aspectos geolÓgicos e geocronolÓgicos da alcalina...

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ASPECTOS GEOLÓGICOS E GEOCRONOLÓGICOS DA ALCALINA CANAMÃ, MUNICÍPIO DE JURUENA-MT. 1 1 1 1 1 Fuentes, D.B.V. ; Trindade Netto, G.B. ; Diener, F.S. ; Camargo, M.A. ; Duarte, T.B. 1 Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais/Serviço Geológico do Brasil; Fig. 6:Isócrona radiométrica método U-Pb. Granitos Intraplaca com Litosfera Continental Normal Granitos Intraplaca com Litosfera Continental Atenuada a) Fig. 4: a) Diagrama Spider do Álcali-Quartzo-Sienito, ; normalizado para ORG (Pearce et. al., 1984) b) Diagrama Spider normalizado para ORG (Pearce et. al., 1984) de Álcali-Granito, Quartzo-Sienito, Álcali-Feldspato-Quartzo-Sienito, Sienogranito e Meta-Sienogranito; c) Diagrama Spider de Elementos Terras Raras normalizados no manto primitivo (McDonough & Sun, 1995) de todos os litotipos. Legenda das amostras na Fig. 3. c) b) Granitos Arcos de Ilha Granitos de Margem Continental Ativa Granitos de Áreas de Colisão Continental Granitos Pós Orogênicos Granitos de Fundo Oceânico Granitos Associados com Rifts Continentais Granitos de Soerguimento Continental Epirogênico Q A P Fig. 5: a) Gráfico de Shand (1943) e b) diagrama de Streckeisen (1976) simplificado com os campos de classificação tectônica de granitos de Maniar & Piccoli (1989). Legenda das amostras na Fig. 3. a) b) Fig. 2: Gráfico R1-R2 (De La Roche et. al., 1980) de classificação química das rochas. Legenda das amostras na Fig. 3. Fig. 1: Mapa geológico da Alcalina Canamã com localização e imagem de gamaespectometria - Ternário R(K)-G(Th)-B(U). DF-133 - Álcali Granito DF-136-A - Álcali Granito DF-137-A - Álcali-Quartzo-Sienito DF-137-B - Álcali-Quartzo-Sienito Subvulcânico DF-138 - Álcali-Quartzo-Sienito DF-050-I - Álcali-Feldspato-Quartzo-Sienito DF-051 - Álcali Granito DF-052A-I - Quartzo-Sienito DF-052 - Sienogranito DF-050-III - Meta Sienogranito A2 A1 Ternary Y-Nb-3Ga - Eby (1992) A Fig. 3: a) Diagrama de discriminação tectônica de Pearce et. al. (1984) - WPG: Granitos Intraplaca; syn-COLG: Granitos Sin-Colisionais; VAG: Granitos de Arco Vulcânico; ORG: Granitos de Cadeias Meso-oceânicas. b) Diagrama de distinção de Granitos tipo- A de Whalen et. al. (1987) - A: Granitos tipo-A; FG: Granitos félsicos fracionados; OTG: Granitos tipos M, I, S não fracionados. c) Diagrama ternário de Eby (1992) - A1: Fonte mantélica; A2: Fonte crustal. a) b) c) Fig. 7: Fotografia por MEV dos zircões analisados. geossinclinais com idade entre 1400 – 1200 Ma. Dall'agnol (1980) caracterizou e individualizou cinco fácies do Maciço Sienítico Canamã, salientando que, apesar da evidente alcalinidade do corpo, as rochas apresentam um excesso de sílica em sua composição, o que permitiu a cristalização de quartzo, e consequentemente ausência de minerais feldspatóides. No mesmo trabalho e posteriormente (Dall'agnol & Santos, 1996), o autor destacou que as fácies do maciço apresentam características “hipersolvus”, caráter metaluminoso a peralcalino, enquadrando-se na série alcalino-sódica (Lameyre & Bowden, 1982), sendo distinguíveis tanto pela mineralogia quanto pelos aspectos texturais. INTRODUÇÃO Este trabalho é um desdobramento de um projeto de escala regional que está sendo realizado pela Superintendência Regional de Goiânia do Serviço Geológico do Brasil – CPRM. O conjunto de rochas conhecido como Sienito Canamã (Silva et. al., 1974), ou Maciço Sienítico Canamã (Dall'agnol, 1980), ou Alcalinas Canamã (Silva et.al., 1980), está localizado na região noroeste do Estado de Mato Grosso, na folha SC.21-Y-A-III de escala 1:100.000, distando 40 Km a noroeste da cidade de Juruena, na divisa do município homônimo com os municípios de Cotriguaçu e Aripuanã (Fig. 1). Esse corpo recebe o nome do Rio Canamã, tributário do Rio Aripuanã que está a oeste do maciço. O acesso dá-se a partir cidades de Juruena (parte sul e leste) e Cotriguaçu (parte norte e oeste). Trata-se uma intrusão epizonal, de forma semi-oval em projeção horizontal, de aproximadamente 170 Km2, margeada na sua borda nordeste por uma zona de cisalhamento dúctil-rúptil, de direção NW-SE, denominada Falha Canamã. O maciço também é cortado por diques gabróicos de direção N-S. Está em contato com as rochas do Grupo Roosevelt, Granito Zé do Torno e Granito São Pedro, inserida no contexto geológico da no Domínio Roosevelt-Juruena (Scandolara et. al., 2014). Um dos primeiros trabalhos sobre a Alcalina, Silva et.al. (1974) descreveram-na como sendo “uma grande estrutura circular” de natureza subvulcânica, fazendo parte das intrusivas pós-orogênicas associadas à Formação Iriri do Grupo Uatumã, classificando-a como um Nordmarkito. Basei (1974) alcançou pelo método Rb/Sr a idade de 1175 ±14 Ma para o Maciço Alcalino Sienítico Canamã, interpretando-a como sendo a idade de cristalização. O autor também descreve que o acondicionamento desse corpo se deve à presença de “grandes falhas com direção NW- SE”, previamente existentes e reativados após a intrusão. Silva et.al. (1980), atribuem as Alcalinas Canamã à consequência direta de processos de ativação plataformal concomitantes e/ou logo após às efusões básicas da Formação Arinos do Grupo Caiabis, sendo portanto consideradas como representante terminal de um ciclo evolutivo de porção SW do Cráton Amazônico, na Província Rondônia-Juruena (Santos et. al., 2000), METODOLOGIA Para a realização deste estudo foram feitas revisões bibliográficas, análises de imagens de sensores aerogeofísicos, incursões a campo para mapeamento e coleta de amostras, descrições petrográficas, análises litoquímicas e geocronólogicas. A preparação das amostras foi realizada no Laboratório de Preparação de Amostras da Superintendência Regional de Goiânia - SUREG/GO do Serviço Geológico do Brasil - CPRM e a petrografia foi realizada na própria SUREG/GO. Para as análises litoquímicas foram utilizadas as metodologias de fusão por metaborato com leitura por ICP-MS e XRF e digestão multi-ácida com leitura por ICP-MS, todos em rocha total. Para a datação radiométrica escolheu-se retirar uma amostra na porção central do corpo. Ela foi preparada para as metodologias de U-Pb por LA-MC-ICP-MS, seguindo a metodologia de Bühn et. al. (2009), e Sm-Nd, segundo Gioia & Pimentel (2000). As leituras de ambas metodologias foram realizadas no espectrômetro de massas multicoletor, modelo Finnigan MAT 262 em modo estático, do Laboratório de Geocronologia da UnB. Os valores de TDM foram calculados usando o método de De Paolo (1981). RESULTADOS Analisando imagens de aerogamaespectometria pelos canais de Th e U percebe-se a existência de uma zonação espectral na Alcalina Canamã, das bordas para o centro, causada pela diferença de contraste dos teores desses elementos nas rochas e que são coincidentes com a variação composicional encontrada, chegando a medir cerca de 5 Km de largura. (Fig. 1). Foram caracterizados petrograficamente sete variações litológicas do batólito e seu entorno: Álcali-Quartzo-Sienito (Interior do corpo), Sienogranito, Meta-Sienogranito, Meta-Monzogranito, Quartzo-Sienito, Álcali-Feldspato-Quartzo-Sienito e Álcali-Granito (este presente em toda a borda) O Álcali-Quartzo-Sienito (Amostras DF-137-A, DF-137-B, DF-138) é o litotipo predominante no interior do batólito. Trata-se de uma rocha leucocrática (IM 20-25%), holocristalina, de matriz fanerítica fina a média, predominantemente equigranular, localmente porfirítica, isotrópica e homogênea, magnética, de coloração laranja-tijolo a marrom avermelhado. Microscopicamente, é uma rocha equigranular, hipidiomórfica, fanerítica fina, composta predominantemente por feldspato alcalino (65-70%), hornblenda (10-20%), quartzo (3-7%), biotita (1-7%), apatita (3%) e minerais opacos (2-5%). Outros minerais, tais como zircão, sericita, carbonato, titanita, clorita, epidoto e allanita podem ou não ocorrer como traço. O feldspato alcalino aparece na amostra como cristais xenomórficos tabulares sub- édricos, micropertíticos, às vezes com bordas de golfos de albita, indicando corrosão magmática. A hornblenda ocorre como cristais xenomórficos disseminados, poiquilíticos, intergranulares aos feldspatos. O estudo litoquímico foi realizado com base em 10 análises químicas. Os resultados dos elementos maiores mostram saturação de SiO2 (63 a 78%) nos litotipos. O teor de Álcalis (K2O+Na2O) varia entre 8,31 e 11,2% com Na2O entre 3,64 e 5,77% e K2O entre 4,42 e 5,58%. Ocorrem também baixos teores de CaO (0,06-1,65%), MgO (0,05-1,06%), MnO (0,02-0,23%), P2O2 (0,011-0,422%). O TiO2 apresentou valores moderados (0,08-1,12%) e o Fe2O3 (2,29-6,07%). Destaque para o Álcali-Quartzo-Sienito que apresenta os maiores teores de Álcalis MnO (0,23%), P2O2 (0,298-0,422%), TiO2 (1,04-1,12%) e Fe2O3 (5,24-6,07%). O gráfico R1-R2 (De La Roche et. al., 1980) mostra que a classificação química das rochas varia entre Sienito e Álcali-Granito (Fig. 2). Os diagramas de Pearce et. al. (1984), de Whalen et. al. (1987) e de Eby (1992) revelam a natureza tectônica do maciço, caracterizando-o como sendo granitoides do tipo Intraplaca de fonte mantélica (Fig. 3). Os diagramas Spider de Pearce et. al. (1984) revelam que as amostras Álcali-Quartzo-Sienito apresentam um padrão que oscila entre os padrões de granitos intraplaca com (os cinco na borda sul) (10,41-11,2%), CaO (0,98-1,65%), MgO (0,7-1,06%), litosfera de espessura normal e de intraplaca com litosfera atenuada (Fig. 4 a). Já os litotipos com maiores teores de sílica apresentam o padrão mais próximo de granitos intraplaca com litosfera normal (Fig. 4 b). Pelo Diagrama de REE normalizado pelo manto primitivo (McDonough & Sun, 1995) verifica-se que a evolução magmática do maciço ocorre a partir do Álcali-Quartzo-Sienito até o Sienogranito. O Álcali-Granito da amostra DF-051 apresenta o padrão típico de “asa de gaivota” (Fig.4 c). O gráfico A/CNK-A/NK (Shand, 1943) e o diagrama de Streckeisen (1976), associados aos campos de classificação tectônica de granitos de Maniar & Piccoli (1989), mostram o caráter meta a peraluminoso do maciço indicando que as rochas apresentam um trend de evolução das rochas dentro do campo de Granitos de Soerguimento Continental Epirogênico (Fig. 5). O Álcali-Quartzo-Sienito (amostra DF-138) foi selecionado para serem feitas as análises de datação radiométrica. Essa rocha contem grãos de zircão que apresentam tamanhos variados e escalonados, em geral são bem formados, sub-édricos a arredondados, podem apresentar zonação e golfos de borda de reação (Fig. 7). Foram realizadas 27 análises isotópicas, com 12 resultados satisfatórios. Esses resultados geraram uma concórdia com idade de 1.249±3 Ma (Fig. 6), com MSWD de 1,7. A análise isotópica de Sm-Nd apresentou T de 1,4 Ga e Ɛ de 2,72. DM Nd(1.249) BILIOGRAFIA Basei, M. A. S. – 1974 – Estudo Geocronológico do Magmatismo Ácido da Região Meridional da Amazônia. Sociedade Brasileira de Geologia. XXVIII Congresso Brasileiro de Geologia, Anais. Vol. 6, p 287-296. Bühn, B.; Pimentel, M. M.; Matteini, M.; Dantas, E. L. – 2009 – High Spatial Resolution Analysis of Pb and U Isotopes for Geochronology by Laser Ablation Multi-Collector Inductively Coupled Plasma Mass Spectrometry (LA-MC-ICP-MS). Anais da Academia Brasileira de Ciências, Vol 81, nº 1, p. 99-114. Dall'agnol, R. – 1980 – Etude Sur des Granites du Type “Rondonian” em Amazonie Orientale et Leurs Transformations Tardi-Magmatiques. Toulouse, Universite Paul Sabatier de Toulouse, Laboratoire de Geologie-Petrologie. 348p. These (Doctorat). Dall'agnol, R.; Santos, M. G. S. – 1996 – Sienito Canamã, Um Exemplo da Série Alcalina - Sódica na Amazônia. V Simpósio de Geologia da Amazônia, Anais. Belém. p. 50 – 53. De La Roche, H.; Leterrier, J.; Grandclaude, P.; Marchal, M. – 1980 – A Classification of Volcanic and Plutonic Rocks Using R1R2 Diagram and Major-Elements Analyses – Its Relatioships With Current Nomenclature. Chemical Geology, Vol. 29, p.183-210. De Paolo, D.J. 1981 A Neodymium and Strontium Isotopic Study of the Mesozoic Calc-Alkaline Granitic Batholiths of the Sierra Nevada and Peninsular Ranges, California. Journal of Geophysical Research 86, 10470–10488. Eby, G. N. – 1992 – Chemical Subdvision of the A-Type Granitoids: Petrogenetic and Tectonic Implications. Geology, N. 20, Vol. 7, p. 641-644 Gioia, S.M.C.L.; Pimentel, M. M. – 2000 – The Sm-Nd Isotopic Method in the Geochronology Laboratory of the University of Brasília. Anais da Academia Brasileira de Ciências, Vol 72, nº 2, p. 219-245. Maniar, P. D.; Piccoli, P. M. – 1989 – Tectonic Discrimation of Granitoids. Geological Society of America Bulletin. Vol. 101, p. 635-643. McDonough, W. F.; Sun, S. S. – 1995 – The Composition of the Earth. Chemical Geology, Vol. 120, p. 223-253. Pearce, J. A; Harris, N. B. W.; Tindle, A. G. – 1984 – Trace Element Discrimination Diagrams for the Tectonic Interpretation of Granite Rocks. Journal Petrology, Vol. 25, Issue 4, p. 956-983. Santos, J. O. S.; Hartmann, L. A.; Gaudette, H. E.; Groves, D. I.; Mcnaughton, N. J.; Fletcher, I. R. – 2000 – A New Understanding of the Provinces of the Amazon Craton Based on Integration of Field Mapping and U-Pb and Sm-Nd Geochronology. Gondwana Research, Vol. 3, nº 4, p. 453-488. Scandolara, J. E.; Ribeiro, P. S. E.; Frasca, A. A. S.; Fuck, R. A.; Rodrigues, J. B. – 2014 – Geochemistry and Geochronology of Mafic Rocks From the Vespor Suite in the Juruena Arc, Roosevelt-Juruena Terrain, Brazil: Implications of Proterozoic Crustal Groth and Geodynamic Setting of the SW Amazonian Craton. Jornal of South American Earth Sciences, Vol. 53, p 20-49. Shand, S. J. – 1943 – Eruptive Rock: Their Genesis, Composition, Classification and Their Relation to Ore Deposits, With a Chapter on Meteorites. 2 Ed. Revised. New York: Hafner Publishing Co. 444p. Silva, G. H.; Leal, J. W. L.; Montalvão, R. M. G.; Bezerra, P. E. L.; Pimenta, O. N. S.; Tassinari, C. C. G.; Fernandes, C. A. C. – 1980 – Geologia, Folha SC.21 Juruena. Projeto RADAMBRASIL, Vol. 20. DNPM. Silva, G. H.; Leal, J. W. L.; Salum, O. A. L.; Dall'agnol, R.; Basei, M. A. S. 1974 – Esboço Geológico de Parte da Folha SC.21 Juruena. Sociedade Brasileira de Geologia. XXVIII Congresso Brasileiro de Geologia, Anais, Vol. 4, p 309 – 320. Streckeisen, A. – 1976 – To Each Plutonic Rock Its Proper Name. Earth Science Reviews. International Magazine for Geo-Scientists. Amsterdam, Vol. 12, p. 1-33. Whalen, J. B.; Currie, K. L.; Chappell, B. W. – 1987 – A-Type Granites: Geochemical Characteristics, Discrimation and Petrogenesis. Contributions to Mineralogy and Petrology. Vol. 95, p. 407-419. Banco de Dados do Serviço Geológico do Brasil – CPRM (GEOSGB). CPRM site: Produtos de Levantamentos Aerogeofísicos na escala 1:100.000 – CPRM site: http://geosgb.cprm.gov.br/ http://www.cprm.gov.br/publique/Geologia/Sensoriamento-Remoto-e-Geofisica/Dados-Aerogeofisicos-de-Folhas-1%3A100.000-3598.html CONCLUSÕES Diante dos dados apresentados, correlações de campo e bibliografia revisada, a Alcalina Canamã pode ser entendida como uma intrusão do tipo Intraplaca em crosta ligeiramente adelgaçada por epirogenia, de fonte mantélica, com inexpressiva ou nenhuma assimilação de encaixantes. Sua evolução magmática provável se dá a partir do litotipo Álcali-Quartzo-Sienito para o Álcali-Granito/ Sienogranito, seguindo a alternativa 1 proposta por Dall'agnol & Santos (1996). A idade de 1.249±3 Ma obtida por U-Pb foi considerada a idade de cristalização do maciço. Desse modo, a Alcalina Canamã posiciona-se no período tardi a pós à Orogenia Rondoniana – San Ignácio (1,35 – 1,33 Ga), seguida da abertura e deposição do Grupo Caiabis. Não foram encontrados indícios de que a Falha Canamã, seja muito mais antiga que a intrusão, porém sugere-se que o aparecimento da estrutura e a subida do corpo tenham ocorrido em espaços temporais muito próximos um do outro, de modo que a Alcalina pode ter aproveitado a descontinuidade.

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Page 1: ASPECTOS GEOLÓGICOS E GEOCRONOLÓGICOS DA ALCALINA …cbg2018anais.siteoficial.ws/anexos/st18/4556.pdf · Laboratório de Geocronologia da UnB. Os valores de TDM foram calculados

ASPECTOS GEOLÓGICOS E GEOCRONOLÓGICOS DA ALCALINA CANAMÃ, MUNICÍPIO DE JURUENA-MT.

1 1 1 1 1Fuentes, D.B.V. ; Trindade Netto, G.B. ; Diener, F.S. ; Camargo, M.A. ; Duarte, T.B. 1Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais/Serviço Geológico do Brasil;

Fig. 6:Isócrona radiométrica método U-Pb.

Granitos Intraplaca com Litosfera Continental Normal

Granitos Intraplaca com Litosfera Continental Atenuada

a)

Fig. 4: a) Diagrama Spider do Álcali-Quartzo-Sienito, ;

normalizado para ORG (Pearce et. al., 1984) b) Diagrama Spider normalizado para ORG (Pearce et. al., 1984) de Álcali-Granito, Quartzo-Sienito, Álcali-Feldspato-Quartzo-Sienito, Sienogranito e Meta-Sienogranito; c) Diagrama Spider de Elementos Terras Raras normalizados no manto primitivo (McDonough & Sun, 1995) de todos os litotipos. Legenda das amostras na Fig. 3.

c)

b)

Granitos Arcos de IlhaGranitos de Margem Continental AtivaGranitos de Áreas de Colisão ContinentalGranitos Pós OrogênicosGranitos de Fundo OceânicoGranitos Associados com Rifts ContinentaisGranitos de Soerguimento Continental Epirogênico

Q

A P

Fig. 5: a) Gráfico de Shand (1943) e b) diagrama de Streckeisen (1976) simplificado com os campos de classificação tectônica de granitos de Maniar & Piccoli (1989). Legenda das amostras na Fig. 3.

a)

b)

Fig. 2: Gráfico R1-R2 (De La Roche et. al., 1980) de classificação química das rochas. Legenda das amostras na Fig. 3.

Fig. 1: Mapa geológico da Alcalina Canamã com localização e imagem de gamaespectometria - Ternário R(K)-G(Th)-B(U).

DF-133 - Álcali Granito

DF-136-A - Álcali GranitoDF-137-A - Álcali-Quartzo-Sienito

DF-137-B - Álcali-Quartzo-Sienito Subvulcânico

DF-138 - Álcali-Quartzo-Sienito

DF-050-I - Álcali-Feldspato-Quartzo-Sienito

DF-051 - Álcali Granito

DF-052A-I - Quartzo-Sienito

DF-052 - Sienogranito

DF-050-III - Meta Sienogranito

A2

A1

Ternary Y-Nb-3Ga - Eby (1992)

A

Fig. 3: a) Diagrama de discriminação tectônica de Pearce et. al. (1984) - WPG: Granitos Intraplaca; syn-COLG: Granitos Sin-Colisionais; VAG: Granitos de Arco Vulcânico; ORG: Granitos de Cadeias Meso-oceânicas. b) Diagrama de distinção de Granitos tipo-A de Whalen et. al. (1987) - A: Granitos tipo-A; FG: Granitos félsicos fracionados; OTG: Granitos tipos M, I, S não fracionados. c) Diagrama ternário de Eby (1992) - A1: Fonte mantélica; A2: Fonte crustal.

a)

b)

c)

Fig. 7: Fotografia por MEV dos zircões analisados.

geossinclinais com idade entre 1400 – 1200 Ma.Dall'agnol (1980) caracterizou e individualizou cinco fácies do Maciço Sienítico Canamã, salientando que, apesar da evidente

alcalinidade do corpo, as rochas apresentam um excesso de sílica em sua composição, o que permitiu a cristalização de quartzo, e consequentemente ausência de minerais feldspatóides. No mesmo trabalho e posteriormente (Dall'agnol & Santos, 1996), o autor destacou que as fácies do maciço apresentam características “hipersolvus”, caráter metaluminoso a peralcalino, enquadrando-se na série alcalino-sódica (Lameyre & Bowden, 1982), sendo distinguíveis tanto pela mineralogia quanto pelos aspectos texturais.

INTRODUÇÃO

Este trabalho é um desdobramento de um projeto de escala regional que está sendo realizado pela Superintendência Regional de Goiânia do Serviço Geológico do Brasil – CPRM.

O conjunto de rochas conhecido como Sienito Canamã (Silva et. al., 1974), ou Maciço Sienítico Canamã (Dall'agnol, 1980), ou Alcalinas Canamã (Silva et.al., 1980), está localizado na região noroeste do Estado de Mato Grosso, na folha SC.21-Y-A-III de escala 1:100.000, distando 40 Km a noroeste da cidade de Juruena, na divisa do município homônimo com os municípios de Cotriguaçu e Aripuanã (Fig. 1). Esse corpo recebe o nome do Rio Canamã, tributário do Rio Aripuanã que está a oeste do maciço. O acesso dá-se a partir cidades de Juruena (parte sul e leste) e Cotriguaçu (parte norte e oeste).

Trata-se uma intrusão epizonal, de forma semi-oval em projeção horizontal, de aproximadamente 170 Km2, margeada na sua borda nordeste por uma zona de cisalhamento dúctil-rúptil, de direção NW-SE, denominada Falha Canamã. O maciço também é cortado por diques gabróicos de direção N-S. Está em contato com as rochas do Grupo Roosevelt, Granito Zé do Torno e Granito São Pedro, inserida no contexto geológico da no Domínio Roosevelt-Juruena (Scandolara et. al., 2014).

Um dos primeiros trabalhos sobre a Alcalina, Silva et.al. (1974) descreveram-na como sendo “uma grande estrutura circular” de natureza subvulcânica, fazendo parte das intrusivas pós-orogênicas associadas à Formação Iriri do Grupo Uatumã, classificando-a como um Nordmarkito.

Basei (1974) alcançou pelo método Rb/Sr a idade de 1175 ±14 Ma para o Maciço Alcalino Sienítico Canamã, interpretando-a como sendo a idade de cristalização. O autor também descreve que o acondicionamento desse corpo se deve à presença de “grandes falhas com direção NW-SE”, previamente existentes e reativados após a intrusão.

Silva et.al. (1980), atribuem as Alcalinas Canamã à consequência direta de processos de ativação plataformal concomitantes e/ou logo após às efusões básicas da Formação Arinos do Grupo Caiabis, sendo portanto consideradas como representante terminal de um ciclo evolutivo de

porção SW do Cráton Amazônico, na Província Rondônia-Juruena (Santos et. al., 2000),

METODOLOGIA

Para a realização deste estudo foram feitas revisões bibliográficas, análises de imagens de sensores aerogeofísicos, incursões a campo para mapeamento e coleta de amostras, descrições petrográficas, análises litoquímicas e geocronólogicas. A preparação das amostras foi realizada no Laboratório de Preparação de Amostras da Superintendência Regional de Goiânia - SUREG/GO do Serviço Geológico do Brasil - CPRM e a petrografia foi realizada na própria SUREG/GO.

Para as análises litoquímicas foram utilizadas as metodologias de fusão por metaborato com leitura por ICP-MS e XRF e digestão multi-ácida com leitura por ICP-MS, todos em rocha total.

Para a datação radiométrica escolheu-se retirar uma amostra na porção central do corpo. Ela foi preparada para as metodologias de U-Pb por LA-MC-ICP-MS, seguindo a metodologia de Bühn et. al. (2009), e Sm-Nd, segundo Gioia & Pimentel (2000). As leituras de ambas metodologias foram realizadas no espectrômetro de massas multicoletor, modelo Finnigan MAT 262 em modo estático, do Laboratório de Geocronologia da UnB. Os valores de TDM foram calculados usando o método de De Paolo (1981).

RESULTADOS

Analisando imagens de aerogamaespectometria pelos canais de Th e U percebe-se a existência de uma zonação espectral na Alcalina Canamã, das bordas para o centro, causada pela diferença de contraste dos teores desses elementos nas rochas e que são coincidentes com a variação composicional encontrada, chegando a medir cerca de 5 Km de largura. (Fig. 1).

Foram caracterizados petrograficamente sete variações litológicas do batólito e seu entorno: Álcali-Quartzo-Sienito (Interior do corpo), Sienogranito, Meta-Sienogranito, Meta-Monzogranito, Quartzo-Sienito, Álcali-Feldspato-Quartzo-Sienito e Álcali-Granito (este presente em toda a borda)

O Álcali-Quartzo-Sienito (Amostras DF-137-A, DF-137-B, DF-138) é o litotipo predominante no interior do batólito. Trata-se de uma rocha leucocrática (IM 20-25%), holocristalina, de matriz fanerítica fina a média, predominantemente equigranular, localmente porfirítica, isotrópica e homogênea, magnética, de coloração laranja-tijolo a marrom avermelhado. Microscopicamente, é uma rocha equigranular, hipidiomórfica, fanerítica fina, composta predominantemente por feldspato alcalino (65-70%), hornblenda (10-20%), quartzo (3-7%), biotita (1-7%), apatita (3%) e minerais opacos (2-5%). Outros minerais, tais como zircão, sericita, carbonato, titanita, clorita, epidoto e allanita podem ou não ocorrer como traço. O feldspato alcalino aparece na amostra como cristais xenomórficos tabulares sub-édricos, micropertíticos, às vezes com bordas de golfos de albita, indicando corrosão magmática. A hornblenda ocorre como cristais xenomórficos disseminados, poiquilíticos, intergranulares aos feldspatos.

O estudo litoquímico foi realizado com base em 10 análises químicas. Os resultados dos elementos maiores mostram saturação de SiO2 (63 a 78%) nos litotipos. O teor de Álcalis (K2O+Na2O) varia entre 8,31 e 11,2% com Na2O entre 3,64 e 5,77% e K2O entre 4,42 e 5,58%. Ocorrem também baixos teores de CaO (0,06-1,65%), MgO (0,05-1,06%), MnO (0,02-0,23%), P2O2 (0,011-0,422%). O TiO2 apresentou valores moderados (0,08-1,12%) e o Fe2O3 (2,29-6,07%). Destaque para o Álcali-Quartzo-Sienito que apresenta os maiores teores de Álcalis MnO (≈0,23%), P2O2 (0,298-0,422%), TiO2 (1,04-1,12%) e Fe2O3 (5,24-6,07%).

O gráfico R1-R2 (De La Roche et. al., 1980) mostra que a classificação química das rochas varia entre Sienito e Álcali-Granito (Fig. 2). Os diagramas de Pearce et. al. (1984), de Whalen et. al. (1987) e de Eby (1992) revelam a natureza tectônica do maciço, caracterizando-o como sendo granitoides do tipo Intraplaca de fonte mantélica (Fig. 3). Os diagramas Spider de Pearce et. al. (1984) revelam que as amostras Álcali-Quartzo-Sienito apresentam um padrão que oscila entre os padrões de granitos intraplaca com

(os cinco na borda sul)

(10,41-11,2%), CaO (0,98-1,65%), MgO (0,7-1,06%),

litosfera de espessura normal e de intraplaca com litosfera atenuada (Fig. 4 a). Já os litotipos com maiores teores de sílica apresentam o padrão mais próximo de granitos intraplaca com litosfera normal (Fig. 4 b). Pelo Diagrama de REE normalizado pelo manto primitivo (McDonough & Sun, 1995) verifica-se que a evolução magmática do maciço ocorre a partir do Álcali-Quartzo-Sienito até o Sienogranito. O Álcali-Granito da amostra DF-051 apresenta o padrão típico de “asa de gaivota” (Fig.4 c). O gráfico A/CNK-A/NK (Shand, 1943) e o diagrama de Streckeisen (1976), associados aos campos de classificação tectônica de granitos de Maniar & Piccoli (1989), mostram o caráter meta a peraluminoso do maciço indicando que as rochas apresentam um trend de evolução das rochas dentro do campo de Granitos de Soerguimento Continental Epirogênico (Fig. 5).

O Álcali-Quartzo-Sienito (amostra DF-138) foi selecionado para serem feitas as análises de datação radiométrica. Essa rocha contem grãos de zircão que apresentam tamanhos variados e escalonados, em geral são bem formados, sub-édricos a arredondados, podem apresentar zonação e golfos de borda de reação (Fig. 7). Foram realizadas 27 análises isotópicas, com 12 resultados satisfatórios. Esses resultados geraram uma concórdia com idade de 1.249±3 Ma (Fig. 6), com MSWD de 1,7. A análise isotópica de Sm-Nd apresentou T de 1,4 Ga e Ɛ de 2,72.DM Nd(1.249)

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CONCLUSÕES

Diante dos dados apresentados, correlações de campo e bibliografia revisada, a Alcalina Canamã pode ser entendida como uma intrusão do tipo Intraplaca em crosta ligeiramente adelgaçada por epirogenia, de fonte mantélica, com inexpressiva ou nenhuma assimilação de encaixantes.

Sua evolução magmática provável se dá a partir do litotipo Álcali-Quartzo-Sienito para o Álcali-Granito/ Sienogranito, seguindo a alternativa 1 proposta por Dall'agnol & Santos (1996).

A idade de 1.249±3 Ma obtida por U-Pb foi considerada a idade de cristalização do maciço. Desse modo, a Alcalina Canamã posiciona-se no período tardi a pós à Orogenia Rondoniana – San Ignácio (1,35 – 1,33 Ga), seguida da abertura e deposição do Grupo Caiabis.

Não foram encontrados indícios de que a Falha Canamã, seja muito mais antiga que a intrusão, porém sugere-se que o aparecimento da estrutura e a subida do corpo tenham ocorrido em espaços temporais muito próximos um do outro, de modo que a Alcalina pode ter aproveitado a descontinuidade.