as mulheres doceiras de galho do angico

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I AS MULHERES DOCEIRAS DE GALHO DO ANGICO . ' As mulheres do sítio Galho do Anqico, no município de Caraúbas, região Oeste do Rio Grande do Norte, sempre foram muito trabalhadoras, mas sem organização, sofriam muito. Desde muito tempo que elas fabricam doce para vender e complementar a renda da família: . o trabalho era muito puxado e cansativo. Sem estrutura, elas precisavam trabalhar em casa, cozinhando o doce debaixo de árvores que ficavam no quintal. Além de passar o dia agachadas ao pé do fogo à lenha, feito no chão, também não tinha condições de dar a higiene adequada a seus produtos. Para mudar essa situação, elas entraram na Grupo de mulheres doceiras de Galho do Angico associação de trabalhadores e trabalhadoras do Galho do Angico, que hoje tem mais de 60 sócios. No ano de 2001 , fundaram o grupo de mulheres "A união faz a força", com 23 sócias, pensando em achar uma alternativa de vida para elas. . A região de Galho do Angico e Mirandas (outra comunidade de Caraúbas) é a principal produtora de caju município e as mulheres doceiras sempre quiseram aproveitar esse potencial. Em toda reunião dos grupos elas falavam dessa vontade e conquistavam o povo com o tempero de seus doces. Foi então com muita luta que entre os anos de 2008 e 2009, as doceiras conseguiram, através dos parceiros, a aprovação do projeto de uma mini-fábrica de produção de doces. A doceira Antonia Edilene Praxades contou que foi uma das maiores alegrias de sua vida. Produção é envasada com toda a higiene exigida Não der;norou muito para o prédio ser construido. e os equipamentos serem instalados. As mulheres,que antes sofriam na fumaça debaixo de uma árvore para fazer os doces, hoje têm uma cozinha industrial, sala de produção, frízeres, taxo especial, banheiros hlqtenizados e tudo que é necessários para fazer um doce de qualidade, dentro, dos padrões 'da Vigilância Sanitária e, o melhor, com o mesmo gostinho caseiro de .antes, O lRULO G1F:allnl(dl(e do NOlnt(e]l ~- ---------- ..

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Page 1: As mulheres doceiras de Galho do Angico

I AS MULHERES DOCEIRAS DE GALHO DO ANGICO

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As mulheres do sítio Galho do Anqico, nomunicípio de Caraúbas, região Oeste do RioGrande do Norte, sempre foram muitotrabalhadoras, mas sem organização,sofriam muito. Desde muito tempo que elasfabricam doce para vender e complementar arenda da família: .

o trabalho era muito puxado e cansativo.Sem estrutura, elas precisavam trabalhar emcasa, cozinhando o doce debaixo de árvoresque ficavam no quintal. Além de passar o diaagachadas ao pé do fogo à lenha, feito nochão, também não tinha condições de dar ahigiene adequada a seus produtos.

Para mudar essa situação, elas entraram na Grupo de mulheres doceiras de Galho do Angico

associação de trabalhadores e trabalhadorasdo Galho do Angico, que hoje tem mais de 60 sócios. No ano de 2001 , fundaram o grupo de mulheres"A união faz a força", com 23 sócias, pensando em achar uma alternativa de vida para elas. .

A região de Galho do Angico e Mirandas (outra comunidade de Caraúbas) é a principal produtora decaju dó município e as mulheres doceiras sempre quiseram aproveitar esse potencial. Em todareunião dos grupos elas falavam dessa vontade e conquistavam o povo com o tempero de seus

doces. Foi então com muita luta que entre osanos de 2008 e 2009, as doceirasconseguiram, através dos parceiros, aaprovação do projeto de uma mini-fábrica deprodução de doces. A doceira Antonia EdilenePraxades contou que foi uma das maioresalegrias de sua vida.

Produção é envasada com toda a higiene exigida

Não der;norou muito para o prédio serconstruido. e os equipamentos sereminstalados. As mulheres,que antes sofriam nafumaça debaixo de uma árvore para fazer osdoces, hoje têm uma cozinha industrial, sala deprodução, frízeres, taxo especial, banheiroshlqtenizados e tudo que é necessários parafazer um doce de qualidade, dentro, dospadrões 'da Vigilância Sanitária e, o melhor,com o mesmo gostinho caseiro de .antes, O

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Page 2: As mulheres doceiras de Galho do Angico

No dia 13 de abril de 2010 elas fizeram oprimeiro taxo de doce' ria mini-fábrica.Dominga Sebastiana da Conceição disseque foi um dia inesquecível, porquerepresentou a conquista- de uma grandeluta. Segundo ela, o resultado financeiroainda não é o esperado, mas as vendasestão indo bem. Parte do que produzem éentregué a Compra Direta do.governo, viaCompanhia Nacional de Abastecimento(CONAB), a outra parte é vendida por elas Doce é vendido na Feira da Agricultura de Caraúbasmesmas nos comércios da cidade e naFeiraAgroecológica daAgricultura Familiarde Caraúbas.

Muitas mulheres precisaram se ausentar da mini-fábrica e hoje apenas seis estão trabalhando na .fabricação do doce. 'Mas Antônia Edilene explicouque esse afastamento é temporário e todascontinuam fazendo parte do grupo de mulheres da·comunidade.

grupo também .recebeu um apoio inicialpara começar a produção, foramcapacitadas e ainda mandaram fazer umrótulo dos produtos com o nome dacomunidade.

o taxo de doce que muda a vida das mulheres

Urnadas coisas que o grupo se alegra de dizer é queagora sabem vender o seu produto e não dependemmais dos atravessadores. Dominga Sebastianadisse: "A gente luta muito, mas aos poucos vaiconseguindo vencer". Elas também aprenderam afazer o planejamento da produção, a prestação decontas, entrega e negociação do estoque.

A preocupação delas para o futuro é plantar maisfruteiras nos quintais de casa para garantir aprodução de doce o ano todo. Atualmente, elasfabricam doce de caju, goiaba; mamão, mamão comcoco., cocada, leite, rapadura e querem auméntarainda mais os tipos.

o projeto das mulheres doceiras de Galho deAngicojá rodou o Brasil. Um dia desses, elas foramrepresentar Caraúbas em uma feira nacional emBrasília e também foram entrevistadas na televisão.

Realização:

Progr..ma Uma Ten-a e Duas Águaswww.asabrasil.org.br