aspectos qualitativos e quantitativos de pastagens das e seus reflexos no desempenho de

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Lopes, J., Fortes, C.A., Souza, R.M. et al. Aspectos qualitativos e quantitativos de pastagens consorciadas e seus reflexos no desempenho de bovinos. PUBVET, Londrina, V.3, N. 12, Art#550, Abr1, 2009. PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Disponível em: <http://www.pubvet.com.br/texto.php?id=550>. Aspectos qualitativos e quantitativos de pastagens consorciadas e seus reflexos no desempenho de bovinos Jalison Lopes 1 , Caio Augustus Fortes 2 , Ronan Magalhães de Souza 3 , Valdir Botega Tavares 4 1 Zootecnista, Doutorando em Forragicultura e pastagens – DZO/UFLA, Bolsista do Cnpq 2 Agrônomo, Doutorando em Forragicultura e pastagens – DZO/UFLA. 3 Agrônomo, Doutor em Forragicultura e pastagens. 4 Zootecnista, Doutor em Forragicultura e pastagens. Resumo Os benefícios da utilização de leguminosas para minimizar o processo de degradação das pastagens são evidentes. Estas plantas garantem um suprimento constante de nitrogênio ao sistema através da fixação biológica do N atmosférico e sabidamente, este é o nutriente requerido em maior quantidade na fase de utilização de uma pastagem. Além dos comprovados benefícios ao solo, evidenciados pelo enriquecimento da fase orgânica destes, a presença de leguminosas na forragem disponível proporcionam uma dieta de melhor qualidade seja pelo consumo direto, já que são plantas que apresentam

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Page 1: Aspectos Qualitativos e Quantitativos de Pastagens das e Seus Reflexos No Desempenho de

Lopes, J., Fortes, C.A., Souza, R.M. et al. Aspectos qualitativos e quantitativos de pastagens consorciadas e seus reflexos no desempenho de bovinos. PUBVET, Londrina, V.3, N. 12, Art#550, Abr1, 2009.

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia.

Disponível em: <http://www.pubvet.com.br/texto.php?id=550>.

Aspectos qualitativos e quantitativos de pastagens consorciadas e

seus reflexos no desempenho de bovinos

Jalison Lopes1, Caio Augustus Fortes2, Ronan Magalhães de Souza3, Valdir

Botega Tavares4

1Zootecnista, Doutorando em Forragicultura e pastagens – DZO/UFLA, Bolsista

do Cnpq 2Agrônomo, Doutorando em Forragicultura e pastagens – DZO/UFLA. 3Agrônomo, Doutor em Forragicultura e pastagens. 4Zootecnista, Doutor em Forragicultura e pastagens.

Resumo

Os benefícios da utilização de leguminosas para minimizar o processo de

degradação das pastagens são evidentes. Estas plantas garantem um

suprimento constante de nitrogênio ao sistema através da fixação biológica do

N atmosférico e sabidamente, este é o nutriente requerido em maior

quantidade na fase de utilização de uma pastagem. Além dos comprovados

benefícios ao solo, evidenciados pelo enriquecimento da fase orgânica destes,

a presença de leguminosas na forragem disponível proporcionam uma dieta de

melhor qualidade seja pelo consumo direto, já que são plantas que apresentam

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teores mais elevados de PB em sua composição, ou de forma indireta,

melhorando o valor nutritivo da gramínea acompanhante, através de

acréscimos no teor de PB que normalmente ocorrem nestas, quando são

associadas a leguminosas. O desempenho animal em pastagens consorciadas

sempre é privilegiado quando estas são comparadas com pastagens de

gramíneas puras com baixa ou nenhuma introdução de fertilizantes, sobretudo

os nitrogenados, sendo esta, a realidade encontrada na maioria dos

estabelecimentos de pecuária bovina brasileiros. Contudo ainda existem muitos

entraves que impedem a adoção de leguminosas forrageiras em larga escala e

dentre os principais podem ser citados a baixa quantidade de germoplasmas

adaptados as diferentes condições climáticas e a falta de técnicas de manejo

do pastejo capazes de garantir a persistência da leguminosa no consórcio.

Palavras-chave: leguminosa, fixação biológica de nitrogênio, sustentabilidade

Qualitative and quantitative aspects of mixed pasture and its effects

on performance of cattle

Abstract

The benefits of using legumes to minimize the degradation process of

grassland are evident. These plants provide a constant supply of nitrogen to

the system through biological fixation of atmospheric N and known, this is the

nutrient required in greatest quantity during the use of a pasture. Besides the

proven benefits to soil, as evidenced by the enrichment of the organic phase,

the presence of legumes in the forage available to provide a better quality diet

is the direct intake, as are plants that have higher CP in its composition, or

indirect way, improving the nutritional value of associated grass. The animal

performance on mixed pastures is always favored when they are compared

with pure grass pastures with low or no introduction of fertilizers, especially

nitrogen, which is in reality found in most establishments in Brazilian cattle

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breeding. However there are still many obstacles that prevent the use of

forage legumes on a large scale and can be among the most cited the low

amount of germplasm adapted to different climatic conditions and lack of

techniques capable of grazing management to ensure persistence of the

legume in the mixture.

Key words: legumes, biological nitrogen fixation, sustainability

1- Introdução

A expansão da pecuária de corte em áreas de vegetação nativa de

regiões de fronteira continua sendo a estratégia preconizada para aumentar a

produção de carne bovina. Esse modelo extrativista de produção pecuária,

vigente ao longo das últimas décadas, deve ser revisto no sentido de adequar-

se à nova realidade do setor produtivo. Tal conjuntura demanda aumento da

eficiência técnico-econômica da propriedade para assegurar a competitividade

e a lucratividade do empreendimento frente às alternativas de uso do solo, de

modo sustentável, sem impactar negativamente o ambiente (MARTHA Jr. et

al., 2006).

Nesse cenário, ao qual periodicamente somam-se novas exigências

(rastreabilidade, qualidade, segurança alimentar, exigências sanitárias e

ambientais, etc.), o pecuarista deverá conscientizar-se que é necessário elevar

a produtividade do “recurso terra” para garantir a rentabilidade do

empreendimento, visando a redução do custo médio de produção pela diluição

dos custos fixos e dos custos de oportunidade do uso do capital (MARTHA Jr. et

al., 2006).

Essa proposta é ratificada pela estabilização monetária que, atualmente,

em combinação com a alta taxa de juros real e a valorização cambial,

diminuem o preço dos ativos imóveis e, portanto, desestimulam a adoção da

pecuária apenas como reserva de capital. A maior produtividade das pastagens

pode contribuir para a melhoria da qualidade do solo e para a redução de

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eventuais impactos sobre o ciclo hidrológico, enquanto o maior desempenho

por animal pode reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa por

unidade de produto produzido (VILELA et al., 2005), o que poderá minimizar

possíveis barreiras não tarifárias à produção pecuária brasileira (BARCELLOS et

al., 2008).

O uso de fertilizantes e corretivos pelos pecuaristas é muito limitado,

apesar de ser uma maneira efetiva de repor nutrientes no sistema e,

potencialmente, garantir a sustentabilidade do sistema de produção. O

consumo de fertilizantes em pastagens, nos últimos anos, tem variado de 400

a 500 mil toneladas. Considerando que apenas a área de pastagem cultivada,

de aproximadamente 140 milhões de hectares, recebe adubação, ter-se-ia que

a adubação anual de pastagem seria da ordem de 2,9 a 3,6 kg/ha de

fertilizantes NPK. Essa reposição insuficiente de nutrientes certamente é um

dos principais fatores que explica o crescente processo de degradação das

pastagens (BARCELLOS et al., 2008).

As pastagens consorciadas de gramíneas e leguminosas forrageiras

constituem boa opção, de baixo custo, para atenuar o problema da degradação

das pastagens. O uso de leguminosas forrageiras com capacidade de fixação

de nitrogênio atmosférico por meio da simbiose com Rhizobium melhora a

qualidade da liteira da pastagem, podendo fornecer grandes quantidades de

nitrogênio ao sistema solo-planta-animal (GILLER & CADISCH, 1995;

CANTARUTTI et al., 2002). Além disso, o N fixado pela leguminosa pode

melhorar a qualidade da dieta (COSTA, 1995) e aumentar a produção animal

(EUCLIDES et al., 1998).

As gramíneas forrageiras em condições adequadas de produção de

massa vegetal são capazes de seqüestrar significativas quantidades de carbono

fixando-o no solo na forma orgânica (HUMPHREYS, 1994; CERRI, et al., 2007).

A capacidade de acúmulo, em sistemas exclusivos de gramíneas, é limitada

pela deficiência de nutrientes no solo e, especialmente, pela baixa

disponibilidade de nitrogênio em função da baixa taxa de mineralização. Desta

forma, através da utilização de leguminosas forrageiras poderiam ser obtidos

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significativos aumentos na fixação de carbono ao solo, bem como reduzir a

emissão de gases causadores do efeito estufa por unidade de produto

produzido (BARCELLOS et al., 2008).

As leguminosas forrageiras, embora sejam reconhecidas como

alternativa às limitações da produção animal em pastagens tropicais, ainda são

pouco usadas. Os principais entraves, para sua adoção nos sistemas de

produção, são atribuídos à pequena oferta de cultivares, sua baixa adaptação a

solos ácidos e baixa persistência em condições de pastejo (BARCELLOS, 2006).

Esta revisão tem como objetivo, apresentar os benefícios de se utilizar

leguminosas na forma de consórcio com gramíneas para exploração de bovinos

de corte e discutir os desafios relacionados ao processo de pastejo ao se usar

essa tecnologia.

2-Influência da leguminosa sobre o consumo, seletividade e valor

nutritivo da dieta.

A maioria das leguminosas tropicais apresenta baixa aceitabilidade pelos

bovinos na estação chuvosa. Assim, o efeito mais marcante da leguminosa de

baixa palatabilidade na dieta animal ocorre a partir do período de transição das

águas para a seca, quando as condições ambientais para crescimento e a

qualidade da forragem da gramínea são bastante críticas, limitando o consumo

(BARCELLOS et al., 2008). Todavia, nessas situações em que a gramínea

apresenta menor valor nutritivo, o desempenho animal (g/dia) responde

linearmente ao aporte de proteína na dieta (HUMPHREYS, 1991). Outra

vantagem das leguminosas é a menor variação estacional no seu valor

nutritivo, em comparação com as gramíneas forrageiras (JINGURA et al.,

2001). A menor taxa de decréscimo no valor nutritivo é oportuna e necessária

para as leguminosas de menor palatabilidade, uma vez que permanecem em

crescimento livre por um longo período (BARCELLOS et al., 2008).

As leguminosas tropicais também apresentam taninos em maior (e.g.

Desmodium, Cajanus) ou menor grau (Arachis, Neonotonia, Centrosema), que

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interferem na palatabilidade (diminuída), no risco de timpanismo (reduz), na

digestão e no aproveitamento da proteína e dos carboidratos da forragem. No

entanto, dependendo da natureza e da concentração destes taninos na

forragem, algumas vantagens podem ser obtidas, especialmente em dietas

ricas em proteína (e.g Leucaena pastejada nas águas). Caso essa proteína não

fosse em parte complexada, seria precariamente aproveitada pelo animal, uma

vez que a alta taxa de degradação no rúmen não estaria sincronizada com o

suprimento de energia. Então, ocorreriam perdas de N, excretado na forma de

uréia, inclusive com algum custo energético (BARCELLOS et al., 2008).

Leguminosas com maior teor de taninos sofrem lenta degradabilidade no

rúmen e menor taxa de produção de amônia em função do tempo,

correlacionando-se negativamente com a DIVMS. Assim, Arachis pintoi com

baixos níveis de taninos apresentam índices de DIVMS situado entre 60 e 67%

e apresenta maior produção de amônia em relação a D. ovalifolium (LASCANO,

1994). Variações no teor de taninos em leguminosa tem sido o principal fator

que diferencia as leguminosas quanto à seletividade pelos animais (PEREIRA,

2001).

A taxa de lotação exerce marcada influência sobre o consumo, porque

influi na disponibilidade de forragem, na densidade do pasto e na seletividade

exercida pelos animais em pastejo (HOYOS & LASCANO, 1985). Desta forma,

lotações mais leves possibilitam aos animais selecionarem dietas de melhor

qualidade, ao passo que em lotações mais elevadas não há essa possibilidade

e, portanto, eles são forçados a consumir plantas ou partes da planta antes

não consumidas (ARAÚJO, 1985).

Hernandez et al. (1995) ao avaliarem pastagens de B. brizantha cv

Marandu pura e consorciada com Arachis pintoi (CIAT 17434) e submetidas a

duas taxas de lotação (1,33 e 2,66 UA/ha) em pastejo rotacionado (7/21)

observaram que a proporção de amendoim forrageiro na dieta selecionada

esteve por volta de 50% na maior taxa de lotação e de 10 % na menor taxa de

lotação. Não houve efeito do consórcio sobre a qualidade da dieta selecionada

pelos animais, na menor taxa de lotação ao se comparar a pastagem pura com

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o consórcio, no entanto, na maior taxa de lotação os teores de PB e DIVMS

foram superiores na pastagem consorciada (16,6% versus 8,1% de PB e 62,7

versus 58,4% de DIVMS, respectivamente para a pastagem consorciada e

pura).

Já Santana et al. (1998), na avaliação da consorciação entre Brachiaria

dictyoneura e Arachis pintoi submetida a pastejo contínuo com quatro taxas de

lotação (1,6: 2,4; 3,2; e 4,0 novilhos/ ha), durante quatro períodos

experimentais observaram que os teores de proteína bruta da leguminosa

aumentaram com a TL e os valores médios obtidos para a menor e maior TL

foram de respectivamente 18,3 e 19,7 % de PB na MS.

Além do maior teor de PB, em geral, as leguminosas tropicais

apresentam menor proporção de parede celular, e a digestibilidade da matéria

seca é semelhante ou maior que a registrada nas gramíneas tropicais, para um

mesmo estádio de desenvolvimento e condição de cultivo (BARCELLOS et al.,

2008). Porém, observa-se variação entre espécies ou cultivares e em algumas

delas verifica-se valores inferiores (PEREIRA, 2001).

Pereira et al. (1992a) não observaram efeito da taxa de lotação (2, 3 e 4

novilhos/ha), sobre o consumo de matéria seca de pastagens de Brachiaria

humidicola pura ou em consórcio com Pueraria phaseoloides ou Desmodium

ovalifolium. No entanto, o consumo verificado na pastagem pura foi superior

ao observado no consórcio com Desmódio. De acordo com estes autores a

mais baixa DIVMS do Desmódio em função do seu elevado teor de tanino

aliada a sua alta proporção na pastagem, que em média foi da ordem de 48%,

foram os principais responsáveis por este resultado. Já Pereira et al. (1992b),

não observaram efeitos da taxa de lotação sobre os teores de PB e DIVMS da

forragem disponível e da dieta destes mesmos consórcios. Entretanto as

consorciações elevaram o teor de PB de todas as partes da gramínea (planta

inteira, folha e caule). A dieta selecionada pelos animais ao longo do período

experimental manteve-se sempre acima de 11% de PB nas pastagens

consorciadas e acima de 7% na pastagem de B. humidícola sem leguminosa. A

DIVMS da B. humidícola não foi melhorada pela presença das leguminosas e

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desta forma a dieta selecionada pelos animais com melhor DIVMS ocorreu na

pastagem sem a presença de leguminosas.

Almeida et al. (2003a), ao comparar B. decumbens e B. brizantha cv.

Marandu, ambas consorciadas com S. guianensis cv. Mineirão e submetidas a

três taxas de lotação (0,8; 1,2 e 1,6 UA/ha), observaram que a taxa de lotação

não influenciou o consumo voluntário de MS, tendo em vista que a

disponibilidade de MS não era limitante. Nos pastos consorciados com B.

decumbens e com B. brizantha, as disponibilidades de MS observadas nas

épocas da seca e das águas foram de 3057 e de 3485 kg/ha e, de 3521 e de

3418 kg/ha, respectivamente, entretanto a taxa de lotação influenciou

negativamente na disponibilidade de matéria seca verde da gramínea

(ALMEIDA et al., 2003b). As pastagens de B. brizantha cv. Marandu

consorciada com S. guianensis cv. Mineirão proporcionaram maiores consumos

no final da seca e final das águas, entretanto, as pastagens de B. decumbens

consorciada com S. guianensis cv. Mineirão proporcionaram dietas de melhor

valor nutritivo, com maiores teores de PB e de DIVMO e menores de FDN,

durante certos meses do ano. A leguminosa foi pouco consumida sendo que

sua participação na dieta não foi influenciada por nenhuma das fontes de

variação em estudo, com valor médio de 2,1%, fato que de acordo com os

autores, pode estar associado aos elevados teores de FDA e de lignina

encontrados no estilosantes Mineirão, em média, de 35,3 e 21,8% nas folhas,

e de 58,7 e 41,2% nos caules, respectivamente. Almeida et al (2003b),

concluíram que os pastos consorciados de B. decumbens com S. guianensis cv.

Mineirão apresentaram maior proporção de forragem verde, de melhor valor

nutritivo, e maior porcentagem de leguminosa do que as consorciações com B.

brizantha.

Ao avaliarem pastagens de Brachiaria decumbens e B. Brizantha,

consorciadas ou não com Calopogonium mucunoides, Euclides et al (1998),

verificaram que durante o período das águas, a participação do calopogônio

nas dietas selecionadas pelos animais foi insignificante, entretanto, no período

da seca houve acréscimo na participação da leguminosa nestas. Como não

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houve diferença na lotação entre as pastagens consorciadas ou não, estes

autores concluíram que a maior contribuição do calopogônio foi no aumento do

conteúdo de PB da dieta. Isto, durante o período seco, foi conseqüência do

efeito direto da leguminosa na dieta, e, nas águas, foi resultado do efeito

indireto do calopogônio, As pastagens consorciadas apresentaram conteúdos

de PB das folhas das gramíneas superiores, quando comparadas aos das folhas

das pastagens da gramínea pura, sendo, em média, 8,0 e 7,2%,

respectivamente.

Aroeira et al. (2005), observaram que a composição químico-

bromatológica e a DIVMS da dieta selecionada por vacas mestiças Holandês x

Zebu, em pastagem consorciada de Brachiaria decumbens cv. Basilisk,

Stylosanthes guianensis cv. Mineirão e leguminosas arbóreas variam pouco e

de forma inconsistente ao longo do ano, porém, os maiores consumos totais de

MS foram observados quando as porcentagens de leguminosa nas dietas foram

máximas. O consumo de matéria seca foi maior no mês de maio de 2001

(1,9% do peso vivo) e não diferiu entre os demais meses (1,5% do peso vivo).

Os baixos índices de consumo de matéria seca refletiram altos teores de fibra

em detergente neutro (70,2% a 79,4%) e baixos coeficientes de

digestibilidade in vitro de matéria seca (42,1% a 48,0%) da forragem. Estes

autores ainda concluíram que o S. guianensis participa da dieta de vacas

mestiça ao longo de todo o ano e o maior consumo é observado no início da

época seca. Gramíneas tropicais, no início do estádio vegetativo, apresentam

conteúdos de PB usualmente adequados, entretanto, à medida que a planta

amadurece, há decréscimo na percentagem de PB (EUCLIDES et al., 1996), o

qual pode se tornar o principal fator limitando a produção animal (MINSON,

1990). As leguminosas tropicais, por outro lado, além de possuírem níveis

superiores de proteína, apresentam decréscimos relativamente pequenos do

conteúdo de PB com a maturação (MINSON, 1990).

O benefício da inclusão de leguminosas em pastagens tropicais pode ser

explicado pela manutenção do nível adequado de proteína da dieta animal,

quer seja pelo efeito direto da ingestão de leguminosas ou pelo efeito indireto

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do acréscimo do conteúdo de nitrogênio à gramínea (ALMEIDA et al., 2003a).

Valle et al. (2001) observaram que o teor de PB nos tecidos da Brachiaria

decumbens foram aumentados quando esta foi consorciada com o estilosantes

Campo grande e submetida a três taxas de lotação (0,6; 1,0 e 1,4 UA/ha),

sendo que o maior valor observado (8,5% de PB na MS) ocorreu na maior taxa

de lotação utilizada. Romero e Gonzáles, (2001), mostraram que, após quatro

anos, a disponibilidade de forragem foi 39% maior na pastagem de B.

decumbens consorciada com Arachis pintoi compara a pastagem desta

gramínea pura (3,2 versus 2,3 t/ha considerando ciclos de pastejo de 30 a 35

dias) e o teor de PB da forragem ofertada também foi superior no consórcio

(14,0 versus 11,4% de PB na MS).

O nitrogênio suprido pela leguminosa dá suporte à produtividade de

forragem e amplia a vida útil da pastagem. Leguminosas bem adaptadas,

tardias e resistentes à seca poderão ainda diminuir a estacionalidade da

produção de forragem verificada em pastos exclusivos de gramíneas

(BARCELLOS et al., 2008). Isto porque a baixa palatabilidade da leguminosa

durante a estação de crescimento poderia ser aproveitada como uma

oportunidade para aumentar a produção de forragem e a fixação de N pela

leguminosa. Se isto fosse combinado com alta aceitabilidade da leguminosa

durante a estação seca, quando a gramínea apresenta maior redução

qualitativa, haveria benefício para a produção animal e o aumento do

suprimento de nitrogênio ao solo poderia promover um satisfatório balanço

gramínea/leguminosa (HUMPREYS, 1991).

3 - Desempenho animal em pastagens puras e consorciadas

A principal expectativa do uso de leguminosas em pastagens é a

melhoria da produção animal em relação à pastagem de gramínea exclusiva

com redução dos custos de produção, quando comparados com estas mesmas

pastagens submetidas à adubação com nitrogênio mineral. Assim, a magnitude

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do desempenho animal em pastagens consorciadas está diretamente

relacionada com a proporção da leguminosa na pastagem. (PEREIRA, 2002).

Ao se comparar uma pastagem de Brachiaria ruziziensis consorciada com

Stylosanthes guianensis com outra de B. ruziziensis em monocultura, os

resultados permitiram concluir que a pastagem consorciada proporcionou um

maior ganho de peso animal por área e um contínuo ganho de peso dos

animais durante todo o período de avaliação. A produção de forragem da

pastagem consorciada superou em cerca de 4 t/ha a pastagem de gramínea

pura durante o período avaliado (abril/97 a outubro/97), o que aparentemente

foi resultado de uma melhor reciclagem da liteira. Também se observou uma

clara tendência de maior produção de B. ruziziensis como efeito da presença

de S. guianensis em consórcio. Mesmo com uma menor área para o

crescimento devido a presença da leguminosa, B. ruziziensis manteve-se com

a mesma produtividade de matéria seca de parte aérea em relação aos valores

obtidos no monocultivo, e chegou a ser 20% maior na avaliação de junho.

Além de manter um maior ganho de peso por animal no período mais crítico da

seca (junho a setembro), a pastagem consorciada suportou uma maior taxa de

lotação, refletindo em um maior ganho de peso por área (AYARZA et al.,

1997).

Euclides et al. (1998) avaliando a produção animal em pastagens de B.

decumbens e B. Brizantha, consorciadas ou não com Calopogonium

mucunoides observaram que as pastagens consorciadas apresentaram maiores

produções por animal e área que as pastagens puras, sendo, em média, 390

versus 340 g/novilho/dia e 404 versus 352 kg/ha/ano, respectivamente. Já

Vilela e Ayarza (2002) avaliaram o desempenho de novilhas Nelore, com peso

médio inicial variando entre 200 e 250 kg, em pastagem de B. decumbens

recuperada com e sem a introdução de Stylosanthes guianensis cv. Mineirão. A

taxa de lotação e o período de ocupação dos piquetes foram variáveis, visando

a manter a oferta de forragem entre 6% e 8% e a porcentagem de

leguminosas entre 20% e 50%. Na consorciação de braquiária com Mineirão, o

ganho diário variou entre 320 a 631g/dia e na braquiária pura essa variação foi

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de 208 a 527 g/dia. O ganho de peso variou de 191 a 410 kg/ha na pastagem

consorciada e de 114 a 244 kg/ha na braquiária pura A introdução da

leguminosa estilosantes Mineirão aumentou a disponibilidade total de

forragem. A disponibilidade total de forragem na braquiária consorciada variou

de 4 a 10 t/ha de matéria seca, enquanto na braquiária pura a variação foi de

3 a 5,5 t/ha. A introdução do estilosantes Mineirão, em pastagem de Brachiaria

decumbens, aumentou a disponibilidade de forragem em 60%, ganho de peso

por animal em 29% e por área em 56,5%.

De acordo com Barcellos e Vilela (2001), o uso de leguminosas no

processo de recuperação de pastagens degradadas tem sido de destacada

importância. A possibilidade de melhoria na dieta animal e a reciclagem de

nutrientes resultam em maior produção por animal e por área. Resultados

obtidos em fazenda, durante cinco anos, em pastagens de B. decumbens

recuperadas pela adição de fertilizante, gradagem e introdução de leguminosa

Mineirão possibilitaram incrementos em lotação de 19% (1,21 versus 1,02

UA/ha), nos ganhos por animal em 27% (417 versus 328 g/anima/dia) e na

produção/ha/ano de 53% (428 versus 279 kg/ha/ano) em relação a pastagem

de B. decumbens pura.

Pela quantidade de N aportado pela leguminosa, depreende-se que os

pastos consorciados não podem dar suporte a altas taxas de lotação,

independentemente das limitações morfofisiológicas das leguminosas

forrageiras. Assim, a contribuição direta das leguminosas para a produção

animal decorre da mudança no perfil quantitativo e qualitativo da dieta, com o

efeito mais marcante sobre o desempenho animal (produção/animal/dia), que

guarda uma relação inversa com a taxa de lotação (animais/áreas) e direta

com a oferta de forragem (kg de forragem/animal/dia). Explora-se, então, o

mérito genético do animal (BARCELLOS et al., 2008). Entretanto, a magnitude

de resposta de pastos consorciados ao aumento da taxa de lotação depende da

vulnerabilidade da leguminosa à intensidade de pastejo e do grau de

seletividade exercida pelo animal (PEREIRA, 2001).

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Pereira et al. (1992a) observaram que o ganho de peso individual e por

hectare, foi influenciado pela TL (2, 3 e 4 novilhos/ha), apenas no consórcio

com o Desmódio, onde se observou efeito quadrático, o que indica que o uso

de mais do que 3 novilhos/ha (peso médio de 251 kg) causaria redução

acentuada nos desempenhos individual e por área. Já para a gramínea pura ou

associada com a Puerária só houve efeito das taxas de lotação sobre o ganho

por hectare, com os dados se ajustando melhor ao modelo linear com uma

ligeira vantagem para o consórcio em relação a pastagem solteira (113,6

versus 100,2 kg/ha por acréscimo de unidade de TL), o que indica que a

presença da leguminosa foi efetiva em melhorar a qualidade da dieta colhida

pelos animais, porém segundo estes autores, a quantidade de pasto disponível

parece ter sido o maior limitante à obtenção de maiores ganhos no consórcio

entre Puerária e B. humidícola.

Ao comparar pastagens de Brachiaria decumbens pura e consorciada

com estilosantes Campo Grande, submetidas a três taxas de lotação (0,6; 1,0

e 1,4 UA/ha), Valle et al.(2001) observaram que os animais sob pastejo na

braquiária consorciada obtiveram maior ganho de peso por hectare nas três

lotações testadas (212, 342 e 458 versus 198, 289 e 381 kg/ha,

respectivamente para as lotações de 0,6; 1,0 e 1,4 UA/ha). Em relação aos

ganhos individuais, o consórcio também se mostrou superior (635, 624, 606

versus 576, 527 e 494 g/animal/dia, respectivamente para as lotações de 0,6;

1,0 e 1,4 UA/ha). Estes autores ainda observaram que o efeito do aumento da

lotação, na redução da disponibilidade de forragem foi linear, porém, foi menos

acentuado na pastagem consorciada.

Em pastos com duas gramíneas (B. decumbens e B.brizantha cv.

Marandu) em consorciação com S. guianensis cv. Mineirão e três taxas de

lotação (0,8; 1,2 e 1,6 UA/ha), Almeida et al. (2002), verificaram que o ganho

de peso vivo médio diário (GPD) dos animais foi influenciado pela gramínea,

pela época do ano e pela taxa de lotação. As pastagens com B. decumbens

proporcionaram maior GPD que as pastagens com B. brizantha (409 x 333

g/novilho/dia). Na época das águas, foi observado maior GPD do que na seca,

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490 e 194 g, respectivamente. Houve decréscimo linear do GPD com o

aumento da taxa de lotação, estimando-se valores de 435; 371 e 308 g para

as taxas de 0,8, 1,2 e 1,6 UA/ha, respectivamente. Houve influência da

gramínea e da época do ano sobre o ganho de peso por área. As pastagens

com B. decumbens proporcionaram maior produção por área do que as com B.

brizantha, com ganhos de peso vivo de 464 e 352 kg/ha/ano,

respectivamente. Durante a época das águas, a produção por área foi maior

que na seca, com valores médios de 331 e 77 kg/ha/ano, respectivamente.

Não houve influência da taxa de lotação sobre a produção por área, entretanto,

observou-se resposta com tendência quadrática, indicando que a taxa de

lotação mais adequada estaria entre 1,25 e 1,30 UA/ha.

De forma geral, leguminosas com palatabilidade intermediária como a

Pueraria phaseoloides, mas pouco persistentes, quando submetidas a

intensidades de pastejo crescentes apresentam redução na produção/animal

(PEREIRA, 2001). No consórcio entre Brachiaria decumbens e Pueraria

phaseoloides submetido a três taxas de lotação (1,33; 2,0 e 2,66 novilhos/ha),

o ganho de peso por animal reduziu com o aumento na taxa de lotação (526,

455 e 402 g/animal/dia), entretanto, o ganho por área foram aumentados

(214,4; 277,5 e 327,4 kg/ha respectivamente da menor para a maior TL)

(PEREIRA & SANTANA, 1990).

Por outro lado, A. pintoi tem-se mostrado persistente e produtivo,

mesmo com alta pressão de pastejo sem efeitos negativos sobre a produção

animal (PEREIRA, 2001). Em trabalho avaliando o desempenho de animais,

Santana et al. (1998), verificaram que o consórcio de Arachis pintoi cv

Belmonte com Brachiaria dictyoneura, durante quatro anos, possibilitou ganhos

médios de 547, 525, 638 e 547 g/novilho/dia e 313,2; 517,2; 666,5 e 708,8

Kg de PV/ha/ano, nas lotações de 1,6; 2,4; 3,2 e 4,0 novilhos/ha.

Hernandez et al. (1995) ao avaliarem pastagens de B. brizantha cv

Marandu pura e consorciada com Arachis pintoi (CIAT 17434) e submetidas a

duas taxas de lotação (1,33 e 2,66 UA/ha) observaram que o ganho de peso

não foi influenciado pelos tratamentos na menor taxa de lotação (159 versus

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178 kg/animal/ano e 478 versus 534 kg/ha/ano respectivamente para a

pastagem pura e consorciada), entretanto, na maior taxa de lotação houve

vantagem no ganho de peso a favor do consórcio (154 versus 119

kg/animal/ano e 937 versus 716 kg/ha/ano respectivamente para a pastagem

consorciada e pura). Houve um efeito mais pronunciado do ganho individual ao

final do período experimental quando os animais foram manejados na menor

taxa de lotação. No entanto, a inclusão da leguminosa na pastagem reduziu os

efeitos negativos do aumento da taxa de lotação sobre o desempenho

individual dos animais. Ao dobrar a taxa de lotação houve uma redução de

25% no ganho individual na pastagem de gramínea pura contra uma redução

de 13% na pastagem consorciada. Mas o efeito mais marcante foi verificado

em relação ao ganho por área. A maior da taxa de lotação proporcionou um

acréscimo de 29,6% no ganho de peso por hectare contra apenas 11,9%

verificado para a menor taxa de lotação ao se comparar o consórcio com a

pastagem de gramínea exclusiva.

BARCELLOS et al. (1996) observaram que os ganhos de peso vivo anuais

em pastagens de Arachis pintoi BRA-031143 consorciado com Paspalum

atratum cv. Pojuca em sistema rotacionado de pastejo de 7 dias de pastejo por

21 de descanso, no primeiro ano, e 10 dias de pastejo por 30 de descanso a

partir do segundo ano com taxas de lotação anuais respectivamente do

primeiro para o quarto ano de avaliação de 2,3; 1,95; 2,92 e 3,62 UA/ha

foram de 574, 793, 545 e 610 kg de PV/ha/ano. Estes autores concluíram que

os resultados evidenciaram a qualidade e o potencial do consórcio de Arachis

na recria de bovinos. As produções obtidas são compatíveis com as alcançadas

em sistemas de produção baseada em pastagens fertilizada com nitrogênio

A aplicação de fertilizantes nitrogenados ou uso de leguminosas reside,

basicamente, no tipo de exploração pecuária (carne ou leite), fase e

intensidade da atividade (cria, recria ou engorda), disponibilidade financeira e

na estabilidade da consorciação por período razoável. Sempre haverá situações

em que as vantagens favorecerão uma das alternativas ou poderão ser

complementares (VILELA & AYARZA, 2002).

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De acordo com Crowder (1985), a produtividade de pastagens

consorciadas só ultrapassa a obtida em pastagens em monocultivo de

gramínea, quando os níveis de N aplicados são baixos, sendo a presença da

leguminosa equivalente a 100 kg/ha de N. Entretanto, na literatura são citados

alguns trabalhados onde se verificou maiores produções nas pastagens de

gramíneas adubadas com 100 kg de N em comparação a pastagens

consorciadas (LOURENÇO, et al., 1978; PRIMO, 1978; VILELA et al., 1982).

Isto se deve a vários fatores, entre eles se destaca a proporção de leguminosa

na pastagem, a qualidade relativa entre as duas espécies consorciadas e a

eficiência de aplicação do N. É de se esperar realmente que diante da

capacidade limitada da leguminosa de fixar e transferir N e do potencial que a

maioria das gramíneas tem de responder a níveis mais elevados de N, se

obtenha maior produção com dosagens maiores. Neste caso o aspecto

econômico e a continuidade do suprimento de N, devem ser analisados

(PEREIRA, 2002).

Barcellos (2006) conduziu estudos de desempenho animal, na recria de

fêmeas nelore, em pastos de Brachiaria brizantha cv. Marandu exclusivos e

consorciados com Leucaena híbrida 11x25 na região do Cerrado. A leguminosa

foi implantada em faixas alternadas com a gramínea. Na fase de utilização da

pastagem, adotou-se sistema de pastejo com lotação intermitente (12 dias de

ocupação e 36 dias de descanso). Os pastos exclusivos proporcionaram

lotações de 3,11 a 4,35 novilhas/ha já para os consorciados, estes valores

variaram de 3,11 a 4,58 novilhas/ha, durante dois anos de avaliação. O ganho

médio diário variou de 438 a 539 g/animal/dia, nos pastos exclusivos, e de

530 a 694 g/animal/dia nos pastos consorciados. Os incrementos no ganho

médio diário, na produção por animal e na produtividade, do consórcio, quando

comparado com o desempenho animal em pasto exclusivo de gramínea, foram

superiores. O acréscimo no ganho médio diário de peso foi de 25% e a

produtividade foi elevada em 33% (412,5 kg/ha), em relação à pastagem pura

(309 kg/ha), no mesmo nível de fertilização nitrogenada (60 kg de N/ha/ano).

O consumo adicional de proteína por animal, proporcionado pela leguminosa,

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variou de 402 a 616 g/animal/dia. Os incrementos obtidos no desempenho

animal (g/dia) e na produtividade na pastagem consorciada resultaram em

maior eficiência em termos de kg de peso corporal (PC)/kg de N aplicado. O

valor obtido, na média de dois anos de avaliação, de 3,33 kg PC/kg de N

aplicado permitiu retorno bioeconômico da fertilização nitrogenada em

pastagens consorciadas com Leucaena, não sendo observado o mesmo

comportamento para os pastos exclusivos, com valor, médio, de 1,63 kg PC/kg

de N aplicado.

Favoretto et al. (1983), obtiveram dados que mostram que durante um

período de 16 meses, o ganho de peso vivo/ha no pasto consorciado (colonião,

soja perene e centrosema) em comparação com o pasto exclusivo de gramínea

adubado com 100 kg/ha de N variou em função da taxa de lotação. Na menor

taxa de lotação (1,5 animais/ha) o ganho de peso vivo/ha no pasto

consorciado foi superior ao do pasto adubado com N (544 kg versus 520 kg

respectivamente para o pasto consorciado e adubado), ao passo que na maior

taxa de lotação (2,0 animais/ha), o pasto consorciado propiciou um ganho de

peso vivo (676 kg/ha) que pode ser estimado como equivalente a uma

adubação de 81 kg/ha de N.

Vilela et al. (1982) verificaram maior ganho de peso em pastagens de

capim-guiné consorciado com leguminosas do que quando adubado com 100

kg/ha de N (520 g/cab/dia versus 305 g/cab/dia), embora a produção/ha

tenha sido maior para a pastagem de gramínea em monocultivo (754 kg/ha

versus 540 kg/ha), em função da maior taxa de lotação permitida. Resultados

com esta mesma tendência foram encontrados por Pereira et al. (1996), em

pastagens de B. humidicola consorciada com A. pintoi (510 g/cab/dia versus

485 g/cab/dia e 373 kg/ha versus 396 kg/ha, respectivamente para B.

humidicola consorciada com A. pintoi e B. humidicola adubada com 150 kg/ha

de N ).

Já Pereira e Santana. (1990), não observaram diferença significativa no

ganho de peso por área (273 versus 271 kg/ha) nem por animal (461 versus

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460 g/cabeça/dia), respectivamente para a pastagem de B. decumbens pura e

adubada com 90 kg/ha de N ou consorciada com Pueraria phaseoloides.

Paris et al. (2009), ao avaliarem o desempenho de novilhas de corte em

pastagens de capim-coastcross consorciadas com Arachis pintoi e adubadas

com 0, 100 e 200 kg de N e pastagem de capim-coastcross exclusivo adubada

com 200 kg de N observaram que, o ganho de peso da pastagem consorciada

e sem adubação foi semelhante ao da pastagem consorciada e adubada com

100 kg de N, tanto por animal (380 versus 420 gramas/cabeça/dia) quanto por

área (1053 versus 1094 kg/ha/ano) e inferiores aos ganhos observados no

consórcio e para a gramínea solteira adubados com 200 kg de N, cujos ganhos

foram semelhantes (em média 510 g/cabeça/dia e 1406 kg/ha/ano). A taxa de

lotação suportada pela pastagem sem adubação foi inferior à pastagem de

gramínea exclusiva e adubada com 200 kg de N (4,04 versus 4,84 UA/ha),

porém não diferiu dos outros tratamentos onde o amendoim forrageiro

consorciado com a gramínea, foi adubado (4,37 e 4,7 UA/ha, respectivamente

para o consórcio adubado com 100 e 200 kg de N). Os autores concluíram que

o uso de 100 kg de N não teve efeito positivo, em comparação ao cultivo sem

adubação, comprovando o efeito da leguminosa na melhoria da fertilidade do

solo. Ainda em relação a este trabalho, Cecato et al. (2007), ao fazerem a

análise econômica, considerando todo o período de avaliação (três anos),

observou que o sistema que apresentou maior renda líquida por hectare foi o

de Coastcross consorciado com amendoim forrageiro sem o uso da adubação

nitrogenada. Mostrando que, a melhor resposta econômica não correspondeu

ao melhor desempenho biológico.

Na tentativa de responder até que nível a adubação nitrogenada pode ser

substituída pela leguminosa, não se deve levar em conta apenas a produção

animal, uma vez que benefícios adicionais sobre o ecossistema, incluindo

aspectos relacionados com a preservação ambiental e insuficiência ou

indisponibilidade de fertilizantes decorrente de deficiências estruturais e

conjunturais entre outras também deve ser considerados (PEREIRA, 2002).

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4 - Estratégias de manejo do pastejo e persistência da leguminosa no

consórcio

Embora não seja uma tarefa simples, o desenvolvimento de estratégias

de manejo do pastejo para pastos consorciados de gramíneas e leguminosas é

um fator chave para assegurar a adoção em larga escala desta tecnologia

(VALENTIM, 2005). O fracasso na adoção e utilização de pastagens

consorciadas, em geral, é atribuído à baixa persistência das leguminosas nas

pastagens, o que está associado à falta de técnicas de manejo específicas ou

eficientes para essas pastagens, e à adubação inadequada (BARCELLOS et al.,

2003).

Alguns fatores que dificultam a definição de estratégias de manejo do

pastejo para pastos consorciados são: a) competição entre as espécies por

recursos ambientais; b) diferenças quanto a reação ao pastejo; c) diferenças

quanto a preferência dos animais em pastejo; d) diferenças quanto à resposta

a variáveis climáticas, entre outras (SPAIN, 1995; LASCANO, 2000).

Nas regiões tropicais, outra dificuldade para o entendimento e o manejo

de pastos consorciados é a grande diversidade de espécies forrageiras e tipos

morfológicos existentes, possibilitando número muito alto de consorciações

binárias. Esses fatores sugerem a necessidade de desenvolvimento de

estratégias de manejo do pastejo específicas para cada consórcio (CRUZ &

SINOQUET, 1994; THOMAS, 1995; FISHER et al., 1996).

Thomas (1992) afirmou que para pastagens tropicais produzindo 3-22

t/ha/ano de matéria seca (MS), são necessários de 15 a 158 kg/ha/ano de N

por meio da fixação biológica, indicando que, sob estas condições, leguminosas

compondo 20 a 45% da MS da pastagem podem promover sistemas produtivos

e sustentáveis, em termos de fornecimento de N.

De uma maneira geral, as leguminosas tropicais são sensíveis a

aumentos na pressão de pastejo. Aumentos na taxa de lotação geralmente

reduzem a proporção de leguminosas na pastagem (ROBERTS, 1979). Este

fato tem contribuído para formar um consenso entre pesquisadores de que

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pastagens consorciadas são para uso extensivo e que sob regime de cargas

mais altas as leguminosas tenderão a desaparecer. Porém, tem se observado

que o efeito do aumento de pressões de pastejo sobre a persistência das

leguminosas é variável e dependem dos mecanismos de persistência da planta

e do grau de seletividade exercido pelo animal (PEREIRA, 2001). Como

exemplos podem ser citados a Pueraria phaseoloides e o Stylosanthes

guianensis que apresentam palatabilidade regular e associada aos respectivos

hábitos de crescimento, escandente e ereto, são mais vulneráveis ao aumento

de pressões de pastejo, quando são mais selecionados pelos animais

(PEREIRA, 2002). Por outro lado, Leguminosas que combinam mecanismos de

escape (baixa palatabilidade) e de tolerância ao pastejo como o Desmodium

ovalifolium, são especialmente beneficiadas por maiores intensidades de

pastejo (LASCANO, 2000).

Pereira et al. (1992c), observaram uma forte tendência de aumento da

leguminosa Desmodium ovalifolium consorciada com Brachiaria humidicola

chegando a 78% da composição botânica na maior taxa de lotação (4

novilhos/ha) e redução da Pueraria phaseoloides em decorrência da elevação

na taxa de lotação utilizada. Ainda em relação ao consórcio da Puerária com o

B. humidícola observou-se um marcante aumento na presença de plantas

invasoras com o aumento nas taxas de lotação atingindo o valor de 28% da

composição botânica no final do experimento e na carga mais alta. De acordo

com estes autores, a menor agressividade e maior palatabilidade da Puerária

em relação ao Desmódio são as principais explicações para os resultados

observados.

Hernandez et al. (1995) ao avaliarem pastagens de B. brizantha cv

Marandu pura e consorciada com Arachis pintoi (CIAT 17434) e submetidas a

duas taxas de lotação (1,33 e 2,66 UA/ha) observaram que houve um

aumento significativo na proporção de amendoim forrageiro na forragem

disponível na maior taxa de lotação aplicada (34% versus 5,9%). Santana et

al. (1998), observaram que as disponibilidades médias de MS total (gramínea

+ leguminosa), diminuíram com o aumento da TL (1,6: 2,4; 3,2; e 4,0

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novilhos/ ha), mas não se observou este efeito na oferta de MS do Arachis

pintoi, cuja proporção na pastagem aumentou com a duração do experimento.

Os resultados encontrados por Hernandez et al. (1995) e Santana et al.

(1998), concordam com Roberts, (1979). Este autor afirmou que leguminosas

estoloníferas, como o Arachis pintoi, são mais tolerantes a taxas de lotação

mais elevadas do que as volúveis ou arbustivas.

Lascano (1994), relata que num consórcio Brachiaria humidicola e

Arachis pintoi a disponibilidade da leguminosa aumentou em 5 a 6 vezes do

primeiro para o quarto ano, não se observando efeitos das TLs de 2, 3 e 4

cab/ha sobre esta disponibilidade. Romero e Gonzales (2001) mostraram que o

Arachis pintoi, quando em associação com Brachiaria decumbens, possibilitou

aumento da taxa de lotação de 2,5 UA/ha para 4,6 UA/ha, enquanto no

pastejo da gramínea exclusiva a evolução da TL só foi possível até 3,7 UA/ha.

Durante os quatro anos de avaliação da composição botânica da pastagem, foi

observado que a proporção de Arachis passou de 23% no primeiro ano, para

43% nos anos seguintes, a proporção de B.decumbens, manteve-se constante

(59%), ocorrendo uma redução na presença de plantas invasoras. O hábito de

crescimento prostrado, com grande produção de sementes, estolões ou

rizomas, com os pontos de crescimento protegidos do pastejo e a tolerância ao

pisoteio e à desfolha são características que garantem a persistência do

amendoim sob pastejo (PIZARRO & RINCÓN, 1994)

Valle et al.(2001), ao comparar pastagens de Brachiaria decumbens pura

e consorciada com estilosantes Campo Grande, submetidas a três taxas de

lotação (0,6; 1,0 e 1,4 UA/ha), observaram acréscimos na disponibilidade e na

proporção da leguminosa na pastagem com os aumentos na taxa de lotação

(958, 1317 e 1578 kg/ha e 23,5; 30,6 e 46,2% respectivamente nas lotações

de 0,6; 1,0 e 1,4 UA/ha). Já o Stylosanthes guianensis CIAT 136 mostrou-se

altamente susceptível a aumentos na TL não persistindo por mais de dois anos

quando consorciado com Andropon gayanus (PEREIRA et al., 1995). De modo

geral, as leguminosas tropicais trepadeiras (Centrosema, Soja perene, Siratro

e Puerária) e eretas (Stylosanthes guianensis) não são resistentes ao pastejo

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pesado e raramente persistem em ambientes úmidos onde as taxas de lotação

excedem a 2,5 animais/ha (HUMPREYS, 1980).

A resposta de leguminosas forrageiras à intensidade de pastejo é mais

bem documentada do que sua resposta aos métodos de pastejo (ANDRADE,

2004). De uma maneira geral não se tem observado grandes diferenças entre

métodos de pastejo em relação a produção animal embora haja interação com

a pressão de pastejo (PEREIRA, 2001). No caso de pastagens consorciadas,

variações no comprimento do período de descanso podem beneficiar a

produção animal em função da menor ou maior aceitabilidade da leguminosa

(ROBERTS, 1980).

As leguminosas de baixa palatabilidade tendem a dominar o pasto quando

manejadas sob lotação contínua (ANDRADE, 2004). Stobbs (1977) relatou que

o pastejo contínuo, com pressão de pastejo moderada, causou inevitavelmente

a dominância da leguminosa na consorciação de Setaria anceps cv. Kazungula

com Macroptylium atropurpureum cv. Sirato. O autor sugeriu que, se houvesse

necessidade da utilização da pastagem por mais de três anos, seria necessária

a adoção de algum tipo de pastejo rotativo para manter a gramínea na

consorciação.

Santana et al. (1993), estudaram a consorciação de Desmodium

ovalifolium com Brachiaria humidicola, sob método de pastejo com lotação

contínua e rotacionada (7/28 e 7/56) e três taxas de lotação (2, 3 e 4

novilhos/ha). A lotação contínua favoreceu a leguminosa, particularmente nas

maiores taxas de lotação. Neste estudo, o método de pastejo teve maior efeito

sobre a porcentagem de leguminosa no pasto que a taxa de lotação. Nestes

casos em que há diferenças acentuadas de palatabilidade entre as espécies,

tem sido sugerido o uso da lotação rotacionada de modo a favorecer a

persistência da espécie mais palatável, seja gramínea ou leguminosa

(LASCANO, 2000).

Os métodos de pastejo que propiciaram melhor persistência da

leguminosa e os melhores ganhos de peso em uma pastagem de Andropogon

gayanus cv. Planaltina consorciada com uma mistura de S. guianensis cv.

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Bandeirantes, S. capitata BRA-005886 e S. macrocephala cv. Pioneiro, foram o

contínuo, rotativo com sete dias de pastejo por 21 dias de descanso e

alternado com manejo flexível (variando de 21 por 21 dias a sete por 21 dias).

Estes métodos possibilitaram melhor participação da leguminosa em relação a

lotação rotacionada com 14 dias de ocupação e 42 dias de descanso (14/42

dias). O intervalo maior de descanso possibilitou maior crescimento da

gramínea, prejudicando a leguminosa. Com essas estratégias de manejo foi

possível manter uma porcentagem de leguminosas entre 20 a 50 %. Ao final

de três anos de avaliação, a cv. Bandeirantes foi a que apresentou melhor

sobrevivência, perfazendo 90% de participação na mistura de estilosantes

(LEITE et. al., 1992).

A persistência de Pueraria phaseoloides, em consorciação com Brachiaria

brizantha cv. Marandu foi avaliada sob lotações de 1, 2 e 3 novilhos/ha, com o

manejo da lotação sendo feito de forma alternada (35/35) e rotacionada

(7/28). Após quatro anos de avaliação observou-se que o aumento da lotação

comprometeu a persistência da leguminosa, permanecendo em proporções

satisfatórias somente com 1 novilho/ha no manejo com lotação alternada

(SANTANA et al., 1991). Quando consorciada com Andropogon gayanus, e

manejada sob lotação contínua e rotacionada (7/28 e 7/56) e diferentes

pressões de pastejo (2, 3 e 4 novilhos/ha), a Pueraria phaseoloides persistiu

apenas por dois anos e somente quando o pastejo era contínuo participando da

pastagem disponível no final deste período com apenas 6% (SANTANA &

PEREIRA, 1995).

De acordo com Roberts (1982), para leguminosas trepadeiras como soja

perene, siratro, centrosema, e tipos eretos como S. guianensis e S. hamata,

que em sua totalidade se desenvolvem melhor sob baixas pressões de pastejo,

a regra prática para manter o número necessário de folhas e pontos de

crescimento, para garantir boa produção e persistência destas leguminosas,

seria a altura do pasto. Esta poderia variar um pouco de acordo com as

espécies, mas, para uma mistura típica de Stylosanthes guianensis,

Centrosema pubescens e Panicum maximum, deveria ser conservada uma

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altura de aproximadamente, 30 a 60 cm durante o período de crescimento.

Esta seria suficientemente baixa para manter a gramínea crescendo

ativamente, mas suficientemente alta, também, para evitar o desfolhamento

completo da leguminosa.

Na Amazônia Ocidental, o conceito de alvos de manejo do pastejo

proposto por Hodgson (1985) foi utilizado por Andrade (2004) para o

desenvolvimento de estratégias de manejo do pastejo para pastos

consorciados de Arachis pintoi com as gramíneas Brachiaria brizantha cv

Marandu e Panicum maximum x Panicum infestatum cv Massai e para o

consórcio de Pueraria phaseoloides com Brachiaria brizantha cv Marandu. Este

autor concluiu que a Pueraria phaseoloides foi sensível a todos os níveis de

oferta de forragem utilizados, não sendo possível definir uma estratégia de

manejo do pastejo para o seu consórcio com o capim-Marandu sob lotação

rotacionada. No entanto, a porcentagem de amendoim forrageiro aumentou

progressivamente ao longo do período experimental, sendo favorecida pelo uso

de menores ofertas de forragem. Os alvos de manejo do pastejo para o

consórcio do capim-Massai com o amendoim forrageiro sob lotação

rotacionada, são: alturas de pré e pós- pastejo, respectivamente de 50-55 cm

e 30-35 cm para os meses de junho a setembro e 65-70 cm e 35-40 cm para

os meses de outubro a maio. Já para o consórcio do capim-Marandu com

amendoim forrageiro estes alvos são: alturas de pré e pós- pastejo,

respectivamente de 30-35 cm e 20-25 cm para os meses de junho a setembro

e 45-50 cm e 25-30 cm para os meses de outubro a maio.

Embora algumas leguminosas persistam mesmo sob pressões de pastejo

extremas, não se deve perder de vista que a pressão de pastejo ideal é a que

mantendo a leguminosa na pastagem, possibilite também ao animal colher

uma dieta com qualidade e em quantidade suficiente para exteriorizar o seu

potencial produtivo (PEREIRA, 2001).

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5 - Considerações finais

Parece claro, que em situações onde a leguminosa é pouco consumida,

notadamente no período chuvoso, esta planta funcionaria, principalmente,

como um estoque de nitrogênio, que seria fornecido gradativamente a

gramínea acompanhante, melhorando o status protéico desta última e

conseqüentemente estimulando o seu consumo pelo animal. À medida que a

qualidade desta gramínea fosse reduzida, a participação das leguminosas

menos palatáveis na dieta seriam incrementadas, devido ao seu ritmo de

envelhecimento mais lento. Desta forma a presença da leguminosa na

pastagem se tornaria uma importante ferramenta para reduzir os efeitos

negativos da estacionalidade da produção de forrageiras.

Em pastagens consorciadas, a intensidade e o método de pastejo

funcionam como moduladores do grau de participação da leguminosa na dieta

e de sua persistência na pastagem. Desta forma, em certos casos é necessário

proporcionar reduções mais drásticas na participação da gramínea no consórcio

e outros é necessário dar maior oportunidade para que ela se desenvolva

devido a questões relacionadas à palatabilidade relativa, portanto, a definição

de taxas de lotação e períodos de ocupação/descanso adequados é

extremamente importante, mas sua correta determinação é totalmente

dependente das espécies envolvidas no consórcio e por isso representam um

grande desafio a ser superado pela pesquisa.

A adoção de leguminosas forrageiras torna-se a cada dia mais

importante e mais provável, devido às novas práticas de cultura e de manejo,

associadas aos novos cultivares gerados pela pesquisa. Porém, as pesquisas

com melhoramento de gramíneas e leguminosas forrageiras devem ser

direcionadas para a obtenção de germoplasmas capazes de conviver em um

mesmo ecossistema de forma mais equilibrada, ou seja, em vez de priorizar

apenas características como capacidade produtiva, a qualidade e a

agressividade da gramínea o enfoque maior deveria ser dado a sua capacidade

de associar-se a leguminosa e vice-versa. É importante também que estes

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germoplasmas sejam avaliados em condições de pastejo, pois o real

comportamento de muitas associações somente se expressa de forma efetiva

nestas condições, ou seja, onde é possível se observar, em condições reais, a

competitividade, a preferência, a resistência ao pastejo e ao pisoteio,

capacidade de extração de nutrientes do solo entre outros.

Pesquisas com estratégias de manejo do pastejo de consórcios também

devem ser intensificadas e sempre que possível, os resultados devem ser

atrelados a parâmetros de fácil avaliação em nível de campo, como por

exemplo, a altura do pasto, para que a tecnologia gerada seja realmente

utilizada de forma efetiva pelos pecuaristas.

6 - Perspectivas futuras

Os benefícios das leguminosas na melhoria da qualidade e

sustentabilidade das pastagens são inquestionáveis. E apesar de ainda

pequeno, o interesse por leguminosas forrageiras vem crescendo de forma

mais acentuada nos últimos anos, fato que pode ser comprovado pelas

parcerias que vem sendo firmadas pela EMBRAPA e empresas produtoras de

sementes para o desenvolvimento de novos cultivares. No entanto, deve-se ter

em mente que uma maior utilização de leguminosas abrange uma maior

colaboração entre diferentes instituições, incluindo as pertencentes ao mesmo

país.

Estudos recentes têm verificado que os taninos podem também reduzir a

metanogênese ruminal (HESS et al., 2003; CARULLA et al., 2005; LONGO et

al. 2007, POSSENTI, 2006). Desta forma existe uma grande expectativa de

que a adoção de leguminosas forrageiras, as quais apresentam normalmente

maiores quantidades de taninos que as gramíneas, podem contribuir de forma

efetiva para reduzir a emissão de metano por bovinos criados a pasto.

Outro ponto que merece destaque é o potencial da utilização de

leguminosas, como forma de fornecer nitrogênio para sistemas orgânicos de

exploração animal, onde a adubação química não é permitida. A adoção de

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leguminosas em sistemas de produção de carne e leite orgânicos se encaixa

totalmente na filosofia desse nicho de mercado, que é cada vez maior em todo

o planeta, já que a conscientização dos povos no sentido de que é preciso

explorar os ecossistemas de forma sustentável é crescente.

7 - Literatura citada ALMEIDA, R. G.; NASCIMENTO JR, D.; EUCLIDES, V. P. B. et al. Produção Animal em Pastos Consorciados sob Três Taxas de Lotação, no Cerrado. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.2, p.852-857, 2002 (suplemento). _______________; EUCLIDES, V.P.B.; NASCIMENTO JR, D. et al. Consumo, composição botânica e valor nutritivo da dieta de bovinos em pastos tropicais consorciados, sob três taxas de lotação. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.1, p. 29-35, 2003a. _______________; NASCIMENTO JR., D.; EUCLIDES, V.P.B. et al. Disponibilidade, composição botânica e valor nutritivo da forragem de pastos consorciados, sob três taxas de lotação. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.1, p.36-46, 2003b. ANDRADE, C.M.S. Estratégias de manejo para pastos consorciados na Amazônia Ocidental. 2004. 174p. Tese (Doutorado em Zootecnia) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2004. ARAÚJO, M.R. Dietary selection by catlle as influenced by stocking rates in a short-duration razing system. College Station, Texas A & M University, 1985. 117p. (Tese Ph.D.). AROEIRA, L.J.M.et al. Disponibilidade, composição bromatológica e consumo de matéria seca em pastagem consorciada de Brachiaria decumbens com Stylosanthes guianensis. Pesquisa. Agropecuária Brasileira, v.40, p.413-418, 2005. AYARZA, M.; VILELA, L.; ALVES, B.J.R. et al. Introdução de Stylosanthes guianensis cv. Mineirão em Pastagem de Brachiaria ruziziensis: Influência na Produção Animal e Vegetal. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, dez. 1997. 16p. (Embrapa-CNPAB. Boletim Técnico, 1). BARCELLOS, A. O.; DINIZ, A. V.; VILELA, L. Recuperação de pastagens degradadas de Brachiaria brizantha cv. Marandu através da cultura de milho. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 30. 1993. Rio de Janeiro. Anais... Niterói, RJ: SBZ, 1993. P.79. ___________________; COSTA, N. de L.; PIZARRO, E.A. Avaliação sob pastejo em pequenas parcelas de Arachis pintoi consorciado com Paspalum atratum em solo de várzea. In: REUNIÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 33. Fortaleza, 1996. Anais.... 1996. v.1. p.218-220. ___________________; VILELA, L. Restabelecimento da capacidade produtiva de pastagens por meio de introdução de Stylosanthes guianensis cv. Mineirão. Planaltina: Embrapa Cerrados, 2001. 5 p. (Embrapa Cerrados. Comunicado Técnico, 65).

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