apostila administração financeira
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Administração financeiraTRANSCRIPT
UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – UNOESC
Campus de São Miguel do Oeste Área de Ciências Sociais Aplicadas
Curso de Administração Componente Curricular: Administração Financeira
Carga horária: 60 horas/aula - 04 créditos
7ª fase - 1º semestre/2015
Prof. Adm Alex Fagner Martiny CRA/SC 20.938
Administração Financeira 2015/1
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1. CONCEITOS BÁSICOS
1.1 O que são Finanças?
No nível macro, as finanças são o campo de estudo de instituições financeiras e mercados
financeiros e como funcionam dentro do sistema financeiro. No nível micro, as finanças são o
estudo do planejamento financeiro, da gestão de ativos e da captação de fundos por empresas e
instituições financeiras.
1.2 Administração Financeira
A Administração Financeira diz respeito às responsabilidades do administrador financeiro
numa empresa. Eles administram ativamente as finanças de todos os tipos de empresas,
financeiras ou não financeiras, privadas ou públicas, grandes e pequenas, com ou sem fins
lucrativos. Eles desempenham uma variedade de tarefas, tais como orçamentos, previsões
financeiras, administração do caixa, administração do crédito, análise de investimentos e
captação de fundos. Nos últimos anos, as mudanças no ambiente econômico e regulatório
elevaram a importância e a complexidade das responsabilidades do administrador financeiro.
Como resultado, muitos altos executivos da indústria e do governo provêm da área financeira.
A maioria das decisões empresariais são medidas em termos financeiros, o administrador
financeiro desempenha um papel crucial na operação da empresa. As pessoas de todas as áreas
de responsabilidade da empresa – contabilidade, produção, marketing, recursos humanos,
pesquisas e assim por diante – necessitam interagir com o pessoal de finanças, para realizar seu
trabalho. Todos têm de justificar necessidades de acréscimos nos orçamentos, pois, devem
preocupar-se com a avaliação do desempenho financeiro e defender propostas que tenham, pelo
menos em parte, méritos financeiros, para conseguir recursos da alta administração.
Naturalmente, o pessoal de finanças, para fazer previsões úteis e tomar decisões, precisa ter a
disposição e a capacidade de conversar com todos, dentro da empresa.
1.3 A Administração Financeira na empresa
O porte e a relevância da função de administração financeira dependem do tamanho da
empresa. Nas pequenas empresas, a função financeira geralmente é desempenhada pelo
departamento de contabilidade.
À medida que a empresa cresce, a função financeira se transforma em um departamento
separado, diretamente ligado ao presidente da empresa, com a supervisão do diretor financeiro.
1.4 Qual o principal objetivo da Administração Financeira?
O principal objetivo da Administração Financeira é o de maximizar a riqueza dos
sócios/acionistas. Para tanto, as atribuições do Administrador Financeiro podem ser sintetizadas
em três atividades básicas:
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Realizar Análise e Planejamento Financeiro;
Tomar Decisões de Investimentos; e
Tomar Decisões de Financiamento.
As atividades empresariais envolvem recursos financeiros e orientam-se para a obtenção
de lucros. Os recursos investidos na empresa pelos proprietários (capital próprio – Patrimônio
Líquido) e por terceiros (capital de terceiros – Passivo não circulante) encontram-se aplicados
em ativos empregados na produção e/ou comercialização de bens ou na prestação de serviços.
As receitas obtidas com as operações devem ser suficientes para cobrir todos os custos e
despesas incorridas e ainda gerar lucros. Paralelamente a esse fluxo econômico de resultados
ocorre uma movimentação de numerário que deve permitir a liquidação dos compromissos
assumidos, o pagamento de dividendos e a reinversão da parcela remanescente dos lucros.
Neste contexto, a função financeira compreende um conjunto de atividades relacionadas
com a gestão dos recursos (tanto o numerário movimentado pelas empresas, quanto os direitos e
obrigações decorrentes das transações realizadas a crédito) movimentados por todas as áreas da
empresa. Tal função, que possui um papel muito importante no desenvolvimento de todas as
atividades operacionais, é responsável pela obtenção dos recursos necessários e pela formulação
de uma estratégia voltada para a otimização da aplicação desses recursos, contribuindo
significativamente para o sucesso do empreendimento.
O administrador financeiro gere ativamente a área financeira de qualquer tipo de
organização, seja ela pública ou privada, grande ou pequena, com ou sem fins lucrativos.
1.5 Atribuições do Administrador Financeiro de uma Organização
Em termos gerais, o que chamamos de administrador financeiro, qualquer que seja o
título específico de seu cargo - diretor financeiro, tesoureiro, controlador, vice-presidente de
finanças, gerente financeiro, etc. - é o indivíduo ou grupo de indivíduos preocupados com: (1) a
obtenção de recursos monetários para que a empresa desenvolva as suas atividades correntes e
expanda a sua escala de operações, se assim for desejável, e (2) a análise da maneira (eficiência)
com a qual os recursos obtidos são utilizados pelos diversos setores e nas várias áreas de atuação
da empresa.
Via de regra, a função financeira caracteriza-se pela sua centralização e por estar situada
bem perto do nível mais alto da estrutura organizacional. Na verdade, administrador financeiro é
um membro do grupo assessor da alta direção de qualquer empresa.
Essa posição central tem duas explicações:
A utilização de uma administração financeira centralizada permite a obtenção de
economias de escala no levantamento de recursos, com a diluição máxima dos custos
fixos decorrentes da emissão de títulos ou negociação de empréstimos.
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Todas as decisões da empresa possuem aspectos financeiros vitais. Daí dizer-se também
estarem todos os aspectos de uma empresa sob as vistas da administração financeira.
Embora isso seja um exagero, sem dúvida é a função financeira a que mais claramente
possui uma visão global da empresa. Tal fato se verifica mais nitidamente ainda quando a
administração da empresa usa orçamentos globais, pois nesse caso o planejamento e o
controle em termos operacionais e financeiros, de curto e médio prazo, ficam sob a
supervisão efetiva de um setor da administração financeira - o setor de orçamentos.
Resumidamente, é possível afirmar que dentro da empresa podem ser avaliadas em
relação às demonstrações financeiras básicas da empresa. Suas três funções primordiais são:
a. Análise e planejamento financeiro – esta função envolve a (1) transformação dos dados
financeiros em uma forma que possa ser utilizada para orientar a posição financeira da
empresa e promover a sua continuidade; (2) avaliar a necessidade de aumento ou redução da
capacidade produtiva; e (3) determinar que tipo de financiamento adicional deve ser
realizado. Estas três atividades são sustentadas pelas decisões de natureza estratégica, tática e
operacional. Os demonstrativos contábeis, principalmente o Balanço Patrimonial e a
Demonstração do resultado do Exercício são importantes fontes de informações para
elaboração de análise e planejamento financeiro. Cabe ressaltar que o enfoque do caixa é
essencial para o gestor financeiro. Assim, a utilização dos Fluxos de caixa também é
imprescindível, destacando a principal diferença entre a ótica do contador e a do
administrador. Enquanto o primeiro gera informações com base no regime de competência, o
segundo, precisa aplicá-las com base no regime de caixa, denotando a importância dos
Fluxos de caixa nesta atividade.
b. Administração da estrutura de ativo da empresa (Decisão de Investimento) – o
administrador financeiro determina a combinação e os tipos de ativos que fazem parte do
Balanço Patrimonial da empresa. Essa atividade está relacionada ao lado esquerdo do
Balanço. A composição refere-se ao montante de recursos aplicados em Ativos Circulantes e
em Ativos Permanentes (fixos). Depois que a composição estiver definida, o administrador
financeiro deve fixar e tentar manter níveis ótimos para cada tipo de ativo circulante. Deve
também decidir quais são os melhores ativos permanentes a adquirir e saber quando os ativos
existentes se tornarão obsoletos e precisarão ser modificados, substituídos ou liquidados. A
determinação da melhor estrutura de ativo para a empresa não é uma tarefa simples; requer o
conhecimento das operações passadas e futuras da empresa, e a compreensão dos objetivos
que deverão ser alcançados a longo prazo. Existem várias técnicas para avaliação destas
decisões como a Taxa Média de Retorno, Payback (Prazo de Retorno), VPL (valor Presente
Líquido) e TIR (Taxa Interna de Retorno).
c. Administração da estrutura financeira da empresa (Decisão de Financiamento) -
relaciona-se com o lado direito do Balanço Patrimonial da empresa e envolve as fontes de
recursos. Dois enfoques sustentam esta atividade do administrador financeiro: (1) qual a
composição mais apropriada entre financiamento a curto e a longo prazo deve ser
estabelecida, esta é uma decisão importante, pois afeta tanto a lucratividade da empresa como
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sua liquidez global; e (2) quais as fontes individuais de financiamento, a curto ou a longo
prazos, são as melhores, em dado momento. Algumas decisões dessa natureza exigem uma
análise profunda das alternativas disponíveis, de seus custos e de suas implicações em longo
prazo. O Custo Médio Ponderado de Capital é uma medida eficaz para este tipo de decisão.
Fonte: Gitman, 2009
1.6 Oportunidades de carreira em administração financeira
Analista Financeiro: Basicamente, prepara os planos financeiros e os orçamentos da
empresa. Entre suas tarefas estão previsões financeiras, comparações financeiras e
trabalho em contato próximo com a contabilidade.
Gerente de investimentos: Avalia e recomenda aquisições de ativos. Pode envolver-se
com aspectos financeiros da implantação de investimentos aprovados.
Gerente de financiamento: Nas empresas maiores, obtém financiamento para os
investimentos aprovados, coordena consultores de projetos de bancos de dados e
assessores jurídicos.
Gerente de caixa: Mantém e controla os saldos diários de caixa da empresa. Com
frequência, gere as atividades de recebimento e pagamentos e as aplicações financeiras de
curto prazo; coordena o financiamento de curto prazo e as relações com os bancos.
Analista/gerente de crédito: Administra a política de crédito, avaliando solicitações de
crédito. É quem toma as decisões relativas à concessão de crédito, monitora e executa a
cobrança de contas a receber.
Gerente de fundo de pensão: Nas grandes empresas, supervisiona ou administra os
ativos e passivos do fundo de pensão dos funcionários.
Gerente de operações de câmbio: Gere operações internacionais específicas e a
exposição da empresa a flutuações de taxas de câmbio.
Administrador
Financeiro
Alternativa
de decisão
financeira
Aumenta o
preço da
ação?
Não
Sim Aceitar
Rejeitar
Risco?
Retorno?
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1.7 Objetivo da empresa e os grupos de interesse.
Os grupos de interesse incluem todos os indivíduos com algum vínculo econômico direto
com a empresa, como:
Funcionários;
Clientes;
Fornecedores;
Credores;
Proprietários.
Esse ponto de vista, que leva em conta os outros grupos de interesse, indica que a
empresa deve fazer um esforço deliberado para evitar ações prejudiciais à riqueza desses grupos.
Diz-se que essa é uma visão ‗socialmente responsável‘.
Pergunta: De que formas ações prejudiciais praticadas pela empresa podem afetar
negativamente cada um dos grupos de interesse citados anteriormente?
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1.8 O papel da ética
Ética é o conjunto de padrões de conduta ou julgamento moral — tem-se transformado
numa questão fundamental tanto em nossa sociedade quanto na comunidade financeira. As
violações éticas geram enorme publicidade. A publicidade negativa produz, em geral, impactos
também negativos sobre uma empresa.
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1.8.1 Análise dos aspectos éticos
Para avaliar a viabilidade ética de uma ação proposta, deve-se perguntar:
• A ação é arbitrária ou caprichosa? Concentra-se injustamente em um indivíduo ou grupo?
• A ação viola os direitos morais ou legais de algum indivíduo ou grupo?
• A ação está de acordo com os padrões morais aceitos?
• Existem alternativas de ação que tenderiam a causar menos danos efetivos ou potenciais?
1.8.2 Ética e o preço da ação
Os programas de comportamento ético procuram:
• Reduzir a ocorrência de litígios e os custos judiciais;
• Manter uma imagem positiva da empresa;
• Aumentar a confiança dos acionistas;
• Conquistar a lealdade, o comprometimento e o respeito dos diversos grupos de interesse
vinculados à empresa.
O resultado esperado de tais programas é um impacto positivo sobre o preço da ação da empresa.
Anotações:
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Para compreender melhor o papel da ética e o reflexo no preço das ações da empresa
vamos ler e debater o texto a seguir:
Texto para leitura e debate: Avaliação do objetivo da Sports Products, Inc.
Loren Seguara e Dale Johnson trabalham para a Sports Products Inc., um importante
fabricante de barcos de passeio e acessórios. Loren trabalha como auxiliar de escritório no
departamento de contabilidade, e Dale trabalha na área de embalagem do departamento de
entregas. Durante o horário de almoço, certo dia, os dois começaram a conversar a respeito da
empresa. Dale queixou-se de que sempre trabalhou duro, procurando não desperdiçar material de
embalagem e, em geral, realizar seu trabalho de maneira eficiente. Apesar dos esforços dele e
dos colegas de departamento, o preço da ação havia caído quase US$ 2,00 nos últimos nove
meses. Loren disse que compartilhava da frustração de Dale, particularmente porque os lucros da
empresa tinham subido. Nenhum dos dois conseguia entender por que o preço da ação estava
caindo, uma vez que o lucro da empresa subia.
Loren disse que havia visto documentos em que era descrito o plano de participação nos
lucros da empresa, segundo o qual, todos os administradores eram remunerado, em parte, com
base nos lucros. Ela afirmou que talvez fosse o lucro a coisa mais importante para os
administradores, pois afetava diretamente sua remuneração. Dale retrucou: ―Isso não faz sentido,
por que os acionistas são donos da empresa. Os administradores não deveriam fazer o que é
melhor para os acionistas? Algo está errado!‖ Loren respondeu: ―Bem isso talvez explique por
que a empresa não tem se preocupado com o preço da ação. Veja: os únicos lucros que os
acionistas recebem são os dividendos em dinheiro, e a empresa nunca pagou dividendos em toda
sua história, ou seja, em 20 anos. Portanto, como acionistas não nos beneficiamos diretamente
dos lucros. A única maneira de nos beneficiarmos é por meio da elevação do preço da ação‖.
Dale acrescentou: ―Isso provavelmente explica por que a empresa está sendo processada pelas
autoridades ambientais estaduais e federais, por despejar agentes poluidores no rio aqui perto.
Por que gastar dinheiro com controle da poluição? Isso aumentaria os custos, diminuiria os
lucros, e, como consequência, diminuiria a remuneração dos administradores!‖
Loren e Dale perceberam que o horário de almoço havia terminado e precisavam voltar
logo ao trabalho. Antes de sair, decidiram encontrar-se no dia seguinte para continuar a
discussão.
Fonte: Gitman, 2004, pg 22. Princípios de Administração Financeira.
Pergunta: Caso você fosse contratado por essa empresa para resolver esses problemas,
quais medidas você tomaria? Justifique.
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Texto para leitura e debate: A Ascensão do Administrador e a Decadência do Empresário. O caso
Sadia-Perdigão.
Stephen Kanitz
A fusão da Perdigão com a Sadia (na realidade, o salvamento da Sadia pela Perdigão) foi fruto de uma
mudança de mentalidade que vem ocorrendo no Brasil e que merece ser bem analisada.
A Perdigão foi fruto de uma gestão profissional de administradores competentes – não de sócios nem
de donos da empresa.
Nildemar Secches substituiu a família de empreendedores ou fundadores, os Brandalise, que venderam a
Perdigão em 1994 com problemas. A empresa foi comprada por fundações e fundos de pensão.
Eles substituíram a gestão familiar -- ou ―empreendedora‖ -- por uma gestão profissional.
No Estatuto da época, estava escrito que os administradores teriam de ser pessoas com escolaridade
acadêmica comprovada. Algo que a maioria dos ―empreendedores‖ não tinham.
De 1994 para cá, a Perdigão não parou de crescer e ultrapassou a Sadia, líder de mercado, mas ainda nas
mãos de duas famílias, Fontana e Furlan. Na realidade, nas mãos de filhos dessas famílias, sem o tino
comercial e o empreendedorismo dos pais.
Filhos de famílias outrora empreendedoras tendem a se preocupar com maximização de controle familiar.
Têm medo de perder, são conservadores. Você faria o mesmo.
Arriscar-se e perder tudo, nem pensar!
Preferem crescer a um ritmo menor, reinvestindo lucros, a crescer aceleradamente, mas perdendo controle
familiar e abrindo o capital, permitindo, inclusive, que fornecedores e trabalhadores possam participar no
sucesso da empresa.
Na Sadia, as duas famílias tinham poder sobre o diretor financeiro, que respondia diretamente ao
Conselho, e não ao Presidente da empresa, como seria em qualquer empresa profissional.
O diretor financeiro não era formado em administração financeira, e temia ser despedido pelo Conselho
se seguisse os preceitos da boa administração.
Um diretor financeiro profissional teria dito ao Conselho Familiar que especular com derivativos não
fazia parte do Objeto Social da empresa. “Nosso 'core business', senhores, é frango e suínos, e não
especular com câmbio”.
―Parágrafo 3º - É expressamente vedado e será nulo de pleno direito o ato praticado por qualquer
administrador da Companhia que a envolva em obrigações relativas a negócios e operações estranhas ao
objeto social, sem prejuízo da responsabilidade civil ou criminal, se for o caso, a que estará sujeito o
infrator deste dispositivo.‖
Mas empresas familiares e de “empreendedores” não seguem os preceitos da ciência da
administração; criam organogramas para satisfazer as vontades do ―empreendedor‖ e estatutos que não
precisam ser respeitados -- ―a lei somos nós‖, dizem os ―empreendedores‖.
Esta fusão fará da Sadia uma empresa profissional. O administrador financeiro será um administrador
financeiro, e não alguém ―especializado em arbitragens e distorções nos preços de mercado‖ sem
formação em administração.
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Alguém que saberá a diferença entre hedge e especulação. Que dirá aos Conselhos da Família: ―Quem
quiser especular que o faça na pessoa física, não nesta empresa, colocando em risco nossa
sustentabilidade e a segurança da nossa força de trabalho‖.
O triste desta história é que, apesar de 40 anos de má gestão, as duas famílias saíram com uma parcela
muito acima do que mereceriam da nova empresa.
Tinham 23% da Sadia, ficaram com 12% da Brasil Foods. Quase quebraram a Sadia, cujo patrimônio
beirava zero, dependendo de que hipóteses do futuro fossem usadas. E, mesmo assim, saíram ricos...
Por quê? Porque uma empresa com patrimônio dilapidado, quase zero, ainda vale muita coisa.
Vale a marca Sadia, construída pelos empreendedores originais. Vale a sinergia de ser comprada por uma
empresa maior e mais eficiente.
O que significa isso? Se a Perdigão comprar a Sadia, ela deixa de precisar da equipe de vendedores da
Sadia; é só aumentar a lista de produtos para vender. Antes eram dois vendedores visitando o mesmo
supermercado; agora só precisam de um. Era obvio que haveria demissões, e era óbvio que a diretoria não
poderia anunciar isto na imprensa antes de conversar com os próprios funcionários as serem
eventualmente demitidos.
Digamos que esta sinergia seja de 2 bilhões de reais, e de zero se as duas empresas não se juntarem.
Se você fosse Luiz Furlan, você diria: ―eu quero parte deste lucro da sinergia, apesar de não merecê-la,
porque a empresa agora é sua‖?
Se você fosse Nildemar Secches, você aceitaria oferecer uns R$ 600.000.000, ou até um bilhão, a mais na
compra porque a alternativa seria zero?
Para um administrador profissional, essas brigas de controle ou ―participação acionária‖ são menos
importantes, por isto Nildemar aceitou.
O importante para o administrador profissional é criar uma empresa mais eficiente e competitiva
internacionalmente, e não manter o controle acionário na família.
Se Nildemar Secches fosse um ―empreendedor‖ ou patriarca de uma família, provavelmente teria
recusado fazer a fusão, como fez o Rolim Amaro, da TAM
Os mesmos Fontana abortaram uma fusão entre a TAM e a Transbrasil, que teria criado uma empresa
internacional poderosa, a Tambrasil. Mas Rolim, outro empreendedor, jamais aceitou uma exigência
injusta como dividir a sinergia da nova empresa.
A fusão é um marco de uma nova era neste país. Enquanto nossos comentaristas estavam preocupados
com o fato de que muitos funcionários da Sadia iriam perder o emprego, deixaram de perceber que é
justamente disto que o Brasil precisa: empresas que possam competir com as enormes empresas
chinesas que teremos competindo com nossas empresas, daqui uns 10 anos, mais ou menos.
Fonte:http://blog.kanitz.com.br/2009/05/a-ascens%C3%A3o-do-administrador-e-a-decad%C3%AAncia-doempres%
C3%A1rio-o-caso-sadiaperdig%C3%A3o-.html Acessado em: 12.06.2009
Pergunta: A empresa agiu com ética preservando os interesses dos indivíduos elencados
anteriormente? Justifique.
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Dados coletados das demonstrações de resultados da Empresa Sadia S.A. para análise e
compreensão do texto anterior:
Fonte: Sadia S.A. (2009)
Fonte: Sadia S.A. (2009)
Anotações:
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2. ESTRUTURA E INTERPRETAÇÕES FINANCEIRAS
Também chamadas de demonstrações contábeis, as demonstrações financeiras são
consideradas um conjunto de informações apuradas e divulgadas pelas empresas, revelando os
vários resultados de seu desempenho em determinado exercício. Por meio das demonstrações, é
possível obter conclusões sobre a efetiva situação da empresa.
O foco do estudo será a Demonstração de Resultados (DRE), Demonstração de Fluxo de
Caixa (DFC) e o Balanço Patrimonial (BP).
DRE: Sua finalidade é apurar o lucro ou prejuízo do exercício para depois ser transferido
o resultado para os lucros ou prejuízos acumulados. O Demonstrativo engloba as receitas,
despesas, ganhos e perdas apurados por regime de competência, independentemente, portanto, de
seus pagamentos e recebimentos.
DFC: Demonstra os recebimentos e os pagamentos efetuados pela empresa em caixa,
bem como suas atividades de investimentos e financiamentos. A DFC pode ser elaborada pelo
método direto (a partir da movimentação no caixa da empresa) ou indireta (a partir do resultado,
isto é, a partir do lucro ou prejuízo). OBS: O método que será utilizado no estudo será o direto.
Balanço Patrimonial: O balanço patrimonial pode ser resumidamente dividido em 03
partes: Ativo, Passivo e Patrimônio líquido.
Para melhor compreensão do Balanço patrimonial será montado de uma forma sintetizada
um balanço com dados hipotéticos conforme exercício a seguir:
Anotações:
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Exercício: Utilize os itens apropriados da lista a seguir para elaborar, no formato
adequado o balanço de uma empresa (Dados hipotéticos):
Dados Valor (mil) Ativo/Passivo/DRE
Período 31/12/20xx
Contas a pagar
220
Contas a receber
450
Despesas a pagar
55
Depreciação acumulada
265
Prédios
225
Caixa
215
Ações ordinárias (valor nominal)
200
Custo dos produtos vendidos
2.500
Despesa de depreciação
45
Equipamentos
140
Móveis e aparelhos/instalações
170
Despesas gerais
320
Estoques
375
Terrenos
100
Dívidas de longo prazo
420
Máquinas
420
Aplicações financeiras de curto prazo 75
Instituições financeiras a pagar
475
Ações preferenciais
250
Lucros acumulados
310
Receita de vendas
3.600
Veículos
25
BALANÇO PATRIMONIAL (mil)
Ativos
Passivo e patrimônio líquido
Disponível
Contas a pagar
Aplicações financeiras de curto prazo Despesas a pagar
Contas a receber
Instituições financeiras a pagar
Estoques Passivo Circulante
Total ativo circulante
Total passivo não circulante
Terrenos
Passivo total
Equipamentos
Prédios
Ações preferenciais
Móveis e instalações Ações ordinárias
Veículos
Lucros Acumulados
Máquinas
Depreciação acumulada Patrimônio líquido
Ativo imobilizado
Ativo total
Total passivo e patrimônio líquido
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Agora que você já compreendeu melhor a estrutura do Balanço Patrimonial, poderá após
instruções do professor elaborar o que se pede nos 02 exercícios seguintes:
Estudo de Caso 1: Industrial ADM Ltda
Admita que dois sócios abram uma empresa no setor de indústria com um capital de R$
30.000,00 (Trinta mil reais), sendo 60% de capital próprio e 40% financiado por um banco, a
juros compostos de 2% ao mês pelo prazo de 12 meses pela Tabela Price.
A empresa pretende investir R$ 20.000,00 (Vinte mil reais) em imobilizado necessário à
produção e R$ 10.000,00 (Dez mil reais) para capital de giro. O plano de produção da empresa é
de 1.400 unidades por mês. As vendas serão 70% a vista e 30% a prazo com recebimento em 30
dias.
A empresa compra 1.400 unidades de matéria prima necessária para produção total a um custo
de R$ 30,00 (Trinta reais) a unidade. A política de compras da empresa é 50% com pagamento a
vista e 50% com pagamento em 30 dias.
O imobilizado será depreciado em 20 anos e a compra da matéria prima e a venda do produto é
feita dentro do mesmo Estado. A empresa paga ainda despesas fixas mensais de R$ 8.000,00
(Oito mil reais) e despesas administrativas de R$ 2.200,00 (Dois mil e duzentos reais).
Se o preço de venda é de R$ 60,00 (Sessenta reais), a alíquota de imposto de renda é de 15%, da
contribuição social de 9%, ICMS de 17%, IPI de 15%, PIS/COFINS de 9,25%. Considere as
vendas 1.300 unidades em janeiro e 1.360 em fevereiro com um índice de inadimplência de
1,5%.
Planilha de Amortização n Saldo Devedor Amortização Juros Prestação
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Orçamento de Compras
Janeiro Fevereiro Março
Compras
Pgto a vista
Pgto a prazo
15
Orçamento de Vendas
Janeiro Fevereiro Março
Vendas
Rec. a vista
Rec. 30 dias
Impostos sobre vendas e compras e saldo a pagar janeiro (R$)
Impostos Vendas Compras Saldo de impostos
IPI
ICMS
PIS e Cofins
Total
Impostos sobre vendas e compras e saldo a pagar fevereiro (R$)
Impostos Vendas Compras Saldo de impostos
IPI
ICMS
PIS e Cofins
Total
Cálculo do CPV:
Demonstração de Resultados
Histórico Janeiro Fevereiro
Receita de Vendas
(-) Impostos
Receita Líquida
(-) CPV
Lucro Bruto
(-) Despesas Fixas
(-) Despesas Adm.
(-) Perdas
EBITDA
(-) Depreciação
LAJIR
(-) Desp. Financeiras
LAIR
(-) IR/CS
Lucro Líquido
16
Demonstração do Fluxo de Caixa
Histórico Janeiro Fevereiro
Saldo Inicial
(+) Recebimentos
(+) Ctas. Receber
(-) Pgto a vista
(-) Ctas a pagar
(-) Impostos a pagar
(-) Financiamentos
(-) Despesas Fixas
(-) Despesas Administ
Saldo Final
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO Mês 0 Janeiro Fevereiro
Caixa
Contas a receber
Estoque
Total do Ativo Circulante
Ativo Não Circulante
Imobilizado
(-) Depreciação Acumulada
Ativo Permanente Líquido
TOTAL DO ATIVO
PASSIVO
Contas a Pagar
Impostos a pagar
Financiamentos
Total do Passivo Circulante
Patrimônio Líquido
Capital Social
Lucros Acumulados
Total do Patrimônio Líquido
TOTAL DO PASSIVO + PL
Anotações:
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Estudo de Caso 2: Industrial ADM Ltda
Admita que dois sócios abram uma empresa no setor de indústria com um capital de R$
70.000,00 (Setenta mil reais), sendo 60% de capital próprio e 40% financiado por um banco, a
juros compostos de 1,5% ao mês pelo prazo de 18 meses pela Tabela Price.
A empresa pretende investir R$ 50.000,00 (Cinquenta mil reais) em imobilizado necessário à
produção e R$ 20.000,00 (Vinte mil reais) para capital de giro. O plano de produção da empresa
é de 1.400 unidades por mês. As vendas serão 60% a vista e 40% com prazo de 30 dias.
A empresa compra 1.400 unidades de matéria prima necessária para produção total a um custo
de R$ 35,00 (Trinta e cinco reais) a unidade. A política de compras da empresa é 50% com
pagamento a vista e 50% com pagamento em 30 dias.
O imobilizado será depreciado em 10 anos e a compra da matéria prima e a venda do produto é
feita dentro do mesmo Estado. A empresa paga ainda despesas fixas mensais de R$ 15.000,00
(Quinze mil reais) e despesas administrativas de R$ 5.100,00 (Cinco mil e cem reais).
Se o preço de venda é de R$ 62,00 (Sessenta e dois reais), a alíquota de imposto de renda é de
15%, da contribuição social de 9%, ICMS de 18%, IPI de 15%, PIS/COFINS de 9,25%.
Considere as vendas: De janeiro a março 1.350 unidades/mês e de abril a junho 1.410
unidades/mês.
Planilha de Amortização n Saldo Devedor Amortização Juros Prestação
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
18
Orçamento de Compras
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho
Compras
Pgto a Vista
Pgto Prazo
Orçamento de vendas
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho
Vendas
Rec. a Vista
Rec. 30 dias
Impostos sobre vendas e compras e saldo a pagar janeiro-março (R$)
Impostos Vendas Compras Saldo de impostos
IPI
ICMS
PIS e Cofins
Total
Impostos sobre vendas e compras e saldo a pagar abril-junho (R$)
Impostos Vendas Compras Saldo de impostos
IPI
ICMS
PIS e Cofins
Total
Cálculo do CPV:
Demonstração de Resultados
DRE Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Receita
(-) Impostos
Receita Líquida
(-) CPV
Lucro Bruto
(-) Despesas Fixas
(-) Despesas Adm.
(-) Perdas
EBITDA
(-) Depreciação
LAJIR
(-) Desp. Financeiras
LAIR
(-) IR/CS
Lucro Líquido
19
Demonstração do Fluxo de Caixa
DFC Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Saldo Inicial
(+) Recebimentos
(+) Ctas. Receber
(-) Pgto a vista
(-) Ctas a pagar
(-) Impostos
(-) Financiamentos
(-) Despesas Fixas
(-) Despesas Adm.
Saldo Final
Balanço Patrimonial
ATIVO Mês 0 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Caixa
Contas a Receber
Estoque
Total Ativo Circulante
Ativo Não Circulante
Imobilizado
(-) Depreciação Acumul.
Ativo Permanente Líq.
TOTAL DO ATIVO
PASSIVO
Contas a Pagar
Impostos
Financiamentos
Total Passivo Circulante
Patrimônio Líquido
Capital
Lucros Acumulados
Total do Patrimônio Líq.
TOTAL DO PASSIVO +PL
Anotações:
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
20
Estudo de Caso 3: Industrial Ltda (Continuação)
O plano de produção da empresa aumentou para 1.900 unidades por mês. Sua política de vendas
também mudou sendo 50% a vista, 50% a prazo com recebimento em 30 dias.
A empresa compra 1.900 unidades de matéria prima necessária para produção total a um custo
de R$ 39,00 (Trinta e nove reais) a unidade. A política de compras da empresa é 50% com
pagamento a vista e 50% com pagamento em 30 dias.
O novo imobilizado será depreciado em 10 anos. A compra da matéria prima e a venda do
produto são feitas dentro do mesmo Estado. A empresa agora paga despesas fixas mensais de R$
19.000,00 (Dezenove mil reais) e despesas administrativas de R$ 6.800,00 (Seis mil e oitocentos
reais).
O preço de venda é agora é de R$ 60,00 (Sessenta reais), a alíquota de imposto de renda é de
15%, da contribuição social de 9%, ICMS de 18%, IPI de 15%, PIS/COFINS de 9,25%.
Considere as vendas nos meses julho à setembro da empresa de 1.550 unidades por mês, porém
devido a uma crise econômica suas vendas despencaram para 950 unidades nos últimos 03 meses
do ano.
OBS.: A empresa contraiu novo empréstimo no valor de R$ 25.000,00 (Vinte e cinco mil reais)
em 12 meses a taxa de 2,0% a.m. pela tabela price. Investiu todo o valor em imobilizado para
aumento de sua capacidade produtiva.
Pede-se desenvolver exercício conforme planilhas a seguir:
Planilha de amortização
n Saldo Devedor Amortização Juros Prestação
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
21
Orçamento de compras
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro
Compras
Pgto a Vista
Pgto Prazo
Orçamento de vendas
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro
Vendas
Rec. a Vista
Rec. 30 dias
Impostos sobre vendas e compras e saldo a pagar julho-setembro (R$)
Impostos Vendas Compras Saldo de impostos
IPI
ICMS
PIS e Cofins
Total
Impostos sobre vendas e compras e saldo a pagar outubro-dezembro (R$)
Impostos Vendas Compras Saldo de impostos
IPI
ICMS
PIS e Cofins
Total
Cálculo do CPV:
Demonstração de Resultados
DRE Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Receita
(-) Impostos
Receita Líquida
(-) CPV
Lucro Bruto
(-) Despesas Fixas
(-) Despesas Adm.
(-) Perdas
EBITDA
(-) Depreciação
LAJIR
(-)Desp. Financeiras
LAIR
(-) IR/CS
Lucro Líquido
22
Demonstração do Fluxo de Caixa
DFC Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Saldo Inicial
(+) Recebimentos
(+) Ctas. Receber
(-) Pgto a vista
(-) Ctas a pagar
(-) Impostos
(-) Financiamentos
(-) Despesas Fixas
(-) Despesas Adm.
Saldo Final
Balanço Patrimonial
ATIVO Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Caixa
Contas a Receber
Estoque
Impostos a recuperar
Total Ativo Circulante
Ativo Não Circulante
Imobilizado
(-) Depreciação Acumul.
Ativo Permanente Líq.
TOTAL DO ATIVO
PASSIVO
Contas a Pagar
Impostos
Financiamentos
Total Passivo Circulante
Patrimônio Líquido
Capital
Lucros Acumulados
Total do Patrimônio Líq.
TOTAL DO PASSIVO +PL
Anotações:
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
23
3. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (Análises vertical e horizontal)
As análises horizontais e verticais tratam-se de uma técnica simples e ao mesmo tempo
importante no que se refere à riqueza de informações para a avaliação do desempenho
empresarial.
A análise horizontal (AH) permite a avaliação da evolução de vários itens de uma
demonstração financeira em intervalos de tempo como, por exemplo, 2012-2013, e a análise
vertical (AV) é um processo comparativo entre valores afins ou relacionáveis identificados numa
mesma demonstração financeira.
Pede-se elaborar análise Horizontal e Vertical das demonstrações financeiras da Sadia S.A.
conforme demonstrações que constam nesse material.
DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS (R$ MIL)
SADIA S.A. 2007 AV 2008 AV AH
Receita Operacional Bruta 9.909.973 12.191.896
Mercado Interno 5.319.918 6.606.836
Mercado Externo 4.590.055 5.585.060
(-) Tributos. Devoluções a abatimentos -1.201.832 -1.463.254
Receita Operacional Líquida 8.708.141 10.728.642
Custo dos Produtos Vendidos -6.312.130 -8.109.377
Lucro Bruto 2.396.011 2.619.265
Despesas com vendas -1.464.262 -1.727.067
Honorários de Administração -16.433 -20.165
Despesas administrativas -97.088 -139.197
Participação no resultado -83.128 -17.833
Outros Resultados operacionais 8.352 -5.901
Resultados não recorrentes -13.156 -11.689
Lucro Antes dos juros e impostos 730.296 697.413
Resultado Financeiro líquido 132.042 -3.892.336
Resultado da equivalência patrimonial 4.966 -2.927
Resultado Antes dos juros impostos e participações 867.304 -3.197.850
Provisão para IR e Contribuição Social -99.972 702.758
Resultado antes dos minoritários 767.332 -2.495.092
Participação dos acionistas minoritários -1.016 -10.258
Resultado Líquido 768.348 -2.484.834
EBITIDA 1.172.439 1.164.222
Fonte: Adaptado de Demonstrações de Resultado Sadia S.A. (2009)
Anotações:
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
24
4 ANÁLISE ECONÔMICA (INDICADORES ECONÔMICOS E FINANCEIROS)
A análise de índices envolve métodos de cálculo e interpretação de índices financeiros,
visando analisar e acompanhar o desempenho de uma empresa. É importante para acionistas,
credores e os próprios administradores da empresa.
A utilização e comparação de índices econômicos e financeiros
Análise de tendências ou séries temporais: Usada para avaliar o desempenho de uma
empresa com o passar do tempo.
Análise em corte transversal: Usada para comparar empresas diferentes no mesmo
momento.
Análise setorial comparativa: Usada para comparar o desempenho financeiro de uma
empresa ao desempenho médio do setor.
Análise combinada: A análise combinada simplesmente combina a análise de séries
temporais com a análise em corte transversal.
Precauções no uso da análise de índices
Os índices devem ser considerados em conjunto; um índice isolado significa muito
pouco.
As demonstrações financeiras comparadas devem se referir à mesma data ou ao mesmo
período.
Devem ser utilizadas demonstrações financeiras auditadas sempre que possível.
Os dados financeiros comparados devem ter sido produzidos do mesmo modo.
Deve-se ter cuidado com distorções causadas pela inflação.
A seguir podemos verificar um quadro resumo dos principais índices de Estrutura de capital,
Liquidez e Rentabilidade.
Pede-se: Utilizar fórmulas do quadro resumo e os demais índices para análise das
Demonstrações Financeiras da Sadia S.A e demais demonstrações financeiras serem
disponibilizadas pelo professor.
Prof Adm Alex Fagner Martiny CRA/SC 20.938
SÍMBOLO ÍNDICE FÓRMULA INDICA INTERPRETAÇÃO
1. CT/PL 2. PC/CT 3. AP/PL 4. AP/PL * ELP
Estrutura de Capital * Participação de Capitais de Terceiros (Endividamento) * Composição do Endividamento * Imobilização do Patrimônio Líquido * Imobilização dos Recursos não Correntes
Capitais de Terceiros x 100 Patrimônio Líquido Passivo Circulante x 100 Capitais de Terceiros Ativo Permanente x 100 Patrimônio Líquido Ativo Permanente x 100 Patrimônio Líquido + Passivo não Circulante
Quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada $ 100 de capital próprio. Qual o percentual de obrigações a curto prazo em relação às obrigações totais. Quantos $ a empresa aplicou no Ativo Permanente para cada $ 100 de Patrimônio Líquido. Que percentual dos Recursos não Correntes (Patrimônio) Líquido e Passivo não circulante) foi destinado ao Ativo Permanente.
Quanto menor, melhor. Quanto menor, melhor. Quanto menor, melhor. Quanto menor, melhor.
5. LG 6. LC 7. LS
Liquidez * Liquidez Geral * Liquidez Corrente * Liquidez Seca
Ativo Circulante + Ativo não Circulante Passivo Circulante + Passivo não circulante Ativo Circulante Passivo Circulante Ativo Circulante - estoques Passivo Circulante
Quanto a empresa possui de Ativo Circulante + Ativo não Circulante para cada R$ 1 de dívida total. Quanto a empresa possui de Ativo Circulante para cada $ 1 de Passivo Circulante. Quanto a empresa possui de Ativo Líquido (- estoques) para cada $ 1 de Passivo Circulante.
Quanto maior, melhor. Quanto maior, melhor. Quanto maior, melhor.
8. V/AT 9. LL/V 10. LL/AT 11. LL/PL
Rentabilidade (ou Resultados) * Giro do Ativo * Margem Líquida * Rentabilidade do Ativo * Rentabilidade do Patrimônio Líquido
Vendas Líquidas Ativo Lucro Líquido x 100 Vendas Líquidas Lucro Líquido x 100 Ativo Lucro Líquido x 100 Patrimônio Líquido
Quanto a empresa vendeu para cada $ 1 de investimento total. Quanto a empresa obtém de Lucro para cada $ 100 vendidos. Quanto a empresa obtém de Lucro para cada $ 100 de investimento total. Quanto a empresa obtém de Lucro para cada $ 100 de capital próprio investido, em média, no exercício.
Quanto maior, melhor. Quanto maior, melhor. Quanto maior, melhor. Quanto maior, melhor.
Prof Adm Alex Fagner Martiny CRA/SC 20.938
Prof Adm Alex Fagner Martiny CRA/SC 20.938
Fonte: JBS (2009)
Prof Adm Alex Fagner Martiny CRA/SC 20.938
Fonte: JBS (2009)
Prof Adm Alex Fagner Martiny CRA/SC 20.938
Fonte: Perdigão S.A. (2009)
Prof Adm Alex Fagner Martiny CRA/SC 20.938
Fonte: Perdigão S.A. (2009)
Prof Adm Alex Fagner Martiny CRA/SC 20.938
Fonte: Sadia S.A. (2009)
Prof Adm Alex Fagner Martiny CRA/SC 20.938
Fonte: Sadia S.A. (2009)
33
5 ADMINISTRAÇÃO DO ATIVO E DO PASSIVO CIRCULANTE
Custo do investimento marginal em valores a receber:
Este custo é obtido mediante a aplicação de uma taxa de retorno mínima exigida pela empresa
(para seus investimentos ativos) Sobre o investimento marginal (adicional) efetuado em valores a
receber.
O critério geral de análise de uma política de crédito, conforme será desenvolvido mais
adiante, prevê basicamente um confronto entre o retorno mínimo exigido pela empresa (ou o
custo do dinheiro utilizado no financiamento desse investimento adicional) e a variação em seus
resultados operacionais provocada pela introdução de determinada política de crédito (ou por
alterações em alguns de seus elementos). Evidentemente, se o custo for inferior ao resultado
operacional, sendo ambos medidos em termos marginais, tem-se uma atratividade econômica
pela aceitação da proposta, ocorrendo uma propensão de rejeição na situação inversa.
Mais claramente, uma maior liberalidade na prática de concessão descrédito de uma
empresa provoca normalmente um aumento das vendas (motivado por um maior volume de
vendas a prazo) e, consequentemente, de seus resultados. Outra consequência desse critério mais
frouxo de crédito, que conduz a um incremento das vendas a prazo, concentra-se na necessidade
de maiores investimentos em valores a receber.
Exemplificando: Uma empresa fabricante de peças para tomos mecânicos, está atualmente
vendendo um produto por R$ 10,00 a unidade. As vendas (todas a crédito) do ano mais recente
foram de 60.000 unidades. O custo variável unitário é de R$ 6,00 e o custo fixo total é de R$
120.000,00.
A empresa está pretendendo flexibilizar os padrões de crédito e espera-se que essa
medida acarrete um acréscimo de 5% nas vendas, para 63.000 unidades, um aumento no período
médio de cobrança (PMC) do seu nível atual de 30 para 45 dias, e um aumento no nível atual de
devedores duvidosos de 1% para 2% sobre as vendas. O retorno exigido pela empresa sobre
investimentos de igual risco, o qual corresponde ao custo de oportunidade do comprometimento
de fundos com as duplicatas a receber, é de 15% ao ano.
Para determinar se a Empresa deve adotar padrões de crédito mais flexíveis, é necessário
calcular o efeito sobre a contribuição adicional aos lucros, decorrentes das vendas, o custo do
investimento marginal em duplicatas a receber e o custo Marginal com devedores duvidosos.
Contribuição Adicional aos Lucros: Decorrentes das vendas pode-se calcular facilmente a
contribuição adicional aos lucros que se espera das vendas como resultado da flexibilidade dos
padrões de crédito. Como os custos fixos não mudam devido a alterações no nível de vendas,
apenas o custo variável unitário seria relevante na análise. Espera-se que as vendas aumentem
em 5%, ou 3.000 unidades. A margem de contribuição por unidade será igual à diferença entre o
preço unitário de venda (R$ 10,00) e o custo variável unitário (R$ 6,00), ou seja R$ 4,00.
Portanto, a contribuição adicional total aos lucros será de R$ 12.000,00 (3.000 unidades x R$
4,00 por unidade).
Custo do Investimento Marginal em Duplicatas a Receber: Pode-se calcular o custo do
investimento marginal em duplicatas a receber, obtendo-se a diferença entre o custo de manter
duplicatas antes e após a introdução dos padrões de crédito mais flexíveis. Como nossa única
preocupação refere-se às saídas efetivas de caixa, os custos variáveis constituem-se na variável
34
relevante da análise (os custos fixos não são afetados por essa decisão). O investimento médio
em duplicatas a receber pode ser calculado usando-se a seguinte fórmula:
Investimento médio em duplicatas a receber = Custo variável total das vendas anuais
Giro das duplicatas a receber
Onde: Giro das duplicatas a receber = 360
Período médio de cobrança
O custo variável total das vendas anuais sob os planos propostos e atual pode ser obtido
conforme descrito abaixo:
Custo variável total das vendas anuais:
Plano proposto: (R$ 6,00 x 63.000 unidades) = R$ 378.000,00
Plano atual: (R$ 6,00 x 60.000 unidades) = R$ 360.000,00
O cálculo do custo variável total para ambos os planos envolve o uso direto do custo
variável unitário de R$ 6,00. Assim, esse custo será de R$ 378.000,00 para o plano proposto e
R$ 360.000,00 para o plano atual. Portanto, a implementação do plano proposto causará uma
elevação dos custos variáveis em R$ 18.000,00.
O giro das duplicatas a receber refere-se ao número de vezes por ano que as duplicatas da
empresa são de fato, convertidas em caixa. Para encontrar o giro divide-se 360 pelo período
médio de cobrança (PMC).
Giro de duplicatas a receber:
Plano proposto: 360 = 8 Plano atual: 360 = 12
45 30
Pode-se ver que, com a implantação do plano proposto, o giro de duplicatas a receber
cairá de 12 para 8 vezes por ano.
Substituindo-se na equação os dados de custo e giro calculados acima para cada caso,
resultam os seguintes investimentos médios em duplicatas a receber:
Investimento médio em duplicatas a receber:
Plano proposto: R$ 378.000,00 = R$ 47.250,00 Plano atual: R$ 360.000,00 = R$ 30.000,00
8 12
Calcula-se o investimento marginal em duplicatas a receber, bem como seu custo, da seguinte
forma:
35
Custo do investimento marginal em duplicatas a receber:
Investimento médio com o plano proposto R$ 47.250,00
Investimento médio com o plano atual - (R$ 30.000,00)
Investimento marginal em duplicatas a receber = R$ 17.250,00
Multiplicado pelo retomo exigido sobre o investimento: 15%
= Custo do investimento marginal em D/R R$ 2.587,50
Deve estar claro que se calculou o custo de investir mais R$ 17.250,00 em D/R, multiplicando
por -15% (o retomo exigido sobre o investimento). O valor restante de R$ 2.587,50 é
considerado um custo, porque apresenta o valor máximo que poderia ter sido ganho sobre os R$
17.250,00, caso fosse aplicados na melhor alternativa de investimento de idêntico risco
disponível.
Custo marginal com devedores duvidosos:
Acha-se o custo marginal com devedores duvidosos, tomando a diferença entre o nível de
incobráveis antes e após a flexibilidade dos padrões de crédito conforme descrito a seguir:
Custo marginal com devedores duvidosos:
Plano proposto: (0,02 x R$ 10,00/unidade x 63.000 unidades) = R$ 12.600,00
Plano atual: (0,01 x R$ 10,00/unidade x 60.000 unidades) = R$ 6.000,00
Custo marginal com devedores duvidosos R$ 6.600,00
Observa-se que os custos devedores duvidosos são calculados utilizando-se o preço de
venda unitário (R$ 10,00) para cobrir não só a perda real do custo variável (R$ 6,00), que resulta
quando um cliente deixa de pagar sua conta, mas também a margem de contribuição unitária -
nesse caso, R$ 4,00 (R$ 10,00 - R$6,00) - que está incluída na "margem de contribuição
adicional aos lucros, decorrentes das vendas".
Para que uma empresa decida se deve afrouxar seus padrões de crédito, é preciso
comparar a contribuição adicional aos lucros com a soma do custo do investimento marginal em
duplicatas a receber, e o custo marginal dos devedores duvidosos. Se a contribuição adicional
exceder os custos marginais, os padrões de crédito devem ser afrouxados; caso contrário, os
padrões de crédito devem permanecer inalterados. Vejamos um exemplo:
Os resultados e principais cálculos relativos à decisão da empresa de flexibilizar seus
padrões de crédito já discriminamos acima. Pode-se observar que como a contribuição adicional
aos lucros, proveniente de maiores vendas, seria R$ 12.000,00, a qual excede a soma do custo do
investimento marginal em duplicatas a receber com o custo marginal dos devedores duvidosos, a
empresa deve flexibilizar seus padrões de crédito, conforme proposto. A adição líquida aos
lucros totais, resultante de tal ação, seria de R$ 2.812,50 por ano.
36
Efeitos de uma flexibilização dos padrões de crédito da empresa:
Contribuição adicional aos lucros R$ 12.000,00
(3,000 unidades x (R$10,00 - R$6,00)
Custo do investimento marginal em D/R
Investimento médio com o plano proposto:
(R$ 6,00 x 63.000 ) = R$ 378.000,00 R$ 47.250,00
8 8
Investimento médio com o plano atual
(R$6,00 x 60.000 ) = R$ 360.000,00 R$ 30.000,00
12 12
Investimento marginal em D/R R$ 17.250,00
Custo do investimento marginal em D/R (0,15 x 17.250) (R$ 2.587,50)
Custo marginal de devedores duvidosos
Com o plano proposto (0,02 x R$ 10,00 x 63.000) R$ 12.600,00
Com o plano atual - (0,01 x R$ 10,00 x 60.000) R$ 6.000,00
Custo marginal dos devedores duvidosos (R$ 6.600,00)
Lucro líquido proveniente da implementação do plano proposto R$ 2.812,50
A técnica aqui descrita para se tomar uma decisão sobre de crédito também é usada
frequentemente para avaliar outros tipos de mudanças na administração de duplicatas a receber.
Se a empresa do exemplo estivesse pensando em adotar padrões mais restritivos de crédito, o
custo teria sido uma redução na margem de contribuição, e o retomo teria sido uma redução no
custo marginal do investimento em duplicatas a receber e em devedores duvidosos.
Desconto financeiro:
Quando uma empresa começa a oferecer um desconto financeiro ou o aumento, podem-se
esperar os seguintes efeitos sobre o lucro:
Variável Direção da mudança Efeito sobre o lucro
Volume de vendas Aumenta Positivo
Investimento em duplicatas a receber devido a
clientes que não aproveitavam o desconto
financeiro e que passam a pagar mais cedo
Diminui
Positivo
Investimentos em duplicatas a receber devido a
novos clientes
Aumenta Negativo
Perdas com devedores duvidosos Diminui Positivo
Lucro por unidade Diminui Negativo
37
O volume de vendas deve aumentar, pois se uma empresa estiver disposta a pagar dentro
de dez dias, o preço por unidade cai. O efeito líquido sobre o investimento em duplicatas a
receber é de difícil previsão porque os clientes que não estavam aproveitando o desconto, passam
a preferi-lo e isso reduz o investimento em D/R, por outro lado, os novos clientes devem
provocar um aumento desse investimento. A perda com devedores duvidosos deve baixar, pois,
à medida que os clientes, em média, pagam mais cedo, a probabilidade de não recebimento deve
diminuir. Tanto a redução do investimento em D/R como a diminuição nas perdas com
devedores duvidosos devem ocasionar maiores lucros. O aspecto negativo de um aumento no
desconto financeiro é menos lucro por unidade, à medida que um maior número de compradores
aproveita o desconto e paga um preço reduzido.
Diminuir ou eliminar um desconto financeiro traria efeitos opostos. Os efeitos
quantitativos de mudanças dos descontos financeiros podem ser avaliados por um método
semelhante ao usado para avaliar alterações nos padrões de crédito.
Ex.: Suponha que a empresa esteja pretendendo introduzir um desconto financeiro de 2% para
o pagamento à vista. O atual período médio de cobrança é trinta dias [giro = (360/30) = 12, as
vendas a crédito montam em 60.000 unidades e o custo variável por unidade é R$ 6,00. A
empresa espera que, com a introdução do desconto financeiro, 60% de suas vendas passarão a ser
feitas com desconto e as vendas aumentarão em 5%, para 63.000 unidades. O período médio de
cobrança deve cair para quinze dias, giro = (360/15) = 24. Espera-se que a perda com devedores
duvidosos caia do nível atual de 1% para 0,5% das vendas. O retorno exigido pela empresa
sobre investimentos de igual risco permanece em 15%. Pode-se verificar que os cálculos são
bastante semelhantes aos apresentados para decisão dos padrões de crédito, exceto para o
elemento final, "Custo do desconto financeiro". Esse custo de R$ 7.560,00 reflete o fato de que
os lucros serão reduzidos em consequência de se aproveitar o desconto de 2% sobre 60% do
novo nível de vendas. A empresa pode aumentar o lucro em R$ 9.427,50 introduzindo o
desconto proposto; portanto, tal ação parece aconselhável. Esse tipo de análise também pode ser
aplicado a decisões quanto à eliminação ou redução de descontos financeiros.
Efeitos se introduzir um desconto financeiro na empresa:
Margem de contribuição adicional aos lucros
[3.000 unidades X (R$ 10,00 - R$ 6,00)] = R$ 12.000,00
Custo de investimento marginal em D/R
Investimento médio com o plano proposto:
(R$ 6,00 x 63.000) = R$ 378.000 R$ 15.750,00
24 24
Investimento médio com o plano atual:
(R$ 6,00 X 60.000) = R$ 360.000,00 R$ 30.000,00
12 12
Investimento marginal em D/R (R$14.250,00)
Custo do investimento marginal em D/R (0,15 X R$ 14.250,00) R$ 2.137,50
38
Custo marginal do devedores duvidosos
Com o plano proposto (0.005 X R$10,00 X 63.000) R$ 3.150,00
Incobráveis com o plano atual (0.01 X R$ 10,00 X 60.000) R$ 6.000,00
Custo marginal dos devedores duvidosos R$ 2.850,00
Custo do desconto financeiro (0.02 X 0.60 X $10,00 X 63.000) (R$ 7.560,00)
Lucro líquido proveniente da implementação do plano proposto R$ 9.427,50
Pode-se verificar que os cálculos são bastante semelhantes aos apresentados para decisão
dos padrões de crédito, exceto para o elemento final, "Custo do desconto financeiro". Esse custo
de R$ 7.560,00 reflete o fato de que os lucros serão reduzidos em consequência de se aproveitar
o desconto de 2% sobre 60% do novo nível de vendas. A empresa pode aumentar o lucro em R$
9.427,50 introduzindo o desconto proposto; portanto, tal ação parece aconselhável. Esse tipo de
análise também pode ser aplicado a decisões quanto à eliminação ou redução de descontos
financeiros.
Anotações:
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Exercícios:
1. A Empresa ADM Ltda está pensando em estender seu período de crédito de 36 dias para 48
dias. A empresa fatura R$ 4.450.000,00 anualmente pela venda que é equivalente a 445.000
unidades, enquanto seus custos variáveis são de R$ 7,70 para cada unidade. A mudança nas
condições de crédito deve elevar as vendas para R$ 4.700.000,00 ou 470.000 unidades e as
perdas com incobráveis devem subir de 1,2% para 1,5% das vendas. E empresa exige uma taxa
de retorno de 6,5% sobre investimentos de idêntico risco. Para sua conclusão de decisão você
deve realizar os seguintes cálculos:
a) Que contribuição adicional ao lucro proveniente das vendas será conseguida com a
mudança?
b) Qual a diferença entre o investimento médio em duplicatas a receber para o plano proposto e
atual?
c) Qual é o custo da diferença do investimento médio em duplicatas a receber?
d) Qual é o custo marginal das perdas com devedores duvidosos ou incobráveis?
e) Lucro ou prejuízo proveniente da implementação do plano e sua decisão?
f) Qual foi o percentual de perdas considerado sobre as novas vendas?
40
2. Você é responsável pela definição da estratégia da Empresa ADM Ltda e recebe uma proposta
do Gerente de Vendas para promover uma promoção que propõe um aumento nos prazos de
pagamentos de nossas vendas dos atuais 30 dias para 45 dias. Você como diretor financeiro deve
avaliar a proposta considerando que a empresa passaria a vender de 780.000 unidades por ano
para 790.500 unidades que são vendidos a R$ 12,00, conforme informação do próprio gerente de
vendas, e sua equipe financeira tem conseguido buscar recursos a 10,5% a.a. Sua área de
controladoria informou que atualmente nossos produtos estão atingindo R$ 10,20 de custo
variável por unidade. Observação feita pelo responsável do departamento de contas a receber de
que esta promoção proposta elevaria o percentual de devedores duvidosos dos atuais 1,1% para
1,3%. Para sua conclusão de decisão você deve realizar os seguintes cálculos:
a) Que contribuição adicional ao lucro proveniente das vendas será conseguida com a
mudança?
b) Qual a diferença entre o investimento médio em duplicatas a receber para o plano proposto e
atual?
c) Qual é o custo da diferença do investimento médio em duplicatas a receber?
d) Qual é o custo marginal das perdas com devedores duvidosos ou incobráveis?
e) Lucro ou prejuízo proveniente da implementação do plano e sua decisão?
f) Qual foi o percentual de perdas considerado sobre as novas vendas?
41
3. Você é responsável pela definição da estratégia da Empresa ADM Ltda e recebe uma proposta
do Gerente de Vendas para promover uma promoção que propõe uma aumento nos prazos de
pagamentos de nossas vendas dos atuais 25 dias para 40 dias. Você como diretor financeiro deve
avaliar a proposta considerando que a empresa passaria a vender de 785.000 unidades por ano
para 810.000 unidades que são vendidos a R$ 12,40, conforme informação do próprio gerente de
vendas, e sua equipe financeira tem conseguido buscar recursos a 16% a.a. Sua área de
controladoria informou que atualmente nossos produtos estão atingindo R$ 9,80 de custo
variável por unidade e estamos com um custo fixo anual de R$ 1.500.000,00. Observação feita
pelo responsável do departamento de contas a receber de que esta promoção proposta elevaria o
percentual de devedores duvidosos dos atuais 1% para 1,4%. Para sua conclusão de decisão você
deve realizar os seguintes cálculos:
a) Que contribuição adicional ao lucro proveniente das vendas será conseguida com a
mudança?
b) Qual a diferença entre o investimento médio em duplicatas a receber para o plano proposto e
atual?
c) Qual é o custo da diferença do investimento médio em duplicatas a receber?
d) Qual é o custo marginal das perdas com devedores duvidosos ou incobráveis?
e) Lucro ou prejuízo proveniente da implementação do plano e sua decisão?
f) Qual foi o percentual de perdas considerado sobre as novas vendas?
42
4. Suponha que a empresa ADM Ltda esteja pretendendo introduzir um desconto financeiro de
3% para o pagamento à vista. O atual período médio de cobrança é trinta dias [giro = (360/30) =
12, as vendas a crédito somam 60.000 unidades e o custo variável por unidade é R$ 6,00. A
empresa espera que, com a introdução do desconto financeiro, 50% de suas vendas passarão a ser
feitas com desconto e as vendas aumentarão em 6%, para 63.600 unidades. O período médio de
cobrança deve cair para vinte dias [giro = (360/20) = 18. Espera-se que a perda com devedores
duvidosos caia do nível atual de 1% para 0,5% das vendas. O retorno exigido pela empresa
sobre investimentos de igual risco permanece em 15%. Considere que o preço de venda unitário
é de R$ 10,00. Calcule o que se pede:
a) Que contribuição adicional ao lucro proveniente das vendas será conseguida com a
mudança?
b) Qual a diferença entre o investimento médio em duplicatas a receber para o plano proposto e
atual?
c) Qual é o custo da diferença do investimento médio em duplicatas a receber?
d) Qual é o custo marginal das perdas com devedores duvidosos ou incobráveis?
e) Qual é o custo do desconto financeiro?
f) Lucro ou prejuízo proveniente da implementação do plano e sua decisão?
43
5. Refazer o cálculo considerando um custo fixo de R$ 80.000,00.
g) Que contribuição adicional ao lucro proveniente das vendas será conseguida com a
mudança?
h) Qual a diferença entre o investimento médio em duplicatas a receber para o plano proposto e
atual?
i) Qual é o custo da diferença do investimento médio em duplicatas a receber?
j) Qual é o custo marginal das perdas com devedores duvidosos ou incobráveis?
k) Qual é o custo do desconto financeiro?
l) Lucro ou prejuízo proveniente da implementação do plano e sua decisão?
44
6. Você precisa avaliar em sua empresa qual necessidade de recursos a ser investido em estoque.
Em seu levantamento sobre as demonstrações financeiras contábeis você constatou um CPV de
R$ 944.000,00 para o ano e um giro de estoque de 12,2.
a) Calcule o período médio de estoque onde:
PME = 360
GE
b) Qual o investimento médio em estoque necessário onde:
IME= CPV
GE
7. Sua empresa espera uma oportunidade de crescimento em vendas e você está analisando a
necessidade de investimento em estoque. Situação atual: CPV R$ 548.000,00 no ano, com um
giro de estoque de 7,8. Situação proposta: CPV de R$ 685.000,00 com o giro reduzido em
função de um período médio de estocagem a maior em 21 dias. Qual a diferença no investimento
médio de estoque entre a situação atual e proposta?
45
8. Considerando um ciclo operacional de 61 dias, um período médio de pagamento em 24 dias.
a) Qual é o ciclo de caixa?
CC= CO - PMP
b) Qual é o giro de caixa?
GC= 360
CC
c) Observando um desembolso total anual de R$ 640.000,00, realize o cálculo para
determinação do caixa mínimo operacional.
CMO= Desembolso anual
GC
Abreviações:
CMO: Caixa mínimo operacional
CC: Ciclo de caixa
CO: Ciclo operacional
PME: Período médio de estoque
PMP: Período médio de pagamento
GE: Giro de estoque
GC: Giro de caixa
IME: Investimento médio em estoque
CPV: Custo do produto vendido
46
6. PONTO DE EQUILÍBRIO
Segundo Gitman (2009) O ponto de equilíbrio é usado para determinar o nível de
operações necessário para cobrir todos os custos operacionais e avaliar a rentabilidade associada
a diversos níveis de vendas.
Existe mais de uma forma de se calcular o ponto de equilíbrio, veja a seguir:
Ponto de equilíbrio operacional: consiste no nível de vendas necessário para cobrir todos os
custos operacionais. Nesse ponto o lucro antes de juros e impostos é igual a 0.
Ponto de equilíbrio econômico: consiste no nível de vendas necessário para cobrir todos os
custos operacionais e ainda um retorno desejado.
Ponto de equilíbrio financeiro: consiste no nível de vendas necessário para cobrir todos os custos
operacionais menos a despesa com depreciação.
Abaixo seguem as fórmulas:
Ponto de equilíbrio operacional:
PE$ = CDF`s X Preço de venda
Preço de venda - CDV`s
PE = CDF`s
Preço de venda - CDV`s
Ponto de equilíbrio econômico:
PEe$ = (CDF`s + Retorno Desejado) X Preço de venda
Preço de venda - CDV`s
PEe = CDF`s + Retorno Desejado
Preço de venda - CDV`s
Ponto de equilíbrio financeiro:
PEf$ = (CDF`s – Depreciação) X Preço de venda
Preço de venda - CDV`s
PEf = CDF`s - Depreciação
Preço de venda - CDV`s
47
Antes de começar a resolver alguns exercícios preencha a tabela a seguir para entender melhor
como funcionam os custos e despesas fixas e variáveis no cálculo do ponto de equilíbrio,
considere um custo fixo total de R$ 1.000,00 e um custo variável unitário de R$ 8,00 e o volume
de produção definido nos quadros:
Evolução dos custos fixos
Volume Custo Fixo Total Custo Fixo Unitário
10
50
100
500
1000
5000
10000
Evolução dos Custos Variáveis
Volume Custo Variável Total Custo Variável Unitário
10
50
100
500
1000
5000
10000
Agora resolva os problemas a seguir utilizando as fórmulas citadas anteriormente:
1. A Comercial de água Mineral Gasosa Ltda. compra seus produtos a R$ 3,00, revendendo por
R$ 5,00. Sabendo que a empresa apresenta gastos fixos da ordem de R$ 120,00 por mês,
pede-se calcular os gastos totais e unitários, além do resultado (lucro ou prejuízo), para a
empresa, supondo um volume de comercialização igual a 40, 80 e 120 unidades por mês.
Adicionalmente, Pede-se obter o ponto de equilíbrio operacional da empresa.
48
2. A loja dos Brinquedos Educativos Ltda. comercializa variados jogos de madeira. Os jogos
apresentam custo igual a R$ 17,00 e são vendidos por R$ 30,00. Sabendo que os gastos com
aluguéis, salários e demais itens classificados como fixos são iguais a R$ 8.000,00 por mês,
calcule o ponto de equilíbrio operacional em quantidade e em unidades monetárias da
empresa. De forma adicional, considere que a empresa paga 3% das vendas a título de
comissão e outros 7% a títulos de impostos.
3. Uma pequena pousada costuma cobrar uma diária igual a R$ 60,00 reais. Sabe-se que os
gastos fixos anuais associados à operação da pousada são iguais a R$ 24.000,00. Gastos
variáveis associados ao consumo de energia elétrica do ar condicionado e chuveiro dos
quartos, café da manhã e lavagem de toalhas e lençóis são iguais a R$ 8,00 reais por diárias.
Para poder vender seus pacotes de diárias e hospedagens, a pousada paga comissões sobre o
preço de venda igual a 10%. Pede-se obter: a) O ponto de equilíbrio em diárias por ano; b) o
lucro anual da operação, caso a empresa venda 800 diárias por ano.
49
4. Uma empresa comercial compra determinada mercadoria por R$ 40,00 e revende por R$
80,00. Sobre o preço de venda, a empresa considera a existência de impostos iguais a 17% e
comissões iguais a 8%. Gastos fixos com aluguel, salários, condomínio e diversos são iguais
a R$ 1.800,00 por mês. Calcule o ponto de equilíbrio operacional da empresa: a) em
quantidade. b) em unidades monetárias. c) encontre o lucro caso a empresa compre e venda
120 unidades em 01 mês.
5. Uma pequena loja de cartões postais compra uma centena de cartões por R$ 40,00,
vendendo-os a R$ 1,00 por unidade. Os gastos fixos da loja são iguais a R$ 1.000,00 por
mês e os vendedores, além dos salários já incluídos nos gastos fixos, recebem 10% de
comissão sobre vendas. A) qual a margem de contribuição unitária da empresa? B) qual o
ponto de equilíbrio mensal da empresa em unidades vendidas?
50
6. A Cia dos Doces Gulosos Ltda. verificou que seu volume de produção e vendas tem sido
igual a 20.000 unidades por mês. Seu custo fixo mensal é igual a R$ 60.000,00 e seu custo
variável unitário é igual a R$ 6,00. Pede-se: a) determine o preço mínimo a ser cobrado pela
empresa para obter um resultado nulo (lucro = zero) b) sabendo que a área financeira de
empresa deseja um lucro igual a R$ 40.000,00, calcule o preço a ser praticado pela empresa.
7. Comparações do ponto de equilíbrio:
Dadas as seguintes informações de custo e preço para cada uma das empresa A, B e C, responda:
Empresa A B C
Preço de venda unitário R$ 18,00 R$ 21,00 R$ 30,00
Custo variável unitário R$ 6,75 R$ 13,50 R$ 12,00
Custo operacional fixo R$ 45.000,00 R$ 30.000,00 R$ 90.000,00
a) Qual o ponto de equilíbrio operacional em unidades para cada uma das empresas?
b) Faça sua análise/comparação das empresas.
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8. Uma determinada empresa vende seu único produto a R$ 129,00 por unidade. Os custos
operacionais fixos anuais da empresa são de R$ 473.000, e seus custos operacionais variáveis
são de R$ 86,00 por unidade. Encontre o ponto de equilíbrio operacional da empresa, em
unidades.
9. Análise do ponto de equilíbrio:
Paulo está pensando em abrir uma loja de CD. Ele quer fazer uma estimativa de quantos CDs
precisa vender para atingir o ponto de equilíbrio. Os CDs vão ser vendidos por R$ 13,98 cada,
os custos operacionais variáveis são de R$ 10,48 por CD, e os custos operacionais fixos anuais
são de R$ 73.500.
a) Encontre o ponto de equilíbrio operacional em CDs.
b) Se Paulo estimar que o máximo que ele pode vender são 2.000 CDs por mês, ele deve entrar
no negócio de CDs? Explique.
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10. Ponto de equilibro - Mudanças nos custos/receitas: A JWG publica Palavras Cruzadas
Criativas. No ano passado, o livro de cruzadas foi vendido por R$ 10,00, com custos
operacionais variáveis de R$ 8,00 por livro e custos operacionais fixos de R$ 40.000,00. Quantos
livros precisam ser vendidos este ano para atingir o ponto de equilíbrio para seus custos
operacionais, dadas as seguintes circunstâncias:
a) Todos os valores são os mesmos do ano anterior (conforme informado na questão).
b) Os custos operacionais fixos aumentaram para R$ 44.000,00; os demais números são os
mesmos do ano anterior.
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c) O preço de venda aumentou para R$ 10,50; todos os demais custos permanecem os mesmos
do ano anterior.
d) O custo operacional variável por livro aumentou para $8,50; todos os demais números
permanecem os mesmos.
e) Quais as conclusões que se pode tirar das suas respostas a respeito do ponto de equilíbrio
operacional?
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7. ALAVANCAGEM
A alavancagem é o produto do uso de ativos ou fundos a custo fixo para multiplicar
retornos para os proprietários da empresa. Em geral, aumentos de alavancagem resultam em
elevações de retorno e risco, ao passo que diminuições de alavancagem provocam reduções de
retorno e risco. O grau de alavancagem na estrutura de capital da empresa – a combinação de
capital de terceiros com capital próprio – pode afetar significativamente seu valor, pelo efeito
sobre o risco e o retorno.
7.1 Alavancagem operacional
O grau de alavancagem operacional (GAO) mede a sensibilidade de variações do Lajir a
variações das vendas. O GAO de uma empresa pode ser calculado de duas maneiras. Um dos
cálculos produz uma estimativa pontual, o outro gera um intervalo de GAO. Somente as empresa
que têm custos fixos em seus processos de produção apresentam alavancagem operacional.
GAO = % Variação de Lajir = 35% = 3,50
% Variação de vendas 10%
Por causa da presença de custos fixos no processo de produção da empresa, um aumento
de 10% das vendas resultará em um aumento de 35% do Lajir. Note-se que, na ausência de
alavancagem operacional (se os custos fixos fossem nulos), o GAO seria igual a 1 e um aumento
de 10% das vendas resultaria em um aumento de 10% de Lajir.
GAO = Vendas – CV = 700 – 420 = 3,50
Vendas – CV – CF 700 – 420 – 200
Deve-se tomar cuidado no uso da estimativa pontual, porque o GAO será diferente a cada
nível diferente de vendas. Por exemplo, se as vendas subirem para 770, o GAO cairá do seguinte
modo:
GAO = Vendas – CV = 770 – 462 = 2,08
Vendas – CV – CF 770 – 462 – 200
Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3
Vendas Vendas Vendas
caem 10% não variam sobem 10%
Vendas 630.000 700.000 770.000
Menos: custos variáveis (60% das vendas) 378.000 420.000 462.000
Menos: custos fixos 200.000 200.000 200.000
Lajir 52.000 80.000 108.000
Lajir cai Lajir não Lajir sobe
35% varia 35%
Efeitos da alavancagem operacional sobre a
demonstração do resultado
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7.2 Alavancagem Financeira
A alavancagem financeira resulta da presença de custos financeiros fixos nos resultados
da empresa. Essa alavancagem, portanto, pode ser definida como sendo o uso de custos
financeiros fixos para ampliar os efeitos de variações de Lajir sobre o LPA da empresa. Os dois
custos financeiros fixos mais comumente encontrados na demonstração do resultado da empresa
são (1) juros de dívidas e (2) dividendos de ações preferenciais. O grau de alavancagem
financeira (GAF) mede a sensibilidade de variações de LPA a variações de Lajir. Tal como o
GAO, o GAF pode ser calculado de duas maneiras:
Com base em uma estimativa pontual e
Em uma estimativa de intervalo.
Somente as empresas que usam capital de terceiros ou outras formas de financiamento
com custo fixo (como ações preferenciais) têm alavancagem financeira.
GAF = % Variação de LPA = 46,67% = 1,33
% Variação de Lajir 35%
Nesse caso, o GAF é maior do que 1, indicando a presença de financiamento com capital
de terceiros. Em geral, quanto maior o GAF, maior a alavancagem financeira e mais alto o risco
financeiro.
GAF = Lajir = 80 = 1,33
Lajir – Juros 80 – 20
GAF = Lajir = 108 = 1,23
Lajir – Juros 108 – 20
Nesse caso, podemos verificar que o GAF é o mesmo no nível esperado de Lajir.
Entretanto, o GAF cai quando a empresa tem desempenho superior ao previsto. Note-se ainda,
porém, que o GAF se eleva caso a empresa tenha desempenho inferior ao previsto.
Vendas 630.000 700.000 770.000
Menos: custos variáveis (60% das vendas) 378.000 420.000 462.000
Menos: custos fixos 200.000 200.000 200.000
Lajir 52.000 80.000 108.000
Menos: despesas financeiras 20.000 20.000 20.000
Lucro líquido antes do imp. renda 32.000 60.000 88.000
Menos: imposto de renda (30%) 9.600 18.000 26.400
Lucro disponível aos acionistas 22.400 42.000 61.600
LPA = lucro por ação (42 mil ações) 0.53 1.00 1.47
LPA cai LPA sobe
46,67% 46,67%
Efeitos da alavancagem combinada sobre a
demonstração do resultado
Cenário 1
vendas
caem 10%
Cenário 2
vendas não
variam
Cenário 3
vendas
sobem 10%
55
7.3 Alavancagem total
• A alavancagem total resulta do efeito combinado do uso de custos fixos, tanto
operacionais quanto financeiros, para amplificar o efeito de variações de vendas sobre os
lucros por ação da empresa.
• Pode ser encarada, portanto, como medida do impacto total dos custos fixos na estrutura
operacional e financeira da empresa.
GAT = % Variação de LPA = 46,7% = 4,67
% Variação de vendas 10%
Nesse caso, o GAT é maior do que 1, indicando a presença tanto de custos fixos
operacionais quanto de financiamento.
GAT = Q x (P – CV)
Q x (P– CV) – CF – I – [DP/(1 – T)]
GAT = 700 – 420 = 4,67
700 – 420 – 200 – 20 – 0
No nível de vendas de referência (700), a estimativa pontual dá exatamente o mesmo
resultado proporcionado pela estimativa por intervalo.
A relação entre GAT, GAO e GAF é ilustrada na seguinte equação:
GAT = GAO x GAF
Aplicando a relação ao nosso exemplo, no nível de vendas de R$ 770, obtemos:
GAT = 3,50 x 1,33 = 4,67
Ou seja, o mesmo resultado obtido com as estimativas pontual e por intervalo nesse nível de
vendas.
56
8. FUSÕES E AQUISIÇÕES
Embora as fusões e aquisições devam ser usadas para aumentar o valor da ação da
empresa, elas também são empregadas por vários outros motivos:
expansão externa, com a aquisição do controle de outra empresa;
diversificação de linhas de produtos, ou geograficamente etc.;
redução de impostos;
aumento da liquidez do investimento do proprietário.
A reestruturação empresarial inclui as atividades que envolvem a expansão ou contração
das operações de uma empresa ou mudanças em sua estrutura de ativos ou financeira (de
propriedade). Uma aquisição ocorre quando há a combinação de duas ou mais empresas, pela
qual a empresa resultante mantém a identidade de uma delas, geralmente a de maior porte. Uma
fusão é a combinação de duas ou mais empresas para formar uma empresa completamente nova.
Uma fusão amigável é uma transação apoiada pela administração da empresa visada,
aprovada por seus acionistas e consumada com facilidade.
Uma fusão hostil é uma transação não apoiada pela administração da empresa visada,
forçando a empresa compradora a tentar obter o controle mediante a aquisição de ações
no mercado.
Uma fusão estratégica é uma transação realizada com o objetivo de obter economias de
escala.
Uma fusão financeira é uma transação realizada com o objetivo de reestruturar a empresa
adquirida para melhorar seu fluxo de caixa e liberar valor oculto na empresa.
8.1 Motivos das fusões
O objetivo básico de uma fusão ou aquisição é a maximização da riqueza dos
proprietários, refletida no preço da ação da empresa compradora.
As empresas que desejam crescer rapidamente ou diversificar suas linhas de produtos
podem concluir que uma fusão ou aquisição pode ser útil para esses fins.
As empresas também fazem fusões ou aquisições para obter sinergia em suas operações.
A sinergia é representada pelas economias de escala que resultam dos custos gerais das
empresas combinadas.
As empresas também podem se combinar para aumentar sua capacidade de captação de
fundos quando uma empresa ‗cheia de caixa‘ une-se a uma empresa desprovida de
fundos.
As empresas às vezes se unem para adquirir capacidade gerencial ou tecnologia quando
se sentem incapazes de desenvolver-se integralmente por força de deficiências nessas
áreas.
Em outros casos, uma empresa pode fundir-se com outra para adquirir prejuízos
transferíveis para o futuro, já que o prejuízo pode ser deduzido apenas parcialmente do
lucro futuro da empresa adquirida.
57
A fusão de duas empresas pequenas ou de uma empresa pequena com uma empresa
grande pode dar aos proprietários das primeiras maior liquidez em virtude da maior
negociabilidade associada às ações de uma empresa maior.
Ocasionalmente, uma empresa que é alvo de uma tentativa indesejada de aquisição de
controle poderá comprar outra empresa como mecanismo de defesa, assumindo dívidas
adicionais, eliminando sua atratividade como objeto de aquisição.
8.2 Tipos de fusão
Os quatro tipos de fusão são:
A fusão horizontal é uma combinação de duas empresas no mesmo ramo de atividade.
A fusão vertical é uma combinação de empresas em que uma delas adquire um
fornecedor ou um cliente.
A fusão congenérica é uma combinação em que uma empresa adquire outra no mesmo
setor geral, mas não no mesmo setor de atividade, e não é seu fornecedor ou cliente.
Finalmente, um conglomerado é uma fusão que combina empresas pertencentes a ramos
não relacionados.