apostila de ginástica artística

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APOSTILA DE GINÁSTICA ARTÍSTICA CARACTERÍSTICAS E PROVAS DA GINÁSTICA ARTÍSTICA A Ginástica Artística, também conhecida no Brasil como Ginástica Olímpica, é uma das modalidades de ginástica competitiva reconhecidas pela Federação Internacional de Ginástica (FIG). É dividida em GAF ou Ginástica Artística Feminina (em inglês WAG) e GAM, Ginástica Artística Masculina (MAG, em inglês), sendo que a FIG considera os gêneros masculino e feminino como modalidades independentes. A GA é um dos mais tradicionais esportes olímpicos, estando presente desde a primeira edição dos Jogos da era moderna, no ano de 1896. Exige de seus praticantes muita força, flexibilidade, equilíbrio e, principalmente, coordenação motora. Também é necessária muita coragem e determinação por parte do praticante, pois os desafios são constantes e as exigências da modalidade requerem muitas horas de treinamento e dedicação. Na GA o atleta utiliza os aparelhos como base para a realização de suas rotinas (ou séries), podendo estar apoiado ou suspenso no equipamento. As provas são diferentes para homens e mulheres, porém dois aparelhos são comuns: exercícios de solo e salto sobre a mesa (antigo cavalo). PROVAS COMUNS A HOMENS E MULHERES: Salto Sobre a Mesa (antigo cavalo). Altura da mesa no setor feminino: 1,25m - Altura da mesa no setor masculino: 1,35m

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Page 1: Apostila de Ginástica Artística

APOSTILA DE GINÁSTICA ARTÍSTICA

CARACTERÍSTICAS E PROVAS DA GINÁSTICA ARTÍSTICAA Ginástica Artística, também conhecida no Brasil como Ginástica Olímpica, éuma das modalidades de ginástica competitiva reconhecidas pela FederaçãoInternacional de Ginástica (FIG). É dividida em GAF ou Ginástica Artística Feminina(em inglês WAG) e GAM, Ginástica Artística Masculina (MAG, em inglês), sendo que aFIG considera os gêneros masculino e feminino como modalidades independentes.A GA é um dos mais tradicionais esportes olímpicos, estando presente desde aprimeira edição dos Jogos da era moderna, no ano de 1896. Exige de seus praticantesmuita força, flexibilidade, equilíbrio e, principalmente, coordenação motora. Também énecessária muita coragem e determinação por parte do praticante, pois os desafiossão constantes e as exigências da modalidade requerem muitas horas de treinamentoe dedicação.Na GA o atleta utiliza os aparelhos como base para a realização de suasrotinas (ou séries), podendo estar apoiado ou suspenso no equipamento. As provassão diferentes para homens e mulheres, porém dois aparelhos são comuns: exercíciosde solo e salto sobre a mesa (antigo cavalo).PROVAS COMUNS A HOMENS E MULHERES:Salto Sobre a Mesa (antigo cavalo).Altura da mesa no setor feminino: 1,25m - Altura da mesa no setor masculino: 1,35m

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Exercícios de Solo

Nos exercícios de solo do setor feminino as séries são executadas comacompanhamento de música e aparte coreográfica tem tanto valor quanto a parteacrobática; no setor masculino a série não é acompanhada de música e somente aparte acrobática é considerada.

PROVAS EXCLUSIVAS DO SETOR FEMININO:Paralelas Assimétricas

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Trave de equilíbrio

PROVAS EXCLUSIVAS DO SETOR MASCULINO:Cavalo com alças

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Argolas

Paralelas simétricas

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Barra fixa

APARELHOS AUXILIARES

São equipamentos utilizados nos treinamentos para auxiliar ou facilitar oaprendizado dos elementos, mas que não estão presentes em competições oficiais daGinástica Artística.

Mini trampolim

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Trampolim acrobático (cama elástica)

Tumble-track.

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Mais aparelhos auxiliares:

Colchões auxiliares

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Áreas de atuaçãoA GA é praticada em clubes com objetivos competitivos e de lazer, em escolascomo atividade extracurricular, em academias públicas de diversos municípios comobjetivos sociais e em academias particulares com fins lucrativos.Apesar de ter surgido como uma atividade exclusivamente masculina, hoje omaior contingente de praticantes é de meninas. É uma área que vem crescendobastante no Brasil, basicamente pela maior exposição do esporte na mídia nos últimosanos, em função dos bons resultados alcançados por nossos atletas em competiçõesinternacionais.Não há cursos específicos para a formação de treinadores de GA no país; oscursos de graduação em Educação Física não oferecem conteúdo suficiente para queo formando possa atuarna modalidade. Cursos de pós-graduação são raros e nemsempre disponíveis. As federações e a Confederação Brasileira de Ginásticapromovem cursos para treinadores que já atuam ou para a formação de árbitros. Agrande maioria dos treinadores é formada por ex-atletas que optam por continuar namodalidade após encerrar a carreira esportiva; não é necessária nenhuma licençaespecial para trabalhar como treinador. Os interessados em atuar na área que não têmexperiência anterior, procuram clubes ou treinadores experientes para estagiarem,muitas vezes de graça, para poderem aprender as técnicas básicas da GA e iniciaremcarreira. Dada a complexidade do esporte o aprendizado é longo e treinador devebuscar sempre se atualizar.

A GA no Brasil e no mundoA GA tem suas regras definidas pela Federação Internacional de Ginástica(FIG), que é a federação esportiva mais antiga do mundo. Foi fundada em 23 dejulho de 1881 por Nicolas J. Cupérus e contou inicialmente com a participação de trêspaíses: Bélgica, França e Holanda, sendo chamada primeiramente de FederaçãoEuropeia de Ginástica (FEG). Com a filiação dos Estados Unidos e mais 15 paísesnão europeus em 1921, tornou-se a atual FIG, de onde partem as diretrizes do esportepara o restante do mundo.

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Durante o século XX as maiores potências da ginástica estavam presentes noleste europeu e Ásia. Com o fim da guerra fria e a queda do comunismo, muitostreinadores, principalmente soviéticos,migraram para outras partes do mundo embusca de melhores condições. Hoje países como Estados Unidos, Austrália, Espanhae até o Brasil têm alcançado resultados expressivos em competições internacionais.A entidade responsável pela organização de eventos e representação deatletas, árbitros e treinadores das modalidades de ginástica no Brasil é aConfederação Brasileira de Ginástica.Em 1951 vários acontecimentos importantes determinaram o rumo damodalidade no país: a oficialização da Ginástica Olímpica (assim chamada na época)como esporte junto à Confederação Brasileira de Desportos (atual Comitê OlímpicoBrasileiro); a criação das federações estaduais de São Paulo, Rio de Janeiro e RioGrande do Sul; a realização do primeiro campeonato nacional de GA na cidade de SãoPaulo; finalmente, a filiação do Brasil na Federação Internacional de Ginástica. Em1978 é criada a Confederação Brasileira de Ginástica, sendo seu primeiro presidenteo Dr. Siegfried Fischer.No Brasil o maior contingente de praticantes de GA está nos estados do sul esudeste, onde também encontramos os melhores atletas e os clubes mais bemequipados.

EVOLUÇÃO E HISTÓRIA DA GINÁSTICA ARTÍSTICAPrecursores da Ginástica ArtísticaNo final do século XVIII Johann-Christoph Guts Muths (1759-1839),professor e educador alemão, introduziu um sistema de exercícios nas gradesescolares, criando os princípios básicos da Ginástica Pedagógico-didáticaEm 1793, Muths publicou Gymnastik für dieJugend (Ginástica Para aJuventude).Johann-Friedrich-Ludwig-Christoph-Jahn nasceu em Lanz, nas cercaniasde Lenzen, aldeia de Brandenburgo na atual Alemanha, em 11 de agosto de 1778.Alistou-se com quase trinta anos de idade, após a Batalha de Jena-Auerstedt,quando o exército prussiano sofreu humilhante derrota perante as forças de Napoleão.

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Mudou-se para Berlim três anos depois, tendo sido pedagogo, teóriconacionalista e político; autor em 1816, juntamente com seu discípulo Eiselen, do livroDie Deutsche Turnkunst (A Arte Alemã de Ginástica). É chamado de “Pai da GinásticaArtística”.Formulou a obra “Costumes Alemães” na qual faz referência à GinásticaPatriótica. A obra foi um importante instrumento de educação nacional no período daguerra de libertação da Alemanha do domínio napoleônico. Criou também váriostermos (como “turnen”, praticar ginástica), sempre se utilizando do radical “turn”, queele idealizou.Duas vezes por semana Jahn levava seus alunos a uma área arborizadachamada Volkspark Hasenheide (Parque Público de Hasenheide), para simulações debatalhas e para a prática da ginástica Turn. A adesão dos jovens à prática foi tãogrande que, em 19 de julho 1811, Jahn inaugurou o primeiro local para a prática daginástica ao ar livre, chamado TURNPLATZ. Em 1812 é criado o segundoTURNPLATZ.Em 1813 os batalhões formados pelos ginastas tiveram participação decisivana guerra de libertação contra o domínio napoleônico; Jahn atuoucomo voluntário,convocando universitários e alunos, que prontamente atenderam seu apelo.Após a vitória sobre Napoleão o grande sonho de Ludwig Jahn, a unidadealemã, foi frustrado no Congresso de Viena, quando se manteve a separação daPrússia em pequenos estados independentes. Um movimento de oposição passa aser formar entre os jovens. Por sua influência sobre os estudantes e sua clara posiçãosobre o assunto, Jahn passa a ser perseguido e considerado como revolucionário, porincitar os jovens à subversão. Em junho de 1819, acusado de co-autor de umassassinato, Jahn é preso, assim ficando até 1825, para depois ser recluso a umaresidência forçada.Por conta da conotação política dada à ginástica por Jahn, ocorre o “BloqueioGinástico” que vigora de 1820 a 1842, quando os Turnplatz são fechados e todaterminação contendo o radical “turn censurada.Eiselen, discípulo de Jahn, salvou a Ginástica durante essa época difícil.Iniciou a Ginástica em salões e estimulou sua prática pelas mulheres. Com isso osTurnens passaram a treinar em salas fechadas. Exercícios que dependiam antes de

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grandes espaços físicos (corridas, arremessos, lançamentos) foram excluídos e osaparelhos adaptados e ampliados para facilitar a execução de novos movimentos.Em 1842, ao fim do “Bloqueio Ginástico”, a Educação Física na Alemanha erafeita em ambientes fechados e a Ginástica Turnen de Jahn encontra terreno fértil paradesenvolver-se. Jahn é reabilitado e, em1848, toma partido no Parlamento Germânicoque se reuniu em Frankfurt.Em 15 de outubro de 1852 Jahn morre em sua casa, em Freyburg.

A Ginástica nas OlimpíadasEm 1896 a Ginástica já se faz presente na primeira Olimpíada da era moderna,em Atenas. As provas incluíam barras paralelas e barra fixa (individual e por equipes),cavalo com alções, salto sobre o cavalo e subida na corda lisa vertical.As mulheres apareceram pela primeira vez na Ginástica nos Jogos deAmsterdã, em 1928, mas só passaram a competir oficialmente em Berlim em 1936,quando foram introduzidas as provas de trave de equilíbrio e paralelas assimétricas.Também nessa Olimpíada a Ginástica masculina passou a ser realizada sempre nosseis aparelhos masculinos atuais: solo, cavalo com alças, argolas, salto, paralelas ebarra fixa.

A Ginástica no BrasilA partir de1824 as colonizações alemãs trazem ao sul do Brasil a prática da ginásticade Jahn;1858- É fundada a Sociedade Ginástica de Joinville, a mais antiga do Brasil ainda emfuncionamento.1951- São criadas as federações estaduais de São Paulo, Rio de Janeiro e RioGrande do Sul. A GA filia-se a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) e érealizado o 1° Campeonato Brasileiro da modalidade; o Brasil filia-se a FederaçãoInternacional de Ginástica;

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1974- O Brasil leva pela primeira vez uma equipe feminina no Campeonato Mundial daBulgária;1980- Primeira participação do Brasil nos Jogos Olímpicos de Moscou com osginastasJoão Luiz Ribeiro e Cláudia Magalhães1992- Luiza Parente é representante do Brasil nos Jogos Olímpicos de Barcelona;1999- Com a 17ª colocação no Campeonato Mundial em Pequim o Brasil consegueclassificar duas ginastas para as Olimpíadas de Sidney: Daniele Hipólito e CamilaComin.

2000 - Nas Olimpíadas de Sidney, Daniele Hypólito consegue uma surpreendente 21°colocação;2001- A ginasta Daniele Hypólito consegue a primeira medalha do Brasil em ummundial, ficando com a segunda colocação no solo;2003 - Daiane dos Santos executa um exercício de alto grau de dificuldade no solo,que recebe seu nome "Dos Santos" pela Federação Internacional de Ginástica eganha a primeira medalha de ouro para o Brasil em um Mundial, ajudando a equipebrasileira a conseguir uma oitava colocação, podendo assim pela primeira vez levaruma equipe completa para os Jogos Olímpicos da Grécia em 2004.Nos Jogos de Atenas a equipe feminina do Brasil classifica-se em 9°, a apenas 0,079da final olímpica; Daniele Hypólito fica em 12° e Camila Comin em 14° na finalIndividual Geral.2007 - Nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro as equipes masculina e femininado Brasil ficam com a medalha de prata.Mundial de Stuttgart – Alemanha - A equipe feminina do Brasil classifica-se em 5°lugar na final por equipes e, mais uma vez, classificam uma equipe completa para osJogos Olímpicos;Na final individual geral a ginasta Jade Barbosa fica com a medalha de bronze.Nosetor masculino o ginasta Diego Hypólito conquista a medalha de ouro na final doaparelho solo.

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2008 - Jogos Olímpicos de Pequim – ChinaNo feminino o Brasil faz história ao classifica-se para a final por equipes, terminando acompetição em 7° lugar; no individual geral a ginasta Jade Barbosa se classifica em10° lugar.No setor masculino Diego Hypólito classifica-se em 1° para a final de solo, porémtermina em 6° após falhar na última acrobacia de sua série.

BibliografiaPÚBLIO, N.S. Evolução Histórica da Ginástica Olímpica. São Paulo: Phorte Editora,1998.http://pt.wikipedia.org/wiki/Guts_Muths

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PADRÕES BÁSICOS DE MOVIMENTOOs “Padrões Básicos de Movimento” (PBM) são um sistema de ensino daginástica desenvolvido pelos pesquisadores canadenses Russel e Kinsman como objetivo de orientar a formação de novos treinadores.“A Gymnastique Canada Gymnastics (Confederação Canadense deGinástica),emparceriacomUniversidades,ÓrgãosGovernamentais do Canadá e a empresa 3M uniram suas forças eimplantaram no país o programa de Certificação Nacional deTécnicos (3M NCCP) que hoje, abrange mais de 60 modalidades. Oobjetivo inicial do programa foi estabelecer uma padronização doconteúdo e da formação dos técnicos para as várias modalidadesesportivas, desde a iniciação até o alto nível. Desta forma, pode seestabelecer uma qualificação para os profissionais. Na GinásticaArtística os resultados apresentados foramsatisfatórios, elevandotanto o número de praticantes e de instituições que desenvolviam amodalidade como o de profissionais mais confiantes e preparadospara orientar e acompanhar a evolução dos seus futuros ginastas. Oprograma de iniciação à Ginástica Artística dividiu o seu conteúdoem seis PBMs”. (NUNOMURA, 2000)

Segundo Russel e Kinsman (1986) os PBM estão divididos em:

PBM1 – Aterrissagens

2 - Posições estáticas

TiposSobre os pés.Sobre as mãos.Com rotação sobre as costas

Em apoio (eixo dos ombrosacima do equipamento).Em suspensão (eixo dosombros abaixo doequipamento).Em equilíbrio.

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Princípio mecânicoUtilizar mais tempo e mais partes do corpo paraabsorver o momento de qualquer aterrissagem.Interrupção controlada do corpo em queda.Relação entre o Centro de Gravidade (CG) e aBase de Apoio (BA):- Quanto mais próximo o CG da BA, maior aestabilidade.- O CG deve estar dentro da BA.- Quanto maior a BA, maior a estabilidade.- Para um corpo segmentado, a estabilidade serámaior quando o CG de cada segmento estiversituado verticalmente sobre o CG do segmentoimediatamente abaixo.

3 - Deslocamentos

Sobre os pés.Sobre as mãos.Em apoio.Em suspensão.

Aplicação de força interna (contração muscular)para mover o CG.Movimentos cíclicos.

4 - Rotações

No eixo longitudinal.No eixo transversal.No eixo ântero-posterior.

Para iniciar uma rotação, aplicar uma força quenão passe pelo CG. Quanto maislonge a força foraplicada do CG, maior o efeito de rotação.

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5 - Saltos

Com uma perna.Com as duas pernas.Com as mãos.

Aplicação de força interna ou externa paraproduzir um deslocamento rápido do CG. Essaforça deverá ser de magnitude suficiente, nadireção desejada e aplicada a um corpo rígido.

6 - Balanços

Do apoio.Da suspensão

Na fase ascendente, o momento será diminuído.Na fase descendente, o momento seráaumentado. A retomada das mãos deverá serealizar no topo ou ponto morto. A barra deveráser segurada em forma de gancho.

Os Padrões Básicos de Movimento (Russell & Kinsman, 1986).

A ATERRISSAGEM pode ser definida como a interrupção controlada da quedade um corpo. Pode ocorrer ao final de um movimento ou da série e durante aexecução de um movimento, de forma passageira. Exemplos:

Aterrissagem sobre as costas

Aterrissagem sobre os pés

Aterrissagens sobre as mãos e pés

Aterrissagem sobre as mãos

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Em uma POSIÇÃO ESTÁTICA (quando não há movimento da base de apoio)o centro de massa (ou centro de gravidade) permanece dentro da base de apoio. Ocentro de massa pode ser definido como:O ponto de equilíbrio do corpo;O ponto no qual toda a massa do corpo está igualmente distribuída em todasas direções;O ponto em torno do qual o corpo gira;A intersecção dos três eixos corporais primários.Exemplos de posições estáticas:

Em equilíbrio: “Avião”

Em apoio: “Esquadro”

Em suspensão: “Vela”Os SALTOS são habilidades nas quais o corpo se move de uma base de apoioem um único movimento explosivo. Condições mecânicas para um bom salto:Potência muscularCorpo rígidoUtilização das superfíciesExemplos:

Salto sobre os pés e sobre as mãos: Flic-flac

Salto sobre um pé: Grand Jeté

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DESLOCAMENTOS são habilidades nas quais o corpo se move de uma basede apoio em movimentos repetitivos. Dá-se pela movimentação do centro de massapara fora da base de apoio por conseqüência da aplicação de uma força (interna ouexterna). Exemplos:

Deslocamento sobre os pés.

Deslocamento sobre as mãos em apoio...

...e em suspensão.

ROTAÇÕES são habilidades nas quais o corpo se move em torno de um dosseus eixos internos (eixo longitudinal, eixo transversal e eixo ântero-posterior), após aaplicação de uma força que não passe pelo centro de massa.Esquema dos planos e eixos do corpo:

http://nuishbellaluna.wordpress.com/tag/eixo-e-planos-de-movimento/

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Exemplos de rotações:

Estrela: eixo ântero-posterior

Mortal: eixo transversal

Pirueta: eixo longitudinal

Alguns elementos da GA utilizam mais de um eixo de rotação ao mesmo tempodurante a sua execução, como por exemplo, os mortais com pirueta.

BALANÇOS são habilidades nas quais o corpo se move através de um eixoexterno em movimentos pendulares; podem ocorrer em apoio ou em suspensão.Exemplos:

Balanço em suspensão na barra fixa

Balanço do apoio nas barrasparalelas simétricas

Identificando os PBM’SA idéia dos criadores dos PBM’S é fazer com que as habilidades específicas daGA possam ser desmembradas para maior compreensão por parte dos treinadores,principalmente as mais complexas, facilitando o desenvolvimento de estratégias deensino.Observando o salto grupado abaixo, podemos identificar vários dos PBM’Sapresentados:

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Na corrida de aproximação (ou abordagem do trampolim) identificamos oDESLOCAMENTO SOBRE OS PÉS;Na seqüência, a ginasta executa um SALTO SOBRE UM PÉ para o trampolim;Ocorre uma ATERRISSAGEM SOBRE OS DOIS PÉS no trampolim;A ginasta executa um SALTO SOBRE OS DOIS PÉS para a execução doprimeiro vôo (do trampolim para a mesa);Na chegada à mesa ocorre a ATERRISSAGEM SOBRE AS MÃOS;No momento da repulsão acontece o SALTO COM AS MÃOS;Finalmente temos a ATERRISSAGEM SOBRE OS DOIS PÉS na chegada aocolchão (segundo vôo).

Observando o movimento Flic-flac para frente podemos observar que:

O ginasta executa um SALTO SOBRE OS DOIS PÉS;No apoio no solo ocorre uma ATERRISSAGEM SOBRE AS MÃOS;No momento da repulsão acontece o SALTO COM AS MÃOS;Após a repulsão temos a ATERRISSAGEM SOBRE OS DOIS PÉS nachegada ao solo.

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Após a execução completa do movimento também identificamos umaROTAÇÃO de 360° no eixo transversal do corpo.

SEGURANÇA NA GAProblemática das ajudasA GA é um dos esportes mais belos, porém também um dos mais difíceis deserem trabalhados. Issose deve ao grande número de aparelhos nos quais umginasta tem de treinar, pelas imposições físico-motoras e pela complexidade dosmovimentos, dos mais básicos aos mais avançados. Segundo Araújo (2002, p. 13)“Mas, mesmo esses elementos mais simples obrigam o cumprimento de váriospressupostos”, a saber:Motivação para a prática;Prática constante e ininterrupta da atividade ao longo de vários anos;Local para a prática bem equipado, com condições de segurança e agradávelpara o convívio;Professores preparados, motivados e conhecedores das técnicas damodalidade;Para o ensino das habilidades da GA é necessário que o treinador tambémdesenvolva técnicas específicas de ajuda, de forma a garantir a integridade física doaluno e a sua evolução constante.

O objetivo primordial da AJUDA é a prevenção de lesões, mas ela tambémvisa à correção do gesto técnico, auxiliando o aluno no processo proprioceptivo.O auxílio tem de ser na medida certa, nem mais nem menos; auxiliar bem éajudar no lugar certo, no momento exato e na intensidade necessária. Muita ajuda fazcom que o aluno não se esforce em executar sozinho, pouca ajuda pode ocasionarfalhas de execução ou até provocar lesões.

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Características do bom ajudante:Ser conhecedor dos movimentos ensinados;Saber se posicionar em relação ao aluno e ao aparelho;Estar bem fisicamente para ser rápido na reação e preciso na intervenção;Estar sempre atento;Saber antecipar uma possível falhade execução, através do conhecimento dastécnicas e das características pessoais do executante.A integridade física e psíquica do aluno se sobrepõe à preocupação com aprecisão técnica.Proteger a si mesmo, evitando sobrecargas que poderão, ao longo do tempo,gerar lesões incapacitantes.

Segundo Araújo (2002), podemos distinguir concretamente apenas três tiposde ajuda: a manipulação, a impulsão e a parada.Manipulação: quando o ajudante ou os ajudantes intervêm nos locaise momentos apropriados e conduzem o aluno pelas trajetórias evelocidades adequadas, de forma que o execute o elemento ouapenas parte do elemento, mas “dentro” do que se considera “boatécnica”. Trata-se de “pegar” no aluno e “fazer com ele” o movimento.Impulsão: quando se fornecem, ao aluno, pequenos ou maioresimpulsos em fases importantes do elemento, sejam para lhe forneceramplitude de movimentos, sejam para o posicionar em trajetória maisadequada, sejam para lhe dar ou manter velocidade, ritmo, fluidez oucontinuidade de movimento, sejam ainda para lhe facilitar a obtençãode postura corporal ou seguimentar. Trata-se de impulsionar nomomento fulcral do movimento.Parada: normalmente no final do elemento, a fim de facilitar aobtenção de posição equilibrada e estável do aluno. No entanto,freqüentemente,

o

ajudante

intervém

em

outras

fases

dos

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movimentos, travando o aluno para lhe permitir diminuir a velocidadede execução, ou chegando mesmoa interromper completamente o

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elemento quando se apercebe de que da sua continuidade podeocorrer acidente. Trata-se de parar o aluno (ARAÚJO, CARLOS,2002).

Quase sempre, no ensino de uma habilidade, iniciamos com a ajuda pormanipulação, passando pela impulsão e finalizando com a parada. O bom treinadordeve saber em qual momento passar de uma para outra, através da observaçãoconstante da qualidade da execução e segurança do aluno. Muitos dos acidentesocorridos na GA têm relação com a troca precoce ou escolha inadequada do tipo deajuda utilizado.

Acidentes na GAComo vimos, a ajuda, quando utilizada adequadamente, é um fator importantena prevenção de lesões na GA. Porém ela é apenas uma das formas de prevenir osacidentes, que podem ocorrer por várias causas.Segundo Nunomura (1998, p. 104) os acidentes na GA podem ter causasintrínsecas ou extrínsecas. Podemos destacar como causas intrínsecas:Fator psicológico (emoção; medo; falta ou excesso de confiança; dependênciado professor);Fator biológico (fadiga; perda da ação reflexa; preparação física e/ouaquecimento inadequados; recuperação insuficiente; presença de distúrbiosfisiológicos);Disciplina (falta de atenção e concentração; não obediência ao professor e àsregras; utilização incorreta dos equipamentos).

Temos como causas extrínsecas:Fator pedagógico (orientação inadequada no ensino das habilidades e nautilização dos equipamentos; ajuda inadequada);Instalações (piso; iluminação; altura do teto; espaço entre os equipamentos);Equipamentos (má conservação e/ou instalação).

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Com cuidados simples, pode-se evitar a maior parte dos acidentes. Comoforma de prevenção, podemos citar alguns cuidados:Com o aluno: manutenção da forma física e psicológica, exigir habilidadesadequadas à idade e condição técnica do executante.Com o local de trabalho: manutenção constante dos equipamentos, disposiçãoadequada no espaço físico, utilização de materiais de segurança (colchõesauxiliares e outros), utilização correta dos colchões para as aterrissagens ecom espaço suficiente para tal, atenção a objetos pontiagudos ou salientespróximo aos aparelhos ou no solo, etc.Com o professor: ajudar adequadamente as habilidades; manter-se fisicamentepreparado para auxiliar os alunos; manter-se atento às condições do espaçofísico, mantendo sempre seguro; observar as vestimentas e acessóriosutilizados pelos alunos, não permitindo durante as aulas cabelos longos soltosou a utilização de relógios, pulseiras, brincos grandes ou qualquer objeto quepossa causar acidentes.Outras medidas de prevenção:Alongamento antes e após a prática da atividade;Trabalho preventivo de força;Desenvolvimento da consciência corporal;Dieta adequada para manter os níveis de energia;Trabalho conjunto com médicos e fisioterapeutas.Mesmo com todos os cuidados as lesões na GA, como em qualquer esporte,acabam ocorrendo. Segundo Nonumura(2002), as principais incidências de lesões naGA se relacionam a:Parte anatômica envolvida;Aos equipamentos;Aos níveis de habilidadeUso incorreto dos meios de proteção (aparelhos e ajuda manual);

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Falta de aparelhos de proteção;Falta de concentração, resultante do trabalho exaustivo e repetitivo;Fragilidade do sistema músculo-esquelético em crianças, gerando fraturas porestresse.

Hadjiev (1991) constatou que, em função da evolução do esporte nos últimosanos, outros fatores têm contribuído para o aumento da incidência de lesões:Queda da idade dos competidores;Precocidade do treinamento;Aumento do nível de dificuldade das habilidades;Aumento do número e duração das competições internacionais.Aumento da competitividade dos torneios;Aumento no volume de treinamentos.

Outro dado importante em relação às lesões deve ser observado. De acordocom MacAuley et al.(1987) o aparelho com maior incidência de lesões na GA femininaé o solo, basicamente em função das aterrissagens. É nesse momento que ocorrem omaior número de lesões.O treinamento das aterrissagens é fundamental e também mais uma forma deprevenir lesões. O professor deve treiná-las em várias situações: em movimentos parafrente, para trás, para os lados, em rotação nos diversos eixos do corpo, comvariações nas alturas e em colchões com diferentes densidades. Dessa forma osalunos aprenderão a finalizar os movimentos de forma segura e consciente.É importantesalientar que, ao contrário do que prega o senso comum, a GA éum dos esportes mais seguros. Segundo Nunomura (1998 apud Alcazar, 1976),comparando-se várias modalidades esportivas concluiu-se que a GA ocupava o 7°lugar no número de lesões agudas.

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Abaixo uma comparação entre algumas modalidades em relação aos númerosde lesões agudas por 1000 h de treino:

ModalidadeGA

Número de lesões1,15

Patinação artística

3,0

Voleibol

4,1

Handebol

8,3

Referências bibliográficas:ARAÚJO, Carlos. Manual de Ajudas em Ginástica. 1. ed. Canoas: Ulbra, 2003.

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A PRÁTICA DA GINÁSTICA ARTÍSTICA - RELAÇÃO COM O DESENVOLVIMENTONOS ASPECTOS MOTOR, COGNITIVO E AFETIVO-SOCIALConteúdo retirado do site Disciplinas Online da UNIPhttp://adm.online.unip.br/frmConsultaConteudo.aspx

O que é Ginástica Artística?A G.A. pode ser entendida e subdividida em 2 grupos de atividade:1. Ginástica Artística – atividade física1.1 G.A. atividade física formativa1.2 G.A. preparação física1.3 G.A. ao alcance de todos2. Ginástica Artística – esporte2.1 Iniciação2.2 Nível Intermediário2.3 Alto Nível1. Ginástica Artística- atividade físicaA partir dos movimentos naturais e espontâneos, os alunos obtêm recursos quepermitem desenvolver com maior amplitude e dinâmica as ações motoras descritaspor Leguet (1987). As principais ações são: os deslocamentos, saltos, giros no eixolongitudinal e transversal, equilíbrios, balanços em apoio esuspensão, passagem peloapoio e suspensão invertida que devem ser coordenadas e enriquecidasprogressivamente para se transformar nos elementos acrobáticos.Essa prática orientada permite a criança tomar consciência de suaspossibilidades motoras e venha desenvolver suas aptidões, percebendo o quanto écapaz. O professor deve se utilizar método pedagógico seguro, levando a criança a sesuperar progressivamente. Hostal (1982) enfatiza a ideia de que a criança deveexplorar o material colocado à sua disposição apoderando-se dele, adaptando o seucorpo, de modo a transformá-lo em um instrumento de sua própria habilidade,imaginando gestos e construindo desse modo formas de utilização como fonte de

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criação. Constata-se a importância desse processo, em que a criança explora pouco apouco o seu corpo e o espaço que a cerca. É preciso para tanto estimulá-la e nãolimitá-la a gestos e comportamentos inadequados, mas com a devida correçãopostural imprescindível durante a aprendizagem esportiva.A G.A. pode ser incluída e considerada importante no contexto educacional dacriança levando-a a aquisição de um bom conhecimento sobre si mesma, domínio domundo que a cerca, desde que a prática seja cuidadosamente planejada e elaborada,permitindo uma evolução a cada aula.

“Nosso corpo nada mais é, na verdade”, que nosso modo de ser no mundo, éatravés dele que aprendemos” (HOSTAL, 1982).

1.1 Ginástica Artística – atividade física formativaA G.A. éuma atividade física de base formativa e educativa, que favorece umadiversidade de experiências motoras. Por meio de pesquisas realizadas a cerca dodesenvolvimento motor da criança praticante de G.A., pode-se verificar um grandeganho motor como também a preparação de talentos a partir de uma proposta queapresenta evoluções significativas num espaço, com aparelhos diversificadosespecíficos e adaptados. A G.A. aplicada como objetivo formativo deve visarproporcionar à criança iniciante a obtenção de uma cultura corporal levando-a a umaaprendizagem segura.O professor deve levar em consideração a importância da aquisição deexperiências motoras oriundas das vivências que a G.A. pode oferecer, favorecendo odesenvolvimento futuro. Para tanto deve também estar atento com relação às fases dodesenvolvimento e crescimento que as crianças se encontram, evitando que elassejam submetidas a esforços além de suas possibilidades físicas e psíquicas.A prática da G.A. vem proporcionar o desenvolvimento das percepções, graçasao acúmulo de gestos e vivências motoras, tornando-os progressivamentesignificativos. Fazem parte desse aprimoramento os seguintes itens:A) Experiência em espaços físicos e situações que promovam o contato comaparelhos de diferentes formas; alturas, larguras e densidades, favorecendo situações

Page 30: Apostila de Ginástica Artística

29

de apoio, suspensão, rotações nos eixos transversal, longitudinal e combinado,posições invertidas, aterrissagens de diferentesalturas através de saltos.B) Enriquecimento das percepções sensório-motoras específicas, aperfeiçoadas pormeio das combinações de ações e repetições, através da elaboração e construção demovimentos diversificados dentro de um espaço que possibilite a relação entre o alunoe o meio, percebidos no decorrer da evolução de movimentos que se tornamcomplexos, mediante sucessivas introduções de novos gestos.C) Tomada de consciência progressiva dos movimentos, posicionamentos edeslocamentos do corpo através da coordenação das percepções, levando à aquisiçãoe aprimoramento em função das características específicas da modalidade em facedas necessidades técnicas.

1.2. Ginástica Artística – Preparação FísicaA G.A. possibilita o trabalho do corpo de forma global, desenvolvendo ascapacidades físicas, em essencial a força estática, dinâmica e explosiva eaflexibilidade, além da coordenação motora, consciência corporal e noções do corpono espaço.A prática da G.A. pode ser utilizada como parte da preparação física nasdiversas modalidades esportivas proporcionando:- domínio do corpo e o autocontrole, através de aperfeiçoamento do esquema e deconsciência corporal;- diversidade e variedade de movimentos e situações – orientação espaço/ tempo;- potencialização e desenvolvimento das capacidades físicas – educação domovimento;- harmonia no equilíbrio entre o máximo e o mínimo para a superação dos limites.A formação básica através da prática da G.A.permitirá aos seus praticantes aaquisição de um bom potencial acerca das habilidades e capacidades físicas ,ampliando assim o repertório motor possibilitando a prática de diferentes modalidadesesportivas.

Page 31: Apostila de Ginástica Artística

30

1.3. Ginástica Artística ao alcance de todosIndependentemente da faixa etária, sexo e nível de habilidade, a prática daG.A. como opção de atividade física promove uma grande satisfação pessoal, poisproporciona experiências motoras, cognitivas e sócio-afetivas por meio da utilizaçãode materiais em situações diversificadas, possibilitando o enriquecimento daconsciência corporal nas ações vivenciadas individualmente e em grupo.Ao evidenciar as principais características e contribuições. Ressalta-se a G.A.como uma atividade física que visa o bem estar dos praticantes, em suas experiênciasfísicas e emocionais.A execução de elementos que compõem essa atividade; a busca das emoçõesatravés da realização desses elementos, que se tornam cada vez mais complexos eem condições variadas , é o que proporciona a superação, além de ser uma atividadeque pode ser prazerosa pois lembram as estripulias da nossa infância.

CONTRIBUIÇÃO DA G.A. NO DESENVOLVIMENTO*Domínio Motor•

Desenvolvimento das capacidades físicas:

Flexibilidade

Mobilidade Articular

Força Estática, Dinâmica, Explosiva.

Velocidade

Potência (impulsos de braços e pernas).

Coordenação

Page 32: Apostila de Ginástica Artística

Postura e tônus muscular

Page 33: Apostila de Ginástica Artística

31*Domínio Cognitivo•

Consciência Corporal.

Controle e coordenação neuromuscular.

Senso de orientação do corpo no espaço em diferentes posicionamentos.

Atenção.

Reflexão.

Concentração.

*Domínio Psico- Afetivo Social•

Percepção

Controle da emoção

Ousadia

Determinação

Autodomínio, autoconfiança

Page 34: Apostila de Ginástica Artística

Espírito de luta, perseverança

Integração

Cooperação

Responsabilidade

Disciplina

Respeito

2. Ginástica Artística – Esporte“A G.A. é um esporte de arte e perfeição”.

Page 35: Apostila de Ginástica Artística

32

A G.A. é um esporte olímpico em constante evolução que segue regrasestabelecidas pelo Código Internacional de Pontuação da Federação Internacional deGinástica (FIG), atualizado a cada ciclo olímpico de 4 anos.Para Fourdan (1995) a G.A. é uma atividade criada para ser apreciada eavaliada de acordo com as regras estabelecidas em um código determinado.Segundo Estapé et alii (1991), no âmbito das competições as regras sãoreconhecidas pelo Código Internacional de Pontuação da Federação Internacional deGinástica (FIG) e elaboradas adaptações pelas Federações Nacionais e Estaduais.A

GA

esporte

pode

ser

subdividida

em

níveis

de

aprendizado

e

aperfeiçoamento, cada qual com objetivos diferenciados, desde o esporte praticadonas escolas e escolas de esportes, até o alto nível.O esporte escolar, normalmente desenvolve-se através deatividadesextracurriculares, objetivando a participação em competições especiais, seguindoregras estabelecidas pelas próprias escolas organizadoras, baseadas num trabalhofundamentado e estruturado pela Federação local.Para o esporte de nível intermediário, as Federações Estaduais e Nacionais,elaboram um programa adaptado visando a evolução e desenvolvimento, simplificandoas exigências do Código Internacional vigente no ciclo, para as diferentes faixasetárias e nível de habilidade.O esporte de alto nível segue as regras estabelecidas pelo CódigoInternacional de Pontuação vigente no ciclo olímpico, com o objetivo de formar atletasvisando a participação em Campeonatos.

Page 36: Apostila de Ginástica Artística

2.1. Ginástica Artística - Iniciação EsportivaEssa etapa da aprendizagem é determinada pelo trabalho de base que deveser estruturado através da elaboração de programas, onde a abordagem dasparticularidades dos elementos básicos da G.A. seja o fator essencial dentro do estudodas posições e seleção dos elementos chaves, com controle e correção postural.Um trabalho de base deverá proporcionar um aprendizado, visando aperfeição, e deve ser fundamentado e estruturado, dentro dos padrões ideais deexecução técnica.

Page 37: Apostila de Ginástica Artística

33

Incarbone (1990) afirma que a iniciação desportiva deve ser construída noperíodo em que a criança inicia de forma específica, a prática de um ou mais esportes,dando continuidade à formação motora geral, devendo se adaptar às possibilidades decada um, nãoimplicando apenas na competição regular, mas com fins educativos.É importante que a criança adquira o gosto pelo esporte para assim evoluirprogressivamente. O aprimoramento dos detalhes vai depender da vontade e damaturação determinantes para um bom desempenho. Mesmo que a criança sejaestimulada a competir, inicialmente o objetivo não deve ser medido apenas pelosresultados. Deve-se valorizar o processo ensino-aprendizagem. Como afirma Estapé(1991), a G.A. não deve ser praticada apenas como um fim e sim, como um meio ouinstrumento de formação do aluno.Para Sérgio (1985), a competição deve proporcionar a oportunidade deencaminhar o aluno à sua própria superação, num movimento que conduz à pazconsigo mesmo e com os outros.A competição nessa fase pode ser um referencial de auto avaliação,apresentando como objetivo a auto superação e a formação.A Federação Paulista de Ginástica (FPG), através dos Comitês Técnicos,desenvolve um programa elaborado com a finalidade de:•

Difundir e incentivar a prática da G.A. como iniciação esportiva nas escolas,escolas de esportes, clubes, agremiações, centros educacionais, dentre outros.

Dar uma diretriz de base de apoio para os praticantes e profissionais

Conduzir a um trabalho preparatório e fundamentado, visando aprimorar aprática da modalidade.Esse programa é parte integrante do calendário nacional da FPG e elaborado

com níveis progressivos de dificuldades, por meio de sériesobrigatórias como umaproposta que privilegie os aspectos qualitativos da atividade.Muitas das escolas pertencentes a rede pública e privada participam desseprograma, oferecendo a prática da modalidade G.A. como atividade extracurricular,conseguindo com isso ampliar e introduzi-la como esporte para crianças e jovensadequando os treinamentos de acordo com o nível de habilidade e aprendizagem.

Page 38: Apostila de Ginástica Artística

34

Todo esporte visa a competição, porém o ideal do esporte não deve ser apenasa formação de atletas campeões. A competição pode ser também um conteúdoeducativo em todas as faixas etárias servindo como estímulos desafiadores.

2.2 Ginástica Artística – Nível IntermediárioEssa etapa do treinamento é uma fase de transição com objetivos distintos por faixaetária e nível de desenvolvimento. Fazem parte desses objetivos os seguintes ítens:A- Preparar crianças e jovens que apresentam potencial dentro de um esquema detrabalho que as conduzam para um futuro, visando o alto nível.B- Oportunizar a participação de crianças e jovens em competições de acordo com onível de habilidade.C- Direcionar a prática da modalidade utilizando regras adaptadas.D- Buscar embasamento para atingir altas performances e evoluir progressivamenteno esporte.E- Aprimorar detalhes, lapidar técnicas e melhorar o desempenho.A Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) dispõe de um programa porcategoria de idade subdividida em pré-infantil, infantil, juvenil e adulto,estabelecendoregras adaptadas, visando a preparação para o esporte de alto rendimento.As federações estaduais, cada qual, podem elaborar suas estratégiasfacilitando a participação de um maior número de ginastas.A Federação Paulista de Ginástica (FPG) em seu regulamento subdividea categoria pré-infantil e infantil em níveis A, B e C; a categoria juvenil e adultaem A e B, sendo a categoria A, a oficial, seguindo as mesmas normas de exigênciasda C.B.G. e para as categorias B e C são realizadas as adaptações em progressão dedificuldade, possibilitando a diferenciação por nível de

habilidade

e

evolução

técnica por faixa etária.Outro programa idealizado pela FPG é a subdivisão em níveis iniciante,aspirante, intermediário, avançado e experiente, proporcionando a progressão,independentemente da faixa etária.

Page 39: Apostila de Ginástica Artística

35

2.3. Ginástica Artística – Esporte de Alto NívelA G.A. é um esporte olímpico que se caracteriza pela apresentação precisa dealtas performances de dificuldade dos elementos nas provas oficiais.Para a precisão da execução técnica é imprescindível que a ginástica de elitesiga as estratégias de um planejamento bem estruturado, desde o seu trabalho debase e evolua cumprindo o objetivo que demanda o esporte no que concerne àperfeição dos elementos, cada vez mais complexos, inseridos no Código Internacionalde Pontuação da Federação Internacional de Ginástica (FIG).No alto nível deve ser observada essencialmente a performance naexecuçãotécnica e postural dos elementos que envolvem coordenação de rotações simples oumúltiplas em torno dos eixos corporais, com finalizações estáveis e controladas.São quatro as provas oficiais no setor feminino: salto, barras paralelasassimétricas, trave de equilíbrio e solo. São seis as provas oficiais no setor masculino:solo, cavalo com alças, argolas, salto, barras paralelas simétricas e barra fixa.

CONCEITO DA GINÁSTICA ARTÍSTICA1. Domínio do corpo em situações inabituais, em diferentes alturas, velocidades edeslocamentos,

com

diversificadas

experiências

motoras

e

cognitivas

CARRASCO,1982.2. Desporto em que se utiliza aparelhos fixos e móveis como solo, cavalo com alças,argolas, paralelas simétricas e assimétricas, barra fixa e trave de equilíbrio, onde seexecutam elementos e movimentos de acordo com a característica e exigênciasespecíficas de cada prova, com o fim de competitivo e avaliação do desempenho doginasta de acordo com regras pré-estabelecidas, com critérios de exigências dedificuldade, combinação e qualidade de execução.

A IMPORTÂNCIA DA GINÁSTICA ARTÍSTICA“O fator essencial do desenvolvimento da criança reside na experiência física”PIAGET.

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36

A Ginástica Artística proporciona esta experiência através da utilização demateriais diversificados, diferentes situações o que possibilita o sentido dassensações.A Ginástica nos fornece situações de desafios e estímulos diversos:•ENFRENTAR

CONQUISTAR

AUTOAFIRMAÇÃO

SENSO DE RESPONSABILIDADE

Enfrentar progressivamente a partir de situações simples para situações cada vezmais complexas.Lutar para vencer a dificuldade do problema proposto.Superar e sentir o prazer da vitória.Experiências através da conquista do conhecimento motor sensitivo e cognitivo –formação da personalidade.O aprendizado precoce do reconhecimento do mundo físico da Ginástica Artísticafavorece as aquisições posteriores e um domínio maior do comportamento futuro.

GINÁSTICA ARTÍSTICA E O DESENVOLVIMENTO – HOSTAL, 1982Contribuição da Ginástica Artística na Formação:1. Esquema e Consciência Corporal- Adaptação em diferentes espaços: horizontal, vertical, alturas, velocidades.- Busca de equilíbrio em situações inabituais ( suspensão, apoio livre no ar emposições invertidas e em rotações).- Coordenação motora (solicitação da ação simultânea de braços e pernas)- Postura2. Desenvolvimento no plano afetivo (psicológico):

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37

-. a adaptação ao não familiar: posições invertidas, rotações, apoio e suspensão.-. a vontade de ser bem sucedido, controle das emoções, aceitar e mostrar-se.-. o enfrentar as mais diversificadas situações que a G.A. propicia, diminuindo ostemores das situações que apresentam riscos calculadosPossibilitam o desenvolvimento da:-. Coragem, ousadia.-. Autoafirmação, autodomínio e autoconfiança.-. Espírito de luta e perseverança.3.Desenvolvimento no plano motor (físico) – executar as ações propostas:-. Tônus muscular – postura-. Melhoria das capacidades físicas:- Flexibilidade- Mobilidade articular.- Força estática, dinâmica e explosiva.- Potência, velocidade, impulsão dos braços e pernas.. Controle e coordenação em diversas posições.. Senso de orientação espacial em diferentes posicionamentos4. Plano cognitivo (mental):- Entender, tomar consciência, conhecer-se, saber reconhecer as exigências desituações diversificadas, decidir.- Atenção e reflexão- Planificação- Concentração- Raciocínio e percepção

Page 43: Apostila de Ginástica Artística

38

- Imaginação e antecipação- Memorização5. Plano Social – relação Criança X Criança X Professor:A participação, a divisão de tarefas, o relacionamento possibilitam a sociabilizaçãodesenvolvendo responsabilidade, iniciativa, disciplina, respeito, cooperação, auxíliomútuo e espírito crítico.

A GINÁSTICA ARTÍSTICA PROPORCIONA:O domínio do corpo e o autocontrole, através do aperfeiçoamento do esquema econsciência corporal.Diversificação e variedade de movimentos e situações. Orientação Espaço-Temporal.Potencialização e desenvolvimento das capacidades físicas – Educação doMovimento.Interpretação do movimento – técnica e biótipoTécnica e execução – posturaArte e técnica – dificuldade X execuçãoHarmonia – equilíbrio entre o máximo e o mínimoSuperar-se

APRENDIZAGEM DA GINÁSTICA ARTÍSTICA - CHAUTEMPSO aprendizado na ginástica Artística éprecoce com o objetivo de procurarsensações, através de variados movimentos, possibilitando ao praticante novas ediversificadas experiências – CARRASCO,1982.CHAUTEMPS subdivide as etapas de aprendizagem em Ginástica Artísticaem: Familiarização Iniciação Aperfeiçoamento.

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39

Familiarização:Adaptar-se aos aparelhos empunhaduras e posicionamentos:Apoio e suspensãoPosições invertidas e rotações no eixo transversal e longitudinalConhecimento dos aparelhosExecução dos movimentos simples de forma dirigida – Trabalho pedagógicoEstímulo de diferentes posições e manuseiosExercícios de curta duraçãoExercícios repetidos – melhoria das sensaçõesMeios:Determinação do percurso da disposição dos aparelhos, de acordo com o número dealunos e a dimensão da sala (instalação e materiais).

2. Iniciação:Abordagem de assuntos novos – ação de dar informações desconhecidas.Ensino – Aprendizagem de exercícios pré- determinados:a) Estudo das posiçõesb) Estudo dos exercícios chaves (básicas)

Processo Ensino – Aprendizagem na Ginástica Artística2.1.1 – Essência do processo e os fatores determinantes:a) particularidades dos exercíciosb) capacidade dos alunosc) o conhecimento do professor

Page 45: Apostila de Ginástica Artística

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d) otimização do momento de aprendere) orientação do processo de ensino: informação, operação, controle e correção2.1.2 – Estrutura do processo de Ensino-Aprendizagem em Etapas:a) Etapas do período preparatório do trabalho.Objetivos:Preparação teórico-metodológicaDeterminação dos objetivos do ensinoInvestigação das estruturas motoras e da técnica dos exercíciosProcessos pedagógicos-didáticosElaboração do programa individual, em grupo do ensino do exercíciob) Etapas do período básico:Objetivos: preparação física e técnica básica para o estabelecimento inicial do hábitomotor com trabalho posturalAvaliação do nível de preparação do alunoPreparação motora preliminar – estudo dos elementos em fases

3. Aperfeiçoamento:Etapas do período final de ensino.Objetivos:Fortalecimento e aperfeiçoamento dos hábitos motores.Estabilização do hábito e aperfeiçoamento da técnica do exercício (execução técnicaeficaz e elegante).Execução do exercício em combinaçõesContinuação do aperfeiçoamento através da execução da técnica correta, levando-seem conta fatores como a capacidade física através da força, flexibilidade,coordenação, ritmo e equilíbrio.

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Métodos de Ensino:1. Explicação Verbal:Período curto de explanaçãoObjetivo – despertar atenção e interesse2. Demonstração:Substituir comentáriosObjetivo – situar a atenção no plano visual; analisar e corrigir.3. Tentativa de Execução Completa:O professor avalia as capacidades dos alunos, dependendo das experiênciasanteriores, das exigências técnicas, da capacidade física, da audácia e coragem.4. Subdivisão em fases:Analisar as fases mais importantes e valorizá-las em busca da melhor execuçãotécnica dentrodos padrões de cada elemento , explorar as capacidades físicas :força,manutenção da contração-sustentação, flexibilidade e posicionamentos.5. Processos Pedagógicos:Utilizar meios através de materiais auxiliares e de proteção como colchões dediferentes tamanhos, espessuras e densidade, fosso e outros recursos que facilitam oensino- aprendizagem dos elementos da Ginástica Artística nas diferentes fases doaprendizado e aperfeiçoamento.6. Repetição:Praticar e treinarEstimular a perseverançaObjetivo – melhorar a execução técnica, criando novas sensações e explorar apreparação física, eliminando as deficiências de condicionamento físico, possibilitandoa melhoria da resistência, técnica e postura.

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Execução do máximo de elementos com um mínimo de tempo e esforço.Aquisição do automatismo

Referências BibliográficasLeguet, J. (1987). As ações motoras em ginástica desportiva. São Paulo: EditoraManole.Russell, K. & Kinsman, T. (1986). Coaching Certification Manual – Level 1 –IntroductoryGymnastics. Ontario: Gymnastique Canada Gymnastics.Russell, K.; Schembri, G. & Kinsman, T. (1994). Up and Down all around: gymnasticslesson plans. Ontario: Ruschkin Publishing.Schembri, G. (1983). Introductory Gymnastics. Victoria: Australian GymnasticsFederation.Nunomura, M; Nista-Piccolo, V. (2008). Compreendendo a Ginástica Artística. SãoPaulo:Editora Phorte

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43

NOÇÕES BÁSICAS DE ARBITRAGEM E COMPOSIÇÃO DE SÉRIESEm umacompetição de GA as equipes se apresentam de forma simultâneanos diversos aparelhos. Enquanto uma equipe se apresenta no solo, outras estão nosalto, nas paralelas, etc. Existe uma sequência a seguir, chamada ordem olímpica.Dessa forma, uma equipe feminina que se apresenta no salto, por exemplo, seguirápara as paralelas assim que todas as suas atletas já houverem competido e após aautorização para o rodízio, sendo que todas as entidades “rodam” simultaneamente. Aordem olímpica é a seguinte:Feminino: salto sobre a mesa, barras paralelas assimétricas, exercícios de solo.Masculino: exercícios de solo, cavalo com alças, argolas, salto sobre a mesa, barrasparalelas simétricas e barra fixa.Exemplo de ordem de apresentação de um grupo em competição do setor feminino:Rotações

Salto

Paralelas

Trave

Solo

1° rodízio

Brasil

Rússia

China

USA

2° rodízio

USA

Brasil

Rússia

China

3° rodízio

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China

USA

Brasil

Rússia

4° rodízio

Rússia

China

USA

Brasil

Composição de uma EquipeApesar da GA ser considerada uma modalidade individual, nas competições hácompetição de equipe. Uma equipe completa de GA oficialmente é composta por 06ginastas, mas um grupo de 04 atletas ainda é considerado uma equipe, tanto no setormasculino quanto no feminino. Esse número variável se deve às regras damodalidade, como veremos mais adiante. Contudo esse número pode variar, poisalguns competições possuem regrasadaptadas à realidade local.Programa Oficial De Competições De Ginástica Artística.Uma competição oficial de GA (Jogos Olímpicos, Campeonatos Mundiais eCampeonatos Continentais) é subdividida em 04 competições:

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Competição I – Competição Classificatória. Tem por objetivo definir os 08países (ou clubes, etc) classificados para a final por equipes (CIV), os 24melhores ginastas na soma dos aparelhos, que farão a final individual geral(CII) e os oito melhores ginastas de cada aparelho, que farão a final poraparelho (CIII), além da classificação por equipes a partir do 9º lugar e dosginastas a partir do 25º lugar. Na CI o treinador escolhe 05 ginastas paracompetir em cada aparelho. Após todos terem competido as notas sãosomadas, sendo que a menor nota obtida é descartada, totalizando-seassim o total da equipe no aparelho. Ao final da competição os totais daequipe em cada aparelho são somados para se obter o total de pontos quedeterminarão a sua classificação.

Exemplo de súmula da CI:

Equipe_______________________ data e local:______________________/______/______Nome do ginasta

Salto

Paralela

Trave

Solo

total

Maria

14,200

14,250

15,025

11,900*

55,375

Joana

Page 51: Apostila de Ginástica Artística

14,850

-----

14,625

13,675

43,150

Alice

13,975

14,375

14,275*

14,125

56,750

Cleide

----

15,675

14,875

----

30,550

Luana

14,975

13,625*

15,175

12,000

55,775

Page 52: Apostila de Ginástica Artística

Raquel

13,200*16,325

----

13,000

42,525

58,000

60,625

59,700

52,800

231,125

* Notas descartadas para soma no aparelho. Para soma individual geral as notas serão computadas.

Competição II – Competição Final Individual Geral. Participam os 24melhores ginastas classificados na CI, sendo permitida a participação de

Page 53: Apostila de Ginástica Artística

45

até dois ginastas por país ou entidade. Os atletas competem em todos osaparelhos, sendo suas notas somadas ao final da competição. Os ginastascom maior total de pontos na somatória de todos os aparelhos são osvencedores.

Competição III – Competição Final por Aparelhos. São classificados paraessa prova os 08 melhores ginastas em cada aparelho a partir dosresultados da CI, sendo permitida a participação de, no máximo, doisatletas por país ou entidade. Ao final da competição premiasse os melhoresem cada aparelho.

Competição IV – Competição Final por Equipes. Participam as 08 equipesque obtiveram as maiores pontuações na CI. O treinador deverá selecionar03 ginastas entre os seis da equipe para competir em cada aparelho, sendoque não há nota de descarte. Todas as notas obtidas entram na totalizaçãodos pontos da equipe.

Exemplo de súmula da CIV:

Equipe_______________________ data e local: _____________________/______/______Nome do ginasta

Salto

Paralela

Trave

Solo

Maria

14,200

-----

15,025

----

Page 54: Apostila de Ginástica Artística

Joana

14,850

-----

----

13,675

Alice

----14,375

----

14,125

Cleide

----

15,675

14,875

----

Luana

14,975

----

15,175

-----

Raquel

----

16,325

Page 55: Apostila de Ginástica Artística

----

13,000

44,025

46,375

45,075

40,800

total

176,275

Page 56: Apostila de Ginástica Artística

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Critérios Para PremiaçãoNa GA são assim distribuídas as medalhas:

Competição Final Individual Geral ou CII – medalhas para os três primeiros(ouro prata e bronze) nos setor masculino e feminino.

Competição Final por Aparelhos ou CIII – medalhas para os três primeiros emcada aparelho nos setores masculino e feminino.

Competição Final por Equipes ou CIV – medalhas para as três melhoresequipes classificadas no setor masculino e feminino.

ARBITRAGEMJúri de Aparelho (Painéis De Árbitros)A estrutura do Júri de Aparelhos para as competições oficiais é a seguinte:02 árbitros do painel D – determinam a dificuldade da série, somando pontos;06 árbitros do painel E – determinam as falhas de execução, tirando pontos.Os árbitros são auxiliados pelos assistentes (cronometristas e árbitros de linha) esecretário(a)s com Brevê internacional.

Componentes da AvaliaçãoAs responsabilidades pela avaliação são distribuídas entre os Painéis D e E, segundodescrito a seguir.Nota-D (dificuldade ou conteúdo da série)Funções do Painel D

-

Os árbitros do Painel D são designados ou sorteados pelo Comitê Técnico/FIG.

-

A1 (árbitro 01) atua como Responsável assistente e é o coordenador do Painel D.

-Os dois árbitros do Painel D registram o conteúdo total dos exercícios emsímbolos, avaliam independentemente, sem parcialidade e depois em conjuntodeterminam o valor de partida do exercício (VP). É permitida discussão entre A1 e

Page 57: Apostila de Ginástica Artística

A2.

-

A2 entra com o Valor de Partida no computador.

Page 58: Apostila de Ginástica Artística

47

-

Em caso de desacordo entre A1 e A2 devem solicitar o conselho do membro doCT (Responsável).

-

São responsáveis pelo Valor de Partida (em décimos, ex.: 9.60) que deve serlançado no computador o mais rápido possível.

Ao valor de partida pertencem:

-

Todos os elementos de dificuldade (A, B, C...);

-

Valor de ligações de elementos (quando for o caso);

-

Deduções por:

Falta de Exigências especiais (05 em cada aparelho, com valor de 0,50 cada).Omissão de saída ou saída não permitida.

-

Nota “0” por execução de um salto inválido.

-

Ao terminar a competição devem entregar os formulários detalhando as violaçõese questões duvidosas com o número e nome da ginasta.

-

Depois da competição devem fazer uma avaliação completa baseadas nasanálises dos vídeos, sob a supervisão e colaboração do CT, em particular daResponsável pelo Aparelho.

-

Page 59: Apostila de Ginástica Artística

Entregar este relatório o mais rápido possível, não mais de um mês depois definalizada a competição.

-

Devem deixar disponíveis as anotações em símbolos durante as consultas.

A1

A2

Calcula o valor de partida com A2, e atua como Calcula o valor de partida com A1responsável, coordenando o trabalho do Painel D.

A Nota-D nas Paralelas, Trave e Solo incluem:

Valor de Dificuldade:Os 07 elementos de maior dificuldade, mais a saída, totalizando 08 elementos.Os valores dos elementos estão baseados no grau de dificuldade pararealização dos mesmos e estão assim classificados

A- = 0.10 P.

B- = 0.20 P.

C- = 0.30 P.

Page 60: Apostila de Ginástica Artística

48

D- = 0.40 P.

E- = 0.50 P.

F- = 0.60 P.

G- = 0.70 P.

Exigências de Grupos de Elementos: 05 de 0.50 P. cada = 2,50 pontos

Nota E – execução – valor fixo de 10.00 pontosFunções do Painel E

-

O Painel E é sorteado sob a responsabilidade do CT de acordo com oRegulamento Técnico 7.10

-

Devem observar os exercícios atentamente e avaliar corretamente as falhas comsuas deduções correspondentes, independentemente e com imparcialidade.

-

Devem registrar as deduções por:Falhas geraisFalhas de composição específicas do aparelhoFalhas de execução específicas do aparelhoAjuda durante o Salto, exercício e ou saída (Paralela Trave e Solo).Falhas de apresentação artística (Trave e Solo).

-

Os árbitros trabalham com um total de deduções de cinco centésimos (Ex.: 0,55

Page 61: Apostila de Ginástica Artística

p.)

-

Devem preencher a papeleta rápida e claramente, assinar de forma legível eimediatamente lançar as suas deduções no computador com exatidão. Asdeduções deverão entrar no computador separadamente:Soma das deduções por falhas gerais, falhasespecíficas e ajuda, etc.Soma das falhas por Apresentação Artística (Trave e Solo)

-

Devem ter à disposição o registro pessoal por escrito de suas avaliações em todosos exercícios.

-

Se for utilizado um sistema de computação manual, devem controlar que osestafetas levem imediatamente suas papeletas.

-

Se o sistema de computação for manual, as seis notas do Painel E devem sermostradas simultaneamente.

Page 62: Apostila de Ginástica Artística

49

A ginasta pode receber uma nota de 10.00 pontos pela perfeição na execução,composição, combinação e apresentação artística.

A nota E inclui as deduções por falhas de:Execução

Composição

Apresentação Artística

As deduções por falhas estão descritas na Tabela Geral de Falhas e Deduções(Artigo 6), Artigos Específicos dos Aparelhos 8-11 e Técnica (Artigo 7).

Cálculo das Notas

-

Os árbitros são obrigados durante seu trabalho a seguir as regras do Código dePontuação, artigos 5-11, de uma maneira imparcial e consciente, caso contrário, oCT/FIG e ou o Júri de competição poderá sancioná-las segundo o Regulamentode recompensas, sanções e apelações para árbitros FIG*.

-

* Ver apêndice IV-5.

-

Na avaliação dos exercícios, os árbitros trabalham com um total de deduções decinco centésimos (ex.: 0.55 p.). Preenchem a papeleta e lançam as deduções nocomputador, depois que o valor de partida tenha sido determinado e mostradopelo Júri D.

-

As seis notas dos árbitros são a base para o cálculo daNota. A dedução maisAlta e a dedução mais Baixa são eliminadas, as 04 deduções intermediárias sãosomadas e divididas pôr quatro = Nota do Painel E.

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Cálculo da Nota Final Nota D + Nota E* = Nota Final

Exemplo:Após a finalização de sua série o ginasta aguarda a sua nota, que é assimconstruída:

Os dois árbitros do Painel D analisam conjuntamente a série e definem a nota,de acordo com o que o atleta apresentou.

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50

Dificuldade (exemplo) - 04 C, 02 D, 02 E

+3,00P.

Grupos de Elementos (5 x 0.50 P.)

+2,50P.

Valor de Ligação (bonificação por ligações difíceis)

+ 0,60P.Nota D

6,10 P.

Simultaneamente, os seis árbitros do Painel E farão os descontos relativos àsfalhas apresentadas pelo ginasta no decorrer de sua série a partir de um valorfixo de 10,00. No exemplo abaixo o árbitro 01 anotou 1,10 pontos a seremdebitados do atleta ao final de sua prova; descontando-se esse valor de 10,00p. a nota desse árbitro foi 8,90 p. O mesmo processo é realizado pelos demaisárbitros.

Árbitro 01

Árbitro 02

Árbitro 03

Árbitro 04

Árbitro 05

Árbitro 06

8,90 (cortada)

9,10

8,90

9,00

9,00

Page 65: Apostila de Ginástica Artística

9,20 (cortada)

A Nota E é calculada através da média das quatro (4) notas intermediáriasdentre as seis (6) notas (corta-se a maior e a menos nota).Nota E – 9,10 + 8,90 + 9,00 + 9,00 / 4 = 9.00 P

Nota do atleta: (nota D) 6,10 + (nota E) 9,00 = (nota final) 15.10 pontos.