astrologia dos relacionamentos Íntimos

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ASTROLOGIA DOS RELACIONAMENTOS ÍNTIMOS

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Stephen Arroyo

ASTROLOGIA DOS RELACIONAMENTOS

ÍNTIMOS

Fatores energéticos no amor, sexo e compatibilidade

Tradução:rita luppi

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Título do original: Person-to-person Astrology: Energy Factors in Love, Sex & Compatibility

Copyright © 2007 by Stephen ArroyoPublicado originalmente por CRCS Publications, P.O. Box 1460, Sebastopol, 95473 CA – USA Copyright da edição brasileira © 2010 Editora Pensamento-Cultrix Ltda.

1ª edição 2010.2ª reimpressão 2020.

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou usada de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópias, gravações ou sistema de arma-zenamento em banco de dados, sem permissão por escrito, exceto nos casos de trechos curtos citados em resenhas críticas ou artigos de revistas.

Astrologia dos Relacionamentos Íntimos: Fatores Energéticos no Amor, Sexo e Compatibilidade foi patrocina-do pela Society for the Study of Native Arts and Science, uma instituição educacional sem fins lucrativos cujos objetivos são desenvolver uma perspectiva educacional e intercultural interligando vários campos científicos, sociais e artísticos; alimentar uma visão holística das artes, da ciência, das ciências humanas e da cura; e publicar e distribuir literatura sobre a relação entre a mente, o corpo e a natureza.

A Editora Pensamento não se responsabiliza por eventuais mudanças ocorridas nos endereços convencio-nais ou eletrônicos citados neste livro.

Coordenação editorial: Denise de C. Rocha Delela e Roseli de S. FerrazPreparação de originais: Denise PessoaRevisão de provas: Liliane Scaramelli

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Índices para catálogo sistemático:1. Astrologia : Guias para a vida amorosa 133.5864677

____________________________________________________________________________________ Direitos de tradução para a língua portuguesa

adquiridos com exclusividade pelaEDITORA PENSAMENTO-CULTRIX LTDA.

Rua Dr. Mário Vicente, 368 – 04270-000 – São Paulo, SPFone: (11) 2066-9000

E-mail: [email protected]://www.editorapensamento.com.br

que se reserva a propriedade literária desta tradução.___________________________________________Foi feito o depósit__________o legal. _____________________________

____________________________________________________________________________________Arroyo, Stephen Astrologia dos relacionamentos íntimos : fatores energéticos no amor, sexo e compatibilidade /Stephen Arroyo ; tradução Rita Luppi. -- São Paulo : Pensamento, 2010.

Título original: Person-to-person astrology : energy factor in love, sex & compatibility ISBN 978-85-315-1675-7

1. Amor - Miscelânea 2. Astrologia 3. Astrologia e sexo I. Título.

10-05811 CDD-133.5864677____________________________________________________________________________________

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Dedicatória

a todas as centenas de pessoas que contribuíram para este projeto de duas décadas, por meio de sugestões, cartas, respostas a questionários, ou da confiante sinceridade nas entrevistas de consulta astrológica. E também para as futuras gerações, incluindo isaac, rose, Ginger e lucas, na esperança de que eles venham a olhar sem hesitação para o que a astrologia pode oferecer no sentido de melhorar a compreensão deles próprios e dos outros.

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Agradecimentos

minha profunda gratidão para aina Kemanis, pelo encorajamento, apoio, longas conversas, pesquisa, refinamento editorial e o gentil em-purrãozinho, sem o que este livro nunca se completaria. agradeço tam-bém a Barbara Boyd, que provou ser a editora perfeita para um autor especializado que escreve para um público abrangente. a combinação de sua percepção arguta, sua magnífica habilidade linguística, seu hu-mor e sua crítica penetrante com sua diplomacia fez o trabalho de edi-ção ser mais divertido que tedioso. agradeço ainda a todos os que me encorajaram e me deram apoio intelectual, especialmente a Kathy mullins e Jim Feil, por me ajudarem a manter o foco na escrita.

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Sumário

prefácio 11Nota do autor – um convite pessoal ao leitor 15Orientações importantes para iniciantes em astrologia 21introdução 23

01. Compatibilidade e a linguagem dos relacionamentos 2902. Deve-se levar a astrologia a sério? respostas ao longo dos séculos 3503. amor, sexo e relacionamentos: ao longo da história e hoje 4704. astrologia no século xxi: um novo ponto de vista 6905. Como a astrologia amplifica nosso entendimento da interação

energética entre as pessoas 7906. Os quatro elementos, os doze signos e o signo nascente 9707. a lua: os humores com os quais podemos conviver 11108. marte e Vênus: nem todos os homens são de marte, nem todas as

mulheres são de Vênus 15109. Vênus nos signos de fogo 18910. Vênus nos signos de terra 20311. Vênus nos signos de ar 21712. Vênus nos signos de água 229 13. marte nos signos de fogo 24114. marte nos signos de terra 25515. marte nos signos de ar 26916. marte nos signos de água 28517. Os “aspectos”: as interações energéticas entre os planetas 301

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18. Como usar a astrologia e a comparação de mapas com sabedoria e realismo 317

apêndice a – astrologia: uma linguagem energética para definir os fa-tores essenciais 329

apêndice B – Serviços de cálculo de mapas 333apêndice C – tábuas do signo da lua 335apêndice: D – tábuas dos signos de Vênus e marte 355apêndice E – tábuas de cálculo do ascendente (ou signo nascente) 371apêndice F – Bibliografia e abreviações 381

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Prefácio

É melhor debater uma questão sem resolvê-la do que resolver uma questão sem debatê-la.

Joseph Joubert, filósofo francês e autor de Pensées

Em 1980 publiquei o livro Relationships & Life Cycles, em que identifi-quei marte como símbolo do “ego masculino” e Vênus como o “ego fe-minino”. isso aconteceu 12 anos antes de John Gray publicar o best-seller Men Are from Mars, Women Are from Venus, cujas ideias básicas ele descobriu em parte na astrologia. Como o próprio John Gray reconhe-ceu ao escrever o prefácio de outro livro, em 1977 (Love and War Bet-ween the Signs, de amy Keehn):

minha percepção de que homens e mulheres têm características ao mesmo tempo marcianas e venusianas foi diretamente influenciada por meu conhecimento da antiga prática da astrologia […] Eu sabia que a masculinidade ou a feminilidade não eram os únicos fatores que determinam as necessidades e os atos de uma pessoa. Compre-endi que precisamos levar em conta os efeitos da astrologia e a influ-ência de todos os 12 signos. (p. xi)

O estrondoso sucesso do livro de Gray revelou o quanto uma enorme variedade de pessoas, com níveis de instrução diversos, reconhece o va-lor e a utilidade desses conceitos e o poder do simbolismo arquetípico de marte e Vênus. a persistente popularidade do livro e suas várias se-quências provaram que esses conceitos psicológicos e símbolos planetá-rios ajudam a esclarecer a identidade sexual das pessoas, necessidades emocionais, motivações inconscientes e dinâmicas de relacionamento.

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Este volume é bem mais abrangente que meu livro anterior e se baseia em pesquisa muito mais extensa e em 25 anos de experiência. O livro inclui citações extraídas de centenas de questionários e entre-vistas pessoais. ademais, foi escrito originalmente para o público em geral, que pode não ter nenhum conhecimento prévio sobre astrolo-gia ou ter apenas uma ligeira familiaridade com os significados bási-cos dos signos solares.

Em 1976, quando foi publicado meu primeiro livro – Astrology, Psychology and the Four Elements: An Energy Approach to Astrology & Its Use in the Counseling Arts1 – ele foi o primeiro a descrever e definir a astrologia como uma moderna, acessível e precisa “linguagem da ener-gia”, que é o tema central também deste volume. Desde aquela época, milhares de livros e relatórios de pesquisas em psicologia, artes da cura, nova física e outros campos têm sido publicados, estabelecendo a reali-dade teórica e prática do ponto de vista de que a vida é inteligível como um sistema de inter-relações e interações de campos de energia. Como lynne mctaggart escreveu em seu aclamado livro The Field, nossa com-preensão de como o mundo e o corpo funcionam, e também de como nos definimos, vem sendo radicalmente modificada pela coleção de evi-dências que legitimam essa nova maneira de ver a vida.

Os seres humanos e todos os seres vivos são uma aglutinação energética dentro de um campo de energia ligado a todas as coisas no mundo… Não existe dualidade “eu” e “não-eu” para nosso corpo em relação ao universo, mas sim um campo de energia fundamental. (tF, p. xV)

Durante toda a minha vida tenho demonstrado a tendência natural de questionar e muitas vezes desafiar a ortodoxia estabelecida, qual-quer que seja o campo de interesse a que minha peregrinação pela vida me leve. Escolhi a citação de Joseph Joubert para abrir o prefácio a fim de estabelecer o tom e elucidar a finalidade deste livro. Em diversos pontos questiono ou desafio várias tendências ou hipóteses, sociais, científicas ou acadêmicas, e também rejeito fortemente, ou ao menos contradigo, algumas das crenças comuns ou modismos correntes em psicologia, em educação e também na astrologia tradicional. O leitor pode admitir que – no espírito da citação de Joubert – faço isso não

1 Astrologia, Psicologia e os Quatro Elementos, publicado pela Editora pensamento, São paulo, 1984.

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tanto para proclamar uma conclusão, ou um ponto de vista ou teoria alternativa integralmente formulada, mas principalmente para fazer que pensemos de um jeito novo e na esperança de encorajar um olhar mais aberto sobre muitas questões. Como disse um grande mestre es-piritual quando em sua primeira visita aos Estados unidos, “provincia-nismo e rigidez de pensamento” são grandes obstáculos ao verdadeiro entendimento e crescimento pessoal. E para favorecer esse alargamen-to da visão, inseri citações de dezenas de pessoas perspicazes e dotadas de grande discernimento, algumas das quais se encontram no ponto crucial de desenvolvimento de novas teorias e novos modelos para a natureza e o comportamento humanos. Não importa o quanto o leitor reaja no início a algumas das concepções aqui expressas; minha maior esperança é que este livro seja, acima de tudo, uma jornada estimulante e de reflexão.

O leitor deve notar que uso abreviaturas do começo ao fim do livro para indicar citações extraídas de entrevistas do autor (Ea) e questioná-rios do autor (qa). Sinto que essas citações não editadas de inúmeras pessoas de todas as idades e estilos de vida, não só ilustram muitas cor-relações astrológicas, mas também fazem que o essencial nos símbolos planetários adquira vida através dos detalhes da observação e da experi-ência da vida real. ler os relatos de pessoas com fatores astrológicos di-versos dará ao leitor a possibilidade de um exame completo e profundo sobre o significado dos símbolos planetários na experiência imediata.

além disso, uso essas abreviaturas para me referir às fontes da maio-ria das citações, o que não só poupa bastante espaço, mas também pos-sibilita uma leitura fluida, sem muitas interrupções. as abreviaturas es-tão integradas à bibliografia no apêndice F, para que o leitor possa realmente obter mais detalhes sobre as publicações específicas.

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Nota do autor

Um convite pessoal ao leitor

astrologia é astronomia aplicada para propósitos psicológicos.

ralph metzner, psicólogo, ph.D.

Devo assumir que qualquer pessoa que olhar para este livro terá que admitir no mínimo alguma curiosidade a respeito de poder encon-

trar na astrologia algo interessante, incisivo ou ao menos estimulante sobre sua vida pessoal. por isso, se o leitor for honesto consigo mesmo, provavelmente vai reconhecer que, na consciência ou num nível mais profundo dos sentimentos, suspeita que a astrologia pode conter alguma coisa de valor ou interesse, mesmo sendo um tanto descrente ou cético quanto aos conteúdos dessa ciência ou à forma como eles normalmente são apresentados.

Gostaria de enfatizar que compartilhei dessa precaução e desse ceti-cismo quando comecei a investigar e experimentar a astrologia, mais de 35 anos atrás. De fato, ainda hoje, guardo fortes reservas com relação a várias afirmações expressas em publicações sobre astrologia ou por pro-fissionais da área. mantenho meu ceticismo com relação a muitas tenta-tivas de previsão ou de uma análise simplista que tantas vezes se encon-tram nesse campo. E, no entanto, embora em algum momento décadas atrás eu tenha literalmente jogado longe alguns livros do assunto, juran-do que não gastaria mais nem um minuto com esse tema frustrante, apesar de eu mesmo continuamente me sentir atraído a voltar a exami-nar o cerne daquelas percepções e revelações certamente terríveis que nenhum outro campo de estudo podia igualar. Em particular nos peri-

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gosos mas infinitamente fascinantes e cruciais campos da natureza hu-mana, da motivação, das diferenças de personalidade e das necessidades no relacionamento, mesmo depois de ter estudado inúmeras teorias psi-cológicas e sistemas terapêuticos, não pude contar com a astrologia mais do que com qualquer outro instrumento para desenvolver um discerni-mento psicológico sólido, métodos confiáveis de entender as pessoas e níveis mensuráveis de avaliação de compatibilidade. a astrologia, quan-do adequadamente compreendida, é capaz de fornecer uma combina-ção única de simplicidade e complexidade, imaginação e medição (arte e ciência), das dimensões qualitativa e quantitativa da vida, e do pessoal e do cósmico, perfeitamente sintonizada com os múltiplos níveis da psi-cologia e da natureza humanas.

assim, felicito o leitor por superar o maior obstáculo para conseguir chegar livremente às percepções e à compreensão que essa astrologia in-teligente e moderna pode fornecer. Obviamente, o leitor deste livro está entre a minoria de pessoas perspicazes no mundo ocidental que alcança-ram objetividade e realismo na sua visão da astrologia, em vez de impen-sadamente expressar a reação comum de verbalizar opiniões fortes sobre o assunto sem ter investigado do que se trata! a astrologia é um sistema singular de entendimento humano. Como disse o professor paul Feyera-bend, da university of California, em Berkeley, na década de 1970, quan-do se recusou a assinar um documento no qual diversos “cientistas” con-denavam a astrologia: “a ciência é um dos muitos modos de pensar desenvolvidos pelo homem, mas não necessariamente o melhor” (ihh, p. 339). assim o professor Feyerabend, considerado por muitos um dos pensadores mais originais do século xx, reconheceu o fato decisivo de que há uma multiplicidade de formas de pensar, e de que a astrologia pode ser um outro método significativo de representar a vida. por exem-plo, vejo-a como uma linguagem que traduz de modo notavelmente cor-reto a experiência de vida. Corajosamente, o professor Feyerabend tam-bém tomou posição contra a moderna religião do cientificismo que penetra no mundo ocidental e frequentemente tenta rejeitar a astrologia como se tivesse sido “provado” que ela é incorreta, mera relíquia obsole-ta de superstições do passado. E no entanto, quando todos aqueles “cien-tistas” receberam carta de uma organização profissional de astrologia solicitando que submetessem os estudos em que haviam baseado suas “opiniões” científicas sobre astrologia, nenhum deles apresentou nem mesmo a mais fraca evidência de ter examinado alguma parte do vasto campo de correlações celestiais com a experiência humana.

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De fato, o professor Feyerabend (versado em astronomia, física e fi-losofia) causou polêmica com seus escritos criticando incisivamente as limitações e a “totalitária” busca pelo poder da rígida visão de mundo da ciência moderna. Ele escreveu em Against Method (1988): “precisamos fazer que os cientistas parem de assumir o comando da educação e de ensinar como ‘fato’ e como ‘o único método verdadeiro’ qualquer que seja o mito do dia” (p. 168). E, em Knowledge, Science and Relativism (1999), destacou como a “ciência” tem se tornado a nova religião, a au-toridade máxima do mundo moderno, que pune os heréticos e facil-mente obtém atenção da mídia para exagerar seus sucessos e benefícios, ou denegrir qualquer campo de estudo (como a astrologia ou certas te-rapias alternativas) que ela julgue ameaçador. Considere a citação abai-xo, a respeito do papel da ciência na educação moderna, a partir da in-tensidade do que acabo de mencionar:

“Fatos” científicos são ensinados em idade muito tenra, da mesma forma como os “fatos” religiosos eram ensinados apenas um século atrás. […] mas a ciência é exceção à crítica. Na sociedade como um todo o julgamento dos cientistas é recebido com a mesma reverência com que era aceito o julgamento dos bispos e cardeais não muito tempo atrás. […] a ciência agora se torna tão opressiva quanto as ideologias contra as quais teve que lutar um dia. (ibid., p. 182)

Como foi observado, a condenação coletiva da astrologia, de forma organizada e amplamente publicada, feita por cientistas e acadêmicos desinformados e bastante influenciados, foi especialmente chocante e decepcionante porque revelou uma espantosa ignorância da história da ciência e da astronomia. Como acentuou arthur Koestler em seu bri-lhante trabalho sobre a história da ciência, The Sleepwalkers, o uso cor-rente do termo “ciência” não implica “as mesmas ricas e universais asso-ciações que a ‘Filosofia Natural’ implicava no século xVii, nos dias em que Kepler escreveu Sobre a Harmonia do Mundo, e Galileu, O Mensa-geiro das Estrelas”. Koestler explica como a “questão cósmica” desses vi-sionários pioneiros foi muitas vezes chamada de “Nova Filosofia” e dire-cionada principalmente para o entendimento, e não a conquista, da natureza. Nos tempos antigos os astrólogos eram procurados para orien-tação porque eram considerados os cientistas de sua época, capazes de medir e prever o movimento dos planetas. De certo modo, como mostra

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o professor de história theodore Zeldin, a astrologia era a “tecnologia” de muitos períodos e culturas do mundo antigo.

Foi ptolomeu de alexandria (c. 127-51 d.C.), o mais bem-sucedido escritor de livros didáticos de todos os tempos, quem fez da astrolo-gia uma crença internacional. tudo o que ficou conhecido em mate-mática, astronomia, geografia, história, música, ótica foi estabelecido pelos trabalhos de ptolomeu, que foram o compêndio mundial de informação autodidata por 1.400 anos, e a astrologia estava incluída ali como um ramo da ciência. (ihh, p. 340)

O psiquiatra C. G. Jung, um controverso cientista do século xx, não só publicou um estudo estatístico dos indicadores de compatibilidade da astrologia tradicional, mas também usou muito a astrologia em sua vida pessoal e profissional, embora de forma bem discreta, visto que seus trabalhos de psicologia profunda já eram considerados extrema-mente polêmicos. De fato, foi Jung quem disse que “a astrologia repre-senta uma somatória de todos os conhecimentos psicológicos da anti-guidade” (trecho extraído de comentário sobre O Segredo da Flor Dourada) e inspirou muitas pessoas instruídas e não preconceituosas a indagar mais a fundo o que a astrologia tem a oferecer como um modo de jogar luz sobre a psicologia humana. Eu mesmo fui levado a investi-gar a astrologia a partir da leitura de Jung anos atrás, indo de fato tão longe a ponto de estudar em profundidade mais da metade de suas obras completas e no fim ir até a Suíça fazer uma visita a sua filha, uma sofis-ticada e inteligente profissional da moderna astrologia.

muitos dos astrólogos do mundo antigo acreditavam em viver de acordo com as leis e ciclos naturais, e descobriram que a astrologia era bastante instrutiva a respeito dessas mesmas leis. Embora não se ouçam mais frases como “vivendo de acordo com as leis naturais” ou “alinhado com os ritmos da natureza ou do cosmos”, especialmente partindo de pessoas de orientação científica, os princípios centrais e as correspon-dências da astrologia persistem como realidades que milhões de pessoas em todo o mundo consideram extraordinária e singularmente úteis para o entendimento da vida cotidiana. após quatro décadas trabalhando com astrologia e testando-a, posso dizer inequivocamente que a astrolo-gia (quando usada corretamente!) é muito mais precisa e até “científica” no que se refere a entender as pessoas – seus modos de percepção, valo-res inatos e preconceitos, diferenças de personalidade, períodos de crise,

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relacionamentos, motivações, momentos de crescimento intenso e de-safios, clareza quanto à tomada de decisões, etc. – do que qualquer outro método, incluindo todo tipo de psicologia que me seja familiar.

Os séculos de ridículo e de preconceito antiastrologia que se seguiram desde o tempo do auge da aceitação dessa ciência não se originaram do avanço da ciência materialista nem da rígida animosidade semirreligiosa para com os antigos sistemas baseados nos planetas, mas se devem – um tanto justificadamente – à desastrada mistura das antigas verdades da as-trologia e seus correlatos com a adivinhação e outras práticas supersticio-sas. Como o professor Zeldin escreve, a astrologia “corrompeu-se em tra-dição de oráculo e reforçou a fascinação pelo exótico” (ihh, p. 341). além disso, infelizmente, gerações de “astrólogos” (incluída aqui toda a gama – não só estudantes sérios, pesquisadores sistemáticos e sinceros buscado-res da verdade, mas também ocultistas supersticiosos, exibicionistas ego-cêntricos e charlatães mercenários) com muita frequência continuaram a preferir a mistura da astrologia verdadeira com predição ou outras práti-cas questionáveis ao trabalho mais exigente de esclarecimento e utilização da astrologia de uma forma mais pura e exata, isto é, como ciência precisa e disciplinada, baseada em princípios específicos e mensuráveis, cuja apli-cação na vida humana é vasta e particularmente confiável nas suas descri-ções da experiência pessoal dos indivíduos.

hoje, no início do século xxi, há um corpus sobre astrologia que pode ser visto legitimamente como constitutivo de uma verdadeira ci-ência da psicologia e da natureza humanas. E há milhares de profissio-nais no mundo ocidental (propagando-se através da rússia, Europa Oriental, turquia, Índia e até Coreia e China) que vêm se libertando de velhos métodos supersticiosos e irresponsáveis de instigação de medo, adivinhação e alertas rígidos e fatalistas, que muitas vezes têm sido a causa da má reputação da astrologia nos meios mais instruídos. por mais de 35 anos venho desenvolvendo um tipo de astrologia – definida e explorada em detalhes em sete livros meus já publicados – que inclui tanto as estruturas simbólicas quanto a matemática formal e pode ser utilizada corretamente para uma ampla variedade de propósitos: com-preender a energia humana afinada com suas variações associadas à motivação e consciência; analisar a complexidade da dinâmica tanto in-dividual quanto dos relacionamentos; medir e regular com precisão se-gura o tempo dos ciclos de mudança e crescimento na vida das pessoas; e ainda assim manter a simplicidade reverenda da descrição simbólica do sistema solar de padrões infinitamente variados de vida individual.

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uma das belezas da astrologia e parte do seu apelo é sua simplicidade inspiradora, e no entanto é necessário esclarecer que é um campo de estudo complexo – essa é uma das razões por que a descrição genérica e não individualizada de determinado fator astrológico em alguns livros ou programas de computador às vezes soa como falsa. uma graduação confiável ou cursos de astrologia certificados nos dois lados do atlânti-co podem levar de três a quatro anos. menciono isso para salientar que se deve dar à astrologia algum tempo para que ela ecoe no interior da pessoa, em vez de fazer um julgamento rápido sobre sua precisão ou utilidade. afinal de contas, se não passamos a entender de física, meteo-rologia ou economia depois de apenas ter lido um livro ou feito um curso de fim de semana, devemos culpar a própria ciência, ou a superfi-cialidade da nossa investigação? E se a astrologia é difícil de “explicar” nas bases do atual estágio do conhecimento, não há razão para rejeitá-la e assim negar à humanidade seus muitos benefícios. Como disse Wins-ton Churchill, que sempre foi receptivo a qualquer coisa que fosse real-mente eficaz, a um famoso herborista que o tratou de 1950 a 1957: “Só porque você não pode explicar uma coisa, não há razão para negá-la” (maurice messegue, Of Men and Plants, p. 149).

a complexidade inerente à genuína e sofisticada astrologia moderna conduz aos tópicos e observações que apresento a seguir, que espero que o leitor iniciante no assunto considere com seriedade e até recorra pe-riodicamente a eles enquanto estiver lendo este livro.

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