apostila curso de jardinagem silva jardim
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INTRODUO AO PAISAGISMO
1. CONCEITOS E DEFINIES
1.1. PAISAGEM:
A paisagem refere-se ao espao de terreno abrangido em um lance de
vista, ou extenso territorial a partir de um ponto determinado. Pode ser
classificada em:
Natural: sem a interveno do homem;
Artificial: planejada, ou seja, um jardim.
Jardim uma palavra de origem hebraica e vem de gan (proteger,
defender) + eden
(prazer, satisfao, encanto, delcia).
A concepo inicial e, ainda hoje, a mais comum de jardim est ligada
s palavras hebraicas originais: um mundo ideal, pequeno, perfeito e
privativo. Na tradio judaico-crist, a idia primitiva de jardim de paraso,
um lugar com plantas ornamentais e frutferas formando um ambiente de
harmonia, beleza e satisfao espiritual.
Um jardim a representao idealizada da paisagem como cada
civilizao (ou at cada pessoa) desejaria que ela fosse. um local que
pode ser percebido pelos cinco sentidos. dinmico, porque o elemento
vegetal, como um ser vivo, est sujeito a um ciclo biolgico. O jardim
modificase com o passar do tempo (devido ao crescimento) e durante as
estaes do ano (florao, frutificao, queda das folhas, mudana de cor,
etc.).
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Jardins de Versalhes.
1.2. PAISAGISMO:
Da palavra paisagem, deriva a palavra Paisagismo. O paisagismo
uma atividade que organiza os espaos externos com o objetivo de
proporcionar bem-estar aos seres humanos e de atender s suas
necessidades, conservando os recursos desses espaos. Combina
conhecimentos de cincia e arte, pois:
Arte: forma de expresso cuja ocorrncia se verifica quando um conjunto
de emoes atua sobre a sensibilidade humana;
Cincia: a reunio de leis abstratas, deduzidas dos fenmenos da
realidade exterior ou interior.
Tcnica: a aplicao, nos trabalhos de rotina, das leis abstratas que vm
da cincia.
Existem alguns conhecimentos bsicos que so requeridos no
paisagismo:
1. Conhecimentos cientficos:
Manejo dos recursos naturais: Ecologia, Biologia, Botnica, Geologia e
Geografia, etc.; Tcnicas de cultivo: Agronomia (Fitopatologia,
Entomologia, Fitotecnia, Adubao, Fisiologia
Vegetal, Horticultura, Solos, Nutrio de plantas, Proteo de plantas,
Climatologia, Topografia, Irrigao e Drenagem, etc.);
Organizao dos espaos: Arquitetura e Urbanismo.
2. Conhecimentos artsticos:
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Artes plsticas: elementos vivos e inertes (esculturas);
Artes industriais: cermicas, serralherias, marcenarias, etc.
2. COMPONENTES
Para que se tenha um paisagismo bem elaborado, deve-se partir
para o planejamento paisagstico. Este planejamento deve considerar,
ainda, o espao livre e de rea verde existente no local em estudo.
O espao livre toda a rea geogrfica (solo ou gua) que no
coberta por edificaes ou outras estruturas permanentes.
A rea verde um tipo especfico de espao livre, ou seja, aquele
coberto, predominantemente, por extrato vegetal. O termo rea verde
aplica-se a diversos tipos de espaos urbanos que tm em comum: serem
abertos (ao ar livre); serem acessveis; serem relacionados com sade e
recreao.
So consideradas reas verdes urbanas tanto reas pblicas, como
particulares. Podem ser jardins, praas, parques, bosques, alamedas,
balnerios, campings, praas de esporte, playgrounds, playlots, cemitrios,
aeroportos, corredores de linhas de transmisso, faixas de domnio de vias
de transporte, margens de rios e lagos, reas de lazer, ruas e avenidas
arborizadas e/ou ajardinadas. Desde que devidamente tratados, tambm se
incluem os depsitos abandonados de lixo, as reas de tratamento de
esgoto e outros espaos semelhantes.
Existem diversas classificaes de reas verdes:
a) Jardins de representao: reas ligadas ornamentao sem
finalidade recreacional e de menor importncia do ponto de vista
ecolgico. So os jardins de prdios pblicos, de igrejas, etc.;
b) Jardins de vizinhana: reas para recreao, que podem ter alguns
equipamentos recreacionais (playgrounds), esportivos ou mesmo de
lazer passivo (bancos). Sua rea mnima de 1.500m2, ou de 5.000m2
caso tenham equipamentos esportivos. Devem distar, no mximo, 500m
das residncias dos usurios;
c) Parques de bairro: reas com a mesma finalidade que os parques de
vizinhana, mas com equipamentos que requerem maior espao; sua
rea mnima de 10ha, e devem distar, no mximo, 1.000m das
residncias dos usurios;
d) Parques distritais ou setoriais: tm a mesma finalidade que as duas
categorias anteriores, mas sua rea mnima de 100ha;
e) Parques metropolitanos: reas de responsabilidade extra-urbana, com
espaos de uso recreacional e de conservao;
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f) Unidades de conservao: reas exclusivamente destinadas
conservao, podendo, eventualmente, ter algum equipamento
recreacional para uso pouco intensivo. Encaixam-se nesta categoria as
reas de recursos naturais, reas de proteo ambiental, reas de
proteo de mananciais e reas de proteo paisagstica;
g) reas verdes de acompanhamento virio: reas sem carater
conservacionista ou recreacional, tendo apenas funo ornamental, mas
podendo interagir no ambiente urbano. So os canteiros de avenidas,
rotatrias, etc..
Existe ainda um espao urbano, talvez o mais importante, no inserido
nesta classificao, a Praa, local de encontro na cidade, vegetado ou no,
comumente com rea aproximada de 1,0ha. Os parques de vizinhana so
praas, mas as praas nem sempre so parques de vizinhana.
O ndice de rea verde o total de reas verdes de um determinado
local (m2) dividido pelo seu nmero de habitantes (m2/habitante), ou seja,
a relao entre a quantidade de rea verde de uma cidade e sua respectiva
populao. Considera-se adequado um ndice de 10 m2 a 13 m2 de rea
verde/habitante. Mais importante que o ndice, entretanto, a distribuio
dessas reas verdes e as suas caractersticas e as da regio onde elas se
inserem.
3. IMPORTNCIA
A existncia de reas verdes junto aos centros urbanos (parques,
praas, lagos e ruas arborizadas) proporciona uma sensao de bem-estar
aos usurios destes espaos. As plantas utilizadas no paisagismo urbano,
to importantes na caracterizao ambiental destas reas, promovem
inmeros benefcios estticos e funcionais ao homem e esto muito
alm dos seus custos de implantao e manejo.
Alguns dos efeitos causados pela vegetao no meio urbano esto
relacionados com a melhoria da qualidade do ar e do conforto trmico. A
qualidade do ar melhorada pela interceptao de partculas e absoro
de gases poluentes pelas plantas, enquanto que a reduo da temperatura
ocorre pela absoro de calor no processo de transpirao, reduo da
radiao e reflexo dos raios solares.
Outros benefcios proporcionados pela presena planejada das plantas
na paisagem urbana so a proteo contra ventos e reduo da poluio
sonora. O vento pode ser agradvel, desconfortvel ou ate mesmo
destruidor, dependendo de sua velocidade. As plantas modificam os ventos
pela obstruo, deflexo, conduo ou filtragem do seu fluxo.
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As plantas tambm podem ser teis quando dispostas com o
objetivo de sinalizao, arranjadas a fim de indicar direo a pedestres e
veculos, melhorando a aparncia de estradas e rodovias.
Contudo, os maiores efeitos proporcionados pela utilizao de
plantas nos espaos urbanos so os estticos e psicolgicos. Os efeitos
estticos, evidenciados pelas propriedades ornamentais de cada espcie,
tm o poder de modificar os ambientes visualmente, tornando-os mais
agradveis aos seus usurios. J os benefcios psicolgicos so capazes
de melhorar o desempenho e o humor de trabalhadores, reduzir o tempo de
internao e uso de remdios em pacientes e melhorar a relao de
empresas com a comunidade. Outro fato importante a reduo da
criminalidade e da violncia nos centros urbanos onde o uso de plantas
adequado.
FATORES AMBIENTAIS E SUAS RELAES COM A JARDINAGEM/
PAISAGISMO
1- NATURAIS
1.1- SOLO
Tambm chamado de terra, o recurso bsico que suporta toda a cobertura
vegetal do planeta e que, juntamente com a gua e o ar, permitem a
existncia dos seres vivos. Tem grande importncia aos vegetais terrestres,
fornecendo a base de sustentao da planta e os nutrientes essenciais sua
sobrevivncia.
Constitui a camada superficial da crosta terrestre, composta por rocha em
desagregao misturada matria orgnica em decomposio, ao ar, gua e
substncias qumicas diludas.
Nas atividades agrcolas, principalmente, o uso do solo deve ser executado de
modo correto, priorizando a sua conservao que de grande importncia,
como veremos mais adiante.
1.1.1- Caractersticas do solo
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Origem e Formao
O solo formado a partir da modificao da rocha de origem (material duro
mais conhecido como pedra), mediante a ao integrada dos elementos
climticos (chuva, vento, gelo e temperatura) e de organismos vivos (fungos,
liquens e outros) que ao longo do tempo vo decompondo quela rocha
originria em gros cada vez menores, at transform-la em um material
solto e macio, denominado mineral.
O solo leva vrios sculos ou at milhes de anos para se formar, sob a ao
dos agentes naturais (intemperismo).
Deste modo o solo representado pela expresso:
NOTA:
Funo dos organismos vivos:
Os animais (microorganismos, insetos, minhocas, etc), as plantas e o prprio
homem ajudam na transformao do solo, ao misturar e decompor matria
orgnica (restos de animais e vegetais mortos) com o material granular e
solto, em que se tornou quela rocha original. Alm disso, os seres vivos
quando morrem tambm vo sendo decompostos e misturados com o
material macio e fofo, formando o solo.
Esta decomposio fornece os elementos nutricionais essenciais ao
desenvolvimento das plantas.
Composio do solo
composto de 4 partes:
gua (localiza-se no interior do solo em pequenos espaos
chamados de poros e utilizada pelas razes das plantas e
pelos microorganismos).
Ar (a situao igual ao da gua).
Mineral (resultado da decomposio da rocha de origem).
Divide-se em 3 fraes principais, de acordo com o seu tamanho:
o Areia (a parte mais grossa. Ex; areia da praia)
o Silte (parte um pouco mais fina. Ex: limo)
o Argila (parte muito pequena e que s pode ser
visualizada atravs de microscpio. Ex: o barro).
Matria orgnica (restos de animais e plantas)
Estes 4 elementos componentes do solo encontram-se misturados uns aos
outros.
O solo se assemelha a uma esponja destas que usamos para banho, tendo ar
e gua nos espaos de seu interior.
SOLOS= ROCHA+ CLIMA+ TEMPO+ ORGANISMOS VIVOS
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Organizao do solo
Como o corpo humano, o solo tambm tem a sua organizao.
Basicamente, ele se apresenta como um bolo recheado, com camadas
sobrepostas e distintas.
Aps o material de origem (rocha) ser decomposto e depositado, conforme j
explicado anteriormente, processa-se a diferenciao das camadas mais ou
menos paralelas a superfcie e denominadas de HORIZONTES.
Estes horizontes podem apresentar cores diferentes, sendo que a primeira
camada apresenta uma colorao mais escura (devido ao acmulo de restos
de vegetais e animais no solo) e nesta camada, que os vegetais iniciam o
seu crescimento. chamado de horizonte A e os abaixo desta primeira
camada, so chamados de horizontes B e C.
Estes horizontes que formam as camadas do solo podem ser melhores
visualizados em barrancos s margens de estradas ou quando abrimos um
poo de cerca de 2 metros de profundidade. Na realidade, ns estamos
visualizando o que se chama de perfil do solo.
Nos campos, observamos diferentes tipos de vegetao e plantaes e que
so, na maioria, devido aos diversos tipos de solo sobre os quais se
desenvolveram.
A cor uma das caractersticas que mais chama a ateno, podendo fornecer
indcios sobre a composio, propriedade e origem do solo. A cor est
relacionada com os teores de matria orgnica, umidade e predominncia de
determinados compostos qumicos (xido de ferro).
Assim, temos na natureza solos de colorao amarela, vermelha, cinza
azulado, marrom escuro, branca (areia da praia).
A textura de um horizonte pode ser mais dura que o do outro, filtrar mais
rpido a gua e/ou permitir que as razes cresam mais ou menos rpida.
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Tipos de solo
As plantas precisam de solo para fixar-se e armazenar gua e sais minerais.
Em mdia, metade do volume do solo formada por espaos cheios de ar e
gua. As plantas se alimentam e tambm respiram pelas razes, no s pelas
folhas. Quando os espaos so pequenos demais, como em solo muito
argiloso, diz-se que o solo pesado (se voc tentar remexer lama com a p,
logo saber por qu). Quando os espaos so maiores, como no solo arenoso,
diz-se que o solo leve. Em solo muito pesado, que no d passagem
gua, as razes podem morrer afogadas, devido falta de oxignio.
A textura do solo portanto, pode ser em alguns casos, at mais importante do
que sua composio qumica.
Mas, para resumir todos os resumos, saiba que voc pode cultivar quase
qualquer planta, de cactos a samambaias, numa mistura de terra argilosa de
jardim, areia de construo e terra vegetal, em partes iguais.
Se a receita acima pode ser chamada de Mistura Universal, o "Tipo O" de
todos os solos, mas nem por isso se deve excluir a possibilidade real de variar
os ingredientes, suprimir um ou outro e adicionar uma infinidade de requintas
substncias.
P de xaxim e vermiculita podem tornar mais fofa a Mistura Universal.
A vermiculita um produto derivado da vermiculita crua (mineral) e que aps
passar por processos industriais um excelente hidratante natural das
plantas, evita a compactao do solo, melhora o crescimento das plantas,
mantm a umidade do solo por at 15 dias sem rega e no tem cheiro.
excelente para o uso agrcola.
Acidez e Alcalinidade
A composio qumica do solo naturalmente pode ser decisiva. Certas
plantas, necessitam de solo cido para serem cultivadas com sucesso e outras
dificilmente crescem bem em solo cido.
O solo cido ou "azedo" tende a ser escuro, s vezes com a superfcie
coberta pelo verde de algas. O solo alcalino ou "doce", tende a ser claro, s
vezes esbranquiado. Entre as plantas acidgilas (gostam de cido) que
preferem solo cido (pH 6 a 6,5) esto azalas, begnias, camlias, ciclames,
gardnias (jasmim-do-cabo), magnlias (arbusto), violetas-africanas, urzes.
Entre as que preferem solo alcalino esto espcies de buxo, cravo, lrio,
pinheiro, slvia.
A acidez ou a alcalinidade do solo se mede por uma escala arbitrria, que
vai de 1 a 14, e denominado de pH (*).
Solo de pH 7 neutro, nem cido e nem alcalino (Ex: gua destilada).
Cada grau para cima indica alcalinidade 10 vezes maior e cada grau para
baixo, acidez 10 vezes maior.
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Solo de pH 8 10 vezes mais alcalino que o de pH 7 e um solo de pH 6, 10
vezes mais cido que o de pH 7. As azalas e outras plantas acidgilas como
as citadas acima, se do bem em solos de pH 6 a 6,5.
O pH pode ser medido com um simples teste de tornassol. Em lojas de artigos
agrcolas, vendem-se Kits completos com o nome de peagmetro.
Em regies muito chuvosas, o solo tende a ser cido, porque a gua lava os
sais alcalinos. Nas grandes cidades h outra razo para o solo ter sua acidez
aumentada: a fumaa sulfurosa de fbricas e veculos aumenta a acidez da
gua da chuva.
A terra vegetal ou terrio tende a absorver os excessos de acidez ou de
alcalinidade, apesar de ser uma substncia cida em si.
O solo muito alcalino tende a ser deficiente em boro, ferro, mangans,
molibdnio, zinco e outros fertilizantes secundrios.
No Captulo mais adiante, referente Calagem, este assunto ser
complementado.
(*) A abreviatura de pH corresponde a "potencial (p) de acidez decorrente da
concentrao de ons de hidrognio (H)". on ou ionte uma partcula
subatmica carregada de eletricidade.
Misturas de solo
Um solo para ser considerado com timas condies para o desenvolvimento
das plantas dever ter a seguinte composio: 45% de minerais; 25% de
gua; 25% de ar; 5% de matria orgnica.
As incontveis misturas de solo so geralmente constitudas por alguns
ingredientes descritos a seguir:
Areia - Acmulo de partculas rochosas alteradas, constituindo
diminutos fragmentos resultantes das aes do tempo e condies
climticas. Seus gros aumentam o tamanho dos espaos que formam
a porosidade do solo e no tem funo nutriente nem ao qumica
como a da argila.
A areia usada em jardinagem quase sempre a mesma que entra na
preparao de argamassa para construes, isto , areia de rio.
Areia de praia terminantemente proibida para uso por quase todos os
livros, mas preciso distinguir dois tipos: a que fica acima da linha das
mars um tipo recupervel e utilizvel, depois de alguns meses de
exposio ao sol e chuva numa rea no afetada pela salinidade de
origem. O maior problema no caso talvez seja a finura dos gros.
Argila Barro dos oleiros e ceramistas, formado por gros finssimos
e somente visveis ao microscpio.
Endurece quando seca e volta a formar lama quando molhada. Em tijolos e
peas cermicas o endurecimento irreversvel por causa do cozimento.
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vida por gua e isto explica quando se encosta a ponta da lngua numa
moringa bem seca.
Como os sais de clcio tendem a aderir a suas partculas, a argila retarda a
acidulao do solo.
Carvo Trata-se do carvo vegetal, madeira submetida combusto
incompleta (queima). Tem a propriedade de atrair e oxidar substncias
txicas resultantes da fermentao de matria orgnica.
usado em pedaos de tamanho varivel para manter mais saudvel o solo,
para purificar gua de torneira destinada rega e para controle da
acidificao.
Hmus - Material marrom ou preto resultante da decomposio de
matria vegetal ou animal. Um grande produtor de hmus a minhoca.
Material Calcrio - Substncias ricas em clcio, que por sua vez tm
ao corretiva sobre a acidez do solo (este assunto ser explicado no
Captulo adiante, referente Correo do solo).
Em jardinagem so usados comumente a cal (xido de clcio) e o p calcrio
magnesiano. Na preparao de vasos podem entrar reboco (de parede)
velho modo, conchas modas, cascas de ovos e giz escolar.
Perlite - Vidro vulcnico que o calor reduz, por exploso, a fino
cascalho; as partculas, muito porosas, podem reter grandes volumes
de gua e ar e, desse modo, desempenhar funo mais eficiente do
que a da areia. Utilizvel em colees de vasos, mas um luxo no
jardim.
Terra vegetal ou terrio - um lixo da mata, formado principalmente
por folhas parcialmente decompostas. Material rico em hmus e
bactrias teis e, portanto, com alto valor fertilizante. Embora cida,
regula o pH.
A terra vegetal de melhor qualidade a que tem textura de flocos, no de
p. Quando em fermentao muito ativa pode ser prejudicial, se includa em
excesso, especialmente em solos destinados ao cultivo de cactos.
Turfa - Matria vegetal parcialmente carbonizada, isto , no processo
incompleto de tornar-se carvo mineral.
Abundante em algumas regies do mundo, ricas em carvo mineral (Estados
Unidos, Europa), e onde usada como sucedneo da terra vegetal, escassa
em pases desmatados e de clima frio. No Brasil, apesar da abundncia e
baixo custo da terra vegetal, muita gente prefere a turfa importada, porque d
resultados imediatos.
No afofamento da terra, a turfa muito porosa, leve e absorvente, mas no
tem valor nutritivo como a terra vegetal.
Vermiculita - Outro tipo de pipoca mineral semelhante a perlite,
resultante da alterao da mica pelo calor. Muito absorvente retm
umidade e, usada, como material de enraizamento de plantas que
pegam depressa, como cleos e crisntemos.
Xaxim - Tecido morto da planta do mesmo nome (ou samambaiau).
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Poroso, absorvente, intrinsecamente antibitico e resistente a insetos e
outras pragas. Em placas, o "solo" ideal para orqudeas, bromlias e outras
epfitas no parasitas (plantas que se apiam em outras).
Em p, substituto da perlite, vermiculita ou turfa. D porosidade ao solo,
mas sem prejuzo da umidade, o que favorece a penetrao de razes de
samambaias, avencas e outras plantas de meio mido.
Receitas de Misturas de Substratos para Plantio
medida que vo acumulando experincia, os jardineiros tendem a refinar
suas exigncias de solo. A Mistura Universal, de fato, pode ser substituda
por uma composio mais apropriada e at ser ela prpria melhorada.
Isto , h quem opine que a Mistura Universal no deva ser formada por
quantidade iguais dos 3 ingredientes e sim pela seguinte proporo:
Terra argilosa de jardim : 7 partes
Terra vegeta : 3 partes
Areia grossa : 2 partes
Esta receita apresentada parece satisfazer a necessidade de maior nmero
de plantas, mas pode-se aperfeio-la com alguns "temperos". Digamos,
para cada 5 Kg desta mistura, acrescente 1/2 colher das de caf de giz
modo (exceto para azalas e outras que preferem solo cido); 2 colheres
das de caf de superfosfato; 1 colher das de caf de sulfato de potssio.
claro que voc tambm pode esquecer todos esses ingredientes secundrios
e simplesmente acrescentar mistura adubos previamente preparados
existentes no comrcio, cada um deles com frmula adequada ao tipo de
planta que voc ir cultiva.
Se por qualquer razo puder comprar esses artigos especializados e quiser ter
certa variedade de solos, ser melhor limitar-se a 3 tipos bsicos, nos
primeiros tempos:
- Receita n. 1 - Para cactos e suculentas.
Areia 4 partes
Terra argilosa 1 parte
Terra vegetal 1 parte
Para cada 5 kg de mistura, 1 colher das de sopa de carvo modo (mas no
em p); 1 colher de farinha de ossos; 1 colher de cascas de ovos modas
(no em p); 1 colher das de caf de giz modo. A terra vegetal pode ser
substituda por esterco de vaca ou de cavalo, mas qualquer desses trs
ingredientes deve estar muito bem curtido, pelo menos durante um ano. Os
cactos abominam fermentao.
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- Receita n 2 - Para plantas tropicais em geral, folhagens de
verde intenso ou variegadas, plantas de crescimento rpido.
Areia 2 partes
Terra argilosa 1 parte
Terra vegetal 2 partes
Para cada 5 Kg dessa mistura, acrescente 1 colher das de sopa de carvo em
pedacinhos e 1 colher das de caf de giz em p. Se quiser, 1 das 2 partes
de terra vegetal pode ser substituda por esterco bem curtido.
- Receita n 3 - Para plantas de clima temperado, que sobrevivem a invernos
rigorosos.
Areia 1 partes
Terra argilosa 1 parte
Terra vegetal 1 parte
Para cada 5Kg desta mistura, acrescente 1 colher (das de sopa) de farinha de
sangue e 1 colher de carvo em pedacinhos.
Todos estes tipos de solo destinam-se a preparao de vasos. No jardim, as
condies de fertilizao natural e de drenagem so diferentes, de modo que
a terra argilosa marrom que neles predomina geralmente adequada. Mas
as receitas tambm servem de alguma orientao nas correes do solo do
jardim.
A versatilidade enorme. Algumas plantas podem ser cultivadas sem solo
dentro de casa, com as razes imersas em gua. Voc pode ter dracenas,
filodendros, cleons, tradescncias e at comigo-ningum-pode durante anos,
"plantadas" na gua de recipientes de vidro colorido (para evitar a formao
de limo), desde que ache um meio de apoi-las. Mantenha um pedao de
carvo dentro da gua e troque-a cada 15 dias por gua fresca, na qual haja
diludo 1 colher das de ch de adubo solvel (ou conforme a bula). Teste o
pH de vez em quando. Se a gua estiver cida, pingue umas gotas de
bicarbonato de sdio diludo ou se estiver alcalina, pingue umas gotas de
vinagre diludo.
O cultivo de plantas sem solo conhecido como hidroponia e atualmente
muito utilizada principalmente nas culturas de verduras (Ex: alface), devido ao
baixo custo de manuteno e mo de obra. So cultivadas em canos de PVC
cortados horizontalmente e por onde correm gua fresca e adubo diludo.
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Existem instalaes especiais, em que as plantas enraizam em pelotas de
xisto fundido ou cermica especial, irrigadas com regularidade automtica
por uma soluo de fertilizante em gua. D pouco trabalho, mas sua
implantao cara demais.
1.1.2-Topografia
A inclinao ou declividade do solo um dado importante para o
planejamento de qualquer atividade agrcola e deve ser bem observado
antes de executar qualquer operao no terreno.
Para tanto necessrio entender o que vem a ser topografia e a sua utilizao
em atividades agrcolas, para evitar riscos de eroso, assoreamento,
deslizamento, inundao e que causam a degradao do solo (destruio).
A topografia uma aplicao da matemtica e da trigonometria, empregada
na medio de terrenos com todos os seus acidentes naturais e artificiais,
representando-os numa figura plana denominada planta topogrfica.
A planta topogrfica nada mais do que a representao em plano
horizontal, dos acidentes naturais e artificiais. a projeo horizontal do
terreno. A mais utilizada a planta planialtimtrica, que medem
horizontalmente as terras e medem e representam os relevos.
Em alguns casos, essencial que o jardineiro entenda a planta do terreno,
para que possa conhecer e/ou reconhecer as caractersticas do mesmo, seus
acidentes geogrficos e a utilize como uma ferramenta no planejamento do seu
trabalho. A identificao de uma planta por simples observao importante
para qualquer estudo ou construo na rea.
Alguns acidentes geogrficos so imediatamente identificados, tais como:
Vertentes-so as superfcies laterais das elevaes ou depresses.
Tambm so denominadas de flancos ou encostas.
Linha de cumiada -seus pontos so altos e essa linha divide as guas
das chuvas para as vertentes. As curvas de nvel de cotas menores
envolvem as de cotas maiores. Tambm chamada de divisor de
guas.
Talweg -so linhas de pontos baixos de uma regio. a linha mais
profunda do leito de um rio. As guas das chuvas descem pelas
vertentes e se escoam pelos talwegs. identificado na planta pelo fato
das curvas de nvel de cotas maiores envolverem as de cotas menores.
Garganta - o ponto comum (coincidente) entre a linha de cumiada
com um talweg.
A primeira coisa a ser feita em um desenho de uma planta topogrfica a
escolha da escala. A fim de facilitar a compreenso, chama-se de objeto tudo
que admite representao grfica, seja um segmento de reta, um polgono,
uma superfcie, um slido, etc.
Chama-se figura ou desenho, a representao grfica de um objeto.
Denomina-se escala a relao entre o tamanho do polgono no papel e o
do caminhamento no terreno. uma razo de semelhana e expressa por
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uma frao (ex. 1:200), chamada de escala grfica. Ex. Quando o terreno
medido tem mais ou menos 1km (quilmetro) de largura, podemos fazer a
planta com mais ou menos 1 metro, ou seja, na escala de 1: 1000. Nesta
escala, para representar um alinhamento qualquer, divide-se o seu
comprimento por 1000. Desta maneira, um alinhamento de 200 metros,
representado no papel por uma linha com 0,20 m (20 cm). Geralmente os
mapas ou as plantas topogrficas do terreno vm com as escalas indicadas,
bastando fazer a converso do que foi medido no mesmo.
Existem vrias escalas a serem empregadas e quanto maior for a escala,
menor o desenho e vice-versa.
NOTA: A Fig. D no final deste Captulo, ilustra o desenho do polgono
topogrfico de um terreno.
Em uma planta topogrfica, principalmente na altimtrica, aparecem nmeros
inteiros (cotas) e linhas (curvas de nvel).
Cota a distncia do ponto A ao plano horizontal de projeo.
positiva (+) se o ponto est acima do plano, e negativa (-) se o ponto
est abaixo desse plano. nula quando est no plano.
Acima do plano chamada de altitude e abaixo profundidade.
O plano de referncia que se utiliza o nvel do mar.
Exemplificamos abaixo, o que vem a ser cota.
Ponto A (+)
cotas
A1(nula)
Plano
A2 (-)
Curva de nvel a unio entre pontos de mesma cota. (ver Fig.A).
Em uma planta topogrfica, a representao de cotas iguais em diferentes
partes do terreno so feitas atravs de linhas contnuas e que representam a
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topografia do terreno. So muito teis, pois possibilitam o plantio em nveis,
usando corretamente o solo e evitando os processos erosivos.
OBS: Comentando a Fig. A (ver no final deste Captulo), temos:
Na parte superior temos um esboo de um morro, onde planos horizontais
eqidistantes (mesma distncia entre si) de 10 metros produziram curvas de
nvel 10, 20, 30 e 40. Na parte inferior esto representadas as projees das
curvas de nvel (que so pontos com cotas iguais). a planta da parte
superior.
Quanto mais prximas forem as curvas de nvel, mais inclinado o terreno e
a linha de maior declive a de inclinao mxima. a menor distncia entre
2 curvas de nvel. A Fig. C no final deste, ilustra a inclinao.
Declividade nada mais que a diferena de nvel existente entre dois
pontos e o seu clculo simples (Figs.17 e 18).
Na natureza dificilmente encontramos um solo perfeitamente nivelado e, por
este motivo, um dos requisitos bsicos para a construo de residncias,
jardins ou cultivos de plantas em geral, a criao de espaos bem
nivelados. Isto implica, naturalmente, a remoo e o deslocamento de terra
para acertar o terreno (movimentao) e a criao de acessos.
H teoricamente, terrenos de dois tipos: planos ou em declive. Em termos
prticos porem, eles so sempre em declive e, quanto declividade, podem
ser classificados em planos, inclinados e escarpados.
Consideram-se planos os terrenos em declive que tm uma cada (diferena
de nvel) inferior a 5m em relao a cada l00m de extenso (cerca de 5%).
Este tipo de topografia favorece a adoo de solues funcionais, criativas e
pouco dispendiosas e , em geral, o mais interessante e proveitoso do ponto
de vista da jardinagem e paisagismo, pois oferece maior facilidade de
distribuio dos componentes que comporo o jardim e a paisagem,
principalmente aqueles que ficam prximos a casa. Contudo, mesmo os
terrenos planos apresentam alguns problemas que tero de ser solucionados
ainda na fase do projeto. O principal problema criar uma leve inclinao
para que a gua no fique empoada.
Os terrenos inclinados ou ondulados apresentam uma declividade de 10 a
14m para cada 100m de extenso (cerca de 14%). Neste tipo de topografia, a
adoo de solues exige mais criatividade e so mais dispendiosas. Os
problemas de drenagem, por exemplo, podem ser facilmente resolvidos,
embora se deva controlar tambm o fluxo da gua para evitar a eroso.
Os declives escarpados atingem mais de 14m de cada em l00m de
extenso (mais de 14%) e requerem a movimentao de grandes
quantidades de terra para a criao de patamares planos. Os solos destes
terrenos tendem a ser rasos e pobres, sobretudo quando ele se eleva acima
das superfcies de vales.
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16
Quanto mais declivoso e susceptivel a eroso for o terreno, maiores sero
as dificuldades no preparo do solo. Tanto o seu revolvimento bem como a
incorporao dos resduos vegetais devem ser executados manualmente e
de maneira adequada, evitando-se o emprego de mquinas agrcolas
pesadas, que certamente iro ocasionar eroso e seus efeitos negativos ao
meio ambiente.
1.1.3- Conservao do solo
Para um melhor entendimento deste assunto, necessrio inicialmente o
conhecimento do que vem a ser EROSO.
A eroso um fenmeno de desgaste e arrastamento das partculas do solo
atravs das guas ou dos ventos, sendo mais intenso em solos desprovidos de
qualquer tipo de vegetao (Figs.19 e 20).
A eroso pode ser:
Geolgica;
Natural;
Acelerada ou dos solos agrcolas
Os dois primeiros so praticamente incontrolveis pelo homem e os dois
ltimos so frutos do mesmo sobre o Natural.
Os principais tipos de eroso so:
Por embate
Causado pelo efeito desagregador das gotas de gua da chuva sobre o solo;
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Laminar
Devido s enxurradas que deslizam desgastando suave e uniformemente o
solo em toda a sua extenso. de difcil verificao e se prolonga por anos,
at que as razes superficiais comeam a aparecer.
Sulcos, Ravinas ou dedos.
Em poucos anos o solo fica pobre e imprestvel para as prticas agrcolas.
Deve ser imediatamente combatido, pois em evoluindo muito o seu controle
mais complicado e tem um alto custo.
Vossorocas
Quando a camada impermevel do solo muito profunda, pode existir canal de
gua subterrneo que vai corroendo aos poucos o subsolo, ocasionado o
desabamento e abrindo crateras no solo. Aps o seu incio, difcil o controle e
a recuperao do terreno extremamente dispendiosa e no h garantias para
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18
tal. Dentre os tipos de eroses existentes, este o considerado como sendo o
mais grave.
A ocorrncia de eroso depende, dentre outros:
Tipos de solo;
Declividade;
Cobertura vegetal;
Regime de chuvas (intensidade e durao);
Sistema de drenagem natural;
Uso inadequado do solo;
Quando estamos tratando de uso do solo, no podemos deixar ento de
comentar sobre a importncia e a necessidade da sua conservao.
O Homem, sendo um agente degradador do meio ambiente atravs de suas
aes ou atividades, causa vrios danos ambientais muitas vezes
irreversveis.
No uso agrcola do solo, muitas vezes por desconhecimento de prticas
conservacionistas, pelo uso inadequado das mquinas e implementos
agrcolas, pela falta de orientao de um profissional, dentre outros, um solo
frtil e produtivo, se torna estril, erodido e inapto ao cultivo.
Quando falamos sobre conservao do solo, no devemos considerar apenas
as praticas referentes reteno de gua, mas tambm a:
Conservao da cobertura vegetal existente;
Uso racional de adubo e corretivo;
Emprego correto das prticas de preparo do solo e do cultivo.
Alguns procedimentos bsicos so recomendados para a conservao do
solo, tais como:
Um bom estudo e anlise do solo;
As caractersticas topogrficas do terreno;
O uso correto de mquinas e implementos no preparo do solo;
Uso correto de adubo e corretivo;
Emprego de prticas conservacionistas (mtodos) no preparo do solo;
Manuteno do (s) mtodo (s) utilizado (s);
Emprego de tcnicas corretas de plantio;
Seleo e escolha de espcies adequadas ao tipo de solo.
So 3 (trs) os mtodos que constituem as prticas conservacionistas:
Mtodo Vegetativo
Curvas de nvel
Os plantios obedecem s curvas de nvel do terreno (a unio de pontos com
cotas iguais), em faixas paralelas e no de alto a baixo numa encosta. Evita-se
ou minimiza-se o processo da eroso.
Culturas em faixas:
a disposio do plantio em diversas faixas em curvas de nvel.
Em cada faixa so plantadas espcies diferentes e que so substitudas
anualmente. A rotao dessas plantas deve ser bem planejada e deve sempre
existir no mnimo uma espcie leguminosa.
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19
Culturas em faixas de reteno
As faixas de reteno so em nvel e podem ser cultivadas plantas econmicas
ou no. A declividade do terreno dever ser de 3 a 6%.
Nas faixas, que funcionam como barreiras contra enxurradas,. Podem ser
plantadas espcies que apresentem um sistema radicular mais bem
desenvolvido, para uma melhor fixao e a agregao do solo.
Mtodos Mecnicos
So mtodos com custos operacionais mais elevados e que exigem muita
percia e conhecimento apurado daqueles seus executores. Devem sempre ter
a orientao e acompanhamento de Eng Agrnomo ou Florestal.
So utilizados em reas extensas e de grandes projetos agrcolas ou florestais.
Entretanto, estes mtodos tambm podem ser utilizados em reas menores,
caso o benefcio seja maior do que o seu custo operacional.
Para conhecimento, citamos alguns destes mtodos:
Cordes de contorno;
Patamares;
Terraos.
Vegetativos Mecnicos
Na realidade este mtodo uma combinao dos processos vegetativos e
mecnicos e o que apresenta melhores resultados no combate a eroso.
Como exemplo podemos citar o nivelamento, construo de terrao e plantio
em faixa de rotao e reteno.
A aplicao destes mtodos, em menor ou maior escala, depender dos
objetivos da ocupao do terreno, o tipo de cultivo, as caractersticas fsicas do
solo e a dimenso do local a ser trabalhado (rea).
Conclui-se que a conservao do solo faz parte de um todo neste processo e
no deve ser isolado tambm de outros aspectos importantes (sementes,
adubao, irrigao, etc.), no se relegando a um segundo plano, o fator
bsico mais importante que o solo conservado e frtil.
1.2- gua
um fator imprescindvel vida em geral. Para os vegetais, para o timo
atendimento s suas necessidades fisiolgicas, necessitando de suprimento
contnuo ao alcance de suas razes e em menor escala e esporadicamente, ao
seu sistema foliar.
Constitui tambm parte integrante da formao do seu alimento.
A economia da gua no solo, isto , a quantidade que a planta vai utilizar
depende de outros fatores. Assim que, medida que diminui o dimetro das
partculas do solo, diminui percentualmente a quantidade de gua que a
planta pode utilizar, ou seja, a gua til ou disponvel.
A gua desempenha na economia da planta dupla funo fisiolgica, agindo
fisicamente e integrando o seu metabolismo.
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20
Fisicamente o solvente (que dilui) por excelncia dos nutrientes
assimilados pelas razes e pelos estmatos, regula a turgidez dos tecidos e
transporta a seiva por toda a planta. Tambm o meio onde se processam
as reaes qumicas.
Metabolicamente tambm alimento, porque os seus componentes
qumicos desdobrados pela fotossntese (principalmente oxignio), vo fazer
parte integrante dos compostos elementares, formadores da imensa e
complexa cadeia de compostos orgnicos (glicose, sacarose, amido ou
celulose).
Devemos considerar a destinao da gua proveniente das chuvas e da
prpria irrigao. Da gua que cai no solo, parte se evapora, parte escorre e
parte se infiltra. Evitar o mximo de desperdcio obviamente boa parte da
tarefa do jardinocultor.
O excesso de gua tambm prejudicial s plantas por vrias razes:
Exclui o ar do solo prejudicando a respirao das razes;
Lixvia (lava) o solo carregando para o subsolo, os elementos nutritivos
necessrios ao crescimento das plantas;
Provoca o processo de eroso, mal condenvel de todos os pontos de
vista;
Acarretam despesas evitveis.
Alm de sua funo eminentemente til s plantas conforme descrito acima, a
gua possui tambm uma funo decorativa na composio paisagstica de
um jardim.
A influncia da gua na composio paisagstica dos jardins pode ser
estabelecida em:
Formas de ocorrncia-
A existncia de gua nos terrenos a ajardinar pode se dar atravs de
reservatrios naturais (lagos, lagoas), cursos dgua (crregos, rios e os seus
acidentes - saltos, cachoeiras e cataratas) e as fontes que mais de perto
interessam ao trabalho de organizao do jardim.
O volume de gua nestes reservatrios naturais depende diretamente das
precipitaes pluviomtricas (chuvas) e que variam muito de uma regio para
outra.
Possibilidades de utilizao-
A gua pode ser utilizada sob 2 formas:
Para regas para que possa ser aproveitada, a gua deve ser
leve, bem arejada, no conter sais minerais em excesso nem
matria orgnica em decomposio. No devem ser usadas as
guas estagnadas ou as que recebam despejos industriais e
esgotos domsticos.
Decorativas como elemento de decorao e considerando to
somente as formas de ocorrncia j citadas, como regra geral, a
composio deve respeitar dentro dos limites possveis, os
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21
aspectos naturais existentes nos locais de ocorrncia de gua,
mantendo-se as belezas naturais que possurem.
1.3- Clima
Deve-se ter em mente que o Homem no pode modificar o clima, da ser um
elemento imutvel nos trabalhos de jardinagem e paisagismo.
A escolha da cobertura vegetal perene em um jardim ter que ser em funo
das condies climticas da regio em que ser construdo.
Dentre os principais fatores climticos relacionados com a jardinagem e o
paisagismo temos:
Temperatura - tem forte influencia sobre o cultivo das plantas,
podendo vir a causar a morte das mesmas, devido desidratao
(perda de gua pela transpirao), exigindo uma quantidade maior
de regas.
Algumas espcies de plantas no suportam calor intenso, com temperatura
elevada ou baixa, sendo ento necessrio assegurar-lhes uma proteo
artificial adequada, denominada de estufas (para cultivos de plantas de
clima quente em regies frias) ou sombreamentos (para a proteo de
plantas muito sensveis ao calor).
Dentre exemplos das variaes de temperaturas e seus efeitos, temos:
Geadas e neve (baixa) queima das folhas, congelamento e
quebra de caule e galhos pequenos, perda de florao e
frutificao.
Precipitaes intensas, tempestades ou secas (alta)
sufocamento das plantas, perda de gua (desidratao),
queima de folhas, ponteiros e alteraes na sua fisiologia.
importante que a escolha das espcies vegetais perenes ou no a serem
utilizadas, sejam feitas de acordo com as condies climticas do local ou da
regio.
Umidade - o ndice de umidade atmosfrica do ar tambm est
relacionado com as precipitaes pluviomtricas (quando a umidade
do ar atinge 100%,chove).
Alm disso, a umidade do ar pode contribuir para atenuar ou aumentar a
temperatura de certas regies.
O mesmo processo de proteo s plantas referente temperatura, aplicado
tambm quanto umidade (estufa e sombreamento) do local ou da regio.
Luminosidade - as plantas dependem da luz para realizar o
processo da fotossntese, sendo que algumas espcies podem
viver com pouca luz e outras no suportam o excesso de
luminosidade.
A luminosidade interfere tambm na sensao psicolgica provocada pelo
jardim. O nevoeiro espesso e a claridade excessiva do deserto servem como
parmetros para avaliar as sensaes que provoca a luminosidade. Assim,
em regies de tempo pesado e sombrio convm planejar um jardim mais
aberto.
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Nos clima seco e muito iluminado, ao contrrio, deve-se utilizar maior nmero
de rvores e elementos estruturais que forneam sombra, a fim de tornar a
luminosidade natural mais difusa e a interceptar os raios solares.
Ao planejar um jardim tenha sempre em mente a necessidade de
luminosidade adequada a cada planta.
Ventos - muitas espcies de plantas no so tolerantes a ao do
vento ou no se adaptam a locais onde os mesmos so
constantes. Os ventos causam um aumento no processo da perda
de gua (desidratao) pela planta atravs da evaporao pelas
folhas; tambm causam quebras de galhos, troncos e quedas de
folhas e frutos, todas prejudiciais ao crescimento das plantas.
Devemos saber a intensidade, durao, direo e freqncia dos ventos
comuns no local ou na regio. Todos ns sabemos dos estragos que uma
ventania pode causar.
1.4- Paisagem
O conjunto de cenrios naturais modificados ou no pelo Homem, atravs dos
elementos que a integram, influem na jardinagem, principalmente na cobertura
vegetal existente no local.
Devido ao grau de complexidade das variedades de nossas paisagens, apenas
comentaremos sobre algumas coberturas vegetais importantes e mais
conhecidas no pas:
Floresta amaznica paisagem tpica de plancie, coberta
por florestas seculares densas e cortadas por extensa rede
fluvial. Uma grande variedade de espcies vegetais e muitas
delas em extino e outras ainda desconhecidas.
considerada a maior floresta tropical do mundo e sua maior
parte fica no Estado do Amazonas.
Caatingas temos a paisagem semi-rida do Nordeste, com
sua vegetao constituda de rvores baixas, retorcidas,
espinhentas e que suportam a falta dgua daquela regio.
Mata Atlntica a paisagem litornea bastante modificada
pelo homem, com sua exuberante cobertura florestal reduzida
a apenas 7% da rea costeira que ocupava. As formaes
vegetais vo desde os manguesais, restingas at as florestas
primrias de grande porte, localizadas principalmente nas
reas de grande declividade onde a explorao de madeira
dificultada e hoje se encontra protegida por Lei.
Cerrado - constituem a paisagem caracterstica do Planalto
Central, com a sua cobertura vegetal composta grande
variedade de rvores baixas, tortuosas e muito utilizada para a
fabricao de carvo.
uma regio que vem sendo alvo de ateno e preocupao devido ao
desmatamento de grandes reas com este tipo de vegetao para expanso
agrcola (plantio de soja).
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23
Temos tambm a paisagem caracterstica do Paran, onde se destaca a
floresta de Araucrias (pinheiro brasileiro).
A fim de facilitar a avaliao do material vegetativo que parte integrante do
planejamento paisagstico, a vegetao classificada em quatro tipos: nativa,
extica, agricultural e ornamental.
Vegetao Nativa-
a vegetao original do local ou da regio e que se desenvolveu
espontaneamente, ou seja, sem a ajuda do homem. Varia conforme o clima e a
topografia. Cada regio tem uma cobertura vegetal formada pelas plantas que
melhor se adaptam s condies ambientais locais. Ela pode se encontrar em
vrias etapas de desenvolvimento
o primria - quando est no seu desenvolvimento clmax (mximo) sem ter
sofrido qualquer interveno humana.
o Secundria ou regenerada - atinge um mximo de desenvolvimento mas
houve a interveno humana.
Vegetao Extica-
a vegetao proveniente de outros pases e introduzidas pelo homem e que
se adaptaram as condies ambientais do local ou regio.
Vegetao Agricultural-
Assim como a vegetao nativa, ela depende das condies do solo e do clima
da regio. De acordo com as espcies cultivadas (rvores frutferas, gros,
arbustos, etc.) podem compor uma paisagem tpica, embora a sua funo seja
de ordem econmica.
Vegetao Ornamental-
desenvolvida para resolver problemas funcionais, como coberturas para
solos e quebra ventos. No entanto, a sua funo principal de ordem esttica.
Diversos tipos de gramas, forraes, plantas florferas, arbustos, trepadeiras e
rvores entram nesta categoria de vegetao ornamental. Ela pode ser nativa
ou extica.
2- SCIO/CULTURAIS
A composio dos jardins recebe as influncias do meio onde so construdos,
refletindo o meio cultural e social em que vive o proprietrio (particular) ou em
caso de jardim pblico, o grupo social (sociedade) do local.
Recebendo as influncias do meio onde so construdos, os jardins refletem
por igual, a cultura do grupo e caracterizam o lugar e poca em que surgirem.
Isto explica a existncia dos estilos de jardins e as suas composies.
3- ECONMICO
A situao econmica do grupo social impe, com quase absoluta
exclusividade, no s a forma, mas ainda a vegetao e todos os outros
elementos decorativos do jardim.
As disponibilidades de recursos devem acompanhar o jardim durante toda a
sua existncia. Deve-se conhecer a realidade econmica do momento (do
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particular ou no), haja vista, que uma parte dos recursos sero destinados
construo e a outra parte a sua manuteno.
A ignorncia destes princpios bsicos sujeita-se a existncia breve e precria
do jardim.
FERRAMENTAS
O termo ferramenta deriva do latim ferramenta, plural de ferramentum. um
utenslio, dispositivo, ou mecanismo fsico ou intelectual utilizado por
trabalhadores das mais diversas reas para realizar alguma tarefa.
Inicialmente o termo era utilizado para designar objetos de ferro ou outro
material (plstico, madeira ou outro) para uso domstico ou industrial.
Alguns tipos de utenslios podem servir como armas, tais como o martelo e a
faca, e algumas armas, tais como explosivos, usadas como ferramentas.
No reino animal tambm so usados dispositivos facilitadores de tarefas: a
lontra do mar abre moluscos se utilizando dos mais diversos objetos, os
macacos chegam a fabricar ferramentas rudimentares.
Em funo do disposto acima, uma ferramenta pode ser definida como: um
dispositivo que fornea uma vantagem mecnica ou mental para facilitar a
realizao de tarefas diversas.
Jardins de pequeno e mdio porte precisam de dedicao e de ferramentas
certas para cada planta ou canto. Das flores ao gramado, dos arbustos s
rvores, a manuteno precisa de cuidados que s as ferramentas adequadas
em mos capazes podem proporcionar. Caso contrrio, o objetivo esttico e
vital do jardim ficar seriamente comprometido. E no pense que preciso ser
um milionrio para compr-las: embora existam no mercado ferramentas com
preo elevado, existem alternativas de boa qualidade e preo compatvel.
Comecemos pela grama. Durante o Vero, que costuma ser uma poca de
chuvas intensas e sol pleno e muito quente, os gramados bem cuidados
crescem a olhos vistos. Possuir um cortador ou roadeira essencial para a
manuteno do tapeto. Existem modelos manuais que so indicados para
pequenos espaos e costumam ter preos convidativos. Gramados de porte
mdio precisam quase que obrigatoriamente de um cortador de grama eltrico
ou a gasolina. Os modelos eltricos so mais baratos mas so limitados pelo
tamanho da extenso. J os modelos movidos por motor a combusto tem
autonomia maior, mas so mais caros e poluentes.
Tem arbustos ou cercas-vivas? Gosta de podar flores e herbceas para
replantar e multiplicar? Ento aparadores e tesouras precisam estar no
quartinho de ferramentas. H desde as tradicionais tesouras de poda com
longos cabos de madeira com lminas retas (para a manuteno de arbustos
topiados que precisam ser cortadas por igual) e curvas (para cercas-vivas
feitas com trepadeiras ou at mesmo corte de pequenas touceiras de grama e
galhos), at as tesouras para acabamento de cabeas longa, curta ou as
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especficas para poda de arbustos e corte de hastes de flores, passando pelos
aparadores de cercas-vivas eltricas, serrilhadas.
Para limpeza e manejo, alguns acessrios so mais essenciais ainda.
Vassouras metlicas e ancinhos para limpeza de grama cortada e folhas
cadas , ps pequenas e grandes, enxadinhas trapezoidais para retirada de
terra superficial e de ervas daninhas, enxadas para revolver a terra mais
profundamente, sachos para acabamentos, cultivadores, escardilhos e garfos.
H modelos feitos em polipropileno e ao, e quem decide que material o mais
adequado seu jardim e a frequncia com que estes acessrios sero
utilizados.
Completando o kit bsico do jardineiro, no podemos nos esquecer das
mangueiras e aspersores, como irrigadores giratrios fixos, ou aqueles que so
acoplados na ponta da mangueira. Ao escolher uma mangueira, no
economize: as mais resistentes so feitas de PVC e polister tranado, que
fornecem maior durabilidade e maior resistncia presso. Se quiser pode
incluir neste kit uma pequena adubadeira e sementadeira. Caso o uso de
ancinhos e ps seja muito sculo XX para voc, considere a compra de
sopradores e aspiradores eltricos.
Para cuidarmos de um jardim de maneira apropriada e com todo o prazer que
esta atividade pode proporcionar, necessria a utilizao de algumas
ferramentas e equipamentos apropriados. Existem muitas ferramentas, de
diferentes tipos, aplicaes, tamanhos e qualidades, que podem ser teis ou
at mesmo indispensveis para a correta manuteno de um jardim, gramado,
canteiro ou mesmo quando temos o nosso jardim em um apartamento, com a
utilizao de vasos.
Ao escolhermos as ferramentas ou os equipamentos necessrios, devemos
levar em considerao alguns aspectos do jardim ou local no qual utilizaremos
determinado utenslio, para que no faamos escolhas erradas, causando
transtornos na hora da utilizao e, ainda, prejuzos desnecessrios.
Vamos tomar como exemplo um simples gramado que precisa ter uma
manuteno realizada, pois o mato cresceu demais. Se a extenso do gramado
for muito grande, no aconselhvel comprarmos um cortador de grama
eltrico, pois no ser possvel conect-lo eletricidade quando for necessrio
aparar a grama em uma rea que no disponha de uma tomada eltrica.
De uma maneira geral, para a manuteno de jardins, as ferramentas mais
utilizadas so as seguintes:
Luvas: existem boas luvas em lojas especializadas. So feitas para o manejo
da terra com segurana. Prefira as luvas de tecido.
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Escardilho: um ancinho em miniatura. Perfeito para afofar a terra e ajudar na
homogeneizao dos substratos.
Pazinha: tambm serve para a mistura de substratos e transferncia de
mudas. Imprescindvel para quem gosta de transplantar.
Garfo: auxiliar do escardilho para deixar a terra fofa.
As pontas so arredondadas.
Tesoura de poda: utilizada principalmente para podar galhos e ramos de
plantas e flores em geral. Existem diversos tamanhos, com maior ou menor
capacidade de corte. A escolha do modelo ideal dever levar em considerao
o tamanho das plantas nas quais sero utilizadas este instrumento; flores e
arbustos precisam ser podados para manter o vio e a beleza. Para pequenos
cantos verdes, basta uma pequena e anatmica.
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Cortadores de gramas tradicionais movidos gasolina ou eletricidade:
os equipados com motores gasolina so em geral muito mais potentes do
que os que utilizam motores eltricos que, entretanto, costumam ser mais
baratos. As caractersticas de cada produto devero ser analisadas de acordo
com a necessidade do local;
Roadeiras: so mquinas cortadoras de gramas mais leves, mas que
apresentam algumas vantagens, como poder
fazer "acertos" em beiradas com grande
preciso. Tambm podem ser encontradas
com motores eltricos ou movidas gasolina;
Colher de transplante: ferramenta utilizada
para auxiliar no preparo de covas
para transplante de mudas;
Pulverizador: equipamento utilizado para aplicao de defensivos, fertilizantes
ou simplesmente para borrifar gua sobre as plantas. Existem dezenas de
modelos, com tanque de armazenamento maior ou menor, que dever ser
escolhido de acordo com a sua utilizao;
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Sacho: ferramenta utilizada para abrir sulcos na terra, onde sero colocadas as
sementes. Depois de feita a semeadura, este mesmo instrumento utilizado
para cobrir as sementes;
Mini-trator cortador de grama: um pequeno "carro" com motor gasolina,
com capacidade para transportar uma pessoa e equipado com lminas
giratrias que vo cortando a grama por onde o veculo vai passando. muito
utilizado em grandes reas gramadas, como campos de golf, por exemplo.
Todas as ferramentas precisam de cuidados na manuteno, que vo desde a
simples limpeza com um pano, at a lubrificao, afiao e troca de peas. Se
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estiverem em mal estado de conservao, o rendimento ser baixo, o esforo
maior e os resultados no acontecero como o esperado.
Uma tesoura sempre til na hora de podar arbustos, mas deve cuidar bem
dela para no transmitir doenas de uma planta para outra. Deve-se limpar
com um pano seco aps o uso e lubrificar as lminas pingando leo prprio
para mquina de costura. A manuteno das outras ferramentas, cuja funo
no inclui o corte, mais simples: lave com gua e seque ao sol para espantar
o mofo.
Equipamento de Proteo Individual - EPI
Equipamentos de Proteco Individual ou EPIs so quaisquer meios ou
dispositivos destinados a ser utilizados por uma pessoa contra possveis riscos
ameaadores da sua sade ou segurana durante o exerccio de uma
determinada atividade. Um equipamento de proteo individual pode ser
constitudo por vrios meios ou dispositivos associados de forma a proteger o
seu utilizador contra um ou vrios riscos simultneos. Seu uso regido por
uma norma regulamentadora No.6.
Principais equipamentos de proteo individual
Abaixo, esto listados os principais itens de EPI disponveis no mercado, alm
de informaes e descries importantes para assegurar a sua identificao e
o uso:
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Luvas: Um dos equipamentos de proteo
mais importantes, pois protege as partes do
corpo com maior risco de exposio: as
mos.
Existem vrios tipos de luvas no mercado e
a utilizao deve ser de acordo com o tipo
de formulao do produto a ser
manuseado.
A luva deve ser impermevel ao produto
qumico. Produtos que contm solventes
orgnicos, como por exemplo os
concentrados emulsionveis, devem ser
manipulados com luvas de BORRACHA
NITRLICA ou NEOPRENE, pois estes
materiais so impermeveis aos solventes
orgnicos. Luvas de LTEX ou de PVC
podem ser usadas para produtos slidos ou
formulaes que no contenham solventes
orgnicos.
De modo geral, recomenda-se a aquisio
das luvas de "borracha NITRILICA ou
NEOPRENE", materiais que podem ser
utilizados com qualquer tipo de formulao.
Existem vrios tamanhos e especificaes
de luvas no mercado. O usurio deve
certificar-se sobre o tamanho ideal para a
sua mo, utilizando as tabelas existentes
na embalagem.
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Respiradores
Geralmente chamados de mscaras, os
respiradores tm o objetivo de evitar a
inalao de vapores orgnicos, nvoas ou
finas partculas txicas atravs das vias
respiratrias. Existem basicamente dois
tipos de respiradores: sem manuteno
(chamados de descartveis) que possuem
uma vida til relativamente curta e recebem
a sigla PFF (Pea Facial Filtrante), e os de
baixa manuteno que possuem filtros
especiais para reposio, normalmente
mais durveis.
Os respiradores mais utilizados nas
aplicaes de produtos fitossanitrios so
os que possuem filtros P2 ou P3. Para
maiores informaes consulte o fabricante.
Os respiradores so equipamentos
importantes mas que podem ser
dispensados em algumas situaes,
quando no h presena de nvoas,
vapores ou partculas no ar, por exemplo:
a) aplicao tratorizada de produtos
granulados incorporados ao solo;
b) pulverizao com tratores equipados
com cabines climatizadas.
Devem estar sempre limpos, higienizados e
os seus filtros jamais devem estar
saturados.
Antes do uso de qualquer tipo de
respirador, o usurio deve estar barbeado,
alm de realizar um teste de ajuste de
vedao, para evitar falha na selagem.
Quando estiverem saturados, os filtros
devem ser substitudos ou descartados.
importante notar que, se utilizados de
forma inadequada, os respiradores tornam-
se desconfortveis e podem transformar-se
numa verdadeira fonte de contaminao.
O armazenamento deve ser em local seco
e limpo, de preferncia dentro de um saco
plstico.
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Viseira facial
Protege os olhos e o rosto contra respingos durante o
manuseio e a aplicao.
A viseira deve ter a maior transparncia possvel e
no distorcer as imagens. Deve ser revestida com
vis para evitar corte. O suporte deve permitir que a
viseira no fique em contato com o rosto do
trabalhador e embace. A viseira deve proporcionar
conforto ao usurio e permitir o uso simultneo do
respirador, quando for necessrio.
Quando no houver a presena ou emisso de
vapores ou partculas no ar o uso da viseira com o
bon rabe pode dispensar o uso do respirador,
aumentando o conforto do trabalhador.
Existem algumas recomendaes de uso de culos
de segurana para proteo dos olhos. A substituio
do culos pela viseira protege no somente os olhos
do aplicador mas tambm o rosto.
Jaleco e cala hidro-repelentes:
So confeccionados em tecido de algodo tratado para se
tornarem hidro-repelentes, so apropriados para proteger o corpo
dos respingos do produto formulado e no para conter exposies
extremamente acentuadas ou jatos dirigidos. fundamental que
jatos no sejam dirigidos propositadamente vestimenta e que o
trabalhador mantenha-se limpo durante a aplicao.
Os tecidos de algodo com tratamento hidro-repelente ajudam a
evitar o molhamento e a passagem do produto txico para o
interior da roupa, sem impedir a transpirao, tornando o
equipamento confortvel.
Estes podem resistir at 30 lavagens, se manuseados de forma
correta. Os tecidos devem ser preferencialmente claros, para
reduzir a absoro de calor e ser de fcil lavagem, para permitir a
sua reutilizao.
H calas com reforo adicional nas pernas, que podem ser
usadas nas aplicaes onde exista alta exposio do aplicador
calda do produto (pulverizao com equipamento manual, por
exemplo).
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Jaleco e cala em notecido
So vestimentas de segurana confeccionados em
notecido (tipo Tyvek/Tychem QC). Existem vrios tipos
de notecidos e a diferena entre eles se d pelo nvel
de proteo que oferecem.
Alm da hidro-repelncia, oferecem impermeabilidade e
maior resistncia mecnica nvoas e s partculas
slidas.
O uso de roupas de algodo por baixo da vestimenta
melhoram sua performance, com maior absoro do
suor, melhorando o conforto ao trabalhador com relao
ao calor.
As vestimentas confeccionadas em notecido tm
durabilidade limitada e no devem ser utilizadas quando
danificadas.
As vestimentas de notecido no devem ser passadas
a ferro, no so a prova ou retardantes de chamas,
podem criar eletricidade esttica e no devem ser
usadas prximo ao calor, fogo, fascas ou em ambiente
potencialmente inflamvel ou explosivo, pois se auto-
consumiro.
As vestimentas em notecido devem ser destrudas em
incineradores profissionais para no causarem danos
ao ambiente.
Bon rabe
Confeccionado em tecido de algodo
tratado para tornar-se hidro-repelente.
Protege o couro cabeludo e o pescoo de
respingos e do sol.
Capuz ou touca
Pea integrante de jalecos ou macaces, podendo ser
em tecidos de algodo tratado para tornar-se hidro-
repelente ou em notecido.
Substituem o bon rabe na proteo do couro cabeludo
e pescoo.
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Avental
Produzido com material resistente a solventes orgnicos (PVC,
bagum, tecido emborrachado aluminizado, nylon resinado ou
notecidos), aumenta a proteo do aplicador contra respingos
de produtos concentrados durante a preparao da calda ou de
eventuais vazamentos de equipamentos de aplicao costal.
Botas
Devem ser impermeveis, preferencialmente de cano alto
e resistentes aos solventes orgnicos, por exemplo, PVC.
Sua funo a proteo dos ps. o nico equipamento
que no possui C.A.
Uso dos EPI
Para proteger adequadamente, os EPI devero ser vestidos e retirados de
forma correta.
Veja como vestir os EPI:
1. Cala e Jaleco
A cala e o jaleco devem ser vestidos
sobre a roupa comum, fato que permitir
a retirada da vestimenta em locais
abertos. Os EPI podem ser usados sobre
uma bermuda e camiseta de algodo,
para aumentar o conforto. O aplicador
deve vestir primeiro a cala do EPI, em
seguida o jaleco, certificando-se este
fique sobre a cala e perfeitamente
ajustado. O velcro deve ser fechado com
os cordes para dentro da roupa. Caso o
jaleco de seu EPI possua capuz,
assegure-se que este estar devidamente
vestido pois, caso contrrio, facilitar o
acmulo e reteno de produto, servindo
como um compartimento. Vale ressaltar
que o EPI deve ser compatvel com o
tamanho do aplicador.
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2. Botas
Impermeveis, devem ser caladas sobre meias de
algodo de cano longo, para evitar atrito com os
ps, tornozelos e canela. As bocas da cala do EPI
sempre devem estar para fora do cano das botas, a
fim de impedir o escorrimento do produto txico para
o interior do calado.
3. Avental Impermevel
Deve ser utilizado na parte da frente do jaleco durante o
preparo da calda e pode ser usado na parte de traz do
jaleco durante as aplicaes com equipamento costal.
Para aplicaes com equipamento costal fundamental
que o pulverizador esteja funcionando bem e sem
apresentar vazamentos.
4. Respirador
Deve ser colocado de forma que os dois elsticos
fiquem fixados corretamente e sem dobras, um fixado
na parte superior da cabea e outro na parte inferior,
na altura do pescoo, sem apertar as orelhas. O
respirador deve encaixar perfeitamente na face do
trabalhador, no permitindo que haja abertura para a
entrada de partculas, nvoas ou vapores. Para usar
o respirador, o trabalhador deve estar sempre bem
barbeado.
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5. Viseira facial
Deve ser ajustada firmemente na testa, mas sem apertar a
cabea do trabalhador. A viseira deve ficar um pouco
afastada do rosto para no embaar.
6. Bon rabe
Deve ser colocado na cabea sobre a viseira. O velcro do bon
rabe deve ser ajustado sobre a viseira facial, assegurando
que toda a face estar protegida, assim como o pescoo e a
cabea.
7. Luvas
ltimo equipamento a ser vestido, devem ser usadas de forma a
evitar o contato do produto txico com as mos.
As luvas devem ser compradas de acordo com o tamanho das mos
do usurio, (no podendo ser muito justas, para facilitar a colocao
e a retirada, e nem muito grandes, para no atrapalhar o tato e
causar acidentes).
As luvas devem ser colocadas normalmente para dentro das
mangas do jaleco, com exceo de quando o trabalhador pulveriza
dirigindo o jato para alvos que esto acima da linha do seu ombro
(para o alto).
Nesse caso, as luvas devem ser usadas para fora das mangas do
jaleco. O objetivo evitar que o produto aplicado escorra para
dentro das luvas e atinja as mos.
Como retirar os EPI
Aps a aplicao, normalmente a superfcie externa
dos EPI est contaminada. Portanto, na retirada dos
EPI, importante evitar o contato das reas mais
atingidas com o corpo do usurio.
Antes de comear retirar os EPI, recomenda-se que o
aplicador lave as luvas vestidas.
Isto ajudar a reduzir os riscos de exposio acidental.
Veja agora a maneira correta para a retirada dos EPI:
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1. Bon rabe
Deve-se desprender o velcro e retir-lo com cuidado.
2. Viseira facial
Deve-se desprender o velcro e coloc-la em um local de
forma a evitar arranhes
3. Avental
Deve ser retirado desatando-se o lao e puxando-se o velcro em
seguida.
4. Jaleco
Deve-se desamarrar o cordo, em seguida curvar o tronco
para baixo e puxar a parte superior (os ombros)
simultaneamente, de maneira que o jaleco no seja virado do
avesso e a parte contaminada atinja o rosto.
5. Botas
Durante a pulverizao, principalmente com equipamento
costal, as botas so as partes mais atingidas pela calda.
Devem ser retiradas em local limpo, onde o aplicador no
suje os ps.
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6. Cala
Deve-se desamarrar o cordo e deslizar pelas pernas do aplicador
sem serem viradas do avesso.
7. Luvas
Deve-se puxar a ponta dos dedos das duas luvas aos
poucos, de forma que elas possam ir se desprendendo
simultaneamente.
No devem ser viradas ao avesso, o que dificultaria o
prximo uso e contaminaria a parte interna.
8. Respirador
Deve ser o ltimo EPI a ser retirado, sendo guardado separado
dos demais equipamentos para evitar contaminaes das partes
internas e dos filtros.
Importante: aps a aplicao, o trabalhador deve tomar banho
com bastante gua e sabonete, vestindo roupas LIMPAS a
seguir.
Lavagem e manuteno
Os EPI devem ser lavados e guardados corretamente, para assegurar maior
vida til. Os EPI devem ser mantidos separados das roupas da famlia.
Lavagem
A pessoa que for lavar os EPI, deve usar luvas a base de Nitrila ou Neoprene.
As vestimentas de proteo devem ser abundantemente enxaguadas com
gua corrente para diluir e remover os resduos da calda de pulverizao.
A lavagem deve ser feita de forma cuidadosa, preferencialmente com sabo
neutro (sabo de coco). As vestimentas no devem ficar de molho. Em
seguida, as peas devem ser bem enxaguadas para remover todo o sabo.
O uso de alvejantes no recomendado, pois vai danificar o tratamento do
tecido.
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As vestimentas devem ser secas sombra. Ateno: somente use mquinas
de lavar ou secar, quando houver recomendaes do fabricante.
As botas, as luvas e a viseira devem ser enxaguadas
com gua abundante aps cada uso. importante que
a VISEIRA NO SEJA ESFREGADA, pois isto poder
arranh-la, diminuindo a transparncia.
Os respiradores devem ser mantidos conforme
instrues especficas que acompanham cada modelo.
Respiradores com manuteno (com filtros especiais
para reposio) devem ser higienizados e armazenados
em local limpo. Filtros no saturados devem ser
envolvidos em uma embalagem limpa para diminuir o
contato com o ar.
Reativao do tratamento hidro-repelente
Testes comprovam que, quando as calas e jalecos
confeccionados em tecido de algodo tratado, para
tornarem-se hidro-repelentes, so passados a ferro (150 a
180C), a vida til maior. Somente as vestimentas de
algodo podem ser passadas a ferro.
Descarte
A durabilidade das vestimentas deve ser informada pelos
fabricantes e checada rotineiramente pelo usurio. Os EPI
devem ser descartados quando no oferecem os nveis de
proteo exigidos. Antes de ser descartadas, as vestimentas
devem ser lavadas para que os resduos do produto
fitossanitrio sejam removidos, permitindo-se o descarte
comum.
Ateno: antes do descarte, as vestimentas de proteo
devem ser rasgadas para evitar a reutilizao.
Mitos
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Existem alguns mitos que no servem mais como desculpa para no usar EPI:
EPI so desconfortveis
Realmente os EPI eram muito desconfortveis no passado, mas, atualmente,
existem EPI confeccionados com materiais leves e confortveis. A sensao de
desconforto est associada a fatores como a falta de treinamento e ao uso
incorreto.
O Aplicador no usa EPI
O trabalhador recusa-se a usar os EPI somente quando no foi conscientizado
do risco e da importncia de proteger sua sade. O aplicador profissional exige
os EPI para trabalhar. Na dcada de 80, quase ningum usava cinto de
segurana nos automveis. Hoje, a maioria dos motoristas usam e reconhecem
a importncia.
Consideraes Finais
O simples fornecimento dos equipamentos de proteo individual no garante a
proteo da sade do trabalhador e nem evita contaminaes. Incorretamente
utilizados, os EPI podem comprometer ainda mais a segurana do trabalhador.
Acreditamos que o desenvolvimento da percepo do risco aliado a um
conjunto de informaes e regras bsicas de segurana so as ferramentas
mais importantes para evitar a exposio e assegurar o sucesso das medidas
individuais de proteo a sade do trabalhador.
O uso correto dos EPI um tema que vem evoluindo rapidamente e exige a
reciclagem contnua dos profissionais que atuam na rea de cincias agrrias
atravs de treinamentos e do acesso a informaes atualizadas. Bem
informado, o profissional de cincias agrrias poder adotar medidas cada vez
mais econmicas e eficazes para proteger a sade dos trabalhadores, alm de
evitar problemas trabalhistas.
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ENXADA
Para capinar,
revolver a terra,
incorporar adubos,
acertar bordas e
superfcies do
canteiro (manter a
lmina afiada
PAZINHA
A colher do jardineiro faz
transplante com torro,
covas, ajuda a montar
vasos e a manipular
produtos.
CARRINHO DE MO
Serve de transporte a
todo tipo de material:
terra, composto orgnico,
mudas, ferramentas,
produtos colhidos.
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SACHO
Prepara sulcos e
covas pequenos e,
entre as linhas
plantadas, elimina
espcies invasoras
e afofa a terra.
CAVADEIRA
A de boca serve para abrir
buracos e simultaneamente
remover terra e preparar
covas (manter sempre
afiada)
VASSOURA DE JARDIM
Deve ser resistente e fcil
de lavar para suportar a
limpeza do jardim,
retirando inclusive os
rastros de terra.
TESOURA DE
PODA
Faz a primeira
poda do gramado
e cortes de rotina
em reas
pequenas e pontos
que a roadeira
no alcana
FIRMINO
Tambm conhecido como
despraguejador, elimina as
ervas daninhas cortando-
as, literalmente, pelas
razes.
SERROTE DE PODA
Elimina galhos grossos,
tarefas que deve estar em
conformidade com as
normas de supresso de
espcies arbreas.
CHIBANCA
Usada para
revolver a terra,
incorporar adubos
VANGA
A p reta, como tambm
identificada, faz covas e
acerta a forma de canteiros
CANIVETE
Conforme o formato e a
lmina, serve para podar,
estaquear, enxertar e
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a ela, fazer covas,
retirar as plantas a
ser transplantadas.
(manter sempre afiada). para a mergulhia (manter
sempre afiado).
RASTELO
Conhecido como
ancinho, faz a
limpeza de folhas,
a retirada de
torres e pedras e
d acabamento ao
plantio.
MANGUEIRA
Equipamento apropriado
para irrigar em
reas maiores (o jato de
gua muito forte pode
machucar as plantas)
PULVERIZADOR
Seja do tipo manual ou os
que prendem nas costas
utilizado para aplicar
defensivos e adubao
foliar.
PEDRA DE
AMOLA
Instrumento bsico
de manuteno,
serve para manter
amoladas as
ferramentas que
precisam ter bom
corte.
REGADOR
Existem vrios tipos de
bicos e crivos, indicados
para irrigao correta de
cada tipo de terra
TRENA
Instrumento de medio
usado para aferir a rea
do jardim, medir e
determinar canteiros,
caminhos e distncias.
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SOLO
Solo um corpo de material inconsolidado, que recobre a superfcie terrestre
emersa, entre a litosfera e a atmosfera. Os solos so constitudos de trs fases:
slida (minerais e matria orgnica), lquida (soluo do solo) e gasosa (ar).
O solo formado a partir da modificao da rocha de origem (material duro
mais conhecido como pedra), mediante a ao integrada dos elementos
climticos (chuva, vento, gelo e temperatura) e de organismos vivos (fungos,
liquens e outros) que ao longo do tempo vo decompondo quela rocha
originria em gros cada vez menores, at transform-la em um material
solto e macio, denominado mineral.
O solo leva vrios sculos ou at milhes de anos para se formar, sob a ao
dos agentes naturais (intemperismo).
Deste modo o solo representado pela expresso:
NOTA:
Funo dos organismos vivos: Os animais (microorganismos, insetos,
minhocas, etc), as plantas e o prprio homem ajudam na transformao do
solo, ao misturar e decompor matria orgnica (restos de animais e vegetais
mortos) com o material granular e solto, em que se tornou quela rocha
original. Alm disso, os seres vivos quando morrem tambm vo sendo
decompostos e misturados com o material macio e fofo, formando o solo.
Esta decomposio fornece os elementos nutricionais essenciais ao
desenvolvimento das plantas.
Pedognese
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Pedognese o processo qumico e fsico de alterao (adio, remoo,
transporte e modificao) que atua sobre um material litolgico, originando um
solo.
Solos esto constantemente em desenvolvimento, nunca estando estticos, por
mais curto que seja o tempo considerado. Ou seja, desde a escala
microscopia, diariamente, h alterao por organismos vivos no solo, da
mesma forma que o clima, ao longo de milhares de anos, modifica o solo.
Dessa forma, temos solos na maioria recentes, quase nunca ultrapassando
idades Tercirias.
Geralmente, o solo descrito como um corpo tridimensional, podendo ser,
porm, ao se considerar o fator tempo, descrito como um sistema de quatro
dimenses: tempo, profundidade, largura e comprimento.
Um solo o produto de uma ao combinada e concomitante de diversos
fatores. A maior ou menor intensidade de algum fator pode ser determinante na
criao de um ou outro solo. So comumente ditos como fatores da formao
de solo: clima, material de origem, organismos, tempo e relevo.
Funes do solo
Principal substrato utilizado pelas plantas para o seu crescimento (H2O, O2 e
nutrientes) e disseminao;
Reciclagem e armazenamento de nutrientes e detritos orgnicos;
Controlo do fluxo da gua e ao protetora da qualidade da gua subterrnea;
Habitat para a fauna do solo.
Composio do solo
composto de 4 partes:
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gua (localiza-se no interior do solo em pequenos espaos chamados de
poros e utilizada pelas razes das plantas e pelos microorganismos).
Ar (a situao igual ao da gua).
Mineral (resultado da decomposio da rocha de origem).
Divide-se em 3 fraes principais, de acordo com o seu tamanho:
Areia (a parte mais grossa. Ex; areia da praia)
Silte (parte um pouco mais fina. Ex: limo)
Argila (parte muito pequena e que s pode ser visualizada atravs de
microscpio. Ex: o barro).
Matria orgnica (restos de animais e plantas)
Estes 4 elementos componentes do solo encontram-se misturados uns aos
outros.
O solo se assemelha a uma esponja destas que usamos para banho, tendo ar
e gua nos espaos de seu interior.
Organizao do solo
Como o corpo humano, o solo tambm tem a sua organizao.
Basicamente, ele se apresenta como um bolo recheado, com camadas
sobrepostas e distintas.
Aps o material de origem (rocha) ser decomposto e depositado, conforme j
explicado anteriormente, processa-se a diferenciao das camadas mais ou
menos paralelas a superfcie e denominadas de HORIZONTES.
Estes horizontes podem apresentar cores diferentes, sendo que a primeira
camada apresenta uma colorao mais escura (devido ao acmulo de restos
de vegetais e animais no solo) e nesta camada, que os vegetais iniciam o seu
crescimento. chamado de horizonte A e os abaixo desta primeira camada,
so chamados de horizontes B e C.
Estes horizontes que formam as camadas do solo podem ser melhores
visualizados em barrancos s margens de estradas ou quando abrimos um
poo de cerca de 2 metros de profundidade. Na realidade, ns estamos
visualizando o que se chama de perfil do solo.
Nos campos, observamos diferentes tipos de vegetao e plantaes e que
so, na maioria, devido aos diversos tipos de solo sobre os quais se
desenvolveram.
A cor uma das caractersticas que mais chama a ateno, podendo fornecer
indcios sobre a composio, propriedade e origem do solo. A cor est
relacionada com os teores de matria orgnica, umidade e predominncia de
determinados compostos qumicos (xido de ferro).
Assim, temos na natureza solos de colorao amarela, vermelha, cinza
azulado, marrom escuro, branca (areia da praia).
A textura de um horizonte pode ser mais dura que o do outro, filtrar mais rpido
a gua e/ou permitir que as razes cresam mais ou menos rpida.
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Classificao quanto granulometria
Solos arenosos
So aqueles que tem grande parte de suas partculas classificadas na frao
areia, de tamanho entre 0,05 mm e 2 mm, formado principalmente por cristais
de quartzo e minerais primrios. Os solos arenosos tm boa aerao e
capacidade de infiltrao de gua. Certas plantas e microorganismos podem
viver com mais dificuldades, devido pouca capacidade de reteno de gua.
Solos siltosos
So aqueles que tem grande parte de suas partculas classificadas na frao
silte, de tamanho entre 0,05 e 0,002mm, geralmente so muito erosveis. O
silte no se agrega como as argilas e ao mesmo tempo suas partculas so
muito pequenas e leves. So geralmente finos.
Solos argilosos
So aqueles que tem grande parte de suas partculas classificadas na frao
argila, de tamanho menor que 0,002mm (tamanho mximo de um colide). No
so to arejados, mas armazenam mais gua quando bem estruturados. So
geralmente menos permeveis, embora alguns solos brasileiros muito argilosos
apresentam grande permeabilidade - graas aos poros de origem biolgica.
Sua composio de boa quantidade de xidos de alumnio (gibbsita) e de
ferro (goethita e hematita). Formam pequenos gros que lembram a sensao
tctil de p-de-caf e isso lhes d certas caratersticas similares ao arenoso.
Tipos de solo
As plantas precisam de solo para fixar-se e armazenar gua e sais minerais.
Em mdia, metade do volume do solo formada por espaos cheios de ar e
gua. As plantas se alimentam e tambm respiram pelas razes, no s pelas
folhas. Quando os espaos so pequenos demais, como em solo muito
argiloso, diz-se que o solo pesado (se voc tentar remexer lama com a p,
logo saber por qu). Quando os espaos so maiores, como no solo arenoso,
diz-se que o solo leve. Em solo muito pesado, que no d passagem gua,
as razes podem morrer afogadas, devido falta de oxignio.
A textura do solo portanto, pode ser em alguns casos, at mais importante do
que sua composio qumica.
Mas, para resumir todos os resumos, saiba que voc pode cultivar quase
qualquer planta, de cactos a samambaias, numa mistura de terra argilosa de
jardim, areia de construo e terra vegetal, em partes iguais.
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Se a receita acima pode ser chamada de Mistura Universal, o "Tipo O" de
todos os solos, mas nem por isso se deve excluir a possibilidade real de variar
os ingredientes, suprimir um ou outro e adicionar uma infinidade de requintas
substncias.
P de xaxim e vermiculita podem tornar mais fofa a Mistura Universal.
A vermiculita um produto derivado da vermiculita crua (mineral) e que aps
passar por processos industriais um excelente hidratante natural das plantas,
evita a compactao do solo, melhora o crescimento das plantas, mantm a
umidade do solo por at 15 dias sem rega e no tem cheiro.
excelente para o uso agrcola.
Acidez e Alcalinidade
A composio qumica do solo naturalmente pode ser decisiva. Certas plantas,
necessitam de solo cido para serem cultivadas com sucesso e outras
dificilmente crescem bem em solo cido.
O solo cido ou "azedo" tende a ser escuro, s vezes com a superfcie coberta
pelo verde de algas. O solo alcalino ou "doce", tende a ser claro, s vezes
esbranquiado. Entre as plantas acidgilas (gostam de cido) que preferem
solo cido (pH 6 a 6,5) esto azalas, begnias, camlias, ciclames, gardnias
(jasmim-do-cabo), magnlias (arbusto), violetas-africanas, urzes.
Entre as que preferem solo alcalino esto espcies de buxo, cravo, lrio,
pinheiro, slvia.
A acidez ou a alcalinidade do solo se m