apostila para alunos - hormônios

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Hormônios Introdução O sistema endócrino atua como regulador e integrador de diversas funções corporais realizadas por outros órgãos. É formado pelo conjunto de glândulas endócrinas, as quais são responsáveis pela secreção de substâncias denominadas hormônios – do grego: hormon, excitar ou colocar em movimento. As glândulas endócrinas (do grego endos, dentro, e krynos, secreção) são assim chamadas por que lançam sua secreção (hormônios) diretamente no sangue, por onde atingem todas as células do corpo. A função dos hormônios é exercer uma ação reguladora (indutora ou inibidora) em outros órgãos ou regiões do corpo. Em geral trabalham devagar e agem por muito tempo, regulando o crescimento, o desenvolvimento, a reprodução e as funções de muitos tecidos, bem como os processos metabólicos do organismo. Depois de lançados na corrente sanguínea, os hormônios entram em contato com praticamente todos os órgãos corporais. Porém cada tipo de hormônio atua apenas sobre um órgão específico, o chamado órgão-alvo. Essa especificidade é obtida por meio de receptores hormonais, grupos de moléculas existentes nos órgãos-alvo que se combinam apenas com determinados tipos de hormônios. O mecanismo regulador da produção e secreção dos hormônios é obtido por retroalimentação (feedback) negativa, em que o efeito da ação dos hormônios inibe sua própria produção. Os hormônios não são consumidos ao exercer suas funções. Por isso, devem ser inativados pela ação de enzimas, ou excretados pela urina quando sua ação já não se faz mais necessária, impedindo assim, que atuem permanentemente. Os hormônios influenciam praticamente todas as funções dos demais sistemas corporais. Freqüentemente o sistema endócrino interage com o sistema nervoso, formando mecanismos reguladores bastante precisos. O sistema nervoso pode fornecer ao endócrino a informação sobre o meio externo, ao passo que o sistema endócrino regula a resposta interna do organismo a esta informação. Dessa forma, o sistema endócrino, juntamente

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Page 1: Apostila Para Alunos - Hormônios

Hormônios

Introdução

O sistema endócrino atua como regulador e integrador de diversas funções corporais realizadas por outros órgãos. É formado pelo conjunto de glândulas endócrinas, as quais são responsáveis pela secreção de substâncias denominadas hormônios – do grego: hormon, excitar ou colocar em movimento.As glândulas endócrinas (do grego endos, dentro, e krynos, secreção) são assim chamadas por que lançam sua secreção (hormônios) diretamente no sangue, por onde atingem todas as células do corpo.A função dos hormônios é exercer uma ação reguladora (indutora ou inibidora) em outros órgãos ou regiões do corpo. Em geral trabalham devagar e agem por muito tempo, regulando o crescimento, o desenvolvimento, a reprodução e as funções de muitos tecidos, bem como os processos metabólicos do organismo.Depois de lançados na corrente sanguínea, os hormônios entram em contato com praticamente todos os órgãos corporais. Porém cada tipo de hormônio atua apenas sobre um órgão específico, o chamado órgão-alvo. Essa especificidade é obtida por meio de receptores hormonais, grupos de moléculas existentes nos órgãos-alvo que se combinam apenas com determinados tipos de hormônios.O mecanismo regulador da produção e secreção dos hormônios é obtido por retroalimentação (feedback) negativa, em que o efeito da ação dos hormônios inibe sua própria produção.Os hormônios não são consumidos ao exercer suas funções. Por isso, devem ser inativados pela ação de enzimas, ou excretados pela urina quando sua ação já não se faz mais necessária, impedindo assim, que atuem permanentemente.Os hormônios influenciam praticamente todas as funções dos demais sistemas corporais. Freqüentemente o sistema endócrino interage com o sistema nervoso, formando mecanismos reguladores bastante precisos. O sistema nervoso pode fornecer ao endócrino a informação sobre o meio externo, ao passo que o sistema endócrino regula a resposta interna do organismo a esta informação. Dessa forma, o sistema endócrino, juntamente com o sistema  nervoso,  atuam na coordenação e regulação das funções corporais.

Page 2: Apostila Para Alunos - Hormônios

Glândulas Endócrinas

Alguns dos principais órgãos produtores de hormônios no homem são a hipófise, o hipotálamo, a tireóide, as paratireóides, as supra-renais, o pâncreas e as gônadas.

Imagem: CÉSAR & CEZAR. Biologia 2. São Paulo, Ed Saraiva, 2002

Page 3: Apostila Para Alunos - Hormônios

Hipotálamo

O hipotálamo é uma parte do cérebro que fica exatamente acima da glândula hipófise. O hipotálamo produz hormônios que agem diretamente na hipófise, estimulando ou inibindo a liberação dos hormônios hipofisários. O hipotálamo estimula a glândula hipófise a liberar os hormônios gonadotróficos (FSH e LH), que atuam sobre as gônadas, estimulando a liberação de hormônios gonadais na corrente sanguínea. Na mulher a glândula-alvo do hormônio gonadotrófico é o ovário; no homem, são os testículos. Os hormônios gonadais são detectados pela pituitária e pelo hipotálamo, inibindo a liberação de mais hormônio pituitário, por feedback. Como a hipófise secreta hormônios que controlam outras glândulas e está subordinada, por sua vez, ao sistema nervoso, pode-se dizer que o sistema endócrino é subordinado ao nervoso e que o hipotálamo é o mediador entre esses dois sistemas.O hipotálamo também produz outros fatores de liberação que atuam sobre a adenohipófise, estimulando ou inibindo suas secreções. Produz também os hormônios ocitocina e ADH (antidiurético), armazenados e secretados pela neurohipófise. Alguns dos hormônios hipofisários são: o GHRH (que estimula a liberação do GH), o TRH (que estimula a liberação do TSH), o CRH (que estimula a liberação do ACTH) e o GnRH (que estimula a liberação de LH e FSH). O hipotálamo também produz o neurotransmissor dopamina, que inibe a liberação de prolactina pela hipófise.

Imagem: CÉSAR & CEZAR. Biologia 2. São Paulo, Ed Saraiva, 2002

Page 4: Apostila Para Alunos - Hormônios

Hipófise

A hipófise ou glândula pituitária, é uma glândula que produz numerosos e importantes hormônios, por isso é reconhecida como glândula-mestra do sistema nervoso central. Possui dimensões aproximadas a um grão de ervilha, pesando de 0,5 à 1 grama. É fisiologicamente divisível em duas partes: o lobo anterior ou adenohipófise e o lobo posterior ou neurohipófise. A adenohipófise possui origem de células epiteliais, enquanto a neurohipófise possui origem nervosa.Além de exercerem efeitos sobre órgãos não-endócrinos, alguns hormônios, produzidos pela hipófise são denominados trópicos (ou tróficos) porque atuam sobre outras glândulas endócrinas, comandando a secreção de outros hormônios. São eles:

Tireotrópicos: atuam sobre a glândula endócrina tireóide. Adrenocorticotrópicos: atuam sobre o córtex da glândula endócrina adrenal (supra-

renal) Gonadotrópicos: atuam sobre as gônadas masculinas e femininas. Somatotrófico: atua no crescimento, promovendo o alongamento dos ossos e

estimulando a síntese de proteínas e o desenvolvimento da massa muscular. Também aumenta a utilização de gorduras e inibe a captação de glicose plasmática pelas células, aumentando a concentração de glicose no sangue (inibe a produção de insulina pelo pâncreas, predispondo ao diabetes).  

Imagem: AVANCINI & FAVARETTO. Biologia – Uma abordagem evolutiva e ecológica. Vol. 2. São Paulo, Ed. Moderna, 1997.

Glândulas que Sintetizam Hormônios

Page 5: Apostila Para Alunos - Hormônios

Hipófise Anterior ou Adenohipófise

Produz e secreta dezenas de hormônios. Os principais e mais bem conhecidos são: GH (hormônio de crescimento), TSH (hormônio estimulante da tireóide), ACTH (hormônio adrenocortictrófico), FSH (hormônio folículo estimulante), LH (hormônio luteinizante) e PRL (prolactina). O hipopituitarismo, um estado de deficiência endócrina caracterizada pela redução ou ausência de secreção dos hormônios da adenohipófise, resulta de um distúrbio primário das células secretoras da adenohipófise ou representa o menor estímulo pelos hormônios de liberação do hipotálamo.

Hipófise Posterior ou Neurohipófise

Armazena os hormônios produzidos pelo hipotálamo, que são: ocitocina e vasopressina (ADH ou HAD: hormônio antidiurético).

Tireóide

Localiza-se no pescoço, estando apoiada sobre as cartilagens da laringe e da traquéia. Seus dois hormônios, triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), aumentam a velocidade dos processos de oxidação e de liberação de energia nas células do corpo, elevando a taxa metabólica e a geração de calor. Estimulam ainda a produção de RNA e a síntese de proteínas, estando relacionados ao crescimento, maturação e desenvolvimento. A calcitonina, outro hormônio secretado pela tireóide, participa do controle da concentração sangüínea de cálcio, inibindo a remoção do cálcio dos ossos e a saída dele para o plasma sangüíneo, estimulando sua incorporação pelos ossos.

Paratireóides

São pequenas glândulas, geralmente em número de quatro, localizadas na região posterior da tireóide. Secretam o paratormônio, que estimula a remoção de cálcio da matriz óssea (o qual passa para o plasma sangüíneo), a absorção de cálcio dos alimentos pelo intestino e a reabsorção de cálcio pelos túbulos renais, aumentando a concentração de cálcio no sangue. Neste contexto, o cálcio é importante na contração muscular, na coagulação sangüínea e na excitabilidade das células nervosas.

Pâncreas

É uma glândula mista ou anfícrina – apresenta determinadas regiões endócrinas e determinadas regiões exócrinas (da porção secretora partem dutos que lançam as secreções para o interior da cavidade intestinal) ao mesmo tempo. As chamadas ilhotas de Langerhans são a porção endócrina, onde estão as células que secretam os dois hormônios: insulina e glucagon, que atuam no metabolismo da glicose.

Adrenais ou Supra-renais

São duas glândulas localizadas sobre os rins, divididas em duas partes independentes – medula e córtex - secretoras de hormônios diferentes, comportando-se como duas glândulas. O córtex secreta três tipos de hormônios: os glicocorticóides, os mineralocorticóides e os androgênicos.

Page 6: Apostila Para Alunos - Hormônios

Os mineralocorticóides ganharam este nome porque afetam especialmente os eletrólitos (sais minerais) dos líquidos extracelulares, sódio e potássio, em particular.Os glicocorticóides ganharam seu nome porque exibem um efeito importante aumentando a concentração de glicose sanguínea.

Testículos

Produzem e secretam o hormônio masculino testosterona.

Ovários

Produzem e secretam os hormônios femininos: estrogênio e progesterona.

GH: Hormônio do Crescimento

É um hormônio polipeptídico (uma pequena proteína), produzido e secretado pela adenohipófise. Como o nome diz, este hormônio é essencial para o crescimento físico, principalmente para o desenvolvimento das cartilagens e ossos. Durante a fase de crescimento, quase todas as células nos tecidos aumentam em volume e em número, propiciando um crescimento dos tecidos, órgãos e, consequentemente, o crescimento corporal.O GH também estimula o sistema imunológico, aumenta a retenção de cálcio e aumenta a mineralização dos ossos, aumenta a massa muscular, induz a síntese de proteínas e o crescimento de vários órgãos do corpo, tende a promover lipólise (redução de tecido adiposo - gordura corporal), entre outros.

Deficiência de GH

A falta de GH é uma doença em que o organismo da criança falha na produção da quantidade adequada de hormônio de crescimento, causando um retardamento do crescimento. Pode estar presente no nascimento ou aparecer em qualquer fase da infância ou idade adulta.Tais deficiências podem ocorrer devido a radioterapia ou cirurgia cerebral, defeito hereditário ou mesmo causa desconhecida.

Gigantismo / Acromegalia

O gigantismo é causado pela excessiva secreção do GH durante a idade do crescimento.Entre os sintomas se encontra o crescimento acelerado, dores de cabeça, atraso da puberdade.Quando ocorre na fase adulta é denominado de acromegalia e os sintomas são: espessamento ósseo anormal nos dedos, queixo, nariz e mandíbula.

Uso nas Academias:

O aumento da massa muscular produzido pelo hormônio do crescimento tem levado ao uso abusivo nas academias por gente interessada em ficar musculosa.Se um atleta ou uma pessoa jovem normal receber uma quantidade fisiológica de hormônio de crescimento, a hipófise vai parar de produzi-lo. Assim, ao receber uma injeção de GH, o organismo dessas pessoas não reconhece se a substância foi produzida por ele mesmo ou se veio de fora e avisa a hipófise para suspender a produção. Quando a pessoa pára de tomar o hormônio, a hipófise volta a produzi-lo normalmente.

Page 7: Apostila Para Alunos - Hormônios

O problema maior é que esses jovens não se contentam com doses fisiológicas do hormônio, tomando doses supra-fisiológicas, ou seja, muito acima da necessidade do organismo e desenvolvem acromegalia.O nível excessivo desse hormônio não só desfigura a fisionomia e aumenta as extremidades, mas leva com freqüência ao diabetes, à hipertensão arterial e não está descartada sua participação em alguns tipos de câncer, por exemplo, no câncer de cólon.

Variações Fisiológicas

Aumenta: após refeições com proteínas, na hipoglicemia, no estresses, na fome, na exposição ao frio e ao calor, na insuficiência renal, na hemoconcentração.Diminui: nos obesos e nas moléstias graves e com o evoluir da idade.

ACTH: Hormônio Adrenocorticotrófico

O ACTH é o principal regulador da produção e secreção de cortisol. É secretado pela hipófise anterior em resposta à liberação, pelo hipotálamo, do hormônio liberador de corticotrofina (CRH).

Variações Fisiológicas

Aumenta: no estresse, gravidez, exercício, hipoglicemia e na hemoconcentração.Diminui: com a perda de peso, amamentação, nos recém-nascidos.

Cortisol

O cortisol é um hormônio esteróide produzido e liberado pela glândula supra-renal quando estimulado pela secreção de ACTH.O cortisol está envolvido em numerosos processos biológicos, afetando o metabolismo dos carboidartos, proteínas, lipídios e água. Também está envolvido na resposta ao estresse (promove a homeostase – equilibrio interno), aumenta a pressão arterial e o açúcar no sangue, além de suprimir o sistema imune .O cortisol é produzido em resposta a sentimentos de medo, raiva, irritabilidade ou até mesmo pelo sentimento de competição. O cortisol é também liberado quando nos forçamos a trabalhar, sem descanso, dia após dia.A forma sintética, chamada de hidrocortisona é uma medicação principalmente usada para o combate à alergias e inflamações.A determinação do cortisol é indicada no diagnóstico da Síndrome de Cushing (teores aumentados), nos casos de insuficiência supra-renal e nos defeitos de síntese supra-renal responsáveis por puberdade precoce, genitália ambígua e hiperplasia supra-renal congênita.

Variações Fisiológicas

Valores aumentados: no estresse, gravidez, exercício físico, tabagismo, obesidade, na má nutrição, na fome, no alcoolismo. O nível na urina aumenta na gravidez e no exercício físico, na má nutrição e no estresse.Aldosterona

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A aldosterona é um hormônio esteróide, da família dos mineralocorticóides, sintetizado nas glândulas supra-renais. É responsável pela regulação do balanço de sódio e potássio no sangue.A presença dos mineralocorticóides no sangue é fundamental para a sobrevivência. Isto porque sem eles, a concentração do íon potássio extracelular aumenta bastante, provocando queda do débito cardíaco prosseguindo para um estado próximo ao choque e depois a morte.

Ações Fisiológicas

A aldosterona faz parte de um complexo mecanismo utilizado pelo corpo para a regulação da pressão sanguínea.A aldosterona faz com que o sódio seja conservado no líquido extracelular enquanto mais potássio é excretado para urina. Aumento do pH do sangue ou alcalose (secreção de íons hidrogênio para o filtrado urinário), aumento da pressão arterial e da volemia (volume de sangue circulante – aumento de reabsorção de água).

Variações Fisiológicas

Aumenta: na gravidez, em altas temperaturas, jejum prolongado e nos obesos.Diminui: em grande saltitudes, álcool, perda de peso nos obesos, moléstias graves.

Ocitocina

O hormônio ocitocina ou oxitocina é produzido pelo hipotálamo e armazenado na neurohipófise. Tem a função de promover as contrações uterinas durante o parto e a ejeção do leite durante a amamentação.A ocitocina também é responsável pela sensação de prazer quando a mãe tem o bebê, e quando o pai segura seu filho nos braços. Vários especialistas o denominam de hormônio do amor, pois sua concentração também aumenta depois do orgasmo.Este hormônio, está relacionado com sensações de calma, alegria e satisfação.

Vasopressina ou Hormônio Antidiurético (HAD ou ADH)

O hormônio antidiurético (ADH) é sintetizado no hipotálamo e transportado para a neurohipófise para armazenamento e eventual liberação. Este hormônio é também conhecido como vasopressina, pois aumenta a pressão sanguínea ao induzir uma vasoconstrição moderada sobre as arteríolas do corpo.A vasopressina é secretada quando o organismo está com pouca água, fazendo com que os rins conservem a água, concentrando e reduzindo o volume da urina, portanto, a função primária da vasopressina é de controlar a permeabilidade de água dos tubos coletores renais, permitindo ao rim a reabsorção de água e urina concentrada.

Alterações de ADH

Deficiências na secreção ou na ação de vasopressina é uma característica de poliúria. A falta de produção deste hormônio pode causar a diabetes insípidus.

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Pessoas com insuficiência cardíaca podem ter seus receptores superestimulados, que por sua vez estimulam a produção do ADH, esta sídrome é conhecida como síndrome de secreção inadequada de HAD. Esta síndrome, em raros casos pode também ser produzida por uma doença do hipotálamo. Em altas concentrações, a vasopressina induz a vasoconstrição generalizada, levando ao aumento de pressão sanguínea arterial.

O álcool (do consumo de bebidas alcóolicas) suprime a produção do ADH, aumentando a diurese.

Biologia de uma ressaca: inibição de vasopressina

Quando o álcool é consumido, ele entra na corrente sanguínea e faz com que a hipófise bloqueie a produção de vasopressina. Com isso, os rins enviam a água diretamente para a bexiga ao invés de reabsorvê-la no organismo. Portanto, quando o álcool é ingerido, a diurese aumenta.De acordo com estudos, ingerir por volta de 250 mililitros (0,25 L) de bebida alcóolica faz com que o corpo expulse de 800 a 1000 ml (0,8 a 1 L) de água, uma relação de quatro vezes mais perda do que ganho. Este efeito diurético é menor depois que o álcool diminui na corrente sanguínea, mas os efeitos colaterais ajudam a criar a ressaca.Na manhã seguinte de uma bebedeira, o organismo envia uma mensagem desesperada, solicitando que seu suprimento de água seja reposto, geralmente manifestada por uma sensação de boca seca.A urina expele mais sais minerais e potássio, que são necessários para o funcionamento adequado dos nervos e músculos. Quando os níveis de sódio e potássio ficam muito baixos, surgem as dores de cabeça, fadiga e náusea. O álcool também destrói a reserva de glicogênio no fígado, que é quebrado em glucose e enviado para fora do corpo sob a forma de urina. A falta desta fonte de energia é, em parte, responsável pela fraqueza, fadiga e falta de coordenação na manhã seguinte.

Paratormônio (PTH)

O PTH é sintetizado na glândula paratireóide, cuja principal função é de regular a concentração plasmática de cálcio e fósforo no organismo. Seu efeito global é o de elevar os níveis de cálcio, enquanto diminui os níveis de fósforo.Quando o nível plasmático de cálcio se torna abaixo do normal, as paratireóides aumentam a secreção de PTH, fazendo com que a calcemia aumente, retornando ao normal.

Atuação do PTH

Nos rins, o PTH aumenta a reabsorção do cálcio e diminui a do fosfato.Nos ossos, aumenta a mobilização de cálcio e fosfato para o sangue.No intestino, aumenta a absorção de cálcio e fosfato

O PTH funciona aumentando a liberação de cálcio e fósforo dos ossos, diminuindo a perda de cálcio e aumentando a excreção de fósforo pela urina.

Page 10: Apostila Para Alunos - Hormônios

Regulação

A regulação do PTH se dá pela concentração de cálcio que chega à paratireóide. Logo, quando a concentração de cálcio estiver diminuída no plasma, a secreção do PTH vai ser estimulada. Quando a concentração de cálcio estiver aumentada, a secreção de PTH vai ser inibida.

Calcitonina

A calcitonina ou tireocalcitonina é secretada pela glândula tireóide.O maior estímulo para secreção de calcitonina é um aumento na concentração plasmática de cálcio, pois está relacionada à manutenção dos níveis normais de cálcio plasmático e à do osso contra a desmineralização.Quando o nível plasmático de cálcio se torna acima do normal, ocorre um aumento da síntese da calcitonina, fazendo com que a calcemia reduza, retornando ao normal.

Ação principal

Diminui os níveis plasmáticos de cálcio;Inibe a reabsorção óssea;Reduz a concentração plasmática de fósforoÉ antagonista fisiológico do PTH.

Efeitos Biológicos

Nos rins inibe a reabsorção de fósforo e nos ossos inibe a reabsorção óssea.

PTH e Calcitonina: São antagonistas, desta forma, os dois hormônios, juntos, controlam o nível de cálcio, mantendo-o dentro do normal e evitando, assim, uma hipercalcemia ou uma hipocalcemia.

Page 11: Apostila Para Alunos - Hormônios

As Glândulas Endócrinas e o Cálcio

Insulina

A insulina é o hormônio responsável pela redução da glicemia (taxa de glicose no sangue), ao promover o ingresso de glicose nas células. Ela também é essencial no consumo de carboidratos, na síntese de proteínas e no armazenamento de lipídios.É produzida nas células beta das Ilhotas de Langerhans, células do pâncreas, agindo em uma grande parte das células do organismo, como células musculares e tecido adiposo.Quando a produção de insulina é deficiente, a glicose se acumula no sangue e na urina, “matando as células de fome”: é a diabetes mellitus.

Ação da insulina

Estimula as células do fígado e dos músculos a armazenar glicose em forma de glicogênio, e a fazer proteínas a partir de aminoácidos;Estimula as células adiposas formar gordura;Impede as células do fígado e dos rins de fazer glicose a partir de glicogênese.

Page 12: Apostila Para Alunos - Hormônios

Glucagon

O glucagon é produzido nas células alfa das Ilhotas de Langerhans do pâncreas.É um hormônio muito importante no metabolismo dos carboidratos. Sua ação mais conhecida é aumentar a glicemia, contrapondo-se aos efeitos da insulina.Quando a concentração de glicose no sangue atinge valores baixos, as células alfa das Ilhotas de Langerhans liberam uma maior quantidade de glucagon. O glucagon então, faz com que a glicose sanguínea aumente e retorne aos valores aceitáveis como normal.

Mecanismo de Ação

O glucagon ajuda a manter os níveis de glicose no sangue ao se ligar aos receptores do glucagon nos hepatócitos (células do fígado), fazendo com que o fígado libere glicose – armazenada na forma de glicogênio – através de um processo chamado glicogenólise. Assim que estas reservas acabam, o glucagon faz com que o fígado sintetize glicose adicional através da gliconeogênese. Esta glicose é então lançada na corrente sanguínea. Estes dois mecanismos levam à liberação de glicose pelo fígado, prevenindo o desenvolvimento de uma hipoglicemia.

Imagem: AMABIS & MARTHO.  Conceitos de Biologia Volume 2. São Paulo, Editora Moderna, 2001.

Page 13: Apostila Para Alunos - Hormônios

Hormônios Tireoideanos

A tireóide é uma pequena glândula que mede aproximadamente 5 cm de diâmetro localizada no pescoço, sob a pele, abaixo do pomo de Adão. Os dois lobos (metades) da tireóide estão conectadas em sua parte central (istmo), o que confere à glândula a forma da letra “H” ou de uma gravata borboleta.Os hormônios tireoidianos controlam a velocidade com que as funções químicas do organismo ocorrem (taxa metabólica). Os hormônios tireoidianos influenciam a taxa metabólica de duas maneiras: através da estimulação de quase todos os tecidos do corpo para que eles produzam proteínas e através do aumento da quantidade de oxigênio utilizado pelas células. Quando as células trabalham mais intensamente, os órgãos do corpo trabalham mais rapidamente. Para produzir os hormônios tireoidianos, a tireóide necessita de iodo, um elemento existente nos alimentos e na água. A tireóide capta o iodo e o processa para produzir os hormônios tireoidianos.À medida que os hormônios tireoidianos são utilizados, parte do iodo neles contido retorna à tireóide e é reciclado para produzir mais hormônios tireoidianos.

Tireoglobulina (Tg)

Formação e Secreção da Tg

Células foliculares tireoidianas sintetizam, durante todo o tempo, uma proteína chamada tireoglobulina. Esta proteína é formada por uma cadeia de aminoácidos tirosina.Os hormônios tireoideanos se formam no interior da molécula de Tg.Na medida em que as moléculas de Tg vão sendo produzidas, moléculas de iodo vão se ligando quimicamente aos radicais de tirosina da proteína.Cada molécula de Tg carrega, portanto, vários radicais tirosina impregnados com molécula de iodo. Sendo que 2 radicais tirosina ligados entre si com 2 íons iodetos em cada uma de suas moléculas reagem entre si formando uma molécula de tiroxina (T4), e 2 radicais de tirosina ligados entre si, sendo um com 2 iodetos e outro apenas com 1 íon iodeto reagem entre si formando uma molécula de triiodotironina (T3).Diante do exposto acima, podemos então imaginar que cada molécula de Tg carrega vários hormônios tireoidianos (a maioria T4) em sua fórmula. Portanto, podemos dizer que os hormônios tireoidianos armazenam-se no interior dos folículos tireoidianos na forma de Tg.

Hormônio Estimulante da Tireóide (TSH)

A regulação da função tireoidiana começa no hipotálamo, com a secreção do hormônio liberador de tireotrofina (TRH), que por sua vez estimula a síntese e a liberação do hormônio estimulador da tireóide (TSH).O TSH, ou tirotropina, promove aumentos no tamanho, quantidade e atividade das células da tireóide e estimula a liberação de triiodotironina (T3) e tiroxina (T4). Esses hormônios afetam o metabolismo total do corpo e são essenciais para o crescimento e desenvolvimento normais. Quando a quantidade de hormônios tireoidianos circulantes no sangue atinge uma determinada concentração, a hipófise reduz a produção do TSH e vice-versa. Trata-se de um mecanismo de controle por retroalimentação (feedback) negativa.

Page 14: Apostila Para Alunos - Hormônios

Como o TSH estimula a tireóide, a concentração encontra-se alta quando a glândula está hipoativa (e, conseqüentemente, necessita de uma maior estimulação) e baixa quando ela está hiperativa (e, conseqüentemente, necessita de uma menor estimulação).É muito útil no diagnóstico do hipotireoidismo primário, sendo o primeiro a se alterar. Na fase inicial da doença, apenas o TSH se encontra elevado, enquanto os níveis séricos do T3 e T4 permanecem normais. Com a introdução de ensaios ultra-sensíveis, a dosagem de TSH tornou-se valiosa para a detecção do hipertireoidismo.

Triiodotironina (T3) e Tiroxina (T4)

Os hormônios tireoideanos são encontrados sob duas formas. A tiroxina (T4), a qual é a forma produzida na glândula tireóide, tem apenas um efeito discreto (quando o tem) sobre o aumento da taxa metabólica do organismo. No fígado e em outros órgãos, ela é convertida na forma metabolicamente ativa, a triiodotironina (T3).

T3: Útil no diagnóstico de hipertireoidismo. No hipotireoidismo, é a última a se alterar, podendo ainda permanecer normal mesmo com TSH elevado e T4 diminuído.T4 total: É útil no diagnóstico do hiper e hipotireoidismo. Nos casos de hipotireoidismo primário, é a segunda alteração laboratorial a surgir. Após a elevação do TSH, ocorre a diminuição do T4, podendo o T3 ainda permanecer em níveis normais. Apenas nos estados mais avançados ocorrerá diminuição do T3.T4 livre: A fração livre reflete o efeito metabólico do hormônio, sendo indicada para avaliação do hiper e do hipotireoidismo, minimizando a influência das proteínas séricas. Torna-se, assim, mais valiosa do que a dosagem do T4 total, especialmente em grávidas ou em mulheres em uso de anticoncepcionais.

Anticorpos antitireoidianos

A pesquisa de anticorpos antitireoidianos é também de grande importância nas doenças auto-imunes da tireóide. Os mais pesquisados são os anticorpos antitireoglobulina (anti-TIREO), antitireoperoxidase (anti-TPO) e anti-receptor do TSH (Trab).

Hipertireoidismo – Excesso de Hormônios Tireoidianos

O hipertireoidismo é decorrente do excesso de hormônios tireoidianos circulantes. Laboratorialmente, caracteriza-se por TSH suprimido e T3 e/ou T4 elevados. Uma vez que os hormônios tireoidianos circulam no sangue ligados às proteínas, e que apenas a fração livre do hormônio é metabolicamente ativa, nos casos que cursam com a diminuição da TBG (thyroid binding globulin), podemos encontrar apenas as frações livres de T3 e T4 elevadas, enquanto os níveis séricos do T3 e T4 totais podem estar em níveis normais ou até baixos.Nos casos de hipertireoidismo, o TSH está suprimido porque o excesso de hormônios de tireóide inibe o funcionamento da hipófise. Os sintomas são opostos aos do hipotireoidismo. Há uma hiperativação do organismo. A pessoa fica nervosa e irritadiça, dorme pouco, tem taquicardia, seu coração bate rápido. Como apresenta intolerância ao calor, numa sala em que todos estão com frio, ela transpira muito. Além disso, perde peso, principalmente à custa de proteínas e dos músculos.

Page 15: Apostila Para Alunos - Hormônios

Hipotireoidismo – Diminuição de Hormônios Tireoidianos

O hipotireoidismo surge quando os níveis de hormônios tireoidianos são insuficientes para preencher as necessidades metabólicas das células. Laboratorialmente, caracteriza-se pela elevação dos níveis séricos do TSH e pela diminuição dos níveis de T3 e T4.No hipotireoidismo, diminui a produção de hormônios da tireóide e como eles são fundamentais para a ativação do metabolismo ocorre uma diminuição geral da atividade do organismo. Decrescem a atividade cerebral e a freqüência do batimento cardíaco. A pessoa pensa mais lentamente, tem tendência à depressão e à sonolência. Há também maior deposição de líquidos no corpo o que provoca o edema. O aumento de peso deriva mais desse edema do que propriamente do acúmulo de gordura. A pele fica fria e seca e os reflexos, mais vagarosos. Além disso, verificam-se alterações menstruais e na potência e libido dos homens.

Doença de Graves

Acredita-se que a doença de Graves (bócio difuso tóxico) seja causada por um anticorpo que estimula a tireóide a produzir quantidades excessivas de hormônios tireoidianos. Os indivíduos com doença de Graves apresentam os sinais típicos do hipertireoidismo e três sintomas adicionais característicos. Como toda a glândula é estimulada, ela pode apresentar um aumento de volume acentuado, acarretando uma protuberância no pescoço (bócio). Os indivíduos com doença de Graves também podem apresentar exoftalmia (olhos proeminentes) e, menos comumente, elevação da pele da porção inferior da face anterior das pernas. A protuberância dos olhos ocorre devido ao acúmulo de uma substância que se acumula na órbita. Essa protuberância associa-se ao olhar fixo e outras alterações oculares do hipertireoidismo. Os músculos que movimentam os olhos tornam-se incapazes de funcionar adequadamente, tornando difícil ou mesmo impossível movimentar ou coordenar normalmente os olhos, acarretando visão dupla. As pálpebras podem não fechar completamente,expondo os olhos à lesão por partículas estranhas e pelo ressecamento.

Tireoidite de Hashimoto

A tireoidite de Hashimoto (tireoidite auto-imune) é o tipo mais comum de tireoidite e é a causa mais comum de hipotireoidismo. Por razões desconhecidas, o corpo volta-se contra si próprio em uma reação auto-imune, produzindo anticorpos que atacam a tireóide. Este tipo de tireoidite é mais comum em mulheres idosas e tende a ocorrer em famílias. O distúrbio ocorre oito vezes mais freqüentemente em mulheres que em homens e pode ocorrer em indivíduos com determinadas anormalidades cromossômicas, como as síndromes de Turner, de Down e de Klinefelter. Freqüentemente, a tireoidite de Hashimoto começa com um aumento indolor da tireóide ou com uma sensação de plenitude no pescoço. Quando o médico palpa a glândula, ele comumente percebe um aumento de volume da mesma, com uma textura de borracha, mas não dolorosa à palpação.

Câncer de Tireóide

Existem quatro tipos principais de câncer de tireóide: papilar, folicular, anaplásico ou medular. O câncer de tireóide é mais comum em indivíduos submetidos à radioterapia da cabeça, do pescoço ou do tórax, muito freqüentemente por problemas benignos (embora, atualmente, o tratamento radioterápico para distúrbios benignos não seja mais realizado). Ao invés de provocar um aumento de toda a tireóide, o câncer normalmente produz pequenas tumorações (nódulos) no interior da glândula. A maioria dos nódulos da tireóide não são

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cancerosos e os cânceres de tireóide geralmente podem ser curados. Freqüentemente, os cânceres de tireóide apresentam uma capacidade limitada de captar o iodo e de produzir hormônio tireoidiano. No entanto, muito raramente, eles produzem hormônio suficiente para causar hipertireoidismo.

PRL: Prolactina

Prolactina é um hormônio proteico secretado pela adenohipófise. Está presente em mulheres, homens e crianças, com níveis séricos menores que os encontrados em mulheres grávidas.A prolactina é produzida em maior quantidade durante a gravidez e, junto com outros hormônios, promove o desenvolvimento mamário para a produção de leite e estimula a lactação no período pós-parto.No homem, sua função é desconhecida.O aumento de produção de PRL provoca a hiperprolactinemia, causando nas mulheres alterações mentruais e infertilidade (produz alterações na secreção de FSH e LH, prejudicando o crescimento dos folículos e trazendo a infertilidade como consequência) e, no homem, inibe a espermatogênese, tendo também ação anti-testosterona podendo ser causa de impotência sexual e ginecomastia.Em geral, a secreção de prolactina aumenta com o estresse, durante a gravidez, após um trauma, com o uso de tranqüilizantes, antidepressivos, anti-hipertensivos e narcóticos. Fora essas situações, a elevação dos níveis de prolactina no corpo é considerado anormal.Uma das principais causas é um tumor benigno chamado prolactinoma, responsável por 90% dos casos. O hipertiroidismo, doença provocada pela baixa produção do hormônio tireoidiano, também pode provocar o aumento de prolactina no corpo. Tratando a tireóide, a prolactina automaticamente voltará aos níveis normais. Em cerca de 30% dos casos, a hiperprolactinemia não tem causa conhecida e passa a ser chamada de idiopática.A hiperprolactinemia está presente em um terço das mulheres que não menstruam e é, em 90% dos casos, a causa da galactorréia. Essa condição pode produzir uma variedade de disfunções, sendo que a falta de ovulação é um dos principais sintomas.Galactorréia é a secreção de leite ou colostro fora do ciclo grávido-puerperal (gravidez e pós-parto).

Testosterona

Efeito na Espermatogênese

A testosterona faz com que os testículos cresçam. Ela deve estar presente, também, junto com o folículo estimulante (FSH), antes que a espermatogênese se complete.

Efeito nos Caracteres Sexuais Masculinos

Depois que um feto começa a se desenvolver no útero materno, seus testículos começam a secretar testosterona, quando tem poucas semanas de vida apenas. Essa testosterona, então, auxilia o feto a desenvolver órgãos sexuais masculinos e características secundárias masculinas. Isto é, acelera a formação do pênis, da bolsa escrotal, da próstata, das vesículas seminais, dos ductos deferentes e dos outros órgãos sexuais masculinos. Além disso, a testosterona faz com que os testículos desçam da cavidade abdominal para a bolsa escrotal.

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Se a produção de testosterona pelo feto é insuficiente, os testículos não conseguem descer, permanecem na cavidade abdominal (criptorquidia). A secreção da testosterona pelos testículos fetais é estimulada por um hormônio chamado gonadotrofina coriônica (HCG), formado na placenta durante a gravidez. Imediatamente após o nascimento da criança, a perda de conexão com a placenta remove esse efeito estimulador, de modo que os testículos deixam de secretar testosterona. Em conseqüência, as características sexuais interrompem seu desenvolvimento desde o nascimento até a puberdade. Na puberdade, o reaparecimento da secreção de testosterona induz os órgãos sexuais masculinos a retomar o crescimento. Os testículos, a bolsa escrotal e o pênis crescem então, aproximadamente mais 10 vezes.

Efeito nos caracteres sexuais secundários

Além dos efeitos sobre os órgãos genitais, a testosterona exerce outros efeitos gerais por todo o organismo para dar ao homem adulto suas características distintivas. Faz com que os pêlos cresçam na face, ao longo da linha média do abdome, no púbis e no tórax. Origina, porém, a calvície nos homens que tenham predisposição hereditária para ela. Estimula o crescimento da laringe, de maneira que o homem, após a puberdade fica com a voz mais grave. Estimula um aumento na deposição de proteína nos músculos, pele, ossos e em outras partes do corpo, de maneira que o adolescente do sexo masculino se torna geralmente maior e mais musculoso do que a mulher nessa fase. Algumas vezes, a testosterona também promove uma secreção anormal das glândulas sebáceas da pele, fazendo com que se desenvolva a acne pós-puberdade na face.Na ausência de testosterona, as características sexuais secundárias não se desenvolvem e o indivíduo mantém um aspecto sexualmente infantil.

FSH: Hormônio Folículo Estimulante

A produção de FSH é estável no homem, porém é cíclica na mulher.  A razão da diferença encontra-se obviamente na gônada: enquanto o FSH no testículo regula a espermatogênese, uma função contínua, o mesmo hormônio produz no ovário o crescimento e maturação dos folículos para obtenção da ruptura de um deles e conseqüente ovulação, fato que se repete a intervalos regulares na espécie humana.O FSH atua nos folículos ovarianos, promovendo seu crescimento e proporcionando um meio adequado ao desenvolvimento dos óvulos (oócitos). A dosagem de FSH no sangue, feita entre o primeiro e o quinto dia do ciclo menstrual, tem relação com a quantidade de folículos (e também de óvulos) que existem nos ovários: quando esta quantidade é pequena, o valor de FSH é alto. Desta forma, para a reprodução, é melhor que o FSH tenha concentração plasmática baixa. A concentração de FSH no sangue tende a aumentar com a idade, sendo muito alta na menopausa.

LH: Hormônio Luteinizante

No homem o LH estimula a produção de testosterona pelas células intersticiais dos testículos.Na mulher o LH aumenta ainda mais a secreção das células foliculares, estimulando a ovulação.

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Este hormônio, também produzido na hipófise como o FSH, atua principalmente na iniciação do mecanismo de ovulação. Quando o LH aumenta no sangue (o que ocorre aproximadamente no meio do ciclo menstrual, perto do 14º dia), o folículo se rompe e libera o óvulo, que pode ser capturado pela tuba (trompa). Se a concentração de LH no sangue for muito alta, pode ocorrer dificuldade de crescimento dos folículos e maturação dos óvulos, levando a infertilidade por falha na ovulação.

E2: Estradiol

Os estrogênios são, realmente, vários hormônios diferentes chamados estradiol, estriol e estrona, mas que têm funções idênticas e estruturas químicas muito semelhantes. Por esse motivo, são considerados juntos, como um único hormônio.Hormônio produzido pelos folículos ovarianos e que determina as características sexuais femininas. Quando o FSH induz o crescimento dos folículos, estes produzem quantidades cada vez maiores de estradiol. Quando existem poucos folículos ou seu funcionamento não é adequado, a quantidade de estradiol no sangue se torna baixa, o que acarreta uma redução das características sexuais femininas. Isto ocorre na menopausa, e pode ser tratado através da reposição hormonal com estradiol.

Funções do Estrogênio: o estrogênio induz as células de muitos locais do organismo a proliferar, isto é, a aumentar em número. Por exemplo, a musculatura lisa do útero aumenta tanto que o órgão, após a puberdade, chega a duplicar ou mesmo a triplicar de tamanho. O estrogênio também provoca o aumento da vagina e o desenvolvimento dos lábios que a circundam, faz o púbis se cobrir de pêlos, os quadris se alargarem e o estreito pélvico assumir a forma ovóide, em vez de afunilada como no homem; provoca o desenvolvimento das mamas e a proliferação dos seus elementos glandulares e, finalmente, leva o tecido adiposo a concentrar-se, na mulher, em áreas como os quadris e coxas, dando-lhes o arredondamento típico do sexo. Em resumo, todas as características que distinguem a mulher do homem são devido ao estrogênio e a razão básica para o desenvolvimento dessas características é o estímulo à proliferação dos elementos celulares em certas regiões do corpo.O estrogênio também estimula o crescimento de todos os ossos logo após a puberdade, mas promove rápida calcificação óssea, fazendo com que as partes dos ossos que crescem se "extingam" dentro de poucos anos, de forma que o crescimento então, pára. A mulher, nessa fase, cresce mais rapidamente que o homem, mas pára após os primeiros anos da puberdade; já o homem tem um crescimento menos rápido, porém mais prolongado, de modo que ele assume uma estatura maior que a da mulher e, nesse ponto, também se diferenciam os dois sexos.O estrogênio tem, efeitos muito importantes no revestimento interno do útero, o endométrio, no ciclo menstrual.

Progesterona

A progesterona tem pouco a ver com o desenvolvimento dos caracteres sexuais femininos, está principalmente relacionada com a preparação do útero para a aceitação do embrião e à preparação das mamas para a secreção láctea. Em geral, a progesterona aumenta o grau da atividade secretória das glândulas mamárias e, também, das células que revestem a parede

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uterina, acentuando o espessamento do endométrio e fazendo com que ele seja intensamente invadido por vasos sangüíneos. Determina ainda, o surgimento de numerosas glândulas produtoras de glicogênio. Finalmente, a progesterona inibe as contrações do útero e impede a expulsão do embrião que se está implantando ou do feto em desenvolvimento.

HCG: Gonadotrofina Coriônica Humana

É um hormônio glicoproteíco, secretado desde o início da formação da placenta pelas células trofoblásticas, após nidação (implantação) do blastocisto (*). A principal função fisiológica deste hormônio é a de manter o corpo lúteo, de modo que as taxas de progesterona e estrogênio não diminuam, garantindo, assim, a manutenção da gravidez (inibição da menstruação) e a ausência de nova ovulação. Por volta da 15ª semana de gestação, com a placenta já formada e madura produzindo estrógeno e progesterona, ocorre declínio acentuado na concentração de HCG e involução do corpo lúteo.O HCG também concede uma imunossupressão à mulher, para que ela não rejeite o embrião (inibe a produção de anticorpos pelos linfócitos), tem atividade tireotrófica e também estimula a produção de testosterona pelo testículo fetal (estimula as células de Leyding a produzirem maior quantidade de androgênios), importante para a diferenciação sexual do feto do sexo masculino.

(*) O blastocisto é um estágio inicial do desenvolvimento embrionário, formado por uma camada de células denominada trofoblasto ou células trofoblásticas que envolve o botão embrionário. Após a nidação o trofoblasto forma projeções na mucosa uterina chamadas vilosidades coriônicas, principais responsáveis pela produção de HCG.

Ciclo Menstrual

A menstruação é uma descamação do endométrio (membrana que reveste a cavidade do útero), acompanhada de saída de sangue. Isto ocorre porque os ovários reduzem muito a secreção de hormônios e, estes, por vários mecanismos, reduzem o estímulo ao endométrio, cujas células morrem e descamam. O primeiro dia do ciclo menstrual é o dia de início da menstruação, não importando quantos dias ela dure.Ainda enquanto o endométrio descama, o hormônio FSH começa a ser secretado em maior quantidade pela hipófise, fazendo com que se desenvolvam os folículos ovarianos (bolsas de líquido que contém os óvulos ou oócitos). Perto do 7º dia do ciclo, o FSH começa a diminuir e, com a falta desse hormônio, alguns folículos param de crescer e morrem. Por isso, em cada ciclo menstrual, de todos aqueles folículos recrutados (que começam a crescer), apenas um (raramente dois) se desenvolve até o fim e vai ovular.O folículo começa a crescer mais ou menos a partir do sétimo dia do ciclo. Durante seu crescimento, secreta quantidades cada vez maiores de estradiol. Este hormônio produz as seguintes alterações na mulher: estimula o crescimento do endométrio: depois da menstruação, o endométrio é muito fino. Conforme a secreção de estradiol vai aumentando, começa a se tornar espesso e se preparar para a implantação do embrião. Estimula também, a secreção de muco pelo canal cervical: quanto mais estradiol é secretado, mais o muco tende a ficar receptivo ao espermatozóide.Quando a quantidade de estradiol no sangue é máxima, o endométrio atinge também o máximo crescimento e o muco se torna ótimo para ser penetrado pelo espermatozóide. Nessa

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ocasião, é estimulada a secreção de um hormônio da hipófise: o hormônio luteinizante (LH). O LH aumenta muito depressa no sangue e atinge o máximo (pico de LH). Algumas horas após, ocorre a ovulação. Muito do LH secretado é retirado pelos rins e sai na urina. Por isso, a medida de LH na urina pode ser utilizada para detectar um período muito próximo da ovulação. Em média, a ovulação ocorre no décimo quarto dia do ciclo menstrual (mas pode ocorrer antes ou depois, sem que isso impeça a gravidez).

Ovulação

Algumas formas de conhecer o intervalo de dias dentro do qual acontece a ovulação estão descritos abaixo. A precisão e simplicidade de cada um varia, não existindo uma forma de determinar a ovulação com precisão absoluta.

dor no baixo abdome: dentre as muitas causas de dor, uma delas é a ovulação, especialmente se a dor acontecer mais ou menos 14 dias antes da próxima menstruação.

secreção de muco cervical: é a saída, pela vagina, de uma secreção que parece com clara de ovo. Isto acontece, aproximadamente, entre um dia antes até um dia depois da ovulação.

temperatura do corpo: perto da ovulação, a temperatura do corpo aumenta em até meio grau centígrado. É preciso, então, tirar a temperatura todos os dias (de preferência antes de levantar-se, pela manhã, colocando o termômetro sob a língua), para saber o dia do aumento. Este aumento pode acontecer, aproximadamente, de dois dias antes até dois dias depois da ovulação.

testes de hormônios: existem testes desenvolvidos para detectar, na urina, o aumento do hormônio LH, que precede de mais ou menos um dia a ovulação.

Após a ovulação, o folículo se transforma numa estrutura chamada corpo lúteo, e passa a fabricar, além do estradiol, o hormônio progesterona, que vai terminar o preparo do endométrio para a implantação do embrião. Mais ou menos entre o sexto e o oitavo dias após a ovulação, o nível de progesterona no sangue atinge o máximo, e a medida deste hormônio no sangue, se for baixa, é causa de infertilidade. Ainda não se conhece com toda a precisão o dia da implantação do embrião: parece acontecer de cinco a dez dias após a ovulação. Se não ocorre implantação, então a progesterona e o estradiol param de ser fabricados pelo corpo lúteo, seu nível diminui no sangue e se inicia outra menstruação.

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Esquema Simplificado do Ciclo Menstrual

1º dia do ciclo↓

endométrio bem desenvolvido, espesso e vascularizado começa a descamar ↓

menstruação↓

hipófise aumenta a produção de FSH, que atinge a concentração máxima por volta do 7º dia do ciclo.

↓amadurecimento dos folículos ovarianos

↓secreção de estrógeno pelo folículo em desenvolvimento

↓concentração alta de estrógeno inibe secreção de FSH e estimula a secreção de LH pela

hipófise / concentração alta de estrógeno estimula o crescimento do endométrio.↓

concentração alta de LH estimula a ovulação (por volta do 14º dia de um ciclo de 28 dias)↓

alta taxa de LH estimula a formação do corpo lúteo ou amarelo no folículo ovariano↓

corpo lúteo inicia a produção de progesterona↓

estimula as glândulas do endométrio a secretarem seus produtos↓

aumento da progesterona inibe produção de LH e FSH↓

corpo lúteo regride e reduz  concentração de progesterona↓

menstruação↓

1º dia do ciclo

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Diagrama: Ciclo Menstrual

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Menopausa

Menopausa é a parada de funcionamento dos ovários, ou seja, os ovários deixam de produzir os hormônios estrógeno e progesterona e de eliminar óvulos, conseqüentemente a mulher deixa de menstruar.Porém, para o diagnóstico de menopausa deve existir um ano ou mais de falta da menstruação (chamada amenorréia) em mulheres que ainda tenham útero e ovários, juntamente com baixos níveis de estradiol (estrógeno) e altos níveis de FSH e de LH.A menopausa não é uma doença, mas apenas um estágio na vida da mulher e sua principal característica é a parada das menstruações. Não existe idade predeterminada para a menopausa mas, geralmente ela ocorre entre os 45 e os 55 anos. Em alguns casos a menopausa pode ser mais prematura, ocorrendo a partir dos 40 anos, sem que isto seja um problema.Ao contrário do que muita gente pensa, não há relação entre a precocidade ou atraso da primeira menstruação e a idade mais cedo ou mais tarde da menopausa, nem tão pouco existe relação entre a idade de familiares da menopausa e a da pessoa.Uma palavra que se confunde com menopausa é climatério. Climatério é o decréscimo progressivo da capacidade reprodutiva feminina, portanto, estão no climatério todas as mulheres entre 35 e 65 anos de idade.Os sintomas da menopausa decorrem, em sua grande maioria, da deficiência de estrogênio. Essa deficiência de estrogênio pode ser observada desde o início do processo da menopausa (climatério), sendo os mais freqüentes as ondas de calor, crises de sudorese noturna, palpitações, cefaléias e vertigens. Sintomas psicológicos também podem ocorrer com freqüência e incluem depressão, irritabilidade, fadiga e perda da libido.Em relação às alterações emocionais possíveis de aparecer na menopausa, não se pode atribuir exclusivamente à falta de estrogênio, embora isso seja importante. Nas questões emocionais devemos considerar todo o panorama existencial da pessoa menopausada, assim como os elementos sociais, biológicos, o passado emocional e físico, as condições atuais, etc.Apesar de algumas mulheres não sentirem nada durante o período da menopausa, a maioria poderá sentir os seguintes sintomas:

Ondas de calor; Suores noturnos; Insônia; Menor desejo sexual; Irritabilidade; Depressão; Ressecamento vaginal; Dor durante o ato sexual;Diminuição da atenção e memória.