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Antonio Pedro Alves de Carvalho

RESUMOOs diversos modelos metodológicos que envolvem o projeto arquitetônico auxiliam sobremaneira o trabalho prossional na área, tratando daadequação ao entorno até a explicitação daslosoas básicas de elaboração, constuindo-se em parte essencial deste processo – notadamentenos casos complexos, nos quais a quandade de variáveis implica numa impossibilidade de equacionamento simplicado. Através de pesquisabibliográca e da aplicação no ensino de métodos de auxílio ao projeto de estabelecimentos de saúde, busca-se, no presente trabalho, forneceraos arquitetos que trabalham na área uma relação de ferramentas de ajuda à compreensão da grande quandade de dados que interferem naelaboração de projetos de edicações complexas. Obteve-se uma gama de diversos procedimentos absolutamente necessários ao trabalho doarquiteto, com explicações de sua execução e exemplos. O estudo das diversas metodologias de criação do projeto arquitetônico é tema degrande interesse e a necessitar de melhor organização e visão geral. O presente trabalho coloca a importância do tema, indicando caminhos,principalmente para aqueles que trabalham com edicações para a área de saúde.

Palavras-chave: Metodologia da Arquitetura, Arquitetura e Saúde, Arquitetura Hospitalar.

ABSTRACT

There are several methodological models that deal with the architectural project, which help the professionals that work in the eld, anddeal with issues ranging from the suitability of the surroundings to the basic philosophical approaches of design, most notably in the complexcases, in which the quanty of variables makes it impossible to nd a simple soluon.Based on extensive bibliographic research and teaching methods related to the healthcare building, this work aims at providing a list of toolsthat can help designers understand some of the many issues that inuence the project of complex buildings. It includes an array of proceduresthat are deemed to be indispensable to the work of the architect, with explanaons and examples of praccal applicaon.The study of the many methodologies of architectural design and producon is of utmost importance, albeit sll in need of more organizaonand broadening of views. This arcle talks about the importance of the theme, o ering some direcons, parcularly for those involved withbuildings for healthcare.

Keywords: Architectural project, architecture and health, hospital architecture.

Antonio Pedro Alves de Carvalho é arquiteto e engenheiro, professor da Universidade Federal da Bahia e Doutor em Organização do Espaço pelaUniversidade Estadual Paulista

ISSN: 2176-6703 | P. 9 - 18

ArgosMÉTODOS PARA AUXÍLIO DE PROJETOS ARQUITETÔNICOS DEESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE

METHODS TO ASSIST THE ARCHITECTURAL PROJECT OF HEALTH CARE FACILITIES

A questão da funcionalidade no projeto arquitetônico

levanta diversas questões que afetam a maneira de executá-lo,notadamente no caso de estabelecimentos assistenciais desaúde (EAS). A adequação dos espaços às avidades (o uso), oconforto ambiental (o clima, o som, a paisagem), a apropriadaescolha dos materiais, o custo são partes essenciais à realiza-ção de um bom planejamento de edicações. Essas exigênciasdevem ser cuidadosamente consideradas no processo queenvolve a criação na Arquitetura. Para seu equacionamento,existe uma série de técnicas analí cas introdutórias absoluta-mente necessárias, que parcipa de uma incipiente metodo-logia cien ca do projeto (JONES, 1978). O ensino e a práca

da arquitetura deixam de ser apenas dependentes do talento

e da vivência pessoal, passando a ter um corpo teórico maiorque os exemplos de obras já realizadas.

Pela adoção dessas técnicas, de maneira alguma haverádiminuição do papel pessoal e ar sco do arquiteto, permane-cendo necessário o estudo das escolas e movimentos estécos,a importância da memória e, principalmente, da beleza comoimponderável fator que valoriza a obra. A metodologia doprojeto arquitetônico estabelece limites, determina o conheci-mento das funções do edi cio, ampliando o papel do usuário,que coloca exigências aparentemente simples, mas que nem

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sempre são devidamente consideradas, como a ergonomia, aacessibilidade, o conforto ambiental, a economia de energia eo próprio bem estar  sico e mental, com todas as suas ques-tões subjevas.

Os diversos modelos metodológicos, com a connuadapesquisa, vão se aprofundando, tratando da adequação aoentorno até a explicitação das losoas básicas de elaboração,constuindo-se em parte essencial do projeto arquitetônico –notadamente nos casos complexos, nos quais a quandade devariáveis implica numa impossibilidade de equacionamento

simplicado. Trata-se de uma tentava de diminuição do desco-nhecimento do objeto de planejamento. A tarefa de projetar umedi cio passa a ser um trabalho de equipe, na qual é obrigatóriaa interdisciplinaridade, havendo uma clara necessidade de coor-denação. Não se trata de conceder maior ou menor importânciada função sobre a forma – velho debate da arquitetura –, masexplicitar o que necessita ser considerado, de modo a tornarclaro o como se idealiza o espaço onde todos vivem.

O PROJETO ARQUITETÔNICO DE EDIFÍCIOS DE SAÚDE

A clareza da metodologia do projeto arquitetônico torna-senecessária, principalmente, quando se trabalha com os chama-

dos edi   cios de funções complexas, que são edicações de im-pacto, ou pelo porte ou pela quandade de variáveis funcionais(BARRETO, 1999; CARVALHO; BARRETO, 2007). Nesses casos, seas funções não forem corretamente consideradas, provocam-seentraves que podem inviabilizar todo o empreendimento.

Outra caracterísca dessas edicações é a necessidadede connuada adaptação às modicações dos usos, exigindo,além da funcionalidade, a adaptabilidade de seus espaços, oque tornam os estudos metodológicos essenciais. São con-sideradas edicações complexas grandes empreendimentosimobiliários, como: hospitais, portos, aeroportos, rodoviárias,shoppings, centros de convenções, hotéis, supermercados,

teatros, museus, cemitérios, escolas, universidades, centrosempresariais, conjuntos habitacionais, templos, centros admi-nistravos, loteamentos, entre outros.

Nesses casos, a existência de métodos de equacionamentodas múlplas variáveis envolvidas torna-se obrigatória, sobpena de baixa qualidade nal do produto. Tais métodos podemser englobados no que se chama programação arquitetônica,que pode ser denida como um conjunto de procedimentosque precedem e preparam a síntese projetual, e coincidecom o que Robert Hershberger (1999) denominou pesquisapré-projeto. O termo programação, como avidade e fase doprocesso de projeto, explicita a necessidade de comunicação

entre a equipe de projeto e o cliente. São avidades necessá-rias para a confecção de um trabalho de qualidade, mas que,

no caso das edicações de maior complexidade, tornam-seimprescindíveis.

A programação surge, portanto, como um momentode análise e preparo, de amadurecimento e contato com asituação, como um conjunto de conhecimentos preparatóriosque não podem ter sua importância subesmada na prácaprossional e na formação do arquiteto e urbanista. De acordocom Peña e Parshal (2001):

Bons edi cios não surgem simplesmente. Eles são pla-nejados para terem uma boa aparência e funcionarembem, e isto acontece quando bons arquitetos e clientescompreensivos juntam-se para efetuar um esforço coope-ravo e completo. Programar as exigências funcionais doedi cio a ser proposto é o primeiro trabalho do arquiteto,e talvez o mais importante. (PEÑA; PARSHALL, 2001, p. 12).

Os estudos de programação têm sido empreendidos atra-vés de técnicas e modelos muito variados, compendiados porautores como Duerk (1993) e Kumlin (1995). A metodologiado projeto arquitetônico, no entanto, não se limita à fase deprogramação. Com o intuito de organizar e melhor entender osdiversos métodos que estão envolvidos no processo de criaçãoarquitetônica, será possível analisá-los nas seguintes etapas:

a) Conhecimento do programa;

b) Proposição;

c) Avaliações.

Estas são fases obrigatórias, mas não necessariamenteefetuadas de forma linear. O importante é ter em mente a u-lidade de cada uma delas, evitando a excessiva simplicação,que pode acarretar graves problemas.

CONHECIMENTO DO PROGRAMA

Esta etapa do processo projetual envolve as pesquisas

preliminares, os pré-dimensionamentos e o estabelecimentode uma coordenação modular. Estes procedimentos resultarãonuma listagem de espaços e avidades, comumente chamadaprograma. Deve-se ressaltar que o programa arquitetônico nãopode ser simplesmente aceito como informação apriorísca,mas sempre uma responsabilidade do arquiteto. De posse destalistagem inicial, será o momento dos estudos de setorizaçãoou zoneamento, com a indicação para a etapa de proposição.

Pesquisas Preliminares

As pesquisas preliminares do projeto arquitetônico envol-vem diversas técnicas e formas de abordar o problema da de-

nição dos espaços, podendo ser ulizada uma gama de docu-mentos e processos que serão alvo de estudo sistemazado.

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As mais básicas englobam o conjunto de procedimentosque trabalha na escala regional e urbana, chegando-se àscondicionantes que determinarão a escolha do terreno. É umafase em que o arquiteto é comumente posto de lado, mas que,certamente, determina o projeto como um todo. São estudosde viabilidade econômica e técnica, populacionais e culturaisque interferem decisivamente no po de proposição a serestabelecida.

Em edicações complexas, a obra a ser projetada cons-tui-se em elemento de um sistema mais amplo e a ele deve

ser integrada. Em relação à saúde, por exemplo, há uma clarainterface de hierarquias e papéis. As circulações internas e aexistência de infraestrutura de apoio e instalações tambémdeterminam espaços e soluções. Da mesma forma, o traçadode um correto perl do que se pretende construir passa poressa visão sistêmica.

Ao lado do levantamento topográco, que fará todas asmedições exteriores às edicações existentes, deverá ser efe-tuado rigoroso cadastro das edicações situadas no terreno,inclusive relavamente ao estado de conservação. Deve-seressaltar que, mesmo no caso de edicações inicialmentereservadas à demolição, o cadastro precisa ser completo. A

decisão de descartar-se ou não uma edicação existente nãodeve ser tomada a priori , além da necessidade de corretolevantamento de custos.

As considerações ambientais iniciam-se pelas condicionan-tes climácas regionais e urbanas, além dos levantamentos davegetação, incidência solar e de ventos, análise de visuais deimpacto, estudos de acessos e estacionamentos, sondagens,entre outros. As questões de economia de energia e susten-tabilidade das edicações são, hoje, uma exigência éca e dalegislação de muitos países. Existem, inclusive, cercaçõesque, afastando-se o claro intuito de promoção comercial,determinam o nível de adequação ambiental alcançada pela

edicação. Trata-se de uma exigência a cada dia mais comumo estabelecimento de estudos de impacto ambiental e análiseclimáca cuidadosa relava ao empreendimento e ao local desua implantação, notadamente em edicações especiais, comohospitais, aeroportos e cemitérios.

As questões normavas permeiam todas as etapas doprojeto, constuindo-se desde leis nacionais e acordos interna-cionais até o estabelecido pelos planos diretores urbanos. Umlevantamento, o mais completo possível, das condicionanteslegais que envolvem o projeto, como leis de uso do solo, códi-gos de obras, decretos, resoluções e portarias, tombamentos,aprovações, registros e alvarás, é tarefa que envolve grande

dispêndio de tempo e recursos, devendo ser convenientementeconsiderada. Ainda nesta área estão as documentações que

envolvem o imóvel a sofrer intervenção, como escrituras, hipo-tecas, li gios, dimensões legais e reais, entre outras.

As entrevistas iniciais realizadas pelos projestas comos clientes são de extrema importância. Delas dependem odesenrolar do processo de projetação, tratando de aspectosdecisivos da edicação futura, tendo-se como objevo semprea maior parcipação do usuário. Por outro lado, não se podeimaginar que essa conversa informal substua todo o processode programação. O passo inicial para um planejamento dasentrevistas é a idencação das pessoas que possuem conhe-

cimento técnico e poder de decisão entre os contratantes, demodo a elaborar um plano que possa fornecer a maior quan-dade de dados possível.

Um roteiro preciso deve ser estabelecido, de modo a nãohaver perda de tempo e oportunidade. A princípio, pode-seincluir no conteúdo de uma entrevista: objevos e metas doempreendimento, gastos previstos, modelos e gostos estécos,expectavas, sugestões de programa, qualidade de equipa-mentos e mobiliário, questões ambientais, entre outros temas.

Relevantes também são as reuniões programadas paraapresentar aspectos especí cos do projeto, explicitando-seas alternavas de solução. Quando envolve especialidadesdiversas recebe o nome de Reuniões de Coordenação. Algumaspremissas caracterizam esse po de reunião:

• são decisivas, no sendo de apontar caminhos e indicarsoluções;

• os seus parcipantes devem ter autoridade sucientepara a tomada de decisões;

• devem ser bem planejadas, com pauta denida, horáriosde início e término claros, secretaria eciente, direçãoe ata com as principais decisões tomadas, avidades aserem executadas, seu executor e datas de sua apre-

sentação (DUERK, 1993).O uso de quesonários possui um aspecto formal de im-

portância, por apresentarem declarações escritas sobre dadosobjevos que podem, inclusive, ser alvo de manipulaçõesesta scas. Sua abrangência deve estar relacionada com acomplexidade, porte e especicidades do empreendimento.Um especial cuidado deve ser dado à amostragem ou escolhado seu público alvo de aplicação (KUMLIN, 1995).

Esse tipo de pesquisa pode ter como alvo dirigentes,proprietários, usuários em geral, funcionários, prestadores deserviço e outros. A atenção à maneira de se aplicar os queso-nários não pode deixar de ser considerada. O ideal será a con-

tratação de prossionais que, inclusive, cuidem da tabulação einterpretação preliminar dos dados levantados. Como sugestão

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de conteúdo, pode-se estabelecer: sasfação relava ao espaçoexistente, caracteríscas do espaço idealizado, objevos,uxos,relacionamentos entre avidades, relação de mobiliário e equi-pamentos a serem adquiridos e/ou aproveitados e materiaisde acabamento.

Visitas programadas a instalações semelhantes às que sepretendem projetar são extremamente úteis para a apreensãode avidades pouco conhecidas. Estas, no entanto, não de-vem se constuir em passeios rápidos, mas numa observaçãosistemazada, com questões formuladas com antecedência.

No caso de projetos de reforma, uma competente AvaliaçãoPós-Ocupação é imprescindível.

Uma vez colocados os objevos a serem alcançados noprojeto, deve ser traçado o perl básico do empreendimentoe realizado um estudo de viabilidade econômico-nanceira, demodo a obter-se a máxima segurança quanto aonde se querchegar, abortando antecipadamente qualquer plano que nãoesteja rmemente calcado em estudos de mercado.

Pré-Dimensionamentos

É uma técnica das mais valiosas para o conhecimento dosdetalhes que interferem no desempenho de cada avidade,inclusive equipamentos, mobiliário, pessoal, condicionantesambientais e outros. É ulizada para o conhecimento de es-paços cuja funcionalidade não está dominada pelo arquiteto(KRUGER, 1986; RIO DE JANEIRO, 1996; BRASIL, 2012).

Os espaços arrolados no programa arquitetônico podemser pré-dimensionados por, pelo menos, três modos:

a) funcional;

b) normavo;

c) analógico.

No modo funcional, analisa-se cada avidade e sua ergo-nomia ou as caracteríscas da movimentação, posturas, dura-ções, esforços, desgastes e habilidades motoras e perceptuaisenvolvidas no trabalho. A organização do trabalho é estudadaatravés de cenários e simulações abrangentes, envolvendo todaa cadeia de avidades na edicação.

O modo normavo baseia-se em regras estabelecidas atra-vés de leis e suas obrigações explicitamente derivadas ou doscostumes. A norma tem, em muitos casos, forte fundamentaçãofuncional e analógica, embora tenda a perder esses sendosquando aplicada inexivelmente.

No modo analógico, usam-se informações integrais ou

parciais, vindas de exemplos anteriores, que servem de re-ferência. A analogia gera cópias que, por serem adaptavas

e pragmácas, ajustam-se ao senso comum nas situaçõespouco conhecidas. Deve-se, no entanto, cuidar para que essesexemplos não levem à connuidade de soluções equivocadasou aplicadas de forma parcular.

Na prática, os três modos operam juntos. Embora amaior parte dos programas seja analógica, muitos de seuscomponentes podem ser pouco fundamentados. Os estudosergonômicos e as inovações tecnológicas forçam a realizaçãode estudos de funcionalidade, que são comuns no caso dosEAS (BARRETO, 2007).

A página na internet do SomaSUS (2012), do Ministérioda Saúde, representa uma demonstração bem completa destemétodo, relavamente aos projetos de EAS, inclusive comchasdetalhadas das caracteríscas dos equipamentos e ambientes.

Coordenação Modular

Por modulação deve-se compreender o estabelecimentode medidas ou de padrões de componentes que podem sereper ou admir variantes segundo regras básicas. Devemser integrados a uma estrutural global, a uma malha modularou outra convenção, que permita a coordenação de todas as

informações do projeto (ABNT, 1982).

A coordenação modular consiste num sistema capaz deordenar e racionalizar a confecção de qualquer artefato, desdeo projeto até o produto nal. Esta ordenação e racionalizaçãose efeva, principalmente, pela adoção de uma medida dereferência, chamada módulo, considerada como base de todosos elementos constuintes do objeto a ser confeccionado.

Fig. 1: Exemplo de estudo de pré-dimensionamentoFonte: Grupo de estudos em arquitetura e engenharia hospitalar (UFBA, 2012)

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A sua ulização é mais frequente em obras de grandeporte e que requerem um método construvo rápido e racio-nalizado. É o caso, por exemplo, de edi cios instucionais(escolas, prédios públicos), hospitais, conjuntos habitacionaise edi cios industriais (como galpões) (CARVALHO; TAVARES,2002). Quanto maior for o índice de industrialização do pro-cesso de construção, mais se exige a coordenação modular.Na saúde tem-se o caso dos hospitais da Rede Sarah como oexemplo mais completo do correto uso da modulação.

Desde o pré-dimensionamento é essencial trabalhar para

que uma coordenação modular consistente seja desenvolvida.Os espaços devem ser múlplos de um módulo espacial ou deum conjunto de módulos espaciais básicos. A coordenaçãomodular envolve módulos funcionais, estruturais, construvos,de instalações, de infraestrutura predial etc.

Como vantagens da adoção da modulação, podem-se citar:

• a racionalização e facilitação do processo projetual, jáque estabelece uma limitação às medidas aplicáveisaos componentes e ao projeto como um todo, além defacilitar e exibilizar a combinação dessas medidas;

• a possibilidade de emprego dos componentes na cons-trução em seu espaço designado sem a necessidade demodicações do projeto para a obra, evitando gastos eperda de tempo;

• a adequação às caracteríscas da construção civil aosprocessos de produção industrial;

• a possibilidade de proporcionar menor gasto de mãode obra;

• a redução dos prazos de execução;

• melhoramento do entrosamento entre projestas, fabri-cantes de materiais e executores da obra pela adoção

de parâmetros comuns, facilitando a coordenação doprojeto em obra e a manutenção do edi cio.

Com a crescente industrialização do processo construvo,a modulação se torna essencial como elemento unicador eracionalizador. Não é admissível, na atualidade, a confecção deprojetos que não ulizem esta ferramenta.

Listagem de Espaços e Avidades

Como consequência da explicitação do perl do empreendi-mento, segue-se o estabelecimento da listagem de todas asavidades que possam gerar espaço, bem como seus rela-

cionamentos. Um programa é essencialmente baseado nasrelações entre espaços e avidades. Comumente a denição

das avidades precede os espaços, mas não se deve perderde vista as inúmeras possibilidades de variações das formasde executar cada avidade.

Há várias formas de análise das relações entre espaços eavidades. Interessa ao processo de projetar os modos pelosquais o programa arquitetônico representa sasfatoriamentea organização de avidades que será atendida e viabilizadaespacialmente. Deve-se ressaltar, no entanto, que não existeuma correspondência unívoca entre espaços e avidades. Asavidades condicionam espaços e espaços condicionam a-

vidades, por razões relacionadas à linguagem arquitetônica, àexibilidade e adaptabilidade de uso, ao conforto ambiental ea outros fatores.

No projeto arquitetônico, ao denir avidades, há a naturalassociação aos espaços, às vezes linearmente. Nem sempre essacorrespondência é adequada. Sabe-se que muitas avidadesdisntas (ou repedas) podem estar associadas a um únicoespaço e que uma mesma avidade pode ocorrer em diversosespaços disntos. Os padrões de inter-relação entre espaços eavidade também variam no tempo. Essas inter-relações devemser analisadas. Todas as relações entre os espaços e as avidadeslistados podem ser examinadas uma a uma (BARRETO, 2007).Há importantes inter-relações que são simétricas – como as deproximidade e compabilidade. Essa reciprocidade pode serapresentada em uma matriz (g.2).

Pode-se criar grafos (diagramas de relações) a parr dematrizes. Os elementos da matriz são, por exemplo, dispostos

em círculo, como num relógio. Cada relação será representadaatravés de um traço, criando-se um diagrama dessas relações

Fig.2: Matriz de inter-relações entre setores de um hospitalFonte: MELLO; MEIRA, 2009.

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(g.3). Faz-se, então, o registro do peso ou importância – ou danatureza, prioridade, especicidade – de algumas das relações(ANDRADE, 1980; JONES, 1978).

Áreas Equivalentes e Zoneamento

Um programa arquitetônico contém uma listagem dosespaços, em vários níveis de abrangência. O trabalho primáriode um organizador de espaços é a separação das várias funções

ans de um edi cio. Isto pode ser feito ulizando-se de umalistagem simples, uma matriz ou um gráco de áreas. Estas áreaspodem ser interligadas por vetores, grafos ou em um funciono-

grama (NEVES, 1998). Pode-se ligar, ainda, as áreas equivalentesdas diversas funções. Estas áreas proporcionais demonstram asdiversas congurações  sicas possíveis para as soluções maisadequadas do ponto de vista funcional. Esses elementos de áreapodem ser também compostos modularmente.

Pode-se parr ou não de áreas equivalentes ou zonea-mentos para controlar os estudos preliminares de arquiteturade um edi cio que tem requisitos de proximidades entre suaspartes componentes. Sem conhecer essa estrutura subjacente,

contudo, dicilmente se saberá o quanto se está acertando ouerrando. O zoneamento ou setorização permite várias aproxima-

ções à lógica de posições relavas condas no programa e nospadrões de uso dos edi cios – servindo de ponto de parda naproposição de um projeto (g.4). Estas premissas iniciais devemser cuidadosamente checadas ao se elaborar a proposta nal.

PROPOSIÇÃO

Esta fase é de estudo mais di cil, envolvendo um sem

número de considerações pessoais e de eslos de trabalho,mas que podem ser sistemazados através das formas de re-presentação ulizadas e nos estudos de composição.

Hoje, com o avanço das técnicas computacionais, dachamada realidade virtual e de outras ferramentas de repre-sentação, a questão do meio e da mensagem nunca esteve tãoatual. Segundo Marnez (2000, p. 47): “[...] A representaçãotem variadas virtudes, mas entre elas não está a neutralidade,a inocência.”

A criação, vista de uma forma genérica, é uma questão queenvolve contextos culturais e valores estécos. Não se pode

considerar criava uma obra fora de seus aspectos históricose de papéis desempenhados (OSTROWER, 1997). Máscaras e

Fig.4: Exemplo de zoneamento com análise de uxoFonte: MELLO; MEIRA, 2009.

Fig.3: Grafo explicitando as inter-relações entre setores de um hospitalFonte: MELLO; MEIRA, 2009.

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pinturas em cavernas de sociedades primivas certamente, emseu tempo, não eram consideradas avidades excepcionais oucriavas. Escolas estécas e referências históricas possuem uminegável papel na consideração da criavidade, principalmentena arquitetura. Muitas obras são consideradas inovadoras sim-plesmente por terem sido executadas em determinado período.

Muitos defendem a possibilidade de desenvolvimento dashabilidades criadoras. Segundo Montenegro:

Existe um processo lógico para a invenção, que podeser resumido em quatro etapas: 1) Pesquisa de dados;

2) Associação dos dados coletados para a formulaçãode alternavas; 3) Avaliação ou crí ca das alternavaspropostas e 4) Expressão ou representação da propostaselecionada. (MONTENEGRO, 1987, p.124).

A realidade, no entanto, é que não existe uma atenção ex-clusiva ao desenvolvimento desta competência nas academiasde arte ou de arquitetura. Certas crí cas da forma como artesão os procedimentos que mais se aproximam deste objevo.

Nos estudos de composição são considerados umasérie de critérios de análise, na sua maioria demonstradosem obras notáveis selecionadas, como textura, movimento,

ritmo, hierarquia, simetria, luz e sombra, entre outros. Reis(2002) destaca que:

A percepção de ordem na forma arquitetônica, que implicapercepção de unidade e de uma estrutura na organizaçãodos elementos composivos, provoca uma reação sas-fatória ao es mulo e é condição para uma percepçãoapropriada da forma. (REIS, 2002, p.17).

Trata-se de toda uma ideologia da forma, que implica emconsideração primordial dos aspectos visuais para a determina-ção da qualidade da obra arquitetônica, passada a resumir-seem escultura. No caso dos EAS, pela forte determinante fun-cional, há um preconceito generalizado de que as edicações

são feias ou com “cara de hospital” – o que, na verdade, apenasdemonstra a falta de estudos de composição por parte dos ar-quitetos. As obras da Rede Sarah, de autoria do arquiteto JoãoFilgueiras Lima (Lelé), demonstram que este po de opinião,além de equivocado, impõe que sejam consideradas de formamais incisiva os valores estécos em obras para a saúde.

Plano Diretor

Dentre os métodos que se ulizam na proposição de obrascomplexas, está o do plano diretor. É um processo eminente-mente administravo de planejamento integrado (muldiscipli-nar) que, por sua semelhança com o estabelecimento de diretri-

zes legais de cidades, recebeu um nome semelhante ao adotadono Planejamento Urbano. Não deve ser confundido com simples

planos de crescimento de edicações, pois envolvem princípiosdo planejamento administravo. Desenvolve o conceito dearquitetura indeterminada, proposto inicialmente, na décadade 1960 para explicar os casos de edicações que estão emconstante mutação, como em grandes hospitais (NAGASAWA,2007; MENDES, 2007). Busca fornecer um horizonte de desen-volvimento da edicação a ser projetada, mantendo-a atual,envolvendo con nuas avaliações. É constuído por três etapas:conhecimento da situação existente (diagnósco), montagemde cenários (propostas), plano operacional (implementação).

O diagnósco determina o perl da organização que sepretende abrigar, sua viabilidade e localização (dados geraise especí cos). Para tanto, pesquisa as demandas (usuários/consumidores, funcionários), os recursos (pessoal, tecnológico, sicos, econômicos), a operacionalidade projetada (ronas,perl desejado da instuição) e o modelo de gestão a serutilizado. Administrativamente busca detectar problemasfuncionais e econômicos. Em relação ao exame  sico, quandonuma edicação já existente, procura caracterizar problemasde arquitetura, equipamentos e instalações. Em se tratandode novas edicações, estabelecelosoas a serem seguidas.

A fase de propostas é a etapa em que se colocam osprojetos a serem implementados. Inicialmente estabelecealternavas pela manipulação e análise dos dados disponíveis,determinando a evolução provável do empreendimento, as pos-sibilidades de crescimento regional e estratégico, procurandosimular resultados. Somente depois de um exausvo examedessas informações, parte-se para os primeiros estudos daedicação, baseadas no escopo determinado para a contrata-ção de projetos e nas ronas de acompanhamento e revisão.

O plano operacional deve estabelecer uma estratégia deimplantação, dentro de uma escala de prioridades e da dispo-nibilidade de recursos nanceiros colocados e acompanhados

pelos diversospos de cronogramas. Não se poderá prescindirda colaboração dos executores das etapas anteriores na scali-zação, esclarecimento, correção e atualização das peças grá-cas. A retroalimentação do plano vem das diversas avaliaçõesprogramadas no decorrer da vida úl do edi cio.

São muitas as vantagens da adoção da metodologia doplano diretor. Pode-se citar: esmula a parcipação; redeniçãoe consolidação de objevos, metas e prioridades; estabeleceestratégias a curto, médio e longo prazo; sistemaza ações deplanejamento; exibiliza os recursos disponíveis, com claravisão das prioridades; minimiza pressões e conitos; maximizao aproveitamento dos recursosnanceiros, inclusive apontando

fontes de nanciamento; esmula a obtenção de resultados;atualiza e fortalece a Instuição como um todo.

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Coordenação de Projetos

A confecção de projetos nunca deve ser vista como umconjunto de avidades estanques, desconectadas entre si. Cadaespecialidade deve ser executada dentro de uma visão do todoe, para que tal ocorra, será necessária a coordenação de pro- jeto. Esta deverá ser efetuada desde o início do planejamentodo empreendimento, estudos de viabilidade, levantamento decustos preliminares e estudos de impacto ambiental, até osprojetos execuvos e gerenciamento da obra. Este processo étambém chamado de engenharia simultânea, apresentando a

necessidade do aspecto unitário do planejamento (MELHADO,2005).

Em relação à metodologia do projeto arquitetônico, acoordenação de projetos deve atentar para todas as informa-ções que apresentem interfaces com as diversas especialidadesenvolvidas. A rigor a fase de programação deveria ser efetuadapara cada um dos projetos, mas é possível trabalhar sob umponto de vista generalista se houver a devida ulização deconsultores.

O perl do coordenador-chefe dos projetos deve ser o deum prossional com larga experiência em trabalhos do porte e

do

po que se considera, grande conhecimento técnico e umanatural liderança.

AVALIAÇÕES

O processo de avaliação de projetos deve ser assumidocomo uma rona natural e necessária, não somente paragaranr a qualidade do produto, mas para que haja desenvol-vimento prossional. Dentre os métodos de avaliação maisulizados estão a avaliação pós-ocupação (APO) e aavaliação

 pós-projeto (APP).

Avaliação Pós-Ocupação

A Avaliação Pós-Ocupação do ambiente construído jápossui um longo processo de aplicação e estudo, não somentecomo ferramenta didáca nas escolas de arquitetura, mas navida prossional de arquitetos e urbanistas, principalmentequando envolvidos em projetos de reforma e ampliação deedicações. Teve início no nal dos anos 1940, nos EstadosUnidos e Europa, quando da avaliação de conjuntos habita-cionais construídos no pós-guerra. Prioriza aspectos de uso,operação e manutenção, considerando essencial o ponto devista dos usuários. Está baseada em princípios de avaliação dedesempenho, controle de qualidade e psicologia ambiental(ORNSTEIN; ROMÉRO, 1992; ABIKO; ORNSTEIN, 2002).

A APO é ulizada para diagnoscar aspectos posivose negavos do ambiente construído a parr da avaliação de

fatores técnicos construvos, econômicos, funcionais, esté-cos e comportamentais, tendo em conta o ponto de vista dosdiversos agentes, mas, principalmente, dos projestas, clientese usuários. A psicologia vem sendo amplamente ulizada emtrabalhos interdisciplinares, destacando a sasfação e huma-nização do espaço construído (ORNSTEIN, 2005). Da mesmaforma, a qualidade ambiental temdo destaque nas pesquisasatuais, com a ulização de diversos modelos e ferramentasesta scas.

Diversos enfoques podem ser privilegiados nestas ava-

liações, destacando-se: o ambiental (higrotérmico, luminoso,acúsco); o funcional (serviços, acessibilidade, interação fun-cional, capacidade,exibilidade, humanização) e o tecnológico(conabilidade dos materiais, estrutura, instalações). Outrosenfoques possíveis: conservação de energia, segurança, sina-lização, informazação, controle geral (edi cio inteligente),aspectos ergonômicos, aspectos técnicos, funcionais e com-portamentais, uxos em ambiente complexos (hospitais), re-formas e ampliações, revitalização, especicação de materiais,diretrizes estécas, modicação de mobiliário/equipamento,aumento de produvidade, impacto ambiental, urbanismo esistema viário, modernização de instalações, diminuição de

custos de funcionamento, invesgação de acidentes, crimesou falha em produtos.

Suas áreas de aplicação abarcam, principalmente, a ques-tão habitacional, educação e estudos do meio ambiente. Naárea dos estabelecimentos assistenciais de saúde já existemimportantes contribuições, como as de Mello (2011), Castro,Lacerda e Penna (2004), Rheigantz (2004), Carvalho, Vieira eBasta (2004), e Kotaka (1992). Neste po de estabelecimentose concentram projetos arquitetônicos de reforma, que ne-cessitam desta importante ferramenta como orientadora dasações dos projestas. Costuma-se dizer que um EAS nunca estáconcluído ou que vive em obras, por sua constante mudança

e evolução de usos.

A explicitação de exemplos de APO em EAS irá, portanto,orientar os projestas da área a realizar suas próprias experiên-cias e aproveitar as já realizadas para aumentar seu conheci-mento, não somente relavo à funcionalidade destes equipa-mentos, mas à própria arquitetura em geral. As tradicionaisanálises técnicas, funcionais e comportamentais que abarcama maioria das APO, certamente acrescentarão à literatura sobreo assunto importantes conhecimentos e exemplos, suscitandoo debate e o aprendizado.

Diversas são as vantagens da ulização da APO, notada-

mente em processos de reforma e ampliação de edicaçõesem geral, podendo-se destacar que:

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• recomenda melhorias em processos construvos;

• envolve projestas;

• conscienza usuários-chave;

• controla a qualidade do ambiente construído;

• auxilia no desenvolvimento de manuais de manutenção,operação e projeto;

• auxilia na elaboração de plano diretor.

Trata-se, portanto, de ferramenta essencial de projetopara uso do caso dos estabelecimentos de saúde.

Avaliação Pós-Projetos

Os métodos de pós-avaliação dos projetos arquitetônicossurgiram das primeiras análises dos custos resultantes de algu-mas decisões relavas à própria losoa do projeto, introduzidapor Mascaró (1985) no clássico Custo das Decisões Arquitetôni-

cas. As possibilidades de conhecimento das consequências dasdiversas premissas de projeto e de seus resultados apontampara um elenco de formas de avaliação que impõem uma maiorconscienzação dos resultados nas obras, provocando melhoriaqualitava sensível dos produtos.

Quais as qualidades de uma solução arquitetônica quepodem ser mensuradas? Quase todas passíveis de quanca-ção, como: funcionalidade, economia (custo versus bene cio,disponibilidade orçamentária, adequação a cronograma, situa-ção administrava segundo modelo adotado, manutenção, vidaúl),exibilidade (possibilidade de adaptação, pardo estrutu-ral, modulação, facilidades para instalações), expansibilidade(ocupação, modulação estrutural, áreas livres), compacidade,área total, conguidade (medida por grafos e matrizes de deslo-camento), checagem com normas em geral, usuários especiais(acessibilidade), área de circulação x área construída, rampas,

elevadores, áreas de espera, suciência e dimensionamento,uxos de funcionários, usuários, emergência, pessoal de apoioexterno, visitas, cadáveres, carga e descarga, resíduos, confortoambiental (térmico, venlação natural, venlação arcial e arcondicionado, iluminação natural, iluminação arcial, confortoacúsco), conservação de energia, materiais em geral (veda-ções, revesmentos, forros, pinturas, acabamentos, caixilharia,vidraçaria, impermeabilizações, juntas de dilatação, cobertura,drenagem etc), áreas de armazenagem e administração, ade-quação de mobiliário e equipamentos, sinalização, segurança,facilidades de manutenção e manuseio.

O costume de se efetuar avaliações con nuas dos projetos

permirá a detecção de equívocos e falta de conformidadeque levará a grande economia na edicação a ser construída.

 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A arquitetura de EAS está sujeita a extensa legislação res-triva, iniciando pela RDC-50/2002, da ANVISA (BRASIL, 2004),a nível federal, até as mais diversas normas das Vigilâncias Sani-tárias estaduais e municipais. Dentre as áreas de obrigatóriaconsideração, nesse po de projeto, podem ser destacadas:a saúde, a tecnologia e a metodologia de projeto. A área dasaúde possui clara interface com a metodologia do projetoarquitetônico, abarcando a parcipação de conhecimentosem planejamento de saúde, saúde coleva, epidemiologia,

legislação sanitária, administração, controle de infecções, entreoutros. A área tecnológica terá intervenção tão intensa quantomaior for a complexidade da edicação, envolvendo especia-lidades como o conforto ambiental, ergonomia, estrutura,instalações em geral, modulação, comunicações, engenhariaclínica, manutenção, gases medicinais, além de espaços espe-ciais, como os de lavanderia, cozinha, laboratórios e central dematerial esterilizado. Conhecimentos ligados à metodologia doprojeto serão essenciais, portanto, com a ulização do temponecessário para sua aplicação.

O estudo das diversas metodologias de criação do pro-

 jeto arquitetônico é tema de grande interesse e a necessitarde melhor organização e visão geral. O presente trabalhopretendeu apenas colocar a importância do tema, indicandocaminhos, principalmente para aqueles que trabalham comedicações para a área de saúde.

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