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Durante os últimos trinta anos, uma onda de inovação remodelou a maneira como os mercados funcionavam, mas a extraordinária complexidade e opacidade das finanças modernas tornaram-se tão intensas que superaram a capacidade de compreensão da grande maioria, incluindo as autoridades reguladoras. A compreensão das origens e consequências das crises financeiras é fascinante não apenas pela sua recorrência, mas também pelo efeito que causa sobre o bolso “dinheiro” de todos afetados por elas. As crises em geral surpreendem a grande maioria, como resultado de bruscas mudanças de sentimento: da euforia da ganância para o medo. Assim o livro é concebido de forma a trazer um resumo histórico das crises financeiras e os aspectos comuns presentes em todas elas, junto com uma revisão conceitual de macroeconomia e estatística de forma a permitir a execução passo a passo de exemplos de análises.

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Page 1: Aprenda a Analisar Os Impactos Das Crises Financeiras Nas Empresas Da Teoria à Prática Com Exemplos
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Aprenda a analisar os impactos das crises

financeiras nas empresas: da teoria à prática com

exemplos

Para consultoria, marketing, vendas, produção e tomadores de decisão (diretores,

gerentes e administradores)

Fábio Gonçalves

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Prefácio I

Estamos vivendo desde o final de século XX e início do século XXI um momento no qual as crises financeiras estão ocorrendo numa frequência nunca vista na história, sendo assim teremos de aprender a conviver e sobreviver a elas. Poderíamos definir o momento atual em três palavras:

1) complexidade: como resultado da globalização, cada vez mais sur-girão problemas inesperados ou mal monitorados, pela grande maio-ria, em países de economias representativas do PIB mundial, que afe-tarão o mundo como um todo;

2) velocidade: como resultado da tecnologia e da informação, a obso-lescência tecnológica ocorre em espaços de tempo cada vez menores e estima-se que a quantidade de informação disponível dobre a cada quatro anos; em breve, estará duplicando a cada dois anos, e assim sucessivamente. A informação transformou-se na força motriz da nos-sa vida e a terrível ameaça dessa explosão de informações, cada vez mais intensa, passa a exigir compreensão e levar muitas pessoas a sentir o que já se convencionou como “ansiedade de informação”, pois chegamos ao ponto de ler sem compreender, ver sem perceber e ouvir sem escutar;

3) incerteza: política, sociais e econômicas que estão fazendo as organizações viverem num ambiente de constante mudança e adaptação.

Muito do que fazemos no âmbito da gestão empresarial está mui-tas vezes ligado à concepção do controle/redução da incerteza ou risco, palavra que vem do italiano antigo riscare, que signifi ca “arriscar”.

Prefácio IPREFÁCIO

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II Aprenda a analisar os impactos das crises financeiras...

Segundo Galbraith1, no seu estilo irreverente, o sistema eco-nômico moderno sobrevive não pela excelência do trabalho dos que prognosticam seu futuro, mas pelo fato de estarem tão previsivelmente comprometidos com o erro. Entretanto, podemos tentar compreender o presente, pois o futuro inevitavelmente conterá aspectos marcantes do que existe hoje. Somente quando estudarmos os preços e a produ-ção, o emprego e o desemprego, a distribuição de renda e da riqueza, a poupança, os bancos e os investimentos, e a natureza e as promessas do capitalismo e do socialismo passado – é que o presente e, portanto, em certa medida, as perspectivas futuras, poderão ser compreendidas de maneira apreciável.

Para o “pai” da administração moderna, Peter Druker, as mu-danças mais importantes são aquelas que acontecem sem que ninguém as preveja. Fatos ocorridos nos últimos 10/20 anos mostram aconteci-mentos que não estavam previstos, por exemplo, ninguém previu que o estabelecimento da Comunidade Econômica Européia não iria provocar um crescimento econômico explosivo na Europa, mas, ao contrário, con-duzir à estagnação econômica e a disputas mesquinhas. O crescimento econômico explosivo da China e, posteriormente, da Índia. Ninguém previu a emergência dos 55 milhões de chineses residentes no exte-rior como uma nova superpotência econômica. Ninguém previu que o maior impacto da Revolução da Informação sobre os negócios seria uma reestruturação radical do mais antigo dos sistemas de informações, o modelo contábil.

Desta forma não se pode tomar decisões para o futuro, deci-sões são compromissos com ações, podemos tomar decisões no presen-te como forma de construir o futuro. Estas decisões devem ser tomadas tendo em vista o presente e explorando as mudanças que já acontece-

1 John Kenneth Galbraith (1908-2006) foi professor, escritor, diplomata e um dos mais respeitados economistas, seguidor das idéias de John Maynard Keynes. O economista criou sua própria linha de pensamento dentro da academia norte-americana. Era cético diante das extravagâncias da teoria econômica quando não justificadas pelos dados empíricos. Ao defender o gasto em bens públicos e atacar o poder excessivo das grandes corporações, diversas vezes foi associado à esquerda e à oposição à teoria neoclássica.

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Prefácio III

ram. O planejamento tradicional pergunta: “O que é provável que acon-teça?”. Em vez disso, o planejamento para a incerteza pergunta: “O que já aconteceu que irá criar o futuro”?

Os dados demográficos são os primeiros a serem olhados. Quase todas as pessoas que estarão trabalhando nos próximos 10 ou 20 anos já estão vivas hoje. Houve duas mudanças revolucionárias na força de trabalho dos países desenvolvidos: a explosão da educação avança-da e a investida das mulheres em carreiras fora de casa. A transferência dos trabalhos voltados a atividades rotineiras, com pouco conhecimen-to agregado, atividades de montagem e fabricação para países em de-senvolvimento. A passagem do centro de gravidade da população dos trabalhadores braçais para trabalhadores de conhecimento e serviços é irrevogável, assim como o envelhecimento tanto da força de trabalho, como da população.

Os homens de negócios precisam perguntar: “O que esses fa-tos consumados significam para o nosso negócio? Que oportunidades e ameaças eles criam? Que mudanças eles exigem em nossas empresas, na organização, metas, produtos, serviços e em nossas políticas? Que mudanças eles tornam possíveis e são provavelmente vantajosas”?

Para o octogenário Peter L. Bernstein2, reconhecido como o maior filósofo mundial do risco, a maioria das crises financeiras – ou talvez todas elas – desenvolveu-se a partir de uma situação em que 99% das pessoas não tinham informação. É aí que fica perigoso – quando ninguém desconfia de que algo pode estar errado. Precisamos prestar atenção nos sinais da economia e julgar isso. Ele usa a definição de Elroy Dimson, professor da London Business School, para definir risco: “risco significa que mais coisas podem acontecer do que vão acontecer” – ou seja, a lista de resultados possíveis é maior do que o que realmente vai ocorrer. É uma forma muito sofisticada de dizer: nós não sabemos o que vai acontecer. Isso é risco. É importante porque é uma proposição que

2 Peter L. Bernstein (nascido em 22 de janeiro de 1919) é um autor, economista e educador americano. Maiores detalhes de seus trabalhos podem ser obtidos em seu site http://peterl-bernsteininc.com.

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IV Aprenda a analisar os impactos das crises financeiras...

tem dois lados. Não significa que tudo o que pode acontecer é ruim. O futuro pode se transformar em algo inesperadamente bom. É por isso que assumimos riscos para conseguir retornos. Risco significa essencial-mente incerteza. Por isso, ele se diz aficionado pela diversificação, é o único modo de lidar com um cenário desconhecido. Se você não vai diversificar, precisa ter certeza de que tem controle de tudo o que está acontecendo.

Com o passar do tempo e após vivenciar várias crises eco-nômicas, que fazem parte dos ciclos econômicos, a única certeza que temos é que um ciclo de alta terá fim, e será precedido de um ciclo de baixa, alguns curtos como reflexo de incertezas e outros mais longos como reflexo de crises e ciclos econômicos de baixa. Quando sabemos disso é aí que começa do desafio, como prever os próximos ciclos.

Os antigos gregos acreditavam que prever o futuro era pri-vilegio de Tirésias. Triste figura, cego por vingança divina, que re-cebeu de Zeus o dom da profecia para compensar-lhe a escuridão do presente. Os romanos atribuíam à deusa da Fortuna, filha de Júpiter, a roda na qual o destino humano ia sendo decidido por seu capricho.

Poderosas ferramentas de administração disponíveis nos dias de hoje são métodos desenvolvidos por matemáticos, cientistas e filósofos com intuito de pôr o futuro a serviço do pre-sente, substituindo a impotência diante do destino pela escolha e decisão.

Ainda hoje, o estudo da previsão é desafiador e intrigante, mesmo com todas as descobertas feitas por pensadores que ousa-ram desafiar a idéia do futuro incerto decorrente da ordem inaces-sível dos deuses para o tratamento racional dos fatos.

Amadurecer é considerar um número maior de variáveis, fazer a gestão do intangível de forma a garantir a perenidade − “aquilo que tem continuidade e não se acaba” − das instituições. Sob uma perspectiva holística temos:

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Prefácio V

Aspecto Indivíduo Estado Consciência Perspectiva de tempo

Filosófico Maturidade AutonomiaTem o discerni-mento do que é certo ou errado

Gerações – anos

Emocional Juventude Heteronímia

Não tem dis-cernimento do que é certo ou errado

Pequeno – dias

Físico Infância Anomia Desconhece o outro

Curto – Tem que ser agora

Acredito que o sucesso corporativo hoje exige a incorporação de duas atitudes nos nossos hábitos. A primeira é ser socrático, admitir a ignorância em tudo, para ter certeza de que você é um ignorante basta pensar que você é um ser humano, você se encontra num universo infi-nito com infinitas possibilidades. O preconceito vem da ignorância, de não admitir que você não sabe tudo. A segunda é respeitar as diferenças, lembrar-se do Mito da Caverna narrado por Platão no Livro VII do “Repú-blica”. Essa é, talvez, uma das mais poderosas metáforas imaginadas pela filosofia, em qualquer tempo, para descrever a situação geral em que se encontra a humanidade. Para o filósofo, todos nós estamos condenados a ver sombras a nossa frente e tomá-las como verdadeiras. Essa podero-sa crítica à condição dos homens, escrita há quase 2500 anos, inspirou e ainda inspira inúmeras reflexões pelos tempos a fora. Cada um de nós está dentro de sua própria caverna, devemos tentar nos colocar no lugar dos outros, entrar na caverna dos outros, e olhar o mundo com o olhar das outras pessoas, que viveram coisas diferentes, que têm experiências diferentes, saborear a ignorância.

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visão GerAl dos cAPítulos

Para que faça sentido o livro foi dividido em partes sequênciais, onde são revisados e agregados novos conceitos, de forma a obter base teórica para realizar a análise de um estudo de caso simples.

Parte 1: A anatomia e o histórico das crises

Capítulo 1 – A anatomia das crises •

Capítulo 2 – Histórico das grandes crises financeiras e brasileiras •do século XX e início do século XXI

Capítulo 3 – Ciclos − as forças misteriosas que guiam os fatos, •numa visão superficial e rápida de que existem fatos que obede-cem a algumas constantes, citados apenas como curiosidade para os que se apaixonarem pelo assunto e tiverem interesse em se aprofundar

Parte 2: Conceitos de macroeconomia, estatística e revisão algébrica de matrizes

Capítulo 4 – Indicadores macroeconômicos •

Capítulo 5 – Conceitos de estatística •

Capítulo 6 – Revisão algébrica de matrizes •

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VIII Aprenda a analisar os impactos das crises financeiras...

Parte 3: Conceitos, desenvolvimento e interpretação de uma regressão linear simples e múltipla

Capítulo 7 – Modelo de extrapolação – regressão linear •

Capítulo 8 – Modelos explicativos ou causais − Será mostrado •como analisar algumas variáveis macroeconômicas e criaremos passo a passo um modelo causal de regressão linear múltipla com três variáveis macroeconômicas, mas não entraremos em detalhes de outros modelos econométricos em função da complexidade

Parte 4: Estudo de caso

Capítulo 9 – Classificação dos produtos em famílias – Alguns ex- •emplos de agrupamento de itens através de critérios predefinidos, em uma mesma série temporal, e analisados conjuntamente. Para efeito de gestão e resultados finais normalmente não é necessária a análise individual dos produtos.

Capítulo 10 – Estudo de caso •

Arquivos dos exemplos criados no livro

Todos os arquivos dos exemplos criados no livro se encontram com-pactados no arquivo Database.zip, disponível para download na Internet, no site do autor: http://www.fabiogoncalves.com.br.

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Índice IXÍndice IX

índice

PArtE 1: A AnAtomIA E o hIstórICo DAs CrIsEs 1

Capítulo 1: a anatomia das Crises 3

1.1. O Episódio Especulativo 4

1.2. Os Denominadores Comuns 8

1.3. Objetos de Especulação 16

1.4. Quadro Estilizado das Crises Financeiras, 1618-1990 19

1.5. O aparecimento de fraudes 29

Capítulo 2: HistÓriCo das grandes Crises finanCeiras mundiais

e brasileiras do séCulo xx e iníCio do séCulo xxi 31

2.1. O Crash de 1929 32

2.2. A Segunda Guerra Mundial 32

2.3. Os Choques do Petróleo 33

2.3.1. Crise do Petróleo em 1973 33

2.3.2. Segunda Crise em 1979 33

2.4. A Moratória Mexicana em 1982 34

2.5. O Susto de 1987 34

2.6. A Crise Nipônica de 90 – a “Década Perdida” 35

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X Aprenda a analisar os impactos das crises financeiras...

2.7. O Efeito Tequila em 1994 36

2.8. A Crise Asiática em 1997 37

2.9. A Vez da Rússia em 1998 37

2.10. Em Janeiro de 1999 − Desvalorização do Real I 38

2.11. Em Abril de 2000: o Estouro da Bolha da Internet 40

2.12. Em 2001 − Desvalorização do Real II 40

2.13. Os Ataques Terroristas em 11 de setembro 2001 41

2.14. O Efeito Tango em 2001 e 2002 42

2.15. O Temor que Veio da China em 2007 42

2.16. Início da Crise do Subprime (2007) 43

2.17. Aprofundamento da Crise Imobiliária em 2008 44

2.18. Estudo da consultoria McKinsey sobre o Sistema Financeiro – Análise Histórica dos Elementos da CriseFinanceira que se Tniciou em 2007 44

2.18.1. Evolução dos Ativos Financeiros (1980-2007) 47

2.18.2. Avaliação dos Ativos Financeiros como umPercentual do Produto Interno Bruto (PIB) 48

2.18.3. Medidas Governamentais para Contenção daCrise que se Iniciou em 2007 Podem Gerar Uma Nova Crise no Futuro 50

2.19. O que Diferencia a crise de 1929 da de 2007 52

2.20. Trechos e Adaptações do Artigo “Perdidos em Meio à Destruição Criativa” – Futuro do Capitalismo: Ganância,Fraude, Dinheiro Fácil e Má Gestão foram CausasImportantes da Crise que se Iniciou em 2007 53

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Índice XI

Capítulo 3: CiClos 59

3.1. O que é um ciclo? 60

PArtE 2: ConCEItos DE mACroEConomIA, EstAtístICAE rEvIsão AlgébrICA DE mAtrIzEs 65

Capítulo 4: indiCadores maCroeConômiCos 67

I. PIB 68

1, 2 e 3. PIB 68

II. Setor externo 71

4. Balança Comercial 71

5. Reservas Internacionais 71

6. Saldo de Transações Correntes 74

III. Setor Público (% do PIB) 74

9. Resultado Primário Consolidado 74

10. Resultado Nominal 75

11. Dívida Líquida Pública 76

IV. Índices de Inflação 78

13. IPC – FIPE 78

14. IPCA – IBGE 79

15. IGP-M - FGV 80

V. Juros 81

16 e 17. Selic 81

VI. Risco País 83

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XII Aprenda a analisar os impactos das crises financeiras...

Capítulo 5: ConCeitos de estatístiCa 91

5.1. Média Aritmética 91

5.2. Desvio Padrão 92

5.3. Variância 95

5.4. Coeficiente de Variação 96

5.5. Coeficiente de Correlação 97

5.6. Covariância 101

5.7. Índice R2 102

Capítulo 6: revisão algébriCa de matrizes 103

6.1. Notações e Definições 104

6.2. Algumas Definições 105

6.2.1. Matriz Transposta 105

6.2.2. Matriz Simétrica 105

6.2.3. Matriz Quadrada 105

6.2.4. Matriz Identidade 106

6.3. Operações envolvendo matrizes 107

6.3.1. Adição e Subtração entre Matrizes 107

6.3.2. Multiplicação por um Escalar 107

6.3.3. Multiplicação de Matrizes 108

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Índice XIII

PArtE 3: ConCEItos, DEsEnvolvImEnto E IntErPrEtAção DE umA rEgrEssão lInEAr sImPlEs E múltIPlA 111

Capítulo 7: modelo de extrapolação – regressão linear 113

7.1. Modelo Matemático 114

7.2. R múltiplo e R-quadrado 129

7.3. Erro padrão e MQ 129

7.4. Stat t 131

7.5. ANOVA 135

7.6. Intervalo de Confiança 138

Capítulo 8: modelos expliCativos ou Causais 141

8.1. Evolução da Conjuntura Econômica do País e os Fatosmais Relevantes do Período (1995-2005) 142

8.2. Análise da Evolução do Valor da Demanda Corrigida Monetariamente 143

8.3. Suavização da Curva de Tendência 147

8.4. Impacto dos Eventos Econômicos na Demanda 148

8.5. Análise Estatística de Tendência 150

8.6. Potencial de Mercado 153

8.7. Correlação da Demanda da Empresa com o PIB 153

8.8. Elasticidade da Demanda 160

8.9. Regressão Linear Múltipla 165

8.10. O Modelo de Regressão Linear Múltipla 172

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XIV Aprenda a analisar os impactos das crises financeiras...

8.10.1. Estimadores de σ2 e dos Erros Padrão para aRegressão Linear Múltipla 193

8.10.2. Validação do Modelo de Regressão Múltipla 195

8.10.3. Significância do Modelo de Regressão Múltipla 195

8.10.4. ANOVA 196

8.10.5. Coeficiente de Determinação 207

8.10.6. Testes de Significância para os Coeficientesde Regressão 210

8.10.7. Intervalos de Confiança 211

PArtE 4: EstuDo DE CAso 215

Capítulo 9: ClassifiCação dos produtos em famílias 217

9.1. Classificação ABC 217

9.2. Classificação dos Produtos por Família (CommodityMapping) 230

Capítulo 10: estudo de Caso 239

10.1. Análise dos Demonstrativos Financeiros Publicados 240

10.2. Análise da Receita 241

10.3. Análise do Lucro (Prejuízo) Líquido 242

10.4. Análise da Relação da Receita com IndicadoresMacroeconômicos e Volume de Vendas 243

10.5. Modelo Matemático da Receita em Função do Volume de Vendas 248

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Índice XV

AnExos 253

Anexo A: Obtenção das Séries Históricas dos IndicadoresMacroeconômicos para Construção de Modelos Explicativosou Causais 255

Anexo B: Compound Annual Growth Rate (CAGR) ou Taxa Média de Crescimento Anual (TMCA) 285

rEfErênCIAs bIblIográfICAs 289

referênCias bibliográfiCas 291

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PArte 1:

A AnAtomiA e o Histórico dAs crises

Toda pessoa, enquanto indivíduo,é toleravelmente sensata e razoável mas,

como membro de uma multidão, torna-se imediatamente um idiota.

Friedrich Von Schiller, conforme citado por Bernard Baruch

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Capítulo 1: A Anatomia das Crises 3

A AnAtomiA dAs crises

O tema “crises financeiras” fascina economistas e estudiosos do sistema econômico que tentam compreender os aspectos que leva-ram a elas, e por que, mesmo com os avanços da estruturação racional da economia ocorrida ao longo da história, principalmente nas últimas décadas, a história se repete de tempos em tempos, e com avanço da globalização elas vêm se tornando mais frequentes.

Ao estudar a anatomia das crises financeiras se observam as-pectos e características constantes, em que empresários, executivos e pessoas ligadas ao mundo financeiro são os que mais precisam ser ad-vertidos. A euforia é um fenômeno que sempre se repete, provocando extremas aberrações mentais, e põe em risco a empresa envolvida, a pessoa por ela atingida e a comunidade econômica em geral. A histó-ria mostra que não existe nada que possa salvaguardar e prevenir tais acontecimentos a não ser uma consciência pública e pessoal lúcida dos fatos que estão ocorrendo.

Capítulo 1

Page 23: Aprenda a Analisar Os Impactos Das Crises Financeiras Nas Empresas Da Teoria à Prática Com Exemplos

16 Aprenda a analisar os impactos das crises financeiras...

1.3. objEtos DE EsPECulAção

Para Kindleberger, os objetos de especulação diferem de boom para boom e de crise para crise. Seria impossível fornecer uma listagem exaustiva das mercadorias ou ativos que atraem o interesse, bem como de locais e datas. Uma pequena lista é fornecida no quadro estilizado dos ciclos, apresentado na Tabela 1.2. A lista a seguir mostra a tendên-cia desses objetos de passarem e alguns itens favorecidos, no início do período estudado, para uma ampla variedade de commodities e outros ativos e títulos de crédito, no final:

Esta lista é parcial, mas significativa:

Tabela 1.1 – Lista de objetos de especulação

objeto de especulação Caracterização das crises

moedas metálicas Sacro Império Romano, 1618-23

tulipas Ações da Companhia das Índias Orientais, canais, projetos de drenagem, casas elegantes, 1636-40

Dívida pública britânica

Amsterdam, 1763

Companhias selecionadas

Companhia dos Mares do Sul, Compagnie d’Occident, Sword Blade Bank, Banque Générale, Banque Royale, 1720; Companhia das Índias Orientais, britânica, 1772; Companhia das Índias Orientais, holandesa, 1772, 1783.

Produtos primários de importação

Açúcar, café, 1799, 1857, em Hamburgo; algodão, na França e na Grã-Bretanha, 1836, 1861; trigo, 1847.

bancos rurais Inglaterra, nos anos 50 do século XVIII, 1793 e 1824.

Canais 1793, idos de 1820 na Grã-Bretanha; 1823 na França; 1793, anos 20 do século XIX, na Grã-Bretanha; 1823, na França.

mercadorias de exportação

1810, 1816 e 1836, para a Grã-Bretanha.

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Capítulo 1: A Anatomia das Crises 29

1.5. o APArECImEnto DE frAuDEs

Segundo Kindleberger, é inescapável um passeio pelas frau-des e outros crimes de colarinho branco e sua relação com as crises. As crises comerciais e financeiras estão intimamente relacionadas com transações que ultrapassam os limites da lei e da moral, independente-mente de quão vagos sejam esses limites. A propensão a fraudar e ser fraudado corre paralela à propensão de especular durante um boom. Crash e pânico, com seu mote de sauve qui peut (salve-se quem puder), induzem ainda mais a enganar, como medida de sobrevivência. E o sinal para o pânico é geralmente a revelação de alguma fraude, furto, desfal-que ou falcatrua.

A fraude e o ciclo

Kindleberger acredita que as fraudes são determinadas pela procura, segundo a lei de Keynes de que a procura determina sua pró-pria oferta, ao invés da lei de Say, de que a oferta cria sua própria pro-cura. Em um boom, fortunas são amealhadas, os indivíduos tornam-se gananciosos, e fraudadores surgem para explorar essa ganância.

A ganância não só cria otários para serem enganados por pro-fissionais, mas também empurra alguns amadores para o território das falcatruas, desfalques, fraudes e transgressões similares.

E quando ocorre a revelação de fraude ou desfalque, as dificul-dades financeiras aumentam amiúde precipitando o crash e o pânico.

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Capítulo 2: Histórico das Grandes Crises Financeiras Mundiais e Brasileiras ... 31

Capítulo 2

Histórico dAs GrAndes crises FinAnceirAs mundiAis e brAsileirAs do século XX e início do século XXi

Vamos referenciar as crises mais citadas pela imprensa e dar um enfoque maior nos últimos dez anos, com o objetivo de utilizar como base para os exercícios de análise dos resultados de uma instituição fic-tícia diante do cenário econômico.

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32 Aprenda a analisar os impactos das crises financeiras...

2.1. o CRASH DE 1929

Wall Street vivia uma euforia espe-culativa, com a ilusão de crescimento da eco-nomia, sem sustentação em bases reais. Após dias de fortes perdas, em 29 de outubro, a cha-mada “terça-feira negra”, a bolsa de Nova York fechou em queda de 12%. Além das tragédias pessoais, vieram uma crise bancária e uma onda de falências, acompanhadas de queda da produção e desemprego em massa. Arrastado pelos EUA, o mundo entrou na Grande Depres-são. No Brasil, os cafeicultores perderam suas

fontes de financiamento, levando a uma crise econômica com queda nas exportações. A situação mundial só começaria a se recuperar após Franklin Roosevelt assumir a presidência dos EUA em 1933, instituindo a política do New Deal. O maior efeito sobre o Brasil foi a queda do pre-ço do café, então um dos principais produtos de exportação do País.

2.2. A sEgunDA guErrA munDIAl

Economias abaladas pela guerra, so-bretudo na Europa, a experiência da Grande Depressão e a consciência dos efeitos devas-tadores de uma crise levaram ao Acordo de Bretton Woods, que daria origem ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco Mundial. O objetivo do encontro entre 44 nações em Bret-ton Woods (New Hampshire, EUA), em julho de 1944, era estabelecer regras de convivência na economia mundial. Foi criado um padrão cam-

culativa, com a ilusão de crescimento da eco-nomia, sem sustentação em bases reais. Após dias de fortes perdas, em 29 de outubro, a cha-mada “terça-feira negra”, a bolsa de Nova York fechou em queda de 12%. Além das tragédias pessoais, vieram uma crise bancária e uma onda de falências, acompanhadas de queda da produção e desemprego em massa. Arrastado pelos EUA, o mundo entrou na Grande Depres-são. No Brasil, os cafeicultores perderam suas

fontes de financiamento, levando a uma crise econômica com queda

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44 Aprenda a analisar os impactos das crises financeiras...

2.17. AProfunDAmEnto DA CrIsE ImobIlIárIA Em 2008

A crise que afeta o merca-do financeiro nos EUA e arrasta os negócios no mundo teve origem nas hipotecas americanas. Os maio-res bancos centrais do mundo utili-zam seus recursos para prestar so-corro aos mercados financeiros. Os bancos que emprestaram dinheiro começam a mostrar o rombo. Além disso, o preço dos imóveis caiu. Pa-gando uma prestação mais alta e com o valor do bem mais baixo, os norte-americanos reduziram o consumo. Às portas da recessão, os EUA anunciaram a maior reforma no sistema de regulamentação financeira desde 1929. O plano vai mudar a forma como o governo regulamenta milhares de negócios.

2.18. EstuDo DA ConsultorIA mCKInsEY sobrE o sIstEmA fInAnCEIro – AnálIsE hIstórICA Dos ElEmEntos DA CrIsE fInAnCEIrA QuE sE InICIou Em 2007

A consultoria McKinsey mostrou que há menos de 30 anos esse universo financeiro era muito menor e bem menos complexo. Para um PIB real global de 10 trilhões de dólares em 1980, havia de ativos finan-ceiros no planeta cerca de 12 trilhões de dólares. Em 2007, enquanto o

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Capítulo 2: Histórico das Grandes Crises Financeiras Mundiais e Brasileiras ... 45

PIB real mundial chegava a 55 trilhões de dólares, os ativos financeiros batiam em 196 trilhões de dólares – a maior parte desse valor fabricada com aquela mistura de dívidas boas e dívidas ruins. O planeta finanças tornou-se gigantesco e formado por gases tóxicos misturados a gases respiráveis. Não por acaso, a expressão usada pelo secretário Henry Paulson foi “desintoxicar” os balanços dos bancos de modo a identificar as dívidas podres. O governo americano vai bancar essas dívidas e pro-curar devolver ao sistema não apenas sua credibilidade, mas sua liqui-dez, além de, no processo, tentar que essas duas características não an-dem mais tão separadas. Estimava-se, em meados de 2008, que limpar a bagunça custaria cerca de 1 a 2 trilhões de dólares – o mesmo custo de cinco a dez anos de guerra no Iraque, mas à medida que avançava o desenrolar da crise este número só cresceu. Bolhas destroem riquezas quando estouram, mas também criam, e muitas, quando são infladas.

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46 Aprenda a analisar os impactos das crises financeiras...

Fonte: Mckinsey Global Institute - Imagem adaptada da Revista Veja (Edição 2079)

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Capítulo 3: Ciclos 59

Capítulo 3

ciclos1

De acordo com a Lei da Repetição Periódica, tudo aquilo que aconteceuterá de voltar a acontecer muitas outras vezes – e não caprichosamente,mas em períodos regulares, cada coisa no seu próprio período, e não em

outro, e cada uma delas obedecendo a sua própria lei... A mesma naturezaque se deleita com a repetição periódica nos céus é a natureza que regula

os assuntos na Terra. Não subestimemos o valor dessa insinuação.

Mark Twain

Há milhares de anos o homem vem tentando prever o futuro, e seu fracasso nesta jornada se encontra descrito pela história. Iniciou com adivinhos, profetas, oráculos, feiticeiros, astrólogos, numerólogos, místicos, charlatões e videntes, que diziam ter poderes sobrenaturais que lhes permitiam prever o futuro. Ao longo da história, guerras fo-

1 Ciclos – Este capítulo é composto por adaptações e trechos do livro Cycles: the mysterious forces that trigger events

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PArte 2:

conceitos de mAcroeconomiA,

estAtísticA e revisão AlGébricA de mAtriZes

Examine os registros históricos, reúna o que aconteceu dentro do âmbito de sua própria experiência, considere com atenção qual tem sido a conduta de quase todos os grandes

desafortunados, seja na vida privada ou na pública, sobre os quais você pode ter lido, ou dos quais pode ter ouvido falar ou ter se lembrado; e descobrirá que os infortúnios,

em sua grande maioria, surgiram do fato de não saberem quando eles estavam bem, quando era melhor sentarem-se

tranquilos e fi car contentes.

Adam Smith - The theory of moral sentiments

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Capítulo 4: Indicadores Macroeconômicos 67

Capítulo 4

indicAdores mAcroeconômicos

O entendimento das crises financeiras exige a compreensão da macroeconomia, já que seu andamento impacta de forma direta ou in-direta o preço de ativos.

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Capítulo 5: Conceitos de Estatística 91

Capítulo 5

conceitos de estAtísticA

Para realizar algumas análises vamos rever certos conceitos de estatística que serão utilizados nos próximos capítulos: média, desvio pa-drão, variância, coeficiente de variação, covariância e índice R2.

5.1. méDIA ArItmétICA

A média aritmética é a mais utilizada. Ela é obtida dividin-do-se a soma das observações pelo número delas. É um quociente geralmente representado pela letra µ, quando se tratar de toda a população, ou pelo símbolo x , quando se tratar de uma amostra. Se tivermos uma série de N valores de uma variável x, a média arit-mética simples será determinada pela expressão:

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Capítulo 6: Revisão Algébrica de Matrizes 103

Capítulo 6

revisão AlGébricA de mAtriZes

Na matemática, uma matriz é uma tabela de m x n símbolos sobre um corpo F, representada sob a forma de um quadro com m linhas e n colunas e utilizado, entre outras coisas, para a resolução de sistemas de equações lineares e transformações lineares.

Figura 6.1 – Representação de uma matriz.

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PArte 3:

conceitos, desenvolvimento

e interPretAção de umA reGressão lineAr

simPles e mÚltiPlA

“Se vives de acordo com as leis da natureza, nunca serás pobre;

se vives de acordo com as opiniões alheias, nunca serás rico.”

Sêneca

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Capítulo 7: Modelo de Extrapolação – Regressão Linear 113

Capítulo 7

modelo de eXtrAPolAção – reGressão lineAr

A regressão linear simples faz parte do repertório básico de qualquer estudante da área das ciências exatas. As calculadoras científi-cas mais comuns trazem, pré-programado, o algoritmo para este cálcu-lo. Porém, ainda que operacionalmente simples, certos aspectos do uso de regressão linear merecem uma discussão adicional.

O Microsoft Excel oferece duas funções estatísticas para resol-ver o problema de regressão linear. Para a primeira etapa do processo, cálculo dos parâmetros da equação de regressão, é oferecida a função lInEst (Proj.lIn) e, para a segunda etapa, cálculo das projeções, a função trEnD (tEnDênCIA).

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114 Aprenda a analisar os impactos das crises financeiras...

7.1. moDElo mAtEmátICo

y = mx+b Equação 7.1

onde:

Y é a variável dependente

m = n (Σxy)-(Σx)(Σy)

n(Σx2)-(Σx)2

m é a declividade - Equação 7.2

X é a variável indepen-dente

b = (Σy)(Σx2)-(Σy)(Σxy)

n(Σx2)-(Σx)2

b é a ordenada na ori-gem – Equação 7.3

Ou

y = y + m(x-x) Equação 7.4

onde:

y = Σy ∴ x = Σx

n nvalor médio de y e x. Equação 7.5 e 7.6

SxxSxy m = m é a declividade - Equa-

ção 7.7

Sxy = Σxy - Σx * Σy

n Equação 7.8

Sxx = Σx2 - (Σx)2

n Equação 7.9

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Capítulo 8: Modelos Explicativos ou Causais 141

Capítulo 8

moDElos ExPlICAtIvos ou CAusAIs

Este capítulo tem como objetivo o início do estudo de modelos causais, realizando a análise de variáveis externas em relação à deman-da interna de uma empresa.

Modelos causais buscam relacionar a demanda (variável de-pendente) com outros fatores como PIB, inflação, tempo, população, etc. (variáveis independentes). Exemplos de modelos causais seriam as técnicas de regressão linear e regressão não linear.

Com a globalização, as crises econômicas que ocorrem ao redor do mundo e os ciclos econômicos causam impacto no desempenho das empresas, o que acaba se refletindo diretamente na demanda. Vamos pegar valores hipotéticos do valor total da demanda de uma empresa ao longo do tempo e confronta-lá com a evolução da economia do país nesse mesmo período de tempo, o objetivo é verificar se existe uma relação de dependência dessas variáveis.

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PArte 4:

estudo de cAso

“Não diversifi que apenas para espalhar seu risco,pois quanto mais coisas você possui,

menos conhecimento de cada uma você teráe maior será o risco do seu portfólio.”

Warren Buff et

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Capítulo 9: Classificação dos Produtos em Famílias 217

Capítulo 9

clAssiFicAção dos Produtos em FAmíliAs

Quando saímos dos números macros das organizações (receita total, lucro, etc.) para fazer uma análise mais detalhada da demanda, é comum ter centenas de produtos para serem estudados. Porem muitos itens podem ser consolidados, através de critérios predefinidos, em uma mesma série temporal, e analisados conjuntamente. Para efeito de ges-tão e resultados finais normalmente não é necessária a análise individu-al dos produtos. Seguem alguns exemplos de agregação:

9.1. ClAssIfICAção AbC

A metodologia mais usual para a agregação de produtos é a classificação ABC, a qual determina a importância do produto, relacio-nando o valor (pode ser custo, faturamento ou rentabilidade) da deman-

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230 Aprenda a analisar os impactos das crises financeiras...

25. Arrume o layout e crie as colunas % Itens e % Valor, con-forme ilustrado na Figura 9.22.

Figura 9.22 − Tabela dinâmica fi nal

onde encontrar

O arquivo final encontra-se no caminho

\Database\Arquivos Livro\Capítulo 9\All years with classifica-tion - Classificação AbC.xls

9.2. ClAssIfICAção Dos ProDutos Por fAmílIA (CommoDItY mAPPIng)

Neste método, produtos com as mesmas características são agrupados em uma única série temporal, reduzindo significativamente o número de séries a ser analisado.

O mapeamento dos produtos requer que todos tenham um código de classificação padrão (tal como o código de UNSPSC - United

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Capítulo 9: Classificação dos Produtos em Famílias 231

Nations Standard Products and Services Code® site: http://www.unspsc.org) ou de um código do específico da companhia).

A tendência mundial é a adoção de um sistema de classificação padrão para facilitar a integração entre as empresas e o comércio B2B. O UNSPSC fornece um padrão multissetor aberto, para uma classificação global, eficiente e precisa de produtos e serviços.

O código UNSPSC tem diversos níveis tais como o segmento, a família, a classe e o produto. O mapeamento hierárquico normalmente é melhor para realizar previsões consolidadas do que tentar previsões diretamente dos produtos. Assim, em vez de realizar previsões do nível mais baixo (por exemplo, produtos), é geralmente melhor construir clas-sificadores para primeiro realizar previsões em um nível mais elevado (por exemplo, segmentos). A previsão nem sempre começa pelo nível mais elevado para o mais baixo. Depende do nível de detalhamento dos dados que se tem em mãos.

Figura 9.23 – Exemplo de um produto classifi cado no sistema UNSPSC.

Benefícios da adoção de um sistema de classificação padrão e global como o UNSPSC:

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Capítulo 10: Estudo de Caso 239

Capítulo 10

estudo de cAso

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240 Aprenda a analisar os impactos das crises financeiras...

10.1. análise dos demonstrativos finanCeiros publiCados

Tabela 10.1 – Demonstrativos financeiros

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Capítulo 10: Estudo de Caso 241

10.2. análise da reCeita

O histórico da receita em função das crises econômicas dos úl-timos dez anos demonstra uma dependência pequena dos fatores ma-croeconômicos. Neste período tivemos uma CAGR (Compound Annual Growth Rate) real de 6,1%, para um PIB médio de 3,1%.

Figura 10.1 – Receita bruta vendas e serviços.

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AneXos

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Anexo a: Obtenção das Séries Históricas dos Indicadores Macroeconômicos ... 257

Anexo A

obtenção dAs séries HistóricAs dos indicAdores mAcroeconômicos PArA construção de modelos eXPlicAtivos ou cAusAis

A seguir indicaremos alguns sites onde é possível obter os indi-cadores do quadro a seguir, entre outros, muitos dos indicadores estão presentes em vários sites.

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Anexo B: CAGR ou TMCA 285

Anexo b

comPound AnnuAl GrowtH rAte (cAGr) ou tAXA médiA de crescimento AnuAl (tmcA)

Compound Annual Growth Rate (CAGR) é um termo usado em negócios e investimentos para demonstrar a taxa média de crescimen-to sobre uma base anualizada. CAGR não é um termo contábil, mas é muito utilizado, particularmente na avaliação do crescimento de indústrias ou para comparar as taxas de crescimento de dois investimentos porque CAGR amortece o efeito da volatilidade dos retornos periódicos que po-dem tornar médias aritméticas irrelevantes. CAGR é frequentemente uti-lizado para descrever o crescimento ao longo de um período de tempo de algum elemento do negócio, por exemplo, as receitas, as unidades entregues, etc.

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