curitiba 231 (203-257) 274 (227-321) 194 (164-223)

Florianoacutepolis 264 (235-291) 281 (236-324) 248 (212-284)

Porto Alegre 231 (200-261) 273 (216-330) 196 (168-224)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1Centro Nacional de Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Uniatildeo Europeia

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

54

422 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Instituto de Medicina dos Estados

Unidos

A Tabela 7 mostra a prevalecircncia da AF entre adultos em consonacircncia

com as recomendaccedilotildees do IOM Na comparaccedilatildeo com as outras diretrizes o IOM

apresentou menor rendimento em todas as capitais variando entre 119 (97-14) em

Natal e 249 (IC95 21-28) em Porto Velho No conjunto homens foram mais

ativos em Porto Velho (338) e menos em Brasiacutelia (147) Mulheres foram mais

ativas em Florianoacutepolis (18) e menos em Joatildeo Pessoa (82) Na avaliaccedilatildeo

segundo as regiotildees do paiacutes encontraram-se 145 (IC95 13-15) na Regiatildeo Sudeste

e 187 (IC95 17-20) na Regiatildeo Norte No acircmbito regional embora apresente um

menor percentual de participantes com AF suficiente a menor prevalecircncia da AF na

Regiatildeo Sudeste e a maior na Regiatildeo Norte se mantiveram

55

Tabela 7 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo

diretriz do IOM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal

ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 187 (174-201) 248 (225-271) 132 (117-146)

Beleacutem 194 (169-219) 256 (213-298) 140 (112-168)

Boa Vista 236 (202-270) 311 (257-366) 162 (124-199)

Macapaacute 226 (196-256) 307 (259-355) 148 (112-183)

Manaus 147 (123-172) 193 (150-237) 105 (81-129)

Palmas 172 (139-204) 217 (163-270) 127 (93-161)

Porto Velho 249 (217-282) 338 (288-389) 161 (121-201)

Rio Branco 233 (200-266) 310 (257-363) 162 (123-202)

Nordeste 163 (152-173) 220 (203-237) 117 (106-128)

Aracaju 156 (128-185) 237 (181-293) 92 (71-113)

Fortaleza 184 (156-212) 232 (186-279) 145 (111-178)

Joatildeo Pessoa 126 (104-147) 180 (142-218) 82 (59-104)

Maceioacute 154 (127-181) 185 (144-227) 128 (93-162)

Natal 119 (97-142) 157 (115-198) 88 (67-109)

Recife 174 (147-200) 250 (206-298) 113 (87-140)

Salvador 148 (125-171) 192 (152-233) 111 (87-135)

Satildeo Luis 179 (151-206) 241 (191-292) 128 (102-154)

Teresina 203 (173-233) 315 (261-369) 112 (84-139)

Centro Oeste 155 (138-172) 180 (150-210) 134 (115-152)

Brasiacutelia 144 (112-176) 147 (92-202) 140 2 (107-176)

Campo Grande 179 (151-206) 234 (186-282) 128 (100-157)

Cuiabaacute 179 (145-213) 216 (159-274) 145 (110-180)

Goiacircnia 151 (125-178) 190 (144-237) 118 (91-146)

Sudeste 145 (131-159) 163 (140-186) 130 (113-148)

Belo Horizonte 164 (139-189) 203 (158-246) 131 (106-156)

Rio de Janeiro 143 (118-169) 155 (115-196) 133 (101-165)

Satildeo Paulo 141 (121-162) 157 (124-189) 128 (102-154)

Vitoacuteria 181 (157-205) 220 (177-263) 149 (123-174)

Sul 151 (135-166) 184 (156-2130 122 (107-137)

Curitiba 151 (129-173) 181 (143-220) 125 (100-149)

Florianoacutepolis 182 (156-208) 184 (145-223) 180 (146-215)

Porto Alegre 142 (116-169) 188 (136-240) 104 (84-125)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Instituto de Medicina dos EUA

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

56

423 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Coleacutegio Americano de Medicina

Esportiva

A Tabela 8 mostra a prevalecircncia de AF segundo a diretriz do ACSM Na

comparaccedilatildeo com as outras diretrizes o percentual meacutedio da suficiecircncia de AF foi

superior agrave da OMS e do IOM variando entre 235 (IC95 21-25) em Satildeo Paulo e

352 (IC95 32-38) em Macapaacute No conjunto homens foram mais ativos em

Macapaacute (478) e menos em Satildeo Paulo (267) Mulheres foram mais ativas em

Florianoacutepolis (304) e menos em Teresina (193) Na avaliaccedilatildeo segundo as

regiotildees do paiacutes encontraram-se 258 (IC95 24-27) na Regiatildeo Sudeste e 306

(IC5 28-32) na Regiatildeo Centro Oeste

57

Tabela 8 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF

segundo diretriz do ACSM por sexo nas capitais brasileiras e

Distrito Federal ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 305 (289-321) 394 (368-420) 224 (206-241)

Beleacutem 319 (291-348) 412 (365-459) 239 (206-273)

Boa Vista 333 (298-368) 432 (378-487) 235 (195-274)

Macapaacute 352 (320-386) 478 (426-530) 233 (195-271)

Manaus 263 (233-293) 338 (286-390) 193 (163-223)

Palmas 305 (265-345) 362 (303-421) 248 (196-301)

Porto Velho 354 (320-388) 458 (407-509) 252 (209-294)

Rio Branco 329 (294-365) 422 (367-476) 245 (200-290)

Nordeste 288 (277-300) 371 (351-390) 221 (208-234)

Aracaju 289 (257-320) 387 (328-446) 210 (182-239)

Fortaleza 321 (288-353) 389 (335-442) 265 (226-305)

Joatildeo Pessoa 254 (227-280) 307 (262-352) 210 (180-240)

Maceioacute 289 (257-320) 371 (320-421) 219 (181-257)

Natal 26 (232-288) 304 (256-353) 223 (192-254)

Recife 297 (268-327) 407 (354-459) 211 (180-241)

Salvador 265 (238-292) 332 (286-377) 210 (179-240)

Satildeo Luis 293 (262-324) 413 (359-467) 196 (167-225)

Teresina 301 (269-333) 436 (379-492) 193 (161-224)

Centro Oeste 306 (286-327) 344 (309-379) 274 (250-297)

Brasiacutelia 32 (281-359) 339 (272-406) 304 (260-347)

Campo Grande 308 (277-339) 365 (314-416) 256 (220-292)

Cuiabaacute 30 (265-334) 353 (296-401) 251 (213-289)

Goiacircnia 285 (255-315) 336 (285-386) 241 (207-275)

Sudeste 258 (241-274) 299 (271-326) 222 (203-242)

Belo Horizonte 295 (267-323) 35 (302-399) 248 (218-278)

Rio de Janeiro 279 (250-308) 329 (283-376) 236 (201-271)

Satildeo Paulo 235 (211-259) 267 (227-307) 208 (179-237)

Vitoacuteria 317 (290-345) 378 (330-426) 267 (236-298)

Sul 30 (281-319) 364 (332-397) 246 (226-266)

Curitiba 295 (267-323) 362 (314-401) 238 (207-269)

Florianoacutepolis 328 (299-357) 356 (310-402) 304 (267-340)

Porto Alegre 30 (268-331) 37 (314-426) 241 (211-271)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 3Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

58

424 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

A Tabela 9 mostra a prevalecircncia da AF segundo a diretriz da OMS Na

comparaccedilatildeo com as outras diretrizes apresentaram maior prevalecircncia em todas as

capitais variando entre 284 (IC95 25-31) em Satildeo Paulo e 439 (IC95 40-47)

em Florianoacutepolis No conjunto homens foram mais ativos em Macapaacute (509) e

menos em Satildeo Paulo (305) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (431) e

menos em Manaus (254) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes encontrou-se

317 (IC95 30-33) na Regiatildeo Sudeste e 391 (IC95 37-41) na Regiatildeo Sul

59

Tabela 9 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF

segundo a diretriz da OMS por sexo nas capitais brasileiras e

Distrito Federal ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 365 (348-381) 442 (416-468) 294 (275-313)

Beleacutem 389 (359-419) 463 (415-512) 324 (287-362)

Boa Vista 387 (352-422) 473 (419-527) 301 (260-343)

Macapaacute 398 (364-431) 509 (457-561) 291 (251-330)

Manaus 318 (287-350) 389 (336-441) 254 (220-288)

Palmas 381 (340-422) 439 (378-500) 324 (269-379)

Porto Velho 404 (370-439) 492 (441-542) 317 (274-361)

Rio Branco 376 (341-412) 463 (409-518) 297 (252-342)

Nordeste 354 (342-366) 432 (412-452) 291 (277-305)

Aracaju 437 (378-497) 437 (378-497) 311 (277-345)

Fortaleza 380 (347-413) 440 (386-494) 331 (291-371)

Joatildeo Pessoa 341 (312-371) 380 (332-427) 310 (272-348)

Maceioacute 363 (330-396) 437 (386-488) 301 (259-342)

Natal 329 (299-358) 373 (322-424) 292 (258-325)

Recife 359 (329-390) 470 (416-523) 272 (239-305)

Salvador 338 (309-367) 415 (367-462) 274 (241-308)

Satildeo Luis 343 (312-374) 452 (398-505) 256 (224-287)

Teresina 352 (319-384) 462 (405-518) 263 (228-297)

Centro Oeste 389 (367-411) 413 (377-449) 368 (343-393)

Brasiacutelia 404 (336-472) 404 (336-472) 399 (351-446)

Campo Grande 398 (366-430) 440 (388-491) 361 (322-400)

Cuiabaacute 366 (331-400) 401 (345-457) 333 (293-374)

Goiacircnia 373 (341-404) 417 (366-469) 334 (298-371)

Sudeste 317 (300-334) 347 (319-376) 291 (270-312)

Belo Horizonte 375 (346-404) 426 (378-474) 332 (298-365)

Rio de Janeiro 347 (318-376) 386 (339-433) 313 (277-349)

Satildeo Paulo 284 (259-310) 305 (264-347) 267 (236-298)

Vitoacuteria 398 (369-427) 432 (384-481) 370 (336-404)

Sul 391 (371-410) 432 (400-465) 355 (333-378)

Curitiba 367 (338-396) 419 (371-467) 322 (289-355)

Florianoacutepolis 439 (408-470) 448 (398-498) 431 (393-469)

Porto Alegre 406 (374-468) 444 (388-500) 374 (338-411)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada

cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

60

425 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo

Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica

A Tabela 10 mostra a prevalecircncia da AF entre adultos segundo a diretriz

do IPAQ Na comparaccedilatildeo com as outras diretrizes se assemelhou agrave diretriz do

ACSM variando entre 272 (IC95 21-26) em Satildeo Paulo e 356 (IC95 32-39)

em Porto Velho No conjunto homens foram mais ativos em Macapaacute (48) e menos

em Satildeo Paulo (272) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (307) e

menos em Teresina (194) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes encontrou-se

263 (IC95 24-27) na Regiatildeo Sudeste e 309 (IC95 28-33) na Regiatildeo Centro

Oeste

61

Tabela 10 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF

segundo a diretriz do IPAQ por sexo nas capitais brasileiras e

Distrito Federal ndash 2006

Lazer + deslocamento

AF suficiente

IC95 IC95 IC95

Total Masculino Feminino

Norte 31 (294-326) 398 (372-424) 230 (212-248)

Beleacutem 325 (296-354) 413 (365-460) 249 (214-284)

Boa Vista 337 (302-372) 434 (380-489) 241 (201-281)

Macapaacute 355 (322-388) 48 (428-532) 235 (196-273)

Manaus 269 (239-300) 348 (296-400) 197 (167-227)

Palmas 312 (271-352) 364 (305-423) 259 (205-313)

Porto Velho 356 (322-390) 458 (407-509) 255 (213-297)

Rio Branco 333 (298-369) 427 (373-482) 248 (203-293)

Nordeste 293 (282-305) 377 (358-397) 224 (211-238)

Aracaju 294 (263-326) 393 (334-452) 215 (187-244)

Fortaleza 327 (294-359) 397 (343-451) 270 (231-309)

Joatildeo Pessoa 267 (239-295) 317 (271-363) 226 (193-260)

Maceioacute 298 (266-330) 383 (332-433) 227 (188-266)

Natal 263 (235-291) 308 (259-356) 225 (194-256)

Recife 299 (269-328) 41 (357-463) 211 (180-241)

Salvador 27 (243-297) 341 (295-388) 211 (180-241)

Satildeo Luis 295 (264-326) 414 (360-468) 199 (170-228)

Teresina 303 (271-335) 437 (381-494) 194 (162-226)

Centro Oeste 309 (288-330) 347 (311-382) 276 (253-299)

Brasiacutelia 322 (283-361) 341 (274-408) 305 (261-349)

Campo Grande 31 (279-342) 367 (316-418) 259 (223-295)

Cuiabaacute 303 (269-338) 357 (300-413) 254 (216-293)

Goiacircnia 288 (258-318) 34 (290-390) 244 (210-27-8)

Sudeste 263 (246-279) 303 (276-3310 229 (209-249)

Belo Horizonte 30 (271-327) 357 (309-406) 250 (219-280)

Rio de Janeiro 283 (254-311) 333 (286-379) 240 (205-275)

Satildeo Paulo 242 (218-266) 272 (232-312) 216 (186-246)

Vitoacuteria 318 (290-346) 378 (330-426) 268 (237-299)

Sul 303 (284-322) 367 (334-400) 248 (228-268)

Curitiba 296 (268-325) 362 (314-410) 240 (209-271)

Florianoacutepolis 331 (302-360) 356 (310-402) 307 (271-344)

Porto Alegre 304 (272-335) 377 (321-433) 243 (213-273)

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada

cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

62

A classificaccedilatildeo do niacutevel de AF tambeacutem apresentou divergecircncias

regionais A Figura 6 mostra a comparaccedilatildeo entre as regiotildees segundo o ranking da

prevalecircncia de AF A Regiatildeo Sul obteve a maior meacutedia de AF suficiente frente agraves

recomendaccedilotildees da OMS mas segundo as recomendaccedilotildees da UE e do IOM obteve a

quarta maior meacutedia do total de cinco A uacutenica unanimidade observada na

classificaccedilatildeo regional foi a Regiatildeo Sudeste com a menor meacutedia nacional

Figura 6 Classificaccedilatildeo regional do niacutevel de AF por diferentes recomendaccedilotildees

43 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO VARIAacuteVEIS SOCIODEMOGRAacuteFICAS

Para tornar possiacutevel a descriccedilatildeo das caracteriacutesticas sociodemograacuteficas da

AF dentre as diversas recomendaccedilotildees foi escolhida a da OMS por ser esta a adotada

pelas poliacuteticas de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro

bull1ordm Norte

bull2ordm Centro Oeste

bull3ordm Nordeste

bull4ordm Sul

bull5ordm Sudeste

UE

bull1ordm Norte

bull2ordm Nordeste

bull3ordm Centro Oeste

bull4ordm Sul

bull5ordm Sudeste

IOM

bull1ordm Centro Oeste

bull2ordm Norte

bull3ordm Sul

bull4ordm Nordeste

bull5ordm Sudeste

ACSM

bull1ordm Sul

bull2ordm Centro Oeste

bull3ordm Norte

bull4ordm Nordeste

bull5ordm Sudeste

OMS

bull1ordm Centro Oeste

bull2ordm Norte

bull3ordm Sul

bull4ordm Nordeste

bull5ordm Sudeste

IPAQ

63

Os homens se mostraram mais ativos que as mulheres (ple0001) O

percentual de AF para eles foi de 598 (IC95 57-63) e de 389 (IC95 36-42)

para elas

Em relaccedilatildeo ao traccedilo coretnia foi notada uma diferenccedila estatisticamente

significante Os de pele amarela foram os mais ativos (355 - IC95 32-37) e os de

pele vermelha os mais inativos (529 - IC 95 51-53) (ple0001) O grupo de

negros pardos e morenos apresentou prevalecircncia semelhante aos brancos (511 x

517 respectivamente) tanto para inatividade fiacutesica quanto para AF suficiente

(343 x 346 respectivamente) (p=007)

O niacutevel de AF decresceu com o aumento da idade Os participantes com

65 anos ou mais foram os mais inativos (66 - IC95 - 65-68) Naqueles com

menos idade (18 ndash 24 anos) o percentual de inatividade observado foi o menor (44

- IC95 42-46) Foi observada ainda uma diferenccedila estatisticamente significante

para a relaccedilatildeo entre a praacutetica de AF com a idade (ple0001)

A comparaccedilatildeo do grau de escolaridade dos participantes com o niacutevel de

AF apresentou diferenccedilas significantes (ple0001) e o niacutevel de AF cresceu com o

aumento da escolaridade Assim a inatividade fiacutesica eacute mais prevalente entre os

menos escolarizados 61 (IC95 58-63) e menos prevalente entre os mais

escolarizados 39 (IC95 36-40) Tambeacutem 46 dos participantes com maior

escolaridade e 30 com menor escolaridade alcanccedilaram a meta de AF recomendada

pela OMS

A relaccedilatildeo da praacutetica da AF com o estado civil dos participantes apontou

que os solteiros satildeo mais ativos (279 - IC95 25-29) e os viuacutevos satildeo mais inativos

(669 - IC95 64-68) Separados e divorciados tenderam a ser mais inativos que os

casados (p=0001)

Quando perguntado aos entrevistados se conheciam local ou instalaccedilatildeo

apropriados para a praacutetica de AF proacuteximos agrave sua residecircncia a resposta afirmativa foi

mais frequente entre os participantes que referiram praticar AF Entre os

participantes que responderam negativamente agrave questatildeo ou seja que desconheciam a

presenccedila de tais instalaccedilotildees 617 (IC95 59-63) se mostraram inativos A Tabela

11 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis sociodemograacuteficas em relaccedilatildeo ao niacutevel de AF

64

Tabela 11 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo variaacuteveis

sociodemograacuteficas nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash

2006

Variaacuteveis

sociodemograacutefica Inativo ativo insuf ativo muito ativo p

IC95 IC95 IC95 IC95

SEXO

lt0001

masculino 402 (381-423) 205 (181-22) 103 (85-119) 290 (271-321)

feminino 611 (583-634) 86 (64-107) 88 (63-104) 215 (198-235)

CORETNIA

lt0001

branca 512 (499-528) 144 (132-60) 87 (73-97) 257 (241-269)

negra 487 (465-498) 132 (118-51) 125 (112-143) 256 (242-273)

pardamorena 521 (513-532) 140 (129-58) 98 (86-108) 241 (226-265)

amarela 479 (459-496) 89 (77-97) 77 (63-91) 355 (328-379)

vermelha 529 (511-539) 128 (112-14) 104 (91-114) 239 (219-245)

IDADE

lt0001

18 ndash 24 443 (426-465) 189 (165-99) 101 (84-122) 267 (245-291)

25 ndash 34 479 (453-498) 156 (143-74) 93 (79-118) 272 (252-305)

35 ndash 44 524 (498-543) 135 (119-47) 94 (91-105) 247 (222-273)

45 -54 558 (529-584) 104 (88-12) 100 (92-111) 238 (209-253)

55-64 557 (536-585) 109 (98-118) 89 (77-96) 245 (229-265)

65 ou + 661 (651-684) 86 (71-98) 90 (82-111) 163 (156-189)

ESCOLARIDADE

lt0001

0 a 8 607 (589-637) 93 (89-107) 101 (91-116) 199 (188-211)

9 a 11 472 (446-499) 138 (118-49) 98 (91-105) 292 (274-326)

12 e mais 386 (365-406) 153 (143-76) 82 (69-93) 379 (348-411)

ESTADO CIVIL

001

solteiro 451 (432-489) 174 (161-85) 96 (91-106) 279 (259-294)

casado 537 (518-555) 127 (119-37) 97 (89-104) 239 (221-251)

viuacutevo 669 (648-685) 83 (74-98) 77 (71-89) 171 (164-186)

separadodivorciado 582 (568-631) 102 (91-12) 100 (9-117) 216 (205-229)

LOCAL PARA AF

lt0001

sim 482 (468-499) 152 (143-161) 95 (91-106) 266 (248-273)

natildeo 617 (597-632) 105 (93-11) 89 (81-97) 189 (175-199)

TOTAL DA

AMOSTRA () 515

141

96

249

Segundo diretriz OMS

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

p-valor para determinar a diferenccedila entre os escore das variaacuteveis para os niacutevel de AF (inativo ativo

insuficiente ativo e muito ativo) calculado pelo Teste Qui quadrado de Pearson

65

44 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO O COMPORTAMENTO INDIVIDUAL

A Tabela 12 mostra a distribuiccedilatildeo do niacutevel de AF dos participantes de

acordo com algumas caracteriacutesticas do comportamento individual A avaliaccedilatildeo

subjetiva do estado de sauacutede mostrou distribuiccedilatildeo significativamente diferente entre

os grupos (plt0001) Embora aproximadamente 80 dos participantes tenham

percebido sua sauacutede como boaregular houve maior impressatildeo positiva entre os

ativos e negativa entre os inativos O deslocamento ativo de casa para o trabalho foi

mais frequente agrave medida que aumentava o niacutevel de AF Por sua vez ser inativo foi

mais comum entre tabagistas (58 - IC95 57-59) principalmente entre aqueles

com maior consumo diaacuterio de cigarros Em relaccedilatildeo ao consumo de bebida alcooacutelica

aqueles que declararam realizar alguma quantidade de AF se apresentaram como

maiores consumidores (553 - IC95 54-56) (plt0001)

66

Tabela 12 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo caracteriacutesticas de

comportamento individual nas capitais brasileiras e Distrito

Federal ndash 2006

Segundo diretriz da OMS

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

p valor calculado pelo Teste Qui quadrado de Pearson

45 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO DIAGNOacuteSTICO DE DOENCcedilAS

CROcircNICAS NAtildeO TRANSMISSIacuteVEIS

A Tabela 13 mostra a prevalecircncia de diagnoacutestico meacutedico de DCNT

(hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente

vascular cerebral dislipidemia e osteoporose) em adultos e a sua relaccedilatildeo com o niacutevel

de AF1

embasado nas diretrizes da OMS A prevalecircncia para as doenccedilas pesquisadas

Caracteriacutesticas

Gerais (IC95 ) (IC95 ) (IC95 ) (IC95 ) p

Estado sauacutede lt0001

excelente 35 (342-264) 147 (131-158) 91 (84 - 99) 412 (402-430)

bom 454 (445-464) 14 (130-157) 95 (87-103) 311 (304-323)

578 (566-587) 11 (104-119) 98 (89-106) 214 (204-229)

ruim 721 (714-739) 73 ( 65 - 80) 72 (67 - 79) 134 (125-147)

lt0001

sim 432 (419-447) 132 (122-141) 105 (95-112) 331 (322-341)

528 (513-532) 142 (134-153) 94 (87-101) 236 (228-244)

Desl ativo lt0001

sim 229 (214-236) 73 ( 67 - 81) 325 (317-336) 373 (364-381)

natildeo 562 (551-574) 191 (183-202) 276 (266-284) 219 (203-226)

Tabagismo 002

sim 582 (571-592) 123 (115-134) 95 (89-103) 20 (191-209)

natildeo 505 (495-520) 143 (133-156) 95 (85-104) 256 (244-263)

Cigarro quant

1-19dia 529 (514-538) 14 (131-149) 104 (94-111) 228 (214-233) 001

20-39dia 656 (648-666) 91 ( 84 -101) 86 (76 - 93) 167 (151-176)

40 ou mais 647 (635-658) 121 (113-132) 57 (46 - 65) 175 (162-182)

Ex-fumante

sim 521 (512-533) 129 (117-134) 10 (94-109) 250 (241-262) 007

natildeo 50 (489-511) 149 (133-155) 93 (89 - 99) 259 (244-266)

Consumo aacutelcool

sim 447 (433-456) 177 (166-184) 99 (91-106) 276 (264-286) lt0001

natildeo 558 (544-566) 119 (107-128) 93 (85-101) 23 (221-243)

Frequecircnciadia

diaacuteria 481 (47-492) 116 (108-127) 132 (123-146) 271 (266-283)

3 a 6 dias 469 (459-478) 176 (164-184) 113 (107-126) 238 (226-244)

1 a 2 dias 417 (403-428) 203 (191-216) 98 (91-107) 282 (278-295)

ocasionalmente 501 (487-5120 13 (120-139) 91 (89-101) 278 (264-287)

Total da amostra ( ) 515 141 96 249

Inativo ativo insuficiente ativo muito ativo

Dieta hipocaloacuterica

67

foi maior entre os inativos principalmente entre mulheres inativas (plt0001) Trecircs a

cada quatro episoacutedios de infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral

acometeram mulheres inativas

Tabela 13 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos com histoacuterico

de diagnoacutestico meacutedico de DCNT por sexo segundo o niacutevel de AF

determinado pela OMS1 nas capitais dos estados brasileiros e

Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da

populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

X 2 = Teste Qui quadrado de Pearson

DCNT - hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto agudo do miocaacuterdio eou AVC dislipidemia

ou osteoporose

DCNT Inativo Ativo Insuficiente Ativo Muito ativo

IC 95 IC 95 IC 95 IC 95 p

HIPERTENSAtildeO

Total (217) 595 578-610 101 88-122 88 71-95 216 197-233 lt0001

Homens (185) 513 486-534 135 113-143 54 40-63 243 228-263 lt0001

Mulheres (244) 643 621-669 78 66-91 78 63-86 201 189-229 0009

DIABETE

Total (52) 634 617-668 78 55-91 78 53-96 212 197-233 0001

Homens (44) 522 480-568 114 93-130 91 77-115 273 258-292 003

Mulheres (59) 678 658-702 68 49-83 68 50-85 186 164-212 0001

INFARTO eou AVC

Total (27) 663 638-691 81 71-101 85 69-93 181 165-194 lt0001

Homens (28) 571 542-606 143 129-165 89 75-103 217 194-227 0006

Mulheres (27) 741 727-767 44 34-59 71 63-89 144 131-164 0001

DISLIPIDEMIA

Total (162) 54 521-568 123 114-138 99 86-111 238 224-257 002

Homens (143) 457 446-478 162 151-173 114 106-130 267 245-288 0001

Mulheres (178) 596 563-614 96 81-106 88 79-93 22 206-248 033

OSTEOPOROSE

Total (44) 64 559-669 114 106-134 91 80-100 159 146-166 lt0001

Homens (13) 538 521-541 154 144-165 154 145-166 154 145-165 026

Mulheres (70) 643 628-662 10 93-115 86 77-99 171 166-184 001

68

46 MODALIDADES PREFERIDAS PARA A PRAacuteTICA DE ATIVIDADE

FIacuteSICA

A Tabela 14 lista a escolha principal dos participantes por uma entre 16

modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte A caminhada livre a musculaccedilatildeo e o

futebol foram os mais populares Enquanto a caminhada livre apresentou maior

ocorrecircncia entre mulheres principalmente entre aquelas suficientemente ativas

(579 - IC95 56-60) o futebol se confirmou como modalidade de exerciacutecio fiacutesico

ou esporte predominantemente masculino e foi o mais preferido entre os homens

insuficientemente ativos (609 - IC95 57-64) As diferenccedilas estabelecidas foram

estatisticamente significantes (plt0001)

69

Tabela 14 Percentual da populaccedilatildeo adulta distribuiacuteda segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos

estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Conjunto

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades

Total

(IC 95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

Total

(IC95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

1 = caminhada livre 427 413-443 297 276-318 579 560-600 269 247-289 152 130-174 479 445-513

2 = caminhada esteira 29 24-34 39 31-48 17 12-22 23 16-30 27 17-37 16 09-23

3 = corrida livre 37 31-42 48 39-56 25 18-31 23 17-30 24 16-32 22 13-31

4 = corrida esteira 05 003-07 04 01-07 06 03-09 04 009-07 05 005-09 02 0002-04

5 = musculaccedilatildeo 154 142-166 174 155-193 131 117-144 43 34-51 30 21-40 64 48-81

6 = ginaacutestica aeroacutebia 21 17-25 04 02-06 40 32-49 11 07-15 02 005-03 29 18-40

7 = hidroginaacutestica 20 16-23 06 02-09 37 30-43 21 16-26 03 01-05 53 39-68

8 = ginaacutestica geral 33 28-38 13 09-17 57 47-66 34 27-41 12 07-17 75 58-92

9 = nataccedilatildeo 17 13-20 18 14-22 15 09-20 26 19-33 26 16-36 26 17-35

10 = artes marciais 15 11-19 22 16-29 06 01-10 03 01-05 03 02-05 03 0004-007

11 = ciclismo 48 41-55 63 53-75 29 22-36 40 31-50 43 31-55 36 22-49

12 = futebol 140 127-152 252 230-273 10 07-13 408 378-437 609 573-643 42 28-56

13 = basquetebol 02 007-03 03 01-05 002 0004-004 02 003-05 03 001-06 01 001-02

14 = voleibol 08 05-10 06 04-08 09 05-14 23 17-29 12 07-16 44 30-58

15 = tecircnis 02 002-04 05 02-07 005 002-009 06 02-10 08 02-14 03 004-05

16 = outros 42 36-48 46 36-55 38 31-45 64 52-76 41 30-53 105 78-131

70

A Tabela 15 mostra a preferecircncia dos portadores de hipertensatildeo arterial

sistecircmica por uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Comparando

a proporccedilatildeo com o conjunto da amostra foi notado entre os portadores dessa DCNT

incremento da praacutetica de caminhada livre em ambos os grupos (ativo suficiente e

ativo insuficiente) e sexos Entre os hipertensos suficientemente ativos a frequecircncia

foi de 68 (IC95 64-70) contra 43 (IC95 41-44) para a populaccedilatildeo em geral

Os hipertensos insuficientemente ativos apresentaram incremento mais modesto para

esta modalidade (448 - IC95 39-49) Tambeacutem ficou destacada a diminuiccedilatildeo da

praacutetica de futebol para este grupo As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente

significantes (plt0001)

71

Tabela 15 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de hipertensatildeo arterial sistecircmica segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou

esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

HIPERTENSAtildeO

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades

Total

(IC 95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

Total

(IC95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

1 = caminhada livre 679 648-708 604 553-654 737 704-75 448 399-497 312 251-373 599 530-667

2 = caminhada esteira 19 12-26 26 14-38 14 06-22 16 05-27 18 001-35 15 02-28

3 = corrida livre 27 17-37 39 19-58 18 09-26 20 08-31 23 06-40 15 008-32

4 = corrida esteira 03 005-06 06 001-12 01 004-13 04 01-08 06 03-16 004 005-01

5 = musculaccedilatildeo 63 46-78 75 48-102 52 34-71 29 07-51 37 01-75 20 02-38

6 = ginaacutestica aeroacutebia 20 10-30 07 002-14 30 13-47 13 06-19 06 005-13 19 08-31

7 = hidroginaacutestica 37 25-48 11 03-21 57 38-76 54 31-77 15 02-28 98 53-143

8 = ginaacutestica geral 26 18-33 13 05-20 36 23-49 46 30-62 27 09-45 67 41-94

9 = nataccedilatildeo 09 04-14 11 03-19 07 0005-14 23 10-36 26 06-45 20 03-38

10 = artes marciais 03 002-05 06 003-12 02 0001-005 03 003-06 03 01-08 02 02-06

11 = ciclismo 32 24-41 44 30-58 23 12-33 50 24-77 54 24-84 50 03-91

12 = futebol 47 31-63 105 70-139 005 0004-01 222 174-270 416 341-491 06 02-12

13 = basquetebol 01 001-03 02 003-05 001 0007-002 0005 0005-002 001 0001-003 - -

14 = voleibol 02 005-05 04 002-11 006 0005-001 10 02-23 06 007-10 15 11-41

15 = tecircnis 01 001-002 03 001-05 008 001-01 03 004-06 04 002-08 02 01-05

16 = outros 31 18-44 44 19-68 21 08-34 59 38-80 47 15-79 72 56-100

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

72

A Tabela 16 mostra a preferecircncia de portadores de diabete por uma entre

16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Para ambos os grupos e ambos os

sexos a procura pela caminhada livre quase dobrou em relaccedilatildeo ao conjunto da

amostra (427x 746) sendo esta modalidade a preferida de 77 (IC95 69-84)

das mulheres suficientemente ativas A preferecircncia pela praacutetica do futebol aumentou

em aproximadamente cinco vezes para o grupo que natildeo alcanccedilou a meta em relaccedilatildeo

ao conjunto da amostra O somatoacuterio de modalidades esportivas de quadra como

basquete vocirclei e tecircnis natildeo alcanccedilou 05 da preferecircncia e demonstrou a natildeo escolha

destas modalidades pelo puacuteblico feminino As diferenccedilas estabelecidas foram

estatisticamente significantes (plt0001)

73

Tabela 16 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de diabetes segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Diabetes AF Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)

Total

(IC95)

Masculino

(IC 95)

Feminino

(IC 95)

1 = caminhada livre 746 687-803 718 623-812 770 697-842 558 450-661 504 326-681 595 456-733

2 = caminhada esteira 30 122-48 34 02-66 27 08-45 07 0005-14 14 02-30 02 01-07

3 = corrida livre 16 04-28 10 01-20 21 005-42 27 04-58 24 08-55 29 02-79

4 = corrida em esteira 02 0002-05 02 01-05 03 008-07 11 10-32 26 24-76 0 -

5 = musculaccedilatildeo 25 06-44 39 009-78 12 01-23 12 01-25 22 08-52 05 02-11

6 = ginaacutestica aeroacutebia 13 0001-26 21 06-48 06 0004-12 07 04-18 13 13-39 02 006-05

7 = hidroginaacutestica 50 18-82 22 09-53 75 22-128 93 18-167 30 01-61 139 162-262

8 = ginaacutestica em geral 31 14-48 15 17-31 45 18-73 46 03-89 11 03-26 71 009-143

9 = nataccedilatildeo 09 0005-19 11 0 5-28 07 04-18 08 0004-17 11 06-29 06 0006-013

10 = artes marciais 02 001-006 05 02-13 00 - 03 03-10 08 08-24 0 -

11 = ciclismo 26 11-41 50 18-81 05 007-10 07 11-136 11 02-23 04 01-09

12 = futebol 20 008-32 42 16-69 0 - 93 50-136 219 111-326 0 -

13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -

14 = voleibol 01 0004-002 0004 0003-001 01 0008-02 0008 004-02 02 01-05 0 -

15 = tecircnis 0 - 0 - 0 -- 001 009-03 02 02-07 0 -

16 = outros 29 26-56 31 04-65 28 12-69 128 54-202 103 17-205 146 43-250

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

74

A Tabela 17 mostra a preferecircncia dos participantes com histoacuterico de IAM

eou AVC por uma das 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte A distribuiccedilatildeo

da escolha do tipo de atividade principal se assemelhou agrave escolha dos participantes

com diagnoacutestico preacutevio de diabetes ou seja indicou forte participaccedilatildeo em caminhada

livre Ela esteve presente entre 781 (IC95 76-88) das mulheres suficientemente

ativas e 734 (IC95 60-86) entre as insuficientemente ativas As diferenccedilas

estabelecidas foram estatisticamente significantes (plt0001)

75

Tabela 17 Percentual da populaccedilatildeo adulta com IAM eou AVC segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas

capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

2 Infarto agudo do miocaacuterdio e

3 Acidente vascular cerebral

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

IAM2 ou AVC3 AF Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades

Total

(IC 95) Masculino (IC 95) Feminino

(IC

95) Total (IC95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)

1 = caminhada livre 706 621-91 653 534-73 781 763-88 494 342-645 382 197-571 734 600-867

2 = caminhada em esteira 45 08-81 74 12-135 03 02-08 06 02-13 07 04-18 04 03-11

3 = corrida livre 12 01-24 07 02-16 20 04-44 35 31-102 50 47-147 03 03-11

4 = corrida em esteira 02 01-05 04 02-09 0 - 24 17-65 35 25-95 0 -

5 = musculaccedilatildeo 80 15-145 90 03-18 63 20-149 64 27-155 76 54-207 38 24-100

6 = ginaacutestica aeroacutebia 15 05-35 18 15-51 10 02-22 10 05-24 0 - 31 15-77

7 = hidroginaacutestica 28 09-48 11 08-29 53 13-93 50 07-92 36 12-83 80 05-166

8 = ginaacutestica em geral 24 05-43 16 04-35 36 002-71 20 02-37 14 06-34 32 001-64

9 = nataccedilatildeo 10 04-25 06 05-17 17 15-48 24 01-48 32 02-66 08 03-20

10 = artes marciais e luta 01 01-03 02 01-05 00 00 0 - 0 - 0 -

11 = ciclismo 16 04-31 23 03-49 05 005-11 57 08-122 74 20-169 20 16-56

12 = futebol 25 05-45 42 07-75 0 - 154 30-312 225 06-443 01 01-03

13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -

14 = voleibol 01 005-03 004 0003-1 02 001-05 005 004-01 01 008-02 0 -

15 = tecircnis 02 01-05 03 003-08 0 - 0 - 0 - 0 -

16 = outros 34 03-70 51 10-112 10 03-22 62 15-139 68 43-179 49 07-91

76

A Tabela 18 mostra a preferecircncia entre participantes com histoacuterico

meacutedico de dislipidemia por uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte

Caminhada livre musculaccedilatildeo e futebol foram as modalidades preferidas entre os

participantes suficientemente ativos 644 79 e 59 respectivamente A

caminhada livre o futebol e o ciclismo (431 22 e 58 respectivamente) foram

as modalidades preferidas entre participantes insuficientemente ativos As diferenccedilas

estabelecidas foram estatisticamente significantes (plt0001)

77

Tabela 18 Percentual da populaccedilatildeo adulta com dislipidemia segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais

dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quarado de Pearson p lt0001

Dislipidemia AF Suficiente

AF

Insuficiente

Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95) Total (IC95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)

1 = caminhada livre 644 612-676 556 500-612 723 686-757 431 377-483 298 229-366 579 510-642

2 = caminhada em esteira 18 11-24 24 12-37 11 04-19 16 06-27 18 002-36 14 03-24

3 = corrida livre 26 17-34 44 27-61 09 04-15 17 06-28 17 01-33 17 004-33

4 = corrida em esteira 07 01-13 11 01-22 03 03-07 10 06-26 19 12-49 0 -

5 = musculaccedilatildeo 79 62-96 93 65-121 68 46-88 30 16-45 11 03-18 51 22-81

6 = ginaacutestica aeroacutebia 20 14-29 07 05-15 31 15-47 08 02-13 03 01-07 14 04-23

7 = hidroginaacutestica 39 28-50 15 04-25 60 42-78 50 31-69 17 02-31 86 51-123

8 = ginaacutestica em geral 23 16-30 12 03-20 34 21-44 42 25-58 18 05-30 68 36-100

9 = nataccedilatildeo 13 07-19 16 06-26 09 02-17 43 18-68 59 16-102 25 04-46

10 = artes marciais e luta 04 004-07 08 08-15 0001 0001-0004 03 002-06 03 01-08 02 02-06

11 = ciclismo 35 24-45 52 33-72 19 10-28 58 34-82 83 41-125 30 08-51

12 = futebol 59 40-78 123 83-163 02 0002-04 220 165-274 414 328-499 05 001-09

13 = basquetebol 006 0006-01 01 001-02 0 - 003 003-009 005 005-01 0 -

14 = voleibol 003 005-04 01 001-06 02 01-06 09 03-14 007 02-12 11 01-21

15 = tecircnis 001 004-03 03 007-06 0002 0002-008 04 008-07 006 01-12 003 003-01

16 = outros 32 20-43 34 16-52 29 15-44 57 40-80 25 06-44 98 62-134

78

A Tabela 19 mostra a preferecircncia entre portadores de osteoporose por

uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Os resultados mostraram a

mesma tendecircncia observada entre os portadores dos outros tipos de DCNT ou seja

maior preferecircncia pela caminhada livre Aqui destaca-se a hidroginaacutestica como

segunda opccedilatildeo de AF A procura pela hidroginaacutestica foi maior em mulheres Para

aquelas que natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima 174 (IC95 9-25) relataram esta

preferecircncia As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente significantes

(plt0001)

79

Tabela 19 Percentual da populaccedilatildeo adulta com osteoporose segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos

estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

Osteoporose AF Suficiente

AF Insuficiente

Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95)

Feminino

(IC 95) Total (IC95) Masculino (IC 95)

Feminino

(IC 95)

1 = caminhada livre 670 607-732 502 313-691 705 645-769 413 322-502 371 128-612 424 327-519

2 = caminhada em esteira 14 03-25 43 08-93 07 0003-14 07 001-15 15 15-46 05 003-11

3 = corrida livre 14 01-27 20 07-48 13 01-27 03 001-06 02 02-06 03 005-07

4 = corrida em esteira 03 02-09 0 - 04 02-11 0001 001-004 007 008-02 0 -

5 = musculaccedilatildeo 60 24-94 106 19-230 49 17-81 52 03-108 132 104-368 33 005-66

6 = ginaacutestica aeroacutebia 24 009-47 01 0009-02 29 10-57 26 06-46 28 29-84 25 04-46

7 = hidroginaacutestica 87 54-122 0 - 108 67-149 154 83-222 66 63-194 174 94-254

8 = ginaacutestica em geral 39 17-59 03 02-08 46 21-72 105 49-160 10 11-32 128 60-196

9 = nataccedilatildeo 02 004-04 0 - 02 004-04 19 008-37 0 - 24 001-47

10 = artes marciais e luta 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -

11 = ciclismo 36 006-73 172 09-355 06 007-10 78 20-136 171 35-38 55 05-105

12 = futebol 22 04-39 120 23-217 003 003-01 32 04-61 164 18-31 0 -

13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 00 - 0 -

14 = voleibol 0001 0001-003 0 - 0001 0001-003 0 - 00 - 0 -

15 = tecircnis 0 - 0 -- 0 - 0 - 00 - 0 -

16 = outros 29 08-49 33 06-72 27 03-52 111 54-168 41 02-83 129 59-198

80

47 PERIODICIDADE SEMANAL DA ATIVIDADE FIacuteSICA

A Tabela 20 mostra a distribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal das atividades

separadas por modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e pelo conjunto das

modalidades segundo o niacutevel de AF Entre os participantes que alcanccedilaram a meta

sobressaiu a frequecircncia de atividades entre 3 a 4 dias na semana O fenocircmeno soacute natildeo

foi observado para a praacutetica do ciclismo onde predominou a frequecircncia diaacuteria

(485 - IC 95 408-559) A maioria dos participantes com AF insuficiente

apresentou frequecircncia de 1 a 2 dias por semana A uacutenica exceccedilatildeo ocorreu na

modalidade de basquetebol em que predominou a frequecircncia de 3 a 4 dias por

semana (532 - IC95 21-85) As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente

significantes (plt0001)

81

Tabela 20 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo periodicidade e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

continua

1 GIN AER = ginaacutestica aeroacutebia

2 todos = (todos os dias) frequecircncia diaacuteria da atividade

3 Caminhada na esteira rolante

1 GIN AER = ginaacutestica aeroacutebia

2 todos = (todos os dias) frequecircncia diaacuteria da atividade

3 Caminhada na esteira rolante

Nuacutemero de

sessotildees semanais AF

Suficiente AF

Insuficiente AF

Suficiente AF

Insuficiente AF

Suficiente AF

Insuficiente

CAMINHADA IC95 IC95 GIN16 AER IC95 IC95 CICLISMO IC95 IC95

Todos27 278 255-300 25 13-36 todos 120 64-175 76 06-145 todos 485 408-559 103 07-213

5 a 6 296 274-317 27 12-41 5 a 6 376 269-481 22 21-66 5 a 6 184 114-254 83 10-178

3 a 4 406 383-427 77 54-100 3 a 4 492 390-594 56 18-130 3 a 4 301 234-369 69 26-112

1 a 2 20 15-25 871 842-899 1 a 2 12 02-25 846 738-953 1 a 2 30 10-49 745 613-875

CAMINHADA38 IC95 IC95 HIDROGIN IC95 IC95 FUTEBOL IC95 IC95

todos 260 178-342 89 42-221 todos 45 17-71 _ _ todos 138 98-177 _ _

5 a 6 202 140-263 50 43-144 5 a 6 145 73-216 _ _ 5 a 6 106 72-140 01 001-02

3 a 4 455 365-545 92 14-168 3 a 4 801 726-876 01 001-02 3 a 4 453 394-509 01 001-02

1 a 2 83 16-148 769 61926 1 a 2 09 01-17 999 998-1000 1 a 2 303 249-356 998 997-1000

CORRIDA IC95 IC95

GIN

GERAL IC95 IC95 BASQUETE IC95 IC95

todos 163 111-214 04 03-13 todos 156 102-209 94 38-148 todos 300 73-672 _ _

5 a 6 288 212-362 46 10-101 5 a 6 285 211-358 80 15-145 5 a 6 101 30-232 _ _

3 a 4 518 439-596 11 01-23 3 a 4 545 467-624 62 26-97 3 a 4 532 214-850 _ _

1 a 2 31 06-56 939 881-997 1 a 2 14 01-26 764 677-850 1 a 2 67 32-165 100 _

82

continuaccedilatildeo

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

4 Corrida na esteira rolante

5 Engloba qualquer das modalidades de artes marciais

6 Conjunto de modalidades natildeo nominadas na entrevista

Nuacutemero de

sessotildees semanais AF

Suficiente AF

Insuficiente AF

Suficiente AF

Insuficiente AF

Suficiente AF

Insuficiente

CORRIDA49 IC95 IC95 NATACcedilAtildeO IC95 IC95 VOLEI IC95 IC95

todos 255 105-404 13 18-45 todos 134 45-223 05 04-159 todos 164 67-259 _ _

5 a 6 331 135-526 258 133-648 5 a 6 65 34-96 _ _ 5 a 6 164 56-270 _ _

3 a 4 386 171-602 - - 3 a 4 758 662-851 _ _ 3 a 4 556 401-712 01 001-02

1 a 2 28 27-82 729 332-1126 1 a 2 43 05-80 945 84-1049 1 a 2 116 37-193 999 998-1000

MUSCULACcedilAtildeO IC95 IC95 LUTA510 IC95 IC95 TEcircNIS IC95 IC95

todos 143 105-181 08 01-18 todos 211 90-330 _ _ todos 193 35-421 _ _

5 a 6 411 367-454 01 001-09 5 a 6 130 58-201 _ _ 5 a 6 163 34-290 _ _

3 a 4 437 394-477 34 22-91 3 a 4 590 452-728 _ _ 3 a 4 637 405-868 _ _

1 a 2 09 03-15 957 900-1014 1 a 2 689 01-138 100 _ 1 a 2 07 06-22 100 _

OUTROS611 IC95 IC95

CONJUNTO IC95 IC95

todos 295 215-374 96 36-229 todos 228 213-243 24 12-36

5 a 6 182 123-239 20 02-38 5 a 6 269 254-283 175 109-242

3 a 4 468 392-541 18 06-29 3 a 4 445 428-460 296 226-365

1 a 2 55 27-84 866 735-995 1 a 2 58 49-66 925 911-943

83

48 DURACcedilAtildeO DA SESSAtildeO DE ATIVIDADE FIacuteSICA

A Tabela 21 mostra a distribuiccedilatildeo da duraccedilatildeo (em minutos) das sessotildees

das atividades separadas por modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e no

conjunto das modalidades Para todas as modalidades a maioria dos participantes

referiu praticaacute-las com duraccedilatildeo de 60 minutos ou mais A uacutenica exceccedilatildeo ocorreu para

as corridas na esteira rolante pelos participantes insuficientemente ativos 525

(IC95 38-105) optaram por realizaacute-las de 30 a 39 minutos Destaca-se que no

conjunto aproximadamente 90 dos participantes praticaram alguma modalidade de

exerciacutecio fiacutesico ou esporte com duraccedilatildeo igual ou superior a 30 minutos Assim quase

a totalidade dos participantes atendeu ao indicador lsquoduraccedilatildeo do esforccedilorsquo

recomendado pela maioria das diretrizes

84

Tabela 21 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos) e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros

e Distrito Federal 2006

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

CAMINHADA IC95 IC95

GIN

AEROacuteBIA IC95 IC95 CICLISMO IC95 IC95

-10 01 001-09 03 01-05 -10 _ _ 99 07-189 -10 09 08-27 46 03-96

10 a 19 02 01-07 81 58-104 10 a 19 14 13-41 83 13-154 10 a 19 13 04-25 258 125-390

20 a 29 32 23-40 102 79-126 20 a 29 35 06-75 06 03-15 20 a 29 57 24-89 104 43-164

30 a 39 224 205-242 269 225-313 30 a 39 37 139-60 224 39-410 30 a 39 20 143-256 107 33-181

45 a 59 143 127-158 108 80-136 45 a 59 39 15-63 106 32-245 45 a 59 153 84-220 62 16-139

60 ou mais 598 575-621 437 392-491 60 ou mais 875 816-932 482 312-649 60 ou mais 568 492-644 423 302-543

CAMINHADA IC95 IC95 HIDROGIN IC95 IC95 FUTEBOL IC95 IC95

-10 0 0 08 07-24 -10 _ _ _ _ -10 - - - -

10 a 19 33 28-93 214 51-377 10 a 19 01 001-02 01 001-02 10 a 19 01 001-02 11 09-21

20 a 29 30 05-65 143 38-247 20 a 29 01 01-02 07 03-19 20 a 29 03 001-07 06 02-08

30 a 39 21 140-279 225 111-339 30 a 39 68 31-106 71 04-145 30 a 39 68 37-98 53 34-71

45 a 59 242 43-156 37 18-91 45 a 59 302 222-383 374 232-515 45 a 59 48 29-65 58 37-79

60 ou mais 485 456-395 373 215-531 60 ou mais 628 543-714 547 406-689 60 ou mais 88 845-916 872 841-901

CORRIDA IC95 IC95 GIN GERAL IC95 IC95 BASQUETE IC95 IC95

-10 - - - - -10 01 001-03 28 01-54 -10 _ _ 0 0

10 a 19 - - 109 - 10 a 19 03 001-07 234 144-324 10 a 19 _ _ 0 0

20 a 29 46 13-78 79 17-140 20 a 29 25 03-46 45 13-75 20 a 29 _ _ 08 01-26

30 a 39 316 235-396 267 116-416 30 a 39 108 68-147 105 51-158 30 a 39 31 29-82 116 81-314

45 a 59 151 106-195 111 21-201 45 a 59 28 136-43 40 11-67 45 a 59 17 10-44 07 06-23

60 ou mais 487 397-565) 434 285-583 60 ou mais 835 788-882 548 442-657 60 ou mais 952 891-1011 869 665-1072

continua

85

continuaccedilatildeo

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

AF

Suficiente

AF

Insuficiente

CORRIDA IC95 IC95 NATACcedilAtildeO IC95 IC95 VOLEI IC95 IC95

-10 _ _ 44 61-149 -10 _ _ _ _ -10 _ _ 0 0

10 a 19 _ _ 281 121-683 10 a 19 _ _ 58 46-161 10 a 19 _ _ 03 02-10

20 a 29 74 03-152 14 20-47 20 a 29 04 01-12 14 06-34 20 a 29 _ _ 0 0

30 a 39 186 05-314 526 08-1059 30 a 39 100 34-165 103 19-186 30 a 39 52 37-142 49 09-88

45 a 59 242 31-453 129 129-387 45 a 59 217 123-310 257 134-379 45 a 59 14 13-42 104 01-211

60 ou mais 498 289-706 06 009-22 60 ou mais 679 576-782 568 414-723 60 ou mais 934 840-1026 842 732-951

MUSCULACcedilAtildeO IC95 IC95 LUTA IC95 IC95 TEcircNIS IC95 IC95

-10 _ _ 07 06-21 -10 _

_ _ -10 _ _ 0 0

10 a 19 _ _ 62 03-127 10 a 19 _

_ _ 10 a 19 _ _ 0 0

20 a 29 17 11-45 49 01-111 20 a 29 _

_ _ 20 a 29 _ _ 08 07-27

30 a 39 31 19-41 74 21-126 30 a 39 07 02-16 _ _ 30 a 39 _ _ 17 10-44

45 a 59 72 50-94 74 01-146 45 a 59 24 20-68 _ _ 45 a 59 _ _ 52 52-155

60 ou mais 880 844-915 734 621-846 60 ou mais 969 923-1013 1 _ 60 ou mais 100 _ 923 809-1035

OUTROS IC95 IC95 CONJUNTO IC95 IC95

-10 03 01-07 11 03-18 -10 01 0001-02 06 03-08

10 a 19 06 03-16 133 02-264 10 a 19 04 0003-06 65 49-80

20 a 29 22 11-33 19 05-42 20 a 29 26 19-32 42 34-50

30 a 39 10 52-146 85 42-127 30 a 39 152 142-166 127 109-144

45 a 59 107 47-166 33 07-59 45 a 59 117 107-126 84 69-97

60 ou mais 762 692-832 719 597-840 60 ou mais 700 682-712 676 649-703

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

Qui quadrado de Pearson p lt0001

86

A Tabela 22 mostra a simulaccedilatildeo de aumento na frequecircncia semanal e na

duraccedilatildeo do esforccedilo Para os participantes ativos insuficientes com frequecircncia

semanal de 1 a 2 sessotildees de AF foi simulado o acreacutescimo na sua frequecircncia e se

passou a computar 3 sessotildees semanais Nenhuma outra alteraccedilatildeo dos dados ocorreu

Apoacutes a simulaccedilatildeo somente 999 participantes continuaram com AF insuficiente

outros 5589 (85) que natildeo alcanccedilavam a meta passaram a alcanccedilaacute-la Tambeacutem foi

acrescentado tempo para os participantes insuficientemente ativos que referiram

esforccedilo com duraccedilatildeo menor que 60 minutos Agora toda atividade dura no miacutenimo

60 minutos Nenhuma outra alteraccedilatildeo dos dados ocorreu Apoacutes a simulaccedilatildeo 5864

participantes permaneceram sem promoccedilatildeo do niacutevel de AF e somente 724 (11)

foram promovidos

Tabela 22 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta insuficientemente ativa antes e

apoacutes a simulaccedilatildeo de aumento da frequecircncia semanal e da duraccedilatildeo

do esforccedilo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006

Classificaccedilatildeo do niacutevel de AF dada pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

Simulaccedilatildeo da frequecircncia permitiu os ativos insuficientes terem no miacutenimo 3 sessotildees semanais

Simulaccedilatildeo da duraccedilatildeo do esforccedilo permitiu os ativos insuficientes terem no miacutenimo 60 minutos de

duraccedilatildeo para cada sessatildeo de esforccedilo

Ativos Insuficientes

Frequecircncia

(sessotildeessemana)

Antes simulaccedilatildeo

(N)

Apoacutes simulaccedilatildeo

(N)

01-02 6233 -

03-04

05-06

279

76

823

76

Diaacuteria 100 100

Total 6588 999

Duraccedilatildeo do esforccedilo

(minutos)

Antes simulaccedilatildeo

(N)

Apoacutes simulaccedilatildeo

(N)

-10 69 -

1119 346 -

20-29 394 -

30-39 902 -

45-59 635 -

60 ou + 4342 5864

Total 6588 5864

87

A Tabela 23 mostra a distribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal e duraccedilatildeo em

minutos das sessotildees de AF entre os participantes que referiram diagnoacutestico meacutedico

preacutevio de DCNT A maior parte dos portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT de

ambos os sexos e suficientemente ativos se concentrou em praacuteticas de AF com

frequecircncia entre 3 a 4 dias por semana Uma exceccedilatildeo foi observada entre homens

com referecircncia a IAM eou AVC que apresentaram alta frequecircncia diaacuteria (413 -

IC95 27-54) e percentual elevado para as atividades com duraccedilatildeo das sessotildees de

AF de 60 minutos ou mais (595 IC95 47-71) Em relaccedilatildeo aos portadores de

diagnoacutestico preacutevio de DCNT insuficientemente ativos em ambos os sexos tambeacutem

predominaram as sessotildees com duraccedilatildeo de 60 minutos ou mais poreacutem com menor

frequecircncia semanal (1 a 2 dias) Assim portadores de DCNT apresentaram mesma

tendecircncia de frequecircncia semanal e duraccedilatildeo do esforccedilo quando comparados ao

conjunto da amostra

88

Tabela 23 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos e diagnoacutestico meacutedico referido para DCNT por sexo para a periodicidade e

duraccedilatildeo da AF segundo a recomendaccedilatildeo de AF determinada pela OMS1 nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006

Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 Qui quadrado de Pearson p lt0001

hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto do miocaacuterdio eou AVC dislipidemia e osteoporose

AF SUF HIPERTENSAtildeO DIABETES IAM eouAVC DISLIPIDEMIA OSTEOPOROSE

HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER

(IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95)

Frequecircncia

todos 298 (242-354) 227 (188-266) 395 (249-546) 257 (179-335) 413 (279-547) 355 (175-536) 239 (176-302) 204 (172-236) 318 (119-516) 213 (153-274)

5 a 6 252 (204-300) 331 (291-371) 193 (112-273) 355 (264-445) 279 (168-389) 249 (115-383) 246 (196-296) 319 (280-359) 223 (73-372) 327 (259-395)

3 a 4 395 (344-445) 431 (389-473) 397 (269-521) 374 (282-465) 270 (172-368) 388 (236-541) 478 (417-538) 460 (419-500) 402 (206-600) 452 (382-521)

1 a 2 55 (32-77) 11 (02-19) 15 (03-26) 14 (07-37) 38 (07-77) 08 (06-22) 37 (17-57) 17 (07-27) 57 (05-113) 08 (03-20)

Duraccedilatildeo

-10 002(001-006) 001 (0001-0002) - - - - 680 (61-197) -

10 a 19 - 006 (002-01) 05 (02-12) - - - 02 (01-07) - -

20 a 29 34 (15-52) 30 (19-42) 15 (02-27) 20 (07-33) 49 (01-98) 17 (02-31) 09 (04-14) 24 (12-36) 22 (04-48) 47 (11-82)

30 a 39 201 (16-24) 188 (159-217) 249 (131-367) 229 (158-300) 199 (103-296) 318 (135-501) 227 (171-282) 197 (166-228) 232 (38-425) 233 (175-291)

45 a 59 149 (113-185) 144 (114-175) 125 (49-200) 147 (71-221) 157 (77-236 141 (39-242) 141 (100-181) 153 (123-182) 100 (12-188) 158 (111-205)

60 ou mais 616 (564-668) 637 (597-676) 606 (477-737) 604 (514-695) 595 (474-716) 524 (353-694) 623 (563-684) 624 (585-663) 576 (375-779) 562 (492-631)

AF INSUF

Frequecircncia

todos 18 (02-34) 37 (10-63) 26 (02-49) 51 (35-138) 34 (01-70) 42 (03-86) 41 (03-83) 23 (05-40) 25 (10-61) 70 (19-122)

5 a 6 28 (08-47) 59 (02-115) 41 (20-103) 47 (15-110) 61 (20-142) 47 (13-107) 10 (04-24) 32 (05-59) - 40 (07-88)

3 a 4 61 (24-97) 42 (24-60) 165 (25-306) 86 (22-149) 77 (21-175) 170 (23-316) 31 (04-57) 57 (32-82) 425 (127-722) 121 (49-192)

1 a 2 893 (850-937) 862 (800-923) 768 (616-919) 816 (700-932) 828 (695-960) 741 (579-905) 918 (868-968) 888 (849-928) 550 (260-841) 769 (677-860)

Duraccedilatildeo

-10 26 (02-50) 06 (01-12) 01 (001-03) 09 (008-20) 16 (07-39) 12 (11-36) 24 (08-50) 04 (01-08) - 11 (05-21)

10 a 19 101 (47-156) 124 (63-185) 166 (23-309) 130 (20-239) 309 (58-558) 200 (57-343) 88 (26-151) 90 (53-126) 464 (176-751) 138 (67-209)

20 a 29 57 (28-87) 76 (44-107) 92 (25-158) 100 (29-170) 83 (05-161) 206 (49-462) 41 (13-69) 77 (39-115) 10 (05-32) 138 (55-220)

30 a 39 167 (109-224) 243 (177-307) 50 (03-96) 223 (122-324) 224 (39-409) 129 (26-231) 196 (121-271) 192 (138-245) 93 (08-177) 172 (82-262)

45 a 59 68 (39-97) 122 (66-177) 50 (03-96) 138 (07-283) 24 (05-53) 82 (01-165) 70 (34-106) 98 (51-143) 09 (009-27) 124 (53-194)

60 ou mais 581 (502-657) 429 (354-504) 641 (478-812) 400 (252-547) 344 (157-534) 371 (184-559) 581 (488-672) 539 (466-612) 424 (160-688) 417 (317-518)

89

5 DISCUSSAtildeO

51 SIacuteNTESES DOS RESULTADOS

Neste trabalho avaliamos os dados do sistema VIGITEL que entrevistou

a populaccedilatildeo adulta residente em domiciacutelios conectados agrave rede de telefonia fixa de

cada uma das capitais dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal O enfoque

desta tese incidiu sobre a prevalecircncia de AF e se observou que 515 dos adultos

natildeo praticam qualquer tipo de AF durante o lazer ou durante o deslocamento para o

trabalho Todas as diretrizes e recomendaccedilotildees internacionais para a quantidade

miacutenima de AF classificaram de modo uniforme e idecircntico os inativos No entanto

divergecircncias importantes ocorreram na graduaccedilatildeo da AF dos participantes

considerados fisicamente ativos

A frequecircncia das sessotildees de AF foi o aspecto que mais contribuiu para a

determinaccedilatildeo do grau dessa atividade Notou-se que as recomendaccedilotildees que orientam

uma frequecircncia semanal miacutenima indicaram uma prevalecircncia menor de AF suficiente

Por outro lado recomendaccedilotildees que orientam uma duraccedilatildeo total semanal sem fixar a

frequecircncia miacutenima tiveram as maiores prevalecircncias de AF suficiente Em face dessa

divergecircncia a prevalecircncia de AF suficiente nas cidades observadas variou

distinguindo diferentes rankings conforme a recomendaccedilatildeo adotada

Tendo como referecircncia a recomendaccedilatildeo da OMS encontramos maior

prevalecircncia de AF em homens Os de etnia negra e asiaacutetica eram fisicamente mais

ativos e a AF diminuiu com a idade com a menor escolaridade e com a viuvez Perto

de 65 da populaccedilatildeo consideraram a sua sauacutede boa ou excelente e entre os que a

consideraram ruim a maioria era de inativos O deslocamento ativo e a dieta

hipocaloacuterica satildeo caracteriacutesticas predominantes dos participantes ativos O tabagismo

foi mais frequente entre os inativos e o maior consumo de bebidas alcooacutelicas ocorreu

entre os ativos As pessoas fisicamente ativas mais frequentemente mostram

conhecer instalaccedilotildees proacuteprias para a praacutetica de AF nas suas proximidades

90

Cerca de 90 da populaccedilatildeo ativa realizava sessotildees com duraccedilatildeo de 30 a

60 minutos e natildeo houve diferenccedila significante entre o grupo que alcanccedilou e o que

natildeo alcanccedilou a meta da recomendaccedilatildeo A quase totalidade (90) dos participantes

que alcanccedilou a meta se exercitava trecircs ou mais vezes por semana e 80 dos que natildeo

alcanccedilaram a meta se exercitavam de 1 a 2 vezes por semana

A caminhada o futebol e a musculaccedilatildeo figuraram entre as principais

modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte praticada

A inatividade fiacutesica foi uma caracteriacutestica que se destacou entre os

participantes portadores de DCNT Eram inativos 60 dos portadores de hipertensatildeo

arterial sistecircmica 53 dos portadores de dislipidemia 64 dos diabeacuteticos 67

daqueles com histoacuterico de IAMAVC e 64 dos portadores de osteoporose No

conjunto 70 dos portadores de alguma DCNT natildeo alcanccedilaram a recomendaccedilatildeo

miacutenima de AF ou seja estavam inativos ou com AF abaixo da meta recomendada

52 LIMITACcedilOtildeES DO ESTUDO

O estudo transversal tem como propriedade apresentar as caracteriacutesticas

gerais da populaccedilatildeo estudada Como exposiccedilatildeo e desfecho satildeo coletados

simultaneamente natildeo eacute possiacutevel identificar a precedecircncia temporal natildeo havendo

portanto como estabelecer conclusotildees de caraacuteter causal Em contrapartida esse tipo

de estudo fornece informaccedilotildees sobre a prevalecircncia da praacutetica de AF em um

determinado periacuteodo e lugar com rapidez baixo custo e principalmente envolvendo

uma amostra numerosa e ampla

A principal limitaccedilatildeo do VIGITEL e de todo o sistema de vigilacircncia por

entrevistas telefocircnicas estaacute na exclusatildeo de pessoas que moram em domiciacutelios sem

telefone fixo Embora a cobertura da rede de telefonia fixa no Brasil tenha crescido

nos uacuteltimos anos ela ainda pode ser menor em cidades com menor desenvolvimento

econocircmico e nos grupos populacionais de menor poder aquisitivo Para contornar

esse problema pesos poacutes-estratificaccedilatildeo foram aplicados de forma a corrigir ainda

que parcialmente a representatividade da amostra

91

Os pesos satildeo fatores de ponderaccedilatildeo que aproximam a composiccedilatildeo

sociodemograacutefica da amostra daquela observada no Censo Demograacutefico em cada

cidade Essa estrateacutegia atenua problemas decorrentes de diferenccedilas entre os estratos

sociodemograacuteficos tanto na cobertura da rede telefocircnica quanto nas taxas de

resposta e de recusas das entrevistas (Moura et al 2008) Ela permite portanto uma

generalizaccedilatildeo ao fornecer estimativas aproximadas do que seria esperado para a

populaccedilatildeo das metroacutepoles brasileiras que em 2010 correspondia a aproximadamente

89 milhotildees de pessoas (IBGE 2013 Ferreira et al 2008)

Outros aspectos que influenciam a qualidade das estimativas de inqueacuterito

semelhantes ao VIGITEL satildeo as taxa de resposta e de recusas Em 2006 a taxa de

resposta para o VIGITEL foi de 711 com a taxa oscilando entre 644 e 810

desempenho melhor que sistemas americanos semelhantes (Moura et al 2008) Ainda

segundo os autores a qualidade dos cadastros telefocircnicos tambeacutem foi considerada

superior agravequela encontrada em sistemas equivalentes existentes em paiacuteses tidos como

desenvolvidos

Para minimizar os efeitos negativos provocados pela memoacuteria de curto

prazo as perguntas referentes agrave praacutetica da AF se limitaram aos trecircs meses anteriores

agrave data da entrevista Aleacutem dessa outra limitaccedilatildeo que pode ser mencionada se refere agrave

mensuraccedilatildeo do niacutevel de AF e do esforccedilo requerido sem comprovaccedilatildeo objetiva por

meio do uso de acelerocircmetro ou de outro instrumento Como a AF eacute concebida pela

populaccedilatildeo como praacutetica desejaacutevel deve-se considerar a possibilidade de relutacircncia

de ela se declarar inativa Para minimizar esta possibilidade o sistema VIGITEL

estabeleceu o Controle de Qualidade das informaccedilotildees descrito nos aspectos

metodoloacutegicos Aleacutem disso Monteiro et al (2008) avaliaram a reprodutibilidade e a

validade dos indicadores de AF e sedentarismo obtidos pelo sistema Para isso foram

realizadas diversas anaacutelises de reprodutibilidade e validade encontrando um iacutendice

de especificidade de 80 ou mais e concluindo que os indicadores de AF e de

sedentarismo tendem fortemente a ser reprodutiacuteveis e acurados

Na ediccedilatildeo de 2006 o VIGITEL abordou a AF em quatro domiacutenios lazer

ocupacional residencial e deslocamento para o trabalho No entanto os dados sobre

duraccedilatildeo e frequecircncia da AF no domiciacutelio e no trabalho natildeo foram originalmente

92

coletados pelo sistema impossibilitando a verificaccedilatildeo do grau de AF total segundo as

diferentes recomendaccedilotildees miacutenimas Assim para este estudo somente as informaccedilotildees

dos domiacutenios lazer e deslocamento ativo para o trabalho foram aplicados na

definiccedilatildeo do niacutevel de AF portanto as estimativas apresentadas estatildeo subestimadas

devendo-se esperar que a real prevalecircncia de AF suficiente seja maior

Outra limitaccedilatildeo se refere agrave informaccedilatildeo sobre as doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis O VIGITEL objetivou detectar a morbidade relativa a diagnoacutestico

preacutevio No entanto as DCNT muitas vezes satildeo assintomaacuteticas e seus portadores

podem natildeo conhecer sua real condiccedilatildeo Deste modo a prevalecircncia de hipertensatildeo

arterial diabetes mellitus osteoporose dislipidemia AVC eou IAM podem estar

subestimadas nesta pesquisa

53 INTERPRETACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

A partir deste ponto a discussatildeo do estudo estaacute estruturada em quatro

eixos O primeiro explora a prevalecircncia de AF segundo as principais diretrizes

internacionais que recomendam quantidade miacutenima de AF e explorar as divergecircncias

e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF miacutenimo O segundo analisa variaacuteveis

sociodemograacuteficas e comportamentais O terceiro identifica e compara os elementos

ldquoduraccedilatildeo intensidade e frequecircnciardquo buscando explorar a forma como se relacionam

na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual Por fim o quarto eixo identifica o perfil

da AF praticada pelos portadores de DCNT

531 Eixo I ndash Diferentes formas de recomendar atividade fiacutesica

Neste estudo foi encontrada baixa concordacircncia entre as recomendaccedilotildees

e diretrizes miacutenimas de AF Portanto existe mais de um entendimento sobre a

quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar efeitos substanciais para a sauacutede mesmo

que em linhas gerais todas as diretrizes persigam os mesmos objetivos Foi possiacutevel

observar que pequenas diferenccedilas entre as recomendaccedilotildees exerceram efeitos

pronunciados no grau de atividade entre os participantes

93

Apenas 45 dos entrevistados ativos obtiveram por unanimidade o

niacutevel de AF classificado como adequado no conjunto das recomendaccedilotildees Isto

significa que os outros 55 foram classificados ora como suficientemente ativos ora

como insuficientemente ativos Portanto parcela consideraacutevel da populaccedilatildeo pode ser

considerada como sendo beneficiada de modo substancial pelos efeitos da AF como

pode ocorrer o contraacuterio Dependendo da recomendaccedilatildeo escolhida participantes

podiam ser aconselhados a aumentar o que jaacute era suficiente enquanto outros podiam

ser instados a manter o que ainda natildeo era

Enquanto alguns participantes tenham realizado AF com duraccedilatildeo e gasto

energeacutetico suficiente para atender agraves diretrizes que recomendam uma quantidade

especiacutefica de AF sem determinar a frequecircncia semanal isso natildeo foi suficiente para

atender agraves outras que determinam a mesma quantidade poreacutem com distribuiccedilatildeo do

esforccedilo ao longo da semana Vale ressaltar que um grande volume de AF natildeo foi de

modo geral necessariamente um indicador para o alcance das metas recomendadas

A divergecircncia na classificaccedilatildeo do niacutevel de AF pode tambeacutem repercutir

negativamente nas poliacuteticas de sauacutede voltadas para a promoccedilatildeo da AF Resultados

antagocircnicos deixam duacutevidas e podem prejudicar objetivos e metas pactuados por

programas de sauacutede puacuteblica O monitoramento da AF pelo sistema VIGITEL para os

anos de 2010 e 2011 ilustra o efeito desta contradiccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees Em

2010 os dados foram sistematizados segundo a versatildeo anterior da recomendaccedilatildeo da

OMS de 30 minutos por dia em 5 sessotildees semanais A partir de 2011 o relatoacuterio

adotou a nova recomendaccedilatildeo de 150 minutos por dia sem considerar a frequecircncia

semanal (MS 2011 MS 2012) Com esta troca de criteacuterio de anaacutelise de um ano

para outro o percentual de participantes ativos com maior taxa de AF em dez

capitais praticamente dobrou Assim a cidade de Rio Branco que obteve a menor

prevalecircncia de ativos em 2010 (113) com a troca da referecircncia elevou o

percentual de ativos para 301 valor superior agrave Brasiacutelia primeira colocada no ano

anterior com 224

As divergecircncias na classificaccedilatildeo do niacutevel de AF repercutiram tambeacutem no

rankig regional A Regiatildeo Sul segundo a diretriz da OMS obteve a maior meacutedia de

suficiecircncia de AF enquanto por referecircncia agraves diretrizes da UE e do IOM foi a

94

penuacuteltima colocada Unanimidade de classificaccedilatildeo soacute ocorreu para a Regiatildeo Sudeste

(menor prevalecircncia de ativos suficientes) No geral observou-se que perto de frac14 da

amostra apresentou rendimento suficiente para o IOM e frac34 para a OMS

O percentual de discordacircncia deste estudo ficou aqueacutem do observado por

Thompson e colaboradores que em 2009 encontraram variaccedilatildeo na classificaccedilatildeo do

niacutevel de AF em 90 ao comparar diferentes diretrizes (Thompson et al 2009)

Poreacutem a comparaccedilatildeo direta entre os estudos deve ser realizada com cautela devido agrave

diferenccedila na metodologia empregada Naquele estudo a quantidade de diretrizes

comparadas foi maior envolvendo doze recomendaccedilotildees entre elas algumas jaacute

revogadas na eacutepoca como a do ACSM de 1995 Por outro lado o meacutetodo de medida

de esforccedilo ocorreu por meio de avaliaccedilatildeo objetiva com o uso de acelerocircmetro nas 24

horas do dia e envolveu uma amostra menor (N=90) exclusivamente composta por

homens britacircnicos com idade entre 45 e 64 anos Assim eacute possiacutevel que as diferenccedilas

metodoloacutegicas tenham causado a diferenccedila das proporccedilotildees embora a tendecircncia dos

resultados esteja de acordo

As controveacutersias aqui encontradas satildeo produto da ausecircncia de consenso

cientiacutefico a respeito dos mecanismos envolvidos na accedilatildeo da AF sobre a sauacutede Pouco

se sabe sobre a dose miacutenima necessaacuteria em termos de ldquoduraccedilatildeo intensidade e

frequecircnciardquo de exerciacutecios fiacutesicos necessaacuterios para uma vida saudaacutevel Pesquisas

futuras com adequado arsenal teoacuterico e metodoloacutegico devem ter por objetivo

compreender o efeito e a dose-resposta da AF sobre a sauacutede garantindo maior

seguranccedila para a elaboraccedilatildeo de diretrizes e recomendaccedilotildees

532 Eixo II ndash Variaacuteveis sociodemograacuteficas e comportamentais na praacutetica da

atividade fiacutesica

5321 Sexo

A praacutetica de AF se revelou mais comum em homens do que em

mulheres particularmente em homens mais jovens Neste estudo as mulheres

apresentaram menor prevalecircncia (40) do que os homens (60) e entre aquelas que

referiram alguma AF a suficiecircncia tambeacutem foi menor As diferenccedilas de praacutetica de

95

AF em face da diferenccedila de gecircnero de modo geral coincidem com os resultados

encontrados na literatura brasileira e mundial (Goacutemez et al 2005 Santos et al

2009 Pan et al 2009)

Maples (2009) identificou fatores sociais que provocam o sedentarismo

de mulheres falta de tempo em face de dupla jornada de trabalho despesas com

deslocamento despesas com mensalidades de clubes esportivos despesas com

materiais esportivos dedicaccedilatildeo do tempo livre para o cuidado dos filhos e de

familiares sensaccedilatildeo de fadiga medo de eventos adversos e inseguranccedila urbana A

autora afirma no entanto que a menor participaccedilatildeo de mulheres na praacutetica de AF

natildeo estaacute relacionada com a falta de informaccedilotildees e de conhecimento dos benefiacutecios da

AF e destaca a importacircncia da continuidade das investigaccedilotildees deste tema

Embora este estudo natildeo tenha considerado a AF executada no ambiente

domeacutestico eacute possiacutevel observar no relatoacuterio do VIGITEL o predomiacutenio de mulheres

neste espaccedilo embora a interpretaccedilatildeo dos resultados nesse caso seja complexa pois

natildeo existem estudos suficientes que mostrem os benefiacutecios da AF domeacutestica sobre a

sauacutede (Hallal 2011)

Entender melhor os fenocircmenos que causam a maior inatividade fiacutesica das

mulheres pode se tornar estrateacutegico para a promoccedilatildeo da AF considerando que mais

de 70 delas ficaram aqueacutem da quantidade miacutenima recomendada pela OMS

5322 - Idade

Este estudo detectou a possibilidade de associaccedilatildeo entre o niacutevel de AF e a

idade para ambos os sexos Enquanto 44 dos mais jovens (18 a 24 anos de idade)

se apresentavam inativos a inatividade ficou em 66 nos mais idosos (ge 65 anos)

Os resultados encontrados na literatura sobre o niacutevel de AF e a idade

estatildeo de acordo com este estudo e revelam consenso sobre este fenocircmeno (USDHHS

2008a CDC 2010 UE 2010 WHO 2010) Uma das explicaccedilotildees eacute o aumento de

DCNT nos mais velhos que repercute no aumento das limitaccedilotildees funcionais na

dependecircncia fiacutesica e na necessidade de cuidados para a execuccedilatildeo de atividades de

vida diaacuteria (WHO 2010) criando um ciacuterculo vicioso as doenccedilas e as deficiecircncias

96

reduzem o niacutevel de AF que por sua vez tem efeitos adversos sobre a capacidade

funcional e agrava as deficiecircncias causadas pelas doenccedilas crocircnicas

A revisatildeo realizada para atualizar a diretriz oficial do Canadaacute de 2010

aponta que a AF eacute eficaz na prevenccedilatildeo das incapacidades da idade Houve reduccedilatildeo

de risco de quedas entre as pessoas com mais idade na meacutedia de 30 devido agrave

melhora do equiliacutebrio e do fortalecimento muscular decorrentes do treinamento fiacutesico

regular (Paterson e Warburton 2009)

Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica a expectativa de

vida meacutedia do brasileiro eacute atualmente de 719 anos sendo maior nas mulheres do

que nos homens (758 e 682 respectivamente) e sua tendecircncia eacute a elevaccedilatildeo (IBGE

2005) Alinhada ao cenaacuterio de envelhecimento da populaccedilatildeo global a OMS jaacute

alertava em meados do ano de 2000 que as adversidades pela falta de AF iriam

repercutir sobretudo no grupo dos adultos de mais idade (OMS 2010) Se por um

lado a expectativa de vida no Brasil tende a aumentar e as mulheres tendem a uma

maior longevidade as taxas de prevalecircncia de DCNT na populaccedilatildeo feminina deveratildeo

tender a ser ainda mais significativas nas proacuteximas deacutecadas

Nesta perspectiva a OMS alinhada com o seu programa de sauacutede para o

envelhecimento publicou uma diretriz de AF intitulada ldquoA Regra da Atividade

Fiacutesica no Envelhecimento Saudaacutevelrdquo em que recomenda e orienta especificamente

a praacutetica de AF para as pessoas de maior idade (WHO 2003) Tambeacutem atento ao

fato o USDHHS de 2008 explicitou sua preocupaccedilatildeo fixando quatro diretrizes 1)

quando o idoso natildeo pode fazer 150 minutos de intensidade moderada de atividade

aeroacutebia por semana por causa de doenccedilas crocircnicas deve ser tatildeo fisicamente ativo

quanto as suas capacidades e as condiccedilotildees permitam 2) os idosos com risco de

queda devem fazer exerciacutecios que mantenham ou melhorem o equiliacutebrio 3) os idosos

devem determinar o seu niacutevel de esforccedilo para a AF em relaccedilatildeo ao seu niacutevel de

aptidatildeo fiacutesica 4) os idosos com doenccedilas crocircnicas devem entender como as suas

condiccedilotildees de doenccedila afetam a sua capacidade de fazer AF regular de forma segura

Os mecanismos baacutesicos de caraacuteter bioloacutegico envolvidos no processo de

envelhecimento permanecem desconhecidos Alguns teoacutericos como Janssen e

Leblanc (2009) argumentam que os indiviacuteduos nascem com determinada capacidade

97

de sustentar a vida mas ocorre a perda contiacutenua desta capacidade com o avanccedilo da

idade o que eacute influenciado fortemente por fatores ambientais No entanto a idade

em si natildeo eacute necessariamente um impedimento para a praacutetica de exerciacutecio fiacutesico

Acredita-se que o processo educacional a renda estilos de vida tipo e condiccedilotildees de

trabalho condiccedilotildees de habitaccedilatildeo e oportunidades em geral podem influenciar os

niacuteveis de AF nos idosos (Paterson e Warburton 2009)

5323 Escolaridade

Neste estudo a maior parte (53) dos participantes entrevistados referiu

ter ateacute 9 anos de escolaridade e mais da metade dos com menor escolaridade (61)

estavam inativos Esta porcentagem diminuiu com o aumento da escolaridade Entre

os participantes de maior escolarizaccedilatildeo foi encontrado o maior rendimento de AF

Aproximadamente 38 dos participantes que referiram AF aleacutem das recomendaccedilotildees

miacutenimas tinham 12 anos ou mais de escolaridade

Os estudos encontrados na literatura que relacionam a praacutetica de AF com

os niacuteveis de escolaridade mostram a tendecircncia de os participantes mais escolarizados

serem fisicamente mais ativos nos momentos de lazer Na Austraacutelia Eakin et al

(1995) entrevistou 1818 pessoas por telefone e verificou maior niacutevel de AF entre os

mais escolarizados independentemente do local de residecircncia (cidade subuacuterbio e

campo) Na Holanda Prins (2012) mostrou que os participantes com ensino superior

atendiam mais agraves recomendaccedilotildees nacionais e as pessoas com menor niacutevel de

educaccedilatildeo na maioria das vezes eram inativas Pereira (1995) avaliou 795

portugueses de ambos os sexos e verificou que jovens com baixo niacutevel de AF

pertenciam a famiacutelias cujos pais possuiacuteam escolaridade meacutedia ou baixa enquanto

jovens com alto niacutevel de AF pertenciam a famiacutelias cujos pais possuiacuteam escolaridade

meacutedia ou elevada No Brasil Salle-Costa et al (2003) avaliaram 4030 funcionaacuterios

de uma universidade na cidade do Rio de Janeiro e destacaram a menor chance do

grupo de menor escolaridade se engajar em AF com maior gasto energeacutetico entre as

mulheres a associaccedilatildeo foi ainda mais forte

Por outro lado quando eacute considerada a faixa de renda e aspectos que

envolvem a ocupaccedilatildeo laboral e o local onde o trabalho eacute desenvolvido alguns

98

estudos natildeo estatildeo de acordo com esses resultados e mostram que a maior renda

(maior escolaridade) tende a menor niacutevel de AF Os estudos de Hallal (2006)

mostram que a alta renda familiar no momento do nascimento representa uma

possibilidade maior de estilo de vida sedentaacuterio para o jovem Recentemente

Beacutelanger Townsend e Foster (2011) avaliaram aproximadamente 300000 residentes

(com mais de 15 anos de idade) em mais de 70 diferentes paiacuteses e perceberam que

existe uma relaccedilatildeo direta entre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a

prevalecircncia da inatividade fiacutesica Estes resultados foram confirmados por Dumith et

al (2011) apoacutes anaacutelise de dados de 76 paiacuteses mostrando que paiacuteses menos

desenvolvidos apresentaram prevalecircncia de 187 de inatividade fiacutesica contra 278

nos paiacuteses mais desenvolvidos Na China investigaccedilatildeo envolvendo 824 residentes de

vaacuterias proviacutencias mostrou maior niacutevel de AF nas pessoas de niacutevel socioeconocircmico

mais baixo (Shi et al 2006) Tambeacutem Saacutevio et al (2008) analisaram o niacutevel de AF

de trabalhadores no Distrito Federal e observaram que de modo geral quanto maior

era a faixa de renda e o grau de escolaridade do trabalhador menor era o seu niacutevel de

AF

Aqui considera-se que a maior escolaridade pode significar que as

pessoas mais bem instruiacutedas apresentem remuneraccedilatildeo mais elevada e por isso maior

acessibilidade a um maior nuacutemero de locais serviccedilos e materiais para a praacutetica de AF

no lazer aleacutem de apreentarem maior niacutevel de conhecimento e de informaccedilatildeo e maior

tendecircncia de residir em contextos espaciais e ambientais favoraacuteveis agrave praacutetica de AF

no lazer Assim o ensinamento importante desta relaccedilatildeo eacute a indicaccedilatildeo de que se

consigam aumentar os niacuteveis de AF por meio do aumento do acesso e da

permanecircncia do indiviacuteduo no sistema escolar

Assim a inclusatildeo social dos menos escolarizados passa a ser vista como

um fator importante para aumentar a praacutetica de AF no paiacutes Talvez a oportunidade

de ampliaccedilatildeo da construccedilatildeo cultural por meio do maior acesso agraves atividades culturais

como teatro cinema e museus possa predispor a uma atitude mais favoraacutevel para

com os haacutebitos saudaacuteveis que poderiam ser atualizados com o decorrer da vida

Por fim o grau de escolaridade influencia direta ou indiretamente os

niacuteveis potenciais do capital humano e em decorrecircncia disso tambeacutem o produto final

99

agregado seja na renda no capital ou na educaccedilatildeo Nesta perspectiva os estudos

epidemioloacutegicos tecircm mostrado que os estilos de vida saudaacutevel se devem em parte agrave

educaccedilatildeo Ela fixa o domiacutenio social (fator importante das disparidades da sauacutede entre

grupos populacionais) e ao mesmo tempo eacute determinada por ele (Savio 2008)

Assim a escala educacional permite entender mellhor como estatildeo distribuiacutedas as

diferenccedilas de comportamento para com a AF entre os estratos sociais da populaccedilatildeo

5324 Etniacor

Neste estudo a etnia foi determinada por associaccedilatildeo com a cor da pele

Resumidamente amarelos satildeo aqueles que tecircm ancestrais de origem asiaacutetica e

vermelhos aqueles que tecircm ancestrais indiacutegenas Morenos eou pardos satildeo aqueles

que tecircm ancestrais entre brancos e negros

Este estudo mostra que amarelos e negros (52 e 51 respectivamente)

satildeo mais ativos quando comparados aos participantes que se declararam de outra

cor Por outro lado os que se autodeclararam vermelhos apresentaram o menor

percentual de AF (47) Quando se comparou os brancos com um agrupamento

composto de negros pardos e morenos o percentual de AF entre eles foi semelhante

sem diferenccedilas estatisticamente significativas (p=007)

Mesmo com nuacutemero limitado de estudos que investigaram diretamente a

relaccedilatildeo entre a AF e os resultados de sauacutede em variadas etnias a diretriz oficial dos

Estados Unidos de 2008 assumiu que natildeo haacute evidecircncias suficientes que indiquem

diferenccedilas do efeito da AF na sauacutede de diferentes grupos eacutetnicos mas esclarece que o

niacutevel de AF o risco e a carga de doenccedilas crocircnicas no paiacutes satildeo maiores nos grupos

raciais e eacutetnicos de comunidades minoritaacuterias Americanos negros e asiaacuteticos iacutendios

americanos nativos do Alasca latinos e nativos das ilhas do paciacutefico tecircm diferenccedilas

significativamente menores de AF e maiores niacuteveis de inatividade fiacutesica do que os

brancos natildeo-hispacircnicos (USDHHS 2008a)

Assim as diretrizes chamam a atenccedilatildeo para a necessidade de promoccedilatildeo

da AF entre os grupos minoritaacuterios Por outro lado a resposta da dose da AF sobre os

resultados de sauacutede pode ser semelhante entre as diferentes populaccedilotildees raciais e

100

eacutetnicas enquanto fatores culturais e contextuais podem conduzir a diferenccedilas na

estrateacutegia de implantaccedilatildeo da AF ou na avaliaccedilatildeo da dose ministrada

Este estudo mostrou alguns resultados a princiacutepio natildeo consonantes com

os apresentados pelo USDHHS em 2008 Os amarelos foram ao mesmo tempo os

mais ativos fisicamente e os que mais apresentaram diagnoacutestico preacutevio para todas as

DCNT estudadas com exceccedilatildeo da osteoporose As conclusotildees sobre este ponto

devem considerar a possibilidade de os amarelos terem tido maior acesso aos

serviccedilos de sauacutede e consequentemente maior conhecimento do seu real estado de

sauacutede ou condiccedilatildeo de doenccedila uma vez que segundo a OMS (2010) a maior parte da

populaccedilatildeo mundial devido agrave dificuldade de acesso aos serviccedilos de sauacutede soacute percebe

ser portador de DCNT nas fases mais avanccediladas da doenccedila

Em relaccedilatildeo ao menor percentual de AF entre vermelhos comparados aos

outros subgrupos a explicaccedilatildeo em parte pode ser dada pelo processo migratoacuterio do

campo para a cidade jaacute que a pesquisa entrevistou pessoas de origem indiacutegenas que

vivem em capitais de estado e no Distrito Federal em geral cidades consideradas de

grande porte Sobre isto Souza (2008) no Brasil investigou o perfil do niacutevel de AF

em indiacutegenas de uma tribo (Guanaacutes) no Mato Grasso do Sul que vive no campo e

observou a prevalecircncia de grupos ativos e muito ativos entre os indiacutegenas resultado

influenciado pelo transporte ativo Estudo canadense verificou que nativos tambeacutem

apresentaram elevado niacutevel de AF vivendo no campo A migraccedilatildeo do campo para

centros urbanos no entanto reduziu drasticamente os niacuteveis de AF (Droga 2010)

Desta forma parece importante checar o impacto da praacutetica da AF por relaccedilatildeo com

fatores comportamentais como a migraccedilatildeo e as mudanccedilas de domiciacutelio entre cidades

de tamanho populacional diferente

As causas desta diferenciaccedilatildeo racial e eacutetnica no niacutevel de AF natildeo estatildeo

claras Tanto aspetos bioloacutegicos como culturais satildeo considerados Natildeo obstante

queixam-se os Comitecircs Consultivos que renovam as diretrizes de AF que a pequena

proporccedilatildeo de populaccedilotildees minoritaacuterias nas amostras dificulta a interpretaccedilatildeo das

observaccedilotildees para diferenccedilas raciais e eacutetnicas A distorccedilatildeo nos diferentes estudos

segundo eles tem tornado difiacutecil examinar a influecircncia da AF sobre a sauacutede dos

grupos minoritaacuterios

101

Parece pois que poucos resultados estatildeo disponiacuteveis para conclusotildees

definitivas nenhum estudo conhecido afirmou categoricamente haver influecircncia

geneacutetica sobre um comportamento mais ou menos ativo Eacute plausiacutevel afirmar que o

comportamento distinto observado entre as diferentes etnias esteja vinculado agraves

condiccedilotildees sociais em que vivem e pelas experiecircncias no decorrer da vida

5325 Estado conjugal

A situaccedilatildeo conjugal mostrou que viuacutevos e separados satildeo menos ativos

(67) que solteiros (45) e 76 natildeo alcanccedilaram a meta recomendada Entre os

solteiros aproximadamente 28 praticaram AF acima das recomendaccedilotildees

Em relaccedilatildeo aos estudos que investigam a relaccedilatildeo da AF com o estado

civil Proper e Hildebrandt (2006) natildeo demonstraram associaccedilatildeo significativa entre a

situaccedilatildeo conjugal e o niacutevel de AF Segundo os autores a comparaccedilatildeo do estado civil

com a participaccedilatildeo em eventos fiacutesicos deve levar em conta o fator idade Assim eacute

esperado natildeo necessariamente que solteiros sejam mais jovens e viuacutevos sejam mais

velhos A condiccedilatildeo fiacutesica favoraacutevel dos jovens e a maior disponibilidade de tempo

podem amparar ainda melhor a justificativa Mensink Loose e Oomen (1997)

acrescentaram a estes quesitos o menor compromisso financeiro com terceiros

Aquino (1996) observou que as mulheres solteiras tecircm menos afazeres no lar e

menores responsabilidades com outros familiares dependentes Dias et al (2007)

apresentaram a AF como um meio de solteiros mais jovens se relacionarem com

outras pessoas fora do ambiente domiciliar

Finalmente embora mulheres casadas (ou vivendo em uniatildeo) e com

filhos apresentem maior percepccedilatildeo sobre a importacircncia da praacutetica de exerciacutecios para

a sauacutede Branigan e OrsquoBrien-Cousins (1995) apontam que esta percepccedilatildeo natildeo se

transforma necessariamente em accedilatildeo

102

5326 Conhecimento sobre local para atividade fiacutesica

O ambiente fiacutesico pode influenciar o comportamento individual para a

praacutetica da AF Algumas caracteriacutesticas ambientais podem ser tratadas como fatores

facilitadores da AF outros satildeo entendidos como obstaacuteculos (Roux et al 2008)

Este estudo mostrou que nas capitais cerca de 80 dos participantes de

ambos os sexos tinham conhecimento de locais apropriados para agrave AF proacuteximos agraves

suas residecircncias e que aproximadamente 90 destes locais eram de acesso puacuteblico

Tambeacutem se observou que a maioria dos participantes que desconhecia a existecircncia de

locais apropriados para a praacutetica de AF proacuteximos de suas moradias estava inativa

(62) enquanto que dos que afirmaram conhecer 48 estavam inativos

Deve-se ressaltar que as pessoas que praticam AF tendem a se lembrar

mais frequentemente dos locais apropriados do que os inativos pois estatildeo mais

preocupados e atentos para a praacutetica Existem diversos estudos que abordam as

influecircncias do ambiente fiacutesico na praacutetica de AF e mostram que mudanccedilas favoraacuteveis

nele favorecem o aumento da praacutetica de AF A primeira revisatildeo sistemaacutetica

conhecida que apresenta resultados das intervenccedilotildees destinadas a promover o

ambiente para melhorar a praacutetica de AF eacute a de Foster e Hillsdon (2004) Os autores

mencionaram em primeiro lugar as causas gerais que explicam o decliacutenio dramaacutetico

na AF na sociedade contemporacircnea a reduccedilatildeo de ocupaccedilotildees ativas a utilizaccedilatildeo de

veiacuteculos o decliacutenio do transporte ativo (especialmente em crianccedilas mulheres e

idosos) as alteraccedilotildees fiacutesicas nos espaccedilos puacuteblicos (escadas rolantes elevadores

portas automaacuteticas) a reduccedilatildeo do tempo destinado agrave praacutetica da educaccedilatildeo fiacutesica

escolar a violecircncia urbana a inseguranccedila das crianccedilas em praacuteticas esportivas e a

substituiccedilatildeo de recreaccedilatildeo fisicamente ativa por passatempos passivos

A falta de percepccedilatildeo da potencialidade de espaccedilos possiacuteveis para a

praacutetica de AF constitui um obstaacuteculo Esta abordagem realccedila a importacircncia da

contextualizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos dado que a relaccedilatildeo entre a AF e o espaccedilo

urbano natildeo se confina apenas aos locais especialmente destinados agrave praacutetica de AF

Seguindo a teoria da contextualizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos todo o espaccedilo urbano

deve ser avaliado de modo a propiciar a funcionalidade do territoacuterio tornando-o

multifuncional permitindo que a populaccedilatildeo possa se deslocar ativamente e com

103

seguranccedila de um local para outro a peacute ou de bicicleta e aumentando a acessibilidade

da populaccedilatildeo com pouca mobilidade Como exemplo desta funcionalidade territorial

o estudo de Cruciani et al (2002) demonstrou que o gasto energeacutetico com a

caminhada de ida e volta para os locais destinados agrave praacutetica de AF foi maior do que o

gasto energeacutetico durante as atividades naquele local principalmente entre mulheres

na faixa etaacuteria de 52 a 72 anos A utilizaccedilatildeo do ambiente fiacutesico eacute uma das estrateacutegias

para o aumento da praacutetica da AF na maior parte das diretrizes Citem-se USDHHS

(2008a) OMS (2010) CDC (2010) MS Ruacutessia (2012)

Sobre isto Pereira (1995) ao investigar uma amostra de portugueses

residentes na cidade do Porto (426 mulheres e 369 homens) notou a forte demanda

de um puacuteblico que residia num raio de aproximadamente 1 km de distacircncia dos

equipamentos e instalaccedilotildees Resultados semelhantes foram obtidos por Jago e

Baranowski (2006) ao avaliarem 210 participantes na cidade de Houston (EUA) na

qual os participantes mais ativos moravam num raio de aproximadamente 800 metros

de distacircncia das instalaccedilotildees para AF

Ao se ater aos resultados da maioria dos estudos percebe-se que o

ambiente fiacutesico pode ser um fator favoraacutevel ou contraacuterio agrave praacutetica de AF Neste

sentido intervenccedilotildees destinadas a promover um ambiente favoraacutevel se mostram

oportunas e tambeacutem eacute possiacutevel indicar algumas estrateacutegias facilitadoras

Adequar o ambiente fiacutesico nas proximidades de aacutereas residenciais para

a praacutetica de AF

Criar ambiente seguro para pedestres nas calccediladas e nas travessias de

ruas

Criar bicicletaacuterios em locais de acesso puacuteblico

Reduzir a velocidade do tracircnsito motorizado

Concentrar locais de acessos puacuteblicos para a praacutetica de AF longe de

locais de traacutefego intenso

Adotar estrateacutegias de policiamento preventivo nas aacutereas destinadas a

AF

Alongar o horaacuterio de funcionamento das instalaccedilotildees fiacutesicas

Criar ambientes esteticamente agradaacuteveis

104

Divulgar a existecircncia dos pontos apropriados para a praacutetica de AF

5327 Variaccedilotildees regionais

Neste estudo natildeo se detectou a existecircncia de gradiente de prevalecircncia de

AF entre as regiotildees localizadas no CentroSul e NorteNordeste A taxa meacutedia de

ativos nas regiotildees do CentroSul (365) foi muito proacutexima agrave da regiotildees do

NorteNordeste (36) No entanto as capitais das regiotildees Norte e Nordeste

apresentaram percentuais de ativos maiores que capitais da regiatildeo Sudeste A cidade

de Satildeo Paulo considerada a maior economia da federaccedilatildeo apresentou o menor

percentual de ativos (284) entre todas as capitais brasileiras Nesta situaccedilatildeo a

variaacutevel econocircmica foi superada por todas as outras O que natildeo ficou claro foi a

determinaccedilatildeo das variaacuteveis que interferiram nestes resultados Em todas as cidades

investigadas para ambos os sexos o deslocamento ativo para o trabalho elevou em

aproximadamente duas vezes a taxa de prevalecircncia para o grupo de ativos

Dentro do paiacutes estes dados soacute podem ser comparados com os outros

relatoacuterios publicados pelo sistema VIGITEL referentes aos anos seguintes a ele Nos

demais estudos encontrados a amostra se limitou a um estado ou a uma regiatildeo da

federaccedilatildeo Como os relatoacuterios do VIGITEL referentes ao monitoramento relativo aos

anos de 2007 e 2008 (MS 2008b MS 2009) natildeo apresentaram informaccedilotildees para o

deslocamento ativo as informaccedilotildees satildeo restritas agrave AF realizada no tempo de lazer e

natildeo mostram grandes alteraccedilotildees em relaccedilatildeo ao relatoacuterio de 2006 em que a cidade de

Satildeo Paulo permaneceu com o menor percentual (113 e 115 respectivamente)

Nos relatoacuterios dos anos de 2009 e 2010 (MS 2010 MS 2011) informaccedilotildees sobre o

deslocamento ativo adicionado ao tempo de lazer aparecem e modificam fortemente

algumas posiccedilotildees recuam o percentual de ativos da cidade de Curitiba de 367 (em

2006) para 27 (em 2010) posicionando-a como a capital com menor percentual de

ativos do paiacutes e elevam os percentuais da cidade de Satildeo Paulo em 14 posiccedilotildees com

o percentual de ativos subindo de 284 (em 2006) para 48 (em 2010)

Finalmente eacute importante destacar que cidades de pequeno e meacutedio porte

do interior podem apresentar comportamentos distintos dos constatados neste estudo

Baretta Baretta e Perez (2007) mostraram maior niacutevel de AF em cidades de pequeno

105

porte frente a cidades maiores Assim as estrateacutegias incentivadoras para a praacutetica de

AF poderiam ser pensadas considerando o porte populacional

5328 Consumo de tabaco

Este estudo encontrou relaccedilatildeo inversa entre o tabagismo e o niacutevel de AF

para ambos os sexos aproximadamente 75 dos tabagistas estavam

insuficientemente ativos e a maior parte dos tabagistas (61) era inativa

Os estudos existentes na literatura envolvendo tabagismo e AF (Poortinga

2007) apresentam resultados que corroboram este estudo mostrando diferenccedilas na

abstinecircncia do fumo entre grupos de indiviacuteduos fisicamente ativos e inativos Lolio et

al (1990) avaliaram 1199 participantes de 15 a 74 anos de idade e verificaram que o

tabagismo diminuiacutea com o aumento da escolaridade e com a maior participaccedilatildeo em

eventos ativos no tempo de lazer Malta (2008) examinou a prevalecircncia de tabagismo

no Brasil usando o relatoacuterio do sistema VIGITEL de 2008 e apontou que 161 dos

homens e 124 das mulheres eram tabagistas com predomiacutenio na faixa de menor

escolaridade exatamente o grupo de menor niacutevel de AF Jago et al (2006) com

dados obtidos ao longo de 5 anos (2003 a 2007) em uma amostra de estadunidenses

demonstraram que 231 da populaccedilatildeo eram fumantes de cigarros ou charutos

principalmente os participantes negros baixa renda baixa escolaridade inativos

fisicamente ou com AF reduzida Miranda et al (2009) avaliaram a prevalecircncia de

tabagismo em universitaacuterios brasileiros e apontaram que os acadecircmicos do curso de

Educaccedilatildeo Fiacutesica apareceram com a menor prevalecircncia de tabagismo (8)

A preocupaccedilatildeo com a cessaccedilatildeo do tabagismo reside no aumento do risco

de morbimortalidade por doenccedilas de causas arteriais (IAM AVC HAS) cacircnceres e

problemas respiratoacuterios (bronquite enfisema) Eacute importante destacar que uma das

consequecircncias negativas do tabagismo envolve o conflito com a capacidade de

esforccedilo O tabagismo eacute um fator limitante do desempenho fiacutesico e pode contribuir

para que pessoas inativas ou pouco ativas assim permaneccedilam A sensaccedilatildeo

desagradaacutevel provocada pela fadiga eacute antecipada pelo tabagismo (principalmente o

crocircnico) e constitui um dos fatores importantes que desmotiva a adesatildeo agrave praacutetica da

AF em ambos os sexos (Aoyagi et al 2010)

106

5329 Consumo de bebida alcooacutelica

Este estudo mostra que haacute relaccedilatildeo direta entre o niacutevel de AF e o consumo

diaacuterio de bebida alcooacutelica em ambos os sexos cerca de 27 dos homens e 12 das

mulheres muito ativos e insuficientemente ativos consumiram aacutelcool diariamente De

modo geral 55 dos ativos consumiram aacutelcool regularmente

Os estudos encontrados na literatura envolvendo o consumo de aacutelcool e a

praacutetica de AF indicam uma relaccedilatildeo positiva entre o niacutevel de AF e o consumo de

aacutelcool Poucas pesquisas investigaram os motivos para que os ativos sejam mais

bebedores que os inativos O estudo de Cavalcante (2010) avaliou o consumo de

drogas entre universitaacuterios ativos de um curso de Educaccedilatildeo Fiacutesica e observou o

consumo excessivo de aacutelcool em 42 nos acadecircmicos e 29 nas acadecircmicas O

Centro de Informaccedilotildees sobre Sauacutede e Aacutelcool (CISA 2008) divulgou resultado de

estudo envolvendo 26685 universitaacuterios provenientes de 40 universidades de todas

as regiotildees dos Estados Unidos e mostrou que quanto maior o niacutevel da praacutetica de AF

maior eacute a propensatildeo de beber abusivamente Gordia (2008) avaliou jovens de 14 a 20

anos de idade 77 eram muito ativos 21 eram ativos e 2 eram pouco ativos

Deles 13 eram abstecircmios 63 eram consumidores moderados e 246 eram

consumidores abusivos Kendzor et al (2008) avaliaram a influecircncia da AF entre 620

alcoolistas veteranos inscritos em programas de tratamento e acompanhamento do

alcoolismo A anaacutelise de regressatildeo natildeo revelou relaccedilatildeo significativa entre a praacutetica de

AF e o consumo de aacutelcool entre os 6 e os 12 meses de acompanhamento

Pode-se assim supor que pessoas com comportamentos saudaacuteveis de vida

como a praacutetica de AF sejam tambeacutem propensas a outros comportamentos saudaacuteveis

como o consumo reduzido de aacutelcool Especificamente neste estudo esta tendecircncia

parece natildeo se confirmar

O maior consumo de bebida alcooacutelica entre os fisicamente ativos pode ser

explicado em parte por questotildees comportamentais Pessoas ativas procuram a AF

devido ao seu comportamento ser mais ativo e este maior grau de atividade pode ser

uma das causas de maior atividade social em que em face das normas e condutas

aceitas frequentemente se apresentam bebidas alcooacutelicas para o consumo (Gordia

2008) Tambeacutem para alguns indiviacuteduos (principalmente os mais escolarizados) que

107

bebem muito realizar exerciacutecios fiacutesicos frequentes pode ser um modo para

compensar o consumo extra de energia proveniente da bebida ou para contrabalanccedilar

os efeitos negativos agrave sauacutede promovidos pelo consumo excessivo de aacutelcool

Embora a influecircncia do comportamento psicossocial pese para o consumo

de bebida alcooacutelica experimentos com cobaias tecircm mostrado resultados que podem

acrescentar outros fatores aleacutem dos comportamentos sociais para a relaccedilatildeo entre

consumo de bebida alcooacutelica e AF Em experimento controlado cobaias expostas agrave

AF foram mais atraiacutedas ao consumo de aacutelcool do que cobaias sedentaacuterias em mesmas

condiccedilotildees de habitat (Leasure e Nixon 2010) Especula-se que alteraccedilotildees nos

circuitos cerebrais supostamente desencadeados pela AF podem desempenhar um

papel estimulante para o consumo de aacutelcool poreacutem natildeo estaacute claro como o

mecanismo de recompensa interage e se manifesta

53210 Estado de sauacutede

Este estudo mostrou que no conjunto da populaccedilatildeo a percepccedilatildeo do estado

de sauacutede negativa foi maior entre os inativos Enquanto que para a percepccedilatildeo de

sauacutede conceituada como excelente havia 35 de inativos para a ruim o percentual

cresceu para 72 Por outro lado agrave medida que aumentava o rendimento fiacutesico

cresciam os percentuais para a percepccedilatildeo de sauacutede positiva A avaliaccedilatildeo negativa foi

mais frequente entre os mais velhos para ambos os sexos

Os estudos encontrados na literatura envolvendo a relaccedilatildeo do estado de

sauacutede com a praacutetica de AF estatildeo de acordo com este estudo Anaacutelise sistematizada

conduzida por Vancea et al (2011) em estudos publicados entre 2005 a 2009

encontrou em 14 dos 16 estudos analisados uma associaccedilatildeo direta entre a praacutetica de

AF e uma percepccedilatildeo positiva do estado de sauacutede Cardoso et al (2008) avaliaram

idosos com idade meacutedia de 70 anos participantes de um grupo de convivecircncia para

idosos sendo 89 deles muito ativos e apenas 11 pouco ativos Entre eles 40

consideraram a sauacutede moderada 48 boa e 12 ruim O grau de satisfaccedilatildeo com o

estado de sauacutede era maior para aqueles com rendimento fiacutesico mais elevado

Por tratar-se de estudo transversal natildeo se pode esquecer a possibilidade de

causalidade reversa nessa associaccedilatildeo ou seja aqueles que avaliam sua sauacutede como

108

boa podem tecircr maior disposiccedilatildeo para praacutetica de AF e natildeo o seu inverso a AF

aumenta a percepccedilatildeo da sauacutede como boa No entanto a plausibilidade da associaccedilatildeo

entre estes fatores vem sendo explicada por abordagens fisioloacutegicas e psicossociais

segundo as quais os diferentes tipos e doses de AF podem influenciar a percepccedilatildeo da

sauacutede Do ponto de vista fisioloacutegico acredita-se que esta associaccedilatildeo eacute decorrente da

accedilatildeo de neurotransmissores cerebrais Do ponto de vista psicossocial acredita-se que

a praacutetica de AF produza efeito positivo sobre a autoimagem e estes efeitos

combinados seriam capazes de gerar uma percepccedilatildeo de sauacutede mais positiva (Vancea

et al 2011)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro a autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede

apesar de ser uma avaliaccedilatildeo subjetiva eacute considerada um indicador vaacutelido e relevante

para a percepccedilatildeo do estado de sauacutede do indiviacuteduo e da populaccedilatildeo Este indicador tem

se revelado fortemente correlacionado com medidas objetivas de morbidade e de uso

de serviccedilos de sauacutede sendo um preditor de mortalidade independentemente de

outros fatores (MS 2011) Eacute importante destacar que a autopercepccedilatildeo do estado de

sauacutede pode variar de acordo com as experiecircncias sociais e culturais do indiviacuteduo

nem sempre contemplando a percepccedilatildeo dos muacuteltiplos aspectos que a conformam e

muitas vezes (quase sempre) a autoavaliaccedilatildeo focaliza o componente ldquodoenccedilardquo

(presenccedila ou natildeo) como o determinante do seu estado

Percebe-se que a autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede e a praacutetica de AF natildeo

satildeo variaacuteveis (necessariamente) diretamente proporcionais mas parece plausiacutevel que

a conquista de elementos que melhoram a autopercepccedilatildeo da sauacutede possibilita ao

indiviacuteduo ser mais ativo e vice-versa

533 Eixo III ndash Componentes da atividade fiacutesica

Esta seccedilatildeo aborda a estrutura da AF a duraccedilatildeo a frequecircncia semanal e a

intensidade do esforccedilo procurando conhecer como sua combinaccedilatildeo repercute no

niacutevel de AF

109

5331Duraccedilatildeo do esforccedilo

Os resultados aqui apresentados mostram que homens aleacutem de mais

ativos tambeacutem se exercitaram mais demoradamente (acima de 60 minutos) O maior

grau de aptidatildeo fiacutesica dos homens eacute constatado como destaque na maior parte dos

estudos que associam a capacidade de suportar esforccedilo entre os sexos Citam-se os

estudos conduzidos por Beacutelanger et al (2011) Entatildeo eacute possiacutevel admitir a existecircncia

de um processo de retroalimentaccedilatildeo positiva entre a praacutetica de AF aptidatildeo fiacutesica e

capacidade de resistir mais demoradamente ao esforccedilo

De modo geral os participantes se ocuparam com sessotildees de 30 minutos

ou mais de duraccedilatildeo Esta duraccedilatildeo foi relatada por 95 dos participantes que

alcanccedilaram a meta e 90 dos participantes que natildeo alcanccedilaram a meta Assim

observa-se que o tempo despendido para cada sessatildeo de AF entre as duas classes foi

semelhante (p=009) Para as atividades com duraccedilatildeo entre 30 e 60 minutos por

sessatildeo tambeacutem natildeo se observou diferenccedila significativa entre ativos suficientes e

insuficientes (p=008) Estes resultados mostram que a maioria dos participantes de

ambos os sexos atendeu satisfatoriamente ao quesito duraccedilatildeo do esforccedilo preconizado

pela maioria das diretrizes e se encontram de acordo com o que eacute recomendado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro

Aleacutem do maior percentual de homens para esforccedilos de duraccedilatildeo mais longa

o perfil se completou com solteiros jovens com idade entre 18 a 24 anos pardos e

morenos com baixa escolaridade (ateacute 8 anos) natildeo fumantes e com frequecircncia de 3 a

6 vezes por semana (plt0001) Somente 78 participantes (03) dos que natildeo

alcanccedilaram a meta relataram a praacutetica de AF com duraccedilatildeo inferior a 10 minutos Fica

demonstrado com isto que o tempo miacutenimo inferior a 10 minutos de duraccedilatildeo do

esforccedilo natildeo constitui um fator relevante para o natildeo alcance da meta

5332 Frequecircncia da atividade fiacutesica

Os participantes que alcanccedilaram a meta apresentaram maior frequecircncia

semanal Assim enquanto aproximadamente 95 dos participantes com AF

insuficiente referiram frequecircncia entre 1 e 2 vezes por semana cerca de 70 dos

110

participantes com AF suficiente a realizava em 3 ou mais vezes (plt0001) Apesar de

as mulheres terem sido menos ativas as que referiram a pratica de alguma AF se

mostraram mais assiacuteduas com maior frequecircncia semanal

Como os dois grupos (suficientes e insuficientes) relataram um

comportamento proacuteximo para a duraccedilatildeo do esforccedilo e oposto para a frequecircncia

semanal a frequecircncia semanal se mostra como um importante fator para o alcance da

meta miacutenima da AF

Em simulaccedilatildeo ao aumentar a frequecircncia semanal artificialmente para 3

sessotildees entre os 6233 participantes ativos insuficientes que referiram realizar sessotildees

entre 1 a 2 vezes por semana sem alterar qualquer outra informaccedilatildeo 5689

participantes obtiveram promoccedilatildeo em seu niacutevel de AF que resultou na passagem de

85 dos ativos insuficientes para suficientes Portanto o aumento da frequecircncia

semanal aumentou automaticamente o volume de esforccedilo semanal acumulado Um

participante que realiza duas sessotildees por semana com duraccedilatildeo de 50 minutos cada

ao final da semana cumpriu 100 minutos O acreacutescimo de uma sessatildeo aumentou o

volume para 150 minutos Embora as recomendaccedilotildees da OMS natildeo exijam

necessariamente frequecircncia distribuiacuteda ao longo da semana o aumento da frequecircncia

semanal contribuiu de modo importante para o volume final do esforccedilo

Em outra simulaccedilatildeo para os ativos insuficientes foi aumentada a duraccedilatildeo

do esforccedilo sem modificar a frequecircncia semanal e cada sessatildeo passou a ser natildeo

inferior a 60 minutos Entre os 6588 participantes pertencentes a esta classificaccedilatildeo

apenas 724 (11) obtiveram elevaccedilatildeo do niacutevel de AF Assim haacute de se ressaltar que

o aumento da duraccedilatildeo do esforccedilo de um uacutenico episoacutedio em face da distribuiccedilatildeo do

esforccedilo ao longo da semana para aumentar o niacutevel da AF aleacutem de ter se apresentado

menos eficiente tambeacutem pode aumentar o risco de lesotildees (Talbot et al 2007)

A determinaccedilatildeo ideal da frequecircncia semanal ainda natildeo eacute uma discussatildeo

encerrada pela maioria das diretrizes de AF O Comitecirc Consultivo do USDHHS em

2008 entendeu que as orientaccedilotildees do ACSM de 2007 satildeo muito especiacuteficas ao

definir a frequecircncia miacutenima de 5 dias por semana para atividades moderadas e 3 dias

para intensidades vigorosas Como resultado as atuais orientaccedilotildees da USDHHS

orientam que se possa acumular AF sem uma determinada frequecircncia semanal

111

A este respeito eacute limitado o nuacutemero de publicaccedilotildees em que avaliamos

benefiacutecios da AF para a sauacutede em resposta a diferentes frequecircncias por semana

Muitos estudos experimentais desde 1995 tecircm demonstrado efeitos beneacuteficos de

sessotildees de 120 a 150 minutos por semanade de atividade moderada ou vigorosa

geralmente realizadas de 3 a 5 vezespor semana indicando que a AF distribuiacuteda ao

longo da semana eacute eficaz e segura Estudos que avaliam benefiacutecios para a sauacutede com

programas de AF realizados em apenas 1 ou 2 sessotildees por semana com volume e

intensidade de esforccedilo satildeo ainda limitados

A diretriz oficial dos EUA de 2008 a OMS e o CDC sugerem que a

preocupaccedilatildeo com a frequecircncia semanal eacute menos importantedo que a quantidade ou a

intensidade do esforccedilo apesar dos dados disponiacuteveis serem insuficientes (USDHHS

2008a) A maioria das mudanccedilas morfofuncionais do organismo ocorre mediada

pelos processos de adaptaccedilatildeo funcional em resposta ao exerciacutecio fiacutesico e a sua

magnitude diminui ou se desfez agrave medida que aumenta o intervalo entre os estiacutemulos

(Aoyagi et al 2010) Outro aspecto crucial se refere ao fato de que natildeo considerar a

distribuiccedilatildeo sistematizada das atividades ao longo da semana poderia induzir as

pessoas a se esforccedilarem demais para alcanccedilar a meta em uma uacutenica sessatildeo o que

pode aumentar o risco de ocorrecircncia de eventos adversos agrave sauacutede (Talbot et al

2007)

5333 Intensidade do esforccedilo fiacutesico

Neste estudo a intensidade do esforccedilo foi determinada de forma indireta

sendo obtida pela observaccedilatildeo do tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e pela sua

conversatildeo em intensidade atraveacutes das indicaccedilotildees do Compecircndio de Atividade Fiacutesica

proposto por Ainsworth et al(2000)

As atividades vigorosas totalizando cerca de 40 da preferecircncia da

amostra atraiacuteram principalmente os jovens classificados como muito ativos fato que

se justifica considerando que de modo geral os jovens apresentam melhor aptidatildeo

fiacutesica do que os mais velhos As atividades moderadas (60) atraiacuteram mais as

mulheres e pessoas de mais idade

112

A caminhada foi responsaacutevel por manter ativos 43 da populaccedilatildeo

brasileira residente nas capitais da federaccedilatildeo conforme os resultados obtidos Essa

praacutetica como treinamento fiacutesico comeccedilou a ganhar forccedila no Brasil em meados da

deacutecada de 1970 com a difusatildeo do meacutetodo Cooper12

e tem se apresentado como a

escolha de preferecircncia para a praacutetica de AF em trecircs de cada quatro brasileiros que se

exercitam regularmente (MS 2010) Este resultado condiz com outro estudo que

apresenta a caminhada como a modalidade de maior adesatildeo entre os fisicamente

ativos (Bull 2010)

O futebol foi a atividade de maior preferecircncia entre os insuficientemente

ativos sendo o responsaacutevel por atrair aproximadamente 15 da amostra (N=3783)

principalmente entre os homens Portanto poliacuteticas de incentivo ao aumento de sua

frequecircncia semanal poderiam estimular os brasileiros a alcanccedilarem pelo menos os

niacuteveis miacutenimos de AF

Por fim o trabalho de musculaccedilatildeo se apresentou como a terceira

modalidade mais referida com 12 da preferecircncia Para algumas diretrizes como a

oficial dos EUA de 2008 independentemente da duraccedilatildeo do esforccedilo do metabolismo

envolvido e do gasto de energia dispendido para a sua realizaccedilatildeo os exerciacutecios de

musculaccedilatildeo natildeo deveriam compor a meta A diretriz da OMS de 2010 recomenda a

praacutetica da musculaccedilatildeo por pelo menos dois dias por semana mas omite se o esforccedilo

conta como AF miacutenima Neste estudo considerou-se que sim No entanto espera-se

que em 2015 data marcada para o reexame destas recomendaccedilotildees a OMS possa

deixar clara a sua posiccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave praacutetica de musculaccedilatildeo como parte integrante

da meta A princiacutepio natildeo parece coerente que um participante que consome 500 a

1000 MET minutos por semana ou mais realizando exerciacutecios de musculaccedilatildeo possa

ser classificado como inativo

12

Meacutetodo de treinamento estruturado no metabolismo aeroacutebio criado e desenvolvido

pelo meacutedico estadunidense Kennety Cooper

113

534 Eixo IV ndash Atividade Fiacutesica em portadores de Doenccedilas Crocircnicas natildeo

Transmissiacuteveis

Esta seccedilatildeo identifica o padratildeo de AF em portadores de diagnoacutestico preacutevio

de alguma DCNT para estabelecer se a praacutetica de AF estaacute de acordo com as

recomendaccedilotildees especiacuteficas para cada doenccedila

No inqueacuterito do VIGITEL de 2006 natildeo foi possiacutevel distinguir o grau ou

subtipo de cada doenccedila embora se admitam diferenccedilas cliacutenicas entre elas A

possibilidade de um mesmo participante ser portador de mais de um tipo de DCNT

tambeacutem foi considerada

Os portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT apresentaram estrutura de

AF proacutexima agravequela observada para o conjunto da populaccedilatildeo Assim a duraccedilatildeo a

intensidade do esforccedilo a preferecircncia pela modalidade e a frequecircncia semanal

guardam comportamentos semelhantes ou seja suficiecircncia de AF mais presente

entre participantes com maior assiduidade duraccedilatildeo do esforccedilo em meacutedia ge 30

minutos por sessatildeo e insuficiecircncia de AF para os menos assiacuteduos A caminhada e o

futebol tambeacutem foram as modalidades preferidas

5341 Hipertensatildeo arterial sistecircmica

Neste estudo a praacutetica regular de AF foi baixa nos portadores de

diagnoacutestico preacutevio de hipertensatildeo arterial sistecircmica (DPHAS) e o percentual

diminuiu com o aumento da idade A prevalecircncia desta doenccedila foi de 215 no

conjunto da populaccedilatildeo Deste total cerca de 59 se declararam inativos

Aproximadamente 70 dos participantes natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima de AF

Os resultados deste estudo foram consistentes com os dados do Ministeacuterio

da Sauacutede (MS) que estima a prevalecircncia entre 22 e 44 para adultos (32 em

meacutedia) chegando a mais de 50 para indiviacuteduos com 60 a 69 anos e 75 em

indiviacuteduos com mais de 70 anos (MS 2013) Ainda segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

parcela importante dos brasileiros desconhece o diagnoacutestico para este agravo Assim

eacute possiacutevel supor que a prevalecircncia de hipertensos na populaccedilatildeo seja ainda maior do

que a aqui encontrada

114

Este estudo confirmou maior predomiacutenio de hipertensatildeo entre as mulheres

com uma proporccedilatildeo de 2 mulheres para cada homem e com destaque para idade do

climateacuterio A maior procura de mulheres pelos serviccedilos de sauacutede pode explicar em

parte o maior conhecimento do diagnoacutestico

Dentre os estudos encontrados na literatura associando a praacutetica de AF e a

hipertensatildeo arterial Sofi et al (2008) apresentaram resultados com relaccedilatildeo inversa

entre o niacutevel de AF e a ocorrecircncia de hipertensatildeo arterial sistecircmica

O ACSM estabeleceu a associaccedilatildeo da ocorrecircncia de hipertensatildeo com a

inatividade fiacutesica de niacutevel lsquoCrsquo13

Deixou expliacutecito principalmente na atualizaccedilatildeo da

diretriz de 2007 que efeitos adicionais da AF para a prevenccedilatildeo da hipertensatildeo satildeo

obtidos com quantidades maiores de AF em relaccedilatildeo agravequelas recomendadas embora

natildeo explicitando claramente a magnitude da dose-resposta (ACSM 2007)

Outro estudo recente e abrangente eacute a metanaacutelise realizada por Kesaniemi

e colaboradores para subsidiar a atualizaccedilatildeo da diretriz oficial canadense O estudo

envolveu publicaccedilotildees abrangendo um universo de 112636 participantes divididos

em trecircs categorias inativo ativo insuficiente e ativo suficiente Os artigos elegiacuteveis

foram publicados ao longo de 24 anos entre 1983 e 2007 Chama a atenccedilatildeo o

consenso de efeitos positivos da AF sobre o risco de hipertensatildeo Em todos os

estudos ao comparar a quantidade de AF entre o grupo mais ativo com grupo menos

ativo a associaccedilatildeo encontrou risco relativo meacutedio de 068 (Kesaniemi et al2010)

Este estudo encontrou cerca de 70 dos portadores de DPHAS realizando

caminhada como praacutetica de AF Sobre isto haacute fortes evidecircncias de que a intensidade

do exerciacutecio aeroacutebio moderada eacute suficiente para reduzir a pressatildeo arterial no paciente

hipertenso Para o esforccedilo com intensidade maior (acima 85 VO2 max) admitem-se

efeitos deleteacuterios sobre a hipertensatildeo arterial sistecircmica embora os mecanismos

fisioloacutegicos ainda natildeo estejam totalmente esclarecidos (Warren et al 2010) Nas

recomendaccedilotildees recentes de AF para hipertensos ditadas pelo Coleacutegio Americano de

Cardiologia e pela Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia enfatiza-se que ser ativo

deve ser parte do protocolo da assistecircncia meacutedica ao hipertenso A AF regular com

13

Graduaccedilatildeo de evidecircncia divide-se em A B C e D Quanto maior o grau (ordem

alfabeacutetica decrescente) maior eacute a evidecircncia de associaccedilatildeo

115

intensidade de leve a moderada deve ser efetivada como parte do tratamento natildeo

medicamentoso quando haacute hipertensatildeo de leve a moderada e sem doenccedila cardiacuteaca de

base Nos casos de hipertensatildeo grave natildeo eacute indicado AF vigorosa mas estaacute liberada

a AF de intensidade leve Exerciacutecios isomeacutetricos que aumentam a carga ventricular

devem ser evitados Exerciacutecios dinacircmicos envolvendo grandes grupos musculares

devem ser os preferidos (ACC 2010 AHA 2010)

Em relaccedilatildeo agrave modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte preferido a maior

parte dos portadores de DPHAS estaacute de acordo com as recomendaccedilotildees especiacuteficas

principalmente entre as mulheres Assim as poliacuteticas de sauacutede para a hipertensatildeo

arterial devem dar maior incentivo agrave praacutetica de AF pois 70 dos hipertensos

moradores das grandes cidades brasileiras ainda satildeo insuficientemente ativos

5342 Dislipidemia

Neste estudo 17 dos participantes se declararam portadores de

diagnoacutestico preacutevio de dislipidemia (DPD) e entre eles 54 eram inativos Mulheres

aparecem colocadas numa situaccedilatildeo de desvantagem em relaccedilatildeo aos homens O

percentual de DPD cresceu linearmente com a idade e se estabilizou apoacutes os 55anos

Nesta idade aproximadamente 36 referiram DPD

Embora natildeo se constitua como doenccedila propriamente mas como fator de

risco para as DCNT a dislipidemia tem sido objeto de pesquisa na sua relaccedilatildeo com a

AF Os estudos encontrados na literatura relacionando a praacutetica de AF e a ocorrecircncia

de dislipidemia apresentaram efeito positivo da AF sobre os niacuteveis elevados de

lipiacutedios seacutericos enquanto a inatividade fiacutesica se apresentou deleteacuteria (Durstine et al

2001) Os mesmos autores tambeacutem mostraram que as medicaccedilotildees antidislipidecircmicas

podem ser potencializadas quando aliadas agrave AF embora declarem que os dados

disponiacuteveis a este respeito ainda satildeo insuficientes para declarar com precisatildeo a

magnitude desta associaccedilatildeo

Alteraccedilotildees significativas nos niacuteveis de lipiacutedios foram observadas apoacutes uma

uacutenica sessatildeo de esforccedilo verificando-se o aumento dos niacuteveis de colesterol HDL e

reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e do colesterol VLDL Estas alteraccedilotildees persistiram ateacute 24

horas apoacutes o esforccedilo e perderam o efeito na medida em que aumentou o intervalo

116

entre as sessotildees Os efeitos sobre o colesterol LDL foram menos intensos (Lee e

Paffenbarger 2001)

A plausibilidade bioloacutegica tem sido atribuiacuteda em parte agrave accedilatildeo da enzima

lipoproteiacutena lipase no muacutesculo esqueleacutetico que aumenta a degradaccedilatildeo das moleacuteculas

de gordura do sangue e eacute ativada pelo esforccedilo fiacutesico e pela diminuiccedilatildeo da secreccedilatildeo de

trigliceriacutedeos no fiacutegado Acredita-se que ambos os efeitos retornam aos niacuteveis de preacute-

exerciacutecio apoacutes o intervalo de 24 horas de repouso (Gill e Hardman 2003)

Neste estudo constatou-se que aproximadamente 90 dos portadores de

DPD que natildeo alcanccedilaram a meta recomendada de AF realizavam sessotildees entre 1 e 2

vezes por semana Neste aspecto a baixa frequecircncia semanal aleacutem de contribuir para

uma quantidade insuficiente de AF para a sauacutede geral tambeacutem estaacute em desacordo

com o estiacutemulo adequado para a reduccedilatildeo dos niacuteveis de lipiacutedios seacutericos

Os participantes mais jovens informaram menores taxas de aumento dos

lipiacutedeos seacutericos do que os mais velhos Segundo os dados do Ministeacuterio da Sauacutede

natildeo eacute comum os mais jovens se preocuparem com este problema embora sejam

tambeacutem acometidos por ele (MS 2010) A dislipidemia eacute fator de risco primaacuterio para

o IAM e o AVC e cerca de 20 de todos os oacutebitos por estas causas ocorrem em

pessoas entre 20 e 40 anos de idade

O maior percentual de DPD ocorreu entre as mulheres e nas com idade ge

45 anos foi seis vezes maior comparadas a grupos de mulheres com idade le 25

anos O aumento dos lipiacutedios seacutericos associado agrave diminuiccedilatildeo dos hormocircnios do

climateacuterio eacute fortemente apresentado pela literatura (Durstine et al 2001)

5343 Diabetes

Os resultados deste estudo trataram a diabetes de forma geneacuterica Embora

se reconheccedila distinccedilotildees entre os diferentes tipos de diabetes devido ao formato do

inqueacuterito do VIGITEL natildeo foi possiacutevel distinguir estes tipos diferentes No entanto

consideraremos que a nossa amostra se alinha com as estimativas mundiais que

apresentam o diabete do tipo 2 como constituindo de 80 a 90 dos casos (CDC

2010)

117

Os benefiacutecios da AF sobre a sensibilidade agrave insulina satildeo encontrados tanto

para atividades aeroacutebias quanto para atividades com exerciacutecio resistido

(musculaccedilatildeo) O mecanismo pelo qual essas modalidades de exerciacutecio melhoram a

sensibilidade agrave insulina parece ser diferente o que sugere que a combinaccedilatildeo das duas

modalidades seja a ideal (Persghin 1996) Para Eriksson et al (1997) o efeito do

exerciacutecio fiacutesico sobre a sensibilidade agrave insulina eacute maacuteximo de 12 a 48 horas apoacutes a

sessatildeo e volta progressivamente aos niacuteveis de preacute-atividade em aproximadamente

trecircs dias apoacutes a uacuteltima sessatildeo Isto reforccedila a necessidade da regularidade da AF Em

termos de ganho para a sauacutede os benefiacutecios parecem se destacar em indiviacuteduos

inativos que se tornam pelo menos moderadamente ativo Assim iniciar a praacutetica de

alguma AF parece ser para o portador de DPDM inativo um passo mais importante

do que atingir as metas recomendadas pelas diretrizes de AF (USDHHS 2008a)

Eacute importante destacar o consenso dos estudos que nortearam a atualizaccedilatildeo

da diretriz oficial do Canadaacute no ano de 2010 Uma metanaacutelise com estudos de coorte

acompanhados em meacutedia por 93 anos publicados ao longo de 16 anos e

envolvendo 624952 pessoas com 19325 casos de diabetes tipo 2 apresentou uma

relaccedilatildeo inversa entre a associaccedilatildeo do diabetes do tipo 2 e o niacutevel de AF A metanaacutelise

apresentou reduccedilatildeo meacutedia de risco de 42 para o grupo suficientemente ativo

quando comparado ao inativo e a maioria (84) destes estudos revelou reduccedilotildees

incrementais no risco de diabetes tipo 2 por meio de niacuteveis crescentes de AF

(Kesaniemi et al2010)

Cerca de 62 dos portadores de DPDM eram inativos e 70 deles

aproximadamente natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima de AF com destaque negativo

para as mulheres Entre os estudos encontrados na literatura envolvendo a praacutetica de

AF em portadores de diabetes Dipietro et al (2006) apresentam resultados que

confirmam a baixa procura de AF entre os diabeacuteticos

A praacutetica de caminhadas foi a principal modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou

esporte em aproximadamente 70 deste grupo A musculaccedilatildeo alcanccedilou somente

25 da preferecircncia

O Ministeacuterio da Sauacutede preconizou que para portadores de diabetes

mellitus o exerciacutecio deve ser iniciado de forma gradual e como exemplo cita as

118

caminhadas por 5 a 10 minutos em terreno plano aumentando-as semanalmente ateacute

alcanccedilar 30 a 60 minutos diaacuterios 5 a 7 dias por semana (MS 2006)

A caminhada foi o principal exerciacutecio fiacutesico praticado por

aproximadamente 70 deste grupo Este percentual foi superior quando comparado

ao percentual do puacuteblico em geral (423) A praacutetica da caminhada parece ser o tipo

de exerciacutecio fiacutesico que mais contribuiu para o alcance da meta recomendada no

entanto diabeacuteticos com perda significativa de sensibilidade nos peacutes por motivo de

seguranccedila devem ser desencorajados para a praacutetica desta modalidade ou de qualquer

outra que potencialize ferimentos nos peacutes Nesses casos outras opccedilotildees devem ser

consideradas

A diminuiccedilatildeo dos praticantes da caminhada e o aumento dos praticantes de

futebol satildeo caracteriacutesticas entre o grupo com AF insuficiente entatildeo o incentivo pelo

aumento da praacutetica de caminhadas eacute desejaacutevel para ambos os sexos e a reorganizaccedilatildeo

da praacutetica do futebol ndash com o aumento da frequecircncia semanal ndash pode elevar em

aproximadamente 22 do niacutevel de AF do puacuteblico masculino

A duraccedilatildeo de cada sessatildeo tende ser maior entre os suficientemente ativos

Somente 2 dos participantes com DPDM referiram AF com duraccedilatildeo menor que 30

minutos enquanto para os insuficientemente ativos foram 25 De modo geral 85

dos portadores de DPDM realizam sessotildees com 30 minutos ou mais de duraccedilatildeo e se

alinham agraves recomendaccedilotildees No entanto a frequecircncia semanal soacute se alinhou com as

recomendaccedilotildees para aqueles com AF suficiente sendo que a maioria (60)

realizaram AF 5 ou mais vezes por semana Para aqueles com AF insuficiente a

frequecircncia semanal estaacute em desacordo para 93 deste grupo Assim parece

promissor investimento no aumento da frequecircncia das atividades para o aumento da

suficiecircncia da AF em portadores de DPDM

Os descendentes asiaacutetico identificados no inqueacuterito segundo a cor de sua

pele (amarelos) apresentaram ao mesmo tempo melhores niacuteveis de AF e maiores

taxas de DPDM (11 - duas vezes maior do que os participantes de outras etnias)

Deve-se considerar a possibilidade deste grupo ter tido maior acesso aos serviccedilos de

sauacutede e aderido aagrave praacutetica de AF por recomendaccedilatildeo meacutedica

119

Eacute importante salientar que 465 dos brasileiros desconhecem o

diagnoacutestico preacutevio desta doenccedila A maior parte deles soacute perceberaacute a doenccedila nas fases

mais avanccediladas quando as consequecircncias passam a se manifestar de modo

perceptiacutevel (MS 2002) O conhecimento do diagnoacutestico preacutevio para a diabetes pode

reforccedilar a ideia de ser eou permanecer fisicamente mais ativos Isto pode criar uma

perspectiva interessante para a relaccedilatildeo entre a AF e o diagnoacutestico de um determinado

agravo crocircnico O conhecimento preacutevio do diagnoacutestico pode aumentar a adesatildeo agrave

praacutetica de AF pela busca da atenuaccedilatildeo do problema e isto pode reforccedilar a proteccedilatildeo

contra outras DCNT e suas respectivas complicaccedilotildees

Os maiores percentuais de diabetes foram encontrados em mulheres com

maior faixa etaacuteria e menor escolaridade grupo em que a taxa de AF tambeacutem eacute

menor Estrateacutegias para elevar o niacutevel de AF entre portadores de diabetes passam

pois pela priorizaccedilatildeo do grupo mais vulneraacutevel em face da inatividade fiacutesica

5344 Osteoporose

Os resultados deste estudo mostraram que 44 dos participantes tinham

diagnoacutestico preacutevio de osteoporose (DPO) com maior prevalecircncia na regiatildeo Sudeste

(46) e menor na regiatildeo Centro Oeste (36) (plt0001) Entre os portadores de

DPO houve maior incidecircncia entre as mulheres com destaque para a idade poacutes-

climateacuterio em que trecircs a cada dez mulheres declararam-se portadoras de DPO Em

ambos os sexos o diagnoacutestico foi mais comum com o aumento da idade

principalmente na faixa etaacuteria de acima de 65 anos A taxa de inatividade fiacutesica

(63) entre os portadores de DPO foi maior do que a meacutedia da populaccedilatildeo (52) e

perto de 75 ficaram aqueacutem do miacutenimo de AF recomendado pela OMS de 2010

Entre os estudos encontrados na literatura relacionando a praacutetica de AF

com a ocorrecircncia de osteoporose destaca-se a metanaacutelise realizada por Kujala et al

(2009) que reuniram estudos com seguimento meacutedio de 21 anos O trabalho revelou

que os participantes que praticaram AF vigorosa comparados com inativos ou

insuficientemente ativos apresentaram menor incidecircncia de fratura de quadril com

risco relativo (RR) = 038 (IC 95 = 016-091) Eacute importante destacar que a maioria

120

dos estudos tem associado a ocorrecircncia de fraturas oacutesseas como indicador de

osteoporose o que pode superestimar o efeito protetor da AF para o metabolismo

oacutesseo Sobre este ponto Vainionpaa (2006) afirma que alguns exerciacutecios fiacutesicos

podem diminuir a ocorrecircncia de fraturas natildeo pela melhora da sauacutede dos ossos em si

mas pela melhora do equiliacutebrio e pela diminuiccedilatildeo da quantidade e gravidade das

quedas principalmente entre os mais idosos Neste sentido o USDHHS em 2010

sugeriu medidas objetivas de acompanhamento da densidade oacutessea para que se tenha

a possibilidade de anaacutelise mais apurada do efeito da AF para a prevenccedilatildeo da

osteoporose

Neste estudo a praacutetica de caminhada foi a principal modalidade de

exerciacutecio fiacutesico ou esporte referida por 59 deste grupo A musculaccedilatildeo somou

somente 6 da preferecircncia Quando comparados aos portadores de outras patologias

crocircnicas eles apresentaram as menores taxas para caminhada corrida e musculaccedilatildeo

Outros 87 do grupo preferiram a hidroginaacutestica

A importacircncia da AF com exerciacutecios resistidos eacute destaque em vaacuterios

estudos mostrando que a densidade oacutessea aumenta entre 10 e 40 na coluna lombar

dos levantadores de peso Tenistas tecircm maior densidade oacutessea no braccedilo que segura a

raquete e nadadores e ciclistas que apresentam menor carga tecircm densidade oacutessea

similar aos controles (Raisz 2005 Martyn-St James e Carroll 2006)

Neste aspecto para a sauacutede oacutessea exerciacutecios de baixo impacto oacutesseo

como a hidroginaacutestica parecem natildeo ser a melhor escolha exceto para casos especiais

em que a descompressatildeo axial eacute necessaacuteria

A maior prevalecircncia de PDO entre as mulheres jaacute era aguardada Mulheres

perdem massa oacutessea de duas maneiras de forma raacutepida e de forma lenta A fase

raacutepida ocorre apoacutes a menopausa e tem duraccedilatildeo de 4 a 8 anos Durante esta fase

raacutepida as mulheres podem perder entre 20 e 30 das trabeacuteculas e 5 e 10 do osso

cortical Em seguida comeccedila uma fase lenta que corresponde a uma perda anual da

massa oacutessea de 1 a 2 Homens aparentemente sofrem apenas a perda lenta

(Kemmler et al 2004)

A perda oacutessea da camada cortical tambeacutem difere entre os sexos Os seus

mecanismos fisioloacutegicos natildeo estatildeo totalmente esclarecidos mas se sabe que homens

121

tecircm menor taxa de reabsorccedilatildeo e maior taxa de reposiccedilatildeo periosteal que as mulheres

Isto leva os homens a terem ossos maiores e com menor risco de sofrer de fraturas

(Shibata et al 2003)

Neste aspecto aleacutem de as mulheres perderem mais tecidos oacutesseos ao longo

da vida tambeacutem apresentam menores taxas de AF no tempo de lazer e no transporte

ativo Portanto o incentivo para a praacutetica de AF especialmente voltada para as

mulheres ganha dimensotildees maiores

Finalmente o tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e a duraccedilatildeo de cada

sessatildeo estavam de acordo com as recomendaccedilotildees de AF do Ministeacuterio da Sauacutede

brasileiro para a maioria dos portadores DPO cuja meta eacute alcanccedilar de 30 a 60

minutos diaacuterios de AF moderada na maior parte dos dias da semana (MS 2006) A

frequecircncia semanal estava de acordo com a quase totalidade (95) dos participantes

com DPO que alcanccedilaram a meta Poreacutem para mais da metade dos participantes que

natildeo alcanccedilaram a meta a frequecircncia semanal natildeo concordava com as recomendaccedilotildees

para a promoccedilatildeo da sauacutede oacutessea Aproximadamente 65 deles realizavam sessotildees

entre 1 e 2 vezes por semana e ficavam aqueacutem do que eacute recomendado

5345 Infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral

Neste estudo 66 dos participantes que referiram pelo menos um

episoacutedio de IAM eou AVC estavam inativos e somente 24 deles alcanccedilaram a

meta miacutenima de AF A maioria dos casos ocorreu entre os mais velhos com maior

frequecircncia entre as mulheres No conjunto aproximadamente 35 tinham idade

igual ou superior a 65 anos justamente na faixa etaacuteria onde se encontram os menores

niacuteveis de AF

Os estudos encontrados na literatura que verificou a praacutetica de AF com a

ocorrecircncia de IAM eou AVC apresentam resultados que corroboram esta pesquisa

(CSEP 2010) Os benefiacutecios da AF em viacutetimas de AVC independentemente do grau

de paralisia e de distuacuterbios sensoriais relacionam-se com a diminuiccedilatildeo das

limitaccedilotildees funcionais e com o incremento da sauacutede geral Uma maior capacidade de

exerciacutecio proporciona maior autonomia nas atividades diaacuterias com menor gasto de

122

energia (Adams et al 1994) aleacutem de proporcionarem a reduccedilatildeo do peso corporal e a

diminuiccedilatildeo de lipiacutedios seacutericos e de estresse dentre outros fatores

54 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Neste estudo verificou-se que a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF varia muito

entre as diretrizes que recomendam a AF o que eacute motivado principalmente pela natildeo

harmonia da quantidade ou da forma com que a organizaccedilatildeo da AF eacute recomendada

Aparentemente pequenas diferenccedilas tiveram impacto importante na classificaccedilatildeo do

rendimento Um aspecto que eacute complexo e desafiador se revela na possibilidade de

um mesmo indiviacuteduo ser classificado ao mesmo tempo como muito ativo diante

de uma recomendaccedilatildeo e como insuficientemente ativo diante de outra Para uma

boa parte da populaccedilatildeo a resposta para a pergunta estou fazendo atividade fiacutesica

suficiente para a minha sauacutede pode ser simultaneamente ldquosimrdquo e ldquonatildeordquo

dependendo do criteacuterio da recomendaccedilatildeo escolhida

Apesar do consenso cientiacutefico sobre os benefiacutecios da AF para as pessoas

lacunas importantes persistem no conhecimento dos efeitos de cada elemento da AF

frequecircncia duraccedilatildeo intensidade e modalidade Eacute crucial entender como a AF estaacute

inserida nos contextos socioculturais nos diferentes grupos eacutetnicos e nos diversos

segmentos populacionais como os portadores de deficiecircncia os diferentes estratos

socioeconocircmicos ou outros O significado da AF eacute diferente em cada contexto

cultural e social que estaacute sob investigaccedilatildeo Estudos dessa natureza poderatildeo subsidiar

poliacuteticas de promoccedilatildeo agrave sauacutede mais consistentes e com maior potencial de sucesso Eacute

necessaacuterio ainda aprofundar a cooperaccedilatildeo internacional para a elaboraccedilatildeo de

diretrizes e recomendaccedilotildees miacutenimas e no preenchimento das lacunas existentes

A elaboraccedilatildeo e a implantaccedilatildeo de poliacuteticas de promoccedilatildeo da sauacutede e de

prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos devem levar em conta que a insuficiecircncia de AF

recaiu crucialmente entre as pessoas brancas morenas ou pardas do sexo feminino

de baixa escolaridade de maior idade que desconheciam a existecircncia de local

apropriado para a AF proacuteximo a sua residecircncia e principalmente pelos residentes na

regiatildeo Sudeste em especial na cidade de Satildeo Paulo

123

Pessoas fisicamente ativas fizeram menor uso de tabaco Embora natildeo seja

possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causalidade neste estudo eacute plausiacutevel afirmar que as

accedilotildees de combate ao tabagismo e de estiacutemulo agrave AF ganham abrangecircncia quando

planejadas de forma integrada

O deslocamento ativo para o trabalho ou para a escola a peacute ou de bicicleta

dobrou o percentual do grupo que alcanccedilou a meta recomendada pela OMS

Estimular o deslocamento ativo para ampliar a AF da populaccedilatildeo insuficientemente

ativa parece ser uma boa estrateacutegia de poliacutetica puacuteblica jaacute que parece existir uma

predisposiccedilatildeo para este domiacutenio

A adequaccedilatildeo dos espaccedilos fiacutesicos puacuteblicos a seguranccedila e a infraestrutura

previstas nos programas de incentivo agrave AF devem considerar que as modalidades de

exerciacutecio mais populares nas capitais brasileiras satildeo a caminhada e o futebol

Dentre as pessoas insuficientemente ativas a duraccedilatildeo do esforccedilo em cada

sessatildeo foi adequada na maioria dos relatos O que tornou a AF insuficiente foi a

baixa frequecircncia Pensar estrateacutegias que aumentem a frequecircncia semanal para 2 ou 3

dias por semana pode elevar o niacutevel de AF para 90 dos insuficientemente ativos

A situaccedilatildeo mais desvantajosa percebida entre os participantes deste estudo

foi a completa ausecircncia de AF Eacute importante ter em mente na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas

de sauacutede que os benefiacutecios da AF natildeo ocorrem apenas quando as diretrizes satildeo

rigorosamente cumpridas Os inativos sempre satildeo beneficiados com a introduccedilatildeo de

alguma quantidade de AF e portanto mesmo que a recomendaccedilatildeo miacutenima natildeo possa

ser alcanccedilada deve-se estimular a quantidade de AF que for possiacutevel

Por fim cabe salientar que os serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria num sistema

puacuteblico e universal satildeo os locais mais oportunos para recomendar e orientar a praacutetica

de AF dada a sua proximidade e a sua penetraccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo em geral e

especialmente junto aos portadores de DCNT

124

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