apostila - parte i prof: marcio janot
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EPGE – FGV
Mestrado em Finanças e Economia
Empresarial
Finanças Internacionais
APOSTILA - PARTE I
Prof: Marcio Janot
1
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Contabilidade Nacional
e
Balanço de Pagamentos
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
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Economia Aberta
Objetivo: estudar os efeitos de políticas macroeconômicas em economias nas quais há trocas relevantes entre residentes e não-residentes.
Uma economia está ligada ao resto do mundo através de dois canais externos: o comércio de bens e serviços (conta-corrente) e os financiamentos (conta de capitais).
A ligação via comércio está ligada à importação e exportação.
Os financiamentos estão ligados ao capital financeiro que circula o mundo na busca de melhores rendimentos.
• O Brasil é uma economia aberta?
• E os EUA?
• Pode um país exportar mais do que seu PIB?
Macroeconomia Aberta
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Macroeconomia Aberta
ABERTURA cobre 3 noções distintas:
1) Abertura nos mercados de bens:
• escolha entre bens domésticos e
importados
• tarifas
• cotas
Exportações + Importações de Bens e Serviços/PIB - 2007
%
Sources: IMF and WTO
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Bra
zil
US
A
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gu
ay
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Macroeconomia Aberta
Exportações de Bens e Serviços como Porcentagem do PIB
Países OCDE*** 20.44%Estados Unidos* 9.55%Japão 11.84%Alemanha** 37.99%Reino Unido** 24.70%Suiça* 44.12%Áustria** 50.99%Bélgica** 83.73%Luxemburgo** 146.21%
Brasil *** 13.42%
*Dados de 2003, **Dados de 2004, ***Dados de 2006Fonte: World Development Indicators (Banco Mundial)
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Macroeconomia Aberta
Pode-se concluir da tabela acima que os EUA têm mais restrições ao comércio do que UK ou Luxemburgo?
Não. GEOGRAFIA e TAMANHO são as causas.
Japão – isolamento geográfico explica em boa parte o baixo grau de abertura.
Bélgica (5% do PIB dos EUA) e Luxemburgo (0.3% do PIB dos EUA) são países pequenos e não conseguem produzir a mesma variedade de bens que os países “continentais”.
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Macroeconomia Aberta
O grau de abertura de uma economia não é só
medido pelo comércio efetivo.
É importante também levar em consideração os
mercados que estão expostos à competição
internacional, sem que necessariamente haja
importações.
Uma medida melhor do grau de abertura deve ser a
proporção do produto agregado composto de bens
comerciáveis (tradables)
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2) Abertura dos mercados financeiros
• escolha entre ativos domésticos e
estrangeiros
• controle de capitais
• integração dos mercados financeiros
mundiais/ mobilidade de capitais.
3) Abertura nos mercados de fatores:
• liberdade para as firmas escolherem onde
instalar suas fábricas e para os trabalhadores
escolherem onde trabalhar.
Macroeconomia Aberta
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CONTABILIDADE NACIONAL
A contabilidade nacional ou a determinação da
renda nacional nos fornece uma estimativa
regular da renda nacional ou do PIB, a medida
básica do desempenho econômico na produção
de bens e serviços.
PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB)
PIB é o valor de mercado de todos os bens e
serviços finais produzidos em um país em um
dado período de tempo.
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DISTINÇÃO ENTRE PNB E PIB
PNB = PIB-RLEE (1)
RLEE = renda líquida enviada ao exterior
Quando o PNB excede o PIB, os moradores de um
determinado país estão ganhando mais no exterior
do que os estrangeiros estão ganhando neste país.
Aluguel de apartamento no Rio
de Janeiro (dono é japonês)
Salário de brasileiro trabalhando
no Japão
PIBBrasil
PIBJapão
PNBBrasil
PNBJapão
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Consumo das
Famílias (C)
Investimento (I)
Compras do
Governo (G)
Exportações Liquidas
(X- M)
Bens duráveis;
Bens não duráveis;
Serviços.
Inv. Não habitacional fixo;
Inv. Habitacional fixo;
ΔEstoques.
Engloba esferas federal, estadual e municipal.
(Exportações de bens/serv.) – (Importações de bens/serv.)
COMPONENTES DA DEMANDA
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Brasil Chile Hong Kong Coréia do Sul Singapura EUA Área do Euro
Consumo das Famílias 57% 62% 57% 54% 43% 71% 57%
Compras do Governo 19% 13% 11% 13% 12% 16% 21%
Formação Bruta de Capital Fixo 18% 21% 22% 30% 25% 18% 20%
Variação de Estoques 2% 1% 1% 0% -12% 0% 0%
Exportaçõs de Bens e Serviços 17% 36% 172% 38% 33% 10% 36%
Importações de Bens e Serviços ( - ) 13% 33% 163% 36% 14% 34%
Discrepância Estatística 1% -2%
Total 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
* Exportaçoes Líquidas
*
Participação dos componentes da despesa no PIB:
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Identidade Macroeconômica Básica
PIB + M = C + I + G + X => PIB = C + I + G + X – M =>
PIB = C + I + G + X – M (2)
De (1) e (2): PNB = C + I + G + TC => PNB – (C+I+G) = TC (3)
Adicionando e subtraindo os impostos em (3):
(PNB – T – C) + (T – G) – I = TC => I = Sp + Sg + Se (4)
onde Sp = PNB – T – C é a poupança privada;
Sg = T – G é a poupança pública;
Se = - TC é a poupança externa.
Déficits Gêmeos: Mantendo a poupança e o investimento privado constantes, um aumento do déficit público piora o saldo em transações correntes.
De (4): (Sp – I) – Déficit Público = TC
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Mercados Financeiros
Mercados de Fatores de Produção
Mercado de Bens e Serviços
Famílias Governo Empresas
Renda
Poupança
Privada
Rem
unera
ção d
os fa
tore
s
(sal. +
lucro
s)
Impostos
Consumo Receita das Empresas
Investim
ento
Gastos do Governo
Déficit do Governo
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Como demanda e oferta de bens/serviços se igualam em uma economia fechada?
Demanda: Função Consumo + Função Investimento + Política Fiscal exógena.
Oferta: Fatores de Produção + Tecnologia (Função de Produção).
Mercado de Bens e ServiçosConsumo
Gastos do Governo
Investimento
Receita das Empresas
À taxa de juros de equilíbrio, a demanda por bens e serviços se iguala à oferta.
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Equilíbrio nos mercados financeiros depende da interação
entre:
Demanda de fundos emprestáveis: I(r)
Oferta de fundos emprestáveis: S
Mercados Financeiros
Poupança
Privada
Déficit do Governo
Investimento
À taxa de juros de equilíbrio, o desejo de poupar das famílias é igual ao desejo de investir das empresas (e famílias), e a quantidade de fundos emprestáveis ofertada é igual à quantidade demandada.
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BALANÇO DE PAGAMENTOS
É o registro de todas as transações envolvendo
bens, serviços e ativos entre os residentes de um
país e o resto do mundo (não-residentes).
Um déficit no balanço de pagamentos significa
que os residentes estão efetuando mais
pagamentos a estrangeiros do que estão
recebendo destes.
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Estrutura do Balanço de Pagamentos (BP)
1) Balança comercial (Exportação - Importação)
2) Balança de serviços
3) Rendas
4) Transferências Unilaterais
5) Conta Corrente ou Transações Correntes (1+2+3+4)
6) Conta Capital e Financeira
Saldo do BP = BC + BS + Rendas + TU + Conta de Capital e Financeira = Variações nas reservas internacionais
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Quadro I - Balanço de pagamentos
US$ milhões
Discriminação2001 2002 2003 2004 2005
Balança comercial (FOB) 2.642 13.121 24.794 33.641 44.757
Exportações 58.223 60.362 73.084 96.475 118.308
Importações 55.581 47.240 48.290 62.835 73.551
Serviços e rendas -27.493 -23.229 -23.483 -25.198 -34.115
Receitas 12.601 12.901 13.786 15.782 19.289
Despesas 40.094 36.130 37.269 40.980 53.405
Transferências unilaterais correntes (líquido) 1.638 2.390 2.867 3.268 3.558
Transações correntes (NX) -23.213 -7.718 4.177 11.711 14.199
Conta capital e financeira 27.925 8.856 5.111 -7.330 -8.808
Conta capital -36 433 498 339 663
Conta financeira 27.961 8.423 4.613 -7.670 -9.470
Investimento direto (líquido) 24.715 14.108 9.894 8.695 12.676
Investimentos em carteira 77 -5.119 5.308 -4.750 4.885
Derivativos -471 -356 -151 -677 -40
Outros investimentos 3.640 -210 -10.438 -10.937 -26.991
Erros e omissões -1.405 -836 -793 -2.137 -1.072
Variação de reservas ( - = aumento) -3.307 -302 -8.496 -2.244 -4.319
V.1 – Balanço de pagamentosUS$ milhõ es
D iscriminação 2006* 2007* 2008* 2009( jan-o ut)
Balança comercial (FOB) 46 458 40 032 24 836 22 641
Exportações 137 807 160 649 197 942 125 864
Importações 91 350 120 617 173 107 103 224
Serviços - 9 654 - 13 218 - 16 690 -15 201
Rendas - 27 489 - 29 291 - 40 562 -24 887
Transferências unilaterais correntes 4 306 4 029 4 224 2 659
Transações correntes 13 621 1 550 - 28 192 -14 788
Conta capital e financeira 15 982 89 086 29 352 52 205
Conta capital 869 756 1 055 888
Conta financeira 15 113 88 330 28 297 51 317
Investimento direto (líquido) - 9 420 27 518 24 601 24 311
No exterior - 28 202 - 7 067 - 20 457 5 058
Participação no capital - 23 413 - 10 091 - 13 859 -3 047
Empréstimos intercompanhias - 4 789 3 025 - 6 598 8 104
No país 18 782 34 585 45 058 19 254
Participação no capital 15 373 26 074 30 064 14 356
Empréstimos intercompanhias 3 409 8 510 14 994 4 898
Investimentos em carteira 9 573 48 390 1 133 39 331
Ativos 523 286 1 900 -482
Passivos 9 051 48 104 - 767 39 812
Ações 7 716 26 217 - 7 565 31 716
Títulos de renda fixa 1 335 21 887 6 798 8 097
Derivativos 383 - 710 - 312 168
Outros investimentos 14 577 13 132 2 875 -12 494
Ativos - 8 914 - 18 552 - 5 269 -29 684
Passivos 23 491 31 683 8 143 17 190
Erros e omissões 965 - 3 152 1 809 881
Resultado do balanço 30 569 87 484 2 969 38 298
M emo:
Transações correntes/PIB 1,25 0,12 -1,79 -1,26
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Exercício de Balanço de Pagamentos
Qual o efeito no Balanço de Pagamentos dos seguintes
fluxos internacionais:
1) País importa US$350milhões de mercadorias, pagando à
vista.
2) País importa US$50milhões de equipamentos, financiados
à longo prazo.
3) Xerox americana manda máquina de US$20milhões para
filial brasileira.
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Macroeconomia Aberta
Como a abertura dos mercados de bens afeta o equilíbrio no
mercado de bens?
Em uma economia fechada, nos centramos na decisão de consumir
ou poupar.
Agora, há adicionalmente a decisão de, em se consumindo,
comprarem-se bens domésticos ou importados.
A variável chave para esta última decisão é o preço dos bens
estrangeiros em termos dos bens domésticos, que é a taxa real
de câmbio.
Ao contrário da taxa nominal de câmbio que é divulgada diariamente
pelo Banco Central, a taxa real não é diretamente observável.
Taxas de Câmbio:Taxa de Câmbio Nominal (e):
É o preço relativo das moedas de dois países.
aestrangeir moeda
nacional moeda e
Se e Depreciação (desvalorização) nominal.
Se e Apreciação (valorização) nominal.
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Ex.:
Imagine que tomamos os preços de dois carros similares no Brasil e nos EUA:
Hyundai nos EUA – US$30.000 por um carro.
Gol no Brasil – R$40.000 por um carro.
Imagine também que a taxa de câmbio nominal entre R$ e US$ é:
$/$ 2 USRe
A que taxa trocamos carros brasileiros por carros americanos?
Taxa de Câmbio Real:
É o preço relativo dos bens de dois países.
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P
Pe
*
Taxa de câmbio real
Taxa de câmbio nominal
Razão dos níveis de preços
• Se a taxa de câmbio real (ε) é elevada, os bens estrangeiros são relativamente caros e os bens domésticos relativamente baratos.
• Se a taxa de câmbio real (ε) é baixa, então os bens estrangeiros são relativamente baratos e os bens domésticos são relativamente caros.
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A Taxa de Câmbio Real e as Exportações Líquidas:
real) o(apreciaçãNX IM ; EX Se
real) ão(depreciaçNX IM ; EX Se
)(NXNX
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Depreciação, Balança Comercial e
Produto
NX=X(Y*, )- Q(Y, )
Uma depreciação real afeta a balança comercial de três formas distintas:
1. As exportações aumentam. A depreciação torna os bens internos relativamente mais baratos e há um aumento da demanda por esses bens.
2. A demanda por produtos importados diminui. A depreciação torna os bens externos relativamente mais caros.
3. O preço relativo dos bens externos ( ) aumenta.
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Depreciação, Balança Comercial e
Produto
Para uma depreciação melhorar a balança comercial,
as exportações devem aumentar o suficiente e as
importações devem diminuir o suficiente para
compensar o aumento do preço das importações.
A condição que garante que uma depreciação real
conduz a um aumento nas exportações líquidas é
chamada condição de Marshall-Lerner. Vejamos a
derivação desta condição.
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Condição de Marshall-LernerNX=X- Q
Suponha que NX=0 para começar, isto é, X= Q. O que queremos é
derivar a condição necessária e suficiente para que
>0 NX>0. Assim:
NX= X - Q - Q
NX/X= X/X - Q/X - Q /X
Usando Q=X, substitua /X por 1/Q no segundo termo e Q/X por 1/
no terceiro termo, assim obtendo:
NX/X= X/X - Q/Q - /
NX>0 X/X- Q/Q- / >0
Se esta condição for satisfeita, uma depreciação real leva a uma
melhora na balança comercial.
Exemplo: Suponha que / =1% implique X/X=0.9% e Q/Q=-0.8%
(0.9%)-(-0.8%)-1%=0.7% e a condição de ML é satisfeita.
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A Curva-J
Os efeitos de uma depreciação não são o instantâneo aumento nas
exportações e o declínio nas importações. Por quê?
Leva tempo para os consumidores perceberem os novos preços
relativos, para as empresas trocarem seus fornecedores etc. Assim,
no início pode haver uma deterioração na Balança Comercial.
O efeito inicial tende a se refletir mais nos preços que nas
quantidades o que implica uma deterioração inicial da balança
comercial.
Se a condição de Marshall-Lerner for satisfeita, a resposta nas
importações e exportações, com o decorrer do tempo, será mais forte
que o choque negativo de preços.
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A Curva-J
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A Teoria da Paridade do Poder de
Compra
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Fontes: IPEADATA
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Professor: Marcio Janot
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Motivação
As oscilações observadas nas taxas de câmbio real
são permanentes ou temporárias?
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PPP e a taxa de câmbio real de longo prazo
PPP: proposição empírica que diz que uma vez convertidos para uma mesma moeda, os níveis de preços entre os países devem ser iguais.
Cassel (1921,22) – propôs o uso da PPP para reconstruir o padrão-ouro após a 1a. GM.
Consenso na literatura empírica:
1. No longo prazo (6 a 7 décadas), a taxa de câmbio real tende para os níveis estabelecidos pela PPP.
2. No curto prazo, os desvios em relação a PPP são grandes e voláteis.
3. Com exceção da taxa yen/dólar, não há evidência de desvios permanentes da PPP causados por fatores estruturais.
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Definições de Paridade do Poder de Compra
(PPP)
1. Lei do Preço Único (L.O.P.): uma vez convertido para a
mesma moeda, o mesmo bem deveria ser vendido
pelo mesmo preço em diferentes países.
Esta lei deveria valer para bens razoavelmente
homogêneos: oportunidade de arbitragem!
)(*
)()()(1
)(
)( **
iP
iPeiPiPe
iP
iPe
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Definições de Paridade do Poder de Compra
2. PPP absoluta:
Se aplica ao nível geral de preços, enquanto a L.O.P. se aplica a
mercadorias individuais.
Problemas:
Não existe um índice de preços para uma cesta de bens
padronizada internacionalmente.
Como introduzir novos bens? Novos pesos?
Os índices de preços podem ter anos-bases diferentes. Não
sabemos se havia desvios da PPP naqueles anos-bases.
Existência de barreiras comerciais.
Existência de custos de transporte: bens comerciáveis e não
comerciáveis.
PPe *
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40
Definições de Paridade do Poder de Compra
3. PPP relativa:
Definição mais operacional da PPP.
Esta versão requer apenas que a variação cambial anule
o diferencial de inflação entre os países.
PPP absoluta => PPP relativa.
Contudo, a PPP relativa pode ser válida mesmo quando
a PPP absoluta não é => quando os fatores que causam
os desvios da PPP absoluta são estáveis ao longo do
tempo.
A interpretação dos desvios da PPP relativa pode ser
difícil, pois baseia-se na escolha de um ano base.
**
*
e
e
P
P
P
P
e
e
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41
Evidência Empírica da Lei do Preço Único
Rejeita a L.O.P: Isard (1977) compara exportações de bens manufaturados entre
países e mostra que os desvios da L.O.P. são grandes e persistentes e refletem movimentos da taxa de câmbio nominal.
Giovannini (1988) compara bens relativamente homogêneos como parafusos e rejeita a L.O.P.
Engel (1993), Engel e Rogers (1996) mostram que a volatilidade dos preços relativos é bem menor dentro do país que internacionalmente. Mesmo controlando para distância, mostram que existe um efeito fronteira que invalida a L.O.P. adicionando de 2.500 a 23.000 milhas entre as cidades.
Possíveis fricções: tarifas, custos de transporte e barreiras não tarifárias geram uma cunha entre preços de diferentes países com o tamanho da cunha dependendo da “comerciabilidade” do bem.
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42
Teste da L.O.P.: Taxa de Câmbio do Bigmac
Índice Big Mac
Utilizado para testar se as moedas nacionais estão
sobrevalorizadas ou valendo menos com base na teoria
da Paridade do Poder de Compra (PPP), que diz que no
longo prazo a taxa de câmbio nominal deve se mover de
modo a igualar os preços de uma cesta idêntica de bens
e serviços em dois países:
EP*=P , o poder de compra da moeda é o mesmo nos
dois países.
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44
Resultados do índice Big Mac (Julho de 2009)
Segundo este índice, ao nível de R$2,00/US$, a taxa de
câmbio brasileira encontrava-se 13% apreciada em
relação ao equilíbrio da PPP em julho deste ano:
(2,25 – 2.00)/2.00 = 13%
Preço do Big Mac no Brasil/Preço nos US$ = Taxa de
Câmbio da PPP = 2,25
Hong Kong, tinha o Big Mac mais barato (custando
menos que US$1,72), o que sugere que sua moeda seja
a mais depreciada.
Já o Big Mac mais caro é o da Noruega (US$ 6,15),
enquanto nos EUA custa US$ 3,57.
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Teste da Lei do Preço Único: o “Big Mac Index” (16/07/2009)
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45
46
Problemas do Índice Big Mac
Big Macs não são comercializados internacionalmente
como a teoria da PPP requer (“condição de não
arbitragem”);
Os preços podem estar distorcidos por tarifas,
impostos, margem de lucro, custo de componentes
non-tradables como salários e aluguéis;
Diferenças de produtividade entre países ricos e
pobres resulta em desvios persistentes da PPP no
longo prazo, onde os países menos produtivos no
setor de bens comerciáveis tendem a ter uma moeda
mais depreciada (“efeito Balassa-Samuelson”).
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Evidência Empírica da PPP absoluta
Rejeita a PPP absoluta:
Os preços de cestas idênticas, quando convertidos
para uma mesma moeda, diferem
substancialmente entre países:
Penn World Table (PWT) => Summers and Heston
(1991)
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Testes da PPP relativa
A PPP relativa não tem se verificado desde o início
da década de 1970, embora entre 1945 e 1970 tenha
sido o guia mais confiável da relação entre as taxas
de câmbio e os níveis de preços.
Frankel (1986): a razão pela qual os testes não
conseguem convergência para a PPP é a falta de
potência (amostra pequena)
Usa dados anuais para a taxa de câmbio entre o dólar
e a libra para 1869-1984 e aceita a hipótese da PPP.
Crítica de Mussa: A convergência para a PPP se deve
a adição de dados de câmbio fixo na amostra.
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49
Outros Testes da PPP
Lothan e Taylor (1996) – obtém resultados semelhantes a Frankel.
PPP é válida para amostras grandes ou amostras que incluam apenas dados até 1945.
PPP não é válida para amostras com dados de câmbio flutuante.
Frankel e Rose (1996) – adicionam dados cross-section para aumentar a potência dos testes: 150 países, 1948-1992.
PPP é válida.
Crítica: esse resultado deve-se a adição de muitos países com inflação alta na amostra.
Consenso: desvios da PPP tendem a desaparecer, mas a uma taxa muito lenta.
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50
“Purchasing Power Parity (PPP) Puzzle”
“PPP Puzzle”: como conciliar a enorme volatilidade de
curto prazo da RER com a taxa de convergência
extremamente lenta (15% a.a.) para os níveis de PPP no
longo prazo?
Volatilidade de curto prazo da RER é explicada pela
volatilidade da taxa de câmbio nominal na presença de
rigidez nominal de preços e salários.
No entanto, uma “meia vida” de 3 a 5 anos para que os
desvios da PPP desapareçam parece muito para ser
explicado por rigidez nominal, mas é possível se os
choques reais são predominantes.
No entanto, os modelos existentes baseados em choques
reais não capturam a volatilidade cambial de curto prazo.
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
51
Melhor explicação para o PPP Puzzle
Os mercados de bens permanecem segmentados, com
grandes fricções de comércio em um amplo conjunto de
bens: custo de transporte, de informação, tarifas barreiras
não tarifárias ou falta de mobilidade de trabalho.
Os mercados de bens internacionais não são tão integrados
como os domésticos.
Conseqüência: a taxa de câmbio pode se mover sem
produzir uma resposta proporcional imediata nos preços
relativos.
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
52
Barreiras Comerciais
Custos de transporte e barreiras tarifárias e não tarifárias enfraquecem a relação da PPP.
Ex: Suponha que uma quantia de ouro seja vendida a R$100 no Brasil e US$50 nos EUA, mas que o custo do transporte seja de US$10. A uma taxa de câmbio de R$1,8/US$, o preço em reais do ouro nos EUA é R$ 90, mas o importador teria que pagar mais R$18 pelo frete, inviabilizando a arbitragem.
Quanto maiores as barreiras comerciais, mais a taxa de câmbio pode variar, dados os preços dos bens nos diversos países.
Estimativa média do custo de transporte = M(CIF) -X(FOB) = 10%.
FOB: não inclui os custos de transporte e de seguros.
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53
Produtos não comercializáveis
A existência desses bens e serviços permitem desvios sistemáticos mesmo da PPP relativa.
Como os preços desses bens são determinados exclusivamente pelas curvas de oferta e demanda domésticas, deslocamentos dessas curvas podem alterar o preço doméstico desses bens em relação aos estrangeiros, afetando os níveis de preços.
Ex: Inflação mais alta em Hong Kong (sobretudo dos bens não comerciáveis), apesar do câmbio fixo e da ausência de barreiras comerciais.
Nos EUA, as indústrias de serviços e construção responderam por 53% do PNB em 2000. E boa parte dos preços dos bens comerciáveis incluem custos de serviços não comerciáveis (mão de obra, aluguel,...).
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54
Restrições à livre concorrência
(pricing to market)
Ocorre quando uma firma vende uma mercadoria
por preços diferentes em mercados diferentes,
devido as diferentes estruturas de demandas dos
países.
A combinação entre diferenciação de produtos e
segmentação de mercados leva a grandes
violações da L.O.P. e da PPP absoluta.
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55
Diferenças internacionais entre as medidas
do nível de preços
Os pesos dos bens das cestas de referências são diferentes entre países.
Se todos os preços aumentam 10% e a taxa de câmbio se deprecia 10% em relação às moedas estrangeiras, a PPP relativa vale, independentemente dos índices de preços.
Mas, mudanças nos preços relativos dos componentes da cesta podem invalidar a PPP relativa.
Ex: Aumento do preço relativo do peixe provocaria um aumento em dólares de uma cesta de referência japonesa em relação à cesta americana, porque o peixe tem um maior peso na cesta japonesa.
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Desvios Estruturais da PPP:
o efeito Balassa-Samuelson
Explicação mais importante e popular para os desvios da
PPP no longo prazo.
Argumentos básicos:
1. Os níveis de preços em países mais ricos tendem a ser
mais altos que nos países mais pobres, quando convertidos
para uma mesma moeda.
2. Os níveis de preços em países que crescem mais rápido
sobem em relação aos níveis de preços em países que
crescem mais lentamente.
Conseqüência: apreciação real das moedas dos países
ricos ou que crescem mais rápido vis-à-vis os países
pobres.
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57
Desvios Estruturais da PPP:
o efeito Balassa-Samuelson
Intuição:
1. Além dos países ricos terem níveis maiores de
produtividade em termos absolutos, eles também são
relativamente mais produtivos no setor de bens
comerciáveis do que no setor de bens não comerciáveis.
2. Os avanços de produtividade nos países que crescem
rápido estão mais concentrados no setor de bens
comerciáveis.
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58
Desvios Estruturais da PPP:
o efeito Balassa-Samuelson
Porque um aumento na produtividade relativa do setor de
comerciáveis (T => “Tradeables”) implica níveis de preços
mais elevados?
1. Aumento da produtividade dos T => Aumenta o salário no
setor T (PT é dado no mercado internacional supondo taxa
de câmbio fixa)
2. Aumenta o salário no setor NT => Aumento de preços dos
bens NT.
3. Aumento no nível geral de preços:
4. Apreciação permanente da taxa de câmbio real:
NTT PPP )1(
P
Pe
*
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
59
Evidência Empírica do efeito Balassa-Samuelson
Balassa (1964) realizou o seguinte teste para 12 países industrializados:
Encontrou uma relação positiva entre os níveis de preços e renda per capita.
Há evidência empírica favorável, especialmente na comparação dos países muito pobres e muito ricos, e para alguns países individuais, como o Japão.
Não há evidência conclusiva quanto a importância do viés de produtividade do setor T para explicar a RER dos países desenvolvidos, pois há evidência de convergência de longo prazo para a PPP.
Uma explicação para esse resultado pode ser a difusão da tecnologia no longo prazo entre países.
iii PopulaçãoPNBSPP )/(*)/(
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60
Demanda, oferta e taxa de câmbio
real de longo prazo Vamos analisar dois casos particulares:
1. Aumento na demanda relativa mundial por produtos brasileiros
• Deslocamento da demanda doméstica ou estrangeira para
bens domésticos => excesso de demanda por esses bens à
taxa de câmbio real anterior => aumento relativo dos preços
domésticos => apreciação cambial real da taxa de câmbio
brasileira no longo prazo.
2. Um aumento na oferta relativa do produto brasileiro
• Aumenta a eficiência produtiva do L e do K no Brasil =>
aumento da oferta de bens em relação à demanda à taxa de
câmbio anterior, pois parte da renda é gasta em bens
estrangeiros => queda no preço relativo dos bens brasileiros,
atraindo demanda e eliminando o excesso de oferta =>
depreciação cambial real da taxa de câmbio brasileira no
longo prazo.
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61
Determinantes da taxa de câmbio
nominal de longo prazo
Mudanças nos níveis e taxas de crescimento da
oferta relativa de moeda entre países afetam a
taxa de câmbio nominal de longo prazo (enfoque
monetário), de acordo com a PPP relativa.
Mudanças na taxa de câmbio real de longo prazo,
entretanto, também afetam a taxa de câmbio
nominal de longo prazo.
*
*
P
Pe
P
Pe
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
Modelo Intertemporal de Conta
corrente
(Notas de aula)
62
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63
Sustentabilidade dos Déficits
em Conta Corrente
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64
Motivação
O que causa os déficits em CC?
Os déficits em CC são bons ou ruins?
Como mensurar a solvência externa de um país?
Existe um teto para o endividamento externo?
Grandes déficits em CC são sustentáveis? Quais os
principais fatores determinantes da vulnerabilidade
externa de um país?
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
65
O que causa os déficits em CC?
1. Um aumento no investimento doméstico;
2. Um aumento no déficit público;
3. Uma queda na poupança privada.
tt
p
tt DefISCC
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66
1. Aumento no investimento doméstico
Se os projetos de investimento forem lucrativos e a poupança nacional insuficiente, recorrer a um déficit em CC é positivo, pois a taxa de crescimento da economia irá aumentar, elevando as exportações e gerando os superávits em CC necessários para o repagamento das dívidas e dos juros no futuro.
No entanto, mesmo os déficits em CC sendo uma decisão ótima, eles podem ser preocupantes se forem causados por:
1. Investimentos excessivos direcionados para os setores não-comerciáveis (ex: Construção civil).
2. Investimentos excessivos que se tornaram não lucrativos. (inclusive nos setores comerciáveis)
Ex: Garantias governamentais implícitas de bail-out na crise da Ásia => Bancos tomaram empréstimos excessivos no exterior e repassaram as firmas domésticas a baixas taxas de juros, estimulando o investimento com baixo retorno relativo ao risco.
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67
2. Aumento do déficit público (ou queda da
poupança pública)
Déficits gêmeos (público e em CC) são perigosos, pois
o déficit público é difícil de ser reduzido.
Ex: Países em desenvolvimento com grandes déficits
fiscais nos anos 1970 => Crise da dívida em 1982.
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68
3. Queda na poupança privada
Preocupante, mas é menos perigoso que uma
queda na poupança pública.
Pode ser transitória e ocorrer quando as
expectativas de um maior crescimento do PIB no
futuro resultar em um aumento do consumo
corrente acima da renda corrente.
Ex: Alunos de mestrado que não trabalham. (Y=0;
C>0 => S<0 e déficit em CC).
Contra-exemplo: Crise da Ásia de 1997
(expectativas super otimistas e relaxamento das
restrições de liquidez sobre o consumo em virtude
da liberalização dos mercados de crédito
domésticos.
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Doutrina de Lawson: déficits são bons ou ruins?
Doutrina de Lawson: Déficits em CC não são preocupantes se há equilíbrio fiscal e a poupança doméstica não está caindo.
Foi abandonada com a crise da dívida externa de 1982, pois países atingidos tinham taxas crescentes de investimento como Brasil, México e Chile (que também tinha equilíbrio fiscal e déficits em CC de 14% do PIB).
Antes da crise do México de 1994, a doutrina de Lawson ressurgiu para justificar os déficits em CC gerados pelos grandes influxos de capital. Em 1993, o Banco do México escreveu:
“...the current account deficit has been determined exclusively by the private sector´s decisions...Because of the solid position of public finances, the current account deficit should clearly not be a cause for undue concern”.
Foi criticada novamente após a crise do México, evidenciando que grandes déficits em CC são perigosos mesmo com equilíbrio fiscal e poupança alta e crescente.
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70
Dinâmica da Conta Corrente (Sachs, 1982;O&R, seção 2.2)
A expressão acima foi construída supondo uma
economia sem restrições de crédito e r* constante.
Y temporariamente acima de seu nível permanente
eleva o superávit em CC, devido a suavização de
consumo.
Aumento temporário de I ou de G é financiado via
déficits em CC para evitar uma queda abrupta
temporária no consumo.
Ex: Terremoto no Japão em 1923: efeitos permanentes
ou temporários?
~~~
1
1ttttttt GGIIYYCC
r
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71
Sustentabilidade de dívida externa: Condição de Solvência
Da Restrição Orçamentária Intertemporal com horizonte infinito:
Solvência: geração de superávits futuros na balança comercial cujo valor presente iguale o nível atual de dívida externa.
Na prática, essa restrição é pouco útil como guia para testar a sustentabilidade externa do país.
Limitações:
1. Considera apenas a capacidade de pagamento, não considerando o desejo de pagar.
2. Assume-se que há disponibilidade de fundos externos. Se isso não ocorrer, apenas a condição de solvência pode não ser suficiente.
3. Requer um “turning point” de déficits para superávits, mas não fala nada sobre o “timing” da mudança.
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EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
72
Sustentabilidade do Déficit em Conta Corrente
Uma política é sustentável se sua continuação no
futuro indefinido não viola a condição de
solvência.
Essa definição é mais útil para analisar política
fiscal.
No caso do déficit em CC, definimos como
sustentável se o “turning point” puder ocorrer sem
ruptura na atividade econômica.
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
73
Análise Prática de Sustentabilidade Externa Impor que a razão Dívida Externa/PIB não cresça sem
limites como proxy para sustentabilidade.
Uma condição suficiente para manter a razão B/Y constante é construída da seguinte forma:
Esse tipo de análise apenas indica o tamanho do ajustamento necessário para evitar que a razão dívida/PIB cresça sem limites, não qual o nível de dívida que é sustentável.
A tabela 2.1 (O&R) mostra que países com elevada razão dívida/PIB como México (36%) e Tailândia (38%) em 1991 tinham que gerar superávits comerciais de apenas 1,5% e 0,2% do PIB.
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s
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Bgr
Y
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74
“The Current Resource Gap”
É a diferença entre o saldo da balança comercial
que estabiliza a razão dívida/PIB e o saldo atual.
Quanto maior o diferencial (r-g) ou a razão dívida
externa/PIB inicial, maior o superávit comercial
requerido e, portanto, maior o hiato de recursos
corrente e a probabilidade da dívida não ser
paga.
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
75
“The Permanent Resource Gap”
Se r, g e TB diferirem substancialmente de seus
prováveis valores de médio e longo prazo, a
análise de sustentabilidade deveria ser baseada
no hiato de recursos permanente e não corrente.
Ex: Se uma recessão temporariamente aumenta
o déficit fiscal primário de um país e diminui a
taxa de crescimento real, faz mais sentido olhar
para os déficits ciclicamente ajustados e taxas de
crescimento médias na análise de
sustentabilidade fiscal de longo prazo.
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
76
Outros fatores macroeconômicos que influenciam a
sustentabilidade de déficits em CC
1. Taxa de crescimento da economia
2. Composição do déficit em CC
3. O grau de abertura da economia
4. O tamanho do déficit em CC (como proporção do PIB)
5. Composição e montante dos influxos de capital
6. Reservas internacionais e carga de juros
7. Fragilidade do sistema financeiro
8. Instabilidade política e incerteza macroeconômica
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
77
Taxa de crescimento da economia
Quanto maior a taxa de crescimento da
economia, menor a razão dívida externa/PIB;
Maior crescimento pode levar a uma maior renda
esperada no futuro e a um declínio transitório na
poupança privada.
Contra-exemplo: Chile 1979-81; México 1977-81 e
Ásia em 1997. Taxas de crescimento médias
acima de 7% => expectativas de que esse
crescimento seria de longo prazo => boom de
investimento e consumo => déficit em CC
insustentável.
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
78
Composição do déficit em CC
Um déficit em CC gerado por um déficit comercial
é menos sustentável que um déficit gerado por
rendas líquidas enviadas ao exterior.
Grandes déficits comerciais podem indicar
problemas estruturais de competitividade.
Elevados pagamentos de rendas líquidas ao
exterior pode ser resultante de um acúmulo de
dívida externa no passado.
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
79
Grau de abertura (Exportações/PIB)
A capacidade do país de honrar o serviço da
dívida externa no futuro depende da capacidade
de gerar receitas em moeda estrangeira.
Quanto maior o grau de abertura, maior a
sustentabilidade de um determinado déficit em
CC.
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
80
Tamanho do déficit em CC (% do PIB)
Quanto maior o déficit em CC, maior o acúmulo de
passivos externos, requerendo um esforço maior de
geração de receitas em moeda estrangeira no futuro.
Lawrence Summers: “atenção redobrada deve ser dada
a déficits em CC superiores a 5% do PIB,
particularmente se ele for financiado de tal forma que
possa levar a uma rápida reversão”.
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
81
Composição e montante dos
influxos de capital
Influxos de curto prazo e de dívida são mais
perigosos que influxos de longo prazo e
direcionados para ações.
Investimento Externo Direto (“FDI”) x “Hot money”
Investimentos em carteira x Empréstimos
bancários
A composição em moeda dos passivos externos
Excesso de influxo em relação ao déficit em CC
causa um acúmulo de investimentos em carteira
“reversíveis” e pode levar a uma apreciação
cambial que impeça o país de estancar o
crescimento do déficit em CC.
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
82
Reservas Internacionais e Carga
de Juros
Quanto maiores as reservas internacionais e
menor a carga de juros mais fácil é sustentar um
déficit em CC.
O prêmio de risco país é um indicador da
avaliação do mercado sobre a capacidade do
país sustentar o déficit em CC.
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
83
Fragilidade do Sistema Financeiro
Em grande parte, os influxos de capital requerem
intermediação dos bancos domésticos, já que
muitas empresas não tem acesso direto ao
mercado de crédito internacional.
Logo, uma crise bancária pode levar a uma crise
de balanço de pagamentos ao reduzir o influxo de
capitais, como na Coréia, Indonésia e Tailândia
em 1997-98.
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
84
Instabilidade Política e Incerteza
Macroeconômica
Uma deterioração das expectativas sobre o ambiente
político e financeiro podem contribuir para uma crise
cambial e de balanço de pagamentos, especialmente
quando os fundamentos econômicos forem ruins.
Expectativas de mudanças de regras ou de regimes
são os exemplos mais comuns que podem levar
rapidamente a um “sudden stop”.
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
Estudo de Caso
Sustentabilidade dos Déficits
em Conta Corrente dos EUA
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais
85
Professor: Marcio Janot
86
Motivação
Os déficits em CC dos EUA são sustentáveis?
Quais as possíveis conseqüências para a economia mundial de uma reversão do déficit em CC dos EUA?
Os EUA deveriam se preocupar com a possibilidade da China parar de comprar ativos em US$? Quais seriam as conseqüências?
Quais políticas são recomendadas para minimizar os custos de uma reversão do déficit em CC dos EUA e de uma apreciação da taxa de câmbio chinesa?
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
87
Histórico da CC nos EUA
Nos anos 90, observamos um crescimento do déficit em CC nos EUA refletindo um boom de investimentos e financiado principalmente por IED e investimento em ações.
Desde 2001, os déficits em CC tem sido causados por crescente consumo e grandes déficits fiscais (que passaram de um superávit de 2,5% do PIB em 2000 para um déficit de 4% em 2003).
No ano fiscal de 2008, o déficit fiscal igual a US$ 454,81 bi foi recorde, após um déficit de US$ 161,53 bi no ano fiscal de 2007.
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
88
Histórico da CC nos EUA (2)
Em 2006, o déficit em CC atingiu US$ 811.483
milhões (aproximadamente 6,2% do PIB). No 1o.
Semestre de 2008, o déficit caiu para 5% do PIB,
devido ao menor crescimento dos EUA vis-à-vis
seus parceiros comerciais e a depreciação
sustentada do dólar desde 2002.
A taxa de câmbio real dos EUA estava em julho de
2008 no seu menor nível em décadas (equilíbrio de
médio prazo).
A dívida externa líquida (NIIP) somava US$ 2.441 bi
em 2007. Dez anos antes, em 1997, era apenas 5%
do PIB e em 2003 chegou a 24% do PIB.
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
89
Economia grande x Economia Pequena
Os EUA podem sustentar elevados níveis de
endividamento externo como, p.e., os da Austrália e
Canadá?
Fonte do desequilíbrio: Balança comercial x
Pagamentos de juros
Tamanho absoluto do déficit em CC (os EUA
necessitam de aproximadamente 2/3 da poupança
mundial)
Indicadores de sustentabilidade (grau de abertura):
Dívida Externa/Exportação
Exportação/PIB
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
90
Sustentabilidade externa dos EUA
Duas formas alternativas de analisar:
1. Projetar cada item da conta corrente sob diferentes cenários para o crescimento das exportações, importações, PIB, taxa de retorno dos ativos e passivos externos dos EUA e analisar a sensibilidade da trajetória dos saldos em CC sob estes cenários.
2. Usar a análise de “resource gap” para determinar o tamanho do ajuste necessário para que a dívida externa/PIB se estabilizasse. Esta análise requer apenas uma estimativa da razão dívida/PIB, da taxa de crescimento da economia e da taxa de juros real que incide sobre as dívidas.
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“Current Rescource Gap” dos EUA
1. Hiato de recursos corrente em 2003
B/Y = - 24,1%; TB/Y = - 4,52%; TU/Y = - 0,61%; Rendas/Y= 0,3% => déficit em CC = 4,83% do PIB.
Note que a renda é positiva, mesmo o país sendo um devedor líquido => taxa nominal de juros (i) = -1,5%. Com inflação ( perto de 1% => r = i – = -1,5 – 1=-2,5%. Taxa de crescimento real do PIB (g) = 3%.
(r-g)B/Y=(-0.025-0.03)*24,1=-1,33% => hiato de recursos corrente = 3,8% do PIB (-1,33% - (-5,13%)).
Mantendo os níveis de 2003, a dívida/PIB cresceria 3,8% a.a.
Esse rápido crescimento do endividamento externo vai exigir, em algum momento, que as taxas de juros dos EUA subam para atrair financiamento externo, reduzindo investimento e o ritmo da atividade econômica.
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92
“Permanent Rescource Gap” dos EUA
g=3,5%;
Três cenários para a taxa de juros real de longo prazo: 1,5% (bom), 3,5% (médio) e 5,5% (ruim).
TB requerido: -0,5%, 0% e 0,5% nos três cenários de juros, respectivamente.
Esta análise mostra que o hiato de recursos é pouco sensível ao diferencial (r-g): um choque de 4% em (r-g) eleva o hiato em apenas 1% do PIB.
Se os Eua mantiverem o déficit em CC atual de 5% e r-g=0 => divida/PIB em 2010 = 58%. Implicações:
1. Aumenta o diferencial r-g
2. Aumenta o custo do ajustamento para qualquer diferencial r-g.
Conclusão: Quanto mais tarde o ajuste, mais custoso será!
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93
Financiamento do Déficit em CC nos EUA
Os déficits em CC precisam ser financiados por influxos
de capital: empréstimos, IED, vendas de títulos ou
ações.
Desde 2000, os EUA estão tendo que tomar
empréstimos no exterior para financiar não apenas o
déficit em CC, mas também os IED e as compras
líquidas de ações no exterior.
A variação da Posição Líquida Internacional de
Investimento (NIIP) tem sido menor que o déficit em CC
devido ao efeito valorização (“valuation”) dos ativos e
passivos: as taxas de retorno dos ativos externos dos
EUA tem superado às dos passivos.
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
94
O que explica os grandes ganhos de valuation?
A principal fonte de ganho tem sido gerado pela depreciação do dólar em relação as principais moedas européias: euro, libra e franco suíço.
A tabela abaixo mostra o percentual de ativos dos EUA aplicados na Europa e a participação no destino de bens:
Um ajuste do dólar em relação ao euro provoca um ganho de valuation expressivo e um ganho mais modesto na conta corrente.
Um ajuste comparável em relação às moedas asiáticas não geraria o mesmo ganho de valuation, mas geraria um maior ganho na CC.
Aprox. 55% dos ativos dos EUA são denominados em moeda estrangeira e 100% dos passivos em dólares.
IED 54%
Investimento em ações 56%
Comércio Internacional 22%
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EUA x Países Emergentes
A composição em moeda dos ativos e passivos dos EUA é a oposta do típico devedor internacional, em que as dívidas são denominadas em moeda estrangeira e aumentam com a depreciação da moeda doméstica.
Além disso, os países emergentes pagam um prêmio significativo para atrair capital, enquanto que uma grande parcela de seus ativos estão aplicadas em reservas internacionais de baixo retorno. Logo, mesmo que os ativos externos sejam da mesma magnitude dos passivos externos, há um custo a ser pago.
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Puzzle do financiamento da CC dos EUA
Nos últimos anos, o financiamento dos crescentes
déficits em CC dos EUA através da venda de
treasuries de baixo retorno tem sido feito com
facilidade.
Porque os estrangeiros compraram ativos de baixo
retorno em dólares?
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Puzzle do financiamento da CC dos EUA
A acumulação de reservas pelos bancos centrais na Ásia está financiando a maior parte do déficit em CC dos EUA a um baixo custo e não os investidores privados.
A China, a Malásia e Hong Kong explicitamente fixam o câmbio em relação ao dólar e outros países asiáticos intervêm para evitar uma apreciação cambial em relação ao dólar (e ao yuan).
Essa política cambial provê um enorme estímulo as economias asiáticas, que têm tido grandes superávits em CC com os EUA.
Portanto, os EUA tem conseguido repassar os principais riscos financeiros para os seus credores (depreciação do dólar e alta das taxas de juros).
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Sustentabilidade dos déficits em C/C dos EUA
Os EUA deveriam se preocupar com a possibilidade da
China parar de comprar ativos em US$? Quais seriam
as conseqüências?
Duas possíveis respostas:
a) Preocupante. O consumo dos EUA deveria ser reduzido
drasticamente para eliminar o déficit em C/C, o que
levaria os EUA e o mundo para uma desaceleração
profunda.
Esta resposta pressupõe que a explosão do déficit dos
EUA foi causada por um súbito aumento do desejo de
consumo dos americanos, que só foi possível devido ao
efeito riqueza provocado pelo aumento dos preços das
ações e dos imóveis.
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
99
Os EUA deveriam se preocupar com a possibilidade da
China parar de comprar ativos em US$?
b) Não preocupante. Esta é a visão de que os déficits
em C/C dos EUA existem devido a necessidade da
China e de outros países de investirem suas
reservas crescentes.
A China teria apenas quatro opções se quisesse
continuar com a política de geração de superávits
comerciais:
1. Financiaria diretamente o déficit em C/C americano
através da compra de ativos em dólares.
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
100
Os EUA deveriam se preocupar com a possibilidade da
China parar de comprar ativos em US$?
2. Financiaria indiretamente o déficit em C/C americano através da compra de euros e yens. Os investidores europeus e japoneses (provavelmente seus bancos centrais) comprariam dólares.
3. China compra euros e yens e os europeus e japoneses não compensam comprando dólares. Neste caso, o déficit em C/C dos Eua seria reduzido rapidamente e seria substituído por um déficit na Europa e Japão.
A questão relevante neste caso é se a Europa e o Japão poderiam absorver o déficit em C/C necessário ou não.
4. China para de comprar ativos externos. Neste caso, seu superávit em C/C desapareceria. Logo, essa não seria uma opção válida.
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101
Solução para o Déficit em CC nos EUA
Reduzir o déficit dos EUA vai requerer que a renda cresça mais rápido que o consumo e a despesa doméstica. Isso requer uma mudança de um crescimento baseado no consumo para um baseado nas exportações líquidas.
Para que isso ocorra, os papeis atuais precisam ser revertidos. As economias asiáticas teriam que gerar um excesso de demanda que ajude a manter o crescimento americano.
A queda recente do preço do petróleo também irá contribuir para a redução do déficit em C/C dos EUA.
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot
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Política recomendada para minimizar os
custos de ajustamento da CC
1. Ajuste fiscal dos EUA
• Se a Ásia reduzir a acumulação de reservas em US$,
a taxa de juros dos EUA terá que subir, reduzindo
investimentos.
2. Ajuste cambial em relação às moedas asiáticas,
principalmente a China.
• O resto da Ásia não vai ajustar se a China não ajustar.
Estudos baseados no efeito Balassa-Samuelson
apontam que o yuan deveria apreciar 50% para que
a taxa de câmbio real seja comparável com a média
dos países com níveis de renda similares.
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Porque o dólar se valorizou com o
aprofundamento da crise em 2008?
Tomando por base uma cesta ponderada de moedas, o dólarse valorizou mais de 20% desde julho de 2008.
A economia americana se fortaleceu neste período?
O epicentro da crise foi o próprio EUA.
Na realidade, o que aconteceu foi um um processo de desalavancagem – investidores vendendo ativos e comprando dólares para pagar suas dívidas.
Assim, a medida que a crise se intensificou, o dólar se fortaleceu. A única exceção foi o yen, que costuma se valorizar ainda mais que o dólar com o aumento da aversãoao risco.
EPGE - FGV Curso Finanças Internacionais Professor: Marcio Janot