apostila de textos

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Apostila – Leitura e produção de textos I 1. TIPOS DE TEXTO Existem, basicamente, três tipos de texto, que perpassam os diferentes gêneros literários, são eles a descrição, a narração e a dissertação, esta última abrangendo também a argumentação. É importante lembrar que, embora um texto seja majoritariamente descritivo, narrativo ou dissertativo, ele pode contar com os outros tipos de texto em seu desenvolvimento. ⋄ Descrição Descrever é contar com pormenores aquilo que se observa. A descrição é estática, isto é, não tem em sua constituição movimento ou ação. Seu enfoque está na pessoa, no objeto, no ambiente a ser retratado. Por isso, nesse tipo de texto, o substantivo e o adjetivo ocupam lugar privilegiado. Havia mais camaratas, corredores longos e estreitos, gabinetes que deviam ter sido de médicos, sentinas encardidas, uma cozinha que ainda não perdera o cheiro de má comida, um grande refeitório com mesas de tampos forrados de zinco, três celas acolchoadas até a altura de dois metros e forradas de cortiça daí para cima. Por trás do edifício havia uma cerca abandonada, com árvores mal cuidadas, os troncos davam a ideia de terem sido esfolados. Por toda a parte se via lixo. (José Saramago, Ensaio sobre a cegueira) ⋄ Narração A narração, ao contrário da descrição, é um texto dinâmico. Nele, tem lugar os fatos, episódios, acontecimentos, fazendo com que os verbos sejam predominantes nesse tipo de texto. O carro mal havia parado quando Lolita literalmente se jogou em meus braços. Não ousando, não ousando abandonar-me a meus impulsos [...], não ousando de fato beijá-la, toquei com o máximo de reverência os lábios que se abriam, em minúsculos sorvos, sem qualquer lascívia; mas ela, num repelão impaciente, apertou com tamanha força sua boca contra a minha que senti a pressão de seus grandes dentes da frente e compartilhei do gosto de hortelã de sua saliva. 1

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Apostila – Leitura e produção de textos I

1. TIPOS DE TEXTO

Existem, basicamente, três tipos de texto, que perpassam os diferentes gêneros literários, são eles a descrição, a narração e a dissertação, esta última abrangendo também a argumentação. É importante lembrar que, embora um texto seja majoritariamente descritivo, narrativo ou dissertativo, ele pode contar com os outros tipos de texto em seu desenvolvimento.

⋄ Descrição

Descrever é contar com pormenores aquilo que se observa. A descrição é estática, isto é, não tem em sua constituição movimento ou ação. Seu enfoque está na pessoa, no objeto, no ambiente a ser retratado. Por isso, nesse tipo de texto, o substantivo e o adjetivo ocupam lugar privilegiado.

Havia mais camaratas, corredores longos e estreitos, gabinetes que deviam ter sido de médicos, sentinas encardidas, uma cozinha que ainda não perdera o cheiro de má comida, um grande refeitório com mesas de tampos forrados de zinco, três celas acolchoadas até a altura de dois metros e forradas de cortiça daí para cima. Por trás do edifício havia uma cerca abandonada, com árvores mal cuidadas, os troncos davam a ideia de terem sido esfolados. Por toda a parte se via lixo.

(José Saramago, Ensaio sobre a cegueira)

⋄ Narração

A narração, ao contrário da descrição, é um texto dinâmico. Nele, tem lugar os fatos, episódios, acontecimentos, fazendo com que os verbos sejam predominantes nesse tipo de texto.

O carro mal havia parado quando Lolita literalmente se jogou em meus braços. Não ousando, não ousando abandonar-me a meus impulsos [...], não ousando de fato beijá-la, toquei com o máximo de reverência os lábios que se abriam, em minúsculos sorvos, sem qualquer lascívia; mas ela, num repelão impaciente, apertou com tamanha força sua boca contra a minha que senti a pressão de seus grandes dentes da frente e compartilhei do gosto de hortelã de sua saliva.

(Vladimir Nabokov, Lolita)

⋄ Dissertação

A dissertação consiste em uma visão crítica sobre determinado assunto. É um texto em que juízos pessoais são expostos de maneira analítica. Para que tal seja feito, o autor deve se munir de fatos e evidências

que testemunhem a seu favor, articulando, assim, uma opinião própria com dados socialmente aceitos como verdadeiros.

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Davos é uma segunda consagração mundial para a China, depois das Olimpíadas de Pequim. Marca, solenemente, uma transferência de poder. Os países emergentes estão falando mais alto e se recuperando da recessão global mais rápido, e entre eles a China se destaca amplamente. Transferência de poder é, historicamente, uma coisa complicada. No início do século XX, a Grã Bretanha foi sendo alcançada pelos Estados Unidos, e não foi simples, mesmo com a língua e tantas outras coisas em comum. Agora o mundo vê uma situação ainda mais delicada, dadas as diferenças culturais e históricas entre americanos e chineses.

(Paulo Nogueira, Revista Época)

⋄ Exercício

Caso Bruno do Flamengo: menor confessa ter agredido Eliza no carro do goleiro

Publicada em 06/07/2010, às 21h01m

Gustavo Goulart, Ana Cláudia Costa e Marcelo Portela - O Globo; Globo Minas; Isabel Boechat - Extra;

RIO e BELO HORIZONTE - O inspetor Guimarães, da Divisão de Homicídios, informou nesta terça-feira que o menor de 17 anos apreendido da casa do goleiro Bruno, do Flamengo, confessou em depoimento ter dado três coronhadas na cabeça de Eliza Samudio, ex-amante do atleta, no carro Range Rover do jogador, a caminho do sítio de Bruno em Esmeraldas, região metropolitana de Belo Horizonte. O menor também disse, porém, que não matou Eliza, que está desaparecida há quase um mês. Ainda de acordo com o jovem, quem teria articulado o sequestro de Eliza não teria sido Bruno, e sim o braço direito dele, Luiz Henrique Ferreira Romão,conhecido como Macarrão, que teria "desossado" a jovem e dado seu corpo para cachorros comerem. O adolescente contou que estava escondido no banco de trás do carro quando Eliza e seu filho de 4 meses - cujo pai seria Bruno - entraram no veículo, conduzido por Macarrão; ao descobrir a presença do adolescente, a mulher teria se assustado e tentado fugir, o que motivou no golpe - e justificaria as marcas de sangue encontradas no interior do veículo. Segundo o menor, Eliza sangrou, mas não chegou a morrer com o agressão. O adolescente já se encontra apreendido por sequestro. (www.oglobo.globo.com) |

A partir da reportagem acima, produza um parágrafo predominantemente:

a) descritivo

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b) narrativo

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c) dissertativo

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2. A IMPORTÂNCIA DO PARÁGRAFO

O parágrafo facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar convenientemente as ideias principais da sua composição, permitindo ao leitor acompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estágios.

O parágrafo-padrão da dissertação consta, geralmente, de duas partes: a introdução, representada na maioria dos casos por um ou dois períodos curtos iniciais, em que se expressa de maneira sumária e sucinta a ideia-núcleo (tópico frasal) e o desenvolvimento, a explanação dessa mesma ideia-núcleo.

O tópico frasal é uma generalização em que se expressa uma opinião pessoal, um juízo, em que se define ou se declara alguma coisa. É certo que nem todo parágrafo apresenta essa característica: algumas vezes a ideia-núcleo está como que diluída nele ou já expressa num dos precedentes, sendo apenas evocada por palavras de referência.

DIFERENTES FEIÇÕES DO TÓPICO FRASAL

Admitindo-se como recomendável a técnica de iniciar o parágrafo com o tópico frasal, resta-nos mostrar algumas de suas feições mais comuns. Conhecer esses artifícios talvez contribua para abreviar aqueles momentos de indecisão que precedem o ato de redigir as primeiras linhas de um parágrafo, pois, com frequência, o estudante não sabe como começar. Ora, o tópico frasal lhe facilita a tarefa, porque nele está a síntese do seu pensamento, restando-lhe fundamentá-lo. Podemos pensar nos seguintes tipos de tópicos frasais como ponto de partida para o desenvolvimento de sua ideia.

a) Declaração inicial: o autor afirma ou nega alguma coisa logo de saída para, em seguida, justificar ou fundamentar a asserção, apresentando argumentos sob a forma de exemplos, confrontos, analogias, razões, restrições.

b) Definição: é um método didático, o tópico frasal assume a forma de uma definição.

c) Divisão: processo também quase que exclusivamente didático, dadas as suas características de objetividade e clareza, consiste em apresentar o tópico frasal sob a forma de divisão ou discriminação das ideias a serem desenvolvidas.

d) Alusão histórica: recurso que desperta sempre a curiosidade do leitor é o da alusão a fatos históricos, lendas, tradições, crendices ou anedotas.

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e) Interrogação: às vezes, o parágrafo começa com uma interrogação, seguindo-se o desenvolvimento sob a forma de resposta ou esclarecimento.

COMO DESENVOLVER O PARÁGRAFO

Desenvolvimento é a explanação da ideia principal do parágrafo. A preocupação maior do autor deve ser sempre a de fundamentar de maneira clara e convincente as ideias que defende ou expõe, servindo-se de recursos tais como a enumeração de detalhes, comparações, analogias, contrastes, aplicação de um princípio, regra ou teoria, definições precisas, exemplos, ilustrações, apelo ao testemunho autorizado, e outros. Vamos conhecer alguns desses recursos:

a) Enumeração ou descrição de detalhes: ocorre de preferência quando há tópico frasal inicial explícito.

b) Confronto: estabelece confronto entre ideias, seres, coisas, fatos ou fenômenos. Suas formas habituais são o contraste (baseado nas dessemelhanças) e o paralelo (que se assenta nas semelhanças).

⋄ Um exemplo de contraste é a antítese, uma oposição entre ideias isoladas.

⋄ Já a analogia refere-se ao paralelismo, baseando-se na semelhança entre ideias ou coisas para explicar o desconhecido pelo conhecido.

c) Divisão e explanação de ideias em cadeia: o autor, depois de enunciar a ideia-núcleo no tópico frasal, divide-a em duas ou mais partes, discutindo, em seguida, cada uma.

A grande ilusão

Ao cabo da Segunda Guerra a Islândia era um dos países mais pobres da Europa. Seus três grandes bens − a energia geotérmica, os peixes e as sagas − eram coletivos. Todos podiam se aquecer e pescar, e todos podiam acompanhar, no original, o drama da formação nacional. Prevalecia a noção de bem comum, até hoje um dos esteios da identidade islandesa. Auden escreveu em 1936: eles formam "a única sociedade realmente sem classes que já encontrei, e não se tornaram vulgares − pelo menos, não ainda". Num verso, acrescentou: "Ilhas são lugares à parte de onde a Europa está ausente."

Em meados da década de 90, um novo governo decidiu que chegara a hora de trazer a Europa para perto. O povo − ou grande parte dele − concordou.

"Quando eu estava na escola, no final dos anos 90, havia uma sensação de que estávamos condenados a ser um país acanhado, sem perspectivas", contou Jón Steinsson em sua sala na Universidade Columbia, em Nova York, onde leciona na Faculdade de Economia. Steinsson formou-se em Princeton e Harvard e, com menos de 30 anos e rosto de adolescente (lembra o Pimentinha), é uma das estrelas ascendentes no campo da macroeconomia. Trabalhou no Banco Central da Islândia no início da década, e em outubro passado, nos dias mais negros da crise, foi chamado às pressas para assessorar o primeiro-ministro. "O que muita gente chama hoje de 'ambição desmedida'", disse, "foi um processo mais complexo de afirmação nacional e de criação de oportunidades."

Até o início dos anos 90, os islandeses nasciam e morriam num país que pouco se transformava. Os empregos se concentravam na indústria pesqueira, que respondia por 50% das exportações. O então prefeito de Reykjavík intuiu que havia a possibilidade de mudar as coisas. Chamava-se Davíd Oddsson, usava um topete arquitetônico, era ambicioso e popular. Na juventude, fora cômico e ator. Tornou-se conhecido por interpretar o Ubu Rei, na peça homônima de Alfred Jarry, o criador da Patafísica, a ciência das soluções imaginárias. Seus

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dez anos na prefeitura, de 1982 a 1991, coincidiram com os governos de Margaret Thatcher e Ronald Reagan, atentamente observados. Convidou economistas liberais como Milton Friedman e Friedrich Hayek a visitar sua cidade e deles ouviu propostas para desengessar o modelo islandês, no qual o Estado ocupava quase todo o espaço.

Em 1991, Oddsson foi eleito primeiro-ministro. Exerceria o cargo até 2004 − o mais longevo premiê da Islândia. Estava a caminho de se transformar no político mais poderoso − e mais radical − da história do país. Começou por privatizar a empresa municipal de pesca e, ano a ano, puxou à frente a agenda de liberalização do país. Aboliu o imposto sobre a riqueza, reduziu drasticamente os impostos sobre pessoa física e jurídica e fez o mesmo com o imposto sobre heranças. A economia respondeu. A renda média das famílias cresceu 17%.

Em 2003, Oddsson deu o passo crucial. Privatizou e consolidou o sistema bancário, que passou a ser dominado por três grandes bancos: Kaupthing, Landsbanki e Glitnir. Jón Steinsson comenta que pela primeira vez os islandeses tiveram acesso a crédito. "Podíamos abrir uma empresa ou expandir um negócio. Ganhamos uma autoconfiança que não tínhamos: 'Vamos ser o país dos empreendedores!'"

Por essa época, uma palavra entrou no léxico do país: útrás. É formada por út (para fora) e rás (corrida). A palavra é meio agressiva", explica Ísleifur Thórhallsson, ou Ísi, um jovem produtor musical. "Significa uma invasão ao contrário, uma ex-vasão, ir para fora e se apropriar de coisas, pilhar. Nos anos loucos, tudo girava em torno de útrás", ele diz, com um sorriso não propriamente alegre.

A Islândia de Davíd Oddsson cresceu a taxas altíssimas. Ainda que toda a sociedade tivesse prosperado, alguns prosperaram mais. Um punhado de 20 ou 30 neovikings (os números variam) se apropriou da maior parte do produto. "Começou a surgir um abismo entre os mais ricos e o grosso da população", relembra Jónsson. "Tanta riqueza nas mãos de tão poucos era um fenômeno absolutamente novo na sociedade islandesa."

Tanta prosperidade se alicerçava na extraordinária expansão dos três bancos. Entre 2003 e 2007, o PIB cresceu 25%. No mesmo período os bancos se multiplicaram por dez. E, sendo tão pequena a população islandesa, tamanho desempenho exigia ambições internacionais. O Glitnir, o Landsbanki e o Kaupthing passaram a abrir agências de Nova York a Helsinque. E a oferecer taxas de captação que chegavam a ser 50% mais elevadas que as dos bancos tradicionais.

Até que no dia 15 de setembro passado o mundo acordou com a notícia de que o banco de investimento Lehman Brothers havia pedido concordata. "Foi o acontecimento zero, o início da derrocada", diz Jón Steinsson. Sabia-se que o modelo islandês era inviável − a partir de 2005, pipocaram aqui e ali relatórios que demonstravam ser impossível, a um país tão pequeno, sustentar com a própria moeda um sistema financeiro tão grandioso. A embriaguez dos mercados, entretanto, parecia impermeável a toda racionalidade. "Especulação em grande escala exige um sentimento espraiado de confiança e otimismo. Quando as pessoas são cautelosas, desconfiadas ou até mesquinhas, elas se tornam imunes ao entusiasmo especulativo", escreveu o economista John Kenneth Galbraith em seu livro sobre o crack de 1929. No mundo, e em especial na Islândia, a prudência desaparecera. De austera, a pequena ilha passara a viver num entusiasmo quase carnavalesco.

O que se seguiu foi uma corrida aos bancos. No dia 29 de setembro, já à míngua, a direção do Glitnir pediu ajuda ao Banco Central islandês. Em vez de uma linha de crédito emergencial, souberam que o banco seria estatizado. O governo injetaria 600 milhões de euros e, em contrapartida, ficaria com 75% das ações. No dia seguinte, o grupo controlador do Glitnir pediu concordata. Por sorte o plano do BC não chegou a ser implementado. Caso contrário, a crise bancária se transformaria numa crise do Tesouro, pois as obrigações do Glitnir passariam a ser obrigações da Islândia. Mas a sorte durou pouco. A quebra do primeiro banco produziu um efeito dominó. Investidores começavam a se dar conta de que, sem acesso à moeda forte, o Banco Central da Islândia seria incapaz de garantir as dívidas dos bancos que supervisionava. "Em vez de serem bancos grandes demais para falhar, eram grandes demais para serem salvos", resume Steinsson.

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Em menos de uma semana o sistema financeiro da Islândia derreteu, e, com ele, a economia nacional. Foi uma débâcle à antiga, uma corrida bancária motivada pela desconfiança, sem o concurso de subprimes, derivativos ou qualquer outro instrumento da metafísica financeira contemporânea. Parecia que a Islândia havia sido fulminada pelo escorbuto.

João Moreira Salles, revista Piaui, março de 2009

3. COESÃO [2]

A coesão textual se refere aos mecanismos que tecem as relações de sentido no interior de um texto e que o definem como tal. A coesão ocorre quando algum elemento do discurso depende da interpretação de outro.

Seguem algumas possibilidades de coesão:

Perífrase ou antonomásia – figura de estilo que consiste na substituição de uma palavra por uma expressão mais longa e com o mesmo significado.

- O Rio de Janeiro é uma das cidades mais importantes do Brasil. A cidade maravilhosa é conhecida mundialmente por suas belezas naturais.

Nominalizações – uso de um substantivo que remete a um verbo enunciado anteriormente.

- A moça foi declarar-se culpada do crime. Essa declaração, entretanto, não foi aceita pelo juiz responsável pelo caso.

Sinônimos – ainda que se considere a inexistência de sinônimos perfeitos, algumas substituições favorecem a não repetição de palavras.

- Os automóveis colocados à venda durante a exposição não obtiveram muito sucesso. Isso ocorreu porque os carros não estavam em destaque no evento.

Repetição vocabular – ainda que não seja o ideal, algumas vezes há a necessidade de repetir uma palavra.

- A fome é uma mazela social que vem se agravando no mundo moderno. São vários os fatores causadores desse problema, por isso a fome tem sido uma preocupação constante dos governantes mundiais.

Termo síntese – usa-se, eventualmente, um termo que faz uma espécie de resumo de vários outros termos precedentes, como uma retomada.

- O país é cheio de entraves burocráticos. É preciso preencher uma enorme quantidade de formulários, que devem receber assinaturas e carimbos. Depois de tudo isso, ainda falta a emissão dos boletos para o pagamento bancário. Todas essas limitações acabam prejudicando as relações comerciais com o Brasil.

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Pronomes – todos os tipos de pronomes podem funcionar como recurso de referência a termos ou expressões anteriormente empregados.

- A teoria da administração científica foi desenvolvida entre 1870 e 1930. Ela constitui um marco na história da administração.

- Paulo vendeu as ações da empresa. Depois que seus sócios começaram a se desentender, ele preferiu sair da sociedade.

- O estado é regido por leis. Algumas são constitutivas do próprio Estado e formam, assim, a Constituição.

- O governo adotou medidas cujas consequências são ainda imprevisíveis.

- Li o livro do qual você me falou.

- As hipóteses egocentristas da Idade Média estavam todas equivocadas. Giordano Bruno, entre outros, demonstrou que tais hipóteses eram todas falsas.

- Há uma grande diferença entre Paulo e Maurício. Este guarda rancor de todos, enquanto aquele tende a perdoar.

- Realizara todos os seus desejos, menos este: o de entrar para a Academia.

- Vitaminas fazem bem à saúde. Mas não devemos tomá-las ao acaso.

Numerais – as expressões quantitativas, em algumas circunstâncias, retomam dados anteriores numa relação de coesão.

- Foram divulgados dois avisos: o primeiro era para os alunos e o segundo cabia à administração do colégio. / Mário e João comemoravam a vitória do time do bairro, mas os dois lamentaram

não serem aceitos no time campeão.

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Advérbios – expressões adverbiais como aqui, ali, lá, acolá, aí servem como referência espacial para personagens e leitor.

- Ele não podia deixar de visitar o Corcovado. Lá demorou mais de duas horas admirando as belezas do Rio.

Elipse – omissão de um termo ou expressão que pode ser facilmente depreendida em seu sentido pelas referências do contexto.

- O diretor foi o primeiro a chegar à sala. Abriu portas e janelas.

Repetição de parte do nome próprio

- Machado de Assis revelou-se um dos maiores contistas da literatura brasileira. A vasta produção de Machado garante a diversidade temática e a oferta de variados títulos.

Metonímia – Substitui uma palavra por outra, por contiguidade semântica.

- O governo tem demonstrado preocupação com os índices de inflação. O Planalto não revelou ainda a taxa deste mês.

12. Definitivização: passagem do indefinido para o definido.

- O bandido disparou um tiro. O tiro acertou uma mulher que passava despreocupada pela calçada.

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13. Hiperônimos/Hipônimos: do significado mais geral para o mais específico

- Logo depois de o sargento ter sido vítima de um acidente, foi levado ao hospital. Felizmente, o militar sobreviveu.

- Várias atividades preenchiam o tempo da aula: ditados, cópias, redações.

14. Epítetos: qualificação

- Glauber Rocha fez filmes memoráveis. Pena que o cineasta mais famoso do cinema brasileiro tenha morrido tão cedo

15. Símbolos: figura ou imagem que representa algo abstrato

- Santo Inácio foi um soldado da Igreja e divulgou, por meio de sua ordem, os ideais da cruz.

Exercícios ∗

A língua seria impossível – e insuportável – sem os anafóricos. Se você duvida, veja um exemplo simples. Sua tarefa será a de tornar legível o parágrafo abaixo.

Parecia uma miragem, mas o pescador africano Tomé Tavares, 59 anos, distinguiu no horizonte a silhueta de uma embarcação. Fazia 48 dias que o pescador africano Tomé Tavares e o sobrinho do pescador africano Tomé Tavares, chamado Eusébio, de 23 anos, estavam à deriva no Oceano Atlântico, a bordo de um pequeno barco danificado (o nome do barco danificado que estava à deriva no Oceano Atlântico com o pescador africano Tomé

Tavares e o sobrinho do pescador africano Tomé Tavares de nome Eusébio era Celina), alimentando-se de carne de peixe e tomando água da chuva. Quando o pescador africano Tomé Tavares distinguiu no horizonte a silhueta de uma embarcação, o pescador africano Tomé Tavares reuniu as forças que restavam ao pescador africano Tomé Tavares e o pescador africano Tomé Tavares deu um grito de socorro.

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Utilizando os recursos de coesão, substitua os elementos repetidos quando necessário.

Todos ficam sempre atentos quando se fala de mais um casamento de Elizabeth Taylor. Casadoura inveterada, Elizabeth Taylor já está em seu oitavo casamento. Agora, diferentemente das vezes anteriores, o casamento de Elizabeth Taylor foi com um homem do povo que Elizabeth Taylor encontrou numa clínica para tratamento de alcoólatras, onde ela também estava. Com toda pompa, o casamento foi realizado na casa do cantor Michael Jackson e a imprensa ficou proibida de assistir ao casamento de Elizabeth Taylor com um homem do povo. Ninguém sabe se será o último casamento de Elizabeth Taylor.

Para cada frase abaixo, redija uma segunda, utilizando o recurso de coesão sugerido entre parênteses.

a) Um dos graves problemas das metrópoles são os meios de locomoção. (sinônimo ou quase-sinônimo)

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b) Ayrton Senna foi um dos maiores esportistas brasileiros. (epíteto)

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c) Não se pode comparar São Paulo com o Rio de Janeiro. (pronomes demonstrativos)

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d) Muitas pessoas estão preferindo ir morar em pequenas cidades do interior. (advérbio pronominal)

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e) O crescimento desordenado degrada qualquer cidade. (nominalização)

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4. ARGUMENTAÇÃO [3]

Na argumentação, procuramos formar a opinião do leitor ou ouvinte, tentando convencê-lo de que a razão está conosco. Ela baseia-se em dois elementos principais: a consistência do raciocínio e a evidência das provas.

O raciocínio deve corresponder

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aos sãos princípios da lógica. O insulto, a ironia, o sarcasmo por mais brilhantes que sejam, por mais que irritem ou perturbem o oponente, jamais constituem argumentos, antes revelam a falta deles. Tampouco valem como argumentos os preconceitos, as superstições ou as generalizações. Já a evidência pode traduzir-se em fatos, exemplos, ilustrações (quando o exemplo se alonga em narrativa detalhada), dados estatísticos (tabelas, números, mapas, ...), testemunhos e etc.

ESTRUTURA TÍPICA DA ARGUMENTAÇÃO

1. Proposição (declaração, tese, opinião)

Trata-se de contestar ou refutar, sendo que as declarações podem ser atribuídas a outrem.

2. Concordância parcial

Aqui o autor reconhece que em certos casos, excepcionais, o argumento contrário é possível. A concordância parcial reflete uma atitude natural, pois é incontestável que existem quase sempre “os dois lados da mesma moeda”. Muitas 15onseq admitem concordância ou contestação parcial: basta encará-las do ponto de vista geral ou do ponto de vista particular, atentando às diversas circunstâncias.

3. Contestação ou refutação (é o “miolo” desse tipo de argumentação)

Trata-se de opor contrários aos argumentos favoráveis precedentes. É claro que a série de razões deste terceiro estágio deve ser mais numerosa e, principalmente, mais ponderável, pois é evidente que não se contesta com provas mais frágeis do que aquelas com que se justificou a concordância parcial. Em conjunto, os estágios 2 e 3 expressam um pensamento concessivo (embora x, y).

4. Conclusão

Não existe argumentação sem conclusão, que decorre naturalmente das provas ou argumentos apresentados. As principais partículas típicas da conclusão são “logo”, “portanto” e “por 15onseqüência”. Tais partículas encabeçam períodos ou parágrafos em que negamos ou confirmamos o teor da proposição.

NORMAS PARA REFUTAR ARGUMENTOS

⋄ Procure refutar o argumento que lhe pareça mais forte. Comece por ele.

⋄ Procure atacar os pontos fracos da argumentação contrária.

⋄ Utilize a técnica de “redução às últimas conseqüências”, levando os argumentos contrários ao máximo de sua extensão.

⋄ Veja se o opositor apresentou uma evidência adequada ao argumento empregado.

⋄ Escolha uma autoridade que tenha dito exatamente

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o contrário do que afirma o seu opositor.

⋄ Aceite os fatos, mas demonstre que foram mal empregados.

⋄ Ataque a fonte na qual se basearam os argumentos do seu opositor.

⋄ Cite outros exemplos semelhantes, que provem exatamente o contrário dos argumentos que lhes são apresentados pelo opositor.

⋄ Demonstre que a citação feita pelo opositor foi deturpada, com a omissão de palavras ou de toda a sentença que diria o contrário do que quis dizer o opositor.

⋄ Analise cuidadosamente os argumentos contrários, dissecando-os para revelar as falsidades que contêm.

PLANO-PADRÃO DA ARGUMENTAÇÃO FORMAL

1. Proposição (afirmativa, suficientemente definida e limitada; não deve conter sem si mesma nenhum argumento, isto é, prova ou razão)

2. Análise da proposição

3. Formulação dos argumentos (evidência):

a) fatos;

b) exemplos;

c) ilustrações;

d) dados estatísticos;

e) testemunho.

4. Conclusão

5. APRIMORAMENTO LINGUÍSTICO

O que você deve evitar no texto dissertativo:

1. Queísmo

“O fato de que o homem que seja inteligente tenha que entender os erros dos outros e perdoá-los não parece que seja certo.”

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2. Pronome relativo “onde” sem referência a lugar

“Uma época onde”, “um acontecimento onde”, “um problema onde”.

3. Lugar comum ou clichê

“Fazer das tripas coração”, “encerrar com chave de ouro”, “colocar os pingos nos ii”, “com a voz embargada pela emoção”, “pedra sobre pedra”, etc.

4. Truísmo (verdade evidente)

Todos os homens são mortais. A criança de hoje será o adulto de amanhã. Os pais de hoje foram os jovens de ontem.

5. Linguagem coloquial

“O presidente tem que saber”, “Os jovens têm uma vontade louca de mudar”, “A maioria dos jovens é vista como irresponsável, mas não é bem assim, porque eles vão à luta das coisas que querem”, “Até parece que a clonagem virou moda”.

6. Palavras de conteúdo vago (pronomes ou termos indefinidos)

Algo, nada, tudo, todo, algum, qualquer, coisa, negócio, isso, etc.

7. Vírgula separando sujeito do verbo

“Os jovens hoje, costumam pensar mais em si próprios.”; “A área em que você trabalha, está cada vez mais concorrida.”

8. Radicalização do ponto de vista

Sempre, nunca, jamais, todos, ninguém, tudo, nada, etc.

9. Períodos muito

longos (prejudicam a clareza, a objetividade do texto)

“A clonagem humana é um processo evolutivo, que depende de nós para ser realizado, embora as causas sejam inevitáveis surgindo assim um superaumento da população, colocando no mundo um número maior de pessoas sofridas e desesperadas em busca de uma vida digna que o mundo não está tendo capacidades de oferecer a tantas pessoas.”

10. Ideias vagas

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“O pior ainda está por vir - o mundo que aguarde. Com tantos problemas que, por ordem natural dos fatos já constituem a vida diária de uma pessoa, vários outros passam despercebidos e são tão graves quanto.”

11. Vaticinações

“O futuro do jovem está comprometido. Ele não conseguirá se encaixar no mercado de trabalho.”

12. Receituário

“A sala de aula deve ser um lugar de respeito.”; “O jovem precisa ser responsável.”

Texto ilustrativo

A Vaguidão Específica

− Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte.

− Junto com as outras?

− Não ponha junto com as outras, não. Senão pode vir alguém e querer fazer coisa com elas. Ponha no lugar do outro dia.

− Sim senhora. Olha, o homem está aí.

− Aquele de quando choveu?

− Não, o que a senhora foi lá e falou com ele no domingo.

− Que é que você disse a ele?

− Eu disse pra ele continuar.

− Ele já começou?

− Acho que já. Eu disse que podia principiar por onde quisesse.

− É bom?

− Mais ou menos. O outro parece mais capaz.

− Você trouxe tudo pra cima?

− Não senhora, só trouxe as coisas. O resto não trouxe porque a senhora recomendou para deixar até a véspera.

− Mas traga, traga. Na ocasião nós descemos tudo de novo. É melhor, senão atravanca a entrada e ele reclama como na outra noite.

− Está bem, vou ver como.

--------------------------------- Provas de concursos -------------------------------

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PROVA 1

ANALISTA JUDICIÁRIO DO TRF - 3ª REGIÃO

O parto e o tapete

RIO DE JANEIRO - Big nem era minha, era de um cunhado. Naquele tempo eu ainda não gostava de cachorros, pagando por isso um preço que até hoje me maltrata. Mas, como ia dizendo, Big não era minha, mas estava para ter ninhada, e meu cunhado viajara.

De repente, Big procurou um canto e entrou naquilo que os entendidos chamam de "trabalho de parto". Alertado pela cozinheira, que entendia

mais do assunto, telefonei para o veterinário que era amigo do cunhado. Não o encontrei. Tive de apelar para uma emergência, expliquei a situação, 15 minutos depois veio um veterinário. Examinou Big, achou tudo bem, pediu um tapete.

Providenciei um, que estava desativado, tivera alguma nobreza, agora estava puído e desbotado. O veterinário deitou Big em cima, pediu uma cadeira e um café. Duas horas se passaram, Big teve nove filhotes e o veterinário me cobrou 90 mil cruzeiros, eram cruzeiros naquela época, e dez mil por filhote. Valiam mais − tive de admitir.

No dia seguinte, com a volta do cunhado, chamou-se o veterinário oficial. Quis informações sobre o colega que me atendera. Contei que ele se limitara a pedir um tapete e pusera Big em cima. Depois pedira um café e uma cadeira, cobrando-me 90 mil pelo trabalho.

O veterinário limitou-se a comentar: "Ótimo! Você teve sorte, chamou um bom profissional!". Como? A ciência que cuida do parto dos animais se limita a colocar um tapete em baixo?

"Exatamente. Se tivesse me encontrado, eu faria o mesmo e cobraria mais caro, moro longe".

Nem sei por que estou contando isso. Acho que tem alguma coisa a ver com a sucessão presidencial. Muitas especulações, um parto complicado, que requer veterinário e curiosos. Todos darão palpites, todos se esbofarão para colocar o tapete providencial que receberá o candidato ungido, que nascerá por circunstâncias que ninguém domina.

E todos cobrarão caro.

(Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 19-12-01)

|ESTUDO DO TEXTO |

| |

|O texto "O parto e o tapete" tem finalidade narrativa ou argumentativa? Por que? Retire uma passagem do texto que comprove sua |

|resposta. |

|_____________________________________________________________________ |

15

Page 16: Apostila de Textos

|

|

|________________________________________________________________________________________________________________________________|

|__________ |

| |

|A que se referem, no texto, os seguintes termos: |

| |

|isso (2ª linha): _________________________________________________________ |

|naquilo (5ª linha): ______________________________________________________ |

|que (6ª linha): _________________________________________________________ |

|assunto (7ª linha): ______________________________________________________ |

|o (7ª linha): ___________________________________________________________ |

|um (10ª linha): ________________________________________________________ |

|colega (16ª linha): ______________________________________________________ |

|ele (16ª linha): ________________________________________________________ |

|profissional (20ª linha): _________________________________________________ |

|o mesmo (22ª linha): ___________________________________________________ |

|isso (24ª linha): _______________________________________________________ |

|todos (26ª linha): ______________________________________________________

|

|que (27ª linha): ________________________________________________________ |

|que (27ª linha): ________________________________________________________ |

16

Page 17: Apostila de Textos

|que (27ª linha): ________________________________________________________ |

1) A associação entre o episódio narrado e a sucessão presidencial apóia-se:

no argumento de que dos dois nascerá algo de grande valia e importância.

na ideia de que, num e noutro caso, cumprem-se rituais que pouco interferem nos fatos, mas que têm alto preço.

no fato de que sempre se estendem tapetes aos líderes poderosos que estão por vir.

na suposição de que as emergências são iguais por mais diferentes que pareçam.

na constatação de que a sucessão requer o envolvimento de especialistas e muita precisão.

2) Observe as frases I e II, extraídas do texto: I. "Big nem era minha, era de um cunhado." II. "Big não era minha, mas estava para ter ninhada, e meu cunhado viajara." É correto dizer que o narrador

em I, sugere estar desobrigado em relação ao animal; em II, faz ressalva a essa desobrigação.

em I, afirma ser estranho ao animal; em II, reitera sua indiferença em relação a este.

em I, exprime desprezo pelo animal; em II, critica o cunhado que se ausentou, deixando Big aos cuidados de outrem.

em I, mostra-se longe de ter responsabilidade pelo animal; em II, invoca a responsabilidade do legítimo proprietário.

3) Ao afirmar "tive de admitir" (final do 3° parágrafo), o narrador dos fatos está indicando que

constatou a verdadeira importância do profissional que assistira Big, em seu trabalho de parto.

tomou consciência de que pagara mais do que valiam os filhotes de Big no mercado.

se curvou ao argumento empregado pelo veterinário para justificar o preço de seu serviço.

se estarreceu com o valor que um filhote pode atingir e com o preço que cobram os veterinários.

pagou pelos filhotes um preço justo, já que valiam mais do que dez mil cruzeiros.

4) "Se tivesse me encontrado, eu faria o mesmo e cobraria mais caro, moro longe."

O significado do

período acima está corretamente expresso em:

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Page 18: Apostila de Textos

Mesmo que tivesse me encontrado, eu faria o mesmo cobrando mais caro, portanto moro longe.

Caso tivesse me encontrado, eu faria o mesmo, mas cobraria mais caro, pois moro longe.

Embora tivesse me encontrado, eu faria o mesmo, porém cobrando mais caro; moro longe, pois.

Desde que tivesse me encontrado, eu faria o mesmo, pois cobraria mais caro, contanto que moro longe.

Salvo se tivesse me encontrado, eu faria o mesmo, porque cobraria mais caro, mesmo morando longe.

5) A palavra que expressa corretamente o significado de ungido, em... "colocar o tapete presidencial que receberá o candidato ungido"..., é

sacrificado

usurpado

surgido

proposto

sagrado

6) A frase que traz implícita a ideia de mudança de situação é:

A) Naquele tempo eu ainda não gostava de cachorros.

B) Nem sei por que estou contando isso.

C) Examinou Big, achou tudo bem, pediu um tapete.

D) Quis informações sobre o colega que me atendera.

E) Ótimo! Você teve sorte, chamou um bom profissional.

PROVA 2

OFICIAL DE JUSTIÇA - TJ/SP

Leia a charge para responder às questões de números 01 a 03.

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Page 19: Apostila de Textos

[pic]

01. Considerando-se o contexto apresentado na charge, é correto afirmar que

(A) se mostra a tecnologia estendida a todos os grupos da sociedade, que a utilizam bem, já que os usuários não subestimam seu potencial.

(B) se define o avanço tecnológico do país levando em consideração, principalmente, a política pública para o acesso a esse tipo de bem.

(C) se estabelece uma relação paradoxal entre os avanços obtidos na área tecnológica e as condições de vida a que está sujeita expressiva parcela da população.

(D) se pode entender como positiva a nova relação do homem com as máquinas, já que elas tiram expressiva parcela da população de condições aviltantes de vida.

(E) se veem a criticidade e o bom senso de grande parte da população menos favorecida para o uso adequado das novas tecnologias no cotidiano.

02. Levando-se em consideração a situação em que as personagens se encontram, é correto afirmar que a fala proferida por uma delas se marca pelo(a)

(A) entusiasmo.

(B) displicência.

(C) mau humor.

(D) ironia.

(E) redundância.

As questões de números 03 a 09

baseiam-se no TEXTO

ONU pede ampliação de programas sociais do Brasil

SÃO PAULO – Os programas adotados no governo federal ainda não são suficientes para lidar com problemas de desigualdade, reforma agrária, moradia, educação e trabalho escravo, informou ontem a Organização das Nações Unidas (ONU). Comitê da entidade pelos direitos econômicos e sociais pede uma revisão do Bolsa-Família, uma maior eficiência do programa e sua “universalização”. Por fim, constata: a cultura da violência e da impunidade reina no País.

A ONU sugere que o Brasil amplie o Bolsa-Família para camadas da população que não recebem os benefícios, incluindo os indígenas. E cobra a “revisão” dos mecanismos de

19

Page 20: Apostila de Textos

acompanhamento do programa para garantir acesso de todas as famílias pobres, aumentando ainda a renda distribuída.

Há duas semanas, o comitê sabatinou membros do governo em Genebra, na Suíça. O documento com as sugestões é resultado da avaliação dos peritos do comitê que inclui o exame de dados passados pelo governo e por cinco relatórios alternativos apresentados por organizações não-governamentais (ONGs).

Os peritos reconhecem os avanços no combate à pobreza, mas insistem que a injustiça social prevalece. Um dos pontos considerados como críticos é a diferença de expectativa de vida e de pobreza entre brancos e negros. A sugestão da ONU é que o governo tome medidas “mais focadas”. Na visão do órgão, a exclusão é decorrente da alta proporção de pessoas sem qualquer forma de segurança social, muitos por estarem no setor informal da economia.

(www.estadao.com.br/nacional/not_nac377078,0.htm. 26.05.2009. Adaptado)

| |

|ESTUDO DO TEXTO |

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|Tema: _______________________________________________________________ |

|Delimitação: __________________________________________________________

|

|Introdução: ___________________________________________________________ |

|2°§: _________________________________________________________________ |

|3°§: _________________________________________________________________ |

|Fechamento: __________________________________________________________ |

03. O texto do Estadão

(A) harmoniza-se com a charge, já que o relatório apresentado pela ONU aponta a existência da injustiça social no país.

(B) não mantém uma relação temática com a charge, pois enfoca a necessidade de revisão dos programas sociais.

(C) trata do mesmo assunto apresentado na charge, mostrando a superação dos problemas sociais mais graves e urgentes.

20

Page 21: Apostila de Textos

(D) ajusta-se à ideia expressa na charge de que os avanços tecnológicos trouxeram inúmeros benefícios aos menos favorecidos.

(E) discute a questão dos direitos econômicos e sociais, o que o distancia do assunto da charge, ou seja, a exclusão social.

04. De acordo com o texto, em relação aos programas adotados no governo federal para lidar com os problemas sociais, a ONU deixa evidente que eles

(A) se mostram arrojados.

(B) devem ser ampliados.

(C) não precisarão de melhorias.

(D) extinguiram as desigualdades.

(E) combatem eficazmente a pobreza.

05. No 1.º parágrafo do texto, o termo universalização aparece grafado entre aspas. Isso ocorre porque se pretende enfatizar que o benefício deve

(A) atingir a todas as pessoas que o solicitem, independentemente

de classe social.

(B) ser proporcionado a um contingente de pessoas que está fora da pobreza.

(C) estar na mira de pessoas incautas, que dele se beneficiam sem terem direito.

(D) ser, paulatinamente, oferecido a um número menor de pessoas dentro e fora do país.

(E) estender-se a todas as famílias pobres e a camadas da população excluídas de recebê-lo.

06. Com a frase – A sugestão da ONU é que o governo tome medidas “mais focadas”. – entende-se que as medidas devem ser

(A) diluídas.

(B) controladas.

(C) direcionadas.

(D)

competentes.

(E) amplas.

07. Segundo o texto, para a ONU

21

Page 22: Apostila de Textos

(A) a falta de segurança social é uma das causas da exclusão social.

(B) é desejável que os pobres optem pelo setor informal da economia.

(C) o Bolsa-Família deveria restringir-se aos grupos indígenas.

(D) o combate à pobreza eliminou a desigualdade social.

(E) é inquestionável a eficácia de programas como o Bolsa-Família.

Leia a charge para responder às questões de números 8 e 9.

[pic]

(Jornal da Manhã, SC, 05.12.2008)

08. Os dois personagens

(A) revelam-se apreensivos com o fim iminente das diferenças sociais.

(B) concebem as diferenças sociais como um mal social necessário.

(C) expressam-se com entusiasmo em relação ao fim das diferenças sociais.

(D) não acreditam que as diferenças sociais se extinguirão, na realidade.

(E) externam diferentes pontos de vista acerca do fim das diferenças sociais.

09. Analise as afirmações.

I. No contexto, o emprego da construção verbal está caminhando indica uma ação contínua, em processo.

II. Sem prejuízo de sentido, a construção verbal está caminhando pode ser substituída por estaria caminhando.

III. A construção verbal vai ficar confere ao texto uma perspectiva de tempo futuro, podendo ser substituída por ficará.

Está correto apenas o que se afirma em

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Page 23: Apostila de Textos

(A) I.

(B) II.

(C) III.

(D) I e II.

(E) I e III.

As questões de números 10 a 15 baseiam-se no texto a seguir:

Um tango para lá de desafinado

Uma imagem, uma constatação, uma estatística e uma frase resumem o estado das coisas na Argentina. A imagem: pedreiros acrescentando mais um andar às lajes das favelas de Buenos Aires. Enquanto a atividade da construção civil em geral está em queda, as precárias villas portenhas não param de crescer – na falta de espaço, para cima. A constatação: a quantidade cada vez maior de galões de água expostos sobre carros estacionados, principalmente na periferia da capital argentina. Este é o sinal convencionado pelos proprietários para anunciar que seus veículos usados estão à venda. Mais automóveis enfeitados com galões, mais pessoas com necessidade urgente de dinheiro. A estatística: a mortalidade

infantil na província de Buenos Aires subiu 8% em 2007. Tudo isso dá a ideia de que algo vai muito mal na Argentina. A população da capital que vive em moradias irregulares aumentou 30% nos últimos dois anos. Três em cada quatro argentinos dizem não ganhar o suficiente para cobrir os gastos diários. E, no mesmo ano em que o PIB da Argentina cresceu incríveis 8,7%, o mais básico dos indicadores sociais só piorou na principal província do país. Favelas em expansão, renda relativa em baixa e bebês morrendo – no mínimo, o governo deveria estar reconsiderando suas políticas econômicas e sociais. A presidente argentina diz que não é o caso. Formulada por Cristina Kirchner em um comício da campanha para as eleições legislativas do próximo domingo, eis a frase: “Encontramos o caminho e devemos segui-lo e aprofundá-lo”.

(Veja, 24.06.2009)

| |

|ESTUDO DO TEXTO |

| |

|1. Qual a tese central do texto? |

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Page 24: Apostila de Textos

|_____________________________________________________________________ |

|2. Explique de que modo os seguintes elementos reforçam essa tese: |

|- imagem: ____________________________________________________________ |

|_____________________________________________________________________ |

|- constatação: _________________________________________________________ |

|_____________________________________________________________________ |

|- estatística: ___________________________________________________________

|

|_____________________________________________________________________ |

|- frase: _______________________________________________________________ |

|_____________________________________________________________________ |

10. De acordo com o texto, a imagem, a constatação e a estatística

(A) apresentam um cenário pouco alentador da vida argentina.

(B) corroboram o sucesso vivenciado com o crescimento do PIB.

(C) são bastante contraditórios e, por isso, pouco confiáveis.

(D) traçam um quadro de confiança no governo de Cristina Kirchner.

(E) ilustram a frase formulada pela presidente Cristina Kirchner.

11. Na frase – E, no mesmo ano em que o PIB da Argentina cresceu incríveis 8,7%, o mais básico dos indicadores sociais só piorou na principal província do país. – a relação entre o crescimento do PIB e o mais básico dos indicadores sociais revela

(A) uma perspectiva otimista para a economia e a vida social do país.

(B) a possibilidade de a população progredir mesmo com a economia estagnada.

(C) um caos social que vem sendo combatido sem ônus à população carente.

(D) uma contradição flagrante entre a economia e as condições de vida no país.

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Page 25: Apostila de Textos

(E) o apoio do povo à economia do país, sem abrir mão das regalias sociais.

12. De acordo com o ponto de vista do autor,

(A) a estabilidade do governo de Cristina Kirchner implica manutenção de sua política.

(B) seria prudente que o governo de Cristina Kirchner revisasse aspectos da política econômica e social.

(C) a resolução dos problemas sociais é o foco da política de Cristina Kirchner.

(D) a situação da Argentina, ainda que difícil, é bem conduzida por Cristina Kirchner.

(E) Cristina Kirchner mudou consideravelmente, para melhor, a vida na Argentina.

13. No contexto, o termo tango, no título do texto, deve ser entendido como

(A) a política praticada por Cristina Kirchner.

(B) a preocupação excessiva do país com a música.

(C) a estabilização dos indicadores sociais argentinos.

(D) a campanha para as eleições legislativas.

(E)

a política almejada pelo povo argentino.

14. A expressão Tudo isso, em destaque no texto, refere-se

(A) à quantidade de automóveis postos à venda na capital argentina.

(B) ao índice de 8% de mortalidade infantil vivenciado no país.

(C) aos problemas do país, citados anteriormente no parágrafo.

(D) ao estado das coisas na Argentina, tomados numa perspectiva positiva.

(E) aos dados auspiciosos da economia argentina, previamente apontados.

15. O sentido expresso pelo prefixo na palavra desafinado, no título do texto, também está presente na palavra destacada em:

(A) Eles teriam de cooperar com a nova administração do prédio.

(B) Trabalhou tanto e não salvou o documento, por isso o refez.

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Page 26: Apostila de Textos

(C) No subtítulo do texto, havia uma palavra que não conhecia.

(D) Ele era incapaz de resolver um problema com agilidade.

(E) Era preciso esfriar o leite antes de acrescentar-lhe o café.

PROVA 3

ASSISTENTE TÉCNICO DE PLENÁRIO - TCT/RJ

Trabalho e aventura

Nas formas de vida coletiva podem assinalar-se dois princípios que se combatem e regulam diversamente as atividades dos homens. Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do aventureiro e do trabalhador. Já nas sociedades rudimentares manisfestam-se eles, segundo sua predominância, na distinção fundamental entre os povos caçadores ou coletores e os povos lavradores. Para uns, o objeto final, a mira de todo esforço, o ponto de chegada, assume relevância tão capital, que chega a dispensar, por secundários, quase supérfluos, todos os processos intermediários. Seu ideal será colher o fruto sem plantar a árvore.

Esse tipo humano ignora as fronteiras. No mundo tudo se apresenta a ele em generosa amplitude e onde quer que se erija um obstáculo a seus propósitos ambiciosos, sabe transformar esse obstáculo em trampolim. Vive dos espaços ilimitados, dos projetos vastos, dos horizontes distantes.

O trabalhador, ao contrário, é aquele que enxerga primeiro a dificuldade a vencer, não o triunfo a alcançar. O esforço lento, pouco compensador e persistente, que, no entanto, mede todas as possibilidades de desperdício e sabe tirar o máximo proveito do insignificante, tem sentido bem nítido para ele. Seu campo visual é naturalmente restrito. A parte maior do que o

todo.

Existe uma ética do trabalho, como existe uma ética da aventura. Assim, o indivíduo do tipo trabalhador só atribuirá valor moral positivo às ações que sente ânimo de praticar e, inversamente, terá por imorais e detestáveis as qualidades próprias do aventureiro – audácia, imprevidência, irresponsabilidade, instabilidade, vagabundagem – tudo, enfim, quanto se relacione com a concepção espaçosa do mundo, característica desse tipo.

Por outro lado, as energias e esforços que se dirigem a uma recompensa imediata são enaltecidos pelos aventureiros; as energias que visam à estabilidade, à paz, à segurança pessoal e os esforços sem perspectiva de rápido proveito material passam, ao contrário, por viciosos e desprezíveis para eles. Nada lhes parece mais estúpido e mesquinho do que o ideal do trabalhador.

Entre esses dois tipos não há, em verdade, tanto uma oposição absoluta, como uma incompreensão radical. Ambos participam, em maior ou menor grau, de múltiplas combinações e é claro que, em estado puro, nem o aventureiro, nem o trabalhador, possuem existência real fora do mundo das ideias. Mas também não há dúvida que os dois conceitos nos ajudam a situar e a melhor ordenar nosso conhecimento dos homens e dos conjuntos sociais. E é precisamente nessa extensão superindividual, que eles assumem importância inestimável para o estudo da formação e evolução das sociedades.

|ESTUDO DO TEXTO |

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Page 27: Apostila de Textos

| |

|1. A divisão dos parágrafos foi feita ao acaso ou obedece a alguma organização temática? |

|________________________________________________________________________________________________________________________________|

|__________ |

| |

|2. Sintetize, em tópicos, o assunto de cada parágrafo.

|

|1°§: _________________________________________________________________ |

|2°§: _________________________________________________________________ |

|3°§: _________________________________________________________________ |

|4°§: _________________________________________________________________ |

|5°§: _________________________________________________________________ |

|6°§: _________________________________________________________________ |

| |

|3. Faça um breve resumo do texto. |

|________________________________________________________________________________________________________________________________|

|________________________________________________________________________________________________________________________________|

|________________________________________________________________________________________________________________________________|

|________________________________________________________________________________________________________________________________|

|________________________________________ |

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Page 28: Apostila de Textos

1) A respeito dos povos caçadores e dos povos lavradores, pode-se afirmar que:

os caçadores esforçam-se mais do que os lavradores.

os lavradores têm vida mais dura que os caçadores.

lavradores e caçadores, ambos são do mesmo tipo.

os caçadores integram o tipo do aventureiro.

2) Das afirmativas abaixo, aquela que está em consonância com o texto 2 é:

O trabalhador apresenta desmotivação para o triunfo.

A vagabundagem é prova da falta de caráter do aventureiro.

O

trabalhador desenvolve sua atividade num contexto espacial limitado.

A paz, a segurança e a estabilidade são valores absolutamente relevantes para o aventureiro.

3) Levando em conta o perfil traçado pelo texto 2 para os tipos do aventureiro e do trabalhador, pode-se afirmar que os navegantes ibéricos que conquistaram a América encarnam o tipo:

trabalhador, pois a expansão marítima visava o aumento de produtividade agrícola para o Velho Mundo.

aventureiro, pois tinham absoluto controle da situação em sua empreitada.

aventureiro, pois caracterizava-se a busca dos "horizontes distantes".

trabalhador, pois souberam dar desenvolvimento às terras conquistadas.

4) De acordo com o texto 2, só não se pode afirmar que:

a audácia e a imprevidência caracterizam o aventureiro.

a concepção espaçosa do mundo é típica do aventureiro.

os lavradores só existiram nas sociedades rudimentares.

o trabalhador não é afeito aos constantes deslocamentos e ao proveito material imediato.

5) "Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do aventureiro e do trabalhador."

Em cada alternativa abaixo, redigiu-se uma frase em continuação a esse trecho do texto 2. A alternativa cuja redação não está de acordo com o significado do texto é:

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Page 29: Apostila de Textos

Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do aventureiro e do trabalhador. Se tem aquele visão espaçosa do mundo, esse caracteriza-se pelo campo visual restrito.

Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do aventureiro e do trabalhador. Deste lado, o objeto final é o fator relevante; daquele, apenas fruto do esforço pessoal.

Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do aventureiro e do trabalhador. Enquanto uns empenham-se nos projetos vastos, outros tiram o máximo proveito do insignificante.

Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do aventureiro e do trabalhador. Se é cabível afirmar que, quanto ao primeiro, o ânimo é de romper barreiras, quanto ao segundo há que registrar-se a previdência e a responsabilidade.

6) Ao afirmar que "existe uma ética do trabalho, como existe uma ética da aventura", o autor do texto 2 pretende afirmar que:

ambos, aventureiro e trabalhador, integram-se numa comunhão ética.

tanto na aventura quanto no trabalho erigem-se princípios

e normas de conduta.

o que o trabalhador mais valoriza vai ao encontro do que o aventureiro preconiza.

os princípios éticos do trabalho estão em consonância com as normas de comportamento do aventureiro.

PROVA 4

ADVOGADO - CASA DA MOEDA DO BRASIL

A moda terminal

Já declararam o fim da memória, da escrita, da pintura, da fotografia, do teatro, do rádio, das ferrovias, da História e já anunciaram até que o mundo ia se acabar. Todos os que previram esses desfechos chegaram ao fim antes. Agora, a moda é decretar que o jornalismo está terminando (e o livro também). Citam importantes jornais do mundo como alguns dos veículos com sérias dificuldades financeiras. Reconheço que há argumentos respeitáveis e indícios preocupantes. Mas vamos relativizar o pânico. No Brasil, por exemplo, nos dois últimos anos, a circulação dos diários cresceu. Em 2007, enquanto a expansão mundial não passou de 2,5%, aqui foi de 11,8%.

Desconfio muito das antecipações feitas por um mundo que não conseguiu prever nem a crise econômica atual. Além do mais, nunca uma nova tecnologia de comunicação eliminou a anterior. Com o advento da escrita – para citar a primeira dessas transformações – acreditava-se que, por desuso, a memória iria desaparecer. Dispondo de um suporte mecânico para registrar suas experiências, o homem não usaria mais a cabeça. Para que decorar, se era possível guardar tudo em forma de letrinhas? (a última especulação no gênero é a de que o Google vai tornar inúteis arquivos e bibliotecas).

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Page 30: Apostila de Textos

Antes se dizia que a “civilização visual” (a TV) iria abolir a “civilização verbal”. Uma imagem vale mais que mil palavras, repetia-se, esquecendo-se de que só se diz isso com palavras. Agora se afirma, veja a ironia, que a Internet veio salvar a escrita que a TV estava matando. De fato, nunca se escreveu tanto quanto hoje, pelo menos em e-mails. A onipresença desse universo on-line passou então a funcionar como uma espécie de pá de cal sobre o jornal. Só que a Internet ainda precisa da confirmação e do endosso do “impresso”, de seu prestígio e credibilidade. Os blogueiros sérios que me perdoem, mas a rede não é confiável (ainda bem, para Veríssimo e Jabor, pelo que costumam atribuir a eles ali). Uma vez, um site noticiou que

eu tinha morrido. Houve controvérsia, mas eu só não morri mesmo porque a notícia não saiu nos jornais.

Por tudo isso, é provável que, em vez de extermínio, haja convergência e convivência de mídias, como já está ocorrendo. Muitos dos blogs e sites mais influentes estão hospedados em jornais e revistas.

VENTURA, Zuenir. O Globo – 14 fev. 2009. (com adaptações)

|ESTUDO DO TEXTO |

| |

|Identifique no texto o tópico frasal de cada parágrafo, e os elementos-chave do seu desenvolvimento: |

| |

|1º§) tópico frasal: _____________________________________________________ |

|____________________________________________________________________ |

|desenvolvimento: ______________________________________________________ |

|_____________________________________________________________________ |

|2º§) tópico frasal: _____________________________________________________ |

|____________________________________________________________________ |

|desenvolvimento: ______________________________________________________ |

|_____________________________________________________________________ |

|3º§) tópico frasal: _____________________________________________________ |

|____________________________________________________________________ |

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Page 31: Apostila de Textos

|desenvolvimento: ______________________________________________________

|

|_____________________________________________________________________ |

|4º§) tópico frasal: _____________________________________________________ |

|____________________________________________________________________ |

|desenvolvimento: ______________________________________________________ |

|_____________________________________________________________________ |

| |

|Vamos desenvolver um parágrafo argumentativo. Para tanto, defina: |

|a) proposição: _______________________________________________________ |

|b) concordância parcial (escolha o argumento oposto que lhe parecer mais forte): |

|_____________________________________________________________________ |

|c) refutação: __________________________________________________________ |

|d)conclusão: __________________________________________________________ |

|________________________________________________________________________________________________________________________________|

|________________________________________________________________________________________________________________________________|

|_________________________________________________________________________________________ |

|_____________________________________________________________________ |

|_____________________________________________________________________

|

|_____________________________________________________________________ |

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Page 32: Apostila de Textos

1) O início do 1° parágrafo deixa claro que a moda de que fala o cronista é um tema

(A) inédito.

(B) inusitado.

(C) recorrente.

(D) contraditório.

(E) irreverente.

2) Pelas previsões citadas no 2o parágrafo do texto, estaria reservado à memória, aos arquivos e às bibliotecas um destino comum: tornarem-se

(A) relevantes.

(B) obsoletos.

(C) inatingíveis.

(D) vulneráveis.

(E) apócrifos.

3) "Uma vez, um site noticiou que eu tinha morrido. Houve controvérsia, mas eu só não morri mesmo porque a notícia não saiu nos jornais.” Da passagem acima, depreende-se que

(A) são verdadeiras apenas as notícias publicadas nos jornais.

(B) jornais e Internet competem entre si pelo furo jornalístico.

(C) não foi questionada a veracidade da notícia divulgada no site.

(D) os jornais sérios teriam confirmado a notícia antes de publicá-la.

(E) boatos sobre pessoas famosas só encontram guarida na Internet.

4) Considere as afirmações.

I – Para o cronista é impossível a coexistência de duas tecnologias da comunicação.

II – Dificuldades financeiras e onipresença do universo on-line constituem ameaças à vida dos jornais.

III – Falta à Internet a credibilidade e a confiabilidade do jornal impresso.

É(São) verdadeira(s) APENAS a(s) afirmação(ões)

32

Page 33: Apostila de Textos

(A) I.

(B) II.

(C) III.

(D) I e II.

(E) II e III.

5) De acordo com o texto, a Internet seria duplamente responsável:

(A) pelo renascimento da “civilização visual” e pelo desaparecimento da memória.

(B) pelo desaparecimento da memória e pelo resgate da “civilização verbal”.

(C) pelo resgate da memória e pela morte da “civilização visual”.

(D) pelo resgate da “civilização visual” e pela salvação do jornal.

(E) pelo resgate da “civilização verbal” e pela extinção do jornal.

PROVA 5

ANALISTA JUDICIÁRIO - TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SERGIPE

Reciclando ideias

Muitas pessoas, especialmente nos domínios dos negócios e da ciência, dedicam-se à inovação. Pensam, lecionam e escrevem sobre as maneiras pelas quais se pode estimular,

medir e gerir a inovação. Como e por que a inovação acontece? - perguntam. Por que existem lugares e momentos históricos mais favoráveis que outros à inovação? Florença, durante o Renascimento, serve como exemplo; ou a Inglaterra nos estágios iniciais da Revolução Industrial, quando surgiram as máquinas têxteis e a locomotiva a vapor; ou o Vale do Silício (Califórnia, EUA), na década de 70, plataforma de tantos avanços na eletrônica e na informática... Algumas pessoas acreditam que a inovação possa ser encorajada por meio da criação de centros de pesquisa, outras, por meio da meditação, sessão de discussão ou até mesmo softwares que facilitariam a geração de ideias... Mas o que, exatamente, é inovação?

Suspeito que a visão da era do romantismo continue a prevalecer até hoje. De acordo com ela, a inovação é o trabalho de um gênio solitário, muitas vezes um professor distraído, que carrega uma ideia brilhante na cabeça - aquilo que meu tio, um físico que trabalhava no setor industrial, costumava chamar de “onda cerebral”. Caso de Isaac Newton, por exemplo, que supostamente descobriu a gravidade quando uma maçã caiu em sua cabeça. No entanto, existe uma visão alternativa da inovação, da qual compartilho. De acordo com essa visão, a inovação é gradual, em lugar de súbita, e coletiva, em vez de individual. Não existe uma oposição acentuada entre tradição e inovação. É possível até mesmo identificar tradições de inovação, sustentadas ao longo de décadas, como no caso do Vale do Silício, ou de séculos, como nos campos da pintura e da escultura durante a Renascença florentina. Por isso, em vez da metáfora da “onda cerebral”, talvez fosse mais esclarecedor usar como metáfora a reciclagem, o reaproveitamento ou o uso improvisado de materiais.

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Page 34: Apostila de Textos

O caso da tecnologia serve como exemplo. Na metade do século XV, Gutenberg inventou a máquina de impressão. No entanto, prensas estavam em uso na produção de vinho havia muito tempo. A brilhante ideia de Gutenberg representou uma adaptação da prensa de vinho a uma nova função.

(Adaptado de Peter Burke, Folha de S. Paulo, 24/05/2009.

Trad. de Paulo Migliacci)

|ESTUDO DO TEXTO

|

| |

|Observe que o texto acima desenvolve seu argumento a partir da seguinte estrutura: |

|1° parágrafo de desenvolvimento: causa da proposição |

|2° parágrafo de desenvolvimento: contraste |

|Conclusão: retomada |

| |

|Tese central: __________________________________________________________ |

| |

|- Sustentação (+): ______________________________________________________ |

|________________________________________________________________________________________________________________________________|

|__________ |

|- Concessão: (-) _______________________________________________________ |

|____________________________________________________________________ |

|____________________________________________________________________ |

|- Fechamento: _________________________________________________________ |

|_____________________________________________________________________ |

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Page 35: Apostila de Textos

1) O conceito de inovação, tal como é aceito e exposto pelo autor do texto, está intimamente associado

(A) à genialidade

pessoal de quem se predispõe a criar.

(B) à justa acepção que lhe atribuíram os românticos.

(C) à ruptura que a autêntica criação estabelece com o passado.

(D) a uma escalada criativa direcionada pela tradição.

(E) a um conjunto aleatório de procedimentos improvisados.

2) Atente para as seguintes afirmações:

I. Os casos de Florença e do Vale do Silício exemplificam o fato de que as inovações ocorrem por efeito da “onda cerebral”.

II. Há espaços históricos e geográficos em que ocorrem inovações encadeadas, constituindo elas mesmas uma peculiar tradição.

III. As inovações obtidas ao longo da Revolução Industrial deveram-se a centros de pesquisa voltados para a descoberta de materiais.

Em relação ao texto, está correto APENAS o que se afirma em

(A) I.

(B) II.

(C) III.

(D) I e II.

(E) II e III.

3) O que caracteriza, basicamente, a perspectiva romântica que ainda prevalece quando se fala em inovação é o

(A) esforço coletivo do empreendimento inovador.

(B) tributo que o moderno sempre deve pagar ao antigo.

(C) caráter de improviso de toda ação renovadora.

(D) transporte da solução de um problema para a de

outro.

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Page 36: Apostila de Textos

(E) mérito individual de uma criação isolada.

4) (...) a inovação é gradual, em lugar de súbita, e coletiva, em vez de individual.

Na construção dessa frase, o autor tirou proveito

(A) da homonímia que ocorre entre gradual e individual.

(B) da paronímia estabelecida por coletiva e individual.

(C) de dois pares de palavras de sentidos contrastantes.

(D) de dois pares de palavras de sentidos equivalentes.

(E) da paronímia que ocorre entre gradual e súbita.

5) O caso referido no último parágrafo do texto exemplifica

(A) um novo direcionamento funcional.

(B) um atributo da "onda cerebral".

(C) a oposição entre tradição e inovação.

(D) a iluminação de um gênio solitário.

(E) a visão romântica da operação inventiva.

6) Na frase É possível até mesmo identificar tradições de inovação, sustentadas ao longo de décadas (3o parágrafo), o elemento sublinhado pode ser substituído, sem prejuízo para a correção e o sentido do contexto, por:

(A) Ainda assim, é possível identificar.

(B) Conquanto seja possível identificar.

(C) É possível, inclusive, identificar.

(D)

É possível, apesar disso, identificar.

(E) Não obstante, é possível identificar.

7) Está clara e correta a redação do seguinte comentário sobre o texto:

(A) Peter Burke não compartilha com a tese que os românticos viam o fenômeno da invenção como um atributo de apenas gênios isolados.

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Page 37: Apostila de Textos

(B) Na visão de um historiador, não há feito isolado, como invenção absoluta, que independessem de outros fatos concorrentes a ela.

(C) Embora aparentemente se oponha quanto ao sentido, tradição e invenção se mesclam como um fator de progresso extremamente inventivo.

(D) Não há dúvida quanto a períodos históricos aonde ocorra especial desenvolvimento inventivo, sejam nas artes, sejam na tecnologia.

(E) Faz parte do senso comum acreditar, ainda hoje, que toda e qualquer grande invenção decorre do talento pessoal de um gênio.

9) Suspeito que a visão da era do romantismo continue a prevalecer até hoje.

Uma outra redação correta, de sentido equivalente, para a frase acima, poderia ser:

(A) Imagino de que a visão romântica subsiste mesmo em nossos dias.

(B) Desconfio que a perspectiva romântica siga sendo a predominante.

(C) Desconfio que a visada romântica perdure tanto quanto sempre foi.

(D) Imagino que a perspectiva romântica atue cada vez mais majoritariamente.

(E) Desconfio de que visão romântica fique sendo bem mais representativa.

PROVA 6

DELEGADO DE POLÍCIA - POLÍCIA CIVIL/RO

Uma definição de felicidade

Todas as profissões têm sua visão do que é felicidade. Já li um economista defini-la como ganhar 20 000 dólares por ano, nem mais nem menos. Para os monges budistas, felicidade é a busca do desapego. Autores de livros de autoajuda definem felicidade como “estar bem consigo mesmo”, “fazer o que se gosta” ou “ter coragem de sonhar alto”. O conceito de felicidade que uso em meu dia a dia é difícil de explicar num artigo curto. Eu o aprendi nos livros de Edward De Bono, Mihaly Csikszentmihalyi e de outros nessa linha. A ideia é mais ou menos esta: todos nós temos desejos, ambições e desafios que podem ser definidos como o mundo que você quer abraçar.

Ser rico, ser famoso, acabar com a miséria do mundo, casar-se com um príncipe encantado, jogar futebol, e assim por diante. Até aí, tudo bem. Imagine

seus desejos como um balão inflável e que você está dentro dele. Você sempre poderá ser mais ou menos ambicioso inflando ou desinflando esse balão enorme que será seu mundo possível. É o mundo que você ainda não sabe dominar. Agora imagine um outro balão inflável dentro do seu mundo possível, e portanto bem menor, que representa a sua base. É o mundo que você já domina, que maneja de olhos fechados, graças aos seus conhecimentos, seu QI

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Page 38: Apostila de Textos

emocional e sua experiência. Felicidade nessa analogia seria a distância entre esses dois balões – o balão que você pretende dominar e o que você domina. Se a distância entre os dois balões for excessiva, você ficará frustrado, ansioso, mal-humorado e estressado. Se a distância for mínima, você ficará tranquilo, calmo, mas logo entediado e sem espaço para crescer. Ser feliz é achar a distância certa entre o que se tem e o que se quer ter.

O primeiro passo é definir corretamente o tamanho de seu sonho, o tamanho de sua ambição. Essa história de que tudo é possível se você somente almejar alto é pura balela. Todos nós temos limitações e devemos sonhar de acordo com elas. Querer ser presidente da República é um sonho que você pode almejar quando virar governador ou senador, mas não no início da carreira. O segundo passo é saber exatamente seu nível de competências, sem arrogância nem enganos, tão comuns entre os intelectuais. O terceiro é encontrar o ponto de equilíbrio entre esses dois mundos. Saber administrar a distância entre seus desejos e suas competências é o grande segredo da vida. Escolha uma distância nem exagerada demais, nem tacanha demais. Se sua ambição não for acompanhada da devida competência, você se frustrará. Esse é o erro de todos os jovens idealistas que querem mudar o mundo com o que aprenderam no primeiro ano de faculdade. Curiosamente, à medida que a distância entre seus sonhos e suas competências diminui pelo seu próprio sucesso, surge frustração, e não felicidade.

Quantos gerentes depois de promovidos sofrem de famosa “fossa do bem-sucedido”, tão conhecida por administradores de recursos humanos? Quantos executivos bem-sucedidos são infelizes justamente porque “chegaram lá”? Pessoas pouco ambiciosas que procuram um emprego garantido logo ficam entediadas, estacionadas,

frustradas e não terão a prometida felicidade. Essa definição explica por que a felicidade é tão efêmera. Ela é um processo, e não um lugar onde finalmente se faz nada. Fazer nada no paraíso não traz felicidade, apesar de ser o sonho de tantos brasileiros. Felicidade é uma desconfortável tensão entre suas ambições e competências.

Se você estiver estressado, tente primeiro esvaziar seu balão de ambições para algo mais realista. Delegue, abra mão de algumas atribuições, diga não. Ou então encha mais seu balão de competências estudando, observando e aprendendo com os outros, todos os dias. Os velhos acham que é um fracasso abrir mão do espaço conquistado. Por isso, recusam ceder poder ou atribuições e acabam infelizes. Reduzir suas ambições à medida que você envelhece não é nenhuma derrota pessoal. Felicidade não é um estado alcançável, um nirvana, mas uma distância contínua. É chegar lá, e não estar lá como muitos erroneamente pensam. Seja ambicioso dentro dos limites, estude e observe sempre, amplie seus sonhos quando puder, reduza suas ambições quando as circunstâncias exigirem. Mantenha sempre uma meta a alcançar em todas as etapas da vida e você será muito feliz.

Stephen Kanitz, Revista Veja, 22 de junho de 2005

|ESTUDO DO TEXTO |

| |

|1) juízo de valor: |

|Argumento ___________________________________________________________ |

|Desenvolvimento do argumento ___________________________________________ |

|____________________________________________________________________ |

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Page 39: Apostila de Textos

|2) juízo de fato: |

|Exemplificação/ilustração _______________________________________________

|

|_____________________________________________________________________ |

|3) fechamento _________________________________________________________ |

|_____________________________________________________________________ |

| |

|E para você? O que é felicidade? Desenvolva um argumento, seguido de um exemplo. |

|_____________________________________________________________________ |

|________________________________________________________________________________________________________________________________|

|_______________________________________________________________________________ |

|________________________________________________________________________________________________________________________________|

|__________ |

1. O teor da mensagem, acrescido da concentração de verbos no modo imperativo, confere ao texto o tom de:

A) didática. D) conselho.

B) pedido. E) exigência.

C) alerta.

2. Segundo o autor do artigo, a felicidade está em ser:

A) magnânimo. D) paciente.

B) desafiado. E) onipresente.

C) competente.

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Page 40: Apostila de Textos

3. Assinale a opção em que Stephen Kanitz apresenta sua definição de felicidade.

A) “O conceito de felicidade que uso em meu dia a dia é difícil de explicar num artigo curto.”

B) “Autores de livros de autoajuda definem felicidade como ‘estar bem consigo mesmo’, ‘fazer o que se gosta’ ou ‘ter coragem de sonhar alto’.”

C) “O primeiro passo é definir corretamente o tamanho de seu sonho, o tamanho de sua ambição.”

D) “Já li um economista defini-la como ganhar 20 000 dólares por

ano, nem mais nem menos.”

E) “Ser feliz é achar a distância certa entre o que se tem e o que se quer ter.”

4. “Fazer nada no paraíso não traz felicidade, apesar de ser o sonho de tantos brasileiros.” Neste trecho, segundo Kanitz, o brasileiro:

A) está equivocado sobre como alcançar felicidade.

B) faz parte de um pequeno grupo seleto e feliz.

C) não tem controle sobre seus sonhos.

D) apesar de indolente, esforça-se para alcançar sucesso.

E) não consegue discernir sonho e realidade.

5. Um texto oficial, além de seguir as regras gramaticais, requer um tom mais formal, repudiando a linguagem coloquial. Qual dos trechos abaixo é escrito numa linguagem que NÃO poderia constar de um texto desse tipo?

A) “A ideia é mais ou menos esta: todos nós temos desejos, ambições e desafios que podem ser definidos como o mundo que você quer abraçar.”

B) “Curiosamente, à medida que a distância entre seus sonhos e suas competências diminui pelo seu próprio sucesso, surge frustração, e não felicidade.”

C) “O segundo passo é saber exatamente seu nível de competências, sem arrogância nem enganos, tão comuns entre os intelectuais.”

D) “Saber administrar a distância entre seus desejos e suas competências é o grande segredo da vida.”

E) “O primeiro passo é definir corretamente o tamanho de seu sonho, o tamanho de sua ambição.”

6. Em “Quantos executivos bem-sucedidos são infelizes justamente porque 'chegaram lá'?”, o termo entre aspas pode ser substituído, sem alteração de sentido, por:

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Page 41: Apostila de Textos

A) mostraram-se realistas.

B) planejaram o sucesso.

C) almejaram seus sonhos.

D) alcançaram seus objetivos.

E) foram suficientemente ambiciosos.

PROVA 7

OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR/RJ

A liberdade e o consumo

Quantos morreram pela liberdade de sua pátria? Quantos foram presos ou espancados pela liberdade de dizer o que pensam? Quantos lutaram pela libertação dos escravos?

No plano intelectual, o tema da liberdade ocupa as melhores cabeças, desde Platão e Sócrates, passando por Santo Agostinho, Spinoza, Locke, Hobbes, Hegel, Kant, Stuart Mill, Tolstoi e muitos outros. Como conciliar a liberdade com a inevitável ação restritiva do Estado? Como as liberdades essenciais se transformam em direitos do cidadão? Essas questões

puseram em choque os melhores neurônios da filosofia, mas não foram as únicas a galvanizar controvérsias.

Mas vivemos hoje em uma sociedade em que a maioria já não sofre agressões a essas liberdades tão vitais, cuja conquista ou reconquista desencadeou descomunais energias físicas e intelectuais. Nosso apetite pela liberdade se aburguesou. Foi atraído (corrompido?) pelas tentações da sociedade de consumo.

O que é percebido como liberdade para um pacato cidadão contemporâneo que vota, fala o que quer, vive sob o manto da lei (ainda que capenga) e tem direito de mover-se livremente?

O primeiro templo da liberdade burguesa é o supermercado. Em que pesem as angustiantes restrições do contracheque, são as prateleiras abundantemente supridas que satisfazem a liberdade do consumo (não faz muitas décadas, nas prateleiras dos nossos armazéns ora faltava manteiga, ora leite, ora feijão). Não houve ideal comunista que resistisse às tentações do supermercado. Logo depois da queda do Muro de Berlim, comer uma banana virou ícone da liberdade no Leste Europeu.

A segunda liberdade moderna é o transporte próprio. BMW ou bicicleta, o que conta é a sensação de poder sentar-se ao veículo e resolver em que direção partir. Podemos até não ir a lugar algum, mas é gostoso saber que há um veículo parado à porta, concedendo permanentemente a liberdade de ir, seja aonde for. Alguém já disse que a Vespa e a Lambretta tiraram o fervor revolucionário que poderia ter levado a Itália ao comunismo.

A terceira liberdade é a televisão. É a janela para o mundo. É a liberdade de escolher os canais (restritos em países totalitários), de ver um programa imbecil ou um jogo, ou estar tão perto das notícias quanto um presidente da República - que nos momentos dramáticos pode assistir às mesmas cenas pela CNN. É estar próximo de reis, heróis, criminosos, superatletas ou cafajestes metamorfoseados em apresentadores de TV.

Uma “liberdade” recente é o telefone celular. É o gostinho todo especial de ser capaz de falar com qualquer pessoa, em qualquer momento, onde quer que se esteja. Importante? Para

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Page 42: Apostila de Textos

algumas pessoas, é uma revolução no cotidiano e na profissão. Para outras, é apenas o prazer de saber que a distância não mais cerceia a comunicação, por

boba que seja.

Há ainda uma última liberdade, mais nova, ainda elitizada: a internet e o correio eletrônico. É um correio sem as peripécias e demoras do carteiro, instantâneo, sem remorsos pelo tamanho da mensagem (que se dane o destinatário do nosso attachment megabáitico) e que está a nosso dispor, onde quer que estejamos. E acoplado a ele vem a web, com sua cacofonia de informações, excessivas e desencontradas, onde se compra e vende, consomem-se filosofia e pornografia, arte e empulhação.

Causa certo desconforto intelectual ver substituídas por objetos de consumo as discussões filosóficas sobre liberdade e o heroísmo dos atos que levaram à sua preservação em múltiplos domínios da existência humana. Mas assim é a nossa natureza, só nos preocupamos com o que não temos ou com o que está ameaçado. Se há um consolo nisso, ele está no saber que a preeminência de nossas liberdades consumistas marca a vitória de havermos conquistado as outras liberdades, mais vitais. Mas, infelizmente, deleitar-se com a alienação do consumismo está fora do horizonte de muitos. E, se o filósofo Joãosinho Trinta tem razão, não é por desdenhar os luxos, mas por não poder desfrutá-los.

Cláudio de Moura Castro

Veja 1712, 8/8/01

|ESTUDO DO TEXTO |

| |

|1) juízo de valor: |

|Argumento ___________________________________________________________ |

|Desenvolvimento do argumento ___________________________________________ |

|____________________________________________________________________ |

|2) juízos de fato: |

|________________________________________________________________________________________________________________________________|

|________________________________________________________________________________________________________________________________|

|________________________________________________________________________________________________________________________________|

|________________________________________________________________________________________________________________________________|

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Page 43: Apostila de Textos

|________________________________________________________________________________________________________________________________|

|__________________________________________________

|

| |

|Escreva um email para o autor, Cláudio de Moura Castro, concordando ou descordando com a opinião emitida no texto "A liberdade e|

|o consumo". |

| |

|Caro Cláudio Castro, |

|li seu artigo "A liberdade e o consumo" na revista Veja, e ______________________ |

|com a sua opinião sobre a liberdade. Para mim, ______________________________ |

| |

|________________________________________________________________________________________________________________________________|

|______________________________________________________________________________. |

|Um exemplo disso é ____________________________________________________ |

|________________________________________________________________________________________________________________________________|

|______________________________________________________________________________.

|

|É certo que ___________________________________________________________ |

|____________________________________________________________________, |

|mas ________________________________________________________________ |

|____________________________________________________________________. |

|Por esse motivo, concluo que _____________________________________________ |

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Page 44: Apostila de Textos

|________________________________________________________________________________________________________________________________|

|_________. |

|Atenciosamente, |

|_______________________________________ |

01 - O primeiro parágrafo do texto apresenta:

(A) uma série de perguntas que são respondidas no desenrolar do texto;

(B) uma estrutura que procura destacar os itens básicos do tema discutido no texto;

(C) um questionamento que pretende despertar o interesse do leitor pelas respostas;

(D) um conjunto de perguntas retóricas, ou seja, que não necessitam de respostas;

(E) umas questões que pretendem realçar o valor histórico de alguns heróis nacionais.

02 - Nos itens abaixo, o emprego da conjunção OU (em maiúsculas) só tem nítido valor alternativo em:

(A) “Quantos foram presos OU espancados pela liberdade de dizer o que pensam?”;

(B) “A segunda liberdade moderna é o transporte próprio, BMW OU bicicleta...”;

(C) “...de ver um programa imbecil ou um jogo, OU estar tão perto das notícias...”;

(D) “...só nos preocupamos com o que não temos OU com o que está ameaçado.”;

(E) “É estar

próximo de reis, heróis, criminosos, superatletas OU cafajestes...”.

03 - O item abaixo que indica corretamente o significado da palavra em maiúsculas no texto é:

(A) “...mas não foram as únicas a GALVANIZAR controvérsias.” – discutir;

(B) “...comer uma banana virou um ÍCONE da liberdade no Leste europeu.”- fantasia;

(C) “...consomem-se filosofia e pornografia, arte e EMPULHAÇÃO.”; grosseria;

(D) “...cafajestes METAMORFOSEADOS em apresentadores de TV.” – desfigurados;

(E) “...que a distância não mais CERCEIA a comunicação...”- impede.

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Page 45: Apostila de Textos

04 - “Como conciliar a liberdade com a inevitável ação restritiva do Estado?”; nesse segmento do texto, o articulista afirma que:

(A) o Estado age obrigatoriamente contra a liberdade;

(B) é impossível haver liberdade e governo ditatorial;

(C) ainda não se chegou a unir os cidadãos e o governo;

(D) cidadãos e governo devem trabalhar juntos pela liberdade;

(E) o Estado é o responsável pela liberdade da população.

05 - “O primeiro templo da liberdade burguesa é o supermercado. Em que pesem as angustiantes restrições do contracheque, são as prateleiras abundantemente supridas que satisfazem a liberdade do consumo...”; o segmento sublinhado corresponde semanticamente a:

(A) as despesas do supermercado são muito pesadas no orçamento doméstico;

(B) os salários não permitem que se compre tudo o que se deseja;

(C) as limitações de crédito impedem que se compre o necessário;

(D) a inflação prejudica o acesso da população aos bens de consumo;

(E) a satisfação de comprar só é permitida após o recebimento do salário.

06 - “Não houve ideal comunista que resistisse às tentações do supermercado”.; com esse segmento do texto o autor quer dizer que:

(A) todo ideal comunista se opõe aos ideais capitalistas;

(B) a ideologia comunista sofre pressões por parte dos consumidores;

(C) os supermercados socialistas são menos variados que os do mundo capitalista;

(D) o ideal comunista ainda resiste à procura desenfreada por bens de consumo;

(E) as tentações do supermercado abalaram as estruturas capitalistas.

07 - “É a liberdade de escolher os canais (restritos em países totalitários),...”; o segmento sublinhado significa que:

(A) nos países totalitários a censura

impede o acesso à programação capitalista;

(B) o número de canais disponíveis é bem menor do que nos países não-totalitários;

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Page 46: Apostila de Textos

(C) a televisão, nos países totalitários, é bem de que só poucos dispõem;

(D) nos países totalitários todos os canais são do sistema de TV a cabo;

(E) nos países totalitários, a TV não sofre censura governamental.

08 - “...consomem-se filosofia e pornografia, arte e empulhação.”; a forma abaixo que modifica o sentido desse segmento do texto é:

(A) filosofia e pornografia, arte e empulhação são consumidas;

(B) consomem-se não só filosofia e pornografia, como também arte e empulhação;

(C) consome-se filosofia e pornografia, arte e empulhação;

(D) consomem-se filosofia, pornografia, arte e empulhação;

(E) filosofia e pornografia são consumidas como arte e empulhação.

09 - “Essas questões puseram em choque os melhores neurônios da filosofia...”; esse segmento significa que:

(A) os maiores filósofos se opuseram nas discussões sobre liberdade;

(B) a liberdade e o consumo sempre foi motivo de discussão entre filósofos;

(C) as questões citadas foram motivo de muitas preocupações filosóficas;

(D) os filósofos brigaram entre si por causa da liberdade de consumo;

(E) as perguntas sobre liberdade foram respondidas pelos melhores filósofos.

10 - O item em que NÃO está presente uma crítica do jornalista é:

(A) “Foi atraído (corrompido?) pelas tentações da sociedade de consumo.”;

(B) “...vive sob o manto da lei (ainda que capenga)...”;

(C) “...de ver um programa imbecil ou um jogo,...”;

(D) “...consomem-se filosofia e pornografia, arte e empulhação.”;

(E) “O primeiro templo da sociedade burguesa é o supermercado,...”.

11 - “O que é percebido como liberdade para um pacato cidadão contemporâneo que vota, fala o que quer, vive sob o manto da lei (ainda que capenga) e tem o direito de mover-se livremente?”; segundo o texto, a resposta abaixo que é INADEQUADA é:

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Page 47: Apostila de Textos

(A) a liberdade de consumo;

(B) a liberdade de movimento;

(C) a liberdade de comunicação;

(D) a liberdade política;

(E) a liberdade religiosa.

12 - O item em que o autor do texto NÃO faz crítica direta ou indireta aos regimes não-democráticos é:

(A) “Não houve ideal comunista que resistisse às tentações

do supermercado.”;

(B) “Logo depois da queda do Muro de Berlim, comer uma banana virou um ícone da liberdade no Leste Europeu.”;

(C) “Alguém já disse que a Vespa e a Lambretta tiraram o fervor revolucionário que poderia ter levado a Itália ao comunismo.”;

(D) “Como conciliar a liberdade com a inevitável ação restritiva do Estado? Como as liberdades essenciais se transformam em direitos do cidadão?”;

(E) “É a liberdade de escolher os canais (restritos em países totalitários), ...”.

13 - “Mas, infelizmente, deleitar-se com a alienação do consumismo está fora do horizonte de muitos.”; o comentário adequado a esse segmento do texto é:

(A) “infelizmente” revela uma opinião do jornalista sobre o enunciado no segmento do texto;

(B) o consumismo é visto como fonte de alienação;

(C) muitos desejam ser consumistas, mas não podem sê-lo;

(D) o consumismo é também produtor de prazer para muitos;

(E) os “muitos” a que se refere o texto são os que vivem em regimes não-capitalistas.

PROVA 8

INSPETOR DE POLÍCIA - FAEPOL/RJ

Drogas: a mídia está dentro

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Page 48: Apostila de Textos

Há poucos dias, assistindo a um desses debates universitários que a gente pensa que não vão dar em nada, ouvi um raciocínio que não me saiu mais da cabeça. Ouvi-o de um professor – um professor brilhante, é bom que se diga. Ele se saía muito bem, tecendo considerações críticas sobre o provão. Aliás, o debate era sobre o provão, mas isso não vem ao caso. O que me interessou foi um comentário marginal que ele fez – e o exemplo que escolheu para ilustrar seu comentário. Primeiro, ele disse que a publicidade não pode tudo, ou melhor, que nem todas as atitudes humanas são ditadas pela propaganda. Sim, a tese é óbvia, ninguém discorda disso, mas o mais interessante veio depois. Para corroborar sua constatação, o professor lembrou que muita gente cheira cocaína e, no entanto, não há propaganda de cocaína na TV. Qual a conclusão lógica? Isso mesmo: nem todo hábito de consumo é ditado pela publicidade.

A favor da mesma tese, poderíamos dizer que, muitas vezes, a publicidade tenta e não consegue mudar os hábitos do público. Inúmeros esforços publicitários não resultam em nada. Continuemos no campo das substâncias ilícitas. Existem insistentes campanhas antidrogas nos

meios de comunicação, algumas um tanto soporíferas, outras mais terroristas, e todas fracassam. Moral da história? Nem que seja para consumir produtos químicos ilegais, ainda somos minimamente livres diante do poder da mídia. Temos alguma autonomia para formar nossas decisões.

Tudo certo? Creio que não. Concordo que a mídia não pode tudo, concordo que as pessoas conseguem guardar alguma independência em sua relação com a publicidade, mas acho que o professor cometeu duas impropriedades: anunciou uma tese fácil demais e, para demonstrá-la, escolheu um exemplo ingênuo demais. Embora não vejamos um comercial promovendo explicitamente o consumo de cocaína, ou de maconha, ou de heroína, ou de crack, a verdade é que os meios de comunicação nos bombardeiam, durante 24 horas por dia, com a propaganda não de drogas, mas do efeito das drogas. A publicidade, nesse sentido, não refreia, mas reforça o desejo pelo efeito das drogas. Por favor, não se pode culpar os publicitários por isso – eles, assim

como todo mundo, não sabem o que fazem.

(Eugênio Bucci)

|ESTUDO DO TEXTO |

| |

|Assunto: _____________________________________________________________ |

|Delimitação:__________________________________________________________ |

|Antítese:_____________________________________________________________ |

|____________________________________________________________________ |

|Tese: ________________________________________________________________ |

|_____________________________________________________________________ |

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Page 49: Apostila de Textos

|

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|Transcreva um trecho que deixa clara a tese: _________________________________ |

|_____________________________________________________________________ |

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|Argumentos a favor da mídia | Argumentos contra a mídia |

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|A partir dos argumentos analisados, teça um comentário crítico sobre o texto lido. Combata e desenvolva ao menos um argumento |

|contra sua tese e outro a favor dela, respectivamente. |

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Page 50: Apostila de Textos

|________________________________________________________________________________________________________________________________|

|________________________________________________________________________________________________________________________________|

|_________________________________________________________________________________________ |

|________________________________________________________________________________________________________________________________|

|_______________________________________________________________________________ |

|________________________________________________________________________________________________________________________________|

|________________________________________________________________________________________________________________________________|

|____________________ |

1. DROGAS: A MÍDIA ESTÁ DENTRO; com esse título o autor:

a) condena a mídia por sua participação na difusão do consumo de drogas;

b) mostra que a mídia se envolve, de algum modo, com o tema das drogas;

c) faz um jogo de palavras, denunciando o incentivo ao consumo

de drogas pela mídia;

d) demonstra a utilidade da mídia em campanhas antidrogas;

e) indica que a mídia é bastante conhecedora do tema das drogas.

2. “Há poucos dias, assistindo a um desses debates universitários...”; se desenvolvermos a forma do gerúndio assistindo de forma adequada ao texto, teremos:

a) depois de assistir; c) enquanto assistia; e) porque assisti.

b) assim que assisti; d) logo que assisti;

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Page 51: Apostila de Textos

3. “Ele se saía muito bem tecendo considerações críticas sobre o provão,...”; o gerúndio tecendo mostra uma ação:

a) que antecede a do verbo da oração anterior;

b) posterior à do verbo da oração anterior;

c) que é a conseqüência da ação da oração anterior;

d) simultânea à do verbo da oração anterior;

e) que mostra oposição à ação da oração anterior.

4. A expressão destacada que tem seu significado corretamente expresso é:

a) “...que a gente pensa que não vão dar em nada.” – que não vão chegar a ser publicados;

b) “...ouvi um raciocínio que não me saiu mais da cabeça.” – que me deixou com dor de cabeça;

c) “...o debate era sobre o provão, mas isso não vem ao caso.” –tem pouca importância;

d) “...um professor brilhante, é bom que se diga.” – é importante destacar isso;

e) “Ele se saía muito bem...” – ele desviava do assunto principal.

5. “O que me interessou foi um comentário marginal...”; o vocábulo destacado significa:

a) subliminar; c) anormal; e) paralelo.

b) maldoso; d) desprezível;

6. “O que me interessou foi um comentário marginal que ele fez – e o exemplo que escolheu para ilustrar seu comentário.”; a forma menos adequada de reescrevermos o texto acima, respeitando-se o sentido original, é:

a) Interessou-me um comentário marginal que ele fez – e o exemplo escolhido para ilustrar seu comentário;

b) Interessaram-me não só um comentário marginal que ele fez, como também o exemplo que escolheu para a ilustração de seu comentário;

c) O que me interessou foram um comentário marginal (que ele fez) e o exemplo (que escolheu para ilustrar seu comentário);

d) Um comentário marginal que ele fez e o exemplo que escolheu para ilustrar seu comentário foi o que me

interessou;

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Page 52: Apostila de Textos

e) Um comentário marginal feito por ele e o exemplo escolhido para a ilustração de seu comentário foi o que me interessou.

PROVA 9

ANALISTA JUDICIÁRIO - TRE

Os coitadinhos

SÃO PAULO - Anestesiada e derrotada, a sociedade nem está percebendo a enorme inversão de valores em curso. Parece aceitar como normal que um grupo de criminosos estenda faixas pela cidade e nelas fale de paz.

Que paz? Não foram esses mesmos adoráveis senhores que decapitaram ou mandaram decapitar seus próprios companheiros de comunidade durante as recentes rebeliões?

A sociedade ouve em silêncio o juiz titular da Vara de Execuções Penais, Otávio Augusto Barros Filho, dizer que não vai resolver nada a transferência e isolamento dos líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital ou Partido do Crime).

Digamos que não resolva. Qual é a alternativa oferecida pelo juiz? Libertá-los todos? Devolvê-los aos presídios dos quais gerenciam livremente seus negócios e determinam quem deve viver e quem deve morrer?

Vamos, por um momento que seja, cair na real: os presos, por mais hediondos que tenham sido seus crimes, merecem, sim, tratamento digno e humano. Mas não merecem um micrograma que seja de privilégios, entre eles o de determinar onde cada um deles fica preso.

Há um coro, embora surdo, que tenta retratar criminosos como coitadinhos, vítimas do sistema. Calma lá. Coitadinhos e vítimas do sistema, aqui, são os milhões de brasileiros que sobrevivem com salários obscenamente baixos (ou sem salário algum) e, não obstante, mantêm-se teimosamente honestos.

Coitadinhos e vítimas de um sistema ineficiente, aqui, são os parentes dos abatidos pela violência, condenados à prisão perpétua que é a dor pela perda de alguém querido, ao passo que o criminoso não fica mais que 30 anos na cadeia.

Parafraseando Millôr Fernandes: ou restaure-se a dignidade para todos, principalmente para os coitadinhos de verdade, ou nos rendamos de uma vez à Crime Incorporation.

(Clóvis Rossi - Folha de São Paulo, 25/02/01)

|ESTUDO DO TEXTO |

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|Assunto: _____________________________________________________________ |

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Page 53: Apostila de Textos

|Delimitação:__________________________________________________________ |

|Tese: ________________________________________________________________ |

|_____________________________________________________________________ |

|Transcreva um trecho que deixa clara a tese: _________________________________ |

|_____________________________________________________________________ |

|Antítese:_____________________________________________________________ |

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|Argumentos a favor da vitimização | Argumentos contra a vitimização |

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Page 54: Apostila de Textos

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|A partir dos argumentos analisados, teça um comentário crítico sobre o texto lido. Combata e desenvolva ao menos um argumento |

|contra sua tese e outro a favor dela, respectivamente. |

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Page 55: Apostila de Textos

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1) O texto foi elaborado a propósito das rebeliões de presos nas prisões paulistas no mês de fevereiro de

2001; a melhor explicação para a escolha do título os coitadinhos é:

a) a referência ambígua aos presos e às pessoas que sofrem pela ineficiência do sistema;

b) a alusão às pessoas vítimas de salários baixos e teimosamente honestas;

c) a existência de presos que, por orquestração surda, são tidos como vítimas do sistema;

d) o fato de algumas pessoas padecerem eternamente pela perda de entes queridos;

e) a referência aos presos que sofrem maus-tratos nas prisões brasileiras.

2) No início do texto, o jornalista fala de uma sociedade "anestesiada e derrotada"; o segmento do texto que melhor demonstra a derrota de nossa sociedade é:

a) "Há um coro, embora surdo, que tenta retratar criminosos como coitadinhos, vítimas do sistema";

b) "A sociedade ouve em silêncio o juiz titular da Vara de Execuções Penais, Otávio Augusto Barros Filho, dizer que não vai resolver nada a transferência e isolamento dos líderes...";

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Page 56: Apostila de Textos

c) "...os presos, por mais hediondos que tenham sido seus crimes, merecem, sim, tratamento digno e humano.";

d) "Mas não merecem um micrograma que seja de privilégios, entre eles o de determinar onde cada um deles fica preso.";

e) "Coitadinhos e vítimas de um sistema ineficiente, aqui, são os parentes dos abatidos pela violência...".

3) "Parafraseando Millôr Fernandes: ou restaure-se a dignidade para todos, principalmente para os coitadinhos de verdade, ou nos rendamos de uma vez à Crime Incorporation"; o comentário correto a respeito deste último parágrafo do texto é:

a) uma paráfrase corresponde ao desenvolvimento das ideias de alguém, modificando-se levemente as ideias originais;

b) com o pronome todos o texto quer referir-se àqueles que, de fato, sofrem de verdade: os de baixos salários, os desempregados e os que perderam entes queridos;

c) a segunda ocorrência da conjunção ou, neste segmento, tem valor de adição;

d) o fato de a organização criminosa receber nome inglês é de cunho irônico;

e) para Millôr Fernandes, segundo o que foi parafraseado no texto, a dignidade deve ser restaurada somente para os coitadinhos de verdade.

4) "...merecem, sim, tratamento digno e humano."; o uso do vocábulo sim significa que:

a) se trata de uma verdade universalmente aceita;

b) o jornalista

quer confirmar o que dizem os presos;

c) o artigo escrito apresenta certo tom irônico;

d) o jornalista afirma algo que pode receber opiniões opostas;

e) nem todos os presos são bem tratados nas prisões brasileiras.

5) "Digamos que não resolva."; em termos argumentativos, o segmento anterior indica:

a) uma hipótese sobre fato futuro sobre a qual o texto contra-argumenta;

b) uma inferência segura sobre fatos previsíveis que o jornalista condena;

c) um argumento do juiz, condenado provisoriamente pelo jornalista;

d) um argumento com o qual o jornalista pretende dar razão ao juiz;

e) um pensamento negativista e comum entre os membros de uma sociedade derrotada.

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Page 57: Apostila de Textos

6) "... os presos, por mais hediondos que tenham sido seus crimes, merecem, sim, tratamento digno e humano. Mas não merecem um micrograma que seja de privilégios, entre eles o de determinar onde cada um deles fica preso."; nesse segmento do texto há uma série de vocábulos que se referem a elementos anteriores. O item em que a correspondência entre os dois NÃO está perfeita é:

a) "...por mais hediondos QUE tenham sido..." - seus crimes;

b) "...entre ELES..." - privilégios;

c) "...O de determinar..." - privilégio;

d) "...um micrograma QUE seja..." - micrograma;

e) "...o de determinar onde cada um DELES..." - presos.

PROVA 10

AUXILIAR JUDICIÁRIO DO TRT - 9ª REGIÃO

País do futuro

Rio de Janeiro - Lembra-se de quando o Brasil era o país do futuro?

Primeiro foi um gigante adormecido ("em berço esplêndido"), que um dia iria acordar e botar pra quebrar.

Depois tornou-se o país do futuro, um futuro de riqueza, justiça social e bem-aventurança.

Eram tempos, aqueles, de postergar tudo o que não podia ser realizado no presente. A dureza do regime militar deixava poucas brechas para que se ousasse fazer alguma coisa que não fosse aquilo já previsto, planejado, ordenado pelos generais no poder.

Só restava então aguardar o futuro, que nunca chegava (mais uma vez vale lembrar: foram 21 anos de regime autoritário).

O pior é que, mesmo depois de redemocratizado o país, a coisa continuou e continua meio encalacrada, com muitos sonhos tendo de ser adiados a cada dia, a cada nova dificuldade. Com a globalização, temos que encarar (e temer)

até as crises que ocorrem do outro lado do mundo.

Todavia há que se aguardar o futuro com otimismo, e alguma razão para isso existe.

Dados de uma pesquisa elaborada pela Secretaria de Planejamento do governo de São Paulo revelam que o Brasil chegará ao próximo século, que está logo ali na esquina, com o maior contingente de jovens de sua história.

Conforme os dados da pesquisa, somente na faixa dos 20 aos 24 anos serão quase 16 milhões de indivíduos no ano 2000.

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Page 58: Apostila de Textos

Com esses dados, o usual seria prever o agravamento da situação do mercado de trabalho, já tão difícil para essa faixa de idade, e de problemas como a criminalidade em geral e o tráfico e o uso de drogas em particular.

Mas por que não inverter a mão e acreditar, ainda que forçando um pouco a barra, que essa massa de novas cabeças pensantes simboliza a chegada de tal futuro? Quem sabe sairá do acúmulo de energia renovada dessa geração a solução de problemas que apenas se perpetuaram no fracasso das anteriores?

Nada mal começar um milênio novinho em folha com o viço, a ousadia e o otimismo dos que têm 20 anos.

(Luiz Caversan - Folha de São Paulo, 28.11.98)

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|ESTUDO DO TEXTO |

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|Tese ________________________________________________________________ |

|Antítese ______________________________________________________________ |

|_____________________________________________________________________ |

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|Argumentos a favor do otimismo Argumentos contra o otimismo |

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|Vamos desenvolver um parágrafo argumentativo. Para tanto, defina: |

|a) proposição: _______________________________________________________ |

|b) concordância parcial (escolha o argumento oposto que lhe parecer mais forte): |

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Page 59: Apostila de Textos

|_____________________________________________________________________ |

|c) refutação: __________________________________________________________ |

|d)conclusão: __________________________________________________________ |

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|_________________________________________________________________________________________ |

|_____________________________________________________________________

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Page 60: Apostila de Textos

1) Encontra apoio no texto a afirmação contida na opção:

A existência de 16 milhões de jovens brasileiros no ano 2000 constituirá um problema insolúvel.

Com a população jovem brasileira na casa dos 16 milhões, só se pode esperar o pior.

Não se pode pensar de forma otimista em relação ao próximo século.

Pode-se pensar positivamente em relação ao nosso futuro, apesar de alguns problemas.

Pode-se pensar de forma positiva sobre nosso futuro a partir da previsão do agravamento do desemprego.

2) A ideia de futuro vem representada no texto por uma sequência de conceitos. A opção que indica essa sequência é:

expectativa - gigantismo - idealização - otimismo

otimismo - expectativa - idealização - gigantismo

gigantismo - otimismo - idealização - expectativa

expectativa - idealização - otimismo - gigantismo

gigantismo - idealização - expectativa - otimismo

3) A linguagem coloquial empregada no texto pode ser exemplificada pela expressão:

"em berço explêndido"

C) bem-aventurança E) somente na faixa

B) botar pra quebrar D) dados de uma pesquisa

4) Postergar significa:

polemizar C) manifestar E) incentivar

preterir D) difundir

5) Em "o maior contingente de jovens de sua história", o substantivo "jovens", embora masculino, refere-se tanto aos rapazes quanto às moças. É comum, porém, que na distinção de gêneros haja referência a conteúdos distintos. Nas alternativas abaixo, a dupla de substantivos cuja diferença de gêneros NÃO corresponde a uma diferença de significados é:

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Page 61: Apostila de Textos

novos cabeças - novas cabeças

vários personagens - várias personagens

outro guia - outra guia

o faixa preta - a faixa preta

algum capital - alguma capital

6) Em "... começar um milênio novinho em folha com o viço, a ousadia e o otimismo dos que têm 20 anos", a parte sublinhada é substituível, sem mudança do significado, por:

a juventude, a audácia D) a criatividade, a coragem

a competência, a imaginação E) a imaginação, o destemor

a criatividade, a perseverança

PROVA 11

OFICIAL DE JUSTIÇA - TJ/PI

Abstrações

“Deus não joga dados com o Universo”, disse Einstein, para nos assegurar que existe um plano por trás de, literalmente, tudo, e que o comportamento da matéria é lógico e previsível. A física quântica depois revelou que a matéria é mais maluca do que Einstein pensava e que o acaso rege o Universo mais do que gostaríamos de imaginar. Mas fiquemos com a palavra do velho. Deus não é um jogador, o Universo não está aí para Ele jogar contra a sorte e contra Ele mesmo. Já os semideuses que controlam o capital especulativo do planeta Terra jogam com economias inteiras e podem destruir países com um lance de dados, ou uma ordem de seus computadores, em segundos.

Às vezes eles têm uma cara, e até opiniões, mas quase sempre são operadores anônimos, todos com 28 anos, e um poder sobre as nossas vidas que o Deus de Einstein invejaria. Deus, afinal, é sempre o ponto supremo de uma cosmogonia organizada, não importa qual seja a religião. Todas as igrejas têm metafísicas antigas e hierarquizadas. Todos os deuses podem tudo, mas dentro das expectativas

e das tradições de seus respectivos credos. Até a onipotência tem limites.

A metafísica dos operadores das bolsas de valores, dos deuses de 28 anos, é inédita. Não tem passado nem convenções. É a destilação final de uma abstração, a do capital desassociado de qualquer coisa palpável, até do próprio dinheiro. Como o dinheiro já era a representação da representação de um valor aleatório, o capital transformado em impulso eletrônico é uma abstração nos limites do nada – e é ela que rege as nossas economias e, portanto, as nossas vidas. E quem pensava ter liberado o mundo de um ideal inútil, o de sociedades regidas por abstrações como igualdade e solidariedade, se vê prisioneiro do invisível, de um sopro que ninguém controla, da maior abstração de todas.

(Adaptado de Luis Fernando Veríssimo, O mundo é bárbaro)

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Page 62: Apostila de Textos

|ESTUDO DO TEXTO |

| |

|No texto Abstrações, Veríssimo fundamenta seu argumento por meio do desenvolvimento de uma analogia. Vamos tentar compreendê-la |

|melhor, destrinchando as passagens em que ela aparece: |

| |

|“ 'Deus não joga dados com o Universo' ” |

|_____________________________________________________________________ |

|"Deus não é um jogador, o Universo não está aí para Ele jogar contra a sorte e contra Ele mesmo." |

|_____________________________________________________________________ |

|_____________________________________________________________________ |

|"Já os semideuses que controlam o capital especulativo do planeta Terra jogam com economias

inteiras [...]" |

|_____________________________________________________________________ |

|_____________________________________________________________________ |

|"eles têm [...] um poder sobre as nossas vidas que o Deus de Einstein invejaria" |

|_____________________________________________________________________ |

|_____________________________________________________________________ |

|"A metafísica dos operadores das bolsas de valores, dos deuses de 28 anos, é inédita." |

|_____________________________________________________________________ |

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Page 63: Apostila de Textos

|_____________________________________________________________________ |

| |

|Desenvolva agora um parágrafo argumentativo sobre o mesmo tema − o poder ilimitado do capital especulativo − utilizando uma |

|analogia diferente daquela explorada por Veríssimo. |

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|Sugestões |

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|• Partida de futebol (regras, juiz, técnico, jogadores, resultado, lanterna, bola, ...) |

|• Monarquia (rei, súditos, bobo da corte, despotismo, decreto, coroa, cetro, ...) |

|• Tecnologia (robôs, humanos, máquinas, programação, automatismo, Matrix, ...)

|

|• Marionetes (bonecos, controle, vontade, performance, teatro, atuação, máscara, ...) |

|• Animais (macaco, águia, cão, instinto, adestramento, ordem, comando, selva, ...) |

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Page 64: Apostila de Textos

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1. A frase de Einstein, citada pelo autor na abertura do texto, contrapõe-se à ideia de que

(A) as religiões materializam metafísicas antigas e bem organizadas.

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Page 65: Apostila de Textos

(B) os princípios de igualdade e solidariedade estão fora do mundo material.

(C) a matéria é regida por princípios lógicos e inteiramente previsíveis.

(D) o comportamento da matéria é regido por forças ocultas e aleatórias.

(E) a dinâmica da matéria sempre supõe uma relação de causa e efeito.

2. Atente para as seguintes afirmações:

I. O sentido da frase de Einstein é exemplificado no texto pelo comportamento típico dos operadores das bolsas de valores.

II. Da manipulação de capital nas bolsas, caracterizada pela abstração, advêm profundos efeitos sobre todos nós.

III. Ao contrário da metafísica das religiões, a conduta dos operadores das bolsas não tem por base uma cosmogonia antiga e organizada.

Em relação ao texto está correto APENAS o que se afirma em

(A) I. (D) I e II.

(B) II. (E) II e III.

(C) III.

3. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em:

(A) a matéria é mais maluca do que Einstein pensava (1o parágrafo) = nem Einstein sabia que a matéria também não joga dados.

(B) destilação final de uma abstração

(3o parágrafo) = reversão última da imaterialidade.

(C) uma cosmogonia organizada (2o parágrafo) = uma ordem arbitrária do cosmos.

(D) fiquemos com a palavra do velho (1o parágrafo) = acolhamos a assertiva de Einstein.

(E) se vê prisioneiro do invisível (3o parágrafo) = torna-se refém de sua própria abstração.

4. O segmento que, no contexto, NÃO revela a perspectiva irônica característica do autor é:

(A) (...) Já os semideuses que controlam o capital especulativo do planeta Terra (...) (1o parágrafo)

(B) Às vezes eles têm uma cara, e até opiniões (...) (2o parágrafo)

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Page 66: Apostila de Textos

(C) Todas as igrejas têm metafísicas antigas e hierarquizadas. (2o parágrafo)

(D) (...) um poder (...) que o Deus de Einstein invejaria. (2o parágrafo)

(E) (...) são operadores anônimos, todos com 28 anos (...) (2o parágrafo)

5. A afirmação de que o capital transformado em impulso eletrônico é uma abstração nos limites do nada (3o parágrafo) encontra justificativa no fato de que

(A) as operações financeiras especulativas não dispõem de lastro reconhecível.

(B) os jovens operadores das bolsas são pragmáticos e desdenham o acaso.

(C) os agentes econômicos superestimam os lucros do setor produtivo.

(D) os modernos operadores seguem à risca a referida frase de Einstein.

(E) as abstrações econômicas baseiam-se nos mesmos princípios das religiões.

6. Considerando-se o contexto, o elemento sublinhado está empregado com o sentido dos elementos destacados entre parênteses em:

(A) existe um plano por trás de, literalmente, tudo (praticamente, relativamente)

(B) Já os semideuses que controlam o capital especulativo (agora mesmo, por ora)

(C) Deus, afinal, é sempre o ponto supremo de uma cosmogonia organizada (por conseguinte, destarte)

(D) capital desassociado de qualquer coisa palpável (adveniente, desmembrado)

(E) até do próprio dinheiro (inclusive, mesmo)

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[1] Retirado e adaptado de Comunicação em Prosa Moderna, de Othon M. Garcia.

[2] Retirado e adaptado de: http://www.graudez.com.br/redacao/coesao.html

∗ Material sugerido pela profª Patrícia Neves. Exercícios 3 e 4 extraídos de: http://loucospormatematicaunibh.blogspot.com/2008/09/2.html

[3] Retirado e adaptado de Comunicação em Prosa Moderna, de Othon M. Garcia.

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Page 67: Apostila de Textos

Citar Este Trabalho

APA

(2012, 09). Apostila De Leitura e Produção De Textos. TrabalhosFeitos.com. Retirado 09, 2012, de http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Apostila-De-Leitura-e-Produ%C3%A7%C3%A3o-De/353071.html

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