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Dificuldades de implantação da atenção farmacêutica e execução da seção I do capítulo VI da RDC nº 44, de 17 de agosto
de 2009 em drogarias.
Claudiana Marques Nascimento¹, Juliana Toledo²
1 Farmacêutica. Discente do curso de pós-graduação em Vigilância Sanitária IFAR/PUC-GO 2 Farmacêutica- Bioquímica. Departamento de Farmácia - Faculdade Santana. FAC LS. DF
Resumo A Atenção Farmacêutica é um serviço prestado pelo farmacêutico ao paciente, tirando suas dúvidas, orientando e auxiliando no uso dos medicamentos. Esse trabalho foi realizado com o objetivo principal de apontar as dificuldades enfrentadas pelos farmacêuticos para a implantação desse serviço. Para o levantamento das dificuldades foram pesquisados diversos estudos com a mesma ideia. Ao final, revelou-se, que a falta de capacitação dos farmacêuticos é uma das dificuldades, mas serão necessárias mudanças para poder superar essa e outras dificuldades e exercer a atenção farmacêutica como preconizado. Com essas mudanças, a Atenção Farmacêutica poderá ser reconhecida e valorizada, e o atendimento farmacêutico ao paciente terá mais qualidade, garantindo um melhor resultado no efeito farmacoterapêutico e na prevenção de Problemas Relacionados com os Medicamentos.
Palavras-chave: Atenção farmacêutica. Acompanhamento farmacoterapêutico. Uso racional de
medicamentos.
Difficulties in deployment and implementation of pharmaceutical care section I of Chapter VI of the RDC No. 44, August 17, 2009 in drugstores.
Abstract
The Pharmaceutical Care is a service provided by pharmacist to the patient, taking your questions, guiding and assisting in the use of medicines. This work was done with the main objective of pointing out the difficulties faced by pharmacists for the implementation of the service. For the removal of these difficulties were surveyed several studies with the same idea. At the end, it was revealed that the lack of training of pharmacists is one of the difficulties, but changes are needed in order to overcome this and other difficulties and perform this service as recommended. With these changes, the Pharmaceutical Care can be recognized and valued, and pharmaceutical care to the patient will have more quality, ensuring the best results on the effect of pharmacotherapy in the prevention and Related Problems Drugs. Keywords: Pharmaceutical care. Pharmacotherapeutic monitoring. Rational use of medicines.
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1. INTRODUÇÃO
Um dos períodos mais importante na história da atividade farmacêutica refere-
se ao papel desenvolvido pelo boticário que fazia a manipulação e a comercialização
de medicamentos, orientando os clientes sobre o uso dos mesmos. Mas com o
desenvolvimento da indústria farmacêutica, este papel do farmacêutico foi
progressivamente diminuindo. A partir disso começa o período de transição. O foco
das atividades farmacêuticas era a produção de medicamentos numa abordagem
técnico-industrial (VIEIRA, 2007).
A divulgação da Lei 5.991/73 atribuiu à área farmacêutica um enfoque
mercantilista. Com essa lei as drogarias e farmácias voltaram-se para o lucro e o
farmacêutico começou a perder autonomia para praticar suas atividades com
desempenho. O profissional era considerado um mero empregado da farmácia ou
drogaria, perdeu o respeito e reconhecimento da sociedade, sendo assim,
resguardou-se em outras atividades, afastando-se do seu principal papel como
profissional de saúde, responsável pera orientação quanto ao uso do medicamento
através da Atenção Farmacêutica. O resultado desse processo foi o grande foco nos
lucros desenfreados por meio da ―empurroterapia‖ e propagandas de medicamentos
abusivas, originando o uso irracional de medicamentos. Mas nos anos 60 o
farmacêutico começou a reagir com a implantação da prática da farmácia clínica.
Ficou evidente o seu papel para a saúde pública (VIEIRA, 2007; CRF-SP, 1973).
Depois do grande desastre que aconteceu em 1962, em decorrência da
epidemia de focomelia causada pelo uso da talidomida, houve uma maior
preocupação sobre o uso dos medicamentos, dando vigor a farmacovigilância, a
partir disso a importância da presença do farmacêutico nas drogarias e farmácias foi
mais considerada. (RIGO; NISHIYAMA, 2005).
Assistência Farmacêutica é um complexo de atividades desenvolvidas por
uma equipe multiprofissional de saúde, inclusive o farmacêutico, que tem o objetivo
de proteger, recuperar e promover a saúde da sociedade, tendo o medicamento e
seu uso racional como foco principal. Envolve todos os processos do medicamento
desde a pesquisa e fabricação até a dispensação e monitorização pós-mercado,
garantindo qualidade e segurança para a população (IVAMA et al, 2002).
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A Atenção Farmacêutica é uma das ações desenvolvidas na Assistência
Farmacêutica, onde há uma relação mais direta entre o profissional e o usuário do
medicamento. Esta relação aumenta a efetividade do tratamento e leva a promoção
do uso racional de medicamentos. Essa prática vem sendo gradualmente praticada
em drogarias e farmácias, mas, infelizmente, existem ainda muitos obstáculos e
preconceitos em relação à profissão farmacêutica a serem superados (FEGADOLLI
et al, 2010; OLIVEIRA, 2005).
É considerada um serviço que engloba uma série de requisitos como: a
educação em saúde, a orientação farmacêutica para o paciente, dispensação, o
cuidado farmacêutico e o seguimento farmacoterapêutico, além do frequente registro
das atividades, avaliação e análise dos dados (PEREIRA; FREITAS, 2008).
A RDC nº 44, de 17 de agosto de 2009, discorre sobre as boas práticas
farmacêuticas, comercialização e dispensação de medicamentos e a execução de
serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias. Nesse artigo será ressaltada a
Seção I que tem como foco principal a prestação de serviços de Atenção
Farmacêutica (FARINA; ROMANO-LIEBER, 2009).
Apesar de ser uma prática que traz muitos benefícios à sociedade, o
profissional farmacêutico enfrenta diversas dificuldades para exercer a Atenção
Farmacêutica, como por exemplo, a falta de incentivo por parte dos proprietários das
drogarias, a grande concorrência dos balconistas para a realização de vendas, o
desconhecimento e insegurança de alguns profissionais, e a falta de reconhecimento
da profissão farmacêutica (OLIVEIRA, 2005).
Devido a essas ponderações, considerou-se fazer um trabalho com o objetivo
de pesquisar os obstáculos para a implantação da Atenção Farmacêutica que são
factíveis de serem superados, levantar as dificuldades enfrentadas pelo
farmacêutico para realização da Atenção Farmacêutica, constatar o cumprimento ou
descumprimento da RDC 44/2009 e discutir o que pode ser feito para mudar essa
situação.
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2. METODOLOGIA
Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa. Para o
desenvolvimento deste trabalho, foi realizada uma busca e pesquisa de artigos
científicos na base de dados da Scielo, BVS, Google acadêmico, monografias,
revistas da saúde e livros acadêmicos disponíveis.
As palavras chaves utilizadas foram ―atenção farmacêutica‖,
―acompanhamento farmacoterapêutico‖ e ―uso racional de medicamentos‖. A
pesquisa foi realizada do dia dois de fevereiro até o dia quinze de agosto de dois mil
e doze. As bibliografias pesquisadas foram publicadas entre 2000 e 2012.
A partir desses critérios, foram utilizados 37 trabalhos, sendo 15 publicações
em periódicos, 10 publicações no Diário Oficial da União, 4 Publicações do
Ministério da Saúde e 7 Consensos.
3. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS
3.1. Histórico da atenção farmacêutica
A primeira definição de Atenção Farmacêutica originou-se em 1980 e foi dada
por Brodie e colaboradores:
Atenção Farmacêutica inclui a definição das necessidades farmacoterápicas do indivíduo e o fornecimento não apenas dos medicamentos necessários, mas também os serviços para garantir uma terapia segura e efetiva, incluindo mecanismos de controle que facilitem a continuidade da assistência (BRODIE et al, 1980, p. 276).
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Em 1981, foi criado o Programa de Ação de medicamentos da Organização
Mundial de Saúde (OMS). O objetivo desse programa era diminuir a morbi-
mortalidade das doenças mais frequentes, e para isso foi proposta a colaboração
com países em desenvolvimento. Desde então, tem surgido várias discussões no
âmbito internacional sobre Atenção Farmacêutica, analisando o verdadeiro
significado dessa prática para a sua implantação nos modelos de saúde de cada
país (IVAMA et al, 2002).
A OMS analisou de forma geral a função do farmacêutico no sistema de
atenção à saúde, sendo ressaltado nas reuniões realizadas em Nova Dehli (1988) e
em Tókio (1993). O resultado dessas reuniões levou ao auge o reconhecimento da
Atenção Farmacêutica como prática profissional farmacêutica que pode ser
adaptada em todos os países (OSHIRO; CASTRO, 2006).
A OMS prolongou o benefício da Atenção Farmacêutica para a sociedade e
por meio dela o farmacêutico foi reconhecido como o profissional responsável em
praticar a atenção à saúde, prevenindo enfermidades e promovendo a saúde em
conjunto com outros profissionais de saúde (IVAMA et al, 2002).
Do ponto de vista da OMS, a Atenção Farmacêutica é:
[...] um conceito de prática profissional na qual o paciente é o principal beneficiário das ações do farmacêutico. A atenção farmacêutica é o compêndio das atitudes, os comportamentos, os compromissos, as inquietudes, os valores éticos, as funções, os conhecimentos, as responsabilidades e as habilidades dos farmacêuticos na prestação da farmacoterapia com o objetivo de obter resultados terapêuticos definidos na saúde e na qualidade de vida do paciente (ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE SALUD, 1993, p.3).
Na Espanha, a Atenção Farmacêutica está em constante crescimento. De
acordo com o Consenso de Granada de 2001, o farmacêutico tem participação ativa
na atenção ao paciente, resultando na efetividade do tratamento farmacoterápico,
sendo assim, colaborando com o médico e outros membros da equipe de saúde, a
fim de garantir uma qualidade de vida melhor para os pacientes (MINISTERIO DE
SANIDAD Y CONSUMO, 2001).
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3.1.1. Políticas Farmacêuticas Nacionais
Uma política farmacêutica nacional é uma responsabilidade oficial de um
governo para o setor farmacêutico, com a determinação de objetivos e identificando
as estratégias para alcançá-los. Essa deve garantir o acesso a medicamentos por
parte da comunidade e que esses medicamentos tenham qualidade, segurança e
eficiência terapêutica (OPAS/OMS, 2005).
Até 1997, a Central de Medicamentos (Ceme) era o órgão federal responsável
pela Assistência Farmacêutica. Ela foi criada em 25 de junho de 1971, pelo Decreto
nº 68.806 e tinha a responsabilidade de adquirir e distribuir os medicamentos no país
de forma centralizada (BRASIL, 1971).
A partir da desativação da Ceme, no período de 1997 e 1998, houve um
grande processo de transição no Ministério da Saúde, sendo que a Secretaria
Executiva ficou responsável pela manutenção das atividades de aquisição e
distribuição dos medicamentos dos Programas Estratégicos para as Secretarias
Estaduais de Saúde. (GOMES, 2007).
O reconhecimento de que ―a saúde é um direito de todos e dever do Estado‖,
consolidado pela Constituição Brasileira de 1988, tornou essencial e necessária uma
organização da Assistência Farmacêutica Nacional com ênfase na Saúde Pública.
Em decorrer disso, foram pesquisados e verificados os principais problemas do setor
farmacêutico nacional, resultando na publicação da Portaria nº 3.916, de 30 de
outubro de 1998, que aprova a Política Nacional de Medicamentos (PNM), integrada
à Política Nacional de Saúde (PNS) (BRASIL, 1988; BRASIL, 1998).
A Secretaria de Políticas de Saúde que teve a responsabilidade de coordenar
a construção e elaboração da Política Nacional de Medicamentos, com o propósito
de acompanhar a reforma do setor de saúde. Esta política foi baseada nos princípios
e diretrizes do SUS, com o objetivo de consolidar o mesmo, favorecendo o
desenvolvimento social do Brasil, auxiliando na execução das ações e metas
estabelecidas pelo Ministério da Saúde. (GOMES, 2007).
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A PNM tem como objetivo garantir o acesso a medicamentos essenciais,
garantir a qualidade, eficácia e segurança dos medicamentos e promover o uso
racional de medicamentos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).
Para a concretização dos propósitos dessa política, os gestores do SUS
devem atuar em parceria, em concordância com as oito diretrizes fixadas: adoção de
relação de medicamentos essenciais; regulamentação sanitária de medicamentos;
reorientação da assistência farmacêutica; promoção do uso racional de
medicamentos; desenvolvimento científico e tecnológico; promoção da produção de
medicamentos; e desenvolvimento e capacitação de recursos humanos
(SECRETARIA DE POLÍTICAS DE SAÚDE, 2000).
Em 2004, foi aprovada a Política Nacional de Assistência Farmacêutica
(PNAF), pela Resolução nº 338/2004 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). A
PNAF é uma política que compreende ―um conjunto de ações voltadas à garantia,
segurança, eficácia e qualidade do sistema de saúde do país, promovendo os
princípios da integralidade, intersetorialidade, universalidade e equidade‖. É dever
da PNAF garantir a equidade e o acesso às ações de saúde incluindo a Assistência
Farmacêutica, e também é responsável pela qualidade deste serviço em conexão
com os gestores estaduais e municipais, nos diversos níveis de atenção (BRASIL,
2004)
Em 2006, foram instituídos os Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e de
Gestão. O Pacto de Gestão definiu que os três gestores do SUS são responsáveis
pelo financiamento relacionado à Assistência Farmacêutica, agregando-se a
aquisição de medicamentos e insumos e a organização das ações necessárias na
Assistência Farmacêutica, seguindo a organização dos serviços de saúde. (BRASIL,
2011).
Em 2007, a forma de transferência dos recursos financeiros federais foi
regulamentada, instituindo, o bloco de financiamento da Assistência Farmacêutica,
formado por três componentes: o componente básico, o componente estratégico e o
componente especializado. (BRASIL, 2011).
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3.2. ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO
Em 1999, o Grupo de Investigação em Atenção Farmacêutica da
Universidade de Granada desenvolveu o Método Dáder, que é utilizado por
farmacêuticos no acompanhamento de pacientes. Este método tem base no
histórico do paciente, ou seja, estuda o problema de saúde do paciente e os
medicamentos que ele faz o uso, e também está relacionado à avaliação da situação
do paciente podendo resolver ou evitar possíveis Problemas Relacionados com os
Medicamentos (PRMs) (FERNÁNDEZ-LLIMÓS; FAUS, 2003).
PRMs acontecem quando existe um problema de saúde relacionado ao
medicamento em uso, que pode prejudicar nos resultados terapêuticos e a qualidade
de vida do paciente (IVAMA et al, 2002).
O acompanhamento farmacoterapêutico, que faz parte da Atenção
Farmacêutica, tem um papel fundamental em relação ao PRM, porque por meio dele
o farmacêutico fará o acompanhamento do tratamento do paciente. Sendo assim, irá
detectar ou prevenir algum problema relacionado ao medicamento, resultando desse
modo à garantia de uma farmacoterapia satisfatória e uma melhor qualidade de vida
para o paciente (IVAMA et al, 2002).
No Primeiro Consenso de Granada, em 1998, foi definido e estabelecido a
classificação de Problemas Relacionados a Medicamentos (CONSENSO DE
GRANADA, 1999).
O Segundo Consenso de Granada foi publicado em 2002, onde foi atualizada
a definição e a classificação (Figura 1), sendo de grande importância para todos os
profissionais de saúde que executam o acompanhamento farmacoterapêutico. E de
acordo com este Consenso, foi definido que PRMs são problemas de saúde
relacionados ao tratamento farmacológico que tem como consequência a ineficiência
do tratamento e o aparecimento de efeitos não esperados (MINISTERIO DE
SANIDAD Y CONSUMO, 2001).
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Figura 1. Classificação de PRM do Segundo Consenso de Granada:
Fonte: M. Fernández-Llimós, F. Faus, M.J. Método Dáder. Guia de Seguimento
Farmacoterapêutico. GIAF-UGR, 2003.
Já no Terceiro Consenso de Granada, é discutido o tema sobre Problemas
Relacionados com Medicamentos (PRM) e Resultados Negativos associados à
Medicação (RNM). Os RNM são resultados na saúde do paciente que não contribui
com o objetivo da farmacoterapia e que estão relacionados ao uso ou erro na
utilização dos medicamentos. Uma situação que pode ser considerada suspeita de
RNM é quando o paciente tem o risco de sofrer um problema de saúde associado ao
uso de medicamentos, geralmente relacionado à existência de um ou mais PRM’s,
que são considerados fatores de risco dos RNM. Entretanto, é importante salientar
que os PRM são todas aquelas circunstâncias, que durante o período de utilização
dos medicamentos, podem causar o surgimento de um RNM associado à medicação
(TERCER CONSENSO DE GRANADA, 2007).
Atualmente, pode-se dizer que alguns PRMs podem ser resultado de uma
reação única e não evitável de um paciente. Nesse caso os PRMs estão interligados
com as Reações Adversas aos Medicamentos (RAMs). A OMS definiu a RAM como
―um efeito nocivo, indesejável e que ocorre em doses normalmente utilizadas em
seres humanos para profilaxia, diagnóstico, tratamento de morbidades ou para a
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modificação de função fisiológica‖. Os PRMs constituem também o Erro de
Medicação (EM), que é definido como um erro que possa ocorrer durante a
prescrição ou durante o uso do medicamento. Sendo assim, as RAMs e o EM devem
ser considerados como PRMs. Uma vez definidos os conceitos, podemos classificá-
los de acordo com sua ocorrência na terapêutica. Os EM podem ser classificados
como erros de prescrição, erros de dispensação e erros de administração e ainda
em função da sua gravidade. Enquanto que as RAMs são classificadas de acordo
com as suas características e ocorrências. (AIZENSTEIN; TOMASSI, 2011).
O acompanhamento farmacoterapêutico engloba várias etapas, que se inicia
com entrevista ao paciente, com o intuito de prevenir, identificar e resolver o PRM.
Em seguida, após o PRM ter sido identificado, o farmacêutico entra com a
intervenção com o objetivo de solucionar o problema. Para que o farmacêutico faça
a intervenção de modo que seja interrompido o uso do medicamento ou alterada a
dose, ou até mesmo substituído o princípio ativo, é obrigatório e indispensável que o
farmacêutico antes entre em contato com o médico responsável pela prescrição,
para comunicá-lo e solicitar o auxílio na intervenção. Também pode ser feita a
intervenção em que o farmacêutico incentiva o paciente na mudança de hábitos e
estilo de vida (ALANO et al, 2012).
A documentação sistemática é uma das principais características do
acompanhamento farmacoterapêutico. Ela é feita com frequência por meio de
preenchimento de fichas manuais e catalogadas em arquivos, ou seja, não
automatizada. Esse processo auxilia na solução dos PRMs, principalmente no
acompanhamento de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão que tem sido o
foco principal dessa atividade farmacêutica. Finalizando as etapas, é necessário
fazer o acompanhamento das intervenções no paciente, garantindo assim maior
segurança e eficácia no tratamento do paciente, resultando em qualidade de vida
para o mesmo (YOKOYAMA et al, 2011).
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3.3. RDC nº 44/2009
Em 18 de fevereiro de 2010 entrou em vigor a nova Resolução da Diretoria
Colegiada da ANVISA n. 44/2009. Nela constam as boas práticas farmacêuticas e
também providências sobre os serviços fornecidos pelo farmacêutico em drogarias e
farmácias, assim como a dispensação e comercialização de produtos (PINTO,
2011).
Foi foco de grande polêmica devido à restrição da venda de medicamentos
isentos de prescrição fora dos balcões, ao alcance dos clientes. Mas, atualmente
essa legislação foi alterada pela RDC nº 41, de 26 de julho de 2012 que libera a
venda dos medicamentos isentos de prescrição ao alcance dos usuários (BRASIL,
2012).
3.3.1. Seção I do capítulo VI da RDC nº 44/09
Apesar das mudanças citadas anteriormente, ainda está em vigor a seção I
do capítulo VI da RDC nº 44/09, que dispõe sobre a Atenção Farmacêutica que
compõe um dos serviços farmacêuticos (BRASIL, 2009).
De acordo com esta legislação a prevenção, detecção e resolução de PRMs é
o principal objetivo da atenção farmacêutica, além da promoção do uso racional de
medicamentos, garantindo uma melhoria na saúde e qualidade de vida dos
pacientes (BRASIL, 2009).
A partir dessa RDC, foi permitida ao farmacêutico a aferição de pressão
arterial e a administração de medicamentos, sendo que é imprescindível o registro e
a documentação contínua e sistemática desses serviços, com o consentimento do
usuário. Nesses registros serão constadas as informações do usuário, as
orientações e intervenções praticadas pelo farmacêutico, assim como o resultado
das mesmas, e por fim os dados do profissional responsável (BRASIL, 2009).
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3.4. Dificuldades para implantação de atenção farmacêutica
A Atenção Farmacêutica consiste na interação entre o farmacêutico e o
paciente, e está baseado no cuidado do profissional com o paciente através de
orientações, dispensação de medicamentos e seguimento farmacoterapêutico com o
objetivo de alcançar resultados terapêuticos eficientes e seguros, proporcionando
uma melhor qualidade de vida para o paciente, ou seja, é uma atividade
farmacêutica na qual o principal beneficiário é o paciente.
Esse serviço está sendo implantado aos poucos nas drogarias de algumas
regiões do Brasil, mas infelizmente são projetos individuais que são realizados com
muitos obstáculos. Apesar do esforço do farmacêutico, ele encontra muitas
barreiras, principalmente em relação aos proprietários de drogarias que só se
interessam pelo lucro e não pelo conforto e qualidade de vida do paciente
(OLIVEIRA, 2005).
A seguir são apresentados os principais fatores que interferem e até impedem
a implantação da Atenção Farmacêutica:
3.4.1. Tarefas administrativas do Farmacêutico: Geralmente o farmacêutico tem
uma vasta quantidade de tarefas burocráticas em drogaria ou farmácia pública e
hospitalar, o que provoca certa distância entre o profissional e o paciente, pois o
farmacêutico fica centralizado nessas tarefas, deixando de lado a prática da Atenção
Farmacêutica.
3.4.2. Desvalorização por parte do proprietário da drogaria: Muitos proprietários
de drogarias não são farmacêuticos, fazendo com que haja resistência por parte do
dono da drogaria em relação à implantação da Atenção Farmacêutica,
principalmente porque o interesse maior dele é o lucro e não o bem estar dos
pacientes.
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3.4.3. Falta de experiência e conhecimento de alguns farmacêuticos sobre
Atenção Farmacêutica: Muitos farmacêuticos têm o desejo de implantar a Atenção
Farmacêutica, mas não sabem por onde começar. Infelizmente nem todos tiveram
informações suficientes sobre como implantar esse serviço, ou o que é a Atenção
Farmacêutica.
3.4.4. Desinformação da sociedade: A maior parte da sociedade desconhece o
verdadeiro papel do farmacêutico como profissional de saúde, sendo assim, não
valoriza o farmacêutico e não dão a liberdade para ele exercer a Atenção
Farmacêutica e demonstrar o quanto esse serviço é importante para a qualidade de
vida do paciente (FEGADOLLI et al, 2010).
Oliveira et al (2005) fizeram uma pesquisa com farmacêuticos e proprietários
de farmácias no Município de Curitiba e confirmaram as dificuldades e obstáculos
acima citados para a implantação da Atenção Farmacêutica.
Fegadolli et al (2010) realizaram uma pesquisa com dezesseis farmacêuticos,
diretores técnicos de farmácias e drogarias existentes em município de pequeno
porte do interior de São Paulo, e também observaram e confirmaram as dificuldades
citadas acima.
De modo geral, podemos atentar que a prática da Atenção Farmacêutica
ainda é principiante no Brasil, tanto nas farmácias e drogarias privadas quanto no
setor público. Para a implantação e consolidação efetiva desse serviço no setor
público, é preciso a conscientização dos gestores de que essa prática farmacêutica
reduz custos para o sistema de saúde e melhora a qualidade de vida. Por isso, é
importante que os futuros farmacêuticos e recém-formados em farmácia busquem
por uma prática correta da Atenção Farmacêutica. A partir do momento que a
Atenção Farmacêutica for praticada com seriedade e compromisso pelos
profissionais, ela também será reconhecida e valorizada por proprietários de
drogarias e toda a sociedade (PEREIRA; FREITAS, 2008).
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3.5. Estudos de Atuação do Farmacêutico e de Implantação de Serviços de
Atenção Farmacêutica.
Oliveira e Freitas (2008) realizaram um projeto de implantação da Atenção
Farmacêutica, realizado com pacientes do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)
no município de Quixeramobim – Piauí. Eles fizeram esse projeto porque
perceberam a necessidade de acompanhamento farmacêutico que aqueles
pacientes tinham, devido ao uso crônico de psicotrópicos, que são drogas que
atuam e alteram as funções do sistema nervoso central (SNC). Foram aplicados dois
questionários com perguntas claras, com o objetivo de coletar dados de perfil
epidemiológico e sobre problemas de saúde e os tratamentos farmacológicos dos
pacientes do CAPS. Ao final do estudo eles observaram que o maior problema era a
automedicação, e a principal causa que induzia essa automedicação era a cefaleia.
Também foi observado o risco de PRM’s e a importância do acompanhamento
farmacêutico para impedir o surgimento desses problemas, sendo que havia casos
de reclamações por parte dos pacientes que declararam ficar com a visão turva após
o uso dos medicamentos. Para concluir os autores deixaram bem claro que era
imprescindível a presença de um farmacêutico no CAPS e que era necessário
implantar o mais rápido possível o serviço de Atenção Farmacêutica para evitar a
automedicação dos pacientes e os prováveis PRM’s, melhorando a qualidade de
vida dos pacientes (OLIVEIRA; FREITAS, 2008).
Obreli Neto et al (2011) fizeram um estudo com prescrições de
antimicrobianos do período de setembro de 2006 a outubro de 2008, retidas na
farmácia da UBS ―Cidinha Leite‖ no município de Salto Grande, São Paulo. Para a
implantação de um Programa de Atenção Farmacêutica, foi feita a instalação de um
software, foram realizadas palestras educativas e entrega de materiais impressos
com informações sobre os medicamentos. Também foram feitas intervenções com o
apoio dos prescritores por meio de palestras. Depois da implantação, houve uma
redução no número de medicamentos por receita, entre eles os antimicrobianos,
principalmente os de segunda escolha, resultando na diminuição dos gastos com o
tratamento, na prevenção da resistência bacteriana e menores riscos de toxicidade.
O Programa também foi eficaz na identificação de interações medicamentosas dos
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antimicrobianos com outros medicamentos. Esse estudo foi uma constatação da
importância da implantação da atenção farmacêutica, que é uma ferramenta
essencial para prevenir e reduzir a ocorrência de PRMs (OBRELI NETO et al, 2011).
Outro estudo que mostra a eficácia dos serviços de atenção farmacêutica é o
de Alano et al (2012), que foi realizado entre setembro de 2007 a março de 2008,
um levantamento de dados de prontuários farmacêuticos de 58 pacientes atendidos
pelo Serviço de Atenção Farmacêutica do curso de Farmácia da Universidade do Sul
de Santa Catarina. Após a análise individual dos prontuários, classificaram-se os
PRMs, em evitável ou não, também foram identificadas as Necessidades
Relacionadas aos Pacientes (NRP), além das intervenções realizadas em cada
caso. Ao final concluiu-se que 82,2% dos problemas eram evitáveis e 63,7%
manifestados. A maioria das intervenções realizadas pelos profissionais de saúde foi
aceita pelos pacientes e tiveram resultados positivos. Em relação às NRPs, a
maioria eram dúvidas quanto ao tratamento, mas em 84,8% dos casos essas
dúvidas foram solucionadas.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho constatou como a Atenção Farmacêutica ainda precisa ser
aprimorada e praticada.
Foram explanadas muitas dificuldades para implantação desse serviço, sendo
a maioria dessas barreiras formada pelo próprio farmacêutico que não tem interesse
em aprimorar seus conhecimentos nessa área que é tão importante em sua
profissão.
Além disso, a maioria das instituições de ensino não prioriza a Atenção
Farmacêutica nos cursos de Farmácia, sendo assim, formam profissionais mais
focados em outras áreas.
É necessário maior investimento na formação e capacitação dos profissionais
farmacêuticos, estimulando-os a praticar os serviços de atenção ao paciente,
formando um profissional que traga confiança e segurança ao paciente, resultando
assim, em uma maior credibilidade da sociedade em relação ao farmacêutico.
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A confiança da sociedade no profissional auxiliará na interação entre eles,
favorecendo o acompanhamento farmacoterapêutico, garantindo um tratamento
mais seguro e eficaz para o paciente, contribuindo ainda para promoção do uso
racional de medicamentos, prevenção e diminuição de PRMs.
REFERÊNCIAS
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