artigo pde 2010: os grupos folclÓricos como … · os grupos folclóricos tentem resgatar,...
TRANSCRIPT
1
ARTIGO PDE 2010: OS GRUPOS FOLCLÓRICOS COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM DA HISTÓRIA DO PARANÁ.
Autor: Mariângela Fátima Crespo de Mattos do Bomfim1
Orientador: Dr. Luiz Carlos Ribeiro
2
Resumo
Este trabalho apresenta uma proposta de estudo sobre a colonização do Paraná através de estratégias de sala de aula, colocando o aluno como um pesquisador, partindo do conhecimento da história da sua família em busca de suas etnias, das influências étnicas no seu bairro e cidade, estudando a história e os costumes destas etnias através dos grupos folclóricos. Em Curitiba é possível encontrar grupos folclóricos das mais variadas culturas dos grupos étnicos que se estabeleceram na cidade durante o século XIX e XX, que através de seus descendentes formaram o que hoje é a nossa sociedade, uma mistura dos costumes e hábitos de todos estes povos. Muitos costumes foram sendo esquecidos ou descaracterizados ao passar do tempo e da miscigenação. Os grupos Folclóricos tentem resgatar, preservar e promover as tradições e os costumes dos imigrantes que chegaram nesta região. Através deles podemos retomar parte da história da colonização do nosso estado, cidade e bairro onde vivemos. Buscando a compreender a história, valorizar seu estudo e o respeito aos grupos folclóricos que tentam manter essa história.
Palavras - chave: Folclore; grupos folclóricos; cultura e colonização.
Introdução
O presente trabalho tem como objetivo, demonstrar uma experiência de um
projeto de atividade para a sala de aula, dentro da disciplina de história, visando o
conteúdo de história do Paraná, para o ensino fundamental e médio.
É frustrante para muitos professores perceberem que seus alunos não
conseguem manter uma relação entre os conteúdos da matéria com o seu cotidiano,
1 Pós-graduação: Especialização em Magistério de 1º e 2º grau,História,Colégio Estadual Papa João Paulo I Ensino de 1º e 2º
grau. 2 Mestrado em História Social e Doutorado em História, Pós-doutorado: École de Hautes Études em Sciences Sociales, História
Moderna e Contemporânea, professor adjunto II da UFPR.
2
como citado no livro História na sala de aula de Leandro Karnal, em sua introdução,
onde coloca com muito acerto as dúvidas e angústias de professores, ”Como eu
posso despertar nos jovens tanto o interesse pela cultura mais formal como a
capacidade e os instrumentos para analisar o mundo que o cerca?”. A proposta
deste trabalho é exatamente possibilitar ao aluno estabelecer uma ligação entre a
teoria do conteúdo com a sua própria vida.
Levando em consideração que o tempo em sala de aula não é o suficiente
para professor ministrar todos os conteúdos de forma satisfatória, como estabelece a
diretrizes curriculares de história, para ministrar todos os temas exigidos por lei,
além dos já tradicionais, como a Lei nº 13.381/01, que torna obrigatório no Ensino
Fundamental e Médio da rede Pública Estadual, os conteúdos de História do
Paraná, propomos trabalhar com temas transversais que seria um complemento da
sala de aula, que consiste em estudar a história da colonização do Paraná, através
do estudo dos grupos folclóricos a partir da descoberta das origens étnicas da
família do nosso aluno e da localidade onde convive.
Para atingir os objetivos propostos, os procedimentos metodológicos
foram os seguintes:
1. Estudo da História da colonização do Paraná;
2. Estudo da história dos bairros Boa Vista, Santa Cândida e Bacacheri;
3. Estudo dos grupos folclóricos: Wisla – polonês; Itálo-brasileiro – italiano e
o Grunewald - alemão.
2. Análise Bibliográfica
A proposta do tema tem como fundamento as críticas e sugestões expostas no
livro organizado por Leandro Karnal, que coletou reflexões e sugestões de vários
educadores a respeito do ensino de história,no livro História na sala de aula, dentre
tantas reflexões observadas no livro a que melhor de mostra a ideia do nosso
trabalho foi a de tema “Por uma história prazerosa e consequente”, onde consta na
página 21 a seguinte reflexão:
3
”Cada estudante precisa se perceber, de fato, como sujeito
Histórico, e isso só se consegue quando ele se dá conta
dos esforços que nossos antepassados fizeram para
chegarmos ao estágio civilizatório no qual nos encontramos”
A importância de se trabalhar nas escolas os costumes e valorizar as
lembranças dos grupos sociais, como uma forma de questionamento para os alunos.
A identidade nacional pode ser reforçada por Geraldo Pieroni e Cláudia
DeNipoti no livro Saberes Brasileiro, ensaios sobre identidades. Séculos XVI a XX,
página 79, onde enfocam a importância da escola para construir a identidade
coletiva defendida por Lê Goff no livro História e memória, que também foi fonte de
apoio do livro de Geraldo Pieroni onde destaca:
A escola constitui, ao lado da esfera familiar, um dos Primeiros espaços onde o indivíduo experimenta a noção de pertenciamento a um grupo social, e, nesse sentido, as instituições escolares caracterizam-se como espaços privilegiados para construção da identidade coletiva e da memória.
Carlos Rodrigues Brandão no texto VIVER DE CRIAR CULTURA, CULTURA
POPULAR, ARTE E EDUCAÇÃO, (pág. 35), também fortalece a idéia de se valorizar
a cultura popular possibilitando o estudo do conhecimento oral e até mesmo do
folclore nas escolas.
“ ...compreendemos que as culturas humanas são diferentes, mas nunca desiguais. São qualidades diversas de uma mesma experiência humana, e qualquer hierarquia que as quantifique e estabeleça hierarquias é indevida. A própria idéia de que culturas evoluem e que as “mais atrasadas”, mais “populares” ou mais “primitivas” poderão atingir graus de “civilização” semelhantes às nossas (“nossas” de quem, cara pálida?) hoje em dia não recebe mais crédito algum entre as pessoas que estudam a fundo as diferentes culturas.... ...Em uma outra direção, a escola deixou de lado, ou colocou como assunto de “hora do recreio” ou ‘do mês de agosto”, a experiência tão rica no Brasil de artes, saberes, valores e saberes populares. ..” “Um outro passo estaria na redescoberta do valor humano e artístico das criações populares. Mas seria então necessário trazê-las para a escola e para educação, não como fragmentos do que é pitoresco e curioso, ou como um momento de aprendizado de hora de recreio. Ao contrário, o que importa é reaprender com a arte, com o imaginário e com a sabedoria do povo – dos vários povos do povo – outras sábias e criativas maneiras de viver, e de sentir e pensar a vida com a sabedoria e a sensibilidade das artes e das culturas do povo.”
4
Em relação à imigração no Paraná Sergio Odilon Nadalin no livro Paraná;
Ocupação do Território, população e Migração: 76, escreve a respeito da imigração
na região de Curitiba, salientando o seus propósitos em relação aos governos da
época e as conseqüências para a região onde se estalaram:
...na década de 1870 no governo de Lamenha Lins, 11.805 imigrantes de origens diversas em núcleos coloniais no litoral, nos arredores de Curitiba e nos Campos Gerais. Foi na região de Curitiba que melhor se desenvolveu a atividade colonizadora, compreendendo o estabelecimento de alemães e suíços, italianos e poloneses... De 1869 a 1878 foram instalados vários núcleos a distâncias que variam de 2 à 16 Km de Curitiba, constituídos por alemães de diversas origens, franceses, franceses argelinos, ingleses, italianos, poloneses e suecos. Os resultados satisfatórios alcançados na colonização das cercanias de Curitiba estimularam a extensão do programa ao litoral e aos Campos Gerais...
Em relação as miscigenação do estado, Ivan Koch (2007:8) escreve a
respeito dos emigrantes e outros povos nativos ou não que convivem num mesmo
território e que de uma forma ou de outra trocam experiências e costumes o que
caracteriza hoje o Paraná um estado tão rico em todos os sentidos: “O estado do
Paraná é cognominado “Terra de todas as gentes” sua capital, é o local de
concentração da maior gama de estrangeiros e imigrantes, em convivência com
diversas nacionalidades e nativos, já registrada no país”.
Na defesa de se valorizar as culturas tradicionais através do estudo,
podemos citar Carla Mühlhaus na revista Nossa História, ano 2/nº13. 2004:63: onde
se coloca em discussão o conceito de patrimônio imaterial ou intangível envolve
novas ações de preservação da cultura nacional.
“Não é só de aspectos físicos que se constitui a cultura de um povo. Há
muito mais contido nas tradições, no folclore, recriados coletivamente nos
saberes, nas línguas, nas festas e em manifestações, transmitidos oral ou
gestualmente, e modificados ao longo do tempo. A esta porção intangível da
herança cultural dos povos, portanto, dá-se o nome de patrimônio cultural
imaterial.”
No livro, História na sala de aula, Rafael Ruiz (2010:77) um dos
organizadores, propõem um novo modo de ensino de história em sala de aula, onde
coloca a necessidade de se ensinar o aluno a formar uma opinião própria da história
para que possa assim entender e utilizar em sua vida;
5
“Ensinar a edificar o próprio ponto de vista histórico significa ensinar a
construir conceitos e aplicá-los diante das variadas situações e problemas;
significa ensinar a selecionar, relacionar e interpretar dados e informações de
maneira a ter maior compreensão da realidade que estiver sendo estudada;
ensinar a construir argumentos que permitam explicar a si próprio e aos
outros, de maneira convincente, a preensão e comparação da situação
histórica; significa, enfim, ensinar a ter percepção o mais abrangente possível
da condição humana, nas mais diferentes culturas e diante dos mais variados
problemas.”
3. Desenvolvimento
Este trabalho tem como objetivo promover atividades paralelas as da sala de
aula. O encaminhamento metodológico possibilitará o estudo da colonização do
Paraná utilizando os grupos folclóricos e vestígios ainda existentes dos grupos
étnicos que povoaram a região em estudo, como uma forma de aproximar o aluno
desta história. Verificando através do contexto familiar deles, as etnias da sua
origem, os seus costumes e legados. Teremos também como objetivo deste
trabalho, a estrutura do bairro em que vive, da cidade em que mora e até mesmo o
do seu país, envolvendo o aluno na história de forma que ele perceba que faz parte
da mesma e possa assim dar significado aos fatos históricos.
O Estado do Paraná, sobre tudo, Cidade de Curitiba, durante o século XIX
recebeu muitos imigrantes europeus, imigração incentivada pelo governo da época,
que tinha o objetivo de povoar e desenvolver as regiões do país.
Neste período, os primeiros imigrantes que se estabeleceram nos arredores
de Curitiba foram os italianos, alemãs, poloneses e ucranianos, formando colônias.
Muitas destas colônias deram origem a bairros em Curitiba.
Na região norte da cidade de Curitiba, a colonização foi feita principalmente
por imigrantes poloneses, alemães, italianos dando origem aos atuais bairros Boa
Vista, Santa Cândida e Bacacheri entre outros.
No bairro Boa Vista, está localizado o Colégio estadual Papa João Paulo I,
fundado em 1984, ponto de referência do presente trabalho e local escolhido para
atuação do mesmo.
6
O Paraná assim como Curitiba é formado por uma mescla de diversas
culturas trazidas por imigrantes europeus e migrantes de outros estados brasileiros,
que aqui foram se estabelecendo durante principalmente o século XIX e XX, nas
diversas etapas da colonização do estado. Estes povos formaram com os seus
descendentes a sociedade e a cultura do estado.
Os grupos folclóricos atuais tem como objetivo, preservar e divulgar as
culturas das etnias das quais representam.
Curitiba possui aproximadamente 16 grupos folclóricos que resgatam,
preservam e promovem as tradições e os costumes dos imigrantes que chegaram à
localidade.
As principais manifestações culturais praticadas por esses grupos estão a
dança, música, idioma e vestimenta.
No Paraná, o folclore pode ser entendido como uma miscigenação entre os
costumes trazidos pelos diversos imigrantes europeus e pelos povos africanos
trazidos para trabalhar como escravos, que colonizaram o Estado, com os povos
indígenas que já se encontravam nesse território. Além disso, são fortes as
influências deixadas por migrantes de outros estados brasileiros, em especial, Minas
Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo. Curitiba assim como o Paraná e o Brasil
foram construídos com esforços de vários povos. Conhecer as tradições desses
povos através dos grupos folclóricos é o desafio desse trabalho, demonstrando aos
alunos os valores de um passado que muito tem com o seu presente, através dos
indícios muito próximos como hábitos alimentares, nomes de ruas, estilos de
moradias e objetos que serão fontes de estudos.
Para o estudo foi escolhido os grupos folclóricos que caracterizavam os
principais povos colonizadores da região dos bairros de convívio dos alunos do
Colégio Estadual Papa João Paulo I, que são os bairros Boa Vista, Santa Cândida e
Bacacheri, além do município de Colombo, localizado na região metropolitana norte
de Curitiba. Feita uma pesquisa para conhecer a história dos bairros (apresentado
aos alunos no caderno pedagógico II), foi possível identificar algumas etnias e
destacando as mais numerosas, na influencia locais como os colonos italianos,
poloneses e alemães, sendo então escolhidos grupos folclóricos que representam
estas etnias: Ítalo-brasileiro Santa Felicidade- italiano, Wisla – polonês e o
Grunewald – alemão, para um estudo mais abrangente.
7
O método utilizado foi a pesquisa através de entrevistas, busca de objetos
de uso, origens dos nomes de ruas, estilos de moradias, hábitos praticados na
família, festas locais e grupos folclóricos locais que demonstre de alguma forma a
origem étnica e histórica dos seus moradores.
Através de estudo com textos históricos, mapas históricos que descrevam a
colonização da região estudada, que expliquem os dados já coletados através das
pesquisas, com realização de visitas aos locais em homenagens aos imigrantes
disponíveis como bosques, praças e aos grupos folclóricos.
Os conhecimentos das ações humanas no decorrer do tempo são feitos por
meios de vestígios, marcas deixadas pelas diferentes sociedades. Todos os
vestígios que nos informam sobre as ações humanas ao longo do tempo são
considerados documentos que servem de fonte de investigação histórica, como
documentos oficiais, livros, depoimentos orais, fotografia, desenhos, objetos, roupas,
músicas, danças e inúmeras outras evidências da vida de um povo e de uma época.
E com base nessa forma de estudo da história que o folclore se torna uma
fonte histórica importante, pois é um dos aspectos responsáveis por criar uma
identidade, baseando-se em todo um contexto histórico e na própria população de
uma localidade.
Com o folclore tão rico como o do estado do Paraná, que une características
de tantos povos imigrantes europeus e africanos ou mesmo nativos da terra,
percebe-se que há um certo desinteresse do estado, das escolas e demais
instituições, ficando assim, também esquecida pela mídia, uma fonte de cultura
comum para maioria dos alunos e para a população de um modo geral. O seu
desaparecimento é previsível.
Através do estudo dos grupos folclóricos o professor poderá relacionar a
história do Paraná, do negro e do índio que faz parte das Diretrizes Curriculares,
com a história do Brasil e claro do mundo todo, levando em conta a grande
miscigenação do estado, como citado por Ivan koch (2007:8) “O estado do Paraná é
cognominado Terra de todas as gentes. Sua capital, Curitiba, é o local de
concentração da maior gama de estrangeiros e imigrantes, em convivência com
diversas nacionalidades e nativos, já registrada no país.”
Toda essa riqueza cultural pode ser aproveitada pelo professor como uma
fonte de pesquisa e de atrativo para o estudo da história e em especial para a
8
história do Paraná de Curitiba e de seu bairro o que certamente promoveria a
continuidade do nosso folclore.
Possibilitando com o estudo das músicas e danças folclóricas, uma maior
compreensão do conteúdo, bem como a sua reflexão, com uma prática pedagógica
mais dinâmica.
Outro aspecto do ensino de história, inegavelmente, à constituição da
identidade nacional, e a pergunta que podemos fazer é; nossa identidade nacional
qual é? A história tem servido para a formação dessa identidade? O presente
trabalho sem presunção pode ajudar a criar essa identidade, ou pelo menos
demonstrar como é possível a convivência e a harmonia entre os povos, acabando
com possíveis preconceitos que ainda possa existir no nosso país, conhecer e
respeitar as diferenças é inicio para um bom convívio entre todos.
Os alunos do Colégio Estadual João Paulo I são frutos da miscigenação do
povo brasileiro, de um modo geral não conhecem nem a história de seus
antepassados quanto mais suas etnias. O problema maior deste desconhecimento,
é a falta de valores sociais, tendem a rejeitar e desprezar qualquer valor que não
siga as mídias, o que possibilitando o preconceito e a desigualdade.
Durante os estudos feitos com os grupos folclóricos um fator que chamou
muito a atenção foi, que grande parte dos integrantes dos grupos não pertence aos
grupos das etnias que representavam, estavam ali por amizade e por se sentirem
bem no grupo e recompensados após os agradecimentos do publico após cada
apresentação, se consideram importante por estarem fazendo parte do grupo, e
Não importa se é da etnia que o grupo representa e sim se estabelece um convívio
social de amizade, respeito e responsabilidade. Foi como muitos membros
identificavam o grupo: “somos uma grande família”. É um perfeito exemplo de um
bom convívio étnico.
Durante uma parte da implementação do projeto na escola, houve o
acompanhamento feito, através do Grupo de Trabalho em Rede – GTR. O trabalho
consiste em ter um professor coordenador que coloca o seu projeto realizado no
PDE, para a analise por um grupo de professores de todo o estado, do seu projeto
como a produção didático-pedagógica, os professores participantes através da rede
do dia-a-dia da educação que possibilita debates, análises , sugestões e
observações dos trabalhos. Realizado entre os participantes em aproximadamente
um mês.
9
A proposta de que os grupos folclóricos poderiam ser utilizados como fonte
de estudo e de pesquisa, por nossos alunos para o estudo da colonização do
estado do Paraná, além de utilizar as referências de seus hábitos domésticos e até
mesmo as formas de colonização regionais, foi muito bem aceito por todos os
participantes do GTR.
A maioria dos professores participantes lecionam em colégios do interior do
Paraná, alguns de regiões com grande influencia de povos imigrantes europeus. Na
opinião dos professores o trabalho proposto é possível e até mesmo importante, pois
percebem problemas muito idênticos aos expostos no projeto, alguns acreditam ter
até mais facilidade por lecionar em uma comunidade de grande maioria de
imigrantes, e seus alunos se identificam muito com a cultura da etnia local, e que
seria até muito fácil colocar em prática o trabalho como proposto.
Os debates com argumentações pessoais e com sugestões até mesmo de
vídeos e de atividades, foram de grande proveito e ajuda para a implantação do
trabalho, que conforme os debates dos fóruns realizados foram relevantes para
análise e execução do projeto.
PROCEDIMENTOS/ MATERIAL DIDÁTICO.
A implementação do projeto na escola, tem como objetivo fazer o aluno
perceber a dinâmica da história e que faz parte dela.
A proposta é elaborar uma série de atividades com o objetivo de levar o aluno
a conhecer e se relacionar com o folclore dos povos colonizadores (imigrantes) e
com a história do Paraná, Curitiba e até mesmo o de seu bairro.
Atividades sugeridas:
1ª. Analisar a história da colonização do Paraná relacionado com a imigração
e o folclore.
- Vídeo: As várias faces do Paraná, parte I e II. TV multimídia -
História.
2ª. Conhecer os grupos folclóricos.
- apresentação de danças folclóricas dos grupos estudados através de
vídeo e visitas a grupos folclóricos.
- incentivar os alunos a conhecer e estudar os grupos folclóricos.
10
Através de atividades como na semana cultural e esportiva no Colégio
Estadual Papa João Paulo I, foi realizada nos dias 17 a 21 de outubro de 2011. A
cada duas turmas do colégio corresponderão a uma equipe que participarão de uma
gincana, que terá uma prova como tema: grupos folclóricos: - as equipes deverão
apresentar danças típicas de colonizadores do seu bairro, de Curitiba ou do Paraná,
fazendo um relato da história do grupo escolhido, identificando o grupo, local(s) de
fixação, dificuldades, legados etc..
- as equipes deverão demonstrar através de fotos ou apresentação material
indícios que comprovem a existência dos colonos no seu bairro, cidade e estado.
- Além dos pontos, as provas serão analisadas como avaliação do projeto.
1.1. Estudo dos grupos folclóricos
A necessidade de conhecer melhor estes grupos necessitou de uma pesquisa
histórica. Foi notada a falta de um histórico por escrito mais aprofundado da história
dos imigrantes descendentes dos grupos e até mesmo a dos próprios grupos,
resumido em um breve histórico, que foi apresentado aos alunos, no caderno
pedagógico III.
Para adquirir informações do grupo foi elaborado um breve questionário a ser
respondido por participantes do grupo.
Questionário.
1. Informações do Grupo:
1.1 Nome do grupo.
1.2 Anos de existência.
1.3 Objetivo de sua criação e seu(s) criadores.
1.4 Como se encontra na atualidade: número de participantes, como se mantém
financeiramente, localização do grupo (sede), forma de apresentações e
quando ocorre.
1.5 Existe preocupação com os dados históricos de seu folclore? Como
esclarecer o significado das danças a época e motivo da origem?
1.6 Como se adquiriu e adquire o conhecimento das danças e músicas do
grupo?
1.7 Como é feito os trajes e como é feita a identificação dos mesmos?
11
2. Informações dos participantes:
2.1. Nome;
2.2. Tempo de grupo e função;
2.3. O que o levou a participar do grupo?
2.4. O que o mantém no grupo?
3.5. É descendente dos imigrantes que o grupo representa?
Resultado da pesquisa de campo dos grupos folclóricos.
-NOME DO GRUPO FOLCLÓRICO: GRIPO FOLCLÓRICO GRUNEWALD – ALEMÃO.
-ENTREVISTADO: Marcelo Salzqueber, professor de dança, coreógrafo e
coordenador de grupos folclóricos, trabalha com grupos folclóricos desde os nove
anos, natural de Ponta Grossa, trabalhou para Secretária de Cultura e esta no grupo
desde 2007.
Explica que o nome Grunewald significa floresta verde, nome de uma cidade
próxima de Berlim (capital da Alemanha).
Acredita-se que manter as tradições alemãs e resgatar as tradições dos cantos
e danças é muito importante, sempre tem a preocupação de contar a histórico da
dança e a razão dos passos para seus membros. E que no momento encontra
dificuldade em manter no grupo os jovens que não percebem a importância do grupo
e como possui uma variedade muito grande de lazer, no interior com sua
experiência acredita ser mais fácil, por haver maior envolvimento da comunidade
étnicas. Na década 80 foi o auge do folclore paranaense, época da fundação da
maioria dos grupos folclóricos atuais. Acha importante e bom a divulgação das
danças folclóricas nas escolas e coloca o grupo a disposição ( sempre que possível)
para divulgar o seu folclore na escola.
-ANOS DE EXISTÊNCIA: 24 ANOS, fundado em 1987.
- MENBROS DO GRUPO NA ATUALIDADE: 15( ENTRE JOVENS E ADULTOS).
-OBEJTIVO DA CRIAÇÃO DO GRUPO: Clube de origem alemã, manter a tradição
alemã.
-QUAL É A PERSPECTIVA DO GRUPO NA ATUALIDADE: De continuar divulgando
as danças típicas alemãs.
-DIFICULDADES PERTINENTES AO GRUPO: Não está ocorrendo a renovação do
grupo que pode desaparecer.
12
- EXISTE A PREOCUPAÇÃO EM ESTUDAR AS DANÇAS FOLCLÓRICAS NUM
ASPECTO HISTÓRICO: Sim existe da parte do coreógrafo no entanto não se
percebe interesse de muitos membros do grupo em conhecer o histórico das danças
e nem das razões dos passos.Os cuidados em manter as danças e trajes conforme
os costumes é feito pelo coreógrafo, que costuma fazer pesquisas e se manter fiel
ao costume.
- HA INTERESSE DO GRUPO EM DIVULGAR O SEU TRABALHO NAS ESCOLAS,
POR QUÊ?: Sim, dentro da possibilidade do grupo. Divulgar o grupo e a cultura
alemã.
NOME DO GRUPO FOLCLÓRICO: ÍTALO-BRASILEIRO. Santa Felicidade
ENTREVISTADO: Vanderson Davi Guimarães, presidente do grupo.Está a 5 anos
no grupo.
ANOS DE EXISTÊNCIA: 24 de atividades, fundado em 22 de agosto de 1986.
PARTICIPANTE: Hoje são ao todo 120 componentes.
OBJETIVO NA CRIAÇÃO: Surgiu de um grupo de pessoas da própria comunidade
preocupados em resgatar, preservar e divulgar os usos e costumes trazidos pelos
imigrantes, representando o bairro ( Santa Felicidade) em suas festas.
QUAL É A PERSPECTIVA DO GRUPO NA ATUALIDADE: Hoje sendo uma
referência quando se fala em cultura italiana, o grupo quer manter, cada vez mais,
não só como um grupo de dança, mas um espaço fértil para transmitir ao jovem a
cultura de seus antepassados, resgatando valores com respeito às tradições,
convivência em grupo, amizade e cooperação.
-DIFICULDADES PERTINENTES AO GRUPO: Por ser um grupo independente (não
possui clube), o financeiro é um obstáculo para muitos projetos, como de divulgar
em escolas.
- EXISTE A PREOCUPAÇÃO EM ESTUDAR AS DANÇAS FOLCLÓRICAS NUM
ASPECTO HISTÓRICO: Sim, mas no entanto não se tem uma pesquisa
aprofundada da relação dos costumes italianos com os dos brasileiros, o que
sempre se tenta é não misturar características das danças com as vestimentas de
uma região da Itália com outras.
13
HA INTERESSE DO GRUPO EM DIVULGAR O SEU TRABALHO NAS ESCOLAS,
POR QUÊ: Sim, tem interesse, a dificuldade está na disponibilidade de tempo dos
participantes e de custos. Seria uma divulgação do grupo e de sua cultura,
possibilitando a continuidade do grupo.
Entrevista 19/03/11
ENTREVISTADA: Claudia (Taila), esta no grupo 2 anos dança folclórico as 13 anos;
que não se considera descendente italiana assim como vários do grupo mora no
bairro Santo Inácio. No início era pura distração e amizade, logo virou desafio de
dançar mais música e com o conhecimento dos significado das músicas foi dando
mais valor, o grupo é unido como uma grande família. Manutenção da cultura é o
ponto principal para a permanência do grupo, fazer correto é uma forma de manter o
grupo. Os trajes são feitos por costureiras voluntárias que possui conhecimento de
como devem ser cada detalhe da roupa conforme a região da Itália. Todos são
voluntários. E o conhecimento de como se deve dançar e como se vestir vem da
tradição repassada dos mais velhos para os mais novos do grupo e até de outros
grupos.
ENTREVISTADO: Eduardo, valoriza o folclore como algo prazeroso,” As amizades
entre os membros do grupo é muito bom! as pessoas valorizam a dança, admiram, é
o que faz a gente continuar”.
NOME DO GRUPO FOLCLÓRICO: GRUPO FOLCLÓRICO POLONÊS DO PARANÁ
– WISLA.
ENTREVISTADO:Lourival de Araújo Filho, diretor artístico, 15 anos de Wisla.
ANOS DE EXISTÊNCIA: 82 anos fundado em 1928
PARTICIPANTES: +- 100 participantes; 40 adolescentes, 30 juvenil, 10 adultos e 20
coral.
OBJETIVO DA CRIAÇÃO: Grupo de pessoas descendentes de poloneses que
desejavam manter os costumes poloneses na região.
QUAL É A PERSPECTIVA DO GRUPO NA ATUALIDADE: O grupo tem vários
objetivos de apresentações, ainda este ano vão se apresentar na Polônia.
DIFICULDADES PERTINENTE AO GRUPO: Nenhum.
14
EXISTE A PREOCUPAÇÃO EM ESTUDAR AS DANÇAS FOLCLÓRICAS NUM
ASPECTO HISTÓRICO: Sim existe, mas no sentido de ser fiel a sua origem na
Polônia.
HA INTERESSE DO GRUPO EM DIVULGAR O SEU TRABALHO NAS ESCOLAS,
POR QUÊ: Sim, tanto é que se pretende abrir uma ramificação do grupo no Colégio
Santa Cândida, com finalidade de conseguir mais participantes, de preferência os
jovens.
Os jovens entrevistados todos concordam que a preservação do costume é o
ponto que os liga ao grupo e claro a amizade.
Resultado do questionário e observações:
O que mais chamou a atenção foi o número de participantes não descendentes
dos imigrantes originários. A grande maioria não é descendente de imigrantes que o
grupo representa, e afirma estar no grupo por simpatia aos costumes e danças do
folclore, pela amizade e principalmente pela união do grupo, como afirma uma
participante do grupo ítalo-brasileiro o que se verificou como uma característica em
todos os grupos estudados “Somos uma família, nos divertimos, nos ajudamos,
chamamos a atenção quando necessário, mais no final o objetivo é o mesmo, fazer
bonito nas apresentações e assim nos realizamos e continuamos...” A idéia é
simples, é um passatempo as pessoas vão por amizade, as pessoas se sente em
um grupo de amigos, onde os mais velhos ensinam os mais novos (recém
chegados) com disciplina e até mesmo hierarquia e ninguém é obrigado a ficar, nem
recebem dinheiro ao contrário, no grupo Wisla os participantes contribui
mensalmente e é o maior dos grupos em número de participantes e com muitos
jovens, “os pais preferem que os filhos fiquem aqui do que na rua” comenta o senhor
Elmar diretor do Wisla. Todos os participantes pesquisados comentam estar
participando simplesmente porque gostam do ambiente, mesmo tendo na hora do
ensaio uma atitude bastante rígida no que se refere aos dirigentes do grupo, “ tem
que ser rígido, para que saia tudo o mais perfeito possível, depois fica a satisfação
de fazer algo bem feito” comenta o senhor Elmar, que é de origem italiana e já
participou de vários grupos até mesmo italianos mas prefere o polonês. O que
ocorre é conseqüência da miscigenação da nossa população o que estabelece
uma particularidade, onde é possível um grupo polonês ter participantes
15
descendentes de italianos, brasileiros ou seja muitas misturas de descendências,
assim como o mesmo ocorre em outros grupos sem nenhum problema.
CADERNO PEDAGÓGICO – GRUPOS FOLCLÓRICO
(Objetivo: Reconhecer no meio em que vive a influencia da cultura dos povos imigrantes.)
Folclore quer dizer “sabedoria do povo”, ou seja, as formas de conhecimento da
população em relação à criação cultural dos grupos que compõem uma sociedade.
Entre as características que fazem parte das tradições culturais de um povo estão a
dança, a culinária, a música, as festas tradicionais, as lendas e superstições.
O folclore curitibano é caracterizado pela mescla de diversas culturas trazidas
pelos imigrantes que se estabeleceram na cidade durante o século XIX e XX. Dessa
forma, é possível encontrar em Curitiba grupos folclóricos das mais variadas
culturas, como a alemã, a polonesa, a italiana, a ucraniana, a boliviana, entre outras.
Atualmente, o município possui aproximadamente 16 grupos folclóricos que
resgatam, preservam e promovem as tradições e os costumes dos imigrantes que
chegaram na localidade. Entre as principais manifestações culturais praticadas por
esses grupos estão a dança, a música, o idioma e a vestimenta.
Aspectos de alguns grupos folclóricos:
Grupo folclórico Ítalo-Brasileiro Santa Felicidade – Fundado em 22 de agosto
de 1986, Surgiu de um grupo de pessoas da própria comunidade de Santa
Felicidade que se reunia nos finais de semana para conversar e matar a saudade da
sua terra natal, onde dançavam e cantavam músicas da sua região (Veneza). Hoje o
grupo possui 120 componentes e faz varias apresentações, com o objetivo de
divulgar a música, dança e trajes folclórica da Itália. Havendo sempre a preocupação
de respeitar a história e a característica de cada região da Itália, conhecimento este
que é transmitido aos seus integrantes como forma de criar um vínculo para as
pessoas que nem sempre possui origem italiana ou conhece os costumes locais da
dança. O grupo é unido principalmente pela amizade entre seus membros que vem
como uma forma prazerosa de participar e que se sentem recompensados ao
perceber o quanto as pessoas admiram suas apresentações.
16
Atualmente possui uma sede própria que fica localizada no bairro Santa
Felicidade.
O grupo folclórico Wisla – grupo folclórico polonês foi fundado 1928 pelo
professor Tadeusz Morozowicz, encerrado na época de Getúlio Vargas que proibiu
manifestações estrangeiras na época da segunda Guerra Mundial. Reorganizado em
1953, nos festejos do centenário do Paraná, e oficializado em 1960. Foi considerado
pelo governo polonês um dos mais autênticos grupos folclórico polonês, além
fronteira. Atualmente possui entorno de 100 componentes, sendo que nem todos
são de origem polonesa, até mesmo o diretor do grupo Senhor Elmar Guarizenão
não é descendente de polonês e sim italiano. O grupo faz varias apresentações pelo
Brasil e até no estrangeiro. A preocupação maior é de transmitir e manter a cultura
tradicional polonesa (dança, trajes e música) respeitando a história e as
características do folclore polonês. Manter e mostrar a cultura polonesa para a
sociedade atual e futura é o seu objetivo, sendo assim a grande preocupação em se
ter jovens, com objetivos de dar continuidade do grupo que através da amizade e ao
amor pelo que se faz se vem mantendo. Dos grupos estudados é o único que cobra
uma taxa mensal de seus participantes com objetivo de cobrir seus gastos de
manutenção, possui sede própria que foi cedida por sociedade local e restante de
sua renda vem de apresentações, no mês de julho está marcada uma viagem por
países do leste europeu.
Grupo Folclórico Grunewald – alemão. Fundado em 1987, surgiu da idéia dos
participantes do clube tradicionalmente alemão ( Duque de Caxias) com o objetivo
de divulgar a cultura tradicional alemã principalmente para as gerações mais jovens.
Hoje o grupo possui 15 componentes e seu objetivo é de transmitir a cultura alemã
(dança, música e trajes) para as pessoas e gerações mais jovens e de outras etnias.
A sede do grupo fica no clube Duque de Caxias que o mantém. Fundado por um
grupo de descendentes de colonos alemães que viviam na região do Bacacheri, no
entanto o grupo é composto por pessoas de varias etnias. Grunewald é o nome de
uma cidade próxima de Berlim e significa floresta Verde. Existe hoje no grupo grande
preocupação em manter as tradições da região relacionada ao folclore alemão
respeitando a origem dos trajes típicos e passos tradicionais. O que se percebe é
que o grupo se encontra hoje isolado e perdendo a possibilidade de se renovar, ou
seja, de adquirir novos membros para manter sua continuidade de divulgar a sua
cultura.
17
ATIVIDADE:
1. Procurar em sua família ou conhecidos, pessoas de origens de imigrantes
estrangeiros. Identifique-os: nome, idade, origem, cidade de origem e em que
época seus antepassados vieram para o Brasil.
2. No seu bairro possui alguma indicação da existência de povos imigrantes de
outros países? Quais, explique.
3. Procure pessoas que participem de algum grupo folclórico ou que já
participaram e solicite que respondam as seguintes perguntas:
a)Qual o grupo folclórico participa? E quanto tempo faz?
b)Quanto tempo o grupo existe?
c) O que as levaram a participar?
d)E se não mais pertencem ao grupo, porque saíram?
O resultado poucos alunos conheciam pessoas que participavam e os relatos
foi mais em relação de moradias e nomes de ruas que identificavam os imigrantes já
estudados ou outros. (Dados expostos no mural da escola).
Por fim foi promovido uma saída com o propósito de conhecer alguns pontos
turísticos que homenageiam os imigrantes em foco, o parque João Paulo II -
imigrantes poloneses, parque Alemão e a rua Manoel Ribas no bairro Santa
Felicidade – imigração italiana, onde visitaríamos o grupo folclórico Ítalo - brasileiro,
no dia 26 de novembro, um sábado, e seria cobrado cinco reais por aluno. No final
apenas seis alunos foram.
Relatos dos alunos; “Gostei muito do passeio, os que não foram perderam...”,“
Gostei muito, principalmente do grupo folclórico”, “ Gostei muito, não conhecia e nem
imaginava o que era um grupo folclórico e os parques, foi muito bom...”, foi o
comentários de uma maneira geral.
No dia 30 de novembro foi feito um mural no colégio onde foi exposto fotos de
casas, placas de nomes de ruas, relatos históricos do bairro e imigrantes e até
mesmo dos grupos folclóricos com seus históricos, ficou exposto por três dias,
muitos alunos e professores e comunidade ao ver e ler o painel de mostravam
satisfação e curiosidade.
18
1.2. Estudo da história dos Bairros
Em novembro o trabalho foi o texto II – História do bairros ( Boa Vista, Santa
Cândida e Bacacheri) localidades onde a grande maioria dos alunos residem. Muitos
demonstraram curiosidade e surpresos por não conhecer a história do bairro em que
vivem, os comentários foram de curiosidade como no caso da lenda da vaca “Cheri”
se é verdade ou não, e alguns confirmaram já conhecer a história através de
comentários de seus parentes.
Abaixo o resumo histórico dos bairros estudados repassado aos alunos.
BACACHERI
Em 1869, era criada na região a Colônia Argelina. A Colônia foi fundada a 5
quilômetros da capital, à margem da Estrada da graciosa, entre o Alto Cabral e o
Bacacheri. O núcleo argelino começou com 117 colonos que se dedicavam
basicamente à agricultura, sendo a maioria imigrantes franceses procedentes da
Argélia, motivo pelo qual foi dado o nome. Além de franceses, existiam alemães,
suíços, suecos, ingleses e posteriormente italianos. Pouco a pouco os colonos foram
mudando para outros locais, permanecendo apenas poucas famílias. Este núcleo
não prosperou devido à esterilidade da terra.
Em 1890 cinco jovens amigos da Escócia Phelipe Tod, Frederico Fowler,
James Good, R. Balster e Geroge JOSLIN, se estabeleceram em 1866 nos
arredores do Bacacheri, com residência e um armazém. Phelipe Tod e Frederico
Fowler, continuaram o empreendimento comercial conhecido por “Casa Tod”.
Parada quase obrigatória das pessoas que desciam para o litoral, que com a
utilização da estrada de ferro Curitiba-Paranaguá, perdeu muito movimento. Mais
tarde a propriedade já pertencendo apenas a Phelipe Fowlr viria ser conhecida como
“Parque Inglês”. Outros dois marcos do Bacacheri , nesta mesma época, eram a
“Cerâmica Colle” e a “Casa do Burro Bravo”, um marco histórico do Bairro.
Onde hoje é a Avenida Prefeito Erasto Gaertner, passava a antiga Estrada da
Graciosa.
No início do século XX a região já era muito conhecida em toda a cidade, com
vastos e extensos campos que dominavam o local, colonos trabalhavam a terra e
criavam gado, onde na região noroeste do bairro existia o Tanque do Bacacheri
19
(onde hoje se encontra o parque Bacacheri), ponto de encontro e lazer para
moradores de toda Curitiba.
A origem do nome Bacacheri é cercada por lendas curiosas, que são
reproduzidas de geração em geração, mas não possui comprovação histórica, mas a
origem oficial a palavra Bacacheri é tupi e significa rio pequeno em referencia ao Rio
Bacacheri que passa pelo bairro.
O bairro faz divisa com os bairros Tingüi, Bairro Alto, Jardim Social, Cabral e
Boa Vista.
BOA VISTA
Em 1880 chegava ao Paraná o imigrante italiano Ludovico Geronasso, que se
estabeleceu onde hoje se encontra o bairro Tarumã. Devido à abertura de uma
estrada que iria passar pelo meio de sua propriedade, Ludovico comprou, no ano de
1893, o sítio “Boa Vista”, que tinha uma área de 536 alqueres. Na época o sítio
estava situado no quarteirão do Ahú. A delimitação deste sítio, que mais tarde daria
origem ao bairro, ia muito além dos atuais limites, abrangendo inclusive uma parte
do atual Bacacheri.
Na primeira década do século XX, a região do bairro Boa Vista começava a
ganhar novas características. A terra, antes utilizada no cultivo de erva-mate, passou
a servir para o plantio de cereais e como pasto para a criação de animais. No
entanto, os moradores da região tinham dificuldades para se deslocar até o centro
da cidade, devido à falta de caminhos que fizessem as ligações das chácaras com
as principais vias de acesso ao centro.
Em 1915, a região do bairro Boa Vista, apresentava-se como um vasto campo,
cortado a leste pelo Rio Bacacheri, na época ainda com boa presença de mata
virgem. Fazia divisa com o Bacacheri, com a Colônia Abranches e com o mato
fechado da Barreirinha mais ao norte.
O bairro se originou do sítio que pertencia a família Geronasso, que foi sendo
loteada aos poucos, o crescimento do bairro começou com a abertura da Avenida
Paraná, que faz ligação do Bairro com o centro da cidade, com o bairro Santa
Cândida e o município de Colombo, na região Metropolitana de Curitiba e tem como
vizinhos os bairros Santa Cândida, Barreirinha, São Lourenço, Ahú, Cabral e
Bacacheri.
20
SANTA CÂNDIDA
Foi em agosto de 1875 que chegaram a Curitiba, vindos do Porto de Antuérpia
(Bélgica), 168 imigrantes poloneses, da região da Silésia, e 40 suíços de cultura
francesa os quais foram encaminhados à colônia de Santa Cândida, fundada pelo
presidente da província Adolpho lamenha Lins.
O nome Santa Cândida não surgiu da santa, mas da mulher de Lamenha Lins,
que deu o nome de sua esposa Cândida à colônia.
Uma das primeiras providências tomadas por Lamenha Lins foi a construção de
uma capela para os colonos.
Dividido com o município de Colombo, o Santa Cândida é habitado
principalmente por descendentes de poloneses e italianos.
A história do bairro começou com a chegada dos primeiros imigrantes
poloneses e italianos em 1875, o bairro é habitado por descendentes dos primeiros
imigrantes poloneses e italianos, o bairro cresceu mais ainda conserva
características da colonização, sendo ainda possível avistar, algumas lavouras de
hortaliças, cereais e da criação de vaca leiteiras. O bairro é conhecido como o bairro
dos cemitérios, são eles: Israelita, o municipal e o paroquial.
O bairro tem como vizinhos o Município de Colombo e os bairros Atuba, Tingüi,
Boa vista, Barreirinha e Cachoeira.
(JORNAL GAZETA DO POVO, 3 de maio de 1992.
FENIANOS, Eduardo Emílio. Coleção Bairros de Curitiba, Boa Vista v. 21; Bacacheri -Tingüi V. 19.
Boa Vista.
EEDECEAPE.ORG 11/04/11 10:37)
CONCLUSÃO: Após a leitura e debate foi solicitado aos alunos fazerem uma
pesquisa procurando a confirmação da história dos bairros, com fotos de imóveis
dos rios e até mesmo entrevistas com pessoas.
Alguns resultados foram expostos no mural da escola no final do trabalho.
1.3. História da Colonização do Paraná
Segundo o professor Ruy Christovam Wachowicz, no livro História do Paraná
(6ª edição, 1988), a história da colonização do Paraná em conseqüência das fases
históricas que condicionaram a colonização do território, podem ser divididas em três
áreas histórico-culturais.
21
A primeira área corresponde ao que chamamos de Paraná Tradicional. Este
Paraná iniciou sua história no século XVII, com a descoberta do primeiro ouro
encontrado pelos portugueses no Brasil; Iguape, Cananáia, Paranaguá, Curitiba. A
sociedade aurífera que se formou na região não prosperou o suficiente, pois o ouro
encontrado não correspondia as expectativas. Sobraram dessa primeira fase alguns
núcleos populacionais esparsos, tanto no litoral como no planalto de Curitiba.
No século XVIII, com o surgimento do caminho de tropas Sorocaba-Viamão,
teve início a ocupação dos campos Gerais. O criatório e o tropeirismo promoveram
uma recuperação econômica da região que seria futuramente o Paraná. Foi esta
sociedade, que tinha base em Paranaguá (litoral), Curitiba (1º planalto) e Campos
Gerais, que promoveu na primeira parte do século XIX a ocupação dos Campos de
Guarapuava e Palmas. Essa população dos Campos Gerais recebiam forte
influência paulista e riograndense.
Do ponto de vista humano, esta área cultural do estado abrangeu até
meados do século XIX o tradicional tripé brasileiro: o português, o negro e o índio.
No século XIX, esta área recebeu influência de numerosas correntes
imigratórias: alemães, poloneses, italianos, ucranianos, sírio-libaneses, austríacos,
franceses, ingleses, holandeses etc. Que promoveram uma substancial
transformação na sociedade. Os alemães influenciaram mais no quadro urbano e os
poloneses no rural.
A criação da Província do Paraná em 1853, somente foi possível graças à
economia do criatório nas regiões de Campos Gerais, Guarapuava e Palmas. A
exploração da erva-mate, árvore nativa da região, foi outra base econômica para o
surgimento da Província.
A segunda área cultural do Estado corresponde ao Norte do Paraná,
também chamado “norte velho” ou “norte pioneiro” teve o início da sua colonização
por volta da década de 1840.
Fazendeiros mineiros, proprietários de latifúndio decadentes, lançaram-se
também ao tropeirismo. Foram os primeiros a penetrarem no que se convencionou
chamar de “norte velho” e vieram povoar a região entre o Itararé e o rio das Cinzas.
Após os mineiros, penetraram também os paulistas, os próprios
paranaenses, japoneses, italianos, sírio-libaneses etc.. A agricultura de subsistência
e a exploração da imensa floresta subtropical foi seu primeiro incentivo econômico.
22
O café tornou-se economicamente viável apenas nos últimos anos do século XIX e
início do século XX, por falta de estradas para escoar a safra.
Desde 1925 foi iniciada a compra de terras no norte do Paraná para serem
divididas, preparadas para ocupação, ligadas às áreas viárias existentes. Teve início
movimentos de ocupação mais organizados e planejados de modo racional. Desde
então, foi adquirida uma área contínua que corresponde à décima-sexta parte da
área total do Estado, propiciada a vinda de colonos em grande número, não só
nacionais como estrangeiros, e planejada a edificação de cidades (Maringá,1947;
Cianorte, 1953; Umuarama, 1955), não muito longe de Londrina, 1930.
Foi a partir da década de 1930 que uma imensa área do norte velho foi
vendida ao migrante brasileiro, preferencialmente mineiro e paulista, pelos ingleses
da Paraná Plantation.
A ocupação do norte foi fruto, em grande parte, da expansão da frente
produtora de café que, depois de ocupar o norte propriamente dito (Jacarezinho,
Cornélio Procópio, Londrina, Apucarana, Maringá, Cianorte, Umuarama, Paranavaí
etc.) ocupou a região oeste (Terra Roxa, Assis Chateaubriand, Nova Aurora,
Jesuítas, Formosa do Oeste, entre outras).
A terceira área histórico-cultural originou se após meados da década de
1950. Uma nova frente pioneira penetrou em território paranaense. Chegava ao
Paraná estimulada pelos problemas com mão de obra agrícola no Rio Grande do Sul
e santa Catarina, chamada de “frente sulista”, ocupando a maior parte do sudoeste e
parte do oeste paranaense. De menor intensidade do que a “nortista”, os imigrantes
oriundos desta frente de colonização fundaram e se estabeleceram em importantes
núcleos no sudoeste e oeste do Estado: Francisco Beltrão, Dois Vizinhos, Santo
Antônio do Sudoeste, Medianeira, Sta. Helena, Toledo, Marechal Cândido Rondon
entre outros.
ATIVIDADE:
1. Procure no mapa político do Paraná as cidades citadas no texto e divida no mapa
as três áreas histórico-culturais da colonização do Estado.
2. Faça uma pesquisa em sua família e vizinhos e tente encontrar pessoas que
relatem uma história(s) que possam ser identificado dentro do contexto do texto.
Escreva o relato.
23
3. Procure relacionar o texto da história do Paraná com a história do Brasil e a do
Mundo.
O estudo foi feito com alunos dos 9ª anos do ensino fundamental, 2ª ano e 3ª
ano do ensino médio dando um total 120 alunos.
A realização do trabalho teve como a maior dificuldade, a pesquisa a ser
realizada na família que alem de separada geograficamente não demonstra
interesse de preservar as suas histórias, no entanto foi possível a um bom número
de alunos localizarem e conhecerem a história de parte de seus antepassados (não
ultrapassando a segunda geração antes deles) e suas etnias e costumes.
Observou se que a grande maioria dos alunos não conhecia ou não tinham como
reconhecer os seus antecessores, por só ter conhecimento de seus familiares até no
máximo 2ª geração antes deles (avós), mesmo assim foi considerado satisfatório o
número de alunos que conseguiram identificara as suas etnias, que na maioria era
europeia, sendo que maioria eram descendentes de italianos e poloneses, explicado
pela colonização da região, e em menor número alemã, ucranianos e outros, com
uma minoria negra sendo que apenas dois alunos se posicionaram como negros e
um aluno com descendência indígena mais próxima, percebe se que muitos quando
possui miscigenação com os negros e indígenas estes se encontra gerações
distantes e já miscigenados com os europeus. Nenhum aluno conhecia ou pertencia
a um grupo folclórico, e todos apresentavam desinteresse em conhecer e divulgar os
folclores dos grupos folclóricos.
Na segunda etapa do trabalho, que consistia em localizar as três frentes
históricas-culturais que ocuparam e colonizaram o Paraná, conforme o professor Dr.
Christovam Wachowicz, afirma em seu livro História do Paraná de 1988,6ª
edição,página 271, identificando os municípios atuais que se localizam nestas áreas,
os alunos trabalharam com dois mapas,um com as divisões política atuais do Paraná
sem identificação dos municípios, por ser inviável a leitura dos nomes dos mesmos,
para melhor localização foi utilizado a sala de informática, onde os alunos puderam
localizar os municípios e até mesmo visualiza-los através do Google maps, e assim
comparar as histórias de suas famílias, com a do texto histórico.
A participação dos alunos foi muito boa, e de um modo geral conseguiram
realizar a tarefa com êxito e com o entendimento do propósito do trabalho, e os que
24
possuíam informações da história da família, todos confirmaram a veracidade dos
fatos, os comentários feitos no grupo em sala de aula, foi muito positivo e o espanto
foi geral quando observaram a veracidade da história.
Durante o período de aplicação das atividades foram feitas coletas de materiais
como fotografias de moradias que demonstram as influencias étnicas na
região,placas de nomes de ruas, e fotos que mostram as modificações ocorridas na
região com o passar dos anos. Abaixo fotos com parte do mural exposto no Colégio
Estadual Papa João Paulo I. E visita feita pelos alunos ao grupo folclórico Ítolo-
brasileiro Santa Felicidade e aos parques João Paulo II – homenagem aos
poloneses e ao parque Alemão, ambos localizados em Curitiba.
1.4. Resultados finais.
Os alunos a princípio não gostão da proposta da professora, que na sua
opinião; “vai dar trabalho”, não faz parte de sua rotina, é cômodo esperar sentado o
professor entregar um texto já com as perguntas prontas, onde ele vai procurar as
resposta de forma passiva, normalmente vem a pergunta durante os trabalhos
“professora a resposta é daqui até aqui?”, eles resistem a ir pesquisar e procurar os
elementos históricos sugeridos. E a resistência é até mesmo da família, - Professora,
minha mãe nem sabe, eu terei que perguntar para meus avós? Procurar objetos em
casa ou verificar a arquitetura e estilo das pinturas das casas, e origem dos nomes
das ruas: “ da trabalho, professora!” “ eu não tenho nada em casa”, “não sei nada
dos meus parentes”, “não consigo falar com meus pais”, “não tem nada de diferente
na minha rua” e assim vai, existe uma forte resistência, no entanto quando ele
percebe que pode comparar e até mesmo comprovar a veracidade da história,
através da pesquisa feita por ele, através da experiência vivida por pessoas
próximas a eles, ou mesmo observando melhor o local em que mora, eles vem
animados, contando e tentando a confirmação das suas descobertas. Observa se
nos olhos deles uma luz, finalmente parecem entender não somente a história como
o valor da mesma, a realidade que livro nenhum pode oferecer, o reconhecer em seu
dia a dia a história do livro ou texto parece ser supri endente para o aluno, -
Professora, o que minha avó contou, é bem isso mesmo! Uma novidade que ainda
não tinha vivenciado em sala de aula, alunos trocando fotos objetos e até mesmo
falando de particularidades de suas famílias, alguns que até então não
25
demonstravam interesse começam a falar e finalmente a sala toda, parece falar do
mesmo assunto.
A comunidade escolar a princípio demonstraram surpresos com o trabalho e
dentro do que foi possível ajudaram, até mesmo com ajuda financeira, com a
disposição de encontrar condução para levar os alunos aos locais sugeridos,como
os grupos folclóricos e a visitação aos parques em homenagens aos imigrantes e
depois até pagamento da gasolina dos automóveis que acabaram sendo usados.
O trabalho final foi a exposição no mural de algumas fotos dos materiais
encontrados e exposição de objetos,alguns alunos participantes explicavam para os
interessados durante o recreio,para tomarem conhecimento de todo o trabalho,os
comentários foram muito positivos, muitos ficaram surpresos com os resultados e
parabenizaram pela iniciativa e apresentação.
Os próprios participantes dos grupos folclóricos que tão bem me receberão
parando de fazer suas obrigações para me atender e depois aos alunos,
incentivando e os animando a participar das danças, contando as histórias do grupo
e explicado a origem e o porquê de suas danças e trajes típicos, todos saem
maravilhados e com vontade de voltar.
Apesar de não ter sido fácil, com pequenas dificuldades como, tempo hábil
para aplicação do trabalho, acredito que o trabalho proposto deveria ter um prazo de
pelo menos um ano letivo completo para sua execução e não somente quatro meses
como os que tivemos de tempo, espaço (falta de sala de aula apropriada par reunir o
grupo para estudo|) e até mesmo do pouco caso dos alunos, nãofoi fácil convence
os que seriam capazes de executar as tarefas, o resultado foi bem melhor do que
esperado, muitos dos que não participaram vieram justificar se, mesmo sem
cobrança. O mais gratificante foi perceber em todos envolvidos a compreensão dos
conceitos históricos envolvidos, e o prazer em ter participado, orgulhosos do
resultado final, como foi o mural.
26
Figuras
Figura 1: foto de parte do painel exposto no Col. Est. Papa João Paulo I.
Figura 3: visita ao parque do alemão - homenagem a colonização Alemã.
27
4. CONCLUSÃO
A o se estudar a respeito de metodologias da matéria de história, é frequente
encontrar sugestões relacionadas à elaboração de atividades que possibilite ao
aluno tornar se um pesquisador, para que possa se apropriar não só do
conhecimento dentro de um contexto mais abrangente, como também obter um
raciocínio critico de sua sociedade.
Fazendo parte do conhecimento histórico, no que diz respeito aos
procedimentos que lhe são próprios, a ampliação do conceito de fontes históricas,
que podem ser trabalhadas pelos alunos, como documentos oficiais, textos de
épocas e atuais, mapas, ilustrações, fotografias, poemas, letras de músicas,
literaturas, relatos de viajantes e de pessoas que de alguma forma viveram o
acontecimento em foco, são apenas algumas sugestões de muitas outras que
poderíamos aqui relacionar.
Fazer o aluno perceber a complexidade das relações sociais presentes no
cotidiano e na organização social mais ampla implica indagar qual o lugar que o
indivíduo ocupa na história e como são construídas as identidades pessoais e
sociais, em um determinado período. Assim sendo é importante mostrar aos alunos
que a história não é o resultado apenas dos heróis ou de personagens ilustres, que
muitas vezes são fabricados pelos interesses de um grupo dominante, mas também
de ações conscientes e até inconsciente de pessoas comuns que contribuíram com
a nossa sociedade, Individualmente ou coletivamente e assim sendo fazem parte da
história.
Os conteúdos ministrados pela matéria de história e suas relações como
ensino vivenciado na escola levam ao aprimoramento de atitudes e valores
imprescindíveis para o exercício do conhecimento autônomo e crítico; respeito às
diferenças culturais, étnicas, religiosas, políticas, evitando qualquer tipo de
discriminação; buscando evitar conflitos sociais.
No Estado do Paraná, temos umas das mais ricas misturas étnicas do Brasil,
sua população é composta desde povos naturais da terra, como os africanos que
vieram como escravos e outros já após o fim da escravatura, imigrantes de outras
partes do mundo e não esquecendo os migrantes de todas as regiões do país. Seu
folclore é tão rico que muitas vezes se confunde com de outros estados brasileiros,
28
como então não aproveita-lo! Os grupos folclóricos podem ser usados como fontes
histórias, eles mantém viva a história dos povos que representam, podem e devem
ser fonte de estudo, e ao mesmo tempo estes grupos necessitam de divulgação para
poderem permanecer existindo, falta hoje, recursos financeiros, de divulgação dos
seus trabalhos e até novos participantes.
Através deste trabalho, que consiste em propiciar aos alunos, um trabalho
voltado a pesquisa e ao estudo das etnias e seus legados a colonização do Paraná,
através principalmente de sua família e após com estudos de campo como os
grupos folclóricos, percebemos o quanto é importante incentivar o conhecimento de
sobre a sua famílias. A grande maioria dos alunos não si interessam, por esses
assuntos, como também não valorizam seus descendentes como a si próprios.
O resultado foi muito positivo, alunos tiveram de rever os seus valores e
conhecimentos, entrevistar pessoas que participavam de forma gentil, para o
espanto dos alunos, e os relatos foram mais em relação às histórias das moradias e
nomes de ruas e mudanças no bairro. (Dados expostos no mural da escola.)
Por fim foi promovido uma saída com o propósito de conhecer alguns pontos
turísticos que homenageiam os imigrantes em foco, o parque João Paulo II -
imigrantes poloneses, parque Alemão e a avenida Manoel Ribas no bairro Santa
Felicidade – imigração italiana, onde visitaríamos o grupo folclórico Ítalo - brasileiro,
no dia 26 de novembro, um sábado, e seria cobrado cinco reais por aluno. No final
apenas seis alunos foram.
Relatos dos alunos; “Gostei muito do passeio, os que não foram
perderam...”, “ Gostei muito, principalmente do grupo folclórico”, “ Gostei muito, não
conhecia e nem imaginava o que era um grupo folclórico e os parques, foi muito
bom...”, foi o comentários de uma maneira geral.
No dia 30 de novembro foi feito um mural no pátio interno do colégio onde foi
exposto fotos de casas, placas de nomes de ruas, relatos históricos do bairro e
imigrantes e até mesmo dos grupos folclóricos com seus históricos, ficou exposto
por três dias, muitos alunos e professores e comunidade ao ver e ler o painel de
mostravam satisfação e curiosidade.
O trabalho teve alguns em previstos que prejudicaram sua execução, como
falta de local para os encontros com os alunos, faltou tempo hábil para as tarefas
propostas, horários dos grupos folclóricos não eram compatíveis com os dos alunos,
falta de condução a necessidade de cobrar dos alunos o valor necessário para as
29
conduções, além da dificuldade em convencer os alunos que seriam capazes de
executar as atividades solicitas. Os alunos que participaram de todas as atividades
demonstraram mudança na sua forma de pensar, com vontade de conhecer melhor
e de participar de grupos folclóricos, da forma como percebiam a história e
principalmente passaram a ver a sua sociedade e comunidade como parte da
história.
Resgatar e valorizar a história das “massas” é uma forma de aproximar os
nossos alunos dos conteúdos formais, promover a participação dos nossos alunos
em atividades que os levem testemunhar os fatos históricos, comprovou o trabalho
executado, não só ser possível com também obter resultados satisfatórios e para
tanto o que temos que fazer é promover essas oportunidades. È o que o presente
trabalho propõe.
Muito tem que ser melhorado e adequado, como o tempo de trabalho, o
controle das pesquisas étnicas que poderia ter sido mais ampla em forma de
estatística, mais encontros com os grupos folclóricos e pesquisa de campo de um
modo geral e outros que com certeza aparecerão. No entanto o trabalho serviu como
uma experiência extraordinária e certamente pode ser continuado e até considerado
uma referência para novas pesquisas.
30
5. REFERÊNCIAS:
- CAETANO, marcos Fassina, José Mauro. História do Paraná. Foz do
Iguaçu:J.M.Palhares,2005.
- Cadernos Paraná da gente. ESTAS POPULARES DO PARANÁ; LENDAS E
CONTOS. Secretaria de Estado do Paraná.
- HORTA,Carlos Felipe de Melo Marques(coord.),O Grande livro do
Folclore. Belo Horizonte:ed. Leitura,2000.
- JUNIOR, ÁLVARO BORGES E TEXTOS DE INANI CUSTÓDIO PINTO.
RESGATES DO FOLCLORE PARANAENSE . - KARNAL,Leandro,(org).HISTÓRIA NA SALA DE AULA: Conceitos,práticas e
propostas. 4 ed.São Paulo:contexto, 2005.
- LINHARES,Temístocles,1905-1993.Paraná Vivo:um retrato sem retoques.
Ilustrado Poty.Curitiba:Imprensa Oficial,2000. - NADALIN, Sérgio Odilon. Paraná: Ocupação do território, população e migração.Curitiba: SEED,2001. - PINTO, INANI CUSTÓDIO, organizadores Zélia Maria Bonamigo, Jorge Antonio de Queiroz e Silva- Folclore do Paraná. Curitiba:secretária de Estado da Cultura,2006. - RESENDE, Cláudio Joaquim, Rita Inocêcio Triches. PARANÁ ESPAÇO E MEMÓRIA:diversos olhares históricos- geográficos/ autores Scortegagna...[et al.] ;organizadores. Curitiba: Editora Bagozzi,2005.
- SCHMIDT,Maria Auxiliadora M. S..HISTÓRIA DO COTIDIANO PARANAENSE/ Orientação de pesquisa e texto final: Maria Auxiliadora M. S. Schmidt. Curitiba:Letraviva,1996.
- WACHOWICZ,Ruy Christowam.História do Paraná.6ª ediçã ampliada Curitiba:Editora Gráfica Vicentina Ltda.,2988.