aquecimento global

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Aquecimento Global Aquecimento global é o aumento das temperaturas médias do planeta Terra, provocando alterações no clima de algumas regiões, intensificando fenômenos naturais , como furacões e secas, entre outros. Alguns cientistas culpam a humanidade por esse aumento de temperatura. Mantenha-se informado sobre o aquecimento global, suas causas e consequências, lendo os artigos abaixo. Ultimamente, o aquecimento global virou assunto nos mais diversos meios de comunicação, a população está preocupada com o que poderá acontecer com o nosso planeta. Como o próprio nome já diz, aquecimento global é a elevação da temperatura do planeta, gerando sérias complicações como: furacões, secas, enchentes, extinção de milhares de animais e vegetais, derretimento dos pólos e vários outros problemas que o homem não tem condições de enfrentar ou controlar. Há muitos anos, o homem destrói o planeta (matando e poluindo) e os pesquisadores alertam sobre as conseqüências graves desses atos. Existem várias evidências que a temperatura do planeta aumentou: os termômetros subiram 0,6ºC desde o meio do século XIX, o nível dos oceanos também subiu e as regiões glaciais do planeta estão diminuindo. Os cientistas também consideram prova do aquecimento global, a diferença de temperatura entre a superfície terrestre e a troposfera (zona atmosférica mais próxima do solo). A maioria dos cientistas climáticos acredita que o aumento da quantidade de gases estufa (gás carbônico, metano, etc) lançados na atmosfera provoca uma elevação da temperatura, a emissão desses gases (fruto do desmatamento e da queima de combustíveis fósseis ) formam uma barreira impedindo que o calor se propague aumentando a temperatura da terra. (veja Efeito Estufa ). Os maiores responsáveis pela emissão desses gases são os Estados Unidos (que lideram a lista com cerca de 36% do total mundial), a União Européia , China, Rússia, Japão e Índia. O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas ou Intergovernamental Panel on Climate Change) criado pela ONU , ganhou destaque por causa dos seus esperados relatórios a respeito das causas desse imenso problema e também por apontar alguns caminhos para reverter a situação. O Brasil já contribui para mudar esse triste quadro, aqui já existe o desenvolvimento de matrizes energéticas de origens vegetais (etanol, biodiesel ). Em 2005, entrou em vigor o Protocolo de Kyoto que conta com a participação de centenas de nações que se comprometeram a reduzir as emissões de gás na atmosfera; porém, os EUA ainda não assinaram o acordo.

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Aquecimento GlobalAquecimento global  é o aumento das temperaturas médias do planeta Terra, provocando alterações no clima de algumas regiões, intensificando fenômenos naturais, como furacões e secas, entre outros. Alguns cientistas culpam a humanidade por esse aumento de temperatura. Mantenha-se informado sobre o aquecimento global, suas causas e consequências, lendo os artigos abaixo.Ultimamente, o aquecimento global virou assunto nos mais diversos meios de comunicação, a população está preocupada com o que poderá acontecer com o nosso planeta.

Como o próprio nome já diz, aquecimento global é a elevação da temperatura do planeta, gerando sérias complicações como: furacões, secas, enchentes, extinção de milhares de animais e vegetais, derretimento dos pólos e vários outros problemas que o homem não tem condições de enfrentar ou controlar.

Há muitos anos, o homem destrói o planeta (matando e poluindo) e os pesquisadores alertam sobre as conseqüências graves desses atos.

Existem várias evidências que a temperatura do planeta aumentou: os termômetros subiram 0,6ºC desde o meio do século XIX, o nível dos oceanos também subiu e as regiões glaciais do planeta estão diminuindo. Os cientistas também consideram prova do aquecimento global, a diferença de temperatura entre a superfície terrestre e a troposfera (zona atmosférica mais próxima do solo).

A maioria dos cientistas climáticos acredita que o aumento da quantidade de gases estufa (gás carbônico, metano, etc) lançados na atmosfera provoca uma elevação da temperatura, a emissão desses gases (fruto do desmatamento e da queima de combustíveis fósseis) formam uma barreira impedindo que o calor se propague aumentando a temperatura da terra. (veja Efeito Estufa).

Os maiores responsáveis pela emissão desses gases são os Estados Unidos (que lideram a lista com cerca de 36% do total mundial), a União Européia, China, Rússia, Japão e Índia.

O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas ou Intergovernamental Panel on Climate Change) criado pela ONU, ganhou destaque por causa dos seus esperados relatórios a respeito das causas desse imenso problema e também por apontar alguns caminhos para reverter a situação.

O Brasil já contribui para mudar esse triste quadro, aqui já existe o desenvolvimento de matrizes energéticas de origens vegetais (etanol, biodiesel).

Em 2005, entrou em vigor o Protocolo de Kyoto que conta com a participação de centenas de nações que se comprometeram a reduzir as emissões de gás na atmosfera; porém, os EUA ainda não assinaram o acordo.

Os cientistas climáticos alertam que as conseqüências do aquecimento global terá dimensões imensas, a maioria deles prevê a falta de água potável, mudanças nas condições de produção de alimentos e aumento do número de mortes causados pelas várias catástrofes (inundações, calor, secas, etc), além do aumento do nível do mar e a extinção de várias espécies animais e vegetais. Há uma grave probabilidade da malária causar a morte de mais de 1 milhão de pessoas ao ano.

Provavelmente, as nações mais prejudicadas serão aquelas que não tem muitas condições de combater esse problema, pois não possuem recursos financeiros, tecnológicos e científicos.

Aquecimento Global (2) Por Tereza Mendes

Aquecimento global é o termo que vem sendo utilizado para o aumento da temperatura do planeta Terra registrado nos últimos anos. Cientistas acreditam que ao longo do século passado a temperatura média da superfície da Terra tenha subido de 0,4° C a 0,8° C.

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Segundo eles, essa elevação tem sido provocada, principalmente, pela ação humana, com o lançamento excessivo de gases do efeito estufa na atmosfera. O dióxido de carbono (CO2), o óxido nitroso, o metano, e os clorofluocarbonetos (CFC) são apontados como os principais vilões do aquecimento global. Esses gases formam uma espécie de cobertor em torno do planeta, provocando um aprisionamento do calor. Com isso, a Terra fica mais quente.

As conseqüências do aquecimento global podem ser catastróficas epõem em risco a vida no planeta: mudanças climáticas (com ondas de calor intenso); ecossistemas destruídos; espécies extintas; fenômenos como furações, inundações, tempestades, secas, deslizamentos de terra, aumento do nível do mar (por causa do derretimento das calotas polares), além do surgimento de novas doenças, mais fome e ainda mais miséria.

No Brasil, conforme relatório divulgado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (órgão ligado às Nações Unidas, que avalia as mudanças climáticas, o IPCC), as previsões apontam para o aumento da temperaturas na Amazônia (podendo se transformar em um grande cerrado); cidades litorâneas como Rio de Janeiro e Recife correm risco de desaparecer (com a elevação do nível do mar); o Nordeste será muito castigado (pode virar um grande deserto); as regiões Sul e Sudeste poderão ser assoladas por furacões, enquanto as grandes cidades ficarão mais quentes e mais suscetíveis a inundações, enchentes e desmoronamentos.

Apesar de perspectivas tão desastrosas, os especialistas do IPCC acreditam, contudo, que ainda existe tempo para salvar o planeta. Mudanças urgentes nas estratégias globais devem ser adotadas e toda a humanidade mobilizada. Somente a participação efetiva de todos os povos da Terra poderá garantir a vida. Novos padrões de consumo deverão ser buscados para reduzir os impactos do aquecimento global e assegurar a dignidade da raça humana.

Atualmente, o Brasil é o quarto maior emissor de gases estufa do planeta. Mais de 70% das emissões são provenientes do desmatamento da Amazônia.

Efeito Estufa Por Tereza MendesEfeito estufa é um fenômeno natural de aquecimento térmico da Terra. É imprescindível para manter a temperatura do planeta em condições ideais de sobrevivência. Sem ele, a Terra seria muito fria, dificultando o desenvolvimento das espécies.

Acontece da seguinte forma: os raios provenientes do Sol, ao serem emitidos à Terra, têm dois destinos. Parte deles é absorvida, e transformada em calor, mantendo o planeta quente, enquanto outra parte é refletida e direcionados ao espaço, como radiação infravermelha. Ou seja: cerca de 35% da radiação é refletida de volta para o espaço, enquanto os outros 65% ficam retidos na superfície do planeta. Isso por causa da ação refletora de uma camada de gases que a Terra tem, os gases estufa. Eles agem como isolantes por absorver uma parte da energia irradiada e são capazes de reter o calor do Sol na atmosfera, formando uma espécie de cobertor em torno do planeta, impedindo que ele escape de volta para o espaço.

Nas ultimas décadas, contudo, a concentração natural desses gases isolantes tem sido aumentada demasiadamente pela ação do homem, como a queima de combustíveis fósseis, o desmatamento e a ação das indústrias, aumentando a poluição do ar. O excesso dessa camada está fazendo que parte desses raios não consigam voltar para o espaço, provocando uma elevação na temperatura de todo o planeta, o aquecimento global. Por isso, o nome estufa é usado para descrevê-lo.

Uma estufa é um lugar úmido, abafado, semelhante a uma sauna, usado para guardar plantas em desenvolvimento e que precisam de calor e umidade. Os Gases do Efeito Estufa (GEEs), misturando-se à atmosfera, comportam-se como uma estufa, retendo o calor solar próximo à superfície terrestre.

Gases do Efeito Estufa

Os principais gases que provocam esse fenômeno são:

- dióxido de carbono (CO2);- óxido nitroso (N2O);

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- metano (CH4);- cloro-fluor-carboneto (CFC);

São oriundos, principalmente, da queima de combustíveis fósseis e o desmatamento. Em excesso, o efeito estufa causa um superaquecimento, provocando consequências desastrosas, como o derretimento de parte das calotas polares; mudanças climáticas; elevação do nível dos oceanos; maior incidência de fenômenos como furacões, tufões, ciclones; secas; extinção de espécies; destruição de ecossistemas e ondas de calor.

Visando diminuir as emissões dos GEEs, a Organização das Nações Unidas (ONU) convocou vários países para assinar um tratado, em 1997, denominado “Protocolo de Kyoto“, na ocasião da Rio-92 ou Eco-92 . O acordo determina que os países industrializados diminuam entre 2008 a 2012 suas emissões de gases poluentes a um nível 5,2% menor que a média de 1990. Os Estados Unidos, o país que mais contribui para esses danos ambientais, o maior poluente do planeta, porém, não ratificaram o documento.

O Brasil está em 4º lugar no ranking dos países que mais emitem gases de efeito estufa na atmosfera. A maior contribuição brasileira fica por conta dos desmatamentos (veja: Desmatamento da Amazônia, Desmatamento da Mata Atlântica), cerca de 80% de nossas emissões.

Gases do Efeito Estufa Por Ana Lucia SantanaNa atmosfera do Planeta Terra há uma proporção harmônica de cada elemento que a compõe – 78.1% de Nitrogênio, 0 a 4% de Vapor de água, 0.93% de Argônio, 0.3% de Dióxido de Carbono, 21% de Oxigênio, menos de 0.002% de Néon, 0.0005% de Hélio e 0.0002% de Metano.

Sempre que algum fator rompe este equilíbrio natural, especialmente em consequência da disseminação ou da redução dos gases de efeito estufa, o grau de calor do globo terrestre é atingido, pois são justamente estes elementos químicos que determinam a temperatura do Planeta.

Estes gases devoram grandes porções de radiação infravermelha, a qual emana particularmente da crosta da Terra, e assim torna mais difícil sua irradiação para o circuito espacial. Este mecanismo é autopreservativo, pois evita que o Planeta libere altas temperaturas para o Cosmos, deixando a Terra quente o suficiente para que seres vivos sobrevivam neste ambiente.

O famoso efeito estufa, portanto, é super natural, e vem se repetindo no Planeta desde seu surgimento no Universo. Sendo assim, pode-se afirmar que ele é essencial para a preservação da existência na Terra. Sem sua atuação, o frio seria tão insuportável – 33°C a menos -, que nenhuma criatura conhecida resistiria. O problema é que os gases do efeito estufa têm se proliferado com grande velocidade, provocando um excesso de temperatura configurado como mudança climática.

Houve uma progressão do índice de incidência destes gases, especialmente do Dióxido de Carbono (49%), Metano (18%), Clorofluorcarbonetos - CFC (14%), Óxido Nitroso (6%), e outros Gases, calculados em 13%. Dentre eles, pode-se dizer que o metano é 20 vezes mais nocivo que o dióxido de carbono. Este aceleramento da concentração de gases que atuam no efeito estufa vem ocorrendo há pelo menos 100 anos.

Este fenômeno não está acontecendo naturalmente, mas sim por efeito da atuação do Homem, responsável pela irradiação destes elementos, principalmente nas atividades industriais. A interferência humana neste equilíbrio, imprescindível para a sobrevivência na Terra, já está cobrando seus tributos na produção do chamado aquecimento global, nas chuvas torrenciais, no derretimento das calotas polares, e pode trazer ainda mais sérios e funestos resultados em um futuro próximo.

As opiniões científicas sobre este assunto são ainda muito contraditórias. Alguns acreditam que as alterações climáticas seguirão seu curso antes que qualquer ser vivo consiga se adaptar às novas condições ambientais, o que pode ser catastrófico para os ecossistemas do Planeta. Outros afirmam que o aumento destes gases, principalmente do Dióxido de Carbono e do Metano, incrementará a produção agrícola, especialmente em ambientes como as florestas tropicais – o maior exemplo deste contexto é a Floresta Amazônica.

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Embora os maiores vilões desta história sejam as nações mais desenvolvidas, países em desenvolvimento, como China, Índia e Brasil, ganham cada vez mais destaque no cenário internacional como emissores significativos destes gases, mesmo assim eles ainda mantêm baixos patamares de circulação gasosa. Providências, como o sequestro de carbono, foram estabelecidas pelo Protocolo de Quioto, tratado de natureza internacional, que assumiu a obrigação de contribuir para a redução da emissão dos gases que aumentam o efeito estufa.

Entre os fatores que contribuem para a ampliação da quantidade destes gases na atmosfera do Planeta, estão as queimadas, a produção de combustíveis fósseis, o desflorestamento, o consumo excessivo de carne – o gado produz metano, ainda mais letal para o meio ambiente -, entre outros.

Créditos de Carbono Por Caroline Faria

Créditos de carbono é o nome dado a uma commodity criada pelos mecanismos de flexibilização do Protocolo de Kyoto e que permitem a comercialização de cotas de emissão de gases causadores de efeito estufa (GHG, Green House Gas, em inglês).

O Protocolo de Kyoto (1997, Japão), estabeleceu alguns mecanismos de flexibilização para que a meta de redução de emissão de gases causadores do efeito estufa  (GEE) dos países em desenvolvimento fosse alcançada.

O primeiro mecanismo, abordado no artigo 12 do protocolo, é o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, ou MDL, que prevê a criação de projetos de redução de emissão de GEE nos países chamados de “não-anexo 1”: países em desenvolvimento que não constam no anexo 1 do protocolo. E, posteriormente a aquisição das “Reduções Certificadas de Emissões” (os tais créditos de carbono, chamados de CERs) que depois são colocadas no mercado para que os países “anexo 1” (desenvolvidos), que tem metas de redução a cumprir, possam adquiri-los. Os projetos de MDL podem ser executados tanto pela iniciativa privada como pelo poder público dos países em desenvolvimento de acordo com seus recursos.

O segundo mecanismo é a Implementação Conjunta, ou JI na sigla em inglês (Joint Implementation), onde países do “anexo 1” do protocolo (desenvolvidos) podem firmar parcerias entre si para implementar projetos conjuntos de redução de emissões.

A JI gera CERs, porém, elas não são comercializadas como as geradas pelo MDL.

Como a redução foi conseguida através de um projeto conjunto entre dois países, o beneficiado pela CERs é especificado no contrato do projeto e, pode inclusive ser os dois países. A JI, por se tratar de um trabalho conjunto entre dois países, é um mecanismo utilizado (negociado) unicamente pelo poder público dos países envolvidos.

Caso algum dos países consiga reduzir suas emissões abaixo da cota estipulada pelo protocolo ele pode vender seu excedente para outro país que ainda não tenha atingido sua cota. Isso pode ser feito por qualquer país desenvolvido independente do mecanismo utilizado.

Já quando a CERs é conseguida através de um projeto de MDL, ela é comercializada através da bolsa de valores ou fundos, onde os países desenvolvidos (que tem que cumprir uma meta de redução) podem comprá-la dos países em desenvolvimento onde o projeto foi executado.

Só em 2006 o mercado de créditos de carbono movimentou cerca de US$30 bilhões, sendo que deste total US$25 bilhões foram originados de programas implantados na União Européia, e o restante, US$5 bilhões, nos países em desenvolvimento.

Neutralização do Carbono Por Fernando RebouçasO desafio ecológico atual é mitigar os efeitos da quantidade de CO2  presentes na atmosfera  de nosso planeta ou, simplesmente nos adaptarmos a eles. A respeito da mitigação , objetivo muito discutido entre governos, empresas e diferentes comunidades globais e regionais é a implementação de um sistema de neutralização do carbono.

Basicamente, neutralizar carbono é plantar árvores que , quando se tornarem adultas, produzirão oxigênio, absorverão gás carbônico, transformando-o em biomassa. De um modo mais complexo, a neutralização exige um

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cálculo sobre a quantidade de CO2 que uma determinada atividade pode emitir sobre a quantidade de árvores que o responsável pela atividade terá de plantar para efetuar a compensação.

O problema é que não há critérios oficiais que cubram diferentes regiões e atividades em todo o mundo. Há empresas que prestam consultoria para o planejamento de neutralização de carbono para governos e empresas, porém a neutralização por meio de crédito de carbono a ser trocado entre as nações ainda é um processo incipiente e que remete à falta de conclusões mais profundas nas cúpulas internacionais de meio ambiente.

A neutralização de carbono, em seu conceito inicial, começou a se discutida e implementada a partir dos alertas do IPCC sobre a questão do aquecimento global. O CO2 é o principal poluente entre os GEF´s (gases de efeito estufa), e ajuda a criar uma barreira que concentra o calor na atmosfera da Terra.

Estima-se que uma árvore nativa da mata atlântica, por exemplo, possui 40 anos de fase de crescimento, nesse período, a árvore já consegue absorver mais carbono do que ela emite pela sua respiração – cada árvore em crescimento pode absorver uma média de 190 quilos de gás carbônico.

As empresas e os acordo internacionais de neutralização exigem dados precisos, muitas empresas trabalham a partir de dados empíricos somente para satisfazer a política e a imagem do marketing verde da corporação. Por outro lado, é necessário compreender que o carbono, mesmo sendo o principal gás de efeito estufa, é apenas um dos agravantes provenientes de atividades não sustentáveis.

Por meio do plantio de árvores, se uma espécie leva de trinta a quarenta anos para crescer e absorver o CO2, seria necessário esperar três ou quatro décadas para a absorção do CO2 emitido neste ano, por exemplo. Vale lembrar, que uma árvore só absorve o CO2, deixando gases como o metano, o óxido nitroso e os clorofluorcarbonetos permanentes na atmosfera. Tal condição exige da humanidade novos sistemas de compensação de produção sustentável.

Neutralização de Emissões Por Caroline Faria

A neutralização de emissões de gases causadores de efeito estufa através de projetos de captura/redução destes gases ou plantio de árvores virou moda no mundo todo.

De pop stars em turnês mundiais a grandes corporações a moda do “zero carbono” pegou e até mesmo você, leitor, pode “neutralizar” suas emissões de carbono através de empresas que oferecem o serviço por meio de sites especializados.

Para explicar, de uma maneira geral, como funciona o esquema da neutralização, usemos como exemplo uma indústria qualquer: primeiro, ela deve fazer o cálculo da quantidade de gases GEE (gases de efeito estufa, também chamados de Greenhouse gas) que emite no período que quer neutralizar (um ano, ou a duração do projeto que quer neutralizar); em seguida é feita uma avaliação para saber onde e quanto é possível reduzir de emissões de GEE e executa as reduções possíveis; por último é feita a compensação daquilo que não foi possível reduzir através de investimentos em projetos que façam a captura/redução de GEE, ou pelo plantio de árvores (que realizarão essa captura de GEE).

Mas, há quem duvide sobre a real eficiência deste tipo de projeto para o meio ambiente.

Em primeiro lugar, as empresas ou pessoas que queiram neutralizar seus negócios ou atividades não precisam, necessariamente, reduzir emissões. Quem pode arcar com os custos, neutraliza mais e não reduz nada. Isso acaba fomentando uma certa comodidade, uma vez que você não precisa mudar seu modo de agir e pensar, simplesmente paga, deflagrando a falsa idéia de que é possível garantir a sustentabilidade do planeta sem mudar nosso padrão de consumo e modo de vida.

Sem contar que, desta forma, a neutralização de emissões virou mais um meio de promover marcas através do slogan de “sustentabilidade” do que uma iniciativa tomada de forma consciente por empresas realmente preocupadas e comprometidas. É o caso dos veículos de comunicação (TV, rádio…) que neutralizam um ou outro programa, mas continuam veiculando propagandas que incentivam o consumismo e o desperdício.

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Em segundo lugar, o tipo de neutralização mais “popular” é através do plantio de árvores que, principalmente neste caso, precisa de tempo para acontecer. As árvores tanto quanto capturam GEE (gás carbônico), também o geram através de sua própria respiração celular. Logo, para que haja uma efetiva captura de GEE pelo método de plantio de árvores que justifique o selo de neutralização, são necessários, em média, 10 anos de vida das árvores plantadas. Tempo que varia muito de acordo com a quantidade de GEE que se quer neutralizar e outros fatores como densidade da madeira da árvore, espessura do tronco, tamanho, condições de plantio e etc.

Neste caso, ainda persiste outra dúvida: a garantia de que as árvores foram mesmo plantadas e de que se foram, continuem lá pelo tempo necessário para capturara da quantidade necessária de GEE. E, ainda se existem medições que comprovem a real captura da quantidade de gases neutralizada.

De modo geral, a idéia de neutralização (reduzir emissões onde possível, e depois capturar/reduzir investindo em outros projetos) é boa, pois cria meios de financiamento para projetos ambientais e já é um primeiro passo na tentativa de mudar um paradigma (ao menos serviu para popularizar o assunto…). O que falta é uma fiscalização adequada de todos os projetos relacionados com o fim de evitar falsas propagandas e uma garantia de que tais neutralizações venham acompanhadas de uma mudança real de consciência.

Aquecimento global e Carência Alimentar

Por Fernando Rebouças Baixa produtividade agrícola, perda de nutrientes no solo e alta nos preços dos alimentos será uma realidade agravante em 2100. A revista “Science” publicou em 2008, um estudo que alerta sobre a probabilidade de mais de 90 % das regiões tropicais e subtropicais de terem elevados recordes de temperatura mais altos dos que os registrados no século 20.

Tal situação acarretará perdas de produção agrícola, numa média de 20 % a 40 % do total das culturas mais consumidas. O estudo relata que a cada 1ºC a mais, perde-se entre 2,5% a 16% na produção agrícola. Rosamond Naylor, diretor de Programa Alimentar e Ambiente da Universidade de Stanford, EUA, alerta que é urgente um replanejamento no sistema agrícola em todo o mundo e analisar a saída da mão-de-obra agrícola para o trabalho na cidade, no decorrer do século XXI.

O estudo foi feito a partir de computadores que simulam o futuro meteorológico tendo como referência o histórico atual e passado do aumento das temperaturas no planeta. Os recordes de calor registrados na Europa Ocidental em 2003, nos quais morreram mais de 50 mil pessoas, será cada vez mais habitual.

No Brasil, segundo a Embrapa, a grande perda será na produção de soja, cuja área cultivável diminuirá para 34 % até 2050. Outras culturas a sofrerem com o aquecimento global serão o café, girassol, milho, algodão, arroz e feijão.

Aquecimento global e a Diversidade das Plantas

Por Fernando Rebouças A elevação nos níveis de temperatura do planeta Terra, segundo os cientistas especializados  em estudos climáticos, as regiões temperadas irão aquecer, o que provocará a fuga de espécies para outras regiões. Na região dos trópicos, haveria grande perda da flora vitimada pela falta de chuva e de forte calor.

Nos trópicos, a perda plantas nativas aliada à proliferação de espécies provenientes de regiões temperadas, causará uma padronização global do reino vegetal em ambas as regiões. A teoria da uniformização da flora em escala global é uma tese defendida pelo estudo “Projected impacts of climate change on regional capacities for global plant species richness”.

Pesquisadores das Universidades de Bonn, Göttingen e Yale, pesquisaram e identificaram diferentes espécies encontradas em várias regiões submetidas às atuais condições climáticas, após reunir essas informações, determinaram uma previsão de impacto provocado pelas mudanças climáticas para o ano de 2010.

Segundo Jan Henning Sommer, cientista da Universidade de Bonn:

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“As mudanças climáticas podem trazer grande confusão para o padrão existente da diversidade das plantas, com consequências que ainda nos são desconhecidas para os ecossistemas e para a humanidade”

As conclusões da pesquisa ainda não são absolutas, merecem mais tempo e estudo mais aprofundado a respeito da tese do desaparecimento das espécies de flora e sua adaptação em outras regiões. Para Jan Sommer:

“A capacidade de adaptação das espécies e sua interação com o ecossistema ainda são incertos, assim como o uso da terra pelo homem, que pode exercer grande influência na distribuição das plantas. Esse é um campo que sabemos muito pouco”.

Os efeitos negativos do aquecimento global na flora tropical tem sido observado na Amazônia, onde há uma previsão de perdas da flora nativa. Por outro lado, o estudo prevê um aumento da flora em países campeões de poluição como os EUA e Europa.

Mas esse aumento da flora em países de região temperada não significa um novo equilíbrio vegetal , pois não possibilitará a redistribuição de espécies, pois enquanto que as espécies tropicais desaparecerão, as de regiões temperadas se espalharão, o que poderá provocar um desequilíbrio no ciclo ecológico.

O aumento de dióxido de carbono na atmosfera oferece condições a mais de alimentação para a floresta que, em meio a um ambiente mais quente, tende a morrer por inalação. Um planeta mais quente gerará uma abundância de vegetação, mas com menor diversidade e equilíbrio de distribuição de espécies.

Protocolo de Kyoto Por Cristiana Gomes

Como o próprio nome já diz, o Protocolo foi assinado em kyoto (Japão), em 1997.

O documento estabelece aos países industrializados a redução das emissões de dióxido de carbono (CO2, gás carbônico) e outros gases do efeito estufa (gases que contribuem para o aquecimento global), ou seja, o protocolo impõe uma meta de redução desses gases na atmosfera.

Apenas as nações ricas são obrigadas a reduzir suas emissões, as outras (em desenvolvimento) como Brasil, China e Índia, embora sejam grandes poluentes, podem participar do acordo, mas não são obrigados a nada.

Isso não significa que elas não devem se importar; pelo contrário, o mundo inteiro tem responsabilidade no combate ao aquecimento, mas a idéia é que os países que mais lançaram gases na atmosfera têm maior obrigação de reduzir as emissões.

Aqueles que conseguirem um resultado satisfatório, receberão os chamados “Créditos de Carbono”, que valem dinheiro.

O Brasil embora não tenha muitos deveres no acordo, só sai ganhando com esse protocolo, pois qualquer projeto elaborado aqui com a finalidade de diminuir o efeito estufa  pode se transformar em crédito de carbono. Se por acaso algum país rico não conseguir ou tiver dificuldade de atingir a meta, ele poderá comprar esse crédito do Brasil.

O álcool da cana-de-açúcar polui menos que os combustíveis fósseis (gasolina, diesel) e é um substituto dos combustíveis provenientes do petróleo  (o Brasil é um grande produtor de álcool); além disso, nosso país possui grandes projetos de reflorestamento aumentando a quantidade de árvores que absorvem o dióxido de carbono.

O documento conta com a participação de centenas de países; porém, infelizmente, o sucesso do acordo não é total, pois os Estados Unidos (maior emissor de gases estufa na atmosfera) recusa-se a assinar o documento, bem como alguns outros países, como a Austrália.

O presidente George W. Bush alega que não existem provas suficientes que liguem o aquecimento global à poluição industrial e além disso, ele diz que a economia de seu país seria prejudicada, já que são dependentes de

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combustíveis fósseis (o desmatamento e a queima de combustíveis fósseis contribuem para a emissão desses gases no ar).

Em vez de diminuir as emissões, os EUA optaram por desenvolver tecnologias menos poluentes.

Protocolo de Kyoto e Aquecimento Global são duas coisas que andam juntas, é impossível falar de um sem citar o outro.

O Protocolo foi criado justamente para impedir que o aquecimento cresça e prejudique cada vez mais o planeta e seus habitantes.

Cronologia

Em 1988 em Toronto (Canadá), ocorreu a 1ª reunião entre governantes e cientistas sobre as mudanças climáticas. Esta reunião descreveu os tristes impactos que tais mudanças causam ao nosso planeta. Dois anos depois, o IPCC informa e adverte sobre a importância de reduzir a emissão do principal gás do efeito estufa (CO2 – Dióxido de Carbono). Em 1995, o IPCC novamente faz um alerta aos cientistas comunicando que os primeiros sinais das mudanças climáticas já são evidentes. No ano de 1997, é assinado o Protocolo de Kyoto e em 29 de abril de 1998, o Brasil assina o documento.

Hora do Planeta Por Fernando Rebouças

A “Hora do Planeta” é uma atitude simbólica que acontece nas principais cidades do mundo a favor do planeta Terra, e contra as emissões de poluentes. O ato é apagar as luzes em data e hora pré-determinada durante uma hora.

A “escuridão” é uma maneira de chamar a atenção da sociedade e das autoridades do mundo a respeito do aquecimento global. Vale lembrar que grande parte dos países do mundo geram energia elétrica a partir da queima de combustíveis fósseis como o carvão, gás e diesel.

A “Hora do Planeta” é um projeto da ONG WWF (“World Wildlife Fund”) , sendo implantado pela primeira vez em 2007, em Sidney, Austrália. Em 2008, 371 cidades de 35 países começaram a participar do evento.

Em 2009, o evento aconteceu no dia 28 de março, e pela primeira vez, o Brasil participou apagando as luzes das cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Rio Branco, Belém, Porto Alegre, Curitiba, Manaus, Goiânia, e demais cidades como Itajaí (SC), Ouro Preto (MG), Juazeiro do Norte (CE), entre outros.Na Europa, o evento promove concertos, festas, jantar à luz de velas e várias confraternizações às escuras. A economia de energia elétrica é ínfima, mas o significado é unir todas as nações sob uma única ideia perante o aquecimento global : somos do mesmo planeta.

Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima

Por Caroline Faria A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (CQMC), assinada por mais de 150 Estados no ano de 1992 durante a Cúpula da Terra (ECO92), reflete a preocupação dos Estados com a ocorrência, cada vez mais freqüente, de verdadeiras tragédias pelo mundo todo causadas pelo aquecimento global. Enchentes, furacões, tempestades, secas, aumento de desertos, inundações de ilhas e regiões costeiras, queda de produtividade agrícola, perda de biodiversidade, queimadas e mais um monte de outros problemas que vêm aumentando de intensidade e freqüência nos últimos anos, mostraram aos governos que a situação ficou séria demais para ser ignorada.

O ponto central da Convenção é, pois, a estabilização da concentração de gases de efeito estufa (GEE – monóxido de carbono, metano, etc.) na atmosfera como tentativa de reverter o quadro atual e evitar futuras catástrofes, abrindo um leque de obrigações para as partes com relação à educação, pesquisa e desenvolvimento/intercâmbio de tecnologias neste sentido.

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Segundo a Convenção a responsabilidade maior sobre as mudanças climáticas que presenciamos é dos atuais países desenvolvidos, cabendo a eles, então, auxiliar os países em desenvolvimento e tomar a frente na adoção de medidas para combater o aquecimento global.

Assim, a Convenção-Quadro traça algumas obrigações para todos os países, como: promover a educação e conscientização de suas populações sobre o tema, desenvolver, compartilhar e fortalecer a pesquisa científica e tecnológica e programas nacionais relativos à reversão/adaptação da/a mudança do clima, divulgar informações a respeito de suas emissões de GEE e projetos ou meios de “captura” (MDL, florestas, oceanos, etc.), também chamados de sumidouros; e, algumas obrigações apenas para os países desenvolvidos, como por exemplo: limitar suas emissões de GEE e aumentar seus sumidouros, auxiliar os países em desenvolvimento, principalmente aqueles mais vulneráveis às mudanças do clima, com apoio financeiro, tecnológico e científico.

A Convenção foi criada e negociada pelo Comitê Intergovernamental de Negociação (CIN) formado por representantes dos Estados e criado pela Assembléia Geral das Nações Unidas, e conta com o apoio de um Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF – Global Environment Facility,), criado pelo PNUMA, PNUD* e Banco Mundial que deve ser destinado principalmente aos países em desenvolvimento, e do IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima.

PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio AmbientePNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas

Por Fernando RebouçasUNFCCC significa United Nations Framework Convention on Climate Change, Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, e trata questões relacionadas aos problemas climáticos.

Formulada em 1992, na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida mundialmente como UNCED – United Nations Conference on Environment and Development. A conferência ficou conhecida como Rio-92, organizada na cidade do Rio de Janeiro.

A Rio-92 ainda gerou outros documentos como a Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento redigida sobre vinte e sete princípios sobre a interação entre desenvolvimento e meio ambiente. Abriu caminhos para a Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica, conhecida como Convenção da Biodiversidade.

A Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas tem o objetivo, assinado inicialmente por 154 países, de estabilizar, seguindo ações conjuntas de todas as partes (países), a emissão e concentração de GEE – Gases de Efeito Estufa.

A ratificação brasileira ocorreu em 28 de fevereiro de 1994. Em 21 de março de 1994, a Convenção entrou em vigor.

Na época, o primeiro tratado não fixou metas limites de emissão dos GEE, mas incluía disposições para abertura de futuros protocolos para tal finalidade. O primeiro importante protocolo lançado, foi o Protocolo de Quioto, planejado para ser substituído durante a COP 15, em Copenhagen, no ano de 2009.

As partes signatárias da COP 15 são subdivididas em países industrializados, países em desenvolvimento, e países desenvolvidos. As metas, segundo especialistas políticos e ambientalistas, deve recair mais sobre os países mais ricos, fator que sempre gera grande conflito nas reuniões.

Conferência dos Oceanos Por Fernando Rebouças

No mês de maio de 2009, na cidade de Manado, Indonésia, ocorreu a Conferência dos Oceanos, que reuniu representantes de mais de 70 países para discutir a respeito das degradações dos mares, superexploração dos recursos, poluição e aquecimento global.

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A grande preocupação cerceou a questão das catástrofes naturais que mudanças climáticas desencadearão através do desequilíbrio ambiental nos oceanos do planeta. Segundo a divisão de Assuntos Oceânicos e Lei do Mar das Nações Unidas, a mudança climática é grande ameaça.

A conferência contou com a presença de cientistas e funcionários de delegações do mundo inteiro, o grande alerta discorreu sobre o aumento das temperaturas registradas nos oceanos. Segundo estudos de especialistas da ONU, o nível das águas aumentará, em média, um metro até o ano de 2100, afetando cem milhões de pessoas na Ásia, 40 milhões na Europa e cinco milhões na África e América.

Os oceanos ainda sofrerão pela absorção em massa do dióxido de carbono e pela alteração das correntes marinhas. A conferência foi uma iniciativa da Indonésia para chamar a atenção da comunidade internacional, no término da reunião os participantes, entre eles ministros, delegados e embaixadores, demonstraram fiel compromisso em preservar e desenvolver uso sustentável dos recursos marítimos.

Queimadas Por Fernando RebouçasSegundo a revista “Science”, a queimada  de florestas tropicais, savanas e terras agrícolas é responsável em 19 % pelo aquecimento global. A queimada ecologicamente incorreta ainda é um mecanismo muito usado na economia mundial e no fluxo de energia global.

Até o início do século 21, Brasil, Malásia e Indonésia foram os países que mais devastaram suas florestas através de queimadas. Entre os anos de 1997 e 2006, os trópicos asiáticos , através de queimadas, contribuíram com 54% das emissões. Nos trópicos americanos, incluindo a Amazônia, foram emitidos 32 %, a África ficou com 14 %.

Os principais focos de calor  por queimadas do planeta está situado na Amazônia e no Mato Grosso. O nosso planeta Terra é grande detentor de carbono, o que o torna inflamável.

Devido às mudanças climáticas, o fogo está mais presente nos biomas, gerando prejuízos domésticos, empresariais, sociais e ambientais. Devido ao El Niño de 1997-98, a Ásia tropical e a América Latina ficaram mais secas e mais inflamáveis, pois a seca nos biomas favorece o aparecimento de focos de incêndio.

Maiores Poluidores do Mundo Por Fernando Rebouças

A China e outras nações emergentes pretendem colaborar contra o aquecimento global, a grande questão está relacionada ao uso de energia, pois o uso intensivo de energia é essencial para o crescimento econômico das nações.

O G8 concordou em reduzir a emissão de gases de efeito estufa numa meta de 50% até 2050, o G8 é composto por Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia. Para especificar o país mais poluidor do planeta, deve-se considerar determinados critérios:

• Indicar que tipo de poluição será considerada: CO2, gases de efeito estufa, ou desmatamento;• Se o cálculo da poluição será per capita ou por quantidade de poluente;

Segundo a Netherlands Environmental Assessment Agency – Agência Holandesa de Avaliação Ambiental, as emissões de CO2 aumentaram 3,1 % em 2007. Em 2006, o número foi de 3,5 %.

Os países que mais poluem o mundo são

China As emissões de poluentes têm crescido bastante na China, país que depende do carvão para geração de eletricidade e uso industrial. O país ratificou a Convenção do Clima da ONU em 1993, e o protocolo de Kyoto em 2002.

Estados UnidosOs EUA apresenta programas de incentivos de energia renovável, considerada ainda tímida, um dos exemplos é o

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Programa de Tecnologias de Energia Solar. O país ratificou a Convenção do Clima da ONU em 1992, e rejeitou o Protocolo de Kyoto.

União EuropeiaOs países europeus pretendem reduzir pela metade as emissões de poluentes até 2050, estão desenvolvendo fontes de energia renováveis. No Reino Unido, as emissões estão abaixo da meta de Kyoto, graças à transição do uso do carvão para o gás na década de 1990.

RússiaA partir da década de 90, passou a utilizar o gás natural, o que possibilita a queda das emissões de poluentes, porém ainda há a ausência de políticas internas que controle a poluição no país e que gerencie uma política de eficiência energética.

ÍndiaO país indiano depende muito do carvão, mesmo com projetos que buscam a participação de energias renováveis. Ratificou a Convenção do Clima da ONU em 1993, e o Protocolo de Kyoto em 2002.

Painel Internacional Governamental de Mudanças Climáticas (IPCC)

Por Fernando Rebouças Órgão das Nações Unidas, o Painel Internacional Governamental de Mudanças Climáticas (IPCC  em inglês) reúne cientistas do mundo inteiro para discutir e planejar o posicionamento econômico da humanidade perante mudanças climáticas. O IPCC foi criado em 1988, nos anos de 1990, 1995, 2001 e 2007, produziram quatro relatórios respectivamente.

Os estudos agregam pesquisas oriundas de várias universidades do mundo. A partir de 2001, houve um maior acesso às informações climáticas em linguagem gráfica gerada por satélites e medidores de temperatura mais eficazes. Um dos estudos é verificar a composição química de bolhas de ar dos blocos de gelo da Antártida e do Ártico, que revelam o histórico climático de milhões de anos atrás no planeta Terra.

Os estudos utilizam softwares que simulam o clima do planeta em várias épocas. Até 2001, a previsão da elevação do nível do mar era suposta entre 0,9 cm a 88 cm, a partir de informações recentes do satélite AR4, em 2007, a previsão foi atualizada para o patamar entre 18 cm e 59 cm.

Como funciona o IPCC?

O IPCC é formado por um grupo técnico responsável pela coordenação do Painel, na qual é responsável pela composição de três grupos de cientistas. O primeiro grupo é responsável pelas bases científicas das mudanças climáticas; o segundo avalia os impactos das mudanças climáticas sobre o meio ambiente e sobre as pessoas; o terceiro grupo estuda possíveis soluções para diminuir os impactos das mudanças climáticas.

A quarta reunião do IPCC contou com a presença de 2.500 cientistas de 130 países. Os estudos do IPCC têm sido confirmados através de elevadas temperaturas no verão, e nas catástrofes ocorridas em Nova Orleans – EUA e no Caribe.

Crise Econômica e Aquecimento Global

Por Fernando Rebouças Todo consumo movimenta a economia e, ao mesmo tempo, se não for sustentável acarreta sérios danos ambientais. A crise imobiliária e financeira proveniente dos EUA ,  que desequilibrou a economia mundial  também afetou as discussões a respeito das metas de emissão de gases de efeito estufa.

Com o crescimento econômico enfraquecido, muitas nações solicitaram a revogação das metas limites de emissão de gases poluidores como uma saída para aumentar  ritmo industrial e manter as expectativas de mercado.

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O recuo econômico em todo mundo, no período de 2007 a 2009, ajudou a diminuir as emissões de poluentes em escala mundial. A mudança climática em níveis catastróficos representará grandes danos financeiros à economia mundial, além dos danos humanos e ambientais.

Em 2050, a perda econômica poderá ser de 2 trilhões de dólares, devido a uma elevação de 1° C na temperatura planetária. Esse cenário ambiental poderá acarretar em novas crises econômicas piores do que as do fim do século XIX, a de 1929 e a  de 2008.

O aquecimento global poderá subtrair em 20 % o consumo per capita, e ocorrerá elevação nos custos de redução de emissões. O segmento de economia limpa será uma grande oportunidade de investimentos, atingindo a média de 1% no mercado mundial.

Segundo o economista inglês Nicholas Stern, ex-chefe do Banco Mundial, as ações para redução da emissão de GEE´s (Gases de Efeito Estufa), poderão custar 1 % de toda a riqueza do mundo.

Efeitos do Aquecimento Global

Efeitos do Aquecimento Global no Mar

O mar e o Aquecimento Global

Por Fernando Rebouças Terra é 71% coberto por água e mantém a base de toda a vida no planeta. Para a civilização humana, o mar concede alimento, energia, água e sal. Em recentes relatórios, o Greenpeace  aponta três grandes problemas que afetam o mar : vulnerabilidade em relação às mudanças climáticas, crise no setor pesqueiro e falta de áreas marinhas protegidas.

O Brasil possui mais de 8 mil km de costa ainda carente de uma legislação e de uma fiscalização mais presente no litoral brasileiro. O Greenpeace defende que 40 % dos Oceanos do planeta deva fazer parte de uma reserva marinha, atualmente, existem cerca de 5 mil áreas protegidas no mundo, o que equivale a menos de 1 % dos oceanos.

A indústria pesqueira provocou nos últimos tempos, impactos destrutivos irreversíveis nos biomas marinhos. Dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), indica que o volume de pescado marinho tem aumentado em todo mundo, em 2005, o pescado alcançou o número de 158 milhões de toneladas, números que ultrapassa o limite de reposição natural de espécies no mar.

A mudança climática resultante do aquecimento global causado aumento da temperatura no mar e a elevação de seu nível. Tal cenário pode gerar danos ambientais e humanos nas zonas costeiras como furacões, enchentes e perda de biodiversidade marinha.

O gelo marinho ártico, no polo norte, em 2008, registrou sua menos extensão em 4,52 milhões de km². O derretimento do Oceano Ártico também libera gás metano, um gás de efeito estufa mais poderoso do que o dióxido de carbono.

Efeitos do Aquecimento Global na Amazônia

Aquecimento Global: Amazônia

Por Fernando Rebouças Em 2005, a Amazônia  sofreu uma estiagem que deixou os habitantes da região e de todo ecossistema sem água. Após a seca de 2005, a floresta que antes absorvia carbono, passou a emitir carbono para a atmosfera e ambiente.

Este efeito durará por décadas, com a baixa em quantidade de água, a vegetação local fenecerá, e com vegetação enfraquecida, a floresta colaborará para o avanço do aquecimento global. Segundo pesquisa da Universidade de Oxford, Inglaterra, antes de 2005, a Amazônia absorvia cerca de 400 milhões de toneladas de carbono, depois da

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seca, passou a emitir cerca de 900 milhões de toneladas de carbono.

Esta quantidade de carbono ainda não está todo concentrado na atmosfera, está “aprisonado” em folhas e galhos dispersos no chão. A Amazônia, atualmente, ficou mais vulnerável depois da seca sofrida, caso as fortes queimadas continuem ocorrendo na região, todo o carbono aprisionado nas matérias mortas e nas folhas serão liberado para a atmosfera.

Depois de 2005, a seca já havia aumentado o volume de queimadas em 33 % . A seca ocorrida na época foi atribuída à fenômenos naturais referentes a anomalias climáticas ocorridas no Atlântico. No leste amazônico, o regime de chuvas mudará no século 21, numa direção que favorecerá florestas sazonais em relação ao cerrado. As florestas sazonais possuem estações secas e úmidas, enquanto a floresta tropical é úmida.

Efeitos do Aquecimento Global nos Ursos Polares

Urso Polar e o Aquecimento Global

Por Fernando Rebouças O constante desequilíbrio no efeito estufa, fenômeno natural que equilibra a temperatura no planeta Terra, tem provocado a avanço do aquecimento global  que põe em questão a organização da sociedade humana e o avanço crescente de sua tecnologia exploratória. O aquecimento global está gerando desajustes no ciclo natural das temperaturas, climas e reprodução de espécies de flora e fauna.

No hemisfério norte, o grande exemplo de espécie ameaçada é o urso polar. O aquecimento global está causando o derretimento precoce das geleiras, alterando o período de migração dos pássaros e profundas mudanças no meio ambiente que desencadeiam-se em falta de alimentos para os ursos polares. O governo dos EUA já classificou o urso polar do estado do Alaska como uma espécie ameaçada de extinção.

A classificação de extinção desta espécie ocorreu um dia após a exigência da Justiça norte-americana sobre a elaboração de um programa de proteção para o urso polar. No documento foram considerados estudos recentes sobre a diminuição do gelo no Oceano Ártico, na região do Alasca e do Canadá.

Há a previsão que dois terços dos ursos polares poderão desaparecer nos próximos cinqüenta anos. Na América do Norte, cerca de 89 espécies de plantas têm florescido precocemente na cidade de Washington e por falta de alimento, os ursos polares estão se tornando canibais. Além do hemisfério norte, as regiões do mundo que no momento sofrem com o aquecimento global de modo mais intenso são a África e a Ásia Central.

Efeitos do Aquecimento Global nos Pássaros da Europa

Aquecimento Global: Pássaros da Europa

Por Fernando Rebouças Na Europa, toda espécie de pássaro atingida pelas mudanças climáticas, são três vezes mais numerosas em comparação com as espécies que se beneficiam e se adaptam melhor às mudanças. As informações foram publicadas em 2009, pela revista Public Library of Science.

Em toda a Europa o desnível populacional de aves é perceptível pelos pesquisadores. A proporção é : para 122 espécies estudadas, 30 desenvolverão um aumento de área de distribuição populacional. E em cerca de 92 espécies, haverá uma drástica redução.

A situação pode piorar mais, se os efeitos do aquecimentos global na Europa forem mais alarmantes do que o previsto. Os pesquisadores acreditam que a elevação da temperatura deve ser mantida abaixo de 2°C.

As 122 espécies estudadas abrange a escrevedeira-de-garganta-preta, o papa-figos, o pintassilgo (rola-turca) . Das 92 espécies que sofrerão diminuição populacional, esta as narceja, petinha-dos-prados, tentilhão-montês, chapim

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sibilo e o pica-pau-malhado.

Correntes Oceânicas e o Aquecimento Global

Aquecimento global: Correntes Oceânicas

Por Fernando Rebouças O Cinturão Termohalino Mundial  é mantido pelas diferenças da temperatura da água e da salinidade no mar, resultando numa força que faz circular as águas dos oceanos. Este cinturão mantém, através da corrente do Golfo, o clima suave da Europa, e traz à tona as águas mais profundas para a superfície.

Ao trazer as águas profundas à superfície, permite a disseminação de nutrientes no mar e o aumento da absorção de dióxido de carbono pelas águas oceânicas. Porém com o avanço do aquecimento global no planeta Terra, há uma circulação mais lenta nas águas profundas das regiões da Escócia e Groenlândia.

A mudança no comportamento do Cinturão Termohalino é associada ao derretimento do gelo ártico, que gera um forte resfriamento e diluição da salinidade oceânica destas regiões. Tal situação impacta sobre a agricultura, no clima europeu, em correntes oceânicas e na temperatura do planeta.

Até 2100, devido ao derretimento das geleiras, é previsto um aumento no nível dos mares de 9 a 88 centímetros, em escala global. Após o derretimento de uma geleira, a água se expande depois de aquecida.

Este aumento do nível do mar, além de causar modificações no comportamento do Cinturão Termohalino, causará enchentes, erosões, contaminação das águas, cheias de mangues e perda de água potável.

Além das catástrofes climáticas e estruturais, haverá grande perda de fauna e na cadeia alimentar marinha. Em temperaturas altas, espécies de baleias e golfinhos encalham com maior facilidade, além de perderem suas áreas de alimentação e reprodução. Entre o século XX e XXI, a população de pinguins diminui em 33 % em vários locais da Antártica.

Calor no Ártico

Calor no Ártico

Por Fernando Rebouças No Ártico, a quantidade de calor proveniente do Sol aumentou quatro vezes nos anos 1979-2009. Os dados foram divulgados em março de 2009, num encontro em Copenhague, Dinamarca. Os dados foram adquiridos através de estudos feitos pela NASA com imagens de satélite.

A causa seria a perda de superfície branca de gelo, pois a sua perda também acelera o processo de derretimento. Os estudos da Nasa foram avaliados a partir de imagens obridas desde 1973 , em áreas próximas do Alaska. Enquanto as placas brancas congeladas refletem a luz solar, o mar (derretido) absorve calor e contribui para o derretimento da calota.

Entre 1998 e 2008, por exemplo a perda de gelo na superfície durante o verão fora 26 % acima do normal, nas décadas anteriores fora de 4 %. Na questão do aquecimento global, a região do Ártico pode estar sofrendo no estágio de “ponto de virada”, estágio no qual a situação não pode mais ser revertida.

O estágio de colapso seria a perda total de gelo na época do verão, cuja perda de gelo está prevista em 40 %, o gelo do oceano Ártico deixaria de existir nas épocas de verão. Até 2030, as calotas poderão deixar de existir, mas tem-se esperança no processo de recuperação do sistema da região.