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APRENDIZAGEM COOPERATIVA: OPÇÃO METODOLÓGICA DE ENSINO-

APRENDIZAGEM DO TEMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL.

Eva Antunes Basílio Komar¹

Sandro Aparecido dos Santos²

RESUMO: Este artigo apresenta resultados de uma proposta de intervenção pedagógica desenvolvida no Colégio Procópio Ferreira Calda, Pinhão-Paraná-Brasil, com alunos do oitavo ano, usando como estratégia pedagógica o método de aprendizagem cooperativa “STAD” (Student-Teams-Achievement Divisons - divisão dos alunos por equipe para o sucesso). O conteúdo abordado foi alimentação saudável. Tratando-se de alunos adolescentes, fase da vida na qual ocorrem grandes transformações biológicas e psicológicas buscando novas referências para entender a si próprias e a sociedade em que vivem muitos perde o interesse pelas atividades escolares, não entendendo que os conhecimentos científicos ajudam a conhecer a sociedade que esta inserido. São fundamentais metodologias que tornem a aprendizagens significativas que subsidiem os alunos nos seus conflitos próprios nesta fase de vida, estimulando a buscar e compartilhar novos conhecimentos já que minguem consegue ser passivo com tanta tecnologia que proporciona a interação constante. Trabalhar com métodos cooperativos oportunizou participação mais ativa do aluno no processo de ensino-aprendizagem e favoreceu o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social, por meio da cooperação. Palavras-chave: Ensino Fundamental . Ensino de Ciênc ia. Aprendizagem Cooperat iva. Al imentação Saudáve l.

1 INTRODUÇÃO

A sociedade contemporânea vive em constantes transformações sociais,

políticas e econômicas amparadas pelo desenvolvimento das tecnologias da

informação e comunicação. Os alunos estão em constante interação com a

informação e a comunicação, e passam a não ter apenas contato com a cultura

local. Adquirem diversidades de informação no seu dia a dia. São pessoas que já

possuem muitas informações necessárias para processo de ampliação do

conhecimento. É necessário valorizar essas informações prévias, dando a

oportunidade ao aluno analisar, reestruturar e decidir como utiliza-lo para o seu

aperfeiçoamento individual. Dessa forma, o conhecimento científico passa ser

socialmente construído.

Diante de tantas modificações, segundo Krasilchik e Marandino (2007, p. 8),

“o ensino de ciências passou de uma fase de apresentação da ciência neutra para

uma visão interdisciplinar, em que o contexto da pesquisa científica e suas

consequências sociais, políticas e culturais são elementos marcantes”. Mas esta

visão interdisciplinar e integradora do ensino de ciências ainda não acontece no

processo pedagógico, há ênfase no repasse de conteúdo, quase sem preocupação

com os conhecimentos prévios, e o envolvimento dos alunos no processo de ensino

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aprendizagem, que são extremamente comunicativos e precisam ser ativos no

trabalho pedagógico.

A postura pedagógica adotada pelo professor influenciara a vida social deste

aluno. Segundo, Pozo e Crespo (2009, p. 39) “de qualquer maneira as atitudes que

o aluno adote com respeito ao aprendizado de ciências dependerão estritamente de

como ele esta aprendendo, ou seja, do tipo de atividade de aprendizagem/ensino em

que ele está envolvido.” Se o processo estimula a colaboração, a pesquisa, buscar

informações, analise, conclusão, desenvolve valores e habilidades sociais

provavelmente o estudante aprende a dar significado próprio nas muitas

informações adquiridas no seu dia a dia, tendo consciência do que é essencial na

sua vida e de seu papel na coletividade.

A organização metodológica para que o aluno tenha sucesso deve levar em

conta o grau de maturidade cognitiva. Tratando-se de adolescentes é essencial

perceber que nesta fase da vida ocorrem grandes transformações, passam a não

ser crianças e nem adultos. Precisam buscar novas referências para entender a si

próprias. Isso gera conflitos que causam inquietação emocional afetando sua

aprendizagem e seu interesse pelas atividades pedagógicas. Ao pensar o processo

de ensino para esses alunos, o professor é desafiado a organizar aulas que ajudem

no entendimento dessas divergências para que ele possa ter conhecimento e

consciência de si próprio e do outro e, ao mesmo tempo, estimular nos alunos o

interesse do que lhe é ensinado. Segundo Seipp, apud, Chabot e Chabot (2005, p.

74), “após estudo conclui que: quanto mais um indivíduo estiver inclinado a

inquietar-se, menos ele terá êxito em seus estudos, qualquer que seja o critério de

referência(...).

Tornar a ação pedagógica significativa no Ensino de Ciências e contribuir

para melhorar a qualidade da Educação no Estado do Paraná, foi proposto como

alternativa pedagógica, os métodos de aprendizagem cooperativa que estimulam os

alunos a buscar e compartilhar novos conhecimentos desenvolve habilidades

cognitivas, social, de atitudes e valores. Esta proposta foi estruturada para ser

trabalhada com alunos do oitavo ano, por um período de 32 aulas no Colégio

Procópio Ferreira Caldas. O tema escolhido foi Alimentação Saudável. Caberá ao

professor adaptá-la para mais ou menos aulas de acordo com sua realidade.

Os objetivos específicos ficaram definidos como:

Oportunizar participação mais ativa e cooperativa dos alunos no processo

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de aprendizagem;

Estimular o interesse pelas habilidades sociais;

Conscientizar sobre a responsabilidade que cada individuo tem na nutrição

de seu organismo;

Verificar se o método de aprendizagem cooperativa será eficaz para o

envolvimento dos alunos nas aulas.

Nesta pesquisa foi usado como estratégia pedagógica o seguinte método de

aprendizagem cooperativa: métodos “STAD” (Student-Teams-Achievement Divisons

- divisão dos alunos por equipe para o sucesso), que proporcionou o trabalho em

grupo, mas que ao mesmo tempo o educando precisa agir com autonomia,

respeitando as diferenças individuais da equipe. Estes métodos possibilitam

aprender valores (solidariedade, respeito, entre outros), regras e modo de

convivência social. Também favorecem o trabalho coletivo entre professor e alunos

com o conhecimento, que permitem ao aluno entender que o aprendizado na escola

faz parte do seu dia a dia, servindo para a sua autonomia, com duração para toda a

vida.

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Aprendizagem Cooperativa

Tornar a aprendizagem significativa dos conhecimentos científicos em sala de aula num desafio prazeroso é conseguir que seja significativo para todos, tanto para o professor quanto para o conjunto de alunos que compõem a turma. É transformá-la em um projeto coletivo, em que a aventura da busca do novo, do desconhecido, de sua potencialidade, de seus riscos e limites seja a oportunidade para o exercício das relações sociais e dos valores. (DELIZOICOV, et al, 2009, p. 153).....

Como tornar o aluno atuante no processo de aprendizagem? Essa pergunta

está presente no dia a dia de todos os professores que sentem a necessidade de

mudanças na prática pedagógica para tornar a educação mais interessante e menos

exclusiva.

“A aprendizagem cooperativa é uma metodologia com a qual os alunos se

ajudam no processo de aprendizagem, atuando como parceiros entre si e com o

professor, visando adquirir conhecimentos sobre um dado objeto”. (Lopes, Silva,

2009, p. 4)

Utilizar na prática pedagógica métodos cooperativos, que dão ênfase ao

cooperativismo favorece o desenvolvimento de pertencer a um grupo, proporcionam

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a conscientização da responsabilidade social de cada individuo na formação de uma

sociedade mais justa e sustentável. As atividades cooperativas também trabalham

conceitos como fraternidade, solidariedade, respeito podendo ser desenvolvidas de

forma lúdica e prazerosa levando o aluno a perceber a interdependência entre todos.

São situações de escolha, de decisão mais participativa, em que o adolescente exerce sua autonomia isoladamente, a dois, no pequeno grupo, coletivamente em uma organização, e expressa, experimenta, reestrutura valores e comportamentos. A definição de uma ética própria, o julgamento de valores, a responsabilidade dos próprios atos, a decisão coletiva, a pertença a um grupo são fatores identitários que permitem o aprendizado e o exercício da capacidade de decisão e da cidadania. (DELIZOICOV, et al, 2009, p. 148)

Percebe-se que atividades cooperativas são instrumentos essenciais na

construção do conhecimento que conscientiza principalmente o aluno sobre suas

atitudes sociais e de cooperação para que todos possam atingir os objetivos. O

aprendizado deixa de ser individualizado e passa a ser coletivo.

“Ao trocar experiências com o grupo, o aluno organiza o pensamento para

exprimir suas idéias de forma que se faça compreendido por todos. Ele fala, ouve os

seus pares, analisa, sintetiza e expõe idéias e opiniões, questiona, argumenta,

justifica, avalia”. (Porto, et al, 2009, p. 36)

Ainda de acordo com Niquini (1997), (...) “professores que desejam oferecer

aos seus alunos, uma formação que contemple não apenas a transmissão de

conteúdos, mas o desenvolvimento de outras habilidades sociais como a

comunicação, a cooperação, o trabalho em equipe, o pensar e o avaliar no coletivo”.

2.1.1 Fundamentos Teóricos da Aprendizagem Cooperativa

Para Slavim (1995); Apud Lopes e Silva (2009, p. 5-6) as perspectivas são as

seguintes:

a) Perspectivas de motivação

Colocam o enfoque na recompensa sob o qual os alunos operam, ou seja, é

criada uma situação, onde os membros só conseguem realizar os objetivos

pessoais, se o grupo for bem-sucedido. O sucesso individual só acontece se todos

os membros da equipe forem bem sucedido.

b) Perspectivas de coesão social

Defendem que os efeitos da aprendizagem cooperativa acontecem devido à

união do grupo, isto é, os alunos ajudam os outros porque desejam o sucesso.

c) Perspectiva cognitiva

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As interações entre os grupos, irão por si só, melhorar aprendizagem do

indivíduo por razões relacionadas com seus processos mentais.

Duas perspectivas cognitivas diferentes podem ser descritas: a perspectiva

de desenvolvimento cognitivo assume, fundamentalmente, que a interação entre

aprendentes (alunos), em tarefas apropriadas, aumenta seu domínio ou mestria em

relação a conceitos fundamentais. Essa perspectiva fundamenta-se na teoria, na

zona de desenvolvimento próximo, de Vygotsky (1984) e nos estudos de Piaget. A

perspectiva de elaboração está fundamentada em investigações na área da

psicologia cognitiva, que sustentam o fato de que informações retidas na memória

estão relacionadas com outras anteriormente retidas.

Ao analisar as perspectivas da aprendizagem cooperativa fica evidente que

aprendizagem cooperativa proporciona ao estudante participar, decidir, escolher,

exercer autonomia, ser responsável pelos próprios atos, decisão coletiva, pertencer

a um grupo. Esses fatores ajudam na formação da identidade, permitem que o

aprendizado se torne mais interessante, desenvolvem habilidade social que será útil

para toda a vida do individuo. O que caracteriza os grupos cooperativos é: a

interdependência positiva, responsabilidade individual e de grupo, A interação

estimuladora, preferencialmente face a face, as competências sociais e o processo

de grupo ou avaliação do grupo.

Como afirmam Johnson, Johnson e Holubec (1999) Apud, Lopes e Silva,

(2009, p. 20) “a utilização da aprendizagem cooperativa exige uma ação disciplinada

por parte do professor”.

2.2 Método de Aprendizagem Cooperativa Aplicado neste Projeto.

Existem vários métodos de aprendizagem cooperativa de curta e longa

duração. Este trabalho foi desenvolvido o método STAD ( Divisão de alunos por

equipes para o sucesso) de longa duração.

2.2.1 STAD (Divisão dos alunos por equipes para o sucesso).

O STAD é um dos métodos formais mais simples de aprendizagem

cooperativa.

Segundo Slavin (1986, 1995, 1999) e Stevens, Slavin e Farnish (1991); Apud

Lopes e Silva (2009, p.101), O STAD consta de cinco componentes principais:

1. Apresentação à turma pelo professor;

2. Trabalho de grupo;

3. Questionário de avaliação individual;

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4. Verificação do progresso dos resultados individuais

5. Reconhecimento ou recompensa da equipe.

Preparação

a) Formação dos grupos que deve ser de 4 ou 5 elementos.

b) Materiais a serem utilizados devem ser organizados pelo professor com

antecedência.

Como Implementar o STAD/ Programa de Atividade

O STAD consiste num ciclo regular de atividades educativas, que começa

com a apresentação, pelo professor para toda a turma, do conteúdo a aprender. De

(acordo com Good, Growus e Ebmeir (1983) citados por Slavin, 1995, p. 76), as

apresentações do professor devem seguir as seguintes etapas: abertura,

desenvolvimento e prática guiada de toda a atividade.

A primeira etapa de ensino é composta por abertura, desenvolvimento, e

prática guiada; a segunda é a principal etapa de estudo ou grupo de estudo; a

terceira etapa é os questionários, momento de avaliação individual; a quarta etapa é

o momento de a equipe avaliar sua superação; a quinta etapa é o reconhecimento

do progresso do grupo pelo professor.

2.3 Educação Nutricional na Adolescência

Para Mckeith, (2005, p. 18), “(...) escolher alimentos saudáveis melhora a

aparência e a sensação de bem-estar. Aumenta o poder de raciocínio, melhora o

humor, reduz estresse, aumenta a vitalidade e dá-lhe um coração mais saudável”. O

adolescente consciente de seus hábitos alimentares terá sua autoestima melhorada

e uma qualidade de vida saudável.

A educação nutricional na adolescência é de relevância, pois é o período em

que ocorre a busca da identidade própria e ampliação da vida social. O

conhecimento dos nutrientes e dos alimentos visando conscientizar sua importância

para uma vida saudável, subsidia teoricamente o adolescente, para que ele possa

definir seus hábitos alimentares sem muita influência da mídia e do grupo de

amigos.

A adolescência é uma fase em que o crescimento é rapidamente aumentado

podendo o adolescente ganhar num curto período de tempo até 20% de sua altura

adulta e 50% de seu peso. “Esse período também é chamado de estirão do

crescimento e ocorre em idades diferentes para cada indivíduo. Em geral as

meninas maturam mais cedo que os meninos”. (Mahan, Escott, 2005).

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Os adolescentes nesta fase ficam com vergonha do corpo, devido às

alterações nas proporções dele. Não tem maturidade emocional para entender o

que esta acontecendo. A ansiedade é constante. Muitos encontram no alimento uma

forma de minimizar a angústia e adquirem hábitos alimentares inadequados para a

sua saúde.

“O adolescente passa por desenvolvimento cognitivo e emocional que pode

ser dividido em: inicial, intermediário e final. O aconselhamento nutricional deve ser

diferente dependendo da fase em que o adolescente está”. (Mahan, Escott, 2005)

Segundo Mahan, Escott, 2005) a adolescência apresenta três fases que

devem ser observada para orientação nutricional.

Na fase inicial o adolescente apresenta as seguintes características: é

preocupado com a sua imagem corporal, ele confia e respeita os adultos e é ansioso

quanto a sua relação com os colegas. É desejoso em fazer ou experimentar

qualquer coisa que melhore sua imagem corporal de maneira rápida. Trabalhos

educativos nessa fase devem ser de curto prazo.

O adolescente na fase intermediária é muito influenciado pelo grupo de

colegas, desconfia dos adultos, tem a independência como algo muito importante e

experimenta um desenvolvimento cognitivo significativo. Nessa fase o adolescente

escutará mais os amigos que a própria família; está se tornando mais responsável

pelo que consome. O impulso para a independência faz com que tenha repulsa

pelos hábitos alimentares da família. A orientação alimentar deve ser focada para os

cuidados que se deve ter ao alimentar-se fora de casa.

A fase final é aquela em que o adolescente já estabeleceu sua imagem

corporal, pensa no futuro e fazem planos, está mais independente, está

desenvolvendo intimidade e relações permanentes. Nessa fase, já está preocupado

com sua saúde geral, assim os aconselhamentos nutricionais devem ser em longo

prazo e devem ser acompanhados de um fundamento lógico. Ele gosta de tomar

suas próprias decisões, mas está aberto à informações fornecidas pelos

profissionais da saúde.

No período da adolescência há uma grande preocupação com a imagem

corporal e com a aceitação ou não do grupo que convive, surgindo então transtornos

alimentares como alimentação compulsiva, bulimia e anorexia. É necessário que

escola momentos de reflexão e debate sobre assunto para que o aluno adquira

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consciência das necessidades nutricionais na adolescência, para evitar futuros

problemas de saúde física e emocional.

3 METODOLOGIA

Após amplo estudo bibliográfico e análise da realidade social dos alunos, do

oitavo ano do Colégio Estadual Procópio Ferreira Caldas – Ensino Fundamental e

Médio, da cidade de Pinhão-Paraná-Brasil. Percebe-se que a maioria filhos de

famílias de trabalhadores rurais, camponeses e pais que buscam o sustento da

família em outros estados ou municípios. Muitos vivem com os avós ou outros

familiares, isso reflete no interesse pela aprendizagem e também no comportamento

social, já que a maioria das atitudes, comportamento e valores são adquiridos fora

do ambiente escolar.

Estes alunos estão na fase da adolescência que um período de muitas

mudanças e conflitos pessoais na busca da formação da identidade própria.

Refletindo sobre esses fatores optou-se nesta investigação por desenvolver uma

metodologia mais centrada nos alunos, trabalhada em grupo com o intuito de

despertar o interesse pelas atividades pedagógicas e facilitar o sucesso na

aprendizagem cognitiva e atitudinais.

As atividades foram desenvolvidas utilizando o Método de Aprendizagem

Cooperativa Desenvolvido STAD (Divisão dos alunos por equipes para o sucesso).

Conteúdo programático: Alimentação saudável.

Competências cooperativas: ajudar; escutar os outros; respeitar regras; permanecer

na tarefa; encorajar e elogiar o colega; estar solidário com a equipe, controlar o tom

de voz.

Competências cognitivas: compreender o valor nutricional dos alimentos na

preservação do organismo saudável.

Interdependência positiva: ligado aos objetivos, e aos papéis.

Objetivo das atividades:

Conhecer os nutrientes, seu valor nutricional e importância para o organismo

saudável;

Identificar os grupos de nutrientes na pirâmide alimentar;

Construir uma pirâmide alimentar utilizando a lista elaborada com os

alimentos preferidos da equipe;

Conceituar alimentação saudável;

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Identificar as principais barreiras para a adoção de uma alimentação

saudável;

Analisar a alimentação da equipe e observar se é saudável;

Cada grupo ficou com uma cópia para acompanhar o desenvolvimento das

atividades.

Para cada momento foi elaborada uma ficha de trabalho com uma introdução

sobre o assunto e todos os procedimentos para resolver as atividades sempre

enfocando a aprendizagem cooperativa.

Em todos os momentos os papeis foram trocados pelos elementos do grupo,

assim em todas as atividades os alunos fizeram a avaliação das habilidades sociais

exigidas para o desenvolvimento das atividades grupo. Avaliaram o desempenho

individual e coletivo do grupo.

a) PRIMEIRO MOMENTO: Nesta atividade os alunos pesquisaram sobre os

principais nutrientes e suas funções em diferentes fontes como revistas, livros,

internet, livro didático e partilharam no grupo a pesquisa. Os grupos discutiram

algumas questões proposta sobre o tema. E receberam as seguintes tarefas para

serem desenvolvidas: organizar durante todo o trabalho com o tema alimentação

um glossário de termos desconhecidos da equipe sobre o tema. As equipes

deveriam digitar a palavra ou termo com seu significado ou definição não

esquecendo identificar nome da equipe em uma pasta. No final do projeto será foi

copia do glossário e entregue aos participantes; Ao final de todas as aulas o grupo

deve escrever o que foi mais significativo para o grupo e colocar no mural da escola

para socializar a aprendizagem; Todos os elementos do grupo traziam para a

próxima aula duas embalagens de alimentos. Na aula seguinte resolviam o miniteste

individual sobre o tema.

b) SEGUNDO MOMENTO: Organizaram os papeis no grupo e receberam a ficha de

trabalho com o tema: organizar os alimentos em grupo. Confeccionaram um cartaz

dos nutrientes, com gravuras ou desenho de alimentos separando os carboidratos,

as proteínas, lipídios, vitaminas e sais minerais.

Após resolveram as questões e verificaram se todos os elementos do grupo

entenderão o conteúdo, apresentaram explicando para os colegas da sala de aula o

cartaz que o grupo confeccionou. Na próxima aula resolveriam o miniteste individual.

c) TERCEIRO MOMENTO: organizaram os papeis no grupo. Receberam a ficha de

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trabalho com o tema: Pirâmide Alimentar. Discutiram no grupo as questões proposta

e desenharam uma pirâmide alimentar, colocando os alimentos da lista da dieta da

equipe na posição de cada grupo alimentar. Responderam a seguinte questão: a

dieta do grupo é equilibrada? Em seguida compartilharam com os colegas da sala

de aula suas pirâmides e respostas. Na próxima aula realizaram o miniteste

individual.

d) QUARTO MOMENTO: Organizaram os papeis no grupo e receberam a ficha de

trabalho com o tema: Recomendações para Orientação Nutricional, discutiram no

grupo resolveram as questões propostas e, em seguida escreveram as resposta em

um cartaz e apresentaram para os colegas da turma. Colocaram estes cartazes no

mural da escola para socializar os conhecimentos com os outros alunos da escola.

Resolveram o miniteste em dupla.

e) QUINTO MOMENTO: organizaram os papeis no grupo e receberam a ficha de

trabalho como o seguinte tema: Consequências dos maus hábitos alimentares na

adolescência. Assistiram palestra com uma nutricionista sobre o tema. Cada

elemento do grupo fez anotações sobre a palestra. Após a palestra o grupo discutiu

sobre o que cada aluno anotou e organizou um relatório com as informações

coletadas pelo grupo.

A nota foi atribuída das anotações individuais dos alunos e do relatório final

do grupo.

f) SEXTO MOMENTO: os alunos organizaram os papeis no grupo e receberam a

ficha de trabalho com o tema: Responsabilidade individual na nutrição do organismo.

Este é o momento de produção dos grupos, foi avaliado o entendimento dos grupos

sobre o tema trabalhado.

Cada grupo organizou uma dramatização, paródia ou uma história em

quadrinho sobre o tema alimentação saudável enfocando a responsabilidade que

cada individuo tem na nutrição de seu corpo e quais as conseqüências causadas

pelos maus hábitos alimentares. Apresentaram para os colegas da sala de aula

compartilhando o entendimento do grupo com os demais colegas.

A nota foi atribuída com base na avaliação da produção escrita e na

apresentação.

g) SÉTIMO MOMENTO: Aula Lúdica Adaptada para Metodologia de

Aprendizagem Cooperativa:

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Esta aula foi uma forma de premiar o desempenho dos grupos nas atividades.

É uma atividade lúdica, mas que vai exigir conhecimento e habilidades sociais e

também foi utilizada para revisar o conteúdo.

Os alunos organizaram os papeis e receberam a ficha de trabalho.

Ficha de Trabalho: Revisão de Conteúdo

Material: 4 balões, 4 pedaço de barbante, 4 tira de papel.

Tempo para o desenvolvimento dessa atividade: 20 minutos.

Primeira Orientação: Cada aluno do grupo deve pegar um balão, um pedaço de

barbante e uma tira de papel.

Segunda orientação: Cada grupo tinha um tipo de nutriente (carboidrato, carboidrato

rico em fibras, carboidrato doce, proteínas, vitaminas, sais minerais e lipídios) para

escrever o nome de alimentos rico neste nutriente. Cada aluno do grupo escreveu

na tira de papel o nome de um alimento rico do nutriente que solicitava na ficha de

trabalho do grupo, cada componente deve escrever alimento diferente dos outros

colegas do grupo.

Terceira orientação: Encher o balão e amarrar com um nó.

Quarta orientação: Amarrar o barbante no balão.

Quinta orientação: Dobrar a tira do papel em três partes e colar com durex no balão.

Sexta orientação: Entregar os balões para a professora. O grupo deve permanecer

junto.

Desenvolvimento (segunda parte): Após os alunos entregarem os balões, amarrar

todos juntos e por ordem de classificação dos grupos. Cada aluno deverá pegar um

balão e ler o nome do alimento e dizer se é saudável ou não, justificando sua

resposta. Se não for saudável ele deve estourar o balão como uma forma de dizer

não a estes alimentos. Cada aluno deve estourar o balão de forma diferente do

outro. Se o aluno não souber explicar o grupo poderá ajudar. Os balões que tiverem

o nome de alimento saudável não devem ser estourados e o aluno fica segurando

até que todos participem. Em seguida a professora explicou que os alimentos

saudáveis geram alegria, saúde e energia por isso que os balões não foram

estourados e nesse momento foi colocado uma música bem agitada e todos que

dançaram batendo os balões sem deixarem cair no chão. Após alguns minutos foi

pedido que deixassem cair e todos juntos estourem os balões. Em seguida os

grupos conversaram sobre a atividade, o que sentiram quando estavam batendo os

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balões, dançado e dividindo com os grupos a responsabilidade de manter o balão no

ar. E a sensação de estourar o balão. E depois socializavam com os demais grupos

as conclusões.

Paralelo as ações em sala de aula este projeto também foi socializado por

meio do curso Grupo de Trabalho em Rede – GTR. Participaram treze professores

que analisaram o projeto, a unidade didática e também trabalharam com seus

alunos algumas atividades da unidade didática.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Desempenho na Aprendizagem Cognitiva

Durante o desenvolvimento do método de aprendizagem cooperativa os

alunos foram sendo avaliados nos minitestes individuais, nos trabalhos escritos em

grupo e na apresentação das atividades do grupo para os demais alunos da sala. Ao

longo da intervenção pedagógica pode se observar crescimento no desempenho

cognitivo melhorando a confiança na capacidade de organizar a sua própria

aprendizagem. Conforme pode-se observar dados do Quadro 1.

No inicio da intervenção muitos alunos estavam tímidos preocupados

prevendo que nunca conseguiriam apresentar trabalhos ou ler para a turma,

desinteressados, sem preocupação com o desenvolvimento das atividades e com

dificuldade de aprendizagem. Foram mudando a sua postura e aos poucos os

próprios colegas do grupo conseguiram despertar o interesse e dividir as

responsabilidades pelas atividades escolares e garantir o sucesso de todos.

Percebeu-se que a cada atividade desenvolvida os grupos comemoravam o

sucesso de cada elemento e notaram que a cooperação permitia que

desenvolvessem as atividades com mais rapidez e eficácia e que podiam contar com

o apoio do colega para os momentos de dificuldades e dividir o entendimento dos

conteúdos facilitando a aprendizagem com significado que aos poucos vai sendo

construída.

A cada miniteste notava-se que o conceito de alimentação saudável e

equilibrada era escrito mais completo e com detalhes interessantes que mostra a

consciência do aluno na nutrição do seu organismo e cada discrição com suas

particularidades próprias, percebe-se que não é uma aprendizagem mecânica e sim

construída ao longo do tempo.

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Quadro 1 - Resultado das avaliações cognitivas - 8º ano a – método de aprendizagem cooperativa - STAD

Alunos 1°miniteste 2ºminiteste 3ºminiteste 4ºminiteste 5ºrelatório 6ºprodução

Final

A1 0,8 0,6 1,0 1,2 1,2 1,2

A2 0,7 0,8 0,8 1,1 1,2 1,5

A3 0,9 0,9 1,4 1,2 1,5 1,5

A4 0,8 0,4 1,5 1,1 1,2 1,5

A5 0,8 1,3 1,5 1,5 1,5 1,2

A6 1,1 1,4 1,5 1,5 1,5 1,5

A7 0,6 0,2 1,5 1,2 1,5 1,2

A8 1,0 0,6 1,3 1,2 1,5 1,5

A9 0,6 0,6 1,1 1,2 1,5 1,5

A10 1,0 0,4 0,7 1,5 1,5 1,2

A11 0,6 1,4 0,6 1,5 1,5 1,5

A12 0,3 0,4 1,3 1,3 1,5 1,5

A13 0,7 0,8 0,4 0,7 0,6 1,3

A14 0,5 0,8 0,8 0,9 1,2 1,2

A15 1,2 1,4 1,5 1,5 1,2 1,5

A16 0,8 0,8 1,5 1,3 1,5 1,2

A17 0,4 0,4 1,5 1,0 1,5 1,2

A18 0,7 0,2 0,9 0,8 1,5 1,3

A19 1,2 1,0 1,2 1,4 1,5 1,5

A20 0,7 0,6 0,8 0,9 1,2 1,2

A21 1,1 0,8 1,5 1,3 1,5 1,5

A22 0,5 0,4 0,9 1,0 1,5 1,3

A23 0,4 0,4 0,5 1,1 1,2 1,5

A24 0,6 0,0 0,3 1,0 1,5 1,2

A25 1,1 0,4 0,9 1,1 1,2 1,5

A26 0,8 0,8 1,3 1,3 1,5 1,2

A27 0,4 0,2 0,6 0,8 1,2 1,2

A28 0,9 1,4 1,5 1,0 1,2 1,5

A29 0,6 1,2 0,6 1,4 1,5 1,5

A30 0,2 0,6 1,4 1,2 1,5 1.3

A31 0,5 0,0 0,7 1,2 1,5 1,3

A32 0,0 0,2 0,5 0,7 0,6 1,3

A33 0,7 1,0 0,7 1,0 1,2 1,5

Alguns alunos que tinham dificuldades foram melhorando a cada miniteste,

esses fatos permitiram melhorar autoestima, criando autoconfiança na sua própria

capacidade de aprender e dividir com os demais colegas.

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4.2 Desempenhos nas Habilidades Sociais Individuais na Percepção dos

Alunos

Após a intervenção os alunos responderam um questionário individual, com

questões relacionadas ao desempenho pessoal das habilidades sociais exigidas

durante o desenvolvimento dos métodos cooperativos no grupo de trabalho. Durante

as atividades foram conscientizados da importância dessa avaliação. É necessário

que o estudante perceba que pode ser o avaliador de suas atitudes sociais e até

mesmo de seus conhecimentos cognitivos. A partir de entender o real valor desse

momento o aluno fará com muito entusiasmo e dedicação.

Hoje uma das grandes dificuldades do trabalho no dia a dia escolar é a pouca

habilidade que os alunos possuem para se relacionar e respeitar as diferenças

individuais de cada individuo. Portanto esse foi um momento especial desse

trabalho. No Quadro 2 podemos observar o resultado da pesquisa.

Em todos os momentos do desenvolvimento do método de aprendizagem

cooperativa, os alunos foram instigados a auto-avaliação de seu desempenho no

grupo, em relação a execução de suas funções e do seu papel para o sucesso

individual e do grupo.

Analisando o Quadro 2 pode ser percebe-se que as atitudes que exigiam

organização e decisão própria, os alunos tiveram mais dificuldades de executar.

Esse fato deve ser que estão acostumados com metodologias que o professor

determina o que deve ser feito sobrando para o aluno somente cumprir com o que já

está determinado sem questionamentos. Outro fator interessante é que o

comportamento e as atitudes e valores dos alunos nas suas avaliações

demonstraram heterogeneidade entre os elementos dos grupos, o que é essencial

nos grupos cooperativos.

A busca das respostas deve necessitar que o aluno compartilhe com outros

colegas, respeitando as diferentes habilidades dos componentes do grupo. Foi com

esse entendimento que todas as atividades desta pesquisa foram organizadas,

sempre estimulando a cooperação para a construção dos conhecimentos, de modo

mais sistematizado e consistente. Isso fez que a heterogeneidade e a diversidade de

níveis de conhecimento não fosse um empecilho para a aprendizagem, mas sim

fatores essências que favoreceu a aprendizagem significativa de todos os elementos

do grupo.

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Quadro 2 - Resultado da avaliação do desempenho individual das habilidades sociais - 8º ano A – método de aprendizagem cooperativa

Nota de

0 A 5

Nota de 0 a 5 - Número de alunos

Fomentei a discussão

Respeitei a opinião dos

outros

Partilhei o meu material com os

colegas de grupo

Partilhei os meus

conhecimentos com meus colegas de

grupo

Motivei os colegas para

concretiza -ção das tarefas

Pedi ajuda quando

necessitei

0

0

0 0 0 0 01

1

06

01 01 02 02 04

2

02

02 03 02 05 01

3

03

04 06 07 04 04

4 10 09 05 07 13 06

5

10

15 16 13 07 15

Total de

alunos

31 31 31 31 31 31

4.3 Desempenhos dos Grupos nas Habilidades Sociais

Durante a avaliação dos grupos foi percebida a seriedade que os alunos

discutiram, analisaram cada item que estavam avaliando, compartilharam as

responsabilidades de fracasso e sucesso do grupo não apontando indivíduos, mas

assumindo coletivamente as responsabilidades.

Observando o Quadro 3, fica claro que os alunos tem consciência que

precisam melhorar nas suas atitudes para que realmente o trabalho em grupo

cooperativo atinja a eficácia. Sendo que aprender cooperativamente implica em

troca e interação entre os alunos, no desenvolvimento consciente dos papeis no

grupo, entender que no grupo cooperativo o importante que o todo é maior do que

as partes individuais e que aprender cooperativamente é contar com ajuda de

outros, sem competição. É perceptível pelas respostas da avaliação que os alunos já

conseguem fazer auto-avaliação individual.

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Quadro 3 - Resultado da avaliação do desempenho do grupo nas habilidades sociais - 8º ano a – método de aprendizagem cooperativa

Número de grupos – 9

Nota de 0 a 5

Motivaram os colegas

Fomentaram as discussões

Pediram ajuda Respeitaram a

opinião dos outros

Revelaram atitudes democráticas e de

cidadania

0 0 0 0 0 0

1

0

0 0 0 0

2 01 01 0 0 0

3 0 01 01 01 03

4

06

04 0 03 03

5 02 03 08 05 03

Total de equipes

09 09 09 09 09

4.4 Resultados do GTR e Equipe Pedagógica da Escola.

As discussões no curso Grupo de Trabalho em Rede - GTR ressaltaram a

relevância do projeto, que propõe um trabalho pedagógico sobre o tema alimentação

saudável utilizando métodos de aprendizagem cooperativa, observaram ser dois

temas de extrema relevância nos dias atuais, destacando que a metodologia de

aplicação cooperativa, faz a diferença no interesse (curiosidade) dos alunos

adolescentes que estão ampliando o convívio social.

Observou que através do trabalho com o método de Aprendizagem

Cooperativa, foi possível perceber avanços significativos na aprendizagem dos

alunos inclusos no colégio. Segundo a professora da sala de recurso, no decorrer

deste ano letivo, os alunos tiveram a oportunidade de demonstrar das diversas

formas, a sua capacidade na apropriação do conhecimento. O Projeto desenvolvido,

veio provar que alunos, que apresentam algum tipo de limitação como: Dislexia,

Deficiência Intelectual, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, também

podem apropriar-se do conhecimento de maneira eficaz, desde que sejam

proporcionadas condições adequadas acompanhadas de motivação e confiança.

Cabe ressaltar ainda, a grande satisfação dos alunos quando conseguem mostrar

suas conquistas através de outras possibilidades até então não exploradas.

A equipe pedagógica enfatizou que, o homem desde seus primórdios

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procurou viver em grupo, assim também na escola há uma tendência dos jovens

formarem seus grupos. Dessa forma, a metodologia de aprendizagem cooperativa

trabalha na prática aquilo que é inerente ao ser humano.

O trabalho desenvolvido foi de suma importância para o processo de ensino -

aprendizagem, sendo perceptível desempenho e interesse dos alunos nas

atividades escolares e no respeito as diferenças individuais.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O sistema educacional precisa acompanhar as constantes transformações

que ocorrem na sociedade impulsionada pelo aparato tecnológico, que estão cada

vez mais sofisticados. Para as pessoas se incluírem neste meio é essencial adquirir

conhecimentos básicos construído pela humanidade, mas de posse dessas

informações é necessário ter capacidade de julgar, decidir e interagir

conscientemente na sociedade que pertence.

O professor de ciências deve repensar as antigas metodologias e buscar

metodologias que possa envolver o aluno na ampliação dos seus conceitos científicos

essências para sua atuação na sociedade. Dessa forma, desenvolver os métodos de

aprendizagem cooperativa na escola, proporcionou aprendizagem significativa, permitiu

o trabalho em grupo que desenvolve habilidades socais básicas importantes para os

alunos adolescentes que estão numa fase que a vida social faz parte do cotidiano. Os

alunos que apresentam limitações tiveram a oportunidade de trabalhar com suas

habilidades, com isso ganharam confiança na capacidade cognitiva e de relacionamento

com os demais colegas.

O trabalho pedagógico com métodos de aprendizagem cooperativos trouxe

reflexões para alunos e equipe escolar sobre as práticas pedagógicas adotadas no

dia a dia. Observou nos depoimentos dos alunos a satisfação com o trabalho e o

desejo de continuar com esta metodologia. Essas reflexões facilitam a mudança de

postura no processo de ensino aprendizagem, faz perceber que as aulas não deve

ser um monólogo proferido pelo professor.

Espera-se que está proposta traga um novo animo para alunos e docentes,

tornando o trabalho pedagógico mais fácil e a aprendizagem interessante e útil para

o aluno ampliar sua visão de sociedade. Assim contribuindo com o propósito do

estado do Paraná de melhorar a qualidade da educação.

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6 REFERÊNCIAS

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