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EQUIPE UNITINS

Organização de Conteúdos Acadêmicos1ª edição

2ª edição rev. ampl.3ª edição rev. ampl.

4ª edição rev. ampl.

Damiao Carlos Amaral MesquitaDarlene Teixeira CastroDarlene Teixeira CastroMaria Lourdes F. G. AiresKarin Sylvia GraemlMaria Lourdes F. G. Aires

Coordenação Editorial Maria Lourdes F. G. Aires

Revisão Lingüístico-Textual Kyldes Batista VicenteSilvéria Aparecida Basniak Schier

Gerente de Divisão de Material Impresso Katia Gomes da Silva

Revisão Digital Vladimir Alencastro Feitosa

Projeto Gráfico Irenides TeixeiraKatia Gomes da Silva

Ilustração Geuvar S. de Oliveira

Capas Igor Flávio Souza

EQUIPE EADCON

Coordenador Editorial William Marlos da Costa

Assistentes de Edição Ana Aparecida Teixeira da CruzJanaina Helena Nogueira BartkiwLisiane Marcele dos Santos

Programação Visual e Diagramação Denise Pires PierinKátia Cristina Oliveira dos SantosMonica ArdjomandRodrigo SantosSandro NiemiczWilliam Marlos da Costa

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taçã

o

As tecnologias de informação e comunicação (TIC) são mais do que simples tecnologias, elas estão se tornando meios de comunicação, de inte-ração, de política do espaço e de organização social. Desse modo, pode-se afirmar que as TIC estão cada dia mais presentes na vida das pessoas e são utilizadas nas mais diferentes situações cotidianas.

No que se refere às aplicações tecnológicas, no processo de ensino-apren-dizagem, novas possibilidades e perspectivas surgem e ampliam os recursos, desenvolvendo novos ambientes e metodologias de ensino. A inserção das TIC no cotidiano escolar, desde o computador como ferramenta de apoio da sala de aula até a ampla utilização da internet como fonte de pesquisa e interação entre professores e alunos, incentiva a busca de melhoria constante na formação.

Por meio das TIC, a Educação a Distância (EaD) vem se solidificando e facilitando o acesso ao estudo, tornando-se, assim, um instrumento de apoio à democratização da educação. Porém, como conseqüência das desigual-dades sociais já existentes, não são todas as pessoas que têm o acesso a essas tecnologias, principalmente à internet.

Outro fator importante a ser considerado é que mesmo com toda a evolução já ocorrida, ainda há resistências a mudanças, pois elas exigem muito dinamismo, investimentos de tempo e de recursos, constante atuali-zação, flexibilidade e aprimoramento. Em face disso, podemos considerar que as TIC favorecem o desenvolvimento, mas ainda é necessário que grande parte da sociedade seja incluída digitalmente.

Bons estudos!

Prof.ª Maria Lourdes F. G. Aires

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Plan

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Ens

ino

EMENTA

A sociedade do conhecimento e da informação e os novos rumos para a educação. Tecnologia como área do conhecimento humano. Aplicações tecnológicas no processo de ensino e aprendizagem: possibilidades, limites e perspectivas. Ciberespaço e educação a distância: novos ambientes de aprendizagem e comunicação docente. Inserção da tecnologia da comu-nicação e da informação no cotidiano escolar: critérios para seleção e utilização de recursos. Elementos introdutórios de informática educativa; aspectos históricos da EaD. Dispositivos tecnológicos, usos e manejos inclu-sivos da cultura digital.

OBJETIVOS

Apresentar as tecnologias da informação e da comunicação em EaD.•

Identificar as mudanças que o avanço tecnológico imprimiu ao •cotidiano.

Compreender como a evolução das tecnologias da informação e •da comunicação influencia os meios de comunicação e potencia-liza novas formas de aprendizagem e socialização.

Compreender a evolução das TIC, principalmente da internet e seu •impacto no cotidiano das pessoas e na sociedade, no que se refere ao processo de ensino-aprendizagem e ao Ensino a Distância.

Analisar a evolução do papel do professor na sala de aula, •baseado no seu desenvolvimento e adaptação constante às novas necessidades dos alunos, e na utilização de ferramentas de apoio à educação.

Entender a Educação a Distância como modalidade de ensino •autodirigido de aprendizagem e abordar sua evolução, critérios de classificação e diferentes tecnologias aplicadas.

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unitins • letras • 1º PerÍODO 209

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Sociedade da informação•

Tecnologia e educação•

Educação à Distância: conceitos, surgimento, evolução e vantagens•

Educação à Distância: da correspondência ao ciberespaço•

O currículo e as tecnologias de informação e da comunicação•

A inserção das tecnologias da informação e comunicação no cotidiano •escolar

Informática educativa•

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

BELLONI, Maria Luiza. Educação a Distância. 2. ed. Campinas: Autores Associados, 2002.

LITWIN, Edith. Educação a Distância. Porto Alegre: Artmed, 2000.

PRETI, Oreste (Org). Educação a Distância. Cuiabá: NEaD/IE – UFMT; Brasília: Plano, 2000.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. Campinas: Papirus, 2003.

OLIVEIRA, Ramon de. Informática educativa: dos planos e discursos à sala de aula. Campinas: Papirus, 1997.

LÈVY, Pierre. As tecnologias da inteligência. Rio de Janeiro: 34, 1999.

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Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:

identificar as mudanças que o avanço tecnológico imprimiu ao cotidiano;•

distinguir as novas formas de acesso à informação decorrentes, da •evolução das tecnologias de informação e comunicação (TIC).

Para você compreender melhor a sociedade da informação, é necessário ter consciência dos avanços tecnológicos sobre o cotidiano e dos deslocamentos produzidos por eles.

A sociedade atual pode ser designada por uma multiplicidade de termos. Entre eles, podemos destacar: sociedade da informação, era da informação, sociedade do conhecimento, era do conhecimento, era digital. Todos esses termos traduzem as características mais representativas do momento social que estamos vivendo e a relação da sociedade com os avanços tecnológicos e científicos.

1.1 Sociedade da informação

Nesta aula, veremos sobre a origem da sociedade da informação, revolução e a influência dos TIC em nossas visas. O termo sociedade da informação, tornou-se paradigmático: foi o termo mais adotado nos documentos dos governos.

A sociedade da informação resulta dos novos referenciais sociais, econô-micos, tecnológicos e culturais, engendrados pelas tecnologias da informação e da comunicação. Esses referenciais, que provocam significativas mudanças nas sociedades e em suas organizações, fundamentam-se nas seguintes concepções, de acordo com Tarapanoff (2001):

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aula 1 • tecnOlOGia Da infOrMaçãO e Da cOMunicaçãO eM eaD

unitins • letras • 1º PerÍODO 211

Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:

identificar as mudanças que o avanço tecnológico imprimiu ao cotidiano;•

distinguir as novas formas de acesso à informação decorrentes, da •evolução das tecnologias de informação e comunicação (TIC).

Para você compreender melhor a sociedade da informação, é necessário ter consciência dos avanços tecnológicos sobre o cotidiano e dos deslocamentos produzidos por eles.

A sociedade atual pode ser designada por uma multiplicidade de termos. Entre eles, podemos destacar: sociedade da informação, era da informação, sociedade do conhecimento, era do conhecimento, era digital. Todos esses termos traduzem as características mais representativas do momento social que estamos vivendo e a relação da sociedade com os avanços tecnológicos e científicos.

1.1 Sociedade da informação

Nesta aula, veremos sobre a origem da sociedade da informação, revolução e a influência dos TIC em nossas visas. O termo sociedade da informação, tornou-se paradigmático: foi o termo mais adotado nos documentos dos governos.

A sociedade da informação resulta dos novos referenciais sociais, econô-micos, tecnológicos e culturais, engendrados pelas tecnologias da informação e da comunicação. Esses referenciais, que provocam significativas mudanças nas sociedades e em suas organizações, fundamentam-se nas seguintes concepções, de acordo com Tarapanoff (2001):

Sociedade da informação

Aula 1

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aula 1 • tecnOlOGia Da infOrMaçãO e Da cOMunicaçãO eM eaD

212 1º PerÍODO • letras • unitins

a informação constitui a principal matéria-prima, um insumo comparável •à energia que alimenta um sistema;

o conhecimento é utilizado na agregação de valor a produtos e serviços;•

a tecnologia constitui um elemento vital para as mudanças, em especial •o emprego da tecnologia sobre acervos de informação;

a rapidez, a efetividade e a qualidade constituem fatores decisivos de •competitividade.

A idéia de sociedade da informação está fortemente vinculada aos avanços tecnológicos, mas o projeto emergente dessa sociedade, sedimentado como um novo mito de progresso e desenvolvimento, não pode ser explicado apenas pela tecnologia. O modelo da sociedade da informação não pode ser compreendido fora das mudanças promovidas pela recomposição do processo de acumulação de capital e da mutação no padrão tecnológico do mundo ocidental (últimas três décadas do século XX).

1.1.1 As origens da sociedade da informação

As origens da sociedade da informação encontram-se nos últimos anos da década de 1960, quando ocorre a deteriorização das condições de existência do Estado de bem-estar social e a difusão de um novo modo de desenvolvimento, o informacional, que configurava um modelo produtivo ligado à expansão e à reestruturação do capitalismo. Esse modelo se baseava, entre outros suportes, na substituição em grande escala do trabalho humano, na centralidade do complexo da microeletrônica e da indústria de telecomunicações, na interdepen-dência financeira e comercial e na deslocalização industrial.

Saiba mais

Não há uma unanimidade em torno do fenômeno que vem se processando e de suas implicações na sociedade da informação. Autores, como Toffler (2001), prevêem um mundo melhor para se viver: conseqüência das vantagens trazidas pelas TIC. Outros, como Roszak (1988), discordam: as tecnologias não vão resolver todas as necessidades humanas. Embora as TIC não sejam uma pana-céia para os problemas da humanidade, um novo paradigma está se desen-volvendo na sociedade moderna. Segundo Castells (1999), é o paradigma tecnológico. Distinto dos paradigmas anteriores, está produzindo uma revo-lução tecnológica.

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aula 1 • tecnOlOGia Da infOrMaçãO e Da cOMunicaçãO eM eaD

unitins • letras • 1º PerÍODO 213

1.2 A revolução das TIC

O alcance da revolução das TIC, em nossos dias, pode ser percebido pela importância do conhecimento e da informação para o mundo dos negócios, da educação e da cultura. A internet, por influenciar nos novos modos de pensar, sentir e agir do mundo de hoje, pode ser considerada como um dos grandes avanços das tecnologias comunicativas e da troca de informação já inventados pelo homem.

Das atividades de entretenimento aos modos de reprodução da vida, passando pelo mundo da economia, do trabalho e da cultura, a vida em socie-dade, atualmente, gravita em torno da produção, processamento, troca, trans-missão e acesso à informação. Isso ocorre em escala planetária, por meio das redes de informação e comunicação (CASTELLS, 1999).

Esse avanço tecnológico trouxe mudanças também para o nosso cotidiano: os aparatos tecnológicos permitem que nos desloquemos de um lugar a outro em pouco tempo; que escolhamos entre descansar em casa assistindo à TV ou ir a um parque de diversões, com as mais variadas opções de entretenimento; que muitas doenças sejam tratadas a tempo, graças a sofisticadas máquinas de diag-nóstico; que obras artísticas antigas possam ser restauradas, graças a modernas técnicas de recuperação de materiais; que possamos conhecer a superfície do planeta Marte, pensando em morar lá um dia.

As mudanças não param por aí: também o mundo doméstico sofre modifi-cações substanciais. Agora, temos máquinas de lavar louças e de lavar roupas programáveis, automóveis com sensores de obstáculos, geladeiras conectadas à Internet; enfim, um sem-número de artefatos programáveis e auto-regulados. O discurso tecnológico passa a idéia da direta aplicação das tecnologias em todos os campos da atividade social e, conseqüentemente, de transformações.

O homem e a tecnologia sempre estiveram imbricados. Na sociedade da informação, essa junção parece estar se aprofundando e se radicalizando. Isso nos impõe definir tecnologia: vocábulo formado pela junção de tecno e logia. Tecno vem de téchne.

Os gregos usavam a palavra téchne para designar a capacidade ou habi-lidade de produzir e utilizar instrumentos. Esse vocábulo, portanto, relaciona-se com o conhecimento prático, necessário para realizar um fim determinado, concreto. Téchne era uma atividade prática e se referia a um conhecimento emba-sado em princípios lógicos. Desde o início, téchne esteve ligada à capacidade de mensuração e a um certo domínio da matemática. Pode ser traduzido por técnica, cujo fundamento é a experiência prática e o saber construído a partir de um fazer prático, baseado em tradições, crenças ou na experiência acumulada na realização de uma tarefa. A medicina popular é um exemplo disso.

Mas essa comparação só pôde ser feita até a Revolução Científica do século XVII, quando a técnica se caracterizava por ser fruto de conhecimentos empí-ricos. A partir do advento da ciência moderna, a técnica tornou-se parte do conhecimento produzido pela ciência, tornando-se tecnologia.

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214 1º PerÍODO • letras • unitins

O que seria então tecnologia? É o conhecimento aplicado, de base científica. A tecnologia é o conjunto das ferramentas e dos usos que delas fazemos em cada época. O homem, com sua inteligência, desenvolve tecnologias que transformam o comportamento humano e cria uma nova cultura e um novo modelo de sociedade.

A ciência moderna promoveu o desenvolvimento da sociedade capitalista e levou à industrialização. É a partir desse momento que se começa a falar em tecnologia como conhecimento embasado, principalmente, em princípios cientí-ficos. Tecnologia pode ser compreendida como a linguagem específica de uma arte ou ciência.

O significado do termo tecnologia, portanto, é mais amplo do que o do termo técnica. Tecnologia não é um saber apenas prático, derivado da experiência empírica, mas envolve a capacidade de previsão e de controle dos resultados. A palavra tecnologia surge da junção do termo téchne (ofício) com o termo logos (razão), significando “um fazer com raciocínio”. Esse “fazer com raciocínio” abrange todas as áreas de nossas vidas, desde máquinas que substituem traba-lhadores até tecnologias que não apenas mantêm a vida, mas geram vida em laboratório. Bebês humanos, plantas transgênicas, produção de fibras têxteis resistentes e flexíveis que tornam nossas roupas mais adequadas e confortáveis são resultados do emprego das tecnologias.

Em nosso dia-a-dia, quando usamos o termo tecnologia, estamos nos refe-rindo a artefatos ou equipamentos que nos rodeiam. Esses equipamentos resultam de conhecimento científico, habilidades para operá-los e provocam modificações no comportamento ou nas relações humanas envolvidas. Se percebermos isso, podemos continuar denominando nossos equipamentos de tecnologia.

Hoje, se olharmos à nossa volta, boa parte daquilo que utilizamos em nossa vida diária, pessoal e profissional – utensílios, livros, giz, papel, caneta, televisor, compu-tador –, são formas diferenciadas de ferramentas.

Saiba mais

1.3 A sua vida é influenciada pela evolução das tecnologias?

A própria evolução social do homem confunde-se com as tecnologias desen-volvidas e empregadas em cada época. Idades da pedra, do bronze, do ferro correspondem, na verdade, a momentos em que esses recursos foram transfor-mados e utilizados como tecnologias pelo homem.

A evolução tecnológica, você já deve ter percebido, modifica não apenas a forma como obtemos a informação, mas também os conhecimentos, as práticas cotidianas e o modo como nos relacionamos com as pessoas. No nosso dia-a-dia, lidamos com as tecnologias. Como elas se fazem presentes no nosso cotidiano? Como nós as utilizamos?

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aula 1 • tecnOlOGia Da infOrMaçãO e Da cOMunicaçãO eM eaD

unitins • letras • 1º PerÍODO 215

A tecnologia está presente em nossas casas há muito tempo: a vassoura é um exemplo disso. Ao longo dos anos, no entanto, outras tecnologias foram incorporadas ao coti-diano. O computador é um emblema dessa nova invasão tecnológica, que nos permite, inclusive, comprar, via satélite, o que precisamos para enfrentar o cotidiano.

Saiba mais

1.4 Tecnologias intelectuais

Você tem conhecimento da relação do desenvolvimento das TIC com as mudanças na sociedade em geral. Você já se perguntou sobre as mudanças que as tecnologias provocam em nossa maneira de pensar? Em que medida as TIC estimulam a emergência de novos modos de pensar, diferentes tipos de memória, novos referenciais espaço-temporais e novas formas de transmissão/construção de conhecimentos?

A tecnologia de cada época desenvolve e estimula diferentes formas de pensar (LEVY, 1999). A história humana pode ser dividida em três fases ou períodos de desenvolvimento da inteligência: sociedades orais – uso da linguagem alfabética e oral; sociedades escritas – uso da escrita e advento da impressão; sociedades infor-matizadas – uso dos instrumentos informáticos (FRANCO, 1999; LÉVY, 1995).

Essa divisão não significa a superação absoluta de uma tecnologia do passado pela nova tecnologia emergente: não existe substituição de uma tecno-logia por outra; elas co-existem em um mesmo período. Cada fase da inteligência caracteriza-se pela tecnologia predominante naquele momento. Essa tecnologia interfere e modifica as formas de pensar e agir de seus usuários.

Tecnologia intelectual: conjunto de recursos técnicos que influenciam a cultura e as formas de construção do conhecimento de uma sociedade (LÉVY, 1995).

Saiba mais

1.5 A informática e a sociedade da informação

As TIC alteraram, de forma significativa, nossas práticas sociais, nos mais diferentes setores: economia, cultura, lazer, política, religião e comunicação. Modificaram nossa relação com o saber: surgiram novas formas de transmissão, de assimilação, produção e acumulação e, com elas, exigiu-se que se desenvol-vessem novas competências cognitivas.

As TIC provocaram, também, a transformação de nossa percepção do tempo. Nas sociedades orais, o tempo tinha um caráter cíclico: a transmissão do conhecimento se fundamentava na repetição. Nas sociedades letradas, no

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216 1º PerÍODO • letras • unitins

entanto, principalmente após a invenção da imprensa, o tempo passa a ter um caráter linear, histórico, à medida que se desvincula do sujeito e do momento em que foi produzido. Na sociedade informatizada, estamos construindo uma maneira de percepção e relacionamento com o tempo.

Nosso tempo é o tempo das informações mutantes, em constante atualização, operacionais, perecíveis e transitórias. O importante, hoje, não é a difusão de informações e conteúdos a um público indeterminado, mas sim a disponibili-zação de uma informação operacional a especialistas, para que eles possam tomar suas decisões de forma mais segura.

Surgem novas possibilidades de escrita e produção de conhecimento. O hipertexto é uma dessas novas possibilidades. Produção coletiva do conheci-mento, ele se fundamenta na participação de diferentes autores e de equipes interdisciplinares que realizam uma atividade cooperativa. Disso resulta uma nova forma de aprendizagem: a aprendizagem colaborativa.

A escrita criou novos objetos culturais como os manuscritos, inscrições, livros, textos, revistas, jornais, etc. As novas tecnologias, por sua vez, também criaram: sítios, listas de difusão, fóruns de discussão, páginas pessoais, museus virtuais, sítios de procura, correio eletrônico, bibliotecas virtuais, etc. Esses novos objetos culturais são denominados de cibercultura. Ramal (2002, p. 68), afirma que

Cibercultura é o conjunto de técnicas, tanto materiais como intelectuais e simbólicas, de práticas, de atitudes, de modos de pensar e de valores que se desenvolvem dentro de uma estrutura virtual a partir de uma comunicação interativa.

A cibercultura é um espaço mais flexível para interações no espaço eletrô-nico virtual, e nós, professores em formação, não podemos deixar de utilizar essa forma de comunicação.

Saiba mais

Nesta aula, portanto, vimos que a sociedade da informação se originou com a expansão e a reestruturação do capitalismo. As TIC revolucionaram o modo de obtermos informação, conhecimento, as práticas cotidianas e o modo de nos relacionarmos com as pessoas. Analisamos a diferença entre tecnologia e técnica e as tecnologias intelectuais. Por último falamos sobre a informática e a sociedade da informação: hipertexto e cibercultura.

1. Você já ouviu falar em “excluídos digitais”? São pessoas que não têm acesso à informação via computador e as possibilidades oferecidas por ele. Com a evolução das TIC, a sociedade acaba discriminando aqueles que não têm um e-mail ou acesso às mídias que as insiram no mundo informacional. Pensando nisso, observe a população em idade escolar da sua região e verifique a proporção de incluídos e excluídos digitais.

2. As tecnologias são de grande importância para o aprendizado do aluno e a auto-aprendizagem do professor. No texto da aula um, existem vários termos próprios do universo tecnológico. Localize-os e relacione-os ao seu dia-a-dia.

3. Sobre a sociedade de informação, marque a alternativa incorreta.

a) A sociedade da informação surgiu nos primeiros anos do século XXI com o desenvolvimento da internet.

b) A internet é considerada como um dos grandes avanços das tecnologias comunicativas e da troca de informação já inventadas pelo homem.

c) Nessa sociedade, as atividades de entretenimento, os modos de repro-dução de vida gravitam por meio das redes da sociedade da infor-mação e comunicação.

d) O avanço tecnológico trouxe mudanças para o nosso cotidiano, como, por exemplo, conseguimos nos deslocar de um lugar para outro em pouco tempo. Doenças são tratadas a tempo, graças a sofisticada máquinas de diagnóstico.

4. Sobre tecnologia e suas inovações, use (V) para as afirmativas verdadeiras e (F) para as falsas.

A tecnologia é algo bastante recente. Podemos afirmar que ela surgiu I. nos últimos anos da década de 1990.

A evolução tecnológica modifica apenas a forma de obtermos a II. informação.

As tecnologias provocam mudanças na maneira de pensar, novos III. referenciais espaço-temporais, novas formas de transmissão de conhecimentos.

As tecnologias emergentes superam totalmente as do passado. Isso pode IV. ser observado, por exemplo, na passagem das sociedades escritas para as sociedades informatizadas.

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aula 1 • tecnOlOGia Da infOrMaçãO e Da cOMunicaçãO eM eaD

unitins • letras • 1º PerÍODO 217

1. Você já ouviu falar em “excluídos digitais”? São pessoas que não têm acesso à informação via computador e as possibilidades oferecidas por ele. Com a evolução das TIC, a sociedade acaba discriminando aqueles que não têm um e-mail ou acesso às mídias que as insiram no mundo informacional. Pensando nisso, observe a população em idade escolar da sua região e verifique a proporção de incluídos e excluídos digitais.

2. As tecnologias são de grande importância para o aprendizado do aluno e a auto-aprendizagem do professor. No texto da aula um, existem vários termos próprios do universo tecnológico. Localize-os e relacione-os ao seu dia-a-dia.

3. Sobre a sociedade de informação, marque a alternativa incorreta.

a) A sociedade da informação surgiu nos primeiros anos do século XXI com o desenvolvimento da internet.

b) A internet é considerada como um dos grandes avanços das tecnologias comunicativas e da troca de informação já inventadas pelo homem.

c) Nessa sociedade, as atividades de entretenimento, os modos de repro-dução de vida gravitam por meio das redes da sociedade da infor-mação e comunicação.

d) O avanço tecnológico trouxe mudanças para o nosso cotidiano, como, por exemplo, conseguimos nos deslocar de um lugar para outro em pouco tempo. Doenças são tratadas a tempo, graças a sofisticada máquinas de diagnóstico.

4. Sobre tecnologia e suas inovações, use (V) para as afirmativas verdadeiras e (F) para as falsas.

A tecnologia é algo bastante recente. Podemos afirmar que ela surgiu I. nos últimos anos da década de 1990.

A evolução tecnológica modifica apenas a forma de obtermos a II. informação.

As tecnologias provocam mudanças na maneira de pensar, novos III. referenciais espaço-temporais, novas formas de transmissão de conhecimentos.

As tecnologias emergentes superam totalmente as do passado. Isso pode IV. ser observado, por exemplo, na passagem das sociedades escritas para as sociedades informatizadas.

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aula 1 • tecnOlOGia Da infOrMaçãO e Da cOMunicaçãO eM eaD

218 1º PerÍODO • letras • unitins

Assinale a alternativa que apresenta a seqüência correta.

a) V, V, V, V c) F, F, V, F

b) F, F, F, F d) V, F, V, F

Para responder à atividade um, você atentou à faixa de idade (entre 7 e 14 anos) e também à atividade desenvolvida na internet: jogos, pesquisas escolares, sítios de relacionamento, chats, etc. Verificou a proporção de incluídos e excluídos digitais. Divida suas percepções com os colegas da telessala e discutam o que pode ser feito para promover a inclusão digital dos excluídos.

Na atividade dois, você identificou os termos do universo tecnológico, como internet, tecnologia, TV, máquinas sofisticadas, máquina de lavar roupas e louça, automóveis, geladeira e tantos outros. Esses termos foram relacionados ao seu dia-a-dia, ou seja, você expôs de que forma o universo tecnológico faz parte de sua vida, não se esqueceu de mencionar que esse avanço está presente na modalidade de EaD que você esta vivenciando.

Na atividade três, a alternativa incorreta é a (a). Essa alternativa está errada, uma vez que a sociedade de informação se originou nos últimos anos da década de 1960, quando ocorreu a deteriorização das condições de existência do Estado de bem-estar social e a difusão de um novo modo de desenvolvimento, o informacional, que configurava um modelo produtivo ligado à expressão e estruturação do capitalismo.

Na atividade quatro, a resposta é (c), apenas a III é verdadeira. A afirmativa I é falsa, pois a tecnologia não surgiu nos últimos anos da décadas de 1990. Ela está presente em nossas vidas há muito tempo. A II é falsa, visto que a evolução tecnológica não modifica apenas a forma de obter a informação, mas também a forma de pensar, de transmitir conhecimentos e tentar outras coisas. E a IV também é falsa, uma vez que não existe uma superação absoluta de uma tecnologia por outra. Estamos na sociedade informatizada convivendo como sociedade do uso da escrita.

CASTELLS, Manuel. O poder da identidade: a era da informação – economia, sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

FRANCO, Marcelo Araújo. Ensaio sobre as tecnologias digitais da inteligência. Campinas: Papirus, 1999.

LÉVY, Pierre. A nova relação com o saber. São Paulo: 34, 1995.

______. As tecnologias da inteligência. Rio de Janeiro: 34, 1999.

RAMAL, A. C. Educação na cibercultura: hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002.

ROSZAK, Theodore. O culto da informação. São Paulo: Brasiliense, 1988.

TARAPANOFF, Kira. Inteligência organizacional e competitiva. Brasília: UnB, 2001.

TOFFLER, Alvin. A terceira onda. 26. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001.

Depois de discutirmos sobre a sociedade da informação, falaremos sobre a tecnologia e a educação. De que forma a tecnologia está presente na educação? Essa pergunta é o foco de nossa próxima aula.

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aula 1 • tecnOlOGia Da infOrMaçãO e Da cOMunicaçãO eM eaD

unitins • letras • 1º PerÍODO 219

RAMAL, A. C. Educação na cibercultura: hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002.

ROSZAK, Theodore. O culto da informação. São Paulo: Brasiliense, 1988.

TARAPANOFF, Kira. Inteligência organizacional e competitiva. Brasília: UnB, 2001.

TOFFLER, Alvin. A terceira onda. 26. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001.

Depois de discutirmos sobre a sociedade da informação, falaremos sobre a tecnologia e a educação. De que forma a tecnologia está presente na educação? Essa pergunta é o foco de nossa próxima aula.

Anotações

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aula 1 • tecnOlOGia Da infOrMaçãO e Da cOMunicaçãO eM eaD

220 1º PerÍODO • letras • unitins

Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:

entender como a evolução das tecnologias influencia os meios de •comunicação;

compreender as mudanças que estão ocorrendo na educação a partir •da inserção das tecnologias da informação e comunicação (TIC).

Para que você acompanhe a discussão sobre tecnologia e educação, é importante que tenha conhecimento do processo de evolução das tecnologias, perceba sua influência na comunicação humana e os impactos na educação.

A sociedade, decorrente da revolução tecnológica e de seus desdobra-mentos, na produção e na informação, oferece à educação novas perspectivas de autonomia.

O desenvolvimento das competências cognitivas e culturais, exigidas para o pleno desenvolvimento humano, sofre influências diretas das tecnologias empre-gadas na produção de bens e serviços.

A evolução tecnológica acontece de forma acelerada. O homem, por meio dela, pode tornar-se mais consciente de seu papel na sociedade, na medida em que descobre a complexidade dela.

A tecnologia muda os meios de comunicação de massa, de ensino e apren-dizagem na sala de aula e o próprio conceito de sala de aula. Veja-se o caso da Educação a Distância (EaD).

Nesta aula, veremos a evolução dos meios de comunicação e a influência deles na educação.

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aula 2 • tecnOlOGia Da infOrMaçãO e Da cOMunicaçãO eM eaD

unitins • letras • 1º PerÍODO 221

Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:

entender como a evolução das tecnologias influencia os meios de •comunicação;

compreender as mudanças que estão ocorrendo na educação a partir •da inserção das tecnologias da informação e comunicação (TIC).

Para que você acompanhe a discussão sobre tecnologia e educação, é importante que tenha conhecimento do processo de evolução das tecnologias, perceba sua influência na comunicação humana e os impactos na educação.

A sociedade, decorrente da revolução tecnológica e de seus desdobra-mentos, na produção e na informação, oferece à educação novas perspectivas de autonomia.

O desenvolvimento das competências cognitivas e culturais, exigidas para o pleno desenvolvimento humano, sofre influências diretas das tecnologias empre-gadas na produção de bens e serviços.

A evolução tecnológica acontece de forma acelerada. O homem, por meio dela, pode tornar-se mais consciente de seu papel na sociedade, na medida em que descobre a complexidade dela.

A tecnologia muda os meios de comunicação de massa, de ensino e apren-dizagem na sala de aula e o próprio conceito de sala de aula. Veja-se o caso da Educação a Distância (EaD).

Nesta aula, veremos a evolução dos meios de comunicação e a influência deles na educação.

Tecnologia e educação

Aula 2

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2.1 Meios de comunicação, educação e tecnologias

O homem primitivo se expressava por meio de pinturas nas paredes das cavernas. Com o passar do tempo, ele aperfeiçoou os meios de se comunicar. O advento da escrita eliminou a preocupação com o esquecimento das memórias: elas não dependiam mais da transmissão oral, passaram a ser registradas.

Inicialmente, os manuscritos eram bem pesados e difí-ceis de manejar. Com a imprensa de Gutenberg, no século XV, a Europa abriu as portas ao mundo moderno e o livro tornou-se disponível para apropriação e uso pessoal. De acordo com Defleur e Ball-Rockeach (1993), a história se divide em antes e depois da escrita: o surgimento da escrita, na Europa, marcou o início da história da compo-sição por tipos móveis e da técnica de imprimir ilustrações com chapas de metal gravadas. A divulgação do conhecimento se tornou acessível a um número cada vez maior de indivíduos.

É importante lembrar que, após a invenção da imprensa, o acesso ao conhecimento era restrito somente às mais altas classes sociais.

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Durante muito tempo, a impressão foi a principal tecnologia intelectual. Com o passar dos anos, surgem novos meios de comunicação escrita, objetivando demo-cratizar as informações. O jornal e o telégrafo são os primeiros exemplos desses novos meios de comunicação. Surgem depois o telefone, o rádio e a televisão. Além desses recursos midiáticos, temos agora a internet, que está se expandindo

não só em número, mas em aplicação. Veja o caso da sua inserção na sala de aula.

As novas formas midiáticas permitem aos usuários acessar, de forma rápida, um número maior de pessoas e um volume maior de informações. Vivemos hoje em uma sociedade midiática. De acordo com Lopes e Trivinho (2000), a presença intensa e diversificada de tecnologias de suporte ao processo social da comunicação é uma das evidências desse fato.

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A era digital provocou várias mudanças na educação. A ferramenta respon-sável por essas mudanças foi o computador. Muitas instituições educacionais utilizam esses novos meios de comunicação. A construção do conhecimento passa por transformações por causa das modernas tecnologias.

Morin (1995) diz que as tecnologias permitem um novo “encantamento” na escola, ao abrir suas paredes e possibilitar aos alunos conversar e pesquisar com outros educandos da mesma cidade, país ou do exterior, no seu próprio ritmo. No entanto, também sabemos que, para que haja uma aprendizagem significativa, o indivíduo tem de estar disposto e interessado em estudar e utilizar as novas metodologias que podem ser adotadas com a inserção das TIC.

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2.2 Tecnologia versus educação

As relações entre tecnologia e educação iniciam-se com o ensino por correspondência. Em seguida, veio o rádio. Os discos de vinil e a fitacassete tiveram participação efetiva até o aparecimento dos CDs. Contemporaneamente, desen-volveram-se a televisão e o vídeo, instrumentos facilitadores do Ensino a Distância. Ao lado deles, a internet nos dá uma variedade quase infinita de possibilidades.

As TIC vêm permitindo extrapolar as fronteiras do espaço e do tempo, favorecendo, assim, a velocidade da coleta e do processamento das informações e a interatividade em qualquer parte do mundo. As pessoas distribuem e utilizam a informação, com a possibilidade de transformá-la em conhecimento. A revolução tecnológica cria novas formas de socialização, processos de produção e, até mesmo, novas defi-nições de identidade individual e coletiva.

O que caracteriza a educação, na contemporaniedade, é o fato de ser não-escolar, uma vez que acontece no lar, na comunidade (virtual) e no trabalho, usando os meios de comunicação e de informação. Isso implica uma reen-genharia educacional, por meio da qual o ato de aperfeiçoar as faculdades humanas deixa de ser exclusividade da escola.

A informática na educação é um reflexo dessa reengenharia, que integra, por meio do computador, todos os meios de comunicação, potencializando, assim, sua capacidade. Falar, hoje, em informática, é falar em multimídia, ou

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seja, na integração do computador com as tecnologias de texto (livros, revistas, jornais), artes visuais (gráficos, desenhos), animações (desenhos em movimento), fotografias (imagens reais estáticas), áudio (voz, música, efeitos especiais), vídeo (imagens dinâmicas com som) e telecomunicações.

Para compreendermos melhor as potencialidades das TIC no contexto educa-cional, precisamos perceber as mudanças que estão ocorrendo nos sistemas de produção de conhecimento e de transmissão de informações. Na Era da Informação, é necessário extrapolar as questões da didática, dos métodos de ensino, dos conteúdos curriculares, para encontrar caminhos mais adequados ao momento histórico que estamos vivendo.

A inserção das TIC no cotidiano escolar estimula o desenvolvimento do pensamento criativo, crítico e o aprendizado corporativo, uma vez que torna possível a realização de atividades interativas. A tecnologia muda a sala de aula. A escola que ficar fora desse processo não conseguirá renovar sua prática de ensino-aprendizagem, nem propiciar o desenvolvimento psico-social do aluno de forma integral e crítica. Com o uso das TIC, o papel do professor não é apenas o de transmitir informações, mas de facilitar a aprendizagem.

No mundo globalizado, que apresenta múltiplos desafios para o homem, a educação surge como utopia necessária e indispensável à humanidade.

Atualmente, o homem do campo, ao executar suas tarefas cotidianas, mesmo que esteja distante dos grandes centros usa, constantemente, as tecno-logias para facilitar o seu trabalho. O fato de estar distante não quer dizer que o homem do campo deva ser indiferente às TIC. O proprietário pode acessar a internet para se informar sobre a previsão do tempo e sobre novas técnicas de plantio. Pode, também, trocar experiências com produtores de outras locali-dades. As técnicas estão em toda parte, condicionando e direcionando a expe-riência social do viver em grupo.

Relativamente à educação, pergunta-se: como a tecnologia pode ajudar alunos e professores no processo de ensino-aprendizagem?

2.3 Tecnologia e educação: visão tradicional

A utilização da tecnologia na escola vincula-se à concepção teórico-metodo-lógica adotada pelos professores, uma vez que teoria e prática são indissociá-veis no ato educativo.

A concepção tradicional da aprendizagem implica a formação fragmen-tada do trabalhador. Mais conhecida entre os educadores, essa maneira de conceber a aprendizagem é mais apropriada à sociedade da produção indus-trial, porque essa sociedade se caracteriza pela visão fragmentada do trabalho e do conhecimento. Por essa razão, requisita do trabalhador habilidades para

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obedecer a rotinas e perceber o mundo como uma estrutura compartimentada e hierárquica.

Skinner (1904-1990) propôs o uso de máquinas de ensinar, cujo fundamento era a concepção de aprendizagem como modificação do comportamento. Essas máquinas promoveriam a aprendizagem a partir de pequenas operações orde-nadas e bem estruturadas. O aluno, ao final de cada módulo, deveria responder a uma pergunta, cuja resposta estava previamente formulada, e essa resposta correta levaria a outra pergunta. Caso houvesse insucesso do aluno, ele deveria retornar aos módulos anteriores até obter sucesso.

No sítio <http://www.scielo.br/pdf/ptp/v20n1/a14v20n1.pdf>, você poderá apro-fundar ainda mais os seus conhecimentos sobre Skinner.

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A instrução programada baseia-se na concepção de que a aprendizagem ocorre mediante um processo composto de pequenos avanços, pequenos passos. As máquinas de ensinar não tiveram êxito em seu desenvolvimento, mas a instrução programada foi muito utilizada em propostas educacionais, princi-palmente em cursos de formação de professores.

Na concepção tradicional, que envolve a instrução programada, a tecno-logia é vista como recurso. Por isso o enfoque do processo educacional recai na correta utilização da tecnologia. Nessa perspectiva, a aprendizagem depende, prioritariamente, da técnica de ensino ou do recurso técnico que o professor venha a utilizar.

2.4 Educação e meios de comunicação

Na educação toda e qualquer tecnologia é válida para mediar com quali-dade a relação entre os alunos, os professores e os conteúdos. As tecnologias nos possibilitam, de um lado, o entretenimento, o lazer, a informação rápida, por outro lado, se bem direcionadas ética e solidariamente, elas também podem, de forma pedagógica mais sistematizada, nos auxiliar na aprendizagem e organi-zação dos saberes.

Os meios de comunicação considerados tradicionais têm muito a contribuir com o desenvolvimento da educação, pois, para cada realidade, se deve levar em conta as condições da infra-estrutura tecnológica e do material. Ninguém discorda de que na atualidade é preponderante a convergência de sons, imagens e dados para o computador. A internet enquanto uma mídia eletrônica está aí para comprovar essa realidade. Todavia, na educação, toda e qualquer tecnologia é válida para mediar com qualidade a relação entre os alunos, os professores e os

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conteúdos. Por isso convidamos você a ler os próximos itens para conhecer as contribuições de algumas tecnologias para a educação.

2.4.1 Escola e televisão

A escola se manteve muito tempo de portas fechadas aos meios de comuni-cação, às vezes até ignorando a mídia como recurso de apoio ao ensino. No campo da mídia, a televisão é o veículo mais poderoso. Convivemos intimamente com ela. Ela pode ser utilizada em favor da educação informal e formal, pois, para a maioria das pessoas, é a única fonte de informação. Mas precisamos estar preparados para o uso da mídia em sala de aula.

2.4.2 O vídeo na sala de aula

Por mais que queiramos acreditar que vivemos em uma cultura expansiva dos aparelhos leitores de DVD, ainda persiste em inúmeras escolas do interior brasileiro o uso do videocassete. São inúmeros os acervos de filmes vindos do cinema e de documentários educativos gravados em fitas de vídeo.

O vídeo é um importante recurso: sua linguagem audiovisual desenvolve múltiplas atitudes perceptivas e solicita a imaginação. O vídeo ajuda o professor, atrai os alunos, aproxima a sala de aula do cotidiano, da comunicação da socie-dade urbana e introduz novas questões no processo educacional. Basta utilizá-lo de forma correta.

O vídeo nos envolve e, por meio dele, experienciamos sensorialmente o outro, o mundo e nós mesmos. Ele explora o ver, o visualizar, e isso está, na maior parte das vezes, apoiando o falar, o contar histórias. A fala aproxima o vídeo do cotidiano, os diálogos expressam a fala coloquial e essa narração falada ancora todo o processo de significação. A música e os efeitos sonoros que aparecem servem como evocação, antecipando reações e informações. As legendas fixam ainda mais a significação atribuída à narrativa falada.

No site da Revista Morpheus <http://www.unirio.br/morpheusonline/Numero01-2000/monicamandarino.htm>, há um texto intitulado Organizando o trabalho com o vídeo na sala de aula em que a autora discute a utilização do vídeo na sala de aula. Apresenta algumas sugestões para a leitura e análise desse tipo de recurso audiovisual de modo a aproveitá-lo de forma adequada e competente. Discute a importância, apresenta sugestões para a organização do acervo de vídeos e para a criação de catálogos visando a facilitar a consulta e a escolha de um vídeo por professores que queiram utilizá-lo como um instrumento que efetivamente contribua para do processo de ensino e aprendizagem. Por fim, apresenta uma lista de ques-tões que devem ser consideradas durante o visionamento e análise de um produto audiovisual para uso pedagógico.

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O vídeo, também, apresenta um conjunto de linguagens que interagem superpostas e interligadas. Ele se comunica com a maioria das pessoas, tanto crianças como adultos. Adapta-se à sensibilidade do homem. O vídeo pode contribuir para a qualidade do ensino: motiva o aluno rumo à construção de novos conhecimentos. Mas, sozinho, ele não modifica a relação pedagógica nem os problemas de ensino-aprendizazem. O professor deve ser o mediador, aguçando a criticidade e a criatividade dos alunos.

2.4.3 O computador nas escolas

A inserção do computador no cotidiano escolar, como uma ferramenta de apoio à educação, auxilia o desenvolvimento das habilidades de pensar critica-mente, comunicar e resolver problemas.

A partir do prisma de Valente e Freire (2001), as atividades realizadas com o computador na escola têm duas modalidades: ensino de informática e ensino pela informática.

A primeira caracteriza-se por fornecer noções superficiais ao aluno sobre conceitos de programação, princípios de funcionamento do computador e uso de ferramentas como Word e Excel. Essa forma, que utiliza o computador como ferramenta de trabalho e visa a facilitar as atividades do cotidiano, contribui muito pouco para a melhoria da qualidade de ensino.

O segundo modelo, ensino pela informática, é o que caracteriza a informá-tica educativa, por meio da qual o aluno utiliza softwares educativos, que contri-buem para o desenvolvimento de estratégias de aprendizagem e assimilação dos conteúdos estudados.

Embora complementares, podemos identificar a evolução desses modelos diretamente relacionada com o surgimento da internet. Desde então, o compu-tador passou a ser utilizado de forma complementar e interativa, revolucionou o meio educacional.

Com o advento da rede mundial de computadores, a internet na sala de aula tornou as atividades mais dinâmicas e interativas. O computador deixou de ser um arquivo para consultas e transformou-se em um meio de comunicação e interação.

Além de ser uma fonte de pesquisas para o professor, no momento da prepa-ração das aulas, e para os alunos, a internet promove o intercâmbio entre os docentes e seus pares e entre discentes e docentes. O seu uso propicia a troca de experiências, de materiais e o esclarecimento de dúvidas, independentemente da distância geográfica.

Esse novo ambiente de aprendizagem pode trazer novas idéias, devido à amplitude de ferramentas e dados disponíveis. Possibilita que os alunos desen-

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volvam a capacidade de se tornar mais ativos e independentes, trabalhando a habilidade de selecionar, filtrar e transformar a informação em conhecimento.

2.5 Diferentes enfoques do computador na sala de aula

O objetivo da introdução do computador na educação não deve ser apenas modismo ou preocupação em estar atualizado em relação às inova-ções tecnológicas, visto que esse tipo posicionamento pode levar a uma subu-tilização do computador.

Deve-se focar a participação de todos, durante as diferentes fases da implan-tação do trabalho da informática, a qual tem um papel fundamental na mudança da prática pedagógica das escolas, possibilita a transição de um sistema frag-mentado de ensino para uma abordagem integradora de conteúdos.

A atividade do uso do computador pode ser feita tanto para continuar trans-mitindo informação para o aluno, portanto reforçar o processo instrucionista do ensino, quanto para criar condições para que ele construa seu conhecimento em ambientes de aprendizagem, que incorporem a utilização do computador.

O computador possibilita o trabalho concreto de processos de criação e implantação, dentro de um clima de busca, de interesse e motivação. Isso ocorre por meio de atividades que exigem planejamento, tentativas, hipóteses, classifi-cações e modificações. Sua utilização impulsiona a aprendizagem por meio da exploração, pois facilita a compreensão de conceitos, em relação a uma abor-dagem tradicional, estimulando a experimentação.

Segundo Oliveira (2000), os trabalhos pedagógicos devem ser coerentes com uma visão de conhecimento que integre sujeito e objeto, assim como apren-dizagem e ensino. Nessa perspectiva, as novas tecnologias tornam-se ferra-mentas poderosas, capazes de ampliar as chances de aprendizagem do aluno.

Por ser um recurso flexível e passível de ser adaptado às diferentes neces-sidades de cada indivíduo, o computador tornou-se, também, o caderno eletrô-nico para o deficiente físico e uma ferramenta educacional na sala de aula das escolas especiais.

O aluno aprende porque “ensina” o computador, assumindo uma postura mais crítica, criativa e ativa, tornando-se, conseqüentemente, o construtor do seu conhecimento (VALENTE; FREIRE, 2001).

2.6 Os resultados e benefícios do computador

A inserção das TIC no cotidiano escolar estimula o desenvolvimento do pensamento criativo, crítico e o aprendizado corporativo, uma vez que torna possível a realização de atividades interativas.

Considerando essa abordagem, Lucena e Fucks (2000) apontam que o uso do computador pode ajudar o estudante a desafiar regras, exercitar o risco,

descobrir novos padrões de relações, improvisar e adicionar detalhes a outros trabalhos. Além disso, utiliza técnicas que visam a buscar novas idéias, desen-volver o potencial de raciocínio criativo.

Constata-se, independentemente da disciplina ou linha pedagógica, que os resultados são bastante positivos. Os alunos “navegam”, pesquisam, trocam mensa-gens, conquistando, assim, um maior nível de autonomia intelectual.

Nesta aula, vimos que desde a Antigüidade, o homem procura meios para transmitir seus conhecimentos e veicular suas informações. Fato que se deu por meio da oralidade, pelas representações figurativas e pela escrita. Gutenberg criou a imprensa e, a partir de então, o livro tornou-se disponível para o uso pessoal. O jornal, o telégrafo, o telefone, o rádio, a televisão são novos meios de comunicação que surgem mais tarde. Discutimos que as tecnologias estão em toda a parte, condicionando e direcionando a experiência social de vivermos juntos. Concluímos que no campo educacional, alunos e professores, a cada dia, têm maior contato com as tecnologias, o que provoca a necessidade de renovação do processo ensino-aprendizagem com vistas ao desenvolvimento integral do aluno.

1. Você vai gostar desta atividade: nela vamos exercitar o seu poder de atenção. Você deverá encontrar nove palavras que estão relacionadas às tecnologias que facilitaram a disseminação do conhecimento humano. Escreva as pala-vras encontradas nas linhas:

A B E T A L I V R O R C T E L E F O N E F R E OE N E L T A T I N H A ML U T E O D E Y R U P PE T R G D W R A D I O UV A O R R U N B M E Q TI R D A T Y E P K D T AS I S F O N T A L N E DA Y J O R N A L G Y F OO H W I M P R E N S A R

2. No passado, as aulas se baseavam nos livros didáticos, no uso do retropro-jetor, quadro de giz. Hoje, usa-se o vídeo, o data-show, a internet. Faça um paralelo entre as tecnologias tradicionais usadas pela escola e as TIC. Tente

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descobrir novos padrões de relações, improvisar e adicionar detalhes a outros trabalhos. Além disso, utiliza técnicas que visam a buscar novas idéias, desen-volver o potencial de raciocínio criativo.

Constata-se, independentemente da disciplina ou linha pedagógica, que os resultados são bastante positivos. Os alunos “navegam”, pesquisam, trocam mensa-gens, conquistando, assim, um maior nível de autonomia intelectual.

Nesta aula, vimos que desde a Antigüidade, o homem procura meios para transmitir seus conhecimentos e veicular suas informações. Fato que se deu por meio da oralidade, pelas representações figurativas e pela escrita. Gutenberg criou a imprensa e, a partir de então, o livro tornou-se disponível para o uso pessoal. O jornal, o telégrafo, o telefone, o rádio, a televisão são novos meios de comunicação que surgem mais tarde. Discutimos que as tecnologias estão em toda a parte, condicionando e direcionando a experiência social de vivermos juntos. Concluímos que no campo educacional, alunos e professores, a cada dia, têm maior contato com as tecnologias, o que provoca a necessidade de renovação do processo ensino-aprendizagem com vistas ao desenvolvimento integral do aluno.

1. Você vai gostar desta atividade: nela vamos exercitar o seu poder de atenção. Você deverá encontrar nove palavras que estão relacionadas às tecnologias que facilitaram a disseminação do conhecimento humano. Escreva as pala-vras encontradas nas linhas:

A B E T A L I V R O R C T E L E F O N E F R E OE N E L T A T I N H A ML U T E O D E Y R U P PE T R G D W R A D I O UV A O R R U N B M E Q TI R D A T Y E P K D T AS I S F O N T A L N E DA Y J O R N A L G Y F OO H W I M P R E N S A R

2. No passado, as aulas se baseavam nos livros didáticos, no uso do retropro-jetor, quadro de giz. Hoje, usa-se o vídeo, o data-show, a internet. Faça um paralelo entre as tecnologias tradicionais usadas pela escola e as TIC. Tente

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230 1º PerÍODO • letras • unitins

estabelecer pontos positivos e negativos de cada abordagem lembrando que o mais importante é atingir os objetivos enquanto professor: a aprendi-zagem do aluno.

3. Você viu, nesta aula, que a escola por muito tempo se manteve de portas fechadas aos meios de comunicação, às vezes até ignorando a mídia como recurso de apoio ao ensino. Como deve ser o papel dos educadores diante das mudanças que estão acontecendo nos sistemas de produção de conhe-cimento e de transmissão de informações?

4. Há diferença entre ler uma notícia no jornal impresso, ouvi-la no rádio, vê-la na televisão e lê-la em um jornal on-line na internet. Quais são essas dife-renças? Por que elas ocorrem?

Na atividade um, imaginamos que tenha gostado de solucionar a questão. Você deve ter encontrado: imprensa, jornal, telégrafo, rádio, televisão, telefone, internet, computador e livro. Você percebeu que o computador não é o único responsável pela disseminação do conhecimento. Isso é importante para que você possa evoluir ainda mais no decorrer da nossa disciplina de Tecnologias da Informação e da Comunicação. Agora, caso não tenha conseguido isso, volte ao texto e leia-o mais atentamente, pois as palavras encontradas foram todas citadas no decorrer desta aula.

Na atividade dois, você deve ter percebido que a utilização do computador impõe ao usuário novas formas de socialização e interação. Assim é importante enfatizar a participação da escola no processo de informatização do conheci-mento para que as estratégias de ensino favoreçam a criatividade e a autonomia para os alunos.

Na atividade três, você deve ter mencionado que o professor, para acom-panhar as mudanças que estão ocorrendo nos sistemas de produção de conhe-cimento e de transmissão de informações, não pode ficar restrito à transmissão de conhecimentos por meio do livro didático e do quadro de giz. Ele deve ser um facilitador da aprendizagem e, para isso, deve extrapolar as questões da didática e dos métodos de ensino, dos conteúdos curriculares, para encon-trar caminhos mais adequados ao momento histórico em que estamos vivendo. Nós, como educadores, devemos utilizar a mídia da maneira mais proveitosa possível. Lembre-se disso!

Na atividade quatro, para perceber as diferenças entre os meios de comu-nicação, você pegou um jornal e depois assistiu a um programa de jornalismo em sua televisão e, por último, leu a mesma notícia em um jornal on-line. Assim percebeu as diferenças de abordagens entre os meios de comunicação.

Ao realizar essas atividades, você atingiu os dois objetivos propostos para esta aula: entender como a evolução das tecnologias influencia os meios de comunicação e compreender as mudanças que estão ocorrendo na educação a partir da inserção das tecnologias da informação e comunicação.

DEFLEUR, M. L.; BALL-ROKEACH. Teorias da comunicação de massa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993.

LOPES, G. F.; TRIVINHO, A. R. Comunicação da sociedade moderna. São Paulo: Papirus, 2000.

LUCENA, C.; FUCKS, H. A educação na era da internet. Rio de Janeiro: Club@dofuturo, 2000.

MORIN, Edgar. As duas globalizações: complexidade e comunicação, uma pedagogia do presente. Porto Alegre: Sulina/EDIPUCRS, 1995.

OLIVEIRA, Ramon. Informática educativa. São Paulo: Papirus, 2000.

VALENTE, J. A.; FREIRE, F. M. P. Aprendendo para a vida: os computadores na sala de aula. Campinas: Papirus, 2001.

Depois de falarmos sobre sociedade da informação e sobre tecnologias e educação, discutiremos sobre a Educação a Distância. Veremos como ela é concei-tuada, como se deu o surgimento e a evolução e quais são as vantagens da EaD.

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Ao realizar essas atividades, você atingiu os dois objetivos propostos para esta aula: entender como a evolução das tecnologias influencia os meios de comunicação e compreender as mudanças que estão ocorrendo na educação a partir da inserção das tecnologias da informação e comunicação.

DEFLEUR, M. L.; BALL-ROKEACH. Teorias da comunicação de massa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993.

LOPES, G. F.; TRIVINHO, A. R. Comunicação da sociedade moderna. São Paulo: Papirus, 2000.

LUCENA, C.; FUCKS, H. A educação na era da internet. Rio de Janeiro: Club@dofuturo, 2000.

MORIN, Edgar. As duas globalizações: complexidade e comunicação, uma pedagogia do presente. Porto Alegre: Sulina/EDIPUCRS, 1995.

OLIVEIRA, Ramon. Informática educativa. São Paulo: Papirus, 2000.

VALENTE, J. A.; FREIRE, F. M. P. Aprendendo para a vida: os computadores na sala de aula. Campinas: Papirus, 2001.

Depois de falarmos sobre sociedade da informação e sobre tecnologias e educação, discutiremos sobre a Educação a Distância. Veremos como ela é concei-tuada, como se deu o surgimento e a evolução e quais são as vantagens da EaD.

Anotações

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232 1º PerÍODO • letras • unitins

Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:

compreender a Educação a Distância (EaD);•

analisar os desafios e as condições necessárias para o sucesso da EaD.•

Para que você atinja os objetivos propostos para esta aula, considere sua experiência na EaD, modalidade de educação que você está vivenciando.

As transformações que vêm ocorrendo nos países de primeiro mundo, a partir da década de 1950, estão gerando um novo modelo de sociedade. Nela, os avanços tecnológicos exigem um novo perfil do trabalhador e a formação profissional é considerada fator estratégico, quando a questão é desenvolvi-mento, produtividade e competitividade. Diante disso, governos e agentes sociais consideram de grande importância as políticas referentes à qualificação de recursos humanos, que deve se dar por meio de processos formativos conti-nuados. Crescimento econômico e competitividade da economia pressupõem capacidade para inovar produtos e processos, o que exige dos trabalhadores níveis mais elevados de conhecimentos profissionais.

Para que isso seja atingido, é imperativo que se melhore o nível de formação dos jovens que chegam ao mercado de trabalho e a qualificação da mão-de-obra existente, o que se pode viabilizar por meio de processos formativos conti-nuados, com constantes atualizações e renovações de conteúdo. À educação é atribuída a responsabilidade de formar profissionais adaptáveis a diferentes tarefas, atendendo, assim, as necessidades do mercado e as exigências do sistema produtivo. Adaptar a estrutura da escola e da universidade tornou-se objetivo do sistema educacional.

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unitins • letras • 1º PerÍODO 233

Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:

compreender a Educação a Distância (EaD);•

analisar os desafios e as condições necessárias para o sucesso da EaD.•

Para que você atinja os objetivos propostos para esta aula, considere sua experiência na EaD, modalidade de educação que você está vivenciando.

As transformações que vêm ocorrendo nos países de primeiro mundo, a partir da década de 1950, estão gerando um novo modelo de sociedade. Nela, os avanços tecnológicos exigem um novo perfil do trabalhador e a formação profissional é considerada fator estratégico, quando a questão é desenvolvi-mento, produtividade e competitividade. Diante disso, governos e agentes sociais consideram de grande importância as políticas referentes à qualificação de recursos humanos, que deve se dar por meio de processos formativos conti-nuados. Crescimento econômico e competitividade da economia pressupõem capacidade para inovar produtos e processos, o que exige dos trabalhadores níveis mais elevados de conhecimentos profissionais.

Para que isso seja atingido, é imperativo que se melhore o nível de formação dos jovens que chegam ao mercado de trabalho e a qualificação da mão-de-obra existente, o que se pode viabilizar por meio de processos formativos conti-nuados, com constantes atualizações e renovações de conteúdo. À educação é atribuída a responsabilidade de formar profissionais adaptáveis a diferentes tarefas, atendendo, assim, as necessidades do mercado e as exigências do sistema produtivo. Adaptar a estrutura da escola e da universidade tornou-se objetivo do sistema educacional.

Educação a Distância: conceitos, surgimento, evolução e vantagens

Aula 3

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234 1º PerÍODO • letras • unitins

Nesta aula, analisaremos alguns conceitos de EaD, seu surgimento e evolução. Examinaremos, também, as vantagens dessa modalidade de educação para o mundo globalizado. Falaremos, por fim, sobre a importância do estudo autônomo para a EaD.

Você pode encontrar mais informações sobre EaD no capítulo dois do livro de BELLONI, M. L. Educação a Distância. Campinas: Autores Associados, 1999.

Saiba mais

3.1 Mundo conceitual da EaD

O mundo atual é um mundo ímpar: poucas vezes, na história, o homem presenciou mudanças tão profundas, rápidas e abrangentes, implicando mudanças nas relações políticas, econômicas e sociais. A necessidade de desconstruir e reconstruir conceitos é uma característica desse processo, pois uma nova era da civilização está se configurando: o mundo, antes circunscrito a um espaço, por causa do desenvolvimento tecnológico, perdeu suas fronteiras. Nesse mundo, a educação, a informação, o conhecimento e a aprendizagem têm papel decisivo.

A EaD é uma modalidade de educação que converge educação, informação e conhecimento. Para concretizar essa convergência, lança mão de várias ferra-mentas tecnológicas. Mas o que é Educação a Distância?

Nos dias atuais, muitos autores tentam elaborar um conceito de EaD. A expansão de vários modelos de

cursos e formações, que mesclam aparatos tecno-lógicos e estratégias didáticas, para diversos coletivos sociais no país, impede a construção de um único conceito de EaD. A multiplicidade de experiências envolvendo essa modalidade de ensino exige uma pluralidade de conceitos que abranjam todas as experiências realizadas nesse campo. Existe, no entanto, uma tendência, entre

a maioria dos autores que estudam essa questão, para elaborar um único conceito de Educação a

Distância, por meio da descrição de experiências mediadas por dispositivos comunicacionais ou eletrô-

nicos, amplificados em suas potencialidades, para além da sala de aula presencial.

Belloni (1999) apresenta conceitos de vários autores sobre a EaD. Segundo Peters citado por Belloni (1999), o ensino/educação a distância é um método de

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transmitir conhecimentos, habilidades e atitudes, que atinge um grande número de alunos ao mesmo tempo, onde quer que estejam. É uma forma industrial de ensinar e de aprender.

Considerando o uso de recursos tecnológicos, Ibañes citado por Martins e Polak (2000), Sarramona citado por Martins e Polak (2000) e Litwin (2001) afirmam que o ensino a distância é um sistema multimídia de comunicação bidirecional, com o aluno afastado do centro docente e ajudado por uma organização de apoio. Essa organização visa a atender, de modo flexível, a aprendizagem da população discente, massivamente dispersa. Esse sistema de ensino somente se configura com recursos tecnológicos que permitem a otimização de recursos.

Sarramona citado por Martins e Polak (2000) expõe que a EaD é uma metodologia de ensino. De acordo com essa metodologia, as tarefas docentes e discentes podem acontecer em tempos e espaços diferentes ou em ambas as dimensões ao mesmo tempo.

Litwin (2001, p. 21) menciona que

o desafio permanente da educação a distância consiste em não perder de vista o sentido político original da oferta, em verificar se os suportes tecnológicos utilizados são os mais adequados para o desenvolvimento dos conteúdos, em identificar a proposta de ensino e a concepção de aprendizagem subjacente e em analisar de que maneira os desafios da “distância” são tratados entre alunos e docentes e entre os próprios alunos.

Moore (1996) observa que há muita confusão sobre a terminologia em Educação a Distância e nenhuma unanimidade em relação ao significado da expressão “ensino a distância”, que sugere ações de uma única pessoa e que, nesse tipo de ensino, as ações do estudante são independentes das ações dos professores. Ressalta, ainda, que os chamados programas de ensino a distância são um programa de ensino e um programa de aprendizagem. Esses programas estariam mais corretamente denominados se chamados de Educação a Distância.

As definições de educação/ensino a distância variam conforme a ênfase que os diferentes autores dão a um ou a outro ponto do programa de ensino, mas existem pressupostos básicos fundantes dessa modalidade de educação. Ensino a Distância é, em primeiro lugar, um processo educacional em que o ensino é conduzido por alguém que está separado do estudante no espaço ou no tempo.

Esse processo tem duas variáveis: espaço e tempo. As diferentes gradações que essas variáveis assumem caracterizam todas as variações desse tipo de processo. Ao longo dos eixos que definem tempo e espaço, podem-se acomodar as muitas variações do modelo de ensino a distância, cujas características, além

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do eixo tempo/espaço, podem ser assim resumidas: ensino a distância feito com uso das tecnologias da informação e da comunicação, com aumento da efici-ência e aplicabilidade da EaD; canais de mediação (tecnológicos e humanos), que viabilizam a interação entre educadores e educandos, e uma estrutura orga-nizacional complexa a serviço do educando, envolvendo comunicação, tutoria, produção de material didático, gerenciamento, etc.

Qualquer que seja o conceito adotado para EaD, pressupõe o planejamento de uma ação educativa. Segundo Citelli (1999), há necessidade de romper as barreiras do modelo pedagógico vigente e viabilizar uma aprendizagem baseada em um processo de construção de relações. Nesse processo, o aluno, como ser ativo, interage com o mundo em geral e com a sua comunidade em particular, tornando-se responsável pela direção e significado de seu aprendi-zado, na medida em que reflete criticamente sobre o seu fazer.

A expansão da Educação a Distância é uma tendência do mundo atual. A globalização da economia e a rapidez com que se processam as inovações tecnológicas estão exigindo, cada vez mais, um esforço maior na formação, no treinamento e na atualização profissional. Em relação ao tempo, é possível atingir as pessoas que não têm condições de freqüentar os bancos escolares em horários rígidos. Nessa condição, estão os trabalhadores em geral. A Educação a Distância, portanto, pode beneficiar uma população maior, enquanto o ensino presencial convencional se limita a atender aqueles que se enquadram em suas exigências, número infinitamente menor. Mas é evidente que a maior preocu-pação da instituição que adota a EaD não pode ser, apenas, atingir um público maior, mas também garantir ao aluno, na relação ensino-aprendizagem, as condições necessárias à construção de seu próprio conhecimento.

3.2 Surgimento e evolução da Educação a Distância

Pensar a origem da educação a distância requer um conhecimento histó-rico sobre determinados processos ocorridos no mundo ocidental, mais especificamente na Inglaterra, desde as últimas décadas do século XVIII, quando um processo de industrialização foi inaugurado, modificando a relação homem-máquina, por meio da produção de mercadorias em larga escala e de seu consumo. A base políti-co-econômica da sociedade capitalista se estabe-lece, uma grande reviravolta no mundo pós-feudal se vê gestada na Inglaterra e, posteriormente, nos demais países da Europa. No século XIX, cidades são reconstruídas, e novos processos de transporte e comunicação se instauram.

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Trata-se de um mundo em transformação: máquinas a vapor, ferrovias se alastrando pelo interior dos países, processos de comunicação pela imprensa, pelo telégrafo, pelos cabos submarinos transoceâ-nicos e pelo rádio, sucessivamente. Os novos processos de comunicação e transporte tornaram-se estra-tégicos e, portanto, imprescindíveis (MATTELART, 1996). Isso implicou a interiorização das populações, na medida em que provocou deslocamentos territo-riais e temporais. Devido a isso, novos processos educativos tornaram-se necessários para informar e formar esse grande contingente populacional das regiões distantes dos centros urbanos. A EaD nasceu e se desenvolveu, segundo Mansur (2001), como resposta ao acúmulo de necessi-dades educacionais que não eram atendidas pela educação convencional.

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A reprodução de materiais impressos por técnicas industrializadas e sua distribuição por sistemas de transportes, como as grandes malhas ferroviárias construídas na Inglaterra, França e demais países da Europa e nos Estados Unidos da América, propulsionam uma primeira etapa do que, na atualidade, se conhece como EaD.

Em seguida, ao ensino por correspondência, veio o rádio, a televisão e as inúmeras possibilidades de recursos e ferramentas de comunicação, de alta

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tecnologia, que viabilizaram o desenvolvimento de novos ambientes de aprendi-zagem, que estão influenciando direta e positivamente a educação.

Entre as diversas possibilidades de conceituar, definir e dividir em períodos a EaD, apresentamos, a seguir, algumas matrizes que fundamentaram a teoria sobre a questão.

Quadro Conceitos de EaD.

Associação Brasileira de Educação a

Distância

EaD é a modalidade de educação em que as atividades de ensino-aprendizagem são desen-volvidas em sua maioria “sem que alunos e professores estejam presentes no mesmo lugar à mesma hora” (ABED, 2006, s/p).

Michael Simonson, Sharon Smaldino, Michael Albright e

Susan Zvacek (2005)

A separação do aluno-professor é minimizada pelas tecnologias da comunicação, pois eles, embora distantes, estão conectados e com acompanhamento pedagógico de instrutores.

James Taylor (2001)

Divide historicamente a Educação a Distância em cinco gerações: a primeira com o modelo por correspondência, a segunda baseada nas tecnologias impressas e audiovisuais (modelo multimídia), a terceira nas tecnologias da tele aprendizagem, a quarta no modelo de aprendizagem flexível pela internet e a quinta, de uso exclusivo de todas as potencialidades digitais.

3.3 As tecnologias usadas em Educação a Distância

A diversidade de tecnologias disponíveis, atualmente, se complementam, ampliam o acesso à educação e treinamento, melhorando, assim, a qualidade do aprendizado e reduzindo custos. A alta flexibilidade das diferentes mídias, como vídeo, áudio, texto, computação e multimídias, CD-ROM e, principalmente, as telemáticas, como a internet, permite a interação de diversas ferramentas didáticas.

Essas tecnologias, além de possibilitar o desenvolvimento acadêmico das pessoas distantes dos grandes centros de ensino, exigem aperfeiçoamento cons-tante dos educadores.

Um sistema de EaD envolve diversos componentes como aprendizagem, ensino, comunicação, interação, desenho, gerenciamento, além da parte editorial, sendo necessário, assim, que as partes estejam sempre interligadas.

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3.4 Condições para o sucesso da Educação a Distância

Um bom programa de estudos para EaD demanda conteúdos atualizados e enfoques novos. Deve ser participativo, identificar conceitos relevantes e despertar reflexão e críticas nos agentes do processo. Para obter tais resultados e desenvolver uma atitude pesquisadora, precisa-se de um corpo docente interdisciplinar, preocupado com a compreensão dos estudantes. Eles devem estar dentro de um espaço público ou diante de um computador, fazendo os exercícios.

Faz-se necessária uma atenção especial aos aspectos organizacionais e administrativos, que devem oferecer: mecanismos ágeis de inscrição, distribuição eficiente dos materiais de estudo, informação precisa para eliminar burocracia, atenção e orientação ao aluno (BELLONI, 1999).

Embora a tecnologia seja uma parte importante da EaD, qualquer programa de sucesso deve focalizar mais as necessidades instrucionais dos alunos que a própria tecnologia. Devem ser considerados, por exemplo, a idade, a base cultural e sócio-econômica, interesses e experiências, níveis de educação e fami-liaridade com métodos de EaD.

Moran, Masetto e Behrens (2000) salientam que o processo de expansão e mudança cultural, em relação à EaD, não é uniforme, nem fácil. Assim é muito importante a mediação de professores/tutores efetivamente preparados para a sua utilização inovadora.

A Educação a Distância pode ser feita nos mesmos níveis que o ensino regular, médio, superior e na pós-graduação. Seu principal público são os adultos que trabalham.

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Os cursos na modalidade EaD tiveram um crescimento ímpar nos últimos anos. De acordo com o Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância (ABRAEAD, 2005), o número de alunos que freqüentam cursos de Educação a Distância no Brasil chegou a 1,2 milhão, o que representa um aumento de 62% em relação a 2004. Assim podemos dizer que as TIC, com maior intensidade a internet, estão sendo muito utilizadas para o processo de ensino aprendizagem, como uma ferramenta para o Ensino a Distância.

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Nas salas de aula, o computador não é somente utilizado com a internet, atual-mente existem inúmeros softwares que podem auxiliar o professor no processo de ensino aprendizagem. Os softwares mais utilizados, atualmente, são o WebCT (<http://www.webct.com>), o Blackboard (<http://www.blackboard.com>), o Teleduc (<http://hera.nied.unicamp.br/teleduc>), o AulaNet (<http://www.aulanet.com.br/>), entre outros, como o Universite, o LearningSpace e o FirstClass. O Teleduc da Unicamp, o AulaNet da PUC-Rio e o E-Proinfo do MEC são gratuitos.

Esses programas evoluem rapidamente e vão incorporando ferramentas mais sofisticadas de comunicação, como o vídeo chat, uma comunicação em tempo real, com um mix de som, texto escrito e imagem (o que permite que o professor seja visto ao vivo pelos alunos), ao vivo, adequado para o momento de transição entre a banda estreita e a larga (de maior velocidade).

Tais programas possibilitam, também, o gerenciamento do curso a distância: cadastrar os alunos, acompanhá-los em cada etapa, ver se estão participando adequadamente, quais materiais estão sendo mais ou menos acessados, etc. Pela primeira vez, os mesmos programas podem ser utilizados para flexibilizar um curso presencial ou gerenciar um curso a distância.

3.5 Desafios e preocupações em relação a Educação a Distância

Litwin (2001) evidencia que alguns autores, como Slater (1996), Guadilla (1997) e Pepkewitz (1996), apontam que tanto a educação geral quanto a Educação a Distância têm problemas gerados pela globalização, pelas políticas de descentra-lização e pelos valores que a internacionalização imprime às organizações dos sistemas educacionais. Entre os fatores que geram desafios, destacam-se:

a) incorporação das TIC para responder aos desafios acadêmicos relacio-nados com o conhecimento e a informação, por meio da criação de uma estrutura flexível, tanto em âmbito acadêmico quanto no administrativo;

b) atualização do conhecimento em todas as disciplinas, por meio da orga-nização curricular modular, para facilitar a estrutura de créditos e a certificação, ampliando, assim, a oferta;

c) busca de fontes alternativas de financiamento para viabilizar o desen-volvimento e o acesso à educação, por meio da divisão de responsabili-dades e parcerias entre o Estado, os usuários, as próprias instituições e a comunidade.

Nesse contexto, Litwin (2001) também afirma que as instituições devem intervir para que, por meio dos sistemas de comunicação, circule algo mais do que mera informação. Faz-se necessário substituir, no espaço informático, a informação como objeto para informação como propósito, a fim de que, além da produção de conhecimento, seja possível a construção de concepções do mundo e o desenvolvimento social.

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Mesmo com toda a evolução já ocor-rida, ainda se encontra resistência às mudanças, tanto de alunos quanto de professores que ainda não se adaptaram a essa transformação na forma de ensinar e de aprender. De um lado, os alunos estão acostumados a receber tudo pronto do professor, esperam que ele continue dando aula, que fale e eles escutem. Os discentes preferem as aulas tradicionais, nas quais apenas ouvem e fazem anotações. Custa-lhes mudar de atitude e, por isso, criticam o professor que inova (MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2000).

Os docentes, por sua vez, para acompanhar o dinamismo do desenvolvi-mento das novas tecnologias, precisam de constante atualização, flexibilidade e aprimoramento. Em ambos os casos, faz-se necessário sair da zona de conforto e quebrar paradigmas.

3.6 A Educação a Distância e o estudo autônomo

Na EaD, o estudo autônomo é uma peculiaridade que implica disciplina, determinação e autoconhecimento. A realidade da Educação a Distância é diferente da do ensino presencial. A dinâmica das aulas, as interações com o professor e o uso das tecnologias imprimem outra velocidade à aprendizagem.

Além disso, faz-se necessário organizar e criar hábitos de estudo, fazer planejamentos e distribuir racionalmente o tempo; desenvolver hábito de leitura e estudar em grupo, onde, quando e com a freqüência exigida por cada disci-plina. Sobretudo, o aluno dever ter interesse pelo assunto. Isso facilitará sua aprendizagem, tornando-a mais eficiente.

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3.7 A educação do futuro

Podemos considerar que a educação ao longo da vida será o único meio de evitar a desqualificação profissional e de atender exigências do mercado de trabalho da sociedade futura. Assim, segundo Belloni (1999), faz-se necessário uma flexibilização forte de cursos, tempos, espaços e tecnologias, que obrigam à inovação constante, por meio de questionamentos e novas experiências.

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Moran (2000) acrescenta que é possível encontrar novos caminhos de inte-gração do humano e do tecnológico; do racional, sensorial, emocional e do ético; dos modelos de cursos, de aulas, de técnicas, de pesquisa e de comunicação.

Assim é importante que os núcleos de Educação a Distância das universi-dades saiam do seu isolamento e se aproximem dos departamentos e grupos de professores interessados em flexibilizar suas aulas, facilitem o trânsito entre o presencial e o virtual.

A interação entre os cursos presenciais e a distância está criando cursos semi-presenciais, somando recursos técnicos e humanos. Os mesmos professores que estão no presencial-virtual começam a atuar, também, na Educação a Distância.

Em poucos anos, dificilmente haverá um curso totalmente presencial e novas fórmulas de organização de processos de ensino-aprendizagem serão desen-volvidas. Segundo Belloni (1999), observa-se uma convergência dos dois para-digmas da aprendizagem, o presencial e o a distância.

Portanto, com base nos avanços das TIC, a EaD desponta como alternativa para as exigências sociais, econômicas e pedagógicas, postas pela sociedade. Passa a ocupar posição estratégica na formação e qualificação de adultos.

Nesta aula, foram considerados a indefinição quanto ao conceito de EaD, o surgimento e evolução da EaD. A diversidade de tecnologias disponíveis que ampliam o acesso à educação. Discutimos sobre as condições necessárias para que a EaD obtenha sucesso e sobre os desafios que devem ser superados. Abordamos peculiaridades da EaD, com destaque do estudo autônomo: ato do aluno construir seus caminhos de estudo. Concluímos que a educação será o único meio de evitar a desqualificação profissional e que, com o avanço das TIC, a Educação a Distância poderá ajudar nesse processo.

1. A EaD é objeto de estudos de vários intelectuais em todas as partes do mundo, mas seu conceito ainda não goza de unanimidade. Em relação ao conceito de EaD, assinale (V) ou (F).

A EaD é um sistema de ensino em que o aluno realiza a maior parte I. de sua aprendizagem por meios dos materiais didáticos previamente preparados, com pouco contato direto com os professores.

A EaD é uma estratégia educativa baseada na aplicação das TIC em II. lugares pré-selecionados, visto que nem todos estão preparados para essa realidade.

A EaD é um sistema baseado no uso seletivo de meios instrucio-III. nais, tradicionais e inovadores, que promovem o processo de auto-aprendizagem.

A EaD é uma estratégia para operacionalizar os princípios e os fins da IV. educação permanente e aberta, de tal maneira que qualquer pessoa possa ser autor de sua própria aprendizagem.

A seqüência correta é:

a) V, F, V, V c) V, V, F, V

b) F, V, F, V d) V, V, F, F

2. O estudo autônomo é uma peculiaridade da EaD. O aluno tem de entender que precisará criar hábitos de estudo para facilitar a sua aprendizagem. Assinale (V) ou (F) para as afirmativas a seguir.

Na EaD, é recomendável o estudo individual, pois é por meio dessa prática I. que o al uno irá auto-desenvolver-se em busca do conhecimento.

Mesmo na atual era da tecnologia, os materiais impressos ainda estão II. muito presentes em todos os cursos de EaD. Adquirir o hábito da leitura é de suma importância para que o aluno possa praticar o estudo autônomo.

A dinâmica metodológica dos professores e as tecnologias empregadas III. durante as aulas contribuem para o estudo autônomo do aluno.

O interesse do aluno não é condição de garantia do aprendizado: o IV. estudo autônomo, por si só, já assegura aprendizagem eficiente.

A seqüência correta é:

a) V, F, F, V c) F, V, V, F

b) V, F, V, F d) F, V, V, V

3. A partir do que foi discutido na aula, quais são as condições necessárias para o sucesso da Educação a Distância?

4. Analise o que foi discutido na aula e a realidade com a qual você convive e exponha quais são os desafios da EaD.

Na atividade um, a alternativa correta é a (a). A afirmativa (I) está correta. Como o próprio nome sugere, na EaD, o aluno tem um contato maior com o material didático (em sua maioria, o material impresso). O contato com o

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A EaD é um sistema baseado no uso seletivo de meios instrucio-III. nais, tradicionais e inovadores, que promovem o processo de auto-aprendizagem.

A EaD é uma estratégia para operacionalizar os princípios e os fins da IV. educação permanente e aberta, de tal maneira que qualquer pessoa possa ser autor de sua própria aprendizagem.

A seqüência correta é:

a) V, F, V, V c) V, V, F, V

b) F, V, F, V d) V, V, F, F

2. O estudo autônomo é uma peculiaridade da EaD. O aluno tem de entender que precisará criar hábitos de estudo para facilitar a sua aprendizagem. Assinale (V) ou (F) para as afirmativas a seguir.

Na EaD, é recomendável o estudo individual, pois é por meio dessa prática I. que o al uno irá auto-desenvolver-se em busca do conhecimento.

Mesmo na atual era da tecnologia, os materiais impressos ainda estão II. muito presentes em todos os cursos de EaD. Adquirir o hábito da leitura é de suma importância para que o aluno possa praticar o estudo autônomo.

A dinâmica metodológica dos professores e as tecnologias empregadas III. durante as aulas contribuem para o estudo autônomo do aluno.

O interesse do aluno não é condição de garantia do aprendizado: o IV. estudo autônomo, por si só, já assegura aprendizagem eficiente.

A seqüência correta é:

a) V, F, F, V c) F, V, V, F

b) V, F, V, F d) F, V, V, V

3. A partir do que foi discutido na aula, quais são as condições necessárias para o sucesso da Educação a Distância?

4. Analise o que foi discutido na aula e a realidade com a qual você convive e exponha quais são os desafios da EaD.

Na atividade um, a alternativa correta é a (a). A afirmativa (I) está correta. Como o próprio nome sugere, na EaD, o aluno tem um contato maior com o material didático (em sua maioria, o material impresso). O contato com o

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professor acontece, às vezes, somente por meio das tecnologias de informação e comunicação. A (II) está incorreta. Com tantas tecnologias, como a televisão, o rádio e o computador (interligado à internet ou não), o aluno pode escolher o local e o melhor momento para estudar. O estudo autônomo é uma peculia-ridade da EaD. A (III) está correta. A EaD representa uma evolução no modo como o professor ministra sua aula. Uma das diferenças está no fato de que ele utiliza os recursos tecnológicos como suporte de aprendizado do aluno. A (IV) está correta. Na EaD, devido à falta do professor presencial, o aluno, por meio do estudo autônomo, torna-se o próprio sujeito na busca da informação.

Na atividade dois, você, como estudante do sistema EaD, já deve saber da importância de praticar o estudo autônomo. A alternativa correta é (c). A afirma-tiva (I) é incorreta. O estudo autônomo é uma peculiaridade da EaD, mas isso não quer dizer que você deve se isolar em seus estudos. Como o professor não está do seu lado, é importante a prática de estudos em grupos, para que o processo de aprendizagem se concretize. A (II) é correta. O hábito da leitura vale para qualquer modalidade de ensino, é por meio da leitura que o aluno poderá gerir os seus conhecimentos. A (III) é correta. O professor de EaD utiliza recursos que estimulem no aluno da EaD uma atitude crítica e a autonomia do seu pensamento. A (IV) é incorreta. A garantia de uma auto-aprendizagem eficiente exige o inte-resse que estimula o estudo autônomo.

Na atividade três, você deve ter mencionado, entre outras, as condições necessá-rias para o sucesso da EaD, que a instituição de ensino deve oferecer a seus alunos: conteúdos atualizados; estímulo à participação, reflexão e críticas dos alunos; um corpo docente interdisciplinar preocupado com a compreensão dos estudantes; mecanismos ágeis de inscrição; distribuição eficiente dos materiais de estudo; infor-mação precisa para eliminar burocracia; atenção e orientação aos alunos.

Na atividade quatro, você deve ter analisado tanto o que foi visto na aula quanto a realidade está vivenciando e, a partir disso, mencionado em sua reposta que os desafios da EaD são: incorporar as TIC para responder aos desafios acadêmicos relacionados com o conhecimento e a informação; atualizar o conhe-cimento em todas as disciplinas, por meio da organização curricular modular; buscar fontes alternativas de financiamento para viabilizar o desenvolvimento e o acesso à educação, por meio da divisão de responsabilidades e parcerias entre o Estado, os usuários, as próprias instituições e a comunidade; intervir para que, por meio dos sistemas de comunicação, circule algo mais do que mera informação; substituir, no espaço informático, “a informação como objeto” para “informação como propósito”, a fim de que, além da produção de conhecimento, seja possível a construção de concepções do mundo e o desenvolvimento social; vencer a resistência às mudanças (os alunos estão acostumados a receber tudo pronto do professor, esperam que ele continue “dando aula”, que fale e eles escutem); atualizar constantemente seu corpo docente.

Se você acertou essas atividades, atingiu os objetivos desta aula: compre-ender a Educação a Distância e analisar os desafios e as condições necessárias para o sucesso da EaD.

ABED. Associação Brasileira de Educação a Distância. Quadro de conceitos de EaD. Disponível em: <http://www2.abed.org.br/faq.asp?Faq_ID=8>. Acesso em: 24 maio 2006.

BELLONI, M. L. Educação a distância. Campinas: Autores Associados, 1999.

CITELLI, Adilson. Comunicação e educação: a linguagem em movimento. São Paulo: SENAC, 1999.

LITWIN, Edith (Org.). Educação a distância: temas para o debate de uma nova agenda educativa. Porto Alegre: Artmed, 2001.

MARTINS, Onilza Borges; POLAK, Ymiracy Nascimento de Souza. Educação fundamentos e políticas de educação e seus reflexos na educação a distância. Curitiba: MEC/SEED, 2000.

MANSUR, Anahi. A gestão na educação a distância: novas propostas, novas ques-tões. In: LITWIN, Edith (Org.). Educação a distância. Porto Alegre: Artmed, 2001.

MATTELART, Armand. Comunicação no mundo: histórias das idéias e das estraté-gias. Petrópolis: Vozes, 1996.

MOORE, M. On a theory of independent study. In: SEWART, D. et al. Distance Education: international perspectives. Londres: Croomhelm, 1996.

MORAN, Jose Manuel; MASETTO, Marcos; BEHRENS, Marilda. Novas tecnolo-gias e mediação pedagógica. São Paulo: Papirus, 2000.

Após examinarmos o surgimento, a evolução e as vantagens da EaD para o mundo globalizado, estudaremos também sobre as experiências em EaD no mundo e no Brasil.

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Se você acertou essas atividades, atingiu os objetivos desta aula: compre-ender a Educação a Distância e analisar os desafios e as condições necessárias para o sucesso da EaD.

ABED. Associação Brasileira de Educação a Distância. Quadro de conceitos de EaD. Disponível em: <http://www2.abed.org.br/faq.asp?Faq_ID=8>. Acesso em: 24 maio 2006.

BELLONI, M. L. Educação a distância. Campinas: Autores Associados, 1999.

CITELLI, Adilson. Comunicação e educação: a linguagem em movimento. São Paulo: SENAC, 1999.

LITWIN, Edith (Org.). Educação a distância: temas para o debate de uma nova agenda educativa. Porto Alegre: Artmed, 2001.

MARTINS, Onilza Borges; POLAK, Ymiracy Nascimento de Souza. Educação fundamentos e políticas de educação e seus reflexos na educação a distância. Curitiba: MEC/SEED, 2000.

MANSUR, Anahi. A gestão na educação a distância: novas propostas, novas ques-tões. In: LITWIN, Edith (Org.). Educação a distância. Porto Alegre: Artmed, 2001.

MATTELART, Armand. Comunicação no mundo: histórias das idéias e das estraté-gias. Petrópolis: Vozes, 1996.

MOORE, M. On a theory of independent study. In: SEWART, D. et al. Distance Education: international perspectives. Londres: Croomhelm, 1996.

MORAN, Jose Manuel; MASETTO, Marcos; BEHRENS, Marilda. Novas tecnolo-gias e mediação pedagógica. São Paulo: Papirus, 2000.

Após examinarmos o surgimento, a evolução e as vantagens da EaD para o mundo globalizado, estudaremos também sobre as experiências em EaD no mundo e no Brasil.

Anotações

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Esperamos que, ao final desta aula você seja capaz de:

conhecer a evolução da Educação a Distância;•

sintetizar os momentos históricos da Educação a Distância.•

Para você acompanhar melhor as discussões sobre a Educação a Distância (EaD), é importante ter compreendido os conceitos, o surgimento, a evolução e as vantagens e as desvantagens da EaD, vistos na aula três.

A EaD nasceu e se desenvolveu, segundo Mansur (2001), como resposta ao acúmulo de necessidades educacionais não atendidas pela educação conven-cional. Desde seus primórdios, a Educação a Distância incorporou diversas tecnologias, para atender os requisitos de diferentes mídias, tais como o rádio, a televisão e os computadores. Os cursos que ensinavam a ser mágico por correspondência – professora de corte e costura ou montador e reparador de rádios – despertavam curiosidade e desconfiança como proposta de ensino.

O rádio, a televisão e as inúmeras alternativas de recursos e ferramentas de comunicação, de alta tecnologia, viabilizaram o desenvolvimento de novos ambientes de aprendizagem, que estão influenciando direta e positivamente a educação.

Por meio das novas tecnologias que envolvem a EaD, o ensino torna-se mais complexo e, conseqüentemente, é segmentado em várias tarefas. Os cursos podem alternar momentos de encontro em uma sala de aula e a distância, conectados por meio de redes eletrônicas (MACHADO, 2002). Existem diversos programas (softwares) que permitem realizar um conjunto de atividades peda-

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aula 4 • tecnOlOGia Da infOrMaçãO e Da cOMunicaçãO eM eaD

unitins • letras • 1º PerÍODO 247

Esperamos que, ao final desta aula você seja capaz de:

conhecer a evolução da Educação a Distância;•

sintetizar os momentos históricos da Educação a Distância.•

Para você acompanhar melhor as discussões sobre a Educação a Distância (EaD), é importante ter compreendido os conceitos, o surgimento, a evolução e as vantagens e as desvantagens da EaD, vistos na aula três.

A EaD nasceu e se desenvolveu, segundo Mansur (2001), como resposta ao acúmulo de necessidades educacionais não atendidas pela educação conven-cional. Desde seus primórdios, a Educação a Distância incorporou diversas tecnologias, para atender os requisitos de diferentes mídias, tais como o rádio, a televisão e os computadores. Os cursos que ensinavam a ser mágico por correspondência – professora de corte e costura ou montador e reparador de rádios – despertavam curiosidade e desconfiança como proposta de ensino.

O rádio, a televisão e as inúmeras alternativas de recursos e ferramentas de comunicação, de alta tecnologia, viabilizaram o desenvolvimento de novos ambientes de aprendizagem, que estão influenciando direta e positivamente a educação.

Por meio das novas tecnologias que envolvem a EaD, o ensino torna-se mais complexo e, conseqüentemente, é segmentado em várias tarefas. Os cursos podem alternar momentos de encontro em uma sala de aula e a distância, conectados por meio de redes eletrônicas (MACHADO, 2002). Existem diversos programas (softwares) que permitem realizar um conjunto de atividades peda-

Educação a Distância: da correspondência ao ciberespaço

Aula 4

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aula 4 • tecnOlOGia Da infOrMaçãO e Da cOMunicaçãO eM eaD

248 1º PerÍODO • letras • unitins

gógicas e de acompanhamento de alunos, em mesmo ambiente virtual. São programas que circulam na internet e possibilitam inserir textos, sons, imagens e enviar e receber mensagens.

A partir do momento em que a Lei de Diretrizes e Bases legitimou a EaD, concedendo-lhe valor legal, equivalente ao dos cursos presenciais, vem ocor-rendo significativas aproximações entre o ensino presencial e o ensino a distância. O grande desafio é transformar o espaço virtual em um ambiente rico de aprendizagem, que ultrapasse a relação texto e exercícios, superando o conteudismo (MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2000).

Nesse processo evolutivo, está se consolidando a experiência de gerenciar pessoas individualmente e em grupo, simultaneamente, a distância, e os currí-culos estão se tornando mais flexíveis e criativos.

Nesta aula, examinaremos a EaD desde a época em que o correio era utili-zado para enviar o material até o ciberespaço. Veremos os principais momentos da história da EaD no Brasil.

4.1 Da Educação a Distância por correspondência ao ciberespaço

Para estudar e refletir sobre a relação tecnologia e educação, particular-mente no que se refere à Educação a Distância, necessita-se da consciência de que não é possível tratar da evolução dessa modalidade de ensino e seu relacio-namento com as tecnologias, sem um olhar crítico sobre a História. Por isso esta aula deverá ser iniciada com algumas considerações.

A primeira dessas considerações refere-se à importância dos movimentos, das tendências e dos acontecimentos nos planos econômicos, científicos e polí-ticos que potencializaram as transformações nas relações de produção e de trabalho. Essas transformações promoveram a reconfiguração dos grupos e das classes sociais. A maior visibilidade e divulgação desse novo perfil assumido pelos grupos e classes sociais decorrem do desenvolvimento massivo dos meios de comunicação, processo que vem ocorrendo desde a segunda metade do século XIX e, com mais nitidez, durante o século XX.

A segunda consideração alerta para o fato de que desconhecer os movi-mentos sociais, políticos, econômicos, culturais e ideológicos nos induz ao equívoco de pensar que o ponto de partida da história é o presente imediato. Esse equívoco implica outro não menos condenável: perceber a EaD como uma modalidade de ensino mediada apenas pelo computador e pela internet.

Considerar a EaD como uma modalidade de ensino mediada pelo compu-tador e pela internet apenas é reflexo de uma macro-estratégia globalizada de consumo, que, na defesa do lucro dos trusts econômicos industriais, leva as pessoas a acreditarem que o fato de ter um computador e estar conectadas às

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unitins • letras • 1º PerÍODO 249

redes de informação virtual as torna inseridas na sociedade da informação. Essa compreensão de inserção na sociedade da informação elimina as dife-renças históricas, econômicas e sociais, dissimulando, ao mesmo tempo, os abismos que separam aqueles que detêm os aparatos tecnológicos da grande maioria que se encontra exclusa do consumo desses aparatos.

As macro-estratégias, ao abusarem da publicidade, garantem interesse e desejo de satisfação pelo consumo, na medida em que cria no cidadão consu-midor necessidades que, sem a atuação da publicidade, ele não possuiria. É isso que explica a necessidade de um computador mais veloz e tecnologi-camente mais complexo, como pré-requisito para o funcionamento da EaD. Trata-se, portanto, de sedução publicitária e não da necessidade real da EaD, uma vez que ela se faz presente em diferentes regiões com diferentes condições de infra-estrutura tecnológica, que podem garantir ou não o uso de computador de última geração.

Os meios de comunicação tradicionais podem contribuir, e muito, com o desenvolvimento da EaD: cada realidade-contexto dispõe, conforme já referimos, sua própria infra-estrutura tecnológica. Um fato é inegável: a convergência de sons, imagens e dados para o computador é preponderante na atualidade, o que se pode comprovar pelo uso da internet. Mesmo assim, quando a questão é a EaD, toda e qualquer tecnologia é válida para mediar, com ganhos qualita-tivos, a relação entre alunos, professores e conteúdos.

Ao se pensar nas fases ou etapas da EaD, a perspectiva cronológica e linear se sobrepõe: primeiro os correios, depois o rádio, em seguida a televisão, até se chegar às redes de computadores. Mas isso não corresponde à verdade dos fatos. Sabe por quê? Porque em muitas localidades do Brasil e do resto do mundo, a simultaneidade do uso dos meios de comunicação tem favorecido experiências diferentes de EaD.

Os meios de comunicação de massa não são simples mecanismos de entre-tenimento, lazer e informação rápida. Bem direcionados ética e solidariamente, eles podem nos auxiliar na aprendizagem e na organização dos saberes.

Veja alguns exemplos do uso dos meios de comunicação clássicos na EaD: correio, na África do Sul e Costa Rica; rádio, em Angola, Moçambique e Bolívia; vídeo-cassete, em regiões brasileiras e da América Latina; televisão, no Brasil, América Latina e África.

A EaD, como pôde perceber pelo que foi dito antes, não é possível apenas pela utilização de aparatos tecnológicos e necessidades apresentados e criados pelas macro-estratégias apoiadas na publicidade. Cada realidade-contexto dispõe de suas próprias condições de infra-estrutura tecnológica, fato que, por si só, pluraliza o uso da tecnologia na concretização da EaD. E no Brasil, como aconteceu a EaD? Vejamos no próximo item.

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250 1º PerÍODO • letras • unitins

4.2 Educação a Distância no Brasil

O Brasil é um dos poucos países da América Latina que ainda na implantou um sistema público de educação superior aberta e a distância. No entanto, desde a década de 1930, o Brasil vem desenvolvendo a EaD por meio de dife-rentes momentos. Vejamos esses momentos a seguir.

Em 1923, um grupo liderado por Henrique Morize e Roquete Pinto criou •a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Um dos objetivos centrais dessa emissora era promover a educação pelo rádio.

Em 1937, foi criado o Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério •da Educação.

Em 1939, foi fundado o Instituto Rádio-Técnico Monitor.•

Em 1941, foi fundado o Instituto Universal Brasileiro, em São Paulo. Nesse •contexto, várias experiências foram realizadas com relativo sucesso. Por muitos anos, as empresas que promoveram cursos técnico-profissionais por correspondência foram as responsáveis pelas únicas oportunidades de ensino de muitos habitantes do interior do Brasil. Também, nesse mesmo ano, foi criada a Universidade do Ar. O objetivo era a formação do professor leigo. A experiência durou apenas dois anos.

Em 1946, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) •iniciou o desenvolvimento de suas atividades. Por iniciativa do SENAC, do Serviço Social do Comércio (SESC) e das Emissoras Associadas, foi criada, em 1947, em São Paulo, outra Universidade do Ar. Essa univer-sidade, em 1950, já atingia 318 localidades e oitenta mil alunos.

A TV Tupi, primeira emissora de televisão no Brasil, surgiu em 1950. •Roquete-Pinto, seu idealizador, propôs o uso desse meio de comuni-cação de massa no ensino: elaborou um projeto de televisão educativa no Rio de Janeiro. Circunstâncias políticas internas ao município carioca não permitiram a concretização do projeto.

O Sistema Rádio-educativo Nacional (SIRENA) foi criado em 1957. •Vínculado ao Ministério da Educação e Cultura, seus programas foram produzidos por vários anos e veiculados por emissoras de diversos pontos do Brasil.

A Diocese de Natal, em 1958, inspirada na experiência da Rádio •Sutalenza, da Colômbia, iniciou a experiência de educação popular com a utilização do rádio, dando origem ao Movimento de Educação de Base (MEB). A Diocese de Aracaju, em 1959, firmou convênio com o SIRENA. O objetivo era criar um sistema de rádio-educativo regional, iniciativa concretizada por meio de um convênio assinado entre a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Presidência da República, que

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unitins • letras • 1º PerÍODO 251

liberou recursos para operacionalização e instituição do MEB. Esse movi-mento organizou as escolas radiofônicas no Nordeste, Norte e Centro-Oeste do país. Essa foi uma das mais ricas experiências de que se tem notícia no Brasil: desenvolveu o uso de metodologias de educação por rádio, preparou materiais impressos, mobilizou animadores culturais e educativos e realizou encontros, congressos e festas populares. O Golpe Militar de 1964, desconfiado dos verdadeiros objetivos do MEB, colo-cou-o sob suspeita, reprimiu-o e, finalmente, interrompeu suas atividades. Em 1965, último ano de existência do MEB, existiam no Brasil um total de 4.522 escolas radiofônicas, com recepções organizadas.

Em 1967, criou-se a Fundação Educacional e Cultural Padre Landell •de Moura (FEPLAM), em Porto Alegre, inspirada nos movimentos de educação não-formal da América Latina. Entre os objetivos da FEPLAM, estava a busca de melhora das condições de vida das populações carentes. O rádio foi a primeira ferramenta utilizada por essa fundação (Colégio do Ar). A televisão entrou em cena depois, com a série Aprenda pela TV (cursos profissionalizantes). O ponto de partida e de chegada da prática educacional da FEPLAM eram as comunidades carentes. A educação geral, educação físico-social, educação rural e iniciação profissional eram suas áreas de atuação.

Em 1969, o Instituto de Pesquisas Espaciais do CNPq, em São José dos •Campos (SP), deu início ao Projeto Saci. Esse projeto propunha uma rede educacional nacional, via satélite, utilizando duas tecnologias: a TV e o rádio. Realizou uma experiência-piloto, no Rio Grande do Norte, por meio de um Curso Supletivo de 1º Grau para professores leigos e uma complementação de 15 minutos diários, dirigida às séries iniciais regulares do 1º Grau.

O Governo Federal, por meio de um acordo entre o Ministério da Educação •e o Ministério das Comunicações, iniciou, em outubro de 1970, em cadeia nacional, o Projeto Minerva. O objetivo desse projeto era propor uma alternativa ao sistema tradicional de ensino, na forma de formação suple-mentar à educação continuada. Surgiu o curso de Madureza Ginasial.

Em 1972, foi criado o Programa Nacional de Telecomunicações •(PRONTEL). Ligado diretamente à Secretaria Geral do Ministério da Educação e Cultura, seu objetivo era coordenar experiências e formular uma política nacional para o setor. Em 1973, apresentou o Plano Nacional de Tecnologias Educacionais: instrumento de coordenação, integração e desenvolvimento de tecnologias educacionais, relacionado com os meios ou sistemas de comunicação (rádio, televisão, cinema, computador, ensino por correspondência e outros meios utilizados para todos os tipos, graus e áreas de ensino).

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252 1º PerÍODO • letras • unitins

Em 1975, a Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro, •implantou um programa de Educação a Distância, para atualizar, aper-feiçoar e especializar professores de ciências do 1º grau.

A Petróleo Brasileiro S.A. (PETROBRAS) desenvolveu, a partir de 1975, •o Projeto ACESSO, com a finalidade de proporcionar escolarização em nível de 1º e 2º graus a seus funcionários e de oferecer profissionalização específica para a área do petróleo. O Centro de Ensino Tecnológico de Brasília (CETEB) foi a instituição que desenvolveu o projeto: metodo-logia, módulos, acompanhamento do processo de implantação e desen-volvimento dos cursos.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), de São Paulo, •criou, experimentalmente, em 1978, o Programa Auto-Instrução com Monitoria (AIM). Esse programa começou operar regularmente a partir de 1980. Sua característica mais importante era a utilização da moda-lidade de Ensino a Distância, envolvendo uma série de programações auto-instrutivas.

Ainda na década de 1970, a Fundação Roberto Marinho iniciou um •programa de educação supletiva a distância, para o 1º e 2º graus, utili-zando multimeios, inclusos o rádio, a televisão e material impresso.

No período entre 1988 e 1996, esteve em gestão, em Brasília, a •primeira fase do Instituto Nacional de Educação a Distância (INED), organização não-governamental dedicada à pesquisa e à difusão de conhecimentos sobre Educação a Distância. Foi o INED que editou e publicou a segunda revista brasileira dedicada, exclusivamente, ao tema da Educação a Distância. O INED, atualmente, denomina-se Instituto Nacional de Educação para o Desenvolvimento e se organiza para desenvolver programas diversos de EaD e pesquisa em novas tecnolo-gias para a educação e para o desenvolvimento sustentável. O foco são as relações sociais, econômicas e políticas das comunidades locais.

Entre 1990 e 1991, a Fundação Brasileira para o Desenvolvimento do •Ensino de Ciências (FUNDEC) desenvolveu, com o apoio do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP), o Curso de Matemática por correspondência. O alvo eram os professores de 1º grau. O curso foi editado pelo INEP e veiculado pelo Jornal do Professor.

Outras experiências foram realizadas pela Fundação Brasileira de Educação (FUBRAE), pela Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior (ABEAS), pela Associação Brasileira de Tecnologia Educacional (ABT), pela Fundação de Teleducação do Ceará (FUNTELC) a (TVE do Ceará).

A primeira proposta de EaD para o ensino superior ocorreu em 1972 e foi concebida pelo Ministério da Educação, tendo por base o relatório da missão de

estudo à Open University, na Inglaterra, apresentado pelo conselheiro Newton Sucupira, do Conselho Federal de Educação. Esse relatório defendia a criação de uma universidade aberta. Em 1974, um grupo-tarefa foi criado para elaborar diretrizes e bases para a organização e funcionamento da Universidade Aberta do Brasil. Vários projetos de lei passaram a tramitar no Congresso Nacional, com esse objetivo, mas todos são arquivados.

Embora a descontinuidade tenha sido a tônica da EaD no Brasil, algumas iniciativas concretas são iniciadas em meados da década de 1970: entre outras, a da Universidade de Brasília (UnB) e, o programa de pós-graduação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES/MEC).

A EaD se expandiu pelo mundo, para atender as demandas da sociedade globalizada. Seus aspectos positivos podem ser resumidos nos seguintes pontos:

a) flexibilidade – o estudante tem a liberdade de escolher quando, onde e como deve estudar;

b) eficácia – diz respeito à harmonização entre educação e trabalho;

c) social – o educando não precisa se deslocar para a escola como na educação tradicional;

d) aluno ativo – para que o aluno consiga construir, efetivamente, seu conhe-cimento, ele deve ter iniciativa, interesses, valores e hábitos educativos.

Vimos que a EaD se configura inicialmente como uma resposta a necessi-dades educacionais não atendidas pela educação convencional. Durante sua evolução, a EaD volta-se para o progresso tecnológico, incorpora diferentes mídias e cria novos ambientes de aprendizagem. A legitimação por parte da LDB favoreceu a franca expansão da EaD e uma saudável aproximação ao ensino presencial. A promoção da autonomia do estudante, que escolhe quando, onde e como estudar, e a integração entre formação continuada e atividade profis-sional regular são dois pontos fortes que fazem da EaD uma legítima expressão da cultura contemporânea global.

1. Você reconhece a importância dos meios de comunicação de massa (rádio, televisão aberta e a internet) para a ampliação da EaD?

Você está sentado no sofá de sua casa, de repente inicia o Telecurso 2000 (programa criado pela Rede Globo para oferecer acesso à formação de Ensino Fundamental e Médio para jovens e adultos, transmitido às 5h da manhã de segunda a sexta-feira) e você tem a sensação de que está dentro

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unitins • letras • 1º PerÍODO 253

estudo à Open University, na Inglaterra, apresentado pelo conselheiro Newton Sucupira, do Conselho Federal de Educação. Esse relatório defendia a criação de uma universidade aberta. Em 1974, um grupo-tarefa foi criado para elaborar diretrizes e bases para a organização e funcionamento da Universidade Aberta do Brasil. Vários projetos de lei passaram a tramitar no Congresso Nacional, com esse objetivo, mas todos são arquivados.

Embora a descontinuidade tenha sido a tônica da EaD no Brasil, algumas iniciativas concretas são iniciadas em meados da década de 1970: entre outras, a da Universidade de Brasília (UnB) e, o programa de pós-graduação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES/MEC).

A EaD se expandiu pelo mundo, para atender as demandas da sociedade globalizada. Seus aspectos positivos podem ser resumidos nos seguintes pontos:

a) flexibilidade – o estudante tem a liberdade de escolher quando, onde e como deve estudar;

b) eficácia – diz respeito à harmonização entre educação e trabalho;

c) social – o educando não precisa se deslocar para a escola como na educação tradicional;

d) aluno ativo – para que o aluno consiga construir, efetivamente, seu conhe-cimento, ele deve ter iniciativa, interesses, valores e hábitos educativos.

Vimos que a EaD se configura inicialmente como uma resposta a necessi-dades educacionais não atendidas pela educação convencional. Durante sua evolução, a EaD volta-se para o progresso tecnológico, incorpora diferentes mídias e cria novos ambientes de aprendizagem. A legitimação por parte da LDB favoreceu a franca expansão da EaD e uma saudável aproximação ao ensino presencial. A promoção da autonomia do estudante, que escolhe quando, onde e como estudar, e a integração entre formação continuada e atividade profis-sional regular são dois pontos fortes que fazem da EaD uma legítima expressão da cultura contemporânea global.

1. Você reconhece a importância dos meios de comunicação de massa (rádio, televisão aberta e a internet) para a ampliação da EaD?

Você está sentado no sofá de sua casa, de repente inicia o Telecurso 2000 (programa criado pela Rede Globo para oferecer acesso à formação de Ensino Fundamental e Médio para jovens e adultos, transmitido às 5h da manhã de segunda a sexta-feira) e você tem a sensação de que está dentro

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254 1º PerÍODO • letras • unitins

de uma sala de aula. Os meios de comunicação de massa possibilitaram a milhões de pessoas, em diversos lugares do país, o acesso à formação de qualidade. Nos últimos anos, só tem crescido o número de pessoas com acesso a esses meios de comunicação. Como professor em formação, de que forma você enxerga essa “explosão” da EaD?

2. Podemos afirmar que hoje a EaD é uma modalidade de ensino mediada pelo computador e pela internet?

3. Leia as afirmativas a seguir e assinale a única que está correta.

a) EaD é uma modalidade de educação recente. Surgiu com a internet que possibilitou a Educação a Distância.

b) A EaD, inicialmente, proporcionou qualificação profissional às pessoas que tinham escolarização.

c) A EaD se expandiu pelo mundo para atender as demandas da socie-dade globalizada.

d) Apesar do rádio ter sido bastante utilizado para o desenvolvimento da EaD, em vários países, o Brasil não aproveitou essa tecnologia para promover a educação.

4. Releia o tópico de Educação a Distância no Brasil e sintetize os principais momentos da EaD no Brasil.

Na atividade um, você já deve ter parado para analisar a “explosão” da EaD, pois agora faz parte desse sistema. À medida que mais profissionais são formados por meio da EaD, aumenta o campo de abrangência dessa modali-dade de ensino. Para que você possa se informar ainda mais sobre a expansão da EaD, sugerimos que acesse o sítio da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) pelo endereço <http://www.abed.org.br>.

Na atividade dois, você deve ter exposto que na modalidade de EaD toda e qualquer tecnologia é válida para mediar a relação entre alunos, professores e conteúdos. Deve ter considerado a realidade que você esta vivendo. Para fazer seu curso, você recebe o Caderno de Conteúdos e Atividades (apostila), assiste à teleaula transmitida por satélite e tem contato com o webtutor por meio da internet.

Na atividade três, a resposta correta é (c). A letra (a) está errada, porque, como vimos, a EaD não é uma modalidade de educação recente. No Brasil, ela é utilizada desde o início do século XX. A letra (b) não pode ser considerada correta, uma vez que a EaD começou a atender justamente pessoas que, por

alguma razão, não tiveram acesso à educação regular. A (d) está errada, pois o rádio foi bastante utilizado na EaD brasileira, como vimos no histórico apre-sentado na aula.

Na atividade quatro, você releu o tópico de Educação a Distância no Brasil para sintetizar os principais momentos da EaD no Brasil. Entre esses momentos, você deve ter mencionado alguns da EaD por correspondência, por rádio, por televisão. Deve, também, ter citado os que foram mais significativos.

Com essas atividades, você atingiu os objetivos propostos para esta aula: conhecer a evolução da Educação a Distância e sintetizar os momentos histó-ricos da Educação a Distância. Parabéns! Vamos em frente!

MACHADO, Dionéia Lang. As tecnologias de informação e comunicação a serviço da educação a distância. Santa Catarina, 2002. Dissertação – Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção da Universidade Federal de Santa Catarina.

MANSUR, Anahi. A gestão na Educação a Distância: novas propostas, novas ques-tões. In: LITWIN, Edith (Org.). Educação a Distância. Porto Alegre: Artmed, 2001.

MORAN, Jose Manuel; MASETTO, Marcos; BEHRENS, Marilda. Novas tecnolo-gias e mediação pedagógica. São Paulo: Papirus, 2000.

Depois de falarmos sobre a presença das tecnologias na educação e sobre a EaD, discutiremos sobre o currículo e as TIC. Veremos a importância da adap-tação dos currículos às exigências da sociedade da informação.

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alguma razão, não tiveram acesso à educação regular. A (d) está errada, pois o rádio foi bastante utilizado na EaD brasileira, como vimos no histórico apre-sentado na aula.

Na atividade quatro, você releu o tópico de Educação a Distância no Brasil para sintetizar os principais momentos da EaD no Brasil. Entre esses momentos, você deve ter mencionado alguns da EaD por correspondência, por rádio, por televisão. Deve, também, ter citado os que foram mais significativos.

Com essas atividades, você atingiu os objetivos propostos para esta aula: conhecer a evolução da Educação a Distância e sintetizar os momentos histó-ricos da Educação a Distância. Parabéns! Vamos em frente!

MACHADO, Dionéia Lang. As tecnologias de informação e comunicação a serviço da educação a distância. Santa Catarina, 2002. Dissertação – Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção da Universidade Federal de Santa Catarina.

MANSUR, Anahi. A gestão na Educação a Distância: novas propostas, novas ques-tões. In: LITWIN, Edith (Org.). Educação a Distância. Porto Alegre: Artmed, 2001.

MORAN, Jose Manuel; MASETTO, Marcos; BEHRENS, Marilda. Novas tecnolo-gias e mediação pedagógica. São Paulo: Papirus, 2000.

Depois de falarmos sobre a presença das tecnologias na educação e sobre a EaD, discutiremos sobre o currículo e as TIC. Veremos a importância da adap-tação dos currículos às exigências da sociedade da informação.

Anotações

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aula 4 • tecnOlOGia Da infOrMaçãO e Da cOMunicaçãO eM eaD

256 1º PerÍODO • letras • unitins

Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:

compreender a importância da relação currículo e tecnologias da infor-•mação e comunicação no processo de construção do conhecimento pelo próprio aluno;

identificar as diferenças existentes entre a escola tradicional e a escola •do século XXI.

Você já compreendeu os conceitos de tecnologia, informação, sociedade da informação e a integração da educação com as tecnologias. A partir disso, agora, fica mais fácil a compreensão do conteúdo desta aula.

A tecnologia pode dar um novo rumo à sala de aula. Na medida em que os professores aprendem os princípios básicos dela, torna-se necessário criar vínculos entre a tecnologia, a instrução e a aprendizagem.

Há muitos anos, se um aluno levasse um rádio portátil (rádio de pilha) para a escola, não contava com o apoio dos pais. Se persistisse no propósito, no final do dia poderia trazer um bilhete da professora, condenando, claramente, o uso daquele aparelho no contexto escolar. A missão da escola era ensinar. Logo se condenava a mistura de ensino e diversão.

Com o passar do tempo e a transformação dessa criança em adolescente, o rádio de pilha foi substituído pelo toca-fitas com fone de ouvido. A reação da escola, por meio do

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aula 5 • tecnOlOGia Da infOrMaçãO e Da cOMunicaçãO eM eaD

unitins • letras • 1º PerÍODO 257

Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:

compreender a importância da relação currículo e tecnologias da infor-•mação e comunicação no processo de construção do conhecimento pelo próprio aluno;

identificar as diferenças existentes entre a escola tradicional e a escola •do século XXI.

Você já compreendeu os conceitos de tecnologia, informação, sociedade da informação e a integração da educação com as tecnologias. A partir disso, agora, fica mais fácil a compreensão do conteúdo desta aula.

A tecnologia pode dar um novo rumo à sala de aula. Na medida em que os professores aprendem os princípios básicos dela, torna-se necessário criar vínculos entre a tecnologia, a instrução e a aprendizagem.

Há muitos anos, se um aluno levasse um rádio portátil (rádio de pilha) para a escola, não contava com o apoio dos pais. Se persistisse no propósito, no final do dia poderia trazer um bilhete da professora, condenando, claramente, o uso daquele aparelho no contexto escolar. A missão da escola era ensinar. Logo se condenava a mistura de ensino e diversão.

Com o passar do tempo e a transformação dessa criança em adolescente, o rádio de pilha foi substituído pelo toca-fitas com fone de ouvido. A reação da escola, por meio do

O currículo e as tecnologias da informação e da comunicação

Aula 5

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aula 5 • tecnOlOGia Da infOrMaçãO e Da cOMunicaçãO eM eaD

258 1º PerÍODO • letras • unitins

discurso do professor, foi praticamente a mesma da oportunidade anterior: “atenção, escola é para aprender e não ficar escutando

música...”

Esses pequenos objetos compõem o diversificado conjunto das tecnolo-gias. Muitas vezes, tem-se a sensação de que a escola, seus gestores, suas coordenações e seus professores permaneceram alheios ao desenvolvimento

tecnológico do mundo contemporâneo. Mas isso pode ser mudado: na atualidade, mesmo que a maioria dos alunos não possuam os reprodutores digitais de música, aparelhos celulares de última geração ou note books avançadíssimos, eles têm conhecimento da existência dessas ferramentas e sabem utilizá-las. E os pro -

fessores? Eis o ponto nodal da questão: como pensar as tecnologias da informação e comunicação (TIC) na escola? É sobre isso que discutiremos nesta aula.

5.1 As tecnologias da informação e da comunicação no universo escolar

A importância das TIC no universo escolar não pode ser reduzida à aqui-sição de micro-computadores, projetores de imagens digitais e telões de cine-matográficos, controles remotos, softwares de última geração e conexões hiper-velozes para a internet. As TIC contemporâneas, assim reduzidas, poderão, com o passar do tempo, ficar relegadas ao segundo plano, em alguns casos, ao esquecimento, como foi o caso do videocassete, gravadores, retroprojetor, mimeógrafo a álcool, hoje utilizados apenas como recursos de apoio.

Refletir sobre a relação TIC, escola e aprendizagem exige considerar ques-tões complexas, como currículo.

5.1.1 O “embate” entre os currículos

O currículo é um tema que movimenta inúmeros pesquisadores educacio-nais. Na atualidade, percebe-se que as diversas fontes de acumulação e comuni-cação de conteúdos, de conhecimentos e de proposições diretivas do aprender, fazer, pensar, agir e produzir não estão apenas nas esferas da família, das comunidades civis e religiosas e da escola. O currículo, como repositório de conhecimentos, antes discutido no universo educativo-escolar, agora é mane-

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jado, também, por outros campos sociais. Por exemplo, o campo da política prescreve uma agenda de comportamentos, posicionamentos, formas de ser e agir para aqueles que o compõem. O desenvolvimento tecnológico, por sua vez, permite conexões imediatas com os meios de comunicação e constrói um campo de mídia, repositório de conteúdos e conhecimentos. Um e outro são, na contemporaneidade, repositórios de conhecimento.

Vamos aprofundar em um exemplo: procure se lembrar das revistas de jornalismo de grande escala nacional. Você se lembra das últimas matérias de capa? Essas matérias trazem uma repetição cíclica de temas, tais como: a última novidade das dietas e os problemas cardíacos, o envelhecimento, algum escân-dalo político, algum crime hediondo e lugares paradisíacos para se visitar. Elas oferecem formas de comportamento sociais, culturais, hábitos de consumo, posi-cionamentos políticos e ideológicos como elementos de um currículo.

Na escola, encontra-se muitas vezes a idéia de currículo tradicionalista, perspectiva defensora de uma idéia básica: tudo que se aprende ali é produzido naquele mesmo local. Mesmo que produzido há anos, essa produção continua orientando práticas e sendo reproduzida. Compreende-se, portanto, que a sabe-doria se encontra nas grandes obras e que os professores são o mais puro repo-sitório do saber, por isso, inquestionáveis.

Essas considerações podem parecer caricaturais. Contudo elas prevalecem no grande imaginário coletivo sobre a escola e seu currículo tradicionalista. Às vezes, de maneira tão arraigada que se chega a pensar que isso é tradição. E tradição não é isso. Ser tradicionalista é diferente de tradicional.

A tradição tem matrizes de conhecimento validadas que permitem sempre ir até elas, mantê-las ou superá-las, mas se conserva o respeito com os valores e as práticas construídas ao longo da história. O tradicionalismo levanta uma bandeira e dela não abre mão. Esse cuidado se deve ter com os currículos que se dizem tradicionalistas. Eles impedem que aquelas perguntas básicas sejam feitas com relação às TIC nas escolas: como posso agregar as tecnologias ao planejamento didático das aulas, respeitando os anseios dos alunos e obser-vando o mundo em movimento de transformação social, econômica, cultural, tecnológica, sem perder os valores humanísticos conquistados?

A discussão poderia se alongar mais, mas retornemos ao embate dos currí-culos. Se a escola e os professores se mantêm em uma posição tradicionalista, eles não conseguirão entender as linguagens sonoras e visuais, os mecanismos políticos e ideológicos, as ofertas de consumo desenfreado, a apresentação de um mundo extremamente colorido, vistoso, tendo a violência como algo normal, presente nas telas da televisão, dos computadores e afins. Compete aos professores e aos demais atores sócio-educativos aprender e assumir outros posicionamentos. Recordemos, a esse propósito, as sinalizações de Sampaio e Leite (2003, p. 15):

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Cercados que estamos pelas tecnologias e pelas mudanças que elas acarretam no mundo, precisamos pensar em uma escola que forme cidadãos capazes de lidar com o avanço tecnológico, participando dele e de suas conseqüências. Esta capacidade se forja não só através do conhecimento das tecnologias existentes, mas também, e talvez principalmente, através do contato com elas e da análise crítica de sua utilização e de suas linguagens.

Se acessarmos nos motores de busca da internet as palavras-chave “currí-culo”, “tecnologias da informação” e “tecnologias da comunicação”, encontra-remos inúmeras sinalizações de leituras, discussões, proposições orientadoras de mudanças no conceito restritivo de currículo. Na escola, não está presente apenas o currículo escolar; outros currículos - das diferentes emissoras de tele-visão, dos grupos publicitários, das representações religiosas, políticas - também estão lá. Por isso é que se pergunta: “eu quero trabalhar com as TIC na minha escola para quê?”

Computador, sozinho, nada garante no laboratório. Tecnologia não é panacéia (SANDHOLZ; RINGSTAFF; DWIER, 1997). Mudanças curriculares imediatas, apenas para abrigar computador, internet e demais aparatos, sem o devido tempo para amadurecimento de discussões e de criação de uma comu-nidade de aprendizagem dos professores, de nada adiantariam. Pierre Lévy (1993, p. 184) expõe que

[...] as técnicas não determinam nada. Resultam de longas cadeias intercruzadas de interpretações e requerem, elas mesmas, que sejam interpretadas, conduzidas para novos devires pela subjetividade em atos dos grupos ou dos indivíduos que tomam posse dela.

Quais seriam, então, os primeiros indicativos para o professor em relação às TIC na escola?

5.2 A postura do professorO professor que trabalha com aulas on-line aprende a trabalhar com

tecnologias sofisticadas e simples, como internet, videoconferência, teleconfe-rência, softwares diversificados, etc. Ele não pode acomodar-se, porque, a todo momento, surgem novas soluções que podem facilitar o trabalho pedagógico com os alunos. Precisa ter flexibilidade para adaptar-se a situações muito dife-renciadas e ter sensibilidade para escolher as melhores soluções possíveis para cada momento. Sobre esse assunto, Kenski (2003, p. 50) afirma que

As tecnologias redimensionaram o espaço da sala de aula em pelo menos dois aspectos. O primeiro diz respeito aos procedimentos realizados pelo grupo de alunos e professores no próprio espaço físico da sala de aula. Nesse ambiente, a possibilidade de acesso a outros locais de aprendizagem – bibliotecas, museus, centros de pesquisas, outras escolas etc. – com os quais os alunos e profes-sores podem interagir e aprender modifica toda a dinâmica das relações de ensino e aprendizagem. Em um segundo aspecto, é o próprio espaço físico da sala de aula que também se altera.

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A Educação a Distância pode formar múlti-plas turmas simultaneamente. O gerenciamento desses novos formatos de ensino e aprendi-zagem exige planejamento e equipe pedagó-gica competente e multidisciplinar. Caminhamos para processos de comunicação audiovisual, com possibilidade de forte interação, integrando o que de melhor conhecemos da televisão com o melhor da internet. Tudo isso exige uma peda-gogia muito mais flexível, integradora e expe-rimental diante de tantas situações novas que começamos a enfrentar.

A maior parte dos cursos presenciais e on-line continua focada no conteúdo, na infor-mação, no professor, no aluno e na interação professor/tutor. Hoje, convém que, principalmente os de formação, sejam focados na construção do conhe-cimento e na interação, no equilíbrio entre o individual e o grupal, entre o conteúdo e a interação.

É muito difícil manter a motivação no ensino presencial. Mais difícil ainda é mantê-la no virtual. Por isso a internet pode ser uma ótima ferramenta para estimular o aprendizado, por meio da integração do ensino presencial com o virtual. Professores, alunos e instituições devem estar inseridos em uma cultura on-line, a fim de que todos se acostumem a utilizar a internet dentro e fora da sala de aula. Essa cultura deve influenciar mudanças no currículo e no planeja-mento das ações pedagógicas.

5.3 Novas possibilidades de ação didática mediadas pelas Tecnologias da Informação e da Comunicação

Duas mães conversavam sobre o desenvolvimento escolar de seus filhos. A mãe “A”, muito contente, dizia que seu filho não trazia mais para casa aquela mochila cheia de cadernos e livros, que antes apenas lhe ocasionava dores nas costas de tanto peso. Agora, seu filho pesquisava tudo na internet. Seus traba-lhos eram enviados por e-mail à professora, e esta postava as melhores produ-ções na pasta pública na rede de computadores da escola.

A mãe “B”, de uma maneira menos eufórica, dizia que procurava ainda acom-panhar as lições do filho. Ainda era muito arriscado deixar tudo nas mãos das tecnologias. Seu menino postava os trabalhos, a professora também corrigia, mas ela ficava atenta. E arrematou: “Noutro dia, dei uma olhada no aparelho celular dele... o danado havia descarregado uns dois filminhos de conteúdo impróprio para a sua idade. Falei para a professora, ela me disse que nada sabia sobre isso, porque não tinha ensinado os alunos a fazerem download de filmes”.

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Ambas a mães são de uma classe socioeconômica abastada, possuem formação universitária e são profissionais liberais de respeito no mercado de trabalho. Pelo visto, acompanham a trajetória de seus filhos na escola, sabendo da presença das tecnologias contemporâneas no contexto escolar. Qual seria o percentual de mães e pais com essa consciência no Brasil e em todo continente latino-americano? Vamos ampliar mais a questão: qual é o percentual de profes-sores que tem acesso e sabe manejar, em suas atividades didáticas, as tecnolo-gias da informação e da comunicação?

Alguns defensores incontinentes das tecnologias dizem que elas irão substituir o professor na sala de aula. Outros vão mais além e proferem que o modelo de escola existente está fadado a acabar. Daqui uns dias, todos teremos chips acoplados em nosso corpo e que, por redes de informação,

nos fornecerão os saberes necessários para viver. A ficção científica, como gênero literário, é muito inte-

ressante, mas proferir de maneira categórica tais posicionamentos é temeroso.

Os filhos de “A” e “B” já trazem um conjunto de informações tecnológicas e digitais

diferente de suas mães e pais. Uma nova geração, ao conviver diariamente com outros currículos, acopla dados e informações sobre o mundo contemporâneo. Na maioria das vezes, o aparelho telefônico

celular cheio de comandos é explorado em poucos minutos por um garoto de 10 anos. Um adulto de 50 anos não consegue fazê-lo com a mesma velocidade.

E os professores continuam ainda trabalhando com a idéia de que crianças e jovens de hoje têm a mesma mentali-dade e as mesmas fontes de informações de 20 anos atrás. Aí reside o perigo. As TIC para as crianças e jovens trazem, como algo normal e natural, outras velocidades para aquisição de dados, novas concepções de espaço e de tempo e uma grande simultaneidade de conteúdos clipados, recortados e sonorizados.

O professor sabe lidar com isso? Anteriormente, para efeito de ilustração, existiam alguns paradigmas sobre a escola, os alunos e o professor. Vejamos esses paradigmas no esquema a seguir.

Movimentos políticos, econômicos, sociais e culturais reformistas ou revolucio-nários possibilitaram mudanças nas estruturas das instituições clássicas da socie-dade. Nesse contexto, a instituição escolar teve de se adaptar, modificando deter-minadas estruturas, a partir de inúmeros movimentos, como aqueles ocorridos nos paíse ocidentais, na década de 1960 do século XX. Em relação às tecnologias, o movimento é o mesmo. Por isso, na atualidade, existem outras proposições para alunos e professores, que podem ser visualizados no seguinte esquema.

As TIC revelam que os processos educativos mais clássicos que conhecemos, como a aula presencial em uma educação também presencial, estão se modi-ficando. Moran (1997) salienta que redes eletrônicas atuam significativamente nessas novas configurações do ser e agir da escola. Um exemplo disso são as professoras que se intercomunicam com os alunos “A” e “B” em horário real ou não, com novas atividades, e se tornam também sujeitos aprendentes. As TIC podem catalisar novas e colaborativas comunidades de aprendizagem.

Vimos que, na visão tradicional do ensino, as novas conquistas tecnológicas foram consideradas, por vezes, meios de diversão em oposição à seriedade do ensino. Em função disso, por muito tempo, a escola permaneceu fechada aos avanços tecnológicos, obedecendo a uma equivocada preservação da própria integridade. Nos últimos dois séculos, registramos uma mudança gradual de

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Movimentos políticos, econômicos, sociais e culturais reformistas ou revolucio-nários possibilitaram mudanças nas estruturas das instituições clássicas da socie-dade. Nesse contexto, a instituição escolar teve de se adaptar, modificando deter-minadas estruturas, a partir de inúmeros movimentos, como aqueles ocorridos nos paíse ocidentais, na década de 1960 do século XX. Em relação às tecnologias, o movimento é o mesmo. Por isso, na atualidade, existem outras proposições para alunos e professores, que podem ser visualizados no seguinte esquema.

As TIC revelam que os processos educativos mais clássicos que conhecemos, como a aula presencial em uma educação também presencial, estão se modi-ficando. Moran (1997) salienta que redes eletrônicas atuam significativamente nessas novas configurações do ser e agir da escola. Um exemplo disso são as professoras que se intercomunicam com os alunos “A” e “B” em horário real ou não, com novas atividades, e se tornam também sujeitos aprendentes. As TIC podem catalisar novas e colaborativas comunidades de aprendizagem.

Vimos que, na visão tradicional do ensino, as novas conquistas tecnológicas foram consideradas, por vezes, meios de diversão em oposição à seriedade do ensino. Em função disso, por muito tempo, a escola permaneceu fechada aos avanços tecnológicos, obedecendo a uma equivocada preservação da própria integridade. Nos últimos dois séculos, registramos uma mudança gradual de

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mentalidade. Hoje conseguimos enxergar, nas modernas tecnologias da infor-mação e comunicação (TIC), um valioso suporte para o currículo escolar e a construção e democratização do conhecimento. Atualmente o desafio é repre-sentado por um uso adequado das TIC na educação e pela alfabetização digital de docentes e discentes.

Discutimos a possibilidade de agregar as TIC ao planejamento didático, respeitando valores, práticas e conhecimentos acumulados pela humanidade ao longo de uma história milenar e, ao mesmo tempo, levando em consideração um mundo em contínua transformação. As TIC por si só não garantem a melhoria do ensino. É necessário que sejam utilizadas a partir de projetos pedagógicos inte-gradores, em diálogo permanente com os anseios dos estudantes e as exigên-cias da contemporaneidade. Nessa observação constante das transformações sócio-culturais, a escola passou por profundas mudanças paradigmáticas. De espaço privilegiado de disciplinamento e aprendizagem tornou-se mais um local, entre os outros, gerador de experiências e aprendizagem. O professor, que já foi um modelo e um depósito incontestável de conhecimento, passou a ser um sujeito em formação permanente, que possibilita a reconstrução e o avanço dos saberes. O aluno, antiga tabula rasa, tornou-se um sujeito que aprende a partir de uma bagagem prévia que vai agregando de maneira autônoma e, por vezes, independente dos saberes institucionalizados.

1. Para que você compreenda a relevância do currículo escolar na formação do aluno, pesquise em uma unidade escolar como ocorre a inserção das tecnolo-gias no ensino. Converse com professores e alunos sobre a importância dessa adequação como forma de mudança no processo ensino e aprendizagem.

2. A tecnologia provoca mudanças no modo de ensinar do professor e a maior prova disso é a readequação do currículo de várias escolas no Brasil para que elas possam melhor se adaptar às novas tecnologias. Analisando o impacto das novas tecnologias na escola, marque a alternativa correta.

a) Muitas vezes o uso dos computadores nas escolas está completamente de acordo com a disciplina e é contextualizado.

b) O aluno perde cada vez mais o seu lugar como centro do processo de ensino-aprendizagem.

c) Com as mudanças no currículo escolar, haverá nas escolas uma maior homogeneidade dos alunos.

d) O currículo tradicional (formado por enciclopédias e livros) perde espaço para os saberes veiculados no ciberespaço.

3. Sampaio e Leite (2003, p.15) expõem que estamos cercados “pelas tecno-logias e pelas mudanças que acarretam no mundo, [...] [por isso] preci-samos pensar em uma escola que forme cidadãos capazes de lidar com o avanço tecnológico [...]”. Nas assertivas a seguir use (V) ou (F) em relação ao papel da escola e do professor para a formação do cidadão mencio-nado pelos autores.

( ) Para a escola preparar o aluno para encarar o avanço tecnológico, precisa apenas montar um laboratório de informática e disponibilizar um bom professor para dar aula.

( ) Para formar cidadãos capazes de lidar com o avanço tecnológico, é necessário que o professor saiba agregar as tecnologias ao planeja-mento didático das aulas, respeitando os anseios dos alunos e obser-vando as transformações sociais, econômicas, culturais, tecnológicos, sem perder os valores humanísticos conquistados.

( ) Para formar cidadãos capazes de lidar com o avanço tecnológico, o professor não pode acomodar-se. Ele precisa ter flexibilidade para adaptar-se a situações muito diferenciadas e ter sensibilidade para esco-lher as melhores soluções para cada problema.

Assinale a alternativa que apresenta a seqüência correta.

a) F, V, V c) V, F, F

b) F, F, V d) V, V, V

4. Faça um quadro comparativo mostrando as diferenças entre escola, professor e aluno da escola tradicional e da atual.

Na atividade um, você compreende que o currículo tem como finalidade associar a realidade que rodeia o aluno ao conteúdo a ser trabalhado em sala de aula, tudo por meio de ações e/ou projetos de ensino que, com auxílio das tecnologias, facilitam a aprendizagem ao trazer para dentro da sala de aula um mundo maior do que os alunos estão vivendo. Para responder à atividade, você foi a uma escola para conversar pessoalmente com professores e alunos e, assim, verificou a realidade que estão vivenciando na escola.

Na atividade dois, alternativa (a) não poder ser considerada correta, pois o que mais se vê nas escolas é a utilização do computador em uma simples disci-plina de informática. A alternativa (b) também é incorreta, pois, com as novas tecnologias, a atenção está cada vez mais centrada no aluno, o professor perde o seu papel de detentor do conhecimentoe passa a ser parceiro (mediador) no processo educacional. A alternativa (c) também está incorreta, visto que as

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3. Sampaio e Leite (2003, p.15) expõem que estamos cercados “pelas tecno-logias e pelas mudanças que acarretam no mundo, [...] [por isso] preci-samos pensar em uma escola que forme cidadãos capazes de lidar com o avanço tecnológico [...]”. Nas assertivas a seguir use (V) ou (F) em relação ao papel da escola e do professor para a formação do cidadão mencio-nado pelos autores.

( ) Para a escola preparar o aluno para encarar o avanço tecnológico, precisa apenas montar um laboratório de informática e disponibilizar um bom professor para dar aula.

( ) Para formar cidadãos capazes de lidar com o avanço tecnológico, é necessário que o professor saiba agregar as tecnologias ao planeja-mento didático das aulas, respeitando os anseios dos alunos e obser-vando as transformações sociais, econômicas, culturais, tecnológicos, sem perder os valores humanísticos conquistados.

( ) Para formar cidadãos capazes de lidar com o avanço tecnológico, o professor não pode acomodar-se. Ele precisa ter flexibilidade para adaptar-se a situações muito diferenciadas e ter sensibilidade para esco-lher as melhores soluções para cada problema.

Assinale a alternativa que apresenta a seqüência correta.

a) F, V, V c) V, F, F

b) F, F, V d) V, V, V

4. Faça um quadro comparativo mostrando as diferenças entre escola, professor e aluno da escola tradicional e da atual.

Na atividade um, você compreende que o currículo tem como finalidade associar a realidade que rodeia o aluno ao conteúdo a ser trabalhado em sala de aula, tudo por meio de ações e/ou projetos de ensino que, com auxílio das tecnologias, facilitam a aprendizagem ao trazer para dentro da sala de aula um mundo maior do que os alunos estão vivendo. Para responder à atividade, você foi a uma escola para conversar pessoalmente com professores e alunos e, assim, verificou a realidade que estão vivenciando na escola.

Na atividade dois, alternativa (a) não poder ser considerada correta, pois o que mais se vê nas escolas é a utilização do computador em uma simples disci-plina de informática. A alternativa (b) também é incorreta, pois, com as novas tecnologias, a atenção está cada vez mais centrada no aluno, o professor perde o seu papel de detentor do conhecimentoe passa a ser parceiro (mediador) no processo educacional. A alternativa (c) também está incorreta, visto que as

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novas tecnologias exaltam a heterogeneidade dos alunos. O aluno passa a ser tratado como ser único, com suas qualidades e especificidades. Então resta considerar a alternativa (d) como correta, pois, na nova sociedade tecnológica, é preciso inserir as novas tecnologias no currículo e, também, trabalhar com elas de forma interdisciplinar.

Na atividade três, a alternativa que apresenta a seqüência correta é a (a). Vimos que, para formar cidadãos capazes de lidar com o avanço tecnológico, não basta a escola disponibilizar a tecnologia e um professor para operacio-nalizá-la. É necessário se repensar o currículo, amadurecer as discussões sobre o manuseio adequado das tecnologias, ter um posicionamento crítico de sua utilização e de suas linguagens. O professor agrega as tecnologia ao planeja-mento didático das aulas respeitando os anseios dos alunos e as transformações da sociedade. Além disso, não pode acomodar-se, precisa ser flexível e sensível para a resolução de problemas.

Na atividade quatro, você expôs que, na visão tradicional, a escola é vista como o segundo lar e é o espaço de disciplinamento e aprendizagem de valores; o professor é considerado como um exemplo a ser seguido e depósito de conhe-cimento; o aluno é uma tabula rasa, dependente do professor. Já na atualidade, a escola é mais um local gerador de experiências e aprendizagens; o professor e o aluno são considerados sujeitos aprendentes.

Ao realizar essas atividades, você atingiu os dois objetivos propostos para esta aula: compreender a importância da relação currículo e tecnologias da informação e comunicação (TIC) no processo de construção do conhecimento pelo próprio aluno e identificar as diferenças existentes entre a escola tradicional e a escola do século XXI.

LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: 34, 1993.

MORAN, J. M. Como utilizar a internet na educação. In: Ciência da Informação. 26(2): v. 2, n. 26, p. 146-153, 1997.

KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. Campinas: Papirus, 2003.

SAMPAIO, Marisa Narciso; LEITE, Lígia Silva. Alfabetização tecnológica do professor. Petrópolis: Vozes, 2003.

SANDHOLTZ, Judith Haymoré; RINGSTAFF, Cathy; DWYER, David. Ensinando com tecnologia: criando salas de aula centradas nos alunos. Porto Alegre: Artmed, 1997.

Até aqui você já deve ter percebido o quanto as tecnologias podem modi-ficar a nossa maneira de pensar e de trabalhar. Na aula seguinte, falaremos sobre a evolução das TIC no ensino. Também discutiremos sobre o novo papel do professor e a resistência às mudanças provocadas pela era digital. E, por fim, falaremos sobre as ferramentas pedagógicas.

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Até aqui você já deve ter percebido o quanto as tecnologias podem modi-ficar a nossa maneira de pensar e de trabalhar. Na aula seguinte, falaremos sobre a evolução das TIC no ensino. Também discutiremos sobre o novo papel do professor e a resistência às mudanças provocadas pela era digital. E, por fim, falaremos sobre as ferramentas pedagógicas.

Anotações

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268 1º PerÍODO • letras • unitins

Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:

compreender a evolução da utilização das tecnologias na sala de aula, •as diferentes formas de uso e seus principais benefícios;

analisar a evolução do papel do professor na sala de aula, baseado •no desenvolvimento, adaptação constante às novas necessidades dos alunos e a utilização de ferramentas de apoio à educação;

compreender as principais características e a importância da aprendi-•zagem autodiridiga, devido à sua flexibilidade e poder de abrangência.

Para esta aula, é importante que você tenha compreendido a aula cinco. Nela, discutiu-se como as tecnologias invadem os espaços escolares e provocam mudanças no currículo. Também é necessário que tenha compreendido como as tecnologias da informação e comunicação (TIC) promovem mudanças na sociedade e no processo de ensino-aprendizagem. Todo esse conhecimento é necessário para a compreensão da inserção das TIC no cotidiano escolar.

As TIC permeiam todos os ramos da atividade humana, podemos afirmar que as tecnologias podem desencadear transformações significativas no sistema educacional, assim como vem ocorrendo na sociedade em geral.

Perrenoud (2000) alerta para o fato de que a escola não pode ignorar o que se passa no mundo. As TIC transformam, de forma espetacular, não somente a maneira de comunicar, mas também de trabalhar, de decidir e de pensar. As TIC, ao eliminar as barreiras físicas e temporais e facilitar a troca e a migração de idéias, informações e negócios, promovem a globalização econômica e cultural.

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unitins • letras • 1º PerÍODO 269

Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:

compreender a evolução da utilização das tecnologias na sala de aula, •as diferentes formas de uso e seus principais benefícios;

analisar a evolução do papel do professor na sala de aula, baseado •no desenvolvimento, adaptação constante às novas necessidades dos alunos e a utilização de ferramentas de apoio à educação;

compreender as principais características e a importância da aprendi-•zagem autodiridiga, devido à sua flexibilidade e poder de abrangência.

Para esta aula, é importante que você tenha compreendido a aula cinco. Nela, discutiu-se como as tecnologias invadem os espaços escolares e provocam mudanças no currículo. Também é necessário que tenha compreendido como as tecnologias da informação e comunicação (TIC) promovem mudanças na sociedade e no processo de ensino-aprendizagem. Todo esse conhecimento é necessário para a compreensão da inserção das TIC no cotidiano escolar.

As TIC permeiam todos os ramos da atividade humana, podemos afirmar que as tecnologias podem desencadear transformações significativas no sistema educacional, assim como vem ocorrendo na sociedade em geral.

Perrenoud (2000) alerta para o fato de que a escola não pode ignorar o que se passa no mundo. As TIC transformam, de forma espetacular, não somente a maneira de comunicar, mas também de trabalhar, de decidir e de pensar. As TIC, ao eliminar as barreiras físicas e temporais e facilitar a troca e a migração de idéias, informações e negócios, promovem a globalização econômica e cultural.

A inserção das TIC no cotidiano escolar

Aula 6

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270 1º PerÍODO • letras • unitins

No momento em que a educação é cada vez mais necessária, as possibi-lidades de uma educação aberta, autodirigida e sem fronteiras se fortalecem. Nesse processo, as pessoas, com ou sem a ajuda de outros, tomam a iniciativa de diagnosticar as suas necessidades de aprendizagem, formular objetivos e identificar os recursos humanos e materiais para aprender.

Todas as ferramentas de apoio que se desenvolvem para a educação permitem um melhor planejamento e organização das atividades didáticas, mas não substituem o papel do professor. Considerando esse panorama, Belloni (1999) argu-menta que a presença da tecnologia na sala de aula deve representar um suporte técnico à disposição da criatividade e do empenho do professor.

Nesta aula, estudaremos sobre a inserção das tecnologias no cotidiano escolar e a evolução das TIC no ensino. Também falaremos sobre o novo papel do professor e da resistência às mudanças provocadas pela era digital. Por fim, examinaremos as ferramentas pedagógicas.

6.1 As TIC e o processo de ensino-aprendizagem

A presença das TIC na vivência do aluno, fora do contexto escolar, reforça a necessidade da integração entre esse universo e o escolar, que se comple-mentam no processo de aprendizagem dos indivíduos. Dessa maneira, o trabalho pedagógico deve ser coerente com uma visão de conhecimento que faz com que sujeito e objeto interajam, assim como aprendizagem e ensino (OLIVEIRA; COSTA; MOREIRA, 2001). Nessa perspectiva, as novas tecnologias tornam-se ferramentas poderosas, capazes de ampliar as chances de aprendi-zagem do aluno.

A integração da mídia à escola tem de ser, segundo Belloni (1999), reali-zada necessariamente, em dois níveis:

a) como instrumento pedagógico, fornecendo suporte para a melhoria da qualidade do ensino;

b) como objeto de estudo, fornecendo meios para o domínio da nova linguagem.

6.2 O processo evolutivo das tecnologias no ensino

Há alguns anos, era necessário justificar a introdução das TIC no meio educacional. Atualmente, já temos plena consciência de que essas tecnologias são importantes para o processo ensino-aprendizagem.

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aula 6 • tecnOlOGia Da infOrMaçãO e Da cOMunicaçãO eM eaD

unitins • letras • 1º PerÍODO 271

A televisão foi utilizada na escola nos anos 1950, e o computador já é utilizado nas escolas de vários países do mundo há mais de 25 anos. No entanto a internet é a tecnologia que vem causando maiores impactos no meio educacional.

A preocupação com as mudanças tecnológicas no processo ensino-aprendi-zagem impõe à educação posicionar-se entre compreender as transformações do mundo, produzir conhecimento pedagógico sobre esse mundo, auxiliar o homem a ser sujeito da tecnologia ou ignorar a realidade de uma formação social baseada na informação (SAMPAIO; LEITE, 2000).

O processo evolutivo das tecnologias tem interferido na vida dos homens e, conseqüentemente, no ensino. Os paradigmas do ensino tradicional tiveram de se adaptar à nova ordem, a qual exige a atualização dos recursos tecnológicos nas formas de ensinar. O desenvolvimento da teoria da aprendizagem mudou a natureza do aprendizado e a percepção do aluno. Hoje, o conhecimento é consi-derado socialmente construído por meio da ação, da comunicação e da reflexão dos discentes.

A fim de corresponder a essa nova realidade, o uso das TIC na educação exige esforço constante dos educadores, para transformar sua simples utilização em uma abordagem educacional que favoreça efetivamente o processo de conhecimento do aluno. Isso se desenvolve por meio da integração das TIC ao processo de aprendizagem dos conteúdos curriculares dos diferentes níveis e modalidades de educação.

Cabe ao professor ter conhecimento das potencialidades educacionais das tecnologias e ser capaz de alternar adequadamente as atividades, com o intuito de acompanhar a tendência do sistema educacional que, hoje, focaliza mais o aprendizado do que o ensino.

Por onde começar? Por meio de uma mudança de postura e uma nova visão educacional, que permitem resultados positivos de interação entre alunos e professores, em que as tecnologias tornam-se cúmplices do processo de ensino-aprendizagem. A integração do corpo docente e da direção é fundamental para o planejamento multidisciplinar de utilização das TIC.

6.3 O novo papel do professor

O papel do professor é planejar o curso e encorajar uma participação ativa dos alunos. Ele deve ajudar na formação do grupo, na designação das respon-sabilidades, assim como deve saber avaliá-lo.

Seu novo desafio é desenvolver uma compreensão multidisciplinar e cultural, com a qual deixará de ser solista para tornar-se maestro, coordenando e dando ritmo ao grupo, tornando-se um facilitador (LUCENA; FUCKS, 2000).

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272 1º PerÍODO • letras • unitins

Ainda para Lucena e Fucks (2000), com a introdução das novas tecnologias de informação e comunicação, o professor deixa a missão de transmitir conhecimento e assume o papel de orientador do aluno em busca do conhecimento. Comparando com o mundo empresarial, o professor é o líder e não mais o gerente.

6.3.1 Parceria professor e aluno

O professor, segundo Belloni (1999), mediante à nova perspectiva, deverá tornar-se parceiro dos estudantes no processo de construção do conhecimento, incentivando a aprendizagem e o pensamento. Para tanto, deve atender as necessidade acadêmicas em três dimensões:

a) pedagógica: refere-se à orientação, aconselhamento e tutoria, incluindo conhecimentos relativos à Pedagogia;

b) tecnológica: abrange as relações entre tecnologia e educação, em todos os seus aspectos;

c) didática: diz respeito à formação específica do professor em determi-nado campo científico, necessitando, constantemente, da atualização em sua disciplina.

As atividades de inserção das TIC na rotina acadêmica favorecem essa parceria e, conseqüentemente, os resultados do processo educativo e da formação de cidadãos.

No ensino on-line, no qual o aluno e o professor utilizam a web como ponte entre eles, o discente assume um papel de investigador, pesquisa/debate temas que lhe interessam. Além disso, o aluno pode estudar em qualquer lugar, a qualquer hora e em seu ritmo (anywhere, anytime e anyspace). O professor passa a ser um moderador, coordenando o andamento de cada aluno, contornando crises, indicando caminhos e, prin-cipalmente, aprendendo tanto quanto ensina.

Segundo Moran, Masetto e Behrens (2006), ensinar com as novas mídias será uma revolução, se

mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantêm distantes professores e alunos. Caso contrário, conseguiremos dar um “verniz de modernidade”, sem mexer no essencial. As TIC podem ajudar-nos a rever, a ampliar e a modificar muitas das formas atuais de ensinar e de aprender.

6.4 Resistências no contato com o desconhecido

Diante da evolução tecnológica, a escola deve adaptar-se e reciclar-se constantemente, a fim de integrar as novas linguagens e os modos de expressão ao ensino.

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unitins • letras • 1º PerÍODO 273

As novas linguagens se referem aos novos modos de compreensão e expressão e, nessa perspectiva, os meios devem ser explorados pela escola “não como acessórios, mas como um instrumento indispensável de trabalho” (SAMPAIO; LEITE, 2000).

As inúmeras possibilidades das TIC e, por vezes, a falta de domínio sobre elas geram uma resistência natural e uma subutilização por parte dos profes-sores que, gradativamente, estão sendo superadas por meio de capacitações e exemplos de sucesso.

Uma pesquisa realizada por Sampaio e Leite (2000) mostra que os dife-rentes níveis de formação, atuação e realidades socio-econômico-culturais dos professores, possivelmente, necessitarão de diferentes processos de alfabeti-zação tecnológica.

Desenvolvendo tais habilidades, o docente torna-se mais familiarizado e apto a participar da integração da escola à realidade de seus alunos, colocando-se como elemento vivo do processo coletivo de construção de conhecimentos.

Esse processo de atualização deve ser contínuo, já que, constantemente, surgem novos recursos e tendências. Cabe ao professor a adaptação e o acom-panhamento dessa evolução dinâmica em busca do equilíbrio de trabalhos educacionais mais produtivos.

O conceito de alfabetização tecnológica do professor torna-se cada vez mais importante para a sua formação no contexto da nossa sociedade, na qual múltiplos instrumentos passam a fazer parte do cotidiano de todos os cidadãos.

Saiba mais

6.5 Características da aprendizagem autodirigida como uma alternativa para o ensino tradicional

A aprendizagem autodirigida tornou-se um mecanismo de extrema valia, pois surgiu como uma alternativa para os limites do ensino tradicional, capaz de suprir as necessidades de difusão da educação, independentemente dos recursos físicos e financeiros, das distâncias e da disponibilidade de tempo dos professores e alunos.

Segundo Lucena e Fucks (2000) e Sampaio e Leite (2000), o objetivo prin-cipal dessa metodologia de aprendizagem é explorar os recursos e os suportes

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274 1º PerÍODO • letras • unitins

tecnológicos que as novas tecnologias de informação permitem nos níveis de produção e tratamento de conhecimento, caracterizando-se por:

a) ser um instrumento de democratização do saber: ao apoderar-se de todos os recursos tecnológicos de informação e comunicação disponí-veis, e ao colocá-los a serviço da sociedade, o ensino autodirigido viabi-liza a democratização da educação sem fronteiras;

b) promover o desenvolvimento pessoal: ao exigir do aluno-aprendiz disci-plina e organização do pensamento, enfatiza-se sua autonomia, deter-minação e poder de decisão;

c) respeitar as diferenças: ao receber diferentes informações em quantidade e qualidade, cabe o aluno-aprendiz controlar o tempo, o local e o ritmo de estudo. Dessa maneira, não há mais a necessidade de responder imediatamente às questões formuladas, possibilitando o respeito ao ritmo de cada aluno e o autoplanejamento por meio de agenda flexível;

d) reduzir as diferenças: os ambientes autodirigidos também eliminam as lideranças que inibem a participação dos demais. Por exemplo, as barreiras da timidez, pelo fato da interação não ocorrer face a face, tornando a participação dos alunos mais distribuída, existindo menos casos de alunos dominantes.

6.5.1 Métodos de ensino autodirigido

Por ser um ensino intermediado pela mídia impressa ou eletrônica, no qual instrutor e aprendizes não estão fisicamente juntos, o momento de estudo, a participação e a interação entre as partes pode variar de acordo com o método utilizado (MACHADO, 2002).

Os métodos síncronos exigem a participação simultânea de todos os estu-dantes e professores; têm como vantagem a interação realizada em tempo real. Os métodos assíncronos não exigem a participação simultânea de todos os estu-dantes e professores. A interação é realizada em tempos diferentes.

É consenso, entre os profissionais que analisam e trabalham com projetos de ensino autodirigido, que, para seu sucesso, o projeto de ensino deve ser de fácil assimilação, memorização e eficiente em seu uso. O ensino autodirigido tem como critérios básicos:

a) facilidade de acesso: arquivos ricos em conteúdos e com tamanhos que não comprometam a velocidade do acesso;

b) clareza: linguagem e estrutura apropriada;

c) eficiência: foco e consistência na forma de apresentar os temas;

d) flexibilidade para adaptar-se às mudanças necessárias.

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6.5.2 Ferramentas pedagógicas

As ferramentas pedagógicas utilizadas para a aprendizagem autodirigida se dão pelas interações possíveis em um ambiente colaborativo e assíncrono (HARASIM; PAULSEN citados por MACHADO, 2002). A seguir, veremos algumas técnicas que são aplicadas na aprendizagem autodirigida.

a) Técnicas de um somente são aquelas que podem ser utilizadas pelos alunos sem a intervenção dos professores, como bancos de dados, bibliotecas, jornais e revistas.

b) Técnicas de um-para-um são caracterizadas por uma relação entre o professor e o aluno, por meio da comunicação mediada por compu-tador. Elas podem ser:

contratos de aprendizagem• : acordos celebrados entre professor e alunos, que detalham o que deverá ser apren-dido, como a aprendizagem será acompanhada, o período de tempo envolvido e os critérios de avaliação a serem utilizados;

tutoria• : é uma intenção um-para-um entre o aluno e o professor, normalmente assíncrona e utilizada para fundamentar e dar base teórica, esclarecer dúvidas e efetuar avaliações, colocar desafios;

internalização• : técnica que permite ao estudante praticar a profissão futura, sob guia e supervisão de profissionais qualificados;

alunos em pares• : são interações entre dois alunos (um-para-um), com o objetivo de fundamentar melhor os aspectos abor-dados, efetuar trabalhos conjuntos ou simples contatos sociais de integração.

c) Técnicas de um para muitos são caracterizadas pela apresentação de um tema aos alunos, por um ou mais professores, ou experts. Os discentes normalmente não interagem sincronicamente com os professores, é utili-zada comunicação assíncrona para esclarecer dúvidas existentes. A comunicação é tipicamente conduzida como uma conferência ou BBS (Bulletin Board System – técnica de comunicação em que os textos são colocados em uma espécie de tutor), na qual os estudantes têm acesso apenas à leitura.

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d) Técnicas de muitos-para-muitos são técnicas em que todos os presentes têm a oportunidade de participar da interação. Esse tipo de técnica faz, normalmente, uso de ambientes virtuais de trabalho como verdadeiras salas de aula colocadas na internet, nas quais todos os participantes, professores e alunos, interagem sincronicamente.

6.5.3 Vantagens versus desvantagens do ensino autodirigido

Essa metodologia exige maior grau de disciplina, comprometimento, amadu-recimento e independência. O aluno estuda porque quer e tem consciência das suas necessidades.

Por não expor o discente ao contato pessoal, a competitividade e a concor-rência direta de comunicação e expressão, entre os alunos de uma mesma sala de aula, não ocorrem com a mesma intensidade de uma de sala aula tradicional.

Isso pode ser positivo, se considerarmos que as diferenças são respeitadas e novas oportunidades proporcionadas, porém cria-se um mundo irreal, de baixa competitividade e integração social direta.

Saiba mais

Por meio das TIC, é possível ampliar os recursos de educação e coope-ração e ter aprendizes cada vez mais autodirigidos e professores cada vez mais capazes de aproveitar ao máximo os avanços tecnológicos, em prol da educação, assim como ocorre na sociedade em geral.

Vimos que as TIC, enquanto mediadoras de novas modalidades de aprendi-zagem colaborativa, podem desencadear na educação transformações significa-tivas. Assim como o próprio conhecimento humano, as TIC promovem a eliminação de barreiras físicas, temporais e espaciais, e a globalização da cultura. O grande desafio é não fazer delas uma panacéia para todos os males, mas considerá-las sempre um suporte técnico à disposição da iniciativa, da criatividade e dos obje-tivos de seus usuários. Vimos que o manejo das TIC na escola deve visar à melhoria do ensino e ao domínio de novas linguagens e meios de apropriação e construção de saberes. As TIC favorecem a construção social do conhecimento por meio da ação, da comunicação e da reflexão dos discentes. O professor deixa de ser um transmissor solitário de fórmulas obsoletas e vem a ser o maestro de uma orquestra

em que cada aluno responde por um papel ativo em seu processo de formação. Vimos a urgência atual de uma aprendizagem auto-dirigida para transpor as fron-teiras do saber e para desenvolver a autonomia e a participação do cidadão. Estudamos os métodos síncronos e assíncronos da aprendizagem auto-dirigida, em que os sujeitos envolvidos participam de maneira simultânea ou em tempos diferen-ciados. Conhecemos algumas ferramentas peculiares e expressamos alguns juízos de valor sobre vantagens e desvantagens dessa nova forma de aprendizagem.

1. Sobre o resultado e os benefícios da inserção das TIC no cotidiano escolar, não é correto dizer que:

a) a inserção das TIC, no cotidiano escolar estimula o desenvolvimento do pensamento criativo, crítico;

b) devido ao isolamento social que ocorre ao se utilizar o computador, o aprendizado torna-se desmotivado;

c) ao utilizar as TIC, os alunos têm oportunidades de buscar novas idéias, de desenvolver o potencial de raciocínio criativo;

d) por meio das TIC, é possível ampliar os recursos de educação e coope-ração do trabalho entre professores e alunos.

2. Em relação à evolução do papel do professor na sala de aula, marque as duas afirmações que são corretas.

a) O papel do professor torna-se menos relevante à medida que novas ferramentas de apoio se desenvolvem com relação à educação.

b) O desenvolvimento da teoria da aprendizagem mudou a natureza do aprendizado e, hoje, o conhecimento é considerado socialmente cons-truído por meio da ação, comunicação e reflexão dos alunos.

c) Os educadores precisam buscar meios de transformar a simples utili-zação do computador em uma abordagem educacional que favoreça efetivamente o processo de conhecimento do aluno.

d) Com a utilização do computador, a integração do corpo docente e da direção deixa de ser importante.

3. Em relação à alfabetização tecnológica, marque as duas afirmações que estão corretas.

a) Os processos de alfabetização tecnológica devem ser adaptados às necessidades específicas dos professores que variam de acordo com sua formação e condição sócio-econômico-cultural, pensamento cria-tivo e crítico.

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unitins • letras • 1º PerÍODO 277

em que cada aluno responde por um papel ativo em seu processo de formação. Vimos a urgência atual de uma aprendizagem auto-dirigida para transpor as fron-teiras do saber e para desenvolver a autonomia e a participação do cidadão. Estudamos os métodos síncronos e assíncronos da aprendizagem auto-dirigida, em que os sujeitos envolvidos participam de maneira simultânea ou em tempos diferen-ciados. Conhecemos algumas ferramentas peculiares e expressamos alguns juízos de valor sobre vantagens e desvantagens dessa nova forma de aprendizagem.

1. Sobre o resultado e os benefícios da inserção das TIC no cotidiano escolar, não é correto dizer que:

a) a inserção das TIC, no cotidiano escolar estimula o desenvolvimento do pensamento criativo, crítico;

b) devido ao isolamento social que ocorre ao se utilizar o computador, o aprendizado torna-se desmotivado;

c) ao utilizar as TIC, os alunos têm oportunidades de buscar novas idéias, de desenvolver o potencial de raciocínio criativo;

d) por meio das TIC, é possível ampliar os recursos de educação e coope-ração do trabalho entre professores e alunos.

2. Em relação à evolução do papel do professor na sala de aula, marque as duas afirmações que são corretas.

a) O papel do professor torna-se menos relevante à medida que novas ferramentas de apoio se desenvolvem com relação à educação.

b) O desenvolvimento da teoria da aprendizagem mudou a natureza do aprendizado e, hoje, o conhecimento é considerado socialmente cons-truído por meio da ação, comunicação e reflexão dos alunos.

c) Os educadores precisam buscar meios de transformar a simples utili-zação do computador em uma abordagem educacional que favoreça efetivamente o processo de conhecimento do aluno.

d) Com a utilização do computador, a integração do corpo docente e da direção deixa de ser importante.

3. Em relação à alfabetização tecnológica, marque as duas afirmações que estão corretas.

a) Os processos de alfabetização tecnológica devem ser adaptados às necessidades específicas dos professores que variam de acordo com sua formação e condição sócio-econômico-cultural, pensamento cria-tivo e crítico.

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278 1º PerÍODO • letras • unitins

b) A falta de domínio dos professores sobre as ferramentas disponíveis gera uma resistência natural e uma subutilização dos recursos oferecidos.

c) Para atender as necessidades acadêmicas atuais, o professor precisa estar preparado em três dimensões: pedagógica, psicológica e didática.

d) Com a utilização de TIC, o professor deve focalizar seus esforços somente para humanizar a aula.

4. Assinale com um X as características dos ambientes de aprendizagem autodirigida.

a) É um instrumento de democratização do saber.

b) Respeita as diferenças e o ritmo dos alunos.

c) É um método síncrono que nunca exige a participação simultânea dos estudantes e professores.

d) O professor assume o papel de tutor e sua experiência é valorizada.

e) O momento do estudo pode variar de acordo com o método utilizado.

5. Assinale (V) para as vantagens e (D) para as desvantagens do ensino autodirigido.

a) ( ) Exige maior grau de disciplina e comprometimento.

b) ( ) Favorece o amadurecimento e independência do aluno.

c) ( ) Não expõe o aluno ao contato pessoal, evitando um ambiente mais real e competitivo.

d) ( ) As interações ocorrem em um ambiente colaborativo.

Na atividade um, a alternativa incorreta é (b), porque os alunos navegam, pesquisam, trocam mensagens e descobrem novos padrões de relações, conquistam, cada vez mais, um maior nível de independência e autonomia intelectual.

Na atividade dois, as respostas corretas são (b) e (c). A alternativa (a) não está correta porque, se, por um lado, a percepção de que todo o conteúdo pode ser disponibilizado por meio de diversas ferramentas mostra que o professor tradicional pode se sentir ameaçado, por outro, isso valoriza seu conhecimento e experiência. A alternativa (d) não está correta porque o uso do computador permite resultados positivos de interação entre alunos e professores e, para que isso ocorra, é fundamental a integração do corpo docente e da direção no planejamento multidisciplinar de utilização do computador.

Na atividade três, as alternativas corretas são (a) e (b). A alternativa (c) está incorreta, pois, para atender as necessidades acadêmicas, o professor precisa

estar preparado em três dimensões: pedagógica, tecnológica e didática. A alter-nativa (d) está incorreta, pois, com a utilização de TIC, a capacitação e a atuali-zação tecnológica constante tornam-se indispensáveis. Cabe, então, ao professor ter conhecimento dos potenciais educacionais do computador e ser capaz de alternar adequadamente as atividades, a fim de acompanhar a tendência do sistema educacional que, hoje, focaliza antes o aprendizado que o ensino.

Na atividade quatro, as alternativas que apresentam características dos ambientes de aprendizagem autodirigida são (a), (b), (d) e (e). A alternativa (c) não apresenta características dos ambientes de aprendizagem autodirigida, porque pode ser um método síncrono ou assíncrono, no qual a participação dos estudantes e professores pode ser ou não simultânea.

Na atividade cinco, a seqüência correta é V, V, D, V. As alternativas (a), (b) e (d) demonstram fatores positivos do ensino autodirigido, enquanto a alternativa (c) alerta para um risco que pode se tornar um fator negativo.

Com as atividades, você atingiu os objetivos desta aula: compreender a evolução das utilização tecnologias na sala de aula, as diferentes formas de uso e seus principais benefícios; analisar a evolução do papel do professor na sala de aula, baseada no desenvolvimento e adaptação constante às novas necessidades dos alunos e a utilização de ferramentas de apoio à educação; e compreender as principais características e a importância da aprendizagem autodiridiga, devido à sua flexibilidade e poder de abrangência. Vamos em frente! Falta apenas uma aula para você concluir esta disciplina.

BELLONI, M. Educação a distância. Campinas: Autores Associados, 1999.

LUCENA, C.; FUCKS, H. A educação na era da internet. Rio de Janeiro: Club@dofuturo, 2000.

MACHADO, D. As tecnologias de informação e comunicação a serviço da Educação a Distância. 2002. Disponível em: <http:// teses.eps.ufsc.br/defesa/pdf/5506.pdf.> Acesso em: 25 out. 2007.

MORAN, José Manoel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 12. ed. Campinas: Papirus, 2006.

OLIVEIRA, C.; COSTA, J.; MOREIRA, M. Ambientes informatizados de aprendi-zagem. Campinas: Papirus, 2001.

PERRENOUD, P. Novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

SAMPAIO, M.; LEITE, L. Alfabetização tecnológica do professor. São Paulo: Vozes, 2000.

Page 75: Apresentação · lidade de produzir e utilizar instrumentos. Esse vocábulo, portanto, relaciona-se com o conhecimento prático, necessário para realizar um fim determinado, concreto

aula 6 • tecnOlOGia Da infOrMaçãO e Da cOMunicaçãO eM eaD

unitins • letras • 1º PerÍODO 279

estar preparado em três dimensões: pedagógica, tecnológica e didática. A alter-nativa (d) está incorreta, pois, com a utilização de TIC, a capacitação e a atuali-zação tecnológica constante tornam-se indispensáveis. Cabe, então, ao professor ter conhecimento dos potenciais educacionais do computador e ser capaz de alternar adequadamente as atividades, a fim de acompanhar a tendência do sistema educacional que, hoje, focaliza antes o aprendizado que o ensino.

Na atividade quatro, as alternativas que apresentam características dos ambientes de aprendizagem autodirigida são (a), (b), (d) e (e). A alternativa (c) não apresenta características dos ambientes de aprendizagem autodirigida, porque pode ser um método síncrono ou assíncrono, no qual a participação dos estudantes e professores pode ser ou não simultânea.

Na atividade cinco, a seqüência correta é V, V, D, V. As alternativas (a), (b) e (d) demonstram fatores positivos do ensino autodirigido, enquanto a alternativa (c) alerta para um risco que pode se tornar um fator negativo.

Com as atividades, você atingiu os objetivos desta aula: compreender a evolução das utilização tecnologias na sala de aula, as diferentes formas de uso e seus principais benefícios; analisar a evolução do papel do professor na sala de aula, baseada no desenvolvimento e adaptação constante às novas necessidades dos alunos e a utilização de ferramentas de apoio à educação; e compreender as principais características e a importância da aprendizagem autodiridiga, devido à sua flexibilidade e poder de abrangência. Vamos em frente! Falta apenas uma aula para você concluir esta disciplina.

BELLONI, M. Educação a distância. Campinas: Autores Associados, 1999.

LUCENA, C.; FUCKS, H. A educação na era da internet. Rio de Janeiro: Club@dofuturo, 2000.

MACHADO, D. As tecnologias de informação e comunicação a serviço da Educação a Distância. 2002. Disponível em: <http:// teses.eps.ufsc.br/defesa/pdf/5506.pdf.> Acesso em: 25 out. 2007.

MORAN, José Manoel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 12. ed. Campinas: Papirus, 2006.

OLIVEIRA, C.; COSTA, J.; MOREIRA, M. Ambientes informatizados de aprendi-zagem. Campinas: Papirus, 2001.

PERRENOUD, P. Novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

SAMPAIO, M.; LEITE, L. Alfabetização tecnológica do professor. São Paulo: Vozes, 2000.

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aula 6 • tecnOlOGia Da infOrMaçãO e Da cOMunicaçãO eM eaD

280 1º PerÍODO • letras • unitins

Até aqui você já deve ter percebido o quanto as tecnologias podem modificar a nossa maneira de pensar e de trabalhar. Já deve ter percebido, também, que as tecnologias causam mudanças na forma como nos relacionamos com o mundo e que a escola não deve ficar fora dessas mudanças. Na aula seguinte, teremos como temática a informática educativa, ou seja, a informática no ambiente escolar. Discutiremos sobre a internet e sua importância para o ambiente escolar e sobre a inclusão/exclusão digital. Também estudaremos sobre o software.

Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:

entender a relação entre as tecnologias da informação e comunicação •e o indivíduo na sociedade atual;

compreender o processo de formação do grupo de excluídos e do grupo •de incluídos digitais;

conhecer a variedade de ferramentas e • softwares educativos disponíveis.

Para que você possa compreender melhor esta aula, é importante que se recorde do papel da tecnologia no planejamento do currículo e execução da aula, bem como o envolvimento de todos nesse processo. Esse conteúdo foi estu-dado na aula cinco.

A aprendizagem intermediada pelo uso do computador tem gerado uma profunda mudança no processo de produção do conhecimento. Se antes as únicas vias eram a sala de aula, o professor e os livros didáticos, agora é permitido ao aluno navegar por diferentes espaços de formação e informação, possibilitados pelas tecnologias da informação e comunicação (TIC), que nos permitem enviar, receber e armazenar informações virtualmente.

Anotações

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unitins • letras • 1º PerÍODO 281

Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:

entender a relação entre as tecnologias da informação e comunicação •e o indivíduo na sociedade atual;

compreender o processo de formação do grupo de excluídos e do grupo •de incluídos digitais;

conhecer a variedade de ferramentas e • softwares educativos disponíveis.

Para que você possa compreender melhor esta aula, é importante que se recorde do papel da tecnologia no planejamento do currículo e execução da aula, bem como o envolvimento de todos nesse processo. Esse conteúdo foi estu-dado na aula cinco.

A aprendizagem intermediada pelo uso do computador tem gerado uma profunda mudança no processo de produção do conhecimento. Se antes as únicas vias eram a sala de aula, o professor e os livros didáticos, agora é permitido ao aluno navegar por diferentes espaços de formação e informação, possibilitados pelas tecnologias da informação e comunicação (TIC), que nos permitem enviar, receber e armazenar informações virtualmente.

Saiba mais

Informática educativa

Aula 7

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aula 7 • tecnOlOGia Da infOrMaçãO e Da cOMunicaçãO eM eaD

282 1º PerÍODO • letras • unitins

Nesta aula, estudaremos o que é internet, sua evolução, sua importância para a educação, além de discutirmos a exclusão digital.

7.1 A internet

Até pouco tempo atrás, internet era coisa de cinema americano: você via o agente se comunicando com seu chefe, no quartel do FBI, por meio de um computador ligado via satélite, ou por linha telefônica. Hoje, a internet é mais comum do que se imagina. A popularização de computadores e da linha telefô-nica favoreceu o acesso à internet para um número maior de pessoas.

Segundo Lévy (1993), o nome internet vem de internetworking (ligação entre redes). A internet é um conjunto de meios físicos – linhas digitais de alta capa-cidade, computadores, roteadores, etc. – e de programas usados para o trans-porte da informação.

A internet, portanto, é um conjunto de redes de computadores, interligadas por um mesmo Protocolo IP. Essas redes determinam como dois ou mais processos se comunicam e interagem para troca de dados, possibilitando ao usuário o acesso a serviços e informações em escala mundial.

Protocolo IP é um protocolo usado entre duas máquinas em rede para encaminha-mento dos dados, ou seja, protocolo é um padrão de comunicação. O mais comum desses padrões, hoje, é o HTTP, e ao conjunto de recursos, usuários e computadores ligados na internet dá-se o nome de World Wide Web, que conhecemos pela sigla WWW, mas existem outros, como por exemplo o Gopher e o FTP.

Saiba mais

7.1.1 Evolução da internet

Em menos de meia década, a internet atingiu os primeiros 50 milhões de usuários. Esse número só foi alcançado pelo rádio em 38 anos; pela televisão, em 18 anos; e pelo telefone, em 16 anos. Mesmo tecnolo-gias mais modernas, como a TV a cabo e o computador, levaram respectivamente 10 e 11 anos para atingir 50 milhões de usuários (GREENSTEIN; FEINNAN, 2000).

O que conhecemos como internet nasceu na década de 1960, no contexto da Guerra Fria, tensão entre Estados Unidos e União Soviética. Nesse período, os Estados Unidos, preocupados em continuar com seus centros de comando interligados, para prevenir ocorrência de uma catás-

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unitins • letras • 1º PerÍODO 283

trofe iminente, montam uma estrutura e iniciam pesquisas nessa área. Inicialmente a internet foi concebida para uso militar (MILTET).

Com o fim da Guerra Fria, a estrutura concebida para aplicação militar foi disponibilizada para uso científico e educacional, agora com o nome de ARPANet. Na década de 1980, nos EUA, o uso comercial da rede começou a avançar lenta-mente. Na década seguinte, a internet se disseminou pelo mundo, inclusive no Brasil, a uma velocidade espantosa, com o advento da World Wide Web (WWW).

As trocas de informação e conhecimento entre cientistas, alunos e profes-sores de grandes universidades americanas ocorriam paralelamente ao desen-volvimento da internet, o que fez com que a rede mundial de computadores se tornasse bastante utilizada por essas pessoas desde o início de seu surgimento. Portanto a internet esteve presente na área educacional, desde o surgimento da rede mundial de computadores.

Para uso comercial, outro grande segmento em que a internet encontrou a maioria dos seus adeptos, a web possibilitou interações entre várias instituições, como as empresas com os consumidores/indivíduos. Com a evolução da utili-zação da web para a realização de negócios por empresas privadas, o governo percebeu que a internet poderia representar um novo canal para ampliar sua relação com o cidadão e ser um novo meio para oferecer serviços. Por isso ela se tornou moda e revolucionou os hábitos e costumes de todos.

A internet proporciona muito mais que uma simples inovação, uma vez que vem modificando os padrões culturais existentes e levando as pessoas a alterar a maneira de compreender o mundo, de se relacionar, trabalhar, comprar, entre várias outras atividades possíveis de realização por meio da internet.

A internet também tem sido vista como meio de proporcionar acesso à educação e à informação e permitir a real inclusão digital (acesso a toda a população). Nesse caso, cabe às prefeituras e aos governos oferecer serviços que facilitem a vida dos cidadãos e estabelecer um novo canal para o exercício da cidadania, principalmente para as classes menos favorecidas.

7.2 Acesso à internet

O internauta é a pessoa que acessa e navega pela internet, utilizando um equipamento básico constituído por um computador, um modem, uma linha tele-fônica e um provedor de acesso. Por meio do computador, você aciona um programa chamado discador. Esse programa dá ordem ao modem para utilizar a linha telefônica e fazer uma ligação para o provedor, responsável pela conexão do internauta com a internet. O computador do provedor de acesso tem o nome de host e é ele quem vai ser o nosso anfitrião na internet. A passagem para a internet chama-se gateway (porta, passagem, etc.), provedor de acesso, nossa porta de entrada na internet.

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Se você pretende acessar um computador na China, por exemplo, não é necessário fazer um interurbano internacional; basta conectar-se a um computador ligado à internet em sua cidade. Esse computador local está conectado a uma máquina em outro Estado, que está ligada a outro país e assim por diante, em uma rede. A figura ao lado explica melhor o que estamos dizendo.

7.3 As ferramentas da internet

Nas aulas anteriores, falamos bastante sobre a internet. Agora, vamos conhecer detalhes de seu funcionamento, para que você possa aproveitá-la melhor em suas aulas e em seu cotidiano.

Primeiro: você já deve ter se perguntado por que todos os endereços na internet começam com WWW. A resposta é simples: WWW é a sigla de World Wide Web (Rede de Alcance Mundial), uma das maneiras de se navegar no mundo virtual. A WWW não é o único endereço na internet. Além dela, há outros serviços como correio eletrônico, transferência de arquivos (FTP), listas de discussão, chat (bate-papo), entre outros.

Na internet, você encontra textos, imagens e sons denominados hipertextos e hipermídias. As páginas estão interligadas umas às outras, sem levar em conside-ração as distâncias. Quando você acessa um conteúdo na rede, além de textos, você encontra sons, vídeos e imagens: está entrando em contato com a hipermídia.

Hipertexto é o nome dado a uma forma de acesso ao conteúdo não linear.

No sítio <http://www.uff.br/mestcii/sueli1.htm>, você encontrará um artigo sobre hipermídia.

Saiba mais

Para acessar o conteúdo da internet, você precisará de um browser (nave-gador). A função do navegador é interpretar textos, imagens, sons e vídeo disponibilizados na internet, organizá-los de modo que possam ser visuali-zados. Os navegadores mais conhecidos são o Internet Explorer e o Netscape. Por meio do navegador, além dos sítios com informações sobre um determinado assunto, você poderá acessar salas de bate-papo (chat), listas de discussão (fórum) e correio eletrônico (e-mail).

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A sala de bate-papo (chat) funciona da seguinte forma: você entra em uma sala na qual há determinado número de pessoas. Pode conversar direta e exclusivamente com uma pessoa (contato reservado) ou com todos os participantes da sala. É um espaço democrá-tico, mas o número de pessoas que ele pode agregar é limitado.

A lista de discussão (fórum) assemelha-se a um mural de recados. Nela um internauta pode deixar uma mensagem relacionada a um tema determinado, e outros internautas podem comentar o que foi deixado pelo primeiro ou os comentários feitos sobre o tema em questão. O fórum é considerado um dos espaços mais democráticos da internet: não limita o número de participantes.

O correio eletrônico (e-mail) funciona como aquela caixa de correios tradi-cional que há em muitas residências. Na internet, você tem uma caixa de correios (caixa postal) em que você recebe as suas cartas (e-mails). Para você recebê-las, é necessário que tenha um endereço (endereço eletrônico). Por exemplo: você mora na Rua dos Lougros, n. 37, Palmas - TO. Já na internet, o seu endereço poderia ser [email protected]. O endereço eletrônico, diferentemente do residencial, é você quem escolhe.

7.4 Internet e educação

A internet pode ser uma grande aliada na área da educação, já que possi-bilita o conhecimento além da sala de aula, um intercâmbio de saberes entre alunos e professores de vários Estados e mesmo de diferentes países, além de proporcionar consulta a bibliotecas e acesso a cursos a distância. A educação é o elemento-chave na construção de uma sociedade baseada na informação, no conhecimento e no aprendizado.

Hazan (2001) concorda com isso e acrescenta que, mais do que a educação, a capacitação é o conceito-chave para a inclusão digital. Ensinar o uso de tecno-logias às crianças é fundamental para integrá-las, desde cedo, a uma sociedade cada vez mais informatizada. Também devem ser consideradas iniciativas para reduzir a dificuldade na apropriação do uso das tecnologias pelos idosos, para que eles possam ser incluídos na sociedade informatizada. Para a autora, o governo que realmente queira democratizar a informação deve planejar seu sistema, de forma a abranger o maior número de pessoas possível, mesmo que, para isso, tenha de utilizar diversas mídias.

Uma das grandes barreiras à inclusão digital, por meio da educação, é o baixo número de escolas com acesso à rede. Segundo o Livro Verde (2000), a

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maioria das escolas brasileiras ainda não está conectada à internet. De acordo com o Censo Escolar do MEC (2005), apenas 32% das escolas públicas de Ensino Fundamental possuíam computadores e só 15% tinham acesso à internet. Já no Ensino Médio, a realidade era um pouco melhor: 89% das escolas públicas desse nível possuíam computadores; dessas, 58% tinham acesso à internet.

7.5 Os novos rumos para a educação

Para Moran, Masetto e Behrens (2000), a introdução da internet está trazendo novos desafios, possibilidades e incertezas para o processo ensino-aprendizagem. Ainda segundo esses autores, não se pode esperar milagres, mas o uso da internet possibilita a troca de experiências, questionamentos, materiais e informações pessoais, tanto para os que estão próximos fisicamente quanto para os que a geografia separa. Na web, as distâncias físicas acabaram, podemos conversar com uma pessoa que está na Austrália ou no Japão como conversamos com o vizinho mais próximo.

Segundo Villa citado por Sampaio e Leite (2000), essa característica da internet pode trazer benefícios para o professor, pois os materiais para a prepa-ração das aulas estão disponíveis de uma forma mais ampla e fácil, afinal, bastam alguns cliques para se encontrarem bibliotecas em todo o mundo. Além desse aspecto, a internet também vem causando uma motivação maior nos alunos, por ser algo que fascina e pela sua inesgotável alternativa nas áreas da pesquisa, lazer, informação, divertimento, etc.

Para Lévy (1993), navegar na internet oferece inúmeras opções para a busca dos mais variados assuntos. Para o autor, o aspecto virtual da internet não pode nem deve substituir o real. Ao contrário, deve fazer com que o virtual aumente as possibilidades de atualização do real. Por isso temos de avaliar o papel da internet e pensar que educar utilizando as TIC (e principal-mente a internet) é um grande desafio, ainda hoje não encarado em todas as suas potencialidades.

Moran (1995) propõe o repensar dessa nova realidade, mesmo conside-rando que as TIC não chegam necessariamente a alterar a relação ensino-aprendizagem. Para ele, as TIC servem para reforçar as características de cada educador. Para o professor autoritário, o computador e a internet aumentarão seu controle sobre os educandos. Para o professor de mentalidade aberta, servirão de estímulo à interatividade com os alunos.

Ao professor cabe aguçar a curiosidade do aluno, para que queira conhecer, buscar informações e pesquisar. Além disso, deve questionar os resultados das pesquisas obtidas pela internet e fazer com que os alunos os questionem. Ainda de acordo com Moran (1995), o professor da era da informação deve trans-formar informação em conhecimento e este em saber e vida, chave do processo-aprendizagem desta era.

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Saber transformar informação em conhecimento é de suma importância para o aluno, porque o mercado de trabalho, na atualidade, exige dele uma nova visão do mundo. Por essa razão, o aluno deverá sair da escola familiarizado com essa nova forma de aprender e produzir na sociedade em rede, na qual está em destaque a interdisciplinaridade: cada aluno pode ver o problema por um prisma, a partir de uma determinada visão de mundo. Cabe ao professor mediar as diferentes visões e transformá-las em conhecimento.

A interdisciplinaridade é um termo que não tem significado único, tem diferentes inter-pretações. Em todas elas, está implícita uma nova postura diante do conhecimento, uma mudança de atitude na reorganização do saber. A interdisciplinaridade pode ser entendida como um processo de articulação das diferentes formas de encarar a realidade, as práticas e os procedimentos na produção do conhecimento: atualmente, as questões sociais, ambientais, educacionais, políticas e econômicas se apresentam amplamente complexas, exigindo a superação da visão unilateral.

Saiba mais

As TIC podem contribuir para que ocorra um novo olhar sobre o processo de ensino-aprendizagem, ao permitir que os limites da escola sejam ampliados para além das paredes, ao possibilitar a interação entre alunos e professores de diferentes instituições, mesmo que distantes geograficamente. Dessa forma, o processo ganha um novo ritmo, com inovações constantes, agradando e encan-tando, cada vez mais, o aluno.

Moran (1995) considera que esse novo encanto, que está se estabelecendo no processo ensino-aprendizagem, não pode e não é fruto somente das TIC. O sucesso dessa inovação está em nós mesmos, educadores, que temos a capaci-dade de nos tornar pessoas

[...] plenas num mundo em grandes mudanças e que nos soli-cita a um consumismo devorador e pernicioso. É maravilhoso crescer, evoluir, comunicar-se plenamente com tantas tecnologias de apoio. É frustrante, por outro lado, constatar que muitos só utilizam essas tecnologias nas suas dimensões mais superficiais, alienantes ou autoritárias. O reencantamento, em grande parte, vai depender de nós (MORAN, 1995, p. 25).

Porém tal possibilidade de crescimento por meio das TIC somente será possível se houver uma real inclusão digital. Se o acesso não acontecer de forma democrática, ocorrerá um desencantamento com a era da informação, visto que poucos terão oportunidade de usufruir dessa novidade.

7.6 As limitações ao acesso

Em virtude do enorme potencial das TIC, há a necessidade de implantação e, principalmente, de manutenção de planos de desenvolvimento que possibilitem o

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acesso de todos os cidadãos à internet, deram especial ênfase aos mais carentes, os quais dificilmente terão o acesso autônomo à tecnologia. O que se percebe, contudo, é que o interesse dos governantes pela questão é menor, de modo que os projetos de inclusão digital aparecem, normalmente, como iniciativas isoladas de alguns municípios ou ações tímidas dos governos estadual e federal.

Pode-se observar que, desde o início da civilização, o acesso às novidades não se dá de forma homogênea. Alguns indivíduos são apresentados e passam a usufruir de inovações antes dos outros. Se pensarmos na história da huma-nidade, a segregação de classes sempre existiu. Infelizmente, podemos dizer que essa realidade sobrevive até hoje, principalmente quando observamos as grandes áreas urbanizadas do nosso planeta. É possível notar que, na maioria dessas áreas, estão ocorrendo desigualdades entre as oportunidades oferecidas a diferentes segmentos da população.

No caso da utilização da internet, essa realidade também se concretizou. Segundo Hazan (2001), o grande problema do uso das novas tecnologias, atual-mente, é a formação de dois grandes grupos sociais: os incluídos digitalmente e os excluídos da sociedade em rede. A desigualdade social entre ricos e pobres, fenômeno particularmente acentuado no Brasil e em outros países em desenvol-vimento (mas não uma exclusividade dos países pobres), está adquirindo novos tons na era digital, configurando um apartheid digital (FGV-CPS, 2003). Essa segregação se caracteriza pela grande diferença entre a minoria dos que têm e a grande maioria dos que não dispõem de acesso ao mundo tecnológico, ficando à margem da nova onda tecnológica e das oportunidades que ela proporciona.

A exclusão/inclusão digital foi destaque no Fórum Social Mundial de 2005, no qual Santos (2005) evidenciou a necessidade de ações coletivas concretas para a possibilidade de contato virtual. Segundo ele, não podemos continuar a viver a divisão digital, que congrega 93% de todo o circuito de fluxos da internet no hemisfério Norte ou somente entre as cidades globais, entre outras, Nova York, Londres, Tóquio.

Grande número de analfabetos e de pessoas com baixo grau de instrução, associado ao elevado preço dos computadores e do acesso à web, constitui-se a grande barreira para a inclusão digital no Brasil. Outro entrave, para os programas de inclusão digital desenvolvidos pelos governos, é que alguns ainda estão pensando em formas de abastecer a população de computadores, sem perceber que, para que a tecnologia seja realmente produtiva para o ser humano, faz-se necessário a ação intelectual sobre ela. Hazan (2001, p. 1819) afirma que “o homem deve ter a possibilidade de compreender o sistema com o qual opera e não apenas utilizá-lo mecanicamente”.

Um estudo realizado sobre a geografia dos usuários da internet no mundo revelou que há uma distribuição bastante desigual, tanto em termos absolutos quanto em relação à população de cada país.

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Saiba mais

7.7 A tentativa de reduzir a exclusão digital

Para tentar reduzir essa desigualdade, o Brasil está promovendo ações que viabilizam a inclusão digital desde 2001. Políticas para a inclusão digital estão sendo pensadas com o objetivo de

[...] gerar igualdade de oportunidades na Sociedade da Informação: a partir da constatação de que o acesso aos modernos meios de comunicação, especialmente à Internet, geram para o cidadão um diferencial no aprendizado e na capa-cidade de ascensão financeira e com a percepção de que muitos brasileiros não teriam condições de adquirir equipamentos e serviços para gerar este acesso (MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA, 2000).

Também para nortear as ações do governo para a implantação e utilização das TIC no Brasil, foi criado um documento chamado Livro Verde da Sociedade da Informação (MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA, 2000), que traz como principais diretrizes:

a) aumentar o número de pessoas com acesso direto e indireto à internet no Brasil;

b) tornar popular o acesso à internet em todo o país (disponibilizando pontos de acesso – quiosques em cidades com mais de 50 mil habitantes);

c) produzir e disponibilizar hardware e software de baixo custo ou utilizar software livre;

d) promover a implantação de serviços de acesso público (em 2000 biblio-tecas públicas e em 5500 centros comunitários);

e) finalmente, oferecer mecanismos de aprendizagem em informática e trei-namento no uso da internet em larga escala.

Baseados nessas metas do governo, experiências bem-sucedidas de ações públicas estão aparecendo em vários Estados do país. Os projetos visam a capacitar pessoas para utilizarem a internet, para terem acesso à informação, educação e conhecimento, como também possibilitar o acesso aos serviços do

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governo. Com esses recursos, a relação entre governo e cidadão pode ficar mais próxima e proporcionar um novo canal para o exercício da cidadania. Por outro lado, muitos municípios estão à mercê dessas ações, o que aumenta o fosso que divide os cidadãos com acesso à internet dos excluídos digitalmente.

Portanto, entre as TIC, a internet é um dos recursos mais utilizados pela população, pela diversidade de opções que apresenta. Ela possibilita o acesso às variadas informações, permite que as pessoas manifestem suas opiniões e acompanhem o trabalho de seus governantes. A partir desse prisma, a internet propicia grandes oportunidades e pode ser utilizada como uma ferramenta poderosa para a educação, ampliação da cidadania, o acesso a serviços, etc.

Porém, se o acesso a essa tecnologia não ocorrer de forma uniforme, para toda a população, teremos, além dos excluídos socialmente, os excluídos digital-mente ou os excluídos da sociedade em rede.

7.8 Software educacional

Oliveira, Costa e Moreira (2001) descrevem com muita clareza os diversos ambientes informatizados de aprendizagem. Existem diferentes classes de softwares, utilizados no processo educacional. O que caracteriza um software educacional é sua inserção em contextos de ensino-aprendizagem, tanto como ferramenta de ensino quanto como ferramenta de apoio nos processos administrativos escolares. Podem ter duas categorias: software educativo e software aplicativo.

Software educativo (SE), ou Programa Educativo por Computador (PEC), caracteriza-se pelo fato de ter sido desenvolvido com a finalidade de levar o aluno a construir determinado conhecimento referente a um conteúdo didático relacionado com seu currículo escolar. Deve ser fácil de utilizar, permitindo que qualquer usuário, mesmo que em primeiro contato com a máquina, seja capaz de desenvolver suas atividades e usufruir de uma das seguintes modalidades:

a) tutoriais: programas que disponibilizam recursos on-line, pelos comandos de acesso do usuário ao conteúdo didático, buscando a não-passivi-dade do aluno diante do software, por meio da proposição de questões, às quais ele deve reagir ou responder. A limitação do SE tutorial é a ausência de um amplo potencial de interação e análise das respostas;

b) simulação: há muito tempo, os professores e estudantes utilizam esse recurso no desenvolvimento das atividades escolares, para a compreensão dos fenômenos e a comprovação das leis, como as da Física e as da Biologia, em substituição a um experimento real. É muito importante que o professor evite a prática exemplar, na qual executa o experimento com o intuito de acelerar o processo. Dessa maneira, os alunos ficam na posição de espec-tadores e as chances de aprender e com a ferramenta diminuem;

c) jogos educacionais: têm como objetivo possibilitar o entretenimento, podendo influenciar os aspectos socioafetivos e cognitivos. Sua essência é a aprendizagem prazerosa e a criatividade com diversão.

No software aplicativo, existem programas de uso geral no mercado, deno-minados aplicativos, que são extensamente utilizados na escola, em contextos de ensino, no processo de apoio à produção de sistemas educacionais (SE) e nos processos administrativos.

Nesta aula, estudamos sobre a internet, as possibilidades e as transforma-ções que provoca no cotidiano das pessoas. Constatamos que a internet deve fazer parte do ambiente escolar e que deve ser usada corretamente no processo de ensino-aprendizagem. Discutimos sobre os dois grupos sociais: os incluídos e os excluídos digitalmente. Vimos que, no Brasil, o governo vem promovendo ações redutoras da diferença de acesso às TIC. Por último estudamos os dife-rentes tipos de softwares educativos.

1. Sobre a internet, uma das afirmações está incorreta, assinale-a.

a) O acesso a essa tecnologia vem ocorrendo de forma não-uniforme, tanto no Brasil como em diversos países do mundo, há dois grandes grupos, os incluídos e os excluídos digitalmente.

b) Quanto maior for o empenho dos governantes em proporcionar o acesso à internet e incentivar o uso dela, maior será o grau de inclusão digital de uma população.

c) A internet vem proporcionando várias inovações para o dia-a-dia das pessoas, porém não está conseguindo alterar os padrões culturais existentes.

d) Atualmente, a internet possibilita a interação de três instituições, empresas, consumidores/indivíduos e governo.

2. Você aprendeu como funciona a internet. Sabe, portanto, os termos que se referem a ela e conhece as ferramentas por ela disponibilizadas. Relacione os números de acordo com a sua função e/ou significado.

(1) WWW (3) Navegador (5) E-mail

(2) Hipertexto (4) Chat (6) Modem

( ) Forma de leitura não-linear que, por meio de um link, é possível ir a outra fonte de informação.

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c) jogos educacionais: têm como objetivo possibilitar o entretenimento, podendo influenciar os aspectos socioafetivos e cognitivos. Sua essência é a aprendizagem prazerosa e a criatividade com diversão.

No software aplicativo, existem programas de uso geral no mercado, deno-minados aplicativos, que são extensamente utilizados na escola, em contextos de ensino, no processo de apoio à produção de sistemas educacionais (SE) e nos processos administrativos.

Nesta aula, estudamos sobre a internet, as possibilidades e as transforma-ções que provoca no cotidiano das pessoas. Constatamos que a internet deve fazer parte do ambiente escolar e que deve ser usada corretamente no processo de ensino-aprendizagem. Discutimos sobre os dois grupos sociais: os incluídos e os excluídos digitalmente. Vimos que, no Brasil, o governo vem promovendo ações redutoras da diferença de acesso às TIC. Por último estudamos os dife-rentes tipos de softwares educativos.

1. Sobre a internet, uma das afirmações está incorreta, assinale-a.

a) O acesso a essa tecnologia vem ocorrendo de forma não-uniforme, tanto no Brasil como em diversos países do mundo, há dois grandes grupos, os incluídos e os excluídos digitalmente.

b) Quanto maior for o empenho dos governantes em proporcionar o acesso à internet e incentivar o uso dela, maior será o grau de inclusão digital de uma população.

c) A internet vem proporcionando várias inovações para o dia-a-dia das pessoas, porém não está conseguindo alterar os padrões culturais existentes.

d) Atualmente, a internet possibilita a interação de três instituições, empresas, consumidores/indivíduos e governo.

2. Você aprendeu como funciona a internet. Sabe, portanto, os termos que se referem a ela e conhece as ferramentas por ela disponibilizadas. Relacione os números de acordo com a sua função e/ou significado.

(1) WWW (3) Navegador (5) E-mail

(2) Hipertexto (4) Chat (6) Modem

( ) Forma de leitura não-linear que, por meio de um link, é possível ir a outra fonte de informação.

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292 1º PerÍODO • letras • unitins

( ) Software utilizado para acessar um sítio na internet.

( ) Ambiente no qual é possível dialogar, em tempo real, com outras pessoas, independentemente da distância, por meio de textos.

( ) Sigla de World Wide Web (rede de alcance mundial).

( ) Aparelho que disca um número, por meio da linha telefônica, para acessar a Internet.

( ) Sistema que permite o envio de mensagens, por meio da internet. Funciona como correio eletrônico.

3. Enumere os itens a seguir de acordo com as características de cada tipo de software.

I. Software educacional

II. Software educativo

III. Software aplicativo

( ) Caracteriza-se pela sua inserção em contextos de ensino-aprendizagem.

( ) Extensamente utilizado na escola, tanto no processo de apoio à produção de sistemas educacionais (SE) quanto nos processos administrativos.

( ) Caracteriza-se pelo fato de ter sido desenvolvido com a finalidade de levar o aluno a construir determinado conhecimento, referente a um conteúdo didático relacionado com seu currículo escolar.

4. Analise as afirmativas sobre a relação entre as TIC, o indivíduo e a sociedade.

I. Apesar de a internet ter proporcionado uma facilidade de interação entre as pessoas no mundo todo, as barreiras geográficas se acentuaram com a expansão, evidenciando os limites físicos.

II. As redes formadas pela utilização da internet estão sendo a base da nova sociedade em que estamos vivendo.

III. O paradigma das TIC evidencia as transformações tecnológicas em relação à sociedade e ao indivíduo.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente a afirmativa I está correta.

b) Somente as afirmativas I e II estão corretas.

c) Somente as afirmativas I e III estão corretas.

d) Somente as afirmativas II e III estão corretas.

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unitins • letras • 1º PerÍODO 293

5. Na era digital, há uma grande diferença entre a minoria dos que têm e a grande maioria dos que não dispõem de acesso ao mundo tecnológico, ficando estes à margem da nova onda tecnológica e das oportunidades que ela proporciona. Qual alternativa não corresponde ao que foi visto no texto sobre esse assunto?

a) Pode-se acreditar que grande número de analfabetos e de pessoas com baixo grau de instrução, associado ao elevado preço dos computadores e do acesso à web, constitui-se na grande barreira para a inclusão digital no Brasil.

b) Como já era de se esperar, em um estudo realizado sobre a geografia dos usuários da internet no mundo, o resultado foi uma distribuição bastante desigual, tanto em termos absolutos quanto em relação à popu-lação de cada país.

c) Há a necessidade de implantação e, principalmente, de manutenção de planos de desenvolvimento que possibilitem o acesso de todos os cidadãos à internet, dando especial ênfase aos mais carentes, os quais dificilmente terão acesso à tecnologia por conta própria.

d) Pode-se observar que, desde o início da civilização, o acesso às novi-dades ocorre de forma homogênea. Os indivíduos são apresentados e passam a usufruir de inovações, independente do local onde vivem.

6. Para tentar reduzir a desigualdade, o Brasil está promovendo ações que viabilizem a inclusão digital. Considerando essa realidade, analise as seguintes afirmações.

I. O acesso aos modernos meios de comunicação, especialmente à internet, gera, para o cidadão, um diferencial no aprendizado e na capacidade de ascensão financeira.

II. Uma das metas do Livro Verde é aumentar o número de pessoas que têm acesso direto à internet no Brasil.

III. O governo pretende disponibilizar o acesso à internet em todo o país, não somente em escolas, mas também em quiosques nas cidades com mais de 50 mil habitantes.

IV. Além de disponibilizar computador de baixo custo à população, o governo também tem a intenção de oferecer mecanismos de aprendizagem em informática e treinamento no uso da internet em larga escala.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.

b) Somente as afirmativas I e III estão corretas.

c) Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas.

d) Todas as afirmações estão corretas.

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294 1º PerÍODO • letras • unitins

Na atividade um, a alternativa incorreta é (c). A afirmação está incorreta porque as TIC influenciam consideravelmente os padrões culturais existentes. Pode-se ter como exemplo o uso de urnas eletrônicas para as eleições, caixas eletrônicos para serviços bancários e a utilização da internet para obter informa-ções, serviços, educação, compras, entre outros.

Na atividade dois, a ordem da resposta é 2, 3, 4, 1, 6 e 5. Se você acertou, parabéns! Isso é sinal de que a internet não tem tantos segredos para você.

Na atividade três, a seqüência correta é III, I e II.

Na atividade quatro, a alternativa correta é a (d). A afirmação (I) está incor-reta, visto que a internet, com a possibilidade de abrangência global, está elimi-nando as barreiras geográficas. Podemos, estando no Brasil, conversar com uma pessoa no Japão e outra no Canadá ao mesmo tempo, ou seja, as barreiras geográficas físicas não existem nessa conversa.

Na atividade cinco, a alternativa incorreta é a (d) porque, infelizmente, o acesso às novidades, sejam elas relacionadas às TIC ou a qualquer outra coisa, ocorre de forma desigual, acentuando, muitas vezes, ainda mais a diferença entre os países ricos, a minoria, e os países em desenvolvimento e subdesenvolvidos, a maioria.

Na atividade seis, a alternativa correta é a (d), pois todas as afirmações estão corretas.

Com essas atividades, você atingiu os objetivos desta aula: entender a relação que envolve a utilização das TIC com o indivíduo e a sociedade atual; compreender o processo que estabelece a formação de dois grandes grupos sociais, considerando o acesso às TIC, os incluídos e os excluídos digitalmente; e conhecer a variedade de ferramentas e softwares educativos disponíveis.

BRASIL. Ministério da ciência e tecnologia. Sociedade da informação no Brasil – Livro Verde. Brasília. p. 231, set. 2000.

FGV-CPS. Mapa da exclusão digital. Rio de Janeiro: FGV/IBRE, 2003.

GREENSTEIN, M.; FEINNAN, T. Electronic commerce: security, risk management and control. Boston: McGraw-Hill, 2000.

HAZAN, V. M. Os reflexos do mundo virtual na cidade real. In: ANPUR, 2001, Rio de Janeiro. Anais. Rio de Janeiro: [s.n.], 2001. p. 1814-1823.

LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência. Rio de Janeiro: 34, 1993.

MORAN, J. M. Novas tecnologias e o re-encantamento do mundo. Tecnologia Educacional, v. 23, n. 126, p. 24-26, set./out. 1995.

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unitins • letras • 1º PerÍODO 295

______; MASETTO, M.; BEHRENS, M. Novas tecnologias e mediação pedagó-gica. São Paulo: Papirus, 2000.

OLIVEIRA, C.; COSTA, J.; MOREIRA, M. Ambientes informatizadas de aprendi-zagem. Campinas: Papirus, 2001.

SAMPAIO, M. N.; LEITE, L. S. Alfabetização tecnológica do professor. Rio de Janeiro: Vozes, 2000.

SANTOS, B. de S. O fórum social mundial: manual de uso. São Paulo: Cortez, 2005.

Anotações

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