aquisição da escrita. um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

30
Marisa Assunção Teixeira Orientadora: Claudia Rosa Riolfi Aquisição da escrita: desejo que faz fronteira ao gozo. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE EDUCAÇÃO

Upload: marisa-teixeira

Post on 03-Jul-2015

163 views

Category:

Education


4 download

DESCRIPTION

Examina em que medida os caminhos da pulsão na criança têm relação com o acesso aos objetos de conhecimento, com privilégio na escrita. Discute como o professor pode estabelecer uma parceria produtiva com o aluno para a aprendizagem da leitura e da escrita.

TRANSCRIPT

Page 1: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

Marisa Assunção Teixeira

Orientadora: Claudia Rosa Riolfi

Aquisição da escrita: desejo que faz fronteira ao gozo.

Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

Page 2: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

OBJETO DE PESQUISA

Cenas escolares envolvendo crianças em impasse

na etapa de alfabetização.

Page 3: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

OBJETIVO GERAL

1) Examinar em que medida os caminhos da pulsão na

criança têm relação com o acesso aos objetos de

conhecimento, com privilégio na escrita.

2) Como o (a) professor (a) pode estabelecer uma

parceria produtiva com o (a) aluno (a) para a

aprendizagem da leitura e da escrita.

Page 4: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

OBJETIVO ESPECÍFICO

A partir da análise de alguns excertos extraídos da

prática, circunscrever as operações necessárias por

parte da criança e pelo lado professor para a iniciação

no universo da escrita, partindo do pressuposto do

sujeito como ser de linguagem.

Page 5: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

PERGUNTAS DE PESQUISA

1) Em que momento da articulação pulsional a criança

se lança em direção à aprendizagem da escrita?

2) Qual operação que a (o) professora (o) tem de

colocar em marcha para se tornar um parceiro

produtivo nessa empreitada?

Page 6: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

TESE

1) É possível correlacionar a dimensão pulsional com o

acesso à escrita, na medida em que a quebra do

narcisismo (atitude que toma o próprio corpo como

objeto de satisfação) possibilita a abertura para o

aprendizado da escrita alfabética.

2) O (a) professor (a) pode exercer grande influência

para potencializar este processo, caso não incorra

em cristalização dos papeis sociais (narcisismo), e

consiga alternar nas posições enunciativas.

Page 7: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

PESQUISA EM PSICANÁLISE

CONSTITUIÇÃO DOS CORPORA

Uma transcrição de um vídeo clipe que foi produzido a

partir da gravação em vídeo de uma aula de língua

portuguesa.

Narrativas organizadas em excertos, envolvendo

crianças em impasse na etapa de alfabetização.

Page 8: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

PESQUISA EM PSICANÁLISE

FERRAMENTAS METODOLÓGICAS

Construção do caso referenciada na “pesquisa psicanalítica”. A partir do

material empírico trazido pela criança, pela professora e por outros agentes

e pela transferência instaurada no processo, a narradora extrai inferências,

seleciona aspectos, destaca falas e ações para compor, construir a cena por

escrito.

A transferência de trabalho: refere-se à conexão entre a pesquisadora e

as narrativas escritas selecionadas para compor o corpus. A transferência

de trabalho atende uma posição desejante de conectar a minha experiência

como participante do GEPPEP, que se reúne em torno de um tema comum – a

produção escrita dos estudantes da educação básica e do ensino superior –

com minha experiência com as crianças em impasse em relação à iniciação

na escrita.

Page 9: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

PESQUISA EM PSICANÁLISE

FERRAMENTAS METODOLÓGICAS

Posição discursiva: a pessoa pode ocupar diversos lugares, conforme se

ponha sob um ou outros dos significantes que constituem a estrutura dos

quatro discursos: do mestre, da histérica, do analista e da universidade,

correspondendo, respectivamente, ao governar, interrogar, silenciar e

educar.

A mesma pessoa nomeada Marisa ocupa a posição de pesquisadora e de

narradora. Nos excertos a narradora ora está como “Adulto na posição de

professor” ora como especialista em aprendizagem e comportamento, via

seu título de psicóloga.

Page 10: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

CONCEITOS E NOÇÕES

ESCRITA

1) A escrita é representação da língua falada, tendo em Saussure seu

expoente.

1.1. É instrumento produzido de forma consciente, intencional, por

convenção cultural, de cunho universal.

2) A escrita é independente em relação à língua, estabelecendo com esta uma

relação de contingência, concepção derivada dos ensino de Lacan.

2.1. Na apropriação da escrita pela criança existe uma reciprocidade entre

o universal (a cultura) e o singular (o sujeito do desejo), processo que

opera por rupturas, embaraços e deslocamentos, em que o raciocínio, a

reflexão e a consciência são fenômenos intermitentes e revelam o modo do

sujeito se posicionar frente ao conhecimento.

Page 11: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

CONCEITOS E NOÇÕES

SUBSTITUIÇÃO DA NOÇÃO DE DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM PELA DE

IMPASSE OU EMBARAÇO

1) Dificuldade de aprendizagem: baseada em etapas cronológicas do

desenvolvimento, quando os alunos não atingem o nível de conhecimentos

esperado para sua faixa etária.

2) Impasse ou embaraço: relacionado ao tempo lógico, uma das coordenadas

temporais propostas por Lacan, que age por retroação, volta para trás e

salta para frente, ignorando sequência ou sucessão, fazendo com que o

sujeito extraia conclusões singulares que não estão referenciadas àquilo

que é esperado cronologicamente.

- É a articulação particular que a criança faz dos tempos de ver,

compreender e concluir.

Page 12: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

CONCEITOS E NOÇÕES

LINGUAGEM

1) Pela perspectiva da linguística

A linguagem coordena (pelas leis da linearidade e as relações de

semelhanças e diferenças) e associa (ligações regidas por princípios

diversos: analogia de significação – ensino, instrução, educação;

semelhança das imagens acústicas –“vamos embora, bombar”, “vamos

embora, prum bar”).

2) Pela perspectiva da psicologia de Vigotski

A noção de linguagem é oscilante e tem o sentido de fala, discurso,

conversa, capacidade de falar. Também pode ser a forma específica de os

seres se comunicarem entre si (linguagem de sinais, linguagem sonora –

a fala –, reações vocais).

Page 13: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

CONCEITOS E NOÇÕES

LINGUAGEM

3) A acepção de linguagem que inclui o sujeito e o equívoco

constitutivo: a psicanálise retomada por Lacan

O sujeito é divido entre o “eu” e o “isso”. O “isso” comparece na

forma de tropeço – o sonho, o ato falho, o chiste –, em um

momento de eclipse da consciência, se manifestando como

equívoco.

Page 14: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

CONCEITOS E NOÇÕES

PULSÃO

1) Conceito utilizado por Freud para designar a energia fundamental

de uma pessoa, ligada ao que foi, outrora, uma função biológica do

corpo do bebê; surgiu de dentro do seu próprio organismo.

2) Não há como fugir desta força e ela é a base para se distinguir

entre um “de dentro” e um “de fora” fazendo com que o bebê

empreenda atividades complexas e interligadas para mobilizar o

mundo externo a fim de proporcionar satisfação à sua fonte

interna de estimulação.

3) É uma força vital mutifacetada, podendo-se falar no plural: pulsões.

Page 15: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

CONCEITOS E NOÇÕES

PULSÃO

4) A psicanálise vai falar de um corpo pulsional que funciona de

acordo com uma variedade de arranjos e onde as pulsões atuam

independentes umas das outras, até poderem alcançar uma

síntese que, via de regra, passa pela resolução edípica.

5) As pulsões também podem funcionar em curto-circuito,

deixando a pessoa à mercê de sua força bruta.

6) A noção de corpo pulsional é uma perspectiva contrária à da

biologia e da medicina, que tomam o corpo como materialidade

unificada e organizada, submetido a leis de desenvolvimento e

maturação.

Page 16: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

A variedade dos arranjos das pulsões se desdobram nas formações do

inconsciente ou nas formações narcísicas, fazendo com que a criança

entre na dinâmica do desejo e possa se lançar no universo da escrita

ou, ao contrário, se ver inibida ou embaraçada.

Vou ilustrar este argumento com três exemplos:

Ian (8 anos, pela segunda vez no 2º ano do ciclo I), não falava, andou

tardiamente, não se exprimia graficamente, usava de gestos para

mostrar suas motivações.

Maria Isabela (7 anos, 1º ano inicial), recusava-se a falar, desenho

pouco estruturado, garatujas.

Carlos (11 anos, 2º ano do ciclo II), recusava-se a falar, identificava as

letras do alfabeto, mas não lia nem escrevia.

Page 17: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

IAN E SUAS TENTATIVAS DE OPERAR NA LINGUAGEM

A partir da transcrição de um vídeo clipe que compunha os corpora, procurou-

se indícios que pudessem confirmar que o menino operava na linguagem. Para

tanto seria preciso identificar as operações de coordenação (linearidade

temporal, diferenças) e associação (com outras informações, pensamentos e

acontecimento). Pode-se inferir:

1) Ian privilegiava o som da palavra em detrimento das imagens

apresentadas (figuras).

2) Fazia vocalizações que pareciam reproduzir os fonemas mais destacados

da verbalização da professora.

3) Esforçava-se para corresponder aos turnos do diálogo.

4) Parecia estar operando com o conceito, ao tornar presente o ausente.

5) Demonstrava capacidade de evocar e associar com eventos de sua

experiência.

Page 18: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

IAN E SUAS TENTATIVAS DE OPERAR NA LINGUAGEM

Os indícios sugerem:

1) Ian estava tentando fazer operações de coordenação e associação. A

coordenação está no esforço do menino em manter reciprocidade nos

turnos do diálogo. A associação está ligada à ideia “o leão é perigoso”,

com acontecimentos vividos como o jogo de figurinhas (quando bate a

figura) ou quando aponta o dedo para as figuras (à semelhança de

apontar as palavras para localizar e ajustar as letras).

2) Ian se depara com os equívocos de interpretação de sua professora e

os seus próprios. A ausência de mecanismos de regulação e controle

neste que é um diálogo muito principiante pode ter sido responsável

pela desistência de interlocuções futuras.

Page 19: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

Impasses do estádio narcísico: o silêncio de Maria Isabela

Page 20: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

Impasses do estádio narcísico: o silêncio de Maria Isabela

Pela sua produção gráfica percebe-se

1) Formula hipóteses sobre a escrita, distinguindo entre desenho e letras.

2) Usa garatujas para escrever nomes na direção da esquerda para a direita.

3) Na escrita do nome “Marisa” fez garatujas variadas, como se

compreendesse que precisaria de letras diferentes para escrevê-lo.

4) Na escrita de seu próprio nome repetiu várias vezes uma mesma garatuja

como se entendesse que o nome tem vários sons de /a/.

5) Parece entender que seu nome é bem grande, pela quantidade de garatujas

que fez.

6) O desempenho gráfico-motor é precário bem como o arranjo espacial dos

itens é disperso.

7) Maria Isabela mostra um vacilo no desenho da boneca e da menina

(substitutos de imagem do próprio corpo), com formas que não se unem e

não se integram.

Page 21: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

Impasses do estádio narcísico: o silêncio de Maria Isabela

Efeitos a partir da intervenção do “Adulto na posição de professor”:

1) A ação de nomear as partes do corpo da boneca teve o efeito de fazer com

que Maria Isabela desenhasse a si mesma e se dirigisse oralmente ao “adulto

na posição de professor”, falando a palavra “menina”.

2) A nomeação deu uma significação para o que estava fora da ordem da

linguagem, o que ainda não tinha contornos – o corpo próprio.

3) A aceitação por parte do “adulto em posição de professor” dos rabiscos

pouco estruturados como sendo denotativos de “boneca”, de “Marisa”, do

“fantasma”, dos “gatos” e da própria Maria Isabela acrescida das respectivas

nomeações, devolveu potência a menina ao ser reconhecida pela sua

produção.

4) A significação deu oportunidade à Maria Isabela de transpor o imaginário,

aguentar o medo de desaparecer (morte). Faltava assumir-se como

imperfeita e procurar buscar ser reconhecida nos objetos de conhecimento.

Page 22: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

A FORÇA DO NARCISISMO NO SILÊNCIO DE CARLOS

Page 23: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

A FORÇA DO NARCISISMO NO SILÊNCIO DE CARLOS

1) Carlos resiste à aproximação do “Adulto na posição de professor”, negando-se

a mostrar a ela suas lições.

2) Essa atitude de controle mobilizou o seu orgulho de especialista em educação,

mexeu com seu narcisismo.

3) Para poder novamente se assumir como um adulto que tem como ponto de

honra introduzir as novas gerações na ordem simbólica, ela retorna à carteira

de Carlos, anunciando: “você não precisa falar nada, eu falo no seu lugar”.

4) O “adulto em posição de professor” não confronta a recusa de Carlos em falar

e nem dá a ele liberdade para fazer o que quiser. Ao invés, acena com uma

negociação.

5) Carlos mostra-se produtivo diante das adaptações improvisadas de

interpretação de texto solicitada pelo “adulto na posição de professor”.

6) Para Carlos a atitude narcisista se tratava de defender (através da recusa em

escrever e em falar) a sua imperfeição, a sua falta de potência.

Page 24: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

AS PARCERIAS PARA A AQUISIÇÃO DA ESCRITA

A diferença entre a professora titular e o “Adulto na posição de

professor” é que ambas mobilizam diferentes éticas educacionais:

1) A professora titular queria explicações para as atitudes de

Carlos, crente que nelas poderia encontrar as prescrições de

como lidar com o menino.

2) O “adulto na posição de professor” estava preocupada em como

fazer o jovem criar gosto pelo conhecimento e se arriscar pelo

desconhecido.

3) Para uma parceria produtiva na aquisição da escrita é

imprescindível que o (a) professor (a) alterne nos lugares que

ocupa em relação à alteridade, lançando mão de operações que

engendrem movimentos no aluno.

Page 25: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

AS PARCERIAS PARA A AQUISIÇÃO DA ESCRITA

Posição enunciativa Posição subjetiva Efeitos

Eu não sei nada, quem sabe é o outro.

Alienação no desejo do

Outro/narcisismo /identidade

alienante.

Delegação, conformismo, apatia.

Eu sei tudo, o que não sei, não existe.

Identificação imaginária ao

desejo do Outro/narcisismo

Fechamento, reprodução,

prepotência, irrealidade, fantasia

de completude, falta de prova

lógica.

Eu trabalho. Separação do desejo do

Outro/identificação simbólica.

Elaboração nova, consequência,

responsabilidade, sublimação.

Eu invento. Separação do desejo do outro;

honrar a filiação simbólica;

criar um lugar novo para si

que também possa ser

transmitido.

Sublimação,

Invenção,

Criatividade,

Inauguração de uma nova linhagem

Quadro 17 – Correlação entre posição enunciativa e posição subjetiva

Page 26: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

OS EFEITOS EM CARLOS PROVOCADOS PELA MUDANÇA DE POSIÇÃO ENUNCIATIVA DA

PROFESSORA TITULAR

Page 27: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

OS EFEITOS EM CARLOS PROVOCADOS PELA MUDANÇA DE POSIÇÃO ENUNCIATIVA DA

PROFESSORA TITULAR

1) Para obter esta produção de Carlos a professora titular teve de

alternar entre uma posição narcisista de ser reconhecida como uma

“professora super dedicada” e uma posição de “Eu trabalho”, assumindo

uma posição de escuta.

2) Escuta que se vê pela escolha dos exercícios, garantindo o delicado

equilíbrio subjetivo de Carlos: entre a imagem de corpo e o texto.

3) O saber da professora titular é algo que faz parte do saber inconsciente,

saber artesanal, aquele que o sujeito não sabe que possui, mas que de

fato está ali, a espera de um momento de se apresentar.

4) Um saber que não se aprende nos bancos da graduação nem na

formação continuada, mas que não pode prescindir de uma parceria, de

uma interlocução, como aquela que foi estabelecida entre as quatro

profissionais envolvidas.

Page 28: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

CONSIDERAÇÕES FINAIS

1) À pergunta que procurava investigar em que momento da

articulação pulsional a criança se lança em direção à

aprendizagem da leitura e da escrita, eu procurei responder com

as discussões sobre o Carlos.

1.1.) É o momento no qual a criança consegue ultrapassar a

completude da imagem idealizada do corpo (narcisismo) para

fazer uso do material linguístico-discursivo para produzir

efeitos de sentido.

1.2.) As características desta dinâmica são sempre singulares e

não podem ser generalizadas.

Page 29: Aquisição da escrita. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

CONSIDERAÇÕES FINAIS

2) Com Ian, Maria Isabela e Carlos eu tentei explorar a pergunta

que dizia respeito a qual operação o professor tem de colocar em

marcha para se tornar um parceiro produtivo. Elas estão

resumidas em:

a) Adotar uma posição de escuta.

b) Fazer com que sua intervenção seja permeada por uma postura

ética que vise a relação da criança com o conhecimento.

c) Reconhecer o seu não saber, que é da instância do inconsciente.