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Conscientização da comunidade escolar acerca do câncer colorretal:
trabalho realizado em Feira de Conhecimento
Jakeline da Silva Calixto (PDE-SEED/UEM)
Resumo: Este trabalho de caráter bibliográfico e de campo foca as orientações de prevenção
do câncer colorretal, uma vez que estes conhecimentos contribuirão para a conscientização
sobre as possíveis causas desta doença se fazendo, portanto, imprescindíveis para a melhoria
de qualidade de vida das pessoas. Por meio de pesquisa e observações de materiais, bem como
de visitas ao Centro Regional de Especialidades, os alunos desenvolveram folders de
conscientização sobre a doença, sua detecção e prevenção. Partiu-se do pressuposto de que a
conscientização somente acontece aliada ao conhecimento significativo, que ao passar pela
experiência se amplia, enriquece o espírito e dá significação mais profunda à vida. Para
fundamentação teórica sobre o assunto recorreu-se a publicações de SHILS, PIERCE, HABR-
GAMA, que nos ampliam o entendimento sobre a Prevenção do Câncer colorretal. Este
estudo se justifica por ampliar conhecimentos e divulgar as formas de prevenção do Câncer
colorretal contribuindo para a melhoria e qualidade de vida dos sujeitos envolvidos
diretamente e os próximos a eles. Servindo para a participação dos alunos em Feira de
Conhecimento, sendo esta um instrumento para o ensino de ciências de forma interativa, onde
o aluno participa da construção do conhecimento através da busca, interpretação, reflexão e
aproximação com a sociedade.
Palavras-chave: Prevenção de Câncer colorretal. Feira de Conhecimento. Estilo de vida.
1- Considerações Iniciais
Com o aumento da expectativa de vida do povo brasileiro as neoplasias vêm ganhando
maior destaque no perfil de mortalidade do país, ocupando segundo lugar como causa de óbito
(INCA, 2003). Muitas dessas mortes poderiam ser evitadas, principalmente no que se refere
ao câncer do cólon e reto, uma vez que o histórico do desenvolvimento dessa neoplasia revela
condições ideais à sua prevenção e detecção precoce.
As estimativas no Brasil para o ano de 2006 apontaram para o surgimento de 25.000
novos casos de câncer de cólon-reto. Já para 2008 e 2009, o INCA aponta que serão 26.990
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novos casos. Segundo o Instituo Nacional de Câncer, pelo menos um terço destes poderiam
ser prevenidos, uma vez que “o câncer é uma doença do DNA, e alterações genéticas são
essenciais para o seu desenvolvimento, sendo causadas por múltiplos fatores. No entanto,
componentes da dieta podem ter apreciável influência sobre o desenvolvimento do câncer”.
(SUGIMURA; WAKABAYASHI, 2003: p. 1341).
“Com relação ao câncer de cólon não era uma causa comum de morte até
recentemente, a expectativa de vida aumentou e a dieta se modificou, passando de uma
alimentação rica em grãos e vegetais a uma que enfatiza cada vez mais as carnes e grandes
quantidades de gorduras” (WEINBERG, 2000: p. 75). Aliado à mudança da alimentação
aparece a inatividade física - sedentarismo - que se manifesta por questões como a falta de
tempo ou de espaço adequado para a prática regular de atividades físicas, sendo freqüente em
sociedades industrializadas, constituindo elementos favoráveis ao surgimento do câncer de
cólon e reto.
Vários mecanismos são usados para explicar o fator benéfico da atividade física na
prevenção do câncer de intestino, dentre estas se destaca: o aumento da motilidade do
intestino, reduzindo o tempo de trânsito intestinal, e assim diminuindo o tempo de contato da
mucosa com agentes carcinógenos; influência sobre o sistema imunológico em que “o
mecanismo seria o aumento na produção de interferon, que pode manter estimuladas as
células NK (natural Killers) fundamentais na luta imunológica antitumoral, no processo de
metástases e infecções virais” (LESER; SOARES, 2001: p.137); regulação de radicais livres.
Com relação ao câncer de intestino destacam-se alguns fatores de risco, como: idade
superior a 50 anos, sendo que a maior incidência ocorre na faixa etária entre 50 e 70 anos,
com risco aumentado a partir dos 40 anos; história de parentes de primeiro grau com câncer
de intestino diagnosticado antes dos 60 anos de idade; algumas condições hereditárias, como a
polipose adenomatosa familiar e o câncer colorretal hereditário sem polipose; doença
inflamatória crônica do intestino: colite ulcerativa ou doença de Crohn; fatores
ambientaisomo consumo excessivo de bebidas alcoólicas; ingestão excessiva de carnes
vermelhas e gorduras animal; tabagismo; obesidade.
“Mundialmente, em cada ano ocorre cerca de 945 mil casos novos de câncer que
acometem o cólon e o reto” (CASCAIS et al., 2007: p.164), dados como este apontam que
providências precisam ser tomadas pois trata-se de um problema de saúde pública, e sendo
assim, vários seguimentos da sociedade podem e devem participar de ações que visem
diminuir essas estatísticas.
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A escola é um “espaço” onde é pertinente a divulgação de conhecimentos científicos,
neste caso, especificamente objetivando em primeiro lugar o esclarecimento de fatores de
risco que predispõem esse tipo de doença e em segundo lugar detecção precoce de pólipos em
fases iniciais, as quais não são cancerígenas, incentivando o diagnóstico em tempo hábil para
que através do conhecimento pessoas que se enquadram em algum dos fatores de risco,
busquem orientação médica, rompendo com o senso comum de geralmente procurar os
serviços de saúde somente quando sentir alguma dor ou mal estar.
A detecção precoce pode ser feita através de rastreamento com a pesquisa de sangue
oculto nas fezes, seguida de colonoscopia, que é um método “padrão-ouro para o diagnóstico
precoce e prevenção de câncer colo-retal. A polipectomia endoscópica reduz a incidência do
CCR de até 90% e de morte de até 100%” (HABR-GAMA, 2005: p. 3).
A partir desses dados fica claro que a divulgação de prevenção e a detecção precoce
constituem-se em um esforço para reduzir o número de novos casos de câncer de intestino.
2- Uma análise do desempenho de alunos e professores, do ensino fundamental e médio,
na produção de trabalhos para uma Feira de Conhecimento
O presente trabalho apresenta o relato e análise de uma experiência vivenciada no
Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de Paranavaí, envolvendo a
orientação de uma equipe de alunos, visando o desenvolvimento de um trabalho para uma
Feira de Conhecimento. Para o desenvolvimento do trabalho foi adotada uma metodologia
constituída pelas seguintes etapas:
2.1 - Consulta às diretrizes curriculares de ciências de 5ª a 8ª séries
Partindo-se da premissa de que os temas dos trabalhos desenvolvidos para uma Feira
de Conhecimento devem estar em sintonia com o currículo proposto pelo estado do Paraná,
devendo, portanto, representar um caminho para que se amplie a aquisição de conhecimentos,
bem como sua socialização com a comunidade em que a escola está inserida (MIRANDA
NETO et al, 2008), a primeira etapa do trabalho consistiu em uma consulta às Diretrizes
Curriculares de Ciências para a Educação Básica (SEED, 2006) em vigor no ano de 2007, que
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traz como conteúdos estruturantes: Corpo Humano e Saúde; Ambiente; Matéria e Energia e
Tecnologia.
Contudo, as diretrizes não trazem uma listagem de conteúdos específicos para cada
série. Enfatizam a necessidade de articulação dos conteúdos específicos em contraposição à
fragmentação do processo pedagógico. Destacam que, tão importante como selecionar
conteúdos é a escolha de estratégias pedagógicas adequadas à mediação do professor, focando
a aprendizagem significativa através de: atividades experimentais; divulgação científica;
contextualização do conteúdo; interdisciplinaridade; leitura científica; trabalho em grupo.
Dentre estas atividades, as DCE’s apontam as feiras como um espaço de pertinência
pedagógica. Pertinência esta tanto para os alunos que se apropriaram do conhecimento e o
estão socializando, como para o visitante, que tem nelas mais um local de aprendizagem.
2.2- Análise das condições para efetivação da Feira de Conhecimento
É importante ressaltar que no Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e
Adultos de Paranavaí nunca havia sido realizada uma Feira de Conhecimento, pois os
professores, equipe pedagógica e direção tinham um consenso das dificuldades para tal
realização, uma vez que em quase sua totalidade o alunado é composto por adultos atuantes
no mercado do trabalho, e, portanto, as questões do tempo disponível para pesquisas e
montagem de materiais seriam obstáculos de difícil transposição para a realização da mesma.
Uma das especificidades dessa modalidade de Educação de Jovens e Adultos é que o
aluno tem a obrigatoriedade em cumprir carga horária específica em cada disciplina, mas a
freqüência diária não é obrigatória e o próprio aluno decide em quais dias poderá freqüentar a
escola.
Sendo o tema Feira de Conhecimento o norteador da implementação da proposta de
trabalho na escola, decidiu-se levar ao conhecimento e avaliação dos professores, equipe
pedagógica e direção a proposta de sua realização.
Quinzenalmente ocorre no CEEBJA de Paranavaí uma reunião pedagógica e esse
momento coletivo foi utilizado para levar a proposta de realização da Feira de Conhecimento
para ser analisada por todos, sendo esclarecido sobre o objetivo da realização da Feira, por se
tratar de uma atividade pedagógica e cultural, onde existe o envolvimento de alunos,
professores, equipe pedagógica, serviço de apoio, direção e comunidade.
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Uma Feira de Conhecimento constitui-se em um evento onde não apenas se divulga o
conhecimento produzido na escola, mas se trata de um momento de elaboração precioso no
processo de construção do conhecimento por parte tanto de alunos como de professores,
contribuindo de forma efetiva e abrangente neste papel social da escola.
Mancuso (2000) identificou três fases distintas ao longo da realização das Feiras de Ciências no Brasil. Segundo ele, as primeiras feiras tinham como objetivo familiarizar os alunos e a comunidade escolar com os materiais de laboratório, pouco acessíveis na época, bem como promover o avanço do conhecimento cientifico. A segunda fase marcou a utilização de aparelhos de laboratório, em atividades demonstrativas, fundamentadas basicamente nos conteúdos de livros-texto de ciências. E a terceira fase revela o caráter investigativo dos trabalhos, com a participação efetiva dos alunos na elaboração das pesquisas (MANCUSO, 2000 apud FARIAS, 2006: p. 37).
A participação em uma Feira requer dos alunos envolvimento, sistematização e
produção de conhecimentos, onde “decorar” para repetir não é eficaz, possibilitando troca de
idéias, trabalho cooperativo, utilização da capacidade criativa e assim possibilitando análise
das implicações sociais da divulgação de alguns conhecimentos científicos, havendo a
necessidade de conhecer para poder construir o que se pretende.
Considerando a natureza dinâmica do processo educativo como uma oportunidade
para desestímulo à passividade, memorização, falta de vínculo com a realidade, participar
efetivamente de uma Feira propicia ao alunado inúmeras situações por eles vivenciadas,
pensando, analisando, descobrindo e estruturando novos pensamentos, e dessa forma
contribuindo para aumentar a compreensão do mundo em que vivem.
Assim, o conhecimento das ciências é utilizado para romper com o senso comum, e
não sendo os alunos apenas receptores de conceitos científicos,
espera-se uma superação do que o estudante já possui de conhecimentos alternativos, rompendo com obstáculos conceituais e adquirindo maiores condições de estabelecer relações conceituais, interdisciplinares e contextuais, de saber utilizar uma linguagem que permita comunicar-se com o outro e que possa fazer da aprendizagem dos conceitos científicos algo significativo no seu cotidiano (Diretrizes Curriculares de Ciências para o Ensino Fundamental, 2008: p.25).
Na explanação sobre Feira de Conhecimento, alguns participantes da reunião
expuseram suas preocupações com relação ao tempo para execução, aceitação por parte dos
alunos e também a questão financeira para concretização do projeto. Foi um debate
interessante, pois todos tinham as mesmas preocupações, mas se chegou ao consenso de que
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seria interessante vivenciar essa prática pedagógica, uma vez que ela se destina a aluno,
professor e comunidade escolar.
2.3- Organização do grupo de alunos
No final do mês de março de 2007, para formação da equipe que participaria do
projeto, foi feito o convite aos alunos do período da tarde e noite, matriculados na disciplina
de Ciências, Fase II do Ensino Fundamental. Na oportunidade foi esclarecido que haveria a
necessidade de alguns encontros e que estes poderiam ocorrer em horário diferente daquele
que habitualmente estariam nas aulas de Ciências. Esse fator tornou-se limitante para vários
alunos(as) que gostariam de participar, mas que não possuíam disponibilidade de horários em
contra-turno, ou mesmo em participar das aulas em dias determinados.
Quatro alunas do período da tarde se interessaram em participar do projeto sobre
Prevenção de câncer colorretal. Com a equipe formada, o primeiro contato foi a aplicação de
um pré-teste para as alunas que participaram do projeto, com o objetivo de avaliar a
expectativa e se já haviam participado de um evento como a Feira do Conhecimento. O
questionário era composto por duas perguntas: 1- Você já participou de uma Feira de
Conhecimento? 2- Qual sua expectativa em relação ao trabalho a ser desenvolvido para
exposição/participação na Feira “Com Ciência” de 2007?
Em relação à participação anterior em uma Feira de Conhecimento, as quatro alunas
responderam que nunca haviam participado e, quanto a suas expectativas, disseram acreditar
que iriam aumentar seu nível de conhecimento e também adquirir novas experiências. A partir
das respostas ficou claro que elas tinham a intenção de aprender.
Esse primeiro diálogo deixou claro que as informações que possuíam do tema tinham
se originado de suas interações com o cotidiano, mas que não possuíam nenhum saber
elaborado sobre o assunto. Houve certa insegurança por parte das alunas se aprenderiam o
tema de maneira satisfatória, para poder socializar com outros alunos/visitantes que estariam
na Feira uma vez que a participação em um evento como este é uma oportunidade de
tratamento didático diferenciado da aprendizagem, sendo necessário ensinar o que se
aprendeu realmente, não apenas reproduzindo o que foi memorizado.
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2.4- Construção teórica do tema pelas alunas
A partir desse contato houve distribuição de textos que dariam suporte teórico para
elaboração do trabalho, muitos desses textos contidos na revista Brasileira de
Coloproctologia, disponível em http://www.sbcp.otg.br/revista; na Associação Brasileira de
Prevenção do Câncer de Intestino – ABRAPRECI, disponível em
http://www.combateaocancer.org.br e no material Falando sobre Câncer de Intestino do
Programa Nacional de Prevenção do Câncer- INCA/2003.
Foram realizados encontros semanais (duas vezes por semana) nos meses de maio e
junho de 2007 para orientação sobre a forma de se resumir e fichar textos técnicos científicos,
bem como debates e esclarecimento de dúvidas que surgiram sobre o tema. À medida que se
apropriaram de conhecimentos relacionados ao câncer de intestino, as alunas começaram uma
investigação para saber se em Paranavaí havia alguma associação para pessoas ostomizadas.
Esse foi um momento importante, pois a relação do conhecimento científico com a realidade
social começou a manifestar-se.
Como a realidade nem sempre é evidente, houve a necessidade de buscar informações
mais concretas sobre a real situação dos portadores de câncer de intestino no município de
Paranavaí. Para isso, foram feitas visitas ao Centro Regional de Especialidade - CRE de
Paranavaí. A partir das informações colhidas junto a esse órgão foi constatado que não há
associação de ostomizados em Paranavaí, mas que no setor de Assistência Social desta
instituição são distribuídas bolsas de colostomia para pessoas que necessitam.
Foi informado, ainda, que, através de um convênio do Sistema Único de Saúde - SUS,
o governo Federal mantém o projeto Ortese e Prótese, onde pessoas cadastradas recebem seis
bolsas de colostomia por mês. Estas bolsas chegam a custar por unidade até R$ 33,00, sendo,
portanto, essencial o amparo de programas governamentais.
O CRE realiza mensalmente uma reunião para os ostomizados ou familiares que
auxiliam pessoas ostomizadas, possuindo uma parceria com a Universidade Paranaense –
UNIPAR, Campus de Paranavaí, onde acadêmicos do curso de nutrição e enfermagem
prestam esclarecimento quanto à nutrição e cuidados com a higienização do ostoma.
As alunas participaram de duas dessas reuniões e, em uma delas, tiveram a
oportunidade de assistir à troca de bolsa de colostomia. A partir dessa visita e com
compreensão da situação real dos pacientes ostomizados, novos debates se iniciaram, agora
com ênfase nas condições psicológicas, econômicas e sociais destes pacientes. Nesse
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momento a relevância social da elaboração e divulgação de material visando divulgar medidas
preventivas para o câncer de intestino ficou consolidada entre as alunas.
2.5- Elaboração de material de divulgação
Para Pedro Demo, “quem pesquisa tem o que comunicar. Quem não pesquisa apenas
reproduz ou apenas escuta. Quem pesquisa é capaz de produzir instrumentos e procedimentos
de comunicação. Quem não pesquisa assiste à comunicação dos outros” (DEMO, 1991: p.
39).
Assim, após toda a pesquisa teórica feita pelas alunas integrantes do grupo de trabalho,
foi possível perceber que o conhecimento sobre algumas seqüelas do câncer de intestino não
era mais apenas uma teoria, o que de certa forma aumentou o estímulo para realizarem a
socialização do saber que estavam construindo.
Surgiu, então, a questão de como divulgar o trabalho de esclarecimento sobre medidas
preventivas com relação ao câncer de intestino de maneira clara e significativa, de forma
atingir alunos da escola, que se encontram na faixa etária entre os 16 e 65 anos, e a
comunidade em geral. Decidiu-se pela confecção de um panfleto informativo que contivesse
fatores de risco e medidas preventivas para ser distribuído entre os participantes da Feira.
2.6- Sondagem sobre fatores de risco entre alunos e funcionários
A equipe formulou um questionário para verificar o nível de conhecimento dos alunos,
professores e funcionários do CEEBJA Paranavaí, tanto na sede como na APED (Ação
Pedagógica Descentralizada) Neusa Braga, sobre a temática em questão.
Os professores responderam o questionário no momento em que os alunos estavam
respondendo. Com relação aos funcionários dos setores técnico-administrativo e serviço de
apoio, as alunas entregaram o questionário e explicaram qual era o objetivo para a sua
realização e como respondê-lo.
Foram necessárias 8 horas para aplicação do questionário, sendo o mesmo realizado
por amostragem, sendo respondido somente pelos alunos/professores/funcionários presentes
no dia determinado da pesquisa.
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No momento de análise dos resultados foi feita uma seleção dos questionários, sendo
desconsiderados aqueles que apresentaram falta de informações ou que não haviam sido
preenchidos de forma correta.
Responderam os formulários 209 pessoas da comunidade escolar (alunos, professores
e funcionários), dos quais 121 eram mulheres com faixa etária de 15 a 66 anos e 88 homens,
com idade entre 15 e 62 anos.
Os resultados obtidos com o questionário foram organizados em gráficos e divulgados
a toda a comunidade através de um banner. Esse material foi imprescindível para se iniciar a
discussão/conscientização sobre os fatores de risco para o câncer de intestino.
2.7- Busca de patrocinadores
Normalmente as escolas estaduais não dispõem de recursos para desenvolver projetos
como este aqui descrito. Surgiu, assim, a necessidade de encontrar patrocinadores que
pudessem financiar a confecção do banner e também dos panfletos.
A equipe saiu em busca de tais patrocinadores, o que demandou duas semanas. Essa
tarefa não foi algo fácil, os comerciantes alegaram estar sobrecarregados, pois escolas e
igrejas sempre os procuram. Diante da negativa por parte da maioria dos comerciantes, o foco
passou então para alguns empresários, porém, estes diziam a mesma coisa dos comerciantes e
a cada negativa nova estratégia tinha que ser formada. Depois de muitas negativas, um
empresário forneceu patrocínio.
Buscou-se ajuda, também, junto à prefeitura municipal, tarefa mais uma vez não muito
simples. Ao expor para o prefeito o objetivo do patrocínio, ele solicitou que fosse explicado o
projeto para uma enfermeira que trabalha no NIS central, pois ela daria o parecer se haveria
ou não patrocínio por parte da prefeitura, pois a mesma faria uma análise da relevância social
do trabalho.
Após a análise tivemos um parecer favorável e foi concedido o patrocínio para a
confecção de mil panfletos. O objetivo de obter patrocínio foi alcançado, e com estes recursos
foram feitos dois banners e também os panfletos.
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2.8- Participação em Feira de Conhecimento
A equipe participou do III Educação Com Ciência, no período de 19 a 23 de
novembro de 2007, realizado no parque de exposição Pioneiro Francisco Feio Ribeiro, na
cidade de Maringá, com o tema Prevenção do câncer de intestino.
Em 01 de julho de 2008, a equipe expôs o trabalho Prevenção do câncer de intestino,
na Feira de Conhecimento do CEEBJA, realizada com participação de trabalhos de todas as
áreas de ensino do CEEBJA e com duração de apenas um dia.
Este tempo foi condicionado à infra-estrutura, pois a sede do CEEBJA de Paranavaí
utiliza salas de aula em parceria com a Escola Curitiba e esta também utiliza duas salas de
aula no período da manhã do CEEBJA, como são escolas distintas, entendeu-se que mais de
um dia haveria prejuízo nas atividades da referida escola, uma vez que, por falta de espaço, os
trabalhos foram expostos dentro das salas de aula. Utilizou-se para apresentação de danças e
teatro o pátio da Escola Curitiba.
Houve, também, participação no FERA/COMCIÊNCIA realizado em Paranavaí no
período de 8 a 12 de setembro de 2008, com apresentação do tema Prevenção do câncer de
intestino.
2.8- Análise da participação em Feira de Conhecimento
No final de setembro de 2008, as alunas da equipe responderam as seguintes questões
do pós-teste: 1) Após participar em Feiras de Conhecimento qual a relevância dos
conhecimentos que você adquiriu com relação: a) a sua saúde? b) participação na Feira de
Conhecimento? c) exposição de um trabalho na Feira? 2) As suas expectativas de
exposição/participação na Feira foram atendidas? Comente.
Com relação à saúde, as alunas responderam que após a participação no trabalho
mudaram seus hábitos alimentares e perceberam a importância da prática de atividades físicas
regulares como fator importante na manutenção da saúde, relatando que houve mudança de
comportamento frente aos conhecimentos adquiridos/construídos.
Relataram ainda que a participação na Feira propiciou integração entre alunos com
diferentes idades e modalidades de ensino, ressaltando que foi positivo o convívio com
outros alunos e que estes tinham entusiasmo tanto em explicar como em ouvir os projetos
uns dos outros.
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Comentaram ainda que alguns alunos participantes tanto do III Com
Consciência/Maringá como do Fera/Com Ciência em Paranavaí perguntaram para as alunas se
elas eram professoras Acredita-se que seja porque eles são crianças e adolescentes e a equipe
do CEEBJA era composta por alunas adultas.
As alunas disseram que a participação superou as expectativas, pois havia trabalhos de
diversas áreas do conhecimento, possibilitando aprendizagem diversificada e também que os
visitantes/participantes da Feira mais adultos mostraram interesse maior em conhecer sobre o
câncer de intestino. Entretanto, participantes/visitantes mais jovens não demonstraram
interesse na explicação sobre prevenção ou detecção precoce, as dúvidas estavam quase que
somente focadas em ter informações sobre uma bolsa de colostomia fixada em um manequim
de fibra, usado na exposição para ilustrar uma das conseqüências do câncer de intestino.
Algumas crianças perguntaram se era algum tipo de silicone. Certamente essa
curiosidade é proveitosa, mas ao ser explicado qual a utilidade da bolsa os alunos/visitantes
mais novos pareciam não ter entendimento de como era possível uma bolsa coletora de fezes.
As alunas questionaram o que estava errado em suas explicações, pois os mais jovens
pareciam não compreender o que lhes fora explicado. Acredita-se que o interesse maior
demonstrado pelos adultos diferenciado do interesse dos visitantes jovens e adolescentes
acontecia porque o assunto abordado estava mais diretamente ligado ao contexto social do
adulto. O jovem geralmente não passou por experiências com doentes, não sentindo ainda a
necessidade de entender sobre o assunto, logo, ele se dirigia sempre à superficialidade dos
materiais de apoio utilizados somente por curiosidade pouco útil para a conscientização sobre
o assunto.
A justificativa para esse desnivelamento de interesse por parte dos visitantes da Feira
pode ser firmada em Vygotsky (1994), quando aponta que o impacto de uma aprendizagem
dependerá tanto do contexto e dos processos envolvidos no aprender como também dos
recursos que o sujeito dispõe para romper os desafios na aprendizagem.
Para Vygotsky (1994) o indivíduo é um ser biológico-social e
primeiramente o indivíduo realiza ações externas, que serão interpretadas pelas pessoas a seu redor, de acordo com os significados culturalmente estabelecidos. A partir dessa interpretação é que será possível para o indivíduo atribuir significados a suas próprias ações e desenvolver processos psicológicos internos que podem ser interpretados por ele próprio a partir dos mecanismos estabelecidos pelo grupo cultural e compreendidos por meio dos códigos compartilhados pelos membros desse grupo (VYGOTSKY, 1994: p. 15).
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Para Vygotsky esta relação interativa do sujeito é sempre mediada pela cultura e
relacionada ao desenvolvimento mental superior. É interessante destacar as questões de
ensino e aprendizagem que são elucidadas por Vygotsky na definição sobre os dois níveis de
desenvolvimento da aprendizagem, o nível de desenvolvimento real e o potencial. No
primeiro considera-se aquilo que o sujeito já sabe e no segundo nível, aquilo que o sujeito tem
potencial para aprender. Na distância que separa estes dois níveis, está a Zona de
desenvolvimento Proximal, sendo este o lugar da mediação pela interação do outro na
aprendizagem do sujeito.
Enfim, fundamentados na teoria histórica social de Vygotsky que elucida a relação
entre sujeito e objeto no processo de construção do conhecimento, é compreensível que para
alguns alunos o aprofundamento da pesquisa sobre câncer colorretal tinha interesse
diferenciado dos objetivos lançados pelas pesquisadoras, no entanto, apreendiam e
questionavam os itens que de uma forma ou de outra despertavam seu interesse e tinham
significado conforme o seu nível de conhecimento real.
O processo se fez contributivo para o crescimento e reflexão tanto das pesquisadoras
sobre as suas práticas, como dos sujeitos que interagiram com o trabalho desenvolvido, pois
as diferenças são ótimas e oportunizam crescimento na interação humana, uma vez que
as atividades informais, entre elas, as Feiras de Ciências, constituem-se em momentos importantes no que tange à possibilidade de disseminação da produção científica dos envolvidos, caracterizando uma oportuna troca de experiências e conhecimentos, além do despertar para a continuidade dos trabalhos e o aprofundamento teórico - prático dos mesmos (OAIGEN, 2004 apud FARIAS, 2006: p. 58)
Acredita-se que a participação em um projeto como uma Feira de Conhecimento onde
a aprendizagem passa a ser vista como um processo complexo e global, tendo a teoria e a
prática associadas, pode despertar no aluno o desejo de continuar aprendendo sempre, e
percebendo-se como sujeito do processo de aprendizagem, interpretando a realidade e agindo
sobre ela.
3- Análise dos dados obtidos a partir do questionário
3.1- O papel do ambiente no câncer
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É sabido que um câncer, na maioria das vezes, para se desenvolver, passa por várias
etapas,
sendo que cada uma delas é governada por muitos fatores; alguns dependem da constituição genética de cada indivíduo, outros dependem do ambiente onde ele vive e do respectivo estilo de vida. Independentemente das circunstâncias específicas, considera-se que há uma incidência de câncer básica que não pode ser diminuída, uma vez que as mutações não podem ser totalmente evitadas, pois elas são conseqüência inescapável das limitações naturais da replicação do DNA (BRUCE, et al., 2004: p. 1327)
Ainda que pesem as mutações genéticas, a análise da migração de populações tem
sido uma aliada nos esforços das pesquisas do câncer, pois o índice de incidência de muitos
tipos de câncer sofre alterações de acordo com o país para o qual houve a migração.
Inúmeros fatores estão relacionados, mas com a adesão da nova cultura, os imigrantes
adotam hábitos e costumes do país em que se estabelecem e passam a apresentar os mesmos
índices no surgimento de doenças e mortalidade do país para o qual migraram. A partir de
estudos epidemiológicos, hipóteses são formuladas para explicar o índice desigual de
incidência de determinados tipos de cânceres.
Na tabela abaixo é possível perceber incidência de tipos de câncer em regiões
específicas:
Exemplos de variação geográfica na incidência de câncer Tipo de câncer Localização Taxa de Incidência *
Canadá (Newfoundland) 15,1 Lábios Brasil ( Fortaleza) 1,2
Hong Kong 30,0 Nasofaringe EUA (Utah) 0,5 EUA (Iowa) 30,1 Cólon
Índia ( Bombaim) 3,4 EUA ( New Orlenas, afro-
americanos) 110,0 Pulmão
Costa Rica 17,8 EUA(Utah) 70,2 Próstata
China (Sanghai) 1,8 EUA (Connecticut, brancos) 25,2 Bexiga
Filipinas (Rizal) 2,8 Suíça (Brasiléia) 383,3 Todos os cânceres
Kuwait 76,3 * A taxa de incidência é a taxa padronizada por idade em homens por 100.000 habitantes Tabela (PIERCE, 2004: p. 605)
Estes dados relatados na tabela acima demonstram que o mesmo tipo de câncer
apresenta incidência acentuadamente variável em populações que vivem em regiões
diferentes. “Embora o câncer seja fundamentalmente uma doença genética, a maioria dos
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cânceres não é herdada, e há pouca dúvida de que muitos cânceres sejam influenciados por
fatores ambientais”. (PIERCE, 2004: p. 605).
Estas evidências apontam que alguns fatores como agentes químicos, fatores
dietéticos e radiações, que podem ser prevenidos, tenham participação no surgimento de
vários tipos de câncer. Pesquisadores já possuem um consenso sobre alguns fatores
ambientais relacionados ao surgimento do câncer, embora não estando ainda claro como
muitos destes fatores agem no surgimento de células cancerosas.
Destacam-se alguns fatores relacionados à prevenção e ao surgimento do câncer de
cólon: i) consumo de vegetais; ii) obesidade; iii) consumo de carnes vermelhas; iv) consumo
de leite/derivados; v) consumo de álcool; vi) tabagismo e vii) prática de atividade física.
I- Consumo de vegetais
A dieta praticada por uma população tem sido alvo de inúmeras pesquisas, o consumo
de fibras é apontado como fator de prevenção do câncer de cólon e reto. Várias hipóteses são
formuladas para explicarem o fator de proteção das fibras na alimentação. Burkitt e
colaboradores (LOPES, et al., 1984) relacionaram as baixas taxas de câncer de cólon, em
regiões na África, onde o consumo de fibras e o volume fecal eram altos, à hipótese de que as
fibras eram vistas como meio para diluir os carcinógenos potencias e aumentar a velocidade
de trânsito intestinal.
Essa hipótese de Burkitt quanto ao papel das fibras na diminuição dos carcinógenos
pode ser observada no esquema a seguir:
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Esquema de Burkitt : papel das fibras no desenvolvimento do câncer de cólon (LOPES et al., 1984: p. 102)
Com o aumento das evidências epidemiológicas, a importância das fibras dietéticas na
redução do risco de câncer de cólon tornou-se menos clara.
Primeiro as populações onde o consumo de fibras é alto e as taxas de câncer de cólon são baixas são também tipicamente de países pobres, onde o consumo de carnes e a obesidade são baixos e a atividade física é elevada. As evidências têm tornado mais claro que cada um destes fatores reduz o risco e, assim, poderiam explicar pelo menos parte das associações geográficas entre a baixa ingestão de fibras dietéticas e as taxas de câncer de cólon (SHILS, et al., 2003: p. 1336).
Com relação ao consumo de frutas e verduras, as evidências são fortes de que estas
atuam como protetoras contra vários tipos de câncer, entretanto, não há ainda clareza que
componentes destes alimentos são responsáveis por seu efeito protetor.
Estudos epidemiológicos indicam que os principais nutrientes antioxidantes, ou seja, vitamina E, vitamina C e carotenóides são benéficos na prevenção de diversas doenças crônicas. Os nutricionistas concordam que dietas ricas em vegetais e frutas estão associadas com uma baixa incidência de alguns tipos de câncer e distúrbios cardiovasculares (TERAPEGUI, 2002: p. 180).
Alimento
Pouco processado
Fibra adequada
Contato curto entre o conteúdo fecal e a mucosa
Presença rara de tumores
Baixo teor de açúcar
Sais biliares normais
Formação de pouco ou nenhum agente cancerígeno
Alimento altamente processado
Deficiência em fibras
Contato prolongado entre o conteúdo fecal concentrado e a mucosa
Presença acentuada de tumores
Elevado teor de açúcar refinado
Conteúdo bacteriano alterado
Degradação de sais biliares
16
No formulário investigativo aplicado pelas alunas foi questionado sobre o consumo
semanal de frutas e verduras pelos sujeitos pesquisados. Percebeu-se, a partir da análise dos
resultados que apenas 24% dos entrevistados consomem frutas diariamente, enquanto a
maioria, 37%, consomem de 2 a 3 vezes por semana (gráfico 1).
Esse baixo consumo revela que mudanças alimentares precisam ocorrer, uma vez que
o ideal para se prevenir o câncer seria o consumo diário de frutas.
Gráfico 1: Consumo semanal de frutas entre homens e mulheres
37%
21%
13%
24%
5% Consumo diário
De 4 a 5 vezes porsemana
De 2 a 3 vezes porsemana
1 vez por semana
Não come
É possível perceber essa mesma prática do não-consumo de vegetais quando se
questiona sobre o hábito de utilizar verduras na alimentação semanal. Apesar de 40% dentre
os entrevistados consumirem diariamente verduras, isso está muito longe do ideal. Verificou-
se, também, que 30% consomem esses alimentos apenas 2 ou 3 vezes por semana, conforme
o gráfico 2.
Gráfico 2: Consumo de verduras entre homens e mulheres
40%
17%
30%
10%3% Consumo diário
De 4 a 5 vezes porsemana
De 2 a 3 vezes porsemana
Uma vez por semana
Não come
17
II- Obesidade
Hoje a obesidade é considerada como um problema de saúde pública, afetando
crianças, adolescentes e adultos. Segundo dados da Agência Brasil, o número de obesos
brasileiros aumentou entre 2006 e 2007. Seu surgimento e complexidade têm desafiado
pesquisadores da saúde.
Já está estabelecido que no surgimento da obesidade participam fatores genéticos,
entretanto, a epidemia de obesidade observada em vários países desenvolvidos ou em
desenvolvimento aponta também que o estilo de vida priorizando a ingestão de alimentos
ricos em proteína, gorduras e açúcares, relacionado à redução na prática de atividades físicas e
sedentarismo, contribui para os índices atuais e aponta para um aumento nos mesmos.
“Atualmente, os mecanismos que conectam a obesidade com o risco aumentado de
desenvolver câncer envolvem os efeitos endócrinos e metabólicos da obesidade e as
conseqüentes alterações que eles induzem na produção de peptídeos e hormônios esteróides”
(CARVALHEIRA; SAAD, 2006: p. 365).
A tabela abaixo faz um paralelo entre os tipos de câncer e o nível de obesidade:
Tipo de câncer Risco relativo em indivíduos
com IMC > 30
% de casos de câncer atribuídos
à obesidade na população do
EUA.
Cólon (homen) 2,0 35,4
Cólon (mulher) 1,5 20,8
Mama (pós-menopausa) 1,5 22,6
Endométrio 3,5 56,8
Rim 2,5 42,5
Esôfago (adenocarcinoma) 3,0 52,4
Pâncreas 1,7 26,9
Tumores relacionados à obesidade. Risco relativo de câncer associado com a obesidade e porcentagem de casos de câncer atribuído à obesidade na população do EUA. Tabela citada por (CARVALHEIRA; SAAD, 2006: p. 366).
A primeira questão do questionário foi a respeito do sexo, idade, altura e peso e, a
partir desses dados, foi possível estabelecer o IMC (Índice de Massa Corporal) dos
participantes da pesquisa. Nesse estudo consideraram-se como obesas aquelas pessoas que
apresentam IMC ≥30. O índice de mulheres obesas foi de 9% e homens 11% (gráficos 3 e 4,
respectivamente).
18
São vários os fatores que contribuem para a obesidade. Dentre estes, destacam-se os
hábitos alimentares e a falta de atividades físicas regulares.
A partir da análise dos questionários foi possível perceber que 53% dos entrevistados
não praticam atividade física (conforme gráfico 5), o que é um número bastante preocupante,
uma vez que o exercício físico aumenta a motilidade do intestino, reduzindo o tempo de
trânsito gastrointestinal, diminuindo assim o tempo de exposição da mucosa a carcinógenos e
também atua na melhoria da eficiência do sistema imunológico.
É sabido que a obesidade, conjugada com baixa atividade física, tem sido apontada
como fator favorável ao surgimento de doenças crônico-degenerativas, dentre elas o câncer
de cólon.
As evidências obtidas por estudos tanto em animais como epidemiológicos indicam que, ao longo da vida, o consumo excessivo de ingestão de energia em relação às necessidades aumenta o risco de câncer em humanos. A adiposidade mais elevada também aumenta o risco de câncer de cólon tanto em mulheres quanto em homens, particularmente quando avaliada como circunferência abdominal (WILLETT, 2003: p. 1333).
Gráfico 4: IMC masculino com idades de 15 a 62 anos
6%
59%
24%
11%
Baixo peso
Normal
Sobrepeso
Obesidade
Gráfico 3: IMC feminino com idades de 15 a 66 anos
25%
9% 8%
58%
Baixo peso
Normal
Sobrepeso
Obesidade
Gráfico 5: Prática de atividade física entre homens e mulheres
47%
53%
Praticaatividade física
Não praticaatividade física
19
Em contrapartida, o exercício regular beneficia a redução do risco de câncer de mama
e cólon. Uma meta-análise do câncer de cólon e dos níveis de atividade física descobriu uma
redução de 50% na incidência do câncer de cólon entre indivíduos com maior nível de
atividade (MAHAN, 2002).
Assim como a atividade física, os maus hábitos alimentares constituem um fator
essencial no agravamento dos casos de obesidade e, como esta é um elemento apontado como
um dos fatores de risco para o surgimento do câncer de cólon, é essencial que as pessoas se
conscientizem da importância de manter uma alimentação saudável.
Foi constatado no presente estudo que, dentre os entrevistados, o consumo diário de
doces é de 16% e de refrigerantes, que também contêm alta quantidade de açúcar, é de 13%.
Considerando que 15% consomem doces de 4 a 5 vezes por semana e 13% tomam
refrigerante nessa mesma proporção, percebe-se um alto nível de consumo energético que,
vinculado ao baixo nível de prática de atividade física, constitui-se um forte agravante para a
ocorrência da obesidade e, por conseqüência, do risco do surgimento do câncer de cólon,
conforme gráficos 6 e 7.
Gráfico 7: Consumo de refrigerantes entre homens e mulheres
13%
13%
33%
33%
8% Consomediáriamente
De 4 a 5 vezespor semana
De 2 a 3 vezespor semana
Uma vez porsemana
Não consome
III- Consumo de carnes vermelhas
O consumo elevado de carnes vermelhas tem merecido atenção especial por parte de
inúmeras pesquisas como sendo um fator relacionado ao surgimento do câncer de cólon e a
presença de gorduras nesse alimento foi apontada em uma hipótese como fator de risco, se
Gráfico 6: Consumo de doces entre mulheres e homens
16%
15%
26%
35%
8% Consumo diário
De 4 a 5 vezes porsemana
De 2 a 3 vezes porsemana
Uma vez porsemana
Não consome
20
consumida em excesso, pois haveria um estímulo na produção de sais biliares e estes
gerariam danos à mucosa intestinal.
Para o câncer de cólon, as associações com as gorduras animais, observadas internacionalmente, têm recebido apoio de numerosos estudos caso-controle e de coorte. Entretanto, as evidências mais recentes sugerem que isso poderá ser explicado pela presença de fatores presentes nas carnes vermelhas e não simplesmente ao conteúdo de gorduras. (SHILS, et. al., 2003 : p. 1336).
Novas pesquisas sugerem outros mecanismos para relacionar o consumo de carnes
vermelhas e câncer de cólon. Uma delas sugere a hipótese que indica que as altas
temperaturas usadas para o cozimento poderiam originar substâncias nocivas para o
organismo, como hidrocarbonetos aromáticos. Uma segunda hipótese já alerta para as
substâncias utilizadas para a conservação de carnes e derivados.
N-Nitrosaminas são agentes carcinógenos bastante poderosos que cientistas temem que possam estar presentes em muitos alimentos, especialmente nas carnes cozidas que tenham sido curadas com nitrito de sódio. Nitrito de sódio é adicionado a muitas carnes (p.ex., bacon, presunto, lingüiça, salsicha e carne salgada) para impedir o crescimento de Clostridium botulinum (a bactéria que produz a toxina do botulismo) e para impedir que a coloração da carne passe do vermelho para o marrom. (SOLOMONS; FRYHLE, 2002: p. 219).
Muito ainda precisa ser descoberto sobre a gênese de células cancerosas, mas há
consenso que permanecer fisicamente ativo, priorizar na alimentação vegetais e frutas em
preferência a carnes vermelhas e alimentos muito energéticos, manter-se magro, são fatores
que contribuíram para redução do risco de câncer cólon.
No instrumento de pesquisa aplicado aos alunos e funcionários foi questionado sobre
a freqüência do consumo de carne vermelha, independente da quantidade ingerida ou se esta
era carne magra ou com gordura. A partir da organização dos dados obtidos na análise das
respostas percebeu-se um nível muito elevado de consumo de carne vermelha, uma vez que
quase a totalidade dos entrevistados consome essa carne (99%). Dentre estes, 52%
declararam consumir diariamente e 23% consomem de 4 a 5 vezes por semana, conforme
demonstrado no gráfico 8.
21
O Guia Alimentar Brasileiro propõe o consumo de peixe como uma alternativa
saudável para se compor a alimentação, uma vez que constitui como um alimento de alto
valor nutritivo, apresentando baixo teor de gordura saturada e grande proporção de ácidos
graxos essências, sendo rico em Ômega 3.
Entretanto, apesar desses benefícios, o peixe não é um alimento comum na mesa de
grande parte da população, como se pôde comprovar na análise das respostas dos
entrevistados, uma vez que apenas 3% declararam consumir diariamente e 35% disseram não
consumir (gráfico 9).
IV- Consumo de leite e derivados
Algumas investigações sugerem que o consumo de cálcio pode diminuir o surgimento
do câncer de cólon. Uma hipótese para tal benefício é que o cálcio se ligaria a sais biliares
Gráfico 8: Hábito alimentar - Consumo semanal de carnes entre homens e mulheres
52%
23%
20%
4%1%
Cosumo diário
De 4 a 5 vezes porsemanaDe 2 a 3 vezes porsemanaUma vez por semana
Não come
Gráfico 9: Consumo de peixes entre homens e mulheres
3% 5%
13%
44%
35%
Consumo diário
De 4 a 5 vezes porsemanaDe 2 a 3 vezes porsemanaUma vez porsemanaNão consome
22
secundários, que são tóxicos para a mucosa intestinal, e desta forma inativando-os. Para
Philippi, “o efeito do cálcio na redução do risco de câncer de cólon seria na proteção contra o
crescimento epitelial anormal. O Ca2+ precipita ácidos biliares e ácidos graxos que, de outro
modo, poderiam estimular a produção de células do cólon” (PHILIPPI, 2008: p. 145).
As principais fontes de cálcio são os alimentos do grupo do leite, queijo e iogurte,
entretanto, vegetais como couve, folhas de mostarda e brócolis também são fontes de cálcio.
Pesquisas indicam que há maior benefício na alimentação contendo cálcio, do que usado
como suplemento alimentar. “Alguns autores acreditam que o alto consumo de leite e
derivados contribui, de forma mais efetiva, para a redução do risco de câncer de cólon, do
que apenas a suplementação com o mineral cálcio isoladamente” (HOLT, 1999 apud LESER,
2001: p. 135).
Nesta pesquisa verificou-se que apenas 42% dos entrevistados consomem leite ou
derivados diariamente, sendo este um índice baixo, uma vez que o Guia Alimentar para a
População Brasileira recomenda o consumo de 3 porções diárias de leite e derivados. Sendo
esta a indicação, considera-se que consumir apenas uma vez por semana se aproxima
grandemente do não consumir (gráfico 10).
Gráfico 10: Consumo de leite/derivados entre homens e mulheres
42%
16%
15%
14%
13% Consumo diário
De 4 a 5 vezes porsemana
De 2 a 3 vezes porsemana
Uma vez por semana
Não consome
V- Consumo de álcool
De acordo com Vitetta e Kune, “o álcool, particularmente o consumo de cerveja,
contribui para dobrar ou triplicar o risco de câncer colorretal, embora em qual fase do
23
processo neoplásico o álcool opera não está bem estabelecido” (VITETTA; KUNE ,1995:
px).
Apesar de comumente se acreditar que o consumo de álcool em pequenas quantidades
não traz prejuízos à saúde, Shils entende que “o consumo moderado de álcool também parece
estar associado com o risco de câncer de cólon e do reto. O álcool interfere com a
disponibilidade de ácido fólico, o que pode justificar sua relação com o câncer do intestino
grosso” (SHILS, et. al., 2003: p. 1337).
No questionário aplicado a alunos e funcionários do CEEBJA foi perguntado sobre a
freqüência no consumo de bebida alcoólica, descartando-se o tipo de bebida alcoólica
consumido ou a quantidade ingerida.
O nível de ingestão de álcool mostrou-se mais elevado entre os homens, com um
índice de 44% que consomem bebida alcoólica contra 33% entre as mulheres. Dentre os
homens que declararam consumir álcool, 18% bebem de 1 a 3 vezes por semana, enquanto
entre as mulheres, esse índice cai para 6%, conforme gráficos 11 e 12.
VI- O Uso do tabaco
É sabido que, atualmente, um bilhão de pessoas fumam em todo o mundo (Revista
Superinteressante – junho/2008), o que deve ser causa de preocupação, considerando-se que
30% de todos os casos de câncer registrados estão relacionados ao tabagismo. De acordo com
Pierce, “o uso do tabaco é prevenível, causa doenças e mortes, sendo relacionado diretamente
com o surgimento de inúmeros tipos de cânceres e doenças crônicas. O hábito de fumar é um
Gráfico 11: Consumo de álcool entre mulheres de 15 a 66 anos
1%
6%
23%
3%67%
Bebe diariamente
Bebe de 1 a 3 vezespor semana
Bebe ao menos 1 vezpor mês
Se embriaga ao menos1 vez por mês
Não bebe
Gráfico 12: Consumo de álcool entre homensde 15 a 62 anos
0%18%
20%
6%
56%
Bebe diariamente
Bebe de 1 a 3 vezespor semana
Bebe menos de 1 vezpor mês
Se embriaga aomenos 1 vez por mês
Não bebe
24
bom exemplo de um fator ambiental que está fortemente associado ao câncer” (PIERCE,
2004: p. 605).
No Brasil, o tabagismo passará a fazer parte da pesquisa do IBGE – suplemento sobre
o tabagismo, sub-amostra de 50.000 domicílios (IBGE, 2008), a partir do ano de 2008. Essas
estatísticas serão fundamentais no combate ao fumo, pois, de posse de índices estatísticos
concretos sobre os fumantes no país, será possível fazer políticas mais eficientes, bem como
aumentar o número de pesquisas sobre o tema.
Na presente pesquisa, constatou-se que 5% dos homens e 8% das mulheres são
fumantes, tendo revelado desta forma que na população entrevistada o número de mulheres
fumantes é superior ao de homens, contrariando o senso-comum (gráficos 13 e 14).
4- Considerações Finais
De acordo com Bruce (2004),
o desenvolvimento de um câncer, geralmente, necessita de muitas etapas, sendo que cada uma delas é governada por muitos fatores; alguns dependem da constituição genética de cada indivíduo, outros dependem do ambiente onde ele vive e do respectivo estilo de vida. Independentemente das circunstâncias específicas, considera-se que há uma incidência de câncer básica que não pode ser diminuída, uma vez que as mutações não podem ser totalmente evitadas, pois elas são conseqüência inescapável das limitações naturais da replicação do DNA. (BRUCE, et al., 2004: p. 1327)
A presente pesquisa interessou-se, especificamente, pelo ambiente e estilo de vida dos
indivíduos que podem, ou não, predispô-los aos casos de câncer, em especial, ao de cólon e
reto. A partir de um questionário aplicado a alunos e funcionários do CEEBJA de Paranavaí,
Gráfico 14: Tabagismo entre mulheres com idade de 15 a 66
anos
8%
70%
22%Ex-fumante
Fumante
Nãofumante
Gráfico 13: Tabagismo entre homens com idades de 15 a 62 anos
24%
5%
71%
Ex-fumante
Fumante
Não fumante
25
buscaram-se informações acerca dos hábitos alimentares, de prática de atividades físicas,
tabagismo, consumo de bebida alcoólica e do IMC (Índice de Massa Corporal).
De posse dessas informações foi possível traçar um perfil do grupo entrevistado. A
primeira constatação feita a partir da análise das respostas ao instrumento de pesquisa foi que
o nível de consumo de frutas e verduras não é o ideal, uma vez que estas devem ser
consumidas diariamente, porque possuem fibras, que auxiliam na motilidade intestinal, e
vitaminas, que têm poder antioxidante e fortalecem o sistema imunológico, contribuindo,
assim, para o bem-estar do organismo e para a prevenção de certos tipos de câncer, dentre
eles, o colo-retal.
Uma segunda constatação diz respeito à alta ingestão diária de açúcar (doces e
refrigerantes), aliada à inatividade física, contribuindo, desse modo, para a ocorrência de
casos de obesidade, como foi possível perceber nos resultados do IMC, predispondo os
indivíduos às doenças crônico-degenerativas, dentre elas, o câncer de cólon e reto.
Constatou-se, também, que o consumo de carnes vermelhas é bastante freqüente entre
os entrevistados, em contrapartida, o de peixe é muito reduzido. Essa diferença pode estar
relacionada tanto a fatores culturais, uma vez que não é hábito o consumo de peixe na região,
exceto na Semana Santa, quanto econômicos, devido ao elevado preço desse produto.
Outro fator de risco percebido na análise das informações obtidas nos questionários
relaciona-se ao tabagismo. Apesar de apenas 8% das mulheres e 5% dos homens entrevistados
declararem que têm o hábito de fumar, ainda é um número bastante preocupante, pois 30% de
todos os casos de câncer estão relacionados ao cigarro, tanto de forma ativa quanto passiva.
Por fim, verificou-se, ainda, que há uma grande quantidade de consumo de álcool
entre os entrevistados, chegando perto dos 40%. O álcool não traz nenhum beneficio à saúde
pois, além de não conter nenhum nutriente, ainda exaure o corpo de vitaminas C (ácido
ascórbico) e do complexo B.
Todos esses fatores conjugados revelaram um grupo bastante propenso a desenvolver
o câncer colo-retal, daí a necessidade de promover ações que visem à conscientização quanto
aos fatores de risco dessa forma de câncer e às possibilidades de mudança de estilo de
vida/ambiente para se prevenir.
Para alcançar tais objetivos foi desenvolvida, conforme descrito no início deste
trabalho, uma Feira de Conhecimento que, sob o lema “Saúde é atitude. Previna-se contra o
câncer de intestino”, buscou, através de distribuição de panfletos e explanações sobre o tema,
informar a comunidade sobre os fatores de risco, sintomas e exames preventivos.
26
Diante do que foi observado, tanto no momento da análise dos questionários, quanto
na Feira de Conhecimento, ficou claro que é imprescindível que ocorra uma educação
alimentar mais saudável, em que se priorize uma dieta pobre em gorduras animais e açúcares
(doces e refrigerantes) e rica em vegetais (frutas, verduras e legumes), evitando o consumo de
bebidas alcoólicas e de cigarro, mantendo um peso corporal equilibrado.
Aliada a hábitos alimentares saudáveis é sempre importante, também, a prática de
atividades físicas, uma vez que esta é um fator muito importante para a saúde, contribuindo,
dentre outras coisas, para a manutenção do peso e fortalecimento do sistema imunológico.
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