apostila histÓria moderna - instituto...
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A CIÊNCIA ANTIGA E A CIÊNCIA MODERNA
Filosofia Medieval Cristã constituiu-se do pensamento cristão e da ciência antiga. A
ciência antiga tinha como base o dogmatismo: era especulativa e partia de interpretações
da Bíblia. A ciência antiga era baseada na lógica e na demonstração de verdade, sem
considerar a observação e a experiência. É o caso da teoria geocêntrica, ou seja, a
teoria que postulava que a terra é o centro do universo, vigorava há quase vinte
séculos e constituía a maneira pela qual o homem antigo e medieval via a si mesmo e ao
mundo.
A concepção medieval cristã via o homem como é o ser supremo da criação divina e
a terra era o centro do universo. A teoria de que a terra era o centro do mundo,
geocentrismo, era uma explicação que justificava tal visão. A ciência antiga era um corpo
de verdades teóricas universais, de certezas definitivas, que não admitiam erros,
mudanças ou crítica.
O novo período – Idade Moderna - vai significar uma ruptura com essa concepção
de mundo dogmática, que não permitia a reflexão e a crítica, por isso, mais uma vez
vamos abordar sobre a filosofia moderna, enfatizando sobre a sua importância para o
desenvolvimento do conhecimento humano.
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IDADE MODERNA: SEC. XVII E XVIII
Após a Idade Média, há um período de transição entre o século XV e XVI para a
Idade Moderna, que significou ruptura com a tradição anterior cristã, fundamentada em
Deus, e passou-se a valorizar o homem. É o período chamado Humanismo
Renascentista: artes plásticas, valorização do homem - liberdade e criatividade. É o
momento em que se rompe com a visão sagrada e teológica na arte, no pensamento, na
política, na literatura. Os pensadores desse período passam a valorizar o saber dos gregos
antigos. Valoriza-se o homem e rompe-se com o
pensamento teocêntrico, que considera Deus
como o centro de tudo, e a Ciência Antiga.
A Idade Moderna traz a proposta de uma
nova ordem e visão de mundo, rejeitando a
autoridade imposta pelos costumes e pela
hierarquia da nobreza e Igreja, em favor da
recuperação do que há de virtuoso, intuitivo e
espontâneo na natureza humana. Surge um novo
estilo com nova temática.
Valoriza-se o corpo humano, artes,
pensamento, política, ciência. É o momento de
novos pensadores e artistas, tais como Leonardo da Vince, William Shakespeare, Rafael,
Maquiavel, Michelangelo, Montaigne.
As condições históricas
Surge uma nova maneira de pensar e ver o mundo, resultado das transformações
históricas que ocorreram na Europa. Entre os fatores históricos, pode-se destacar:
O humanismo renascentista do sec. XV
A descoberta do Novo Mundo (sec. XV)
A Reforma Protestante do sec. XVI
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A revolução científica do sec. XVII
Desenvolvimento do mercantilismo e ruptura da economia feudal
Grandes núcleos urbanos e a invenção da imprensa.
O humanismo renascentista do sec. XV
Nasceu na península itálica, sendo um período de
transição entre a Idade Média e a Moderna. Rompeu com
a filosofia cristã da escolástica medieval e, valoriza o
saber dos gregos antigos, retomando a concepção do
humanismo. O período medieval, anterior, foi marcado
por uma forte visão hierárquica e religiosa de mundo, em
que a arte está voltada para o sagrado, filosofia está
vinculada à teologia e à problemática religiosa.
O homem e seus atributos de liberdade e razão passam a ser importantes
novamente, e não apenas as o mundo divino. Nas artes predomina os temas pagãos,
afastados da temática religiosa. É a arte voltada para o homem comum, não mais reis e
santos. Valoriza-se o corpo e a dignidade humana.
Thomas Morus, em a A Utopia, defende a tolerância religiosa, critica o autoritarismo
dos reis e da Igreja, favorecendo a razão e a virtude natural. Maquiavel, autor escreveu O
Príncipe, inaugurou o pensamento moderno da política, em que faz uma análise do poder
como fato político, independente das questões morais..
A descoberta do Novo Mundo
Outro fator importante que levou a mudança do pensamento moderno foi a
descoberta do Novo Mundo, pois revelou a falsidade e fragilidade da geografia antiga, o
desconhecimento da flora e fauna encontradas. Revelou também a falta de conhecimento
de outros povos e culturas. Muita coisa precisava ser reformulada.
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A ciência antiga perde a autoridade é questionada, pois nada explica sobre a nova
realidade e suas narrativas. Acreditava que a “terra era plana”, desconhecem os novos
habitantes dessas terras descobertas, sua natureza, sua origem, sua cultura, tão distintas
da européia.
A Reforma Protestante
Martin Lutero contesta a autoridade da
Igreja marcada pela corrupção e passa a
valorizar a consciência individual de buscar a
própria fé, sem ser pela imposição das
verdades dogmáticas. Rompe com Igreja
Católica e funda a Igreja protestante.
Essa nova igreja propõe e representa, assim, a defesa da liberdade individual e da
consciência em lugar da certeza, valorizando a ideia de que o indivíduo é capaz de
encontrar sua própria verdade religiosa.
A revolução científica moderna
Outro fator essencial desse processo de
transformação é a revolução científica que significou o
ponto de partida para a ciência nos moldes que
conhecemos hoje. Nicolau Copérnico no século XVI vai
defender matematicamente que a Terra gira em torno do
Sol, rompendo com o sistema geocêntrico de Ptolomeu
(sec.II) e inspirado em Aristóteles.
A teoria do geocentrismo vigorava há quase vinte
séculos e era maneira pela
qual o homem antigo e medieval via a si mesmo e ao mundo. A ciência moderna surge
quando se torna mais importante observar e experimentar, ao contrário da visão antiga que
partia de princípios estabelecidos e dogmáticos.
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É um processo de transição e não uma ruptura radical. Ao longo desse processo
surgem Galileu e Isaac Newton, entre outros, que vão transformar a visão científica do
século XVII seguinte.
O rompimento com a ciência antiga revelou uma concepção de distinto do universo
antigo, que é fechado, finito e geocêntrico. A nova ciência propõe o modelo
heliocêntrico e o universo é infinito. A ciência é ativa valoriza a observação e o método
experimental, une ciência e técnica. A ciência antiga é contemplativa, separa ciência e
técnica.
No século XVII a Filosofia e a Ciência se separam. Galileu, usando um telescópio,
demonstra o modelo de desenvolvido por Copérnico. Vai ser interpelado pela Igreja. Entre
os principais pensadores daquele momento, destacam-se:
_ Copérnico, um sacerdote polonês, propôs a teoria heliocêntrica que atingia a concepção
medieval cristã de que o homem é ser supremo da criação divina e que
por isso a terra é o centro do universo.
_ Giordano Bruno leva adiante a ideia de Copérnico e desenvolve a concepção de universo
infinito. É condenado e morre queimado vivo na fogueira.
_ Galileu Galilei contribuiu com descobertas científicas, como o aperfeiçoamento do
telescópio, e com uma nova postura metodológica de investigação científica: observação,
experimentação, uso da linguagem matemática. Por condenar os dogmas tradicionais da
Igreja, também foi condenado pela Inquisição, mas optou por viver e seguiu fazendo suas
pesquisas clandestinamente.
A revolução científica pode ser considerada uma grande realização do espírito
crítico humano, e acaba concentrando sua atenção na natureza do universo, na ciência da
natureza.
Desenvolvimento do mercantilismo e ruptura da economia feudal
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O mercantilismo antecede ao desenvolvimento da indústria e trouxe novas
necessidades com o surgimento da burguesia, diferentes dos interesses da nobreza.
Grandes núcleos urbanos e a invenção da imprensa
Surgimento dos grandes centros urbanos leva a novos valores e necessidades. E a
invenção da Imprensa permite que as ideias possam ser publicadas e difundidas.
A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO
A Idade Moderna é um período é marcado por
grandes transformações. Estas
transformações e o desenvolvimento da ciência moderna
levaram o homem a questionar os critérios e os métodos
usados para aquisição do conhecimento verdadeiro da
realidade.
Como podemos conhecer? Quais os fundamentos do
conhecimento? O que é conhecer? Essas questões são
essenciais pra a ciência, a ética e epistemologia. A
Filosofia Moderna vai enfrentar o prestígio que o pensamento de Aristóteles tinha e a
supremacia da doutrina da Igreja, na Idade Média, e inaugurou um modo novo de conceber
e compreender o conhecimento. O século XVII viu nascer o método experimental e a
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possibilidade de explicação mecânica e matemática do Universo, que deu origem à ciência
moderna.
A partir desses questionamentos, duas novas perspectivas para o saber, às vezes
complementares, às vezes antagônica. Surgem o racionalismo e o empirismo. O
racionalismo e o empirismo constituem novos paradigmas da filosofia moderna para
conhecer a realidade.
O que é a razão? Existem vários sentidos de razão no nosso dia a dia. A Filosofia
se define como conhecimento racional da realidade natural e cultural, das coisas e dos
seres humanos. A razão é a organização e ordenação de ideias, para assim poder
sistematizá-las.
A razão é atividade intelectual de conhecimento da realidade natural, social,
psicológica, histórica. Possui um ideal de clareza, de ordenação e de rigor e precisão dos
pensamentos e de palavras.
A razão, em sua origem, é a capacidade intelectual de pensar e exprimir-se correta
e claramente, de modo a organizar e ordenar a realidade, os seres, os fatos e as ideias.
Desde o começo da Filosofia, a origem da palavra razão fez com que ela fosse
considerada oposta a quatro outras atitudes mentais:
Ao conhecimento ilusório
Às emoções, aos sentimentos, às paixões,
À crença religiosa, em que a verdade nos é dada pela fé numa revelação divina Ao
êxtase místico
A Filosofia Moderna foi o período em que mais se confiou nos poderes da razão
para conhecer e conquistar a realidade e o homem – por isso foi chamado de Grande
Racionalismo Clássico. O marco dessa forma de pensamento é René Descarte,
matemático e filósofo, inventor da geometria analítica. O método escolhido é o matemático,
por ser o exemplo de conhecimento integral racional.
2.3 RACIONALISMO
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O racionalismo sustenta que há um tipo de
conhecimento que surge diretamente da razão. É baseado nos
princípios da busca da certeza e da demonstração,
sustentados por um conhecimento que não vêm da
experiência e são elaborados somente pela razão.
O racionalismo considera que o homem tem ideias
inatas, ou seja, que não são derivadas da experiência, mas se
encontram no indivíduo desde seu nascimento e desconfia
das percepções sensoriais. Enquanto a ciência cristã e antiga constituía um corpo de
verdades teóricas universais, de certezas definitivas, não admitindo erros, mudanças ou
crítica, a ciência moderna e racional vai propor formular leis e princípios que expliquem o
funcionamento da realidade.
O pensamento racional ao introduzir a dúvida no processo do pensamento, introduz
a crítica como parte do desenvolvimento do conhecimento científico. São esses princípios
da ciência moderna que encontramos hoje.
Principais pensadores: René Descartes (1596-1650), Pascal (1623-1662), Spinoza
(1632-1677) e Leibniz (1646-1716), Friedrich Hegel (1770-1831).
EMPIRISMO
O Empirismo defende que o conhecimento
humano provém da nossa percepção do mundo externo
e da nossa capacidade mental, valorizando a experiência
sensível e concreta como fonte do conhecimento e da
investigação. Segundo os empiristas, o conhecimento da
razão, da verdade e das ideias racionais é importante,
mas desde que estejam ligados à experiência, pois as
ideias são adquiridas ao longo da vida e mediante o
exercício da experiência sensorial e da reflexão.
O método empirista baseia-se na formulação de hipóteses, na observação, na
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verificação de hipóteses com base nos experimentos. O empirismo provoca uma revolução
para a ciência. A partir da valorização da experiência, o conhecimento científico, que antes
se contentava em contemplar a natureza, passa a querer dominá-la, buscando resultados
práticos.
Principais filósofos: Francis Bacon, John Locke, David Hume, Thomas Hobbes e
Hohn Stuart Mill.
Francis Bacon
Nasceu na Inglaterra criou o lema saber é poder, pois compreende que o
desenvolvimento da pesquisa experimental aumenta o poder dos homens sobre a
natureza.
John Locke
Médico inglês, dizia que o mente humana é uma tábula rasa, um papel em branco
sem nenhuma ideia previamente escrita e que todas as ideias são adquiridas ao longo da
vida mediante o exercício da experiência sensorial e da reflexão. Defendeu que a
experiência é a fonte das ideias. Desenvolveu uma corrente denominada Tabula Rasa,
onde afirmou que as pessoas desconhecem tudo, mas que através de tentativas e erros
aprendem e conquistam experiência.
PARA LEMBRAR: O racionalismo e o empirismo são
pensamentos distintos, embora exista um elemento em
comum: a preocupação com o entendimento humano.
ALGUNS IMPORTANTES PENSADORES E
CIENTISTAS MODERNOS
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Esses filósofos com seus pensamentos contribuíram para que a humanidade
construísse novos conhecimentos.
Galileu Galilei
Nasceu na Itália e é considerado o fundador da física moderna. Defendeu as
explicações do universo a partir da teoria heliocêntrica e rejeitava a física de Aristóteles,
adotadas como verdade absoluta pelo cristianismo. Por contrariar essa visão tradicional foi
considerado herege. Questionava a Bíblia, sendo julgado pelo Tribunal da Inquisição e
condenado a fogueira ou a renegar suas concepções científicas. Optou por se retratar,
mas continuou fiel às ideias e publicou clandestinamente uma obra que contrariava os
dogmas cristãos.
Isaac Newton
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Nasceu na Inglaterra, físico e matemático, continuou à revolução científica que deu
origem à física clássica. Fala de um universo ordenado, como uma grande máquina. Além
de física, matemática, filosofia e astronomia, estudou também alquimia, astrologia, cabala,
magia e teologia, e era um grande conhecedor da Bíblia. Considerava que todos esses
campos do saber poderiam contribuir para o estudo dos fenômenos naturais.
Suas investigações experimentais, acompanhadas de rigorosa descrição
matemática, constituíram-se modelo de uma metodologia de investigação para as ciências
nos séculos seguintes.
Leitura Recomendada:
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena
Pires. Filosofando. São Paulo, Moderna, 2003.
A IDADE CONTEMPORÂNEA
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A Idade contemporânea (ou pós-moderna) é o
periodo que se encontra no final do século XIX até os
dias de hoje. Caracteriza-se por uma visão crítica
frente a moral, à religião e a ciência. Assim, os
filósofos pós-modernos procuram criticar as bases
morais da sociedade ocidental, questionar o
cristianismo e os abusos da Ciência. Há, também,
uma crítica especialmente forte quanto à Política, que
sofreu tantas reviravoltas nesse período no Ocidente.
Uma das correntes filosóficas dessa época é o
Idealismo. Explicaremos sobre essa abaixo:
IDEALISMO
O Idealismo é uma corrente filosófica que emergiu apenas com o advento da
modernidade, uma vez que a posição central da subjetividade é fundamental na
modernidade. Seu oposto é o materialismo.
Tendo suas origens a partir da revolução filosófica iniciada por Descartes, associada
a Kant até Hegel, que seria talvez o último grande idealista da modernidade. Muitos, ainda,
acreditam que a teoria das ideias de Platão é historicamente a primeira dos idealismos, em
que a verdadeira realidade está no mundo das ideias, das formas inteligíveis, acessíveis
apenas à razão.
Definição de idealismo
É muito difícil resumir o pensamento idealista, uma vez que há divergências de
perspectivas teóricas entre os filósofos idealistas. De todo modo, podemos considerar o
primado do Eu subjetivo como central em todo idealismo, o que não significa
necessariamente reduzir a realidade ao pensamento. Assim, na filosofia idealista, o
postulado básico é que Eu sou Eu, no sentido de que o Eu é objeto para mim (Eu). Ou
seja, a velha oposição entre sujeito e objeto se revela no idealismo como incidente no
interior do próprio eu, uma vez que o próprio Eu é o objeto para o sujeito (Eu).
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Ideias básicas do Idealismo
1. Qualquer teoria filosófica em que o mundo material, objetivo, exterior só pode ser
compreendido plenamente a partir de sua verdade espiritual, mental ou subjetiva. Seus
opostos seriam representados pelo realismo ('na filosofia moderna') e materialismo;
1.1 No sentido ontológico, doutrina filosófica, cujo exemplo mais conhecido é o platonismo,
segundo a qual a realidade apresenta uma natureza essencialmente espiritual, sendo a
matéria uma manifestação ilusória, aparente, incompleta, ou mera imitação imperfeita de
uma matriz original constituída de formas ideais inteligíveis e intangíveis;
1.2. No sentido epistemológico, tal como ocorre no kantismo, teoria que considera o
sentido e a inteligibilidade de um objeto de conhecimento dependente do sujeito que o
compreende, o que torna a realidade cognoscível heterônoma, carente de autossuficiência,
e necessariamente redutível aos termos ou formas ideais que caracterizam a subjetividade
humana;
1.3 No âmbito prático, cujo exemplo mais notório é o da ética kantiana, doutrina que supõe
o caráter fundamental dos ideais de conduta como guias da ação humana, a despeito de
uma possível ausência de exeqüibilidade integral ou verificabilidade empírica em tais
prescrições morais.
2 Propensão a idealizar a realidade ou a deixar-se guiar mais por ideais do que por
considerações práticas;
3 Teoria ou prática que valoriza mais a imaginação do que a cópia fiel da natureza. Seu
oposto seria o realismo.
Glossário
Idealismo absoluto: Doutrina idealista inerente ao hegelianismo, caracterizada pela
suposição de que a única realidade plena e concreta é de natureza espiritual, sendo a
compreensão materialística ou sensível dos objetos um estágio pouco evoluído e
superável no paulatino desenvolvimento cognitivo da subjetividade humana.
Idealismo dogmático: Idealismo, especialmente o berkelianismo, que se caracteriza por
negar a existência dos objetos exteriores à subjetividade humana [Termo cunhado pelo
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filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804) para designar uma orientação idealista com a
qual não concorda.]. Seu oposto seria o idealismo transcendental.
Idealismo imaterialista: Idealismo defendido por Berkeley (1685-1753) que, partindo de
uma perspectiva empirista, na qual a realidade se confunde com aquilo que dela se
percebe, conclui que os objetos materiais reduzem-se a ideias na mente de Deus e dos
seres humanos; berkelianismo, imaterialismo.
Idealismo transcendental (também chamado formal ou crítico): Doutrina kantiana,
segundo a qual os fenômenos da realidade objetiva, por serem incapazes de se mostrar
aos homens exatamente tais como são, não aparecem como coisas-em-si, mas como
representações subjetivas construídas pelas faculdades humanas de cognição. Seu oposto
seria o idealismo dogmático.
RENÉ DESCARTES: UMA BREVE BIOGRAFIA
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Uma personalidade dominante da história intelectual ocidental, René Descartes foi
um filósofo, fisiologista e matemático francês, nascido em 31 de março de 1596, em La
Haye, na província de Touraine. Ele foi um contemporâneo de Galileu e Pascal e, portanto
trabalhou sob as mesmas influências religiosas repressoras da Inquisição.
Cedo em sua vida, pouco após ter se alistado no exército, em 1617, Descartes
descobriu que tinha talento para matemática, de modo que ele passou a maior parte de
seus anos militares e subsequentes (ele pediu demissão quatro anos mais tarde)
estudando matemática pura, especialmente geometria analítica, que se tornou o campo ao
qual fez suas maiores contribuições. Em 1626 ele se estabeleceu em Paris, mas foi
persuadido a mudar-se para a Holanda em 1628, país que estava, então, no auge do seu
poder. Ali ele morou e trabalhou pelos próximos 20 anos, devotando seu tempo e esforços
ao estudo da matemática e filosofia, na perseguição da verdade. Em 1649, foi convidado
para ser professor da Rainha Cristina da Suécia, mudando-se para Estocolmo, mas morreu
poucos meses após chegar, de pneumonia aguda, em 11 de fevereiro de 1650.
Os trabalhos de Descartes em filosofia e ciência foram publicados em cinco livros:
Le Monde (O Mundo), uma tentativa de descrever o universo físico, o Discours de la
Méthode Pour Bien Conduire Sa Raison et Chercher La Vérité Dans Les Sciences
(Discurso sobre o Método de Bem Conduzir sua Razão e Procurar a Verdade nas
Ciências), seu trabalho mais importante; Meditationes, um sumário de suas ideias
filosóficas em epistemologia, Principia Philosophiae (Princípios da Filosofia), cuja maior
parte foi devotada à física, especialmente as leis do movimento, e Les Passions de L'ame
(As Paixões da Alma), sua mais importante contribuição à fisiologia e à psicologia. As
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contribuições de Descartes à física foram feitas principalmente na óptica, mas ele escreveu
extensamente sobre muitos outros temas, incluindo biologia, cérebro e mente. Ele não foi
um experimentalista, no entanto.
O esteio da filosofia de Descartes pode ser resumida por sua famosa frase em latim:
Cogito, ergo sum (penso, logo existo). Ele foi o primeiro a levantar a doutrina do dualismo
corpo/mente, a propor uma sede física para a mente, e a maneira como ela se inter-
relaciona com o corpo. Portanto, ele discutiu temas importantes para as neurociências, que
vieram a dominar os quatro séculos seguintes, tais como a ação voluntária e involuntária,
os reflexos, consciência, pensamento, emoções, e assim por diante.
DEUS, A CIÊNCIA E O LIVRE-ARBÍTRIO.
Para Descartes, o Deus criador transcende radicalmente a natureza. Deus Foi
"inteiramente indiferente ao criar as coisas que criou". Não se submeteu a nenhuma
verdade prévia. Em virtude do poder de seu livre-arbítrio, criou as verdades. Eis por que
Deus quer que a soma dos ângulos de um triângulo seja igual a dois ângulos retos.
Acrescentemos que, para Descartes, Deus criou o mundo instante por instante (é a
"criação contínua"). O tempo é descontínuo e a natureza não tem nenhum poder próprio.
As leis da natureza só são o que são a cada momento, em virtude da vontade do criador. É
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importante compreender que essa transcendência radical de Deus possui duas
consequências fundamentais. O livre-arbítrio humano e a independência da ciência.
1. O homem não é uma parte de Deus. A transcendência do criador afasta qualquer
panteísmo. O homem, simples criatura ultrapassada por seu criador (concebo Deus porque
descubro em mim a marca de sua infinitude, mas não o compreendo), recebo, assim, uma
autonomia que será perdida no sistema panteísta de Spinoza. O homem é livre, pode dizer
sim ou não às ordens de Deus. É certo que, na Quarta Meditação, Descartes fala da
liberdade esclarecida, dessa liberdade que não pode tratar da verdade ou do bem, dessa
liberdade que é antes um estado de libertação do que uma decisão pura, situada além de
todas as razões. Mas nos Princípios e sobretudo nas cartas ao Pe. Mesland, de 2 de maio
de 1644 e 9 de fevereiro de 1645, Descartes afirma radicalmente o livre-arbítrio, o poder de
recusar a Verdade e o Bem até mesmo na presença da evidência que se manifesta. Esses
textos esclarecem a teoria do juízo presente na Quarta meditação. O entendimento
concebe a verdade e é a vontade que dá as costas a ou afirma essa verdade. Deus propõe
e o homem, por intermédio de seu livre-arbítrio, dispõe. Desse modo, Deus não é o
culpado dos meus erros nem dos meus pecados. Sou eu que me engano, sou eu que
peco. Meu livre-arbítrio me faz merecedor ou culpado.
2. Do mesmo modo, a transcendência de Deus vai tornar possível uma ciência puramente
racional e mecanicista da natureza.
a) A natureza, segundo Descartes, não possui dinamismo próprio. Todo dinamismo
pertence ao criador. Na medida em que a natureza é despojada de toda profundidade
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metafísica, Descartes pode eliminar as noções aristotélicas e medievais de forma, alma,
ato e potência. Toda finalidade desaparece e a natureza é reduzida a um mecanicismo
inteiramente transparente para a linguagem matemática. A natureza nada tem de divino, é
um objeto criado, situado no mesmo plano da inteligência humana, e, por conseguinte,
inteiramente entregue à sua exploração. Isto consiste, ao mesmo tempo, na rejeição de
todo naturalismo pagão (a natureza não é uma deusa) e na fundamentação metafísica do
racionalismo científico.
b) Nem tudo tem o mesmo valor na obra científica de Descartes. Se sua ótica e suas
considerações sobre a expressão algébrica das curvas (ele é, juntamente com Fermat, o
inventor da geometria analítica) constituem incontestável contribuição científica, sua física
(dada, aliás, mais como uma possibilidade racional do que como a verdade certa) não
passa de um romance. Mas o espírito dessa física e da fisiologia cartesiana - que não
passa de um capítulo da física - nada mais é do que o espírito do mecanicismo. Quando
Descartes declara que os animais são máquinas, ele coloca, em princípio, que é possível
explicar as funções fisiológicas por intermédio de mecanismos semelhantes àqueles que
fazem mover os autômatos que vemos "nos jardins de nossos reis". O detalhe das
explicações não passa de um sonho. Mas a direção tomada é a ciência moderna. Para
Descartes, o mundo físico não possui mistérios. As coisas se determinam reciprocamente
(leis do choque), por contato direto, num espaço em que não existe o vazio.
O PROBLEMA DO HOMEM: A MORAL
1. - No Discurso sobre o Método, Descartes adota uma moral provisória - pois a ação não
pode esperar que a filosofia cartesiana engendrasse uma nova moral. Recordemos seus
três preceitos:
a) Submeter-se aos usos e costumes de seu país.
b) Antes mudar os próprios desejos que a ordem do mundo e vencer-se a si próprio do que
à fortuna.
c) Ser sempre firme e resoluto em suas ações; saber decidir-se mesmo na ausência de
toda evidência, à semelhança do viajante perdido na floresta que, ao invés de ficar fazendo
voltas, adota uma direção qualquer e nela se mantém! (O cartesianismo, antes de ser uma
filosofia da inteligência, é uma filosofia da vontade).
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2. - É certo que a moral definitiva de Descartes não apresenta uma unidade perfeita.
Influências estoicas, epicuristas e cristãs estão presentes nela. Mas, na realidade, essa
complexidade reflete a própria complexidade da condição humana. No plano das ideias
claras e distintas, Descartes separa claramente as duas substâncias, alma e corpo: a
essência da alma é pensar; a do corpo é ser um objeto no espaço. E no entanto, o
pensamento está preso a esse fragmento de extensão. A alma age sobre o corpo e este
age sobre ela. (Para Descartes, o ponto de aplicação da alma ao corpo é a glândula pineal,
isto é, a epífise.) Mas isso não esclarece a união da alma e do corpo, que é um fato de
experiência, puramente vivido e ininteligível.
Na medida em que Descartes considera o homem no que ele tem de essencial,
enquanto espírito, ou quando se ocupa do composto humano, sua moral assume aspectos
diferentes:
a) Consideremos o homem enquanto espírito, enquanto liberdade: o valor supremo é a
generosidade. "A verdadeira generosidade que faz com que um homem se estime, no
ponto máximo em que ele pode legitimamente estimar-se, consiste, em parte, na
consciência de que nada lhe pertence verdadeiramente, exceto essa livre disposição de
suas vontades... e em parte no sentimento de uma firme e constante resolução de bem
usá-la, isto é, de nunca lhe faltar vontade para empreender e executar todas as coisas que
julgar melhores, o que é seguir a virtude perfeitamente".
b) Se considerarmos o homem enquanto espírito unido a um corpo, somos obrigados a
levar em conta as paixões, isto é, a afetividade em sentido amplo. Paixão é, para
Descartes, tudo o que o corpo determina na alma. E Ele, que nada tem de asceta, acha
que devemos antes dominá-las do que desenvolvê-las. Isso porque ele se coloca do ponto
de vista da felicidade. O bom funcionamento do corpo, as ligações harmoniosas entre os
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espíritos animais e os pensamentos humanos são altamente desejáveis. A moral surge,
então, como uma técnica de felicidade e, nessa técnica, a medicina desempenha
importante papel. A moral surge aqui como uma aplicação direta ao mecanicismo
cartesiano.
UTILITARISMO
Em Filosofia, o utilitarismo é uma doutrina ética que
prescreve a ação (ou inação) de forma a aperfeiçoar o bem-
estar do conjunto dos seres envolvidos. O utilitarismo é então
uma forma de consequencialismo, ou seja, ele avalia uma
ação (ou regra) unicamente em função de suas
consequências.
Filosoficamente, pode-se resumir a doutrina utilitarista
pela frase: Agir sempre de forma a produzir a maior
quantidade de bem-estar (Princípio do bem-estar máximo).
Trata-se então de uma moral eudemonista, mas que, ao contrário do egoísmo,
insiste no fato de que devemos considerar o bem-estar de todos e não o de uma única
pessoa.
Antes de quaisquer outros, foram Jeremy Bentham (1748-1832) e John Stuart Mill
(1806-1873) que sistematizaram o princípio da utilidade e o aplicaram a questões
concretas – sistema político, legislação, justiça, política econômica, liberdade sexual,
emancipação feminina, etc.
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Em Economia, o utilitarismo pode ser entendido como um princípio ético no qual o
que determina se uma decisão ou ação é correta, é o benefício intrínseco exercido à
coletividade, ou seja, quanto maior o benefício coletivo, tanto melhor a decisão ou ação.
1.20.4.1 Princípio da Utilidade
John Stuart Mill foi um dos filósofos que se debruçaram sobre o princípio da
utilidade Bentham expõe o conceito central da utilidade no primeiro capítulo do livro
Introduction to the Principles of Morals and Legislation (―Introdução aos princípios da
moral e legislação‖), da seguinte forma:
― Por princípio da utilidade, entendemos o princípio segundo o qual toda ação, qualquer
que seja, deve ser aprovada ou rejeitada em função de sua tendência de aumentar ou
reduzir o bem-estar das partes afetadas pela ação. (...) Designamos por utilidade a
tendência de alguma coisa em alcançar o bem-estar, o bem, o belo, a felicidade, as
vantagens, etc. “O conceito de utilidade não deve ser reduzido ao sentido corrente de
modo de vida com um fim imediato".
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Perspectiva moral e política: Características gerais
O utilitarismo, concebido como um critério geral
de moralidade pode e deve ser aplicado tanto às ações
individuais quanto às decisões políticas, tanto no
domínio econômico quanto nos domínios sociais ou
judiciários. O Utilitarismo é um tipo de ética normativa --
com origem nas obras dos filósofos e economistas
ingleses do século XVIII e XIX, Jeremy Bentham e John
Stuart Mill, -- segundo a qual uma ação é moralmente
correta se tende a promover a felicidade e condenável
se tende a produzir a infelicidade, considerada não
apenas a felicidade do agente da ação, mas também a de todos os afetados por ela.
O utilitarismo rejeita o egoísmo, opondo-se a ideia de que o indivíduo deva perseguir
seus próprios interesses, mesmo à custa dos outros, e se opõe também a qualquer teoria
ética que considere ações ou tipos de atos como certos ou errados independentemente
das consequências que eles possam ter.
O utilitarismo assim difere radicalmente das teorias éticas que fazem o caráter de
bom ou mal de uma ação depender do motivo do agente porque, de acordo com o
Utilitarismo, é possível que uma coisa boa venha a resultar de uma motivação ruim no
indivíduo.
Antes, porém, desses dois autores darem forma ao Utilitarismo, o pensamento
utilitarista já existia, inclusive na filosofia antiga, principalmente no de Epicuro e seus
seguidores na Grécia antiga. E na Inglaterra, alguns historiadores indicam o Bispo Richard
Cumberland, um filósofo moralista do século XVII, como o primeiro a apresentar uma
filosofia utilitarista. Uma geração depois, Francis Hutcheson, com sua teoria do "sentido
interior da moralidade" ("moral sense") manteve uma posição utilitarista mais clara. Ele
cunhou a frase utilitarista de que "a melhor ação é a que busca a maior felicidade para o
maior número de indivíduos". Também propôs uma forma de "aritmética moral" para
cálculo da melhor consequência possível. David Hume tentou analisar a origem das
virtudes em termos de sua contribuição útil.
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O próprio Bentham disse haver descoberto o "princípio de utilidade" nos escritos de
vários pensadores do século XVIII como Joseph Priestley, um clérigo dissidente famoso
por haver descoberto o oxigênio, e Claude-Adrien Helvétius, autor de uma filosofia de
meras sensações, de Cesare Beccaria, jurista italiano, e de David Hume. Helvétius foi
posterior a Hume e deve ter conhecido seu
pensamento, e Beccária o de Helvétius.
Outro apoio ao Utilitarismo é o de
natureza teológica, devido a John Gay, um
filósofo estudioso da Bíblia que
argumentava que fazer a vontade de Deus
era o único critério de virtude, mas que,
devido à bondade divina, ele concluía que
Deus desejava que o homem promovesse
a felicidade humana.
Bentham, que aparentemente
acreditava que o indivíduo, no governo de
seus atos iria sempre buscar maximizar seu próprio prazer e minimizar seu sofrimento,
colocou no prazer e na dor ambos a causa das ações humanas e as bases de um critério
normativo da ação.
À arte de alguém governar suas próprias ações, Bentham chamou "ética particular".
Neste caso a felicidade do agente é o fator determinante; a felicidade dos outros governa
somente até o ponto em que o agente é motivado por simpatia, benevolência, ou interesse
na boa vontade e opinião favorável dos outros.
Para Bentham, a regra de se buscar a maior felicidade possível para o maior
número possível de pessoas devia ter papel primordial na arte de legislar, na qual o
legislador buscaria maximizar a felicidade da comunidade inteira criando uma identidade
de interesses entre cada indivíduo e seus companheiros. Aplicando penas por atos mal-
intencionados, o legislador seria prejudicial para um homem que causasse danos ao seu
vizinho. O trabalho filosófico mais importante de Bentham, An Introduction to the Principles
of Morals and Legislation ("Uma introdução aos princípios de moral e legislação"), de 1789,
foi pensado como uma introdução a um projeto de Código Penal.
25
Jeremy Bentham atraiu jovens intelectuais como
discípulos, entre eles o economista David Ricardo, James
Mill e o jurista John Austin. Mais tarde John Stuart Mill,
filho de James Mill, defendia o voto feminino, a educação
paga pelo Estado para todos, e outras propostas radicais
para sua época, com base na visão utilitarista de que tais
medidas eram essenciais à felicidade e bem estar de
todos, assim como também a liberdade de expressão e a
não interferência do governo quando o comportamento
individual não afetasse as outras pessoas. Seu ensaio
"Utilitarianism," publicado no Fraser's Magazine (1861), é
citado como uma elegante defesa da doutrina Utilitarista e considerada ser ainda a melhor
introdução ao assunto, apresentando o Utilitarismo como uma ética tanto para o
comportamento do indivíduo comum quanto para a legislação social.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO
UTILITARISMO
Cinco princípios fundamentais são comuns a todas as versões do utilitarismo:
Princípio do bem-estar (the greatest happiness principle em inglês) – O ―bem é
definido como sendo o bem-estar. Diz-se que o objetivo pesquisado em toda ação moral se
constitui pelo bem-estar (físico, moral, intelectual).
Consequencialismo – As consequências de uma ação são a única base permanente
para julgar a moralidade desta ação. O utilitarismo não se interessa desta forma pelos
agentes morais, mas pelas ações – as qualidades morais do agente não interferem no
―cálculo‖ da moralidade de uma ação, sendo então indiferente se o agente é generoso,
interessado ou sádico, pois são as consequências do ato que são morais. Há uma
dissociação entre a causa (o agente) e as consequências do ato. Assim, para o utilitarismo,
dentro de circunstâncias diferentes um mesmo ato pode ser moral ou imoral, dependendo
se suas consequências são boas ou más.
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Princípio da agregação – O que é levado em conta no cálculo é o saldo líquido (de
bem-estar, numa ocorrência) de todos os indivíduos afetados pela ação,
independentemente da distribuição deste saldo. O que conta é a quantidade global de
bem-estar produzida, qualquer que seja a repartição desta quantidade. Sendo assim, é
considerado válido sacrificar uma minoria, cujo bem-estar será diminuído, a fim de
aumentar o bem-estar geral. Esta possibilidade de sacrifício se baseia na ideia de
compensação: a desgraça de uns é compensada pelo bem-estar dos outros. Se o saldo de
compensação for positivo, a ação é julgada moralmente boa. O aspecto dito sacrificial é
um dos mais criticados pelos adversários do utilitarismo.
Princípio de otimização - O utilitarismo exige a maximização do bem-estar geral, o que
não se apresenta como algo facultativo, mas sim como um dever.
Imparcialidade e universalismo - Os prazeres e sofrimentos são considerados da
mesma importância, quaisquer que sejam os indivíduos afetados. O bem-estar de cada um
tem o mesmo peso dentro do cálculo do bem-estar geral.
Este princípio é compatível com a possibilidade de sacrifício. A princípio, todos têm
o mesmo peso, e não se privilegia ou se prejudica ninguém – a felicidade de um rei ou de
um cidadão comum são levadas em conta da mesma maneira.
O aspecto universalista consiste numa atribuição de valores do bem-estar que é
independente das culturas ou das particularidades regionais. Como o universalismo de
Kant, o utilitarismo pretende definir uma moral que valha universalmente.
O cálculo utilitarista
Um dos traços importantes do utilitarismo é seu racionalismo. A moralidade de um
ato é calculada, ela não é determinada a partir de princípios diante de um valor intrínseco.
Este cálculo leva em conta as consequências do ato sobre o bem-estar do maior número
de pessoas. Ele supõe então a possibilidade de se calcular as consequências de um ato, e
avaliar seu impacto sobre o bem-estar dos indivíduos.
Para alguns utilitaristas, como o filósofo Peter Singer, o cálculo utilitarista de prazer
e dor deve incluir todos os seres dotados de sensibilidade, sendo legítimo assim incluir
os animais no cálculo da moralidade de um ato. Singer se refere ao cálculo utilitarista que
seja exclusivo para o ser humano, como uma forma de "especismo", ou seja, preconceito
de espécie.
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EXISTENCIALISMO
O existencialismo é uma corrente filosófica e literária que destaca a liberdade
individual, a responsabilidade e a subjetividade do ser humano. O existencialismo
considera cada homem como um ser único que é mestre dos seus atos e do seu destino.
O existencialismo afirma a prioridade da existência sobre a essência, segundo a
célebre definição do filósofo francês Jean-Paul Sartre: "A existência precede e governa a
essência." Essa definição funda a liberdade e a responsabilidade do homem, visto que este
existe sem que seu ser seja pré-definido. Durante a existência, à medida que se
experimentam novas vivências redefine-se o próprio pensamento (a sede intelectual, tida
como a alma para os clássicos), adquirindo-se novos conhecimentos a respeito da própria
essência do que é o homem. Esta característica do ser é fruto da liberdade de eleição.
Sartre, após ter feito estudos sobre fenomenologia na Alemanha, criou o termo utilizando a
palavra francesa "existence" como tradução da expressão alemã "Da sein", termo
empregado por Heidegger em Ser e tempo.
Após a Segunda Guerra Mundial, uma corrente literária existencialista contou com
Albert Camus e Boris Vian, além do próprio Sartre. É importante notar que Albert Camus,
filósofo além de literato, ia contra o existencialismo, sendo este somente característica de
sua obra literária. Vian definia-se patafísico.
Origem
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O existencialismo foi inspirado nas obras de Arthur Schopenhauer, Søren
Kierkegaard, Fiódor Dostoiévski e nos filósofos alemães Friedrich Nietzsche, Edmund
Husserl e Martin Heidegger, e foi particularmente popularizado em meados do século XX
pelas obras do escritor e filósofo francês Jean-Paul Sartre e de sua companheira, a
escritora e filósofa Simone de Beauvoir. Os mais importantes princípios do movimento são
expostos no livro de Sartre "L'Existentialisme est un humanisme" ("O existencialismo é um
humanismo"). O termo existencialismo foi adotado apesar de haver o termo: existência
filosófica, usado inicialmente por Karl Jaspers, da mesma tradição.
História do Existencialismo
O existencialismo é um movimento filosófico e literário distinto pertencente aos
séculos XIX e XX, mas os seus elementos podem ser encontrados no pensamento (e vida)
de Sócrates, Aurélio Agostinho e no trabalho de muitos filósofos e escritores pré-
modernos. Culturalmente, podemos identificar pelo menos duas linhas de pensamento
existencialista: Alemã-Dinamarquesa e Anglo-Francesa. As culturas judaica e russa
também contribuíram para esta filosofia. Após ter experienciado vários distúrbios civis,
guerras locais e duas guerras mundiais, algumas pessoas na Europa foram forçadas a
concluir que a vida é inerentemente miserável e irracional. Heidegger e Kierkegaard foram
os pioneiros neste debate sobre a crise da existência humana. Hoje, o existencialismo não
morreu de fato, pelo contrário, continua a produzir, quer na filosofia, quer na literatura, no
cinema, ou até na ideologia de vida.
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Temáticas
Os temas existencialistas são
férteis no terreno da criação literária,
nomeadamente na literatura francesa, e
continuam a exibir vitalidade no mundo
filosófico e literário contemporâneo.
As principais temáticas
abordadas sugerem o contexto da sua aparição (final da Segunda Guerra Mundial),
refletindo o absurdo do mundo e da barbárie injustificada, das situações e das relações
quotidianas ("L'enfer, c'est les autres", ["O inferno são os outros"], Jean-Paul Sartre).
Paralelamente, surgem temáticas como o silêncio e a solidão, corolários óbvios de vidas
largadas ao abandono, depois da "morte de Deus" (Friedrich Nietzsche). A existência
humana, em toda a sua natureza, é questionada: quem somos? O que fazemos? Para
onde vamos? Quem nos move?
É esta consciência aguda de abandono e de solidão (voluntária ou não), de
impotência e de injustificabilidade das ações, que se manifesta nas principais obras desta
corrente em que o filosófico e o literário se conjugam.
Relação com a religião
Apesar de muitos, senão a maioria, dos existencialistas terem sido ateístas, os
autores Soren Kierkegaard, Karl Jaspers e Gabriel Marcel propuseram uma versão mais
teológica do existencialismo. O ex-marxista Nikolai Berdyaev desenvolveu uma filosofia do
Cristianismo existencialista na sua terra natal, Rússia, e mais tarde na França, na véspera
da Segunda Guerra Mundial.
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Fé e existencialismo
O existencialismo não é uma simples
escola de pensamento, livre de qualquer e
toda forma de fé. Ajuda a entender que
muitos dos existencialistas eram, de fato,
religiosos. Pascal e Kierkegaard eram
cristãos dedicados. Pascal era católico,
Kierkegaard, um protestante radical marcado
pelo ríspido antagonismo com a igreja
luterana. Dostoiévski era greco-ortodoxo, a
ponto de ser fanático. Kafka era judeu. Sartre
realmente não acreditava em força divina.
Sartre não foi criado sem religião, mas a Segunda Guerra Mundial e o constante
sofrimento no mundo levaram-no para longe da fé, de acordo com várias biografias,
incluindo a de sua companheira, Simone de Beauvoir. Curiosamente, Sartre passou seus
últimos anos de vida explorando assuntos de fé com um judeu ortodoxo. Apenas podemos
imaginar suas conversas, já que Sartre não as registrou.
Para os existencialistas cristãos, a fé defende o indivíduo e guia suas decisões com
um conjunto rigoroso de regras em algumas vertentes cristãs e para outras como o
espiritismo, as decisões são guiadas pelo pensamento, pela alma. Para os ateus, a "ironia"
é a de que não importa o quanto você faça para melhorar a si ou aos outros, você sempre
vai se deteriorar e morrer. Muitos existencialistas acreditam que a grande vitória do
indivíduo é perceber o absurdo da vida e aceitá-la. Resumindo, você vive uma vida
miserável, pela qual você pode ou não ser recompensado por uma força maior. Se essa
força existe, por que os homens sofrem? Se não existe, por que não cometer suicídio e
encurtar seu sofrimento? Essas questões apenas insinuam a complexidade do
pensamento existencialista.
A existência precede e governa a essência.
31
É um conceito da corrente filosófica existencialista. A frase foi primeiramente
formulada por Jean-Paul Sartre, e é um dos princípios fundamentais do existencialismo.
O indivíduo, no princípio, somente tem a existência comprovada. Com o passar do
tempo ele incorpora a essência em seu ser. Não existe uma essência pré-determinada.
Com esta frase, os existencialistas rejeitam a ideia de que há no ser humano uma
alma imutável, desde os primórdios da existência até a morte. Esta essência será adquirida
através da sua existência. O indivíduo por si só define a sua realidade.
Em 1946, no "Club Maintenant" em Paris, Jean Paul Sartre pronuncia uma
conferência, que se tornou um opúsculo com o nome de "O Existencialismo é um
Humanismo". Nele, ele explica a frase, desta forma: "... se Deus não existe, há pelo menos
um ser, no qual a existência precede a essência, um ser que existe antes de poder ser
definido por qualquer conceito, e que este ser é o homem ou, como diz Heidegger, a
realidade humana. Que significa então que a existência precede a essência? Significa que
o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define.
O homem, tal como o concebe o existencialista, se não é definível, é porque primeiramente
é nada. Só depois será, e será tal como a si próprio se fizer.”.
Liberdade
Com essa afirmação vemos o peso
da responsabilidade por sermos
totalmente livres. E, frente a essa
liberdade de eleição, o ser humano se
angustia, pois a liberdade implica fazer
escolhas, as quais só o próprio indivíduo
pode fazer. Muitos de nós ficamos
paralisados e, dessa forma, nos abstemos
de fazer as escolhas necessárias. Porém, a "não ação", o "nada fazer", por si só, já é uma
escolha; a escolha de não agir. A escolha de adiar a existência, evitando os riscos, a fim
de não errar e gerar culpa, é uma tônica na sociedade contemporânea. Arriscar-se,
procurar a autenticidade, é uma tarefa árdua, uma jornada pessoal que o ser deve
empreender em busca de si mesmo.
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Os existencialistas perguntaram-se
se havia um Criador. Se sim, qual é a
relação entre a espécie humana e esse
criador? As leis da natureza já foram pré-
definidas e os homens têm que se adaptar
a elas? Esses homens estiveram tão
dedicados aos seus estudos que se
tornaram antissociais, enquanto se
preocupavam com a humanidade.
Kierkegaard, Nietzsche e Heidegger
são alguns dos filósofos que mais
influenciaram o existencialismo. Os dois primeiros se preocupavam com a mesma questão:
o que limita a ação de um indivíduo? Kierkegaard chegou à possibilidade de que o
cristianismo e a fé em geral são irracionais, argumentando que provar a existência de uma
única e suprema entidade é uma atividade inútil.
Nietzsche, frequentemente caracterizado como ateu, foi, sobretudo um crítico da
religião organizada e das doutrinas de seu tempo. Ele acreditou que a religião organizada,
especialmente a Igreja Católica e Protestante, era contra qualquer poder de ganho ou
autoconfiança sem consentimento. Nietzsche usou o termo rebanho para descrever a
população que, de boa vontade, segue a Igreja. Ele argumentou que provar a existência de
um criador não era possível nem importante.
Na verdade, Nietzsche valorizava e exaltava a vida como única entidade que
merecia louvor. Prova disso é o eterno retorno em que ele afirmava que o homem deveria
viver a vida como se tivesse que vivê-la nova e eternamente. A implicação disso é uma
extrema valorização da vida, imaginemos cada segundo, cada minuto vivido igual e
eternamente? E quanto à Igreja, Nietzsche a condenava, pois ela é um traço das
influências que negavam o valor da vida na sociedade contemporânea; ele era sim ateu, e
para ele, dentre os mais inteligentes, o pior era o padre, pois conseguia incutir nos
pensamentos do rebanho, fundamentos falsos, exteriores e metafísicos demais, que só
contribuíam para o afastamento da vida.
O Indivíduo versus a Sociedade
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O existencialismo representa a vida como uma série
de lutas. O indivíduo é forçado a tomar decisões e
frequentemente as escolhas são ruins. Nas obras de
alguns pensadores, parece que a liberdade e a escolha
pessoal são as sementes da miséria. A maldição do livre
arbítrio foi de particular interesse dos existencialistas
teológicos e cristãos.
As regras sociais são o resultado da tentativa dos
homens de planejar um projeto funcional. Ou seja, quanto mais estruturada a sociedade,
mais funcional ela deveria ser.
Os existencialistas explicam por que algumas pessoas se sentem atraídas à
passividade moral baseando-se no desafio de tomar decisões. Seguir ordens é fácil; requer
pouco esforço emocional e intelectual fazer o que lhe mandam. Se a ordem não é lógica,
não é o soldado que deve questionar. Deste modo, as guerras podem ser explicadas,
genocídios em massa podem ser entendidos.
As pessoas estavam apenas fazendo o que
lhes fora mandado fazer.
Importantes Filósofos para o
Existencialismo
Jean-Paul Sartre
Søren Kierkegaard
Edmund Husserl
Friedrich Nietzsche
Arthur Schopenhauer
Martin Buber
Há duas linhas existencialistas famosas, quer de impulsionadores, quer de
existencialistas propriamente ditos.
A primeira, de Kierkegaard, Schopenhauer, Nietzsche e Heidegger é agrupada
intelectualmente. Esses homens são os pais do existencialismo e dedicaram-se a estudar
a condição humana. A segunda, de Sartre, Camus e Beauvoir, era uma linha marcada pelo
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compromisso político. Enquanto outras pessoas entraram e saíram, esses sete indivíduos
definiram o existencialismo.
O filosofar heideggeriano é uma constante interrogação, na procura de revelar e
levar à luz da compreensão o próprio objeto que decide sobre a estrutura dessa
interrogação, e que orienta as cadências do seu movimento: a questão sobre o Ser.
A meta de Heidegger é penetrar na filosofia, demorar nela, submeter seu comportamento
às suas leis. O caminho seguido por ele deve ser, portanto, de tal modo e com tal direção,
que aquilo de que a Filosofia trata atinja nossa responsabilidade, vise a nós homens, nos
toque e, justamente, nos transforme.
O pensamento de Heidegger é um retorno ao fundamento da metafísica num
movimento problematizador, uma meditação sobre a Filosofia no sentido daquilo que
permanece fundamentalmente velado.
A Filosofia sobre a qual ele nos convida a meditar é a grande característica da
inquietação humana em geral, a questão sobre o Ser, ou seja, o que significa ―estar no
mundo ou ―ser no mundo.
BILIOGRAFIA BÁSICA
CHAUÍ, Marilena. Convite á Filosofia. São Paulo: Ática, 1999.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia. São Paulo: Saraiva, 2000.
PRADO JUNIOR, C. O que é Filosofia. São Paulo: Brasiliense, 1983.
REALE, M. Introdução a Filosofia. São Paulo: Saraiva, 1988.
35
SANCHEZ VASQUEZ, Adolfo. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
ARANHA, M.L ; MARTINS, M.H.P. Filosofando: introdução a filosofia. São Paulo:
moderna, 1993.
BUARQUE, Cristovam. A desordem do progresso. São Paulo: paz e terra, 1993.
CIVITA, Victor. A história da filosofia. Coleção de pensadores. São Paulo: Nova Cultural,
1999.
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ATIVIDADES DE FIXAÇÃO
1- A filosofia antiga teve início no século VI-VII A.C. e se estendeu até a decadência do
império romano no século V D.C. Pode-se dividi-la em quatro períodos: (1) o período dos
pré-socráticos; (2) um período humanista, em que Sócrates e os sofistas trouxeram as
questões morais para o centro do debate filosófico; (3) o período áureo da filosofia em
Atenas, em que despontaram Platão e Aristóteles; (4) e o período helenístico. Sobre esta
marque a alternativa incorreta:
a) Às vezes se distingue um quinto período, que compreende os primeiros filósofos cristãos e
os neoplatonistas.
b) Os dois autores mais importantes da filosofia antiga em termos de influência posterior
foram Platão e Sócrates.
c) Os primeiros filósofos gregos, geralmente chamados de pré-socráticos, dedicaram-se a
especulações sobre a constituição e a origem do mundo.
d) O principal intuito dos filósofos dessa época era descobrir um elemento primordial, eterno e
imutável que fosse a matéria básica de todas as coisas. Essa substância imutável era
chamada de physis (palavra grega cuja tradução literal seria natureza, mas que na
concepção dos primeiros filósofos compreendia a totalidade dos seres, inclusive entidades
divinas) e, por essa razão, os primeiros filósofos também foram conhecidos como os
physiologoi (literalmente ―os filósofos que se dedicavam ao estudo da physis).
2- A filosofia medieval é a filosofia da Europa ocidental e do Oriente Médio durante a Idade
Média. Começa, aproximadamente, com a cristianização do império romano e encerra-se
com a Renascença. Sobre esta marque a alternativa correta:
a) A filosofia medieval pode ser considerada, em parte, como prolongamento da filosofia
greco-romana e, em parte, como uma tentativa de conciliar o conhecimento secular e a
doutrina sagrada.
b) A Idade Média carregou por muito tempo o epíteto depreciativo de "idade das trevas",
atribuído pelos humanistas renascentistas; e a filosofia desenvolvida nessa época padeceu
do mesmo desprezo. No entanto, essa era de aproximadamente mil anos foi o mais longo
período de desenvolvimento filosófico na Europa e um dos mais ricos. Jorge Garcia
defende que em intensidade, sofisticação e aquisições, pode-se corretamente dizer que o
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florescimento filosófico no século XIII rivaliza com a época áurea da filosofia grega no
século IV a. C.
c) Entre os principais problemas discutidos nessa época estão: a relação entre fé e razão, a
existência e unidade de Deus, o objeto da teologia e da metafísica, os problemas do
conhecimento, dos universais e da individualização.
d) Todas as alternativas estão corretas.
3- A idade moderna é caracterizada pela preponderância da epistemologia sobre a
metafísica. A justificativa dos filósofos modernos para essa alteração estava, em parte, na
ideia de que, antes de querer conhecer tudo o que existe, seria conveniente conhecer o
que se pode conhecer. Como um dos principais autores dessa época, podemos destacar:
a) Aristóteles
b) René Descartes
c) Sócrates
d) Todas as respostas estão erradas.
4- A Filosofia Medieval Cristã constituiu-se do pensamento cristão e da ciência antiga. A
ciência antiga tinha como base o(a)
a) Dogmatismo
b) Egocentrismo
c) Bíblia
d) Ciência
5- Após a Idade Média, há um período de transição entre o século XV e XVI para a Idade
Moderna, que significou ruptura com a tradição anterior cristã, fundamentada em Deus, e
passou-se a valorizar o homem. É o período chamado de:
a) Humanismo Renascentista
b) Geocentrismo
c) Egocentrismo
d) Valorização do Homem
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6- A Idade Moderna é um período é marcado por grandes transformações. Estas
transformações e o desenvolvimento da ciência moderna levaram o homem a questionar
os critérios e os métodos usados para aquisição do conhecimento verdadeiro da realidade.
Nesta época podemos afirmar que:
a) A Filosofia Moderna vai enfrentar o prestígio que o pensamento de Aristóteles tinha e a
supremacia da doutrina da Igreja, na Idade Média, e inaugurou um modo novo de conceber
e compreender o conhecimento.
b) O século XVII viu nascer o método experimental e a possibilidade de explicação mecânica
e matemática do Universo, que deu origem à ciência moderna.
c) A partir desses questionamentos, duas novas perspectivas para o saber, às vezes
complementares, às vezes antagônicas. Surgem o racionalismo e o empirismo.
d) Todas as respostas estão corretas.
7- O racionalismo sustenta que há um tipo de conhecimento que surge diretamente da razão.
É baseado nos princípios da busca da certeza e da demonstração, sustentados por um
conhecimento que não vêm da experiência e são elaborados somente pela razão. Sobre
este podemos afirmar que:
a) O racionalismo considera que o homem tem ideias inatas, ou seja, que não são derivadas
da experiência, mas se encontram no indivíduo desde seu nascimento e desconfia das
percepções sensoriais.
b) Enquanto a ciência cristã e antiga constituía um corpo de verdades teóricas universais, de
certezas definitivas, não admitindo erros, mudanças ou crítica, a ciência moderna e
racional vai propor formular leis e princípios que expliquem o funcionamento da realidade.
c) O pensamento racional ao introduzir a dúvida no processo do pensamento, introduz a
crítica como parte do desenvolvimento do conhecimento científico. São esses princípios da
ciência moderna que encontramos hoje.
d) Todas as respostas estão corretas.
8- Sobre René Descartes, marque a alternativa errada:
a) Nasceu nos Estados Unidos, em 1596, em um momento de profunda crise da sociedade e
cultura européia, passando por grandes transformações e ruptura com o mundo anterior.
b) Foi um dos principais pensadores do racionalismo.
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c) Expôs suas ideias com cautela para evitar a condenação da igreja.
d) É considerado um dos pais da filosofia moderna.
9- O Empirismo defende que o conhecimento humano provém da nossa percepção do mundo
externo e da nossa capacidade mental, valorizando a experiência sensível e concreta
como fonte do conhecimento e da investigação. Segundo os empiristas, o conhecimento
da razão, da verdade e das ideias racionais é importante, mas desde que estejam ligados
à experiência, pois as ideias são adquiridas ao longo da vida e mediante o exercício da
experiência sensorial e da reflexão. Como filósofos dessa época podemos citar:
a) Francis Bacon
b) John Locke
c) David Hume
d) Todas as respostas estão corretas.
10- Sobre Galileu Galilei, marque a alternativa correta:
a) Nasceu na França e é considerado o fundador da física moderna.
b) Defendeu as explicações do universo a partir da teoria heliocêntrica e rejeitava a física de
Platão, adotadas como verdade absoluta pelo cristianismo.
c) Por contrariar essa visão tradicional foi considerado herege. Questionava a Bíblia, sendo
julgado pelo Tribunal da Inquisição e condenado a fogueira ou a renegar suas concepções
científicas.
d) Não se retratou e continuou fiel às ideias e publicou clandestinamente uma obra que
contrariava os dogmas cristãos.