apostila de conhecimentos gerais nossa caixa

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APOSTILA DE CONHECIMENTOS GERAIS NOSSA CAIXA NOSSO BANCO

APOSTILA DE CONHECIMENTOS GERAIS NOSSA CAIXA NOSSO BANCO

MERCOSUL

O Mercado Comum do Sul um bloco regional, com formao sul x sul (pobre x pobre); portanto, a

exemplo das organizaes j existentes, como a AALALC-ALADI, MCCA, Pacto Andino, Asean e Caricom, de

difcil implantao e mais difcil o seu funcionamento, principalmente porque apresentam "economia montona",

isto , seus pases-membros apresentam os mesmos problemas, como dependncia tecnolgica, dvidas externa

e interna muito altas, instabilidade poltica, desigualdades sociais, etc.

Sua criao resultado de tentativas de sobrevivncia num mundo cada vez mais globalizado, onde os

megablocos ameaam, com as idias neoliberais de internacionalizao da economia, teoria do estado mnimo,

privatizao das estatais, o domnio do capital voltil, enfraquecendo os governos locais e forando a eliminao

das fronteiras econmicas, que consequentemente, podem desestruturar as economias dos pases mais

fragilizados; isto , enxugar os Estados, romper com a estrutura de estado-nao e internacionalizar a economia

dos pases do sul. o choque atual entre globalizao e o nacionalismo, defendido por elites locais e/ou

minorias tnicas excludas do processo.

Etapas de criao/implantao do Mercosul

Com o incio da redemocratizao da Amrica Latina ou trmino dos regimes autoritrios e esvaziamento

da operao Condor, financiada de acordo com os interesses dos EUA, houve vrias tentativas de implantao

das idias neoliberais no Brasil. Com isso, antes do Plano Real tivemos os Planos Cruzados I e II (Funaro,

Bresser), Plano Collor e o Plano Vero. Mas as variveis internas impediram que algumas dessas tentativas

chegassem ao neoliberalismo, como aconteceu com o Plano Real.

1) 1986 - Acordo Bilateral Brasil X Argentina.

Trmino da operao Condor; os EUA no apiam mais os regimes autoritrios.

Redemocratizao na Amrica Latina.

* Brasil - Plano Cruzado. Primeiro presidente civil, ainda eleito pelo colgio eleitoral, Jos Sarney, substitui o ltimo

presidente militar, General Joo Batista de Figueiredo.

* Argentina - Plano Alfonsin ou Austral. O presidente civil eleito substitui o general Galtieri, responsvel pela

Guerra das Malvinas.

Os planos econmicos inicialmente consistiam em congelamento de preos e salrios, eliminando o

processo hiperinflacionrio e permitindo, aps dcadas de descontrole, que a populao pudesse fiscalizar os

preos de seu consumo dirio, surgindo os famosos fiscais do Sarney. Infelizmente, os interesses polticos falaram

mais alto e, logo aps as primeiras eleies mais livres no Brasil, surge o Plano Cruzado dois, descongelando os

preos e mantendo congelados os salrios, com a conseqente queda do poder aquisitivo de nossa populao.

2) 1991 -Tratado de Assuno.

- Proposta de criao do Mercosul.

- Proposta de criar urna rea de livre trnsito de pessoas, mercadorias, capital e empresas no estilo europeu.

Portanto, no uma rea somente de livre comrcio, como o ALCA ou o NAFTA. Mas tambm ainda no um

mercado comum, funcionando primeiro como rea de livre comrcio.

- Pases-membros: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

3) Dez/94-Reunio de Ouro Preto (MG).

1 de janeiro de 95.

O Mercosul passa a funcionar como Unio Aduaneira.

Adota a TEC -Tarifa Externa Comum para as importaes.

* Brasil = Plano Real.

Onde um real igual ou aproximadamente igual a um dlar, adotando o sistema de banda cambial ou

cmbio fixo-flutuante.

* Argentina = Plano Cavallo (dolarizao ou paridade das moedas, um peso = um dlar) ou poltica de cmbio fixo;

somente a Argentina e Hong-Kong funcionam desta forma to radical. O Equador o est adotando e El Salvador

est indo pelo mesmo caminho.

Observao: Na prtica, a lei da conversibilidade das moedas ou cambial coloca a Argentina na ante-sala da

dolarizao. costume dizer que a moeda argentina ficou virtual (peso.com), pois quem manda a moeda norteamericana.

Vejamos o exemplo atual - com a crise de janeiro de 1999, o Brasil desvalorizou rapidamente o real, pois

havia adotado o sistema de banda cambial; j a Argentina no pode fazer o mesmo, pois ao adotar o sistema de

paridade com a moeda norte-americana sua populao passou a assumir compromissos em dlares; portanto, se

o Governo argentino desvalorizar o peso, haver uma hipervalorizao das dvidas de sua populao, podendo

provocar um grau de insatisfao to intenso que pode desestabilizar o Governo local, e isso iria atingir de

imediato os demais pases do Mercosul, podendo provocar novo efeito cascata ou domin, como os efeitos

Tequila, do Mxico, o efeito Saque, da sia ou o efeito Vodka da Rssia; alis, esse um dos grandes problemas

da Globalizao neoliberal, pois se ocorre uma internacionalizao maior das economias, tambm verdade que

ocorre uma internacionalizao das crises, do desemprego estrutural, da excluso dos menos preparados, que

poder fortalecer os defensores do pensamento ultra-nacionalista, isto , da defesa radical das fronteiras

nacionais, o que no interessa aos atuais pases dominadores.

1996 - o Chile pede para entrar como membro efetivo do Mercosul, ao mesmo tempo que est negociando sua

entrada para o NAFTA e a APEC.

4) 1997 - Reunio de Fortaleza.

- A Bolvia formaliza o pedido de entrada como membro efetivo, irias permanece, a exemplo do Chile, como

associada ou "parceira preferencial", at tomar as medidas econmicas necessrias. Conseguem privilgios

criando uma rea de livre comrcio com a Unio Aduaneira dos pases-membros do Mercosul.

- Surge a idia da moeda nica. Mas com discordncias entre o Brasil e a Argentina.

Observao: A integrao do Mercosul aumentou em mais de 400% o comrcio entre os pases-membros,

enquanto que, ao mesmo tempo, o aumento do comrcio com os EUA no chegou a 25%, o que preocupou a

superpotncia.

Dizer que aumentou em mais de 400% o comrcio entre os pases-membros e associados do Mercosul

no quer dizer que foi superior, em valores, ao aumento de 25% do comrcio deste com os EUA.

O Mercosul no representa 2% do comrcio mundial.

5) 13/1/99 -Crise do Real - efeito samba ou cachaa.

- O Brasil abandona a banda cambial, pois no utiliza mais a reserva cambial para manter prxima a equivalncia

do real com o dlar norte-americano.

- O Brasil adota o cmbio flutuante, permitindo que o valor da moeda nacional oscile de acordo com a lei da oferta

e da procura em relao ao dlar. De 1999 at o incio de 2001, o Banco Central no intervm no controle,

mantendo a flutuao limpa; a partir de fevereiro de 2001, quando o dlar ultrapassa a faixa de dois reais, o BC

passa a intervir no mercado de moedas, iniciando uma fase de flutuao suja.

- A desvalorizao da moeda brasileira inverte a balana comercial com a Argentina, provocando um significativo

dficit para a Argentina, com fuga dos investimentos e das empresas para o Brasil.

- Argentina no pode desvalorizar a sua moeda, o peso, pois adotou a conversibilidade cambial com a moeda

norte-americana.

- Ao desvalorizar o real, houve uma valorizao dos salrios mnimos, que j eram mais elevados, na Argentina,

Uruguai e Paraguai, aumentando as exportaes brasileiras e reduzindo as importaes dos pases vizinhos.

6) Julho de 2000 - Reunio de Buenos Aires.

- Demonstra que a crise est passando (otimismo).

- Na verdade, a crise Argentina j dura mais de 30 meses.

- Assinatura do Acordo Automobilstico, a loucura dos 35%.

- Proposta de acelerar a entrada do Chile e da Bolvia no Mercosul.

7) Crise Argentina, com a ajuda do FMI, FED e BIRD. Em contrapartida, o pas aumenta a idade de aposentadoria

das mulheres para 65 anos, fora a reduo dos salrios dos servidores pblicos, no esquecendo que h tempos

esses salrios no eram corrigidos, a exemplo do que ocorre no Brasil e, prope a privatizao do sistema de

sade. O governo argentino entra em crise com o Congresso quanto s reformas estruturais necessrias para sair

da crise.

8) A ajuda do FMI para a Argentina pode ajudar a economia brasileira.

9) Com o objetivo de se resguardar, devido a provvel declarao de falncia pela Argentina, o Brasil firma um

novo acordo com o FMI, alegando que o emprstimo de 15 bilhes de dlares somente uma garantia, que no

existe a inteno de usar estes recursos. O Brasil acaba assumindo compromissos mais pesados com o FMI,

como maior reduo no dficit primrio, etc. Estamos no ms de agosto de 2001. Nesse momento a equipe

econmica da Argentina encontra-se nos EUA, reunida com o FMI, tentando superar a crise.

10) 2005 - prevista a concluso na implantao do Mercosul, situao cada vez mais difcil, pois o Chile

retomou as negociaes com os EUA para sua entrada no NAFTA e a Argentina s consegue sair da crise atual

com sujeio s imposies do FMI. E os resultados disso ns bem que conhecemos.

A visita ao Brasil do novo superministro da economia Argentina j prenuncia novas tempestades para a

Amrica Latina como um todo e, mais especificamente, para o Mercosul. O ministro Cavallo comea a romper com

a TEC; com isso o Mercosul pode deixar a fase de Unio Aduaneira, regredindo para rea de livre comrcio.

Se o Mercosul for concludo, situao cada vez menos provvel, podemos dizer que comea a funcionar

como Mercado Comum a partir de 2005, como foi previsto no projeto inicial.

ATUALIDADES ECONMICAS, POLTICAS E SOCIAIS

O MUNDO HOJE

Os acontecimentos ocorridos no dia 11 de setembro, que culminou com a destruio do "World Trade

Center" e de parte do "Pentgono", no podem ser encarados como um fato isolado, nem como mais uma

atualidade, que aps algum tempo ser substituda por novos acontecimentos. Na realidade, este acontecimento

vem precedido de fatos importantes, mas de menor escala, e, bvio, vem a refletir em novos acontecimentos,

que nos prximos anos, vo alterar o comportamento entre as naes, modificando suas relaes e referindo no

cotidiano dos cidados. Tambm no pode ser analisado somente de acordo com uma varivel e, sim, de acordo

com as caractersticas econmicas, polticas, sociais e culturais. Enfim, o dia 11 de setembro de 2001, na forma de

acontecimentos, indica o 1 dia do sculo 21, s que este dia ainda no acabou.

Vamos tentar analisar um pouco este processo.

1) Fatos que precederam o dia 11/9.

a) A Poltica Externa dos EUA.

Com os republicanos no poder, o pas mais poderoso do mundo passa a se comportar de uma forma mais isolada

em nvel de atitudes quanto aos seus principais parceiros e, principalmente, quanto aos pases do Terceiro Mundo.

No participa oficialmente do frum econmico mundial em Davos, na Sua.

Retoma o desenvolvimento de tecnologia.

O objetivo de implantar o projeto Guerra nas Estrelas (Star War), gera protestos mundiais quanto aos

riscos de provocar nova corrida armamentista, protestos vindos principalmente da China Popular e da Rssia,

hoje, parceiros dos EUA.

Retoma as pesquisas quanto s armas qumicas e biolgicas, rompendo com acordos internacionais.

Declara publicamente que vai conseguir autorizao para o ajuste rpido do Congresso americano, para

implantar a Alca.

Passa a reduzir rapidamente os impostos e os juros internos, demonstrando que sua economia est entrando em

recesso.

Reunio do Grupo dos Sete (G7) mais a Rssia (G8), em Gnova. Os discursos do Governo americano so de

imposies e no de propostas a serem discutidas.

Declara publicamente que, mesmo modificado, no vai assinar o protocolo de Kyoto (1997), deciso tomada ao

trmino da 3 reunio sobre clima, na Alemanha (2001).

Abandona, junto com Israel, na 3 reunio sobre racismo, xenofobismo e outras formas de segregao, ocorrida

em Durban na frica do Sul. Por no aceitar discutir o "sionismo" como forma de segregao, nem a questo do

povo palestino, a necessidade de implantao de um Estado deste povo em Dispora, nem a situao atual da

Palestina, que est vivendo uma nova intifada, guerra das pedras.

b) Acontecimentos e atentados que precederam o dia 11/9.

O atentado com o caminho-bomba no "World Trade Center" em 1993, que de acordo com a imprensa, em seis

anos, fez desaparecer cerca de 90% das empresas que possuam seus escritrios centrais naquele local.

Os atentados nas embaixadas americanas no Qunia e na Tanznia, na frica (1999).

Obs.: J colocados como fatos de responsabilidade de Al-qaeda, sobre o comando milionrio saudita Osama Bin

Laden.

Bem como a exploso do navio torpedeiro dos EUA na regio do Golfo de den, no Estreito de Babel'Mandeb,

rota petrolfera, entre a Somlia (Chifre Sul da frica) e a Arbia Saudita.

c) Fatos internos norte-americanos ligados a sua poltica externa atual.

A Guerra do Vietn

A grande derrota militar dos EUA, no perodo da Guerra Fria, provocou um certo enfraquecimento de um

de seus cones de sustentao, pois o nacionalismo anglo-saxnico, protestante, ultraconservador, no consegue

convencer a opinio pblica nacional, quanto s mortes de milhares de jovens brancos americanos, bem como o

uso de armas de extermnio em massa neste pas como o napalm, o agente laranja e o agente azul.

A sociedade norte-americana passa a questionar a poltica externa de seu governo. A pergunta : o que o

Vietn representa como ameaa para o mundo?

Obs.: Em conseqncia da guerra do Vietn, o governo dos Estados Unidos abandona o cmbio dlar/ouro-fixo,

adotado desde a conferncia de Bretton Woods, e adota o cmbio flutuante, desregulamentando todo o comrcio

mundial. Ao mesmo tempo que se aproxima cada vez mais da Repblica Popular da China na famosa doutrina

Nixon.

A sociedade americana sofre alteraes em sua base de organizao, principalmente nas formas de

nacionalismo, fortalecendo os nacionalismos:

regionalizado - o californiano, o texano, o nova-iorquino, etc.

coorporativo- a defesa dos interesses econmicos em grupos organizados de interesse comum.

hifenado - o crescimento mais rpido da populao no branca gera uma forma de nacionalismo tnico

afro-americano, asitico-americano, latino norte-americano, etc.

O poder poltico e econmico anglo-saxnico havia perdido uma de suas bases de sustentao, o

nacionalismo, com isto, no havia respaldo interno para sustentar novos conflitos contra o inimigo externo.

A Guerra do Golfo

Operao tempestade no deserto, guerra pr-datada ou guerra videogame.

A questo oferecida pelo lraque, ao invadir o territrio do Coueite(Kuweit), a grande oportunidade do

poder blico norte-americano recuperar o apoio da opinio pblica dos EUA, pois em 1991 a URSS estava em

ritmo acelerado de extino. Portanto, era preciso mostrar ao mundo que uma grande potncia havia sobrevivido

ao desgaste da corrida armamentista das ltimas dcadas.

A maior parte das tcnicas e instrumentos utilizados na guerra do Golfo tinha um endereo certo:

mostrar a sua supremacia blica para o mundo;

convencer a sociedade norte-americana que era possvel gastar pouco e provocar grande destruio ao inimigo

externo.

Nota 1 - Dados oficiais colocam que morreram 100 soldados dos aliados e 500.000 iraquianos nesta guerra.

Nota 2 - O bombardeio areo praticado pela OTAN - Organizao do Tratado do Atlntico Norte, na Iugoslvia

vem a comprovar esta supremacia blica. A OTAN nunca havia atacado um Estado-Nao antes, nem atacou

depois.

Nota 3 - A partir desta situao, os EUA passam a defender o "modo de vida norte-americano" como o modelo

ideal para o mundo, calcado numa espcie de fundamentalismo" tecnolgico e econmico, pois ao defender a

poltica dupla do dlar para os "amigos" e do poder blico tecnolgico para os "inimigos", acaba substituindo o

inimigo externo em figura da ex-URSS com seu socialismo real, pelos fundamentalismos ditos religiosos, na sua

forma mais radical.

Osama Bin Laden, e as organizaes radicais islmicas mais famosas, como o Hamas - nos

acampamentos palestinos, o Jihad - sediado no Egito, o Hezbollah e o Arval no Lbano, de parceiros dos EUA na

guerra contra a Unio Sovitica (79/88) no Afeganisto, so transformados pela forma de organizao e

funcionamento de suas sociedades, nos grandes inimigos da globalizao, portanto, inimigos do capitalismo e dos

EUA.

O SIONISMO

O sionismo teve seu incio no final do sculo XIX na Europa, onde o fortalecimento econmico-financeiro

da comunidade judaica havia conquistado uma grande capacidade de influncia nas decises dos imprios

europeus, principalmente no Imprio Britnico, o mais poderoso na poca.

De forma simples: sionismo significa o direito do povo judeu retornar para os lugares sagrados na regio

da Palestina, no Oriente Mdio, onde haviam construdo a cidade de Jerusalm e o templo com a arca sagrada, de

onde foram expulsos nos anos 68/70 d.C. pelo Imprio Romano.

Ao expulsar o povo judeu da Palestina, os romanos destruram o templo sagrado, restando somente o

muro, hoje chamado de muro das lamentaes. Sculos depois os islmicos construram nesta rea a Praa das

Mesquitas, onde Maom morreu, com a terceira mesquita mais importante para o mundo islmico, somente

superada por Meca e Medina - a terra do profeta.

Sionismo representa, tambm, o direito do povo judeu ser judeu em qualquer lugar que tenha nascido

e/ou viva no mundo.

Avanos do sionismo

1) No incio do sculo XX, os judeus, com poder econmico, passaram a comprar propriedades rurais na

Palestina, financiando para que grupos de famlias judias da Europa Oriental (Polnia, ustria, Rssia, etc.),

perseguidos pelos governos e sociedades, fossem deslocados para estas propriedades na Palestina, surgindo

deste projeto os primeiros "kibutzim" propriedades coletivas, e os heris da criao do Estado de Israel, como

Ben-Gurion, Golda Meir, etc.

2) Em 1917 ocorre a Resoluo Balfor, isto , o direito do povo judeu criar um Estado prprio na Palestina, pois o

Imprio Turco-Otomano estava sendo derrotado, e os ingleses estavam comeando a dominar o Oriente Mdio.

3) Em 1922 a Liga das Naes Europias, liderada pelo Imprio Britnico, vota a favor da criao de um Estado

judeu na Palestina.

4) 1939/1945 - Segunda Guerra Mundial.

Ocorre o holocausto, onde quase 6 milhes de judeus so eliminados na Europa, junto com milhares de

outras minorias, tnicas ou no, como os ciganos, testemunhas de Jeov, etc.

Quando estes fatos so revelados para o mundo, coincidem com a mudana do eixo de poder, com a

grande guia ou nova Roma substituindo os imprios europeus. Os judeus no podiam perder esta oportunidade

histrica, reivindicando seus direitos de criao e implantao de um Estado judeu na Palestina.

5) 1947 - Resoluo da ONU, onde Oswaldo Aranha, diplomata brasileiro, d o voto de minerva, com a seguinte

deciso:

trmino do protetorado britnico na Palestina.

criao do Estado de Israel, com um pouco mais da metade do territrio.

criao do Estado palestino dividido em 2 reas;

criao das zonas neutras, principalmente da cidade de Jerusalm, que ficaria sob administrao internacional.

6) 1948 - Com a sada dos britnicos, os judeus declaram que esto implantando seu Estado, de acordo com a

Resoluo da ONU.

- O mundo rabe-islmico, de forma geral, no aceita a criao do Estado palestino, a RALI - Liga rabe Unida faz

a primeira guerra - Egito, Sria, Jordnia e rabia Saudita - contra Israel e so derrotados.

Nota - Acaba a dispora do povo judeu, ao mesmo tempo que comea a dispora do povo palestino.

7) 1956 - Com medo que o governo terceiro mundista, de Gamal Nasser, corri o apoio sovitico, no Egito,

bloqueasse o Canal de Suez, os ingleses e franceses apiam Israel que invade a Pennsula do Sinai.

Posteriormente, os EUA e a URSS determinam o fim da guerra, demonstrando para o mundo a nova relao de

poder.

8) 1967 - A Guerra dos Seis Dias.

Em menos de duas dcadas de implantao, o Estado de Israel passa para a fase de expanso,

ocupando militarmente os territrios sagrados nos pases islmicos vizinhos, como o Sinai (Egito) com o porto e

a Pennsula de Aq'Aba, conquistando sada pelo Mar Vermelho, a Cisjordnia, com as cidades sagradas e o Mar

Morto, as Colinas de Gol (Sria), sendo que esta ltima, por ser estratgica, at hoje no foi devolvida.

Nota 1984 - Israel invade o sul do Lbano, criando uma rea militar "tampo", expulsando a OLP - Organizao

para a Libertao da Palestina. Posteriormente substituda pelo Hezbollah, apoiada pela Sria.

Israel s abandonou esta rea no ano 2000.

9) 1973 - A guerra do "Yom Kipur", o dia do perdo para o povo judeu.

Os rabes tentam reconquistar os lugares dominados por Israel na Guerra dos Seis Dias, mas so

derrotados.

Nota - No mera coincidncia, nesse mesmo ano ocorreu a 1 crise do petrleo.

- correto afirmar que esta foi a ltima guerra oficial entre islmicos e judeus, mas que os conflitos no mudaram,

pois a importncia da OPEP - Organizao dos Pases Exportadores de Petrleo e os petrodlares alteram o

equilbrio de poder no Oriente Mdio. A regio da Palestina perde importncia para outra rea no Oriente Mdio, o

Golfo Prsico, cercado totalmente por pases islmicos.

A QUESTO PALESTINA

Com o incio da dispora em 1948, o povo palestino-rabe, islmico e sunita - passa a confrontar o

Estado de Israel e seu exrcito, atravs de grupos polticos - militares organizados na dcada de 50, surge Yasser

Arafat, criando a AI-Fatah, que logo domina a OLP - Organizao para a Libertao da Palestina, que tinha como

princpios: no reconhecia a existncia do Estado de Israel, nem o direito do povo judeu viver na Palestina.

Na dcada de 70, o mundo rabe passa a utilizar o petrleo como forma de presso poltica e econmica,

pois no incio desta dcada o Golfo Prsico fornecia dois teros do petrleo consumido diariamente no planeta.

Em 1979, um novo golpe para a economia, pois a revoluo islmica no Ir acaba provocando nova crise

mundial do petrleo. A queda da Dinastia Pahlevi, que foi colocada no poder em 1952, graas a um golpe de

estado fomentado pela CIA norte-americana, havia favorecido a implantao de um governo com tendncias

modernizantes, com a implantao de valores ocidentais, que entram em choque com uma sociedade

fundamentalista islmica, pois a maioria de sua populao de origem persa, xiita, que atende ao domnio dos

aiatolls. Com a revoluo em 79, os lderes religiosos implantam uma teocracia e declaram seu dio aos valores

ocidentais, principalmente aos EUA.

Nota - Surge um ponto divisor entre o pan-arabismo e o pan-islamismo, sendo este ltimo muito mais abrangente

e radical do que o primeiro.

Em 1986, percebendo as mudanas mundiais, a OLP, liderada por Yasser Arafat, inicia uma nova

estratgia contra o Estado de Israel, pois com o objetivo de chamar a ateno do mundo quanto s precrias

condies de vida do povo palestino nos acampamentos controlados pelo exrcito de Israel, criam o processo da

intifada para substituir os grupos paramilitares no confronto fora militar de Israel.

Intifada - Guerra das Pedras, o uso da populao civil palestina nos acampamentos, que, utilizando paus, pedras

e palavras de ordens, jovens, crianas e velhos enfrentam os soldados judeus.

bvio que neste confronto a populao civil islmica sai perdendo em nmero de mortes, mas serve

para chamar a ateno do mundo para a questo palestina.

Portanto, a intifada no uma guerra comum, onde se enfrentam exrcitos organizados, podendo

terminar ou comear a qualquer momento, de acordo com os comandos palestinos.

A Intifada atual (2000/2001)

Seu incio foi provocado por Ariel Sharon, lder do Likud, partido ortodoxo de Israel, que passeou

protegido por centenas de seguranas pela Praa das Mesquitas em Jerusalm, provocando os povos islmicos,

ao mesmo tempo que conquistava os votos da maioria dos judeus e torna-se primeiro-ministro de Israel.

O FUNDAMENTALISMO ISLMICO

A imprensa confunde, mas bom saber que existem vrias formas e povos fundamentalistas e, bvio,

nem todo rabe islmico, nem todo islmico fundamentalista ou radical.

Em 622 d.C. quando o grande profeta do isl recebe as mensagens de Al, atravs do Anjo Gabriel, seu

objetivo maior era de unificar os povos rabes, pois o que prejudicava a unio dos povos rabes era a prtica do

politesmo.

O islamismo tem muito dos princpios judicos, assim como cristos. bvio, valores que interessavam

no processo de unificao, facilitando o crescimento poltico, econmico e militar das aldeias rabes.

Em 632 d.C., com a morte de Maom, o isl sofre a sua primeira diviso sria, criando a figura dos xiitas e

dos sunitas. Na realidade, todos so moderados e/ou radicais, pois suas reaes dependem muito da ao que

vierem a sofrer.

Por ter apoiado o Iraque de Saddam Hussein na Guerra do Golfo, Yasser Arafat e a OLP perdem o apoio,

principalmente econmico, dos pases islmicos, que passam a proteger e financiar novos grupos paramilitares

que estejam dispostos a enfrentar o Estado de Israel, provocando o crescimento de grupos como o Hamas, o

Jihad Hezbollah, etc.

Nota - De novo devemos tomar cuidado com a imprensa ocidental, pois da forma como normalmente colocado,

estes grupos so formados somente por homens-bomba e que s praticam atos terroristas. Um bom exemplo

disto o Hamas nos acampamentos palestinos que inicialmente foi sustentado por Israel para fazer oposio

OLP, com as mudanas desta ltima organizao, o Hamas passou para o controle iraniano. Hoje, mais de 90%

de seus seguidores trabalham na rea social como educao, sade, alimentao e habitao dos palestinos, nos

acampamentos e, menos de 10% que fazem parte do Hamas militar. Mas so estes ltimos que se destacam na

imprensa mundial.

O ORIENTE MDIO NA DCADA DE 90

1993 - A OLP reconhece a existncia do Estado de Israel e o direito do povo judeu, tambm, viver na regio da

Palestina, dando incio a um processo de reconhecimento mtuo, que acabou resultando no Tratado de Oslo I.

1994 - Israel devolve para autogesto do povo palestino, a cidade de Jeric (na Cisjordnia) e a cidade porto de

Faixa de Gaza no Mediterrneo, como primeira etapa de devoluo e futura criao do Estado palestino, aps

devoluo de outras reas.

1995 - O lder trabalhista no poder em Israel, Isaac Rabin, assassinado por um jovem judeu ligado ao Likud,

perturbando as eleies em Israel, e favorecendo a eleio dos conservadores, que representado por Binyamin

Netanyahu, dificulta o processo de paz, ao criar novas colnias de judeus ortodoxos nas reas ocupadas

militarmente pelo exrcito de Israel, ao mesmo tempo que expande seus domnios na cidade de Jerusalm.

Para administrar as reas devolvidas por Israel, os grupos palestinos, liderados pela OLP, criam um

Estado provisrio, organizando sua estrutura poltica, econmica, social e militar, sem eleies.

ANP = Autoridade Nacional Palestina - comandada por Yasser Arafat, uma espcie de executivo provisrio.

CNP = Conselho Nacional Palestino - formado por representantes dos principais grupos palestinos, de acordo com

a sua representatividade, portanto com a maioria da OLP.

Nota: Em 1995, o CNP reconhece o j reconhecido em 1993 pela OLP, quanto ao Estado e ao povo de Israel.

FORMAO DOS MEGABLOCOS E BLOCOS SUPRANACIONAIS

Globalizao

O processo de globalizao atual muito superior em complexidade aos processos de

internacionalizao e transnacionalizao, pois representa uma tendncia de unio, difuso e/ou integrao de

todas as caractersticas que se tornaram cada vez mais dinmicas nos ltimos sculos, provocando uma crescente

articulao e interdependncia entre todas as sociedades nacionais.

1. Internacionalizao - desde o momento em que o ser humano comeou a se organizar quanto forma de

produo, o processo de internacionalizao passou a avanar. Com a formao dos Estados-naes, no comeo

da Idade Moderna, que para sua sobrevivncia foram obrigados a aumentar suas relaes com outros Estados

nacionais, os principais fatores que geraram a internacionalizao so expressos nas trocas de valores culturais,

sociais, bens e servios, diplomticos e, principalmente, pelas guerras, com sua capacidade de transformar o

sistema produtivo, em conseqncia dos avanos tecnolgicos e o aumento nos comrcio internacional.

2. Transnacionalizao - fenmeno percebido a partir dos anos 60; as filiais das empresas multinacionais

superaram em valor de produo o comrcio mundial.

O processo de transnacionalizao da produo acabou provocando a transnacionalizao das finanas,

onde os fluxos financeiros internacionais atingem dimenses superiores inverso estrangeira direta no comrcio

internacional.

3. Globalizao - fenmeno que engloba tanto a internacionalizao como a transnacionalizao, mas que

avana, atingindo outros valores numa sociedade, como a uniformizao comportamental devido massificao

dos sistemas de informao, uma sociedade se globaliza na proporo direta de sua capacidade de consumo,

principalmente atravs de imagens e informaes transmitidas pelos meios de comunicao, como a televiso.

O que a globalizao apresenta para uma sociedade no so somente produtos, mas sim idias quanto

ao mercado, democracia, educao, famlia, sexualidade, ao trabalho, lazer, etc.

Um fator importante, responsvel pelos avanos da globalizao, foi o esgotamento da fase ps-Segunda

Guerra, denominada de guerra fria, com a recuperao econmica e o crescimento dos pases que atualmente

formam os blocos econmicos supranacionais, como o Nafta, a Unio Europia, Mercosul, etc.

bvio que o trmino do confronto ideolgico foi muito importante, mas sozinho no provocaria tantas

mudanas na base de funcionamento das sociedades organizadas.

As mudanas na base do sistema de produo, onde a produo em escala ou fordista, inflexvel,

estanque, cede espao para uma forma de produo mais flexvel ou toyotista, onde os novos instrumentos como

a informtica, a robtica e a automao, resultantes dos avanos cientficos na rea das cincias espaciais, a

nanotecnologia, a biotecnologia, acabam provocando transformaes na estrutura de funcionamento quanto ao

trabalho humano, com aumento na produo, produtividade e diversidade dos produtos fabricados. Ao mesmo

tempo que a maior eficincia tecnolgica fora a um processo de reciclagem da mo-de-obra, provocando

instabilidade poltica e social.

Toda esta situao acaba gerando crise de modernidade, onde as sociedades mais avanadas atingem a

fase ps-urbano/industrial, isto , concentrando o que significa poder, como a tecnologia de ponta e o sistema

financeiro. Ao mesmo tempo que foram a unia desconcentrao das atividades que perdem valor estratgico para

os pases perifricos, pois estas atividades no lhes interessa.

Por ser um processo mais complexo, seus resultados so mais complexos ainda, provocando e at

forando, de acordo com a convenincia dos pases centrais, mudanas na forma de funcionamento das

sociedades, como:

- formao dos megablocos e blocos supranacionais;

- retorno do pensamento liberal, sob nova roupagem, na manuteno do comando mundial.

1. Teoria do estado mnimo.

2. Nova Diviso Internacional do Trabalho (DIT).

3. Fortalecimento do ultranacionalismo, na forma de fundamentalismos religiosos e etno/xenofobismo, como forma

de reao s mudanas provocadas pelos pases centrais.

4. Nova forma de comportamento dos organismos internacionais, como o FMI, BIRD, BID, etc.

5. Mudanas no sistema monetrio internacional.

6. Avanos do capital voltil em detrimento do capital de produo.

7. Criao de novas organizaes a exemplo da Organizao Mundial do Comrcio, que substituiu o GATT, a

partir de 1995.

NEOLIBERALISMO

A teoria do estado mnimo defendida pelo pensamento neoliberal corresponde defesa dos pases ricos

que utilizam suas principais representaes internacionais, como o FMI, o BIRD, empresas, capital e controle

sobre o conhecimento tecnolgico, forando os pases pobres a reduzir o poder de seus Estados como agente

econmico, obrigando-os a implantar reformas estruturais, como privatizar as estatais e os setores estratgicos, ao

mesmo tempo que mudam a poltica monetria e cambial, facilitando a entrada das empresas e do capital

estrangeiro, forando os pases perifricos a eliminar o protecionismo.

Os representantes dos pases centrais defendem a idia de os governos dos pases pobres ficarem

somente com a responsabilidade direta sob a educao, principalmente no ensino bsico ou fundamental, o

restante deve ser privatizado. Esta situao ficou bem exposta no Frum Econmico Mundial, em Davos, na

Sua, onde somente os EUA no enviaram representantes, demonstrando nova posio desta potncia nas

relaes internacionais, com a chegada ao poder pelos republicanos, ao mesmo tempo que ocorria o Frum Social

Mundial, em Porto Alegre, no Brasil.

Como obrigar os pases perifricos a privatizar

BIRD - Banco Internacional de Reconstruo e Desenvolvimento

Medidas

1980 - Implanta o plano de reformas estruturais.

Facilita a liberao de recursos para o Terceiro Mundo; basta que os pases tomem as seguintes medidas:

- implanta as reformas tributria, fiscal, oramentria, poltico-partidria, judiciria, trabalhista, etc.;

- avano no processo de privatizaes.

1983 - Implanta o plano de reformas estruturais, setoriais ou estratgicas.

Medidas

- Liberalizao da agricultura, a exemplo da soja no Centro-Oeste, no Brasil.

- Deve privatizar ou terceirizar os servios como tratamento de gua, esgoto, coleta e tratamento de lixo, etc.

- Deve privatizar setores estratgicos, como o setor energtico, transportes, sistema virio, comunicaes, etc.

O Fundo Monetrio Internacional (FMI) assume a responsabilidade de acompanhar, fiscalizar c exigir o

cumprimento das medidas impostas pelo BIRD. Para isto elabora o plano econmico neoliberal, que respeitando a

realidade poltica, econmica, cultural e social de cada pas, seu objetivo principal no modifica, que abrir ou

internacionalizar a economia dos pases do Terceiro Mundo, como o Plano Real, no Brasil, e o Plano Cavallo, na

Argentina.

Anlise geopoltica

Como a maioria dos pases perifricos eram governados de forma autoritria, na maioria sob controle da

elite militar, era conveniente redemocratizar estes pases. triste chegar concluso que a campanha das Diretas

J, no Brasil, atendeu a interesses internacionais.

A nova tecnologia resulta numa transferncia de atividades produtivas para o Terceiro Mundo, mudando o

papel de cada pas no comrcio internacional, alterando a DIT.

A nova tecnologia resulta em novas mquinas e nova forma de produo, tendo como conseqncia o

desemprego estrutural.

cada vez mais difcil analisar de forma sedimentada a realidade econmica mundial, mas fcil

perceber como as situaes poltica e social so resultados diretos ela realidade econmica e do poder de

manipulao do capital financeiro internacional e vice-versa.

possvel distinguir e impossvel no perceber como a implantao das idias neoliberais est alterando

a forma de funcionamento das sociedades, principalmente na reduo dos valores coletivos e avanos do

individualismo. Em contrapartida, o inundo se surpreende cada vez mais com os discursos de cunho social das

autoridades nacionais e internacionais, quanto necessidade de investir na soluo das questes que afetam as

populaes do Terceiro Mundo, como a fome, a tuberculose, a AIDS, o ebola, o analfabetismo, o excedente

populacional, as guerras tribais, de interesse econmico para as empresas multinacionais, como as guerras de

diamantes na frica. Esta situao nos pases pobres j est chegando na porta dos pases ricos, pois o processo

de excluso tambm est atingindo parcela significativa das populaes dos pases ricos, tanto na Europa como

na Amrica do Norte.

O Terceiro Mundo, incluindo o Brasil, foi submetido s idias neoliberais, de forma muito rpida. As elites

nacionais embarcaram nestas idias, implantaram seus planos econmicos de cima para baixo, sem noes reais

quanto capacidade de sua prpria sociedade.

Um bom exemplo desta realidade foi o Encontro do Grupo dos Oito (G-8), em julho de 2001 em Gnova,

na Itlia, onde pela primeira vez os sete mais ricos e a Rssia priorizam em suas discusses, uma pauta, onde a

maioria dos itens so de cunho social, devido ao processo de excluso provocado pela globalizao.

O PROCESSO DE GLOBALIZAO NO TERCEIRO MUNDO

Como sistema socioeconmico, o capitalismo passa por ciclos de crescimento, intercalado por fases de

estagnao. Esta situao conseqncia direta dos momentos onde ocorrem avanos tecnolgicos, que vo

refletir em novas formas de produo, com novos fatores que indiquem a importncia de cada pas ou bloco de

pases, na nova realidade de relaes de poder, quanto ao comando e o grau de dependncia.

O processo deglobalizao fortaleceu mais ainda os processos anteriores, aumentando a dinmica de

internacionalizao e transnacionalizao em nveis jamais esperados pelos especialistas. Os pases centrais

entram na fase ps-urbano/industrial, isto , detm o controle sobre a nova tecnologia e o sistema financeiro,

enquanto a maioria das fbricas, principalmente aquelas que exigem elevado uso de matria-prima, recursos

energticos, que no necessitam de mo-de-obra muito qualificada, e degradam o meio ambiente so transferidas

para os pases perifricos. Quanto menor for a importncia da fbrica, maior ser sua distncia em relao aos

pases centrais.

Est caracterizado o modelo atual, onde deve ser desconcentrado, distribuindo a produo para o

Terceiro Mundo das atividades mais antigas, enquanto fica mantida a concentrao do high tech e do poder de

capital. Os laboratrios e centros de pesquisas, com pessoal altamente qualificado, e os centros financeiros ficam

concentrados nos pases centrais, enquanto fbricas de automotores, eletrodomsticos, brinquedos, siderurgia,

qumica pesada, etc. so rapidamente transferidas para os pases pobres. Est apresentado um dos motivos para

a privatizao das estatais no Terceiro Mundo.

Um bom exemplo desta situao o que est acontecendo na China Popular, com a sua abertura

econmica localizada nas Zonas Econmicas Especiais, em seu litoral, o pas que mais cresceu

economicamente nas duas ltimas dcadas, mas sua luta maior quanto transferncia de tecnologia de ponta e

o controle do capital externo. Para superar esta situao, o pas pratica a pirataria tecnolgica, onde mais de 90%

dos softwares produzidos no pas so cpias ilegais, gerando prejuzo de bilhes de dlares, todo ano, para as

multinacionais.

O Brasil, a exemplo dos demais pases latino-americanos, est lutando para assumir este novo papel nas

relaes internacionais, mas esta nova forma de dependncia exige mudanas internas estruturais, tanto

econmicas como financeiras, que vo refletir na realidade poltica, social e cultural de sua populao.

O Mundo est cada vez menor, o sistema de comunicao em massa, quantifica, podendo tambm at

qualificar o nmero de informaes para a sociedade, permitindo um acompanhamento mais prximo das

atividades do Estado, ao mesmo tempo que este prprio Estado est diminuindo seu poder de dominao com

as medidas neoliberais. Portanto, no podemos dizer que houve um aumento no ndice de corrupo,

incompetncia administrativa, enfim, de prepotncia das autoridades e mau uso dos recursos pblicos, o que

aumentou foi a transparncia das informaes e a capacidade de cobrana da sociedade. J foi o tempo do

empreguismo, das propinas, dos elefantes brancos. S falta as autoridades se conscientizarem que no esto

mais acima do bem e do mal. Enquanto isto no acontece, o Terceiro Mundo vai vivendo com o acmulo de crises

econmicas e financeiras e de escndalos polticos.

PROCESSO HISTRICO

A segunda metade do sculo XIX e a primeira metade do sculo XX podem ser consideradas de vrias

formas, entre elas, como uma etapa da histria da humanidade de uma dinmica de transformaes significativas.

O trmino das revolues burguesas e incio das revolues socialistas-Rssia em 1917; o surgimento das

potncias emergentes, como os EUA, o Japo e a Rssia, em concorrncia com os imprios europeus,

principalmente com o Imprio britnico; os avanos tecnolgicos que aumentam a produo, a produtividade e a

diversidade industrial, acelerando o consumismo com um aumento na explorao dos recursos naturais seguido

de uma degradao ambiental superior homeostase, isto , superior capacidade de recuperao natural, com a

formao de mercados consumidores no Terceiro Mundo; expanso e posterior esgotamento da fase neocolonial,

modificando de forma drstica a forma de produo e, por conseqncia, a realidade sociocultural dos povos

africanos, americanos e da sia Tropical.

A disputa pela hegemonia mundial provoca a Primeira Guerra, a primeira revoluo socialista vitoriosa na

Rssia, seguida da crise de superproduo do sistema capitalista em 1929 e chega ao auge com a Segunda

Guerra Mundial terminando, assim, com a fase do capitalismo industrial ou selvagem, e iniciando o que hoje

classificamos de capitalismo monopolista ou financeiro.

Estas mudanas alteram as relaes internacionais de forma radical quanto ao seu eixo de comando,

onde a "Nova Roma" (EUA) substitui os imprios europeus.

Em resumo, para substituir os antigos mandatrios internacionais, a superpotncia capitalista precisa criar

novas estruturas econmicas, polticas, financeiras e militares que atendam aos seus interesses e esvaziem os

poderes dos antigos "donos" do planeta.

Para que isto ocorresse, os EUA precisavam de novas formas de parceria como tambm de novas

entidades internacionais que atravs de suas ingerncias, transformassem os princpios da "Doutrina Monroe" (o

comando da Amrica), para a "Doutrina Truman", assumindo o comando mundial. Por isto, ocorreu a Conferncia

de Bretton Woods nas proximidades da cidade de Washington DC. Pode-se dizer que esta conferncia foi o

"pontap inicial" para que, nas prximas dcadas, fossem surgindo novas organizaes mundiais para atenderem

aos interesses da superpotncia norte-americana.

CONFERNCIA DE BRETTON WOODS (1944)

Reunio entre quarenta e quatro naes, em New Hampshire (EUA), cujo objetivo principal era

restabelecer uma ordem monetria internacional, de acordo com a nova realidade nas relaes de poder do ps-

Segunda Guerra Mundial.

Havia a necessidade de se definir as novas regras para regular as relaes econmicas e comerciais

entre os pases, resultando em quatro pontos.

a) A criao do Banco Mundial e do Fundo Monetrio Internacional.

b) A criao de taxas de cmbio fixas, mas ajustveis em relao nova moeda mundial, oscilando numa banda

cambial (2,5%) de no mximo 1,25% ou menos 1,25% em relao ao dlar norte-americano.

c) O FMI funcionaria como uma poltica de seguro, auxiliando na capacidade de liquidez dos pases-membros, isto

manteria suas taxas cambiais.

d) A criao de um cdigo de ao, onde todos os pases-membros, ao superarem a crise cambial resultante do

perodo conturbado das primeiras dcadas do sculo XX, retornariam para um sistema de pagamentos

multilaterais baseados na converso da moeda.

Criao do Banco Mundial

uma instituio de desenvolvimento.

Nas prximas dcadas o Banco Mundial dividido em quatro organizaes para atuao de acordo com

objetivos especficos, mas que no fundo se complementam.

1) O CFI - Corporao Financeira Internacional, entidade que arrecada recursos do mercado de capitais, para

financiar investimentos particulares e as empresas privadas que investem no Terceiro Mundo.

2) A ADI - criada em 1960, a Associao de Desenvolvimento Internacional utiliza recursos do oramento dos

pases-membros para financiar a juros muito baixos e a longo prazo os pases mais perifricos ou at os pases

que, mesmo no sendo da extrema periferia, apresentam grandes bolses de pobreza absoluta de acordo com os

critrios de IDH - ndice de Desenvolvimento Humano, elaborados pela Organizao das Naes Unidas a partir

de 1991.

A ltima reunio do G-8 - Grupo dos sete pases mais ricos e da Rssia, em julho de 2001, na cidade de

Gnova, na Itlia, acabou resultando no perdo de parte da dvida das vinte naes mais pobres do mundo,

grande parte desta dvida proveniente dos emprstimos feitos pela ADI.

Um bom exemplo desta situao o projeto IDH 14, desenvolvido no Brasil, para tentar minimizar a

situao de misria que atinge as 14 reas mais pobres em nosso pas.

Estes recursos correspondem s dvidas que deveriam ser perdoadas no ano 2000, de acordo com a

defesa feita pelo Vaticano, entidades e personalidades mundiais, que defendiam suas idias com o ano do Jubileu

de Ouro. Infelizmente, a realidade mundial, principalmente quanto s formas como estes recursos foram utilizados

pelos pases pobres, inviabilizou o perdo esperado pelas sociedades mais pobres do mundo.

3) A AGIM - Agncia de Garantia de Investimentos Multilaterais, rgo do Banco Mundial que procura dar

garantias para as situaes no-econmicas enfrentadas pelas empresas que investem nos pases do Terceiro

Mundo. Se uma multinacional implanta uma filial nutra pas pobre, ocorre um golpe de Estado, e a sua filial

nacionalizada, a AGIM cobre os prejuzos desta empresa.

4) Criao do BIRD - Banco Internacional para Reconstruo e Desenvolvimento.

O BIRD lida diretamente com os governos dos pases subdesenvolvidos, facilitando para que adquiram

credibilidade no Mercado Internacional e fazendo a intermediao entre o Mercado Financeiro Internacional e as

necessidades de recursos destes pases. Oferece assessoria tcnica e econmica atravs de suas equipes ou

misses, como so chamadas.

Portanto, o BIRD recorre ao Mercado Financeiro Internacional, fazendo emprstimos a juros de mercado

e repassa estes emprstimos a juros mais altos para os pases do Terceiro Mundo. Quando o BIRD toma esta

atitude, o pas favorecido passa a ter maior credibilidade no Mercado Financeiro Internacional e, alm dos

emprstimos diretos do BIRD, pode recorrer aos bancos e financeiras privadas para conseguir mais dinheiro.

Os lucros obtidos por estas transaes so altssimos e, na maioria das vezes, so repassados para os

Estados Unidos, principal mantenedor deste rgo.

O BIRD nunca deixou de cumprir seus compromissos com as entidades financeiras internacionais, pois

alm dos altos recursos em ativo que possui, s o que o Terceiro Mundo lhe deve e lhe paga em servios e juros

da dvida externa por ano o suficiente para cumprir seus compromissos com estas entidades e ainda sobra

muito. Sua lucratividade para os pases centrais to elevada que sua classificao internacional AAA, isto ,

possui total confiana ao fazer pedidos de emprstimos no mercado internacional.

A ltima informao sobre os trabalhos do BIRD, corresponde a um levantamento mundial sobre a

realidade socioeconmica dos pases pobres. O interessante desta pesquisa, que o BIRD comea a defender a

idia de retrocesso; os pases subdesenvolvidos devem voltar a priorizar as atividades primrias como agricultura,

pecuria e extrativismo, na forma de commodities e, se possvel, desestimular ou at desmontar sua

modernizao industrial. A justificativa para este comportamento do BIRD quanto capacidade competitiva

destes pases no comrcio mundial.

Conseqncias imediatas

* Plano Marshall para a Europa.

* Plano Colombo para a sia.

* Criao do "cordo sanitrio" para os novos pases, de independncia concedida, que surgem no Terceiro

Mundo, principalmente na sia Tropical, frica e Amrica Latina, ou pases que j existiam e que adquirem importncia

na realidade da Guerra Fria, no ps-Segunda Guerra, como o Brasil na Amrica do Sul.

* Criao do FMI - Fundo Monetrio Internacional. De acordo com sua criao, o FMI tem como funo manter a

estabilidade do sistema monetrio e financiar os dficits da balana de pagamento dos pases-membros. uma

instituio monetria.

- Extino do lastro ouro e implantao do cmbio dlar-ouro/fixo, onde 31,1 gramas de ouro (1 ona), equivalem

a 35 dlares americanos, e bvio, o FED - "Federal Reserv Board", o Banco Central dos EUA - garantiria a

paridade. Com isto, temos a dolarizao da economia mundial.

Obs.: Ao mesmo tempo que os EUA adotam o cmbio fixo, ele obriga a adoo pelos pases, do cmbio fixo

flutuante, isto , todas as moedas deveriam oscilar numa banda cambial, onde seu valor no poderia exceder mais

que 1,25%, ou menos de 1,25% (oscilao de 2,5%) do valor do dlar no mercado internacional. Esta medida foi

mais poltica do que econmica, pois a Conferncia de Bretton Woods, mais especificamente, o FED - Banco

Central norte-americano, no levou em considerao as diferenas econmicas dos pases no mundo, principalmente

as polticas inflacionrias.

O principal papel do FMI era o de socorrer os pases-membros, principalmente na manuteno do cmbio

e na correo das balanas de pagamentos.

Na dcada de 70, os EUA abandonam o cmbio fixo e adotam o cmbio flutuante. O motivo mais srio

para esta mudana foi a emisso muito elevada de dlares necessrios para sustentar a Guerra do Vietn, o que

provocou uma desvalorizao muito rpida da moeda no mercado internacional. Inteligentemente os EUA mudam

o seu sistema cambial, pois seria um desastre econmico se o FED (Banco Central), continuasse mantendo a

paridade - dlares-ouro. quase certo que boa parte de suas reservas deste metal seria trocada pelo excesso de

dlares que existia no mercado externo.

Ao adotar o cmbio flutuante, os EUA provocaram uma significativa desregulamentao no comrcio

mundial, pois mudou o seu cmbio, mas no apresentou solues para o cmbio fixo-flutuante, que havia sido

adotado para o mundo na Conferncia de Bretton Woods.

Em 1976, na Conferncia do FMI na Jamaica, os pases mais importantes no comrcio mundial legalizam

o cmbio flutuante e para compensar a desregulamentao no comrcio internacional, adotam o DES - Desconto

Especial de Saques, uma moeda bancria, calculada pela mdia ponderada das 16 moedas mais usadas no

comrcio. Com isto, conseguiram regularizar alguns aspectos do comrcio mundial.

Com a mudana cambial, o FMI perde boa parte de sua importncia, portanto, podemos dizer que o

incio do fim da Conferncia de Bretton Woods, a nica atividade que lhe sobra de dar assistncia aos dficits na

balana de pagamentos, ditando padres para as polticas econmicas nacionais e monitorando as taxas cambiais

dos pases devedores. Socorrendo os pases em crise econmica atravs dos SDRs (Special Drawing Rights), isto

, direitos especiais de saque, um dinheiro internacional criado pelo FMI, cujo valor corresponde ao movimento

das taxas cambiais das cinco moedas mais importantes dos pases-membros: o dlar, yene, marco, franco e a

libra esterlina.

Com a implantao do Banco Central Europeu e a adoo do euro por onze pases-membros da Unio

Europia, em primeiro de janeiro de 1999, o DES - Desconto Especial de Saque passou a ter como critrios o

dlar, o yene, a libra esterlina e o curo, portanto, hoje, so quatro moedas. Se ocorrer a efetivao do euro, sendo

adotado pelos quinze pases-membros, como est previsto para 2002, os critrios para estipular o valor do DES

podem mudar novamente.

- 1948 - Avanos na OIT - Organizao Internacional do Trabalho.

- 1948 - Criao do GATT - Conferncia de Havana.

- Acordo Geral de Tarifas e Comrcio, atual OMC - Organizao Mundial do Comrcio (Reunio de Montevidu,

1985).

importante salientar que a idia era criar a OIC - Organizao Internacional do Comrcio, mas como os

EUA e a maioria dos pases perifricos no concordaram, a soluo mais prtica foi a criao do GATT. Portanto,

este rgo, em seu incio, no era oficial, isto , no teve a concordncia da maioria dos pases.

Em 1995, em conseqncia da rodada do Uruguai (1985), o GATT extinto e substitudo pela OMC.

importante observar que a OMC foi reconhecida pela maioria das naes, mas, at hoje, no foi regulamentado o

comrcio mundial.

- 1945 - Criao da ONU - Organizao das Naes Unidas, na Conferncia de So Francisco.

* Precedida pela Conferncia de Yalta e um pouco antes da Conferncia de Potsdan, que vieram a redefinir o

papel da Europa na nova realidade mundial.

- 1949 - Criao da OTAN - Organizao do Tratado do Atlntico Norte (militar).

Para atender ao interesse dos EUA, so criadas gradativamente organizaes que sob o seu comando

vo determinar o comportamento do mundo capitalista no confronto com o Imprio Sovitico e seus pasessatlites

na fase denominada bipolarizao ou ordem mundial, com todas as suas caractersticas, como: expanso

dos monoplios e oligoplios (multinacionais), caracterizando a formao de trustes, cartis, holdings e a prtica

do dumping; trmino do liberalismo com um fortalecimento do Estado; corrida armamentista e espacial;

desenvolvimento de armas qumicas, biolgicas e nucleares de destruio em massa, at chegarmos a

tecnologias atuais como a biotecnologia, nanotecnologia, resultando nos produtos transgnicos e nas questes

tnicas sobre os avanos na clonagem.

A dcada de 80 considerada a "dcada perdida". O esgotamento do sistema implantado aps a

Segunda Guerra Mundial bem ntido, pois tanto os EUA como a URSS tinham capacidade de destruir vrias

vezes seu inimigo, mas sabiam que se algum tomasse esta atitude estaria destruindo a si prprio. No existe

mais a vantagem militar da primeira iniciativa. nesta situao que se percebe as intransigncias dos EUA quanto

a continuar com o Projeto Guerra nas Estrelas e com a no-assinatura do Tratado de Kyoto, mesmo com suas

mudanas, na reunio do G-8, em Gnova-2001.

O mundo teria de mudar, pois os pases-potncias estavam gastando trilhes de dlares/dcada para

sustentar uma situao que poderia atingir um ponto irreversvel, como a Terceira Guerra Mundial. O primeiro grito

de alerta dado pela ONU, onde prova que um ano de gastos militares significava, no mnimo, 25 anos sem fome

em todo o planeta. No podendo esquecer que a maioria das tecnologias, que eram desenvolvidas, eram

consideradas estratgicas, sendo assim, no eram transferidas para a economia normal, a populao no tinha

acesso aos novos conhecimentos, nem aos produtos que poderiam ser desenvolvidos deste conhecimento.

Esta situao acelerada com a implantao de reformas polticas e econmicas na URSS (glasnost,

perestroika) e a exausto do dficit pblico e oramentrio norte-americano em conjunto com o dficit da balana

comercial. Neste momento, surge um questionamento para os donos do mundo: o que fazer com a grande soma

de recursos que eram investidos na corrida armamentista, nas atividades geoestratgicas? O que aconteceria com

as inovaes tecnolgicas das ltimas dcadas? Ser que a economia normal e a populao do planeta seriam

capazes de absorver, de forma to rpida, tudo isto'?

Para que isto ocorresse, era necessrio, no mnimo, mudar a estrutura formada no ps-Segunda Guerra e

criar novas relaes internacionais, corno o trmino da bipolarizao e o incio da globalizao acompanhada do

capital voltil, da multipolarizao, do retorno dos movimentos migratrios mundiais, das crises especulativas com

o seu efeito domin ou cascata, dos planos econmicos neoliberais, da redemocratizao do Terceiro Mundo, do

desemprego estrutural com o retorno do xenofobismo e do etnocentrismo ou conflitos tnicos, principalmente nos

pases que apresentavam melhor qualidade de vida. As novas tecnologias geram excedentes de mo-de-obra.

Enfim, a terceira revoluo tecnolgica, onde a biotecnologia, a robtica, a automao e a nanotecnologia

reformulam as novas formas de produo, localizao e consumo dos produtos industrializados, sem se preocupar

com o lugar de instalao das fbricas - os sistemas de comunicaes e transportes facilitam a integrao planetria

de forma muito rpida.

Com a globalizao, o poder blico e geoestratgico caem para o segundo plano. Hoje, pas-potncia

definido pela capacidade tecnolgica, de planejamento, produo, produtividade e competitividade no mercado

global. E no basta para o indivduo a especializao, necessrio que ele seja qualificado, capaz de assimilar

novos conhecimentos e tcnicas para se manter na rea produtiva e manter o seu emprego.

Nestes pontos, os EUA no so mais hegemnicos, pois a Europa unificada e o crescimento do Japo em

conjunto com o extremo leste foram um processo, no mnimo, antagnico. A tendncia de globalizao acaba

forando a criao de blocos econmicos, caracterizando uma indita regionalizao, dentro do processo global.

Est sendo formado o novo "jogo de xadrez" nas relaes mundiais.

OS MEGABLOCOS E OS BLOCOS SUPRANACIONAIS

1) Unio ou Comunidade Europia - UE ou CE

Processo Histrico

A Unio Europia o mais antigo e o melhor estruturado entre os 3 megablocos existentes na

globalizao. Sua formao resulta da necessidade dos pases da Europa Ocidental, no ps-Segunda Guerra, e s

necessidades dos Estados Unidos, que atravs do Plano Marshall deu incio ao processo de conteno

tendncia expansionista sovitica neste continente. A base de tudo se deu em 1944 quando foi criado o Benelux -

Unio Econmica entre a Blgica, Holanda e Luxemburgo. Em 1952, foi criada a CECA - Comunidade Europia do

Carvo e do Ao, incluindo ao Benelux, a Alemanha Ocidental (RFA), a Frana e a Itlia, surgindo o Grupo dos 6.

Esta unio fica mais fortalecida com a formao do Grupo de Roma, em 1956, formando o MCE - Mercado

Comum Europeu ou CEE - Comunidade Econmica Europia, e a EURATOM - Europa Atmica, sendo que esta

ltima organizao tinha como objetivo desenvolver tecnologia para implantar usinas termonucleares e reduzir as

dependncias de importaes de petrleo e de carvo mineral pelos pases europeus.

Em 1959/60 foi criada e implantada a AELC ou EFTA - Associao Europia de Livre Comrcio, unindo o

Reino Unido com os pases escandinavos, e bvio, para competir com o Mercado Comum Europeu.

Desde a criao do Grupo de Roma, os objetivos deste bloco eram chegar ao mximo de integrao

econmica e monetria, defendendo para o futuro o livre trnsito de pessoas, produtos, tecnologia e capital entre

os pases-membros, e se possvel chegar a um comando central e a uma moeda nica, com a viso de criar no

futuro uma estrutura nos modelos de uma unio poltica e econmica. So os princpios quanto idia da Casa

Comum Europia.

Nas dcadas de 60 e 70, outros membros so incorporados ao MCE, mas a geopoltica mundial, com o

acirramento da Guerra Fria (EUA x URSS), impede um maior avano em sua organizao.

Nas dcadas de 80/90, as mudanas internacionais, principalmente com a reduo dos riscos de uma

guerra nuclear entre as superpotncias, abrem espao para que propostas mais ousadas sejam retomadas pelos

pases europeus.

a) 1986, o Ato nico Europeu.

- Proposta de transformao do MCE ou CEE em UE ou CE - Comunidade Europia.

* criao de um banco central (1/99);

* fortalecimento do Parlamento Europeu (proporcional populao e ao poder econmico/tecnolgico de cada

membro);

* criao de uma moeda bancria, o ECU - European Currient Unit - unidade monetria europia - para

posteriormente chegar ao Euro - moeda nica da Europa;

* criao da OSCE - Organizao de Segurana da Comunidade Europia, que substituiria a OTAN,

exclusivamente, para a defesa do continente.

- Proposta de unificao das leis trabalhistas.

- Eliminao das fronteiras econmicas, respeitando o espao, o regime e as caractersticas polticoadministrativas

de cada pas- membro.

- O sonho de unificao do sistema educacional, com o mesmo contedo para todos os pases, porm respeitando

as culturas regionais.

b) 1991 - Assinatura do Tratado de Maastrich.

- Ocorre a ratificao dos principais tpicos do Ato nico Europeu.

- Os pases mais pobres - Portugal, Espanha, Grcia, e Repblica da Irlanda (catlica) - alegam que ao adotarem

a moeda nica, o processo de converso das moedas nacionais para a moeda nica iria prejudic-los. Alm do

lado geopoltico como a perda de um smbolo de nacionalidade ou identidade cultural e histrica.

A soluo foi tomar medidas corretivas antes da implantao da Unio Europia, criando em 1992 o

Tratado do Porto.

c) 1992 - Assinatura do Tratado do Porto.

- Principais medidas:

* Unio entre o MCE (CEE) e a AELC (EFTA) criando o EEE - Espao Econmico Europeu.

* Os pases mais ricos priorizam seus investimentos na recuperao dos pases-membros mais pobres, investindo

em larga escala nos pases atlntico, ou mediterrneos, como Portugal, Espanha, Grcia, centro-sul da Itlia, o

famoso Mezzogiorno e na Repblica da Irlanda, a Irlanda catlica no arquiplago das ilhas britnicas.

- O Tratado do Porto impe a todos os pases-membros que o dficit pblico no pode ultrapassar de 3,5% ao ano

a partir de 1997.

- A inflao de todos os pases-membros deve ficar no mximo 1,5% acima dos trs pases-membros com menor

inflao, no ano anterior avaliao.

- As taxas cambiais devem flutuar, no prazo mnimo de dois anos, dentro das bandas definidas pelo sistema

monetrio europeu.

- A dvida pblica no pode exceder a 60% do PIB.

Estava avanando o pensamento neoliberal, com o exemplo da Dama de Ferro Britnica, com a proposta

de reduzir a capacidade de influncia do Estado na economia, diminuindo o welfare state - isto , o estado do bemestar

social, provocando queda na qualidade de vida das populaes e ressurgindo o etno/xenofobismo, com a

criao de grupos radicais na Europa e, com riscos da ultradireita reconquistar o poder em alguns pasesmembros.

Veja os exemplos atuais na ustria, Alemanha e Frana.

d) 1/1/93 - Incio de implantao do Tratado de Maastrich.

- Livre trnsito de pessoas, mercadorias, capital e tecnologia entre os pases-membros.

- Resumindo: abertura interna e aumento do protecionismo - fechamento externo. a globalizao com

regionalizao sendo colocada na prtica.

- Como so medidas que alteram as estruturas de funcionamento das sociedades envolvidas, necessrio

esperar um pouco para ver os seus resultados e se possvel corrigir as possveis distores que venham a surgir.

- O melhor exemplo desta situao foi o elevado processo de migrao das regies perifricas em direo aos

pases centrais, gerando uma super oferta de mo-de-obra, menos qualificada, ao mesmo tempo que os pases

centrais estavam entrando para a fase ps-urbano/industrial, onde as novas formas de produo, com novas

mquinas substituindo os trabalhadores, a transferncia da 2 RTC para as periferias estava percorrendo caminho

inverso, este foi um dos principais fatores que acabaram gerando o recrudescimento dos grupos radicais na Europa,

a violncia, com assassinatos, sequestros, sem esquecer que as mfias da Europa Oriental aproveitaram para

avanar em direo ao mundo capitalista da Europa Ocidental. Isto acabou forando alguns pases como a

Alemanha, Blgica, Frana, etc. para que tomassem o caminho contrrio ao proposto pelo Tratado de Maastrich,

fechando suas fronteiras para o livre trnsito dos indivduos da Unio Europia.

- 1996 - Tratado de Amsterd os pases da Unio Europia concordam em preparar as condies para a entrada

dos pases remanescentes do ex-bloco socialista, de acordo com a superao da fase de transio; eles sero

absorvidos pela EU, at 2010.

- 1998 - A Repblica Checa, a Polnia, a Finlndia e a Eslovnia, solicitam suas entradas para a Unio Europia.

O pedido aceito, mas elas precisam, at serem consideradas membros efetivos, tomar medidas internas,

principalmente na retirada do Estado em suas economias, lembranas do perodo socialista.

e) 1/1/99 - Implantao parcial do Euro - moeda nica.

- 11 pases adotam o Euro, portanto, ainda uma moeda provisria.

- Reino Unido, Dinamarca, Grcia e Sucia vo adotar o Euro at 2002. Na prtica isto no vem ocorrendo. No

ltimo, na realidade no terceiro, plebiscito ocorrido na Dinamarca, a maioria de sua populao votou contra a

adoo do Euro pelo pas.

f) dez/2000 - Os 15 pases da Unio Europia discutem a incluso de mais 15 pases na organizao, so a

maioria dos pases remanescentes do ex-bloco socialista do Leste Europeu. Esta incluso dever ocorrer de

acordo com as mudanas implantadas pelos pases do leste, quanto mais rpido eliminarem o alto poder do

Estado em suas economias, mais rapidamente eles sero includos na UE. A Unio Europia pretende concluir

este processo at o ano de 2010.

g) 1/1/2002 - Adoo total do Euro.

- Concluso do Tratado de Maastrich, com pleno funcionamento do megabloco europeu na globalizao.

- O Euro passa a circular como dinheiro na forma de notas e moedas para todos os pases-membros e para os

pases-satlites como Andorra, Vaticano, San Marino e Mnaco.

- Se de fato isto ocorrer, teremos uma unio econmica e monetria, que bvio resultar, tambm, numa

unificao poltica e econmica para a Unio Europia.

2) Megabloco do Pacfico ou do Iene

- Este megabloco considerado informal, pois sua formao resulta da expanso econmica das "ilhas mes" do

arquiplago japons, que nas ltimas dcadas foi transferindo capital, tecnologia e indstrias para os pases

perifricos ao seu territrio. Portanto, no existe uma organizao formal, so os poderes econmico e tecnolgico

do Japo que determinam o seu comportamento.

Apresenta a seguinte formao:

a) Japo - desenvolvido; nico pas central e portanto do norte.

b) Tigres Asiticos tradicionais - Coria do Sul, Formosa, Hong-Kong e Singapura, a partir da dcada de 70.

c) Novos Tigres Asiticos (dc. 80) - Indonsia, Filipinas, Tailndia, Malsia, etc.

d) Litoral da China (dc. 80/90) - Implantao das ZEEs - Zonas Econmicas Especiais, no litoral da China

Socialista.

e) Austrlia e Nova Zelndia na Oceania.

Para melhor compreenso na evoluo deste megabloco e necessrio interagir os resultados das

mudanas na sociedade japonesa e a realidade mundial do ps-Segunda Guerra.

Pr-requisitos histricos:

- At a primeira metade do sculo XIX, o Japo apresentava uma elevada descentralizao de poder, onde a lei

das espadas ou dos samurais que definiam o espao de comando de cada famlia tradicional, os famosos

shogunatos. Na realidade a sociedade japonesa j percebia, devido aos ataques e saques em seu litoral, que ou

mudava seu sistema de governo ou continuaria sofrendo as ameaas dos Imprios Ocidentais, expansionistas e

militarizados da poca, inclusive da frota naval norte-americana.

- Na Segunda metade do sculo XIX, a formao da era ou Dinastia Meiji, muda completamente o quadro

geopoltico da sociedade japonesa, formando um imprio absolutista, tambm expansionista e militarizado, a

exemplo dos dominadores ocidentais, entendendo seus domnios econmicos e militares por vasta rea do

Continente Asitico at a Segunda Guerra Mundial.

- Com a derrota na Segunda Guerra, o Japo obrigado a se ocidentalizar, provocando significativas mudanas

na forma de organizao de sua sociedade.

1. Fica sob o controle militar norte-americano entre 1945 e 1950.

2. Passa a funcionar como Monarquia Parlamentarista.

3. No pode ter foras armadas e s pode gastar 1% de seu PIB na organizao de uma fora de segurana

interna.

4. Fica sob a proteo do guarda-chuva nuclear dos EUA.

5. Os Zaibatsus - monoplios econmicos controlados pelas famlias tradicionais japonesas so colocados na

ilegalidade.

- Os riscos derivados da tendncia expansionista Sino-Sovitica na regio e a guerra na pennsula da Coria

acabam forando os EUA e o Mundo Ocidental a ajudar na recuperao da economia do pas; surge o Plano

Colombo, com as mesmas caractersticas que o Plano Marshall para o continente europeu, mas no com a mesma

grandeza de recursos.

Dcada de 60 - o Milagre Japons

Medidas que foram tomadas:

1. Adoo do Neomalthusianismo.

2. Subvalorizao do Iene.

3. Poupana interna no estilo "formiguinhas".

4. Utilizao de mo-de-obra abundante, barata e com capacitao tcnica.

5. Intensa espionagem industrial, desenvolvendo a poltica do copiar para aperfeioar e, se possvel, miniaturizar

os produtos industriais ocidentais.

6. Retorno do Zaibatsus com os monoplios de famlias tradicionais ou conglomerados econmicos.

Ao tomar essas medidas, o Japo recupera toda a forma Fordista de produo e, como seus produtos

ficam altamente competitivos no mercado internacional, passa a acumular um supervit na balana comercial,

enquanto a maioria dos demais pases desenvolvidos esto aumentando seus dficits. Para desenvolvermos

melhor estas idias, considere esse momento como o perodo de reconstruo da Segunda Revoluo Tcnico-

Cientfica (2 RTC).

Dcada de 70 - fase da expanso econmica para sua periferia

As crises do petrleo, 1973/1979, afetaram de forma significativa a capacidade produtiva do Japo, pois

mais de 95% de seu consumo de petrleo era importado de pases-membros da OPEP, principalmente do Golfo

Prsico, reduzindo sua competitividade no mercado externo e, consequentemente, seu supervit comercial.

Com isso o Japo o primeiro pas a iniciar a implantao da Terceira Revoluo Tcnico-Cientfica (3a

RTC) em seu territrio, ao mesmo tempo que transferia a Segunda Revoluo para a sua periferia. Substituindo

muito dos investimentos ocidentais na sia, portanto, alguns pases que faziam parte do "cordo sanitrio" so

transformados nos Tigres Asiticos ou pequenos drages, como a Coria do Sul, Singapura, Taiwan ou Formosa e

o protetorado britnico da ilha de Hong Kong.

interessante observar que o Japo no muda somente as tcnicas de produo, com o uso da robtica,

da informtica e da automao, ao iniciar a Terceira Revoluo Tecnolgica, mas muda tambm o sistema de

produo, passando do Fordismo para o Toyotismo, isto , conceitos bsicos como flexibilidade, informao e

qualidade rompem com a estrutura fordista de produo capitalista, a rigidez do sistema de produo capitalista

ocidental no suporta as renovaes high teck. Acabou a fase de produo com elevado estoque de matriasprimas,

energia, quantidade e especializao do trabalhador; tudo deve funcionar de acordo com as necessidades

do mercado, produo, qualidade, administrao e qualificao da mo-de-obra so requisitos integrados e

fundamentais para manter a competitividade no comrcio mundial.

Esses territrios se transformam em verdadeiras plataformas ou corredores de exportaes, controlados

pelo capital e pelas empresas japonesas. So os famosos NICs

- novos cintures industriais ou NIPs - novos pases industriais. Observe que na lngua portuguesa so denominados

de tradicionais, enquanto que na lngua inglesa so chamados de novos.

Est sendo criada a estrutura inicial do megabloco que ir surgir no continente asitico.

Dcada de 80 - os avanos do megabloco

Os Tigres Asiticos transferem parte da 2 RTC para a sua periferia e recebem nova remessa de

indstrias com transferncia tecnolgica do pas central (Japo).

Esto sendo criados os Novos Tigres Asiticos, como a Tailndia, Malsia, Indonsia, Filipinas, Vietn,

etc. tambm so denominados de NIPs ou NICs; na lngua inglesa so chamados de pases de recente (newly)

industrializao.

Nessa mesma dcada, a Repblica Popular da China comea a colocar em prtica as suas propostas j

defendidas na dcada anterior, de "socialismo de mercado" ou "um pas com dois sistemas", isto , uma abertura

econmica localizada onde o Estado permanece com poder centralizado, mas alia-se ao capital internacional para

explorar os recursos naturais e principalmente a mo-de-obra semiescrava e em excesso, que recebe centavos de

dlares por hora trabalhada, alm do total cerceamento a liberdades trabalhistas e sociais.

O interior do pas permanece sob controle total do Estado.

No litoral so criadas as Zonas Econmicas Especiais (ZEEs), onde leis especiais favorecem a atraco

dos investimentos externos e o "bum" no crescimento econmico.

Principais conseqncias da abertura econmica chinesa

1. Supera o Brasil como o pas mais industrializado do Sul (subdesenvolvidos).

2. Aproximadamente 50% dos recursos anuais investidos no Terceiro Mundo vo para as ZEEs, no litoral da

China.

3. Passa a receber investimentos de bilhes de dlares proveniente dos gigantes econmicos, isto , dos chineses

que vivem em dispora.

4. Abertura das bolsas de valor em Pequin e em Xangai.

5. Seu supervit comercial, principalmente com os EUA, de bilhes de dlares ao ano, tornando-se a terceira

populao em poder de compra, s superada pela populao dos EUA e do Japo. Isto no quer dizer que tenha

melhorado muito a qualidade de vida de seus 1,3 de bilho de pessoas.

6. Milhares de suas empresas pertencem ao Estado, provocando concorrncia desleal, com elevado ndice de

pirataria industrial e tecnolgica, com prejuzos de bilhes de dlares para as transnacionais.

7. considerado o pas que mais desrespeita os direito humanos, quanto as mulheres, crianas e idosos.

8. uma potncia militar que ainda faz testes nucleares.

9. Mais de 95% das execues/ano no mundo, dois tero de seu cdigo civil, prev a pena de morte, inclusive para

a emisso de cheque sem fundo.

Em 1997, a China Popular inicia negociaes com os EUA para entrar na Organizao Mundial do

Comrcio (OMC); no incio de 2001 foi aceito o seu pedido, mas sua entrada como membro est condicionada a

exigncias quanto a questes econmicas como a espionagem industrial e a pirataria, onde mais de 90% dos CDs

com msicas, jogos eletrnicos e a maior parte dos software so produtos copiados das empresas multinacionais,

gerando bilhes de dlares de prejuzo para estas empresas, alm das questes dos direitos humanos, como

execues das penas de morte, os tratamentos dados s minorias tnicas, s mulheres, crianas e velhos,

combinados com as questes militares como os testes nucleares ainda praticados pelo governo do pas.

Atualmente, a grande discusso entre os pases e autoridades da OMC, quanto ao seguinte aspecto: se

a Repblica Popular da China for aceita como membro da OMC, essa entidade pode rasgar os seus estatutos.

Outros defendem que, ruim com ela na OMC, pior sem ela, pois a pirataria industrial e comercial continuaria dando

altos prejuzos para as empresas transnacionais no sistema globalizado.

Dcada de 90 - as crises econmicas com queda na produo

O Japo entra em recesso econmica, pois os grandes mercados consumidores esto criando suas

prprias estruturas na Terceira Revoluo Tecnolgica; os mercados europeu e norte-americano esto

fortalecendo suas barreiras protecionistas quanto s importaes, reduzindo rapidamente o supervit comercial

japons.

Com isso, o pas obrigado a aumentar a capacidade de consumo interno, melhorando os salrios e

consequentemente o poder aquisitivo de sua sociedade, ao mesmo tempo que avana mais ainda na renovao

tecnolgica do sistema de produo, entrando na fase tpica atual dos pases mais desenvolvidos, que de

contrao das tecnologias de ponta e descontrao das atividades mais antigas para a sua periferia. Portanto o

Japo est entrando na fase ps-urbano-industrial.

Em 1996/97, os pases asiticos entram em profunda crise econmica devido a fuga dos investimentos

especulativos, o chamado "efeito saqu" est terminando a bolha especulativa, que tanto favoreceu ao

crescimento asitico nas dcadas de 80 para 90.

A Austrlia e a Nova Zelndia so includas no Megabloco Asitico.

Por ser informal, o Megabloco da sia no impede que pases em seu interior se organizem em blocos

supranacionais de acordo com suas identidades ou necessidades.

ASEAN - Associao das Naes do Sudeste Asitico.

Criada em 1967, Indonsia, Malsia, Filipinas, Singapura e Tailndia, com previso de implantar uma

rea de livre comrcio at 2003. So pases de organizao social bastante rgida, considerados cpias no

perfeitas do modelo japons, pois sofreram processo de industrializao sem tecnologia, com alta dependncia

externa; suas economias so controladas pelos gigantes econmicos, isto , os Chineses tnicos; j a poltica e o

poder de estado so controlados por elites tradicionais.

O CER - Acordo Comercial de Relaes Econmicas mais Estreitas, substituiu o NAFTA criado na dcada de 60,

funcionando como rea de livre comrcio entre a Austrlia e a Nova Zelndia.

A SAARC - Associao do Sul Asitico para a Cooperao Regional, criada em 1993, funciona como rea de

livre comrcio entre Buto, ndia, Maldivas, Nepal, Paquisto e Sri Lanka.

A APEC sia - Pacfico Cooperao Econmica - obedece a duas etapas, unio dos pases industrializados ate

2010 e dos pases no industrializados at 2020. Essa organizao tem como proposta bsica estruturar as

relaes econmicas e comerciais entre os pases do Pacfico, para aumentar a competitividade com a rea do

Atlntico Norte, rea secular de maior intensidade comercial e econmica do planeta. De acordo com a proposta,

deve fazer parte da APEC todo o Megabloco Informal da sia, mais o NAFTA - rea de Livre Comrcio da Amrica

do Norte e mais o Chile.

3) Megabloco Americano

Com as mudanas ocorridas na dcada de 80, o esfacelamento da Guerra Fria, os EUA precisam refazer

sua geoestratgia de dominao mundial, pois o poder blico no se traduz mais no nico fator de supremacia, e

os megablocos da Europa e da sia esto atuando a pleno vapor na defesa e implantao da nova ordem

mundial. a etapa capitalista da globalizao e da 3 Revoluo Industrial, a famosa Revoluo Tecnolgica.

O Presidente Reagan inicia o processo ao criar o superdlar, mudando a poltica econmica interna e

favorecendo a entrada de produtos externos, acelerando a capacidade de consumo da sociedade norteamericana;

a fase do reaganomics .

No final da dcada de 80 e incio de 90, o Presidente George Bush passa a defender "a iniciativa para as

Amricas", com a proposta de uma rea de livre comrcio para todos os pases da Amrica, exceo de Cuba,

que permaneceria sofrendo o boicote americano; a proposta de criao do ALCA - Acordo de Livre Comrcio

para as Amricas.

Na dcada de 90, ocorre o declnio como importncia na produo industrial do Cinturo das

Manufaturas, o grande smbolo da Segunda Revoluo, de caracterstica Fordista, s margens dos grandes lagos

e nordeste dos EUA; com suas megalpoles, cidades industriais, e a estrutura fordista de produo passa a ser

chamado de cinturo cinzento ou cinturo das neves. Como caractersticas de decadncia, o declnio da produo

nesta rea expulsa milhes de trabalhadores para novas regies do territrio norte-americano. H um declnio na

produo industrial, mas no podemos esquecer que nessa rea que encontramos a maior concentrao de

escritrios centrais das grandes empresas norte-americanas, bem como a maior concentrao de financeiras e a

maior bolsa de valores do Mundo.

Ao mesmo tempo que assistimos ao crescimento vertiginoso do smbolo da Terceira Revoluo

Tecnolgica, o denominado Cinturo do Sol, com o desenvolvimento do Vale do Silcio na Califrnia, o Golfo do

Texas, na recuperao econmica de Houston e de Nova Orleans, o Noroeste com as cidades de Seatle e

Portland, alm da exploso econmica na rea de diverso, jogos, parques temticos e turismo, principalmente na

Pennsula da Flrida.

Enquanto nas atividades industriais mais antigas comea a substituio da forma de produo pelas

novas mquinas, gerando excedente de mo-de-obra, nas atividades da terceira revoluo, h carncia de

trabalhadores qualificados, forando na necessidade de se recrutar mo-de-obra qualificada em todo o mundo,

para atender a carncia na rea de pesquisas e desenvolvimento de novas tcnicas e produtos na rea de

tecnologia de ponta, nos pases desenvolvidos.

No resta dvidas. O pas que mais reduziu a taxa de desemprego, diminuiu a violncia de uma forma

geral e elevou a capacidade de consumo de sua sociedade a nveis nunca imaginados foram os EUA na dcada

de 90. Como exemplo, podemos afirmar que na segunda metade da ltima dcada, os EUA cresceram uma

economia brasileira a cada dois anos. bvio que entraria em queda de produo a partir do momento que

reduzisse os juros internos e isto j comeou a acontecer com a posse do novo presidente, no incio de 2001.

Na verdade, o governo americano est defendendo o retorno da "Doutrina Monroe" e o abandono das

doutrinas "Truman" e "Nixon", aumentando seu domnio sobre o continente e tentando bloquear a invaso dos

produtos europeus e asiticos. Mas, em hiptese alguma, admite avanar alm do livre comrcio com os seus

parceiros americanos, pois no admite reduzir a suas barreiras alfandegrias e nem discute quanto ao poder de

interferncia da lei Super 301, que protege as suas multinacionais no mundo.

Na impossibilidade de implantao rpida do ALCA, pois o congresso norte-americano no autoriza o

ajuste rpido (fast track), os pases Latino-Americanos mais importantes, principalmente o Brasil, contestam o

contedo da proposta por no incluir questes sociais e somente econmicas; os EUA elaboram um projeto

alternativo, criando o NAFTA - Mercado Livre da Amrica do Norte, unindo-se com o Canad e o Mxico, podendo

ser classificado como megabloco pela sua grandeza econmica, populacional e territorial, alm de envolver dois

pases do norte e um do sul.

a) 1992 - O Congresso norte-americano autoriza o fast track, isto , o "ajuste rpido", permitindo a criao do

NAFTA.

b) 1/1/94 - Incio de implantao do NAFTA.

De imediato 50% dos produtos passam a ser negociados livremente, fazendo com que o Mxico

acreditasse que estava abrindo as portas do primeiro mundo para logo depois sofrer a Revolta de Chiapas - com o

surgimento do Movimento Zapatista de Libertao Nacional, resultando em momento de convulso interna e

automtica fuga do capital voltil, tendo como conseqncia o famoso efeito tequila no ano de 1994/95, quando

o pas entra em estado de liquidez, precisando de ajuda internacional de 51 bilhes de dlares.

O ALCA - Acordo de Livre Comrcio das Amricas.

- A proposta norte-americana de iniciar a sua implantao a partir de 2003, lembrando que o Congresso norteamericano

reluta em autorizar o fast track e, caso o ALCA seja implantado a partir de 2003, ir prejudicar a

concluso do Mercosul. Com isso, o Brasil procura aliados na tentativa de manter a implantao do ALCA a partir

de 2005, pois acredita que o Mercosul estaria mais fortalecido.

- A proposta do ALCA de criar uma rea de livre comrcio para toda a Amrica, exceto para Cuba, por isso

bom no confundir com a idia de mercado comum, pois zona de livre comrcio no permite o livre trnsito de

pessoas, capital, tecnologia e mercadorias e nem prope a unificao de tarifas e impostos entre os pasesmembros.

Em 1994, a primeira cpula das Amricas, reunida em Miami, EUA, definiu como meta o ano de 2005

para o aumento da integrao, por meio da ALCA - rea de Livre Comrcio das Amricas.

Em maro de 1998, na reunio de San Jos, Costa Rica, os pases latino-americanos conseguem separar

o setor agrcola de atividades como o ao e a indstria de automotores; uma vitria do Mercosul, contrariando os

interesses dos EUA e do Canad. Formando um grupo especfico de negociaes para este setor, que ficou sob a

presidncia da Argentina e de El Salvador, enquanto o grupo de estudos sobre subsdios, anti-dumping e direitos

compensatrios ficou presidido pelo Brasil.

Em 1999, ocorre a Segunda Cpula das Amricas, em Santiago do Chile, onde o nico fato importante foi

a declarao do Presidente norte-americano quanto aos obstculos para implantao da ALCA, pois o Congresso

dos EUA no havia autorizado o ajuste rpido.

Nos dias 20, 21 e 22 de abril de 2001, na Confederao do Canad, na Provncia de Quebec, cidade de

Montreal acontece a Terceira Cpula das Amricas. A principal deciso foi a ratificao do ano de 2005 para incio

de implantao da ALCA.

Mas ao mesmo tempo libera para que todos os pases negociem a implantao de reas de livre comrcio

at 2005; cota isso, na prtica, a Alca j est sendo implantada.

Deve ser observado que ocorreu a Reunio dos Povos Americanos, os antiglobalizao, nos dias 18, 19 e

20 neste mesmo local. O mesmo processo que aconteceu em Gnova - Itlia, em julho de 2001.

A Organizao Mundial do Comrcio (OMC)

Aps a depresso de 1930, muitos pases recorreram a diversos tipos de barreiras comerciais que

protegiam as atividades econmicas locais da concorrncia estrangeira: tarifas elevadas, restries quantitativas,

controle do cmbio, restries sanitrias, etc.

A fim de evitar a continuidade dessas restries ao comrcio, que segundo a teoria econmica diminui o

nvel de bem-estar das naes envolvidas, foi previsto, aps a Segunda Guerra Mundial, criar-se uma organizao

que teria corno finalidade a reduo dos obstculos ao intercmbio comercial, a elaborao de um cdigo de

normas comerciais, bem como atuar como um instrumento de ao internacional no campo do desenvolvimento do

comrcio internacional.

Em 1948 foi criado uni Acordo Geral sobre Tarifas e Comrcio (General Agreement on Tariffs and

Trade - GATT), que passou a constituir o nico instrumento norteador das regras do comrcio internacional.

Em dezembro de 1993 foi encerrada a Rodada Uruguai, que desde 1985, vinha sendo discutida. Esta

reunio abordou, principalmente, uma reduo geral das tarifas de importao. Em 1 de janeiro de 1995, o

GATT foi sucedido pela Organizao Mundial do Comrcio - OMC. importante observar que o regulamento

para normatizar o comrcio internacional no foi aprovado pelos pases-membros; portanto o comrcio

internacional encontra-se desregulamentado.

Embora unidos seus objetivos seja a eliminao do tratamento discriminatrio no comrcio internacional,

ele no probe a formao de blocos econmicos ou aduaneiros que objetivem a remoo de barreiras ao

comrcio entre pases participantes desses blocos.

So esses os principais blocos econmicos mundiais:

Unio Europia

Em janeiro de 1948 foi criada a Organizao Europia de Cooperao Econmica, em conseqncia

da reconstruo econmica dos pases da Europa aps a Segunda Guerra Mundial, com apoio do Plano Marshall.

Em 1952, foi constituda a Comunidade Europia do Carvo e do Ao, que eliminou, para o carvo, o ao e o

minrio de ferro, todas as restries comerciais entre Blgica, Holanda e Luxemburgo (que formavam o Benelux),

Alemanha Ocidental, Frana e Itlia.

Em 1955, foi estruturada a Comunidade Econmica Europia (CEE), tambm conhecida por Mercado

Comum Europeu, formalizada pelo Tratado de Roma, que entrou em vigor em 1958. Com o tempo foram

ingressando outros pases da Europa. Em linhas gerais, so esses os objetivos visados pelo Tratado de Roma:

- eliminao de direitos alfandeg