apostila fundamentos metodologicos da ginastica

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2012 Leonardo de Arruda Delgado Curso de Licenciatura em Educação Física Barra do Corda 2012 FUNDAMENTOS METODOLÓGICOS DA GINÁSTICA

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Fundamentos dos Movimento Ginástico

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Page 1: Apostila Fundamentos Metodologicos Da Ginastica

 

2012 

Leonardo de Arruda Delgado 

Curso de Licenciatura em Educação Física 

Barra do Corda ‐ 2012 

 

FUNDAMENTOS METODOLÓGICOS DA GINÁSTICA

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FUNDAMENTOS METODOLÓGICOS DA GINÁSTICA – LEONARDO DE ARRUDA DELGADO 

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Índice PALAVRAS DO PROFESSOR ............................................................................................ 3 

UNIDADE I: NATUREZA, HISTÓRIA E GÊNESE DA GINÁSTICA ................................... 5 

SEÇÃO 1: Conceitos ................................................................................................................. 6 SEÇÃO 2: Conhecendo a História da Ginástica ..................................................................... 7 

Ginástica na Pré-História .................................................................................................... 7 A Ginástica na Antiguidade .............................................................................................. 8 A Ginástica no Oriente Próximo ........................................................................................ 10 A Ginástica na Grécia ....................................................................................................... 12 A Ginástica em Roma........................................................................................................ 16 A Ginástica na Idade Média (395-1453) ......................................................................... 18 A Ginástica no Renascimento .......................................................................................... 20 A Ginástica na Idade Contemporânea............................................................................... 21 

SEÇÃO 3: Gênese e Natureza da Ginástica ......................................................................... 24 SEÇÃO 4: Classificação da Ginástica ................................................................................. 26 

Ginástica de Condicionamento Físico ............................................................................... 26 Ginástica Geral (Gymnaestrada)..................................................................................... 27 Ginástica Formativa .......................................................................................................... 27 Ginástica Natural .............................................................................................................. 28 Ginástica Competitiva ....................................................................................................... 28 

SEÇÃO 5: Classificação Geral dos Exercícios Físicos .......................................................... 28   

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PALAVRAS DO PROFESSOR    “Todas as partes do corpo que possuem uma função, se usadas com moderação  e  

exercitadas  em  algum  trabalho  físico,  se  conservam  sadias,  bem desenvolvidas e envelhecem lentamente, porém se não são trabalhadas, deixam de funcionar, se convertem 

em enfermidades, defeituosas em seu crescimento e envelhecem antes do tempo“ (HIPÓCRATES, 460 A.C. a 377 A.C.) 

              Prezado Acadêmico:                                        Você  deve  estar  pensando,  que  será  que  vou  aprender  com meus  estudos  na disciplina de  fundamentos Metodológicos da Ginástica?,  será que  vou  estudar os  exercícios físicos  e  os  assuntos  pertinentes  a  ele?,    com  um  pensamento  de  hipócrates  (o  pai  da Medicina) que está remontando em quase 2.500 anos, iniciamos essa discussão.     Mas, para isso leia  atentamente  o  que  está  escrito  e  reflita  sobre  a  verdade  em  cada  palavra  com  relação  ao  organismo  humano  e  a  necessidade  primordial  que  seus ossos, músculos,  articulações,  sistemas  e  aparelhos  possuem  de  constante movimento.  E  o mais  importante é que esse movimento precisa ser dimensionado, constantemente   avaliado  e  principalmente  prescrito  e  aplicado  de  maneira correta,  constituindo‐se  em  exercícios  físicos,  que  venham  a  desenvolver  as qualidades físicas inerentes ao corpo humano.    A disciplina Fundamentos Metodológicos da Ginástica visam realizar descreva de forma clara e resumida alguns dos conteúdos que podem ser abordados no contexto escolar, seja na aula de educação física, no desporto escolar ou nas aulas de formação técnica, sobre a modalidade de ginástica.    Veja  que  ao  se  falar  sobre  a  Educação  Física,  faz‐se  necessário  caracterizar  o homem como um ser holístico e que, dessa forma, ele necessita desenvolver‐se em três níveis de conhecimento:   

‐ Sócio‐Afetivo, que visa o desenvolvimento do indivíduo como um ser humano social, buscando  estímulo  para  formação  de  sua  cidadania  e  de  sua ética;   

‐ Cognitivo, relacionado com seu desenvolvimento intelectual e  seus processos reflexivos ;  

‐ Motor, que   enfoca   o   movimento   humano   em    todas   as   suas   áreas   de estudo.    

   O Professor de Educação Física é o grande  facilitador para que os  três níveis de conhecimento  anteriormente  citados,  se  desenvolvam  de  forma  harmoniosa  e    em    sua  plenitude,    e  dessa  forma,  faz‐se  necessário  que  em  nosso  curso  de graduação tenhamos conhecimento  do  corpo  humano  nos  aspectos  biológicos  em  disciplinas  como  Anatomia  e  Histologia. O conhecimento do homem enquanto ser é de fundamental importância, portanto, as  disciplinas  de    História,    Filosofia  e    Antropologia    são    estudadas    já    nos    primeiros  semestres.  Complementando esta  tríade,  temos  disciplinas  que  estudam  e  mensuram  o  corpo    humano    a  partir  dos movimentos  que  o mesmo  executa  (Cinesiologia)  e  de  suas variáveis antropométricas (Medidas e Avaliação).   

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  No caso específico de nossa disciplina ‐ Fundamentos Metodológicos da Ginástica ‐ ela é um dos primeiros momentos na carreira de um Profissional de Educação  Física, em que se  conseguem  subsídios  técnico‐científicos,  visando  possibilitar  a  esse  futuro  profissional  a condição de prescrever e aplicar exercícios físicos em classes de alunos com condições físicas e de saúde de um modo geral, muitas vezes um tanto heterogêneas.      Nossos  futuros    alunos   de    instituições   públicas    e   particulares    estarão, por  certo,  esperando  que  tenhamos  condições  técnico‐didáticas  de  sugerir movimentos,  que  poderão,  dos  mais  simples  aos  mais  complexos,  melhorar  as diversas funções orgânicas, ajudando a construir gerações mais saudáveis e mais comprometidas com a manutenção da saúde e  também utilização da ginástica e do exercício  físico  como elementos de prevenção contra patologias diversas.    Nosso desafio foi tornar a tarefa da abordagem da Ginástica, disciplina na qual o eixo  teoria‐prática  é  bastante  representativo  nos  cursos  de  graduação  presencial,  em  um processo  significativo e  vivo no módulo a distancia. Buscamos para  isso  integrar o  texto do fascículo  aos  outros  textos  produzidos  sobre  o  tema  e  aos  vídeos  que  abordam  o  assunto. Sugerimos  também algumas atividades que os professores poderão  incluir em suas aulas ou simplesmente  realizá‐las,  caso  se  sinta  à  vontade  para  isso.  Pensamos  que  o  estudo  da Ginástica nas aulas de Educação Física Escolar pode ser realizado de forma lúdica e prazerosa, despertando nos alunos o gosto pelo belo, pelos desafios corporais e pela criatividade.    O material que ora  apresentamos, delimita o  conteúdo GINÁSTICA, de  forma  a facilitar  sua aplicação nas aulas de Educação Física. A Estrutura Básica consiste no histórico, definição  e  classificação  da  ginástica,  utilizando  uma  linguagem  simples  e  informações atualizadas. A  fim de  subsidiar os professores de  educação  física no município de Barra do Corda/MA.    Caro  acadêmico  do  Curso  de  Graduação  de  Licenciatura  em  Educação Física, tenha bom proveito em seus estudos.  

Leonardo de Arruda Delgado    Ementa    Gênese,  Natureza  e  Classificação  da  Ginástica.  Conceituação,  generalidades  e classificação  da Ginástica  e  suas  variações.  Surgimento  e  evolução dos métodos Ginásticos. Estrutura da aula de ginástica.  Objetivos 

‐ Compreender a linha do tempo da história da ginástica.    ‐ Identificar as principais formas de ginástica existentes.    ‐ Diferenciar as diferentes formas de se realizar exercícios físicos. 

 

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UNIDADE I: NATUREZA, HISTÓRIA E GÊNESE DA GINÁSTICA 

    Você pode achar que o  pensamento  constante  no  tópico  Palavras do Professor, de autoria do Pai da Medicina ‐ hipócrates (460 A.C ‐ 377 A.C.), está um tanto quanto antigo ou ainda defasado. Porém, perceba que ele apresenta, de forma simplificada, toda a necessidade de que o corpo humano  possui  de  se  manter  fisicamente  ativo,  executando  movimentos naturais ou de maneira disciplinada e contínua da prática da ginástica.    Certamente,  lhe   atinge‐lhe   o    fato   de   que   uma   das   características da vida humana no mundo moderno e tecnológico é a falta ou a drástica redução  da  quantidade  dos  movimentos    naturais    executados    pelo    ser  humano,    caracterizando‐se    no    que  denominamos  por  Sedentarismo.     Para   a   Organização   Mundial   da   Saúde    (OMS),    são    sedentários    todos   os indivíduos  que  tiverem  um  gasto  calórico  inferior  a  500  kcal  por  semana  com  atividades ocupacionais.    A  presença  constante  do  automóvel,  dos  controles  remotos  e  das  escadas rolantes, faz com que o homem, nos dias de hoje, execute caminhadas em menor quantidade, dificilmente  corre e os demais exercícios naturais  como  saltar,  lançar, arremessar,  saltitar e outros tantos são movimentos de uma raridade ímpar no cotidiano de um ser humano nos dias atuais.  

   Em  contraponto,  perceba  que  durante  as  últimas  décadas,  estamos  vendo    a  constante    relação    feita   entre   a   manter‐se    fisicamente   ativo   e   a saúde,  isto se deve a preocupação, por parte da  sociedade, na promoção  e manutenção da  saúde no  seu  amplo espectro  conceitual, ou  seja,  segundo  a Organização Mundial da  Saúde  (OMS),  a  saúde é o completo bem‐estar físico, mental e social.  

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  Portanto, quando  em  atuação  profissional,  tome  a  precaução  de não  iniciar  ou  elaborar  um  programa  de  exercícios  físicos  e  unicamente relacioná‐los com a perfeição de linhas, mas principalmente, com a melhora ou manutenção da qualidade de vida dos mais variados tipos e biotipos de indivíduos, desde crianças até a terceira idade.    Procure habilitar‐se para prescrever atividades físicas para os obesos que hoje  já são  parcela  considerável  da  população  principalmente  nos  países  desenvolvidos,  para    os  indivíduos  portadores  de  necessidades  especiais, que no caso do Brasil, estão próximos dos 15 milhões de pessoas, e um dos grandes campos de trabalho que se desenvolve atualmente, é  a  prescrição  da  ginástica  laboral  que  funcionaria  como  uma  espécie  de  compensação  às atividades normalmente estressantes relacionadas ao trabalho diário.    Para concluir, perceba que é notório e ao mesmo  tempo paradoxal, os médicos recomendarem  repouso  absoluto  para  a  maioria  das  enfermidades  desenvolvidas  pelo  organismo  humano,  porém,  são  extremamente entusiastas na recomendação de atividades físicas regulares e orientadas, para a prevenção, controle e tratamento de inúmeras moléstias, fazendo‐nos perceber claramente o quanto  hipócrates estava com a razão.  

SEÇÃO 1: Conceitos    A  ginástica  é  um  conceito  que  engloba  modalidades  competitivas  e  não competitivas e envolve a prática de uma série de movimentos exigentes de força, flexibilidade e coordenação motora para fins únicos de aperfeiçoamento físico e mental.    GYMNKOS  =  Origem  grega,  adjetivo  relativo  ao  exercício  do  corpo GYMNASTIQUE= Origem da língua francesa.    Segundo BARBANTI  (2003), o  termo  ginástica originou‐se  aproximadamente  em 400 a.C. É derivado de GYMNOS , que significa "nú", levemente vestido e geralmente se refere a todo tipo de exercícios físicos para as quais se tem de tirar as roupas de uso diário. Durante o curso da História as interpretações de Ginástica variaram. Atualmente o termo esta perdendo o  seu uso e  tem  sido  substituído por outras nomenclaturas de exercícios e/ou modalidades específicas.    Conforme  Aurélio  (Novo  Dicionário  da  Língua  Portuguesa,  2000),  o  termo ginástica  é  etimologicamente:  o  conjunto  de  exercícios  sistematizados;  o  conjunto  de movimentos, psicomotores para um objetivo.    Desenvolveu‐se,  efetivamente,  a  partir  dos  exercícios  físicos  realizados  pelos soldados  da  Grécia  Antiga,  incluindo  habilidades  para  montar  e  desmontar  um  cavalo  e habilidades  semelhantes  a  executadas  em  um  circo,  como  fazem  os  chamados  acrobatas. Naquela época, os ginastas praticavam o exercício nus (gymnos – do grego, nu), nos chamados gymnasios,  patronados  pelo  deus  Apolo.  A  prática  só  voltou  a  ser  retomada  ‐  com  ênfase desportiva e militar ‐ no final do século XVIII, na Europa, através de Jean Jacques Rousseau, do posterior  nascimento  da  escola  alemã  de  Friedrich  Ludwig  Jahn  ‐  de  movimentos  lentos, ritmados, de flexibilidade e de força ‐ e da escola sueca, de Pehr Henrik Ling, que introduziu a melhoria  dos  aparelhos  na  prática  do  esporte.  Tais  avanços  geraram  a  chamada  ginástica moderna, agora subdividida.  

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  Anos  mais  tarde,  a  Federação  Internacional  de  Ginástica  foi  fundada,  para regulamentar, sistematizar e organizar todas as suas ramificações surgidas posteriormente. Já as  práticas  não  competitivas,  popularizaram‐se  e  difundiram‐se  pelo mundo  de  diferentes formas e com diversas finalidades e praticantes.  

SEÇÃO 2: Conhecendo a História da Ginástica    Nesta  seção  iremos  estudar  os  papéis  da Ginástica,  suas  denominações  e  seus objetivos  no  decorrer  da  história.  Conforme  Pereira  (1988)  a  cultura  física  (terminologia utilizada para designar toda a parceria de cultura universal que envolve o exercício físico, como a Educação Física, a Ginástica, o Treinamento Desportivo e a Dança) caracterizou‐se por ser um fenômeno universal, pois existem vários exemplos de exercícios físicos em várias civilizações, em diversas regiões do planeta.    Nesse  sentido, podemos dizer que  a Ginástica  formou‐se  a partir de diferentes conceitos, assumindo diversas funções, através dos tempos (desde 3.000 anos a.C. até hoje), nas  diferentes  culturas,  obtendo  diversos  significados  e  objetivos,  de  acordo  com  a comunidade em que estava inserida e sua época.  

Ginástica na Pré-História  

  É  claro  que  a  expressão "Ginástica"  aplicada  ao  homem  pré‐histórico  é  um  tanto  forçada,  pois  o exercício  físico  não  estava sistematizado,  regulamentado, metodizado, estudado cientificamente, etc..  Mas  tudo  isso  que  nós  hoje procuramos  atingir  cientificamente (bem  estar  físico,  saúde,  força, velocidade,  resistência, aperfeiçoamento  das  funções 

fisiológicas, etc.), o homem primitivo atingiu e ultrapassou em muito. É que, pelas condições de vida, um dia na pré‐história, era uma  contínua e  completa aula de educação  física. Para sobreviver ao perigo das feras e inimigos, para fugir as intempéries, para conseguir o alimento, para homenagear os deuses, para  festejar vitórias, etc., o homem, em pleno contato com a natureza, precisava  correr,  saltar, marchar,  arremessar, na dar, mergulhar,  lutar,  levantar  e transportar ,equilibrar, trepar, quadrupedar, dançar, jogar, etc.    Para  fins  de  estudo,  podemos  classificar  as  atividades  físicas  na  pré‐história dentro dos aspectos: Natural, Utilitário, Guerreiro, Recreativo, Religioso.  1 ‐ ASPECTO NATURAL:   Aqui  colocamos  as  atividades  físicas  feitas  instintivamente,  como meio  de  sobrevivência:  Correr  para  fugir  ao  perigo  ou  para  alcançar  a  caça;  Nadar  para atravessar os rios; Marchar  (caminhar) a procura da caça, da pesca, do abrigo; Arremessar a pedra, a lança, para caçar, pescar, guerrear e ai sim por diante.  

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2  ‐  ASPECTO  UTILITÁRIO:  Na  caça  ou  na  pesca,  quantas  vezes  a  lança  foi  atirada imperfeitamente,  deixando  o  homem  sem  a  sua  desejada  alimentação.      Ele  percebeu  que precisava "treinar" aquele gesto para que, quando surgisse a situação real frente a sua presa, pudesse ter êxito no lance.   Esse treino, essa atividade intencional, essa "evolução técnica" já não mais apenas instintiva, caracteriza o aspecto utilitário.  3‐  ASPECTO GUERREIRO:  Aos  poucos,  vai  o  homem  dominando  a  natureza:  alguns  grupos desenvolvem o pastoreio e a agricultura e  já podem abandonar a vida nômade. Mas outros grupos, que ainda vivem da caça e da coleta de frutos silvestres, percebem a fartura daqueles e  adestram‐se  no  manejo  das  armas  para  atacar  e  apossar‐se  do  excelente  estoque  de alimentos. Os sobreviventes do grupo atacado, por sua vez, percebem que não basta criar o gado  e  armazenar  os  cereais:  é  preciso  dedicar muita  atenção  ao  preparo  para  luta  e  às medidas de segurança. É a educação física sob o aspecto guerreiro. Mais tarde, o crescimento dos aglomerados humanos exige a especialização do trabalho e surgem os homens dedicados exclusivamente  à  segurança: os  soldados. E é na  caserna que  a  Educação  Física,  através de todos os tempos, encontra apoio enfático e perene.  4  ‐  ASPECTO  RECREATIVO:  Os  homens  primitivos  brincavam  de  correr,  saltar  em  altura  e extensão;  lutavam, dançavam, atiravam ao alvo  faziam encenações  representando episódios de caça, cenas cômicas, simulações de combates e etc.  5 ‐ ASPECTO RELIGIOSO:  Para aplacar a ira dos deuses, ou para homenageá‐los, o homem pré‐histórico realizava atividades rítmicas e danças. Ao ritmo de bastões, tambores, palmas, gritos e outros ruídos, executavam movimentos simbólicos de braços mãos, dedos, cabeça, tronco, balanceamentos, saltitamentos, passos e corridas, batidas de pés e etc.  

A Ginástica na Antiguidade    Na  Antigüidade,  principalmente  no Oriente,  os  exercícios  físicos  aparecem  nas várias  formas de  luta, na natação, no remo, no hipismo, na arte de atirar com o arco, como exercícios utilitários, nos  jogos, nos  rituais  religiosos  e na  preparação  guerreira de maneira geral.    A ginástica aparece aqui como elemento sinônimo de um conjunto de atividades físicas, baseada na massagem e nos movimentos respiratórios, com uma  freqüência diária, e com  objetivos  médicos  e  morais.  Com  algumas  particularidades,  praticamente  todas  as civilizações antigas a que temos acesso, a partir de quarenta séculos antes de Cristo (através de desenhos, escrituras, etc.), tinham esta concepção.   

Chineses:    a) Os chineses constituem um dos povos mais antigos  da  terra.  Sua  história  perde‐se  na  bruma  dos tempos e no terreno lendário.  

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  Pode‐se,  no  entanto  dizer  que  já  há  3.000  anos  A.C.  possuíam  uma  educação organizada, com escolas de nível primário, médio e superior.    b) A Ginástica não se restringia ao currículo escolar, e por isso alcançou alto nível entre os chineses, é que ela estava englobada nos preceitos morais e religiosos. Assim, graças aos sacerdotes e  também aos  filósofos  (entre estes destacamos Confúcio que  foi um grande ginasta) a Educação Física era encarada com muita seriedade pelo povo chinês.    c) O  Kong‐Fu  era  um  notável  tratado  de Ginástica  elaborado  pelos monges  da seita Tao‐Tse.    Continha  exercícios  ativos,  passivos  e  mistos;  determinava  a  manutenção  de posturas,  as  mudanças  de  posturas,  os  modos  de  respirar;  explicava  os  vários  tipos  de massagens; indicava os benefícios fisiológicos e curativos de cada exercício. São famosas as "7 Regras  de  Saúde  de  Kong‐Fu":  levantar  cedo,  purificar  a  boca,  exercitar‐se, massagear‐se, banhar‐se, repousar, alimentar‐se.    d) Além das práticas morais e higiênicas aconselhadas pelos filósofos e pelo Kong‐Fu, os chineses praticavam muitas outras atividades físicas: o arco e a flexa, a  luta, o box, os jogos imitativos, a esgrima de sabre, o Tsu‐Chu (semelhante ao futebol), o voador (peteca) , a caça, danças  religiosas e pantominas.    e) A  introdução do Budismo  e  a  influência de  alguns  filósofos que  pregavam  a "inanição e a meditação para alcançar a sabedoria  e a felicidade, prejudicaram o progresso  da educação física e da própria China a partir de uns 2 séculos antes de Cristo.    Na atualidade, o povo chinês reage aos séculos de obscurantismo e já comparece nas competições mundiais de basquete, atletismo, natação, ping‐pong, tênis, futebol.  

Hindus:    a)  A  Índia  se  originou  há  uns 2.000 anos A.C  com a  invasão dos ários que dominaram  a  vasta  península  triangular  que vai do Himalaia ao Oceano  Indico. Os hindus estavam  organizados  em  4  castas hierarquizadas:  os  brâmanes  (sacerdotes, poetas,  juízes,  médicos);  os  guerreiros;  os negociantes,  pastores  e  agricultores;  e  os servos. Havia  ainda os  sem  classe ou parias, desprezados e sem quaisquer direitos.    b) As principais  fontes históricas para  estudo  deste  povo  são  os  livros  Vedas (livros sagrados do Bramanismo); Mahabárata (poema  que  relata  uma  guerra  civil); Ramayana  (poema  épico  que  descreve  as lutas de Rama para reaver sua esposa Sita) e 

as Leis da Manu, o celebre legislador da índia. 

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   c) Os  livros mencionados nos dão  conta de que os hindus praticavam ginástica, exercícios respiratórios? Massagens, hidroterapia, a equitação, o box,  lutas, corrida, natação, dança, pólo, esgrima,  lançamentos. Eram guerreiros  temíveis. Possuíam  cidades  fortificadas; usavam os elefantes nas batalhas  colocando no dorso desses  animais dezenas de  arqueiros que espalhavam a morte e a destruição entre seus inimigos.    A Ginástica  tinha  grande  destaque  no  sistema  escolar  e  ainda  recebia  especial atenção  no  culto  familiar  e  nos  templos.  Os  preceitos  higiênicos  faziam  parte  da  essência moral e religiosa do povo.    Manu preconizava: “Para a sociedade a hierarquia das castas e para o indivíduo a pureza  física e moral”. A purificação era  feita pelo  fogo,  (fumigações) pela  respiração e pela água.    A  Ioga  é  uma  interessante  prática  que  nos  legaram  os  hindus.  Ela  consiste  em técnicas  respiratórias,  manutenção  de  posições  do  corpo,  exercícios  feitos  suavemente  e atitude mental em busca da tranqüilidade interior e das "forças cósmicas”.    d) Na atualidade, após longo domínio e por influencia inglesa, os hindus praticam futebol, tênis, pólo, hockey, cricket, golf, atletismo.  

A Ginástica no Oriente Próximo    Egípcios,  caldeus,  assírios,  hebreus, medos,  persas,  fenícios  e  insulares,  são  os grupos mais  conhecidos  entre  os  povos  da  antigüidade,  no  Oriente  Próximo.  Vamos  dizer apenas que os  fenícios eram hábeis navegadores; que os assírios e  caldeus eram guerreiros cruéis; que os hebreus legaram preciosos princípios higiênicos; que os medos e os persas eram inteligentes, dinâmicos, honrados e guerreiros.    Detenhamo‐nos um pouco mais nos Egípcios e nos Cretenses.  

Egípcios:    Através  de  escavações  realizadas pelos pesquisadores franceses Champollion e Botta e  o  inglês  Rawilson  no  Egito,  encontraram  nas paredes  das  tumbas  e  hipogeus,  pinturas  e desenhos  que  revelaram  as  práticas  físicas  que faziam parte do ume  egípcio, dentre os quais, os exercícios  gímnicos.  MALTA  (1994),  declara  a existência  de  uma  ginástica  egípcia,  devido  a grande  variedade  de  atividades  físicas  praticadas no Egito, destacando a constatação do trabalho de algumas  qualidades  físicas  (equilíbrio,  força, resistência muscular e flexibilidade) como também a utilização de  alguns materiais de  apoio  {árvore, lança e pesos). 

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   a)  No  vale  do  rio  Nilo,  nordeste  da  África,  floreceu,  há mais  de  4.000  A.C.,  a civilização  egípcia.Os  egípcios  eram  altos,  de  ombros  largos,  de  quadris  estreitos,  pernas  e braços longos, peles amorenada pelo sol, alegres, trabalhadores, cultos e religiosos.    b) Vivendo em país de clima quente e recebendo as cheias periódicas do Nilo, era natural que os egípcios desenvolvessem adequadamente seus preceitos higiênicos, exercícios, hábitos alimentares e vestuário.    c) Assim, a natação era bastante praticada por homens e mulheres  (lembram‐se do episódio bíblico que narra o achado de Moisés pela filha do Faraó durante um banho no rio Nilo?). O remo, a navegação e a caça de aves e animais selvagens nos rios e pântanos eram muito  apreciados  (hipopótamos,  gazelas,  bois  selvagens,  raposas,  lebres,  leões,  leopardos, crocodilos). Os  jovens  perseguiam  a  nado  os  crocodilos  levavam  na mão  um  bastão  ponte agudo nos dois extremos e ofereciam o ante‐braço ao animal; quando este tentava abocanhá‐lo nada conseguia além de ficar espetado.    A ginástica rítmica e as danças tiveram alta expressão no Egito, seja sob o aspecto religioso, como sob o profano e militar.    Desenvolveram  a  arte  da  luta.  Nos  túmulos  de  Beni‐Hasan  foram  encontradas figuras de lutadores, pintadas em verme lho e preto, para melhor compreensão da técnica dos golpes,em que aparecem mais de uma centena de fases de luta.    Sob o aspecto militar, além do manejo do arco e da flexa, praticavam a corrida de carros  de  guerra,  o  arremesso  de  lança,  a  esgrima  com  um  bastão  numa  das mãos  e  com escudo na outra, corridas de velocidade e resistência.    d)  Em  tão  alto  conceito  tinham  os  egípcios  a  educação  física  que  o  próprio herdeiro  do  trono  se  exercitava  junto  com  os  demais  membros  da  nobreza.  E  todo  o juramento feito em nome do Faraó, terminava com a expressão “Vida, Saúde, Força”.    Nos  Locais  dos  exercícios  físicos,  assim  como  fazemos  hoje  nos  estádios  e vestiários, havia frases de incentivos aos praticantes: "Teu braço é mais forte que o dele; não cedas"; "Nosso grupo é mais forte que o deles; força, companheiros”.  

Cretenses:    a)  Entre  os  insulares,  ou  povos  do mar,  brilhou,  há mais de 2.000 anos A.C., a civilização cretense. Embora ainda não tenha  sido  possível  decifrar  os  signos  da  escrita  cretense,  pelas ruínas, quadros, pinturas e esculturas, pode‐se conhecer algo deste povo extraordinário, precursor e  inspirador da civilização grega no campo da Educação Física.    b)  Os  cretenses  eram  baixos,  morenos,  queimados pelo  sol,  esbeltos,  ágeis,  enérgicos,  usavam  roupas  leves  (uma simples  tanga  e  saiote  ricamente  bordado,  com  uma  cinta  que 

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ressaltava  o  talhe  atlético);  as mulheres  usavam  saias  soltas,  camisas  rendadas,  elegantes chapéus, colares, jóias e braceletes.    c)  Seus  templos  e  palácios  possuíam  inteligente  distribuição  de  ar,  luz,  água, drenagens, instalações sanitárias e salas de banho.    d) Hábeis marinheiros e possuindo um  tipo de barco guarda‐costas muito veloz, não precisavam de muros e fortificações para guarnecer seu litoral.    Eram  apaixonados  pelos  exercícios  de  força  e  destreza.  Para  seus  espetáculos, construíram os primeiros teatros e estádios do mundo. Apreciavam as  lutas de gladiadores e os combates de homens e mulheres contra as feras. A coragem e a habilidade acrobática dos cretenses se desenvolveram a tal ponto que casais de toureiros, desarmados, brincavam com o touro furioso, dando cambalhotas e saltos sobre o dorso do animal.    Conheciam o pugilismo  e  já dividiam os  lutadores nas  três  clássicas  categorias: leves, médios  e  pesados. Os  lutadores  cobriam  o  corpo  com  óleo.  Como  outros  povos,  os cretenses  também  praticaram  as  danças  religiosas  e  recreativas,  as  corridas,  natação  e massagem. 

A Ginástica na Grécia

    Na Grécia,  definiu‐se  o  primeiro  conceito  de Ginástica. Os  exercícios  ginásticos tinham  de  ser  praticados  com  o  corpo  nú,  banhados  com  óleo,  nos  ginásios,  sob  uma orientação determinada por preparadores  físicos e  filósofos, objetivando a  formação do  ser humano, no seu aspecto físico, intelectual, filosófico, artístico (vinculado à estética e à música), e moral, desenvolvidos a partir do seu método, “a orquestrica e a palestrica”:    “Pouco  antes  de  Platão  a  ginástica  foi  erigida  em  instituição  nacional.  Foi metodizada e  codificada,  juntamente  com a  instituição dos atletas, e  com a dos pedotribas (professores)  que  se  consagravam  exclusivamente  nos  exercícios  corporais,  com  o  fim  de concorrerem aos jogos públicos....  

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  A Ginástica foi dividida em dois grupos:  

‐ A  orquestrica  (formação  cultural  e moral  dos  jovens,  atitudes  por meio  de gestos, música, caráter, dignidade do cidadão, danças rítmicas) 

‐ A palestrica  (preparo de atletas para os  jogos públicos, diversas modalidades de exercícios físicos e eram realizados nos ginásios)” (BONORINO, op.cit., p.19 e 20) 

   A Grécia antiga compreendia a extremidade da península balcânica, uma serie de ilhas nos mares Egeu, Jônico e Mediterrâneo e alguns pontos nas costas da Ásia Menor.    Vários povos cruzaram a Grécia, mas é com os Helenos, que a invadiram no século XVI A.C., que o povo grego surge ante a  face da História. Os helenos se dividiam em quatro tribos: aqueus, eólios, dórios e jônios. Os dórios se estabeleceram em Esparta e os  jônios em Atenas e essas duas  cidades‐estado  lideraram por  largos períodos  a  vida dos povos  gregos. Embora da mesma raça, os gregos não possuíam unidade política. Apenas em casos de guerras com outros povos havia uma união temporária entre algumas cidades.    Somente  o  desporto  e  a  religião,  através  dos  jogos  Pan‐helênicos,  conseguiam uma efetiva unidade nacional.    Os  gregos,  pela  harmonia  de  suas  linhas,  proporção  de  seus  segmentos  e delicadeza de semblante,  inteligência, coragem e cultura, foram considerados o protótipo da beleza humana.    Separados política e geograficamente, era natural que diferentes fossem os tipos de educação dos Gregos.    Os espartanos eram rudes, fortes, enérgicos, belicosos, colocando o amor a Pátria acima de tudo.    Por  isso  a  educação  espartana  visava  a  formar  soldados  eficientes  e  prontos  a morrer pela Pátria.    Até os 7 anos a criança ficava com a mãe; era então entregue ao Estado passando a viver em comum com outras crianças, tendo uma alimentação sóbria, realizando exercícios violentos e habituando‐se aos  rigores da natureza. Aos 13 anos  ingressava em  regime ainda mais violento, praticando exercícios militares como equitação, funda, arco e flexa, manejo da lança. Formavam bandos de adolescentes e eram mandados a assaltar sítios e viajantes para prover  sua própria alimentação. Se não  conseguissem atingir  seu  intuito eram  severamente castigados.    Dos 18 aos 20 anos o  jovem espartano passava a guardar a cidade e a treinar os grupos mais jovens nos exercícios físicos e militares.    Dos  20  aos  30  anos  entrava  nos  plenos  poderes militares,  podendo  comandar tropas. Depois dos 30 gozava de privilégios políticos; após os 60 podia aspirar os mais altos postos da vida política.      Por  tudo  isso,  é  fácil  concluir‐se  que  a  Educação  consistia  quase  que exclusivamente  na  Educação  Física.  Afora,  e  a  educação  cívica,  os  jovens  recebiam  apenas 

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alguns  rudimentos  de  aritmética,  leitura,  e  poesia.  As  meninas  também  recebiam  uma educação física intensa e, para escândalo dos de mais gregos, participavam dos jogos públicos; corriam, manejavam o arco e a flecha, dirigiam um carro de guerra e lutavam como qualquer homem;  tinham obrigação de manter‐se belas,  fortes e  saudáveis a  fim de que aos 20 anos fossem  desposadas  e  pudessem  gerar  filhos  saudáveis.  Eram  educadas  a  colocar  o  amor  a Pátria acima do amor maternal.    Já a educação em Atenas era diferente. Até aos 7 anos os meninos  ficavam ao inteiro cuidado materno, brincando livremente.    Aos  7  anos  ingressavam  na  escola  onde  aprendiam  as  primeiras  letras,  canto, musica, jogos, como comportar‐se em sociedade. Vemos, então que os atenienses buscavam a formação  integral  do  indivíduo:  alma;  corpo,  mente.  Dos  12  anos  aos  15  estudos  se aprofundavam  (Desenho, Astronomia, Matemática, Legislação, Literatura e etc.) e a ginástica ia se tornando cada vez mais dura.    Dos 15 anos aos 18, recebiam a ginástica mais difícil e dedicavam‐se ao atletismo. Dos 18 aos 20 ingressavam na efebia, espécie de aspiração militar. Além do treinamento cívico e militar,  recebiam ensinamentos  sobre política, administração e oratória. As meninas eram educadas pela mãe Sua educação era voltada para o  lar; aprendiam a fiar, coser, bordar,  ler, escrever, tocar citara, dançar e praticar alguns jogos.    Por esse  tipo de educação compreende‐se porque o ateniense era  forte, bravo, amante da sua Pátria, do seu  lar, da sua  liberdade, e tenha atingido altos níveis em todos os ramos das ciências e das artes, causando admiração e servindo de exemplo para todos nós.    Os gregos possuíam excelentes locais para as práticas gimnicas e desportivas:    a)  Estádio  ‐  local  onde  se  realizavam  as  corridas  de  velocidade  e  resistência. Ficava na planície  junto ou entre morros nos quais construiam‐se arquibancadas. "Estádio" é uma medida grega que corresponde mais ou menos a 192 metros.    No estádio realizavam‐se as corridas, lutas saltos e arremessos.    b) Palestra ‐ (palé = luta) ‐ recinto destinado às lutas. Alem do local das lutas havia vestiários,  salas  de  ginástica,  banheiros  frios  e  quentes,  salas  de  reuniões  e  salas  de massagens.    c) Hipódromo ‐ local destinado às corridas à cavalo e de carro.    d) Ginásio  –  Local  destinado  à  prática  da  ginástica  e  dos  jogos,  englobando  às vezes também à educação intelectual. Com o tempo, o ginásio passou a constituir um conjunto desportivo  completo  (hoje,  nós  usamos  a  palavra  “estádio”  para  designar  o  conjunto desportivo).    Assim  como  em  nossos  dias,  também  na  velha  Grécia  o  desporto  exerceu extraordinária missão de paz.    Nem sábios, nem políticos conseguiram unir os gregos;  isso só o desporto o fez. Por ocasião dos jogos Pan‐helêmcos, toda a Grécia se reunia e confraternizava, ressaltando o valor do povo grego e homenageando a seus deuses. 

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   Os mais célebres jogos foram os Olímpicos, Nemeus, Píticos e Istmicos.    Os  Istmicos  eram  realizados  em  Corinto;  os  Píticos  em  Delfos;  os  Nemeus  em Neméia; e os Olímpicos em Olímpia, (em Élis). Além desses Jogos de caráter geral, cada cidade‐estado tinha seus próprios "jogos municipais".    Pelo  seu  esplendor  e  importância,  detenhamo‐nos  um  pouco  mais  nos  Jogos Olímpicos.    Eram celebrados de 4 em 4 anos, em honra de Zeus, o  rei dos deuses. Tiveram início em 776 A.C. e foram extintos em 394 D.C. pelo imperador romano Teodósio, tendo sido celebradas  291  Olimpíadas  ao  longo  de  um  período  de  quase  1.200  anos!  Os  jogos  eram organizados e dirigidos pelos 10 helanoicas, homens da mais destacada envergadura moral e social  de  Elis.  Em  junho  saiam  os  arautos  por  toda  a Grécia  pregando  a  Trégua  Sagrada  e convidando para os  Jogos. Cessavam então  todas as guerras entre os Gregos! As cidades  se reconciliavam;  todos  tinham  livre  trânsito para Olímpia  e ninguém podia  ser molestado;  as armas não entravam na cidade no período dos  Jogos. Na noite de 27 de  julho realizavam‐se banquetes,  procissões  e  ritos  sagrados  e  ao  alvorecer  o  dia  28,  com  um majestoso  desfile, preces e apresentação dos atletas, iniciavam‐se os Jogos. Uma entusiástica multidão de 40.000 pessoas, (só homens) vibrava com os feitos dos atletas, considerados como semi‐deuses.    Para participar dos  jogos o atleta passava por  severos  testes e provas:  ter  sido vencedor em sua cidade, submeter‐se a estágio em Olímpia, ser grego de nascimento, ser do sexo masculino, não ter sido concebido na velhice dos pais, não ter cometido crimes contra o Estado ou a Religião, não chegar atrasado, jurar obedecer às regras e às autoridades.    A  primeira Olimpíada  constou  apenas  da  corrida  de  um  estádio;  depois  foram incluídas  outras  provas  e  a  programação  passou  a  durar  uma  semana:  corridas  de resistência,arremesses  de  disco  e  dardo,  lutas,  saltos  em  distância,  corridas  à  cavaIo  e  de carro,  pentatlo. O  pentatlo  consistia  em  corrida,  salto,  arremesso  de  dardo,  arremesso  de disco e  luta. Os pentatletas  iam  sendo em parte eliminados, a medida que  se  realizavam as provas, até que na última prova, a luta,ficassem somente dois concorrentes.    Terminadas  as  disputas,  os  atletas  eram  coroados  com  uma  coroa  de  louros diante do templo de Zeus e recebiam um ramo de Oliveira.    Seguiam‐se outras solenidades religiosas, banquetes e comemorações.    Que a contemplação dessa magnífica época e o exemplo que ela nos dá nos ajude a  levar  nossa  Pátria  pelos  caminhos  do  desenvolvimento  sem  perda  dos  padrões morais  e espirituais.     Com o tempo, especialmente após a  invasão romana, a Olimpíada foi perdendo seu caráter espiritual e de pureza moral. Surgiram o profissionalismo disfarçado, a corrupção, as  apostas;  os  atletas  recebiam  grandes  vantagens materiais  em  suas  cidades;  os  romanos viam  nos  jogos  apenas  um  divertimento.  Esse  afrouxamento,  como  é  fácil  de  se  concluir, trouxe consigo a decadência para a própria Grécia.   

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  Sócrates (468‐399 a.C), Aristócles, mas conhecido pelo cognome Platão ( 429‐347 a.C), Hipócrates (430‐377 a.C.) e Aristóteles (348‐322 a.C.) deixaram grandes contribuições no que se  refere às atividades  físicas. Por exemplo as  idéias pedagógicas sobre ginástica para o corpos música para a alma, que influenciaram as bases educacionais defendidas por Platão.    Segundo Oliveira (1987), as artes da Ginástica (todos os exercícios físicos, inclusive o esporte) e da Música (cultura espiritual) formaram o que os gregos chamavam de Paidéia, o que hoje é entendido corno tradição, cultura, educação, enfim, a própria formação do Homem PEREIRA  (1988),  relata  que  na  cultura  grega,  foi  a  primeira  prática  de  atividades  físicas realizadas  em  grupos,  de  forma  consciente, metodizada  e  intencional.    A  cultura  física  era marcante no universo grego, sendo usual a exercitação física conjunta, entre amigos, em suas próprias residências, de cunho físico e social; Na vida atlética dos cidadãos gregos estendia‐se até a velhice; os ginásios viviam tomados de pessoas exercitando se...  .  

A Ginástica em Roma    Com a derrota militarista da Grécia  (145 a.C), na passa a  combater a   ginástica grega, pois     achavam  imoral e  repulsiva     a nudez dos atletas e ginastas gregos  (MARINHO 1981).     TUBINO  (1992) descreve que as atividades  físicas  romanas possuíam  características militaristas bem marcantes, porém com a decadência do  império Romano foi aos poucos elo cruéis espetáculos circenses de gladiadores, pugilatos, luta livre e naumaquias. Deste período romano surgiu a frase "Mens sana in corpore sano'', que até hoje está relacionada aos estudos dos problemas da Educação Física. 

   Guerreiros,  e  de  espírito  prático, os  romano  viam  na  educação  física  apenas  o instrumento  para  adestrar  suas  aguerridas legiões.   A educação física tinha, portanto, um caráter  eminentemente  militar.      Como  em Esparta  e Atenas,  o  pai  tinha  plenos  poderes sobre a  família, podendo aceitar ou  recusar e filho  recém‐nascido.      Se  aceita,  a  criança ficava aos cuidados da mãe até 7 anos.    Dos 7 anos aos 12, o menino era entregue ao "Ludus Magister",  ou  a  um  preceptor  particular  se  a família  tivesse maiores posses.     Nessa  fase a educação  limitava‐se a     rudimentos     de      ler,   escrever,        contar      e      jogar,  e  pequenas tarefas     agrícolas     ou   militares.     Dos 12 aos 

16 anos  ia para a escola do "grammaticus" onde avançava mais na  literatura, na gramática e estudava um pouco de  ciências.       Dos 16 aos 18 anos  ia para a escola de  "Retórica", ande aprendia direito, filosofia, retórica e uma esmerada educação militar; Aos 18 anos tornava‐se cidadão, trocando a Toga Pretexta pela Toga Viril em bela cerimônia pública.    Os  romanos  de  todas  as  idades  praticavam  diariamente  a  educação  física  no campo de Marte, situado às margens do Tibre. Era uma bela planície, rodeada de bosques e monumentos nacionais. Eles corriam, nadavam, saltavam, transportava pesos, arremessavam a  lança,  lutavam,  esgrimiam,  jogavam  harpastum  (espécie  de  antepassado  do  futebol), praticavam a equitação. 

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   Nos primeiros tempos não praticavam a ginástica por considerar  imoral o nú dos ginastas gregos e não ver nela uma direta preparação para a guerra; também não apreciavam a dança que julgavam um divertimento muito baixo.    Os  romanos apreciavam grandes espetáculos públicos onde houvesse perigo de vida e corresse  sangue.     Construíram notáveis anfiteatros  (Coliseu) e circos  (Máximus).     Aí realizavam  as  lutas  de  gladiadores,  veação,  condenação  às  feras,  naumaquias,  corridas  de carros.    Os  gladiadores  eram  em  geral  escravos  que  lutavam  por  dinheiro  ou  pela liberdade.   Havia vários tipos: Mirmilões (pesadamente protegidos e levando lanças e escude), Reciários (rede, tridente e punhal), Laceários (laço com nó corrediço), Andábatos    (à   cavalo).    Veaçao era o combate de feras contra homens, ou de feras contra feras. Milhares de animais africanos eram trazidos pelos imperadores e jogados nas arenas romanas.   Condenação às  feras era o castigo  imposto aos primitivos cristãos que morriam despedaçados pelas feras famintas, sob o gargalhar e o deboche das multidões.    A Naumaquia  consistia  na  luta  entre  barcos  cheios  de  escravos  armados.  Cada barco era embandeirado com cores diferentes do outro.    Transformava‐se a arena em lago artificial e aí travava‐se a naumaquia. Depois de certo tempo, os promotores da luta davam o sinal de suspensão das hostilidades. O barco que tivesse  maior  número  de  homens  vivos  era  considerado  vencedor  e  eles  ganhavam  a liberdade.    As corridas de carros eram espetáculos empolgantes. Nos frágeis carros, puxados por dois  (bigas) ou quatro  (quádrigas)  cavalos os áurigas  realizavam prodígios de equilíbrio, coragem, destreza, força e resistência. O Circo Máximo era o mais importante, com capacidade para  400.000  espectadores.  O  Coliseu,  o mais  famoso  anfiteatro,  tinha  capacidade  para.... 100.000 pessoas.    Os romanos também realizavam jogos de estádio, como as competições atléticas e eqüestres, mas sem o entusiasmo pelos jogos de circo e anfiteatro.    Também  realizavam  jogos  e  festas  em  homenagem  aos  deuses  e  em comemoração às datas significativas na vida da cidade. Os imperadores, na ânsia de agradar o povo para se manter no poder, aumentavam cada vez mais o número de jogos e dias feriados, e  distribuíam  alimento  para  a  população. Houve  um  tempo  em  que  o  ano  tinha mais  dias feriados que dias úteis. Juvenal, o célebre poeta satírico, sentindo a decadência de sua Pátria, publica, no século II, as suas "Sátiras”, onde crítica a educação e a vida romana. Nessa obra é que encontramos a frase tão divulgada por nós da Educação Física: Mente sã em corpo forte. Eis o verso de Juvenal: “Orandem est ut sit mens sana in corpore sano, Fortem posce animum, mortis terrore ca‐rentem" (Ora por uma mente sã em corpo sadio, Alma forte que, friamente, a morte enfrenta). E o poeta diz com amargura: "onde está aquele povo que  lutava por um lugar de perigo na frente de combate e conquistava  impérios? Agora se contenta com pão e circo”.    Esse  afrouxamento  físico  e  moral,  aliado  a  outras  causas,  foi  o  germe  da decadência de Roma. 

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   Mas  antes  de  concluir  este  ponto,permitam  que  eu  lhes  diga  algo  sobre  uma belíssima  contribuição  romana  ã  Educação  Física:  as  Termas  eram  as  casas  de  banho  dos romanos.    Eles  espalharam  o  hábito  salutar  do  banho  por  todo  o  seu  vasto  império.  As Termas eram edifícios imponentes, muito ricamente decorados e construídos em mármore. As principais  de  pendências  eram:  vestiários,  salas  de  ar  quente  ou morno  (seco  ou  úmido), piscinas quentes e  frias, salas de refeição, de  leitura, de  jogos sociais e desportivos, salas de massagem. As principais Termas foram as de Agripa, de Nero, de Caracala, de Trajano. Havia Termas com mais de 8.000 banheiros separados.    Roma chegou a ter mais de 800 Termas além de mil piscinas para o banho público. Até os escravos, mediante uma módica taxa, podiam participar dos banhos. 

A Ginástica na Idade Média (395-1453)    Com  a  morte  do  imperador  Teodósio  e  a  divisão  do  império  Romano  (395) começa, segundo alguns historiadores, a Idade Média. 

   Esse  período  caracteriza‐se  pela  quebra  do poder real de Roma, surgindo pequenos reinos e senhores em  toda a Europa. Assim  surgiu o  feudalismo,  regime em que um senhor mais forte reunia em torno de si senhores mais  fracos  e  dava‐lhes  domínio  hereditário  sobre  certas terras em  troca de obediência e ajuda em caso de guerra (os  primeiros  eram  os  "suzeranos"  e  os  segundos  os "vassalos").    Aqueles  vassalos,  por  sua  vez,  dominavam sobre pessoas mais humildes, chamadas "servos da gleba".  Os servos da gleba utilizavam as terras dando uma parte do produto para o  seu  senhor;  também combatiam a  serviço 

do senhor.    Um castelo forte, com terras cultivadas, algumas habitações e campos de criação ao redor é a paisagem característica da Idade Média.    Isso constituía um feudo.    Como os  jogos na velha Grécia eram uma oferenda a deuses pagãos e como em Roma eram espetáculos sanguinários nos quais os cristãos foram muitas vezes sacrificados, o cristianismo,  dominando  o  mundo,  exterminou  com  eles  e  acabou  com  todas  as  suas manifestações. E ainda mais, pregando que o corpo era vil e fonte de muitos pecados, a Igreja combatia  toda  a  atenção que  se pudesse  a ele dedicar, para que  as  atenções  se  voltassem exclusivamente para a parte espiritual.    Essa atitude negativa da Igreja em relação à E.F. prejudicou a evolução da E.F. por muito tempo, somente se modificando com o surgimento da Cavalaria e das Cruzadas.  

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  Nos  feudos,  as  atividades  físicas  consistiam  na  caça,  pesca,  jogos  infantis  (as crianças  daquela  época  tinham  mais  jogos  e  brincadeiras  que  as  nossas),  danças  a  jogos populares, lutas e arremessos.    Um dos jogos mais populares era a "soule" antepassado do futebol. Até os padres, após a missa dominical, se misturavam com o povo e jogavam a "soule".    Consistia em atingir com a bola, jogada de qualquer maneira, um alvo defendido pela equipe contrária. Havia “soles” entre povoados vizinho. A vitória consistia em levar a bola até à praça do povoado adversária.    A  nobreza participava  das  Justas  e dos Torneios e do jogo da "paume”,  jogo  da "palma", antepassado, do tênis, ou "pela" além das danças.   A  Justa consistia numa disputa  “amistosa” entre dois cavaleiros que, à  cavalo,  protegidos  por armaduras,  munidos  de lança e espada, investiam um  contra  o  outro, tentando  derrubar  e dominar o adversário. No inicio,  não  havia  muitas  regras,  e  a  Justa  era  quase  igual  a  uma  batalha  real,  havendo, seguidamente, mortes.    Mais  tarde  criaram‐se  as  "armas  de  cortesia",  isto  é,  a  lança  de  ferro  foi substituída pela de madeira com um florão na ponta.    Também surgiram regras mais amenas: bastava derrubar o adversário da sela, ou quebrar a própria lança no impacto contra o adversário para ser considerado vencedor.    As  justas eram realizadas em campo aberto, ou com um muro,  (liça) à altura do peito do cavalo. Consta que a última Justa realizou‐se em 1559 para festejar o casamento de Margarida, lrmã do rei Henrique II da França.    O Rei participou da  festa "justando" com o conde de Montqomery. Na primeira lança, o rei venceu facilmente, derrubando o conde; na segunda, ambos atingem o alvo e as lanças voaram em estilhaços, mas o conde de Montgomery, com o  impulso da arremetida e com o pedaço de  lança que sobrara atravessou a viseira do  rei  ferindo‐lhe o olho esquerdo. Dez dias de pois, com grande sofrimento, falece o rei e as Justas se apagam.    Os Torneios obedeciam aos mesmos princípios das Justas, porém eram disputados por  duas  equipes.  A  codificação  dos  torneios  foi  feita  pelo  cavaleiro  francês  Geoffroy  de Preuilly,  no  século  XI.  Um  senhor  feudal  promovia  a  festa,  convidando  tantos  cavaleiros quantos pudesse, ou convidando um outro senhor feudal e sua equipe.  

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  Formavam‐se dois partidos: armavam‐se as tribunas e arquibancadas; escolhiam‐se  os  juizes;  embandeiravam‐se  os  Iocais  da  disputa,  os  animais,  as  armas  e  os  cavaleiros; realizavam‐se treinamentos; os disputantes faziam os  juramentos de  lealdade às regras e aos adversários; havia homenagens, danças e banquetes; e quando o entusiasmo popular estava no  auge,  realizava‐se  o  Torneio.  Às  vezes  o  combate  ia  de  sol  a  sol.  Ao  final,  todos confraternizavam e os esfalfados combatentes, com toda a dignidade e cortesia, participavam das  festas  e  danças  que  eram  realizadas  em  sua  homenagem.  Os  torneios  evoluíram desportivamente até ao ponto de  originar o "carrossel" e as "cavalhadas" onde havia apenas combates simulados e demonstração de habilidade eqüestre.    A Cavalaria, nobreza dentro da nobreza é o facho luminoso da Educação Física na Idade Média. O cavaleiro cultivava o ideal de defender à Igreja, à Pátria, as mulheres, os fracos e os oprimidos.    A  Igreja apóia a  cavalaria e assim  começa a modificar  sua atitude em  relação à Educação  Física.  O  jovem  nobre  desde  pequeno  vai  se  preparando  física,  moral  e espiritualmente  para  se  tornar  cavaleiro.  E  então,  em  plena mocidade,  em  bela  cerimônia cívica  e  espiritual,  recebe  as  armas  de  cavaleiro.  Ate  chegar  a  esse momento,  ele  passou muitos  anos  adestrando‐se    na  Luta,  natação,  arremessos,  Levantamento  de  pesos,  boas maneiras, conhecimento de Leis, exercício das práticas religiosas e etc.  

A Ginástica no Renascimento    Com o Renascimento (1400 a 1727), período de transformações e despertamento cultural  e  ideológico,  que  além  de  libertar  as  ciências  e  as  artes  também  serviu  para  o ressurgimento da cultura física.    Como  o  homem  sempre  teve  interesse  no  seu  próprio  corpo,  o  período  da Renascença fez explodir novamente a cultura física, as artes, a música, a ciência e a literatura. A beleza do corpo, antes pecaminosa, é novamente explorada surgindo grandes artistas como Leonardo  da  Vinci  (1452‐1519),  responsável  pela  criação  utilizada  até  hoje  das  regras proporcionais do corpo humano.    Consta desse período o estudo da  anatomia e  a escultura de estátuas  famosas como  por  exemplo  a  de  Davi,  esculpida  por  Michelângelo  Buonarroti  (1475  ‐  1564). Considerada  tão  perfeita  que  os  músculos  parecem  ter  movimentos.  A  dissecação  de cadáveres  humanos  deu  origem  à  Anatomia  como  a  obra  clássica  "De  Humani  Corporis Fábrica" de Andrea Vesalius (1514‐1564).       A  volta de Educação  Física escolar  se deve  também nesse período  a Vitorio de Feltre  (1378‐1466)  que  em  1423  fundou  a  escola  "La  Casa  Giocosa"  onde  o  conteúdo programático incluía os exercícios físicos.    O  Renascimento  foi  um  período  marcante  e  positivista  para  a  cultura  física, fazendo  renascer  o  interesse  e  o  prazer  pela  prática  de  atividades  físicas  o  verdadeiro renascimento da cultura em geral e da Educação Física.    O movimento contra o abuso do poder no campo social chamado de  iluminismo surgido na Inglaterra no século XVII deu origem a novas idéias. Como destaque dessa época os 

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alfarrábios  apontam:  Jean‐Jaques  Rousseau  (1712‐1778)  e  Johann  Pestalozzi  (1746‐1827). Rousseau propôs a Educação Física como necessária à educação  infantil. Segundo ele, pensar dependia extrair energia do corpo em movimento.    Pestalozzi foi precursor da escola primária popular e sua atenção estava focada na execução correta dos exercícios.  

A Ginástica na Idade Contemporânea    É na  Idade Contemporânea que ocorre o  aparecimento do esporte moderno,  a sistematização da ginástica e o amadurecimento da educação física escolar. Por esse motivo, é à  luz  do  estudo  dos  princípios  doutrinários  que  marcaram  essa  época  que  poderemos compreender e analisar as atuais tendências da educação física mundial.    Langlade  divide  a  educação  física  contemporânea  em  três  grandes momentos: 1800‐1900, caracterizado pela  formação das grandes escolas; 1900‐1939, quando  surgem os grandes movimentos; e de 1939 em diante, com o aparecimento das  influências recíprocas e da universalização de conceitos.    LANGLADE  &  NELLY  (1970),  identificam  o  delineamento  de  quatro  grandes escolas:  

- Alemã; - Nórdica; - Francesa; - Inglesa. 

 

Escola Alemã    O  seu  desenvolvimento  foi  dirigido  por  intelectuais  e médicos, mas  o  impulso decisivo para  a  implantação dos  alicerces da  Escola Alemã  veio da pedagogia.  Inicialmente, podemos  citar  os  alemães  Basedow  e  Salzmann,  que,  com  suas  instituições  escolares denominadas  "Philantropinum",  abriram  as  portas  para  a  implantação  da  educação  física escolar.  Foi  também  decisiva  a  influência  sobre  os  autores  citados  do  suíço  Jean  Jacques Rousseau  que,  ao  escrever  o  Emílio,  em  1762, muito  acentuou  a  tendência  humanista  do "Philantropinum" de Basedow e, posteriormente, do de Salzmann.    Não  podemos  esquecer  também  a  influência  de  outro  suíço:  Johann  Heinrich Pestalozzi, “o maior gênio, a  figura mais nobre da educação e da pedagogia, o educador por excelência e o  fundador da escola primária popular". Assinale‐se que Pestalozzi  foi  seguidor das idéias de Rousseau.    Mas o  aparecimento da  ginástica pedagógica moderna  tem o  seu  início efetivo com o  alemão  Johann Christoph  Friedrich Guts Muths  (1759‐1839), que  veio  a  ser o  "novo fundador  da  educação  através  do  exercício  físico"  (16,  pág.  243).  Iniciou  seus  trabalhos  no "Philantropinum" de Salzmann e, em 1793, escreveu Ginástica para a juventude, primeiro livro de  ginástica  da  nova  época.  Admirador  de  Rousseau,  sua  ginástica  compreendia  todas  as variações de exercícios corporais, sem nunca  ir contra a natureza. Incluía a ginástica entre os 

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deveres da vida humana e, sob este aspecto, muito lembrava os princípios da educação grega. Porém as  idéias pedagógicas de Guts Muths  foram, de certo modo,  sufocadas na Alemanha pelo  aparecimento  de  um novo modelo  ginástico, de  conteúdo patriótico‐social,  criado  por Friedrich Ludwig Jahn (1778‐1852).     A  derrota  que  Napoleão  infligiu  aos  alemães  em  Jena,  em  1805,  provocou  o despertar  de  um  profundo  sentimento  nacionalista  popular.  A  nova  ginástica  alemã  ‐  Jahn havia substituído a palavra ginástica por Turnkunst, em 1811 ‐ ia ao encontro das necessidades do povo, pois Jahn não teve, "durante toda sua existência, outra aspiração senão despertar o sentimento  nacional  e  a  realização  da  unidade  alemã"  (30,  pág.  56).  Jahn  somente  queria formar o  forte.  "Viver quem pode viver", era o  seu  lema. Para ele, os exercícios  físicos não eram meios de educação escolar, mas sim da educação do povo.  Inventou aparelhos como a barra  fixa, barras paralelas  e o  cavalo,  sendo portanto o precursor do  esporte que hoje  se chama  ginástica  olímpica.  Registramos  que,  até  a  I Guerra Mundial,  o  sistema  nacional  de ginástica adotado na Alemanha foi o de Jahn.     Finalmente, é necessário mencionar Adolf Spiess (1810‐1858), muito influenciado pelas idéias de Pestalozzi. Dedicou toda sua vida à educação física, e o que lhe dá permanência histórica  foi  ter  conseguido  introduzir definitivamente a educação  física nas escolas alemãs. Combateu  a  ginástica  de  Jahn,  na  medida  em  que  esta  não  atendia  ao  desenvolvimento infantil. Spiess ainda  tem o mérito de  ser um dos maiores estimuladores da educação  física feminina.  

Escola Nórdica    Foi  nos  países  nórdicos  que  mais  frutificaram  as  idéias  de  Guts  Muths. Inicialmente na Dinamarca ‐ considerada na época a metrópole intelectual dos países nórdicos ‐,  com  Franz Nachtegall  (1777‐1847),  fundador  da  ginástica  no  seu  país. O  pioneirismo  é  a marca fundamental de seu currículo. Em 1799 funda o seu próprio  instituto de ginástica; em 1801  consegue que  se  inclua  a  ginástica na  escola primária;  em 1804  é o  responsável pela fundação de um instituto militar de ginástica, o mais antigo instituto especializado do mundo; em 1808  inaugura um  instituto civil de ginástica, para  formação de professores de educação física; em 1828, como coroamento de seu trabalho,  implanta‐se obrigatoriamente a ginástica nas  escolas,  fazendo  com  que  a  Dinamarca  adiante‐se  de  alguns  decênios  a  outros  países europeus. Sua obra identifica‐se com a de Spiess, na Alemanha, pois além de ser o responsável pela criação da educação física escolar dinamarquesa, a educação física feminina foi outra de suas grandes preocupações.    Em 1799,  chega em Copenhague o  sueco Pedro Enrique  Ling  (1776‐1839) e, no Instituto  de  Nachtegall,  entra  em  contato  com  as  idéias  de  Guts  Muths.  Assim  como Nachtegall, Ling havia chegado à conclusão de que:  

"Uma  educação  física  harmônica  do  corpo  humano  e  de  suas  faculdades dinâmicas,  em  completa  dependência  de  correlação  com  todas  as  forças físicas e espirituais do corpo, tinha que ser uma parte essencial da formação do povo" (16, pág. 149). 

   Ling  voltou  à  Suécia  em  1804  e,  neste momento,  tem  início,  efetivamente,  a história da ginástica sueca. A Suécia encontrava‐se arrasada em virtude da guerra com a Rússia e,  assim  como  Jahn  na Alemanha,  Ling  era  possuído  de  um  enorme  sentimento  patriótico. 

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Pretendia  que  a  ginástica  colaborasse  para  elevar  o  moral  do  povo  sueco.  Além  disso, "esperava obter, através de uma ginástica racional e científica, uma raça liberta do alcoolismo e  da  tuberculose"  (7,  pág.  6).  Em  1813,  Ling  conseguiu  autorização  do  Rei  Carlos  XIII  para fundar o Real Instituto Central de Ginástica de Estocolmo (hoje Escola Superior de Ginástica e Esporte),  instituição que dirigiu até o fim da vida. Ling preocupou‐se com a execução correta dos exercícios, emprestando‐lhes um espírito corretivo, como já o havia feito Pestalozzi. Com esta idéia de conferir uma finalidade corretiva aos exercícios, Ling acaba por cimentar as bases da ginástica sueca.    Seu principal seguidor foi o filho Hjalmar Ling (1820‐1886). Sistematizou a obra do pai e distinguiu‐se como o verdadeiro criador da educação  física escolar  sueca, pois  seu pai não  havia  incluído  as  crianças  nos  seus  estudos.  Até  a  I  Guerra Mundial,  nenhuma  outra influência fora da órbita lingiana acrescenta algo significativo à educação física sueca.  

Escola Francesa    É da maior  importância o estudo dessa escola, pois dela chegaram os primeiros estímulos  que  vieram  a  constituir  os  alicerces  da  educação  física  brasileira.  Neste  período realça a figura de Dom Francisco Amoros y Ondeano (1770‐1848), militar espanhol que chega à França em 1814 e, em 1816, adquire a cidadania francesa. A sua figura é de grande relevância histórica, pois foi quem  introduziu a ginástica naquele país, sendo conhecido como o "pai da ginástica francesa".     A  sua ginástica  reflete  influências que podem  ser definidas a partir da  fórmula: Rabelais/Guts  Muths/Jahn/Pestalozzi.  Pode‐se  considerar  que  era  uma  ginástica  utilitária (Rabelais),  com  intenção  pedagógica  (Guts Muths),  acrobática  (Jahn)  e  atrativa  (Pestalozzi). Mas o que caracterizava a ginástica amorosiana era o seu marcante espírito militar e "nunca poderíamos  admiti‐la  como  um  método  de  ginástica  escolar"  (4,  pág.  98).  Langlade compartilha  dessa  opinião  quando  afirma  que  a  citada  ginástica  "não  tinha  uma  finalidade escolar  ainda  que  as  crianças  também  a  praticassem"  (42,  pág.  28).  Apesar  disso,  foi introduzida nas escolas francesas em 1850, sendo ministrada quase sempre por suboficiais do exército, sem cultura geral e com deficiências de  formação pedagógica. Somente no  final do século, por  influência de Pierre de Coubertin,  inicia‐se uma campanha para que se crie uma autêntica educação física escolar francesa.    Registramos,  ainda,  a  presença  menos  marcante,  mas  também  influente,  de Phoktion Heinrich Clias  (1782‐1854) que, entre outras  iniciativas, cria a calistenia, em 1829  ‐ como ginástica  feminina com  tendências estéticas e derivadas dos gestos de dança  ‐, de  tão larga divulgação no Brasil.    É  importante assinalar, em  virtude da  influência que exerceu  sobre a educação física brasileira, a criação do Instituto de Ginástica do Exército Francês, em 1852, na Escola de Joinville‐le‐Pont.  

Escola Inglesa    Baseada nos jogos e nos esportes, é a única das quatro escolas desse período que tem  uma  orientação  não‐ginástica.  Representa  o  terceiro  grande  impulso  na  história  do 

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esporte, precedido pelas competições nos estádios gregos e, posteriormente, pelos estímulos recebidos da época medieval.    Thomas Arnold (1795‐1842), diretor do Colégio de Rugby, surge como líder de um movimento  denominado  "cristianismo  muscular",  concebido  em  virtude  de  "um  certo desajustamento  na  juventude  inglesa"  (44,  pág.  116).  Educador  imbuído  de  um  elevado espírito  humanista,  incorporou,  no  âmbito  escolar,  o  esporte  com  uma  conotação verdadeiramente educativa, haja vista a importância que era dada ao fair‐play.    Importante  considerar  que Arnold  não  foi,  propriamente,  um  criador  de  jogos, como o foram no campo da ginástica, Jahn, Ling e Amoros. Seu maior mérito foi a integração dos esportes no quadro pedagógico da escola que dirigia. A iniciativa de Arnold foi seguida por quase todas as escolas inglesas, apesar da resistência oferecida por vários setores:  

"O clero não podia admitir que a  força  física tivesse um papel primordial na educação moral O médico julgava imprudente fazer trabalhar o organismo de uma  maneira  tão  intensa.  O  intelectual  temia  que  o  nível  de  estudos experimentasse uma queda prejudicial ao país. A imprensa sustinha, com seu poder,  todas as  críticas que  se elevavam  contra  a  iniciativa de Arnold"  (30, pág. 65). 

   A  relevância  dada  ao  esporte  no  campo  da  educação  física  ficou  restrita  à Inglaterra,  até  a  realização  da  I  Lingíada,  em  1939,  quando  as  escolas  passaram  a  sofrer influências recíprocas.    É ainda digna de nota a atuação de Clías, também na Inglaterra, onde chegou em 1822, destacado para o treinamento de tropas militares. Dedicando‐se à ginástica terapêutica, marca o início da implantação de uma educação física sistemática inglesa.  

SEÇÃO 3: Gênese e Natureza da Ginástica    A gênese da ginástica,   bem   como   algumas   abordagens   de   sua natureza, são essenciais para entender a  importância da atividade  física e dos exercícios para a  saúde e a qualidade de vida das pessoas.     A  ginástica  também    pode    ser    entendida    como    uma    prática    de  exercícios  físicos,  de  forma  individual  e  ou  coletiva,  com  ou  sem implementos.  A  mesma  pode  ter  objetivos    utilitários,    pedagógicos    ou  terapêuticos,  servindo  tanto  para  o  fortalecimento corporal do ser humano, para o lazer e para a reabilitação física.    A   ginástica   pode   ser   compreendida   a   partir   de    inúmeros   fins relacionados  com    o    corpo    em   movimento,    tais    como:    estéticos,    de  reabilitação,    posturais,    de  preparação    física   e   de    relaxamento,   dentre outros.   Assim   sendo,   qualquer   ação   que  objetiva  melhoria  da  aptidão física  e  ou,  a  melhoria  da  qualidade  de  execução  pode  ser  entendida como ginástica.    Uma  das  características  da  vida  humana  no  mundo  moderno  e tecnológico é a drástica  redução da quantidade dos movimentos naturais executados   pelo    ser   humano.  Indubitavelmente,    o    homem,    nos    dias    de  hoje,    executa    caminhadas    em    menor  quantidade,    dificilmente    corre    e  os    demais    exercícios    naturais    como    saltar,    lançar,  

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arremessar,  saltitar  e outros tantos são movimentos de uma raridade ímpar no cotidiano de um ser humano nos dias atuais.    Você  sabia  que  no  início  do  século  XX,  um  terço  de  toda  energia utilizada nas fábricas de grande porte americanas era de origem humana, ou seja nossos músculos ?  É alarmante  da  falta  de  prática  de  exercícios  físicos  do  homem moderno, menos  de  1%  da energia consumida provém da força muscular.     Este  fato  causado  pela  automatização  em  fábricas  e  lares,  torna  a prática  de  exercícios    físicos    imprescindível   no   mundo   moderno,   pois   o mesmo estará  funcionando como  um  regulador  entre  a  energia  ingerida  através  dos  alimentos  e  a  energia  gasta  nas atividades do cotidiano.     Você,   por    certo,    já    tenha    se   matriculado   em   algumas   academias e   com  certeza   nota,   de   forma   clara,   que   as   mesmas   se   proliferam  indefinidamente,   tendo   a  mídia  dado  sua  contribuição  quando  insiste no estabelecimento de estereótipos masculinos e  femininos  de  perfeição  física  anatômica,  com  belos  corpos  esculpidos  em  horas intermináveis de causticantes exercícios físicos.    Não  esqueça!  Muitas  vezes,  tais  corpos,  podem  ser  simples combinações  de  cores  e  imagens,  produzidos  por  programas  de computadores  que  nos  são  enviados  pela  tela   “mágica”   da    televisão   e normalmente aceitos pelos nossos olhos como exemplos de beleza física.     Outro  fator  de motivação  à  prática  de  exercícios  físicos  e  desportos  diversos,  principalmente  entre  os  jovens,  é  a  exploração  de  grandes eventos  esportivos,  como  as  Olimpíadas,   Copas   do   Mundo,   Meeting  Internacionais   e   outros,   em   que   se   mostram  atletas    recebendo    cifras astronômicas   para   participação   em    tais   eventos,   ou    seja,   o  espírito olímpico  imaginado pelo Barão Pierre de Courbetin e  seus  colaboradores em 23 de junho de  1894,  ao  fundarem o Comitê Olímpico  Internacional  (C.O.I.), no  âmago  idealizado pelo Barão, está extremamente distante de ocorrer em eventos de tal natureza.    As   atividades   físicas   que   utilizem   pesos,   tais   como   a   musculação, exercem  sobre   os   adolescentes   do    sexo   masculino   um   grande    fascínio, visto   a    influência   do  cinema  e  da  televisão,  em  filmes  que  mostrem atores musculosos, que se mostram muitas vezes  imbatíveis  em  combates  intermináveis    com    seus    também   musculosos    algozes    e  invariavelmente devido a sua exagerada hipertrofia muscular saem‐se vitoriosos.    Nunca é demais lembrar que o conceito de beleza física mudou em extremos com o  passar  dos  anos,  ou  seja,  principalmente  o  sexo  feminino,  que    outrora    esbanjava    em  fartura  de  linhas  e  abundância  de  dobras cutâneas,  talvez  até  pela  excessiva  quantidade  de  roupas  usadas,  hoje, muitas vezes, se auto flagela na realização de exercícios físicos.        O   belo   é   relativo   e   regionalizado   sendo    infelizmente   relacionado   e muito com  a  hipertrofia muscular  ou mesmo  com  a magreza muitas  vezes  exagerada  e  de  difícil manutenção com o passar dos anos.    

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SEÇÃO 4: Classificação da Ginástica    A  idéia  de  classificar  vem  da  necessidade  de  se  ordenar  e/ou  organizar  um determinado ramo do conhecimento humano,  face ao grande volume de  informações que o mesmo  acumulou  em  virtude  do  tempo  ou mesmo  do  grande  número  de  estudiosos  que desenvolvem suas pesquisas.    Dessa forma, ocorre com   a   ginástica,   pois   é   uma   vertente   do conhecimento que  remonta  os  milhares  de  anos,  sendo  normal,  portanto,  que  existam  muitos  livros  e tratados deste assunto.     Lembre‐se você que em termos  anatômicos  o  corpo  humano alterou‐se  muito  pouco    no    que    tange    a    prática    de    exercícios,    porém    as  alterações  são  bastante consideráveis  com  relação  à  forma de  executar os  exercícios e principalmente  aos  recursos disponíveis  nos  tempos  atuais.  Resumidamente,  grandes  mudanças  na  forma  e  pequenas mudanças no conteúdo.    Existem  inúmeras definições   para   a   ginástica,   porém,   pode‐se afirmar que a mesma é uma ação repetitiva com o objetivo de melhorar a  aptidão  física  e  ou  a  aquisição  de  uma  habilidade  (Pérez  Gallardo, 2002).   

Ginástica de Condicionamento Físico    É a ginástica indicada para manutenção da boa forma e do bom desempenho das funções orgânicas. Praticada em academias ou na forma de atividade física  livre, respeitando uma freqüência, intensidade e duração adequadas.    Os benefícios da atividade física têm sido comprovados pela ciência moderna. No entanto, não é só a prática de exercícios físicos que contribui para a boa saúde. As condições de  vida  de  uma  população  ou  de  um  indivíduo,  com  suas  inúmeras  variáveis,  são determinantes para  seu estado de  saúde. Deste modo, podemos afirmar que a ausência de doenças, o  saneamento básico,  a habitação, o  transporte,  a qualidade da  alimentação  e os hábitos pessoais são aspectos essenciais quando se trata de saúde.    A sociedade moderna tornou o homem um ser sedentário (não praticamente de atividade  física), gerando doenças orgânicas em vários níveis. Para minimizá‐las, a prática de atividade física permanente produz efeitos benéficos. Isto por que, quando impomos ao corpo uma atividade acima da freqüência, intensidade e duração habitual, exigimos que ele produza energia‐indispensável  ao  movimento  humano,  com  mais  intensidade,  forçando  o  sistema circulatório e  respiratório a  trabalhar com maior velocidade, melhorando e aumentando sua capacidade de trabalho no final de um determinado tempo.    Assim  podemos  usufruir  dos  benefícios  que  a  atividade  física  produz  no organismo, tais como: melhor qualidade de vida, aumentando no volume de Oxigênio ( VO2 ), modalidade de vida, neo‐formação de Capilares, aumento no volume de capacidade pulmonar, aumento no número e volume de mitocôndrias ), aumento na produção de ATP, liberação da agressividade e ansiedade, aumento da auto‐estima e auto‐confiança, aumento na produção 

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de hormônios que proporciona bem‐estar, bom humor e mais resistência a dor e ao cansaço, aumento no número de amigos, maior segurança nas relações sociais, etc.    Com o avanço da ciência e da medicina esportiva, que comprovam os benefícios da atividade física na manutenção da saúde física, mental e social, ampliou‐se as alternativas de atividade  física para atender as necessidades e gostos dos que desejam e/ou precisam se exercitar.    Dentre elas destacamos:  

‐ Ginástica Calitênica ‐ Ginástica de Academia; ‐ Musculação; ‐ Ginástica Localizada; ‐ Hidroginástica; 

 

Ginástica Geral (Gymnaestrada)    Atualmente essa nomenclatura serve para designar o que os alemães chamam de GYMNAESTRADA, que seria uma ginástica de massa, que reúne ginástica e dança sem grandes exigências  técnicas e com  fins de espetáculo. Entretanto para  fins didáticos, consideramos a ginástica geral, a união das ginásticas que englobam o conhecimento no âmbito escolar nos níveis teórico/prático.  

Ginástica Formativa    Englobam  todas  as  modalidades  que  tem  por  objetivo  a  aquisição  ou  a manutenção da condição física do indivíduo normal e/ou atleta.     “É aquela que auxilia o desenvolvimento corporal”  (TEIXEIRA, 1997). Nela estão incluídos os movimentos que desenvolvem a flexibilidade, a força, a velocidade, o equilíbrio, a resistência, a agilidade e a coordenação.    Assim como, a consciência dos movimentos das partes do corpo. Desta forma, é fundamental propor situações em que a criança possa explorar tudo que o cerca, deixando‐a agir,  criar e descobrir de  acordo  com  seus  interesses, possibilitando  a  aquisição de  valiosas experiências motoras que lhes darão um melhor conhecimento do corpo e suas possibilidades de movimento indispensáveis ao desenvolvimento da sua consciência corporal.    Tendo  como objetivo  a  formação de uma personalidade  ativa  corporalmente  e participativa desde o  início da escolaridade, estimula‐se o desejo de  realização constante de atividades  físicas.  Assim,  a  ginástica  formativa,  contribui  para  um  aluno  conhecedor  dos valores positivos da atividade  física, estimulando‐o a adoção de um estilo de vida  saudável, incluindo  à  prática  de  exercícios  físicos  no  seu  dia  a  dia,  desenvolvendo  um  estado  de satisfação pessoal e bem estar geral.  

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Ginástica Natural    Utiliza  todas  as  habilidades  específicas  que fazem  parte  do  repertório  motor  humano    e    que    permitem    ao    homem  interagir    com    seu   meio    ambiente.    Pode    ser  desenvolvida  na  forma  de atividades  pré‐esportivas,  jogos  e  brincadeiras,  oferecidas  em  todas  as possibilidades lúdicas e recreativas. É ideal para a aquisição de bases de experiências motoras e a melhoria das condições físicas generalizadas.  

Ginástica Competitiva    Tem sua origem na ginástica formativa, apresentando   regulamentos   específicos  com   objetivos   competitivos. Aparece na forma de festivais e eventos esportivos, sendo que geralmente se organiza em federações.  

SEÇÃO 5: Classificação Geral dos Exercícios Físicos    Por ocasião dessa seção,  necessitamos  diferenciar  o  conceito  de exercício físico em relação ao conceito de atividade física, podendo dessa forma citar que:    O  que  é  exercício  físico?  O  Exercício  físico  é  uma  atividade  realizada  com repetições  sistemáticas de movimentos orientados,  com  conseqüente aumento no  consumo de oxigênio devido à solicitação muscular, gerando, portanto, trabalho (BARROS NETO, 1999).    O que é  atividade  física  ?  A  atividade  física  é  definida  como  um conjunto  de  ações   que   um    indivíduo   ou   grupo   de   pessoas   pratica, envolvendo   gasto   de   energia   e  alterações   do   organismo,   por   meio   de exercícios   que   envolvam   movimentos   corporais,  com  aplicação  de  uma ou  mais  aptidões  físicas,  além  de  atividades  mental  e  social,  de  modo que terá como resultados os benefícios à saúde (MARCELLO MONTTI, 2005).    A partir dos conceitos acima, percebe‐se que a atividade física indica um conceito mais amplo, enquanto que o exercício físico demonstra ser algo mais restrito.    Os  processos  de  classificação  dos  exercícios  físicos  vão  ajudar  você  a compreender, de  forma bastante clara, os diversos  tipos de exercícios  físicos que   podemos  desenvolver    para    o    corpo    humano.    Perceba    você    que    na  seção  anterior  (Divisão  da Ginástica)  estão  permeados  conhecimentos  com    da  seção    atual.    Este    fato    é    bastante  interessante,  pois  permite  a você acadêmico, contrapor conhecimentos de autores diversos.    Veja algumas formas mais utilizadas:   a) Segundo a Forma de Execução:    Neste item abordamos  alguns  meios  possíveis  de  se  dividir  os exercícios físicos quanto a sua forma de execução, ou seja:  

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1)  Exercícios  Naturais:  repare  você  que  a  palavra  cotidiano caracteriza esses exercícios, pois são aqueles utilizados para manutenção e   desenvolvimento   das  necessidades    primárias    do    ser    humano.    Vamos,  dentre  vários,  destacar  o andar,  o  correr,  o  lançar,  o  arremessar,  o  saltar,  o  quadrupedar,  o  escalar,  o rastejar,  o  rolar,  o  saltitar  e  outros.  Modernamente,  o  andar  e  o  correr  são exemplos de atividades físicas que se tornaram um hábito de muitos indivíduos.   2)  Exercícios  Rítmicos:  Utiliza  basicamente  os  exercícios  naturais  para    o  desenvolvimento  das  qualidades  físicas  em  conjunto  com  a criatividade  e  a  expressão   corporal   através   de   músicas,   palmas,   sons  instrumentais e ordens de comando. Atualmente, as academias oferecem ao  público  um  sem  número  de  atividades  com  exercícios  rítmicos  que muitas vezes se diferenciam entre si na  freqüência  rítmica  utilizada  e  no  caráter  comercial  de  cada  um  de  seus criadores.    3)    Exercícios    Formativos:   Destinados    especificamente    ao  desenvolvimento  e/ou   manutenção   de   qualidades    físicas    inerentes ao   ser   humano   como   a  força,  flexibilidade,  resistência,  velocidade  e coordenação.   4)  Exercícios  Laborais:  Geralmente  realizados  em  algumas situações especiais, os exercícios laborais se prestam a amenizar problemas adquiridos  (no  trabalho)  ou    congênitos,    atualmente,    encontram‐se  bastante  difundidos  em  países industrializados e são sub‐divididos em: 

  ‐ Exercícios de Compensação   ‐   Na   sua   realização   visam   corrigir assimetrias  

musculares   causadas   por   situações   de   excessivas   cargas   de trabalho em determinados  grupos  musculares.  A  realização  de  exercícios  físicos  que venham  a  atingir  musculaturas  agonistas  e  antagonistas  é  a  característica principal de tais exercícios. 

‐ Exercícios  Corretivos  ‐  São  aplicados  após  um  diagnóstico  médico  do problema. Normalmente estão  relacionados  com problemas posturais, maus  hábitos   ou   retorno   das  funções   ósteo‐musculares   normais  de segmentos corporais. 

‐ Exercícios  de  Manutenção  ‐  São  estabelecidos  a  partir  de  um  padrão estipulado que o  indivíduo  julga  como  sendo o  ideal para o  seu organismo, levando  em  consideração  fatores  como  a  idade,  o  meio social, o cotidiano e  outros. Os exercícios de manutenção possuem como finalidade  principal  a  estabilização    das    qualidades    físicas    adquiridas  através  da  prática  de atividade física. 

   A   classificação   apresentada   anteriormente   não   deve   ser   utilizada apenas de forma individualizada, ou seja, pode‐se prescrever por exemplo um  exercício  físico  que  seja  formativo  e  tenha  caráter  rítmico  e  vice‐versa.  b) Segundo o Esforço    Esta  classificação  é  bastante  subjetiva,  pois  está  diretamente relacionada  com  a   condição    física   e   anamnese   atlético‐desportiva   do praticante. Os exercícios  físicos são divididos em:   

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1) Exercícios Fracos: são aqueles que o dispêndio de energia para sua realização é pequeno. Normalmente são utilizados no início de uma sessão  ou  aula  ou  ainda  por    indivíduos    em    início    de    treinamento,    com  idade  avançada  ou  em recuperação de doenças ou cirurgias. 2)   Exercícios   Médios:    são   aqueles   que   consomem    razoável quantidade de energia para sua realização e executados por pessoas com relativa condição física. 3)  Exercícios    Fortes:  são  aqueles  que  para  sua  realização  requerem  grandes  quantidades  de  energia  e  somente  devem  ser  executados  por indivíduos em plena condição atlética. 

  c)Segundo a Ação    Na classificação por ação, nos interessa vislumbrar a região do corpo humano que o  exercício  irá  atuar  com  maior  intensidade.  Para  tanto,  os  mesmos  são  classificados  da seguinte maneira:  

1)   Generalizados    ou    Sintéticos:    relacionado    com    as    grandes  funções  do organismo,  geralmente  são  exercícios  naturais  e  principalmente  destinados  a melhoria da capacidade aeróbica. 2)  Localizados  ou  Analíticos:  denominação  utilizada  para  os exercícios físicos que  atingem  apenas  algumas  cadeias  cinéticas  (grupo  de  ossos,  músculos  e articulações) do corpo humano.  

 RESUMO    Os  exercícios  físicos  podem  ser  classificados  segundo  uma  série  de  itens  e também de acordo com uma série   de   autores.   Dessa    forma,   podemos   por   ocasião   de  prescrevermos   exercícios    físicos e   aplicarmos   em   nossas    turmas   de   alunos,   podermos  indicar   aqueles   exercícios   mais    condizentes  com o estado  físico geral dos nossos alunos. Procedimentos  interessantes podem ser utilizados por ocasião   da   realização  dos   exercícios  físicos,  tais  como  a  utilização  do  peso  do  próprio  corpo  ou  de companheiros por ocasião de exercícios de elevação de cargas ou ainda a utilização de ritmos variados (música, palmas ou sons de apitos) quando desejarmos a execução de exercícios rítmicos.    Um  campo  de  trabalho  para  profissionais  de  educação  física  são  os  exercícios laborais ou ainda a ginástica  laboral, que preconiza a execução de movimentos simples e por pequeno  intervalo  de  tempo,  durante  o  próprio  expediente  de  trabalho,  com  função  de prevenção de lesões, alongamento muscular e melhora da circulação sanguínea.  Atividades 1.    Pesquise  e  descreva  de  forma  detalhada  cinco  exercícios  naturais  e  que  possam  ser executados em grupos de três indivíduos. 2.   Pesquise  e descreva de  forma detalhada  cinco  exercícios que possam  ser desenvolvidos dentro de um escritório, mantendo os indivíduos sentados em suas cadeiras. 3.  Pesquise e descreva  de  forma  detalhada  cinco  exercícios  que  possam  ser  enquadrados  como    exercícios  de  compensação  para  profissionais  que  trabalhem  por  muito  tempo sentados. 4.   Pesquise e descreva  cinco exercícios que possam atuar nos grupos musculares glúteos e que  possam ser executados sem a utilização de aparelhos ou equipamentos especiais. 5.   Pesquise  e descreva  cinco exercícios que possam  atuar nos  grupos musculares da parte interna  das coxas e nos grupos musculares do pescoço. 

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Referencial Bibliográfico http://www.birafitness.com/ginaerobica.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/Gin%C3%A1stica_aer%C3%B3bica http://www.cdof.com.br/aerobica1.htm http://www.culturamix.com/saude/esporte/ginastica‐aerobica http://www.xenicare.com.br/pc/obesidade/xenicare/web/movimente_se/materias/materia.asp?CAN=2&MAT=aerobica  http://www.wandacosta.com.br/exibenoticia.php?idtrans=331  ABDALA,  Dennis  William.  Hidroginástica.  Disponível  on  line  via:< http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAPt8AG/apostila‐hidro>  capturada  em  15  de  jun. 2011   Wikipédia,  a  enciclopédia  livre.  Ginástica.  Disponível  on  line  via:< http://pt.wikipedia.org/wiki/Ginástica> capturada em 15 de jun. 2011   FIGUEIREDO, Suely Aparecida Salles, “Hidroginástica”, Rio de Janeiro – RJ, ed. Sprint, 1996;  JÚNIOR, Antônio Michel aboarrage, “Hidroesporte  ‐  treinamento complementar”, Londrina – PR, ed. Ápice, 1997;  MANUAL  DO  PROFISSIONAL  DE  FITNESS  AQUÁTICO  /  AEA,  [Aquatic  Exercise  Association] tradução de Beatriz Caldas, Cinthya da Silva Cezar;  revisão  técnica, Fabrizio Di Masi, Roxana Macedo Brasil. – Rio de Janeiro: ed. Shape, Ed., 2001;  SANTOS, Lúcio Rogério Gomes dos, “Hidrofitness”, Rio de Janeiro – RJ, ed. Sprint, 1998;  SOVA, Ruth, :”Hidroginástica na Terceira Idade”, São Paulo – SP, ed. Manole Ltda, 1998.