apostila de metodologia científica

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CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE MACEIÓ (CESMAC) FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS (FACET) APOSTILA DE APOSTILA DE APOSTILA DE APOSTILA DE METODOLOGIA METODOLOGIA METODOLOGIA METODOLOGIA C C C C IENTÍFICA IENTÍFICA IENTÍFICA IENTÍFICA Professora: ftÇwÜt ` ftÇwÜt ` ftÇwÜt ` ftÇwÜt `öÜv|t wx fÉâét VtÜàtåÉ Üv|t wx fÉâét VtÜàtåÉ Üv|t wx fÉâét VtÜàtåÉ Üv|t wx fÉâét VtÜàtåÉ [email protected] Maceió/AL Agosto/2009 O MÉTODO O MÉTODO O MÉTODO O MÉTODO CIENTÍFICO CIENTÍFICO CIENTÍFICO CIENTÍFICO

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Page 1: Apostila de Metodologia Científica

CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE MACEIÓ (CESMAC) FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS (FACET)

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Maceió/AL Agosto/2009

O MÉTODO O MÉTODO O MÉTODO O MÉTODO

CIENTÍFICOCIENTÍFICOCIENTÍFICOCIENTÍFICO

Page 2: Apostila de Metodologia Científica

Apostila elaborada pela Professora Sandra Márcia de Souza Cartaxo - versão Agosto/2009 Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET)

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SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ..................................................................... 5 2 A METODOLOGIA CIENTÍFICA E A UNIVERSIDADE ....... ........................... 6 3 A COMUNICAÇÃO GLOBAL - MÉTODOS E ESTRATÉGIAS DE E STUDO E APRENDIZAGEM ....................................................................................................

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3.1 A LEITURA ............................................................................................................. 10 3.1.1 O que é ler? .......................................................................................................... 10 3.1.2 Alcance da leitura: ............................................................................................... 10 3.1.3 Tirando proveito da Leitura ............................................................................... 11 3.1.4 Recomendações: ................................................................................................... 12 4 A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO ........................................................... 17 4.1 TIPOS DE CONHECIMENTO ................................................................................ 18 4.1.1 Conhecimento Empírico, ou vulgar, ou senso comum ..................................... 18 4.1.2 Conhecimento Filosófico ..................................................................................... 19 4.1.3 Conhecimento Teológico ..................................................................................... 20 4.1.4 Conhecimento Científico ..................................................................................... 20 5 SISTEMATIZAÇÃO DO ESTUDO ......................................................................... 23 5.1 ESQUEMA ............................................................................................................... 23 5.2 RESUMO .................................................................................................................. 24 5.2.1 Resumo Indicativo ............................................................................................... 24 5.2.2 Resumo Informativo ............................................................................................ 25 5.2.3 Resumo Crítico ..................................................................................................... 25 5.3 FICHAMENTO ........................................................................................................ 27 5.4 SEMINÁRIO ............................................................................................................ 28 5.4.1 Tarefas em Grupo ................................................................................................ 29 5.4.2 Tarefas Individuais .............................................................................................. 29 5.5 ARTIGO CIENTÍFICO ............................................................................................ 29 5.5.1 Estrutura do Artigo ............................................................................................. 30 5.5.2 Corpo do Artigo ................................................................................................... 30 5.6 PAINEL .................................................................................................................... 31 5.6.1 Tamanho do Painel .............................................................................................. 31 5.6.2 Seqüência para apresentação de dados do Painel ............................................ 32 5.6.3 Corpo do Painel .................................................................................................... 32 6 CITAÇÕES E NOTAS DE RODAPÉ ...................................................................... 33 6.1 CITAÇÃO ................................................................................................................. 33 6.1.1 Citação Direta ..................................................................................................... 33 6.1.2 Citação Indireta .................................................................................................. 34 6.1.3 Citação de citação ............................................................................................... 34 6.2 NOTAS DE RODAPÉ .............................................................................................. 36 6.2.1 Apresentação das Notas de Rodapé .................................................................... 36 6.2.2 Tipos de Notas de Rodapé ................................................................................... 36

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Apostila elaborada pela Professora Sandra Márcia de Souza Cartaxo - versão Agosto/2009 Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET)

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7 REFERÊNCIAS – FORMAS DE ENTRADA ........................................................ 37 7.1 REGRAS GERAIS DE APRESENTAÇÃO ............................................................ 37 7.2 ESPECIFICAÇÕES E ORDEM DOS ELEMENTOS ............................................ 38 7.2.1 Livros com 01 autor ............................................................................................. 38 7.2.2 Livros com dois e três autores ........................................................................... 39 7.2.3 Livros com mais de três autores ........................................................................ 39 7.2.4 Capítulo de livro .................................................................................................. 39 7.2.5 Tese/Dissertações/Monografias ......................................................................... 40 7.2.6 Autor Entidade (órgãos governamentais, empresas, associações, congressos, seminários, etc). ...........................................................................................................

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7.2.7 Autoria desconhecida .......................................................................................... 41 7.2.8 Legislação ............................................................................................................ 41 7.2.9 Periódicos: Artigo de Revista, Boletim e outros .............................................. 42 7.2.10 Artigo de Revista com Autor ............................................................................. 42 7.2.11 Artigo de revista sem autor ............................................................................... 42 7.2.12 Dicionário ........................................................................................................... 43 7.2.13 Artigos de Jornal ............................................................................................... 43 7.2.14 Artigo sem autor ................................................................................................ 43 7.2.15 Documento de Eventos ..................................................................................... 44 7.2.16 Trabalhos apresentados em eventos ................................................................ 44 7.2.17 Referências de documentos eletrônicos .......................................................... 44 7.2.18 Artigo de Revista eletrônica ............................................................................. 45 7.2.19 Artigo de Revista eletrônica não assinada (sem autor) .................................. 45 7.2.20 E-mail (não recomendado dada a informalidade) .......................................... 45 8 ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE RELATÓRIOS ................................. 46 8.1 DEFINIÇÕES E ESTRUTURA ............................................................................... 46 8.1.1 Relatório ............................................................................................................... 46 8.1.1.1 Estrutura do Relatório ......................................................................................... 46 8.1.1.2 Definição dos componentes da Estrutura do Relatório ...................................... 47 8.1.1.2.1 Resumo ............................................................................................................. 47 8.1.1.2.2 Sumário ............................................................................................................ 47 8.1.1.2.3 Introdução ........................................................................................................ 47 8.1.1.2.4 Desenvolvimento .............................................................................................. 48 8.1.1.2.5 Conclusão ......................................................................................................... 48 8.1.1.2.6 Referências ..................................................................................................... 48 8.1.1.2.7 Apêndice (se houver) ....................................................................................... 48 8.1.1.2.8 Anexos (se houver) .......................................................................................... 48 8.1.1.2 Digitação do Documento – segundo a NBR 14724/2005 .................................. 49 8.1.1.3 Estilo e Orientação para Redação ...................................................................... 49 8.1.2 Relatório de Estágio Supervisionado .................................................................. 50 8.1.2.1 Introdução .......................................................................................................... 51 8.1.2.2 Histórico e descrição da Empresa ...................................................................... 51 8.1.2.3 Relato das Atividades desenvolvidas ................................................................. 52 8.1.2.4 Carga Horária ...................................................................................................... 52 8.1.2.5 Tecnologias Utilizadas ....................................................................................... 52 8.1.2.6 Equipamentos e Dispositivos Utilizados ............................................................ 52 8.1.2.7 Resultados Obtidos ............................................................................................. 52 8.1.2.8 Análise dos Resultados ....................................................................................... 53 8.1.2.9 Propostas e soluções para resolução de problemas ............................................ 53

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8.1.2.10 Conclusão .......................................................................................................... 53 8.1.2.11 Referências ....................................................................................................... 53 9 A PESQUISA .............................................................................................................. 54 9.1 CONCEITO .............................................................................................................. 54 9.2 TIPOS DE PESQUISA ............................................................................................. 54 9.2.1 Quanto à Natureza ............................................................................................... 55 9.2.2 Quanto aos Objetivos ........................................................................................... 55 9.2.3 Quanto aos Procedimentos .................................................................................. 55 10 O PROJETO DE PESQUISA ................................................................................. 57 10.1 O QUE É O PROJETO DE PESQUISA? .............................................................. 57 10.2 ESTRUTURA DO PROJETO DE PESQUISA ..................................................... 57 10.2.1 Tema ou Assunto – Responde à pergunta O Quê? ......................................... 58 10.2.2 Problema ............................................................................................................ 58 10.2.3 Hipóteses ............................................................................................................ 58 10.2.4 Justificativa ......................................................................................................... 59 10.2.5 Objetivos ............................................................................................................. 59 10.2.5.1 Objetivo Geral ................................................................................................... 60 10.2.5.2 Objetivos Específicos ........................................................................................ 60 10.2.6 Marco Teórico de Referência ou Referencial Teórico ................................... 60 10.2.7 Metodologia ........................................................................................................ 61 10.2.8 Cronograma ....................................................................................................... 61 10.2.9 Referências .......................................................................................................... 61 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 62 ANEXO A – MODELO DE CAPA ............................................................................. 63 ANEXO B – MODELO DE FOLHA DE ROSTO ..................................................... 64 ANEXO C – MODELO DE FOLHA DE APROVAÇÃO ............ ............................. 65 ANEXO D – MODELOS DE TEXTO PARA FOLHA DE ROSTO .... ................... 66

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1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Objetivos:

Apresentar a Disciplina Metodologia Científica, sua importância para dotar o aluno de ferramentas para elaboração de trabalhos acadêmicos. Apresentar os conceitos de Método, Metodologia e Metodologia Científica. Situar a Metodologia Científica na Universidade.

De acordo com Mattasoglio Neto1, Metodologia é algo que falta ao aluno ingressante no Ensino Superior. Talvez esta seja sua maior deficiência, até mesmo maior que a do domínio do conteúdo específico das diversas disciplinas do Ensino Médio.

Ele afirma que esta falta de visão de uma metodologia de trabalho, está relacionada à falta de visão da construção do conhecimento, o que dificulta ao estudante participar ativamente do seu processo de aprendizagem e, consequentemente, desenvolver plenamente sua futura atividade profissional.

Sendo assim, a disciplina Metodologia Científica assume grande importância no Ensino Superior como forma de orientar os alunos a sistematizar seus estudos na busca e apreensão do Conhecimento, bem como elaborar trabalhos acadêmicos em conformidade com as Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

É importante destacar que a presente Apostila não tem a pretensão de abranger todos os assuntos relacionados à Metodologia Científica, cabendo ao aluno buscar, em livros sugeridos na Referência apresentada ao final, maior aprofundamento dos temas abordados.

A Apostila está subdivida em Aulas, onde serão apresentados os conteúdos que serão abordados durante todo o semestre e trata-se de instrumento indispensável às aulas, como forma de direcionar o estudo.

Serão efetuadas 02 Avaliações de Aprendizagem e, caso o aluno não alcance a média, será feita 01 Avaliação de Reposição e/ou Final, em conformidade com o Calendário Oficial da FACET.

A Primeira Avaliação de Aprendizagem será aplicada tomando por base um Texto, que será indicado oportunamente, onde será solicitado ao aluno que elabore um Resumo e um Esquema do mesmo, nos moldes das orientações metodológicas apresentadas em aulas.

A Segunda Avaliação de Aprendizagem será a apresentação e defesa de um Pré-projeto de Pesquisa e de um Relatório de Filme.

A Avaliação de Reposição será composta por questões abertas, referentes ao conteúdo do Semestre Letivo.

1 Professor da Escola de Engenharia Mauá - São Caetano do Sul

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2 A METODOLOGIA CIENTÍFICA E A UNIVERSIDADE

Objetivos:

Refletir sobre a importância da Disciplina Metodologia Científica nos cursos de graduação.

De acordo com Guedes (1997, p. 61),

O papel fundamental das universidades é ajudar na passagem do saber espontâneo

para o saber científico. O saber popular tradicional não dá conta dos fenômenos do mundo

atual que se encontra numa construção mediatizada pelas teorias científicas,

consequentemente, distante da percepção ingênua.

Um homem do senso comum passaria a vida toda olhando para uma cachoeira

sem jamais imaginar que a água está desenvolvendo um trabalho, que o trabalho que a água

realiza gasta energia e, muito menos, que a energia em potencial do alto de uma cachoeira

pode ser transformada em energia elétrica e transmitida para exercer força e luz para as

indústrias e para as cidades. Esse raciocínio é próprio de quem dispõe de um mínimo de

elementos teóricos para enxergar o mundo.

Sendo assim alguns pontos deverão ser observados para entender a importância da

Metodologia científica na Universidade e quais as vantagens em utilizá-la adequadamente:

a) Deve ser entendida como um elemento facilitador da produção do

conhecimento, uma ferramenta capaz de auxiliar o entendimento do processo de busca de

respostas e o adequado posicionamento das perguntas importantes sobre o que se ignora.

b) Auxiliar na formação profissional do estudante buscando formar um

profissional competente que saiba ler crítica e analiticamente o seu cotidiano.

c) Considerando-se a universidade como centro de saber, como uma instituição

preocupada com a qualificação do ensino, com o rigor da aprendizagem e com o progresso da

ciência, ela terá na metodologia científica um valioso ajudante quanto ao desenvolvimento de

capacidades e habilidades do universitário.

d) Deve apresentar diretrizes para a formação paulatina de hábitos de estudos

científicos já que a pesquisa e a reflexão devem constituir-se em objetivos principais da vida

universitária.

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Apostila elaborada pela Professora Sandra Márcia de Souza Cartaxo - versão Agosto/2009 Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET)

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e) Fornecer os pressupostos do trabalho científico, ou seja, normas técnicas e

métodos reconhecidos pelo uso entre cientistas, referentes ao planejamento da investigação

científica à estrutura e à aplicação, apresentação e comunicação dos seus resultados.

f) Aprendendo a pensar, a pesquisar e formando o seu espírito científico, o

universitário estará obtendo conhecimentos novos e ao mesmo tempo construindo-se como

ser ativo, integrado à comunidade em que está inserido e participante da história, sendo capaz

de colaborar efetivamente na transformação da realidade.

O uso adequado da Metodologia permite:

a) Descobrir fatores responsáveis pelas ocorrências dos fenômenos;

b) Organizar o pensamento para delimitação clara de uma questão:

c) Elaborar possíveis respostas para problemas:

d) Construir instrumentos objetivos de coleta de dados;

e) Tabular, analisar e interpretar dados;

f) Extrair conclusões acerca dos dados;

g) Preparar a comunicação do processo e dos resultados da pesquisa para difusão à comunidade.

Numa visão bastante resumida, pode-se apresentar os conceitos de Método, Metodologia e Metodologia Científica a partir da seguinte figura:

Metodologia Científica

METODOLOGIA“Estudo dos Métodos”METODO

“Conjunto de regras e procedimentos

que orienta o trabalho do

pesquisador e confere aos seus

resultados a confiabilidade

científica.”

METODOLOGIA CIENTÍFICA“Área de

reflexão acerca dos métodos

que orientam a investigação

sistemática no mundo”

Figura 1 - Conceitos

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Apostila elaborada pela Professora Sandra Márcia de Souza Cartaxo - versão Agosto/2009 Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET)

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���� Para saber mais, leia o artigo a seguir:

A Metodologia da Pesquisa Científica como ferramenta na Comunicação Empresarial2

Maria Joaquina Fernandes Pinto é graduada em Filosofia, Teologia e Letras. Tem mestrado e doutorado em Teologia pela PUC-Rio e especialização em Antropologia, Ética e Metodologia da Pesquisa Científica. Professora Titular do Curso de Mestrado e da disciplina de MPC do Curso de Administração - UniFOA

O estudo de Metodologia Científica nas universidades raramente é bem aceito pelos alunos. As perguntas cruciais advêm do por que e para que estudar tantas regras, tantos detalhes, indicações rígidas para digitação e formatação do texto, que parecem cercear a liberdade do aluno em pensar e escrever sem nenhuma exigência metodológica.

Num mundo marcado pela pressa, pela falta de tempo, pelo tic-tac do relógio, falar de disciplina e de método é realmente desesperador. Acostumamo-nos a um necessário e exacerbado ativismo, a agir como robôs mecanizados, a copiar idéias e posturas - é mais fácil! - e deixamos de lado uma das maiores riquezas humanas que é a capacidade de pensar.

O primeiro objetivo da disciplina de Metodologia Científica é resgatar em nossos alunos a capacidade de pensar. Pensar significa passar de um nível espontâneo, primeiro e imediato a um nível reflexivo, segundo, mediado. O pensamento pensa o próprio pensamento, para melhor captá-lo, distinguir a verdade do erro. Aprende-se a pensar à medida que se souber fazer perguntas sobre o que se pensa. (LIBÂNIO, 2001, p. 39).

Uma segunda meta a ser alcançada pela Metodologia Científica é aprender a arte da leitura, da análise e interpretação de textos. Vivemos o fenômeno do aluno-copista, que reproduz em suas pesquisas e trabalhos acadêmicos aquilo que outros disseram, sem nenhum juízo de valor, de crítica ou apreciação.

Sabemos da dificuldade que a leitura e hermenêutica de um texto apresentam em relação à interpretação de um autor, a sua real intenção e que um texto/palavra é um mundo aberto a ser lido e interpretado - já dizia Wittgenstein - e, exatamente por isso o texto linguagem significa, antes de tudo, o meio intermediário, pelo qual duas consciências se comunicam. Ele é o código que cifra a mensagem (SEVERINO, 2002, p. 49).

E um terceiro ponto que norteia o ensino da Metodologia é aprender a fazer, que significa colocar-se num movimento histórico em que o presente assume continuamente uma instância crítica em relação ao passado. Aprender a fazer captando o lado ético de todo agir humano implica um senso de responsabilidade pois quanto mais cuidamos de vislumbrar o futuro nos atos presentes, mais aprendemos a fazer. Aprender a fazer e a pensar não é privilégio de inteligências. Grandes gênios se perderam no encurralamento de seu saber fragmentado e hiperespecializado, desenvolvendo experiências que terminaram em produtos nefastos para a humanidade. Não se pode entender o investimento de inteligências na pesquisa de armamentos de morte, a não ser porque essas pessoas nunca aprenderam a pensar e a fazer. (LIBÂNIO, 2002, p. 43-47).

Vemos, portanto, que a Metodologia objetiva bem mais que levar o aluno a elaborar projetos, a desenvolver um trabalho monográfico ou um artigo científico como requisito final e conclusivo de um curso acadêmico. Ela pode levar o(a) aluno(a) à comunicar-se de forma correta, inteligível, demonstrando um pensamento estruturado, plausível e convincente.

O método, quando incorporado a uma forma de trabalho ou de pensamento, leva o indivíduo a adquirir hábitos e posturas diante de si mesmo, do outro e do mundo que só têm a beneficiar a sua vida tanto profissional quanto social, afetiva, econômica e cultural.

Por método entendemos caminho que se trilha para alcançar um determinado fim, atingir-se um objetivo; para os filósofos gregos metodologia era a arte de dirigir o espírito na investigação da verdade.

2 Disponível em: <http://www.comtexto.com.br/2convicomcomunicaMariaJoaquina.htm.> Acesso em 02/08/2005, 19:52h.

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Apostila elaborada pela Professora Sandra Márcia de Souza Cartaxo - versão Agosto/2009 Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET)

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Ora, as regras e passos metodológicos que são ensinados na universidade, visando à inserção do estudante no mundo acadêmico-científico - que são pertinentes e necessárias - objetivam também, e sobretudo, a criar hábitos que o acompanharão por toda a sua vida, como o gosto pela leitura, a compreensão dos diferentes interlocutores, um espírito crítico maduro e responsável, o diálogo claro e profundo com os outros e com o mundo, a auto-disciplina, o respeito à alteridade e ao diferente, uma postura de humildade diante do pouco que se sabe e da infinidade de saberes existentes, o exercício da ética e do respeito a quem pensa diferente, a ousadia/coragem de expor o próprio pensar.

A disciplina de Metodologia da Pesquisa Científica nas universidades deve ajudar os alunos na experiência de sentirem-se cidadãos, livres e responsáveis, a administrar suas emoções e exercitar o bom senso e a eqüidade.

De um modo peculiar, os alunos do Curso de Administração muito se enriquecem quando assimilam bem tudo que foi exposto. Como tantos outros cursos, os alunos de Administração saem da faculdade, cheios de teorias, de idéias para revolucionarem as empresas, levá-las a patamares recordes de lucro e eficiência; acumulam teorias dos mais renomados especialistas em marketing, em controle de qualidade, logística, organização empresarial, enfim, administração pública, reserva de mercado.

Deparam-se, muitas vezes, com a questão do método. Por onde começar? Qual o primeiro passa a ser dado? O que é mais urgente? Entre teoria e método há uma grande diferença, ainda que sejam interdependentes. Ambos buscam realizar o objetivo proposto, a teoria pode gerar e dar forma ao método e vice-versa; o método quando alimentado de estratégia, de iniciativa, invenção e arte estabelece uma relação com a teoria capaz de propiciar a ambos regenerarem-se mutuamente pela organização de dados e informações (MORIN apud VERGARA, 1996, p. 335).

O método numa empresa ou instituição abre caminhos, aponta ou intui soluções, minimiza tempo e gastos, estimula o diálogo entre opiniões contrárias e/ou diferentes, resgata a postura ética, cria o espírito de participação e responsabilidade comuns na solução de problemas, no enfrentamento de desafios e na conquista de metas.

O(A) administrador(a) de empresas que pauta sua vida por princípios metodológicos adquiridos na universidade adquire possibilidades de pensar e ver para além do que lhe é mostrado e exigido; ele(a) pode levar a empresa a se destacar e até mesmo inovar em áreas específicas, pois aprendeu a traçar metas e objetivos claros, convencidos das hipóteses levantadas, apoiados em referenciais de análise seguros que justificam os argumentos expostos.

Tudo isto como fruto de alguém que aprendeu a pensar, aprendeu a ler, analisar e interpretar - não só os textos como a vida - aprendeu, assim, a fazer! Isto também é Comunicação Empresarial!

A importância da Metodologia Científica para os(as) alunos(as) dos Cursos de Administração de Empresas consiste, sobretudo, no salto qualitativo que tal prática pode desencadear, ou seja, no aprender a ser.

Acreditamos que o mundo acadêmico-científico é uma cartilha - um pouco mais elaborada - para aprender a arte de “com-viver”. E “viver-com” é a arte de ser. Quando assimilarmos no cotidiano da vida, não apenas as regras metodológicas da ABNT e suas infinitas exceções e peculiaridades, com o objetivo de elaborar um trabalho científico de excelência, mas avançarmos, transformando as mesmas regras frias e intelectuais em hábitos que integralizam a pessoa, então, estaremos, também, aprendendo a ser.

Entrar nesse processo significa superarmos a tentação de medir tudo em termos de eficiência e de interesses e substituirmos esses critérios quantitativos por intensidade da comunicação, pela difusão dos conhecimentos e das culturas, pelo serviço recíproco e a boa harmonia para levar adiante uma tarefa comum (LIBÂNIO, 2002, p. 85).

Esta forma de ver e aprender Metodologia da Pesquisa Científica talvez possa contribuir para um maior desempenho dos professores que se responsabilizam pelo seu ensino, uma melhor aceitação da matéria por parte dos alunos - nem sempre muito receptivos -, e poderá, finalmente, proporcionar uma dinâmica interdisciplinar com as demais matérias visando um ensino eficaz e integrador.

Page 10: Apostila de Metodologia Científica

Apostila elaborada pela Professora Sandra Márcia de Souza Cartaxo - versão Agosto/2009 Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET)

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3 A COMUNICAÇÃO GLOBAL - MÉTODOS E ESTRATÉGIAS DE E STUDO E APRENDIZAGEM

Objetivos:

Despertar, no aluno, a necessidade de adotar nova postura de estudo, voltada à compreensão e avaliação do material de estudo. Refletir sobre o que é ler e seu significado dentro da universidade.

Para Costa et al (2006, p. 19) “a aprendizagem é uma tarefa eminentemente

pessoal e o estudante deve empenhar-se ao máximo num trabalho individualizado, apoiado no

domínio e na manipulação de uma série de técnicas e instrumentos que permitam a

sistematização e o sucesso em seus estudos”.

A Comunicação Global apresenta alguns questionamentos/etapas que, ao serem

respondidos/observados, facilitam o processo de estudo e aprendizagem, como pode-se ver a

seguir:

3.1 A LEITURA

De acordo com Andrade (1997, p. 15), “aprender a ler não é um tarefa tão

simples, pois exige uma postura crítica, sistemática, uma disciplina intelectual por parte do

leitor, e esses requisitos básicos só podem ser adquiridos através da prática”.

3.1.1 O que é ler?

a) Ler significa conhecer, eleger, escolher, decifrar, interpretar;

b) Ler significa distinguir dentre as idéias do autor, do texto lido, aquelas que nos

são mais importantes, mais significativas, mais sugestivas.

3.1.2 Alcance da leitura:

a) Ampliar e aprofundar conhecimentos sobre determinado campo cultural ou

científico,

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Apostila elaborada pela Professora Sandra Márcia de Souza Cartaxo - versão Agosto/2009 Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET)

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b) Aumentar nosso vocabulário pessoal e, por conseqüência,

c) Comunicarmos nossas idéias de forma mais eficiente

d) Constitui-se em um dos fatores mais importantes para o aprendizado de

qualquer conteúdo

e) Reconhecer os símbolos gráficos do texto;

f) Compreender o pensamento do autor;

g) Interpretar o pensamento do autor, além de reter (memorizar) suas idéias

expostas no texto;

h) Valorar, isto é, comparar as informações obtidas na leitura com seus próprios

conceitos e sentimentos, a fim de aceitar ou refutar as afirmações do autor

3.1.3 Tirando proveito da Leitura

Para que haja efetividade na leitura faz-se necessário ao leitor:

a) Atenção – entender, assimilar e apreender;

b) Intenção – vontade, interesse;

c) Reflexão – observar todos os ângulos;

d) Espírito Crítico – avaliar o texto lido;

e) Fazer Análise – fracionar o texto;

f) Fazer Síntese – sintetizar para reconstruir;

g) Ter ritmo – particularidade de cada leitor.

h) Sublinhar ou destacar - colocar em destaque as idéias principais e palavras-

chaves de um texto:

- Fazer uma primeira leitura integral do texto, sem sublinhá-lo;

- Em segunda leitura, sublinhar apenas o que é realmente importante: idéias

principais, dando destaque às palavras-chave. As palavras sublinhadas devem permitir uma

releitura do texto com a continuidade semelhante à leitura de um telegrama;

Page 12: Apostila de Metodologia Científica

Apostila elaborada pela Professora Sandra Márcia de Souza Cartaxo - versão Agosto/2009 Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET)

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- Destacar passagens importantes do texto, com traços na margem, assim como

indicar as dúvidas com pontos de interrogação;

- Não interromper a leitura ao encontrar palavras desconhecidas. Se após a leitura

completa do texto as dúvidas persistirem, o leitor deverá anotá-las para buscar

esclarecimentos.

i) Fazer Esquema - Fazer um esquema é listar os tópicos essenciais do texto,

com a finalidade de permitir ao leitor uma visualização completa do texto. A partir do

esquema, é possível estabelecer uma hierarquia das idéias contidas no texto, e destacar as

diretrizes que estabelecem sua unidade e coerência.

j) Elaborar Resumo - O resumo é a condensação do texto, guardando seus

elementos principais. O resumo deve conter os elementos essenciais do texto, tendo-se o

cuidado de manter as intenções do autor.

k) Efetuar Análise de texto

- Analisar significa estudar, decompor, dividir, interpretar.

- Analisar um texto é separar os elementos e partes que o compõe até alcançar a

"chave" do autor.

- É descobrir seu plano e estruturar suas idéias, separando as mais importantes

(primárias), que dão significado ao texto, das secundárias, que complementam o sentido do

que está escrito.

3.1.4 Recomendações:

a) O ato de ler deve ser realizado considerando-se que o leitor deve ser o sujeito

da leitura. E, para tal fim, o leitor deve entender o que lê.

b) O leitor-sujeito deve compreender, avaliar, discutir e aplicar aquilo que leu;

c) O leitor como sujeito da leitura deve estar atento para três pontos

fundamentais:

- Ter o objetivo de compreender e não apenas memorizar a mensagem contida no

texto;

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- Avaliar o texto lido e buscar compatibilidade das idéias expressas pelo autor

com a realidade vivida pelo leitor.

- Ter uma atitude de constante questionamento, de pergunta, de busca de diálogo

com o autor do texto, procurando detectar sua verdadeira intenção.

���� Para saber mais, leia o artigo abaixo:

Como Estudar3

Métodos de Estudo

Muitas pessoas se dizem "estudantes", mas na verdade desconhecem o verdadeiro sentido da palavra ESTUDAR.

Estudar é Trabalhar !!!

Não é somente reler um texto na última hora, um dia antes da prova e depois de obter o retorno, em forma de notas baixas, reclamar para si mesmo: - Puxa! Eu estudei tanto!!!!

Estudar é ir à procura da Verdade !!!

A meta do estudante deve ser: chegar a aprender, enxergar com seus próprios olhos.

Quando uma pessoa estuda algo, ela chega a ter uma opinião própria sobre determinado assunto não dependendo de opiniões alheias para tirar suas conclusões.

Estudo é trabalho Duro, Penoso e Exaustivo que requer Empenho, Dedicação e Perseverança.

Mas afinal de contas: Como estudar?????

Existem algumas técnicas que auxiliam o estudante a alcançar seus objetivos. Se estas técnicas forem seguidas, seguramente o sucesso será alcançado e o próprio aluno perceberá que pode ultrapassar seus limites...

Fator Externo

AMBIENTE

O ambiente propício para o estudo deverá ser:

� sossegado,

3 Texto disponível em: <http://www.espirito.org.br/portal/artigos/ednilsom-comunicacao/como-estudar.html>. Acesso em 16/08/06.

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� com boa iluminação,

� sem música,

� com uma mesa - somente com os materiais básicos para o estudo para que não haja distração com outras coisas do tipo: fotos, revistas, etc,

� uma cadeira confortável (para se manter uma boa postura durante o estudo),

� um bom dicionário não pode faltar.

Fator Interno

MOTIVAÇÃO E AUTO DISCIPLINA

"Um homem sem objetivos não sabe para onde vai"

Um fator que determina o bom estudo é a vontade de querer saber mais, sem esta vontade o aluno não chegará a nenhum lugar. Para que isto aconteça o aluno deve saber onde quer chegar, enfim, ter os seus objetivos bem definidos!!!

A auto disciplina entra aí como um auxiliar do estudante que deve treinar-se para ter domínio sobre a fantasia, imaginação, emoções e impulsos.

A constância vence as impressões de falso cansaço que freqüentemente nos assaltam.

Planejamento e Organização

TEMPO

É importante que o aluno separe um tempo para estudar.

A escolha deste período é individual, pois cada pessoa tem os seus compromissos pessoais no decorrer da semana. Mas se faz necessário um empenho por parte do estudante para descobrir seus horários vagos e se dedicar ao estudo.

1. Descobrir os períodos de tempo vagos.

2. Selecionar aqueles períodos do dia em que você se sente mais "disposto"(Ex: há pessoas que trabalham melhor à noite, outros logo ao amanhecer...)

3. Separar pelo menos duas horas para estudo, mas, entre uma hora e outra descansar 15 minutos (saia do ambiente de estudo e faça algo para descansar a mente).

Somente em último caso estude mais que estas 2 horas porque é melhor que você tenha 2 horas de estudo por dia com uma certa freqüência ( por exemplo:4 vezes por semana) do que 4 horas em um só dia.

Anotações em Sala de Aula

As anotações em sala de aula são muito importantes para o estudo, pois elas são pessoais, ou seja, o aluno escreve com suas palavras o que está entendendo da aula, quando nós anotamos algo estamos usando não somente as memórias visual e auditiva. Quando escrevemos algo memorizamos mais!

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� Prepare um caderno para anotações ou utilize o próprio caderno da matéria a ser estudada, porque quando fazemos anotações em qualquer folha corremos o risco de perdê-la!

� Crie o hábito de rever as anotações quando chegar em casa, ao revê-las podemos relembrar coisas importantes que deixamos de anotar durante a aula.

� As anotações também podem ser feitas em forma de "MIND MAPPING" (Mapas Mentais)

Obs.: Estas anotações são muito úteis também para serem usadas durante: Palestras, Exposições de Trabalhos, Vídeos, etc.

Estudando em Casa

Com o hábito saudável de estudar com uma certa constância você nunca estará com muitas matérias "difíceis" para "tentar decifrar"!

Tudo será uma grande REVISÃO deixando o estudante mais despreocupado, pois ele tem o domínio da matéria!

1º Passo

Ler o conteúdo a ser estudado despreocupadamente.

2º Passo

Ler o conteúdo sublinhando o que você está achando mais importante no texto.

3º Passo

Fazer um questionário sobre o que foi lido. (lembre-se que este material é seu por isso tente abordar todos os aspectos do texto! (Não seja um traidor de si mesmo!!)

4º Passo

Fazer um "Mapa Mental" do material (observando cores diferentes para as ramificações)

5º Passo

Se houver exercícios para serem feitos a hora é agora. Depois de ter seguido todos estes passos você não encontrará dificuldades em resolvê-los

Dica de Aprofundamento

Muitos alunos ficam apenas com o que o professor aborda em sala de aula e por este motivo, muitas vezes, não chegam a compreender o conteúdo.

Uma dica legal para que o estudante finalmente se liberte e possa discutir e analisar os fatos com mais profundidade é a PESQUISA.

Muitas vezes atitudes simples nos ajudam a ter mais conhecimento sobre fatos e, por este motivo, ser vista como uma pessoa "interessada".

Levar para a sala de aula um recorte de jornal, ou de uma revista sobre o tema estudado é um modo simples de aprofundamento.

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Quando a matéria requer exercícios, como por exemplo matemática, o estudante deve procurar em livros de outros autores exercícios diferentes, e a partir destes, o próprio aluno poderá criar os seus.

Estudando Exatas

A matemática sempre foi um "bicho de 7 cabeças" para o estudante.

Com a aplicação do estudo sistematizado esta MÁ FAMA deverá sumir!

As dicas são basicamente as mesmas:

� Prestar atenção às aulas fazendo anotações

� Tentar resolver alguns exercícios em sala, formulando assim perguntas para o professor.

� Quando chegar em casa: REVISÃO!!! Escreva observações e perguntas, se as tiver.

� Pesquisar outros livros é muito importante para o domínio da matéria!

Dica

"PERGUNTAR É SINÔNIMO DE INTELIGÊNCIA E INTERESSE, POIS QUEM NÃO PERGUNTA É PORQUE PROVAVELMENTE ESTÁ COM A MENTE VOANDO FORA DA SALA DE AULA"

Seguindo estes conselhos práticos o estudante, sem sombra de dúvidas, irá alcançar êxito em sua carreira e, é claro, que este êxito se refletirá em boas notas!!!!

BONS ESTUDOS!!!!!!

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4 A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

Objetivos:

Apresentar o conceito de Conhecimento e seus diversos tipos. Situar o aluno sobre qual nível de conhecimento adotar na universidade.

Para Seabra (2001, p. 13) “o conhecimento tem sua origem no conjunto de

informações adquiridas desde a infância, por meio do aprendizado resultante do contato com

pais, irmãos, amigos professores, leituras de livros, meios de comunicação, observações,

experimentos e reflexões pessoais”.

Nesse sentido, Seabra afirma que “conhecer é elucidar a realidade”, sendo que

o ato de conhecer é o processo de interação efetuado entre o indivíduo e a realidade,

permitindo descobrir a sua forma de ser ou, pelo menos, adquirir respostas provisórias para

um problema definido (2001).

Para a Epistemologia, disciplina filosófica que tem como objetivo refletir sobre a

problematização do conhecimento, este, o conhecimento, é o resultado da relação entre sujeito

e objeto.

O Homem adquire conhecimento:� Pelo que recebe dos antepassados� Pelas próprias descobertas� Pelas suas investigações

A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

CONHECIMENTO : é o resultado da relação entre

SUJEITO OBJETO

CONHECIMENTO : é a apreensão da realidade

Figura 2 – A Construção do Conhecimento

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Guedes (1997) conclui:

Assim, suas bases fundamentais para reflexão são esses dois elementos do conhecimento. Desenvolvendo o que constitui cada um deles, é possível se entender as possibilidades e os diferentes tipos de conhecimento que o homem constrói para melhor se adaptar ao mundo e para manter a sua sobrevivência (p. 25).

4.1 TIPOS DE CONHECIMENTO

No processo de apreensão da realidade do objeto, o sujeito cognoscente pode

penetrar em todas as esferas do conhecimento: ao estudar o homem, por exemplo, pode-se

tirar uma série de conclusões sobre a sua atuação na sociedade, baseada no senso comum ou

na experiência cotidiana; pode-se analisá-lo como um ser biológico, verificando através de

investigação experimental, as relações existentes entre determinados órgãos e suas funções;

pode-se questioná-lo quanto à sua origem e destino, assim como quanto à sua liberdade;

finalmente, pode-se observá-lo como ser criado pela divindade, à sua imagem e semelhança, e

meditar sobre o que dele dizem os textos sagrados.

Apesar da separação metodológica entre os tipos de conhecimento popular,

filosófico, religioso e científico, estas formas de conhecimento podem coexistir na mesma

pessoa: um cientista, voltado, por exemplo, ao estudo da física, pode ser crente praticante de

determinada religião, estar filiado a um sistema filosófico e, em muitos aspectos de sua vida

cotidiana, agir segundo conhecimentos provenientes do senso comum.

A seguir, algumas características desses tipos de conhecimento:

4.1.1 Conhecimento Empírico, ou vulgar, ou senso comum

É o tipo de conhecimento comum a todo ser vivo. É superficial, sensitivo,

subjetivo, assistemático, acrítico (ANDER-EGG apud MARCONI e LAKATOS, 2003):

a) Superficial - conforma-se com a aparência, com aquilo que se pode comprovar

simplesmente estando junto das coisas.

b) Sensitivo - referente a vivências, estados de ânimo e emoções da vida diária.

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c) Subjetivo - é o próprio sujeito que organiza suas experiências e

conhecimentos.

d) Assistemático - a organização das experiências não visa a uma sistematização

das idéias, nem da forma de adquiri-las nem na tentativa de validá-las.

e) Acrítico - verdadeiros ou não, a pretensão de que esses conhecimentos o sejam

não se manifesta sempre de uma forma crítica.

4.1.2 Conhecimento Filosófico

Busca respostas para as interrogativas fundamentais da existência, não por meio

da crença, numa revelação transcendental, mas mediante o raciocínio lógico. De onde se

originou o Cosmos? Existe vida após a morte? Matéria e espírito são inseparáveis? As

respostas o homem busca em várias áreas do saber. É valorativo, racional, sistemático, não

verificável, infalível e exato.

a) Valorativo - seu ponto de partida consiste em hipóteses, que não poderão ser

submetidas à observação. As hipóteses filosóficas baseiam-se na experiência e não na

experimentação.

b) Não verificável - os enunciados das hipóteses filosóficas não podem ser

confirmados nem refutados.

c) Racional - consiste num conjunto de enunciados logicamente correlacionados.

d) Sistemático - suas hipóteses e enunciados visam a uma representação coerente

da realidade estudada, numa tentativa de apreendê-la em sua totalidade.

e) Infalível e exato - suas hipóteses e postulados não são submetidos ao decisivo

teste da observação, experimentação.

A filosofia encontra-se sempre à procura do que é mais geral, interessando-se pela

formulação de uma concepção unificada e unificante do universo. Para tanto, procura

responder às grandes indagações do espírito humano, buscando até leis mais universais que

englobem e harmonizem as conclusões da ciência.

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4.1.3 Conhecimento Teológico

Busca da compreensão dos fenômenos da natureza imaginando a intervenção de

seres sobrenaturais, através da criação de mitos e de dogmas.

Apóia-se em doutrinas que contêm proposições sagradas, valorativas, por terem

sido reveladas pelo sobrenatural, inspiracional e, por esse motivo, tais verdades são

consideradas infalíveis, indiscutíveis e exatas. É um conhecimento sistemático do mundo

(origem, significado, finalidade e destino) como obra de um criador divino. Suas evidências

não são verificadas. Está sempre implícita uma atitude de fé perante um conhecimento

revelado.

O conhecimento religioso ou teológico parte do princípio de que as verdades

tratadas são infalíveis e indiscutíveis, por consistirem em revelações da divindade, do

sobrenatural.

4.1.4 Conhecimento Científico

Estudo da natureza física visando à compreensão de seus fenômenos, a sua

classificação e a dominação dela por parte do homem e em seu benefício, usando métodos

rigorosos de investigação. É real (factual), contingente, sistemático, verificável, falível,

aproximadamente exato.

a) Real, factual - lida com ocorrências, fatos, isto é, toda forma de existência que

se manifesta de algum modo.

b) Contingente - suas proposições ou hipóteses têm a sua veracidade ou falsidade

conhecida através da experimentação e não pela razão, como ocorre no conhecimento

filosófico.

c) Sistemático - saber ordenado logicamente, formando um sistema de idéias

(teoria) e não conhecimentos dispersos e desconexos.

d) Verificável - as hipóteses que não podem ser comprovadas não pertencem ao

âmbito da ciência.

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e) Falível - em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final.

f) Aproximadamente exato - novas proposições e o desenvolvimento de novas

técnicas podem reformular o acervo de teoria existente.

Lakatos (2003, p. 80) conclui que:

[...] estas formas de conhecimento podem coexistir na mesma pessoa: um cientista, voltado, por exemplo, ao estudo da física, pode ser crente praticante de determinada religião, estar filiado a um sistema filosófico e, em muitos aspectos de sua vida cotidiana, agir segundo conhecimentos provenientes do senso comum.

Resumindo:

TIPO DE CONHECIMENTO

MEIO UTILIZADO

Empírico Experiência

Filosófico Razão

Teológico Crença

Científico Experimentação

���� Para refletir sobre o assunto, leia o artigo abaixo:

CONHECIMENTO E HUMANIZAÇÃO 4

Margarida Montejano da Silva

RESUMO: Refletir sobre os caminhos trilhados pela humanidade e sobre as implicações da ação do homem no domínio da natureza e na construção de si mesmo é o objetivo desta reflexão. Consciente de que esta apropriação só foi possível graças a ciência e o conhecimento historicamente elaborado e construído coletivamente, torna-se imprescindível uma permanente atitude crítica frente aos desafios que ameaçam o processo de humanização.

O ser humano foi, ao longo do tempo, distanciando-se de sua natureza animal e, com isso, aproximando-se da possibilidade de sua humanização. Podemos dizer que, na luta pela sobrevivência, o homem aprendeu a agir sobre a natureza e percebeu que isso lhe trazia prazer e poder sobre os outros animais. Percebeu-se como um feixe de possibilidades num universo a construir. Para alimentar-se e proteger-se dos animais ferozes, o homem primitivo endireitou o corpo, aprendeu a correr do perigo, subiu em árvores, esticou os membros, controlou o fogo e desenvolveu a habilidade motora fina. Viu que isso era bom e que, por conta da precisão do movimento do seu polegar opositor, era possível construir ferramentas. Construiu o arco, a flecha, o facão e, dentre outras construções, registrou suas observações nas pedras e paredes. Construiu a escrita.

4 Disponível em: <https://www.unipinhal.edu.br/ojs/educacao/include/getdoc.php?id=13&article=3&mode=pdf>. Acesso em 16/01/2007.

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De uma idéia à outra, inventando aqui e acolá, o homem foi produzindo a história. Com sua capacidade criadora, curiosa e criativa, modificou os espaços naturais e produziu a si mesmo, recriando sua segunda natureza – a cultura. Entendeu que o conhecimento produzido ganhava qualidade à medida que se transformava noutros saberes e foi aí que percebeu que todo conhecimento humano era uma construção coletiva. Que quanto mais pessoas dele se apropriavam, mais qualidade a ele era acrescentada, mais rica e prazerosa tornava-se a vida.

Hoje, a humanidade se aperfeiçoa a cada momento e todos os homens da terra gozam dos avanços da ciência e da tecnologia. A consciência do sentido do conhecimento produziu o novo ser do homem, que à guerra, prefere a paz. À ganância, elege a partilha. À escravidão, escolhe a liberdade e, ao grito, opta pelo diálogo. Essa é a sua linguagem e dessa nova consciência sobre o conhecimento se desvela a sua humanização.

Essa é a história que gostaríamos de escrever, de contar para os nossos filhos, netos, alunos... De ver registrada em nossas memórias, livros e discos. Mas, as coisas não são bem assim. Sabemos que no processo civilizatório a distribuição do conhecimento não se deu de forma eqüitativa e que tampouco o acesso a ele por todos foi possível.

Ao contrário do exposto na “história” acima, o homem se apropriou de maneira indébita da ciência e dos conhecimentos produzidos. Descobriu-se forte com os avanços do conhecimento e percebeu-se mais uma vez dominador. Tomou para si os espaços construídos para a ampliação do conhecimento e os reservou aos seus. Mandou construir cercas, grades e armas para se proteger. Escreveu palavras de ordem e submissão, subserviência e determinismos. Criou mecanismos de ‘educação’ para um mundo cada vez mais individualista, desumano e pobre. Cruel e distante da sua humanização.

Não podemos negar que o homem atingiu patamares incalculáveis na história e que, ao desenvolver a cultura, produziu-se a si mesmo. Contudo, neste processo de civilização, percebeu que, além dos benefícios produzidos à humanidade, o conhecimento estava intimamente ligado ao poder e isso lhe possibilitava a idéia de controle e de manutenção de privilégios.

Entretanto, sabemos que outros fatores sócio-econômico-políticos foram contribuindo para a tecitura da história. Que as ideologias que enraizaram a ambição, o egoísmo e os individualismos foram tomando lugar na vida humana e hoje se fazem mais presentes do que nunca. A sociedade civilizada, resultado do trabalho humano, mostra acintosamente as riquezas que os homens podem usufruir, ao mesmo tempo revela-se contraditória, desigual, colocando à margem das conquistas e dos benefícios do processo civilizatório, a maioria dos seres humanos. O futuro parece certo, definido, claro. Cada coisa e cada um no seu lugar...

[...] Sempre recusei o fatalismo. Prefiro a rebeldia que me confirma como gente e que jamais deixou de provar que o ser humano é maior do que os mecanismos que o minimizam. (FREIRE, 1997, p. 130)

Optando pela rebeldia que me confirma como gente, concordarmos com o pensamento de Freire - as coisas não estão prontas e nada é em definitivo. O mesmo conhecimento que cumulou o homem de poder e inteligência sobre a natureza e sobre si, dota-nos de consciência sobre os estragos produzidos pela má utilização da ciência e dos conhecimentos produzidos. Mostra-nos a conseqüência dos egoísmos e das ganâncias humanas e nos convida a refletir cotidianamente sobre o processo de marginalização do ser do homem.

Hoje, as naturezas física e humana se rebelam, clamam pela reflexão sobre o conhecimento e esperam por atos concretos rumo à construção de um amanhã mais próximo da nossa humanização. À educação e à arte, o feixe de possibilidades se abre. E, a nós, ávidos de esperança e preocupados com o contar de uma nova história, se apresenta o desafio de escrevê-la sob uma outra perspectiva. A perspectiva da indignação. Provar, com nossa capacidade de transgredir, com nossa rebeldia humana, que o futuro não está dado. Que a vida pode e deve ser melhorada com a nossa luta e que o conhecimento do bem é maior que o conhecimento do poder que ora nos desumaniza.

Que a educação e a arte impressas na veia humana possam fazer as perguntas que ainda não foram feitas e provar, num breve tempo, que todos os seres humanos têm condições de construir o conhecimento. Que todo conhecimento humano é sempre uma construção e reconstrução coletiva e que a verdade sobre o conhecimento é sempre uma verdade provisória.

Para Jorge Luiz Borges, “não há um instante que não esteja carregado como uma arma” Quem sabe, possamos aprender nas transgressões do momento, que o conhecimento está carregado de nossa humanização e nós, por cegueira, quem sabe, dele ainda não tomamos consciência.

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5 SISTEMATIZAÇÃO DO ESTUDO

Objetivos:

Apresentar os diversos tipos de trabalhos acadêmicos. Destacar sua importância para a pesquisa e para a produção do Trabalho Final de Graduação. Exercitar a elaboração de Resumos, Esquemas, Fichamento.

De acordo com Costa et al (2006, p. 15):

Quando falamos em dificuldades na produção acadêmica seja a elaboração de sínteses, fichamento, relatórios ou até de uma monografia, não podemos deixar de levar em consideração que estas dificuldades advêm, muitas vezes, da ausência, para muitos, de uma sistemática de estudo realmente eficaz e eficiente.

Como elaborar um bom trabalho acadêmico se as leituras necessárias, embora

tenham sido feitas, não proporcionaram, de fato, a apreensão do conteúdo tratado? Como

escrever bem, com coesão, clareza e boa argumentação, se as leituras que fazemos são

superficiais?

Dessa forma, considerando que a aprendizagem é uma tarefa eminentemente

pessoal e o estudante deve empenhar-se ao máximo num trabalho individualizado, apoiado no

domínio e na manipulação de uma série de técnicas e instrumentos que permitam a

sistematização e o sucesso em seus estudos, apresentamos alguns desses instrumentos que

facilitarão a apreensão do estudo.

5.1 ESQUEMA

O esquema é um registro gráfico (bastante visual) dos pontos principais de um

determinado conteúdo. Não há normas para elaboração do esquema, ele deve ser um registro

útil para você, por isso, é você quem deve definir a melhor maneira de fazê-lo. Um bom

esquema, porém, deve:

a) Evidenciar o esqueleto do texto (ou da aula, do filme, da palestra, etc.) em

questão, apresentando rapidamente a organização lógica das idéias e a relação entre elas;

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b) Ser o mais fiel possível ao texto, limitando-se a reproduzir e compreender o

conteúdo esquematizado.

5.2 RESUMO

Resumir é apresentar de forma breve, concisa e seletiva um certo conteúdo. Isto

significa reduzir a termos breves e precisos a parte essencial de um tema. Saber fazer um bom

resumo é fundamental no percurso acadêmico de um estudante em especial por lhe permitir

recuperar rapidamente idéias, conceitos e informações com as quais ele terá de lidar ao longo

de seu curso.

Em geral um bom resumo deve ser:

a) Breve e conciso: no resumo de um texto, por exemplo, devemos deixar de lado

os exemplos dados pelo autor, detalhes e dados secundários;

b) Pessoal: um resumo deve ser sempre feito com suas próprias palavras. Ele é o resultado da sua leitura de um texto

c) Logicamente estruturado: um resumo não é apenas um apanhado de frases

soltas. Ele deve trazer as idéias centrais (o argumento) daquilo que se está resumindo. Assim,

as idéias devem ser apresentadas em ordem lógica, ou seja, como tendo uma relação entre

elas. O texto do resumo deve ser compreensível.

O resumo tem várias utilizações. Isto significa também que existem vários tipos

de resumo. Você irá encontrar resumos como parte de uma monografia, antes de um artigo,

em catálogos de editoras, em revistas especializadas, em boletins bibliográficos, etc.

Por isso, antes de fazer um resumo você deve saber a que ele se destina, para

saber como ele deve ser feito. Em linhas gerais, costuma-se dizer que há 3 tipos usuais de

resumo: o resumo indicativo, o resumo informativo e o resumo crítico (ou resenha).

5.2.1 Resumo Indicativo

Não dispensa a leitura do texto completo, faz uma referência às partes mais

importantes do texto, descrevendo a natureza, forma e objetivo do texto-base, utilizando-se de

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frases curtas. É também conhecido como abstract (resumo, em inglês). Este tipo de resumo

apenas indica os pontos principais de um texto, sem detalhar aspectos como exemplos, dados

qualitativos ou quantitativos, etc.

Um bom exemplo deste tipo de resumo são as sinopses de filmes publicadas nos

jornais. Ali você tem apenas uma idéia do enredo de que trata o filme.

5.2.2 Resumo Informativo

Também conhecido, em inglês, como summary, este tipo de resumo informa o

leitor sobre outras características do texto. Se o texto é o relatório de uma pesquisa, por

exemplo, um resumo informativo não diz apenas do que trata a pesquisa (como seria o resumo

indicativo), mas informa as finalidades da pesquisa, a metodologia utilizada e os resultados

atingidos.

Um bom exemplo disto são os resumos de trabalhos científicos publicados nos

anais de congressos. A principal utilidade dos resumos informativos no campo científico é

auxiliar o pesquisador em suas pesquisas bibliográficas (link para pesquisa bibliográfica).

Imagine-se procurando textos sobre seu tema de pesquisa. Quais você deve

realmente ler? Para saber isso, procure um resumo informativo de cada texto.

5.2.3 Resumo Crítico

Este o tipo de resumo mais solicitados pelos professores. O resumo crítico é uma

redação técnica que avalia de forma sintética a importância de uma obra científica ou literária.

Quando um resumo crítico é escrito para ser publicado em revistas especializadas,

é chamado de Resenha.

A resenha (ou resumo crítico) não é apenas um resumo informativo ou indicativo.

A resenha pede um elemento importante de interpretação de texto. Você só fará uma boa

resenha se tiver lido um texto ao menos até a quarta etapa de leitura, na classificação sugerida

por Antônio Severino.

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Por isso, antes de começar a escrever seu resumo crítico você deve se certificar de

ter feito uma boa leitura do texto, identificando:

a) Qual o tema tratado pelo autor?

b) Qual o problema que ele coloca?

c) Qual a posição defendida pelo autor com relação a este problema?

d) Quais os argumentos centrais e complementares utilizados pelo autor para

defender sua posição?

Uma vez tendo identificado todos estes pontos, que devem estar retratados no seu

esquema do texto, você já tem material para escrever metade do seu resumo crítico. Este

material já é suficiente para fazer um resumo informativo, mas, para um resumo crítico, falta

a crítica, ou seja, a sua análise sobre o texto. E o que é esta análise?

A análise é, em síntese, a capacidade de relacionar os elementos do texto lido com

outros textos, autores e idéias sobre o tema em questão, contextualizando o texto que está

sendo analisado. Para fazer a análise, portanto, certifique-se de ter:

a) Informações sobre o autor, suas outras obras e sua relação com outros autores

b) Elementos para contribuir para um debate acerca do tema em questão

c) Condições de escrever um texto coerente e com organicidade

A partir daí você pode escrever um texto que, em linhas gerais, dece

apresentar:

a) Nos parágrafos iniciais, uma introdução à obra resenhada, apresentando

- o assunto/ tema

- o problema elaborado pelo autor

- a posição do autor diante deste problema

b) No desenvolvimento, a apresentação do conteúdo da obra, enfatizando:

- as idéias centrais do texto

- os argumentos e idéias secundárias

c) Por último, uma conclusão apresentando sua crítica pessoal, ou seja:

- uma avaliação das idéias do autor frente a outros textos e autores

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- uma avaliação da qualidade do texto, quanto à sua coerência, validade,

originalidade, profundidade, alcance, etc.

5.3 FICHAMENTO

“ A ficha é um instrumento de trabalho importante para qualquer tipo trabalho

científico ou de pesquisa, pois permite acumular um número significativo de material

bibliográfico” (COSTA, 2006, p. 21).

É uma forma de investigação que se caracteriza pelo ato de fichar (registrar) todo

o material necessário à compreensão de um texto ou tema. Para isso, é preciso usar fichas que

facilitam a documentação e preparam a execução do trabalho. Não só, mas é também uma

forma de estudar/assimilar criticamente os melhores textos/temas de sua formação acadêmico-

profissional. Um fichamento completo deve apresentar os seguintes dados:

a) Indicação bibliográfica – mostrando a fonte da leitura;

b) Resumo – sintetizando o conteúdo da obra. Trabalho que se baseia no esquema

(na introdução pode fazer uma pequena apresentação histórica ou ilustrativa);

c) Citações – apresentando as transcrições significativas da obra;

d) Comentários – expressando a compreensão crítica do texto, baseando-se ou não

em outros autores e outras obras;

e) Ideação – colocando em destaque as novas idéias que surgiram durante a

leitura reflexiva.

Exemplos:

Título:Autor(a):

Referência Bibliográfica:

Indicado para:

FICHA BIBLIOGRÁFICA

Referências Importantes/anotações

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5.4 SEMINÁRIO

Na visão de Santos (2005), o Seminário é um dos mais conhecidos tipos de

atividades acadêmicas e científicas. Tem como suporte a leitura, o estudo, o resumo, a análise

de texto, fundamentais para a produção de conhecimento organizado.

Pode ser conceituado como uma técnica de pesquisa e pode se desdobrar em

atividades de estudos individuais ou em grupos.

É um recurso didático-científico bastante dinâmico visto que pode explorar a

capacidade de alunos, professores e participantes.

Sempre que se realizar um seminário deve-se realizar a avaliação do mesmo pelos

seus participantes. Verifica-se: se o conteúdo versou sobre o tema escolhido; se teve unidade,

seqüência, equilíbrio; se o tema foi tratado de forma adequada. A avaliação se estende à

exposição, verificando se ela foi adequada quanto ao vocabulário, ao controle do grupo e ao

uso de recursos didáticos.

O objetivo fundamental de um seminário é a apresentação para debate de um

estudo aprofundado de uma questão. Isto implica que, para participar de um seminário, deve-

se providenciar:

Título:Autor(a):Referência Bibliográfica:Indicado para:

FICHA DE CONTEÚDO

Resumo

Citações importantes

Comentários

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a) Um estudo aprofundado que não se restrinja às características de um

fichamento;

b) Um estudo com vistas à comunicação e discussão;

c) Um estudo que só pode ser bem debatido se partir de um texto-roteiro,

preferencialmente entregue aos demais participantes.

Sendo assim, é importante definir algumas tarefas:

5.4.1 Tarefas em Grupo

a) problematização do tema (geralmente introduzido pelo professor);

b) estabelecimento de um cronograma que preveja:

- encontro de grupo para analisar a lista bibliográfica, visando levantamento e

seleção de livros;

- encontro para discussão da problemática à luz das fichas de leitura dos

integrantes do grupo, que já devem ter lido e fichado os textos;

- encontro para elaboração de um texto-roteiro para o seminário, que deve ser

distribuído aos demais componentes da turma, depois da apresentação;

- encontro para operacionalizar a apresentação do seminário (recursos

5.4.2 Tarefas Individuais

- elucidação do tema ou do texto (ver sua pare dentro do grupo)

- leituras e fichamento

- situar sua parte no contexto do grupo

5.5 ARTIGO CIENTÍFICO

O artigo é a apresentação sintética, em forma de relatório escrito, dos resultados

de investigações ou estudos realizados a respeito de uma questão. O objetivo fundamental de

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um artigo é o de ser um meio rápido e sucinto de divulgar e tornar conhecidos, através de sua

publicação em periódicos especializados, a dúvida investigada, o referencial teórico utilizado

(as teorias que serviam de base para orientar a pesquisa), a metodologia empregada, os

resultados alcançados e as principais dificuldades encontradas no processo de investigação ou

na análise de uma questão. Assim, os problemas abordados nos artigos podem ser os mais

diversos: podem fazer parte quer de questões que historicamente são polemizadas, quer de

problemas teóricos ou práticos novos.

5.5.1 Estrutura do Artigo O artigo possui a seguinte estrutura: a) Título - Deve compreender os conceitos-chave que o tema encerra, e ser

numerado para indicar, em nota de rodapé, a finalidade do mesmo.

b) Autor(es) - O autor do artigo deve vir indicado do centro para a margem

direita. Caso haja mais de um autor, os mesmos deverão vir em ordem alfabética, ou se

houver titulações diferentes deverão seguir a ordem da maior para a menor titulação. Os dados

da titulação de cada um serão indicados em nota de rodapé através de numeração ordinal.

c) Resumo e Abstract - Texto, com uma quantidade predeterminada de palavras,

onde se expõe o objetivo do artigo, a metodologia utilizada para solucionar o problema e os

resultados alcançados. O Abstract é o resumo traduzido para o inglês, sendo que alguns

periódicos aceitam a tradução em outra língua.

d) Palavras-chave - São palavras características do tema que servem para indexar

o artigo, até 6 palavras.

5.5.2 Corpo do Artigo

a) Introdução - O objetivo da Introdução é situar o leitor no contexto do tema

pesquisado, oferecendo uma visão global do estudo realizado, esclarecendo as delimitações

estabelecidas na abordagem do assunto, os objetivos e as justificativas que levaram o autor a

tal investigação para, em seguida, apontar as questões de pesquisa para as quais buscará as

respostas. Deve-se, ainda, destacar a Metodologia utilizada no trabalho. Em suma: apresenta e

delimita a dúvida investigada (problema de estudo - o quê), os objetivos (para que serviu o

estudo) e a metodologia utilizada no estudo (como).

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b) Desenvolvimento - Nesta parte do artigo, o autor deve:

- fazer uma exposição e uma discussão das teorias que foram utilizadas para

entender e esclarecer o problema, apresentando-as e relacionando-as com a dúvida

investigada;

- apresentar as demonstrações dos argumentos teóricos e/ou de resultados que as

sustentam com base dos dados coletados;

c) Conclusão - Após a análise e discussões dos resultados, são apresentadas as

conclusões e as descobertas do texto, evidenciando com clareza e objetividade as deduções

extraídas dos resultados obtidos ou apontadas ao longo da discussão do assunto. Neste

momento são relacionadas às diversas idéias desenvolvidas ao longo do trabalho, num

processo de síntese dos principais resultados, com os comentários do autor e as contribuições

trazidas pela pesquisa.

Cabe, ainda, lembrar que a conclusão é um fechamento do trabalho estudado,

respondendo às hipóteses enunciadas e aos objetivos do estudo, apresentados na Introdução,

onde não se permite que nesta seção sejam incluídos dados novos, que já não tenham sido

apresentados anteriormente.

d) Referências - Referências são um conjunto de elementos que permitem a

identificação, no todo ou em parte, de documentos impressos ou registrados em diferentes

tipos de materiais. As publicações devem ter sido mencionadas no texto do trabalho e devem

obedecer as Normas da ABNT 6023/2000. Trata-se de uma listagem dos livros, artigos e

outros elementos de autores efetivamente utilizados e referenciados ao longo do artigo.

5.6 PAINEL

O painel é uma forma de apresentação dos resultados dos trabalhos realizados em

torno de um tema.

5.6.1 Tamanho do Painel

As dimensões do Painel são: 0,90m (largura) x 1m (altura). Recomenda-se que as

ilustrações (fotos, esquemas, tabelas, gráficos e equações) ocupem no máximo 40 % da área

total. O texto do painel deverá ser legível a uma distância de pelo menos 2 metros;

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5.6.2 Seqüência para apresentação de dados do Painel

a) Nome da Instituição: em letras minúsculas, com as iniciais em maiúsculas e

centralizado;

b) Título do trabalho: em letras maiúsculas, em negrito e centralizado;

c) Nome(s) do(s) autor(es): em letras minúsculas, com as iniciais em maiúsculas e

alinhado à margem direita;

d) Nome do Orientador: em letras minúsculas, com as iniciais em maiúsculas e

alinhado à margem direita;

5.6.3 Corpo do Painel

a) Introdução: a importância do assunto deve ser destacada resumidamente na

forma de introdução ou equivalente;

b) Metodologia: dar uma idéia compacta da metodologia ou forma de abordagem

da pesquisa;

c) Resultados e discussão: indicar apenas os de maior destaque;

d) Conclusões: indicar as principais conclusões, a partir dos resultados obtidos;

e) Referências: relacionar em formato resumido, apenas as mais diretamente

ligadas ao assunto.

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6 CITAÇÕES E NOTAS DE RODAPÉ

Objetivos:

Orientar para a elaboração de citações na produção de Trabalhos Acadêmicos.

A elaboração de citações está disciplinada na NBR 10520:2002. A partir da

leitura da documentação existente sobre o assunto estudado, para dar ênfase a certos aspectos

abordados, o estudioso usa citações ou pontos de vista de outros pesquisadores ao longo do

texto ou em notas de rodapé. Citação é uma "menção de uma informação extraída de outra

fonte." (ABNT 2002, p. 1).

6.1 CITAÇÃO

É a menção no texto de uma informação colhida de outra fonte. Pode ser direta,

indireta e citação de citação.

6.1.1 Citação Direta

“Transcrição textual de parte da obra do autor consultado.” (NBR, 10520, p. 2).

Podem ser apresentadas de duas formas: até três linhas escreve-se normalmente

no texto e vêm entre aspas. Acima de três linhas, devem ser destacadas com recuo de 4 cm da

margem esquerda, com letras fonte tamanho 10, sem aspas e com espacejamento simples.

A indicação de autoria poderá ser inserida no texto em letras maiúsculas e

minúsculas ou com letras maiúsculas quando estiverem entre parênteses.

a) Exemplo de citação até 3 linhas com autor inserido no texto:

Para Minayo (2001, p. 22) “o conjunto de dados quantitativos e qualitativos não

se opõem, ao contrário, se complementam”.

b) Exemplo de citação até 3 linhas com autor inserido entre parênteses, no

final da citação:

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“O professor universitário precisa de consolidada experiência de pesquisa para

bem ensinar; o aluno da universidade precisa de uma vivência de prática investigativa para

bem aprender.” (LIMA, 2004, p.18).

c) Exemplo de citação com mais de 3 linhas com autor inserido entre

parênteses, no final da citação:

A ciência é a busca do conhecimento sistemático dos fenômenos da natureza e abrange um conjunto de conhecimentos racionais – certos e prováveis – obtidos segundo determinado método, sendo sistematizados e verificáveis, com a característica adicional de fazerem referência a objetos de uma mesma natureza. (OLIVEIRA, 2003, p. 39).

d) Exemplo de citação com mais de 3 linhas com autor inserido no texto:

Oliveira (2003, p. 39) ao abordar sobre ciência destaca que a mesma é

[...] a busca do conhecimento sistemático dos fenômenos da natureza e abrange um conjunto de conhecimentos racionais – certos e prováveis – obtidos segundo determinado método, sendo sistematizados e verificáveis, com a característica adicional de fazerem referência a objetos de uma mesma natureza.

6.1.2 Citação Indireta

É a expressão da idéia contida na fonte citada, sem transcrição, dispensando o uso

de aspas duplas.

6.1.3 Citação de citação

Consiste na transcrição direta ou indireta de um texto ao qual não se teve acesso

ao original. Neste caso, a citação é feita pelo nome do autor original, seguido da expressão

apud e do nome do autor da obra consultada.

a) Exemplo de citação de citação transcrita de forma direta:

Lênin (1999 apud MINAYO, 2001, p.16) diz que “o método é a alma da teoria”.

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Ou:

“O método é a alma da teoria”. (LÊNIN, 1999 apud MINAYO, 2001, p.16).

b) Exemplo de citação de citação transcrita de forma indireta:

Ryle (1971 apud LIPMAN, 1995) reconhece que existem habilidades para o ato

de pensar e que somente poderiam ser desenvolvidas em disciplinas acadêmicas específicas.

Este posicionamento teve pouca influência e posteriormente os educadores começaram a

discutir sobre a necessidade de estimular a pensar ao invés de aprender por repetição.

c) Citação de partes com omissões

Quando for omitido um trecho ou parte dele, a parte omitida é indicada por

reticências entre colchetes [...].

Caso as reticências entre colchetes sejam usadas no final da citação, isto indica

que o trecho original não termina ali. Outrossim, reticências entre colchetes no início da

citação significam que a mesma não está sendo transcrita desde o início.

Exemplo:

“[...] citações textuais muito longas são também desaconselhadas: cada citação

não deverá exceder duzentas palavras.” (ANDRADE, 1998, p.41).

d) Abreviaturas utilizadas nas citações:

Apud – citado por

Ibidem ou Ibid . - na mesma obra

Idem ou Id. - do mesmo autor

Op. cit - na obra citada

Loc. cit - no lugar citado

Cf. – confira

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Quando houver coincidências de autores com o mesmo sobrenome e data,

acrescentar as iniciais de seus prenomes.

6.2 NOTAS DE RODAPÉ

As notas de rodapé destinam-se a prestar esclarecimentos ou tecer considerações

que não devam ser incluídas no texto para não interromper a seqüência lógica da leitura. Essas

notas devem ser reduzidas ao mínimo e situar-se em local tão próximo quanto possível do

texto, não sendo aconselhável reuni-las todas no fim de capítulos ou da publicação.

Para se fazer a chamada das notas de rodapé, usa-se algarismos arábicos, na

entrelinha superior sem parênteses, com numeração consecutiva para cada capítulo ou parte,

evitando-se recomeçar a numeração a cada página. Quando as notas forem em número

reduzido, pode-se adotar uma seqüência numérica única para todo o texto.

6.2.1 Apresentação das Notas de Rodapé

As notas de rodapé se localizam na margem inferior da mesma página onde ocorre

a chamada numérica recebida no texto. São separadas do texto por um traço contínuo de 4cm

e digitadas em espaço simples e com Fonte 10. Usa-se espaço duplo para separar as notas,

entre si.

6.2.2 Tipos de Notas de Rodapé

a) Bibliográficas - São em geral utilizadas para indicar fontes bibliográficas

permitindo comprovação ou ampliação de conhecimento do leitor; para indicar textos

relacionados com as afirmações contidas no trabalho, remeter o leitor a outras partes do

mesmo trabalho ou outros trabalhos para comparação de resultados e para incluir a tradução

de citações feitas em língua estrangeira ou indicar a língua original de citações traduzidas.

b) Explicativas - Quando se referem a comentários e/ou observações pessoais do

autor.

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7 REFERÊNCIAS – FORMAS DE ENTRADA

Objetivos:

Orientar para a elaboração de Referências na produção de Trabalhos Acadêmicos.

A ABNT estabelece as diretrizes que devem ser utilizadas na elaboração de

Referências. Segundo a NBR 6023, de agosto de 2002, passou a chamar-se de

REFERÊNCIAS. Assim, poderão ser incluídas todas as fontes utilizadas na elaboração do

trabalho, tais como: filmes, DVDs, livros, revistas, anais, etc.

Referência é o conjunto de elementos retirados de um documento, que permite a

identificação de onde foi utilizado.

7.1 REGRAS GERAIS DE APRESENTAÇÃO

a) Ligam-se por hífen as páginas iniciais e finais das partes referenciadas.

Ex. p. 25-28.

b) Quando forem fascículos referenciados, as datas limites de determinado

período da publicação, ligam-se por barra. Ex. jan./jul.

c) O nome do local deve ser indicado tal como aparece na publicação

referenciada. Quando há mais de um local para uma só editora, indica-se o primeiro ou o mais

destacado. Não sendo possível determinar o local, indica-se entre colchetes [S.l.] (ou seja,

sine loco).

d) O nome da editora deve ser indicado tal como aparece na publicação

referenciada, abreviando-se os prenomes e suprimindo-se outros elementos que designam a

natureza jurídica ou comercial do mesmo, desde que dispensável para sua identificação. Ex: J.

Olympio e não Livraria José Olympio Editora. Atlas e não Editora Atlas. Quando a editora

não puder ser identificada, indica-se entre colchetes [s.n.], ou seja sine nomine.

e) Quando o local e a editora não puderem ser identificados usa-se [S.l.: s.n.];

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f) Indica-se sempre a data em algarismos arábicos contínuos ex. 1995 quando não

aparece a data, coloca-se entre colchetes: Data provável - [1999 ?] Década certa - [199_]

Década provável – [199-?]

g) Os meses devem ser abreviados no idioma original da publicação. Na língua

portuguesa não se abrevia o mês designado por até quatro letras. Ex. jan. fev. mar. abr. maio.

jun. jul. ago. set. out. nov. dez.

h) A ordenação da lista deverá ser em ordem alfabética, em espaço simples

entre linhas e separadas umas das outras por espaço duplo, alinhadas somente a

margem esquerda.

7.2 ESPECIFICAÇÕES E ORDEM DOS ELEMENTOS

7.2.1 Livros com 01 autor

Autor da publicação com sobrenome em letras maiúsculas antecedendo o nome.

- Título da publicação em destaque (negrito).

- Edição quando for diferente da primeira – ex: 2.ed.

- Local da publicação:

- Editora,

- Data.

- Número de páginas – ex. 120 p.

- Ilustrada – il.

Exemplo:

SANTOS, Antônio Raimundo dos. Metodologia Científica: a construção do conhecimento. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. 164 p.

Observações:

1. Quando o livro apresenta um subtítulo principal separa-se por dois pontos e não se destaca.

2. Se houver um organizador, coloca-se após o mesmo (Org.)

3. Se o livro for traduzido, indica-se o autor original, o título do livro, depois coloca-se Tradução de e indica-se o Autor(es) da tradução com o nome e sobrenome (letras Maiúscula/minúscula).

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4. Nomes compostos como por exemplo: Junior, Filho e outros, indica-se o sobrenome mais a especificação de grau em letras maiúsculas. Ex. TEIXEIRA FILHO, José.

7.2.2 Livros com dois e três autores

Mencionam-se os autores na ordem em que aparecem na publicação ligados por

ponto e vírgula.

Exemplo:

MARTINS, Gilberto de Andrade; PINTO, Ricardo Lopes. Manual para Elaboração de Trabalhos Acadêmicos. São Paulo: Atlas, 2001. 93 p.

7.2.3 Livros com mais de três autores

Se há mais de três autores, menciona-se o primeiro autor seguido da expressão et

al.

Exemplo.

COSTA, Ana Rita Firmino et al. Orientações Metodológicas para Produção de Trabalhos Acadêmicos. 7. ed. Maceió: EDUFAL, 2006. Série Apontamentos 2.

7.2.4 Capítulo de livro

a) Mesmo autor:

Autor do livro. Título do capítulo. In: ______. Título do livro . (negrito). Edição. Local: Editora, ano. p.

Exemplo:

SANTOS, Antônio Raimundo dos. Fases da Pesquisa Científica. In:______. Metodologia Científica: a construção do conhecimento. Rio de Janeiro: DP&A. 2002, p. 49- 147.

b) Autor Repetido (livros diferentes do mesmo autor)

O nome do autor de várias obras referenciadas sucessivamente pode ser

substituído nas referências seguintes à primeira por um traço de seis espaços.

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Exemplos:

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e Documentação - Referências - Elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, 2000.

________. NBR 10520: Informação e Documentação. Citações em documentos – Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.

________. NBR 14724: Informação e Documentação – Trabalhos acadêmicos – Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.

________. NBR 15287: Informação e Documentação – Projeto de pesquisa – Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.

7.2.5 Tese/Dissertações/Monografias

Autor. Título em negrito. Data. Folhas. Tese/Dissertação/Monografia/TCC (Grau e área). Unidade de Ensino, Instituição, Local.

Exemplos:

MILIOLI, Geraldo. Abordagem ecossistêmica para a mineração: uma perspectiva comparativa para Brasil e Canadá. 1999. 403 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção). Área de concentração: Gestão da qualidade ambiental. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

BORTOT, Guiomar da Rosa. A ação pedagógica docente e o desenvolvimento da criatividade dos alunos de Pedagogia em Universidades Catarinenses. 2000. 237 f. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade do Sul de Santa Catarina, Tubarão.

MORAES, Stelamaris Giassi. Resignificando a vida no trabalho através do retorno à escola. 2003. 47 f. Monografia (Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior). Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma.

ROSSO, Magallli. Avaliação: processo de construção do conhecimento ou mais uma ferramenta de exclusão. 2003. 59 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia). Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma.

7.2.6 Autor Entidade (órgãos governamentais, empresas, associações, congressos, seminários, etc).

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Quando a entidade assume integral responsabilidade por um trabalho, a mesma é

tratada como autor e vem toda escrita em letras maiúsculas.

Exemplos:

NOME DA ENTIDADE NO TODO EM LETRAS MAIÚSCULAS. Título em negrito. Ed. Local, data.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: apresentação de citações em documentos: procedimento. Rio de Janeiro, 1988.

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Catálogo de teses da Universidade de São Paulo, 1992. São Paulo, 1993. 467 p.

CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO, 10., 1979, Curitiba. Anais.... Curitiba: Associação Bibliotecária do Paraná, 1979. 3 v.

7.2.7 Autoria desconhecida

Em caso de autoria desconhecida, a entrada é feita pelo título.

Exemplo:

DIAGNÓSTICO do setor editorial brasileiro. São Paulo: Câmara Brasileira do livro, 1993. 64p.

7.2.8 Legislação

Compreende a Constituição, as emendas constitucionais, textos legais, normas

entre outros.

Exemplos:

FEDERAÇÃO. Órgão Superior. Título . Ed. Local: Entidade responsável pela editoração, data.

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BRASIL. Código civil. 46. ed. São Paulo: Saraiva, 1995.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, v. 134, n. 248, 23 dez. 1996. Seção 1, p. 27834-27841. BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Resolução Nº 307, de 05 de julho de 2002. Estabelece diretrizes, critérios, procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Brasilia-DF.

SÃO PAULO (Estado). Decreto nº 42.822, de 20 de janeiro de 1998. Lex: coletânea de legislação e jurisprudência, São Paulo, v. 62, n. 3, p. 217-220, 1998.

7.2.9 Periódicos: Artigo de Revista, Boletim e outros

- Autor do artigo.

- Título do artigo.

- Título da revista em destaque,

- Local da publicação,

- Número de volume e ou ano, ex. (v. 1 ou ano 1), número do fascículo (n.), página inicial e final (p. 10-l5),

- Período e Data (mês/ano).

7.2.10 Artigo de Revista com Autor

SOBRENOME, Nome. Título do artigo. Título da revista em negrito, Local da publicação, número de volume e ou ano, ex. (v. 1 ou ano 1), número do fascículo (n.), página inicial e final (p. 10-15), Período e Data (mês/ano).

BORTOT, Guiomar da Rosa; BRUNEL, João Luiz; SHARF, Rosetenair. Ciência e desenvolvimento. Poiésis Revista Científica em Educação, Tubarão, v.1, n.1, p.9-19, jan./jun.1999.

7.2.11 Artigo de revista sem autor

Quando o artigo de periódico não tem autor, inicia-se pelo título do artigo,

indicando-se a primeira palavra e o artigo que a preceder, se houver, em letras maiúsculas.

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Apostila elaborada pela Professora Sandra Márcia de Souza Cartaxo - versão Agosto/2009 Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET)

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Exemplos.

PRIMEIRA palavra do artigo em maiúscula o restante escrito normal. Título da Revista em destaque, Local, v., n., p., período, mês/ano.

SALADA verde faz bem para o coração. Veja, São Paulo, v. 35, n. 11, p. 116, semanal, mar. 2002.

7.2.12 Dicionário

SOBRENOME, Nome (Editor). Título em negrito. Co-editor se houver. Local: Editora, ano.

HOUAISS, Antonio (Ed.). Novo dicionário Folha Webster’s: Inglês/Português, Português/Inglês. Co-editor Ismael Cardim. São Paulo: Folha da Manhã, 1996.

7.2.13 Artigos de Jornal

- Autor do artigo.

- Título do artigo.

- Nome do jornal sublinhado,

- Local da publicação,

- Data (dia, mês e ano).

- Seção, caderno ou parte do jornal,

- Páginas do artigo.

Exemplos

SOBRENOME, Nome do Autor do artigo. Nome do jornal, Local da publicação, Data (dia, mês e ano). Seção, caderno ou parte do jornal, Páginas do artigo.

GUTKOSKI, Cris. Leonardo da Vinci, o homem total. Diário Catarinense, Florianópolis, 15 abr. 2002. Caderno Variedades, p. 4-5.

7.2.14 Artigo sem autor

Page 44: Apostila de Metodologia Científica

Apostila elaborada pela Professora Sandra Márcia de Souza Cartaxo - versão Agosto/2009 Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET)

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PRIMEIRA palavra do artigo com letras maiúsculas o restante escrito normal. Nome do jornal , Local da publicação, Data (dia, mês e ano). Seção, caderno ou parte do jornal, Páginas do artigo.

CONTA telefônica é motivo de processo. Jornal da Manhã, Criciúma, 15 abr. 2002. Seção Economia, p.9.

OBS: Quando não houver seção, caderno ou parte a paginação do artigo ou matéria precede a data.

Exemplo.

LEAL, L. N. MP fiscaliza com autonomia total. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, p. 3, 25 abr. 1999.

7.2.15 Documento de Eventos

NOME DO EVENTO, Número do Evento, ano, Local. Anais... Local de publicação: Órgão responsável, data. P.

Anais de Congresso

CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SANTA CATARINA, 2., 1998, Blumenau. Anais... Blumenau: Secretaria de Estado da Educação e do Desporto, 1998. 245 p.

JORNADA INTERNA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 18., JORNADA INTERNA DE INICIAÇÃO ARTÍSTICA E CULTURAL; 8., 1996, Rio de Janeiro. Livro de Resumos do XVIII Jornada de Iniciação Científica e VIII Jornada de Iniciação Artística e Cultural. Rio de Janeiro: UFRJ, 1996. 822 p.

7.2.16 Trabalhos apresentados em eventos

SOBRENOME, Nome. Título do trabalho. In: NOME DO EVENTO, Número do Evento, data, Local. Anais... Local da publicação: Órgão responsável pela publicação, data. P. .-..

IANNI, Octávio. Globalização e transculturação. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SANTA CATARINA, 2., 1998, Blumenau. Anais... Blumenau: Secretaria de Estado da Educação e do Desporto, 1998. p. 85-115.

7.2.17 Referências de documentos eletrônicos

Deve-se mencionar os dados relativos ao material utilizado e citado, da mesma forma

recomendada anteriormente, acrescentando-se as informações pertinentes ao suporte

eletrônico.

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45

Exemplos:

Trabalho apresentado em evento em meio eletrônico

SOBRENOME, Nome. Título do trabalho. In: NOME DO EVENTO, Número do evento, data, Local. Anais... Local da publicação: Órgão responsável pela publicação, data. Disponível em: <http:www...... > Acesso em: data.

SILVA, R. N. ; OLIVEIRA, R. Os limites pedagógicos do paradigma da qualidade total na educação. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPe, 4., 1996, Recife. Anais eletrônicos... Recife: UFPe, 1996. Disponível em: <http:www.propesq.ufpe.br/anais/anais/educ/ce04..htm> Acesso em: 21 jan. 1997.

7.2.18 Artigo de Revista eletrônica

SOBRENOME, Nome. Título do artigo. Nome da Revista, Local, mês. Ano, Seção. Disponível em: <http://www.....>. Acesso em: data.

SILVA, M.M.L. Crimes da era digital. Net, Rio de Janeiro, nov. 1998. Seção Ponto de Vista. Disponível em: <http://www.brazilnet.com.br/contexts/brasilrevistas.htm>. Acesso em 28 nov. 1998.

7.2.19 Artigo de Revista eletrônica não assinada (sem autor)

PRIMEIRA palavra do artigo em maiúscula o restante em letras minúsculas. Nome da Revista em negrito, Local, n. , mês. ano. Disponível em: http://www.......>. Acesso em: data.

WINDOWS 98: o melhor caminho para atualização. PC World, São Paulo, n. 75, set. 1998. Disponível em: <http://www.providafamilia.org/pena_morte_nascituro.htm>. Acesso em: 19 set. 1998.

7.2.20 E-mail (não recomendado dada a informalidade)

NOME do remetente. Assunto. [mensagem pessoal] Mensagem recebida por <Endereço eletrônico> em data de recebimento.

Exemplo: BIBLIOTECA CENTRAL DA UFRGS. Alerta. [mensagem pessoal] Mensagem recebida por <[email protected]> em 18 jul. 2000.

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8 ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE RELATÓRIOS

Objetivos:

Apresentar a estrutura de um Relatório Científico.

8.1 DEFINIÇÕES E ESTRUTURA

A depender dos objetivos e necessidades de uma determinada atividade ou

pesquisa, o Relatório apresenta características diferenciadas.

8.1.1 Relatório

Relatório é a exposição escrita na qual se descrevem fatos verificados mediante

pesquisas ou se historia a execução de serviços ou de experiências. É geralmente

acompanhado de documentos demonstrativos, tais como tabelas, figuras, estatísticas e outros.

Para a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), relatório é um

documento onde é exposto, em detalhes, o desenvolvimento de um ato ou de uma

incumbência.

8.1.1.1 Estrutura do Relatório

a) Capa (obrigatório)

b) Folha de Rosto (obrigatório)

c) Agradecimento (opcional)

d) Resumo (obrigatório)

e) Sumário (obrigatório)

f) Desenvolvimento (obrigatório) – parte textual onde estão contidas as informações sobre o objeto

g) Referências

h) Anexos ou Apêndices

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8.1.1.2 Definição dos componentes da Estrutura do Relatório:

Cada um dos elementos que compõe o Relatório deve iniciar numa nova página.

A Capa e a Folha de Rosto deverão ser elaboradas de acordo com os Modelos constantes no

final desta Apostila.

8.1.1.2.1 Resumo

Redigido pelo próprio autor do trabalho, o resumo deve ser a síntese dos pontos

relevantes do texto, em linguagem clara, concisa e direta. Deve ressaltar o objetivo, o

resultado e as conclusões do trabalho, assim como o método e a técnica empregada em sua

elaboração.

Permite, ao leitor, uma compreensão geral do trabalho sem a necessidade da

leitura completa do documento. Prioriza-se o uso da terceira pessoa do singular, do verbo na

voz ativa, evitando-se o emprego de frases negativas. Deve ser escrito numa seqüência de

frases correntes em um só parágrafo.

8.1.1.2.2 Sumário

Consiste na enumeração das principais divisões do trabalho, na ordem e grafia em

que aparecem no texto, com a página inicial de cada capítulo ou seção.

O Sumário deve ser redigido com espaçamento simples entre linhas, com um

espaço entre os blocos de capítulos.

8.1.1.2.3 Introdução

Ao ler a introdução deve-se ter uma visão geral do conteúdo do relatório. A

Introdução deve explicitar claramente o objeto de pesquisa, as hipóteses de trabalho, a

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contextualização do problema de pesquisa, identificação, caracterização, e histórico da

organização quando pertinentes.

8.1.1.2.4 Desenvolvimento

Parte principal do texto, que contém a exposição ordenada e pormenorizada do

assunto. Divide-se em seções e subseções, que variam em função da abordagem do tema e do

método. É a parte mais extensa e visa à revisão da literatura sobre o assunto do trabalho,

assim como todo material e métodos e discussão dos resultados.

8.1.1.2.5 Conclusão

Principais conclusões alcançadas com o Trabalho, significado dos dados mais

relevantes observados ou coletados para resolver o problema proposto, e/ou como as

atividades foram importantes para a formação acadêmica do futuro empreendedor, e/ou como

as expectativas teóricas se comportaram na prática.

8.1.1.2.6 Referências

É o conjunto de indicações que possibilitam a identificação de documentos,

publicações, no todo ou em parte.

8.1.1.2.7 Apêndice (se houver)

Texto ou documento elaborado pelo autor, a fim de complementar sua

argumentação, sem prejuízo da unidade nuclear do trabalho.

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8.1.1.2.8 Anexos (se houver)

Texto ou documento não elaborado pelo autor, que serve de fundamentação,

comprovação e ilustração.

8.1.1.2 Digitação do Documento – segundo a NBR 14724/2005

a) Papel: A4 (21cm X 29,7cm)

b) Margens: superior e esquerda 3cm; direita e inferior 2cm;

c) Espaço entre linhas: um e meio (1,5) para texto e simples para as citações longas, as notas de referência, os resumos e para a Lista de Referências;

d) Fonte ou tipo de letra: Times New Roman ou Arial

e) Tamanho da letra: 12 para texto e 10 para citações e notas de rodapé.

f) Títulos e tópicos do texto: devem ser colocados em negrito e em maiúsculas no início da seção, alinhados à esquerda da página e com uma distância de dois espaços de 1,5 antes do texto que o precede e que o sucede.

g) Numeração de páginas: canto superior direito (a numeração começa a contar a partir da primeira página após a capa e só aparece na primeira folha após o Sumário)

h) Alinhamento do texto: justificado

8.1.1.3 Estilo e Orientação para Redação

a) Estilo

A redação de trabalhos científicos difere dos outros tipos de composição,

apresentando algumas características próprias quanto à estrutura e estilo. Alguns princípios

básicos devem ser observados neste tipo de redação.

b) Objetividade

Na linguagem científica, os assuntos precisam ser tratados de maneira direta e

simples, com lógica e continuidade no desenvolvimento das idéias, cuja seqüência não deve

ser desviada com considerações irrelevantes. A explanação deve se apoiar em dados e provas

e não em opiniões sem confirmação.

c) Clareza

Uma redação é clara quando as idéias são expressas sem ambigüidade para não

originar interpretações diversas da que se quer dar. Ë importante o uso de vocabulário

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adequado e de frases curtas, sem divagações, tendo-se como objetivo facilitar a leitura e

prender a atenção do leitor. Os problemas e hipóteses devem ser formulados com

propriedade, evitando-se expressões com duplo sentido, palavras supérfluas, repetições e

detalhes prolixos que dificultam o entendimento do assunto.

d) Precisão

Cada expressão empregada deve traduzir com exatidão o que se quer transmitir,

em especial no que diz respeito a registros de observações, medições e análises efetuadas.

Indicar como, quando e onde os dados foram obtidos, especificando-se as limitações do

trabalho e a origem das teorias. Deve-se utilizar a nomenclatura técnica apropriada,

empregando-a sempre da mesma forma em todo o texto e de acordo com sua aceitação no

meio científico.

e) Imparcialidade

Evitar idéias pré-concebidas, não superestimando a importância do trabalho, nem

subestimando outros que pareçam contraditórios.

f) Coerência

Deve-se manter uma seqüência lógica e ordenada na apresentação das idéias. Um

trabalho, em geral, se divide em capítulos, seções e subseções, sempre de forma equilibrada e

coesa.

g) Conjugação Verbal

Recomenda-se a expressão impessoal, evitando-se o uso da primeira pessoa, tanto

do plural como do singular.

Exemplo:

... procurou-se mensurar a reação da planta...

...na obtenção destes dados, procedeu-se segundo o critério...

O Relatório deve ser apresentado encadernado, protegido por Capa, seguida de

Folha de Rosto e Estrutura próprias, cujos modelos são apresentados nesta Apostila.

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8.1.2 Relatório de Estágio Supervisionado

Considerando que, ao final do curso, o aluno deverá apresentar um relatório de

Estágio Supervisionado, com carga horária mínima de 160 horas, apresentamos, a seguir,

estrutura específica para este Relatório que será apresentado no 10º Período do Curso, ao

Professor da Disciplina Fundamentos de Trabalho Final de Graduação (TFG).

O relatório de estágio visa descrever o local onde foi realizado o estágio,

respeitando o período determinado para sua realização, relatando as atividades desenvolvidas

pelos estagiários, assim como apresentar observações, análises e sugestões referentes à

temática abordada em cada plano de estágio.

A diferença dos demais Relatórios está na forma de caracterizar a Empresa onde

ocorreu o estágio, bem como as atividades desenvolvidas, conforme segue.

8.1.2.1 Introdução

Ao ler a introdução deve-se ter uma visão geral do conteúdo do relatório. A

Introdução deve explicitar claramente o objeto de pesquisa, as hipóteses de trabalho, a

contextualização do problema de pesquisa, identificação, caracterização, e histórico da

organização quando pertinentes.

8.1.2.2 Histórico e descrição da Empresa

Descrição breve da empresa onde realizou o estágio, como histórico, localização,

caracterização (micro, pequena ou grande empresa), principais produtos e serviços oferecidos,

ou qualquer informação que achar pertinente. Descrever de forma objetiva, se achar relevante,

os aspectos administrativos, a filosofia da empresa, relacionamento com pessoas de diferentes

níveis hierárquicos que observou na empresa, sempre tomando cuidado com os aspectos

éticos envolvidos em tal abordagem.

Descrição das características do Estágio Supervisionado: em quantas horas foi

realizado, quem era o supervisor na empresa e o orientador na Instituição.

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Dizer qual o objetivo geral das atividades realizadas:

Se foi resolver um problema, especifique o problema analisado ou resolvido na

empresa;

Se foi realizar tarefas condizentes com o perfil profissional do discente, especificar as

tarefas.

Dizer os objetivos específicos desenvolvidos durante o estágio

8.1.2.3 Relato das Atividades desenvolvidas

É a síntese das atividades realizadas e desenvolvidas durante o estágio. Devem ser

descritas com o maior nível de detalhes possível, observando sempre, os passos seguintes,

porém tendo o cuidado de não descrever atividades diárias:

8.1.2.4 Carga Horária

Registre, detalhadamente, o tempo destinado a desenvolver as atividades descritas

no item anterior, principalmente quando se tratar de mais de uma área.

8.1.2.5 Tecnologias Utilizadas

Para as atividades desenvolvidas, explique que tecnologia foi utilizada.

8.1.2.6 Equipamentos e Dispositivos Utilizados

Para as atividades desenvolvidas, identifique os equipamentos (materiais) e

dispositivos que foram utilizados durante o estágio.

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8.1.2.7 Resultados Obtidos

Durante o estágio foram desenvolvidas atividades que, com certeza, apresentaram

alterações no desempenho das atividades da empresa/instituição, traduzidas em resultados.

Identifique os resultados que foram obtidos.

8.1.2.8 Análise dos Resultados

Faça aqui a análise dos resultados obtidos, ou seja, que mudança(s) ocorreu (ram)

com o seu trabalho durante o desenrolar das atividades. Faça uma análise com base nos

resultados obtidos.

8.1.2.9 Propostas e soluções para resolução de problemas

Se durante o estágio, você apresentou propostas e ofereceu soluções para resolver

problemas encontrados, registre-os aqui.

8.1.2.10 Conclusão

Principais conclusões alcançadas com o Estágio, ou seja, o significado dos dados

mais relevantes observados ou coletados para resolver o problema proposto, e/ou como as

atividades foram importantes para a formação acadêmica do futuro empreendedor, e/ou como

as expectativas teóricas se comportaram na prática.

8.1.2.11 Referências

É comum, durante o Estágio Supervisionado, a necessidade de aprofundamento

teórico para entender e justificar algumas atividades exercidas pelo estagiário. Nesse caso,

faz-se necessária a consulta a obras de referência que corroborem a informação dada.

Sempre que essas obras forem consultadas, é obrigatório o registro nas

Referências do Relatório de Estágio.

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9 A PESQUISA

Seabra (2001) afirma que para fazer pesquisa faz-se necessário desenvolver um

conjunto de atividades orientadas para a aquisição de determinado conhecimento. Dessa

forma, para ser considerada científica, a pesquisa deve ser feita de forma sistematizada,

utilizando-se métodos e técnicas apropriados.

9.1 CONCEITO

De uma forma simplificada, pode-se dizer que Pesquisa é o mesmo que busca ou

procura. Sendo assim, pesquisar é buscar ou procurar resposta para alguma coisa. Em se

tratando de Ciência a pesquisa é a busca de solução a um problema que alguém queira saber a

resposta. Não é correto dizer que se faz ciência quando se está pesquisando. O correto é dizer

que se produz ciência através de uma pesquisa. Pesquisa é, portanto o caminho para se chegar

à ciência, ao conhecimento. (SEABRA, 2001).

É na pesquisa que utilizaremos diferentes instrumentos para se chegar a uma

resposta mais precisa. O instrumento ideal deverá ser estipulado pelo pesquisador para se

atingir os resultados ideais. Num exemplo grosseiro diríamos: eu não poderia procurar um

tesouro numa praia cavando um buraco com uma picareta; eu precisaria de uma pá. Da

mesma forma eu não poderia fazer um buraco no cimento com uma pá; eu precisaria de uma

picareta. Por isso a importância de se definir o tipo de pesquisa e da escolha do instrumental

ideal a ser utilizado.

A Ciência, através da evolução de seus conceitos, está dividida por áreas do

conhecimento. Assim, hoje temos conhecimento das Ciências Humanas, Sociais, Biológicas,

Exatas, entre outras. Mesmo estas divisões têm outras subdivisões cuja definição varia

segundo conceitos de muitos autores. As Ciências Sociais, por exemplo, podem ser divididas

em Direito, História, Sociologia etc.

9.2 TIPOS DE PESQUISA

A partir dos conceitos, pode-se definir os tipos de pesquisa da seguinte forma:

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Apostila elaborada pela Professora Sandra Márcia de Souza Cartaxo - versão Agosto/2009 Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET)

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9.2.1 Quanto à Natureza

a) Pesquisa Básica – É o tipo de Pesquisa que gera conhecimento. Não tem

finalidades imediatas. O conhecimento será utilizado em Pesquisas Aplicadas ou

Tecnológicas;

b) Pesquisa Aplicada – É o tipo de Pesquisa que gera Produtos e Processos que

têm finalidades imediatas. Utiliza os conhecimentos gerados pela Pesquisa Básica e as

Tecnologias Existentes.

9.2.2 Quanto aos Objetivos

a) Pesquisa Exploratória – A pesquisa ou estudo exploratório consiste no passo

inicial de qualquer pesquisa pela experiência e auxílio que traz na formulação de hipóteses

significativas para posteriores pesquisas, contribuindo assim com a aquisição de embasamento

para realizá-las.

b) Pesquisa Descritiva – Tal pesquisa observa, registra, analisa e ordena dados,

sem manipulá-los, isto é, sem interferência do pesquisador. Procura descobrir a freqüência

com que um fato ocorre, sua natureza, características, causas, relações com outros fatos.

Assim, para coletar tais dados, utiliza-se de técnicas específicas, dentre as quais destacam-se a

entrevista, o formulário, o questionário, o teste e observação.

c) Pesquisa Explicativa – Se preocupa com o porquê dos fatos e fenômenos, isto

é, com a identificação dos fatores que determinam a ocorrência ou a maneira de ocorrer dos

fatos/fenômenos/processos.

9.2.3 Quanto aos Procedimentos

a) Pesquisa Bibliográfica – trata-se do levantamento, seleção e documentação de

toda bibliografia já publicada sobre o assunto que está sendo pesquisado, em livros, revistas,

jornais, boletins, monografias, teses, dissertações, material cartográfico, com o objetivo de

colocar o pesquisador em contato direto com todo material já escrito sobre o mesmo.

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Apostila elaborada pela Professora Sandra Márcia de Souza Cartaxo - versão Agosto/2009 Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET)

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b) Pesquisa Documental – busca os dados direto nas fontes que ainda não

receberam tratamento analítico e publicação que podem ser: Documentos, fotos, certidões,

correspondências pessoais, etc.

c) Pesquisa Experimental – Tem como objetivo demonstrar como e por que

determinado fato é produzido. Portanto, na pesquisa experimental o pesquisador procura

refazer as condições de um fato a ser estudado, para observá-lo sob controle. Para tal, utiliza-

se de local apropriado, aparelhos e instrumentos de precisão para demonstrar o modo ou as

causas pelas quais um fato é produzido, proporcionando assim, o estudo de suas causas e

efeitos.

d) Pesquisa Ex-post-facto – Nesta pesquisa o fato já aconteceu e o pesquisador

passará a explicá-lo;

e) Pesquisa-Ação – acontece quando há interesse coletivo na resolução de algum

problema um suprimento de uma necessidade. Os pesquisadores e os pesquisados envolvem-

se no trabalho de pesquisa de modo participativo ou cooperativo.

f) Estudo de Caso – Consiste em coletar e analisar informações sobre um

determinado indivíduo, família, grupo ou comunidade, a fim de estudar aspectos variados de

sua vida, de acordo com o assunto da pesquisa.

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10 O PROJETO DE PESQUISA

Até pouco tempo não existia uma norma específica que disciplinasse a elaboração

de um Projeto de Pesquisa. Para suprir esta lacuna a ABNT publicou a NBR 15287, em 30 de

dezembro de 2005.

10.1 O QUE É O PROJETO DE PESQUISA?

a) Plano de Trabalho da Pesquisa e tem a finalidade de definir os rumos do

pesquisador;

b) Deve responder as perguntas: O Quê? Por Quê? Para Quê? Para Quem? Onde?

Quando? Como? Com Quê?

c) Deve conter o ordenamento metódico daquilo que o pesquisador pretende

realizar.

10.2 ESTRUTURA DO PROJETO DE PESQUISA:

Com a publicação da citada NBR, o Projeto passou a ter uma estrutura similar à

do Relatório de Pesquisa, englobando elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais.

Nesta apostila, apresentaremos uma estrutura reduzida, que deverá ser apresentada

para efeito de avaliação.

10.2.1 Tema ou Assunto – Responde à pergunta O Quê?

É a especificação do assunto do trabalho. Deve ser formulado de maneira concreta

e clara. Trata-se da Área de Interesse.

É preciso levar em consideração os seguintes aspectos:

a) É de interesse científico?

b) É um assunto que se deseja provar ou resolver?

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c) É possível de ser investigado?

d) Existe material bibliográfico sobre ele?

e) O pesquisador tem familiaridade com o tema?

f) O tempo e os recursos do pesquisador são suficientes para realizar a

investigação?

10.2.2 Problema

A investigação científica começa com uma questão que permite ao pesquisador

lançar-se à procura de novas respostas.

O problema é a mola propulsora de todo o trabalho de pesquisa. Depois de

definido o tema, levanta-se uma questão para ser respondida através de uma hipótese, que será

confirmada ou negada através do trabalho de pesquisa.

Inspire-se sobre os seguintes aspectos:

a) Situe o problema em seu contexto histórico, social e filosófico;

b) Examine os fatos que compõe a situação escolhida;

c) Trave um diálogo para estabelecer concordâncias e discordâncias;

d) Descubra a ótica dos diversos autores

e) Reflita sobre a pertinência das explicações dos autores.

10.2.3 Hipóteses

Hipótese é sinônimo de suposição. Neste sentido, hipótese é uma afirmação

categórica (uma suposição), que tenta responder ao problema levantado no tema escolhido

para pesquisa:

a) São as prováveis respostas ao Problema;

b) Devem partir de conhecimento prévio sobre o tema, sustentadas em adequada

revisão de literatura;

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Apostila elaborada pela Professora Sandra Márcia de Souza Cartaxo - versão Agosto/2009 Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET)

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c) Caracterizam-se como “verdades provisórias”;

d) São formuladas em sentenças afirmativas.

O trabalho de pesquisa, então, irá confirmar ou negar a hipótese (ou suposição)

levantada.

10.2.4 Justificativa

Sua função é destacar a relevância e o porquê da escolha do tema. A justificativa

num projeto de pesquisa, como o próprio nome indica, é o convencimento de que o trabalho

de pesquisa é fundamental de ser efetivado.

Deve-se tomar o cuidado, na elaboração da justificativa, de não se tentar justificar

a hipótese levantada, ou seja: tentar responder ou concluir o que vai ser buscado no trabalho

de pesquisa. A justificativa exalta a importância do tema a ser estudado, ou justifica a

necessidade imperiosa de se levar a efeito tal empreendimento. É a resposta que o autor do

projeto dá às indagações:

a) Em que o estudo é importante?

b) O que a sociedade necessita acerca desse assunto?

A justificativa serve para mostrar as contribuições da pesquisa nos campos

social e científico.

10.2.5 Objetivos

Esta é a etapa em que se define o que se pretende com o desenvolvimento da

pesquisa e quais os resultados que se pretende alcançar.

A definição dos objetivos determina o que o pesquisador quer atingir com a

realização do trabalho de pesquisa. Objetivo é sinônimo de meta, fim. Os objetivos podem ser

separados em Objetivos Gerais e Objetivos Específicos.

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Apostila elaborada pela Professora Sandra Márcia de Souza Cartaxo - versão Agosto/2009 Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET)

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10.2.5.1 Objetivo Geral

Usam-se verbos que admitem interpretações amplas: adquirir, desenvolver,

raciocinar, aperfeiçoar, entender, conhecer, compreender, melhorar, etc.

Deve ser formulado a partir da definição do problema. É aquilo que se quer

descobrir.

10.2.5.2 Objetivos Específicos

Usam-se verbos que admitem poucas interpretações: aplicar, distinguir, numerar,

identificar, contextualizar, investigar, marcar, classificar, escrever, relacionar, exemplificar,

etc.

Devem ser organizados em uma seqüência lógica que favoreça o desenvolvimento

da pesquisa.

Devem ser formulados a partir das questões de estudo. É a partir destes que

deverão ser construídos os capítulos da Monografia.

10.2.6 Marco Teórico de Referência ou Referencial Teórico

a) Deve fornecer a opção teórica que irá balizar a investigação;

b) Deve apresentar o estudo realizado por esses teóricos sobre o tema;

c) É o momento de fazer uma revisão da bibliografia existente;

d) Permite ao pesquisador:

- Sair do empirismo para encontrar teóricos que sustentem as idéias;

- Realizar a construção de conceitos básicos para resposta ao problema.

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10.2.7 Metodologia

A Metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda ação

desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa. É a explicação do tipo de

pesquisa, do instrumental utilizado (questionário, entrevista etc.), do tempo previsto, da

equipe de pesquisadores e da divisão do trabalho, das formas de tabulação e tratamento dos

dados, enfim, de tudo aquilo que se utilizou no trabalho de pesquisa.

a) É o momento em que o pesquisador especifica o método que irá adotar para

alcançar seus objetivos;

b) Define, também, como irá proceder à coleta de dados.

10.2.8 Cronograma

É construído visando relacionar as atividades e seu tempo de duração,

discriminando-as em fases ou etapas:

10.2.9 Referências

Possibilitam a identificação de documentos, publicações, no todo ou em parte.

a) São relacionadas as fontes consultadas e referenciadas no Projeto e que

sustentarão o marco Teórico de referência;

b) Os registros devem obedecer às normas da ABNT;

c) São organizados por sobrenomes e em ordem alfabética.

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REFERÊNCIAS

ALVES, Magda. Como Escrever Teses e Monografias: um roteiro passo a passo. Rio de Janeiro: Campus, 2003.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: Informação e Documentação. Citações em documentos – Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.

________. NBR 14724: Informação e Documentação – Trabalhos acadêmicos – Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.

________. NBR 15287: Informação e Documentação – Projeto de pesquisa – Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.

ASPPE/CESMAC/FEJAL. Norma-Matriz para trabalhos monográficos. Maceió: 2006.

(Documento).

CHAROUX, Ofélia Maria Guazzelli. Metodologia: Processo de Produção, Registro e Relato do Conhecimento. São Paulo: DVS Editora LTDA, 2004.

COSTA, Ana Rita Firmino et al. Orientações Metodológicas para a Produção de Trabalhos Acadêmicos. 7. ed. revisada e ampliada de acordo com as normas da ABNT. Maceió: EDUFAL, 2006. (Apontamentos, 2)

FERREIRA, Aurélio B. de Hollanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986, 1838p.

GONSALVES, Elisa Pereira. Iniciação à Pesquisa Científica. Série Conversas Sobre. 3. ed. Campinas: Alínea, 2002.

GUEDES, Enildo Marinho. Curso de Metodologia Científica. Curitiba: HD Livros, 1997.

SANTOS, Antônio Raimundo dos. Metodologia Científica: a construção do conhecimento. 5. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

SANTOS, Izequias Estevam dos. Manual de MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA CIENTÍFICA: TCC – Monografia – Dissertação – Tese. 5. ed. rev., ampl. e atual. Rio de Janeiro: Impetus, 2005.

SEABRA, Giovanne de Farias. Pesquisa Científica: o método em questão. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001.

SEVERINO, Antônio Joaquim Severino. Metodologia do Trabalho Científico. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2002.

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL JAYME DE ALTAVILA CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE MACEIÓ

FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA (NOME DO CURSO) Fonte 12, maiúsculo, negrito, espaçamento simples

8cm da margem superior NOME DO ALUNO

11cm da margem superior

TÍTULO DO TRABALHO: SUBTÍTULO

Maceió (3cm)

2008 (2cm)

Negrito, centralizado Fonte 14

___3cm___

___ 3cm___ ___2cm___

___2cm___

Negrito Fonte 12

ANEXO A - Modelo de Capa

Page 64: Apostila de Metodologia Científica

Apostila elaborada pela Professora Sandra Márcia de Souza Cartaxo - versão Agosto/2009 Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET)

64

5cm da margem superior NOME DO ALUNO

11cm da margem superior

TITULO DO TRABALHO: SUBTÍTULO

17 cm da margem superior. Escrito a partir do meio da página

Trabalho Final de Graduação apresentado à Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET), do Centro de Estudos Superiores de Maceió (CESMAC), no Curso de Engenharia XXXX, como requisito final obtenção do título de Engenheiro Civil (Eletricista).

22cm da margem superior, centralizado, sem negrito

Orientador: Prof.: (nome completo do orientador).

Maceió (3cm)

2008 (2cm)

___ 3cm___ ____2cm__

Não é Negrito Fonte 12.

Negrito, centralizado Fonte 14

ANEXO B - Modelo de Folha de Rosto

Page 65: Apostila de Metodologia Científica

Apostila elaborada pela Professora Sandra Márcia de Souza Cartaxo - versão Agosto/2009 Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET)

65

NOME DO ALUNO

5cm da margem superior

ANÁLISE ERGONÔMICA: ESTUDO DE CASO EM

ESCRITÓRIO COM POSTOS DE TRABALHO INFORMATIZADOS

8 cm da margem superior. Escrito a partir do meio da página

Trabalho Final de Graduação apresentado à Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET), do Centro de Estudos Superiores de Maceió (CESMAC), no Curso de Engenharia XXXX, como requisito final obtenção do título de Engenheiro Civil (Eletricista).

Aprovada em Dezembro/2008

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________ Profº: Nome Completo do Orientador

-Orientador-

_______________________________________ Profª: Sandra Márcia de Souza Cartaxo

-Orientadora Metodológica-

___ 3cm___ ____2cm__

ANEXO C - Modelo de Folha de Aprovação

___3cm___

Page 66: Apostila de Metodologia Científica

Apostila elaborada pela Professora Sandra Márcia de Souza Cartaxo - versão Agosto/2009 Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET)

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ANEXO D – MODELOS DE TEXTO PARA FOLHA DE ROSTO Relatório apresentado à Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET), do Centro de Estudos Superiores de Maceió(CESMAC), do Curso de Engenharia XXXX desenvolvido sob a orientação do(a) Professor(a) Fulano de Tal, com a finalidade de XXXXX. (FONTE 10, ESPAÇAMENTO SIMPLES).

Relatório de Estágio Supervisionado apresentado à Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET), do Centro de Estudos Superiores de Maceió (CESMAC), do Curso de Engenharia XXXX, desenvolvido sob a orientação do(a) Professor(a) Fulano de Tal, com a finalidade de XXXXX. ( FONTE 10, ESPAÇAMENTO SIMPLES).

Projeto de Pesquisa apresentado à Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET), do Centro de Estudos Superiores de Maceió (CESMAC), como 1ª Avaliação de Aprendizagem da Disciplina Fundamentos de TFG, do Curso de Graduação de Engenharia Civil, ministrada pela Professora Sandra Márcia de Souza Cartaxo.

Trabalho Final de Graduação apresentado à Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET), do Centro de Estudos Superiores de Maceió (CESMAC), no Curso de Engenharia Civil, como requisito final para avaliação da Disciplina Fundamentos de TFG, desenvolvido sob a orientação do Professor (nome completo do orientador).

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Gerenciamento da Construção Civil, da Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET), do Centro de Estudos Superiores de Maceió (CESMAC), como requisito final para obtenção do título de Especialista, desenvolvido sob a orientação do Professor Nome Completo.