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Motos

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Page 1: Apostila_offroad

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Apostila por André Carrazzone Neto

Esta relação de técnicas básicas foi elaborada por pilotos amadores, não tendo a pretensão de ensinar ninguém a ser um super campeão, servindo,

apenas, como dicas para se fazer o esporte Off-Road de moto com mais prazer e segurança.

Antes de tudo, o piloto deve se portar como um atleta. Sendo assim, deve como em todos os outros esportes, treinar seus passos antes de sair para

as competições ou mesmo para as trilhas de fim de semana.

Os treinos devem ser divididos em treinos com moto e sem ela.

Treino sem moto:

Academia ou algum tipo de exercício físico, sempre é indispensável,

pessoalmente, acho monótono, por isso procuro fazer algumas coisas para compensar. Uma boa caminhada, regularmente, é um bom começo. Outra

coisa é exercitar músculos específicos.

Vou dar como exemplo o antebraço. A musculatura do antebraço é uma das mais exigidas na prática do esporte Off-Road. Existem alguns aparelhos

como o conhecido “alicate”, aquele com molas em que o sujeito fica apertando, as bolinhas de borracha (existem vários tipos, densidades e cores) e, também,

o que para mim é o mais interessante, um aparelho caseiro que vários pilotos usam e que é simplesmente um cano com um furo no meio, o qual é amarrado

um peso, e o piloto enrola e desenrola o cabo preso ao peso fazendo os

movimentos como se acelerasse.

Outra coisa importantíssima para a prática do esporte é o alongamento. Deve-se dedicar tempo para eles, não tendo preguiça. É muito pior uma

câimbra, ou uma contusão do que o tempo que se leva para fazê-los. Eu procuro fazer alongamentos principalmente nas articulações mais exigidas.

Pescoço, mãos, pernas, braços, quadris e tornozelos. Em qualquer livro de fisioterapia você encontra exercícios específicos para cada uma. Vou dar como

exemplo um alongamento feito para os tornozelos, simples, porém muito eficaz: deve-se colocar as pernas paralelas para o movimento de descida do

tronco, como num alongamento de quadris normal, porém um dos pés deve estar virado para dentro. A musculatura que é forçada neste exercício é bem a

externa da perna, exatamente a mais forçada no esporte, é muito legal!

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Treino com moto:

Ao contrário do que se pensa, na trilha treina-se muito pouco porque nela, eventualmente se tem uma subida, uma curva, uma descida ou qualquer

outro obstáculo. A pista de treinos ideal é aquele terreno perto da sua casa.

Procure um terreno, de preferência que tenha uma subida, mesmo que pequena, e com uma área ampla reta.

Os treinos com moto, a princípio parecem bem simples e sem

fundamento, mas com o tempo você verá que dá resultado.

1º O primeiro exercício, cujo objetivo é o equilíbrio, deve ser feito com o guidão da moto totalmente virado. O piloto deve andar com o guidão assim,

bem devagar, de forma que com o tempo, vai sentir-se à vontade até para

aumentar a velocidade. Dos dois lados. Note a diferença de reação da moto de acordo com o freio que é utilizado;

2º Outro bom exercício, visando o equilíbrio e também a coordenação

motora, é: Em pé nas pedaleiras, o piloto acelerar a moto (em 1ª marcha) com o corpo para frente e logo após frear, com o corpo para trás. Desta forma o

piloto estará se acostumando com as reações da moto em situações de extrema aceleração e ainda estará definindo os limites do freio dianteiro.

DICA PRECIOSA: Aliás, o coitado do freio dianteiro, na maioria das motos é o que menos trabalha. Procure descobrir os limites dele. Eu garanto que sua

frenagem será bem mais eficiente.

3º Naquela subida (mesmo que não seja muito íngreme), procure fazer

um pequeno circuito, onde você poderá subir por ela, frear lá em cima, virar e descer novamente. Faça esse circuito, várias vezes antes de começar o

exercício para que forme nele um “caminho” por onde você passará. Procure fazer a subida de várias formas diferentes: primeiro faça-a normalmente com

embalo, depois procure parar a moto logo antes dela, e subir em 1ª marcha, depois, em pé na moto, procure chegar na subida em 2ª marcha e antes de

subir, colocar 1ª e subir. Note que com o tempo você terá a impressão que está “pegando” o jeito da subida, mas o que está acontecendo é que você está

conhecendo melhor os limites da sua moto;

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4º Ainda naquela subida, quando se desce ela, procure ir primeiro

devagar para senti-la, depois, a cada descida procure aumentar a velocidade e proporcionalmente o uso do freio dianteiro. Você vai, assim descobrir os limites

da frenagem. A frenagem somente com a traseira, aquela que você desce derrapando, não serve praticamente para nada, porque você perdeu o contato

e a dirigibilidade da moto. No freio dianteiro, como na descida seu peso está sobre ele, a frenagem fica bem mais eficiente. Aí está o porque deste

exercício: fazendo-o várias vezes você vai descobrir quais são os limites e a

partir de quando a dianteira da sua moto vai derrapar e, assim, até quando pode pressionar ou aliviar o freio. Este exercício servirá inclusive em outra

situações de frenagem.

5º Mais um bom exercício, também de equilíbrio, é: sentado na moto, o piloto deve vir no plano, em 1ª marcha, frear bruscamente, de forma que a

moto patine a traseira e jogue-a para o lado contrário da curva. Será uma curva de 90º, feita metade com a roda travada e metade tracionando. Faça um

circuito quadrado, sem parar várias vezes de cada lado. O fundamento é que dessa forma o piloto saberá até quando pode fazer com que a moto derrape e

qual a aceleração que deve ser usada nas curvas. Depois que estiver bem seguro desse limites o piloto deve fazer o mesmo exercício em pé nas

pedaleiras. Esse exercício, depois de dominado, servirá ainda para que o piloto entre nas curvas lentas (dentro de trilhas) e rápidas (estradas ou pistas) com

muito mais velocidade e segurança.

A MOTO E OS EQUIPAMENTOS

A motocicleta, depois de uma certa experiência, é um pouco esquecida,

principalmente porque começa a fazer parte do corpo e movimentos do piloto.

Porém deve se dispensar muita atenção à sua manutenção e regulagem. Uma moto em dia sempre significa um risco a menos para o piloto durante uma

prova ou mesmo durante um passeio de fim de semana.

Em termos de manutenção, o piloto deve preparar seu próprio check-list dos itens mais importantes para ser verificado durante a semana.

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Alguns dos itens:

- Limpeza do elemento do filtro de ar: Não esqueça que ele é responsável por não deixar entrar sujeiras dentro do motor da moto. Não se

deve limpar o elemento (se for de espuma) com gasolina por que esta dissolve a cola e a espuma do filtro. O correto é limpar com sabão neutro e água.

Depois de limpo e seco, o filtro deve ser banhado em óleo especial para filtros. Esse garante que as partículas menores não passe pelo filtro.

- Óleo do motor: Devido ao uso “extremo” do motor, tanto o 2 como o 4

tempos, o óleo do motor ou transmissão deve ser trocado sempre, antes do “recomendado pela fábrica”. Eu costumo trocar pelo menos a cada 3 ou 4

treinos.

- Corrente de transmissão: Existem dois tipos de corrente que são

usadas pelos pilotos de Off-Road. Com retentor e sem. A lubrificação na corrente com retentor deve ser feita apenas superficialmente, com óleo Spray

por exemplo, já a sem retentor, por não evitar a entrada de sujeira em seus “gomos”, deve receber uma atenção diferente. Uma mistura interessante para

usar nestas é a de graxa náutica com óleo de motor. Essa mistura não deve ficar nem muito líquida nem muito sólida, podendo ser aplicada com um tubo

ou bisnaga.

- Lubrificação: O piloto ou mecânico, sempre depois de lavada a moto, deve lubrificar os itens “móveis” como, por exemplo, o pedal de partida,

manetes de embreagem e freio dianteiro, pedais retráteis de freio traseiro e câmbio e demais. Visando retirar, com o próprio óleo, as impurezas que ficam

dentro deles. Evita-se assim que algum destes emperre ou perca eficiência.

- Pressão dos pneus: Deve ser verificada toda semana. Também pelo uso

“extremo” e temperaturas variáveis, a pressão dos pneus tem a tendência de se alterar. NOTA: Experimente usar pressões diferentes em cada treino, você

notará que a reação da moto é completamente diferente e chegará a uma pressão ideal para cada tipo de terreno.

O piloto deve ter um mecânico de confiança, para efetuar também

manutenções periódicas importantes como limpeza de carburador e troca de óleo das suspensões.

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Os equipamentos de segurança, também devem receber cuidados e

manutenções específicas. No geral, a limpeza deve ser feita de acordo com a necessidade (muitas vezes pelo odor), sempre evitando contato de produtos

químicos. A limpeza ideal é feita com sabão neutro e água.

De cima para baixo:

- O Capacete: Em primeiro lugar vale lembrar que capacete tem prazo de

validade e é o tipo de equipamento que não se deve “testar” para ter certeza que o prazo venceu. Ele deve ser trocado pelo menos a cada dois anos ou

depois de alguma queda forte em que ele foi comprometido. Sua limpeza deve ser feita desmontando a forração e lavando-a com água e sabão neutro (coco).

Muito cuidado na hora de montar, para não danificar a parte de isopor, pois ela é responsável por absolver a primeira parte do impacto. Os óculos ou viseiras

devem ser limpos também com sabão neutro e água, porém não se deve usar

nenhum tipo de bucha ou pano para não risca-la. Pode-se usar simplesmente a mão. Se assim você não consegue limpa-la significa que já está na hora de

trocar.

- Colete: Pode dar a impressão que o colete serve para evitar que se quebre algum osso, porém esse equipamento só serve para evitar pancadas de

pedras ou galhos, mas não deixa de ser importante. O colete deve ter, além da proteção na frente, também a parte traseira e as “mangas” que evitam

ricocheteadas dos galhos.

- Joelheiras: Existem infinitos modelos de joelheiras no mercado. O mais eficiente é o tipo “articulada”, aquela que prende o joelho e a parte superior da

perna e não deixa que o joelho se dobre para frente ou que torça para os lados. Porém, mesmo que seja uma joelheira simples, deve ser usada sempre

por que o fato de evitar pancadas na patela (rótula) já é uma benção. A

Cotoveleira também exerce a mesma importância, devendo ser usada sempre.

- Cinta Abdominal: Bem presa ao abdômen, este equipamento evita que os órgãos internos (que não tem apoio) sofram algum tipo de pancada pela

trepidação do exercício.

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- Botas: Como o capacete, a bota deve ter alguns carinhos especiais por

ser um dos equipamentos mais importantes. O piloto deve manter a bota sempre justa e com as cintas e fivelas sempre em dia. Por ser fabricada em

sua maior parte, em couro, a bota não deve ser lavada com produtos químicos. Também não se deve passar nenhum tipo de produto como álcool

por exemplo, para dar “brilho”, por que, além de não precisar ser bonita, esse tipo de produto é absorvido pelo couro, tornando-o após um certo tempo,

quebradiço e assim tirando a eficiência da bota.

DICA PRECIOSA: TODOS os equipamentos devem ser usados, sempre que o piloto for andar na moto. Mesmo que seja um simples treino no fundo de casa.

Parece exagero, mas quando e onde menos se espera, pode acontecer um acidente. Não custa evitar!

ENDURO, RALLY E OUTRAS

Existem vários tipos de competições para motos Off-Road, listarei algumas delas aqui:

- Enduro de Regularidade: Este tipo de prova é uma peculiaridade do

Brasil. Foi inventado por mineiros na década de 70 e é até hoje, pelo fato de ser mais acessível e de menor custo, o tipo mais difundido e praticado. Ele

consiste na utilização de Planilhas (mapas) para a localização do piloto e através desta ele deve se guiar, seguindo as médias de velocidade estipuladas

e penalizações por segundo de atraso ou adiantamento nos PC’s (Postos de Controle). A prova pode ser dividida em até 3 partes: D – Deslocamento

(Trecho em que o piloto tem um tempo especificado na planilha para transpor,

sem navegação/média), M ou V – Navegado (Trecho com média imposta) e N – Neutro (Trecho também com tempo especificado na planilha, usado por

exemplo para almoço ou paradas mais longas durante a prova, sem navegação/média).

- Enduro de Velocidade, Velocross ou Veloterra: É realizado em um

circuito fechado demarcado por “bumpings”. Os pilotos largam de um gate, separados por categorias. Muito parecido com o motocross! Os circuitos são

pequenos (de 1,5 a 2 km) e a duração é de 30 minutos mais 2 voltas.

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- Enduro F.I.M.: Também realizada em um circuito fechado previamente

demarcado por setas/flechas que indicam a direção a seguir. Não se usa equipamento de navegação, o piloto tem um tempo máximo para percorrer os

deslocamentos (que não são fáceis) e durante o percurso ele enfrenta especiais de velocidade: os PEC (prova especial de circuito) praticada

geralmente na largada para que aja a interação do público e os PEL (prova especial em linha) praticada em trilhas.

- Cross-Country: Desenvolve-se em um circuito de trilhas, rios e montanhas, fechado ao tráfego, demarcado também por “bumpings”. Os

pilotos, na largada, só podem ligar os motores após a bandeirada. A prova dura 2 horas mais uma volta do líder. Esta exige muito preparo físico e é a que

tem o maior interesse dos pilotos pela simplicidade das regras.

- Rally de Regularidade: Segue o mesmo padrão do Enduro de Regularidade, só que por ser voltado para carros, é desenvolvido em estradas

de terra e trilhas mais “espaçosas”. Esta modalidade é bastante difundida em alguns estados existindo inclusive campeonatos estaduais.

- Rally de Velocidade: É uma prova “contra o relógio” onde o piloto utiliza

uma planilha apenas para localização. Geralmente são de longa duração e altos custos para organizadores e participantes. Uma das únicas provas deste tipo

aqui no Brasil é o Rally Internacional dos Sertões.

- Baja: O baja também é uma prova “contra o relógio” sendo que suas

principais diferenças com o rally de velocidade são a ausência de planilhas para localização e a duração das provas (mais curtas).

AS TÉCNICAS MAIS IMPORTANTES:

- Nunca ultrapasse os limites de sua experiência (para que você não acabe conhecendo técnicas de ortopedia);

- Use sempre equipamentos de segurança de boa qualidade: capacetes,

botas, calças, joelheiras, cotoveleiras e outros específicos para prática do Off-

Road;

- Nunca vá para a trilha sozinho;

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- Em vilas e pequenas cidades, ande sempre devagar, evite mostrar suas

habilidades para quem não se interessa por elas. “Você é responsável pela imagem do motociclismo”;

- O motociclista deve sempre cumprimentar as pessoas pelo caminho ou

nas pequenas cidades, fazendo assim uma boa imagem dos esportistas, além de ser uma forma educada de dizer que “veio em paz”;

- Lembre-se que você estará transitando em lugares de difícil acesso até mesmo para rebocar a moto, então, mantenha sua moto sempre em bom

estado de conservação;

- Na estrada, como a visibilidade é precária e não há sinalização, sempre que você avistar algo que comprometa a segurança (carros, animais, pessoas)

procure avisar o companheiro de trás levantando a mão esquerda;

- E a velha dica: Na dúvida, acelere. Na maioria dos casos, a moto firmará seu rumo ou transporá o obstáculo.

TÉCNICAS DE CONDUÇÃO

POSIÇÃO DO PILOTO (Sentado):

1º - O piloto deve ficar com os ombros e a coluna sempre relaxados para

evitar a fadiga;

2º - Os cotovelos do piloto devem ficar levemente levantados para melhor absorver os impactos do solo;

3º - Para melhorar o controle da motocicleta, os joelhos devem estar

“prendendo” o tanque e as botas devem pressionar o quadro;

4º - Evite soltar das manoplas, mesmo para frear ou embrear, recomenda-se que deixe um ou dois dedos somente sobre os comandos.

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POSIÇÃO DO PILOTO (Em pé):

Esta posição é a mais indicada para a prática do Off-Road, por ser aquela

que permite maior controle sobre os movimentos da motocicleta em terrenos acidentados, além dos braços e pernas funcionarem como amortecedores

diminuindo os impactos.

1º - Os joelhos devem ficar levemente flexionados;

2º - As pernas deverão pressionar o quadro da moto, se possível, pressione os joelhos no tanque, para melhorar o controle da moto;

3º - O salto da bota deverá estar encaixado na pedaleira;

4º - O pé esquerdo deverá ficar ao lado do pedal de câmbio, enquanto o direito, em cima do pedal de freio para frenagem mais eficiente;

5º - O movimento do piloto para frente e para trás, muda o centro de

gravidade da moto, sendo assim, quando precisar de mais peso atrás (descida) o piloto deverá deslocar-se para trás. Recomenda-se também que se desloque

o peso para trás quando se aumenta a velocidade para diminuir o peso na roda da frente, aumentando a tração e diminuindo impactos. Quando estiver em

uma situação em que a direção é necessária (curva), ou em uma subida, o piloto deverá deslocar seu corpo para frente.

DICA PRECIOSA: Uma dica, não, uma superdica é que, independente da

posição (em pé ou sentado), olhar para o lugar que você quer passar é muito importante; a moto sempre passa onde você está concentrando sua atenção:

perceba!

CURVAS:

Nas curvas, a tendência do piloto, por influência do asfalto, é sempre

inclinar o corpo junto com a moto para o lado da curva, porém na terra a

aderência é completamente diferente.

1º - Deve-se evitar freadas bruscas com o freio dianteiro dentro da curva para não perder a aderência, o ideal é usar mais o traseiro;

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2º - O piloto deve deslocar seu corpo para a frente da moto, o mais

encostado ao tanque possível, para transferir seu peso dando mais aderência à roda dianteira;

3º - Para o lado da curva, o piloto deve inclinar a moto, mantendo o seu

corpo na vertical, de maneira que seu peso continue sobre a moto;

4º - Como segurança, o pé do piloto (o do lado da curva) pode ser

colocado para frente com o bico apontando para cima, dessa forma, além de transferir ainda mais peso para frente, se precisar, serve como ponto de apoio;

NOTA: O pé do piloto só deve ser colocado para frente (tirar da pedaleira) se o

equilíbrio não for suficiente. Para se obter mais equilíbrio e direcionamento nas curvas, o piloto deve faze-las, pressionando o freio traseiro e dianteiro (parece

estranho mas é uma técnica muito utilizada no motocross, dando mais direção à moto).

5º - Na saída da curva, já pode acelerar, dando até aquela

“escapadinha”, que é muito importante para pegar mais controle na moto.

DESCIDAS:

Sempre que possível, procure ficar em pé nas pedaleiras, isso lhe dará

mais segurança.

1º - Na descida, o peso da moto está concentrado na frente, por isso o piloto deve se deslocar para a traseira da moto, a fim de equilibrar essa

situação;

2º - Quando a descida está no meio da trilha (braba) e não dá para ficar

em pé, o ideal é jogar o corpo para trás, quase deitando no banco e acionar os freios de forma que o da frente, sem travar, seja o mais exigido;

3º - Agora, se a decida é daquelas onde o ideal é o rapel, o piloto deve

mesmo optar pelo “passeio a pé”, descendo da moto, segurando-a como puder, até chegar lá em baixo com segurança.

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DICA PRECIOSA: Se realmente não tiver apoio para o piloto descer

empurrando (ou segurando) a moto, a melhor saída é tombar a moto, de forma que consiga escorregar a frente dela para baixo primeiro, e depois a

traseira, com segurança e sem quebrar nada.

SUBIDAS:

Nas subidas, ao contrário da descida, o piloto deve concentrar seu peso

na parte dianteira, pois a tendência da moto é vir para trás.

1º - Quando a subida for muito longa, porém, com inclinação não tão forte, o ideal é imprimir uma velocidade maior para subir no embalo. Em pé

nas pedaleiras o piloto vai encontrar mais segurança e dirigibilidade;

2º - Se a moto vai perdendo a força durante a subida, o piloto deve ficar

atento e fazer as reduções de marchas bem precisas para não desviar a força da moto;

3º - No caso de subidas onde é necessário maior tração, por exemplo,

pequenas subidas no meio da trilha com piso mais escorregadio, o ideal e dosar o peso do corpo um pouco mais para trás para aumentar a aderência na

roda traseira;

4º - Quando a subida for daquelas tipo “parede”, deve-se colocar uma marcha bem reduzida para iniciar o serviço, se necessário, coloque os pés no

chão para ajudar na força da moto, e aliviar o seu peso. Durante esse tipo de subida recomenda-se não usar a embreagem para que a tração na roda

traseira seja contínua;

5º - Se não houver forma ou força para subir, o bom mesmo é o velho

“passeio a pé”, desça e empurre a moto ajudando na tração. Não tenha vergonha de descer da moto em hipótese alguma, pois esta poderá ser

a diferença entre ficar parado e terminar uma prova.

6º - Se a moto perder a força no meio da subida, ou por algum outro motivo for se descontrolar e sair da trajetória, acione o freio e a deite a moto,

a fim de evitar que ela despenque morro abaixo. O ideal neste caso é voltar lá para baixo e começar a subida novamente;

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7º - A falta de confiança do piloto em suas habilidades é um dos

motivos que atrapalham a subida de uma moto, aliás, que atrapalha todas as técnicas.

TRONCOS:

A técnica para ultrapassar barreiras como troncos e grandes raízes é

bem simples, porém depende muito de experiência e equilíbrio.

1º - O piloto deve ficar em pé nas pedaleiras, de preferência em 1ª marcha, perpendicular ao tronco;

2º - Quando a moto encostar a roda da frente no obstáculo, o piloto deve

empina-la, deslocando seu corpo para trás, diminuindo o impacto na roda;

3º - A roda traseira deverá bater no tronco de forma que a moto vai se firmar e cair para frente;

4º - Depois disso, com a aceleração, a moto tracionará e passará o

tronco. O piloto não deve tirar seu peso da traseira da moto para não

desequilibrar.

ATRAVESSAR RIOS OU ALAGADOS:

Antes de começar a travessia, deve-se levar em conta que a moto não

foi feita para andar na água, então é bom tomar muito cuidado com vedações e tubulações que poderão “engolir” essa água. Outra coisa é que, deve-se

primeiro saber a profundidade desse rio. Uma maneira é analisar se dá para ver o fundo, quanto mais claro mais raso, porém, a melhor técnica mesmo é

descer da moto e dar uma molhadinha na bota para conferir.

1º - O piloto deve colocar a moto em uma marcha reduzida para a travessia;

2º - O ideal é se posicionar em pé nas pedaleiras, com o peso do corpo

mais na traseira da moto, evitando possíveis impactos na roda da frente;

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3º - Deve-se manter uma aceleração média e contínua, sem usar a

embreagem para evitar a perda de tração e melhorar o equilíbrio.

ATRAVESSAR LAMAÇAL, AREIA FOFA, CASCALHO OU PEDRAS:

A situação nestes quatro casos é basicamente a mesmo, a tendência da

moto é perder o controle porque a roda da frente quer sempre ir para o lado errado, principalmente se estiver devagar.

1º - Mantenha-se em pé nas pedaleiras, pressionando o quadro da moto

com as pernas;

2º - A moto deve ficar em uma marcha em que a rotação se mantenha

média e constante para não perder a tração;

3º - O piloto deve deslocar seu peso para parte traseira da moto, aumentando a tração e facilitando a dirigibilidade, evitando assim que a moto

fique “dançando”.

ATOLAMENTO:

Esse para mim é o maior motivo para tirar o piloto de uma prova.

Quando se atola, a primeira reação é fazer força, em alguns casos, muita força, assim o piloto acaba com seu fôlego para o resto do percurso. Mas aqui

vai a técnica mais preciosa de todas.

1º - Primeiro, quando for atolar, evite enterrar a frente da moto, essa técnica depende da frente “solta” para funcionar, se não tire a frente da moto

no braço;

2º - Nunca fique acelerando demais, achando que um piso milagroso, lá

no fundo, vai aparecer e te dar tração. Quando acontecer isso, jogue imediatamente na megasena que você vai ganhar. Você só vai conseguir atolar

mais;

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3º - Desça da moto do lado direito, para que você tenha condições de

acelerar;

4º - Mantenha a moto engatada em 1ª marcha;

5º - Solte a embreagem gradativamente, de forma que o pneu traseiro perca a tração e fique girando em falso;

6º - Com a mão esquerda, pegue a alça na traseira da moto, levantando-a e a empurrando para frente;

7º - Quando firmar novamente a tração, aperte a embreagem e suba na

moto feliz da vida porque quase não fez força e passou o atoleiro.

FONTES UTILIZADAS:

- Revista Dirt Action – www.revistadirtaction.com.br,

- Manual de Técnicas Off-Road Honda,

- Manual de Técnicas Off-Road Juca Bala,

- Vídeos de Treinamento de Pilotagem Gary Semics – www.gsmxs.com,

- Federação Paulista de Motociclismo – www.fpm.esp.br,

- Trail Clube de Minas Gerais – www.tcmg.com.br,

- Entre outros.

Seja você!

Nenhum reconhecimento externo vai substituir a alegria de poder ser você mesmo: "status" é comprar coisas que você não quer com o dinheiro que você

não tem a fim de mostrar para gente que você não gosta uma pessoa que você não é.

Alegre-se em ser quem você é. Querer ser quem você não é despende muito esforço e muita energia.