arquivo - jornal gamboa digital - ed. 51 (fev-mar/2012)

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Ano 12 N o 51 fevereiro/março/2012 Publicação Educativo-Cultural Distribuição Gratuita Boa Nova-BA A matéria desta página e o seu título podem parecer um exagero ou mesmo uma afirmação despropositada. As con- versas de bastidores que são travadas cotidianamente em Boa Nova revelam que não são muitos os que, de fato, en- xergam hoje todo o potencial ecoturísti- co que o município possui. Em seu perfil na rede social Face- book, que já possui mais de 1.000 conta- tos ligados direta ou indiretamente a Boa Nova, o GAMBOA vem divulgando fo- tos bem representativas das belezas na- turais do município, assim como de visi- tas de observadores de aves. Cada uma delas é apresentada com a legenda “Boa Nova: paraíso das aves e novo roteiro baiano de ecoturismo”. Mesmo sabendo que há um longo caminho a ser percorrido, principalmen- te no que diz repeito a uma política pú- blica municipal para a área e ao investi- mento que a iniciativa privada possa fa- zer no setor de hospedagem, o GAM- BOA defende nesta edição a tese de que é possível o ecoturismo ser uma impor- tante fonte de receita para Boa Nova. Há menos de dez anos – antes da che- gada da ONG SAVE Brasil e seus proje- tos socioambientais e da criação do Par- que Nacional de Boa Nova e do Refúgio de Vida Silvestre de Boa Nova – qualquer um que falasse nas possibilidades de tais conquistas seria chamado de louco. No entanto, não só são realidade como apon- taram os caminhos seguros para a trans- formação do município num dos roteiros baianos de ecoturismo. Na verdade, isso já acontece desde a década de 1980, quan- do grupos de observadores de aves do Brasil e do exterior apareciam com frequ- ência, atraídos apenas por informações ci- entíficas das aves locais, completamente desconhecidas das autoridades municipais e da própria população. A eleição municipal de outubro deste ano será uma boa oportunidade para se observar como agirão os candidatos ao Executivo e ao Legislativo com relação ao tema. Os que não se manifestarem sobre ecoturismo em Boa Nova certa- mente já dirão muito sobre como agirão com o setor caso sejam eleitos. Leia à página 3 um texto sobre um dos principais eixos do ecoturismo em Boa Nova. Boa Nova: paraíso das aves e novo roteiro baiano de ecoturismo Nestes “posts” do Facebook são mostradas fotos de observadores de aves em Boa Nova As fotos das cachoeiras de Boa Nova são sucesso no Facebook

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Esta edição traz, duas páginas a mais do que a impressa, sendo divulgada após a sua circulação em Boa Nova e em outras cidades. A ampliação facilita a inserção de outras matérias após o fechamento da edição.

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Page 1: ARQUIVO - Jornal GAMBOA digital - Ed. 51 (fev-mar/2012)

Ano 12 No 51 fevereiro/março/2012 Publicação Educativo-Cultural Distribuição Gratuita Boa Nova-BA

A matéria desta página e o seu títulopodem parecer um exagero ou mesmouma afirmação despropositada. As con-versas de bastidores que são travadascotidianamente em Boa Nova revelamque não são muitos os que, de fato, en-xergam hoje todo o potencial ecoturísti-co que o município possui.

Em seu perfil na rede social Face-book, que já possui mais de 1.000 conta-tos ligados direta ou indiretamente a BoaNova, o GAMBOA vem divulgando fo-tos bem representativas das belezas na-turais do município, assim como de visi-tas de observadores de aves. Cada umadelas é apresentada com a legenda “BoaNova: paraíso das aves e novo roteirobaiano de ecoturismo”.

Mesmo sabendo que há um longocaminho a ser percorrido, principalmen-te no que diz repeito a uma política pú-blica municipal para a área e ao investi-mento que a iniciativa privada possa fa-zer no setor de hospedagem, o GAM-BOA defende nesta edição a tese de queé possível o ecoturismo ser uma impor-tante fonte de receita para Boa Nova.

Há menos de dez anos – antes da che-gada da ONG SAVE Brasil e seus proje-tos socioambientais e da criação do Par-que Nacional de Boa Nova e do Refúgiode Vida Silvestre de Boa Nova – qualquerum que falasse nas possibilidades de taisconquistas seria chamado de louco. Noentanto, não só são realidade como apon-taram os caminhos seguros para a trans-formação do município num dos roteirosbaianos de ecoturismo. Na verdade, issojá acontece desde a década de 1980, quan-do grupos de observadores de aves doBrasil e do exterior apareciam com frequ-ência, atraídos apenas por informações ci-entíficas das aves locais, completamentedesconhecidas das autoridades municipaise da própria população.

A eleição municipal de outubro desteano será uma boa oportunidade para seobservar como agirão os candidatos aoExecutivo e ao Legislativo com relaçãoao tema. Os que não se manifestaremsobre ecoturismo em Boa Nova certa-mente já dirão muito sobre como agirãocom o setor caso sejam eleitos.

Leia à página 3 um texto sobre umdos principais eixos do ecoturismo emBoa Nova.

Boa Nova: paraíso das aves enovo roteiro baiano de ecoturismo

Nestes “posts” do Facebook são mostradas fotos de observadores de aves em Boa Nova

As fotos das cachoeiras de Boa Nova são sucesso no Facebook

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2 Gamboa fevereiro/março/12

Tocando sax e flauta, o boanovense Paulo CésarAndrade da Silva (foto) integrou a orquestra que seapresentou no II Verão Musical 2012, realizado em 9de março no Teatro Municipal de Araraquara-SP. Pau-lo, que é graduado em Letras (com mestrado e douto-rado na área), leciona na UNESP (Universidade Esta-dual de São Paulo), campus de Assis, mas mantémconstante atividade como músico. Dividido entre opopular, o jazz e o erudito, Paulo (que também é co-fundador do GAMBOA) se diz apaixonado pelos trêsestilos musicais, que aprendeu a gostar já em BoaNova em sua adolescência, na década de 1980.

Sempre que me pego de-sesperançado diante dessacrua realidade, forjada pela in-capacidade humana de evoluircoletivamente, lembro-me deRubem Alves. Na crônica“Sobre o Otimismo e a Espe-rança” (do seu livro “Concer-to para Corpo e Alma”) eleresalta as diferenças que po-demos perceber entre otimis-mo e esperança – talvez osprincipaisantídotospara a de-pressão eoutras do-e n ç a sd’alma.

Minei-ro de BoaEsperan-ça (berçoaltamentes u g e s t i -vo!), Ru-bem Alvesse tornoueducador epsicanalis-ta, contra-riando to-das as pre-visões de sua trajetóriaescolar. No livro “Fomosmaus alunos” (uma espéciede registro de um bate-papo entre ele o sociólogoGilberto Dimenstein) ficaclaro que foi preciso muitaesperança (bem mais doque otimismo!) para que avida abrisse as portas parasua passagem.

Para muitos, esperança

Esperançaversus otimismo

Roberto D´arte

e otimismo chegam a ser si-nônimos, mas para RubemAlves um é o oposto do ou-tro. “Otimismo é quando,sendo primavera do ladode fora, nasce a primave-ra do lado de dentro. Es-perança é quando, sendoseca absoluta do lado defora, continuam as fontesa borbulhar dentro do co-ração” . Quando li este tre-

cho pela pri-meira vezessa oposi-ção não fi-cou tão cla-ra. Após al-gumas re-leituras ereflexões,vi que fazs e n t i d o ,principal-mente seentender-mos aí ap a l a v r a“oposto”não comoum antô-nimo, mascomo afir-

mação de distância.De fato, o otimismo pa-

rece precisar de situaçõesfavoráveis para florescer. Aesperança, não. Esta nasceem terrenos pedregosos,onde ninguém imagina serpossível qualquer forma devida. Rubem Alves explicaisso melhor: “o otimismotem suas raízes no tempo.A esperança tem suas raí-

zes na eternidade. O oti-mismo se alimenta de gran-des coisas. Sem elas, elemorre. A esperança se ali-menta de pequenas coisas.Nas pequenas coisas elafloresce. Basta-lhe um mo-rango à beira do abismo”.

“Um morango à beira doabismo”: que metáfora genial!Tirando o belíssimo viés literá-rio que a permeia e analisandoapenas seu lado psicanalítico,talvez o primeiro passo paraquem já esteja à beira do abis-mo ou mesmo no fundo deleseja olhar para o lado à procu-ra de um morango, ao menos.Escrita no fim do século 20,essa crônica de Rubem Alvesé um tanto visionária. Que odiga o trecho a seguir: “hoje,é tudo o que temos ao nosaproximarmos do século 21:morangos à beira do abismo,alegria sem razões. A possi-bilidade da esperança...”

Para alguém em depressãoum dia ensolarado chega a seruma afronta. Neste estadosombrio a luz interior se en-contra apagada e qualquer cla-ridade maior ofusca o espíri-to, já imerso na penumbra.Não por acaso se costuma di-zer que uma pessoa assimchegou ao fundo do poço.Para quem é dominado poressa doença (reconhecidacomo tal na literatura médica)continuar na superfície já é seexpor demais. Quanto maisdentro da terra, com a cara nochão, melhor. Em situaçõescomo esta falar de esperançaé apontar alguma luz no fimdo túnel. Ou melhor, um mo-rango à beira do abismo.

(Roberto D´arte é redator do Jor-nal Tribuna Livr e, de Viçosa-MG,professor de Filosofia da FDV -Faculdade de Viçosa e editor doJornal GAMBOA)

Colaboraram nesta edição:Cibele de Sá, Edson Ribeiro, Elaine Leite, Jairo Moraes, Luiz Moraes, OsmarBorges, Paulo Andrade, Renato Pedrecal Jr. e Sheyla Alencar.

Expediente Jornal GAMBOA

Impressão: Tribuna Editora GráficaViçosa-MG

Editor/Jornalista Responsável:Roberto D´arte

Editoração e edição de imagem:Anderson Miranda

Endereço:Rua Vaz de Melo 40 - CentroViçosa-MG - CEP 36570-000E-mail: [email protected]

O GAMBOA está vinculado ao IAM(Instituto Adroaldo Moraes)E-mail: [email protected]

Os artigos assinados do Gamboa são de inteira responsabilidade de seus autores

Contribuindo com ações e exemplos parauma Boa Nova mais ética e sustentável

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fevereiro/março/12 Gamboa 3

Não é de hoje que Boa Nova é conhe-cida como o paraíso das aves. Quem nãoconhece o município pode até dizer que setrata de mera propaganda dos que amamsua terá natal. A verdade, porém, é que oque terminou virando um slogan hoje divul-gado nas redes sociais da internet (“BoaNova: paraíso das aves”) nasceu dentro donicho dos especialistas no assunto.

Essa afirmação pode ser reforçada pelofato de que há décadas Boa Nova é co-nhecida pela sua diversidade ambiental e,principalmente, por ser um dos principaisdestinos para observadores de pássarosde várias partes do mundo. Por outrolado, também há décadas o hábito decaçar e criar pássaros em gaiolas estáenraizado em boa parte da população.O gosto pela criação, pela troca e pelocomércio de pássaros é algo que vemse propagando por gerações.

Eu mesmo venho de uma famíliade criadores de pássaros. Meu avô pa-terno passou este “prazer” para seusfilhos, e meu pai e meus tios eram cri-adores e se esmeravam para ter osmelhores pássaros. Na casa de meupai (Adroaldo Cerqueira Moraes – Do-zinho) tinha uma grande quantidade depássaros em gaiolas e também umgrande viveiro no qual eu e meus ir-mãos chegávamos entrar para limpar.Nesse grande criatório todos os pás-saros eram muito bem tratados; todosos dias as gaiolas e o viveiro eram lim-pos e a água e a alimentação, troca-das. Lá se destacavam canários, carde-ais, sofrês (também conhecido como cor-rupião), azulões, pintassilgos, pássaros-pretos, papagaios, periquitos australianos,aracuãs, arapongas e outras infinidadesde pássaros que não me recordo o nome.Todos eles eram considerados de estima-ção, pois meu pai não trocava ou vendia

No paraíso das aves elasmerecem viver livr es

Slogan da campanha “Pássaros Livres”

por preço algum. Felizmente, esse “pra-zer” não se propagou para as novas ge-rações da família.

Esse era e ainda é um retrato de umaBoa Nova, onde famílias criam pássaros einfluenciam novas gerações pelo prazer decriar, de ouvir seus cantos, sem se tocaremque estão praticando um ato ilegal e queeste “amor pelos pássaros” é um “amor”egoísta, já que tem que tirar a liberdade deum ser vivo para tê-lo por perto.

Existe outro perfil de criadores, abo-minável, que são aqueles que criam avespara briga, a exemplo das rinhas de galo.

Estes criadores, à base de apostas, pro-movem verdadeira selvageria pelo pra-zer de verem seus animais brigando.

Há ainda os traficantes de pássaros,alguns transvestidos de criadores hones-tos e bons cidadãos, que veem na nossabiodiversidade um meio de ganhar di-nheiro de forma ilegal e imoral. Estes,

ao lado dos caçadores, são responsáveispela extinção de várias espécies de pás-saros e, consequentemente, de muitasoutras espécies da fauna e flora locais,

já que promovem um verdadeiro de-sequilíbrio ambiental com seus atosmesquinhos e criminosos.

Neste contexto é que surgiu a cam-panha “Pássaros Livres”, que tem comoobjetivo conscientizar a população denosso município e de municípios circun-vizinhos, através de varias ações, sobrea importância de preservação dos pás-saros livres e em seu habitat natural. Estacampanha é uma realização conjunta daPrefeitura Municipal de Boa Nova (atra-vés das Diretorias de Meio Ambiente ede Cultura), ICMBio – Instituto Chi-co Mendes (através do Parque Naci-onal de Boa Nova), SAVE Brasil,Museu do Processo e IAM – Institu-to Adroaldo Moraes. Ela é patrocina-da pela VESNA Profissional e apoia-da pelo COA-BA – Clube de Obser-vadores de Aves da Bahia, pelo Con-selho Municipal de Meio Ambiente e

Recursos Hídricos, pelo Jornal GAMBOAe por várias outras entidades que estãoaderindo e fazendo questão de apoiá-la.

(texto de Luiz Henrique Duarte Moraes– graduado em Administração de Empresa,comerciante e diretor executivo do IAM –Instituto Adroaldo Moraes)

Luiz Moraes, Sheyla Alencar e o filho Henrique:vestindo a camisa dos pássaros livres

Esse aí sabe que a monotonia e atristeza não podem ser convidadaspara entrar em casa... Valdomiro Pe-reira Barbosa, conhecido comoNêgo Sansão (foto), é um artista po-pular que vive em Boa Nova. Sua casafoi completamente decorada compinturas, esculturas e móveis custo-mizados por ele mesmo.

(as fotos e texto foram tirados de umdos álbuns de foto do Facebook de Os-mar Borges – geógrafo especializadoem Biogeografia de Aves e chefe doParque Nacional de Boa Nova)

Nêgo Sansão e a Arte do Viver

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4 Gamboa fevereiro/março/12

Depois de exibido em BoaNova e Salvador em julho de2011, o documentário “O Voodo Caçador”, da boanovenseCibele de Sá circula agorapelo país em DVD. O filmefoi um dos 40 selecionadospara a IV edição do projetoRevelando os Brasis, realiza-do pelo Instituto Marlin Azulem parceria com a Secreta-ria do Audiovisual do Minis-tério da Cultura, com patro-cínio da Petrobras.

Os filmes e os principaismomentos da quarta edição doprojeto foram reunidos em umbox de DVDs, com objetivode multiplicar o acesso àsobras e fortalecer a inclusãoaudiovisual. O conteúdo estásendo distribuído gratuitamen-te para os diretores dos filmescriados, além de cinematecas,cineclubes, museus, escolasde audiovisual, ONGs, pon-tões e pontos de cultura, uni-versidades, cineastas, educa-dores, produtores de cinemae TVs. Os boxes começarama ser distribuídos em dezem-bro de 2011 e chegarão ao seudestino até o fim de março.

Cada caixa é compostapor seis DVDs que reúnemos 40 documentários e fic-ções produzidos durante aquarta edição do projeto, alémdo sétimo disco que apresen-

“O Voo do Caçador” circula pelo Brasil em DVD

A cineasta boanovense Cibele de Sá e o box de DVDs do Revelando os Brasis IV

ta um material extra com ce-nas das oficinas, do circuitode exibição nas cidades, de-poimentos e fotos. A nova eta-pa de difusão do programa in-clui, além da distribuição dosvídeos, a exibição dos filmesem mostras e festivais reali-zados no Brasil e no exterior.A exibição em Boa Nova, naPraça da Bandeira, Centro,aconteceu em 6 de julho de2011 para um público estima-do em 700 pessoas.

Histórico

Desde o lançamento, em

2004, o Revelando os Brasisproduziu 160 vídeos, com ro-teiro, produção e direção demoradores de municípios comaté 20 mil habitantes, que re-gistraram personagens popu-lares, tradições e histórias daspequenas cidades brasileiras.A quarta edição do projetocomeçou com um concurso dehistórias que reuniu os auto-res selecionados, no Rio deJaneiro, para estudar a lingua-gem e as técnicas audiovisu-ais com profissionais do cine-ma brasileiro.

Na etapa seguinte, os rea-lizadores retornaram às suas

cidades para gravação dos 40filmes com o acompanhamen-to das produtoras regionaiscontratadas pelo projeto e coma participação de moradoresinteressados na experiênciaaudiovisual. Depois de finali-zados, os 40 vídeos integraramum circuito de exibição itine-rante em espaços abertos egratuitos pelas cidades envol-vidas e nas capitais dos esta-dos participantes.

No site do Revelando os Bra-sis (www.revelandoosbrasis.com.br)podem ser conferidos os ex-tras e as cenas inéditas daquarta edição do projeto.

Na segunda metade da década 1980foi criada em Boa Nova a Filarmônica 8de Setembro, que logo se tornaria umaespécie de escola de música para mui-tos adolescentes da época. O GAM-BOA, em seu perfil no Facebook, publi-cou três fotos da filarmônica, tiradas doálbum pessoal de uma de suas primeirasintegrantes – Marisa Moreira.

Um dos projetos do IAM – Insti-tuto Adroaldo Moraes é resgatar nãoapenas a memória dessa entidadecultural, como também convencer oMunicípio e possíveis outros parcei-ros a investirem no retorno da Filar-mônica 8 de Setembro.

No tempo daFilarmônica 8de Setembro

A Filarmônica ajudou na formação de muitos jovens na década de 1980

Foram muitas apresentaç~eos em Boa Nova e municípios da região

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fevereiro/março/12 Gamboa 5

O Dia Internacional da Mu-lher – comemorado em 8 demarço – ganhou um registro es-pecial em Boa Nova neste ano.O evento “Mulheres em Evidên-cia”, realizado no Salão da Câ-mara Municipal, homenageouvárias boanovenses com umprêmio que, em si, foi tambémuma homenagem à mais antigamoradora da cidade.

A premiação simbólica rece-beu o nome Simpliciana Ferrei-ra (Dona Simplícia), que no dia2 de fevereiro último completou106 anos. Quinze mulheres fo-ram escolhidas para representartodas as mulheres do município.

Nascida em 1906, a filha deescravos Simplícia foi morarem Boa Nova no início da ado-lescência, vindo a criar laçosprofundos com várias gera-ções, que têm centenas de his-tórias ligadas a ela. Sua luci-dez, mesmo após mais de umséculo de vida, pode ser vistano vídeo “Dona Simplícia”, fei-to em 6 de março deste ano,por Josafá Sampaio, com dire-ção e edição de Cibele de Sá.

Exibido no evento, o vídeoarrancou aplausos entusiasma-dos do público presente, prin-cipalmente quando Simplíciaaparece cantando. Quanto à

Mulheres recebem prêmio “Dona Simplícia”

Simplícia: a inspiração

sua receita de longevidade, elamesma contou: “Sabe como eucheguei a essa idade? Commuita calma. A gente precisater paciência com a vida”.

O evento

O “Mulheres em Evidên-cia” surgiu de uma ideia da psi-cóloga Marília Dias, que che-gou há apenas 1 ano em BoaNova e já manifesta uma von-tade de ser parceira nos proje-tos e eventos da comunidade.A sua realização aconteceu deforma conjunta entre o Centrode Referência da AssistênciaSocial (CRAS), a Secretaria

Municipal de Assistência e aDiretoria de Cultura, com apoioda Câmara Municipal.

A programação variada con-tou com as palestras de WilsonDuarte Coqueiro (“A importân-cia da mulher no contexto fa-miliar”), de Osmar Borges (“Aconquista da autonomia femini-na”) e Marilson Moraes (“Adesvalorização da figura femi-nina na música contemporâ-nea”). Ocorreram ainda asapresentações artísticas com asparticipações de Luzia Rodri-gues, recitando a poesia de suaautoria “Aurora do Coração”(com a qual ela conquistou o 1ºlugar em 2011 no projeto Esta-dual TAL - Tempos de Arte Li-

terária); de Aurora Celes (DonaLolinha) e sua filha Perpétua in-terpretando a música “Você élinda”, de Caetano Veloso; deJonatan Oliveira, interpretandoa música de sua autoria “A me-nina e o espelho” (premiada noFACE - Festival Anual da Can-ção Estudantil); e do músico eprofessor de violão Zé Rodri-gues, acompanhado do seu so-brinho Matheus Sampaio.

Além de “Dona Simplícia”,foi também exibido o vídeo“Guardados”, do boanovensePaulo Coqueiro, que integrou aprogramação oficial do XI Mer-cado Cultural, em 2011. Na edi-ção virtual, à página 9, mais fo-tos das atrações deste evento.

...também foram homenageadas Ana Nery (secretária municipal de Educação), Isabel, Avany e Ivone

Gabriela (representando o CRAS) entregou o prêmio às homenageadas Maria, Joani, Cosmira e Carine (secretária municipal de Assistência Social)

Cibele de Sá e Marília Dias Dona Lolinha e a filha Perpétua

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fevereiro/março/12Gamboa6

Se fizéssemos uma pes-quisa acerca dos programasde rádio e televisão tidoscomo os mais chatos, pode-mos arriscar que teríamosem primeiríssimo lugar a“Voz do Brasil” no rádio eos programas referentes aoshorários eleitorais na televi-são. A que se deveria isto?

Ora, entre os assuntosmais importantes da nossarealidade estão a política e aeconomia e mesmo quemnão se interessa por tais as-suntos recebe, diretamente,os efeitos daquilo que é de-cidido nestas esferas. Paraquem está no poder, é con-veniente que as pessoas seafastem destes temas por-que desta maneira fica maisfácil controla-los (aos assun-tos e decisões que lhes sãoconvenientes e aos eleitoresdesinteressados). Destamaneira, há uma manobra nosentido de afastar os cida-dãos de assuntos que lhesdizem respeito diretamente.Tornando tais programas(obrigatórios por lei) enfado-nhos, chatos, entediantes,afasta-se a possibilidade deesclarecimento e de contes-

Renato Pedrecal Jr.

A chatice e estratégias dalinguagem como armas políticas

Os casos e causosde Boa Nova são paramuitos boanovenses (denascimento e de ado-ção) uma forma de cri-ar pontes com os repre-sentantes das novíssi-mas gerações. Isso vale,principalmente, paraaqueles que deixaram hámuito tempo a cidade eviram seus filhos nasce-rem em outras terras,com outras referências.

Assim é para RenatoCoelho Pedrecal Jr., quenasceu em Salvador, mastem Boa Nova como a suaterra de adoção, de histó-rias e amizades. Aos 42anos, ele mora em BeloHorizonte passou pelomenos os últimos seis

tação, questionamento.Tratar com vocabulário

específico temas tão importan-tes é uma outra estratégia uti-lizada para afastar possíveis eindesejáveis interlocutores.De maneira verborrágica e uti-lizando sutis estratagemas delinguagem, políticos e demaisinterlocutores ocupantes decargos privilegiados na socie-dade, guiam o ouvinte paraaquilo que eles querem queseja entendido e não para oreal conteúdo da mensagem.Tal conteúdo, aliás, muitasvezes sequer existe.

Em seu livro “Como vencerum debate sem precisar ter ra-zão” (Ed.Topbooks), o filósofoArthur Schopenhauer nos mos-tra várias faces de discursoscheios de pompa e vazios deconteúdo, embora munidos dofirme propósito de desarticularseus interlocutores, minandoassim sua capacidade argu-mentativa. Para qualquer situ-ação podemos utilizar frases ge-néricas e que não chegam a lu-gar algum. A construção “Di-ante da atual conjuntura, deve-mos imaginar que forças aglu-tinadoras seguramente possu-em a tarefa de chegar a um

denominador comum sem, en-tretanto, relevar a importânciade efeitos tão intrínsecos quan-to inevitáveis, porém resguarda-dos os propósitos últimos dosfins almejados”, por exemplo, éuma frase que não diz rigoro-samente nada e, entretanto,pouca gente conseguiria contra-dize-la com sucesso, a menosque se faça a pergunta que re-vele o interesse político autênti-co: do que é que você está fa-lando? Pode explicar melhor?A “chatice” plantada nos pro-gramas e na vida política e eco-nômica, porém, pretende e nãoraro alcança, justamente, afas-tar tal interesse.

À maneira do personagemJoão Plenário, do humoristaSaulo Laranjeira, o discursopolítico pode nublar as possi-bilidades de entendimento; po-rém, ao contrário do persona-gem, que atropela as própriasfrases de modo a nocautear oouvinte com uma verborragiaonomatopaica e destituída denexo, muitos políticos e artífi-ces da vida pública utilizam odiscurso objetivo e direto, sementretanto comunicar qualquersentido. Ao responder sobre asituação dos desastres e ca-

lamidades anuais, com chu-vas, desmoronamentos eenchentes, podemos imagi-nar a seguinte resposta: “Di-ante do panorama agrava-do pelas desordens climáti-cas, estamos envidando to-dos os esforços no sentidode tornarmos menos gravesas situações de emergência,de modo a amenizarmos osofrimento de tantos inocen-tes”. O que foi dito? Rigo-rosamente nada. Ao contrá-rio, devemos desconfiar deque os providenciais “esta-dos de emergência” decre-tados sirvam muito maispara liberar verbas especí-ficas e que de outro modonão poderiam ser liberadas,o que não quer dizer queserão utilizados para o fim aque se destinam, do que parareparar a evitar os efeitosde tragédias tão previsíveisquanto assustadoras.

Buscar informação ain-da parece ser o melhor ca-minho. Um tema não deixade ser importante porque oconsideramos chato; aocontrário, muitas vezes é jus-tamente por ser importanteque nos fazem acreditar queseja chato e inalcançável:para nos afastar do escla-recimento e da conscienti-zação política.

(Renato Pedrecal Jr. é ba-charel em Filosofia pela Unisul– Universidade do Sul de SantaCatarina e servidor público fe-deral em Belo Horizonte-MG)

O Bar de Petrônio segundo Arthur

contando casos e causostípicos de Boa Nova paraseu filho Arthur Micael

Gallo Pedrecal, de apenas8 anos. O mineirinho, quejá esteve em Boa Nova al-

gumas vezes, de tanto es-cutar os “causos” do Barde Petrônio (falecido em

9 de maio de 2011), crioua sua própria interpretaçãoacerca dele.

Arthur, fã dos casos de Boa Nova, fez a sua homenagem a Petrônio e seu memorável bar

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No mês de janei-ro começou a valero novo teto da recei-ta bruta anual doEmpreendedor Indi-vidual (EI). Confor-me a Lei Comple-mentar 139/2011, olimite passa de R$ 36mil para R$ 60 mil porano, criando tambémsimplificações paraeste público. As mu-danças beneficiam diretamente as 5,5 milhõesde empresas que integram o Simples Nacio-nal, onde também estão incluídos 1 milhão e800 mil empreendedores individuais.

O Empreendedor Individual, para quemnão conhece ainda, é uma modalidade supersimplificada de empresa que visa tirar da in-formalidade profissionais autônomos e peque-nos negócios entre cerca de 430 atividadesprofissionais. Eles recolhem uma alíquotamensal de 5% sobre o salário mínimo para oINSS, mais R$ 1,00 de ICMS se atuar na in-dústria ou comércio, e R$ 5,00 se for do se-tor de serviço. Os empreendedores formali-zados podem tirar o registro no Cadastro Na-cional de Pessoa Jurídica (CNPJ), emitir notafiscal, acessar financiamentos e participar delicitações públicas, além de garantir a cober-tura da Previdência Social.

Segundo dados do SEBRAE, Boa Nova,em 31/12/2011, já contava com 77 empreen-dedores individuais formalizados, além das 140micro empresas ativas e 23 atendimentos noProjeto Negócio a Negócio.

Ser um empresário iniciante é muito difí-cil, e no mundo capitalista em que vivemosesta corrida só vence quem luta com muitapersistência e ousadia, fazendo a passagemdos diferentes estágios que uma empresa temque atingir para se firmar no mercado, acabase tornando uma conquista emocionante. Opapel do SEBRAE neste ponto é fundamen-tal, e é através de sua parceria com o Em-preendedor Individual que o resultado é sem-pre positivo, facilitando o processo inicial.Esses estágios vão desde trabalhar o estoquee o desenvolvimento humano até descobrir aessência da empresa.

(texto de Elaine Leite – agente de desenvolvi-mento do Município de Boa Nova; trabalha na Se-cretaria Municipal de Agricultura e ExpansãoEconômica em parceria com a Prefeitura Muni-cipal e SEBRAE-BA)

fevereiro/março/12 Gamboa 7

Criado pelo boano-vense Ednaldo Rodri-gues de Brito, o blog “ODiário Boanovense”(wwwboanovanoticia.blogspot.com)

já é uma nova portavirtual para quem de-seja entrar no cotidi-ano de Boa Nova.Com mais de 6.800visitas desde que foilançado, no final de2011, o blog, segundoEdnaldo, foi criadocom o objet ivo demostrar aos conterrâ-neos que residem foraque o município não écomo mostram algunsblogs que têm comoproposta denegrir asua imagem.

“Outro dia, falan-do com amigos quesaíram de Boa Novapara estudar, traba-lhar e procurar ummeio de vida mais le-gal, ouvi um deles di-zer: ‘rapaz, sai foradesse inferno aí; acada dia que leio coi-sas sobre Boa Novafico mais triste. Aí sóacontecem coisas ru-ins; o que te segura aímesmo? Boa nova táparecendo a Faixa deGaza’. Eu respondique Boa Nova aindatem a Festa da Padro-

Novo teto doempreendedor

individual passapara R$ 60 mil

Diário Boanovense émais um canal de

Boa Nova na internet

O blog é bastante visitado também pelos boanovenses que residem fora

Ednaldo aposta no blog

eira, tem o Gravata-zeiro, o jornal GAM-BOA, tem um ParqueNacional, Festa deJaneiro em Valentim,São Pedro em Pena-chinho, uma fábricacom mais de 150 pes-soas trabalhando; têmas cachoeiras da re-gião da mata, o Cru-zeirão e muitos outrascoisas que agradam efazem muitas pessoasfelizes em estar poraqui”, relatou Edgnal-do, que é filho de Ag-naldo Rodrigues deBrito e Eunice AlvesQuaresma Brito.

Ainda de acordocom seu criador, “ODiário Boanovense”ainda não está comoele gostaria, ou seja,divulgando bem mais

matérias de BoaNova. “Ele divulgaapenas 10% de notí-cias de nossa cidade;as outras 90% sãonotícias regionais, es-taduais e nacionais.Ainda somos uma cri-ança em fase decrescimento e esta-mos buscando parcei-ros para que nossoblog seja bastante co-nhecido. Com apenasum mês e vinte diasnosso portal atingiuuma marca de 5.600visitas. Sabemos queé pouco, mas nosmostra que estamossendo bem aceitos.Também chegamos àconclusão que o boa-novense de diversaspartes do país tam-bém já escolheu a suapágina eletrônica”,completou Ednaldo,que trabalha comoatendente de farmá-cia na rede municipal,mas já foi voluntário naextinta Radio Jesus é oSenhor, da Igreja SãoFrancisco; locutor pordois anos e meio na rá-dio Boa Nova FM (quefez muito sucesso entre2000 e 2004); e locutorpor dois anos também naVoz da Cidade.

A agente Elaine Leite

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Criado em julho de 2010pelas estudantes Danielle Alves,Erisllainy Leite, Beatriz Leal eLeiliane Souza, o grupo de dan-ça boanovense DEBL’S já ex-trapolou as apresentações emeventos escolares. A junção dasletras iniciais dos nomes decada componente deu ao gru-po também o sentido de ami-zade e de companheirismo nomesmo ideal artístico.

O primeiro convite para umaapresentação para um público

Boa Nova faz jus à sua história li-gada à música e, a cada geração, vêsurgirem novas bandas. Em atividadehá um ano, a Banda Seráfia vem seapresentando em festas locais e daregião com um típico repertório varia-do, como pede esse tipo de evento.

O grupo, formado por Adevaldo(teclado), Mauro (baixo), Joab (gui-tarra), Gleydson e Jeferson (percus-são) e Elaine, Helton e Adriano (vo-cais), deixa claro que surgiu com oideal de mostrar a diferença musicalno município e ser reconhecido porisso. Sua preocupação em atualizaro repertório a cada dia tem sido umdiferencial nos shows, cujo público-alvo reconhece nesta iniciativa umatributo essencial.

A Banda Seráfia pode ser con-tratada para shows pelos telefones(77) 9943-5130 e (77) 9935-3200.

Banda Seráfia representaBoa Nova em festas

A banda Seráfia em apresentação recente em Boa Nova

Estudantes compartilham emgrupo o prazer de dançar

O DEBL´s em apresentação no Cultura & Som

maior veio em 2011 pelos or-ganizadores do projeto Cultura& Som, realizado uma vez pormês na Câmara Municipal. Apartir daí, o DEBL’S passou aser reconhecido na cidade.

Segundo Erisllainy Leite, amontagem das coreografias edo figurino está ligada aos es-tilos musicais variados que ogrupo incorpora ao seu show.“Não importa a dificuldade queencontramos para criar core-ografias; o melhor mesmo é

saber que, ao final de cadaapresentação, sempre conse-guimos alcançar o nosso ob-

jetivo, que é mostrar a todosque a arte da dança é fascinan-te”, disse Erisllainy.

O grupo, em figurino country, mostra versatilidade

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Conforme mencionado à página 5 daedição impressa, publicamos aqui as fotosdos palestrantes e das atrações artísticas quese integraram a programação do prêmio“Dona Simplícia”, realizado na CâmaraMunicipal em 8 de março (Dia Internacio-nal da Mulher). Na oportunidade, foram ho-menageadas as mulheres de Boa Nova, re-presentadas por algumas convidadas.

Proferiram palestras Wilson Duarte Co-queiro (“A importância da mulher no con-texto familiar”), Osmar Borges (“A conquis-ta da autonomia feminina”) e Marilson Mo-raes (“A desvalorização da figura femininana música contemporânea”). As apresenta-ções artísticas ficaram por conta de LuziaRodrigues (recitando a poesia “Aurora doCoração”, de sua autoria, com a qual ela con-

Que bom que a minha Bandinha de Músicafoi lembrada nesta edição [página 4]! Estou,deveras, emocionado, não somente pela lem-brança, mas principalmente porque o IAM -Instituto Adroaldo Moraes, num dos seus pro-jetos, pretende resgatar a sua memória, o quevale dizer soerguê-la. E, dentre as primeiras pro-vidências para tal fazer gestões junto ao Gover-no Municipal e outros parceiros a investiremnesse projeto, de forma a que a Sociedade Filar-mônica Boanovense 8 de Setembro retorne àssuas atividades de entidade cultural.

Sinto-me, mais uma vez, orgulhoso, comoquando, em pleno desfile de 7 de setembro de1989, tomado de uma crise de choro, vi a minhabandinha passar. Muitos dos leitores do GAM-BOA talvez não saibam porque à ocasião eramcrianças. Mas em janeiro de 1988 reuni em BoaNova cerca 50 conterrâneos e fundamos a filar-mônica. Daí por diante foi uma luta sem tréguaspara dar o sentido exato à instituição, pois falta-va o essencial: recurso financeiro.

Nem por isso desisti, e continuei a lutar. Ecom a ajuda de Adonias, Luiz Inácio, Délio, Joa-quim Abade, Francisco Ribeiro (Chico) e os ir-mãos Nápoli (Osmar, Agnaldo, Enock Antonio eLatino), adquiri os três primeiros instrumentos.Em seguida mais um com o então deputado fede-ral Marcelo Guimarães e mais três com o entãoprefeito de Nova Viçosa-BA – Ailton Souza. As-sim, contando com o empréstimo de outros ins-trumentos, feito pela filarmônica de Itagibá, a mo-çada da bandinha desfilou garbosamente pelasruas da cidade, sob calorosos aplausos.

Então, meus queridos conterrâneos, vamosarregaçar as mangas e ajudar o IAM a “botar anossa filarmônica na rua” novamente!

(Jair o Andrade de Moraes, residente emSalvador, é aposentado da Petrobrás e um afi-cionado pelas memórias de Boa Nova. E-mail:[email protected])

Boa nova também foi escolhida para inte-grar a pauta do programa “Bahia de Todos osCantos”, exibido desde 2010 pela TV Educati-va (canal 2). Ainda sem data para ser exibido, oprograma foi gravado no início de abril, tendosido Luiz Henrique Duarte Moraes o selecio-nado (entre outras pessoas que passaram poruma pré-entrevista) para falar das potenciali-dades, dos caminhos para o desenvolvimentoe dos traços culturais do município.

O “Bahia de Todos os Cantos” é compos-to por uma série de TV, por um portal na inter-net (www.bahiadetodososcantos.com.br) epor uma revista de mesmo nome. Esta últimafoi, na verdade, o ponto de partida do projeto,desenvolvido para o Governo do Estado.

Com apoio da Secretaria do Planejamento(Seplan), Secretaria de Cultura da Bahia (Se-

As raízes daFilarmônica 8de Setembro

Jairo Andrade de Moraes

“Bahia de Todos os Cantos” grava em Boa Nova

Luiz é gravado na sala de leitura do IAM e na igreja na apresentação do seu filho Henrique

cult), Empresa Gráfica da Bahia (Egba) e doInstituto de Radiodifusão Educativa da Bahia(Irdeb), com realização da Lima Comunicação,o “Bahia de Todos os Cantos” objetiva darvisibilidade aos hábitos, costumes e históri-as do povo baiano e às riquezas da terra.

Na gravação do programa em Boa Nova,

Luiz Moraes (que é graduado em Administra-ção, comerciante e diretor-presidente do IAM– Instituto Adroaldo Moraes) falou de tradi-ções religiosas (como as Pastorinhas e a apre-sentação de crianças à comunidade na IgrejaCatólica) e também de projetos culturais emdesenvolvimento no município.

Atrações do prêmio “Dona Simplícia”

Wilson Coqueiro, Osmar Borges, Marilson Moraes e Luzia Rodrigues abrilhantaram o evento

quistou o 1º lugar em 2011 no projeto Esta-dual TAL - Tempos de Arte Literária); deJonatan Oliveira (interpretando a música “Amenina e o espelho”, de sua autoria, premia-da no FACE - Festival Anual da Canção Es-tudantil); do músico e professor de violãoZé Rodrigues, acompanhado do seu sobri-nho Matheus Sampaio e de Aurora Celes(Dona Lolinha) e sua filha Perpétua, inter-pretando a música “Você é linda”, de Caeta-no Veloso (a foto de ambas está à página 5).

Matheus Sampaio e Zé Rodrigues Jonatan Oliveira acompanhado do pai no violão

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Tema da matéria de capadesta edição, o ecoturismo emBoa Nova é, de fato, uma reali-dade e tem apoio oficial do Go-verno Federal. Prova disso é adivulgação do Parque Nacionalde Boa Nova no site do ICMBio– Instituto Chico Mendes deConservação da Biodiversidade(uma autarquia vinculada aoMinistério do Meio Ambiente).Ele pode ser acessado atravésdo endereço eletrônicowww.icmbio.gov.br (entrando,na sequência, nas seções “Oque fazemos”, “Visitação”, “UCsabertas à visitação” e “ParqueNacional de Boa Nova”).

Os internautas que visitam osite encontram, por exemplo, aseguinte informação: “o ParqueNacional de Boa Nova tem 12.065hectares e foi criado em junho de2010 juntamente com um Refú-gio de Vida Silvestre, de 15.024hectares, objetivando protegeruma importante área na transição

Moradores do projeto de assentamento Talismã, localizado nazona rural de Boa Nova (na confluência do rio Tarugo com o rioUruba), foram beneficiados com o programa “Bolsa Verde”. Ele foilançado em 2011 pelo Governo Federal como parte do Plano Brasilsem Miséria; é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, comparticipação direta dos Ministérios do Desenvolvimento Agrário(MDA) e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

O Bolsa Verde efetua repasses trimestrais no valor de 300 reaispor meio do cartão do Bolsa Família, durante o prazo de até doisanos. Este prazo poderá ser renovado. São beneficiadas as famíliasde agricultores que vivem em áreas de importância ambiental e quefazem uso sustentável dos recursos naturais de suas propriedades.

Segundo informações divulgadas pela Secretaria Municipal deAssistência Social (órgão responsável pelo cadastramento do pro-grama em Boa Nova), num primeiro momento foram cadastra-das 18 famílias, mas até julho próximo outras serão incluídas.Como o assentamento Talismã fica numa área do Parque Nacio-nal de Boa Nova, o Bolsa Verde será um importante instrumentode incentivo ao trabalhador rural na conservação ambiental. Foi realizado no dia 24/04 na

Câmara Municipal o encerramen-to do “Curso de Eletricista - Ins-talador Predial”, promovido peloGoverno do Estado da Bahia(através do programa “QualificaBahia”) e pelo SENAI - ServiçoNacional de Aprendizagem In-dustrial. O seu objetivo é a for-mação social e profissional detrabalhadores para atuar no mer-cado de trabalho, aliando o co-nhecimento teórico/prático mi-nistrado durante o curso comuma postura ética, associada ain-da a uma conduta preventivacontra acidentes do trabalho.

O curso, com duração de 200horas, foi ministrado por CelsoReis – instrutor do SENAI. Com

Site do ICMBio incentiva ecoturismo em Boa Nova

Seção do site do ICMBio que apresenta o Parque Nacional de Boa Nova

entre a Caatinga e a Mata Atlânti-ca. A floresta de altitude que ficaentre estes dois importantes bio-mas é chamada localmente matade cipó e nela vive uma ave rara eendêmica: o gravatazeiro (Rho-pornis ardesiacus)”.

O ICMBio chama também a

atenção para o nicho de obser-vação de aves dentro do ecotu-rismo em Boa Nova e cita aindaoutras belezas naturais do mu-nicípio. O trecho a seguir deixaisso claro: “a região é uma dasmais ricas em aves no Brasil: são428 espécies conhecidas até o

momento e este número nãopara de crescer! Por isso BoaNova já é um importante desti-no do turismo de observação deaves, também conhecido comoBirdwatcher. Não é só isso! NoParque Nacional de Boa Novapodemos ir da caatinga maisseca à floresta mais úmida, pas-sando pela mata de cipó, numpercurso de apenas 15 km! Inú-meras nascentes em meio a al-tas montanhas descendo em ca-choeiras deslumbrantes ajudama compor o cenário de uma dasmais novas Unidades de Con-servação do país”.

Outras informações detalha-das (inclusive de como chegarà cidade e de onde se hospe-dar) também chamam a aten-ção dos interessados em visi-tar o município. Os caminhosestão abertos para o ecoturis-mo em Boa Nova. Resta agorao próprio Poder Público e apopulação acreditarem nisso.

Assentamento Talismã écontemplado com Bolsa Verde

O assentamento Talismã será beneficiado com o programa

Curso qualificaeletricistas em Boa Nova

aulas teóricas e práticas realiza-das no prédio da Farmácia BoaNova, o curso qualificou 18 pro-fissionais de uma turma inicial de22 inscritos. Na oportunidade,os alunos exercitaram o queaprenderam com a execução deprojetos elétricos, sob a super-visão do instrutor, em residên-cia, igreja e estabelecimentoscomerciais da cidade.

Na próxima edição trare-mos uma matéria completa so-bre o curso, com os profissio-nais que participaram e seus res-pectivos contatos, enfocandoainda o que pode mudar na áreade instalação elétrica com a atu-ação destes novos profissionaisno mercado boanovense.

Os alunos do curso e, ao centro, o instrutor do SENAI